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CENTRO DE TECNOLOGIA
Janeiro/2015
ii
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte.
Janeiro/2015
iv
Banca examinadora
v
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Geraldo de Oliveira e Maria das Dores Alves de Oliveira, pelo incentivo e
pelos exemplos de vida.
Aos meus irmãos, Carlos Marximiliano Alves de Oliveira, Sérgio Alves de Oliveira, Arnaldo
Alves de Oliveira, Socorro Alves de Oliveira e Geraldo de Oliveira Júnior, pela companhia,
especialmente, no início da jornada.
Aos meus filhos, Letícia Lima de Oliveira, Rômulo Alves de Oliveira Júnior e Vanessa
Carvalho de Oliveira, pela motivação.
Ao meu orientador, professor Manoel Firmino de Medeiros Júnior, pela disposição, empenho
e paciência.
RESUMO
ABSTRACT
The development of public lighting projects in Brazil must meet the standards established in
Brazilian standards. Many of these projects is developed through the use of knowledge about
"practical rules" practiced by the designers of this area. In some cases are also used
computational tools offered, generally, by leading manufacturers of lamps/luminaires. These
tools have served only as calculation tools, with some limitations, such as: are not able to
verify compliance or not the parameters established by Brazilian standards, most of the
luminaires offered in your database are not sold in Brazil, not have no concern about the
analysis of the implementation costs of elaborate designs and, finally, present an enormous
difficulty in performing tests on a large volume of possible projects. It is the goal of this thesis
to develop a methodology and a computational tool for the development of public lighting
projects based on genetic algorithm techniques that not only perform the calculations of these
projects, but can also test several possible projects using in your database the luminaires
marketed in Brazil, providing the user, as a solution, a set of projects that meet the Brazilian
standards and classified according the implementation costs of each project. To adjust the
proposed algorithm the following performance parameters were modified: number of
individuals in the initial population; probability of achievement of the cross-over; probability
of achievement of the mutation. A comparison of this method with the projects developed
with the use of "practical rules" is performed for various types of existing roads. The results
obtained using the proposed methodology and the developed computational tool show that the
methodology, including the adjustments in performance parameters, is able to meet the
objectives of the work.
Sumário
Introdução .......................................................................................................................... 01
Capítulo 1. Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP .................................................... 06
1.1. Fundamentação teórica ........................................................................................... 06
1.1.1. Fluxo luminoso ............................................................................................... 06
1.1.2. Eficiência luminosa ......................................................................................... 06
1.1.3. Intensidade luminosa ....................................................................................... 07
1.1.4. Iluminância ..................................................................................................... 08
1.1.5. Luminância ..................................................................................................... 10
1.2. Conceitos para Projetos de Iluminação Pública ....................................................... 10
1.2.1. Critérios para elaboração de um projeto de iluminação pública ....................... 11
1.2.2. Configuração para distribuição de postes......................................................... 11
1.2.3. Lâmpadas usadas na iluminação pública ......................................................... 13
1.1.1.1 Lâmpadas de vapor de mercúrio ............................................................. 14
1.1.1.2 Lâmpadas de multivapores metálicos ...................................................... 15
1.1.1.3 Lâmpadas de vapor de sódio ................................................................... 15
1.1.1.4 Outros tipos de lâmpada ......................................................................... 16
1.2.4. Classificação do volume do tráfego em vias públicas ...................................... 17
1.2.5. Classificação de vias públicas ......................................................................... 17
1.2.6. Classes de iluminação ..................................................................................... 20
1.3. Critérios de projeto segundo a NBR5101 (2012) .................................................... 21
1.3.1. Fator de uniformidade da iluminância ............................................................. 21
1.3.2. Fator de uniformidade da luminância (uniformidade global)............................ 22
1.3.3. Fator de uniformidade da luminância (uniformidade longitudinal)................... 22
1.3.4. Iluminância média mínima .............................................................................. 23
1.3.5. Malha de cálculo ............................................................................................. 23
1.3.6. Requisitos de iluminância, luminância e uniformidade.................................... 24
Capítulo 2. Teoria Básica de Algoritmos Genéticos.......................................................... 25
2.1. Otimização ............................................................................................................. 25
2.2. Histórico ................................................................................................................ 27
x
Lista de Figuras
Figura 26: Curva isolux para o projeto com distribuição bilateral oposta dos postes ............. 55
Figura 27: Curva de convergência da média dos custos do projeto de Nossa
Senhora do Socorro ....................................................................................... 56
Figura 28: Curva polar da intensidade da luminária IP151 150W ......................................... 57
Figura 29: Curva isolux para o projeto com distribuição central dos postes .......................... 58
Figura 30: Curva de convergência da média dos custos do projeto da BR-235 ...................... 58
xiii
Lista de Tabelas
por possuir um bom ambiente CAD e um grande banco de dados de luminárias. O Dialux é
um software europeu mantido por alguns fabricantes de lâmpadas/luminárias e utiliza o
padrão IES para os arquivos com os dados da Intensidade Luminosa.
Apesar da evolução na forma de se elaborar os projetos de IP no Brasil, os técnicos
ainda enfrentam algumas dificuldades, tais como:
Como afirmou Fogel (2006), os Algoritmos Genéticos são métodos robustos utilizados
principalmente para resolver problemas de otimização numérica de funções e de entre outras
áreas de aplicação. Segundo Goldberg & Holland (1988), as técnicas de AG utilizam um
mecanismo para busca adaptativa baseado no princípio darwiniano de reprodução e
sobrevivência dos indivíduos mais aptos.
Além da metodologia proposta, foi desenvolvido, com base nesse modelo, um
aplicativo computacional utilizando o Matlab. Nesse aplicativo o usuário/projetista entra com
as seguintes informações:
Comprimento da via;
Largura da faixa de rolamento;
Quantidade de faixas de rolamento;
Largura do acostamento;
Largura do canteiro central (caso existir);
Recuo do poste;
Configuração da via (Unilateral, Bilateral Oposta, Central);
Tipo de via (trânsito local rápida, arterial, coletora, locais, rodovias, estradas);
Classificação de tráfego, de acordo com a norma (leve, médio, pesado).
Altura do poste;
Distância entre postes;
Número de pétalas;
Orientação da pétala;
Tamanho do braço da luminária;
Ângulo do braço da luminária;
Arquivo IES, indicando o tipo de luminária e as características da lâmpada
utilizada no projeto.
ɸ
η= (2.1)
𝑃
A eficiência luminosa é a quantidade de luz que uma fonte luminosa pode produzir a
partir da potência elétrica de 1 W. Quanto maior o valor da eficiência luminosa de uma
determinada lâmpada, maior será a quantidade de luz produzida com o mesmo consumo.
Ela pode ser medida pela razão entre o fluxo luminoso emitido e o ângulo sólido ( ω)
onde está contido, como mostra a Equação 2.2. A unidade de medida da intensidade luminosa
é a candela (cd).
ɸ
I= (2.2)
𝜔
O ângulo sólido pode ser descrito como aquele que, visto do centro de uma esfera,
percorre uma dada área sobre a superfície dessa esfera.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 8
__________________________________________________________________________________
1.1.5 Iluminância
∆ɸ
E = lim∆A→0 (2.3)
∆𝐴
𝐼𝜃.𝐶𝑜𝑠𝜃
E= (2.4)
𝑑2
Onde:
θ = Ângulo formado entre a linha que liga a fonte de iluminação e o ponto de
iluminação, e a normal do plano analisado;
Iθ = Intensidade luminosa inserida sobre o plano através de um ângulo θ;
d = Distância entre a fonte de iluminação e o ponto de iluminação.
A relação entre a fonte de iluminância o ponto de iluminação pode ser vista na Figura
3.
1.1.6 Luminância
𝜌𝐸
L= (2.5)
𝜋
Alguns conceitos iniciais são necessários para a elaboração dos projetos de IP, tais
como: Os critérios ou as variáveis de projeto de IP, as possibilidades para a distribuição dos
postes, os tipos de lâmpadas utilizadas e uma análise das características construtivas e de
utilização da via onde o projeto esta sendo desenvolvido.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 11
__________________________________________________________________________________
Deve ser priorizado o projeto mais eficiente que consiga adequar à iluminação de
forma segura para a visibilidade dos motoristas e com o menor custo. Os seguintes critérios
devem ser observados:
Nos projetos de IP, a escolha das lâmpadas e das luminárias a serem utilizadas deve
ser feita em função de critérios luminotécnicos e econômicos, proporcionando uma
iluminação de qualidade, adequada aos requisitos de um local específico. É necessário que o
conjunto luminária/lâmpada possua especificações que cumpram as normas vigentes.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 14
__________________________________________________________________________________
Hoje em dia existe uma infinidade de modelos de lâmpadas, sendo destaques as que
possuem maior eficiência energética, considerando o consumo, rendimento e durabilidade.
Além das lâmpadas, as luminárias estão surgindo com novas tecnologias em relação à
otimização dos refletores que potencializam o rendimento, aumentando o coeficiente de
reflexão da luminária.
Além do crescimento na utilização das luminárias com Diodo Emissor de Luz
(LED), pode-se destacar, quando se fala em IP, as lâmpadas de vapor de mercúrio,
multivapores metálicos e vapor de sódio. Nessas lâmpadas, o fluxo luminoso é produzido pela
passagem de corrente elétrica através de uma mistura gasosa composta de gases inertes e
vapores metálicos. Esta mistura de gases encontra-se confinada no tubo de descarga, contendo
em suas extremidades os eletrodos, que são responsáveis pela interface entre a descarga e o
circuito elétrico de alimentação. Esse método de iluminação é mais eficiente do que o método
de iluminação através da incandescência, pois na descarga podem-se atingir maiores
temperaturas, o que resulta em menor perda de energia através de radiação infravermelha.
Barbosa et. al. (1998), afirma que a luz branca azulada emitida só é obtida com o
aquecimento do meio interno e o crescimento da pressão dos vapores, momento no qual o
fluxo luminoso produzido aumenta.
As lâmpadas de vapor de sódio são de descarga e podem ser a alta pressão. Para
produzir luz, a corrente é lançada num tubo de descarga que, diferente das lâmpadas de
mercúrio, é de cerâmica, pois em seu interior há sódio no lugar do mercúrio e, sendo o sódio
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 16
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muito corrosivo, o quartzo não aguentaria. A luz emitida é extremamente forte e de cor
amarela monocromática, fazendo com que distorça totalmente as cores, ou seja, tem um
péssimo índice de reprodução de cores. Silva (2004) afirma que, apesar das lâmpadas vapor
de sódio distorcer as cores, elas emitem um fluxo luminoso de alta intensidade e com
excelente economia de energia. A Figura 10 ilustra uma lâmpada de vapor de sódio.
Suas características de alta eficácia e longa vida útil garantem ótima aceitação
comercial, sendo amplamente utilizadas em aplicações de iluminação exterior em que a
definição das cores não é um fator primordial.
A classificação das vias públicas para tráfego de veículos pode ser dividida em
classes, segundo a NBR 5101 (2012). Essa divisão pode ser vista na Tabela 2.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 18
__________________________________________________________________________________
Classe A3 (Vias Locais): Vias que permitem acesso às propriedades rurais, com
grande acesso e pequeno volume de tráfego.
A NBR 5101 (2012) define a classe de iluminação para alguns tipos de vias para
tráfego de veículos.
Vias de trânsito rápido; vias de alta velocidade de tráfego, com separação de pistas,
sem cruzamento em nível e com controle de acesso; vias de trânsito rápido em geral; auto-
estradas:
Vias arteriais; vias de alta velocidade de tráfego com separação de pistas; vias de
mão dupla, com cruzamentos e travessias de pedestres eventuais em pontos bem definidos;
vias rurais de mão dupla com separação por canteiro ou obstáculo:
Vias coletoras; vias de tráfego importante; vias radiais urbanas de interligação entre
bairros, com tráfego de pedestres elevado:
É a razão entre a iluminância mínima (Emin) e a iluminância média (Emed) sobre a via,
como descrito na Equação 2.6.
𝐸𝑚𝑖𝑛
U= (2.6)
𝐸𝑚𝑒𝑑
∑𝑁
𝑖=1 𝐸𝑖
𝐸𝑚𝑒𝑑 = (2.7)
𝑁
Onde:
i = Ponto da malha de cálculo;
N = Número de pontos da malha de cálculo;
E = Iluminância.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 22
__________________________________________________________________________________
É a razão entre a luminância mínima (Lmin) e a luminância média (Lmed) sobre a via.
A Equação 2.8 descreve o fator de uniformidade da luminância.
𝐿𝑚𝑖𝑛
𝑈0 = (2.8)
𝐿𝑚𝑒𝑑
∑𝑁
𝑖=1 𝐿𝑖
𝐿𝑚𝑒𝑑 = (2.9)
𝑁
Onde:
i = Ponto da malha de cálculo;
N = Número de pontos da malha de cálculo;
L = Luminância.
É a razão entre a luminância mínima (Lmin) e a luminância média (Lmed) ao longo das
linhas paralelas ao eixo longitudinal da via, como visto na Equação 2.10.
𝐿𝑚𝑖𝑛
𝑈𝐿 = (2.10)
𝐿𝑚𝑎𝑥
Nesse caso os valores mínimos e máximos são encontrados em cada linha paralela ao
eixo longitudinal. Na análise dos resultados é considerada a linha paralela com o menor valor.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 23
__________________________________________________________________________________
∑𝑁
𝑖=1 𝐸𝑖
𝐸𝑚𝑒𝑑,𝑚𝑖𝑛 = (2.11)
𝑁
Onde:
2.1 Otimização
2.3 Princípios
Por ser formado por dois parâmetros, cada indivíduo está localizado num espaço de
parâmetros bidimensional. Como existe uma única aptidão associada a cada indivíduo, o
conjunto de aptidões A forma o espaço unidimensional chamado espaço de aptidões, ou
espaço dos objetivos. Existe uma meta a ser alcançada: a maximização, ou minimização, da
função objetivo.
Em seguida, cada indivíduo recebe uma avaliação de custo para definir sua aptidão.
Os indivíduos são representados por cromossomos associados com as suas competências no
sentido de resolver o problema. Nessa etapa possíveis soluções vão formar um conjunto de
soluções candidatas. Posteriormente, os indivíduos passam por um processo de seleção, onde
os mais aptos têm maior probabilidade de serem escolhidos. Aos indivíduos selecionados
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 31
__________________________________________________________________________________
serão aplicados os operadores genéticos de cross-over e mutação para formação de uma nova
população junto com parte das possíveis soluções encontrada naquela geração, sendo aplicado
o método Steady State, descrito anteriormente. Enquanto o critério de parada não for atingido,
o processo é reiniciado até que seja encontrada uma solução satisfatória. A Figura 14 ilustra
todo esse processo.
2.5 Codificação
Figura 14 - Fluxograma do AG
Representação Problemas
Binária Numéricos
Números reais Numéricos
Permutação de símbolos Baseado em ordem
Símbolos repetidos Grupamento
2.6 População
2.7 Avaliação
Segundo Whitley (1994), a função de avaliação (ou função objetivo) deve ser feita
através da melhor representação do problema e tem por objetivo fornecer uma medida de
aptidão (fitness) para cada indivíduo na população. Para que esta função seja calculada, o
cromossomo precisa ser decodificado e a função objetivo avaliada. Mitchell (1998) afirma
que o fitness do cromossomo depende diretamente de como aquele cromossomo pode resolver
o problema.
Os AGs necessitam de informação do valor de uma função objetivo para cada
membro da população. Ela define, para cada indivíduo, uma medida de quão bem adaptado ao
ambiente ele está, ou seja, suas chances de sobreviver no ambiente e reproduzir-se, passando
parte do seu material genético a gerações posteriores.
Na utilização de AG pode ocorrer uma rápida convergência para uma solução sub-
ótima, porém não o esperado ótimo global. Este problema é denominado convergência
prematura, podendo ocorrer devido à população reduzida ou à má distribuição da população
inicial, em torno do ponto sub-ótimo. Ou seja, um indivíduo próximo de um ótimo local,
possui um valor de aptidão superior aos demais indivíduos da população. Consequentemente,
o processo de seleção fará com que este indivíduo tenha grande chance de dominar a próxima
geração e, assim sucessivamente, se não aparecerem outros indivíduos com melhores valores
de aptidão. Este problema pode ser amenizado através da escolha criteriosa do número de
indivíduos na população.
𝑓𝑖
𝑃𝑖 = ∑𝑛 (3.1)
𝑖=1 𝑓𝑖
Onde:
i = Indivíduo da população;
Pi = Probabilidade do indivíduo i;
fi = Fitness ou aptidão do indivíduo i;
n = número de indivíduos.
Esta escolha pode ser feita através da técnica clássica conhecida como Roleta. Nessa
técnica os indivíduos são agrupados por ordem de valor de aptidão e estes valores são
dispostos proporcionalmente numa roleta ponderada. Os cromossomos com maiores aptidões
(mais adaptado ao ambiente) têm maiores chances de serem selecionados, porém não se total
certeza de que serão selecionados.
A técnica consiste em considerar um círculo dividido em n regiões (tamanho da
população), onde a área de cada região é proporcional à aptidão do indivíduo. Coloca-se sobre
este círculo uma "roleta" com n cursores, igualmente espaçados. Após um giro da roleta a
posição dos cursores indica os indivíduos selecionados. Os indivíduos cujas regiões possuem
maior área terão maior probabilidade de serem selecionados várias vezes. A roleta é rodada
um determinado número de vezes, dependendo do tamanho da população. A seguir, na Figura
16 é apresentado um exemplo de roleta com base na Tabela 4.
2.9 Elitismo
2.10.1 Mutação
fenotípico, a mutação permite que se descubram outros possíveis ótimos locais. Ela é aplicada
aos filhos recém-gerados da recombinação.
O processo de mutação em algoritmos genéticos é equivalente à busca aleatória.
Basicamente, seleciona-se uma posição num cromossomo e muda-se o valor do gene
correspondente aleatoriamente para outro possível. O processo é geralmente controlado por
um parâmetro fixo que indica a probabilidade de um gene sofrer mutação.
Na Figura 17 um exemplo de mutação na estrutura de um cromossomo.
2.10.2 Cross-over
Quanto maior for esta taxa, mais rapidamente novas estruturas serão introduzidas na
população. Mas se esta for muito alta, estruturas com boas aptidões poderão ser retiradas mais
rapidamente que a capacidade da seleção em criar melhores estruturas. Com um valor baixo, o
algoritmo pode se tornar lento ou estagnar.
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 39
__________________________________________________________________________________
Uma baixa taxa de mutação previne que a busca fique estagnada em regiões do
espaço de busca e possibilita que qualquer ponto do espaço de busca seja atingido. Com uma
taxa muito alta a busca se torna essencialmente aleatória.
A probabilidade de ocorrência do processo de mutação geralmente é pequena (<1%),
podendo ser trabalhada com taxas maiores quando o AG tende a gerar indivíduos muito
parecidos, perdendo a diversidade em sua população.
3.1 Metodologia
O modelo proposto para a otimização dos projetos de IP permite que o usuário insira
os seguintes dados:
Comprimento da via;
Largura da faixa de rolamento;
Quantidade de faixas de rolamento;
Largura do acostamento;
Largura do canteiro central (caso existir);
Recuo do poste;
Configuração da via (Unilateral, Bilateral Oposta, Central);
Tipo de via (trânsito local rápida, arterial, coletora, locais, rodovias, estradas);
Classificação de tráfego, de acordo com a norma (leve, médio, pesado).
Cada indivíduo é codificado por um vetor onde cada posição representa uma de suas
características através de números inteiros. Como os indivíduos, no presente trabalho,
representam os projetos de IP, as características deles devem ser as necessárias para definir
tecnicamente um projeto de IP. A Figura 20 ilustra, portanto, a estrutura do indivíduo (ou
projeto) codificado.
A População Inicial criada passa por uma avaliação luminotécnica para verificar se
as características dos seus indivíduos estão dentro das normas técnicas estabelecidas pela
NBR 5101 (2012). Se os indivíduos avaliados obedecerem aos requisitos mínimos das normas
técnicas, eles entrarão no grupo dos “Indivíduos Aptos”, caso contrário, entrarão no grupo de
“Indivíduos Não Aptos”.
O cálculo luminotécnico para verificar se as características do projeto atendem a
norma é realizado de acordo com a Equação 2.4 e a Equação 2.5, então, os resultados serão
avaliados com base nas condições mínimas dos parâmetros de iluminância e luminância
descritos no capítulo 2. A intensidade luminosa é retirada dos arquivos IES disponibilizados
pelos fabricantes de luminárias. Shia et. al. (2013). afirma que a uniformidade dos parâmetros
de iluminação encontrada nesse tipo de arquivo é muito maior do que as encontradas em
outros padrões, como por exemplo o CIE. A intensidade é descrita a partir do valor do ângulo
vertical, formado entre a direção da luz e a normal do plano horizontal onde se encontra o
Modelo proposto 44
__________________________________________________________________________________
ponto de medição, e o ângulo horizontal, formado entre a direção da luz e a normal do plano
vertical onde se encontra o ponto de medição, como ilustrado na Figura 3. Como os ângulos
horizontais e verticais nos arquivos IES não são os mesmos encontrados com a distribuição
dos pontos descritos na norma, é usada a função de interpolação spline, do Matlab, entre os
ângulos medidos e o dos encontrados no arquivo IES para fazer uma interpolação e calcular o
valor da intensidade luminosa para o ponto de medição.
Após a separação dos grupos “Indivíduos Aptos” e “Indivíduos Não Aptos”, é feito o
cálculo do custo do projeto, com relação ao material necessário a sua execução, através da
Equação 4.1:
𝑛𝑝
𝐶 = ∑𝑖=1 𝐶𝑝𝑖 + ∑𝑛𝑙 𝑛𝑏
𝑖=1 𝐶𝑙𝑖 + ∑𝑖=1 𝐶𝑏𝑖 (4.1)
Onde:
C = Custo do projeto;
Cpi = Custo de cada poste;
np = Número de postes;
Cli = Custo de cada conjunto de luminária (luminária, lâmpada e dispositivos
auxiliares);
nl = Número de luminárias;
Cbi = Custo de cada braço;
nb = Número de braços.
Com o valor do custo do projeto é feito o cálculo da aptidão para cada indivíduo a
partir das equações 4.2 e 4.3:
𝐾
𝐴𝑝 = (4.2)
𝐶+𝐷.𝐾
Modelo proposto 45
__________________________________________________________________________________
Onde:
𝐾 = 60. 𝐶𝑣 (4.3)
Com:
Ap = Aptidão do indivíduo;
K = Constante de controle;
C = Custo do projeto;
D = Distância entre os critérios propostos pelo projeto e os da norma;
Cv = Comprimento da via.
“Indivíduos Aptos” junto com os indivíduos do grupo “Indivíduos Não Aptos” participarão do
grupo “Beta”.
O terceiro caso será usado quando a quantidade de indivíduos pertencentes ao grupo
“Indivíduos Aptos” por menor que a quantidade requerida para o grupo “Alfa”. Esses
indivíduos serão alocados diretamente no grupo “Alfa” e o restante no grupo “Beta”.
O número de indivíduos do grupo solução é definido pelo programador. A partir do
momento que o grupo se encontra completo, todos os novos indivíduos do grupo “Alfa” terão
que sofrer uma rotina de avaliação com base no custo final do projeto proposto por suas
características. Indivíduos com menores custos participarão do grupo solução “Indivíduos
Escolhidos”.
3.8 Seleção
Figura 21 - Probabilidade de cross-over e probabilidade de mutação versus execuções com Sucesso (%)
Para a análise dos resultados foram escolhidas três vias com distribuição de postes
diferentes, localizadas no estado de Sergipe (Brasil). Em todos os casos utilizou-se uma
população inicial de 100 indivíduos e um grupo solução com 30 indivíduos; as probabilidades
usadas para as variabilidades genéticas, cross-over e mutação, foram iguais a 50% e 1%,
respectivamente. Os critérios de parada utilizados foram o alcance de 500 gerações ou a
diferença entre a média dos custos e o menor custo do grupo “Indivíduos Escolhidos” ser
menor que o fator de tolerância, conforme descrito no capítulo 4.
A primeira via é localizada no município de Barra dos Coqueiros, no estado de
Sergipe, e possui distribuição de postes Unilateral. Essa via possui 7 m de largura, divididas
em duas faixas, acostamento de 2.5 m e postes com recuo de 1m. Para fim de diminuir o
tempo computacional foi considerado somente 500 m de comprimento da via. O tipo de via é
Coletora e com tráfico classificado como leve.
O relatório gerado pelo algoritmo apontou o critério de parada como sendo o alcance
da tolerância pela diferença entre a média dos custos e o menor custo do grupo solução depois
de 241 gerações. Além disso, o indivíduo escolhido aponta as seguintes características:
Altura do poste: 10 m;
Distância entre postes: 40 m;
Número de pétalas: Apenas uma;
Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
Tamanho do braço da luminária: 4 m
Ângulo do braço da luminária: 0º;
Arquivo IES: BETAN250.ies (Luminária escolhida, dentro das inseridas no banco
de dados, pelo modelo proposto. O nome do arquivo segue o estabelecido pelo
fabricante da luminária).
Implementação e Resultados de Aplicação 52
__________________________________________________________________________________
Pode-se observar na curva Isolux da região entre três postes da via, Figura 24, uma
iluminação maior na região próxima aos postes. Na região entre os postes o nível de
iluminação é diminui, especialmente, no lado oposto ao posicionamento dos postes com
Implementação e Resultados de Aplicação 53
__________________________________________________________________________________
relação à via. Porém, essa diminuição, conforme os dados apresentados acima, está dentro do
estabelecido na NBR 5101 (2012) e do que se espera de uma distribuição de postes do tipo
unilateral.
Figura 24 - Curva Isolux para o projeto com distribuição Unilateral dos postes
Figura 25 - Curva de convergência da média dos custos do projeto da Barra dos Coqueiros
O tempo total para que o programa exibisse todos os resultados foi de 22 minutos e
19 segundos. O número total de projetos analisados pelo programa foi de 5.364 de um total de
137.500 possíveis.
A segunda via é localizada no município de Nossa Senhora do Socorro, Rodovia SE-
090, e possui distribuição de postes Bilateral Oposta. A via possui 7 m de largura, divididas
em duas faixas, acostamento de 2,5 m e recuo dos postes de 1m. Da mesma forma que foi
feito no primeiro caso analisado, o comprimento da via considerado foi de 500 m. O tipo de
via é Coletora e com tráfico classificado como leve.
O critério de parada utilizado foi o de alcance da tolerância pela diferença entre a
média dos custos e o menor custo do grupo solução depois de 200 gerações. Além disso, o
indivíduo escolhido aponta as seguintes características:
Altura do poste: 15 m;
Distância entre postes: 50 m;
Número de pétalas: Apenas uma;
Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
Tamanho do braço da luminária: 3 m;
Ângulo do braço da luminária: 10º;
Arquivo IES: BETAN250.ies (Luminária escolhida, dentro das inseridas no banco
de dados, pelo modelo proposto. O nome do arquivo segue o estabelecido pelo
fabricante da luminária).
Pode-se observar na curva Isolux da região entre três postes da via, Figura 26, uma
iluminação maior na região central da via e próxima aos postes. Na região entre os postes o
nível de iluminação diminui. Porém, essa diminuição, conforme os dados apresentados acima,
está dentro do estabelecido na NBR 5101 (2012) e do que se espera de uma distribuição de
postes do tipo bilateral oposta. Com essa distribuição a uniformidade da iluminação é maior
quando comparada com a distribuição dos postes de forma unilateral. Isso pode ser visto tanto
nos valores de uniformidade encontrados como nas curvas isolux apresentadas.
Figura 26 - Curva Isolux para o projeto com distribuição Bilateral Oposta dos postes
Figura 27 - Curva de convergência da média dos custos do projeto de Nossa Senhora do Socorro
Altura do poste: 10 m;
Distância entre postes: 30 m;
Número de pétalas: Duas pétalas;
Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
Tamanho do braço da luminária: 2 m;
Ângulo do braço da luminária: 0º;
Arquivo IES: IP151150w.ies (Luminária escolhida, dentro das inseridas no banco
de dados, pelo modelo proposto. O nome do arquivo segue o estabelecido pelo
fabricante da luminária).
Implementação e Resultados de Aplicação 57
__________________________________________________________________________________
Pode-se observar na curva Isolux da região entre três postes da via, Figura 29, uma
iluminação maior na próxima aos postes. Na região entre os postes o nível de iluminação
diminui, especialmente, nas partes da via mais distantes dos postes. Porém, essa diminuição,
Implementação e Resultados de Aplicação 58
__________________________________________________________________________________
conforme os dados apresentados acima, está dentro do estabelecido na NBR 5101 (2012) e do
que se espera de uma distribuição de postes do tipo central.
Figura 29 - Curva Isolux para o projeto com distribuição Central dos postes
Altura do poste: 5 m;
Distância entre postes: 40 m;
Número de pétalas: 1;
Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
Tamanho do braço da luminária: 1 m;
Ângulo do braço da luminária: 0º;
Arquivo IES: OPTAL3.ies;
Norma: Não alcançada;
Emin: 0,08 lux;
Emed: 44,71 lux;
U: 0,0019; Valores da NBR 5101
Emed ≥ 10 lux;
Lmed: 0,99 cd/m²; U ≥ 0,2;
Lmed ≥ 0,75 cd/m²;
U0: 0,0019;
U0 ≥ 0,40;
UL: 0,0004; UL ≤ 0,60;
Custo: R$ 15.158,00.
custo menor do que o proposto pelo algoritmo. Mas, não cumpre as normas técnicas
brasileiras também.
Altura do poste: 13 m;
Distância entre postes: 40 m;
Número de pétalas: 4;
Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
Tamanho do braço da luminária: 0,5 m;
Ângulo do braço da luminária: 0º;
Arquivo IES: OPTAL3.ies;
Norma: Não alcançada;
Emin: 6,68 lux;
Valores da NBR 5101
Emed: 57,59 lux;
Emed ≥ 10 lux;
U: 0,11; U ≥ 0,2;
Lmed ≥ 0,75 cd/m²;
Lmed: 1,28 cd/m²; U0 ≥ 0,40;
U0: 0,11; UL ≤ 0,60;
UL: 0,0425;
Custo: R$ 32.916,00.
62
CONCLUSÕES
Rodovia 01: o número total de projetos analisados pelo programa foi de 5.364
em 22 minutos e 19 segundos;
Rodovia 02: o número total de projetos analisados pelo programa foi de 8.635
em 30 minutos e 10 segundos;
Rodovia 03: o número total de projetos analisados pelo programa foi de 13.292
em 55 minutos e 43 segundos;
Como propostas para trabalhos futuros pode-se citar a avaliação de outras técnicas de
otimização, a utilização de outros critérios para a otimização/classificação dos projetos do
grupo solução e que, além de ser considerado o custo de implantação do projeto, seja
considerado também o custo de utilização do mesmo.
64
REFERÊNCIAS
WRIGHT, A. H. et. al. Genetic algorithms for real parameter optimization. FOGA, pp. 205–
218, 1990.
67
IESNA:LM-63-1995
{Palavra-chave 1}
{Palavra-chave 2}
{Palavra-chave 3}
TILT=NONE
{Ângulos de inclinação}
{Fatores multiplicadores}
{Ângulos Verticais}
{Ângulos Horizontais}
IESNA:LM-63-2002
[MANUFAC] GE Lighting
[LUMCAT] 519814
[ISSUEDATE] 21-Jun-2012
[TEST] 9V564
TILT=NONE
ANEXO A – Descrição e exemplo de arquivo no padrão IES 69
___________________________________________________________________
1 1 400
77.5 80 82.5 85 87.5 90 92.5 95 97.5 100 102.5 105 110 115 120 125 130
135 140