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Antes de explicar quais foram as mudanças previstas pelo Novo CPC para honorários
de sucumbência há questões que precisam ser compreendidas. Desse modo,
respondem-se algumas das dúvidas mais comuns sobre esse assunto.
O valor, segundo disposto no artigo 85, §2º, do NCPC, varia de 10% a 20% do valor
da condenação, do proveito econômico (nos casos em que não há condenação em
valores) ou do valor atualizado da causa.
Os critérios objetivos que o juiz deve usar para estabelecer o valor dos honorários
são aqueles enumerados nos incisos desse mesmo dispositivo, sendo eles:
Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos
honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o
máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da
sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o
valor atualizado da causa.
Imagine, por exemplo, que uma pessoa se torna ré em um processo no qual deverá
pagar, se perder, R$50 mil à parte vencedora. Ela contrata um advogado para sua
defesa e ganha a ação. Contudo, mesmo assim, terá que pagar R$5 mil em
honorários. Não seria justo que essa pessoa ainda tivesse que arcar com esse valor,
certo? É por isso que o lado perdedor é condenado em pagamento de honorários de
sucumbência.
5. O que é verba de sucumbência?
A primeira grande inovação do Novo CPC está no artigo 85, §2º a §7º. O artigo
disciplina o cálculo de honorários de sucumbência em ações nas quais a Fazenda
Pública atua como parte, o que não era previsto no Código anterior.
Também surge apenas com o NCPC a previsão de que, havendo recurso no processo,
os honorários advocatícios sucumbenciais fixados anteriormente deverão ser
majorados, levando em consideração o trabalho adicional desempenhado pelo
advogado na fase de recurso (ver artigo 85, §11).
O art. 20 do antigo CPC não previa que os honorários sucumbenciais fossem devidos
aos advogados. Previa apenas que eram devidos pela parte vencida. O entendimento
adotado pelo Novo CPC é, assim, proveniente de entendimento jurisprudencial. Do
mesmo modo, é uma ratificação da redação do Estatuto da Advocacia e da OAB. Isto
porque, o art. 22 da Lei 8.906/94 dispõe que “a prestação de serviço profissional
assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados
por arbitramento judicial e aos de sucumbência”. Ainda, dispõe o art. 23 da mesma
lei que “os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência,
pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença
nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido
em seu favor”.
Natureza alimentar
Enquanto isso, a segunda parte não apenas concede natureza alimentar aos
honorários de sucumbência. Ela também, veda, assim, a compensação. Importante
ressaltar que, até então, isto era possível no caso de sucumbência recíproca,
conforme o artigo 21 do CPC/73 e a Súmula 306 do STJ. E uma vez que esse
entendimento é adotado pelo Novo CPC, a Súmula do Superior Tribunal de Justiça
resta revogada.
Outra previsão que não constava do CPC/73 é aquela dada pelo artigo 85, §17.
Segundo ele, os honorários de sucumbência devem ser pagos mesmo quando o
advogado estiver atuando em causa própria, isto é, representando a si mesmo no
processo.
O artigo 85, §18, também é novidade em relação ao texto do CPC anterior. Esse
dispositivo aponta que caberá ação autônoma para a definição e cobrança dos
honorários de sucumbência, se estes não forem especificados na sentença do
processo ao qual se referem.
O assunto já fora tratado na Súmula 453 do STJ, que dava entendimento na direção
oposta (não cabimento de ação autônoma), mas a Súmula restou superada pelo
Novo CPC. Graças a essa previsão, fica mais fácil tomar medidas contra a
inadimplência nos honorários advocatícios sucumbenciais.
De maneira geral, podemos dizer que o Novo CPC detalhou muito a questão dos
honorários de sucumbência, se comparado ao CPC/73. Do mesmo modo, esclareceu
pontos de dúvida na redação do antigo Código. Com isso, trouxe mais segurança para
os litigantes, que podem compreender desde o começo o ônus em que podem
incorrer caso percam o processo; e também para os advogados, que agora entendem
melhor seu próprio direito e como ele pode ser assegurado.
Fonte: https://blog.sajadv.com.br/honorarios-de-sucumbencia-novo-cpc/