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RECURSOS DE EXPRESSIVIDADE EM DIÁLOGOS SIMÉTRICOS

Letícia Jovelina Storto (PIBIC/CNPq/UEL), Paulo de Tarso Galembeck


(Orientador), e-mails: le_storto@yahoo.com.br, ptgal@uel.br.

Universidade Estadual de Londrina/Centro de Letras e Ciências Humanas –


Londrina – Pr.

Palavras-chave: Estilística, Expressividade, Língua Falada, Diálogos


Simétricos.

Resumo:

A partir de pesquisas realizadas no projeto de pesquisa “Recursos de


expressividade em diálogos simétricos (diálogos entre dois informantes do
Projeto NURC-SP)”, coordenado pelo professor Dr. Paulo de Tarso
Galembeck, realizado pela/ na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e
financiado pelo CNPq/PIBIC, esse trabalho visa a verificar quais são os
recursos e as funções da expressividade nos diálogos face a face. Para isso
realizou-se, inicialmente, uma pesquisa teórica a respeito de Estilística,
Expressividade e seus fatores, a fim de balizar as análises realizadas num
segundo estágio do projeto. Em seguida, a partir dos pressupostos teóricos
da Análise da Conversação, são verificados os diálogos face a face na
interação simétrica, a fim de, juntamente com os conceitos de
expressividade, analisar o corpus, o qual é formado por inquéritos, do tipo
D2 (Diálogos entre dois informantes), extraídos dos arquivos do Projeto
NURC/SP e publicados em Castilho & Preti (1987). Essa pesquisa tem como
objetivo primeiro verificar o modo como os falantes utilizam-se da
expressividade para interagir.

Introdução

Subsidiado pelos estudos da Análise da Conversação, este trabalho


parte do pressuposto segundo o qual a língua é um fenômeno sócio-
comunicativo. Assim, a conversação representa o intercurso verbal em que
dois ou mais participantes se alternam e, para que haja a conversação, é
fundamental que duas ou mais pessoas manifestem a intenção de entrar em

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contato umas com as outras. Essa interação implica cumplicidade e
solidariedade, ou seja, um envolvimento entre os interlocutores.
Segundo CASTILHO (1998, p.37), ao conversar, os interlocutores se
envolvem em pelo menos três estratégias: a manutenção do turno
conversacional, o qual o falante pode, por exemplo, usar pausas não muito
longas preenchidas por meios fáticos (“ah”), o “assalto” ao turno, como, por
exemplo, quando há sobreposição de vozes e um interlocutor apropria-se do
turno do outro; e a passagem consentida de turno, na qual o processo mais
habitual é de natureza não-verbal, que é o olhar e os processos verbais,
como uma pergunta, por exemplo.
Desse modo, falante e ouvinte, em diálogos simétricos, intercalam
essas estratégias, alterando sua função no intercurso conversacional. Aliás,
nos diálogos simétricos as funções dos interlocutores não são pré-
determinadas. Já nos diálogos assimétricos, entrevistas, por exemplo, as
funções não se intercalam. Porém, o ouvinte, assim como nos simétricos,
não é um simples espectador. Aliás, a sua simples presença já confere ao
ouvinte um papel ativo na conversação, pois o falante não pode deixar de
levá-lo em conta na produção do diálogo.
Além disso, interação entre os interlocutores não se faz apenas
verbalmente, mas por meio da demonstração de interesse em falar e ouvir/
compreender. Essa participação é indicada tanto por meios lingüísticos (uhn,
sim, de acordo etc) quanto por meios cinésicos e/ou gestuais (olhar,
movimentos da cabeça, sorriso, postura, entonação de voz etc). Daí a
necessidade de se estudar os recursos expressivos empregados na
conversação.
Segundo José Lemos Monteiro, a estilística pode ser considerada
como “o estudo dos fatos expressivos da linguagem sob o ângulo do
conteúdo afetivo” (1991, p.16). Assim, essa disciplina lingüística afirma que
um texto é expressivo quanto maior for a intervenção de certos elementos
controláveis pela competência lingüística e literária do seu autor, isto é,
quanto maior for a incidência de mecanismos retóricos que façam destacar a
linguagem literária com benefício para a compreensão da mensagem
(MARTINS, 1989). Assim, a expressividade tem por função mostrar a
emoção, o ponto de vista do locutor, assim como de enfatizar o que é dito
por ele. Portanto, deixa transparecer a emotividade, a afetividade. Desse
modo, numa interlocução, as palavras, os gestos, a entonação, o contexto
sócio-histórico-cultural interessam muito, pois esse conjunto definirá a
intenção e demonstrará a emoção de quem fala. Assim, nos diálogos face a
face, a expressividade apresenta-se ainda mais, pois língua falada é
particularmente expressiva, tanto mais quanto seja natural e espontânea.

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Os recursos de expressividade podem, então, ser agrupados em
lingüísticos e paralingüísticos ou não-lingüísticos. No primeiro grupo,
incluem-se, de um lado, os elementos verbais ou segmentais (gírias,
vocativos etc), e de outro, os prosódicos, que se subdividem em
suprassegmentais (entonação, duração etc) e co-segmentais (pausa,
ordem etc). Entre os paralingüísticos, incluem-se os elementos
cinésicos (gestos etc) e os situacionais.
Enfim, por meio de um estudo mais apurado, pode-se verificar, mais
claramente, cada um desses aspectos, já que essa breve introdução nos
impossibilita enveredar pela vasta bibliografia disponível.

Materiais e Métodos

Este trabalho segue a linha empírico-indutiva, como convém aos estudos de


materiais obtidos em situações reais de interação verbal. Desse modo, não
se parte de um modelo pronto e acabado, mas de uma tipologia
estabelecida a partir das próprias ocorrências.
O material de pesquisa utilizado para a apresentação no EAIC, num
total de 153 minutos de gravação, faz parte do arquivo do Projeto NURC/SP.
São os inquéritos números 360 e 62, do tipo D2 (diálogo entre dois
informantes), publicados em Castilho & Preti (1987).

Inquérito 360: 66 minutos de gravação a respeito de: filhos, tempo


cronológico, profissões e ofícios. Informantes: L1: mulher, 37 anos, casada,
pedagoga, paulistana, pais paulistanos, 2ª faixa etária; L2: mulher, 36 anos,
casada, advogada, paulistana, pais paulistanos, 2ª faixa etária.

Inquérito 62: 87 minutos de gravação a respeito de: tempo cronológico,


instituições, ensino e profissões. Informantes: L1: homem, 26 anos, solteiro,
vendedor, paulistano, pais paulistanos, 1ª faixa etária; L2: homem, 26 anos,
solteiro, estatístico, paulistano, pais paulistanos, 1ª faixa etária.

Como metodologia, utilizou-se a análise da transcrição grafemática do


referido inquérito, a fim de verificar os recursos expressivos presentes na
interação simétrica.

Conclusões

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A Estilística tem um amplo campo de estudo, não se limitando somente à
análise de textos literários, mas também dos textos orais. Assim, essa
ciência que estuda a expressividade da língua interessa-se pelos usos
lingüísticos correspondentes às diversas funções da linguagem, seja na
investigação da poesia, seja na apreensão da estrutura textual, seja na
determinação das peculiaridades da linguagem devidas a fatores
psicológicos e sociais, seja nos diálogos face a face.
Pode-se concluir que os falantes, na interação simétrica, utilizam-se
de variados recursos expressivos, dentre eles salienta-se a utilização de
figuras de linguagem como a comparação, a elipse, a onomatopéia e a
metáfora. A recorrência a esses elementos deve-se à necessidade de
manter a coerência, a clareza e a intercompreensão durante todo o processo
conversacional. Falante e ouvinte, por estarem, de certa forma,
familizarizados com esses recursos, utilizam-nos sem muitas dificuldades e
com grande diversidade, a fim que a conversação seja estabelecida e de
que não haja lacunas/dúvidas quanto ao que se tem dito/ouvido.
Enfim, a expressividade faz parte do cotidiano coletivo, não estando
restrita ao universo literário. Saber fazer bom uso dos seus recursos garante,
além da coerência, inteligibilidade à conversação.

Agradecimentos

O orientador e a bolsista agradecem o suporte financeiro que possibilitou a


realização do trabalho.

Referências

1. CASTILHO, Ataliba T. de. A língua falada no ensino de português.


São Paulo: Contexto, 1998.
2. CASTILHO, Ataliba Teixeira de; PRETI, Dino. (Orgs.) A linguagem
falada culta na cidade de São Paulo: materiais para o seu estudo. V.III
- Diálogos entre dois informantes. São Paulo: T.A. Queiroz/FAPESP,
1987.
3. MARTINS, Nilce Sant’anna. Introdução á estilística. São Paulo: T.A.
Queiroz, 1989.
4. MONTEIRO, José Lemos. A estilística. São Paulo: Ática, 1991.

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