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Este livro1 sobre as viagens do Rei Salomão às terras do Brasil nasceu de um texto que
consta do livro oficial Annais da Biblioteca e Archivo Público do Pará, de 19052: a
transcrição de uma memória do pesquisador Vicomte Enrique Onffroy de Thoron, sob o
misterioso título Voyages des Flottes de Salomon et d’ Hiram en Amérique: position geographique de
Parvaim, Ophir & Tarschisch3 (Paris: Imp. G. Towne, 1868). No ano seguinte, foi publicado
na Europa, pelo jornal Il Globo de Gênova, recebendo, então, o título de Voyages des
Vaisseaux de Salomon au Fleuve des Amazones, traduzido para o português como Viagens dos
Navios de Salomão ao Rio das Amazonas4, mas que trata, também, da presença dos vassalos do
Rei Salomão nessas terras que ficavam para além do Estreito de Hércules, quando aqui
vieram em busca de ouro, prata e pedras preciosas além da madeira para ser utilizada nas
construções que caracterizaram o reinado de Salomão. A monografia foi contratada pelo
Governo Português para celebrar os 300 anos de descobrimento do Brasil, mas diante do
texto apresentado – totalmente diferente do incensado descobrimento português – não foi
publicada, o que aconteceu, apenas, mais tarde. O autor era filólogo e historiador, sendo
conhecedor profundo do latim, grego, hebraico, e, por força de sua viagem às terras
portuguesas e espanholas no continente Americano, tornou-se, também, um primoroso
estudioso, entre outras, da língua geral e do quéchua, tendo vivido alguns anos em Quito,
capital do Equador. Por esse conhecimento, ele realizou um estudo comparativo entre
essas línguas, escreveu essa monografia que trata das viagens das frotas fenícias do Rei
Hirão, de Tiro, e do Rei Salomão, ao Rio Amazonas, no século X, antes da era cristã. Foi
publicada, no Brasil, em Manaus, em 1876. Além de uma cópia que foi guardada nos Anais
da Biblioteca e Arquivo do Pará, depositada ali em 1905, o texto consta, também, no livro
de Cândido COSTA, Duas Américas (1990).
1
Essa nova edição traz revisões e é ampliada com novas informações. Agradeço as constribuições que me foram
enviadas.
2
A primeira cópia a que tive acesso me foi dada pelo Sr. Izaías Pereira Guimarães, em Natal.
3
“Viagens das Frotas de Salomão e Hiram à América: posição geográfica de Parvaim, Ophir e Tarschisch”.
4
O termo vaisseaux (embarcação, navios) se assemelha ao termo vassaux (vassalos).
mantinham contato, por mar, com os povos que habitavam esses dois continentes, tão
distantes. Esse contato manteve-se até o desaparecimento de Atlântida, por cataclismo,
cerca de 11.000 anos antes de nossa era. O conhecimento que os atlantes tinham da
navegação marítima permaneceu com os tartésios e com os fenícios, agora já na
Antiguidade, sendo certo que esses povos realizaram viagens para as Américas, em
particular para o Brasil, tanto sob o reinado de Davi quanto sob o do Rei Salomão, Rei da
Sabedoria.
O Rei Hirão, amigo do Rei Salomão, celebrou com este, vários contratos que, de
sua parte, determinavam a construção de grandes navios, permitindo que o Rei os
equipasse e enviasse às cidades bíblicas de Ofir, Parvim e Tarschisch, realizando viagens
que duravam cerca de três anos e que se dirigiam, segundo aquele autor, para regiões na
América pré-incaica.
Devo acrescentar que se não é fácil escrever um livro, mais difícil revelou-se
escrever o presente estudo, pois a pesquisa foi exaustiva, na medida em que houve
dificuldade em achar e consultar muitas obras, algumas já desaparecidas.
Para mim, pessoalmente, o trabalho valeu a pena. Espero que você, leitor, também
encontre na leitura a emoção que, geralmente, se tem quando se realiza uma viagem a um
mundo desconhecido e maravilhoso.
Lídice Canella