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Coleção Fábulas Bíblicas Volume 44

A FARSA
DA CRUZ

JL
jairoluis@inbox.lv
Sumário
1 - O que é o Cristianismo? ........................................................... 5
1 - Jesus e a ferradura da sorte ............................................... 6
2 - Jesus e a superstição da oração .......................................... 7
3 - A essência do cristianismo é a superstição ............................ 9
2 - Jesus Cristo morreu porque Deus fracassou ...............................10
3 - A terrível verdade sobre Jesus cristo .........................................11
4 - A grande prova do fracasso total de Deus ..................................12
5 - Deus confessa sua total incompetência. ....................................13
6 - O sacrifício de Jesus acaba com a onipotência de Deus. ..............16
1 - O sacrifício de Jesus só serviu para acabar com a onipotência
de Deus >>> .......................................................................17
7 - A Farsa dos poderes impossíveis de Deus. .................................28
1 - Características do deus bíblico ..............................................29
1 - Onipotência .....................................................................29
2 - Onisciência ......................................................................33
3 - Onipresença ....................................................................35
4 - Imutabilidade ..................................................................37
5 - Sabedoria infinita .............................................................40
6 - Justiça infinita ..................................................................42
7 - Verdade Infinita ...............................................................45
8 - Amor Infinito. ..................................................................47
9 - Perfeição Absoluta. ...........................................................50
2 - Paradoxos e contradições >>> .............................................53
1 - Onipotência .....................................................................54
2 – Onibenevolencia ..............................................................57
3 - Onipresença ....................................................................59
4 – Onisciência .....................................................................60
5 - Perfeição absoluta ............................................................64
8 - O sacrifício de Jesus é uma novidade? .......................................66
Os dezesseis salvadores crucificados........................................67
1 - A “crucificação” de Krishna, Índia - 1.200 AEC .....................69
1.1 – Vida, Caráter, Religião e Milagres de Krishna ....................70
1.2 - Matsya .........................................................................72
2 - A “crucificação” do Buda Sakyamuni - 600 AEC. ...................74
3
3 - Thamuz, da Síria — 1.160 AEC..........................................77
4 - Wittoba - Índia, 552 AEC. .................................................79
5 – Iao - Nepal, 622 AEC........................................................81
6 - Esus - O Druida Celta, 834 AEC. .........................................81
7 - Quetzalcóatl - A Serpente Emplumada do México, 587 AEC. .82
8 – Quirinus - O Salvador Crucificado Romano, 506 AEC ............83
9 - Prometeu Acorrentado... ou Crucificado? 547 AEC. ..............85
10 - Thulis do Egito - 1.700 AEC. ............................................86
11 - Indra do Tibet - 725 AEC. ................................................87
12 - Alceste (de Eurípedes): Uma mulher crucificada? - 600 AEC.89
13 - Atis da Frígia - 1.170 AEC. ...............................................89
14 - Crites da Caldeia - 1.200 AEC. .........................................89
15 - Bali de Orissa - 725 AEC. .................................................90
16 - Mitra da Pérsia - 600 AEC. ...............................................91
17 - A lista não acaba em 16 personagens. ..............................91
9 - Mais bobagens do Cristianismo >>> .........................................95
Mais conteúdo recomendado ................................................. 107
Livros recomendados ........................................................... 108

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1 - O que é o Cristianismo?

É uma superstição bizarra, primitiva e engraçada que atribui


poderes mágicos a um cadáver pregado em uma cruz. Atualmente
tornou-se uma fonte de piadas e diversão para ateus e descrentes
em todos os “quatro cantos do mundo”. As pessoas crentes nesta
superstição são trolladas pelos religiosos com um deus invisível
que é pai do cadáver da cruz, além de ser ele mesmo; que é
onipotente, mas precisa de intermediários (os religiosos, claro);
que é onisciente, mas precisa constantemente ser avisado dos
problemas de sua própria criação através de orações. Mais
engraçado impossível. É uma mistura de superstição, paganismo,
idolatria, fanatismo, mitos, mentiras e muita babaquice para
conseguir ser trollado com essas bobagens.

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1 - Jesus e a ferradura da sorte

Vamos imaginar a seguinte situação. Digamos que você tem


câncer. Você está deitado no hospital depois de uma rodada de
quimioterapia e você se sente terrível. Uma pessoa aparece em
sua sala com um sorriso brilhante no rosto e uma ferradura na
mão. Ele lhe diz: "Esta é uma incrível ferradura da sorte. Se você
tocar esta ferradura, vai curar seu câncer. Mas eu preciso lhe
cobrar R$ 100,00 para tocá-la”.

1. Você pagaria ao homem os R$ 100,00?


2. Claro que não.
3. Todos nós sabemos que tocar a ferradura terá efeito nulo
sobre o câncer.
4. A crença na ferradura da sorte é pura superstição.

É também muito fácil de provar cientificamente que a ferradura


não tem nenhum efeito sobre o câncer (ou qualquer outra coisa).
A forma como iria fazê-lo é simples: nós levaríamos 1.000
pacientes com câncer e os dividiríamos de forma aleatória em dois
6
grupos de 500. Deixaríamos 500 dos pacientes com câncer para
tocarem na ferradura da sorte e os outros 500 como duplo-cego.
Então poderíamos comparar as taxas de remissão de câncer entre
os dois grupos. O que iríamos encontrar seria zero beneficios da
ferradura. Não veríamos nenhuma diferença estatística entre as
taxas de remissão nos dois grupos de 500 pacientes.

2 - Jesus e a superstição da oração

Agora vamos imaginar outra situação. Você tem câncer, acabou


de sair de uma rodada de quimioterapia e você se sente terrível.
Desta vez, uma pessoa aparece na sua sala com um sorriso
brilhante no rosto e uma bíblia na mão. Ele lhe diz:

 "Há um ser chamado Jesus/Deus, que é o todo-poderoso,


onisciente e criador todo-amoroso do universo. Eu sou o
seu representante na terra. Se me permite orar a Deus em
seu nome, Deus vai curar seu câncer”.

Você concorda com a oração, o homem reza em cima de você por


10 minutos. Ele invoca todos os poderes de cura de Deus,
rogando-lhe, recitando versos das Escrituras e assim por diante.

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Depois, quando ele está se preparando para sair, o homem diz,
"Oh, e a propósito, Deus diz que você deve 10% de dízimo de sua
renda para a igreja. Você consideraria fazer uma doação hoje"?

 A pergunta é:
 Existe alguma diferença entre os dois homens, será que a
oração tem qualquer efeito maior do que a ferradura?
 A resposta é: NÃO.
 A crença na oração é tão supersticiosa como a crença na
ferradura da sorte.

O mais fascinante é que podemos provar que a oração não tem


nenhum efeito exatamente da mesma maneira que nós podemos
provar que ferraduras não têm efeito. Tomamos 1.000 pacientes
com câncer. Oramos com 500 deles e deixamos os 500 outros em
paz. Então, olhamos para as taxas de remissão câncer de entre
os dois grupos. O que descobrimos é que as orações têm benefício
zero. Não veríamos nenhuma diferença estatística entre as taxas
de remissão nos dois grupos de 500 pacientes. Em outras
palavras, podemos provar que a crença na oração é pura
superstição. A crença no poder da oração não é diferente da
crença no poder da ferradura da sorte. Estes experimentos foram
realizados muitas vezes e eles sempre retornam os mesmos
resultados. Simplesmente, a oração não tem absolutamente
nenhum efeito sobre o resultado de qualquer evento. O "poder da
oração" é realmente "o poder da coincidência". Crença na oração
é pura superstição. A oração não tem absolutamente nenhum
efeito em cada experimento científico que realizamos, porque
Deus é imaginário.

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3 - A essência do cristianismo é a superstição

Basta ler a definição de superstição em qualquer dicionário para


ter a certeza absoluta. Simplesmente não há o que discutir sobre
isso.

O dicionário Michaelis define a palavra "superstição" desta forma:

 su.pers.ti.ção
sf (lat superstitione) 1 Sentimento religioso excessivo ou
errôneo, que muitas vezes arrasta as pessoas ignorantes à
prática de atos indevidos e absurdos. 2 Crença errônea;
falsa ideia a respeito do sobrenatural. 3 Temor absurdo de
coisas imaginárias. 4 Opinião religiosa baseada em
preconceitos ou crendices. 5 Prática supersticiosa. 6
Presságio infundado ou vão que se tira de acidentes ou
circunstâncias meramente fortuitas. 7 Crendice,
preconceito. 8 Todo excesso de cuidado ou de exatidão em
qualquer matéria. 9 Dedicação exagerada ou não
justificada. [ref] (clique nos textos em azul para mais
detalhes).

9
2 - Jesus Cristo morreu porque Deus fracassou

Esta é uma declaração tão inquestionável quanto devastadora


para o mito de Jesus Cristo, pois não deixa a menor possibilidade
de qualquer alternativa razoável e coerente. Se Jesus veio ao
mundo, foi para consertar os erros de Deus. Não há outras opções.

10
3 - A terrível verdade sobre Jesus cristo

Esta simples imagem extermina com a farsa de Jesus Cristo. O


antigo testamento jamais falou de Jesus e o deus assassino e
sádico do antigo testamento jamais teve filho ou fez qualquer
referência a isso, exceto de maneira simbólica se referindo ao seu
povo e nada além disso. Jesus Cristo é um filho fabricado (QUASE
1000 ANOS DEPOIS DO AT) pelo cristianismo >> para o deus
judaico. Não há o que discutir sobre isto também.

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4 - A grande prova do fracasso total de Deus

A Bíblia é clara sobre a origem de todos os problemas da


humanidade e do mundo: a incompetência total de Deus no início
da criação: Deus criou e viu que tudo era bom, mas não sabia que
uma criatura sua colocaria tudo a perder. A criação deu muito
errado desde o início e é disso que trata toda a Bíblia: relatar e
explicar os fracassos de Deus, pois ele passa toda a Bíblia
tentando consertá-los. A incompetência do deus bíblico como
criador não pode ser questionada sem negar suas próprias
confissões de fracasso em diversos versículos bíblicos. Ele mesmo
confessa de maneira clara e explícita, sem margem para
interpretações.

12
5 - Deus confessa sua total incompetência.

Deus pensava ter criado tudo corretamente, mas depois descobriu


que não sabia o que estava fazendo e pior: não sabia o resultado
do que fazia antes de estar pronto, bem tipo: E disse o Senhor:
“Bem, vamos ver no que vai dar esta merda!”

13
Gênesis 1:3-5
3 - E disse Deus: Haja luz; e houve luz. 4 - E VIU DEUS QUE ERA BOA
A LUZ; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 5 - E Deus
chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã,
o dia primeiro.
Gênesis 1:10
E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas
chamou Mares; E VIU DEUS QUE ERA BOM.
Gênesis 1:12-13
12 - E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua
espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua
espécie; E VIU DEUS QUE ERA BOM. 13 - E foi a tarde e a manhã, o
dia terceiro.
Gênesis 1:16-19
16 - E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para
governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as
estrelas. 17 - E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a
terra, 18 - E para governar o dia e a noite, e para fazer separação
entre a luz e as trevas; E VIU DEUS QUE ERA BOM. 19 - E foi a tarde
e a manhã, o dia quarto.
Gênesis 1:21
E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que
as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e
toda a ave de asas conforme a sua espécie; E VIU DEUS QUE ERA
BOM.
Gênesis 1:25
E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado
conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua
espécie; E VIU DEUS QUE ERA BOM.
Gênesis 1:31
E viu Deus tudo quanto tinha feito, E EIS QUE ERA MUITO BOM; e foi
a tarde e a manhã, o dia sexto.

Para quem acha que um simples e único versículo é pouco para


exterminar com a competência de Deus como criador, vejamos
mais alguns:
14
Jeremias 15:6
Tu me deixaste, diz o SENHOR, e tornaste-te para trás; por isso
estenderei a minha mão contra ti, e te destruirei; JÁ ESTOU CANSADO
DE ME ARREPENDER.
Amós 7:3
Então O SENHOR SE ARREPENDEU DISSO. Não acontecerá, disse o
SENHOR.
Amós 7:6
E O SENHOR SE ARREPENDEU disso. Nem isso acontecerá, disse o
Senhor DEUS.
Jonas 3:10
E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho;
e DEUS SE ARREPENDEU do mal que tinha anunciado lhes faria, e não
o fez.
1 Crônicas 21:15
E Deus mandou um anjo a Jerusalém para a destruir; e, destruindo-a
ele, O SENHOR OLHOU, E SE ARREPENDEU DAQUELE MAL, e disse ao
anjo destruidor: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do SENHOR
estava junto à eira de Ornã, o jebuseu.
1 Samuel 15:35
E nunca mais viu Samuel a Saul até ao dia da sua morte; porque
Samuel teve dó de Saul. E O SENHOR SE ARREPENDEU de haver posto
a Saul rei sobre Israel.
Jeremias 26:19
Mataram-no, porventura, Ezequias, rei de Judá, e todo o Judá? Antes
não temeu ao SENHOR, e não implorou o favor do SENHOR? E O
SENHOR NÃO SE ARREPENDEU DO MAL QUE FALARA CONTRA ELES?
Nós, fazemos um grande mal contra as nossas almas.

Restou alguma dúvida sobre a total incompetência de Deus? Um


deus perfeito, onipotente, onisciente e onipresente que vive se
arrependendo e se irritando com o resultado de suas próprias
ações? Isso é o retrado mais fiel possível da incompetência.
Poderíamos citar aqui centenas de versículos que comprovam de
maneira cabal a total incapacidade de Deus em corrigir seus
próprios erros.
15
6 - O sacrifício de Jesus acaba com a onipotência de
Deus.

O próprio Jesus Cristo diz que não é Deus, mas um enviado para
consertar a criação fracassada de Deus. Não conseguiu.

16
1 - O sacrifício de Jesus só serviu para acabar com a
onipotência de Deus >>>

O sacrifício expiatório de Jesus é um dos eixos centrais do


cristianismo. Entretanto, poucos se dão conta do quanto este fato
é prejudicial à sua fé.

 Por quê?
 Pela simples razão de que este sacrifício é considerado uma
obrigação, algo indispensável para a salvação.

Consegue perceber a ideia? É uma condição sem a qual não é


possível algo que se considera uma obrigação. E justamente este
é o início dos problemas para Deus. Por quê? Porque tal obrigação
recairia não só no homem sujeito ao perdão e passível de ser
salvo, mas no próprio Deus como ente que aceita o salvo. É uma
obrigação compartilhada, o que cria vários dilemas:

1 - Primeiro

 Quem define as regras para a salvação?

Se é Deus, ele poderia ter criado outras, se assim tivesse


desejado, portanto, a ideia do sacrifício expiatório como condição
indispensável para a salvação é incorreta.

Além disso, como se supõe que a vontade de tal deus é de


autoridade máxima, não é possível pensar que ele pudesse estar
obrigado de alguma maneira a dizer e fazer o que faz. O contrário
indicaria que este deus não é onipotente, pois existiriam motivos
capaces de obrigá-lo a fazer algo, mesmo quando isto vá contra
seus desejos. Quem não é capaz de cumprir seus desejos não

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pode ser considerado onipotente. Esta perspectiva é perigosa para
a fé, se levada até as últimas consequências.

Por quê?

Porque dizer que Deus faz algo e que não poderia ter feito
diferente (como sugere o princípio antrópico, por exemplo) é
negar que este deus possa fazer o que quer. Se por exemplo, nem
todo modelo de universo fosse estável, nos veríamos obrigados a
dizer que o deus cristão só é capaz de criar universos que
funcionem. Isto limitaria sua liberdade de ação, e por
consequência sua onipotencia. Se por azar do destino, deus
decidisse criar um universo que não funcione, o faria com
conhecimento disso (por seu atributo da onisciência) e utilizando
seu poder e livre-arbítrio. Mas também indicaria que tudo o que
decide, decidiu ou decidirá poderia ter feito diferente.

Se dizem que ele pode fazer o que quer, mas que cria um universo
que funcione porque assim o quer, caimos em mais problemas.

 Em primeiro lugar, persiste o problema de que poderia tê-


lo feito de outra forma e, já que é onipotente, poderia ter
feito melhor. Negar isto seria negar de cheio a onipotência
divina.
 Segundo, os motivos nunca se produzem sós. Se o deus
cristão tem motivos para fazer algo, isto implica que algo o
move a determinado juízo ou ação.

É bastante conhecida a ideia de que Jeová teria que ser um ente


necessário e absoluto. Por isso, dizer que ele possa desejar algo
iria contra seu atributo de absoluto. Mas se não pode desejar nem
querer nada, tampouco se pode dizer que tenha liberdade de
decisão, ou por extensão, liberdade alguma. Isto desbarataria a

18
crença em um deus onipotente. O fato de que o deus cristão
deseje fazer algo de uma forma e não de outra revela por
consequência duas coisas:

 Primeiro, dependência, pois existiriam entes vivos ou não,


concretos ou abstratos, capazes de influenciar seus juízos,
e por consequência suas decisões jamais seriam livres e
soberanas. Estes entes, mesmo se fossem criaturas criadas
por ele, teriam interesses completamente diferentes do
seu.

Segundo, preferência é um sentimento demasiado humano para


poder atribuir-se a un ser que se designa como a primera causa,
ente absoluto e todopoderoso. Além disso, o fato dele querer fazer
algo de determinada maneira indicaria algum tipo de reflexão,
emocional (gosto) ou intelectual (benefício, desempenho, etc.).
Se prefere algo é por alguma razão. Mas isto seria dizer que Deus
está preso a fatores externos e condicionado para fazer sua
voluntade assim como para efetuar qualquer criação.

Recapitulemos até aqui.

Se Deus é quem decide as regras para a salvação, ficamos com


um destes cenários:

 Que ele decidiu por conveniência, por gosto, por obrigação


ou sem nenhuma razão.
 Se fora por conveniência, significaria que Deus não faz o
que quer, mas o que pode, o que significa que não é
onipotente, por estar limitado a fazer só o material e
logicamente possível. Este tipo de onipotência escapa dos
problemas da onipotência convencional, Mas pelo preço de
deixar de sê-lo e converter-se em uma quase-onipotência.

19
 Se foi por gosto, significaria que há algo que pode fazer
com que o deus absoluto decida de uma maneira e não de
outra.

A razão da preferência poderia ser intelectual (querer fazer só o


possível, mesmo se pudesse fazer o impossível, por motivos como
desempenho, durabilidade, etc.); ou emocional (preferência,
empatia, valor estético, etc.).

Todas estas indicariam uma dependência divina inconcebível, pois


uma preferência intelectual poderia ser anulada com o uso da
onipotência (se fosse real, poderia tornar possível o impossível e,
por consequência, todas as opções apresentariam igual
quantidade de vantagens e/ou desvantagens); da mesma forma
que uma preferência emocional (todas as opções poderiam ser
igualmente atrativas).

Assim, o uso da onipotencia faz com que seja possível que todas
as opções que a divindade tenha na hora de escolher fazer algo
sejam iguais, por isso não poderia haver um apego emocional ou
preferência intelectual para nenhuma em especial.

 Por isso, a existência de um ente onipotente indica que se


trata de um ser incapaz de decidir nem ter algum tipo de
vontade.
 A onipotência anula o poder de decidir e esta anulação
elimina a onipotência do mapa.

Ainda quando se use a desculpa de que Deus não iguala todas as


opções e escolhe uma porque quer, está se recaindo no mesmo
erro:

1. Toma uma decisão por algo, por um motivo, por


consequência, por algo obrigatório.

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2. Se é necessário que o deus judaico-cristão decida algo, logo
esta decisão é uma obrigação.

E como toda decisão é motivada, e por consequência causada; e


como é a causa ou a necessidade, não a vontade do indivíduo a
verdadeira razão para fazer algo, portanto, o deus em questão,
ao tomar qualquer decisão, estaria perdendo sua liberdade.
Inclusive se decidisse não decidir nada nunca, esta ação implicaria
uma decisão, e esta teria um motivo, logo o problema persistiria.

Se fosse por obrigação, outro seria o problema, pois não é Deus


quem define as regras para a salvação. Mas vamos ver isto de
outro ponto de vista: O que aconteceria se o deus cristão tivesse
criado uma espécie de “decretos cósmicos” sobre de este tema,
que nem ele mesmo pudesse violar? É uma perspectiva
interesante que merece resposta. Se este tivesse sido o caso,
poderíamos nos despedir da onipotência divina, pois no momento
em que Jehová ditasse tais decretos existiria algo que ele não
poderia fazer.

Podemos também ver isto de outra perspectiva: Se em algum


momento se põe limite à onipotencia, significa que esta está
sujeita ao tempo. Mas isto contradiz o próprio conceito de
onipotencia, pois um ser onipotente deveria ter sob seu controle
o tempo e o espaço, criações suas. Isto demonstra que não é o
fato de que em algum momento se possa renunciar ou limitar a
onipotencia o que constitui uma verdadera objeção à mesma, mas
a existência do próprio tempo. Ao existir o tempo a onipotencia se
torna uma ideia impossível. Portanto, se o tempo existe, o
onipotência não pod existir. Por quê? Porque se um ser
denominado onipotente estiver sujeito aos caprichos de sua
criação ou às suas possibilidades, faz com que a onipotência seja
impossível. Um ser que pode potencialmente deixar de ser

21
onipotente, na realidade nunca foi, por estar sujeito ao futuro e
aos poderes da estatística.

Por último, se tivesse decidido as regras da salvação sem


nenhuma razão, estaríamos diante um cenario espantoso, pois a
única explicação para que se decida algo neste caso é por efeitos
do acso. E se este fosse o caso, um deus que joga a roleta russa
com as almas humanas seria um ser tão desprezível como nunca
existiu outro igual. Um ser como este não mereceria adoração,
obediência ou submissão, mas luta, uma luta com toda a nossa
força, a nossa vitalidade e o nosso conhecimento. Seria um ser de
que deveríamos encontrar uma maneira de nos livrar.

E se não houvesse razão para estas regras, poderiam ter sido


umas ou outras, o que reforça mais o carácter maligno deste deus,
pois podendo ser mais amoroso ao fazer a salvação
universalmente acessível, se entregou voluntariamente à inação,
ignorando o sofrimento de suas criaturas, ou mesmo alegrando-
se com ele. Devido a isto, não podemos descartar a ideia de um
deus sádico e cruel. E mais, temos todos os motivos, lógicos e
inclusive bíblicos, para apontar o deus cristão como uma das
divindades mais cruéis da história.

22
2 - Segundo

Se não é Deus quem define as regras para a salvação, então o


sacrifício de Jesus não estava sujeito à sua vontade. Assim
descobrimos que há algo que escapa ao controle do deus cristão
e, por consequência, elimina a ideia de sua onipotência. E mais,
se fosse assim, Deus seria só mais ser sujeito a leis anteriores a
sua existência, ditadas possivelmente por um deus mais
poderoso. Se este é o caso, o deus cristão não seria digno de
adoração.

Examinemos um pouco mais tais leis. O caso do sacrifício


expiatório praticado rotineiramente pelos judeus era de índole
simbólica, pois anualmente se sacrificava um animal para expiar
os pecados da totalidade do povo judeu. Ao contrário da história
cristã, onde Jesus se identifica como o equivalente de Adão, e por
isso se qualifica como sacrifício perfeito.

Aqui vemos o primeiro problema:

O sacrifício cristão não tem nada a ver com o judaico, pois no


segundo a ideia de equivalência não era necessária (como seria
de se esperar diante da perspectiva de um deus todo-poderoso e,
por consequência, ator final do drama do perdão dos pecados);
enquanto o primero é similar à obrigação de equilibrar a balança,
o que evidencia a necessidade do deus cristão de ser uma espécie
de controlador cósmico em vez do ser todo-poderoso em que se
acreditava antigamente. Vemos um ser que está mais interessado
em conservar o equilíbrio de poderes que em fazer cumprir sua
vontade. São dois seres diferentes, duas tradições diferentes,
sendo a cristã mais próxima das ideologias pagãs que da ideologia
judaica. Logo, não se pode dizer com propriedade que a ideologia
cristã do sacrifício redentor proceda diretamente da judaica,

23
embora esta última também tenha sido vítima do processo de
paganização durante o exílio e das sucessivas conquistas.

O principal problema com o sacrifício redentor é o seu próprio


caráter equivalente. Por que um deus teria que aceitar únicamente
um sacrifício equivalente? A ideia de equivalência destrói a de
onipotência por muitas razões. A primeira é que se é necessário
algo equivalente, a vontade de Jeová fica em segundo plano
diante da necessidade de manter a ordem cósmica. Um ser todo-
poderoso põe sua vontade em primeiro lugar, mas um que não o
seja, só poderá criar ou fazer sua vontade de acordo com
determinada ordem. Qual é o comportamento de Deus/Jeová e
qual é a sua descrição amis precisa? Se fosse realmente todo-
poderoso, poderia fazer inclusive o logicamente impossível. Se
não o fosse, só poderia fazer o lógico, mantendo uma ordem e
equilíbrio de energias em sua criação. O comportamento de Jeová
encaixa melhor com a segunda opção, lamentavelmente para os
crentes. Este comportamento faria de Deus nada mais que um
super-cientista em vez de um ser trascendental. E se este fosse o
caso, se realmente existissem deuses, podriamos dizer que
estamos cada vez perto de ser como eles.

A equivalência em si mesma apresenta muitos problemas. O fato


de que o sacrifício teve que ser dessa maneira, indica que tudo o
que existe é uma espécie de lei de equivalência, como a da
alquimia. Se é assim, e tudo indica que o é, a necessidade de um
sacrifício equivalente indica que o mal e o pecado são
independentes da vontade e do poder do deus cristão, já que este
não pode simplesmente eliminá-os por sua vontade. Uma razão a
mais para descartar a onipotência deste ser. Também nos obriga
a questionar: Se o mal não tem nada a ver com Deus, por que o
bem teria que ser diferente? Talvez o bem e o mal tenham
independência total dos desígnios deste deus, e por consequência
não tem sentido afirmar a sua infinita bondade. Não
24
aprofundaremos este tema por enquanto, mas é uma ideia
interessante e não tem nada de absurda.

Dizer que Deus não deixa de ser onipotente por isso, mas que
inexoravelmente cumpre as leis que ele mesmo instaurou, é inútil
e uma idiotice. É tão inútil quanto dizer que foi por obrigação, pois
esto invalidaria sua onipotência de uma vez por todas. Também é
inútil dizer que o fez por gosto, conveniência ou sem nenhuma
razão, opções que tratamos anteriormente. O fato é que se Deus
instaurou leis que ele mesmo não pode ou não quer violar, logo
está obrigado a cumprí-las, contradiz a ideia de que sua vontade
é lei no universo, e por consequência seu livre-arbítrio, liberdade
e onipotência. Por quê? Porque sua vontade está limitada por suas
leis, e ele deve cumprí-las mesmo que não lhe agradem, porque
assim o decidiu. E a única forma de resolver isto é dizer que em
todo momento sua vontade está alinhada com as leis que emitiu,
o que é impossível de afirmar e menos ainda de confirmar.
Portanto, a onipotência de Jeová é um assunto de fé, pois só
mediante esta é possível aceitar uma ideia tão cheia de
contradições.

Outro problema com a equivalência é a sua relação com a religião.


Se a equivalência fosse válida, isto significaria que Jeová fez com
que os judeus fizessem um sacrifício anual, assim como sacrifícios
ocasionais totalmente em vão. Por quê? Porque se o sacrifício
realmente deve ser equivalente para ser válido, logo o sacrifício
ritual judaico era inútil (um animal pelos pecados de todo um
povo). Mais ainda, este deus, por prescrever um sacrifício inútil,
deixava que o efeito dos pecados dos judeus se acumulasse.
Assim, não era de estranhar que supostamente de tempos em
tempos eles se tornassem tão malvados e pecaminosos e que seu
deus os castigasse entregando-os a seus enemigos. E esse é o
assunto: Se seu deus era quem permitia e fomentava o aumento
de sua maldade, não tinha a autoridade moral de julgá-los e achá-
25
los culpados, menos ainda de castigá-los. Um massacre de
pessoas e animais pelo simples prazer da matança.

Por outro lado, se o sacrifício judeu era válido (porque Deus nunca
muda) como se afirma no antigo testamento, então o sacrifício de
Jesus seria inútil, pois a equivalência não era necessária. E mais,
o sacrifício judaico teria sido suficiente para apagar o pecado do
mundo, e não se necessitaria do sacrifício de uma encarnação
divina para que o homem fosse salvo. E mesmo que este fosse
válido, e que a equivalência não fosse necessária, isso abriria a
porta para outras formas de expiação que não necessitassem de
tal carnificina para serem efetivas. Jeová poderia ter feito
qualquer outra coisa antes de enviar seu filho para morrer. Então
por que o faria? Por puro gosto. Portanto, a ideia de que só uma
vida inocente servia como expiação é errônea e fruto da selvageria
atávica e à ignorância dos antigos judeus, e herdada aos
modernos cristãos, que fazem um uso espúrio da mesma.

Deus poderia ter usado outro meio para a expiação? Sim. Se não
fosse necessária a equivalência de sacrifícios, um simbólico (como
o sacrifício de uma medida de farinha) teria sido suficiente. Pelo
contrário, se esta não só fosse necessária, mas indispensável, e
supondo que este deus tivesse o poder suficiente, uma entrega de
energia de igual magnitude a que supostamente Jesus tinha, seria
suficiente. Não haveria necessidade de criar uma encarnação
divina, fazê-la crescer e sentir como os homens, para depois
torturá-la e imolá-la ignobilmente. Com um simples acréscimo
energético bastaria.

Tudo isso teria servido mesmo sem considerar a onipotência de


Jeová. Mas levando este último fator em conta, só teria sido
necessário seu desejo para que o efeito do pecado fosse
erradicado do universo. Se a onipotência é real, e este ser a
possui, então sua vontade o trascende e tudo pode, e nada há que

26
não possa fazer. Por isto, dizer que o sacrifício de Jesus era
indispensável para o perdão dos pecados não é mais que uma das
muitas desculpas dos cristão para inventar uma diferença
completamente artificial entre os salvos (crentes) e os maus
(incrédulos); entre as criaturas feitas por seu deus (os não
cristãos) e os filhos deste (os cristãos de determinada seita).

Recapitulemos para terminar

Se o sacrifício de Jesus é indispensável para a salvação e o perdão


dos pecados, logo Jeová está obrigado por algo sobre o qual não
tem controle. Portanto, sua suposta onipotência fica reduzida a
nada, e seu papel seria o de apenas um controlador e zelador da
criação, em vez do todo-poderoso ser que sempre cumpre sua
vontade.

Se o sacrifício não é indispensável, se poderia ter feito qualquer


outra coisa para a salvação e o perdão, que não implique na morte
de uma encarnação divina nem o massacre sistemático de animais
para aplacar sua ira, seu ego ou seu apetite.

Diante da perspectiva de um deus onipotente, mas impiedoso, e


um deus quase-onipotente e de moral duvidosa, pergunta-se a
cada crente teísta que possua ainda que seja um pouco de
honestidade, intelectual e de qualquer outro tipo: Qual das duas
opções prefere?

1. Um deus onipotente, mas impiedoso e mau?


2. Um deus quase-onipotente de moral duvidosa?

27
7 - A Farsa dos poderes impossíveis de Deus.

Depois de desmascarada a farsa do sacrifício na cruz e antes que


o crente da superstição judaico-cristã nos acuse de ofender ao seu
deus, chamando-o de incompetente, satânico ou coisas do tipo,
apesar de já termos demonstrado isso com versículos bíblicos,
repetimos aqui as características básicas de Deus para que o
próprio crente julgue se as ações de Deus DESCRITAS NA BÍBLIA
são compatíveis com tais características fundamentais como a
onisciência, a onipresença e a onipotência. Já adianto que não,
não são nada compatíveis, mas absurdamente contraditórias e é
muito fácil perceber através de uma leitura bem superficial da
Bíblia.

28
 Os poderes mágicos impossíveis como onipotência,
onisciência e onipresença tornam a existência do deus
judaico-cristão são mais que impossíveis, são uma piada.

1 - Características do deus bíblico

É importante tratar de entender “O que é e como é esse Deus”, já


que o conceito de Deus varia muito entre as pessoas. Para muitos
Deus é somente uma espécie de “Energia Universal”, para outros,
Deus somos nós mesmos e inclusive para muitos outros Deus
poderia ser definido como a natureza que nos rodeia. Todas essas
definições não são de nosso interesse; no Ocidente, quando
alguém diz que é ateu e que não acredita em Deus se refere ao
Deus Judaico-cristão, o Deus que nos descreve a Bíblia e que é
adorado pela maioria da civilização ocidental. É sobre este Deus
que tratamos no presente trabalho. Ainda que em essência a
argumentação contra Deus se possa transferir ao resto dos
Deuses que existem e existiram no mundo, não são de nosso
interesse aqui e agora. Sei que a muitos cristãos não lhes agrada
a ideia de “conceitualizar” o seu Deus, já que segundo eles a
essência divina está acima disso e Deus é indefinível. Sem dúvida
a melhor maneira de conhecer Deus é através do que a Bíblia nos
diz sobre ele. Por sorte a Bíblia descreve em numerosas ocasiões
como é Deus e que características possui o que deixa
relativamente simples a nossa tarefa de defini-lo. Essas
qualidades divinas são por todos conhecidas, mas é importante
defini-las e estabelecer os limites correspondentes. Segundo a
Bíblia algumas das características de Deus são:

1 - Onipotência

29
Começaremos agora a analisar as diferentes características ou
qualidades que possui Deus com o objetivo de delimitar e
conhecer de maneira mais clara como se apresenta este ser
divino. Além disso, argumentaremos porque não acredito que
Deus seja um ser onipotente nem acredito que Deus seja o criador
de todas as coisas. Imagino que nenhum crente cristão se
atreveria a duvidar desta qualidade divina, já que é uma das mais
abundantes e claras em toda a Bíblia. Nomear todos os versículos
bíblicos que afirmam que Deus é todo poderoso seria uma tarefa
titânica. Todos os cristãos creem sem nenhuma dúvida que Deus
é todo poderoso e que é o criador de todas as coisas. Só citaremos
um versículo Bíblico para estarmos seguros desta qualidade:

Genesis 17:1
1 - Sendo, pois, Abrão da idade de noventa e nove anos, apareceu o
SENHOR a Abrão, e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso, anda em
minha presença e sê perfeito.

Não há nenhuma razão para acreditar que do ponto de vista


racional e lógico Deus seja um ser “todo poderoso” e “criador de
todas as coisas”:

1 - A criação do mal

Se for verdade o que diz a Bíblia, que Deus criou todas as coisas,
então Deus também criou o mal e as calamidades humanas. Se
pararmos para pensar, isto é contraditório porque se pode dizer
que tudo o que Deus criou é bom e de suas criações não pode sair
o mal. Ainda que não acreditem, na Bíblia se diz em várias
ocasiões que Deus criou o mal e as calamidades:

Isaías 45:6-7
6.Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que
fora de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. 7.Eu
30
formo a luz, e crio as trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu sou o
Senhor, que faço todas estas coisas.
Jó 42:11
11. Então vieram ter com ele todos os seus irmãos, e todas as suas
irmãs, e todos quantos dantes o conheceram, e comeram com ele pão
em sua casa; condoeram-se dele, e o consolaram de todo o mal que
o Senhor lhe havia enviado; e cada um deles lhe deu uma peça de
dinheiro e um pendente de ouro.
Jó 5:18
18. Pois ele fere, mas dela vem tratar; ele machuca, mas suas mãos
também curam.
Gênesis 2:16
16 - E o Senhor Deus ordenou ao homem: "Coma livremente de
qualquer árvore do jardim, 17 - Mas não coma da árvore do
conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer,
certamente você morrerá".

Como podem ver nestes exemplos, sem dúvida Deus criou o mal
e as enfermidades. Também é conhecido o ditado popular “o mal
não existe, é só a ausência do bem”, isto não tem sentido, já que
a Bíblia trata e nomeia o mal como algo bem definido e não como
a ausência do bem.

2 - Literalidade

Deus não pode “literalmente” ser o criador de todas as cosas. Há


coisas que por definição Deus não as criou, o homem as criou. Por
exemplo: Deus não criou o aço que não existe na natureza, pois
é a combinação de ferro, carbono e outros tantos elementos. O
homem criou o aço, não Deus. Claro que o crente dirá: “Mas Deus
criou o ferro, o carbono e também o homem, portanto Deus é o
criador indireto do aço e de todas as coisas que o homem inventa
e fabrica”, aqui temos a palavra clave: “indireto”. Se a premissa
31
acima é correta: então Deus é o “Criador indireto de todas as
coisas”, o que deixa a sua perfeição muito limitada.

3 - Lógica

Um argumento que os nós ateus usamos com frequência para


demostrar à falta de lógica ao afirmar que Deus é todo poderoso
é o famoso argumento da “pedra pesada”. Se Deus é todo
poderoso e pode criar o que deseje, Poderia Deus criar uma pedra
tão pesada que nem ele mesmo pudesse levantá-la? Por simples
lógica, Deus não pode fazê-lo. Isto seria o mesmo que afirmar que
“Deus não pode evitar que a soma de uma unidade mais outra
unidade de como resultado duas unidades”, esta é uma
abordagem matemática básica e não pode ser quebrada nem
mesmo por Deus. Diante disso os crentes responderão: “Deus só
pode fazer coisas dentro da lógica”. Isso que dizer que Deus tem
um limitante “A Lógica”, convertendo-se assim em um ser limitado
a algo superior a ele e perderia sua essência perfeita. A
característica divina ficaria assim: “Deus é o criador de todas as
coisas logicamente possíveis”.

4 - Leis naturais

Este é um argumento levantado por Bertrand Russell: “as leis


naturais são independentes da criação divina” Deus deve acatar
as leis naturais, portanto estão acima de Deus. Vejamos um par
de exemplos: A lei da gravidade (9,8 mts/seg2) é a velocidade
com que a terra atrai os objetos para o seu centro; e o oxigênio
que forma o ar que respiramos (O2). A pergunta é a seguinte:
Porque Deus criou as leis naturais assim e não de outra forma?
Deus poderia ter feito a gravidade com valores mais baixos, desta
forma poderia evitar milhões de mortes por quedas, fraturas,
32
acidentes etc. Também Deus poderia fazer-nos respirar nitrogênio
e não oxigênio, já que o nitrogênio é mais abundante no ar que o
oxigênio, assim evitaria milhares de mortes por asfixia. O crente
cristão tem três possíveis respostas a isto:

 “Deus fez dessa maneira por que era o melhor para o


mundo”: O melhor? Tantas mortes por culpa da gravidade
e tantas asfixias são o melhor que Deus poderia fazer?
 “Deus fez assim porque ele faz o que deseja”: isto equivale
a dizer que “Deus faz o que lhe dá na cabeça” Que sentido
tem adorar um Deus caprichoso que faz as coisas só porque
lhe dá na telha?
 “Deus fez dessa maneira porque tinha que fazer assim”:
Deus está submetido às leis naturais. Esta é a única
maneira de que Deus poderia fazê-lo. Deus não poderia
criar a gravidade com um valor menor ou nos fazer respirar
nitrogênio porque as leis naturais o impediam. Ou seja,
Deus deve cumprir e acatar essas leis naturais. Um Deus
que está submetido a leis superiores a ele, perde sua
essência de perfeição absoluta.

Existem inumeráveis razões que nos indicam que a onipotência de


Deus está muito comprometida. Mas acredito que estas
abordagens são suficientes para abrir uma base de opiniões a
respeito com o crente cristão que deseje aprender mais sobre o
Deus que adora.

2 - Onisciência

Seguindo com a análise das qualidades de Deus veremos agora a


característica mais polêmica e controversa de Deus: sua
onisciência ou a capacidade de saber tudo. Tampouco acredito que
algum crente seja capaz de pôr em dúvida esta qualidade. Deus

33
sabe tudo. Sabe nosso passado, conhece nosso presente e sabe o
que nos acontecerá no futuro. Deus conhece tudo sobre todos nós
e sobre o mundo. O problema desta característica celestial é que
em muitas das minhas conversas com crentes cristãos parece que
não entendem muito bem o que significa e tendem a mal
interpretá-la. A melhor maneira de eliminar as dúvidas sobre isso
é investigar o que diz a Bíblia a respeito. Existem vários versículos
que esclarecem sobremaneira este ponto:

Jó 14:16
16.Mas agora contas os meus passos; porventura não vigias sobre o
meu pecado?
Jó 23:10
10.Porém ele sabe o meu caminho; provando-me ele, sairei como o
ouro.
Jó 42:2
2.Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode
ser impedido.
Salmos 44:21
21.Porventura não esquadrinhará Deus isso? Pois ele sabe os segredos
do coração.
Isaías 46:10
10.Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as
coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será
firme, e farei toda a minha vontade.
Jó 23:14
14.Porque cumprirá o que está ordenado a meu respeito, e muitas
coisas como estas ainda têm consigo.
Lucas 12:7
7.E até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais,
pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos.

Como podem ver há muitíssimos versículos que asseguram que


Deus sabe tudo. O problema começa quando se afirma que o
homem tem “Livre arbítrio”, ou seja, que o homem tem liberdade

34
para escolher o que deseja. Este é um dos pontos mais quentes
da conversação Ateu-Cristã. É muito difícil harmonizar a ideia de
que podemos escolher livremente e que Deus já sabe todo nosso
futuro e que nossa história está escrita de antemão. Sem dúvida,
amigo crente, para você Deus já sabe quem será salvo e quem
não será. Isso Deus sabe, já que sabe tudo. Mas como posso eu
escolher se o meu destino já está escrito? Segundo essa premissa,
não importa o que eu decida, sempre terminarei cumprindo o que
Deus escreveu para mim. Não tenho saída. Muitos crentes tentam
responder a isso dizendo: “Deus pode saber o nosso futuro, mas
nós não sabemos”, saiba ele ou não isso não tem absolutamente
nenhuma influência nos acontecimentos futuros, já que
irremediavelmente acabarei cumprindo o que Deus quer. Além
disso, existem também vários versículos que negam que Deus
seja onisciente e que saiba tudo. É um tema espinhoso e
controverso que se levará várias linhas para debatê-lo e o
trataremos em numerosas oportunidades. Eu, por ser ateu não
acredito que o meu destino esteja escrito nem em nada do tipo.
Ninguém sabe o meu futuro. O futuro não existe, o vamos criando
dia após dia através de nossas decisões. Considero-me um ser
livre e não estou nesta vida para cumprir nenhum livro. Sei que
você, amigo crente, se considera livre para escolher o que deseja,
porém isso não contradiz tudo que existe na sua Bíblia sobre Deus
e sua onisciência? Sim.

3 - Onipresença

Deus está em toda parte, o tempo todo. Isto sabe qualquer crente.
Mas lamentavelmente a Bíblia não é muito clara a respeito e
existem poucos versículos que nos indicam isto de forma pontual.
Ao dizer que Deus se encontra em todo lugar se assume outra
característica divina: a Invisibilidade. Deus é em essência um ser
invisível e etéreo. Claro, tem que ser; nada que seja visível está
35
em todo lugar ao mesmo tempo. A imaterialidade é um requisito
obrigatório para cumprir esta premissa. As qualidades de
onipresença e invisibilidade trazem consigo vários problemas ao
tentar entender isto de forma racional. Apesar de que Deus está
em todo lugar, a Bíblia nos diz que Deus foi visto de maneira
precisa em várias oportunidades; inclusive até falou com várias
pessoas em determinadas ocasiões; isto significa que para ser
visto e escutado em um momento e lugar preciso deveria estar ali
e não em todos os lugares. Também, fazer-se visível para várias
pessoas sem dúvida deixou de ser invisível, já que as coisas
invisíveis não se podem ver. É impossível dizer com toda
segurança que Deus é invisível, já que foi visto em várias
oportunidades:

Gênesis 32:30
30.E chamou Jacó o nome daquele lugar Peniel, porque dizia: Tenho
visto a Deus face a face, e a minha alma foi salva.
Êxodo 24:10-11
10.E viram o Deus de Israel, e debaixo de seus pés havia como que
uma pavimentação de pedra de safira, que se parecia com o céu na
sua claridade. 11.Porém não estendeu a sua mão sobre os escolhidos
dos filhos de Israel, mas viram a Deus, e comeram e beberam.
Êxodo 31:18
18.E deu a Moisés (quando acabou de falar com ele no monte Sinai)
as duas tábuas do testemunho, tábuas de pedra, escritas pelo dedo
de Deus.
Êxodo 33:11
11.E falava o SENHOR a Moisés face a face, como qualquer fala com
o seu amigo; depois se tornava ao arraial; mas o seu servidor, o jovem
Josué, filho de Num, nunca se apartava do meio da tenda.
Êxodo 33:23
23 - E, havendo eu tirado a minha mão, me verás pelas costas; mas
a minha face não se verá.

1. Então, Deus é invisível ou não?

36
2. Ou só é invisível às vezes?

Há outra coisa que atenta contra a invisibilidade e o caráter etéreo


de Deus, é que Deus tem dedos, cara e costas (Gênesis 32:30;
Êxodo 31:18; Êxodo 33:23) isto equivaleria a dizer que Deus está
composto por algo físico que se pode ver o que atentaria contra a
sua condição de ser espiritual o imaterial.

 É muito difícil sustentar que Deus é um ser espiritual e


invisível quando a própria Bíblia nos diz o contrário.

Como ponto final, quero fazer uma observação à maneira de


piada:

1. Por que quando o crente quer referir-se a Deus sempre olha


ou aponta para cima, para o céu?
2. Se Deus está em todo lugar, não tem sentido buscá-lo no
céu nem entre as nuvens – ELE ESTÁ EM TODO LUGAR. Ou
não?
3. Curioso, não?

4 - Imutabilidade

Uma qualidade divina que parece estar muito claramente


estabelecida nas “Santas Escrituras”, mas que por sua vez a
própria Bíblia se contradiz é a: Imutabilidade. Isto em poucas
palavras é: “Deus é o mesmo desde sempre, ele não muda.”. Ser
imutável significa ser sempre o mesmo, sem experimentar
nenhum tipo de mudança ou alteração. Não mudam nem Deus,
nem seus desígnios. A Bíblia nos diz em várias oportunidades que
isto é correto, Deus não muda:

Salmos 102:27
27.Porém tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim.

37
Salmos 33:11
11.O conselho do SENHOR permanece para sempre; os intentos do
seu coração de geração em geração.
Tiago 1:17
17.Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do
Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.
1 Samuel 15:29
29.E também aquele que é a Força de Israel não mente nem se
arrepende; porquanto não é um homem para que se arrependa.
Malaquias 3:6
6.Porque eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não
sois consumidos.
Hebreus 13:8
8.Mas, do Filho, diz: O Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos
séculos; Cetro de equidade é o cetro do teu reino.

E muitos outros.

Apesar de todos estes versículos que sem dúvida afirmam que


Deus é Imutável, também em várias ocasiões a própria Bíblia
parece afirmar o contrário que Deus muda de opinião e não é o
mesmo desde sempre:

Gênesis 6:6-7
6.Então se arrependeu o SENHOR de haver feito o homem sobre a
terra e pesou-lhe em seu coração. 7.E disse o SENHOR: Destruirei o
homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao
animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de
havê-los feito.
Êxodo 32:14
14.Então o SENHOR arrependeu-se do mal que dissera que havia de
fazer ao seu povo.
Jonas 3:10
10.E Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau
caminho; e Deus se arrependeu do mal que tinha anunciado lhes faria,
e não o fez.

38
2 Samuel 24:16
16.Estendendo, pois, o anjo a sua mão sobre Jerusalém, para destruí-
la, o SENHOR se arrependeu daquele mal; e disse ao anjo que fazia a
destruição entre o povo: Basta, agora retira a tua mão. E o anjo do
SENHOR estava junto à eira de Araúna, o jebuseu.

Podemos ver claramente duas coisas aqui:

1. Ou a Bíblia se contradiz em várias ocasiões,


2. Ou isso da “Imutabilidade Divina” é algo ambíguo e não
deve ser levado muito a sério.
3. Em qualquer dos casos Deus parece meio fora da casinha.

Outro fator que compromete a Imutabilidade de Deus é o fato que


no passado ele mesmo cometeu atos reprováveis e logo depois
mudou de caráter com respeito às suas ações. Por exemplo, todos
nós recordamos os fatos ocorridos durante o diluvio universal ou
na destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, ambos os fatos
narrados no Gênesis. Nestas duas situações houve uma destruição
total dos seres humanos incluindo crianças e animais inocentes,
ao que parece foram realizados diretamente por Deus para
erradicar o mal de ambos os lugares. Imagino que o crente estará
de acordo comigo de que em ambos os fatos morreram crianças
completamente inocentes dos pecados de seus pais. Claro, você
também dirá que Deus teve suas razões para fazê-lo. Em todos
os casos em várias oportunidades Deus no Antigo Testamento se
nos apresenta como um Deus combativo e vingativo, que
promoveu múltiplas guerras e inclusive assassinou em várias
ocasiões pessoas por sua própria conta. Já no Novo Testamento
vemos um Deus completamente diferente, um Deus que é todo
amor e ternura e que parece esquecer seu passado quando era
chamado “Deus dos Exércitos”.

 Se isto não é mudar, não sei o que seria!

39
5 - Sabedoria infinita

A sabedoria de Deus é uma das características divinas mais


conhecidas pelo crente. Deus é infinitamente sábio e nunca se
equivoca. A Bíblia é bem específica em centenas de versículos.

Jó 9:4
4.Ele é sábio de coração, e forte em poder; quem se endureceu contra
ele, e teve paz?
Jó 12:13
13.Com ele está a sabedoria e a força; conselho e entendimento têm.
Isaías 40:28
28.Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o SENHOR, o Criador
dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu
entendimento.
Daniel 2:20
20.Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade
a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força;

Como é lógico pensar, a Bíblia ao ser totalmente inspirada por


Deus, não tem erros; nem Jesus, a materialização física de Deus,
tampouco se equivoca ou jamais se equivocou. Bom, descrever
todos os erros e contradições da Bíblia levaria muito tempo, já
que são muitos, descrever os erros de Jesus também, assim para
não fazer um cansativo trabalho de análise citaremos apenas uns
“pequenos equívocos” de Jesus tal como se encontra na Bíblia:

Mateus 16:28
28 - Em verdade vos digo que alguns há dos que aqui estão que não
provarão a morte até que vejam vir o Filho do homem no seu reino.

Isto, tomado de forma literal é um erro, pois morreram todos os


dessa geração e Jesus ainda não voltou. Morreram várias gerações
e o esperado regresso de Jesus não aconteceu. Claro, você como
crente dirá: “não se deve entender isso de modo literal”, sim, é

40
fato que Jesus usava parábolas para exemplificar algumas partes
de sua doutrina; porém quando fazia isso ele declarava
antecipadamente. Em nenhuma parte se assume que isto é uma
parábola. Outros crentes afirmam que a geração a que se refere
o versículo não é literal e logo começam a procurar cálculos de
anos e a fazer estranhas explicações do que poderia ser uma
“geração”. Os próprios crentes tratam logo de consertar esse
equívoco evidente, sem sucesso é claro.

Mateus 12:40
40 - Pois, como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da
baleia, assim estará o Filho do homem três dias e três noites no seio
da terra.

Este é um dos equívocos mais claros e evidentes de Jesus-Deus.


Neste versículo profetizou que ressuscitaria depois de três dias e
três noites. Todos nós sabemos que Jesus esteve no túmulo no
máximo por um dia e meio, morreu em uma tarde de sexta-feira
e já na manhã de domingo foi ressuscitado. Para cumprir o que o
verso diz ele tinha que ter saído do túmulo na manhã de segunda-
feira. Não há praticamente nenhuma explicação razoável para
isso, a menos que você amigo cristão comece de novo a fazer
cálculos para dar aos "três dias e três noites” significados
diferentes.

Marcos 7:14-15
14.E, chamando outra vez a multidão, disse-lhes: Ouvi-me vós, todos,
e compreendei. 15.Nada há, fora do homem, que, entrando nele, o
possa contaminar; mas o que sai dele isso é que contamina o homem.

Eu sei que os crentes cristãos têm dado milhares de interpretações


a estas palavras de Jesus, alguns dizem que se refere ao pecado,
à palavra ou a centenas de outras coisas. Mas a verdade é que
Jesus quis fazer uma comparação de qualquer uma destas
interpretações possíveis com o que entra literalmente no homem
41
(comida, por exemplo) e o que sai (fezes). Certamente, Jesus ao
possuir sabedoria infinita deveria saber que existem milhões de
coisas que, quando ingeridas podem contaminar o corpo causando
doenças e até a morte. Portanto, esta besteira de que "Nada
existe fora do homem e que ao entrar nele o possa contaminar” é
um erro gigantesco para um ser que se denomina Deus.

Estes são apenas três exemplos e como dissemos anteriormente,


citar todos seria tarefa impossível. Em muitas oportunidades
analisaremos outros tantos erros com mais calma e atenção.

Certamente que o leitor crente cristão deve ter muitas respostas


premeditadas para poder a duras penas justificar todos estes
erros, a desculpa mais comum utilizada nesses casos é: “a Bíblia
necessita ser interpretada”, claro, com esta resposta podem
responder a todos os erros que aparecem nas santas escrituras.
Você amigo crente já usou esta desculpa alguma vez?

6 - Justiça infinita

Agora comentaremos brevemente sobre uma característica divina


que a meu modo de ver é uma das mais citadas na Bíblia, mas
por sua vez é uma das que menos atenção recebe, “A Justiça
eterna de Deus”. A “santa palavra” afirma em numerosas ocasiões
que Deus é infinitamente justo e que dará a cada um, o que
merece.

Deuteronômio 10:17
17.Pois o SENHOR vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos
senhores, o Deus grande, poderoso e terrível, que não faz acepção de
pessoas, nem aceita recompensas;
1 Pedro 1:17

42
17 - E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga
segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da
vossa peregrinação,
Gálatas 2:6
6 - E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham
sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do
homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me
comunicaram;
1 João 3:7
7 - Filhinhos, ninguém vos engane. Quem pratica justiça é justo, assim
como ele é justo.

… e muitos outros.

Apesar de todos estes inumeráveis versículos que avaliam a


justiça divina, às vezes paramos para pensar se isso tem algum
fundamento. É verdade que deus é um ser justo e que sua criação
é justa? Certamente é necessário muita ingenuidade para pensar
que o mundo é ou alguma vez foi um lugar justo. Praticamente
tudo o que nos rodeia está cheio de injustiças: vemos dia a dia
como gente desonesta progride na vida enquanto gente honesta
sofre desgraças não merecidas. Observamos como os desastres
naturais tiram a vida de milhões de pessoas inocentes; sobretudo
as maiores vítimas da injustiça humana, as crianças, são elas que
normalmente sofrem as maiores consequências da falta de justiça
a cada momento. Se o crente leitor ainda acredita que a história
bíblica do dilúvio é correta, terá que admitir que neste caso
tivessem que morrer crianças inocentes sem absolutamente
nenhuma culpa dos erros de seus progenitores. Dessa história
absurda surge uma grande dúvida, uma dúvida que deve corroer
até o cérebro de muitos crentes: Por que se Deus é justo, tiveram
que morrer crianças inocentes nesse dilúvio? Jamais se obteve
uma resposta convincente de qualquer crente, mas certamente
muitos se consolam com o conhecido autoengano de que “Deus é

43
misterioso e sabe o que faz”, mas lá no fundo sabem não é uma
resposta para nada.

Amigo crente, vejamos um exemplo clássico, que certamente


você acredita que pode ocorrer: Vamos supor que um ateu
qualquer, por exemplo, da Suécia (utilizo este país como exemplo
porque é um dos países com maior porcentagem de ateus e menos
crimes), esta pessoa ateia tem uma ficha de vida inatacável,
nunca cometeu um crime nem qualquer coisa reprovável, bom
esposo e grande pai, um bom amigo; com problemas e defeitos,
claro, como todos nós, mas em termos gerais e diante da
sociedade é um cidadão íntegro. Coloquemos no outro extremo,
um assassino em série, violador e pedófilo (esta classe de
criminosos lamentavelmente é comum) cuja vida é uma desgraça,
tanto para ele como para os que o rodeiam e que por seus atos
destruiu a vida de muitas pessoas. Imaginemos que ambos
morrem. Coisa que certamente ocorrerá algum dia, mas o ateu
morre sem aceitar Jesus como seu salvador e morre sendo ateu,
apesar de ter sido bom em toda a sua vida; o assassino momento
antes de morrer se arrepende e aceita Jesus em seu coração,
claro, me refiro a uma conversão real, sincera e totalmente
honesta, este assassino se arrepende de verdade de seus
pecados. Segundo a crença cristã (e você como crente cristão
estará de acordo) o ateu irá quase sem nenhuma dúvida ao
inferno, ou ao lugar de condenação que exista, pela simples razão
de que rompeu nada mais nada menos que o mandamento mais
importante, “Amar a Deus sobre todas as coisas”. E no segundo
caso, o do assassino arrependido, irá ao paraíso ou a seu
equivalente de recompensa divina, por ele apenas ter tido a sorte
de haver se arrependido a tempo. Estou certo de que o leitor
cristão dirá: "Bem, cada um teve a oportunidade de escolher e
escolheu”; concordamos, mas essa não é a discussão, o que se
discute é se isto é justo ou não.

44
Sejamos sinceros, parece-lhe justa a condenação do ateu decente
e o prêmio do assassino arrependido? Sua resposta deveria
oferecê-la aos familiares e seres queridos das vítimas do
assassino.

7 - Verdade Infinita

De fato, Deus não mente, ele é completamente verdadeiro e


preciso em suas palavras. Sobre isso concordam todos os crentes,
este é, sem dúvida, um atributo essencial de Deus. Vamos
examinar brevemente alguns versos que dizem isso para ficarmos
mais seguros:

Tito 1:2
2.Em esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir,
prometeu antes dos tempos dos séculos;
Romanos 3:4
4.De maneira nenhuma; sempre seja Deus verdadeiro, e todo o
homem mentiroso; como está escrito: Para que sejas justificado em
tuas palavras, E venças quando fores julgado.

1. OK, este ponto está claro agora. Deus não mente.


2. Correto?

Sem levar em conta as numerosas contradições e erros que


poderia ter a Bíblia, as quais podem ser interpretadas como
mentiras ou erros, há dois versículos que de fato confundem o
leitor e parece que Deus mentiu de forma descarada, inclusive ele
mesmo descobrindo o engano.

Jeremias 7:22

45
22.Porque nunca falei a vossos pais, no dia em que os tirei da terra do
Egito, nem lhes ordenei coisa alguma acerca de holocaustos ou
sacrifícios.

Este é um versículo bastante comprometedor para Deus, porque


afirma que não decretou algumas ordens, das quais há milhares
que confirmam que essas ordens foram dadas. Citar aqui todos os
versículos onde Deus ordenou fazer holocaustos e sacrifícios seria
um trabalho realmente esgotador devido à enorme quantidade
deles. Mas isso não é necessário, pois o próprio Deus responde a
si mesmo confessando que mentiu cinicamente.

Ezequiel 20:25-26
25.Por isso também lhes dei estatutos que não eram bons, juízos pelos
quais não haviam de viver; 26.E os contaminei em seus próprios dons,
nos quais faziam passar pelo fogo tudo o que abre a madre; para
assolá-los para que soubessem que eu sou o SENHOR.

 Aqui o mesmíssimo Deus reconhece que havia ordenado


holocaustos e sacrifícios, contradizendo o dito em Jeremias
7:22.

Mas uma das coisas mais curiosas sobre as “mentirinhas” de Deus


é a famosa “primeira mentira”. Este é um argumento muito usado
pelos ateus porque é interessante e sugestivo. Se perguntarmos
a um crente medianamente informado sobre o Gênesis e a origem
do homem segundo a Bíblia:

Qual foi a primeira mentira?

Acredito que depois de pensar um pouco responderia:

“A primeira Mentira foi dita por Satanás a Eva”, e neste caso o


crente estaria se referindo a Gênesis 3:4-5 (4.Então a serpente

46
disse à mulher: Certamente não morrereis. 5.Porque Deus sabe
que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e
sereis como Deus, sabendo o bem e o mal ...),

Mas esta é a primeira mentira? Não, a primeira mentira é esta:


Gênesis 2:16-17 (16.E ordenou o SENHOR Deus ao homem,
dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, 17.Mas
da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás;
porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.),
obviamente isto é mentira, no dia em que Adão comeu deste fruto
não morreu. A prova está em Gênesis 5:3-5 (3.E Adão viveu
novecentos e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança,
conforme a sua imagem, e lhe pôs o nome de Sete. 4.E foram os
dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos, e gerou
filhos e filhas. 5.E foram todos os dias que Adão viveu novecentos
e trinta anos, e morreu.), ou seja, ele viveu muito tempo depois
que comeu o fruto da árvore.

Como se pode ver, a primeira mentira foi dita pelo próprio Deus e
não por Satanás como geralmente se costuma crer. Também
sabemos que os crentes possuem milhares de desculpas para
justificar isto, sejamos sinceros, não é algo muito suspeito?

 Deus é o pai da mentira?


 Sim, sem dúvida!

8 - Amor Infinito.

Se existe uma frase que resume todos os sentimentos e


pensamentos do cristão sincero, esta frase é: “Deus é amor.”
Palavras retiradas de 1 João 4:8 (8.Aquele que não ama não
conhece a Deus; porque Deus é amor.). Tenho absoluta certeza
47
de que o cristão acredita nesta frase. O cristão devoto, leal e
convencido possui Deus e Jesus como primeiro pensamento ao
acordar e último ao dormir. Jamais duvida de sua existência por
um momento sequer e nem ao menos por um momento passa por
sua cabeça o pensamento de que Deus e Jesus não sejam puro
amor e bondade. Ele “sabe” que Deus é bom e que os maus somos
nós e nossas decisões. Deus jamais tem culpa de nosso
comportamento.

 Esse comportamento não muda até que o crente passe a


ler a bíblia de forma imparcial e crítica, coisa que a grande
maioria evita por medo de perder a fé, pois é cada vez mais
comum a frase “Deixei de ser cristão depois de ler a Bíblia”.

Isso assusta os devotos, para eles perder a fé seria como perder


o chão. Ele perceberá e será obrigado a admitir que haja no
mundo muitos males dos quais o homem não tem culpa e terá que
atribuir isso a Deus, o que é motivo de verdadeiro pânico em sua
estreita forma bíblica de pensar. Serão obrigadas a usar as
famosas desculpas: “Minha mente é limitada para entender a
mente de Deus.” E a grande pérola, “Os caminhos de Deus são
misteriosos”.

A Bíblia diz em numerosas ocasiões que Deus é bondade, amor e


misericórdia:

João 3:16
16.Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho
unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna.
Tito 3:4
4.Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso
Salvador, para com os homens,
1 Timóteo 4:4
4.Porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar,
sendo recebido com ações de graças.

48
Se pensarmos um pouco notaremos de que esta concepção de “O
Deus bom” vem basicamente do Novo testamento, pois no Antigo
Testamento Deus é um deus guerreiro e na maioria dos casos
assassino e sanguinário.

Números 31:17-18
17.Agora, pois, matai todo o homem entre as crianças, e matai toda
a mulher que conheceu algum homem, deitando-se com ele.
18.Porém, todas as meninas que não conheceram algum homem,
deitando-se com ele, deixai-as viver para vós.
Deuteronomio 7:23
23.E o SENHOR teu Deus as entregará a ti, e lhes infligirá uma grande
confusão até que sejam destruídas.
Deuteronomio 28:63
63.E será que, assim como o SENHOR se deleitava em vós, em fazer-
vos bem e multiplicar-vos, assim o SENHOR se deleitará em destruir-
vos e arruiná-los; e arrancados sereis da terra a qual passais a possuir.
1 Samuel 15:2-3
2.Assim fala o Senhor dos exércitos: Vou pedir contas a Amalec do
que ele fez a Israel, opondo-se lhe no caminho, quando saiu do Egito.
3.Vai, pois, agora e fere a Amaleque; e destrói totalmente a tudo o
que tiver, e não lhe perdoes; porém matarás desde o homem até à
mulher, desde os meninos até aos de peito, desde os bois até às
ovelhas, e desde os camelos até aos jumentos.
Isaías 37:36
36.O anjo do Senhor apareceu no campo dos assírios e feriu cento e
oitenta e cinco mil homens. No dia seguinte, de manhã, ao despertar,
só havia lá cadáveres.

Vemos com assombro como Deus ordena fazer coisas


verdadeiramente abomináveis e ele próprio assassinou com suas
próprias mãos a muitas pessoas, assim como matanças onde
morreram crianças inocentes (Sodoma, Gomorra e o Dilúvio
Universal) O verdadeiramente surpreendente disso é que se Deus

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é imutável, como afirmam as escrituras (Salmos 102:27 – Salmos
33:11 – Tiago 1:17 – 1 Samuel 15:29 – Malaquias 3:6 – Hebreus
13:8 etc.), porque muda de um Deus de guerra e assassino para
um Deus de amor e bondade? Se Deus é imutável porque mudou?
O que fez Deus mudar de opinião?
Sempre que perguntarmos sobre isso a um cristão devoto
ouviremos pérolas como “Deus não é responsável pelo mal, são
os homens os culpados pelas tragédias do mundo.” Hoje até
mesmo a grande maioria dos cristãos sabe que isso não é correto.
A própria Bíblia nos diz que Deus é o criador do mal (Isaías 45:6-
7 - Jeremias 18:11– Amós 3:6) e que os homens não causam
todas as tragédias, como os desastres naturais (vulcões,
terremotos e tsunamis), que são independentes da ação humana
e têm ocorrido desde sempre e, claro, as vítimas inocentes desses
desastres são inumeráveis. “Deus é amor” … pode ser… mas
também, segundo a Bíblia, é um ser que cometeu muitos
assassinatos, injustiças e abusos. Ao que parece se pode ser bom
e mau ao mesmo tempo. Isso não é surpresa, assim somos todos
nós, às vezes bons, às vezes maus, mas sempre tentando inclinar
a balança para a bondade. Será que Deus é exatamente igual a
nós? Pois a Bíblia afirma que “Fomos criados à sua imagem e
semelhança”.

Será que o correto não seria: “E criou o homem, deus à sua


imagem e semelhança”. Tudo leva a crer que sim!

9 - Perfeição Absoluta.

A “Perfeição” é a característica de Deus que resume todas as


qualidades anteriores. Ao dizer que Deus é perfeito, se assume
que é um ser isento de falhas e erros. Um estudo crítico da Bíblia
vai nos dar dúvidas bastante sensatas sobre cada uma destas
50
qualidades, pelo que o termo “Perfeição Divina” se faz bastante
débil, suscetível e duvidoso. A Bíblia nos diz em várias
oportunidades que Deus é perfeito:

Mateus 5:48
48.Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito.
2 Samuel 22:31
31.Os caminhos de Deus são perfeitos; a palavra do Senhor é pura.
Ele é o escudo de todos os que nele se refugiam.
Salmos 18:30
30.Os caminhos de Deus são perfeitos, a palavra do Senhor é pura.
Ele é o escudo de todos os que nele se refugiam.

Se levarmos em conta todas as características e qualidades


divinas se observa dramaticamente que Deus é tudo menos um
ser perfeito, vejamos este assunto desde outra perspectiva:

1. Algo que seja “Perfeito” significa que está livre de erros, é


algo que não necessita de nada devido ao seu grau de
perfeição.
2. Deus, por ser uma criatura absolutamente perfeita não
deveria precisar de nada, é um ser pleno e perfeito, sem
mancha, portanto não necessita de absolutamente nada.
3. Sabemos que não é assim, Deus necessita
desesperadamente de nós, deseja muitas coisas de nossa
parte e temos a obrigação de dar-lhe ou pagaremos as
consequências.

Esta é uma pergunta que faço aos crentes:

1. Porque um ser que, em essência, é a perfeição absoluta


necessita tantas coisas de nós?
2. Deus necessita que o adoremos, necessita que o
veneremos, necessita de nossas orações, de nosso tempo,
de nossas obras, enfim… Para um ser totalmente perfeito,
necessita de muitas coisas!
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Comentar todos os versículos bíblicos que indicam coisas que
Deus quer e necessita, como rezas, orações, tributos, sacrifícios,
holocaustos, mandamentos, estatutos, atividades e tantos mais,
seria muito extenso e a maioria os crentes os conhece. Só
comentaremos um que mostra como Deus deseja
exasperadamente nossa humilhação

1 Pedro 5:6
6.Humilhai-vos, pois, debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele
vos exalte no tempo oportuno.

De fato, se você é um cristão devoto e trata de ser uma “pessoa


em Cristo”, é muito provável que desperdice grande parte de sua
energia, tempo e inclusive dinheiro para agradar esse Deus tão
perfeito que não necessita de nada, porém deseja
desesperadamente um monte de coisas. Imaginemos Deus antes
da criação do mundo. Um Deus totalmente perfeito que de repente
necessita criar um mundo e enchê-lo de criaturas para que o
adorem. É muito estranho isso! Já que em seu estado de perfeição
não deveria querer ou necessitar de nada. O que levou Deus a
criar este mundo e seus moradores se ele era perfeito? Além
disso, recordemos que Deus é onisciente e que Deus já devia
saber sobre as consequências deste mundo que criaria. Falando
sério, amigo crente, Nunca havias pensado nisso? Nunca lhe
passou pela cabeça estas coisas? Existem várias outras
características sobre Deus, porém guiando-nos pela palavra da
Bíblia, estas resumem muito bem o que queremos dizer quando
falamos de Deus. Quando digo que “Não creio em Deus” digo
implicitamente que não creio que Deus seja onipotente, nem que
seja imutável, nem que seja amor ou perfeito, nem qualquer
dessas características. Obviamente o amigo crente não estará de
acordo, mas terá que conviver com o fato de que a Bíblia está a
meu favor e contra as ideias do crente acerca de seu próprio Deus.

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2 - Paradoxos e contradições >>>

Ao deus bíblico (e a qualquer outra deidade criada pela a mente


humana) foi adicionada uma série de paradoxos que torna
impossível a sua existência. Quando os autores destes seres
mitológicos os criaram século após século, relato após relato, não
perceberam que estavam compondo um personagem tão carente
de lógica, que o crente teve que imaginar um ramo acadêmico
que tentasse explica-lo; com raciocínios filosóficos obtusos e
enredados com o objetivo de demostrar a si mesmo e ao resto
das pessoas, que esse personagem que lhes haviam vendido não
podia ser una mera fantasia (teologia).

Se usarmos as qualidades do deus bíblico em particular:


onipresença, onibenevolência, onisciência, onipotência, etc.,
podemos observar facilmente a impossibilidade de um ser com
tais características. Este subproduto de divindades anteriores,
chamado Deus (do grego Zeus) e composto por duas deidades
distintas (El e Yavé) é um personagem impossível e
autocontraditório. Ao crente religioso judaico-cristão atual só lhe
resta como desculpa em defesa de suas crenças afirmarem que
estas contradições são “mistérios” e o comportamento deste ser
literário “um caminho misterioso” e “inescrutável”. (Já
conhecemos a facilidade que possui esse tipo de pessoa para usar
“tapa-furos” quando algo contraria suas crenças absurdas).

Para comprovar se esse “ser” pode existir ou não, o que faremos


é presumir que esse personagem literário existe e possui as
qualidades que os autores que o compuseram lhe atribuem.

53
1 - Onipotência

1 - Paradoxo da onipotência (M. H. Swan):

1. Poderia deus criar uma pedra que nem ele mesmo poderia
levantar?
2. Deus em sua infinita onipotência pode criar tal pedra, mas
se o faz, deixará de ser onipotente, já que não poderá
levantá-la.

2 - Adição ao paradoxo da onipotência (J. L. Cowan):

1. Ou Deus pode criar uma pedra que ele não pode levantar,
ou ele não pode criar uma pedra que não possa levantar.
2. Se Deus pode criar uma pedra que não é capaz de levantar,
então Deus não é onipotente (Já que ele não pode levantar
a pedra em questão).
3. Se Deus não pode criar uma pedra que ele não possa
levantar, então Deus não é onipotente (Já que ele não pode
criar a pedra em questão).
4. Portanto Deus não é onipotente.
5. Se Deus não é onipotente, não é Deus.

3 - Contradição da onipotência com a Onibenevolência:

1. Se o mal é a ausência do bem e devido a isso Deus não


pode atuar contra o mal, não é onipotente.
2. Se puder atuar, mas não quer fazê-lo, não é
onibenevolente.

4 - Tentativas de solução

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Para que o problema fosse resolvido, diversas tentativas foram
elaboradas. Por exemplo, poder-se-ia assumir que o deus
onipotente também é capaz de aprender e progredir, logo Ele
criaria a pedra inamovível e em seguida já teria poder suficiente
para levantá-la, sendo assim omnipotente. Contudo este
problema ainda não pode ser resolvido desta maneira, pois com
uma pequena alteração do questionamento, a onipotência é
colocada novamente em cheque: Deus poderia criar uma pedra
que nunca poderia mover?

Uma tentativa de solução relacionada ao problema, dentro dos


padrões teológicos, é arbitrariamente decretar que "Deus está
acima da lógica humana, não estando submisso a esta". Dessa
forma, seria hipoteticamente possível que Deus fosse onipotente
e sua existência poderia ser cabível com o paradoxo da
onipotência. Mas tal afirmação é considerada uma variação da
falácia argumento da ignorância.

Tomás de Aquino tentou responder esta questão de forma


elaboradamente complexa. Ele diz que a onipotência de Deus não
está em fazer atos impossíveis, e sim poder fazer todos os atos
possíveis (Quem criou as coisas impossíveis até para Deus?).
Logo, há coisas que Ele mesmo não pode fazer, sem que com isso
perca sua onipotência, segundo a definição dada pelo filósofo.
Poder-se-ia citar outras capacidades impossíveis para Deus:

1. Deus não pode fazer eu alguém parado e correndo ao


mesmo tempo (mesmo corpo)
2. Deus não pode fazer um círculo ser ao mesmo tempo um
triângulo.
3. Deus não pode fazer alguém mais poderoso que Ele (dizer
que pode é o mesmo que afirmar que Ele não tem poder
extremo e que alguém pode ser superior a Ele)
4. Deus não pode fazer o passado deixar de ter existido. Já
era, se aconteceu, não pode deixar de ter acontecido.
55
São Tomás de Aquino se expressa nas seguintes palavras: Deus,
pela perfeição do seu poder, pode tudo, mas lhe escapa à potência
o que não tem natureza de possível. (Quem criou a natureza do
impossível?) Assim também, se atendermos à imutabilidade do
seu poder, Deus pode tudo o que pôde; porém, certas coisas que,
antes quando eram factíveis, tinham a natureza de possível, já
não a têm quando feitas. E, então dizemos que não as pode, por
não poderem elas ser feitas. Pode-se concluir que Tomás de
Aquino afirma que a onipotência não existe, e que Deus não é
onipotente.

São Jerônimo diz: Deus, que pode tudo, não pode fazer que uma
mulher violada seja não-violada. Para o caso do passado deixar
de ter acontecido diz: "O poder de Deus, como dissemos, não
abrange o que implica contradição. Ora, o passado não ter sido
implica contradição. Pois, assim como a implica dizer que Sócrates
está e não está sentado, assim também que esteve e não esteve
sentado. Porque, se dizer que esteve sentado é enunciar um
passado, dizer que não o esteve é enunciar o que não se deu. Por
onde, não está no poder divino tornar inexistente o passado. E é
o que diz Agostinho: Quem diz: se Deus é onipotente torne o feito
não feito, não vê que diz: se é onipotente torne falso o que em si
é verdadeiro. E o Filósofo: Deus só está privado de tornar o feito
não feito". Ou seja, São Jerônimo afirma que Deus está submisso
ao tempo e, portanto não tem poder sobre ele, então não sendo
onipotente.

Santo Agostinho diz: “Aquele que diz: ‘Se Deus é onipotente, faça
que o que foi feito não tenha sido feito’, não percebe o que está
dizendo: ‘Se Deus é onipotente que ele faça que o que é
verdadeiro, enquanto tal, seja falso’.” “A Deus só lhe falta isso:
tornar não feito o que foi feito”. Afirmação que recorre ao mesmo
erro de São Jerônimo.

56
2 – Onibenevolencia

1 - Paradoxo do mal (Epicuro):

1. Ou Deus quer evitar o mal e não pode;


2. Ou Deus pode e não quer;
3. Ou Deus não quer e não pode;
4. Ou Deus pode e quer.

2 - Adição ao paradoxo do mal (Lactâncio):

1. Se Deus quer [evitar o mal] e não pode, então é impotente,


e isto contraria a condição de Deus.
2. Se Deus pode e não quer, então é mau, e isto é igualmente
incompatível com Deus.
3. Se Deus não quer e não pode, então é mau e impotente, e,
portanto, não é Deus.
4. Se Deus quer e pode… Então de onde vêm os males? E por
que não acaba com eles?

3 - Paradoxo relativo à onisciência:

 Deus poderia eliminar sua onisciência?


 Se puder eliminar sua onisciência isto contraria sua
condição de Deus, já que uma das qualidades intrínsecas
de Deus é sua onisciência. Se um deus não é onisciente não
pode ser deus.

4 - Paradoxo relativo à sua eternidade e existência:

1. Deus poderia eliminar sua eternidade ou eliminar sua


existência?

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2. Se puder, então não seria eterno.
3. Se não puder, então não seria onipotente.
4. Se Deus pode eliminar sua eternidade não é Deus.
5. Se Deus não pode eliminar sua eternidade não é
onipotente.

5 - Paradoxo da autocontradição:

1. Deus poderia eliminar sua onipotência?


2. Se puder eliminar sua onipotência deixa de ser deus, já que
uma das qualidades para ser deus é ser onipotente. Um
deus que pode NÃO ser onipotente não pode ser deus.
3. Se não puder eliminar sua onipotência não é onipotente.
Um deus que não é onipotente não é deus.

6 - Contradição entre a Onibenevolência e a onipotência:

1. Se o mal é a ausência do bem e deus não atua contra o


mal,
2. Ou deus não pode atuar contra o mal porque não pode ter
acesso (já que está ausente), então não é onipresente e
tampouco é onipotente.
3. Ou deus não pode atuar contra o mal porque não quer,
então não é onipotente e nem onibenevolente.

7 - Adição como contradição entre Onibenevolência e onipresença:

 Ou deus não pode ter acesso ao mal porque não é


onipresente.
 Ou deus não quer ter acesso ao mal porque não é
onibenevolente (puro amor).

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3 - Onipresença

1 - Paradoxo e contradição entre onipresença e onipotência:

1. Deus poderia NÃO estar em todas as partes?


2. Se puder NÃO estar em todas as partes, não é onipresente.
3. Se NÃO puder NÃO estar em todas as partes, é onipresente,
mas NÃO é onipotente.
4. Se, ao ser onipresente não puder ser onipotente, para que
chama-lo deus?

2 - Resposta à desculpa teológica sobre o paradoxo da


onipresença:

1. Se o mal é a ausência do bem e o mesmo acontece com a


onipresença, Deus está ausente em certas partes.
2. Se existem certas partes onde esse deus está ausente, esse
deus NÃO é onipresente.

3 - Contradição com a Onibenevolência:

1. Poderia um ser onipresente e onibenevolente não atuar


contra o mal?
2. Se deus é onipresente (está em todas as partes) e não atua
contra o mal, não é um deus onibenevolente.
3. Se deus é onipresente e não pode atuar contra o mal, não
é onipotente.
4. Se deus é onipresente e não quer atuar contra o mal, não
é onibenevolente.
5. Se não pode detectar o mal, não é onipresente nem
onisciente.

59
6. Um deus com falta de alguma destas qualidades não é
deus.

4 - Extensão:

1. Se deus observa o mal e não atua, não é onibenevolente.


2. Se observar o mal e não puder atuar, não é onipotente.
3. Se observar o mal e for indiferente a ele, não é onisciente.
(Já que se fosse onisciente saberia que é o mal e também
saberia todas as suas implicações)

4 – Onisciência

1 - Paradoxo da onisciência:

1. Se deus criou todo o conhecimento e ele tinha


conhecimento de antemão, isto implicaria em uma
contradição circular: Deus não poderia ter sabido tudo
antes que existisse nenhum conhecimento para saber.

2 - Paradoxo da predestinação (contradição com o arbítrio):

1. Se Deus pudesse saber tudo de antemão, seria necessário


crer que todos os acontecimentos possíveis de acontecer
estariam predestinados.

3 - Contradição com a Onibenevolência e a onipresença:

1. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e não o evita,


não é onibenevolente.

60
2. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e o evita, o livre
arbítrio não existe.
3. Se deus sabe que vai acontecer algo ruim e não pode evita-
lo, não é onipotente.
4. Se deus não sabe que vai acontecer algo ruim, não é
onisciente.

Atuação

4 - Contradição de sua onisciência com o livre arbítrio:

1. Se deus atua de determinada forma para conseguir um fim


predeterminado (já que deus sabe de antemão que
consequências terão), o livre arbítrio não existe.
2. Se deus não atua e com isso se consegue um fim
predeterminado (que deus sabe que acontecerá ao não
atuar), o livre arbítrio não existe.

5 - Contradição com sua equidade:

1. Se deus atua em determinado momento (sabendo, devido


à sua onisciência, o que acontecerá), mas não atua em
outro, não é equitativo.
2. Se deus atua para conseguir uma determinada causa
(sabendo, devido à sua onisciência, qual será o fim), não é
equitativo e contradiz o livre arbítrio.
3. Se existe um deus e este não pode atuar, não é onipotente.
4. Se existe um deus e não quer atuar, não é onibenevolente.

Justiça e equidade

61
6 - Contradições com sua onisciência:

1. Se deus é onisciente e sabe o que vai acontecer de


antemão, pode ser justo e equitativo?
2. Se deus é eterno (está além do tempo e do espaço), não
pode ser justo e equitativo e ao mesmo tempo onisciente
já que, se ao atuar de determinada forma beneficiasse a
uns prejudicando a outros, não poderia ser justo e
equitativo.
3. Se escolher a quem ajudar e a quem não ajudar, não é
justo, nem equitativo, nem onibenevolente.
4. Se não escolhe a quem ajudar (não ajudando ninguém), é
justo e equitativo, mas não é onibenevolente.
5. Se não pode escolher, não é onipotente.
6. Se puder escolher, não é justo e nem equitativo.
7. Se não pode ser justo e equitativo, não é onipotente.
8. Se carecer de alguma destas qualidades, não é deus.

7 - Referência aos castigos:

 Se deus dá o livre arbítrio, não pode realizar nenhum tipo


de justiça.
 Se deus realiza qualquer tipo de justiça, não existe o livre
arbítrio. Já que se existe o livre arbítrio, não existem causas
negativas que o condicionem.
 Se deus não atua castigando, não existe justiça em seu
comportamento.
 Se deus não pode realizar justiça, não é onipotente.
 Se deus não quer castigar (usando sua misericórdia -
algunos alegam que esta é infinita) não é justo.
 Se deus não é justo, não é deus.
 Se deus não pode ser justo, não é onipotente.
 Se deus usa sua onipotência para castigar, não é justo, nem
equitativo e nem misericordioso.
62
 Se deus castiga, não é onibenevolente.
 Se deus castiga sabendo de antemão que o faria
(onisciência), não existe livre arbítrio.

8 - Relativo à sua misericórdia:

1. A misericórdia é a suspensão da justiça. Se a justiça é


suspensa em determinadas ocasiões, não existe equidade.

9 - Paradoxo teológico do bem e do mal:

1. Se o mal é a ausência do bem, o bem é a ausência do mal.


Se o mal está ausente só existe o bem, se o bem está
ausente, só existe o mal.
2. Se deus existe e é onibenevolente, por que existe o mal?
Se deus é onibenevolente e está em todas as partes
(onipresença), por que nem tudo é bom?
3. Se nem tudo é bom, deus é mau?
4. Se for mau, não é onibenevolente?
5. Se deus está em todas as partes (onipresença), também
está no mal?
6. Se deus está no mal, não é onibenevolente.

10 - Contradição com a relatividade:

 Se o bem e o mal são relativos, deus também é relativo. Se


deus é relativo, não pode ser equitativo.
 Se deus não pode ser relativo, não é onipotente.
 Se deus não é equitativo, é injusto.
 Se deus é injusto, não pode ser onibenevolente.
 Se deus não pode ser onibenevolente, não é onipotente.
 A Onibenevolência (amor infinito) é uma qualidade de
Deus. Se este carece dela, não é Deus.

63
5 - Perfeição absoluta

1. Se deus existe, seu grau de perfeição deve medir-se (ou


comparar-se) com respeito a coisas que são tangíveis.
2. Se não existe nada para medir a perfeição desse deus, não
se pode saber se é absolutamente perfeito ou se poderia
existir algo mais perfeito ainda.
3. Deus poderia ser absolutamente perfeito? Se a perfeição é
um ideal (um estado inalcançável, mas infinitamente
aproximável) significa que deus jamais poderá alcança-la.
4. Se não pode alcança-la não é onipotente.
5. Se existe a perfeição absoluta, não existe o ideal de
perfeição.
6. Se não podemos saber se existe a perfeição absoluta, não
podemos definir deus com essa qualidade.

1 - Relativo à criação:

1. A perfeição absoluta não pode existir, já que a sua


existência é autocontraditória com o ideal de perfeição.
2. Algo absolutamente perfeito pode criar algo imperfeito?
3. Se algo absolutamente perfeito cria algo imperfeito,
significa que esse algo absolutamente perfeito falhou,
logo não é absolutamente perfeito.
4. Se deus cria algo imperfeito, deus não é absolutamente
perfeito.
5. Se deus não é absolutamente perfeito, não é deus.
6. Se deus é absolutamente perfeito, não é possível
produzir nenhum tipo de paradoxo ou contradição
relativa à sua existência.

64
2 - Conclusão

A simples ausência ou contradição de uma só destas qualidades


faz com que este personagem literário e imaginário (que segundo
seus autores existe e as possui) seja uma impossibilidade. Não
são apenas qualidades contraditórias entre si, mas, além disso,
são qualidades autocontraditórias. Dito de outra forma,
qualidades impossíveis de ter.

1. Qualidades inventadas pelas mentes que as imaginaram.


2. Apenas mentiras exageradas que se tornaram impossíveis
de explicar.

Um exemplo simples à sua existência seria imaginar a


possibilidade de existência de um quadrado redondo. Podemos
criar o conceito, mas não podemos imaginar nem criar e nem
demonstrar sua existência. E o conceito não deixa de existir como
tal, talvez porque “é um mistério” ou “nossa mente é limitada e
finita”. É bem mais sensato afirmar que são simples contradições,
ainda que existam pessoas que prefiram acreditar em sua
existência e, por essa razão, deveríamos então criar um ramo
acadêmico para explicar porque devem existir quadrados
redondos ou círculos quadrados? Bem, pasmem, já existe!
Chama-se teologia!

65
8 - O sacrifício de Jesus é uma novidade?

Com certeza, Não! A mitologia está cheia de super-heróis que se


sacrificam pela humanidade e a maioria deles - para não dizer
todos - anteriores a Jesus. É um mito recorrente e muito comum,
se não o mais comum.

Há tantos salvadores na história mitológica da humanidade, que


após a nossa morte estaremos diante do dilema de escolher entre
centenas ou milhares de paraísos para viver eternamente. A
suposta passagem desses supostos salvadores pela Terra, não
alterou para melhor um átomo no curso da evolução da
humanidade, mas no caso específico do cristianismo alterou
imensamente para pior, através da generalização da
discriminação religiosa que levou milhões de vidas em nome de
fantasias de loucos e ainda hoje causa mortes e crimes insanos.
Além de uma infinidade de problemas de toda ordem “por motivos
de fé”.

Quetzalcoatl, o cristo mexicano carregando sua cruz 500 anos antes de Jesus
Cristo.

66
Os dezesseis salvadores crucificados

Adaptado do capítulo XVI do livro The World's Sixteen Crucified


Saviors, de Kersey Graves [1875]

Esquerda: Crucificado irlandês pré-cristão de origem asiática.


Direita: Um crucificado egípcio: a imagem, encontrada em um
antigo templo em Kalabche, tal como a irlandesa, é muito anterior
à Era Cristã. A crença na crucificação de Jesus Cristo é um dogma
central da Igreja Católica Apostólica Romana e de outras igrejas
cristãs [Ortodoxa, Evangélicas]. É uma crença imperativa: está no
texto do Credo, a oração que é a declaração de fé dos cristãos
seguidores do Vaticano. A crucificação em si é um ponto tão
indiscutível quanto à ressurreição. No entanto, há controvérsias;
muitos estudiosos põem em dúvida a veracidade histórica da
crucificação. Um dos argumentos mais fortes é falta de
documentação histórica sobre um fato que, do ponto de vista
contemporâneo, deveria, na época, ter sido, de algum modo
registrado, fosse por relato de historiadores, que são mínimos e
altamente suspeitos de manipulação por parte da igreja; fosse por
registros processuais da burocracia romana. As poucas
67
referências a Jesus, seus seguidores e sua crucificação, são
consideradas suspeitas pelos analistas mais céticos. Entre os
poucos textos antigos existe um trecho, sempre citado, atribuído
ao historiador Flavio Josefo e, mesmo este, tem sua originalidade
posta em dúvida. Outro argumento dos que questionam a
veracidade da crucificação e até mesmo a existência do próprio
Jesus é o fato do argumento, noético-religioso, ser recorrente na
cultura de muitos povos. O crucificado perseguido e/ou injustiçado
que voluntariamente se submete ao sacrifício da própria vida pela
salvação do mundo, este crucificado é o personagem misterioso
de uma história que tem sido contada muito antes da Via Crucis
ter sido “percorrida” na Judeia. Neste texto, baseado no capitulo
XVI do livro de The World's Sixteen Crucified Saviors de Kersey
Graves [1875], o autor relaciona 16 casos histórico-mitológicos
de crucificados salvadores do mundo. É

um fato conhecido dos estudiosos, mas geralmente,


desconhecido do público em geral, em cada contexto cultural, de
cada país, de cada religião. As religiões locais não fazem nenhuma
questão de falar dos salvadores de outros povos, exceto por
intolerância e discriminação, sempre taxados automaticamente de
falsos, senão como o próprio diabo. No caso do cristianismo
católico [do Vaticano], o dogma da crucificação como um sacrifício
inédito e exclusivo de Jesus, foi enfatizado desde os primórdios da
Igreja, nas epistolas de São Paulo, o falso apóstolo. Tem sido
característica de todas as religiões, especialmente as grandes
religiões, a estratégia de persuasão através do medo [da punição
divina pelos erros, pecados] e da imposição de dogmas
inquestionáveis, dogmas que, por sua imperatividade, ou mesmo
por causa dela, contêm algo de mágico. Acreditar no dogma de
uma religião significa rejeitar os dogmas de todas as outras
religiões e os líderes das grandes religiões sempre se
empenharam em destruir ou ocultar quaisquer evidências,
referências, conhecimento ou ensinamento relacionados a outras
68
religiões. Porque o atributo da Divindade Suprema deveria ser
uma espécie de exclusividade, de ineditismo histórico e de ser
[ontológico].

O Cristianismo não fugiu a regra, ao contrário. Os primeiros


discípulos da religião nascente ocuparam-se em destruir
monumentos representativos da crucificação de deuses orientais,
pagãos, muito anteriores ao messias judeu. Por isso a insistência
do apóstolo Paulo em proclamar o credo em somente um,
somente aquele, Jesus crucificado (talvez inventado por ele, ou
melhor, pelos que escreveram em seu nome). Entretanto, a
memória histórica foi preservada muito antes e muito além dos
muros de Roma ou Jerusalém. Para os hindus, o crucificado é
Krishna, oitavo avatar de Vishnu, pessoa da Trindade dos
brâmanes. Entre os persas, o crucificado é Mitra, o Mediador. Os
mexicanos esperam, fervorosamente, o retorno do seu crucificado
Quetzocoalt. Entre os caucasianos [no Cáucaso], o povo canta
para o Divino Intercessor, que voluntariamente ofereceu a si
mesmo em uma cruz para resgatar os pecados da Raça caída. Ao
que tudo indica, muitas vezes, em diferentes épocas e lugares, o
Filho de Deus, veio ao mundo, nascido de uma virgem e morreu,
em uma cruz, pela salvação do Homem. O indiano Krishna é um
dos mais antigos destes “crucificados”.

1 - A “crucificação” de Krishna, Índia - 1.200 AEC

Lord Krishna 8º Avatar de Vishnu

Krishna pode ser considerado o mais importante e o mais exaltado


personagem entre os Deuses Salvadores da Humanidade que se
submeteram a uma existência em condição humana, sujeitos ao
69
sofrimento e à morte em sacrifício que resgata, anula, os pecados
dos Homens. Enquanto outros Filhos de Deus encarnados tinham
sua divindade limitada pela condição humana, Krishna, de acordo
com as escrituras hindus, compreendia, em si mesmo, a
totalidade de Ser Deus.

As evidências da crucificação de Krishna são tão conclusivas


quanto de outros Salvadores, ou seja, têm seus indicativos
históricos, documentais, porém, considerados inconclusivos,
mantém a saga da Cruz envolta em uma inevitável aura de lenda,
fábula, MENTIRA E MANIPULAÇÃO. Moore, um escritor e viajante
inglês, produziu uma vasta coleção de desenhos/pinturas
representativos de esculturas e monumentos hindus, que juntos
são denominados o Panteão Hindu. Uma das peças do acervo
mostra uma divindade crucificada, suspensa em uma cruz; é o
Deus-Filho de Deus Crucificado Hindu, "Nosso Senhor e Salvador"
Krishna. Krishna crucificado tem os pés fixados no madeiro com
pregos, inseridos na do mesmo modo como, relatado nos
Evangelhos cristãos, aconteceu com Jesus. Existem várias
representações deste Krishna crucificado [British Museum] e
pouco comentado no ocidente. Ele aparece na mesma posição de
Jesus e não raro é contemplado com um halo de glória que vem
do céu. Em algumas figuras, aparecem somente as mãos
cravadas. Em outras, somente os pés. No peito, em algumas
destas imagens, destaca-se o coração do mesmo jeito que é feito
nas imagens cristãs e, como outros ornamentos simbólicos, são
evocados a pomba e a serpente, que também são emblemas
cristãos relacionados à divindade [a pomba — o Espírito Santo; a
serpente, símbolo complexo da Sabedoria, pode significar a
tentação do conhecimento].

1.1 – Vida, Caráter, Religião e Milagres de Krishna


70
A história de Krishna-Zeus (porque Krishna também é chamado
assim, ou Jeseus, como preferem alguns escritores) está contida,
principalmente, no Bagavat Gita (Canto do Senhor), no livro da
epopeia Mahabaratha. Este livro, o Bagavat, na Índia, é
considerado de inspiração divina, tal como o Bíblia católica. Os
sábios hindus afirmam que o Bagavat tem seis mil anos de idade.
Como Jesus, Krishna teve origem humilde, (cresceu entre
pastores de vacas) e foi perseguido por inimigos injustos.
Entretanto, Krishna parece ter tido mais sucesso na propagação
de sua doutrina; foi prestigiado por milhares de seguidores.
Realizava milagres: curou leprosos, surdos e mudos, ressuscitou
mortos; protegeu os fracos, consolou os tristes, elevou os
oprimidos, expulsou e matou demônios. Em seu discurso, o
Messias hindu dizia que não pretendia destruir a antiga religião;
antes, devia purificá-la e pregar a doutrina restaurada.

Muitos dos preceitos doutrinários de Krishna reforçam a


identidade entre o Filho de Deus hindu e o Messias cristão
nascido na Judéia. Abaixo, alguns destes ensinamentos não
deixam dúvida: ou Krishna era cristão, ou Jesus era krishnaísta
ou ambos são uma única e mesma manifestação do Filho de
Deus. São alguns dos ensinamentos de Krishna:

1. Aquele que não controla suas paixões não pode agir


apropriadamente perante os outros.
2. O males infligidos aos outros seguem-nos, tal como
sobras seguindo nossos corpos.
3. Os humildes são os amados de Deus.
4. A virtude sustenta o Espírito assim como os músculos
sustentam o corpo.
5. Quando um pobre bater à sua porta atenda-o, procure
fornecer o que ele precisa, porque os pobres são os
escolhidos de Deus. (ATENÇÃO: No tempo de Krishna

71
não havia tantos "pobres" golpistas [!]... Meditemos e
adaptemos...)
6. Estenda a mão aos desafortunados.
7. Não olhe a mulher com desejos impuros.
8. Evite a inveja, a cobiça, falsidade, mentira, traição,
impostura, a blasfêmia, a calúnia e os desejos sexuais.
9. Sobre todas as coisas, cultive o amor ao próximo.
10.Quando você morre, deixa para trás e para sempre a
riqueza mundana da sua personalidade limitada; mas
suas virtudes e seus vícios seguem você. ...

* A lista de preceitos krishnaístas semelhantes à doutrina


cristã, especialmente como foi exposta no Sermão da
Montanha, alonga-se em 51 tópicos.

1.2 - Matsya

72
Matsya (em sânscrito मत ्स ्य, peixe) é o primeiro Avatar de Vishnu.
Nessa encarnação, Vishnu assume o aspecto de um peixe. As
escrituras nos contam que antes do universo ser criado, os quatro
Vedas se encontravam perdidos no fundo do oceano, e eles eram
necessários para que Brahma pudesse criar o universo, pois neles
estava o conhecimento necessário para isso. E Vishnu era o único
responsável de realizar tal tarefa. Quando Brahma dormia, o
Asura Hayagriva quis tomar vantagem da circunstância e roubar
dele os Vedas. Mas Vishnu pegou ele no ato, e tomou a forma de
um peixe (Matsya) para trazer os Vedas à superfície antes que o
73
Demônio pudesse pegá-los. Como a noite de Brahma estava
prestes a chegar, era necessário pegar todas as plantas,
sementes, ervas e animais para que eles pudessem continuar
existindo na próxima criação. Matsya então disse ao Sábio
"Satyavrata" para coletar tudo o que fosse necessário. No começo
da noite de Brahma, Vishnu derrotou o demônio Hayagriva e
devolveu os Vedas à Brahma. Depois um barco pegou o Sábio, os
vegetais e os animais e os levou pelas águas até que o novo
universo fosse criado. Assim Matsya salvou a espécie humana da
destruição.

2 - A “crucificação” do Buda Sakyamuni - 600 AEC.

Buda, não é um nome próprio. Significa "Iluminado". Buda


Sakyamuni é um dos Iluminados que viveram na Índia (e
possivelmente, um entre os Iluminados que têm vivido no
mundo). Sakyamuni, este sim, é um nome de família que serve
para identificar este Buda específico, que viveu nos anos 600 AEC
e que é o mundialmente mais famoso dos Budas, entre Budas
indianos e chineses. A biografia do Buda Sakyamuni é
razoavelmente bem documentada, mas sua crucificação é uma
das mais desconhecidas entre as versões sobre a morte deste
Mestre. Porém, existe. O Buda Sakyamuni teria sido condenado
pelo ato simples de ter colhido uma flor de um jardim. Mais uma
vez, a punição injusta e, novamente, "crucificado", em uma árvore
cuja forma remete à cruz, é explicada como um resgate dos erros
humanos que somente o próprio deus encarnado poderia oferecer.
Ele sofre a punição no lugar nos homens, cumpre seu destino,
conforme uma de suas biografias:

“Por misericórdia, ele deixou o Paraíso e desceu à Terra


porque estava cheio de compaixão pelos pecados e misérias
74
da raça humana. Ele veio para conduzir os homens por
melhores caminhos e tomou seus sofrimentos em si
mesmo, pagou por seus crimes e salvou o mundo que, de
outra forma, na verdade, não poderia salvar-se por si
mesmo”. [Prog. Rel. Ideas, vol. i. p. 86.]

O Buda Sakyamuni também desceu ao Inferno e lá ficou durante


três dias, ainda redimindo os pecadores, até a sua ressurreição,
no terceiro dia. Depois da ressurreição e antes de ascender aos
céus (porque nesta versão o Buda não morre, mas retorna ao
reino de Deus, a Terra Búdica ou Terra Pura dos orientais),
durante este tempo, o mestre Sakyamuni ainda transmitiu ao
mundo preciosos ensinamentos no sentido da elevação do espírito
humano.

Segundo um escritor:

“O objeto de sua missão era instruir os que se tinham


desviado do Caminho e expiar os pecados dos mortais
através de seu sofrimento pessoal. Deste modo, alcançaria,
para toda a Humanidade, entrada no Paraíso. Ensinou que
todos deveriam seguir seus preceitos e orar em seu nome.
Seus seguidores se referiam a ele como o Deus de toda da
Eternidade e chamavam-no Salvador do Mundo, Senhor de
Misericórdia, o Benevolente, Dispensador da Graça, Fonte
de Vida, Luz do Mundo, Luz da Verdade".

“Sua mãe (Maya), era pura, pia e devota; jamais teve


qualquer pensamento impuro, jamais foi impura em suas
palavras e ações. Ela era muito estimada por suas virtudes.
(Na composição desta figura mitológica a mãe de Buda
Sakyamuni é representada sempre acompanhada por uma
comitiva de donzelas). As árvores inclinavam-se à sua
passagem, em meio à floresta; as flores se abriam a cada
75
passo da Mãe de Deus e todos a saudavam como Virgem
Santa, Rainha dos Céus” (é absolutamente dispensável
comentar a semelhança entre as Escrituras hindus e as
Escrituras Judaico-Cristãs, até porque as semelhanças não
se limitam à figura de Jesus).

Contam as lendas que quando nasceu, o pequeno Sidarta


Gautama (futuro Buda Sakyamuni), pôs-se de pé e
proclamou: "Eu colocarei um fim aos sofrimentos e dores
do mundo". Imediatamente, uma luz brilhou em torno do
jovem Messias. O Buda Sakyamuni passou muito tempo em
retiro, isolado, e tal como Cristo tentado 40 dias no deserto,
também o Iluminado da Índia foi tentado pelo demônio, que
lhe ofereceu todas as riquezas, (prazeres) e honras do
mundo.

Como mestre Iluminado, aos 28 anos, começou a pregar


seu evangelho (difundir sua mensagem) e a curar os
doentes. Está escrito que"...os cegos enxergavam, os
surdos ouviam, os mudos falavam, os aleijados dançavam,
os loucos ficavam sãos; e as pessoas diziam "Ele é a
encarnação de Deus". ...Ele proclamou "Minha lei é a Lei da
Graça para todos". Sua religião não conhecia raça, sexo,
casta nem clero.

O budismo, "fala de igualdade entre os homens, da irmandade


que reúne toda a raça humana" (Max Muller). "Todos os homens,
sem distinção de classe social, nascimento ou nação, todos, de
acordo com o budismo, partilham do mesmo sofrimento neste vale
de lágrimas e todos devem partilhar os sentimentos de amor,
autodomínio, paciência, compaixão, misericórdia" (Dunkar).

Klaproth, (um professor alemão de línguas orientais), diz que o


budismo é uma religião orientada para o enobrecimento da raça
76
humana. "É difícil compreender como homens que não foram
contemplados pela Revelação puderam alcançar conceitos tão
elevados e chegar tão perto da verdade" (M. Leboulay).

Dunkar diz que esse deus oriental "fala de autonegação,


castidade, temperança, controle das paixões, tolerância à
injustiça e aceitação da morte sem ódio pelos inimigos,
solidariedade para o infortúnio alheio e indiferença ao próprio
infortúnio". O missionário Spense Hardy escreveu sobre o
budismo: "Existem preceitos especiais contra todo o vício, a
hipocrisia, ira, orgulho, cobiça, avareza, maledicência e crueldade
com animais. Entre as virtudes recomendadas, destacam-se o
respeito aos pais, o cuidado com as crianças, a submissão à
autoridade e às provações da vida, a gratidão, a moderação em
todas as coisas, a capacidade de perdoar e não responder ao mal
com o mal".

3 - Thamuz, da Síria — 1.160 AEC

A história deste Salvador está dispersa em fragmentos de vários


escritores. Uma versão completa deste personagem é,
provavelmente, o relato de Ctesias (400 AEC), autor de Persika.
Também foi crucificado como sacrifício pela expiação dos pecados
dos homens. Parkhurst, autor cristão, refere-se a Thamuz como
um precedente ao advento de Cristo. Sobre este Salvador, diz um
texto grego: "Tenham fé, vocês, santos, seu Senhor está
restaurado; Tenham fé na elevação do Senhor; e pelas dores que
Thamuz sofreu nossa salvação foi alcançada". O Thammuz (*)
histórico-mitológico está relacionado entre os deuses sumério-
babilônicos regentes do mundo vegetal. Foi parceiro de Ishtar ou
77
Astarté. Segundo a tradição, ele retornou da morte e morre
novamente, a cada ano (ENCYCLOPEDIA). Representa o apogeu e
a decadência da vida terrena em seus ciclos naturais. Seu culto
floresceu não somente na Mesopotâmia, mas também na Síria,
Fenícia, Palestina. Thammuz é identificado com o egípcio Osíris e
o grego Adônis (HUTCHINSON ENCYCLOPEDIA). Pesquisadores
traçaram uma genealogia de Thammuz; ela está na Bíblia: Noé
gerou Ham; Ham gerou Cuch; Cush, legendário fundador do Reino
de Babilônia, gerou Nimrod. A partir daí a história ganha ares de
primórdios da civilização. Depois da morte do pai, Cush, Nimrod,
teria desposado a própria mãe, Semíramis, uma descendente
daqueles que sobreviveram ao dilúvio. Uma vela para Baal:
Casado com a mãe, Nimrod tornou-se um rei poderoso.
Semelhante a Osiris, Nimrod foi assassinado e seu corpo, cujas
partes retalhadas foram dispersas por todo o reino, foram
novamente reunidas pela rainha Semíramis. Somente uma parte
não foi resgatada: o pênis. A rainha declarou que o rei não mais
retornaria ao convívio dos mortais, pois havia ascendido à sua
morada celestial, o Sol, daí em diante seria chamado Baal, o deus-
Sol. Semíramis proclamou que Baal estaria presente na terra na
forma de chama, de toda chama acesa pelos seus devotos, fosse
uma lâmpada, fosse uma vela. Thammuz: Thammuz foi o filho
que Semíramis deu à luz depois da morte de Nimrod. Uma versão
diz que a concepção foi imaculada; outra, que foi fruto do incesto
da rainha com rei e filho Nimrod. De todo modo, a rainha declarou
que Thammuz era a reencarnação de Nimrod e que ali estava o
Salvador. Porém, logo se estabeleceu um culto à rainha, ela era a
Mãe de Deus. A personagem Thammuz, misteriosa e persistente,
atravessou tempo e fronteiras. Na Síria, em torno do ano 1160
AEC, viveu um Thammuz que foi crucificado. Sua identidade se
perdeu na bruma das Eras, porém, tudo indica que foi um grande
mestre, conforme os poucos testemunhos escritos, como o
tratado de Julius Firmicius, Errore Profanarum Religionum (350
AEC.), onde é mencionado um Deus que "ressuscitou para a
78
salvação do mundo". Thammuz e os peixes: a palavra Tammuz é
considerada composição de duas outras: TAM, significando
PERFEITO; e MUZ, relativo a fogo/luz. Portanto LUZ PERFEITA ou
LUZ DE PERFEIÇÃO. Muitos escritores antigos encontraram
conexão entre Tammuz e o arcaico Bacchus Ichthys, ou seja, Baco
Pescador. É uma relação curiosa com o cenário dos evangelhos
cristãos onde Cristo escolhe seus primeiros apóstolos entre
pescadores, onde se refere a Pedro como Pescador de Homens e
realiza milagres como a pesca abundante e a multiplicação dos
peixes.

4 - Wittoba - Índia, 552 AEC.

Wittoba,
Vithoba, Ballaji
ou, ainda,
Vitthal é outra
das encarnações
de Vishnu.
Frequentemente
identificado com
Krshna,
controverso,
não se sabe ao
certo se
antecedeu
Krishna ou se
veio ao mundo
depois de
Krishna. Na
obra Hindu
Pantheon, de
Moor, podem ser vistas representações de Wittoba com os pés

79
e as mãos marcados pelos cravos e o peito ornado com um
coração, figura semelhante às de Jesus onde aparece o sagrado
coração. Esse avatar (Wittoba) possui um templo esplêndido em
sua honra situado em Punderpoor, com mais de mil anos de
idade, visitado por milhões de peregrinos (TRUTH BE KNOWN).

O texto de Kersey Graves menciona um relato histórico sobre a


crucificação desse avatar; segundo Higgins: "Ele é representado
com as chagas dos pregos nas mãos e nas solas dos pés. Os
cravos ou pregos, mas também martelos, tenazes (pinças)
aparecem frequentemente em seu crucifixo e são objetos de
adoração entre seus seguidores. De acordo com a Wikipedia,
Vithoba é a forma coloquial de Vitthala, uma das manifestações
de Vishnu [Krishna]. Vithoba de Pandharpur é, tradicionalmente,
uma das mais importantes divindades nos estados indianos de
80
Maharashtra, Karnataka e Andhra Pradesh onde reúne milhões de
devotos.

5 – Iao - Nepal, 622 AEC.

Sobre a crucificação deste antigo Salvador um relato específico


atesta que "...ele foi crucificado em uma árvore, no Nepal". O
nome deste deus encarnado do Salvador do Oriente aparece
frequentemente em livros sagrados de outras nações. Alguns
supõem que Iao (pronunciado com Jao) é a raiz do nome do deus
dos judeus, Jehovah.

6 - Esus - O Druida Celta, 834 AEC.

Godfrey Higgins (1772-1833)


informa que os druidas celtas
representam o deus Hesus
sendo crucificado ladeado por
um cordeiro e um elefante. Esta
representação é anterior à Era
Cristã. Na simbologia, o elefante
(imagem que, de alguma forma
deve ter sido importada da Ásia)
corresponde à magnitude dos
pecados humanos enquanto o
cordeiro, de natureza inocente,
é a inocência da vítima oferecida
a Deus em sacrifício propiciatório. É o "Cordeiro de Deus que
tira os pecados do mundo".

Esus, no Pilar dos Barqueiros

81
* Conta a tradição que Hesus, um druida celta, foi o introdutor da
religião e da cultura na Britânia. O relato mitológico informa que
Hesus foi crucificado em um carvalho, a árvore da vida, mas seu
espírito sobreviveu e o período de sua glória depois da morte foi
chamado de Idade do Ouro. Tal como Jesus, Hesus é Filho de Deus
e nasceu de uma virgem chamada Mayence, no século IX AEC...
Mayence é representada envolta em luz e usando uma coroa de
doze estrelas e tendo aos pés uma serpente. (Audrey Fletcher,
1999)

7 - Quetzalcóatl - A Serpente Emplumada do México, 587


AEC.

A autoridade histórica em relação à crucificação deste deus


mexicano (cultura asteca, tolteca e maia), sua execução sobre
uma cruz como sacrifício propiciatório para a remissão dos
pecados da raça humana, é um fato explícito, inequívoco,
indelével. A evidência é tangível, gravada em aço, em placas de
metal. Uma dessas placas tem a representação de Quetzalcóatl
(cujo nome significa Serpente Emplumada) sendo crucificado em
uma montanha; outra o mostra crucificado no céu. O deus
mexicano foi pregado em uma cruz. Mexican Antiquities, (vol. VI,
p 166) diz: "Quetzalcóatl está representado em ilustrações do
Codex Borgia pregado na cruz." Algumas vezes, dois ladrões
aparecem, crucificados, um de cada lado. Esse Salvador
crucificado mexicano, tal como outros personagens histórico-
mitológicos, é muito anterior à Era Cristã. No Codex Borgia, o
relato vai além da crucificação; ali estão registrados todos os
eventos notáveis da biografia da Serpente Emplumada: a morte,
o sepultamento, a descida ao Inferno e a ressurreição no terceiro
dia. Outra obra, o Codex Vaticanus B, contém a história de seu

82
nascimento imaculado, concebido por sua virgem mãe chamada
Chimalman.

Quetzalcóatl carregando
Quetzalcóatl crucificado.
sua cruz.

A trajetória de Quetzalcóatl tem outras similitudes com a vida de


Jesus, o Cristo do Oriente Médio: os quarenta dias no deserto, o
jejum e a tentação, sua purificação no templo, o batismo e a
regeneração pela água, sua capacidade de perdoar os pecados
humanos, a unção com os óleos/unguentos aromáticos pouco
antes da crucificação etc.. "todas estas coisas e muitas outras
mais encontradas nos relatos sagrados sobre esse deus mexicano
são mais que curiosas, são misteriosas" (Lord Kingsborough,
escritor cristão).

8 – Quirinus - O Salvador Crucificado Romano, 506 AEC

A crucificação deste Salvador romano é brevemente noticiada por


Higgins e também apresenta muitos paralelos com a biografia do
Salvador judeu, não apenas as circunstâncias relacionadas à
crucificação, mas também outras passagens de sua vida.

83
Como Jesus, Quirinus:

1) Foi concebido por uma virgem;


2) Foi perseguido pelo rei da época e do lugar;
3) Era de sangue real e sua mãe, era irmã do rei
[aqui, coincide com a história de Krishna];
4) Foi injustamente condenado à morte e
crucificado;
5) Quando morreu, toda a Terra foi envolta na
escuridão, tal como ocorreu na morte de
Jesus, Krishna e Prometeu.

QUIRINUS — In Deuses Solares como Salvadores Expiatórios


Sun Gods as Atoning Saviours — Dr. M. D. Magee, 2001
(download)

O deus Quirinus é uma figura que emerge da mitologia em torno


da fundação da cidade de Roma e de seus fundadores, os gêmeos
Rômulo e Remo. Os irmãos nasceram de Reia Silvia, uma virgem,
princesa tornada vestal pelo irmão, o rei Amulius, que temia a
disputa pelo trono. Reia Silvia foi fecundada por um deus, Marte.
Quando nasceram, Rômulo e Remo, sequestrados pelo rei, foram
abandonados para morrer, em uma cesta, ao sabor das águas do
rio Tibre [semelhante à história de Moisés]. Segundo a lenda
foram resgatados por uma loba que os amamentou e criou com a
matilha até que foram acolhidos por pastores. Adultos,
desentenderam-se na fundação de Roma. As narrativas são
confusas, mas Rômulo (771 AEC. — 717 AEC.) passou à história
como assassino do próprio irmão e fundador definitivo e primeiro
rei de Roma. Mais tarde, Rômulo teria morrido de morte injusta,
talvez, crucificado; ressuscitado, subiu aos céus e foi divinizado
no imaginário popular como Quirinus. A festa dedicada a Quirinus,
a Quirinália é no dia 17 de fevereiro.

84
9 - Prometeu Acorrentado... ou Crucificado? 547 AEC.

Prometeu é um personagem da mitologia grega. Era um Titã,


gigante, portanto. Ele roubou o fogo dos deuses e transmitiu os
segredos da chama aos homens. Sua punição foi ser acorrentado
no Cáucaso submisso à tortura de ter seu fígado devorado por
uma águia. O fígado se reconstitui e a águia volta a atacar o herói,
assim eternamente. Foi resgatado deste suplício pelo semideus,
filho de Zeus, Héracles ou Hércules. Registros de um Prometeu
crucificado (e não acorrentado) no Cáucaso (cordilheira,
montanhas situadas na Eurásia, fronteira Europa/Ásia, entre os
mares Negro e Cáspio) são fornecidos por Sêneca, Hesíodo e
outros escritores. Segundo estes relatos Prometeu teve os braços
abertos pregados numa trave de madeira para cumprir seu
sacrifício. A versão mais popular atualmente, fala de um Prometeu
acorrentado a uma rocha por 30 anos, é considerada por Higgins
como uma fraude cristã. Escreve Higgins: "Eu tenho a referência
dos registros que falam de Prometeu pregado a um madeiro, com
cravos e martelo”. Outro escritor, Southwell, complementa: "Ele
expôs a si mesmo à ira de Deus para salvar a raça humana". No
Lempiere's Classical Dictionary, no Anacalypsis, de Higgins e em
outras obras podem ser encontradas as seguintes particularidades
sobre os momentos finais, a morte, de Prometeu: Toda a Natureza
entrou em convulsão. A Terra tremeu, as rochas se abriram, as
sepulturas se abriram e todo o Universo pareceu dissolver-se
quando "Nosso Senhor e Salvador", Prometeu, ascendeu em
Espírito. Southwell reafirma: "A causa de seu sofrimento foi seu
amor pela humanidade". Em sua obra Syntagma, Taylor comenta
que toda a história de Prometeu, crucificação, morte,
sepultamento e ressurreição era encenada em Atenas cinco
séculos antes do advento do Cristo judeu, o que prova a
antiguidade do mito.

85
10 - Thulis do Egito - 1.700 AEC.

Sobre este Salvador egípcio, também chamado Zulius, escreve


*Mr.Wilkinson: "Sua história é curiosamente ilustrada em
esculturas de 1.700 anos AEC que são encontradas em pequenas
câmaras situadas a oeste do adytum dos templos, uma área
restrita”.

 Matéria Hieroglyphica, John Gardner Wilkinson


 The Topography of Thebes and General View of Egypt, John
Gardner Wilkinson, Londres, 1835 (6 volumes)

* As anotações de Wilkinson estão agora na Biblioteca Bodleiana,


Oxford, e formam um recurso inestimável para muitos dos mais
recentes mapeados e gravados monumentos egípcios (datando de
1821-1856, antes das multidões de turistas e colecionadores sem
escrúpulos roubar e destruir muitas das raridades insubstituíveis
do Antigo Egito). Muito dos lugares que Wilkinson registrou foram
posteriormente danificados ou perdidos por completo tornado
todo o trabalho de Wilkinson de suma importância.

Em sua sepultura figuram 28 flores de lótus representativas do


número de anos que Thulis viveu sobre a Terra. Depois de sofrer
morte violenta, ele foi sepultado, ressuscitou e subiu aos céus
tornando-se o juiz dos mortos ou das almas no Além. Wilkinson
acrescenta que Thulis veio do céu trazendo a Graça e a Verdade
em benefício da raça humana.

"A história deste Tulis, dado por Suidas (*), é muito marcante",
diz Higgins. Ele cita Suidas:

 "Thulis reinou sobre todo o Egito, e seu império se estendia


até mesmo sobre o oceano. Ele deu seu nome a uma das
suas ilhas (Ultima Thule)”.
86
 "Mas a parte mais notável da história", diz Higgins "é que a
palavra Tulis significa crucificado”.

Além disso, diz Higgins:

 "Aqui no país dos africanos - no Egito, temos novamente o


crucificado do Apocalipse. Thlui ou Tula é o nome dado
pelos judeus a Jesus Cristo, ou seja, o crucificado".

William Henry:

 “Jesus, o crucificado, significa Jesus de Tula? Eu percebo


que a declaração Higgins pode soar como um choque para
alguns. Irão dizer que eu estou conectando palavras e
histórias não relacionadas. Acho que não. Eu dei a base
para fazê-lo, e estabeleceram Tula como a fonte de todo
mito e religião. Então por que não os mitos de Jesus
também? O mais fascinante: a palavra do Antigo
Testamento para "virgem" era "bethula”. Literalmente
significa “casa” beth ou "receptáculo" de Tula”.

11 - Indra do Tibet - 725 AEC.

Indra (Sânscrito) - Deus do firmamento, rei dos deuses. Uma


divinidade védica. Indra significa: chefe, senhor, soberano, etc.
Sua arma é o raio, que empunha com sua direita; governa o
tempo e manda a chuva. Gerou místicamente a Arjuna, que era
filho de Pându e Prithâ ou Kuntî, por outro nome. Porém,
propriamente, Pându só era o pai putativo de Arjuna (como José
era o de Jesus), já que ele foi místicamente engendrado pelo deus
Indra (como Jesus foi por Deus).Um relato da crucificação do Deus
e Salvador Indra pode ser encontrado em *Georgi, Thibetanum
Alphabetum, p 230. A história foi registrada em lâminas nas quais
87
está representada a saga deste Salvador tibetano. À semelhança
dos outros, também foi "pregado na cruz". Possui cinco chagas,
cinco perfurações. A antiguidade deste mito é indiscutível.

 Augustine Anthony GIORGI um eclesiástico italiano que


nasceu em St Maur, na diocese de Rimini em 1711 e morreu
em 04 de Maio de 1797 deixando: “Alphabetum
Thibetanum”, 1761, enriquecido com dissertações valiosas
sobre a história da mitologia, geografia e relíquias do
Tibete, onde ele explica com grande habilidade os famosos
manuscritos encontrados em 1721, perto do mar Cáspio por
algumas tropas russas e enviados por Pedro I a M. Bignon)
“Fragmentum Evangeli S. Joannis Greco-Copto Thebaicum
seculi quarti” e “Roma”, 1789, além de cartas e
dissertações sobre a crítica oriental e antiguidades.

Acontecimentos maravilhosos caracterizam o nascimento do


Divino Redentor. Sua mãe, virgem, era de etnia negra assim como
ele próprio. Também Indra veio do céu por compaixão e para o
céu retornou depois de sua crucificação. Durante sua passagem
na Terra, cultivou rigoroso celibato porque a castidade, segundo
o mestre, é essencial para alcançar e manter a verdadeira
santidade. Pregou o amor, a ternura para com todos os seres
vivos.

Ele andava sobre a água e levitava, mantinha-se suspenso no ar;


podia prever eventos futuros com grande precisão. Praticava a
mais devota contemplação, submetia-se a uma severa disciplina
do corpo e da mente, subjugando, deste modo, as paixões, os
desejos (segundo o budismo e também o cristianismo, fonte de
toda a infelicidade humana). Indra foi adorado como o Deus que
sempre existiu e existe por toda a eternidade e seus seguidores
foram chamados Mestres Celestiais.

88
12 - Alceste (de Eurípedes): Uma mulher crucificada? - 600
AEC.

O English Classical Journal (vol. XXXVII) publicou o relato curioso


e raro de uma deusa crucificada: Alceste. De origem grega, sua
descoberta é uma novidade na história das religiões e,
possivelmente, é o único caso de divindade feminina que resgatou
os pecados do mundo morrendo na cruz. Sua doutrina inclui o
conceito da Santíssima ou Divina Trindade. *Entretanto, a
tradição desta figura como divindade e sua "crucificação", é
duvidosa senão, forçada. Na lenda mais conhecida (podem existir
muitas outras), Alcestos ou Alceste, uma princesa, oferece a
própria vida para prolongar a vida do marido. Perséfone, rainha
do Hades, mundo dos mortos grego, comovida com sacrifício da
esposa, concede que ressuscite mais bela do que nunca... (*nota
do trad.)

13 - Atis da Frígia - 1.170 AEC.

Este Messias, citado no Anacalypsis, (vol 2) de Higgins, também


oferece o sacrifício da própria vida em resgate dos pecados da
Humanidade. A frase em latim “suspensus lingo”, encontrada no
relato de sua saga, indica a forma como morreu: suspenso em
uma árvore, crucificado. *Atis também ressuscitou.

14 - Crites da Caldeia - 1.200 AEC.

89
Nos textos sagrados dos caldeus (Mesopotâmia) existe o relato
sobre o Deus Crite, também chamado de Redentor, o "sempre
abençoado Filho de Deus", Salvador da Raça, "Aquele que oferece
a si mesmo em expiação dos pecados" único sacrifício capaz de
aplacar a ira de Deus; e quando Ele morreu, céu e terra foram
sacudidos em violentas convulsões.

15 - Bali de Orissa - 725 AEC.

Orissa é
um estado
indiano
situado na
costa leste
daquele
país.
Também
ali é
contada a
história de
um Deus

crucificado, conhecido por muitos nomes, sendo um deles, Bali,


que significa "Segundo Senhor", em referência a segunda
pessoa ou segundo membro da uma Trindade* que constitui o
Deus Único. Em Anacalypsis, Higgins informa que monumentos
muito antigos, representativos deste Deus crucificado podem
ser encontrados entre as ruínas da magnífica cidade de
Mahabalipuram.

90
16 - Mitra da Pérsia - 600 AEC.

Este deus persa morreu na cruz para expiar os pecados humanos.


A tradição estabelece o dia do nascimento de Mitra em 25 de
dezembro. Foi crucificado em uma árvore. O relato,
evidentemente, remete a Cristo e a Krishna.

17 - A lista não acaba em 16 personagens.

91
Existem ainda outros casos:

Devatat do Sião, Ixion de Roma, Apolônio de Thiana da Capadócia,


também morreram em circunstâncias messiânicas. Ixion, em 400
AEC, foi morto sobre uma roda que, enfim, simbolizou o mundo.
Ele sofreu as aflições do mundo, pagou pelos pecados da
Humanidade suspenso "em cruz" e por isso foi chamado espírito
crucificado do mundo.

Cena da vida de Tântalo, Sísifo e Íxion em seus Íxion preso na


Íxion respectivos castigos. roda.

Apolônio de Tiana

Tiana, Capadócia - 13 de Março de 2 AEC. – Éfeso, 98 EC. - É


outro caso de Salvador crucificado cuja biografia a literatura e os
historiadores cristãos ignoraram ou censuraram justamente por
causa da semelhança de suas vidas e mortes com a vida e morte
do Cristo Jesus. Apolônio é uma figura singular entre os

92
Salvadores do mundo porque sua trajetória coincide
cronologicamente com o tempo do suposto apostolado de Jesus.

Moeda com a figura de Apolônio

Os escritores cristãos cuidaram de omitir esses fatos e


personagens temendo prejuízos na credibilidade do Cristianismo
como religião original e única verdadeira. A crucificação de Jesus
tornou-se um dogma que o cristianismo toma como exclusivo de
sua história, sem precedentes. Entretanto, as origens pagãs do
Messias crucificado que foram negadas não puderam ser
apagadas.

Uma referência do Mackey's Lexicon of Freemasonary (p.35)


informa que os Maçons ensinavam (e ensinam), secretamente,
que a doutrina da crucificação, expiação e ressurreição é muito
anterior à Era Cristã. Acontecimentos rituais semelhantes
integravam todos os antigos mistérios — mistérios no sentido de
procedimentos religioso-metafísicos esotéricos, destinados a
poucos Iniciados. A doutrina da salvação pela crucificação é de
uma antiguidade que remonta às mais primitivas formas de
religião, como a religião astrológica, devotada ao Sol. Nesta
religião solar, orientada pelos ciclos da natureza em sua relação
93
com os astros, o mundo era salvo ou resgatado da treva e do frio
pela crucificação do Sol ou pelo cruzamento — "crossification" —
da órbita solar com a linha do equinócio, na entrada da primavera,
trazendo o retorno da luminosidade e do calor, estimulando a
geração em todas as coisas vivas. ...

A negação dos Salvadores crucificados pagãos ou, ainda, conceber


que suas histórias existem sendo, contudo meras fábulas, é um
caminho perigoso para o cristianismo posto que nada impede o
raciocínio mais superficial de questionar, do mesmo modo, a
crucificação do Cristo Jesus como simples fábula, devido à sua
absoluta falta de evidências históricas. De fato, o questionamento
da Paixão foi levantado por figuras importantes da Igreja dos
primeiros tempos. O bispo Irineu não acreditava na morte de
Jesus na cruz e dizia que o Messias judeu tinha vivido até os
cinquenta anos. Alegava o testemunho do mártir Policarpo que,
por sua vez, afirmava que sua fonte era o próprio João, o
Evangelista.

A história da humanidade está recheada de loucos prometendo


salvação, mas até o momento nenhum conseguiu salvar coisa
alguma de coisa nenhuma.

94
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Livros recomendados

108
570 páginas 317 páginas 198 páginas
Originally published as a
Mentiras Fundamentais da Igreja Com grande rigor histórico e pamphlet in 1853, and expanded
Católica é uma análise profunda acadêmico Fernando Vallejo to book length in 1858, The Two
da Bíblia, que permite conhecer o desmascara uma fé dogmática Babylons seeks to demonstrate a
que se deixou escrito, em que que durante 1700 anos tem connection between the ancient
circunstâncias, quem o escreveu, derramado o sangue de homens e Babylonian mystery religions and
quando e, acima de tudo, como animais invocando a enteléquia practices of the Roman Catholic
tem sido pervertido ao longo dos de Deus ou a estranha mistura de Church. Often controversial, yet
séculos. Este livro de Pepe mitos orientais que chamamos de always engaging, The Two
Rodriguez serve para que crentes Cristo, cuja existência real Babylons comes from an era when
e não crentes encontrem as ninguém conseguiu demonstrar. disciplines such as archeology and
respostas que sempre buscaram e Uma obra que desmistifica e anthropology were in their
posaam ter a última palavra. É quebra os pilares de uma infancy, and represents an early
uma das melhores coleções de instituição tão arraigada em nosso attempt to synthesize many of the
dados sobre a formação mundo atual. findings of these areas and Biblical
mitológica do cristianismo no truth.
Ocidente. Um a um, Entrevista com o autor AQUI.
magistralmente, o autor revela
aspectos mais questionáveis da fé
judaico-cristã.

109
600 páginas 600 páginas 312 páginas

“Dois informadíssimos volumes de Karlheinz Deschner sobre a política "Su visión de la historia de la
dos Papas no século XX, uma obra surpreendentemente silenciada peols Iglesia no sólo no es reverencial,
mesmos meios de comunicação que tanta atenção dedicaram ao livro sino que, por usar una expresión
de João Paulo II sobre como cruzar o umbral da esperança a força de fé familiar, ‘no deja títere con
e obediência. Eu sei que não está na moda julgar a religião por seus cabeza’. Su sarcasmo y su mordaz
efeitos históricos recentes, exceto no caso do fundamentalismo ironía serían gratuitos si no fuese
islâmico, mas alguns exercícios de memória a este respeito são porque van de la mano del dato
essenciais para a compreensão do surgimento de algumas elocuente y del argumento
monstruosidades políticas ocorridas no século XX e outras tão atuais racional. La chispa de su estilo se
como as que ocorrem na ex-Jugoslávia ou no País Basco”. nutre, por lo demás, de la mejor
Fernando Savater. El País, 17 de junho de 1995. tradición volteriana."
“Este segundo volume, como o primeiro, nos oferece uma ampla e Fernando Savater. El País, 20 de
sólida informação sobre esse período da história da Igreja na sua mayo de 1990
transição de uma marcada atitude de condescendência com regimes
totalitários conservadores até uma postura de necessária acomodação
aos sistemas democráticos dos vencedores ocidentais na Segunda
Guerra Mundial”.

Gonzalo Puente Ojea. El Mundo, 22 de outubro de 1995.

Ler online volume 1 e volume 2 (espanhol). Para comprar (Amazon)


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110
136 páginas 480 páginas 304 páginas
De una manera “Se bem que o "En temas candentes
didáctica, el profesor cristianismo esteja hoje como los del control
Karl Deschner nos à beira da bancarrota demográfico, el uso de
ofrece una visión crítica espiritual, segue anticonceptivos, la
de la doctrina de la impregnando ainda ordenación sacerdotal
Iglesia católica y de sus decisivamente nossa de las mujeres y el
trasfondos históricos. moral sexual, e as celibato de los
Desde la misma limitações formais de sacerdotes, la iglesia
existencia de Jesús, nossa vida erótica sigue anclada en el
hasta la polémica continuam sendo pasado y bloqueada en
transmisión de los basicamente as mesmas su rigidez dogmática.
Evangelios, la que nos séculos XV ou ¿Por qué esa
instauración y V, na época de Lutero obstinación que atenta
significación de los ou de Santo Agostinho. contra la dignidad y la
sacramentos o la E isso nos afeta a todos libertad de millones de
supuesta infalibilidad no mundo ocidental, personas? El
del Papa. inclusive aos não Anticatecismo ayuda
Todos estos asuntos cristãos ou aos eficazmente a hallar
son estudiados, puestos anticristãos. Pois o que respuesta a esa
en duda y expuestas las alguns pastores pregunta. Confluyen en
conclusiones en una nômadas de cabras esta obra dos
obra de rigor que, pensaram há dois mil e personalidades de
traducida a numerosos quinhentos anos, vocación ilustradora y
idiomas, ha venido a continua determinando del máximo relieve en
cuestionar los orígenes, os códigos oficiais lo que, desde Voltaire,
métodos y razones de desde a Europa até a casi constituye un
una de las instituciones América; subsiste uma Género literario propio:
más poderosas del conexão tangível entre la crítica de la iglesia y
mundo: la Iglesia as ideas sobre a de todo dogmatismo
católica. sexualidade dos obsesivamente
profetas <salvífico>.
veterotestamentarios
ou de Paulo e os
processos penais por
conduta desonesta em

111
Roma, Paris ou Nova
York.”
Karlheinz Deschner.

1 – (365 pg) Los 2 - (294 pg) La época 3 - (297 pg) De la


orígenes, desde el patrística y la querella de Oriente hasta
paleocristianismo hasta consolidación del el final del periodo
el final de la era primado de Roma justiniano
constantiniana

4 - (263 pg) La Iglesia 5 - (250 pg) La Iglesia 6 - (263 pg) Alta Edad
antigua: Falsificaciones y antigua: Lucha contra los Media: El siglo de los
engaños paganos y ocupaciones merovingios
del poder

112
7 - (201 pg) Alta Edad 8 - (282 pg) Siglo IX: 9 - (282 pg) Siglo X:
Media: El auge de la Desde Luis el Piadoso Desde las invasiones
dinastía carolingia hasta las primeras luchas normandas hasta la
contra los sarracenos muerte de Otón III
Sua obra mais ambiciosa, a “História
Criminal do Cristianismo”, projetada em
princípio a dez volumes, dos quais se
publicaram nove até o presente e não se
descarta que se amplie o projeto. Trata-
se da mais rigorosa e implacável
exposição jamais escrita contra as formas
empregadas pelos cristãos, ao largo dos
séculos, para a conquista e conservação
do poder.
Em 1971 Deschner foi convocado por
uma corte em Nuremberg acusado de
difamar a Igreja. Ganhou o processo com uma sólida argumentação, mas
aquela instituição reagiu rodeando suas obras com um muro de silêncio
que não se rompeu definitivamente até os anos oitenta, quando as obras
de Deschner começaram a ser publicadas fora da Alemanha (Polônia,
Suíça, Itália e Espanha, principalmente).

113
414 páginas 639 páginas
LA BIBLIA DESENTERRADA EL PAPA DE HITLER: LA VERDADERA HISTORIA DE
PIO XII
Israel Finkelstein es un arqueólogo y académico
israelita, director del instituto de arqueología de ¿Fue Pío XII indiferente al sufrimiento del pueblo
la Universidad de Tel Aviv y co-responsable de las judío? ¿Tuvo alguna responsabilidad en el
excavaciones en Mejido (25 estratos ascenso del nazismo? ¿Cómo explicar que
arqueológicos, 7000 años de historia) al norte de firmara un Concordato con Hitler?
Israel. Se le debe igualmente importantes Preguntas como éstas comenzaron a formularse
contribuciones a los recientes datos al finalizar la Segunda Guerra Mundial, tiñendo
arqueológicos sobre los primeros israelitas en con la sospecha al Sumo Pontífice. A fin de
tierra de Palestina (excavaciones de 1990) responder a estos interrogantes, y con el deseo
utilizando un método que utiliza la estadística ( de limpiar la imagen de Eugenio Pacelli, el
exploración de toda la superficie a gran escala de historiador católico John Cornwell decidió
la cual se extraen todas las signos de vida, luego investigar a fondo su figura.
se data y se cartografía por fecha) que permitió el
descubrimiento de la sedentarización de los
primeros israelitas sobre las altas tierras de El profesor Cornwell plantea unas acusaciones
Cisjordania. acerca del papel de la Iglesia en los
acontecimientos más terribles del siglo, incluso
de la historia humana, extremadamente difíciles
Es un libro que es necesario conocer. de refutar.

114
513 páginas 326 páginas 480 páginas

En esta obra se describe a Santos e pecadores: história Jesús de Nazaret, su posible


algunos de los hombres que dos papas é um livro que em descendencia y el papel de sus
ocuparon el cargo de papa. nenhum momento soa discípulos están de plena
Entre los papas hubo un gran pretensioso. O subtítulo é actualidad. Llega así la
número de hombres casados, explicado pelo autor no publicación de El puzzle de
algunos de los cuales prefácio, que afirma não ter Jesús, que aporta un punto de
renunciaron a sus esposas e tido a intenção de soar vista diferente y polémico
hijos a cambio del cargo papal. absoluto. Não é a história dos sobre su figura. Earl Doherty, el
Muchos eran hijos de papas, mas sim, uma de suas autor, es un estudioso que se ha
sacerdotes, obispos y papas. histórias. Vale dizer que o livro dedicado durante décadas a
Algunos eran bastardos, uno originou-se de uma série para a investigar los testimonios
era viudo, otro un ex esclavo, televisão, mas em nenhum acerca de la vida de Jesús,
varios eran asesinos, otros momento soa incompleto ou profundizando hasta las últimas
incrédulos, algunos eran deixa lacunas. consecuencias... que a mucha
ermitaños, algunos herejes, gente le gustaría no tener que
sadistas y sodomitas; muchos leer. Kevin Quinter es un
se convirtieron en papas escritor de ficción histórica al
comprando el papado que proponen escribir un
(simonía), y continuaron bestseller sobre la vida de Jesús
durante sus días vendiendo de Nazaret.
objetos sagrados para forrarse
con el dinero, al menos uno era
adorador de Satanás, algunos
fueron padres de hijos
ilegítimos, algunos eran
fornicarios y adúlteros en gran
escala...

115
576 páginas 380 páginas 38 páginas

First published in 1976, Paul La Biblia con fuentes reveladas An Atheist Classic! This
Johnson's exceptional study of (2003) es un libro del erudito masterpiece, by the brilliant
Christianity has been loved and bíblico Richard Elliott Friedman atheist Marshall Gauvin is full of
widely hailed for its intensive que se ocupa del proceso por el direct 'counter-dictions',
research, writing, and cual los cinco libros de la Torá historical evidence and
magnitude. In a highly readable (Pentateuco) llegaron a ser testimony that, not only casts
companion to books on faith escritos. Friedman sigue las doubt, but shatters the myth
and history, the scholar and cuatro fuentes del modelo de la that there was, indeed, a 'Jesus
author Johnson has illuminated hipótesis documentaria pero se Christ', as Christians assert.
the Christian world and its diferencia significativamente
fascinating history in a way that del modelo S de Julius
no other has. Wellhausen en varios aspectos.

116
391 páginas

PEDERASTIA EM LA IGLESIA CATÓLICA Robert Ambelain, aunque defensor de la


historicidad de un Jesús de carne y hueso, amplia
En este libro, los abusos sexuales a menores, en estas líneas la descripción que hace en
cometidos por el clero o por cualquier otro, son anteriores entregas de esta trilogía ( Jesús o El
tratados como "delitos", no como "pecados", ya Secreto Mortal de los Templarios y Los Secretos
que en todos los ordenamientos jurídicos del Gólgota) de un Jesús para nada acorde con la
democráticos del mundo se tipifican como un descripción oficial de la iglesia sino a uno
delito penal las conductas sexuales con menores rebelde: un zelote con aspiraciones a monarca
a las que nos vamos a referir. Y comete también que fue mitificado e inventado, tal y como se
un delito todo aquel que, de forma consciente y conoce actualmente, por Paulo, quién, según
activa, encubre u ordena encubrir esos Ambelain, desconocía las leyes judaicas y dicha
comportamientos deplorables. religión, y quien además usó todos los
Usar como objeto sexual a un menor, ya sea arquetipos de las religiones que sí conocía y en
mediante la violencia, el engaño, la astucia o la las que alguna vez creyó (las griegas, romanas y
seducción, supone, ante todo y por encima de persas) arropándose en los conocimientos sobre
cualquier otra opinión, un delito. Y si bien es cierto judaísmo de personas como Filón para crear a
que, además, el hecho puede verse como un ese personaje. Este extrajo de cada religión
"pecado" -según el término católico-, jamás aquello que atraería a las masas para así poder
puede ser lícito, ni honesto, ni admisible centralizar su nueva religión en sí mismo como
abordarlo sólo como un "pecado" al tiempo que cabeza visible de una jerarquía eclesiástica
se ignora conscientemente su naturaleza básica totalmente nueva que no hacía frente directo al
de delito, tal como hace la Iglesia católica, tanto imperio pero si a quienes oprimían al pueblo
desde el ordenamiento jurídico interno que le es valiéndose de la posición que les había
propio, como desde la praxis cotidiana de sus concedido dicho imperio (el consejo judío).
prelados.

A Bíblia Desenterrada – Documentário (Espanhol)

117
OS PATRIARCAS – 1 OS REIS – 2

O ÊXODO – 3 O LIVRO - 4

A Bíblia Desenterrada – Documentário (Inglês)


The Patriarchs – 1 The Exodus – 2

The Kings – 3 The book – 4

118
119

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