Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
NIALL FERGUSON
Passados (Coordenação)
História Virtual
alternativos (tradução de Luís Trindade
e Maria José de La Fuente)
1.ª edição
Fernando Martins Lisboa
Tinta-da-China,
2006, 446 páginas
1 8
REIS, Jaime – «O atraso económico por- than – «A guerra ou paz de Estaline. E se a FERGUSON, Niall – «Introdução: Histó-
tuguês em perspectiva histórica (1860- Guerra Fria tivesse sido evitada?», pp. 285- ria virtual: rumo a uma teoria “caótica” do
-1913)». In Análise Social, vol. XX (80), -304. Trata-se, no entanto, de textos extre- passado», in FERGUSON, Niall (coord.) – His-
1984-1.º, pp. 7-28. mamente sedutores e sólidos do ponto de tória Virtual, p. 16.
vista da forma e do conteúdo da narrativa.
2 9
Sobre a New Economic History, cf. TEMIN, Que depende e resulta de uma variável
6
Peter (comp.) – La Nueva Historia Económica. É o caso do texto de CLARK, J. C. D. – aleatória.
Lecturas Seleccionadas. Madrid: Alianza Edi- «A América britânica: e se a Revolução Ame-
10
torial, 1984, pp. 9-10. ricana não tivesse acontecido?», pp. 103- «What room for accident in history?:
-153. A edição portuguesa omitiu os explaining big changes by small events». In
3
A «controversa técnica de contrafactual» capítulos 1 («England without Cromwell») e Economic History Review, XLVII, 4 (1994),
que Jaime Reis se propunha utilizar no seu 3 («British Ireland») publicados na edição pp. 637-657.
trabalho, inspirada na «chamada nova his- original. Percebe-se que assim tenha acon-
11
tória económica», consistia «em alterar um tecido por ser desse modo possível tornar Cito apenas a resposta de N. F. R. Crafts
ou mais dos parâmetros duma dada situa- a publicação mais exequível do ponto de àquela que também é uma resposta dada
ção histórica de modo a criar uma outra vista financeiro, retirando textos sobre temas por Landes na referência acima enunciada:
situação, hipotética, mas verosímil, que se que, presumo, os editores da Tinta da China «Macroinventions, economic growth, and
possa comparar com a real de uma forma tenham considerado de pouco interesse para “industrial revolution” in Britain and France».
quantificada» [REIS, Jaime – «O atraso eco- o leitor português. Se isso pode ser verdade In Economic History Review, XLVIII, 3 (1995),
nómico português em perspectiva histórica em relação ao capítulo 3, é muito discutí- pp. 591-598.
(1860-1913)», p. 15]. vel em relação ao capítulo 1, uma vez que
12
a Revolução Inglesa de 1640 foi um acon- «A União Europeia do Kaiser. E se a Grã-
4
Há uma outra característica muito impor- tecimento cuja natureza ultrapassaria, e -Bretanha tivesse ficado de fora em Agosto
tante na história virtual, aquela que é talvez muito, as fronteiras geográficas da Grã-Bre- de 1914», pp. 157-207.
o maior argumento a favor da sua legitimi- tanha. A edição espanhola deste mesmo
13
dade e utilidade. A história virtual, as suas livro (Historia Virtual. ¿Qué Hubiera Pasado KUNZ, Diane – «A Constituição de Came-
interrogações e ao menos parte dos seus Sí…?. S. e.: S. l., Taurus, 1998) optou, igual- lot. E se John F. Kennedy não tivesse mor-
métodos, são muitas vezes utilizados por his- mente, por não incluir aqueles dois capítu- rido?», pp. 307-331.
toriadores comuns em trabalhos comuns. A los, substituindo-os por um de Santos Juliá
14
grande diferença reside no facto de o con- sobre a Espanha de 1936 sem guerra civil ALMOND, Mark – «1989 sem Gorbachev.
trafactual ser acima de tudo um meio e nunca e outro, de Juan Carlos Torre, sobre a Argen- E se o comunismo não se tivesse desmo-
um princípio ou um fim. Cf. BULHOF, Johan- tina sem «peronismo». ronado», pp. 335-358.
nes – «What if? Modality and history». In His-
7 15
tory and Theory. Studies in the Philosophy of Um trabalho curioso com qualidade na ROSENFELD, Gavriel – «Why do we ask
History, vol. 38, n.º 2, 1999, pp. 145-168. vertente histórica, mas nada arrojado no “What if?”: reflections on the funtion of alter-
plano teórico e metodológico, é o de COWLEY, native history». In History and Theory. Stu-
5
Pareceu-me ser o caso dos capítulos de Robert – What if? The World’s Foremost Mili- dies in the Philosophy of History, vol. 41,
ROBERTS, Andrew – «Inglaterra de Hitler. tary Historians Imagine What Might Have Been. n.º 4, 2002, pp. 90-103.
E se a Alemanha tivesse invadido a Grã-Bre- Nova York: G. P. Putnam’s Sons, 1999,
tanha em Maio de 1940?», pp. 211-251; BUR- pp. 11-14. O mesmo sucede num exemplo
LEIGH , Michael – «A Europa nazi. E se a espanhol: TOWSON, Nigel (dir.) – Historia Vir-
Alemanha nazi tivesse derrotado a União tual de España (1870-2004) ¿Qué Hubiera Pasado
Soviética?», pp. 255-281; e HASLAM, Jona- Si…?. Madrid: Taurus, 2004, pp. 17-35.