Вы находитесь на странице: 1из 52

Geologia do petróleo

1 INTRODUÇÃO

A palavra petróleo vem do latim, petra e oleum, correspondendo à expressão “pedra de óleo”. O
petróleo ocorre na natureza ocupando vazios, existentes entre os grãos de areia na rocha, ou
pequenas fendas com intercomunicação, ou mesmo cavidades também interligadas. O petróleo é
formado pela combinação de moléculas de hidrogênio e carbono. Hidrocarbonetos e sua formação
ocorrem em depressões da crosta terrestre após o acúmulo de sedimentos trazidos pelos rios das
partes mais elevadas, ao seu redor, em ambiente aquoso. Dentre diversas teorias existentes para
explicar a origem do petróleo, a mais aceita, atualmente, é a de sua origem orgânica, ou seja, tanto o
petróleo como o gás natural, são combustíveis fósseis, da mesma forma que o carvão. Sua origem se
dá a partir de matéria orgânica, animal e vegetal (principalmente algas), soterrada pouco a pouco por
sedimentos caídos no fundo de antigos mares ou lagos, em condições de ausência de oxigênio, que,
se ali existisse, poderia destruí-los por oxidação. O tipo de hidrocarboneto gerado, óleo ou gás, é
determinado pela constituição da matéria orgânica original e pela intensidade do processo térmico
atuante sobre ela. A matéria orgânica proveniente do plâncton, quando submetida a condições
térmicas adequadas, pode gerar hidrocarboneto líquido. O processo atuante sobre a matéria orgânica
vegetal lenhosa poderá ter como conseqüência a geração de hidrocarboneto gasoso

1.1 HISTÓRIA DO PETRÓLEO NO MUNDO

Quando se fala em qual período o petróleo foi descoberto, é difícil separar a lenda da realidade,
quando voltamos ao remoto passado. Na
fase pré-histórica da utilização do
petróleo, referências esparsas nos levam
a crer que era conhecido do homem há 4
mil anos a.C. Segundo Heródoto, grande
historiador do século V a.C.,
Nabucodonosor usou betume como
material de liga na construção dos
célebres jardins suspensos da Babilônia.
Consultando livros históricos
encontramos menções ao petróleo. Ao
analisarmos Bíblia, no livro Gênesis,
capítulo 6, versículo 14, encontraremos
referência ao uso do petróleo pelo patriarca Noé, ‘’na construção de sua famosa arca’’. No livro de
Êxodo, capítulo 2, versículo 3 é feita a referência ao uso do petróleo na impermeabilização da cesta
em que Moisés foi colocado. Além disso, uma descoberta arqueológica, efetuada alguns anos atrás,
revelou indícios do emprego de asfalto, no século IV, como material de construção de cidades.

No Egito utilizaram em mortos ilustres (múmias) o petróleo para o embalsamamento e como elemento
de liga nas pirâmides. Os romanos e os gregos usavam-no para fins bélicos. Nos cercos de Plateia e
Delium, por exemplo, lançaram dardos incendiados, impregnados de betume, para destruir as
muralhas inimigas.

No Oriente Médio, onde estão atualmente as maiores jazidas petrolíferas do mundo, o imperador
Alexandre “O Grande”, em uma de suas expedições, observou a presença de chamas originárias do
interior da terra e de uma fonte de combustíveis, que chegava a formar um lago. Este é um exemplo de
ocorrência superficial do petróleo.

A fase PRÉ-COMERCIAL. do petróleo ocorreu em períodos A.C e só terminou em 1669. Iniciando a


partir dessa data a fase comercial

Na Rússia em 1700 deu-se inicio à FASE COMERCIAL, com a aplicação do petróleo como remédio e
na iluminação. Até essa época, o petróleo era utilizado em seu estado bruto ou através de seus
derivados naturais. Os primeiros poços foram perfurados à mão, chegando à profundidade de 10 a 30
metros.

Nos EUA em 1859, foi perfurado o primeiro poço que fornecia 19 barris diários. A esta época, o
petróleo, sob a forma de QUEROSENE, substituiu as velas e o óleo de baleia na iluminação. A fase
comercial durou até o ano de 1901, que marca o início da FASE INDUSTRIAL. Neste ano, ocorreu o
primeira erupção descontrolada do petróleo.

A partir de 1901, o petróleo, que até então era usado de forma limitada e predominantemente na
iluminação, passou a ser empregado como combustível. Desde então, com o desenvolvimento
tecnológico, seu uso tem sido ampliado, com uma infinidade de utilizações, estendendo-se da
agricultura à indústria.

1.2 HISTÓRIA DO PETRÓLEO NO BRASIL

A história do petróleo no Brasil começa em 1858, quando o Marquês de Olinda assinou um Decreto
liberando a José Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso, para fabricação de
querosene, em terrenos situados na Bahia. No ano seguinte, durante a construção da estrada de ferro
Leste Brasileiro, observa o gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador. Em 1871, em
Alagoas, foi feita a primeira sondagem, que em nada resultou. Em 1918 é feita a segunda tentativa,
agora, obedecendo a um programa, foi estabelecido, que seriam realizadas perfurações nos estados
de Al, BA e PR, estes esforços também não obtiveram resultados. Então em 1939, na Bahia,
começaram os sucessos que o Brasil vem alcançando no setor, como conseqüência da criação em
1938 do: DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL (DNPM) e do CONSELHO
NACIONAL DO PETRÓLEO. Em Lobato (Bahia), a 21 de Janeiro de 1939, foi descoberto petróleo no
Brasil pela primeira vez. Até o final de 1939, tinham sido perfurados aproximadamente 80 poços. O
primeiro campo comercial, entretanto foi descoberto somente em 1941, em Candeias, BA. Em 1953, o
Brasil inaugura nova fase petrolífera, em que recursos mais poderosos e capazes vão dar solução a
seu problema de abastecimento nacional. Instituiu-se o monopólio estatal da pesquisa, da exploração,
da refinação do petróleo de poço, do xisto e do gás natural.

Até agosto de 1997, a Petrobras detinha o monopólio na área de petróleo no Brasil. Com a quebra do
monopólio, o mercado brasileiro abriu suas portas para o capital estrangeiro e cerca de 35 empresas já
se instalaram no país. A Petrobras ainda é a maior empresa de petróleo do Brasil, porém, expressões
como internacionalização, expansão dos negócios para outros setores e parcerias com empresas
estrangeiras passaram a definir seus novos rumos.

O fim do monopólio, determinado pela Lei do Petróleo em 6 de agosto 1997, instituiu não
apenas um conjunto de mudanças de caráter técnico-administrativo, mas uma redefinição no
papel do Estado. De produtor e provedor o Estado passa para regulador e fiscalizador. Para
alguns especialistas esta é uma tendência natural do mercado internacional. Para outros
envolve inúmeras escolhas de caráter político-social, atingindo diretamente o Estado de Bem-
Estar Social.

Para atuar nesse novo papel foi criada a Agência Nacional do Petróleo (ANP), um órgão
vinculado ao Ministério de Minas e Energia, que passou a regular e fiscalizar a indústria de
petróleo no Brasil. Uma das ocupações da ANP é promover licitações para a concessão de
áreas ou blocos destinados à exploração de petróleo e de gás natural. Até o momento, quatro
licitações (nos anos de 1999, 2000, 2001 e 2002) foram realizadas, resultando na concessão
de blocos exploratórios à Petrobras e a várias outras empresas internacionais
1.3 FORMAÇÃO DO PETRÓLEO.

Para se ter uma acumulação de petróleo é necessário que, após o processo de geração, ocorra a
migração e que essa tenha seu caminho interrompido, pela existência de algum tipo de armadilha
geológica. O petróleo é gerado numa rocha dita geradora, e se desloca para outra, onde se acumula
dita reservatório. Podemos citar como exemplo de rocha geradora: (Argilitos, sapropel litificado).

Fatores que deverão ser observados na prospecção do petróleo e busca de reservatórios


(reservatório significa um recipiente onde se acumula alguma coisa, como por exemplo, um balde
d’água, uma represa e etc.).

Em geologia e engenharia de petróleo, reservatório é o nome que se dá a uma rocha existente no


subsolo, onde se acumulou petróleo em seu interior em épocas muito antigas. O reservatório de
petróleo tem a mesma função de qualquer outro reservatório, ou seja, armazenar. O que diferencia dos
demais é sua forma física. Enquanto um recipiente “normal” tem espaço livre e amplo, o reservatório
de petróleo é um bloco aparentemente maciço de rocha porosa, onde esse é armazenado em seus
“vazios” ou “frestas”.
A descoberta de uma jazida de petróleo em uma nova área é uma tarefa que envolve um longo e
dispendioso estudo e análise de dados geofísicos e geológicos em bacias sedimentares' Somente
após exaustivo prognostico do comportamento das diversas camadas do subsolo, os geólogos e
geofísicos decidem propor a perfuração de um poço, que é a etapa que mais investimentos exigem em
todo o processo de prospecção. Um programa de prospecção visa fundamentalmente a dois objetivos:
(I) localizar dentro de uma bacia sedimentar as situações geológicas que tenham condições para a
acumulação de petróleo; e (II) verificar qual, dentre estas situações possuem mais chance de conter
petróleo. Não se pode prever, portanto, onde existe petróleo, e sim os locais mais favoráveis para sua
ocorrência.

Nos processos de exploração utilizam-se aeronaves e equipes de solo para prospectar petróleo e gás
natural. Essas podem ocorrer em duas etapas: A primeira será o sobrevôo da região com o
mapeamento dos possíveis focos de emissão de gás. Para isso, as aeronaves terão equipamentos
altamente sensíveis aos gases expelidos naturalmente em algumas jazidas mais abundantes. Na
segunda fase a prospecção será feita pelo solo, com apoio de geofísicos e geólogos. "Uma vez
localizada a jazida, começam as perfurações propriamente ditas para localizar a profundidade e a
natureza da jazida, extraindo algumas amostras, que são encaminhadas para análises laboratoriais.
São essas amostras, que vão definir o tamanho da jazida e a possibilidade de exploração de cada uma
delas, associadas a processos geofísicos.

A aplicação da Geologia à pesquisa do petróleo e gás natural é de extrema importância, porque essa
ciência explica o porquê da ocorrência do hidrocarboneto em determina localidade. Explica também
sua origem, a que tipo de rocha se associa e quais os eventos geológicos responsáveis pela formação
de uma jazida economicamente aproveitável. Após minuciosos estudos geológicos é que se pode
saber se há ou não conveniência na aplicação de grandes capitais destinados à procura e à
exploração do petróleo tais como: sondagem. O geólogo especializado nessa área de atuação
participa em todas as fases da pesquisa. Faz o reconhecimento da bacia sedimentar, localiza e estuda
as estruturas mais potenciais ao acúmulo de petróleo ou gás e presta assessoria ao geofísico, com
informações geológicas, necessárias à interpretação dos resultados sísmicos. O geólogo do petróleo
coordena, no campo, o conjunto de profissionais envolvidos nos trabalhos de exploração, supervisiona
todas as fases do processo de pesquisa, mantém-se presente durante a perfuração do poço pioneiro,
examina as amostras coletadas, verifica e elabora os testes pertinentes a cada indício de óleo em
profundidades diferentes, que vão sendo atingidas através da perfuração.

A monografia a ser desenvolvida na pós-graduação deve abranger os diversos mecanismos utilizados


na identificação de um deposito de petróleo utilizando os métodos fotoaereos, geofísicos,
geoquímicos, dentre outros. Para determinar a viabilidade técnica e econômica desse deposito mineral

Placas tectônicas e bacias de sal

A evolução das bacias sedimentares do leste brasileiro e oeste africano foi controlada por eventos
tectônicos das placas, associados com a separação dos continentes e formação do Oceano Atlântico
Sul. Estes eventos impõem suas características na evolução da bacia que podem ser amplamente
divididos em três estágios formativos:

a) pré-separação,

b) separação

c) pós-separação

- Fase pré-separação: Um estágio "rift-valley" de pré-separação (similar ao moderno estágio de "rift-


valley"do oeste africano) terminou no final da era Jurássica. Isto foi seguido pela fase pré-separação no
inicio do Cretáceo, onde o Brasil e a África ainda eram parte de um amplo domo construído devido à
atividade vulcânica associada com lavas de basalto.

- Fase de separação: Na fase seguinte de separação, da era Valanginiana, ao final da Barremiana, a


África e a América do Sul começaram a se separar. Vastas regiões da América do Sul foram sujeitas à
complexas extensões litosféricas e vulcanismo. As bacias, resultantes das fissuras pré-Aptiana-
Neocomiana, no leste do Brasil e no oeste da África, resultam dessa fase. Houve uma formação inicial
das grandes falhas equatoriais, transcorrentes que se estendem da Nigéria, Camarões e Libéria até o
nordeste do Brasil. Mais ao sul, ocorreu a formação das cadeias vulcânicas da cordilheira Walvis-
elevação do Rio Grande. As margens continentais brasileira e africana são caracterizadas por duas
ocorrências tectônicas, desde a fase de formação:

a) margens continentais equatoriais, caracterizadas por grandes falhamentos transversais

b) margens fissuradas do Oceano Atlântico Sul.

O final da fase de separação é marcado por uma discordância regional. Este tipo de discordância é
observado em todo o mundo, nas margens continentais divergentes. As províncias marginais, ao norte e
ao sul da cordilheira Walvis-elevação Rio Grande, sofreram uma evolução distinta. As bacias de sal
Albianas-Aptianas desenvolveram-se de ambientes marinhos, de circulação restrita, ao norte destas
cordilheiras.

Estas bacias de sal, em ambos lados do Atlântico Sul, também se encaixam numa reconstrução
continental (Leyden et al, 1976).

- Fase pós-separação: Depois da fase de separação, o desenvolvimento das margens do Atlântico Sul
foram afetadas por eventos térmicos, durante os quais a placa litosférica, anteriormente esticada e
afinada, aumentou em espessura e gradualmente afundou. Isto permitiu o desenvolvimento de um
acúmulo de seqüências deposicionais. Os blocos de depósitos "pós-separação" estão situados em
discordância sobre as seqüências Neocomianas. As seqüências de sal, de idade Aptiana, tem papel
fundamental na separação estratigráfica entre as seqüências sintectônicas de "rift" e as seqüências da
fase pós-separação. O sal Aptiano encontra-se em crostas continentais transicionais e estão limitados
dentro da interface continental do oceano, até a cota de 2.000 m. Esta limitação também marca a
localização de substanciais anomalias de gravidade e magnéticas. 86

A história cinemática da abertura do Atlântico Sul é limitada por zonas de fraturas bem definidas (Lê
Pichon, 1968), e por um padrão espelhado de anomalias magnéticas da crosta oceânica. A abertura ao
sul e ao norte da cordilheira Walvis iniciou, aproximadamente, ao tempo das anomalias magnéticas M9
(129 ma) e M10 (118 ma) respectivamente (Vine and Matthews, 1963).

Após o Aptiano, a recém-formada litosfera oceânica esfriou e gradualmente afundou. As margens


continentais adjacentes também, gradualmente, afundaram durante esta fase térmica de pós-separação.
As diferentes taxas de subsidência, entre a bacia oceânica e as margens continentais, causaram uma
inclinação flexural pós-Aptiana, nas margens continentais. Este fenômeno favoreceu à deposição de
espessos blocos sedimentares, durante o Cretáceo e o Cenozóico.

O Oceano Atlântico Sul mostra um substancial desvio do padrão típico de subsidência, de outros
oceanos. Suas bacias oceânicas são mais rasas que a média global, portanto, a crosta oceânica, com
idade de 100 ma, é mais ou menos 0,5 km mais rasa que a normal. Isto parece
ser típico do comportamento tectônico das placas tectônicas africanas e sul-americanas que,
mesmo hoje, possuem uma elevação média mais alta do que outros continentes.

Morfologia da margem brasileira

A morfologia da margem brasileira foi bem estabelecida, a partir de uma série de


pesquisasoceanográficas que aconteceram durante as décadas de 70 e 80. Dados geofísicos foram
coletados,nas margens continentais superior e inferior da costa brasileira, por diversas embarcações de
pesquisa da Universidade de São Paulo, do Observatório Geológico Lamont-Doherty e do Instituto
Oceanográfico Woods Hole. As pesquisas coletaram mais de 10.000 km de ecossondagem contínua,
perfis de reflexão sísmica, perfis de refração por sonobóia, medições dos campos magnéticos e de
gravidade e amostras de dragagem.

Os dados destas pesquisas foram integrados com a vasta base de dados da Petrobras, cobrindo a
margem continental superior. Ao norte, na margem continental da bacia Amazônica, a larga plataforma
continental resulta de uma substancial sedimentação durante o Mioceno e constante subsidência. No
Cone Amazônico, situado sobre a inclinação e elevação continental, mais de 10 km de sedimentos
foram depositados durante o Mioceno (Milliman, 1979).

Em contraste, a margem continental, na costa do nordeste brasileiro, consiste de uma plataforma


estreita, cercada por um dos mais longos e, consistentemente, íngremes taludes continentais do mundo
(Fainstein e Milliman, 1979). A costa do norte é cortada pela cordilheira do norte do Brasil, enquanto a
costa nordeste é cercada pela cordilheira de Fernando de Noronha. As cadeias vulcânicas são
relacionadas às grandes zonasequatoriais de fratura que foram formadas desde o inicio da separação
do nordeste do Brasil e da África equatorial. Depósitos e diápiros da sal são encontrados na plataforma
e ao sul do platô marginal de Pernambuco. Outra grande cadeia vulcânica, com lineamento leste-oeste,
a cordilheira Vitória-Trindade, separa as plataformas continentais do leste e do nordeste (Rezende e
Ferradaes, 1977). A atividade vulcânica criou dois bancos marginais, Abrolhos e Royal Charlotte, que
subseqüentemente foram soterrados por sedimentos (Fainstein e Summerhayes, 1982).

A estruturação interna da plataforma continental leste e do Banco de Abrolhos é influenciado pelo


diapirismo do sal. O maior platô marginal, na costa brasileira, é o platô de São Paulo que fica adjacente
às plataformas de Campos, Santos e Paraná (Fig. 5.5) O platô de São Paulo é uma extensão marginal
da elevação do Rio Grande, uma cadeia oceânica, geneticamente, ligada à cordilheira de Walvis. No
platô de São Paulo, a cobertura sedimentar, localmente, excede 3 a 4 km de espessura e os diápiros de
sal são abundantes. A margem do sul do Brasil também compreende grandes áreas de plataforma e
declives que foram formados por uma substancial sedimentação Cenozóica.

Tectônismo e estratigrafia

As estruturas da margem continental brasileira são típicas de uma margem continental divergente
passiva (Asmus e Ponte, 1973). Os perfis de mergulho (perpendiculares à costa) são caracterizados por
eventos tensionais, inclinados na direção do oceano. O padrão de blocos, com falhas normais, é mais
evidente no relevo do embasamento que consiste de uma série alternada de blocos “graben” e “horst”.
Ocorrências de petróleo e gás são, na maior parte, confinados à eventos estratigráficos dos blocos
“horst” mais altos

Imagens espelhadas destes eventos estruturais são encontrados em diversas bacias marginais do oeste
africano. O diapirismo do sal também existe na margem do leste do Brasil. Estes são iguais a eventos
similares, ao longo da costa oeste da África.

As feições estruturais das bacias marginais, também, são afetadas, pelos substanciais deslocamentos
lesteoeste. Estes estão situados, principalmente, ao longo das bacias equatoriais do norte. Esta
configuração tectônica corresponde, aproximadamente, à estruturação, ao longo do oeste africano
equatorial na Libéria, na Costa do Marfim e em Gana. Na margem da bacia Amazônica, grandes
estruturas diapíricas de xisto foram formadas devido à rápida carga de sedimentação clástica.

A estratigrafia das bacias marginais reflete as fases evolucionárias da separação continental e dos
processos de sedimentação das bacias marginais, durante o deslocamento continental de Brasil e
África. As seqüências sedimentares podem ser classificadas dentro de quatro unidades principais e
distintas: a unidade basal inferior, que corresponde a seqüências continentais pré-separação, e que
consiste na maior parte de folhelhos vermelhos e conglomerados continentais;

b) as seqüências lacustres que consistem de folhelhos geradores, ricos em hidrocarbonetos e de


arenitos de granulação fina;

c) a seqüência de golfo que consiste de evaporítos e que foi depositada durante o período Albiano-
Apciano, quando havia uma circulação marinha restrita ao sul do Atlântico Sul equatorial.

Estes são grandes depósitos de halita e anidrita, espalhados por várias áreas. Carbonatos e depósitos
clásticos também estão presentes nesta seqüência;

d) a seqüência marinha, que pode ser subdividida em duas sub-seqüências; a primeira das quais são,
predominantemente, depósitos de carbonatos em plataformas marinhas rasas, enquanto a segunda são,
predominantemente, sedimentos marinhos abertos.

Ocorrências de petróleo em águas profundas

Substanciais reservas de petróleo foram encontradas, recentemente, nas águas profundas e ultra-
profundas, ao longo da costa do Brasil e da África. Entre os campos de águas profundas do Brasil,
encontra-se Marimbá, Espadarte, Caratinga, Barracuda, Albacora, Marlim e Roncador. Todos esses
estão na Bacia de Campos As estimativas das reservas recuperáveis, para os três campos gigantescos
de petróleo, em águas ultra-profundas, Albacora, Marlim e Roncador são superiores a 5 bilhões de
barris. A produção de petróleo destes três campos deve ser quase a metade da produção brasileira de
petróleo, na virada do século.89

Os reservatórios principais de petróleo destas descobertas, em águas profundas, na costa do Brasil e da


Africa, são:

a) areias turbidíticas, derivadas de plataforma, encontrados no talude continental superior e inferior, e

b) areias turbidíticas marinhas que foram transportados em canais até o declive inferior. Estes são
encontrados nas seqüências do Mioceno.

Na costa oeste da África, diversas grandes descobertas foram feitas em água profunda, nos últimos dois
anos (Dolivo, 1997). Estas incluem os campos de petróleo Girassol, Dalia e Kuito, na Bacia do Baixo
Congo, na costa de Angola e no campo Moho, na costa do Congo, também na Bacia do Baixo Congo.
As descobertas anteriores, no oeste da África, em águas profundas foram Bonga, na costa da Nigéria,
Nkossa, na costa do Congo e Bengo na costa de Angola. Uma recente descoberta, num reservatório do
Mioceno, foi a do poço Landana, ao largo de Cabinda.

As recentes descobertas, em águas profundas, na costa do Brasil e da África, reforçam à necessidade


de revisar as avaliações de recursos dos modelos geológicos anteriores (Emery, 1977). A primeira
avaliação de reservas recuperáveis, em ocorrências em águas profundas, na costa do Brasil e da África,
estimados há somente 20 anos, previram somente uma quantidade recuperável, abaixo de um bilhão de
barris.

As companhias de exploração de petróleo estão, no momento, adquirindo agressivamente várias áreas


na costa oeste da África, principalmente em Angola, Congo, Gabão e Nigéria. A atividade de exploração,
em águas profundas, também, é intensa na costa da Costa do Marfim, Gana, Namíbia e África do Sul.
As duas "minas douradas" em águas profundas, dos dois lados do Atlântico Sul a Bacia Inferior de
Campos e a Bacia do Baixo Congo também se encaixam aproximadamente numa reconstrução
continental.
2 PROSPECÇÃO DO PETRÓLEO

Exploração: A reconstrução da história geológica de uma área, através da observação de rochas e


formações rochosas, determina a probabilidade da ocorrência de rochas reservatório. A utilização de
medições gravimétricas, magnéticas e sísmicas permitem o mapeamento das estruturas rochosas e
composições do subsolo. A definição do local com maior probabilidade de um acúmulo de óleo e gás é
baseada na sinergia entre a Geologia, a Geofísica e a Geoquímica, destacando-se a área de Geo-
Engenharia de Reservatórios.

A Geologia busca, através de estudos, obedecer às Leis fundamentais da natureza relacionadas com a
física, a química e a matemática, entender a história da Terra e a origem do seu relevo complexo. As
observações feitas pelos geólogos podem ser diretas, nos locais que permitem acesso, ou indiretas,
através de perfurações de poços ou de instrumentos de medidas indiretas de fenômenos que ocorrem
no interior da Terra.
Para identificar um Sistema Petrolífero, o geólogo exploracionistas deve encontrar algum vestígio de
petróleo. Qualquer quantidade de petróleo é uma prova da existência de um Sistema Petrolífero, não
importa quão pequena seja.

Uma exsudação natural de óleo ou gás, um indício de óleo em uma amostra de calha de um poço, ou
uma acumulação de petróleo, demonstra a presença de um Sistema Petrolífero. Portanto, as etapas
para determinar o tamanho do Sistema Petrolífero, após a descoberta de sua existência, são:
agrupar as ocorrências de petróleo geneticamente relacionadas usando características geoquímicas
e estratigráficas; identificar a fonte usando a correlação entre o petróleo e a rocha geradora;
determinar uma área comum para a porção de acumulação da rocha geradora (pod),
responsável pelas ocorrências de petróleo geneticamente relacionados; e gerar uma tabela de
acumulações para calcular o total de hidrocarbonetos no Sistema Petrolífero, e aquelas rochas
reservatórios, que contêm a maior parte do petróleo. Por último, nesta fase de identificação, nomeia-
se o Sistema Petrolífero. O nome de um Sistema Petrolífero contém algumas partes dos agentes: o
nome da rocha geradora, o nome da rocha reservatório que contém o maior volume in situ de
petróleo e, entre parêntesis, um símbolo que expressa o grau de incerteza de sua existência. Um
exemplo da montagem do nome do Sistema Petrolífero e como selecionar o nome da rocha
reservatório. O nível de certeza indica o grau de confiança em que cada porção particular (pod)
da rocha fonte matura tenha gerado acumulações de hidrocarbonetos. Ao final do nome do
Sistema Petrolífero, o nível de incerteza é indicado pelo símbolo ( ! ) para conhecido, ( . ) para
hipotético e ( ? ) para especulativo. O maior nível de incerteza apresenta uma correlação positiva
entre a rocha fonte e a acumulação, entre o óleo e o gás acumulados e as famílias de fósseis
encontrados na rocha geradora, definido como conhecido. Quando as propriedades geoquímicas
do petróleo, na acumulação, não apresentam uma correlação positiva com a rocha fonte, mas
esta tem extrato de hidrocarboneto similar ou teor de carbono orgânico (COT) e índice de
hidrogênio (IH) suficiente para geração, classifica-se como hipotético. Quando a acumulação
ocorre em um mesmo intervalo estratigráfico, ou numa mesma área geográfica, e mesma rocha
geradora, mas falta uma correlação positiva, classifica-se como especulativo, sendo este o de mais
alto nível de incerteza.

2.1. HORIZONTES GEOGRÁFICOS, ESTRATIGRÁFICOS E TEMPORAIS

O Sistema Petrolífero é limitado pelo tempo e o espaço. Pode ser descrito por três importantes
aspectos: idade, momento critico e preservação. A idade de um sistema é o tempo requerido para o
funcionamento do processo de geração–migração–acumulação do hidrocarboneto. O momento critico
é o instante que melhor representa o processo de geração–migração–acumulação do hidrocarboneto.
Após o inicio do processo de geração, migração e acumulação iniciam-se a contagem do tempo de
preservação, que se estende até o presente. Durante este período, modificações podem ocorrer, tais
como: uma degradação física ou biológica, a completa destruição do petróleo, ou remigração
(migração terciária). Esta última, após o sistema original ter sido formado, pode produzir uma nova
acumulação em outra rocha reservatório. Pouca atividade tectônica, neste período, contribui para a
manutenção das acumulações na sua posição original. A migração terciária acontece durante o
tempo de preservação, se ocorrer uma dobra, falha, soerguimento, ou erosão. Se toda a
acumulação tiver sido destruída, não haverá evidências de que um Sistema Petrolífero existiu.

Os aspectos espaciais do Sistema Petrolífero são definidos como sendo as informações sobre sua
localização geográfica e sua posição estratigráfica. O desenho da geografia do sistema procura
reproduzir a situação encontrada na época do momento critico. A extensão geográfica do Sistema
Petrolífero é definida por uma linha pontilhada que circunda a porção da rocha ativa na geração de
hidrocarbonetos (pod of active source rock), e todas as ocorrências, as exsudações e as
acumulações originadas deste local (pod).

O horizonte estratigráfico de um Sistema Petrolífero é definido pelo conjunto de unidades


litológicas que compõem os elementos essenciais, dentro da extensão geográfica do sistema. O
diagrama da história de soterramento e a seção transversal da extensão geográfica, desenhados para o
momento critico, descrevem o ambiente estratigráfico do sistema.

2.2 HISTÓRICO

Na década de 1930, descobriu-se que os cascalhos originados na perfuração de poços podiam


fornecer dados sobre as formações atravessadas, dependendo de sua profundidade, assim como
trouxe o desenvolvimento dos métodos de determinação do tipo de petróleo e gás encontrado nas
formações perfuradas.

As previsões feitas através destes métodos eram muito elementares e variadas, pois os mesmos não
davam informações mais precisas. Mas, a partir destes cascalhos, dos dados da perfuração e das
características das rochas encontradas, iniciou-se o desenvolvimento da tecnologia da análise, da
interpretação e da correlação das rochas, que possibilitaram a descoberta de muitos campos de
petróleo. Isto pode ser feito pela correlação entre poços perfurados numa mesma área, identificando-
se as rochas atravessadas e comparando-se com as dos poços vizinhos.
Hoje em dia, modernos métodos de avaliação, seja de perfis elétricos (uma espécie de
eletrocardiograma do poço), seja através de testes de formação (que podem obter os tipos de fluidos
existentes nas formações) e dos registros da perfuração, permitem avaliar com maior precisão o tipo,
quantidade e características do óleo/gás encontrado.

A identificação de uma área favorável à acumulação de petróleo é realizada através de métodos


geológicos e geofísicos, que, atuando em conjunto, conseguem indicar o local mais propício para a
perfuração. Todo o programa desenvolvido durante a fase de prospecção fornece uma quantidade
muito grande de informações técnicas, com um investimento relativamente pequeno quando
comparado ao custo de perfuração de um único poço exploratório.

3 MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO

A descoberta de uma jazida de petróleo em uma nova área é uma tarefa que envolve um largo e
dispendioso estudo e análise de dados geofísicos e geológicos das bacias sedimentares. Somente
após exaustivo prognóstico do comportamento das diversas camadas do subsolo, os geólogos e
geofísicos decidem propor a perfuração de um poço, que é a etapa que mais investimentos exige em
todo o processo de prospecção.

Um programa de prospecção visa fundamentalmente a dois objetivos:

1) localizar dentro de uma bacia sedimentar as situações geológicas que tenham condições para
acumulação de petróleo;

2) verificar qual, dentre estas situações, possuem mais chance de conter petróleo. Não se pode prever,
portanto, onde existe petróleo, e sim os locais mais favoráveis para sua ocorrência;.

A identificação de uma área favorável à acumulação de petróleo é realizada através de métodos


geológicos e geofísicos, que, atuando em conjunto, conseguem indicar o local mais propício para a
perfuração. Todo programa desenvolvido durante a fase de prospecção fornece uma quantidade muito
grande de informações técnicas, com um investimento relativamente pequeno quando comparado ao
custo de perfuração de um único poço exploratório.

Como minimizar o risco?

Conhecendo a Geologia da área; Eliminando as áreas de alto risco e baixo prêmio; Aplicando recursos
(financeiros e humanos) nas áreas mais favoráveis; Utilizando métodos de investigação cada vez mais
sofisticados ($).
3.1 MÈTODOS GEOLÓGICOS

A primeira etapa de um programa exploratório é a realização de um estudo geológico com o propósito


de reconstituir as condições de formação e acumulação de hidrocarbonetos em uma determinada
região. Para esse fim o geólogo elabora mapas de geologia de superfície com apoio da
aerofotogrametria e foto geologia, insere a geologia de subsuperfície a partir dos mapas de superfície
e dados de poços, como também analisa informações de caráter paleontológico e geoquímico.

3.1.1 GEOLOGIA DE SUPERFÍCIE

Através do mapeamento das rochas que afloram na superfície, é possível reconhecer e delimitar as
bacias sedimentares e identificar algumas estruturas capazes de acumular hidrocarbonetos. Os mapas
geológicos que indicam as áreas potencialmente interessantes são continuamente construídos e
atualizados pelos exploracionistas. As áreas compostas por rochas ígneas e metamórficas são
praticamente eliminadas, como também pequenas bacias com espessura sedimentar reduzida ou sem
estrutura favoráveis à acumulação. Nesta fase existe a possibilidade de reconhecimento e
mapeamento de estrutura geológica que eventualmente possam incentivar a locação de um poço
pioneiro. As informações geológicas e geofísicas obtidas a partir de poços exploratórios são de enorme
importância para a prospecção, pois permitem reconhecer as rochas que não afloram na superfície e
aferir e calibrar os processos indiretos de pesquisa como os métodos sísmicos. Aerofotogrametria e
Foto geologia

3.1.2. A AEROFOTOGRAMETRIA:
É fundamentalmente utilizada para construção de mapas base ou topográficos e consiste em fotografar
o terreno utilizando-se um avião devidamente equipado, voando com altitude, direção e velocidade
constantes.

3.1.3 A FOTOGEOLOGIA:

Consiste na determinação das feições geológicas a partir de fotos aéreas, onde dobras, falhas e o
mergulho das camadas geológicas são visíveis.

Além das fotos aéreas obtidas nos levantamentos aerofotogramétricos, utilizam-se imagens de radar e
imagens de satélites, cujas cores são processadas para ressaltar características específicas das
rochas expostas na superfície.

3.1.4 SENSORIAMENTO REMOTO:

A busca do petróleo começa na pesquisa de um reservatório – uma camada de rocha que


pode reter petróleo – e uma vedação impermeável que impede o movimento ascendente do
petróleo e o aprisiona no reservatório. Até um poço ser perfurado, é difícil confirmar a
presença de petróleo – podemos confirmar apenas a presença de uma estrutura que pode
contê-lo.

Há vários tipos de sensoriamento remoto. Cada um funciona como uma extensão dos olhos
do geocientista dentro da Terra.

As
pesquisas de anomalias na gravidade, como essa vista
da Califórnia, podem revelar corpos rochosos que
podem aprisionar petróleo.
Mapas similares de anomalias magnéticas,
como esse do Alasca, a partir de um avião, também
podem revelar aprisionamentos de petróleo.
3.1.5 GEOLOGIA DE SUBSUPERFÍCIE

Consiste no estudo de dados geológicos obtidos em um poço exploratório. A partir destes dados é
possível determinar as características geológicas das rochas de subsuperfície. As técnicas mais
comuns envolvem:

- a descrição das amostras de rochas recolhidas durante a perfuração;

- o estudo das formações perfuradas e sua profundidade em relação a um referencial fixo (o nível do
mar);

- a construção de mapas e seções estruturais através da correlação entre informações de diferentes


poços;

- identificação dos fósseis presentes nas amostras de rochas provenientes da subsuperfície.

3.2 MÉTODOS POTENCIAIS

A gravimetria e a magnetometria, também chamadas métodos potenciais, foram muito importantes no


início da exploração de petróleo por métodos indiretos, permitindo o reconhecimento e mapeamento da
grandes estruturas geológicas que não apareciam na superfície.

A geofísica é o estudo da terra usando medidas de suas propriedades físicas. Os geofísicos adquirem,
processam e interpretam os dados coletados por instrumentos especiais, com objetivo de obter
informações sobre a estrutura e composição das rochas em subsuperfície. Grande parte do
conhecimento adquirido sobre o interior da terra, além dos limites alcançados por poços, vem de
observações geofísicas.

Método gravimétrico: anomalias gravimétricas, separação de anomalias, corpos de forma


geométrica simples, modelagem 2D, aplicação ao estudo de estruturas regionais,
modelamento de bacias sedimentares e corpos ígneos. Método magnético: o campo
geomagnético, magnetismo das rochas, aquisição de dados, interpretação das anomalias,
aplicação na geologia e prospecção mineral. VLF: estações e campos primários, correntes
galvânicas e de vórtices, parâmetros medidos, anomalias típicas, interpretação, GPR (Radar
penetrante no solo): levantamentos, processamento e interpretação de dados, aplicação dos
métodos.
Técnicas de Geologia e Geofísica Marinha são utilizadas para caracterização do fundo
oceânico e da coluna d’água; batimetria (morfologia de fundo); Side Scan Sonar (imagens
sonográficas em planta); CTD (perfilador para medições de condutividade, temperatura e
salinidade da água); ADCP (medidas de corrente em tempo real); amostradores.

Atualmente sabe-se que o campo gravitacional depende de cinco fatores: Latitude, elevação,
topografia, marés e variações de densidade em subsuperfície. As variações de densidade em
subsuperfície são, na verdade, o único item de interesse na exploração gravimétrica para
petróleo, pois permite fazer estimativas de espessura de sedimentos em uma bacia
sedimentar, presença de rochas com densidades anômalas como as rochas ígneas e domos
de sal, e prever a existência de altos e baixos estruturais pela distribuição lateral desigual de
densidades em subsuperfície. A unidade de medida da aceleração do campo gravitacional
terrestre é o “gal”.

O mapa gravimétrico obtido é denominado mapa Bouguer, em homenagem ao matemático


francês Pierre Bouguer (1698-1758). A interpretação do mapa Bouguer é ambígua, pois
diferentes situações geológicas podem produzir perfis gravimétricos semelhantes. Portanto, a
utilização individual do método não consegue diagnosticar com confiabilidade a real estrutura
do interior da Terra, apesar de mostrar a existência de algum tipo de anomalia.

Mapa Bouguer, da bacia do Recôncavo, BA. As cores vermelha, verde e azul indicam embasamento progressivamente
mais profundo.
3.2 2.MAGNETOMETRIA

A prospecção magnética para petróleo tem como objetivo medir pequenas variações na intensidade do
campo magnético terrestre, conseqüência da distribuição irregular de rochas magnetizadas em
subsuperfície. A unidade de medida é o “gamma.”

Nos levantamentos aeromagnéticos as medidas obtidas pelos magnetômetros dependem de


vários fatores, dos quais se destacam: latitude, altitude de vôo ou elevação, direção de vôo,
variações diurnas e presença localizada de rochas com diferentes susceptibilidades
magnéticas. As rochas sedimentares apresentam, em geral, valores de susceptibilidade
magnética muito baixa.

Da mesma forma como os mapas Bouguer, os mapas magnéticos obtidos após as devidas
correções das medidas de campo podem apresentar interpretações ambíguas e devem ser
utilizados em conjunto com outros métodos. O exame cuidadoso destes mapas pode fornecer
estimativas da profundidade do embasamento e presença de rochas reservatórios.

3.3 MÉTODOS SÍSMICOS

Métodos sísmicos: leis de propagação de ondas elásticas, tipos e velocidade das ondas
elásticas nos meios rochosos. Sísmica de refração: trajetória de ondas, gráfico tempo x
distância, refratores horizontais e inclinados, aquisição de dados. Sísmica de reflexão
geometria das trajetórias de reflexão em superfícies horizontais e inclinadas, determinação de
velocidades médias, energia das ondas refletidas, impedância acústica, coeficiente de
reflexão, reflexões múltiplas, hiberboles de difração, ruídos, penetração e resolução,
correções, técnicas de CDP, aquisição de dados. Aplicação dos métodos sísmicos na
prospecção de petróleo e minérios, na engenharia civil e geometria das aluviões.

3.3 1 SÍSMICA DE REFRAÇÃO:

O método sísmico de refração registra somente ondas refratadas com ângulo crítico e tem
grande aplicação na área de sismologia*. Foi através deste método que a estrutura interior da
Terra foi desvendada. Na área de petróleo sua aplicação é bastante restrita atualmente, muito
embora este método tenha sido largamente utilizado na década de 1950 como apoio e
refinamento dos resultados obtidos pelos métodos potenciais.
Parte da geologia e da geofísica que se dedica a estudar e prever os terremotos e as ondas
sísmicas artificiais e, associadamente, determinar a estrutura da Terra.

3.3 2.O MÉTODO SÍSMICO DE REFLEXÃO

O método sísmico de reflexão é o método de exploração mais utilizado atualmente na


indústria do petróleo, destaca-se pelo alto grau de eficiência, a um custo relativamente baixo.
Mais de 90% dos investimentos em prospecção são aplicados em sísmica de reflexão. Por
este método obtém-se excelente definição da formação geológica da subsuperfície, permitindo
a análise da probabilidade do acúmulo de hidrocarbonetos.

O levantamento sísmico baseia-se nas reflexões de ondas elásticas geradas artificialmente,


por exemplo, por explosões de cargas de dinamite ou de ar comprimido que se propagam pelo
interior da Terra, onde são refletidas pelas interfaces das diversas formações rochosas. As
reflexões são captadas por equipamentos especiais denominados geofones (para registros
em terra) ou hidrofones (para registros no mar), os quais convertem as vibrações mecânicas
em oscilações elétricas que são transmitidas e registradas nos sismógrafos.

Mais utilizado, atualmente, na indústria do petróleo, pois além de fornecer alta definição das
feições geológicas em subsuperfície propícias à acumulação de hidrocarbonetos tem um
custo relativamente baixo. Este método consiste na emissão de ondas elásticas que são
geradas por fontes artificiais ao subsolo que, quando refletidas e refratadas nas interfaces dos
estratos geológicos, o “eco” das ondas é detectado, amplificado e registrado por instrumentos
especiais. O objetivo final da sísmica é medir a profundidade das interfaces em pontos
sucessivos do terreno para obter a confirmação geral dos estratos de uma bacia sedimentar.
As gravações são armazenadas em meio magnético o qual oferece a vantagem de permitir
tratamentos posteriores e conseqüentemente, uma melhoria do registro obtido no campo.

A interpretação sísmica é uma ferramenta poderosa, tanto para delinear a geometria externa,
quanto para quando se tem resolução suficiente, detectar as intercalações impermeáveis do
meio poroso, no auxilio dos compartimentos dos reservatórios. Embora as aquisições
sísmicas sejam geralmente realizadas na fase exploratória de uma determinada área, têm
sido crescentes os levantamentos sísmicos em qualquer fase da vida de um campo, voltado
para estudos de reservatório.

3.3 3.LEVANTAMENTO SÍSMICO NO MAR

Streamers: São cabos que contém receptores, tem flutuação e podem ser rebocados no mar.

Airguns: São canhões de ar comprimido que produzem ondas acústicas e servem como fonte
de energia sísmica no mar. Síntese do levantamento Sísmico

3.3 4.LEVANTAMENTO SÍSMICO TERRESTRE

airguns streamers

Depois de gravados no campo, os dados sísmicos são tratados matematicamente gerando


imagens interpretáveis, as seções sísmicas. As seções sísmicas são interpretáveis gerando
mapas geológicos onde serão selecionados os melhores pontos.

Detonação de explosivos ou vibrosséis;

Reflexão das ondas sonoras em interfaces acústicas;


Volta das ondas refletidas em direção à superfície.

Registro do tempo de trânsito da onda por geafones

Transmissão para unidade de registro

3.3.5.SISMICA 3D

Se colocarmos todo o dado gerado por um levantamento 3D pequeno em disquetes e


empilharmos teremos uma pilha do tamanho do Word Tride Center Índice de sucesso
exploratório.

A sísmica convencional é chamada 2D (duas dimensões). Já a sísmica tridimensional, 3D,


permite uma melhor definição, pois determina a imagem tridimensional das feições geológicas
de subsuperfície.

O avanço tecnológico já permite a utilização de sísmica 4D, em que a quarta dimensão é


representada pelo fator tempo. Trata-se da repetição da sísmica 3D em intervalos periódicos
(entre 6 a 12 meses), com o objetivo de monitorar a movimentação de fluidos (extração,
injeção de água, etc.) num campo de petróleo, sendo por isso mais empregada num campo
em produção, onde a extração continuada acaba por acarretar queda de pressão no
reservatório.

vez definido os pontos favoráveis, inicia-se a perfuração dos poços.


Uma TRATAMENTO DE DADOS:

. Acompanhamento Geológico

• Coleta e descrição de amostras de calha e testemunhos

• Testes de formação e perfis elétricos.

• Geologia de Reservatórios

• Análise de campos produtores

4 PERFURAÇÃO

A perfuração de um poço ou furo é uma operação bastante complexa e cara, mas o sistema
utilizado é relativamente simples. As rochas são perfuradas por meio de uma broca ( trépano)
rotativa colocada na extremidade de uma haste rotativa . As brocas são estruturas metálicas
muito resistentes, dotadas de dentes de aço muito duro ou de uma coroa de diamantes
industriais. As brocas são escolhidas em função da dureza da rocha a perfurar, do diâmetro do
furo que se pretende abrir e da profundidade que se deseja atingir.
O movimento rotativo é produzido por um motor e transmitido à broca por meio de uma
combinação de hastes protegidas por uma seqüência de tubos de aço; à medida que a
perfuração vai avançando, mais hastes e tubos de aço vão sendo adicionados ao conjunto por
enroscamento.

Uma corrente de lama especial ( mistura de argila bentonítica e barita ) é ejetada sob
pressão por uma bomba no interior da haste, jorrando do interior da broca e retornando à
superfície através da tubagem protetora e do furo aberto pela broca. A lama tem várias
funções:

1) refrigera e lubrifica a broca,

2) transporta para a superfície os fragmentos das rochas perfuradas, o que permite fazer a
recolha, depois da filtragem da lama, daqueles fragmentos de rocha como amostras para
estudos petrológicos, petrofísicos e paleontológicos,

3) sempre que o reservatório é alcançado, impede a saída violenta de gás, petróleo ou água.
A principal função da torre de sondagem de um poço de petróleo é a de orientar o
equipamento de perfuração, de modo que ele permaneça na posição vertical. A grande
estrutura metálica ( algumas vezes atinge os 90 metros de altura ) em que consiste a torre de
sondagem tem de estar firmemente apoiada, pois as cargas que o conjunto tem de suportar
podem chegar às 500 toneladas. Além disso, a perfuração das rochas duras produz sobre a
estrutura vibrações intensas e constantes que, sem um apoio adequado, podem fazer ruir a
torre de perfuração.

5.CONSIDERAÇÕES FINAI

Conforme discutido nesta dissertação, o trabalho desenvolvido engloba áreas bem distintas.
Descoberta de conhecimento e engenharia do petróleo. Durante o processo de
prospecção, várias disciplinas entre elas a Geologia, Física, Química,
Geofísica, Matemática, Informática. As interações e n t r e áreas são
responsáveis para que ocorra a exploração do petróleo, sendo
realizadas com a menor possibilidade de erros, gerando assim, uma redução nos custos.
Hidrologia

. INTRODUÇÃO À HIDROLOGIA
Não é a toa que o Planeta Terra é chamado de “o Planeta Azul” - dois terços de sua
superfície são cobertos pela água de mares e oceanos (Figura 1.1). Na realidade, existe água
em praticamente todo lugar: sobre a superfície terrestre, na forma de rios, lagos, mares e
oceanos; sob a superfície terrestre, na forma de água subterrânea e umidade do solo e na
atmosfera, na forma de vapor d’água. A água, em certos locais, pode ocorrer de forma quase
ilimitada, como nos oceanos, ou em quantidades praticamente nulas, como nos desertos

Figura 1.1 – Planeta Terra


Apesar da maior parte da água do Planeta, em qualquer momento, estar contida nos oceanos, a mesma
está em contínuo movimento, em um ciclo cuja fonte principal de energia é o sol e cuja principal força atuante
é a gravidade. A esta transferência ininterrupta da água do oceano para o continente e do continente para o
oceano (Figura 1.2), dá-se o nome de Ciclo Hidrológico
1.1. Etimologia e definição de Hidrologia
A palavra HIDROLOGIA é originada das palavras gregas HYDOR, que
significa “água” e LOGOS, que significa “ciência”. Hidrologia é, pois, a ciência
que estuda a água.

Definição 1: Hidrologia é a ciência que trata da água na Terra, sua ocorrência, circulação e
distribuição, suas propriedades físicas e químicas, e sua reação com o meio ambiente, incluindo sua
relação com as formas vivas relacionada com toda a água da Terra, sua ocorrência,
distribuição e circulação, suas propriedades físicas e químicas, seu efeito sobre o meio ambiente e
sobre todas as formas da vida. (Definição proposta pelo US Federal Council for Sciences
and Technology (Chow, 1959)).

Por ser muito ampla, é difícil pensar numa ciência que não esteja incluída nesta definição. A Botânica,
ao estudar o transporte de água através dos vegetais ou a Medicina, ao estudar a água
no corpo humano, fariam parte da Hidrologia. Na prática, a definição de Hidrologia é:

Definição 2: A Hidrologia estuda as fases do ciclo hidrológico, descrevendo seu passado,


tentando prever seu futuro.
2. CICLO HIDROLÓGICO
A água diferencia-se dos demais recursos naturais pela notável propriedade de
renovar-se continuamente, graças ao ciclo hidrológico. Embora o movimento cíclico da água não
tenha princípio nem fim, costuma-se iniciar seu estudo descritivo pela evaporação da água
dos oceanos, seguida de sua precipitação sobre a superfície que, coletada pelos cursos d’ água,
retorna ao local de partida

Capítulo 1 Hidrologia Aplicada

A descrição acima simplifica sobremaneira o processo que realmente ocorre (Figura 1.3), uma
vez que não estão computadas as eventuais interrupções que podem ocorrer em vários
estágios (Ex. precipitação sobre o oceano) e a íntima dependência das intensidade e freqüência do
ciclo hidrológico com a geografia e o clima local

Figura 1.3 – Ciclo Hidrológico. (Fonte: Dnaee)

Alguns tópicos podem ser destacados:


1. O sol constitui-se na fonte de energia para a realização do ciclo. O calor por ele liberado
atua sobre a superfície dos oceanos, rios e lagos estimulando a conversão da água do estado
líquido para gasoso.
2. A ascensão do vapor d’ água conduz à formação de nuvens, que podem se deslocar, sob a ação
do vento, para regiões continentais.

3. Sob condições favoráveis a água condensada nas nuvens precipita (sob forma de neve,
granizo ou chuva) podendo ser dispersada de várias formas:
(1) Quando a precipitação se dá sob forma de neve ou granizo, a retenção no solo é mais
demorada, até que ali se processe a fusão.

ƒRetenção temporária ao solo próximo de onde caiu;


ƒEscoamento sobre a superfície do solo ou através do solo para os rios;
ƒPenetração no solo profundo.

4. Atingindo os veios d’ água, a água prossegue seu caminho de volta ao oceano,


completando o ciclo.

5. As depressões superficiais porventura existentes retém a água precipitada


temporariamente. Essa água poderá retornar para compor fases seguintes do ciclo pela
evaporação e transpiração da plantas.

6. Os escoamentos superficial e subterrâneo decorrem da ação da gravidade, podendo parte


desta água ser evaporada ou infiltrada antes de atingir o curso d’ água.

7. Atingindo os veios d’água, a água prossegue seu caminho de volta ao oceano,


completando o ciclo.

8. A evaporação acompanha o ciclo hidrológico em quase todas as suas fases, seja durante a
precipitação, seja durante o escoamento superficial.
Dotado de certa aleatoriedade temporal e espacial, o ciclo hidrológico configura processos
bem mais complexos que os acima descritos. Uma vez que as etapas precedentes à precipitação
estão dentro do escopo da meteorologia, compete ao hidrólogo conhecer principalmente as
fases do ciclo que se processam sobre a superfície terrestre, quais sejam, precipitação,
evaporação e transpiração, escoamento superficial e escoamento subterrâneo.
3. UM POUCO DA HISTÓRIA DA HIDROLOGIA
Os mais antigos trabalhos de drenagem e irrigação em larga escala são atribuídos ao Faraó
Menés, fundador da primeira dinastia egípcia, que barrou o rio Nilo próximo a Mênphis, com uma
barragem de 15m e extensão de aproximadamente 500 metros, para alimentar o canal de irrigação.
Também no Egito encontram-se os primeiros registros sistemáticos de níveis de enchentes.
Estes registros datam de 3.500 a.C. e indicavam aos agricultores a época oportuna de romper
os diques para inundar e fertilizar as terras agricultáveis. Nota-se que, aos egípcios, pouco
importava o estudo da Hidrologia como ciência e sim. A sua utilização

Muitos conceitos errôneos e falhas de compreensão atravessaram o desenvolvimento da


engenharia no seu sentido atual. Os gregos foram os primeiros filósofos que estudaram
seriamente a Hidrologia, com Aristóteles sugerindo que os rios eram alimentados pelas
chuvas. Sua maior dificuldade eram explicar a origem da água subterrânea. Somente na época
de Leonardo da Vinci (por volta de 1.500 d.C)a idéia da alimentação dos rios pela precipitação
começou a ser aceita. No entanto, foi apenas no ano de 1694 que Perrault, através de medidas
pluviométricas na bacia do rio Sena, demonstrou, quantitativamente, que o volume
precipitado ao longo do ano era suficiente para manter o volume escoado.

O astrônomo inglês Halley, em 1693, provou que a evaporação da água do mar era suficiente
para responder por todas as nascentes e fluxos d’água. Mariotte, 1em 1686, mediu a
velocidade do rio Sena. Estes primeiros conhecimentos de Hidrologia permitiram inúmros
avanços no Século XVIII, incluindo o teorema de Bernoulli, o Tubo Pitot e a Fórmula de Chèzy,
que formam a base da Hidráulica e da Mecânica dos Fluidos.

Durante o Século XIX, foram feitos significantes avanços na teoria da água subterrânea,
incluindo a Lei de Darcy. No que se refere à Hidrologia de águas superficiais, muitas fórmulas e
instrumentos de medição foram criados. Chow (1954) chamou o período compreendido entre 1900
e 1930 ficou conhecido como o Período do Empirismo. O período de 1930 a 1950 seria o
Período da Racionalização. Datam desta época o Hidrograma Unitário de Sherman (1932) e a
Teoria da Infiltração de Horton (1933). Entre 1940 a 1950 foram feitos significantes avanços no
entendimento do processo de evaporação. Em 1958, Gumbel llança as bases da moderna
hidrologia estocástica. A partir da década de 70, a Hidrologia passa a contar
com o avanços computacionais, o que levaram ao desenvolvimento de muitos modelos
de simulação
4. DISPONIBILIDADES HÍDRICAS MUNDIAIS
Segundo Lvovich (apud Raudikivi, 1979), a ordem de grandeza e a distribuição das
disponibilidades hídricas no mundo são as mostradas na Tabela 1.1.

Deste total, cerca de 94% é de água salgada e apenas 6%, de água doce. Desconsiderando a
quantidade de água doce sob forma de geleiras, águas subterrâneas e umidade atmosférica,
ínfimos 0,0161% do total da água do Planeta estão disponíveis em rios e lagos (Figura 1.4), os
quais não se encontram eqüitativamente distribuídos sobre todo o Planeta
Figura 1.4 – Água doce disponível em lagos e rios
Para se dar uma pequena idéia da má distribuição espacial da água, cita-se o exemplo do Brasil, que
possui cerca de 12% das reservas hídricas superficiais do mundo, mas com aproximadamente
65% destes recursos concentrados na Amazônia
Questões a se pensar:
1. Por que se preocupar com as várias fases do ciclo hidrológico?
2. Se o estudo da Hidrologia não era importante há 30-40 anos atrás, por que o deveria
ser hoje?
3. Se essa quantidade de água doce nunca foi motivo de grandes preocupações, por que o
seria agora?

5. A ÁGUA E O DESENVOLVIMENTO

A água sempre desempenhou um papel fundamental na história da humanidade. O surgimento


das cidades sempre se deu ao longo os rios. Entretanto, não se tinha a percepção da
importância da água
como hoje, uma vez que sua qualidade e quantidade eram adequadas às necessidades da
época – abastecimento, diluição de dejetos, pesca, geração de energia, entre outros. Como as
fontes hídricas não eram desenvolvidas no limite de sua possibilidades, havia pouco interesse
em se obter dados e conhecimento a respeito de suas capacidades máximas, e assim a
Hidrologia, como ciência, pouco se desenvolveu.
Hoje, o cenário é outro. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o consumo mundial
de água doce dobrou nos últimos 50 anos e corresponde, atualmente, à metade de todos os
recursos hídricos acessíveis. Explorar tais recursos foi o motor do desenvolvimento econômico de
muitos países, sobretudo na agricultura, abastecimento humano e animal, geração de energia,
indústria e transporte.
Porém a competição por água entre tais setores vem degradando as fontes naturais, das quais
o mundo depende. O ciclo natural da água tem sido interrompido ou alterado em regiões
muito artificializadas, como as megacidades.
É consenso geral que a gestão das águas é uma necessidade. E assim, a Hidrologia
ressurge, hoje, como ferramenta indispensável para tal fim, uma vez é a ciência que trata
do entendimento dos processos naturais que dão base aos projetos de suprimento de água.
Só ela pode avaliar como e quanto o ciclo hidrológico pode ser modificado pelas atividades
humanas.
No passado, já existiam estes sinais de desconhecimento da Hidrologia, mas os mesmos só
afetavam pequenas parcelas da população e tinham pouca divulgação. Isto tem mudado
significativamente nos últimos 30 anos. Hoje já se tem o entendimento que a prosperidade e a
sobrevivência da humanidade é função da disponibilidade de água doce e potável e que, a cada ano
nascem mais alguns milhões de consumidores e não é criada, sequer, uma gota d’água a mais no
Planeta.
Os múltiplos usos e usuários disputando um mesmo litro de água e a perspectiva de
demandas ainda maiores no futuro indicam que mais e mais profissionais – e não
somente o engenheiro – necessitam ter conhecimentos de Hidrologia. Somente assim os
tomadores de decisão poderão avaliar as vantagens e desvantagens de cada alteração
proposta no ciclo hidrológico.

Exemplos da falta de conhecimentos de Hidrologia na sociedade moderna:


1. Construção nas planícies aluviais de rios
2. Reservatórios superdimensionados
3. Problemas de drenagem urbana
4. Construção e reservatórios pouco profundos em regiões com altas taxas de evaporação
5. Perfuração de poços secos em regiões cristalinas
6. Problemas de salinização de solos em projetos de irrigação em regiões áridas e semi-áridas

Exemplo concreto 1: o Açude Cedro – Ce


O Açude Cedro foi construído em 1906, no município de Quixadá, Ceará. Exemplo clássico de falta de
conhecimento hidrológico, o reservatório foi superdimensionado, construído com capacidade
de acumulação equivalente a seis vezes seu volume afluente anual. Tendo sangrado pouquíssimas
vezes desde sua construção, a Figura 1.5 mostra uma das ocasiões em que esvaziou
totalmente, em 2001.
Exemplo concreto 2: Inundação em Fortaleza, CE
Figura 1.6 mostra um problema de drenagem urbana característicos das grandes cidades, no caso,
Fortaleza, CE

Figura 1.6--Enchente em Fortaleza, Ce em 1997

6. APLICAÇÕES DA HIDROLOGIA À ENGENHARIA

A Hidrologia não é uma ciência pura, uma vez que o objeto de estudo é usualmente dirigido
para aplicações práticas, sendo assim, o termo “Hidrologia Aplicada” é freqüentemente utilizado.
Eis algumas das aplicações da hidrologia:
- Escolha de fontes de abastecimento de água
- Subterrânea - locação do poço e capacidade de bombeamento
- Superficial – locação da barragem, estimativa da vazão afluente e da vazão a ser
regularizada, dimensionamento do reservatório e do sangradouro
- Drenagem urbana – dimensionamento de bueiros
- Drenagem de rodovias – dimensionamento de pontes e pontilhões
-Irrigação – fonte de abastecimento, estimativa da evapotranspiração da cultura
- Controle de enchentes – dragagem do leito do rio, construção de reservatórios de
controle de cheias

Exemplo concreto 1: cheias e secas no rio Capibaribe


A Bacia do rio Capibaribe, Pernambuco, tem sua história intimamente ligada a
episódios de cheias catastróficas, notadamente na Região Metropolitana de Recife.
Entretanto, nos últimos anos, a cidade vem sendo atingida por uma grave crise no
abastecimento d’água, sendo obrigatório o uso extensivo de carros-pipa. Os quatro
maiores açudes da bacia – Jucazinho, Carpina, Goitá e Tapacurá, representam
cerca de 91% do total acumulado nos açudes mais importantes da bacia e são utilizados
tanto para controle de cheias como para o abastecimento. A operação de reservatórios
com múltiplas finalidades é feita tradicionalmente com a divisão do volume total
armazenável em zonas para o atendimento de seus diferentes objetivos. Na prática, a
divisão consiste em se alocar volumes de reserva para as respectivas finalidades.
Objetivos diametralmente conflitantes, como controle de cheias – que requer que a
parte do volume destinada a este fim permaneça seca para que a cheia possa assim
ser contida – e conservação – que precisa que a água seja efetivamente
armazenada para usos futuros em irrigação e abastecimento municipal e industrial – não são
fáceis de conciliar.
As figuras 1.7 e 1.8 mostram, respectivamente, um esquema da bacia hidrográfica do
rio Capibaribe com seus barramentos construídos ao longo de seu leito, e Recife em um
episódio de inundação.
• água subterrânea Elementos de Mineralogia e Geologia

• CHUVA é dissipada por escoamento superficial + infiltração

• Para uma bacia hidrográfica, vale a seguinte

• onde ∆V  zero, para uma bacia hidrográfica bastante grande e medição

em tempo mais amplo (ano inteiro ou vários anos)

Rios e Lagos

• São alimentados por escoamento superficial e por nascentes de águas subterrâneas

• Morfologia do vale dos rios: planície de inundação (=várzea), Talweg, terraços

• Sedimentos de rios: aluvião, cone aluvial, delta

Morfologia do vale de rios

Planície de Inundação
O nível freático tem uma relação íntima com os rios

Rios Influentes:

o rio poderá secar se o nível for rebaixado,


Rios Efluentes:
abandonando o leito do rio, como é comum
típicos de região úmida
em áreas semi-áridas ou áridas

• O nível de base da grande maioria dos rios éo nível do mar.

• Um rio maduro desenvolve um perfil de equilíbrio.

• Casos de desequilíbrio, por causas tectônicas:

– sobem as áreas onde o rio está instalado, a resposta do rio será a erosão do

próprio leito até atingir novamente o perfil de equilíbrio.

– as áreas continentais descem, a resposta do rio será a deposição dos próprios

sedimentos.

• Vazão de um rio: regime normal, cheias e inundações

• onde Q: vazão (m3/s), C: coeficiente de escoamento (0,1-0,3 para florestas; 0,7-0,95

para áreas urbanas); I: intensidade da chuva (em mm) e A: área da bacia hidrográfica
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

• Aqüífero
As águas subterrâneas são as acumuladas nos poros dos solos e rochas, por
Suspenso
infiltração de água superficial nas zonas de recarga. Poço bem
sucedido
• Os aqüíferos são as camadas ou regiões subterrâneas com fluxo de água.

• Os aqüicludes são aqueles com pouco ou nenhum fluxo.


Poço seco
Poço artesiano• A água subterrânea aparece naturalmente nas zonas de descarga
Aqüitarde
(como nascentes e mananciais), alimentando rios e lagos.
Nível d’água

Nível da pressão de água


do poço artesiano

Poço seco

Poço artesiano

Poço seco

Nível d’água
Zona

Zona insaturada

Poço Nível
D’água

(Winter, 2001) Nivel

D’agua
Cone e
depressão

Nível d’água

Oceano

Cone de
Depressão Água
salgada
Zona de
transição
Contato água doce/água
salgada antes do bombeamento
Subsidência na Califórnia,

devido a bombeamento de

água subterrânea

(Winter, 2001)
ÁGUA NA TERRA

Volume (103 %
3
km )
Rios 1,25 0,0001
Lagos de água doce 125 0,009

Umidade no solo (zona insaturada) 67 0,006


Lagos marinhos e mares internos 104 0,008

Água subterrânea 8.350 0,615

Geleiras (pólos, montanhas) 29.200 2,150

Atmosfera (vapor de água) 13 0,001

Oceanos 1.320.000 97,212

TOTAL 1.357.860 100


Principais recursos de águas subterrâneas no Brasil

Região ou ambiente geológico Aqüífero Volume(k3m3


)

Depósito em rochas cristalinas

a) Rocha fresca Fraturas 80

Regolito 10.000
b) Rocha alterada

Bacia do Amazonas Sedimentos terciários 32.500

Bacia do Maranhão Arenitos e


17.500
conglomerados
Arenitos e basaltos
Bacia do Paraná 50.000
MAPAS GEOLÓGICOS

Camadas Inclinadas

• A atitude de camadas geológicas édefinida por sua direção e mergulho.de

uma camada é a linha de intersecção dos contatos da camada com um plano

horizontal.

• Para determiná-la é preciso identificar dois pontos onde o contato intersecta

a mesma curva de nível: o segmento que une os dois pontos representa a

direção do contato. de uma camada é definido pelo ângulo de máxima

inclinação dos contatos da camada em relação ao plano horizontal.

• É necessário definir o sentido em que a camada mergulha: rumo do

mergulho.

• Para determinar o ângulo de mergulho, deve-se conhecer as cotas de dois

pontos e a distância que os separa (perpendicular à direção). O rumo do

mergulho é perpendicular à direção da camada, apontando para a cota mais

baixa.

Processos Verticais
Precipitação Interceptação Evapotranspiração evaporação Infiltração Percolação

Interceptação Escoamentos na bacia Processos


Em bacias menores a água ao infiltrar percola para o subterrâneo, mas parte do volume
cria caminhos preferenciais que podem gerar fluxos superficiais a jusante;
O fluxo hortoniano é adotado para balanços de bacias maiores ( > 10-15 km 2) onde o
efeito do escoamento sub-superficial fica integrado ao escoamento superficial.

Escoamento em rios e reservatórios


Escoamento dentro de um sistema definido, depende do deslocamento da água ao
longo de um leito definido. Dois efeitos principais : armazenamento e
gravidade/rugosidade (dinâmica do fluxo).

Efeitos Antrópicos
Alterações produzidas pelo homem sobre o ecossistema pode alterar parte do ciclo
hidrológico quanto a quantidade e qualidade da água.
A nível global: Emissões de gases para a atmosfera produz aumento no efeito estufa,
alterando as condições das emissões da radiação térmica, poluição aérea, etc;
A nível local: obras hidráulicas atua sobre o rios, lagos e oceanos; desmatamento atua
sobre o comportamento da bacia hidrográfica; a urbanização também produz alterações
localizadas nos processos do ciclo hidrológico terrestre, contaminação das águas, etc.
Modificação climática
Tópico será abordado em capítulos posteriores
O impacto da emissão de gases pode ser de alteração, além da variabilidade natural
das condições de precipitação, evapotranspiração, radiação solar, etc em diferentes
partes do globo;
Existem a variabilidade natural e a modificação climática, a primeira se refere aos
condicionantes sem efeitos antrópicos e o segundo devido aos efeitos antrópicos
Bacia hidrográfica
Definida por uma seção de rio
Representa toda a área de contribuição superficial que a água escoa por gravidade até
a seção do rio;
A bacia hidrográfica do escoamento subterrâneo pode ser diferente. O erro pode diminuir
com o aumento da bacia ou a escala da informação;
Delimitação gráfica ou através de geoprocessamento;

Bacia hidrográfica
Principais Variáveis
Área de drenagem – A vazão de um rio depende da área da bacia - Q = q. A –
q é a vazão específica (em mm ou l/s/km2 e A ; em km2
Ex. Q médio de 30 m3/s numa bacia de 2000 km2, a vazão específica é q = Q/A = 15
l/s/km2
Comprimento do rio principal: é um indicador da característica da bacia e
indiretamente da área
Declividade média do rio principal – influencia as vazões máxima e mínimas. (Ex
maior declividade maior pico e menor vazão de estiagem)
Densidade de drenagem – maior densidade, maior escoamento e volume de
escoamento.
Desnível.
Caracterização
Área de drenagem de uma bacia (A) : pode ser determinada por planímetro ou por
técnicas de geoprocessamento;

Comprimento do rio principal (L): para cada bacia existe um rio principal. Define-se o
rio principal de uma bacia hidrográfica como aquele que drena a maior área no interior
da bacia. A medição do comprimento do rio pode ser realizada por curvímetro ou por
geoprocessamento;

Densidade de drenagem
D – densidade de drenagem; A - a área de drenagem
Relações entre variáveis
Área e comprimento
L = a Ab

Características da declividade dos rios


Ordem
Horton: os canais de primeira ordem são aqueles que não possuem tributários; os
canais de segunda ordem têm apenas afluentes de primeira ordem; os canais de
terceira ordem recebem afluência de canais de segunda ordem, podendo também
receber diretamente canais de primeira ordem; sucessivamente, um canal de ordem u
pode ter tributários de ordem u-1 até 1.
Strahler: todos os canais sem tributários são de primeira ordem, mesmo que sejam
nascentes dos rios principais e afluentes; os canais de segunda ordem são os que se
originam da confluência de dois canais de primeira ordem, podendo ter afluentes
também de primeira ordem; os canais de terceira ordem originam-se da confluência de
dois canais de segunda ordem
Ordem Hidrograma
Características do hidrograma
Tempo de concentração: é o tempo que a água superficial leva para escoar do ponto
mais distante até a seção principal;
Tempo de pico : é o tempo entre o centro de gravidade da precipitação e o pico do
hidrograma;
Tempo médio de deslocamento da vazão: é o tempo entre o centro de gravidade do
hietograma e o do hidrograma.
Período de recessão: quando termina o escoamento superficial

Efeito das características físicas no ideograma


Bacias radiais com declividade alta possuem tempo de concentração e hidrograma com
maiores picos que as bacias longitudinais
Bacias com aqüífero com volume maior (p.ex. sedimentar) regulariza a vazão de
estiagem, enquanto que uma bacia com pequena profundidade do solo e rocha tende a
apresentar pequena regularização anual
Variáveis que influenciam o hidrograma
Precipitação: distribuição temporal e espacial
Evapotranspiração e interceptação;
Cobertura do solo;
Tipo e espessura do solo;
Relevo e forma: declividade o rio e da bacia, comprimento, área, densidade de
drenagem, etc.
Tipo de aqüifero e formação rochosa.

Efeito da precipitação: distribuição temporal e espacial


Geotecnia

Esta ciência lida com a interferência de obras de infra-estrutura de qualquer


natureza com a sua fundação, seja ela em solo ou rocha. O Engenheiro
Geotécnico atua em projetos de escavação, túneis, compactação de aterros,
tratamentos de fundações, instrumentação de obras, percolação de fluxos em
solos e rochas, contenções entre outros. Esta ciência lida com a interferência de
obras de infra-estrutura de qualquer natureza com a sua fundação, seja ela em
solo ou rocha. O Engenheiro Geotécnico atua em projetos de escavação, túneis,
compactação de aterros, tratamentos de fundações, instrumentação de obras,
percolação de fluxos em solos e rochas, contenções entre outros. A geotecnia
também está ligada à terramecânica, à petrologia e à todos os ramos da
geologia de uma forma geral.

Um profissional especializado em geotecnia está apto a trabalhar em processos


que lidem direta ou indiretamente com o solo.Um profissional especializado em
geotecnia está apto a trabalhar em processos que lidem direta ou indiretamente
com o solo.
Geotopografia

Вам также может понравиться