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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

Rômulo Alves de Oliveira

Especificação e Implementação de um Algoritmo


Genético para Otimização de Projetos de Iluminação
Pública

Número de ordem PPgEEC: D134

Natal, Rio Grande do Norte

Janeiro/2015
ii

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa desde que citada a fonte.

UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede


Catalogação da Publicação na Fonte

Oliveira, Rômulo Alves de.

Especificação e implementação de um algoritmo genético para


otimização de projetos de iluminação pública / Rômulo Alves de Oliveira. –
Natal, RN, 2015.
73 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Manoel Firmino de Medeiros Junior.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.


Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica
e de Computação.

1. Iluminação pública – Tese. 2. Eficiência energética – Tese. 3.


Algoritmo genético – Tese. 4. Otimização de projetos elétricos – Tese. I.
Medeiros Junior, Manoel Firmino de. II. Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 621.31


iii

Rômulo Alves de Oliveira

Especificação e Implementação de um Algoritmo


Genético para Otimização de Projetos de Iluminação
Pública

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em


Engenharia Elétrica e de Computação da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como parte dos requisitos para a obtenção do grau
de Doutor em Ciências em Engenharia Elétrica (D.
Sc.).

Orientador: Prof. Dr. - Ing. Manoel Firmino de Medeiros Junior

Natal, Rio Grande do Norte

Janeiro/2015
iv

Nome: OLIVEIRA, Rômulo Alves de


Título: Especificação e Implementação de um Algoritmo Genético para Otimização de Projetos de Iluminação
Pública

Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em


Engenharia Elétrica e de Computação da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como parte dos requisitos para a obtenção do grau
de Doutor em Ciências em Engenharia Elétrica (D.
Sc.).

Aprovada em: 27 de Janeiro de 2015

Banca examinadora
v

Aos meus pais, Geraldo de Oliveira e Maria das


Dores, a minha esposa, Roseanne, e aos meus
filhos, Letícia, Rômulo Jr. e Vanessa.
vi

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, pela vida e pelas oportunidades.

Aos meus pais, Geraldo de Oliveira e Maria das Dores Alves de Oliveira, pelo incentivo e
pelos exemplos de vida.

Aos meus irmãos, Carlos Marximiliano Alves de Oliveira, Sérgio Alves de Oliveira, Arnaldo
Alves de Oliveira, Socorro Alves de Oliveira e Geraldo de Oliveira Júnior, pela companhia,
especialmente, no início da jornada.

A minha esposa Roseanne Santos de Carvalho, pela paciência, compreensão, companhia e


sugestões.

Aos meus filhos, Letícia Lima de Oliveira, Rômulo Alves de Oliveira Júnior e Vanessa
Carvalho de Oliveira, pela motivação.

Ao meu orientador, professor Manoel Firmino de Medeiros Júnior, pela disposição, empenho
e paciência.

Ao engenheiro Roberto Felipe Andrade Menezes pela contribuição ao trabalho.

Aos colegas do Instituto Federal de Sergipe, pelas palavras de incentivo.


vii

RESUMO

OLIVEIRA, R. A. Especificação e Implementação de um Algoritmo Genético para


Otimização de Projetos de Iluminação Pública. 2015. Tese (Doutorado) – Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e de Computação, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal.

A elaboração de projetos de Iluminação Pública no Brasil deve atender os padrões


estabelecidos nas normas brasileiras. Grande parte desses projetos é elaborada através da
utilização de “regras práticas” conhecidas e praticadas pelos projetistas da área. Em alguns
casos, também são utilizadas ferramentas computacionais oferecidas, em geral, pelos
principais fabricantes de lâmpadas/luminárias. Essas ferramentas têm servido apenas como
ferramentas de cálculo, apresentando algumas limitações, tais como: não estão aptas a
verificar o atendimento ou não dos parâmetros estabelecidos pelas normas brasileiras, grande
parte das luminárias oferecida em seu banco de dados não são comercializadas no Brasil, não
possuem nenhuma preocupação com relação à análise dos custos de implantação dos projetos
elaborados e, por fim, apresentam uma enorme dificuldade na realização de testes em um
volume grande de possíveis projetos. É objetivo desta tese, desenvolver uma metodologia e
uma ferramenta computacional para a elaboração de projetos de Iluminação Pública com base
nas técnicas de Algoritmo Genético que não só realize os cálculos desses projetos, mas que
também possa testar várias possíveis projetos utilizando em seu banco de dados luminárias
comercializadas no Brasil, oferecendo ao usuário, como solução, um conjunto de projetos que
atendam as normas brasileiras e classificados em função dos custos de implantação de cada
projeto. Para ajustar a metodologia proposta foram modificados os seguintes parâmetros de
desempenho do Algoritmo Genético: número de indivíduos da população inicial;
probabilidade de realização de cross-over e de mutação. Uma comparação dessa metodologia
com os projetos elaborados com a utilização das “regras práticas” é realizada para vários tipos
de vias existentes. Os resultados obtidos utilizando a metodologia proposta e a ferramenta
computacional desenvolvida mostram que a metodologia, incluindo os ajustes nos parâmetros
de desempenho, é capaz de atender ao objetivo do trabalho.

Palavras-chave: Eficiência Energética, Algoritmo Genético, Iluminação Pública, Otimização


de Projetos Elétricos.
viii

ABSTRACT

OLIVEIRA, R. A. Specification and Implementation of a Genetic Algorithm for


Optimization of Public Illumination Projects. 2015. Thesis (Doctorate) – Post-graduate
Program in Electrical Engineering and Computer, Federal University of Rio Grande do Norte,
Natal.

The development of public lighting projects in Brazil must meet the standards established in
Brazilian standards. Many of these projects is developed through the use of knowledge about
"practical rules" practiced by the designers of this area. In some cases are also used
computational tools offered, generally, by leading manufacturers of lamps/luminaires. These
tools have served only as calculation tools, with some limitations, such as: are not able to
verify compliance or not the parameters established by Brazilian standards, most of the
luminaires offered in your database are not sold in Brazil, not have no concern about the
analysis of the implementation costs of elaborate designs and, finally, present an enormous
difficulty in performing tests on a large volume of possible projects. It is the goal of this thesis
to develop a methodology and a computational tool for the development of public lighting
projects based on genetic algorithm techniques that not only perform the calculations of these
projects, but can also test several possible projects using in your database the luminaires
marketed in Brazil, providing the user, as a solution, a set of projects that meet the Brazilian
standards and classified according the implementation costs of each project. To adjust the
proposed algorithm the following performance parameters were modified: number of
individuals in the initial population; probability of achievement of the cross-over; probability
of achievement of the mutation. A comparison of this method with the projects developed
with the use of "practical rules" is performed for various types of existing roads. The results
obtained using the proposed methodology and the developed computational tool show that the
methodology, including the adjustments in performance parameters, is able to meet the
objectives of the work.

Keywords: Energy Efficiency, Genetic Algorithm, Public Illumination, Optimization of


Electrical Projects.
ix

Sumário

Introdução .......................................................................................................................... 01
Capítulo 1. Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP .................................................... 06
1.1. Fundamentação teórica ........................................................................................... 06
1.1.1. Fluxo luminoso ............................................................................................... 06
1.1.2. Eficiência luminosa ......................................................................................... 06
1.1.3. Intensidade luminosa ....................................................................................... 07
1.1.4. Iluminância ..................................................................................................... 08
1.1.5. Luminância ..................................................................................................... 10
1.2. Conceitos para Projetos de Iluminação Pública ....................................................... 10
1.2.1. Critérios para elaboração de um projeto de iluminação pública ....................... 11
1.2.2. Configuração para distribuição de postes......................................................... 11
1.2.3. Lâmpadas usadas na iluminação pública ......................................................... 13
1.1.1.1 Lâmpadas de vapor de mercúrio ............................................................. 14
1.1.1.2 Lâmpadas de multivapores metálicos ...................................................... 15
1.1.1.3 Lâmpadas de vapor de sódio ................................................................... 15
1.1.1.4 Outros tipos de lâmpada ......................................................................... 16
1.2.4. Classificação do volume do tráfego em vias públicas ...................................... 17
1.2.5. Classificação de vias públicas ......................................................................... 17
1.2.6. Classes de iluminação ..................................................................................... 20
1.3. Critérios de projeto segundo a NBR5101 (2012) .................................................... 21
1.3.1. Fator de uniformidade da iluminância ............................................................. 21
1.3.2. Fator de uniformidade da luminância (uniformidade global)............................ 22
1.3.3. Fator de uniformidade da luminância (uniformidade longitudinal)................... 22
1.3.4. Iluminância média mínima .............................................................................. 23
1.3.5. Malha de cálculo ............................................................................................. 23
1.3.6. Requisitos de iluminância, luminância e uniformidade.................................... 24
Capítulo 2. Teoria Básica de Algoritmos Genéticos.......................................................... 25
2.1. Otimização ............................................................................................................. 25
2.2. Histórico ................................................................................................................ 27
x

2.3. Princípios ............................................................................................................... 28


2.4. Passos de um algoritmo genético ............................................................................ 30
2.5. Codificação ............................................................................................................ 31
2.6. População ............................................................................................................... 33
2.7. Avaliação ............................................................................................................... 34
2.8. Mecanismos de seleção .......................................................................................... 34
2.9. Elitismo .................................................................................................................. 36
2.10. Operadores de variabilidade genética .................................................................... 36
2.10.1. Mutação ....................................................................................................... 36
2.10.2. Cross-over ................................................................................................... 37
2.11. Parâmetros genéticos ............................................................................................ 38
2.11.1. Tamanho da população .................................................................................. 38
2.11.2. Taxa de cross-over ........................................................................................ 38
2.11.3. Taxa de mutação ........................................................................................... 39
2.11.4. Critério de parada .......................................................................................... 39
Capítulo 3. Modelo Proposto ............................................................................................. 40
3.1. Metodologia ........................................................................................................... 41
3.2. Representação do Cromossomo .............................................................................. 41
3.3. População inicial .................................................................................................... 43
3.4. Avaliação da norma técnica .................................................................................... 43
3.5. Função objetivo ...................................................................................................... 44
3.6. Avaliação dos custos e da aptidão ........................................................................... 45
3.7. Critério de parada adotado ...................................................................................... 46
3.8. Seleção ................................................................................................................... 46
3.9. Aplicação dos operadores de variabilidade genética ................................................ 47
3.10. Avaliação dos resultados alcançados..................................................................... 47
3.11. Ajuste do modelo ................................................................................................. 48
Capítulo 4. Implementação e Resultados de Aplicações ................................................... 51
4.1. Aplicações práticas ................................................................................................. 51
4.2. Considerações sobre as instalações atuais ............................................................... 59
Conclusões .......................................................................................................................... 62
Referências ......................................................................................................................... 64
ANEXO A – Descrição e exemplo de arquivo no padrão IES .......................................... 67
xi

Lista de Figuras

Figura 1: Fluxo luminoso contendo um ângulo sólido .......................................................... 07


Figura 2: Exemplo de curva fotométrica ............................................................................... 08
Figura 3: Relação entre a fonte de iluminância o ponto de iluminação .................................. 09
Figura 4: Distribuição de postes unilateral............................................................................ 12
Figura 5: Distribuição de postes bilateral oposta................................................................... 12
Figura 6: Distribuição de postes bilateral alternada............................................................... 13
Figura 7: Distribuição de postes central ................................................................................ 13
Figura 8: Lâmpada de vapor de mercúrio ............................................................................. 14
Figura 9: Lâmpada de multivapores metálicos ...................................................................... 15
Figura 10: Lâmpada de vapor de sódio ................................................................................. 16
Figura 11: Tipos de vias ....................................................................................................... 18
Figura 12: Malha de cálculo ................................................................................................. 23
Figura 13: Exemplo de processo de início do AG ................................................................. 30
Figura 14: Fluxograma do AG.............................................................................................. 32
Figura 15: Exemplo de indivíduo ......................................................................................... 33
Figura 16: Exemplo do método da roleta .............................................................................. 36
Figura 17: Exemplo de mutação ........................................................................................... 37
Figura 18: Exemplo de cross-over ........................................................................................ 38
Figura 19: Fluxograma do modelo proposto ......................................................................... 40
Figura 20: Estrutura do indivíduo (ou projeto) codificado .................................................... 41
Figura 21: Probabilidade de cross-over e probabilidade de mutação versus execuções
com Sucesso (%) ............................................................................................... 49
Figura 22: a) Probabilidade de realização da mutação versus execuções de sucesso [% ];
b) Probabilidade de realização do cross-over versus execuções de sucesso [% ];
c) Tamanho da população inicial versus execuções de sucesso [% ] ................... 50
Figura 23: Curva polar da intensidade da luminária BETAN250 .......................................... 52
Figura 24: Curva isolux para o projeto com distribuição unilateral dos postes ...................... 53
Figura 25: Curva de convergência da média dos custos do projeto da Barra dos
Coqueiros .......................................................................................................... 53
xii

Figura 26: Curva isolux para o projeto com distribuição bilateral oposta dos postes ............. 55
Figura 27: Curva de convergência da média dos custos do projeto de Nossa
Senhora do Socorro ....................................................................................... 56
Figura 28: Curva polar da intensidade da luminária IP151 150W ......................................... 57
Figura 29: Curva isolux para o projeto com distribuição central dos postes .......................... 58
Figura 30: Curva de convergência da média dos custos do projeto da BR-235 ...................... 58
xiii

Lista de Tabelas

Tabela 1: Volume de tráfego motorizado .............................................................................. 17


Tabela 2: Requisitos de iluminância, luminância e uniformidade .......................................... 24
Tabela 3: Tipos de representação de cromossomos ............................................................... 32
Tabela 4: Exemplo de cálculo da aptidão.............................................................................. 35
Tabela 5: Restrições das características dos indivíduos......................................................... 43
xiv

Lista de Abreviaturas e Símbolos

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AG Algoritmos Genéticos
IP Iluminação Pública
LED Diodo Emissor de Luz
NBR Norma Brasileira
ɸ Fluxo luminoso
η Eficiência luminosa
P Potência consumida
I Intensidade luminosa
ω Ângulo sólido
E Iluminância
A Área
θ Ângulo formado entre a linha que liga a fonte de iluminação e o
ponto de iluminação, e a normal do plano analisado
Iθ Intensidade luminosa inserida sobre o plano através de um
ângulo θ;
d Distância entre a fonte de iluminação e o ponto de iluminação.
L Luminância
ρ Refletância da superfície que está sendo iluminada
U Fator de uniformidade da iluminância
Emin Iluminância mínima
Emed Iluminância média
Uo Fator de uniformidade da luminância (uniformidade global)
Lmin Luminância mínima
Lmed Luminância média
UL Fator de uniformidade da luminância (uniformidade
longitudinal)
S Espaçamento entre postes
Sgl Espaçamento longitudinal
xv

fr Largura da faixa de rolamento


Sgt Espaçamento transversal
n Número de indivíduos
m Tamanho de cada indivíduo
Pi Probabilidade do indivíduo i
fi Fitness ou aptidão do indivíduo i
X1 Altura do poste
X2 Distância entre os postes
X3 Número de pétalas da luminária
X4 Orientação das pétalas
X5 Tamanho do braço da luminária
X6 Ângulo do braço da luminária
X7 Índice do arquivo IES
nº Quantidade de arquivos IES no banco de dados
C Custo do projeto
Cpi Custo de cada poste
np Número de postes
Cli Custo de cada conjunto de luminária (luminária, lâmpada e
dispositivos auxiliares)
nl Número de luminárias
Cbi Custo de cada braço
nb Número de braços
Ap Aptidão do indivíduo
K Constante de controle
D Distância entre os critérios propostos pelo projeto e os da norma
Cv Comprimento da via
Introdução

A sociedade atual apresenta uma extrema dependência com relação à utilização da


energia elétrica. Grande parte das atividades desenvolvidas pelo homem, seja no trabalho ou
no lazer, necessita da utilização da energia elétrica, essa forma de dependência traz algumas
questões, seja de ordem ambiental, social e até mesmo de segurança.
No caso particular da Iluminação Pública (IP) as questões citadas acima também são
vistas com preocupação. É indiscutível que a Iluminação Pública em uma região contribui
para a segurança policial e a prevenção de acidentes no tráfego de veículos e pedestres, além
de melhorar aspectos sociais. Com relação às questões ambientais, a IP traz impactos, seja na
sua execução ou durante a sua utilização, através dos seus resíduos e da poluição lumínica,
pois passa a ser aplicado na região um nível de iluminação, de forma artificial, antes não
existente.
As primeiras aplicações da Iluminação Pública na Europa tinham como objetivo a
redução da taxa de criminalidade. Sua introdução foi considerada como um grande entrave
para o crime em toda a Europa, onde, de acordo com HARGROVES (1983), há registros de
excelente iluminação no final do século XVII.
Segundo Silva (2006), a iluminação pública inicialmente era realizada através de
lampiões a combustível e teve um primeiro grande impulso com a invenção das lâmpadas
incandescentes e, posteriormente, com a utilização das lâmpadas de descarga, mais
precisamente as lâmpadas de sódio de alta pressão. Essas lâmpadas, desenvolvidas
experimentalmente em 1959, dá uma luz amarelo-dourado. “Em 1967, as principais rotas de
tráfego de Londres foram iluminadas usando lanternas de sódio de alta pressão” (LACERDA
& CARVALHO, 1981).
O primeiro serviço municipal de Iluminação Pública no Brasil foi estruturado,
segundo Silva (2006), em Porto Alegre no ano de 1887. Porém, foi na cidade do Rio de
Janeiro que, inicialmente, os grandes avanços tecnológicos foram observados.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT apresenta, atualmente, algumas
normas que devem ser observadas, de forma direta ou indireta, na elaboração dos projetos de
iluminação pública, são elas:
Introdução 2
__________________________________________________________________________________

NBR 5101 - Iluminação Pública - Procedimento;


NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão;
NBR IEC 60598 - Luminárias para Iluminação Pública - Requisitos
Particulares;
NBR IEC 662 - Lâmpadas Vapor de Sódio Alta Pressão;
NBR IEC 188 - Lâmpadas Vapor de Mercúrio Alta Pressão;
NBR IEC 1167 - Lâmpadas Multi Vapor Metálico;
NBR 13593 - Reatores e Ignitores para Lâmpadas de Vapor de Sódio Alta
Pressão;
NBR 5125 - Reatores para Lâmpadas de Mercúrio.

Destaca-se, entre as normas citadas, a NBR 5101 - Iluminação Pública -


Procedimento, atualizada no ano de 2012. É nessa norma que a ABNT estabelece os níveis
mínimos de Iluminância e Luminância e suas uniformidades que devem ser atendidos pelos
projetos de IP no Brasil. Esses níveis são estabelecidos de acordo com as características de
construção e de utilização das vias e obtidos através do dimensionamento/escolha corretos de
lâmpadas, luminárias, altura e posicionamento dos postes para distribuição da iluminação e
dos cálculos necessários para otimização do projeto.
Os projetos de Iluminação Pública, antes do desenvolvimento computacional, eram
elaborados com base na curva de intensidade luminosa fornecida pelos fabricantes para o
conjunto lâmpada/luminária utilizada. Essas curvas apresentam os valores da intensidade
luminosa emitido pelo conjunto nas diversas direções e são obtidas com a utilização de um
goniofotômetro durante a realização de ensaios experimentais.
Com o crescimento da informática, as informações da intensidade luminosa emitida
pela fonte de luz passaram a ser apresentada pelos fabricantes da área em meio digital, através
de arquivos. A formatação desses arquivos eletrônicos seguem alguns padrões pelo mundo,
destacando-se o Eulumdat (padrão de formato de dados utilizado na Europa) e o IES da
Illuminating Engineering Society, utilizado mundialmente.
Com os dados da intensidade luminosa nas diversas direções na forma de arquivo
digital permitiu o desenvolvimento de softwares para o cálculo dos projetos de Iluminação
Pública. Essas ferramentas computacionais são encontradas no mercado de forma gratuita,
neste caso, em geral, fornecida por fabricantes de lâmpadas/luminárias (Relux, Radiance e
Dialux), ou comerciais (AGI32, Rayfront). O Dialux é, entre os softwares citados, o que
merece destaque, pelo fato de ser o mais utilizado pelos engenheiros da área aqui no Brasil,
Introdução 3
__________________________________________________________________________________

por possuir um bom ambiente CAD e um grande banco de dados de luminárias. O Dialux é
um software europeu mantido por alguns fabricantes de lâmpadas/luminárias e utiliza o
padrão IES para os arquivos com os dados da Intensidade Luminosa.
Apesar da evolução na forma de se elaborar os projetos de IP no Brasil, os técnicos
ainda enfrentam algumas dificuldades, tais como:

Os softwares existentes no mercado não seguem a matriz de pontos


apresentada na Norma Brasileira (NBR) – 5101 (2012) para os locais onde
devem ser calculadas as iluminâncias e as luminâncias (mesmo com os
ajustes permitidos), dificultando o teste do projeto no sentido de verificar se
atende à normatização brasileira;
Dificuldade de encontrar no mercado brasileiro as luminárias que são
oferecidas nos bancos de dados dos softwares. Levando o projetista a escolher
luminárias por semelhança, o que compromete a entrada de dados;
Incompatibilidade de utilizar luminárias de um fabricante em um software
desenvolvido por outro fabricante. Muito comum entre os softwares que são
oferecidos pelos próprios fabricantes de lâmpadas/luminárias;
Tempo elevado para testar vários possíveis projetos, necessitando que o
projetista, para abreviar um pouco mais esse tempo, possua muita experiência
no desenvolvimento de projetos de IP;
Falta de interesse dos fabricantes em desenvolver softwares que sejam
capazes de analisar/comparar os custos dos projetos.

Portanto, o presente trabalho visa eliminar as dificuldades observadas acima quando


da elaboração dos projetos de IP, ou seja, desenvolver uma metodologia que inclua a
utilização de um banco de dados fotométricos de luminárias comercializadas no Brasil,
independente de fabricante, que possa calcular as iluminâncias, luminâncias e as
uniformidades nos pontos estabelecidos pela norma brasileira e ao mesmo tempo apresente
como saída, a partir das características físicas e de utilização das vias, vários projetos, todos
eles de acordo com os critérios estabelecidos na NBR 5101 (2012) e, por fim, otimize a
apresentação desses projetos, ordenando do menor para o maior custo de implantação.
Para a construção desse modelo são utilizadas as técnicas de Algoritmo Genético
(AG). Os Algoritmos Genéticos são técnicas de inteligência computacional inspiradas na
natureza e é importante para obter bons resultados em problemas encontrados na engenharia.
Introdução 4
__________________________________________________________________________________

Como afirmou Fogel (2006), os Algoritmos Genéticos são métodos robustos utilizados
principalmente para resolver problemas de otimização numérica de funções e de entre outras
áreas de aplicação. Segundo Goldberg & Holland (1988), as técnicas de AG utilizam um
mecanismo para busca adaptativa baseado no princípio darwiniano de reprodução e
sobrevivência dos indivíduos mais aptos.
Além da metodologia proposta, foi desenvolvido, com base nesse modelo, um
aplicativo computacional utilizando o Matlab. Nesse aplicativo o usuário/projetista entra com
as seguintes informações:

Comprimento da via;
Largura da faixa de rolamento;
Quantidade de faixas de rolamento;
Largura do acostamento;
Largura do canteiro central (caso existir);
Recuo do poste;
Configuração da via (Unilateral, Bilateral Oposta, Central);
Tipo de via (trânsito local rápida, arterial, coletora, locais, rodovias, estradas);
Classificação de tráfego, de acordo com a norma (leve, médio, pesado).

Como saída do aplicativo, é apresentado ao usuário/projetista um grupo de 30


projetos de IP, todos atendendo aos critérios técnicos da NBR 5101 (2012), e ordenados do
menor para o maior custo. Os projetos apresentados possuem os seguintes dados:

Altura do poste;
Distância entre postes;
Número de pétalas;
Orientação da pétala;
Tamanho do braço da luminária;
Ângulo do braço da luminária;
Arquivo IES, indicando o tipo de luminária e as características da lâmpada
utilizada no projeto.

O restante do presente texto é organizado da seguinte maneira: o Capítulo 1 enuncia


os aspectos teóricos básicos da luminotécnica e dos projetos de IP, descrevendo sobre os
Introdução 5
__________________________________________________________________________________

principais fatores considerados para os projetos de iluminação pública e os critérios adotados


pela NBR5101 (2012); o Capítulo 2 mostra a teoria básica dos Algoritmos Genéticos; o
Capítulo 3 apresenta o modelo proposto pelo estudo; o Capítulo 4 traz a implementação do
modelo proposto, os resultados encontrados e considerações sobre as instalações de IP
atualmente no Brasil. Por fim, são apresentadas as conclusões, propostas de trabalhos futuros
e as referências utilizadas ao longo do estudo.
Capitulo 1. Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP

Este capítulo apresenta a fundamentação teórica sobre os fatores da luminotécnica


que influenciam nos projetos de iluminação pública com os detalhes de alguns critérios da
NBR5101 (2012) que foram levados em consideração para realização do trabalho.

1.1 Fundamentação teórica

A iluminação é um elemento importante e indispensável para a vida dos seres


humanos. Ao longo dos anos, têm sido criadas novas tecnologias que envolvem sistemas de
iluminação, tendo hoje em dia, diversos tipos de equipamento disponíveis para diversas
aplicações.
O desenvolvimento dessas novas tecnologias apresenta, em particular, uma
preocupação com a escassez de energia e a busca por alternativas mais econômicas para
muitas aplicações que envolvem o tema da iluminação, entre elas a iluminação pública. A
qualidade dos projetos e dos equipamentos de iluminação é algo decisivo no que diz respeito
ao desempenho das diversas atividades. Em um projeto, conhecer as características da
iluminação, as alternativas disponíveis e saber controlar a qualidade e quantidade são
ferramentas de extrema importância quando se quer obter a otimização da instalação.

1.1.2 Fluxo luminoso

O conceito de fluxo luminoso (ɸ) é de grande importância para os estudos de


iluminação. A medida mais fundamental da radiação eletromagnética emitida por uma fonte é
o seu fluxo radiante. Boyce (2008) afirmou que a energia resultante emitida, sob a forma de
luz, em todas as direções desse fluxo radiante é denominado de fluxo luminoso e tem o lúmen
(lm) como unidade.

1.1.3 Eficiência luminosa

A eficiência luminosa (η) de uma fonte luminosa é o quociente entre o fluxo


luminoso emitido (Φ) e a potência consumida (P), como mostrado na Equação 2.1.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 7
__________________________________________________________________________________

ɸ
η= (2.1)
𝑃

A eficiência luminosa é a quantidade de luz que uma fonte luminosa pode produzir a
partir da potência elétrica de 1 W. Quanto maior o valor da eficiência luminosa de uma
determinada lâmpada, maior será a quantidade de luz produzida com o mesmo consumo.

1.1.4 Intensidade luminosa

A intensidade luminosa (I) é a concentração de luz emitida em uma direção,


pressupondo que a fonte de luz seja puntiforme, como mostra a Figura 1.

Figura 1 - Fluxo luminoso contendo um ângulo sólido

Fonte: Simons & Bean, 2008

Ela pode ser medida pela razão entre o fluxo luminoso emitido e o ângulo sólido ( ω)
onde está contido, como mostra a Equação 2.2. A unidade de medida da intensidade luminosa
é a candela (cd).

ɸ
I= (2.2)
𝜔

O ângulo sólido pode ser descrito como aquele que, visto do centro de uma esfera,
percorre uma dada área sobre a superfície dessa esfera.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 8
__________________________________________________________________________________

A partir dos valores da intensidade luminosa nas diversas direções é construída a


curva fotométrica de uma luminária, semelhante à mostrada na Figura 2.

Figura 2 - Exemplo de curva fotométrica

Fonte: Simons & Bean, 2008

Atualmente os dados fotométricos do conjunto lâmpada/luminária são fornecidos pelos


fabricantes na forma de arquivo digital. Esses arquivos trazem essas informações seguindo um
determinado padrão. Destacam-se dois padrões: EULUMDAT que é um padrão utilizado
pelos fabricantes europeus e o IES da Illuminating Engineering Society. Como mesmo na
Europa o padrão IES também é utilizado, pode-se então considerar como sendo um padrão
utilizado mundialmente. No ANEXO A é apresentado um resumo do significado de cada
ponto do padrão IES bem como um exemplo dos dados de um conjunto lâmpada/luminária
seguindo o padrão IES.

1.1.5 Iluminância

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) caracteriza a iluminância (E)


como sendo o limite da razão entre o fluxo luminoso (Φ) incidente num elemento de
superfície que contém o ponto dado, para a área deste elemento quando esta área (A) tende
para zero. Ou seja, é a componente perpendicular do fluxo luminoso que incide em uma
superfície por unidade de área. Segundo Boyce (2008), a iluminância pode ser calculada com
a utilização da Equação 2.3.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 9
__________________________________________________________________________________

∆ɸ
E = lim∆A→0 (2.3)
∆𝐴

Para a iluminância a unidade de medida é o lux (lx) ou lm/m2.


A iluminância é utilizada no estudo da distribuição luminosa sobre superfícies,
quantificando a incidência de luz. A NBR 5101 (2012) fixa os valores médios mínimos e de
uniformidade da iluminância além de descrever um método para a verificação de iluminâncias
que emprega uma malha de cálculo com pontos de medição uniformemente distribuídos sobre
a pista que está sendo analisada.
De acordo com Simons & Bean (2008), a iluminância para um ponto é descrita pela
Equação 2.4.

𝐼𝜃.𝐶𝑜𝑠𝜃
E= (2.4)
𝑑2

Onde:
θ = Ângulo formado entre a linha que liga a fonte de iluminação e o ponto de
iluminação, e a normal do plano analisado;
Iθ = Intensidade luminosa inserida sobre o plano através de um ângulo θ;
d = Distância entre a fonte de iluminação e o ponto de iluminação.

A relação entre a fonte de iluminância o ponto de iluminação pode ser vista na Figura
3.

Figura 3 - Relação entre a fonte de iluminância e o ponto de iluminação

Fonte: Simons & Bean, 2008


Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 10
__________________________________________________________________________________

1.1.6 Luminância

A luminância (L) é uma medida da densidade da intensidade de luz refletida numa


dada direção pela superfície analisada, sendo dependente das características da mesma. Esta
medida pode ser traduzida como a sensação de claridade que uma determinada superfície
iluminada transmite. A unidade é a candela por metro quadrado (cd/m²).
Existe uma relação entre a iluminância e a luminância, considerando a refletância da
superfície que está sendo iluminada (ρ). Boyce (2008) afirma que a luminância deve ser
calculada como mostrado na Equação 2.5.

𝜌𝐸
L= (2.5)
𝜋

Utilizando-se esta expressão é possível determinar a luminância de um ponto através


da medição de sua iluminância.
De acordo com o nível de luminância do ambiente têm-se os diferentes regimes de
operação do sistema visual. Portanto, pode-se dizer que esta é uma grandeza de extrema
importância, sobretudo para avaliação e projeto de sistemas de iluminação pública, onde o
regime de operação do sistema visual é normalmente o mesópico, ou seja, a sensibilidade
espectral do sistema visual humano não é constante, mas muda conforme o nível de
luminosidade. No entanto, apenas a versão da NBR 5101 (2012) traz a fixação dos níveis de
luminância adequados para os diferentes tipos de via.
O principal critério requerido pela norma para aplicações rodoviárias de iluminação é
a luminância da superfície da estrada. O bom conhecimento das características da reflexão da
luz pavimentos rodoviários é, portanto, de grande importância para alcançar uma boa
iluminação.

1.2 Conceitos para Projetos de Iluminação Pública

Alguns conceitos iniciais são necessários para a elaboração dos projetos de IP, tais
como: Os critérios ou as variáveis de projeto de IP, as possibilidades para a distribuição dos
postes, os tipos de lâmpadas utilizadas e uma análise das características construtivas e de
utilização da via onde o projeto esta sendo desenvolvido.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 11
__________________________________________________________________________________

1.2.1 Critérios para elaboração de um projeto de iluminação pública

A IP tem como principal objetivo proporcionar visibilidade para a segurança do


tráfego de veículos e pedestres, de forma rápida, precisa e confortável. Os projetos de IP
devem atender aos requisitos específicos do usuário, prevendo benefícios econômicos e
sociais para os cidadãos:

 Redução de acidentes noturnos;


 Melhoria das condições de vida, principalmente nas comunidades carentes;
 Auxílio à proteção policial, com ênfase na segurança dos indivíduos e propriedades;
 Facilidade do fluxo de tráfego;
 Destaque a edifícios e obras públicas durante a noite;
 Eficiência energética.

Deve ser priorizado o projeto mais eficiente que consiga adequar à iluminação de
forma segura para a visibilidade dos motoristas e com o menor custo. Os seguintes critérios
devem ser observados:

 Altura da montagem da luminária;


 Distância entre pontos luminosos;
 Quantidade de luminárias por postes;
 Orientação das luminárias nos postes;
 Estrutura de iluminação:
 Tamanho do braço da luminária;
 Ângulo do braço da luminária.
 Distribuição de luz na via realizada pela luminária;

1.2.2 Configuração para distribuição de postes

Na literatura, quatro configurações são mais utilizadas para o cálculo luminotécnico


em projetos de vias públicas. A primeira configuração, descrita na Figura 4, é a Unilateral,
onde há postes somente de um lado da via.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 12
__________________________________________________________________________________

Figura 4 - Distribuição de postes unilateral

Fonte: Oliveira et al., 2014

A segunda configuração, descrita na Figura 5, é a Bilateral Oposta, com uma


distribuição de postes frente a frente dos dois lados da via.

Figura 5 - Distribuição de postes bilateral oposta

Fonte: Oliveira et al., 2014

A terceira configuração, descrita na Figura 6, é a Bilateral Alternada. Ela possui


postes dispostos alternadamente dos dois lados da via.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 13
__________________________________________________________________________________

Figura 6 - Distribuição de postes bilateral alternada

Fonte: Oliveira et al., 2014

A quarta configuração, descrita na Figura 7, é a Central, onde há a necessidade de


um canteiro central para a instalação dos postes entre as vias.

Figura 7 - Distribuição de postes central

Fonte: Oliveira et al., 2014

Nesse trabalho foram utilizadas as configurações mais usuais do ponto de vista


prático: Unilateral, Bilateral Oposta e Central.

1.2.3 Lâmpadas e luminárias usadas na iluminação pública

Nos projetos de IP, a escolha das lâmpadas e das luminárias a serem utilizadas deve
ser feita em função de critérios luminotécnicos e econômicos, proporcionando uma
iluminação de qualidade, adequada aos requisitos de um local específico. É necessário que o
conjunto luminária/lâmpada possua especificações que cumpram as normas vigentes.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 14
__________________________________________________________________________________

Hoje em dia existe uma infinidade de modelos de lâmpadas, sendo destaques as que
possuem maior eficiência energética, considerando o consumo, rendimento e durabilidade.
Além das lâmpadas, as luminárias estão surgindo com novas tecnologias em relação à
otimização dos refletores que potencializam o rendimento, aumentando o coeficiente de
reflexão da luminária.
Além do crescimento na utilização das luminárias com Diodo Emissor de Luz
(LED), pode-se destacar, quando se fala em IP, as lâmpadas de vapor de mercúrio,
multivapores metálicos e vapor de sódio. Nessas lâmpadas, o fluxo luminoso é produzido pela
passagem de corrente elétrica através de uma mistura gasosa composta de gases inertes e
vapores metálicos. Esta mistura de gases encontra-se confinada no tubo de descarga, contendo
em suas extremidades os eletrodos, que são responsáveis pela interface entre a descarga e o
circuito elétrico de alimentação. Esse método de iluminação é mais eficiente do que o método
de iluminação através da incandescência, pois na descarga podem-se atingir maiores
temperaturas, o que resulta em menor perda de energia através de radiação infravermelha.

1.2.3.1 Lâmpadas de vapor de mercúrio

Grande parte das lâmpadas de mercúrio utilizadas atualmente é de alta pressão. A


lâmpada a vapor de mercúrio é composta por um tubo de ignição que contém, além do
mercúrio em estado líquido, um gás inerte, o argônio. Segundo Guerrini (2007), entre o tubo
de descarga e o bulbo externo existe nitrogênio com o objetivo de facilitar a convecção do
calor. A Figura 8 exibe uma lâmpada de vapor de mercúrio.

Figura 8 - Lâmpada de vapor de mercúrio

Fonte: Silva, 2004


Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 15
__________________________________________________________________________________

Barbosa et. al. (1998), afirma que a luz branca azulada emitida só é obtida com o
aquecimento do meio interno e o crescimento da pressão dos vapores, momento no qual o
fluxo luminoso produzido aumenta.

1.2.3.2 Lâmpadas de multivapores metálicos

A lâmpada de multivapores metálicos é uma lâmpada de vapor de mercúrio


aperfeiçoada. Além do mercúrio, contém iodetos metálicos que alteram o espectro das
irradiações, obtendo-se um rendimento luminoso muito maior e uma luz de qualidade muito
superior, devido à melhor reprodução de cores. De acordo com Coaton & Marsden (1997), as
lâmpadas multivapores possui longa durabilidade, baixa carga térmica e uma luz muito branca
e brilhante.
A descarga elétrica da lâmpada, normalmente, se processa em um tubo de quartzo. A
Figura 9 exibe uma lâmpada de multivapoes metálicos.

Figura 9 - Lâmpada de multivapores metálicos

Fonte: Silva, 2004

1.2.3.3 Lâmpadas de vapor de sódio

As lâmpadas de vapor de sódio são de descarga e podem ser a alta pressão. Para
produzir luz, a corrente é lançada num tubo de descarga que, diferente das lâmpadas de
mercúrio, é de cerâmica, pois em seu interior há sódio no lugar do mercúrio e, sendo o sódio
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 16
__________________________________________________________________________________

muito corrosivo, o quartzo não aguentaria. A luz emitida é extremamente forte e de cor
amarela monocromática, fazendo com que distorça totalmente as cores, ou seja, tem um
péssimo índice de reprodução de cores. Silva (2004) afirma que, apesar das lâmpadas vapor
de sódio distorcer as cores, elas emitem um fluxo luminoso de alta intensidade e com
excelente economia de energia. A Figura 10 ilustra uma lâmpada de vapor de sódio.

Figura 10 - Lâmpada de vapor de sódio

Fonte: Silva, 2004

Suas características de alta eficácia e longa vida útil garantem ótima aceitação
comercial, sendo amplamente utilizadas em aplicações de iluminação exterior em que a
definição das cores não é um fator primordial.

1.2.3.4 Outros tipos de lâmpada

As luminárias com Diodo Emissor de Luz (LED) começaram a ser utilizadas em


maior escala nos últimos anos, apresentando uma série de vantagens, tais como: alto
rendimento, diminuição no consumo, possibilidade maior de direcionar o feixe de luz e maior
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 17
__________________________________________________________________________________

durabilidade. Como o desenvolvimento da tecnologia, e provável que no futuro o LED


predomine na IP.

1.2.4 Classificação do volume do tráfego em vias públicas

O volume de tráfego é definido como sendo o número máximo de veículos ou de


pedestres que passam numa dada via, durante o período de 1 h no intervalo compreendido
entre 18 h e 21 h. A classificação é feita a partir da Tabela 1.

Tabela 1 - Volume do tráfego motorizado

Classificação Volume de tráfego (número de


veículos)
Leve 150 a 500
Médio 501 a 1200
Intenso Acima de 1200

Fonte: ABNT, 2012

1.2.5 Classificação de Vias Públicas

A classificação das vias públicas para tráfego de veículos pode ser dividida em
classes, segundo a NBR 5101 (2012). Essa divisão pode ser vista na Tabela 2.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 18
__________________________________________________________________________________

Figura 11 - Tipos de vias

Fonte: ABNT, 2012


Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 19
__________________________________________________________________________________

a) Classe A (Vias Rurais)


Vias mais conhecidas como estradas de rodagem e que nem sempre apresentam,
exclusivamente, tráfego motorizado.

Classe A1 (Vias Arteriais): Vias exclusivas para tráfego motorizado, que se


caracterizam por grande volume e pouco acesso de tráfego, várias pistas, cruzamentos em dois
planos, escoamento contínuo, elevada velocidade de operação e estacionamento proibido na
pista. Geralmente, não existe o ofuscamento pelo tráfego oposto nem construções ao longo da
via. O sistema arterial serve mais especificamente a grandes geradores de tráfego e viagens de
longas distâncias, mas, ocasionalmente, pode servir tráfego local.

Classe A2 (Vias Coletoras): Vias exclusivamente para tráfego motorizado, que se


caracterizam por um volume de tráfego inferior e por um acesso de tráfego superior àqueles
das vias arteriais.

Classe A3 (Vias Locais): Vias que permitem acesso às propriedades rurais, com
grande acesso e pequeno volume de tráfego.

b) Classe B (Vias de Ligação)


Ligações de centros urbanos e suburbanos, porém não pertencentes à classe das vias
rurais. Geralmente, só têm importância para tráfego local.

c) Classe C (Vias Urbanas)


Aquelas caracterizadas pela existência de construções às suas margens, presença de
tráfego motorizado e de pedestres em maior ou menor escala.

Classe C1 (Vias Principais): Avenidas e ruas asfaltadas ou calçadas, onde há


predominância de construções comerciais, assim como trânsito de pedestres e de veículos.

Classe C2 (Vias Normais): Avenidas e ruas asfaltadas ou calçadas onde há


predominância de construções residenciais, trânsito de veículos (não tão intenso) e trânsito de
pedestres.
Classe C3 (Vias Secundárias): Avenidas e ruas com ou sem calçamento, onde há
construções, e o trânsito de veículos e pedestres não é intenso.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 20
__________________________________________________________________________________

Classe C4 (Vias Irregulares): Passagens criadas pelos moradores, de largura, piso,


declive e arruamento variáveis, que dão acesso a pedestres e, em raros casos, a veículos, com
traçado irregular, na maioria dos casos, determinado pelos usuários do local ou pelas próprias
construções.

d) Classe D (Vias Especiais)


Acesso e/ou vias exclusivas de pedestres e jardins, praças, calçadões, etc.

1.2.6 Classes de iluminação

A NBR 5101 (2012) define a classe de iluminação para alguns tipos de vias para
tráfego de veículos.
Vias de trânsito rápido; vias de alta velocidade de tráfego, com separação de pistas,
sem cruzamento em nível e com controle de acesso; vias de trânsito rápido em geral; auto-
estradas:

 Volume de tráfego intenso: V1;


 Volume de tráfego médio: V2.

Vias arteriais; vias de alta velocidade de tráfego com separação de pistas; vias de
mão dupla, com cruzamentos e travessias de pedestres eventuais em pontos bem definidos;
vias rurais de mão dupla com separação por canteiro ou obstáculo:

 Volume de tráfego intenso: V1;


 Volume de tráfego médio: V2.

Vias coletoras; vias de tráfego importante; vias radiais urbanas de interligação entre
bairros, com tráfego de pedestres elevado:

 Volume de tráfego intenso: V2;


 Volume de tráfego médio: V3;
 Volume de tráfego leve: V4.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 21
__________________________________________________________________________________

Vias locais; vias de conexão menos importante; vias de acesso residencial:

 Volume de tráfego médio: V4;


 Volume de tráfego leve: V5.

1.3 Critérios de projeto segundo a NBR5101 (2012)

Com o objetivo de assegurar níveis seguros de iluminação em vias públicas, a NBR


5101 (2012) define alguns critérios mínimos que devem ser seguidos para adequar o projeto
de IP dentro da norma brasileira.

1.3.1 Fator de uniformidade da iluminância

É a razão entre a iluminância mínima (Emin) e a iluminância média (Emed) sobre a via,
como descrito na Equação 2.6.

𝐸𝑚𝑖𝑛
U= (2.6)
𝐸𝑚𝑒𝑑

As iluminâncias são calculadas ponto a ponto dentro da malha de cálculo


estabelecida na NBR 5101 (2012) e apresentada na Figura 12. A iluminância mínima é o
menor valor das leituras realizadas. A iluminância média é o valor obtido pelo cálculo da
média aritmética das leituras realizadas, em plano horizontal sobre a via. A Equação 2.7 é
usada para o cálculo da iluminância média.

∑𝑁
𝑖=1 𝐸𝑖
𝐸𝑚𝑒𝑑 = (2.7)
𝑁
Onde:
i = Ponto da malha de cálculo;
N = Número de pontos da malha de cálculo;
E = Iluminância.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 22
__________________________________________________________________________________

1.3.2 Fator de uniformidade da luminância (uniformidade global)

É a razão entre a luminância mínima (Lmin) e a luminância média (Lmed) sobre a via.
A Equação 2.8 descreve o fator de uniformidade da luminância.

𝐿𝑚𝑖𝑛
𝑈0 = (2.8)
𝐿𝑚𝑒𝑑

O cálculo das luminâncias é feito ponto a ponto dentro da malha de cálculo


estabelecida na NBR 5101 (2012) e apresentada na Figura 12. A luminância média é o valor
obtido pelo cálculo da média aritmética das leituras realizadas, em plano horizontal sobre a
via. A Equação 2.9 mostra como é realizado o cálculo da luminância média.

∑𝑁
𝑖=1 𝐿𝑖
𝐿𝑚𝑒𝑑 = (2.9)
𝑁
Onde:
i = Ponto da malha de cálculo;
N = Número de pontos da malha de cálculo;
L = Luminância.

1.3.3 Fator de uniformidade da luminância (uniformidade longitudinal)

É a razão entre a luminância mínima (Lmin) e a luminância média (Lmed) ao longo das
linhas paralelas ao eixo longitudinal da via, como visto na Equação 2.10.

𝐿𝑚𝑖𝑛
𝑈𝐿 = (2.10)
𝐿𝑚𝑎𝑥

Nesse caso os valores mínimos e máximos são encontrados em cada linha paralela ao
eixo longitudinal. Na análise dos resultados é considerada a linha paralela com o menor valor.
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 23
__________________________________________________________________________________

1.3.4 Iluminância média mínima


É o valor obtido pelo cálculo da média aritmética das leituras realizadas, em plano
horizontal sobre a via. A Equação 2.11 é usada para o cálculo da iluminância média mínima.

∑𝑁
𝑖=1 𝐸𝑖
𝐸𝑚𝑒𝑑,𝑚𝑖𝑛 = (2.11)
𝑁

1.3.5 Malha de cálculo

Para o cálculo da iluminância é usada uma malha de verificação, descrita na Figura


12, formada por pontos definidos pelas interseções das linhas transversais e longitudinais da
via. Considerando:

 Uma linha transversal alinhada com cada luminária;


 Uma linha transversal no ponto médio entre as duas luminárias;
 Uma linha longitudinal no eixo de cada faixa;
 Uma linha longitudinal no eixo de cada calçada.

Figura 12 - Malha de cálculo

Fonte: ABNT, 2012

Onde:

 Espaçamento entre postes: S;


 Espaçamento longitudinal: Sgl = S/16;
 Largura da faixa de rolamento: fr;
 Espaçamento transversal: Sgt = 0,2.fr;
Conceitos Básicos de Luminotécnica e IP 24
__________________________________________________________________________________

Além disso, a norma define que Sgl ≤ 5 m e Sgt ≤ 1 m.


Portanto, a malha de cálculo será composta por 17 colunas de pontos igualmente
distribuídas na direção longitudinal e 05 fileiras de pontos em cada faixa de rolamento.

1.3.6 Requisitos de iluminância, luminância e uniformidade

As recomendações de iluminação são descritas para cada classe de iluminação,


selecionadas de acordo com a função da via, da densidade de tráfego, da complexidade do
tráfego, da separação do tráfego e da exigência de facilidades para o controle de tráfego, como
os semáforos. As descrições das vias e estradas, segundo a norma brasileira, são abrangentes
de modo que possam ser interpretadas como exigências individuais para as recomendações
nacionais. A Tabela 2 descreve os requisitos de iluminância, luminância e uniformidade
impostas pela NBR 5101 (2012).

Tabela 2 - Requisitos de iluminância, luminância e uniformidade

Classe de iluminação Lmed (≥) U0 (≥) UL (≤) Emed,min U(≥)


V1 2,00 0,40 0,70 30 0,40
V2 1,50 0,40 0,70 20 0,30
V3 1,00 0,40 0,70 15 0,20
V4 0,75 0,40 0,60 10 0,20
V5 0,50 0,40 0,60 5 0,20

Fonte: ABNT, 2012


Capitulo 2. Teoria Básica de Algoritmos Genéticos

Neste capítulo são abordados os aspectos dos processos de otimização e da teoria


sobre AG, traçando um histórico, suas características e como eles são aplicados.

2.1 Otimização

Otimização é a busca da melhor solução para um determinado problema. Os diversos


métodos de otimização caracterizam-se por encontrar determinada solução para um problema
a partir de um ou vários pontos iniciais. Segundo Tanomaru (1995), estes métodos podem ser
divididos em dois grandes grupos: programação linear e programação não-linear.
A programação linear é um mecanismo de busca empregado na otimização de
problemas que são descritos por equações lineares.
Deseja-se maximizar ou minimizar uma função linear chamada função objetivo, que
pode estar sujeita a restrições de igualdades e/ou desigualdades também lineares. As restrições
determinam um semi-espaço chamado de conjunto de soluções viáveis. Soares (1997) chama
de solução ótima a melhor das soluções viáveis, isto é, aquela que minimiza ou maximiza a
função objetivo.
A programação não-linear envolve a busca da solução ótima em problemas que são
representados por equações não-lineares. Da mesma forma que na programação linear, a
função objetivo está sujeita a restrições de igualdades e/ou desigualdades, porém neste caso
não-lineares. Soares (1997) também divide a programação não-linear em três grandes grupos:
métodos determinísticos, estocásticos e enumerativos.
Os métodos determinísticos se baseiam no cálculo de derivadas e necessitam de
alguma informação do gradiente da função objetivo. Necessitam ainda do passo de cálculo e
da direção de busca. Dessa forma, só produzem bons resultados para funções contínuas e
unimodais (funções que possuem um ponto de máximo ou de mínimo).
Os métodos estocásticos têm como principal característica a busca pelo ótimo através
de regras de probabilidade trabalhando de maneira “aleatória orientada”. Esses métodos
utilizam apenas as informações contidas na função de otimização, não requerendo
informações sobre suas derivadas ou possíveis descontinuidades. Por trabalharem com regras
de probabilidade, têm menos chances de convergirem para mínimos locais se comparadas
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 26
__________________________________________________________________________________

com os métodos determinísticos. Dentre as técnicas estocásticas, os AG se destacam por


trabalhar com um conjunto de pontos simultaneamente. Isto agrega robustez a esta técnica, já
que em muitos problemas a função a ser maximizada (ou minimizada) tem vários pontos de
máximos (ou mínimos) locais. Dessa forma, um conjunto de pontos no espaço de busca dá ao
AG maior probabilidade de encontrar a solução global, contudo, a um maior custo
computacional se comparado aos métodos determinísticos. Além disso, por sua natureza
estocástica, não existe certeza absoluta de que a solução obtida é global. Segundo Bazaraa &
Shetty (1979) e Soares (1997), uma maneira de se assegurar disso consiste em executar o AG
diversas vezes e verificar se as soluções obtidas são iguais.
Outros métodos estocásticos bastante utilizados são: Simulated Annealing
(Recozimento Simulado), Ant Colony (Colônia de Formigas) e Particle Swarm (Enxame de
Partículas). Estas técnicas ganharam popularidade com a evolução dos computadores, já que
requerem um grande número de análises do problema. Isto é necessário para que se dê chance
ao método de explorar devidamente todo o universo de busca onde está contida a solução
ótima.
Os métodos enumerativos se caracterizam por encontrar a solução ótima a partir da
análise da função objetivo em todos os pontos (discretos) do espaço de busca. Dessa forma,
todas as possibilidades são verificadas e assegura-se que a solução encontrada é global.
Conforme afirma Soares (1997), a sua implementação é simples, porém, inviável
computacionalmente para espaços de busca muito grandes.
Esses métodos de programação não-linear têm suas peculiaridades e podem conduzir
a soluções diferentes para um mesmo problema. Logo, é importante empregar um método de
busca que permita obter precisamente a solução para cada tipo de problema. Os AG vêm
ganhando espaço entre os métodos de otimização utilizados na solução de problemas em
engenharia, principalmente devido ao avanço dos recursos computacionais disponíveis e
vantagens inerentes aos métodos estocásticos (são menos susceptíveis a convergir para
máximos ou mínimos locais). Com base no que foi exposto, optou-se pelos AG como método
de busca utilizado neste trabalho por se tratar de um problema com características discretas e
de combinação.
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 27
__________________________________________________________________________________

2.2 Histórico do algoritmo genético

Na natureza, indivíduos competem entre si para obtenção de recursos para


sobrevivência, o que inclui basicamente a disputa por alimentos e abrigo. Há, além disso, a
incessante busca pela perpetuação da espécie, passando para as futuras gerações suas
características. A ideia formulada por Charles Darwin em 1872 que diz “A Seleção Natural
tende apenas a tornar cada ser vivo tão perfeito ou um pouco mais perfeito que os demais
habitantes da mesma região com os quais ele terá de lutar para sobreviver'”, é um ponto chave
da teoria da evolução. Se um indivíduo consegue ter sucesso ao sobreviver em relação a
outros, ou seja, ter maior aptidão para sobreviver no ambiente ao qual está inserido, este
indivíduo apresenta a maior probabilidade de ter filhos e para estes filhos repassar suas
características genéticas. É natural que com o passar das gerações, as aptidões que obtiveram
mais sucesso de sobrevivência e reprodução vão sendo repassadas, segundo Haupt & Haupt
(2004), isto é a essência da Teoria da Evolução.
A partir dos anos trinta os fenômenos de adaptação natural vêm sendo assimilados e
utilizados principalmente no desenvolvimento das áreas que envolvem a biologia e a
matemática, através de simulações de sistemas genéticos. De acordo com Hollstien (1971), a
primeira aplicação dos AGs na solução de uma otimização puramente matemática foi a
publicação de R. B. Hollstien, em 1971, chamada Artificial “Genetic Adaptation in Computer
Control Systems”. Entretanto, em 1975 o engenheiro eletricista John H. Holland escreveu,
segundo Holland (1975), o livro intitulado “Adaptation in Natural and Artificial Systems”,
onde, junto com estudantes da Universidade de Michigan, analisou estruturas como mutação e
recombinação genética, hoje considerado o marco da técnica de AG para a otimização de
sistemas.
Diversos artigos e dissertações estabeleceram a validade dessa técnica em otimização
de funções e controle de aplicações, tendo se expandido hoje para diversas áreas do
conhecimento tais como em aplicações comerciais, ciência e engenharia. Isso se deve ao
avanço dos recursos computacionais disponíveis.
De acordo com Goldberg & Holland (1988), essa metodologia foi desenvolvida com
mais detalhes por David E. Goldberg, antigo aluno de Holland. Os estudos de Goldberg foram
publicados no seu livro “Genetic Algorithms in Search, Optimization & Machine Learning”.
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 28
__________________________________________________________________________________

2.3 Princípios

Algoritmos genéticos são algoritmos estocásticos de otimização, baseados nos


mecanismos de seleção natural e da genética. Dessa maneira, com o passar das gerações
novos indivíduos são criados pelo processo de seleção dos seus progenitores, de acordo com o
nível de aptidão associado ao problema. Com isto vai-se melhorando a população inicial, de
modo semelhante à adaptação natural, sendo que os mais aptos correspondem aos indivíduos
que obtêm um valor maior (maximização) ou menor (minimização) em uma equação de
mérito que representa o objetivo do problema.
A implementação desses princípios é realizada com a construção de algoritmos
computacionais que buscam uma melhor solução para determinado problema por meio da
modelagem de processos genéticos naturais básicos, tais como: seleção, cross-over e mutação,
codificados através de cromossomos artificiais (estruturas de dados).
Segundo Goldberg & Holland (1988), as principais vantagens dos AG são:

 Lidam diretamente com uma população de soluções a qualquer momento. Estes


estão espalhados por todo o espaço de solução, então a chance de alcançar o ótimo
global é significativamente aumentada;
 Identificam um conjunto de soluções que estão perto do mínimo global;
 Usam a função objetivo ou apenas informações de aptidão, em comparação com os
métodos mais tradicionais, que se baseiam na existência e continuidade de
derivadas ou outras informações auxiliares.

Como os AG são inspirados em estruturas e comportamentos biológicos, esses


algoritmos, segundo Beasley et. al. (1993), fazem parte do ramo da Computação
Evolucionária que consiste na otimização do aprendizado de máquina e em paradigmas de
classificação, baseados nos mecanismos de evolução, tais como: Genética e Seleção Natural.
Na maior parte dos AGs assume-se que cada indivíduo é constituído de um único
cromossomo, razão pela qual é comum usar os termos indivíduo e cromossomo
indistintamente em trabalhos científicos e livros textos. A grande maioria dos algoritmos
genéticos propostos na literatura usa uma população de número fixo de indivíduos, com
cromossomos também de tamanho constante.
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 29
__________________________________________________________________________________

Apesar de serem aleatórios os algoritmos genéticos exploram informações históricas


para encontrar novos pontos de busca onde são esperados melhores desempenhos. Isto ocorre
através de processos iterativos, onde cada iteração é denominada de geração. Considera-se
também outro método denominado este de “Steady State”, onde uma parcela da nova geração
é substituída por indivíduos da geração anterior.
As terminologias da genética usadas na biologia, e por consequência no uso de AGs
na matemática, é apresentada na relação a seguir:

 Cromossomo: cadeia de caracteres representando alguma informação relativa às


variáveis do problema. Cada cromossomo representa uma solução do problema;
 Gen: é a unidade básica do cromossomo que define uma característica. Cada
cromossomo tem certo número de gens, onde cada um descreve uma variável do
problema;
 População: conjunto de cromossomos ou soluções;
 Geração: o número da iteração que o AG executa;
 Operações de variabilidade genéticas: operações que o AG realiza sobre cada um
dos cromossomos (cross-over e mutação).
Outras expressões usadas na literatura são:
 Espaço de Busca (ou Região Viável): é o conjunto, espaço ou região que
compreende as soluções possíveis ou viáveis do problema a ser otimizado é
denominado. Esse conjunto deve ser caracterizado pelas funções de restrição, que
definem as soluções viáveis do problema a ser resolvido;
 Função Objetivo (ou de Avaliação): é a função que se quer otimizar. Ela contém a
informação numérica do desempenho de cada cromossomo na população. Nela
estão representadas as características do problema que o Algoritmo Genético
necessita para realizar seu objetivo;
 Fitness (ou Aptidão): é o resultado produzido pela função objetivo quando ela é
avaliada usando um cromossomo ou população.
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 30
__________________________________________________________________________________

2.4 Passos de um algoritmo genético

Antes da formação da população inicial, o AG necessita de dados tais como


restrições das variáveis do problema, o número de gerações e de indivíduos da população,
critério de convergência, valores de probabilidade de cross-over e mutação.
No AG, primeiramente há uma geração aleatória da população inicial com o conjunto
de possíveis soluções para o problema a ser resolvido, obedecendo as restrições de cada
característica. A Figura 13 ilustra um exemplo de como o processo se inicia. Um conjunto de
indivíduos I contém três indivíduos formados pelos vetores de parâmetros [xn yn], n = 1, 2, 3.
Cada um dos elementos de I é uma possível solução para o problema. Esta população de
indivíduos é gerada aleatoriamente dentro do espaço dos parâmetros e então avaliada pela
função objetivo F, resultando num conjunto de aptidões A.

Figura 13 - Exemplo de processo de início do AG

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

Por ser formado por dois parâmetros, cada indivíduo está localizado num espaço de
parâmetros bidimensional. Como existe uma única aptidão associada a cada indivíduo, o
conjunto de aptidões A forma o espaço unidimensional chamado espaço de aptidões, ou
espaço dos objetivos. Existe uma meta a ser alcançada: a maximização, ou minimização, da
função objetivo.
Em seguida, cada indivíduo recebe uma avaliação de custo para definir sua aptidão.
Os indivíduos são representados por cromossomos associados com as suas competências no
sentido de resolver o problema. Nessa etapa possíveis soluções vão formar um conjunto de
soluções candidatas. Posteriormente, os indivíduos passam por um processo de seleção, onde
os mais aptos têm maior probabilidade de serem escolhidos. Aos indivíduos selecionados
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 31
__________________________________________________________________________________

serão aplicados os operadores genéticos de cross-over e mutação para formação de uma nova
população junto com parte das possíveis soluções encontrada naquela geração, sendo aplicado
o método Steady State, descrito anteriormente. Enquanto o critério de parada não for atingido,
o processo é reiniciado até que seja encontrada uma solução satisfatória. A Figura 14 ilustra
todo esse processo.

2.5 Codificação

O mecanismo utilizado para representação de uma problematização é fundamental


para a estrutura do AG, dependendo apenas de sua natureza para ser resolvido, onde cada
indivíduo representa um ponto no espaço das possíveis soluções para o problema. O conjunto
de todas as configurações que o cromossomo pode assumir forma o seu espaço de busca. Se o
cromossomo representa n parâmetros de uma função, então o espaço de busca é um espaço
com n dimensões. Essas representações utilizam vetores de tamanho finito.
A representação binária é historicamente importante. Contudo, se um problema tem
parâmetros contínuos e o usuário desejar trabalhar com maior precisão, provavelmente
acabará utilizando longos cromossomos com representação binária para encontrar soluções,
necessitando de uma grande quantidade de memória. Outro aspecto a ser observado é a não-
uniformidade dos operadores; por exemplo, se o valor real de um gene for codificado por um
vetor binário, a mutação nos primeiros valores binários do gene afetará mais a aptidão do
cromossomo que a mutação nos seus últimos valores. Segundo Wright (1990) e Michalewicz
(1996), a representação do cromossomo usando valores reais é mais naturalmente
compreendida pelo ser humano, e possui desempenho superior quando aplicada a problemas
numéricos com alta dimensionalidade e onde alta precisão é requerida. A Tabela 3 exibe tipos
de representação de cromossomos.
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 32
__________________________________________________________________________________

Figura 14 - Fluxograma do AG

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

Tabela 3 - Tipos de representação de cromossomos

Representação Problemas
Binária Numéricos
Números reais Numéricos
Permutação de símbolos Baseado em ordem
Símbolos repetidos Grupamento

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.


Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 33
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O AG codifica as soluções de um problema em strings ou vetores, semelhante à


forma organizacional de informações genéticas em cromossomos, onde cada gene traz
informações sobre determinadas características do indivíduo. Devido a essa semelhança,
strings e vetores são frequentemente chamados de indivíduos. Além disso, as particularidades
de cada problema devem ser consideradas na codificação, evitando que a geração de dados
aleatórios no algoritmo forneça muitas soluções inviáveis, dificultando a convergência. A
seguir a Figura 15 exemplifica um indivíduo.

Figura 15 - Exemplo de indivíduo

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

2.6 População

A população é um multiconjunto (conjunto que admite repetições de elementos) de


genótipos. Seu papel é manter certo número de possíveis soluções (indivíduos). A diversidade
existente entre os diferentes elementos da população é uma medida da diversidade de soluções
contidas ali. Dois parâmetros que definem a população, portanto, é o seu tamanho e a sua
diversidade.
A população inicial é um conjunto de indivíduos candidatos à solução do problema,
sendo representada por uma matriz n X m de duas dimensões, onde n é o número de
indivíduos e m é o tamanho de cada indivíduo. As linhas da matriz representam cada um dos
indivíduos, e as colunas representa cada uma das características.

𝐶𝑟𝑜𝑚𝑜𝑠𝑠𝑜𝑚𝑜1 𝑔𝑒𝑛11 𝑔𝑒𝑛12 ⋯ 𝑔𝑒𝑛1𝑚


𝐶𝑟𝑜𝑚𝑜𝑠𝑠𝑜𝑚𝑜2 𝑔𝑒𝑛21 𝑔𝑒𝑛22 ⋯ 𝑔𝑒𝑛2𝑚
População = [ ]=[ ⋮ ⋮ ⋱ ⋮ ]

𝐶𝑟𝑜𝑚𝑜𝑠𝑠𝑜𝑚𝑜𝑛 𝑔𝑒𝑛𝑛1 𝑔𝑒𝑛𝑛2 ⋯ 𝑔𝑒𝑛𝑛𝑚

Inicialmente essa população é gerada de forma aleatória, sendo o ponto de partida


para a evolução do AG, afetando a qualidade da solução e o número de gerações necessárias
para encontrar um resultado satisfatório. Também, quanto maior o tamanho da população
maior a chance de encontrar o problema, porém, maior será o tempo de processamento.
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 34
__________________________________________________________________________________

2.7 Avaliação

Segundo Whitley (1994), a função de avaliação (ou função objetivo) deve ser feita
através da melhor representação do problema e tem por objetivo fornecer uma medida de
aptidão (fitness) para cada indivíduo na população. Para que esta função seja calculada, o
cromossomo precisa ser decodificado e a função objetivo avaliada. Mitchell (1998) afirma
que o fitness do cromossomo depende diretamente de como aquele cromossomo pode resolver
o problema.
Os AGs necessitam de informação do valor de uma função objetivo para cada
membro da população. Ela define, para cada indivíduo, uma medida de quão bem adaptado ao
ambiente ele está, ou seja, suas chances de sobreviver no ambiente e reproduzir-se, passando
parte do seu material genético a gerações posteriores.
Na utilização de AG pode ocorrer uma rápida convergência para uma solução sub-
ótima, porém não o esperado ótimo global. Este problema é denominado convergência
prematura, podendo ocorrer devido à população reduzida ou à má distribuição da população
inicial, em torno do ponto sub-ótimo. Ou seja, um indivíduo próximo de um ótimo local,
possui um valor de aptidão superior aos demais indivíduos da população. Consequentemente,
o processo de seleção fará com que este indivíduo tenha grande chance de dominar a próxima
geração e, assim sucessivamente, se não aparecerem outros indivíduos com melhores valores
de aptidão. Este problema pode ser amenizado através da escolha criteriosa do número de
indivíduos na população.

2.8 Mecanismos de seleção

A seleção realizada para escolha dos indivíduos é feita de forma probabilística a


partir da aptidão de cada indivíduo, segundo Koza (1994), os indivíduos mais aptos devem ter
maior probabilidade de serem escolhidos para aplicação dos operadores genéticos. O
propósito da seleção é enfatizar a aptidão individual dentro da população. Seleções muito
rígidas podem acabar elevando o valor de aptidão de alguns indivíduos na população,
reduzindo assim a diversidade necessária para mudança e progresso do AG.
Um método de cálculo destas probabilidades é dado pela Equação 3.1:
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 35
__________________________________________________________________________________

𝑓𝑖
𝑃𝑖 = ∑𝑛 (3.1)
𝑖=1 𝑓𝑖

Onde:
i = Indivíduo da população;
Pi = Probabilidade do indivíduo i;
fi = Fitness ou aptidão do indivíduo i;
n = número de indivíduos.

Esta escolha pode ser feita através da técnica clássica conhecida como Roleta. Nessa
técnica os indivíduos são agrupados por ordem de valor de aptidão e estes valores são
dispostos proporcionalmente numa roleta ponderada. Os cromossomos com maiores aptidões
(mais adaptado ao ambiente) têm maiores chances de serem selecionados, porém não se total
certeza de que serão selecionados.
A técnica consiste em considerar um círculo dividido em n regiões (tamanho da
população), onde a área de cada região é proporcional à aptidão do indivíduo. Coloca-se sobre
este círculo uma "roleta" com n cursores, igualmente espaçados. Após um giro da roleta a
posição dos cursores indica os indivíduos selecionados. Os indivíduos cujas regiões possuem
maior área terão maior probabilidade de serem selecionados várias vezes. A roleta é rodada
um determinado número de vezes, dependendo do tamanho da população. A seguir, na Figura
16 é apresentado um exemplo de roleta com base na Tabela 4.

Tabela 4 - Exemplo de cálculo da aptidão

Indivíduo Fitness Probabilidade


1 80 13
2 70 12
3 235 39
4 30 5
5 185 31
Total 600 100

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.


Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 36
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Figura 16 - Exemplo do método da roleta

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

2.9 Elitismo

Existe a possibilidade de durante o processo de seleção ocorrer a perda de indivíduos


com aptidão alta. Para que isso não ocorra, utiliza-se um conceito conhecido como elitismo,
através da técnica de Steady-State, onde o melhor indivíduo daquela população é mantido na
próxima população.

2.10 Operadores de variabilidade genética

Os indivíduos selecionados passam pelos operadores genéticos de recombinação


(cross-over e mutação) onde seus desempenhos irão influenciar na performance do AG.

2.10.1 Mutação

A mutação induz o aumento da diversificação na população além da renovação do


material genético, alterando a estrutura do cromossomo criando indivíduos com propriedades
diferentes daquelas encontradas na maior parte da população.
Ela é um operador unário cuja aplicação corre menos frequentemente que o cross-
over e que permite que surjam genes ainda não existentes na população. Em termos do espaço
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 37
__________________________________________________________________________________

fenotípico, a mutação permite que se descubram outros possíveis ótimos locais. Ela é aplicada
aos filhos recém-gerados da recombinação.
O processo de mutação em algoritmos genéticos é equivalente à busca aleatória.
Basicamente, seleciona-se uma posição num cromossomo e muda-se o valor do gene
correspondente aleatoriamente para outro possível. O processo é geralmente controlado por
um parâmetro fixo que indica a probabilidade de um gene sofrer mutação.
Na Figura 17 um exemplo de mutação na estrutura de um cromossomo.

Figura 17 - Exemplo de mutação

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

2.10.2 Cross-over

O cross-over é inspirado na ideia de recombinação de material genético entre


indivíduos, sendo aplicado de forma probabilística de modo que os descendentes serão
diferentes de seus pais, mas com características genéticas de ambos os genitores.
Esta é a principal funcionalidade do AG, pois, o cruzamento de soluções aumenta o
espaço de solução do algoritmo, até encontrar a melhor solução. Um dos tipos de cruzamento
mais simples é o de um ponto de corte. Funciona da seguinte maneira: um ponto de corte é
escolhido de forma aleatória e as duas partes separadas de cada pai são trocadas gerando dois
filhos com material genéticos de ambos os pais.
Mas nem todos os pais que passaram na seleção de pais participarão da
recombinação. Existe uma probabilidade associada à escolha ou não de cada um dos
indivíduos da população para compor um par. Na Figura 18 o procedimento de cross-over
pode ser visualizado.
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 38
__________________________________________________________________________________

Figura 18 - Exemplo de cross-over

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

2.11 Parâmetros genéticos

A seguir são definidos alguns parâmetros que influenciam na dinâmica e resposta do


AG.

2.11.1 Tamanho da população

O número de indivíduos que comporá a população, ainda é motivo de estudos, mas


existem várias heurísticas, ou seja, depende muito da experiência do usuário e do seu
conhecimento prévio sobre a função a ser otimizada. Quanto maior o número de elementos na
população, maior é a probabilidade de convergência, tendo em vista que a probabilidade da
solução desejada ser constatada entre os elementos da população aumenta. Em contrapartida,
o tempo de processamento também aumenta. Ursem & Krink (2002) alertam que no caso da
população inicial ser muito pequena pode ocorrer à perda de diversidade, isto é, o espaço de
busca seria muito pequeno para ser avaliado.

2.11.2 Taxa de cross-over

Quanto maior for esta taxa, mais rapidamente novas estruturas serão introduzidas na
população. Mas se esta for muito alta, estruturas com boas aptidões poderão ser retiradas mais
rapidamente que a capacidade da seleção em criar melhores estruturas. Com um valor baixo, o
algoritmo pode se tornar lento ou estagnar.
Teoria Básica de Algoritmos Genéticos 39
__________________________________________________________________________________

2.11.3 Taxa de mutação

Uma baixa taxa de mutação previne que a busca fique estagnada em regiões do
espaço de busca e possibilita que qualquer ponto do espaço de busca seja atingido. Com uma
taxa muito alta a busca se torna essencialmente aleatória.
A probabilidade de ocorrência do processo de mutação geralmente é pequena (<1%),
podendo ser trabalhada com taxas maiores quando o AG tende a gerar indivíduos muito
parecidos, perdendo a diversidade em sua população.

2.11.4 Critério de parada

Como AGs tratam de problemas de otimização, o ideal seria que o algoritmo


terminasse assim que uma boa solução fosse descoberta. Na maioria dos casos de interesse,
não se pode afirmar com certeza se um dado ponto ótimo corresponde a um ótimo global. O
critério de parada empregado varia de acordo com o problema a ser resolvido. Geralmente o
parâmetro utilizado para controle do processo evolucionário é o de número de gerações.
Outro critério plausível é parar o algoritmo usando a ideia de estagnação, ou seja,
quando não se observa melhoria da população depois de várias gerações consecutivas, isto é,
quando a aptidão média ou do melhor indivíduo não melhora ou quando as aptidões dos
indivíduos de uma população se tornarem muito parecidas. Ao conhecer a resposta máxima da
função objetivo, é possível utilizar este valor como critério de parada.
Uma observação importante feita por Lacerda & Carvalho (1999) é a de que como o
AG é regido por populações, se na população inicial existir um elemento que seja a resposta
exata do problema, o algoritmo ainda assim não finalizará o processo de busca da solução,
pois isto é um tipo de avaliação.
Capitulo 3. Modelo Proposto

Este capítulo apresentará detalhes do modelo proposto e da implementação do


algoritmo para a otimização de projetos de iluminação pública. O modelo segue o fluxograma
apresentado na Figura 19.
Figura 19 – Fluxograma do modelo proposto

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.


Modelo proposto 41
__________________________________________________________________________________

3.1 Metodologia

O modelo proposto para a otimização dos projetos de IP permite que o usuário insira
os seguintes dados:

 Comprimento da via;
 Largura da faixa de rolamento;
 Quantidade de faixas de rolamento;
 Largura do acostamento;
 Largura do canteiro central (caso existir);
 Recuo do poste;
 Configuração da via (Unilateral, Bilateral Oposta, Central);
 Tipo de via (trânsito local rápida, arterial, coletora, locais, rodovias, estradas);
 Classificação de tráfego, de acordo com a norma (leve, médio, pesado).

Com essas informações serão utilizadas as teorias do AG, através de um aplicativo


desenvolvido no Matlab, para encontrar projetos de IP que proporcionem o menor custo e que
obedeçam as normas da NBR 5101 (2012).

3.2 Representação do cromossomo

Cada indivíduo é codificado por um vetor onde cada posição representa uma de suas
características através de números inteiros. Como os indivíduos, no presente trabalho,
representam os projetos de IP, as características deles devem ser as necessárias para definir
tecnicamente um projeto de IP. A Figura 20 ilustra, portanto, a estrutura do indivíduo (ou
projeto) codificado.

Figura 20 - Estrutura do indivíduo (ou projeto) codificado

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.


Modelo proposto 42
__________________________________________________________________________________

As características do indivíduo são:

 X1: Altura do poste;


 X2: Distância entre os postes;
 X3: Número de pétalas da luminária;
 X4: Orientação das pétalas;
 X5: Tamanho do braço da luminária;
 X6: Ângulo do braço da luminária;
 X7: Índice do arquivo IES.

A característica “Altura do poste” representa a altura real do poste do projeto,


incluindo a parte que ficará fincada no solo.
A “Distância entre postes” é a distância, em metros, entre dois postes consecutivos.
A característica “Número de pétalas” refere-se a quantidade de pétalas encontradas
no poste, bem como o número de lâmpadas.
A “Orientação das pétalas” representa como as pétalas serão dispostas nos postes.
Para postes com três ou quatro pétalas são definidas oito configurações baseadas no ângulo de
abertura entre as pétalas.
As características do “Tamanho do braço” e “Ângulo do braço” irão definir o avanço
da lâmpada em relação ao poste, paralelamente ao plano horizontal onde se encontram os
pontos de medição. Essas duas características, junto com a caraterística “Altura do poste”,
irão definir a altura que se encontra a lâmpada.
O “Índice do arquivo IES” define a posição do arquivo IES com as características
luminotécnicas do conjunto luminária/lâmpada no diretório das luminárias, ou seja, com a
escolha do arquivo IES são definidas as características das lâmpadas e das luminárias do
projeto.
A Tabela 5 define as restrições de cada uma das características de acordo com a
configuração da via.
Modelo proposto 43
__________________________________________________________________________________

Tabela 5 - Restrições das características dos indivíduos

Unilateral Bilateral Oposta Central


5 ≤ X1 ≤ 25 5 ≤ X1 ≤ 25 5 ≤ X1 ≤ 25
10 ≤ X2 ≤ 50 10 ≤ X2 ≤ 50 10 ≤ X2 ≤ 50
X3 = 1 X3 = 1 X3 = 2
X4 = 1 X4 = 1 X4 = 1
0 ≤ X5 ≤ 10 0 ≤ X5 ≤ 10 0 ≤ X5 ≤ 10
0º ≤ X6 ≤ 45º 0º ≤ X6 ≤ 45º 0º ≤ X6 ≤ 45º
1 ≤ X7 ≤ nº 1 ≤ X7 ≤ nº 1 ≤ X7 ≤ nº
Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.
Nota: nº = Quantidade de arquivos IES no banco de dados

3.3 População inicial

No início do processo é gerada a população inicial com indivíduos possuindo


características com valores aleatórios baseados na codificação criada para o problema. Será
criada uma matriz n X 7, onde n é o número de indivíduos presentes na população inicial.
Essa matriz formará o grupo “População Inicial”.

3.4 Avaliação da norma técnica

A População Inicial criada passa por uma avaliação luminotécnica para verificar se
as características dos seus indivíduos estão dentro das normas técnicas estabelecidas pela
NBR 5101 (2012). Se os indivíduos avaliados obedecerem aos requisitos mínimos das normas
técnicas, eles entrarão no grupo dos “Indivíduos Aptos”, caso contrário, entrarão no grupo de
“Indivíduos Não Aptos”.
O cálculo luminotécnico para verificar se as características do projeto atendem a
norma é realizado de acordo com a Equação 2.4 e a Equação 2.5, então, os resultados serão
avaliados com base nas condições mínimas dos parâmetros de iluminância e luminância
descritos no capítulo 2. A intensidade luminosa é retirada dos arquivos IES disponibilizados
pelos fabricantes de luminárias. Shia et. al. (2013). afirma que a uniformidade dos parâmetros
de iluminação encontrada nesse tipo de arquivo é muito maior do que as encontradas em
outros padrões, como por exemplo o CIE. A intensidade é descrita a partir do valor do ângulo
vertical, formado entre a direção da luz e a normal do plano horizontal onde se encontra o
Modelo proposto 44
__________________________________________________________________________________

ponto de medição, e o ângulo horizontal, formado entre a direção da luz e a normal do plano
vertical onde se encontra o ponto de medição, como ilustrado na Figura 3. Como os ângulos
horizontais e verticais nos arquivos IES não são os mesmos encontrados com a distribuição
dos pontos descritos na norma, é usada a função de interpolação spline, do Matlab, entre os
ângulos medidos e o dos encontrados no arquivo IES para fazer uma interpolação e calcular o
valor da intensidade luminosa para o ponto de medição.

3.5 Função objetivo

Após a separação dos grupos “Indivíduos Aptos” e “Indivíduos Não Aptos”, é feito o
cálculo do custo do projeto, com relação ao material necessário a sua execução, através da
Equação 4.1:

𝑛𝑝
𝐶 = ∑𝑖=1 𝐶𝑝𝑖 + ∑𝑛𝑙 𝑛𝑏
𝑖=1 𝐶𝑙𝑖 + ∑𝑖=1 𝐶𝑏𝑖 (4.1)

Onde:
C = Custo do projeto;
Cpi = Custo de cada poste;
np = Número de postes;
Cli = Custo de cada conjunto de luminária (luminária, lâmpada e dispositivos
auxiliares);
nl = Número de luminárias;
Cbi = Custo de cada braço;
nb = Número de braços.

Com o valor do custo do projeto é feito o cálculo da aptidão para cada indivíduo a
partir das equações 4.2 e 4.3:

𝐾
𝐴𝑝 = (4.2)
𝐶+𝐷.𝐾
Modelo proposto 45
__________________________________________________________________________________

Onde:

𝐾 = 60. 𝐶𝑣 (4.3)

Com:

 Ap = Aptidão do indivíduo;
 K = Constante de controle;
 C = Custo do projeto;
 D = Distância entre os critérios propostos pelo projeto e os da norma;
 Cv = Comprimento da via.

A constante K é introduzida na Equação 4.2 com o objetivo de ajustar a ordem de


grandeza do custo do projeto (C) e da distância da norma (D). O valor 60 encontrado na
Equação 4.3 foi ajustado levando em consideração o custo médio de projeto de IP por
quilometro de rodovia.

3.6 Avaliação dos custos e da aptidão

Os indivíduos serão divididos em dois grupos antes de serem definidos quais


participarão do grupo solução, denominado “Indivíduos Escolhidos”. A primeira parte é
composta pelo grupo “Alfa” contendo os indivíduos cujas características proporcionam que o
projeto esteja dentro das normas estabelecidas pela NBR 5101 (2012), chamados “Indivíduos
Aptos”. O grupo “Alfa” é o que será alocado no grupo solução e será formado por 10% do
número total de indivíduos da população inicial. A segunda parte é formada pelo grupo
“Beta” com indivíduos que não serão de interesse para o grupo solução. Porém, existem três
possibilidades de formação desse grupo.
O primeiro caso ocorrerá quando o grupo “Indivíduos Aptos” ocupar exatamente
10% do número de indivíduos da população inicial. Isso faz com que o grupo “Alfa” seja
composto por todos os indivíduos do grupo “Indivíduos Aptos”, e o restante (grupo “Beta”)
seja formado pelo grupo “Indivíduos Não Aptos”.
No segundo caso acontecerá quando o grupo “Indivíduos Aptos” ultrapassar a
quantidade requerida para o grupo “Alfa”. Nesse caso é feita a escolha dos indivíduos de
menor custo de projeto para integrar o grupo “Alfa”. Os indivíduos rejeitados do grupo
Modelo proposto 46
__________________________________________________________________________________

“Indivíduos Aptos” junto com os indivíduos do grupo “Indivíduos Não Aptos” participarão do
grupo “Beta”.
O terceiro caso será usado quando a quantidade de indivíduos pertencentes ao grupo
“Indivíduos Aptos” por menor que a quantidade requerida para o grupo “Alfa”. Esses
indivíduos serão alocados diretamente no grupo “Alfa” e o restante no grupo “Beta”.
O número de indivíduos do grupo solução é definido pelo programador. A partir do
momento que o grupo se encontra completo, todos os novos indivíduos do grupo “Alfa” terão
que sofrer uma rotina de avaliação com base no custo final do projeto proposto por suas
características. Indivíduos com menores custos participarão do grupo solução “Indivíduos
Escolhidos”.

3.7 Critério de parada adotado

Após o grupo solução ser formado, é verificado se um dos critérios de parada


propostos foi atendido. O primeiro critério é o número de gerações (pré-definido pelo
programador). O segundo é a comparação da diferença entre a média dos custos e o menor
custo do grupo “Indivíduos Escolhidos” com o critério de tolerância proposto. Esse critério de
tolerância tem seu valor zerado inicialmente e à medida que não há mudança na diferença
global, o seu valor é acrescido de 0,0005 do valor anterior. Quando o a tolerância for maior
que a diferença, o programa chega ao fim.

3.8 Seleção

O processo de seleção de indivíduos para que os mesmos possam participar da


variabilidade genética é feito através da técnica de Roleta. Nessa etapa serão distribuídos
valores com a probabilidade de escolha para cada indivíduo a partir do valor de sua aptidão.
Uma quantidade de indivíduos igual a 90% do número de indivíduos da população inicial,
formando o novo grupo “Beta”, o qual participará dos processos de cross-over e mutação.
Uma rotina proíbe que não haja indivíduos repetidos nesse novo grupo selecionado.
Modelo proposto 47
__________________________________________________________________________________

3.9 Aplicação dos operadores de variabilidade genética

Em seguida, com os indivíduos escolhidos, são realizados os processos de


variabilidade genética. Primeiramente é realizado o cross-over e logo em seguida a mutação.
Esse último terá por finalidade alterar uma das características gerando um novo valor
aleatoriamente. Os dois processos serão iniciados somente quando a probabilidade de
ocorrência dos processos for satisfatória, 75% para o cross-over e 0,75% para mutação.
Logo após os processos de variabilidade genética serem realizados, os novos
indivíduos gerados irão se juntar a população do grupo “Alfa” e formar uma nova população
inicial. Esse mecanismo poderá gerar indivíduos repetidos para a próxima geração, sendo
necessária a passagem por uma rotina que evite que o grupo “População Inicial” contenha
indivíduos reiterados, realizando, nesse caso, uma substituição por um novo proveniente da
geração aleatória.

3.10 Avaliação dos resultados alcançados

Com um grupo “População Inicial” formado, o processo é reiniciado até que os


critérios de parada sejam atendidos. Quando isso ocorrer, será feita uma avaliação com o
grupo “Indivíduos Escolhidos” e serão apresentados os seguintes resultados:

 O grupo solução com todos os indivíduos do grupo “Indivíduos Escolhidos”;


 O melhor custo obtido;
 As características do melhor indivíduo;
 Os valores encontrados para as variáveis técnicas descritas na NBR 5101 (2012);
 A curva Isolux do melhor indivíduo;
 O tempo total gasto para encontrar a solução final;
 Número de projetos analisados.

Ao final do processo o modelo apresenta um “Grupo Solução” com 30 projetos de IP


que atendem a NBR 5101 (2012) e classificados de acordo com os seus custos. A partir desse
grupo o projetista poderá, utilizando critérios próprios, escolher qual projeto será adotado.
Modelo proposto 48
__________________________________________________________________________________

3.11 Ajuste do modelo

Para avaliar o algoritmo proposto foram modificados os parâmetros de desempenho:

 Número de indivíduos da população inicial;


 Probabilidade de realização de cross-over;
 Probabilidade de realização de mutação.

Foi escolhida a via com distribuição de postes Unilateral, localizada no município de


Barra dos Coqueiros para fazer o ajuste dos parâmetros acima. Ela possui distribuição de
postes Unilateral, 7 m de largura, divididas em duas faixas, acostamento de 2,5 m e postes
com recuo de 1 m. Para fins de redução do tempo computacional, considerou-se apenas 500 m
de comprimento da via. O tipo de via é Coletora e com tráfico classificado como leve. As
combinações utilizadas seguiram os seguintes valores para os parâmetros de desempenho:
População inicial de 100, 200 e 400 indivíduos; Probabilidade de realização do cross-over
igual 50%, 75% e 100%; probabilidade de realização da mutação igual 0,5%, 0,75% e 1%.
Em todos os casos, o grupo solução foi composto de 30 indivíduos.
A plataforma computacional utilizada possui um processador Intel Core i3-3217U
CPU 1.80GHz, memória instalada de 4 GB com sistema operacional de 64 bits.
Foram analisadas 27 combinações possíveis desses parâmetros de desempenho. Cada
combinação foi rodada 10 vezes (total de 270 execuções) com base nas características de uma
estrada com a distribuição de postes com configuração Unilateral. Esse processo visa verificar
se houve sucesso na execução.
Considerou-se sucesso a execução que alcançou o mínimo global sem violar
nenhuma restrição do problema. Além, das restrições das características, anteriormente
mencionadas, foram utilizados como critério de parada do programa um número máximo de
gerações igual a 500 e a diferença entre a média dos custos e o menor custo do grupo
“Indivíduos Escolhidos” ser menor que o fator de tolerância, como descrito no capítulo 3.
O mínimo global de R$ 16.643,00 foi encontrado através do método de busca
exaustiva.
A Figura 21 detalha o número de execuções que obtiveram sucesso das 27
combinações possíveis para os parâmetros de desempenho.
Modelo proposto 49
__________________________________________________________________________________

É possível perceber que as combinações dos parâmetros de desemprenho que


obtiveram maior número de sucessos (100%) foram as seguintes: População inicial com 400
indivíduos, probabilidade de realização do cross-over igual a 50% e probabilidade de
realização da mutação igual a 0,5%; População inicial com 200 indivíduos, probabilidade de
realização do cross-over igual a 50% e probabilidade de realização da mutação igual a 1%;
População inicial com 400 indivíduos, probabilidade de realização do cross-over igual a 75%
e probabilidade de realização da mutação igual a 1%.

Figura 21 - Probabilidade de cross-over e probabilidade de mutação versus execuções com Sucesso (%)

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

A Figura 22 exibe o percentual de combinações que obtiveram sucesso para cada um


dos parâmetros de desempenho.
Modelo proposto 50
__________________________________________________________________________________

Figura 22 - a) Probabilidade de realização da mutação versus execuções de sucesso [%]; b) Probabilidade


de realização do cross-over versus execuções de sucesso [% ]; c) Tamanho da população inicial versus
execuções de sucesso [% ]

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

Observando os gráficos da Figura 22 de forma isolada, a combinação que apresenta


melhores resultados é: Probabilidade de realização da mutação igual a 1%, probabilidade de
realização do cross-over igual a 50% e População inicial com 400 indivíduos. Esse resultado
difere dos encontrados na Figura 21, demonstrado que os parâmetros de desempenho do AG
interagem de forma complexa.
Fazendo uma análise de tempo de execução do programa, para cada uma das 27
combinações foi possível observar que as combinações que possuem uma população inicial
com 200 e 400 indivíduos levam em média 29 minutos e 52 segundos, e 51 minutos e 32
segundos, respectivamente. Por conta disso, são opções descartadas para serem utilizadas
como parâmetros de desempenho. Desta forma, analisando os gráficos das Figuras 21 e 22, a
melhor combinação a se usar é a: População inicial com 100 indivíduos, probabilidade de
realização do cross-over igual a 50% e probabilidade de realização da mutação igual a 1%.
Essa combinação apresentou tempo médio de execução de 18 minutos.
Capitulo 4. Implementação e Resultados de Aplicação

Neste capítulo são apresentados os resultados encontrados a partir da implementação


computacional da proposta de resolução do problema.

4.1 Aplicações práticas

Para a análise dos resultados foram escolhidas três vias com distribuição de postes
diferentes, localizadas no estado de Sergipe (Brasil). Em todos os casos utilizou-se uma
população inicial de 100 indivíduos e um grupo solução com 30 indivíduos; as probabilidades
usadas para as variabilidades genéticas, cross-over e mutação, foram iguais a 50% e 1%,
respectivamente. Os critérios de parada utilizados foram o alcance de 500 gerações ou a
diferença entre a média dos custos e o menor custo do grupo “Indivíduos Escolhidos” ser
menor que o fator de tolerância, conforme descrito no capítulo 4.
A primeira via é localizada no município de Barra dos Coqueiros, no estado de
Sergipe, e possui distribuição de postes Unilateral. Essa via possui 7 m de largura, divididas
em duas faixas, acostamento de 2.5 m e postes com recuo de 1m. Para fim de diminuir o
tempo computacional foi considerado somente 500 m de comprimento da via. O tipo de via é
Coletora e com tráfico classificado como leve.
O relatório gerado pelo algoritmo apontou o critério de parada como sendo o alcance
da tolerância pela diferença entre a média dos custos e o menor custo do grupo solução depois
de 241 gerações. Além disso, o indivíduo escolhido aponta as seguintes características:

 Altura do poste: 10 m;
 Distância entre postes: 40 m;
 Número de pétalas: Apenas uma;
 Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
 Tamanho do braço da luminária: 4 m
 Ângulo do braço da luminária: 0º;
 Arquivo IES: BETAN250.ies (Luminária escolhida, dentro das inseridas no banco
de dados, pelo modelo proposto. O nome do arquivo segue o estabelecido pelo
fabricante da luminária).
Implementação e Resultados de Aplicação 52
__________________________________________________________________________________

Através da distância entre os postes foi possível estabelecer o número total de 13


postes no projeto, um custo total de R$ 17.240,00.
A curva polar da intensidade da luminária escolhida, identificada pelo arquivo IES,
pode ser vista na Figura 23, plotada no programa IES Viewer. A curva mostra os valores das
intensidades luminosas nas diversas direções.

Figura 23 - Curva polar da intensidade da luminária BETAN250

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

Os resultados para Iluminância e Luminância obtidos foram:

 Emin: 17,7 lux;


Valores da NBR 5101
 Emed: 44,25 lux;  Emed ≥ 10 lux;
 U: 0,4;  U ≥ 0,2;
 Lmed ≥ 0,75 cd/m²;
 Lmed: 0,99 cd/m²;  U0 ≥ 0,40;
 UL ≤ 0,60;
 U0: 0,4;
 UL: 0,2.

Pode-se observar na curva Isolux da região entre três postes da via, Figura 24, uma
iluminação maior na região próxima aos postes. Na região entre os postes o nível de
iluminação é diminui, especialmente, no lado oposto ao posicionamento dos postes com
Implementação e Resultados de Aplicação 53
__________________________________________________________________________________

relação à via. Porém, essa diminuição, conforme os dados apresentados acima, está dentro do
estabelecido na NBR 5101 (2012) e do que se espera de uma distribuição de postes do tipo
unilateral.

Figura 24 - Curva Isolux para o projeto com distribuição Unilateral dos postes

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

A evolução do grupo solução contendo os melhores indivíduos pode ser verificada na


curva convergente da média dos custos do projeto da Barra dos Coqueiros, mostrada na
Figura 25, mostrando a eficiência nos ajustes dos parâmetros do modelo proposto.

Figura 25 - Curva de convergência da média dos custos do projeto da Barra dos Coqueiros

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.


Implementação e Resultados de Aplicação 54
__________________________________________________________________________________

O tempo total para que o programa exibisse todos os resultados foi de 22 minutos e
19 segundos. O número total de projetos analisados pelo programa foi de 5.364 de um total de
137.500 possíveis.
A segunda via é localizada no município de Nossa Senhora do Socorro, Rodovia SE-
090, e possui distribuição de postes Bilateral Oposta. A via possui 7 m de largura, divididas
em duas faixas, acostamento de 2,5 m e recuo dos postes de 1m. Da mesma forma que foi
feito no primeiro caso analisado, o comprimento da via considerado foi de 500 m. O tipo de
via é Coletora e com tráfico classificado como leve.
O critério de parada utilizado foi o de alcance da tolerância pela diferença entre a
média dos custos e o menor custo do grupo solução depois de 200 gerações. Além disso, o
indivíduo escolhido aponta as seguintes características:
 Altura do poste: 15 m;
 Distância entre postes: 50 m;
 Número de pétalas: Apenas uma;
 Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
 Tamanho do braço da luminária: 3 m;
 Ângulo do braço da luminária: 10º;
 Arquivo IES: BETAN250.ies (Luminária escolhida, dentro das inseridas no banco
de dados, pelo modelo proposto. O nome do arquivo segue o estabelecido pelo
fabricante da luminária).

O projeto possui um número total de postes igual a 20, um custo total de R$


31.524,00.
A curva polar da intensidade da luminária é a mesma descrita anteriormente na
Figura 23, para o arquivo BETAN250.
Os parâmetros de iluminância e luminância encontrados foram:

 Emin: 25,05 lux;


Valores da NBR 5101
 Emed: 49,75 lux;  Emed ≥ 10 lux;
 U ≥ 0,2;
 U: 0,5;
 Lmed ≥ 0,75 cd/m²;
 Lmed: 1,11 cd/m2;  U0 ≥ 0,40;
 UL ≤ 0,60;
 U0: 0,503;
 UL: 0,31,
Implementação e Resultados de Aplicação 55
__________________________________________________________________________________

Pode-se observar na curva Isolux da região entre três postes da via, Figura 26, uma
iluminação maior na região central da via e próxima aos postes. Na região entre os postes o
nível de iluminação diminui. Porém, essa diminuição, conforme os dados apresentados acima,
está dentro do estabelecido na NBR 5101 (2012) e do que se espera de uma distribuição de
postes do tipo bilateral oposta. Com essa distribuição a uniformidade da iluminação é maior
quando comparada com a distribuição dos postes de forma unilateral. Isso pode ser visto tanto
nos valores de uniformidade encontrados como nas curvas isolux apresentadas.

Figura 26 - Curva Isolux para o projeto com distribuição Bilateral Oposta dos postes

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

A evolução do grupo solução contendo os melhores indivíduos pode ser verificada na


curva convergente da média dos custos do projeto de Nossa Senhora do Socorro, mostrada na
Figura 27, mostrando a eficiência nos ajustes dos parâmetros do modelo proposto.
Implementação e Resultados de Aplicação 56
__________________________________________________________________________________

Figura 27 - Curva de convergência da média dos custos do projeto de Nossa Senhora do Socorro

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

Todos os resultados foram exibidos em um tempo total de 30 minutos e 10 segundos.


O número total de projetos analisados pelo programa foi de 8.635 de um total de 137.500
possíveis.
A última via analisada é localizada na BR-235 no município de Aracaju, no estado de
Sergipe. Ela possui distribuição de postes Central em um canteiro de 2 m de largura e 7 m de
largura divididas em duas faixas. O comprimento da via considerado foi de 500 m. O tipo de
via é Coletora e com tráfico classificado como leve.
O critério de parada utilizado foi o de alcance da tolerância pela diferença entre a
média dos custos e o menor custo do grupo solução depois de 299 gerações. O indivíduo
escolhido aponta as seguintes características.

 Altura do poste: 10 m;
 Distância entre postes: 30 m;
 Número de pétalas: Duas pétalas;
 Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
 Tamanho do braço da luminária: 2 m;
 Ângulo do braço da luminária: 0º;
 Arquivo IES: IP151150w.ies (Luminária escolhida, dentro das inseridas no banco
de dados, pelo modelo proposto. O nome do arquivo segue o estabelecido pelo
fabricante da luminária).
Implementação e Resultados de Aplicação 57
__________________________________________________________________________________

Através da distância entre os postes foi possível estabelecer o número total de 17


postes no projeto, um custo total de R$ 22.113,00.
A curva polar da intensidade da luminária escolhida, identificada pelo arquivo IES,
pode ser vista na Figura 28, plotada no programa IES Viewer. A curva mostra os valores das
intensidades luminosas nas diversas direções.

Figura 28 - Curva polar da intensidade da luminária IP151 150w

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

Os resultados para Iluminância e Luminância obtidos foram:

 Emin: 17,02 lux;


Valores da NBR 5101
 Emed: 39,92 lux;  Emed ≥ 10 lux;
 U ≥ 0,2;
 U: 0,42;  Lmed ≥ 0,75 cd/m²;
 Lmed: 0,89 cd/m²;  U0 ≥ 0,40;
 UL ≤ 0,60;
 U0: 0,42;
 UL: 0,27.

Pode-se observar na curva Isolux da região entre três postes da via, Figura 29, uma
iluminação maior na próxima aos postes. Na região entre os postes o nível de iluminação
diminui, especialmente, nas partes da via mais distantes dos postes. Porém, essa diminuição,
Implementação e Resultados de Aplicação 58
__________________________________________________________________________________

conforme os dados apresentados acima, está dentro do estabelecido na NBR 5101 (2012) e do
que se espera de uma distribuição de postes do tipo central.

Figura 29 - Curva Isolux para o projeto com distribuição Central dos postes

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.

A evolução do grupo solução contendo os melhores indivíduos pode ser verificada na


curva convergente da média dos custos do projeto da BR-235, mostrado na Figura 30,
mostrando a eficiência nos ajustes dos parâmetros do modelo proposto.

Figura 30 - Curva de convergência da média dos custos do projeto da BR-235

Fonte: desenvolvida, pelo autor, no presente trabalho.


Implementação e Resultados de Aplicação 59
__________________________________________________________________________________

O tempo total para exibição de todos os resultados foi de 55 minutos e 43 segundos.


O número total de projetos analisados pelo programa foi de 13.292 de um total de 2.612.500
possíveis.

4.2 Considerações sobre as instalações atuais

Todos os tipos de via analisados já têm o projeto de iluminação pública


implementada. No entanto, o fato de não existir um software de cálculo luminotécnico que
utilize a norma NBR 5101 (2012) como base, faz com que esses projetos não tenham a
verificação das normas técnicas de forma adequada. O software mais popular entre os
projetistas é o DIALUX, e só funciona com os padrões internacionais. Devido a isso, os
projetos no Brasil realizados por profissionais que usam o software não são compatíveis com
os critérios da norma brasileira, e têm como base de implementação a experiência dos
projetistas em projetos anteriores ou a utilização dos postes do sistema de distribuição da rede
de média ou baixa tensão existente. Essas lacunas tem levado a execução de muitos projetos
de IP que não atendem a NBR 5101 (2012). Para exemplificar, vamos calcular o nível de
iluminação, utilizando a malha de cálculo da NBR 5101 (2012), nas três vias já apresentada
nesse trabalho.
Para a primeira via com configuração Unilateral, localizada no município de Barra
dos Coqueiros, os resultados são mostrados abaixo. É possível ver que, embora o custo do
projeto seja menor do que o proposto pelo algoritmo, não cumpre as normas técnicas
brasileiras.

 Altura do poste: 7,3 m;


 Distância entre postes: 40 m;
 Número de pétalas: 1;
 Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
 Tamanho do braço da luminária: 3,6 m;
 Ângulo do braço da luminária: 0º;
 Arquivo IES: OPTAL3.ies;
 Norma: Não alcançada;
Implementação e Resultados de Aplicação 60
__________________________________________________________________________________

 Emin: 0,36 lux;


 Emed: 25 lux;
Valores da NBR 5101
 U: 0,01;  Emed ≥ 10 lux;
 U ≥ 0,2;
 Lmed: 0,55 cd/m²;
 Lmed ≥ 0,75 cd/m²;
 U0: 0,01;  U0 ≥ 0,40;
 UL ≤ 0,60;
 UL: 0,0029;
 Custo: R$ 13.169,00.

A seguir são apresentados os resultados para a segunda via com distribuição


Bilateral, localizada em na cidade de Nossa Senhora do Socorro. É possível ver que o custo
do projeto também é menor do que o proposto pelo algoritmo, mas não atende às normas
técnicas brasileiras.

 Altura do poste: 5 m;
 Distância entre postes: 40 m;
 Número de pétalas: 1;
 Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
 Tamanho do braço da luminária: 1 m;
 Ângulo do braço da luminária: 0º;
 Arquivo IES: OPTAL3.ies;
 Norma: Não alcançada;
 Emin: 0,08 lux;
 Emed: 44,71 lux;
 U: 0,0019; Valores da NBR 5101
 Emed ≥ 10 lux;
 Lmed: 0,99 cd/m²;  U ≥ 0,2;
 Lmed ≥ 0,75 cd/m²;
 U0: 0,0019;
 U0 ≥ 0,40;
 UL: 0,0004;  UL ≤ 0,60;
 Custo: R$ 15.158,00.

Para a última via com disposição Central, localizada na cidade de Aracaju, os


resultados são mostrados abaixo. Da mesma forma que outros projetos, este apresenta um
Implementação e Resultados de Aplicação 61
__________________________________________________________________________________

custo menor do que o proposto pelo algoritmo. Mas, não cumpre as normas técnicas
brasileiras também.
 Altura do poste: 13 m;
 Distância entre postes: 40 m;
 Número de pétalas: 4;
 Orientação da pétala: Projeção perpendicular ao sentido da via;
 Tamanho do braço da luminária: 0,5 m;
 Ângulo do braço da luminária: 0º;
 Arquivo IES: OPTAL3.ies;
 Norma: Não alcançada;
 Emin: 6,68 lux;
Valores da NBR 5101
 Emed: 57,59 lux;
 Emed ≥ 10 lux;
 U: 0,11;  U ≥ 0,2;
 Lmed ≥ 0,75 cd/m²;
 Lmed: 1,28 cd/m²;  U0 ≥ 0,40;
 U0: 0,11;  UL ≤ 0,60;

 UL: 0,0425;
 Custo: R$ 32.916,00.
62

CONCLUSÕES

Neste trabalho é apresentado um modelo, incluindo a sua implementação com o uso do


Matlab, para o cálculo de projeto de Iluminação Pública. Este novo modelo é capaz de gerar
vários projetos e verificar se os mesmo atendem os critérios de iluminância, luminância e suas
uniformidades estabelecidas na NBR 5101 (2012). Os projetos são gerados, através das
técnicas de Algoritmo Genético, a partir de informações passadas pelo usuário/projetista, tais
como: comprimento da via, largura da faixa de rolamento, quantidade de faixas de rolamento,
largura do acostamento, largura do canteiro central (caso existir), recuo do poste,
configuração da distribuição dos postes na via (Unilateral, Bilateral Oposta, Central), tipo de
via (trânsito local rápida, arterial, coletora, locais, rodovias, estradas) e classificação de
tráfego (leve, médio, pesado) e dos dados fotométricos dos conjuntos lâmpadas/luminárias
inseridos em um bando de dados criado com as informações fornecidas pelos fabricantes
desses materiais.
Inicialmente, cada projeto gerado é testado do ponto de vista técnico, ou seja, se
atende ou não aos critérios da NBR 5101 (2012) e classificados em aptos (atende aos
critérios) e não aptos (não atende aos critérios).
Após o teste com relação à NBR 5101 (2012), é calculado o custo de implantação de
cada projeto e a sua aptidão (fitness), ou seja, a qualidade do projeto do ponto de vista do seu
custo de implantação. Utilizando as técnicas da roleta e do elitismo para fazer a seleção dos
melhores indivíduos e as técnicas de mutação e cross-over para aplicar os operadores
genéticos, novas populações com cem projetos cada uma são geradas, testadas do ponto de
vista técnico e classificadas de acordo com a sua aptidão.
Ao longo de todo o processo vai sendo formado um grupo solução composto por trinta
projetos que atendem a NBR 5101 (2012) e classificados do menor para o maior custo de
implantação. Ao final do processo, ou seja, quando não mais for observada melhoria
significativa nos novos projetos gerados, será apresentado ao usuário/projetista esse grupo
solução. Portanto, ao final do processo tem-se um grupo de trinta projetos que atendem a
normatização brasileira e ordenados do menor para o maior custo. A partir desses projetos o
técnico poderá escolher, em conjunto com o seu cliente, o projeto que melhor atenda as suas
necessidades.
Conclusões 63
__________________________________________________________________________________

Importante destacar que o banco de dados das lâmpadas/luminárias encontra-se com


cinquenta arquivos todos fornecidos pelos fabricantes e comercializados no mercado
brasileiro.
Foram apresentados no trabalho os ajustes dos parâmetros de desempenho do
Algoritmo Genético, ou seja, o tamanho da população (cem indivíduos) e as taxas de mutação
(1%) e de cross-over (50%).
O modelo e a sua implementação foram testados utilizando três rodovias de
características diferentes. Nos três casos, os projetos que formam o grupo solução, atendem os
critérios das normas e apresentam baixo custo de implantação, demostrando a viabilidade do
modelo apresentado bem como a qualidade dos ajustes nos parâmetros de desempenho do
AG.
Nas três rodovias que foram utilizadas para os testes os projetos de IP hoje executados
sem a utilização do modelo proposto não atendem os critérios da NBR 5101 (2012), sendo
que um deles, mesmo não atendendo a norma, ainda possui um custo de implantação superior
ou que foi encontrado no modelo proposto, que atende a normatização brasileira.
Pode-se observar também, através dos resultados apresentados, o grande número de
projetos testados em um pequeno tempo computacional.

Rodovia 01: o número total de projetos analisados pelo programa foi de 5.364
em 22 minutos e 19 segundos;
Rodovia 02: o número total de projetos analisados pelo programa foi de 8.635
em 30 minutos e 10 segundos;
Rodovia 03: o número total de projetos analisados pelo programa foi de 13.292
em 55 minutos e 43 segundos;

Como propostas para trabalhos futuros pode-se citar a avaliação de outras técnicas de
otimização, a utilização de outros critérios para a otimização/classificação dos projetos do
grupo solução e que, além de ser considerado o custo de implantação do projeto, seja
considerado também o custo de utilização do mesmo.
64

REFERÊNCIAS

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2012.
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de Janeiro, 2012.
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_____. NBR IEC 188: Lâmpadas Vapor de Mercúrio Alta Pressão. Rio de Janeiro, 1972.
_____. NBR IEC 1167: Lâmpadas Multi Vapor Metálico. Rio de Janeiro, 1988.
_____. NBR 13593: Reatores e Ignitores para Lâmpadas de Vapor de Sódio Alta Pressão. Rio
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__________________________________________________________________________________

WRIGHT, A. H. et. al. Genetic algorithms for real parameter optimization. FOGA, pp. 205–
218, 1990.
67

ANEXO A – Descrição e exemplo de arquivo no padrão IES

1. Descrição dos principais pontos da formatação dos arquivos com os


dados fotométricos do conjunto lâmpada/luminária de acordo com o
padrão IES:

IES LM-63-1995 e IESNA:LM-63-2002

IESNA:LM-63-1995

{Palavra-chave 1}

{Palavra-chave 2}

{Palavra-chave 3}

TILT=NONE

{Tipo de lâmpada para a luminária}

{Número de ângulos de inclinação}

{Ângulos de inclinação}

{Fatores multiplicadores}

{Número de lâmpadas} {Lumens por lâmpada} {Multiplicador candela}


{Número de ângulos verticais} {Número de ângulos horizontais} {Tipo de
fotometria} {unidade de medição usada} {largura} {comprimento} {altura}

{fator da luminária} {Uso futuro} {Watts de entrada}

{Ângulos Verticais}

{Ângulos Horizontais}

{Valores candela para todos os ângulos verticais no 1º ângulo horizontal}


ANEXO A – Descrição e exemplo de arquivo no padrão IES 68
___________________________________________________________________

{Valores candela para todos os ângulos verticais no 2º ângulo horizontal}

{Valores candela para todos os ângulos verticais no nº ângulo horizontal}

Algumas palavras chaves mais usadas:

[TEST] Número do relatório do teste

[TESTLAB] Laboratório de testes

[ISSUEDATE] Data de realização dos experimentos

[MANUFAC] Fabricante da luminária

[LUMCAT] Número do catálogo da luminária

[LUMINAIRE] Características da luminária

[LAMPCAT] Número do catálogo da lâmpada

2. Exemplo de um arquivo IES

IESNA:LM-63-2002

[OTHER] Exported by DIAL photometric export module version: 1.0.4.8

[MANUFAC] GE Lighting

[LUMCAT] 519814

[LAMPCAT] LU400/T/40 MIH

[LAMP] LU400/T/40 MIH 400W 48000lm

[LUMINAIRE] STELA HPS 400W

[ISSUEDATE] 21-Jun-2012

[TEST] 9V564

TILT=NONE
ANEXO A – Descrição e exemplo de arquivo no padrão IES 69
___________________________________________________________________

1 48000 5.65 48 33 1 2 0.35 0.35 0

1 1 400

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 47.5 50 52.5 55 57.5 60 62.5 65 67.5 70 72.5


75

77.5 80 82.5 85 87.5 90 92.5 95 97.5 100 102.5 105 110 115 120 125 130
135 140

145 150 155 160 165 175 180

0 5 15 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100 105 110 115 120


125 130

135 140 145 150 155 165 175 180

2061.027 2163.823 2213.947 2241.982 2236.035 2171.469 1989.664


1732.248 1413.664 1046.655 909.027 796.885 686.442 599.788 522.478
470.655 449.416 405.239 320.283 203.044 119.788 67.115 28.885 10.195
0.85 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2.549 0

2061.027 2172.319 2221.593 2244.531 2244.531 2208.85 2078.018


1861.381 1541.097 1190.23 1040.708 909.876 751.009 655.009 551.363
487.646 458.761 415.434 328.779 220.035 134.23 87.504 39.08 8.496 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2.549 0

2061.027 2192.708 2252.177 2309.097 2393.204 2487.504 2514.69


2445.876 2252.177 1939.54 1724.602 1493.522 1202.973 967.646 761.204
588.743 517.381 474.053 409.487 316.885 229.381 158.018 36.531 2.549 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2.549 0

2061.027 2165.522 2228.389 2332.885 2477.31 2689.699 2869.805


2867.257 2606.442 2152.779 1916.602 1625.204 1276.035 972.743
779.044 672 626.124 594.69 535.221 446.018 346.619 232.779 11.044 0.85
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4.248 0

2061.027 2148.531 2219.044 2326.088 2507.044 2750.867 2918.23


2829.027 2569.912 2238.584 2009.204 1706.761 1344.85 1066.195
ANEXO A – Descrição e exemplo de arquivo no padrão IES 70
___________________________________________________________________

867.398 751.009 690.69 655.009 591.292 478.301 389.097 171.611 9.345


0.85 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.85 3.398 0

2061.027 2130.69 2199.504 2315.894 2535.929 2756.814 2852.814


2728.779 2613.239 2458.619 2225.841 1853.735 1493.522 1191.929
973.593 826.619 744.212 683.894 596.389 511.434 443.469 53.522 11.044
1.699 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.85 4.248 0

2061.027 2120.496 2183.363 2318.442 2531.681 2721.982 2719.434


2680.354 2784.85 2733.027 2460.319 2061.027 1679.575 1340.602
1095.929 924.319 795.186 693.239 615.08 561.558 462.159 28.035 13.593
5.097 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 3.398 0

2061.027 2098.407 2146.832 2292.106 2504.496 2631.08 2596.248


2703.292 3015.08 2986.195 2721.133 2339.681 1939.54 1594.619
1329.558 1094.23 912.425 768 678.796 604.885 319.434 33.982 16.142
5.947 0.85 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.85 4.248 0

2061.027 2103.504 2141.735 2296.354 2463.717 2522.336 2506.195


2778.053 3197.735 3229.168 2982.796 2666.761 2328.637 2044.885
1761.133 1452.743 1170.69 955.752 813.027 684.743 166.513 45.876
22.088 9.345 0.85 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.85 5.097 0

2061.027 2085.664 2117.097 2257.274 2396.602 2399.15 2449.274


2824.779 3279.292 3371.044 3230.018 3028.673 2818.832 2639.575
2391.504 2054.23 1692.319 1328.708 1036.46 700.885 145.274 74.761
34.832 15.292 2.549 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3.398 0

2061.027 2056.779 2063.575 2189.31 2290.407 2274.265 2378.761


2797.593 3264.85 3393.982 3371.044 3344.708 3317.522 3293.735
3169.699 2895.292 2454.372 1926.796 1411.965 711.08 239.575 127.434
59.469 24.637 5.097 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3.398 0

2061.027 2024.496 2038.088 2148.531 2219.894 2202.053 2339.681


2774.655 3210.478 3393.982 3467.894 3578.336 3744 3866.336 3881.628
3669.239 3180.743 2535.929 1801.912 862.301 391.646 203.894 96 39.08
9.345 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3.398 0
ANEXO A – Descrição e exemplo de arquivo no padrão IES 71
___________________________________________________________________

2061.027 2032.991 2021.097 2108.602 2152.779 2135.788 2282.761


2691.398 3099.186 3303.929 3422.018 3644.602 3958.088 4190.867
4279.221 4104.212 3602.973 2863.009 1936.142 920.92 520.779 277.805
135.08 54.372 11.894 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 2010.903 1976.92 2037.239 2058.478 2045.735 2205.451


2563.115 2916.531 3124.673 3258.903 3512.071 3913.912 4245.239
4349.735 4180.673 3671.788 2927.575 1925.097 968.496 558.159 310.088
156.319 65.416 15.292 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 1993.062 1941.239 1972.673 1978.619 1964.177 2110.301


2425.487 2744.92 2933.522 3044.814 3279.292 3712.566 4085.522 4224
4050.69 3538.407 2791.646 1750.938 957.451 569.204 321.133 163.115
65.416 15.292 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 1981.168 1901.31 1903.858 1886.018 1866.478 1987.965


2239.434 2509.593 2653.168 2716.035 2880 3283.54 3694.726 3873.133
3721.912 3269.097 2562.265 1569.133 866.549 536.071 309.239 162.265
63.717 16.142 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 1955.681 1849.487 1828.248 1790.018 1750.938 1832.496


1989.664 2195.257 2320.142 2345.628 2427.186 2733.027 3103.434
3306.478 3214.726 2834.124 2195.257 1294.726 727.221 458.761 272.708
142.726 53.522 12.743 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.85 0

2061.027 1929.345 1807.009 1765.381 1703.363 1639.646 1671.929


1737.345 1865.628 1942.938 1936.142 1951.434 2120.496 2373.664
2538.478 2504.496 2236.885 1692.319 974.442 530.973 339.823 204.743
107.894 37.381 6.796 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 1929.345 1775.575 1707.611 1626.053 1540.248 1524.106


1518.159 1549.593 1556.389 1526.655 1513.062 1569.133 1673.628
1766.23 1741.593 1584.425 1198.726 683.894 333.876 214.088 132.531
67.115 24.637 2.549 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 1912.354 1739.044 1646.442 1552.142 1454.442 1398.372


1346.549 1312.566 1253.097 1228.46 1211.469 1209.77 1231.858
ANEXO A – Descrição e exemplo de arquivo no padrão IES 72
___________________________________________________________________

1250.549 1223.363 1141.805 844.46 445.168 184.354 119.788 74.761


39.08 14.442 0.85 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.85 0

2061.027 1913.204 1710.159 1592.92 1495.221 1383.08 1311.717 1248.85


1183.434 1106.124 1084.035 1064.496 1039.858 1031.363 1016.071
993.982 937.062 679.646 359.363 102.796 67.115 42.478 22.938 8.496 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.85 0

2061.027 1897.062 1673.628 1545.345 1441.699 1328.708 1248 1185.982


1118.018 1042.407 1009.274 982.088 964.248 936.212 920.071 894.584
830.018 623.575 320.283 75.611 42.478 27.186 14.442 2.549 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0.85 0

2061.027 1897.062 1656.637 1514.761 1412.814 1301.522 1214.018


1157.947 1094.23 1023.717 972.743 947.257 925.168 904.779 883.54
866.549 814.726 618.478 328.779 76.46 32.283 21.239 10.195 2.549 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 1886.867 1632.85 1479.929 1379.681 1274.336 1191.08 1133.31


1075.54 999.08 963.398 921.77 890.336 864.85 835.965 811.327 755.257
576.85 363.611 95.15 25.487 15.292 6.796 1.699 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 2.549 0

2061.027 1879.221 1622.655 1457.841 1363.54 1264.991 1179.186


1121.416 1067.894 991.434 950.655 905.628 862.301 830.867 806.23
773.097 719.575 556.46 338.124 130.832 22.088 13.593 5.947 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 1879.221 1611.611 1440 1342.301 1259.044 1174.938 1121.416


1050.903 995.681 948.106 890.336 841.912 803.681 773.097 739.965
681.345 537.77 353.416 144.425 22.088 10.195 4.248 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 1859.681 1603.965 1419.611 1324.46 1258.195 1174.938


1100.177 1036.46 977.841 928.566 875.044 824.071 782.442 739.965
695.788 626.124 496.991 338.973 158.018 22.938 9.345 2.549 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0
ANEXO A – Descrição e exemplo de arquivo no padrão IES 73
___________________________________________________________________

2061.027 1866.478 1610.761 1417.912 1313.416 1259.894 1189.381


1100.177 1027.965 955.752 919.221 875.894 823.221 773.097 722.973
658.407 563.257 458.761 316.035 162.265 27.186 9.345 2.549 0 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

2061.027 1862.23 1614.159 1413.664 1303.221 1242.053 1183.434


1100.177 1021.168 951.504 914.124 868.248 828.319 775.646 710.23
617.628 503.788 406.088 295.646 159.717 33.133 11.044 3.398 0 0 0 0 0 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1.699 0

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1109.522 1022.867 947.257 910.726 864 832.566 775.646 693.239 576
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2061.027 1881.77 1665.133 1448.496 1303.221 1211.469 1133.31


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2061.027 1876.673 1672.779 1462.938 1298.973 1190.23 1102.726


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2061.027 1845.239 1642.195 1433.204 1269.239 1158.796 1068.743


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