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Finanças Corporativas– Pág.

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Capitulo II – Gestão de Liquidezecessidades das empresas

1. Principais Necessidades de Recursos das Empresas.

As principais necessidades de recursos das empresas podem ser agrupadas em


dois grandes grupos, ou seja, giro e investimento.

1.1 Necessidades de Capital de Giro

Nesse grupo, vamos classificar os recursos tomados pelas empresas para atendi-
mento de suas necessidades de giro. Basicamente, a tomada de recursos por uma
empresa para atender a suas necessidades de giro, decorre de seu nível de capitalização,
de seu ciclo financeiro, de seu volume de vendas e de sua capacidade de geração
operacional de caixa.

A) Ciclo Operacional do Cliente.

Na condição de analista de crédito ou de gerente de negócio, é necessário


conhecermos as atividades de nossos clientes para melhor entendermos as necessida-
des de recursos e nos protegermos frente aos riscos decorrentes das operações de
crédito com esses clientes. Na grande maioria, os bancos operam com clientes
atuantes em diversos segmentos da atividade económica, como indústria, comércio,
serviços e agricultura.

No caso de uma empresa industrial, em um modo geral, sua atividade consiste na


compra de matéria-prima e sua transformação. Supondo uma hipotética fábrica de bebidas
que tenha as seguintes características operacionais. Compra de matéria-prima que fica
estocada em média 15 dias. No processo de transformação da matéria-prima em produtos
acabados, a empresa leva em média cinco dias. O produto acabado gira, em média, em 20
dias. A empresa paga ao fornecedor de matéria-prima, em média, em 30 dias. As bebidas
são vendidas ao distribuidor com prazo de 40 dias para pagar.
Compra Paga Vende Recebe

MP=15 FB=5 PA=20 Prazo médio de recebimento das vendas =


Prazo médio de rotação dos estoques = 40 40 dias
dias
Prazo médio de pagamento das Ciclo financeiro = 50 dias
compras = 30 dias
T0 T1 T2 T3

CICLO OPERACIONAL
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Sendo: MP = estoque de matéria-prima


FB = estoque de produtos em fabricação
PA = estoque de produtos acabados

Note que há uma defasagem de 50 dias entre T1 e T3, ou seja, a saída e a entrada
de caixa, respectivamente. Essa conjugação de prazo e o volume de vendas determinam o
volume de recursos que a empresa aplica em suas atividades operacionais.

No caso do comércio atacadista, a atividade resume-se à compra, estocagem e


venda. Vamos supor uma distribuidora de bebidas que compre do fabricante, estoque
durante 20 dias e venda com prazo de 25 dias à adega.

Compra Vende Paga Recebe

Prazo médio de rotação dos estoques = Pzo médio de recebimento das vendas = 25
20 dias dias
Pzo médio de pagamento das compras = 40 dias Ciclo financ. = 5 dias
T0 T1 T2 T3

CICLO OPERACIONAL

Note que o atacadista paga ao fornecedor em T 2 e recebe em T 3 , com um


ciclo de apenas cinco dias. Supondo que o volume de vendas do atacadista fosse igual ao
do fabricante, sua necessidade de capital dê giro seria menor.

Para o comércio varejista, o processo é semelhante, ou seja, resume-se


à atividade de compra, estocagem e vendas. Suponhamos uma adega que
compre as bebidas do distribuidor e as venda a vista aos consumidores finais. Seu
prazo médio de rotação dos estoques é de 20 dias.

Vende
Compra Recebe Paga

Prazo médio de rotação dos estoques = 20 dias Ciclo financ. = 5 dias


Pzo médio de pagamento das compras = 25 dias
T0 T1 T2

CICLO OPERACIONAL
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Note que a adega compra a prazo e vende a vista. Como o PMRE é inferior ao
PMPC, a adega recebe cinco dias antes de pagar. Desse modo, quanto mais ela vende,
mais recursos dispõe.

Podemos visualizar as atividades da indústria, do atacadista e do distribuidor,


conforme segue:

INDUSTRIA ATACADISTA VAREJISTA


(Fabricante) (Distribuidor) (Adega)
- Compra materia prima - Compra as bebidas do - Compra a bebida do
- Estoca materia-prima Fabricante distribuidor
- Produz bebida - Estoca - Estoca
- Estoca a bebida - Vende aos varejistas - Vende ao consumidor
- Paga Fornecedor (Adega) - Paga ao distribuidor
- Vende ao distribuidor - Paga ao fabricante
- Recebe do distribuidor - Recebe da adega

Daí, em cada uma das atividades, o ciclo operacional inicia-se com a compra da
matéria-prima ou do produto e conclui-se com o recebimento das vendas. Todavia, o ciclo
financeiro inicia-se com o pagamento ao fornecedor e finda com o recebimento das
vendas.

Quando se trata de empresa de prestação de serviços, não há a compra de matéria-


prima, nem estocagem, nem transformação.

B) Necessidades normais de Capital de Giro.

As necessidades normais de giro de uma empresa são decorrência de seu ciclo


financeiro e de seu nível de atividade. Quando o capital permanente líquido (GPL) não é
suficiente para financiar as necessidades líquidas de capital de giro (IOG), a empresa
recorre a empréstimos de curto prazo ou desconta duplicatas ou notas promissórias. Os
chamados limites rotativos também são adequados para satisfazer tais necessidades, as
quais devem ter um caráter ocasional. Normalmente, esses empréstimos de curto prazo
devem ser pagos com caixa obtido a partir da realização de ativos circulantes.

C) Necessidades Sazonais de Capital de Giro.

As atividades de muitas empresas apresentam características sazonais que afetam


suas necessidades de capital de giro, quanto às épocas, aos volumes e as finalidades
desses recursos. Um esmagador de soja utilizará recursos para compra da colheita junto
ao produtor rural. Outras atividades rurais como café, fruticultura (maçã, pêra e figo, por
exemplo) estão sujeitas às épocas de suas colheitas. Os empréstimos para atender às
necessidades sazonais devem ser pagos com caixa obtido pela realização natural dos
ativos circulantes. É importante destacar que a parcela sazonal das necessidades de
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capital de giro de uma empresa, cuja atividade não seja sazonal, não se enquadra na
categoria de necessidades sazonais, para o propósito de estruturação.

D) Necessidades especiais de Capital de Giro.

Há situações em que determinadas empresas recebem certas encomendas para


produção de bens, cujos volumes excedem aos seus níveis habituais de producão,
demandando uma necessidade especial de recursos para financiar o incremento no IOG.
Nesse caso, a estruturação do empréstimo requer a compreensão da forma de operação
da empresa e do impacto da demanda especial na necessidade de capital de giro da
empresa. Também nessa situação, o empréstimo deve ser pago com caixa decorrente
da realização natural dos ativos circulantes.

E) Deficiência Permanente de Capital de Giro.

A deficiência permanente de capital de giro é caracterizada pela existência de um


hiato permanente entre o capital permanente líquido da empresa (GPL) e seu
investimento operacional em giro (IOG). Como nos demais casos, após minuciosa análise
financeira da empresa, um empréstimo para financiar esse tipo de necessidade deve ser
por prazo longo o suficiente para compatibilizá-lo com a capacidade de pagamento da
empresa. Portanto, o empréstimo deverá ser parcelado e será pago com caixa gerado
pelo lucro da atividade operacional da empresa ao longo do período de financiamento.

1.2 Necessidades de Financiamento a Longo Prazo

A forma como uma empresa deve financiar seus investimentos é uma das decisões
financeiras mais importantes e deve merecer por parte da empresa e dos credores uma
adequada compreensão das consequências decorrentes das políticas adotadas. Isto
requer uma perfeita avaliação das fontes de recursos a serem utilizadas, envolvendo
fatores como custo dos recursos, prazos e riscos financeiros. Daí, os financiamentos de
longo prazo destinam-se a suprir a empresas com recursos para aquisição de bens do
ativo permanente. Nesse contexto, enquadram-se os pro-jetos de diversas modalidades
como:

 Implementação de fábricas.
 Ampliação da capacidade instalada.
 Modernização do parque fabril, das estruturas administrativas e de apoio.
 Relocalização de unidades de produção, comercialização ou administração.
 Diversificação a partir de novos produtos, ou mesmo de investimentos em
outras empresas.

A implantação de uma indústria requer um completo estudo do macroambien-te


quanto às oportunidades e ameaças oferecidas. Uma adequada compreensão das
oportunidades e da viabilidade dos negócios leva a empresa a decidir pela implantação
de uma estrutura capaz de operacionalizar suas estratégias. Do ponto de vista
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financeiro, os fatores risco e retorno são fundamentais para orientação da decisão de


investimento.

Gestão da Liquidez

2. Introdução
O entendimento do processo decisório dentro do campo econômico-financeiro passa
pela estratégia de captçao de recursos. Estes podem ser de terceiros ou próprios. A dívida
decorrente da captação de capital de terceiros pode ser de curto (passivo circulante) e de
longo prazos (exigível de longo prazo). Já a dívida com os acionistas (patrimônio líquido)
é sempre de longo prazo, já que todo negócio é concebido com essa visão, de
perpetuidade.

Em contrapartida, esses recursos podem também ser investidos no curto prazo (ativo
circulante) e no longo prazo (realizável de longo prazo e ativo permanente). Para a
avaliação do desempenho corporativo, dois vetores de análise precisam ser monitorados
constantemente: o risco de liquidez, que está relacionado com o curto prazo, e o retorno do
capital investido, atrelado fundamentalmente ao longo prazo. Este capítulo foca
especificamente o primeiro vetor, que é o risco de liquidez.

2.1 O Capital Circulante Líquido e a Margem de Segurança de Liquidez

Para facilitar o entendimento dos conceitos e indicadores utilizaremos o exemplo da


empresa Dinâmica como base dos cálculos e análises. O balanço patrimonial, na sua forma
de apresentação tradicional fornecida pela contabilidade, pode ser resumido como na
Tabela 1.

O Balanço Patrimonial da Empresa Dinâmica

Ativo X1 X2 X3
Disponibilidades 896.223 1.344.135 1.375.501
Contas a Receber de Clientes 1.811.790 2.465.952 3.703.074
Duplicatas a receber 604.964 1.001.958 996.848
Estoque 19.253 26.082 34.980
Emprestimos de funcionários 119.328 359.711 284.197
Total Ativo Circulante 3.451.558 5.197.838 6.394.600
Contas a Receber 2.795.610 2.680.196 2.840.672
Imposto a Recuperar 171.724 410.337 678.592
Outros Valores a Receber 1.166.996 1.591.961 1.383.574
Total Ativo Não Circulante 4.134.330 4.682.494 4.902.838
Imobilizado (Líquido) 9.227.726 9.937.373 11.911.278
Total Permanente
ATIVO TOTAL 16.813.614 19.817.705 23.208.716
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O Balanço Patrimonial da Empresa Dinâmica

Passivo X1 X2 X3
Financiamentos de Curto Prazo 898.190 458.833 800.434
Debêntures 519.101 526.098 33.514
Fornecedores 676.164 764.841 913.773
ICMS a recolher 496.906 666.697 994.577
Parcelamento de tributos 98.889 209.770 436.535
Salarios a Pagar - Produção 173.859 174.459 185.017
Outros Valores a Pagar (dividendos) 1.151.983 2.918.984 2.384.880
Total Passivo Circulante 4.015.092 5.719.682 5.748.730
Financiamentos de Longo Prazo 1.990.940 3.249.418 5.620.190
Debêntures 809.578 701.184 1.194.799
Impostos a recolher 572.829 799.067 449.521
Outros Valores a Pagar 2.173.790 2.163.499 2.673.023
Total Passivo Não Circulante 5.547.137 6.913.168 9.937.533
PATRIMONIO LIQUIDO
Capital Social 1.621.538 1.621.538 1.621.538
Reserva de Capital 4.059.345 4.059.345 4.059.345
Reserva de lucros 1.570.502 1.503.972 1.841.570
PASSIVO TOTAL 16.813.614 19.817.705 23.208.716
O

Outras contas que podem aparecer no ativo circulante são provisão para devedores
duvidosos (PDD) e títulos descontados. Ambas reduzem o ativo circulante. A provisão para
devedores duvidosos é constituída para baixar as duplicatas consideradas incobráveis. O
PDD é um instrumento pelo qual as empresas que apresentam saldos de contas a receber
— cujos esforços de recebimento foram esgotados — apropriam despesas no montante
igual à perda que tais valores podem provocar. Assim, quando uma empresa vende um
produto ou serviço e, por mais que tenha se esforçado em receber o valor correspondente,
não encontrou meios de fazê-lo, é permitido considerar o referido montante como provisão
para devedores duvidosos.

O estudo da liquidez de uma empresa concentra-se nas contas de curto prazo, ou


seja, ativo e passivo circulante. A liquidez é definida como a capacidade de a empresa
pagar as contas de curto prazo.

O primeiro indicador para medir a liquidez é o capital circulante líquido (CCL), que é a
expressão primeira da mensuração da capacidade de pagamento da empresa. Todo
desenvolvimento da mensuração do risco de liquidez de uma atividade empresarial tem a
sua base de fundamentação no dimensionamento e análise do CCL.

O capital circulante líquido (CCL) engloba tudo o que a empresa tem aplicado no
curto prazo (AC) confrontado com todos os compromissos a pagar (PC) nesse período. O
CCL é dado por:

CCL = AC-PC
Tomando como exemplo o balanço apresentado, tem-se o seguinte resultado:
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X1 X2 X3
Ativo Circulante 3.451.558 5.197.838 6.394.600
(-) Passivo Circulante 4.015.092 5.719.682 5.748.730
(=) CCL (563.534) (521.844) 645.870

A mesma analise pode ser feita utilizando o indice de liquidez corrente (ILC) dado
por AC/PC. O resultado do exemplo é:

X1 X2 X3
Ativo Circulante 3.451.558 5.197.838 6.394.600
(/) Passivo Circulante 4.015.092 5.719.682 5.748.730
(=) ILC 0,86 0,91 1,11

Esses resultados mostram que a empresa Dinâmica não apresenta boa capacidade
de pagamento nos anos l e 2. Quando o CCL é negativo, o índice de liquidez corrente é
menor que 1. Isso representa um risco de liquidez, ou seja, a empresa pode encontrar
dificuldades para quitar seus compromissos de curto prazo na data de vencimento, já que o
custo do seu endividamento tende a se tornar mais elevado, pois quem financia a empresa
considera a capacidade de pagamento do negócio. Já no ano 3 a liquidez passou a ser
positiva, melhorando, assim, o seu risco. Nesse caso, o ILC é maior que 1.

O CCL de $ 645.870,00 representa a margem de segurança (MS) que a empresa tem em


relação ao que ela deve no curto prazo. Como o valor do CCL é positivo, ou seja, sobrou do
lado do ativo, ele é uma aplicação de recursos. Nos anos anteriores, o CCL era uma origem
de recurso porque o valor era negativo (sobrou do lado do passivo).

Para entender melhor a questão, é necessário transformar a linguagem contábil do CCL


em uma forma de expressão mais gerencial e de fácil entendimento, que é a linguagem de
caixa

CCL = AC - PC

Saldo de Caixa = Entrada - Saida

FLUXO DE CAIXA

3. Conceito do modelo dinâmico de análise financeira (Modelo Fleuriet)


Finanças Corporativas– Pág.: 28

A visão contábil na classificação do ativo circulante engloba, dentro de um mesmo


conjunto, ativos que possuem características muito diferentes entre si. As contas caixa,
bancos e aplicações financeiras possuem liquidez imediata, enquanto as duplicatas a
receber e estoques não a possuem. O tempo para transformar duplicatas a receber e
estoques em caixa (dinheiro) depende dos prazos de recebimento concedidos aos clientes
e do prazo médio de estocagem.

Na visão gerencial, além de se considerarem os diferentes estágios de liquidez entre


esses ativos, a classificação das contas utiliza outro critério com o objetivo de dar uma
dinâmica maior à análise.

Contas Ciclicas - Têm a característica comum de estarem ligados à atividade


básica da empresa, que é a venda de seus produtos/serviços.
Essas contas fazem parte do ciclo operacional que
corresponde ao tempo entre o pedido de compras aos
fornecedores e a efetivação dos recebimentos relativos à
venda a prazo.

Contas Erraticas - As demais contas circulantes que não possuem relação com o
ciclo operacional da empresa.

Com essa nova classificação, o ativo e passivo circulante ficaria como visto na Tabela
abaixo:

A. Ciclico A. Erraticos
Contas a Rec Disponibilides
Ativo Circulante
= Duplicata a Rec + Empr. De funcionários
Estoque

- - -
P. Ciclico P. Erraticos
Fornecedor Financ. Curto Pzo
Passivo Circulante ICMS a recolher Debênture
= +
Sal. A pagar – Produção Parcelamento de tributos
Dividendos

= = =

CCL /CDG = NCG + S.Tesouraria


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No exemplo da Dinâmica SA, chegaremos a seguinte situação:

Ativo circulante Ativo Ciclico Ativo Erratico


6.394.600,00 = 4.734.902,00 + 1.659.698,00
- - -
Passivo circulante Passivo Ciclico Passivo Erratico
5.748.730,00 = 2.093.367,00 + 3.655.363,00
= = =
CCL/CDG NCG T
645.870,00 2.241.535,00 + -1.995.665,00

Pode-se notar que a reclassificação do balanço não altera em nada os conceitos


contábeis, mas apenas evidencia importantes variáveis para a tomada de decisão.

Todavia, é preciso ter cuidado para não confundir CDG com NCG. O capital de giro é
um conceito composto de investimentos líquidos tanto na operação quanto fora da
atividade básica da empresa. A NCG, por sua vez, é unicamente operacional porque é
consequência das políticas de negociação com clientes, estoques e fornecedores.

Se a responsabilidade é de gerenciar uma unidade de negócio, a função estará


focada na NCG operacional. Mas, se a gestão for do giro total da empresa na visão
corporativa, o foco é administrar o CDG. Além dos clientes, estoques e fornecedores, há a
responsabilidade de gerenciar a captação e aplicação de recursos com as instituições
financeiras.

Os balanços patrimoniais fornecem dados para cálculo da necessidade de capital de


giro. A Necessidade de Capital de Giro (NCG) é a diferença entre o Ativo Circulante
Operacional (ACO) e o Passivo Circulante Operacional (PCO).

O ACO, à medida que vai sendo realizado, é substituído por outro ativo de mesma
natureza, para manter o nível das atividades de operações. O PCO, à medida que vai sendo
liquidado, também é substituído por outro passivo de mesma natureza. Portanto, as contas
do ACO e do PCO são chamadas contas cíclicas.

O Saldo de Tesouraria (ST) é a diferença entre os ativos e os passivos pertencentes a


contas não cíclicas ou contas erráticas, assim chamadas porque não precisam ser repostas
com os ativos e passivos de mesma natureza, para que a empresa continue funcionando.
São as contas do Ativo Circulante Não Operacional (ACNO) e do Passivo Circulante Não
Operacional (PCNO), de natureza financeira, não relacionadas diretamente com as
atividades de operações.

Assim podemos conceituar:

Capital de Giro (CDG) – representa o volume de recursos de investimentos líquidos


aplicados tanto na operação quanto fora da atividade básica da empresa

Necessidade de Capital de Giro (NCG) – representa o volume de recursos aplicados


na operação, Contas Ciclicas.
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Segundo esse princípio básico de que o capital de giro deve cobrir a necessidade

de capital de giro (NCG) da empresa, o saldo de tesouraria deveria tender para zero,
já que:

CDG = NCG + ST

Se o CDG se iguala à NCG, ST deverá ser igual à zero, o que faz aumentar o risco.

Saldo de Tesouraria (T) - é a diferença entre as contas que estão fora da atividade
basica da empresa, que não tem relação com o ciclo operacional da empresa.

3.1 Estrutura Analítica do Capital de Giro

Um valor de CDG inferior à NCG levaria a empresa a ter de buscar capitais financeiros
de curto prazo para complementar a sua necessidade de capital de giro.

Em um cenário de estabilidade econômica e em condições normais de mercado, os


capitais de longo prazo são mais onerosos que os de curto prazo, em função do risco de
pagamento associado. Financiar a NCG com esses capitais traria como conseqüência uma
redução dos resultados/retorno para o capital próprio. Seria recomendável que o capital de
giro (CDG) tendesse para valores menores, pois, como os capitais têm custo, quanto menor o
volume de recursos aplicado na empresa, menor será o custo desses financiamentos,
ampliando, assim, os resultados. Para que isso seja possível, a necessidade de capital de
giro deverá ser a menor possível, para que se possa trabalhar com menor volume de capital
investido.

O gerenciamento do capital de giro, importante instrumento da liquidez das empresas


(lembre-se, liquidez é a capacidade da empresa de assegurar o cumprimento de seus
compromissos financeiros), deve ter como diretriz a igualdade com a necessidade de capital de
giro. Conseqüentemente, o saldo de tesouraria deve ser positivo, mas tendendo a zero. A
busca desse objetivo deverá ser o principal foco da administração financeira no aspecto de
liquidez.

NCG = At. Ciclico – Pas. Ciclico

St = At. Errático – Pas. Errático


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Logo:

At. Ciclico = Pas. Ciclico Existe equilíbrio entre o capital de giro e as


fontes naturais de financiamento do negócio.
Nessa situação a NCG é NULA.

At. Ciclico > Pas. Ciclico A empresa necessita de recursos de natureza


financeira para financiar o giro do negocio. A
situação ACO > PCO não significa,
necessariamente, que a empresa esteja em
situação financeira desconfortável no curto prazo,
desde que o Ativo Circulante (AC) seja igual ou
maior do que o Passivo Circulante (PC), conforme
as situações 1e 2.

At. Ciclico < Pas. Ciclico A empresa dispoe de excedente de fonte naturais
do negocio, para aplicações financeiras.

At. Errático > Pas. Errático A empresa possui aplicações financeiras; portanto,
tem uma situação financeira folgada.

At. Errático < Pas. Errático Recursos de terceiros, de natureza financeira, estão
financiando as atividades operacionais (Existe a
excessão como a situação da figura 3C).

Pelo conceito da NLCG, as contas cíclicas, particularmente as do ACO, têm caráter


"permanente", pois para a empresa continuar existindo e operando, ela precisa manter o nível
dos saldos dessas contas (duplicatas a receber, estoque e etc.). Com conceito diferente, os
índices de liquidez utilizados em análises de balanços tradicionais pressupõem a "liquidação"
dos ativos, transformando-os em dinheiro, para pagar os passivos (não importa se são
operacionais ou não operacionais).

Como o At. Ciclico e o Pas. Ciclico não têm caráter permanente, eles podem ser
reduzidos com maior facilidade, se adequadamente administrados. A situação ideal é a que
consegue utilizar o maior volume possível de Pas. Ciclico para financiar o At. Ciclico (existem
diversas possibilidades dentro das três situações de liquidez apresentadas na Figura abaixo),
pois o Pas. Ciclico, pelas características próprias, não tem custo oneroso ou é menos
oneroso do que o Pas. Errático.
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Situação 1 Situação 2 Situação 3


A. Ciclico A. Ciclico P.Ciclico A. Ciclico P.Ciclico
P.Ciclico
P. Erratico P. Erratico
A. Erratico P. Erratico
A. Erratico A. Erratico
PNC ANC PNC ANC PNC
ANC

CDG = Positivo CDG = Positivo CDG = Positivo


NCG = Negativo NCG = Positivo NCG = Positivo
T = Positivo T = Positivo T = Negativo

Situação 4 Situação 5 Situação 6


P.Ciclico A. Ciclico A. Ciclico
A. Ciclico P.Ciclico P.Ciclico
A. Erratico A. Erratico
A. Erratico P. Erratico
P. Erratico P. Erratico
ANC ANC ANC
PNC PNC PNC

CDG = Negativo CDG = Negativo CDG = Negativo


NCG = Positivo NCG = Negativo NCG = Negativo
T = Negativo T = Negativo T = Positivo

 Interpretando as estruturas:

Situação 1: A combinação dos resultados positivos para CDG, ST e negativo para a


NCG indicação uma situação financeira Excelente que indica alta capacidade da empresa na
liquidação de suas obrigações, pois as saídas de caixa ocorrem depois das entradas.

Situação 2: Situação financeira Sólida, decorre dos resultados positivos em todos os


indicadores, CDG, NCG e T. Nesse caso demonstra que o saldo em Tesouraria da empresa
é capaz de acompanhar as alterações da NCG e o CDG é eficiente para cobrir as
necessidades do ciclo financeiro.

Situação 3: Situação financeira Insatisfatória é decorrente do resultado positivo de


CDG e NCG, mas saldo em Tesouraria negativo. Nessa classificação a NCG é maior do que
o CDG sinalizando que a empresa necessita de fontes de recursos de terceiros de curto
prazo para financiar suas atividades. Trata-se de uma situação financeira muito comum entre
as empresas.

Situação 4: É classificada como situação financeira Péssima é resultado dos saldos


negativos de CDG e Tesouraria porém saldo positivo de NCG. Esse resultado sinaliza a
Finanças Corporativas– Pág.: 33

utilização de fontes de recursos de curto prazo para financiar a NCG e parte do ativo
permanente.

Situação 5: Situação financeira Muito Ruim apresenta saldos negativos em todos os


indicadores, CDG, NCG e T, demonstrando que os ativos de longo prazo são financiados
com fontes de recursos de curto prazo.

Situação 6: Situação financeira denominada Alto Risco indica resultados negativos em


CDG e NCG, contudo saldo positivo em T Nesse caso a empresa irá utilizar o T para financiar
o NCG e CDG.

 Resumo:

Tipo CDG NCG ST Situação


1 + - + Excelente
2 + + + Sólida
3 + + - Insatisfatória
4 - + - Péssima
5 - - - Muito Ruim
6 - - + Alto Risco

3.2 Exemplo

Analisemos a situação financeira de curto prazo da empresa com base no Balanços


Patrimoniais abaixo:

BALANÇO PATRIMONIAL X1 X2 X3
ATIVO CICLICO
Duplicatas a receber 161.183 381.006 419.128
Imposto a recuperar - 15.006 -
Estoques 344.699 407.179 648.143
Total Ativo Ciclico 505.882 803.191 1.067.271

ATIVO ERRÁTICO
Caixa e Bancos 25.883 35.883 45.685
Aplicação Financeira 280.928 190.925 128.942
Outras Contas a Rec. 165.570 133.901 184.964
Total Ativo Errático 472.381 360.709 359.591

TOTAL ATIVO CIRCULANTE 978.263 1.163.900 1.426.862


Finanças Corporativas– Pág.: 34

PASSIVO CICLICO
Fornecedor 329.632 189.110 232.338
Salários e encargos 54.001 68.112 86.018
Adiantamento de clientes 102.034 59.198 136.257
Total Passivo Errático 485.667 316.420 454.613

PASSIVO ERRÁTICO
Emprestimos e Financ. 84.023 100.850 198.948
Duplicatas descontadas 12.458 57.157 115.751
Outras Contas a Pagar 27.512 57.081 113.580
Total Passivo Errático 123.993 215.088 428.279

TOTAL PASSIVO CIRCULANTE 609.660 531.508 882.892

INDICADORES X1 X2 X3
CCL 368.603 632.392 543.970
NCG 20.215 486.771 612.658
ST 348.388 145.621 - 68.688

A empresa apresentou CCL relativamente "bons" nos três exercícios, pois indicavam
que a empresa tinha capacidade para honrar os compromissos financeiros no curto prazo.

Os dados de X1 mostram que foram aplicados $ 20.215 em operações e $ 348.388 em


atividades de natureza financeira, totalizando $ 368.603 de CCL. Os dados de X2 mostram
que foram aplicados $ 486.771 em operações e $ 145.621 em atividades de natureza
financeira.

Os indicadores de liquidez de X3 indicam uma situação financeira folgada, com CCL


de $ 543.970. Porém, a NCG aumentou substancialmente, para $ 612.658. O ST negativo de
$ 68.688 mostra que a situação financeira da empresa "piorou" em relação a anos anteriores.
Aparentemente se o investimento em CCL diminuiu em relação a X2, deveria diminuir
também a NCG, mas isso não ocorreu porque o aumento das fontes de capital de giro, no
valor de $ 138.193 (de $ 316.420 para $ 454.613), não foi suficiente para suprir o aumento
dos investimentos em operações, no valor de $ 264.080 (de $ 803.191 para $ 1.067.271).

O método da NCG é um instrumento bastante útil para analisar a situação financeira e


as políticas de gestão da empresa, pois fornece informações analíticas sobre as atividades
operacionais. A empresa precisa minimizar os investimentos em atividades financeiras, pois
a sua remuneração é geralmente menor do que o custo de captação.

Logo, o gerenciamento da liquidez consiste, exatamente, na identificação do volume


adequado e da real necessidade de capital de giro de uma empresa, visando torná-la
mais eficiente, com melhor desempenho e menor risco.
Finanças Corporativas– Pág.: 35

3.3 Dimensionamento da Necessidade de Capital de Giro (NCG)

Uma questão essencial precisa ser apreciada. Como é possível definir a necessidade
de capital de giro de uma unidade de negócio ou de um projeto de viabilidade econômico-
financeira e até mesmo de uma empresa? Para responder a essa importante questão, é
preciso definir alguns parâmetros necessários ao dimensionamento da NCG.

O primeiro deles é o prazo médio de recebimento (PMR), que reflete as conseqüências


da política de relacionamento e negociação com clientes. As duplicatas a receber existem em
decorrência da concessão de crédito a clientes, resultante de vendas a prazo. Quanto maior o
prazo oferecido aos clientes, maior será o valor acumulado em duplicatas. A determinação,
em dias, do prazo concedido pode ser efetuada de uma maneira empírica por meio do cálculo
de uma média aritmética ponderada dos prazos efetivamente utilizados pelos clientes,
inclusive com os atrasos por eles praticados. Dessa forma, a inadimplência é um fator
agravante para o alongamento do PMR. No modelo dinâmico, o PMR em dias de vendas é
dado por:

Todas as contas do ativo circulante relacionadas a clientes devem ser consideradas no


cálculo médio de recebimento. Uma observação deve ser feita em relação à conta Títulos
Descontados, que, apesar de "vinculada" à conta Clientes, é uma conta errática. Considera-
se que o desconto de duplicatas ocorre ocasionalmente, e não de forma cíclica.

Outra maneira de se calcular o PMR pode ser verificada pela expressão:

.
.

Isso porque, caso se tenha no balanço outras contas cíclicas, como despesas
antecipadas, adiantamento a fornecedores, impostos a recuperar etc., o termo "Clientes" ou
"Contas a Receber" induz à não consideração dessas contas no cálculo do prazo.

No que se refere ao volume de estoques constante do ativo cíclico, é preciso identificar


os componentes desse estoque, que poderá estar dividido em matérias-primas, materiais
secundários, produtos em elaboração e produtos acabados, com os seus respectivos
volumes e prazos.

O Prazo Médio de Estocagem (PME) em dias de vendas é calculado por:

.
Finanças Corporativas– Pág.: 36

Assim como no prazo médio de recebimento, todas as contas relacionadas a estoque


devem ser consideradas no cálculo. Em síntese, o prazo médio de recebimento e o prazo
médio de estoque definem o valor de aplicações em ativos cíclicos. A empresa que possui
valores relevantes desses tipos de ativos tem como característica, elevados PMR e PME.

Passando para o outro lado do balanço, tem-se o passivo cíclico, que é composto
pelas contas fornecedores de matérias-primas, insumos e materiais em geral, incluindo,
ainda, os prestadores de serviços telecomunicações, energia, água e esgoto, fretes etc.
quando concedem um prazo para o pagamento. Os salários a pagar também entram nesse
cálculo quando o pagamento efetivo dos proventos é feito utilizando-se um período concedido
pela legislação trabahista. E, por fim, o fisco, na medida em que concede um prazo para o
recolhimento efetivo dos impostos que ficam registrados como impostos a pagar.

Cada fornecedor acima descrito oferece um prazo diferenciado. Prazos maiores


ampliam o volume de passivos cíclicos reduzindo a necessidade de capital de giro. A
equação do PMP é dada por:

Da mesma forma feita para o PMR, o PMP também pode ser expresso da seguinte
forma:

.
.

Esses prazos caracterizam o ciclo operacional do negócio, que será visto a seguir.

3.4 Cálculo de Ciclo Financeiro e Giro de Caixa

O balanço patrimonial que apresenta a movimentação de capitais, durante um


determinado período de tempo, tem na sua classificação, a distinção dos ativos e passivos
considerados de curto e longo prazos. Esse é o primeiro criterio utilizado para diferenciar as
várias contas. Sob a visão contábil, o curto prazo é definido como sendo um ano. Pela Lei
das Sociedades Anônimas e USGAAP (contabilidade internacional), todos os eventos que
transcenderem esse período são considerados de longo prazo.

Como já comentado, a definição gerencial do curto prazo de uma empresa depende


das características que envolvem as políticas de concessão de crédito a clientes, de
obtenção de crédito com fornecedores e de investimentos em etoques. Numa indústria naval
Finanças Corporativas– Pág.: 37

haveria um período longo entre os dois eventos, enquanto num supermercado, durante
muitos anos, houve a possibilidade de recebimento à vista contra um pagamento os
fornecedores com uma média de 40 dias.

O intervalo de tempo compreendido entre o momento em que é feito o pagamento dos


fornecedores (saída de caixa) até o momento do recebimento dos clientes (retorno de caixa)
é denominado ciclo financeiro ou ciclo de caixa. Esse conceito pertence a um elenco de
informações estratégicas no campo econômico-financeiro.

O ciclo operacional é o espaço de tempo entre a chegada da matéria-prima no estoque


e a data de recebimento das a prazo. O ciclo operacional pode ser expresso da seguinte
forma:

Já o ciclo financeiro ou de caixa inicia-se a partir do pagamento dos fornecedores até o


recebimento dos clientes, ou seja, é o tempo em que a empresa vai ter que buscar outras
fontes de recursos mais onerosas para manter o ciclo operacional. Nesse sentido, quanto
menor for o ciclo financeiro, menor será o montante de recurso oneroso necessário para a
manutenção do ciclo operacional. O ciclo financeiro é dado por:

O ciclo financeiro tambem pode ser calculado com a seguinte equação:

Onde: CF = Ciclo Financeiro


N = Numero de dias do período (um ano = 360 dias)
RL = Receita Liquida = Receita Bruta deduzida das vendas canceladas.

O ciclo financeiro dos tres periodos é:

INDICADORES X1 X2 X3
Receita Bruta 1.363.566 1.892.353 2.186.687
NCG 20.215 486.771 612.658
Ciclo Financeiro (dias) 5,34 92,60 100,86
Finanças Corporativas– Pág.: 38

A empresa tinha um ciclo financeiro de 5,34 dias em X1, que sofreu forte aumento em
X2 e passou a ser de 92,60 dias, e 100,86 dias, em X3, o que significa que a empresa
passou a depender substancialmente do capital de giro. Quanto menor o ciclo financeiro,
melhor para a empresa.

O giro de caixa é a quantidade de vezes que o ciclo financeiro (ou ciclo de caixa)
ocorre dentro de determinado período.

Por exemplo, os dados de X3 indicam que o giro de caixa ocorre 3,6 vezes no ano,
calculado como segue: 360 dias / 100,86 dias = 3,57.

Assim, pode-se concluir que:

Dessa forma, dois são os motivos pelos quais uma empresa altera a sua necessidade
de capital de giro. O primeiro advém do crescimento da receita operacional e do CF. Sempre
que o faturamento da empresa crescer, haverá como conseqüência a necessidade de investir
novos recursos para financiar o seu giro. A NCG crescerá diretamente proporcional e esse
crescimento é natural dentro do processo evolutivo. A Tabela abaixo mostra a NCG
vinculada a clientes em função das vendas e do ciclo financeiro.

Receita Diária 1.000 Receita Diária 2.000 Receita Diária 2.000


Prazo de venda 30 dias Prazo de venda 30 dias Prazo de venda 45 dias
N Receita Receb. Clientes N Receita Receb. Clientes N Receita Receb. Clientes
1 1.000,00 - 1.000,00 1 2.000,00 - 2.000,00 1 2.000,00 - 2.000,00
2 1.000,00 - 2.000,00 2 2.000,00 - 4.000,00 2 2.000,00 - 4.000,00
3 1.000,00 - 3.000,00 3 2.000,00 - 6.000,00 3 2.000,00 - 6.000,00
4 1.000,00 - 4.000,00 4 2.000,00 - 8.000,00 4 2.000,00 - 8.000,00
5 1.000,00 - 5.000,00 5 2.000,00 - 10.000,00 5 2.000,00 - 10.000,00
29 1.000,00 - 29.000,00 29 2.000,00 - 58.000,00 29 2.000,00 - 58.000,00
30 1.000,00 - 30.000,00 30 2.000,00 - 60.000,00 30 2.000,00 - 60.000,00
31 1.000,00 1.000,00 30.000,00 31 2.000,00 2.000,00 60.000,00 31 2.000,00 - 62.000,00
45 1.000,00 1.000,00 30.000,00 45 2.000,00 2.000,00 60.000,00 45 2.000,00 - 90.000,00
46 1.000,00 1.000,00 30.000,00 46 2.000,00 2.000,00 60.000,00 46 2.000,00 2.000,00 90.000,00
47 1.000,00 1.000,00 30.000,00 47 2.000,00 2.000,00 60.000,00 47 2.000,00 2.000,00 90.000,00
58 1.000,00 1.000,00 30.000,00 58 2.000,00 2.000,00 60.000,00 58 2.000,00 2.000,00 90.000,00
59 1.000,00 1.000,00 30.000,00 59 2.000,00 2.000,00 60.000,00 59 2.000,00 2.000,00 90.000,00
60 1.000,00 1.000,00 30.000,00 60 2.000,00 2.000,00 60.000,00 60 2.000,00 2.000,00 90.000,00

Entretanto, a empresa deve ter um cuidado especial com esse ritmo de crescimento.
Muitas vezes, a meta volta-se exclusivamente para ganhar mercado por meio do aumento
das vendas, sem a devida avaliação do suporte financeiro para financiar esse crescimento. O
descontrole acontece gerando um endividamento desordenado para atender a meta de
vendas estabelecida. As despesas financeiras, não sendo sustentadas pelo resultado da
operação, geram deterioração grave que pode acarretar perdas comprometedoras à
continuidade dos negócios. Nessa situação, a empresa pode entrar no que se chama "efeito
tesoura".
Finanças Corporativas– Pág.: 39

O "efeito tesoura" ocorre quando a empresa financia a maior parte da NCG através de
créditos erráticos de curto prazo. Nesse caso, o saldo de tesouraria (T) se apresenta negativo
e crescendo, em valor absoluto, proporcionalmente mais do que a NCG.

A necessidade de capital de giro, como já foi visto, é função do nível de atividade de


uma empresa, ou seja, diretamente relacionado com as vendas. Em épocas de alto
crescimento das vendas, o volume de NCG pode aumentar descontroladamente, exigindo
crescentes volumes de financiamento. Nesse contexto, o saldo de tesouraria se tornará cada
vez mais negativo, caso a empresa não consiga autofinanciamento suficiente para
compensar o aumento da NCG. O autofinanciamento é dado por:

çã
Entende-se por autofinanciamento o lucro acumulado acrescido da depreciação
acumulada, já que esta não representa desembolso efetivo de caixa. Esse crescimento
negativo do saldo de tesouraria é que Fleuriet (1980) denominou "efeito tesoura".

O efeito tesoura é caracterizado por um crescimento significativo e continuado do


indicador T/NCG, evidenciando uma dependência crescente dos recursos de curto prazo no
financiamento da NCG, elevando, assim, o risco financeiro. O efeito tesoura pode ser
decorrente dos seguintes fatos:

 Crescimento muito acelerado das vendas.


 Investimentos elevados no ativo permanente com prazo longo de maturação.
 Crescimento do ciclo financeiro.
 Geração operacional de caixa reduzida ou inexistente.
 Investimentos mal direcionados, de baixo retorno.
 Crise econômica com redução de vendas e inadimplência

Exemplo:
Crescimento Agressivo das Vendas
Vendas 1.000,00 2.000,00 4.000,00 8.000,00 16.000,00
Ciclo Financeiro 90 90 90 90 90
NCG 250,00 500,00 1.000,00 2.000,00 4.000,00
Autofinanciamento 10% 100,00 200,00 400,00 800,00 1.600,00
CDG 250,00 450,00 850,00 1.650,00 3.250,00
ST - - 50,00 - 150,00 - 350,00 - 750,00

Crescimento Moderado das Vendas


Vendas 1.000,00 2.000,00 3.000,00 4.500,00 7.750,00
Ciclo Financeiro 90 90 90 90 90
NCG 250,00 500,00 750,00 1.125,00 1.937,50
Autofinanciamento 10% 100,00 200,00 300,00 450,00 775,00
CDG 250,00 450,00 750,00 1.200,00 1.975,00
ST - - 50,00 - 75,00 37,50
Finanças Corporativas– Pág.: 40

No primeiro caso há uma tendência para o efeito tesoura.

O segundo fator que também provoca um crescimento da NCG é o alongamento do


ciclo financeiro pela falta de sincronização entre as políticas de relacionamento e a
negociação com clientes, fornecedores e gestão dos estoques gerando PMR, PME e PMP
descoordenados, configurando um problema de ordem gerencial a ser solucionado.

Não é conveniente, contudo, tornar o valor de T muito elevado, na medida em que


esse procedimento indicar a aplicação de recursos mais onerosos em ativos de menor
rentabilidade.

O pressuposto básico é de que aplicações nas operações são mais rentáveis do que
aplicações em atividades fora do seu mercado. Se assim não fosse, o investidor tenderia a
reduzir os investimentos em suas atividades, transferindo recursos para outras áreas ou para
a especulação. É justo pensar que as atividades da empresa, ou seja, aplicações em
estoques e duplicatas a receber (clientes), ofereçam um retorno mais satisfatório.

Assim sendo, o saldo de T positivo é um indicador para o administrador de que a


empresa se encontra buscando recursos no mercado para aplicar fora de suas atividades,
prejudicando, dessa forma, a rentabilidade dela. Todavia, se o saldo de T for positivo e o
NCG negativo, a empresa estará em uma situação mais satisfatória, já que os recursos que
estão sendo aplicados fora da atividade principal dela provêm de fornecedores cujo custo é
mais barato do que os recursos do mercado financeiro.
Mesmo nessa circunstância, as diretrizes básicas do bom gerenciamento da liquidez
recomendam que o saldo de T deve tender para zero, mantendo-se igual ao da NCG, até que
se alcance o objetivo maior.

As decisões tomadas afetam sempre o futuro do empreendimento, sendo


indispensável a realização de simulações que permitam medir os efeitos de cada decisão a
ser tomada, de maneira antecipada. Agindo dessa forma, com o enfoque sempre na
estratégia já definida para os parâmetros envolvidos com a liquidez (CDG/NCG/T), significa
que se está trabalhando de forma eficaz no gerenciamento do risco das empresas.

Como visto, as principais contas do ativo circulante que participam do composição do


ciclo financeiro são duplicatas a receber, referentes a vendas a prazo, e estoque. Essas
contas, quando efetivamente recebidas pela empresa, transformam-se em caixa, fechando,
assim, o ciclo.
Finanças Corporativas– Pág.: 41

4 – Exercícios

1) Dado os valores de Ativo circulante R$ 6.394.600,00 e passivo circulante R$


5.748.730,00, o CCL e o ILC são:
a) R$ 645.870,00 e 0,89
b) R$ -645.870,00 e 1,11
c) R$ 645.870,00 e 1,11
d) R$ -645.870,00 e 0,89

2) Considerando o modelo Fleuriet a alternativa errada é:


a) Contas cíclicas estão ligadas a atividade básica da empresa e fazem parte do ciclo
operacional.
b) Contas erráticas são as demais contas circulantes que não possuem relação com o
ciclo operacional da empresa.
c) São contas cíclicas: Contas a receber, Estoques e Financiamento de curto prazo.
d) São contas erráticas: Debênture, Outros valores a pagar e disponibilidades.

3) Com relação à gestão de Liquidez, assinale a alternativa certa:


a) Gerenciamento da liquidez consiste na identificação do volume adequado e da real
necessidade de capital de giro de uma empresa, visando torná-la mais eficiente,
com melhor desempenho e menor risco.
b) Necessidade de Capital de Giro – representa o volume de recursos aplicados na
operação.
c) Saldo de Tesouraria é a diferença entre as contas que estão fora da atividade
básica da empresa, que não tem relação com o ciclo operacional da empresa.
d) Todas as anteriores.

4) O termo Liquidez significa:


a) Capacidade de transformar um ativo em dinheiro e de pagar as dividas
b) Capacidade de alavancar seu Capital
c) Capacidade de pagar as suas dividas de longo prazo
d) Capacidade de saldar todos os seus compromissos presentes e futuros em dia

5) Considerando o modelo Fleuriet de classificação de contas operacionais e não


operacionais a alternativa correta é:
a) São consideradas contas cíclicas do ativo: Estoque, contas a receber e
disponibilidades.
b) São Consideradas contas erráticas do passivo: Fornecedor, encargos e taxas e
debênture.
c) São consideradas contas erráticas do ativo: Disponibilidades e impostos a
compensar.
d) São consideradas contas cíclicas do passivo: Financiamento de curto prazo,
debênture e fornecedor.
Finanças Corporativas– Pág.: 42

6) Considerando o Ativo Cíclico de R$ 4.734.900,00, Ativo Errático de R$ 1.659.500,


Passivo Cíclico de R$ 2.529.000,00 e o Passivo Errático de R$ 3.254.000,00, calcule a
Necessidade de Capital de Giro e o Saldo de Tesouraria, respectivamente.
a) R$ 1.480.900 e R$ -725.000,00
b) R$ 2.205.900 e R$ 1.594.500,00
c) R$ 2.205.900,00 e R$ -1.594.500,00
d) R$ 3.075.400 e R$ 1.480.900,00

7) Assinale a alternativa correta:


a) Gerenciamento da liquidez consiste, exatamente, na identificação do volume
adequado e da real necessidade de capital de giro de uma empresa, visando torná-
la mais eficiente, com melhor desempenho e menor risco.
b) Necessidade de Capital de Giro – é a diferença entre as contas que estão fora da
atividade básica da empresa, que não tem relação com o ciclo operacional da
empresa
c) Saldo de Tesouraria (T) representa o volume de recursos aplicados na operação
d) N.D.A

8) Uma empresa esta calculando o seu Capital de Giro em R$ 123.500,00 e o seu Ativo
Circulante em R$ 163.500,00, Considerando os valores de Aplicação Financeira R$
60.000,00; Imobilizado R$ 80.000,00; Estoque R$ 20.000,00; ICMS a recolher R$
3.000,00; ICMS a Compensar R$ 10.000,00; Investimentos em Coligadas R$
30.000,00; Fornecedores R$ 30.000,00; Almoxarifado R$ 5.000,00; Financiamento R$
5.000,00; IR a Recolher R$ 2.000,00; Caixa R$ 8.500,00; Empréstimos Sócios LP R$
20.000,00; Empréstimos de LP R$ 130.000,00 e Capital de R$ 123.500,00; Cliente R$
60.000,00; Pede-se: O valor da NCG e do ST?

9) A empresa ABC esta calculando o seu Capital de Giro em R$ 43.500 e o seu Ativo
Circulante em R$ 133.500,00, Considerando os valores de Aplicação Financeira R$
60.000,00; Imobilizado R$ 80.000,00; Estoque R$ 20.000,00; ICMS a recolher R$
3.000,00; ICMS a Compensar R$ 10.000,00; Investimentos em Coligadas R$
30.000,00; Fornecedores R$ 80.000,00; Almoxarifado R$ 5.000,00; Financiamento R$
5.000,00; IR a Recolher R$ 2.000,00; Caixa R$ 8.500,00; Empréstimos Sócios LP R$
20.000,00; Empréstimos de LP R$ 130.000,00 e Capital de R$ 123.500,00; Cliente R$
30.000,00; Pede-se: O valor da NCG e do ST?

10) Considerando o Capital de Giro em R$ 66.500,00 e o Ativo Circulante em R$


133.500,00, os valores de Aplicação Financeira R$ 60.000,00; Imobilizado R$
80.000,00; Estoque R$ 20.000,00; ICMS a recolher R$ 3.000,00; ICMS a Compensar
R$ 10.000,00; Investimentos em Coligadas R$ 30.000,00; Fornecedores R$ 57.000,00;
Almoxarifado R$ 5.000,00; Financiamento R$ 5.000,00; IR a Recolher R$ 2.000,00;
Caixa R$ 8.500,00; Empréstimos Sócios LP R$ 20.000,00; Empréstimos de LP R$
130.000,00 e Capital de R$ 123.500,00; Cliente R$ 30.000,00; Pede-se: O valor da
NCG e do ST?

11) A empresa Ta difícil, mas vou acertar Ltda. Esta calculando o seu Capital de Giro em
R$ 32.000,00 e o seu Ativo Circulante em R$ 133.500,00, Considerando os valores de
Aplicação Financeira R$ 60.000,00; Imobilizado R$ 80.000,00; Estoque R$ 20.000,00;
ICMS a recolher R$ 3.000,00; ICMS a Compensar R$ 10.000,00; Investimentos em
Finanças Corporativas– Pág.: 43

Coligadas R$ 30.000,00; Fornecedores R$ 25.000,00; Almoxarifado R$ 5.000,00;


Financiamento R$ 50.000,00; IR a Recolher R$ 23.500,00; Caixa R$ 8.500,00;
Empréstimos Sócios LP R$ 20.000,00; Empréstimos de LP R$ 130.000,00 e Capital de
R$ 123.500,00; Cliente R$ 30.000,00; Pede-se: O valor da NCG e do ST?

12) A Empresa Um ponto garantido SA, considerada como a maior fabricante de


componentes eletrônicos para a indústria eletroeletrônica do país, publicou, em seu
último balanço, as seguintes informações:

Vendas Anuais R$ 840.000,00


CMV 65% das Vendas
PMR 27 dias
PME 30 dias
PMP 45 dias
Patrimonio Liquido R$ 200.000,00
Ativo Não Circulante R$ 720.000,00
Passivo Não Circulante R$ 940.000,00

Com base nas informações fornecidas e sabendo que o estoque inicial é igual ao
estoque final, qual o ciclo de caixa da empresa?

13) Considerando as informações constantes no Balanço Patrimonial da Empresa Vai dar


Trabalho SA, determine os CO, CE e CF.
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO DRE
Ativo Circulante 10.576,00 Passivo Circulante 5.151,00 Receita Bruta de Venda
Disponibilidades 1.260,00 Fornecedores 2.431,00 Receita de Revendas de Mercadorias 8.973,00
Clientes 4.165,00 Empréstimos e Financiamentos 687,00 (-) Impostos sobre vendas - 1.180,30
Adiantamento s Fornecedor 322,00 Obrigações Tributárias Receita Liquida de Venda 7.792,70
Credito de Funcionarios 57,00 ICMS, IPI, PIS e Cofins 556,00 Custo das Mercadorias Vendidas - 2.061,19
Impostos a Compensar / Recuperar 778,00 IRPJ e CSLL 433,00 Lucro Bruto 5.731,51
Estoques 3.994,00 Obrigações Trabalhistas 318,00 (-) Despesas Operacionais - 988,00
Obrigações Diversas 726,00 (-) Despesas Administrativas - 492,00
Ativo Não Circulante 5.765,00 (-) Despesas Financeiras - 233,00
Depositos Judiciais 26,00 Passivo Não Circulante 11.190,00 (+) Receitas Não Operacionais 121,00
Permanente Empréstimos e Financiamentos 1.030,00 Resultado Antes do IR 4.139,51
Participações em Coligadas 1.718,00 Provisões 2.607,00 (-) IR e CSLL - 1.197,51
Imobilizado 5.655,00 Resultado 2.942,00
(-) Depreciação Acumulada - 1.634,00 Capital Social 4.500,00
Reservas de Lucros
Reserva Legal 111,00
Lucros Acumulados 2.942,00
TOTAL ATIVO 16.341,00 TOTAL PASSIVO 16.341,00

14) Com base no exercício anterior calcule a NCG, CDG e ST da empresa.

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