Вы находитесь на странице: 1из 14

FACULDADE DE TEOLOGIA

DE SÃO PAULO
IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DO BRASIL

VARDILEI RIBEIRO DA SILVA

CÓDIGO DA ALIANÇA: A LEI DA COMUNIDADE


CONTRA A CASA DA SERVIDÃO

São Paulo
2011
2

VARDILEI RIBEIRO DA SILVA

CÓDIGO DA ALIANÇA: A LEI DA COMUNIDADE


CONTRA A CASA DA SERVIDÃO

Trabalho apresentado em
cumprimento às exigências da
disciplina de Teologia do Antigo
Testamento I da Faculdade de
Teologia de São Paulo, ministrada
pelo Prof. Marcos Paulo Monteiro da
Cruz Bailão.

São Paulo
20 11
3

Índice

Introdução.................................................................................................................. 4

Contexto histórico do Código da Aliança.................................................... 5

O Código da Aliança na vida do povo.......................................................... 7

A lei com respeito a Javé............................................................................. 10

A lei com respeito ao escravo..................................................................... 11

A lei em relação a instituição da família......................................................11

A lei da comunidade..................................................................................... 12

A casa da servidão .......................................................................................12

Conclusão

Bibliografia
4

Introdução

A história do Êxodo nos remete ao período no qual Deus por meio de Moises,
ouve o clamor do povo e os chama à liberdade. O povo que vivia no Egito sob o
domínio de faraó, tem diante de tal ato de Deus a possibilidade do vislumbre de uma
nova vida.

O Deus que age no Êxodo é totalmente diferente dos deuses conhecidos no


oriente médio e conhecido pelo próprio povo que Javé se dispõe a salvar e formar
como seu povo. O decálogo, na sua introdução expressa com propriedade a ação de
Javé em beneficio do povo, proporcionando a sonhada e tão clamada libertação, “Eu
Sou o Senhor teu Deus, que te fiz sair da terra do Egito, da casa da servidão”
(Ex.20,2).

Para John F. Craghan 1 , o livro de Êxodo, revela não apenas o Deus que
liberta, mas também identifica um povo que é formado e tem a sua identidade a
partir deste evento salvífico e relacional com o seu Deus.

Na conquista da liberdade dá-se inicio um povo, pois a única forma de ser


povo é sendo livre, isso nos mostra a importância da libertação daqueles que viviam
sem identidade.

Portanto este evento, nos revela a identidade de Israel, sendo que esta
identidade é resgatada e preservada sempre em novas circunstâncias, por exemplo,
quando o segundo Isaias relata a volta da Babilônia a Jerusalém, ele compara este
evento como sendo um segundo Êxodo, assim vamos encontrar novas releituras do
evento do Êxodo em outras situações vivenciadas pelo povo, estas situações que se
apresentam diante do povo, não faz com que eles olhem para o relato de Êxodo, e
vivam na expectativa de um novo milagre, mas insere nas mentes e corações o
desejo e responsabilidade para que a libertação, seja do que for, se torne realidade
na história.

1
Craghan, 1999, p. 91.
5

Percebe-se que o decálogo, como bem cita Crüsemann2, se torna para os


seguidores de Moises e povo de Javé, uma norma para que se preserve a liberdade,
evitando que o povo retorne à casa da servidão.

No entanto o decálogo não pode ser entendido como infalível manual da ética
vétero- testamentária, pois diante das novas situações vivenciadas pelo povo, surge
também a necessidade de complementar ou até mesmo criar novas leis. O povo
olha para o acontecimento do passado e o resignifica para o presente, assim a
historia se repete para aquele que se insere na aliança, estabelecida no Sinai
complementando-a.

Nosso enfoque neste trabalho, e, portanto tal complemento, que visa


preservar a identidade e a liberdade do povo de Israel, este complemento se assim
pudermos chamar, é conhecido como o Código da Aliança, e se encontra no livro de
Êxodo 20;22-23,19.

Como surgiu? Sob quais circunstâncias? A quem se destina? E com quais


propósitos o código da aliança é apresentado ao povo? A partir destas perguntas,
vamos procurar compreender os motivos que deram origem ao o código da aliança.

Contexto histórico do Código da Aliança

Numa leitura menos critica ou fundamentalista do livro de Êxodo, vamos


localizar geograficamente o código da aliança na caminhada do povo pelo deserto,
pois as Escrituras, afirmam que o Código da aliança foi entregue a Moises e por
meio dele ao povo.

Tanto para Carlos Mesters 3 , quanto para J. Briend 4 , tal conclusão é


incoerente, pois um olhar critico e a leitura das entrelinhas irão nos revelar um
contexto bem diferente. Para ambos os teólogos, o contexto geográfico do Código
da aliança, é fixado antes da monarquia, mas posterior ao período nômade. Mesters
é mais preciso ao afirmar o surgimento do Código no período dos Juízes, pois o
povo já vivia na Palestina, mas ainda não na monarquia, pelo menos a monarquia
Davídica, estabelecida de forma especifica ao povo de Israel.

2
CRÜSEMANN, Frank. Preservação da liberdade. O Decálogo numa perspectiva Histórico –
Social,São Leopoldo: Sinodal, 1995.
3
Mesters, 1996, p. 113.
4
Briend, 1985, p. 45.
6

Mesters aponta para evidências internas ao texto, que nos revelam o seu
lugar geográfico; o povo cultivava a terra, semeavam, faziam colheitas e produziam
o trigo, isso evidência o ambiente de agricultura em que o povo estava inserido. Eles
criavam ovelhas e tinham o boi como um dos principais animais para o trabalho na
lavoura (Ex. 22;5-23;10,11,16).

Como já dito, o boi era a grande novidade, que ao mesmo tempo era a
solução e causa de vários problemas, sobretudo o boi bravo (Ex. 21,28-32).

Eles também conservavam costumes de vida pacata e familiar, a convivência


era de uma grande família, por exemplo, (Ex. 22, 7,10,14,25) nos mostra uma
relação familiar entre os vizinhos, que emprestavam objetos, animais e dinheiro ao
seu próximo, tudo isso nos revela o ambiente tribal e pré – estatal, onde se origina o
Código da Aliança.

Outro fato importante são os conflitos próprios da vida em comunidade, onde


numa sociedade sem Estado, sem rei, a figura do ancião é respeitada e admirada
por todos, este era também responsável pela transmissão do Código ao povo.

Portanto, ao se atestar que o Código da aliança foi entregue por Moises, a


intenção foi afirmar que tal Código é a palavra de Deus, e expressão fiel do
pensamento de Moises, aqueles que tiveram o primeiro contato com o Código, não
tinham a preocupação que é comum a muitos hoje, que é a questão da
autenticidade da autoria, eles estavam muito mais preocupados com a autenticidade
da autoridade que a mensagem do Código trazia como lei para preservar a
liberdade.

O que acontece, e que o Código da Aliança estabelece um movimento


dialético com o acontecimento do Êxodo, onde o povo volta ao tempo de Moises,
mas ao mesmo tempo traz Moises para o tempo atual.

A transmissão do Código da Aliança, foi realizada por muito tempo, através da


oralidade, pois o Código, representava uma lei legal repassada entre as gerações,
dos clãs e das famílias que compunham o povo que atendeu à aliança de Javé.

Cabe ressaltar, que o Código da Aliança, como temos hoje no Êxodo, é um


acréscimo posterior, possivelmente tendo sua redação final no século VII a.c,
7

segundo Mesters5, no mesmo período da formação da tradição deuteronomista e da


reforma de Josias no Templo de Jerusalém e a sua inclusão como parte do Êxodo,
mais tarde no pós – exílio.

O livro de deuteronômio cita apenas o decálogo, o que implica que o Código


da Aliança foi inserido no Pentateuco posteriormente ao livro de deuteronômio, isso
porém, não quer dizer que tais Códigos não existiam antes, pois o próprio
deuteronômio se inspira largamente nos Códigos da Aliança.

Para Milton Schwantes6, o Código da aliança, faz parte da perícope sinaítica,


e surgiu em um âmbito de culto, ele não descarta a possibilidade de que em parte,
estes códigos tenham sidos escritos nos santuários, ainda no período pré-estatal.

O Código da Aliança na vida do povo

O sistema que predominava na Palestina, era o dos reis de Canaã, eles


cobravam tributos, aos agricultores e devido às altas taxas, tais agricultores se viam
cada vez mais num estado de escravidão permanente.

Os agricultores que possuíam bois produziam mais, e com isso aumentava a


diferença entre eles e os demais agricultores, ou seja, uns iam se enriquecendo e
outros, cada vez mais pobres iam ficando. Era justamente a pobreza dos
agricultores que fortalecia o sistema dos reis, que passavam a explorar os
camponeses.

Para Carlos Mesters, o código da aliança é um conjunto de leis muito antigas


sem datas e assinaturas, que oferece aos receptores, um modelo de como devem
realizar os ideais dos dez mandamentos.

Apesar de não estar implícito quem escreveu e nem mesmo quem recebeu é
certo que o código tem uma razão de ser, não se faz lei sem motivo, considera
Mesters7.

5
Mesters, 1996, p. 109.
6
Schwantes, 2008, p. 107.
7
Mesters, 1996, p. 115.
8

É neste contexto que surge o povo que liderado por Moises fugiram do Egito e
chegaram à Palestina. Este povo, por experiência própria, era contrário ao sistema
dos reis, sistema que eles muito bem conheceram no Egito.

Eles eram, portanto um grupo, cujo único rei era Javé, e defendiam o ideal
igualitário, onde não haveria empobrecimento, acumulo de bens, exploração e
trabalho escravo.

Como já foi dito o povo a quem se destina o código da aliança, remete ao


período pré-estatal dos juízes, onde em meio à monarquia dos povos vizinhos, um
povo que tem como rei o Deus Javé, traz uma nova proposta, onde o igualitarismo é
defendido, e cria uma tensão com a monarquia vigente, que usa do boi, do escravo
e da religião para legitimar o poder.

Muitos dos que viviam na região aderiram ao movimento e se juntaram ao


povo de Deus, que fora trazido por Moises, o que causava, mais ainda a tensão
entre os reis e os povos de Javé, percebe-se exatamente nesta fase que os Dez
Mandamentos são relidos no Código da Aliança de acordo com a realidade que está
patente.

Tanto o povo que veio do Egito, quanto os agricultores explorados formaram


um único grupo e através do Código da Aliança buscavam preservar a liberdade,
fugindo da casa da servidão imposta novamente pelos reis de Canaã e caminhando
rumo à terra prometida.

As leis do Código da Aliança eram impostas a todos que movidos pelos ideais
que o povo de Israel trazia consigo, aderiam e passavam a servir ao Deus Javé.
Portanto a aplicabilidade da lei ao povo visava o enfraquecimento do sistema do rei.
É claro que para muitos dos povos que ali viviam continuar na vida escrava imposta
pelos reis era mais cômodo, para outros o poderio dos reis era tido como vontade
dos deuses e outros ainda, aceitavam o sistema, pois não se viam prejudicados por
ele. Nisto, percebe-se que o sistema estava na cabeça de muitos dentre os povos de
forma aceitável, mas para aqueles que estavam inconformados, as leis do Código da
Aliança era aplicável.
9

Para George V. Pixley8, o código da aliança surge como uma lei do povo que
tem como objetivo a justiça popular de uma sociedade sem classes, e apesar da
narrativa afirmar tal aliança como lei de Deus percebe-se que o conteúdo da lei
apresenta-se como lei tradicional e popular.

Estas leis são diferentes das que hoje temos no nosso sistema jurídico, mas
surgem a partir de uma tradição legal que tem por objetivo resolver de forma
ordenada os conflitos que surgem na vida social. As leis implícitas no código da
aliança, são normas tradicionais que o povo recebe das gerações anteriores e
repassam para os seus filhos e todos, seja no presente ou futuro, irão, ao receber a
lei, modificá-la de acordo com as circunstâncias, então o código da aliança refere-se
à recopilação da sabedoria legal do povo, uma vez que este não tem governo que
lhes imponha suas leis.

Pixley, distingue as leis em três tipos principais:

As leis casuísticas, que são introduzidas pelo condicional, “se”, “7 Se um


homem vender sua filha para ser escrava, esta não lhe sairá como saem os
escravos.” 9 estas lei encontram paralelos, do ponto de vista da forma como leis
mesopotâmicas. Concordando com Pixley, H.W. Wolff10, afirma que a forma de tais
leis, pode ser encontrada nas práticas legais dos cananeus e no Código Hamurábi.

Outras leis utilizam o particípio em hebraico, que serve ao mesmo tempo de


sujeito e verbo, a negligência destas leis, sempre culminam com a pena de morte, “20
Quem sacrificar aos deuses e não somente ao SENHOR será destruído.” 11 Devido
sua forma categórica, estas leis apontam para uma autoridade legal dentre o povo
que a editam, a figura do ancião neste caso é a mais adequada, pois eles eram
venerados entre os povos.

8
Pixley, 1987, p.186.
9
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005,
S. Êx 21:7
10
WOLFF, Hans Walter. Bíblia: Antigo Testamento. São Paulo: Edições Paulinas, 1978.
11
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005,
S. Êx 22:20
10

Ainda existem as leis, que são apresentadas como proibições, estas leis são
formuladas na segunda pessoa do singular: “não oprimirás” e sua temática é em
geral religiosa sendo dirigidas ao israelita de forma individual.

Pois bem, seja qual for o tipo, as leis, tem o propósito de combater o sistema
do rei, que conduz à casa da servidão, não pretendemos tratar exaustivamente cada
lei contida no Código da aliança, mas iremos abordar pelo menos três delas, para
compreendermos a relação entre o cumprimento de tais leis e o enfraquecimento do
sistema que oprimia os povos.

A lei em relação a Javé

“22
Então, disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de
Israel: Vistes que dos céus eu vos falei. 23 Não fareis deuses de prata
ao lado de mim, nem deuses de ouro fareis para vós outros. 24 Um altar
de terra me farás e sobre ele sacrificarás os teus holocaustos, as tuas
ofertas pacíficas, as tuas ovelhas e os teus bois; em todo lugar onde eu
fizer celebrar a memória do meu nome, virei a ti e te abençoarei. 25 Se
me levantares um altar de pedras, não o farás de pedras lavradas;
26
pois, se sobre ele manejares a tua ferramenta, profaná-lo-ás. Nem
subirás por degrau ao meu altar, para que a tua nudez não seja ali
exposta.”12

Esta lei tem como objetivo despertar a memória do povo e tentar resgatar
suas antigas tradições, como por exemplo, Jacó ao erigir uma pedra como altar a
Deus em Betel, ou Gideão que erigiu um altar quando Javé lhe apareceu. Ainda a
proibição de se trabalhar as pedras do altar, implica no costume das religiões
populares e nos santuários cananeus, que tinham suas pedras talhadas.

A religião dos deuses de Canaã, era aliada do sistema do rei, estes eram
considerados filhos destes deuses, assim o povo os veneravam com os altares
talhados em lugares altos, e eles, os reis, legitimavam seu poder, ao convidar o povo
para celebrar em ritos alegres, em vez de duras exigências como propõe Javé.
12
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005, S.
Êx 20:26
11

A lei em relação ao escravo

“1 2
São estes os estatutos que lhes proporás: Se
comprares um escravo hebreu, seis anos servirá; mas, ao
sétimo, sairá forro, de graça.”13

Os escravos depois do período estabelecido de seis anos podem sair livres, e


somar-se ao povo na luta contra o sistema dos reis, que viam na escravatura um
direito perpétuo. A escravidão entre o povo de Israel se dava principalmente por
causa das dividas, que deveriam ser perdoadas no sétimo ano, conhecido como ano
jubileu, no entanto mais piedoso que os próprios Israelitas, era o Código Hamurabi,
que estabelecia três anos, para o serviço escravo babilônico.
De qualquer forma, a aplicação desta lei também alertava aos seus
receptores, que a forma de tratamento entre o povo de Israel não deveria
corresponder ao sistema dos reis, que visava à opressão do necessitado, mesmo
que este por vezes não se dava conta, diante da alienação.

A lei em relação a instituição da família

“15 Quem ferir seu pai ou sua mãe será morto. 16 O


que raptar alguém e o vender, ou for achado na sua mão,
será morto. 17 Quem amaldiçoar seu pai ou sua mãe será
morto.”14

Está lei diz respeito à luta do povo que no sistema tribal, contra o poder do
estado e o sistema do rei. Aquele que inflige tal mandamento é digno de morte, pois
este está implicitamente ligado à sobrevivência do povo e do sistema tribal, onde a
família e os clãs, serviam apenas a Javé.

13
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005, S.
Êx 21:2
14
Sociedade Bíblica do Brasil: Almeida Revista E Atualizada. Sociedade Bíblica do Brasil, 1993; 2005, S.
Êx 21:17
12

A lei da comunidade

A lei da comunidade é formulada a partir do pressuposto de que Deus está ao


lado daquele que é oprimido pelo sistema opressor. O povo que adentrou a palestina
com a promessa que a terra seria deles, promessa feita por Javé no deserto, não
admitia a hipótese de serem tornados escravos novamente. Tal inadmissão,
ganhava força, à medida que o povo vislumbrava as promessas cumpridas por Deus
durante a historia. Mesters, afirma que o código da aliança se tornara um roteiro
litúrgico para o povo, que era usado nas celebrações de renovação da aliança.

Como já dito, a lei da comunidade, que fora por muitos anos, transmitida na
oralidade, ganhou corpo, sendo escrita e utilizada como ferramenta de resistência ao
sistema opressor. Esta ferramenta não ficou apenas no período pré-estatal, mas foi
utilizada em períodos posteriores como vimos na reforma de Josias e durante o pós-
exílio.

A casa da servidão

No conceito primitivo, “casa da servidão” refere-se ao ambiente que o povo


hebreu viveu no Egito. Sob as ordens de faraó o povo era obrigado ao trabalho
escravo para sustentar o sistema opressor, eles tinham terra, tinham comida, mas
não eram povo, pois como afirmamos no inicio, só se pode ser povo, quando se é
livre, fora disso vive-se na servidão.

A casa da servidão existia também no período dos Juízes, a casa da


servidão, existia no período monárquico de Israel, principalmente quando olhamos
para o governo Salomônico, que chegou a dividir o país em doze regiões para
sustentar a corte durante os meses do ano, ou pelo trabalho forçado denominado de
corvéia.

Conclusão

O código da aliança, bem como todo o livro de Êxodo, impõe ao ouvinte e


leitor uma tomada de decisão, de que lado você esta? Nos pergunta o código! Javé
ou o sistema do rei?
13

O sistema do rei detém o controle econômico, político e ideológico do país, o


povo muitas das vezes, vive alienado achando que vive num ambiente, onde todos
usufruem do mesmo direito, isso era perceptível tanto no Egito quanto em Canaã,
muitos dentro os povos eram subservientes para com o sistema, porém outros
conseguiam perceber o direito à liberdade, e lutavam de forma incansável.

Que tipo de “casa da servidão” vivemos hoje no contexto da America Latina e


especialmente no Brasil? Nos deparamos com varias formas de injustiça social,
podemos olhar para as favelas brasileiras e perguntar, onde esta o direito a moradia,
saúde, estudo com qualidade, alimentação digna?

A “casa da servidão” se faz presente no discurso político que promete, mas


que na verdade aliena o povo com o fornecimento de cestas básicas e vários
programas que mais humilha do que restaura a dignidade da pessoa humana.

Podemos ate mesmo encontrar a “casa da servidão” nas instituições


religiosas, que apregoam um deus, que não toma partido no sofrimento do povo,
mas que somente promete uma vida melhor no celeste porvir, este deus impassível
é imitado por aqueles que na instituição alcançam certo status, e passam a ver o
semelhante com a mesma impassibilidade, não participando do seu sofrimento.

Enfim, diante de vários modelos de “casa da servidão” que poderíamos citar,


torna-se necessário a “lei da comunidade”, talvez, não apenas da forma contida no
Código da Aliança, pois como afirma Mesters 15 , ele não responde tudo, mas no
espírito do Código, que visa à preservação da liberdade, que visa a felicidade e que
visa a constituição de um povo cujo reino e adoração pertence a Deus.

15
Mesters, 1996, p. 118.
14

Bibliografia

BALACIN, Euclides M. STORNIOLO, Ivo.Como ler o livro de ÊXODO: O caminho


para a liberdade. São Paulo: Edições Paulinas, 1990.

BRIEND, J. Uma leitura do Pentateuco. São Paulo: Paulus, 1985.

CRAGHAN, John. Comentário Bíblico: Êxodo. São Paulo: Edições Loyola,1999.

CRÜSEMANN, Frank. Preservação da liberdade. O Decálogo numa perspectiva


Histórico – Social,São Leopoldo: Sinodal, 1995.

WOLFF, Hans Walter. Bíblia: Antigo Testamento. São Paulo: Edições Paulinas,
1978.

MESTERS, Carlos. O livro da Aliança na vida do povo de Deus. São Paulo: Edições
Paulinas, 1986.

PIXLEY, George V. ÊXODO: Grande comentário Bíblico. São Paulo: Edições


Paulinas, 1987.

SCHWANTES, Milton. Historia de Israel: Local e origens. São Leopoldo: OIKOS,


2008.

Вам также может понравиться