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DE SÃO PAULO
IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DO BRASIL
São Paulo
2011
2
Trabalho apresentado em
cumprimento às exigências da
disciplina de Teologia do Antigo
Testamento I da Faculdade de
Teologia de São Paulo, ministrada
pelo Prof. Marcos Paulo Monteiro da
Cruz Bailão.
São Paulo
20 11
3
Índice
Introdução.................................................................................................................. 4
A lei da comunidade..................................................................................... 12
Conclusão
Bibliografia
4
Introdução
A história do Êxodo nos remete ao período no qual Deus por meio de Moises,
ouve o clamor do povo e os chama à liberdade. O povo que vivia no Egito sob o
domínio de faraó, tem diante de tal ato de Deus a possibilidade do vislumbre de uma
nova vida.
Para John F. Craghan 1 , o livro de Êxodo, revela não apenas o Deus que
liberta, mas também identifica um povo que é formado e tem a sua identidade a
partir deste evento salvífico e relacional com o seu Deus.
Portanto este evento, nos revela a identidade de Israel, sendo que esta
identidade é resgatada e preservada sempre em novas circunstâncias, por exemplo,
quando o segundo Isaias relata a volta da Babilônia a Jerusalém, ele compara este
evento como sendo um segundo Êxodo, assim vamos encontrar novas releituras do
evento do Êxodo em outras situações vivenciadas pelo povo, estas situações que se
apresentam diante do povo, não faz com que eles olhem para o relato de Êxodo, e
vivam na expectativa de um novo milagre, mas insere nas mentes e corações o
desejo e responsabilidade para que a libertação, seja do que for, se torne realidade
na história.
1
Craghan, 1999, p. 91.
5
No entanto o decálogo não pode ser entendido como infalível manual da ética
vétero- testamentária, pois diante das novas situações vivenciadas pelo povo, surge
também a necessidade de complementar ou até mesmo criar novas leis. O povo
olha para o acontecimento do passado e o resignifica para o presente, assim a
historia se repete para aquele que se insere na aliança, estabelecida no Sinai
complementando-a.
2
CRÜSEMANN, Frank. Preservação da liberdade. O Decálogo numa perspectiva Histórico –
Social,São Leopoldo: Sinodal, 1995.
3
Mesters, 1996, p. 113.
4
Briend, 1985, p. 45.
6
Mesters aponta para evidências internas ao texto, que nos revelam o seu
lugar geográfico; o povo cultivava a terra, semeavam, faziam colheitas e produziam
o trigo, isso evidência o ambiente de agricultura em que o povo estava inserido. Eles
criavam ovelhas e tinham o boi como um dos principais animais para o trabalho na
lavoura (Ex. 22;5-23;10,11,16).
Como já dito, o boi era a grande novidade, que ao mesmo tempo era a
solução e causa de vários problemas, sobretudo o boi bravo (Ex. 21,28-32).
Apesar de não estar implícito quem escreveu e nem mesmo quem recebeu é
certo que o código tem uma razão de ser, não se faz lei sem motivo, considera
Mesters7.
5
Mesters, 1996, p. 109.
6
Schwantes, 2008, p. 107.
7
Mesters, 1996, p. 115.
8
É neste contexto que surge o povo que liderado por Moises fugiram do Egito e
chegaram à Palestina. Este povo, por experiência própria, era contrário ao sistema
dos reis, sistema que eles muito bem conheceram no Egito.
Eles eram, portanto um grupo, cujo único rei era Javé, e defendiam o ideal
igualitário, onde não haveria empobrecimento, acumulo de bens, exploração e
trabalho escravo.
As leis do Código da Aliança eram impostas a todos que movidos pelos ideais
que o povo de Israel trazia consigo, aderiam e passavam a servir ao Deus Javé.
Portanto a aplicabilidade da lei ao povo visava o enfraquecimento do sistema do rei.
É claro que para muitos dos povos que ali viviam continuar na vida escrava imposta
pelos reis era mais cômodo, para outros o poderio dos reis era tido como vontade
dos deuses e outros ainda, aceitavam o sistema, pois não se viam prejudicados por
ele. Nisto, percebe-se que o sistema estava na cabeça de muitos dentre os povos de
forma aceitável, mas para aqueles que estavam inconformados, as leis do Código da
Aliança era aplicável.
9
Para George V. Pixley8, o código da aliança surge como uma lei do povo que
tem como objetivo a justiça popular de uma sociedade sem classes, e apesar da
narrativa afirmar tal aliança como lei de Deus percebe-se que o conteúdo da lei
apresenta-se como lei tradicional e popular.
Estas leis são diferentes das que hoje temos no nosso sistema jurídico, mas
surgem a partir de uma tradição legal que tem por objetivo resolver de forma
ordenada os conflitos que surgem na vida social. As leis implícitas no código da
aliança, são normas tradicionais que o povo recebe das gerações anteriores e
repassam para os seus filhos e todos, seja no presente ou futuro, irão, ao receber a
lei, modificá-la de acordo com as circunstâncias, então o código da aliança refere-se
à recopilação da sabedoria legal do povo, uma vez que este não tem governo que
lhes imponha suas leis.
8
Pixley, 1987, p.186.
9
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005,
S. Êx 21:7
10
WOLFF, Hans Walter. Bíblia: Antigo Testamento. São Paulo: Edições Paulinas, 1978.
11
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005,
S. Êx 22:20
10
Ainda existem as leis, que são apresentadas como proibições, estas leis são
formuladas na segunda pessoa do singular: “não oprimirás” e sua temática é em
geral religiosa sendo dirigidas ao israelita de forma individual.
Pois bem, seja qual for o tipo, as leis, tem o propósito de combater o sistema
do rei, que conduz à casa da servidão, não pretendemos tratar exaustivamente cada
lei contida no Código da aliança, mas iremos abordar pelo menos três delas, para
compreendermos a relação entre o cumprimento de tais leis e o enfraquecimento do
sistema que oprimia os povos.
“22
Então, disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de
Israel: Vistes que dos céus eu vos falei. 23 Não fareis deuses de prata
ao lado de mim, nem deuses de ouro fareis para vós outros. 24 Um altar
de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, as tuas
ofertas pacíficas, as tuas ovelhas e os teus bois; em todo lugar onde eu
fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei. 25 Se
me levantares um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas;
26
pois, se sobre ele manejares a tua ferramenta, profaná-lo-ás. Nem
subirás por degrau ao meu altar, para que a tua nudez não seja ali
exposta.”12
Esta lei tem como objetivo despertar a memória do povo e tentar resgatar
suas antigas tradições, como por exemplo, Jacó ao erigir uma pedra como altar a
Deus em Betel, ou Gideão que erigiu um altar quando Javé lhe apareceu. Ainda a
proibição de se trabalhar as pedras do altar, implica no costume das religiões
populares e nos santuários cananeus, que tinham suas pedras talhadas.
A religião dos deuses de Canaã, era aliada do sistema do rei, estes eram
considerados filhos destes deuses, assim o povo os veneravam com os altares
talhados em lugares altos, e eles, os reis, legitimavam seu poder, ao convidar o povo
para celebrar em ritos alegres, em vez de duras exigências como propõe Javé.
12
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005, S.
Êx 20:26
11
“1 2
São estes os estatutos que lhes proporás: Se
comprares um escravo hebreu, seis anos servirá; mas, ao
sétimo, sairá forro, de graça.”13
Está lei diz respeito à luta do povo que no sistema tribal, contra o poder do
estado e o sistema do rei. Aquele que inflige tal mandamento é digno de morte, pois
este está implicitamente ligado à sobrevivência do povo e do sistema tribal, onde a
família e os clãs, serviam apenas a Javé.
13
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005, S.
Êx 21:2
14
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005, S.
Êx 21:17
12
A lei da comunidade
Como já dito, a lei da comunidade, que fora por muitos anos, transmitida na
oralidade, ganhou corpo, sendo escrita e utilizada como ferramenta de resistência ao
sistema opressor. Esta ferramenta não ficou apenas no período pré-estatal, mas foi
utilizada em períodos posteriores como vimos na reforma de Josias e durante o pós-
exílio.
A casa da servidão
Conclusão
15
Mesters, 1996, p. 118.
14
Bibliografia
WOLFF, Hans Walter. Bíblia: Antigo Testamento. São Paulo: Edições Paulinas,
1978.
MESTERS, Carlos. O livro da Aliança na vida do povo de Deus. São Paulo: Edições
Paulinas, 1986.