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03-03-2019

RGIT
Regime Geral das Infrac ções
Tributárias

Docente: Jesuíno Alcântara Martins 2019

jesuinoamartins@gmail.com

Enquadramento Legal
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ENQUADRAMENTO LEGAL:

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA LEI GERAL


PORTUGUESA - CRP TRIBUTÁRIA - LGT

REGIME GERAL DAS CÓDIGO DE PROCEDIMENTO

INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS - RGIT E DE PROCESSO TRIBUTÁRIO - CPPT

Regime Complementar do Procedimento de Inspecção Tributária e Aduaneira - RCPITA

 Código Penal CÓDIGOS E LEIS


Legislação Complementar :  Código de Processo Penal FISCAIS
 Lei quadro das Contra-ordenações
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03-03-2019

Âmbito de Aplicação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Art.º 1.º
ÂMBITO DE APLICAÇÃO
• Das prestações tributárias

• Dos regimes tributários, aduaneiros e fiscais,


independentemente de regulamentarem ou não
prestações tributárias
INFRACÇÕES
• Dos benefícios fiscais e franquias aduaneiras
ÀS NORMAS
• Das contribuições e prestações relativas ao sistema
REGULADORAS
de solidariedade e segurança social, sem prejuízo do
regime das contra-ordenações que consta de
legislação especial

Salvo disposição em contrário, as normas do RGIT são aplicáveis aos factos de natureza
tributária puníveis por legislação de carácter especial
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CONCEITO DE INFRACÇÃO FISCAL

INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS

RGIT RGIT
Facto típico, ilícito e culposo declarado
punível por lei tributária anterior

CRIMES CONTRA-ORDENAÇÕES

CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
CRIMES FISCAIS

CRIMES ADUANEIROS CONTRA-ORDENAÇÃO ADUANEIRA

Contra-ordenações da Segurança
CRIME SEGURANÇA SOCIAL Social – Legislação Especial
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Jesuíno Alcântara Martins

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Conceito de Infracção Fiscal


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CONCEITO DE
INFRACÇÃO FISCAL Art.º 2.º

Facto típico, ilícito e culposo declarado punível


por lei tributária anterior

CRIMES FISCAIS CONTRA-ORDENAÇÕES

CRIME: O conjunto de pressupostos de


CONTRA-ORDENAÇÃO: Todo o
que depende a aplicação ao agente de
facto ilícito e censurável que preencha um tipo
uma pena ou de uma medida de
legal no qual se comine uma coima
segurança criminal - Art.º 1.º CPPenal

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Jesuíno Alcântara Martins

Elemento Subjectivo
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

TIPO LEGAL DE
TIPO LEGAL DE CRIME CONTRA-ORDENAÇÃO

INTENÇÃO INTENÇÃO

DOLO
DOLO
NEGLIGÊNCIA

Só existe crime se a acção do agente A contra-ordenação pode ser praticada


tiver sido dolosa. O dolo não se presume através de uma acção dolosa ou de uma
tem de ser provado acção negligente.

Salvo disposição expressa da lei em contrário, as contra-ordenações


Art.º 24.º
tributárias são sempre puníveis a título de negligência

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Definição de Dolo
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

DOLO Art.º 14.º C. PENAL

• Age com dolo quem, representando um facto que preenche um tipo


DIRECTO
de crime, actua com intenção de o realizar

• Age ainda com dolo quem representar a realização de um facto que


Necessário
preenche um tipo de crime como consequência necessária da sua
conduta

EVENTUAL
• Quando a realização de um facto for representada como uma
consequência possível da conduta, haverá dolo se o agente actuar
conformando-se com aquela realização

• No dolo directo, o agente pratica o facto com a intenção e fim de o realizar


• No dolo necessário, o agente decide empreender certa conduta sabendo que, necessariamente e como consequência,
praticará o facto punível, com o qual se conforma
• No dolo eventual, o agente decide empreender certa conduta sabendo que dela pode resultar, como consequência, o
facto punível, com o qual se conforma

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Definição de Negligência
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

NEGLIGÊNCIA Art.º 15.º C. PENAL

Age com negligência quem, por não proceder com o cuidado a que,
segundo as circunstâncias, está obrigado e de que é capaz:

 Representa como possível a realização de um facto correspondente a


um tipo de crime, mas actua sem se conformar com a sua realização

 Não chega sequer a representar a possibilidade da realização do facto

Na negligência há uma omissão de um dever de cuidado ou


diligência, a qual torna a conduta censurável

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Definição de Culpa
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
CULPA

Uma pessoa é culpada por um facto típico e ilícito que praticou se conhecia,
ou tinha possibilidade de conhecer, a ilicitude do seu acto, por um lado e por
outro, se tinha liberdade de se motivar segundo esse conhecimento.

A culpa está excluída quando a pessoa não conheça, nem tenha obrigação de
conhecer que o acto que está a praticar é ilícito e, por outro lado, não tenha
liberdade de se motivar segundo esse conhecimento

CULPA: é a censura ético-jurídica dirigida a um sujeito por não ter agido de modo diverso

• A imputabilidade do agente
Elementos do juízo
de culpa são: • A sua actuação dolosa ou negligente
• A inexistência de circunstâncias que tornam não exigível outro
comportamento
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Detecção das Infracções


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

DETECÇÃO DAS INFRACÇÕES FISCAIS

Intervenção dos Serviços de Iniciativa dos contribuintes


Inspecção Tributária
Auto- denúncia

 Pedido de pagamento da  Pedido Pagamento


Coima (Pode ser feito até ao termo do da Coima - Mecanismo
procedimento de inspecção tributária)
da Redução da Coima
• Levantamento de Auto de Notícia
• Participação AGENTE DE AUTORIDADE

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Lugar e Momento da prática da Infracção


Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

LUGAR E MOMENTO DA PRÁTICA DA INFRACÇÃO

LUGAR Art.º 5.º MOMENTO

• Naquele em que o agente actuou


• Naquele em que o resultado típico se
tiver produzido
• Naquele em que devia ter actuado
(infracção omissiva)
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Lugar e Momento da prática da Infracção


Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

LUGAR E MOMENTO DA PRÁTICA DA INFRACÇÃO

INFRACÇÕES OMISSIVAS Art.º 5.º, n.º 2

Consideram-se praticadas no termo do prazo para o


cumprimento da obrigação tributária

Quando a obrigação tributária


A Infracção tributária
puder ser cumprida em qualquer considera-se
serviço da administração praticada no Serviço da área do

tributária ou junto de outro domicílio ou da sede


do agente
organismo

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Responsabilidade das Pessoas Colectivas


Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

Art.º 7.º A responsabilidade da pessoa colectiva é


excluída quando o agente tiver actuado
PESSOAS COLECTIVAS contra ordens ou instruções expressas de
quem de direito

São responsáveis pelas A responsabilidade criminal das pessoas


infracções previstas no colectivas não exclui a responsabilidade individual
RGIT quando cometidas dos respectivos agentes Art.º 7.º. N.º 3

pelos seus órgãos ou


A responsabilidade contra-ordenacional das
representantes
pessoas colectivas exclui a responsabilidade
Art.º 6.º individual dos respectivos agentes Art.º 7.º, n.º 4

Quem agir voluntariamente como titular de um órgão, membro ou representante de uma pessoa colectiva,
sociedade ainda que irregularmente constituída, ou de mera associação de facto, ou ainda em representação
legal ou voluntária de outrem, é punido em função da sua responsabilidade individual

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Penas Aplicáveis
Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

PENAS APLICÁVEIS

• PENA DE PRISÃO
Até 8 anos
PESSOA
• MULTA
SINGULAR
De 10 a 600 dias
CRIMES TRIBUTÁRIOS
PESSOA
• MULTA
SANÇÕES COLECTIVA
De 20 a 1920 dias
ACESSÓRIAS
PESSOA
COIMA
SINGULAR
CONTRA-ORDENAÇÕES
PESSOA COIMA
Art.º 12.º e Art.º 51.º
COLECTIVA
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Penas Aplicáveis
Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

PENAS APLICÁVEIS

Art.º 12.º e Art.º 26.º


Os limites mínimo e máximo das penas de multa previstas
nos diferentes tipos legais de crimes são elevados para o
CRIMES TRIBUTÁRIOS dobro sempre que sejam aplicadas a uma pessoa colectiva,
sociedade, ainda que irregularmente constituída, ou outra
entidade fiscalmente equiparada
CONTRA-ORDENAÇÕES Coima
Limites máximos
Os limites mínimo e máximo das
coimas previstas nos diferentes
Pessoa Singular Pessoa Colectiva
tipos legais de contra-ordenação,
são elevados para o dobro sempre
que sejam aplicadas a uma pessoa • Dolo € 82 500 • Dolo € 165 000
colectiva, sociedade, ainda que • Negligência € 22 500 • Negligência € 45 000
irregularmente constituída, ou outra
entidade fiscalmente equiparada O montante mínimo da coima a pagar é de € 50, excepto em caso de
redução da coima em que é de € 25 – n.º 3 do art.º 26.º do RGIT
Jesuino Alcântara Martins 15

Determinação da Medida da COIMA


Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

GRADUAÇÃO DA COIMA

Art.º 27.º
A COIMA DEVE SER GRADUADA EM
FUNÇÃO DOS ELEMENTOS • Da gravidade do facto
SEGUINTES:
• Da culpa do agente

• Da sua situação económica

• E, sempre que possível, a


Se a contra-ordenação consistir na omissão
coima deve exceder o
da prática de um acto devido, a COIMA
deverá ser graduada em função do tempo
benefício económico que o

decorrido desde a data em que o facto agente retirou da prática da


devia ter sido praticado infracção

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Determinação da Medida da COIMA


Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

A GRADUAÇÃO DA COIMA – Art.º 27.º E Art.º 76.º DO RGIT

Gravidade do facto
Grau de culpa do agente
Situação económica do agente

ELEMENTOS Benefício económico obtido


OBJECTIVOS Tempo decorrido desde a prática
GRADUAÇÃO
da infracção
E
DA Carácter acidental ou reiterado da
SUBJECTIVOS conduta
COIMA
RELEVANTES Efectivo prejuízo da Fazenda
Pública
Outras circunstâncias relevantes
que possam influir no grau de
culpa do agente

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Classificação das Contra-ordenações


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Art.º 23.º
ILÍCITO DE NATUREZA
CONTRA-ORDENAÇÃO NÃO CRIMINAL
(Administrativa)

CONTRA-ORDENAÇÃO SIMPLES
Facto típico, ilícito e
As puníveis com coima cujo limite máximo
não exceda € 15 000
culposo punível por lei
tributária anterior
CONTRA-ORDENAÇÃO GRAVE

As puníveis com coima cujo limite máximo


seja superior a € 15 000 Definição de Infracção Fiscal

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Sanções Acessórias
Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

CRIMES TRIBUTÁRIOS CONTRA-ORDENAÇÕES


• Interdição temporária do exercício de certas actividades ou profissões
• Perda de objectos pertencentes ao agente da infracção
• Privação do direito a receber subsídios ou subvenções concedidos por
entidades ou serviços públicos • Privação do direito a receber subsídios ou subvenções

• Suspensão de benefícios concedidos unilateralmente pela administração


concedidos por entidades ou serviços públicos

tributária, franquias aduaneiras e benefícios concedidos pela administração • Suspensão de benefícios fiscais e franquias aduaneiras
da segurança social ou inibição de os obter
concedidos unilateralmente pela administração tributária ou
• Privação temporária de participar em feiras, mercados, leilões ou inibição de os obter
arrematações e concursos de obras públicas, de fornecimentos de bens ou
serviços e de concessão, promovidos por entidades ou serviços públicos • Privação temporária do direito de participar em feiras,
ou por instituições particulares de solidariedade social comparticipadas mercados, leilões ou arrematações e concursos de obras
pelo orçamento da segurança social públicas, de fornecimento de bens ou serviços e de concessão,
• Encerramento de estabelecimento ou de depósito promovidos por entidades ou serviços públicos

• Cassação de licenças ou concessões e suspensão de autorizações • Encerramento de estabelecimento ou de depósito


• Publicação da sentença condenatória a expensas do agente da infracção
• Cassação de licenças ou concessões e suspensão de
• Dissolução da pessoa colectiva autorizações
• Perda de mercadorias, outros instrumentos do crime
• Publicação da decisão condenatória a expensas do agente da
infracção
Pressupostos da sua aplicação constam do
Os pressupostos da sua aplicação constam do Art.º 21.º-A
Art.º 17.º do RGIT
do Regime Geral do Ilícito de Mera Ordenação Social - DL

Jesuino Alcântara Martins Art.º 16.º e Art:º 28.º 433/82, de 27 de Outubro 19

Competências - Coimas
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

COMPETÊNCIA PARA A FIXAÇÃO


DAS COIMAS

SANÇÕES

É ACESSÓRIAS
ESTABELECIDA
al. b) do Art.º 52.º
PELO
RGIT
CHEFE DO
SERVIÇO DE FINANÇAS
DIRECTOR DE
Competência própria ou
FINANÇAS Competência
Delegada Art.º 52.º própria

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Competências - Coimas
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Competências das autoridades Tributárias


Art.º 52.º do RGIT + Art.º 33.º do RGCO

CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL

Tipos legais:
Chefe do Serviço de • Art.ºs 114.º e 116.º a 126.º - Imposto
Finanças da área onde a < € 25 000

infracção teve lugar • Contra-ordenações Autónomas – Ofício


Circulado n.º 825-DSJT

Director de Finanças da Tipos legais:

área onde a infracção • Art.ºs 114.º, 118.º, 119.º - imposto >


€ 25000
teve lugar
Art.º 113.º, 115.º ,127.º ,128.º e 129.º 21
Jesuino Alcântara Martins

Competências - Coimas
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Competências das autoridades Tributárias


Art.º 52.º do RGIT + Art.º 33.º do RGCO

CONTRA-ORDENAÇÃO ADUANEIRA

• Director-Geral da DGAIEC Tipos legais:

• Director da Direcção Regional  Art.ºs 108.º, 109.º 110.º, 111.º,


de Contencioso e Controlo 112.º do RGIT
Aduaneiro
Esta matéria está definida no art.º 14.º n.º 3 do DL
• Directores das Alfândegas
360/99, de 16/09 e art.º 26.º, n.º 3 e 27.º, n.º 4 do

• Chefes das delegações Regulamento Orgânico e de funcionamento da DGAIEC,


aprovado pela Portaria n.º 705-A/2000, de 31/08.
aduaneiras
Jesuino Alcântara Martins 22

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Artigo 25.º
Concurso de contra-ordenações

As sanções aplicadas às contra-ordenações em


concurso são sempre cumuladas
materialmente.

Jesuino Alcântara Martins

Prescrição do Procedimento Criminal


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Art.º 21.º
O prazo de prescrição do
O procedimento criminal por crime tributário
procedimento criminal é reduzido ao
extingue-se, por efeito da prescrição, logo que
prazo de caducidade do direito à
sobre a prática da infracção tenham decorrido liquidação da prestação tributária
cinco anos quando a infracção depender daquela

liquidação.
Quando o limite máximo da pena de prisão prevista no
tipo legal de crime tributário for igual ou superior a cinco
anos, aplicam-se os prazos de prescrição previstos no
Art.º 118.º do Código Penal
Este prazo só se aplica se o
direito ao exercício da liquidação
O prazo de prescrição interrompe-se e suspende-se nos termos do imposto tiver caducado. Caso
previstos no Código Penal, mas a suspensão da prescrição do
contrário, aplicar-se-á sempre o
procedimento verifica-se em caso de suspensão do processo penal
por efeito de : Reclamação Graciosa, Impugnação Judicial , prazo previsto no n.º 1 e n.º 2 do
Oposição Judicial Art.º 21 do RGIT
Jesuino Alcântara Martins 24

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Prescrição do Procedimento e da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Art.º 33.º PRESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO O prazo de prescrição do


procedimento contra-ordenacional é
reduzido ao prazo de caducidade do
O procedimento por contra-ordenação extingue-se, direito à liquidação da prestação
por efeito da prescrição, logo que sobre a prática da tributária quando a infracção
infracção tenham decorrido cinco anos depender daquela liquidação.

A prescrição do procedimento tem sempre


Este prazo só se aplica se o direito ao exercício da liquidação
lugar quando, desde o seu início e
do imposto tiver caducado. Caso contrário, aplicar-se-á
ressalvado o tempo de suspensão, tiver
sempre o prazo previsto no n.º 1 do Art.º 33.º do RGIT
decorrido o prazo da prescrição acrescido de
metade

O prazo de prescrição interrompe-se e suspende-se nos termos estabelecidos na lei geral – Art.º 27.º-A e
Art.º 28.º do RGCO – mas a suspensão da prescrição verifica-se também por efeito da suspensão do
processo em razão de: Reclamação Graciosa, Impugnação Judicial; Oposição Judicial

As sanções por contra-ordenação tributária prescrevem no prazo de cinco


PRESCRIÇÃO DA COIMA
anos a contar da data da sua aplicação, sem prejuízo das causas de
interrupção e de suspensão previstas na lei geral - RGCO Art.º 34.º
Jesuino Alcântara Martins 25

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0326/12 Data do Acórdão: 30-05-2012 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: VALENTE TORRÃO Descritores: CONTRA-
ORDENAÇÃO FISCAL
PRESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO
Sumário:

I. Dependendo a aplicação da coima, de liquidação de imposto, o prazo de prescrição


é o de quatro anos previsto no art.º 45.º, n.º 1 da LGT.

II. Atento o disposto no art.º 28.º, n.º 3 do RGCO (aplicável subsidiariamente às


contraordenações fiscais) a prescrição do procedimento tem sempre lugar quando,
desde o seu início e ressalvado o tempo de suspensão, tiver decorrido o prazo de
prescrição acrescido de metade.

III. Deste modo, considerando o prazo máximo de suspensão previsto no art.º 27.º-A,
nºs 1, alínea c) e 2 - seis meses -, o prazo de prescrição e metade deste, o prazo total
de prescrição foi de seis anos e seis meses contados da verificação da infracção –
31.12.2004, pelo que o procedimento contraordenacional se encontra prescrito nos
presentes autos.
Jesuino Alcântara Martins 26

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Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0541/11 Data do Acórdão: 07-09-2011 Tribunal: 2 SECÇÃO Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
PRESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO
SUSPENSÃO DA PRESCRIÇÃO CONHECIMENTO OFICIOSO
Sumário:

I. O prazo de prescrição do procedimento contra-ordenacional nos casos em que a determinação


da sanção aplicável depende da prévia determinação do valor da prestação tributária é idêntico
ao prazo de caducidade do direito à liquidação daquela prestação, ou seja, de quatro anos
contados a partir do termo em que se verificou o facto tributário (art.° 45.°, n.° 4 da LGT).

II. Verificada causa interruptiva o prazo máximo da prescrição é aquele prazo (4 anos) acrescido de
metade (2 anos), ou seja de seis anos, por aplicação do disposto nos art.ºs 28.º, nº 3 e 27.º-A do
RGCO e do art.º 33.º do RGIT, havendo ainda que considerar a existência de algum facto
suspensivo previsto no nº 1 do art.º 27.º-A do RGCO.

III. Verificando-se, em face da aplicação das normas citadas, que a prescrição não ocorreu na data
referida na decisão recorrida, mas tendo ela ocorrido já na pendência do recurso, cabe a este
Tribunal declarar verificada a prescrição.

Jesuino Alcântara Martins 27

Tipos Legais de Crime


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

TIPOS LEGAIS DE CRIME

CRIMES TRIBUTÁRIOS COMUNS CRIMES FISCAIS

• Burla tributária
• Frustração de créditos • Fraude
• Associação criminosa • Fraude qualificada
• Desobediência qualificada • Abuso de confiança
• Violação de Segredo

Jesuino Alcântara Martins 28

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Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 87.º
CRIME DE BURLA TRIBUTÁRIA

Levar a administração tributária ou a administração da


INTENÇÃO segurança social a efectuar atribuições patrimoniais das
quais resulte enriquecimento do agente ou de terceiro

• Falsas declarações
ACÇÃO • Falsificação ou viciação de documento fiscalmente relevante

• Outros meios fraudulentos

As falsas declarações, a falsificação ou viciação de documento fiscalmente relevante ou a utilização de outros meios
fraudulentos com o fim previsto no n.º 1 do art.º 87.º do RGIT, não são puníveis autonomamente, salvo se pena mais
grave lhe couber

A TENTATIVA É PUNÍVEL
Jesuino Alcântara Martins 29

Burla tributária. Elementos constitutivos Quarta, 26 Janeiro 2011 14:50 BURLA TRIBUTÁRIA. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
RECURSO CRIMINAL Nº 370/06.7TACBR.C1 Data do Acórdão: 26-01-2011
Tribunal: COIMBRA – VARA MISTA 2º SECÇÃO
Legislação: ARTIGO 87.º, N.º 1 E N.º 2, DO RGIT, APROVADO PELA LEI N.º 15/2001, DE 5/6
Sumário:

O crime de burla tributária, está estruturado como um crime de resultado, aparecendo como um verdadeiro
tipo de burla especial, em que o processo típico é de execução vinculada (e não livre), mas, simultaneamente,
estabelece elementos integradores mais formais.

São elementos constitutivos deste crime de burla tributária - Uso de erro ou engano sobre os factos,
provocado por meios fraudulentos, como falsas declarações, falsificação ou viciação de documento
fiscalmente relevante;

Que sejam aptos ou idóneos a determinar a administração tributária ou a administração da segurança social a
efectuar atribuições patrimoniais das quais resulte enriquecimento do agente ou de terceiro.

Na configuração do tipo, exige-se o uso de um meio fraudulento “activo” ou seja uma conduta astuciosa
comissiva que directamente induziu o erro ou engano e não uma mera conduta omissiva do agente.

Só faz sentido que um crime-fim possa consumir um crime-meio, quando haja uma desproporção tal entre um
e outro que permita concluir ser dispensável a punição autónoma deste último.

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Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 88.º
CRIME DE FRUSTRAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS

INTENÇÃO Frustrar total ou parcialmente o crédito tributário

Que tem de entregar tributo já liquidado ou processo


CONHECIMENTO
de liquidação ou dívida à segurança social

• Alienação de património
ACÇÃO
• Danificação ou ocultação de património
• Fazer desaparecer, transferir ou onerar património

Jesuino Alcântara Martins 31

Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 89.º
CRIME DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA

INTENÇÃO Prática de Crimes Tributários

Promover ou fundar grupo, organização ou


ACÇÃO
associação

Directa, ou indirecta através do fornecimento


PARTICIPAÇÃO
de instrumentos e apoio logístico

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Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça


Processo: 042233 Nº Convencional: JSTJ00013433 Descritores: ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
ELEMENTOS DA INFRACÇÃO Nº do Documento: SJ199202130422333
Data do Acórdão: 13-02-1992
Sumário:

I. Para que haja verdadeiramente uma associação criminosa exige o legislador que se

congreguem três elementos essenciais:


- o elemento organizativo;
- o elemento de estabilidade associativa;
- o elemento da finalidade criminosa.

II. Os dois primeiros elementos interligam-se e para que haja organização criminosa
não e necessário que ela tenha uma sede, um local determinado de reunião, que os
seus membros se reúnam ou sequer se conheçam ou tenham um comando ou uma
direcção, bastando, que haja um acordo de vontades de duas ou mais pessoas para
a consecução de fins criminosos e de uma certa estabilidade ou permanência ou,
pelo menos, o propósito de ter esta estabilidade.

Jesuino Alcântara Martins 33

Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 90.º
CRIME DE DESOBEDIÊNCIA QUALIFICADA

Impedir o acesso a informação bancária


INTENÇÃO

Não observância de ordem ou


ACÇÃO determinação regularmente comunicada

Director-Geral da DGCI
Director-Geral da DGAIEC
Autoridade Judicial
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Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 91.º
CRIME DE VIOLAÇÃO DE SEGREDO

• Um terceiro A revelação (por


Agentes do Crime
funcionário) de segredo
• Um funcionário
obtido através da
derrogação do sigilo
Revelação de segredo fiscal ou
bancário ou outro dever
Objecto do Crime de situação contributiva legal de sigilo, também
perante a Segurança Social é punido

• Obter para si ou para outrem um benefício


ilegítimo
INTENÇÃO • Causar prejuízo de interesse público
• Causar prejuízo ao Estado ou a terceiro

Jesuino Alcântara Martins 35

Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
ARTIGO 103.º
CRIME DE FRAUDE FISCAL

INTENÇÃO Diminuição das receitas tributárias

• Não liquidação de tributo


• Falta de entrega ou pagamento da prestação tributária
INSTRUMENTOS
• Obtenção indevida de benefícios fiscais ou reembolsos
• Outras vantagens patrimoniais

• Ocultação ou alteração de factos ou valores


ACÇÃO
• Ocultação de factos ou valores não declarados
Quando se verificar a acumulação de determinadas • Falsificação e/ou de documentos fiscalmente relevantes
circunstâncias o crime será qualificado – Art.º 104.º do
• Celebração de negócio simulado
RGIT

O tipo de crime de fraude só estará preenchido se a vantagem patrimonial ilegítima for igual ou superior a €
15 000

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Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra


Processo: 954/02.2JFLSB.C1 Nº Convencional: JTRC Relator: JORGE DIAS Descritores: FRAUDE FISCAL
CRIME CONTINUADO
PRESCRIÇÃO Data do Acórdão: 04-05-2011 Votação: UNANIMIDADE Tribunal Recurso: 3º JUÍZO DO TRIBUNAL
JUDICIAL DA COMARCA DE POMBAL Texto Integral: S Meio Processual: RECURSO PENAL Decisão: PROVIDO
PARCIALMENTE Legislação Nacional: ARTIGOS 21º E 103º RGIT; 119º CP
Sumário:

1. No crime de fraude fiscal no caso de negócio jurídico


simulado, o momento da consumação do crime é o da data
da celebração desse negócio.

2. Consumando-se o crime com a celebração do negócio


simulado, nessa data se inicia o prazo da prescrição.

3. Em caso de crime sob a forma continuada, o prazo de


prescrição conta-se desde o dia da prática do último acto.
Jesuino Alcântara Martins 37

Acórdão do Tribunal da Relação do Porto


Processo: 132/06.1IDPRT.P1 Nº Convencional: JTRP000 Descritores: CRIMES TRIBUTÁRIOS
NULIDADE DA ACUSAÇÃO
Data do Acórdão: 23-05-2012
Sumário:

A vantagem patrimonial ilegítima, susceptível


de causar diminuição das receitas ao fisco, é
elemento essencial para a verificação do
ilícito tributário, quer em sede de IVA quer em
sede de IRC, sendo nula acusação que a omite.

Jesuino Alcântara Martins 38

19
03-03-2019

Acórdão do Tribunal da Relação do Porto


Processo: 70/05.5IDAVR.P1
Descritores: FRAUDE FISCAL CRIME QUALIFICADO
CONDIÇÕES DE PUNIBILIDADE
Data do Acórdão: 23-03-2011
Sumário:

Por razões literais, sistemáticas e teleológicas, o limite


de € 15.000 do nº 2 do artigo 103º do RGIT é
aplicável à fraude fiscal qualificada prevista no
artigo 104º do mesmo RGIT.

Jesuino Alcântara Martins 39

Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra


Processo: 720/08.1TACBR.C1
Descritores: FRAUDE FISCAL QUALIFICADA
Data do Acórdão: 07-03-2012
Sumário:

Não é aplicável à fraude fiscal qualificada (mormente


quando a execução do crime passa pela utilização de
facturas falsas, cfr. n.º 2, do artigo 104.º), o limite de
€ 15.000,00 (valor da vantagem patrimonial
ilegítima) previsto no n.º 2, do artigo 103º, do R.G.I.T.
(Regime Geral das Infracções Tributárias).

Jesuino Alcântara Martins 40

20
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Crime de Fraude qualificada – art.º 104.º do RGIT


É necessária a acumulação de pelos menos duas das alíneas infra descritas:

a) O agente se tiver conluiado com terceiros que estejam sujeitos a obrigações acessórias para efeitos de
fiscalização tributária;

b) O agente for funcionário público e tiver abusado gravemente das suas funções;

c) O agente se tiver socorrido do auxílio do funcionário público com grave abuso das suas funções;
INFRACÇÕES FISCAIS

d) O agente falsificar ou viciar, ocultar, destruir, inutilizar ou recusar entregar, exibir ou apresentar livros,
programas ou ficheiros informáticos e quaisquer outros documentos ou elementos probatórios exigidos
pela lei tributária;

e) O agente usar os livros ou quaisquer outros elementos referidos no número anterior sabendo-os
falsificados ou viciados por terceiro;

f) Tiver sido utilizada a interposição de pessoas singulares ou colectivas residentes fora do território
português e aí submetidas a um regime fiscal claramente mais favorável;

g) O agente se tiver conluiado com terceiros com os quais esteja em situação de relações especiais.

Jesuino Alcântara Martins 41

Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 105.º
CRIME DE ABUSO DE CONFIANÇA FISCAL

Apropriação de prestação tributária deduzida nos


INTENÇÃO termos da lei

• TOTAL
• PARCIAL

Incorporação da prestação tributária na esfera patrimonial do


ACÇÃO agente

• Obrigação legal de entregar a prestação tributária ao credor


• Os factos só serão puníveis se tiverem decorrido mais de 90 dias sobre o termo
do prazo legal de entrega da prestação
REQUISITOS
• A prestação comunicada à administração tributária através da correspondente
declaração não for paga, acrescida dos juros respectivos e do valor da coima
aplicável, no prazo de 30 dias após notificação para o efeito
Jesuino Alcântara Martins
42

21
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Crime de abuso de confiança – art.º 105.º do RGIT

Este tipo legal de crime ocorre quando o obrigado tributário não entregar
nos cofres da Administração Tributária, directamente ou através da rede
de cobrança legalmente instituída, total ou parcialmente, prestação
tributária de valor superior a € 7 500, deduzida nos termos da lei e que
estava legalmente obrigado a entregar.

O valor de € 7 500 é aferido em relação a cada declaração fiscal, seja esta de


periodicidade mensal, trimestral ou anual. Quando o valor de imposto
não entregue nos cofres do Estado, por cada declaração, for de valor
superior a € 50 000, o crime de abuso de confiança fiscal será
qualificado.

Jesuino Alcântara Martins 43

Caracterização dos tipos legais - Crimes


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Crime de abuso de confiança – art.º 105.º do RGIT

A punibilidade dos factos como crime de abuso de confiança exige


ainda a verificação das circunstâncias seguintes:

 Ter decorrido mais de 90 dias sobre o termo do prazo legal de


INFRACÇÕES FISCAIS

entrega da prestação tributária;

 A prestação ter sido comunicada à Administração Tributária


através da correspondente declaração e não ser paga, acrescida
dos juros respectivos e do valor da coima aplicável, no prazo de
30 dias a contar da notificação realizada pela AT para o efeito.

Jesuino Alcântara Martins 44

22
03-03-2019

Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra


Processo: 1133/10.0IDLRA.C1 Relator: PAULO GUERRA
Descritores: ABUSO DE CONFIANÇA FISCAL
Data do Acórdão: 28-03-2012
Sumário:

Sob o ponto de vista dogmático/jurídico, o crime de abuso de confiança fiscal


configura-se como um crime omissivo puro na medida em que o facto típico revisto
na norma incriminadora se verifica com a não entrega da prestação tributária,
tendo-se por praticada a omissão na data em que termina o prazo para o
cumprimento da obrigação tributária, por força do n.º 2, do art.º 5º, do R.G.I.T.;
É um crime doloso, aferido este nos termos gerais do art.º 14º, do Código Penal;

No que diz respeito ao bem jurídico protegido, o crime de abuso de confiança fiscal
tem por fundamento a protecção do património do Estado, mediante a tutela e
protecção criminal da obrigação da entrega das quantias que foram confiadas ao
agente para que este as entregasse nos Cofres do Estado;

Jesuino Alcântara Martins 45

Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra


Processo: 1638/09.6IDLRA.C1
Relator: PAULO GUERRA Descritores: ABUSO DE CONFIANÇA FISCAL IVA
Data do Acórdão: 29-02-2012
Sumário:

No caso do IVA, só comete o crime de abuso de confiança fiscal,


previsto e punido pelo artigo 105.º, do R.G.I.T., aquele sujeito
passivo que, tendo efectivamente recebido o montante
devido pela cobrança do imposto e esteja, por isso, obrigado à
sua entrega ao Estado, o não faça no prazo legalmente fixado
para tal.

Jesuino Alcântara Martins 46

23
03-03-2019

Acórdão do Tribunal da Relação de Évora


Processo: 1358/06.3TDLSB.E1 Relator: FERNANDO RIBEIRO CARDOSO
Descritores: ABUSO DE CONFIANÇA FISCAL
PRESTAÇÃO TRIBUTÁRIA DEDUZIDA IVA RECEBIMENTO
Data do Acórdão: 03-12-2009
Sumário:

1. O crime de abuso de confiança fiscal constitui crime de dano, pelo que se


tutela o arrecadamento das receitas fiscais do Estado, diminuídas pela não
entrega atempada de prestações tributárias deduzidas nos termos da Lei,
ou que foram recebidas pelo agente que tinha a obrigação legal de as
liquidar.

2. Para que o cometimento desse crime, quando se trate de prestações


tributárias referentes a IVA, é necessário que fique demonstrado o
efectivo recebimento do correspondente montante pelo sujeito passivo
obrigado à sua entrega ao Estado.

Jesuino Alcântara Martins 47

Tipos Legais de Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

TIPOS LEGAIS DE CONTRA-ORDENAÇÃO

• Recusa de entrega, exibição ou apresentação de escrita e de documentos


fiscalmente relevantes
• Falta de entrega da prestação tributária
• Violação de segredo fiscal
• Falta ou atraso de declarações
• Falta ou atraso na apresentação ou exibição de documentos ou de declarações
• Falsificação, viciação e alteração de documentos fiscalmente relevantes
• Omissões e inexactidões nas declarações ou em outros documentos fiscalmente
relevantes
• Omissões ou inexactidões nos pedidos de informação vinculativa
• Inexistência de contabilidade ou de livros fiscalmente relevantes
• Não organização da contabilidade de harmonia com as regras de normalização
contabilística e atrasos na sua execução
Jesuino Alcântara Martins 48

24
03-03-2019

Tipos Legais de Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

TIPOS LEGAIS DE CONTRA-ORDENAÇÃO

• Falta de apresentação, antes da respectiva utilização, dos livros de escrituração


• Violação do dever de emitir recibos ou facturas
• Falta de designação de representantes
• Pagamento indevido de rendimentos
• Pagamento ou colocação à disposição de rendimentos ou ganhos conferidos ou
associados a valo mobiliários
• Inexistência de prova da apresentação da declaração de aquisição e alienação de
acções e outros valores mobiliários ou da intervenção de entidades relevantes
• Transferência para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a tributação
• Impressão de documentos por tipografias não autorizadas
• Falsidade Informática e software certificado
• Violação da obrigação de possuir e movimentar contas bancárias
49
Jesuino Alcântara Martins

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 113.º
Recusa de entrega, exibição ou apresentação de escrita e de documentos fiscalmente
relevantes

Recusar a entrega, a exibição ou a apresentação de escrita,


ACÇÃO
de contabilidade ou documentos fiscalmente relevantes

• Tem de existir um prazo para apresentação/exibição dos documentos


REQUISITOS • A infracção só se considera consumada no termo desse prazo

Quando o agente não permita o livre acesso ou a utilização pelos


funcionários competentes dos locais sujeitos a fiscalização, considera-se
EQUIVALÊNCIA
preenchido o tipo desta contra-ordenação

A presente contra-ordenação será punível somente na sua


INTENÇÃO forma dolosa

Jesuino Alcântara Martins 50

25
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 114.º
Falta de entrega da prestação tributária

• Não entrega, total ou parcial, da prestação tributária deduzida

• Não entrega de prestação tributária recebida e que haja a obrigação


ACÇÃO
legal de liquidar

• Não entrega da prestação tributária não deduzida, mas que o devesse


ser nos termos da lei

• Não entrega até 90 dias


TEMPO
• Não entrega por período superior a 90 dias, desde que os factos não
constituam crime

• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
Jesuino Alcântara Martins 51

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0801/11
Data do Acórdão: 18-01-2012 Tribunal: 2 SECÇÃO Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL IVA, NULIDADE INSUPRÍVEL
DESCRIÇÃO DOS FACTOS
Sumário:

I. O requisito da decisão administrativa de aplicação de coima “descrição sumária dos factos”


(artigo 79.º, n.º 1, alínea b), primeira parte, do RGIT) deve interpretar-se tendo presente o tipo
legal de infracção no qual se prevê e pune a contra-ordenação imputada ao arguido, pois que
os factos que importa descrever, embora sumariamente, na decisão de aplicação da coima
serão precisamente os factos tipicamente ilícitos declarados puníveis pela norma fiscal
punitiva aplicada.

II. O facto tipificado como contra-ordenação no n.º 2 do artigo 114.º do RGIT reporta-se à
tipificação constante do n.º 1 do mesmo preceito legal, mas cometido de forma negligente,
sendo seu pressuposto essencial a prévia dedução da prestação tributária não entregue.

III. Neste sentido, a falta de entrega da prestação tributária de IVA, não preenche o tipo legal de
contra-ordenação acima referido, uma vez que no IVA a prestação a entregar não é a prestação
tributária deduzida, mas sim a diferença positiva entre o imposto suportado pelo sujeito
passivo e o imposto a cuja dedução tem direito.

Jesuino Alcântara Martins 52

26
03-03-2019

Art.º 114.º - Falta de entrega da prestação tributária

Exemplos:
Pessoa singular:
Imposto em falta = € 100 000
Determinação do valor da coima mínima – € 100.000 x 15% = € 15 000
Coima a pagar = € 15 000
Imposto em falta = € 300 000
INFRACÇÕES FISCAIS

Determinação do valor da coima mínima – € 300 000x 15% = € 45 000


Coima a pagar = € 22 500

Pessoa colectiva:
Imposto em falta = € 100 000
Determinação do valor da coima mínima – € 100 000 x 30% = € 30 000
Coima a pagar = € 30 000
Imposto em falta = € 300 000
Determinação do valor da coima mínima – € 300 000 x 30% = € 90 000
PER

14
Coima a pagar = € 45 000
12

Jesuino Alcântara Martins 53

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 115.º
Violação de segredo fiscal

A revelação ou aproveitamento de segredo fiscal


ACÇÃO obtido no exercício de funções ou por causa
delas

• Funcionário
AGENTE
• Terceiro

INTENÇÃO • Acção negligente

Jesuino Alcântara Martins 54

27
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 116.º
Falta ou atraso de declarações

• Falta de entrega de declarações


ACÇÃO
• Atraso na entrega de declarações

FIM

Permitam especificamente determinar,


avaliar ou comprovar a matéria colectável
• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente

Jesuino Alcântara Martins 55

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 117.º
Falta ou atraso de declarações

• Falta ou atraso na apresentação de declarações


• Não exibição imediata, ou em prazo fixado, de declarações, de documentos
comprovativos dos factos, valores ou situações

ACÇÃO • Não exibição de documentos de transporte ou outros que legalmente os


possam substituir
• Não apresentação de comunicações, guias, registos, ainda que magnéticos
ou outros documentos
• Não prestação de informações ou esclarecimentos autónomos
• A falta de exibição pública de dísticos ou outros elementos comprovativos do
pagamento de imposto
• A falta de inscrição ou actualização do NIF

• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
Jesuino Alcântara Martins 56

28
03-03-2019

Tipologia das Contra-Ordenações Fiscais: Tipos Legais


Art.º 117.º do RGIT- Falta ou atraso de declarações

Exemplo: (Art.º 32.º CIVA)


Pessoa singular
Declaração de alterações – nº 2 do art.º 117.º do RGIT
INFRACÇÕES FISCAIS

Coima mínima = € 300

Pessoa colectiva
Declaração de alterações – nº 2 do art.º 117.º do RGIT
Coima mínima = € 600

57

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 118.º

Falsificação, viciação e alteração de documentos fiscalmente


relevantes

Falsificação, viciação, ocultação,


ACÇÃO
destruição ou danificação de elementos
fiscalmente relevantes

INTENÇÃO • Acção dolosa

Jesuino Alcântara Martins 58

29
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 119.º
Omissões e inexactidões nas declarações ou em outros documentos
fiscalmente relevantes

ACÇÃO Omissões ou inexactidões relativas à situação tributária

• Declarações
• Documentos comprovativos dos factos, valores ou situações
OBJECTO • Livros de contabilidade e escrituração
DA ACÇÃO • Documentos de transporte ou outros que legalmente os
possam substituir
• Outros documentos fiscalmente relevantes
• Fichas de inscrição ou actualização do NIF

INTENÇÃO • Acção negligente


• Acção dolosa
Jesuino Alcântara Martins 59

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 120.º
Inexistência de contabilidade ou de livros fiscalmente relevantes

• Inexistência de livros de contabilidade ou de escrituração

ACÇÃO • Inexistência de livros, registos e documentos relacionados


com a contabilidade e escrituração

• Fixação de prazo – não superior a 30 dias - +para


TEMPO organização da contabilidade e escrituração

TIPO • Não observância desta situação: Implica a prática do tipo de


contra-ordenação prevista no Art.º 113º

• Acção negligente
INTENÇÃO
• Acção dolosa

Jesuino Alcântara Martins 60

30
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
ARTIGO 121.º
Não organização da contabilidade de harmonia com as regras de
normalização contabilística e atrasos na sua execução

• Não organização da contabilidade de harmonia com as regras de


normalização contabilística

ACÇÃO • Atraso na execução da contabilidade

• Atraso na escrituração de livros ou na elaboração de outros


elementos de escrita ou de registos

• Fixação de prazo – não superior a 30 dias – para regularizar


TEMPO a escrita
TIPO • Não observância desta situação: Implica a prática do tipo de
contra-ordenação prevista no Art.º 113º

• Acção negligente
INTENÇÃO
• Acção dolosa
Jesuino Alcântara Martins 61

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 122.º
Falta de apresentação, antes da respectiva utilização, dos livros de
escrituração

Não apresentação, no prazo legal e


antes da respectiva utilização, dos livros,
ACÇÃO
registos ou outros documentos
relacionados com a contabilidade ou
exigidos na lei

• Acção negligente
INTENÇÃO
• Acção dolosa
Jesuino Alcântara Martins 62

31
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 123.º
Violação do dever de emitir ou exigir recibos ou facturas

• Não passagem de recibos ou facturas ou a sua emissão


fora dos prazos legais

• Não exigência de passagem ou emissão de facturas ou


ACÇÃO
recibos

• Não conservação de facturas ou recibos pelo período de


tempo previsto na lei

AGENTES • Fornecedor de bens ou prestador de Serviços


• Adquirente de bens ou serviços

• Acção negligente
INTENÇÃO • Acção dolosa
Jesuino Alcântara Martins 63

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 124.º
Falta de designação de representantes

• A falta de designação de pessoa com residência,


sede ou direcção efectiva em território nacional
para representar as entidades não residentes

• Igual regra para as pessoas que, embora


ACÇÃO
residentes, se ausentem do território nacional por
período superior a 6 meses

• Falta de apresentação da identificação do gestor


de bens ou direitos

• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
Jesuino Alcântara Martins 64

32
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 125.º
Pagamento indevido de rendimentos

Pagamento ou colocação à disposição de


ACÇÃO rendimentos, sujeitos a retenção na fonte, sem que
os titulares façam comprovação do seu NIF

• Acção dolosa
INTENÇÃO • Acção negligente

Jesuino Alcântara Martins 65

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 125.º- A
Pagamento ou colocação à disposição de rendimentos ou ganhos conferidos
por ou associados a valores mobiliários

Pagamento ou colocação à disposição de rendimentos ou ganhos


conferidos por ou associados a valores mobiliários, quando a
aquisição destes tenha sido realizada sem a intervenção das

ACÇÃO entidades referidas nos artigos 123.º e 124.º do CIRS, e


previamente não tenha sido feita prova perante as entidades que
intervenham no respectivo pagamento ou colocação à disposição
da apresentação da declaração a que se refere o artigo 138.º do
CIRS

• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente

Jesuino Alcântara Martins 66

33
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 125.º- B
Inexistência de prova da apresentação da declaração de aquisição e
alienação de acções e outros valores mobiliários ou da intervenção de
entidades relevantes

Inexistência de prova, de que foi apresentada a


declaração a que se refere o artigo 138.º do CIRS,

ACÇÃO perante as entidades referidas no n.º 3 do mesmo


artigo, ou que a aquisição das acções ou valores
mobiliários foi realizada com a intervenção das
entidades referidas nos artigos 123.º e 124.º do CIRS

• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente

Jesuino Alcântara Martins 67

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 126.º
Transferência para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a tributação

Transferência para o estrangeiro de rendimentos


sujeitos a imposto, obtidos em território português
ACÇÃO
por entidades não residentes, sem que se mostre
assegurado o imposto devido

• Acção dolosa
INTENÇÃO • Acção negligente

Jesuino Alcântara Martins 68

34
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 127.º
Impressão de documentos por tipografias não autorizadas

• Impressão de documentos fiscalmente relevantes por


pessoas ou entidades não autorizadas

• A aquisição de documentos fiscalmente relevantes


impressos por pessoas ou entidades não autorizadas
ACÇÃO
• Fornecimento de documentos fiscalmente relevantes por
pessoas ou entidades autorizadas sem observância das
formalidades legais, ou a sua aquisição

• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente

Jesuino Alcântara Martins 69

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 128.º
Falsidade Informática

• CRIAR PROGRAMAS
ACÇÃO • CEDER INFORMÁTICOS
• TRANSACIONAR

• Falta de utilização
ACÇÃO • Transacção ou Concebidos com o
utilização objectivo de impedir ou
• Certificação alterar o apuramento da
• Requisitos legais
situação tributária do
• Acção dolosa
contribuinte
INTENÇÃO • Acção negligente

Jesuino Alcântara Martins 70

35
03-03-2019

Caracterização dos tipos legais – Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ARTIGO 129.º
Violação da obrigação de possuir e movimentar contas bancárias

• A FALTA DE CONTA BANCÁRIA

• A FALTA DE REALIZAÇÃO DE MOVIMENTOS


ACÇÃO
• A REALIZAÇÃO DE PAGAMENTOS POR
MEIOS DIFERENTES

• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente

Jesuino Alcântara Martins 71

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

MECANISMO DO DIREITO À REDUÇÃO DA COIMA

INICIATIVA DO CONTRIBUINTE

COIMA A PAGAR DE VALOR


IGUAL A 12,5% DO MONTANTE
Pedido de pagamento até 30 dias
MÍNIMO LEGAL
a contar da prática da infracção COIMA
A COIMA A PAGAR DE VALOR
PAGAR
IGUAL A 25% DO MONTANTE
Pedido de pagamento após 30 dias
MÍNIMO LEGAL
Não
a contar da prática da infracção
existe
Fixação COIMA A PAGAR DE VALOR
da
IGUAL A 75% DO MONTANTE
Pedido de pagamento após início coima
do procedimento de inspecção MÍNIMO LEGAL
tributária e até ao seu termo

Jesuino Alcântara Martins


Art.ºs 29.º, 30.º e 31.º 72

36
03-03-2019

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

MECANISMO DO DIREITO À REDUÇÃO DA COIMA

INICIATIVA DO CONTRIBUINTE

Art.º 30.º • Pagamento nos 15 dias posteriores ao da


entrada nos Serviços do pedido de redução
REQUISITOS
• Pagamento nos 15 dias posteriores à notificação
Vale como pedido da coima pela entidade competente
de redução a
• Regularização da situação tributária do infractor
entrega da prestação
tributária ou do
Entende-se por regularização da situação
documento ou declaração
tributária o cumprimento das obrigações tributárias
em falta
que deram origem à infracção
Jesuino Alcântara Martins 73

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

MECANISMO DO DIREITO À REDUÇÃO DA COIMA

INICIATIVA DO CONTRIBUINTE

Se o pagamento das coimas com redução não for efectuado ao mesmo tempo que
a entrega da prestação tributária ou do documento ou declaração em falta, o
contribuinte é notificado para efectuar no prazo de 15 dias, sob pena de ser
levantado auto de notícia e instaurado processo contra-ordenacional

Art.º 31.º
Sempre que a coima variar em
função da prestação tributária, é 10 % da prestação PESSOA
devida SINGULAR
considerado montante mínimo,
para efeitos das alíneas a) e b) do PESSOA
20 % da prestação
n.º 1 do art.º 29.º do RGIT devida COLECTIVA
Jesuino Alcântara Martins 74

37
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0240/12 Data do Acórdão: 23-05-2012 Tribunal: 2 SECÇÃO
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL REDUÇÃO DA COIMA
FALTA DE PAGAMENTO JUROS COMPENSATÓRIOS
Sumário:

I. O direito à redução das coimas depende, em regra, de um pedido de


pagamento da coima com redução formulado pelo infractor, nos termos
previstos no n.º 1 do artigo 29.º do RGIT.

II. Pode-se ainda ficcionar tal pedido, de acordo com o n.º 4 do artigo 30.º do
RGIT, nas situações previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 29.º do
mesmo RGIT, quando não houver tributo a liquidar e se mostre
regularizada a situação tributária.

III. Considera-se haver tributo a liquidar pelos serviços quando há lugar a


juros compensatórios a liquidar pelos serviços, pois estes juros integram-
se na dívida de imposto (artigo 35.º, n.º 8 da LGT).
Jesuino Alcântara Martins 75

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Exemplo: Falta de entrega da Declaração periódica de Rendimentos –


Mod.-22-IRC
Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 116.º do RGIT
Mínimo legal = € 300 (n.º 1 do Art.º 116.º e n.º 4 do Art.º 26.º do
RGIT)
€ 300 x 12,5% = € 37,50 (coima a pagar) - al. a) do n.º 1 do art. 29.º
INFRACÇÕES FISCAIS

€ 300 x 25% = € 75 (coima a pagar) - al. b) do n.º 1 do art. 29.º

Exemplo: Falta de entrega da Declaração de Rendimentos – Mod.-3-IRS


Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 116.º do RGIT
Mínimo legal = € 150
€ 150 x 12,5% = € 18,75 (Por força do n.º 3 do Art.º 26.º do RGIT tem
de pagar € 25) - al. a) do n.º 1 do art. 29.º
€ 150 x 25% = € 37,50 (coima a pagar) - al. b) do n.º 1 do art. 29.º

Jesuino Alcântara Martins 76

38
03-03-2019

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Exemplo: Falta de entrega da Declaração de início, de alteração ou


cessação de actividade
Pessoa Singular
Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 117.º, n.º 2 do RGIT
Mínimo legal = € 300
€ 300 x 12,5% = € 37,50 (coima a pagar) - al. a) do n.º 1 do art. 29.º

€ 300 x 25% = € 75 (coima a pagar) - al. b) do n.º 1 do art. 29.º

Pessoa Colectiva, Sociedade


Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 117.º, n.º 2 do RGIT
Mínimo legal = € 600 (n.º 2 do Art.º 117.º e n.º 4 do Art.º 26.º do
RGIT)
€ 600 x 12,5% = € 75 (coima a pagar) - al. a) do n.º 1 do art. 29.º
€ 600 x 25% = € 150 (coima a pagar) - al. b) do n.º 1 do art. 29.º
Jesuino Alcântara Martins 77

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Exemplo: IR retido na fonte, IVA, IS – no valor de € 300


Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 114.º, n.º 2 do RGIT
Pessoa Singular
Mínimo legal = € 300 x 10% (Art.º 31.º do RGIT)= € 30
€ 30 x 12,5% = € 3,75 (Valor da coima ) - al. a) do n.º 1 do art. 29.º
€ 30 x 25% = € 7,5 (Valor da coima) - al. b) do n.º 1 do art. 29.º
Pessoa Colectiva, Sociedade
Mínimo legal = € 300 x 20% (Art.º 31.º do RGIT)= € 60
€ 60 x 12,5% = € 7,5 (Valor da coima ) - al. a) do n.º 1 do art. 29.º
€ 60 x 25% = € 15 (Valor da coima) - al. b) do n.º 1 do art. 29.º
[Em todas as situações a coima a pagar é de € 25]
Jesuino Alcântara Martins 78

39
03-03-2019

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Exemplo: IR retido na fonte, IVA, IS – no valor de € 960 000


Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 114.º, n.º 2 do RGIT
Pessoa Singular

Mínimo legal = € 960 000 x 10% (Art.º 31.º do RGIT)= € 96 000


€ 96 000 x 12,5% = € 12 000 al. a) do n.º 1 do art. 29.º
Coima a pagar = € 12 000

€ 96 000 x 25% = € 24 000 al. b) do n.º 1 do art. 29.º

Valor da coima = € 24 000


Coima a pagar = € 22 500 Art.º 26.º n.º 2

Jesuino Alcântara Martins 79

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Exemplo: IR retido na fonte, IVA, IS – no valor de € 960 000


Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 114.º, n.º 2 do RGIT

Pessoa Colectiva, Sociedade


Mínimo legal = € 960 000 x 20% (Art.º 31.º do RGIT)= € 192 000
€ 192 000 x 12,5% = € 24 000 al. a) do n.º 1 do art. 29.º

Coima a pagar = € 24 000


€ 192 000 x 25% = € 48 000 al. b) do n.º 1 do art. 29.º

Valor da coima = € 48 000


Coima a pagar = € 45 000 Art.º 26.º , n.º 1
Jesuino Alcântara Martins 80

40
03-03-2019

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Quando a situação for para enquadrar na alínea c) do n.º 1 do artigo 29.º do


RGIT o valor da coima a pagar é apurado da seguinte forma:
- Montante mínimo legal x 75% = valor da coima a pagar.

Exemplo: Falta de entrega da Declaração periódica de Rendimentos – Mod.-


22-IRC
Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 116.º do RGIT
INFRACÇÕES FISCAIS

Mínimo legal = € 300 (n.º 1 do Art.º 116.º e n.º 4 do Art.º 26.º do RGIT)
€ 300 x 75% = € 225,00
Coima a pagar = € 225,00
Exemplo: Falta de entrega da Declaração de Rendimentos – Mod.-3-IRS
Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 116.º do RGIT
Mínimo legal = € 150
€ 150 x 75% = € 112,50
Coima a pagar = € 112,50

Jesuino Alcântara Martins 81

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Exemplo: Falta de entrega da Declaração de início, de alteração ou


cessação de actividade
Pessoa Singular
Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 117.º, n.º 2 do RGIT
Mínimo legal = € 300
€ 300 x 75% = € 225
INFRACÇÕES FISCAIS

al. c) do n.º 1 do art.º 29.º


Coima a pagar = € 225
Pessoa Colectiva, Sociedade
Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 117.º, n.º 2 do RGIT
Mínimo legal = € 600 (n.º 2 do Art.º 117.º e n.º 4 do Art.º 26.º do
RGIT)
€ 600 x 75% = € 450
al. c) do n.º 1 do art.º 29.º
PER

14
Coima a pagar = € 450
12

Jesuino Alcântara Martins 82

41
03-03-2019

Mecanismo do Direito à Redução da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Exemplo: IR retido na fonte, IVA, IS – no valor de € 2 000

Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 114.º, n.º 2 do RGIT

Pessoa Singular
Mínimo legal = € 2 000 x 15% (Art.º 114.º, n.º 2 do RGIT) = € 300
INFRACÇÕES FISCAIS

€ 300 x 75% = € 225


al. c) do n.º 1 do art.º 29.º
Coima a pagar = € 225

Pessoa Colectiva, Sociedade


Mínimo legal = € 2 000 x 30% (Art.º 114.º, n.º 2 do RGIT) = € 600
€ 600 x 75% = € 450
al. c) do n.º 1 do art.º 29.º
Coima a pagar = € 450
Jesuino Alcântara Martins 83

Dispensa e Atenuação Especial da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Pode não ser aplicada coima caso se verifiquem cumulativamente as


circunstâncias seguintes:

Art.º 32.º
A decisão sobre a dispensa ou
• A prática da infracção não ocasionar prejuízo
atenuação da Coima tem de
efectivo à receita tributária
ser tomada pela entidade
competente para aplicar a • Estar regularizada a situação tributária

coima. • A falta revelar um diminuto grau de culpa

Quando houver lugar à atenuação


especial da punição por contra-
A coima pode ser especialmente atenuada no caso de o ordenação, os limites máximo e
infractor reconhecer a sua responsabilidade e regularizar mínimo da coima são reduzidos
a situação tributária até à decisão do processo para metade – Art.º 18.º n.º 3 do
RGCO – DL 433/82, de 27.10

Jesuino Alcântara Martins 84

42
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0670/10 Data do Acórdão: 13-10-2010 Tribunal: 2 SECÇÃO
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
COIMA ATENUAÇÃO ESPECIAL CUSTAS PENA DE ADMOESTAÇÃO
Sumário:

I. Não contendo o RGIT qualquer norma sobre os termos da atenuação especial da coima, será
em princípio aplicável aos termos da atenuação o disposto no n.º 3 do artigo 18.º do RGCO,
subsidiariamente aplicável no que respeita às contra-ordenações tributárias ex vi do disposto
na alínea b) do artigo 3.º do RGIT.

II. Quando a reduzida gravidade da infracção e da culpa do agente o justifique, como no caso
dos autos, o Tribunal pode decidir proferir uma admoestação, ex vi do disposto no artigo 51.º
do RGCO (subsidiariamente aplicável às contra-ordenações tributárias por força da alínea b) do
artigo 3.º do RGIT).

III. Mantendo-se a imputação da infracção feita pela Administração fiscal, há que condenar em
custas a recorrida na medida em que decaiu, e bem assim nas devidas na fase administrativa do
processo de contra-ordenação, ex vi do disposto no artigo 513.º do Código de Processo Penal,
aplicável subsidiariamente por força dos artigos 2.º, alínea b) do RGIT e 41.º n.º 1 do RGCO.

Jesuino Alcântara Martins 85

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 085/11 Data do Acórdão: 26-10-2011 Tribunal: 2 SECÇÃO
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO
COIMA ATENUAÇÃO ESPECIAL PRESSUPOSTOS
Sumário:

A atenuação especial da coima prevista no n.º 2


do art.º 32.º do RGIT exige a verificação
cumulativa de dois pressupostos: o
reconhecimento, por parte do infractor, da sua
responsabilidade e a regularização da situação
tributária até à decisão do processo.
Jesuino Alcântara Martins 86

43
03-03-2019

Auto de Notícia
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
 Descrição dos factos
constitutivos do ilícito fiscal
Art.º 57.º e Art.º 59.º
(infracção)

AUTO DE NOTÍCIA  Indicação dos normas legais


violadas

 Indicação das normas


Em função da
punitivas
qualificação
dos factos  Qualificação jurídica dos
factos (Enquadramento num
tipo legal)

Ilícitos de natureza contra-ordenacional

INSTAURAÇÃO: PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

Jesuino Alcântara Martins 87

Auto de Notícia
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

A autoridade ou agente de autoridade que verificar pessoalmente os


factos constitutivos do ilícito tributário levantará auto de notícia, se para
isso for competente, e enviá-lo-á imediatamente à entidade que deva
instruir o processo

Os normativos quanto aos requisitos do auto de notícia

Qualquer constam do Art.º 57.º do RGIT e Art.º 243.º do Código de


pessoa pode Processo Penal e as entidades competentes para levantar
denunciar a auto de notícia estão indicadas no Art.º 59.º do RGIT
prática de ilícito
Se o funcionário for competente para levantar auto de notícia, mas não
fiscal junto dos tiver verificado os factos pessoalmente, participará, por escrito ou
serviços verbalmente, à autoridade competente para o processamento do
tributários procedimento, em termos idêntico ao funcionário que não tenha

competentes competência para levantar auto de notícia

Jesuino Alcântara Martins 88

44
03-03-2019

Objecto do Processo de Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

OBJECTO DO PROCESSO DE
CONTRA-ORDENAÇÃO

AS INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS SEM


NATUREZA CRIMINAL Art.º 51.º

VISA:

 A APLICAÇÃO DE COIMAS

 SANÇÕES ACESSÓRIAS – Art.º 28.º RGIT e Art.º 21.º-A


do RGCO

Jesuino Alcântara Martins 89

Qualificação – Infracção Fiscal


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

INFRACÇÃO FISCAL
CONTRA-ORDENAÇÃO

Qualificação

Art.º 67.º

PROCESSO DE Competência para instauração


CONTRA-ORDENAÇÃO

SERVIÇO DE FINANÇAS
FASE ADMINISTRATIVA

Direcção Regional de Contencioso e


Com competência territorial Controlo Aduaneiro
na área da prática da infracção Alfândega ou Delegação Aduaneira
Jesuino Alcântara Martins 90

45
03-03-2019

Instauração – Processo Contra-ordenação


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

Quando haja suspeita de prática de contra-


INSTAURAÇÃO ordenação tributária ou de outra natureza
para a qual sejam competentes as
autoridades tributárias – art.º 54.º do RGIT
Base do Processo

• Auto de Notícia levantado por funcionário competente


• Participação de entidade oficial Art.º 56.º
• Denúncia feita por qualquer pessoa
• Declaração do contribuinte (ou obrigado tributário) a pedir a regularização
da situação tributária

No Serviço Tributário da área onde tiver sido cometida a contra-ordenação – art.º 67.º do
RGIT
Jesuino Alcântara Martins 91

Processo Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

SERVIÇO DE FINANÇAS

• Auto de Notícia
PROCESSO DE
• Participação Art.º 67.º
CONTRA-ORDENAÇÃO

• Denúncia
INSTAURAÇÃO
• Declaração Fiscal
Suspenso para
liquidação do
NOTIFICAÇÃO NOTIFICAÇÃO DO imposto
Carta Registada c/AR INFRACTOR Art.º 55.º

Art.º 70.º

APRESENTAÇÃO PAGAMENTO
PAGAMENTO
DE DEFESA VOLUNTÁRIO
ANTECIPADO
Jesuino Alcântara Martins 92

46
03-03-2019

Atitudes do Arguido
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

ATITUDES/REACÇÕES DO ARGUIDO

• Apresentação de
Defesa
ARGUIDO ATITUDES
= • Pagamento
=
REACÇÕES antecipado
INFRACTOR
• Indiferença

Art.ºs 71.º e 78.º

Jesuino Alcântara Martins 93

Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

NOTIFICAÇÃO DO INFRACTOR

Há lugar a
aplicação de
Apresenta Defesa
Coima

DECISÃO DE APLICAÇÃO DA COIMA


Não há lugar a
aplicação de coima
Sanções
NOTIFICAÇÃO Acessórias
ARQUIVO DO PROCESSO DA
DECISÃO
Art.º 77.º Art.º 79.º, n.º 2

Jesuino Alcântara Martins 94

47
03-03-2019

Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

DEFESA DO ARGUIDO - Art.º 70.º E Art.º 71.º do RGIT

ELEMENTOS PROBATÓRIOS

APRESENTAÇÃO DE ESCRITA

DEFESA PELO OU • DOCUMENTOS


ARGUIDO VERBAL • TESTEMUNHAS
• EXAMES
• PERÍCIAS

Jesuino Alcântara Martins 95

Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

NOTIFICAÇÃO DO INFRACTOR
PARA DEFESA

No prazo
Art.º 70.º PRAZO
para a defesa Até à DECISÃO
10 dias

Art.º 75.º AGUARDA QUE POSSA


REALIZAR O PAGAMENTO
REALIZA O PAGAMENTO VOLUNTÁRIO
ANTECIPADO
Art.º 78.º

Paga uma COIMA de valor Paga uma COIMA no valor


igual ao mínimo legal de 75% da coima fixada
Jesuino Alcântara Martins 96

48
03-03-2019

Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

NOTIFICAÇÃO DO INFRACTOR

INFORMA DO INFORMA DO
PAGAMENTO PAGAMENTO
ANTECIPADO VOLUNTÁRIO

Prazo de 15 dias a contar


Prazo de 10 dias da notificação da decisão
a contar da notificação
Em caso de não pagamento, no prazo,
da defesa tem de pagar o valor total da coima
Jesuino Alcântara Martins 97

Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CONTRA-ORDENAÇÃO SIMPLES – n.º 1 do Art.º 75.º DO RGIT

Pagamento Requisitos:
BENEFÍCIOS:
Antecipado
Pagamento no
em PRAZO
COIMA = MÍNIMO prazo legal
Processo
10 DIAS LEGAL COMINADO NO
de Contra 10 dias
TIPO LEGAL DE
PRAZO DE
Ordenação CONTRA ORDENAÇÃO
DEFESA Regularização

(Não Afasta da situação


Custas Processuais:
Sanção tributária
Reduzidas a metade
Acessória)

Jesuino Alcântara Martins 98

49
03-03-2019

Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

DECISÃO DE APLICAÇÃO DA COIMA – Art.º 79.º do RGIT

DECISÃO INFORMAÇÃO
NOTIFICAÇÃO DA DECISÃO
DE COMPLEMENTAR
FIXAÇÃO Art.º 70.º n.º 2 e Art.º 79.º n.º 2
Art.º 79.º n.º 2
DA COIMA

FOTOCÓPIA DA
CARTA
DECISÃO
REGISTADA
REQUISITOS • PAGAMENTO
LEGAIS – Art.º • RECURSO JUDICIAL
79.º n.º 1 • COBRANÇA COERCIVA

Jesuino Alcântara Martins 99

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0595/13 Data do Acórdão: 18-06-2013
Descritores: COIMA NOTIFICAÇÃO POR CARTA REGISTADA DEVOLUÇÃO DE CARTA REGISTADA

Sumário:
As notificações das decisões cominatórias de coimas não se inserem no âmbito do
estatuído no n.º 1 do art.º 38.º do CPPT, razão por que não carecem de ser realizadas
por via postal sob AR, no entanto, constitui jurisprudência deste Supremo Tribunal que
a presunção do n.º 2 do art.º 39.º do CPPT não se aplica caso a notificação tenha sido
devolvida, quer na situação de carta registada quer na situação de carta registada com
aviso de recepção.

É que não contendo o artigo 39.º do CPPT uma resposta directa à questão dos efeitos
decorrentes da devolução da carta registada simples, numa interpretação da norma
em conformidade com a garantia constitucional da notificação (cfr. art.º 268.º, n.º 3,
da CRP), defende-se, que se deve aplicar o regime que está previsto para a forma de
notificação com aviso de recepção, de que resulta a imposição de uma segunda carta
registada, nos termos do estatuído no art.º 39.º, n.ºs 5 e 6, do CPPT.
Jesuino Alcântara Martins 100

50
03-03-2019

Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO DE CONTRA- ORDENAÇÃO

DECISÃO DE APLICAÇÃO DA COIMA

Não pagamento
Pagamento NOTIFICAÇÃO da Coima
DA
da coima
DECISÃO Cobrança Coerciva

EXTINÇÃO DO RECURSO JUDICIAL


PRAZO DE
PROCESSO
20 DIAS
Jesuino Alcântara Martins 101

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 01181/09 Data do Acórdão: 18-02-2010 Tribunal: 2 SECÇÃO
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
RECURSO JUDICIAL PRAZO
Sumário:

I. O prazo de 20 dias para a interposição de


recurso judicial da decisão administrativa de
aplicação de coima, previsto no artigo 80.° do
RGIT, conta-se a partir da data de notificação
dessa decisão, e não a contar do termo do
prazo para pagamento voluntário da coima.
Jesuino Alcântara Martins 102

51
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0904/11 Data do Acórdão: 30-11-2011
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL DECISÃO DE APLICAÇÃO DE COIMA
PRAZO DE RECURSO CONTAGEM DE PRAZO RECURSO JUDICIAL NOTIFICAÇÃO A ADVOGADO
Sumário:

I. Tendo o arguido constituído mandatário judicial na fase administrativa do processo de contra-ordenação, é a


este que deve ser notificada a decisão aí proferida (cfr. art.º 47.º, n.º 2, do RGCO, aplicável subsidiariamente
nos termos do art.º 3.º, alínea b), do RGIT) e, por isso, é desta notificação que se começa a contar o prazo
para interpor recurso judicial dessa decisão.

II. Ao prazo de vinte dias após a notificação da decisão administrativa de aplicação da coima, de que o arguido
dispõe para interpor recurso (art.º 80.º, n.º, 1 do RGIT) - cuja contagem se faz nos termos do artigo 60.º do
RGCO (ex vi da alínea b) do art.º 3.º do RGIT) -, porque não respeita a acto a praticar num processo judicial,
antes constituindo um prazo de caducidade de natureza substantiva, não lhe é aplicável o regime dos prazos
processuais, designadamente a possibilidade prevista no art.º 145.º, n.º 5, do CPC, de praticar o acto num dos
três dias úteis seguintes ao termo do prazo.

III. A dilação que o art.º 252.º-A, n.º 1, alínea a), do CPC, estipula para os casos em que a citação por via postal
é efectuada em terceira pessoa, não é aplicável nas situações de notificação do mandatário judicial.

Jesuino Alcântara Martins 103

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0318/11 Data do Acórdão: 21-09-2011
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
RECURSO JUDICIAL DECISÃO DE APLICAÇÃO DE COIMA PRAZO FÉRIAS JUDICIAIS
Sumário:

I. A contagem do prazo de vinte dias após a notificação da decisão administrativa de aplicação da


coima, de que o arguido dispõe para interpor recurso (art.º 80.º, n.º, 1 do RGIT), faz-se nos
termos do artigo 60.º do RGCO (ex vi da alínea b) do art.º 3.º do RGIT), donde resulta que o
prazo se suspende aos sábados, domingos e feriados.

II. Porque esse prazo não respeita a acto a praticar num processo judicial, antes constituindo um
prazo de caducidade de natureza substantiva, não lhe é aplicável o regime dos prazos
processuais.

III. No entanto, terminando esse prazo em férias judiciais, transfere-se para o primeiro dia útil
seguinte, por força do preceituado no art.º 279.º, alínea e), do CC.
IV. O facto de o requerimento de interposição de recurso judicial da decisão de aplicação da coima
em processo de contra-ordenação tributária dever ser apresentado no serviço de finanças, não
obsta a que se considere acto a praticar em juízo, pois, para esse efeito, o serviço de finanças
funciona como receptáculo o requerimento, que é dirigido ao tribunal tributário.
Jesuino Alcântara Martins 104

52
03-03-2019

Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CONTRA-ORDENAÇÃO SIMPLES OU GRAVE – Art.º 78.º DO RGIT

Pagamento BENEFÍCIOS:
Requisitos:
Voluntário
REDUÇÃO A 75% DA
em Pagamento no
COIMA FIXADA
Processo prazo legal
PRAZO Limite mínimo a pagar
de Contra 15 dias
ATÉ À = Limite legal da coima
Ordenação cominada no tipo legal
DECISÃO Regularização

(Não Afasta da situação


Custas Processuais: tributária
Sanção
Acessória) Pela totalidade

Jesuino Alcântara Martins 105

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0889/09 Data do Acórdão: 19-05-2010
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
RECURSO JUDICIAL PAGAMENTO VOLUNTÁRIO COIMA INTERESSE EM AGIR
Sumário:

I. O pagamento voluntário de coima, quando legalmente admitido,


determina a extinção do procedimento de contra-ordenação decorrente
da completa realização do seu objecto, com a consequente extinção da
responsabilidade contra-ordenacional do arguido.

II. Uma vez extinto esse procedimento por contra-ordenação, o arguido, por
falta de interesse em agir, não detém legitimidade para interpor recurso da
decisão administrativa que aplicou a coima.

Jesuino Alcântara Martins 106

53
03-03-2019

Pagamento em Prestações
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Pagamento da Coima

A autoridade administrativa ou o tribunal poderá


A coima terá de ser paga autorizar o pagamento da coima em prestações,
no prazo de 20 dias a em prazo que não exceda um ano, sempre que
contar da notificação
a situação económica do arguido o justifique
feita, nos termos do n.º 2
do art.º 79.º do RGIT,
O pagamento em prestações poderá ir até dois anos, não
não podendo ser
podendo a última prestação ultrapassar aquele limite a
acrescida de quaisquer contar da definitividade ou do trânsito em julgado da
adicionais, excepto as decisão e implicando a falta de pagamento de uma
custas processuais prestação o vencimento de todas as outras – Art.º 88.º do
RGCO – DL 433/82, de 27.10
Jesuino Alcântara Martins 107

Cobrança Coerciva da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Art.º 65.º
• Quando o arguido não pagar a coima no
COBRANÇA
prazo de pagamento voluntário – 20 dias
COERCIVA DA
• Quando não apresentar recurso contra a
COIMA
decisão de fixação da coima

A cobrança coerciva das coimas aplicadas em processo de contra-


ordenação tributário é realizada em processo de execução fiscal – Art.º 65.º
do RGIT

Para se realizar a cobrança coerciva das coimas é extraída uma certidão de


dívida para efeitos de instauração do processo de execução fiscal – Art.º
148.º e Art.º 150.º do CPPT. O processo de contra-ordenação é arquivado.

Jesuino Alcântara Martins 108

54
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0519/11 Data do Acórdão: 21-09-2011
Descritores: OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO FISCAL INEXIGIBILIDADE DA DÍVIDA EXEQUENDA RECURSO JUDICIAL
DECISÃO DE APLICAÇÃO DE COIMA
Sumário:

I. Como estabelece a alínea b) do n.° 1 do artigo 162.° do CPPT, podem servir de base
à execução fiscal, entre outros títulos executivos, as certidões de decisões
exequíveis proferidas em processo de aplicação de coimas.

II. As decisões exequíveis a que tal normativo se reporta são as proferidas por
tribunais tributários ou pelas autoridades administrativas que se tornem
definitivas, quer por trânsito em julgado, quer por não interposição de recurso
judicial.

III. Com a extracção das certidões de dívida nos processos de contra-ordenação, por
não apresentação de recurso judicial no prazo previsto no n.° 1 do artigo 80.° do
RGIT, a dívida tornou-se exigível, sendo legal a correspondente execução fiscal.

Jesuino Alcântara Martins 109

Responsabilidade Civil pelas Multas e Coimas


Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

Responsáveis Subsidiários

Art.º 8.º

Os administradores, gerentes e outras pessoas que exerçam, ainda que somente


de facto, funções de administração em pessoas colectivas, sociedades, ainda que
irregularmente constituídas, e outras entidades fiscalmente equiparadas

Pelas multas ou coimas aplicadas a infracções Pelas multas ou coimas devidas por factos
praticadas no período do exercício do seu cargo anteriores quando a decisão definitiva que
ou por factos anteriores quando tiver sido por as aplicar for notificada durante o período
culpa sua que o património da sociedade ou do exercício do seu cargo e lhes seja
pessoa colectiva se tornou insuficiente para o imputável a falta de pagamento
seu pagamento

Esta responsabilidade subsidiária efectiva-se pela reversão do processo de


execução fiscal
Jesuino Alcântara Martins 110

55
03-03-2019

Responsabilidade Civil pelas Multas e Coimas


Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

Responsabilidade Subsidiária – Art.º 8.º

Esta responsabilidade é solidária se forem várias As pessoas a quem se achem


as pessoas a praticar os actos ou omissões subordinados aqueles
que, por conta delas, cometerem
culposos de que resulte a insuficiência do
infracções fiscais são solidariamente
património das entidades em causa responsáveis pelo pagamento das
multas ou coimas àqueles aplicadas,

As pessoas referidas no n.º 1, bem como os técnicos oficiais de salvo se tiverem tomado

contas, são ainda subsidiariamente responsáveis, e solidariamente as providências necessárias

entre si, pelas coimas devidas pela falta ou atraso de quaisquer para os fazer observar a lei.

declarações, quando não comuniquem, até 30 dias após o termo do


prazo de entrega da declaração, à Direcção-Geral dos Impostos as
razões que impediram o cumprimento atempado da obrigação e o
Sendo várias as pessoas, a
atraso ou a falta de entrega não lhes seja imputável a qualquer
título. responsabilidade é solidária

Jesuino Alcântara Martins 111

Responsabilidade Civil pelas Multas e Coimas


Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

Acórdão n.º 437/2011 Tribunal Constitucional


Processo n.º 206/10
Plenário
Relator: Conselheiro José Borges Soeiro (…)
III. Decisão
14. Face ao exposto, o Plenário do Tribunal Constitucional decide:

a) negar provimento ao recurso;

b) manter a decisão recorrida no sentido de não julgar inconstitucional o artigo


8.º, n.º 1, alíneas a) e b), do RGIT, quando interpretado no sentido de que
consagra uma responsabilidade pelas coimas que se efectiva pelo mecanismo da
reversão da execução fiscal, contra gerentes ou administradores da sociedade
devedora.
Sem custas. Lisboa, 3 de Outubro de 2011.

Jesuino Alcântara Martins 112

56
03-03-2019

Responsabilidade Civil pelas Multas e Coimas


Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT

Acórdão n.º 519/2011 Tribunal Constitucional


Processo n.º 90/10
II. Fundamentos
3. O acórdão recorrido consubstancia-se numa decisão positiva de inconstitucionalidade relativa ao artigo 8.º,
n.º 1, do RGIT, aprovado pela Lei n.º 15/2001, de 5 de Setembro, na parte em que consagra uma
responsabilização subsidiária pelo pagamento de coimas aplicadas a pessoas colectivas, que se efectiva através
da reversão da execução fiscal contra os administradores e gerentes da sociedade devedora.
A propósito da questão decidenda, pronunciou-se o Acórdão n.º 437/2011, proferido pelo Plenário do Tribunal
Constitucional (disponível em www.tribunalconstitucional.pt), para cuja fundamentação se remete.
Conclui-se, assim, por aplicação da posição jurisprudencial constante do referido aresto, pela não
inconstitucionalidade do artigo 8.º, n.º 1, do RGIT, quando interpretado no sentido de que consagra uma
responsabilidade pelas coimas, que se efectiva pelo mecanismo da reversão da execução fiscal, contra gerentes
ou administradores da sociedade devedora.

III. Decisão
5. Pelo exposto, decide-se:
a) Julgar não inconstitucional a norma do artigo 8.º, n.º 1, do RGIT, quando interpretado no sentido de que
consagra uma responsabilidade pelas coimas, que se efectiva pelo mecanismo da reversão da execução
fiscal, contra gerentes ou administradores da sociedade devedora,
b) Consequentemente, conceder provimento ao recurso e determinar a reforma da decisão recorrida, em
conformidade com este juízo de não inconstitucionalidade.
Sem custas. Lisboa, 31 de Outubro de 2011.

Jesuino Alcântara Martins 113

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 01147/09 Data do Acórdão: 23-02-2012 Tribunal: 2 SECÇÃO
Relator: JORGE DE SOUSA Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
REVERSÃO DA EXECUÇÃO
ERRO NA FORMA DE PROCESSO
Sumário:

A entender-se que é constitucionalmente admissível a


responsabilidade subsidiária por coimas prevista no n.º 1 do
art. 8.º do RGIT, por se estar perante responsabilidade civil
extracontratual, o processo de execução fiscal não é o meio
processual adequado para a efectivação de tal
responsabilidade, por não estar legalmente prevista a sua
utilização para cobrança de indemnizações de natureza cível.
Jesuino Alcântara Martins 114

57
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 01216/09 Data do Acórdão: 19-04-2012 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator:
DULCENETO Descritores: COIMA RGIT CONSTITUCIONALIDADE
REFORMA DE ACÓRDÃO RESPONSABILIDADE CIVIL EXTRACONTRATUAL
ERRO NA FORMA DE PROCESSO
Sumário:

I. Tendo o acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Administrativo concedido


provimento ao recurso jurisdicional com fundamento na inconstitucionalidade da
norma contida no n.º 1 do art.º 8.º do RGIT, e tendo o Tribunal Constitucional, em
sede de recurso desse acórdão, decidido julgar não inconstitucional a norma,
impõe-se a reformulação do acórdão recorrido em conformidade com tal juízo de
constitucionalidade.

II. Mas sendo constitucionalmente admissível essa responsabilidade dos gerentes por
se estar, segundo o acórdão do Tribunal Constitucional, perante responsabilidade
civil extracontratual, então o processo de execução fiscal não é o meio processual
adequado para a efectivação de tal responsabilidade, por não estar legalmente
prevista a sua utilização para cobrança de indemnizações de natureza cível.

Jesuino Alcântara Martins 115

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0797/10 Data do Acórdão: 14-12-2011 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator:
VALENTE TORRÃO Descritores: RGIT CONSTITUCIONALIDADE
Sumário:

I. O artigo 8.º do RGIT, interpretado no sentido de que ali se prevê a responsabilidade subsidiária
por coimas, efectivada através do regime da reversão da execução fiscal contra as pessoas ali
mencionadas, é materialmente constitucional, não violando os princípios constitucionais da
intransmissibilidade das penas, da presunção de inocência e da violação dos direitos de
audiência e defesa, consagrados, respectivamente, no n.º 3 do artigo 30.º e nos n.ºs 2 e 10 do
artigo 32.º, ambos da CRP.

II. Tendo decidido de forma diversa o STA, em sede de recurso de decisão de 1ª instância, deve ser
reformado o acórdão por este proferido, em obediência ao juízo de constitucionalidade
formulado pelo Tribunal Constitucional em sede de recurso do acórdão daquele Supremo
Tribunal.

III. Deste modo, tendo a sentença recorrida julgado inconstitucional aquela norma, impõe-se a
procedência do recurso, com a revogação da sentença e a baixa dos autos para conhecimento da
questão suscitada pelo oponente.

Jesuino Alcântara Martins 116

58
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 087/11 Data do Acórdão: 13-04-2011
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
ERRO NA FORMA DE PROCESSO IMPUGNAÇÃO JUDICIAL OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO RESPONSÁVEL SUBSIDIÁRIO COIMA TUTELA JURISDICIONAL EFECTIVA
Sumário:

I. O meio processual adequado para sindicar a decisão administrativa de aplicação de coimas é o recurso dessa
decisão (artigo 80.º do RGIT e alínea c) do artigo 101.º da Lei Geral Tributária).

II. Não sendo o responsável subsidiário a entidade condenada no pagamento das coimas não tem legitimidade
para interpor recurso das mesmas (artigo 59.º n.º 2 do Regime Geral das Contra-Ordenações), nem a lei
lhes assegura nesse processo, como aos responsáveis civis pelo pagamento de multas, legitimidade para
intervir e utilizar os direitos de defesa dos arguidos compatíveis com a defesa dos respectivos interesses (cfr.
o artigo 49.º do RGIT, a contrario).

III. Não se lhes podendo negar terem interesse na impugnação da decisão e que o pagamento que lhe é exigida,
após reversão do processo de execução fiscal, constitui um acto potencialmente lesivo, terá de admitir-se,
sob pena de violação do princípio da tutela jurisdicional efectiva (artigo 268.º n.º 4 da Constituição da
República; artigo 95.º n.º 1 da Lei Geral Tributária), poderem na oposição à execução fiscal deduzida verem
apreciada a legalidade da decisão sancionatória, mas não assim na impugnação judicial, que tem em regra
por objecto actos de liquidação (cfr. o n.º 1 do artigo 97.º do CPPT) e prazo de interposição muito mais
alargado (cfr. o n.º 1 do artigo 102.º do CPPT) do que o legalmente previsto para o recurso da decisão de
aplicação da coima (cfr. o n.º 1 do artigo 80.º do RGIT).

Jesuino Alcântara Martins 117

Nulidades
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

NULIDADES NO PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO


Art.º 63.º do RGIT

• O levantamento do auto de notícia por funcionário sem competência

• A falta de assinatura do autuante e de menção de algum elemento


essencial da infracção

• A falta de notificação do despacho para audição e apresentação de


defesa

• A falta dos requisitos legais da decisão de aplicação das coimas,


incluindo a notificação do arguido

As nulidades mencionadas são de conhecimento oficioso e podem


ser arguidas até a decisão se tornar definitiva

Jesuino Alcântara Martins 118

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03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 01037/09 Data do Acórdão: 20-01-2010
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
GRADUAÇÃO DA COIMA COIMA ÚNICA NULIDADE IRREGULARIDADE
Sumário:

I. A imposição legal de indicação dos elementos que contribuíram para a fixação da coima sob pena de nulidade da decisão,
contida na 2ª parte da alínea c) do artigo 79.º do RGIT, visa dotar o arguido das informações indispensáveis à preparação da
sua defesa, habilitando-o a adversar a existência e valoração dos elementos concretamente considerados com vista à
contestação e diminuição do montante da coima que lhe foi aplicada.

II. Deste modo, se a coima é fixada no limite mínimo abstractamente aplicável ou num valor muito próximo dele, de tal modo
que não assuma relevo jurídico autónomo, a falta de indicação dos elementos considerados na fixação não é sancionada
com nulidade, constituindo mera irregularidade nos termos dos artigos 118.º n.º 1 e 123.º do Código de Processo Penal,
porquanto essa omissão não é susceptível de causar prejuízo ao arguido, pois que ele não pode ver diminuído o montante da
coima aplicada.

III. Quando a decisão que aplica uma coima única pela prática de duas infracções é omissa no que toca ao montante fixado para
cada uma das infracções em concurso e no que toca às circunstâncias que, nos termos preconizados pela alínea c) do nº 1 do
artigo 79º do RGIT, terão influído na sua determinação, bem como no que toca aos elementos que contribuíram para a fixação
da coima única aplicada, inviabilizando qualquer juízo sobre a adequação dos montantes concretamente fixados e impedindo o
conhecimento do limite mínimo abstractamente aplicável à coima única, não pode afirmar-se a existência de uma mera
irregularidade.

Jesuino Alcântara Martins 119

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0160/12 Data do Acórdão: 16-05-2012
Descritores: IVA CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL IMPOSTO NÃO RECEBIDO NULIDADE INSUPRÍVEL
DECISÃO DE APLICAÇÃO DE COIMA
Sumário:

I. A nova redacção dada ao art.º 114.º, n.º 5, alínea a), do RGIT, pela 64-A/2008, de 31 de Dezembro, ao fazer
equivaler à falta de entrega da prestação tributária a falta de entrega total ou parcial do imposto devido que
tenha sido liquidado ou que devesse ter sido liquidado em factura ou documento equivalente, teve como
objectivo alargar a previsão legal de molde a abarcar todas as condutas omissivas da obrigação tributária,
independentemente do recebimento do imposto por parte do adquirente dos bens ou serviços.

II. O art.º 79.º, n.º 1, do RGIT exige que a decisão de aplicação da coima há-de conter ou observar
determinados requisitos, entre os quais, a descrição sumária dos factos e a indicação das normas violadas e
punitivas, com vista a assegurar aos arguidos a possibilidade do exercício efectivo dos seus direitos de
defesa, o que só poderá ser alcançado se o mesmo tiver conhecimento efectivo dos factos que lhe são
imputados e das normas legais que em que se enquadram.

III. A decisão administrativa de aplicação da coima que se limita a indicar como normas violadas as constantes
dos art.ºs 114.º, n.º 2, do RGIT, e 26.º, nº4, do CIVA, omitindo qualquer referência ao art. 114.º, n.º 5, alínea
a), do RGIT, não dá cumprimento às exigências do art.º 79.º, nº 1, alínea b), do RGIT, pondo em causa os
direitos de defesa do arguido, pelo que enferma de nulidade insuprível, nos termos do disposto no art. 63.º,
n.º 1, alínea d), do RGIT.
Jesuino Alcântara Martins 120

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03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 01102/09 Data do Acórdão: 03-02-2010
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
RECURSO PARA MELHORIA DA APLICAÇÃO DO DIREITO DECISÃO DE APLICAÇÃO DE COIMA NULIDADE INSUPRÍVEL NULIDADE
PROCESSUAL
Sumário:

I. É aplicável subsidiariamente ao processo contra-ordenacional tributário, regulado


pelo RGIT, a norma do art.º 73.º, n.° 2, do RGCO, em que se permite aos tribunais
superiores aceitar recursos da sentença quando tal se afigure manifestamente
necessário à melhoria da aplicação do direito ou à promoção da uniformidade da
jurisprudência, mesmo em casos em que o valor da coima é inferior à alçada do
tribunal tributário.

II. Decretada em processo judicial a nulidade da decisão de aplicação de coima por


contra-ordenação tributária, há lugar à baixa dos autos à autoridade
administrativa que aplicou a coima, para eventual sanação da nulidade e
renovação do acto sancionatório.

Jesuino Alcântara Martins 121

Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

Decisão de Entregue no Serviço


Fixação da Coima de Finanças onde esteja
pendente o CO
NOTIFICAÇÃO
DIRIGIDO AO JUIZ
DA DECISÃO
DO TRIBUNAL
Até ao envio
ADMINISTRATIVO E FISCAL
dos autos a
tribunal
A ENTIDADE QUE APLICOU
RECURSO JUDICIAL A COIMA PODE REVOGAR
A DECISÃO

Jesuino Alcântara Martins 122

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03-03-2019

Recurso Judicial
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Art.º 80.º
Dirigido ao Juiz do Tribunal

RECURSO JUDICIAL Administrativo e Fiscal Territorialmente


competente

Entregue no Serviço de A entidade que aplicou a Coima pode

Finanças revogar a decisão até à remessa dos


Autos a Tribunal

Representante da Fazenda Pública:


Ministério Público Introduz
• Apresenta prova complementar
os autos em Juízo
• Arrola testemunhas
ACUSAÇÃO • Indica outros elementos que repute
relevantes
Art.º 62.º RGCO
Art.º 81.º
Jesuino Alcântara Martins 123

Recurso Judicial
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Art.º 80.º
JUIZ Tribunal
RECURSO JUDICIAL

Decide por Opta por produção de


Remessa dos autos a Despacho prova
tribunal
Art.º 64.º RGCO

DECISÃO JUDICIALSENTENÇA
Ministério Público
Tribunal Central
Introduz os autos em
RECURSO DA Administrativo ou
Juízo
DECISÃO para o STA (quando
ACUSAÇÃO matéria de direito)
Art.º 83.º
Jesuino Alcântara Martins 124

62
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0665/13 Data do Acórdão: 15-05-2013
Descritores: REJEIÇÃO LIMINAR COIMA EFEITO SUSPENSIVO DIREITO A TUTELA JURISDICIONAL EFECTIVA
Sumário:

I. O art.º 84.º do RGIT ao não estatuir de forma automática que o recurso de decisão de aplicação de coima
não tem efeito suspensivo, antes se limitando a condicionar o efeito suspensivo do recurso à prestação de
garantia ou demonstração da impossibilidade de o fazer devido à insuficiência total ou parcial de meios
económicos, não é em abstracto inconstitucional.

II. Eventualmente só num caso concreto em que se discuta a dificuldade ou onerosidade da prestação de
garantia, por exemplo, pela dificuldade de satisfazer o ónus de prova da insuficiência de meios económicos,
poderá o tribunal ser confrontado com a necessidade de formular um tal juízo, que se reconduzirá à
avaliação da adequação de tal ónus, à luz das exigências do princípio da proporcionalidade, tendo em conta
o interesse público que presidiu à adopção de tal solução.

III. Uma interpretação conforme à Constituição do art.º 84.º do RGIT, mediada pelo direito à tutela judicial
efectiva, leva-nos a concluir que, em caso de rejeição liminar do recurso de decisão de aplicação de coima
tributária, a Administração Tributária só pode prosseguir a execução, na pendência de recurso da mesma,
depois de notificar o recorrente para prestar garantia ou demonstrar que a não pode prestar por
insuficiência de meios económicos, nos termos gerais, sob pena de em caso de eventual provimento do
recurso o mesmo se tornar inútil, com violação do direito à tutela judicial efectiva (cfr. os art.ºs 20.º e 268.º,
n.º 4, da CRP).
Jesuino Alcântara Martins 125

Conversão da Contra-ordenação em ilícito criminal


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Art.º 74.º RGIT e Art.º 76.º RGCO


A entidade competente para a
investigação e a instrução da contra-
Idêntico procedimento pode ser
ordenação – Chefe do Serviço de
adoptado pela entidade competente
Finanças – pode até à decisão da
para fixar a Coima
fixação da coima, se se revelarem
indícios de crime tributário, promover • Chefe do Serviço de
Finanças
a instauração do respectivo
• Director de Finanças
procedimento criminal
Em caso de recurso, o tribunal não está
O processo de contra ordenação fica
vinculado à apreciação do facto como
suspenso, bem como o respectivo prazo de
contra-ordenação, podendo, oficiosamente
prescrição até decisão do processo crime – n.º
ou a requerimento do Ministério Público,
2 do Art.º 74.º do RGIT – se os indícios
converter o processo em processo
respeitarem ao facto objecto do procedimento
criminal – Art.º 76.º do RGCO – DL 433/82,
contra-ordenacional
de 27.10
Jesuino Alcântara Martins 126

63
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0243/12 Data do Acórdão: 09-05-2012
Descritores: RECURSO REGIME GERAL CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
REQUISITOS DE ADMISSÃO
Sumário:

I. Não obstante o disposto no art.º 83º, nº 1 do RGIT segundo o qual o arguido e o Ministério Público podem
recorrer da decisão do tribunal tributário de 1ª instância, excepto se o valor da coima aplicada não
ultrapassar um quarto da alçada fixada para os tribunais judiciais de 1ª instância e não for aplicada sanção
acessória, este Supremo Tribunal vem entendendo, de forma pacífica e reiterada, que é aplicável
subsidiariamente às contra-ordenações de natureza tributária o disposto no art.º 73.º, nº 2 do RGCO (art.º 3º,
alínea b) do RGIT).

II. Deste modo, ainda que o valor da coima aplicada não ultrapasse um quarto da alçada fixada para os tribunais
judiciais de 1ª instância, será admissível recurso da decisão do tribunal tributário quando tal se afigure
manifestamente necessário à melhoria da aplicação do direito ou à promoção da uniformidade da
jurisprudência.

III. Este recurso só será, por isso, admissível quando na decisão recorrida o erro avultar de forma categórica e,
pela dignidade da questão, pelos importantes reflexos materiais que a solução desta comporte para os por ela
visados e generalidade que importe na aplicação do direito, seja inexoravelmente preciso corrigir aquele, e
não quando e apenas, outra solução jurídica, fosse possível seguir.

Jesuino Alcântara Martins 127

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0420/11 Data do Acórdão: 08-06-2011
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
RECURSO JURISDICIONAL RECURSO PARA MELHORIA DA APLICAÇÃO DO DIREITO
Sumário:

I. Nos processos judiciais por contra-ordenações tributárias pode ser admitido


recurso, mesmo que a coima aplicada seja de valor inferior à alçada dos
tribunais tributários, quando tal se afigure manifestamente necessário à
melhoria da aplicação do direito (artigo 73.º, n.º 2 da Lei-Quadro das Contra-
Ordenações, aplicável ex vi do artigo 3.º, alínea b) do RGIT).

II. Não se configura uma situação de manifesta necessidade de admissão do


recurso para a melhoria da aplicação do direito nos casos em que a decisão
recorrida apenas adoptou uma corrente jurisprudencial mais exigente sobre o
preenchimento do conceito “descrição sumária dos factos” que deve constar
da decisão de aplicação da coima (artigo 79.º, n.º 1, alínea b) do RGIT).
Jesuino Alcântara Martins 128

64
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0132/11 Data do Acórdão: 16-11-2011
Descritores: EXECUÇÃO DE JULGADO EXECUÇÃO DE SENTENÇA ANULATÓRIA TÍTULO EXECUTIVO
JUROS INDEMNIZATÓRIOS JUROS COMPENSATÓRIOS
Sumário:
I. É o título executivo que delimita o alcance e extensão da execução (art.º 45.º n.º 1 do CPC).

II. Não se referindo a sentença que serve de título executivo a juros, com base nela não podiam ser arbitrados os juros
indemnizatórios peticionados.

III. O art.º 43.º da LGT embora admita interpretação extensiva não opera no caso dos autos em que está em causa um recurso de
contra-ordenação onde se obteve a sentença que agora se pretende executar visando-se não a impugnação de qualquer acto
tributário de liquidação, mas sim a anulação de um despacho que fixou uma coima à ora recorrente. A interpretação extensiva
do preceito admitida, supra referida, e ainda que o mesmo artigo se pudesse aplicar ao caso dos autos, não podia ir tão longe
que pudéssemos considerar estar nele prevista a anulação do dito despacho administrativo, por não ter na lei um mínimo de
correspondência verbal (art.º 9.º n.º 2 do CC).

V. O art.º 100.º da LGT ao estabelecer a obrigatoriedade de pagamento de juros indemnizatórios, também para os recursos, não se
aplica ao caso dos autos em que está em causa um recurso de contra-ordenação no qual foi decidido anular o despacho que
fixou uma coima, desde logo porque o RGIT não remete para a LGT sendo certo que os recursos ali referidos são as reclamações
do órgão de execução fiscal, originariamente previstos no art.º 355º do CPT.

VI. No caso a recorrente só poderá obter indemnização por juros indemnizatórios se procurar fazer valer os seus eventuais direitos
por responsabilidade civil extracontratual no foro próprio.

Jesuino Alcântara Martins 129

Extinção do procedimento por Contra-ordenação e da Coima


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Art.º 61.º
Extinção do procedimento por contra-ordenação

O procedimento por contra- • Morte do arguido


ordenação extingue-se nos
• Prescrição ou amnistia, se a
seguintes casos: coima ainda não tiver sido paga

• Pagamento voluntário da coima


Extinção da Coima no decurso do processo de
contra-ordenação tributária

A obrigação de pagamento da coima e de • Acusação recebida em


cumprimento das sanções acessórias
procedimento criminal
extingue-se com a morte do infractor

Art.º 62.º
Jesuino Alcântara Martins 130

65
03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0617/10 Data do Acórdão: 09-02-2011
Descritores: COIMA CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL FALÊNCIA
SOCIEDADE COMERCIAL INSOLVÊNCIA
Sumário:

I. A declaração de insolvência constitui um dos fundamentos da


dissolução das sociedades e essa dissolução equivale à morte
do infractor, de harmonia com o disposto nos artigos 61.º e
62.º do RGIT e artigo 176.º, nº 2, alínea a) do CPPT, daí
decorrendo a extinção da obrigação do pagamento de
coimas e da execução fiscal instaurada tendente à sua
cobrança coerciva.

Jesuino Alcântara Martins 131

PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

• Descrição dos factos


Art.º 57.º e Art.º 59.º
constitutivos do ilícito fiscal
(infracção)
AUTO DE NOTÍCIA
• Indicação dos normas legais
violadas
Em função da • Indicação das normas punitivas
qualificação dos factos
• Qualificação jurídica dos factos
(Enquadramento num tipo legal)

Ilícitos de natureza Criminal

INSTAURAÇÃO: INQUÉRITO

Jesuino Alcântara Martins 132

66
03-03-2019

Auto de Notícia
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

A autoridade ou agente de autoridade que verificar pessoalmente os factos


constitutivos do ilícito tributário levantará auto de notícia, se para isso for
competente, e enviá-lo-á imediatamente à entidade que deva instruir o
processo

Os normativos quanto aos requisitos do auto de notícia


Qualquer
constam do Art.º 57.º do RGIT e Art.º 243.º do Código de
pessoa pode
denunciar a Processo Penal e as entidades competentes para levantar
prática de ilícito auto de notícia estão indicadas no Art.º 59.º do RGIT
fiscal junto dos
Se o funcionário for competente para levantar auto de notícia, mas não
serviços
tiver verificado os factos pessoalmente, participará, por escrito ou
tributários verbalmente, à autoridade competente para o processamento do
competentes procedimento, em termos idêntico ao funcionário que não tenha
competência para levantar auto de notícia

Jesuino Alcântara Martins 133

Instauração do Inquérito
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Art.º 41.º
INSTAURAÇÃO
COMPETÊNCIA
DO
ORGÂNICA
INQUÉRITO
E TERRITORIAL

O Director de Finanças da área


em que a infracção foi praticada
É definida pelo RGIT
Tem por limite a área de jurisdição territorial
de cada Direcção de Finanças
Tem jurisdição em
O Director da Unidade dos Grandes Contribuintes UGC
todo o território Nacional

O Director da Direcção de Serviços de Investigação da Cadastro Grandes

Fraude e de Acções Especiais Contribuintes - CGC

Jesuino Alcântara Martins 134

67
03-03-2019

Objecto do Inquérito
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

INQUÉRITO

Art.º 262.º a Art.º 285.º do CPP Art.ºs 35.º, 40.º e 42.º

O inquérito compreende o conjunto de diligências que


A direcção do inquérito
visam investigar a existência de um crime, determinar os
cabe ao Ministério
seus agentes e a responsabilidade deles e descobrir e
Público assistido pelos
recolher as provas, em ordem à decisão sobre a
órgãos de polícia criminal
acusação

Se durante o inquérito Qualquer órgão de polícia criminal ou agente da


tiverem sido recolhidos administração tributária pratica, em caso de
indícios suficientes de se ter
urgência ou de perigo de demora, os actos
verificado crime e de quem
cautelares necessários e urgentes para assegurar
foi o seu agente, o Ministério
Público deduz acusação os meios de prova – art.º 37.º do RGIT e art.º
contra aquele 249.º do CPP
Jesuino Alcântara Martins 135

Modelo de Investigação Criminal


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Modelo de investigação criminal

Por imperativo constitucional (CRP) o exercício da acção


penal é exclusivo do Ministério Público

Funcionam como órgãos de


Os órgãos da Administração Fiscal
Polícia criminal - OPC
têm competência delegada pelo
Ministério Público
Todas as entidades e agentes
policiais a quem caiba levar a
• Director de Finanças
cabo quaisquer actos ordenados
• Director da UGC
por uma autoridade judiciária
• Director da DSIFAE
Jesuino Alcântara Martins 136

68
03-03-2019

Exercício da Acção Penal


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Art.º 219.º da CRP

CRIMES
Exercício da Acção Penal FISCAIS

DCIAP
MINISTÉRIO PÚBLICO LISBOA
DIAP
Procurador da República
Delega nos Órgãos da Administração Fiscal
Restantes Comarcas
órgãos de
Polícia Judiciária
Polícia
Criminal Exemplo: Loures, Oeiras, Mafra, etc.
Jesuino Alcântara Martins 137

Competências - Inquérito
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

CRIME FISCAL

Art.º 40.º , n.º 2

Os órgãos da
Competência para o
Administração Fiscal
INQUÉRITO
A notícia do crime é sempre
transmitida ao órgão da administração tributária com
competência delegada para o inquérito

POLÍCIA JUDICIÁRIA Tem competência para os crimes que


revelem grande complexidade,
transnacionais e de valor superior a
€ 500.000 – Lei n.º 49/2008, de 27.08
Jesuino Alcântara Martins 138

69
03-03-2019

Processo Penal Tributário


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO

COMPETÊNCIA • Auto de Notícia


INQUÉRITO • Participação
• Denúncia

• Director de Finanças
Investigação criminal CONCLUSÃO
• Director da UGC
Prazo de 8 meses
• Director da DSIFAE
Excepto se for apresentado processo fiscal gracioso ou contencioso

ENCERRAMENTO
Art.º 41.º Art.º 42.º
Parecer Fundamentado/Proposta

Jesuino Alcântara Martins 139

Acórdão do Tribunal da Relação de Guimarães


Processo: 83/08.5IDPRT.G1
Descritores: SUSPENSÃO PROCESSO Sumário:

I. Decorre do art.º 47.º, n.º 1, do RGIT, que a suspensão do processo penal tributário
não é automática e só pode ser decretada se no processo fiscal estiver em
discussão situação tributária de cuja definição dependa a qualificação criminal
dos factos imputados no processo criminal.

II. In casu, ao contrário do defendido pela Recorrente, o que se discute em sede de


impugnação judicial tributária não é decisivo para este processo de natureza
criminal: nem para a definição da existência de fraude fiscal e sua configuração
nem para a escolha e medida da pena a aplicar.

III. Daí que deva subsistir o despacho que não decretou a suspensão dos autos até ao
trânsito em julgado da sentença que viesse a ser proferida no processo nº
1886/09.9BEPRT do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel.

Jesuino Alcântara Martins 140

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03-03-2019

Acórdão do Tribunal da Relação do Porto


Processo: 22/07.0IDAVR-A.P1
Descritores: SUSPENSÃO DO
PROCESSO PENAL FISCAL Sumário:

A suspensão do processo penal fiscal (47.º, n.º1 RGIT) em


consequência de uma impugnação judicial só reveste
carácter obrigatório se a mesma for absolutamente
necessária para a decisão da questão prejudicada (crime
fiscal ou tributário), de modo que se lhe apresente como um
antecedente lógico-jurídico, com carácter autónomo e
condicionante do conhecimento da questão principal.

Jesuino Alcântara Martins 141

Processo Penal Tributário


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Processo Penal Tributário - INQUÉRITO

DIRECÇÃO DE FINANÇAS

Actos de Investigação

ENCERRAMENTO - PARECER
Envia ao MP

MINISTÉRIO PÚBLICO

NOVOS ACTOS DE
ACUSA ARQUIVA
INQUÉRITO
Jesuino Alcântara Martins 142

71
03-03-2019

Processo Penal Tributário


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO - INQUÉRITO

MINISTÉRIO PÚBLICO

ACUSA ARQUIVA

Abertura de Instrução • Arguido


Fase Facultativa • Assistente
Decisão Instrutória

PRONÚNCIA NÃO PRONÚNCIA

JULGAMENTO ARQUIVAMENTO
Jesuino Alcântara Martins 143

Dispensa e atenuação especial da pena


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO - INQUÉRITO

Art.ºs 22.º, 44.º e 45.º

DISPENSA E ATENUAÇÃO Se o agente do crime


ESPECIAL DA PENA repuser a verdade sobre
O crime punível com pena de prisão a situação tributária
igual ou inferior a 2 anos

• A ilicitude do facto e a culpa do agente não forem


• Pagamento dos impostos
muito graves;
• À dispensa da pena se não opuserem razões e demais acréscimos legais
de prevenção

Visa-se essencialmente a racionalização económica da criminalização dos ilícitos de natureza fiscal

Jesuino Alcântara Martins 144

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03-03-2019

Dispensa e atenuação especial da pena


Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT

Se o agente da infracção repuser a verdade sobre a situação tributária e o crime for


punível com pena de prisão igual ou inferior a três anos a pena poderá ser dispensada

Art.º 22.º REQUISITOS:

• A ilicitude do facto e a culpa do agente não forem muito graves


Reposição da verdade fiscal
• A prestação tributária e demais acréscimos legais tiverem sido pagos,
consiste na efectivação do
ou tiverem sido restituídos os benefícios injustificadamente obtidos
pagamento dos impostos e demais
acréscimos legais • À dispensa da pena não se opuserem razões de prevenção

O Ministério Público, ouvida a administração tributária ou da segurança


Se a pena já não puder ser
social e com a concordância do juiz de instrução, pode decidir-se pelo
dispensada, isto acontece se o
arquivamento do processo se se verificarem os pressupostos da
processo já estiver em fase de
dispensa da pena
julgamento; a pena será
especialmente atenuada se o agente Se a acusação tiver sido já deduzida, o juiz de instrução, enquanto esta
repuser a verdade fiscal e pagar a decorrer, pode, com a concordância do Ministério Público e do
prestação tributária e demais arguido, ouvida a administração tributária ou da segurança social,
acréscimos legais até à decisão decidir-se pelo arquivamento do processo, se se verificarem os
final ou no prazo nela fixado pressupostos da dispensa da pena

Jesuino Alcântara Martins 145

Acórdão do Tribunal da Relação do Porto


Processo: 2392/08.4TAVCD.P1
Descritores: ABUSO DE CONFIANÇA FISCAL DISPENSA DE PENA
Sumário:

Visando o instituto da dispensa de pena, no âmbito do RGIT,


incentivar e premiar quem reparou o mal do crime, a
restituição pelo agente, com pagamento dos juros legais e
demais acréscimos exigidos, do que indevidamente reteve,
em termos de prevenção geral e no contexto actual de grave
situação económico-financeira do Estado, tem de ser vista
como uma mensagem apelativa aos que assim não procedem,
a merecer a aplicação daquele instituto.

Jesuino Alcântara Martins 146

73
03-03-2019

REVISÃO DAS COIMAS

As decisões finais proferidas em processo de contra-ordenação são susceptíveis de


revisão.

A revisão da decisão da autoridade administrativa é da competência do tribunal


tributário de 1.ª instância e a revisão das decisões deste cabem ao Tribunal Central
Administrativo.
INFRACÇÕES FISCAIS

Quando a coima tiver sido aplicada pelo tribunal, a revisão cabe à instância judicial
imediatamente superior, excepto se a decisão tiver sido tomada pelo Supremo
Tribunal Administrativo – n.º 2 do art.º 85.º do RGIT. Art.º 85.º e 86.º

A revisão tem por base a descoberta de novos factos ou meios de prova, quando
os novos factos ou meios de prova, só por si ou combinados com os que foram
apreciados no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da condenação.

Jesuino Alcântara Martins 147

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0938/11 Data do Acórdão: 23-02-2012
Descritores: REVISÃO SENTENÇA COIMA
Sumário:

I. O legislador condicionou, no artigo 449.º do CPP, a revisão de sentença de


aplicação de coimas à verificação de certos fundamentos, que taxativamente indica,
sendo um deles a inconciliabildade entre os factos que fundamentaram a
condenação e os dados como provados noutra sentença, de forma a suscitar graves
dúvidas sobre a justiça da condenação.

II. Não ocorre inconciabilidade entre os factos provados na sentença revidenda que
condenou a arguida em coima e os factos dados como provados nas sentenças
invocadas no recurso de revisão, se naquela a arguida se limita a pedir a isenção da
coima, admitindo a prática da contra-ordenação, e nestas não se provam os
elementos constitutivos da infracção.

Jesuino Alcântara Martins 148

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03-03-2019

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0530/11 Data do Acórdão: 07-09-2011 Tribunal: 2 SECÇÃO Relator: CASIMIRO
GONÇALVES Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL DECISÃO JURISDICIONAL
ABSOLVIÇÃO FAZENDA PÚBLICA LEGITIMIDADE PARA O RECURSO JURISDICIONAL
RECURSO DE REVISÃO
Sumário:

I. No âmbito de uma infracção tributária e em matéria de legitimidade para requerer a revisão da sentença
proferida na respectiva impugnação judicial da decisão administrativa de aplicação de coima, há que recorrer
subsidiariamente (por força do disposto na al. b) do art. 3.° do RGIT) ao disposto nos arts. 80.º e 81.º do RCCO (DL
n.º 433/82, de 27/10), visto que o RGIT apenas regula, nos seus arts. 85.º e 86.º, a competência para a proceder
a tal revisão e a competência para o recurso de decisão proferida em processo judicial de revisão da coima
aplicada pelo TT de 1ª instância ou pelo TCA.

II. O regime especial constante dos arts. 80º e 81º do RGCO é integrado pelo recurso ao também disposto nos arts.
449.º e ss. do CPP, sempre que o contrário não resulte do próprio RGCO.

III. Não tendo a Fazenda Pública legitimidade para recorrer da sentença proferida em recurso de contra-
ordenação, também não a tem para requerer a revisão da sentença absolutória aí proferida, sendo que a
revisão também só será admissível contra o arguido quando vise a condenação deste pela prática de um crime
(n.º 3 do art.º 80.º do RGCO) e a Fazenda Pública não tem legitimidade para o exercício da acção penal.

Jesuino Alcântara Martins 149

Acórdão do Supremo Tribunal Administrativo


Processo: 0417/11 Data do Acórdão: 07-09-2011
Descritores: CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL DECISÃO DE APLICAÇÃO DE COIMA RECURSO DE REVISÃO COMPETÊNCIA DO
SUPREMO TRIBUNAL ADMINISTRATIVO COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL CENTRAL ADMINISTRATIVO FUNDAMENTOS
Sumário:

I. Os recursos de revisão de decisões definitivas ou transitadas em julgado em matéria contra-ordenacional são interpostos nos
termos do Código de Processo Penal, no que não estiver especialmente regulado no R.G .I .T. ou no R.G.C.O. (art . 80.°, n.° l, deste
último diploma) .

II. Compete à secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo, nos termos das disposições conjugadas dos arts.
3º, al. b) do Regime Geral das Infracções Tributárias, 80º, nº 1 do Regime Geral das Contra-Ordenações, 449 e segs. do CPP e 26º,
al. h) do ETAF, a autorização ou denegação do pedido de revisão da coima aplicada por Tribunal Administrativo e Fiscal.

III. O legislador condicionou a revisão à verificação de certos fundamentos, que taxativamente indica (artº 449º do CPP) sendo um
deles a inconciliabilidade entre os factos que fundamentaram a condenação e os dados como provados noutra sentença por forma
a suscitar graves dúvidas sobre a justiça da condenação.

IV. Não ocorre inconciabilidade entre os factos provados em sentença que condenou a arguida em coima por infracção prevista e
punida nas disposições conjugadas dos arts. 40º, nº 1, al. a) e 26º nº 1 do CIVA, 32º, nº 2 do Regime Geral das Infracções
Tributárias, e 18º, nº 3 do Regime Geral das Contra-Ordenações e os factos dados como provados nas decisões invocadas no
recurso de revisão, se nestas consta, não se ter provado que a arguida recebeu o valor do imposto exigível em momento anterior à
entrega à Administração Fiscal da declaração periódica de IVA e se essa questão nem sequer foi suscitada na decisão revidenda,
porquanto a recorrente nunca questionou a prática da infracção que estivera na origem da condenação, invocando apenas que se
verificavam os pressupostos previstos no artº 32º do Regime Geral das Infracções Tributárias para a dispensa do pagamento da
coima.

Jesuino Alcântara Martins 150

75
03-03-2019

DO PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

INSTAURAÇÃO
SERVIÇO DE FINANÇAS
DO
PROCESSO

NOTIFICAÇÃO
APRESENTAÇÃO DE
DO
DEFESA
CONTRIBUINTE

FIXAÇÃO
DA D
COIMA F

NOTIFICAÇÃO
DO
CONTRIBUINTE

REVOGAÇÃO
PAGAMENTO DA COIMA
NÃO RECURSO DA
DECISÃO
PAGA A COIMA
E
T
N R
I
V B
A coima é cobrada através de processo I U
de execução fiscal O
N
A
L

PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

FASE ADMINISTRATIVA

Auto de Notícia
Participação
Denúncia
Declaração
Art.º 56º

Suspensão para
Instauração no Serviço de liquidação do
Finanças Tributo
Artº 67º Art.º 55º

Auto de Notícia (excepção)


Investigação Art.º 69º n.º 2
e Instrução
Art.º 69º Pagamento
Antecipado
Art.º 75º
Notificação
do Infractor Pagamento
Art.º 70º Voluntário
Art.º 78º

Decisão de
Defesa Há lugar a aplicação aplicação CF
do Infractor de Coima de Coima
Art.º 71º aplic
DF
Art.º 79º
ação
Não de
aplic
Não há lugar a Pagamento Coim
ação
da Coima Notificação Sançõesde a
Aplicação de Coima
Acessórias
Coim
da Decisão
Cobrança Art.º 28º a
Artº 79º n.º 2
Coerciva RECURSO
ARQUIVO
Pagamento
do processo Art.º 65º Art.º 80º
Art.º 77º da Coima
152

76
03-03-2019

PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO

RECURSO JUDICIAL
ART.º 80º

Remessa do processo ao
Revogação
Tribunal Tributário de
Da Decisão
Entidade que aplicou a coima 1ª Instância
ART.º 80º n.º 3
Art.º 81º

Representante da Fazenda Pública:


Apresenta prova complementar
ACUSAÇÃO  Arrola testemunhas
MINISTÉRIO  Indica outros elementos que repute
conveniente obter
PÚBLICO
ART.º 62º RGCO
DECISÃO
POR DESPACHO
Tribunal
AUTOS ART.º 64.º RGCO
PRESENTES AO JUIZ
ART.º 62º RGCO
PRODUÇÃO DE PROVA
ART.º 72.º RGCO
Recurso da Sentença
Absolvição
Do Pagamento DECISÃO JUDICIAL
Da Coima
(Sentença)
Recurso para o
Tribunal Central
Cobrança Não Condenação Administrativo
Coerciva pagamento no pagamento ou para o STA
ART.º 65º RGIT
da coima da coima (matéria de Direito)
153
ARTº 83º RGIT

RGIT – REGIME GERAL DAS INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS

MUITO OBRIGADO

PELA VOSSA ATENÇÃO

jesuinoamartins@gmail.com

154

77

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