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Artigo

ADITIVOS ALIMENTARES PRODUZIDOS


POR VIA FERMENTATIVA
PARTE 3: POLISSACARÍDEOS E ENZIMAS

Larissa Canilha, Débora D. V.


Resumo Silva, Walter Carvalho*, Ismael
M. Mancilha
Atualmente, vários polissacarídeos e enzimas são produzidos em escala industrial por via
fermentativa. Enquanto os polissacarídeos são considerados aditivos propriamente ditos, as Faculdade de Engenharia
enzimas são consideradas como auxiliares no processamento de alimentos. Embora possam Química de Lorena,
permanecer no produto final, as enzimas não exercem uma função tecnológica neste. Tanto Departamento de
polissacarídeos quanto enzimas apresentam um amplo espectro de aplicações na indústria Biotecnologia
alimentícia. Considerando a produção industrial por via fermentativa e o uso como aditivo
*Autor para correspondência:
alimentar ou auxiliar no processamento de alimentos, alguns polissacarídeos (xantana, gela-
Rodovia Itajubá-Lorena
na, dextrana e pululana) e enzimas (utilizadas em padarias, laticínios, cervejarias, etc.) foram Km 74,5
selecionados para uma abordagem detalhada. Caixa Postal 116
CEP 12600-970. Lorena. SP
Palavras-chave: polissacarídeos, enzimas, produção industrial, fermentação Fone: (12) 3159-5027
Fax: (12) 3153-3133
E-mail:
carvalho@debiq.faenquil.br
Summary

Nowadays, several polysaccharides and enzymes are produced in industrial scale by fermen-
tative way. While polysaccharides are considered food additives, enzymes are considered
auxiliary in food processing. Enzymes do not exhibit a technological role in the finished
product. Both polysaccharides and enzymes present a wide spectrum of applications in the
food industry. Considering the industrial production by fermentative way and the use as
food additive or auxiliary in food processing, some polysaccharides (xanthan, gellan, dextran
and pullulan) and enzymes (used in bakery, dairy, brewery, etc.) were selected for a detailed
analysis.

Keywords: polysaccharides, enzymes, industrial production, fermentation

Introdução
A biotecnologia pode ser entendida como o conjunto de Polissacarídeos
conhecimentos, técnicas e métodos, de base científica ou
prática, que permite a utilização de seres vivos como parte Polissacarídeos microbianos podem apresentar-se como
integrante e ativa do processo de produção industrial de bens constituintes da parede celular (lipopolissacarídeos ou LPS),
e serviços. associados covalentemente à superfície celular (polissacarídeos
Já na Antigüidade o homem fazia pão e bebidas fermenta- capsulares ou CPS), ou secretados para o meio extracelular
das. Atualmente, diversos processos fermentativos são ope- (exopolissacarídeos ou EPS) (Boels et al., 2001). Enquanto os
rados em escala industrial, com alta eficiência e baixo custo, polissacarídeos associados à célula (CPS e LPS) apresentam
para a geração de produtos biotecnológicos de interesse co- importância médica, muitos EPS têm amplo espectro de apli-
mercial. cações na indústria alimentícia, podendo ser utilizados como
Dando continuidade à série de revisões sobre aditivos espessantes, estabilizantes, emulsificantes, coagulantes, forma-
alimentares produzidos por via fermentativa, o presente tra- dores de filmes, gelificantes, agentes de suspensão e dispersan-
balho aborda aspectos relacionados à produção e uso de po- tes (Sutherland, 1998; Stredansky et al., 1999).
lissacarídeos e enzimas pela indústria alimentícia. Os EPS são polissacarídeos de cadeia longa secretados prin-

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cipalmente por bactérias e microalgas, embora possam ser pro- 2001). A via biossintética pode ser dividida em 4 seqüências de
duzidos também durante o crescimento de leveduras e fungos. reações separadas: as reações envolvidas com o transporte de
Não são ligados à superfície da célula microbiana (Laws et al., açúcar para o citoplasma, a síntese de açúcar-1-fosfato, ativação
2001) e, entre outras propriedades, promovem proteção con- e ligação de açúcares, e os processos envolvidos na secreção
tra ambientes limitantes e/ou tóxicos (Looijesteijn et al., 2001) dos EPS (Kleerebezem et al., 2000; De Vuyst et al., 2001; Laws
e contribuem para a colonização e reconhecimento celular (Ro- et al., 2001). A produção de EPS parece ocorrer durante a fase
berts, 1996). logarítmica e, para algumas bactérias, continua durante a fase
Microrganismos geralmente reconhecidos como seguros estacionária de crescimento (Laws et al., 2001).
(GRAS), como as bactérias lácticas (LAB), bactérias propiônicas As condições de fermentação influenciam fortemente a
e bifidobactérias, são capazes de produzir EPS em grandes quan- produção de EPS. Estudos sugerem que as melhores condições
tidades, oferecendo uma alternativa interessante para a produ- para a produção de EPS são diferentes da condição ótima para
ção de polissacarídeos em escala industrial, os quais podem ser o crescimento celular, principalmente em LAB mesofílicas (Ga-
utilizados pela indústria alimentícia (Ricciardi e Clementi, 2000; mar et al., 1997). A temperatura ótima para a síntese de EPS já
Laws et al., 2001). foi determinada para algumas LAB e pode variar de 25°C para
EPS produzidos por LAB são usados para melhorar as ca- Lactococcus lactis até temperaturas acima de 45°C para L. del-
racterísticas reológicas de diversos produtos alimentícios. Estas brueckii (Cerning et al., 1992; Laws et al., 2001). O efeito do pH
bactérias produzem uma grande variedade de EPS estrutural- na produção de EPS está relacionado à atividade das enzimas gli-
mente diferentes, que possuem potencial para serem aplicados cosil-hidrolases, responsáveis pela degradação de EPS após fer-
em substituição a outros estabilizantes e espessantes (Suther- mentações longas. Como a degradação de EPS não é desejável,
land, 1998; Boels et al., 2001). Também tem sido sugerido que a influência que o pH do meio tem sobre o rendimento de EPS
alguns EPS produzidos por LAB possam conferir benefícios à depende do pH ótimo para a atividade das glicosil-hidrolases. O
saúde dos consumidores. Estudos realizados em ratos indica- pH ótimo para a produção de EPS será o pH no qual os efeitos
ram que EPS podem ter atividade imunoestimulatória (Hosono opostos de produção e degradação estejam balanceados (Pham
et al., 1997), antitumoral (Kitazawa et al., 1991) e também po- et al., 2000; Laws et al., 2001).
deriam reduzir os níveis de colesterol (Nakajima et al., 1992). A produção de exopolissacarídeos bacterianos em culti-
Assim, os EPS obtidos a partir de LAB têm potencial para serem vo submerso é freqüentemente acompanhada por um subs-
explorados como aditivos alimentares ou como ingredientes tancial aumento da viscosidade do caldo fermentado, o qual
em alimentos funcionais, com vantagens econômicas e para a resulta em irregular distribuição do oxigênio no meio. Sob
saúde (De Vuyst et al., 2001). estas condições, o oxigênio disponível pode tornar-se o fator
Como exemplos de EPS microbianos industrialmente im- limitante para o metabolismo celular, e assim afetar negati-
portantes, citam-se dextranas obtidas de Leuconostoc mesen- vamente a síntese e a qualidade dos EPS (Wecker e Onken,
teroides (Santos et al., 2000), xantana obtida de Xantomonas 1991). Fermentações no estado sólido (SSF) têm sido suge-
campestris (Garcia-Ochoa et al., 2000), gelana obtida de Sphin- ridas como uma alternativa à fermentação submersa a fim de
gomonas paucimobilis (Giavasis et al., 2000), e pululana obti- prevenir os problemas relacionados à viscosidade do meio
da de Aureobasidium pullulans (Chi e Zhao, 2003). Por outro de cultura. Outra vantagem da fermentação no estado sólido
lado, é conveniente ressaltar que os polissacarídeos extraídos é que os substratos que podem ser usados neste processo
de plantas e algas ainda dominam o mercado de gomas devido podem ser mais baratos e facilmente disponíveis, como os
ao baixo custo de produção. EPS bacterianos ainda represen- subprodutos da agricultura e da indústria de alimentos (Stre-
tam uma pequena fração do atual mercado de biopolímeros. Os dansky et al., 1999).
principais fatores limitantes para a utilização de EPS microbia- A exploração comercial dos exopolissacarídeos como ma-
nos estão associados ao seu custo de produção (Stredansky et teriais para melhorar a textura e o “mouthfeel” de alimentos
al., 1999, De Vuyst et al., 2001). requer a síntese de EPS com propriedades físicas adequadas e
Os exopolissacarídeos podem ser divididos em 2 grupos: os em quantidades suficientes para atender a demanda. Um dos
homopolissacarídeos (ex. dextrana, pululana) e os heteropolis- principais problemas observados é o baixo nível de produção,
sacarídeos (ex. gelana, xantana). Os homopolissacarídeos são que pode variar de poucos miligramas a aproximadamente 1 g/L
constituídos de um único tipo de monossacarídeo, enquanto para microrganismos considerados bons produtores e cultiva-
os heteropolissacarídeos são constituídos de um esqueleto de dos em meios suplementados (De Vuyst et al., 2001; Laws et
subunidades repetidas, ramificadas ou não, e que consistem de al., 2001). O aumento da produção de EPS pode ser alcançado
3 a 8 monossacarídeos (Laws et al., 2001; Monsan et al., 2001). através de manipulação genética ou pelo controle da fisiolo-
A biossíntese de EPS bacterianos é bastante complexa. Os gia microbiana, modificando a direção das rotas metabólicas.
genes que codificam as enzimas e proteínas regulatórias reque- A determinação dos mecanismos responsáveis pelo controle
ridas para a síntese de EPS têm origem plasmidial em cepas de e regulação da biossíntese de EPS, ao nível dos genes e das
LAB mesofílicas, como Lactococcus, ou basicamente cromos- proteínas, é necessária para que a produção de EPS possa ser
sômica em cepas termofílicas de Streptococcus e Lactobacilli otimizada (De Vuyst e Degeest, 1999; Boels, et al., 2001; Laws
(van Kranenburg et al., 1997; Stingele et al., 1999; Laws et al., et al., 2001).

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Xantana Gelana

Xantana (goma xantana) é um heteropolissacarídeo Gelana (goma gelana) é um exopolissacarídeo também co-
produzido eficientemente por bactérias Gram-negati- nhecido comercialmente como heteropolissacarídeo-60 (PS-
vas do gênero Xanthomonas. Xanthomonas campestris é 60), produzido por Sphingomonas paucimobilis (anteriormente
a espécie mais empregada para a produção comercial de referida como Pseudomonas elodea) (Martin et al., 1996). S.
xantana. É um microrganismo obrigatoriamente aeróbio paucimobilis é uma bactéria Gram-negativa, aeróbia, de pig-
capaz de crescer em meio complexo e em meio definido, mentação amarela apresentando um único flagelo polar (Gia-
que utiliza principalmente a via Entner-Doudoroff para o vasis et al., 2000).
catabolismo da glicose (Sutherland, 1998, Garcia-Ochoa A gelana consiste de uma estrutura de unidades repetidas de
et al., 2004). (b-1,3-D-glicose, b-1,4-D-ácido glucurônico, b-1,3-D-glicose, a-
A xantana é um polímero do tipo poli-b-(1à4)-D-glico- 1,4-L-ramnose) e dois grupos acetil, acetato e glicerato ligados
piranose, assemelhando-se à celulose, mas com ramificações ao resíduo de glicose adjacente ao ácido glucurônico (Giavasis
alternadas nas posições C-3, constituídas por três açúcares. et al., 2000). A gelana exibe boa estabilidade em uma ampla
O peso molecular da xantana varia de 2 a 12 x 106 g, depen- faixa de pH (3,5-8,0). A estabilidade em pH ácido é uma vanta-
dendo da amostra e do método utilizado na análise (Roller e gem distinta em produtos à base de frutas. De acordo com sua
Dea, 1992; Katzbauer, 1998). propriedade de produzir um gel termoreversível, a goma gelana
As aplicações de xantana na indústria de alimentos são pode ser utilizada em substituição ao ágar (Sylvain e Lacroix,
muito amplas. Ela é empregada para controlar viscosidade, 1999). Devido à diversidade de suas estrutura e propriedades, a
textura, retenção de aromas, suspensão de sólidos e estabi- gelana tem uma vasta aplicação nas indústrias alimentícia, farma-
lização de emulsões. Na indústria de alimentos ela encontra cêutica e outras, como texturizante, estabilizante, espessante,
aplicações em molhos prontos, alimentos congelados, suco emulsificante e agente gelificante (Jin et al., 2003).
de frutas e coquetéis, sobremesas instantâneas, produtos A produção de gelana tem sido relacionada ao crescimento
cárneos, etc (Maugeri Filho, 2001). Além da indústria de ali- celular. Desta forma, fatores que afetam adversamente o cresci-
mentos, a xantana também encontra aplicações em produtos mento celular podem limitar a produção de gelana. As fermen-
cosméticos e farmacêuticos, como agente de suspensão e es- tações para a produção de gelana são realizadas em meio com
pessante (Katzbauer, 1998). pH entre 6,0-7,0 e temperatura de 30 °C, durante períodos de
A produção industrial de xantana é feita convencional- 30 a 60 horas. A agitação e a aeração são variadas de acordo
mente em modo de batelada (duração aproximada de 80 com o tipo de fermentador empregado, havendo a necessidade
horas),utilizando-se elevadas aeração e agitação. O meio de de aumento da agitação e da aeração ao longo das fermenta-
cultivo é elaborado com uma fonte de carbono (glicose ou ções para contornar os problemas causados pela natureza vis-
sacarose), uma fonte de nitrogênio (extrato de levedura, pep- cosa do meio (Manna et al., 1996; Giavasis et al., 2000). Estudos
tona, nitrato de amônia ou uréia) e sais. O pH de cultivo é sobre o requerimento nutricional para a ótima produção de
próximo ao da neutralidade e a temperatura é mantida em gelana em meio sintético revelaram que o amido é a melhor
torno de 28°C. Quando a fermentação termina, o caldo é fonte de carbono, e o triptofano a melhor fonte de nitrogênio
esterilizado e a goma xantana é recuperada por precipita- (Nampoothiri et al., 2003), embora outros trabalhos indiquem
ção com álcool isopropílico (Katzbauer, 1998; Maugeri Filho, que o meio sem fonte de nitrogênio aumente a produção de
2001; Papagianni et al., 2001). A produção de xantana por gelana (Jin et al., 2003).
células imobilizadas também tem sido estudada, mas não tem A otimização dos parâmetros fermentativos apenas não
gerado resultados satisfatórios (Lebrun et al., 1994). é suficiente para assegurar um alto rendimento de gelana. O
O custo do meio de fermentação representa um fator crí- passo crucial, após a fermentação, é a recuperação da gelana
tico na produção comercial de xantana, e o uso de substratos (Giavasis et al., 2000). Dois processos têm sido empregados,
alternativos mais baratos pode resultar em menor custo do um levando à produção de gelana comercial (contendo cátions
produto final (Stredansky e Conti, 1999). Assim, a construção divalentes) e outro processo curto para a preparação de sais de
de X. campestris geneticamente modificada capaz de utilizar cátion monovalentes de gelana (Kang et al., 1982; Giavasis et al.,
meios de fermentação mais baratos tem sido estudada (Pa- 2000). Após a recuperação, o produto dever ser seco a 55°C
poutsopoulos et al., 1994; Bilanovic et al., 1994). por 1 hora. (Giavasis et al., 2000).
Do ponto de vista comercial, a goma xantana é o polis-
sacarídeo microbiano mais importante, com uma produção Dextrana
mundial de cerca de 30.000 toneladas por ano, movimen-
tando um mercado de aproximadamente 408 milhões de O termo dextrana coletivamente descreve uma grande
dólares (Stredansky e Conti, 1999, Wilke, 1999). As prin- classe de homopolissacarídeos bacterianos extracelulares, con-
cipais indústrias produtoras de xantana são Kelco (EUA), sistindo de unidades de a-D-glucopiranosil polimerizadas pre-
Rhône-Poulenc (França), Pfizer (EUA) e Mero-Rousselot- dominantemente por ligações do tipo a-(1à6) (Sankpal et al.,
Satia (França) (Maugeri Filho, 2001). 2001). A síntese de dextrana ocorre extracelularmente, sendo

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o substrato transformado em polissacarídeo sem penetrar no gos como o Aureobasidium pullulans (Kachhawa et al., 2003). É
interior da célula. Isso é possível graças a uma enzima denomina- uma a-D-glucana linear, constituída principalmente de unidades
da dextrana-sacarase (a-1,6-glucana 6-a-D-glucosiltransferase). repetidas de maltotriose interconectadas por ligações do tipo
Esta enzima é excretada pelo microrganismo no meio de cultura, a-1,6. A presença de ligações a-1,4 e a-1,6 alternadas resulta
na presença de sacarose. Ela atua na molécula de sacarose, libe- em duas propriedades distintas de flexibilidade estrutural e au-
rando a frutose e transferindo a molécula de glicose a uma mo- mento de solubilidade. (Leathers, 1993).
lécula receptora, no caso moléculas de dextrana em expansão A. pullulans tem um ciclo de vida polimórfico complexo,
(Yamamoto et al., 1993; Padmanabhan e Kim, 2002). consistindo de várias formas unicelulares e um micélio fila-
Muitos microrganismos sintetizam dextrana a partir de sa- mentoso de onde hifas individuais freqüentemente produzem
carose. Entre eles, várias bactérias, especialmente Leuconostoc células únicas por gemulação (Campbell et al., 2004). Ainda
mesenteroides, são comercialmente importantes (Sankpal et al., segundo Campbell et al. (2004), a forma unicelular tem sido
2001). A dextrana tem muitas aplicações industriais devido ao apontada como a principal produtora de pululana, sendo difícil
seu caráter não iônico e boa estabilidade. Entre outras aplicações, se alcançar alto rendimento de exopolissacarídeos totais sob
a dextrana é amplamente usada na indústria farmacêutica como, condições de cultivo que suportam predominantemente a for-
por exemplo, expansor volumétrico de sangue ou plasma sanguí- ma de crescimento micelial, mesmo que pululana seja o único
neo artificial, como componente em géis de filtração em croma- ou principal polissacarídeo sintetizado.
tografia, e na indústria de alimentos como estabilizantes e agentes Entre os fatores que influenciam a produção de exopolissa-
de viscosidade (Shamala e Prasad, 1995; Sims et al., 2001). carídeo em A. pullulans estão a variabilidade de características
A dextrana é comercialmente produzida na forma conven- das cepas utilizadas, a natureza da fonte de carbono no meio de
cional “in vivo” (na presença de microrganismo), ou “in vitro” cultura, o pH, a temperatura de incubação, os níveis de oxigênio
(na ausência de microrganismo). A forma convencional com- dissolvidos, a configuração do fermentador, e a fonte de nitro-
preende 3 etapas simultâneas: crescimento do microrganismo, gênio (McNeil e Kristiansen, 1990; Shingel, 2004).
síntese e excreção da enzima dextrana-sacarase e síntese da Também foi observado que o pH ótimo para a produção de
dextrana pela ação da enzima. A sacarose é a fonte de carbo- pululana varia entre 5,5 a 7,5, enquanto que o pH ótimo para
no e energia para o microrganismo, o indutor e o substrato o crescimento celular é igual ou menor que 4,5. Esta diferença
da enzima (Maugeri Filho, 2001). Além da sacarose, o meio de nos valores de pH ótimo para a síntese de pululana e o cresci-
fermentação também contém fosfato inorgânico e uma fonte de mento celular indiretamente confirma a característica indepen-
nitrogênio orgânica (Crueger, 1984). Terminada a fermentação dente deste dois processos (Shingel, 2004).
(processo em batelada), a dextrana é precipitada com metanol A fim de se alcançar melhores rendimentos e menores cus-
ou etanol, com eliminação prévia das células. A dextrana assim tos da produção de pululana, tem sido estudada a utilização de
obtida é de alto peso molecular (2 a 40 milhões de daltons). resíduos agroindustriais como substratos e, também, o empre-
No preparo de dextrana clínica, a dextrana é hidrolisada com go de células imobilizadas (Shingel, 2004). Outra estratégia para
H2SO4 ou HCl (pH=1,0), em condições de tempo e tempera- estabilizar as condições de crescimento e aumentar o rendi-
tura controladas. Segue então o fracionamento com etanol ou mento de pululana é o uso de fermentação descontínua-alimen-
metanol, para separar o produto com peso molecular apropria- tada (Youssef et al., 1999).
do (Maugeri Filho, 2001). A pululana pode ser comprimida e moldada sem o auxílio
Com o objetivo de se alcançar melhores rendimentos no de plastificantes, dando origem a filmes transparentes biodegra-
processo de produção de dextrana, estão em estudo proces- dáveis com uma alta permeabilidade ao oxigênio. Este polímero
sos de fermentação contínua e descontínua-alimentada utili- pode ser usado como adesivo, ligante, espessante, estabilizante,
zando células livres e técnicas de células imobilizadas (Sankpal filmes de revestimento e embalagem para alimentos. Pode tam-
et al., 2001). bém ser utilizado na obtenção de material plástico biodegradável,
O maior produtor mundial de dextrana e soluções de dex- não poluente e comestível (Seviour et al., 1992; Maugeri Filho,
trana é a Pharmacia (Suécia); outros produtores são: Fisons (Rei- 2001; Kachhawa et al., 2003). Comercialmente, a pululana tem
no Unido), Meito (Japão), Pfeiffer & Langen e UEB Sermwerke sido produzida pela Hayashibara (Japão) (Maugeri Filho, 2001).
(Alemanha) e Polfa (Polônia). Alguns produtores de dextrana
clínica são: Pharmacia (EUA e Suécia), Knoll/Schiwa (Alemanha), Enzimas
Abbott (EUA), Travenol (EUA) e Fisons (Reino Unido). Os
números atuais exatos da produção mundial de dextrana não Em geral, as enzimas são consideradas como auxiliares no pro-
estão disponíveis. Em 1987, a produção já era superior a 500 cessamento de alimentos. Embora possam permanecer no pro-
toneladas por ano (Maugeri Filho, 2001). duto final, não exercem uma função tecnológica neste. Portanto,
não são consideradas como aditivos alimentares, ao contrário de
Pululana adoçantes, espessantes, antioxidantes, etc. (AMFEP, 2004).
O interesse no uso de enzimas para o processamento de
Pululana é o nome genérico dado ao homopolissacarídeo alimentos se deve a diversos fatores, entre eles: especificidade
solúvel em água que é produzido extracelularmente por fun- de ação, ação rápida e eficiente em baixas concentrações, ativi-

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dade em condições brandas de pH, temperatura e pressão, fácil • Celulases, Fosfolipases, Hemicelulases, Glucanases, Protea-
controle da reação e pequena toxicidade (Olsen, 1995; Timmis ses e Pectinases: Estas enzimas são utilizadas para facilitar o
e Demain, 1998). processamento do amido (etapas de filtração, por exemplo),
De acordo com a sua origem, as enzimas podem ser principalmente quando se utiliza trigo como matéria-prima.
classificadas em: enzimas microbianas, enzimas de origem • Ciclodextrina glicosil transferase: Esta enzima é utilizada
animal e enzimas de origem vegetal (Lima et al., 2001). para a produção de ciclodextrinas durante a liquefação do
Com o desenvolvimento da tecnologia do DNA recom- amido.
binante, o uso de células microbianas como fonte de en-
zimas foi largamente implementado em escala industrial, Panificação
permitindo não só o aumento na produção de enzimas já
obtidas por outros processos, mas também a produção de O pão é um dos alimentos mais comuns e baratos em
novas enzimas de interesse comercial. Como resultado, o todo o mundo, estando associado a certas tradições em di-
mercado global de enzimas industriais saltou de 300 mi- versos países. A farinha de trigo contém enzimas (principal-
lhões de dólares na década de 80 para a impressionante mente amilases e proteases) em pequenas quantidades não
cifra de 1,6 bilhões de dólares no final da década de 90 ideais para princípios de panificação. Desta forma, diversas
(Demain, 2000). enzimas suplementares são utilizadas não só para padroni-
As principais vantagens de se utilizar células microbianas zar a qualidade das matérias-primas e produtos, mas também
como fontes de enzimas são: obtenção de elevadas concen- para diversificar a gama de produtos oferecidos ao consu-
trações de enzimas através de manipulação genética e ajuste midor. Entre estas enzimas, encontram-se (Olsen, 1995; Si,
das condições de cultivo, fácil e rápida triagem de microorga- 1999; Vitolo, 2001):
nismos superprodutores, ciclos de fermentação curtos, uso
de meios de fermentação de baixo custo, e diversidade de • a-Amilases: Estas enzimas são utilizadas para aumentar a
enzimas que catalisam a mesma reação, possibilitando flexibi- disponibilidade de açúcares fermentescíveis na massa, au-
lidade nas condições de uso (Timmis e Demain, 1998). mentando o volume do pão e melhorando a qualidade de
A presente discussão aborda a finalidade do uso de tostagem e o paladar.
enzimas como auxiliares na produção de alguns alimentos • Xilanases e Pentosanases: Estas enzimas são utilizadas para
e aditivos alimentares, sendo limitada ao uso de enzimas a hidrólise de arabinoxilanas, melhorando as propriedades
microbianas obtidas por fermentação. reológicas da massa e facilitando o seu processamento, a-
lém de promover aumento no volume do pão.
Conversão de amido • Lípases: Estas enzimas são utilizadas para melhorar o con-
dicionamento da massa, aumentando a sua elasticidade e o
O amido é o principal carboidrato de reserva de vegetais volume do pão.
e também uma fonte primária de energia na dieta humana. • Oxidases: Estas enzimas, principalmente glicose oxidase, são
Em escala industrial, a produção de glicose e de adoçantes a utilizadas em substituição a outros oxidantes (bromato, á-
partir de matérias-primas ricas em amido é feita através de cido ascórbico, etc.) para reforçar a massa, aumentando a
operações seqüenciais: separação do amido, gelatinização e li- sua elasticidade.
quefação, dextrinização, sacarificação, e isomerização. Diver- • Lipoxigenases: Estas enzimas são utilizadas como alvejantes
sas enzimas são utilizadas em cada uma destas fases (Olsen, no fabrico de pães com miolo branco.
1995; Bentley, 1999; Vitolo, 2001): • Proteases: Estas enzimas são utilizadas para alterar a elasti-
cidade e a textura do glúten em biscoitos e crackers, per-
• b-Glucanases e Xilanases: Durante a separação do amido mitindo a manutenção da forma e tamanho durante o pro-
de cereais, como milho e trigo, estas enzimas são utilizadas cessamento.
para a hidrólise de b-glucanas e arabinoxilanas, aumentando
o rendimento da separação. Processamento de frutas
• a-Amilases: Estas enzimas são utilizadas para a liquefação
do amido gelatinizado (e dextrinização do amido liquefeito), Diversas enzimas são utilizadas na produção de sucos de
promovendo a hidrólise parcial da amilose e da amilopecti- frutas com os seguintes objetivos: Aumentar o rendimento
na e diminuindo a viscosidade da solução. em suco, liquefazer a fruta para a máxima utilização da ma-
• Glicoamilases, a-Amilases, Pululanases, a-1,4-glicosil trans- téria-prima, melhorar a cor e o sabor, clarificar o suco, e
ferases: Estas enzimas são utilizadas para a sacarificação do despolimerizar carbohidratos insolúveis como pectina, celu-
amido dextrinizado, visando a obtenção de diferentes ado- lose, hemicelulose e amido. De uma forma geral, as enzimas
çantes (xarope de maltose, xarope de glicose, etc.). utilizadas na produção de sucos de frutas podem ser divididas
• Glicoseisomerase: Esta enzima é utilizada para a isomeriza- em (Olsen, 1995; Grassin e Fauguenbergue, 1999):
ção de glicose em frutose, visando a obtenção de xarope de
milho rico em frutose. • Pectinases: Pectina liase, Pectina metil esterase, Pectina ace-

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til esterase, Poligalacturonases, Ramnogalacturonases, Ara- • Proteases: Estas enzimas são utilizadas para aumentar a con
binosidases, Galactanase, Galactosidase, Arabinogalactanases. centração de aminoácidos livres (nitrogênio) quando se uti-
• Hemicelulases: Arabinanases, Mananases, Galactanase, Ara- liza malte de baixa qualidade ou elevada proporção de ad-
binosidases, Glucuronidase, Acetil esterase, Xilanases, Xi- juntos.
losidases. • a-Acetolactato descarboxilase: Esta enzima é utilizada para
• Celulases: endo-Glucanases, exo-Celulases, Celobiohidro promover uma rápida conversão de a-acetolactato em ace-
lases, b-Glicosidase. toína, diminuindo o tempo necessário para a maturação da
• Amilases: a-Amilases, Glicoamilase. cerveja.

A razão entre as atividades destas enzimas varia entre os Modificação de proteínas


preparados comerciais, dependendo da fruta utilizada para o
preparo do suco. Diversas proteases de origem microbiana são utiliza-
das para a modificação e/ou hidrólise de matérias-primas
Lacticínios protéicas. As proteases podem ser classificadas, de acordo
com o seu modo de ação, em endopeptidases e exopep-
O leite é um alimento de origem animal com alto valor tidases. As exopeptidases, por sua vez, se subdividem em
nutritivo, sendo constituído basicamente por proteínas (al- carboxipeptidases e aminopeptidases ou, de acordo com a
gumas delas enzimas), gorduras, lactose, vitaminas e sais mi- natureza do sítio ativo, em proteases serínicas, proteases
nerais. Este alimento é processado pela indústria de laticínios sulfidrílicas, proteases aspárticas e proteases que reque-
para a obtenção de diversos produtos. Diversas enzimas são rem íons metálicos como cofatores (metalo-proteases).
utilizadas durante o processamento do leite, entre elas (Ol- A maior parte das proteases industrialmente importantes
sen, 1995; Vitolo, 2001): consiste em misturas dos diferentes tipos de proteases,
cujas composições variam de acordo com a finalidade de
• Quimosina: Esta enzima promove a hidrólise da k-caseína uso. Entre as aplicações industriais destes preparados
do leite, promovendo a agregação das micelas protéicas e a enzimáticos, encontram-se (Olsen, 1995; Vitolo, 2001):
formação do coágulo para a produção de queijos.
• b-Galactosidase: Esta enzima é utilizada para hidrolisar a lac- • Produção de hidrolisados protéicos: A hidrólise parcial de
tose em glicose e galactose, durante a produção de deriva- proteínas de origem vegetal (soja) e animal (leite) é empre-
dos com baixos teores de lactose. gada em escala industrial para a produção de alimentos die-
• Proteases e Lípases: Estas enzimas são utilizadas na produ- téticos e para melhorar a sua capacidade emulsificante.
ção de diferentes tipos de queijos para promover proteólise • Limpeza de ossos: Proteases são utilizadas para a remoção
e lipólise durante a fase de cura, sendo responsáveis pelas de carnes aderidas a ossos de animais abatidos. O hidrolisado
alterações desejadas na textura e no sabor/aroma do pro- protéico obtido é concentrado e seco, sendo utilizado como
duto final. aditivo para a produção de alimentos cárneos. Os ossos
limpos são então submetidos à ação de proteases alcalinas
Produção de cerveja para a hidrólise do colágeno e produção de gelatina, utiliza-
da na produção de alimentos dietéticos.
A produção de cerveja é geralmente mencionada como • Modificação do glúten de trigo: Proteases são utilizadas para
um exemplo típico de biotecnologia “velha”, devido à sua lon- solubilizar o glúten de trigo, visando a utilização em alimentos
ga história. Entretanto, a cervejaria moderna aplica um amplo e bebidas, e também para promover a sua expansão, visando
espectro de novas invenções técnicas, bioquímicas, microbio- a utilização em pães e biscoitos.
lógicas e genéticas. Atualmente, diversas enzimas são utiliza- • Produção de intensificadores de sabor: Proteases são uti-
das nos vários estágios da fabricação de cerveja, entre elas lizadas para a hidrólise de proteínas (de origem microbiana,
(Olsen, 1995; Vitolo, 2001): vegetal e animal) em peptídeos e aminoácidos (ácido glutâ
• a-Amilases: Estas enzimas são utilizadas para a liquefação do mico, por exemplo), utilizados para intensificar o sabor de
amido proveniente de adjuntos e para melhorar a sacarifi- alimentos industrializados.
cação quando se utiliza maior quantidade de cevada ou mal-
te de baixa qualidade.
• b-Glucanases e Pentosanases: Estas enzimas são utilizadas
para promover a hidrólise de b-glucanas e de pentosanas,
facilitando a filtração do mosto e da cerveja. Agradecimentos
• a-Amilases e Glicoamilases: Estas enzimas são utilizadas para
aumentar o teor de açúcares fermentescíveis no mosto e, Os autores agradecem o apoio financeiro recebido da FAPESP,
conseqüentemente, a concentração de etanol obtida após a da CAPES e do CNPq para o desenvolvimento de projetos de
fermentação. pesquisa.

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