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Manhas Rasgadas...

Os primeiros seis meses do Blog Simulações.

http://simulacros.wordpress.com

Thales de Souza Barreto


Primeira Parte.
Poesias.

FEVEREIRO
Sábado, 10 de Fevereiro de 2007

Eu tenho um desses amores doces...


Amores estranhos... Amores bandidos...
Amo essa sua boca pequena
Seus olhinhos tristes
Seu cabelo desarrumado
Suas mordidas...
Te amo minha menina
Te amo minha criança
Te amo meu bebê
Amo essa sua cara ingênua e sedutora
Amo suas pernas... Curtinhas é verdade...
Esse seu olhar apavorado e provocante
Amo suas confusões
Sei que me ama...
E que nos deixem em paz.

Thales Barreto

Sábado, 10 de Fevereiro de 2007

Me beija
Me beija
Me beija
Deixa eu morrer assim
Na tua boca
Sentindo o teu gosto
Tua face vermelha...
Quente
Deixa eu morrer assim
Deixa eu sentir teus lábios
A doçura e o amor na tua boca
Deixa eu sentir no seus braços o abrigo que preciso pra matar minha solidão
E deitar sobre seus seios e ali repousar...
Sonhar com um mundo de amores...
De sonhos...
Deixa eu dormir enrolado na suas pernas...
Deixa eu sentir você
Deixa eu sussurra no seu ouvido todo o amor que sinto por você
E quando morrer... Que suas lágrimas seja aparadas pelo meu corpo... e sugado pela
minha pele
Deixa eu morrer... E virar o solo onde você passa...
O chão que você pisa...
Eu te amo... Não me recuse mais... Não me abandona... Não deixa essas palavras morrer
comigo... No espaço e no tempo...

Thales Barreto

Sábado, 10 de Fevereiro de 2007

Entre rosas e outros tipos de pequenas flores encontro você.


Seu sorriso largo e seus olhos pequeninos fechadinhos.
Seus dentes brancos cercado por uma linda boca.
As suas unhas vermelhas e seus dedos claros.
Seu cabelo colorido ou negro...
Curto ou comprido...
E seu cheiro inconfundível.
Seu pé pequeno e seu coração gigante.
Suas mãos delicadas com unhas lindas, com dedos lindos, com formas secretas.
Onde você está
As coisas são mais lindas
De peso desprezível, de amor maior do mundo.
De carinho incalculável.
De felicidade contagiante e de tristeza calada.
Seu silêncio me mata. E essas pequenas coisas difíceis de entender...
Em uma menina mulher...
Linda e admirável... De mil coisas que não falei.
E de só uma coisa que posso definir... Meu amor por você é maior que os adversários
dele...

Thales Barreto

MARÇO
Domingo, 18 de Março de 2007
Passado a limpo
Vivo no meu paralelo...
Cheio de flores, cadernos, canetas...
Penso no meu amor que nunca vem...
Na minha vida que aos poucos se vai...
Amores, solidão...
Tenho uma vida imperfeita...
Sou um posso de mágoas, de erros
Sou um defeito... Sou vários...
Amo quem me despreza, desprezo quem me ama...
Já quis me acabar... Quem sabe?
Ainda respiro... Bebo...
Ainda pulo, escuto rock, MPB, samba...
Estudo...
Não durmo, nem deixo dormirem...
Quero festa, fazer rirem, pularem...
Queria ser feliz... Mas...
Isso é um detalhe que tenho que esconder
No fundo... Não sou nada, além de erros.
Thales Barreto - 18.12.2004

Quinta-feira, 22 de Março de 2007

Rosa congelada.
Rosa congelada. Coração Partido.
Rosa congelada. Sonhos esquecidos.
Rosa congelada. Frio na pele.
Rosa congelada. Te amo.
Rosa congelada. Os dias passam.
Rosa congelada. Sinto sua falta.
Rosa congelada. Mais um beijo.
Rosa congelada. Sinto seu gosto.
Rosa congelada. O tempo.
Rosa congelada. Amores roubados.
Rosa congelada. Seu calor no inverno.
Rosa congelada. Sentimentos perdidos.
Rosa congelada. Sonhos aquecidos.
Rosa congelada. Sangue pulsante.
Rosa congelada. Cabeça pensante.
Rosa congelada. Você distante.
Rosa congelada. Num futuro próximo.
Rosa congelada. Você e eu juntos.
Rosa congelada. Eu e você.

Thales Barreto / Março de 2007

Quinta-feira, 15 de Março de 2007

Recomeçar
Reconstruir
Reconstituir
Reerguer
Reiniciar
Amar novamente
Lutar novamente
Voltar.
Recomeçar é mudar o que está errado
Mantendo o que sempre te fez feliz.
É não deixar que as dores do passado vençam a vontade de amar
A vontade de ser feliz.
A vontade de estarem juntos de novo.
Recomeço
Reconstruo
Reconstituo
Reinicio
A minha caminhada não terminou
A nossa caminhada não terminou
Esperança e fé
Desejo e vontade de te amar.
Mais uma vida.
Mais um século.
Mais uma vez.
Eu te amo.

Thales Barreto

ABRIL
Terça-feira, 10 de Abril de 2007

Olhares...
Corpo nu de cicatrizes gigantes
De tatuagens incolores
Metal escondido perto do céu
Lugar onde quero repousar
Olhos que vigiam meu olhar fixo
Observo suas perfeições
Seus seios e seu pescoço
Sua boca e seus dentes
Seu cabelo e seu rosto embriagante
Desejo cada milímetro de você.
Por apenas um sonho.

Thales Barreto
Abril / 2007

Segunda-feira, 2 de Abril de 2007


Para Italiana...
Um dia estava numa reunião de pauta na Cyberfam quando a minha colega Francesca viu minha letra na
agenda e pediu um texto pra eu escrever para ela. Era em tom de brincadeira, mas como gosto de escrever
aí está o texto. Espero que gostem:

E das coisas que existem nesse mundo,


Qual delas você entende?
Qual dos seus sonhos você vai atrás?
E de quais você já desistiu?
Amores perdidos
Pecados realizados
Vidas amarradas
Saudade...
Novas dores e novas paixões
Recomeço...
A esperança mora no amanhecer
Ela renasce todo o dia
Nas tuas mãos, finas e claras
No desejo de paz
E felicidade

Thales Barreto – 02. Abril. 2007


MAIO
Terça-feira, 1 de Maio de 2007

Observo seus olhos que com a claridade se mostram mais claros. Mais azuis do que a
noite.
Observo seu sorriso, seu lábio fino ao sorrir.
Observo suas mãos nem grandes nem pequenas. Mãos. Apenas. Perfeitas como você.
Suas pernas. Sua coxa. Minhas confusões.
As ruas limpas. As pedras. O seu cabelo.
Meus desejos silenciosos. Meus desejos.
Coisas que talvez não devesse querer.
Coisas que não existem além de minha mente.
Coisas e mais coisas que não sei.
Coisas que desconfio de mim mesmo.
Coisas que não acredito em mim.
Apenas você. Apenas a imaginação da minha cabeça doente.
A próxima esquina trará alguma resposta.
Terei certezas ao dobrar a vida.

Thales Barreto
Maio/ 2007

Quinta-feira, 3 de Maio de 2007

Quando olhei pra frente vi sua cara linda.


Sua beleza me encanta. Toda a tarde busco encontrar você.
Sei onde deve estar à noite.
Preciso saber o gosto dessa boca.
Lábios de belo sorriso.
Tua perna cruzada.
Palavras que você usa e me confundem.
Sua fragilidade misturada com uma personalidade marcante.
Me diga como faço pra conquistar tudo isso.
Como faço pra sentir seu cabelo e seu perfume.
Sua boca seu, gosto?
Queria você do meu lado não só por uns minutos.

Thales Barreto
Segunda-feira, 7 de Maio de 2007

Contra Manual
Já li milhares de manuais de vida. Modos de como agir em situações de crise. O que
devo e não devo fazer. No que devo acreditar cegamente e no que devo me manter
distante. Já me disseram que sentimentos não nos tornam donos das pessoas, já me
disseram para aproveitar mais a juventude. Me criaram ilusões e mundos perfeitos.
Pessoas que devia seguir e não me preocupar. Ser honesto, fiel, sincero, companheiro.
Ser amigo dos meus irmãos e conhecer mais meus pais. Agora vidas, destinos quem
escolhe são seus donos. Não se julga vidas. Faço aos outros o que gostariam que
fizessem pra mim, por isso sou justo num mundo injusto. Se me machuco e sofro é
porque manuais são lidos e não são seguidos. Nem sempre o bom é o melhor e
experiência não é conquistada com a idade, mas com observações do mundo. Manuais
não são seguidos porque deles se espera a perfeição e uma hora vamos falhar.

Thales Barreto

Segunda-feira, 7 de Maio de 2007

Cabelos negros contrastando com um manto branco.


Pele avermelhada devida a timidez apaixonante.
Sutileza impressionante.
Olhos escuros e olhares inspiradores.
Boca rosada.
Sorriso encantador.
Voz suave e mãos...
Mãos delicadas como ela.
Menina linda será que sabe de sua beleza?
Talvez sua timidez seja mais um feitiço de sua magia.

Thales Barreto

Quarta-feira, 9 de Maio de 2007

O sorriso.
Os dentes
Os lábios.
Os olhos castanhos.
A sobrancelha.
O cabelo.
O rosto e sua cor delicada.
Sua fala discreta.
Sua presença encantadora.
Suas palavras.
Seus escritos...
Seu único defeito é amar o vermelho.

Thales Barreto

Domingo, 13 de Maio de 2007

Vomitei poesias e engoli sonhos.


Já inventei milhres de beijos pra milhares de bocas.
Já sonhei vidas do lado de várias pessoas que acha possível.
Já morri tantas vezes que nem sei se estou vivo.
Já me apaixonei tanto que só sei viver de amor.
Vomitei poesias e engoli sonhos.
Me cortei com palavras apaixonadas.
Morri de tédio em declarações de amor.
Queria pegar um trem e sumir, evaporar.
E esse amor que quero e não sinto.
Esse amor que peço em silêncio e nem olhares recebo.
As vezes acho que quero um carinho que ninguem tem pra me dar.

Thales Barreto
Maio/ 2007

Terça-feira, 15 de Maio de 2007

Outra noite
Páginas em branco
Gritos, pequenos barulhos
Os nossos gemidos
Os lencóis desarrumados
Nossas bocas, seu cabelo.
Sonhos, lâminas, amores.
O que sem amor vale?
Até a dor de um ex-amor
ajuda a te reerguer.
A noite termina apenas no
beijo. Os olhos se fecham.
Amanha será outros os amantes.

Thales Barreto

Quarta-feira, 16 de Maio de 2007

Olhos castanhos às vezes esverdeados


O contorno da boca e a perfeição do nariz
As maças rosadas. O lindo cabelo e a franja
O pescoço delicado e cheiroso.
Os ombros, braços e as mãos fortes
O peito... Coisas que ainda não sei.
As costas macias e ainda não marcadas.
Pernas... Frente e verso
Para eu explorar
Pés no coturno que duro demonstra a personalidade
Forte e a doçura
De meu novo amor...

Thales Barreto
Abril/ 2007

Sexta-feira, 18 de Maio de 2007

Num dia de tédio


Acho que vou morrer num dia de tédio como esse...
Onde tudo que mais quero é ocupação pra mente.
Alguma coisa pra criar, inventar, fazer...
Alguma pessoa pra ama.
E um sonho pra viver.
Queria um mundo só pra eu mudar...
Um amor só pra eu viver
Um gato só pra ouvir ronronar
E uma boca pra beija.
Queria idéias minhas.
Lutas próprias e carinhos
Só pra mim
Queria viajar... Conhecer o mundo
E não perder tempo...
E também não queria morrer num dia de tédio... Como esse...

Thales Barreto Maio/ 2007

Domingo, 20 de Maio de 2007

Caderno de espinhos
Caderno de espinhos
Antigos amores
Caderno de espinhos
Velhas poesias
Caderno de espinhos
Novos amores
Caderno de espinhos
Preciso de ar
Caderno de espinhos
Você não voltou
Caderno de espinhos
Velhos desejos
Caderno de espinhos
Mentiras
Caderno de espinhos
Sangrando
Caderno de espinhos
Novas poesias
Caderno de espinhos
Já te esqueci
Caderno de espinhos
Um sonho
Caderno de espinhos
Livro de espinhos...

Thales Barreto
Maio/2007

Segunda-feira, 21 de Maio de 2007

Linhas...
Já derramei muitas lágrimas. Gritei. Berrei seu nome em desespero. Quis o silêncio pra
sentir a morte mais perto. Quis sentir uma dor maior logo após não ter mais sua boca
pra beijar e seus cabelos amarelos pra alisar. Minhas mãos não sabiam achar outra coisa
se não seu corpo e hoje estão vazias. Sem você por perto. E por mais que isso seja
dolorido pra mim o sorriso que tenho em meu rosto não é falso. Ele que tinha
desaparecido depois de suas atitudes está voltando. Queria saber qual a sua reação
quando soubesse de meu sucesso. Tenho me exposto mais. Vivido mais. E melhor.
Sinto a sua falta pra me esquentar na cama nas noites frias. Mas tenho te substituído
pelos meus animais de estimação. Minha gata tem me acompanhado nas minhas
jornadas. Ela que você tanto desprezou é quem ocupa seu lugar nas promessas de me
acompanhar. E é ela quem tem feito a missão que você não soube cumprir. É ela quem
tem feito eu sorrir todas as manhas e dizer que cada segundo depois de você vale muito
mais a pena. Depois que você saiu da minha vida. Ela retomou seu caminho de
felicidade. Dedico a você apenas boa sorte. Porque estou muito bem. Estou melhor do
que quando me encontrou. Não estou perdido estou muito bem tratado. Em outros
braços e longe de você.

Thales Barreto

Sexta-feira, 25 de Maio de 2007

Risquem as manhas dos meus dias.


Prolonguem a noite.
Digam que nunca amei.
Que fui cruel, mau.
Revelem apenas minhas fraquezas.
Minhas infidelidades.
A certeza que tudo acaba mau
E que sorrisos são sinais de burrice
por que só existe dor entre as pessoas.
Eu nunca amei. E sou feliz por isso.

Thales Barreto
Maio/200

Sexta-feira, 25 de Maio de 2007

Aprendi com você que desprezo é lembrança.


E que amor é frescura.
Das maiores dores que tive você foi a mais fútil delas.
Hoje ando sorrindo, amando mais.
Mil garotas já me amaram
Você é a ultima da lista
É a pior de todas.

Thales Barreto
Maio/ 2007

Segunda-feira, 28 de Maio de 2007

O se apaixonar no primeiro
olhar e acreditar que pode dar
certo sem mesmo saber seu nome.
Na parada de ônibus nossos olhares
se cruzam. Seu cabelo e teus olhos,
um azul claro gritante, me chamam
a atenção. Sentado ao seu lado
observo a mão pequena e as
unhas grandes. Os anéis e os
sonhos. O seu rosto de menina
precisando de amor e proteção
e eu tão sozinho. Desejos. Nossos.
Conversamos nos intensos olhares.
Te desejo sem saber nada de você
apenas que seu olhar fala com o
meu de uma maneira embriagante.
Te amo.

Thales Barreto

Segunda-feira, 28 de Maio de 2007

As rosas... As rugas e as flores.


Nossos beijos e os sonhos.
Os desejos, os sentidos. Teus olhos.
Nossa boca e nossos beijos.
O destino na palma da mão.
A felicidade de estar com você.
As palavras sussurradas em seu ouvido...
O gemido, nossos corpos...
A confusão do prazer...
Amanhecer com você em meus braços...

Thales Barreto

Quarta-feira, 30 de Maio de 2007

Texto Negro: Obsessão


Verdes... Vermelhos
Amarelos. Lua cheia
O brilho da lua ilumina meu rosto
Penso em você sua franja. Seu cabelo
Desarrumado de paixão.
Nos seus lábios mordidos
Nos teus dentes retos
Na face em tua mão.
Carne com carne
Olhos nos olhos Tesão
Sussurrando paixões que não existem.
Corpos suados sujos
Chocolate. Mordidas. Fogo. Oração.
Reviram-se mentes, línguas.
Mãos perdidas e confusas.
Busca-se o ponto, o piercing.
Unhas na medida do prazer.
Lábios da cor do pecado, do desejo.
Do tamanho do vermelho.
A convulsão dos corpos.
O máximo no olhar.
Desperto de cara pra tua foto e suspiro.
Angel.

Thales Barreto
Abril / 2007

Quarta-feira, 30 de Maio de 2007

Neurose
Deixo marcas de dentes em seu corpo.
Seus gritos, gemidos, sussurros fazem meu corpo tremer.
Beijos deslavados, descordenados, enlouquecidos.
Cabelos puxados... Olhares de desejo
O calor cerca nossos corpos
Sinto seu cheiro, seu gosto em minha carne...
Minha boca procura cada milímetro de você
E perdido me entrego apenas aos instintos.
Loucos. Febris. Apaixonados... Indecentes.
Menino mau e menina má. Par perfeito.
Par que os olhares inocentes apontam como santos.
De perto dois demônios.
Que na cama ou em qualquer lugar fazem maldades.

Thales Barreto
Abril/ 2007

Quinta-feira, 31 de Maio de 2007

Não sei
Te amo e não sei quando começou
Não sei se foi no primeiro beijo
Na catedral iluminada de laranja
Não sei se foi na primeira vez que te vi
Ou se foi agora
Embora à distância ainda
Sinto suas costas macias
Na palma das minhas mãos
Seu perfume, seu sorriso...
Encabulada de tesão.
O rosto corado e os olhos brilhando
A voz suave falando de coisas da vida
As mãos exatas... A paixão
O permitir carinho...
A doçura selvagem...
Mil formas de amar você.
Thales Barreto – Abril /2007

Quinta-feira, 31 de Maio de 2007

Venho procurando respostas


Para as perguntas que já nem sei.
Venho buscando abrigo
Em corações desconhecidos
Já tive mais medo, mais frágil
Exagero sentimentos
Amores, mortes, dores...
Busco paixões verdadeiras
De quem nem sei.
E a necessidade louca de amar
De carinho... De busca
De mim, do que não sei...

Thales Barreto – Maio /2007

JUNHO
Segunda-feira, 4 de Junho de 2007

Musas...
Seu sotaque e seus olhos cor de mel...
A atenção... A dedicação...
A alegria... Meu amor
Quero provar sua boca
E me perder em seus olhos.
Quero percorrer o Brasil
Nas curvas do teu corpo...
Estados e mais estados
O amor e o pecado...
Desejos de um iniciante
Você o amor do resto
Do meu tempo...

Thales Barreto – Junho/ 2007

Segunda-feira, 4 de Junho de 2007

Musa...
As formas perfeitas e os olhos cor de mel.
O cabelo negro e belo.
Como adjetivar a perfeição?
Como não se intimidar diante de tanta maravilha?
Não tem como não se encantar ao ser atingido
Pelo ar que você respira.
Não te amar seria um ato imperdoável.
E como conquistar tão belo ser?
Como sentir seus lábios?
Nem milhões de palavras te descreveriam
Tão bem quanto a PERFEIÇÃO.
Agradeço a Deus por poder te admirar...

Thales Barreto – Junho/ 2007

Segunda-feira, 11 de Junho de 2007

Ilusões...
Varro o mundo
Cruzo estradas
Atravesso cidades
Varo madrugadas
Busco no lixo amores
Amores desperdiçados
Vou atrás do sorriso
Idiota de criança
E te encontro...
Deitada na cama
De outro...

Thales Barreto – Junho /2007

Segunda-feira, 11 de Junho de 2007

Sentidos
O Exagero e o doce
O amargo do sangue
O gosto da boca
Paisagem pro olhar
A pele nua
O sexto sentido
Os corpos em um só.
O calor...
O lábio mordido
E as unhas nas costas
O desejo e os sonhos
O fogo... Vermelho!
Amores depois do amanhecer.

Thales Barreto – Junho /2007

Domingo, 17 de Junho de 2007

Coisas...
Sol que nasce torto
A manha dos apaixonados.
Toda a noite é dos desesperados.
A escuridão vazia e cega do amor.
A bala perdida que encontra o peito
As pequenas crianças africanas
O maldito sol que arde.
Terras sempre prometida
Vaga ilusão de céu,
Vago sonho de amor.
Fé no que sentimos.

Thales Barreto - Junho/ 2007

Domingo, 17 de Junho de 2007

Especial
Queria te abraçar... Sentir a tua mão... Tua boca...
Teu peito batendo acelerado...
A delicadeza da tua pele...
Ver no fundo dos teus olhos a alma doce
De quem quer descobrir o mundo...
E de quem precisa só de um abraço apertado...
Por segurança...
Queria ver o seu sorriso abrindo calmamente...
E ficar admirando seu dormir...
Após beijos e sonhos...
Queria a eternidade do seu lado...
Te amo.

Thales Barreto - Junho/ 2007

Segunda-feira, 18 de Junho de 2007

Palavras...
Respirar o ridículo da vida. Mil formas. A mão sobre a face. O carinho. Atenção. Dores
delicadas do parto. Perto do seu olhar fixo. Nasce a esperança... Chorando.

Thales Barreto - Junho/ 2007

Segunda-feira, 18 de Junho de 2007

Do ato de esperar
Sempre espero amores sinceros...
Amores sinceros das bocas que beijos...
Das bocas que olho...
Dos olhos que passam por mim...
Pelos meus olhos...
Espero amores impensados...
Espero carinhos de um ditador...
Espero beijos de uma musa imaginária...
Espero... Talvez nao tenha calma...
Mas pro amor... Espero sempre...
Te amo.

Thales Barreto - Junho/ 2007

Terça-feira, 26 de Junho de 2007

Lua..
Lua...
olhos negros
rosto encantador redondo... feliz
os dente de linhas retas
E a boca que me atiça
Braços longos, brancos
meu mundo em suas mãos cuidadas...
Cuidando de meu corpo...
Te abraço com meus braços magros
Aperto seus corpo...
Sinto medo de me perder em você
Em sua magia... Em suas confusões
Já não sei mais onde estou...
Só sigo os redondos olhos negros...
Delírios.

Thales Barreto - Junho/ 2007

Quinta-feira, 28 de Junho de 2007

Esses olhos negros de olhares duvidosos


De coração doce e de palavras inteligentes.
Olhos de interrogação assustadora
De uma paixão, de um desejo ensurdecedor.
De uma timidez reveladora
De um amor que eu não tenho.
Pele macia, clara. Doce de ver.
Pernas... Mãos... Cabelos...
Um sorriso encabulado
Deslumbrante.
Seu corpo deitado ao luar...
Sonho... Iniciante...

Thales Barreto – Junho/ 2007

Sexta-feira, 29 de Junho de 2007

Não Matarás!
Não matarás!
“Homem é espancado até a morte em Passo Fundo”
Não matarás!
“Menino é arrastado sete quarteirões no Rio de Janeiro”
Não matarás!
“Casal é morto na frente do filho de sete anos”
Não matarás!
“Adolescente de 19 anos é morto a facadas em São Paulo”
Não matarás!
“Rio: quatro jovens são mortos dentro de condomínio” (Terra – Polícia)
Não matarás!
“Francês é morto em bairro Paulista”
Não matarás!
“Mulher é morta a facadas no Rio”
Estamos ou não perdidos?
Boa Sorte.

Thales Barreto

Segunda Parte.
Textos.
Outubro / 2006

Sexta-feira, 20 de Outubro de 2006


Questão de amor

Assim como todos os dias ele fez de novo. Levantou, saiu de casa rumo ao
trabalho e deixou-a lá, abandonada. Seus cabelos loiros curtos na altura do ombro, sua
pele clara e seus lábios rosados repousavam. Ao abrir seus olhos suaves nada encontram
no quarto a não ser um pequeno bilhete. “Os dias que passeia aqui foram os suficientes
para comprovarem que nada sei de mim nem de você. E as palavras que um dia te disse,
hoje já não fazem mais sentido, pra nem um de nós dois. Não preciso mais torturas
minha mente achando que um dia saberei de tudo que nos envolve. Nada mais faz
sentido.” Em um instante seu coração que batia suave, acelera, descontrolado,
desordenado. Ele havia saído fazia pouco tempo, mas já estava faltando. Parecia que seu
desaparecimento havia ocorrido há muito tempo, mas na verdade eram apenas horas.
Quando foi que tudo terminou? Um dia isso será que começou? Seus olhos azuis e
claros logo ficaram vermelhos e as lágrimas começaram a rolar.
O dia passou sem mais sentimentos, as horas iam corroendo suas energias. Pés
descalçados, olhos fixo num quadro parado. Em uma mão um copo, dentro dele o
sangue dos deuses, no outro um relógio. Presente dado pelo homem que fugiu, e deixou
vagas respostas para seu sumiço. Terminava uma relação e a única coisa que ela se
perguntava era, Havia começado? Porque tantas guerras de sentimentos, tantos egos
colocados à prova, tanta força por disputas por domínios se o que restava agora um
relógio e garrafas quase vazias? E o amor? Onde foram tantas juras tantos carinhos se
hoje nem mais os olhos se cruzam.
Já era madrugada quando decidida a mudar a historia de sua noite ela decide
levantar sair daquele lugar buscar abrigo. Mesmo sem condições depois de litros e litros
ingeridos ela sai. Pega seu carro e volta para casa de seus pais. Nessa hora ela está
irreconhecível. Seu rosto desfigurado pela bebida e pela dor que toma conta de seu
corpo, seus sentimentos desaparecidos. Completamente desiludida ela aparece em frente
de seus pais. Nada é como era antes e ela novamente chora. Seu destino estava nas mãos
de um sujeito que nem do destino dele sabia cuidar. O sono justo é a saída, amanha será
mais um dia. O sol nasceu, os pássaros cantam abafados pelos motores nervosos de
mais um dia na cidade grande. Cimento, cinza e sem coração. As flores desapareceram,
as pessoas que um dia aqui moraram agora são máquinas e a menina apaixonada só sabe
que perdeu o amor que nunca teve por não saber ser ela. Sem sua identidade, sem ser ela
acabou sendo dois, a vida toda.

Thales Barreto

Março
Terça-feira, 20 de Março de 2007
Você já teve vontade de desistir?

Um sonho esbarra em regras. Esbarra em erros. Futuros são decididos entra A e


E, e você tem que saber qual esta certa. Papeis frios, máquinas geladas selam seu
destino. Não importa o que você pensa (se você pensa) importa a marca que você fez. O
urubu apenas observa você... Sua sorte pode ser se jogar do alto de um prédio e morrer
junto com seus sonhos, seus ideais. Tem horas em que você não pode ser único, ser
exclusivo. Existem momentos que tudo parece difícil. Você é jovem demais para saber
o que é realmente difícil. Daí esbarra em você, nas suas limitações seus defeitos.
Voltamos pro alto do prédio... Vai se jogar ou vai preferir quebrar a cara num outro
momento? Afinal acontece sempre. Você precisa quebrar a cara, dar sangue. Posso dar
um conselho a seu filho? Não sonhe! Sonhos são para os fracos, sonhei a vida toda...
Agora apenas penso no que não fui, nas minhas frustrações e nos meus desejos não
realizados... Em tudo que podia ter sido e por burrice ou panaquice não fui. A única
coisa que sou nessa vida é mortal! Do resto ainda traga sonhos, embora já esteja perto
do fim trago eles comigo... Um louco, idiota como eu ainda não aprendeu que não se
deve sonhar... Agora to no alto do prédio novamente... E tenho medo de pular...

Thales Barreto – 26/06/2005

Sábado, 17 de Março de 2007


Se eu morrer não chore não, é só a lua

Era a imagem do que não era. Sorriso da alegria que faltava. Da felicidade
perdida nas mudanças que sua vida lhe pregou. Pronta pra esquecer o que estava
vivendo. Ele também estava sorrindo. Seu coração sangrando e seus lábios entre
abertos. Dentes a mostra. Sorriso que havia perdido com a solidão que tomava conta de
seu tempo.
Prontos pra festa. Amigos, pessoas, novas canções. Lembranças de um amor que
eles têm e queria não sentir mais. Você vai lembra, sim... Você vai lembrar de mim...
Os olhos se fecham e por um instante os dois voltam no tempo. Voltam há pouco
tempo, onde carinhos e palavras de amor eram trocados sem restrições. Hoje se luta
contra o que se sente em nome de uma coisa que não se têm. Solidão amiga do peito...
Dias em casa sem nada pra fazer. Sonhos guardados no fundo da mente. Falta carinho.
Consolo para a perda temporária de esperança. Tudo acabou. Tudo se foi. Menos a
vontade incontrolável de mudar as coisas. De sorrir verdadeiramente.
O futuro é um quarto escuro... E nossa mente é a luz dessa escuridão. A força de
nossos sonhos nos leva pra frente. Motivada por desejos e por amores. Amores que
temos. Amores que somos. Você não ligou quando eu disse para ter cuidado E tinha
razão você precisa ser livre... Liberdade subjetiva. Pra que tanta liberdade se seu
coração está preso no passado? Se sua vida está no passado? Se seu coração não segue
suas atitudes. E contrário a tudo sangra. Eu não entendo a sua volta Eu não entendo a
sua indecisão Num dia sou o seu grande amor No outro dia não, não, não... Os olhos se
fecham agora para dormirem. E nos sonhos viver o que o passado deu de bom e sorrir
de verdade. Ao seu lado.

Thales Barreto

Abril

Quinta-feira, 26 de Abril de 2007


Falso Amor

Tarde chuvosa e gelada. Escrevo mais uma vez pra buscar você. Seus olhos e
seu cabelo. Seu amor que por pouco tempo tive. Sem juras sem escolhas sem palavras e
sem compromisso. Me perco naquilo que imaginei. Nos sonhos solitários que criei pra
nós dois. Nessas tarde que me desmancho atrás de carinhos, de afeto. De seus beijos.
Engulo o café como quem cria sonhos. Aos poucos. De maneira sutil. A cadela apenas
me observa como se quisesse dar conselhos. A gata já desistiu. Me acompanhava toda a
manha agora apenas resmunga quando tem fome.
As velhas roupas ainda me cobrem. Espero sua voz delicada sussurrando em
minha orelha. Fazendo mil pedidos, mil palavras que você não diria se não estivesse
louca assim. Coisa que me encanta em você. Sua voz tenta ser escutada pelos meus
ouvidos. Podia ter gravado algumas frases suas. Podia ter eternizado seus lábios se
movimentando na minha frente. Hoje apenas as lembranças mais marcantes tenho de
você. Seu beijo, algumas expressões só tuas. A maneira de falar. A delicadeza nas mãos
marcadas, com um rosto. A sutileza do piscar. Do olhar. Do carinho que transmite pra
quem ta do seu lado, só no respirar.
Para de chover. O frio cresce. A minha solidão também. Caminho lentamente
até o quarto. Me deito na cama. Abraço forte um pequeno travesseiro e tento repousar.
Sonhar com algo diferente de você. Com algo que mais perto posso ter. A distância me
anestesia. Me deixa imóvel. Sem ter muitas coisas pra fazer. No olhar pro lado imagino
um dia ideal. Certo. Justo. Seus olhos me acompanham lentamente. Separados e juntos.
Que Deus é esse que separa o desejado de seu desejo?
Thales Barreto

Terça-feira, 24 de Abril de 2007


Manhãs rasgadas

Encolhido, como um feto, durmo em meu leito. O calor é infernal, mas estou
tapado. Meu edredom antigo me cobre o corpo. Estou suando, mas ainda sinto frio. O
despertador me acorda confuso e com sono. Levanto cambaleante e vou até o guarda-
roupa busco algo que cubra minhas carnes magras. Visto as primeiras peças mais limpas
que encontro. Abro lentamente a porta de meu quarto e ela parada me olha. Falo
qualquer coisa e caminho em direção da cozinha. Ela que muitas vezes fugiu de mim
agora me acompanha. Resmunga algo que nem que quisesse entenderia. Preparo um
café e ela sentada aos meus pés me observa. Seu pêlo e seus olhos me encantam. Me
agacho vagaroso e estendo a mão. Uma segura a xícara de café frio que tomo aos
poucos a outra alisa sua pele. Atrasado e solitário deixo pra trás aquela que muitas vezes
me deu seu desprezo. Retorno ao meu quarto separo papéis, vou ao banheiro, me lavo,
pego os papéis e saio. Ela está deitada tímida na cadeira da mesa.
Retorno de mais um dia conturbado. Atividades que não precisaria e coisas que
amo. Volto pra meu pequeno pedaço. Estou cansado e com dores nas costas. A solidão
tem prejudicado minhas costas, elas não recebem uma massagem há meses. Vou até o
computador e busco algumas coisas que tinha que ter terminado já faz tempo. Queria
terminar aquele livro de poesias, mas as atividades do dia-a-dia tem me ocupado todo o
tempo. Sem perceber ela esta nos meus pés. Olha como se pedisse atenção. Quer
carinho que a muito não ganho. Esse amar fulminante que sinto e que talvez não
devesse sentir. Meus poros exalam paixões das mais variadas. Das realizadas, das
platônicas, daquelas que desconheço. Mas a felina continua a me olhar com os pequenos
olhos de quem tem afeto mesmo depois do desprezo.
Fico pensando no que mudou desde que ela veio morar comigo. Porque agora
que estou mais velho ela me dá a atenção que precisava quando era mais novo? Porque
quando mais precisei, ela fugiu de mim? Porque fico só quando preciso da multidão?
Com os porquês que cercam minha mente vou para o banheiro. Preciso retirar o odor
que toma conta do meu corpo, grudento e nojento. Mais refrescado deito em minha
cama. Seminu, observo o teto e a lâmpada. O velho som, a pilha de CDs, os livros que
não terminei de ler. Penso em você. Ela sem eu saber o motivo segue em minha volta.
Agora deita ao meu lado. Sem movimentar ela levanto fecho a porta, desligo a luz e me
deito. Estamos juntos em mais uma noite quente que irei morrer de frio.
Thales Barreto

Domingo, 22 de Abril de 2007


Lua e sol

Naquela noite a lua aparecia em seu máximo e ela deitada na cama se mostrava.
A pele de vela, os cabelos negros, as mãos grandes. Enrolada em sua camisola lilás ela
se revira na cama. Tenta dormir. Eu sentado em minha poltrona tento me distrair com
um livro barato. Mas meus olhos não se concentram nas páginas e buscam as formas
perfeitas da menina que sem querer apenas provoca. Meus pensamentos vão alem de
minhas visões. Tento retornar ao meu livreto. Mas a história de José e sua solidão na rua
não estão mais interessante que as formas que meus olhos persistem observar.
Decido me levantar e aproximar aos poucos. Seu rosto está coberto por um
lençol de seda vermelho. Descubro e mesmo na penumbra vejo seus olhos molhados.
Sem saber o motivo que minha linda musa chora começo a dizer palavras que a
acalmem. Ela ergue a cabeça e me olha com um rosto vazio. Perdido. A solidão que
transtorna está estampada em seu rosto. Não sei o motivo, sempre estive ali cercando de
maravilhas aquela donzela. E agora seu olhar abandonado me assusta. Deito ao seu
lado. Abraço firme e sussurro em seu ouvido. Limpo suas lágrimas e ali em meus braços
ela repousa.
Os primeiros raios de sol atravessam as cortinas. Ela permanece dormindo em
meu peito. Passeio minhas mãos em suas costas. Sinto a maceis do tecido que cobre seu
corpo. Ela desperta. Seu rosto está tranqüilo. Seu cabelo permanece intacto como se não
tivesse dormido. Seus olhos castanhos agora transmitem paixão. Parece agradecer por
eu estar ali ao seu lado. A solidão que outrora sentia se transforma no amor que devera
sente. E sem eu esperar me beija. Desconcertado com toda aquela cena apenas digo seu
nome. Amanda.
Thales Barreto

Maio
Sexta-feira, 4 de Maio de 2007
Amores passageiros, solidão

Sentada na sacada de sua casa observa os carros passarem. Seu cabelo caído no
rosto e os braços cruzados a boca cerrada e uma lágrima escorrendo tímida de seus
olhos já vermelhos. Ela tenta segurar o que não consegue mais agüentar. Acabou. Está
cansada das noites em braços estranhos em bocas estranhas por apenas mais um desejo
de se afirmar de se mostrar. Quer afastar a solidão que está cravada em seu coração.
Mas será que é em braços diferentes que ela irá encontrar a saída da solidão? Qual o
melhor caminho se não retornar ao amor? Não ao antigo, mas aos novos amores? A uma
paixão arrebatadora, alguém que lhe queira de verdade que esteja disposta a ajudar
nesses momentos.
Os carros passam, a noite cai tímida, as lágrimas já não existem mais.
Novamente ela retorna pra sua cama sozinha. Abraça sua pelúcia e dorme. Não são os
amigos da internet nem aquela velha lembrança que ela agarra como se fosse a ultima
coisa que tivesse na vida. Amanha novas palavras serão ditas. Mentiras serão contadas
pra distrair sua dor. E a solidão segue em seu peito embora no rosto ainda um sorriso
insiste em permanecer. É o coração que sangra com desejos que não conseguiu realizar.
Não conseguiu fazer ele feliz agora sonha que isso seja realizada por outra. A felicidade
volta com o tempo com novos amores e novos sonhos. As possibilidades de felicidade
são únicas. Faça o melhor de você. Se entregue sem medo para o amor. Ele é o
caminho.
Thales Barreto

Segunda-feira, 7 de Maio de 2007


Contra Manual
Já li milhares de manuais de vida. Modos de como agir em situações de crise. O
que devo e não devo fazer. No que devo acreditar cegamente e no que devo me manter
distante. Já me disseram que sentimentos não nos tornam donos das pessoas, já me
disseram para aproveitar mais a juventude. Me criaram ilusões e mundos perfeitos.
Pessoas que devia seguir e não me preocupar. Ser honesto, fiel, sincero, companheiro.
Ser amigo dos meus irmãos e conhecer mais meus pais. Agora vidas, destinos quem
escolhe são seus donos. Não se julga vidas. Faço aos outros o que gostariam que
fizessem pra mim, por isso sou justo num mundo injusto. Se me machuco e sofro é
porque manuais são lidos e não são seguidos. Nem sempre o bom é o melhor e
experiência não é conquistada com a idade, mas com observações do mundo. Manuais
não são seguidos porque deles se espera a perfeição e uma hora vamos falhar.
Thales Barreto

Quinta-feira, 10 de Maio de 2007


Abraço Curto

Perdido bêbado e sentado na sarjeta ele espera olhando fixamente pra janela da
casa de sua amada. Ela está nesse momento dormindo. Seus cabelos amarelos e seus
olhinhos azuis estão repousando. Descansa em sua cama macia tapada com vários
edredons. Seu corpo frágil de menina amada esta encolhido deitado como se estivesse
sentada. Ele raciocina lentamente como fazer pra acordar sua donzela com palavras
bonitas, sem medo. Nunca se declarara antes embora seus olhares já tivessem se
cruzado e traído ele várias vezes. Era um casal sem ser. Era beijos sonhados. A cerveja
já não cabe mais no corpo magro do menino que com sua jaqueta de couro observa os
ônibus que cruzam o local pronto para deixar seus passageiros. Cantarola uma música,
pensa em sua amada de cabelos claros em seus braços com seus olhos pedindo alguma
coisa que ele não sabe definir se é um beijo ou doces.
Levanta vagarosamente e vai até a grade da casa da menina uma cadela se
aproxima assustando o garoto quês e distancia rápido, parece ter um momento de
lucidez em meio a tanta bebida. Logo o álcool e a paixão tomam conta do menino que
sem saber o que está fazendo bate palmas. Grita o nome da amada. Mas nenhuma
resposta chega até ele. No quarto assustada achando que estava tendo um pesadelo a
menina abre seus tímidos olhos azuis para ver que horas são. Esta amedrontada, mas
escuta novamente os gritos que chamam pelo seu nome. Ela reconhece a voz tímida de
seu futuro alvo. Menina esperta experiente sabe brincar fácil com corações, mas se
perdeu com o seu. Já não sabe mais o que é certo fazer a não ser rasgar manhas
perdidas. Em bocas de desconhecidos, ou novos amigos.
O jovem apaixonado grita sem saber o que faz. Inconsciente só pensa nos lábios
que um dia quer provar. Grita, berra e nenhuma resposta lhe vem. Sem sentido algum de
amor próprio parte para a porta, grita, clama por seu amor e toca a campainha. Já não
quer mais saber quem ira acordar. Quer fazer a declaração que de cara limpa não fez,
quer mostrar que ama uma menina que não lhe dá valor. Amor não é medido por trocas,
mas por coisas que se faz ou não se faz. Ele estava decidido a arriscar sua imagem de
bom menino por um só olhar de sua amada. A porta se abre lentamente ela sai atrás dela
sua mãe. Bêbado e sem controle do que faz ele apenas caminha em sua direção diz que
a ama e cai. Acorda em sua casa com um bilhetinho ao seu lado. “Amor, me fui. Não
vamos dar certo. Não perca seu tempo comigo. Te amo, mas não sei nem gostar de
mim. Não posso querer cuidar de você.”
Thales Barreto

Sábado, 12 de Maio de 2007


Definições

É meio estranho, mas todos nós sabemos que um dia vamos morrer. E porque
esse medo louco de não perder as coisas, essa guerra na paixão. Esse sofrer todos os
dias em busca de uma felicidade desesperada ao invés de só sermos felizes e ponto.
Porque tantas preocupações com a idéia dos outros se nem nós sabemos controlar
nossas idéias? Que inferno é esse de querer amar de ter que ser amado e de ser
reconhecido uma hora pelas coisas que você faz. Por que essa crueldade toda em nossos
corações? Porque essa vontade maluca de se sentir amado quando você é tratado como
um ser mais que único. Porque esse desespero atrás de carinho, de um carinho que você
recebe mais do que o necessário. Porque dores por uma coisa que já não se quer mais.
Porque lutar contra você mesmo se nem tudo é só sorriso.
As dores que senti em volta do meu pescoço às vezes voltam, são passageiras.
Preciso de amor, de carinho de futuro ao lado de alguém. Não consigo definitivamente
ser sozinho. Sei dessa maluquice de não sofrer por quem não te merece, sei que tudo um
dia acaba assim como a minha e a tua vida. A tristeza parece que às vezes mora em
mim, faz parte do meu sangue, do meu corpo, e não quer sair. Não adiante me ferir. Ele
parece um vírus incurável. Tristeza dores e amor. Vírus que estão no meu sangue. Me
dêem o limite do amor. Já que nem a morte comum de todos nós separa isso da gente.
Thales Barreto

Domingo, 13 de Maio de 2007


Quem saiba exista vida no amanhecer.

Numa tarde cinzenta a porta o meu pequeno quarto se abre e ela entra
lentamente. Seus olhos estão vermelhos e seus cabelos bagunçados. Sua cara está
inchada. Levanto rápido e busco confortá-la com palavras que não sei, não consigo
conforta as pessoas em momentos de crise sempre acho que estou falando alguma
bobagem perguntando alguma coisa que não devia. Deitei ela na cama como se
implorasse pra ela relaxar. Suas mãos de unhas curtinhas roídas tapam seu rosto. Ela
quer se esconder do mundo, muitas vezes me senti assim como ela, querendo
desaparecer, descobrir o meu real valor com as pessoas buscando onde cada uma
sentiria falta de mim, sempre tive a necessidade de aparecer, de ser lembrado.
Talvez esquecendo de mim sempre valorizei todas as pessoas que estavam do
meu lado. Pouco me sentia valorizado. Deitado do seu lado alisava seu cabelo ela
apenas chorava sem dizer nada. Em posição fetal ela soluçava. Minha preocupação
crescia a cada segundo mais não tinha noção do que havia acontecido com a pessoa que
eu mais amava. Tentei fazer ela falar se alguma maneira. Disse que estaria com ela até o
fim. Foi ai que ela retirou as mãos do rosto me olhou e disparou: “Esse é o final. To
grávida de outro. Eu te amo.”
Sem reação nenhuma fiquei olhando para ela. Parado. Apenas respirava. Na
minha mente milhões de momentos de dedicações por amor. Por ela pelo crescimento
dela e agora uma porrada dessas. As desilusões passam na sua frente, e a palavra traição
só pode ser usada quando você realmente acha que aquela pessoa não faria determinada
coisa pra você. Eu nunca esperei aquilo dela. Estava agora eu com a cabeça dela em
meu colo mudo. Com as mãos em seu cabelo com ela na minha cama, mas sem mais
nada. O amor estava ali, mas não tinha mais condições e eu lutando contra eu mesmo
pra me dar o direito de amar. De ser amado por uma pessoa que aos prantos dizia que
estava grávida de outro, mas me amava. Que troca é essa? Que mundo é esse onde o
prazer do segundo vale mais que o sonho de uma vida? Descartáveis por natureza? Cadê
o amor que eu plantei em nossa relação durante todos os dias?
Ela se levantou se despediu de mim e saiu lentamente pela porta, antes recolheu
algumas coisas dela que estavam por ali e me deixou definitivamente sozinho. Nunca
mais a vi. Só uma coisa eu não consegui dizer de coração. Eu não perdoei. Nem ela nem
eu. Não terei outra oportunidade de perdoar. Ontem ela se foi. Deixou um filho
pequeno. Soube por amigos em comum que suas ultimas palavras foram “Eu te amo” e
disse meu nome. Nunca desejei aquilo. Sinto a dor de ter perdido ela de vez. Mesmo
sem suportar ela de volta. Eu perdi ontem meu amor. Agora procuro motivos pra estar
por aí. Quem sabe outros lábios mais doces me encontrem. Quem saiba exista vida no
amanhecer. Quando os lençóis serão revirados novamente por amor. Quando vamos
parar de respira e viver?
Thales Barreto

Domingo, 13 de Maio de 2007


Eu nunca tive vocação pra otário

Chovia uma dessas finas chuvas de outono. O frio era grande. E ele estava
sentado no seu sofá velho olhando pela janela os carros de todas as cores que passam
pela rua em frente a sua casa. Seu pensamento é distante. Nas mãos segura apenas uma
xícara azul de café. Seus olhos não demonstram a felicidade que sente. Seus sentidos
estão trocados. Espera que ela com seu cabelo negro, seus olhos castanhos e seu rosto
delicado venha lhe dar um pouco do carinho que ele busca, finge não ter.
Ainda olhando a janela ele pensa em seu novo amor. Sua voz suave e seu jeito
encantador. Uma timidez quase ensurdecedora. Algo que encanta qualquer um. Espera
que ela seda. Que ela deixe o medo de lado. Que acredite no que ele diz, nos
sentimentos que nascem só com o tempo. E nas trocas de olhares. Ele relembra os
momentos que tiveram perto um do outro. Lado a lado. E o silêncio que dominou os
dois nos poucos minutos que sentiam um o perfume do outro.
Sem perceber ele adormece olhando a chuva. Quer buscar aquela colorada em
seu sonho. Seu novo sonho de amor. Pelo menos que assim ele possa tocar seu cabelo
macio e negro. Sua pele avermelhada e doce. Ter ela em suas mãos ali, dormindo, era
possível. Sonhador repousa. Ele não sabe o que será de seu amanha. Só sabe que ama e
não é amado. Como todos nós.
Thales Barreto

Quinta-feira, 17 de Maio de 2007


Olhos nos Olhos
Era noite e seus passos seguiam apressados. Ele não queria chegar em casa
depois dela. Não tinha nenhum motivo específico. Não tinha nada para esconder. Pelo
contrário, queria fazer uma surpresa. Preparar algo mais para uma noite que tinha tudo
para ser especial. Velas, meia luz. Uma mesa cheia de flores. Vinho tinto. Seco e suave.
Bombons, chocolate. Caixas de presentes. Tudo por amor. Coisa de um apaixonado que
tinha novidades para o casal. O futuro estava batendo na porta e a viagem para a Europa
estava prestes a se realizar.
Ele toma banho prepara o jantar e espera ela de terno e gravata. Vestimenta
especial para aquela noite peculiar. Sentado na ponta da mesa abre a primeira garrafa de
vinho da noite. Escuta Chico Buarque. De frente pra porta Espera ela chegar. Ela havia
prometido chegar mais cedo nessa noite, mas pelo visto vai chegar no horário de
sempre. Ele espera. Está feliz. O seu amor recompensa a demora. Ele a ama.
Já são onze e meia. A segunda garrafa já está aberta e pela metade. Ainda segue
tocando a discografia de Chico no som. Ele segue na ponta da mesa de frente pra porta
esperando ansioso que ela seja aberta e que dela surja seu amor. É nesse momento que
ela se abre lentamente. E cansada Ela invade a casa sem perceber todos os enfeites, os
presente, e a meia luz. A música ambiente e as velas.
Ele recepciona sua amada com um largo sorriso desprezando os minutos que a
esperou. Ela não responde seus comprimentos e passa reto para o quarto do casal. Ele
vai de atrás surpreso. Ela abre o guarda roupa e começa a pegar suas peças. Abre uma
mala e sem falar nada, apenas chorando joga tudo dentro dela. Ele perdido sem saber o
que está acontecendo questiona agora aquela desconhecida que está em sua frente. Ela
aparentemente transtornada o encara. Olhos nos olhos. E entre lágrimas e um sorriso
indiferente ela apenas diz que está partindo. Ele reage. Questiona se é um novo amor.
Dissimulada ela diz que não. Deveres inadiáveis fazem com que ela retorne para a casa
dos pais. Alega doença. Ele sem saber o que fazer acaba entregando a surpresa. Revela
a promoção no trabalho. Diz que está pronto para ir para a Europa. Nada isso modifica o
semblante artificial que ela carrega no rosto. E um vá em paz são as únicas palavras que
ele escuta antes de sem perceber a porta da frente se bate.
E ele volta para sua solidão. Confuso se deita no sofá com suas garrafas de
vinho. Sua fome acaba se desfazendo. Apenas engole rapidamente os litros do sangue
de Cristo. Já não sabe mais o que pensar de sua vida. Desnorteado, apenas com a
promoção e o dever de comparecer dali alguns dias na sede da empresa em que trabalha
na Europa ele acaba a noite chorando e refletindo ao som de Chico. Quando os
primeiros raios do dia invadem sua janela e já não existem mais gotas para serem
bebidas apenas uma musica lhe toca a mente. Tantas águas rolaram Quantos homens me
amaram Bem mais e melhor que você Quando talvez precisar de mim Cê sabe que a
casa é sempre sua, venha sim Olhos nos olhos Quero ver o que você diz Quero ver
como suporta me ver tão feliz. Ele sorri e exclama. Chico!
Thales Barreto

Sábado, 19 de Maio de 2007


O pior cego...
Sempre me achei com cara de perfeito idiota. Até o dia que descobri que só
Deus é perfeito em tudo. Logo classifiquei Deus como um Perfeito idiota também.
Acabei expulso da paróquia que freqüentava. Não posso me dedicar a tudo. Após a
expulsão da Igreja cheguei à conclusão que Deus é apenas um personagem de um livro
muito grande que ninguém lê inteiro só em partes. Deve ser muito chato pensei eu. Não
acredito em mais nada. Pra me convencer disso me levanto todos os dias me olho no
espelho e digo que sou lindo. Recomendação médica pra levanta minha auto-estima...
Não adianta, mas sigo. Ordens vindas de um médico são sagradas. Também não
acredito em nada muito sagrado. Essa descrença começou quando descobri que a igreja
também pagava conta de luz. Ué, mas não foi Deus que criou as águas? E não é das
águas que é feita a energia elétrica? Porque então se paga a conta de luz? O padre
mando pararem de me cobra dizimo depois dessa. Comprei um carro sem mata
ninguém. E minha santa filha estuda numa ótima faculdade da capital. No EPA. Meu
filho mora com ela ali na cidade baixa. Mesmo meu filho não trabalha, passa o dia
fumando um cigarro caseiro coçando a cabeça, sim cabeça mesmo... Ele não precisa
trabalha. Meu filho admira o trabalho. Bem de longe. Quanto mais de longe melhor.
Pedi demissão do meu trabalho depois que o meu amado chefe fez uma proposta
pra minha mulher, a secretária dele. Queria que eles fossem viaja pra um país estranho
ai. Não sei qual. Ah! Nepal. Eu não deixei. Mas ela foi. Se casaram lá. Ela chego a me
liga dizendo que a vista do pico no Nepal é ótima. Mandei ela longe. Vem fala da vida
intima deles. E eu com isso. Quando era casada comigo ela não precisava viaja pra dize
que a vista do pico era linda. Coisas de mulher. Se bem que ela nunca deu prejuízo. Ela
nunca deu nada também. Pelo menos pra mim. Sou branco. E tenho uma filha loirinha, e
um filho pretinho. Mas ela jura que sempre foi fiel. O meu vizinho o Nilson também diz
que ela é fiel. Não sei por que ele se metia lá em casa. Mas é amigo dela. Nunca quis me
intromete nessas amizades dela. Ela sempre foi muito dada. Tinha muitos amigos, muito
religiosa. Era uma mulher que eu sempre admirei.
Mas eu tenho mudado. Tenho andado mais de cabeça erguida. Antes tava difícil.
Sentia uma dor, um peso enjoado. Depois da separação as coisas começaram a anda. E
pra frente. Acertei na loteria. Eu sempre acreditei na minha beleza. Agora to com uma
garotinha de 20 aninhos. Linda. Essa não tem amigos. Mas não quer ter filhos. Não é
gastadeira. Passa só em casa. Anda sempre junto comigo. Não sei, mas to desconfiado
que ela ta me traindo. Odeio se passado pra trás. Não tenho vocação pra otário. Acho
que vou tenta volta pra Nathálya. Ela era da igreja. Uma santa. Um doce. E fiel. Fiel!
Thales Barreto

Domingo, 20 de Maio de 2007


Curvas da vida

Ele levanta trôpego. Está cansado da noite anterior. A cerveja que tomou com
longos goles ainda está em seu sangue. O que deixa seu cérebro desnorteado. Ele vai até
o banheiro. Olha seu rosto sujo e com barba por fazer no espelho. Balbucia alguma
palavra incompreendida. Olha o relógio pra seu tempo é cedo. Retorna para a cama e se
ajeita do lado dela. Acaba abraçando-a. Sussurra em seu ouvido que te ama e agradece a
noite que passaram juntos. Ela sorri. Ainda está anestesiada pela felicidade da noite
anterior. Ela foi recebida como rainha. Tinha presentes pela casa e um belo convite. Ele
estava no banho. No convite dizia várias vezes o quanto ele a amava e queria que na
noite que estavam completando dois anos de casados eles fossem ao restaurante onde se
encontraram pela primeira vez. Queria fazer uma coisa só diferente. Queria poder
dormir junto dela, diferente daquela noite.
Ela aceitou de imediato o convite e se arrumou rapidamente. Ele ficou surpreso,
pois ela sempre demorava muito e dessa vez mesmo com toda rapidez estava mais
deslumbrante do que nunca. Seu perfume encantaria qualquer um naquela noite.
Partiram para o mesmo local onde eles se encontraram pela primeira vez. Estavam
juntos desde aquele dia. Fazia cinco anos que namoravam e resolveram que o
casamento seria no mesmo dia do aniversario de namoro. Aquela data estava eternizada
na alma dos dois. Jantaram se olhando nos olhos. Depois da janta foram ao cinema.
Pegaram a ultima seção. E depois forma para uma danceteria. Dançaram e beberam
como nunca. E pra celebrar voltaram pra casa onde dormiram juntos. Matando o desejo
que cinco anos antes não pode ser realizado.
Foi o quinto ano deles juntos. E não seria o ultimo, pois naquele mesmo ano
descobririam que o fruto dessa relação estava sendo gerado. Que em pouco tempo os
dois não seriam mais sozinhos. Teriam que dividir suas funções com mais um lindo
bebe. Ela realizava um sonho. Seria mãe. E ele o de ser pai. Nada mais separaria esse
casal. Ficaram juntos mais dez anos. Até que uma curva terminou com a linda historia
de amor. Mas começou com uma fascinante história de eternidade. Eles perderam o
controle do carro em que viajam para a casa dos pais naquele fim de ano. Apenas o
fruto do amor dos dois sobreviveu. Tínhamos certeza que se completavam. E depois
daquele dia um não sobreviveria sem o outro. O amor é eterno. E não são as curvas da
vida que decidem o destino dele.
Thales Barreto

Segunda-feira, 21 de Maio de 2007


Linhas...

Já derramei muitas lágrimas. Gritei. Berrei seu nome em desespero. Quis o


silêncio pra sentir a morte mais perto. Quis sentir uma dor maior logo após não ter mais
sua boca pra beijar e seus cabelos amarelos pra alisar. Minhas mãos não sabiam achar
outra coisa se não seu corpo e hoje estão vazias. Sem você por perto. E por mais que
isso seja dolorido pra mim o sorriso que tenho em meu rosto não é falso. Ele que tinha
desaparecido depois de suas atitudes está voltando. Queria saber qual a sua reação
quando soubesse de meu sucesso. Tenho me exposto mais. Vivido mais. E melhor.
Sinto a sua falta pra me esquentar na cama nas noites frias. Mas tenho te substituído
pelos meus animais de estimação. Minha gata tem me acompanhado nas minhas
jornadas. Ela que você tanto desprezou é quem ocupa seu lugar nas promessas de me
acompanhar. E é ela quem tem feito a missão que você não soube cumprir. É ela quem
tem feito eu sorrir todas as manhas e dizer que cada segundo depois de você vale muito
mais a pena. Depois que você saiu da minha vida. Ela retomou seu caminho de
felicidade. Dedico a você apenas boa sorte. Porque estou muito bem. Estou melhor do
que quando me encontrou. Não estou perdido estou muito bem tratado. Em outros
braços e longe de você.
Thales Barreto

Trabalham deitadas e descançam em pé

Clodovil é uma figura que sempre chamou a atenção da mídia e soube se


aproveitar dela sempre que quis. Em sua ultima declaração que causou choro na câmara
federal disse que as mulheres estavam “trabalhando deitadas e descansando em pé”.
Essa frase é o que todo mundo percebe, mas ninguém quer falar. Exigem retratação,
mas sabem que no fundo nossa sociedade passa por um difícil momento de moral e
ética. Estamos numa sociedade volátil. Nada de sentimentos. Tudo rápido e descartável.
Já não existe mais cordialidade, cavalheirismos. A juventude está completamente
perdida.
Talvez viva numa época que não seja a minha, talvez veja velho como digo, mas
acho tudo muito vulgar. Ta tudo muito simples e fácil. Seres descartáveis. E o “amor”...
Que ridículo esse já não existe mais. Não somos mais seres educados. Nem no
“romantismo”, na “conquista”. Somos cada vez mais animais ao invés de evoluirmos
estamos regredindo. Cultural e intelectualmente. Estamos num mundo que já terminou.
Não sabemos mais onde estamos. Matar, amar, brigar, é tudo tão simples. É só chegar.
Acabem com as religiões que pregam o “fazer o bem” e cometem os maiores pecados.
Talvez o errado o utópico seja eu. Mas descartável eu não sou e talvez por um erro
genético ainda amo e prego a “evolução da espécie”. Boa sorte. Desculpem minha
breguice.
Thales Barreto

Junho
Domingo, 10 de Junho de 2007
Raspas...

Tanta coisa pra fala, tanta coisa pra escreve. Parece que hoje o dia nasceu torto.
Nada quer sair. Parece que a gripe, que se abateu sobre mim, hoje está mais forte que
nos outros dias. As coisas estão desencontradas e o frio só serve pra coroa um sábado
escuro, sonolento. As coisas parecem fora do lugar. Falta um sentido um amor... Sei que
no amor sempre nos machucamos, mas amar é estar mais perto da felicidade. Amor é o
caminho sobre o fio da navalha. Nem doces conseguem melhorar o ânimo em dias
assim. O sono, o cansaço. A vida bate na porta e você chuta ela pra longe. Chuta ela pra
perto do sol. Que na verdade um cantinho pra ficar deitado ouvindo o ronronar de um
gato.
Sinto falta de um corpo do meu lado me aquecendo nessas noites frias. Minha
cama tem ficado cada vez maior. Não que eu esteja diminuindo, mas a solidão não me
deixa. O que é a liberdade sem um amor verdadeiro? Ta na hora de valorizar o que
sentimos. O que realmente sentimos. Esse medo, esse tempo vagabundo. Tento me
agarrar nas coisas felizes que tenho ao redor. Não preciso de migalhas velhas de um pão
bolorado, por mais que isso me atraia. Loucos desejos...
A ardência que cobre meus olhos é sinal de coisas piores já passei. A
vermelhidão é sinal de que energia minha foi transformada em lágrima. Mas meu peito
é otário e segue apaixonado, perdido em pequenos detalhes. Iludido com olhares
perdidos, num mar azul quase branco e de boca rosa. Os cabelos cacheados e amarelos.
O sorriso e a voz que me provocam. Amo sem restrições, nem as dores me param. Sei
onde todos acabam, mas poderia ser na sua cama.

Thales Barreto

Domingo, 10 de Junho de 2007


Se é pra dança, porque tem letra?

“Eu gosto de funk, gosto da batida é pra dançar”. Ok. Agora não precisa fazê meu
ouvidinho de penico. Se é pra dança que não tenha letra. Se é a “batida” que gostam,
façam ela sem letra. É ridículo ver “patricinhas” sendo chamadas de “cachorras” e
adorando, como se isso fosse o melhor dos elogios. Ver crentes indo “até o chão chão
chão”. É uma contradição. É a falência total de nossa sociedade.
Depois quando voltamos a discutir o básico, o fundamental, quando vemos um
nível de descrença horrível. Quando nos apavoramos com a corrupção e o estado de
letargia que nos encontramos. Com a violência matando gente antes de nasce. O numero
cada vez mais crescente de jovens entregue ao mundo das drogas e em idade cada vez
menor. Alguma coisa ta errada e não é culpa do presidente. É nossa culpa.
Eu sozinho não mudo quase nada seria pretensão demais querer mudar o mundo,
mas vamos nivelar por cima? Vamos nos unir pelo bem comum? Vamos fazer alguma
coisa que preste nessa merda ou vamos deixar o nosso país ser conhecido lá fora pelas
nossas mulheres de costas ou pelo que elas podem fazer por alguns dólares. Por favor,
sonhem! Boa Sorte.

Thales Barreto

Terça-feira, 12 de Junho de 2007


Ao meu redor

Vamos tirar um tempo pra pensar nessa sociedade falida que estamos vivendo?
Podemos nos furtar um minuto só pra pensar no outro? Ou vamos atolar cada vez mais
nessa merda que estamos? É. Povinho complicado esse. O que será noticia nos
próximos dias? Nada mais comove essa gente. Crianças em jornais nas ruas já é rotina
há décadas nesse país. Criança arrastada, bala perdida, pobreza, tráfico de drogas,
trabalho infantil, exploração sexual de menores. O que abala você hoje em dia? O que
pode chocar uma comunidade que não está nem ai para as coisas? Tudo é banal no
Brasil. Boa Sorte.

Thales Barreto

Quinta-feira, 14 de Junho de 2007


Primeiras confissões

Abraçada em seus cadernos espera mais uma vez o ônibus. Chove, ela observa
com seus chamativos olhos azuis, quase brancos, a rua molhada. Os carros passam
levantando uma fina camada de água, quase como um spray. Parece estar pensativa.
Olhar direcionado para o nada. E eu, como otário, a admirar a pequena orelha de traços
perfeitos. A pele clara, a boca rosada, as bochechas e o contorno do queixo, a linha dos
dentes. É encantadora a minha cara pequena. Seu tamanho e suas medidas são o paraíso
onde quero repousar.
Sem perceber o ônibus encosta. Ela já estava esperando, eu sou pego de
surpresa. Subo lentamente atrás dela. Passo a roleta e me sento ao seu lado. Observo
agora suas mãos, pequenas e de unhas profundas. A pasta está em seu colo. Momento
em que encontro suas pernas em meu olhar. Pernas grossas. Fortes. Fico as imaginando
sem a calça jeans que veste. Devem ser lindas e claras como as mãos. Alias as mãos tem
poucos anéis, e um relógio. Relógio branco! Subo o olhar e vejo a ponta de seus cabelos
que estão perfeitamente enrolados em uma linda trança. Esse é o penteado que ela
costuma usar. Pra ela da um toque especial, o cabelo negro com a pela alva.
A cara pequena olha pela janela, parece querer me ignorar. Agora desvio minha
atenção para um livro que carrego. Livro amarelo. Contos Rodriguianos. “Duas mãos
postas”; “A virgem sonhava no jardim”; “Ama-se, trai-se, mata-se pra frente”; “Só os
idiotas respeitam Shakespeare”; “Os falsos Cretinos”; “O culto da Imaturidade”. Perco-
me entre os detalhes e as palavras de Nélson. Parece que isso incomoda a menina como
se ser os centro de minhas atenções fosse algo que ela não poderia perder. Arruma uma
leve tosse. Pigarro. Para chamar minha atenção e consegue.
Seu olhar agora não é mais para a janela, muito menos para a pasta. Seu olhar
oscila entre o meu e o resto do ônibus. Parece estar querendo dizer alguma coisa.
Suspeito que deseja falar comigo. As trocas de olhares já estavam se tornando intensas
nos últimos dias. Fico quieto esperando um simples “Oi”, nada sai de sua suave boca.
Respiro fundo e desvio meu olhar para seu encontro. Gaguejo, titubeio e balbucio, “Oi.”
Ela rapidamente volta a olhar as ruas e a chuva. Não entendo. Retomo outros contos de
Nélson. “Oitenta milhões de vendidos”; “O destino de ser traída”; “Maridos jovens e
velhos”... Em um momento ela retorna a me olhar. “Oi. Qual seu nome?” pergunta já
com a cara vermelha. Antes que possa encher os pulmões para lhe responder, chega
minha parada. Apenas retribuo com um sorriso e outra pergunta. “Amanha nos
encontramos?"

Thales Barreto

Quinta-feira, 14 de Junho de 2007


Clarisse, a cara pequena.

O dia seguinte. Sim... Sai correndo para a parada. Precisava reencontrar a minha
cara pequena. Entreguei voando os papéis que precisava e trôpego, cheguei. A fila já era
grande e dessa vez não a vi. Poucos minutos o ônibus chega. Penso que não será hoje
que iremos recomeçar nossa conversa interrompida pela timidez dos dois seres.
Acabei entrando no ônibus e desanimado fui para um canto. Sentei-me e abri
novamente o livro de capa laranja. Percebo que alguém senta ao meu lado, porém não
dou importância. Sigo minha leitura. Quando meu olhar escorrega pelo canto da página
para um joelho. Sim um joelho seguido de uma bela coxa. Mesmo coberta pode se
perceber as formas da perna. A mão que está cruzada entre as pernas confirma minhas
inclinações. É a cara pequena. Rapidamente um sentimento confuso toma conta de mim.
Estou perdido.
As paradas passam. Mas parece que tudo dura uma eternidade. Quando decido,
vou cumprimentar ela novamente. Me viro com um olhar meio “pidão” e digo. “Oi
menina. Tudo bem?” Ela sorri. Tem um sorriso lindo. Seu rosto é delicado e bem
cuidado. Sem imperfeições. Límpido e vivo. Seu olho me encanta tem hoje um azul
mais forte do que dos outros dias. Sua voz sai baixinha. Responde e me questiona. “Seu
nome?” Respiro fundo. “Felipe e o seu?” “Clarisse” responde com um leve rubor em
sua face.
Não sei por que depois que soube o nome da minha cara pequena apenas olhei
pela janela e parecia que queria sumir dali. Ela ainda me perguntou “E esse tempo
maluco?” Não escuto. Minto. Finjo que não escuto. Espero ouvir mais uma vez aquela
voz suave repetir. “E o tempo?” Olho no fundo dos seus olhos e digo “Seria pouco...”
Ela parece confusa não entende no que penso. A minha resposta não bate com sua
pergunta. Delicada ela sorri e diz “A chuva seria pouco?” Disparo “Não. O tempo... O
tempo é pouco para tudo que se tem que fazer ultimamente. Sobre a Chuva. Gosto do
tempo frio, mas não sou de chuva. Prefiro os dias nublados, mas sem chuva.” Abro um
sorriso, desses que sem sair uma palavra dizem “somos amigos”... Ela completa “Gosto
também de dias de frio. Também sem chuva.” E ri...
A risada é a palavra da alma. Estamos agora em sintonia. Descobrimos um
ponto em comum. Pessoas que amam o frio em geral são românticas. Pessoas que
gostam de verão, calor ou não tem dinheiro ou gostam de corpos expostos. Acredito que
no Brasil a segunda opção prevalece. Embora pouca gente pode dizer que tem dinheiro
nesse país. Retornando a cara pequena. Suas palavras soaram como um pedido para ir
ao cinema. “Hum... O que você faz? Sempre vejo você nesse ônibus.” Pergunto. Quero
ter certeza de que os encontros serão prolongados. Antes de ela responder. Ou ser
objetiva a interrompo. “Preciso partir.” Com um sorriso me despeço dela. Antes de sair
do ônibus trocamos olhares. Os próximos dias serão melhores.

Thales Barreto

Quinta-feira, 14 de Junho de 2007


Os olhos azuis e a cara pequena

Seus olhos azuis encontraram outros olhos antes mesmo da saído do prédio
onde, sem saber passavam as manhas. Dessem as escadas em direção a saída como se
um cuidasse o outro sem querer ser percebido. Sabiam que fatalmente iriam se
encontrar na parada. Algo novo estava para acontecer e eles sabiam disso. Chegam aos
seus destinos. Cumprimentam-se falam de banalidades, descobrem gostos semelhantes.
Conversam sobre livros. Aquele livro amarelo (ou seria laranja?) não sai da cabeça da
menina de cara pequena. Ele retira suas duvidas. Ela tira duvidas dele. Ambos sobem
para o ônibus.
Agora estão novamente um sentado do lado do outro, nos bancos finais do
ônibus. A conversa parece ter engrenado. Tímidos sorrisos tomam conta do assunto.
Estão entrosados. Trocam telefones. E-mails. Olhares mais profundos. Ela levemente
morde os lábios. O olhar dele foge para a rua. Parece que quer fugir de seus
pensamentos. A cena de desejo fez com que ele precisasse conter seus impulsos. A
conversa retoma seu “caminho normal”.
As paradas vão passando. A conversa distraia os dois. Parecem encantados um
com o outro. Derrepente as palavras parecem escassas e os olhos ficam fixos um no
outro. A boca suave, o nariz redondo, as bochechas rosadas, o pescoço, as pequenas
orelhas. Como se estivessem sozinhos e em um silêncio profundo. A respiração é
ofegante, temerosa. Os olhos se fecham. Dois lábios. É hora de descer. Outro beijo. Um
leve toque nas mãos. Nova troca de olhares. O sonho começou...

Thales Barreto

Sábado, 16 de Junho de 2007


40 anos depois... "Pra frente”...

Parece que Nélson Rodrigues escreveu “O óbvio ululante” ontem. Ainda


vivemos numa era em que cada vez mais o ser “jovem” é melhor do que ser velho.
Estamos na mesma era do “pra frente”, temos mais que dezoito quilômetros de “mulher
nua” e também fortalecemos o “anti-Brasil”. Nós perdemos o fino do Brasil. Estamos
cada vez mais vulgares, amando o ódio e esquecendo-se do amor.
Em quase 40 anos não mudamos em nada. Aliás, mudamos sim, pra pior.
Estamos mais tudo que o próprio Nélson condenava em 1968. Hoje somos o lixo da
geração da Ditadura. A ditadura prostituiu ainda mais o Brasil. Perdemos o romantismo,
perdemos a inocência. Estamos cruéis e ferozes. Não cumprimentamos mais, agora se
facilitar, trocamos ofensas, na melhor das hipóteses. Tem gente que troca chumbo.
Realmente todos têm a imagem de um Nélson pornográfico. Eu não tenho a
imagem dele assim. Essa imagem de “pornográfico” eu tenho desse país, que cada dia
mais se parece com um prostíbulo do que com um país. Pretendo ainda encontrar
alguma coisa séria e que realmente faça valer a pena nesse país. A situação é
periclitante. A esperança é a ultima que morre. Ajudem-me. Boa Sorte.

Thales Barreto

Domingo, 17 de Junho de 2007


Esperando o amanhecer...

A cara pequena, de olhos azuis gritantes, estava deitada em minha cama. Estava
ao seu lado escorado em meu braço, apenas observando a mais bela das meninas
dormindo. Seu cabelo negro em contraste com sua pele clara. O brinco. Seu pescoço
trazia imaginações pra minha mente. E ela apenas dormia. Observava aquela cena
plástica da menina de boca rosada deitada repousando ao meu lado. Por um momento
tive certeza que o amor espera, com calma, os fatos acontecerem. Tinha uma esperança
e um velho romantismo no ar.
Minha mão deslizava carinhosamente me seu rosto. Fazia o contorno do belo
nariz. A testa e a bochecha. Contornava a linha de seus lábios. E sentia cada vez mais
perto a sua respiração tranqüila. O sol que entrava pela janela, era um calmante... Era
final de tarde. O céu começava a se esconder. Tínhamos feito muita coisa aquela tarde.
Caminhadas e caminhadas. Ela iria dormir ali. De fato dormiu. Passou a noite
ronronando como uma gata. Gata menina. Gata paixão.
Com a presença inconfundível da lua senti pela primeira vez teu corpo junto do
meu. Senti o seu calor. A delicadeza de sua pele. A graça de seu sussurrar. Da tua voz.
As delicadas mãos arranhando minhas costas. E o repousar sabendo que, amanha
quando o sol voltar a brilhar, nosso amor estará mais forte. Dormimos juntos um
aquecendo o outro nessa noite fria.

Thales Barreto

Terça-feira, 26 de Junho de 2007


Seja burro rapaz, seja burro!

Parado, na mesma parada que conhecera o amor, folheia um livro desconhecido


de um dos mais famosos escritores. Perde-se nas suas páginas. O ônibus para as pessoas
entram ele não fica pra trás, sobe meio perdido como se recém acordasse. Paga a
passagem, passa a roleta, e vai, com a cabeça sabe-se lá onde. Senta nos últimos bancos.
Retoma a leitura. Só que sua cabeça para em uma frase. “Seja burro rapaz, seja burro!”
Ele interrompe a leitura e desvia seus olhos castanhos para a janela do transporte. Lá
fora o dia ta cinza. Chove, caem pequenas gotas. Seria lágrimas de um Deus inexistente
sempre presente, mas nunca no presente. Volto à interrogação que lhe fez parar a
leitura. Como assim? Como podemos valorizar cada dia mais a burrice, cada minuto
mais a ignorância. Privilegiamos tantas bobagens. Tanta imoralidade. Cobramos ética,
sem nós mesmo sermos ou sabermos o que isso significa.
As paradas novamente passam correndo por ele. Seus olhos percorrem o
pequeno riacho que o leva até em casa. A cidade parece ter se esquecido dele. A
poluição e seu cheiro fétido já não incomodam mais. O que realmente importa hoje não
tem mais valor. Somos cada vez mais animais. Por isso o “seja burro” tenha lá um
sentido definitivo, menos agressivo. Aliás, nessa nossa época nada mais no transtorna.
Nada nos perturba tudo é tão normal em nome da “uniformidade” desuniformizada. As
religiões perderam o sentido, nem as mais crentes são tão crentes assim. Estamos na
pior faze da humanidade. E isso nada significa. Deus não existe mais, e nem os mais
fervorosos sentem medo. O pecado perdeu sentido quando a vida perdeu a vida.
“Seja burro!” O que realmente vale numa sociedade onde tudo é consumido tão
rapidamente. Onde o vulgar virou popular e a timidez, o rubor que enfeitavam o amor
não existe mais. O amor não existe mais. Existem apenas músculos e desejos voláteis.
Enfim, seja burro! Assim não irá magoar ninguém, nem você mesmo. Siga esse
conselho e seja burro!

Thales Barreto

Terça-feira, 26 de Junho de 2007


Tristes e nus...

Chamam Nélson Rodrigues de Pornográfico. Muito apenas avaliam suas obras


pelo lado sexual. Hoje Nélson pode ser considerado um santo, por que a cada esquina a
cada noite de sexta-feira, de sábado podemos ouvir sem sair de casa, sem precisar de
muito esforço, sem idade limitada ouvir um ato sexual fonográfico.
O brasileiro é triste. Despes-se com naturalidade torpe. O que se esperaria de um
país de pulhas? A imaginação o desejo o segredo foi tornado banal. Hoje não se mata
mais por traição, hoje é tudo tão natural tão normal, tão artificial. Mecânico.
Vulgarizamos o amor, o matamos com corpos cada vezes mais nus. A burrice do
mostrar acabou com a inteligência do imaginar. Como pode um pais pensar em futuro se
não consegue nem imaginar o corpo do outro nu? Às vezes o imaginar, o idealizar é
mais interessante do que o ver. A visão escancarada tem defeitos a do sonho às
imperfeições são corrigidas.
Hoje, mais cedo, disse que deveríamos não demonstrara inteligência. Isso não
atrai ninguém. Perdemos o nosso imaginário. O brasileiro não imagina mais, não sonha
mais está cada vez mais mecânico pornográfico e triste. O que adianta posar de feliz se
não existe mais amor. Defendo aqui a visão de Nélson, a nudez sem amor é fútil, vulgar
e feia. Não temos mais elegância, charme. Não gastamos mais horas na guerra da
conquista. O banal virou normal.
Concordamos com tudo, e achamos que estamos indo “pra frente”. Uma
sociedade sem sonhos, sem utopias é uma sociedade morta. Diria a Nélson que há
quarenta anos somos “pra frente” e nesse mesmo tempo estamos parados. Estacionados.
Mortos. Gelados, nus, sem amor, com um falso sorriso nos lábios e um ilusório amor no
coração. Estamos completamente perdidos. Boa Sorte.

Thales Barreto

Sábado, 30 de Junho de 2007


Brasil?
Tínhamos um país aqui na América do sul, um projeto interessante de país na
verdade, que tinha muita terra, belezas naturais e gente feliz e criativa. Mas sabe,
inteligência usada pro lado do mal só pode dar bobagem. Daí nós banalizamos o nu, as
nossas mulheres perderam o senso, o respeito, o amor próprio. O homem perdeu o
brilho do cavalheirismo, o respeito pela “dama”, o amor pela pátria.
Perdemos o dom de nos preocuparmos com o próximo, nos queremos é ferrar,
mais e melhor, o próximo. Vulgarizamos os corpos e esquecemo-nos de pensar.
Descobrir é algo que já não se faz mais. E nossa sociedade exibe seus corpos de fora
como se nesse país fosse uma grande praia de nudismo. Não fazemos mais sexo.
Inventamos o sexo auditivo. Do qual damos o nome, errado, de funk e batizamos da
cidade onde se “originou”. É o nosso “bom” e “velho” Funk carioca. Assim você não
precisa nem pensar é só seguir o ritmo da musica.
Não somos racistas, embora para os nossos negros estudarem, terem um curso
superior, instalamos cotas. Rebaixamos o nível de nossa educação e vulgarizamos a
“criação de ciência”. Estamos vulgarizando, com facilidade, tudo. A vida já não vale
nem um gol do Amaral. Somos um falso país com falsas expectativas e falsas
esperanças.
Eu não entendo como podemos ser o país mais católico do mundo e estarmos
nesse puteiro que estamos. Deveríamos ser o melhor país do mundo, mas somos a “casa
da mãe Joana. Sem ofender as “Joanas”, por favor. Esse país é a maior zona do mundo.
Não vamos resolvê-lo muito menos questioná-lo estão todos fu... zilados. Bola pra
frente afinal amanha tem jogo do Brasil. E se ganhar o sangue derramado nas favelas
serão esquecidos. Um novo sonho vai renascer ao som do funk e dos corpos nus. O
Brasil é santo e prostituído. Boa Sorte.

Thales Barreto

Julho
Terça-feira, 3 de Julho de 2007
Sem saber o fim...

Deitada, no chão, com as pernas nuas, ela observa a televisão. Seus seios estão
comportados, em uma blusa negra que contrasta com sua pele clara. Eu, sentado no
sofá, apenas olho as suas perfeições. Meus olhares caminham lentamente pelo seu
corpo. Suas pequenas unhas dos pés. Subo meus olhares até sua canela, lisa, macia.
Lugar que minha boca gosta de andar. Meus pequenos olhos castanhos descobrem seu
joelho, beijam como se fossem mil bocas e descem por sua coxa.
Algo me distrai desvio meus olhares. Confusões. Levanto. Questiono seus olhos
negros. Ela, sonolenta, pede que desligue a televisão e fica viajando de olhos fechados.
Acabo ligando o som em um CD de Tom Jobim. Busco-a pra minha paisagem.
Encontro seu pé batendo, no ritmo da música, no chão. Seus braços cruzados em seu
ventre, olhos fechados. Pernas dobradas, comportadas. E a cabeça movimentando
lentamente como se desfilasse em uma passarela.
Desnorteado vou até a estante e pego uma garrafa de vinho tinto seco, do seu
preferido. Taças, não pergunto nada sei que ela também ira beber comigo. Abro a
garrafa e sirvo. Deixo um copo sobre a mesa de centro e me recolho no sofá a admirar
minha mais bela paisagem. Meu quadro vivo. Ela, de olhos fechados, apenas
movimenta os lábios me chamando pro seu lado. Deixou minha taça ao lado da sua e
deito meu corpo ao lado do seu. Sem abrir os olhos ela apenas vira o rosto e me beija. A
noite começa... Ninguém sabe a hora de terminar.
Thales Barreto

Quarta-feira, 4 de Julho de 2007


Tão carismático quanto um chuchu!

Em uma conversa de MSN um dia desses o Otto Herok Netto largou uma frase
que marcou. Foi escrita, lapidada, pensada durante anos. Porém estava à procura de um
personagem pra ela. Tentei criar um casal em uma cena patética, superficial, mas desisti
de “contemplá-los” ia ficar “sem nexo”. (Como se alguma coisa nesse blog tivesse
nexo, enfim...) Depois segui minha caçada ao “personagem perdido”. Alguém teria que
se encaixar naquela frase tão bem preparada. Eis que surge um mestre, não o Otto, nem
o Pase, mas o Antônio R! Sim... Ele é genial, porém é a “educação” em pessoa.
As atividades dele são tão cansativas quanto o tédio. Diria que só o tédio é pior
que o Antônio R Mesmo com toda sua inteligência seu conhecimento ele consegue ser
admirável de longe. Apenas de longe e friso DE LONGE! Assim ele não irá ser “gentil”
com você. Também quero repetir, não retiro uma vírgula de seu admirável currículo! E
termino por aonde queria chegar. A bendita frase que me motivou a isso tudo. Antônio
R é tão carismático quanto um chuchu. Boa Sorte.

Thales Barreto
Quinta-feira, 5 de Julho de 2007
A pergunta do futuro...

A campainha toca e Nathalia vai lentamente abrir a porta. Pedro espera com as
mãos para trás, um leve e tímido sorriso no rosto. Tem em mente um convite
irrecusável. Acabara de ser promovido em seu primeiro emprego e amava a sua
companheira. Ela era uma dessas jóias de menina. Estudava, era dedicada, delicada.
Tinha olhos negros, cabelos encantadores, pele clara e mãos expressivas. Era atriz. E
seria mesmo se não quisesse, tinha o jeito o cheiro de artista.
A porta se abre junto com ela o sorriso cresce no rosto de Pedro.
- Posso entra? Diz ele com um olhar de pedinte.
- Não precisa pergunta paixão. Responde ela com os dentes claros e retos
amostra.
Os passos de ambos são lentos. Estão abraçados. Agarrados. Parece um só. Sem
querer Pedro derruba as fores que estavam em suas mãos. Nathalia pisa sem intenção.
Mas o calor de ambos faz tudo ser secundário. O mundo é apenas um pedaço, uma
extensão dos dois. Debatem-se na mesa que esta na sala, cai no sofá. O tempo pára. Ele
pára. Com ela em seus braços os olhares se fixam novamente ele fala.
- Quanto tempo a gente tem pro amor? Pergunta Pedro, com certo suspense no
ar.
- O tempo todo! Responde Nathalia, como se dominasse as horas.
- Quer casar comigo? Questiona ele com timidez que convém ao momento.
Os olhares da moça fogem do rosto do amado. Busca algo para se apoiar. Não
esperava um convite tão inesperado. O futuro lhe larga uma charada. Mas os problemas
do presente a pressionam. Escondia alguma coisa do companheiro, algo que não
confessaria nem para o médium depois de morta. Porém o futuro exige coisas que nunca
se faria, nem mesmo depois da morte.
- Não posso. Espero um filho de seu pai. Responde ela esperando o pior.
Os corpos enrolados se desprendem rapidamente.
- Traído! Você me traiu com meu pai! Grita histérico com uma suave lágrima
escorrendo pelo canto dos olhos.
Nathalia apenas cobre o rosto. Seus cabelos recaem sobre sua face. Aos prantos
pede perdão. Que perdoe o imperdoável. Ao ver o lamento da japoninha se atira em seu
encontro.
- É meu! É meu! Amar é trair-se pelo outro. É meu!
Eles apenas se beijam. O futuro tem sua resposta.

Thales Barreto

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