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SONIA MARIA HENRIQUE PEREIRA DA FONSECA

Planejamento
Educacional

2016
SONIA MARIA HENRIQUE PEREIRA DA FONSECA

PLANEJAMENTO
EDUCACIONAL

1ª EDIÇÃO

Sobral/2016
INTA - Instituto Superior de Teologia Aplicada
PRODIPE - Pró-Diretoria de Inovação Pedagógica

Diretor-Presidente das Faculdades INTA Revisora Crítica/Analista de Qualidade


Dr. Oscar Rodrigues Júnior Anaisa Alves de Moura

Pró-Diretor de Inovação Pedagógica Diagramadores


Prof. PHD João José Saraiva da Fonseca Fábio de Sousa Fernandes
Fernando Estevam Leal
Coordenadora Pedagógica e de Avaliação
Profª. Sonia Maria Henrique Pereira da Fonseca Diagramador Web
Luiz Henrique Barbosa Lima
Professora Conteudista
Sonia Maria Henrique Pereira da Fonseca Produção Audiovisual
Francisco Sidney Souza de Almeida (Editor)
Assessoria Pedagógica / Design Instrucional
Sonia Maria Henrique Pereira da Fonseca Operador de Câmera
José Antônio Castro Braga
Transposição Didática
Evaneide Dourado Martins Pesquisadora Infográfica
Cileya de Fátima Neves Moreira Anacléa de Araújo Bernardo
Adriana Pinto Martins

Revisora de Português
Neudiane Moreira Félix

Planejamento Educacional 5
Sumário
Palavra do Professor............................................................................................... 09
Sobre o autor........................................................................................................... 11
Ambientação à disciplina....................................................................................... 13
Trocando ideias com os autores............................................................................ 15
Problematizando .................................................................................................... 17

1 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL: CENÁRIOS E


CONTEXTOS
Um pouco de história ..................................................................................................................... 21
Contexto e cenário do planejamento ....................................................................................... 22
O planejamento como estratégia de gestão ......................................................................... 23
O cenário do planejamento na História da Educação no Brasil ..................................... 25
O contexto histórico no Plano Nacional de Educação ..................................................... 27

2 PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NO ÂMBITO DO


ENSINO
Introdução ........................................................................................................................................... 31
O planejamento curricular ............................................................................................................ 32
O planejamento docente ............................................................................................................... 35
Planos e processos de planejamento ....................................................................................... 36

3 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO


Introdução ........................................................................................................................................... 41
O que é Projeto Político Pedagógico? ..................................................................................... 41
O Projeto Político Pedagógico no contexto da educação ................................................... 43
Leitura Obrigatória..................................................................................................48
Revisando.................................................................................................................50
Autoavaliação...........................................................................................................54
Bibliografia...............................................................................................................56
Bibliografia web......................................................................................................58
Palavra do Professor autor

Seja bem-vindo à disciplina, Planejamento Educacional.

Este material sobre Planejamento Educacional servirá de guia de estudo dessa


disciplina, onde serão abordados o processo de planejar e a função dos elementos
essenciais ao planejamento como, assunto, objetivos, estratégias, políticas, progra-
mas, normas, procedimentos e outros.

O planejamento pode ser definido como um método ao qual se constitui uma


circunstância de futuro esperado. Para isso, é necessário, avaliar o cenário, que se
pretende transformar, considerando as perguntas: que desejo fazer, como, quan-
do, quanto, para quem, por que, por quem, onde será feito?

Esse procedimento demanda resolução. O estudante para obter sucesso no


seu Curso deverá planejar o seu caminho durante o tempo que irá permanecer nele
e, após a conclusão, deve planejar sua inserção no mercado de trabalho enquanto
profissional da educação.

Sugiro que você organize o seu plano de estudo para aprender a aprender a
estudar através das multimídias. Você é o responsável pelo seu sucesso durante os
estudos e no âmbito profissional. O sucesso de um estudante de cursos a distância
se dá com a elaboração do seu plano de estudos e um cronograma para estudar,
designando hora e data para seus momentos de leitura dos textos indicados e par-
ticipar de fóruns no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e outras atividades
necessárias no seu desempenho durante o seu curso.

Uma atitude que recomendo é que, durante o seu processo de leitura, procure
sempre apreender os conceitos dos temas abordados e as conexões das ideias dos
diferentes autores que você terá oportunidade de estudar durante seu curso.

O entendimento dos conceitos abordados no material didático, quer seja im-


presso ou na internet, exige uma percepção diferente entre o texto e o contexto do
assunto abordado pelo autor. Nesse caso, suas dúvidas e questões sobre o que está
lendo devem ser motivação de pesquisa sobre o que não está entendendo. Jamais
aceite as ideias do autor do assunto como se fosse uma única verdade, porque a
comunicação das ideias de quem escreve nunca é livre de outras intervenções, o
processo de comunicação, seja através de texto escrito ou de imagens, está passivo
de compreensão, pois qualquer transmissão de ideias está conectada ao universo.

Sucesso e bom estudo!

Planejamento Educacional 9
Sobre o autor

Sonia Maria Henrique Pereira da Fonseca possui Graduação


em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), Pós-Gra-
duação lato sensu em Ciências da Educação pela Faculdade INTA e em
Planejamento Educacional pela Universidade Federal do Ceará e Mes-
tranda em Ciências da Educação em fase de conclusão (defesa em de-
zembro 2016). Atualmente, é professora na Faculdade INTA e possui
experiência na área de Educação, com ênfase em Educação a Distância,
trabalhou na Televisão Educativa do Ceará, no curso Telensino. Atual-
mente, trabalha na função de Design Educacional, na Pró-Diretoria de
Inovação Pedagógica (PRODIPE), das Faculdades INTA, na função de
coordenação de desenvolvimento de cursos na área do ensino superior em EAD, através das novas
tecnologias e mídias digitais. Além de ser autora de livros na área de Educação de Jovens e Adultos
e também livros didáticos para cursos em EAD na área de ciências da educação. Área de pesquisa
acadêmica: Formação Continuada de Docentes e suas práticas no dia a dia, da sala de aula.

Planejamento Educacional 11
AMBIENTAÇÃO À
DISCIPLINA
Este ícone indica que você deverá ler o texto para ter
uma visão panorâmica sobre o conteúdo da disciplina. a
Olá, seja bem-vindo à disciplina!

O ato de planejar está constantemente em nossas vidas, pois planejamos a


todo instante, mesmo que implícito, planejamos a hora de acordar, a hora de al-
moçar, uma festa, uma viagem, o momento de terminar determinado trabalho, etc.
Também grandes empresários, gestores educacionais têm necessidade de planeja-
mento para que seus objetivos sejam alcançados. Como toda instituição de ensino
tem a responsabilidade de investir na formação de cidadãos para o mercado de tra-
balho, ela tem como objetivo planejar todas as ações pedagógicas, administrativas
e sociais. Assim, como o planejamento surge a partir do momento que desejamos
organizar algo, no âmbito educacional funciona da mesma forma.

A partir da segunda metade do século XX, após as guerras mundiais, houve


uma necessidade de organização, por isso o planejamento teve uma importância
para a sociedade. Com isso, surgiram novos pensadores, que contribuíram para mé-
todos de planejamento.

Planejamento tem como objetivo nortear os envolvidos na execução do que


foi idealizado. “O planejamento é um processo contínuo de conhecimento e análise
da realidade escolar em suas condições concretas, busca de alternativas para solu-
ções de problemas e de tomada de decisões” (LIBÂNEO, 2001, p. 84). Esta disciplina
servirá de guia de estudo para cada um de vocês, onde terá a oportunidade de en-
tender o processo de planejar e a função dos elementos cruciais do planejamento.

Bons estudos!

Planejamento Educacional 13
ti
TROCANDO IDEIAS
COM OS AUTORES
A intenção é que seja feita a leitura das obras indicadas
pelos(as) professores(as) autores(as), numa tentativa de
dialogar com os teóricos sobre o assunto.
Agora é o momento de você trocar ideias com as obras indicadas.

Sugerimos que leia a obra Planejamento como prática


educativa. O autor pretende ressaltar a importância do planejamento
como processo educativo. Um processo de planejamento é também
um processo de educação: as pessoas que dele participam educam-
se, assumem sua identidade pessoal e grupal e apropriam-se de
instrumentos para participar de maneira mais eficaz em seu trabalho
e na sociedade.

GANDIN, Danilo. Planejamento como prática educativa. 19.


Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2011.

Propomos também a leitura da obra “Planejamento em


destaque: análises menos convencionais”. A discussão permeia
vinculada às concepções de reprodutivismo e burocracia. Os autores
saem do tradicionalismo e discutem o planejamento numa visão
interdisciplinar, desenvolvendo reflexões sobre pedagogia de projetos,
relação planejamento/avaliação e reconstrução curricular.

XAVIER, Maria Luisa M.; ZEN, Maria Isabel H. Dalla. Planejamento


em destaque: análises menos convencionais. 4 Ed. Porto Alegre:
Mediação, 2011.

GUIA DE ESTUDO

Após a leitura das obras, escolha a que você achou de maior relevância e faça uma
resenha crítica e disponibilize na sala virtual de aprendizagem.

Planejamento Educacional 15
PROBLEMATIZANDO
É apresentada uma situação problema onde será feito
um texto expondo uma solução para o problema
abordado, articulando a teoria e a prática profissional. PL
Planejar, como já dito, está constantemente em nossas vidas. Você como pro-
fessor deverá também planejar suas aulas, pois se o professor não tiver realizado seu
plano de aula, com certeza sua aula será cansativa e até mesmo desastrosa.

Vamos a um exemplo: suponhamos que uma professora fez seu planejamento


e nele propunha levar seus estudantes para o museu. Ela elegeu um líder e
deixou que os mesmos organizassem a visita, desde a locação de transporte,
alimentação, data e até a autorização dos pais. Tal prática demonstra que a
professora realizou um planejamento participativo, pois todos os estudantes
se envolveram no processo, partindo do pressuposto que tiveram que tomar
várias decisões coletivamente.

É possível visualizar neste cenário alguns pontos que não foram informados,
mas que aparecem nas entrelinhas como positivos no que diz respeito ao planeja-
mento do professor para sua aula? Qual a real intenção da professora, visto que to-
dos os estudantes coletivamente deveriam tomar várias decisões? O que ela queria
ensinar além da visita ao museu?

GUIA DE ESTUDO

Baseado no exposto acima, responda os questionamentos e disponibilize na sala


virtual.

Planejamento Educacional 17
APRENDENDO A PENSAR
O estudante deverá analisar o tema da disciplina
em estudo a partir das ideias organizadas pelos
professores autores do material didático.
Ap
1
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL:
CENÁRIOS E CONTEXTOS
CONHECIMENTOS
Conhecer os conceitos fundamentais do planejamento no cenário educacional.

HABILIDADES
Identificar os níveis e as etapas do planejamento no trabalho docente.

ATITUDES
Assumir o planejamento na sua prática conforme o nível de atuação profissional.

Planejamento Educacional 19
Um pouco de história

O sucesso e o bom planejamento

(Publicado em 18/04/2011 Por Maurício Garcia.)

Vamos fazer uma aproximação comparativa entre paradigmas do planeja-


mento na história e no cenário contemporâneo.

No final do ano de 1911, dois exploradores embarcaram para o Polo Sul, na


Antártida, fizeram uma aposta com a intenção de desafiar quem chegaria primeiro
ao Polo Sul.

A expedição de Amundsen (explorador norueguês das regiões polares) em


termos de planejamento foi perfeita. Ele planejou que suas provisões de alimentos
até os equipamentos seriam carregados por cachorros de raças acostumadas à re-
gião. Pensou também que durante a viagem, no caminho de ida, deixaria pequenas
“ínsulas” de alimentos para servir de sinalização durante a viagem de volta e tam-
bém ter a garantia de sobreviver, ao mesmo tempo a carga diminuía e o que ficava
no caminho serviria de alimento para o regresso. Os alimentos que ficavam no ca-
minho tinham o objetivo de servir de indicação durante o seu retorno.

Além disso, ao escolher cachorros para puxar os trenós, Amundsen eliminava


alguns animais e dava de comer aos outros cães. Na sociedade de hoje, seria uma
atitude desumana matar os animais. Mas, naquela época a Antártida não havia con-
dições ou opções mais viáveis.

Scott, o segundo explorador, escolheu levar outro tipo de animal acostumado


com o frio, mas, esses animais não podem comer uns aos outros. Além disso, tinham
de carregar a própria comida, além de toda tralha da expedição. Scott também não
optou por deixar uma trilha de ilhas de alimentos, portanto, acarretava em arrastar
todos os seus pertences durante a ida e a volta.

Ao final de longa caminhada, chegam ao Polo Sul. O primeiro a chegar foi


Amundsen, no dia 14 de dezembro de 1911. Mas, Scott conseguiu chegar após um
mês.

Planejamento Educacional 21
Na viagem de volta, Scott morreu no trajeto, outro fato a considerar é a equipe
de Amundsen que chegou mais nutrida do que quando saiu de sua cidade. Contam
que Scott morreu de frio e debilidade a alguns metros de distância de uma das ín-
sulas (ilhas) de alimentos de Amundsen.

AGORA É COM VOCÊ!

Essa história se aplica a todas as circunstâncias, inclusive à educação e ao ensino


superior? O professor pode trabalhar sem planejamento, considerando que o plano
é a bússola do sucesso de qualquer profissional?

Contexto e cenário do planejamento

Na história, não há registro exato de quando nasceu o ato de planejar. Existe


uma hipótese que o ato de planejar pode se fazer referência desde o surgimento
do homem no Universo. Porque o ser humano é capaz de pensar e reelaborar o
pensamento em função de uma ação organizada a partir da vontade de alcançar
suas aspirações imaginadas. A origem do planejamento está, fortemente, ligada ao
ser humano, ou seja, é uma prática intrínseca ao ser racional que, desde os primór-
dios da humanidade, quando habitava nas cavernas e utilizava como ferramentas
de sobrevivência pedras e madeiras para caçar e se alimentar e peles de animais
como proteção ao corpo. Com a descoberta do fogo, ocasionou o poder de ação e
a necessidade de planejar mudanças. Assim, inicia-se a migração de um grupo para
outras regiões, motivando mudanças no seu modo de vida.

No cenário da Idade Média, a burguesia manufaturava seus produtos, por-


tanto, tinham conhecimento de toda a produção. Com o passar do tempo, esse
processo foi substituído pela indústria, onde o trabalho era mais rápido e eles não
precisavam mais ter conhecimento da produção, porque não necessitavam pensar
e, sim, somente executar o trabalho. Mas, essa evolução provocou a obrigação de se
prever o processo do trabalho humano num processo industrial. Nesse momento,
surgiu o planejamento no âmbito da indústria.

O trabalho na indústria exigia certas particularidades em relação à produção.


Além de operar as máquinas, os trabalhadores forneciam sua força de trabalho, em
troca de salários e eram vistos como reprodutor do capital. Mas, o novo modo de
trabalho na indústria exigiu da educação ministrar conhecimentos básicos para pre-

22 Planejamento Educacional
parar os cidadãos com competências, através de seus conteúdos, métodos e gestão,
visando a adaptação ao trabalho na época.

Um ponto que se torna imprescindível lembrar é a competência do pensar


que ocorre junto à ação do homem no mundo, em busca de meios favoráveis a sua
sobrevivência. No ato de planejar, deve-se considerar um pilar básico: as ações. Não
há condição de planejar sem a previsão das ações no momento do planejamento,
ou seja, não há planejamento sem previsão de ações. Isso se constitui uma desca-
racterização do conceito de planejamento.

Para finalizar, Gandin (2001, p. 83), diz que:

[...] é impossível enumerar todos os tipos e níveis de planejamento neces-


sários à atividade humana. Sobretudo porque, sendo a pessoa humana
condenada, por sua racionalidade, a realizar algum tipo de planejamento,
está sempre ensaiando processos de transformar suas ideias em realidade.
Embora não o faça de maneira consciente e eficaz, a pessoa humana pos-
sui uma estrutura básica que a leva a divisar o futuro, a analisar a realidade
a propor ações e atitudes para transformá-la.

RESUMINDO

Para Webster (2000), “Na história da humanidade e na sociedade contemporânea,


se percebe o quão, é imperioso o ato de planejar como processo de desenvolver
planos, definir metas, objetivos e políticas para qualquer ação social e educativa, e
ou econômica”. Do mesmo modo, confirma Menegolla e Sant’ana (2003, p. 15). “A
vida do ser humano é consequência da reflexão sobre: o presente, passado e futuro.
O homem reflete sobre o que fazer; o que deixou de fazer; sobre o que está fazendo
e o que pretende fazer... O ato de pensar não deixa de ser um verdadeiro ato de
planejar.”

O Planejamento como estratégia de gestão

O planejamento deve ser percebido como um método de equilíbrio entre os


elementos de funcionamento de empresas, instituições, setores de trabalho, organi-
zações grupais e outras atividades humanas. A ação de planejar é consecutivamente

Planejamento Educacional 23
um processo de reflexão para tomada de decisão sobre a ação. É um método de
antevisão do uso de meios (materiais) e recursos (humanos) disponíveis, visando à
realização de escopos, em tempo determinados e fases definidas, considerando os
efeitos das avaliações (PADILHA, 2001, p. 30).

O planejamento, na perspectiva de gestão do sistema de educação em qual-


quer âmbito de um país, busca a qualidade do sistema de educação que exige um
processo constante de replanejamento, pois é impraticável haver um modelo de
planejamento único. Devemos entender que o processo do planejamento acontece
em níveis e fases diferentes nos cenários educacionais.

O planejamento estratégico tem como objetivo a formulação organizacional,


onde deve ser levado em consideração o ambiente interno e externo que precisa
ser avaliado constantemente. Exige a participação de todos os sujeitos envolvidos
no processo, para que tenham conhecimento de sua ação e responsabilidade pela
constituição de um sistema educacional que procura conexão com o fator social e as
legislações que regulam a organização educacional. É de responsabilidade da ges-
tão educacional alterar qualquer situação no procedimento do planejamento, bem
como as decisões e definição das ações estratégicas para transformar uma situação
existente indesejável para uma situação almejada.

GUIA DE ESTUDO

Como é constituído o planejamento? Para que se planeja? Para quem se planeja?


Planejar, em sentido amplo, é um processo que visa o quê? Planejar é uma atividade
exclusiva da educação? Planejar constitui caminhos para nortear a ação educacional?
Planejar e avaliar faz parte do mesmo processo?
Após responder as questões, coloque no fórum no Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA).

Resumindo o tema: É imperativo expor que, para alcançar objetivos é necessá-


rio um planejamento. Assim, é preciso estabelecer um conjunto de ações definindo
aonde se quer chegar, analisar as potencialidades e os pontos fracos, definir prio-
ridades, avaliar, organizar e eleger os recursos mais pertinentes para a realização
do planejamento e assegurar a participação de todos em qualquer tipo de ação de
planejar.

24 Planejamento Educacional
O cenário do planejamento na História da Educa-
ção no Brasil

A História da Educação no Brasil é marcada a partir do advento da colonização


nas terras brasileiras. A Companhia de Jesus, composta pelos jesuítas, teve um papel
importante para a formação social e produtiva da sociedade. Os jesuítas começaram
a catequisar os homens e os índios com a intenção de disseminar o conhecimento
da fé e ensinar a prática da leitura e da escrita em português. Esse projeto educacio-
nal que os jesuítas apresentavam contribuiu muito para que o Governo Português
no processo de colonização atingisse seus objetivos. Seu projeto não era apenas
voltado para a catequização, mas para a transformação social.

Já a República no Brasil trouxe as primeiras ideias de um Plano de Educação


Nacional. Estas ideias provocaram as transformações no campo social, político e
econômico e descreviam a educação como fator fundamental para o desenvolvi-
mento do país. Surgiu, então, na época, a preocupação com a instrução nos seus di-
ferentes níveis e modalidades. Nas décadas iniciais, as várias reformas educacionais
defenderam a percepção coletiva da educação como um problema nacional.

Com o advento do Manifesto dos Pioneiros em 1932, o povo foi chamado a se


posicionar junto ao grupo, que na ocasião advertiam sobre a necessidade de uma
reconstrução educacional a partir de um plano unitário e com bases científicas. Em
decorrência do manifesto proveio a inserção de um artigo particular na Constitui-
ção Brasileira de 16 de julho de 1934, que declara no seu art. 150, ser competência
da União: fixar o plano nacional de educação compreensivo no ensino de todos os
graus e ramos, comuns e especializados; coordenar e fiscalizar a sua execução, em
todo o território do País. E no art. 152 afirma ser competência precípua ao Conselho
Nacional de Educação, organizado na forma da lei, a elaborar o plano para ser apro-
vado pelo Poder Legislativo, sugerindo ao Governo as medidas que julgasse neces-
sárias para a melhor solução dos problemas educacionais, bem como a distribuição
adequada de fundos especiais.

Para entender o processo educacional no Brasil, falaremos sobre alguns fatos


e consequências para o momento atual. O primeiro, a transformação da educação
em mercadoria na visão mercantilizada da década de 1960, alterou profundamente
a estrutura e a organização educacional brasileira. Esse procedimento percorreu di-
versas gêneses e permaneceu por vários anos assegurados pelos os governos que,
em seguida, adotaram o poder.

Planejamento Educacional 25
A inclusão da política econômica da mercantilização do sistema educacional
há várias décadas que o desenvolvimento social fundamenta‐se nesse “incremento”,
pois os benefícios são direcionados aos grupos e aos governantes que impulsionam
e defendem esse ideal.

Assim, a maior parte da sociedade não tem acesso à formação. Observe nas
ponderações nos períodos históricos norteados pelos seguintes estudiosos: Gau-
dêncio Frigotto, Saviani, Libâneo, Roseli Caldart e outros.

Avalie o que pensa os autores sobre os fatos:

• No período de 1960, o desenvolvimentista brasileiro surge com os programas


de pós‐graduação em Educação e as faculdades de Educação tiveram um forte ape-
lo economicista, tanto nas teorias educacionais quanto nas políticas públicas. Como
efeito, houve o desmantelamento da escola pública e o reforço da educação como
negócio (FRIGOTTO, 2010).

• A educação no Brasil, particularmente nas décadas de 1960 e 1970, de prática


social que se define pelo desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes,
concepções de valores articulados às necessidades e interesses das diferentes clas-
ses e grupos sociais, foi reduzida, pelo economicismo, a um simples fator de pro-
dução – “capital humano”. Assim, passa a definir‐se como uma técnica de preparar
recursos humanos para o processo de produção. Autônoma das relações de força e
de classe é capaz de operar o “milagre” da equalização social, econômica e política
entre indivíduos, grupos, classes e nações (FRIGOTTO, 2010).

Durante a década de 1960, muitos eventos abalaram o sistema socioeducacio-


nal brasileiro. Dentre alguns, podemos citar: a promulgação da 1ª Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei 4.024/61); debates, reivindicações e lutas no
campo político‐social, contra a ideologia de desenvolvimento então vigente, que
colocava a escola como responsável pela formação da mão de obra preparada, vi-
sando ao “desenvolvimento” do país; golpe militar de1964; e a figura do educador
Paulo Freire, trazendo à luz de novos ideais seu método de alfabetização. (ARANHA,
1996). Podemos afirmar que o período foi de muita disputa no campo político e
social.

26 Planejamento Educacional
O Contexto histórico do Plano Nacional de Edu-
cação

Constatamos que, na conjuntura de 1962, surge o primeiro Plano Nacional de


Educação, constituído já na vigência da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Edu-
cação Nacional, Lei nº 4.024, de 1961. Sugerido na configuração de um projeto de
lei, iniciativa do Ministério da Educação e Cultura, esse ato foi aprovado, pelo então,
Conselho Federal de Educação. A estrutura era, fundamentalmente, um conjunto de
metas quantitativas e qualitativas a serem alcançadas num prazo de oito anos.

Depois de três anos, em 1965, passou a existir o primeiro Plano Nacional de


Educação ocorrido por uma revisão. Na ocasião, foram acrescentadas normas des-
centralizadoras e incentivadoras para que fossem elaborados também planos es-
taduais. A seguir, em 1966, surge a obrigação de mais uma revisão, foi modificada
a terminologia do documento e passou a se intitular Plano Complementar de Edu-
cação. Respeitáveis alterações foram incluídas no campo da distribuição dos recur-
sos federais, favorecendo a implantação de ginásios orientados para o trabalho e
o atendimento de analfabetos com mais de dez anos. O Ministério da Educação e
Cultura, em 1967, assume um novo debate em quatro Encontros Nacionais de Pla-
nejamento, sem que a iniciativa chegasse a se concretizar.

Para saber mais: Pesquise sobre Plano Nacional de Educação.

O cenário histórico da educação brasileira está em conexão com a concepção


de planejamento educacional pelo fato de ter nascido incluso nas necessidades de
mudanças no sistema educacional ao longo da história da educação. Conforme os
acontecimentos, podemos entender o valor que o planejamento possui no âmbito
educacional. O planejamento educacional não deve ser considerado uma “porção
mágica” para a educação e para o ensino que padecem de diversos males, não é um
receituário de normas e esquemas que são utilizados em todas as circunstâncias e
nem pode ser considerado um solucionador de todos os problemas no que se refere
ao ensino e a educação.

O planejamento é democrático e evolui num processo permanente de trans-


formação diante da situação indesejável. A educação vive na sua essência e o pro-

Planejamento Educacional 27
cesso de transformação por exigência de sua natureza não se limita a analisar os
fatos presentes ou manter a situação cultural e o saber parado no tempo domina a
profundeza de pensar o futuro da humanidade, na perspectiva de novos horizontes
para o ser humano. Pelo fato da educação ser uma atividade, essencialmente, huma-
na, devemos ter como meta final a formação integral do ser humano.

Segundo a Conferência promovida pela UNESCO (1968, p. 14):

Planejamento educacional é antes de tudo aplicar à própria educação aqui-


lo que os verdadeiros educadores se esforçam por inculcar a seus estudan-
tes: uma abordagem racional e científica dos problemas tal abordagem
supõe a determinação dos objetivos e dos recursos disponíveis [...]. Assim
idealizado, o planejamento educacional constitui um bem mais do que a
elaboração de projeto. Se constitui um processo continuo que engloba
várias intervenções interdependentes.

No entanto, o planejamento educacional é considerado um instrumento bá-


sico para o desenvolvimento da educação, por isso a exigência de se elaborar os
Planos Nacionais e Estaduais e os Planos Regionais de educação no âmbito escolar,
que são organizados em planos curriculares de ensino.

28 Planejamento Educacional
2
PLANEJAMENTO EDUCACIONAL NO
ÂMBITO DO ENSINO
CONHECIMENTOS
Conhecer a importância do planejamento numa instituição de ensino e a análise
dos problemas de planejamento na visão da escola.

HABILIDADES
Identificar as causas e implicações para o ensino e as intervenções e estratégias
que o professor deverá usar para que os objetivos definidos sejam alcançados.

ATITUDES
Assumir uma postura ética em relação as estratégias utilizadas para a elaboração
do plano de ensino.

Planejamento Educacional 29
Introdução

Quando pensamos em planejamento logo vem em nossa mente eficiência e


execução perfeita de determinada ação. O planejamento é um processo elaborado
coletivamente, mas iremos abordar sobre o planejamento no espaço escolar que é
constituído por pessoas que assumem funções distintas: o diretor, o coordenador, os
funcionários, os professores, os estudantes, pais e comunidade.

No ambiente escolar, é possível visualizar a diversidade de pessoas, por isso o


planejamento de ensino na instituição escolar deve analisar as diferenças existentes,
de modo que favoreça o processo participativo que envolve o processo de reflexão,
de decisões sobre a organização, o funcionamento e a proposta pedagógica da insti-
tuição. Nesse processo, existem três dimensões que se tornam um ponto crucial para
organizadores no processo de planejar, na qual precisam ser concretizadas no plane-
jamento: a realidade, a finalidade e o plano de ação.

É possível ensinar sem planejar? De acordo com o pensamento do professor Cel-


so Vasconcellos (1995), é impossível pelo fato que o ato de planejar é inerente ao ser
humano. No caso do processo de ensino e aprendizagem é necessário ser planejado
com responsabilidade, intencionalidade e qualidade. Sem perder de vista as intenções
mencionadas no ato de planejar, que são antecipadas as ações para alcançar os ob-
jetivos.

Nesse processo de planejamento das ações do ensino e aprendizagem, são ela-


borados vários produtos que servem de subsídios como: Projeto Político Pedagó-
gico, Projeto do currículo e o Projeto didático. Todos esses produtos têm como
referência o Projeto Político Pedagógico.

O Projeto Político Pedagógico deve ser um referencial no momento do planeja-


mento anual da instituição de ensino. “É um processo de racionalização, organização
e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do
contexto social.” (LIBÂNEO, 1992, p. 221).

Tem como função nortear as ações da escola e devem ser construídos coletiva-
mente, não se esquecendo de observar a realidade da comunidade no âmbito econô-
mico, político e social. Toda escola tem sua missão, visão e valores e devem ser viabili-
zadas através do Projeto Político Pedagógico. Ele é vivenciado por todos os envolvidos
no processo educativo, cuja vertente é resolver os problemas e as dificuldades que
surgirão na escola de forma coletiva, buscando alternativas.

Planejamento Educacional 31
Deve ser analisado pelos envolvidos na construção do P.P.P. que tipo de cidadãos
queremos formar e a partir daí, deve estar fundado nos princípios de uma escola de-
mocrática, onde não exista desigualdade de ensino, mas qualidade no ensino a todos.

O planejamento curricular

Vamos iniciar com o pensamento de Celso Vasconcellos (1995), que se refere


a planejamento curricular, como um procedimento de tomada de decisões sobre a
dinâmica da escola. Esse planejamento sistematiza e organiza a vivência da escola.
A ação de planejar se constitui um instrumento que orienta o processo educacional,
através de diversos componentes curriculares.

O planejamento no âmbito da instituição de ensino é um modo expressivo para


que os problemas enfrentados na instituição sejam desviados por meio do planeja-
mento dos trabalhos na escola. Reconhecemos que há inúmeros problemas, como a
falta de condições físicas, evasão e reprovação, além da necessidade de formação pe-
dagógica para alguns professores, explicando que há docentes que se formaram em
cursos superiores com reconhecimento acadêmico de bacharelado. Para a Legislação
da Educação Brasileira, há necessidade de formação pedagógica para esses profissio-
nais. Em geral, a oferta de formação continuada é conferida à instituição de ensino
para que os profissionais possam a vir se qualificar.

O Planejamento Curricular tem como norte orientar o trabalho do professor na


sua prática docente em sala de aula. O problema central do planejamento curricular
é formular objetivos educacionais a partir daqueles expressos nos guias curriculares
oficiais. Embora o currículo seja mais ou menos determinado em linhas gerais, cabe à
escola interpretar e operacionalizar estes currículos. A escola deve procurar adaptá-los
às situações concretas, selecionando aquelas experiências que mais poderão contri-
buir para alcançar os objetivos dos estudantes.

Nesse caso, o planejamento educacional é uma excelente ferramenta de or-


ganização docente, para atingir seus objetivos é necessário coerência, flexibilidade e
clareza, indicando possibilidades de intervir nos problemas além de, promover ações
de aproximação da escola ao contexto social.

Enfim, “O planejamento é um processo contínuo de conhecimento e análise da


realidade escolar em suas condições concretas, em busca de alternativas para solu-

32 Planejamento Educacional
ções de problemas e de tomada de decisões” (LIBÂNEO, 2001, p. 84).

Ainda na perspectiva de Libâneo (2001), o planejamento tem como escopo inte-


grar a organização da ação docente, a problemática da conjuntura social, onde estão
enraizados, apontando a integração e o máximo do sucesso escolar, uma vez que,
promoverá aos educandos, o ensino de conteúdos conectados ao cenário social, onde
convivem o seu público.

Ainda sobre o conceito de planejamento nessa visão de uma instituição de en-


sino e a necessidade do planejamento, Libâneo (1994, p. 222) dá ênfase quando diz:

A ação de planejar, não se reduz ao preenchimento de formulários para con-


trole administrativo, é, uma atividade concisa da antevisão das ações po-
lítico–pedagógicas, que contém a referência permanente ás circunstâncias
didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica, política e cul-
tural) que envolve a escola, os professores, os estudantes, os pais, a comuni-
dade, que integram o processo de ensino.

A comunidade escolar deve se agregar à sociedade, compreendendo os resulta-


dos de caráter prático no ensino e na aprendizagem do estudante. Para que aconteça
essa coerência, somente é possível, através do planejamento, pois é nessa ocasião
que se prevê as ações do docente vinculada à realidade social, política e cultural. Essa
conexão entre instituição escolar e sociedade possibilita resultados de caráter práti-
co quanto à educação. Precisamos ter ciência que planejar é tomar decisões, mas as
decisões tomadas no planejamento encontram-se em processo, logo, em evolução.

A metodologia de planejar, envolvendo o coletivo, advém quando a aptidão de


tomar decisão está nas pessoas, que se sentem livres sem avaliar as diferenças que
existem na coletividade e na igualdade autêntica entre as pessoas de um grupo.

Um processo de planejamento em que todos, com o seu saber e consciência


possa organizar seus problemas, seus conceitos e o conhecimento da realidade e de
suas ações. Assim, todos transformam a realidade, com o trabalho coordenado. (GAN-
DIN, 2001).

Por isso, o professor quando se propõe elaborar o plano de ensino deve analisar
os elementos básicos de sua competência avaliar o seu domínio na ciência do ensino
(epistemologia) o método mais adequado às características das disciplinas que deverá

Planejamento Educacional 33
assumir e conhecer o contexto social dos seus educandos. O conhecimento sobre os
elementos acima permite ao professor propor as estratégias mais adequadas às par-
ticularidades do cenário da sala de aula. Essa preocupação deve fazer parte do plane-
jamento e essa atitude aumenta as probabilidades de sucesso nas práticas docentes.

Portanto, o planejamento e a estratégia são partes da mesma estrutura organi-


zacional da instituição de ensino. Para facilitar a compreensão dos assuntos, vamos
nomear os diferentes níveis de planejamento no âmbito da instituição de ensino:

• Planejamento Educacional: É o que abrange o planejamento em nível na-


cional, estadual e municipal, reflete as políticas educacionais e prevê a estrutura e o
funcionamento do sistema educacional. O Planejamento Educacional tem como re-
sultado o Plano Nacional de Educação (PNE), onde é descrito as 20 metas para os
próximos 10 anos.

• Planejamento Escolar: É realizado no início do ano na qual são reunidos ges-


tores, coordenadores, docentes para planejarem os próximos dias. Também conhecida
como semana pedagógica, onde são discutidas as normas da escola, a organização
administrativa, o calendário escolar, os projetos para o ano letivo e a revisão do Proje-
to Político Pedagógico.

• Planejamento Curricular: É constituído pelas diversas áreas de ensino: as dis-


ciplinas, os fundamentos pedagógicos e os processos de avalição nos vários níveis dos
seus componentes. Seu objetivo é orientar o trabalho do professor. Esse trabalho é
uma das tarefas mais difíceis, pois apesar de sua complexidade deve ser desenvolvido
em um ano letivo. Os Parâmetros Curriculares Nacionais – (PCN), são exemplares que
orientam as escolas com o objetivo de garantir aos estudantes conhecimentos neces-
sárias para se tornarem cidadãos conscientes e responsáveis na sociedade.

• Planejamento de ensino e aprendizagem e seus componentes: São os pla-


nos de ensino, plano de curso ou de aulas.

• Projeto de trabalho: É um tipo de planejamento adotado por algumas escolas


na tentativa de desenvolver as práticas docentes na perspectiva da interdisciplinarida-
de.

Sintetizando Fusar (2008, p.47) reforça que: “O preparo das aulas é uma das
atividades mais importantes do trabalho do profissional de educação escolar”. Pela
afirmação do autor fica claro que o planejamento é indispensável, nada substitui a
tarefa de preparação da aula em si, a tarefa cotidiana de preparar suas aulas faz parte

34 Planejamento Educacional
da competência teórica do professor e dos compromissos com a democratização do
ensino,

A arte de planejar é favorável e respeitável, mas o fato a se considerar de maior


valor é o conhecimento que o protagonista da ação tem sobre a realidade em que se
está atuando e a aceitação do conjunto.

O planejamento docente

Podemos dizer que o planejamento de ensino é a especificação do planeja-


mento de currículo. Consiste em traduzir, em termos mais concretos e operacionais
o que o professor fará na sala de aula, para conduzir os estudantes a alcançar os
objetivos educacionais propostos.

O planejamento docente é o desenvolvimento da ação do educador. Nesse


momento, ele é o responsável por definir seu programa de trabalho na prática do-
cente, elaborando o plano de ensino, elencando as categorias de sua ação, como:
objetivos de ensino e de aprendizagem, os conteúdos que serão abordados por
unidade de ensino, os critérios de avalição e os tipos de instrumentos que serão
usados para avaliar os estudantes e as estratégias de ensino. O professor deve ser
flexível em atender às diversidades e levar em consideração o nível de complexida-
de que encontra na sala de aula, redirecionando o plano docente, de modo que, os
estudantes alcancem sucesso em seu aprendizado.

Segundo Turra et al. (1995), um professor que almeja alcançar sucesso em


sua prática docente deverá ser organizado para atender às diversas dificuldades e
os diferentes níveis de complexidade para que os estudantes sejam motivados a
aprender conforme suas possibilidades e limites. Na ocasião de planejar, o professor
deve prever os resultados desejáveis e não pode esquecer que, para conseguir esse
objetivo em seu plano de trabalho, ele deve ser organizado, coerente e flexível.

Para você saber mais: Leia o artigo 13 da LDB 9.394/96.

Planejamento Educacional 35
O planejamento da gestão da aprendizagem é básico para o alcance dos obje-
tivos educacionais. O plano de ensino é desenvolvido pelo professor para servir de
roteiro, que define um caminho que será trilhado em contíguo pelo professor e os
estudantes. Esse plano apresenta as intenções do modo como o professor almeja
aplicar na sala de aula e é também o momento de selecionar os recursos, o méto-
do e a avaliação mais coerente com a conjuntura vivenciada (GOMES, 2011). De tal
modo que a importância dada ao planejamento refletirá nos resultados obtidos.
Vale observar que o professor representa o Projeto pedagógico da escola, tornan-
do-se a referência e a qualidade da escola.

VAMOS RESUMIR

Na concepção de Petrucci e Batiston (2006, p. 263), devemos entender estratégia


como: “[...] a palavra ‘estratégia’ possui estreita ligação com o ensino. Ensinar requer
arte por parte do docente, que precisa envolver o estudante e fazer com que ele se
encante com o saber. O docente precisa promover a curiosidade, a segurança e a
criatividade para que o principal objetivo educacional, a aprendizagem do estudante,
seja alcançada”.

Planos e processos de planejamento

Nos cenários escolares, o planejamento abriga diferentes tipos de gestão: a


gestão administrativa, a gestão pedagógica, a gestão patrimonial, a gestão da
aprendizagem e outras, conforme a estrutura da instituição e além de aspectos
essenciais que exigem o olhar do gestor. O gestor tem a responsabilidade de cuidar
do ambiente: a estrutura física, o visual e a atmosfera organizacional que determina
a conduta e os valores; a disposição dos mobiliários que interfere ou facilita o in-
tercâmbio das pessoas para conviverem num ambiente de respeito e colaboração.
Tudo isso é importante para promover o acolhimento e a receptividade.

A participação de todos durante o planejamento promove o sentimento de


pertença e permite a equipe fazer o diagnóstico situacional da instituição sobre suas
necessidades (material de apoio, recursos de aprendizagem, fluxo de informações,
entre outros), avaliando as potencialidades, fragilidades e expectativas. O planeja-
mento dá conhecimento a todos participantes sobre a estruturação das atividades,
para que se comprometam com as diretrizes institucionais e sintam-se correspon-

36 Planejamento Educacional
sável por seus planos de ação, coordenando e avaliando os objetivos definidos,
conforme as atribuições de cada participante do processo educativo institucional.

ATIVIDADE DE ESTUDO

Por que planejar? Para que se possa ter uma previsão de necessidades, tanto de
recursos humanos quanto de recursos materiais, a fim de alcançar um objetivo ou
realizar um projeto. Agora, pesquise um artigo científico na internet sobre o assunto,
faça uma resenha e coloque no fórum do Ambiente Virtual de Aprendizagem.

AGORA É COM VOCÊ!

Considerando a participação de todos aqueles que integram a unidade escolar na


ocasião do planejamento. Elabore um modelo de plano de ensino adotado por uma
escola.

Acredito que a diferença vital entre o sucesso e o fracasso de uma empre-


sa pode, frequentemente, ser atribuída à questão de até que ponto a organização
aproveita bem a energia e o talento de seu pessoal. Que faz ela para ajudar as pes-
soas a achar em um denominador comum que as aproximem? Como as mantêm
direcionadas em torno de um mesmo objetivo? (Thomas J. Watson Jr. – IBM – 1998)
(PAGNONCELLI; VASCONCELLOS FILHO, 1992, p. 245).

A definição dos objetivos começa com o conhecimento claro da missão e da


visão da escola. Amplie seus conhecimentos conhecendo sobre a Geração Baby
Boomer (1946-1964) surgiu logo após a Segunda Guerra Mundial. Sua tradução
literal é “explosão de bebês”, em razão do retorno dos soldados aos seus lares e
do aumento da taxa de natalidade. Tende a ser realista, buscar a estabilidade e, por
consequência, o emprego fixo, a união estável. Acreditam mais na experiência que
na inovação. São aqueles que “vestem a camisa”. A Geração X (1965-1980) ainda
se mostra resistente às mudanças e acreditam na manutenção do emprego. Possui
certo receio de perderem espaço para outras gerações. Geralmente, não se preci-
pita na tomada de decisões. É formal, dedicado, possui alto nível de interesse em
aprender e busca atingir bons resultados. Marca o início da TV a cores e da internet.
A Geração Y (1981-1990) nasceu na profusão da evolução tecnológica e de intensas
mudanças no mercado de trabalho. Capaz de fazer várias coisas ao mesmo tempo,

Planejamento Educacional 37
busca sempre novas experiências e rápida ascensão profissional. Gosta de desafios,
tem dificuldades em sistemas hierárquicos e aceitação de valores apregoados pelas
gerações anteriores. A Geração Z (a partir de 1991) são os digital natives ou “nativos
digitais”, são voltados para os games. Possuem perfil imediatista. É a geração do
“tudo ou nada, do agora ou nunca”. Possuem comportamento mais individual.

AGORA É COM VOCÊ!

Após todas as considerações que fizemos nesta unidade de estudo, agora é o seu
momento de “colocar a mão na massa”. Considerando a relação escola-sociedade e
a participação necessária de todos aqueles que integram a unidade escolar, elabore
um texto estabelecendo uma análise sobre a fala do autor. Concluída essa análise
individual, reúna-se em grupo para a produção de um novo texto. Posteriormente,
cada grupo deve apresentar suas considerações tecendo um texto único para a turma.
Analise o texto em três dimensões: individualmente, em grupo e coletivamente.
O planejamento enquanto construção-transformação de representações é uma
mediação teórica metodológica para ação, que em função de tal mediação passa a
ser consciente e intencional. Tem por finalidade procurar fazer algo vir à tona, fazer
acontecer, concretizar, e para isto é necessário estabelecer as condições objetivas e
subjetivas prevendo o desenvolvimento da ação no tempo. (VASCONCELLOS, 2000,
p. 79).
Cada grupo deve ter em mãos um modelo de plano de ensino adotado por uma
escola. A tarefa do grupo é avaliar os pontos fortes e fracos do formulário, analisando
sua funcionalidade e exequibilidade. De que maneira podemos entender que esse
plano favorece ao docente zelar pela aprendizagem do estudante?

38 Planejamento Educacional
3
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
CONHECIMENTOS
Conhecer a finalidade do Projeto Político Pedagógico, os elementos indispensáveis
para o sucesso do projeto.

HABILIDADES
Identificar os atos que permeiam a construção do Projeto Político Pedagógico.

ATITUDES
Posicionar-se criticamente em relação ao Projeto Político Pedagógico da escola,
respeitando os problemas e as dificuldades que surgirão buscando alternativas de
forma coletiva.

Planejamento Educacional 39
Introdução

O Planejamento do currículo tem por objetivo fazer adequação das particula-


ridades existentes nos níveis escolares. Esse é o momento de definir desde as fina-
lidades da escola até a execução da prática docente. Mas, é necessário entender o
sentido de plano ou esquema, pois é o documento onde se escreve as ideias (atri-
buições, atividades). Ao elaborar o plano do currículo, o planejador deve sustentar a
coerência entre as intenções e as ações, respeitando as diferenças de funcionamen-
to dos sistemas de educação e suas particularidades dos níveis de ensino.

O plano do currículo, mesmo na versão prévia, serve de direção para execução


do plano de ensino na intencionalidade apoiado em conhecimentos sobre a realida-
de a qual é executado. Nessa perspectiva, o ensino pode ser compreendido como
atividade e uma profissão de planejar, pois está centrado entre o conhecer e o atuar.

O que é Projeto Político Pedagógico?

O planejamento faz parte das funções dos gestores e tem muita importância
para quaisquer organizações e também para as escolas que elaboram planejamen-
tos em vários níveis. Mas as constantes mudanças no currículo nacional e na gestão
das escolas tornaram-no ainda mais importante para uma gestão eficaz. A constru-
ção do plano na escola que se deseja alcançar é um planejar com referência no que
temos, procurando olhar para um futuro diferente do presente.

Nessa percepção, qualquer projeto pressupõe rupturas com o presente e se


projeta para o futuro, isso significa sair de uma situação desfavorável, para uma
situação confortável, que pode significar período de instabilidade em busca de es-
tabilidade. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a deter-
minadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, com-
prometendo seus atores e autores. (GADOTTI, 1994, p. 579)

O termo projeto vem do latim e significa lançar para frente. Ao construirmos


tal documento deve ser pensado e planejado o que se quer realizar para o futuro. O
Projeto Político Pedagógico é um instrumento que supera o simples ato de elabo-
ração de um plano de ensino e, geralmente, fica arquivado nas gavetas das escolas.

Planejamento Educacional 41
Ele é construído e vivenciado em todos os momentos, por todos os envolvidos com
o processo educativo da escola.

Ele é político, porque constitui o compromisso de estar articulado com a so-


ciedade nas diversas dimensões: política, cultural e, econômica. Tem o sentido de
compromisso com a formação do cidadão para um tipo de sociedade. Saviani (1983,
p. 93) diz que “O compromisso político se exerce na prática docente enquanto prá-
tica especificamente pedagógica”. A dimensão pedagógica deve definir ações que
se materializem na intencionalidade da escola, em promover a educação com a in-
tenção de formar cidadãos participativos, éticos, críticos e responsáveis.

O sentido de Político e Pedagógico parece ser indissociável enquanto processo


constante de reflexão e discussão dos problemas da escola, na procura de opções
viáveis à concretização de sua intencionalidade. Conforme Marques (1990, p. 23) “[...]
não é descritiva ou constativa, mas é constitutiva”. Por outro lado, propicia a vivência
democrática necessária para a participação de todos os membros da comunidade
escolar e o exercício da cidadania. Pode parecer complicado, mas se trata de uma
relação recíproca entre a dimensão política e a dimensão pedagógica da escola.

Você sabe quantos tipos de planos há no sistema educacional? Pesquise.

Hoje a educação básica representa uma das diversas estratégias para políticas
que estão voltadas a atender a inserção de todos nos espaços da cidadania social
e política. É a mesma que almeja contribuir para a inserção no mundo do trabalho.
Desse modo, percebemos a inter-relação entre os termos democracia e educação.
Entendemos que cada termo está imbricado nos outros tão usados nos documentos
do sistema educacional.

Assim, a exigência política e social determina que a organização do trabalho


pedagógico se concentre no planejamento. Na percepção de Candau (2000), ao
esclarecer que é a sistemática que busca alternativas para resolver os problemas da
prática pedagógica, isto é, sinalizar o verdadeiro papel da escola a fim de que pos-
samos construir uma educação de fato para o exercício pleno de cidadania. Planejar,
na perspectiva ampla, é um procedimento que visa dar respostas aos problemas e,
ao mesmo tempo, apontar soluções para que os objetivos previstos sejam concre-
tizados.

42 Planejamento Educacional
O Projeto Político Pedagógico no contexto da
educação

O projeto pedagógico surgiu no sistema educacional como uma ferramenta


que permite a escola enfrentar os desafios do dia a dia, numa ação refletida, cons-
ciente e sistematizada e, essencialmente participativa.

A construção do Projeto Político Pedagógico permeia por três atos diferentes:


o ato situacional, o ato conceitual e o ato operacional. O ato situacional descreve
a realidade na qual a comunidade está inserida. A escola precisa fazer algumas in-
dagações em relação aos dados demográficos da região, verificar a população alvo,
as alternativas de superação das dificuldades encontradas, bem como deixar claro
o que é prioridade da escola. O ato conceitual diz respeito à visão da sociedade, da
escola, do currículo do ensino e da aprendizagem. Nesse ato, também devem ser
realizados alguns questionamentos quanto aos tipos de experiências que os estu-
dantes devem vivenciar e aos tipos de cidadãos que a escola quer formar e para qual
tipo de sociedade. Quanto ao ato operacional é o momento de tomar uma posição
no sentido de transformar a realidade da escola. É o período de tomar decisões
com a finalidade de atingir os objetivos propostos, sendo necessária uma revisão
e reformulação. Trazendo uns questionamentos em relação a tipificação da gestão,
as ações prioritárias e o papel de cada instância colegiada da escola, bem como a
relação entre o pedagógico e o administrativo.

Na opinião de Vasconcellos (2005, p.143) o projeto pedagógico ocorre em dois


momentos:

1. Concepção do projeto;

2. A institucionalização e implantação do projeto;

Na concepção do projeto existe uma distinção de quatro tempos. Vejamos:

• O tempo político – a inserção da vertente política num projeto;

• O tempo institucional – significa o tempo que a instituição está em relação


ao tempo histórico. Na intenção de perceber se o projeto em relação ao tempo
pode ser inovador para uma escola e para outra escola não ser algo novo;

Planejamento Educacional 43
• O tempo escolar – significa que o projeto deve estar articulado ao calendá-
rio da escola, pois, o período da elaboração do projeto é decisivo para o sucesso do
projeto;

• O tempo para a idealização – é necessário um tempo para sedimentar as


ideias, num debate entre os participantes do processo de construção do projeto.

Os elementos indispensáveis para o sucesso do projeto

• Comunicação com enunciados simples e objetivos;

• Adesão voluntária e ciência da responsabilidade com o projeto;

• Suporte institucional e financeiro;

• Controle, acompanhamento e avaliação do projeto;

• Credibilidade;

• Referencial teórico.

Para completar, a escola deve criar possibilidades para gerar outra forma de
organização do trabalho pedagógico. Essa outra configuração de aparelhamento da
escola deverá ser a partir do olhar de dentro para fora. O suporte para a mudança
é o comprometimento coletivo na construção de um Projeto Político Pedagógico e
isso indica fazer rupturas com a situação existente para avançar em busca do novo.

É preciso entender o Projeto Político Pedagógico da escola como uma reflexão


do seu cotidiano. Para isso, é preciso um tempo aceitável de reflexão e ação neces-
sário à consolidação de sua proposta.

A construção do Projeto Político Pedagógico requer continuidade das ações,


descentralização, democratização do processo e tomada de decisões e, ainda imple-
mentação de um processo coletivo de avaliação emancipatória. É indispensável ex-
pandir as possibilidades de promover as mudanças que se fazem necessárias dentro
e fora dos muros da escola.

44 Planejamento Educacional
GUIA DE ESTUDO

Você estudou os aspectos do Projeto Político Pedagógico, na perspectiva do


planejamento participativo. Portanto, no momento inicial de reflexão em torno
do PPP é preciso identificar as representações que os diferentes sujeitos escolares
apresentam sobre este e qual a sua função para a melhoria da educação.

Caro estudante, para realizar essa atividade, observe o roteiro:

• Em uma escola faça um levantamento sobre as concepções de Projeto Políti-


co Pedagógico e a sua relação com o Planejamento Escolar que se fazem presentes
na instituição pesquisada.

• Antes de fazer a visita a escola, organize um roteiro de questões, para reco-


lher os dados por meio de entrevistas ou da aplicação de questionário junto aos
membros do Conselho de Escola e aos diversos segmentos da comunidade escolar.
Você pode se guiar pelas questões no texto abaixo:

Responda: O que representa na sua escola o Projeto Político Pedagógico?


Qual a importância que os diferentes protagonistas do ato de educar atri-
buem a ele? Qual sonho que a sua escola deseja realizar?

Resumindo: A construção do Projeto Político Pedagógico é visualizar o plane-


jamento num cenário de envolvimento de todos num processo participativo Gadotti
(1994) destaca o marco referencial como sendo o ponto inicial do planejamento.

Planejamento Educacional 45
Na visão de Gandin (2011) o esquema síntese do Modelo de Projeto Político
Pedagógico constituído de três etapas, observe:

Modelo de PPP - segundo Gandin


PARTES SIGNIFICADO ASPECTOS A
CONSIDERAR

1. MARCO O ideal da instituição Realidade global existente


REFERENCIAL -Marco situacional Realidade global desejada
-Marco doutrinal Realidade do campo de
ação da instituição
-Marco operativo
2. DIAGNÓSTICO Comparação entre o Confronto entre a realidade
desejada e a existente: os
ideal e o real limites do possível

3. PROGRAMAÇÃO Proposta de ação Transformações propostas


para a realidade
institucional existente

GUIA DE ESTUDO

Consulte o Projeto Político-Pedagógico do Colégio Estadual Professor Francisco


Zardo – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, para ter uma visão global de um
Planejamento de uma escola. E a seguir faça anotações dos pontos que para você
não foram compreendidos e realize uma postagem no fórum do AVA para discutir
com os colegas solicitando esclarecimentos das dúvidas ao professor responsável
pela disciplina.

46 Planejamento Educacional
Planejamento Educacional 47
LEITURA OBRIGATÓRIA
Este ícone apresenta uma obra indicada pelos(as)
professores(as) autores(as) que será indispensável
para a formação profissional do estudante.
L
e
Indicamos a leitura da obra “Gestão Educacional: uma
questão paradigmática”. Neste volume o leitor poderá com-
preender com facilidade, como se distinguem a administra-
ção e a gestão educacional, e ao mesmo tempo desenvolver
uma perspectiva abrangente e dinâmica da realidade, tendo
em vista que a questão paradigma é subjacente em todas as
percepções da realidade e intervenção sobre ela. O livro será
inspirador e orientador para todos os profissionais que dese-
jam rever seu modo de ser e de fazer, a fim de alargar seus
horizontes e aprofundar os lastros de sua competência profissional.

LUCK, Heloísa. Gestão educacional: uma questão paradigmática. 10 ed.. Pe-


trópoli: Vozes, 2013. Série Cadernos de Gestão.

GUIA DE ESTUDO

Após a leitura da obra faça uma resenha crítica e disponibilize na sala virtual de
aprendizagem.

Planejamento Educacional 49
Rs
REVISANDO
É uma síntese dos temas abordados com a
intenção de possibilitar uma oportunidade
para rever os pontos fundamentais da
disciplina e avaliar a aprendizagem.
Na primeira unidade de estudo vimos que a origem do planejamento está,
fortemente, ligada ao ser humano, ou seja, é uma prática intrínseca ao ser racional
que, desde os primórdios da humanidade, quando habitava nas cavernas e utilizava
como ferramentas de sobrevivência pedras e madeiras para caçar e se alimentar e
peles de animais como proteção ao corpo. Com a descoberta do fogo, ocasionou o
poder de ação e a necessidade de planejar mudanças. Assim, inicia-se a migração de
um grupo para outras regiões, motivando mudanças no seu modo de vida.

O planejamento estratégico tem como objetivo a formulação organizacional,


onde deve ser levado em consideração o ambiente interno e externo que precisa
ser avaliado constantemente. Exige a participação de todos os sujeitos envolvidos
no processo, para que todos intervenientes tenham conhecimento de sua ação e
responsabilidade pela constituição de um sistema educacional que procura conexão
com o fato social e as legislações que regulam a organização educacional.

O cenário histórico da educação brasileira está em conexão com a concepção


de planejamento educacional pelo fato de ter nascido incluso nas necessidades de
mudanças no sistema educacional ao longo da história da educação. Conforme os
acontecimentos podemos entender o valor que o planejamento possui no âmbito
educacional. O planejamento educacional não deve ser considerado uma ‘‘porção
mágica’’ para a educação e para o ensino que padecem de diversos males, não é um
receituário de normas e esquemas que são utilizados em todas as circunstâncias e
nem pode ser considerado um solucionador de todos os problemas no que se refere
ao ensino e a educação.

Na segunda unidade de estudo abordamos sobre o planejamento no espaço


escolar que é constituído por pessoas que assumem funções distintas: o diretor, o
coordenador, os funcionários, os professores, os estudantes, pais e comunidade.

É possível ensinar sem planejar? De acordo com o pensamento do professor


Celso Vasconcellos, é impossível pelo o fato que o ato de planejar é inerente ao ser
humano. No caso do processo de ensino e aprendizagem é necessário ser planeja-
do, com responsabilidade, intencionalidade e qualidade.

O Planejamento Curricular tem como norte orientar o trabalho do professor na


sua prática docente em sala de aula. O problema central do planejamento curricular
é formular objetivos educacionais a partir daqueles expressos nos guias curriculares
oficiais.

Planejamento Educacional 51
O professor quando se propõe elaborar o plano de ensino, deve analisar quais
os elementos básicos de sua competência, avaliar o seu domínio na ciência do ensi-
no (epistemologia) e o método mais adequado às características das disciplinas que
deverá assumir e conhecer o contexto social dos seus educandos.

O planejamento e a estratégia são partes da mesma estrutura organizacional


da instituição de ensino. Planejamento Educacional que é o que abrange o plane-
jamento em nível nacional, estadual e municipal, reflete as políticas educacionais
e prevê a estrutura e o funcionamento do sistema educacional. O Planejamento
Escolar é realizado no início do ano na qual são reunidos gestores, coordenadores,
docentes para planejarem os próximos dias.

O Planejamento Curricular é constituído pelas diversas áreas de ensino, as dis-


ciplinas, os fundamentos pedagógicos e os processos de avaliação nos vários ní-
veis dos seus componentes. Seu objetivo é orientar o trabalho do professor. Esse
trabalho é uma das tarefas mais difíceis, pois apesar de sua complexidade deve ser
desenvolvido em um ano letivo.

Planejamento de ensino e aprendizagem e seus componentes referem-se aos


planos de ensino, plano de curso ou de aulas e o Projeto de trabalho é um tipo de
planejamento adotado por algumas escolas na tentativa de desenvolver as práticas
docentes na perspectiva da interdisciplinaridade.

O plano de ensino é desenvolvido pelo professor para servir de roteiro, que


define um caminho que será trilhado pelo professor e os estudantes. Esse plano
apresenta as intenções do modo como o professor almeja aplicar na sala de aula é
também o momento de selecionar os recursos, o método e a avaliação mais coeren-
te com a conjuntura vivenciada.

A participação de todos durante o planejamento promove o sentimento de


pertença e permite a equipe fazer o diagnóstico situacional da instituição sobre suas
necessidades (material de apoio, recursos de aprendizagem, fluxo de informações,
entre outros), avaliando as potencialidades, fragilidades e expectativas.

Na terceira unidade de estudo apresentamos o Projeto Político Pedagógico


que surgiu no sistema educacional como uma ferramenta que permite a escola en-
frentar os desafios do dia a dia, numa ação refletida, consciente e sistematizada e
essencialmente participativa.

A construção do Projeto Político Pedagógico permeia por três atos diferentes:


o ato situacional, o ato conceitual e o ato operacional. O ato situacional descreve

52 Planejamento Educacional
a realidade na qual a comunidade está inserida. Em relação ao ato conceitual diz
respeito à visão da sociedade, da escola, do currículo e do ensino e aprendizagem.
Quanto ao ato operacional é o momento de tomar uma posição no sentido de
transformar a realidade da escola. E é o período de tomar decisões com a finalidade
de atingir os objetivos propostos.

É preciso entender o projeto político pedagógico da escola como uma re-


flexão do seu cotidiano. Para isto, é necessário um tempo aceitável de reflexão e
ação necessário à consolidação de sua proposta. A construção do projeto político
pedagógico requer continuidade das ações, descentralização, democratização do
processo e tomada de decisões e, implementação de um processo coletivo de ava-
liação emancipatória.

Planejamento Educacional 53
AUTOAVALIAÇÃO
Momento de parar e fazer uma análise sobre o que o
estudante aprendeu durante a disciplina. Av
1. Como surgiu o ato de planejar?

2. Faça um texto comentando o cenário histórico da educação brasileira.

3. Na sua opinião, o planejamento educacional é o solucionador de todos os


problemas do sistema educacional?

4. De acordo com o pensamento do professor Celso Vasconcellos, é possível


ensinar sem planejar?

5. Qual o objetivo do Planejamento Curricular?

6. Fale as características do Planejamento Educacional, Planejamento Escolar,


Planejamento Curricular e Planejamento de Ensino.

7. Explique qual a finalidade do Projeto Político Pedagógico.

8. A construção do Projeto Político Pedagógico permeia por três atos diferen-


tes. Explique cada um deles.

Planejamento Educacional 55
BIBLIOGRAFIA
Indicação de livros e sites que foram utilizados para a
construção do material didático da disciplina. Bb
CANDAU, Vera Maria. A didática hoje: uma agenda de trabalho. Didática, currículo
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