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segurança. A partir do fim dos anos 1 960, contudo, começaram a usar o sistema
cada vez mais a serviço de seus objetivos nacionais, definidos de forma estreita.
Muitos dos problemas da economia mundial nos anos 980 foram causados por 1
necessidade de
A natureza mutável da economia internacional resultou na
nacionais. Mudanças estru-
uma liderança plural e de coordenação das políticas
turais transformaram o papel do mercado
e da política econômica. Inicialmente,
mundial era uma arena de compe-
os economistas acreditavam que a economia
equilíbrio automático como o meca-
tição perfeita, governada por processos de
nismo de price-specie descrito por Hume. Depois, com o desaparecimento
flow
da automaticidade em razão das mudanças, tais como a resistência dos salários
social, a
a qualquer movimento de baixa e o surgimento do estado do bem-estar
teoria da política econômica desenvolvida e aplicada ao que se presumia
foi
que, ao seguir determinadas
fossem economias isoladas; a teoria sustentava
regras, os podiam fazer com que os mercados funcionassem e, assim,
governos
a harmonia internacional
conseguiriam alcançar tanto o equilíbrio interno como
No entanto, essa teoria era aplicada a uma só
(H. Johnson, 1972, p. 409).
com a mudança
a crescente interdependência das nações
e
economia. Com
passaram neces-
para ambiente mais estratégico, as ações de um governo
um
sociedades; o que aumentou,
sariamente a influenciar o bem-estar das outras
internacional.
portanto, a necessidade da cooperação
de Estados
Em umaeconomia mundial com alta interdependência, composta
governos nacionais é uma possibi-
soberanos, a competição das políticas entre os
lidade sempre presente. O êxito de um
governo em realizar seus objetivos pode
econômicas internacionais.
tados econômicos e a natureza das relações
podem
A política macroeconômica é a arena mais importante na qual
acontecer tanto a competição entre políticas
como a sua coordenação. No
passado, os economistas focalizavam
simplesmente os conflitos sobre política
doutrina do livre comércio (Bergsten,
comercial, cuja solução era encontrada na
da interdependência, as
Keohane e Nye, 1975, p. 24). Com a intensificação
políticas macroeconômicas adquiriram importância crescente, em virtude dos
sobre outras variáveis fundamentais.
seus efeitos sobre as taxas de juros e
com a adoçao de
Como já foi observado, o abandono das taxas de câmbio fixas,
taxas variáveis, e a integração dos
mercados financeiros internacionais afeta-
mundial e o seu impacto
ram profundamente o funcionamento da economia
sobre a formação da política econômica
de cada país. Os fluxos financeiros
taxas de juros, o comportamento
maciços, impulsionados pelas diferenças das
A economia política das relações internacionais 401
ineficiências dinâmicas
cos, as possíveis inconsistências nas metas a atingir, as
de forma
produzidas quando os responsáveis pela política interna aplicam
descoordenada instrumentos de politica interna com forte repercussão interna-
cional (vide 3. Williamson, 1983, p. 381). Desde que Cooper
escreveu o seu
forço foi feito para medir os efeitos das decisões norte-americanas sobre os
outros países, ou para consultá-los a respeito das principais iniciativas de políti-
ca econômica. O exemplo mais importante é, naturalmente, a política fiscal do
governo Reagan, com seu impacto devastador sobre as taxas de juros em todo
o mundo e sobre o problema mundial da dívida externa.
Para a Europa Ocidental e o Japão, coordenação de políticas tem signifi-
cado disciplinar a política macroeconômica norte-americana. No entanto, o
governo Reagan interpreta essa idéia como a reforma das suas economias
pelos japoneses e pelos europeus, com ações destinadas a cobrir o “hiato de
crescimento”. Esses países deveriam estimular suas economias e imitar as
reformas feitas pelos Estados Unidos sob a égide da economia impulsionada
pela oferta - economics -, removendo, assim, os limites
a supply-sicie inter-
nos ao desenvolvimento econômico (Nau, 1985).
Em meados da década de 1980, os norte-americanos, de modo geral,
estavam desencantados com o que consideravam políticas e práticas injustas
dos seus parceiros econômicos e, cada vez menos, se dispunham a exercer
uma liderança econômica. Contudo, o compromisso de pós-guerra dos Estados
Unidos com a liberalização do comércio foi mantido na qualidade de política
oficial. Como na Rodada de Tóquio, os Estados Unidos lutaram pela redução
contínua das barreiras comerciais e pela erradicação de práticas de comércio
“injustas”; queriam, em algumas mudanças importantes no comér-
especial,
cio agrícola, em particular a abertura do
mercado japonês e a eliminação dos
subsídios à exportação concedidos pelos países da Comunidade Européia. Os
Estados Unidos lutavam também pela reforma da política industrial de outros
países, os quais mantinham subsídios de vários tipos, políticas de aquisições go-
vernamentais, etc., e pela liberalização dos serviços (bancos, telecomunicações,
etc.). Embora com certos lapsos importantes, como a cartelização do mercado
de semicondutores e a decisão de revogar o Sistema Generalizado de Prefe-
rências para os Países Menos Desenvolvidos (duas decisões tomadas em 986), 1
durante muito tempo tinha defendido o livre comércio, era devastada pelas
altas taxasde juros e pelo valor excessivo do dólar. Os agricultores viviam uma
crise de endividamento e, ao mesmo tempo, perdiam mercados tradicionais no
exterior. Ou a política interna do governo mudava de rumo ou este teria algum
dia de ceder às crescente pressões protecionistas.
Os do país e os comentaristas pareciam não compreender
líderes políticos
bem a relação entre a política macroeconômica seguida e o déficit comercial.
Havia quem argumentasse que os principais fatores do déficit eram o compor-
tamento impróprio dos japoneses ou a política comercial européia, e poucos
reconheciam que a causa fundamental era o déficit orçamentário. Dixit apre-
nor-
maior liberalização. Por acreditar que o desequilíbrio do balanço comercial
sendo
te-americano evidenciava prima facie o tratamento desigual que vinha
aos “re-
recebido, esses cidadãos queriam aplicar o princípio da reciprocidade
das ações tomadas pelos governos em questão, e não simplesmente
à
sultados”
remoção das barreiras formais impostas ao comércio. O aumento da
interdependência econômica, combinado o relativo declínio da economia
com
norte-americana, estava provocando uma mudança fundamental na política eco-
nômica externa. Na tentativa de evitar que o Congresso aprovasse leis prote-
cionistas, a nova política comercial invocava o conceito de reciprocidade espe-
cífica,que havia sido abandonado.
Se implementada plenamente, essa importante reinterpretação do
con-
não ser mais o seu continente. Nessas circunstâncias, uma ampla liberalização
comercial sempre considerada incompatível com a preservação do welfare
foi
péia; as pressões dos Estados Unidos para mudar a política agrícola comunitá-
ria, por exemplo, têm sido vistas como ameaça a um dos pilares
principais da
Comunidade. Assim, houve uma tendência poderosa para recuar para barreiras
protetoras do comércio, em alguns casos barreiras nacionais, em reação ao que
os europeus chamam de “nova divisão internacional do trabalho”.
A porcentagem do comércio comunitário controlado é maior do que nos Estados
Unidos ou no Japão. O conseqüente deslocamento de exportações japonesas e
dos NICs para os Estados Unidos aumentou muito as pressões nesse mercado,
estimulando, ainda mais, o protecionismo norte-americano contra o Japão.
A transformação representada pela integração da Europa Ocidental e do
seu lugar no estimulou a tendência européia para a introspecção. No
mundo
último quartel do século XX, a estreita integração econômica dos seis membros
originais da Comunidade (a “pequena Europa”) cedeu lugar a uma federação
relativamente frouxa de 12 Estados (a “Europa maior”), à medida que os países
3
Strange ( 1 uma parte substancial da opinião européia.
985c) representa
4
Lindbeck (1985) oferece uma excelente análise dos problemas econômicos da Europa Ociden-
tal.
A economia política das relações internacionais 409
gindo assim dos parceiros econômicos do Japão mais paciência com o seu
comportamento do que eles até hoje têm demonstrado.
bordinar seus objetivos nacionais às metas mais amplas associadas com a co-
ordenação das políticas econômicas. Embora os Estados Unidos tenham exer-
cido ocasionalmente essa liderança, como na reação à crise da dívida, em agosto
A economia política das relações internacionais 413
“quem deve cooperar com quem, e para que fim”. Um problema que se não
5
Vide Cooper (1985, p. 1213-1214) sobre os problemas teóricos a serem resolvidos.
A economia política das relações internacionais 415
desenvolvimentos
gens comparativas; e também, de modo geral, a outros
associados com a emergente economia internacional global.
Na parte final do
de regimes nas
século XX, essa tarefa implica a criação e a renegociação
se ouvir-
áreasdo comércio, da moeda, da energia, da dívida, do investimento e,
mos os países menos desenvolvidos, do desenvolvimento. Esses regimes
refor-
Ocidental estão
6
Como Katzenstein (1984 e 1985) demonstra, as menores economias da Europa
entre os países que se ajustaram com maior sucesso às
mudanças econômicas.
A economia política das relações internacionais 417
que se beneficiam de tal vantagem. Mas essa tarefa precisa ser coerente com
as mudanças importantes havidas recentemente na natureza da economia polí-
tica internacional.
setores em expansão foram cada vez mais importantes. Nas palavras bem
418 Robert Gilpin
res - dos têxteis ao petróleo e ao aço - são exemplos de novos regimes menos
merecedores de elogios. Na década de 1980 abundavam as propostas de regi-
mes para regular os investimentos internacionais, o problema da dívida externa, a
mais afetados por esse declínio relativo e absoluto do bem-estar econômico foi
a de não promover um ajuste, mas sim a de tentar cancelar o desafio da com-
petição estrangeira e de culpar as práticas “injustas” dos outros governos.
agricultura representa o problema de ajuste econômico politicamente
A
mais difícil Revolução Verde e outros progressos na produção
de resolver. A
agrícola provocaram um excesso da produção mundial de alimentos. Além dis-
so, o dólar, sobrevalorizado, estimulou o aumento da produção
e o surgimento
da burocracia
seus mercados, tradicionalmente fechados, reduzindo o controle
governamental sobre a economia. O país tomava-se, assim, pelo menos
no que
harmonização das práticas e das instituições japonesas com as dos seus princi-
particularmente
pais parceiros. Essas pressões externas criaram problemas
agudos para a sociedade japonesa e para a sua liderança.
Nesse debate entre o Japão e os países que com ele comercializavam,
é
termo
importante notar que há diferentes interpretações do sentido do
“liberalização”. Tradicionalmente, “liberalização” significa
a implementação dos
7
Stephen Krasner já observou que a intensificação da interdependência econômica global au-
mentou a importância da legitimidade percebida das práticas internas.
A economia política das relações internacionais 427
são utilizadas, “de certa forma”, pelos outros países industrializados, e agora
também pelos países em desenvolvimento, em grau muito importante. Ao
observar essas diferentes formas de interferência com o funcionamento dos
mecanismos de mercado, vejo-me levado, com relutância, constantemente, à
pergunta sobre se precisamos optar por um conjunto de relações institucionais
e de princípios que reflete um mundo que poderia ser melhor do nosso ponto
de vista. Precisamos de algum modo nos organizar... (Vemon, citado em
Cumings, 1984, p. 39-40).
veemência,
sua caixa para afetar as relações econômicas. Embora nos anos 1980 isso
entre a
tivesse relevância imediata principalmente para o Japão, dado o conflito
sua organização social confuciana e a ordem nacional lockiana dos Estados
Unidos, aplica-se também aos novos países em vias de industrialização, às
mistas, se as estruturas internas não têm tal importância, tudo isso passou a ser
fundamental para avaliar os problemas causados pelos conflitos inerentes entre
a autonomia interna e as normas internacionais.
9
Na sua discussão sobre o surgimento do comércio estatal, Jacob Viner (1951) foi um dos
os mercados
agressivas de promoção das exportações. Essas pressões sobre
reversão da posi-
de exportação tomaram-se mais fortes ainda em virtude da
vez, no
ção financeira dos Estados Unidos e do fato de que, pela primeira
período pós-guerra, os Estados Unidos necessitarem de um superávit
comerci-
Este termofoi usado por Ronald Dore em uma conferência feita em 5 de fevereiro de 1 986 na
Universidade dc Princeton.
Robert Gilpin
continuaram pouco
No entanto, as relações internas e os limites dessa região
precisam ser respondidas.
claros, ehá várias perguntas importantes que ainda
- Estados Unidos e
A primeira e mais crítica é se os dois gigantes econômicos os
próximos ou se passarão a ser rivais
o Japão - podem continuar a ser parceiros
tensão entre a natureza comple-
antagônicos. A segunda é como será resolvida a
oriental. Embora o caráter
mentar e a competitividade das economias da Ásia
dos países da Asean
complementar dos recursos do Japão, dos NICs asiáticos e
auto-suficiente,
pudesse levar a uma divisão de trabalho regional relativamente
essas economias seriam também cada vez mais competitivas nas suas exporta-
que começou com o fim a Guerra do Vietnã, pode não durar. Muitos
oriental,
regimes são instáveis, e o Pacífico e cada vez mais um foco de
confrontação
entre superpotências. Portanto, embora do Pacífico seja uma região mui-
a bacia
to promissora, não devemos esquecer que tem diante de si sérias dificuldades.
As fronteiras dessas três regiões parcialmente aglutinadas são
pouco cla-
ras, eporosas, e alguns países participam de mais de uma região. As
relações
comerciais, financeiras e de outra natureza entre as regiões, e
especialmente
entre os países mais importantes, são fortes, mas as
linhas de demarcação
entre as regiões são discemíveis e tomam-se mais pronunciadas
com a difusão
do protecionismo e de outras mudanças ocorridas na economia
mundial. Em
meados da década de 1980, o modelo do comércio internacional foi caracteri-
zado fortemente por constelações regionais.
Essa tendência, no sentido de maior regionalização, fez com
que partes
importantes da humanidade fossem excluídas da economia mundial.
A União
Soviética, por exemplo, assim como os países da Europa Oriental. Com o
fracasso da estratégia da industrialização baseada no endividamento
dos anos
1970, e sob a pressão soviética, esses países só parcialmente se
integrariam.
O Cone Sul (Argentina, Chile, Peru, etc.) e outros países latino-americanos
que se integraram na economia mundial no século XIX pareciam deixar o
sistema (Gall, 1986). Boa parte da África negra marginalizou-se completa-
mente e mergulhou no desespero econômico e político. Onde ficarão
a China,
a índia e o Brasil, países com imenso potencial,
ainda não está claro. Há um
grave perigo de que uma economia mundial mais regionalizada
se componha
de umas poucas ilhas de relativa prosperidade e de um oceano
turbulento de
pobreza global com muitas sociedades alienadas.
Uma maior regionalização da economia mundial representa também uma
ameaça à saúde econômica das próprias potências econômicas. Como
já argu-
mentamos neste livro, para que um sistema capitalista ou de mercado
se de-
senvolva e seja próspero, ele precisa expandir-se. Em um
sistema fechado, o
funcionamento do que os marxistas chamam de “leis do movimento
do capita-
lismo” ameaça levar o sistema, com o tempo, à estagnação
econômica e
tecnológica. Desse ponto de vista, o potencial de crescimento
das indústrias
emergentes de alta tecnologia do futuro provavelmente só pode
ser realizado
plenamente em uma economia global. O
custo do seu desenvolvimento e a
escala dessas tecnologias exigem a geração de uma
demanda que só é possível
em um mercado mundial integrado (Murakami e Yamamura, 1984).
Esse choque entre os ganhos estáticos
com o comércio que seriam pos-
síveisem uma economia mundial regionalizada e os ganhos dinâmicos com o
progresso tecnológico em uma economia internacional mais
ampla foram des-
critos muito bem por William Cline:
436 Robert Gilpin
O protecionismo setorial
alianças
Em1980, as vantagens dinâmicas das economias de escala, das
empresariais mediante fronteiras nacionais e participação na tecnologia sugeri-
am que o protecionismo setorial, ou seja, a cartelização internacional, sobretudo
nas indústrias de serviços e de alta tecnologia, será também um traço distintivo
Uma
causa relevante da crescente importância do protecionismo setorial
tem sido o fato de que as novas tecnologias associadas com a revolução
tecnológica contemporânea, tais como o laser, o computador e a bioengenharia,
nunca poderão alcançar seu pleno potencial em uma economia mundial frag-
mentada, com restrições à demanda. Assim como as tecnologias da Segunda
Revolução Industrial (o aço, a energia elétrica,
o automóvel e outros bens de
consumo duráveis) só puderam desenvolver-se plenamente no mercado de massa
continental dos Estados Unidos, a exploração das tecnologias da Terceira Re-
volução Industrial exigiu também um amplo mercado global. Uma economia
mundial regionalizada, composta por mercados nacionais e regionais relativa-
mente impermeáveis, poderia prejudicar esse desenvolvimento.
A natureza da revolução tecnológica contemporânea sugere também que
o protecionismo setorial deverá prevalecer. O papel da ciência básica tomou-
se cada vez mais importante para a geração e a difusão dessas tecnologias que,
com nem um novo produto nem específicas de um setor;
freqüência, não são
constituem novos procedimentos, têm efeitos em muitas áreas e repercutem
em toda a economia, afetando as indústrias tradicionais, assim como as moder-
nas. O computador, por exemplo, está transformando todos os aspectos da vida
econômica, da agricultura à indústria e à administração.
Essas tecnologias mais novas têm um desenvolvimento muito caro, envol-
vendo importantes economias de escala, e exigirão mercados de massa para
amortizar os custos do seu desenvolvimento. Isso significa que não provável
é
que haja claramente um líder tecnológico único, como no passado. Haverá
muitos centros de inovação, e a tecnologia se difundirá rapidamente. A impor-
tância dessas tecnologias para a riqueza, o poder e a autonomia das sociedades
438 Robert Gilpin
modernas significa que todos os Estados vão querer estar presentes no seu
1
desenvolvimento.
Ocrescimento do protecionismo setorial está associado com o novo
multinacionalismo que já discutimos no Capítulo 6 — ou seja, a tendência
para
Ele mostra também queo investimento direto continuará a ser necessário, por-
que os insiders, que atuam dentro de um mercado, têm maior imunidade contra
o protecionismo; além disso, a não ser que uma empresa funcione nos
três
manten-
ao mesmo tempo, reter um certo controle sobre seus mercados internos,
do uma presença nacional no setor. O comércio intra-indústria será também
estimulado.Com isso, é possível ter alguns dos benefícios da interdependência
econômica sem os custos de um regime de comércio totalmente liberalizado.
Embora o protecionismo setorial se afaste da ênfase liberal na não-discri-
minação e na eficiência econômica, parece ser a única maneira de satisfazer
tanto a necessidade de economias de escala como o desejo dos
governos
econômicas.
santes sobre as relações tecnológicas entre as principais potências
A economia política das relações internacionais 439
foi sugerido, esse papel de liderança será compartilhado por duas ou mais econo-
cional proporcionam o critério mais próximo possível de uma base objetiva para
avaliar a legitimidade do comportamento econômico, limitando a viabilidade das
ações arbitrárias. Em um mundo marcado pela competição entre as políticas
nacionais, as alianças regionais e o bilateralismo, que normas poderão orientar
econômicas mais bem administradas? Por exemplo: aumen-
e limitar relações
tarão as exigências de que certas economias se assemelhem mais a outras,
como as demandas feitas pelos Estados Unidos ao Japão, em termos de reci-
procidade de tratamento e uma maior harmonização das estruturas internas
dos dois países?
As tentativas norte-americanas de abrir os mercados estrangeiros, de
privatizar outras economias e de preservar a ordem econômica liberal, sempre
em nome dos princípios liberais e da harmonização entre as nações, podem ser
contraprodutivas. As pressões políticas exercidas nesse sentido sobre os japo-
neses podem inibir a busca de soluções mais próximas das novas realidades
1
Há uma distinção muito legeira entre o que alguns chamam de “protecionismo liberal”, “reci-
Conclusão
mentos políticos que lhe dessem maiores vantagens sobre as outras economias
{The Economista 2 de março de 1985, p. 80).
Há também uma crescente regionalização da economia mundial, à medida
que as atividades econômicas globais se reúnem em tomo dos vários
pólos da
A
nova ordem econômica internacional, de meados da década de
1980,
levantava sérios problemas de eqüidade econômica para a
consciência da hu-
manidade. Muitas sociedades deverão sofrer com o fechamento dos
mercados
mundiais e vão precisar de uma assistência econômica maciça para
que pos-
sam de algum modo escapar da sua pobreza. A economia mundial liberal,
444 Robert Gilpin
liberalização multi-
vamente benéfica dos anos 1960 O período pós-guerra da
.
prosperidade global.
serão os seus efeitos sobre a paz mundial e a