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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE DIREITO E RELAÇÕES INTERNACIONAIS


Bacharelado em Direito
Direito Empresarial III
Prof.º Me. Rafael Rocha de Macedo

CONTRATOS MERCANTIS E TÍTULOS DE CRÉDITO

ADRIANO QUIRINO GARCIA


ANDREZA MILENA DE MELO
LUCAS DE CARVALHO BENITEZ

GOIÂNIA
2018
ADRIANO QUIRINO GARCIA
ANDREZA MILENA DE MELO
LUCAS DE CARVALHO BENITEZ

CONTRATOS MERCANTIS E TÍTULOS DE CRÉDITO

Trabalho desenvolvido no curso de


Bacharelado em Direito da Pontifícia
Universidade Católica de Goiás, na disciplina
Direito Empresarial III, destinado à avaliação
parcial.
Orientador: Prof.º Me. Rafael Rocha de
Macedo

GOIÂNIA
2018
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1 CONTRATO MERCANTIL

O direito contratual privado brasileiro está regulamentado pelo Código Civil, nos arts.
421 a 853, e pelo Código de Defesa do Consumidor, nos arts. 46 a 44.
Assim, o regime jurídico a ser observado nas negociações realizadas entre particulares
será o do direito civil, sujeito, consequentemente, às regras do Código Civil, sempre que os
contratantes – empresários ou não-empresários – não se enquadrarem nos conceitos de
consumidor e de fornecedor, estabelecidos, respectivamente, nos arts. 2º e 3º, do CDC.
Por sua vez, quando os contratantes – empresários ou não-empresários – puderem ser
considerados consumidor e fornecedor, nos termos dos mencionados dispositivos legais, o
regime jurídico a ser observado é o do direito do consumidor, sujeito às normas do Código de
Defesa do Consumidor.
Logo, o empresário, ao celebrar contratos para a exploração de sua atividade
empresarial, poderá ser submetido tanto ao regime jurídico do direito civil quanto ao do direito
do consumidor, conforme possa ser ou não enquadrado no conceito legal de consumidor.
Os contratos mercantis são aqueles em que contratante e contratado são necessariamente
empresários. Logo, os contratos celebrados entre empresário e não-empresário, ou entre não-
empresários, não podem ser considerados mercantis.
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2 ESPÉCIES DE CONTRATOS MERCANTIS

2.1 COMPRA E VENDA MERCANTIL

Pelo art. 481 do CC. Concluímos que o contrato de compra e venda é o contrato em que
uma pessoa (vendedor) se obriga a transferir a outra (comprador) o domínio de uma coisa
corpórea ou incorpórea, mediante o pagamento de certo preço em dinheiro ou valor fiduciário
correspondente.
Regulamentado esses contratos, temos o Código Civil, se ambos os contratantes foram
empresários, caso contrário serão aplicadas as regras do Código de Defesa do Consumidor.
A compra e venda considerar-se-ão obrigatórias perfeitas, desde que as partes acordem
no objeto e no preço.
No que diz respeito ao objeto, pode tratar-se de bem imóvel, móvel ou somente. A
compra e venda podem ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o
contrato, se esta não vir a existir.
Com relação ao preço, esta devera, necessariamente, ser pago em dinheiro senão
caracteriza-se outra espécie contratual.
Se a venda se realizar a vista de amostras, protótipos ou modelos entender-se-á que o
vendedor assegura ter a coisa as qualidades que elas correspondem.
A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo
designarem ou prometerem designar. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de
mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar. As partes podem fixar o preço em
razão de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
Nulo é o contrato de compra e vendo, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de ema das
partes a fixação do preço. Não sendo a venda a credito, o vendedor não é obrigado a entregar a
coisa antes de receber o preço.
Salvo clausula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registros a cargo de
comprador, e a cargo do vendedor as da transferência.
Se a coisa for expedida para lugar diverso, por ordem do comprador, por sua conta
correrão os riscos, uma vez entregue a quem haja de transportá-la, salvo se das instruções dele
afastar o vendedor.
Em razão da possibilidade dos contratantes estabelecerem disposições diversas quanto
às despesas e responsabilidades pelo transporte das mercadorias, bem como, com a expansão
das transações internacionais, a Câmara de Comercio Internacional (CCI) criou regras para
administrar conflitos oriundos da interpretação de contratos internacionais de contratos
internacionais firmados entre exportadores e importadores, concernentes à transferência de
mercadorias, às despesas decorrentes das transações e à responsabilidade sobre perdas e danos.
A CCI institui, em1936, os INCOTERMS (International Commercial Terms). Os
Termos Internacionais de Comércio, inicialmente, foram empregados nos transportes marítimos
e terrestres e, a partir de 1976, nos transportes aéreos.
Está em vigor desde 01.01.2000 o Incoterms 2000, que leva em consideração o recente
crescimento das zonas de livre comércio, o aumento de comunicações eletrônicas em transações
comerciais e mudanças nas práticas relativas ao transporte de mercadorias.
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2.1.1 Incoterms

Os INCOTERMS são representados por siglas. As regras estabelecidas


internacionalmente são uniformes e imparciais e servem de base para negociação no comércio
entre países.
As vendas na partida, caso dos grupos E, F, e C, deixam os riscos do transporte a cargo
do comprador. No caso de vendas na chegada, os riscos serão de responsabilidade do vendedor,
no caso dos termos do grupo D, exceto o DAF. No caso do DAF – Delivery At Fronteir –
Entregue na fronteira, o vendedor assume os riscos até a fronteira citada no contrato e o
comprador, a partir dela.
A CCI seleciona como próprios a o transporte marítimo, fluvial ou lacustre, os termos
FAS, FOB, CFR, CIF, DES E DEQ. Destinam-se a todos os meios de transporte, inclusive
multimodal: EXW, FCA, CPT, CIP, DAF, DDU E DDP. O DAF é o mais utilizado no terrestre.
EXM (a mercadoria é entregue no estabelecimento do vendedor, em local de produção
(fábrica, plantação, mina, armazém), na data combinada; todas as despesas e riscos cabem ao
comprador, desde a retirada no local designado até o destino final; são mínimas as obrigações
e responsabilidade do vendedor).
FCA (Free Carrier – Franco Transportador ou Livre Transportador. A obrigação do
vendedor termina ao entregar a mercadoria, desembaraçada para a exportação, à custódia do
transportador nomeado pelo comprador, no local designado; o desembaraço aduaneiro é
encargo Fo vendedor).
FAS (Free Alongside Ship – Livre no Costado do Navio. A obrigação do vendedor é
colocar a mercadoria ao lado do costado do navio no cais do porto de embarque designado ou
em embarcações de transbordo. Com o advento do Incoterms2000, o desembaraço da
mercadoria passa a ser de responsabilidade do vendedor, ao contrário da versão anterior, quando
era de responsabilidade do comprador).
FOB (Free on Board – Livre a Bordo do navio. O vendedor, sob sua conta e risco, deve
colocar a mercadoria a bordo do navio indicado pelo comprador, no porto de embarque
designado. Compete ao vendedor atender as formalidades de exportação; esta fórmula é a mais
usada nas exportações brasileiras por via marítima ou aquaviário doméstico. A utilização da
cláusula FCA será empregada, no caso de utilizar o transporte rodoviário, ferroviário ou
terrestre).
CFR (Cost and Freight – Custo e Frete. As despesas decorrentes da colocação da
mercadoria a bordo do navio, o frete, até o porto de destino designado e as formalidades de
exportação correm por conta do vendedor; os riscos e danos da mercadoria, a partir do momento
em que é colocada a bordo do navio, no porto de embarque, são de responsabilidade do
comprador, que deverá contratar e pagar o seguro e os gastos com o desembarque. Este termo
pode ser utilizado somente para transporte marítimo ou transporte fluvial doméstico. Será
utilizado o termo CPT, quando o meio de transporte for rodoviário, ferroviário ou aéreo).
CIF (Cost, Insurance and Freight – Custo, Seguro e Frete. Cláusula universalmente
utilizada em que todas as despesas, inclusive seguro marítimo e frete, até a chegada da
mercadoria no ponto de destino designado correm por conta do vendedor; todos os riscos, desde
o momento que transpõe a amurado do navio, no porto de embarque, são de responsabilidade
comprador; o comprador recebe a mercadoria no ponto de destino e arca com todas as despesas,
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tais como desembarque, impostos, taxas, direitos aduaneiros. Esta modalidade somente pode
ser utilizada para transporte marítimo. Deverá ser utilizado o termo CIP para os casos de
transporte rodoviário, ferroviário ou aéreo).
CPT (Carriage Paid To – Transporte Pago Até. O vendedor paga o frete até o local do
destino indicado; o comprador assume o ônus dos riscos por perdas e danos, a partir do
momento em que a transportadora assume a custódia das mercadorias. Este termo pode ser
utilizado independentemente da forma de transporte, inclusive multimodal.
CIP (Carriage and Insurance Paid To – Transporte e Seguro Pagos até. O frete é pago
pelo vendedor até o destino convencionado; as responsabilidades são as mesmas indicadas na
CPT, acrescidas do pagamento de seguro até o destino; os riscos e danos passam para a
responsabilidade do comprador no momento em que o transportador assume a custódia das
mercadorias. Este termo pode ser utilizado independentemente da forma de transporte, inclusive
multimodal).
DAF (Delivered At Frontier – Entregue na Fronteira. A entrega da mercadoria é feita
em um ponto antes da fronteira alfandegária com o país limítrofe desembaraçada para
exportação, porém não desembaraçada para importação; a partir desse ponto, a responsabilidade
por despesas, perdas e danos é do comprador).
DES (Delivered EX-Ship – Entregue no navio. O vendedor coloca a mercadoria, não
desembaraçada, a bordo do navio, no porto de destino designado, à disposição do comprador;
até chegar ao destino, a responsabilidade por perdas e danos é do vendedor. Este termo somente
pode ser utilizado quando se tratar de transporte marítimo).
DEQ (Delivered Ex- Quay – Entregue no cais. O vendedor entrega a mercadoria não
desembaraçada ao comprador, no porto de destino designado; a responsabilidade pelas despesas
de entrega das mercadorias ao porto de destino e desembarque no caís é do vendedor. Este
Incoterms prevê que é de responsabilidade do comprador o desembaraço das mercadorias para
importação e o pagamento de todas as formalidades, impostos, taxas e outras despesas relativas
à importação, ao contrário dos incoterms 1990).
DDU (Delivered Duty Unpaid – Entregues Diretos Não-pagos. Consiste na entrega de
mercadorias dentro do país do comprador, descarregadas; os riscos e despesas até a entrega da
mercadoria correm por conta do vendedor, exceto as decorrentes do pagamento de direitos,
impostos e outros encargos resultantes da importação).
DDP (Delivered Duty Paid – Entregue Direitos Pagos. O vendedor cumpre os termos
de negociação, ao tornar a mercadoria disponível no país do importador, no local combinado,
desembaraça para importação, porém sem o compromisso de efetuar desembarque; o vendedor
assume os riscos e custos referentes a impostos e outros encargos até a entrega da mercadoria;
este termo representa o máximo de obrigação do vendedor em contraposição ao EXW).

2.2 TROCA OU PERMUTA

O contrato de troca, também chamado de permuta ou de escambo, é regulamentado pelo


art.533, do CC.
A troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a transferir mutuamente, de seu
domínio, um bem por outro. Washington de Barros Monteiro define troca como o contrato pelo
qual as partes se obrigam mutuamente a dar outra coisa por outra.
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Trata-se de contrato bilateral, pois geram obrigações para ambas as partes. É também
um contrato consensual, uma vez que basta o acordo de vontade entre as partes para que ele se
aperfeiçoe.
Salvo a disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as
despesas da troca e o imposto sobre o valor do bem adquirido, conforme art. 533, inc. I, Do
Código Civil.
Anulável será a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem
consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante, nos termos do art. 533, inc.
II, do Código Civil.

2.3 CONTRATO ESTIMATÓRIO

O contrato estimatório, também chamado de venda em consignação, é regulamentado


pelo Código Civil, nos arts. 534 a 537.
O contrato estimatório é aquele em que o consignante entrega mercadoria ao
consignatário para que este realize a sua venda, pagando àquele o preço ajustado ou restituindo-
lhe o bem consignado dentro do prazo estabelecido.
Não se confunde com o contrato de compra e venda, pois, na consignação, a entrega da
mercadoria não acarreta a transferência de seu domínio para o consignário.
Ressalta-se que, em conformidade com o art. 536, do CC, o consignário não se exonera
da obrigação de pagar o preço se a restituição da mercadoria, ainda que por fato não imputável
a ele, tornar-se impossível.

2.4 CONTRATO DE EMPRÉSTIMO

O contrato de empréstimo encontra-se disciplinado no Código Civil, pelos arts. 579 a


592.
O contrato de empréstimo é aquele em que uma das partes recebe coisa alheia para
utilizá-la e, em seguida, devolvê-la ao legítimo proprietário. Trata-se de um contrato unilateral
e gratuito. Ademais, é classificado como um contrato real, pois só se formaliza pela entrega do
bem objeto da prestação.
O empréstimo pode se dar de duas formas: pelo contrato de comodato ou pelo contrato
de mútuo.

2.4.1 Comodato

O contrato de comodato é aquele em que uma pessoa, chamada de comodante, transfere,


por mera liberalidade, a posse de um bem infungível a outra, chamada de comodatário, que se
obriga a devolver, ao final do prazo estabelecido, o exato bem recebido em comodato.
O prazo do comodato em geral é convencional. Todavia, na ausência de pacto, presumir-
se de prazo suficiente para o devido uso da coisa, de acordo com sua natureza.
O comodatário deve cuidar da coisa como se fosse sua, sob pena de responder por perdas
e danos, e quando constituído em mora na devolução do bem, ficará obrigado a pagar aluguel
no valor arbitrado pelo comodante até sua efetiva restituição (art. 582, CC).
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2.4.2 Mútuo

O contrato de mútuo é aquele em que uma pessoa, chamada de mutuante, transfere, por
mera liberalidade sua, a propriedade de um bem fungível a outra, chamada de mutuário, que se
obriga a restituir ao mutuante, ao final do prazo estabelecido entre as partes, outro bem da
mesma espécie, qualidade e quantidade.
O mutuante pode exigir garantia da restituição se antes do vencimento do prazo
contratual o mutuário vier a sofrer notória mudança em sua situação econômica, que possa
comprometer o adimplemento da obrigação de devolução.
Se o mútuo for destinado para fins econômicos, serão devidos os juros legais,
independentemente de pacto expresso nesse sentido. O prazo do mútuo será em regra
convencional. Todavia, na ausência de pacto, o prazo será: a) até a colheita seguinte, se for
mútuo de produtos agrícolas; b) de ao menos 30 dias, se for dinheiro; ou c) o tempo que o
mutuante vier a determinar, quando se tratar de qualquer outro bem fungível.

2.5 CONTRATOS BANCÁRIOS

Os contratos bancários podem ser classificados em típicos, quando se realizam para o


cumprimento da função essencial dos bancos (operação de crédito), e se subdividem em ativos
e passivos, conforme assuma o banco, respectivamente, a posição de credor ou devedor da
obrigação principal. São atípicos os que o banco realiza para prestação de serviços (locação de
cofres).
Ressalta-se que a maioria das operações de crédito oferecidas pelas instituições
bancárias está regida pelo Código de Defesa do Consumidor.
Alguns dos principais contratos bancários são:

2.5.1 Contrato de depósito

O contrato de depósito está regulamentado no CC. arts. 627 a 652.


O contrato de depósito é aquele em que uma das partes, denominada depositária, recebe,
para sua guarda, mercadorias, devendo restituí-las ao depositante assim que reclamadas.
O depósito mercantil é sempre oneroso, ao contrário do depósito civil, que é, em regra,
gratuito. Trata-se de contrato bilateral, pois gera obrigações tanto para o depositário quanto para
o depositante. É, ainda, contrato real, pois se aperfeiçoa somente com a efetiva entrega da coisa
ao depositário.
A restituição da coisa, entregue em depósito, será dada no lugar em que tiver sido
guardada, salvo disposição em contrário, correndo por conta do depositante as despesas com a
restituição, nos termos do art. 631, do CC.
É vedado ao depositário, sob pena de responder por perdas e danos, utilizar-se da coisa
depositada, ou entregá-la em depósito de outrem, salvo se expressamente autorizado pelo
depositante.
O depositante, além da retribuição devida, é obrigado a pagar ao depositário o valor das
despesas e eventuais prejuízos que do depósito provierem, podendo o depositário reter a
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mercadoria entre em depósito enquanto o depositante não realizar o pagamente, conforme


disposto nos arts. 643 e 644, do CC.

2.5.2 Conta Corrente

É o contrato pelo qual o banco recebe numerário do correntista ou de terceiros e se


obriga a efetuar pagamentos por ordem do cliente, pela utilização daqueles recursos, com ou
sem limite de crédito. Ao contrário do contrato de depósito, que é real, o contrato de conta
corrente é consensual, que se estabelece mediante o simples acordo de vontade.

2.5.3 Aplicação Financeira

Consiste na autorização dada pelo depositante ao banco para que os recursos nele
depositados sejam aplicados no mercado de capitais (compra de ações, de títulos da dívida
pública etc.), o que é feito de acordo com a escolha do banco, no que não se confunde com o
mandato ou da corretagem.

2.5.4 Desconto Bancário

Contrato que tem por objeto a antecipação de um crédito. O banco antecipa ao


correntista um valor correspondente a um crédito que este possui com terceiro. Obviamente que
o banco, ao efetuar o desconto, realiza a cobrança relativa as taxas e juros. Assim, o cliente
transfere ao banco o seu crédito perante terceiros e recebe uma quantia equivalente, deduzidas
as taxas, despesas, juros, comissões e outros.

2.5.5 Abertura de Crédito

Por meio deste contrato, a instituição bancária coloca à disposição do correntista uma
certa quantia de dinheiro, que pode ou não a utilizar. É costumeiramente chamado de “cheque
especial”, e o cliente só pagará juros e encargos, se efetivamente utilizar o crédito disponível.
Fábio Ulhoa cita como contratos bancários impróprios: a alienação fiduciária (o
proprietário de um bem – fiduciante – aliena em confiança a outrem, que se obriga a devolvê-
lo, se ocorrerem certas condições, contrato regulado pela Lei no 4.728/65, art.66, hoje com a
redação Decreto-lei no 911/69 e o acréscimo da MP no 2.160-25, de 23.8.2001. Caracteriza-se
por permitir a alienação extrajudicial do bem e a prisão civil do fiduciante, equiparado ao
depositário infiel); o factoring (fomento mercantil); o leasing (arrendamento mercantil, com a
possibilidade de o locatário optar pela compra do bem locado; Lei no 6.099, de 12/9/1974;
Regulamento anexo à Res. no 2.309, de 28/8/1996); o cartão de crédito, em que a
administradora emite o cartão e se obriga a pagar o débito do titular do cartão ao fornecedor da
mercadoria ou do serviço, podendo o titular obter financiamento para o pagamento à
administradora, situação em que se caracteriza uma operação bancária.
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2.6 FATURIZAÇÃO OU “FACTORING”

Trata-se de espécie de contrato em que um empresário cede a outro, total ou


parcialmente, os seus créditos provenientes de vendas a prazo, recebendo deste os valores
respectivos, mediante o pagamento de uma remuneração.
As partes desse contrato são chamadas de faturizados, que são os que cedem o crédito,
e faturizador, que são os que recebem o crédito para cobrá-los do comprador (pessoa que fez a
compra a prazo do faturizado). Essa espécie de contrato tornou-se muito comum, na medida em
que inúmeros empresários, a fim de garantir clientela, aceitam vendas a prazo, mas não têm
interesse em aguardar pelo vencimento dos créditos, já que necessitam de capital de giro ou não
querem responsabilizar-se pela cobrança, que muitas vezes pressupõe organização e tempo. Por
isso, o factoring se mostra interessante, na medida em que o faturizado, ao ceder o crédito ao
faturizador, exime-se da responsabilidade de procurar o comprador para efetuar a cobrança e
assegura o recebimento dos valores, já que, nessa modalidade de contrato, a empresa
faturizadora assume o risco do inadimplemento do comprador. É evidente que, para tanto,
deverá dar a tal empresa uma comissão ou remuneração.
Considerando que a transferência dos créditos nessa espécie de contrato refere-se
necessariamente a vendas a prazo, foi possível classificá-lo da seguinte maneira:

2.6.1 Conventional factoring

Essa modalidade é bastante assemelhada ao contrato de desconto bancário, na medida


em que, em ambos, há transferência de um título em troca do recebimento antecipado de seu
respectivo valor. A diferença é que no desconto bancário o cedente pode ser acionado pelo
banco, em regresso, em caso de inadimplemento por parte do terceiro devedor na data do
vencimento, já que nesse contrato a instituição não garante o crédito, enquanto no factoring não
existe direito de regresso, porque a faturizadora garante o recebimento do valor ao faturizado,
de modo que este não responde àquela em caso de inadimplemento da obrigação. É evidente,
portanto, que a comissão costuma ser maior no factoring.

2.6.2 Maturity factoring

Assim, é possível, por exemplo, que uma empresa possua créditos referentes a vendas a
prazo no valor de R$ 100.000,00 representados por diversos títulos e que os transfira para a
empresa faturizadora, recebendo, de imediato, uma quantia um pouco inferior, ficando a
diferença como remuneração da faturizadora (a título de comissão e juros), ou que pactue de só
receber os valores no vencimento, quando parte destes ficará com a faturizadora a título de
comissão. Na primeira hipótese estaremos diante de um conventional e, na segunda, de um
maturity factoring. É claro que, na primeira, a remuneração costuma ser maior, uma vez que a
faturizadora faz um adiantamento dos valores.
Sendo o factoring uma espécie de contrato em que está contida uma cessão de crédito,
devem ser observadas as regras do Código Civil que tratam desse tema (arts. 286 a 298), dentre
as quais cabem
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destacar as mais importantes: a) o cedente (faturizado) não responde pela solvência do


devedor (art. 296), pois, conforme já mencionado, o faturizador assume os riscos da
inadimplência; b) o cedente é responsável pela existência do crédito (art. 295), de forma que se
for constatada, por exemplo, a inexistência da venda representada no título transferido para o
faturizador, este terá direito a ressarcimento; c) a cessão só tem eficácia perante o devedor se
este for notificado (art. 290), pois só assim ele toma ciência da transferência do crédito; d) se o
devedor, antes de tomar conhecimento da cessão, pagar ao credor primitivo (faturizado), fica
desobrigado perante o cessionário (faturizador).
O contrato de factoring ou faturização é também conhecido pela denominação de
“fomento mercantil”.

2.6.3 Direitos e obrigações das partes

No contrato de factoring a empresa faturizadora tem as seguintes obrigações: gerenciar


e cobrar os créditos cedidos pelo faturizado, antecipar o valor dos créditos (conventional
factoring) ou pagar esse valor no vencimento ao faturizado (maturity factoring), bem como
assumir os riscos e as perdas pelo inadimplemento do terceiro devedor.
Por sua vez, tal empresa tem o direito de recusar, no todo ou em parte, os títulos
apresentados pelo faturizado — se entender, por exemplo, que o devedor não é bom pagador
— podendo, para tanto, examinar os livros do faturizado para conhecer o histórico de tal
devedor, bem como de receber as comissões devidas pelo faturizado, e de cobrar o terceiro
devedor, inclusive judicialmente, em caso de inadimplemento.
Ao faturizado cabe pagar as comissões devidas ao faturizador e fornecer a este todas as
informações necessárias a respeito dos créditos, bem como dos respectivos devedores, para que
a faturizadora possa aprová-los ou recusá-los.

2.6.4 Classificação

O factoring é um contrato oneroso, porque traz vantagens para as duas partes, e bilateral,
pois também cria obrigações para ambas.
Quanto à formação, tal contrato se classifica como consensual, porque se aperfeiçoa
com o consentimento das partes. É também um contrato não formal, uma vez que dispensa a
forma escrita, embora, na prática, esta seja usual. Apesar disso, Fran Martins salienta que
algumas cláusulas são da própria essência do contrato de factoring, como as que se referem à
exclusividade ou totalidade das contas do faturizado, à duração do contrato, à faculdade de
escolher o faturizador os créditos que deseja garantir, à liquidação dos créditos e à remuneração
do faturizador.
Veja-se, por fim, que, embora seja normalmente um contrato de adesão, nada impede
que outras cláusulas sejam ajustadas pelas partes, desde que não sejam contrárias às cláusulas
essenciais.
Discute-se na doutrina se é necessário que a empresa faturizadora seja instituição
financeira. Essa discussão, na prática, acaba sendo inócua, uma vez que, atualmente, o Banco
Central não proíbe contratos de faturização por parte de quem não seja instituição financeira,
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estando a atividade liberada a qualquer sociedade empresária, independentemente de


autorização.
É necessário, é claro, que faturizado e faturizador sejam empresários.
Várias são as causas de extinção dessa modalidade de contrato mercantil: acordo entre
as partes, descumprimento de obrigação contratual, término do prazo contratual, ou mesmo por
ato unilateral, desde que precedida de prévio aviso à outra parte.

2.7 ARRENDAMENTO MERCANTIL (“LEASING”)

A melhor definição de arrendamento mercantil é dada por Fran Martins: “arrendamento


mercantil ou leasing é o contrato segundo o qual uma pessoa jurídica arrenda a uma pessoa
física ou jurídica, por tempo determinado, um bem comprado pela primeira de acordo com as
indicações da segunda, cabendo ao arrendatário a opção de adquirir o bem arrendado findo o
contrato, mediante um preço residual previamente fixado” (Contratos e obrigações
comerciais,15. ed., Forense).
No dizer de Luiz Braz Mazzafera, “tem-se uma locação de bens móveis ou imóveis onde
o locador tem as opções de renová-la, devolver ou comprar o bem, descontado de seu valor o
que foi pago como aluguel” (Curso básico de direito empresarial, Ed. Edipro, p. 325).
Em termos legais, a definição encontra-se no art. 1º, parágrafo único, da Lei n. 6.099/74:
“Considera-se arrendamento mercantil, para os efeitos desta Lei, o negócio jurídico realizado
entre pessoa jurídica, na qualidade de arrendadora, e pessoa física ou jurídica, na qualidade de
arrendatária, e que tenha por objeto o arrendamento de bens adquiridos pela arrendadora,
segundo especificações da arrendatária e para uso próprio desta”.
Em suma, a finalidade desse contrato é permitir ao arrendatário o uso de certo objeto do
qual necessite, sem que tenha de arcar com o seu preço inicial. Assim, o arrendador, proprietário
de uma coisa móvel ou imóvel, transfere a posse direta ao arrendatário, de modo que, durante
o prazo do contrato, possa ele fazer livre uso do objeto, mediante o pagamento periódico de
certo valor, podendo, ao final, comprar o bem por um preço residual anteriormente pactuado,
devolver o objeto ao arrendador ou pleitear a renovação do contrato.
Durante a vigência do contrato, a propriedade permanece em nome do arrendador.
Podem ser objeto do arrendamento bens móveis ou imóveis de fabricação nacional, bem
como aqueles produzidos no exterior e autorizados pelo Conselho Monetário Nacional (art. 10
da Lei n. 6.099/74).
Trata-se de contrato bilateral, oneroso, comutativo e por tempo determinado.147
O Superior Tribunal de Justiça, no mês de agosto de 2003, cancelou a Súmula 263,
segundo a qual os contratos de leasing que preveem a cobrança antecipada do Valor Residual
Garantido (VRG) ficam descaracterizados. De acordo com tal súmula, esse tipo de contrato
deveria ser entendido como uma compra e venda, já que a cobrança antecipada do resíduo
tornava a compra obrigatória. Para os Ministros, a opção de compra do consumidor só estaria
garantida se o valor residual fosse cobrado ao final do contrato e não acrescido das prestações
pagas mensalmente. Ao cancelar a súmula, todavia, os Ministros entenderam que deve vigorar
o princípio da livre convenção entre as partes que rege o direito privado. Assim, o valor residual
pode ser cobrado a qualquer momento sem descaracterizar o leasing.
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2.7.1 Obrigações Das Partes

Tendo em vista que o leasing é um contrato bilateral, acarreta obrigações para as duas
partes. O arrendador tem o dever de comprar o bem indicado e colocá-lo à disposição do
arrendatário. Findo o prazo, tem ele de vender o bem ao arrendatário pelo valor previamente
pactuado ou recebê-lo de volta, caso este não queira adquiri-lo. É também dever do arrendador
renovar o contrato se o arrendatário assim o quiser, mediante nova remuneração.
Já ao arrendatário cabe pagar as prestações avençadas, conservar o bem — respondendo
por prejuízos que venha a causar — e, finalmente, comprar a coisa ou devolver o bem (caso o
contrato não seja prorrogado).

2.7.2 Espécies De “Leasing”

2.7.2.1 “Leasing” Financeiro (“Financial Leasing”)

É a modalidade pura do arrendamento mercantil que envolve três partes:


a) a arrendatária, que é quem indica o bem a ser comprado e que fará uso do objeto
mediante pagamentos periódicos, com opção final de compra, devolução ou
renovação. Pode ser pessoa física ou jurídica;
b) a empresa arrendadora, que é quem compra o bem e o aluga à arrendatária;
c) a empresa fornecedora do bem, de quem a arrendadora adquire o objeto. Nessa
modalidade, é necessário que as prestações referentes à locação sejam
suficientes para a arrendadora recuperar o custo do bem, de modo que a opção
de compra é feita por importância pequena (Resolução n. 2.309/96 do Banco
Central).

2.7.2.2 “Leasing” Operacional (Ou “Renting”)

É a espécie de contrato em que o objeto já pertence à empresa arrendadora, que o aluga


à arrendatária. Esta se obriga ao pagamento de prestações pela locação, enquanto a arrendadora
se compromete a dar assistência técnica. Nessa modalidade os objetos têm vida útil mais curta
e os riscos de o bem se tornar obsoleto correm por conta da empresa. De acordo com a
Resolução n. 2.309/96 do Banco Central, nesse contrato o valor das parcelas de locação não
podem ultrapassar 75% do custo do bem, de forma que o valor a ser pago, em caso de opção de
compra, costuma ser considerável.

2.7.2.3 “Lease Back” Ou “Leasing” De Retorno

Nesse caso, o proprietário de um bem vende-o à empresa que, por sua vez, o arrenda ao
antigo proprietário. É evidente que esse tipo de contrato é realizado quando o arrendatário está
necessitando de capital de giro. Existe também a possibilidade de reaquisição do bem ao fim
do contrato.
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2.7.3 Empresa Arrendadora

De acordo com as normas do Banco Central, o arrendamento mercantil somente pode


ser contratado por sociedades anônimas ou por instituições financeiras que tenham sido
previamente autorizadas.
A expressão “arrendamento mercantil” é obrigatória na denominação das empresas
arrendadoras.

2.7.4 Inadimplemento

Tornando-se inadimplente o arrendatário, e sendo ele devidamente notificado, resolve-


se o contrato de leasing. O bem deverá, então, ser devolvido e, se não for, poderá ser pleiteada
pela empresa arrendadora a reintegração de posse. Também poderão ser pleiteadas as parcelas
já vencidas, bem como as cláusulas penais e o ressarcimento por eventuais prejuízos sofridos
em decorrência do inadimplemento.
De acordo com a Súmula 369 do Superior Tribunal de Justiça, “no contrato de
arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a
notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora”.

2.7.5 Extinção

O contrato de leasing pode extinguir-se pelo decurso do prazo com a devolução ou


compra do bem, ou, antes disso, pelo acordo entre as partes, pelo inadimplemento ou pela
falência da arrendadora.

2.8 CONTRATOS DE SEGURO

O contrato de seguro encontra-se regulado no Código Civil, pelos arts. 757 a 802. O
contrato de seguro é aquele em que uma das partes, chamada de segurado, mediante pagamento
do prêmio, adquire o direito de exigi da outra parte, denominada segurador, uma indenização,
caso ocorra o risco por esse assumido (sinistro). As partes podem anuir que o beneficiário seja
outra pessoa que não o segurado.
O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete de seguro e, na
falta desses, pelo documento comprobatório do pagamento do prêmio. A apólice deve
mencionar, além do prazo do seguro, o limite da garantia, o valor do prêmio, o nome do
segurado e do beneficiário, os riscos assumidos, sendo nesse sentido simples, plúrima ou aberta.
A apólice também poderá ser nominativa, à ordem ou ao portador.
É nulo contrato de seguro que tenha como sinistro ato doloso do beneficiário, do
segurado ou de seus representantes.
Não terá direito a receber indenização o segurado que estiver em mora no pagamento
do prêmio na época do sinistro.
Não pode o segurado eximir-se do pagamento da indenização se a morte ou
incapacidade do segurado provier da: a) utilização de meio de transporte mais arriscado; b)
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prestação de serviço militar; c) prática de esporte; ou d) atos de humanidade em auxílio de


outrem.
O cosseguro ocorre quando o segurado faz contratos com seguradoras diferentes,
identificando qual a responsabilidade de cada uma. Por sua vez, o resseguro consubstancia-se
em um seguro feito pela própria seguradora, que transfere parte de seus riscos para outra.

2.8.1 Seguro de Dano

O seguro de dano, também chamado de ramos elementares, tem por objetivos os


interesses relacionados a patrimônio, obrigações, saúde e integridade físicas do segurado. O
segurado contrata a seguradora a recomposição de seu patrimônio, caso venha a ser atingido
por sinistro. A liquidação do seguro não pode ser meio de enriquecimento, mas apenas
reposição de perdas.

2.8.2 Seguro de Pessoa

O objetivo é garantir ao segurado ou a seus beneficiários, o pagamento de uma


indenização em decorrência de um acidente pessoal sofrido pelo segurado, que gere morte ou
invalidez permanente total ou imparcial, ou ainda tenha necessidade de se submeter a
tratamento médico em função do acidente.

2.8.3 Seguro Saúde

Há duas modalidades de plano privado de assistência à saúde. A primeira é a contratada


com operadora de plano de assistência à saúde que presta, diretamente ou por terceiros, serviços
médicos hospitalares ou odontológicos aos seus consumidores. A segunda é o seguro-saúde,
em que a operadora não presta serviço desta natureza aos seus consumidores, mas, como
seguradora, oferece-lhes a garantia contra riscos associados à saúde.
Nas duas modalidades, a operadora deve administrar empresarialmente os recursos de
que têm a disponibilidade com vistas a manter-se em condições econômicas, financeiras e
patrimoniais aptas ao pleno atendimento das obrigações contraídas perante os consumidores.
Essa atividade empresarial é fiscalizada pelo governo, através de uma autarquia especializada,
a Agência Nacional de Saúde (ANS).

2.9 CONTRATOS ELETRÔNICOS

Os contratos eletrônicos podem ser definidos como instrumentos obrigacionais de


veiculação digital, ou seja, “são todas as espécies de signos eletrônicos transmitidos pela
Internet que permitem a determinação de deveres e obrigações jurídicos” ¹.
A contratação eletrônica pode ser efetivada de duas formas, quais sejam a contratação
automática e a contratação interpessoal.
Impende notar que os meios utilizados para a contratação eletrônica a distância são bem
variados. Pode-se utilizar o telefone, a Internet, a televisão com teclado ou tela de contato, pages
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wireless etc. Entretanto, ressalta-se que dentre todos os meios a Internet é o mais utilizado, seja
pela facilidade de acesso ou pela possibilidade e visualização do produto ou serviço.
Insta observar que o contrato eletrônico é aquele formado, concluído e aperfeiçoado por
meio de transmissão eletrônica de dados. Destarte o comércio eletrônico stricto sensu é definido
como uma modalidade de contratação não-presencial, ou melhor, a distância em que o fim é a
aquisição de serviços ou de produtos por meio eletrônico. E em sentido amplo o comércio
eletrônico pode ser conceituado como um método inovador de se fazer negócios jurídicos em
que ficaria abrangida qualquer forma de transação ou troca de informação comercial, desde as
previas tratativas contratuais até a efetiva venda ou contração.

2.9.1 Objetivo do Comércio Eletrônico

Bem é toda a utilidade material ou ideal que pode ser objeto de direitos subjetivos. Os
bens jurídicos podem ou não serem dotados de economicidade, como também pode ter ou não
existência material. Destarte ilustrando pode-se exemplificar como sendo um imóvel o objeto
do direito (subjetivo) de propriedade, e a imagem o objeto do direito (subjetivo) da
personalidade.
Destarte infere-se que a distinção tradicional entre bens e mercadorias, corpóreos ou não
perdeu espaço dentro da teoria do comércio eletrônico, porque tudo aquilo que pode ser
digitalizado e colocado na rede pode ser tido como objeto jurídico do comércio eletrônico.
Impende, portanto, notar que o bem na era digital do e-commerce é tudo aquilo que pode
ser digitalizado, seja bem/mercadoria ou serviço. Sendo possível a digitalização o próximo
passo é a feitura do contrato e das formas de pagamento.

2.9.2 Contratos Eletrônicos mais frequentes

Há diversos contratos eletrônicos no ordenamento jurídico brasileiro e internacional. No


Brasil há a predominância dos home banking, compra de bens e serviços, contrato de
provimento de acesso, entre outros.
O contrato de home banking é o sistema on-line com recurso a Grande Rede que permite
qualquer organismo dos Serviços e Fundos Autônomos e Gestores de Fundos Comunitários a
efetivar operações bancárias sobre as suas contas abertas no Tesouro e a partir de suas
instalações. Destarte, abertura e encerramento de contas, emissão de transferência de valores
interbancária, pagamentos de contas, consulta de movimentos etc. são algumas das operações
efetivadas pelo home banking. Este meio de contrato eletrônico tem sido muito usado no Brasil
em virtude da violência que assola as cidades. Todavia, o referido contrato tem sido alvo de
diferentes fraudes eletrônicas, que em sua maior parte não desanima os usuários que se sentem
mais seguros efetivarem assim as operações do que correrem risco na rua.
A compra de bens e serviços pela internet é outro meio de contato eletrônico que tem
ganhado uma importância extra nesse período de violência crescente nos grandes centros
urbanos. E a tudo isso se junta o fato da comodidade, visto que a pessoa sem sair de casa e por
meio de um clique pode ter o bem de consumo e o serviço que desejar.
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Atualmente há inúmeros contratos eletrônicos em evidencia, entretanto para o presente


trabalho basta a noção da existência daqueles dos princípios que os regem e principalmente
como é a situação dos títulos de créditos gerados por contratos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial, volume 1: direito de empresa. 16. ed.
São Paulo: Saraiva, 2012.

GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Títulos de crédito e contratos mercantis. 11. ed. São
Paulo: Saraiva, 2016.

RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial. 7. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro:
Forense, 2017.

TARCISIO, Teixeira. Direito empresarial sistematizado: doutrina, jurisprudência e prática.


5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.

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