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APOLOGÉTICA CATÓLICA

Deus, Pátria, Família

Tomismo, molinismo e a loso a


Publicado em 05/02/2016 por Thiago

Texto do confrade Rui:

É fato que o magistério infalível não se pronunciou a favor de nenhuma escola


na Controvérsia dos Auxílios, que teve lugar entre a doutrina de Santo Tomás,
tal como desenvolvida por Domingo Bañez, OP, e a doutrina do jesuíta Luís de
Molina. As duas doutrinas diferem, basicamente, no papel dado à causalidade
divina (que tem que ser universal) e à liberdade humana (entendida como
autodeterminação em relação à Causa primária, pela escola molinista). Como
os católicos não são livres para tacharem de censuras as escolas, mas são livres
para defenderem seu ponto de vista, como fazem e fizeram muitos teólogos,
como Marin-Sola, Billot, Garrigou-Lagrange, eu coloquei aqui as principais
dificuldades filosóficas do molinismo, que o tornam incompatível com a
filosofia.

O molinismo (e outros sistemas que não aceitam a premoção física, ou seja, o


concurso divino anterior à vontade e predeterminante sobre ela) apoiam-na na
ciência média, que seria a ciência que Deus teria dos atos dos quais não é ou
não seria Causa primária, por conta da faculdade de autodeterminação
humana.

A questão da ciência média enfrenta uma grave dificuldade filosófica: a


essência de Deus é idêntica aos Seus atributos, porque em Deus não há
absolutamente nenhuma composição. Isso significa que não há distinção real
entre Deus e a ciência de Deus. Ora, se Deus é Causa de todas as coisas, e não
efeito, é evidente que a ciência de Deus (independente da distinção que lhe
faça, se ciência de visão, que é a ciência do ser contingente em ato; se ciência de
simples inteligência, que é a ciência do possível; ou se ciência média, que
conhece os atos futuríveis livremente determinados) é Causa de todas as coisas
e nunca efeito.

E, como Causa que é esta ciência, não pode ter uma relação de subordinação
com os efeitos que conhece, como se Deus conhecesse, na ordem lógica e não
temporal, o que o homem irá decidir livremente, como ser determinado e não
Determinante.

Aqui, a meu ver, não cabe a analogia com o fato que entende que a ciência que
Deus possui do contingente é imutável e absoluta em si mesma, e contingente
apenas nos seus aspectos terminativos, isto é, apenas no que diz respeito ao
objeto conhecido.

Mesmo que considerássemos que a ação livre do homem é autodeterminada


apenas em seu aspectos terminativos, e não no modo como Deus a conhece,
omite-se uma relação que não pode ser outra senão uma relação de
causalidade, relação esta que subordina o conhecimento de Deus e não o objeto
no qual Ele termina. Já no primeiro exemplo, não temos essa dificuldade
porque podemos dizer que, numa ordem superior, tais seres queridos
livremente por Deus não são contingentes, enquanto são contingentes
considerando o que têm de si mesmos, sem forçar nenhuma relação
subordinativa com a ciência divina.

Deste modo, a maior dificuldade do molinismo (a que pese não seja um


sistema herético, e nem reprovado pela Igreja) é com a boa filosofia. E eu,
pessoalmente, acredito que sequer o magistério infalível pode contradizê-la.

Além disso, há outra questão filosófica que pode ser colocada: a vontade, assim
como a inteligência, são faculdades da alma que se põem em ato, não só em
relação aos fins, como também em relação aos meios. O que diz a filosofia?
Nenhum ser que esteja em potência pode passar ao ato senão por intermédio
de outro ser em ato. Desta forma, a vontade humana (e, por conseguinte, a
alma humana) não pode simplesmente pôr-se em ato sozinha, ainda que, por
sua natureza espiritual e racional, não caia sob o pleno domínio da criatura
irracional, consistindo nisso a liberdade apregoada pelo tomismo. Daí ser
necessário que Deus passe a vontade humana da potência ao ato.

Em vários anos de investigação, eu nunca encontrei uma resposta molinista


satisfatória para essas questões filosóficas.

Considerando que o molinista responda que a ciência divina dos futuríveis


livres possui apenas uma relação terminativa e não causal com tais futuríveis
livres, cabe ainda perguntar: Não estaria aí separada, distinta, a vontade e a
inteligência na essência de Deus? Uma vez que Deus é simples, é certo que Sua
inteligência é idêntica à Sua vontade, e não há como Deus conhecer esses
futuríveis livres sem os querer, e, por isso, os predeterminar.

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3 RESPOSTAS EM “TOMISMO, MOLINISMO E A FILOSOFIA”

Carlos Ribeiro
em 10/08/2017 às 16:29 disse:

Rui, por que você não usou a palavra predestinação no texto?

Outra: a tese tomista é a mesma da predestinação incondicionada


agostiniana (supondo que Sto Agostinho realmente a defendeu)? Se
sim, por quê, como isso não é fatalismo, determinismo, etc.?

Obrigado.

Carlos Ribeiro
em 21/08/2017 às 10:09 disse:

No opúsculo “Se se deve rezar pela salvação do mundo” (“Do Papa


herético e outros opúsculos”), o prof. Nougué diz que a íntima relação
entre a predestinação e a graça é que aquela está para esta como a causa
para o efeito. E chama à tese tomista agostinismo-tomismo, dizendo
que, sim, Sto Tomás se baseou em Sto Agostinho neste assunto, como
no tratado da Trindade.
Quanto a não ser determinista e, pois, contra o livre-arbítrio, é que o
mesmo livre-arbítrio se referiria apenas ao naturalmente alcançado
pela própria natureza humana, não ao sobrenatural.

Carlos Ribeiro
em 22/08/2017 às 09:43 disse:

Meu último comentário sobre o livre-arbítrio é interpretação minha de


seu papel na tese tomista, não que Nougué diga isso no referido
opúsculo.

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