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Revista Brasileira de Ensino de Fisica, vol) 17, n? 1, 1995 Comportamento critico no péndulo simples Paulo Murilo Castro de Oliveira Instituto de Fisica, Universidade Federal Fluminense Av. Litordnea s/n, Boa Viagem, 24210-340, Niterdi, RJ, Brasil ‘Trabalho recebido em 24 de jancito de 1995 Resumo Apresenta-se a solugio numérica do problema do péndulo rigido simples. ‘Trata-se de uma massa pontual presa a extremidade de uma haste rigida muito mais leve, 0 conjunto podendo girar livremente em toro de um eixo horizontal que passa pela outra extremidade da haste. Considerando o sistema inicialmente parado na posicio vertical da articulagio para baixo, imprime-se uma velocidade inicial massa. Caso o valor desta velocidade seja menor que um. certo valor critico, o movimento ¢ oscilatério e a massa percarre um arco de circunferéncia com idas ¢ voltas sucessivas. Ao contrario, se a velocidade inicial exceder o valor eritico, a massa percorre periodicamente a circunferencia completa, sempre no mesmo sentido, Neste 21 texto sao analisados a nas proximidades desta transicio. L Introdugio Vamos considerar um péndulo formado por uma massa presa na extremidade de uma haste rigida de comprimento £ ¢ massa despreaivel. Vamos também considerar despreziveis os eftitos do atrito. ne atti- culagdo da outra extremidade, bem como os efeitos da resisténcia do ar ao movimento. Nestas condigées, a lei de Newton aplicada a este sistema se escreve como 0 de onde 0 6 6 angulo instantaneo entre a haste e a vertical, medido do ponto de articulacao para baixo. A inten- sidnde do campo gravitacional terrestre ¢ representada Por g, € 0 tempo port. A haste esté inicialmente pen- durada na posigio vertical, ¢, através de uma pancada seca, imprime-se uma velocidade inicial vp & massa. Caso a velocidade inicial vo sejn pequena, 0 movi- mento subsequente é oscilatério, uma vez que o sistema io tem energia suficiente para atingir posigio ver- tical, oposta ao seu ponto de equilfbrio estavel. Ao contriio, se vp for grande, a massa conseguc’atingir © ponto mais alto da trajetéria circular ainda com al = —Fsen(0) i Q) igio entre estes dois regimes ¢ o ralentamento eritico que ocorre guma velocidade, passar por ele, © continuar girando sempre no mesmo sentido, Em ambos os casos 0 movi- mento é periédico, ocorrendo no primeiro caso inversio de velocidade 0 que nio acorre no segundo caso, valor critico v= eget @) separa os dois regimes possiveis de movimento, ou seja, ‘© movimento ¢ oscilatério para vy v~. O valor eritico da equagio (2) pode ser determinado por argumentos simples de conservacio de energia. Para velocidades iniciais muito préximas ao valor co ve tanto acima quanto abaixo deste, a massa er passa muito tempo préxima do ponto mais alto da tra- jetdria circular, com velocidndes muito baixas. ‘Teori- caimente, se to pudesse ser igualada ezatamente ao va- lor critico ve a massa gastaria um tempo infinito para atingir o ponto mais alto da trajetéria circular. Desta maneira, 0 periodo 7’ do movimento aumenta indeft- nidamente & medida em que vg se aproxima de ve de ambos os lados (ver figura 1), Sooo ee an ce om umes tm ta Yo Figura 1, Grifico do periodo T em fungio da velocidade inicial vo, obtido numericamente, Foran usados neste caso os valores g = 9.81m/s? © € = 2m, mas as escalas dos ei xos foram convenientemente escolhidas para que 0 grafico se aplique a quaisquer outros valores g ¢ :T'é medido em unidades de /a2, ¢ ve em unidades de ve = 2/079. Pequenas Oscilagies © problema do péndulo é geralmente tratado no se- gundo grau ou no ciclo basico das universidades apenas no limite de pequenas oscilagdes, onde a solugao é sim- ples. Neste limite, o Angulo 0 varia sempre restrito a um pequeno intervalo em toro de zero, ¢ 0 sen(9) que apa- reee na equagio (1) pode ser aproximado pelo proprio 9 medido em radianos. Dentro desta aproximagio, a solugio da equagio ¢ simplesmente O(t) © Oasen (vi) ‘ @) onde 04 € a amplitude de oscilagio relacionada com vy, na forma 04% % Jaks (a) eon /£ real. (6) A telagao (4) pode ser obtida igualando-se to a0 pro- duto da velocidade angular inicial 04/972 (derivada da equagéo (3) em t= 0) pelo raio é da trajetoria. A relagio (5) se obtem igualando o argumento:da fungao sen na equagio (3) 2x, que é0 Angulo correspondente ‘a uma oscilagio completa. © 0 periodo vale P.M. C. de Oliveira ‘A aproximagio que deu origem as equagies (3), (4) ¢ (5) ¢ valida para pequenos valores da velocidade ini- cial, ow seja ty <<< ve. No entanto, bastante antes da situagio ctitica (por exemplo quando a amplitude de oscilagdo & préxima de 90°), esta aproximagio jé deixa muito a desejar. Note por exemplo que 0 perfodo do movimento nio depende da velocidade inicial v9 (e nem da amplitude 04), segundo a equacio (5). Porém, esta independéncia #3 é aproximadamente verdadeira para velocidades iniciais (e amplitudes) muito peque- nas, como pode ser ebservado no lado esquerdo da fi- gura 1. teressante é 0 edleulo da velocidade ial necessarin para que a amplitude do movimento seja por exemplo, de 30°. Novamente através de ar- Um exercici gumentos simples de conservagao de energia, chega-se 8 resposta tv (2— V3)9£ © 0.26v., menor do que (6 valor eritico ve. A aproximagio (4), aplicadn a este valor de vo daria uma amplitude 04 & V2— V5 radi- ano ou 29.66°, bastante préxima do valor correto 30°. Neste caso, 0 erro da aproximagio é de apenas 196. No mesmo espirito do paragrafo anterior, a veloci- dade inicial necessirin para que a amplitude seja de 90° vale vy = ¥2gé = 0.71v,, também menor (mas nao . A aproximagio (4) daria 81° para a amplitude, ao invés do valor correto, 90° muito) do que o valor cri Neste easo o erro jé subi para 10%. Pars uma ampli- tude de 120°, teriamos vo = VIg2 = 0.870., ¢ a apro- ximagio (4) daria 99° ao invés de 120°. O erro subiu ainda mais, desta vex para 17%. Quanto mais préximo da situagio critica, na qual a amplitude seria de 180°, piores serio os resultados obtidos das aproximagées (3), (ye). Solugiio Numérica Perto da regido critica, ou seja, quando v9 se apro- xima de ve, vamos recorrer ao método numérico para resolver a equagio (1). O método)se baseia na dis- cretizagio do tempo, transformando,a, equagio. dife- rencial (1)-numa equacéo de. diferencas finitas. Isto é feito adotando-se um pequeno intervalo At como uni- dade de tempo, e considerando-se apenas valores intei- 108 0,1,2,3.0ts.de tempo. O angulo instantaneo 0(t) Revista Brasileira de Ensino de Fisica, vol..17, n° 1, 1995 assume uma sério discret de valores 60; 0;, 03, 03. ‘ow seja, uma tabela numérica, sendo o primeiro valor % (6) de acordo com a condigio inicial adotada anterior mente, O valor seguinte seri 0 produto da velocidade angular inicial vo/£ pelo intervalo de tempo decorrido, ou seja = Far. @ Portanto, 0, pode ser calculado numericamente pela equagio (7), ¢ acrescentado na segunda posigao da ta- beta. Os demais valores da sétic 0, serio obtidos da préprin equagio (1) que, depois de discretizada, se re- esereve na forma (ver referencia (1]) Ory1 = 20 + Orns ae = —Zaen(0,) , (8) ou, explicitando 0,41, Gigs = 20, — O25 — Fat? sen(6,) - (9) A forma (9) 6 a equasiio de diferengas finitas mencio- nada acima, Considerando primeiramente o valor ¢ = 1 nesta equagio, determina se 0; em fungio de 0, © > J conhecidos, completando o terceiro valor da tabela. A mesma relagio (9), desta vex considerando t = 2, fornece 0 quarto valor 03 em funsio de 62 © Oy ji co- nhecidos. Novamente a equagio (9), agora fazendo-se {= 3 nos fornece o préximo elemento 9, da tabela © assim sucessivamente. Este método numérico simples 44 foi adotado em problemas semelhantes!!-?), De posse desta tabela contendo uma quantidade aprecidvel de valores consecutivos, pode-se construir 0 grafico de 0(t) em fungao de t. A figura 2 mostra um exemplo. Uma simples inspegio visual do gréfico basta ara verificar que nio se trata de uma sendide como.na aproximagéo (3), que neste caso nio se aplica: numa sendide, Os maximos ¢ iminimos so mais pontudos. A figura 3 mostra um outro exemplo, desta vez com velo- cidade inicial acima do valor critica. t Figura 2. Grifico de @ em funcio de t, obtide numerica- mente, para At = 0.00015 ¢ ty = 8,85m/s, usando o mesmo péndulo da figura anterior (g = 9.81m/s? © ¢ = 2m). Neste caso, a velocidade inicial é muito préxima do valor critico Ye & 8.86m/s, inviabilizando a aproximagio de pequenas cxcilagdes. Note que a amplitude é também muito préxima de 180" ou = & 3.14 radianos. Os kngulos estio expressos em radianos, ¢ os tempos em segundos. t Figura 3, Grifica de @ em funcio de ¢, obtido numerica- mente com os mesinos valores da figura anterior, exceto ty = 8.87m/s, Desta vez, a vélocidade inicial'é maior do ‘que 0 valor eritico vr. = 8.86m/s. O movimento, ro inves de ‘oxcilatério, & citcular seimpre no mesmo sentido. Os dngelos esto redutidos ao intervalo (0,22). Ocrto desta aproximagiio numérica depende apenas de dois fatores. Primeiro, a quantidade de digitos consi- derados nos valores numéricos que entram nos céleulos ds equasao (9). Isto depende do computador e da lin- guagem de programagao usados. Em geral, as operages algébricas sio realizadas com 16 digitos, em computa

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