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Sumário

Introdução................................................................................................................................... ...........3

Disfunção de ombro............................................................................................................................... 4

Linfedema............................................................................................................................................... 5

Dor.......................................................................................................................................................... 6

Alteração postural.................................................................................................................................. 7

Fibroses.................................................................................................................................................. 7

Déficit de mobilidade.............................................................................................................................. 7

Descondicionamento cardiovascular e pulmonar associado à dispneia crônica.................................... 8

Fadiga..................................................................................................................................................... 8

Fraqueza muscular................................................................................................................................. 8

Paresia ou paralisia facial Periférica....................................................................................................... 9

Paresia e plegias..................................................................................................................................... 9

Incontinência urinária (IU)...................................................................................................................... 9

Disfunção erétil..................................................................................................................................... 10

Trismo................................................................................................................................................... 10

Mucosite oral........................................................................................................................................ 11

Hipersecreção....................................................................................................................................... 11

Atelectasia............................................................................................................................................ 11

Tosse ineficaz........................................................................................................................................ 12

Náusea e vomito................................................................................................................................... 12

Amputação........................................................................................................................................... 13

Estenose vaginal................................................................................................................................... 13

Incontinência fecal................................................................................................................................ 13

Constipação fecal................................................................................................................................. 13

Edema pulmonar.................................................................................................................................. 14
24 disfunções Oncológicas
para Fisioterapia

INTRODUÇÃO
1 minhado para fisioterapia para melhorar a reserva
funcional pulmonar enquanto realiza seus exames de
A assistência fisioterápica tem ganho espaço risco cirúrgico.
na área da oncologia com expectativas crescentes de
expansão. Isto vem acontecendo, principalmente, de-
vido aos avanços dos tratamentos oncológicos e seus
bons resultados em aumentar o tempo de vida, mas
com consequentes impactos na qualidade de vida
dos pacientes devido às sequelas e eventos adversos
dos tratamentos.
Tanto o câncer quanto o seu tratamento são
agressivos e podem se manifestar em diferentes par-
tes e sistemas do organismo humano e desta forma
gerar disfunções, que muitas vezes podem ser preve-
nidas ou tratadas pela fisioterapia.

Esta “pré-habilitação” tem demonstrado ser


efetiva em criar uma reserva funcional capaz de viabi-
lizar a ressecção cirúrgica em pacientes que poderiam
não ter parâmetros mínimos de função pulmonar
para serem eleitos para o procedimento cirúrgico que
seria a melhor opção terapêutica de cura da doença
restrita ao pulmão. Todavia, mesmo se o paciente já
tiver função pulmonar mínima para ser eleito para ci-
rurgia, o seguimento de um protocolo de exercícios
pré-operatório poderá melhorar sua função respira-
tória e geral e desta forma minimizar o risco de com-
plicações respiratórias, que são as mais comuns nos
pós-operatórios de tórax, e contribuir para uma recu-
peração precoce da sua capacidade funcional prévia
à cirurgia.
Neste material estaremos apresentando as
principais disfunções apresentadas pelos pacientes Exemplo 2: Paciente com câncer de mama que reali-
com câncer e que podem ser tratadas de forma pre- zará quimioterapia para redução do volume tumoral
ventiva ou terapêutica, esta discriminação é ne- para posterior retirada do tumor pela cirurgia, este
cessária, pois tem relação direta com os objetivos esquema de tratamento contribui para realização
do plano fisioterápico que deverá ser traçado após o de uma cirurgia menos agressiva com melhores re-
diagnóstico cinético-funcional, ou seja, se um pacien- sultados funcionais e estéticos. Se esta paciente for
te não apresenta nenhuma disfunção no momento encaminhada para fisioterapia logo após a definição
da avaliação, mas apresenta risco aumentado de evo- diagnóstica e do plano terapêutico oncológico será
luir com alguma disfunção com a evolução da doença possível orientá-la para realização de exercícios aeró-
ou seu tratamento oncológico, seja ele, radioterapia, bicos, os quais têm um efeito em todo organismo por
quimioterapia ou cirurgia, o mesmo poderá receber melhorar a função das células que passam a receber
intervenções ou orientações que minimizarão o risco um maior aporte de sangue contendo nutrientes e
de desenvolver determinadas disfunções. Vamos a al- oxigênio devido ao maior bombeamento do sangue
guns exemplos: pelo coração que foi estimulado pelo exercício. Em
pacientes em quimioterapia isto tem um enorme va-
Exemplo 1: Paciente com câncer de pulmão, DPOC lor por minimizar a disfunção da medula óssea que é
(Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), que na ava- a principal produtora de células sanguíneas, as quais
liação do médico cirurgião foi precocemente enca- por terem um ciclo celular curto são as mais afetadas

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pelos efeitos tóxicos da quimioterapia e desta forma reabilitar precocemente permite um melhor prog-
morrem facilmente, o nóstico com os resultados da reabilitação, uma vez
que gera a necessidade da medula óssea em produzir que criar novos caminhos neurais para reconhecer os
novas células sanguíneas rapidamente para viabilizar padrões normais de funcionamento orgânico, em ca-
um adequado carreamento de oxigênio pelas hemá- sos crônicos, será sempre um desafio para as ciências
cias, adequada defesa orgânica pelos leucócitos ou da saúde.
mesmo uma adequada estagnação do sangue pelas
plaquetas, ou seja, os exercícios aeróbicos podem
prevenir complicações como anemia, infecções e san-
gramentos que podem ser motivo da interrupção do
tratamento de quimioterapia que poderá ter impacto
no resultado do plano terapêutico em busca da cura.

A reabilitação física em oncologia realizada


pela fisioterapia tem diferentes focos a depender da
região onde o(s) tumor(es) está(ão) localizado(s), o
tipo de tratamento oncológico e a forma de oferta do
tratamento oncológico, internação ou ambulatorial.
Desta forma descrevo abaixo algumas dis-
A avaliação fisioterápica previa ao início do funções comuns de serem tratadas pela fisioterapia a
tratamento oncológico também permite ao fisiotera- depender da localização do tumor.
peuta identificar disfunções que podem ser tratadas
precocemente ou podem servir de parâmetro para o 2 DISFUNÇÃO DE OMBRO
grau máximo de melhora possível com a fisioterapia,
como acontece com as disfunções de ombro comuns A disfunção de ombro tem alta incidência
no pós-operatório de câncer de mama com linfade- após o tratamento oncológico de câncer de mama e
nectomia, uma vez que com a retirada dos linfonodos de cabeça e pescoço. Pode ser consequência da radio-
axilares é retirado o panículo adiposo responsável terapia, devido à formação fibrótica de tecido cicatri-
pelo adequado deslizamento das estruturas mo- cial para regeneração dos tecidos irradiados ou con-
les adjacentes (pele, tendões, nervos, vasos...) que sequente ao procedimento cirúrgico o qual poderá
somado ao estímulo de restrição da mobilidade nos realizar a linfadenectomia próxima a região do tumor
primeiros dias após a cirurgia podem ser o suficiente para minimizar o risco de disseminação do mesmo,
para gerar fibroses locais que limitarão os movimen- mas para tal será necessária a retirada do panículo
tos do ombro. Desta forma orientar a paciente sobre adiposo onde os linfonodos encontram-se inseridos.
o que vai acontecer durante e após a cirurgia, os cui- Este panículo é necessário para um adequado desli-
dados com o membro e como será realizado o acom- zamento das estruturas da região (tendões, nervos,
panhamento fisioterápico poderá minimizar a chance vasos, complexo articular...) que viabilizam o movi-
de disfunção do ombro e outras complicações como mento do ombro. Adicionalmente a linfadenectomia,
linfedema, que discutiremos em outro momento. existe a recomendação de restrição da mobilidade
Contudo a área de maior reconhecimento próxima à região de cicatriz cirúrgica para viabilizar
atual da fisioterapia em oncologia está na reabilita- uma adequada cicatrização, sugerindo a limitação
ção de disfunções e/ou sequelas geradas pelo tra- dos movimentos de flexão e abdução do ombro a 900
tamento oncológico ou mesmo pelo crescimento e no pós-operatório imediato. Todavia é bem conheci-
disseminação tumoral. Como em toda área da saúde, da a relação biológica de depósito de fibrina em regi-

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ões imobilizadas. Desta forma, a disfunção de ombro diagnóstico e em 50% nos estágios intermediários, já
é um problema esperado após linfadenectomia ou em fases avançadas está presente em aproximada-
radioterapia. mente 87% em crianças acometidas por câncer.
As disfunções de ombro estão presentes em Aproximadamente 58% a 80% dos doentes
cerca de 50-100% dos pacientes que realizam linfa- adultos com câncer hospitalizados sofrem de dor.
denectomia radical, devido a câncer de cabeça e pes- Todavia, segundo a OMS, cerca de 80% a 90%
coço, e 29-60% das linfadenectomias modificadas e da dor relacionada ao câncer pode ser relativamente
a radioterapia pode ser um fator de risco adicional a aliviada com analgésicos e drogas adjuvantes. Sendo
longo prazo. que 10% a 20% são de difícil tratamento e são consi-
deradas como “dor com baixa resposta ao opióide”
LINFEDEMA
3 devido a inviabilidade de aumentar as doses terapêu-

O sistema linfático é responsável pelo carre-


amento do excesso de gordura e líquido intersticial
(líquido que envolve as células e de onde a mesmas
retiram seus nutrientes e eliminam substâncias resi-
duais de seu metabolismo) e devolução dele ao san-
gue e assim manter o equilíbrio dos fluidos corporais.
Além disto, filtram a linfa de microorganis-
mos e substâncias agressivas ao organismo devido a
presença de linfonodos no caminho dos vasos linfáti-
cos que contêm células imunes como linfócitos, mo-
nócitos e plasmócitos.
O linfedema tem sua incidência influenciada
por diferentes fatores de risco, como número de lin-
fonodos retirados no procedimento cirúrgico ou inva- ticas que intoxicam o organismo provocando diversos
didos pelo tumor; cuidados com a pele para prevenir efeitos adversos.
infecções e interrupção do fluxo linfático em pacien- Dentro da oncologia a dor pode ser classifi-
tes submetidos a linfadenectomia; excesso de ca- cada como neuropática (cuja causa pode estar rela-
lor, excesso de peso corporal; fumo; bebida alcoólica; cionada a compressão nervosa central ou perifé-
frequência com que realiza atividades físicas, uma vez rica pelo tumor) ou pode ser causada pela cirurgia,
que a contração muscular é o principal mecanismo fi- radioterapia, quimioterapia ou infecção viral. Existe,
siológico para estimular o retorno linfático nos mem- também, a dor incidente que é aquela provocada pela
bros. Todavia o linfedema pode surgir em diferentes metástase óssea ao suportar peso ou ao movimen-
partes do corpo, sendo comum em membros supe- to. Além da dor viceral, que ocorre quando o tumor
riores após câncer de mama, em face de pacientes infiltra ou comprime vísceras ou ocorre espasmo de
com tumores em cabeça e pescoço e em membros musculatura lisa, inflamação ou liberação de enzima
inferiores após tratar tumores de região pélvica. pancreática.
Desta forma cabe a fisioterapia orientar as A escada de tratamento antálgico proposto
pacientes submetidas a linfadenectomia axilar a rea- pela OMS e aceito universalmente inclui opióides,
lizarem os cuidados com o membro e exercícios com antiinflamatórios não esteróides e drogas adjuvantes
membros superiores além de realizar o tratamento (corticóides, antidepressivos tricíclicos, anticonvulsi-
complexo descongestivo sempre que o linfedema vantes e antiarritmicos). Contudo outros tratamentos
estiver instalado, sendo que uma diferença de 2 cm são úteis para controlar a dor com baixa resposta ao
entre os membros tem indicação de iniciar o trata- opióide como as técnicas anestésicas (analgesia di-
mento. reta em SNC, destruição de tecido nervoso com blo-
queio, neurólise ou cordotomia) ou terapêuticas não
farmacológicas como cirurgia, radioterapia, acupun-
4 DOR tura ou auriculoacupuntura e recursos de fisioterapia
tradicional como TENS, exercícios, massagem, criote-
Dores moderadas a severas estão presentes rapia, calor superficial e prescrição de órteses.
em cerca de 30%-45% dos pacientes no momento do

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acúmulo de fibrina nas regiões articulares com mobi-


lidade reduzida.
Algumas sequelas destes processos fibróti-
cos são comuns e podem ser resolvidas considerando
técnicas manipulativas, exercícios de amplitude de
movimento, massagem, e outras. Alguns exemplos de
complicações relacionadas a processo fibróticos são:
aderência cicatricial, capsulite adesiva, fibroesclerose
do vaso linfático e fibrose do músculo peitoral maior;
todas comuns em pacientes mastectomizadas. Além
de trismo e retração de língua em pacientes com tu-
mores de cabeça e pescoço.

A dor é um sintoma muitas vezes associado a 7 DÉFICIT DE MOBILIDADE


disfunções que pode ser gerada pela redução ou au-
sência de movimento. Portanto, pode ser minimiza- Seja em consequência aos efeitos adversos
da ou prevenida com a manutenção dos movimentos do tratamento oncológico ou pela perda de massa
corporais. Desta forma o exercício é a única interven- muscular provocada pelo consumo energético acele-
ção fisioterapêutica sistêmica preventiva e terapêu- rado pelo crescimento tumoral, o déficit de mobili-
tica. dade é uma disfunção que pode surgir em diferentes
A dor fantasma merece destaque pois pode fases do câncer e do seu tratamento.
surgir tanto em pacientes que realizaram mastecto-
mia radical devido a um tumor na mama como em
pacientes que tiveram algum membro amputado
como consequência de um tumor em qualquer dos
tecidos que compõe os membros. Todavia a fisiote-
rapia pode minimizar ou eliminar esta sensação se
precocemente forem orientadas técnicas de desensi-
bilização e analgesia.

5 ALTERAÇÃO POSTURAL
Alterações posturais são possíveis de surgir
em pacientes com câncer de mama seja pela retirada
de um grande volume de mama, seja devido a pos-
turas antálgicas consequentes a outras disfunções;
assim como nos tumores de cabeça e pescoço como Embora a prevalência ou incidência de déficit
consequência de sequelas de lesão de nervo acessó- de mobilidade não tenha sido, ainda, adequadamen-
rio ou mesmos em tumores do sistema músculoes- te estudada nesta população de pacientes com cân-
quelético devido a assimetrias causadas por ampu- cer, é fato que o repouso prolongado, muitas vezes in-
tações. duzido pelo mal estar provocado pela doença ou seu
tratamento, reduz a massa muscular geral podendo
enquadrar os pacientes na síndrome do imobilismo, a
FIBROSES
6
qual defino como sendo “conjunto de sinais e sinto-
mas manifestos pelas disfunções orgânicas geradas
Os tratamentos oncológicos, em especial a
devido a redução de nutrientes e oxigênio carreáveis
radioterapia e a cirurgia podem desencadear proces-
pelo sistema cardiovascular cujo potencial funcional
sos fibróticos devido a regereração do tecido lesado
tem influência direta do nível de atividade física”. Ou
pela radiação ou cicatriz e manipulação cirúrgica res-
seja, se o sistema musculoesquelético está ativo, o
pectivamente. Adicionalmente a redução da mobili-
mesmo ativará o sistema cardiovascular e desta for-
dade provocada por efeitos adversos do tratamento,
ma será melhor distribuído oxigênio e nutrientes a
disfunções psico-emocionais ou dor pode favorecer o
todas as células do organismo e assim será possível

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potencializar um sistema orgânico, em disfunção ou dentes do sistema vascular para receber um adequa-
doente, a reagir e buscar a resolução da causa da dis- do aporte de oxigênio e nutrientes, assim como eli-
função/doença, ou pelo menos será possível prevenir minar os dejetos do seu metabolismo e desta forma
a redução da mobilidade como consequência ou cau- manter o equilíbrio das suas funções.
sa das disfunções orgânicas.
A fisioterapia é a principal intervenção para FADIGA
9
prevenir ou reabilitar esta disfunção considerando di-
ferentes recursos terapêuticos como fortalecimento A National Comprehensive Cancer Network
muscular, treino de marcha, treino de transferência (NCCN) definiu a fadiga como uma sensação subjeti-
e ou prescrição de órteses como bengalas, muletas e va, persistente e penosa de cansaço ou exaustão físi-
andadores. ca, emocional e/ou cognitiva relacionada ao câncer
ou seu tratamento que é desproporcional a atividade
8 DESCONDICIONAMENTO CAR- recente e interfere com a funcionalidade habitual.
DIOVASCULAR E PULMONAR ASSO- Cerca de 61-99% dos pacientes recebendo tratamen-
to oncológico apresentam fadiga, em especial nos
CIADO À DISPNEIA CRÔNICA pacientes que recebem quimioterapia citotóxica, ra-
dioterapia, transplante de medula, tratamento com
A redução da mobilidade reduz a utilização
modificadores de resposta biológica ou possuem do-
do sistema musculo- esquelético o que tende a pro-
ença metastática. Entre 20% a 40% dos pacientes a
vocar uma redução da carga imposta ao sistema car-
fadiga pode estar presente anos após finalizar o tra-
diovascular, cujo principal órgão é o coração o qual
tamento curativo.
também é um músculo estriado esquelético. Desta
forma quando reduzimos a carga imposta a ele, o
mesmo tende a reduzir o seu trofismo e consequen-
temente o seu potencial de contração, ou seja, sua
força e resistência.
Se a velocidade ou o volume de sangue que
são ejetados pelo coração for reduzido, os pulmões
também terão uma redução da sua funcionalidade o
que tende a piorar as trocas gasosas podendo mani-
festar sintomas crônicos como dispneia.

Mecanismos cognitivo-comportamentais e
inatividade física são fatores de risco para o desen-
volvimento de fadiga relacionada ao câncer. Embora
nem sempre seja claro a origem da fadiga, psíquica ou
física, o tratamento fisco à base de exercícios aeróbi-
cos têm se mostrado efetivo em melhorar o sintoma
e a qualidade de vida em quem desenvolve fadiga.

10 FRAQUEZA MUSCULAR
Considerando este raciocínio fisiológico, se O desenvolvimento de fraqueza muscular
um paciente que apresenta intolerância ao esforço em pacientes com câncer pode estar relacionado à
for estimulado à prática regular de atividade física ae- hipotrofia muscular gerada pela falta de substrato
róbica, o mesmo tenderá não apenas a reabilitar uma proteico que compõe a musculatura (sarcopenia), o
adequada função cardiovascular e pulmonar, mas que pode ocorrer por consumo energético excessivo
também prevenir disfunções em diferentes sistemas pelo tumor em expansão ou pela baixa ingesta caló-
orgânicos, uma vez que todos sistemas são depen-

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rica devido a efeitos adversos do tratamento como O seguimento de um protocolo de reabilita-


náusea e vômito. Outro fator que pode gerar hipo- ção precoce pode recuperar a função muscular local
trofia é a redução da mobilidade. A imobilidade pode e desta forma normalizar funções básicas das ativida-
reduzir a massa muscular pela metade em menos de des de vida diária como falar, mastigar e se expressar
duas semanas provocando uma perda de força mus- através da mímica facial.
cular de 4 a 5% por semana de imobilismo.
A função física é o mais importante deter- 12 PARESIA E PLEGIAS
minante de sobrevida e qualidade de vida. Portanto
identificar precocemente e tratar disfunções como Pacientes que desenvolvem tumores cere-
déficit de mobilidade, descondicionamento cardio- brais ou peri-cerebrais podem evoluir com paresias
vascular, fadiga e fraqueza muscular, que quase sem- ou plegias em consequência da evolução tumoral e
pre co-existem, pode ser essencial para melhorar o compressão da massa encefálica ou como consequ-
prognóstico de pacientes que desenvolvem câncer. ência do tratamento oncológico local recebido (cirur-
Talvez este seja o principal papel da fisioterapia em gia ou radioterapia) os quais podem lesar tecido en-
oncologia, uma vez que estudos recentes e de qua- cefálico e impedir uma adequada condução nervosa
lidade têm gerado um grande impacto na literatura para execução das funções relacionadas a mobilida-
da saúde por identificarem que pacientes que desen- de.
volveram câncer e passaram a realizar atividade físi-
ca regular após finalizado o tratamento oncológico
curativo apresentaram uma maior sobrevida e uma
menor recidiva da doença comparado a aqueles que
não realizaram atividade física regular.

11 PARESIA OU PARALISIA FACIAL


PERIFÉRICA
Cirurgias de cabeça e pescoço ou neurológica
devido a um tumor em cabeça podem gerar disfun-
ções nos músculos faciais que podem ser permanen-
tes ou temporárias a depender da presença de uma
secção parcial ou total, respectivamente, de nervos
próximos a região tumoral . Todavia a própria mani- Diante deste quadro o planejamento da rea-
pulação cirúrgica pode alterar a condução nervosa bilitação da função motora é essencial para melhorar
ou mesmo o crescimento tumoral pode comprimir os a qualidade de vida e o prognóstico.
nervos motores da face e gerar disfunções na mímica
facial, na fala, na mastigação ou na deglutição. 13 INCONTINÊNCIA URINÁRIA (IU)
A radioterapia realizada em região de cabeça
e pescoço tende a gerar fibrose em tecidos moles da Uma das complicações mais prevalentes se-
região o que pode gerar, também, disfunções na con- guidas de prostatectomia e radioterapia na região de
dução nervosa. períneo é a incontinência urinária. Seu desenvolvi-
mento depende de uma alteração complexa de fibras
musculares estriadas e lisas que juntas formam o me-
canismo de continência.
Ainda é controverso se a incontinência pós-
-prostatectomia está relacionada a um efeito no mús-
culo detrusor da bexiga ou no esfíncter, uma vez que
estas anormalidades co-existem no pós- operatório,
assim como é controverso se a hiperatividade do de-
trusor é um fator primário ou secundário à inconti-
nência. Hiperatividade do detrusor e deficiência do
esfíncter devido a uma lesão esfincteriana ou fraque-
za são citadas como as mais importantes causas de

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incontinência persistente após prostectomia radical. anti-neoplásicos podem contribuir para o trismo.
Os principais fatores de risco para IU pós-
-prostatectomia radical são as anormalidades de con-
tratilidade do detrusor pré-existentes, idade avan-
çada (atrofia esfincteriana e degeneração neural),
ressecção transuretral ou radioterapia prévia, trau-
ma, lesão em medula espinhal, nova obstrução devi-
do a recidiva, contratura no colo da bexiga, estenose
uretral, doença de Parkinson, demência, medicações,
assim como inadequada habilidade e experiência do
cirurgião podem determinar a frequência de inconti-
nência pós-operatória. Existe também a relação de IU
aumentada em hospitais que realizam menos de 20
prostatectomias radicais por ano. Um estudo longitudinal demonstrou que o
Pacientes que recuperam a continência têm trismo estava presente antes do início do tratamento
5 x mais chance de recuperar a potencia sexual. oncológico em 47% dos pacientes, e após cirurgia a
taxa aumentou para 71% e após cirurgia seguida de
14 DISFUNÇÃO ERÉTIL radioterapia a incidência foi de 79%.
A restrição da movimentação mandibular em
Disfunção erétil é o efeito colateral mais co- pacientes com câncer de cabeça e pescoço resulta
mum em homens com câncer de próstata, principal- em dificuldades nas atividades de vida diária como
mente após prostatectomia radical e entre dois a três alimentação, mastigação, deglutição, respiração e
anos após radioterapia. fala. Além disso, interfere na higiene oral, aumentan-
Muitos pacientes não relatam esta disfunção do o risco de broncoaspiração de conteúdo oral con-
aos médicos, assim como os médicos muitas vezes taminado, interfere na nutrição o que contribui para
não investigam esta disfunção no acompanhamento a perda de peso, fragilidade imunológica, perda de
do tratamento oncológico. Todavia entre os pacien- massa muscular, fraqueza e fadiga, provoca dificulda-
tes que queixam de pobre ereção dentificou-se que des para examinar a orofaringe e para obtenção de
48% foram tratados com braquiterapia, 61% com ra- tratamento dental adequado. Todas estas disfunções
dioterapia externa e 23% com prostatectomia radical somadas às alterações estéticas e psíquicas tendem a
e nunca haviam tentado utilizar medicamentos ou ter grande impacto na qualidade de vida dos pacien-
equipamentos para auxiliar na disfunção erétil. tes.
Programas de reabilitação peniana podem
prover melhora. O reforço educacional para uma
adequada aderência precoce ao tratamento pode ser 16 MUCOSITE ORAL
essencial para minimizar fibroses no corpo cavernoso
e desta forma obter um melhor prognóstico para o A mucosite oral é uma inflamação, com pos-
problema. sível ulceração da mucosa bucal e formação de pseu-
domembrana e fonte potencial de infecções com ris-
co de morte. A dor está presente em 69% dos casos e
TRISMO
15
pode acarretar dificuldade na alimentação (56%), na
hidratação e na fala. Perda de peso tende a acontecer
O trismo é definido como a inabilidade de em cerca de 34% dos pacientes. Portanto tende a ter
abrir a boca completamente, sendo que uma distân- impacto na qualidade de vida dos pacientes enquan-
cia menor do que 35 mm entre os incisivos é prediti- to está presente.
vo de trismo. Os principais fatores de risco para tris- Sua incidência pode chegar a 100% em pa-
mo são: tumores em região próxima a musculatura cientes recebendo quimioterapia após transplante
de fechamento de boca, radiação na articulação tem- de medula ou que recebem radioterapia em cabeça
poromandibular ou músculos da mastigação, parti- e pescoço, com cerca de 50% dos pacientes manifes-
cularmente no músculo pterigóide medial e as cirur- tando grau 3 e 4 em uma classificação de 1 a 4 sendo
gias de cabeça e pescoço, além de possíveis eventos 4 o grau mais grave.
adversos da quimioterapia como fadiga, mialgia e
miosites. Desta forma, os 3 principais tratamentos

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Os efeitos tóxicos da radioterapia e da qui- Todavia quando o agente agressor provoca


mioterapia tendem a se manifestar principalmente uma reação inflamatória intensa, como nas infec-
em células de proliferação rápida, como as das mu- ções, temos um caso de hipersecreção aguda a qual
cosas (no caso, da boca), o que reduz o índice de se não for adequadamente resolvida pode prolongar
renovação celular provocando atrofia, inflamação e a presença do agente agressor e desta forma aumen-
ulceração. Como consequência pode ocorrer uma al- tar o agravamento do quadro para uma insuficiência
teração da flora microbiana da boca, da quantidade e respiratória, por exemplo.
composição da saliva e da maturação epitelial, o que
aumenta o risco de infecção e morte, principalmente
se imunodeprimido.

Desta forma em todo paciente hospitalizado


avaliar a presença de hipersecreção é de grande re-
levância para prevenir a complicação mais frequente
A intervenção precoce pode minimizar o ris- neste perfil de pacientes que é a pneumonia, e caso
co de necessidade de hospitalização (16-62%), de nu- esta se manifeste, a avaliação da presença de hiper-
trição enteral (70% - G III e IV, ) de interrupção do secreção e a intervenção com técnicas desobstrutivas
tratamento (30%) ou redução da dose terapêutica podem ser de grande valor para acelerar a recupera-
efetiva (60%), além de reduzir o risco de infecção que ção dos pacientes.
pode levar à morte, fadiga e reduzir os custos com
diária hospitalar, analgésicos, antibióticos, nutrição.
ATELECTASIA
18

HIPERSECREÇÃO
17 Atelectasia é o termo utilizado para expres-
sar a falta de expansão dos alvéolos em uma parte
A hipersecreção é uma disfunção que pode do pulmão ou do pulmão inteiro devida a uma ausên-
estar presente em diversos diagnósticos clínicos de cia de ventilação consequente à obstrução total ou
doenças. Ela representa uma superprodução de parcial de um brônquio. Quando este tipo de colap-
muco pelas células endócrinas do pulmão na tentati- so ocorre, outras áreas do pulmão tentam compen-
va de proteger o órgão de possíveis agentes agresso- sar a perda ventilatória na tentativa de manter uma
res. Quando estes agentes estão presentes repetida- adequada troca gasosa com os vasos que irrigam o
mente, mas com baixo grau de toxicidade por dose, pulmão os quais irão levar sangue oxigenado para o
tende-se a desenvolver uma hipersecreção crônica, restante do organismo.
como o que acontece com os fumantes que desenvol- Os principais fatores que podem causar obs-
vem doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), to- trução ou colapso alveolar são: infecção, sangramen-
dos estes criam um ambiente favorável a proliferação to, hipersecreção, anestesia geral, cirurgia abdominal,
de microorganismos (umidade e calor), aumentando, objetos estranhos, derrame pleural, pneumotórax,
desta forma, seu risco de desenvolver infecções, em falta de mudança de postura quando em decúbito
especial se não realizarem adequada higiene brôn- prolongado no leito, respiração superficial, trauma
quica diária ou ficarem expostos a ambientes com grave e tumores obstrutivos.
grande carga de microorganismos infectantes como é O diagnóstico pode ser realizado associan-
o ambiente hospitalar. do informações clínicas como dispneia, taquicardia e

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para Fisioterapia

baixa saturação arterial de oxigênio associados a exa- rio) estes pacientes tendem a ter mais dificuldade de
mes de imagem. serem desmamados da ventilação mecânica, o que
tende a aumentar seu tempo de internação hospita-
lar, aumentar o risco de infecções, o risco de progre-
dir na síndrome do imobilismo e consequentemente
um pior prognóstico para sua sobrevivência.

Microatelectasias ou atelectasias subclínicas


são consideradas quando apenas os sinais nos exa-
mes de imagem estão presentes. Todavia sempre que
identificadas, intervenções capazes de reexpandir as
áreas colapsadas devem ser realizadas para minimi- Desta forma, identificar e tratar a fraqueza de
zar o risco de progressão do quadro para problemas musculatura respiratória, em especial a relacionada à
mais graves como pneumonias ou insuficiência respi- expiração (abdominais) em pacientes com alteração
ratória. da biomecânica torácica ou em ventilação mecânica
As atelectasias podem surgir em pacientes pode ser um fator crítico para o sucesso na preven-
com câncer em consequência da expansão tumoral ção de complicações respiratórias como pneumonias,
no pulmão ou qualquer outro tecido do tórax ou par- atelectasias e insuficiência respiratória em pacientes
te superior do abdome. Como a ressecção cirúrgica hospitalizados.
é uma das principais propostas terapêuticas de cura
para tumores torácicos e abdominais, as atelecta-
sias são comuns de surgirem nestes pós-operatórios
20 NÁUSEA E VOMITO
devido à disfunção diafragmática gerada pela mani-
Náusea e vômito são sintomas de alta pre-
pulação cirúrgica e efeito residual da anestesia. Elas
valência em pacientes com câncer, em especial os
também podem surgir como consequência de outras
que realizam quimioterapia ou no pós-operatório
complicações como infecções, sangramentos, derra-
de cirurgias digestivas, ginecológicas ou de cabeça
me pleural ou pneumotórax. Esta manifestação clíni-
e pescoço. Embora o sistema digestivo não seja um
ca também é comum em pacientes restritos ao leito
sistema alvo da atuação fisioterápica, algumas inter-
devido à internação prolongada ou mesmo no domi-
venções de fisioterapia, como exercícios e auriculoa-
cílio.
cupuntura, podem ser úteis e efetivas na prevenção e
alívio destes sinais e sintomas.
19 TOSSE INEFICAZ
Alguns pacientes podem evoluir com uma
tosse ineficaz em consequência de uma alteração da
biomecânica torácica devido à presença de doença
ou deformidade torácica ou mesmo devido à imobi-
lidade dos músculos da respiração induzida por me-
dicações que inibem o centro respiratório ou mesmo
provocam paralisia temporária dos mesmos. Isto é co-
mum em especial em pacientes em uso de ventilação
mecânica. Quando estes dois fatores estão presentes
(biomecânica alterada e inibição do centro respirató-

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para Fisioterapia

AMPUTAÇÃO
21

A amputação é, muitas vezes, um mal neces-


sário em pacientes com câncer, pois pode ser a me-
lhor estratégia para minimizar o risco de dissemina-
ção da doença e assim aumentar a sobrevida.
Sempre que ela ocorrer será importante o
acompanhamento pela equipe de fisioterapia des-
de o pós-operatório imediato onde intervenções e
orientações para reduzir o edema podem ocorrer, as-
sim como a prescrição de órteses para auxílio na lo-
comoção e de exercícios para prevenção de perda de
força muscular comum com a restrição da mobilida-
de. Após a alta hospitalar a continuidade dos exercí- A incontinência fecal é definida como a pas-
cios será necessária para prevenir o risco de compen- sagem involuntária de gases, fezes ou a incapacida-
sações posturais devido à perda do membro e ainda de de manter o controle da eliminação do conteúdo
preparar o coto para uma possível protetização. intestinal em local e tempo socialmente adequados.
Como os sintomas são constrangedores, tendem a
22 ESTENOSE VAGINAL levar ao isolamento do paciente e a graves perturba-
ções psíquicas e sociais.
Esta é uma das principais disfunções sexuais A reabilitação através de biofeedback obje-
que acometem mulheres após o tratamento do cân- tiva reeducar a musculatura retoanal através de dis-
cer do colo do útero por dificultar a penetração vagi- positivos visuais e sonoros. Esta técnica baseia-se no
nal durante o ato sexual. Pode vir acompanhada de autocontrole do paciente sobre as funções de evacua-
atrofia vaginal, dispareunia e diminuição da lubrifica- ção e continência, utilizando do reconhecimento da
ção, o que reduz as sensações clitorianas e vaginais resposta fisiológica da musculatura do esfíncter anal
durante a relação sexual com penetração vaginal. Ela externo a qual pode ser controlada pelo paciente, ou
pode ser causada por fibrose pós-cirúrgicas ou pós- seja é um programa educacional utilizando retroali-
-radioterapia, o que diminui a elasticidade da região mentação visual ou sonora para corrigir a dissinergia
que recebe a intervenção. Esta disfunção também do assoalho pélvico e melhorar a sensibilidade retal.
pode dificultar exames ginecológicos de rotina ne-
cessários durante o companhamento clínico pós- 24 CONSTIPAÇÃO FECAL
-tratamento oncológico.
Diferentes técnicas podem ser aplicadas para A constipação fecal é definida como a insa-
manter ou restaurar a elasticidade dos tecidos da re- tisfatória eliminação das fezes caracterizada por de-
gião vaginal e desta forma prevenir ou reabilitar a es- fecação infrequente, dificuldade para eliminação das
tenose vaginal. As mais utilizadas por fisioterapeutas fezes ou ambas. É um sintoma que caracteriza uma
são os dilatadores vaginais, biofeedback e a tera- disfunção da motilidade intestinal, do assoalho pélvi-
pia manual (massagem, digitopressão). O tratamen- co ou ambas.
to tende a melhorar sua autoestima e autoconfiança A imobilidade é uma das frequentes causas
para suas atividades sexuais. de constipação, outras causas possíveis são condi-
ções neurológicas, endócrinas, efeito colateral de
23 INCONTINÊNCIA FECAL medicações (Ex: opiáceos), funcional ou idiopática
(75%). Dois principais tipos de constipação i d i o p á -
Pacientes submetidos à retossigmoidectomia tica têm sido identificados. O primeiro é a constipa-
e/ou radioterapia podem evoluir com incontinência ção por trânsito lento e a outra a obstrução funcional
fecal. Embora o mecanismo para que isso ocorra não para saída ou desordem de evacuação, também des-
esteja muito claro, a contração paradoxal dos mús- crita na literatura como síndrome do assoalho pélvico
culos puborretais ou dissinergia do assoalho pélvico espástico, dissinergia do assoalho pélvico, contração
pode ocorrer gerando o descontrole do ânus. pulboretal paradoxal ou anismo. A obstrução de saída
pode ocorrer devido ao uso anormal do assoalho pél-

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vico. Durante o esforço o músculo puboretal contrai cular pulmonar. Desta forma o sangue tende a entrar
ao invés de relaxar e mantém o canal anal fechado. nos alvéolos (edema pulmonar) dificultando as tro-
Também tem sido sugerido que o problema seja de- cas gasosas essenciais para manutenção da vida. O
vido a uma insuficiente força propulsiva gerada pelo segundo mecanismo pode ocorrer por aumento da
assoalho pélvico. permeabilidade capilar, nesta condição há uma exa-
gerada passagem de líquido do capilar pulmonar para
dentro do alvéolo devido a uma alteração anatômica
ou funcional da permeabilidade da membrana alvéo-
lo capilar. Este mecanismo é comum de ocorrer quan-
do o nível de proteína no sangue cai.

Técnicas de biofeedback são úteis e efetivas


para reeducar o assoalho pélvico, mas devem ser so-
madas a orientações da anatomia e função do siste-
ma digestivo, frequência, postura e permanência no
vaso sanitário, além de orientações dietéticas.
O edema pulmonar agudo ou descompen-
sado é uma condição grave com risco de morte que
25 EDEMA PULMONAR deve ser tratada rapidamente. A fisioterapia tem um
papel essencial nestes casos podendo intervir preco-
Um edema pulmonar pode ter várias causas, cemente sempre que identificar sinais e sintomas de
mas em um paciente com câncer além das causas congestão pulmonar como estertores à ausculta pul-
tradicionais como disfunção cardíaca e insuficiência monar associados à ortopneia, queda da saturação
renal descompensadas, algumas intervenções co- de oxigênio abaixo de 90% e uma radiografia de tórax
muns para o tratamento oncológico podem desenca- com típicos sinais de congestão. A intervenção que
dear um processo fisiopatológico até a formação de tende a ter melhor efeito evitando, em alguns casos,
edema pulmonar que tende a se manifestar com um até o uso de medicamentos é a ventilação não inva-
quadro de insuficiência respiratória. Alguns exemplos siva. O fisioterapeuta é o profissional que mais tem
de intervenções seriam a quimioterapia tendo efeitos desenvolvido a habilidade de utilizar este recurso
cardiotóxicos ou manifestando toxicidade pulmonar terapêutico e desta forma tem contribuído, e muito,
ou renal, edema de re-expansão em pacientes com em salvar várias vidas.
retirada de dreno de tórax, após radioterapia em tu-
mores do tórax, uso de morfina para dor, além de re-
ações alérgicas e infecções locais (Ex. pneumonia) ou
sistêmicas ou mesmo a hipoproteinemia comum em
pacientes com tumor em progressão.
Portanto os mecanismos fisiopatológicos
principais são dois. O primeiro seria por uma con-
gestão pulmonar gerada pelo retorno do sangue ao
pulmão o qual deveria ser ejetado pelo coração para
todo organismo, mas devido a diferentes patologias
ou aumento do volume sanguíneo, o coração se tor-
na incapaz impulsioná-lo e parte do sangue retorna
ao pulmão e provoca o aumento da pressão intravas-

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