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FICHAMENTO DO LIVRO “O DIREITO E SUA LINGUAGEM”

Luiz Alberto Warat

INTRODUÇÃO

1 – SAUSSURE – SEMIOLOGIA E LINGUÍSTICA

“A curta história da ciência dos signos (...) não se desenvolveu sem polêmicas e profundas
crises em torno do seu objeto e fundamento”. (fl. 11)
“O primeiro momento, isto é, a tentativa de considerar os signos como objeto específico
de um conhecimento científico, originou-se de estudos e investigações realizadas pelos
linguistas contemporâneos em torno da linguagem natural, e pelos lógicos-matemáticos
com relação às linguagens artificiais formalizadas.” (fl. 11)
“(...) Ferdinand Saussure e Charles Sanders Pierce sugeriram a necessidade de construir
uma teoria geral dos sistemas sígnicos. O primeiro propôs denomina-la semiologia e o
segundo, semiótica.” (fl. 11)
“A semiologia encarregar-se-ia de estudar as leis e os conceitos metodológicos gerais que
poderiam ser considerados válidos para todos os sistemas sígnicos.” (fl. 12)
“Assim, a novidade de Saussure caracteriza-se pela tentativa de reconstrução, no plano
do conhecimento, de um sistema teórico que explique o funcionamento dos diversos tipos
de signos.” (fl. 12)
“(...) a semiologia nos fornece as leis que regem os signos, assim como a natureza dos
mesmos.” (fl. 12).
“(...) Saussure elege, como modelo analítico, a linguística (teoria dos signos verbais). (...)
por um lado, é proposta como parte da semiologia, (...) por outro lado, é vista como um
eixo de função do qual se constituem categorias analíticas translinguísticas, que servem
de princípio ordenador por extensão à compreensão dos demais sistemas sígnicos.”. (pag.
12)
“Desta forma, Saussure parte das linguagens verbais para descrever sistemas de signos
qualitativamente distintos. (...) A razão teórica deve inclinar-se ante a evidência de que
não é possível fazer, por exemplo, uma teoria musical apelando à música, pois ela nunca
seria sistemática.” (pág. 12).
“O que se pode observar é que nossa proposta demarcatória desloca a semiologia do
domínio da teoria geral para o da epistemologia.” (pág. 13).
“Como assinala Barthes, a semiologia de Saussure apresenta-se como uma linguagem
sobre as linguagens, isto é, como uma metalinguagem (...) Dessa forma, vê a semiologia
em um nível diferente daquele das linguagens analisadas e cumpre uma função disciplinar
que provoca um distanciamento mortífero.” (pág. 13)
“(...) a semiologia, (...) deve ser compreendida como uma prática complexa, que, no
interior de cada discurso, deve mostrar-nos (...) as funções sociais dos diferentes âmbitos
e modos de significar. (...) um projeto crítico que não procura fazer uma análise formalista
dos signos, mas, (...) pretende considera-los (...) no ato de sua comunicação, na fala, que
é sempre um ato político e institucional.” (pág. 13).

2 – PIERCE E O CÍRCULO DE VIENA

“A semiótica seria (...) uma teoria geral dos signos, reconhecida como disciplina na
medida em que o processo de abstração produzisse juízos necessários, que deveriam ser
caracteres lógicos dos signos utilizado pela prática científica.” (págs. 13/14).
“(...) as obsessões de Pierce estariam voltadas para as práticas linguísticas da ciência.”
(pág. 14).
“(...) há uma idéia medular no Círculo de Viena que Pierce certamente insinuou (...)
condições semânticas de verificação como critério de significação. Segundo Pierce, é
impossível ter em nossa mente uma ideia que não se encontre vinculada aos efeitos
sensíveis das coisas. Uma idéia é sempre uma representação de certos efeitos sensíveis.”
(pág. 14).
“(...) ciência e linguística são termos forçosamente correlatos. (...) o Positivismo Lógico
assume o rigor discursivo como paradigma da investigação científica. (...) erige a
linguagem em objeto de sua investigação e como instância fundamental da problemática
científica.” (pág. 14).
“sua ambição máxima é a de criar um modelo matemático universal como padrão
epistemológico para todas as ciências. Um modelo matematicamente garantido contra
todas as perversões da história e das ideologias.” (pág. 14).

3 – OS IMPERATIVOS DA SISTEMATICIDADE
“Tanto a semiologia como a semiótica (...) aderem a uma concepção de objetividade
exterior à história e submetem-se aos imperativos da sistematicidade. (...) ontologizam a
razão (...) em um “topos metodológico”. (pág. 15)
“(...) Na verdade, as linguagens não se esgotam nas informações transmitidas, pois elas
engendram uma série de ressonâncias significativas e normalizadoras das práticas
sociais.” (pág. 15)

4 – OS IMPERATIVOS CONTEXTUAIS

“As teorias linguísticas expostas pretendem construir uma ciência dos signos a partir de
modelos ideais (...) elas separam os seus projetos teóricos das “práxis” linguísticas. (...)
língua da fala(...)” (pág. 16).
“(...) necessidade de inverter a postura e analisar o funcionamento efetivo dos usos
linguísticos no interior de suas próprias práticas. (...) Essa atitude (...) é denominada de
Filosofia da Linguagem Ordinária.” (pág. 16).

5 – A NOVA RETÓRICA

“Na literatura linguística contemporânea, habitualmente denomina-se análise retórica


certos estudos da teoria da comunicação vinculados à teoria da argumentação.” (pág. 16).
“”(...) a nova retórica denuncia os limites políticos dos atos de enunciação persuasiva, o
compromisso social da persuasão, mostrando o que o discurso persuasivo possui de
ideológico e mistificador. Trata-se de uma teoria dos vínculos entre a argumentação e a
ideologia, encontrando, nesta relação, o seu sentido e limite.
“Essa demarcação determina que a semiologia deve ser analisada como uma teoria
hermenêutica das formas como se manipulam contextualmente os discursos.” (pág. 17).

6 – A SEMIOLOGIA DO PODER

“(...) a semiologia, para nós, é uma dimensão epistemológica da linguística.” (pág. 17).
“(...) nasce a nossa proposta, denominada semiologia do poder, como uma reflexão (...)
sobre o poder dos discursos e dos seus saberes. (...) ela se ocupa com a discussão sobre o
poder social dos discursos e suas funções como fator co-determinante das condições
materiais da vida social.” (pág. 18).
“Em outros termos, a semiologia do poder pretender analisar a significação como
instrumento de controle social, como estratégia normalizadora e disciplinar dos
indivíduos, como fórmula produtora do consenso, (...)” (pág. 18).
“Em suma, a semiologia do poder pretende articular-se em torno de uma idéia muito
simples, a de que o consenso sobre a legitimidade do poder é decorrência de um trabalho
discursivo, e que só é obtido quando, adequadamente, manipula-se as palavras.” (pág. 18)

CAPÍTULO I – A LINGUAGEM COMO OBJETO TEÓRICO: A


SEMIOLOGIA DE SAUSSURE

1 – A NOÇÃO DE CIÊNCIA COMO FUNDAMENTO EPISTEMOLÓGICO

“O pressuposto fundante do universo discursivo de Saussure é a sua concepção de


ciência(...) Os dados, independentes das teorias que os interpretam, carecem de
significação. (...) o objeto da ciência dos signos nunca pode ser um objeto dado, mas
apenas produzido pelo próprio trabalho de investigação. A aplicação de uma teoria sobre
os dados do real determina, segundo Saussure, a sua configuração e seu sentido.” (pág.
19).

“(...) o plano real concreto e o plano real reconstruído pelo ato de conhecimento (...) o
primeiro é matéria bruta, um todo amorfo, sem significação; o segundo é o processo de
elaboração teórica que confere aos dados amorfos o seu sentido e sua função.” (pág. 20)
“Para distinguir o signo, como dado empírico, de sua manifestação, como objeto da
ciência, Saussure nos propõe as categorias de Fala e Língua. (...) para ele, o objeto da
linguística é a língua e não as linguagens, vistas apenas como manifestações ontológicas
do real.” ( pág. 20)

“De certo modo, o linguista deve situar sua observação no conjunto de todos os fatos
linguísticos, que ocorrem nas manifestações empíricas dos signos (fala), tentando captar
os elementos universais subjacentes aos usos, explicitando, ao mesmo tempo, sua
estrutura e funcionamento e organizando-a em um sistema abstrato: a língua.” (pág. 20)
“Analisando Kelsen como um teórico da língua jurídica, (...) o direito positivo teria dois
planos de manifestação: o real concreto (fala) e o objeto unitário de conhecimento
(língua). (...) Assim, para Kelsen, as normas jurídicas, como objeto da ciência do direito,
não podem ser identificadas com as normas existentes no âmbito do ser (vistas como
dados fáticos).” (pág. 21).

2 – LÍNGUA E FALA

“Se a língua é o que nos permite compreender a fala, ela só pode ser reconhecida no
interior do modelo que a produz (a língua). Em outras palavras, a fala só adquire
objetividade a partir da língua.” (págs. 21/22).
“A língua é definida por sua função como método de abordagem dos fatos linguísticos e
fala como os fatos sígnicos que obtém sua significação mediante sua inscrição na língua.
(...) Cabe, portanto, distinguir a língua como método e produto teórico, da língua como
código da fala.” (pág. 22).
“(...) Saussure chama também de língua e fala a oposição do social e do individual
existente em cada uma das enunciações fáticas dos signos.” (pág. 22).
“Utilizando uma terminologia emprestada do positivismo lógico, a fala seria uma
pragmática global e a língua a sua sintaxe totalizadora.” (pág. 23).
“(...) o acontecer sígnico teria duas fases: o ato e a sua significação (dada pela norma).
Ambos, em seu conjunto, seriam os momentos constituintes da fala jurídica, reconhecidos
no interior do conjunto sistemático de normas jurídicas integrantes do objeto da ciência
do direito (a língua normativa como ato do conhecimento).” (pág. 24).

3 - A TEORIA DO SIGNO

“Na teoria de Saussure, a língua é considerada como um sistema de signos e, assim, a sua
unidade mínima de análise é o signo. (...) Estes, por sua vez, são caracterizados pelo
professor genebriano como uma entidade bifásica, formada pela associação de um
conceito a uma imagem acústica, de uma idéia a um suporte fonético.” (pág. 25)

“(...) o indício material ou significante (som, sinal, grafia, gesto, comportamento, objeto,
imagem), situado no plano da expressão; e o conteúdo significado, situado no plano da
interação (fenômeno, fato). O signo, portanto, é um conceito teórico que empregamos
para nos referir ao ponto de articulação indissociável entre o indício material
(significante) e o seu conteúdo conceitual (significado). Essa relação dá lugar ao signo,
pois, como afirma Saussure, analisar cada um separadamente teria somente um valor
negativo, já que a sua positividade é fruto de sua correlação.” (pág. 25).

“(...) se investigarmos reflexivamente o caráter da linguagem, perceberemos que ela se


constitui em um sistema de múltiplos signos articulados, onde a significação depende não
apenas de uma relação interna do próprio signo, mas também da relação de um signo com
os outros. Pensemos, por exemplo, na palavra “morno”, (...) é a oposição à palavras como
“frio” ou “quente” que lhe precisa a significação. (...) “emboscada”, (...) oposição a
termos como “traição”, “dissimulação” etc.” (págs. 25/26).

“(...) embora toda língua seja um sistema de signos, nem todo sistema de signos é uma
língua. (...) caberia à semiologia, além dos signos linguísticos, todo o sistema de sinais,
entre os quais situam-se a escrita, o alfabeto dos surdos mudos, as formas de cortesia, os
sinais de trânsito etc.” (pág. 26)

“Para Saussure, o signo linguístico possui quatro propriedades: arbitrariedade,


linearidade, imutabilidade e mutabilidade.” (pág. 26)

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