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WEB 2.

1 - Você Já está na Web 2.0

A maioria das pessoas que usa computador para trabalhar e estudar sabe o que é Orkut e
YouTube. Um número um pouco menor sabe o que é My Space, a rede social que utiliza a
Internet para comunicação online e interativa por meio de fotos, blogs e perfis de usuários. Menos
conhecidos são o Ohmynews - jornal da Coréia do Sul que funciona na Internet com milhões de
colaboradores espalhados pelo mundo - e a Wikipedia, a enciclopédia da Internet em que todo
usuário pode publicar. Orkut, YouTube, My Space, Ohmynews e Wikipedia compartilham três
aspectos: são sites da Internet; funcionam de forma colaborativa, isto é, os usuários vão
acrescentando e reformulando seus conteúdos, de forma ativa; e são todos fenômenos do que se
convencionou chamar Web 2.0 a segunda fase da World Wide Web ou rede mundial de
computadores ou, ainda, Internet. Ou seja: você já está na Web 2.0 e talvez ainda não soubesse.

Se a Internet se firmou comercialmente no mundo durante a década de 90, em especial a partir


de sua segunda metade – o UOL, um dos primeiros portais do Brasil, foi lançado em abril de 1996
, a Web 2.0 começa a se delinear dez anos depois.

Entre 2001 e 2002, uma grande crise afetou o mercado de Internet. Foi o chamado estouro da
bolha da Internet (os veículos de comunicação e analistas usaram o termo bolha porque se
considerava a valorização rápida das empresas de tecnologia uma valorização artificial).
Empresas que haviam enriquecido da noite para dia, com o lançamento milionário de ações na
bolsa Nasdaq de empresas de alta e nova tecnologia, viram suas ações serem reduzidas
praticamente a pó, também da noite para o dia.
Um dos casos exemplares desse estouro foi a empresa Microstrategy, cuja ação caiu de US $
3,500.00 para US$ 4.

Foi nessa época que surgiu o conceito Web 2.0. Analistas e empresários da área discutiam o
estouro da bolha. Mas observavam que em meio à quebradeira geral, determinadas empresas
não apenas sobreviviam, como cresciam e guardavam pontos em comum entre si. Um desses
analistas foi o pioneiro da Internet e presidente e CEO da editora O´Reilly Media, o irlandês
radicado nos EUA, Tim O´Reilly. Ele atribui a criação do conceito ao também pioneiro e
vice-presidente da O´Reilly Media, Dale Dougherty, durante um brainstorming (encontro de
criação) entre executivos da O´Reilly Media e a Media Live International, organizadora dos
principais eventos de tecnologia do mundo. O termo foi divulgado pela primeira vez em outubro de
2004 na primeira Web 2.0 Conference, organizada pela O´Reilly Media.

Mal foi lançado, recebeu críticas de especialistas que o consideraram mais uma buzzword
(palavra técnica ou frase de efeito, sem muito significado, para impressionar o leitor ou ouvinte
leigo) e uma jogada de marketing da O´Reilly Media. A discussão avançou, inclusive no blog de
Tim O´Reilly, o Radar. Foi ali, em 30 de setembro de 2005, que ele publicou o texto What is Web
2.0 Design Patterns and Business Models for the Next Generation of Software (O que é Web 2.0
Padrões de Design e Modelos de Negócio para a Próxima Geração de Software), considerada a
primeira conceituação da Web 2.0.
A idéia central do conceito de Web 2.0 é:

Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma e um entendimento das regras para
obter sucesso nessa nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver
aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados
pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva.

Web 2.0, um Conceito em Ebulição

O conceito Web 2.0 está em plena ebulição, como se verá adiante pelas contestações e
reafirmações que vem sofrendo em discussões travadas em blogs, veículos de comunicação
especializados e na mídia em geral. Nesta primeira abordagem, vamos examinar dois aspectos
principais do conceito Web 2.0: a Programação e o Conteúdo. A Wikipedia oferece definições
consistentes. Vamos a elas: Web 2.0 e a programação.

Começaram-se a desenvolver softwares que são usados pela Internet e vendidos não em
pacotes, mas como serviços, pagos mensalmente como uma conta de água. Além disso,
mudou-se a forma de fazer softwares. Para que tudo funcionasse bem na Internet, foi necessário
a união de várias tecnologias como o AJAX (que reúne as linguagem de programação Javascript
e XML) que tornassem a experiência do usuário mais rica, com interfaces rápidas e muito fáceis
de usar.

Definiu-se então que quanto mais simples e modular a programação, melhor. Assim é fácil tirar
ou acrescentar uma funcionalidade ou compartilhar uma parte do seu software com outro
software. Os módulos podem ser reutilizados em diversos softwares ou compartilhados para
serem usados por programas de terceiros. Metodologias e conceitos como o Getting Real e Agile
tem-se popularizado entre as empresas que desenvolvem aplicativos ditos Web.

Segundo esses princípios, os softwares são desenvolvidos de modo que fiquem melhores quanto
mais são usados, pois os usuários podem ajudar a torná-lo melhor. Por exemplo, quando um
usuário avalia uma notícia, ele ajuda o software a saber qual notícia é a melhor. Da mesma
maneira, quando um usuário organiza uma informação por meio de marcações, ele ajuda o
software a entregar informações cada vez mais organizadas.

Interfaces com o utilizador

A Web 2.0 propõe uma experiência de uso semelhante à de aplicativos para desktop,
frequentemente fazendo uso de uma combinação de tecnologias surgidas no final da década de
1990, que incluem Web services APIs (1998), AJAX (1998), Web syndication (1997), entre outras.
Estas tecnologias aumentaram a velocidade e a facilidade de uso de aplicativos Web, sendo
responsáveis por um aumento significativo no conteúdo (colaborativo ou meramente expositivo)
existente na Internet. Essas também permitiram que usuários comuns, que até então não
possuíam conhecimentos necessários para publicar conteúdo na Internet – pela ausência de
ferramentas de uso simplificado – publicassem e consumissem informação de forma rápida e
constante.

Notadamente têm-se os blogs e wikis como expoentes desta massificação. Permitiu ainda o
desenvolvimento de interfaces, completas e funcionais, sendo que alguns aplicativos Web, ainda
em versão beta, são considerados por muitos como “desktops on-line”, proporcionando ao usuário
um ambiente de trabalho inteiramente baseado na www (world wide web, rede mundial de
computadores), acessível de qualquer computador com conexão à Internet.

De forma particular, o AJAX permite ao usuário não esperar que uma página Web se recarregue
ou que o processo seja terminado para continuar usando o software. Cada informação é
processada separadamente, de forma assíncrona, de forma que não é mais necessário recarregar
a página a cada clique.

A Web é a plataforma, o software um serviço Na Web 2.0 os softwares funcionam pela Internet,
não somente instalados no computador local, de forma que vários programas podem se integrar
formando uma grande plataforma. Por exemplo, os seus contatos do programa de e-mail podem
ser usados no programa de agenda, ou pode-se criar um novo evento numa agenda por meio do
programa de e-mail. Os programas funcionam como serviços em vez de vendê-los em pacotes.
Esses serviços podem ser cobrados com uma mensalidade, como a sua conta de água.

Outro conceito da Web 2.0 que interfere na programação chama-se “Beta perpétuo”. Na Web 2.0
acabaram-se os ciclos de lançamento de programas. Os programas são corrigidos, alterados e
melhorados o tempo todo, e o usuário participa deste processo dando sugestões, reportando
erros e aproveitando as melhorias constantes. Em oposição ao que acontece com softwares
tradicionais, em caixas, com instaladores e dependentes de um sistema operacional, aplicativos
Web podem ser atualizados de forma constante, linear e independente da ação do usuário final.
No caso de atualizações de segurança e desempenho, por exemplo, o usuário da aplicação seria
imediatamente beneficiado sem mesmo tomar conhecimento.

Na Web 2.0 os programas são abertos, ou seja, uma parte do programa pode ser utilizado por
qualquer pessoa para se fazer outro programa. São utilizadas APIs para deixar que outros sites
utilizem partes dos seus dados nos serviços deles. Em vez de grandes servidores provendo uma
enorme quantidade de arquivos, na Web 2.0 descobriu-se as redes P2P (peer to peer,
computador a computador), na qual cada usuário é um servidor de arquivos e os arquivos são
trocados diretamente entre eles.

Web 2.0 e o conteúdo – O conteúdo dos websites também sofreu um enorme impacto com a
Web 2.0, dando ao usuário a possibilidade de participar, geralmente gerando e organizando as
informações. Mesmo quando o conteúdo não é gerado pelos usuários, este pode ser enriquecido
por meio de comentários, avaliação ou personalização.

Algumas aplicações Web 2.0 permitem a personalização do conteúdo mostrado para cada
usuário, sob forma de página pessoal, permitindo a ele a filtragem de informação que ele
considera relevante.
O conceito usado é comparável com o do software livre: se há muitas pessoas olhando, todos os
erros são corrigidos facilmente. Para isso existem comunidades que se auto-moderam, através da
participação dos usuários indicando ao sistema qual usuário não deve mais participar da
comunidade.

Dentro dos princípios da Web 2.0 o conteúdo deve ser aberto, utilizando licenças como Creative
Commons que flexibilizam os direitos autorais permitindo que o usuário reutilize (republicando,
alterando ou colaborando) o conteúdo. O compartilhamento de informações deve dar ao usuário a
possibilidade de reutilizá-lo. Além do conteúdo editorial e noticioso, na Web 2.0 o conteúdo de
alguns sites visa gerar comunidades, seja através de sites de relacionamento, seja através de
comentários em notícias e blogues.

Tagueamento, não taxonomia: o usuário organiza o próprio conteúdo. A organização do conteúdo


é feita também pelo próprio usuário sob forma de marcações, em contraste de uma taxonomia
(norma de classificação) do sistema. Por exemplo, o aplicativo del.icio.us para guardar e
compartilhar links favoritos criou o conceito de marcação de conteúdo. Em vez de criar pastas e
categorias pré-definidos para o usuário escolher, cada usuário pode definir uma palavra-chave
para um determinado conteúdo, assim, quanto mais usuários marcarem o conteúdo, melhor
organizado ele será.

Consumer-Generated Media (CGM) ou mídia gerada pelo consumidor é um termo utilizado para
descrever o conteúdo que é criado e divulgado pelo próprio consumidor. Com o surgimento da
Internet e o avanço das tecnologias digitais, da mesma maneira que o acesso dos consumidores à
informação teve um aumento significativo, aumentou também a facilidade dos consumidores em
expressar suas opiniões. Na Internet o CGM está presente em comentários, fóruns, lista de
discussões, blogs e fotologs, comunidades, grupos, sites participativos, no YouTube, na própria
Wikipedia.

Os consumidores utilizam todas as ferramentas disponíveis (Messenger, sites, blogs, e-mails,


messagens, celulares, etc.) para divulgar, sobretudo, suas experiências pessoais e opiniões em
relação a produtos, serviços, marcas, empresas, notícias. Assim como acontecia com o
boca-a-boca, o CGM tende a ter um maior poder de influência sobre outros consumidores do que
as mídias tradicionais (TV, rádio, jornais impressos), pois tendem a passar mais credibilidade. A
diferença é que, com a tecnologia disponível, o impacto do CGM é muito maior que o
boca-a-boca.

Algumas empresas já estão incentivando a prática do CGM junto aos seus consumidores. Outras
estão contratando empresas especializadas para pesquisar o que os consumidores estão
comentando sobre a sua marca, produto ou serviço.

A Contestação ao Conceito de Web 2.0

As reações ao texto O que é Web 2.0 foram publicadas também no blog de Tim O´Reilly e
variaram da crítica ao elogio. Enquanto iam sendo postadas traduções para diversas línguas
(alemão, turco e português do Brasil) apareciam também contestações parciais e totais. O clima
no blog refletia a discussão que se travava, e se trava até hoje na área de TI, em publicações,
seminários, conferências e na própria blogosfera (o conjunto de blogs na Internet).

Uma as contestações mais importantes ao conceito de Web 2.0 foi feita por ninguém menos que
Tim Berners Lee, o criador da web. Em entrevista para um podcast da IBM, em julho de 2006, Sir
Thimothy John Berners-Lee, diretor do World Wide Web Consortium (o consórcio que
supervisiona o desenvolvimento da Internet) disse ter dúvidas sobre se a Web 2.0 é mesmo
diferente da que já é chamada de Web 1.0.

Perguntado sobre se essa diferença poderia ser definida com a frase Web 1.0 é a conexão de
computadores enquanto Web 2.0 é a conexão de pessoas, Berners-Lee contesta. Absolutamente
não. A Web 1.0 já era toda uma conexão de pessoas. Um espaço interativo. Web 2.0 é um jargão
que ninguém entende. Se se entende Web 2.0 como blogs e wikis (programas de edição coletiva
de texto), então é claro que se trata de conectar pessoas a pessoas. Mas isso é o que a Web
devia ser sempre. E, por outro lado, essa ´Web 2.0´ usa padrões e soluções que foram produzidas
para a Web 1.0.

Outros estudiosos, desenvolvedores e especialistas em web também discordam do termo, do


conceito e das ideias em torno da Web 2.0. Alegam ser o conceito extenso, subjetivo, abrangente
e vago, não existindo na Web 2.0 nenhuma nova tecnologia, conceitos ou ideias. Estes críticos
consideram que não existe uma segunda geração de aplicativos web, apenas uma evolução
natural, promovida principalmente pelo grande aumento no número de usuários de banda larga e
da própria Internet - de aplicativos web de antigamente. Insistem que o tero Web 2.0 não passa de
uma jogada de marketing, uma buzzword arquitetada por empresas e profissionais interessados
numa nova rodada de negócios e investimentos de alto risco, (e resultados questionáveis), tal
como os que precederam o chamado estouro da bolha da Internet.

A Tréplica de Tim O´Reilly

Praticamente um ano e três meses depois de publicar seu primeiro texto sobre a Web 2.0, Tim
O´Reilly, respondendo a uma contestação no blog, apresentou no dia 10 de dezembro de 2006
uma versão compacta da primeira definição do conceito. No texto Web 2.0 Compact Definition:

Trying Again (Definião Compacta da Web 2.0: Nova Tentativa, ele afirma: Web 2.0 é uma
revolução de negócios na indústria de computação provocada pela tendência de se usar a internet
como plataforma e uma tentativa de entender as regras para o sucesso nessa nova plataforma. A
principal destas regras é: Produza aplicações que se encaixem no conceito de a rede (seus
sistemas, seus programas) se torna melhor quanto mais é usada pelo maior número de pessoas.
É isso que eu chamei antes de valorizar a inteligência coletiva.

Em seguida, cita a frase do diretor-executivo do Google Eric Schmidt: não lute contra a Internet. E
acrescenta: Este é um jeito formidável de pensar sobre tudo isso. Pense profundamente sobre a
maneira como a Internet funciona, desenvolva sistemas e aplicações que se adequem com valor a
essa maneira, livre das restrições da era-PC, e você estará em um bom caminho.
De certa forma, O´Reilly responde à crítica de Berners-Lee ao afirmar que ironicamente, a Web
1.0 de Tim Berners-Lee é um dos sistemas mais ´Web 2.0´ que já existiu completamente voltada
ao poder da contribuição dos usuários, à inteligência coletiva e aos efeitos de rede. Foi a Web 1,5,
da bolha das empresas ponto com que tentaram transformar a Internet em outra coisa, que
lutarem contra a Internet, e perderam.

As Regras que Definem a Web 2.0

Neste segundo texto, O´Reilly reafirma o que considera as grandes regras da Web 2.0
1.O beta perpetuo. Não trate software como um artefato, mas como um processo de
comprometimento com seus usuários.
2. Pequenas peças frouxamente unidas
Abra seus dados e serviços para que sejam reutilizados por outros. Reutilize dados e serviços de
outros sempre que possível.
3. Software acima do nível de um único dispositivo. Não pense em aplicativos que estão no
cliente ou servidor, mas desenvolva aplicativos que estão no espaço entre eles.
4. A Lei da Conservação de Lucros, de Clayton Christensen. Lembre-se de que em um ambiente
de rede, APIs abertas e protocolos padrões vencem, mas isso não significa que a idéia de
vantagem competitiva vá embora.
5. Dados são o novo Intel inside

A mais importante entre as futuras fontes de fechamento e vantagem copetitiva serão os dados.
Seja através do aumento do retorno sobre dados gerados pelo usuário (ebay, amazon reviews,
informações do audioscrobbler na last.fm, dados de tráfego de email/IM/Telefone desde que quem
tem estes dados saiba como usa-los para desenvolver aplicativos de redes sociais, GPS e outros
dados de localização), seja sendo dono de um nome (Gracenote/CDDB, Network Solutions), ou
através de formatos de arquivo proprietários (MS Office, iTunes).
(A referência ao logo Intel inside, da Intel, significa que o maior valor da Web 2.0 serão os dados,
assim como na era PC os computadores eram valorizados por terem em sua configuração os
processadores Intel).

Essas regras do segundo texto reforçam os pontos do texto anterior, dividido em 7 partes:
1. A Web como plataforma:
uma análise dos conceitos importantes da Web 2.0
2.Tirando partido da inteligência coletiva:
panorama geral dos sites onde o usuário participa, em especial os blogs
3. Dados são os próximos Intel Inside: o valor das bases de Dados (Google, Amazon)
4. O fim do ciclo de lançamentos de software:
define o papel dos softwares no medelo de negócios de uma empresa
5. Modelos leves de programação: a popularização da Web e as estratégias das empresas para
adquirir um conjunto complexo de serviços Web
6. Software em mais de um dispositivo: a Web 2.0 não se limita mais à plataforma do PC
7. Experiência rica do usuário: quanto mais os aplicativos e conteúdos forem usados, melhores
eles se tornarão

2 - O Legado da Web 1.0 e as Perspectivas da Web 2.0


1. O Legado da Web 1.0

Quando a Internet nasceu, no fim dos anos 60 como um projeto militar, as diretorias da maioria
das empresas não tinham idéia de como a rede mundial de computadores afetaria seus modelos
de negócio. Mas bastaram duas décadas, período curto em termos históricos, para perceberem
que a rapidez da circulação da informação e diversos fatores econômicos (redução de custos,
aumento de produtividade, entre outros) estavam acoplados à rede. Depois que a Internet
disparou, nos anos 90, praticamente todo dia surgia uma novidade na área de tecnologia.

Na primeira fase da web, agora chamada Web 1.0 para se diferenciar da Web 2.0, a troca de
informação por e-mail e instant messangers online foi a atração e o benefício principal da rede
para os negócios. A rapidez e a agilidade de comunicação ajudaram não só funcionários, mas
também clientes e fornecedores. As empresas aprenderam a usar a Internet para expandir seus
negócios. Não só a internet, mas a intranet e a extranet foram as responsáveis por essa mudança
de mentalidade. A troca de informação em redes de computadores possibilitou, além da economia
de papel, telefone e fax, a tomada de decisões mais precisas e oportunas. Acelerou o fluxo de
informação dentro da empresa.

Paralelamente ao e-mail e aos instant messengers, cresce também a adoção da tecnologia Voip
(Voz sobre IP), que permite a comunicação por voz pela internet a um preço bem menores que os
praticados pelas operadoras de telefonia. Pesquisas indicam que os gastos com comunicação
podem cair em 70% com o uso do Voip. O setor financeiro foi um dos grandes beneficiados pela
consolidação da Internet. Os bancos a utilizaram como canal de comunicação e atendimento aos
clientes. O Internet Banking é o serviço que mais cresce.

2. As Perspectivas da Web 2.0

Para o Presidente e CEO da Reilly Media, Tim Reilly, um dos entusiastas da Web 2.0, esse
conceito, como muitos outros importantes, não tem fronteiras rígidas. Está mais para um centro
gravitacional. Pode-se visualizar a Web 2.0 como uma espécie de sistema solar: em torno do sol,
um núcleo de princípios e práticas, gravita um conjunto de sites (os planetas). Esses sites estão
mais ou menos próximos do núcleo conforme adotem mais ou menos dos princípios formadores
do centro. Confira na figura 1, retirada do texto O que Web 2.0 de 30 de setembro de 2005:

O centro a que Reilly se refere, é formado por três idéias centrais:


1 - Posicionamento estratégico: a Web como plataforma;
2 – Posicionamento do usuário: você controla seus próprios dados; e
3 - Competências centrais das empresas/sites da Web 2.0:
– Serviços, não software empacotado;
– Arquitetura de participação;
– Escalabilidade de custo eficiente;
– Fonte e transformação de dados remixáveis;
– Software em mais de um dispositivo;
– Empregando a inteligência coletiva.

3. Diferenças entre Web 1.0 e Web 2.0


DoubleClick, é uma empresa especializada no desenvolvimento de ferramentas para publicidade
online e também gerencia a exposição de banners em alguns dos principais sites do mundo. O
Google AdSense segue o mesmo princípio, mas exibe anúncios relacionados ao conteúdo do seu
site, o Google; porém, como em todos os sites da Web 2.0, depende da participação e
interatividade. O anunciante só é pago quando o visitante clica em seu anúncio.

O site Ofoto, comprado recentemente pela Kodak, oferece com serviços de gerenciamento de
imagens na web produção, compartilhamento, arquivamento, etc. Na versão Web 2.0, o Flickr faz
tudo isso, mas se diferencia pelo conceito de busca por meio de uma etiqueta visual, o que facilita
muito a vida do internauta que posta seus álbuns no site.

Se você procurar o significado da palavra Wikipédia na centenária Enciclopédia Britannica, não


vai achar. Mas, se fizer o contrário, digitar Britannica no campo de busca da Wikipedia, verá que
Britannica é uma obra de referência mundial, na qual os artigos são precisos, confiáveis e
bem-escritos. Criada em janeiro de 2001, a própria Wikipédia se define como uma enciclopédia
livre, cujo conteúdo qualquer um pode editar. Escrita apenas por voluntários na internet, a
Wikipédia, criação dos americanos Jimmy Wales e Larry Sanger, já reúne mais de 3,1 milhões de
artigos em 205 línguas e dialetos.

Especialistas da área de TI apontam outras diferenças importantes entre a Web 1.0 e a Web 2.0.
A primeira é estática, a segunda, dinâmica; uma é proprietária (de sistemas e softwares fechados,
que são vendidos) e outra aberta; a Web 1.0 é institucional, a Web 2.0, rede social; e finalmente,
enquanto a Web 1.0 é um canal, a Web 2.0 se configura como uma plataforma.

Para que a Web 1.0 desse lugar à segunda geração de serviços, no entanto, foi necessária a
emergência de um cenário propício a essa evolução. Democratização do acesso aos recursos
computacionais com cerca de um bilhão de usuários de Internet no mundo , acesso banda larga,
convergência das mídias e distribuição multicanal. São essas as condições para a existência da
Web 2.0.

4. Netscape x Google

No texto O que é Web 2.0, Tim O`Reilly compara detalhadamente empresas de uma e outra era.
Netscape e Google são empresas símbolos da Web 1.0 e da Web 2.0, respectivamente, e não
apenas porque o lançamento de suas ações em bolsa marcou as duas eras. A primeira tinha
como carro-chefe o navegador e sua estratégia era usar o domínio de mercado, assim como a
Microsoft no mercado de Pcs. A segunda optou por um caminho totalmente oposto, desvinculado
de pacotes de software e lançamentos, e se voltou para o serviço de busca de dados. Resultado:
hoje o Google é uma marca à frente da distribuição de serviços diversos enquanto o Netscape foi
apenas um produto.

A operação do Google requer gerenciamento de base de dados, coisa que o Netscape nunca
precisou. Reilly explica que a Google não se limita a uma coleção de ferramentas de software, é
uma base de dados especializada. Sem os dados, as ferramentas são inúteis; sem o software,
não se consegue gerenciar os dados. Na Web 2.0, a licença de software principal ativo das
empresas de tecnologia – torna-se irrelevante porque o software não precisa mais ser distribuído
mas apenas executado. Além disso, sem a habilidade para coletar e gerenciar os dados, o
software tem pouca utilidade. Na verdade, o valor do software é proporcional à escala e
dinamismo dos dados que ele ajuda a gerenciar.

5. Double Clicx x Overture e AdSense

Como a Google, a DoubleClick é uma empresa típica da Internet. Foi pioneira em serviços web e
tal como o Google, opera com gerenciamento de dados. Porém, limitou seu modelo de negócio,
concentrando-se na publicação e não na participação, mais adequada ao modelo de Web 2.0.
O´Reilly destaca que a DoubleClick menciona orgulhosamente em seu site mais de 2000
implementações bem sucedidas do seu software. Ao contrário, a Yahoo! Search Marketing (antiga
Overture) e a Google AdSense, também fornecedoras de métricas para a Internet, já servem cada
uma delas a centenas de milhares de anunciantes.

Os serviços da DoubleClick requerem um contrato formal de venda, o que limita seu mercado a
poucos milhares de maiores sites da rede mundial. Overture e Google calcularam como viabilizar
a inserção de anúncios em praticamente qualquer página da rede. E, mais ainda, evitaram os
formatos invasivos como os banners e os popups em favor de textos de anúncio minimamente
invasivos, relacionados ao contexto e amistosos para com o consumidor. Cumpriram uma das
regras da Web 2.0: incentivar o auto-serviço do consumidor e algorítimos de gerenciamento de
dados visando atingir a rede em toda sua extensão e não apenas o centro; ir até a cauda longa e
não apenas a cabeça.

Akamai X BitTorrent

A BitTorrent demonstra assumiu a descentralização da internet, já que cada os arquivos são


fragmentados e podem ser fornecidos de múltiplas localizações, um princípio chave da Web 2.0,
já que o serviço fica automaticamente melhor quanto mais forem os usuários que de se utilizam.

Para Reilly, enquanto a Akamai precisa adicionar servidores para melhorar o serviço, cada
consumidor da BitTorrent traz os seus próprios recursos para o grupo. Existe uma arquitetura de
participação implícita, uma ética de cooperação embutida pela qual o serviço atua, primariamente,
como um intermediário inteligente que conecta as pontas entre si e combina o poder dos próprios
usuários.

3 - Conceitos fundamentais e soluções da Web 2.0

1. Os Sete Conceitos da Web 2.0

No texto “O que é a Web 2.0”, Tim O´Reilly expõe o que considera os conceitos fundamentais da
nova concepção da Internet e analisa as soluções de programação usadas pelas empresas que
têm se destacado nesta que parece ser a nova etapa da rede mundial.
Os conceitos são sete:
1) a Web como plataforma;
2) Tirando partido da inteligência coletiva;
3) Dados são o próximo “Intel inside”;
4) O fim do ciclo de lançamentos de software;
5) Modelos leves de programação;
6) Software em mais de um dispositivo;
7) Experiência rica do usuário.

Vamos ver, nas próximas três seções deste módulo os significados destes sete conceitos, de
acordo com o texto de O´Reilly.

2. A Plataforma, a Inteligência Coletiva e o Valor dos Dados.

Durante a primeira Conferência de Web 2.0, em outubro de 2004, discutiram-se os seus


princípios. O primeiro deles mostrou que tanto na 2.0 como na 1.0, a web é usada como uma
plataforma. Por exemplo, a Akamai da Era 1.0. construiu um sistema de entrega de cache
transparente que desafoga o congestionamento da banda larga.

Entretanto, esses pioneiros forneceram contrastes úteis porque os que entraram depois levaram
ainda mais longe suas soluções para o mesmo problema, compreendendo mais a fundo a
natureza da nova plataforma, com o objetivo de ser interativa e transacional.

A plataforma da Web 2.0 está em constante evolução. No começo dos anos 80 os sites eram
acessados apenas por órgãos governamentais, e hoje os sites se popularizaram e temos
inúmeras novidades. Isso trás mudanças, já que há milhões de usuários sedentos por informação.

Inteligência coletiva

A inteligência coletiva é outro ponto relevante na Web 2.0. A participação dos usuários é o seu
diferencial. Desde dando notas a livros a comentando blogs, dando nota a participantes de leilões
ou, em termos mais profundos, analisando e recriando softwares, o usuário forma a blogsfera, a
inteligência coletiva.

O sucesso dos gigantes nascidos na era da Web 1.0 que sobreviveram para liderar a era Web
2.0 adotou o princípio de aproveitar o poder que a rede tem para tirar partido da inteligência
coletiva. Estão disponíveis na internet inúmeros sites que possibilitam a interação do usuários,
permitindo comentar, dar notas e alterar o que alguém já postou. Um exemplo típico é a
Wikipedia.

Podemos citar como outro exemplo o Orkut que é, talvez, o principal precursor da “Web 2.0”. Ele
simplesmente conseguiu levar o conceito de colaboração on-line a milhões de pessoas. Pessoas
que nunca haviam tido contato com a Internet ou até mesmo o computador. Tudo por uma das
mais naturais necessidades humanas, o relacionamento social. Uma parte essencial da Web 2.0 é
tirar partido da inteligência coletiva, transformando a web em uma espécie de cérebro global.

Um outro bom exemplo de como a inteligência coletiva faz com que a Web 2.0 se torne cada vez
mais forte é a Amazon. A Amazon desenvolveu uma ciência sobre o engajamento do usuário. Ela
tem infinitamente mais avaliações de usuários, convites para participar de várias formas em
virtualmente todas as páginas – e ainda mais importante – usa a atividade do usuário para
produzir melhores resultados de busca. Isso significa que se apresentam em primeiro lugar os
“mais populares”, uma computação em tempo real baseada não apenas em vendas mas em
outros fatores que os conhecedores da Amazon chamam de “fluxo” em torno dos produtos.
Contando com a participação do usuário em escala muitíssimo maior, não surpreende que
também as vendas da Amazon suplantem as dos concorrentes.

O valor do banco de dados

Até hoje, todo aplicativo importante da Internet tem se apoiado em um banco de dados
especializado: robô de indexação do Google, diretório (e robô) do Yahoo!, banco de dados de
produtos da Amazon, banco de dados de produtos e vendedores da eBay, banco de dados de
mapas da MapQuest, banco de dados “espalhado” de músicas da Napster. O gerenciamento de
bancos de dados é a nova competência central das companhias Web 2.0, de tal modo que, às
vezes, a referência desses aplicativos é de “infoware” ao invés de simplesmente software.

Se alguém perguntar a quem pertencem esses dados, vale lembrar que já se conhecem vários
casos em que o controle sobre um banco de dados levou ao controle do mercado e enormes
retornos financeiros. É importante, portanto, possuir os dados centrais de um aplicativo, ou, se
isso não ocorrer, pode eventualmente enfraquecer o poder competitivo. Atualmente a disputa
acirrada que tem lugar na arena de mapas da web demonstra bem esse quadro. A MapQuest, por
exemplo, foi pioneira na categoria de mapas, em 1995. Entretanto, quando a Yahoo!, a Microsoft e
mais recentemente a Google decidiram entrar nesse mercado, elas conseguiram facilmente
oferecer um aplicativo concorrente simplesmente obtendo licença sobre os mesmos dados.

Diferentemente da MapQuest, a Amazon foi implacável na melhoria dos dados, acrescentando


informações fornecidas pelas editoras tais como imagens da capa, sumário, índice e acesso a
trechos dos livros. E, o que foi mais importante, ela engajou seus usuários a fazerem comentários
sobre os dados de tal forma que, depois de dez anos, a Amazon.com é a principal fonte de dados
bibliográficos sobre livros, referência para estudiosos e bibliotecários, tanto como para
consumidores. Se a MapQuest tivesse feito o mesmo – engajar seus usuários no comentário dos
mapas e indicações, acrescentando camadas de valor – teria sido muito mais difícil para os
concorrentes entrarem no mercado apenas com a licença sobre o banco de dados. Mais uma vez,
a Web 2.0 demonstra que o poder de participação do usuário agrega valores.

3. Uma Nova Era para os Softwares

Como observado no módulo 2, na discussão Google X Netscape, uma das características que
define a era software da internet é que o software á apresentado como um serviço e não um
produto.

Essa mudança é tão fundamental que o software deixará de funcionar a não ser que receba
manutenção diária. Outro ponto é que os usuários devem ser tratados como co-desenvolvedores,
em referência às práticas de desenvolvimento do código aberto (mesmo se for pouco provável
que o software em questão seja lançado sob uma licença de código aberto). O lema do código
aberto “lançar logo e lançar sempre” transformou-se em uma posição ainda mais radical, “o beta
perpétuo”, em que o produto é desenvolvido em aberto, com novos recursos surgindo a cada mês,
semana ou mesmo dia. Não é por acaso que se pode esperar que serviços tais como Gmail,
GoogleMaps, Flickr, del.icio.us e outros do mesmo tipo carreguem o logo “Beta” por anos a fio.

Modelos leves de programação

A idéia de serviços se popularizou, grandes empresas entraram na briga com um conjunto


complexo de serviços web, concebidos para criar ambientes de programação altamente confiáveis
para aplicativos distribuídos. Da mesma forma que a Web teve sucesso exatamente porque
subverteu grande parte da teoria do hipertexto, ao substituir um pragmatismo simples por um
desenho ideal, o RSS talvez tenha se tornado o serviço web mais amplamente distribuído,
provavelmente devido a sua simplicidade, enquanto os complexos serviços web corporativos
ainda precisam alcançar ampla distribuição.

Do mesmo modo, os serviços web da Amazon .com são fornecidos de duas formas: uma que
segue os formalismos do conjunto de serviços web SOAP ( Simple Object Access Protocol), e a
outra simplesmente fornecendo dados XML via HTTP, por meio de uma abordagem leve às vezes
chamada de Rest ( Representational State Transfer) enquanto conexões B2B de alto valor ( como
as que ligam a Amazon a parceiros de varejo como a ToysRUs) , usam SOAP, a Amazon informa
que 95% do seu uso é de serviço leve do tipo ReST.

Software em mais de um dispositivo

Uma outra característica Web 2.0 que merece menção é o fato de que ela não se limita mais à
plataforma PC. Ao sair da Microsoft, o desenvolvedor de longa data Dave Stutz deixou o conselho
de que “software útil que for escrito acima do nível do dispositivo único proporcionará altas
margens por um bom tempo”.

Naturalmente, qualquer aplicativo web pode ser visto como software com mais de um dispositivo.
Até o aplicativo mais simples envolve pelo menos dois computadores: o que hospeda o servidor
web e o que hospeda o navegador. O desenvolvimento da web como plataforma estende essa
idéia a aplicativos sintéticos compostos de serviços fornecidos por múltiplos computadores.

4. Sua Excelência, o usuário

Desde 1992, com o navegador Viola, de Pei Wei, a web vinha sendo usada para enviar
miniaplicativos para dentro de navegador. Somente em 1995, depois da introdução do Java e,
depois, o DHTML como formas leves de prover programabilidade e experiência rica do usuário
para o lado do cliente, que a Internet começou a ser usada com praticamente toda sua
capacidade (ampliando as opções de navegação e interações, além de facilitá-las para o usuário).

Com a Web 2.0, esses aplicativos de grande porte se concretizaram. O Google, mais uma vez,
serve como exemplo a ser citado aqui. A tecnologia usada é o AJAX que é, segundo o webdesign,
Jessé James Garret, não uma tecnologia, mas várias delas que incorporam apresentações
baseadas em padrões XHTML e CC, exibição e interação dinâmicos usando o “ Document Object
Model” e a troca de manipulação de dados assíncronos usando XMLHttpRequest. Tudo junto,
agora.

5. Padrões de Design na Web 2.0

No artigo em que Tim O’Reilly defende o conceito de Web 2.0, ele cita o livro A Pattern
Language, de Christopher Alexander, onde o autor explica seu conceito de padrões de projeto de
software ou padrões de desenho de software. Na obra, Alexander diz que “cada padrão descreve
um problema que acontece repetidamente no nosso ambiente e, então, descreve o centro da
solução daquele problema, de tal forma que se pode usar essa mesma solução um milhão de
vezes sem nunca repeti-la, do mesmo jeito, duas vezes sequer”.

1. A Cauda longa

Pequenos sites compreendem a maior parte do conteúdo da internet; pequenos nichos


constituem a massa de aplicações possíveis. Portanto: Incentive o auto-serviço do cliente e o
gerenciamento algorítmico de dados para alcançar toda a web, até as bordas e não apenas o
centro, até a cauda longa e não apenas a cabeça.

2. Dados são o próximo “ Intel Inside”

Os aplicativos são cada vez mais baseados em dados. Portanto: Para ter vantagem competitiva,
procure possuir uma única fonte de dados, difícil de ser recriada. (Nota: Alusão ao logo “Intel
Inside” usado pelos fabricantes de PCs para valorizarem seus produtos avisando que continham a
excelência dos processadores Intel)

3. Usuários agregam valor

A chave para a vantagem competitiva em aplicativos de internet é até onde os usuários


acrescentam seus próprios dados ao que você fornece.

4. Efeitos de rede como padrão


Apenas uma pequena porcentagem de usuários terá o trabalho de adicionar valor ao seu
aplicativo.

5. Alguns direitos reservados

A proteção à propriedade intelectual limita a reutilização e impede a experimentação.

6. Beta perpétuo

Quando dispositivos e programas conectados à internet, os aplicativos não são mais artefatos de
software, são serviços em andamento.

7. Coopere, não controle

Aplicativos web 2.0 são construídos a partir de uma rede cooperativa de serviço de dados

8. Software com mais de um único dispositivo

O PC não é mais o único dispositivo de acesso aos aplicativos de internet e os aplicativos


limitados a um único dispositivo tem menos valor do que os conectados a vários dispositivos.

4 - A Web 2.0 nas Empresas: Grandes, Médias e Pequenas

1. O Google Bilionário e o Novo Eldorado

O Google é uma típica empresa da Web 2.0. E se tornou em 2006 a marca mais valiosa do
mundo, avaliada em US$ 66,3 bilhões, superando gigantes como Microsoft e Coca-Cola, segundo
a consultoria Milleard Brown. Apesar dessa posição, o Google não para de investir: também em
2006, a empresa pagou US$ 1,65 bilhão pelo YouTube, site em que as pessoas compartilham
seus vídeos.

Se os valores em dinheiro impressionam, repare no nome da empresa – Google – para


dimensionar de sua ambição. O site de buscas tem seu nome derivado da palavra googol, termo
inventado pelo matemático norte-americano Edward Kasner que significa 10 elevado à potência
100, ou seja, o número 1 seguido de 100 (!) zeros. Imagine: 1.000.000.000.000.000.000… aqui, já
chegamos a 1 quatrilhão e temos apenas 18 zeros. Faltam “só” 82 zeros para chegarmos aos 100
do googol.

Na rota do Google, diversas grandes empresas do mundo todo se voltam para a Web
2.0. O Gartner discutiu o assunto na última edição do Hype Cycle. Para a consultoria, nos
próximos anos, blogs e outras tecnologias de Web 2.0 terão impacto decisivo sobre o mundo dos
negócios. O fato é que até o final do próximo ano (2008), a Web 2.0 deixou de ser um conceito e
passará a fazer parte da mesma categoria que web service e SOA, por exemplo.

As pequenas e médias também estão explorando o que parece ser o novo Eldorado de negócios.
Mais de 2,8 milhões de pequenas e médias empresas globais já estão utilizando aplicações de
Web 2.0, embora ainda sejam deficientes as definições sobre funcionalidades de tal plataforma,
revela pesquisa realizada pela consultoria Access Market International (AMI) Partners.

Diferentemente da época da bolha da internet, em 2000, na Era da Web 2.0 a vantagem é que as
novas empresas ponto.com já aprenderam com o passado recente e passaram a adotar modelos
mais estruturados, com retorno financeiro, mesmo que ainda não haja uma visão única sobre
como exatamente lucrar: comércio eletrônico, publicidade e assinaturas são as principais fontes,
mas especialistas já apontam outras possibilidades, dependendo do nicho de mercado de cada
companhia.

2. Second Life, a Grande Vitrine da Web 2.0

A comunidade virtual Second Life, mais conhecida como “mundo virtual”, foi criada em 2002 pelo
físico americano Philip Rosedale, quando ele se estabeleceu em Linden Alley, uma pequena
cidade vizinha a São Francisco, e fundou a Linden Lab. Em 2003, foi aberta ao público. Quatro
anos depois, em maio de 2007, contava com cerca de 6 milhões de residentes virtuais em todo o
mundo.

Nesse ambiente virtual, já são feitas milhões de transações comerciais. Como o Second Life
pode beneficiar os negócios das empresas? Uma das possibilidades é usar esse mundo virtual
para lançar protótipos e testar o comportamento dos usuários antes de comercializá-los no mundo
real. A outra, cada vez mais explorada, é servir como plataforma de comunicação da empresas
com o público, em inovativas ações de marketing. Como a japonesa Toyota, que disponibilizou
uma versão do Scion, seu carro ecológico e voltado para o público jovem. A Adidas construiu sua
loja digital no SL.

A Second Life chegou ao Brasil em meados de 2006 e, como aconteceu com o Orkut,
rapidamente se expandiu. Em três meses o país saltou da 12ª maior presença na rede para a 4ª
colocação, atrás dos EUA, França e Alemanha. A estimativa é de que até fevereiro de 2008 haja 2
milhões de usuários brasileiros na rede. A comunidade virtual precisou ser adaptada ao mercado
brasileiro, já que poucos usuários possuem cartão de crédito internacional. O serviço mais usado
é boleto bancário. Em abril de 2007, a Kaizen Games lançou a versão nacional do SL, com
interface adaptada e traduzida para o português. Agora o cliente que baixar poderá viajar pelas
ilhas temáticas: Copacabana, Masp, Avenida Paulista e Berrini.

A Petrobras promoveu eventos para usuários do SL com apresentações de suas pesquisas e


ações de preservação ambiental. O Unibanco montou uma agência virtual. A TAM é a primeira
companhia aérea do Brasil a entrar para o SL. Sua participação acontece por meio das ilhas
Berrini, Milão, Nova York, Inglaterra e Paris. Cada vez que um avatares (personagens virtuais que
representam os participantes reais) visita o estande da empresa, é recebido por um piloto e uma
aeromoça e pode até participar do Programa de Fidelidade Virtual, em que os pontos acumulados
são revertidos em brindes. A intenção da empresa é antecipar tendências mundiais de novas
mídias e novo formato de relacionamento com seus clientes.

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) está na rede desde fevereiro
deste ano, na ilha Berrini. Construiu um edifício igual ao existente no mundo real, com anfiteatro e
salas de reunião para palestras, troca de informações e até o fechamento de negócios. Conta com
cerca de 900 acessos diariamente e se prepara para promover feiras e eventos no ambiente
virtual

3. O Cenário das Pequenas e Médias Empresas

Se as grandes empresas já fincaram bandeira na Second Life, as pequenas e médias também


estão em busca de seu lugar ao sol virtual. Em pesquisa realizada pela Access Market
International, 40% das empresas os Estados Unidos utilizam essas aplicações mesmo que o
conhecimento seja baixo. Sites como Amazon.com e eBay são muito utilizados pelas empresas
em suas operações.

Além das aplicações colaborativas, o estudo contatou ainda que aproximadamente 14% das
pequenas e médias empresas norte-americanas já utilizam o modelo de software como serviço, e
o percentual deve crescer 24% até o final do ano. Webcasts e blogs também estão populares
entre as empresas para anúncios e promoções, assim como os podcasts. Mais de 260 mil
empresas já adotam a ferramenta de áudio para divulgar suas marcas. Comunidades online e
portais estão na lista de ferramentas em ascensão entre as empresas.

A AMI acredita que os ingredientes para o sucesso das aplicações de Web 2.0 nas pequenas e
médias companhias incluirão ofertas de serviços que encorajem a colaboração e permitam a
personalização, ao mesmo tempo em que abordam questões de segurança. Algumas áreas
emergentes, e de crescimento significativo, incluem ainda soluções de armazenamento e backup;
CRM hospedado e soluções SFA, assim como ferramentas de produtividade e outros sistemas de
colaboração online.

Comunidades online e portais estão na lista de ferramentas ascendentes entre as companhias.


Hoje, uma em cada cinco SMBs participa de alguma forma de mercado eletrônico, capaz de
colocar em contato direto compradores e vendedores de diversas indústrias.

Segundo a consultoria, a onda da Web 2.0 não está apenas mudando o comportamento do
consumidor, mas também o cenário para os canais – ISVs – e seus modelos de negócios.
Grandes fornecedores como Microsoft, Google e IBM devem considerar o impacto de seus
desenvolvimentos sobre a tecnologia 2.0, além de analisar as oportunidades trazidas pelos ISVs
para o mercado de pequenas e médias.

4. Ferramentas da Web 2.0 Beneficiam os Negócios


Uma demonstração da força da Web 2.0 para iniciativas de marketing é o caso da grife
Desconexo, de São Paulo, do publicitário Pablo Guterres. Ele usou o Orkut para divulgar sua
marca. Mandou scraps (recados) pedindo aos amigos que colocassem o logo da marca no espaço
de abertura, no lugar de suas fotos. Guterres acredita que a grife tenha sido visualizada por cerca
de 100 mil pessoas em mais de 14 países. O acesso a página na web da grife cresceu 500%.

O site Apontador praticamente renasceu graças à Web 2.0. Depois de ter sido uma referência na
Internet brasileira como localizador de endereços, o site fechou o conteúdo, cobrando assinaturas.
Não deu certo. A recuperação veio com um movimento típico da Web 2.0. Agora, os usuários
podem se cadastrar para adicionar mapas e endereços no site e até criar sua própria rota. Com a
colaboração dos usuários, os serviços se multiplicaram. Se houver uma padaria, um buraco na
rua, uma barraquinha de cachorro-quente ou um posto de gasolina na rota, é possível incluí-los no
site e todos podem visualizá-los. Ainda é possível conhecer as condições do tempo e do trânsito.

A empresa usou várias tecnologias e parcerias para entrar na última geração da intenet. Com
Webrasca – especializada em prover serviços baseados em localização – e o Google Earth,
possibilitou aos usuários entre vista aérea e mapa. Hoje o site recebe em média 500 mil visitantes
únicos e 250 mil cadastrados. A projeção da empresa é que a receita de publicidade seja o dobro
da do serviço corporativo até 2010.

No serviço de rota rodoviária, o usuário pode acrescentar dados e indicar a média de preço de
combustível por quilômetro rodado, distância entre as cidades e o tempo de viagem, por exemplo.
E quem deseja fazer uma agenda de viagem encontra registros de locais preferidos por outros
usuários.

5. A Força de Dois Blogs aplicados a Negócios

A sinceridade das críticas e sugestões feitas em blogs fornece às pequenas e médias empresas
subsídios importantes para melhorar seus processos e, em última instância, os negócios. A
paulista Locaweb, empresa de hospedagem de sites, descobriu que poderia acatar boa parte das
sugestões que os internautas deixavam em seu blog, criado há oito meses.

Antes da página ser lançada, os clientes enviam à empresa cerca de 30 sugestões mensais
sobre como melhorar os serviços. Com o blog, as sugestões triplicaram. Como o público do blog é
basicamente formado por técnicos de empresas que utilizam os serviços da Locaweb, muitas das
sugestões – como ampliar o espaço da caixa de e-mails – foram acatadas ou deram origem a
novos produtos. A empresa faturou 35 milhões de reais em 2005 e projetava crescimento superior
a 40% para o ano fiscal seguinte.

A construtora Tecnisa, também de São Paulo, mantém desde maio um blog para se comunicar
com fornecedores, clientes e funcionários. A iniciativa se tornou um importante instrumento de
marketing ao fortalecer os laços com públicos específicos, avaliam os diretores da empresa. Eles
destacam o caso do público feminino, chega ao blog para ler sobre assuntos relacionados a
moradia e, de outra forma, talvez não viesse a conhecer a empresa.

5 - Desafios, oportunidades e estratégias para a Web 2.0


1. O Desafio Principal é Entender o Novo Momento

Adotar a cultura da web 2.0 na estratégia da empresa é algo que não pode ser feito de maneira
superficial. É preciso incorporá-la ao processo produtivo da corporação para usufruir de seus
melhores benefícios. E a melhor maneira é entender que o conceito Web 2.0 nasceu do novo
comportamento online do usuário, a colaboração.

Compreender esse comportamento e adaptar a estratégia empresarial para adequá-la será


fundamental para que as corporações mantenham sua posição de mercado a longo prazo. As
corporações mais afiadas vão perceber ainda que essa mudança de paradigma permitirá até
melhorar essa mesma posição de mercado, ao se voltar para consumidores e parceiros.

A Web 2.0 tem de ser vista como uma aliada do mundo dos negócios. Muitos empresários
pensariam que mudar os rumos de uma grande corporação ou o foco do poder, compartilhando-o
com o usuário (funcionários, clientes e fornecedores), seria muito arriscado. Mas arriscado, na
verdade, será ignorar esse novo conjunto de fatores que estão mudando a forma como fazemos
negócios.

Pesquisa recente da McKinsey sobre como as corporações estão utilizando os conceitos da Web
2.0 mostrou que 70% das empresas entrevistadas estão usando esses conceitos para interagir
melhor com clientes e 75% delas estão aplicando os mesmo conceitos no gerenciamento do
conhecimento e colaboração interna.

2. Novos Centros de Poder

Aceitar que a colaboração do cliente/usuário é muito mais poderosa que a colaboração interna é
o grande desafio das corporações para os próximos anos. Representa mudar a origem do poder,
tirá-la dos gestores experientes e colocá-la, ainda que de maneira gerenciável e moderadora, na
mão do usuário. São mudanças culturais que vão muito além de simples mudanças de processos.

Em paralelo, podemos aplicar o mesmo pensamento internamente. Perceber que as


engrenagens internas (funcionários e colaboradores) possam ser excelentes criadores de
conteúdos e processos. Estamos distribuindo o poder dentro da corporação.

Podemos citar também o caso do banco HSH Nordbank, de Luxemburgo, que faz um excelente
uso da web 2.0 para interagir com os funcionários. O banco criou um blog para que seus 130
funcionários discutissem, anonimamente, as diretrizes da companhia.

Em alguns casos de companhias financeiras, a adoção de serviços da Web 2.0 precisa enfrentar
barreiras como regulamentações e a necessidade de uma segurança mais restrita, o que não foi
impedimento para o Nordbank.

3. A Web 2.0 na Comunicação Interna e na Cadeia Produtiva


Os blogs, um dos elementos da Web 2.0, já estão sendo utilizados na comunicação corporativa,
seja na comunicação interna – entre a direção e funcionários de uma empresa – seja na
comunicação entre empresas que integram uma cadeia produtiva. São os blogs corporativos,
maneira inteligente e moderna de se comunicar.

A Intel, por exemplo, apostou em um blog para melhorar o relacionamento com os integradores.
Criou o Intel Canal Cast, blog no qual parceiros postam vídeos de duração média de 3 minutos. O
conteúdo, usado para marketing direto e rápido, já é apontado como um dos responsáveis pela
quadriplicação do número de revendas em todo o País. A novidade é que agora os usuários
podem inserir comentários, uma evolução para a versão 2.0.

Sobre a força dos blogs, registre-se a observação de Jason Calacanis, fundador do Weblogs Inc.,
portal vertical de blogs adquirido pela AOL. Ele afirmou que os blogs contam com informações
muito mais frescas e rápidas que os meios tradicionais, porque neles há menos controle. E as
informações são mais autenticas.

4. Ferramentas de Web 2.0 na Comunicação com os Clientes

As empresas estão usando a Web 2.0 principalmente como ferramenta de marketing, em duas
direções: como ação de fixação da marca e como instrumento para a formação de comunidades,
com vistas à fidelização.

O exemplo mais significativo de uso para fixação de marca ocorreu durante a final do Super Bowl,
o campeonato nacional de futebol americano. Os intervalos comerciais durante a partida são os
segundos mais caros da bilionária TV americana. A veiculação de um filme de 30 segundos custa
US$ 2,6 milhões.

A marca de biscoitos Doritos fez uma promoção convidando os usuários da Internet a criarem e
enviarem vídeos amadores com o Doritos. O autor do melhor vídeo recebeu 10 mil dólares em
prêmio e ainda teve seu vídeo exibido durante o intervalo do Super Bowl. Resultado: um comercial
que custou 12 dólares para ser produzido sendo veiculado em um spot de 30 segundos que custa
US$ 2,6 milhões. Um estudo recente mostrou que a repercussão desse vídeo na Internet após o
Super Bowl rendeu à Doritos o equivalente a R$ 36 milhões de dólares em investimento de mídia.
Considerando que na verdade ela só investiu US$ 2,6 milhões mais 12 mil dólares, o lucro foi
significativo.

Na formação de comunidades de clientes fidelizados, a Coca-Cola desenvolveu no Brasil o Coke


Ring (do inglês anel, círculo). Um concurso que premiou os blogs mais populares de cada
categoria durante um ano. Funcionou assim: os blogueiros se inscreviam em anéis temáticos, tais
como esporte, cinema, música etc, e ganham um selo, enviado por email. Esse servia para contar
quantas pessoas entravam na página pessoal. A cada três meses eram listados os blogs Top 10
de cada categoria. No final do concurso, os três blogs de maior audiência foram premiados.
O primeiro lugar foi conquistado pela página do fã-clube da cantora Marisa Monte, o Marisa de
Verdade. O vencedor recebeu um Ipod Vídeo de 80 gigas. O segundo ganhador recebeu um
Estúdio Fotográfico portátil HP Photosmart & Câmera Digital HP Photosmart M425 e o terceiro,
um MP3 Player.

Para a diretoria de marketing da empresa, o concurso serviu como um fórum de discussão,


abrangendo de forma democrática todo o universo do mundo jovem. A Coca-Cola acredita que os
blogs são o meio mais usado pelos jovens para expressar suas opiniões e trocar experiências e
se dispôs a estimular essa expressão.

5. As Oportunidades de Negócios na Área de TI

Com a entrada cada vez maior das empresas na Web 2.0, usando suas ferramentas para
negócios, as empresas de TI passam a ter nesse movimento nova uma oportunidade de negócios
– seja para desenvolver novos produtos, seja para utilizar de maneira criativa as ferramentas
existentes.

Na edição de 2007 da Cebit, uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, em Hannover, na
Alemanha, Peter Sondergaard, chefe global da consultoria Gartner, afirmou aos diretores de
empresas presentes que nos próximos anos blogs e outras tecnologias da Web 2.0 terão impacto
decisivo sobre o mundo dos negócios. Para ele, esta é a próxima grande mudança na tecnologia
e deverá durar 15 anos – mas os próximos cinco anos é que decidirão quais empresas
prosperarão e tirarão vantagem das novas ferramentas.

A gigante Microsoft já se movimentou. No sistema operacional Windows Vista, o pacote de


aplicativos Office 2007 e o servidor de correio eletrônico Exchange 2007 disponibilizam na nova
versão do SharePoint recursos comuns à internet e intranets corporativas, como comunidades de
relacionamento, listas de discussão, blogs e wikis (documentos de criação coletiva). O Exchange
tem a opção de receber as mensagens de voz via e-mail, e de depois transferi-las para um
telefone, caso o usuário esteja em um computador público.

6 - Tendências da Web 2.0

1. Tudo ao mesmo Tempo Agora

No Vale do Silício, nos EUA, onde floresceram as empresas de TI que desbravaram e


consolidaram a Internet, o dia-a-dia das empresas já é bastante tomado pela Web 2.0.

2. No Reino das Bases de Dados e dos Buscadores

O setor de buscas na internet ainda está na infância e há muitas oportunidades a serem


exploradas. Os novos buscadores consideram três apelos principais: melhoria da tecnologia, da
interface com o usuário e da especificidade dos resultados obtidos – esses podem coexistir ou
não numa mesma ferramenta de busca.
São os seguintes os mecanismos de busca que disputam a liderança nesse segmento:
• Snap (www.snap.com), que mostra instantaneamente um preview do site relacionado, dispensa
o clique do usuário para visitá-lo e torna possível votar quanto à qualidade do link: útil (Perfect) ou
inútil (Junk) – sua grande novidade: o usuário economiza tempo de navegação sem abertura
desnecessária de novas páginas e ainda participa com sua opinião pessoal.
• Hakia (www.hakia.com) oferece uma forma de “pesquisar por significados”. O usuário pode
procurar por perguntas, sentenças, frases ou palavras-chaves.
• O Clusty (www.clusty.com) chama atenção pelo ótimo método, que considera relevante os
fragmentos do resultado de cada busca, conhecido por clustered search ou clustering engine.
Analisa os primeiros links (entre 200 a 500) resultantes da busca do usuário e mostra os principais
temas, agrupados por pastas e subpastas. Similarmente no SRC Beta (rwsm.directtaps.net),
pesquisadores da Microsoft também experimentam esta tecnologia, ainda não disponibilizada nos
produtos da empresa, que optou pelo lançamento do Live Search (www.live.com).
• O SearchMash (www.searchmash.com) é uma iniciativa do Google. Numa pesquisa típica, uma
barra lateral permite estendê-la a consultas relacionadas imagens, blogs, vídeos e à wikipedia,
num único clique. O usuário pode opinar se os links resultantes foram satisfatórios ou não.
• Search Wikia (http://search.wikia.com/wiki/Search_Wikia) – O fundador da Wikipedia, Jimmy
Wales, em convoca toda a comunidade para ajudar na criação de um mecanismo de busca com
código aberto “que mude tudo” – conforme o jargão da logomarca do serviço, ainda sem nome
oficial. Nesse gancho, a empresa Searchme Inc. apresenta o WikiSeek (www.wikiseek.com) que
já faz uso dessa extensa base de informações.
• Powerset (www.powerset.com) –um novo sistema que “entende” o significado das
palavras-chaves buscadas, criando novos inter-relacionamentos entre elas. O coração do
mecanismo fará uso de tecnologia baseada em NLP (Natural Language Processing) ou
Processamento Natural de Linguagem, licenciada da empresa Palo Alto Research Center (PARC),
divisão de pesquisas da Xerox Corp., que trabalha nessa tecnologia há cerca de 30 anos.
O ChaCha (www.chacha.com) inova ao colocar uma equipe de pessoas de plantão (humanos,
não máquinas) para atender os usuários. Se o usuário faz uma busca e não está feliz com o
resultado obtido, pode clicar num botão para conectar-se via chat em tempo real com o guia que
prestará auxílio.

3. Os Desafios da Segurança

As possibilidades infinitas abertas pela Web 2.0 trazem a contrapartida dos desafios de
Segurança da informação. Aplicações que brotam por toda parte não são necessariamente
controladas. Os CIOs, então, precisam se voltar para esse assunto e se preparar para as
implicações financeiras e – o mais importante – de política empresarial. É necessário considerar
os seguintes aspectos: segurança para o acesso crescente a uma mídia diversificada (dando
acesso a certas pessoas e impedindo o acesso de outras); demanda crescente de largura de
banda; acesso crescente a dispositivos móveis; e diretrizes de confidencialidade.

A estes problemas, juntam-se outros três: a falta de controle, a segurança da informação


proprietária ou confidencial e a vulnerabilidade adicional a ataques de vírus e outros problemas de
segurança.

No primeiro caso, o problema é que funcionários de empresas usam IM, wiki e blogs sem o CIO
saber se ele não tiver uma resposta para o problema. A reação pode ser de dois tipos: ou proibir o
uso de ferramentas de Web 2.0 ou sair na frente e adotar as soluções Web 2.0. A proibição pode
ser revelar prejudicial, porque a empresa perderá em competitividade ao deixar de usar
ferramentas que propiciam um aumento significativo de produtividade. A atitude oposta, de se
abrir à Internet colaborativa, fará com que o problema da falta de padrão e de controle seja
resolvido com a criação de um IM corporativo ou mesmo a aquisição de uma solução de mercado.

O segundo problema é a Segurança da Informação proprietária, que pode circular em mensagens


instantâneas ou em páginas wiki sem encriptação. Já é possível monitorar esse tipo de
comunicação ou juntar pacotes de rede para uma conversa IM, com aplicativos existentes no
mercado que encriptam a comunicação ou detectam e bloqueiam informações sensíveis.

O último problema é praticamente o de sempre da Segurança da informação: toda vez que se


ampliam as capacidades dos sistemas, aumenta-se a vulnerabilidade a ataques de vírus e outras
ameaças de segurança.

4. O Futuro das Empresas na Web 2.0

Em seu primeiro documento sobre Web 2.0, Tim O’Reilly diz que espera ver muitos aplicativos
web novos nos próximos anos, tanto os verdadeiramente novos, como ricas reimplementações
para web de aplicativos PC. Até hoje, observa, toda mudança de plataforma criou também
oportunidades para uma mudança de liderança dos aplicativos dominantes da plataforma anterior.

O Gmail já produziu algumas inovações interessantes na área de e-mail, combinando os pontos


fortes da web (acesso de qualquer parte, imensas capacidades de bancos de dados,
possibilidades de busca) com interfaces de usuário que se aproximam das interfaces PC em
termos de usabilidade.

O´Reilly trata também de outras mudanças, como a de que Web 2.0 também vai refazer a lista de
endereços. Uma lista no estilo Web 1.0 iria tratar o livro de endereços local, do PC ou telefone,
simplesmente como um cache dos contatos que o usuário tivesse explicitamente pedido ao
sistema para armazenar. Enquanto isso, um agente web de sincronização, do estilo Gmail,
lembraria qualquer mensagem enviada ou recebida, todos os endereços de e-mail e números de
telefone utilizados e iria construir heurísticas de redes sociais para decidir quais alternativas
apresentar quando uma resposta não fosse localizada no cache local. Não encontrando ali a
resposta, o sistema pesquisaria a rede social mais ampla.

A revolução Web 2.0 também não se limitará a aplicativos PC. A alesforce.com mostra como a
web pode ser usada para enviar software como um serviço, em aplicativos em escala empresarial.
Para O’Reilly, a oportunidade de competição para novos participantes está em abraçar
inteiramente o potencial da Web 2.0. Se conseguirem fazer isso, as empresas criarão aplicativos
que vão aprender com os usuários, adotando por meio de uma arquitetura de participação para
obter vantagem poderosa não apenas na interface de software, mas na riqueza dos dados
compartilhados.

O CEO da O´Reilly Media encerra o artigo listando o que acredita serem as sete competências
centrais das companhias Web 2.0:

1. Serviços e não software empacotado, com “escalabilidade” de custo eficiente.


2. Controle sobre fontes de dados únicas e difíceis de serem criadas e que ficam mais ricas
quanto mais as pessoas as utilizarem.
3. Confiança nos usuários como co-desenvolvedores.
4. Agregação de inteligência coletiva.
5.Estimular a cauda longa através de auto-serviço para o cliente
6.Software para mais de um dispositivo
7. Interfaces de usuário, modelos de desenvolvimento e modelos de negócios leves

E conclui: “Da próxima vez que uma companhia reivindicar ser “Web 2.0”, compare suas
características com a lista. Quanto mais pontos fizer, mais fará jus ao nome. Lembre-se, no
entanto, que excelência em uma área pode contar mais do que alguns pequenos passos em todas
as sete”, finaliza.

5. Mal Chegamos à Web 2.0 e já se fala em Web.30

Mal começou a discussão da Web 2.0, já se fala em Web 3.0, que seria a organização e o uso de
maneira mais inteligente de todo o conhecimento já disponível na Internet.
Estudiosos a identificam como uma rede em que os computadores entendem de semântica (o
sentido das palavras). As máquinas compreenderiam o significado das palavras que utilizamos na
rede e fariam associações de idéias a partir delas. Mesmo que não se saiba digitar exatamente o
que se quer em um site de busca ou de compras on-line, os computadores daquele serviço
interpretariam seus pedidos e levariam você até os sites ou produtos que realmente lhe
interessam.

Embora a tecnologia ainda se encontre na fase de pesquisa, suas possibilidades comerciais são
infinitas. E as empresas estão atentas a isso. Os primeiros passos nessa direção já foram dados
por sites como a livraria on-line Amazon. Se você compra regularmente na Amazon, os
computadores do site interpretam suas preferências e arriscam palpites sobre livros que você
gostaria de ler.

Pesquisa divulgada pela Weber Shandwick, uma unidade da Interpublic Group, uma das maiores
empresas de publicidade e marketing do mundo, mostra que 86% dos 104 executivos das maiores
empresas americanas ouvidos acreditam que as inovações motivadas pela Web 3.0 serão o setor
que mais ganhará atenção nos próximos anos.

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