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Introdução p.189
1 Gilbert Ryle nasceu em Brighton, Inglaterra, em 19 de Agosto de 1900, foi um filósofo representante da escola
de Oxford, bem como lógico e na linha da filosofia da linguagem. Ocupa assim lugar destacado na filosofia
analítica e entende os problemas da filosofia se resolvem por análise lógica da linguagem. Destaque se deu por
criticar Descartes e determinadas ideias sobre coisas e pensamentos. Exigia do filósofo uma cartografia lógica ou
conceitual, para evitar erros de categorias. Propôs uma nova cronologia das últimas obras de Platão. Obras
significativas suas são: O conceito da mente, Argumentos filosóficos e Dilema. Influenciado pelo pensamento de
Wittgenstein sobre a linguagem, foi conhecido principalmente por criticar o dualismo cartesiano, para o qual
apelidou de o fantasma da máquina. Algumas de suas ideias condutistas se confundem com ideias de psicologia
de Skinner e John B. Watson. Dizia deste modo que quem considera a mente como uma coisa incorre em grave
erro. O erro de Descartes foi para tanto de categoria. Para ele a filosofia deve se ocupar apenas dos problemas
que surgem da imperfeita compreensão de nossos recursos cognoscivos. Ele acredita que a forma gramatical nos
conduz a diversos erros categoriais. Sua concepção é próxima do behaviorismo. Estudou, dentre outros autores,
a Bernard Bolzano, Franz Brentano, Alejo Meinong, Edmund Husserl y Martin Heidegger e assim um tanto
alinhado com a fenomenologia. Ataca a linguagem mentalista, que indica que a mente é uma entidade na mesma
categoria de corpo. A temática é assim a filosofia da mente..
esta experiência se mostrou também no tempo. Considerar o tempo é fundamental
para compreender que a Volição é o orgão do espírito para o futuro, assim como a
memória é o órgão para o passado.
A Vontade é a faculdade que volta o espírito do objeto para o projeto.
Aristóteles abriu essa questão para a filosofia ao levantar o problema das coisas que
vem a ser de maneira contingente ou necessária. O ato voluntário é o melhor
exemplo de contingência, pois são algo que poderia não ter sido. A exceção de
Aristóteles é a poiein, a atividade de fabricação na qual aquilo que é se atualiza
como a algo já era em potência, a árvore da semente e o animal do sêmen. Mas esta
leitura de Aristóteles não condiz com a Vontade ligada ao futuro como tempo verbal,
pois o futuro não considera o que veio da natureza ou das mãos humanas,
importa-se apenas com a relação de consequência oriunda do passado. Há uma
lacuna, falta o conceito de vontade para os gregos, pois o conceito de tempo é
também diferente: assim como a natureza, os assuntos humanos eram cíclicos.
Deriva desta compreensão do tempo a inclinação da filosofia em negar a existência
de uma faculdade própria de criação do novo, algo muda paulatinamente com a
filosofia cristâ, particularmente com Agostinho. Todavia, a descoberta da Vontade
pertence à teologia, não à tradição filosófica. É na preparação da vida futura que São
Paulo confronta o problema da Vontade e do “eu-posso”, como define a liberdade
como “liberdade de ‘ir confirme eu queria (eleutheria)”, de movimento.
A seção é aberta com a confissão de Arendt de que Hegel seria na sua visão o
melhor formulador do conflito entre os egos pensante e volitivo. Será em Hegel, lido
por Arendt a partir de das recepções de Koyré e Kojève, que a autora compreende o
a filosofia da história como um solução para o conflito dos egos. Segundo a alemã,
Hegel tem como sua premissa mais importante a identidade entre pensamento e ser
formulada na Filosofia do direito, pois o que é pensado é, cabendo à filosofia a tarefa
de compreender seu próprio tempo. Nesta tarefa de compreensão ligada à
temporalidade, Arendt vê na formulação Hegeliana uma descrição do tempo mais
que se adequa mais ao ego volitivo do que ao pensante. Afinal, no formato hegeliano
explicado por Koyré, que ela toma de empréstimo, o tempo brota do futuro, num
advir (becoming, avenir, zu kommen) que realiza o Ser no futuro que ao chegar no
presente se nega e se torna passado: é a antecipação do “não-mais”. Só o chamado
do “ainda-não” pela vontade rompe com o presente, a mudança do hoje para o
amanhã não basta, pois o presente pode sempre se repetir a cada dia. Aqui Arendt
nitidamente vincula o “advir” a uma mudança concreta chamada pelo espírito, não
basta o mero fluxo da natureza. A identificação do eu com o ego volitivo começa
com a vinda do futuro para o “Agora” e cessa conforme a redução da quantidade de
futuro a frente. Deste modo, o homem não é só temporal, ele é o Tempo. Algo que
Hegel chamou “autoconstituição do tempo.” É por isso que Arendt afirma ser o
pensamento da modernidade voltado para o que projeta o ego volitivo. A fazer do
tempo. Isso define o homem para Hegel, pois sabemos que morreremos, nossos
projetos serão todos frustrados. A inquietude daí resultante transforma projetos em
objetos do pensamento, fazendo do tempo incessante a Eternidade que encontra
presente-passado-futuro
Hegel foi o primeiro a considerar a história geradora de verdade. Isso foi feito
com a colocada dos assuntos humanos no campo interesse filosófico, algo trazido
pela Rev. Francesa. A reconciliação do Espírito com o mundo dos acontecimentos e
assuntos humanos é o centro de todo o sistema hegeliano. A leitura de Arendt não
propõe um hegel fatalista, mas preocupado com a contingência que brotaria de uma
fonte da história, a qual a autora astutamente refere em Hegel como “Reino da
Vontade” (Filosofia da História). Cabe à filosofia apazigar o conflito entre o ego
pensante e o volitivo. Todavia, para Arendt, Hegel haveria fracassado nessa
empreitada. Seu “sistema” não coaduna sua filosofia orientada para o futuro, pois
qualquer ideia de completude exigiria o fim da história que virá apenas com o fim
dos próprios homens. A saída hegeliana para tal questão é o fim cíclico que caminha
simultaneamente para a revelação do Espírito do Mundo sempre presente na
Humanidade como a alma de um indivíduo.
Para Arendt, Hegel foi capaz de conceber um sistema apoiado no Progresso
Infinito da humanidade porque se processo começa no Ser em direção ao Devir. Seu
movimento não poderia brotar do não-ser, pois , ao identificar, como Parmênidades,
lógica e história (pensamento e Ser) não poderia deixar de contar com a primazia do
Ser sobre o Nada a fim de que o Devir pudesse se efetivar. Afinal, se a negação move
a história, em algum momento inicial houve a primeira negação que, enquanto tal,
precisa negar alguma coisa.
2 Nesta passagem de mudança do espírito devemos notar que Arendt abre espaço para compreender como o
espírito significa e se relaciona com seus próprios afetos que passam por transformações ao longo do tempo na
medida em que mudam as coisas-pensamento e as próprias faculdades conforme o mundo e nossas atividades
sobre ele e sobre nossas próprias faculdade.
seriam capazes sozinhos de originá-lo. Para Arendt, esta separação corresponde à
distinção entre Vontade e Inclinação que a fundamenta a posteriormente a ética
kantiana. O desejo, neste quadro teórico, possui ligeira vantagem sobre a razão, pois
ele apresenta os postulados que a razão, teórica ou prática, deverá buscar. A razão
prática, por sua vez, precisa por vezes sair em auxílio do desejo. Quando o desejo se
localiza no futuro, trazendo o fator tempo, a razão prática é necessária estimulada
pelo desejo. Para movimento daí resultante, o objeto desejado é seu início; para o
processo desencadeado pela razão prática em sua busca, ele é o seu fim.
Posta de tal forma, Aristóteles consideraria insatisfatória a relação entre razão e
desejo. Arendt aposta nesta leitura por considerar que ela ainda se assemelha
demasiadamente à solução platônica de dicotomia entre desejo e razão. A posição
de comando que a razão assumiria neste caso se deve em Platão ao caráter
persuasivo da verdade à qual ela conduz. A razão - o pensamento, o diálogo sem
som comigo mesmo - leva à verdade e impõe obediência à alma. O desejo que não
se submete à razão forma o “homem-vil” que não é capaz de restar acompanhado
de si mesmo. Este conflito, bem platônico como nota Werner Jaeger, apenas explica
a conduta, mas não a origem da ação, problema da ética aristotélica. A ação, é uma
atividade da razão prática, descrita por Aristóteles como phronesis, nem uma
inteligência, nem uma sabedoria, mas uma sagacidade. As ações desse tipo, então,
seriam movidas pelo desejo, não de “algo”, mas pelo “como” realizá-la a fim que
esteja entre as aretai, as excelências (virtudes) da Ética Nicômaco que se dão na
aparência própria dos assuntos humanos.
Para a origem da ação, explicando como os homens querem aparecer,
Aristóteles cunha o tempo proairesis (escolha, no sentido de opção entre suas
alternativas). Os archai, inícios, começos, são desejo “e” logos. O logos traz o
propósito. A escolha é uma faculdade intermediária entre razão e desejo. O oposto
da escolha é o pathos, paixão ou emoção que nos compele por algo que sofremos. A
escolha se dá sempre que agimos com um propósito, mas o propósito em si não é
submetido à escolha, sim seus meios. Todos os atos são meios para o bem-viver, a
eudaimonia, a felicidade. O elemento de razão nesta escolha é a “deliberação”.
Ninguém delibera ser feliz, mas ganhar dinheiro ou correr riscos para alcançá-la.
Aristóteles justifica a proairesis como solução para o impasse entre razão e
desejo através do caso da incontinência: para ele, é impossível que alguém possa
agir ao mesmo temo involuntariamente (contrariando suas intenções) e
voluntarimente (intencionalmente). Sem a proairesis, os homens oscilariam entre
o desejo e a razão, cada uma predominando em suas ações e determinado momento.
Mas isso abriria a possibilidade de atos voluntários e simultaneamente involuntários.
O que Arendt quer chamar à nossa atenção é como Aristóteles define um modelo de
relação entre as faculdades do desejo e da razão que graças a sua faculdade
intermediária pode manter todas as ações comandadas pela razão prática, a
phronesis ou dianoia, que deliberadamente escolhe entre a razão ou o desejo. A
proairesis abre, assim, um pequeno espaço entre razão e desejo, mantendo-nos fora
do domínio sob a força auto-evidente da verdade ou das paixões e apetites. Ela é o
arbítrio entre as diversas possibilidades. Posteriormente tratada por liberum
arbitrum, a faculdade da escolha não carregaria, mesmo em Aristóteles ou Kant, o
caráter espontâneo de iniciar algo novo. O comando da ação em ambos repousa
sobre a coincidência entre “dever” e “poder”, pois o que nos diz respeito e, portanto,
cabe ao escopo da razão prática e ao seu imperativo exercido pela verdade ou
raciocínio lógico. A experiência que abre a descoberta da vontade surge quanto esta
imposição sobre os assuntos humanos que estão aos nosso alcance é questionada.
Capítulo 4 - Conclusões
13. O IDEALISMO ALEMÃO E A “PONTE ARCO-ÍRIS DE CONCEITOS” P.299
14. O REPÚDIO NIETZSCHEANO DA VONTADE P.305
15. O QUERER-NÃO-QUERER DE HEIDEGGER P.316
16. O ABISMO DA LIBERDADE E A NOVUS ORDO SECLORUM P.332