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RESUMO:

Este projeto tem como finalidade traçar um panorama sobre a história do esoterismo em
Pernambuco, tema pouco analisado e estudado na Academia, e que precisa de uma reflexão sobre
seu aparecimento e crescimento. Nosso objeto de estudo será os movimentos esotéricos surgidos
na Região Metropolitana do Recife durante a metade do século XX(1960-80), onde
investigaremos a criação, trajetória, desafios, e transformações que levaram à sua expansão a
demais localidades no estado desde sua fundação- em específico, a Sociedade Teosófica, Antiga e
Mística Ordem Rosacruz, Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento e à Eubiose; dada a
relevância que possuem na propagação dos ideais esotéricos no Brasil com agremiações em
vários estados. Esta pesquisa se dará com base na investigação de periódicos disponíveis no
Arquivo Público/PE a respeito destas associações, em relatos orais de seus membros, além dos
acervos documentais privados destes grupos. Será apresentada às reflexões relacionadas à teoria
do desencanto do mundo resultante da racionalização da sociedade no século XIX(WEBER),
debatendo também o conceito de Ciência Oculta (PAPUS) para por fim analisar o esoterismo
como elemento de estudo teórico na produção historiográfica das ciências da religião, tendo este
marco se iniciado através da obra Giordano Bruno e a Tradição Hermética(YATE).

OBJETIVO GERAL( 1).

Analisar os objetivos da criação e crescimento dos ovimentos esptéricos na RMR

OBJETIVOS ESPECÍFICOS(2).

Apontar os motivos que levaram a essa criação e crescimento

Verificar se esse crescimento ocorreu em virtude da rejeição a Igrejas Cristãs tradicionais

Verificar os objetivos dos trabalhos realizados por esse crescimento do movimento esoterico
JUSTIFICATIVA( 2 PÁGINAS).

Toda pesquisa histórica parte de uma motivação baseada não apenas em termos acadêmicos,
mas também do contato do historiador com o seu objeto de estudos no tempo presente. O
historiador Durval Muniz(2012) na sua obra “História: a arte de inventar o passado” ressalta
que escrever história “Indicia um modo de se relacionar com o passado, com os documentos,
com a memória e com a temporalidade”.(MUNIZ.(2012,p.12).

Despertei o interesse inicial sobre Ciências da Religião quando fui Monitor da disciplina de
História Moderna I, ainda na condição de graduando em História pela UFRPE quando aprofundei
meu conhecimento sobre a reforma protestante e contra-reforma da igreja católica, tendo decidido
ampliar os estudos relacionados a Religião após a conclusão do curso. Acompanhado do
professor Ph.D Paulo Donizettí(UFRPE). Meu primeiro contato na pesquisa dentro deste campo
foi ao auxiliar este professor em seu estudo sobre o movimento operário ao entrevistar ex-
trabalhadores da companhia de Tecidos de Paulista, destacando à intolerância religiosa por parte
dos diretores desta fábrica para com os trabalhadores pentencostais. Ao realizar esta pesquisa,
terá oportunidade de se obter contatos na história que envolvesse religião, e que pode também
oferecer uma contribuição sobre o tema a área da história na qual pretendia desenvolver projetos
acadêmicos na pós-graduação.

Após uma revisão bibliográfica específica e o estabelecimento de contatos com integrantes da


Antiga e Mística Ordem Rosacruz, despertou-se o interesse nos estudos esotéricos do ponto de
vista acadêmico que procurasse trazer para a historiografia a contribuição que esta e demais
grupos tiveram para propagação de estudos esotéricos em Pernambuco. Em breve levantamento
realizado percebeu-se que entre os anos 60 até o final da década de 70 houve o crescimento de
movimentos esotéricos dentro do estado, organizados em ordens, lojas, sociedades e células. A
concentração se dava a princípio na Região Metropolitana do Recife, tendo posteriormente
expandido para outros locais do estado. Contudo, alguns ficaram restritos apenas no Recife, como
a Loja Estrela do Norte da Sociedade Teosófica e a Sociedade Brasileira de Eubiose, que estudam
o esoterismo à luz da Teosofia, tendo aquela contribuído para o crescimento de estudos teosóficos
do Brasil, sendo incorporado pela Eubiose um caráter até então não presente na Sociedade
Teosófica: a ritualística e graus de iniciação. O Círculo Esotérico foi a primeira ordem do Brasil a
propagar o ensinamento esotérico, sendo fundado em 1909 na cidade de São Paulo pelo
Português Antônio Olívio, tendo posteriormente se expandido no Brasil sobre a organização de
células chamadas de “Tattwuas”, cujo significado é centro de irradiação mental. Um fato que
despertou a atenção foi que muitos membros de diversos grupos fizeram uma mescla ao
participar mais de uma ordem esotéricas. Dentro do estudo sobre o esoterismo em Pernambuco,
buscar-se-á também ao longo da pesquisa analisar casos deste tipo a fim de compreender as
motivações que os levaram a participar de diversas ordens, e qual a vivência puderam tirar deste
aprendizado. Este projeto abre espaço também para na discussão da busca do sagrado e da
espiritualidade pelo homem nas diferentes formas de concepção dos fenômenos da Natureza fora
das religiões tradicionais, muitas vezes não encontrados com as respostas da religião e da ciência
comum.

Na historiografia brasileira encontramos diversas produções desenvolvidas através de teses e


dissertações acadêmicas na área de História das Religiões que envolvem as ordens místicas e o
esoterismo. O Fator de eu submeter esta obra visa contribuir com a historiografia no estudo
dessas sociedades e sua influencia na sociedade do ponto de vista acadêmico, com suporte
teórico, servindo de referência histórica para os demais estudantes de esoterismo no que tange
também ao imaginário construídos pelos seus membros após o ingresso nelas. Este projeto,
portanto, se liga com o programa de pós graduação em História pela UFPB, interligado na linha
de pesquisa História e Regionalidades, o qual tem contribuído muito para o debate dentro da
vertente que pesquiso através de publicações de artigos pelos estudantes de mestrado, além da
proximidade com as dissertações produzidas no enfoque de ciências da religião. Notei quem, uma
vez ingressando no programa, poderei contar com maior suporte teórico e metodológico para
desenvolver esta pesquisa que tenho coletado dados para a sua realização.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

Os estudos dos fenômenos da natureza ganham força no século XIX através da investigação e
compreensão baseado no cientificismo, que influenciaria toda uma geração de pesquisadores.
Não bastavam apenas as explicações divinas para satisfazer o intelecto humano: senão
compreender o modus operantis e o funcionamento do objeto a ser estudado. Era necessário criar
novas regras que separassem o estudo dos fenômenos científicos das explicações mitológicas e
mágicas para formular um conhecimento que fosse considerado válido e universal para assim ser
aplicado, valendo-se da razão acima da fé, processo de secularização nas interpretações dos
fenômenos ganha força no meio acadêmico, proporcionando o homem obter mais controle sobre
a natureza. Tal processo incidiu, sobretudo, para que a influência dos magistas, bruxos e
cartomantes entrasse em desprestígio para esta nova elite intelectual que se formava.

Segundo o sociólogo Weber, quanto mais desenvolvida fosse uma sociedade capaz de
compreender os processos da natureza e assim exercer seu domínio sobre ela, menor seria a sua
atração para deuses e fenômenos de explicação místico-esotéricos(WEBER, 1989). Este processo
de racionalização também teria atingido a religião, desvinculando-a da magia e das práticas
esotéricas de interpretação do mundo, compondo esta forma mais intelectualizada que relacione
Deus com o cotidiano. A consequência desde processo de racionalização do homem moderno que
atingia sua vida cotidiana, sua religião, costumes e crenças seria chamado de Teoria do
desencanto com o mundo, na qual o indivíduo moderno se separaria de valores ligados com a
magia ou costumes ortodoxos das religiões. A este fato citado podemos atribuir mais um
agravante para o homem moderno: a ciência desenvolvida e a razão não conseguiam uma total
explicação de certos fenômenos da natureza, destacando assim a sua incerteza sobre vários
elementos que ainda continuavam sem explicação científica.

Neste contexto, destaca-se a figura de Helena Petrovna Blavatsky como resistência no meio
esotérico na tentativa de abranger com mais detalhes as tradições ocultistas e a sua importância
para a ciência. Blavatsky foi responsável por sistematizar o Ocultismo ocidental com conceitos
orientais, procurando então reformular as leis da natureza atribuindo uma investigação de caráter
científico neste ato. Aproveitando-se do fato de pessoas que estavam descrentes com a imposição
dogmática das Igrejas em busca de explicações religiosas para os fenômenos da natureza, bem
como as lacunas do desfreado cientificismo, criou então a Sociedade Teosófica em 1975, Nova
York, cuja finalidade era estudar estes fenômenos inexplicáveis até então pela ciência positivista.
O Rosacruz, Gerard Papus, contemporâneo de Blavatsky, em sua obra ABC do Ocultismo define
o Ocultismo como sistema de conhecimento:

“cujo objetivo é o estudo da tradição antiga, no que concerce às forças


ocultas(metafísicas) da Natureza, do Homem e do Plano Divino. Esta tradição
era ensinada, tanto no Egito Antigo como nos velhos santuários da China e da
índia, a uma elite de indivíduos selecionados por uma progressiva iniciação. A
ciência não era, portanto, permitida a todo mundo; era Oculta nos templos, e
assim podemos definir este primeiro aspecto sob o nome de Ciência Oculta”

Este autor considerado por muitos como um dos maiores Ocultistas do mundo contemporâneo,
ressalta ainda que:

“O Ocultista, com efeito, deve respeitar os importantes trabalhos da ciência


contemporânea; deve elucidar esta ciência à luz dos ensinamentos da tradição
antiga, sem contudo ignorar qualquer princípio da ciência contemporâne, sob
penas de graves erros. A ciência Antiga e a Ciência contemporânea constituem
de fato os dois polos da antítese e tese, dos quais só pode emanar uma
verdadeira síntese”
Ou seja, enquanto o novo cientificismo procurava afastar as práticas ritualísticas e esotéricas
das suas investigações científicas, os Ocultistas acreditavam que era um erro dos ditos cientistas
não levar em conta o conhecimento das ciências ocultas, buscando eles conciliar a visão de
mundo da ciência no século XIX para interpretações científicas dos fenômenos dentro do
autoconhecimento e das leis da natureza, nas quais Blavatsky se propôs a investigar. Até os
anos 60 do século XX as escritas sobre o esoterismo estiveram em grande parte monopolizadas
pelos seus praticantes através de ordens esotéricas que resguardavam estes estudos para si. A
historiografia tinha essa lacuna quanto a produção acadêmica sobre o estudo do esoterismo
como campo de abordagem teórica, sobretudo pelo desinteresse dos historiadores positivistas e
marxistas pelo tema.

O estudo esotérico como vertente da ciência da religião na historiografia teve como marco a
obra Giordano Bruno e a Tradição Hermética(YATE). A autora procura ressaltar a importância
de conceitos herméticos presentes nos paradigmas antropocêntricos do renascimento destacando
as práticas esotéricas que influenciavam no cotidiano e na construção do imaginário
renascentista. A sua contribuição se da como um leque na historiografia para o estudo teórico
sobre o esoterismo, a exemplo dos grupos de estudos esotéricos da universidade de Sobornne. A
inserção acadêmica o estudo do esoterismo no Brasil tem ganhado notoriedade através de
dissertações e teses no campo da ciência da religião, na qual destaco a PUC-SP no eixo
Sul/Sudeste e a UFPB na região Nordeste como Universidades cujos programas de pós-
graduação se mantém atual sobre a produção de novos saberes neste campo de pesquisa.
Conforme análise, a maioria dos estudos esotéricos no Brasil aparentam um caráter que envolve
a teoria do imaginário( DURANT) em ordens místicas, sobretudo a Rosacruz, destacando festas,
símbolos e rituais desta ordem; há também grupos que se focam para a problematização
metodológica do campo, destacando a evolução desta corrente de estudos no Brasil e na
América Latina; por fim, notei trabalhos que narram a trajetórias de obras movimentos
esotéricos específicos descrevendo sua história e influência no cotidiano que exerce.

Nesta pesquisa pretendo contribuir com a historiografia descrevendo a trajetória que os


movimentos esotéricos tiveram na região metropolitana do Recife, focando a trajetória e os
fatores que impulsionaram o seu crescimento, a exemplo da Ordem Rosacruz, que conta 1 loja,
3 capítulos e 1 pronaus em Pernambuco, sendo 3destes espaços na Região metropolitana. Outras
como a Sociedade Teosófica, só possuem apenas uma loja, com reuniões aos domingos. O
mesmo vale para a Eubiose, única no estado. Diferentemente temos o Círculo Esotérico da
comunhão do Pensamento, com três “Tawttua” em Recife. De antemão surgem algumas
perguntas para o estímulo à pesquisa: por que outras ordens cresceram mais que as outras, ou foi
decisão dos membros manter apenas um espaço? Como os membros conheceram estes grupos?
Qual a sua aceitação de cara, além da reação famíliar? Quais motivos os levaram a buscar o
esoterismo? São perguntas que enchem de expectativa e estão atreladas ao surgimento dessas
ordens. Gostaria de ressaltar que no decorrer do tempo em que tiver contato com os membros,
podemos abrir espaços para buscar compreender o imaginário desses indivíduos que lá se
inseriram, os quais deram continuidade de linha sucessória ao levar filhos e netos para esta
ordem, fazendo então o contraponto entre o antes e o depois dos estudos, sobre como isto teria
influenciado suas ações no cotidiano e na sua fé. Chama-me atenção o fato de muitos desses
membros ainda frequentarem igrejas, alguns não chegando a romper com a sua religião, mas sim
atribuindo outros significados a mesma que jamais teriam caso não tivessem tido contato com o
esoterismo. Com certeza, é algo desde já notado e que pode servir de premissa de investigação
no decorrer da pesquisa. Acredito que no programa de pós-graduação da UFPB terei o suporte
téorico e metodológico necessário para desenvolver esta pesquisa na qual venho me preparando
e buscando informações atuais para este debate.

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