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O AÇO E O FERRO NA ATUAL CONSTRUÇÃO CIVIL E NA REABILITAÇÃO

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Guilherme Veloso Floriano


Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia
Doutoramento em Arquitectura
Seminário de Métodos Construtivos
Lisboa, Portugal
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Abstract

A brief analysis of the role of steel and iron in the current architecture, based on my professional
and academic experiences.

Artigo

A evolução da tecnologia influencia o uso e desenvolvimento de técnicas e métodos


construtivos na arquitectura, fazendo com que certos métodos novos sejam criados e os
antigos sejam aprimorados. O aço e o ferro surgiram a séculos, como uma nova alternativa aos
materiais de construção vigentes e ficaram cada vez mais baratos e eficazes com a evolução e
estudos sobre suas técnicas de produção. Desde o século passado, o aço e o ferro se
tornaram dois dos materiais mais utilizados na construção civil, juntamente com a madeira e o
concreto como os pilares dos métodos construtivos modernos.

As propriedades notáveis dessas ligas metálicas transformaram e definiram a


arquitectura dos dois últimos séculos. Ultimamente, aço e ferro são as grandes apostas na área
da construção civil e reabilitação, graças aos avanços constantes nessas tecnologias. À
medida que o mundo da arquitectura conta cada vez mais com escritórios que utilizam
plataformas avançadas de modelagem digital como principal ferramenta no processo de projeto
de arquitectura, bem como profissionais com experiência nos meios de fabríco digital, o
domínio do aço e do ferro alcançou um nível que possibilita formas e estruturas que seriam
apenas utopias à algumas décadas atrás.

O aço e o ferro há muito tempo são os principais materiais de apoio para a estrutura
arquitetônica, mas quando é reconhecido por sua beleza inata e integridade estrutural, os
resultados podem ser inspiradores. Arquitetos reverenciados como Frank Gehry e Zaha Hadid,
para citar alguns, desafiaram a ideia de usar o aço apenas para construir o esqueleto de um
edifício e, em vez disso, criaram estruturas inovadoras e surpreendentemente fluidas que
permitem que o material seja a grande estrela do projeto. Além disso, muitos arquitectos estão
experimentando inclusive a estética do aço, desde o cultivo de ferrugem para uma pátina
envelhecida até o polimento de alto brilho acabamento mais polído, demonstrando a
versatilidade do metal.
Vivemos em um ambiente urbano que é variado e diversificado, mas, cada vez mais, a
arquitectura baseada em metal tem se tornando mais comum. Considerando que uma parte
significativa da arquitectura atual é substancialmente metálica ou faz uso do metal de alguma
maneira, será que esta tendência continuará? O que mudará sobre o uso do metal à medida
que avançamos na investigação destes materiais?

Na maior parte, considero que o uso dos metais, tanto como o material principal quanto
como um material de suporte, está aumentando. A base das estruturas dos maiores prédios e
edificações do mundo demandam imenso uso de ligas metálicas independentemente do projeto
arquitectônico, sendo necessárias nas fundações por exemplos. Inclusive, o metal como
produto de revestimento está constante ascensão, tanto para aplicações internas quanto
externas. Acredito que o maior impulsionador do crescimento constante do uso do metal é sua
versatilidade e a facilidade de fabricá-lo sob medida. Ao contrário de outros materiais, o metal
pode ser soldado, dobrado, perfurado, várias maneiras quase que ilimitadas. O uso do aço e do
ferro não está apenas aumentando, mas está sendo usado de formas cada vez mais criativas.
Dessa forma, o uso de metal em edifícios, tanto no interior quanto no exterior, é mais que
apenas uma tendência, é a realidade que deve moldar o futuro da construção civil e da
reabilitação.
Tradicionalmente, temos usado o metal mais em uma natureza funcional, e agora
estamos nos aprofundando mais na estética do metal. Ele é utilizado principalmente no exterior
como um material de revestimento, mas também o usamos no interior para expressar a
arquitetura e a conexão entre interior e exterior. Essa versatilidade demonstra inclusive seu uso
cada vez maior na reabilitação arquitectônica. Em grande parte, a eficiência de uso e custo dos
metais se traduz como uma das melhores opções nessa área.

Muitos materiais de construção ganham aceitação devido ao seu desempenho. Embora


o aço tenha um desempenho tecnológico reconhecido, muito do que impulsiona o aumento do
uso dessas ligas metálicas na reabilitação é a estética: a capacidade de definir um prédio. É
possível fazer alguns designs bastante ousados, como por exemplo dobras de planos, algo que
com outros materiais não seria possível. Não é um tipo de design que pode ser feito com tijolos
ou outras alternativas não tão maleáveis ou de custo acessível. Em grande parte, a eficiência
de custo do aço e do ferro torna esse tipo de projeto possível.

O aço afeta não apenas a forma do edifício, mas também a identidade do projeto,
tornando a escolha das cores e texturas uma tendência crescente. Exemplos não faltam. É
muito difícil imaginar os prédios de Frank Gehry com um visual que não fosse o cromado de
suas estruturas metálicas megalomaníacas, ou a ferrugem presente nas esculturas de aço
corten de Richard Serra. Os arquitetos estão sabendo cada vez mais combinar cores dos
materiais metálicos, se tornando mais especulares, ao mesmo tempo em que começamos a ver
também essas cores mais terrosas, que parecem enfatizar a versatilidade do metal. Podemos
dizer que seria até um resgate do conceito brutalista, demonstrando a verdade estrutural
desses elementos construtivos, convergindo seu uso e função com uma estética que cria uma
linguagem contemporânea e sofisticada. As paredes não precisam ser mais apenas um grande
quadro branco. Quase parece que a variedade do uso do aço é ilimitada. É difícil ver uma
tendência em particular, mas a diversidade com a qual o aço é usado na arquitectura
contemporânea é impressionante, e é exatamente esse nível de diversidade que torna o
material uma escolha interessante e apropriada para um projeto igualmente diverso, seja na
construção civil em larga escala ou na reabilitação.

Complementando, temos também o uso de texturas, seja ela estampada no próprio


metal ou o uso dos perfis perfurados e expandidos. As texturas criam cores através dos
reflexos ou da luz solar, iluminação de rua e até luar. O Edythe Broad Art Museum, projetado
pelo Zaha Hadid Architects, é um exemplo de destaque que demonstra a utilização sábia do
aço com um elemento estrutural que pode proporcionar também a característica definidora de
sua estética. Ele se destaca como um austero edifício, com suas dobras na fachada exterior
demonstrando a versatilidade do material metálico, e também podemos ver a texturização da
superfície externa, que captura e reflete diferentes luzes e cria uma leitura constantemente em
mutação do prédio, dependendo da hora, do dia e do clima. As texturas em muitos metais são
inclusive direcionais e que, ao movimentar as peças metálicas, pode-se mudar
substancialmente a aparência do prédio ou a maneira como a luz reflete o painel. Às vezes isso
pode até parecer um erro, mas às vezes é exatamente o que o arquitecto procura.

São projetos como esse que mostram que a construção civil e a área da reabilitação
atual estão dominando cada vez mais o aço, e estamos inclusive perdendo um certo medo de
usar a o metal como protagonista. Dessa forma podemos maximizar o rendimento do que antes
seria considerado um mero pedaço de metal, mas que pode se tornar o elemento principal de
um projeto. A textura e a cor do metal podem fornecer uma riqueza superficial que possui
versatilidade única, com uma potencialidade estrutural única e a capacidade de se comunicar
com o exterior de um forma particularmente eficaz.

A maior vantagem do aço pode nem ser uma das já citadas, mas sim a sua capacidade
de reciclagem. O fato de que muitos produtos e tipos de metais estão disponíveis de forma que
tenham um processo reciclável torna mais fácil a tarefa de defender o uso do aço, ainda mais
quando é possível apontar não apenas as vantagens estéticas do material, mas também suas
vantagens ambientais positivas. Pensar que podemos transformar algo, que seria tratado como
lixo, na estrutura de um prédio, mostra mais uma grande vantagem do aço em relação a tantos
outros materiais de construção. Essa sustentabilidade é um dos conceitos líderes em inovação
na construção. A teoria por trás disso é perfeitamente compreensível. É muito mais rentável
integrar recursos sustentáveis ​ao projeto de um edifício no início do que arriscar perder dinheiro
mais tarde. O aço atende aos critérios de sustentabilidade. Os materiais de construção são
frequentemente escolhidos ns obras e nas reabilitações tendo em vista seu potencial de "fator
verde" e as certificações de construções verdes, como o LEED, são investigadas quando os
construtores fazem suas escolhas. Produtos como componentes de aço e ferro para
componentes estruturais estão sendo cada vez mais desejados. O aço é considerado um
"amigo da terra" e consegue ficar dentro das considerações orçamentárias para a maioria dos
construtores.
Olhando para locais de construção e obras sempre veremos pilhas de vergalhões, metal
e dutos que serão transformados em outra coisa no futuro. Nesse ponto, o peso do metal tem
dois impactos significativos. Sua leveza reduz também os custos de transporte em comparação
com tijolo ou concreto e permite a construção de edifícios maiores. À medida que as cidades
se tornam mais densas e os imóveis mais caros, a tendência de construir edifícios mais altos
aumenta consideravelmente, o que exerce influência direto no aumento da demanda por aço e
ferro nos grandes centros. Em várias cidades europeias existe inclusive a dicotomia entre a
expansão vertical e a reabilitação. O cabo de força entre a expansão das grandes cidades e a
necessidade de reabilitar seus edifícios construídos passa diretamente pelo uso de materiais
eficientes para que não ocorra um colapso econômico e urbanístico, e o aço pode ser o
material que tenha mais qualidades e características necessárias para atender todas essas
áreas.

Além do peso e reciclabilidade, o aço e o ferro podem desempenhar um papel no


consumo de energia, apesar de seu desempenho relativamente pior como um condutor de
calor. Em climas mais desérticas, como da minha cidade natal de Brasília no Brasil, as paredes
de telas metálicas se tornam populares. Painéis de metal, geralmente com várias perfurações,
são fabricados como uma pele de proteção na frente de fachadas de vidro. Isso permite
sombreamento enquanto mantém as vistas. Além disso, isso permite que o edifício atenda aos
códigos de energia atuais, mesmo com grandes extensões de envidraçamento.

Se o uso do aço e do ferro na arquitectura é orientado tanto pela estética quanto pelo
desempenho, como parece ser o caso, devemos ser capazes também de apontar para as
principais influências e impulsionadores da tendência. É claro que o Museu Guggenheim de
Bilbao, de Frank Gehry, tem sido uma das grande influências das últimas décadas como
importante símbolo do aço na arquitectura. Mas devemos observar também que o prédio já
ultrapassou seus 20 anos de idade e sua influência pode não ser mais tão significativa quanto
antes. Esses projetos e, provavelmente, dezenas de outros, sempre serão influentes na
condução e uso do aço e ferro na construção civil.

Mas há outro fator influente no uso do aço e ferro que é particularmente exclusivo para
este tipo de material: desenho assistido por computador (CAD). O CAD é importante não
apenas no estágio de design, onde dá aos arquitectos as ferramentas para criar projetos com
formas curvas e geometrias libertárias e muitas vezes fantasiosas, mas também durante os
desenhos de reabilitação, permitindo que as fachadas sejam, por exemplo , pré-fabricadas em
detalhes específicos que permitem que elas sejam colocadas juntas como um quebra-cabeças.
Essa complexidade de design e construção nunca esteve disponível antes, e causa uma
potencialização nessa área extremamente produtiva. As características de flexibilidade, leveza
e versatilidade do aço e do ferro fazem deles materiais ideais para projetos que utilizam de
forma pesada os softwares digitais como ferramenta principal. O uso do design do computador
para distorcer e torcer e perfurar pode dar ao metais uma maior longevidade, inclusive.
O futuro desses metais não está escrito e pode ser alterado por materiais e técnicas de
construção imprevisíveis. O que acontecerá, por exemplo, com impressoras de fibra de carbono
e 3D? Ainda assim, o papel do aço e do ferro em nosso ambiente urbano tenderá a subir não
necessariamente para qualquer estética de design específica, mas devido à sua versatilidade e
sustentabilidade.

O aço molda o futuro para nossos empreendimentos arquitectônicos, da grande escala


à reabilitação. O aço é 100% reciclável, permitindo a reutilização de praticamente qualquer
produto de aço, de motores automotivos a clipes de papel. Re-fabricação de um produto de aço
produz um novo produto em nova condição. A sucata de aço é altamente valorizada por essa
qualidade e cria um incentivo para coletá-la e processá-la. Suas propriedades estruturais
proporcionam as mais diversas formas de projeto. De fato, o aço e o ferro podem ser
considerados os materiais mais importantes do mundo na construção civil.

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