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PINHEIRO, Maria Lucia Bressan.

O pensamento de John Ruskin no debate cultural


brasileiro dos anos 20. 19&20, Rio de Janeiro, v. III, n. 4, out. 2008

- Possui graduação em ARQUITETURA E URBANISMO pela Universidade de São Paulo (1980),


mestrado em Arquitetura e Urbanismo (1989) e doutorado em Estruturas Ambientais Urbanas
(1997) pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professora doutora ms-5 da Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo; foi diretora do Centro de Preservação
Cultural-CPC da USP de junho/2006 a abril/2010.

- Autora diz que pensar a arte brasileira é indissociável da Academia Imperial de Belas Artes, mas
que neste trabalho especifico fala do Romantismo e mais especificamente de um de seus maiores
luminares, John Ruskin
- Arte e arquitetura do século XIX tem que ser compreendidas considerando as profundas
mudanças sociais e urbanas do fim do XVIII e início do XIX, e levando em conta as discussões
empreendidas acerca das tradições arquitetônicas inglesa e francesa
- Tradição Francesa: tendência cartesiana à clareza e certeza matemática
- Tradição Inglesa: empiristas, ancorada na realidade e natureza. Terá grande influência com a
questão de parques e jardins, e da destruição da natureza trazida pela Revolução Industrial.
- Tradição francesa começa a mudar quando Luis XIV recusa o projeto de Bernini, renomado
artista italiano (Anjos e Demonios) em prol do de Perrault, que introduz o gosto como questão
subjetiva no debate arquitetônico francês: psicologia e emoções humanas interferem nas questões
estéticas. Traz também uma reabilitação da arquitetura gótica.
- Criação da Academia Francesa de Arquitetura em 1671: conceituar e regulamentar a arquitetura,
questiona os valores até então incontestes da Antiguidade Clássica.
- Já a tradição inglesa valorizava formas oriundas da imaginação e dos sentidos, a beleza do
classicismo está nas associações histórico-literárias e ético-religiosas àquela construção. Belo não
se refere ao ao intelecto e sim aos sentimentos, a arte deve suscitar emoções.
- É nesse contexto que surge John Ruskin, que viveu de 1819 a 1900, durante o auge do poder
econômico e militar da Inglaterra (era Vitoriana). Intransigente inimigo da industrialização e crítico
das mazelas provocadas pela sociedade capitalista industrial.
- Ruskin é fundamental para o debate em torno do papel da arquitetura e da preservação para a
cidade moderna. Inicia sua carreira como crítica de arte e se volta para a política, com claras
tendências socialistas. Mesmo polêmico, seus livros fazem tanto sucesso que ele consegue
subsistir da renda deles, depois de dilapidar a fortuna herdada do pai em causa sociais e
preservacionistas.
- Sua principal obra é AS SETE LÂMPADAS DA ARQUITETURA, que repercutiu mundialmente,
e especificamente no panorama brasileiro entre os adeptos do Neocolonial.
- O foco de Ruskin é preservar os valores e princípios tradicionais das transformações em curso
pela Revolução Industrial, debate virulentamente contra a restauração de edifícios da forma como
era feita até então. Advoga pela manutenção constante a fim de evitar que os monumentos e
edifícios necessitem de restaurações que os descaracterizem.
- Influências de Ruskin nas publicações brasileiras - LÂMPADA DA MEMÓRIA, PÁTINA DO
TEMPO
* OS REPAROS NO FORTE DE BERTIOGA – 1904 – Euclides da Cunha – encara que os reparos
apenas sustém a marcha da ruína e que a página do tempo deve ser valorizada como glória do
edifício
* CHAFARIZES DO RIO DE JANEIRO – 1920 – Adalberto de Mattos – critica as restaurações que
tiram a pátina do tempo e restauram com materiais não nobres
* A ALMA DE NOSSOS LARES – 1924 – Lucio Costa – a casa deve se harmonizar com o
ambiente, ser convidativa e calorosa, não mater o aspecto de “novinha e bonitinha”; secunda
Ruskin no sentido de que a casa deve ser empática ao morador
* A ARTE TRADICIONAL DO BRASIL – 1917 – Ricardo Severo, engenheiro português ícone do
movimento neocolonial. A arquitetura cotidiana era a alma da cidade. Arte como universal, não
nacional. Projeto CASA PORTUGUESA, em conjunto com o historiador Rosa Peixoto e arquiteto
Raul Lino (1897 – 1907)
- Ricardo severo influenciou Mário de Andrade, que reverenciava Severo como estudioso da
arquitetura colonial Brasileira após sua viagem a MG, e seus escritos são influenciados pela
Lâmpada da Memória. A noção de beleza como acolhimento expressa por Mário é totalmente
ruskiana, e também pode ser vista na obra de Severo.
- José Mariano Filho, médico pernambucano: valorização do que é específico, local, nacional, que
guarda o “espírito do passado”. Tambem é adepto da postura não intervencionista no tocante à
restauração. Demolir era melhor que descaracterizar (exemplo do solar de Megaípe, 1928)
- Manuel Bandeira alerta, em 1928, para a necessidade de preservação de Ouro Preto sem
incorrer na descaracterização do casario
- Ruskin influenciou várias tendências mas teve ainda mais impacto nos adeptos do neocolonial
em RJ e SP. Havia uma tendência relativa à dimensão física da preservação de monumentos
ainda pouco explorada.
- Autora fecha o texto comparando a influência de JR nos anos 1920 e de Violette Le Duc na
década de 1930, em especial no SPHAN.

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