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Direito Processo Penal

Teoria e Questões comentadas


Prof. Enilson Rocha

Aula - Disposições preliminares do código de processo penal

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Matéria: Direito Processual Penal
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Professor: Enilson Rocha
Direito Processo Penal
Teoria e Questões comentadas
Prof. Enilson Rocha

APRESENTAÇÃO

Olá amigo!
É com muita satisfação que apresentamos a você o curso “Noções
de Direito Processual Penal”, voltado exclusivamente para concurso para
o cargo de Agente de Polícia da PCDF.
Sabemos que a carreira pública tem sido a opção de muitas pessoas que
buscam estabilidade e segurança profissional, principalmente ante as incertezas
político-econômicas que têm marcado nosso País nos últimos anos. Neste
cenário, as carreiras policiais ganham destaque, pois, além da sonhada
estabilidade, vem a satisfação de pertencer a uma instituição que está voltada
para o bem-estar da população, visando garantir a segurança, direito
fundamental de todos, mas tão afetado nos dias atuais.
A criminalidade é um mal que tem causado muita dor em nosso País. O
roubo, o tráfico de drogas, a pedofilia e a corrupção, entre outros crimes, estão
constantemente nos noticiários, retratando a insegurança que tanto afeta
a população. Em razão disso, suprir a carência de pessoal nas forças
policiais passou a ser prioridade em todas as unidades da federação, inclusive
no Distrito Federal.
O ingresso na carreira policial passa, necessariamente, pela aprovação
em um concurso público da área. Sabedores das dificuldades que é alcançar a
tão sonhada aprovação, posto já termos trilhado esse mesmo caminho,
desenvolvemos este curso que ora se inicia, o qual será conduzido pelos
professores Enilson Rocha e Francisco Kraemer, dois policiais que se unem
neste projeto, cujo objetivo é te ajudar a alcançar sua meta.
 Enilson Rocha:
Sou servidor público federal há 22 anos. Iniciei minha trajetória, em 1995,
ao prestar o concurso para Soldado Especializado da Aeronáutica (S1).
Em 1998, cursei a Escola de Especialistas de Aeronáutica, na primeira turma
do EAGS. Promovido à Terceiro-Sargento, servi por oito anos em São José dos
Campos (IPV/ICEA), período em cursei a faculdade de Direito.
No ano de 2004, enquanto cursava o último ano da faculdade, fui aprovado
no concurso para o cargo de Escrivão de Polícia Federal, tendo sido convocado
para a Academia Nacional de Polícia em 2006.
No ano de 2005, enquanto aguardava a convocação para da Polícia Federal,
fui aprovado no Concurso para o cargo de Analista Judiciário do Tribunal
Regional Eleitoral de Minas Gerais.
No dia 17 de julho 2006, ao pesquisar no Diário Oficial da União, tive a
satisfação de ver minha nomeação para o cargo de Escrivão de Polícia
Federal Publicada na página 32 da Seção 3. Foi um momento inesquecível. Ao

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dar mais um “enter”, o cursor parou na página 64, onde estava minha nomeação
para o cargo de Analista Judiciário do TRE/MG.
Por alguns dias, tive a difícil e prazerosa tarefa de escolher entre um dos
dois cargos. Optei por ser Policial Federal, e, apesar de saber da grandeza que
representava o outro cargo, sei que fiz a escolha certa, pois ser um policial é
mais que uma profissão, é um misto de vocação e amor por aquilo que faz.

 Francisco Kraemer
Olá, após ler a belíssima história do PF Enilson, vou apresentar-me.
Sou gaúcho de Porto Alegre, aos 18 anos entrei para o Exército Brasileiro
e cursei o CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva) aqui na minha
cidade. Formado no CPOR; fui servir no interior do estado do RS. Foram 06 anos
de bons serviços prestados e foi a grande oportunidade de cursar a faculdade.
Formado em Direito e sem nenhuma experiência profissional na área;
acabei trabalhando em empresas de Mineração e; embora fosse uma área com
muito mercado; eu não era tão realizado como havia sido nas FFAA. No Exército
fui oficial de Engenharia e esses conhecimentos habilitaram-me a trabalhar em
empresas dessa natureza.
Insatisfeito com a mineração, decidi ser um servidor público, mais
precisamente, um policial. E, assim, após um período dedicado aos estudos, fui
aprovado, no ano de 2014, no concurso para o cargo de Escrivão de Polícia
da PC do Rio Grande do Sul, cargo que hoje ocupo com grande satisfação.
Agora que já nos conhecemos, vamos conhecer um pouco sobre o curso!

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AULA CONTEÚDO
00 Disposições constitucionais aplicáveis ao direito processual penal
01 Disposições preliminares do Código de Processo Penal: aplicação
da lei processual no tempo; no espaço e em relação às pessoas. Analogia,
interpretação extensiva e princípios gerais do Direito.
02 Inquérito policial: Conceito; Natureza; finalidade; características;
fundamento; titularidade; grau de cognição; valor probatório; formas de
instauração: notitia criminis e delatio criminis; procedimentos
investigativos; indiciamento e garantias do investigado; conclusão e
prazos.
03 Prova: Exame do corpo de delito e perícias em geral; Interrogatório do
acusado; Confissão; Qualificação e oitiva do ofendido; Testemunhas;
Reconhecimento de pessoas e coisas; Acareação; Documentos de prova;
Indícios; e Busca e apreensão. Interceptação telefônica
04 Prisão e liberdade provisória: Prisão em flagrante; Prisão preventiva;
Prisão temporária (Lei nº 7.960/1989).
05 Ação penal e Competência
06 Juiz, ministério público, acusado, defensor, assistentes e
auxiliares da justiça, atos de terceiros
07 Processo e julgamento dos crimes de responsabilidade dos
funcionários públicos e Habeas corpus e seu processo.

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O início dos estudos antes da publicação do edital é fundamental para se


atingir o nível necessário para ser aprovado no concurso, pois o tempo decorrido
de sua publicação até a prova é muito curto e o volume de disciplinas é grande.
Mas não se preocupem, tão logo seja publicado o edital, faremos as
atualizações necessárias, as quais serão incluídas na grade do curso, sem que
haja qualquer custo extra para você.
Além disso, você pode complementar seus estudos em nosso Sistema de
Questões Online. O Exponencial Concursos tem quase 6.000 questões só da
nossa matéria, sendo mais de 1.500 da banca CESPE.
Para acessar o sistema de questões online, acesse o link:
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resolver até 100 por dia sem qualquer custo.

Feitas estas considerações iniciais, passemos a estudar a matéria.


Bons estudos!

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Aula - Disposições constitucionais aplicáveis ao


Direito Processual Penal

Sumário
1. Introdução .................................................................................. 7

2. Princípio da dignidade da pessoa humana ................................. 10

3. Princípio do devido processo legal (due processo of law) ......... 11

4. Princípio da liberdade individual ............................................... 15

5. Princípio da presunção de inocência (ou da não-culpabilidade) 18

6. Princípio do contraditório .......................................................... 21

7. Princípio da ampla defesa ......................................................... 26

8. Direito ao silêncio (princípio do nemo tenetur se detegere) ...... 28

9. Princípio da igualdade de partes (paridade de armas) .............. 34

10. Princípio do juiz natural ............................................................ 36

11. Princípio do promotor natural ................................................... 39

12. Princípio da publicidade ............................................................ 41

13. Princípio do duplo grau de jurisdição ........................................ 43

14. Princípio da duração razoável do processo e princípio da


celeridade processual ........................................................................ 44

15. Princípio da proporcionalidade .................................................. 46

16. Inviolabilidade domiciliar .......................................................... 49

17. Proibição da tortura e de tratamento desumano e degradante .. 52

18. Erro judiciário............................................................................ 54

19. Vedação da prova ilícita ............................................................ 55

20. Questões Comentadas ............................................................... 59

21. Questões da aula (sem comentário) .......................................... 73

22. Gabarito .................................................................................... 87

23. Referencial bibliográfico ............................................................ 88

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1. Introdução
O processo penal é o instrumento por meio do qual o Estado exerce seu
ius puniendi (direito de punir), aplicando uma sanção (pena) àquele que
praticou uma infração penal (crime ou contravenção).
O ius puniendi consiste no Direito Penal Subjetivo, e é, segundo Rogério
Greco (2013), a possibilidade que tem o Estado de criar e fazer cumprir suas
normas, executando as decisões condenatórias proferidas pelo Poder Judiciário.
O ius puniendi estatal é exercido pelo Poder Legislativo, quando cria os
tipos penais, e pelo Poder Judiciário, quando, após o trâmite processual e
condenação do acusado, executa sua decisão.
A doutrina faz ainda a distinção entre ius puniendi positivo e ius
puniendi negativo.
O ius puniendi positivo consiste, como já vimos, na criação de tipos
penais e na execução das decisões condenatórias.
Já o ius puniendi negativo consiste na derrogação de normas, bem
como na restrição do alcance dos tipos penais, resultante da atuação do
Supremo Tribunal Federal, ao declarar a inconstitucionalidade da lei penal.

Poder Legislativo:
criar tipos penais

Positivo
Poder Judiciário:
executar as decisões
Ius Puniendi condenatórias

STF:
Negativo derrogar ou restringir o
a alcance dos tipos
penais

Se um cidadão, em tese, pratica fato delituoso, nasce para o Estado o


direito de puni-lo. Contudo a aplicação da punição não é automática,
porquanto em jogo está a liberdade individual do suposto autor da infração,
declarada na Constituição Federal, em seu art. 5º, caput.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes. (grifei)

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Assim sendo, após a prática de uma infração pena, surge um conflito
entre o ius puniendi estatal e o ius libertatis do cidadão, previsto no art. 5º,
caput, da Constituição Federal.
É em face desse conflito (ius puniendi x ius libertatis) que surge o
processo penal, com respaldo no art. 5º, inc. LIV, da Constituição Federal.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal”

O processo penal se apresenta, portanto, como as duas faces de uma


mesma moeda: de um lado, é o instrumento por meio do qual o Estado exerce
seu ius puniendi; do outro, é uma garantia do cidadão em defesa de seu ius
libertatis.

Instrumento do para exercer o seu


ESTADO direito de punir
Processo
Penal
Garantia Fundamental do Cidadão

O processo penal é regido por normas e princípios que compõem o


Direito Processual Penal, sendo o Código de Processo Penal (CPP) seu
principal diploma.
Contudo, antes de iniciarmos os estudos acerca do Código de Processo
Penal, faz-se necessário que estudemos as disposições constitucionais aplicáveis
ao processo penal, porquanto a Carta Magna ocupa o topo da pirâmide do
ordenamento jurídico.

CF

Cod. Proc.
Penal
Normas
procedimentais

Neoconstitucionalismo
Após os horrores da segunda guerra mundial, muitos praticados sob o
argumento da legalidade, surge uma nova perspectiva sobre o
constitucionalismo, o neoconstitucionalismo.

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Tendo por marco filosófico o pós-positivismo, o neoconstitucionalismo
tem como marcas, entre outras, a centralidade da Constituição, a normatividade
das disposições constitucionais e uma intensa carga axiológica (valores) –
dignidade da pessoa humana e direitos fundamentais.
Nessa nova ordem constitucional todas as normas que compõem o
ordenamento jurídico buscam sua fonte de validade na Constituição
Federal, a Lei Maior. É, portanto, em torno da Constituição Federal que gira
todo o ordenamento jurídico, ocupando ela a posição central e fundamentadora
do todo.

Direito
Civil
Direito P. Direito
Civil Eleitoral

Direito CONSTITUIÇÃO Direito


Ambiental FEDERAL Penal

Direito Direito P.
Tributário Penal
Outros
ramos
do
Direito

Há, portanto, uma interconexão entre todos os ramos do Direito, sendo


que todos buscam seu fundamento de validade na Constituição Federal,
formando um ordenamento jurídico harmônico e coerente. Assim também
ocorre com o Direito Processual Penal e cada um de seus institutos.
A Constituição, não só ocupa o centro do sistema normativo, mas também
tem normatividade. Os preceitos constitucionais são normas jurídicas
dotadas de imperatividade, que não podem ser desobedecidos.
A título de exemplo, tomemos o art. 5º, inc. LXIII, da Constituição
Federal, o qual estabelece que:
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
família e de advogado.
Esse dispositivo estabelece a obrigatoriedade de o preso ser informado
de seus direitos, devendo, portanto, ser observada tal norma quando da prisão
de qualquer pessoa. Como podemos observar, a Constituição além de declarar

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os direitos da pessoa presa, impõe um dever (dá uma ordem) aos agentes e
autoridades policiais.
A Constituição sobre esse novo prisma é dotada de elevada carga
axiológica (de valores), valores estes que informam todo o ordenamento
jurídico. Assim, não basta apenas a existência de leis, estas devem estar
em consonância com as regras e princípios da Constituição Federal.
Entre os princípios constitucionais, encontramos aquele que é um dos
fundamentos da República Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana.

2. Princípio da dignidade da pessoa humana


O art. 1º da nossa Constituição Federal apresenta os fundamentos sobre
os quais está assentada a República Federativa do Brasil.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal,
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana; (negritei)
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos
desta Constituição.

No inciso III do artigo 1º, encontra-se a dignidade da pessoa humana.


Em razão da posição ocupada por ele, o estudo do Direito Processual
Penal passa obrigatoriamente pelo princípio da dignidade da pessoa
humana. Qualquer leitura das normas processuais penais, que desconsidere o
princípio em estudo, afrontará a Constituição Federal, devendo, portanto, ser
afastada.
O art. 5º, inc. III, da CF, dispõe que:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;

A vedação à tortura e a tratamento desumano ou degradante decorre do


princípio da dignidade da pessoa humana, razão pela qual todos os órgãos de
persecução penal devem observá-lo.

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A prática da infração penal não retira do agente (suspeito,
investigado, indiciado, acusado) sua condição de pessoa humana,
devendo ser aplicada a lei, em busca da pacificação social, mas sem coisificar
(tratar como objeto) o infrator.
Feitas as considerações sobre o princípio da dignidade da pessoa humana,
podemos avançar em nosso estudo, tendo-o sempre como parâmetro para
compreensão adequada do Direito Processual Penal.

Princípio do devido processo legal (due process of law)


O princípio do devido processo legal consiste em uma garantia do
cidadão, estando expressamente previsto no art. 5º, LIV, da CF.
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
devido processo legal.
Tal princípio consiste na garantia de um processo com todas as etapas
previstas em lei, dotado de todas as garantias constitucionais. Obsta-se,
assim, o arbítrio estatal, a condução de processos secretos, sem forma definida,
no qual o cidadão não tem respeitados seus direitos e garantias.

Princípio do devido processo legal

Com todos os demais


Garantia do cidadão Processo previsto em lei
direitos e garantias

O princípio do devido processo legal é, na realidade, um superprincípio


que engloba diversos direitos e garantias declarados no texto
constitucional, principalmente quando tratamos do Direito Processual Penal,
conforme podemos observar no trecho do voto do Ministro Celso de Melo,
quando do julgamento do HC 94.016/SP no STF:
“O exame da cláusula referente ao "due process of law" permite
nela identificar alguns elementos essenciais à sua configuração como
expressiva garantia de ordem constitucional, destacando-se, dentre
eles, por sua inquestionável importância, as seguintes prerrogativas:
(a) direito ao processo (garantia de acesso ao Poder Judiciário); (b)
direito à citação e ao conhecimento prévio do teor da acusação; (c)
direito a um julgamento público e célere, sem dilações indevidas; (d)
direito ao contraditório e à plenitude de defesa (direito à autodefesa
e à defesa técnica); (e) direito de não ser processado e julgado com
base em leis "ex post facto"; (f) direito à igualdade entre as partes;
(g) direito de não ser processado com fundamento em provas
revestidas de ilicitude; (h) direito ao benefício da gratuidade; (i)

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direito à observância do princípio do juiz natural; (j) direito ao silêncio
(privilégio contra a auto-incriminação); (l) direito à prova; e (m)
direito de presença e de "participação ativa" nos atos de
interrogatório judicial dos demais litisconsortes penais passivos,
quando existentes.”

Valendo-nos da magistral lição do eminente Ministro, poderíamos


esquematizar o princípio do devido processo legal, de forma meramente
exemplificativa, apenas para termos uma ideia de sua amplitude, sem
esgotarmos o assunto, porquanto há outros princípios e garantias
aplicáveis ao Direito Processual Penal que decorrem desse princípio e que
serão abordados ao longo da aula.

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Acesso ao Poder Judiciário

Ciência da acusação
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL

Julgamento público

Julgamento célere

Contraditório e plenitude de defesa

Irretroatividade da lei penal

Igualdade entre as partes

Vedação de provas ilícitas

Gratuidade da Justiça

Juiz natural

Rol Silêncio
exemplificativo

Participar da produção de provas

Presença e participação ativa

A partir da noção da amplitude do princípio do devido processo legal,


podemos então entender melhor o processo penal. O processo penal é o
instrumento por meio do qual o Estado exerce seu ius puniendi (direito de
punir), aplicando uma sanção (pena) àquele que praticou uma infração penal
(crime ou contravenção).
Se um cidadão, em tese, pratica fato delituoso, nasce para o Estado o
direito de puni-lo, contudo, a aplicação da punição não é automática,
devendo ser antecedida por um processo, que, mais do que mera formalidade,
é um direito fundamental, nos termos do art. 5º, inc. LIV, da Constituição
Federal, a fim de que não haja punições arbitrárias.

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Instrumento do para exercer o seu


ESTADO direito de punir
Processo
Penal
Direito Fundamental do Cidadão

Impõe-se consignar que o prévio conhecimento acerca das etapas a


serem seguidas na persecução penal não significa que o descumprimento
de determinada formalidade, por si só, acarreta a nulidade do ato ou de
todo o processo. Por ser o processo um instrumento, eventuais nulidades só
serão reconhecidas se acarretarem prejuízo para o acusado.
(...) 3. A alegação de nulidade, relativa ou absoluta, deve ser
acompanhada da demonstração de prejuízo, o que não ocorreu
na espécie. Ordem denegada.
(HC 86166, Relator(a): Min. EROS GRAU, Primeira Turma,
julgado em 17/11/2005, DJ 17-02-2006)

1. (CESPE/STM/Analista Judiciário - Execução de Mandados/2011)


Entende-se por devido processo legal a garantia do acusado de não ser privado
de sua liberdade em um processo que seguiu a forma estabelecida na lei; desse
princípio deriva o fato de o descumprimento de qualquer formalidade pelo juiz
ensejar a nulidade absoluta do processo, por ofensa a esse princípio.
( ) Certo
( ) Errado

Resolução
O processo penal é um instrumento que tem duplo viés: exercício do poder
punitivo estatal e garantia do cidadão contra o arbítrio desse mesmo Estado.
Por ter caráter instrumental, o descumprimento de determinada formalidade,
por si só, não dá ensejo à nulidade do ato ou do processo, devendo haver
demonstração de prejuízo para acusado.
Gabarito 1: ERRADO

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3. Princípio da liberdade individual
Nos termos do art. 5º, caput, da Constituição Federal, a liberdade é um
direito fundamental. Desse princípio decorrem inúmeros preceitos
constitucionais, tais como o a liberdade de expressão, a liberdade de associação,
a liberdade de ir e vir etc. Por ser um direito fundamental do cidadão, seu
cerceamento somente pode ser admitido em situações excepcionais.
No que concerne à liberdade de ir e vir, com maior cuidado deve ocorrer
a aplicação das normas que possam resultar na privação da liberdade.

Possibilidade de prisão
A liberdade é, portanto, a regra, sendo a prisão uma exceção,
conforme podemos concluir a partir da leitura do art. 5º, inc. LXI, da CF.
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por
ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
propriamente militar, definidos em lei;
Assim sendo, a liberdade daquele que, em tese, praticou algum delito só
pode ser restringida em caso de flagrante delito ou por ordem escrita e
fundamentada de autoridade judiciária, ressalvada a aplicação da
legislação militar.

Regra
Art. 5º, caput, da
CF
Liberdade
Flagrante delito
Exceções
Art. 5º, LXI, da CF Ordem fundamentada
de autoridade judiciária

2. (CESPE/PC-AL/Escrivão de Polícia/2012)

Dado o direito à liberdade, um dos direitos fundamentais, a prisão de


um indivíduo é medida excepcional.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução

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A liberdade é declarada no art. 5º, caput, da Constituição Federal, como direito
fundamental, sendo ela a regra em nosso ordenamento jurídico. Somente nas
hipóteses autorizadas pelo art. 5º, inc. LXI, da CF, é admitida a prisão, tendo
esta, portanto, caráter excepcional.
Gabarito 2: CERTO

Outros direitos e garantias da pessoa presa


Além dos dispositivos já citados, há outras normas constitucionais
ligadas diretamente à liberdade individual e aplicáveis diretamente ao Direito
Processual Penal.
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à
família do preso ou à pessoa por ele indicada;

A pessoa presa em flagrante, por exemplo, tem direito que sua família
seja informada de sua prisão (art. 5º, incl LXII), para que lhe preste a
assistência necessária.
Além disso, impõe a Carta Magna a imediata comunicação à autoridade
judiciária. Tal providência é necessária para que seja apreciada a
legalidade do ato e, caso constatada a ilegalidade, a prisão deverá ser
relaxada, nos termos do art. 5º, inc. LXV, da CF.
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária;

Por ser a prisão medida excepcional, sua manutenção dependerá, em


cada caso, de decisão fundamentada da autoridade judiciária. Sendo
admitida liberdade provisória, deve esta ser concedida, se presentes os
requisitos legais.
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando
a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;

Determina, ainda, a Constituição Federal que o preso tenha ciência


acerca de quem foram os responsáveis por sua prisão e por seu
interrogatório, o que inclui os policiais ou qualquer outra pessoa que tenha
efetuado a prisão, a autoridade policial que conduziu o interrogatório, o escrivão
que participou do ato etc.
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por
sua prisão ou por seu interrogatório policial;

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3. (CESPE/TRT-17ª Reg. - Analista Judic. - Área Judiciária –Exec.


Mandados/2009)

Diante dos requisitos legais, o juiz de direito de determinada comarca


decretou a prisão preventiva do vereador Galego, suspeito de tráfico de
drogas, bem como autorizou a realização de busca e apreensão em sua
residência. A polícia, de posse dos mandados judiciais, dirigiu-se até a
câmara municipal, não logrando êxito em encontrar o vereador. Às 20 h,
a polícia localizou Galego em sua residência.
Considerando as informações apresentadas na situação hipotética acima,
julgue os itens que se seguem.
Galego tem o direito constitucional à identificação dos responsáveis por
sua prisão ou por seu interrogatório policial.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O enunciado está em conformidade com o disposto no art. 5º, inc. LXIV, da
Constituição Federal.
Gabarito 3: CERTO

Habeas corpus
Outra garantia constitucional é o habeas corpus, que, nos termos do
art. 5º, LXVIII, da CF, destina-se a proteger a liberdade de locomoção.
LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em
sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

Por destinar-se a proteger a liberdade de locomoção, não cabe habeas


corpus contra imposição de perda de função pública, quando a pena aplicada
ou possível de ser aplicada for de multa, quando extinta a pena privativa de
liberdade ou em qualquer hipótese na qual não houver risco para a liberdade de
locomoção.
Súmula 693-STF

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Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que
a pena pecuniária seja a única cominada

Súmula 694-STF
Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão
de militar ou de perda de patente ou de função pública.

Súmula 695-STF
Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de
liberdade.

4. (CESPE/DPE-AL/Defensor Público/2009)

Em relação à revisão criminal, ao habeas corpus e à execução


penal, julgue os próximos itens.
É incabível a ordem concessiva de habeas corpus quando já extinta a
pena privativa de liberdade, ou contra decisão condenatória somente a
pena de multa ou, ainda, em relação a processo em curso por infração
penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O habeas corpus é um remédio constitucional que tem por escopo garantir a
liberdade de locomoção, decorrente de ilegalidade ou abuso de poder, nos
termos do art. 5º, inc. LXVIII, da Constituição Federal, razão pela qual não é
cabível sua impetração quando não há risco para a liberdade de ir e vir do
cidadão.
Gabarito 4: CERTO

4. Princípio da presunção de inocência (ou da não-culpabilidade)


Nos termos do art. 5º, inc. LVII, da Constituição Federal:
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória;

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Este dispositivo constitucional trata acerca do princípio da presunção
de inocência, que também é denominado presunção de não-
culpabilidade ou do estado de inocência. Dele decorrem diversas
consequências, entre as quais:
a) A restrição à liberdade do acusado antes da sentença definitiva só
deve ser admitida a título de medida cautelar (prisões provisórias),
quando presentes o fumus boni iuris (em processo penal o termo
mais adequado é fumus comissi delicti) e o periculum in mora
(utilizaremos o termo periculum libertatis por ser mais adequado
ao Direito Processual Penal).
a. O fumus comissi delicti consiste na certeza da materialidade
do fato e na existência de indícios suficientes da autoria.
b. O periculum libertatis decorre do risco à efetividade do processo
penal causado pela liberdade plena do réu em face da ordem
pública ou econômica, da conveniência à instrução criminal e da
aplicação da lei penal.

b) O réu não tem o dever de provar sua inocência, cabendo ao


acusador provar sua culpa.
c) Para fundamentar uma condenação, o juiz deve ter certeza que o
acusado foi o autor do fato, militando em favor deste o princípio in
dubio pro reo.

Princípio da presunção de
inocência

Prisão provisória: A condenação requer


Cabe à acusação
exige fumus comissi certeza:
provar que o réu é
delicti e o periculum
culpado in dubio pro reo
libertatis

5. (CESPE/STM/Analista Judiciário - Execução de Mandados/2011)


Os efeitos causados pelo princípio constitucional da presunção de inocência no
ordenamento jurídico nacional incluem a inversão, no processo penal, do ônus
da prova para o acusador.

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( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A adoção do princípio da presunção de inocência, nos termos do art. 5º, inc.
LVII, da Constituição Federal, acarreta, entre outras consequências, o ônus da
acusação provar a culpa do réu.
Assim sendo, se o réu alega ser inocente da imputação que lhe é feita, não cabe
a ele provar ser inocente, recaindo sobre o acusador a tarefa de demonstrar que
o acusado é culpado. Caso o acusador não consiga fazer prova nesse sentido, o
réu deve ser absolvido.
Gabarito 5: CERTO

Prisões Provisórias
No que tange às prisões provisórias, estas se dividem em: prisão em
flagrante (art. 301 e seguintes do CPP), prisão preventiva (art. 311 e
seguintes do CPP) e prisão temporária (Lei 7.960/89).

Execução provisória da pena


Tem produzido acalorada discussão no meio jurídico a possibilidade de
execução antecipada da pena, a partir da decisão em segunda instância,
principalmente em face do princípio da presunção de inocência.
Para fins de concurso público, importa o candidato saber que, a partir do
julgamento do HC 126.292/SP, ocorrido no ano de 2016, passou o Supremo
Tribunal Federal a admitir o início da execução da pena, após a decisão em
recurso na segunda instância, mesmo que ainda haja possibilidade de recursos
ao STF e STJ.
Há vozes no próprio Supremo Tribunal Federal que propõem a reanálise
dessa jurisprudência, em virtude da nova composição da Corte e da mudança
de entendimento de alguns Ministros. Contudo, por hora, interessa-nos
conhecermos a posição atual que é pela admissibilidade da prisão após decisão
de segunda instância.

Aumento da pena-base
Conforme entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justiça, em
decorrência do princípio da presunção de inocência a existência de inquéritos
policiais ou de ações penais em curso (antes do trânsito em julgado de eventual

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sentença condenatória) não podem ser utilizados em desfavor do acusado
quando da fixação da pena pela prática de outro delito.
Súmula 444-STJ
É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em
curso para agravar a pena-base.

Certidão de antecedentes criminais


Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, é vedado
à autoridade policial mencionar anotações referentes à instauração de inquérito
nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, conforme preceitua
art. 20, parágrafo único, do CPP.
Art. 20. (...) Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes
que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá
mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de
inquérito contra os requerentes.

6. (CESPE/PGE-BA/Procurador do Estado/2014)
Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, é vedado à
autoridade policial mencionar anotações referentes à instauração de inquérito
nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
O enunciado espelha o disposto no art. 20, parágrafo único, do Código de
Processo Penal. Enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória,
milita em favor do acusado a presunção de inocência, nos termos do art. 5º,
inc. LVII, da Constituição Federal. Incluir em atestados ou certidões de
antecedentes criminais informações sobre inquéritos ou ações penais em curso,
violaria o princípio da presunção de inocência.
Gabarito 6: CERTO

5. Princípio do contraditório
O princípio do contraditório está insculpido no art. 5º, inc. LV, da
Constituição Federal.
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

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O princípio do contraditório (também denominado princípio da


bilateralidade da audiência, princípio audiatur et altera pars e princípio da
bilateralidade da ação) consiste na ciência bilateral dos atos do processo
e na possibilidade de contrariá-los.

Princípio do ciência bilateral


possibilidade
contraditório dos atos do
de contrariá-los
processo

Nestes termos, o princípio do contraditório subdivide-se em a) direito


à informação e b) direito de participação.

Princípio do direito de direito de


contraditório informação participação

O princípio do contraditório não se aplica apenas ao polo defensivo


da relação processual (réu), mas também ao polo acusatório (Ministério
Público ou ofendido ou seu representante legal), na medida em que a este
também deve ser dada ciência e oportunidade de contrariar os atos praticados
pela parte contrária.

7. (CESPE/TJ-AC/Técnico Judiciário - Auxiliar/2012)


A respeito da prisão e da liberdade provisória, bem como das disposições
constitucionais acerca do Direito Processual Penal e da ação de habeas corpus,
julgue os itens subsequentes.
Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 5º, inc. LVII, da Constituição Federal, o direito ao
contraditório é assegurado aos litigantes (ambas as partes – autor e réu) no
processo judicial (como ocorre no processo penal) ou administrativo (por
exemplo, no PAD instaurado para apurar infração disciplinar de servidor
público).
Gabarito 7: CERTO

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Medidas cautelares
Apesar da importância do princípio do contraditório, em determinados
casos há possibilidade de que ocorra o denominado contraditório diferido ou
postergado, que consiste em adiar para momento posterior a ciência e
impugnação do investigado ou do acusado quanto a determinados
pronunciamentos judiciais.
Há, portanto, situações em que a urgência da medida ou a sua
natureza exige um provimento imediato e inaudita altera parte (sem ouvir
a parte), a fim de que não haja prejuízo ao processo ou ineficácia da
determinação judicial.
São exemplos de aplicação do contraditório diferido:
a) A decretação da prisão preventiva (art. 312 do CPP)
b) A decretação do sequestro de bens (art. 125 do CPP)
c) A autorização de interceptação das comunicações telefônicas (Lei
9.296/96).
d) Outras provas colhidas na fase do inquérito policial

8. (CESPE/STM/Analista Judiciário - Área Judiciária/2011)


No que concerne aos princípios constitucionais do processo penal,
julgue os seguintes itens.
Não se admite, por caracterizar ofensa ao princípio do contraditório e do devido
processo legal, a concessão de medidas judiciais inaudita altera parte no
processo penal.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A concessão de medidas judiciais inaudita altera parte no processo penal não
ofende o princípio do contraditório, porquanto este será observado
posteriormente, ao que se denomina contraditório postergado ou diferido.
A concessão de medidas judiciais sem prévia ciência do acusado, somente é
admitida quando fundamentada na urgência ou na natureza da medida, a fim
de que não haja prejuízo ao processo ou ineficácia da determinação judicial.
Gabarito 8: ERRADO

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Inquérito policial
O inquérito polícia tem caráter preliminar, preparatório da ação penal.
Trata-se de peça informativa, pré-processual, destinada a subsidiar o
oferecimento da denúncia pelo Ministério Público – nos crimes sujeitos a ação
penal pública - ou ao exercício do direito de queixa pelo ofendido - nos crimes
de ação penal privada.
Observe que não se trata de um processo administrativo, mas sim
de procedimento inquisitorial, razão pela qual não se aplica a ele o princípio
do contraditório. ´

9. (CESPE/SEJUS-ES/Ag. de Escolta e Vigil. Penitenciário/2009)

Em relação ao inquérito policial e à prisão em flagrante, julgue os


itens subsequentes.
O inquérito policial é um procedimento sigiloso, e, nessa etapa, não são
observados o contraditório e a ampla defesa.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O inquérito policial é um procedimento administrativo, inquisitorial e sigiloso,
destinado à colheita de elementos para subsidiar eventual propositura da ação
penal. Por não ter caráter processual (com partes opostas ou acusado), não é
obrigatória a observância do contraditório em sua condução.
Gabarito 9: CERTO

O caráter inquisitorial do IP/IPL subsiste, mesmo após a alteração do


Estatuto da OAB (Lei 8.906/1994) proveniente da Lei 13.245/2016, que incluiu
o inciso XXI no art. 7º.
Lei 8.906/94
Art. 7º
(...)
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo
interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os
elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou

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derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso
da respectiva apuração
a) apresentar razões e quesitos;
b) (vetado);

O referido dispositivo não tornou obrigatória a assistência de


advogado em todos atos do inquérito policial, mas, tão somente, garantiu
o direito do profissional assistir os clientes investigados, caso estes
requeiram sua presença, para a realização do interrogatório ou depoimento.
Da mesma forma, o caráter inquisitivo permanece, apesar da possibilidade de o
advogado apresentar razões e quesitos no curso da investigação, não
havendo, portanto, falar-se em obrigatoriedade da observância do
princípio do contraditório.

10. (Bancas: CESPE/PC-BA/Investigador de Polícia/2013)


Julgue os itens seguintes, considerando os dispositivos constitucionais e o
processo penal
Tanto o acompanhamento do inquérito policial por advogado quanto seus
requerimentos ao delegado caracterizam a observância do direito ao
contraditório e à ampla defesa, obrigatórios na fase inquisitorial e durante a
ação penal.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 7º, inc. XXI, da Lei 8.906/94, é direito do advogado assistir
a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de
nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e,
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele
decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso
da respectiva apuração, apresentar razões e quesitos.
O referido dispositivo não tornou obrigatória a assistência de advogado em
todos atos do inquérito policial, mas, tão somente, garantiu o direito do
profissional assistir os clientes investigados, caso estes requeiram sua presença,
para a realização do interrogatório ou depoimento, bem como possibilitou ao
causídico apresentar razões e quesitos no curso das investigações.
Gabarito 10: ERRADO

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6. Princípio da ampla defesa
Tal como o princípio do contraditório, o princípio da ampla defesa está
previsto no art. 5º, inc. LV, da Constituição Federal.
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
O princípio da ampla defesa significa que o Estado tem que
proporcionar a todo acusado a mais completa defesa, seja pessoal, seja
técnica, nos termos do art. 5º, inc. LV, da Constituição Federal, bem como o
de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados,
conforme dispõe o art. 5º, inc. LXXIV, da CF.
A ampla defesa abrange duas garantias: a defesa técnica (processual
ou específica) e a autodefesa (material ou genérica), havendo entre elas
relação de complementariedade.

defesa
técnica autodefesa

ampla
defesa

Defesa técnica
A defesa técnica (defesa processual ou específica) consiste na defesa
exercida por profissional da advocacia, dotado de capacidade postulatória,
seja ele advogado constituído, nomeado, ou defensor público, tendo como
características:
a) O acusado tem direito de escolher seu defensor;
b) Caso o acusado não tenha defensor, deverá ser nomeado um
profissional para fazer sua defesa;
c) O advogado constituído deve efetivamente envidar esforços para
realizar a defesa de forma adequada aos interesses do acusado;
d) O juiz deve verificar se a defesa técnica está efetivamente sendo
desempenhada adequadamente;
e) Se a defesa não estiver sendo realizada adequadamente, deve o
magistrado considerar o réu indefeso (art. 497, inc. V, do CPP).
f) A falta de defesa técnica constitui nulidade absoluta do ato;

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g) A deficiência da defesa causará a nulidade, se trouxer prejuízo para o
réu;
A defesa técnica é indisponível e irrenunciável. Logo, mesmo que o
acusado, desprovido de capacidade postulatória, queira ser processado sem
defesa técnica, e ainda que seja revel, deve o juiz providenciar a nomeação
de defensor, aplicando-se o art. 261 do CPP.

Autodefesa
A autodefesa (defesa material ou genérica) consiste na participação
pessoal do acusado no contraditório, contribuindo com a função defensiva.
A autodefesa desdobra-se no direito de audiência e no direito de
presença.

Direito de presença

Autodefesa

Direito de audiência

O direito de presença consiste na possibilidade de o acusado


acompanhar diretamente os atos de instrução, atuando junto ao seu
defensor.
O direito de audiência pode ser entendido como o direito que o acusado
tem de apresentar ao juiz da causa a sua defesa, pessoalmente, por meio
do interrogatório.
Ao contrário da defesa técnica, a autodefesa não é obrigatória,
porquanto trata-se de uma faculdade do acusado. A autodefesa, portanto,
é disponível e renunciável.

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ampla defesa

obrigatória defesa
autodefesa facultativa
técnica

indisponível disponível

irrenunciável renunciável

11. (CESPE/TJ-DFT/Analista Jud. – Of. de Justiça Avaliador/2013)

Considerando os princípios aplicáveis ao direito processual penal e a


aplicação da lei processual, julgue os itens a seguir.
A autodefesa, que, pelo princípio da ampla defesa, é imposta ao réu, é
irrenunciável.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A autodefesa (defesa material ou genérica) consiste na participação pessoal do
acusado no contraditório, contribuindo com a função defensiva.
A autodefesa decorre do princípio da ampla defesa e é uma faculdade do
acusado, e não um dever, sendo, portanto, renunciável e disponível.
Gabarito 11: ERRADO

7. Direito ao silêncio (princípio do nemo tenetur se detegere)


O art. 5º, inc. LXIII, da Constituição Federal estabelece que:
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da
família e de advogado; (grifei)
O trecho grifado trata acerca do direito ao silêncio, sobre o qual o
preso deve ser advertido. Apesar de a Constituição Federal empregar o termo
“preso”, a doutrina entende que esse direito abrange, também, a pessoa

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que se encontra solta e que ocupa a posição de investigado, indiciado,
acusado ou condenado, em qualquer fase da persecução penal (fase pré-
processual e processual).

investigado
preso
Direito ao
indiciado
silêncio
solto
acusado

condenado

A doutrina entende, ainda, que o inciso LXIV do art. 5º da Constituição


Federal não garante apenas o direito ao silêncio, mas traz uma garantia
ainda mais ampla. O referido dispositivo, na realidade, espelha o princípio
da não-autoincriminação (nemo tenetur se detegere), do qual o direito ao
silêncio é apenas uma de suas facetas. Em outros termos, o direito ao silêncio
está contido no princípio nemo tenetur se detegere.

nemo
tenetur se
detegere

direito
ao
silêncio

Pelo princípio da não-incriminação ninguém pode ser forçado a


produzir prova contra si mesmo, seja:
a) prestando declarações;
b) sendo obrigado a dizer a verdade;
c) fornecendo material gráfico para exame grafotécnico;

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d) fornecendo material genético para exame de DNA;
e) soprando o bafômetro para constatar embriaguez;
f) participando da reprodução simulada dos fatos; ou
g) qualquer outra atuação que possa incriminá-lo.
Trata-se, portanto, de uma modalidade de autodefesa passiva, que é
exercida por meio da inatividade do indivíduo sobre quem recai ou pode
recair uma imputação.

Dizer a verdade
No que concerne ao direito de não ser obrigado a dizer a verdade, esse
não consiste no direito de mentir livremente. Se a mentira, em si,
constituir a prática de um fato delituoso, não estará o agente amparado pelo
direito em questão. Exemplo, atribuir-se falsa identidade constitui o crime
previsto no art. 307 do Código Penal, mesmo que o sujeito alegue agir em
situação de autodefesa, conforme entendimento contido na Súmula 522 do
Superior Tribunal de Justiça.
Súmula 522-STJ: A conduta de atribuir-se falsa identidade
perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de
alegada autodefesa

De igual forma, a atribuição falsa de crime a outra pessoa, caracteriza a


prática do delito de calúnia, nos termos do art. 138 do Código Penal.

12. (CESPE/TCE-PA/Aud. de Cont. Ext. - Fiscaliz.- Direito/2016)

Julgue o próximo item, de acordo com a jurisprudência e a legislação


brasileira em vigor.
A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é
típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O entendimento dos tribunais superiores é no sentido de que aquele que atribui
a si falsa identidade, pratica o crime previsto no art. 307 do CP, mesmo que o
faça sob o argumento de autodefesa. No STJ tal entendimento resultou na
edição da Súmula 522.
Gabarito 12: CERTO

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Condutas ativas
Conforme vimos, a pessoa não é obrigada a praticar qualquer ato
que possa incriminá-la, no entanto esse direito só se refere a condutas
ativas, ou seja, condutas que exijam uma ação, tais como já listados acima
(fornecer material gráfico, soprar o bafômetro, prestar declarações etc).
No que se refere as providências requeiram apenas um
comportamento passivo, uma sujeição, não estão abrangidas pelo
princípio da não-autoincriminação. O direito de não produzir prova contra
si mesmo não persiste, portanto, quando o acusado for mero objeto de
verificação. Assim, em se tratando de reconhecimento pessoal, ainda que o
acusado não queira voluntariamente participar, admite-se sua execução
coercitiva. Da mesma forma, o investigado pode ser constrangido a submeter-
se ao procedimento de identificação datiloscópica, nas hipóteses previstas na lei
de regência.

13. (CESPE/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012)


Com base no direito processual penal, julgue os itens que se seguem.
Como o sistema processual penal brasileiro assegura ao investigado o direito de
não produzir provas contra si mesmo, a ele é conferida a faculdade de não
participar de alguns atos investigativos, como, por exemplo, da reprodução
simulada dos fatos e do procedimento de identificação datiloscópica e de
reconhecimento, além do direito de não fornecer material para comparação em
exame pericial.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Em decorrência do direito de não produzir provas contra si mesmo (nemo
tenetur se detegere), o investigado não será obrigado a participar ativamente
de atos que possam resultar na produção de provas em seu desfavor, tais como
a reprodução simulada dos fatos e o fornecimento de material para realização
de exame pericial.
Contudo, há procedimentos que não estão abrangidos pelo direito ao silêncio,
tal como a identificação datiloscópica do investigado, nas hipóteses previstas
em lei, nos termos do art. 5º, LVIII, da CF, regulamentado pela Lei
12.037/2009.
A doutrina aponta como hipótese de não aplicação do princípio da não-
autoincriminação, a participação no procedimento de reconhecimento de

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pessoa, nos termos do art. 226 e seguintes do Código de Processo Penal,
porquanto não exige um comportamento ativo do investigado.
Gabarito 13: ERRADO

Exames invasivos e não invasivos


Não pode o investigado, indiciado ou denunciado sujeitar-se à
coleta de provas incriminadoras invasivas sem o seu consentimento. A
coleta de prova invasiva é aquela em que há a introdução de qualquer objeto
ou substância no corpo do da pessoa, tal como a agulha para coleta de amostra
de sangue, o exame ginecológico, exame da arcada dentária etc.
Contudo, nos procedimentos de coleta de prova não invasivos, mesmo
sem a anuência da pessoa a quem se refira, não há ilegalidade, não se
aplicando o princípio nemo tenetur se detegere. Procedimento não invasivos são
aqueles em que não há penetração no corpo humano, tais como coleta de cabelo
que caiu do investigado, coleta de saliva da bituca de cigarro jogado fora pelo
indiciado, exame de raio X etc.

Qualificação e interrogatório
Nos termos dos arts. 186, caput, e art. 187, caput, ambos do Código de
Processo Penal.
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do
inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz,
antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer
calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.
(...)
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre
a pessoa do acusado e sobre os fatos.
Assim sendo, o primeiro ato a ser realizado pelo magistrado, quando do
o interrogatório judicial é a qualificação do acusado. Nesse primeiro
momento, o acusado será perguntado sobre a residência, meios de vida ou
profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida
pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso
afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou
condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e
sociais, nos termos do art. 187, § 1º, do CPP;
Em momento posterior, o magistrado fará as perguntas acerca dos
fatos. Somente após a qualificação/identificação do acusado, o juiz o certificará
de seu direito de permanecer em silêncio, razão pela qual o princípio do nemo
tenetur se detegere não se aplica ao ato de qualificação.

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O procedimento previsto nos art. 186 e 187 do CPP é aplicado, por
analogia, ao inquérito policial, razão pela qual o interrogatório policial
também é realizado em duas partes, a primeira sobre os dados qualificativos do
investigado/indiciado e a segunda sobre os fatos investigados.
A pessoa que deixa de responder às perguntas referentes à sua
qualificação, pratica contravenção penal, nos termos do art. 68 do Decreto-
Lei 3.688/41 (Lei de Contravenções Penais).
Se, a pessoa fornecer dados falsos durante sua qualificação, sua
conduta configurará a prática do crime de falsa identidade, nos termos do
art. 307 do CP.

14. (CESPE/DPF/Delegado/2013)
É apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada
em relação ao inquérito policial e suas peculiaridades, às atribuições da Polícia
Federal e ao sistema probatório no processo penal brasileiro.
José foi indiciado em inquérito policial por crime de contrabando e, devidamente
intimado, compareceu perante a autoridade policial para interrogatório. Ao ser
indagado a respeito de seus dados qualificativos para o preenchimento da
primeira parte do interrogatório, José arguiu o direito ao silêncio, nada
respondendo. Nessa situação hipotética, cabe à autoridade policial alertar José
de que a sua recusa em prestar as informações solicitadas acarreta
responsabilidade penal, porque a lei é taxativa quanto à obrigatoriedade da
qualificação do acusado.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O direito ao silêncio está amparado pela Constituição Federal, conforme art. 5º,
inc. LXIII, sendo um desdobramento do princípio da não-autoincriminação.
Tal direito, a ser observado tanto na esfera policial quanto na judicial, não
abrange a qualificação do investigado/acusado, porquanto este ato não se refere
aos fatos que lhe são imputados, mas apenas à sua identificação.
A pessoa que deixa de responder às perguntas referentes à sua qualificação,
pratica contravenção penal, nos termos do art. 68 do Decreto-Lei 3.688/41 (Lei
de Contravenções Penais). Se, a pessoa fornecer dados falsos durante sua
qualificação, sua conduta configurará a prática do crime de falsa identidade, nos
termos do art. 307 do CP.
O procedimento do interrogatório judicial está disciplinado nos art. 186 e 187
do CPP, o qual é aplicado, por analogia, ao interrogatório policial, observando-

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se que na fase policial não vigoram os princípios do contraditório e a da ampla
defesa.
Gabarito 14: CERTO

8. Princípio da igualdade de partes (paridade de armas)


O princípio da igualdade está expresso no art. 5º, caput, da Constituição
Federal.
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes;” (grifei)
No Direito Processual Penal o princípio da igualdade é comumente
denominado princípio da paridade de armas, porquanto deve haver isonomia
de tratamento entre a defesa e a acusação.
Contudo não é suficiente que haja apenas uma igualdade formal
(apenas prevista na lei), porquanto deve ser levada em consideração
eventuais desigualdades materiais (desigualdade na realidade social), o que
corresponde à igualdade material (ou substancial).

igualdade
formal igualdade
material

Em razão da necessidade de observância da igualdade material,


foram criados mecanismos para corrigir certas desigualdades entre a
defesa e o Ministério Público, posto que este ente, no desempenho de sua
função institucional, possui certas prerrogativas (a exemplo do poder de
requisição), está adequadamente organizado, com estrutura e recursos
humanos próprios, além de contar com as investigações desenvolvidas pela
polícia.
Como exemplo de mecanismos voltados a garantir a isonomia material
(substancial) podemos citar os embargos infringentes e de nulidade,
previstos no 609, parágrafo único do CPP, os quais somente podem ser
manejados pela defesa.
Art. 609. Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de
segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos

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infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de
10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma
do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão
restritos à matéria objeto de divergência. (grifei)

Outro exemplo é a revisão criminal, disciplinada no art. 621 e seguintes


do CPP, que somente pode ser proposta em benefício do condenado, não
havendo possibilidade de revisão criminal pro societate.
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por
procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu,
pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão.

Quando o réu for defendido pela Defensoria Pública a contagem


do prazo será em dobro. A concessão desse prazo em dobro à Defensoria
Pública não é incompatível com o princípio da isonomia e paridade de
armas. Afinal, o defensor padece das deficiências de recursos material e
humanos inerentes ao serviço público, quase sempre assoberbado pelas
demandas sociais das mais variadas espécies.
Habeas corpus. 2. Roubo majorado. Condenação. 3. Agravo em
recurso especial considerado intempestivo. 4. A Defensoria
Pública possui prazo em dobro para recorrer e deve ser intimada
pessoalmente de todos os atos do processo, sob pena de
nulidade, a teor do art. 370, § 4º, do Código de Processo Penal,
do art. 5º, § 5º, da Lei 1.060/1950 e do art. 44, I, da Lei
Complementar 80/1994. Homenagem ao princípio constitucional
da ampla defesa. 5. Constitucionalidade do tratamento
diferenciado em relação ao Ministério Público e à Defensoria
Pública, intimados pessoalmente. Jurisprudência reafirmada em
decorrência do julgamento do Plenário desta Corte, em
2/6/2016, da ADI 2.144/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, DJe
14/6/2016. 6. Writ não conhecido (decisão monocrática do STJ
não impugnada por agravo regimental). 7. Concessão da ordem
de ofício para determinar ao STJ que prossiga no julgamento do
recurso defensivo, superada a questão da intempestividade.

(HC 132336, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda


Turma, julgado em 21/06/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
159 DIVULG 29-07-2016 PUBLIC 01-08-2016)

Não há contagem do prazo em dobro quando a defesa está sendo


realizada por defensor dativo, porquanto a duplicação do prazo só ocorre
quando a defesa estiver sendo exercida pela defensoria pública.

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9. Princípio do juiz natural
Nos Termos do art. 5º, inciso XXXVII da Constituição Federal, “não
haverá juízo ou tribunal de exceção”. Já o inc. LIII do referido artigo,
estabelece que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente”.
A conjugação desses dois dispositivos revela-nos o princípio do juiz
natural. Trata-se, portanto, de um princípio implícito.
Este princípio estabelece que a pessoa somente pode ser julgada por
órgão do Poder Judiciário regularmente investido, imparcial e
previamente estabelecido, conforme as regras objetivas de
competência anteriores à prática da infração penal.
Não se admite, portanto, tribunal de exceção, que é aquele criado,
posteriormente ao fato, com o objetivo de julgar determinada(s)
infração(ões) penal(is). É um tribunal criado por encomenda, parcial, próprio
dos regimes ditatoriais. Qualquer tribunal em nosso País deve estar inserido
entre os órgãos do Poder Judiciário previstos no art. 92 da Constituição Federal.

Proibe tribunal de exceção


Princípio do juiz natural

Só pode exercer jurisdição o órgão


previsto na CF

A instituição do órgão deve ser


anterior ao fato

Deve ser observada a competência


fixada em lei

15. (CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário - Área Judiciária/ 2014)


No que se refere à jurisdição, ação, processo e procedimento e aos princípios
constitucionais aplicáveis ao processo civil, julgue os itens subsequentes.
De acordo com o princípio do juiz natural, segundo o qual as demandas
jurisdicionais devem ser julgadas por órgão judicial previamente estabelecido,
é vedada a criação de juízos ou tribunais de exceção.
( ) Certo

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( ) Errado
Resolução
O princípio do juiz natural é um princípio implícito, decorrente das garantias
expressas nos incisos XXXVII e LIII do art. 5º da Constituição Federal.
Em decorrência deste princípio, a pessoa somente pode ser julgada por órgão
do Poder Judiciário regularmente investido, imparcial e previamente
estabelecido, conforme as regras objetivas de competência anteriores à prática
da infração penal.
Gabarito 15: CERTO

Foro por prerrogativa de função (foro especial)


O foro por prerrogativa de função não ofende o princípio do juiz
natural, porquanto seu estabelecimento visa proteger o exercício da função
pública, não as pessoas que as exerce. Trata-se, portanto, de uma
prerrogativa funcional e não um privilégio pessoal.
Além disso, a pessoa sujeita ao julgamento em um foro especial não está
tendo sua garantia de ser julgada pelo juiz natural, porquanto, em virtude da
função exercida, o juízo natural é o tribunal e não juiz de primeiro grau.
Segundo entendimento do STF, não viola as garantias do juiz natural
a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por
prerrogativa de função de um dos denunciados. Tal entendimento está
expresso na Súmula 704.

Lei processual que altera regras de competência


A modificação da competência criminal, em virtude de lei que a
altere em razão da matéria, não viola o princípio do juiz natural.
Observa-se, nesse ponto, o princípio da aplicação imediata da norma processual
penal, nos termos do art. 2º do CPP.
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem
prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei
anterior.

Assim sendo, se Mévio está sendo processado na Vara Criminal da Cidade


X pela prática do crime de tráfico de drogas e, durante o processo é criada uma
a vara especializada, para julgamentos dos crimes previstos na Lei
11.343/2006, o processo será a ela redistribuído, não havendo falar-se em
ofensa ao princípio do juiz natural. Nesse caso, a nova serventia não foi criada

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para julgar apenas o fato praticado por Mévio, mas todos os processos
decorrentes da prática de tráfico de entorpecentes.

Substituição de Desembargadores por juízes de 1º grau


Nos termos do art. 118 da Lei Complementar no 35/79 (Lei Orgânica da
Magistratura Nacional), havendo vaga ou afastamento, por prazo superior a 30
(trinta) dias, de membro dos Tribunais Superiores, dos Tribunais Regionais, dos
Tribunais de Justiça, poderão ser convocados Juízes, em Substituição,
escolhidos por decisão da maioria absoluta do Tribunal respectivo, ou, se
houver, de seu Órgão Especial.
Com fundamento nesse dispositivo, é comum a convocação de juízes de
primeiro grau para substituírem, por exemplo, desembargadores do Tribunais
de Justiça.
Em algumas situações, os órgãos fracionados dos tribunais
acabam sendo, em sua maioria, compostos por juízes convocados, razão
pela qual, parte da doutrina, entende haver ofensa ao princípio do juiz natural.
O entendimento do STF, nesses casos, é no sentido de não haver
violação ao princípio do juiz natural.
EMENTA: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO.
APELAÇÃO JULGADA POR CÂMARA COMPOSTA
MAJORITARIAMENTE POR JUÍZES CONVOCADOS. PRINCÍPIO DO
JUIZ NATURAL. ORDEM DENEGADA. 1. Não viola o princípio do
Juiz natural o julgamento de apelação por órgão colegiado
presidido por Desembargador, sendo os demais integrantes
Juízes convocados. Precedente do Plenário do STF. 2. Habeas
Corpus extinto sem resolução de mérito. (grifei)
(HC 101473, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/
Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em
16/02/2016, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-117 DIVULG 07-06-
2016 PUBLIC 08-06-2016)

16. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/ 2013)


No que se refere aos princípios constitucionais do processo civil, julgue o item
seguinte.
São nulos, por violarem o princípio do juiz natural, os atos decisórios proferidos
por órgãos colegiados compostos, em sua maioria, por juízes de primeiro grau
convocados regularmente.
( ) Certo
( ) Errado

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Resolução
Segundo o entendimento que tem prevalecido no Supremo Tribunal Federal,
não viola o princípio do Juiz natural o julgamento de apelação por órgão
colegiado presidido por Desembargador, sendo os demais integrantes Juízes
convocados (HC 101473).
Gabarito 16: ERRADO

Redistribuição de processos em razão da incompetência ou


suspeição
Também não viola o princípio do juiz natural a redistribuição de
processos criminais, em virtude da incompetência ou suspeição do juiz
natural da causa, porquanto o critério para definição do juiz para o qual os
autos serão redistribuídos segue as regras processuais/procedimentais
estabelecidas em lei. Não há, portanto, redistribuição sem critério ou por ato de
exceção, mas sim com base em motivo legal, seguindo as normas vigentes
aplicáveis.

10. Princípio do promotor natural


Não há previsão expressa na Constituição Federal do princípio do
promotor natural, o que provoca acalorado debate no meio doutrinário.
Contudo, a doutrina, em sua maioria, tende a reconhecer que tal princípio
está implícito no texto constitucional como mais uma garantia
decorrente do princípio do devido processo legal.

PRINCÍPIO DO Não há previsão


PROMOTOR expressa na CF
NATURAL

Está implícito
na CF

O reconhecimento do princípio do promotor natural favorece a higidez


do processo penal, garantindo que a designação dos membros do Ministério
Público para atuação seguirá critérios pré-estabelecidos, evitando-se, assim,

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designações casuísticas, promotores ad hoc (promotor de exceção ou promotor
de encomenda).
O princípio do promotor natural teria ainda a função de assegurar a
observância dos princípios institucionais do Ministério Público: a unidade, a
indivisibilidade e a independência funcional, expressos no art. 127, § 1º,
da Constituição Federal.
Sem enfrentar diretamente essa questão, o STF, em alguns de seus
julgados, faz referência ao princípio do promotor natural (HC 67.759, HC
102.147 e RHC 93.247), sem, contudo, pôr fim às divergências.
“Inquérito – Arquivamento implícito. A ordem jurídica em vigor
não contempla o arquivamento implícito do inquérito, presentes
sucessivas manifestações do Ministério Público visando a
diligências. Promotor natural – Alcance. O princípio do promotor
natural está ligado à persecução criminal, não alcançando
inquérito, quando, então, ocorre o simples pleito de diligências
para elucidar dados relativos à prática criminosa. A subscrição
da denúncia pelo promotor da comarca e por promotores
auxiliares não a torna, ante a subscrição destes últimos, à
margem do Direito.” (RHC 93.247, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgamento em 18-3-2008, Primeira Turma, DJE de 2-5-2008.)
Vide: RHC 95.141, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento
em 6-10-2009, Primeira Turma, DJE de 23-10-2009.”

17. (CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário - Área Judiciária/2014)

Julgue os itens subsequentes, à luz do disposto no Código de Processo


Penal (CPP) e do entendimento dominante dos tribunais superiores
acerca da ação penal, do processo comum, do Ministério Público, das
citações e das intimações.
O princípio do promotor natural, expresso na CF, visa assegurar o exercício
pleno e independente das atribuições do Ministério Público, repelindo-se a
figura do promotor por encomenda.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Não há previsão do expressa na Constituição Federal do princípio do promotor
natural. Não obstante isso, o reconhecimento do princípio do promotor natural
favorece a higidez do processo penal, estando implicitamente consagrado no
texto constitucional.

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Esse princípio garante que a designação dos membros do Ministério Público para
atuação seguirá critérios pré-estabelecidos, evitando-se, assim, designações
casuísticas, promotores ad hoc (promotor de exceção ou promotor de
encomenda).
Gabarito 17: ERRADO

11. Princípio da publicidade


O princípio da publicidade está consagrado no art. 93, inc. IX, da
Constituição Federal.
Art. 93. (...)
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de
nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes,
em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do
interessado no sigilo não prejudique o interesse público à
informação;

Segundo o referido inciso, todos os julgamentos dos órgãos do


Poder Judiciário serão públicos. Contudo, o próprio dispositivo dispõe que
acerca da possibilidade de limitação da publicidade dos atos judiciais,
desde que não prejudique o interesse público à informação. Trata-se, portanto,
de uma publicidade restrita, posto que a presença, em determinados atos,
pode ser limitada às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes.

Impõe-se, ainda, observar o disposto no art. 5º, inc. LX, da CF.


LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem.

Neste sentido, em regra os atos processuais penais são públicos, o


que assegura transparência da atividade jurisdicional, oportunizando sua
fiscalização não só pelas partes, como por toda a comunidade. No entanto, o
referido princípio comporta exceções, desde que exigíveis para a defesa da
intimidade ou ao interesse social.

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Regra Publicidade

ATOS
JUDICIAIS Defesa da
intimidade
Exceções
Interesse
social

O Código de Processo Penal, em seu art. 792, em harmonia com o


disposto no art. 5º, inc. LX, da CF, dispõe sobre as restrições à publicidade dos
atos jurisdicionais.
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em
regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e tribunais,
com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça
que servir de porteiro, em dia e hora certos, ou previamente
designados.
§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato
processual, puder resultar escândalo, inconveniente grave ou
perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara,
ou turma, poderá, de ofício ou a requerimento da parte ou do
Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas
fechadas, limitando o número de pessoas que possam estar
presentes.

Limitação da publicidade no CPP

Escândalo
Puder resultar

Incoveniente grave

Perigo de pertubação da
ordem

Inquérito policial
No que se refere ao inquérito policial, é importante frisar que não se
trata de procedimento judicial, mas sim de procedimento administrativo.

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A apuração dos fatos requer que sejam adotadas certas cautelas na
condução do inquérito policial, entre elas que não sejam revelados detalhes
das investigações que possam comprometer a elucidação do caso. Assim
sendo, o IP/IPL reveste-se de sigilosidade, conforme determina o art. 20 do
Código de Processo Penal, não estando sujeito, portanto, ao princípio da
publicidade.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário
à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

Tribunal do Júri
A Constituição Federal reconhece a instituição do júri, deixando para a
lei sua organização, conforme inc. XXXVIII do art. 5º.
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização
que lhe der a lei, assegurados:
(...)
b) o sigilo das votações;
Entre as garantias referentes ao júri está o sigilo das votações,
não se aplicando, portanto, em relação ao voto de cada jurado o princípio
da publicidade.
Por sua importância, o júri será objeto de tópico específico ainda nesta
aula.

12. Princípio do duplo grau de jurisdição


O duplo grau de jurisdição não tem previsão expressa na
Constituição Federal, contudo, segundo a doutrina, a estruturação do Poder
Judiciário, composto por juízes de primeiro grau e por tribunais, revela que
nossa Carta Magna, implicitamente, adotou-o.
O duplo grau de jurisdição é previsto expressamente no art. 8º, h, da
Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa
Rica).

Duplo grau de jurisdição

Está, expressamente,
Foi adotado,
Não há previsão previsto na Conv.
implícitamente, pela
expressa na CF Americana de
CF
Direitos Humanos

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O princípio do duplo grau de jurisdição significa a possibilidade de uma
causa ser reapreciada por um órgão de instância superior, mediante a
interposição de recurso contra a decisão do órgão de instância inferior.
Há exceção ao princípio do duplo grau de jurisdição, nas hipóteses
de competência originária do STF (art. 102, I, b, da CF), porquanto de suas
decisões não há a possibilidade de interposição de recursos em outro tribunal.
Com base nisso, o Supremo Tribunal Federal firmou orientação de que o
princípio do duplo grau de jurisdição não é uma garantia constitucional
na vigente Carta.
Para simplificar e para garantir o acerto na hora da prova, lembre-se: o
duplo grau de jurisdição foi adotado implicitamente na nossa CF,
contudo não é uma garantia constitucional.

18. (CESPE/TRT - 21ª Reg.(RN)/Analista Judic. - Área Judic./2010)


No que concerne aos direitos e às garantias fundamentais, julgue os
itens que se seguem.
O duplo grau de jurisdição consubstancia garantia constitucional.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Parte da doutrina entende que o duplo grau de jurisdição foi adotado
implicitamente pela nossa Constituição Federal, em razão da estrutura do Poder
Judiciário, composta por juízes de primeiro grau e de tribunais, aos quais cabem
apreciar os recursos contra decisões de primeira instância.
Apesar disso, o STF fixou entendimento que o duplo grau de jurisdição
não é uma garantia constitucional, o que justifica a possibilidade de julgamento
por aquela Corte das autoridades sujeitas ao foro por prerrogativa de função,
cujas decisões não comportam recursos para outra instância.
Gabarito 18: ERRADO

13. Princípio da duração razoável do processo e princípio da


celeridade processual
O princípio da duração razoável do processo e o da celeridade processual
estão insculpidos no art. 5º, inc. LXXVIII, da Constituição Federal, segundo o
qual:
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.

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Não há dispositivo legal estabelecendo qual é o prazo razoável
para conclusão do processo, bem como não há uma definição específica das
consequências decorrentes da inobservância deste princípio. A duração
razoável dever ser analisada em cada caso concreto.
Pela análise do referido inciso, podemos concluir que o processo deve
ser o mais célere possível, respeitando, entretanto, os direitos e
garantias do indivíduo. Assim sendo, o processo deve ser concluído no menor
prazo necessário para garantir sua efetividade, sem, contudo, desrespeitar
outros princípios constitucionais, tais como o do devido processo legal, do
contraditório, da ampla defesa etc.
A prestação jurisdicional dentro de um prazo razoável favorece a
efetividade do processo, contribuindo para alcançar a missão social deste,
qual seja, a pacificação social e a promoção da justiça.

contribuindo
com
•A paz social;
•A Celeridade •A efetividade e
processual do processo •A promoção
da Justiça
favorece Missão social
do processo

No processo penal, a duração razoável é também uma garantia do


acusado, para que sua situação seja definida em tempo adequado, porquanto
o processo penal intervém sensivelmente no âmbito dos direitos da pessoa
sobre a qual pesa uma acusação.

19. (CESPE/TRT - 10ª REGIÃO/Analista Judic. - Execução de


Mandados/ 2013)
À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a
seguir, acerca dos direitos fundamentais.
Considere que um indivíduo tenha sido denunciado por crime contra o
patrimônio há mais de dez anos e que, em razão da quantidade de processos
conclusos para sentença na vara criminal do município, ainda não tenha havido
sentença em relação ao seu caso. Essa situação retrata hipótese de flagrante
violação ao direito fundamental à duração razoável do processo, expressamente
previsto na CF.
( ) Certo

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( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 5º, inc. LXXVIII, da Constituição Federal, a todos, no âmbito
judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Não há no ordenamento
jurídico nacional a definição de qual o prazo razoável para conclusão do processo
penal, o que deve ser analisado em cada caso concreto.
O transcurso do prazo de dez anos desde o oferecimento da denúncia, sem
prolação de sentença, conforme narrado na questão, viola os princípios da
duração razoável do processo e da celeridade processual, porquanto o
prolongamento indefinido da relação processual deixa de atender aos anseios
da coletividade por uma prestação jurisdicional célere, tornando-se, portanto,
ineficaz. Viola ainda o direito do acusado de ter sua situação resolvida,
independente de qual venha ser a conclusão à qual chegue o magistrado.
Gabarito 19: CERTO

14. Princípio da proporcionalidade


O princípio da proporcionalidade é um princípio constitucional
implícito, ou seja, não está expressamente previsto na Constituição Federal.
Há divergência entre os doutrinadores acerca do fundamento
jurídico do princípio da proporcionalidade: 1 – alguns entendem que esse
decorre do princípio do Estado de Direito; 2 – outros entendem que decorre do
princípio do devido processo legal substancial; 3 – há aqueles que entendem
tratar-se de um princípio autônomo; 4 – há outras fundamentações, tais como
o princípio da igualdade, da essência dos direitos fundamentais etc. Alguns
doutrinadores entendem, ainda, não se tratar de um princípio, mas sim de uma
regra.
O princípio da proporcionalidade é um estado ideal de coisas a ser
atingido. Com base nele qualquer intervenção em direitos fundamentais
somente pode ser feita se, previamente, forem examinadas e satisfeitas
as máximas (ou subprincípios): da adequação, da necessidade e da
proporcionalidade em sentido estrito.

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Adequação Necessida
de

Proporcionalida
de em sentido
estrito

 Adequação
A adequação será satisfeita se a medida restritiva for apta a alcançar o
fim constitucionalmente legítimo buscado com ela. Somente se admite a
restrição a um direito fundamental se a medida adotada for apta a
alcançar o resultado pretendido.
Exemplo: se o objetivo é evitar o risco de fuga, não se mostra adequada
a medida cautelar de recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de
folga.

 Necessidade
Entre as medidas possíveis e adequadas, deve ser escolhida a que
menos gravosa ao direito fundamental atingido. É também denominado
princípio da intervenção mínima.
Exemplo: se a prova pode ser obtida por meio do depoimento de
testemunhas, não há necessidade de interferir na privacidade do indivíduo por
meio da interceptação telefônica.

 Proporcionalidade em sentido estrito


É a ponderação entre a restrição causada ao direito fundamental e o fim
buscado com seu emprego.
É feito um sopesamento (postos na mesma balança) entre os
danos causados com a aplicação da medida adotada e os resultados que
com ela serão auferidos. No âmbito processual penal, este juízo de
ponderação opera-se entre o interesse do indivíduo na manutenção de sua

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liberdade individual e o interesse estatal na tutela dos bens jurídicos protegidos
pelas normas penais.
Exemplo: a decretação da prisão preventiva do acusado pela prática de
crime apenado com pena que, se condenado, será possivelmente cumprida em
regime aberto.

Proporcionalidade em
sentido estrito

20. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015)


Ainda acerca de aspectos diversos do processo penal brasileiro, o próximo item
apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Pedro, sem autorização judicial, interceptou uma ligação telefônica entre
Marcelo e Ricardo. O conteúdo da conversa interceptada constitui prova de que
Pedro é inocente do delito de latrocínio do qual está sendo processado. Nessa
situação, embora a prova produzida seja manifestamente ilícita, em um juízo
de proporcionalidade, destinando-se esta a absolver o réu, deve ser ela
admitida, haja vista que o erro judiciário deve ser a todo custo evitado.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A interceptação da ligação telefônica entre Marcelo e Ricardo, sem autorização
legal, é prova ilícita, não devendo ser admitida no processo, nos termos do art.
5º, inc. XII c/c inc. LVI, da Constituição Federal, por decorrer da violação do
sigilo da comunicação telefônica.
Contudo, por ser a única prova da inocência de Pedro, impõe-se a realização de
um juízo de proporcionalidade entre o sigilo da comunicação telefônica e a
liberdade individual, ambos direitos fundamentais. Em virtude de o sacrifício da
liberdade individual ser mais gravoso que o sacrifício do sigilo das
comunicações, deve aquele prevalecer, admitindo-se, portanto, a prova ilícita,
a fim de evitar uma condenação injusta.
Gabarito 20: CERTO

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15. Inviolabilidade domiciliar
O inciso XI do art. 5º da Constituição Federal trata da inviolabilidade do
domicílio, nos seguintes termos:
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante
o dia, por determinação judicial;

A inviolabilidade do domicilio decorre do direito à intimidade (art.


5º, inc. X, da CF). Assim, a regra é a inviolabilidade do domicílio, cujo ingresso
não pode ocorrer sem o consentimento do morador.
O que é casa?
Para podermos ter a exata compreensão da extensão da inviolabilidade
do domicílio, temos que definir o que é compreendido no termo casa, o qual
tem um significado muito mais amplo do que o empregado vulgarmente.
O conceito de casa, para fins de proteção da intimidade, também não
coincide com aquele previsto nos artigos 70 e 72 do Código Civil. O
Código de Processo Penal, em seu art. 246, tratando acerca da busca e
apreensão, define casa como:
Art. 246. Aplicar-se-á também o disposto no artigo anterior,
quando se tiver de proceder a busca em compartimento habitado
ou em aposento ocupado de habitação coletiva ou em
compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer
profissão ou atividade.

Assim sendo, podemos definir casa como sendo “o compartimento


habitado ou aposento ocupado de habitação coletiva, bem como o
compartimento não aberto ao público, onde alguém exercer profissão
ou atividade. Nestes termos, além da residência, está compreendido no
conceito de casa o quarto de hotel, quando ocupado; uma barraca de
camping, que está servindo como local de repouso dos acampantes; o
escritório de uma loja, ao qual o público não tem acesso franqueado; a boleia
do caminhão, quando o motorista estiver estacionado para pernoite etc.
No entanto, não se trata de uma garantia absoluta, porquanto
comporta exceções, as quais estão expressas na parte final do próprio inciso
XI, quais sejam, em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.

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Flagrante delito
Qualquer
Desastre
hora
Inviolabilidade Prestar socorro
do Domicílio
Exceções durante o dia determinação judicial

Consentimento do Morador

21. (MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça/2013)


ANALISE O ENUNCIADO DA QUESTÃO ABAIXO E ASSINALE "CERTO" (C) OU
"ERRADO" (E)
No Brasil, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo, independentemente de horário, em
eventuais situações de flagrante delito, desastre, que exijam prestação de
socorro ou fundadas em determinação judicial.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 5º, inc. XI, da Constituição Federal, a casa é asilo inviolável
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial.
Assim sendo, a entrada na casa, em caso de flagrante delito, desastre ou para
prestar socorro, pode ocorrer em qualquer horário (durante o dia ou a noite),
contudo, na hipótese de cumprimento de determinação judicial, a entrada só
pode ocorrer durante o dia.
Gabarito 21: ERRADO

Flagrante delito
As hipóteses de prisão em flagrante delito estão previstas no art. 302 do
Código de Processo Penal.
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
I - está cometendo a infração penal;
II - acaba de cometê-la;

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III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou
por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor
da infração;
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas,
objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
Em qualquer das hipóteses previstas no art. 302 do CPP, será permitido
o ingresso no domicílio sem necessidade de permissão do morador ou de
autorização judicial.

Desastre
Desastre, segundo tem o sentido de acontecimento calamitoso, tais como
a inundação, o deslizamento de terras e o incêndio, os quais ameaçam e põem
em risco a saúde ou a vida.

Prestar socorro
Esse socorro pode não estar ligado a acontecimento calamitoso. É preciso
que, na casa, alguém esteja correndo sério risco e não se tenha como obter a
permissão de entrada. Exemplo: pessoa que mora só e que está gravemente
enferma, necessitando de auxílio imediato.

Determinação judicial
Salvo as hipóteses acima tratadas, o ingresso na casa sem consentimento
do morador só pode ocorrer em cumprimento a ordem judicial. Trata-se,
portanto de ato sujeito à reserva de jurisdição, porquanto somente a
autoridade judiciária pode determina-lo. Não se admite o ingresso determinado
por autoridade policial, Comissão Parlamentar de Inquérito etc.
Importante frisar que o ingresso na casa, mediante ordem judicial, só
pode ocorrer durante o dia.
Não há consenso acerca do que pode ser entendido por “dia”. Há pelo
menos três critérios citados na doutrina:
Cronológico: considera-se dia o período compreendido entre às 6h e às
18h.
Físico-astronômico: dia é o período que se inicia com a aurora e
termina com o crepúsculo, ou seja, o dia vai do nascer ao pôr do sol.
Misto: haveria uma conjugação dos dois critérios anteriores, buscando
maior proteção ao direito fundamental, ou seja, mesmo após às 6h, se ainda
estiver escuro, não se considera dia.

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•das 6h
Cronológico
•às 18h

Físico- •do amanhecer (aurora)


astronômico •ao anoitecer (crepúsculo)

•das 6h, se já estiver amanhecido


Misto
•às 18h, se não tiver anoitecido

22. (CESPE/SEGESP-AL/Papiloscopista/2013)
Acerca de diligências e outras providências em caso de investigação criminal,
julgue os itens subsequentes.
A busca domiciliar deve ser feita durante o dia, sem necessidade de mandado
judicial quando realizada pela própria autoridade policial pessoalmente.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução:
Nos termos do art. 5º, inc. XI, da Constituição Federal, a casa é asilo inviolável
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial. Exceto nas hipóteses de flagrante
delito ou desastre, a entrada forçada em na casa, sem consentimento do
morador, está condicionada à autorização prévia da autoridade judicial,
tratando-se, portanto, de reserva de jurisdição.
Gabarito 22: ERRADO

16. Proibição da tortura e de tratamento desumano e


degradante
Como decorrência direta do princípio da dignidade da pessoa humana, o
art. 5º, inc. III, da Constituição Federal, estabelece que:
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento
desumano ou degradante;
Assim sendo, o nosso ordenamento jurídico, em nenhuma hipótese,
admite a tortura, nem mesmo para salvar a vida de uma vítima que se
encontra em poder de criminosos.

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Como garantia do direito de a pessoa não ser torturada, a Constituição
Federal inafiançável e insuscetível de graça ou anistia a prática da tortura
(art. 5º, inc. XLIII, da CF).

inafiançável

Tortura
Graça
Insuscetível
de
Anistia

A tortura não é apenas vedada, mas também constitui crime.


Regulamentando o art. 5º, inc. III, da CF, o art. 1º da Lei 9.455/97, definiu o
crime de tortura.
Lei 9455/97
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da
vítima ou de terceira pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo.
O § 1º do art. 1º da Lei 9455/97 ainda estabelece que, na mesma pena
incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em
lei ou não resultante de medida legal, enquanto o § 2º trata da tortura imprópria
(omissão em relação à prática de tortura).
Além da tortura, são proibidos quaisquer tratamentos desumanos
ou degradantes. Em razão disso, o investigado, o indiciado, o acusado e o
condenado não podem ser tratados como coisa, ser humilhados, ridicularizados,
esculachados ou expostos como troféu.

mas não
prenda
esculache

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Não é permitido nem mesmo o uso de algemas, se não estiverem
presentes razões justificantes, em casos de resistência e de fundado receio
de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso
ou de terceiros, conforme dispõe a Súmula Vinculante nº 11.
SV 11 - Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e
de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física
própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada
a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade
disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de
nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem
prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

As algemas podem ser usadas, mas apenas se presentes as razões que


justifiquem seu emprego.

23. (CESPE/TRE-BA/Analista Judiciário - Taquigrafia/2010)


Como exemplo da vedação expressa na CF a prática da tortura e ao tratamento
desumano ou degradante, o STF editou súmula vinculante proibindo totalmente
a utilização das algemas pela polícia judiciária, por ser arbitrária e ofender a
integridade dos custodiados.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A Súmula Vinculante nº 11 foi editada pelo Supremo Tribunal Federal com o
propósito de coibir o uso abusivo das algemas.
No entanto a utilização de algemas não foi proibida, mas apenas limitada às
hipóteses em que houver fundado receio de fuga ou de perigo à integridade
física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, o que deve ser
fundamentado posteriormente, sob pena de responsabilização penal,
administrativa e civil do agente.
Gabarito 23: ERRADO

17. Erro judiciário


Segundo dispõe o art. 5º, inc. LXXV, da Constituição Federal:
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário,
assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença;

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Havendo comprovação do erro judiciário, a responsabilidade do
Estado será objetiva, nos termos do art. 37, § 6º, da Constituição Federal.
O Código de Processo Penal trata acerca da indenização por erro judiciário
em seu art. 630.
Art. 630. O tribunal, se o interessado o requerer, poderá
reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos
sofridos.
§ 1o Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível,
responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela
justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o
tiver sido pela respectiva justiça.
§ 2o A indenização não será devida:
a) se o erro ou a injustiça da condenação proceder de ato ou
falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a
ocultação de prova em seu poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada.

24. (CESPE/FUB/Assistente em Administração/2015)


Julgue o próximo item, acerca da responsabilidade do Estado perante a CF.
O erro judiciário consistente na prisão por prazo superior ao da condenação
atrai a responsabilidade civil do Estado.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 5º, inc. LXXV, da CF, o Estado indenizará o condenado por
erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.
Assim sendo, a prisão por prazo superior ao fixado na sentença atrai a
responsabilidade civil objetiva do Estado, nos termos do art. 37, § 6º, da
Constituição Federal.
Gabarito 24: CERTO

18. Vedação da prova ilícita


Consoante dispõe o art. 5º, inc. LVI, da Constituição Federal,
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos;

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Parte da doutrina entende que as provas ilícitas fazem parte das
chamadas provas ilegais. As provas ilegais são o gênero, sendo que as
provas ilícitas e as provas ilegítimas seriam espécies.

Provas
ilegais

Provas Provas
ilícitas ilegítimas

Nesse momento, interessa-nos as provas ilícitas, por serem aquelas que


estão relacionadas diretamente com as disposições constitucionais.
Provas ilícitas, portanto, podem ser conceituadas como aquelas que
contrariam disposições constitucionais, ou seja, que violam, direta ou
indiretamente, direitos ou garantias fundamentais. Trata-se, portanto, de
contrariedade da prova com as normas de Direito Material.
Assim, a título de exemplo, a ilicitude da prova pode decorrer, entre
outras, da:
 Violação da intimidade, por meio da utilização de interceptação
telefônica, sem autorização judicial.
 Violação do domicílio, com a entrada na casa, sem autorização
do morador e em desacordo com as hipóteses previstas no art. 5º,
inc. XI, da Constituição Federal.
 Utilização da tortura para obter a confissão do suspeito.

O Código de Processo Penal trata acerca das provas ilícitas em seu art.
157.
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do
processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em
violação a normas constitucionais ou legais.

Além das provas ilícitas, não são admitidas no processo as provas


que, embora lícitas em sua essência, forem decorrentes das provas
ilícitas. São as denominadas provas ilícitas por derivação.
Aplica-se nessa hipótese a teoria dos frutos da árvore envenenada.
Tal teoria expressa que a prova obtida licitamente, se for resultante de prova
ilícita, deverá ser excluída do processo.

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Durante a execução de mandado de busca e apreensão na casa de José,


os policiais encontram provas de que este praticou o crime do qual era suspeito.
Essa prova é lícita, porquanto as buscas foram realizadas em cumprimento de
determinação judicial. Contudo, a expedição do mandado judicial decorreu da
representação da autoridade policial, que tomou ciência do endereço onde
deveria ser realizada a diligência, apenas porque um de seus agentes, no dia
anterior, torturou Pedro, comparsa de José.
Assim sendo, apesar da prova obtida por meio das buscas realizadas com
autorização judicial, em si, ser lícita, essa estará contaminada pela ilicitude da
tortura realizada para apontar o local a ser diligenciado.
A teoria dos frutos da árvore envenenada está consagrada no art. 157, §
1º, do CPP:
§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas,
salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas
e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma
fonte independente das primeiras.
§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só,
seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação
ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da
prova.
Se a prova, apesar da ilicitude da prova antecedente, for obtida por fonte
independente, não será contaminada. Aproveitando o exemplo acima: se
apesar da tortura praticada por um dos policiais, o mandado de busca foi
expedido, com base na representação da autoridade policial, que já havia obtido
o endereço por outro meio lícito, a prova decorrente da busca não estará
contaminada.

25. (MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça - Matutina/2016)


A teoria dos “frutos da árvore envenenada”, de origem norte-americana,
encontra-se prevista no art. 157, §1º, do Código de Processo Penal, quando
este dispõe serem inadmissíveis, sem ressalvas, as provas derivadas das
ilícitas.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O art. 157, § 1º, do CPP, consagra a adoção da teoria do fruto da árvore
envenenada, dispondo que são também inadmissíveis as provas derivadas das
ilícitas.

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Contudo, o referido dispositivo excepciona a aplicação da referida teoria quando
não evidenciado o nexo de causalidade entre as provas obtidas ilicitamente e as
produzidas posteriormente, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por
uma fonte independente das primeiras.
Gabarito 25: ERRADO

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19. Questões Comentadas
26. (CESPE/STM/Analista Judiciário - Economia/2011)

Acerca de direito constitucional, julgue os itens a seguir.


As liberdades individuais garantidas na Constituição Federal de 1988
não possuem caráter absoluto.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A liberdade é um direito fundamental e, em razão disso, é regra no Estado
Democrático de Direito. Apesar da importância dada pela Constituição Federal
às liberdades individuais, estas não possuem caráter absoluto, visto que a
própria Carta Magna prevê exceções que podem ser aplicadas.
A título de exemplo, a liberdade de locomoção (regra) é excepcionada nas
hipóteses previstas no art. 5º, inc. LXI, da CF, ou seja, em caso de flagrante
delito ou por ordem fundamentada da autoridade policial.
A liberdade de exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, admite
restrição, nos termos do art. 5º, inc. XIII, da CF. O mesmo ocorre em relação à
liberdade de expressão, conforme inc. IV do art. 5º da CF.
A doutrina aponta apenas dois direitos que teriam caráter absoluto: direito de
não ser escravizado e direito de não ser torturado.
Gabarito 26: CERTO

27. (CESPE/TRE-ES/Analista Judiciário - Área Judiciária/2011)

À luz dos conceitos e das normas aplicáveis à ação e ao processo


penal, julgue os itens subsequentes.
Há descumprimento de uma das condições da ação, por impossibilidade
jurídica, no pedido de anulação de pena de multa em habeas corpus.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O habeas corpus é um remédio constitucional que tem por escopo garantir a
liberdade de locomoção, decorrente de ilegalidade ou abuso de poder, nos
termos do art. 5º, inc. LXVIII, da Constituição Federal, razão pela qual não é
cabível sua impetração quando não há risco para a liberdade de ir e vir do
cidadão.

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Assim sendo, não é possível a impetração de habeas corpus com o intuito de
anular a pena de multa, porquanto, por não haver ameaça à liberdade de
locomoção, o pedido é juridicamente impossível.
Gabarito 27: CERTO

28. (CESPE/TJ-DFT/Analista Judiciário - Judiciária/2015)


Com relação à aplicação da pena, à medida de segurança e ao instituto da
prescrição, julgue o item que se segue.
Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, apenas
condenações criminais transitadas em julgado podem justificar o agravamento
da pena base.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Conforme entendimento do Superior Tribunal de Justiça, expresso na Súmula
444, em decorrência do princípio da presunção de inocência a existência de
inquéritos policiais ou de ações penais em curso (antes do trânsito em julgado)
não podem ser utilizados em desfavor do acusado quando da fixação da pena
base pela prática de outro delito.
Gabarito 28: CERTO

29. (CESPE/PC-BA/Escrivão de Polícia/2013)


Julgue os itens seguintes, considerando os dispositivos constitucionais e o
processo penal
A presunção de inocência da pessoa presa em flagrante delito, ainda que pela
prática de crime inafiançável e hediondo, é razão, em regra, para que ela
permaneça em liberdade
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
A regra adotada por nossa Constituição é liberdade do indivíduo, sendo a prisão
a exceção. A prática de crime inafiançável e hediondo, por si só, não é
fundamento suficiente para justificar a prisão provisória.
A manutenção do acusado preso requer decisão fundamentada da autoridade
judiciária, a fim de demonstrar a presença dos requisitos justificadores da prisão
cautelar (fumus comissi delicti e periculum libertatis), porquanto, antes do
trânsito em julgado da sentença condenatória deve-se observar o princípio da

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presunção de inocência, nos termos do art. 5º, inc. LVII, da Constituição
Federal.
Gabarito 29: CERTO

30. (CESPE/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014)

Considerando o regime constitucional dos direitos e garantias


fundamentais, julgue o item a seguir.
A CF determina que os crimes de racismo, a prática da tortura e o
terrorismo são imprescritíveis, inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 5º, inc. XLIII a prática da tortura e do terrorismo são
inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia. A estes se somam o tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins e os crimes hediondos. Nenhum destes
crimes é imprescritível, por ausência de previsão constitucional.
Já o inc. XLII do art. 5º da CF, ao tratar a prática de racismo determinou ser
esta imprescritível e inafiançável, mas não vedou a concessão de anistia ou
graça.
É muito comum as bancas misturarem as disposições contidas nos incisos XLII
e XLIII, motivo pelo qual “fique atento(a)”.
Gabarito 30: ERRADO

31. (CESPE/TJ-DFT/Analista Judiciário - Judiciária/2015)


Julgue o item subsequente, em relação à prova, ao instituto da interceptação
telefônica e à citação por hora certa.
Conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, adotada pelo Código de
Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo criminal tem o condão de
contaminar todas as provas dela decorrentes, devendo, entretanto, ficar
evidenciado o nexo de causalidade entre elas, considerando-se válidas,
ademais, as provas derivadas que possam ser obtidas por fonte independente
da prova ilícita.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução

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O art. 157, § 1º, do CPP, consagra a adoção da teoria do fruto da árvore
envenenada, dispondo que são também inadmissíveis as provas derivadas das
ilícitas.
Contudo, o referido dispositivo excepciona a aplicação da referida teoria quando
não evidenciado o nexo de causalidade entre as provas ilícitas e as produzidas
posteriormente, bem como quando as derivadas puderem ser obtidas por uma
fonte independente das primeiras.
Gabarito 31: CERTO

32. (CESPE/TJ-AC/Técnico Judiciário - Área Judiciária/2012)


Acerca dos princípios aplicáveis ao direito processual penal e da aplicação da lei
processual no tempo e no espaço, julgue os itens seguintes.
O princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade subsiste durante
todo o processo e tem o objetivo de garantir o ônus da prova à acusação até
declaração final de responsabilidade por sentença penal condenatória transitada
em julgado.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 5º, inc. LVII, da Constituição Federal, ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
Trata-se do princípio da presunção de inocência (ou não-culpabilidade).
A adoção do princípio da presunção de inocência acarreta, entre outras
consequências, o ônus da acusação provar a culpa do réu.
Assim sendo, se o réu alega ser inocente da imputação que lhe é feita, não cabe
a ele provar ser inocente, recaindo sobre o acusador a tarefa de demonstrar sua
culpa. Caso o acusador não consiga fazer prova nesse sentido, o réu deve ser
absolvido.
Nestes termos, o princípio da presunção de não-culpa deve ser observado em
todas as fases da persecução penal, desde o inquérito policial, passando pelo
oferecimento da denúncia/queixa, na fase instrutória e por fim na sentença.
Gabarito 32: CERTO

33. (CESPE/MPE-PI/Analista Ministerial - Área Processual/2012)


A jurisprudência tem acolhido a prova emprestada no processo penal, desde
que seja produzida em outro processo judicial, apenas, e extraída por meio de
documentos hábeis a comprovar a alegação da parte requerente, inserindo-a
em outro feito, ressalvado o contraditório e a ampla defesa.

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( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Os tribunais superiores admitem a utilização da prova empresta produzida em
outro processo. Contudo o erro da questão encontra-se em sua parte final
"ressalvado o contraditório e a ampla defesa", vez que a jurisprudência dos
tribunais é no sentido oposto, assegurando-se o exercício do contraditório e da
ampla defesa, em observância ao art. 5º, inc. LVII, da Constituição Federal.
Gabarito 33: ERRADO

34. (FUNIVERSA / SEAP-DF / Agente de Atividades Penitenciárias /


2015)
No que se refere ao direito processual penal, julgue o item, segundo o
entendimento dos tribunais superiores e da doutrina dominante.
O fato de já existir processo penal deflagrado não altera a natureza das provas
colhidas pela autoridade policial, que permanecem inquisitivas, prescindindo-se
de contraditório para a obtenção dessas provas.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O inquérito policial é um procedimento administrativo, inquisitorial e sigiloso,
destinado à colheita de elementos para subsidiar eventual propositura da ação
penal. Por não ter caráter processual (com partes opostas ou acusado), não é
obrigatória a observância do contraditório em sua condução.
Assim sendo, as provas colhidas em durante o inquérito policial têm caráter
inquisitorial, não estando sua produção sujeita ao contraditório. Contudo,
impõe-se ressaltar que essas provas, posteriormente, na fase processual
poderão ser impugnadas pela parte, razão pela qual diz-se que estão sujeitas
ao contraditório diferido ou postergado.
Gabarito 34: CERTO

35. (CESPE/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/2014)


No que se refere ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
Ainda que o contraditório e a ampla defesa não sejam observados durante a
realização do inquérito policial, não serão inválidas a investigação criminal e a
ação penal subsequente.

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( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O inquérito policial é um procedimento administrativo, pré-processual,
inquisitorial e sigiloso, destinado à colheita de elementos para subsidiar
eventual propositura da ação penal. Por não ter caráter processual (com partes
opostas ou acusado), não é obrigatória a observância do contraditório em sua
condução.
A inobservância do contraditório e da ampla defesa na fase do inquérito policial
não acarreta a nulidade da ação penal respectiva, porquanto na fase processual
tais princípios são observados, podendo o acusado impugnar os elementos
probatórios produzidos na fase pré-processual.
Gabarito 35: CERTO

36. (CESPE/PEFOCE/Todos os Cargos/2012)

Considerando que uma jovem de dezoito anos de idade tenha sido


estuprada por um rapaz de vinte anos de idade e que tal fato tenha
caracterizado a prática de crime de estupro processado por ação penal
pública condicionada a representação, julgue os itens a seguir.
Ao ser ouvido durante o inquérito policial, o rapaz terá o direito de
permanecer em silêncio e ser assistido por advogado, visto que, no
procedimento investigatório, são observadas as garantias constitucionais
do contraditório, da ampla defesa e da publicidade.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O rapaz terá o direito de permanecer em silêncio em decorrência do direito
constitucional insculpido no art. 5º, LXIII, da Constituição Federal, segundo o
qual “o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer
calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado”.
A questão está errada por afirmar que no inquérito policial são observadas as
garantidas constitucionais do contraditório, da ampla defesa e da publicidade.
O inquérito policial é um procedimento inquisitivo, sigiloso, no qual não há
observância obrigatória do contraditório e da ampla defesa.
Gabarito 36: ERRADO

37. (CESPE/PC-BA/Investigador de Polícia/2013)

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No que concerne aos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens a seguir.
O acesso amplo de qualquer advogado aos elementos de prova produzidos por
órgão com competência de polícia judiciária, independentemente da sua
transcrição nos autos, é expressão do direito à ampla defesa, previsto na CF.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O caráter sigiloso do IP/IPL não obsta o acesso do advogado aos autos, no
interesse do investigado, podendo ter acesso a todos os elementos de colhidos
e documentados, conforme expresso na Súmula Vinculante nº 14.
Contudo, em conformidade com a SV 14, as diligências ainda em curso ou não
documentadas, não serão acessíveis ao defensor do investigado.
Gabarito 37: ERRADO

38. (CESPE/PC-BA/Investigador de Polícia/2013)


Julgue os itens seguintes, considerando os dispositivos constitucionais e o
processo penal.
O direito ao silêncio consiste na garantia de o indiciado permanecer calado e de
tal conduta não ser considerada confissão, cabendo ao delegado informá-lo
desse direito durante sua oitiva no inquérito policial.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O direito ao silêncio está amparado pela Constituição Federal, conforme art. 5º,
inc. LXIII, sendo um desdobramento do princípio da não-autoincriminação.
Tal direito, a ser observado tanto na esfera policial quanto na judicial, razão
pela qual, antes de iniciar a oitiva do interrogatório acerca dos fatos
investigados, o Delegado de Polícia deve cientificar o investigado/indiciado de
seu direito constitucional ao silêncio.
Gabarito 38: CERTO

39. (CESPE/DEPEN/Agente Penitenciário/2013)

Com relação às disposições constitucionais aplicáveis ao direito


processual penal e ao habeas corpus, julgue os itens subsecutivos.

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No momento do interrogatório do réu, o juiz o informará do inteiro teor da
acusação, bem como do direito de permanecer calado, advertindo-o, porém,
que o silêncio poderá ser interpretado em prejuízo de sua defesa.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O direito ao silêncio está amparado pela Constituição Federal, conforme art. 5º,
inc. LXIII, sendo um desdobramento do princípio da não-autoincriminação.
Em razão disso, determina o art. 186, caput, do Código de Processo Penal, que
após a qualificação do acusado, o juiz o cientificará de seu direito de permanecer
calado.
No entanto, a questão está errada, posto que o silêncio do acusado não pode
ser utilizado em prejuízo da defesa, conforme expressa o art. 186, parágrafo
único, do CPP.
Gabarito 39: ERRADO

40. (CESPE/DPE-ES/Defensor Público/2009)

Em relação a juiz, prisão, intimações, habeas corpus, nulidades


e contagem dos prazos processuais, julgue
Na hipótese de assistência judiciária gratuita, o defensor público e o advogado
particular no exercício de defesa dativa possuem as prerrogativas de intimação
pessoal, contando-se em dobro os prazos processuais.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
No processo penal, a defensoria pública tem o benefício do prazo em dobro para
prática dos atos processuais. Trata-se de um mecanismo criado para acentuar
a disparidade material que há entre essa instituição e o Ministério Público,
promovendo, assim, a paridade de armas (ou igualdade material).
A contagem do prazo em dobro é estabelecida apenas quando o acusado está
sendo patrocinado pela Defensoria Pública, não se aplicando quando for
representado por defensor dativo, que é um advogado nomeado pelo juiz.
Gabarito 40: ERRADO

41. (CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Judiciária/ 2008)


Quanto aos princípios constitucionais e gerais do direito processual civil, julgue
o item abaixo.

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O ato do presidente de um tribunal que designa um juiz substituto para atuar
em determinado feito, após o juiz titular e seu substituto legal terem afirmado
sua suspeição para atuar na ação, não viola o princípio do juiz natural, já que o
afastamento daqueles originalmente competentes para o julgamento se deu
com base em motivo legal, e não, por ato de exceção.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Não viola o princípio do juiz natural a redistribuição de processos criminais, em
virtude da incompetência ou suspeição do juiz natural da causa, porquanto o
critério para definição do juiz para o qual os autos serão redistribuídos segue as
regras processuais/procedimentais estabelecidas em lei, aplicáveis nas
hipóteses legais.
Gabarito 41: CERTO

42. (CESPE/Pref. de Ipojuca - PE/Procurador Municipal/ 2009)


Acerca dos princípios e dispositivos constitucionais aplicáveis ao
direito processual penal, julgue os próximos itens.
A garantia do juiz natural e a vedação constitucional dos tribunais de exceção
afastam do ordenamento jurídico brasileiro o instituto do foro especial ou
privilegiado.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O foro por prerrogativa de função não ofende o princípio do juiz natural,
porquanto é estabelecido pela própria Constituição, visando proteger o exercício
da função pública, não as pessoas que as exercem. Trata-se, portanto, de uma
prerrogativa funcional e não um privilégio pessoal.
Além disso, a pessoa sujeita ao julgamento em um foro especial não está tendo
sua garantia de ser julgada pelo juiz natural, porquanto, em virtude da função
exercida, o juízo natural é o tribunal e não juiz de primeiro grau
Gabarito 42: ERRADO

43. (CESPE/PC-BA/Investigador de Polícia/2013)


No que concerne aos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens a
seguir.

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O acesso amplo de qualquer advogado aos elementos de prova produzidos por
órgão com competência de polícia judiciária, independentemente da sua
transcrição nos autos, é expressão do direito à ampla defesa, previsto na CF.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O caráter sigiloso do IP/IPL não obsta o acesso do advogado aos autos, no
interesse do investigado, podendo ter acesso a todos os elementos de colhidos
e documentados, conforme expresso na Súmula Vinculante nº 14.
Contudo, conforme inteligência da SV 14, as diligências ainda em curso ou não
documentadas, não serão acessíveis ao defensor do investigado.
Gabarito 43: ERRADO

44. (CESPE//TJ-SE/Analista Judiciário - Direito/2014)


A respeito dos Poderes Executivo e Legislativo e das funções essenciais à
justiça, julgue os itens que se seguem.
O princípio da independência funcional e, a fortiori, o princípio do promotor
natural protegem o membro do Ministério Público (MP) contra ato de superior
que pretenda subtrair-lhe competência fixada por critérios predeterminados
abstratamente.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Apesar de não haver previsão expressa na Constituição Federal, o
reconhecimento do princípio do promotor natural favorece a higidez do
processo penal, estando implicitamente consagrado no texto constitucional.
Esse princípio garante que a designação dos membros do Ministério Público para
atuação seguirá critérios pré-estabelecidos, evitando-se, assim, designações
casuísticas, promotores ad hoc (promotor de exceção ou promotor de
encomenda).
Decorre, ainda do princípio do promotor natural a observância dos princípios
institucionais do Ministério Público: a unidade, a indivisibilidade e a
independência funcional, expressos no art. 127, § 1º, da Constituição
Federal.
Gabarito 44: CERTO

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45. (CESPE/STJ/Técnico Judiciário - Informática/2008)
Quanto aos direitos e garantias individuais, tratados
detalhadamente pelo legislador constituinte, cada um dos itens
subseqüentes apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Humberto escutou o som de gritos e viu, pela janela, seu vizinho agredindo
violentamente a companheira. Revoltado, derrubou a porta da residência a
pontapés com o objetivo de conter o agressor. Nessa situação, apesar de seu
bom intento, Humberto não poderia ter agido dessa maneira por ser a casa asilo
inviolável do indivíduo e, portanto, fazer-se necessário o consentimento do
morador para nela ingressar.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 5º, inc. XI, da Constituição Federal, a casa é asilo inviolável
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial.
Na hipótese narrada na questão, a entrada de Humberto na residência, sem o
consentimento do vizinho, está amparada pelo art. 5º, inc. XI, da CF, posto que
havia uma situação de flagrante delito, a qual justifica a entrada a qualquer
hora do dia ou da noite.
Gabarito 45: ERRADO

46. (CESPE/CNJ/Analista Judiciário - Área Judiciária/2013)


A respeito do disposto na Constituição Federal de 1988 (CF) e no
Código de Processo Penal, julgue os próximos itens.
Em que pese a previsão constitucional de publicidade dos atos processuais, isso
não ocorre no inquérito policial que, por ser procedimento administrativo
informativo, é acobertado pelo sigilo.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
No que se refere ao inquérito policial, é importante frisar que não se trata de
procedimento judicial, mas sim de procedimento administrativo.
A apuração dos fatos requer que sejam adotadas certas cautelas na condução
do inquérito policial, entre elas que não sejam revelados detalhes das
investigações que possam comprometer a elucidação do caso. Assim sendo, o

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IP/IPL reveste-se de sigilosidade, conforme determina o art. 20 do Código de
Processo Penal, não estando sujeito, portanto, ao princípio da publicidade.
Gabarito 46: CERTO

47. (CESPE/TRT - 21ª Reg.(RN)/Analista Judic. - Área Judic./2010)


Julgue os itens a seguir, acerca da Constituição Federal de 1988
(CF).
A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações internacionais, entre
outros, pelos princípios dos direitos humanos, da autodeterminação dos povos,
da igualdade entre os Estados, da defesa da paz, da solução pacífica dos
conflitos, do repúdio ao terrorismo e ao racismo, da cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade, do duplo grau de jurisdição, da concessão de
asilo político e da independência funcional.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O duplo grau de jurisdição não tem previsão expressa na Constituição Federal,
sendo, contudo, segundo parte da doutrina, adotado implicitamente pela Carta
Magna.
A questão está incorreta, porquanto não corresponde ao texto do art. 4º da
Constituição Federal.
Gabarito 47: ERRADO

48. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015)


Com relação aos tratados internacionais de proteção aos direitos humanos,
julgue o próximo item.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos é competente para rever, em grau
de recurso, julgamentos realizados em primeira instância pelo STF — em casos
de foro privilegiado —, a fim de que se atenda ao princípio constitucional do
duplo grau de jurisdição.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O Supremo Tribunal Federal é a instância máxima do Poder Judiciário brasileiro,
cujas decisões não estão sujeitas a recursos endereçados a organismos
internacionais, em razão da soberania da República Federativa do Brasil.

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O STF fixou entendimento que o duplo grau de jurisdição não é uma garantia
constitucional, o que justifica a possibilidade de julgamento por aquela Corte
das autoridades sujeitas ao foro por prerrogativa de função, cujas decisões não
comportam recursos para outra instância.
Parte da doutrina entende que o duplo grau de jurisdição foi adotado
implicitamente pela nossa Constituição Federal, em razão da estrutura do Poder
Judiciário.
Assim sendo, para não errar em sua prova guarde que: a Constituição Federal
adotou, implicitamente, o duplo grau de jurisdição, mas não de maneira
absoluta, razão pela qual este não consubstancia uma garantia constitucional.
Gabarito 48: ERRADO

49. (CESPE/AGU/Procurador Federal/2013)


Segundo o entendimento dos tribunais superiores, julgue os próximos itens, a
respeito da prisão e das provas no processo penal.
Quando a demora na produção das provas puder prejudicar a busca pela
verdade real, notadamente em razão da grande probabilidade de as
testemunhas não se lembrarem precisamente dos fatos presenciados, será
cabível a produção antecipada de provas. Deve o juiz, para tanto, observar a
necessidade, a adequação e a proporcionalidade da medida.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
O momento adequado para produção das provas é a fase instrutórias do
processo, segundo o rito estabelecido pelo Código de Processo Penal. Contudo,
há situações em que aguardar o momento previsto em lei para produção da
prova pode resultar em sua impossibilidade ou ineficácia, afetando a busca da
verdade real, razão pela qual, excepcionalmente, pode ser deferida a produção
antecipada da prova.
A produção antecipada da prova deve ser deferida apenas quando
fundamentadamente demonstrada a proporcionalidade da medida em relação
ao fim almejado, devendo, portanto, ser demonstrada a adequação, a
necessidade e proporcionalidade em sentido estrito, nos termos do art. 156, inc.
I, do Código de Processo Penal.
A título de exemplo, na jurisprudência do STJ encontramos decisão segundo a
qual:
[...]5. Não há constrangimento ilegal quando verificado que o Juiz singular
fundamentou, de maneira concreta, a produção antecipada da prova
testemunhal no fato de todas as testemunhas serem policiais federais, "agentes

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que diariamente se deparam com situações semelhantes a dos autos, que estão
envolvidos nos mais diversos tipos de investigação". 6. A realização antecipada
de provas não traz prejuízo para a defesa, visto que, além de o ato ser realizado
na presença de defensor nomeado, caso o réu compareça ao processo
futuramente, poderá requerer a produção das provas que julgar necessárias
para a tese defensiva, podendo, inclusive, conseguir a repetição da prova
produzida antecipadamente. 7. Recurso em habeas corpus a que se nega
provimento. (RHC n.30.592/CE, Ministro Rogerio Schietti Cruz, DJe 1º/72014).
Gabarito 49: CERTO

50. (CESPE/TCU/Técnico Fed. de C. Externo – Conhec. Básicos/2015)


Acerca dos direitos e garantias fundamentais individuais e coletivos
resguardados pela Constituição Federal de 1988, julgue o item subsequente.
A casa é asilo inviolável do indivíduo, de modo que ninguém pode nela
penetrar sem o consentimento do morador, salvo por determinação judicial;
nessa circunstância, a entrada poderá ocorrer em qualquer horário.
( ) Certo
( ) Errado
Resolução
Nos termos do art. 5º, inc. XI, da Constituição Federal, a casa é asilo inviolável
do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador,
salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou,
durante o dia, por determinação judicial.
A entrada na casa, em cumprimento a determinação judicial, só pode ocorrer
durante o dia. Nas demais hipóteses previstas no inc. XI do art. 5º da CF
(flagrante delito, desastre ou prestar socorro), a entrada sem o consentimento
do morador pode ser realizada em qualquer horário (dia ou noite).
Gabarito 50: ERRADO

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20. Questões da aula (sem comentário)

1. (CESPE/STM/Analista Judiciário - Execução de Mandados/2011)


Entende-se por devido processo legal a garantia do acusado de não ser privado
de sua liberdade em um processo que seguiu a forma estabelecida na lei; desse
princípio deriva o fato de o descumprimento de qualquer formalidade pelo juiz
ensejar a nulidade absoluta do processo, por ofensa a esse princípio.
( ) Certo
( ) Errado

2. (CESPE/PC-AL/Escrivão de Polícia/2012)

Dado o direito à liberdade, um dos direitos fundamentais, a prisão de


um indivíduo é medida excepcional.
( ) Certo
( ) Errado

3. (CESPE/TRT-17ª Reg. - Analista Judic. - Área Judiciária –Exec.


Mandados/2009)

Diante dos requisitos legais, o juiz de direito de determinada comarca


decretou a prisão preventiva do vereador Galego, suspeito de tráfico de
drogas, bem como autorizou a realização de busca e apreensão em sua
residência. A polícia, de posse dos mandados judiciais, dirigiu-se até a
câmara municipal, não logrando êxito em encontrar o vereador. Às 20 h,
a polícia localizou Galego em sua residência.
Considerando as informações apresentadas na situação hipotética acima,
julgue os itens que se seguem.
Galego tem o direito constitucional à identificação dos responsáveis por
sua prisão ou por seu interrogatório policial.
( ) Certo
( ) Errado

4. (CESPE/DPE-AL/Defensor Público/2009)

Em relação à revisão criminal, ao habeas corpus e à execução


penal, julgue os próximos itens.

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É incabível a ordem concessiva de habeas corpus quando já extinta a
pena privativa de liberdade, ou contra decisão condenatória somente a
pena de multa ou, ainda, em relação a processo em curso por infração
penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
( ) Certo
( ) Errado

5. (CESPE/STM/Analista Judiciário - Execução de Mandados/2011)


Os efeitos causados pelo princípio constitucional da presunção de inocência no
ordenamento jurídico nacional incluem a inversão, no processo penal, do ônus
da prova para o acusador.
( ) Certo
( ) Errado

6. (CESPE/PGE-BA/Procurador do Estado/2014)
Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, é vedado à
autoridade policial mencionar anotações referentes à instauração de inquérito
nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados.
( ) Certo
( ) Errado

7. (CESPE/TJ-AC/Técnico Judiciário - Auxiliar/2012)


A respeito da prisão e da liberdade provisória, bem como das disposições
constitucionais acerca do Direito Processual Penal e da ação de habeas corpus,
julgue os itens subsequentes.
Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes.
( ) Certo
( ) Errado

8. (CESPE/STM/Analista Judiciário - Área Judiciária/2011)


No que concerne aos princípios constitucionais do processo penal,
julgue os seguintes itens.

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Não se admite, por caracterizar ofensa ao princípio do contraditório e do devido
processo legal, a concessão de medidas judiciais inaudita altera parte no
processo penal.
( ) Certo
( ) Errado

9. (CESPE/SEJUS-ES/Ag. de Escolta e Vigil. Penitenciário/2009)

Em relação ao inquérito policial e à prisão em flagrante, julgue os


itens subsequentes.
O inquérito policial é um procedimento sigiloso, e, nessa etapa, não são
observados o contraditório e a ampla defesa.
( ) Certo
( ) Errado

10. (Bancas: CESPE/PC-BA/Investigador de Polícia/2013)


Julgue os itens seguintes, considerando os dispositivos constitucionais e o
processo penal
Tanto o acompanhamento do inquérito policial por advogado quanto seus
requerimentos ao delegado caracterizam a observância do direito ao
contraditório e à ampla defesa, obrigatórios na fase inquisitorial e durante a
ação penal.
( ) Certo
( ) Errado

11. (CESPE/TJ-DFT/Analista Jud. – Of. de Justiça Avaliador/2013)

Considerando os princípios aplicáveis ao direito processual penal e a


aplicação da lei processual, julgue os itens a seguir.
A autodefesa, que, pelo princípio da ampla defesa, é imposta ao réu, é
irrenunciável.
( ) Certo
( ) Errado

12. (CESPE/TCE-PA/Aud. de Cont. Ext. - Fiscaliz.- Direito/2016)

Julgue o próximo item, de acordo com a jurisprudência e a legislação


brasileira em vigor.

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A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é
típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.
( ) Certo
( ) Errado

13. (CESPE/Polícia Federal/Agente da Polícia Federal/2012)


Com base no direito processual penal, julgue os itens que se seguem.
Como o sistema processual penal brasileiro assegura ao investigado o direito de
não produzir provas contra si mesmo, a ele é conferida a faculdade de não
participar de alguns atos investigativos, como, por exemplo, da reprodução
simulada dos fatos e do procedimento de identificação datiloscópica e de
reconhecimento, além do direito de não fornecer material para comparação em
exame pericial.
( ) Certo
( ) Errado

14. (CESPE/DPF/Delegado/2013)
É apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada
em relação ao inquérito policial e suas peculiaridades, às atribuições da Polícia
Federal e ao sistema probatório no processo penal brasileiro.
José foi indiciado em inquérito policial por crime de contrabando e, devidamente
intimado, compareceu perante a autoridade policial para interrogatório. Ao ser
indagado a respeito de seus dados qualificativos para o preenchimento da
primeira parte do interrogatório, José arguiu o direito ao silêncio, nada
respondendo. Nessa situação hipotética, cabe à autoridade policial alertar José
de que a sua recusa em prestar as informações solicitadas acarreta
responsabilidade penal, porque a lei é taxativa quanto à obrigatoriedade da
qualificação do acusado.
( ) Certo
( ) Errado

15. (CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário - Área Judiciária/ 2014)


No que se refere à jurisdição, ação, processo e procedimento e aos princípios
constitucionais aplicáveis ao processo civil, julgue os itens subsequentes.
De acordo com o princípio do juiz natural, segundo o qual as demandas
jurisdicionais devem ser julgadas por órgão judicial previamente estabelecido,
é vedada a criação de juízos ou tribunais de exceção.

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( ) Certo
( ) Errado

16. (CESPE/TCU/Auditor Federal de Controle Externo/ 2013)


No que se refere aos princípios constitucionais do processo civil, julgue o item
seguinte.
São nulos, por violarem o princípio do juiz natural, os atos decisórios proferidos
por órgãos colegiados compostos, em sua maioria, por juízes de primeiro grau
convocados regularmente.
( ) Certo
( ) Errado

17. (CESPE/TJ-SE/Técnico Judiciário - Área Judiciária/2014)

Julgue os itens subsequentes, à luz do disposto no Código de Processo


Penal (CPP) e do entendimento dominante dos tribunais superiores
acerca da ação penal, do processo comum, do Ministério Público, das
citações e das intimações.
O princípio do promotor natural, expresso na CF, visa assegurar o exercício
pleno e independente das atribuições do Ministério Público, repelindo-se a
figura do promotor por encomenda.
( ) Certo
( ) Errado

18. (CESPE/TRT - 21ª Reg.(RN)/Analista Judic. - Área Judic./2010)


No que concerne aos direitos e às garantias fundamentais, julgue os
itens que se seguem.
O duplo grau de jurisdição consubstancia garantia constitucional.
( ) Certo
( ) Errado

19. (CESPE/TRT - 10ª REGIÃO/Analista Judic. - Execução de


Mandados/ 2013)
À luz da Constituição Federal de 1988 (CF), julgue os itens a
seguir, acerca dos direitos fundamentais.

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Considere que um indivíduo tenha sido denunciado por crime contra o
patrimônio há mais de dez anos e que, em razão da quantidade de processos
conclusos para sentença na vara criminal do município, ainda não tenha havido
sentença em relação ao seu caso. Essa situação retrata hipótese de flagrante
violação ao direito fundamental à duração razoável do processo, expressamente
previsto na CF.
( ) Certo
( ) Errado

20. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015)


Ainda acerca de aspectos diversos do processo penal brasileiro, o próximo item
apresenta uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada.
Pedro, sem autorização judicial, interceptou uma ligação telefônica entre
Marcelo e Ricardo. O conteúdo da conversa interceptada constitui prova de que
Pedro é inocente do delito de latrocínio do qual está sendo processado. Nessa
situação, embora a prova produzida seja manifestamente ilícita, em um juízo
de proporcionalidade, destinando-se esta a absolver o réu, deve ser ela
admitida, haja vista que o erro judiciário deve ser a todo custo evitado.
( ) Certo
( ) Errado

21. (MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça/2013)


ANALISE O ENUNCIADO DA QUESTÃO ABAIXO E ASSINALE "CERTO" (C) OU
"ERRADO" (E)
No Brasil, a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar
sem consentimento do morador, salvo, independentemente de horário, em
eventuais situações de flagrante delito, desastre, que exijam prestação de
socorro ou fundadas em determinação judicial.
( ) Certo
( ) Errado

22. (CESPE/SEGESP-AL/Papiloscopista/2013)
Acerca de diligências e outras providências em caso de investigação criminal,
julgue os itens subsequentes.
A busca domiciliar deve ser feita durante o dia, sem necessidade de mandado
judicial quando realizada pela própria autoridade policial pessoalmente.
( ) Certo

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( ) Errado

23. (CESPE/TRE-BA/Analista Judiciário - Taquigrafia/2010)


Como exemplo da vedação expressa na CF a prática da tortura e ao tratamento
desumano ou degradante, o STF editou súmula vinculante proibindo totalmente
a utilização das algemas pela polícia judiciária, por ser arbitrária e ofender a
integridade dos custodiados.
( ) Certo
( ) Errado

24. (CESPE/FUB/Assistente em Administração/2015)


Julgue o próximo item, acerca da responsabilidade do Estado perante a CF.
O erro judiciário consistente na prisão por prazo superior ao da condenação
atrai a responsabilidade civil do Estado.
( ) Certo
( ) Errado

25. (MPE-SC/MPE-SC/Promotor de Justiça - Matutina/2016)


A teoria dos “frutos da árvore envenenada”, de origem norte-americana,
encontra-se prevista no art. 157, §1º, do Código de Processo Penal, quando
este dispõe serem inadmissíveis, sem ressalvas, as provas derivadas das
ilícitas.
( ) Certo
( ) Errado

26. (CESPE/STM/Analista Judiciário - Economia/2011)

Acerca de direito constitucional, julgue os itens a seguir.


As liberdades individuais garantidas na Constituição Federal de 1988
não possuem caráter absoluto.
( ) Certo
( ) Errado

27. (CESPE/TRE-ES/Analista Judiciário - Área Judiciária/2011)

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À luz dos conceitos e das normas aplicáveis à ação e ao processo
penal, julgue os itens subsequentes.
Há descumprimento de uma das condições da ação, por impossibilidade
jurídica, no pedido de anulação de pena de multa em habeas corpus.
( ) Certo
( ) Errado

28. (CESPE/TJ-DFT/Analista Judiciário - Judiciária/2015)


Com relação à aplicação da pena, à medida de segurança e ao instituto da
prescrição, julgue o item que se segue.
Em razão do princípio constitucional da presunção de inocência, apenas
condenações criminais transitadas em julgado podem justificar o agravamento
da pena base.
( ) Certo
( ) Errado

29. (CESPE/PC-BA/Escrivão de Polícia/2013)


Julgue os itens seguintes, considerando os dispositivos constitucionais e o
processo penal
A presunção de inocência da pessoa presa em flagrante delito, ainda que pela
prática de crime inafiançável e hediondo, é razão, em regra, para que ela
permaneça em liberdade
( ) Certo
( ) Errado

30. (CESPE/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo/2014)

Considerando o regime constitucional dos direitos e garantias


fundamentais, julgue o item a seguir.
A CF determina que os crimes de racismo, a prática da tortura e o
terrorismo são imprescritíveis, inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia.
( ) Certo
( ) Errado

31. (CESPE/TJ-DFT/Analista Judiciário - Judiciária/2015)

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Julgue o item subsequente, em relação à prova, ao instituto da interceptação
telefônica e à citação por hora certa.
Conforme a teoria dos frutos da árvore envenenada, adotada pelo Código de
Processo Penal, a prova ilícita produzida no processo criminal tem o condão de
contaminar todas as provas dela decorrentes, devendo, entretanto, ficar
evidenciado o nexo de causalidade entre elas, considerando-se válidas,
ademais, as provas derivadas que possam ser obtidas por fonte independente
da prova ilícita.
( ) Certo
( ) Errado

32. (CESPE/TJ-AC/Técnico Judiciário - Área Judiciária/2012)


Acerca dos princípios aplicáveis ao direito processual penal e da aplicação da lei
processual no tempo e no espaço, julgue os itens seguintes.
O princípio da presunção de inocência ou da não culpabilidade subsiste durante
todo o processo e tem o objetivo de garantir o ônus da prova à acusação até
declaração final de responsabilidade por sentença penal condenatória transitada
em julgado.
( ) Certo
( ) Errado

33. (CESPE/MPE-PI/Analista Ministerial - Área Processual/2012)


A jurisprudência tem acolhido a prova emprestada no processo penal, desde
que seja produzida em outro processo judicial, apenas, e extraída por meio de
documentos hábeis a comprovar a alegação da parte requerente, inserindo-a
em outro feito, ressalvado o contraditório e a ampla defesa.
( ) Certo
( ) Errado

34. (FUNIVERSA / SEAP-DF / Agente de Atividades Penitenciárias /


2015)
No que se refere ao direito processual penal, julgue o item, segundo o
entendimento dos tribunais superiores e da doutrina dominante.
O fato de já existir processo penal deflagrado não altera a natureza das provas
colhidas pela autoridade policial, que permanecem inquisitivas, prescindindo-se
de contraditório para a obtenção dessas provas.
( ) Certo

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( ) Errado

35. (CESPE/Câmara dos Deputados/Técnico Legislativo/2014)


No que se refere ao inquérito policial e à prova criminal, julgue os itens
subsequentes.
Ainda que o contraditório e a ampla defesa não sejam observados durante a
realização do inquérito policial, não serão inválidas a investigação criminal e a
ação penal subsequente.
( ) Certo
( ) Errado

36. (CESPE/PEFOCE/Todos os Cargos/2012)

Considerando que uma jovem de dezoito anos de idade tenha sido


estuprada por um rapaz de vinte anos de idade e que tal fato tenha
caracterizado a prática de crime de estupro processado por ação penal
pública condicionada a representação, julgue os itens a seguir.
Ao ser ouvido durante o inquérito policial, o rapaz terá o direito de
permanecer em silêncio e ser assistido por advogado, visto que, no
procedimento investigatório, são observadas as garantias constitucionais
do contraditório, da ampla defesa e da publicidade.
( ) Certo
( ) Errado

37. (CESPE/PC-BA/Investigador de Polícia/2013)


No que concerne aos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens a seguir.
O acesso amplo de qualquer advogado aos elementos de prova produzidos por
órgão com competência de polícia judiciária, independentemente da sua
transcrição nos autos, é expressão do direito à ampla defesa, previsto na CF.
( ) Certo
( ) Errado

38. (CESPE/PC-BA/Investigador de Polícia/2013)


Julgue os itens seguintes, considerando os dispositivos constitucionais e o
processo penal.

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O direito ao silêncio consiste na garantia de o indiciado permanecer calado e de
tal conduta não ser considerada confissão, cabendo ao delegado informá-lo
desse direito durante sua oitiva no inquérito policial.
( ) Certo
( ) Errado

39. (CESPE/DEPEN/Agente Penitenciário/2013)

Com relação às disposições constitucionais aplicáveis ao direito


processual penal e ao habeas corpus, julgue os itens subsecutivos.
No momento do interrogatório do réu, o juiz o informará do inteiro teor da
acusação, bem como do direito de permanecer calado, advertindo-o, porém,
que o silêncio poderá ser interpretado em prejuízo de sua defesa.
( ) Certo
( ) Errado

40. (CESPE/DPE-ES/Defensor Público/2009)

Em relação a juiz, prisão, intimações, habeas corpus, nulidades


e contagem dos prazos processuais, julgue
Na hipótese de assistência judiciária gratuita, o defensor público e o advogado
particular no exercício de defesa dativa possuem as prerrogativas de intimação
pessoal, contando-se em dobro os prazos processuais.
( ) Certo
( ) Errado

41. (CESPE/STJ/Analista Judiciário - Área Judiciária/ 2008)


Quanto aos princípios constitucionais e gerais do direito processual civil, julgue
o item abaixo.
O ato do presidente de um tribunal que designa um juiz substituto para atuar
em determinado feito, após o juiz titular e seu substituto legal terem afirmado
sua suspeição para atuar na ação, não viola o princípio do juiz natural, já que o
afastamento daqueles originalmente competentes para o julgamento se deu
com base em motivo legal, e não, por ato de exceção.
( ) Certo
( ) Errado

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42. (CESPE/Pref. de Ipojuca - PE/Procurador Municipal/ 2009)
Acerca dos princípios e dispositivos constitucionais aplicáveis ao
direito processual penal, julgue os próximos itens.
A garantia do juiz natural e a vedação constitucional dos tribunais de exceção
afastam do ordenamento jurídico brasileiro o instituto do foro especial ou
privilegiado.
( ) Certo
( ) Errado

43. (CESPE/PC-BA/Investigador de Polícia/2013)


No que concerne aos direitos e garantias fundamentais, julgue os itens a
seguir.
O acesso amplo de qualquer advogado aos elementos de prova produzidos por
órgão com competência de polícia judiciária, independentemente da sua
transcrição nos autos, é expressão do direito à ampla defesa, previsto na CF.
( ) Certo
( ) Errado

44. (CESPE//TJ-SE/Analista Judiciário - Direito/2014)


A respeito dos Poderes Executivo e Legislativo e das funções essenciais à
justiça, julgue os itens que se seguem.
O princípio da independência funcional e, a fortiori, o princípio do promotor
natural protegem o membro do Ministério Público (MP) contra ato de superior
que pretenda subtrair-lhe competência fixada por critérios predeterminados
abstratamente.
( ) Certo
( ) Errado

45. (CESPE/STJ/Técnico Judiciário - Informática/2008)


Quanto aos direitos e garantias individuais, tratados
detalhadamente pelo legislador constituinte, cada um dos itens
subseqüentes apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Humberto escutou o som de gritos e viu, pela janela, seu vizinho agredindo
violentamente a companheira. Revoltado, derrubou a porta da residência a

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pontapés com o objetivo de conter o agressor. Nessa situação, apesar de seu
bom intento, Humberto não poderia ter agido dessa maneira por ser a casa asilo
inviolável do indivíduo e, portanto, fazer-se necessário o consentimento do
morador para nela ingressar.
( ) Certo
( ) Errado

46. (CESPE/CNJ/Analista Judiciário - Área Judiciária/2013)


A respeito do disposto na Constituição Federal de 1988 (CF) e no
Código de Processo Penal, julgue os próximos itens.
Em que pese a previsão constitucional de publicidade dos atos processuais, isso
não ocorre no inquérito policial que, por ser procedimento administrativo
informativo, é acobertado pelo sigilo.
( ) Certo
( ) Errado

47. (CESPE/TRT - 21ª Reg.(RN)/Analista Judic. - Área Judic./2010)


Julgue os itens a seguir, acerca da Constituição Federal de 1988
(CF).
A República Federativa do Brasil rege-se, nas suas relações internacionais, entre
outros, pelos princípios dos direitos humanos, da autodeterminação dos povos,
da igualdade entre os Estados, da defesa da paz, da solução pacífica dos
conflitos, do repúdio ao terrorismo e ao racismo, da cooperação entre os povos
para o progresso da humanidade, do duplo grau de jurisdição, da concessão de
asilo político e da independência funcional.
( ) Certo
( ) Errado

48. (CESPE/DPE-PE/Defensor Público/2015)


Com relação aos tratados internacionais de proteção aos direitos humanos,
julgue o próximo item.
A Corte Interamericana de Direitos Humanos é competente para rever, em grau
de recurso, julgamentos realizados em primeira instância pelo STF — em casos
de foro privilegiado —, a fim de que se atenda ao princípio constitucional do
duplo grau de jurisdição.
( ) Certo
( ) Errado

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49. (CESPE/AGU/Procurador Federal/2013)


Segundo o entendimento dos tribunais superiores, julgue os próximos itens, a
respeito da prisão e das provas no processo penal.
Quando a demora na produção das provas puder prejudicar a busca pela
verdade real, notadamente em razão da grande probabilidade de as
testemunhas não se lembrarem precisamente dos fatos presenciados, será
cabível a produção antecipada de provas. Deve o juiz, para tanto, observar a
necessidade, a adequação e a proporcionalidade da medida.
( ) Certo
( ) Errado

50. (CESPE/TCU/Técnico Fed. de C. Externo – Conhec.


Básicos/2015)
Acerca dos direitos e garantias fundamentais individuais e coletivos
resguardados pela Constituição Federal de 1988, julgue o item subsequente.
A casa é asilo inviolável do indivíduo, de modo que ninguém pode nela penetrar
sem o consentimento do morador, salvo por determinação judicial; nessa
circunstância, a entrada poderá ocorrer em qualquer horário.
( ) Certo
( ) Errado

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21. Gabarito

Gabarito 1: ERRADO Gabarito 20: CERTO Gabarito 39: ERRADO


Gabarito 2: CERTO Gabarito 21: ERRADO Gabarito 40: ERRADO
Gabarito 3: CERTO Gabarito 22: ERRADO Gabarito 41: CERTO
Gabarito 4: CERTO Gabarito 23: ERRADO Gabarito 42: ERRADO
Gabarito 5: CERTO Gabarito 24: CERTO Gabarito 43: ERRADO
Gabarito 6: CERTO Gabarito 25: ERRADO Gabarito 44: CERTO
Gabarito 7: CERTO Gabarito 26: CERTO Gabarito 45: ERRADO
Gabarito 8: ERRADO Gabarito 27: CERTO Gabarito 46: CERTO
Gabarito 9: CERTO Gabarito 28: CERTO Gabarito 47: ERRADO
Gabarito 10: ERRADO Gabarito 29: CERTO Gabarito 48: ERRADO
Gabarito 11: ERRADO Gabarito 30: ERRADO Gabarito 49: CERTO
Gabarito 12: CERTO Gabarito 31: CERTO Gabarito 50: ERRADO
Gabarito 13: ERRADO Gabarito 32: CERTO
Gabarito 14: CERTO Gabarito 33: ERRADO
Gabarito 15: CERTO Gabarito 34: CERTO
Gabarito 16: ERRADO Gabarito 35: CERTO
Gabarito 17: ERRADO Gabarito 36: ERRADO
Gabarito 18: ERRADO Gabarito 37: ERRADO
Gabarito 19: CERTO Gabarito 38: CERTO

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22. Referencial bibliográfico
AVENA, Norberto Cláudio Pâncaro. Processo penal. – 9. ed. rev. eatual. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.
GRECCO, Rogério. Curso de Direito Penal – Parte Geral.- 15. ed. Rio de Janeiro:
Impetus, 2013.
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado/Pedro Lenza. – 17. ed.rev.,
atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2013.
MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional/Gilmar Ferreira
Mendes, Paulo Gustavo Gonet Branco. – 12. ed. rev . e atual. – São Paulo:
Saraiva, 2017. – (Série IDP)
PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. – 21. Ed. rev., atual. e ampl. – São
Paulo: Atlas, 2017.
PACHECO, Denilson Feitoza. Direito processual penal: teoria, crítica e práxis –
5ª Ed., ver. e atual. com Emenda Constitucional da “Reforma do Judiciário”.
Niterói, RJ: Impetus, 2008.
PAULO, Vicente. ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional descomplicado
I Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino. - 16. ed. rev., atual. e ampl. - Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2017.
SARLET, Ingo Wolfgang. Curso de direito constitucional/Ingo Wofgang Sarlet,
Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero. – 6. ed.– São Paulo: Saraiva,2017

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