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ODONTOPEDIATRIA

ORTODONTIA
PREVENTIVA

Profª. Regina Maura Coli Siegl


Profª. Drª Monique de Benedetto
ABITEP – Odontopediatria e Ortodontia Preventiva 1
www.CursosPelaWeb.com.br Tel.: 11 3214 - 8949
TÉCNICAS DE HIGIENE BUCAL

Biofilme
Comunidade de microrganismos incluídos em uma matriz extracelular produzida por esses mesmos microrganismos e
pelo meio externo.
Burne et al., 1997

Suspensão dos procedimentos de higiene oral associado ao uso de sacarose formação de lesões de cárie
retomando os cuidados com a higiene as lesões tornam-se inativas.

Agentes evidenciadores: são substâncias corantes que tingem a placa bacteriana. Apresentação: fucsina em solução
alcoólica a 2%, eritrosina, lugol, iodo, azul-de-metilieno, verde-de-malaquita, marrom de Bismarck e plack-lite.

Índice de placa Greene e Vermillion simplificado (OHI-S): é utilizado para dentes permanentes, mas pode ser
adaptado para a dentição decídua.
- avaliação de 6 dentes: faces vestibulares dos primeiros molares permanentes superiores e a lingual dos inferiores,
faces vestibulares dos incisivos centrais direitos, superior e inferior (para a dentição decídua se avalia os segundos
molares decíduos e os incisivos centrais direitos, nas mesmas faces).
A avaliação é realizada da seguinte forma:
0 - quando não há depósito.
1 – depósitos não vão além de um terço da superfície dental.
2 – depósitos que cobrem mais de um terço, não ultrapassando dois terços da superfície.
3 – depósitos cobrem mais de dois terços da superfície.
- após o registro somar os valores obtidos em cada dente e dividir pelo número de superfícies (6) para obter média
individual determinando assim o índice de placa do indivíduo.

Período entre a erupção do primeiro dente até a completa oclusão funcional dos dentes posteriores:
- erupcionam novos sítios que podem ser colonizados pelos microorganismos cariogênicos.
- favorece condições para o acúmulo de biofilme com potencial cariogênico, pela falta parcial de uso funcional.
- apresentam anatomia oclusal rebuscada com variabilidade de sulcos e fissuras.
- período de maturação pós-eruptiva.

Controle da placa somente com escova _ método limitado de controle da cárie dentária devido ao diâmetro das
cerdas e pouco tempo gasto durante a escovação _ impede a remoção completa da placa em todas as superfícies. A
escova promove desagregação/ou remoção do biofilme dental.

Escovação + agente químico (flúor) + uso regular do fio dental = métodos efetivos para prevenção tanto da cárie
quanto da doença periodontal.

CONTROLE MECÂNICO DA PLACA BACTERIANA


1. ESCOVAS
Prática de higiene precoce deve ser instituída no início da erupção dos dentes decíduos para evitar a fixação do
Streptococcus mutans.
A técnica deve ser compatível com a idade e desenvolvimento neuromotor da criança.
É importante seguir uma seqüência, ter boa visibilidade e posição segura para evitar movimentos bruscos da criança.
O evidenciador cora a placa bacteriana e facilita a visualização das áreas afetadas.
Crianças de 2 a 2,5 anos já querem escovar sozinhas- incentivar motricidade fina da criança ainda está pouco
desenvolvida, portanto a escovação deve ser supervisionada até + 7 a 8 anos.

Higiene antes da erupção dos dentes


- Massagear a gengiva
- Limpeza = remoção de leite ou alimentos que estão estagnados nas comissuras labiais e na cavidade bucal com
dedeiras, gaze ou fralda umedecida em água filtrada ou fervida, 1x/dia (imunoglobulinas liberadas pelo leite protegem o
assoalho da mucosa bucal contra infecções).

Higiene após a erupção dos dentes


- escova de dentes e fio dental, cuidado com uso de flúor.

Posição para escovação


- higiene no colo: posição de amamentação.
- posição joelho a joelho: com auxílio de outra pessoa, sentados de frente, com os joelhos encostados. O bebê deve
estar deitado de costas sobre as pernas dos pais e seus braços devem ser contidos por um deles, enquanto o outro
apoia a cabeça e faz a higienização.
- colocada no colo da mãe e apoiada entre as pernas.
- contenção para crianças maiores não cooperadoras _ responsável sentado no sofá ou no chão com a criança entre
as pernas – contenção das pernas da criança enquanto um braço apoia a cabeça, o outro faz a higienização.
- posição de Starkey: recomendada para crianças em idade pré-escolar e com pouca habilidade manual. A criança fica
em pé, na frente e de costas para mãe, e encosta a cabeça contra ela. A mãe usa a mão esquerda para segurar e
estabilizar a mandíbula e com os dedos desta mão afasta os lábios e as bochechas, com a mão direita empunha a
escova executando os movimentos da escovação. Para a arcada inferior, a mandíbula deve estar posicionada num

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plano horizontal e para a arcada superior, a cabeça deve ser um pouco fletida para trás de modo que a mãe possa ter
uma visão direta.

Técnicas para criança em idade escolar:

- Técnica de Fones: a criança empunha a escova e com os dentes cerrados faz movimentos circulares na face
vestibular de todos os dentes. Na face palatina/lingual os movimentos também são circulares e na face oclusal/incisal os
movimentos são no sentido ântero –posterior.

- Técnica de Stillman modificada: escova é colocada com o longo eixo das cerdas lateralmente contra a gengiva e estas
são deslizadas de gengival para oclusal/incisal. Quando as cerdas estiverem junto ao ponto de contato dos dentes,
devem ser realizados movimentos vibratórios.

- Técnica de Bass: durante a escovação as cerdas são forçadas diretamente no sulco gengival, num ângulo de 45 graus
com o eixo do dente, fazendo movimento curto para frente e para trás, vibratórios, deslocando todo o resíduo existente
na área; conforme movimenta a escova, os dentes e a gengiva vão sendo limpos. As superfícies oclusais são
escovadas movendo a escova para frente e para trás.

Escovas dentais
Escovas para menores de 3 anos: cabeça pequena, cerdas extra macias, extremidade arredondada, estreita,
oferecendo boa empunhadura. A troca deve ser realizada a cada 2 meses pois as cerdas perdem a elasticidade e
tornando ineficaz para a higiene correta (crianças pequenas têm o hábito de morder a escova reduzindo a vida útil).

Escovas infantis:
- cabo: retangular ou achatada para melhorar o apoio.
- cabeça: tamanho entre 25 e 32 mm (pequena a média) por 8 a 11 mm de largura, apresentando 3 x 6 ou 3 x 8 fileiras
de tufos.
- cerda: artificial (náilon), diâmetro regular, menor redução de rigidez quando imerso em água, pontas arredondadas,
consistência média ou macia (dependendo da técnica utilizada), comprimento uniforme.

Funções e efeitos básicos da escovação:


- remover os depósitos de resíduos alimentares nos dentes, acúmulo de microorganismos e recentes indultos
supragengivais não calcificados.
- deslocar resíduos alimentares e acúmulos de microorganismos das faces interproximais nas áreas de contato entre os
dentes.
- realizar massagem gengival suave, para promover circulação sangüínea e queratinização do epitélio adequada.
- não irritar ou dilacerar o tecido gengival.
- não desgastar a estrutura dental.
Tempo necessário para correta limpeza: 10 a 15 minutos.

2. DENTIFRÍCIO
Utilizar com cautela até os 3 anos de idade pois as crianças são incapazes de controlar a expectoração, deglutindo a
maior parte.
Crianças menores de 5 anos ingerem 30% do dentifrício e a maioria dos dentifrícios infantis apresentam concentração
de 1000 ppm de flúor _ ingestão contínua de alta concentração de dentifrício (risco de fluorose). Utilizar creme dental
com flúor – concentração 1000 ppm em pouca quantidade para prevenir desenvolvimento de lesões de cárie em
crianças.
Importante colocar uma quantidade reduzida (técnica transversal) pelo adulto.
Creme dental deve conter abrasivos ou mistura de abrasivos = agentes polidores. As partículas devem ser duras o
bastante para limpar os dentes mas não tão duras a ponto de “arranhar” o esmalte ou a dentina.

3. FIO DENTAL
Utilizado para limpeza dos espaços interdentais _ indispensável para a perfeita higienização bucal. Deve ser iniciado
quando existir a presença de algum contato proximal.
Pode ser utilizado fio encerado ou não. As vantagens do fio encerado são: menor diâmetro, passando mais facilmente
pelos contatos interproximais mais apertados; sob tensão distende-se sobre a superfície do dente com cada fibra
atuando separadamente como uma lâmina cortante para desalojar resíduos alimentares; o fio encerado faz um ruído
agudo quando usado sobre uma superfície dental limpa e esse ruído pode ser utilizado como orientação.
Modo de usar: o fio dental deve medir de 25 a 45 cm e ser enrolado em torno do dedo médio de uma das mãos e
posicionado com as pontas dos dedos indicadores. A distância dos dedos indicadores deve ser de 2 a 3 cm com o fio
bem esticado, mas não sob tensão, movimentado de vestíbulo-lingual até a área de contato, para então ser trabalhado
apicalmente dentro do sulco gengival. O fio se move de cima para baixo, abraçando bem a superfície interproximal.

CONTROLE QUÍMICO DA PLACA BACTERIANA

Substâncias quimioterápicas: impedem a instalação, diminuem a velocidade ou interrompem o progresso da cárie


sem a remoção operatória da lesão. Vários agentes vêm sendo utilizados: nitrato de prata, fluoreto de prata/estanho,
diamino fluoreto de prata, clorexidina e vernizes de flúor.
* está se intensificando a atenção à remineralização de lesões de cárie não cavitadas e lesões que progrediram além de
1/3 da espessura da dentina. Como cerca de 60% das lesões que se estendem até a metade da dentina não são
cavitadas e pelo fato da velocidade de progressão das lesões serem geralmente muito lenta, dentes com estas

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características devem ser indicadas para remineralização desde que o paciente faça parte de um programa de
proservação com vigilância atenta.

Diamino fluoreto de prata (Cariostático)


Eficaz na prevenção e paralisação de lesões de cárie em fóssulas e fissuras. Esta substância forma fluoreto de cálcio
menos solúvel na superfície dentária e precipita fosfato de prata, dificilmente solúvel, e responsável pela coloração preta
por ação da luz e de redutores. O íon Ag tem ação coagulante protéico, formando uma proteína de prata com efeito
inibitório sobre uma série de enzimas e com ação antibacteriana potente. Este íon entra em contato com o cianeto
salivar, produzindo cianeto de prata, ficando retido por períodos prolongados.

Diamino fluoreto de prata:


- aumenta a resistência do mineral aos ácidos.
- inibe a solubilidade da proteína dentária sob ação da protease.
- fecha os túbulos dentinários.
- remineraliza a dentina amolecida.
- inibe a aderência e o crescimento dos S. mutans à superfície de esmalte.
- inibe a formação do biofilme bacteriano e a desmineralização subsuperficial do esmalte.
- tem efeito cariostático e preventivo.

Indicações:
- prevenção e paralisação de lesões de cárie dentária em crianças.
- prevenção de lesões de cárie secundárias.
- dessensibilização da dentina hipersensível.

Desvantagem: estética (após a aplicação a área fica enegrecida)

Protocolo: proteção dos tecidos moles com vaselina, isolamento, profilaxia, secagem do campo, aplicação do diamino
fluoreto de prata a 30% (3 sessões ao mês); esfregaço com bolinha de algodão por 3 a 5 minutos.

Marcas comerciais: Cariostático (Inodon), Biorode (Herpe), Safride di Walter (Polidental), Saforide.

CLOREXIDINA (digliconato de clorexidina)

- É uma clorofenil bisguanina utilizada como sal de gluconato com resultados favoráveis no controle de bactérias.
- Possui amplo espectro de ação (tanto para bactérias gram- positivas quanto gram-negativas). Efeito bacteriostático e
bactericida.
- Alta substantividade (capacidade de retenção e manutenção na cavidade bucal) com efeito residual de cerca de 48hs.
- verniz –> efeito inibidor no desenvolvimento de lesões de cárie em fissuras e no número de S. mutans no
biofilmedental até 3 meses após sua última aplicação. A efetividade e a duração da inibição do S. mutans dependerá da
concentração do verniz e do número de aplicações. A recolonização da superfície após certo período é variável (3
semanas a 4 meses) seguindo um padrão específico -> os microorganismos reaparecem primeiro nos dentes
posteriores e depois nos anteriores devido a dificuldade em desinfetar regiões mais retentivas.
- tratamento alternado com o verniz de clorexidina e com o de flúor mostrou uma redução significante do S. mutans por
pelo menos 3 meses.
- lembrar que a aquisição inicial de S. mutans é precoce (entre 12 e 18 meses, 71% das crianças já estão infectadas).
- É seguro e efetivo (baixa toxicidade).
- Sabor desagradável.
- Indicações: durante o período da janela de infectividade, atividade e alto risco da doença, presença de grande
concentração de bactérias cariogênicas, lesões de mancha branca ativas, pacientes com higiene bucal inadequada,
xerostomia, pacientes portadores de aparelhos ortodônticos ou com múltiplas restaurações e na prevenção familiar de
contaminação cruzada.
- Mecanismo de ação: inibição da adesão bacteriana nas superfícies dentárias; restrição da quebra de carboidratos
(transporte, glicólise); redução da migração de íons; restrição da proteólise; contenção do metabolismo de aminoácidos.

Modo de apresentação: Dentifrício, gel, verniz, solução.

Protocolo: profilaxia, isolamento e secagem do campo, aplicação do verniz de clorexidine (3 sessões consecutivas
durante 2 semanas). Reaplicações de acordo com o programa preventivo estabelecido, baseado no perfil de risco
circunstancial do paciente.

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PREVENÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA

HÁBITOS ALIMENTARES

- Dieta: é o efeito local dos alimentos nos dentes, afeta o metabolismo da placa bacteriana , produção de ácidos
(determina a cariogenicidade do alimento)

- Nutrição: efeito sistêmico que os nutrientes ocasionam na saúde geral, crescimento e desenvolvimento de estruturas
de todo o corpo, e o desenvolvimento pobre dos dentes, devido a má nutrição, pode influenciar na progressão da
doença cárie.

- Importância dos hábitos alimentares:


- necessidades nutricionais variam de acordo com a faixa etária. Lembrar que o índice de crescimento da criança (se ela
está crescendo e se desenvolvendo dentro dos padrões da sua idade) e não sua atividade física que irão determinar o
apetite.
- controle da dieta é importante não só para prevenção de cárie, mas também para evitar maus hábitos que possam
levar à obesidade.
- orientar a gestante: não introduzir precocemente carboidratos/açúcar na dieta do bebê. Hábitos alimentares incorretos
aprendidos na infância dificilmente são modificados posteriormente.
- Com a etiologia da cárie dentária, a dieta também recebe influência do núcleo familiar, do estado emocional, religião,
nível sócio-econômico e cultural.
- leite materno X leite bovino: ambos produzem queda de pH e portanto são cariogênicos, mas o leite materno
apresenta mais lactose (7,2%) do que o bovino (4,5%), ou seja, o leite materno seria mais cariogênico que o leite
bovino, mas este geralmente é oferecido com adição de açúcar.
- cárie de acometimento precoce da infância – antigamente denominada de rampante ou de mamadeira: caracterizadas
pela destruição extensa e rápida dos incisivos superiores e primeiros molares, causada pelo líquido cariogênico que fica
parado sobre os dentes durante o sono da criança. Inicialmente os dentes inferiores são protegidos pela língua durante
a sucção, mas, em casos extremos, eles também podem ser atingidos.

- Análise alimentar:
- Pode-se fazer um Recordatório alimentar (lembrando o que foi ingerido nas últimas 24 horas) e mais efetivamente,
pode-se fazer o diário alimentar de 3 ou 7 dias (escrevendo em um papel tudo o que foi consumido nesses dias,
inclusive as quantidades de açúcar usadas para adoçar líquidos).
- Analisar o tipo de dieta consumido pela criança, verificar a forma, consistência, frequência e período de ingestão dos
alimentos.
- Observar a presença de açúcar oculto (ex.: uso de condimentos, ou medicações que contenham açúcar na
formulação).
- Lembrar da relação açúcar X afeto. Da mesma forma que alimentos como arroz e feijão estão relacionados a
trabalhadores, sopa relacionado a doentes, o açúcar está relacionado ao carinho e afeto.
- A cariogenicidade dos alimentos está ligada ao tempo total que permanece na cavidade oral até a sua remoção, e
depende da consistência e adesividade do alimento, das características da anatomia dos dentes e das arcadas, dos
movimentos musculares e fatores salivares (fluxo, viscosidade). Fica-se subentendido que alimentos “grudentos” e
pastosos são mais cariogênicos do que alimentos fibrosos.

- Verificar o consumo diário dos grupos alimentares: lácteo; carnes; verduras e frutas; pães e cereais.

a. Proteínas: dieta deficiente em proteínas durante a fase de desenvolvimento dentário provocará a formação de dentes
menores, erupção retardada e aumento da susceptibilidade à cárie dental, sem alteração na composição mineral do
dente. Já após a erupção dos dentes as proteínas apresentam efeito no metabolismo da placa dentária, neutralizando
os ácidos. Em geral, dietas ricas em proteínas são pobres em carboidratos.
Fontes de proteína: carne, ovos, leite e seus derivados, são proteínas animais. Trigo, centeio, aveia, feijão , soja, são
exemplos de proteínas vegetais.

b. Lipídeos: São fontes de energia para o organismo. As gorduras podem diminuir a atividade de cárie devido à
formação de uma película protetora sobre a superfície dos dentes limitando o acúmulo de placa bacteriana ou pela
interposição entre a superfície e os ácidos da placa.
Fontes de lipídeos: as fontes mais saudáveis são os óleos vegetais insaturados.

c. Carboidratos: Aqui se incluem os açúcares. A produção de ácido láctico através do metabolismo glicolítico dos
açúcares é responsável pelo início da cárie. A síntese de polissacarídeos de adesão e o armazenamento são
importantes para a colonização bacteriana nas superfícies lisas.
Fontes de carboidratos: eles estão presentes em todos os alimentos em quantidades variáveis como pão, batata,
ervilhas, leite (lactose), frutas (frutose), mas o mais cariogênico dos açúcares é a sacarose, presente no açúcar
refinado.

d. Minerais: cálcio, fósforo, magnésio e flúor são componentes básicos dos tecidos duros. Os minerais atuam tanto na
formação de dentes cáries-resistentes quanto na maturação pós-eruptiva.
Fontes de minerais: (exemplos) = Leite (cálcio), trigo integral (fósforo), nozes (magnésio), Fígado (ferro), Chá, soja,
peixe de água salgada (flúor), sal de cozinha (sódio).

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e. Oligoelementos: São outros elementos além dos minerais citados, como zinco, manganês, entre outros que podem
estar relacionados com a prevenção de cárie.
Fontes de Oligoelementos grãos não refinados, verduras.

f. Vitaminas: São compostos não calóricos presentes em pequenas quantidades nos alimentos
- vitamina A: sua deficiência durante o desenvolvimento do dentes provoca atrofia dos ameloblastos, pobre
diferenciação dos odontoblastos, hipoplasia do esmalte e cálculos pulpares. Onde se encontra: fígado, gema de ovo,
laticínios
- vitamina D: promove absorção de cálcio e indiretamente de fósforo sendo essencial para a formação dos ossos e
dentes. Ingestão diminuída de vitamina D pode sugerir o aumento na incidência e progressão da doença cárie. Onde se
encontra: em poucos alimentos, a maior parte dessa vitamina provém de banhos de sol.
- vitamina E: doença periodontal associado a baixos níveis desta vitamina ligada a hemorragias gengivais pela mudança
na membrana dos vasos sangüíneos. A mobilidade dos dentes pode ocorrer devido à atrofia da membrana periodontal.
Onde se encontra: óleos vegetais.
- vitaminas do complexo B: B1 – sua falta prejudica a dentição, atua no crescimento, metabolismo e composição da
placa bacteriana; deficiência de B2 - estomatite angular, glossite. A deficiência no complexo B apresenta manifestações
ao redor da cavidade bucal (mucosa bucal, lábios e superfície da língua). Onde se encontra: carne de porco, cereais
integrais.
- vitamina C: está associado com o desenvolvimento dos odontoblastos e de outras células especializadas e com os
produtos de secreção (ex.: colágeno). Manifestações bucais do escorbuto: gengivite hemorrágica, edematosa ausente
em áreas edentadas. Pode estar acompanhado por infeções bacterianas secundárias (GUNA). Estudos laboratoriais
mostram que a carência de vitamina C produz odontoblastos com alterações degenerativas. Onde se encontra: sucos
de frutas ( laranja, limão), aspargos, brócolis, etc...

Açúcar intracelular ou intrínseco, que está presente nos alimentos. Importante fonte para a nutrição e apresenta
baixo potencial cariogênico. Ex. frutas e vegetais.

Açúcar extracelular ou extrínseco não láctico. É o açúcar adicionado aos alimentos. Alto potencial cariogênico
e efeito deletério para a saúde quando ingerido em grande quantidade. Ex. bolos, biscoitos, refrigerantes.

Açúcar do leite (lactose). Presente no leite e seus derivados. Tem baixo potencial cariogênico devido aos
componentes protetores do leite. Tem grande importância na alimentação.

- Substitutos do açúcar

a. Adoçantes calóricos - os álcoois de açúcar são os mais comuns. Eles não provocam queda do pH da placa
bacteriana ou a queda é pouco acentuada.
- Sorbitol: possui doçura moderada e é bem menos cariogênico que a sacarose. Possui efeito laxante maior que o xilitol.
Consumo maior que 25g/dia pode causar diarréia.
- Xilitol: apresenta cerca de 60% da doçura da sacarose. Não é metabolizado pelos microorganismos orais. Previne o
aparecimento de lesões de cárie, devido à ausência de fermentabilidade e pela estimulação da secreção salivar.
- Manitol, lactitol, maltitol: possuem potencial anticariogênico, mas não existem evidências de sua ação cariostática.
- Esteviosídeo: extraído da planta estévia, é considerado um substituto da sacarose, podendo ser indicada para
crianças. É um produto natural, sem efeitos colaterais.

b. Adoçantes não calóricos - possuem sabor acentuado, não contém componente energético, portanto não são
transformados em ácidos pelas bactérias.
- Ciclamato: sua doçura é maior que a sacarose (30x). Não provoca alterações no Ph da placa, porque não é
fermentado pelas bactérias encontradas na cavidade bucal. Seu uso em crianças deve ser controlado.
- Sacarina: possui sabor extremamente adocicado (450x maior que a sacarose). Não é fermentada pelas bactérias do
meio bucal. Possui gosto metálico final e também deve ser controlado em crianças.
- Aspartame: doçura é 180x maior que a sacarose. Por ser um aminoácido, pode ser metabolizado pelo organismo; não
é cariogênico, devido a sua propriedade inibitória do crescimento bacteriano, de formação e aderência da placa. Seu
uso pode ser liberado para as crianças.
- Sucralose: novo adoçante, desenvolvido no Reino Unido e aprovado pela FDA. Pode ser aquecido e não possui sabor
metálico final.
- Acesulfame K: é o mais recente adoçante não-calórico com sabor bastante adocicado (200x maior que a sacarose).
Não é cariogênico, apresenta boa estabilidade e tolerância a altas temperaturas. Seu uso deve ser controlado em
crianças;

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Bebidas ácidas – erosão

EROSÃO EXTRÍNSECA : ASSOCIADO A ÁCIDOS EXÓGENOS

EROSÃO INTRÍNSECA : ASSOCIADO A ÁCIDOS ENDÓGENOS

EROSÃO IDIOPÁTICA: DIAGNÓSTICO NÃO POSSÍVEL POR MEIO DE EXAME CLÍNICO E ANAMNESE

EROSÃO ASSOCIADA A DIETA PODE SER EVIDENTE NAS SUPERFÍCIES VESTIBULARES DOS DENTES
ANTERIORES SUPERIORES E APRESENTAM-SE COMO DEPRESSÕES

EROSÃO ASSOCIADA COM REFLUXO GASTRO-INTESTINAL APRESENTAM-SE COMO DEPRESSÕES


CÔNCAVAS NAS SUPERFÍCIES PALATINAS E OCLUSAL DOS DENTES SUPERIORES BEM COMO NA LINGUAL
E OCLUSAL DOS DENTES POSTERIORES INFERIORES.

Perimolise

Alimentos Protetores
pH da placa - castanha, nozes,amendoim, pipoca salgada e queijo
- alimentos duros e fibrosos

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CARIOLOGIA

Doença x Sinal Clínico

Conduta:
Tratamento da Doença Controle dos fatores
Causais
Cariologia – conceitos atuais

- Introdução
- Quantidade de lesões com padrão diferente nos povos antigos
- A partir do século XVIII _ padrão atual
- Atualmente _ alimentos refinados, pegajosos, menos mastigação

- Dados epidemiológicos – CPO-D aos 12 anos


- 1986 = 6,65 _ muito alta
- 1993 = 4,85 _ alta
- 1996 = 3,06 (capitais)
- Meta da OMS para o ano 2000 = 3,00
SB 2003 _ 2,79. No entanto, resultado mais favorável nas regiões Sul e Sudeste.
Nas demais regiões > que 3.

Microbiota Virulência
- Propriedades acidogênicas
- Propriedades acidúricas
- Capacidade de colonizar os dentes
- Armazenamento do açúcar excedente

Streptococos mutans
- São considerados os mais cariogênicos
- Rapidamente adquirido por crianças a partir da erupção de decíduos
- Nível de produção de ácidos mais rápido
- Rápida formação de ácido lático
- Maior capacidade de adesão às superfícies lisas

“Fortes indutores da cárie”


- Acidúricos
- Acidogênicos
- Polissacarídeos extra e intra celulares
- Têm capacidade de adesão (iniciadores)

Lactobacilos
- Predominam na dentina cariada
- Mais relacionados com o desenvolvimento e progressão da cárie
- “Invasores secundários”
- Presença dos dois tipos em cárie de cicatrículas e fissuras
- Cárie radicular- Actinomyces se soma às outras duas.
- Acidogênicos
- Acidúricos
- Polissacarídeos intra celulares
- Não têm capacidade de adesão (progressores)

Substrato
- Composição do alimento
- Propriedades físicas
- Quantidade

Freqüência de ingestão
Dieta cariogênica
- Composição
- Freqüência
- Consistência
- Tempo de contato
mastigação / fluxo salivar / retenção / higienização

Hospedeiro
Dentes
- Tipos de dente
- Morfologia dos dentes
- Posição dos dentes no arco
- Tempo do dente na boca
- Proximidade das glândulas salivares

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Saliva
- Formação da película adquirida
- Capacidade de remoção do substrato
- Diluição e neutralização dos ácidos
- Componentes antimicrobianos
- Saturação em relação ao conteúdo mineral do dente

Fatores Modificadores
Atuam na etiologia da cárie aumentando ou diminuindo a defesa do hospedeiro e/ou o potencial cariogênico do
substrato, ou ainda, alterando a microflora.

Situação de equilíbrio
2+ 3- -
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca + 6 PO4 + 2 OH

pH ≥ 5.5

Reprecipitação de minerais no esmalte - Formação de cálculo


2+ 3- -
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca + 6 PO4 + 2 OH
pH ≤ 5.5

Perda de minerais para o meio


Lesão de cárie

2+ 3- -
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca + 6 PO4 + 2 OH

Formação de lesão de cárie na presença do flúor

5.5 ≥ pH ≥ 4.5 + flúor


2+ 3- -
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca + 6 PO4 + 2 OH
Subsuperfície
2+ 3- -
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca + 6 PO4 + 2 OH
Superfície

Lesão de cárie subsuperficial

pH ≤ 4.5 + flúor
2+ 3- -
Ca10(PO4)6(OH)2 10 Ca + 6 PO4 + 2 OH

Subsuperfície e superfície

Erosão

Formação de cárie
Esmalte sadio
Ganho > perda de minerais  equilíbrio
 cálculo

Perda > ganho  lesão de mancha branca

Mancha Branca
Ganho > perda de minerais  reprecipitação
 paralisação

Perda > ganho  cavitação

Lesões de cárie – classificação

Extensão
- lesão não cavitada em esmalte

- lesão em esmalte (cavidade)

- lesão em dentina

- lesão com envolvimento pulpar

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Localização
- Superfícies oclusais
- Superfícies Lisas
- Livres
- Proximais

Atividade
- Ativas
- Inativas

Lesão em Dentina

Reações de defesa:
- Esclerose dos túbulos dentinários
aria
- Formação de dentina reacional (3 )

Camadas da dentina cariada


- Zona necrótica
- Zona infectada
- Zona afetada

Dentina Infectada
- Zona de desmineral. Avançada
- Zona de invasão bacteriana
- Zona necrótica

Dentina Afetada
- Zona de dentina terciária ou reacional
- Zona dentina hígida
- Zona de esclerose
- Zona de desmineralização inicial

Zona Infectada
- Maior em lesões agudas
- Bactérias proteolíticas na superfície e acidogênicas na profundidade
- Amolecida, vital e sensível à remoçãoNão é recuperável

Zona Afetada
- evidente em lesões agudas
- Poucas bactérias acidogênicas
- Vital e sensível à remoção
- É recuperável

Deve ser mantida


Atividade das lesões de mancha branca
Opaca, rugosa e porosa
Área de alto risco
Opacidade na entrada das fissuras
Fundo da fissura acastanhado claro Ativa
Dente abaixo do plano oclusal
Adjacente à outra lesão
Gengivite na papila adjacente
Lisa, brilhante e polida
Área de baixo risco
Ausência de opacidade na entrada das fissuras Inativa
Fundo da fissura escurecido
Dente com oclusão estabelecida
Dente adjacente ausente

Atividade das lesões em dentina


Presença de tecido amolecido Ativa
Cor amarelada ou castanho claro
Aspecto úmido
Opacidade no esmalte adjacente

Tecido endurecido no fundo da lesão


Cor marrom escura ou negra Inativa
Aspecto seco
Opacidade no esmalte adjacente com aspecto inativo

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Métodos Tradicionais de detecção de lesões de cárie

Exame Tátil
- Sonda exploratória
- Danos à superfície da lesão de cárie
- Transmissão de microrganismos entre os sítios examinados
- Precisão baixa

Inspeção visual
- Boa iluminação e limpeza
- Secagem prolongada
- Precisão boa  melhor que exame tátil
- Avaliação das características da lesão

Associação de Métodos

Métodos visual + radiográfico


- Radiografia interproximal
- Aumentam sensibilidade do método visual
- Método indicado
ICDAS

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FLÚOR

O flúor apresenta um grande impacto no desenvolvimento da doença cárie mas seu uso deve estar associado com
medidas para desorganização/remoção do biofilme bacteriano e “consumo controlado” de carboidratos fermentáveis.

IMPORTÂNCIA DO USO DIÁRIO DE FLÚOR PARA ESTABELECER E MANTER UMA CONCENTRAÇÃO


SIGNIFICATIVA NA SALIVA E NO FLUIDO DO BIOFILME, A FIM DE CONTROLAR A DISSOLUÇÃO DE ESMALTE
Larsen, Brunn, 2001
Pessan et al., 2008

O FLÚOR TAMBÉM....
- Interfere no crescimento e metabolismo bacterianos,
- Atua na cadeia glicolítica, reduzindo a produção de ácidos pelos microrganismos bucais e interferindo na regulagem
enzimática do metabolismo dos carboidratos o que reduz o acúmulo de polissacarídeos intra e extracelulares.
- Maltz, 1996; Cameron, Widmer, 2001.

EFEITOS TÓXICOS DO FLÚOR


a. intoxicação aguda
- dose certamente letal (DCL) = 32 a 64 mg de F/kg
- dose seguramente tolerada (DST) = 9 a 16 mg de F/kg
- dose provavelmente tóxica (DPT) = 5,0mg de F/kg
- ingestão crônica o limite é de 0,07mg de F/kg/dia
Sintomas da intoxicação aguda: depende da dose. Pode ocasionar problemas gastrointestinais até paralisia
cardiorespiratória.

Primeiros sinais: dor difusa no abdome, náusea e vômito, diarréia e excessiva salivação.

Medidas para diminuir a absorção: provocar vômito, dar grandes quantidades de cálcio, administração de hidróxido de
alumínio ou hidróxido de magnésio e lavagem gástrica.

b. intoxicação crônica
- ingestão crônica -> limite = 0,07mg de F/kg/dia.

Fluorose = distúrbio ou defeito de formação do esmalte dental devido a exposição de altas concentrações de flúor
durante o período de desenvolvimento dentário. A severidade da intoxicação crônica depende da dose, da direção de
exposição, do estágio da atividade do ameloblasto, da idade da criança e da susceptibilidade individual. É um distúrbio
de desenvolvimento caracterizado por esmalte branco-opaco variando de linhas brancas a áreas opacas pequenas ou
extensas. Período de susceptibilidade crítico para alterações estéticas que afetariam os incisivos centrais superiores ->
22 a 26 meses de vida. Período de risco estético -> 20 a 30 meses.
Tratamento :
Microabrasão
Ácido de baixa concentração para segurança dos tecidos bucais
Facetas
Restaurações com resina composta

FLÚOR SISTÊMICO

Efeito sistêmico está relacionado com a ingestão do flúor de modo a atingir os dentes em formação (efeito pré-
eruptivo).
Antigamente pensava-se que a ingestão de flúor sistêmico formaria Fluorapatita (FA). Hoje se sabe que, quando
se ingere o flúor durante a formação dos dentes, não há formação de FA, mas sim de apatita fluoretada (AF). Para
tornar o esmalte mais resistente aos ácidos seria necessário 30000 ppm de F.
A quantidade de AF não torna o dente resistente aos ácidos, mas funciona como um reservatório de flúor, ou
seja, quando o esmalte é atacado pelos ácidos ao invés de perder minerais, a AF é que se dissolve no meio bucal,
polpando o esmalte dentário.
O esmalte formado na presença de flúor tem menor concentração de carbonato do que o mineralizado na sua
ausência.
O carbonato forma apatita carbonatada que torna o dente mais solúvel aos ácidos. A concentração de carbonato
no esmalte é maior no terço gengival, na base das fissuras, nos dentes decíduos, na dentina e em dentes recém
erupcionados, sendo esses mais susceptíveis a cárie dental.
O efeito sistêmico do flúor está mais relacionado com a diminuição da quantidade de carbonato do que com a
formação de AF que poderia ser formada após aplicação tópica de flúor profissional (dissolve a apatita carbonatada e
ocorre reestruturação mineral do dente) ou uso regular de dentifrício fluoretado.

Método de flúor sistêmico

Água fluoretada - temperatura ambiental média e a concentração de flúor na água (clima temperado 1,0ppm de F e
países tropicais 0,7ppm).

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Suplementação de Flúor – observar risco X benefício: o efeito pré-eruptivo do flúor representa um pequeno impacto na
prevenção de cárie dentária e um risco evidente de produção de fluorose dental.

FLÚOR TÓPICO

Mecanismo de ação: aplicação local de concentração a partir de 100 ppm = o flúor é incorporado à superfície do
esmalte sob forma de fluoreto de cálcio (CaF2) que pode ficar retido por dias ou meses.
Depois que o CaF2 é formado, a superfície é coberta por íons cálcio, fosfato e proteínas da saliva formando uma
capa protetora que retarda a dissolução do composto fazendo com que ele atue como um agente de liberação lenta de
fluoreto. Quando ocorre diminuição do Ph da placa, a camada de fosfato de cálcio é solubilizada, expondo o CaF2 que
se dissolve parcialmente liberando fluoreto e íons cálcio para o meio. Na presença de flúor, o pH crítico da
desmineralização muda de 5,5 para 4,5.
Quando o pH cai abaixo de 4,5, mas a placa está subsaturada com relação à FA, o esmalte dissolve
vagarosamente mesmo na presença de altas concentrações de fluoreto. Após algum tempo de ação do fluxo salivar e
da capacidade tampão da saliva o Ph retorna ao nível fisiológico. Pequena parte do CaF2 reage com a HA e forma AP.

A duração do “reservatório” está relacionada com a quantidade de CaF2 formada e depende:


- da concentração e frequência do flúor aplicado.
- é função inversa ao Ph, ou seja, quanto menor Ph, maior formação de CaF2
- depende da disponibilidade de cálcio.
- embora a formação de CaF2 esteja relacionada com o tempo de aplicação, não há diferença quando se utiliza 1 ou 4
minutos.
- maior formação de CaF2 ocorre no dente com lesão de cárie do que no dente íntegro.

1. Aplicação Tópica Profissional (ATP):

1a. FLUORETO DE SÓDIO a 2% (pH neutro)


Método proposto por Knutson et al. (1947):
- 04 sessões de aplicação de flúor seguidas, com intervalos de 2 a 7 dias. (desvantagem, necessidade de 4 sessões)
- Técnica de aplicação: profilaxia, isolamento dos dentes, secagem e aplicação com cotonetes durante 4 minutos.
- Vantagem: quimicamente estável, gosto aceitável, não irrita a gengiva, não mancha os dentes ou restaurações, é
barato e efetivo.

1b. FLUOR FOSFATO ACIDULADO a 1,23% (pH ácido)


Forma de apresentação: solução, gel e espuma/mousse.
Técnica de aplicação:
- limpeza dos dentes, isolamento e secagem, aplicação durante 4 minutos. Pode-se também aplicá-lo com uso de
moldeiras, com cuidado para que não seja deglutido. O uso de fio dental embebido em gel entre as superfícies
proximais também é recomendado.
- Vantagem: sessão única.
- Desvantagem: aplicação semestral.
O flúor acidulado não deve ser acondicionado em vidro, pois forma ácido fluorsilícico.

1c. FLUORETO DE ESTANHO (solução ácida, pH entre 3,2 e 2,5).


Uso no Brasil é muito restrito.
Técnica de aplicação proposta por Muhler:
- limpeza dos dentes, isolamento do campo, secagem dos dentes, aplicação da solução com cotonetes (8 para cada
hemiarco) durante 30 segundos, remoção do isolamento sem colocar água. Paciente não deve ingerir nada durante 30
minutos.
- Aplicação restrita e em fórmulas especiais (sensibilidade dentinária ou alta incidência de cárie).
- Desvantagem: dificuldade de encontrar o sal, fácil oxidação, necessidade de preparar a solução na hora do uso, sabor
desagradável, possibilidade de descamação gengival, risco de manchamento nos dentes descalcificados ou nas bordas
das restaurações, técnica muito complexa.
- Vantagem: eficaz na capacidade de reduzir a incidência de cárie.

Recomendações e cuidados após ATP


1. não enxaguar
2. não comer, nem beber no mínimo durante 30 minutos após a aplicação
3. quanto ao flúor dar preferência para os que apresentam características tixotrópicas (quando não submetido a pressão
mantém-se em gel, quando submetido a pressão torna-se mais fluido)
4. este método é mais indicado para crianças maiores que 3 anos.
5. nunca aplicar o gel de FFA em jejum.
6. FFA pode produzir alterações nas superfícies de materiais que apresentem partículas de vidro

1d. VERNIZES FLUORETADOS:


Apresentam base de verniz a qual é incorporado o flúor provocando liberação lenta por um período prolongado
(12 horas) _ menor pico plasmático do flúor quando comparado com o gel = segurança na aplicação, bom para uso em
crianças menores de 3 anos.
Método de aplicação é a limpeza da superfície dental, isolamento relativo com algodão, secagem da superfície
dental e aplicação de uma fina camada do produto com auxílio de pincel. Após aplicação gotejar água para acelerar o
endurecimento do verniz. Recomenda-se não ingerir alimentos sólidos nas primeiras 4 horas e evitar escovação durante
12 horas.

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Nomes comerciais: Duraphat (NaF a 5% ou F a 2,26% = 22600ppm de F em base de colofônia de Ph neutro), Flúor
protector (difluorsilano a 0,7% = 7000ppm de F em pH ácido)

Vantagem: fácil aplicação, boa aceitação pelos pacientes, maior segurança, menor tempo de atendimento, pode ser
utilizado em pacientes de pouca idade, se for o flúor protector, ele é incolor e alto brilho (preferível para adolescentes e
adultos) por estética.

Desvantagem: custo (produtos importados – tem maior fluidez e menor viscosidade), coloração amarelada após
aplicação com Duraphat (avisar os pais), sabor desagradável e possibilidade de ardor semelhante a acetona com uso
do flúor protector.

Cuidado: não aplicar sobre a gengiva com sangramento -> possibilidade e risco de manifestação alérgica por contato
com base de colofônia (Duraphat) e poliuretano (Flúor protector).

Tratamento para intoxicação aguda


- Ingestão menor que 5 mg de F/kg: prescrição de cálcio via oral (leite) e algumas horas de observação.
- Ingestão maior que 5 mg de F/kg: indução do vômito, cálcio via oral, internação hospitalar.
- Ingestão maior que 15 mg de F/ kg: indução do vômito, internação com monitoramento cardíaco, administração
endovenosa de cálcio, de diuréticos e soro bicarbonatado

Intoxicação crônica
- Ingestão de flúor em pequena quantidade porém por um longo período de tempo.
Afeta dentes homólogos por ser um distúrbio de desenvolvimento.
- Histologicamente observa-se hipomineralização com a presença de poros na subsuperfície, estando a superfície
externa do esmalte bem mineralizada. Clinicamente a porosidade é representada pela opacidade – linhas finas
esbranquiçadas até quadros em que toda a superfície é atingida.
- Limite diário p/ fluorose: 0,07 mgF/Kg peso/dia

2. Dentifrícios

É o método mais utilizado. A concentração de flúor necessária para que o dentifrício seja eficaz gira ao redor de
1000ppm.
Durante a escovação é importante a supervisão dos pais pois as crianças menores de 5 anos apresentam
dificuldade motora para controlar a deglutição e engolem cerca de 30% do creme em cada escovação -> risco potencial
de aumentar a fluorose.
Para crianças em idade pré-escolar, 4 a 6 anos, indicado colocação do dentifrício pela técnica transversal (ao
invés de colocar a pasta dental sobre todas as cerdas da escova, coloca-se transversalmente, cobrindo somente as
primeira 3 fileiras de cerdas aproximadamente), pois a quantidade é reduzida em 45% quando comparada com o
método tradicional.

3. Bochechos com soluções fluoretadas

Utilizados em programas de saúde coletiva devido relação custo/benefício, método simples e de baixo custo.
É indicado para as fases onde existe aumento do risco de desenvolver a doença cárie e quando existe dificuldade de
controle da placa.
Durante a fase de erupção do 1º malar permanente ->maturação pós eruptiva. Devido ao processo lento de
erupção existe grande dificuldade de remoção de placa nesta região.

Forma de apresentação: NaF 0,05% para uso diário ou NaF 0,2% (semanal); fluorfosfato ácido 0,02% (diário).

Vantagem: bem aceitos em programas de saúde pública em escolas, preparo fácil, pouco dispendioso, fácil de ser
aprendido pela criança e mesmo que a solução seja ingerida acidentalmente, não há problemas de intoxicação.
Indicado para crianças maiores que 6 anos.

produto % do agente ppm de F mg de F/ml


FFA (gel acidulado) F a 1,23% 12300 12,3
NaF (gel neutro) NaF a 2,0% 9000 5,0
Duraphat, Duraflur, NaF a 5,0% 22600 22,6
Fluorniz (verniz)
Flúor protector F a 0,7% 7000 7,0
(verniz)
Bochecho com NaF NaF a 0,05% 225 0,22
(diário)
Bochecho com NaF NaF a 0,2% 900 0,90
(semanal)

------------------ Aula de Flúor – Informações complementares ------------------


------------------ Muito Importante!!! ------------------

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Cálculos da dose:

1ppm significa 1 parte por milhão, o que quer dizer:

1g flúor em 1.000.000 g ou ml de água (1parte de flúor em um milhão de partes de água).

Como a toxicidade ou dose de flúor se mede em mg, pode-se transformar a fórmula em:
1000 mg flúor em 1.000.000 g ou ml de água

Se quiser pode simplificar, cortando os zeros (dividindo por mil), resultando:

1 mg flúor em 1000 g ou ml: ou seja 1ppm = 1 mg F em 1000g ou ml

Por exemplo, se formos usar o flúor em gel, que tem 12.300 ppm de flúor, como calcularemos a quantidade de flúor
utilizada?

12.300 ppm 12.300 mg F/ 1000g de gel


Se dividirmos por mil, teremos:

12,3 mg F/ g de gel
Considerando que em cada aplicação usamos ao redor de 5 g de gel, então: 5 X 12,3 mg F= 61,5 mg de flúor.

A dose provavelmente tóxica é de 5 mg de flúor por quilo de peso, então se tivermos uma criança de 20 quilos
(por volta de 3 anos) a dose provavelmente tóxica seria de 100mg, portanto, maior que a dose rotineira utilizada, e sem
chance de causar problemas. Entretanto, se for uma criança de 10 quilos (bebê), a dose provavelmente tóxica já seria
de 50 mg, portanto a criança estaria submetida a maior risco com o uso desta quantidade de flúor na moldeira.

FLUOROSE

Em relação à fluorose, a dose de risco é a ingestão maior que 0,07 mg/quilo/dia, pois depende da exposição
crônica.
Exposição crônica significa uso rotineiro, o que é mais comum pelo uso de dentifrícios, bochechos e pela dieta.
Tomemos como exemplo o dentifrício, que tem ao redor de 1000 ppm:

1.000 ppm 1000mg F/ 1000g de dentifrício


Ou: 1 mg F/ 1g de dentifrício
Se a criança coloca esta quantidade e ingere ¼ (0,25 mg F) em cada escovação e escova os dentes 3 vezes por dia,
estará ingerindo somente com o dentifrício 0,75 mg F/dia. Se ela pesa 10 quilos (bebê) a dose de risco para fluorose
seria de 0,7 mg F/dia, portanto apenas com o dentifrício ela já está praticamente no limite e ainda tem as fontes
sistêmicas (como água e dieta!)

RADIOLOGIA EM ODONTOPEDIATRIA
1. IMPORTÂNCIA DO EXAME RADIOGRÁFICO

Exame complementar ao exame clínico

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2. PROTEÇÃO ÀS RADIAÇÕES

Tempo de exposição baixo


Filmes ultra rápidos
Cones longos e abertos
Rigor na técnica
Avental de chumbo
Suportes para filmes
Pessoal auxiliar e CD não devem segurar película
Responsáveis também protegidos com avental

3.EXAME RADIOGRÁFICO NA DENTIÇÃO DECÍDUA, MISTA E PERMANENTE:

Nas crianças com dentição decídua o exame radiográfico completo constitui-se de:
- seis radiografias periapicais:
a. duas da região anterior: uma superior e outra inferior;
b. quatro da região posterior: uma de cada hemiarco ou da região de molares decíduos;

- duas radiografias interproximais: uma do lado esquerdo e outra do direito, posteriores.


Quando presente a dentição mista este exame passa a compor-se por:

- dez radiografias periapicais:


a. três da região ântero-superior: uma da região de incisivos centrais e duas da região de incisivos laterais e caninos,
direito e esquerdo;
b. três da região ântero-inferior: uma da região de incisivos e duas da região de caninos, direito e esquerdo;
c. quatro da região posterior: uma de cada hemiarco.

- duas radiografias interproximais: uma do lado direito e outra do esquerdo, posteriores.


Nos pacientes com dentição permanente instalada indicam-se para exame radiográfico completo:

- quatorze radiografias periapicais:


a. três da região ântero-superior: uma da região de incisivos centrais e duas da região de incisivos laterais e caninos,
direito e esquerdo;
b. três da região ântero-inferior: uma da região de incisivos e duas da região de caninos, direito e esquerdo;
c. quatro da região de pré-molares: uma de cada hemiarco;
d. quatro da região de molares permanentes: uma de cada hemiarco.

- quatro radiografias interproximais: duas da região de pré-molares, direito e


esquerdo e duas da região de molares permanentes, direito e esquerdo.

A dificuldade de executar uma tomada radiográfica adequada leva à limitação da utilidade e eficiência deste exame,
considerado indispensável no tratamento dentário. Diante de emergências freqüentemente devemos tomar decisões
terapêuticas a partir de diagnósticos feitos sem o auxílio do exame radiográfico, o que pode levar a uma maior margem
de erros ou no mínimo a decidir por tratamentos mais radicais.

4. TÉCNICAS RADIOGRÁFICAS

Periapical
Oclusal
Intrabucais
Interproximal

Panorâmica

Extrabucais Lateral de mandíbula \ maxila

Lateral de Fazzi

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As técnicas radiográficas empregadas para crianças são iguais às utilizadas em adultos. Assim, temos as
técnicas intra e extrabucais. Para as primeiras temos as radiografias periapicais, interproximais e oclusais; quanto às
extrabucais, temos as radiografias panorâmicas e lateral de mandíbula e maxila.
Na técnica periapical, valem os conceitos de Ciezinski em que o feixe principal de raios X incide
perpendicularmente à bissetriz do ângulo formado pela película e pelo longo eixo do dente. Outra técnica para as
radiografias periapicais é a do paralelismo ou do cone longo, em que o feixe de raios X incide perpendicularmente ao
longo eixo do dente e à película, sendo que estes devem estar paralelos entre si.
Todas as técnicas a serem utilizadas em crianças devem sofrer modificações, as quais visam principalmente o
posicionamento e a estabilização da película, uma vez que a colaboração destes pacientes não é a desejada,
principalmente nos casos de crianças com menos de 3 anos de idade.
Nos dentes anteriores, indica-se a técnica periapical modificada (oclusal) com película número dois (adulto). As
crianças com 3 a 4 anos de idade podem colaborar, permanecendo até mesmo desacompanhadas no consultório
odontológico.
São sentadas na cadeira odontológica de forma que o plano oclusal forme um ângulo de 30 graus em relação ao
solo, considerada uma posição de conforto e, portanto, facilita na colaboração quanto à imobilidade. O filme é
posicionado no sentido transversal em relação ao eixo sagital mediano e apreendido através de mordida, sendo que a
face sensível deve estar voltada para a arcada dentária da qual se quer obter a imagem, superior ou inferior. O feixe
principal é dirigido para a ponta do nariz na arcada superior e para o mento na arcada inferior, com angulações de 95
graus positivos e 35 graus negativos para o superior e inferior respectivamente. Esta técnica fornece uma imagem
ampla, apresentando os dentes decíduos de canino à canino, além dos germes dos permanentes da região (incisivos e
caninos).
O uso de posicionadores facilita a tomada radiográfica, normalmente não cabem na boca das crianças com
pouca idade. O que usamos é o tipo Han Shing, compatível com a boca de crianças na primeira infância.
Dentre as técnicas intrabucais temos ainda a interproximal, de pouca valia na faixa etária em discussão, uma vez
que sua principal indicação é para o diagnóstico de cárie interproximal e nesta etapa da dentição decídua os dente em
geral estão separados, podendo ter as suas faces proximais observadas clinicamente. Estão restritas a pacientes nos
quais os dentes posteriores já apresentam contato, independentemente da idade.
As técnicas extrabucais mais utilizadas em Odontopediatria são a panorâmica e lateral de mandíbula e maxila.
As radiografias panorâmicas são pouco utilizadas para crianças com menos de 3 anos de idade, ficando restritas
a casos específicos, de acordo com a indicação desta técnica, ou seja, observar o desenvolvimento, as grandes
patologias e fraturas ósseas. São ainda de pouco valia para o diagnóstico de lesões de cárie e doenças pulpares. Para
a sua execução é fundamental a colaboração da criança, o que dificilmente ocorre.
Quando não é possível executar uma radiografia periapical ou outra forma intrabucal para dentes posteriores
podemos lançar mão da técnica lateral de mandíbula e maxila, a qual é feita utilizando-se uma película de filme oclusal
posicionada extrabucalmente sobre a face do paciente, sendo também neste caso segurada pelos pais ou
acompanhante. O longo eixo do filme acompanha o longo eixo da face, a cabeça do paciente inclina-se lateralmente no
lado oposto da face, tendo como referência o ângulo da mandíbula, sendo que devemos desviar esta estrutura
anatômica, ou seja, ficar abaixo do ângulo externo para evitar a superposição de imagens. O feixe de radiação deve, na
medida do possível, encontrar a película formando um ângulo reto.

5. ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO DENTÁRIO:

Tanto os dentes decíduos, quanto os permanentes, para alcançar sua maturidade morfológica ou funcional,
passam por um ciclo vital característico bem definido composto de diversas fases, separadas por motivos didáticos. No
entanto, trata-se de um processo fisiológico de evolução contínua, no qual as modificações histológicas, fisiológicas e
bioquímicas têm lugar progressiva e simultaneamente.
Quanto aos fatores etiológicos que promovem estes distúrbios, variam entre a hereditariedade, os problemas
locais infecciosos e/ou traumáticos e as alterações metabólicas, considera-se também a ingestão de medicamentos e
ainda há alguns distúrbios cuja etiologia é considerada desconhecida. Algumas vezes estes distúrbios do
desenvolvimento estão associados a síndromes que envolvem distúrbios cranianos e maxilares, além de problemas
sistêmicos.
Nem todas as anomalias do desenvolvimento são observadas na dentição decídua e na maioria das vezes
ocorrem numa prevalência mínima nesta fase.

NA INICIAÇÃO E PROLIFERAÇÃO (lâmina dentária, fases em botão e capuz):

MENOR NÚMERO DE DENTES

_ Hipodontia- Ausência de apenas um ou alguns poucos dentes.


_ Oligodontia ou anodontia parcial- agenesia de vários elementos dentários – comumente associada a
anormalidades sistêmicas
_ Anodontia- ausência total de dentes
A hipodontia é rara na dentição decídua, porém pode ser observada na região de incisivos, principalmente na maxila.
Na dentição permanente é tão comum que chega a ser considerada por alguns autores, uma variação dentro do limite
da normalidade. Maior ocorrência em terceiros molares, incisivos laterais superiores e segundos pré-molares.

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NÚMERO EXCESSIVO DE DENTES

_ Os dentes supranumerários, que resultam da geminação continuada do órgão do esmalte do dente antecessor ou
da proliferação excessiva de células ocorrem freqüentemente em crianças e podem ser responsáveis por várias
irregularidades nas dentições decíduas e mistas. Ocorrem na sua maioria na dentição permanente, freqüentemente
localizados na região anterior da maxila (mesiodens). Dentes natais ou neonatais também são considerados
supranumerários quando o exame radiográfico detectar a presença dos incisivos decíduos ainda intra-ósseos.
GEMINAÇÃO, FUSÃO E CONCRESCÊNCIA

_ Geminação - Tentativa de divisão de um germe dentário. Vai depender da extensão da geminação o grau de
clivagem, que quando for total, vai originar um dente supranumerário.
_ Fusão - União de dois germes dentários independentes, que poderão ser decíduos ou permanentes. Limita-se quase
sempre aos dentes anteriores e, assim como a geminação parece seguir uma tendência familiar.
_ Concrescência- Uma forma de fusão produzida após o início da formação radicular.Nessa anomalia , os dentes se
unem apenas pelo cemento e o diagnóstico só é possível por meio radiográfico.

ODONTOMA

_ Tumor odontogênico resultante da proliferação anormal de células do órgão do esmalte. Pode advir também da
geminação continuada do germe dentário decíduo ou permanente, situação na qual acaba por substituir o dente da
série normal.

NA HISTODIFERENCIAÇÃO (FASE EM CAMPÂNULA)

Os transtornos nessa fase levam à formação de estruturas anormais de esmalte ou dentina.


Quando são os ameloblastos que não se diferenciam adequadamente, temos a amelogênese imperfeita do tipo
hipoplásico. Quando são os odontoblastos que falham em sua diferenciação, o que resulta é a dentinogênese
imperfeita.

AMELOGÊNESE IMPERFEITA DO TIPO HIPOPLÁSICO

_ Pode afetar tanto a dentição decídua como a permanente, podendo apresentar diferentes características clínicas. As
alterações estruturais dos dentes limitam-se ao esmalte.

DENTINOGÊNESE IMPERFEITA

_ A estrutura da dentina [e anormal, resultando em dentes de cor acastanhada ou cinza-azulada, e também opaco. Ao
exame radiográfico, o que se observa é a presença de raízes delgadas, câmara pulpar extremamente reduzida ou
ausente. Além de canais radiculares estreitos, que caracterizam o defeito mesodérmico. Os dentes permanentes
parecem ser de melhor qualidade, entretanto continuam frágeis, necessitando de reabilitação protética.

NA MORFODIFERENCIAÇÃO (FASE AVANÇADA EM CAMPÂNULA)

Os transtornos de desenvolvimento nessa fase, levam a alteração de tamanho e forma dentárias.


No caso de um desenvolvimento deficiente, pode-se observar clinicamente:
_ Microdontia
_ Incisivos laterais conóides
_ Incisivos de Hutchinson
_ Molares em amora (Moon)

Por outro lado, quando ocorre desenvolvimento excessivo, tem-se:


_ Macrodontia
_ Taurodontismo
_ Dens in dente
_ Raízes supranumerárias
_ Evaginação dentária e os chamados tubérculos dentários

NA APOSIÇÃO

Desenvolvimento deficiente

O desenvolvimento deficiente na etapa de aposição do ciclo vital dos dentes resulta em alterações nas matrizes
de esmalte e dentina. É possível que qualquer transtorno, capaz de lesar os ameloblastos durante a formação do
esmalte detenha a aposição da matriz e produza hipoplasia de esmalte, que poderá ser de natureza congênita,
sistêmica ou local. Já a alteração dentinária é muito rara e ocorre apenas quando de transtornos sistêmicos graves e
prolongados.
_ Hipoplasia de esmalte (redução da quantidade de esmalte formado de um ou mais dentes, normalmente devido a
fatores externos)
_ Dentinodisplasia ou displasia dentinária

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Desenvolvimento excessivo
No caso de desenvolvimento excessivo nessa fase, pode-se ter as pérolas de esmalte ou as hipercementoses.
Esta última só observada em dentes permanentes de adultos.

NA CALCIFICAÇÃO ou MINERALIZAÇÃO

Desenvolvimento deficiente
_ Amelogênese imperfeita do tipo hipocalcificado – Transmitida hereditariamente pode afetar tanto a dentição decídua
,quanto a permanente e apresenta-se das mais variadas formas clínicas.
_ Dentina interglobular

Desenvolvimento excessivo
_ Esclerose dentinária ou dentina esclerótica. A maior mineralização do dente reduz a condutividade dos
prolongamentos odontoblásticos , além de retardar o avanço das possíveis lesões cariosas, únicos aspectos clínicos a
serem considerados nessa anomalia.

DURANTE A ERUPÇÃO DOS DENTES:

Anomalias de erupção e esfoliação


- cronologia de erupção = erupção precoce, erupção tardia (de acordo com a cronologia de erupção)
- anquilose dental (maior frequência em segundos molares decíduos)
- migração ( dente ocupa lugar de outro ausente na dentição), transposição (troca de lugar normal entre 2 dentes),
reabsorção assimétrica das raízes dos decíduos.
- Submersão, giroversão, bucoversão (vestíbulo ou linguoversão) = podem ocorrer sempre que houver falta de espaço,
perda de dentes, presença de cistos, inclusos, etc... resultando em má oclusão.
- dentição pré-decídua = dentes natais, que estão presentes ao nascimento, e dentes neo-natais, que erupcionam em
até 30 dias após o nascimento. 90% desses dentes são da série normal, e somente 10% são supranumerários
(proliferação). Se o dente tiver boa implantação e não houver risco de aspiração do dente pela criança, ele deverá ser
mantido, se for supranumerário, ou houver muita mobilidade, o dente deverá ser removido.

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TRAUMATISMO DENTAL EM ODONTOPEDIATRIA

1. INTRODUÇÃO:

O traumatismo dental pode afetar crianças muito pequenas, através dos primeiros esforços para engatinhar,
sentar e nas tentativas de andar e correr. No início a criança se apresenta insegura, falta-lhe experiência e
coordenação, mas gradualmente passa de um estado de total dependência de movimentos, para a independência e
estabilidade sempre acompanhada do entusiasmo infantil. O traumatismo dental pode causar trauma físico, emocional e
psicológico, além de trazer conseqüências tanto para os dentes decíduos como também para os permanentes.
- Freqüência - 16 a 30%
- Sexo - masculino > feminino
- Faixa etária mais atingida - 10 a 24 meses
- Localização mais freqüente - Incisivos superiores
- Número de dentes afetados - mais de um

2. CONDUTAS FRENTE AO TRAUMATISMO NA DENTIÇÃO DECÍDUA:

2.1 ANAMNESE
- História médica resumida
- Anamnese: 3 perguntas importantes: COMO, QUANDO E ONDE ocorreu o trauma?
- Investigar: inconsciência, cefaléia, amnésia, náuseas e vômitos = se houver relato de algum desses fatos encaminhar
ao médico.
- Houve lesão anterior no dente? Ou é a primeira vez que ocorre o trauma?

2.2 EXAME CLÍNICO


- Realizar previamente a limpeza da área com água, soro fisiológico, sabão neutro ou clorexidina a 0,12%.
- Avaliar tecidos moles, dentes e tecido ósseo. Verificar a ocorrência de fratura coronária, exposição pulpar e
observar a posição do dente em relação aos seus adjacentes e sinais de fraturas radiculares. Observar a presença ou
não de lesões cruentas ou dilaceradas, presença de corpos estranhos, fraturas ósseas no rebordo alveolar, hematomas
ou edemas.

2.3.1 EXAME RADIOGRÁFICO:


- Rx oclusal com filme periapical
- Rx periapical com posicionador
- Rx lateral com filme periapical

Obs.: O exame radiográfico não é tridimensional, mas permite observar:


- Fraturas radiculares
- Estágio da raiz em desenvolvimento
- Dimensão da câmara pulpar
- Radioluscência periapical
- Reabsorções internas e externas

2.3.2 TESTES DE PERCUSSÃO E DE VITALIDADE:

NÃO FAZER TESTE DE VITALIDADE, DEVIDO À SENSIBILIDADE, E DIFICULDADE DE RESULTADOS


VERDADEIROS.

3. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES DENTÁRIAS TRAUMÁTICAS

LESÕES AOS TECIDOS MOLES


LESOES AOS TECIDOS DE SUPORTE
LESÕES AOS TECIDOS DUROS

4.TRATAMENTO DAS LESÕES DENTÁRIAS TRAUMÁTICAS

4.1 DOS TECIDOS MOLES

LACERAÇÃO: ferimento raso ou profundo resultante de dilaceração tecidual, produzido por objeto cortante).

TRATAMENTO:
- Após a limpeza e remoção de corpos estranhos da região lesada, faz-se o reposicionamento do retalho e sutura se
necessário.
- Lacerações menores da gengiva e mucosa não requerem sutura.

A utilização de clorexidina a 0,12% pode auxiliar no reparo tecidual. Na suspeita de alto índice de contaminação, a
profilaxia antitetânica e antibioticoterapia são indicadas.

CONTUSÃO: ferimento produzido por impacto com objeto sem corte, causando hemorragia submucosa – equimose).

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TRATAMENTO:
- Não requer tratamento, pois o sangramento é reabsorvido localmente.

ABRASÃO: é a lesão superficial ocasionada por raspagem da mucosa, que deixa uma superfície hemorrágica e
escoriada).

TRATAMENTO:
- O tratamento é sintomático. Gaze embebida em solução anódina, que contém benzocaína (Ex.: Cepacaína®,
Gingilone®) pode ser utilizada para atenuar a dor durante a alimentação.

4.2 DOS TECIDOS DE SUPORTE

CONCUSSÃO: Lesão das estruturas de sustentação dos dentes


Rompimento de pequeno número de fibras, sem sangramento visível no sulco gengival.
Não há deslocamento ou mobilidade

- Não requer tratamento específico


- Limpeza da área, repouso do dente, acompanhamento

SUBLUXAÇÃO:
Pequena a moderada intensidade
Rompimento de fibras e pequeno sangramento no sulco gengival ( diferencia de concussão)
Pode ocorrer pequena mobilidade mas sem deslocamento do dente e ligeiro aumento do espaço pericementário no
exame radiográfico

- Não requer tratamento específico


- Limpeza da área, repouso do dente, acompanhamento

LUXACAO LATERAL:
Rompimento de fibras do ligamento
Mobilidade
Com ou sem deslocamento associado ou não a mobilidade
Com ou sem fratura óssea
Laceração dos tecidos adjacentes

TRATAMENTO:
- Mobilidade – contenção flexível ou semirrígida, com fio de nylon ou aço e resina composta, terço médio das faces
vestibulares, 1 ou 2 dentes de suporte de cada lado por 14 a 21 dias.
- Avaliar reposicionamento

LUXAÇÃO EXTRUSIVA: Deslocamento parcial do dente para fora do alvéolo, pouco comum em dentes decíduos.
Normalmnete apresenta mobilidade. Observar tábua óssea.

TRATAMENTO:
- mesmo dia: reposicionamento com cuidado e contenção
- Ou exodontia

LUXACAO INTRUSIVA: Deslocamento do dente para dentro do alvéolo, com compressão ou fratura do processo
alveolar. Pode estar associado a lesões na mucosa

TRATAMENTO:
- Intrusão no longo eixo ou para vestibular sem fratura da tábua óssea – aguardar início da reerupção espontânea em
15 a 30 dias.
- Intrusão na direção palatina ou para vestibular com fratura da tábua óssea - exodontia

4.3 DOS TECIDOS DUROS

TRINCA DE ESMALTE

- Fratura incompleta do esmalte , sem perda de estrutura dentária.


- Tratamento
- Acabamento com disco de lixa e aplicação de flúor é suficiente.

FRATURA DE ESMALTE

- Há perda de estrutura dentária envolvendo apenas o esmalte


- Dependendo do local e do tamanho da fratura, o profissional pode alisar as bordas cortantes e aplicar flúor. Quando há
maior comprometimento da estética, a restauração com resina composta é indicada.

FRATURA CORONARIA DO ESMALTE E DENTINA SEM EXPOSIÇÃO PULPAR


Tratamento
- Restauração com resina composta ou colagem do fragmento se houver.

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FRATURA CORONARIA DO ESMALTE E DENTINA COM EXPOSIÇÃO PULPAR

TRATAMENTO:
- Pulpotomia ou pulpectomia
- Restauração com resina composta, avaliar a necessidade de colocar pino e coroa ou colagem do fragmento dental

FRATURA CORONORADICULAR
- Fratura envolvendo esmalte, dentina e cemento, podendo ou não haver exposição pulpar.
- Fratura complicada – quando envolve exposição pulpar
- Fratura não complicada – quando não envolve exposição pulpar
- Tratamento
- Quando ocorrer próximo a margem gengival deve-se avaliar a possibilidade de tratamento endodôntico bem como a
necessidade de gengivectomia.
- Quando a fratura se estender 4 a 5 mm abaixo da margem gengival, levando a um diagnóstico duvidoso, exodontia é o
tratamento de escolha.

FRATURA RADICULAR
- Pode ser transversal ou longitudinal
- Na fratura radicular do terço cervical, normalmente apresenta mobilidade - exodontia
- Na fratura do terço apical ou médio, pode ser com ou sem mobilidade, e com ou sem deslocamento.
- Longitudinal – exodontia
- Fratura do terço apical ou médio sem mobilidade ou deslocamento pode ser feito o acompanhamento clínico e
radiográfico .
- Caso haja deslocamento e/ou mobilidade, o tratamento consiste na aproximação dos fragmentos, contenção por 21
dias.

FRATURA ALVEOLAR
- Fratura que envolve o processo alveolar.
- Geralmente as fraturas alveolares na criança não se consolidam, por serem fragmentos muito pequenos e o osso
alveolar mais esponjoso.
- Se o fragmento ósseo tiver irrigação sanguínea, ele pode ser mantido, suturando-se a região. Caso o fragmento não
tenha irrigação, deve ser removido, assim como o dente associado. Avaliar a necessidade da prescrição de antibiótico
para evitar infecção.

RECOMENDAÇÕES GERAIS AOS RESPONSÁVEIS:


- Orientar quanto à dieta pastosa nos primeiros dias após a ocorrência do trauma
- Remoção dos hábitos deletérios
- Orientar sempre quanto à higienização do local. Geralmente, não dá para usar escova, portanto orientar o uso de gaze
com algum produto (água oxigenada diluída) por uma semana. A partir daí, usar escova normalmente.
- Alertar sobre a importância do controle clínico, radiográfico e fotográfico periodicamente.

SEQUELAS PARA OS DENTES DECÍDUOS


- HIPEREMIA PULPAR
- HEMORRAGIA PULPAR
- NECROSE PULPAR
- CALCIFICAÇÃO PULPAR
- REABSORÇÕES INTERNAS
- REABSORÇÕES EXTERNAS
- ALVEOLISE
- ANQUILOSE
- RETENÇÃO PROLONGADA

SEQUELAS PARA OS DENTES PERMANENTES


- HIPOMINERALIZAÇÃO (MANCHA) DE ESMALTE
- HIPOPLASIA DE ESMALTE
- DILACERAÇÃO CORONÁRIA
- DILACERAÇÃO RADICULAR
- MALFORMAÇÃO TIPO ODONTOMA
- DUPLICAÇÃO DE RAIZ
- PARADA NA FORMAÇÃO RADICULAR
- ALTERAÇÃO NA ERUPÇÃO

EM TODOS OS CASOS DE TRAUMATISMOS NA DENTIÇÃO DECÍDUA, O ACOMPANHAMENTO RADIOGRÁFICO


DA REABORÇÃO FISIOLÓGICA DO DENTE DECÍDUO E DA ERUPÇÃO DO SUCESSOR PERMANENTE É
MANDATÓRIO!
- CUIDADOS GERAIS
- CRIANÇAS PEQUENAS – QUEDAS
- PROTETORES BUCAIS – ESPORTES DE CONTATO

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CONDUTA PSICOLÓGICA NO ATENDIMENTO ODONTOPEDIÁTRICO

CONDIÇÕES BÁSICAS PARA O TRATAMENTO DE CRIANÇAS

Qualidades básicas do profissional de acordo com Vianna e Finn:

- Amar as crianças
- Fazer-se gostar pelas crianças
- Gostar de tratar de crianças (vocação)
- Conhecimentos específicos de Odontologia e especificamente de Odontopediatria
- Conhecimentos de Psicologia infantil
- Paciência
- Intuição e bom senso
- Certa capacidade de persuadira e convencer
- Certa expressão da autoridade
- Aptidão para a especialidade
- Capacidade de manter diálogos com a criança
- Tom de voz

APARÊNCIA DO CONSULTÓRIO
A aparência do consultório do Odontopediatra deve ser tranqüila, com cores claras e sem muitos equipamentos à
vista.
É essencial que o consultório seja bem cuidado quanto à limpeza, arrumação, cuidados com as revistas e
brinquedos colocados à disposição da criança. As crianças tem grande senso de observação,e a desordem e a sujeira
podem provocar nelas uma reação negativa.

APARÊNCIA DO PROFISSIONAL E PESSOAL AUXILIAR


É indispensável o aspecto de limpeza, asseio pessoal cabelos, mãos e dentes bem cuidados. A forma de se
dirigir à criança e seus acompanhantes tem de ser gentil, educada, tom de voz adequado, sem muita formalidade, já
que estamos tratando de crianças.

ORDEM E CUIDADO COM O INSTRUMENTAL


Aspecto econômico- Quanto mais cuidado, maior a durabilidade do instrumental.
Aspecto do conforto- Ruídos desagradáveis decorrentes do manuseio (barulho de metal) e que muitas vezes provocam
medo. Vale ressaltar que o material não deve ficar à vista do paciente, desnecessariamente, de forma acintosa. Não
que se deva esconder o instrumental do paciente, se ele mostrar interesse, deve-se mostrar o instrumento e explicar
seu funcionamento com palavras simples e não amedrontadoras.

HABILIDADE E RAPIDEZ NO TRABALHO


O odontopediatra deve ser hábil e rápido sem, entretanto, descuidar da qualidade dos trabalhos. É óbvio que a
rapidez aumenta com a prática clínica, porém não pode haver prejuízo na qualidade.

HORÁRIO E TEMPO DE TRABALHO


O horário da consulta deve ser marcado, sempre que possível, na hora em que a criança possa estar mais
descansada e apta, não se devendo marcar na hora em que a criança costuma dormir,porque ela estará irritada.
Quanto ao tempo de trabalho, as consultas devem ser curtas, até os sete anos de idade. As consultas devem ser de 25
a 30 minutos.

CONHECIMENTO PRÉVIO DA CRIANÇA


O ideal é que a mãe ou o pai, ou mesmo ambos, pudessem ir ao consultório antes da primeira consulta,
informando-nos a respeito dela em detalhes.

O MEDO

ETIOLOGIA

Medo objetivo
Oriundo de experiências vividas diretamente pela criança e que provoca emoções desagradáveis ou dolorosas.

Direto- Quando a experiência desagradável sofrida pela criança ocorreu durante um tratamento odontológico.

Indireto- Oriundo de experiências ocorridas em ambientes semelhantes ao consultório odontológicos (médicos,


farmácias, etc.).

Medo subjetivo
Medo por sugestão. Medo do “ouviu falar” de experiências desagradáveis vividas por seus pais, amigos, no
consultório odontológico ou especialidades afins.

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Medo do desconhecido e do inesperado
Crianças que aparentemente estejam tranqüilas, podem estar ansiosas e deixar de colaborar em situações
inesperadas ou simples, como o barulho do sugador, a luz do refeltor, a sensação causada pelo efeito da anestesia, etc.
Daí a importância do preparo prévio, e do FALAR-MOSTRAR- FAZER. (Adelson,1970)

MÉTODOS EMPREGADOS NA ODONTOPEDIATRIA

Método do inquérito ou da anamnese - Uma anamnese bem meticulosa e o contato prévio com os pais são
fundamentais para o sucesso de um bom relacionamento com a criança. É melhor que este contato seja pessoal,
mesmo que por telefone, mas tem que ser feito pelo profissional e não pelo pessoal auxiliar.

Método da observação – Inicia-se com a entrada da criança no consultório. Devemos estar totalmente atentos a todos
os seus gestos, movimentos e apreensões. Analisamos se ela se esconde atrás do responsável numa atitude de
proteção, se não nos encara, por medo ou timidez, ou se está mais ou menos descontraída e à vontade, se conversa
conosco, ou não, respondendo a perguntas. Paulatinamente vamos nos aproximando e ganhando a confiança da
criança. O importante é que essa observa;ao não tem ponto final e é contínua durante todo o tratamento. Obviamente
ela é mais importante nos primeiros contatos.

Método da experimentação – Com esse método conhecemos a criança através da experimentação. Na maioria das
vezes, temos uma determinada forma de conduzir o tratamento. Mas, se a criança não se mostra colaboradora,
podemos substituir essa linha de atenção por outra, favorecendo o relacionamento, o conhecimento, e o andamento dos
trabalhos.

Técnicas de Manejo no Consultório


Técnicas físicas
Contenção passiva
Contenção ativa

Técnicas farmacológicas
Medicamentos
Sedação pelo uso do óxido nitroso
Anestesia Geral

Técnicas recompensatórias
Promessa de tratamento especial
Caixa de presentes
Serve para aumentar a auto-estima no fim do atendimento e fortalecer a amizade.

TIPOS DE CRIANÇAS
Os diferentes autores de obras sobre Odontopediatria, têm procurado criar classificações a fim de ordenar o
conhecimento das atitudes destas, visando compreendê-las melhor e facilitar o relacionamento. Vamos citar aqui um
dos melhores sistemas de classificação, proposto por Frankl, Shierre e Fogels em 1962. Este tem sido referido como
Escala de Classificação do comportamento de Frankl. Este método a atualmente o mais empregado para avaliar o
comportamento.

Tipo 1: Definitivamente negativo. Rejeição do tratamento, chorando vigorosamente, receoso ou alguma outra evidência
de negativismo extremo
Tipo 2 : Negativo. Relutância em aceitar o tratamento, sem cooperação alguma, evidência de atitude negativa, mas não
pronunciada, isto é, emburrado, retraído.
Tipo 3: Positivo. Aceitação do tratamento às vezes, ao vontade de obedecer ao dentista, às vezes com reservas, mas o
paciente segue as instruções do dentista, cooperativamente.
Tipo 4: Definitivamente Positivo. Boa comunicação com o dentista, interessado nos procedimentos odontológicos, rindo
e apreciando a situação.

Doenças periodontais na infância

- Introdução

Anatomia do Periodonto Marginal

Proteção Gengiva
Inserida
Periodonto

Sustentação Papilar

Cemento Osso Alveolar Ligamento Periodontal

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Gengivite na Infância

Doença Inflamatória restrita aos tecidos periodontais de proteção

Fator etiológico determinante


- Placa bacteriana e cálculo

Fatores predisponentes
- Exfoliação e erupção

Fatores modificadores
- Puberdade
- Respiração bucal

Sinais e Sintomas

Alteração de cor e edema gengival


Sinais mais comuns
- Sangramento
- Aumento da profundidade de bolsa
- Menos comuns

Fatores Morfológicos

Erupção dos dentes


 Margens gengivais espessas
 Formação de bolsa de até 7 mm
 Gengivite eruptiva
 Exfoliação dos dentes
 Maior mobilidade  irritação local e dificuldade de escovação
 União do epitélio reduzido do órgão do esmalte com epitélio da mucosa oral  nicho para
acúmulo de placa

Tratamento:
Identificação dos Grupos de Risco
Controle do Biofilme dentário

Tratamento dos fatores predisponentes e modificadores


- Ortodontia, dentística, etc.
- Médico, fonoaudióloga, etc.

Presença de Cálculo

Mineralização da placa
- Menos comum em crianças
Cálculo supragengival
- Correlação negativa com atividade de cárie

Tratamento
- Raspagem radicular
- Polimento
- Aplicação de flúor
- Orientação de higiene

Hiperplasia Gengival

- Placa bacteriana associada a outros fatores


 Hiperplasia gengival dilantínica

Tratamento
- Cirurgia periodontal quando muito avançada
- Controle de placa rigoroso
 Evitar recidiva
- Se possível, eliminar o agente modificador

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Retração Gengival
Manifestação de colapso periodontal, onde ocorre migração apical da margem livre da gengiva, desnudando parte da
raiz

 Fator etiológico determinante


 Placa bacteriana
 Fatores etiológicos predisponentes
 Alterações anatômicas
 Freio lingual
Má oclusão

 Fatores etiológicos modificadores


 Distúrbios patológicos
 Escovação inadequada
 Trauma oclusal
 Hábitos nocivos
 Distúrbios psicológicos
 Automutilação

Tratamento
 Controle dos fatores etiológicos
 Determinantes
 Predisponentes
 Modificadores

Periodontite
Inflamação que envolve periodonto de proteção e de sustentação

Periodontite em crianças
 Relativamente rara
 Perda precoce de dentes decíduos
 Manifestação de doenças sistêmicas
 Fator etiológico determinante
 Placa bacteriana
 Fatores modificadores
 Manifestação sistêmica associada

Periodontite Agressiva
 Sem doença sistêmica detectável
 Periodontite de início precoce ou pré-puberal (Periodontite agressiva – AAP)
 Generalizada
 Mais de 30 % de envolvimento
 Início durante ou pouco depois da erupção dos dentes
 Inflamação aguda e perda óssea
 Formação de bolsas periodontais
 Associadas a outras infecções, tais como otites e infecções respiratórias
 Presença de placa não compatível com o quadro

Tratamento:
Raro
Não há protocolo clínico eficiente
Doenças gravíssimas – sem tratamento eficaz
Alternativa – exodontias múltiplas – erradicação dos miroorganismos
periodontopatogênicos
Sem sucesso

 Localizada
Até 30 % de envolvimento
 Não associada a outras infecções
 Presença de placa não compatível com o quadro
 Inflamação menor
 Formação de bolsas periodontais

Tratamento
Periodontites agressivas localizadas
Controle mecânico e
Nenhum problema sistêmico associado
químico adequados

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AFECÇÕES BUCAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

A estomatologia pediátrica constitui-se num capítulo importante para prevenção, diagnóstico, prognóstico e
tratamento das principais doenças e alterações bucais da infância e adolescência.
Abordaremos as lesões mais ocorrentes na cavidade oral da criança e do adolescente.

Sinal Patognomônico:
Típico de determinada doença

Pródromo:
Preliminar de qualquer doença

Lesões ulcerativas

ÚLCERA TRAUMÁTICA
Complicação anestésica mais comum
Tratamento:Sintomático

LESÃO AUTO-INFRINGIDA
Também chamada de trauma factício
Tratamento:Descontinuação do hábito e acompanhamento de psicólogo

AFTAS
Etiologia : Desconhecida. Teoria envolvem aspectos hereditários, psicossomáticos, infecciosos, hormonais, etc...
Acredita-se que mesmo havendo a interação dos fatores citados, deve existir sempre envolvimento do complexo
imunológico.
Tratamento: Discutível
Corticosteróides tópicos ou Xilodase.
Complexo B e Vitamina C - Diário

Lesões com retenção de líquido

MUCOCELE OU CISTO DE RETENÇÃO


Cisto de retenção de saliva geralmente decorrente de trauma.
Tratamento: remoção da causa, Cirúrgico

RÂNULA
Cisto de retenção de saliva localizado no assoalho bucal
Tratamento: Cirúrgico ou marsupsialização

Cistos não odontogênicos

CISTO OU HEMATOMA DE ERUPÇÃO


Cisto dentígero extra-ósseo. Ocorre quando o dente tem dificuldade para vencer resistências ao seu irrompimento no
arco dentário e permanece com a face oclusal da sua coroa recoberta por um capuz de mucosa gengival.
TRATAMENTO: Expectante ou ulotomia

PÉROLAS DE EPSTEIN
Cistos queratinosos, amarelados, que geralmente se localizam entre o palato mole e duro.
Involução espontânea.Consideradas remanescentes do tecido epitelial

NÓDULOS DE BOHN
Cistos queratinosos, que geralmente se localizam no rebordo alveolar
Involução espontânea.Considerados remanescentes das glândulas mucosas.

CISTOS DA LÂMINA DENTÁRIA


Encontrados nas cristas dentárias, originam-se de remanescentes da lâmina dentária .

Lesões Do Tipo Proliferativo Não Neoplásico

GRANULOMA PIOGÊNICO ( infecta-se com facilidade)


Lesão tumoriforme comum
Etiologia: Presumivelmente representa uma reação tecidual exagerada a leve irritação ou a trauma.
Características clínicas: Aparece como uma massa nodular vermelha clara indolor, que é pediculada ou séssil. A
superfície pode ser lisa ou lobulada e frequentemente está ulcerada, recoberta por uma pseudomembrana branca
amarelada. A lesão é mole à palpação com tendência a hemorragia espontânea ou após irritação leve. Cresce
rapidamente ( 0,5 a 1cm)
Tratamento: Remoção cirúrgica, encaminhar ao anátomo-patológico.

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LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES
Lesão bem caracterizada clinicamente, pois só ocorre em gengiva,estando sempre ligada a uma fator irritativo crônico
de baixa intensidade
Geralmente assintomática
Tratamento: Remoção do agente traumático e cirurgia com pequena margem de segurança para evitar recidivas

Fibromatoses

FIBROMATOSE DILANTÍNICA
Etiologia: Ligada a medicamentos anticonvulsivantes à base de difenil-hidantoína, sendo que o biofilme dental em
conjunto com o medicamento, aumenta a agressividade do processo
Características clínicas: Massa nodular hiperplásica, assintomática, podendo ocorrer em ambas as arcadas, emergindo
a partir da papila gengival interdental de forma generalizada e com consistência firme à palpação.
Tratamento: Gengivectomia e gengivoplastia. Casos de recidiva são normais.

Neoplasias benignas

FIBROMA TRAUMÁTICO
“Tumor” mais comum da mucosa bucal
Etiologia: Na grande maioria dos casos é uma hiperplasia reativa focal do tecido conjuntivo.
Características clínicas: A lesão apresenta-se tipicamente com um crescimento indolor bem delimitado, firme, séssil ou
pediculado, com superfície lisa de epitélio normal.
Tratamento: Remoção cirúrgica

PAPILOMA
Lesão nodular filiforme pediculada de coloração esbranquiçada de superfície opaca e textura áspera.
Ocorre em qualquer área da mucosa bucal, sendo prevalente na mucosa labial.
Etiologia: Normalmente de origem desconhecida, sendo que em alguns casos tem origem viral.
É o único tumor benigno com tendência à malignização.
Tratamento: Remoção cirúrgica, com margem de segurança. Encaminhar ao anatomopatológico.

HEMANGIOMA
Representam uma proliferação benigna de vasos sangüíneos.
(Hamartoma) Mal formação de desenvolvimento
Características clínicas: É uma mancha ou bolha avermelhada clara até o roxo escuro que surge na mucosa bucal lenta
e progressivamente.
Diagnóstico: Clínico através de compressão
Tratamento: Remoção cirúrgica, esclerose física ou química.

LINFANGIOMA
Lesão benigna dos vasos linfáticos
Etiologia: Mal formação de desenvolvimento
Características clínicas: As lesões superficiais se apresentam como nódulos pequenos, macios e elevados que
lembram um aglomerado de pequenas vesículas de coloração normal, amarelo-acinzentadas ou avermelhadas, devido
à hemorragia secundária nos espaços linfáticos.O tamanho varia de alguns milímetros a lesões extremamente grandes.
Diagnóstico: Clínico ou biópsia
Tratamento: Remoção cirúrgica . A recorrência é comum.

Alterações Congênitas

LÍNGUA GEOGRÁFICA OU GLOSSITE MIGRATÓRIA


Etiologia: Desconhecida, embora pode ser associada a fatores endógenos ou exógenos como: diabetes melitus insulino-
dependentes, alérgicos, psicogênicos, hereditários, infecções fúngicas, síndrome de Down.
Tratamento:
Evitar ingestão de alimentos ácidos, quando do acometimento.
Sintomático.

LÍNGUA FISSURADA
Etiologia: Desconhecida
Tratamento: Não há necessidade de tratamento

ANQUILOGlOSSIA
Traduz-se pelo aparecimento de freio lingual curto, inserido muito próximo à ponta da língua.
Tratamento: Dependendo do grau, frenectomia ou fisioterapia ( alongamento).

LÁBIO LEPORINO:
Etiologia: Genética ou teratológica
Pode ou não estar acompanhado de fissuras palatinas.
Tratamento: Cirúrgico com bom prognóstico, principalmente em crianças com pouca idade. O tratamento deve ser
completado multidisciplinarmente, com ortodontistas, fonoaudiólogos, etc.

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Doenças infecciosas

CANDIDÍASE (MONILÍASE)
Etiologia:
Cândida albicans
Características clínicas:
Presença de placas esbranquiçadas, que são facilmente removidas, provocando sangramento na superfície.
Tratamento: Higiene com bicarbonato de sódio, 3 a 4 vezes por dia +
Nistatina ou Miconazol, Anfoterecina B, (tópicos).
Cetoconazol, Fluconazol (sistêmicos)

SÍFILIS
Doença sexualmente transmissível (treponema Palidum)
Mãe – feto ou parto / Adolescentes
SÍFILIS PRIMÁRIA
Câncro sifilítico - 3 semanas após a inoculação
Língua, lábio, palato e soalho da boca 3 a 8 semanas

SÍFILIS SECUNDÁRIA
Lesões indolores e múltiplas
Toda cavidade bucal

SÍFILIS CONGÊNITA
Estigmas bucais sifilíticos
Incisivos em forma de chave de fenda (I de Hutchinson)
Molares em amora (M.de Moon)

IMPETIGO
Infecção por estrepto-estafilococus ocasionando bolhas com pus e crostas amareladas

Quadro geral: Vesículas com pus

Tratamento: Higiene com água oxigenada, pomada de Neomicina, banhos com permanganato de K

Antibioticoterapia

OSTEOMIELITE DE GARRÉ
Ocorre em crianças quase que exclusivamente.
Características clínicas: Aumento ligeiramente eritematoso na pele, pouco consistente à palpação.
Exame intrabucal, dolorido, mostra um molar inferior com lesão de cárie extensa e comprometimento pulpar, com
história de meses de duração.
O exame radiográfico ( técnica oclusal ou de Miller-Winter ) revela um aumento a nivel periostal disposto em camadas
finas de osso reacional, com pequenos intervalos radiotransparentes, lembrando casca de cebola.
Prognóstico: Bom.
Tratamento: Tratamento endodôntico, remoção do dente e/ou seqüestro ósseo

GENGIVOESTOMATITE HERPÉTICA
Infecção primária que ocorre em crianças que nunca tiveram contato com o vírus Herpes Vírus Hominis.
Características clínicas:Mal estar, dor, febre, anorexia.
Úlceras na gengiva e mucosa.
Tratamento: Sintomático
• VASA (violeta genciana + xylestesin + sacarina + água).
• Higiene
• Líquidos gelados.
• Complexo B e vitamina C.

HERPANGINA
Doença viral aguda
Virus Coxsackie
Palato mole, úvula, tonsilas, pilares da fauces, parede faringeana posterior.
Febre, dor de garganta, disfagia, erupçao vesicular e eritema difuso
Tratamento: Sintomático

Alterações Hereditárias

QUERUBISMO
Alteração fibro-óssea benigna dos maxilares
Localização: Mandíbula – menos freqüente na maxila.
Etiologia: Hereditária dominante
Características: Expansão indolor, simétrica bilateral, fácies redondo aspecto de querubins.

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A reconstrução cirúrgica e a curetagem são recomendadas após a estabilização do tamanho das lesões

Neoplasias Malignas

LINFOMA DE BURKIT
É um tumor maligno que ocorre na boca, conhecido também como linfossarcoma africano.
Etiologia: Essa doença tem características peculiares, como a localização geográfica que passa pela África central e
nordeste do Brasil, cujas condições climáticas são semelhantes, propiciando o desenvolvimento de um mosquito, que
seria o vetor do EB virus encontrao cirúrgico.
Tratamento: Medicamentoso e na maioria das vezes sem sucesso. Quando a lesão é localizada, pode-se tentar o
tratamentQuimioterapia e radioterapia podem usadas para tratar recorrências.

RABDOMIOSSARCOMA
Neoplasia maligna de tecidos moles. É o sarcoma de tecidos moles mais comum em crianças.
Etiologia: Desconhecida, embora tanto fatores genéticas como ambientais pareçam estar envolvidos.
Tratamento: Excisão cirúrgica, geralmente seguida por quimioterapia e radioterapia.

OSTEOSSARCOMA
É o tumor maligno primário de osso mais comum e
Etiologia: Desconhecida
Localização: Fêmur distal, úmerio proximal, tíbia proximal. 3 a 5% nos maxilares.
Raro em crianças, mais freqüentes entre 12 e 18 anos
Características: Dor e aumento de volume no local, abalamento, deslocamento dos dentes e parestesia podem ocorrer.
Recorrência e metástase para pulmões e cérebro, raramente para os linfonodos regionais.
Tratamento: Excisão cirúrgica. Quimioterapia e radioterapia podem usadas para tratar recorrências.

LEUCEMIAS
Grupo de doenças neoplásicas malignas dos tecidos formadores do sangue, caracterizadas por defeitos na maturação e
na proliferação de leucócitos.
Etiologia: Desconhecida, embora tanto fatores genéticas como ambientais pareçam estar envolvidos
Características: Os sintomas precoces são anorexia, irritabilidade, fadiga, empalidecimento, sangramento e febre.
As manifestações bucais são as petéquias eo sangramento, particularmente na gengiva. Leve aumento de volume da
gengiva e ulcerações bucais inespecíficas também podem ocorrer.
Tratamento: Quimioterapia e cuidados de suporte.
O transplante de medula óssea, às vezes se faz necessário.

A Síndrome de Reye é uma doença grave, rapidamente progressiva e muitas vezes fatal, que acomete o cérebro e o
fígado, ocorre em crianças e está relacionada ao uso de salicilatos em conjunto com uma infecção viral.
É caracterizada por um quadro viral, como gripe ou catapora, uso de salicilatos para controle dos sintomas e depois
encefalopatia metabólica progressiva, com edema cerebral e hipertensão intracraniana (com cefaléia, vômitos e
irritabilidade evoluindo para alteração do nível de consciência e coma) e esteatose hepática microvesicular com
insuficiência hepática. Pode evoluir com falência neurológica e hepática seguida de falência de múltiplos órgãos e óbito.
Não há tratamento específico, apenas suporte intensivo.

BIBLIOGRAFIA

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CIRURGIA EM ODONTOPEDIATRIA

PRINCÍPIOS BÁSICOS DAS CIRURGIAS

Avaliação da Necessidade da cirurgia


A necessidade do uso da cirurgia encontra-se fundamentada em um diagnóstico completo do quadro clínico,
avaliando-se os aspectos da sua etiologia, do grau de evolução quanto ao comprometimento anatomo-funcional, das
vantagens oferecidas para a recomposição da saúde do paciente e, ainda, das seqüelas inerentes ao ato cirúrgico.
A cirurgia deve ser sempre considerada como a última das modalidades de terapêutica a ser aplicada, dando-se
prioridade, quando existem opções, às terapêuticas conservadoras.
Em cirurgias praticadas em crianças, temos a situação clínica, na qual a indicação de remoção de dentes
decíduos devem considerar alguns aspectos relacionados aos dentes permanentes.

Autorização dos pais


Sempre que decidimos por uma cirurgia, devemos comunicar aos pais da criança, dando-lhes informações sobre
o trabalho que será feito, explicando o porquê e as possíveis complicações que podem ocorrer. De acordo com Guedes-
Pinto(2003),os pais devem autorizar a cirurgia por escrito.

Momento oportuno para realização do ato cirúrgico


A evolução para a cura da ferida cirúrgica depende da saúde local e sistêmica do paciente. É nessa premissa
que se apóia o princípio da oportunidade, o seja, de constatar se o ato operatório pode ser efetuado de imediato ou se o
momento é inoportuno. Essa inoportunidade cirúrgica pode ser momentânea ou definitiva.

Métodos para prevenir infecção

Sépsis- Colapso dos tecidos vivos em conseqüência da ação de micorganismos

Assepsia cirúrgica –Recursos que visam reduzir a quantidade de microrganismos que possam contaminar a ferida
cirúrgica, transportados pela equipe, instrumental e pelo próprio ambiente

Anti-sepsia- Uso tópico de substâncias específicas (anti-sépticos), aplicados em tecidos vivos, que diminuem a
quantidade de germes presentes na região anatômica, sede do ato operatório

Desinfetantes– Produzem os mesmos efeitos que os anti-sépticos, porém são usados em objetos

Esterilidade – Representa a inexistência de qualquer forma viável de microrganismo. Estado absoluto.

Procedimentos para esterilização de instrumentais de uso odontológico. (Tabela elaborada pelo Ministério da Saúde
do Brasil.)

Método Temperatura Tempo


Autoclave
por gravidade 121º C (1ATM pressão) 20 min
por vácuo 132º C 4 min
Estufa (calibrada) 160º C 120 min
170º C 60 min
Imersão em solução aquosa de - 10 horas
glutaraldeído a 2%

Características das técnicas de anestesia utilizadas em odontopediatria


Pequenas mudanças daquelas usadas em adultos
Características próprias das crianças
Relações anatômicas: localização dos forames
Porosidade óssea e sua menor calcificação

Exodontia de dentes decíduos


Deve-se considerar a exodontia necessária nas seguintes situações:

Comprometimento do dente é tão grande que não existe mais nenhuma possibilidade de mantê-lo na cavidade bucal.
Rarefação óssea presente na região periapical ou interradicular persistente após tentativas de tratamento endodôntico
ou rompimento da cripta do germe do sucessor permanente.
Lesões de cárie que já atingiram bifurcação radicular.
Alveólise.
Raízes fraturadas.
Dentes anquilosados e submersos.

Contra- indicação:
As mesmas de qualquer procedimento cirúrgico

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Técnica cirúrgica atraumática

Aplicação da técnica operatória mais adequada à resolução do quadro clínico do paciente. É necessário que haja
o conhecimento de algumas variáveis da técnica para selecionar a mais vantajosa. O profissional necessita de
habilidade psicomotora no uso do instrumental e necessita de amplo conhecimento da anatomia regional.

Técnicas classificadas em exodontia pelo uso de:

Fórceps específicos
Elevadores dentais
Odontosecção com instrumentos rotatórios
Osteotomia alveolar
Combinação destas técnicas citadas

Odontosecção - reduzir a resistência à avulsão dentária, para evitar fraturas radiculares durante a exodontia, para
eliminar a impacção de dentes retidos e em raízes com dilaceração. Uma situação que pode ocorrer é quando a
radiografia de um molar decíduo com exodontia indicada mostrar o pré molar sucessor encerrado entre as suas raízes.

Uso de fórceps

Existem fórceps específicos para dentes inferiores e superiores e grupos de dentes determinados.
Luxação:
Movimentos de lateralidade ou pendulares –multirradiculares
Movimentos pendulares ou de rotação – unirradiculares

Contra-indicações:
Constatação radiográfica da possibilidade de lesão do dente permanente justaposto pela movimentação do decíduo e
conseqüentemente das suas raízes.

Quando a porção coronária do dente não for suficiente para receber e transmitir o efeito mecânico do instrumento.

Curetagem e sutura:
Deve-se curetar sempre que, após a exodontia, se constatar a presença intra-alveolar de lesão patológica passível de
ser removida por curetagem. Sempre com muito cuidado para que não haja lesão do germe do permanente.

Seguimento pós operatório:

A maior parte das exodontias em dentes decíduos evolui sem complicações. Analgésicos podem ser prescritos
na posologia adequada e de preferência por via oral.
Os tampões de gaze usados sob pressão têm ação efetiva sobre o mecanismo da auto-hemostasia, promovendo
a formação do esperado coágulo sanguíneo.
Os pais devem ser orientados quanto ao tipo de alimento, líquido e frio, que o paciente deve receber nas
primeiras 24 horas do pós operatório e principalmente devem estar atentos enquanto a criança estiver sob o efeito da
anestesia para que que não ingira nenhum alimento e não machuque os tecidos moles pelo fato de não estar sentindo o
local anestesiado.

CISTOS DE ERUPÇÃO

Na dentição decídua, os cistos de erupção, um tipo de cisto dentígero extra-ósseo, ocorrem quando o dente tem
dificuldade para vencer resistências ao seu irrompimento no arco dentário e permanece co ma face oclusal da sua coroa
recoberta por um capuz de mucosa gengival.
Esta posição favorece a o desenvolvimento de um quadro inflamatório de natureza traumática. O quadro clínico pode se
tornar dolorido e incômodo e não deve ser deixado para uma resolução natural. A terapêutica a ser usada é cirúrgica e
consiste na exérese dos tecidos que se superpõem à face oclusal do dente não irrompido, colocando-o em contato com
o meio bucal.

ULECTOMIA

Cirurgia para remoção do capuz mucoso que recobre os dentes não erupcionados. Indicada quando ocorre fibrose da
gengiva, em geral decorrente de traumas constantes ou do uso de medicamentos.
Em alguns casos é necessária além da ulectomia a remoção de tecido ósseo, expondo a periferia completa da coroa.

ODONTOMAS

Odontoma é um crescimento celular com diferenciação de odontoblastos e ameloblastos, que formam a dentina e o
esmalte. O exame radiográfico pode demonstrar imagens semelhantes a dentículos, envolvidos por uma imagem
radiolúcida, bem delimitada, ou massa amorfa radiopaca, ambas podendo estar associadas a dentes inclusos. O
tratamento é cirúrgico e o prognóstico é bom.

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FRENECTOMIA LABIAL

Geralmente é indicada quando o freio anormal restringir os movimentos do lábio, interferir na fala, produzir efeitos
estéticos desfavoráveis, dificultar a escovação, além de causar retração gengival. Algumas vezes a sua remoção pode
favorecer um tratamento ortodôntico para o fechamento de diastema.

FRENECTOMIA LINGUAL

O freio lingual quando curto, altera a fisiologia da mecânica da língua, podendo também acarretar alterações
anatômicas e funcionais em outras estruturas da boca. A forma de tratamento para esse tipo de problema pode ser
conservadora ou cirúrgica. No tratamento conservador são ensinados exercícios apropriados que permitam obter o
alongamento da estrutura do freio lingual.

BIBLIOGRAFIA

MOTTA, L.F.G.; MARTINEZ, J.A.; MIRANDA, I.M.A.D.;GUEDES-PINTO, A.C. In: Reabilitação Bucal em
Odontopediatria. Ed. Santos. 1999 p. 201-227.

GREGORY, C.- Cirurgia em Odontologia. In:GUEDES-PINTO, A.C. Odontopediatria . São Paulo: Ed. Santos, 1997 p.
513- 534.

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DENTÍSTICA E MATERIAIS RESTAURADORES EM ODONTOPEDIATRIA

Características Anatômicas dos dentes decíduos

• A polpa dos molares decíduos é mais volumosa em relação à sua coroa


• O corno pulpar dos dentes decíduos fica mais próximo da superfície externa, particularmente o corno mesio-
vestibular, especialmente o dos primeiros molares inferiores
• A espessura do esmalte e da dentina, que circundam a polpa, são aproximadamente um terço menor nos dentes
decíduos, em comparação dos permanentes.
• Os dentes decíduos são menores que os permanentes em todas as suas dimensões
• As superfícies V e L da coroa dos molares decíduos possuem uma convergência,em direção oclusal,
apresentando uma face oclusal estreita
• Há uma maior constrição no colo dos decíduos, em relação aos permanentes
• Os prismas de esmalte no terço cervical dos dentes decíduos,apresentam inclinação de cervical para oclusal, ou
seja, no sentido contrário ao dos dentes permanentes nessa região, acompanhando a direção dos túbulos dentinários

Materiais restauradores utilizados na Clínica Odontopediátrica

Selantes

São materiais empregados como coadjuvantes no tratamento da doença cárie em dentes posteriores. Promovem o
vedamento das fossas e fissuras obliterando o habitat preferido dos S. mutans facilitando a autolimpeza.

INDICAÇÕES

- Oclusão funcional não estabelecida


- Paciente cárie ativo: fissuras profundas e lesão em atividade
- Fossas e fissuras profundas com acúmulo de placa bacteriana

CONTRA-INDICAÇÕES

- Dentes em oclusão funcional com mecanismo de limpeza ativado


- Fossas e fissuras rasas e bem coalescidas
- Paciente sem atividade da doença cárie

CLASSIFICAÇÃO:

Os selantes são classificados quanto à presença ou ausência de componentes resinosos. Aqueles que apresentam
componentes resinosos apresentam BIS-GMA, conforme descrito a seguir:

1) Selantes com BIS-GMA (Bisfenol glicidil metacrilato)


⇒ Apresentam superioridade em relação aos demais principalmente quanto a retenção e penetração nas
microporosidades do esmalte condicionado. Os selantes com BIS-GMA podem ser divididos conforme a quantidade de
carga presente:

• Sem carga – não apresentam carga inorgânica na composição, ou se isto ocorrer é numa proporção muito
pequena, menor que 19%. Devem ser utilizados onde não foi removida estrutura dentária.
• Exemplos de marcas comerciais: Delton (Dentisply) autopolimerizável, Alpha Seal (DFL) auto e
fotopolimerizável.

• Com carga – a carga corresponde a parte inorgânica do material que irá conferir –lhe resistência mecânica. Se
houver exploração (invasão) dos sulcos, esse material é o indicado. Escoamento é menor.
• Exemplos de marcas comerciais: Fluroshield (Caulk/Dentisply) – fotopolimerizável, contém flúor na
composição, branco opaco e matizado); Bisco Sealant (Bisco) fotopolimerizável.

Técnica para aplicação do selante:

1. Anestesia da região.
2. Isolamento absoluto do campo operatório.
3. Profilaxia com pedra-pomes e água ou jato de bicarbonato (deve-se evitar pastas profiláticas com flúor).
4. Condicionamento ácido (para formação de microporosidades e efeito bactericida)
5. Lavagem e secagem.
6. Aplicação do selante de acordo com o fabricante (aplicador ou sonda exploradora)
7. Teste de retenção do material após polimerização.
8. Controle periódico.
9. Reaplicação se houver necessidade apenas no local onde ocorreu deslocamento. Período crítico nos primeiros 6
meses.(condicionamento ácido e aplica o selante apenas no local do deslocamento).

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IMPORTANTE !
O tempo aconselhável para condicionamento ácido é de 15 a 20 segundos para dentes permanentes ou
decíduos.
A concentração do ácido fosfórico mais eficaz para esmalte é de 35 a 37%, podendo ser na forma de gel,
semigel ou solução. O gel permite maior controle da área condicionada, o líquido por sua vez, provoca a
penetração mais profunda e o semigel alia essas duas condições.

Deve-se lembrar que se o paciente estiver controlado e dentro dentro de uma filosofia preventiva, não á necessidade de
aplicação de selantes

2) Selantes a base de materiais sílicos ou oxirresinosos

2.1) Cimentos de ionômero de vidro convencionais

Os Cimentos de Ionômero de Vidro (CIV) podem ser utilizados como selantes também, podendo ser divididos em CIV
convencionais e CIV modificados por resina

Ex. de marcas comerciais de CIV convencionais: Chelonfil (ESPE), Vidrion F,C ou R (SS. White), Shofu (GC
América), Fuji IX (GC América).

2.2) Cimento de ionômero de vidro modificado por resina

Ex. de marcas comerciais: Vitremer (3M), Fuji II LC (GC América), Fuji Duet (GC América).

Maior afinidade em meio úmido : são hidrófilos

INDICAÇÕES:

Molares decíduos ou permanentes em fase de erupção quando se nota o opérculo gengival

VANTAGEMS dos selantes com CIV: Liberação de flúor para fossas e fissuras

DESVANTAGEMS dos selantes com CIV:Retenção inferior a dos resinosos, porém apesar da perda do material,
partículas ainda presentes continuam a liberar flúor.

Técnica:

1. Isolamento relativo.
2. Profilaxia.
3. Lavagem.
4. Secagem.
5. Selamento com CIV convencional.
6. Após perda do brilho proteger com verniz cavitário ou vaselina sólida porque o CIV é mais susceptível à água
nas primeiras 24 horas.
7. Se utilizar CIV modificado por resina não há necessidade de proteger o material.

Os CIV “endurecem” por meio de reação ácido base, ou seja, o ácido ataca a base e inicia a reação de presa.

Composição básica do CIV:


Pó: óxido de silício (29%), óxido de alumínio(16.6%), fluoreto de cálcio (34.3%), fluoreto de alumínio (7.8%), fluoreto de
sódio (3.0%) e fosfato de alumínio(9.8%).
Líquido: solução aquosa com 45% de água, 30% de ácido poliacrílico, 10% de ácido tartárico e 15% de ácido itacônico.

CLASSIFICAÇÃO DOS CIV EM RELAÇÃO À INDICAÇÃO CLÍNICA:

CIV tipo 1 Cimentação Convencionais ou modificados por resina


CIV tipo 2 Restauração Convencionais, modificados por partículas
metálicas e por resina
CIV tipo 3 Forramento Convencionais ou modificados por resina
CIV tipo 4 Núcleos e restaurações definitivas Modificados por partículas metálicas e por
resina

Os CIV modificados por resina possuem a reação original ácido-base complementada por um processo secundário de
polimerização iniciada por exposição a luz. (“Dupla polimerização”)

Ex: Vitremer (3M) – de acordo com o fabricante – 3 reações de ativação.

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CIV modificados por resina
A adesão ao esmalte e a dentina tem sido descrita como superior a de seus antecessores, mas inferiores a das resinas
compostas.
Apresentam resistência superior daqueles que não contém a porção resinosa, especialmente nos períodos iniciais após
a mistura.
Coeficiente de expansão térmica é significativamente maior que dos CIV convencionais (semelhante ao da estrutura
dentária) mas é menor que o das resinas compostas.
Contração é mais prolongada do que dos CIV convencionais (fotoativação)
Liberação de flúor é semelhante à dos CIV convencionais – alta liberação de flúor inicial – permanece até 7 dias. Depois
disso sugere-se aplicação de flúor neutro em pacientes com atividade da doença cárie para suprir essa perda.

Aplicações de fluorfosfato acidulado devem ser evitadas tanto sobre restaurações de resina como de CIV pois tornam a
superfície mais áspera.

2.3) Selamento oclusal com adesivos dentinários

INDICAÇÃO:

- Primeiros molares permanentes erupcionando, presença de opérculo gengival e exsudato gengival.


- Pode ser utilizado o Primer dos sistemas adesivos de última geração – hidrofílico (tem afinidade com água) - mesmo
diante de contaminação superficial por umidade melhora as condições locais pela afinidade ao meio úmido para
posterior aplicação do adesivo.

VANTAGENS: Delgada camada de material – preservando a função dos dentes.

DESVANTAGENS: Adesivos transparentes – difícil constatação visual das áreas seladas.

SOLUÇÃO CARIOSTÁTICA

Substância à base de diaminofluoreto de prata (Ag2F(NH2)), que é bactericida, fortalece a estrutura dentária e promove
a paralisação temporária do processo carioso.
A existência dos íons flúor e prata permite que o íon flúor reaja com os componentes minerais do dente a fim de
produzir fluorapatita e fluoreto de cálcio, enquanto a prata reage com os componentes orgânicos, formando
principalmente o proteinato de prata e o fosfato de prata.

VANTAGENS
Tornam o esmalte mais resistente.
Diminuem a produção ácida dos microrganismos na dentina cariada.
Reduzem a população de S. mutans.
Obliteram os canlículos dentinários expostos, estabelecem ação cariostática e impedem a progressão da lesão de cárie.

DESVANTAGENS
Escurecimento – poder de pigmentação alto devido a precipitação da prata.
Quando existir contaminação bacteriana e proximidade à polpa, pode favorecer a necrose pulpar.

Técnica:
1. Profilaxia com com pedra pomes e água.
2. Remoção da dentina amolecida com curetas.
3. Lavagem e secagem.
4. Proteção dos tecidos moles adjacentes com vaselina ou manteiga de cacau.
5. Isolamento da região.
6. Secagem.
7. Aplicação do cariostático com bolinha de algodão umedecida durante 3 minutos nas superfícies desejadas.
8. Lavagem abundante com jato de água.
9. Repetir a aplicação de acordo com o fabricante.

ADEQUAÇÃO DO MEIO BUCAL

Consiste na eliminação da placa cariogênica da superfície do esmalte e de todas as lesões dentinárias, curetando-se
apenas a camada infectada. As cavidades são seladas com cimento temporário a base de óxido de zinco e eugenol ou
de preferência CIV, pela vantagem da adesão aos tecidos dentários e liberação de flúor.
Além da curetagem e selamento provisório das cavidades, faz parte da adequação do meio bucal a remoção de focos
infecciosos (exodontias e tratamento pulpar).
Segue a adequação do meio a fase restauradora do plano de tratamento.

Importante!
O procedimento de curetagem de tecido cariado e selamento da cavidade na adequação do meio bucal tem
caráter provisório diferentemente do Tratamento Restaurados Atraumático (ART).

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TRATAMENTO RESTAURADOR ATRAUMÁTICO (ART)

Preconizado pela OMS para utilização em países subdesenvolvidos e/ou em desenvolvimento, em dentes decíduos e
permanentes.

CARACTERÍSTICAS

Remoção de tecido cariado com auxílio de instrumentos manuais


Selamento das cavidades com material restaurador quimicamente ativado
Situações inviáveis para realização do tratamento odontológico convencional
Consultório odontológico: pacientes especiais, bebês, fóbicos.

Material preconizado:

CIV
Marcas Comerciais principais: Fuji IX ® ( GC Co.), Chem Flex ® (Dentisply), Ketac Molar ® (ESPE)

Vantagens destas marcas:

- Facilidade de manipulação
- Maior resistência ao desgaste

Técnica:

1.Isolamento relativo
2. Profilaxia
3. Remoção da dentina cariada amolecida, desmineralizada – curetas
Dentina descolorida ou pigmentada, endurecida deve ser mantida
4. Condicionamento da cavidade e das fóssulas e fissuras adjacentes
5. Manipulação do cimento de ionômero de vidro
6. Restauração da cavidade e preenchimento das fóssulas e fissuras
7. Realizar pressão digital com luva vaselinada após perda do brilho

MÉTODOS QUÍMICO-MECÂNICOS DE REMOÇÃO DE TECIDO CARIADO

1) Carisolv – Medi Team, 2001

Gel a base de hipoclorito de sódio, e 3 aminoácidos: lisina, leucina e ácido glutâmico.


Curetas especiais – sem corte.

2) Papacárie – Bussadori, 2003


Gel - Composição Básica
Papaína
Cloramina
Azul de toluidina
Sais
Água
Espessante

AMÁLGAMA DE PRATA

Amálgama é o produto da mistura do mercúrio com uma liga ou um metal.

Tipos de ligas para amálgama

CONVENCIONAIS: em forma de limalha grossa, fina ou extra-fina e a esférica.


LIGAS COM ALTO TEOR DE COBRE: com fase dispersa (70% de limalha e 30% de esferas eutéticas) ou com fase
única (3esferas com alto teor de cobre) ou limalha.

Reação de presa:

Ligas convencionais: formação de maior quantidade da fase Υ2 – responsável por diminuir a resistência das margens e
a resistência a corrosão.
Ligas com alto teor de cobre: a fase Υ2 não está presente ou é significativamente reduzida (isso acontece porque a
afinidade do cobre pelo estanho é maior do que a do mercúrio pelo estanho).

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Resina Composta

Classificação
Partículas pequenas Híbridas dentes anteriores e posteriores
Microfinas Híbridas
Extrafinas Micropartículas dentes anteriores

Para minimizar a infiltração marginal deve-se utilizar a técnica da inserção vertical, com incrementos que não
ultrapassem 2 mm, além de fazer uma fotopolimerização intensa com aparelhos aceitáveis.

Liberação de flúor – é muito menor que dos CIV.

Resinas fluidas

Resinas do tipo flow (fluidas) são indicadas para restaurações combinadas promovendo escoamento maior e adaptação
na margem cervical das restaurações, minimizando a infiltração e melhorando a resistência mecânica, por apresentar 70
a 75% de carga na composição. Não devem ser indicadas para regiões que recebem cargas oclusais, mas podem ser
indicadas para pequenas lesões de cárie, exploração de sulcos e restaurações combinadas. Também para as abfrações
as resinas do tipo flow são indicadas por contraírem menos e serem mais fluidas.

Manutenção das restaurações

A substituição das restaurações consome mais tempo, aumenta o custo do tratamento e desgasta mais a estrutura
dentária. Por tudo isso, em condições especiais opta-se pela manutenção das restaurações, podendo-se fazer por meio
de reescultura, selamento “marginal” ou reparo.
É óbvio que essa opção só pode ser aceita e indicada se não houver lesão de cárie que comprometa tal alternativa.

BIBLIOGRAFIA :

BUSSADORI, S.K.;IMPARATO, J.C.P. ;GUEDES-PINTO, A.C. Dentística Odontopediátrica. Ed. Santos. 170p.2000.

GUEDES-PINTO, A.C. Odontopediatria. Ed. Santos. 7ªed. 2003.

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ENDODONTIA EM DENTES DECÍDUOS

INTRODUÇÃO

A importância da manutenção do dente decíduo na boca até a época de sua esfoliação, nos faz levar
tratamentos de decíduos sempre à frente, incluindo tratamentos pulpares. Mesmo com as conhecidas e tão utilizadas
técnicas para prevenção, o número de dentes decíduos que chegam a apresentar lesões de cárie é muito grande, e
devido à sua anatomia os problemas pulpares são mais comuns do que se imagina.
Para que o tratamento seja eficaz, é imprescindível que o diagnóstico seja o mais correto possível, pois de
acordo com o grau de hiperemia da polpa, vitalidade ou não da mesma, é que passaremos para o tratamento correto.
Para auxiliar no diagnóstico, o CD deve se utilizar de sintomatologia, que pode ser muito diferente da dos dentes
permanentes.
Além disso deve se utilizar de exame clínico, radiográfico e da anamnese, além dos sinais clássicos que
acometem os tecidos de suporte com tumefação no local, fístula, etc. O clínico experiente pode até se utilizar do exame
da cárie, sua profundidade, características, etc., para poder ajudar no diagnóstico.
A terapia pulpar em dentes decíduos se faz não só quando temos exposição do tecido conjuntivo.

DIAGNÓSTICO:

A eficácia do tratamento depende do diagnóstico mais correto possível.

DOR  normalmente não é um sinal clínico em decíduos. O processo de cárie acelera a reabsorção de dentina,
cemento e polpa, e aumento do forame apical, provocando uma diminuição nas terminações nervosas.
Há uma maior difusão dos gases tóxicos pelo forame que está aumentado, e diminuição da dor pela diminuição das
terminações nervosas.
TESTES TÉRMICOS  não são confiáveis devido à alterações morfológicas, a própria dificuldade da criança
responder corretamente, e o fato dos estímulos térmicos serem recebidos pelo periodonto, já que com a reabsorção ele
se aproxima da polpa.
TESTE DE VITALIDADE PULPAR
TESTE ELÉTRICO
NEVE CARBÔNICA
EXAME CLÍNICO  Rx, ciclo biológico, padrão de reabsorção, cárie x volume pulpar.

CICLO BIOLÓGICO DO DENTE DECÍDUO:

Se inicia na lâmina dentária que se diferencia para formar o dente decíduo, e vai até o período de sua
esfoliação.
Estágio de formação e maturação pulpar  célula diferenciada até formação radicular.
O processo de erupção já se inicia mesmo durante a fase de formação da raiz do dente. E quando o dente
erupciona, o ápice da sua raiz ainda não está totalmente fechado, o que irá ocorrer nos próximos 12 meses. Concluímos
que o estágio de formação e maturação de um dente decíduo só termina 12 meses após sua erupção.
O dente em estágio de formação e maturação é um dente fisiologicamente jovem, e que tem grande capacidade
de reparação e recuperação, já que seu metabolismo está muito alto, voltado para o processo de formação. Nesses
casos, é indicado o tratamento mais conservador, visto que a capacidade de recuperação do dente é muito grande.
(grande organização da camada odontoblástica).
Após a rizogênese, há um período de repouso estático.
Com o início da função mastigatória do dente, inicia-se o processo de reabsorção, ou seja, ele começa por volta
de 3 anos antes da esfoliação. Começa o estágio de regressão, que vai do início do processo de reabsorção (fase em
que o dente está fisiologicamente comprometido), passa pelo meio da regressão, e vai até a esfoliação do mesmo.
Nessa fase, o poder de recuperação do dente é menor, por isso, os tratamentos aqui são menos conservadores e mais
invasivos, para garantirmos o sucesso da terapia.
Os mecanismos bioquímicos que favorecem a camada odontoblástica no estágio de formação do dente, são:
Fosfatase ácida, Glicosaminoglicanos aumentados, e Fosfatase alcalina aumentada.
Na metade do processo de reabsorção radicular, há uma zona de camada odontoblástica não tão organizada. A
mudança bioquímica favorece os Odontoclastos, que passam a reabsorver o dente decíduo. Agora a capacidade
reparadora do dente já não existe mais. Nesse estágio, a terapia se torna ainda mais radical. O tecido pulpar recebe um
grande aporte sangüíneo, a atividade metabólica se intensifica para dar continuidade ao processo de rizólise. Agora já
não há mais quase odontoblastos: é o estágio final, de senilidade, onde não há indicação para intervenção pulpar.
(fosfatase ácida).

CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS INTERNAS:

Região de Furca  prevalecem as Foramíneas - Comunicação pulpo – periodontal


Lesão que aparece radiograficamente  necrose pulpar
Lesão endodôntica em dente decíduo raramente aparece manifesteção radiológica no periápice, e sim na região
interradicular, que é onde se forma o dente permanente. Por issoa grande preocupação com a integridade do
permanente, quando há processo pulpar no decíduo correspondente.
Região de Furca envolve a área interadicular, as raízes adjacentes e a cripta óssea do dente permanente.
Os ameloblastos são muito sensíveis a alterações no seu meio, como temperatura, PH, por isso surgem tantos casos de
hipoplasias do esmalte do dente permanente, quando temos processos pulpares no decíduo. Ex. dente de Turner.

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As lesões de região inter-radicular ficam muito circunscritas pelas raízes do decíduo e pela cripta óssea do
permanente, por isso têm características císticas (devido à presença de um epitélio remanescente da Bainha Epitelial de
Hertwig na área).
Foraminas da Furca promovem uma comunicação entre a polpa e a furca, que são responsáveis pelas lesões de
furca.
No dente decíduo a cárie progride em direção à furca onde estão as foraminas. Então as toxinas descem por
elas atingindo o periodonto, por isso aparecem as lesões inter-radiculares. No dente permanente, essas toxinas descem
pelos canalículos em direção ao ápice dental, por isso nesses dentes as lesões têm manifestações radiológicas a nível
apical.
A nutrição pulpar dos tecidos vem via apical (forame maior), e os canais de nutrição que existiam anteriormente
na época de formação pulpar permanecem na região de furca.
Quando temos lesão na área inter-radicular, que aparece como uma mancha radiolúcida, a terapia é sempre radical,
independente da fase do ciclo biológico do dente.

CAPEAMENTO PULPAR INDIRETO: (há prolongamentos odontoblásticos expostos)

Indicações:

• Lesões de cárie profunda sem exposição pulpar

• Sem dor espontânea

• Radiografia com aspecto de normalidade

• Idade do paciente, pois quanto mais jovem, maior a capacidade de regeneração

Dentina infectada  Desorganizada e facilmente curetada sem dor


Dentina afetada  Menos desorganizada, oferece resistência à curetagem e tem grande capacidade de reorganização
ou reendurecimento dentinário.
Sobre a dentina afetada, o medicamento é colocado para promover a reorganização dentinária.
CA(OH)2, que é altamente alcalino (Ph 9 a 12), ao entrar em contato com a dentina afetada, proporcionará a liberação
de fosfatase alcalina da polpa,que catalisará o cálcio da corrente sanguínea, que está vindo para a polpa, incorporando-
o à dentina descalcificada, provocando sua reorganização e mantendo a vitalidade dental. É um processo que dura
aproximadamente 90 dias.
Agentes adesivos: (primer com condicionamento ácido sobre a dentina): camada de proteção química sobre a dentina
afetada. Vantagem sobre o Ca (OH)2 por ser uma proteção imediata. Camada híbrida = associação entre o agente
químico e a dentina afetada (parte inorgânica + orgânica). Nessa camada híbrida também há cálcio remanescente dos
túbulos dentinários e ela é resistente ao ácido, protegendo o complexo pulpar. Isso só é válido para adesivos de última
geração.

CAPEAMENTO PULPAR DIRETO:

Condições clínicas, tamanho da exposição, aspecto do tecido e tipo de sangramento serão levados em consideração
para se decidir sobre esse tipo de tratamento, que é conservador.
O capeamento pulpar em dente decíduo tem indicação extremamente restrita, em função do ciclo biológico:
O dente deve ester numa fase onde não haja qualquer indício de reabsorção, sob isolamento absoluto.
A exposição pulpar deve ser micro exposição e deve ser por acidente e não por cárie, o que já diminui a possibilidade
de sucesso do tratamento, devido à inflamação do tecido pulpar contaminado, que gera reabsorção interna.
O sangramento deve ser do tipo vermelho intenso. Cuidado com grande volume de sangramento, que pode ser
indicativo de hiperemia, e se for abundante demais, indica polpa inflamada.

PULPOTOMIA PARCIAL:
Intermediária entre o capeamento pulpar direto, e a pulpotomia. Comprometimento pulpar por contaminação bacteriana,
no início é localizada, podendo ser removida somente no local, aumentando a exposição com broca e curetando
somente superficialmente. Colocar depois o medicamento. Testado primeiramente o formocresol, agora o glutaraldeído.
É difícil quantificar a inflamação da polpa, clinicamente incompatível.

PULPOTOMIA:
É a técnica de remoção da polpa coronária seguida do uso de medicamentos que procuram manter a polpa radicular em
condições de saúde, permitindo que o ciclo biológico do dente se complete naturalmente.
Indicada até 1/3 de reabsorção radicular, depois disso, a indicação é para pulpectomia. Inflamação pulpar limitada à
polpa coronária, é que se caracteriza para indicação desse tratamento. O medicamento fica em contato direto com as
foraminas.

INDICAÇÕES:
• Dentes com lesão de cárie profunda, principalmente quando estas afetam superfícies mesiais dos molares.
• Dentes sem dor espontânea
• Ausência de abscesso ou fístula
• Dentes com pelo menos 2/3 das raízes
• Nenhuma perda óssea inter-radicular

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CONTRA-INDICAÇÕES:
• Dentes muito destruídos, principalmente na parte subgengival, o que impossibilita restaurações adequadas
• Radiolucidez na bi ou trifurcação das raízes
• Menos de 2/3 das raízes
• Sangramento excessivo e persistente no local da amputação da polpa coronária, principalmente com a coloração
vermelho-escuro

O medicamento que vai sobre a área inter-radicular deve ser o menos tóxico possível, pois devido às foraminas, ele vai
ter ação também sobre o periodonto. Ele também deve ter o menor poder de difusão possível.

MEDICAMENTOS USADOS :
Formocresol diluido  Formocresol de Buckley – 1 parte, 1 de água destilada e 3 partes de glicerina
Glutaraldeído  tóxico, com baixo poder de difusão e instável
Ca (OH)2  baixa difusão, biológico, extremamente alcalino, numa inflamação intensa provoca reabsorção interna
Pastas iodoformadas  Guedes-Pinto, ou as com Ca (OH)2  Vitapex
Pastas com alta concentração de iodo
Sulfato Férrico

Componentes do formocresol e suas propriedades

O formaldeído (formol) age, precipitando as proteínas, fixando assim a polpa subjacente.

Ao fixar as proteínas, o formol apresenta ação bactericida.

Provoca ainda trombose, que resulta em área de isquemia

É irritante, portanto prejudicial ao tecido pulpar vitalizado.


O cresol tem poder anti-séptico 4 a 5 vezes maior que o formol, porém com propriedade irritante mais atenuada.

Na fórmula,atua como anti-séptico.

A glicerina (triidroxipirano), obtida por saponificação de gorduras tem ampla utilização como solvente, conservante e
edulcorante em várias fórmulas de medicamentos.
Na fórmula ,além de ser veículo, atenua o poder irritante do formol.

Técnicas não farmacológicas alternativas:

Pulpotomia eletrocirúrgica
Pulpotomia com laser de alta potência
Pulpotomia seguida de aplicação de laser de baixa potência

PASTA GUEDES – PINTO:


PMCFC - reparação tecidual
Iodofórmio - ação antisséptica. Confere radiopacidade à pasta
Rifocort - prednisolona e rifocina = células de defesa.
O material obturador ideal para a polpa radicular, no caso de pulpotomias deve: ser bactericida e promover cicatrização
da polpa radicular

TÉCNICA COM A PASTA GUEDES-PINTO:


• Anestesia
• Isolamento absoluto
• Remocão de tecido cariado: cuidados devem ser tomados aqui, para não levarmos dentina contaminada para
dentro da polpa, e prestar atenção, pois movimento de corte rotatório é muito irregular, o que causa sangramento
abundante devido à vasodilatação e inflamação quase imediata que é causada, e que pode confundir o operador, que
pode partir para uma pulpectomia pensando tratar-se de hiperemia.
• Após exposição de toda a polpa, curetar para fazer a exisão da mesma.
• Estancar a hemorragia com penso de algodão estéril
• Colocação da pasta sobre o remanescente radicular/
• Sobre a pasta, colocar guta – percha.
• Restauração definitiva do dente.

TÉCNICA COM O FORMOCRESOL DILUIDO:


• Anestesia
• Isolamento absoluto
• Remocão de tecido cariado
• Após exposição de toda a polpa, curetar para fazer a exisão da mesma.
• Colocação de penso com formocresol sobre o remanescente radicular por 3 a 5 minutos
• Preenchimento da câmara pulpar com Cimento (Óxido de Zn + eugenol)
• Restauração definitiva do dente.
Quando observamos o rompimento da cripta óssea, a indicação é exodontia.
Quando há comprometimento interadicular, o tratamento é endodôntico radical.

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PULPECTOMIA
Remoção total da polpa coronária e radicular seguida da biomecânica e obturação do canal.

Indicação:
Dentes que durante uma pulpotomia continuem com sangramento abundante e vermelho escuro
Nos casos em que na técnica do formocresol não haja fixação da polpa
Na inflamação irreversível da polpa
Dentes anteriores com grande destruição, onde a restauração precise ir desde a câmara pulpar para maior retenção da
restauração
Presença de fístula
Lesão interadicular na análise radiográfica

Limitações da terapia pulpar radical:


Características anatômicas internas
Ciclo biológico do dente decíduo
Manipulação dos canais radiculares

Características anatômicas - é uma limitação quando há reabsorção ectópica (ocorre muito em dentes anteriores. A
raiz reabsorva só na parte palatina)
Radiográficamente não se observa essa reabsorção ectópica, que produz sangramento abundante, dando a idéia
errada do ciclo biológico.

Ciclo biológico  válido para dentes bi ou triradiculares. As raízes na maioria das vezes não se reabsorvem de maneira
uniforme. O germe do permanente ligeiramente deslocado leva à uma reabsorção desuniforme das raízes do decíduo.

Manipulação dos canais radiculares: devido à reabsorção das raízes, a odontometria não é feita igualmente à feita em
dentes permanentes. Aqui ela é meio empírica.

Devido à presença de canais recorrentes, associa-se a instrumentação mecânica, com a parte química, que é feita pelo
Endo PTC.

OBS: Dependendo do ciclo biológico a indicação é extração.Pode haver lesão na área interadicular sem haver fístula
Se houver fístula, há lesão interadicular.

TÉCNICA:

Anestesiar sempre mesmo que haja fístula, pois pode haver algum remanescente de polpa viva.
Remover todo o tecido cariado
Expor a entrada dos condutos

CONDUTOMETRIA:

Ponto de resistência máxima - sentido táctil


Quando o ponto de resistência máxima coincidir com a medida da radiografia, recuar 2 mm desse ponto.

INSTRUMENTAÇÃO:

Usamos em média 3 limas. Raramente se usa uma lima mais calibrosa que a 30 devido ao risco de expor contato com
periodonto, principalmente se houver fístula, quando haverá reabsorção interna e principalmente externa.

O ideal é que na instrumentação não se utilize a mesma lima para canais diferentes. O tempo médio de instrumentação
é de 5 minutos para cada canal, com três limas.
Irrigação e aspiração para remoção dos indutos e detritos
Endo-ptc ® (peróxido de uréia 10%,Twen 80(15%),e Carbowax veículo (75%)
Líquido de Dakin (hipoclorito de sódio a 0,5%) ( gotejar sobre o Endo-ptc)
Irrigação final com Tergentol-furacin (detergente 200ml e Oto-solução 15 ml )
Secagem dos canais com cones absorventes ou algodão em limas. Devido à dinâmica do fluido ser muito grande
(forame grande), na região apical não ocorre secagem total, podendo haver umidade ou resquícios de sangue na ponta
do cone.

REQUISITOS DOS FÁRMACOS:

Facilitar o uso do instrumento


Remover restos orgânicos contaminados ou não
Combater os possíveis germes existentes
Bem tolerado pelos tecidos vivos

Como não encontramos todos as propriedades requeridas em um só medicamentos, usamos uma associação de
fármacos.

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ENDO-PTC:
Aumenta a permeabilidade dentinária, facilitando a limpeza na intimidade dos canais radiculares.
Carbowax- Veículo, é um produto graxo dotado de atividade detergente – solúvel em água
Tween 80- Detergente
Peróxido de uréia- Propriedades anti-sépticas

Álcalis:
Líquido de Dakin ( resíduos de hipoclorito de sódio a 0,5% tamponado com bicarbonato de sódio):
Agem sobre as albuminas, desnaturando-as e tornando-as solúveis em água.(restos de polpa, microrganismos e
alimentos.
Saponificam as gorduras, dando origem aos sabões, cuja remoção do canal radicular é extremamente fácil
Liberam oxigênio nascente e cloro ao entrar em contato com produtos orgânicos em decomposição, que tem poderes
bactericidas.
Atuam sobre os elementos vivos- efeito bactericida

Detergentes:

ALIADOS IMPORTANTE NA LIMPEZA DOS CANAIS


Propriedades de umectação, absorção e emulsão, promovem o rápido molhamento de todas as superfícies
dentais
Englobam as partículas graxas, deslocando-as das superfícies e mantendo-as em suspensão, evitando seu
depósito na região apical

OBTURAÇÃO: Pasta Guedes – Pinto feita com partes iguais dos três componentes. Para pulpotomia, a pasta é mais
densa que para pulpectomia, que é mais fluida.
Vedamento da câmara coronária com fina camada de guta-percha
Restauração final

PASTAS OBTURADORAS:
Requisitos:

Devem ser radiopacas


Promover neoformação óssea
Serem reabsorvidas o mais precocemente possível quando extravasadas.
A medida que se inicia a reabsorção radicular, a pasta deve se reabsorver também.
Pastas de Ca(OH)2 e ZOE principalmente, levam mais tempo para serem reabsorvidas.
Devem poder ser facilmente removidas se for necessário.

DENTES ANTERIORES:

O refluxo da pasta Guedes provoca manchamento dos dentes. Limpeza da câmara pulpar coronária com álcool. Ou
antes da obturação fazer condicionamento ácido da região, e aplicar selante na tentetiva de obliterar os canalículos.
Obturar em sessão única, mesmo em caso de fístula, pois não há restrições, somente o tempo pois a criança se cansa.
Medicação : somente em casos específicos em que a criança tenha alguma alteração sistêmica.
Quando temos fístula, é normal que a pasta extravase.
A pasta Guedes só reabsorve quando entra em contato com o tecido conjuntivo, portanto há uma assepsia constante
pelo iodo.

APÓS TRATAMENTO ENDODÔNTICO:


Observar a mobilidade do dente
Radiografar para ver a reabsorção
Nos casos em que já havia comprometimento ósseo, verificar se houve neoformação.
Não alteração interadicular
Não alteração da cripta óssea do dente permanente sucessor
Processo de reabsorção dentro do normal
Sem alteração no permanente sucessor.
Obs: Se está ocorrendo reabsorção radicular, devemos agir rapidamente.

FÍSTULAS:
Reduz em tempos variáveis, conforme a quantidade de reabsorção óssea. A neoformação óssea se dá em 30 a 45 dias.
Após esse tempo, se a fístula regredir, mas não desaparecer, podemos deixar assim. Quando temos recidiva de fístula,
pode ser por causa do periodonto ou rompimento de cripta que não apareceu na radiografia inicial, mas que ocorreu
pois a reabsorção continuou.
O dente tratado endodônticamente terá reabsorção muito semelhante à dos outros, podendo haver esfoliação precoce
com irrompimento precoce do permanente, como consequência de lesão óssea.

Referências bibliográficas
1. GUEDES-PINTO, A.C. Tratamento endodôntico em dentes decíduos. In: GUEDES-PINTO, A.C. – Odontopediatria
São Paulo: Ed. Santos, 2002. p.535-555.
2. RIBEIRO, R.A.; CORRÊA, M.S.N.P.; COSTA, L.R.R.S. Tratamento pulpar de dentes decíduos. In: CORRÊA,
M.S.N.P. Odontopediatria na primeira infância. São Paulo: Ed. Santos, 1998 p.473-495.

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ORTODONTIA PREVENTIVA
CRONOLOGIA DE ERUPÇÃO – DENTADURA DECÍDUA

Os dentes decíduos começam a irromper na cavidade bucal aproximadamente aos 6 meses (incisivos centrais
inferiores) de idade e terminam por volta dos 2 anso e meio a três anos (segundos molares superiores).
Seqüência Eruptiva :ICI, ICS, ILI, ILS, 1°MI, 1°MS, CI, CS, 2°MI, 2° MS
Formação completa de raiz entre 6 meses a 1 ano após erupção.

7) Características dos Dentes Decíduos

Características da Dentição Decídua

Ausência da curva de Spee e Wilson (devido à implantação vertical dos dentes decíduos no rebordo).

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Arco de Baume: Tipo 1: com diastemas generalizados na região anterior
Tipo 2: sem diastemas generalizados na região anterior

Ausência da curva de Spee Ausência da curva de Wilson

Prevalência
Maxila: 70% tipo I e 30% tipo II
Mandíbula: 63% tipo I e 37% tipo II

Espaço Primata
Superior: diastema entre lateral e canino
Inferior: diastema entre canino e 1° molar

Relação Terminal
Plano reto ou Topo (76%)
Degrau mesial (14%)
Degrau distal (10%)

Sobremordida
entre 0 a 3 mm
profunda antes da erupção dos 1° molares decíduos (NORMAL)

Sobressaliência
entre 0 a 3 mm

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ESTÁGIOS DE NOLLA
São os estágio de desenvolvimento dentário individual de dentes permanentes

Perda precoce de dente decíduo quando o permanente sucessor está antes do estágio 6 de Nolla: Atraso na
erupção do permanente sucessor.

Perda precoce de dente decíduo quando o permanente sucessor está após o estágio 6 de Nolla: Aceleração
na erupção do permanente sucessor.

Perda precoce de dente decíduo quando o permanente sucessor está no estágio 8 de Nolla ou após: Não há
necessidade de instalação de mantenedor de espaço.

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CRONOLOGIA DE ERUPÇÃO – DENTADURA PERMANENTE
Cronologia de Erupção

Seqüência eruptiva: 1° MI, 1° MS, ICI, ILI, ICS, ILS, CI, 1° PMI, 1° PMS, 2° PMI, 2° PMS, CS, 2° MI, 2° MS

Leeway space ou espaço livre de Nance

Discrepância de tamanho entre a soma do distância mesio-distal dos caninos e molares decíduos e dos caninos e pré-
molares permanentes.
Arco superior: decíduos 0.9 mm maiores (de cada hemi-arco).

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Arco inferior: decíduo 1,7 mm maiores (de cada hemi-arco).))).

0,9 mm

1,7 mm

Fase do Patinho Feio

 Início da dentição mista (8 aos 12 anos).


Incisivos com vestíbuloversão.
Coroas dos caninos (intra-ósseas) impulsionam as raízes dos incisivos laterais, conduzindo-as para mesial, fazendo
com que se abram para lateral, determinando diastemas. O mesmo ocorre com os incisivos centrais.
Incisivos com divergência de longo eixo, de apical para incisal, determinando diastemas,
Ápices convergentes

Com o crescimento, as raízes podem assumir uma posição vertical. Os caninos superiores movem-se para baixo, para
frente e lateralmente. A erupção dos caninos promove o fechamento dos diastemas.

Oclusão do 1° Molar Permanente

Classificação de Má Oclusão de Angle


• Classe I (Neutroclusão): Cúspide MV do 1° MPS no sulco vestibular do 1°MPI.

• Classe II (Distoclusão): Cúspide MV do 1° MPS mesial ao sulco vestibular do 1°MPI.


a
 1 divisão: presença de overjet (sobressaliência antero-posterior)
a
 2 divisão: ausência de overjet, incisivos lingualizados.

• Classe III (Mésioclusão): Cúspide MV do 1° MPS distal ao sulco vestibular do 1°MPI.

ALTERAÇÕES OCLUSAIS NA DENTADURA DECÍDUA E MISTA

Mordida Aberta Anterior

Conceito: Ausência de contato entre as bordas incisais dos incisivos superiores e inferiores (trespasse vertical negativo).

Tratamento: Orientação para remoção dos hábitos de sucção não nutritiva


Avaliação de deglutição, interposição lingual
Equipe multidisciplinar
Passível de auto correção

Mordida Cruzada Posterior

A mordida cruzada pode ser funcional ou dentária.

Conceito:dentes superiores ocluem por palatino em relação aos inferiores.

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Mordida cruzada posterior funcional: a maxila encontra-se atrésica e em relação cêntrica o paciente tem uma oclusão
topo a topo, dessa maneira realiza um desvio funcional lateral para obter a máxima intercuspidação.
Tratamento: expansão maxilar.

Mordida cruzada dentária: alteração da inclinação do longo eixo do dente.


Tratamento: botão e elástico, molas digitais.

Mordida Cruzada Anterior

Incisivos superiores lingualizados e inferiores vestibularizados.


Tratamento: Aparelho removível com mola digital, plano inclinado individual, exercícios com espátula de madeira,
pressão digital (quando não há comprometimento esquelético).

Perda Precoce de Dentes Decíduos

Conceito: perda do dente decíduo antes que o permanente sucessor esteja no estágio 8 de Nolla (2/3 de raiz formada).

Tratamento: instalação de aparelho mantenedor de espaço ou recuperador de espaço.

Perda na região anterior: Aparelho removível em acrílico estético funcional

Perda na região posterior: Aparelho removível em acrílico

Apinhamento Dental No Início Da Dentição Mista

O início da dentição mista representa uma fase dinâmica do desenvolvimento da oclusão A erupção dos primeiros
molares permanentes, a substituição dos I decíduos pelos permanentes determinam o que se batizou de :

PRIMEIRO PERÍODO TRANSITÓRIO

APINHAMENTO PRIMÁRIO- Apinhamento primário refere-se a toda irregularidade presente na disposição dos incisivos
permanentes como rotação e /ou deslocamento V-L devido à discrepância dente X osso negativa.
Pode perpetuar-se até a dentadura permanente madura. 50% das crianças manifestam apinhamento primário nesta
fase, o que se constitui em tema de alto interesse para Odontopediatras e Ortodontistas.
Não existe consenso nessa fase quanto ao tratamento e a época ideal de fazê-lo.
Diagnóstico - essencialmente clínico
Há que se ter uma visão preditiva do futuro. Como os incisivos se comportarão ao longo do desenvolvimento da
oclusão?

APINHAMENTO PRIMÁRIO TEMPORÁRIO E APINHAMENTO PRIMÁRIO DEFINITIVO


Termos que na verdade pretendem delimitar a “normalidade”ou “anormalidade”daquela situação.
Apinhamento temporário - Incisivos apresentam irregularidade de posição,mas erupcionam na linha do rebordo.

O apinhamento temporário faz parte do desenvolvimento normal da oclusão e ocorre com muita freqüência,
visto que a soma dos diâmetros M-D dos IP é > que o de seus predecessores D, havendo uma diferença média de 7
mm no arco superior e 6 mm no inferior.
O espaço requerido para o alinhamento dos incisivos nem sempre vai estar disponível prontamente.

ESPAÇO REQUERIDO – Fatores que colaboram para a obtenção do espaço:

1-ALTERAÇÕES TRANSVERSAIS DOS ARCOS

Distância intercaninos
Estudo longitudinal de Moorrees (1958) ,abrangendo a faixa etária de 3 a 18 anos, mostra um aumento médio da
distância entre caninos superiores de 5 mm e inferiores de 3mm, aumento este que coincide com a época da erupção
dos incisivos permanentes.

2-ALTERAÇÕES SAGITAIS DOS ARCOS

Vestibularização dos I permanentes


Inclinação vestibular dos IP- 9° de diferença para os antecessores decíduos.

3- ESPAÇO LIVRE DE NANCE

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Perda precoce de dentes decíduos
• Lesões de cárie proximais resultando em perda de espaço
• Presença de supranumerários

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• Agenesia de permanentes ou decíduos
• Restaurações deficientes
• Hipodesenvolvimento maxilar
• Sucção do polegar causando retroversão dos I inferiores
• Cisto pericoronal

ABORDAGEM TERAPÊUTICA:

APINHAMENTO TEMPORÁRIO – A conduta ideal é o acompanhamento


Qualquer abordagem terapêutica pode se constituir em sobretratamento e pode interferir negativamente no potencial da
própria natureza de alinhar os incisivos permanentes por meio das alterações naturais no arco dentário.

APINHAMENTO AMBIENTAL- O tratamento é a mecânica expansionista que pretende a regularização dos arcos.

APINHAMENTO GENÉTICO - REDUÇÃO DA MASSA DENTÁRIA


A redução da massa dentária pode ser obtida por meio de desgastes orientados na dentição decídua ou de extrações
ordenadas de dentes decíduos e/ou permanentes.

EXTRAÇÃO SERIADA

DEFINIÇÃO
Extrações dentárias em série ou sucessivas com finalidade ortodôntica. Na prática compreende a redução eletiva da
massa dentária a partir do início da dentição mista, seguindo uma seqüência estratégica pré determinada, em época
oportuna, almejando o alinhamento imediato, de preferência espontâneo, dos dentes permanentes remanescentes.

OBJETIVO
A terapia das extrações seriadas como tratamento interceptativo é realizada na dentição mista com o propósito de
minimizar ou impedir o agravamento de uma má oclusão na dentição permanente.(CONDE 2003)
A tônica da extração seriada está em corrigir a discrepância de modelo com redução da massa dentária em estágios
precoces, visando o bem estar social de pacientes e pais, bem como a redução do custo biológico normalmente
induzido por um tratamento ortodôntico corretivo.

EXAME CLÍNICO
A supervisão do desenvolvimento normal da oclusão encontra-se subordinada à uma lei biológica irrefutável:
Cada dente na época de sua erupção, deve ter à sua disposição um corredor de erupção que oriente e permita que ele
irrompa na sua posição adequada

DISCREPÂNCIA DENTO-ALVEOLAR
Diferença negativa entre a quantidade de material dentário e quantidade de osso alveolar, que resulta em má posição
na distribuição desses dentes nas arcadas, provocando apinhamentos, giroversões e até mesmo retenção dos mesmos.

MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO
Exame clínico
Modelos de estudo – análise de Moyers
Exames radiográficos
Fotografias

ANÁLISE DE MODELOS
Discrepâncias> que -4 mm podem ser resolvidas sem extração(exceto p/ 3os M)

Discrepâncias na média de -5 a -9mm às vezes são melhor tratadas sem extração, mas freqüente requerem extração
de outros dentes que não os 3os molares

Discrepâncias de espaço de -10mm ou + quase sempre requerem exodontia de pré-molares, independentemente do


que ocorre aos 3os molares, numa época posterior

Referências Bibliográficas

-Caderno de Odontopediatria – Ortodontia na dentadura decídua: diagnóstico, planejamento e controle.


Autores: Selma Sano Suga, Giselle Rodrigues de Sant`Anna, Marcelo José Bönecker, Danilo Antonio Duarte
Editora Santos, 2001
-Odontopediatria.
Autor: Antonio Carlos Guedes-Pinto
Editora Santos, 1997

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ANEXO
ODONTOPEDIATRIA
ORTODONTIA
PREVENTIVA

Profª. Regina Maura Coli Siegl


Profª. Drª. Monique de Benedetto

CARIOLOGIA - ODONTOPEDIATRIA

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Grupos de polarização da doença cárie – estratégias populacionais

Cárie – doença X sinais clínicos – desequilíbrio processo saúde/doença

Mancha branca e cavidades – manifestações clínicas – acometimento e agressividade

Conduta – tratamento da doença – fatores causais


Tratamento das lesões- devolução de forma e função

Definições:

1. “A cárie dental é reconhecida como uma doença infectocontagiosa, resultado de uma perda mineral
localizada,cuja causa são os ácidos orgânicos provenientes da fermentação microbiana dos carboidratos da dieta.”
(Loesche, 1993)

2. “A cárie dentária pode ser descrita como um processo dinâmico, que ocorre nos depósitos bacterianos,
resultando em alteração no equilíbrio entre a superfície dentária e o fluído da placa, o que , com o passar do tempo, leva
à perda mineral.” ( Thylstrup, Fejerskov, 2001)

3. “A cárie é uma doença transmissível e infecciosa que ataca os dentes resultando na destruição localizada dos
tecidos dentários.”(Carvalho,2000)

Progressão lenta, raramente autolimitante, pode atingir esmalte, dentina, cemento.

Sinal clínico – destruição localizada dos tecidos duros

“No contexto da promoção de saúde essa visão da cárie como doença faz com que o material e a técnica restauradora
passem de protagonistas a coadjuvantes no controle dessa patologia bucal” (Kramer et al.,2000).

Fatores etiológicos:

Microrganismos

Substrato Cárie Tempo

Hospedeiro Newbrun, 1978

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Fejerskov &
Manji, 1991 Comportamento
Conhecimento
Saliva
(fluxo)
Depósito Dente
Flúor microbiano

Espécies Açúcar
microbianas (Remoção)
Atitudes Tempo Renda
Dieta Capacidade
Composição tampão
Depósito Dente
Freqüência microbiano

Saliva
(Composição) Classe
Escolaridade
social

S. Mutans S. sobrinus Lactobacillus – PLACA ESPECÍFICA

1. MICROBIOTA:

Virulência
Propriedades acidogênicas
Propriedades acidúricas
Capacidade de colonizar os dentes
Armazenamento do açúcar excedente

S. mutans:

São considerados os mais cariogênicos


Rapidamente adquirido por crianças a partir da erupção de decíduos
Nível de produção de ácidos mais rápido
Rápida formação de ácido lático
Maior capacidade de adesão às superfícies lisas
“Fortes indutores da cárie”

Lactobacilos:

Predominam na dentina cariada


Mais relacionados com o desenvolvimento e progressão da cárie
“Invasores secundários”
Presença dos dois tipos em cáries de cicatrículas e fissuras
Cárie radicular- Actinomyces se soma às outras duas.

2. SUBSTRATO:

Cariogenicidade dos alimentos: Atuação local

Composição do alimento
Propriedades físicas
Quantidade
Freqüência de ingestão

mastigação / fluxo salivar / retenção / higienização

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3. HOSPEDEIRO:

Dente:

Tipos de dente
Morfologia dos dentes
Posição dos dentes no arco
Tempo do dente na boca
Proximidade das glândulas salivares

Saliva:

Formação da película adquirida


Capacidade de remoção do substrato
Diluição e neutralização dos ácidos
Componentes antimicrobianos
Saturação em relação ao conteúdo mineral do dente

4. TEMPO:

Curto : RE
Longo: DES

Fatores modificadores: Atuam na etiologia da cárie aumentando ou diminuindo a defesa do hospedeiro e/ou o pot.
Cariog. Do substrato, ou ainda, alterando a microflora (Sant’anna et al., 2001)

Formação da cárie:

Ganho > perda de minerais  equilíbrio


 cálculo
Perda > ganho  lesão de mancha branca

Ganho > perda de minerais  reprecipitação


 paralisação
Perda > ganho  cavitação

1 SEMANA pH<5,5 - Dissolução microscópica na periferia dos cristais de hidroxiapatita - aumento da POROSIDADE do
esmalte - “Abrir caminhos” para propagação de ácidos nas áreas mais internas do esmalte - ESPAÇOS
INTERCRISTALINOS AUMENTADOS – maior POROSIDADE do esmalte
(14 dias de acúmulo de biofilme) - Alteração visível clinicamente (MB).

1. Extensão das lesões:

 lesão não cavitada em esmalte


 lesão em esmalte (cavidade)
 lesão em dentina
 lesão com envolvimento pulpar

2. Localização das lesões:

 Superfícies Oclusais
 Superfícies Lisas – livres e proximais

3. Atividade:

 Ativas
 Inativas

Histologia da lesão de Mancha Branca:

 Zona superficial
 Corpo da lesão

Lesão de superfície oclusal:

Padrão inicial semelhante à superfície lisa


Lesões separadas que depois se unem

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Lesão em dentina:

Reações de defesa:

Esclerose dos túbulos dentinários

Formação de dentina reacional (3aria)

Camadas da dentina cariada


Zona necrótica
Zona infectada
Zona afetada

1. Zona infectada:

 Maior em lesões agudas


 Bactérias proteolíticas na superfície e acidogênicas na profundidade
 Amolecida, vital e sensível à remoção
 Não é recuperável
Deve ser removida

2. Zona Afetada:

 evidente em lesões agudas


 Poucas bactérias acidogênicas
 Vital e sensível à remoção
 É recuperável
Deve ser mantida

Exame das lesões:

Atividade das lesões:

1. MANCHA BRANCA ATIVA:

Opaca, rugosa e porosa


Área de alto risco
Opacidade na entrada das fissuras
Fundo da fissura acastanhado claro
Dente abaixo do plano oclusal
Adjacente à outra lesão
Gengivite na papila adjacente

2.MANCHA BRANCA INATIVA:

Lisa, brilhante e polida


Área de baixo risco
Ausência de opacidade na entrada das fissuras
Fundo da fissura escurecido
Dente com oclusão estabelecida
Dente adjacente ausente

3.LESÃO ATIVA EM DENTINA:

Presença de tecido amolecido


Cor amarelada ou castanho claro
Aspecto úmido
Opacidade no esmalte adjacente

4.LESÃO INATIVA EM DENTINA:

Tecido endurecido no fundo da lesão


Cor marrom escura ou negra
Aspecto seco
Opacidade no esmalte adjacente com aspecto inativo

Métodos de detecção da doença:

 Exame visual
 Exame tátil-visual
 Exame radiográfico
 Laser DIAGNOdent

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Superfície: limpa, seca e iluminada

Diagnóstico da doença:

1. Superfícies oclusais

Lesões com cavidade evidente


- Exame visual
- Avaliar atividade das lesões

Lesões sem cavidade evidente


- Métodos tradicionais
- Métodos modernos

Métodos tradicionais:

Exame tátil : cuidados:

Sonda exploratória:
 Danos à superfície da lesão de cárie
 Transmissão de microrganismos entre os sítios examinados
 Precisão baixa

Utilização da sonda: Remover placa da profundidade da fissura / Avaliar a textura da superfície

Inspeção visual:

 Boa iluminação e limpeza


 Secagem prolongada
 Precisão boa  melhor que exame tátil
 Avaliação das características da lesão

Métodos visual + radiográfico – método indicado


Radiografia interproximal
Aumentam sensibilidade do método visual

Abordagem da doença:

1. Antigamente: MODELO CIRÚRGICO-RESTAURADOR

a. Diagnóstico  identificação da lesão


b. Tratamento  remoção do tecido afetado
c. Prevenção  atuação sobre as áreas de risco (extensão preventiva, selantes)

2. Atualmente: MODELO DE PROMOÇÃO DE SAÚDE

a. Diagnóstico da doença cárie (risco e atividade da doença)


b. Tratamento da doença e depois dos sinais clínicos
c. Prevenção baseada nos fatores etiológicos da cárie

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ASPECTOS PSICOLÓGICOS NO ATENDIMENTO DO PACIENTE ODONTOPEDIÁTRICO

Atendimento odontológico - Conhecimentos específicos aliados a conhecimentos


de Psicologia – CONDUTA PROFISSIONAL

Observação dos:
1.Desenvolvimento somático – motricidade, fala
2. Desenvolvimento emocional – comportamentos sociais, adaptações, personalidade

Estudo do desenvolvimento psicológico da criança – Freud, 1900:


Fase oral - Fase anal - Fase fálica - Fase de latência - Fase genital

Motivação da criança e núcleo familiar – tríade: odontopediatra / família / paciente

Medo: Objetivo (direto e indireto)


Subjetivo

Desconhecimento frente a uma situação: estresse e medo

Qualidades básicas do profissional: aparência, habilidade, rapidez, conhecimentos técnicos, segurança, cuidados
com instrumentais, paciência, bom senso e diálogo – Bom atendimento

Tipos de crianças: classificação de Frankl – comportamento (definitivamente negativo, negativo, definitivamente


positivo, positivo)

Influências externas: ansiedade da mãe, desajustes familiares, fatores sócio-econômicos

Preparo da criança para ir ao dentista: realidade, não abordar assuntos sem que a criança pergunte, frases curtas

Orientações aos pais:


a
• Se possível antes da 1 consulta, sem a criança
• Confiança no profissional
• Deixar claro o papel dos pais ou responsáveis durante a consulta

Presença da mãe na sala de consulta: dependência de diversos fatores como idade por exemplo.

Atenção: anamnese, observação, experimentação

Odontopediatria da conduta: diálogo – técnica do “falar-mostrar-fazer”; contenção física; agentes farmacológicos -


Permitir a aceitação e entendimento da criança sobre a situação odontológica.

Abordagem do paciente: postura tranqüila, contato físico sem exageros, convite para entrar.

Diálogo:
• Desenvolvimento cronológico e cognitivo
• Evitar silêncio prolongado
• Evitar situações que possam ter conotação negativa

Ambiente do consultório:
• Limpeza
• Evitar revistas rasgadas e brinquedos sujos e quebrados
• Menor no possível de equipamentos à amostra
• Cores claras
• Local tranqüilo, de fácil acesso e com estacionamento
• Decoração simples
• Sala de espera infantil – jogos, painel, revistas

Sala de espera:
Material para os responsáveis –revistas de interesse geral, folhetos explicativos – distração e educação
Brinquedos educativos – específicos ou não – referência a situação odontológica para possível exteriorização de
temores

Horário e tempo da consulta:


Evitar: horários de sono, imediatamente após as aulas, dias de atividades que exigem concentração além das aulas.
1as consultas: mais rápidas - ideal: 30 minutos, respeitar a idade e desenvolvimento
da criança.

Condicionamento gradual ao instrumental: diálogo – Forma simples e direta- “Técnica falar-mostrar-fazer”/


instrumentais organizados atrás da criança / combinar um sinal com a criança para estabelecer a comunicação durante
o tratamento. Evitar: Visão de seringas, agulhas, fórceps e bisturis /visão do sangue / barulhos.

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Início propriamente do tratamento: explicação detalhada, execução gradual dos procedimentos – atentar para os
detalhes.

Técnicas psicológicas utilizadas em Odontopediatria:


A. Técnicas físicas ou restritivas: contenção
B. Técnicas farmacológicas: sedação
C. Técnicas recompensatórias: elogios, recompensas...

1. Elogios como reforço: reforço positivo.

2. Ordem na forma de sugestão para seguir com o tratamento.

3. Recompensa: Pequeno valor, comportamento satisfatório, sempre após a consulta, valor de premiação, estímulo para
que a criança vá ao consultório. (OBS: evitar suborno)

4. Técnica FALAR-MOSTRAR-FAZER:
• Explicação detalhada sobre tudo o que será feito
• Realização do procedimento na mão da criança, mão ou boca da mãe ou ainda em bonecos
• Realização do procedimento propriamente dito

5. Contenção física: diálogo com núcleo familiar

6. Técnica da mão sobre a boca:


• Restrições
• Controvérsia
• Crianças que estão gritando, chorando e se debatendo – ataque de birra
• Não deve ser aplicada em crianças de pouca idade
• Crianças que possam ser contidas com certeza
• Consentimento do responsável
• Não hostilizar a criança
• Ser amável e tranqüilo
• Auxiliar contendo braços e pernas
• Falar próximo aos ouvidos da criança
• Tom de voz suave e firme
• Casos específicos
• Variações

7. Sugestões ou modelos:
• Modelo em condições semelhantes – mesma idade e sexo
• Procedimentos simples
• Uso de vídeos
• Alguns casos com a mãe servindo de modelo

8. Sedação

Aspectos psicológicos do atendimento odontológico de bebês:


• Conhecimento prévio da criança – maior no de dados possíveis
• Orientação cuidadosa aos pais – ansiedade materna
• Anamnese se possível sem a presença da criança
• Presença da mãe – conduta passiva
• Acomodação da criança na cadeira odontológica
• Conversas com a criança mesmo que a mesma não demonstre compreensão
• Mostrar o equipamento odontológico- ar/água/sugador
• Exame clínico – condicionamento/ imobilização
• Choro e recusa – comparações com situações corriqueiras
• Vômitos, vontade de ir ao banheiro, tosse – fuga
• Distração com músicas, brinquedos e histórias
• Fazer uso da criatividade, tom de voz variado
• Mãe – conversar com a criança sobre assuntos não relacionados a boca durante o tratamento
• Em todas as fases respeitar o grau de desenvolvimento da criança e o estado de saúde bucal da mesma
• Prêmios ao final da consulta

Bibliografia sugerida:
1. Odontopediatria – Antonio Carlos Guedes-Pinto. Ed. Santos.
a
2. Odontopediatria na 1 Infância – Maria Salete Nahás Corrêa. Ed. Santos.
3. Psicologia Odontopediátrica - Denise Ascenção Klatchoian. Ed. Santos.
4. Sucesso no atendimento odontopediátrico – aspectos psicológicos - Maria Salete Nahás Corrêa. Ed. Santos.

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