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Origem e Evolução dos Sistemas Vivos

“O planeta em que vivemos é formado pelo mesmo


material que compõe os demais corpos do Sistema Solar e tudo
o mais que faz parte de nosso Universo. Assim, a origem da
Terra está ligada intrinsecamente à formação do Sol, dos
demais planetas do Sistema Solar e de todas as estrelas a partir
de nuvens de gás e poeira interestelar. Por isso, na investigação
da origem e evolução de nosso planeta, é necessário recorrer a
uma análise do espaço exterior mais longínquo e, ao mesmo
tempo, às evidências que temos do passado mais remoto. Com
base nas informações decorrentes de diversos campos da
Ciência (Física, Química, Astronomia, Astrofísica,
Cosmoquímica), bem como estudando a natureza do material
terrestre (composição química, fases minerais, etc.), já foram
obtidas respostas para algumas importantes questões que dizem
respeito à nossa existência” (TEIXEIRA, 2000, p. 2).

A...
Antes de Tudo...
O entendimento de que a realidade pode ser compreendida pela sequência de
transformações que se encadearam com o surgimento do Universo, organizando-se
em regularidades sistêmicas de complexidade crescente, motivadas pelas
transformações energéticas, desde a origem das grandezas escalares fundamentais,
o tempo, o espaço, a radiação e a matéria, explica os fenômenos naturais que
resultaram na atual constituição da Terra e surgimento da vida?

1. O UNIVERSO

1.1 Considerações preliminares

As observações mostram uma realidade contemporânea, a


qual não surgiu de uma forma extemporânea, e sim segue uma
seqüência de transformações que se encadearam, organizando-se em
regularidades sistêmicas, motivadas pelas transformações energéticas,
desde a origem das grandezas escalares fundamentais, o tempo, o espaço,
a radiação e a matéria. A Figura 6 permite-nos constatar o processo
evolutivo, que expressa esta realidade histórica, inserindo os seres vivos
no contexto natural.

REALIDADE HISTÓRICA

Começa-se a contar
F
esta realidade pela origem
O do universo, porque a
S
S ciência não tem meios para
I
L
observar realidades que
I precedam aquela origem.
Z
A
Ç
Ã
O
FILOGENIA

História de ancestralidade
e descendência dos seres vivos
Amorim (2002).

FOSSILIZAÇÃO

Figura 6: Expressão da realidade histórica, por meio de Processo de


diagrama. Adaptado de Amorim (2002). conservação, ao longo do
tempo geológico, dos seres
que viveram no passado,
mediante interrupção da
cadeia alimentar, passando o
Assim sendo, cientificamente, a teoria que fundamenta os fóssil – forma de
conservação da estrutura
estudos sobre a origem do universo é a do Big Bang, com viva – da biosfera para a
litosfera, Mendes (1988),
processos evolutivos explicando a sucessão de transformações Carvalho (2004).
resultantes em regularidades sistêmicas.

1.2 O Big Bang

O Big Bang, ou seja, a Grande Explosão foi a metáfora


usada, que virou teoria, para expressar o surgimento do universo.
Ele teria sido o momento inicial de expansão de uma
singularidade indescritível, com energia e temperatura infinitas,
que concentraria tudo que passaria a existir. Com a expansão
surgiu o espaço e começou a ser contado o tempo. A Tabela 1,
expressa esses momentos iniciais explicitados na teoria do Big
Bang.

PERÍODO PLANCKIANO

Observa-se que até


Tabela 1: Cronologia do Big Bang (TEIXEIRA, 2000). 5,4 x 10-44s passou-se o
período Planckiano, cujos
acontecimentos a ciência
A Tabela 1 mostra que as grandezas tempo e espaço não tem condições de
esclarecê-los, podendo ter
nasceram junto com a grande explosão e que a energia era surgido, inclusive,
universos paralelos.
infinita sendo medida, por sua forma de transição entre os 0
K
corpos, o calor, expresso por uma temperatura infinita. Medida da
temperatura expressa na
A temperatura até 10-10s era de 1015 0K, expressando uma escala absoluta Kelvin,
que tem origem no zero
quantidade de energia calorífica alta demais para a estabilidade absoluto, valendo,
da matéria, tudo era radiação, Gráfico 1. aproximadamente, –

PRIMEIROS SISTEMAS
ATÔMICOS
RADIAÇÃO
Os átomos de H,físico
Processo He e deas
diminutas quantidades
propagação de Li
e emissão
Gráfico 1: Explicita o período de dominância da radiação sobre matéria, e Bede só se completariam
energia.
e depois de mais de 103 anos, da matéria sobre a radiação. Arquivo decorridos 8 x 105 anos do
http://astroweb.iag.usp.br/~dalpino/AGA215/NOTAS/COSMOL momento inicial, com a
.OGIA-Bete.pdf captura dos seus elétrons
pelos núcleos já formados
A radiação predominou sobre a matéria por mais de mil anteriormente,
caracterizando a
estabilização dos primeiros
sistemas atômicos, num
ambiente cuja temperatura
era de 3.0000K.
anos, como nos mostra o Gráfico 1, porém com o decréscimo da
temperatura e da densidade de energia a matéria começou a
predominar sobre a radiação, num processo de formação
denominado nucleogênese, com o aparecimento de prótons,
nêutrons, núcleos de Hidrogênio (H), elétrons, núcleos de Hélio
(He), e depois diminutas quantidades de Lítio (Li) e Berílio (Be).
O raio do universo era de 6,6 x 10 18 Km, quando sua idade
era de 8 x 105 anos, tornando-se então transparente à luz. A
constituição do Universo era, então, de 74% de H, 24% de He e
diminutas quantidades de Li e Be. Naquela mesma ocasião
surgiram os primeiros sistemas moleculares, formados por
moléculas de H2, Tabela 2.

E
Física desconhecida
R Gravidade Quântica
A
Forças nucleares fortes, fracas e forças
eletromagnéticas unificadas PARTÍCULAS ATÔMICAS
D
A
Partículas pesadas e leves em equilíbrio Os átomos são formados por
R térmico prótons, nêutrons e elétrons, cujas
A relações entre si podem ser constatadas
Só partículas leves em equilíbrio
D térmico
no quadro abaixo:
I Neutrinos se desacoplam
A Núcleos de Deutério (2H) e Hélio (3He Regiões Partículas Carga elétrica Massa
e 4He) e diminutas quantidades de Lítio Tipo Valor
Ç (Li) e Berílio (Be) são formados por Núcleo Próton Pos +1 1
à fusão de prótons durante os primeiros Nêutron SC 0 1
O 1.000s Elétron Neg -1 1/1840
E
R
A
A matéria passa a dominar
D Átomos são formados
A A radiação eletromagnética desacopla
Moléculas de H2 são formadas
M
A
T Galáxias e estruturas de grande escala
É se formam
R
I Todas as galáxias se formaram
A A formação das estrelas continua

Tabela 2: Esclarece quanto à formação inicial da matéria.


Adaptado do arquivo Sem Autor, aga15Cosmologia2.pdf.

A constituição do Universo foi estável, em relação à


diversidade de matéria, durante algum tempo, já que com o
decréscimo da temperatura, a níveis abaixo de alguns milhões de
graus, não houve mais condição de formação de matéria.
A matéria só continuou a se formar mais tarde, quando o
universo se resfriou o bastante, permitindo que a matéria se
condensasse em imensas nuvens de gases, que evoluiriam para
FORMAÇÃO DAS ESTRELAS
formar as estrelas, pela atração gravitacional, concentrando a
As estrelas se
matéria em incontáveis pontos brilhantes, onde o aquecimento formaram pela contração da
matéria reunida em imensas
do H nos seus núcleos provocaria a fusão nuclear. nuvens de gases, formando a
hierarquia do Universo, que
As estrelas se reuniram em galáxias a cerca de 1,3 x 10 10 é reconhecida hoje, com
galáxia pertencendo a
bilhões de anos, enquanto a Via Láctea, galáxia que contém o aglomerados, que por sua
nosso sistema solar se formou a 8 x 109 bilhões de anos. vez formam
superaglomerados, que se
O diagrama representado na Figura 6 representa os vários afastam entre si, num
Universo em expansão.
estágios de vida das estrelas.
FUSÃO NUCLEAR
Nas estrelas acontece
o processo de fusão nuclear,
inicialmente a fusão do H,
produzindo He, que vai se
concentrando no núcleo
estelar. Quando todo o
hidrogênio é consumido, o
Hélio que estava
concentrado no núcleo da
estrela passa, então, a se
fundir, produzindo outros
elementos químicos, entre os
quais o carbono, que assim é
concentrado no núcleo da
estrela. O processo de fusão
espontânea continua até a
formação de ferro no núcleo
da estrela. Quando toda a
matéria é fundida e é
totalizada a concentração do
ferro no núcleo da estrela
cessa, então, o processo de
fusão nuclear.

COR E TAMANHO DAS


ESTRELAS
A cor e o tamanho das
estrelas variam do azul para
o vermelho e do menor para
o maior tamanho, na medida
em que os diversos
Figura 6: Diagrama H-R (Hetrzsprung-Russel), no qual o tipo espectral (que depende elementos químicos vão
da cor e da temperatura da superfície) de muitas estrelas cujas distâncias são sendo produzidos, no seu
conhecidas está representada em função da luminosidade (relativa ao Sol=1) interior.
(TEIXEIRA, 2000).
Assim sendo, estrelas azuis e pequenas se encontram em
estágios iniciais de vida, apresentando baixa temperatura
superficial, com o hidrogênio concentrado no interior, iniciando
o processo de fusão nuclear, quando a temperatura da estrela
atinge 107 0K. Estrelas na metade da sua existência se apresentam
com uma coloração brilhante e amarelada, com uma diversa
abundância de elementos químicos, como é o caso do Sol, veja a
Tabela 3, ainda em estágio de queima de H2.

PARTÍCULAS ALFA (α)


As partículas α são
núcleos do átomo de hélio,
constituídos de dois prótons
e dois nêutrons.

SUPERGIGANTE
VERMELHA
O carbono produzido
se concentra no núcleo,
aumentando ainda mais o
tamanho da estrela, é a fase
de supergigante vermelha.
Porém quando acaba
a fusão do He, há nova
contração do núcleo e se o
tamanho da estrela não for
suficiente para suportar
novas fusões nucleares, no
caso a fusão dos átomos de
C, então ela regride para anã
branca.
Tabela 3: Abundância Solar dos elementos químicos. A abundância solar é
Na fase de anã branca
tida como um valor médio representativo da constituição química do
ela perderá sua energia
Universo (TEIXEIRA, 2000).
restante, transformando-se
ao longo dos bilhões de anos
que se seguem em anãs
As estrelas caminham para a senilidade quando crescem e marrons e anãs negras. Isto,
provavelmente, acontecerá
com o Sol daqui a 5 bilhões
de anos, quando atingir a
fase de supergigante
vermelha, com o seu
tamanho ultrapassando a
órbita de Marte.
atingem uma coloração vermelha. O crescimento se dá em
conseqüência da queima do H2, concentrando He no interior do
núcleo, que resulta numa expansão acentuada da parte externa
estelar, adquirindo a cor vermelha. É o estágio de gigante
vermelha da estrela. Há, então, nesta fase de existência da estrela
nova contração do núcleo, que atinge a temperatura de 10 8 0K,
iniciando-se a fusão do He, com duração de vários milhões de
anos, produzindo Carbono (C), em consequência da fusão de 3
partículas α.
Nas supergigantes vermelhas que sejam, pelo menos, 8
vezes maior que o Sol o processo de fusão nuclear continua até a
produção de Ferro (Fe), Figura 7.

SUPERGIGANTE VERMELHA

FERTILIZAÇÃO DO
UNIVERSO
Quando é lançado
para o espaço essa grande
quantidade do material
acumulado na estrela, uma
Figura 7: Fase de supergigante vermelha, com concentração gradativa dos
quantidade expressiva de
vários elementos químicos até a produção do Fe. Fonte: Sem autor
nêutrons é liberada pela
http://www.if.ufrgs.br/oei/stars/rgb/rgb_evol.htm.
fissão dos núcleos que os
Enquanto as fases de fusão do H e He são muito lentas, contém. Tais nêutrons
ligam-se, de imediato, a
durando de bilhões a milhões de anos, as fases subseqüentes de outros núcleos dando
origem a processos rápidos
fusão nuclear até a formação do Fe, são sucessivamente muito
e lentos de formação de
mais rápidas. O Fe é formado em poucos segundos, quando o outros elementos químicos.
Esta é a forma como o
combustível nuclear é esgotado, na parte central, já que com o Fe Universo é fertilizado em
matéria, sendo produzidos
não acontece o processo de fusão nuclear. todos os elementos
químicos naturais até o
De outra forma, ao invés de expansão nuclear, o grande Urânio. Desta forma o Sol
aumento de temperatura no núcleo provoca uma contração, “e a foi formado, já
apresentando no seu interior
estrela implode em frações de segundo comprimindo as pequenas quantidades de
Urânio e de outros
elementos químicos, Tabela
partículas e formando uma estrela de nêutrons com diâmetro da
ordem de apenas alguns quilômetros” (TEIXEIRA, 2000, p. 8).
A temperatura aumenta muito mais, em consequência da
diminuição brusca de volume, concentrando os resíduos dos
gases não queimados, da periferia para o centro, H, He, C, O,
etc. A quantidade de energia acumulada é tão grande, em tão
pouco tempo (menos de 1s), que acontece uma grande explosão,
caracterizando fase de supernova da estrela, Figura 8.

Figura 8: Fase de supernova, produzindo no centro uma nebulosa em forma de


ampulheta, mostrando na periferia os anéis de gases resultantes da explosão. Fotografia
tomada do telescópio Hubble. Fonte: NASA (TEIXEIRA, 2000).

2. SISTEMA SOLAR

2.1 O começo

O Sistema Solar começou a ser formado a cerca de 4,8


bilhões de anos atrás, em consequência da explosão de uma
supernova, já que o Sol originou-se assim, como foi afirmado no
final do item precedente. Naquele acontecimento o Universo,
mais uma vez foi fertilizado com matéria pulverizada, Figura 9.
Figura 9: Reprodução esquemática da explosão da supernova, que teria
originado o Sistema Solar. Fonte:
http://www.ccvalg.pt/astronomia/sistema_solar/introducao/nebulosa_solar.JPG.

O Sol tornou-se a estrela central do sistema, enquanto a matéria


pulverizada passou a orbitar em torno do Sol, formando os planetas, TIPOS DE PLANETAS
como se pode ver na Figura 10. Os planetas podem ser
divididos em dois grupos: o
grupo dos planetas rochosos ou
telúricos, por terem composição
semelhante a da Terra; e o grupo
dos planetas gasosos, por
predominarem gases na sua
composição.
Observa-se na figura 10,
que entre os planetas rochosos e
os planetas gasosos situa-se o
cinturão de asteróides, um
planeta rochoso que não teria se
formado, contudo é dos dados
coletados de material
proveniente deste sítio, os
meteoritos, que se pode contar
parte da história de formação do
Figura 10: Composição planetária do Sistema Solar. Observe entre Marte e Sistema Solar e, particularmente
Júpiter o cinturão de asteróides, um planeta rochoso que não teria se formado. da Terra.
2.2 Os meteoritos
(TEIXEIRA, 2000).

Os meteoritos são corpos que caem na Terra, quando fogem da sua


órbita, ao serem atraídos pelo Sol e passam nas proximidades do nosso
planeta. Muitos deles são volatizados pelo atrito, antes de caírem, sendo
destruídos. Os meteoros, conhecidos também como estrelas cadentes são
os rastros incandescentes produzidos, quando estes corpos entram na
atmosfera terrestre.
Os meteoritos que são coletados revelam suas naturezas que podem
ser decifradas, analisando-se a Tabela 4.
CÔNDRULOS
Os côndrulos são estruturas
globulares esféricas ou
elipsoidais, cujo diâmetro varia
entre 0,5 a 1 mm, sendo
compostas de minerais
silicáticos, predominantemente
olivina, piroxênios e
plagioclásios, tipos de minerais
muito abundantes no manto
terrestre.

METEORITOS
CONDRÍTICOS
Segundo Teixeira (2000)
são considerados os corpos
mais primitivos do Sistema
Tabela 4: Classificação simplificada dos meteoritos (TEIXEIRA, 2000). Solar, diretamente acessíveis
para estudo científico.
A interpretação de sua
Analisando-se a Tabela 4 verifica-se que os meteoritos condríticos, origem é a de que eles são
fragmentos de corpos parentais
aqueles que possuem côndrulos são os mais primitivos, com idade entre maiores, mais ou menos
4,5 e 4,6 bilhões de anos, permitindo que se façam inferências sobre o homogêneos em composição,
que existiam como
modo como se formou os planetas rochosos. planetésimos na região do
espaço entre Marte e Júpiter,
Observem que nestes corpos parentais, os quais foram formados que não chegaram a sofrer
diferenciação química,
durante o resfriamento, sendo seguido de condensação da nebulosa solar permanecendo, portanto sem
transformações importantes em
reside a chave para que se compreenda a constituição do nosso planeta, já
suas estruturas internas.
que estes corpos revelam que os minerais são sistemas moleculares que A própria existência dos
côndrulos indica que o material
foram formados como resultado da pulverização do Universo com formou-se durante o
resfriamento e a correspondente
matéria, consequente da explosão da supernova que formou o Sol. condensação da nebulosa solar,
portanto, antes dos eventos
Meteoritos condríticos têm os interstícios dos côndrulos principais de acresção
preenchidos com materiais metálicos, particularmente, liga de ferro e planetária.
Mais ainda, indica que
níquel, Figura 11. houve um estágio de alta
temperatura, seguramente
acima de 1.700"C e
provavelmente próximo de
2.000°C, pelo menos em toda a
parte interna do Sistema Solar,
incluindo o anel dos asteróides.
Considera-se que este
evento de alta temperatura,
ocorrido numa fase precoce da
evolução dos sistemas
planetários, tenha sido o
Figura 11: Meteorito condrítico (Barwell, Inglaterra). responsável pela perda dos
Fonte: IPRP/7-79. British Geological Survey@NERC. elementos mais voláteis, e
All rights reserved (TEIXEIRA, 2000). principalmente H e He, por
parte do material que viria mais
Exceto pela inexistência de H, He e poucos outros elementos
químicos, entre os mais voláteis, os condritos são muito semelhantes, em
composição química, à nebulosa solar.
A Figura 12 mostra a evolução dos tipos de meteoritos, indicando
que os acondritos, siderólitos e sideritos foram formados por um processo
de diferenciação dos meteoritos condríticos.

Figura 12: Esquema simplificado de origem dos corpos parentais dos


meteoritos. Grandes impactos no espaço causaram a fragmentação
desses corpos parentais, originando diferentes tipos de meteoritos
(TEIXEIRA, 2000).
Quando o corpo era pequeno e se fragmentava produzia, então, os
meteoritos condríticos.
A diferenciação resultou de um processo de acresção da matéria,
que se chocava, produzindo corpos cada vez maiores, com presença de
materiais radiativos, cujas desintegrações aliadas à energia dos impactos
promoviam acentuada elevação de temperatura, provocando a fusão do
material, separando as duas fases: silicática concentrada na periferia e a
metálica concentrada no centro dos corpos em formação.
Estabeleceu-se com grande precisão a idade dos meteoritos SAFRANOV
Cientista russo que em
diferenciados, que gira em torno de 4,56 bilhões de anos, 1969 propôs o modelo,
correspondendo esta, à idade da Terra, já que a estrutura da Terra é atualmente reconhecido, “como
o que melhor descreve a
similar à dos meteoritos diferenciados, modelo proposto por Safranov, formação do Sistema Solar e
recebe o nome de modelo
que preconiza a acumulação nos 100 milhões de anos precedentes, cerca padrão” segundo Veiga
(http://www.on.br/site_edu_dist
de 97% a 98% de todo o material do nosso planeta. _2009/site/modulos/modulo_1/7
-formacao-sistema/7-formacao-
Os 4,8 bilhões de anos estimados para o início da formação do sistema.html).
sistema solar, ou seja, para a explosão da supernova foram calculados,
decorrentes das estimativas de decaimentos radiativos de certos materiais
presentes na supernova, que apontam para próximo a 200 milhões de
anos, o tempo necessário para que a nucleossíntese dos elementos
constituintes do sol e dos seus sistemas planetários se completasse.
3. ORIGEM DA TERRA E DA VIDA
O estudo da Terra e da vida enfoca primariamente aspectos
geológicos, quando é apresentado o conjunto de fatores físicos, químicos
e biológicos, relacionados ao seu processo evolutivo.
Entretanto, a compreensão da fenomenologia, que envolve esse
processo evolutivo, da origem a atual constituição da Terra, com uma
diversidade biológica acentuada, só se torna clara, quando se coloca a
escala temporal, diante da teia de relações resultantes das sucessivas TEMPO GEOLÓGICO
O Tempo
transformações, originando as regularidades, ou seja, as estruturas
Geológico, idade da
provenientes da dissipação energética acumulada na supernova que Terra, começa a ser
contado a 4,56 bilhões de
explodiu. anos atrás, datação
relativa estimada pela
Doravante, passaremos a denominar essa escala de Tempo datação absoluta
realizada nos meteoritos
Geológico, apresentando de um lado categorias hierarquizadas de diferenciados que caem
classificação – o éon, a era, o período, a época e a idade – e do outro a no nosso planeta, vide
capítulo anterior.
denominação que recebem ao longo do tempo, iniciando o nosso estudo
geológico, pela origem do planeta Terra, Tabela 5.

Tabela 5: Tempo Geológico, segundo Gradstein e Ogg (1996) citado por Teixeira (2000).

Conforme Safranov (apud. TEIXEIRA, 2000), o processo de


acresção planetária durou 100 mihões de anos, acontecendo quando a
temperatura baixou a níveis que permitiu a crescente aglutinação da
matéria, Figura 13.
FORMAÇÃO DA
TERRA
Em primeiro lugar
se formaram os
planetesimais, depois um
corpo pastoso e muito
quente que se aproximaria
cada vez mais da estrutura
quase esférica da Terra
atual, na medida em que
este corpo se
diferenciava, acumulando
no seu núcleo materiais
metálicos mais densos,
como a liga de ferro e
níquel, que se supõe
formar aquela estrutura, e
materiais silicáticos cada
vez menos densos, na
direção da sua periferia.
Figura 13: Desenho esquemático, para esclarecer o modo como se formou a Terra.

A Terra, nascendo da nuvem solar e dos meteoritos, não tinha


forma regular, mas à proporção que atraiu maior quantidade de matéria,
começou a tomar forma esférica. Sua temperatura era bastante elevada
devido o bombardeio da matéria em acresção e a energia radioativa. Os
elementos químicos mais densos afundaram fazendo parte hoje da
composição do núcleo e do manto.
Num primeiro momento a atmosfera era formada basicamente dos
gases leves capturados na nebulosa solar. Esses gases devido a sua leveza
foram dissipados pelo intenso vento solar.
Num segundo momento após a Terra ter se resfriado o suficiente,
a emissão de gás das rochas e a intensa atividade vulcânica formaram a
atmosfera primitiva composta de CO2, N2, H2O, CH4, NH3 e H2S, figura
14.

Naquele ambiente se formaram sistemas moleculares orgânicos


Figura 14: Reprodução artística da atmosfera secundária, diferente da dos
planetas vizinhos, a partir da qual a vida se originou.
que precederam os primeiros sistemas moleculares bioquímicos, a partir
dos quais surgiram os sistemas vivos. Stanley Muller, na década de 50,
idealizou um aparelho com o qual produziu aminoácidos, contribuindo
para ratificar esta hipótese, figura 15.

Figura 15: Aparelho de Muller

Antes de Muller, na década de 20, um cientista russo denominado


Oparin, observando coacervados ao microscópio havia sugerido que a
origem da vida tivesse acontecido a partir da segregação dos
componentes bioquímicos presentes no meio, limitados por um
envoltório, e que reagiriam consoante uma metabolismos heterotrófico,
reproduzindo-se pela presença de material genético naquele meio, figura
16.

Figura 16: Coacervados observados por Oparin

A diversificação da vida se daria, então, em consequência da


acumulação mutações no material genético, que dariam gradualmente
novas condições para as estruturas submetidas ao processo de seleção
natural.
Portanto, os primeiros seres que surgiram foram procariontes
heterotróficos fermentadores, depois surgiram os fotossintetizantes,
aeróbios, eucariontes, e assim por diante, resultando na diversidade
biológica atual.

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