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RGIT
Regime Geral das Infrac ções
Tributárias
jesuinoamartins@gmail.com
Enquadramento Legal
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
ENQUADRAMENTO LEGAL:
1
03-03-2019
Âmbito de Aplicação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Art.º 1.º
ÂMBITO DE APLICAÇÃO
• Das prestações tributárias
Salvo disposição em contrário, as normas do RGIT são aplicáveis aos factos de natureza
tributária puníveis por legislação de carácter especial
Jesuino Alcântara Martins 3
INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS
RGIT RGIT
Facto típico, ilícito e culposo declarado
punível por lei tributária anterior
CRIMES CONTRA-ORDENAÇÕES
CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
CRIMES FISCAIS
Contra-ordenações da Segurança
CRIME SEGURANÇA SOCIAL Social – Legislação Especial
4
Jesuíno Alcântara Martins
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CONCEITO DE
INFRACÇÃO FISCAL Art.º 2.º
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Jesuíno Alcântara Martins
Elemento Subjectivo
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
TIPO LEGAL DE
TIPO LEGAL DE CRIME CONTRA-ORDENAÇÃO
INTENÇÃO INTENÇÃO
DOLO
DOLO
NEGLIGÊNCIA
3
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Definição de Dolo
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
EVENTUAL
• Quando a realização de um facto for representada como uma
consequência possível da conduta, haverá dolo se o agente actuar
conformando-se com aquela realização
Definição de Negligência
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Age com negligência quem, por não proceder com o cuidado a que,
segundo as circunstâncias, está obrigado e de que é capaz:
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Definição de Culpa
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
CULPA
Uma pessoa é culpada por um facto típico e ilícito que praticou se conhecia,
ou tinha possibilidade de conhecer, a ilicitude do seu acto, por um lado e por
outro, se tinha liberdade de se motivar segundo esse conhecimento.
A culpa está excluída quando a pessoa não conheça, nem tenha obrigação de
conhecer que o acto que está a praticar é ilícito e, por outro lado, não tenha
liberdade de se motivar segundo esse conhecimento
CULPA: é a censura ético-jurídica dirigida a um sujeito por não ter agido de modo diverso
• A imputabilidade do agente
Elementos do juízo
de culpa são: • A sua actuação dolosa ou negligente
• A inexistência de circunstâncias que tornam não exigível outro
comportamento
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Quem agir voluntariamente como titular de um órgão, membro ou representante de uma pessoa colectiva,
sociedade ainda que irregularmente constituída, ou de mera associação de facto, ou ainda em representação
legal ou voluntária de outrem, é punido em função da sua responsabilidade individual
Penas Aplicáveis
Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT
PENAS APLICÁVEIS
• PENA DE PRISÃO
Até 8 anos
PESSOA
• MULTA
SINGULAR
De 10 a 600 dias
CRIMES TRIBUTÁRIOS
PESSOA
• MULTA
SANÇÕES COLECTIVA
De 20 a 1920 dias
ACESSÓRIAS
PESSOA
COIMA
SINGULAR
CONTRA-ORDENAÇÕES
PESSOA COIMA
Art.º 12.º e Art.º 51.º
COLECTIVA
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Penas Aplicáveis
Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT
PENAS APLICÁVEIS
GRADUAÇÃO DA COIMA
Art.º 27.º
A COIMA DEVE SER GRADUADA EM
FUNÇÃO DOS ELEMENTOS • Da gravidade do facto
SEGUINTES:
• Da culpa do agente
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Gravidade do facto
Grau de culpa do agente
Situação económica do agente
Art.º 23.º
ILÍCITO DE NATUREZA
CONTRA-ORDENAÇÃO NÃO CRIMINAL
(Administrativa)
CONTRA-ORDENAÇÃO SIMPLES
Facto típico, ilícito e
As puníveis com coima cujo limite máximo
não exceda € 15 000
culposo punível por lei
tributária anterior
CONTRA-ORDENAÇÃO GRAVE
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Sanções Acessórias
Regime Geral das Infracções Tributárias – RGIT
tributária, franquias aduaneiras e benefícios concedidos pela administração • Suspensão de benefícios fiscais e franquias aduaneiras
da segurança social ou inibição de os obter
concedidos unilateralmente pela administração tributária ou
• Privação temporária de participar em feiras, mercados, leilões ou inibição de os obter
arrematações e concursos de obras públicas, de fornecimentos de bens ou
serviços e de concessão, promovidos por entidades ou serviços públicos • Privação temporária do direito de participar em feiras,
ou por instituições particulares de solidariedade social comparticipadas mercados, leilões ou arrematações e concursos de obras
pelo orçamento da segurança social públicas, de fornecimento de bens ou serviços e de concessão,
• Encerramento de estabelecimento ou de depósito promovidos por entidades ou serviços públicos
Competências - Coimas
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
SANÇÕES
É ACESSÓRIAS
ESTABELECIDA
al. b) do Art.º 52.º
PELO
RGIT
CHEFE DO
SERVIÇO DE FINANÇAS
DIRECTOR DE
Competência própria ou
FINANÇAS Competência
Delegada Art.º 52.º própria
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Competências - Coimas
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
CONTRA-ORDENAÇÃO FISCAL
Tipos legais:
Chefe do Serviço de • Art.ºs 114.º e 116.º a 126.º - Imposto
Finanças da área onde a < € 25 000
Competências - Coimas
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
CONTRA-ORDENAÇÃO ADUANEIRA
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Artigo 25.º
Concurso de contra-ordenações
liquidação.
Quando o limite máximo da pena de prisão prevista no
tipo legal de crime tributário for igual ou superior a cinco
anos, aplicam-se os prazos de prescrição previstos no
Art.º 118.º do Código Penal
Este prazo só se aplica se o
direito ao exercício da liquidação
O prazo de prescrição interrompe-se e suspende-se nos termos do imposto tiver caducado. Caso
previstos no Código Penal, mas a suspensão da prescrição do
contrário, aplicar-se-á sempre o
procedimento verifica-se em caso de suspensão do processo penal
por efeito de : Reclamação Graciosa, Impugnação Judicial , prazo previsto no n.º 1 e n.º 2 do
Oposição Judicial Art.º 21 do RGIT
Jesuino Alcântara Martins 24
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O prazo de prescrição interrompe-se e suspende-se nos termos estabelecidos na lei geral – Art.º 27.º-A e
Art.º 28.º do RGCO – mas a suspensão da prescrição verifica-se também por efeito da suspensão do
processo em razão de: Reclamação Graciosa, Impugnação Judicial; Oposição Judicial
III. Deste modo, considerando o prazo máximo de suspensão previsto no art.º 27.º-A,
nºs 1, alínea c) e 2 - seis meses -, o prazo de prescrição e metade deste, o prazo total
de prescrição foi de seis anos e seis meses contados da verificação da infracção –
31.12.2004, pelo que o procedimento contraordenacional se encontra prescrito nos
presentes autos.
Jesuino Alcântara Martins 26
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II. Verificada causa interruptiva o prazo máximo da prescrição é aquele prazo (4 anos) acrescido de
metade (2 anos), ou seja de seis anos, por aplicação do disposto nos art.ºs 28.º, nº 3 e 27.º-A do
RGCO e do art.º 33.º do RGIT, havendo ainda que considerar a existência de algum facto
suspensivo previsto no nº 1 do art.º 27.º-A do RGCO.
III. Verificando-se, em face da aplicação das normas citadas, que a prescrição não ocorreu na data
referida na decisão recorrida, mas tendo ela ocorrido já na pendência do recurso, cabe a este
Tribunal declarar verificada a prescrição.
• Burla tributária
• Frustração de créditos • Fraude
• Associação criminosa • Fraude qualificada
• Desobediência qualificada • Abuso de confiança
• Violação de Segredo
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ARTIGO 87.º
CRIME DE BURLA TRIBUTÁRIA
• Falsas declarações
ACÇÃO • Falsificação ou viciação de documento fiscalmente relevante
As falsas declarações, a falsificação ou viciação de documento fiscalmente relevante ou a utilização de outros meios
fraudulentos com o fim previsto no n.º 1 do art.º 87.º do RGIT, não são puníveis autonomamente, salvo se pena mais
grave lhe couber
A TENTATIVA É PUNÍVEL
Jesuino Alcântara Martins 29
Burla tributária. Elementos constitutivos Quarta, 26 Janeiro 2011 14:50 BURLA TRIBUTÁRIA. ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
RECURSO CRIMINAL Nº 370/06.7TACBR.C1 Data do Acórdão: 26-01-2011
Tribunal: COIMBRA – VARA MISTA 2º SECÇÃO
Legislação: ARTIGO 87.º, N.º 1 E N.º 2, DO RGIT, APROVADO PELA LEI N.º 15/2001, DE 5/6
Sumário:
O crime de burla tributária, está estruturado como um crime de resultado, aparecendo como um verdadeiro
tipo de burla especial, em que o processo típico é de execução vinculada (e não livre), mas, simultaneamente,
estabelece elementos integradores mais formais.
São elementos constitutivos deste crime de burla tributária - Uso de erro ou engano sobre os factos,
provocado por meios fraudulentos, como falsas declarações, falsificação ou viciação de documento
fiscalmente relevante;
Que sejam aptos ou idóneos a determinar a administração tributária ou a administração da segurança social a
efectuar atribuições patrimoniais das quais resulte enriquecimento do agente ou de terceiro.
Na configuração do tipo, exige-se o uso de um meio fraudulento “activo” ou seja uma conduta astuciosa
comissiva que directamente induziu o erro ou engano e não uma mera conduta omissiva do agente.
Só faz sentido que um crime-fim possa consumir um crime-meio, quando haja uma desproporção tal entre um
e outro que permita concluir ser dispensável a punição autónoma deste último.
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ARTIGO 88.º
CRIME DE FRUSTRAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS
• Alienação de património
ACÇÃO
• Danificação ou ocultação de património
• Fazer desaparecer, transferir ou onerar património
ARTIGO 89.º
CRIME DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
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I. Para que haja verdadeiramente uma associação criminosa exige o legislador que se
II. Os dois primeiros elementos interligam-se e para que haja organização criminosa
não e necessário que ela tenha uma sede, um local determinado de reunião, que os
seus membros se reúnam ou sequer se conheçam ou tenham um comando ou uma
direcção, bastando, que haja um acordo de vontades de duas ou mais pessoas para
a consecução de fins criminosos e de uma certa estabilidade ou permanência ou,
pelo menos, o propósito de ter esta estabilidade.
ARTIGO 90.º
CRIME DE DESOBEDIÊNCIA QUALIFICADA
Director-Geral da DGCI
Director-Geral da DGAIEC
Autoridade Judicial
Jesuino Alcântara Martins 34
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ARTIGO 91.º
CRIME DE VIOLAÇÃO DE SEGREDO
O tipo de crime de fraude só estará preenchido se a vantagem patrimonial ilegítima for igual ou superior a €
15 000
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a) O agente se tiver conluiado com terceiros que estejam sujeitos a obrigações acessórias para efeitos de
fiscalização tributária;
b) O agente for funcionário público e tiver abusado gravemente das suas funções;
c) O agente se tiver socorrido do auxílio do funcionário público com grave abuso das suas funções;
INFRACÇÕES FISCAIS
d) O agente falsificar ou viciar, ocultar, destruir, inutilizar ou recusar entregar, exibir ou apresentar livros,
programas ou ficheiros informáticos e quaisquer outros documentos ou elementos probatórios exigidos
pela lei tributária;
e) O agente usar os livros ou quaisquer outros elementos referidos no número anterior sabendo-os
falsificados ou viciados por terceiro;
f) Tiver sido utilizada a interposição de pessoas singulares ou colectivas residentes fora do território
português e aí submetidas a um regime fiscal claramente mais favorável;
g) O agente se tiver conluiado com terceiros com os quais esteja em situação de relações especiais.
ARTIGO 105.º
CRIME DE ABUSO DE CONFIANÇA FISCAL
• TOTAL
• PARCIAL
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Este tipo legal de crime ocorre quando o obrigado tributário não entregar
nos cofres da Administração Tributária, directamente ou através da rede
de cobrança legalmente instituída, total ou parcialmente, prestação
tributária de valor superior a € 7 500, deduzida nos termos da lei e que
estava legalmente obrigado a entregar.
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No que diz respeito ao bem jurídico protegido, o crime de abuso de confiança fiscal
tem por fundamento a protecção do património do Estado, mediante a tutela e
protecção criminal da obrigação da entrega das quantias que foram confiadas ao
agente para que este as entregasse nos Cofres do Estado;
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ARTIGO 113.º
Recusa de entrega, exibição ou apresentação de escrita e de documentos fiscalmente
relevantes
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ARTIGO 114.º
Falta de entrega da prestação tributária
• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
Jesuino Alcântara Martins 51
II. O facto tipificado como contra-ordenação no n.º 2 do artigo 114.º do RGIT reporta-se à
tipificação constante do n.º 1 do mesmo preceito legal, mas cometido de forma negligente,
sendo seu pressuposto essencial a prévia dedução da prestação tributária não entregue.
III. Neste sentido, a falta de entrega da prestação tributária de IVA, não preenche o tipo legal de
contra-ordenação acima referido, uma vez que no IVA a prestação a entregar não é a prestação
tributária deduzida, mas sim a diferença positiva entre o imposto suportado pelo sujeito
passivo e o imposto a cuja dedução tem direito.
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03-03-2019
Exemplos:
Pessoa singular:
Imposto em falta = € 100 000
Determinação do valor da coima mínima – € 100.000 x 15% = € 15 000
Coima a pagar = € 15 000
Imposto em falta = € 300 000
INFRACÇÕES FISCAIS
Pessoa colectiva:
Imposto em falta = € 100 000
Determinação do valor da coima mínima – € 100 000 x 30% = € 30 000
Coima a pagar = € 30 000
Imposto em falta = € 300 000
Determinação do valor da coima mínima – € 300 000 x 30% = € 90 000
PER
14
Coima a pagar = € 45 000
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ARTIGO 115.º
Violação de segredo fiscal
• Funcionário
AGENTE
• Terceiro
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ARTIGO 116.º
Falta ou atraso de declarações
FIM
ARTIGO 117.º
Falta ou atraso de declarações
• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
Jesuino Alcântara Martins 56
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03-03-2019
Pessoa colectiva
Declaração de alterações – nº 2 do art.º 117.º do RGIT
Coima mínima = € 600
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ARTIGO 118.º
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03-03-2019
ARTIGO 119.º
Omissões e inexactidões nas declarações ou em outros documentos
fiscalmente relevantes
• Declarações
• Documentos comprovativos dos factos, valores ou situações
OBJECTO • Livros de contabilidade e escrituração
DA ACÇÃO • Documentos de transporte ou outros que legalmente os
possam substituir
• Outros documentos fiscalmente relevantes
• Fichas de inscrição ou actualização do NIF
ARTIGO 120.º
Inexistência de contabilidade ou de livros fiscalmente relevantes
• Acção negligente
INTENÇÃO
• Acção dolosa
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• Acção negligente
INTENÇÃO
• Acção dolosa
Jesuino Alcântara Martins 61
ARTIGO 122.º
Falta de apresentação, antes da respectiva utilização, dos livros de
escrituração
• Acção negligente
INTENÇÃO
• Acção dolosa
Jesuino Alcântara Martins 62
31
03-03-2019
ARTIGO 123.º
Violação do dever de emitir ou exigir recibos ou facturas
• Acção negligente
INTENÇÃO • Acção dolosa
Jesuino Alcântara Martins 63
ARTIGO 124.º
Falta de designação de representantes
• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
Jesuino Alcântara Martins 64
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03-03-2019
ARTIGO 125.º
Pagamento indevido de rendimentos
• Acção dolosa
INTENÇÃO • Acção negligente
ARTIGO 125.º- A
Pagamento ou colocação à disposição de rendimentos ou ganhos conferidos
por ou associados a valores mobiliários
• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
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ARTIGO 125.º- B
Inexistência de prova da apresentação da declaração de aquisição e
alienação de acções e outros valores mobiliários ou da intervenção de
entidades relevantes
• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
ARTIGO 126.º
Transferência para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a tributação
• Acção dolosa
INTENÇÃO • Acção negligente
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03-03-2019
ARTIGO 127.º
Impressão de documentos por tipografias não autorizadas
• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
ARTIGO 128.º
Falsidade Informática
• CRIAR PROGRAMAS
ACÇÃO • CEDER INFORMÁTICOS
• TRANSACIONAR
• Falta de utilização
ACÇÃO • Transacção ou Concebidos com o
utilização objectivo de impedir ou
• Certificação alterar o apuramento da
• Requisitos legais
situação tributária do
• Acção dolosa
contribuinte
INTENÇÃO • Acção negligente
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ARTIGO 129.º
Violação da obrigação de possuir e movimentar contas bancárias
• Acção dolosa
INTENÇÃO
• Acção negligente
INICIATIVA DO CONTRIBUINTE
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03-03-2019
INICIATIVA DO CONTRIBUINTE
INICIATIVA DO CONTRIBUINTE
Se o pagamento das coimas com redução não for efectuado ao mesmo tempo que
a entrega da prestação tributária ou do documento ou declaração em falta, o
contribuinte é notificado para efectuar no prazo de 15 dias, sob pena de ser
levantado auto de notícia e instaurado processo contra-ordenacional
Art.º 31.º
Sempre que a coima variar em
função da prestação tributária, é 10 % da prestação PESSOA
devida SINGULAR
considerado montante mínimo,
para efeitos das alíneas a) e b) do PESSOA
20 % da prestação
n.º 1 do art.º 29.º do RGIT devida COLECTIVA
Jesuino Alcântara Martins 74
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II. Pode-se ainda ficcionar tal pedido, de acordo com o n.º 4 do artigo 30.º do
RGIT, nas situações previstas nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 29.º do
mesmo RGIT, quando não houver tributo a liquidar e se mostre
regularizada a situação tributária.
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03-03-2019
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Mínimo legal = € 300 (n.º 1 do Art.º 116.º e n.º 4 do Art.º 26.º do RGIT)
€ 300 x 75% = € 225,00
Coima a pagar = € 225,00
Exemplo: Falta de entrega da Declaração de Rendimentos – Mod.-3-IRS
Tipo legal de contra-ordenação – Artigo 116.º do RGIT
Mínimo legal = € 150
€ 150 x 75% = € 112,50
Coima a pagar = € 112,50
14
Coima a pagar = € 450
12
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Pessoa Singular
Mínimo legal = € 2 000 x 15% (Art.º 114.º, n.º 2 do RGIT) = € 300
INFRACÇÕES FISCAIS
Art.º 32.º
A decisão sobre a dispensa ou
• A prática da infracção não ocasionar prejuízo
atenuação da Coima tem de
efectivo à receita tributária
ser tomada pela entidade
competente para aplicar a • Estar regularizada a situação tributária
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I. Não contendo o RGIT qualquer norma sobre os termos da atenuação especial da coima, será
em princípio aplicável aos termos da atenuação o disposto no n.º 3 do artigo 18.º do RGCO,
subsidiariamente aplicável no que respeita às contra-ordenações tributárias ex vi do disposto
na alínea b) do artigo 3.º do RGIT.
II. Quando a reduzida gravidade da infracção e da culpa do agente o justifique, como no caso
dos autos, o Tribunal pode decidir proferir uma admoestação, ex vi do disposto no artigo 51.º
do RGCO (subsidiariamente aplicável às contra-ordenações tributárias por força da alínea b) do
artigo 3.º do RGIT).
III. Mantendo-se a imputação da infracção feita pela Administração fiscal, há que condenar em
custas a recorrida na medida em que decaiu, e bem assim nas devidas na fase administrativa do
processo de contra-ordenação, ex vi do disposto no artigo 513.º do Código de Processo Penal,
aplicável subsidiariamente por força dos artigos 2.º, alínea b) do RGIT e 41.º n.º 1 do RGCO.
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03-03-2019
Auto de Notícia
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Descrição dos factos
constitutivos do ilícito fiscal
Art.º 57.º e Art.º 59.º
(infracção)
Auto de Notícia
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
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03-03-2019
OBJECTO DO PROCESSO DE
CONTRA-ORDENAÇÃO
VISA:
A APLICAÇÃO DE COIMAS
INFRACÇÃO FISCAL
CONTRA-ORDENAÇÃO
Qualificação
Art.º 67.º
SERVIÇO DE FINANÇAS
FASE ADMINISTRATIVA
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03-03-2019
PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO
No Serviço Tributário da área onde tiver sido cometida a contra-ordenação – art.º 67.º do
RGIT
Jesuino Alcântara Martins 91
Processo Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
SERVIÇO DE FINANÇAS
• Auto de Notícia
PROCESSO DE
• Participação Art.º 67.º
CONTRA-ORDENAÇÃO
• Denúncia
INSTAURAÇÃO
• Declaração Fiscal
Suspenso para
liquidação do
NOTIFICAÇÃO NOTIFICAÇÃO DO imposto
Carta Registada c/AR INFRACTOR Art.º 55.º
Art.º 70.º
APRESENTAÇÃO PAGAMENTO
PAGAMENTO
DE DEFESA VOLUNTÁRIO
ANTECIPADO
Jesuino Alcântara Martins 92
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03-03-2019
Atitudes do Arguido
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
ATITUDES/REACÇÕES DO ARGUIDO
• Apresentação de
Defesa
ARGUIDO ATITUDES
= • Pagamento
=
REACÇÕES antecipado
INFRACTOR
• Indiferença
Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
NOTIFICAÇÃO DO INFRACTOR
Há lugar a
aplicação de
Apresenta Defesa
Coima
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03-03-2019
Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
ELEMENTOS PROBATÓRIOS
APRESENTAÇÃO DE ESCRITA
Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
NOTIFICAÇÃO DO INFRACTOR
PARA DEFESA
No prazo
Art.º 70.º PRAZO
para a defesa Até à DECISÃO
10 dias
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03-03-2019
Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
NOTIFICAÇÃO DO INFRACTOR
INFORMA DO INFORMA DO
PAGAMENTO PAGAMENTO
ANTECIPADO VOLUNTÁRIO
Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Pagamento Requisitos:
BENEFÍCIOS:
Antecipado
Pagamento no
em PRAZO
COIMA = MÍNIMO prazo legal
Processo
10 DIAS LEGAL COMINADO NO
de Contra 10 dias
TIPO LEGAL DE
PRAZO DE
Ordenação CONTRA ORDENAÇÃO
DEFESA Regularização
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03-03-2019
Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
DECISÃO INFORMAÇÃO
NOTIFICAÇÃO DA DECISÃO
DE COMPLEMENTAR
FIXAÇÃO Art.º 70.º n.º 2 e Art.º 79.º n.º 2
Art.º 79.º n.º 2
DA COIMA
FOTOCÓPIA DA
CARTA
DECISÃO
REGISTADA
REQUISITOS • PAGAMENTO
LEGAIS – Art.º • RECURSO JUDICIAL
79.º n.º 1 • COBRANÇA COERCIVA
Sumário:
As notificações das decisões cominatórias de coimas não se inserem no âmbito do
estatuído no n.º 1 do art.º 38.º do CPPT, razão por que não carecem de ser realizadas
por via postal sob AR, no entanto, constitui jurisprudência deste Supremo Tribunal que
a presunção do n.º 2 do art.º 39.º do CPPT não se aplica caso a notificação tenha sido
devolvida, quer na situação de carta registada quer na situação de carta registada com
aviso de recepção.
É que não contendo o artigo 39.º do CPPT uma resposta directa à questão dos efeitos
decorrentes da devolução da carta registada simples, numa interpretação da norma
em conformidade com a garantia constitucional da notificação (cfr. art.º 268.º, n.º 3,
da CRP), defende-se, que se deve aplicar o regime que está previsto para a forma de
notificação com aviso de recepção, de que resulta a imposição de uma segunda carta
registada, nos termos do estatuído no art.º 39.º, n.ºs 5 e 6, do CPPT.
Jesuino Alcântara Martins 100
50
03-03-2019
Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Não pagamento
Pagamento NOTIFICAÇÃO da Coima
DA
da coima
DECISÃO Cobrança Coerciva
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03-03-2019
II. Ao prazo de vinte dias após a notificação da decisão administrativa de aplicação da coima, de que o arguido
dispõe para interpor recurso (art.º 80.º, n.º, 1 do RGIT) - cuja contagem se faz nos termos do artigo 60.º do
RGCO (ex vi da alínea b) do art.º 3.º do RGIT) -, porque não respeita a acto a praticar num processo judicial,
antes constituindo um prazo de caducidade de natureza substantiva, não lhe é aplicável o regime dos prazos
processuais, designadamente a possibilidade prevista no art.º 145.º, n.º 5, do CPC, de praticar o acto num dos
três dias úteis seguintes ao termo do prazo.
III. A dilação que o art.º 252.º-A, n.º 1, alínea a), do CPC, estipula para os casos em que a citação por via postal
é efectuada em terceira pessoa, não é aplicável nas situações de notificação do mandatário judicial.
II. Porque esse prazo não respeita a acto a praticar num processo judicial, antes constituindo um
prazo de caducidade de natureza substantiva, não lhe é aplicável o regime dos prazos
processuais.
III. No entanto, terminando esse prazo em férias judiciais, transfere-se para o primeiro dia útil
seguinte, por força do preceituado no art.º 279.º, alínea e), do CC.
IV. O facto de o requerimento de interposição de recurso judicial da decisão de aplicação da coima
em processo de contra-ordenação tributária dever ser apresentado no serviço de finanças, não
obsta a que se considere acto a praticar em juízo, pois, para esse efeito, o serviço de finanças
funciona como receptáculo o requerimento, que é dirigido ao tribunal tributário.
Jesuino Alcântara Martins 104
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03-03-2019
Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Pagamento BENEFÍCIOS:
Requisitos:
Voluntário
REDUÇÃO A 75% DA
em Pagamento no
COIMA FIXADA
Processo prazo legal
PRAZO Limite mínimo a pagar
de Contra 15 dias
ATÉ À = Limite legal da coima
Ordenação cominada no tipo legal
DECISÃO Regularização
II. Uma vez extinto esse procedimento por contra-ordenação, o arguido, por
falta de interesse em agir, não detém legitimidade para interpor recurso da
decisão administrativa que aplicou a coima.
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03-03-2019
Pagamento em Prestações
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Pagamento da Coima
Art.º 65.º
• Quando o arguido não pagar a coima no
COBRANÇA
prazo de pagamento voluntário – 20 dias
COERCIVA DA
• Quando não apresentar recurso contra a
COIMA
decisão de fixação da coima
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03-03-2019
I. Como estabelece a alínea b) do n.° 1 do artigo 162.° do CPPT, podem servir de base
à execução fiscal, entre outros títulos executivos, as certidões de decisões
exequíveis proferidas em processo de aplicação de coimas.
II. As decisões exequíveis a que tal normativo se reporta são as proferidas por
tribunais tributários ou pelas autoridades administrativas que se tornem
definitivas, quer por trânsito em julgado, quer por não interposição de recurso
judicial.
III. Com a extracção das certidões de dívida nos processos de contra-ordenação, por
não apresentação de recurso judicial no prazo previsto no n.° 1 do artigo 80.° do
RGIT, a dívida tornou-se exigível, sendo legal a correspondente execução fiscal.
Responsáveis Subsidiários
Art.º 8.º
Pelas multas ou coimas aplicadas a infracções Pelas multas ou coimas devidas por factos
praticadas no período do exercício do seu cargo anteriores quando a decisão definitiva que
ou por factos anteriores quando tiver sido por as aplicar for notificada durante o período
culpa sua que o património da sociedade ou do exercício do seu cargo e lhes seja
pessoa colectiva se tornou insuficiente para o imputável a falta de pagamento
seu pagamento
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03-03-2019
As pessoas referidas no n.º 1, bem como os técnicos oficiais de salvo se tiverem tomado
entre si, pelas coimas devidas pela falta ou atraso de quaisquer para os fazer observar a lei.
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03-03-2019
III. Decisão
5. Pelo exposto, decide-se:
a) Julgar não inconstitucional a norma do artigo 8.º, n.º 1, do RGIT, quando interpretado no sentido de que
consagra uma responsabilidade pelas coimas, que se efectiva pelo mecanismo da reversão da execução
fiscal, contra gerentes ou administradores da sociedade devedora,
b) Consequentemente, conceder provimento ao recurso e determinar a reforma da decisão recorrida, em
conformidade com este juízo de não inconstitucionalidade.
Sem custas. Lisboa, 31 de Outubro de 2011.
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03-03-2019
II. Mas sendo constitucionalmente admissível essa responsabilidade dos gerentes por
se estar, segundo o acórdão do Tribunal Constitucional, perante responsabilidade
civil extracontratual, então o processo de execução fiscal não é o meio processual
adequado para a efectivação de tal responsabilidade, por não estar legalmente
prevista a sua utilização para cobrança de indemnizações de natureza cível.
I. O artigo 8.º do RGIT, interpretado no sentido de que ali se prevê a responsabilidade subsidiária
por coimas, efectivada através do regime da reversão da execução fiscal contra as pessoas ali
mencionadas, é materialmente constitucional, não violando os princípios constitucionais da
intransmissibilidade das penas, da presunção de inocência e da violação dos direitos de
audiência e defesa, consagrados, respectivamente, no n.º 3 do artigo 30.º e nos n.ºs 2 e 10 do
artigo 32.º, ambos da CRP.
II. Tendo decidido de forma diversa o STA, em sede de recurso de decisão de 1ª instância, deve ser
reformado o acórdão por este proferido, em obediência ao juízo de constitucionalidade
formulado pelo Tribunal Constitucional em sede de recurso do acórdão daquele Supremo
Tribunal.
III. Deste modo, tendo a sentença recorrida julgado inconstitucional aquela norma, impõe-se a
procedência do recurso, com a revogação da sentença e a baixa dos autos para conhecimento da
questão suscitada pelo oponente.
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03-03-2019
I. O meio processual adequado para sindicar a decisão administrativa de aplicação de coimas é o recurso dessa
decisão (artigo 80.º do RGIT e alínea c) do artigo 101.º da Lei Geral Tributária).
II. Não sendo o responsável subsidiário a entidade condenada no pagamento das coimas não tem legitimidade
para interpor recurso das mesmas (artigo 59.º n.º 2 do Regime Geral das Contra-Ordenações), nem a lei
lhes assegura nesse processo, como aos responsáveis civis pelo pagamento de multas, legitimidade para
intervir e utilizar os direitos de defesa dos arguidos compatíveis com a defesa dos respectivos interesses (cfr.
o artigo 49.º do RGIT, a contrario).
III. Não se lhes podendo negar terem interesse na impugnação da decisão e que o pagamento que lhe é exigida,
após reversão do processo de execução fiscal, constitui um acto potencialmente lesivo, terá de admitir-se,
sob pena de violação do princípio da tutela jurisdicional efectiva (artigo 268.º n.º 4 da Constituição da
República; artigo 95.º n.º 1 da Lei Geral Tributária), poderem na oposição à execução fiscal deduzida verem
apreciada a legalidade da decisão sancionatória, mas não assim na impugnação judicial, que tem em regra
por objecto actos de liquidação (cfr. o n.º 1 do artigo 97.º do CPPT) e prazo de interposição muito mais
alargado (cfr. o n.º 1 do artigo 102.º do CPPT) do que o legalmente previsto para o recurso da decisão de
aplicação da coima (cfr. o n.º 1 do artigo 80.º do RGIT).
Nulidades
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
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I. A imposição legal de indicação dos elementos que contribuíram para a fixação da coima sob pena de nulidade da decisão,
contida na 2ª parte da alínea c) do artigo 79.º do RGIT, visa dotar o arguido das informações indispensáveis à preparação da
sua defesa, habilitando-o a adversar a existência e valoração dos elementos concretamente considerados com vista à
contestação e diminuição do montante da coima que lhe foi aplicada.
II. Deste modo, se a coima é fixada no limite mínimo abstractamente aplicável ou num valor muito próximo dele, de tal modo
que não assuma relevo jurídico autónomo, a falta de indicação dos elementos considerados na fixação não é sancionada
com nulidade, constituindo mera irregularidade nos termos dos artigos 118.º n.º 1 e 123.º do Código de Processo Penal,
porquanto essa omissão não é susceptível de causar prejuízo ao arguido, pois que ele não pode ver diminuído o montante da
coima aplicada.
III. Quando a decisão que aplica uma coima única pela prática de duas infracções é omissa no que toca ao montante fixado para
cada uma das infracções em concurso e no que toca às circunstâncias que, nos termos preconizados pela alínea c) do nº 1 do
artigo 79º do RGIT, terão influído na sua determinação, bem como no que toca aos elementos que contribuíram para a fixação
da coima única aplicada, inviabilizando qualquer juízo sobre a adequação dos montantes concretamente fixados e impedindo o
conhecimento do limite mínimo abstractamente aplicável à coima única, não pode afirmar-se a existência de uma mera
irregularidade.
I. A nova redacção dada ao art.º 114.º, n.º 5, alínea a), do RGIT, pela 64-A/2008, de 31 de Dezembro, ao fazer
equivaler à falta de entrega da prestação tributária a falta de entrega total ou parcial do imposto devido que
tenha sido liquidado ou que devesse ter sido liquidado em factura ou documento equivalente, teve como
objectivo alargar a previsão legal de molde a abarcar todas as condutas omissivas da obrigação tributária,
independentemente do recebimento do imposto por parte do adquirente dos bens ou serviços.
II. O art.º 79.º, n.º 1, do RGIT exige que a decisão de aplicação da coima há-de conter ou observar
determinados requisitos, entre os quais, a descrição sumária dos factos e a indicação das normas violadas e
punitivas, com vista a assegurar aos arguidos a possibilidade do exercício efectivo dos seus direitos de
defesa, o que só poderá ser alcançado se o mesmo tiver conhecimento efectivo dos factos que lhe são
imputados e das normas legais que em que se enquadram.
III. A decisão administrativa de aplicação da coima que se limita a indicar como normas violadas as constantes
dos art.ºs 114.º, n.º 2, do RGIT, e 26.º, nº4, do CIVA, omitindo qualquer referência ao art. 114.º, n.º 5, alínea
a), do RGIT, não dá cumprimento às exigências do art.º 79.º, nº 1, alínea b), do RGIT, pondo em causa os
direitos de defesa do arguido, pelo que enferma de nulidade insuprível, nos termos do disposto no art. 63.º,
n.º 1, alínea d), do RGIT.
Jesuino Alcântara Martins 120
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Processo de Contra-ordenação
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO
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Recurso Judicial
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Art.º 80.º
Dirigido ao Juiz do Tribunal
Recurso Judicial
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Art.º 80.º
JUIZ Tribunal
RECURSO JUDICIAL
DECISÃO JUDICIALSENTENÇA
Ministério Público
Tribunal Central
Introduz os autos em
RECURSO DA Administrativo ou
Juízo
DECISÃO para o STA (quando
ACUSAÇÃO matéria de direito)
Art.º 83.º
Jesuino Alcântara Martins 124
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03-03-2019
I. O art.º 84.º do RGIT ao não estatuir de forma automática que o recurso de decisão de aplicação de coima
não tem efeito suspensivo, antes se limitando a condicionar o efeito suspensivo do recurso à prestação de
garantia ou demonstração da impossibilidade de o fazer devido à insuficiência total ou parcial de meios
económicos, não é em abstracto inconstitucional.
II. Eventualmente só num caso concreto em que se discuta a dificuldade ou onerosidade da prestação de
garantia, por exemplo, pela dificuldade de satisfazer o ónus de prova da insuficiência de meios económicos,
poderá o tribunal ser confrontado com a necessidade de formular um tal juízo, que se reconduzirá à
avaliação da adequação de tal ónus, à luz das exigências do princípio da proporcionalidade, tendo em conta
o interesse público que presidiu à adopção de tal solução.
III. Uma interpretação conforme à Constituição do art.º 84.º do RGIT, mediada pelo direito à tutela judicial
efectiva, leva-nos a concluir que, em caso de rejeição liminar do recurso de decisão de aplicação de coima
tributária, a Administração Tributária só pode prosseguir a execução, na pendência de recurso da mesma,
depois de notificar o recorrente para prestar garantia ou demonstrar que a não pode prestar por
insuficiência de meios económicos, nos termos gerais, sob pena de em caso de eventual provimento do
recurso o mesmo se tornar inútil, com violação do direito à tutela judicial efectiva (cfr. os art.ºs 20.º e 268.º,
n.º 4, da CRP).
Jesuino Alcântara Martins 125
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03-03-2019
I. Não obstante o disposto no art.º 83º, nº 1 do RGIT segundo o qual o arguido e o Ministério Público podem
recorrer da decisão do tribunal tributário de 1ª instância, excepto se o valor da coima aplicada não
ultrapassar um quarto da alçada fixada para os tribunais judiciais de 1ª instância e não for aplicada sanção
acessória, este Supremo Tribunal vem entendendo, de forma pacífica e reiterada, que é aplicável
subsidiariamente às contra-ordenações de natureza tributária o disposto no art.º 73.º, nº 2 do RGCO (art.º 3º,
alínea b) do RGIT).
II. Deste modo, ainda que o valor da coima aplicada não ultrapasse um quarto da alçada fixada para os tribunais
judiciais de 1ª instância, será admissível recurso da decisão do tribunal tributário quando tal se afigure
manifestamente necessário à melhoria da aplicação do direito ou à promoção da uniformidade da
jurisprudência.
III. Este recurso só será, por isso, admissível quando na decisão recorrida o erro avultar de forma categórica e,
pela dignidade da questão, pelos importantes reflexos materiais que a solução desta comporte para os por ela
visados e generalidade que importe na aplicação do direito, seja inexoravelmente preciso corrigir aquele, e
não quando e apenas, outra solução jurídica, fosse possível seguir.
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II. Não se referindo a sentença que serve de título executivo a juros, com base nela não podiam ser arbitrados os juros
indemnizatórios peticionados.
III. O art.º 43.º da LGT embora admita interpretação extensiva não opera no caso dos autos em que está em causa um recurso de
contra-ordenação onde se obteve a sentença que agora se pretende executar visando-se não a impugnação de qualquer acto
tributário de liquidação, mas sim a anulação de um despacho que fixou uma coima à ora recorrente. A interpretação extensiva
do preceito admitida, supra referida, e ainda que o mesmo artigo se pudesse aplicar ao caso dos autos, não podia ir tão longe
que pudéssemos considerar estar nele prevista a anulação do dito despacho administrativo, por não ter na lei um mínimo de
correspondência verbal (art.º 9.º n.º 2 do CC).
V. O art.º 100.º da LGT ao estabelecer a obrigatoriedade de pagamento de juros indemnizatórios, também para os recursos, não se
aplica ao caso dos autos em que está em causa um recurso de contra-ordenação no qual foi decidido anular o despacho que
fixou uma coima, desde logo porque o RGIT não remete para a LGT sendo certo que os recursos ali referidos são as reclamações
do órgão de execução fiscal, originariamente previstos no art.º 355º do CPT.
VI. No caso a recorrente só poderá obter indemnização por juros indemnizatórios se procurar fazer valer os seus eventuais direitos
por responsabilidade civil extracontratual no foro próprio.
Art.º 62.º
Jesuino Alcântara Martins 130
65
03-03-2019
INSTAURAÇÃO: INQUÉRITO
66
03-03-2019
Auto de Notícia
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Instauração do Inquérito
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
Art.º 41.º
INSTAURAÇÃO
COMPETÊNCIA
DO
ORGÂNICA
INQUÉRITO
E TERRITORIAL
67
03-03-2019
Objecto do Inquérito
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
INQUÉRITO
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03-03-2019
CRIMES
Exercício da Acção Penal FISCAIS
DCIAP
MINISTÉRIO PÚBLICO LISBOA
DIAP
Procurador da República
Delega nos Órgãos da Administração Fiscal
Restantes Comarcas
órgãos de
Polícia Judiciária
Polícia
Criminal Exemplo: Loures, Oeiras, Mafra, etc.
Jesuino Alcântara Martins 137
Competências - Inquérito
Regime Geral das Infracções Tributárias - RGIT
CRIME FISCAL
Os órgãos da
Competência para o
Administração Fiscal
INQUÉRITO
A notícia do crime é sempre
transmitida ao órgão da administração tributária com
competência delegada para o inquérito
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03-03-2019
• Director de Finanças
Investigação criminal CONCLUSÃO
• Director da UGC
Prazo de 8 meses
• Director da DSIFAE
Excepto se for apresentado processo fiscal gracioso ou contencioso
ENCERRAMENTO
Art.º 41.º Art.º 42.º
Parecer Fundamentado/Proposta
I. Decorre do art.º 47.º, n.º 1, do RGIT, que a suspensão do processo penal tributário
não é automática e só pode ser decretada se no processo fiscal estiver em
discussão situação tributária de cuja definição dependa a qualificação criminal
dos factos imputados no processo criminal.
III. Daí que deva subsistir o despacho que não decretou a suspensão dos autos até ao
trânsito em julgado da sentença que viesse a ser proferida no processo nº
1886/09.9BEPRT do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel.
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03-03-2019
DIRECÇÃO DE FINANÇAS
Actos de Investigação
ENCERRAMENTO - PARECER
Envia ao MP
MINISTÉRIO PÚBLICO
NOVOS ACTOS DE
ACUSA ARQUIVA
INQUÉRITO
Jesuino Alcântara Martins 142
71
03-03-2019
MINISTÉRIO PÚBLICO
ACUSA ARQUIVA
JULGAMENTO ARQUIVAMENTO
Jesuino Alcântara Martins 143
72
03-03-2019
73
03-03-2019
Quando a coima tiver sido aplicada pelo tribunal, a revisão cabe à instância judicial
imediatamente superior, excepto se a decisão tiver sido tomada pelo Supremo
Tribunal Administrativo – n.º 2 do art.º 85.º do RGIT. Art.º 85.º e 86.º
A revisão tem por base a descoberta de novos factos ou meios de prova, quando
os novos factos ou meios de prova, só por si ou combinados com os que foram
apreciados no processo, suscitem graves dúvidas sobre a justiça da condenação.
II. Não ocorre inconciabilidade entre os factos provados na sentença revidenda que
condenou a arguida em coima e os factos dados como provados nas sentenças
invocadas no recurso de revisão, se naquela a arguida se limita a pedir a isenção da
coima, admitindo a prática da contra-ordenação, e nestas não se provam os
elementos constitutivos da infracção.
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03-03-2019
I. No âmbito de uma infracção tributária e em matéria de legitimidade para requerer a revisão da sentença
proferida na respectiva impugnação judicial da decisão administrativa de aplicação de coima, há que recorrer
subsidiariamente (por força do disposto na al. b) do art. 3.° do RGIT) ao disposto nos arts. 80.º e 81.º do RCCO (DL
n.º 433/82, de 27/10), visto que o RGIT apenas regula, nos seus arts. 85.º e 86.º, a competência para a proceder
a tal revisão e a competência para o recurso de decisão proferida em processo judicial de revisão da coima
aplicada pelo TT de 1ª instância ou pelo TCA.
II. O regime especial constante dos arts. 80º e 81º do RGCO é integrado pelo recurso ao também disposto nos arts.
449.º e ss. do CPP, sempre que o contrário não resulte do próprio RGCO.
III. Não tendo a Fazenda Pública legitimidade para recorrer da sentença proferida em recurso de contra-
ordenação, também não a tem para requerer a revisão da sentença absolutória aí proferida, sendo que a
revisão também só será admissível contra o arguido quando vise a condenação deste pela prática de um crime
(n.º 3 do art.º 80.º do RGCO) e a Fazenda Pública não tem legitimidade para o exercício da acção penal.
I. Os recursos de revisão de decisões definitivas ou transitadas em julgado em matéria contra-ordenacional são interpostos nos
termos do Código de Processo Penal, no que não estiver especialmente regulado no R.G .I .T. ou no R.G.C.O. (art . 80.°, n.° l, deste
último diploma) .
II. Compete à secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo, nos termos das disposições conjugadas dos arts.
3º, al. b) do Regime Geral das Infracções Tributárias, 80º, nº 1 do Regime Geral das Contra-Ordenações, 449 e segs. do CPP e 26º,
al. h) do ETAF, a autorização ou denegação do pedido de revisão da coima aplicada por Tribunal Administrativo e Fiscal.
III. O legislador condicionou a revisão à verificação de certos fundamentos, que taxativamente indica (artº 449º do CPP) sendo um
deles a inconciliabilidade entre os factos que fundamentaram a condenação e os dados como provados noutra sentença por forma
a suscitar graves dúvidas sobre a justiça da condenação.
IV. Não ocorre inconciabilidade entre os factos provados em sentença que condenou a arguida em coima por infracção prevista e
punida nas disposições conjugadas dos arts. 40º, nº 1, al. a) e 26º nº 1 do CIVA, 32º, nº 2 do Regime Geral das Infracções
Tributárias, e 18º, nº 3 do Regime Geral das Contra-Ordenações e os factos dados como provados nas decisões invocadas no
recurso de revisão, se nestas consta, não se ter provado que a arguida recebeu o valor do imposto exigível em momento anterior à
entrega à Administração Fiscal da declaração periódica de IVA e se essa questão nem sequer foi suscitada na decisão revidenda,
porquanto a recorrente nunca questionou a prática da infracção que estivera na origem da condenação, invocando apenas que se
verificavam os pressupostos previstos no artº 32º do Regime Geral das Infracções Tributárias para a dispensa do pagamento da
coima.
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DO PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO
INSTAURAÇÃO
SERVIÇO DE FINANÇAS
DO
PROCESSO
NOTIFICAÇÃO
APRESENTAÇÃO DE
DO
DEFESA
CONTRIBUINTE
FIXAÇÃO
DA D
COIMA F
NOTIFICAÇÃO
DO
CONTRIBUINTE
REVOGAÇÃO
PAGAMENTO DA COIMA
NÃO RECURSO DA
DECISÃO
PAGA A COIMA
E
T
N R
I
V B
A coima é cobrada através de processo I U
de execução fiscal O
N
A
L
PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO
FASE ADMINISTRATIVA
Auto de Notícia
Participação
Denúncia
Declaração
Art.º 56º
Suspensão para
Instauração no Serviço de liquidação do
Finanças Tributo
Artº 67º Art.º 55º
Decisão de
Defesa Há lugar a aplicação aplicação CF
do Infractor de Coima de Coima
Art.º 71º aplic
DF
Art.º 79º
ação
Não de
aplic
Não há lugar a Pagamento Coim
ação
da Coima Notificação Sançõesde a
Aplicação de Coima
Acessórias
Coim
da Decisão
Cobrança Art.º 28º a
Artº 79º n.º 2
Coerciva RECURSO
ARQUIVO
Pagamento
do processo Art.º 65º Art.º 80º
Art.º 77º da Coima
152
76
03-03-2019
PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO
RECURSO JUDICIAL
ART.º 80º
Remessa do processo ao
Revogação
Tribunal Tributário de
Da Decisão
Entidade que aplicou a coima 1ª Instância
ART.º 80º n.º 3
Art.º 81º
MUITO OBRIGADO
jesuinoamartins@gmail.com
154
77