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Semanas 6, 7 e 8
Denição
Seja f : D → Y uma função real de variável real. Diz-se que L ∈ R é o
limite de f quando x tende a x0 ∈ R se dado qualquer ε > 0, existir δ > 0,
que pode depender de ε e de x0 , tal que
Intuitivamente
Num pensamento dinâmico, armar que lim f (x ) = L signica dizer que à
x → x0
medida que x se aproxima de x0 , o valor de f (x ) se aproxima de algum
modo de L. Isso quer dizer que f (x ) → L, independentemente da forma
como x → x0 .
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 3 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Denição
lim f (x ) = L se, e somente se,
x →x0
∀ε > 0, ∃δ > 0 : 0 < |x − x0 | < δ ⇒ |f (x ) − L| < ε
Solução
Dado qualquer ε > 0, tome δ = ε > 0. Segue que 0 < |x − a| < δ implica
x 6= a, |x − a| < δ e, por conseguinte, |f (x ) − L| = |x − a| < δ = ε , como
desejado. Assim, é válido escrever que
lim x = a
x →a
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 4 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Denição
lim f (x ) = L se, e somente se,
x →x0
∀ε > 0, ∃δ > 0 : 0 < |x − x0 | < δ ⇒ |f (x ) − L| < ε
Solução
Dado qualquer ε > 0, tome δ = 1 > 0. Segue que 0 < |x − a| < δ implica
x 6= a, |x − a| < δ e, por conseguinte, |f (x ) − L| = |x0 − x0 | = 0 < ε , como
lim x = x0
x →a 0
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 5 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Denição
lim f (x ) = L se, e somente se,
x →x0
∀ε > 0, ∃δ > 0 : 0 < |x − x0 | < δ ⇒ |f (x ) − L| < ε
Exemplo
Prove que lim 7x + 3 = −4.
x →−1
Solução
Dado qualquer ε > 0, tome δ = ε/7 > 0. Segue que 0 < |x − (−1)| < δ
implica x 6= −1, |x + 1| < δ e, por conseguinte,
Denição
lim f (x ) = L se, e só se, ∀ε > 0, ∃δ > 0 : 0 < |x − x0 | < δ ⇒ |f (x ) − L| < ε
x →x0
Observação
O valor de δ > 0 na denição de limite não é único.
Exemplo
Prove que lim 7x + 3 = −4.
x →−1
Solução
Dado qualquer ε > 0, tome δ = ε/10 > 0. Segue que 0 < |x − (−1)| < δ
implica x 6= −1, |x + 1| < δ e, por conseguinte,
ε
|f (x ) − L| = |(7x + 3) − (−4)| = |7 · (x + 1)| = 7 · |x + 1| < 7 · δ = 7 · <ε
10
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 7 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Exemplo
√
Prove que lim x = 2.
x →4
Solução
Dado qualquer ε > 0, tome δ = 2ε > 0. Segue que 0 < |x − 4| < δ implica
√ 1 1
x 6= 4, |x − 4| < δ e, como x +2 > 2 ⇔ √ < ,
√ x +2
2
x −2 |x − 4| |x − 4| δ
√ √
|f (x ) − L| = x − 2 = √ · x +2 = √ < < =ε
x +2 x +2 2 2
Exemplo
Prove que lim x 2 − 2 = −1.
x →1
Solução
1 2ε
Dado qualquer ε > 0, tome δ = min , > 0.
2 5
2ε
Caso 1: Suponha δ = 1/2. Segue que 0 < |x − 1| < δ implica δ ≤ ,
5
x 6= 1 e |x − 1| < 1/2 ⇔ −1/2 < x − 1 < 1/2 ⇔ 3/2 < x + 1 < 5/2. Como
−5/2 < 3/2 decorre que −5/2 < x + 1 < 5/2 ⇔ |x + 1| < 5/2 e que
5
|f (x ) − L| = x 2 − 2 − (−1) = x 2 − 1 = |x + 1| · |x − 1| < · δ ≤ ε .
2
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 9 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Exemplo
Prove que lim x 2 − 2 = −1.
x →1
Solução
1 2ε
Dado qualquer ε > 0, tome δ = min , > 0.
2 5
Caso 2: Suponha δ = 2ε/5. Segue que 0 < |x − 1| < δ implica δ ≤ 1/2,
x 6= 1 e |x − 1| < 1/2 ⇔ −1/2 < x − 1 < 1/2 ⇔ 3/2 < x + 1 < 5/2. Como
−5/2 < 3/2 decorre que −5/2 < x + 1 < 5/2 ⇔ |x + 1| < 5/2 e que
5
|f (x ) − L| = x 2 − 2 − (−1) = |x + 1| · |x − 1| < · δ = ε .
2
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 10 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Exemplo
Prove que lim x 2 − 2 = −1.
x →1
1 2ε
Dado qualquer ε > 0, tome δ = min , > 0. Ambos os casos
2 5
permitiram concluir que 0 < |x − 1| < δ implica x 2 − 2 − (−1) < ε .
Observação
No exemplo acima, é possível dispensar a análise de dois casos, utilizando
um raciocínio sintético.
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 11 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Exemplo
Prove que lim x 2 − 2 = −1.
x →1
Solução alternativa
1 2ε
Dado qualquer ε > 0, tome δ = min , > 0. Segue que
2 5
2ε 1
0 < |x − 1| < δ implica δ ≤ , δ ≤ , x 6= 1, |x − 1| < δ e, por
5 2
conseguinte, |x − 1| < 1/2 ⇔ −1/2 < x − 1 < 1/2 ⇔ 3/2 < x + 1 < 5/2.
Como −5/2 < 3/2 decorre que −5/2 < x + 1 < 5/2 ⇔ |x + 1| < 5/2 e que
5
|f (x ) − L| = x 2 − 2 − (−1) = x 2 − 1 = |x + 1| · |x − 1| < · δ ≤ ε .
2
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 12 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Exercício
Dado qualquer ε > 0, tome δ = min {1, ε} > 0.
1 1
(a) Prove que 0 < |x − 4| < δ acarreta < √ < 1.
√ 5 2 + x
Observação
Em todos os exemplos anteriores ocorreu lim f (x ) = L, com L = f (x0 ).
x → x0
Isso, contudo, nem sempre é o caso.
Exemplo
x
2 −9
Prove que lim = −6.
x →−3 x +3
Solução
Dado qualquer ε > 0, tome δ = ε . Segue que 0 <|x − (−3)| < δ implica
x2 − 9 x 2 − 9 + 6 (x + 3 )
x 6= −3, |x + 3| < δ e |f (x ) − L| = − (−6 )= =
x +3 x +3
2
2
x + 6x − 9 (x + 3)
x + 3 = x + 3 = |x + 3| < δ = ε .
Denição
lim f (x ) = L se, e só se,
x →x0
∀ε > 0, ∃δ > 0 : 0 < |x − x0 | < δ ⇒ |f (x ) − L| < ε .
Denição
Diz-se que f : D → Y é contínua em x0 ∈ D , se dado qualquer ε > 0, existe
δ > 0, que pode depender de ε e x0 , tal que
Solução
Seja a ∈ R qualquer. Para todo ε > 0 dado, tome δ = ε > 0. Daí,
|x − a| < δ implica
Solução
Seja a ∈ R qualquer. Para todo ε > 0 dado, tome δ = ε > 0. Daí,
|x − a| < δ implica
Denição
Uma função f : X → Y é dita descontínua em a ∈ R se não for contínua
nesse ponto, ou seja, ocorrer lim f (x ) 6= f (a).
x →a
Exemplo
2
x −9
, se x 6= a
Sejam a = −3 e ϕ : R → R denida por ϕ (x ) = x + 3 . f é
−7, se x = a
2
x −9
descontínua em a ∈ R, pois lim ϕ (x ) = lim = −6 e ϕ (a) 6= −6.
x →a x →−3 x + 3
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 18 / 88
Matrizes e Sistemas Lineares
Fundamentos
Exemplo √ √ √
Porque x + a > a segue que,
√
Seja f (x ) = x , x ∈ [0, +∞). Mostre |x − a| < δ implica
que f é contínua (em seu domínio √ √
natural). |f (x ) − f (a)| = x − a
|x − a|
=√ √
Solução x + a
Daí, |x − 0| = x <√
δ implica
√
δ
<√
|f (x ) − f (0)| = x < δ = ε . a
=ε
Caso 2: Suponha a > 0. Dado
√
qualquer ε > 0, tome δ = a · ε > 0. como desejado.
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 19 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Com efeito, seja a ∈ R qualquer. Para todo ε > 0 dado, tome δ = ε > 0.
De |x − a| < δ , decorre, pela segunda desiguldade triangular, que
|f (x ) − f (a)| = ||x | − |a|| ≤ |x − a| < δ = ε .
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 20 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Exemplo
Seja f (x ) = 1/x , x ∈ R − {0}. Mostre que f é contínua.
Solução
Seja a ∈
R − {0} um elemento qualquer. Dado qualquer ε > 0, tome 2
|a| a2 ε |a| a ε
δ = min , > 0. Segue que |x − a| < δ implica δ ≤ , δ ≤
2 2 2 2
e, pela segunda desigualdade triangular,
|a| |a| |a|
|a| − |x | ≤ ||x | − |a|| ≤ |x − a| < ⇒ |a| − < |x | ⇒ |x | > . Daí,
2 2 2
1 1 1 2 2
|x − a| a ε
|f (x ) − f (a)| = − = · < 2· =ε
x a |x | |a| |a| 2
Exercício
Prove que lim |f (x )| = 0 é equivalente a lim f (x ) = 0.
x →a x →a
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 21 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Exemplo
Prove que lim 3x − 1 = 1/2.
x →1/2
Investigação de um δ > 0
A hipótese é 0 < |x − 1/2| < δ . A tese é |(3x − 1) − 1/2| < ε .
Desenvolvendo |f (x ) − L| surge |(3x − 1) − 1/2| = |3x − 3/2| = 3 · |x − 1/2|.
Impondo a condição 3 · |x − 1/2| < ε , obtém-se |x − 1/2| < ε/3.
Comparando essa expressão com a hipótese, infere-se que δ = ε/3 é um
valor que pode funcionar na prova do limite.
Prova
Dado qualquer ε > 0, tome δ = ε/3 > 0. Segue que 0 < |x − 1/2| < δ
implica [...] (faça como exercício).
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 23 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Prova
Dado qualquer ε > 0, tome δ = min {1, ε/7} > 0. Segue que
0 < |x − 3| < δ implica [...] (faça como exercício).
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 24 / 88
Limites de funções
Propriedades
Unicidade do limite
Se existe L = lim ψ (x ), então esse limite é único.
x →a
Prova
Se ocorresse M = lim ψ (x ), com M 6= L, dado ε = |M − L| /2 > 0, por
x →a
denição de limite, ∃δ1 > 0 tal que 0 < |x − a| < δ1 ⇒ |ψ (x ) − L| < ε e
∃δ2 > 0 tal que 0 < |x − a| < δ2 ⇒ |ψ (x ) − M | < ε . Tomando
δ = min {δ1 , δ2 }, pela primeira desigualdade triangular, segue que
0 < |x − a| < δ implica
|M − L| = |{ψ (x ) − L} − {ψ (x ) − M }|
≤ |ψ (x ) − L| + |ψ (x ) − M | < ε + ε = |M − L|
Prova
Se o valor de L dependesse da forma como x → a, o limite não seria único,
o que contraria o teorema da unicidade do limite.
Recordando
lim ψ (x ) = L⇔∀ε > 0, ∃δ > 0 : 0 < |x − x0 | < δ implica |ψ (x ) − L| < ε
x →x0
Limites laterais
Quando x → a, x pode se aproximar de a por valores maiores do que a.
Neste caso, escreve-se x → a+ e o limite L = lim+ ψ (x ) é chamado limite
x →a
lateral à direita de a. Como |x − a| = x − a , por denição, lim+ f (x ) ≡ L
x →a
se, e só se, ∀ε > 0, ∃δ > 0, 0 < x − a < δ ⇒ |f (x ) − L| < ε .
Exemplo
|x + 7|
Seja f (x ) = , x ∈ R − {−7}. Não existe L = lim f (x ).
x +7 x →−7
Com efeito,
x +7
(i) para x > −7, f (x ) = = 1 e lim + f (x ) = lim + 1 = 1;
x +7 x →−7 x →−7
− (x + 7)
(ii) para x < −7, f (x ) = = −1 e lim − f (x ) = lim − −1 = −1.
x +7 x →−7 x →−7
Como 1 6= −1, pelo teorema acima (relativo à unicidade do limite), não
existe lim f (x ).
x →−7
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 29 / 88
Limites de funções
Propriedades
Exemplo
(
(x − 1) (3x − 2) , se x ≥0
Seja f (x ) = , x ∈ R. Existe L = lim f (x ).
(x + 1) (2 − 3x ) , se x <0 x →0
Como efeito,
(i) para x > 0, lim+ f (x ) = lim+ (x − 1) (3x − 2) = (0 − 1) (3 · 0 − 2) = 2 e
x →0 x →0
(ii) para x < 0, lim− f (x ) = lim− (x + 1) (2 − 3x ) = (0 + 1) (2 − 3 · 0) = 2.
x →0 x →0
Como lim− f (x ) = lim+ f (x ), pelo teorema acima (relativo à igualdade dos
x →0 x →0
limites laterais), conclui-se que lim f (x ) = 2.
x →0
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 30 / 88
Limites de funções
Propriedades
Exercício
(
sen x , se x ≥ π/2
Seja f (x ) = 2 2
, x ∈ (−2, 2π].
4x /π , se x < π/2
(a) Um estudante arma que existe L = lim f (x ). Você concorda ou
x →0
discorda? Justique.
(b) f é contínua em π/2? Justique.
(c) f é contínua em (−2, 2π]? Justique.
(d) Esboce o gráco de f .
Exercício
(2 − |x |) · ||x | − 1|
Seja f (x ) = , x ∈ R − {−1, 1}. Calcule os limites laterais
|x | − 1
de f em −1 e em 1.
Exercício
(i) Se f é contínua em A, f é contínua em B ⊂ A? Justique.
(ii) Dê exemplo de uma função contínua em R e descontínua em Z.
Teorema
Sejam L = lim f (x ) e M = lim g (x ).
x →a x →a
(i) lim {f (x ) + g (x )} = L + M = lim f (x ) + lim g (x ).
x →a x →a x →a
Prova
Por hipótese,∀ε > 0 dado, ∃δ1 , δ2 > 0 tais que
0 < |x − a| < δ1 ⇒ |f (x ) − L| < ε/2 e 0 < |x − a| < δ2 ⇒ |g (x ) − L| < ε/2.
Daí, tomando δ = min {δ1 , δ2 } > 0, pela primeira desigualdade triangular,
decorre que 0 < |x − a| < δ implica |{f (x ) + g (x )} − {L + M }| =
|{f (x ) − L} + {g (x ) − M }| ≤ |f (x ) − L| + |g (x ) − M | < ε/2 + ε/2 = ε .
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 32 / 88
Limites de funções
Propriedades - operações com limites
Exercício
Prove que se lim f (x ) = L, então lim |f (x )| = |L|, isto é,
x →a x →a
lim |f (x )| = lim f (x )
x →a x →a
Denição
Diz-se que uma função f : X ⊂ R → Y ⊂ R é limitada (em X ) quando
existe k > 0 tal que |f (x )| ≤ k , para todo x ∈ X .
Exemplo
A função f (x ) = sen x é limitada (em R) uma vez que ∃k > 0 tal que,
∀x ∈ R, |f (x )| = |sen x | ≤ k , a saber, k = 1.
x = g (y ) = arctg y , y ∈ R é chamada
função arco-tangente.
Exercício
Faça o que se pede.
(a) Ao dizer que uma função f : X ⊂ R → Y ⊂ R não é limitada (em X )o
que, precisamente, se está querendo armar?
(b) Mostre que a função f (x ) = ln x não é limitada em x ∈ (0, +∞).
Teorema
Se ∃L = lim f (x ), então ∃δ , k > 0 tais que 0 < |x − a| < δ ⇒ |f (x )| ≤ k .
x →a
Prova
Por hipótese,∀ε > 0, ∃δ > 0 tal que 0 < |x − a| < δ ⇒ |f (x ) − L| < ε .
Tomando ε = 1, pela segunda desigualdade triangular, decorre que
0 < |x − a| < δ implica |f (x )| − |L| ≤ ||f (x )| − |L|| ≤ |f (x ) − L| < 1 e, por
conseguinte, |f (x )| < 1 + |L| ≡ k , como desejado.
Observação
Como 0 < |x − a| < δ ⇔ x 6= a e −δ < x − a < δ ⇔ x 6= a e
−δ + a < x < δ + a ⇔ x ∈ I ≡ (−δ + a, δ + a) − {a} , o que o teorema
arma é que f é limitada numa vizinhança aberta de a, desde que exista
L = lim f (x ).
x →a
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 38 / 88
Limites de funções
Propriedades - operações com limites
Teorema
Sejam L = lim f (x ) e M = lim g (x ).
x →a x →a
(ii) lim {f (x ) · g (x )} = L · M = lim f (x ) · lim g (x ).
x →a x →a x →a
Prova
Caso 1: Suponha L 6= 0.
Note que f (x ) g (x ) − LM = {f (x ) − L} g (x ) + L {g (x ) − M } .
Porque M = lim g (x ), dado qualquer ε > 0,∃δ1 , δ2 , k > 0 tais que
x →a
ε
0 < |x − a| < δ1 ⇒ |g (x ) − M | < e, pelo teorema anterior,
2 |L|
0 < |x − a| < δ2 ⇒ |g (x )| ≤ k . Como L = lim f (x ), ∃δ3 > 0 tal que
x →a
ε
0 < |x − a| < δ3 ⇒ |f (x ) − L| < . Tomando δ = min {δ1 , δ2 , δ3 } > 0,
2k
pela primeira desigualdade triangular, decorre que 0 < |x − a| < δ implica
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 39 / 88
Limites de funções
Propriedades - operações com limites
Teorema
Sejam L = lim f (x ) e M = lim g (x ).
x →a x →a
(ii) lim {f (x ) · g (x )} = L · M = lim f (x ) · lim g (x ).
x →a x →a x →a
Prova
|f (x ) g (x ) − LM | = |{f (x ) − L} g (x ) + L {g (x ) − M }|
≤ |{f (x ) − L} g (x )| + |L {g (x ) − M }|
= |f (x ) − L| · |g (x )| + |L| · |g (x ) − M |
ε ε
< · k + |L| · =ε
2k 2 |L|
Teorema
Sejam L = lim f (x ) e M = lim g (x ).
x →a x →a
(ii) lim {f (x ) · g (x )} = L · M = lim f (x ) · lim g (x ).
x →a x →a x →a
Prova
Caso 2: Suponha L = 0. Porque M = lim g (x ), pelo teorema anterior,
x →a
∃δ1 , k > 0 tais que 0 < |x − a| < δ2 ⇒ |g (x )| ≤ k . Como L = lim f (x ),
x →a
ε
∀ε > 0 dado, ∃δ2 > 0 tal que 0 < |x − a| < δ2 ⇒ |f (x ) − 0| < . Tomando
k
δ = min {δ1 , δ2 } > 0 decorre que 0 < |x − a| < δ implica
ε
|f (x ) g (x ) − 0| = |f (x )| · |g (x )| < · k = ε .
k
Exemplo
Seja p (x ) = 2x 3 + 7x + 4. Mostre que lim p (x ) = −5.
x →−1
Solução
De acordo com as propriedades acima,
Exercício
Mostre que toda função polinomial
n
p (x ) = αn x + αn−1 x
n−1 + . . . + α1 x + α0 é contínua em R.
Lema
Seja M = lim g (x ). Se M 6= 0, então ∃δ , α, β > 0 tais que
x →a
0 < |x − a| < δ ⇒ α < |g (x )| < β .
Prova
Dado ε = |M | /2 > 0, por denição de limite, ∃δ > 0 tal que
0 < |x − a| < δ ⇒ |g (x ) − M | < ε . Pela segunda desigualdade triangular:
(i) |g (x )| − |M | ≤ ||g (x )| − |M || ≤ |g (x ) − M | < ε ⇒
|g (x )| < ε + |M | = 3 |M | /2 ≡ β ; e
(ii) |M | − |g (x )| ≤ ||M | − |g (x )|| ≤ |g (x ) − M | < ε ⇒
|g (x )| > |M | − ε = |M | /2 ≡ α .
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 43 / 88
Limites de funções
Propriedades - operações com limites
Teorema
Seja M = lim g (x ).
x →a
1 1 1
(iii) Se M 6= 0, então lim = = .
x →a g (x ) M lim g (x )
x →a
Prova
Pelo lema anterior, ∃δ1 , α > 0 tais que 0 < |x − a| < δ1 ⇒ |g (x )| > α . Por
denição de limite, ∀ε > 0 dado, ∃δ2 > 0 tal que
0 < |x − a| < δ2 ⇒ |g (x ) − M | < |M | αε . Tomando δ = min {δ1 , δ2 } > 0
decorre que 0 < |x − a| < δ implica
1 1 1 1 1 1
g (x ) − M = |g (x )| · |M | |g (x ) − M | < α · |M | · |M | αε = ε
Corolário
Sejam L = lim f (x ) e = lim g (x ).
M
x →a x →a
lim f (x )
= x →a
f (x ) L
(iv) Se M 6= 0, então lim = .
x →a g (x ) M lim g (x )
x →a
(v) lim {k · f (x )} = k · L = k · lim f (x ), k ∈ R.
x →a x →a
Prova
De acordo com as propriedades de limite,
f (x ) 1 1 1 L
(iv) lim = lim f (x ) · = lim f (x ) · lim = L· =
x →a g (x ) x →a g (x ) x →a x →a g (x ) M M
(v) lim {k · f (x )} = lim k · lim f (x ) = k · lim f (x ) = k · L, pois
x →a x →a x →a x →a
lim k = k
x →a
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 46 / 88
Limites de funções
Propriedades - operações com limites
Exemplo
√
1− x 1
Mostre que lim =− .
x →1 x −1 2
Exemplo
x
3 −8
Mostre que lim = 12.
x →2 x −2
Teorema
Se lim f (x ) = f (a) e lim g (x ) = g (a), então as funções f + g , k · f , f · g e
x →a x →a
f
, desde que g (a) 6= 0, são contínuas em a.
g
Prova
Das propriedades de limite de funções, tem-se lim (f · g ) (x ) ≡
x →a
lim f (x ) · g (x ) = lim f (x ) · lim g (x ) = f (a) · g (a) ≡ (f · g ) (a).
x →a x →a x →a
Exercício
Complete a prova do teorema acima.
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 49 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Prova
Por hipótese, ∀ε > 0 dado, ∃δ1 , δ2 > 0 tais que 0 < |x − a| < δ1 implica
Exemplo
1
Calcule lim x · sen .
x →0 x
Solução
Observe que o domínio natural de f (x ) = x · sen x −1 é R − {0}. Deste
12 · |θ |
é dada por S = .
2
(c) Do triângulo de vértices (0, 0),
(1, 0), (1, tg θ ) é dada por
Seja θ ∈ (−π/2, π/2) em radianos. 1 · |tg θ |
No círculo trigonométrico, a área: T1 = .
2
(a) Do triângulo de vértices (0, 0),
(sen θ , 0), (sen θ , cos θ ) é dada por Ora, T1 ≤ S ≤ T2 ⇔
cos θ · |sen θ | |sen θ |
T1 = . cos θ · |sen θ | ≤ |θ | ≤
2 cos θ
|sen θ |
Porque T1 ≤ S ≤ T2 ⇔ cos θ · |sen θ | ≤ |θ | ≤ para todo
cos θ
θ ∈ (−π/2, π/2), segue que se θ = 6 0, então sen θ 6= 0 e
|sen θ | sen θ
(i) cos θ ≤ = , uma vez que, para θ < 0,
|θ | θ
|sen θ | − sen θ sen θ
= = .
|θ | −θ θ
sen θ |sen θ | 1
(ii) = ≤ . Provou-se assim o seguinte
θ |θ | cos θ
Lema
Se θ ∈ (−π/2, π/2) e θ 6= 0, então
sen θ 1
cos θ ≤ ≤
θ cos θ
Prova
Como θ → 0, ocorre θ ∈ (−π/2, π/2) e θ 6= 0. Pelo lema anterior,
sen θ 1
cos θ ≤ ≤ . Porque lim cos θ = cos 0 = 1 e
θ cos θ θ →0
1 1
lim = = 1, do teorema do confronto segue o resultado.
θ →0 cos θ cos 0
Exercício
f (x ) f (7x )
Suponha que lim = 1. Calcule lim .
x →0 x x →0 3x
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 54 / 88
Limites de funções
Fundamentos
Solução
A mudança de variável θ = 2x ⇔ x = θ /2 é tal que x → 0 ⇔ θ → 0. Deste
modo,
sen 2x sen θ sen θ sen θ
lim = lim = lim 2 · = lim 2 · lim = 2·1 = 2
x →0 x θ →0 θ /2 θ →0 θ θ →0 θ →0 θ
Solução
A mudança de variável θ = x − 1 ⇔ x = θ + 1 é tal que x → 1 ⇔ θ → 0.
Assim,
sen π x sen π (θ + 1) sen πθ · cos π + cos πθ · sen π
lim = lim = lim =
x →1 x − 1 θ →0 θ θ →0 θ
−1 · sen πθ
lim . A mudança de variável u = πθ ⇔ θ = u /π é tal que
θ →0 θ
sen π x −1 · sen πθ −1 · sen u
θ → 0 ⇔ u → 0. Daí, lim = lim = lim =
x →1 x − 1 θ →0 θ u→0 u /π
sen u sen u
lim − π · = lim − π · lim = −π · 1 = −π .
u→0 u u→0 u→0 u
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 56 / 88
Limites de funções
Fundamentos
2+ 1 1
sen x − sen
x x
(b) Calcule lim .
x →0 x
Exercício
√ √
6−x −2 3
3x + 5 − 2
Calcule: (a) lim √ (b) lim 2
x →2 3 − x − 1 x →1 x −1
Observação
Se f : X → Y é uma função real de variável real tal que a ∈
/ X , então não
existe f (a) e f é descontínua em a ∈ R.
Descontinuidade removível
Se é contínua em
f X − {a} e existe L = lim f (x ), a função ψ , de domínio
x →a
X ∪ {a}, dada por
(
f(x ), se x 6= a
ψ (x ) =
L, se x =a
é contínua em X ∪ {a}, uma vez que lim ψ (x ) = lim f (x ) = L = ψ (a).
x →a x →a
Uma função ψ assim denida é chamada extensão contínua de f em a.
Observação
Quando ψ é extensão contínua de f : X → Y em a, diz-se também que f é
a restrição de ψ ao conjunto X e, neste caso, escreve-se f = ψ|X .
Exercício
(2 − |x |) · ||x | − 1|
Seja f (x ) = , x ∈ R − {−1, 1}. Um estudante arma que
|x | − 1
não é possível estender f a uma função contínua ψ em quaisquer dos
pontos de descontinuidade de f . Você concorda ou discorda? Justique.
Exercício
(
sen x , se≥ π/2
x
Sejam f (x ) = , x ∈ (−2, 2π], e a = π/2.
4x 2 /π 2 , se
x < π/2
f (a + h ) − f (a) f (a + h ) − f (a)
(i) Calcule lim+ e lim− .
h→0 h h →0 h
f (a + h ) − f (a)
(ii) Existe lim ? Justique.
h→0 h
Denição
Seja f : X → Y uma função real de variável real. Chama-se derivada
derivada de f em a ∈ X , denotada por f 0 (a), ao limite
f (x ) − f (a)
lim = f 0 (a )
x →a x −a
Observação
A mudança de variável h = x − a ⇔ x = h + a é tal que x → a ⇔ h → 0.
Assim, a derivada de f em a ∈ X também é dada por
f (a + h) − f (a)
f
0
(a) = lim
h→0 h
Exemplo
1
Seja f (x ) = 2 = x −2 , x ∈ R − {0}.
x
A derivada de f em a ∈ R − {0} é, por denição,
1 1
f (x ) − f (a) 2
− 2 2
a −x
2
f
0 (a) ≡ lim = lim x a
= lim
x →a x −a x →a x −a x →a (x − a) x 2 a2
(a − x ) ( a + x )
= lim
x →a (x − a) x 2 a2
−1 · (a + x ) 2a
= lim =− = −2a−3
x →a x a
2 2 2 2
a a
Usando a variável x ao invés de a, podemos armar que a derivada de
f (x ) = x
−2 é
f
0
(x ) = −2x −3 = −2 · x −2−1
Exemplo
Seja f (x ) = x 4 , x ∈ R. A derivada de f em a ∈ R é, por denição,
f (a + h) − f (a)
f
0
(a) ≡ lim
h→0 h
4
(a + h ) − a 4
= lim
h →0 h
4 3 2 2 3 4
a + 4ha + 6h a + 4h a + h − a
4
= lim
h →0 h
Exemplo
√
Seja f (x ) = x , x ∈ R. A derivada de f em a ∈ R é, por denição,
√ √
f (a + h) − f (a)a+h− a
f
0
(a) ≡ lim = lim
h →0 h h→0 h
√ √ √ √
a+h− a a+h+ a
= lim · √ √
h→0 h a+h+ a
(a + h) − a 1
= lim √ √ = lim √ √
h→0 h a + h + a h→0 a + h + a
1 1 −1/2
= √ = a
2 a 2
Usando a variável x ao invés de a, podemos armar que a derivada de
f (x ) = x
1/2 é f 0 (x ) = 1/2 · x 1/2−1 .
Exemplo
Sejam n ∈ N, n ≥ 2, e f (x ) = x n , x ∈ R. O binômio de Newton informa que
n
(a + h)n = ∑ Cjn hj an−j
j =0
=an + C1n an−1 h + C2n an−2 h2 + . . . + Cnn−2 a2 hn−2 + Cnn−1 ahn−1 + hn .
Decorre que da denição de derivada de f em a ∈ R que
f (a + h) − f (a)
f
0
(a) ≡ lim
h →0 h
(a + h)n − an
= lim
h→0 h
Teorema
Se f : X → Y é derivável em a ∈ X , então f é contínua em a.
Prova
Por hipótese, existe f
0 (a). Daí,
f (x ) − f (a)
lim {f (x ) − f (a)} = lim · (x − a) = f 0 (a) · 0 = 0
x →a x →a x −a
Teorema
Se f : X → Y é derivável em a ∈ X , então f é contínua em a.
Exercício
A recíproca do teorema anterior é verdadeira? Justique.
Observação
f (x ) − f (a)
f : X → Y é derivável em ∈ X se, e só se, ∃f 0 (a) = lim
a que
x →a x −a
é equivalente a armar que ∀ε > 0 dado, ∃δ > 0, que pode depender de ε
f (x ) − f (a)
e a, tal que 0 < |x − a| < δ ⇒ − f (a) < ε .
0
x −a
Notação
A derivada de y = f (x ) em a, denotada por f
0 (a), também é indicada
df dy
pelos seguintes símbolos: (a) ou (a) ou Df (a ) .
dx dx
Prova
0 · f (x ) − k · f (a)
k f (x ) − f (a )
(k · f ) (a) ≡ lim = lim k ·
x →a x −a x →a x −a
f (x ) − f (a )
= lim k · lim = k · f 0 (a).
x →a x →a x −a
Prova
{f (x ) + g (x )} − {f (a) + g (a)}
(f + g )0 (a) ≡ lim
x →a x −a
f (x ) − f (a) g (x ) − g (a)
= lim +
x →a x −a x −a
f (x ) − f (a) g (x ) − g (a)
= lim + lim
x →a x −a x →a x −a
0 0
= f (a) + g (a)
Prova
Como g é contínua em a, segue que
(x ) · g (x ) − f (a ) · g (a )
f
(f · g )0 (a) ≡ lim
x →a x −a
f (x ) − f (a) g (x ) − g (a)
= lim · g (x ) + f (a) ·
x →a x −a x −a
f (x ) − f (a) g (x ) − g (a)
= lim · lim g (x ) + lim f (a) · lim
x →a x −a x →a x →a x →a x −a
Prova
Como g é contínua em a, segue que
(x ) f (a)
f
0 −
1
f g (x ) g (a) f (x ) g (a) − f (a) g (x )
(a) ≡ lim = lim ·
g x →a x −a x →a x −a g (a) g (x )
1
f (x ) − f (a) g (x ) − g (a)
= lim · g (a) − f (a) · · lim
x →a x −a x −a x →a g (a) g (x )
1
= f (a) · g (a) + f (a) · g 0 (a) ·
0
g (a) · g (a)
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 74 / 88
Derivada de funções
Propriedades de derivação
Exemplo
Sendo f (x ) = x 3 ·sen x , tem-se
3 0 0
f (x ) = x · sen x
0 = x 3 · sen x + x 3 · (sen x )0 = 3x 2 sen x + x 3 cos x .
Exercício
Nas condições do teorema acima, mostre que (f − g )0 (x ) = f 0 (x ) − g 0 (x ).
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 75 / 88
Derivada de funções
Propriedades de derivação
Exemplo
Ache a (função) derivada de f (x ) = 4 cos2 x − sen x .
0 0
0
(x ) = 4 cos2 x + (−1) · sen x = 4 cos2 x + [(−1) · sen x ]0
f
0
= 4 · cos2 x + (−1) · (sen x )0 = 4 · (cos x · cos x )0 − cos x
= 4 · (cos x )0 · cos x + cos x · (cos x )0 − cos x
Exercício
Mostre que a derivada de f (x ) = sen 2x é f
0 (x ) = 2 cos 2x .
0
sen x 0 (sen x )0 · cos x − sen x · (cos x )0
f (x ) = =
cos x (cos x )2
cos x · cos x − sen x · (− sen x )
=
cos2 x
2
1
=
cos x
= sec2 x
Exercício
Use as regras de derivação para achar a derivada de f (x ) = cotg x .
Exercício
Use as regras de derivação para achar a derivada de f (x ) = sec x .
Exemplo
Sejam n ∈ N e f (x ) = x −n . De acordo com as regras de derivação,
1 0 (1)0 · x n − 1 · (x n )0
0
f (x ) = n =
x (x n )2
0 · x n − 1 · nx n−1
= 2n
x
= −n · x n −1−2n
= (−n) · x (−n)−1
Portanto, ∀α ∈ Z, se f (x ) = x α , então f
0 (x ) = α x α−1 .
Exercício
Seja f (x ) = x −3 + 3x , x ∈ R − {0}. Ache todos os valores de a ∈ R tais
que f 0 (a) = 0.
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 79 / 88
Derivada de funções
Fundamentos
Derivadas laterais
A derivada de f : D → Y num ponto x ∈ D , quando existente, é dada por
f (x + h) − f (x )
f
0
(x ) = lim
h→0 h
e
f (x + h) − f (x )
0
f− x ( ) = lim+
h→0 h
Exemplo
(
(x + 2) (4 − x ) se x < 1
Seja f : R → R dada f (x ) = .
9 · (x − 2)2 , se x ≥ 1
f (1 + h ) − f (1)
(i) Se h > 0, 1 + h > 1 e f+0 (1) = lim+ =
h→0 h
2 2
9 (1 + h − 2) − 9 (1 − 2) 9h2 − 18h
lim+ = lim+ = lim+ {9h − 18} = −18.
h →0 h h→0 h h→0
f (1 + h ) − f (1)
(ii) Se h < 0, 1 + h < 1 e f−0 (1) = lim− =
h→0 h
(h + 3) (3 − h) − 9 −h 2
lim− = lim+ = lim+ −h = 0. Como f+0 (1) 6= f−0 (1),
h →0 h h→0 h h→0
f não é derivável em 1.
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 81 / 88
Derivada de funções
Fundamentos
Denição
Seja f : D → Y uma função real de variável real. Um ponto a ∈ D é dito
ponto crítico de f quando f 0 (a) = 0 ou quando f não é derivável em a.
Exemplo
(
(x + 2) (4 − x ) se x < 1
Seja f : R → R dada f (x ) = . Como f não é
9 · (x − 2)2 , se x ≥ 1
derivável em 1, o ponto a1 = 1 é ponto crítico de f . Ademais, (i) para
2
x < 1, f (x ) = −x + 2x + 4, f (x ) = −2x + 2 = 2 (1 − x ) e f (x ) 6= 0 uma
0 0
Exercício
Seja f : R → R dada por f (x ) = x |x | − 5x . (i) Ache a função derivada de
f . (ii) Determine todos os pontos críticos de f .
Exemplo
Seja f (x ) = sen x , ∈ R. Então, f 0 (x ) = cos x e f (2) (x ) = − sen x .
x
d{f 00 } 0
Demais, Df (2) (x ) = (x ) = f (2) (x ) = − cos x é a derivada de
dx
ordem 3 de f . Seguindo esse procedimento de derivação sucessiva, pode-se
obter derivada de ordem superior (a um) de f (x ) = sen x .
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 83 / 88
Derivada de funções
Fundamentos
Conceitos
A derivada de ordem n ∈ {2, 3, 4, . . .} ou n−ésima derivada de uma função
f no ponto a, denotada por f (n) (a), é dada por
(n−1) (a + h) − f (n−1) (a) d n (n−1) o i0
(n)
(a) = f (n−1) (a)
f
h
f (a) = lim = f
h→0 h dx
Indicando f (x ) por f (0) (x ), pode-se escrever f (n) (a) = f (n−1) (a) para
0
vezes derivável numa vizinhança aberta de a e existe f (n) (a), diz-se que f é
n vezes derivável no ponto a. (iii) f é dita de classe C
n em I quando f é n
vezes derivável em I e a função f 0 é contínua em I . Neste caso, escreve-se
n n
f ∈ C . Quando f ∈ C , para todo n ∈ N, diz-se que f é de classe C
∞ e
escreve-se f ∈ C .
∞
Exemplo
Seja f (x ) = x −3 , x ∈ R − {0}. A derivação sucessiva de f acarreta
f
(1) (x ) = −3x −4 ; f (2) (x ) = 3 · 4x −5 ; f (3) (x ) = −3 · 4 · 5x −6 ;
f
(4) (x ) = 3 · 4 · 5 · 6x −7 ; f (5) (x ) = −3 · 4 · 5 · 6 · 7x −8 = − 7! x −8 ;
2
6 9 8! −9
f
( ) (x ) = 3 · 4 · 5 · 6 · 7 · 8x = x ; etc. Intuitiva e indutivamente,
−
2
n n (n + 2)! −(n+3)
obtém-se f (x ) = (−1)
( ) x , ∀n ∈ N = {1, 2, 3, . . .}. Em
2
(50 + 2)! −(50+3) 52!
particular, f (50) (2) = (−1)50 2 = 54 .
2 2
Exercício
Seja f (x ) = cos x , x ∈ R. Ache f
(37) (π).
Notação
Seja y= f (x ) uma função real de variável real. A derivada de ordem n de
dn y
f também é denotada pelos símbolos ou D n y .
dx n
Exercício
3x 8 − 4x 7
Seja y = , x ∈ X = R − {0}. Determine (i) os pontos críticos de
4x 3
f e (ii) todos os elementos a ∈ X tais que D 2 f (a) = 0.
Denição
Seja y = f (x ) uma função real de variável real. Os extremos relativos de f
são seus pontos de máximo ou de mínimo locais. Similarmente, os
extremos absolutos de f são seus pontos de máximo ou de mínimo globais.
113018 (UNB) Luiz Claudio Pereira 2017 86 / 88
Derivada de funções
Fundamentos
Exercício
(
(x + 2) (4 − x ) se x <1
Seja f : [−2, 2] → R dada f (x ) = . Ache os
9 · (x − 2)2 , se x ≥1
extremos de f . São eles extremos relativos ou absolutos? Justique.
Exercício
Seja f (x ) = sec x , x ∈ [−π/3, π/6]. Ache os extremos de f . São eles
extremos relativos ou absolutos? Justique.
Exercício
Seja f uma função tal que, ∀x , y ∈ R, (i) f (x + y ) = f (x ) · f (y ) e (ii)