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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SOCIEDADE


PROGRAMA DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
FACULDADE DE DIREITO

INTRODUÇÃO À CIÊNCIA DO DIREITO

Santarém
2019
Fontes do Direito

Não há consenso entre a comunidade acadêmica, na verdade, há uma grande


diversidade de ideias entre a doutrina jurídica, quanto ao estudo das fontes do direito. A
expressão “fontes do direito”, é uma alusão metafórica as fontes de um curso d’água,
pois, “ remontar à fonte de um rio é buscar o lugar de onde as suas águas saem da terra”,
de igual modo, inquirir sobre a fonte de uma norma jurídica é “buscar o ponto pelo qual
sai das profundidades da vida social para aparecer na superfície do Direito.”1
Mundo afora, os juristas reclamam que existem um número extremamente
grande de normas, em cada ordenamento jurídico e, não obstante, continua-se a criar
sempre novas normas e, ao fim e ao cabo, nada se pode fazer, senão seguir criando-se
novas normas, a fim de satisfazer todas as necessidades da vida social que se manifesta
cada vez mais variada, intricada e complexificada (BOBBIO, 2017).
Sobre esse assunto destaca Norberto Bobbio, os elementos jurídicos que
constituem as realidades das sociedades modernas são extremamente complexos, ou
seja, são formados por uma infinidade de normas, que tem suas origens em múltiplas
fontes.
Uma outra questão importante que se pode pensar sobre as fontes do direito diz
respeito a duas perguntas que podemos fazer sobre as normas jurídicas. As perguntas
são: de onde surge o direito? e como surge o direito? A resposta à primeira pergunta
corresponde as fontes materiais, enquanto que, a resposta para a segunda pergunta
equivale as fontes formais. Paulo Nader conseguiu distinguir três tipos de fontes do
Direito: históricas, materiais e formais. Miguel Reale, também, faz alusão a fontes
materiais e formais, mas, segundo ele, as expressões fontes materiais e fontes formais
são inconvenientes.
As fontes materiais indicam a matéria prima do direito, ou seja, as relações
sociais, que via de regra são objeto de estudo direto de outras ciências humanas
correlatas ao Direito, tais como: Antropologia, Sociologia, História e Psicologia.
Por outro lado, as fontes formais do direito nos falam das formas como o
fenômeno jurídico se exterioriza. Revelam a maneira de ser do Direito. Em sociedades
com tradição jurídica de Commow Law, as fontes formais têm suas origens nos
precedentes, enquanto que, na tradição de Civil Law seu maior fundamento concentra-
se na lei escrita. Apesar disso, no Brasil, um país de tradição Civil Law, especialmente a
partir do Novo Código de Processo Civil (NCPC, 2015) o precedente tem ganhado

1 NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 31ª. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 141.
espaço. Mesmo em sociedades de Civil Law é uma ingenuidade pensar que a fonte do
Direito é unicamente a lei escrita.
Sobre as fontes formais escreveu Miguel Reale, “o que se costuma indicar com
a expressão ‘fonte material’ não é outra coisa senão o estudo filosófico ou sociológico
dos motivos éticos ou dos fatos econômicos que condicionam o aparecimento e as
transformações das regras de direito.” 2 Assim, continua ele, o correto é falarmos,
simplesmente, em fontes do direito.
Para Norberto Bobbio as fontes do direito podem ser classificadas em: diretas e
indiretas, que podem se dividir em duas classes: fontes originarias e fontes derivadas,
prosseguindo na análise e sistematização Bobbio, dividiu as fontes derivadas em:
reconhecidas e delgadas. Assim como Nader e Reale, Bobbio também reconhece o
caráter histórico do Direito, e consequentemente de suas fontes.
Apesar de o Direito ser cultural, portanto, sofre mudanças ao longo do tempo e
do espaço, existem algumas ideias persistentes e permanentes, que se manifestam na
ordem jurídica. E, a despeito, das teorias e denominações dadas as fontes do direito,
grosso modo, podemos sintetiza-las de acordo com a representação mostrada na Figura.

Figura 1 – Fontes do direito

- Relações sociais
Materiais
- Valor moral
FONTES DO DIREITO

Imediata ou - Lei
primária

- Costumes
Formais - Doutrina
Mediata ou - Jurisprudência
secundária - Súmulas
- Analogias
- Princípios gerais do direito

Fonte: Bobbio (2014), Nader (2009) e Reale (2002)

O Direito não é, ou pelo menos não deve ser, um produto arbitrário da vontade
do legislador, mas uma criação que se lastreia no querer social. É a sociedade, como

2 REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 140.
centro de relações de vida. Assim, com essa influência social, os cidadãos acabam
influenciando e mesmo pressionando o legislador a vir a positivar costumes sociais,
regras de trato social, normas religiosas e outras mais. Dessarte, o direito costumeiro (de
costumes) constitui uma das fontes do direito.
A lei 4.657/1942, Lei de Introdução as normas do direito Brasileiro (LINDB) traz
explicitamente em seu art. 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.” [grifo meu]. Aqui
temos três fontes do direito, a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
Além dessas fontes já citadas, temos a doutrina, a jurisprudência e as Súmulas.
A doutrina são ideias, pesquisas e informações levantadas pela comunidade acadêmica
e profissionais do direito – advogados, procuradores, promotores, defensores e outros
operadores do direito. Consiste em teorias e conceitos fundamentais pensados a partir
de casos concretos ou hipotéticos.
A jurisprudência, que etimologicamente, ius prudentia, significa, dizer o direito, é
o entendimento acerca das decisões tomadas por magistrados de vários tribunais no
mesmo sentido, sentenças reiteradamente semelhantes. A jurisprudência ajuda a
interpretação da lei e não, raras vezes, se utiliza da dautrina para fundamentar suas
decisões. É comum atribuir a jurisprudência a origem da ideologia dinâmica da
interpretação, onde o judiciário passa a reconstruir o direito, na maioria das vezes,
utilizando de precedentes de cortes superiores, aqui no Brasil, o Supremo Tribunal
Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). É também do alto judiciário (STF,
STJ e TRs) que emanam as Súmulas, que passam a balizar as decisões de juízes de
instâncias inferiores.

Referências Bibliográficas

BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 2ª ed. São Paulo: Edipro, 2014.

NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 31ª. Ed. Rio de Janeiro: Forense,
2009.

REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

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