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CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO

Estes dois conceitos são muito fáceis de entender, se nos lembrarmos que duas
partes distintas, mas interdependentes, constituem o signo lingüístico: o significante ou
plano da expressão – uma parte perceptível, constituída de sons – e o significado ou
plano do conteúdo – a parte inteligível, o conceito. Por isto, numa palavra que
ouvimos, percebemos um conjunto de sons (o significante), que nos faz lembrar de um
conceito (o significado).
A denotação é justamente o resultado da união existente entre o significante e o
significado, ou entre o plano da expressão e o plano do conteúdo. A conotação resulta
do acréscimo de outros significados paralelos ao significado de base da palavra
(sentido figurado), isto é, outro plano de conteúdo pode ser combinado ao plano da
expressão. Este outro plano de conteúdo reveste-se de impressões, valores afetivos e
sociais, negativos ou positivos, reações psíquicas que um signo evoca.
Portanto, o sentido conotativo difere-se de uma cultura para outra, de uma
classe social para outra, de uma época a outra. Por exemplo, as palavras senhora,
esposa, mulher denotam praticamente a mesma coisa, mas têm conteúdos conotativos
diversos, principalmente se pensarmos no prestígio que cada uma delas evoca.
Dessa maneira, podemos dizer que os sentidos das palavras compreendem duas
ordens: referencial ou denotativa e afetiva ou conotativa.
A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido
usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários, ou seja, de sentido
objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à
realidade palpável. Denotação é a significação objetiva da palavra; é a palavra em
“estado de dicionário”.
Já a conotação é a significação subjetiva da palavra, ocorrendo quando a palavra
evoca outras realidades por associações que ela provoca. Portanto, para além do
sentido referencial (literal), cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais,
conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras ideias associadas, de ordem
abstrata, subjetiva.
O quadro abaixo sintetiza as diferenças fundamentais entre denotação e
conotação:
Denotação Conotação
Palavra com significação restrita. Palavra com significação ampla.
Palavra cujos sentidos extrapolam o
Palavra com sentido comum do dicionário.
sentido comum.
Palavra usada de modo automatizado. Palavra usada de modo criativo
Linguagem comum. Linguagem rica e expressiva

Exemplos de conotação e denotação (textos 1 e 2)

Nas receitas abaixo, as palavras têm, na primeira, um sentido objetivo, explícito,


constante, ou seja, foram usadas denotativamente. Na segunda, apresentam múltiplos
sentidos, portanto foram usadas conotativamente. Observa-se que os verbos que
ocorrem tanto em uma quanto em outra – dissolver, cortar, juntar, servir, retirar,
reservar – são aqueles que costumam ocorrer nas receitas. Entretanto, o que faz a
diferença são as palavras com as quais os verbos combinam, combinações esperadas
no texto 1, combinações inusitadas no texto 2.

Texto I Texto II
Bolo de arroz Receita
3 xícaras de arroz Ingredientes
1 colher (sopa) de manteiga 2 conflitos de gerações
1 gema 4 esperanças perdidas
1 frango 3 litros de sangue fervido
1 cebola picada 5 sonhos eróticos
1colher (sopa) de molho inglês 2 canções dos beatles
1colher (sopa) de farinha de trigo Modo de preparar
1 xícara de creme de leite salsa Dissolva os sonhos eróticos
picadinha nos dois litros de sangue fervido
Prepare o arroz branco, bem solto. e deixe gelar seu coração.
Ao mesmo tempo, faça o frango ao Leve a mistura ao fogo,
molho, bem temperado e saboroso. adicionando dois conflitos
Quando pronto, retire os pedaços, de gerações às esperanças perdidas.
desosse e desfie. Reserve. Corte tudo em pedacinhos
Quando o arroz estiver pronto, junte a e repita com as canções dos
gema, a manteiga, coloque numa forma beatles o mesmo processo usado
de buraco e leve ao forno. com os sonhos eróticos, mas desta
No caldo que sobrou do frango, junte a vez deixe ferver um pouco mais e
cebola, o molho inglês, a farinha de mexa até dissolver.
trigo e leve ao fogo para engrossar. Parte do sangue pode ser
Retire do fogo e junte o creme de leite. substituído por suco de
Vire o arroz, já assado, num prato. groselha, mas os resultados
Coloque o frango no meio e despeje por não serão os mesmos.
cima o molho. Sirva o poema simples
Sirva quente. ou com ilusões.
(Terezinha Terra) (Nicolas Behr)

Exemplo de texto denotativo (texto 3)

Os textos informativos (científicos e jornalísticos), por serem, em geral,


objetivos, prendem-se ao sentido denotativo das palavras. Vejamos o texto abaixo, em
que a linguagem está estruturada em expressões comuns, com um sentido único.
Texto 3 – texto técnico-científico.

Canibalismo entre insetos


Seres que nascem na cabeça de outros e que consomem progressivamente
o corpo destes até aniquilá-los, ao atingir o estágio
adulto. (...) Esse é um enredo que mais parece de ficção científica. No
entanto, acontece desde a pré-história, tendo como protagonistas as
vespas de certas espécies e as paquinhas, e é um exemplo da curiosa
relação dos ‘inimigos naturais’, aproveitada pelo homem no controle
biológico de pragas, para substituir com muitas vantagens os inseticidas
químicos. (Revista Ciência Hoje, nº 104, outubro de 1994, Rio, SBPC)

Exemplo de texto conotativo (texto 4)


Além dos poetas, os humoristas e publicitários fazem um amplo uso das
palavras no seu sentido conotativo, o que contribui para que os anúncios despertem a
atenção dos prováveis consumidores e para que o dito humorístico atinja o seu objetivo
de fazer rir, às vezes até com certa dose de ironia.

Exemplo de conotação

Os provérbios ou ditos populares são também outro exemplo de exploração da


linguagem no seu uso conotativo. Assim, “Quem está na chuva é para se molhar”.
Traduzindo: “quando alguém opta por uma determinada experiência, deve assumir
todas as regras e consequências decorrentes dessa experiência”. Do mesmo modo,
“Casa de ferreiro, espeto de pau”, que significa o “que a pessoa faz fora de casa, para
os outros, não faz em casa, para si mesma”.
A respeito de conotação sugeri, portanto, um estado de espírito, uma opinião,
um juízo, um sentimento, que variam conforme a experiência, o temperamento, a
sensibilidade, a cultura e os hábitos do falante ou ouvinte, do autor ou leitor.
Conotação é, assim, uma espécie de difusão de sentido, graças à faculdade que nos
permite relacionar coisas análogas ou semelhantes. Esse é, em essência, o traço
característico do processo metafórico, pois metaforização é conotação.
As funções da linguagem

A linguagem sempre varia de acordo com a situação, assumindo funções que


levam em consideração o que se quer transmitir e que efeitos se espera obter com o que
se transmite.
Assim, analisando qualquer texto, pode-se depreender que suas linguagens
funcionam para se atingir um objetivo. Não existe comunicação neutra, portanto há
sempre um contexto, uma necessidade, uma situação pessoal determinando o que se diz,
por intermédio de um discurso que pode ser informativo, autoritário, apelativo ou
poético. Assim, pode-se falar em funções da linguagem.
Analisar as funções da linguagem nos textos alheios ajuda-nos a descobrir os
objetivos que direcionaram sua elaboração. Aplicá-las aos nossos textos ajuda-nos a
planejar melhor a comunicabilidade e a eficiência comunicativa.
As funções da linguagem organizam-se em torno de um emissor (aquele que
transmite), que envia uma mensagem (conteúdo) a um receptor (aquele que recebe),
usando um código (tipo de linguagem), que flui através de um canal (suporte físico). As
funções da linguagem são:

Referencial ou denotativa: seu objetivo é traduzir a realidade, informando com o


máximo de clareza possível. Nos textos científicos e em alguns jornalísticos, essa
função predomina. Por exemplo:

“Em 1665¸ Londres é assolada pela peste negra (peste bubônica) que dizimou grande
parte de sua população, provocando a quase total paralisação da cidade e acarretando o
fechamento de repartições públicas, colégios etc. Como conseqüências desta catástrofe,
Newton retornou a sua cidade natal, refugiando-se na tranqüila fazenda de sua família,
onde permaneceu durante dezoito meses, até que os males da peste fossem afastados,
permitindo seu regresso a Cambridge” (MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz.
In. Curso de Física. São Paulo: Harbra, 1992. p. 196).

Emotiva ou expressiva: o objetivo é expressar emoções, sentimentos, estados de


espíritos. O que importa é o emissor. Daí o registro em primeira pessoa. Como no
seguinte exemplo: “estou tendo agora uma vertigem. Tenho um pouco de medo. A que
me levará minha liberdade? O que é isto que estou te escrevendo? Isto me deixa
solitária.” (Clarice Lispector)

Conativa ou apelativa: o objetivo é convencer o receptor (leitor ou ouvinte) a ter


determinado comportamento, por intermédio de uma ordem, uma invocação, uma
súplica etc. Os anúncios publicitários abusam dessa linguagem, além do discursos
autoritários (políticos, por exemplo).

Fática: o objetivo é apenas estabelecer, manter ou prolongar o contato (através do


canal) com o receptor. As expressões usadas nos cumprimentos, ao telefone e em outras
situações apresentam este tipo de função.

“— Como vai, Maria?


— Vou bem. E você?
— Você vai bem, Maria?
— Já disse que sim!
— Eu também. Está tão bonita!”
— Ah, bem, é que eu...
— Ah, é.”

(Dalton Trevisan)

Metalinguística: o objetivo é o uso do código para explicar o próprio código. A língua,


por exemplo, é um código. Os sinais de trânsito são outro tipo. Neste texto, estamos
analisando mecanismos da linguagem usando a própria linguagem. É o que acontece
com textos que interpretam outro, como os dicionários, textos literários tais como
poemas que falam da poesia (o poema “Procura da poesia”, de autoria de Carlos
Drummond de Andrade) etc.

“Procura da Poesia

Não faças versos sobre acontecimentos.


Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.
As afinidades, os aniversários, os incidentes pessoais não contam.
Não faças poesia com o corpo,
esse excelente, completo e confortável corpo, tão infenso à efusão lírica.

[...]” (Carlos Drummond de Andrade)


Poética: o objetivo é dar ênfase à elaboração da mensagem. O emissor constrói seu
texto de maneira especial, realizando um trabalho de seleção e combinação de palavras,
de ideias ou de imagens, de sons e/ou de ritmos. Explora-se bastante a conotação.

As funções da linguagem não existem isoladas. Embora uma delas acabe predominando,
elas convivem, mesclam-se, entrecruzam-se a todo o tempo, produzindo de suas
combinações os mais diferentes efeitos. Num texto publicitário, combinam-se a função
referencial (informações sobre o produto), a fática (texto, disposição na página,
ilustrações etc.) e conativa (nos elementos de persuasão).

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