Вы находитесь на странице: 1из 16

CURSO FORMAÇÃO DE

mediadores de leitura

A LEITURA NO
CIBERESPAÇO E A
Cultura
Virtual
Luana Sousa

12
FASCÍCULO
VAMOS TROCAR o sininho de notificação é atrativa demais
e capaz de seduzir as pessoas de forma
Neste último módulo de nosso curso,
discutiremos as peculiaridades dos leitores
LIKES? jamais vista em outros tempos históricos. em tempos de leituras cibernéticas, refletin-
do sobre suas práticas, peculiaridades e
Mais do que isso, a internet permite ao leitor
O que é isso? / É um livro. / Como se desce proceder a uma rápida gestão do conheci- percepções em um contexto marcado pelo
a página? / Não desce. Eu viro a página. É mento, ao passo em que possibilita a loca- digital e pela conectividade. Não é foco te-
um livro. / É tipo um blog? / Não, é um lização de informação quase que imediata, cer considerações sobre as mudanças nos
livro. / Cadê o seu mouse? Dá para fazer compartilhada em outros tempos e espa- processos de escrita, edição e distribuição
os personagens lutarem? / Não. Livro. / ços. Isso nos leva a indagar sobre a possibi- do objeto livro, mas refletir e apresentar a
Ele manda mensagem? Entra no Twitter? lidade de um novo tipo de leitor, cujas mo- importância do desenvolvimento de com-
Passa vídeos? / Não... é um livro, olha só... petências para lidar com o aparecimento de
dalidades de leitura e escrita são mediadas
/ Letras demais! Bom... E o que mais faz novos usos sociais do livro e das práticas de
por ecrãs, telas e interfaces. “Trata-se de um
esse livro? Precisa de senha? De login? /
deslocamento na experiência fundamental leitura. Além disso, busca-se suscitar as pos-
Não, é um livro! Agora você vai me devol-
de ler e de escrever” (FURTADO, 2010, p. 32). sibilidades de interação entre o incentivo à
ver? / Não. / Tudo bem, estou indo para
a biblioteca. / Não se preocupe. Vou car- Os aprendizes que crescem em uma leitura e as novas tecnologias.
regar a bateria antes de devolver. / Não cultura digital aprendem gestos e habili- Vamos terminar como começamos:
precisa, é um livro burro! (Lane Smith dades, apropriando-se e, ao mesmo tempo, CONECTADOS! Esperamos que a traves-
em É um livro) criando elementos que condizem com as sia desse curso tenha sido tão prazerosa e
diversas formas de interação nesse meio. produtiva para vocês, quanto o foram para
É um livro é uma bem-humorada fábula Com a chegada de novos suportes de infor- todos nós, conteudistas, coordenadores,
de Lane Smith sobre a suposta rivalidade mação, ampliando as possibilidades de uso tutores e colaboradores da Universidade
entre o livro impresso e o digital. Um bur- e acesso, o leitor dispõe de mais dispositi- Aberta do Nordeste da Fundação Demócri-
ro sentado com um computador no colo vos para ler e de mais modos de fazê-lo do to Rocha. Nessa caminhada, percebemos,
questiona ao macaco resmungão o que ele que em épocas anteriores, ampliando, as- em paisagens diversas e coloridas, o terre-
leva nas mãos. O tal objeto desconhecido sim, as possibilidades de leitura e de apro- no fértil, que, bem semeado, poderá nos dar
é simplesmente um livro. Trata-se de uma priação do que é lido. incontáveis frutos. No mínimo, contribuirão
ficção, mas representa bem as mudanças A internet e a progressiva convergência para reduzir a gigantesca desigualdade so-
ocorridas a partir das relações entre tec- das tecnologias digitais, num ambiente de cial existente neste país. Por um Brasil e um
nologia, comunicação, sociedade e novos socialidade em rede, encarregaram-se de mundo melhor, com mais leitura, oportuni-
suportes textuais. tornar viável uma leitura de mobilidade co- dades e vida para todos! Sempre bem-vin-
Em tempos de diferentes dispositivos nectada. A expressão “Ler na Tela” torna- dos à nossa sala de aula virtual:
digitais, como e-books, e-readers, tablet, -se habitual, evidenciando transformações
smartphones, conectados por inúmeras no modo de comunicação na escrita em ava.fdr.org.br
redes sociais e aplicativos, a noção de lei- papel e na escrita virtualizada. Esse con-
tura e suas relações com o mundo midiáti- texto digital tem contribuído para a reflexão
co assumem outras vertentes, linguagens, sobre os possíveis usos sociais da leitura e Ecrãs
gestos e posturas. da escrita em contextos diferenciados. As- superfícies onde se projetam,
A possibilidade de trocar mensagens sim, aqui, convidamos a todos a refletirem reproduzem ou formam
instantaneamente, seguir celebridades, cur- sobre os desdobramentos dessas novas imagens; tela; painel; o
tir páginas de entretenimento ou acionar práticas de leitura no cotidiano das pessoas. mesmo que monitor.

178 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


PARA ALÉM
1.
A LEITURA
DO TEXTO
Os tablets são semelhantes
aos e-readers no tamanho,
CONECTADA: mas possuem diferenças
significativas. As telas dos
GESTOS, LINGUAGENS tablets são coloridas e possuem
outras funções, como recursos
E ESCRITA multimídias, leitor de PDF etc.,
Em meados da década de 1990, a utilização enquanto as dos e-readers
da internet difundiu-se pelo mundo a uma são monocromáticas e não
velocidade muito superior à de qualquer respondem à pressão dos
outro meio de comunicação já visto. A esse dedos. Os e-readers servem
fenômeno convencionou-se chamar de ter- para ler jornais, livros e revistas.
ceira revolução da leitura, que se carac- (FERNEDA; LANZI; VIDOTTI, 2015).
teriza pela leitura em suporte digital e pela
transmissão eletrônica de textos. (CAVALLO;
CHARTIER, 2001).

PUXANDO
PROSA
Estudiosos dessa temática situam
a primeira revolução da leitura
no século XV com o surgimento da
imprensa, e a segunda na última
metade do século XVIII, com a
massificação da oferta de livros e
a passagem da leitura intensiva à
leitura extensiva.

CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 179


Por muito tempo, se pensou que as pes-
soas jamais se acostumariam a ler em um
celular, pois a sua reduzida tela tornaria a
leitura desagradável. Porém, a pesquisa Re-
tratos da Leitura no Brasil (2016) contradiz
essa concepção, quando revela que 56%
das pessoas que leram um livro digital fize-
ram isso no celular ou no smartphone, sen-
do este último o dispositivo mais utilizado.
(CARRENHO, 2016). Pergunta: você usou
muito o seu smartphone para a leitura de
nossos fascículos?

PUXANDO
PROSA
A pesquisa Retratos de Leitura no
Brasil (BRASIL, 2016) é a única
pesquisa, em âmbito nacional,
que tem por objetivo avaliar o
comportamento leitor brasileiro
(para a pesquisa, leitor é aquele que
leu pelo menos parte de um livro nos
últimos três meses).
De acordo com a última edição da
pesquisa (2016), o número de pessoas
que já usaram a internet cresceu de
81 milhões em 2011 para 127 milhões
em 2015. Vale destacar que, entre
os leitores, 81% são usuários da
internet. Esses dados demonstram
que os nossos leitores são os
principais usuários e consumidores
de informação na internet, embora
52% dos internautas a usem para
ler notícias e obter informações. O
número de leitura “tradicional” é
ainda mais baixo na rede: apenas
16% leem jornais, 15% leem livros e
11% leem revistas.

180 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


Afinal, é à leitura que deveremos nos re-
ferir quando pensamos nos ícones do Face-
book, Twitter ou Instagram. Nessas pla-
taformas, a leitura é, aliás, a atividade mais
realizada, evidenciando que “as práticas de
leituras e escrita concretamente assumem
em determinados contextos sociais, e isso
depende fundamentalmente das institui-
ções que propõem e exigem essas práticas”
(SOARES, 1998, p. 75).
Ler em tempos de conectividade pres-
supõe a utilização de novos mecanismos
de leitura, incorporados às tecnologias
para novos textos apresentados em dife-
PARA ALÉM
DO TEXTO
rentes linguagens. Daí a importância do
que chamamos de Letramento Digital.
Apesar do conhecimento da escrita em si
permanecer o mesmo como uma forma
de linguagem, as novas condições de pro-
dução da informação digital determinam O letramento digital implica tanto
outras formas de organização do discurso, a apropriação de uma tecnologia,
novos gêneros, novos modos de ler e de es- quanto o exercício efetivo das
crever (GOULART, 2011). práticas sociais de escrita e de leitura
que permeiam a cibercultura.
(SOARES, 2002). Em síntese, o
letramento digital corresponde
ao processo de desenvolvimento

PUXANDO de competências para localizar


informações no ambiente virtual

PROSA visando à tomada de decisão e à


resolução de problemas.

O que significa ler nos dias atuais?


Estamos diante de novas formas
de leitura ou de novos leitores?
Até que ponto o aparecimento de Cibercultura
novos suportes modifica a nossa fenômeno cultural que surgiu com
relação com a leitura? Será que o uso do computador e das redes
mediar a leitura em formato digital sociais, fruto das novas formas de
pressupõe novas maneiras de relações instauradas pelas tecnologias
incentivar o gosto literário? de informação e comunicação,
marcadas pela comunicação em rede
e de forma virtual.

CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 181


O hipertexto é uma realidade palpá-
vel, possibilitando uma leitura interativa de
textos que misturam imagem e som, entre
outros elementos multimídias. É lido de
forma multilinear e multissequencial (SOA-
RES, 2002), acionando-se links que cons-
troem uma multiplicidade de caminhos na
tela, sem respeitar uma ordem predefini-
da. Almeida (2008) afirma que o leitor-na-
vegador não lê como o leitor de livro por
justamente ter essa facilidade de mudar
rapidamente a leitura, caso não goste.
Estamos chegando à forma de leitura e
de escrita mais próxima do nosso pró-
prio esquema mental: assim como pen-
samos em hipertexto, sem limites para
a imaginação a cada novo sentido dado
a uma palavra, também navegamos
nas múltiplas vias que o novo
texto nos abre, não mais em
páginas, mas em dimen-
sões superpostas que
se interpenetram e que
podemos compor e re-
compor a cada leitura.
(RAMAL, 2002, p. 84)

O leitor, diante das


possibilidades da inter-
net, adaptou o seu modo de
leitura linear para uma leitura
mais flexível, dinâmica e inte-
rativa, já que o hipertexto associa
texto, imagem, audiovisual e som
no ambiente digital. Segundo Lévy
(1999, p. 56), “um texto móvel, calei-
doscópico, que apresenta suas facetas,
gira, dobra-se e desdobra-se à vontade
frente ao leitor”.

182 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


PUXANDO
PROSA
Então, podemos nos perguntar: o que muda nas práticas de
LEITURA com a transposição ou desenvolvimento dos textos para
o formato digital?
Um ponto que merece destaque é o formato de produções textuais
que acompanha os leitores que nasceram e/ou cresceram em uma cultura
digital e colaborativa (os chamados “nativos digitais”), utilizando ícones Alguns estudiosos criticam
(emoticons e sinais gráficos) ou uma escrita abreviada para se comunicar. duramente as abreviações utilizadas
pelos jovens da Geração Polegar
(RHEINGOLD, 2003), enfatizando que
Olá miga. Hoje eh o último dia para inscrição no SISU! as mesmas prejudicam as formas
cultas da língua. Em contrapartida,
Eita, vdd! Ainda bem q vc lembrou! Vlw!
as crianças e adolescentes que
cresceram se comunicando na
internet, nas salas de bate-papo,
enviando e recebendo mensagens
Assim, podemos pensar que a escrita é uma construção simbólica de celular, praticam mais a escrita e
permeada por esquemas linguísticos, constantemente associados às apresentam um formato linguístico
novas demandas sociais. Desse modo, quando aprendemos uma nova único, rico em detalhes e imaginação.
linguagem, estamos apreendendo sistemas de referências do mundo
(FRANCHI, 1992, p. 42).
Tendo em vista que o ato de ler exige do leitor uma ação sobre o
texto, essa prática é constituída por uma série de significados que ultra-
passam a simples decodificação de símbolos. Portanto, ler na tela requer
Geração Polegar
um sistema de convenções diferente daquele que regula a leitura em fo-
expressão cunhada por Rheingold
lhas de papel, assim como uma nova postura do leitor.
(2003), é a geração da tecnologia digital,
dos smartphones, das redes sociais,
Emoticons das tecnologias sensíveis, dos tablets.
palavra derivada da junção dos Para saber mais, leia: RHEINGOLD, H.
termos em inglês emotion + icon é uma Smart mobs: the next social Revolution:
sequência de caracteres tipográficos transforming cultures and communities in
usados para transmitir uma ideia, the age of instant access. Cambridge (MA):
emoção ou sentimento. Perseus Books, 2003.

CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 183


2.
O LEITOR NA ERA
DIGITAL
Você certamente já ouviu termos como Santaella (2004, p. 36), estu-
internauta, nativo digital, navegador, diosa desse fenômeno comu-
blogueiro, youtuber e alguns outros que nicacional e cultural, ressalta
se referem às pessoas que estão sempre que, “fora e além do livro, há
conectadas ou realizam atividades públi- uma multiplicidade de mo-
cas na internet, por exemplo, criar um blog dalidades de leitores. Há o
literário. São palavras que surgiram ou fo- leitor da imagem, desenho,
ram adaptadas com o universo cibernético pintura, gravura, fotogra-
e permitiram criar uma identidade própria fia. [...] hoje, esse leitor das
para os leitores que vivenciam a cibercultu- telas eletrônicas está tran-
ra. Nesse modelo de convergência digital, sitando pelas infovias das
não é mais possível que educadores, biblio- redes, um novo tipo de lei-
tecários, editores, escritores e mediadores tor, imersivo[...]”.
de leitura ignorem a necessária interação É basicamente atra-
com esse público e suas linguagens e textos vés do conceito de leitor
para formar leitores. imersivo que a perspectiva
Os leitores escutam audiolivros, digitam de Lucia Santaella se insere
em seus smartphones, ouvem músicas a em nossa discussão. A autora
partir de aplicativos, veem web séries, leem descreve as novas práticas de
e-books, criam textos literários de autoria leitura imersiva “[...] como uma
individual ou colaborativa e os publicam atividade nômade de perambula-
em redes sociais, tudo isso quase que simul- ção de um lado para o outro, jun-
taneamente, tendo em vista que uma das tando fragmentos que vão se unindo
principais características do universo virtual mediante uma lógica associativa e de
é a velocidade com a qual as coisas aconte- mapas cognitivos personalizados e in-
cem e a execução de múltiplas tarefas. transferíveis” (SANTAELLA, 2004, p. 175).

184 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


PUXANDO
PROSA
Você se considera um leitor digital
porque está lendo este texto num
ecrã? Ou porque participa do
curso on-line e compra o jornal
com o fascículo em papel para ler
em sua casa?

De acordo com a autora, o leitor con-


templativo, meditativo, oriundo do Re-
nascimento, dispunha de um tempo e aten-
ção específicos para a leitura, enquanto o
leitor fragmentado, movente, que tem
sua gênese junto ao aparecimento dos jor-
nais, caracterizava-se como um leitor mais
célere, de fragmentos, de linguagens híbri-
das. Hoje, o leitor imersivo “[...] não mais um
leitor que segue as sequências de um tex-
to, virando páginas, manuseando volumes,
percorrendo com seus passos a biblioteca,
mas um leitor em estado de prontidão, co-
nectando-se entre nós e nexos, num roteiro
multilinear, multissequencial e labirínti-
co[...]”. (SANTAELLA, 2004 p. 180).
É preciso enxergar o universo virtual
como uma oportunidade crucial à for-
mação do leitor, não como uma amea-
ça, pois esse universo traz consigo desa-
fios incontestáveis de aprendizagem que
vieram para ficar, além de colocar à dis-
posição um mundo de informações em
contexto de interatividade.

CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 185


3.
O MEDIADOR DA
LEITURA CONECTADO devem adequar-se às novas configurações to de informações em redes sociais, entre
Afinal, o que muda no processo de incenti- para o aprendizado e, principalmente, ven- tantas outras possibilidades que levem ao
vo e mediação da leitura? Quais estraté- cer as barreiras geradas pelo desenvolvi- domínio dessas tecnologias e à apropriação
gias podem ser empregadas para promo- mento tecnológico, buscando meios de for- do que é lido. Muitas vezes, o usuário das
ver a apreciação literária em tempos de mar leitores na contemporaneidade. redes sociais não otimiza o uso da internet
cibercultura? Sob essas circunstâncias, é imprescin- por falta de conhecimento e incentivo sobre
Nota-se que a inserção da população dível elaborar situações de aprendizagem o que há de maravilhoso nesse universo, a
no âmbito digital exige mudanças nas habi- que levem em consideração o contato sis- exemplo das bibliotecas, arquivos e museus
lidades de leitura, pois estamos nos depa- temático do leitor com o universo vir- virtuais. Dessa forma, é importante que o
rando com novo formato linguístico e visual tual, para aquisição do letramento digital mediador conheça as inúmeras possibilida-
exclusivo da internet, daí a necessidade mediante leituras hipertextuais, linguagens des que o mundo conectado pode oferecer
de um multiletramento. Diante disso, os verbais e não verbais, pesquisas on-line, para serem trabalhadas em sala de aula, bi-
profissionais da educação e da informação criação de blogs, busca e compartilhamen- bliotecas, rodas e oficinas de leitura.

186 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


4.
PRÁTICAS DE LEITURA NO
CIBERESPAÇO
Agora que já refletimos sobre a leitura e o leitor
em tempos de conectividade,, selecionamos al-
gumas práticas e estratégias para incentivar o pra-
zer de ler fazendo uso de recursos multimidiáticos
disponíveis em rede:

#Redes sociais
Nessa categoria, optamos por apresentar o
Youtube como mecanismo para apreciação literá-
ria através de vídeos. O Youtube é uma rede social
e sua principal função é permitir que os usuários
carreguem, assistam e compartilhem vídeos em
formato digital. Vale destacar, que um novo fenô-
meno vem ganhando ampla proporção, principal-
mente no cotidiano do jovem, que é a produção e
compartilhamento de informações através dos
chamados “canais” dessa rede.. Todos os dias,
surgem novos segmentos com diferentes conteú-
dos abordados, como moda, música, beleza, livros
e assuntos aleatórios abordados no universo real.
Um exemplo representativo de mediação literá-
ria na rede é a contação de histórias via Youtube.
Você já assistiu a isso? Os internautas usam a inter-
net para falar sobre as histórias dos livros que estão
lendo ou que gostariam de ler. Fazem a contação de
histórias de um modo por vezes mais descontraído
e descompromissado do que vimos presencialmen-
te nos palcos. O já quase tradicional “joinha” no final
do vídeo vem traduzindo essa realidade das lingua-
gens mediadas no cenário do ciberespaço. Apesar
das particularidades da rede, o uso de vídeos on-li-
ne é uma maneira de apresentar esse espaço como
possibilidades de criação no universo literário, além
de se caracterizar como fonte para conhecer novas
histórias e divulgar novos autores que, muitas vezes,
estão fora do universo das editoras.

CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 187


PUXANDO
PROSA
No universo das redes sociais,
vemos nascer os clubes do livro
(ou clubes de leitura), encontros
literários virtuais, contação de
histórias, oficinas de leitura, blogs
literários e muito mais. Você
conhece ou participa de alguma
dessas práticas no ciberespaço?

#Sites
Para exemplificar esse segmento, esco-
lhemos o blog como ferramenta que permi-
te não só a publicação de conteúdo digital,
mas que propõe mecanismos para o desen-
volvimento da escrita, da leitura e da criati-
vidade. A produção de blogs é bem simples,
cuja estrutura permite a atualização rápida a
partir de acréscimos dos chamados artigos
ou posts, possibilitando que o leitor expres-
se seus interesses de leituras e proporcione
um espaço de trocas informacionais. Essa
prática é uma maneira de ampliar o sentido
de leitura, ao apresentar um novo arranjo
textual e incentivar a interpretação de tex-
tos no formato virtual. Desse modo, o blog
pode surgir no processo de aprendizagem
educacional tanto relacionado à prática da
pesquisa e aquisição informacional como
ferramenta para o desenvolvimento da lei-
tura, da escrita e da criatividade.

188 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


PARA ALÉM QUER CONHECER
DO TEXTO MAIS ALGUMAS
BIBLIOTECAS
Conhecer a BNDigital é uma VIRTUAIS QUE PODEM
excelente oportunidade de ter
acesso a documentos que fizeram
INTERESSAR A VOCÊ?
parte da história do nosso país,
afinal são 1.869.706 documentos de
ANOTA AÍ:
livre acesso. Saiba mais acessando: http://www.dominiopublico.gov.br – aqui
https://bndigital.bn.gov.br/e viaje você vai encontrar obras literárias, vídeos e mú-
nessa aventura. sicas de grandes escritores e artistas brasileiros
e estrangeiros.
http://www.ufjf.br/bibliotecavirtualinfantil
– essa biblioteca visa incentivar a leitura e a pu-
#Bibliotecas Digitais/Virtuais blicação de obras literárias infantis produzidas
por novos escritores.
As bibliotecas digitais, disponibili-
zadas no universo virtual, são uma ótima http://www.brasiliana.usp.br/ – contém
alternativa para acesso a obras literárias, obras de autores brasileiros, digitalizadas e em
principalmente dos clássicos e obras que domínio público.
são de domínio público (gratuitas e que http://www.biblioteca.paulofreire.org/ –
dispensam os direitos autorais patrimo- base de dados que disponibiliza as obras de
niais). Essas ambiências assumem papel Paulo Freire e outros livros, artigos e documen-
importante para a democratização do tos relativos ao grande educador brasileiro.
acesso à leitura em todo o mundo. Além
disso, também são muito importantes para http://www.wdl.org/pt/about/ – Biblioteca Di-
que pesquisadores possam ter acesso a gital Mundial criada pela Unesco, que disponi-
documentos históricos e raros, a exemplo biliza acervos de todas as partes do mundo, em
da Biblioteca Nacional Digital (BNDgital), formato multilíngue.
disponível on-line desde 2006, com o ob- http://www.museudapessoa.net – museu
jetivo de digitalizar e disponibilizar mate- virtual e colaborativo, aberto a todos que que-
riais que compõem o patrimônio e a me- rem conhecer histórias de vida ou mesmo re-
mória cultural do país. (BNDigital, 2018). gistrar a sua.

CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 189


5.
CONCLUSÃO
Finalmente, acreditamos ser importante reafirmar que,
embora o livro tenha evoluído para um fenômeno ainda
mais global, não podemos reduzi-lo ao suporte físico ou
cibernético. Temos que tratá-lo na amplitude do conceito
da produção de conhecimento e das exigências da
Era Digital e suas funções na sociedade. Afinal
de contas, o livro foi e é uma grande ideiaideia,
isso inclui considerar o desenvolvimento de
competências informacionais para o uso e
acesso de conteúdos digitais, bem como
a preparação do mediador para lidar
com esse tipo de informação.
E então, existe ainda alguma des-
culpa para não colocar agora um livro
na mão, a cabeça cheia de ideias e
percorrer o mundo nessa aventura
de ser um(a) mediador(a) de leitura?
Tem muita gente que precisa conhe-
cer você e se encontrar com esse
novo e imenso mundo. E como...

DESAFIO
Que tal você planejar e
executar uma atividade de
mediação de leitura por meio
da internet? Pode ser através
de um blog, um clube de leitura
ou mesmo em uma página no
Facebook. Vamos lá. Tenho
certeza que é só começar para
ganhar muitos adeptos para
dialogar e obter muitas curtidas.
Isso vicia...

190 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE


REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Rubens Queiroz de. O leitor-navegador FRANCHI, C. Linguagem – atividade constitutiva.
II. In: SILVA, Ezequiel Theodoro da (Coord.). A lei- Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas,
tura nos oceanos da internet. 2. ed. São Paulo: 22, 1992.
Cortez, 2008 GOULART, Cecília. Letramento e novas tecno-
BNDIGITAL. Biblioteca Nacional Digital Brasil, logias: questões para a prática pedagógica. In:
2018. Disponível em <https://bndigital.bn.gov. COSCARELLI, Carla Viana; RIBEIRO, Ana Elisa.
br/>. Acesso em: 22 dez 2018. (Orgs.). Letramento digital: aspectos sociais e
BRASIL. Ministério da Cultura. Pesquisa Retra- possibilidades pedagogicas. Belo Horizonte: Au-
tos da leitura no Brasil. Instituto Pró-Livro. tentica, 2005.
2015. Disponível em: <http://www.publishnews. LÉVY, P. Cibercultura. Rio de Janeiro: Editora
com.br/estaticos/uploads/2016/05/zPurbYyLtH- 34, 1999.
cyykd8onwpYk7qz6lopAWUYdDlHbLRAKy1FQW- RAMAL, A.C. Educação na cibercultura: hiper-
dCNf64T4VIOIZAP7BUJAxYsxkbY73VaWp.pdf>. textualidade, leitura, escrita e aprendizagem.
Acesso em: 10 de nov. de 2018. Porto Alegre: Artmed, 2002.
CAVALLO, Guglielmo e Chartier, Roger (1997), RHEINGOLD, H. Smart mobs: the next social
Histoire de la lecture dans le monde occi- Revolution: transforming cultures and commu-
dental, Paris, Seuil. nities in the age of instant access. Cambridge
CARRENHO, Carlo. O que os livros digitais repre- (MA): Perseus Books, 2003
sentam para o aumento da leitura? O que diz a Santaella, Lucia (2004), Navegar no ciberespaço:
Retratos da Leitura sobre quem lê nesse supor- o perfil cognitivo do leitor imersivo, São Paulo,
te? In: FAILLA, Zoara. Retratos da leitura no Paulus, disponível em http://www4.pucsp.br/~l-
Brasil 4. Rio de Janeiro: Sextante, 2016. braga/fs_epap_cult.htm.
FERNEDA, Edberto; LANZI Lucirene; VIDOTTI, FURTADO, José Afonso. Os livros e as leituras -
Silvana. O uso da voz e dos dispositivos móveis novas ecologias da informação, Lisboa: Livros
em narrativas orais em bibliotecas escolares. In: e Leituras, 2010
BORTILIN, Sueli; SANTOS, João Arlindo dos; SIL-
SOARES, Magda. Letramento. Um tema em
VA, Rovilson José da. Mediação oral da infor-
três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
mação e da leitura. Londrina: ABECIN, 2015.
____. Novas Práticas de Leitura e escrita: Le-
tramento na Cibercultura. Educ. Soc., Campinas,
vol. 23, n. 81, p. 143-160, dez. 2002.

CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 191


Luana Ferreira de Sousa (Autora)
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal do Ceará (UFC), é especialista em Alfabetização e Letramento pela Faculdade de
Educação São Luís (FESL) e professora da Prefeitura Municipal de Fortaleza (PMF). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em
Formação e Prática Docente

Rafael Limaverde (ilustrador)


É ilustrador, chargista e cartunista (premiado internacionalmente) e xilogravurista. Formado em Artes Visuais pelo Instituto Federal de
Educação, Ciências e Tecnologia do Ceará (IFCE). Escreve e possui livros ilustrados nas principais editoras do Ceará e em editoras paulistas.

Este fascículo é parte integrante do Programa Fortaleza Criativa, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha e a Secretaria Municipal da Cultura
de Fortaleza, sob o nº 05/2018.
Todos os direitos desta edição reservados à: EXPEDIENTE: FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) João Dummar Neto Presidente André Avelino de
Azevedo Diretor Administrativo-Financeiro Raymundo Netto Gestor de Projetos Emanuela Fernandes
Analista de Projetos Tainá Aquino Estagiária UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Viviane Pereira
Fundação Demócrito Rocha Gerente Pedagógica Luciola Vitorino Analista Pedagógica CURSO FORMAÇÃO DE MEDIADORES DE LEITURA
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora Raymundo Netto Coordenador Geral e Editorial Lidia Eugenia Cavalcante Coordenadora de Conteúdo
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Emanuela Fernandes Assistente Editorial Amaurício Cortez Editor de Design e Projeto Gráfico Marisa
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271 Marques de Melo Diagramadora Rafael Limaverde Ilustrador
fdr.org.br ISBN: 978-85-7529-893-0 (Coleção)
fundacao@fdr.org.br ISBN: 978-85-7529-905-0 (Fascículo 12)

Apoio Realização

Вам также может понравиться