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Estética Medieval
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1. OBJETIVOS
• Analisar a compreensão da arte e do Belo nos períodos
referidos da Idade Média.
• Avaliar os fatores responsáveis pela transição ocorrida na
Estética da Antiguidade à Idade Média.
• Compreender tal transição em termos de gênese do pen-
samento histórico-filosófico da arte.
2. CONTEÚDOS
• Proporção numérica e a luz.
• Simbolismo.
• Santo Agostinho.
• Boécio.
• Santo Tomás de Aquino.
• São Boaventura.
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Santo Agostinho (354-430)
De início ele recusava a ler a Bíblia, por considerá-la vulgar. Teve um caso de
amor, envolto em paixões mundanas, e nasceu um filho, falecido ainda adoles-
cente. Com vinte anos, perdeu o pai e ficou sendo o responsável pelo sustento
de duas famílias. Foi professor de retórica em Cartago, mas depois mudou-se
para Roma. Sua mãe foi contra a mudança e Agostinho teve de enganá-la na
hora da viagem. De Roma foi para Milão, lecionar retórica. Muito influenciado
pelos estóicos, por Platão e o neoplatonismo, também estava entre os adeptos
do ceticismo. Abandonou o maniqueísmo, que critica. Converteu-se então à fé
cristã, depois de conhecer a palavra do apóstolo Paulo, e batizou-se aos trinta
e dois anos de idade. Desistiu do cargo de professor e voltou a Tagaste, onde
fundou uma comunidade monástica, disposto a fundamentar racionalmente a fé,
como foi comum na Idade Média. Mostrou que, sem a fé, a razão não é capaz
de levar à felicidade. A razão, para Agostinho serve de auxiliar à fé, esclarecen-
do e tornando inteligível aquilo que intuímos. Ele tinha tomado contato com o
pensamento neoplatônico onde a natureza humana contém parte da essência
divina. Demonstrou que há limites para a racionalidade. Receberemos um saber
que está além do natural. Com o cristianismo, uma luz inundou seu coração,
sua alma encontrou a paz. Virou vigário aos trinta e seis anos, praticando a vida
ascética.
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na Unidade 2, você pôde estudar a estética na antiguida-
de. Nesta unidade, conheceremos um pouco mais sobre a estéti-
ca medieval, o simbolismo; estudaremos, ainda, um dos maiores
pensadores da época medieval: Santo Agostinho.
6. SIMBOLISMO
Simbolismo é, sem dúvida, a primeira e mais profunda visão
dominante na época medieval. Ela se origina justamente daquele
intuito que diferencia época medieval da antiguidade, a saber, a
exegese. O mundo criado por Deus é concebido como livro sagra-
do, imagem e espelho de uma realidade transcendente, signo para
o além.
Esse Universo sensível – escreve Hugo de San Victore – é como um
livro escrito pela mão divina, ou seja, criado pelo poder divino e as
criaturas individuais são figuras, não inventadas pela imaginação
humana, mas criadas pela vontade divina, para que elas descobris-
sem a invisível sabedoria de Deus. E como diante um livro aber-
to o insipiente nota figuras, mas não reconhece as letras, assim o
homem tolo que não compreende os signos divinos, vê as formas
externas das criaturas visíveis, mas não reconhece seu sentido in-
terno (HUGO, Dídascalion, VII 4, PL 176, 814).
7. SANTO AGOSTINHO
O ponto de partida de Agostinho é a transformação do prin-
cípio neoplatônico de emanação em que se mostram índices de
uma obrigação externa do princípio criador, em criacionismo. Por
meio desta mudança, cabe frisar, atribuem-se traços expressamen-
te estéticos à personagem de Deus. Deus torna-se um criador que
de livre e espontânea vontade cria o mundo do nada (ex-nihilo).
Cabe ressaltar que essa visão da criação é fortemente carregada
com descrições artísticas, enquanto Deus é concebido como ar-
tista livre e indeterminado por outras razões e causas. Mas essa
arte absoluta é apenas obra de Deus. O homem não tem esse po-
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8. BOÉCIO
A mais importante reflexão da concepção estética de Boécio
é a respeito da música. Ao tratar da música, ele a divide em três
tipos:
• Música mundial: consiste na harmonia que encontramos
no céu, é o som produzido pelo movimento dos corpos
celestes.
• Música humana: consiste na harmonia entre o espírito
incorporal e a vida do corpo.
• Música instrumental: consiste no som produzido pelos
instrumentos musicais.
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10. BOAVENTURA
As ideias estéticas de Boaventura tornam-se compreensíveis
à luz da metafísica da luz. Boaventura concebe a luz como a forma
substancial dos corpos:
A luz é a natureza comum que se encontra em todo corpo, celeste
ou terrestre [...] A luz é a forma substancial dos corpos, que, quanto
mais participam dela, mais possuem realmente e dignamente o ser
(BOAVENTURA, Sentencia libri de anima II 12, 2, 1, 4).
Gabarito
Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões au-
toavaliativas propostas:
1) d.
2) a.
3) c.
12. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, foram apresentadas as principais problemá-
ticas envolvidas sobre a questão do Belo no período medieval. Daí,
que você teve a oportunidade de se familiarizar com as propostas
dos principais filósofos da época.
Nesse sentido, pôde analisar a compreensão da arte e do
Belo nos períodos referidos da Idade Média, além de avaliar os
fatores responsáveis pela transição ocorrida na estética da Anti-
guidade à Idade Média e, assim, compreender tal transição em
termos de gênese do pensamento histórico-filosófico da arte. Para
que esses objetivos fossem alcançados, você tomou contato com
as teorias de Santo Agostinho, Boécio, Santo Tomás de Aquino e
São Boaventura.
Na próxima unidade, você irá estudar o período renascentis-
ta. Até lá!