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Santarém
2019
Fontes do Direito
1 NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 31ª. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2009. p. 141.
espaço. Mesmo em sociedades de Civil Law é uma ingenuidade pensar que a fonte do
Direito é unicamente a lei escrita.
Sobre as fontes formais escreveu Miguel Reale, “o que se costuma indicar com
a expressão ‘fonte material’ não é outra coisa senão o estudo filosófico ou sociológico
dos motivos éticos ou dos fatos econômicos que condicionam o aparecimento e as
transformações das regras de direito.” 2 Assim, continua ele, o correto é falarmos,
simplesmente, em fontes do direito.
Para Norberto Bobbio as fontes do direito podem ser classificadas em: diretas e
indiretas, que podem se dividir em duas classes: fontes originarias e fontes derivadas,
prosseguindo na análise e sistematização Bobbio, dividiu as fontes derivadas em:
reconhecidas e delgadas. Assim como Nader e Reale, Bobbio também reconhece o
caráter histórico do Direito, e consequentemente de suas fontes.
Apesar de o Direito ser cultural, portanto, sofre mudanças ao longo do tempo e
do espaço, existem algumas ideias persistentes e permanentes, que se manifestam na
ordem jurídica. E, a despeito, das teorias e denominações dadas as fontes do direito,
grosso modo, podemos sintetiza-las de acordo com a representação mostrada na Figura.
- Relações sociais
Materiais
- Valor moral
FONTES DO DIREITO
Imediata ou - Lei
primária
- Costumes
Formais - Doutrina
Mediata ou - Jurisprudência
secundária - Súmulas
- Analogias
- Princípios gerais do direito
O Direito não é, ou pelo menos não deve ser, um produto arbitrário da vontade
do legislador, mas uma criação que se lastreia no querer social. É a sociedade, como
2 REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. p. 140.
centro de relações de vida. Assim, com essa influência social, os cidadãos acabam
influenciando e mesmo pressionando o legislador a vir a positivar costumes sociais,
regras de trato social, normas religiosas e outras mais. Dessarte, o direito costumeiro (de
costumes) constitui uma das fontes do direito.
A lei 4.657/1942, Lei de Introdução as normas do direito Brasileiro (LINDB) traz
explicitamente em seu art. 4º: “Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.” [grifo meu]. Aqui
temos três fontes do direito, a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito.
Além dessas fontes já citadas, temos a doutrina, a jurisprudência e as Súmulas.
A doutrina são ideias, pesquisas e informações levantadas pela comunidade acadêmica
e profissionais do direito – advogados, procuradores, promotores, defensores e outros
operadores do direito. Consiste em teorias e conceitos fundamentais pensados a partir
de casos concretos ou hipotéticos.
A jurisprudência, que etimologicamente, ius prudentia, significa, dizer o direito, é
o entendimento acerca das decisões tomadas por magistrados de vários tribunais no
mesmo sentido, sentenças reiteradamente semelhantes. A jurisprudência ajuda a
interpretação da lei e não, raras vezes, se utiliza da dautrina para fundamentar suas
decisões. É comum atribuir a jurisprudência a origem da ideologia dinâmica da
interpretação, onde o judiciário passa a reconstruir o direito, na maioria das vezes,
utilizando de precedentes de cortes superiores, aqui no Brasil, o Supremo Tribunal
Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). É também do alto judiciário (STF,
STJ e TRs) que emanam as Súmulas, que passam a balizar as decisões de juízes de
instâncias inferiores.
Referências Bibliográficas
BOBBIO, Norberto. Teoria do Ordenamento Jurídico. 2ª ed. São Paulo: Edipro, 2014.
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito. 31ª. Ed. Rio de Janeiro: Forense,
2009.
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.