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Seminário I

Módulo CIT – Controle de Incidência Tributária

1) Que é norma jurídica? E regra matriz de incidência tributária (RMIT)? Qual a


função do consequente normativo?
Norma jurídica é uma regra de conduta, com estrutura lógica de um juízo hipotético, em
que o legislador (em sentido amplo) enlaça uma consequência jurídica, desde que
acontecido o fato previamente descrito. É por isso que se fala em antecedente e
consequente, hipótese e tese, descritor e prescritor. A regulação da conduta imposta pela
norma se dá nos modais deônticos (permitido, proibido e obrigatório) e sempre na
dependência do acontecimento factual previsto na hipótese.
A regra matriz de incidência tributária é uma espécie de norma jurídica que define o
fenômeno da incidência, uma norma de conduta que disciplina a relação jurídico tributária
entre o fisco e o sujeito passivo e que, como toda norma jurídica, é composta de uma
hipótese e um consequente.
O conseqüente ou prescritor normativo preceitua a conduta. Nele há feixes de informações
que nos oferecem critérios de identificação dos elementos constitutivos do laço
obrigacional: o critério pessoal e o critério quantitativo. É a peça do juízo hipotético que
estipula a regulação da conduta, prescrevendo direitos e obrigações para as pessoas (físicas
ou jurídicas) envolvidas de alguma forma no acontecimento do fato jurídico tributário. Ele
é complementado pela hipótese (também chamada de antecedente ou descritor da RMI),
que são os seus elementos lógicos (critérios que o conceito normativo nos fornece para a
identificação do fato descrito).
Segundo Paulo de Barros Carvalho, Cst”Cp(sa.sp).Cq(bc.al), em que “Cst” é o
consequente tributário, “Cp” é o critério pessoal, “sa” é o sujeito ativo, “sp” é o sujeito
passivo, “bc” é a base de cálculo, “al” a alíquota e, por fim, o “.”, o conjuntor ou ou
multiplicador lógico.

2) Distinguir: obrigação tributária e deveres instrumentais. Multa pelo não pagamento


caracteriza-se como obrigação tributária? Justifique analisando criticamente o art.
113 do CTN.
Obrigação tributária é uma prestação de natureza patrimonial, enquanto os deveres
instrumentais são aqueles que circundam a obrigação tributária, desprovidos do requisito
patrimonial e que servem para possibilitar o controle pelo Estado-Administração sobre a
observância do cumprimento das obrigações estatuídas com a decretação dos tributos, que,
por sua vez, se tratam de obrigação tributária.
A multa pelo não pagamento, ao contrário do que dispõe o art. 113, §1º, não é uma
obrigação tributária. O §1º do art. 113 vai de encontro ao que leciona o art. 3º (todos do
CTN), o qual informa expressamente que “tributo é toda prestação pecuniária compulsória
(...) que não constitua sanção de ato ilícito”. A inclusão da penalidade no §1º do art. 113
foi um crasso erro legislativo.

3) Que é sujeição passiva? Definir os conceitos de: (i) sujeito passivo; (ii) contribuinte;
(iii) responsável tributário; e (iv) substituto tributário – distinguindo: substituição
tributária para trás; substituição (convencional); agente de retenção e substituição
para frente. O responsável (art. 121, II, do CTN) é: (i) sujeito passivo da relação
jurídica tributária; (ii) de relação de dever instrumental; ou (iii) de relação jurídica
sancionatória?
Sujeição passiva faz referência ao sujeito passivo da relação jurídica tributária, que é a
pessoa (física ou jurídica) de quem se exige o cumprimento da prestação, seja ela
pecuniária ou formal.
O art. 121 divide a sujeição passiva em contribuinte ou responsável. Esta divisão se deu
porque o processo legislativo se embasou nos ensinamentos – já superados, segundo Paulo
de Barros Carvalho – de Rubens Gomes de Souza, que falava na existência da sujeição
passiva direta e da indireta. Esta última se apresenta em duas modalidades: a de
transferência e a de substituição. A de transferência, por sua vez, comporta três hipóteses:
solidariedade, sucessão e responsabilidade.
Contribuinte (sujeição passiva direta) é aquele sujeito passivo que tem relação pessoal e
direta com a situação que constitua o fato gerador. Já o responsável (sujeição passiva
indireta) tributário é aquele que não teve relação direta com o fato gerador, mas é obrigado
expressamente por lei a quitar a prestação (seja ela obrigação ou formal).
Substituição tributária, segundo Rubens Gomes de Sousa, ocorre quando, por “disposição
expressa de lei, a obrigação tributária surge desde logo contra uma pessoa diferente
daquela que esteja em relação econômica com o ato ou negócio tributado: neste caso é a
própria lei que substitui o sujeito passivo direto por outro indireto”. Paulo de Barros
Carvalho, sobre o tema, acertadamente observa que, nestas hipóteses, está claro que a lei
apenas institui e não substitui.
Segundo Paulo de Barros Carvalho, o responsável pelo pagamento do tributo (art. 121, II)
o é em decorrência de relação jurídica de natureza sancionatória, por estar ele fora dos
lmites factuais do fato gerador. É que a obrigação tributária só se instaura com sujeito
passivo que integre a ocorrência típica, seja direta ou indiretamente unido ao núcleo
objetivo da situação tributada. Quando o legislador foge dessa regra, a índole do vínculo
que liga o responsável àquela situação não pode se tratar de obrigação tributária, sendo,
portanto, de caráter sancionatório.

4) A empresa “A” adquiriu estabelecimento industrial da empresa “B” e continuou sua


atividade. Aproximadamente um ano depois da aquisição, a empresa “A” é
demandada pelo Fisco em relação a fatos geradores realizados pela empresa “B”. No
contrato de compra e venda não há disciplina a respeito das dívidas tributárias
anteriores à aquisição. Pergunta-se:
a) Pode o Fisco, após a indigitada operação de compra e venda, exigir os tributos,
cujos fatos geradores foram realizados por “B” antes de sua aquisição
diretamente de “A”? Há relevância se houver no contrato cláusula de
responsabilidade de “B” quanto aos débitos anteriores à operação? (Vide anexo I)
Sim, o fisco pode exigir de “A” tributos cujos fatos geradores foram realizados por B,
por ser A o responsável nestes casos, nos termos do que leciona o art. 133 do CTN.
Ainda, há que se verificar se a hipótese descrita na questão se afigura ao que dispõe o
inciso I ou o II do mesmo artigo, a fim de que se saiba se a empresa A será responsável
integral ou subsidiariamente.

b) A empresa “A” sujeita-se às sanções tributárias materiais: (i) multa de mora, (ii)
multa pelo não pagamento de tributo, (iii) juros e (iv) multa pelo descumprimento
de deveres instrumentais, se aplicadas antes da operação de compra e venda? E se
aplicadas depois da operação? (vide anexos II e III).
A empresa “A” está, sim, sujeita às sanções tributárias aplicadas anteriormente à
operação de compra e venda, pois o STJ, conforme julgamento do REsp 544.265/CE,
entende que a responsabilidade dos sucessores de pessoa natural ou jurídica, sobre a
qual versa o art. 133 do CTN, estende-se às multas devidas pelo sucedido, sejam elas
de caráter moratório ou punitivo, pois as multas passam a integrar o patrimônio
jurídico material da sociedade empresarial. Caso as sanções tenham sido aplicadas após
a sucessão, elas não serão devidas pela sucessora, tendo em vista que à época da
sucessão o montante não fazia parte do passivo da empresa sucedida.

5) Quanto ao artigo 135 do CTN, pergunta-se:


a) Qual a espécie de responsabilidade prevista? Poderia o fiscal lavrar auto de
infração contra o contribuinte e, posteriormente, executar o sócio de forma
solidária à empresa? (vide anexos IV e V).
A responsabilidade é solidária, nos termos da súmula nº 130 do STJ. Sim, o fisco
poderia fazê-lo.

b) A dissolução irregular da sociedade caracteriza infração à lei apta a ensejar a


responsabilidade do(s) sócio(s) pelas dívidas da pessoa jurídica? E o mero
inadimplemento da obrigação de pagar o tributo? (Vide anexos VI, VII e VIII).
A dissolução irregular, sim, porque é uma infração, a qual gera uma sanção aos sócios,
que serão solidariamente responsáveis pelo pagamento da dívida (caráter sancionatório
da responsabilidade, conforme leciona Paulo de Barros). Já em caso de mero
inadimplemento os sócios não poderão ser responsabilizados, pois tal fato, por si só,
não caracteriza má administração, excesso de poderes ou infração à lei, não
cominando, assim, em responsabilidade dos sócios. Neste ponto, insta recordar, ainda,
do princípio da separação patrimonial, segundo o qual os bens dos sócios não se
confundem com os bens da empresa, o que também impede que os sócios sejam
responsáveis por dívidas das pessoas jurídicas em que não seja comprovado ato ilícito.

6) Que é grupo econômico? Quais os critérios para caracterizar a formação de grupo


econômico de empresas no ordenamento jurídico brasileiro? A caracterização
implica reconhecimento de responsabilidade solidária? (vide anexo IX).
Grupo econômico caracteriza-se pela existência de duas ou mais pessoas jurídicas de
direito privado, com os mesmos proprietários, compondo um conjunto de interesses
econômicos subordinados ao controle do capital, sendo fundamental o comando único, a
posse de ações ou quotas capazes de controlar a administração, a convergência de políticas
mercantis, padronização de procedimentos e, não necessariamente, objetivo comum. No
ordenamento jurídico brasileiro, o grupo econômico aparece na Lei Previdenciária (art. 30
da lei . 8.212/91) e no CTN (art. 124, I). O art. 30 da Lei Previdenciária dispõe o seguinte:
“Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias
devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: IX - as empresas que integram
grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas
obrigações decorrentes desta Lei” (grifo meu).
O art. 124, I, do CTN autoriza a responsabilidade solidária de forma implícita, ao dispor
que são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que
constitua o fato gerador da obrigação principal. No grupo econômico, no entanto, nem
sempre há interesse comum. Este só está necessariamente presente quando as empresas
precisam ocupar o mesmo lado da obrigação tributária.
Ainda, entende Renato Lopes Brecho que a caracterização de grupo econômico depende da
identificação do abuso da personalidade jurídica (art. 50 do Código Civil, autorizada sua
aplicação pelo art. 110 do CTN).
Segundo o STJ, a responsabilidade é solidária desde que as empresas do grupo econômico
tenham realizado conjuntamente a situação da qual adveio o fato gerador, ou seja, não
basta a mera participação empresa acionada em grupo econômico para que a execução
fiscal (ou outra) seja movida (ou sejam inclusas no pólo passivo) contra outra pessoa
jurídica que figure no grupo econômico.

7) Dada a seguinte lei (fictícia):


(...)
a) Construir as normas jurídicas veiculadas nessa lei, identificando os critérios do
conseqüente da RMIT.

Hipótese:

Critério material: prestar serviço de limpeza;

Critério temporal: 1º dia de cada ano;

Critério físico: dentro dos limites do município de São Pedro.

Consequente:
Critério pessoal: a) Sujeito Ativo: Município; b) Sujeito Passivo: proprietário de imóvel
que esteja dentro dos limites do município de São Pedro.

Critério quantitativo: a) Base de Cálculo: valor venal do imóvel; b) Alíquota: 0,1%.

b) Quais as funções da base de cálculo? A base de cálculo eleita é compatível com a


hipótese tributária? Se incompatíveis, qual deve prevalecer para efeito de se
determinar a espécie tributária: o enunciado da hipótese tributária ou o
enunciado da base de cálculo? Ambos? Nenhum dos dois?

A base de cálculo, segundo Paulo de Barros Carvalho, possui três funções: a função
mensuradora, porque mede as proporções reais do fato por meio de um padrão dimensível
ínsito ao núcleo de incidência, escolhido dentre as possibilidades pelo legislador; a função
objetiva, porque compõe a específica determinação da dívida, estipulando seu valor
matemático; e a função comparativa, já que, posta em comparação com o critério material
da hipótese, é capaz de confirmá-lo, infirmá-lo ou afirmar aquilo que consta no texto da
lei. Em casos de incompatibilidade do critério material da hipótese com a base de
cálculo, o que deve prevalecer é a natureza disposta na base de cálculo. Sobre o tema,
leciona o ilustre doutrinador acima referido, que o texto de lei é, muitas vezes, falho na
definição do tributo exposto. Com isso, para correta definição de certas exações, é melhor
que se verifique a sua natureza pela através de sua base de cálculo, que dará ao leitor a
proporção real do fato (função mensuradora), confirmando, infirmando ou afirmando o seu
critério material.

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