Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
1
OMAR ABDEL AZIZ
Governador do Amazonas
JOÃO TALOCCHI
Coordenadora do Centro Estadual de Mudanças Climáticas – CECLIMA
ALEXSANDRA BIANCHINI
Secretário Executivo Adjunto de Gestão Ambiental - SEAGA
LINO CHÍXARO
Presidente da Companhia do Gás do Amazonas – CIGÁS
2
Secretaria de Estado de Meio Ambiente Desenvolvimento Sustentável do
Amazonas - SDS
Unidade Gestora do Centro Estadual de Mudanças Climáticas e do Centro
Estadual de Unidades de Conservação
Centro Estadual de Unidades de Conservação do Amazonas - CEUC
Realização:
Apoio:
Dezembro/2011
3
FICHA TÉCNICA DA ELABORAÇÃO DO PLANO DE GESTÃO DA APA CAVERNA
MAROAGA
Supervisão Geral
Domingos Macedo
Coordenação Geral
Enrique Salazar (CEUC/DPV)
Márcia Lederman (GIZ)
Organização e Redação
Enrique Salazar (CEUC/DPV)
Roberto Franklin (CEUC/DPT)
José Luis Camargo (Coordenador Científico PDBFF/ALFA)
Noella Markstein (Consultor – ALFA)
João Rodrigo Leitão dos Reis (Consultor – ALFA)
Produção de mapas
Hérica Igreja (CEUC/LABGEO)
Bruno Matta (CEUC/LABGEO)
Caracterização socioeconômica
José Fernandes Barros (UFAM)
Andréia Vasconcelos Carvalho (UFAM) - Estagiária
Colaboração Técnica: Artemísia Souza do Vale (IPAAM); Milvânia Maria Vieira de Oliveira
(SEMMA/PF); Germairie Fernandes Evangelista (ITEAM); João Rodrigo L. dos Reis (SDS);
Silvana Keyla B. Lobato (AMAZONASTUR)
Outros Colaboradores
6
Siglas
7
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................................................... 13
1.1 Aspectos Legais.................................................................................................................................................... 15
2. Histórico de Planejamento.................................................................................................................................... 16
3. Contexto Atual do Sistema de Unidades de Conservação no Amazonas.................................................. 18
4. Informações Gerais................................................................................................................................................. 26
4.1. Ficha técnica da unidade de conservação....................................................................................................... 26
4.2. Localização e acesso à unidade de conservação............................................................................................ 28
4.2.1 Unidades de conservação municipais, estaduais e federais...................................................................... 28
4.3. Histórico de criação e antecedentes legais..................................................................................................... 32
4.4. Origem do nome.................................................................................................................................................. 35
4.5. Situação fundiária................................................................................................................................................ 36
4.5.1. Histórico............................................................................................................................................................. 38
5. Caracterização dos Fatores Abióticos ................................................................................................................ 41
5.1. Clima....................................................................................................................................................................... 42
5.2. Aspectos geológicos............................................................................................................................................ 43
5.3 Geomorfologia....................................................................................................................................................... 48
5.4 Solos e relevo......................................................................................................................................................... 54
5.5. Hidrografia............................................................................................................................................................ 61
6. Caracterização dos Fatores Bióticos................................................................................................................... 64
6.1 Caracterização da vegetação.............................................................................................................................. 65
6.1.1 Floresta Ombrófila Densa Aluvial Dossel Emergente e Dossel Uniforme......................................... 67
6.1.2 Floresta Ombrófila Densa Terras Baixas Dossel Emergente................................................................ 67
6.1.3 Floresta Ombrófila Densa Sub-Montana Dossel Emergente................................................................. 67
6.2. Caracterização da fauna...................................................................................................................................... 72
6.2.1 Espécies relevantes, ameaçadas e status de conservação......................................................................... 76
6.2.2 Espécie de relevante importância para o turismo: galo da serra............................................................ 77
7. Caracterização Socio-Econômica da População............................................................................................... 82
7.1 O município de Presidente Figueiredo............................................................................................................ 83
7.1.1 O Distrito de Balbina........................................................................................................................................ 84
7.1.1.1 A UHE de Balbina......................................................................................................................................... 84
7.1.2 A Vila do Pitinga............................................................................................................................................... 84
7.1.3 A Sede do Município......................................................................................................................................... 85
7.1.4 As Comunidades................................................................................................................................................ 85
7.1.5 As Unidades de Conservação.......................................................................................................................... 86
7.2 Histórico de Ocupação......................................................................................................................................... 86
7.3 Caracterização Sócio-econômica do município de Presidente Figueiredo.............................................. 88
7.3.1 Sistema rodoviário............................................................................................................................................. 88
7.3.2 Educação............................................................................................................................................................... 88
7.3.3 Saúde..................................................................................................................................................................... 89
7.3.4 Coleta e destinação de resíduos - O Lixão da APA Caverna do Maroaga............................................ 89
7.3.5 Comunicação....................................................................................................................................................... 91
7.3.6 Energia elétrica................................................................................................................................................... 91
7.3.7 Abastecimento de água.................................................................................................................................... 91
7.3.8 Segurança.............................................................................................................................................................. 91
7.3.9 Cultura, Lazer, Esportes.................................................................................................................................... 91
7.3.10 Arqueologia........................................................................................................................................................ 92
7.3.11 Religião................................................................................................................................................................ 93
7.3.12 Economia............................................................................................................................................................. 93
7.4 Impactos Ambientais no município de Presidente Figueiredo.................................................................... 99
7.5 Aspectos Socioeconômicos das Comunidades Rurais e Núcleos Urbanos Dispersos inseridos na
APA Caverna do Maroaga...................................................................................................................................... 101
8
7.6 Formas de uso dos recursos naturais da APA Caverna do Maroaga.................................................... 107
7.6.1 Agricultura....................................................................................................................................................... 107
7.6.2 Pecuária............................................................................................................................................................. 111
7.6.3 Pesca.................................................................................................................................................................. 111
7.6.4 Turismo............................................................................................................................................................ 111
7.6.4.1Acessibilidade................................................................................................................................................ 114
7.6.4.2 Situação fundiária........................................................................................................................................ 114
7.6.4.3 Infraestrutura e Gestão............................................................................................................................. 116
7.6.4.4 Caracterização Biofísica............................................................................................................................. 116
7.6.4.5 Impactos ambientais................................................................................................................................... 116
7.6.4.6 O turismo na caverna Refúgio do Maroaga.......................................................................................... 117
8. Aspectos Institucionais....................................................................................................................................... 123
8.1 Estrutura organizacional.................................................................................................................................. 124
9. Análise Estratégica ........................................................................................................................................... 128
10. Declaração de Significância.............................................................................................................................. 131
Referências Bibliográficas.................................................................................................................................. 133
9
ILUSTRAÇÕES
10
Figura 36 Mapa de modelo de distribuição potencial de Rupicola rupicola p/a América do sul........... 79
Figura 37 Mapa de áreas prioritárias para conservação do galo-da-serra na APA................................. 81
Figura 38 Mapa do estado do Amazonas com destaque para a localização do município...................... 83
Figura 39 Mapa dos assentamentos rurais no município de Presidente Figueiredo............................... 86
Figura 40 Localização dentro da APA e aspecto do depósito de lixo municipal...................................... 90
Figura 41 Artefatos indígenas encontrados em sítios arqueológicos na bacia do rio Uatumã............. 92
Figura 42 Mapa da localização dos principais geoparques propostos pelo CPRM no AM................... 96
Figura 43 Mapa da localização dos empreendimentos licenciados pelo IPAAM..................................... 97
Figura 44 Mapa do desmatamento acumulado na APA Caverna do Maroaga de 1997 a 2008.......... 100
Figura 45 Impactos ambientais no município de Presidente Figueiredo................................................. 101
Figura 46 A) Placa identificativa da comunidade Cristã B) Vista da Rodovia AM 240....................... 102
Figura 47 Aspecto de moradia em uma comunidade da APA Caverna do Maroaga............................ 103
Figura 48 Saneamento nas comunidades inseridas na APA Caverna do Maroaga............................... 103
Figura 49 Atividades econômicas desenvolvidas nas comunidades inseridas na APA........................ 108
Figura 50 Mapas dos atrativos naturais mapeados na APA Caverna do Maroaga.............................. 112
Figura 51 Gráfico da porcentagem de atrativos situados em diferentes domínios de terra............... 115
Figura 52 Mapa da localização fundiária dos atrativos naturais da APA Caverna do Maroaga....... 115
Figura 53 Gráfico da porcent. de diferentes impactos ambientais encontrados nos atrativos........... 117
Figura 54 Mapa da área proposta para criação de Parque no entorno da caverna Maroaga.............. 119
Figura 55 Caverna Refúgio do Maroaga......................................................................................................... 120
Figura 56 Sistema Maroaga............................................................................................................................... 121
Figura 57 Mapa da situação fundiária da caverna do Maroaga e da área proposta............................... 122
Figura 58 A gestão de uma unidade de conservação..................................................................................... 125
Figura 59 Organograma da Secretaria de estado do meio Ambiente....................................................... 126
Figura 60 Os departamentos ligados ao CEUC e os macroprocessos de gestão.................................... 127
11
QUADROS
12
1. INTRODUÇÃO
13
A Área de Proteção Ambiental (APA) de Presidente Figueiredo Caverna do Maroaga
é uma Unidade de Conservação (UC) estadual do Amazonas. A UC foi criada pelo Decreto
Estadual nº. 12.836 de 09 de março de 1990 com o objetivo de destacar áreas do patrimônio
estadual para fins de conservação do meio ambiente. A área era de aproximadamente
256.200,00 ha. sendo ampliada pelo Decreto Estadual nº. 16.364 de 07 de dezembro de 1994
para 374.700,00 ha, cerca de 15% da área do município de Presidente Figueiredo.
A UC limita-se, ao norte, com a terra indígena Waimiri Atroari e com o lago da
hidrelétrica de Balbina; a oeste com a BR 174; ao sul com rio Urubu e Igarapé-Açu e a leste
com o rio Uatumã. A rodovia estadual AM 240, que liga a sede do município de Presidente
Figueiredo ao distrito de Balbina atravessa a porção sul da APA, de leste a oeste. Ao longo
dessa rodovia encontramos a grande maioria dos atributos naturais turísticos em uso na UC
como cachoeiras e corredeiras. Pelo fácil acesso, a partir de Manaus e a presença de atributos
naturais únicos, a APA Caverna do Maroaga possui uma forte vocação para atividades de
ecoturismo. O complexo de cavernas de formação arenítica onde se localiza a Caverna
Refúgio do Maruaga, que dá o nome à unidade, é um dos atributos mais relevantes da região.
A espécie da avifauna Rupicola rupicola, conhecida como galo-da-serra, é símbolo do
município de Presidente Figueiredo ocorrendo dentro da UC e sendo muito visada pelo
tráfico de animais silvestres e pela atividade eco turística de birdwatching.
O desmatamento resultante da ocupação desordenada do território, conversão do uso
das terras para sistemas agrícolas e do não cumprimento da legislação ambiental a principal
ameaça e fator mais preocupante sobre a integridade dos recursos naturais dessa UC
Segundo Côrte (2007), as APA a partir de seu conceito geral, são
áreas de uso múltiplo submetidas ao planejamento e à gestão ambiental, controladas através do
zoneamento, fiscalização e educação ambiental. Podem conter outras unidades de conservação mais
restritivas, podem ter uso urbano e propiciam a experimentação de novas técnicas e atitudes que
permitam conciliar o uso da terra e o desenvolvimento regional com a manutenção dos processos
ecológicos essenciais. Essas áreas buscam:
a) conciliar o desenvolvimento de atividades humanas com a conservação dos recursos naturais (objetivo
geral);
b) proteger o solo, subsolo, a cobertura vegetal e a fauna local, promover a melhoria da qualidade dos
recursos hídricos, recuperar áreas degradadas (objetivos específicos).
14
1.1 ASPECTOS LEGAIS
As unidades de conservação são conceituadas pelo SNUC, em seu Art. 2° inciso II,
como sendo
Esta lei regulamentou o Art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal
Brasileira, que dispõe sobre os direitos e deveres relativos ao meio ambiente.
A categoria APA é regulamentada pela Lei n° 6.902 de 27/04/1981, que permite ao
Poder Executivo federal, estadual e municipal declarar determinadas áreas singulares como
de interesse para a proteção ambiental, visando à melhoria da qualidade de vida da
população.
Esta lei foi anteriormente regulamentada pelo Decreto federal nº 88.351 de 01/06/
1983 e pela Resolução CONAMA nº 10, de 14/12/1988. De acordo com esta Resolução em
seu Art. 1º as APA são “unidades de conservação destinadas a proteger e conservar a
qualidade ambiental e os sistemas naturais ali existentes, visando à melhoria da qualidade de
vida da população local e, também, objetivando a proteção dos ecossistemas regionais”.
A principal característica das APAs é o fato de permitir, em seus limites, o exercício
do direito de propriedade obedecendo, entretanto, algumas restrições. (SEUC, 2007). Assim,
respeitados os limites constitucionais, podem ser estabelecidas normas e restrições de uso
das terras e seus recursos de acordo com o PG elaborado para atender aos objetivos de
proteção da unidade. A APA é um local considerado de relevante interesse, do ponto de vista
ambiental, que deve ser manejada de forma sustentável de modo a assegurar o
desenvolvimento de atividades econômicas locais e o bem estar das populações humanas
residentes.
O Decreto Federal nº 99.274, de 6/ 06/1990, veio regulamentar a lei de criação das APA e
dispor sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
área em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos,
bióticos, estéticos ou culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-
estar das populações humanas tendo como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
III- as condições para a visitação pública nas áreas sob domínio público serão
estabelecidas pelo órgão gestor da unidade
IV- nas áreas sob propriedade privada cabe ao proprietário estabelecer as condições
para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e restrições
legais
15
2. HISTÓRICO DE PLANEJAMENTO
16
O planejamento das ações para realização do Plano de Gestão da APA Caverna do
Maroaga ocorre desde 2005 quando foi realizado um diagnóstico sobre o envolvimento e a
participação dos diferentes atores sociais no processo de elaboração do Plano de Gestão da
APA financiado pelo PPG-7, também formado o conselho deliberativo da unidade. De 2005 a
2009, as atividades na unidade se restringiram a ações de fiscalização, reuniões do conselho e
cursos de capacitação para os comunitários residentes.
O processo mais recente relativo à realização do Plano de Gestão da APA Caverna do
Maroaga iniciou-se em 2009 com a firmação de um contrato entre Secretaria de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado (SDS) e a Associação de Levantamento
Florestal do Amazonas (ALFA). O financiamento para elaboração do PG foi obtido através
da Fundação Betty & Gordon Moore mediante acordo entre a SDS, a Fundação Moore e a
Fundação Djalma Batista, para a implementação de doze unidades de conservação estaduais
até 2010. O contrato consta no Termo de Contrato nº 030-09 e o Termo de Referência n°01-
09, objetivando coordenar as atividades para elaboração do Plano de Gestão da APA
Caverna do Maroaga.
A ALFA é uma associação sem fins lucrativos que fornece apoio logístico ao Projeto
Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF) do Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (INPA).
A partir do acordado, a ALFA elaborou o Plano de Trabalho contendo as ações e o
cronograma para a realização das atividades. A equipe de planejamento contou com: um
coordenador, técnicos do Centro Estadual de Unidades de Conservação do Amazonas
(CEUC), técnicos do laboratório de geoprocessamento da SDS para elaboração dos mapas,
um consultor para realização da caracterização turística da unidade, um consultor para a
realização da caracterização socioeconômica além de técnicos vinculados ao PDBFF para
coordenação logística e financeira. Em dezembro de 2009 foi realizada a primeira reunião
entre representantes da SDS e da ALFA para nivelar a s informações e definir o modo de
trabalho conjunto. A partir desse momento, outras reuniões foram realizadas para adequação
de cronograma. Pelo tempo, recursos disponíveis e características singulares da UC, as
saídas de campo se deram visando a caracterização turística e socioeconômica da unidade
ocorrida entre os meses de fevereiro e março.
A caracterização biótica e abiótica foi realizada através de coleta de informações
secundárias disponíveis em diversas instituições e trabalhos científicos. Durante todo o
processo de elaboração do PG, a consultoria contratada trabalhou em conjunto com
CEUC/SDS, para a realização das etapas deste instrumento de gestão.
17
3. CONTEXTO ATUAL DO SISTEMA DE
UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DO AMAZONAS
18
Referimo-nos à Amazônia ora como um bioma ora como uma bacia hidrográfica.
Esta se refere à extensão de um ambiente terrestre drenado por um curso d’água, o rio
Amazonas, e aquele se relacionam a características da vegetação (Townsend, 2006).
O Bioma Amazônia estende-se por nove países da América do Sul, ocupando 25% de
sua superfície. Sua bacia hidrográfica é formada por mais de mil rios e tributários,
concentrando 15% das águas doces superficiais não congeladas do mundo (Meirelles, 2004).
A Bacia Amazônica ocupa cerca de 40% da superfície do território nacional sendo a
maior rede hidrográfica do mundo. Seu principal curso d’água, o rio Amazonas, tem 6.570
km de extensão, nasce em território peruano a 5.000 metros acima do nível do mar
(Miranda, 2007) e deságua no Oceano Atlântico.
Com a Lei n° 1.806 de 1953, a Amazônia brasileira passou a ser designada de
Amazônia Legal incluindo os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima,
Tocantins, parte do Maranhão (oeste do meridiano 44º) e Mato Grosso (norte do paralelo
16º latitude sul). Possui uma área de aproximadamente 500 milhões de ha (5.000.000 km²)
sendo que o estado do Amazonas, o maior do Brasil, possui cerca de 157 milhões de ha
(1.570.000 km²) (IBGE, 2009).
A Amazônia encontra-se relativamente bem preservada, representando uma
oportunidade extraordinária para uma sociedade que, cada vez mais, se conscientiza da
importância da biodiversidade e dos serviços ambientais. É a oportunidade para a
implementação do desenvolvimento conservando as riquezas naturais e culturais que
compõem a fantástica sociobiodiversidade amazônica (MMA, 2007). Hoje, 7,76% da
Amazônia brasileira estão protegidas dentro de unidades de conservação de proteção
integral, principalmente em Parques Nacionais, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas.
Outros 14,39% se encontram dentro de UC de uso sustentável como Reservas Extrativistas
e Florestas Nacionais entre outras categorias de unidades de conservação. Segundo a
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas
(SDS) as APA apresentam pouca representação no Sistema Estadual de Unidades de
Conservação, sendo as RDS as unidades de uso sustentável predominantes no estado.
O governo do Amazonas tem tido papel importante no processo de criação de
unidades de conservação na Amazônia, sendo responsável por mais da metade das unidades
presentes no estado (SDS, 2009).
Atualmente, o SEUC do Amazonas é composto por 41 unidades de conservação
somando um total de 19 milhões de hectares (cerca de 12% da área do estado) (Figura 1)
geridos pela SDS através do Centro Estadual de Unidades de Conservação (CEUC). Desse
total, em torno de 15.400.000 ha estão concentrados dentro de unidades de conservação de
uso sustentável. As unidades de proteção integral, em número de nove, estão distribuídas
em aproximadamente 3.600.000 há. Existem ainda no estado 33 unidades de conservação
federais num total de 23 milhões de ha administradas pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Neste total foram computadas as 13 Reservas
Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) federais presentes no estado que totalizam
cerca de 600 há de área protegida (CEUC, 2010). As unidades de conservação federais
juntamente com as unidades de conservação estaduais (Anexo 1) somam uma área de
aproximadamente 42 milhões de hectares de áreas protegidas, em torno de 27% do território
do estado do Amazonas (Figura 2).
19
12%
15%
UCs estaduais
UCs federais
Área fora de Ucs
73%
Figura 1. Porcentagem da área ocupada por unidades de conservação estaduais e federais no estado do
Amazonas.
Unidades de
Conservação Proteção Integral/n° Uso Sustentável/n°
no estado do
Amazonas
23.159.71
12.181.665 10.978.054
Quadro 1. Números de categorias de unidades de conservação estaduais e federais presentes no estado do
Amazonas (exceto as RPPN). Fonte: SDS, 2010
21
Rio
Negro
Rio Amazonas
Rio Solimões
Figura 2. Mapa das Unidades de Conservação Estaduais e Federais no estado do Amazonas com destaque em vermelho para a APA Caverna do Maroaga. Em azul, a
localização de outras APA do estado.
22
Existem, atualmente, treze RPPN federais presentes no estado, dentre as quais dez
encontram-se no município de Presidente Figueiredo e, dessas, sete inseridas dentro dos
limites da APA Caverna do Maroaga.
Dados indicam que cerca de 20% da Amazônia já foram desmatados. A média anual
de desmatamento é estimada em 1,8 milhões de hectares resultantes, principalmente, da
atividade madeireira e da conversão de florestas em sistemas agropastoris. Ao
desmatamento somam-se, ainda, os impactos resultantes da ação da caça, da pesca e da
poluição advinda das atividades de garimpo e mineração ilegal (CI, 2010).
23
desenvolvimento local, apoiando ações voltadas para a geração de renda nas áreas de
entorno e gestão ambiental participativa (SDS, 2009).
Outro modelo de gestão integrando diversas áreas protegidas é aquele das Reservas
da Biosfera. Em setembro de 2001, foi reconhecida pela UNESCO a Reserva da Biosfera da
Amazônia Central (RBAC) abrangendo uma área de 20 milhões de ha. localizados dentro do
CCA (SDS, 2009).
24
Figura 3. Mapa do Corredor Central da Amazônia com destaque em vermelho para a localização da APA Caverna do Maroaga. Fonte:http://www.conservation.org
25
4. INFORMAÇÕES GERAIS
26
4.1 FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Estado Amazonas
Bioma Amazônia
Ecossistemas Florestas
27
4.2. LOCALIZAÇÃO E ACESSO Á UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
O acesso à APA Caverna do Maroaga é feito por via terrestre e fluvial. Por via
terrestre, pela BR 174 que liga o Amazonas a Roraima no trecho Manaus – Caracaraí – Boa
Vista, continuando até à capital venezuelana Caracas. Saindo de Manaus, por esta rodovia,
até a sede do município de Presidente Figueiredo, percorre-se 107 km. A APA inicia-se no
km 98, no cruzamento da BR 174 com a margem esquerda do rio Urubu. Continuando em
direção norte até o cruzamento da BR 174 com o ponto mais setentrional do lago da
hidrelétrica de Balbina, ou até o rio Santo Antônio do Abonari, chega-se ao limite da
Unidade com a Terra indígena Waimiri-Atroari (Figura 4).
As primeiras tentativas de construção de uma estrada que ligasse o estado do
Amazonas a Roraima iniciaram no ano de 1893 e só foram retomadas em fins de 1969 e início
de 1970.
Outro acesso é feito pela mesma BR virando-se à direita no km 104, na rodovia que
leva à Usina Hidrelétrica (UHE) de Balbina, a AM-240. Esta estrada está totalmente inserida
na porção sul da Unidade cortando a mesma de leste a oeste ligando o município de
Presidente Figueiredo à vila de Balbina.
Chega-se também à UC pelo Lago da UHE de Balbina, pelo rio Uatumã e pelo rio Urubu.
28
Reserva Particular do Patrimônio Natural
A primeira RPPN criada no município de Presidente Figueiredo foi a Reserva
Morada do Sol, em outubro de 1996, com área equivalente a 43,55 ha. Segundo a relação
fornecida pelo ICMBio das 13 RPPN que possuem portarias no Estado, 11 estão localizadas
em Presidente Figueiredo e sete dentro da APA caverna do Maroaga. O somatório das áreas
das 11 RPPN totalizam 519,49 ha, a menor possui 7 ha e a maior 100,01 ha.
29
mineradoras do Grupo Paranapanema junto com uma vasta extensão do território indígena a
ser inundada posteriormente pelo reservatório da UHE Balbina(Baines, 1991).
Seu nome homenageia um dos mais belos e visitados igarapés de água preta que
cortam a cidade de Presidente Figueiredo, o igarapé do Urubuí. Foi criada através do
Decreto Municipal n° 328, de 20 de março de 1997, e sua área representa cerca de 36.600 ha.
Caracteriza-se por apresentar notáveis atributos biológicos, estéticos e culturais.
Foi criado pelo Decreto Municipal nº 100 de 10 de maio de 2002, com área
aproximada de 16 ha, com o objetivo de proteger os locais de reprodução do galo- da-serra
(Rupicola rupicola) e sítios arqueológicos. Encontra-se localizado dentro da APA Caverna do
Maroaga.
Criado pela Lei Municipal n° 099, de 26 de abril de 2002, possui área de 817 há.Está
inserido dentro da APA Caverna do Maroaga e homenageia uma das mais belas cachoeiras
do Município, localizada numa campinarana.
Criada pelo Decreto nº 668 de 11 de maio de 2006, com 8,94 ha está localizada na
área urbana do município de Presidente Figueiredo. A ARIE das Aves tem como objetivo a
proteção dos ecossistemas de banhado e mata de buritizais, bem como das espécies nativas.
É uma área com registro de várias espécies de bromélias, orquídeas e outras plantas
ornamentais. Encontra-se delimitada pelas avenidas Castanheiras, Ajuricaba e pelo igarapé
Urubuí (Figura 5).
30
Figura 5. Mapa das Unidades de Conservação municipais, estaduais e federais na região de localização
da APA Caverna do Maroaga
31
4.3. HISTÓRICO DE CRIAÇÃO E ANTECEDENTES LEGAIS
Com base nas recomendações e diretrizes para o manejo da bacia hidrográfica [do rio Uatumã]
foi elaborado um projeto pelo Consórcio Monasa/Enge-Rio (CMER), empresas responsáveis
pelo projeto da hidrelétrica, com assessoria de técnicos do Departamento de Parques Nacionais
e Reservas Equivalentes, do extinto Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF)
e da Fundação Brasileira para Conservação da Natureza (FBCN), que propunha a criação de
duas Unidades de Conservação na área de influência da UHE Balbina (Angela Pantoja, com.
pess.): uma Área de Proteção Ambiental, na margem direita do reservatório, devido às
alterações antrópicas já existentes; e uma Reserva Biológica na margem esquerda, onde os
ecossistemas encontravam-se em excelente estado de conservação” (ELETRONORTE/CMER,
1987, IBAMA 1997).
32
A REBIO Uatumã protege 940.358 ha de floresta em torno da margem esquerda do
lago de Balbina. Junto com a unidade está incluída, sob regime de preservação permanente
(APP), a vegetação das ilhas criadas pelo represamento do rio Uatumã. (Decreto de criação
da REBIO Uatumã n° 99 277 de 06/06/1990) (Figura 6). Cerca de 80% da área da APA
Caverna do Maroaga (244.883 ha.) está incluída na zona de amortecimento da REBIO
Uatumã desde 1996 quando foi publicado o Plano de Manejo da UC (Figura 7).
REBIO
UATUMÃ
RESERVATÓRI
O
DA UHE
APA CAVERNA
DO MAROAGA
Figura 7. Área da APA Caverna do Maroaga (em amarelo) inserida na Zona de Amortecimento da REBIO
Uatumã (linha em vermelho em volta da REBIO).
33
Apesar do contexto histórico apresentado, a criação da APA pelo governo do estado
do Amazonas esteve ligada à busca de proteção dos atributos geológicos excepcionais, como
a caverna Refúgio do Maruaga que dá nome à unidade diferente do motivo que subsidiou a
criação da REBIO Uatumã, ou seja, a proteção aos ecossistemas presentes na área de
drenagem do rio Uatumã.
A APA Caverna do Maroaga foi criada com a totalidade de sua área de 256.200 ha
inseridos no município de Presidente Figueiredo. Em 1994 houve retificação dos limites e
ampliação da área da unidade de conservação devido a incorreções quanto ao perfil
geográfico na redação de seu decreto de criação. Foi concluído, por meio de estudos e
levantamentos, que houve uma interpretação equivocada, quanto aos limites da unidade. Em
1994 através do Decreto Estadual n° 16. 364 os limites da APA foram retificados e a mesma
passaou a contar com uma área de 374.700ha. Observa-se que os limites originais da unidade
não englobaram a caverna Refúgio do Maroaga localizada ao sul da rodovia AM 240, o que
pode ter sido um dos motivos da retificação dos limites da UC.
A terra Indígena Waimiri-Atroari, localizada ao norte da unidade, encontra-se
separada desta pelo rio Santo Antônio do Abonari que, assim como o rio Taquiri são
afluentes do rio Uatumã. Possui uma extensão de 2.585.000 ha. de área que somada ás áreas
da APA Caverna do Maroaga, da REBIO Uatumã e da RDS do rio Uatumã forma um
cinturão de áreas legalmente protegidas no entorno do reservatório de Balbina.
Tecnicamente a criação da APA foi subsidiada por um relatório preparado em 1990
pelo Dr. Bruce Nelson da Coordenação de Pesquisa em Botânica do Instituto de Pesquisas da
Amazônia (CBPO/INPA) e pelo Dr. William Rodrigues, com edição de Luiz Carlos B.
Molion, assessor do Governador Amazonino Mendes na época (Bruce Nelson, com.pess.). O
referido relatório sugeria a criação de seis parques estaduais, com base em relatórios de
outros pesquisadores e técnicos. Segundo o Dr. Nelson a APA Caverna do Maroaga foi
criada com base em dois argumentos principais: primeiro, a presença de morcegos
cavernícolas, incomuns na Amazônia; e, segundo, a variedade de substratos geológicos ao
longo da extensão norte/sul da APA que, supunha-se, deveria estar associada com uma
variedade similar de tipos de cobertura vegetal e de comunidades vegetais. Quanto aos
morcegos, foi utilizado um relatório de Rogério Gribel preparado antes de 1990. Neste
relatório ele comenta que o número de morcegos pernoitando na Caverna Refúgio do
Maruaga era variável de uma noite para outra, o que indicava a presença de outras cavernas,
ou abrigos, nas proximidades. A APA está estrategicamente localizada para maximizar a
diversidade de substratos dentro de uma área relativamente pequena. “A orientação norte-sul
do maior eixo da unidade incluiu toda a variação de rochas sedimentares marinhas e
continentais do sinclinal paleozóico, mais o embasamento cristalino ao norte. A presunção
era de que a textura, fertilidade e drenagem do solo -- e consequentemente a composição da
flora e da fauna -- estariam variando junto com os substratos geológicos” (Bruce Nelson, com
pess.).
Após a criação da APA Caverna do Maroaga algumas iniciativas foram tomadas
visando implementar a Unidade. Diante do desenvolvimento de atividades predatórias, não
condizentes com a proteção legal instituída na área, foi elaborado, em 1992, através da
Equipe Técnica instituída pela Portaria IMA-AM n° 225/92 o Relatório de Realização de
Estudos e Levantamentos Técnicos relacionados com a APA. Ele identificava os limites
geográficos e retratava a situação da unidade, através da identificação das atividades
predatórias desenvolvidas na área e da depredação dos atributos naturais, com
recomendações para a proteção
34
dos atributos relevantes e para uso racional dos recursos naturais, subsidiando a publicação
da Instrução Normativa n°002/93 do então Instituto de Desenvolvimento
dos Recursos Naturais e Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (IMA). Essa Instrução
Normativa estabeleceu medidas disciplinadoras das atividades desenvolvidas na APA
relacionadas com a agropecuária, cobertura vegetal, turismo, mineração, indústria e
parcelamento do solo constituindo o primeiro instrumento de gestão da unidade. Em 1994, o
Decreto Estadual nº 16.364 que retifica a área e os limites da Unidade foi baseado nesse
mesmo relatório que apontava incorreções quanto à delimitação geográfica da Unidade.
A APA Caverna do Maroaga foi assim denominada por referência ao atributo natural
mais conhecido da área, a caverna Refúgio do Maruaga. (Foto 1).
Segundo consta no Plano de Manejo espeleológico da referida caverna, os guias locais
contam ser o nome uma referência a um índio guerreiro, da tribo Waimiri-Atroari, que teria
utilizado o local como refúgio nas décadas de 1960 e 1970, durante o período de construção
da Rodovia BR 174. “Maruaga”, na língua indígena, seria um título dado aos chefes das
tribos. De acordo com Carvalho (1982) Maruaga seria o nome de um legendário chefe
indígena Waimiri conhecido como tuxaua Maruaga
A caverna está localizada em uma falha geológica e é formada por blocos de rocha
arenítica, que se prolonga no sentido leste-oeste, paralelamente à estrada de acesso à vila de
Balbina. A trilha de acesso está localizada a cerca de 6 km da entrada da rodovia AM 240. A
caverna foi cadastrada na execução dos trabalhos de levantamento espeleológico para a
implantação da Usina Hidrelétrica de Balbina.
35
4.5. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA
De acordo com o Plano Diretor do Município (2006), não existem áreas devolutas
dentro do limite territorial de Presidente Figueiredo.
Constituem-se áreas da União, sob tutela do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA), nove imóveis: Uatumã, Rio Pardo, Pitinga I, Pitinga II, Pitinga III,
Pitinga IV, Pitinga V, Alalaú e Balbina; e três Projetos de Assentamentos (PA): Uatumã,
Canoas e Rio Pardo. O somatório destas áreas é de 1.383.861,29 ha, que representam 55,6%
da área total do Município.
A APA Caverna do Maroaga, com área de 374.700 ha ocupa cerca de 15% do
município de Presidente Figueiredo. O nome do município homenageia João Figueiredo,
presidente da província do Amazonas no tempo do império (Visão Global/Plano Diretor de
Presidente Figueiredo, 2006). De acordo com o CPRM (1998) as origens do município estão
relacionadas ao desmembramento de Novo Airão, Itapiranga, Silves e Urucará. Inserido na
área do Baixo Rio Negro, o município limita-se ao sul com Manaus e foi criado em 10 de
dezembro de 1981, pela Emenda Constitucional n° 12. Os primeiros núcleos populacionais
do Amazonas datam do século XVII e se encontravam nesta região do baixo rio Negro
Dentro da Unidade as porcentagens dos domínios das terras estão distribuídas de
acordo com a Figura abaixo:
Figura 9. Distribuição das porcentagens dos domínios das terras na APA Caverna do Maroaga
36
Figura 10. Glebas da União e do Estado do Amazonas no município de Presidente Figueiredo e na APA Caverna do Maroaga.
37
Os terrenos da margem sul da Rodovia AM 240, entre a estrada e o limite sul da
APA, o Igarapé-Açu, constituem-se terras do Estado do Amazonas (Figura 11) Totalizam
uma área aproximada de 48.594,00 ha, representativas de 13% da APA, além de 3% de terras
não matriculadas sob a jurisdição do Instituto de Terras do Amazonas (ITEAM). As demais
áreas constituem terrenos de domínio particular. Muitas dessas propriedades, adquiridas do
Estado do Amazonas na década de 70, estão submersas pela represa da UHE de Balbina
(Plano Diretor de Presidente Figueiredo, 2006).
As terras da União estão divididas nos imóveis Uatumã e Pitinga (INCRA, 2008)
além do Projeto de Assentamento (PA) Uatumã constituindo 42% das terras da unidade,
cerca de 157.000 ha. O PA Uatumã localiza-se ao longo da Rodovia AM 240 em uma área de
23.742,29 adquirida por desapropriação, onde se encontram inseridas quatro comunidades
rurais: Nova União I, Menino Deus, São Francisco de Assis e Cristã e dois núcleos urbanos
dispersos: Marcos Freire e Cristo Rei com aproximadamente 303 famílias assentadas. Estão
demarcados 380 lotes com área média de 60 há, foram expedidos 89 títulos definitivos e 132
autorizações de operação. De acordo com a prefeitura de Presidente Figueiredo os núcleos
urbanos são assim definidos por apresentarem o mínimo de três equipamentos e/ou serviços
públicos em sua vila comunitária.
Os terrenos de domínio particular somam cerca de 42% da área da UC agrupados em
cerca de 50 lotes. Algumas dessas propriedades encontram-se totalmente dentro da APA;
outras, parcialmente, por possuírem partes submersas pela represa da UHE de Balbina, ou
por estarem fora dos limites da Unidade.
Vários ilícitos foram cometidos pelo Estado do Amazonas quando loteou terras de domínio
da União em favor de particulares. Isto ocorreu em áreas onde estava sendo especulado o
futuro alagamento para exploração hidroelétrica.
4.5.1 HISTÓRICO
38
Após manifestações favoráveis do Ministério de Minas e Energia (MME) para a
concessão á Eletronorte da exploração hidrelétrica da cachoeira de Balbina, em 1976, os
beneficiários retomaram a corrida para transferir para eles os lotes de 3.000 ha que estavam
em nome de laranjas. O objetivo dessa ação foi a formação ilícita de estoque de terras para
futuro ganho fácil quando do alagamento da área coma formação do lago da UHE, ou seja,
enriquecimento ilícito em prejuízo do patrimônio público.
Em 1981, em estudo realizado pela FUNAI ficou demonstrado que parte da área
transferida pelo estado a particulares era de uso e ocupação tradicional dos índios Waimiri-
Atroari desde meados do século XVIII. Baines, em artigo sobre a comunidade indígena,
afirma que em 1987 aproximadamente um terço do total da população Waimiri-Atroari foi
deslocada compulsoriamente para outras partes da reserva como conseqüência da inundação
de grande parte de seu território pelo enchimento do reservatório da UHE de Balbina. “Toda
área inundada fazia parte do território dos Waimiri-Atroari até o início da década de 1970 e
cerca de 311 km ² da área inundada estão dentro do território que foi demarcada para os
Waimiri-Atroari
Muitos desses lotes, titulados ilegalmente pelo Estado sobre terras da União foram
ocupados por habitantes das comunidades que hoje vivem dentro na APA. Existem
atualmente vários processos tramitando para regularização fundiária no local visto que a
maioria dessas terras particulares encontra-se ociosa desde sua titulação na década de 70.
Essa situação irregular vem por décadas prejudicando os agricultores familiares que ali se
instalaram. Esses agricultores, por não disporem do título das terras que ocupam não podem
requerer legalmente as autorizações necessárias para proceder ao uso da terra em
conformidade com as exigências ambientais além da impossibilidade de fazer financiamentos
junto a bancos.
Para a maioria das comunidades da APA existe um consenso de que o maior
problema a ser resolvido para que se enquadrem no cumprimento das exigências legais no
uso da terra é a regularização fundiária, ou seja, a adequação da titularidade das terras que
ocupam e ou do uso das terras do ponto de vista legal.
A unidade encerra ainda em seus limites sete RPPN federais que protegem um total
de 415,50 ha além de duas Unidades de Conservação municipais, os parques Natural
Municipal (PNM) Cachoeira das Orquídeas e Galo da Serra. A APA Municipal Urubuí
consiste em um corredor de biodiversidade entre a APA Caverna do Maroaga e a APA
Estadual da Margem Esquerda do Rio Negro Setor Aturiá – Apuazinho (SEMMA, 2007).
39
Figura 11. Mapa com a situação fundiária da APA Caverna do Maroaga
40
5. CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES
ABIÓTICOS
41
5.1. CLIMA
Figura 12. Comparação entre Médias mensais de Chuva em Manaus e a Normal Climatológica
Provisória (1991 – 2000)
b) Temperatura do Ar
As temperaturas variam entre a máxima de 38ºC e a mínima de 20,5ºC. Na região a
temperatura é uniforme, não ocorrendo estações diferenciadas (raramente ocorrem
temperaturas inferiores a 20ºC) ao longo do ano.
c) Umidade Relativa do Ar
42
A umidade relativa se apresenta alta e uniforme ao longo do ano, sendo de 97,2% a
média total, com uma média das máximas de 99,8% e média das mínimas de 91,1%. As
medições são feitas diariamente, às 7 horas da manhã.
e) Insolação
Os dados existentes indicam, para a região, uma média anual de insolação de,
aproximadamente, 2.000 horas (média diária de 5,5 horas), sendo que no mês de abril (mais
chuvoso) verifica-se a menor insolação média.
43
Figura 13. Subdivisão tectônica da América do Sul. (Almeida, 1978)
44
Figura 14 e 15. Contato das rochas vulcânicas do Grupo Iricoumé com as rochas sedimentares (esq.) e
Pedreira de rochas vulcânicas – Riolito (dir.) Fonte: Alves (2008).
A Suíte Intrusiva Abonari é representada por rochas graníticas com anfibólio, que
apresentam coloração acinzentada a rósea, cujas melhores exposições ocorrem na pedreira
localizada no lado direito da BR-174, no km 202, Lat. S 01º18’23,0” e Long. W 60º23’27, 9”.
Segundo o CPRM (1976) a suíte intrusiva do Abonari é descrita como Granito
Abonari, registrando as maiores altitudes da área, estando parcialmente recoberto por capas
lateríticas e apresentado contato a noroeste e sudoeste com rochas graníticas da então
denominada unidade Granito São Gabriel (suíte intrusiva São Gabriel). De acordo com o
relatório esta é encontrada entre os km 155 e 165 da BR 174 e entre os km 189 e 211 sendo
rochas de cor rósea e às vezes avermelhada. O contato entre o Granito Abonari (suíte
Intrusiva Abonari) e Granito São Gabriel (suíte intrusiva São Gabriel) é demarcado pelo
limite morfológico da serra do Abonari.
No segundo domínio das rochas sedimentares, as rochas do Grupo Trombetas
representam idades litológicas em torno de 400 a 450 milhões de anos, constituídas por
depósitos.
A formação Trombetas, redefinida como Grupo ocorre nas bacias do alto, médio e baixo
amazonas, aflorando nos flancos norte e sul da bacia sedimentar paleozóica do Amazonas
(CPRM, 1976). Os arenitos e argilitos de coloração vermelha, graças à presença de óxido de
ferro da Formação Alter-do-Chão (Grupo Javari) se encontram presentes na porção sul da UC.
A areia empregada em Manaus é proveniente de depósitos formados por processos de
podzolização de rochas cretáceas da Formação Alter do Chão. Os depósitos da região de
Presidente Figueiredo são formados por similar processo, porém a podzolização se
desenvolve sobre os arenitos do Grupo Trombetas (CPRM, 2005).
Figura 16 e 17. Limite entre a crosta laterítica e solo (esq.) e laterito (dir.)Fonte: (2008)
45
Os lateritos são produto do intenso intemperismo químico de rochas subaéreas (pré-
existentes) e até mesmo de lateritos antigos, cujo processo aumenta o teor de ferro e/ou
alumínio e diminui o teor de sílica. Segundo a estrutura física, os lateritos classificam-se em:
compactos, maciços, coesos e incoesos, terrosos ou argilosos Este material é dado em
abundância, caracterizado por depósitos minerais associados encobertos por uma espessa
camada de Argila Belterra (argilo-arenoso de cor amarela). Na altura do km 128 este
material ocorre de maneira expressiva associado à latossolos vermelhos e amarelos (Molinari
et al., 2008).
46
Figura 18. Mapa Geológico da APA Caverna do Maroaga
47
5.3 GEOMORFOLOGIA
48
B- Peneplano rebaixado
São áreas extremamente peneplanizadas, praticamente isentas de elevações. Ocorrem
em dois setores distintos a noroeste próximo ao rio Abonari e a nordeste próximo ao rio
Uatumã. Apresentam relevo baixo peneplanizado, estando em um plano intermediário entre
o peneplano granítico-vulcãnico e a planície aluvionar. Representa uma superfície sujeita a
inundações, sem padrão de drenagem definido, dotado de uma vegetação semelhante à mata
de várzea. Rochas graníticas do grupo Anauá e vulcânicas do grupo Uatumã afloram no
domínio desta unidade geomorfológica.
C- Peneplano granítico – vulcânico
Ocorrem indiscriminadamente em áreas de rochas dos grupos: Anauá, Uatumã e
granito São Gabriel. Representam uma superfície peneplanizada uniformemente modelada
em suaves colinas com desníveis inferiores a 50m onde se insere uma drenagem
relativamente densa, compondo um padrão dendrítico a sub-retangular.
Os vales dos igarapés são fechados em forma de “V”, estando praticamente desprovidos de
faixas aluviais.
D- Escarpa de “cuesta”
A Escarpa de cuesta representa uma borda da bacia sedimentar, disposta em uma faixa
leste-oeste, onde se desenvolve uma drenagem dendrítica densa, entalhada, originando
inúmeras colinas de pequenas dimensões.
E- Platô arenítico
Caracteriza-se por possuir um relevo tabular, intercalado com depressões corres
pendentes a calha dos igarapés e também por uma drenagem dendrítica bastante aberta. Essa
expressão geomorfológica é característica das rochas sedimentares areníticas da formação
Trombetas.
F- Maciços residuais
Os principais maciços residuais da área correspondem às serras Abonari, São Gabriel e
Onça, que denotam relevo acidentado e drenagem bastante entalhada, geralmente mantendo
padrão sub-retangular. Geralmente apresentam uma cobertura laterítica descontínua, melhor
desenvolvida na Serra São Gabriel.
G- Platôs lateríticos
Formam superfícies tabulares bem definidas, que recobrem exclusiva e parcialmente
os maciços residuais representados pelas serras São Gabriel e Abonari. Carcaterizam-se por
serem praticamente isentos de drenagem no topo e bastante ravinados nos seus flancos e por
uma textura mais grosseira em relação às demais elevações da área, atingindo cotas de 350m.
Segundo Muller e Carvalho no Amazonas foram delimitadas três zonas
geoambientais no município de Presidente Figueiredo independente do traçado das áreas
protegidas presentes.
49
Figura 19. Grandes unidades geomorfológicas identificadas no Município de Presidente Figueiredo.
Fonte. Muller e Carvalho
50
Esse domínio subdivide-se em dois compartimentos:
Figura 20. Limite dos Domínios Oeste Uatumã e Leste Uatumã-Abonari. Fonte. Muller e Carvalho.
Apresenta ainda pouca drenagem no seu topo, porém com bastantes ravinamentos
nos seus flancos e apresenta uma textura mais grosseira quando comparada com as demais
elevações.
51
AM 240
Lago de Balbina
Rio Uatumã
52
Figura 22. Mapa. Geomorfológico da APA Caverna do Maroaga
53
5.4 SOLOS
Na APA encontramos um mosaico de diferentes tipos de solo (Figura 24 e 25),
classificados neste capítulo de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos
(SIBCS) conforme atualizado no Manual Técnico de Pedologia do IBGE (2007). As
classificações quanto à aptidão agrícola seguem em conformidade com o Documento Técnico
n° 123 da Embrapa: “Caracterização e Classificação dos Solos do Município de Presidente
Figueiredo” (2001), conforme segue abaixo:
54
ocasionado pela sua resistência ao intemperismo ou composição química e pelo relevo que
podem limitar ou impedir a evolução desses solos (Embrapa, 1999). Congregam solos rasos,
Neossolos Litólicos; ou profundos e arenosos Neossolos Quartzarênicos; ou profundos e
arenosos com presença considerável de minerais primários de fácil intemperização,
Neossolos Regolíticos; ou ainda, solos constituídos por sucessão de camadas de natureza
aluvionar, sem relação pedogenética entre si, Neossolos Flúvicos.
As principais limitações desses solos referem-se à classe de textura arenosa que limita
o armazenamento de água disponível; à baixa fertilização natural, que exige a aplicação de
fertilizantes para suprir a carência de nutrientes essenciais às plantas cultivadas, existentes
nesses solos, à intensa lixiviação, proporcionada pela alta permeabilidade dos nutriente mais
solúveis e à drenagem impedida nos Neossolos quartzarênicos hidromórficos.
A utilização desses solos em atividades agrícolas é bastante restringida, pelas sérias
limitações que apresentam; no entanto podem ser utilizados em reflorestamento ou como
áreas de regeneração vegetal ou preservação ambiental. (Embrapa, 2001)
Espodossolos (Podzol hidromórfico) (do grego spodos, cinza vegetal, solos com
horizonte de acumulação de materiais orgânicos e outros). São solos bastante característicos,
em razão de sua gênese. Vias de regra, apresentam diferenciação significativa entre os
horizontes, e, na maioria das vezes, têm um horizonte espódico de cores escurecidas ou
avermelhadas/ amareladas, precedido de um horizonte eluvial e muitas vezes álbico. O
horizonte espódico ocorre a profundidades variáveis, e em alguns pontos da região
Amazônica encontra-se a profundidades superiores a 3 metros. São em geral muito pobres no
tocante a nutrientes minerais e têm textura arenosa predominantemente. São verificados
distribuídos esparsamente ao longo da costa leste brasileira e têm sua mais expressiva
ocorrência na região Amazônica (Amazonas e Roraima) e no Pantanal Mato-grossense.
Quando muito, são explorados com pastoreio extensivo de gado bovino.
Considerando as limitações inerentes à textura arenosa e à baixa fertilidade natural, também
possuem sérias restrições ao uso agrícola, quanto ao excesso de água, ocasionado pela baixa
permeabilidade. Devem, portanto, ser indicados para permanecerem com a vegetação
natural. (Embrapa, 2001).
55
Tipos de Solos Aptidão agrícola
(Embrapa, 2001)
Latossolos vermelho-amarelos Podem ser utilizados em atividades agrícolas intensivas,
desde que sejam empregados fertilizantes e corretivos
para melhorar o nível de fertilidade, assim como práticas
Latossolos amarelos de manejo e preparo de solo adequadas ás sua
propriedades, para manter a sustentabilidade.
56
Figura 23. Mapa dos tipos de solos encontrados na APA Caverna do Maroaga
57
Figura 24. Mapa dos tipos de solos encontrados no município de Presidente Figueiredo, Embrapa, 2001.
58
59
60
5.5 HIDROGRAFIA
A APA Caverna do Maroaga se encontra localizada na margem direita do
reservatório da UHE de Balbina. De acordo com o CPRM (1976) ocorrem na área da APA
quatro principais bacias de drenagem: rio Santo Antônio do Abonari, Uatumã, Urubu e
Pardo. A Bacia do rio Uatumã, afluente do rio Amazonas pela margem esquerda, é a mais
significativa da região com uma área de drenagem de 70.600 km². Seus principais formadores
são os igarapés Santo Antônio do Abonari (área de drenagem 1.626 km²) e Taquari (área de
drenagem 1.631 km²). Seus principais afluentes são os rios Pitinga e Jatapu. (IBAMA, 1997)
Dois padrões principais de drenagem podem ser observados: um, representando os
rios de substrato pré-cambriano e outro os rios da bacia paleontológica.
No primeiro, encontra-se a bacia do rio Uatumã, Pardo e Abonari, e no segundo, a
bacia do rio Urubu (CPRM, 1976).
• A bacia do rio Urubu corta a formação Trombetas e tem por principais afluentes os
igarapés Santa Cruz e Urubuí. Exibe um padrão dendrítico bastante aberto com
baixíssima densidade de drenagem.
• A bacia do rio Abonari corta as rochas graníticas São Gabriel e Abonari. Apresenta-
se condicionado por falhamentos e seus principais afluentes são os igarapés Charco,
Chavascal e Castanha.
A UHE de Balbina
Na década de 1970, iniciaram-se as obras de construção da UHE Balbina (Figura 26),
próxima à Cachoeira Balbina no rio Uatumã. O reservatório de Balbina foi construído a
partir do barramento do rio Uatumã e o enchimento iniciou-se em outubro de 1987,
prolongando-se até fevereiro de 1989. Devido a um relevo regional de baixa declividade, o
lago formado caracteriza-se por sua área extensa e profundidade rasa. Possui uma área
aproximada de 236.000 há e 3.300 ilhas (Figura 27). A profundidade média é de 7,4 m, sendo o
valor máximo observado de 30 m. Suas margens de feições dendríticas apresentam uma
extensão de 4.582 km, tendo como comprimento total 210 km, largura máxima de 75 km e
média de 11 km, o que perfaz um volume do reservatório na ordem de 17,5 km³,
considerando o nível de água máximo normal (50 m) (PRIMAZ, 1998)
61
Área Inundada 2.360 km²
Volume Total 18 bilhões de litros
Profundidade Máxima 30 m
Profundidade Média 7m
Tempo médio de residência na água 1 ano
Águas Altas Abr - Jun
Águas Baixas Ago - Dez
Chuva (média 1989- 1998) 2.545mm
Quadro 6. Características Técnicas do Reservatório. Fonte: Eletronorte, 2006
Figura 26. Ilhas formadas pelo enchimento do reservatório de Balbina. Fonte: REBIO Uatumã
62
Figura 27. Mapa da hidrografia na APA Caverna do Maroaga
63
6. CARACTERIZAÇÃO DOS FATORES
BIÓTICOS
64
A caracterização biótica da APA Caverna do Maroaga foi realizada a partir de dados
secundários de fontes diversas. A caracterização da vegetação foi realizada segundo
informações constantes na Classificação Vegetal Brasileira adaptada a um Sistema Universal
(IBGE, 1991), do Manual Técnico da Vegetação Brasileira (IBGE, 1992) e Plano de Manejo
da REBIO Uatumã, 1997, além de estudos e relatórios de pesquisadores que levantaram
aspectos florísticos da região.
1-Aluvial 2-Terras
Baixas 3-Sub Montana 4- Montana 5- Alto Montana
65
Figura 29. Mapa da vegetação da APA Caverna do Maroaga
66
O Quadro abaixo denomina os tipos de vegetação presentes na APA de acordo com a
classificação do IBGE (1991) e mapa de vegetação (Figura 22) da unidade elaborado a partir
de base cartográfica do SIPAM.
Esse tipo de vegetação ocorre ao longo dos cursos d’água ocupando terraços antigos
das planícies quaternárias. Apresenta com freqüência um dossel emergente possuindo muitas
palmeiras no estrato intermediário, lianas lenhosas, herbáceas e epífitos.
Segundo o IBGE (1991) a vegetação das planícies aluviais reflete os efeitos das cheias
dos rios nas épocas chuvosas ou das depressões alagáveis todos os anos Nos terrenos
aluviais, conforme a quantidade de água empoçada e do tempo que permanece na área, as
comunidades vegetais temporariamente apresentam palmeiras que se agregam constituindo
açaizais e buritizais.
67
Espécies de valor econômico:
Acapu-preto (Vouacapoua americana), louro-amarelo (Aniba sp.), louro preto
(Nectandra mollis), maçaranduba (Manilkara sp.), muiraúba (Mouriria brevipes), sucupira-
amarela (Bowdichia nítida), sucupira-preta (Diplotropis purpúrea), sucupira vermelha
(Diplotropis racemosa) e uxirana (Saccoglotis amazônia).
Outras espécies de menor ocorrência são: amapá-doce (Parhancorinia amapá),
amarelinho (Pogonophora schomburgtiana), andiroba (Carapa guianiensis), angelim-pedra
(Dinizia excelsa), angelim-rajado (Pithecelobium racemosum), anani (Simphonya globulifera),
aroeira (Astronium lecointei), castanheira (Bertholletia excelsa), cedrorana (Cedrelinga
catenaeformis) guariúba (Clarisia racemosa), ipê-amarelo (Tabebuia serratifolia), louro rosa
(Aniba buchelli), maparajuba (Manildara amazônica), marupá (Simaruba amara), macaúba
(Platymiscium spp.), madioqueira (Qualea sp.), morototó (Didymopanax morototoni),
muiracatiara (Astronium gracile), muirapiranga (Brosimum rubescens), pau-marfim (Agonandra
brasiliensis), pau-roxo (Peltogyne lecointei), pará-pará (Jacarandá copaia), pau-d'arco roxo
(Tabebuia impetiginosa), piquiá (Caryocar villosum), piquiarana (Caryocar glabrum), piquiá-
marfim (Aspidosperma álbum), quaruba (Qualea sp.), roxinho (Peltogyne lecoitei), sorva (Couma
macrocarpa), ucuúba (Virola sp.) e visgueiro (Parkia pendula).
b) Sub-região dos Interflúvios Tabulares do Planalto Dissecado do Norte da Amazônia.
Esta está representada ao norte da APA associada aos argissolos vermelho-amarelos.
Apresenta uma cobertura florestal densa com dossel uniforme e com espécies emergentes
como angelins, maçarandubas. e castanheiras Esta sub-região é dividida em dois
ecossistemas:
- Ecossistema dos platôs graníticos
Esses ecossistemas apresentam cobertura florestal densa com pouca variação em sua
composição e estrutura. Espécies mais freqüentes nos altos platôs:
andiroba (Carapa guianiensis), pau-d'arco (Tabebuia spp), sucupira (Bowdichia sp.) e
(Diplotropis sp.), muiracatiara (Astronium gracile), cedrorana (Cedrelinga catenaeformis), marupá
(Simaruba amara), quarubarana (Erisma uncinatum) e quinarana (Geissospermum sericeum).
Espécies que ocorrem em áreas mais baixas, instalando-se próximas dos rios e das
áreas de relevo mais dissecado:
Morototó (Didymopanax morototoni), jacarandá-preto (Dalbergia spruceana), tatajuba
(Bagassa guianensi) e acapu (Vouacapoua americana).
Espécies florestais que ocorrem independentemente da altimetria: amapá-doce (Brosimum
potabile) castanheira, maçaranduba, itaúba (Mezilaurus itauba), angelins, marupá (Simaruba
amara), pará-pará (Jacaranda copaia), muiratinga (Maquira sclerophylla), acariquara
(Minquartia guianiensis), piquiás (Caryocar villosum), etc.
68
louro-preto (Nectandra mollis), louro-amarelo (Aniba sp), maparajuba (Manilkara amazonica),
mandioqueira (Qualea sp), macaúba (Platymiscium spp.) muiracatiara (Astronium gracile),
muiraúba (Mouriria brevipes), pau-marfim (Agonandra brasiliensis), piquiá (Caryocar villosum),
quaruba-rosa (Vochysia obscura), seringueira (Hevea brasiliensis), sucupira-amarela (Bowdichia
nitida), sucupira-preta (Diplotropis purpúrea), tamaquaré (Caraiba grandiflora), ucuúba (Virola
sp). e visgueiro (Parkia pendula).
- Ecossistemas de platôs areníticos
As espécies características desta floresta densa e de maior valor econômico são:
Amapá-doce (Parahancorinia amapá), andiroba (Carapa guianiensis), andirobarana (Guarea
kunthii), cedro-verdadeiro (Cedrella odorata), freijó (Cordia goeldiana), tamaquaré (Caraíba
grandiflora) e jutai-açu (Hymanaea courbaril). Dentre as espécies emergentes desta floresta
densa destacam-se o cedro (Cedrella odorata) e a andiroba (Carapa guianensis). Embora o
número de indivíduos seja elevado, esta floresta é pouco heterogênea quanto à diversidade,
observando-se uma tendência para o gregarismo de determinadas espécies, como por
exemplo, a andiroba (Carapa guianensis) e a andirobarana (Guarea kunthii).
c) Sub-região da Superfície Dissecada do Complexo Guianense
Esta formação apresenta poucas espécies emergentes caracterizando-se por
apresentar um dossel uniforme com sub-bosque denso. Outras fisionomias integram esta
sub-região, como a Floresta Aberta com palmeiras e cipós (Figura 23), destacando-se na
primeira, a presença do patauá (Oenocarpus bataua) e do inajá (Maximiliana regia). As espécies
que melhor caracterizam esta sub-região são: maçaranduba (Manilkara sp.), angelins, cajuaçu
(Anacardium giganteum), tauaris (Couratari sp. e Cariniana sp.), pau-d'arco-amarelo (Tabebuia
serratifolia) e pau d'arco roxo (Tabebuia impetiginosa). A Floresta Aberta aparece,
principalmente, associada à Floresta Densa, sobre terraços aluvionares (IBAMA, 1997).
69
A mata de Igapó ocorre nas margens dos rios, lagos e igarapés. Este tipo de
vegetação sofre inundações periódicas na estação chuvosa. Embora a região tenha sofrido
uma exploração seletiva de pau rosa, a vegetação do município é ainda constituída por
florestas naturais, com poucas áreas desmatadas, PRIMAZ, 1998.
As campinas, de vegetação baixa e aberta, encontram-se isoladas dentro da mata
fluvial em áreas de regossol. Possuem estrutura florística muito especializada e adaptada a
solos de baixa fertilidade, ácidos e com eficiente drenagem. As campinas estão sempre
circundadas por campinaranas, que são formações de porte arbustivo a arbóreo, num
gradiente concêntrico, de limites bastante definidos com a Floresta Densa ou Aberta.
Geralmente, possuem árvores de diâmetro basal pequeno e dossel bastante uniforme.
O pau-rosa (Lauraceae) foi uma das poucas espécies florestais intensivamente
exploradas desde o início do século, levando à sua quase extinção. Desta espécie se extrai
uma essência vegetal utilizada pela indústria de perfumes. Durante os estudos arqueológicos
realizados na área de inundação da UHE Balbina, foi localizada ma antiga usina de pau-rosa,
utilizada para a destilação da essência. A matéria prima era coletada próxima à usina e
posteriormente transportada para Itapiranga, na foz do Uatumã, Itacoatiara e Manaus, de
onde era exportada Ainda hoje ocorre uma exploração incipiente, porém clandestina, cuja
essência é processada em usinas flutuantes instaladas nos rios Uatumã e Jatapu (IBAMA,
1997).
Em levantamento realizado para elaboração do Plano de Manejo espeleológico da
Caverna do Maroaga destacaram-se as seguintes espécies características da Floresta
Ombrófila Densa caracterizada por apresentar vários estratos, sendo o mais alto constituído
por árvores macrofanerófitas que se sobressaem por cima do dossel superior.
Destacam-se espécies como pau-rainha (Brosimum rubescens), pau-rosa, angelim-rajado
(Zigia racemosa), piquiá (Caryocar villosum), piquiarana (Caryocar glabrum ssp.), uxi-liso
(Endopleura uchi), cardeiro (Scleronema micranthum), abiurana-vermelha (Pouteria platyphylla),
seringueira (Hevea guianensis), acariquara (Minquartia guianensis), jacareúba (Calophyllum
brasiliensis), acariquara-branca (Gessospermum urceolataum), entre outras.
Com relação às palmeiras, foram identificadas neste estrato a bacaba (Oenocarpus bacaba) e o
patauá (Oenocarpus bataua).
No interior do seu dossel, há presença constante de lianas típicas desta formação. Ocorrem
entre outros, espécies de cipó-d’água (Doliocarpus brevipedicelatus), cipó-titica (Heteropsis
tenuispadix) e cipó-cravo (Tynanthus panurensis).
O sub-dossel (Foto 8), formado pelas mesofanerofitas, é caracterizado por apresentar
árvores quase todas da mesma altura e a constante presença de arvoretas.
Ocorrem espécies como mututí (Symphonia globulifera), breu-de-leite (Protium
amazonicum), breu-branco (Protium pilosum), casca-preciosa (Aniba canellila), marupá
(Simarouba amara), urucurana (Sloanea latifolia), mata-matá (Eschweilera bracteosa), itaúba-
abacate ,macacaúba e iIbaúba-benguê (Pouroma villosa).
Um terceiro e bem caracterizado estrato, é o sub-bosque (Foto 9) constituído por
lianas e herbáceas e uma certa ocorrência de palmeiras acaules. No geral, ocorrem espécies
como lacre-vermelho (Vismia cf. gracilis), pepino-do-mato (Ambelania duckei), sororoca
(Phenakospermum guyanense) Entre as palmeiras estão presentes as espécies de mumbaca
(Astrocaryum ginacanthum), palha-branca
70
(Attalea attaleoides), pupunha-de-porco (Syagrus inajai) e paxiubinha (Iriartella setigera).
Campinarana Florestada
Sucedendo a Floresta Ombrófila Densa, surge em direção sul, a Campinarana
Florestada formação típica da Amazônia. Fisionomicamente caracteriza-se por árvores de
troncos finos e esbranquiçados com altura variando entre 15 e 20 metros e a presença de
muitas epífitas, como Araceae e Orchidaceae. O solo é do tipo podzol e coberto por uma
densa camada de serapilheira entremeada com um denso tapete de raízes. O Paredão da
Judéia está circundado por esta formação. Ocorrem algumas espécies endêmicas deste
habitat, tais como casca doce (Pradosia schomburgkiana ssp.), breu-da-campina (Protium
heptaphyllum).
Campinarana Arborizada
Na topossequência das formações vegetacionais da Caverna do Maroaga, Gruta da
Judéia e Paredão da Galinha (aproximadamente 300 m a oeste desta última), entre as
coordenadas geográficas 02º08’ 37.01 S; 59º05’. 08.06 W, surge em forma de transição com a
campinarana florestada, a campinarana arborizada (Foto 10) Caracteriza-se por pequenas
ilhas de vegetação e moita de ervas espalhadas nas áreas abertas, desenvolvidas sobre
argissolo.
Figura 33. Aspecto da Campinarana Arborizada nas proximidades do Paredão da Galinha. No detalhe, moitas
de vegetação, se desenvolvendo sobre podzol exposto. Fonte: PME Caverna do Maroaga, 2004
71
Floresta Secundária
A partir dos Andes até o Oceano Atlântico e do Delta do Orenoco até a Bolívia, a
floresta amazônica engloba várias regiões mais ou menos bem delimitadas cujas floras e
faunas são bem distintas. A região do Platô das Guianas cobre uma parte da Venezuela e do
Brasil e integralmente a Guiana, Suriname e Guiana Francesa. Essa região é chamada pelos
especialistas em ecologia tropical e pelos geólogos de Escudo das Guianas, (ONF, 2005) ou
Região zoogeográfica do Planalto das Guianas.
A APA Caverna do Maroaga encontra-se localizada na zona de transição da bacia
sedimentar amazônica e do planalto das guianas apresentando a fauna característica dessa
região.
Os dados sobre a fauna da APA foram compilados de diversos estudos e
levantamentos já realizados na região, notadamente em unidades de conservação vizinhas.
Mamíferos
A mastofauna e avifauna existentes na UC foram amostradas por Omena Júnior,
(2006) na área denominada Uirapuru localizada próxima á rodovia AM 240, km 32, com
acesso a partir da comunidade Cristã. Na época, a área estava sendo estudada para a criação
de um Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS). Segundo Omena Jr. a cobertura
vegetal do local e suas características naturais vinham se modificando pela atividade de
extração de pau-rosa (Aniba roseadora).
Nesse inventário foram amostradas 45 espécies de mamíferos não voadores distribuídos em
19 famílias.
Outros dados utilizados foram aqueles levantados pelo INPA, resultado das
amostragens de fauna presente na bacia do rio Uatumã, realizados em convênio com a
Eletronorte e previstas por EMMONS (1990), identificando a possível ocorrência de 70
espécies de mamíferos não voadores e de 50 a 90 espécies de mamíferos voadores. Os locais
amostrados para esses estudos foram igarapés na margem direita e esquerda do rio Uatumã
indicando desse modo uma fauna representativa da bacia deste rio onde está inserida a APA.
Primatas
Em estudo recente sobre os efeitos da fragmentação insular sobre a comunidade de
primatas na Amazônia central, Souza (2009) encontrou nas ilhas do reservatório da UHE de
Balbina, formadas pelo represamento do rio Uatumã, sete espécies de primatas, sendo o
guariba (Alouatta macconelli) e o mico-de-cheiro (Saimiri sciureus ) os mais representativos das
áreas levantadas. Cabe ressaltar, que as ilhas amostradas não foram consideradas sob pressão
de caça. As outras
72
espécies encontradas foram: macaco-aranha (Ateles paniscus), macaco-prego (Cebus apella),
cuxiú (Chiropotes sagulatus), parauacú (Pithecia pithecia) e sauim-mao-de-ouro (Saguinus
midas). Segundo consta no Plano de Manejo da REBIO Uatumã, nos levantamentos de fauna
foi também encontrado, além das espécies citadas por Souza (2009) e Omena (2006), outra
espécie de macao-prego (Cebus nigrivitatus) considerado uma das espécies possivelmente
abundantes da região assim como o guariba.
As espécies de primatas que se pode encontrar na APA Caverna do Maroaga, levantadas nos
estudos citados encontram-se listadas abaixo:
Mico-de-cheiro (Saimiri sciureus), macaco-mão-de-ouro (Saguinus midas), macaco-da-
noite (Aotus vociferans), macaco-prego (Cebus nigrivitatus), macaco-prego (Cebus apella).
Parauacu (Pithecia pithecia), macaco-cuxiú (Chiropotes satanus*), cuxiú (Chiropotes sagulatus),
guariba-vermelho (Alouatta seniculus).
* A área de distribuição: Amazônia oriental, ao sul do rio Amazonas. (MMA, 2008)
Carnívoros
Os carnívoros são animais que necessitam de grandes áreas para obter a quantidade
presas necessárias à sua subsistência. A fragmentação e alteração de habitat representam a
principal causa de ameaça para todas as espécies deste grupo. O abate ou retirada de
indivíduos da natureza é, atualmente, a segunda principal causa de ameaça para as espécies
de carnívoros (MMA, 2008). A caça acarreta a redução da quantidade de presas disponíveis
sendo uma ameaça para o cachorro-do-mato-vinagre, a jaguatirica e as onças.
Atropelamentos também afetam populações de várias espécies, e a poluição é uma das
principais ameaças para a ariranha. Para mitigar essas ameaças, várias ações específicas
podem ser efetivadas, mas as principais dizem respeito à proteção de habitats procurando
sempre promover a conectividade entre eles. Dentro da perspectiva de crescente destruição e
fragmentação de ambientes naturais e de seus requerimentos de área, a conectividade entre
populações é fundamental para a conservação de carnívoros. (MMA, 2008)
De acordo com os levantamentos consultados podemos encontrar na APA os
seguintes carnívoros: Ariranha (Pteronura brasiliensis), cachorro vinagre (Speothus venaticus),
furão (GaÍictis vittata), gato maracajá (Leopardus wiedii), gato mourisco (Puma yagouaroundi),
jaguatirica (Leopardus pardalis), jupará (Potus flavus), lontra (Lontra longicaudis), onça pintada
(Panthera onca), onça vermelha (Puma concolor), quati (Nasua nasua).
Pequenos mamíferos
Os pequenos mamíferos são considerados os marsupiais e roedores de pequeno porte,
ou seja, com peso inferior a 5 quilos. Por falta de dados científicos tem sido difícil determinar
as causas que indicam sua raridade e as ameaças de extinção, mas suspeita-se que os
desmatamentos e fragmentação de habitats sejam as causas principais. De acordo com a
IUCN, vários pequenos mamíferos podem estar em risco, mas os dados disponíveis são
insuficientes para uma categorização. A melhor estratégia de conservação, também
indicada para outros pequenos mamíferos de dossel, notadamente a cuíca amazônica
(Caluromysiops irrupta) o único marsupial que consta no livro vermelho, é a conservação das
florestas onde vivem (MMA, 2008).
73
Em estudo sobre pequenos mamíferos nas ilhas do reservatório da UHE de Balbina,
Borges (2007) capturou sete marsupiais típicos da Amazônia Central, Cuíca (Micoureus
demerarae), mucura xixica (Didelphis marsupialis), mucura de quatro olhos (Philander opossum),
mucura de quatro olhos (Metachirus nudicaudatus), mucura lanosa (Marmosa cf. murina),
mucura (Marmosops cf. parvidens), mucura (Monodelphis brevicaudata).
Quirópteros
Durante os estudos efetuados para a elaboração do Plano de Manejo Espeleológico da
Caverna do Maroaga em 2004 foi realizado o levantamento da fauna de morcegos. Foram
capturados durante esse período 116 exemplares, sendo que destes, 77 eram da espécie
Pteronotus parnellii (Mormoopidae), sendo 49 fêmeas e 28 machos, e 39 indivíduos da espécie
Carollia perspicillata (Phyllostomidae), entre estes, quatro fêmeas e 35 machos.
Avifauna
De acordo com Omena Jr. (2006) espécies como o inhambu-de-cabeça-vermelha, gavião-
real, gavião-pato, jacamin-de-costas-cinza, tovacuçu-malhado, anambé-pompadora e o
uirapuru, sensíveis à fragmentação e à derrubada da floresta, foram encontrados na APA.
Em seu inventário da avifauna realizado no local foram identificadas 158 espécies de
aves, distribuídas em 43 famílias.
Dentre as espécies amostradas duas constam no Anexo I da Convenção sobre o comércio
internacional de espécies da fauna e flora selvagem ameaçadas de extinção (CITES).
Outra fonte de informações sobre a avifauna da região está relacionada aos estudos
realizados nas Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do PDBFF., localizadas a
cerca de 80 km ao norte de Manaus no Distrito Agropecuário da Zona Franca de Manaus
(SUFRAMA). Essas áreas foram amostradas por vários estudos ornitológicos e somam um
total de 394 espécies já registradas no local. Muitas das espécies identificadas são exclusivas
do centro de endemismo das Guianas que se estende pelo território de cinco países (Brasil,
Guiana, Guiana Francesa,
74
Suriname e Venezuela). Mais da metade do centro de endemismo da Guiana (50.8%) está em
território brasileiro (ISA, 2008). Espécies como o anambé-fusco Lodopleura fusca e a maria-
bicudinha Hemitriccus josephinae têm poucos registros na Amazônia brasileira e não são
conhecidas de outras IBAs (Important Bird Áreas). O primeiro registro da espécie de H.
josephinae na área do projeto foi recentemente anilhado durante uma pesquisa de campo em
registros anteriores que ocorreram na região de Balbina. Existem no local outros tiranídeos
raros, como a Maria-da-campina Hemitriccus inornatus e borboletinha-guianense Phylloscartes
virescens. (Birdlife, 2010)
De acordo com o Zoneamento Ecológico - Econômico (ZEE) da SUFRAMA
realizado em 2005, foram amostradas na região da bacia hidrográfica do rio Urubu 60
espécies de peixes, 69 de anfíbios, 89 de répteis 386 de aves e 68 de mamíferos. Como citado
no ZEE, provavelmente as espécies de maior porte, como cotias, pacas, capivaras, porcos,
veados, antas e onças já apresentam pressão de caça, em locais com maior densidade
populacional, como nas áreas rurais dos Municípios de Rio Preto da Eva e de Presidente
Figueiredo e ao longo de rodovias (AM 010 e BR 174) e vicinais.
Ictiofauna
Estima-se que o número de espécies da ictiofauna amazônica varie de 1.500 a 2.000.
Qualquer que seja o número final, a Amazônia é o local onde existe a maior quantidade de
peixes de água doce do mundo. No município de Presidente Figueiredo é conhecido o
turismo de pesca esportiva no reservatório de Balbina, voltado principalmente para a pesca
do tucunaré.
Em estudo sobre a pesca no reservatório da UHE, foram identificadas 70 espécies de
peixes (dados não publicados) além das três espécies de tucunaré conhecidas sendo quatro
delas com potencial para a pesca como a piranha preta, carás e oranas. Além do tucunaré
outras espécies como o aruanã e a traíra também são pescados.
Em levantamento socioeconômico realizado em 2005 nas comunidades inseridas na
APA, foram identificadas as seguintes espécies da icitiofauna utilizadas na alimentação:
tucunaré, piranha, tambaqui, acará e aruanã, piranha, pacu, bicudo, pescada e aracú, acará
preto, bodó, sardinha, pescada.
Além do papel fundamental na dinâmica dos sistemas aquáticos amazônicos, os peixes
são um componente da fauna muito importante do ponto de vista econômico, através da
pesca. Apesar disto, grande parte desta fauna permanece pouquíssimo estudada e conhecida
(CPRM, 2005). A icitofauna apontada em estudo de Ferreira (2007) para o rio Uatumã
registrou 104 espécies de peixes, entre eles jaraquis, pacus, curimatãs e aracus, que
atualmente vivem apenas abaixo da barragem da UHE de Balbina, já que não podem mais
manter os ciclos de vida na área acima da barragem que se encontra toda alagada.
Fauna cavernícola
De acordo com levantamento realizado durante a elaboração do Plano de Manejo da
Caverna do Maroaga (2004) a fauna terrestre da zona de entrada da caverna possui os
seguintes trogloxenos (animais que utilizam esta área para abrigo, reprodução ou para se
alimentar): as aranhas Scytodes sp., Thaumasia sp. e Mesabolivar aurantiurus; o amblipigeo
Heterophrynus sp. os opiliões Paecilaema sp. e Trinella sp.; dípteros culicideos e os anuros
Leptodactylus sp. e Bufo marinus. Na parte terrestre da zona afótica da caverna encontram-se
diversos troglófilos (que podem visitar ou habitar comumente a parte com penumbra da zona
de entrada) como: aranhas Plato sp. os ácaros, o tatuzinho Armadillidae, os colêmbolos, o
percevejo Emesinae e Cydnidae, o grilo Endecous sp. e o díptero Drosophila cf. eleonorae .
Na ressurgência da caverna podem ser observados os percevejos-d’água Veliidae e
peixes Chraciformes. Na parte do rio da região afótica encontra-se a ameba Centropyxis sp., a
planária Dugesiidae, o camarão Macrobrachium inpa e o caranguejo Pseudothelphusidae; as
75
náidaes de efemeroptera e de libélula e as larvas de Trichoptera, os bagres Rhamdia sp, e
Helogenes sp. e o anfíbio Pipa sp. Os grilos Endecous sp., que devem se alimentar de fungos e
detritos animais e vegetais, estão por praticamente toda a caverna constituindo-se nos
organismos mais facilmente observáveis. Outras populações como as dos ácaros e de vários
dípteros certamente são bastante grandes, porém não foram estimadas face ao pequeno
tamanho dos animais. Já os predadores como aranhas, amblipígeos e percevejos Emesinae
tem populações muito menores.
76
6.2.2 ESPÉCIE DE RELEVANTE IMPORTÂNCIA PARA O TURISMO: GALO-DA-
SERRA
77
Figura 35. Galo-da-serra fêmea no ninho em paredão rochoso. Foto: Mário Henrique Fernandez
78
Figura 36. Mapa de modelo de distribuição potencial de Rupicola rupicola para a América do sul contendo a localização da APA Caverna do Maroaga, pontos
conhecidos de presença e distribuição conhecida para a família (Ridgely &Tudor 1994; Natureserve 2007 apud Sohn, 2009)
79
A espécie encontra-se no Anexo II da CITES e, de acordo com a Rede Nacional de
Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (RENCTAS), galos-da-serras são levados de
Presidente Figueiredo, pela rodovia BR 174 até a Venezuela e de lá são exportados para a
América do Norte e Europa, para abastecer colecionadores e lojas de Petshop (OMENA,
2005). A espécie não é considerada vulnerável à extinção, de acordo com os critérios da
IUCN (2001), já que o tamanho da população é considerado relativamente alto ou suficiente
para garantir a permanência da espécie. Está em risco, no município, por sofrer pressão pelo
tráfico de animais, pela exploração turística desordenada e perda de habitat por ações
antrópicas.
Sohn (2009) indica áreas prioritárias para a conservação e possíveis reintroduções do
galo- da- serra dentro e próximo aos limites da APA (Figura 35), de acordo com um modelo
de distribuição potencial das áreas de vida e reprodutivas da espécie Essas áreas foram
selecionadas a partir das áreas de alta probabilidade de ocorrência da ave e com distância de
5 km das áreas urbanas e rodovias, consideradas como as de menor pressão antrópica. Os
pontos de observação da espécie no estudo citado concentram-se ao longo da AM 240.
Foi utilizado um ranking para classificação das áreas sugeridas com relação á maior
importância para conservação da espécie. A área mais importante foi qualificada como sendo
aquela que possui maior tamanho de área total, reprodutiva e de vida, e menor área com
ausência de dados e distância de um ponto confirmado de ocorrência da espécie.
Das seis áreas definidas como prioritárias para a conservação da espécie, quatro
encontram-se nos limites da APA. A área número um, qualificada como mais importante
possui a maior extensão: cerca de 9.787ha. (978,69 km²) no total, e cerca de metade de sua
área engloba a porção sul da APA, abaixo do igarapé Tucumanduba, paralelo à AM 240 até o
limite sul da unidade, o Igarapé-Açu. A área número dois totalmente dentro dos limites da
unidade possui cerca de 5 mil ha. (498,39 km²) e está localizada na porção centro sul, acima
da AM 240 e delimitada a leste pelo lago da represa da hidroelétrica de Balbina, estendendo-
se até o km 18 da AM 240, acima da comunidade Nova União e a leste das comunidades
Jardim Floresta e Boa Esperança. A área número três com 1.374 há (137,40 km²) de extensão
encontra-se na região central da APA, ao norte da área dois, próxima às comunidades Nova
União II e São Sebastião. A área número 4 é a menor área selecionada com 839 há (83,88
km²) e de menor importância está localizada no extremo norte da APA próxima á
comunidade Santo Antônio do Abonari
80
Figura 37. Mapa de áreas prioritárias para conservação do galo-da-serra na APA Caverna Maroaga e no município de Presidente Figueiredo
81
7.CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA
DA POPULAÇÃO
82
7.1 O MUNICÍPIO DE PRESIDENTE FIGUEIREDO: DADOS GERAIS
83
7.1.1 O Distrito de Balbina
Criado para abrigar a mão de obra necessária à construção e à manutenção da UHE
de Balbina o distrito está localizado a 72 km da sede do Município de Presidente Figueiredo
e seu acesso é feito pela AM 240. Possui infra-estrutura incomparável no estado incluindo
hospital, pousadas, agência bancária, pista de pouso, ginásio coberto, complexo esportivo,
dois clubes de lazer, centro comercial, central telefônica, sistema televisivo, escola de
alfabetização fundamental, ensino médio e centros de pesquisa da Eletronorte dedicados a
estudos de mamíferos aquáticos, quelônios e á proteção ambiental.
A Vila do Pitinga é uma província mineral, classificada pelo DNPM como uma das
principais áreas produtoras de bens minerais no país. A área de exploração mineral pertence
à Mineração Taboca (grupo Paranapanema) e está localizada em Terra Indígena Waimiri
Atroari. O acesso é feito pela rodovia BR 174 até a altura do km 249, a partir do qual foi
aberta uma estrada vicinal, de 63 km, ligando a rodovia federal à mina. Sua construção foi
iniciada em 1984 e concluída em 1987. A vila, com 3.000 habitantes, é dotada de toda a infra-
estrutura necessária: água tratada e energia elétrica, saneamento, escolas, refeitórios, centro
médico-hospitalar, agência bancária, correio, centro telefônico, supermercado e centro
comercial.
O Projeto Pitinga iniciou-se na década de 80 e produz cassiterita (mineral de estanho)
além de minerais associados, como a zirconita, columbita, tantalita e xenontina. As áreas com
concessão de lavra somam mais de 130.000 ha. A vida útil do projeto é de, no mínimo, 20
anos, com base na reserva de estanho na ordem de grandeza de 400.000 toneladas. O
empreendimento gera cerda de 2.500 empregos diretos.
84
7.1.3 A Sede do Município
Com a instalação de grandes empreendimentos na região como a UHE de Balbina e
Projeto Pitinga nas décadas de 70 e 80 as primeiras ocupações na área urbana do município
se deram com a instalação de um posto de combustível visando abastecer os veículos que
trafegavam para o estado de Roraima, bem como dar suporte aos veículos do exército e logo
em seguida aos veículos que trafegavam para Pitinga e Balbina. Logo em seguida,
apareceram o primeiro restaurante e o primeiro hotel. Posteriormente, surgiram em volta as
residências e o centro comercial, utilizando-se da doação de lotes feita pelo então órgão
estadual de terras do estado O projeto do centro comercial e da área urbana foi realizado nos
lotes 17, 19 e 24 do Imóvel Uatumã, Gleba I, dando início à sede municipal.
[...] deu inicio a demarcação e abertura das ruas e a distribuição dos lotes na vila (hoje centro); na área
central (hoje área comercial) só existia um galpão que funcionava restaurante, posto telefônico,
rodoviária e ao lado o posto de gasolina, (onde funcionava a guarda municipal) era o prédio da Prefeitura,
que servia de alojamento para o 1º prefeito (Mário Jorge Gomes da Costa), o vice (Floriano Maia) e o
médico (Dr. Gouveia) e no mesmo prédio funcionava a 1ª farmácia que era do Márcio Abrantes (na
antiga SEMIC) era a casa do Sr. Chagas, mais tarde a 1ª Câmara Municipal, também existia o casarão do
Sr. Holdão (Fazenda Cuca Legal) hoje na esquina da rua Manaus com a BR 174, do outro lado existia o
comércio e restaurante do Josias. Dava início à retirada dos arames do campo para abrir as ruas. A
população, formada por maioria de imigrantes nordestinos, ocuparam os primeiros lotes se estabelecido e
formando o que hoje é a sede municipal.(Plano Diretor, 2006)
85
Figura 39. Mapa dos assentamentos rurais no município de Presidente Figueiredo
86
7.1.5 As Unidades de Conservação
87
A partir de 1990, os ocupantes pioneiros e os novos (bem capitalizados e instruídos)
estão voltados ao aproveitamento das belezas naturais do município, originárias das
características ambientais e geomorfológicas da área. Mas o verdadeiro interesse foi
despertado graças ao pioneirismo dos políticos locais que adquiriram extensas áreas com a
presença de cachoeiras e corredeiras de destaque, as quais transformaram em grandes
empreendimentos turístico-hoteleiros credenciados sob a forma de reservas privadas
(Reservas Particulares do Patrimônio Natural-RPPN), tornando-se o modelo a seguir. Esse
aspecto despertou o interesse dos proprietários rurais e de demais agentes locais e regionais
e migrou a atenção para uma nova forma de exploração dos recursos naturais, que é o uso
público de cachoeiras, cavernas e demais formações espeleológicas e geomorfológicas (Reis,
2010).
7.3.2 Educação
88
7.3.3 Saúde
Na sede do Município, os serviços de saúde são feitos pela Unidade Mista Hospitalar
“Gama e Silva”. Esta Unidade possui 43 leitos e uma média de 18.456 atendimentos mensais
em clínicas médica e cirúrgica, obstetrícia e ginecológica, pronto-socorro, unidade de terapia
intensiva (UTI), odontologia, vacinação, curativos, sutura e programas preventivos e
também por Postos de Saúde distribuídos nos bairros do Município.
No meio rural, existem 19 postos de saúde. Na vila Balbina existe um hospital
equipado e administrado pela Manaus Energia. Na vila de Pitinga, a Mineração Taboca
administra e mantém um hospital para atendimento ambulatorial e internação dos habitantes
locais. Na área indígena, o atendimento à população é prestado por agentes e por auxiliares
de saúde, também indígenas que trabalham nas aldeias para identificação dos casos de
malária. Os dentistas são provenientes de Manaus e fazem visitas quinzenais à área.
A infra-estrutura do setor responsável pela saúde no município, consiste de dois
hospitais, sendo um localizado em Balbina e outro em Pitinga. O sistema de saúde do
Município conta com 43 leitos, 24 postos de saúde e três laboratórios. A vila de Pitinga
dispõe de um hospital aparelhado para atender 3.000 pessoas, e conta com serviços para
prevenção de doenças tropicais típicas da região.
A coleta de lixo público doméstico e a limpeza das vias públicas são realizadas
diariamente pela Prefeitura municipal na sede. Em média 90%, dos domicílios urbanos têm
atendimento de coleta de lixo, correspondendo a cerca de 16 a 20 toneladas/dia. Esta
quantidade é depositada diariamente no lixão do Município, localizado na AM 240, km 09,
(Presidente Figueiredo – Vila de Balbina) dentro da APA Caverna do Maroaga, próximo à
caverna de mesmo nome (Figura 41). Os 10% restantes dos resíduos são depositados em
outros locais. Na área rural, 99% dos moradores realizam incineração, ou outras formas de
disposição do lixo (enterrando ou jogando em terreno baldio ou logradouro, em rio, lago ou
outros).
Em vistoria técnica realizada no local pela Prefeitura do município com a finalidade
de avaliar a situação atual do Aterro Sanitário municipal foram observados alguns aspectos:
O Aterro Sanitário é formado por três trincheiras dispostas paralelamente, todas com
canaletas de drenagem para coletar o chorume gerado nas células. Este chorume é remetido
para sumidouros individuais de infiltração, que se encontram em situação de
desmoronamento (dois deles). O sumidouro da terceira trincheira já encontra-se totalmente
tomado pela água (chorume) proveniente da trincheira e da chuva, e suas paredes já
desmoronaram por completo;
A deposição do lixo nas trincheiras não obedeceu a nenhum critério. O uso destas foi
aleatório, sendo usadas (as três trincheiras) ao mesmo tempo. Não existe “solo de cobertura”
usado para recobrimento das células de lixo;
A drenagem projetada não é aplicada para esse tipo de aterro. É visível que a
tentativa de impermeabilização das trincheiras foi feita através da aplicação de uma pintura à
base de asfalto, ou outro derivado de petróleo, não aconselhável para esse fim;
89
O chorume gerado não tem nenhum tratamento, logo, a infiltração está causando
contaminação do solo e possivelmente do lençol freático. Não existe drenagem de gases nem
de águas superficiais;
Apesar da existência de dois pequenos galpões, próximos à entrada do aterro,
“projetados” para a execução da triagem do lixo, esses não estão sendo usados;
É significativa a quantidade de insetos no perímetro do aterro;
O projeto aqui tratado não cumpre os requisitos exigidos pelas normas da ABNT
através da NBR 8419. Trata-se de uma obra que não obedece nenhum critério técnico /
ambiental, devendo ser classificada simplesmente como “Lixão”.
No caso específico da Caverna Maroaga e de seu entorno, verifica-se que esta se
encontra em região já bastante antropizada, destacando-se o depósito de lixo municipal. A
entrada para o depósito está localizada no km 09 da AM 240 e fica distante cerca de 2 km da
caverna (Figura 41. A). Foi implantada no local uma Usina de Reciclagem, com recursos
provenientes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), mas a mesma não entrou em
funcionamento. A frota municipal destinada à coleta de lixo é constituída por dois carros
coletores e uma pá mecânica. Parte do lixo hospitalar é incinerada no hospital, mas parte é
depositada no depósito de lixo existente. Segundo diagnóstico da APA “Caverna do
Maroaga” (PGAI/AM – PPG7, 2002) o Aterro não possui condições técnicas adequadas para
receber resíduos sólidos. Mesmo sua localização, segundo os autores, não está evidentemente
adequada ao tipo de atividade que exerce.
Caverna
do
Maroaga
Lixão
B C
Figura 40. Localização e aspecto do depósito de lixo municipal: A. Mapa da localização do lixão
da APA com relação á localização da caverna do Maroaga. B e C. Sistema de coleta de lixo feito
através de caçambas. Fonte: Figura A: PME da caverna refúgio do Maroaga, 2004. Fotos: Plano
Diretor de PF, 2006.
90
7.3.5 Comunicação
O município possui uma delegacia das polícias militar, civil além da presença da
guarda municipal.
91
7.3.10 Arqueologia
Em março de 2010, foi identificada por uma equipe de profissionais, nova ocorrência
de pinturas rupestres e fragmentos cerâmicos na propriedade rural ”Salto do Ipy”, situada na
AM 240 no município de Presidente Figueiredo; notadamente dentro dos limites da APA
Caverna do Maroaga. De acordo com os pesquisadores
esse achado retira o caráter de isolamento da gruta do Batismo (vila de Balbina) como única
ocorrência de pinturas rupestres do estado e sugere a existência de uma província rupestre
específica na área, contendo vários sítios com pinturas, dos quais apenas agora uma fração
começa a ser conhecida.
B C
92
7.3.11 Religião
7.3. 12 Economia
Extração de madeira de lei: essa atividade foi viabilizada com o asfaltamento da BR 174 e
ocorre pontualmente principalmente ao longo dos ramais e vicinais que interligam as
comunidades à BR 174 e à AM 240. Existem Planos de Manejo Florestal em funcionamento
no município segundo informações do IDAM, mas a maioria da exploração é feita
principalmente de forma clandestina, visando atender principalmente à demanda local das
comunidades, para construção de casas e marcenaria, e ao mercado consumidor da sede
municipal e de Manaus. Registra-se, ainda que raramente, a exploração de Pau-Rosa, em
terra firme nos ramais para extração do linanol.
93
município de Presidente Figueiredo ganhou enorme potencial no setor pesqueiro. As
características hidrográficas da região, principalmente nos rios Uatumã, e no lago de
Balbina, vêm fazendo com que a atividade pesqueira se destaque no município desde o início
da década de 90, onde as principais espécies capturadas são o tucunaré, pirarucu, tambaqui,
sardinha, matrinxã e aruanã, comercializados nas feiras do município, e principalmente em
Manaus. Constitue um recurso de grande importância comercial sendo, portanto, uma
grande fonte de geração de empregos. A atividade de pesca amadora esportiva vem
crescendo graças ao aumento do turismo na região. Esse aumento vem sendo observado a
cada Torneio Internacional de Pesca Amadora, que acontece geralmente no último bimestre
do ano no lago de Balbina.
Turismo: Outra base econômica que vem se consolidando na última década para o município
é o turismo. O município de Presidente Figueiredo possui características naturais únicas
além de acessibilidade e oferta de serviços que o tornaram pólo turístico da região. A
facilidade de acesso a partir da capital, Manaus, pela BR 174, e o grande número de atrativos
como: cachoeiras, corredeiras e cavernas concentradas próximas à sede do município, além da
presença do lago da UHE de Balbina onde se desenvolvem atividades de pesca esportiva a
tornaram referência do turismo de aventura no estado
(http://www.visitamazonas.am.gov.br).
As características pedológicas da unidade indicam sua baixa aptidão natural para a
agricultura e a pecuária, sendo o turismo ecológico uma alternativa econômica, de grande
potencial, para a promoção da melhoria da qualidade de vida da população. O turismo
apresenta-se como uma alternativa de uso dos recursos naturais, em lugar da conversão do
uso do solo para pastagens e agricultura com uso de defensivos agrícolas, constituindo uma
atividade importante para o desenvolvimento do município em bases sustentáveis. Outra
atividade turística com grande potencial a ser desenvolvido no município são os geoparques.
De acordo com o Schobbenhaus (2009), o Brasil possui um dos maiores potenciais do globo
para a criação de parques geológicos ou geoparques, devido a sua grande extensão territorial,
aliada à sua rica geodiversidade, que possui testemunhos de praticamente toda a história
geológica do planeta. Registros importantes dessa história, alguns de caráter único,
representam parte do patrimônio natural da nação e também de toda a humanidade. Esses
registros são identificados (a) em áreas relativamente pontuais (os chamados sítios
geológicos, geossítios, geótopos ou geomonumentos) e (b) em áreas relativamente extensas e
bem delimitadas (os geoparques). Estes incluem grande número de geossítios (de tipologias
diversas ou não) e são comumente associados à geoformas e paisagens originadas da
evolução geomorfológica da região.
Estão sendo realizadas pelo CPRM atividades relativas ao desenvolvimento do
projeto “Geoparques: Cachoeiras do Amazonas” que visa mapear e caracterizar áreas com
ocorrência de feições geológico/geomorfológicas, tais como as cachoeiras, corredeiras,
cavernas, grutas, entre outros, no município Presidente Figueiredo. O projeto está sendo
executado no período de 2009/2010 devendo gerar propostas para instituição de geoparques
na Amazônia. Para isso, deverão ser submetidas ao processo seletivo orientado pela
Comissão Brasileira dos Sítios Geológicos e Paleobiológicos (SIGEP), que apresenta como
critérios vários quesitos para avaliação de sítios como: sua singularidade na representação de
sua tipologia ou categoria; importância na caracterização de processos geológicos-chave
regionais ou globais; períodos geológicos e registros expressivos na história evolutiva da
Terra; expressão cênica; bom estado de conservação; acesso viável; e existência de
mecanismos ou possibilidade de criação de mecanismos que lhe assegure conservação.
94
Posição Cidade PIB em reais População Base da Economia
1 Manaus 34.403.671 1.738.641 Indústria, Comércio e Turismo
Indústria, Farmoquímica, Petróleo e
2 Coari 1.114.177 66.991
Gás natural
Indústria, Comércio Turismo,
3 Itacoatiara 610.608 90.440
Prestação de Serviços e Agropecuária
Agropecuária, Comércio e Prestação
4 Manacapuru 378.165 88.472
de Serviços
5 Parintins 358.968 65.671 Agropecuária, Tursmo e Indústria
6 Tefé 319.494 65.671 Indústrias
Presidente Prestação de serviços e Turismo
7 317.023 26.282
Figueiredo
Quadro 10. Lista dos sete municípios do estado do Amazonas com PIB superior a R$ 250
milhões de reais. Os valores referem-se ao ano de 2007, segundo o IBGE
95
Figura 42. Mapa da localização dos principais geoparques propostos pelo CPRM, no estado do Amazonas. Em destaque círculo rosa preenchido indicando o município de
Presidente Figueiredo como local proposto para criação de um Geoparque.
96
Figura 43. Mapa da localização dos empreendimentos licenciados pelo IPAAM dentro e próximo á APA
97
Área dos
Nº de
Estabelecimentos
Categoria Estabelecimento
(ha.)
Permanentes 721 8.002
Temporárias 560 2.348
Lavouras Área plantada com
forrageiras 562 11
para corte
Naturais 31 149
98
Valor da produção
Lavoura permanente Quantidade produzida (t)
(mil reais)
Valor da produção
Lavoura temporária Quantidade produzida (t)
(mil reais)
Os impactos de que vamos tratar são aqueles gerados por ações antrópicas que podem
ser apresentadas de acordo com a atividade a que estão associadas. Desta forma, no
município, verificam-se como principais impactos ambientais aqueles associados á:
99
Figura 44. Mapa do desmatamento acumulado na APA Caverna do Maroaga de 1997 a 2008
100
A B
C D
Figura 45. Impactos ambientais no município de Presidente Figueiredo: A) Desmatamento em encosta B)
Alteração da paisagem por atividade de mineração (brita) C) Desmatamento para pastagens D) Uso do fogo
para agricultura.
101
A B
Figura 46. Aspecto da Rodovia AM 240 e placa identificativa de comunidade inserida na APA Caverna do
Maroaga A) Placa identificativa da comunidade Cristã B) Vista da Rodovia AM 240
Faixa Etária
<1 1a9 10 a 19 20 a 39 40 a 49 50 a 59 >60
(anos de idade)
Quadro 13. Distribuição da porcentagem de diferentes classes de faixa etária por gênero das
comunidades rurais da APA
102
Figura 47. Aspecto de moradia em uma comunidade da APA Caverna do Maroaga
A B
Figura 48. . Saneamento nas comunidades inseridas na APA Caverna do Maroaga. A) Disposição do lixo B)
Cacimba. Fonte: PME caverna do Maroaga, 2004
103
Nº Nome da Associação Localização Famílias CNPJ Fundação
01 Ass. Com. São João do Urubuí BR 174 km 107 M/E 80 02.299.988/0001-67 10.08.1995
02 Ass. Com. Boa Esperança BR 174 km 120 M/D 62 01.338.210/0001-57 10.08.1995
03 Ass. Com. Jardim Floresta BR 174 km 126 M/D 82 00.382.071/0001-04 07.08.1994
04 Ass. Com. Sta. Terezinha II BR 174 km 126 M/E 85 04.497.763/0001-40 -
05 Ass. Com. Castanhal BR 174 Km 134 M/D 80 00.448.109/0001-96 18.07.1993
06 Ass. Com. Nova União II BR 174 km 134 M/D 30 04.400.043/0001-15 22.07.2000
07 Ass. Com. São Francisco BR 174 km 137 M/E 32 63.691.414/0001-24 12.03.1989
08 Ass. Com. Canastra I e II BR 174 km 137 M/D 34 04.605.635/0001-73 15.07.2001
09 Ass. Com. Sta. Terezinha BR 174 km 139 M/E 64 04.497.763/0001-40 15.05.1988
10 Ass. Com. Rio Canoas BR 174 km 139 M/E 300 34.563.007/0001-33 01.05.1993
11 Ass. Com. Rio Pardo BR 174 km 139 M/E 268 02.100.180/0001-09 10.11.1996
12 Ass. Com. Bom Jesus BR 174 km 139 M/E 67 03.399.942/0001-82 29.06.1999
13 Ass. Com. Novo Paraíso BR 174 km 139 M/E 30 04.245.773/0001-99 01.10.2000
14 Ass. Com. Água Azul BR 174 km 159 M/E 25 04.462.843/0001-60 28.05.2001
15 Ass. Com. Boa União BR 174 km 165 M/D 350 01.043.141/0001-54 06.08.1993
16 Ass. Com. Novo Rumo BR 174 Km 165 M/D 150 03.324.086/0001-04 05.12.2001
17 Ass. Com. N. Jerusalém BR 174 Km 179 M/D 200 40.612.982/0001-34 -
18 Ass. Com. Ramal do Paulista BR 174 Km 179 M/D 35 03.638.642/0001-09 29.08.1999
19 Ass. Com. Rio Taboca BR 174 km 185 M/E 20 05.270.010/0001-60 18.07.2002
20 Ass. Com. Sto. Antonio do Abonari BR 174 km 200 M/E 70 02.100.183/0001-42 11.05.1994
21 Ass. Com. Marcos Freire AM 240 Km 13 M/D 57 34.562.611/0001-45 24.04.1988
22 Ass. Com. Nova União AM 240 Km 17 M/E 45 05.411.264/0001-51 15.08.1993
23 Ass. Com. Menino Deus AM 240 km 20 M/D 25 05.162.945/0001-23 09.09.2000
24 Ass. Com. São Fco de Assis AM 240 Km24 M/E 40 01.100.184/0001-91 23.02.1989
25 Ass. Com. São Salvador AM 240 km 26 M/E 35 04.385.063/0001-64 26.11.2000
26 Ass. Com Cristo Rei AM 240 Km 28 M/D 15 34.489.856/0001-94 09.09.1988
27 Ass. Com. Cristã AM 240 km 32 M/E 50 01.745.050/0001-60 29.12.1996
28 Ass. Com. São Miguel AM 240 Km 50 M/D 150 04.513.697/0001-16 -
29 Ass. Com. Fé em Deus AM 240 Km 68 M/D 20 - -
30 Ass. Com. Céu e Mar R. Moreno Km 02 40 02.166.575/0001-04 30.03.1997
31 Ass. Com. São José do Uatumã Rua Morena km 13 90 02.557.443/0001-03 12.03.1989
32 Ass. Com. São Jorge do Uatumã R. Morena km 23 60 63.692.297/0001-13 01.09.1991
104
33 Ass. Com. Carlos A. N. Ribeiro Rio Uatumã M/E 10 03.673.414/0001-70 06.06.1999
34 Ass. Com. São Fco de Assis do Uatumã Rio Uatumã M/E 40 04.385.078/0001-22 08.03.2001
35 Ass. Com. Bom Futuro Rio Uatumã M/D 10 02.100.182/0001-06 03.06.1989
36 Ass. Com. Bela Vista Rio Uatumã M/E 20 - 30.06.2002
37 Ass. Com. N. Sra. do P. Socorro Rio Uatumã M/E 20 04.530.011/0001-34 17.04.1994
38 Ass. Com. Brava Gente BR 174 km 126/ME 10 05.211.143/0001-66 -
39 Ass. Com. Belo Horizonte AM 240 km 36 - 02.981.478/0001-75 -
40 Ass. Com. ASAMOT R. Morena KM 13 45 05.121.174/0001-26 02.02.2002
Rio
Quadro 20. Associações comunitárias presentes no município de Presidente Figueiredo
105
Estimativa do n° de
Rodovia N° Comunidade Localização
famílias
um Santo Antonio do Abonari Km 200 92
2 Ramal do Paulista Km 180
187
3 Nova Jerusalém Km 179
4 Príncipe da Paz Km 172 64
5 Novo Rumo Km 165 142
6 Boa União Km 165 406 (91 nas ilhas)
BR 174 7 Terra Santa Km 152 29
8 Canastra Km 137 34
9 Castanhal Km 134 56
10 Nova União II Km 134 40
11 Jardim Floresta Km 126 105
12 Boa Esperança Km 120 127
1 282
13 Maroaga Km 07 120
14 Marcos Freire Km 13 141
15 Nova União Km 18 61
16 Menino Deus Km 22 25
17 São Francisco de Assis Km 24 81
18 São Salvador Km 26 31
19 Cristo Rei Km 28 128
20 Cristã Km 32 25
AM 240
21 Novo Horizonte Km 37 37
22 São Miguel Km 50 45
23 Fé em Deus Km 68 09
24 Céu e Mar * Km 03 R.Morena 37
Km 13
25 São José do Uatumã * 86
R. da Morena
Km 23
26 São Jorge do Uatumã * 85
R. da Morena
911
Total 2193
Quadro 21. Comunidades inseridas na APA Caverna do Maroaga, localização ao longo da BR 174 e AM 240, n° de
famílias cadastradas pela Secretaria Municipal de saúde/ 2010 e levantamento do diagnóstico.
Socioeconômico.
*As comunidades Céu e Mar, São José do Uatumã e São Jorge do Uatumã ao longo do Ramal da Morena foram aqui
consideradas como estando inseridas na APA embora seus núcleos estejam localizados fora dos limites da UC
A APA possui, em seu interior, 23 comunidades. Três comunidades, que não estão
inseridas dentro dos limites, foram consideradas, neste diagnóstico, por ocuparem áreas
dentro dos limites da APA: comunidade Céu e Mar, São José do Uatumã e São Jorge do
Uatumã ao longo do Ramal da Morena. As comunidades da APA encontram-se localizadas,
principalmente, ao longo das rodovias BR 174 e AM 240. De acordo com os dados coletados
em campo, e com aqueles obtidos junto à secretaria de saúde, obteve-se o número
aproximado de famílias de cada comunidade localizada no interior da APA e seu número
total.
106
A comunidade mais populosa da APA é a Boa União, localizada entre a BR 174 e as
margens do lago de Balbina possuindo em torno 3 000 moradores. Das comunidades
localizadas no entorno da AM 240 a Cristo Rei é aquela com maior número de moradores,
em número de 500, divididos em 130 famílias e a menos habitada é a Fé em Deus com oito
famílias e 30 moradores.
7.6.1 Agricultura
A organização produtiva dos moradores baseia-se no modelo de agricultura familiar.
As principais atividades produtivas estão basicamente voltadas para o plantio de mandioca,
cupuaçu, maracujá, abacaxi, coco, macaxeira, milho, laranja, mamão, melancia, pimentão,
pimenta de cheiro, pimenta murupi, maxixe e outros. Além disso, desenvolve-se a criação de
pequenos animais (galinha, pato, porco, bode); o extrativismo florestal de madeira, castanha,
açaí, bacaba, patuá; a pecuária (gado); a pesca e a piscicultura. A renda das comunidades é
proveniente, em sua maioria, da comercialização de frutas e hortaliças seguida da venda de
legumes, da criação de gado, de pequenos animais e peixes.
107
A B
C D
E F
G H
Figura 49. Atividades econômicas desenvolvidas nas comunidades inseridas na APA Caverna do
Maroaga A) Venda de aves B) Plantação de coco C)Venda de polpa de cupuaçu D) Venda de carvão
E) Oficina de artesanato com cipó-titica F) Criação de pato G) Roça de mandioca
108
N° Comunidade Localização Produção e geração de renda
Macaxeira, cana de açúcar, banana, mandioca e
Santo Antonio
1 Km 200 / BR 174 derivados, mamão, abacaxi, coco, melancia, limão,
do Abonari
laranja, maxixe, jerimum, milho e arroz.
Ramal do Cítricos, macaxeira, abacaxi, banana, côco,
2 Km 180 / BR 174
Paulista cupuaçu, hortaliças e cana de açúcar.
Banana, mandioca, cupuaçu, maracujá, abacaxi,
Nova
3 Km 179 / BR 174 côco, macaxeira, cana de açúcar, hortaliças,
Jerusalém
abacaxi, mamão, melancia, jerimum.
Banana, mandioca, macaxeira, hortaliças: pimenta
de cheiro, pimentão, cebolinha e pimenta murupi.
4 Novo Rumo Km 165 / BR 174
Comercialização de gado, porco e pato. Também
tem lucro com o turismo e madeira
Banana, mandioca, macaxeira, hortaliças: repolho,
jerimum, maxixe, pimenta de cheiro, pimentão,
Boa União Km 165 / BR 174
5 cebolinha e pimenta murupi. Comercializam gado,
(Rumo Certo)
porco e pato. Pesca turismo, acampamento,
fabricação de móveis.
Príncipe da
6 Km 172 / BR 174 Pecuária
Paz
Macaxeira, banana. pimenta, repolho, chicória,
7 Terra Santa km 152 / BR 174 couve. Plasticultura e pecuária.
109
Hortaliças: cheiro verde, couve, maxixe, pimenta
cheirosa, pimenta murupi.
Banana, abacaxi, açaí, cupuaçu, abacate, manga,
graviola, coco, mari-mari, macaxeira, jabuticaba,
15 Nova União Km 18 / AM 240 ingá, laranja e criação de peixe e galinha. A renda
basicamente vem da comercialização de peixe:
matrinxã e vendas de verduras e laranja
110
7.6.2 Pecuária
7.6.3 Pesca
A pesca regular é efetuada apenas no Lago de Balbina e está voltada quase que
exclusivamente para a exploração do tucunaré (Cichla sp.), peixe muito procurado pelo
consumidor e de valor econômico considerável. Constituem um recurso de grande
importância comercial, sendo, portanto uma grande fonte de geração de empregos e como
também, uma das maiores fontes de renda para mais de 150 famílias, constituindo
diretamente em média 700 pessoas beneficiadas por essa atividade; notadamente na
comunidade Boa União, no Rumo Certo.
7.6.4 Turismo
111
30 novos atrativos mapeados/descobertos durante o campo, sendo 07 em uso e 23 potenciais,
com a conformação de 10 complexo naturais (conjunto de feições em um mesma área
fundiária) e 04 atrativos isolados.
Figura 50. Mapas dos atrativos naturais mapeados na APA Caverna do Maroaga. A) Litologia dos atrativos
B) Localização dos atrativos da APA
112
Entre os atributos naturais turísticos, 57% são cachoeiras, e 10% são corredeiras.
correspondendo às áreas mais atrativas na unidade. Essas áreas possuem um conjunto de
recursos naturais no seu entorno, como florestas e sua fauna, propiciando ambientes com um
leque amplo de opções para o desenvolvimento de atividades de lazer, notadamente aliadas à
sensibilização e interpretação ambiental. As cavernas e grutas presentes na APA são
cavidades naturais legalmente protegidas pelo Decreto nº. 99.556, de 01 de outubro de1990.
De acordo com seu Art. 1° “As cavidades naturais subterrâneas existentes no
território nacional deverão ser protegidas, de modo a permitir estudos e pesquisas de ordem
técnico-científica, bem como atividades de cunho espeleológico, étnico-cultural, turístico,
recreativo e educativo”. Redação dada pelo Decreto nº 6.640, de 2008.
De acordo com o Art. 20, inciso X da Constituição Federal de 1988 as cavidades
subterrâneas são bens de propriedade da União (Gestão do Governo Federal). O Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas do Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (Cecav/ICMBio) tem por objetivo realizar pesquisas científicas e ações de
manejo para conservação dos ambientes cavernícolas e espécies associadas (Cecav/ICMBio,
2009).
N° Nome Localização Uso turístico
1 Caverna do Maroaga AM 240 km 06 x
2 Arena/Reprodução do galo da serra AM 240 km 06
3 Cânion Maroaga AM 240 km 06
4 Paredão da Galinha AM 240 km 06
5 Gruta dos Três Arcos AM 240 km 06
6 Gruta da Judéia AM 240 km 06 x
7 Cachoeira Santuário AM 240 km 12 x
8 Cachoeira do km 13 AM 240 km 13
9 Cachoeira dos Pássaros AM 240 km 13 x
10 Cachoeira da Porteira AM 240 km 13 x
11 Cachoeira da Maroca AM 240 km 18 x
12 Galerias do Mutum AM 240 km 18
13 Corredeiras das Galerias AM 240 km 18
14 Portal das Galerias/dos desejos AM 240 km 18
15 Cachoeira Índia Nua AM 240 km 18
16 Corredeira Sossego da Pantera AM 240 km 20 x
17 Cachoeira da Neblina AM 240 km 51 x
18 Corredeira da Neblina AM 240 km 51 x
19 Cachoeira do Mutum AM 240 km 54,5
20 Corredeira da Jaguatirica AM 240 km 54,5
21 Cachoeira da Pedra Furada AM 240 km 57 x
22 Cachoeira Salto do Ypi AM 240 km 57 x
23 Cachoeira do Dedéu AM 240 km 60
24 Cachoeira dos Maias AM 240 km 60
25 Cascata do Cupuí AM 240 km 60
26 Quedas 1 e 2 AM 240 km 64
27 Gruta dos Aracuãs AM 240 km 64
28 Cachoeira dos Japós AM 240 km 64
29 Cachoeira do Jacamim AM 240 km 64
30 Muralha Gadelhacea AM 240 km 64
31 Cachoeira Cabelo da Índia AM 240 km 64
32 Cachoeira das Muralhas do Barreto AM 240 km 65
33 Paredão/Muralha do Barreto AM 240 km 65
113
34 Cachoeira das Quatro Quedas BR 174 km 107 x
35 Cachoeira das Orquídeas BR 174 km 107 x
36 Cachoeira Santa Cláudia BR 174 km 107
37 Gruta do Raio BR 174 km 107
38 Cachoeira/Corredeira das Lages 2 BR 174 km 112 x
39 Corredeira das Lages BR 174 km 113
40 Paredão dos Lages BR 174 km 113
41 1° Queda BR 174 km 113
42 2° Queda BR 174 km 113
43 3° Queda BR 174 km 113
44 Cachoeira Pedra Lascada BR 174 km 113
45 Queda e Gruta do Ceará BR 174 km 120
46 Gruta - Fenda do Ceara BR 174 km 120
47 Cachoeira do Castanhal (da loira) BR 174 km 134 x
Quadro 23. Localização dos atrativos naturais turísticos da APA Caverna do Maroaga. Em destaque
grutas, cavernas e rochas expostas e os locais em uso.
7.6.4.1 Acessibilidade
60,9% das áreas estão inseridas em propriedades privadas e 8,7% das áreas estão
localizadas em unidades de conservação públicas e privadas (4,3%). Os locais inseridos em
área pública (área ociosa) são de 4,3%, correndo grande risco de posse espontânea de terras
públicas e uso intensificado. Observa-se que 3,4% das áreas estão inseridas em RPPN’s,
obedecendo a condições mínimas de uso público, porém, sem existência de plano de manejo.
Em áreas de posseiros localizam-se cerca de 8,7% dos locais, que necessitam de imediata ação
para ordenamento ambiental e fundiário.
114
Figura 51. Gráfico da porcentagem de atrativos situados em diferentes domínios de terra
Figura 52. Mapa da localização fundiária dos atrativos naturais da APA Caverna do Maroaga
115
7.6.4.3 Infraestrutura e Gestão
116
Impactos Ambientais
%
90,0
78,3 78,3
80,0
Não
70,0
60,9 Sim
60,0
52,2
Próximo
50,0 47,8
30,0
21,7
20,0 17,4
13,0 13,0
8,7 8,7 8,7 8,7
10,0
4,3
0,0
Desflorestamentos Clareiras Resíduos Sólidos Pichações Queimadas
Dispersos
Figura 53. Gráfico da porcentagem de diferentes impactos ambientais encontrados nos atrativos
mapeados dentro da APA Caverna do Maroaga
117
O objetivo do parque seria garantir a proteção efetiva do atrativo ecoturístico
elencado como prioridade pelo Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia
Legal/ PROECOTUR. Através da proteção da região, seria compatibilizado o uso
ecoturístico com o manejo e a conservação dos recursos naturais componentes do Sistema
Maroaga.
Em 2005 a Portaria Municipal nº. 012, de 19 de dezembro da Secretaria Municipal de
Meio Ambiente (SEMMA) de Presidente Figueiredo, proibiu o acesso ao interior da Caverna
do Maroaga, devido à detecção de fungos patogênicos prejudiciais à saúde humana,
provenientes das fezes dos morcegos que habitam o seu interior. Mais recentemente a
portaria municipal n° 08 de agosto de 2010 proíbe a visitação à caverna durante o período
reprodutivo do galo-da-serra, de 1° de novembro a 30 de abril.
São indicados como principais objetivos do Parque Caverna do Maroaga: preservar a
diversidade biológica; proteger a Caverna do Maroaga, Gruta da Judéia, Toca I, II, III e IV,
Paredão da Galinha, Gruta dos Três Arcos, Gruta dos Animais, Gruta do Pequeno e Fenda
das Raízes; preservar e restaurar os ecossistemas, representados pelos diversos ambientes
naturais; propiciar e incentivar o desenvolvimento de pesquisas científicas; desenvolver
atividades de educação ambiental; realizar o monitoramento ambiental; possibilitar o turismo
ecológico e a realização de atividades de recreação em contato com a natureza; incentivar o
desenvolvimento regional integrado através da realização de atividades recreativas, do
turismo ecológico e de práticas conservacionistas; buscar a tomada de consciência do público
visitante quanto à importância do ecossistema cavernícola, da flora e da fauna regionais;
proteger espécies da fauna e da flora em geral, principalmente as consideradas raras,
endêmicas, vulneráveis ou em perigo de extinção.
Rogério Gribel, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA),
na década de 80, elaborou a primeira proposta conhecida para proteção da referida caverna.
No documento intitulado “Proposta preliminar para criação de uma reserva ambiental na
área da Caverna Refugio do Maroaga, Município de Presidente Figueiredo, Estado do
Amazonas”, destaca a relevância ambiental e ecológica da região e o cenário de degradação
ambiental observado na época, direcionando a proteção da cavidade para fins de conservação,
pesquisa e educação. Nesse documento, Gribel (1988), destaca que os desmatamentos
ocorridos na época tinham sido catalisados por iniciativa governamental, como a criação do
Distrito Agropecuário da Suframa. O Plano de Manejo Espeleológico da caverna do
Maroaga já gerou subsídios técnicos para sua relevância a nível regional e a perspectiva de
ordenamento ambiental e administrativo. Atualmente o CECAV possui uma relação de
aproximadamente 50 locais propícios à conservação, dependendo de estudos sobre a
relevância das cavidades, usos e ocupação, para se identificar a qual perfil de área protegida
se destina. Entre esses processos está o da Caverna do Maroaga. Segundo Gadelha (2009). a
vulnerabilidade da caverna do maroaga aumenta em razão dos fenômenos naturais, como o
intenso intemperismo químico, lixiviação, erosões hídrica e eólica, e as induzidas: laminar e
em sulcos. Além disso, existe a escassez de fiscalização e de manutenção, fortes aliados da
intensificação dos impactos.
A área sugerida para a implantação do Parque (Figura 55) segundo o Plano de
manejo da caverna do Maroaga, 2004, abrange todo o conjunto de feições espeleológicas e
suas nascentes, além de um fragmento florestal bem conservado. Partindo-se do ponto 1,
localizado sobre a AM240 nas coordenadas 02º03´21,52"S
118
e 59º58´40,61"W (9772440N e 168690E), segue-se rumo o azimute 123º por
aproximadamente 1260 m até chegar-se ao ponto 2 localizado nas coordenadas 02º03´43,60"
S e 59º58´06,70"W (9771765N e 169740E). Do ponto 2, segue-se o rumo azimute 010º por
cerca de 527 m até o ponto 3, situado nas coordenadas 02°03´26,2"S e 59º58´03,60"W
(972300N e 169835E), deste ponto 3, segue-se rumo azimute 012º por cerca de 1.135 m, até
encontrar-se o ponto 4, localizado sobre a AM-240 nas coordenadas 02º02´49,46”S e
59º57´55,61”W (9773430N e 170080E). Do ponto 4 acompanha-se a AM- 240 em rumos e
azimutes variados por cerca de 2.167 m até chegar-se ao novamente ao ponto 1, fechando a
poligonal da área proposta, totalizando 153,5 ha e um perímetro de 5.089 m.
Figura 54. Mapa da área proposta para criação de Parque no entorno da caverna Maroaga.
Fonte: Plano de Manejo espeleológico da Caverna Maroaga, 2004
119
A B
C D
Figura 55. Caverna Maroaga A) Turistas na entrada da caverna B) Entrada da caverna Maroga C)Placa de
interdição D) Placa informativa para visitas E) Placa indentificativa da Caverna na rodovia AM 240Mapa da
área proposta para criação de Parque no entoro da caverna Maroaga.Fonte: Plano de Manejo espeleológico da
Caverna Maroaga, 2004
120
A B
C
D
Figura 56. Sistema Maroaga A) Fenda das Raízes B) Gruta da Judéia C)Arena do Galo-da-serra D) Galo-da-
serra macho. Fotos:Pedro Rocha Moraes, 2010
121
Figura 57. Mapa da situação fundiária da caverna do Maroaga e da área proposta para criação de Parque.
122
8. ASPECTOS INSTITUCIONAIS
123
8.1 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
124
• Poder púbico local
Conselho • Assoc. da sociedade civil
CONSULTIVO OU • Empresas privadas
DELIBERATIVO • Populações locais e organizações
representativas
• Órgãos ambientais
• Universidades e instituições
Gestão da UNIDADE DE • Instituições públicas
CONSERVAÇÃO
PLANO DE GESTÃO
Figura 58. A gestão de uma unidade de conservação leva em conta a interação entre várias entidades que
compõem o Conselho Deliberativo ou Consultivo e as metas e atividades previstas em um plano de manejo
(Revista Política Ambiental n° 4, 2007, CI, Modificado por Noella Markstein, 2010).
125
Figura 59. Organograma da Secretaria de estado do meio Ambiente
126
Figura 60. Os departamentos ligados ao CEUC e os macroprocessos de gestão
127
9. ANÁLISE ESTRATÉGICA DA UNIDADE
DE CONSERVAÇÃO
128
A análise estratégica tem como objetivo sintetizar os principais resultados das
informações levantadas a respeito da unidade, considerando seus objetivos estabelecidos no
instrumento de criação de forma a orientar a proposição e a implementação dos programas e
atividades para a gestão da unidade.
O Quadro 23 demonstra esta análise, contemplando os principais pontos que devem ser
considerados com referência á APA sendo que os pontos fracos e fortes podem condicionar o
manejo da APA e influenciar no cumprimento dos objetivos de criação da UC. As ações de
mitigação e propostas para avançar nos aspectos positivos servirão de norte para o
desenvolvimento dos programas de gestão da unidade.
129
FRAQUEZAS MITIGAÇÃO FORTALEZAS AVANÇO
Buscar acordos com os órgãos competentes para o
Atributos ambientais de Avaliar, desenvolver e monitorar o uso em atrativos
Situação Fundiária irregular agricultor poder utilizar a terra e buscar os caminhos para
grande valor turístico turísticos utilizados e potenciais
resolução da questão fundiária
Grande potencial de
Degradação oriunda de usos turísticos não planejados, sem Trabalhar em conjunto com Instituições e proprietário
Fiscalização e monitoramento sistemático exploração do recurso hídrico.
controle de terras para a conservação das microbacias da APA
Água de altíssima qualidade
Acesso á informações sobre técnica alternativas ao uso do Território com grande área Desenvolver estratégias para conectividade e
Desmatamento e queimadas
fogo, realizar mutirões, fazer aceiros florestada manutenção de áreas de preservação dentro da APA
Reconhecimento nacional de
Estabelecer parcerias com instituições de ensino e
Desconhecimento sobre a legislação ambiental sobre área com alta importância para
Desenvolver atividades e materiais de educação ambiental pesquisa para aumentar conhecimento sobre o ambiente,
unidades de conservação, sua necessidade e vantagens a conservação da
atributos e técnicas agrícolas
biodiversidade
Atuação da fiscalização sem articulação entre os diferentes
Preocupação com a
níveis de poderes atuando na área e sem realização prévia Desenvolver atividades e materiais de educação ambiental Monitorar e fiscalizar o uso do ambiente
conservação de áreas de APP
educação ambiental como medida preventiva
Estabelecer contatos com empresas e instituições que
Deficiência em infra-estrutura básica Informação e articulação com responsáveis públicos Conselho Deliberativo ativo
tenham interesse em utilizar os recursos da unidade
Quadro 24. Análise estratégica dos pontos fortes e fracos da APA Caverna do Maroaga
130
10. SIGNIFICÂNCIA
131
A Área de Proteção Ambiental estadual Caverna do Maroaga, criada no município de Presidente
Figueiredo, AM, está localizada sobre substrato geológico muito diverso abrangendo em sua área atributos
naturais de grande fragilidade e beleza cênica como grutas, cavernas e cachoeiras. Sua área é largamente
drenada e florestada possuindo cavernas, cachoeiras e cursos d’água utilizados pela população do município
e da capital do estado, Manaus, para atividades turísticas, abrigando animais da fauna silvestre típica da
Amazônia e do Platô das Guianas.
Sua significância está relacionada á sua condição de território classificado como sendo de alta
importância para a biodiversidade definida pelo MMA, 2008, zona de amortecimento da Reserva da
Biológica do Uatumã, entorno direto do reservatório da Hidrelétrica de Balbina, parte integrante do
Corredor Central da Amazônia e da Reserva da Biosfera da Amazônia Central, área de proteção de várias
nascentes da bacia do rio Uatumã e área contígua á APA municipal Urubuí e á Terra Indígena Waimiri-
Atroari. Neste território foram identificadas a ocorrência de diversas espécies da flora e fauna da Amazônia
constantes das listas de espécies ameaçadas e um grande potencial para a presença de sítios arqueológicos.
São registradas cotidianas pressões que impõem riscos à sua conservação. Dessa maneira fica caracterizada
a significância deste território para o município, para o estado assim como para a conservação de todos os
ecossistemas associados á bacia do rio Uatumã e Urubu e para o uso sustentável de seus recursos pela
população residente.
132
Referências Bibliográficas
133
AMAZONAS. Lei Complementar n° 53 de 27 de junho de 2007. Institui o Sistema Estadual de Unidades
de Conservação do Estado do Amazonas.
________. Roteiro Metodológico para Elaboração de Planos de Gestão para as Unidades de Conservação
Estaduais do Amazonas: Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável –
Manaus: SDS, 2006.
BORGES, Sérgio Henrique; IWANAGA, Simone. Ciência Hoje n. 244, Opinião, p. 73-75 Programa de
Pesquisas Científicas, Fundação Vitória Amazônica, 2007.
_______. Ministério do Meio Ambiente. Livro das Áreas Prioritárias para a Conservação, Uso Sustentável e
Repartição dos Benefícios da Biodiversidade Brasileira,2007
________.Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. Brasília, DF/Belo Horizonte, MG:
Fundação Biodiversitas, 2008.
CAPUTO et al. 1972, Cunha et al. 1994, Nogueira & Soares1996, Nogueira 1999. Revista Brasileira de
Geociências, volume 39 (1), 2009.
134
CITES. Convention on International Trade in Endangered Species: Anexos I, II e III. Disponível em
http://www.cites.org/fra/app/index. Acesso em 25/04/2010.
DOS SANTOS, Aldemir Pereira; LIMONGE, Jesseneide Pereira. Turismo espeleológico na Amazônia:
Estudo de caso da Caverna do Maroaga em Presidente Figueiredo, 2006.
EMMONS, L. H. Neotropical rainforest mammals: a field guide. 2nd ed. The University of Chicago Press.
Chicago & London. 307 p. 1990.
GADELHA, Eloísa Mendonça e ALECRIM, José Duarte. Impactos ambientais causados pelo turismo e
pela agricultura na Área de Proteção Ambiental de Presidente Figueiredo “Caverna do Maroaga”.
Publicação eletrônica – Anais do I Encontro de Pós-Graduação do Estado do Amazonas e II Amostra
POSGRAD/FAPEAM, 2006.
IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 2010. Disponível em
http://www.ibama.gov.br
_______.Manuais técnicos em geociências: Manual Técnico de Pedologia, n°4. Rio de Janeiro, 2007.
135
ICMBio. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. 2010 Disponível em
http://www.icmbio.gov.br
IUCN. International Union for Conservation of Nature. Red List of Threatened Species. Disponível em
http://www.redlist.org/>
Acesso em 25/04/2010.
LENTINI, Marco et al. Fatos Florestais da Amazônia. Belém: Instituto do Homem e Meio Ambiente da
Amazônia / IMAZON, 2005.
MEIRELES, Filho João. O Livro de Ouro da Amazônia. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
MULLER, Andrew Jackson e CARVALHO, Albertino de Souza. Uso de produtos CERBS para o
zoneamento geoambiental de Presidente Figueiredo, no Amazonas. Disponível em:
<http://www.obt.inpe.br/cbers/cbers_XIISBSR/636_Trabalho%20Simposio_sensor.pdf>. Acesso em
07/04/2010
NETO, H. de A. e MOREIRA, H.L. Projeto Estanho de Abonari; Relatório final. Manaus, DNPM/CPRM,
1976. v. 1.
136
NOGUEIRA, A.C.R., TRUCKENBRODT W., SOARES E.A.A.. O icnogênero Arthrophycus de depósitos
sublitorâneos da Formação Nhamundá (Siluriano Inferior) da Bacia do Amazonas, região de Presidente
Figueiredo. Revista Brasileira de Geociências, 29(2): 135-140, 1999.
REIS, João Rodrigo Leitão dos. Gerenciamento ambiental de atributos naturais da APA Caverna do
Maroaga, Presidente Figueiredo/AM. Dissertação PPG-CIFA. Manaus: UFAM/Faculdade de Ciências
Agrárias, 2010.
REIS, Nelson Joaquim et al. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Amazonas / Manaus: CPRM –
Serviço Geológico do Brasil, 2006.
ROSS, J. L. S. Geomorfologia: ambiente e planejamento. 5 ed. São Paulo: Ed. Contexto. 85p, 2000.
SANTOS e NETO, Reis 1982 apud Plano de Manejo REBIO Uatumã, 1997.
137
SANTOS, Ângelo Augusto. Estratégias para o uso sustentável dos recursos pesqueiros da Amazônia.
Fundação brasileira para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro. 45p, 1995.
SARGES , Roseane Ribeiro et al. Sedimentação coluvial pleistocênica na região de Presidente Figueiredo,
nordeste do estado do Amazonas. Revista Brasileira de Geociências, volume 39 (1), 2009.
SDS/ CEUC. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas. 2010
Disponível em www.sds.am.gov.br.
SILVA, José Augusto Coelho e SILVA, Marlene Freitas. Estudos Florísticos no Município de Presidente
Figueiredo, Amazonas. Acta Amazônica. Vol. 36(1) 2006: 53 – 58. 2006
SOUZA, Maira Bechimol. Efeitos da fragmentação insular sobre a comunidade de primatas na Amazônia
Central / Dissertação (mestrado) INPA, Manaus, 2009.
TOWNSEND, Colin R; Begon, Michael; Harper, John L. Fundamentos em Ecologia. Porto Alegre:
Artmed, 2006.
138