UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - SEDIS

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - CCSA
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

JOSÉ LÁZARO INÁCIO DE MELO

CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA POLÍTICA

MARTINS-RN
OUTUBRO 2017
 JOSÉ LÁZARO INÁCIO DE MELO

CONCEITOS BÁSICOS DA CIÊNCIA POLÍTICA

Trabalho apresentado ao Curso de Administração Pública da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial
para a obtenção créditos na disciplina Ciência Política.

Prof. Thiago Ferreira Dias

Tutora a Distância: Maíra Medeiros de Araújo
Tutor Presencial: Nilson Liberato da Silva

MARTINS-RN
OUTUBRO 2017
 2

CARACTERÍSTICAS DO PODER DO ESTADO

Considerando que o poder político e a ação do Estado são vertentes indissociáveis, bem
como mediante as reflexões incitadas pelas leituras realizadas no tocante a primeira unidade
“Conceitos Básicos da Ciência Política”, passamos a refletir acerca das características do poder
estatal, para tanto, recorre-se ao pensamento de Bobbio (1984), onde o mesmo identifica como
três as características do poder do Estado, são elas: a exclusividade, a universalidade e a
inclusividade (COELHO, 2010, p. 27).
A Exclusividade integra o posicionamento dos detentores do poder político frente a
formas de poder paralelo que se manifestar no contexto do domínio legal ao qual foram
conferidos (BOBBIO, 1984, p.10). Um exemplo claro da exclusividade é a instalação das
Unidades de Polícia Pacificadoras – UPPs no Rio de Janeiro, onde o Estado intervém por meio
da força física no enfrentamento a grupos que tentam estabelecer formas de poder em
determinados locais.
A Universalidade consiste na tomada de decisões quanto à distribuição e destino dos
recursos por parte do Estado (BOBBIO, 1984, p.10). Nesse sentido, investido do poder que lhe
é creditado, o Estado toma decisões apropriadas e efetivas em nome da coletividade a qual
representa. Um exemplo de Universalidade pode ser considerado a identificação da necessidade
de uma política de saúde, como no caso na Gripe H1N1, onde o Estado passa a desenvolver
pesquisas no sentido de formular uma vacina, e, descoberta a vacina, passa a alocar recursos
para sua produção em grande escala e distribuição em postos de saúde de todo o país. Neste
contexto, uma decisão do Estado por e em prol da coletividade, remete a recursos financeiros
que também serão destinados para suprir uma necessidade da sociedade, e que, pelo caráter de
urgência e/ou mesmo pela agilidade da medida, requer que, investido do seu poder legítimo, o
Estado tome decisões pelo coletivo. Entretanto, existem inúmeros outros exemplos, em
diferentes áreas, que exigem do Estado posicionamento tanto no plano econômico, como em
outras esferas, como no campo social, educacional e político, por exemplo.
A inclusividade remete a possibilidade de intervenção do Estado sob a sociedade,
direcionando e organizando aquilo que deseja alcançar em prol da coletividade, afastando ao
mesmo tempo daquilo que não se deseja, assim como, penalizando ou dando aval para que
possam ser penalizados aqueles que violem as diretrizes determinadas para se chegar as metas
desejadas (BOBBIO, 1984, p.10). Um exemplo oportuno pode ser considerado o Pagamento
dos Tributos de alguns Impostos, como o Imposto sobre a propriedade Predial e Territorial
Urbana – IPTU, onde, aqueles que mantém em dia são beneficiados com o desenvolvimento de
 3

ações, políticas e serviços ao longo do ano, já os que não cumprem com o pagamento em dia
podem ter seus respectivos nomes em cadastro negativo junto ao setor financeiros a nível
municipal.
Quanto a organização federativa do Estado, esta surgiu nos Estados Unidos após a
guerra de independência com a Inglaterra, final do século XVIII, tendo em vista que, até então,
o mundo só conhecia a república e a monarquia como formas básicas de organização do estado
(COELHO, 2010, p. 34).
Nesta ótica, são formas de Estado: a Monarquia, o Império e a República, o que,
mediante as leituras realizadas e as reflexões propostas consolidamos seus respectivos conceitos
da seguinte maneira:
Monarquia é a forma de organização do poder em que o acesso ao topo da hierarquia do
Estado se dá por direito hereditário, não havendo, portanto, a intervenção por meio da escolha
popular (COELHO, 2010, p. 35). Comumente usada em pequenos Estados, a Monarquia é uma
forma de Estado onde o comando está nas mãos do Rei/Rainha e/ou Monarca, este que recebe
o trono de forma hereditária, repassando-o para seus filhos e assim por diante. Não existe uma
quantidade de anos, ou seja, período determinado de governo, tendo em vista a permanência no
poder remeter a longevidade do (a) monarca.
No Império, o poder concentra-se nas mãos de um soberano, denominado imperador.
Contextualizando-se como uma forma de organização geralmente adotada por grandes Estados,
mas também pode ser tido como um Estado que exerce certo poder e/ou soberania sob outros
estados (COELHO, 2010, p. 35).
A República é a forma de Estado onde a função mais alta da estrutura hierárquica do
poder é acessada via escolha popular por meio do voto direto ou indireto. Na antiguidade e
durante toda a Idade Média, a forma republicana de Estado foi adotada apenas pelos Estados
pequenos – em território e em população –, devido, entre outras coisas, à dificuldade, senão
impossibilidade, de reunir um povo que se encontrasse espalhado sobre um grande território
para deliberar sobre a “coisa pública” (COELHO, 2010, p. 34).
No Brasil, a forma de Estado em uso é a República, onde o acesso à Presidência (função
mais alta da estrutura hierárquica do poder) é obtido por meio do voto direto, onde os cidadãos
vão às urnas e por meio do sufrágio secreto escolhem seus representantes em diferentes níveis
e esferas do poder, dentre eles o Presidente da República.
 4

REFERÊNCIAS

BOBBIO, Norberto. O significado da política. In: BOBBIO, Norberto. Curso de introdução à

ciência política. Brasília: Ed. UnB, 1984.

COELHO, Ricardo Corrêa. Ciência Política. – Florianópolis: Departamento de Ciências da

Administração/UFSC; Brasília: CAPES: UAB, 2010.