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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 9ª VARA FEDERAL DA

SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Processo n.: XX

JOSIANE ALMEIDA, já qualificada nos autos da ação penal acima


indicada, por sua advogada infra-assinado, vem a Vossa Excelência, com fulcro
no art. 197 da Lei de Execuções Penais, interpor

AGRAVO EM EXECUÇÃO em face de


decisão de fls. XX que indeferiu o pedido de desconto dos 150 (cento e
cinquenta) dias trabalhados por Josiane durante o primeiro ano de cumprimento
de pena, no total de pena restante a ser cumprido, pelos fatos e fundamentos
jurídicos que se seguem nas anexas razões.

Requer seja recebido o presente recurso e, caso Vossa Excelência


entenda que deva manter a decisão, requer a Recorrente que este recurso seja
remetido ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, com as
razões em anexo, bem como as cópias dos documentos constantes nos eventos:
a decisão recorrida e a certidão de sua intimação, nos moldes do art. 589 e do
parágrafo único do art.587 do CPP.

Termos em que, pede deferimento.

Local, 23 de agosto de 2019.

Advogada, OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO – TRF1

RAZÕES DO AGRAVO EM EXECUÇÃO

I- DOS FATOS

A agravante resta condenado à pena de 6 (seis) anos de reclusão, em regime


inicial fechado, por infração ao artigo 312 do Código Penal.

Encaminhados os autos à Vara de origem foi expedido o competente mandado


de prisão, que restou cumprido em 04 de fevereiro de 2019. Josiane Almeida foi,
então, recolhida ao Presídio Federal de Neves/MG.

Um ano após o início do cumprimento da pena, completaram 150 (cento e


cinquenta) dias trabalhados como auxiliar na cozinha daquele estabelecimento
prisional.

Foi, então, pleiteado, junto ao Juízo da Execução Penal, o desconto desses 150
(cento e cinquenta) dias trabalhados por Josiane durante o primeiro ano de
cumprimento de pena, do total de pena restante a ser cumprido.

No entanto, o pedido foi indeferido pelo Juízo da Execução Penal, sob o


argumento de que Josiane foi punida pelo cometimento de falta grave, nos
termos dos artigos 49 a 60 da Lei n.7.210/84.

Ocorre que Josiane não teve sequer conhecimento da existência de um


procedimento administrativo disciplinar em seu desfavor para apuração de falta
grave. Ademais, seu comportamento sempre foi exemplar.

Por isso, inconformada com a decisão proferida pelo Juízo da Vara de Execução
Penal que indeferiu o seu pedido de remição de pena, vem a Agravante,
tempestivamente, opor o presente Agravo em Execução, objetivando a reforma
da decisão.

Antes de tudo, porém, oportuno colacionar os dispositivos legais que evidenciam


a pertinência e obviam a tempestividade do corrente recurso.
II- DO CABIMENTO E DA TEMPESTIVIDADE

Preceitua o artigo 197 da Lei de Execuções Penais que: “das decisões proferidas
pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo”.

No que respeita à tempestividade, cumpre ressaltar que a Agravante foi


notificada da decisão em 19.08.2019, com data inicial da contagem em
19.08.2019, findando-se o prazo, conforme a Súmula 700 do STF, em cinco dias,
portanto, no dia 24.08.2019.

Presente, pois os requisitos de admissibilidade, impõe-se a cognição do


presente Agravo. Passa-se a demonstrar, então, os fundamentos que ditam seu
acolhimento.

III- DO DIREITO

A) DA NULIDADE DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO


DISCIPLINAR: VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA
AMPLA DEFESA POR AUSÊNCIA DE PARTICIPAÇÃO DO
SENTENCIADO

O juízo a quo indeferiu o pedido de remição com fulcro nos artigos 49 a 60 da


LEP, salientando que, pelo fato de a apenada ter sido punida pelo cometimento
de falta grave, não poderia usufruir do benefício pleiteado.

No entanto, sustenta a ora Agravante, que sequer ficou sabendo existir contra
ela um procedimento administrativo para apurar sua verdadeira
responsabilidade, sendo-lhe negado, portanto, o direito à ampla defesa e o
contraditório (Art. 5º, LV, CF).
Nesse sentido, importante salientar que, para que haja a perda dos dias remidos
como consta no art. 127 da LEP, é imprescindível oportunizar a apresentação de
justificativas pelo apenado, uma vez que, cometendo falta grave, deve o mesmo
responder em procedimento administrativo, com direito a constituir advogado, e
sendo observados os princípios constitucionais da ampla defesa e do
contraditório, como se depreende da análise do art. 59 da Lei de Execução
Penal:

Art. 59: Praticada a falta disciplinar, deverá ser instaurado o


procedimento para sua apuração, conforme regulamento,
assegurado o direito de defesa.

Parágrafo único: A decisão será motivada.

Em resumo, sempre que houver notícia de falta disciplina, é indispensável seja


instaurado devido procedimento para sua apuração. Assim, orienta, inclusive a
súmula 533 do Superior Tribunal de Justiça. Vejamos:

“Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar no âmbito


da execução penal, é imprescindível a instauração de
procedimento administrativo pelo diretor do estabelecimento
prisional, assegurado o direito de defesa, a ser realizado por
advogado constituído ou defensor público nomeado. ”

Evidenciada a violação à garantia da ampla defesa, requer-se a declaração de


nulidade do procedimento administrativo disciplinar, desde sua instauração e,
consequentemente a anulação da falta grave aplicada à Agravante.

B) EM CONSEQUÊNCIA À DECLARAÇÃO DE NULIDADE DO


PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLIANR: POSSIBILIDADE
DE REMIÃO DO PERÍODO TRABALHADO PELA AGRAVANTE.
Nos moldes do art. 126, §1º, da LEP, o condenado que cumpre a pena em regime
fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte do tempo
de execução da pena, à razão de 01 (um) dia de pena a cada 03 (três) dias de
trabalho.

A ora Agravante tem, portanto, direito à remição de 50 (cinquenta) dias de pena


imputada, já que trabalhou por 150 (cento e cinquenta) dias como auxiliar na
cozinha do estabelecimento prisional ao qual se encontra encarcerada.

Nesse sentido, com a devida vênia, a decisão do douto Juízo a quo merece ser
reformada para que a Agravante faça jus ao seu direito à remição da pena.

Dessa forma, requer-se seja a pena da Agravante remida em 50 (cinquenta) dias.

C) ALTERNATIVAMENTE EM CASO DE MANUTENÇÃO DA FALTA GRAVE:


APLICAÇÃO DA REGRA PREVISTA NO ART. 127 DA LEP.

Nos moldes do art. 127 da Lei n. 7.210/84, em caso de falta grave, o juiz poderá revogar
até 1/3 (um terço) do tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar.

Assim, ainda que tenha praticado falta grave, o que não se admite, a Agravante continua
tendo à remição de no mínimo, 2/3 do quantum total.

Pelo exposto, requer-se seja a pena da Agravante remida em, no mínimo, 33 (trinta e
três) dias, uma vez que a fração máxima poderá ser revogada (1/3) constitui, na
hipóteses, 17 (dezessete) dias.

V- PEDIDOS

Por todas estas razões expostas requer:

a) O conhecimento e provimento do presente Agravo em Execução, uma


vez atendidos todos os pressupostos exigidos para sua interposição;
b) A reforma da r. decisão para que seja declarado nulo o Procedimento
Administrativo Disciplinar e a falta grave nele aplicado à Agravante.

c) consequentemente, requer-se seja a pena da Agravante remida em 50


(cinquenta) dias.

d) alternativamente, caso não se entenda pela nulidade do Procedimento


Administrativo Disciplinar, requer-se seja a pena da Agravante remida em 33
(trinta e três) dias.

Termos em que,
Pede e espera deferimento.

Cidade, 26 de agosto de 2019

Advogada, OAB

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