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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ELETROMECÂNICA E SISTEMAS DE POTÊNCIA

SISTEMAS DE

CAPÍTULO 1 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA


ELÉTRICA

Profª. Alzenira da Rosa Abaide


SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 09/07/07

PROGRAMA
1 - REDES DE DISTRIBUIÇÃO
1.1 - Generalidades
1.2 - Tipos de Sistemas de Distribuição

2 - MATERIAIS EMPREGADOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO


2.1 - Condutores
2.2 - Isoladores
2.3 - Ferragens
2.4 - Estruturas

3 - PROJETO DE REDE AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO

3.1 - Apresentação de Projetos


3.2 - Diagrama Unifilar e Cálculo da Queda de Tensão
3.3 - Determinação da Demanda
3.4 - Cálculo Elétrico

4 - FATORES TÍPICOS DE CARGA


4.1 - Classificação das Cargas
4.2 - Fatores Típicos Utilizados em Distribuição
4.3 - Conceitos Gerais de Tarifação

5 - CORRENTE ADMISSÍVEL EM REDES


5.1 - Considerações Gerais
5.2 - Corrente Admisível em Cabos
5.3 - Perdas no Condutor

6 - MÉTODOS DE CORREÇÃO DOS NÍVEIS DE TENSÃO


6.1 - Medidas Corretivas para Adequar os Níveis de Tensão na Rede Primária
6.2 - Medidas Corretivas para Adequar os Níveis de Tensão na Rede Secundária
6.3 - Elaboração do Perfil de Tensão

7 - MANUTENÇÃO
7.1 Manutenção Preventiva

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7.2 - Manutenção com Linha Viva


7.3 - Método de Hierarquização para Manutenção Preventiva em Rede de Distribuição
Primária

8 - QUALIDADE DE SERVIÇO

8.1 - Uma visão da qualidade de energia


8.2 - Continuidade do fornecimento
8.2.1 - Avaliação da continuidade de fornecimento a posteriori
8.2.2 - Avaliação da continuidade de fornecimento a priori

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SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA ............................................................................................1
CAPÍTULO 1 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA .................................................................8
1.1. GENERALIDADES ........................................................................................................................8
1.2. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO [1] .................................................................................................9
1.2.1 Redes Aéreas – Alimentadores ...........................................................................................9
1.2.2 Redes Subterrâneas ...........................................................................................................10
1.2.2 Redes Secundárias – Baixa Tensão...................................................................................10
CAPÍTULO 2 . MATERIAIS EMPREGADOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO........................................................11
2.1 CONDUTORES ............................................................................................................................11
2.2 ISOLADORES ..............................................................................................................................12
2.2.1 Tipos de Isoladores................................................................................................................12
2.3 FERRAGENS ...............................................................................................................................15
2.3.1 Armação secundária (as) .......................................................................................................15
2.3.2 Haste de Âncora ....................................................................................................................16
2.3.3 Ferragens de fixação..............................................................................................................16
2.4 ESTRUTURAS .............................................................................................................................16
2.4.1 Estruturas tipo normal (N).....................................................................................................16
2.4.2 Estruturas tipo Meio Beco (M)..............................................................................................19
2.4.3 Estruturas tipo Beco (B)........................................................................................................20
2.4.4 Estruturas tipo Triangular (T) ...............................................................................................20
2.4.5 Estruturas tipo U (U) .............................................................................................................21
2.4.6 Estruturas para redes compactas (C) .....................................................................................22
2.4.7 Estruturas de redes de baixa tensão.......................................................................................23
2.4.8 Estais .....................................................................................................................................24
2.5 EQUIPAMENTOS .........................................................................................................................26
2.5.1 Transformadores de distribuição...........................................................................................26
2.5.2 Pára-raios...............................................................................................................................27
2.5.4 Chave fusível repetidora........................................................................................................29
2.5.5 Chave seccionadora tipo faca................................................................................................30
2.5.6 Chave com operação sob carga .............................................................................................31
2.5.7 Regulador de tensão ..............................................................................................................31
2.5.8 Chave religadora ...................................................................................................................32
2.5.9 Banco de capacitores.............................................................................................................32
2.6 CURIOSIDADE ............................................................................................................................33
2.6.1 O que não se deve fazer.........................................................................................................33
CAPÍTULO 3 - PROJETO DE REDE AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO [2].......................................................................34
3.1 ELEMENTOS NECESSÁRIOS AOS PROJETOS .................................................................................34
3.1.1 Memorial Técnico Descritivo................................................................................................34
3.1.2 Relação de Materiais e Orçamento........................................................................................36
3.1.3 Planta construtiva ..................................................................................................................36
3.1.3 Considerações a respeito da rede primária e secundária .......................................................38
3.1.4 Planta chave...........................................................................................................................38
3.1.5 Planta de situação ..................................................................................................................39
3.2 DIAGRAMA UNIFILAR E CÁLCULO DA QUEDA DE TENSÃO ........................................................39
3.2.1 Cálculo elétrico .....................................................................................................................39
3.2.2 Cálculo da queda de tensão na rede secundária ....................................................................43
3.2.3 Cálculo da queda de tensão na rede primária........................................................................44
CAPÍTULO 4 - FATORES TÍPICOS DE CARGA [1] ....................................................................................................45
4.1 TIPOS DE CARGAS ......................................................................................................................45

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4.2 FATORES DE CARGA ..................................................................................................................46


4.2.1 Demanda................................................................................................................................46
4.2.2 Demanda Máxima .................................................................................................................46
4.2.3 Diversidade de Carga ............................................................................................................46
4.2.4 Fator de demanda ..................................................................................................................47
4.2.5 Fator de utilização .................................................................................................................47
4.2.6 Fator de carga ........................................................................................................................47
4.2.7 Fator de perdas ......................................................................................................................48
4.3 CONCEITOS GERAIS DE TARIFAÇÃO ..........................................................................................48
CAPÍTULO 5 - CORRENTE ADMISSÍVEL EM REDES [1] ........................................................................................49
5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS ..........................................................................................................49
5.2 CORRENTE ADMISSÍVEL EM CABOS ............................................................................................49
5.2.1 Corrente admissível em cabos nus ........................................................................................49
CAPÍTULO 6 MÉTODO PARA CORREÇÃO DOS NÍVEIS DE TENSÃO..................................................................53
6.1 MEDIDAS CORRETIVAS PARA ADEQUAR OS NÍVEIS DE TENSÃO NA REDE PRIMÁRIA ..........53
6.2 MEDIDAS CORRETIVAS PARA ADEQUAR OS NÍVEIS DE TENSÃO NA REDE SECUNDÁRIA .....53
6.3 EXEMPLO PRÁTICO ..............................................................................................................54
6.4.1 Dados do sistema...................................................................................................................54
6.4.2 Condição de carga máxima ...................................................................................................55
6.4.2 Condição de carga leve .........................................................................................................56
CAPÍTULO 7 - MANUTENÇÃO ....................................................................................................................................58
7.1 MANUTENÇÃO PREVENTIVA:.....................................................................................................58
7.1.1 Inspeção de redes de distribuição..........................................................................................58
7.1.2 Métodos de inspeção .............................................................................................................59
7.1.3 Tipos de inspeção ..................................................................................................................59
7.2 MANUTENÇÃO COM LINHA VIVA ..............................................................................................59
7.3 MÉTODO DE HIERARQUIZAÇÃO PARA MANUTENÇÃO PREVENTIVA EM REDE DE DISTRIBUIÇÃO
........................................................................................................................................................59
CAPÍTULO 8 QUALIDADE DE SERVIÇO ...................................................................................................................63
8.1 UMA VISÃO DE QUALIDADE DE ENERGIA ..........................................................................63
8.2 CONTINUIDADE DO FORNECIMENTO ....................................................................................63
8.3 AVALIAÇÃO DA CONTINUIDADE DO FORNECIMENTO A POSTERIORI ...................................64
8.3.1 Exercícios ..............................................................................................................................68
8.4 AVALIAÇÃO DA CONTINUIDADE DO FORNECIMENTO A PRIORI ...........................................70
CAPÍTULO 9 - BIBLIOGRAFIA: ...................................................................................................................................73

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LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 – Sistema de Distribuição de Energia Elétrica..................................................................................8
Figura 1.2. Rede compacta protegida na primária e multiplexada na secundária. .............................................9
Figura 1.3. Rede primária (alimentador) ..........................................................................................................10
Figura 1.4. Rede de baixa tensão......................................................................................................................10
Figura 2.1 (a) Cabo de alumínio nu (CA), (b) Cabo de alumínio com alma de aço, (CA), (c) Cabo de cobre
nu (CC).............................................................................................................................................................11
Figura 2.2 – Cabo protegido.............................................................................................................................11
Figura 2.3– Cabos multiplex (a) cobre, (b) alumínio. ......................................................................................11
Figura 2.4. Isoladores tipo disco (a) porcelana, (b) vidro temperado...............................................................13
Figura 2.5. Isoladores de pino (a) porcelana, (b) polimérico. ..........................................................................13
Figura 2.6. Isoladores castanha. .......................................................................................................................14
Figura 2.7– Isolador roldana (a) montagem para rede de BT, (b) isolador. .....................................................14
Figura 2.8. Pesquisa de opinião sobre os materiais dos isoladores. .................................................................15
Figura 2.9. Armação Secundária ......................................................................................................................15
Figura 2.10 Haste de Âncora...........................................................................................................................16
Figura 2.11. (a) Manilha sapatilha, (b) gancho olhal. ......................................................................................16
Figura 2.12. Estrutura tipo N1..........................................................................................................................17
Figura 2.13. Estrutura tipo N2..........................................................................................................................18
Figura 2.14. Estrutura tipo N3..........................................................................................................................18
Figura 2.15. Estrutura tipo N4..........................................................................................................................19
Figura 2.16. Estrutura tipo M1. ........................................................................................................................19
Figura 2.17 – Estrutura tipo B2 ........................................................................................................................20
Figura 2.18. Estrutura tipo T1. .........................................................................................................................20
Figura 2.19. (a) Estrutura U1, (b) Estrutura U2, (c) EstruturaU3 e (d) Estrutura U4.......................................21
Figura 2.20. Estrutura C1. ................................................................................................................................22
Figura 2.21. Estrutura tipo CS..........................................................................................................................22
Figura 2.22. Estrutura tipo CH. ........................................................................................................................23
Figura 2.23. Redes de Baixa Tensão. ...............................................................................................................23
Figura 2.24. Estrutura de BT tipo “hc”. ...........................................................................................................24
Figura 2.25. Estai de âncora. ............................................................................................................................24
Figura 2.26. Estai de cruzeta. ...........................................................................................................................25
Figura 2.27. Estai vertical.................................................................................................................................25
Figura 2.28. Escora...........................................................................................................................................26
Figura 2.29. Transformador de distribuição. ....................................................................................................27
Figura 2.30 – Pára-raios de distribuição, no destaque......................................................................................28
Figura 2.31 – Chave fusível .............................................................................................................................28
Figura 2.32. Chave fusível repetidora. .............................................................................................................29
Figura 2.33 – Chave faca..................................................................................................................................30
Figura 2.34. Chave para operação sob carga....................................................................................................31
Figura 2.35 – Banco regulador de tensão. ........................................................................................................31
Figura 2.36 – Chave religadora. .......................................................................................................................32
Figura 2.37 – Banco de capacitores..................................................................................................................33
Figura 3.1 – Diagrama unifilar de uma rede secundária de 380/220 V com fator de potênica = 1. .................43
Figura 3.2 – Diagrama unifilar de uma rede primária. .....................................................................................44
Figura 4.1 – Exemplo de curva de carga. .........................................................................................................46
Figura 4.2 – Bloco de carga de um alimentador...............................................................................................47
Figura 4.3 – Curvas de carga diárias dos dois consumidores...........................................................................48
Figura 6.1 – Sistema de distribuição típico. .....................................................................................................55
Figura 7.1 – Subestação e alimentadores. ........................................................................................................61
Figura 8.1 Rede para análise de interrupção. ...................................................................................................65

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 – Tensões usuais em sistemas elétricos de potência...........................................................9


Tabela 2.1. Ângulos e cabos permitidos em estruturas tipo N1 .........................................................17
Tabela 2.2. Condutores e ângulos permitidos com estrutura tipo N2. ...............................................17
Tabela 2.3. Tabela de condutores e ângulos para estrutura tipo N4...................................................19
Tabela 2.4 Posição dos taps dos transformadores de distribuição. ....................................................27
Tabela 2.5. Tabela de elos fusíveis ....................................................................................................29
Tabela 3.1 – Coeficientes de queda de tensão para rede primária. ....................................................40
Tabela 3.2 – Coeficiente de diversidade para transformadores. ........................................................41
Tabela 3.3 - Coeficientes de queda de tensão para rede secundária. .................................................42
Tabela 5.1 Constantes físicas do ar ....................................................................................................51
Tabela 5.2 – Irradiação solar ..............................................................................................................52
Tabela 6.1- Queda de tensão em transformadores .............................................................................54
Tabela 6.2 Limites adequados de variação de tensão – ANEEL Res. Nº 505 de 26/11/2001. ..........54
Tabela 7.1 Tipos de consumidores.....................................................................................................62
Tabela 8.1 – Contingências para o exercício 2...................................................................................69
Tabela 8.2 - Contingências para o exercício 3 ...................................................................................69
Tabela 8.3 – Contingências para o exemplo 3 ...................................................................................70

13,8 ou 23 kV 220/127 V
Alimentador 380/220V

SE

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CAPÍTULO 1 SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

1.1. GENERALIDADES
Os sistemas elétricos de potência, de forma simplificada, são compostos por três grandes
atividades: a geração de energia elétrica, o transporte e a distribuição aos consumidores.
Quando a utilização do termo “geração” de energia elétrica, deve-se entendê-la como a
transformação de uma outra forma de energia (hídrica, térmica, nuclear, solar, eólica...) em energia
elétrica. Por motivos técnico-econômicos, os geradores de energia, por maiores que sejam, são
projetados para gerar tensões de até no máximo 25 kV. Outro fato é que, muitas vezes, a geração
ocorre em locais distantes dos centros consumidores. No caso predominante no Brasil (geração
hídrica), a natureza impõe os locais onde são viáveis as construções das barragens, sendo comum
usinas geradoras distantes centenas de quilômetros dos grandes centros. Assim, são necessários
meios eficientes para transportar essa energia. Conseqüentemente, houve o desenvolvimento dos
sistemas de transmissão que compõe o Sistema Interligado Nacional.
Como as perdas de energia por liberação de calor nas linhas de transmissão são proporcionais
à resistência dos condutores e ao quadrado da intensidade da corrente que as percorre, utiliza-se um
transformador para elevar a tensão (subestação elevadora) após o gerador e, conseqüentemente,
reduzir a corrente. Dependendo da região, os níveis de tensão de transmissão podem variar de 69kV
a 765kV. Se a energia elétrica fosse transmitida a baixas tensões, a bitola dos condutores precisaria
ser tão grande para diminuir a resistência que tornaria o sistema economicamente inviável.
Para distribuir essa energia aos consumidores, é necessário reduzir a tensão proveniente da
linha de transmissão através de um transformador (subestação rebaixadora) para um valor
compatível, Fig. 1.1. Conforme já é de conhecimento, quanto mais alta a tensão menor as perdas
elétricas nos condutores para transmitir a mesma energia, assim as redes de distribuição em geral
operam com duas classes de tensão. A mais elevada (23,1 kV ou 13,8 kV) é fornecida pela rede
primária aos consumidores de maior porte os quais, por sua vez, dispõem de suas próprias
subestações para rebaixar a tensão ao nível de alimentação dos seus equipamentos. A rede primária
também alimenta os transformadores de distribuição que fornecem energia elétrica através da rede
secundária aos consumidores de pequeno porte, os quais necessitam de uma tensão adequada para
ligação de seus de aparelhos elétricos (220V/127V ou 380V/220V).
subestação rede primária

regulador de
tensão banco de
capacitores

transformadores
de distribuição

transformador de
distribuição rede secundária

ramal de
serviço

Figura 1.1 – Sistema de Distribuição de Energia Elétrica.

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Tabela 1.1 – Tensões usuais em sistemas elétricos de potência


Tensão (kV) Campo de Área do sistema
Padronizada Existente aplicação de potência
0,220/0,127 0,110 Distribuição
0,380/0,220 0,230/0,115 secundária (BT)
13,8 11,9 Distribuição
34,5 22,5 primária (MT) Distribuição
34,5
Subtransmissão
69 88
(AT)
138
138
230 440,0
Transmissão Transmissão
345 750,0
500

1.2. SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO [1]


As redes de distribuição primária, ou de média tensão, originam-se das SEs de distribuição e
operam, no caso da rede aérea, radialmente com possibilidade de transferência de blocos de carga
entre circuitos para o atendimento da operação em condições de contingências, devido à
manutenção corretiva ou preventiva. Os troncos dos alimentadores empregam, usualmente,
condutores de seção 336,4 MCM permitindo, na tensão de 13,8 kV, o transporte de cerca de 12
MVA, que considerando a necessidade de transferência de blocos de carga entre alimentadores, fica
limitada a cerca de 8 MVA.
Estas redes atendem aos consumidores primários e aos transformadores de distribuição,
estações transformadoras, ETs, que suprem a rede secundária ou de baixa tensão.

1.2.1 Redes Aéreas – Alimentadores


As redes aéreas primárias são construídas utilizando-se postes, que usualmente são de concreto, em
zonas urbanas ou de madeira tratada, em zonas rurais, que suportam em seu topo a cruzeta,
normalmente de madeira, com cerca de dois metros de comprimento, na qual são fixados os
isoladores de pino ou suspensão. Utilizam-se condutores de alumínio com alma de aço (CAA), ou
sem alma de aço (CA), nus ou protegidos. Em situações especiais podem ser utilizados condutores
de cobre. Atualmente, com a evolução dos materiais isolantes é possível a substituição da cruzeta
por estrutura isolante, que permite a sustentação dos cabos protegidos, Fig. 1.2. Este tipo de
construção tem um custo por quilômetro maior que o anterior, porém apresenta como vantagem a
redução na taxa de falhas e a viabilização de redução na faixa de passagem.

Figura 1.2. Rede compacta protegida na primária e multiplexada na secundária.

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As redes primárias, Fig. 1.3, são formadas por um tronco principal do qual derivam os ramais
que normalmente são protegidos por chaves fusíveis. Dispõem de chaves de seccionamento que
operam na condição “normalmente fechada” – NF, que tem a finalidade de isolar blocos de carga,
ou trechos da rede para permitir a manutenção corretiva ou preventiva. Utiliza-se num mesmo
circuito ou entre circuitos diferentes chaves “normalmente abertas” – NA, que podem ser fechadas
em manobras de transferência de carga.

Figura 1.3. Rede primária (alimentador)

1.2.2 Redes Subterrâneas


Este tipo de rede de distribuição é utilizado em áreas de grande densidade de carga, por
exemplo, zona central de uma metrópole, ou onde há restrições paisagísticas, e também onde a
natureza da carga exige uma maior confiabilidade. Estas restrições se aplicam devido ao custo
muitas vezes superior ao da rede aérea.

1.2.2 Redes Secundárias – Baixa Tensão


As redes secundárias são radiais ou em malha. A Fig. 1.4 apresenta a evolução da rede, que se
inicia em malha e quando alcança seu limite de carregamento, evolui para a configuração radial,
através da instalação de outro transformador e seccionamento da malha nos pontos A e A’.

Figura 1.4. Rede de baixa tensão.

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CAPÍTULO 2 . MATERIAIS EMPREGADOS EM REDES DE DISTRIBUIÇÃO

2.1 CONDUTORES

Condutor é responsável pelo transporte de energia, é metálico, de seção transversal invariável


e de comprimento muito maior do que a maior dimensão transversal.
Os materiais mais utilizados são o Cobre e o Alumínio; e os fatores que são levados em
conta para a escolha dos materiais são:
ƒ Condutividade elétrica;
ƒ Custo;
ƒ Características mecânicas (ductibilidade);
Os condutores são normalmente constituídos por fios elementares cableados em camadas
concêntricas. Os condutores das redes de distribuição aéreas tradicionais, construídas com cabos
nus (sem isolação ou cobertura, constituído de fios nus), conforme Fig. 2.1 a) – Cabo de alumínio
(CA), Fig. 2.1 b) – Cabo de alumínio com alma de aço (CAA) e Fig. 2.1 c) Cabo de cobre (CC).

(a) (b) (c)


Figura 2.1 (a) Cabo de alumínio nu (CA), (b) Cabo de alumínio com alma de aço, (CA), (c) Cabo de cobre nu (CC)

Nas redes primárias compactas utilizam-se condutores protegidos, Fig. 2.2.

Figura 2.2 – Cabo protegido.

Nas redes secundárias, utiliza-se condutores nus, cuja formação é idêntica a da Fig. 2.2 ou
cabos multiplexados conforme Fig. 2.3.

(a) (b)
Figura 2.3– Cabos multiplex (a) cobre, (b) alumínio.

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2.2 ISOLADORES

Os isoladores para fins elétricos têm a nobre finalidade de isolar eletricamente um corpo
condutor de outro corpo qualquer. Existem isoladores de diversos tipos e com as mais variadas
aplicações. Entretanto, todos têm uma responsabilidade especial: a confiabilidade dos sistemas
elétricos. Os isoladores estão totalmente associados aos níveis de segurança dos sistemas, podendo
influenciar diretamente nos índices DEC (Duração da Interrupção Equivalente, em horas) e FEC
(Freqüência Equivalente de Interrupção) das empresas de energia.
A porcelana é uma das derivações da cerâmica, caracterizada principalmente pela ausência de
porosidade. Existe uma variedade enorme de tipos de porcelana para diversos tipos de aplicação, e
uma delas é a porcelana para fins elétricos. Considerada como um dielétrico sólido, a porcelana
destaca-se principalmente pela sua alta capacidade de isolação elétrica e resistência mecânica. Os
produtos de porcelana podem ser obtidos por três processos, apresentando diferenças nas
composições e na umidade, as quais são ajustadas de acordo com seu processo e fim.

2.2.1 Tipos de Isoladores


• Isoladores tipo disco – podem ser de porcelana,vidro temperado ou sintéticos,
Fig. 2.4.
o Isolador de Porcelana – Esse tipo de isolador dura em média 45 anos
em condições normais ambientais. Têm melhor desempenho no que diz respeito ao
vandalismo, pois não chama tanto a atenção comparado aos isoladores de vidro
temperado. Tem a desvantagem pela possibilidade de apresentarem trincas radiais e
trincas internas na cabeça do disco, que não podem ser detectadas visualmente.
Como conseqüência disto pode ocorrer a explosão do isolador pela passagem de
arco-de-potência por ocasião do curto-circuito na cadeia, situação gravíssima que
pode acarretar a queda do cabo.
o Isolador de vidro temperado – O projeto de isoladores de suspensão
com o dielétrico de vidro é de configuração similar ao de porcelana. Em situação de
poluição intensa, os isoladores de disco necessitam da aplicação de recobrimentos
protetores, geralmente pasta de silicone, pois, do contrário, se quebram em apenas
três anos, devido à erosão superficial do disco causada pela corrente de fuga. A pasta
de silicone deve ser trocada anualmente. O dielétrico de vidro em comparação ao de
porcelana, apresenta vantagem em relação ao desempenho termo-mecânico. Em
relação à visualização do defeito dos isoladores resultante da sobretensão ou arco de
potência, ocorre que os de porcelana poderão acusar tão somente uma perfuração
interna invisível, ou contrariamente uma explosão, que causa a queda do condutor
em confronto ao vidro que normalmente resulta em quebra da saia. Uma
desvantagem no uso deste tipo de isoladores diz respeito ao vandalismo, pois seu
aspecto, juntamente com os seus estilhaços, chama a atenção.
o Isoladores sintéticos – Os isoladores de materiais sintéticos há anos
são usados em grande escala na Europa, principalmente para eletrificação de
ferrovias, trolebus e distribuição, que operam em baixa tensão. O desenvolvimento
para linhas de alta tensão foi iniciado com aplicação em redes de distribuição e
subtransmissão, inicialmente e forma de braços isolados, similares aos isoladores
tipo suporte com a finalidade de redução de custo das estruturas e também devido a
melhor estética. Os isoladores sintéticos, tanto tipo suporte como suspensão, são

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fabricados com corpo composto de fibra de vidro impregnado com resina, saia de
borracha e graxa de silicone aplicada como dielétrico entre as saias e o corpo.
Esses tipos de isoladores apresentam algumas vantagens em comparação com os isoladores
de porcelana ou de vidro:
- Inquebráveis durante o manuseio.
- Extremamente leve.
- Reduzida área exposta ao vento.
- Imperfuráveis eletricamente.
- Melhor distribuição do potencial elétrico.
Em contrapartida apresentam algumas desvantagens:
- Coeficiente 2 da relação: carga de ruptura/trabalho contínuo.
- Baixa resistência ao calor.
- Reduzida resistência torção.
- Vulnerabilidade a óleos e solventes.
- Obrigação de uso de anéis devido ao alto nível de RIV (radiointerferência).

(a) (b)
Figura 2.4. Isoladores tipo disco (a) porcelana, (b) vidro temperado.

• Isoladores tipo pino – São empregados somente em linhas de até 69 [kV] e


com condutores relativamente leves, em virtude da pequena resistência do chumbo da
cabeça dos pinos ao esmagamento e também da pequena resistência dos próprios pinos a
esforços de flexão. São fixados à estrutura através de um pino de aço. Possuem um furo
rosqueado, com rosca de filete redondo. Os pinos de aço forjado possuem, em sua parte
superior, uma cabeça de chumbo filetada, sobre a qual se atarraxa o isolador, Fig. 2.5.

(a) (b)
Figura 2.5. Isoladores de pino (a) porcelana, (b) polimérico.

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• Isoladores tipo castanha – estes isoladores são normalmente de cerâmica


vitrifica de cor marrom, Fig. 2.6. Os isoladores castanha ("strain type") são utilizados em
estais (tirantes) de postes de distribuição ou em ancoragem (fim-de-linha) de linhas de
distribuição. Estão disponiveis, desde 1.800 daN até 9.000 daN de resistência mecânica à
tração. Também são utilizados para seccionamento de cercas, quando é necessário seu
aterramento.

Figura 2.6. Isoladores castanha.

• Isoladores tipo roldana – Os isoladores roldana ("spool type") principalmente


em redes de baixa tensão Fig. 2.7 (a) e também podem ser utilizados em montagem
horizontal, fixados por parafuso nos postes, para entrada em residências e indústrias. Estão
disponíveis desde 1250 daN até 2670 daN de resistência mecânica à flexão, na tensão
nominal de 1,2 kV, Fig. 2.7 (b).

(a) (b)
Figura 2.7– Isolador roldana (a) montagem para rede de BT, (b) isolador.

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A Fig. 2.8 faz um paralelo da pesquisa de opinião a respeito dos materiais dos isoladores de
redes de distribuição.

Figura 2.8. Pesquisa de opinião sobre os materiais dos isoladores.

2.3 FERRAGENS
Ferragens são dispositivos de ligação entre componentes das redes elétricas são normalmente
metálicos e exercem função mecânica e/ou elétrica. Alguns tipos de ferragens podem possuir
componentes não metálicos

2.3.1 Armação secundária (as)


Utilizadas para fixação dos isoladores das redes secundárias aéreas de distribuição de energia
elétrica, Fig.

Figura 2.9. Armação Secundária

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2.3.2 Haste de Âncora

Ferragem utilizada para fixação do cabo de aço do estai ao dormente (morto) que fica
normalmente enterrado, Fig. 2.10.

Figura 2.10 Haste de Âncora

2.3.3 Ferragens de fixação


Ferragens utilizadas em estruturas de ancoragem (tipo 3 ou 4) para fixação dos isoladores e
cabos aos postes, Fig. 2.11.

(a) (b)
Figura 2.11. (a) Manilha sapatilha, (b) gancho olhal.

2.4 ESTRUTURAS

As estruturas são classificadas de acordo com a posição de fixação dos condutores nas
cruzetas.

2.4.1 Estruturas tipo normal (N)

Neste tipo de estrutura a cruzeta tem posição central, sendo que do lado da calçada (passeio
público) é fixada uma fase, as outras duas fases do lado da via pública.

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• N1 – é composta de uma cruzeta e um conjunto de isoladores de pino, usada


em tangente (estruturas em alinhamento), excepcionalmente pode também ser empregada
em ângulo, conforme Tabela 2.1. Em estruturas consecutivas, deve-se alternar a posição da
cruzeta em relação ao poste.

Tabela 2.1. Ângulos e cabos permitidos em estruturas tipo N1

Figura 2.12. Estrutura tipo N1

• N2 – é composta de duas cruzetas e dois conjuntos de isoladores de pino, é


usada em ângulos, conforme Tabela 2.2. Excepcionalmente podia também ser empregada
em final de rede, neste caso quando o cabo fosse o 4 AWG, é importante salientar que
atualmente está construção está fora de padrão.

Tabela 2.2. Condutores e ângulos permitidos com estrutura tipo N2.

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Figura 2.13. Estrutura tipo N2

• N3 – é composta de duas cruzetas e um conjunto de isoladores tipo disco, é


usada em um fim de linha com condutor até 477 MCM. Com condutores até 2 AWG o final
de linha pode ser construído com estrutura tipo 2.

Figura 2.14. Estrutura tipo N3.

• N4 – é composta de duas cruzetas e dois conjunto de isoladores tipo disco, é


usada em dois finais de linha, conforme Fig. 2.15. Pode ser usada em ângulos até 60º,
conforme Tabela 2.3. Esta estrutura é utilizada: - em tangente, quando há mudança de bitola
ou quando há redução de tração nos condutores ou nos pontos de tracionamento dos cabos; -
em tangente para garantir a estabilidade das redes, ao menos uma vez, a cada 2 km; - quando
a instalação, por seu posicionamento, venha a estar sujeita, na ocorrência de baixas
temperaturas, a esforços de arrancamento (enforcamento); - para ângulos maiores do que 60º
utilizar estruturas N3 – N3. - para condutor de alumínio 2 AWG, deve ser utilizada estrutura
N2; - em travessias de obstáculos que, por usa importância, demandem medidas especiais de

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segurança, tais como rodovias federais e estaduais, vias navegáveis; para instalação de
equipamentos de comutação (chaves).
Tabela 2.3. Tabela de condutores e ângulos para estrutura tipo N4.

Figura 2.15. Estrutura tipo N4.


2.4.2 Estruturas tipo Meio Beco (M)

As estruturas tipo M são utilizadas normalmente em regiões urbanas onde é necessário afastar
os condutores das fachadas dos prédios. Quanto aos tipos 1, 2, 3 e 4 seguem as mesmas condições
de utilização, a Fig. 2.16 ilustra este tipo de estrutura.

Figura 2.16. Estrutura tipo M1.

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2.4.3 Estruturas tipo Beco (B)

As estruturas tipo B são utilizadas normalmente em regiões urbanas onde é necessário


afastar ainda mais os condutores das fachadas dos prédios. Quanto aos tipos 1, 2, 3 e 4 seguem as
mesmas condições de utilização, a Fig. 2.17 ilustra este tipo de estrutura.

Figura 2.17 – Estrutura tipo B2

2.4.4 Estruturas tipo Triangular (T)

Estrutura utilizada principalmente em meio rural. Também apresenta as variações: T1, T2,
T3 e T4. A fig. 2.18 ilustra a disposição dos condutores neste tipo de estrutura.

Figura 2.18. Estrutura tipo T1.

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2.4.5 Estruturas tipo U (U)

Estrutura monofásica. Também apresenta as variações: U1, U2, U3 e U4. A instalação U1 é


usada tanto em tangentes como em ângulos. No caso de estruturas em ângulos o condutor deverá
passar lateralmente no isolador. A Fig. 2.19 ilustra os tipos de estrutura U.

(a) (b)

(c) (d)
Figura 2.19. (a) Estrutura U1, (b) Estrutura U2, (c) EstruturaU3 e (d) Estrutura U4.

A instalação U2 é usada normalmente em ângulos podendo ser empregada como instalação


de fim de rede para condutores de bitola de até 2 AWG.
A instalação U3 é usada em fim de rede para condutores de bitola acima de 2 AWG
A instalação U4 é usada para ângulos verticais e horizontais superiores àqueles permitidos
pela instalação U2 e na instalação de equipamentos.

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2.4.6 Estruturas para redes compactas (C)


Estrutura comumente designada pela letra “C” usada em redes compactas. Existe uma grande
quantidade de estruturas tipo C, para fins de exemplificação serão mostradas algumas:
• C1 – estrutura passante, acrescida de braço anti-balanço, permitindo deflexão
horizontal de seis graus, tracionamento ou comprimindo o referido braço anti-balanço, Fig.
2.20. Esta estrutura exige dois espaçadores losangulares instalados no máximo a oito metros
de distância, um de cada lado da estrutura. Pode ser utilizada também em estruturas
contendo conector derivação de cunha, em ligações que não tem grampo de linha viva.

Figura 2.20. Estrutura C1.

• CS – estrutura passante com braço L, suporte C, isolador com pino universal,


com cordoalha auxiliar, o mensageiro ficado no poste, permitindo deflexão máxima
horizontal de quarenta e cinco gruas, flexionando os isoladores, Fig. 2.21. Esta estrutura
exige dois espaçadores losangulares instalados no máximo a oito metros da estrutura.

Figura 2.21. Estrutura tipo CS.

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• CH – Corta-circuito – Estrutura para instalação de chaves fusíveis (podendo


ser estendida também a chaves faca e de operação em carga) adequada para instalação de
chaves em redes já existentes, diminuindo os custos de instalação e facilitando a
manutenção, Fig. 2.22.

Figura 2.22. Estrutura tipo CH.

2.4.7 Estruturas de redes de baixa tensão


Nas estrutura de baixa tensão normalmente são utilizadas armações secundárias que podem
ser formadas por um ou dois leitos onde se acomodam os isoladores roldana, ver Fig. 2.9.
Atualmente o padrão de utilização das armações secundárias é a utilização para um ou dois
isoladores. São anotadas como “as” acompanhadas de dois dígitos, onde o primeiro digito “1” ou
“2”, indicando se a armação secundária é para um ou dois isoladores, Fig. 2.23

Figura 2.23. Redes de Baixa Tensão.


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Ainda existem, em alguns locais que ainda não foram adequados ao padrão, estruturas de BT
que se utilizam hastes curvas, denominadas de “hc”, Fig. 2.24.

Figura 2.24. Estrutura de BT tipo “hc”.

2.4.8 Estais

Estais são estruturas utilizadas para compensar os esforços mecânicos. Existem vários tipos
de estais, Fig. 2-25, a definição do tipo é de acordo com o esforço que compensarão.

• Estai de âncora (ea), Fig. 2-25.

Figura 2.25. Estai de âncora.

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• Estai de cruzeta (ec), Fig. 2.26

Figura 2.26. Estai de cruzeta.

• Estai vertical (ev), Fig. 2.27

Figura 2.27. Estai vertical.

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• Escora (e), Fig. 2-28

Figura 2.28. Escora

2.5 EQUIPAMENTOS

No sistema de distribuição existe uma ampla variedade de equipamentos instalados, a seguir


serão exemplificados alguns dos mais utilizados.

2.5.1 Transformadores de distribuição

As estações transformadoras, ET’s, são constituídas por transformadores que reduzem a


tensão primária (13,8 ou 23,1 kV), ou média tensão, para a de distribuição secundária, ou baixa
tensão (220/127 V) ou (380/220 V). Contam usualmente com pára-raios, para proteção contra
sobretensões e os elos fusíveis para proteção contra sobrecorrentes, instalados no primário. Do seu
secundário deriva-se, sem proteção alguma a rede secundária, Fig. 2-29.
Nas redes aéreas utilizam-se, usualmente, transformadores trifásicos, instalados diretamente
nos postes. Em geral, suas potências nominais são fixadas na série padronizada, isto é, 10,0 – 15,0 –
30,0 – 45,0 – 75,0 – 112,5 e 150 kVA.
O esquema mais usual consiste na utilização de transformadores trifásicos com resfriamento a
óleo, estando os enrolamentos do primário ligados em triângulo e os do secundário em estrela
aterrado.
Normalmente, para compensar a queda de tensão ao longo das redes primárias, eles possuem
três posições de tap, onde a comutação é realizada sem carga, ou seja, quando for necessário alterar
a posição de tap o transformador deverá ser desligado.

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Tabela 2.4 Posição dos taps dos transformadores de distribuição.

Tensão Primária Tensão Secundária


Posições de
tap Classe Classe Classe Classe
15,0 kV 24,2 kV 127V 220V

220V/127 380V/22
1 13,8kV 23,1kV V 0V

220V/127 380V/22
2 13,2kV 22,0 kV V 0V

220V/127 380V/22
3 12,6kV 20,9 kV V 0V

Figura 2.29. Transformador de distribuição.


2.5.2 Pára-raios
São os grandes aliados contra a queima de equipamentos eletrônicos, protegendo-os contra
sobretensões. Juntamente com bons aterramentos elétricos, conseguem evitar os grandes prejuízos
com raios e outras interferências eletromagnéticas ocorridas o ano todo.
Podem ser instalados em cruzetas auxiliares ou na própria cruzeta de AT, Fig.2-30.
Têm as seguintes funções:
• Dispositivo usado para proteger a rede de distribuição;
• Proteção dos equipamentos das SE e redes de distribuição;
• Escoa para terra surtos de correntes provocados pôr defeito na rede ou descargas
atmosféricas.

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Figura 2.30 – Pára-raios de distribuição, no destaque.

2.5.3 Chave fusível


Têm a capacidade de identificar e interromper os defeitos (curto-circuito) ao longo dos
sistemas de distribuição, visando isolar o menor número possível de consumidores. A chave fusível,
Fig. 2-31, basicamente é composta por três elementos, base, cartucho e elo fusível, tem como
finalidade proteger a rede de distribuição de sobrecorrentes. O seu funcionamento baseia-se no
princípio segundo o qual uma corrente que passa por um condutor (elo fusível) gera calor
proporcional ao quadrado de sua intensidade. Quando a corrente atinge a intensidade máxima
tolerável pelo elo fusível, o calor gerado não se dissipa com rapidez suficiente, derretendo o
componente e interrompendo o circuito defeituoso.

Figura 2.31 – Chave fusível


Os elos fusíveis têm a característica inversa na relação tempo x corrente, isto é, quanto maior
a corrente de curto-circuito, menor o tempo de fusão do elo fusível.
Existem diversos tipos de bases para as chaves fusíveis dependendo de sua aplicação. Para os
sistemas de distribuição de energia elétrica, os tipos de bases mais utilizadas são do tipo A e C, na
qual a sua diferenciação esta no tamanho, na sua corrente nominal e capacidade de interrupção de
corrente de curto-circuito.
Existem diversos tipos de elos fusíveis que variam de acordo com as suas aplicações. Para os
sistemas de distribuição de energia os mais utilizados são os elos do “TIPO K”. Os elos “TIPO K”

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têm característica de atuação rápida e admitem sobrecarga de 1,5 vezes os seus valores nominais,
sem causar excesso de temperatura e perda de característica “tempo x corrente”. Por outro lado, a
fusão dos elos “TIPO K” se dá com 2 vezes os seus valores nominais. Por questões de coordenação
com o disjuntor do alimentador, existem limites de utilização destes elos fusíveis, normalmente se
utilizam no máximo elos de 40K próximos a subestação, 25K até a metade do alimentador e 15K
mais para o final do mesmo.
Tabela 2.5. Tabela de elos fusíveis

Elo Corrente Corrente Corrente


Fusível Nominal Admissível Fusão

6 6A 9A 12A

10 10A 15A 20A

15 15A 22,5A 30A

20 20A 30A 40A

25 25A 37,5A 50A

30 30A 45A 60A

40 40A 60A 80A

2.5.4 Chave fusível repetidora


O funcionamento das chaves fusíveis repetidoras, Fig. 2-32, é bem semelhante ao
funcionamento da chave fusível convencional quanto ao aspecto dimensionamento e especificações,
mas quanto o aspecto de coordenação deve ser levado em conta o tempo total de interrupção para os
defeitos de caráter permanente devido a sua forma de operação, na qual deve ser considerada como
tempo de interrupção a soma do tempo de fusão de cada um dos estágios.

Figura 2.32. Chave fusível repetidora.

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2.5.5 Chave seccionadora tipo faca


A chave faca é um equipamento exclusivo para manobra sem carga ou com carga com o uso
do equipamento Loadbuster, na qual, em cada pólo, o contato móvel é constituído por uma ou mais
lâminas articuladas em uma extremidade, enquanto que a outra extremidade se adapta por encaixe
no contato fixo correspondente, Fig. 2.33. O dispositivo Loadbuster é um equipamento utilizado em
conjunto com a vara de manobras, para abertura com carga de chaves faca e fusíveis, evitando a
formação de arco voltaico, nos contatos da chave devido a ionização do ar. Este dispositivo ligado
as extremidades da chave geram um caminho alternativo para a corrente de carga através de um
interruptor a vácuo.
Sua operação é de um pólo por vez.
Abertura: pode ser aberta com rede energizada, somente com a utilização da ferramenta
Loadbuster, exceto em circuitos ou ramais com carga até 112,5 kVA e corrente circulante com o
limite de 5 ampères para 13,8 kV e 3 ampères para 23 kV.
Fechamento: Em situações de atendimento de emergência, onde exista a possibilidade de
defeito na rede, deve ser com a rede desenergizada.
Fechamento com rede energizada: Em situações de manobra ou manutenção programada, a
chave faca a ser fechada deve possuir uma carga com corrente circulante igual ou inferior a 25 A
em 13,8 kV ou 15 A em 23kV.
Em outras situações: Quando a carga possuir uma corrente circulante superior a 25 A em 13,8
kV ou 15 A em 23kV, a chave deve ser operada com a rede desenergizada.

Figura 2.33 – Chave faca.

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2.5.6 Chave com operação sob carga

As chaves sob carga apresentam a mesma finalidade das chaves faca, Fig. 2.34, mas com as
características de operação com correntes mais elevadas. Normalmente são de atuação tripolar, cujo
meio de extinção do arco é o óleo isolante, SF6 ou a vácuo. Podem ser fechadas ou abertas sob
carga até o valor de corrente estabelecido pelo fabricante para operação com carga. Normalmente
este tipo de equipamento possui um custo muito elevado comparados ao custo das chaves facas
tradicionais.

Figura 2.34. Chave para operação sob carga.

2.5.7 Regulador de tensão


Em função da grande extensão territorial, onde os centros de consumo estão espalhados por
vastas áreas, e do aparecimento de uma grande quantidade de aparelhos eletroeletrônicos sensíveis a
oscilações de tensão, aumentaram as reclamações dos consumidores, que passaram a exigir boa
qualidade na distribuição de energia elétrica. Por conta disso, teve-se uma grande aceitação por
parte das concessionárias em utilizar reguladores de tensão ao longo das redes primárias, pois esses
regulam automaticamente os níveis de tensão, proporcionando uma tensão adequada aos
consumidores. A Fig. 2.35 mostra um banco de reguladores de tensão de fabricação Toshiba de 3 x
100 A, 14.400 V para 144 kVA com ligação em estrela aterrado.

Figura 2.35 – Banco regulador de tensão.

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2.5.8 Chave religadora


A chave religadora é um dispositivo interruptor automático, que abre e fecha os seus contatos
repetidas vezes, conforme programado nos defeitos transitórios e bloqueia nos defeitos
permanentes. A operação da religadora não se limita apenas a sentir e interromper defeitos na linha
e efetuar os religamentos. A chave religadora é dotada também de um mecanismo de temporização.
Assim que a religadora sente um defeito na linha, o mesmo dispara rapidamente, dentro de 0,03 a
0,04 segundos (para as religadoras digitalizadas este tempo pode ser ajustado). Essa interrupção
rápida reduz ao mínimo as possibilidades de danos ao sistema, evitando ao mesmo tempo a queima
de fusíveis entre o local do defeito e a religadora. O religamento dar-se-á dentro de 1 a 2 segundos,
representando uma interrupção mínima do serviço devido a abertura rápida. Após 1 (uma) ou 2
(duas) interrupções rápidas, a chave religadora automaticamente passa para o disparo temporizado,
proporcionando maior tempo para eliminar defeitos permanentes e, sua combinação com as
interrupções rápidas, permite coordenação com outros dispositivos de proteção existentes.
Considerando que 80 a 95% das faltas são transitórias a importância das chaves religadoras
aumenta sensivelmente.
As religadoras são classificadas em diferentes classes como monofásicos ou trifásicos, com
controle hidráulico ou eletrônico, com meio de interrupção do arco elétrico a vácuo, a óleo ou a gás
SF6.

Figura 2.36 – Chave religadora.

2.5.9 Banco de capacitores


São dispositivos instalados em circuitos de alta ou baixa tensão para fornecer potência reativa
onde se fizer necessário. Obtêm-se os seguintes resultados:
• Redução das perdas nos condutores;
• Redução da queda de tensão;
• Liberação da capacidade dos alimentadores e equipamentos
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Figura 2.37 – Banco de capacitores.

2.6 CURIOSIDADE

2.6.1 O que não se deve fazer

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CAPÍTULO 3 - PROJETO DE REDE AÉREA DE DISTRIBUIÇÃO [2]

Na elaboração de projetos devem ser utilizados os símbolos e convenções prescritos nas


normas complementares e da ABNT. Quaisquer outros símbolos e convenções devem ser indicados
nas respectivas plantas. Os desenhos devem ser feitos nos formatos especificados na ABNT.

3.1 ELEMENTOS NECESSÁRIOS AOS PROJETOS


Para apresentação de projetos são necessários os seguintes itens:
a) Memorial Técnico Descritivo
b) Relação de materiais e orçamento
c) Planta construtiva
d) Planta chave (quando especificado)
e) Planta de situação (quando especificado)
f) Diagrama unifilar e cálculo elétrico da rede secundária
g) Diagrama unifilar e cálculo elétrico de rede primária

3.1.1 Memorial Técnico Descritivo


O Memorial Técnico Descritivo deve conter informações técnicas sobre o projeto,
descrevendo os seguintes tópicos:
a) Objetivo
Deve ser descrito o objetivo da obra, tipo de consumidores que serão atendidos, economia
básica da região ou zona;

b) Localização
Deve descrever a localização geográfica da obra, município, distritos abrangidos, local da
tomada de energia, coordenadas geográficas e pontos de referência, quando necessário.
c) Tomada de Energia
Deve ser indicada a tensão nominal de operação, classe de isolação, número de fases, seção
e tipo de condutores do alimentador existente e no equipamento de referência.

d) Número e tipo de consumidores previstos e prováveis.


Relação de consumidores de força com as respectivas cargas instaladas em kVA, indicando
a atividade.

• Classificação de consumidores em reformas de rede existente: a demanda deve ser


obtida a partir do levantamento de carga instalada ou através do consumo (kWh)
obtido dos dados do faturamento. Esta demanda estimada deve ser comparada,
sempre que possível, com a demanda obtida através de medições de corrente e tensão
junto ao transformador e aos principais consumidores do circuito.
Os consumidores são classificados em quatro categorias:
- Consumidores de luz residenciais – com cargas de iluminação, eletrodomésticos, chuveiro elétrico e
bomba d’água até 3/4 cv;
- Consumidores de luz não residenciais – são os consumidores comerciais, de prestação de serviços e
poderes públicos com cargas de iluminação e/ou aparelhos elétricos com, no máximo, 3,5cv;
- Consumidores de força – com cargas de iluminação e aparelhos elétricos acima de 3,5cv;

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- Consumidores especiais – consumidores cujas cargas ocasionam flutuação de tensão na rede tais como:
aparelhos de raios-X, de solda, de galvanização e fornos elétricos.

• Classificação de consumidores em regiões rurais: deverá ser assinalada no local


apropriado do formulário a classe do consumidor, de acordo com o seguinte critério,
consumidores com carga exclusivamente residencial serão classificados em classe A,
B ou C, sendo:

- consumidor classe A:
aquele que possui previsão para instalação de iluminação e diversos eletrodomésticos, inclusive
chuveiro elétrico, bomba d'água até 3/4cv, denotando, pelo porte e aparência de sua residência, um alto
potencial de utilização futura da energia elétrica;
- consumidor classe B:
aquele que possui previsão para instalação de alguns eletrodomésticos, inclusive chuveiro elétrico e/ou
bomba d'água de 3/4cv, denotando, pelo porte e aparência de sua residência, um potencial médio de
utilização futura da energia elétrica;
- consumidor classe C:
aquele que possui previsão para instalação apenas de iluminação e tomadas, podendo-se prever uma
baixa utilização futura da energia elétrica, devido ao baixo poder aquisitivo;
- consumidores com carga não residencial:
serão classificados como consumidores classe D.

e) Critérios de Demanda e Diversificação


Quando não se tratar de loteamentos, deverão ser indicados e os critérios de demanda e
diversificação usados nos cálculos elétricos. Quando usados critérios diferentes, deverão ser
descritos e justificados.

f) Características da Rede
Deverão ser indicadas características das redes primária e secundária indicando tensões
nominais de operação, classe de isolação, tipos de condutores, número de fases, estruturas
predominantes de AT, BT, tipos e características de estruturas, altura de postes;
• comprimento padronizado de postes:
A REDE SECUNDÁRIA + IP + TELECOMUNICAÇÕES = 9 m
B REDE PRIMÁRIA + A = 10 OU 11 m
C EQUIPAMENTOS + B = 11 OU 12 m

H
P= + 0,60 onde P- parte enterrada e H – altura do poste
10

h = H − P onde h – parte visível do poste

g) Transformadores
Devem ser descritas as características principais dos transformadores a serem usados, tais
como indicação da classe de tensão e características de chaves fusíveis, pára-raios.

h) Critérios de proteção e aterramento


Deverão ser indicados os critérios de proteção adotados. Para aterramento, deverão ser
seguidas as prescrições desta Norma, da NBR 5421 e da Seção 7 da normativa das
Instalações Consumidoras. Deverão ser indicados os tipos e características dos materiais a
serem empregados.

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i) Resumo informativo do projeto


Indicar a extensão das redes de AT, BT e mista, quantidade de transformadores previstos e
soma das potências, em kVA.

j) Carga prevista para iluminação pública (quando aplicável)

k) Considerações gerais
Deverão ser detalhadas neste item, informações adicionais de interesse para o perfeito
entendimento do projeto.

3.1.2 Relação de Materiais e Orçamento


Neste item deve constar a descrição dos materiais utilizados:
a) Quantidade de materiais levantados conforme a planta construtiva;
b) Preços unitários, custo total dos materiais, da mão-de-obra, transporte, engenharia,
administração e eventuais;
c) Poderão ser utilizados programas computacionais para elaboração do orçamento.

3.1.3 Planta construtiva


A planta construtiva deve ser desenhada na escala 1:1.000, contendo:

a) Título da obra;
b) Município e distrito;
c) Nome do proprietário;
d) Nome e número do CREA, título de habilitação e endereço do responsável técnico;
e) Acima do selo, deve haver espaço destinado à aprovação da AES, nas dimensões
mínimas de 17,5 x 15 cm.
f) Número de fases, seção e tipo dos condutores;
g) Altura dos postes;
h) Estruturas de AT e BT;
i) Ângulos de deflexão;
j) Estaiamentos;
k) Ramais de ligação;
l) Transformadores, inclusive os particulares, indicando número de ordem, número de
fases e potências;
m) Chaves, pára-raios e aterramento;
n) Ponto de alimentação, constando de: indicação de pelo menos dois vãos de rede existente
para cada lado da derivação, tipo de estruturas e altura de postes, número de fases, seção
e tipo de condutores, tensão nominal de operação, classe de isolação e ângulo de
derivação; quando solicitado, quadro resumo com o comprimento de redes, número de
fases e tipos de redes (AT, BT e MISTA);
o) Localização dos consumidores de força com as respectivas cargas instaladas em kVA;
p) Numeração dos lotes e quadras (para loteamentos) ou indicação das ruas e números dos
prédios existentes;
q) Rede de comunicação;
r) Detalhes de arranjos especiais de estruturas não previstos nas padronizações;
s) Detalhe de situação com a localização de rede e indicação do norte geográfico;
t) Tabela contendo a movimentação de materiais.

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A escolha do traçado, ou posicionamento da rede deve obedecer as seguintes


recomendações:
a) O traçado deve ser feito com base em planta na escala 1:1.000 contendo todos
os dados urbanísticos, bem como os demais dados colhidos na inspeção do local, tais
como posicionamento de redes elétricas e de telecomunicações, árvores de grande porte
existentes, outros obstáculos bem como qualquer ponto notável;
b) A rede deve ser projetada desde o ponto de alimentação na rede primária
existente;
c) A posteação deve ser localizada sempre que possível no mesmo lado das
diversas ruas e em alinhamento com redes elétricas existentes;
d) Prever posteação em ambos os lados de vias públicas cuja largura seja igual
ou superior a 25 m, havendo previsão de instalação de rede de baixa tensão ou quando a
Prefeitura Municipal o exigir;
e) Os postes devem ser localizados preferencialmente nas divisas dos terrenos
ou, quando não for possível, no centro das testadas dos terrenos;
f) Evitar a localização de postes em frente a entradas de residências, lojas,
garagens, postos de combustíveis;
g) Os postes somente poderão ser localizados no centro das vias públicas quando
houver canteiro central, cujas dimensões permitam inscrever um círculo de diâmetro de
1 m com centro no eixo do poste e cuja altura dos meios-fios seja, no mínimo, 0,15 m;

h) Os postes poderão ser previstos no centro de vias públicas sem canteiro


central, desde que exista um termo de compromisso da Prefeitura Municipal assegurando
a execução dos canteiros, de acordo com o estabelecido no item anterior, antes da
construção da rede elétrica;
i) Evitar a localização de postes em centros de cruzamentos de ruas ou avenidas.
Caso necessário, isto poderá ser feito desde que haja canteiro cujas dimensões permitam
inscrever um círculo de 2 m de diâmetro, no mínimo, com centro no eixo do poste, e
com proteção de aço;
j) Evitar, em projetos de redes novas, vãos de rede MISTA ou BT maiores que
30 m, devendo ser observadas as exigências da Prefeitura Municipal, devido à previsão
de iluminação pública.
k) Os vãos devem ser escolhidos de modo que o vão livre dos ramais de ligação
não seja maior do que 30 m;
l) Observar que onde houver previsão de BT, o número máximo de derivações
de ramais de ligação permitido por poste é quatro para cada lado da rua;
m) Em derivação de BT, a rede pode derivar num lado da esquina com poste
afastado, no máximo, 10 m do alinhamento da testada dos prédios e, do outro lado da
esquina, com poste afastado de 1 m do alinhamento da testada dos prédios, devendo os
condutores do vão de derivação serem montados com tração mecânica reduzida,
observando-se que os mesmos não podem cruzar sobre terrenos de terceiros;
n) Nas esquinas, nenhum poste poderá estar a menos de 1 m do alinhamento da
testada dos prédios;

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o) Evitar, sempre que possível, a instalação de transformadores a menos de 15 m


das esquinas, em deflexões ou derivações de ramais primários;
p) Deverá ser previsto, no projeto, em redes urbanas, o uso de estruturas tipo M,
visando evitar futuros deslocamentos por questões de segurança;

3.1.3 Considerações a respeito da rede primária e secundária


a) Rede de distribuição primária:
• A tensão primária nominal de operação das redes deve ser 13,8 kV ou 23 kV, de
acordo com a tensão primária existente na área do projeto;
• A classe de isolação das redes deve ser 15 kV ou 25 kV, conforme a tensão
nominal de operação de rede. No caso de estar prevista a conversão da tensão de
13 kV para 23 kV na área do projeto, a classe de isolação da rede projetada deve
ser de 25 kV.;
• A rede primária deve ser trifásica.

b) Rede de distribuição secundária:


• A tensão secundária nominal de operação deve ser 380/220 V ou 220/127 V, de
acordo com a tensão existente na área do projeto;
• Em pequenas extensões de redes existentes, as derivações secundárias poderão
ser a três ou dois fios;
• Os circuitos secundários devem ser do tipo radial;
• Nos circuitos secundários cujos condutores tronco estiverem no mesmo
alinhamento, deverá ser empregada a maior seção do condutor tronco obtida no
cálculo elétrico dos circuitos secundários adjacentes, a fim de permitir o
desdobramento futuro dos circuitos, sem ser necessário o reforço de rede;
• Na troncal dos circuitos e nas derivações secundárias, em um mesmo
alinhamento, quando tratar-se de redes de alumínio, deve ser utilizada uma única
seção do condutor.
• Adotar como limite entre o fim de cada circuito secundário e o ponto de
instalação dos transformadores uma distância:
ƒ em torno de 250 m para redes com tensão 380/220 V;
ƒ em torno de 150 m para redes com tensão 220/127 V;

3.1.4 Planta chave


A planta chave deve ser apresentada no caso de haver mais de duas folhas de planta
construtiva. Na planta chave, desenhada na escala 1:5.000 ou 1:10.000 devem constar: o traçado da
rede primária, número de fases, seção e tipo de condutores, chaves, transformadores
convenientemente identificados, acidentes do terreno, naturais ou artificiais, linhas existentes de
qualquer tipo, indicação do norte geográfico e indicação da parte abrangida por cada folha da planta
construtiva.

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3.1.5 Planta de situação


A planta de situação, desenhada na escala 1:200.000, tem por objetivo mostrar a situação da
rede projetada em relação à rede existente, aos acidentes geográficos, estradas, linhas elétricas
existentes e às divisas de municípios e/ou distritos próximos ou cortados pela rede projetada.
A planta de situação deve ser elaborada com base na planta de situação das redes existentes,
fornecida pela AES Sul, ou com base nas Quadrículas das Cartas Geográficas do Exército. A planta
de situação será exigida para grandes trechos, praticamente devendo ocorrer somente em redes
rurais.

3.2 DIAGRAMA UNIFILAR E CÁLCULO DA QUEDA DE TENSÃO


No diagrama unifilar, desenhado na planilha de cálculo de queda de tensão, devem ser
indicados os somatórios das demandas diversificadas e iluminação pública (concentradas em pontos
e/ou distribuídas em trechos), as demandas dos consumidores de força em kVA, a posição do
transformador e os comprimentos dos trechos em metros. O cálculo elétrico deve ser apresentado na
mesma planilha.

3.2.1 Cálculo elétrico


O cálculo elétrico deve ser feito conforme indicado na planilha de cálculo de queda de tensão
e tomando por base o diagrama unifilar. Para o dimensionamento de condutores deve-se partir
daquele de menor seção, tomando o condutor que não ultrapasse simultaneamente as condições de
máxima queda de tensão permissível e máximo de 80 % do limite térmico do condutor,
considerando as cargas devidamente demandadas e diversificadas. A aprovação de projetos com
queda de tensão acima dos limites permissíveis, somente será possível com a autorização especial.
a) Cálculo elétrico da rede primária
Os coeficientes de queda de tensão são os indicados na Tabela 3.1.
• O cálculo elétrico da rede primária, quando exigido, deve ser feito com base
nas potências dos transformadores, aplicando-se os coeficientes de diversidade
para o conjunto de transformadores, a Tabela 3.2;

• A queda de tensão máxima em qualquer dos pontos da rede primária mais


afastados do ponto de alimentação não deve ultrapassar 7,5%, estando
incluídas neste valor: a queda de tensão existente no ponto de alimentação, a
queda de tensão devida à introdução da nova carga na rede existente e a queda
de tensão no trecho projetado;

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Observação: Através da analogia com “vigas em balanço” é facilmente compreensível o cálculo


elétrico da rede de distribuição. O cálculo é então realizado com base no momento de carga onde
verifica-se:

l q – esforço aplicado na extremidade da viga


p – peso da viga supostamente concentrado
no meio
l - extensão total da viga
p q

l p
M = q×l + p× M = (q + )⋅l
2 2

No cálculo elétrico a parcela “q” é a carga aplicada na extremidade de uma determinada extensão
l na qual tem-se mesmo diâmetro de condutores e mesmo número de fases, assim como “p” é a
carga distribuída existente ao longo deste trecho e supostamente concentrada no meio do trecho.

Para viabilizar o cálculo elétrico da queda de tensão em uma rede são necessários os coeficientes
unitários de queda de tensão que são fornecidos pelas concessionárias, que tem como unidades:

REDE SECUNDÁRIA: a unidade de carga é 1 kVA a unidade de comprimento dos trechos ou


extensão dos vãos são para 100 m, logo os coeficientes são dados em porcentagem para 1 kVA x
100 m.

REDE PRIMÁRIA: a unidade de carga é 1 MVA a unidade de comprimento dos trechos ou


extensão dos vãos são para 1 km, logo os coeficientes são dados em porcentagem para 1 MVA x 1
km.

Tabela 3.1 – Coeficientes de queda de tensão para rede primária.


Em valores % para 1 MVA x km, resistência elétrica a 50 º C – Freqüência a 60 HZ
Cabos de alumínio nus - CA
Estruturas: N, B e M Fator de Potência = 0,8
SEÇÃO ALUMÍNIO - CA SISTEMA TRIFÁSICO (kV) SISTEMA BIFÁSICO (kV)
mm² AWG/MCM 13,8 22 34,5 13,8 22 34,5
21,15 4 0,872 0,312 0,126 0,788 0,636 0,257
33,62 2 0,604 0,216 0,088 1,242 0,443 0,179
53,49 1/0 0,433 0,155 0,063 0,897 0,321 0,13
107,2 4/0 0,286 0,102 0,041 0,6 0,215 0,087
170,5 336,4 0,227 0,081 0,033 0,482 0,173 0,07
* 201,40 397,5 0,212 0,076 0,031 0,451 0,162 0,065
*Condutor NÃO PADRONIZADO

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Cabos de alumínio nus com alma de aço - CAA


Estruturas: U e T Fator de Potência = 0,8
SEÇÃO DE ALUMINIO - CAA SISTEMA TRIFÁSICO (kV) SISTEMA BIFÁSICO (kV) SISTEMA MONOFÁSICO (kV)
mm² AWG/MCM 13,8 22 34,5 13,8 22 34,5 7,9 12,7 19,9
21,15 4 0,919 0,328 0,133 1,886 0,67 0,271 5,856 2,201 0,811
33,62 2 0,664 0,238 0,096 1,368 0,488 0,197 4,998 1,738 0,699
53,49 1/0 0,498 0,178 0,072 1,031 0,368 0,149 3,635 1,277 0,515
107,2 4/0 0,33 0,118 0,048 0,692 0,248 0,1 - - -
170,5 336,4 0,22 0,079 0,032 0,47 0,168 0,068 - - -

Tabela 3.2 – Coeficiente de diversidade para transformadores.


No de transformadores Coeficiente (%) No de transformadores Coeficiente (%)
na rede na rede
1 100 15 63
2 93 16 a 19 62
3 88 20 a 24 59
4 84 25 a 29 57
5 80 30 a 34 55
6 77 35 a 39 54
7 75 40 a 44 53
8 73 45 a 49 52
9 71 50 a 54 51
10 69 55 a 74 50
11 68 75 a 99 48
12 66 100 a 149 47
13 65 150 a 199 46
14 64 Mais de 200 45

b) Cálculo elétrico da rede secundária


• O cálculo elétrico da rede secundária deve ser feito levando em consideração
as demandas individuais que entraram no cálculo da demanda máxima do circuito
secundário;
• Utilizar fator de potência 1,0 para consumidores de luz (residenciais,
comerciais) e fator de potência 0,8 para consumidores de força (supermercados, oficinas)
ou dos dois tipos;
• Em projetos de redes novas a queda de tensão máxima dos pontos mais
afastados do transformador, não pode ultrapassar 3,5%;
• Em projetos de reformas e extensão de rede, a queda de tensão máxima nos
pontos de rede secundária mais afastados do transformador, não pode ultrapassar 5%.

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Tabela 3.3 - Coeficientes de queda de tensão para rede secundária.


Em valores % para 1kVA x 100m Resistência elétrica a 50ºC - Freqüência = 60Hz

Cabos de alumínio nus - CA

Distância entre condutores = 200mm x 250mm Fator de Potência = 0,8


ALUMÍNIO SIMPLES - CA 380/220V 220/127V SISTEMA MONOFÁSICO
SEÇÃO NÚMEROS DE FASES NÚMEROS DE FASES COM 3 FIOS
mm² AWG/MCM 1 2 3 1 2 3 230/115V 254/127V
21,15 (21,15) 4 (4) 0,589 0,221 0,10 1,792 0,669 0,295 0,538 0,441
33,62 (21,15) 2 (4) 0,493 0,174 0,07 1,496 0,525 0,200 0,363 0,297
53,49 (33,62) 1/0 (2) 0,335 0,119 0,05 1,015 0,360 0,139 0,251 0,205
107,20 (53,49) 4/0 (1/0) 0,221 0,078 0,03 0,668 0,234 0,086 0,154 0,126
170,50 (135,20) 336,4 (266,8) 0,136 0,051 0,02 0,410 0,154 0,065 0,115 0,094
* 201,40 (152,00) 397,5 (300) 0,125 0,047 0,02 0,377 0,142 0,059 0,105 0,086

Cabos de alumínio nus - CA


Distância entre condutores = 200mm x 250mm Fator de Potência = 1
ALUMÍNIO SIMPLES - CA 380/220V 220/127V SISTEMA MONOFÁSICO
SEÇÃO NÚMEROS DE FASES NÚMEROS DE FASES COM 3 FIOS
mm² AWG/MCM 1 2 3 1 2 3 230/115V 254/127V
21,15 (21,15) 4 (4) 0,629 0,235 0,104 1,915 0,71 0,315 0,575 0,471
33,62 (21,15) 2 (4) 0,512 0,177 0,065 1,554 0,534 0,197 0,361 0,296
53,49 (33,62) 1/0 (2) 0,321 0,111 0,041 0,972 0,334 0,123 0,226 0,185
107,2 (53,49) 4/0 (1/0) 0,16 0,055 0,02 0,483 0,166 0,061 0,113 0,092
170,5 (135,20) 336,4 (266,8) 0,087 0,031 0,012 0,264 0,095 0,038 0,071 0,058
* 201,40 (152,00) 397,5 (300) 0,076 0,027 0,01 0,231 0,082 0,032 0,06 0,049

Cabos de alumínio nus - CAA

Distância entre condutores = 400mm Fator de Potência = 0,8


ALUMÍNIO SIMPLES - CA 380/220V 220/127V SISTEMA MONOFÁSICO
SEÇÃO NÚMEROS DE FASES NÚMEROS DE FASES COM 3 FIOS
mm² AWG/MCM 1 2 3 1 2 3 230/115V 254/127V 440/220V
21,15 (21,15) 4 (4) 0,639 0,173 0,106 1,945 0,523 0,32 0,584 0,478 0,158
33,62 (21,15) 2 (4) 0,547 0,128 0,076 1,661 0,386 0,229 0,416 0,341 0,113
53,49 (33,62) 1/0 (2) 0,397 0,099 0,056 0,201 0,298 0,17 0,308 0,252 0,084
107,2 (67,43) 4/0 (2/0) 0,252 0,068 0,036 0,761 0,206 0,11 0,198 0,162 0,054

Cabos de alumínio nus - CAA


Distância entre condutores = 400mm Fator de Potência = 1
ALUMÍNIO SIMPLES - CA 380/220V 220/127V SISTEMA MONOFÁSICO
SEÇÃO NÚMEROS DE FASES NÚMEROS DE FASES COM 3 FIOS
mm² AWG/MCM 1 2 3 1 2 3 230/115V 254/127V 440/220v
21,15 (21,15) 4 (4) 0,664 0,165 0,11 2,022 0,497 0,331 0,607 0,497 0,165
33,62 (21,15) 2 (4) 0,55 0,108 0,072 1,67 0,327 0,217 0,398 0,326 0,108
53,49 (33,62) 1/0 (2) 0,362 0,071 0,047 1,096 0,216 0,144 0,264 0,216 0,071
107,2 (67,43) 4/0 (2/0) 0,191 0,038 0,025 0,577 0,114 0,076 0,139 0,114 0,038 *
Condutor NÃO PADRONIZADO

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3.2.2 Cálculo da queda de tensão na rede secundária

1,16 0,16
H P
58 2,66 kVA 61 3,16
2,66 2,66
G O
2,16 57 1,16
1,16 68 1,16
1,32 2,16 kVA 1,32
I 2,16 J
B 28 m A 21 28 45
3,66
77 3,66 73
3,66 3,16
C K
65 1,16 65 1,16
1,50 1,16 1,00 1,16 1,32 0,50
3,82 2,16
E 74 D 24 F N 25 L 48 M

Figura 3.1 – Diagrama unifilar de uma rede secundária de 380/220 V com fator de potênica = 1.
TRECHO CARGA QUEDA DE TENSÃO
Comprim Distribuída Acumulada CONDU-
Designação ento no trecho no fim do Total TORES Unitária No trecho Total
trecho (CA)
A B C D (C/2+D)B=E F G EXG=H I
Primária km MVA MVA MVA x km
Secundária 100 m kVA kVA KVA x 100m No AWG % % %

Demanda Demanda
Noturna Diurna
Preparado p/ Data Processo
Visto Data Folha

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3.2.3 Cálculo da queda de tensão na rede primária

75 . L 75 . J

.
225

75 . O 75 . H
212 I
122

275 120

. . F . G

.
75 E
50 kVA 162 75
203
. 27
183

. 28

. ..
N 75 M
D
A 141 m 104
B C 195
SE
Figura 3.2 – Diagrama unifilar de uma rede primária.

Observação: Trecho B-C = travessia de estrada


Queda de tensão no poste de tomada de energia – 5,2%

Referência Desenho No Folha


TRECHO CARGA QUEDA DE TENSÃO
Comprim Distribuída Acumulada CONDU-
Designação ento no trecho no fim do Total TORES Unitária No trecho Total
trecho
A B C D (C/2+D)B=E F G EXG=H I
Primária km MVA MVA MVA x km
Secundária 100 m kVA kVA KVA x 100m No AWG % % %

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CAPÍTULO 4 - FATORES TÍPICOS DE CARGA [1]

As cargas dos consumidores supridos por um sistema de potência têm várias características
que lhes são comuns, tais como:
• Localização geográfica;
• Finalidade a que se destina a energia fornecida;
• Dependência da energia elétrica;
• Perturbações causadas pela carga ao sistema;
• Tarifação;
• Tensão de fornecimento;
e a partir de tais características típicas pode-se ficar critérios de classificação dos consumidores, ou
melhor, da carga de tais consumidores, cuja análise será objeto de itens subseqüentes, nos quais
serão fixados critérios de classificação.

4.1 TIPOS DE CARGAS

O sistema de distribuição deve atender consumidores de energia elétrica situados nas


cidades e nas zonas rurais, portanto é óbvia a divisão da área atendida pelo sistema em zonas, tais
como: zona urbana, zona suburbana e zona rural. Destacam-se as peculiaridades típicas de cada
zona, por exemplo, nos bairros centrais da zona urbana tem-se, em geral, densidade de carga
elevada, com consumidores constituídos por escritórios e lojas comerciais, tendo período de
funcionamento bem definido e hábitos de consumo comuns a todos eles. Além disso, tal zona
geralmente é toda edificada sendo raro o surgimento de novos consumidores, do que resulta
crescimento de carga apenas vegetativo, isto é, devido ao surgimento de novos equipamentos
elétricos. Já nos bairros periféricos, tem-se densidade de carga menor, com predomínio de
consumidores residenciais, podendo existir consumidores comerciais e industriais. Finalmente a
zona rural caracteriza-se por densidade de carga muito baixa, consumidores residenciais e agro-
industriais, com hábitos de consumo diferentes dos demais.
A finalidade para qual o usuário consome 3energia elétrica pode servir de critério para a
classificação das cargas, destacando-se:
• Cargas residenciais;
• Cargas comerciais de iluminação e condicionamento do ar em prédios, lojas, edifícios de
escritórios, etc;
• Cargas industriais trifásicas em geral, com predomínio de motores de indução;
• Cargas rurais de agroindústrias, irrigação, etc;
• Cargas municipais e governamentais (serviços e poderes públicos);
• Carga de iluminação pública

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Estes critérios são importantes em estudos de planejamento, pois permitem identificar os hábitos
de consumo, instantes em que há a maior demanda e variações de tensão produzidas, por
exemplo, pela partida de motores.

4.2 FATORES DE CARGA

4.2.1 Demanda
De acordo com as normas técnicas define-se: “A demanda de uma instalação é a carga nos
terminais receptores tomada em valor médio num determinado intervalo de tempo.” Entende-se
como “carga” a aplicação que esta sendo medida em termos de potência, aparente, ativa ou reativa,
ou ainda em termos do valor eficaz de intensidade de corrente. O período no qual é tomado o valor
médio é chamado de “intervalo de demanda”. Quando o intervalo de demanda tende a zero tem-se a
“demanda instantânea”. Destaca-se que se a demanda representar potência ativa, a área sob a curva
corresponderá a energia consumida diariamente.

Figura 4.1 – Exemplo de curva de carga.

4.2.2 Demanda Máxima


Conforme as normas técnicas, define-se: “A demanda máxima de uma instalação ou sistema
é a maior de todas as demandas que ocorrem num período especificado de tempo”. Não se deve
confundir o período durante o qual a demanda foi observada com o intervalo de demanda. Assim, é
que quando se fala em demanda máxima é imprescindível que se especifique o período durante o
qual a demanda, com intervalo de demanda pré-fixado, foi observada, ou seja deve-se dizer:
demanda máxima diária, mensal ou anual, conforme o período de observação tenha sido o dia, o
mês ou o ano, respectivamente. Usualmente omite-se o intervalo de demanda que é tomado em 10
ou 15 minutos.

4.2.3 Diversidade de Carga


Um alimentador opera durante o dia com carga variável, logo, deverá ser estudado para a
condição de demanda máxima, pois é ela que imporá as condições mais severas de queda de tensão
e de aquecimento. Assim, no estabelecimento da demanda máxima surge a questão: será a demanda
máxima de um conjunto de consumidores igual à soma das suas demandas máximas individuais?
Obviamente, a resposta é não, pois existe em todos os sistemas uma diversidade entre consumidores

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resultando para a demanda máxima do conjunto um valor menor que a soma das demandas
máximas individuais. Assim: “A demanda diversificada de um conjunto de cargas, num dado
instante, é a soma das demandas individuais das cargas, naquele instante”.

4.2.4 Fator de demanda


O fator de demanda de um sistema, ou parte de um sistema, ou de uma carga, num intervalo
de tempo τ, é a relação entre a sua demanda máxima, no intervalo de tempo considerado, e a carga
nominal ou instalada total do elemento considerado. O fator de demanda é adimensional e
geralmente não é maior do que um. No entanto, pode alcançar valores maiores quando o elemento
considerado está operando em sobrecarga.

Exemplo:

Considere o trecho de um alimentador que supre três transformadores, cujas potências


nominais, potências instaladas e demandas máximas mensais estão apresentadas na Fig. 4.2.

Figura 4.2 – Bloco de carga de um alimentador.

Os fatores de demanda individuais dos três transformadores são dados por:

160 60 375,0
f dem−trafo1 = = 1,067 f dem−trafo 2 = = 0,8 f dem−trafo 3 = = 1,250
150 75 300

4.2.5 Fator de utilização


O fator de utilização de um sistema, num determinado período de tempo τ, é a relação entre
a demanda máxima do sistema, no período τ,, e usa capacidade. É calculado definindo-se a
demanda máxima e a capacidade nas mesmas unidades. A capacidade do sistema é
obrigatoriamente expressa em unidade de corrente ou potência aparente. Seu valor é usualmente
menor ou igual a 1, porém quando o sistema estiver operando com sobrecarga, assume valor maior
do que 1.

4.2.6 Fator de carga


É a relação entre as demandas médias e máximas do sistema, correspondentes a um período
de tempo τ. O fator de carga é adimensional, é sempre não maior do que 1. Observa-se que para

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fator de carga unitário corresponde um sistema que está operando, durante o período de tempo τ,
com demanda constante.
4.2.7 Fator de perdas
Define-se como fator de perdas como sendo a relação entre os valores médios, Pmédio, e
máximo, Pmáximo, da potência dissipada em perdas, num intervalo de tempo determinado, τ.

4.3 CONCEITOS GERAIS DE TARIFAÇÃO


A tarifa da energia elétrica tem por finalidade remunerar a concessionária dos investimentos
no sistema e dos custos operacionais. Deve-se lembrar que o sistema está construído de forma a
atender a demanda máxima, que tem uma duração de cerca de duas horas diárias, assim é razoável
considerar-se uma estrutura tarifária que leve em conta a tarifação da demanda máxima verificada e
da energia absorvida, “tarifa binômia”.
Para melhor esclarecer esse conceito considera-se o caso de dois consumidores, que
apresentam as curvas diárias de carga da Fig. 4.3, na qual um tem fator de carga baixo, demanda
máxima muito grande, 50 kW, e energia absorvida pequena, 200 kW, e, outro consumidor,
apresenta fator de carga alto, demanda máxima pequena, 20 kW, e energia absorvida grande, 380m
kW. Evidentemente a maior parte do investimento feito na rede destina-se ao atendimento do
consumidor 1, demanda de 50 kW.

Figura 4.3 – Curvas de carga diárias dos dois consumidores.


Assim, caso a tarifação fosse feita somente pela energia suprida, quando nessa tarifa deveria
estar compreendida a amortização da instalação, o consumidor 2 pagaria 65% do total e o 1,
responsável pelo investimento da concessionária, somente 34,5%. Esta distorção é sanada pela
tarifa binômia que remunera a amortização do investimento pela tarifa de demanda e os custos
operacionais pela energia, isto é, sendo Cdem a tarifa mensal correspondente à demanda,
R$/kW/mês, que representa o custo mensal de amortização da instalação, e Cenergia a tarifa mensal
de energia, R$/kWh, que representa o custo operacional, o faturamento será:
• Consumidor 1 50 Cdem + 200 Cenergia
• Consumidor 2 20 Cdem + 380 Cenergia
ou seja, o consumidor 1 paga pela amortização de 71,4 % do investimento e pro 34,5 % do custo
operacional, enquanto que, o 2 paga por 28,6% da amortização e pro 65,5% do custo operacional.
Evidentemente, trata-se de um exemplo para o esclarecimento do conceito de tarifa binômia, na
realidade a instalação seria dimensionada pela demanda diversificada (50 + 20 = 70 kW) e seria
razoável que o consumidor 2 pagasse somente a demanda que incide na hora de ponta (20kW).
O problema é muito mais complexo do que parece, pois se deve levar em conta, dentre
outros, fatores pertinentes à disponibilidade de água nos reservatórios, ano seco ou ano úmido, à
estação do ano, período de seca ou de chuva, etc.

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CAPÍTULO 5 - CORRENTE ADMISSÍVEL EM REDES [1]

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os cabos utilizados nos sistemas de distribuição são de alumínio e mais raramente de cobre.
Conforme as características da rede utilizam-se condutores nus, protegidos ou isolados
(subterrâneos). Condutores protegidos são aqueles que contam com uma capa de material
isolante que tem a finalidade de proteger a linha contra contatos acidentais, por exemplo, roçar
de ramos de árvores pela ação do vento, esta capa de proteção não garante a isolação dos
condutores.
Os cabos de alumínio nus ou protegidos, que são utilizados em redes aéreas são designados
por CA, cabo de alumínio ou CAA cabo de alumínio com alma de aço. Os primeiros não
contam com reforço mecânico algum, enquanto os segundos contam com alma de aço, que é
responsável pela sustentação do esforço mecânico.

5.2 CORRENTE ADMISSÍVEL EM CABOS

A fixação da corrente admissível em condutores está ligada ao valor da temperatura que ele
atingirá devido ao calor produzido pela circulação de corrente, efeito Joule. A temperatura
alcançada pelo condutor está ligada ao valor da intensidade de corrente que o percorre e ao
tempo durante o qual se tem a circulação de corrente. Assim:
• Corrente admissível para regime permanente, ou para fator de carga de 100%, que
representa aquela intensidade de corrente que circulando continuamente pelo condutor
produz elevação na sua temperatura, sobre a do ambiente, de valor especificado.
Observa-se que tal elevação de temperatura deve estar limitada de modo a não danificar
nem o condutor nem suas emendas;
• Corrente admissível para regime de curta duração, corresponde ao caso de ocorrer um
curto-circuito na rede que é rapidamente interrompido pelos dispositivos de proteção.

5.2.1 Corrente admissível em cabos nus

No caso de condutores nus, instalados ao ar livre, para o estabelecimento da corrente


admissível em regime permanente, calcula-se o calor dissipado por convecção, por irradiação e o
calor recebido do sol, obtendo-se a corrente admissível através da equação:

I 2 R = Qconv + Qirrad − Qsol


onde:
I corrente admissível em A;
R resistência do condutor na temperatura de regime, em Ω/km;
Qconv calor dissipado por convecção, em W/km;
Qirrad calor dissipado por irradiação, em W/km

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Qsol calor recebido do sol, em W/km

Conhecendo-se os valores de Qconv , Qirrad e Qsol , determina-se o valor da corrente


admissível pela equação:

Qconv + Qirrad − Qsol


I=
R

a) Dispersão de calor por convecção


A equação utilizada para o cálculo do calor transferido ao meio por convecção, conforme
demonstra a teoria de transferência de calor, depende do número de Reynolds, ℜ , que é dado
por:
ℜ = Φ ⋅ δ ⋅ν / µ
onde:
Φ diâmetro do condutor em m;
δ densidade do ar, em kg/m3
ν velocidade do ar, em m/h
µ viscosidade do ar, em kg/m.h
Assim determina-se o valor de todos os parâmetros, que dependem da temperatura,
utilizando-se a média entre a temperatura ambiente e a externa do cabo, tem-se:

• ℜ < 0,1 Convecção natural


ƒ Ao nível do mar
Qconv = 3712,7204 ⋅ Φ 0,75 ⋅ θ 1, 25 (W/km)

ƒ A grandes altitudes
Qconv = 364,1618 ⋅ δ 0,5 ⋅ Φ 0,75 ⋅ θ 1, 25 (W/km)

• 0,1 ≤ ℜ < 1.000


Qconv = 1.000 ⋅ (1,01 + 0,3710 ⋅ ℜ 0,52 ) ⋅τ term ⋅θ (W/km)
onde:
τ term condutividade térmica do ar, W/m.ºC;
θ elevação da temperatura do condutor sobre o meio ambiente, em ºC.

• 1.000 ≤ ℜ < 18.000

Qconv = 169,5 ⋅ ℜ 0,6 ) ⋅θ ⋅τ term (W/km)

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Os valores das constantes físicas do ar, viscosidade, densidade e condutividade térmica, em


função da temperatura estão apresentadas na Tabela a seguir:
Tabela 5.1 Constantes físicas do ar

δ
µ τ term

b) Dispersão de calor por irradiação


Para o calor disperso por irradiação tem-se, pela equação de Stefan-Boltzmann:

Qirr = 0,00017825 ⋅ Φ ⋅ ε ⋅ (TCON


4
− TAMB
4
) (W/km)

onde:

TCON temperatura do condutor, K;


TAMB temperatura ambiente, K;
ε emissividade da superfície do condutor.

A literatura técnica fixa para condutores novos e condutores negros valores de emissividade de
0,23 e 0,9, respectivamente. Usualmente utiliza-se valor médio da emissividade de 0,5,
considerando-se os cabos envelhecidos.

c) Calor Absorvido por Radiação Solar


A equação completa para o calor absorvido do sol é:

Qsol = σ ⋅ Qs ⋅ A' ⋅ sen γ (W/km)

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onde:
Qsol calor recebido do sol, em W/km;
σ coeficiente de absorção da radiação solar;
Qs calor total irradiado pelo sol em W/km2
A' área projetada do condutor, em m2 por km de comprimento, e
γ = cos −1[cos H C ⋅ cos( Z C − Z L )]
com
HC altitude do sol, em graus;
ZC azimute do sol, em graus;
ZL azimute da linha, em graus.

Valores típicos do coeficiente de absorção da radiação solar são: 0,23, para condutores novos e
0,91 para condutores enegrecidos. Valores típicos do calor recebido por uma superfície exposta aos
raios do sol, ao nível do mar, são mostrados na Tabela abaixo:

Tabela 5.2 – Irradiação solar

Observa-se que o cálculo do calor absorvido pelo condutor devido à irradiação solar pode ser
feito utilizando-se a equação aproximada, válida para o território brasileiro, estimada a partir dos
valores médios dos parâmetros envolvidos:

Qsol = 500.000 ⋅ Φ (W/km)

OBS: Quando a linha é percorrida pela corrente de curto-circuito aceita-se aumentar a


temperatura admissível no condutor até o limite da perda de suas características mecânicas, visto
que tal corrente é de curta duração. Este limite pode ser fixado em até 340 ºC para cabos CA e 645
ºC para cabos CAA (temperatura de fusão do aço 1.450 ºC). O valor da corrente correspondente a
esta temperatura é definido como “corrente admissível em curto-circuito”.

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CAPÍTULO 6 MÉTODO PARA CORREÇÃO DOS NÍVEIS DE TENSÃO

6.1 MEDIDAS CORRETIVAS PARA ADEQUAR OS NÍVEIS DE TENSÃO NA REDE PRIMÁRIA

• Transferência de carga entre alimentadores.


• Manutenção preventiva.
• Melhoria do fator de potência.
• Instalação de regulador de tensão.
• Troca de bitola do alimentador.
• Construção de novo alimentador.
• Mudança da tensão primária de alimentação.
• Construção de nova subestação.

6.2 MEDIDAS CORRETIVAS PARA ADEQUAR OS NÍVEIS DE TENSÃO NA REDE


SECUNDÁRIA

• Inspeção e pequenas manutenções.


a) Vantagens:
1. Rapidez na solução dos problemas
2. Não exige investimentos específicos
b) Providências:
3. Substituição e reaperto de conexões: Os pontos onde se constatam a maior
incidência de problemas:
∗ nas ligações dos bornes secundários dos transformadores à rede.
∗ rede secundária onde há mudança de bitola de condutor.
4. Aterramento:
∗ a inexistência de aterramento ou sua deficiência produz a flutuação do
neutro da rede ocasionando o desequilíbrio da tensão.
5. Troca de condutores danificados.

• Balanceamento de carga
• Aumento da bitola dos condutores
• Redivisão de circuitos secundários.

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Elaboração do Perfil de Tensão

Deve-se estabelecer os valores máximos e mínimos admissíveis de queda de tensão para os


diversos componentes do sistema de distribuição e as considerações para a condição de carga
máxima e mínima.

Tabela 6.1- Queda de tensão em transformadores

CARREGAMENTO TRANSFORMADORES
% MONOFÁSICOS TRIFÁSICOS
150 1,065 1,053
125 1,054 1,044
100 1,043 1,035
75 1,032 1,026
50 1,022 1,018
25 1,011 1,009
10 1,009 1,002

Tabela 6.2 Limites adequados de variação de tensão – ANEEL Res. Nº 505 de 26/11/2001.
Tensão de Serviço
Tensão
Circuito Faixa Favorável Faixa Tolerável
Nominal (V)
Máxima Mínima Máxima Mínima
380/220 395/229 347/201 402/233 326/189
Trifásica
220/127 229/132 201/116 233/135 189/109
Monofásica 230/115 240/120 207/103 243/121 197/98

A tabela anterior informa os limites de tensão de serviço na rede secundária, para a rede
primária a tensão deve situar-se dentro dos seguintes valores (tomando-se a tensão nominal
como referência):
o Faixa favorável: 105,0% e 92,5%
o Faixa tolerável: 105,0% e 90,0%

6.3 EXEMPLO PRÁTICO

Cálculo para elaboração dos níveis de tensão para as cargas máximas e mínimas de um
sistema de distribuição:

6.4.1 Dados do sistema

• queda de tensão máxima admissível:


∗ ramal de ligação 1%
∗ rede secundária 5%
∗ rede primária 3,5%
∗ transformador de distribuição 3φ com 125% de carregamento
∗ relação entre carga máxima e mínima - 7
∗ tensão base de referência - secundária 127 V
primária 13,2 kV

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6.4.2 Condição de carga máxima

A tensão mais baixa que ocorre no sistema de distribuição, deve acontecer no último
consumidor ligado na rede secundária do último transformador de distribuição da rede
primária.

Partindo do valor de tensão de 116 V para o último consumidor de distribuição e


retornando até a barra da subestação, tem-se a seqüência de cálculo:
SE
PRIMÁRIA

ÚLTIMO TRANSFORMADOR
1ºTRANSFORMADOR

RAMAL DE LIGAÇÃO SECUNDÁRIA

RAMAL DE LIGAÇÃO
1º CONSUMIDOR
ÚLTIMO

Figura 6.1 – Sistema de distribuição típico.

♦ TENSÃO NO ÚLTIMO CONSUMIDOR DO ÚLTIMO TRANSFORMADOR:

A tensão é definida pelo ANEEL de acordo com a Resolução nº 505 de 26/11/2001:

♦ TENSÃO NO POSTE DA REDE SECUNDÁRIA DE DERIVAÇÃO DO


CONSUMIDOR:
Considera-se a queda de tensão no ramal de ligação:

♦ TENSÃO NOS BORNES DO TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO:

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♦ TENSÃO PRIMÁRIA NO TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO:

♦ TENSÃO NA BARRA DA SE: ( REDE PRIMÁRIA)

♦ TENSÃO NO PRIMEIRO CONSUMIDOR DO PRIMEIRO TRANSFORMADO:

6.4.2 Condição de carga leve

Na condição de carga leve a pior situação ocorre no primeiro transformador ligado na


rede secundária do primeiro transformador de distribuição. Esse consumidor na carga leve terá a
tensão mais elevada que o sistema de distribuição pode apresentar, mas este valor não poderá ser
maior que o definido pela ANEEL.

O perfil de tensão para a condição de carga leve deve ser construído, conforme a
seqüência de cálculo a seguir:

♦ TENSÃO NO PRIMEIRO CONSUMIDOR DO PRIMEIRO TRANSFORMADOR:

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♦ TENSÃO NO POSTE DA REDE SECUNDÁRIA DE DERIVAÇÃO DO


CONSUMIDOR:

♦ TENSÃO PRIMÁRIA DO TRANSFORMADOR DE DISTRIBUIÇÃO

♦ TENSÃO PRIMÁRIA NO ÚLTIMO CONSUMIDOR:

♦ TENSÃO NOS BORNES DO TRANSFORMADOR

♦ TENSÃO NO POSTE DA REDE SECUNDÁRIA DE DERIVAÇÃO DO ÚLTIMO


CONSUMIDOR

♦ TENSÃO NO ÚLTIMO CONSUMIDOR:

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CAPÍTULO 7 - MANUTENÇÃO

MANUTENÇÃO É ISTO:

1- QUANDO TUDO VAI BEM;


NINGUÉM LEMBRA QUE EXISTE.

2- QUANDO ALGO VAI MAL;


DIZEM QUE NÃO EXISTE.

3- QUANDO É PARA GASTAR;


ACHA-SE QUE NÃO É PRECISO
QUE EXISTA.

4- PORÉM, QUANDO REALMENTE


NÃO EXISTE;
TODOS CONCORDAM
QUE DEVERIA EXISTIR.

7.1 MANUTENÇÃO PREVENTIVA:

Manutenção preventiva é todo serviço programado de controle, conservação ou


restauração de instalações e equipamentos, executado com a finalidade de mantê-los
em condições de operação e prevenir possíveis ocorrências que afetem sua
disponibilidade.

Basicamente, são aceitos pelas concessionárias como manutenção preventiva os


serviços relacionados a seguir, suportados por uma programação prévia:
• substituir: condutores, chaves faca, pára-raios, isoladores, conectores, cruzetas,
ferragens, postes, estais e outros equipamentos de distribuição;
• enfitar o condutor nos isoladores;
• reesticar ou aliviar a tensão mecânica em condutores;
• relocar ou aprumar posteação
• nivelar cruzetas;
• remover ou afastar condutores;
• reapertar ou refazer conexões;
• limpar, lavar e substituir isoladores;
• podar árvores;
• limpar faixas;
• numerar ou renumerar a posteação ou equipamentos;
• retirar da rede objetos estranhos;
• medir a resistência de aterramentos.

7.1.1 Inspeção de redes de distribuição


A inspeção objetiva identificar as irregularidades e anomalias no sistema de
distribuição que, se não corrigidas a tempo, resultarão em falhas e interrupções
no fornecimento de energia elétrica.

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Ao avaliar as condições do sistema de distribuição, a inspeção conduz ao


estabelecimento das prioridades para a execução da manutenção. A inspeção
constitui uma etapa essencial e imprescindível do processo de manutenção.

7.1.2 Métodos de inspeção


Para efeitos de inspeção das redes e linhas de distribuição, deverão ser
utilizados os seguintes métodos de inspeção:
• total;
• poste-a-poste
• setorial
• amostragem

7.1.3 Tipos de inspeção

Segundo os critérios vigentes, são executados os seguintes tipos de inspeção


nas redes e linhas de distribuição:

• inspeção visual;
• inspeção instrumental, com utilização de aparelhos como o termovisor, o
termodetector, o testador de isolador, os medidores gráficos e o aparelho de
radiointerferência.

7.2 MANUTENÇÃO COM LINHA VIVA

É um serviço bastante oneroso e de investimento inicial elevado e para a sua implantação


racional, as concessionárias atendem pré-requisitos, dentre os quais:

• existência de controle de qualidade em que se determinem índices operativos


capazes de diagnosticar o desempenho do sistema, de acompanhar a sua evolução
com o tempo e de fornecer dados que permitam a definição de metas a serem
alcançadas;
• existência de uma preocupação gerencial dirigida para a sistematização das
atividades de manutenção.
A linha-viva passa a ser justificada como um critério de trabalho para a manutenção,
reduzindo os desligamentos, que trazem manifestos prejuízos ao consumidor e à
imagem da concessionária.

7.3 MÉTODO DE HIERARQUIZAÇÃO PARA MANUTENÇÃO PREVENTIVA EM REDE DE


DISTRIBUIÇÃO

A hierarquização dos alimentadores do sistema de distribuição, para efeito de


manutenção preventiva, é obtida a partir de um conjunto de variáveis relativas ao alimentador.
Para aplicação do método é fundamental que as variáveis a seguir sejam controlada:

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• Índice de Frequência Equivalente por Consumidor: ( FEC )

Frequência de Interrupções - é o número de vezes em que o sistema ficou


interrompido no período considerado
FEC - é o número interrupções que, em média, cada consumidor do sistema
sofreu no período considerado.

∑ Ca( i )
i =1
FEC =
Cs

Ca ( i ) Número de consumidores atingidos nas interrupções


i Número de interrupções variando de 1 a n
Cs Número total de consumidores do sistema

• Duração Equivalente por Consumidor: ( DEC )


Duração da Interrupção - período de tempo entre o início e o fim da interrupção.
DEC - Período de tempo que em média, cada consumidor do sistema ficou sem
energia elétrica no período considerado.

∑ Ca( i ) × t( i )
i =1
DEC =
Cs

t ( i ) - tempo decorrido na interrupção ( i ) horas.

• Idade do alimentador
• Carregamento máximo ( % do limite térmico )
• Número de consumidores
• Consumidores com prioridade
• Consumo total

Os fatores de ponderação atribuídos a estas variáveis estão indicados a seguir e foram


obtidos experimentalmente. As concessionárias poderão adaptar tais valores de acordo com suas
conveniências técnicas e administrativas.

VARIÁVEIS FAT. POND. VARIÁVEIS FAT. POND. VARIÁVEIS FAT. POND


IDADE ALIM.
DEC 0,17 FEC 0,17 0 a 1 ano 1,00
Carr. Alim. 0,30 Nº Consum. 0,05 1 a 15 anos 0,50
Cons. c/ 0,16 Consumo total 0,15 acima de 15 1,00
prioridade MWh anos

Para aplicação deste método, deverá ser utilizado o formulário apresentado a seguir.
Para cada alimentador ou linha de distribuição, deverão ser preenchidas duas linha
deste formulário: linha R ( Real ) e linha P ( Ponderado ).

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EXEMPLO PRÁTICO:

Dados do alimentador Alim. 1 Alim. 2 Alim. 3


Consumo total MWh 4.104 3.429 2.298
Carregamento em % do carregamento térmico do cabo 86 79 90
Número de consumidores 7.439 6.125 5.033
DEC 19,56 19,12 15,23
FEC 6,47 7,95 5,34
Idade (anos) 3 anos 6 meses 24 anos

HIERARQUIZAÇÃO DE ALIMENTADORES FOLHA DE


OU REF.
LINHAS LOCAL:
ELABORADO POR: DATA: REGIÃO:
AL MWh % carr Nºcon cons. c/ prioridade de atend. continuidade índice idade valor classifi
fornecimento cação
pond final
DEC FEC
R
P
R
P
R
P

AL3
AL1
banco AL2
farmácia jornal aeroporto
sorveteria ótica centro comercial
fóruns delegacia hotel pequeno
central telefônica escola igreja
bomba d’água bombeiros

Figura 7.1 – Subestação e alimentadores.

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Tabela 7.1 Tipos de consumidores

CASAS COMERCIAIS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO


açougues 27 escolas 18
armazéns 13 escolas técnicas 21
bares 13 FORNECIMENTO DE ÁGUA
centros comerciais 37 bomba d'água 80
confeitarias 27 estações de tratamento de água 80
escritórios 05 GOVERNO E SEGURANÇA PÚBLICA
farmácias 19 corpo de bombeiros 17
frigoríficos 37 delegacias de polícia 39
laboratórios fotográficos 09 fóruns 39
lancherias 13 Penitenciárias 39
óticas 09 prefeituras 39
padarias pequenas 27 quartéis 39
padarias grandes 37 repartições públicas 17
restaurantes pequenos 13 HOTÉIS
restaurantes grandes 35 condom. c/ elevador e bomba d'água 28
sorveterias 27 de luxo 35
supermercados pequenos 27 pequenos 13
supermercados grandes 34 HOSPITAIS, CLÍNICAS E ASILOS
varejo de pequeno porte 05 asilos 06
varejo de médio porte 09 clínicas dentárias pequenas 11
varejo de grande porte 19 clínicas dentárias grandes c/ raio x 33
CULTURA ANIMAL clínicas médicas 11
aviários 41 conventos 06
apiculturas 03 hospitais com gerador 47
zoológicos 03 hospitais sem gerador 95
COMUNICAÇÕES laboratórios de análise 33
centrais telefônicas 74 IGREJAS 17
correios e telégrafos 70 INDÚSTRIAS
jornais 58 beneficiamento de cereais 29
rádios 58 cerâmicas 31
torres de microondas 74 construções 24
torres de TV 62 grande porte c/ regime contínuo 90
DIVERSOS grande porte c/ regime intermitente 54
cinemas 50 médio porte c/ regime contínuo 45
clubes e salões de jogos 07 médio porte c/ regime intermitente 43
estádios 50 moveis, art. diversos, peq. tapeçarias 25
hipódromos 07 olarias 31
institutos de beleza 11 serralherias pequenas 25
DEPÓSITOS E ALMOXARIFADOS torrefação e moagem 29
almoxarifados somente c/ iluminação 03 usinas de açúcar 84
depósitos c/ câmaras frigoríficas 27 TRANSPORTE
garagens 03 aeroportos 51
ESTABELECIMENTOS FINANCEIROS centrais de trolebus 66
bancos 35 estações ferroviárias 23
caixas econômicas 17 estações rodoviárias 23
OFICINAS E POSTOS
mecânicas ou de reparos gerais 15
postos de abastecimentos e lavagem 15

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CAPÍTULO 8 QUALIDADE DE SERVIÇO

8.1 UMA VISÃO DE QUALIDADE DE ENERGIA

As mudanças na estrutura do setor elétrico, com grande parte das empresas distribuidoras
privatizadas, aparece à necessidade de um maior controle da qualidade da energia elétrica fornecida
aos consumidores finais. Para tanto, torna-se importante o estabelecimento de índices de
desempenho do fornecimento, de modo que seja possível o controle da qualidade de energia elétrica
de forma objetiva.
Existe uma interdependência direta entre as chamadas fontes poluidoras e as cargas sensíveis,
que se estabelece principalmente no sistema de distribuição. O principal, para o correto
funcionamento do sistema elétrico, é que esta inter-relação estabeleça-se de forma harmoniosa,
dentro de limites aceitáveis, de forma que o consumidor de energia elétrica venha a ser prejudicado
pela presença de alguns dos fatores que diminuem a qualidade da energia elétrica.
O fornecimento de energia elétrica aos consumidores deve obedecer a dois conceitos básicos,
normalmente denominados qualidade de serviço e qualidade do produto.
Existem alguns fenômenos, aleatórios ou intrínsecos, que ocorrem no sistema elétrico fazendo
com que os aspectos acima citados sofram alterações, deteriorando a qualidade do fornecimento de
energia elétrica. Dentre os fenômenos podemos citar: afundamentos e/ou elevações de tensões, as
interrupções, distorções harmônicas, flutuações de tensão, oscilações, ruídos, sobretensões,
subtensões, etc.
A QUALIDADE DO SERVIÇO, basicamente entendida como a continuidade do fornecimento, é
fruto das interrupções no sistema elétrico, provocadas por falhas no sistema (manutenção corretiva)
e por atividade de manutenção programada (manutenção preventiva), em função de serviços
necessários a serem realizados no sistema.
A QUALIDADE DO PRODUTO, Para avaliar o quanto um sistema está operando fora de suas
condições normais, duas grandezas elétricas básicas podem ser empregadas. São elas: a tensão e a
freqüência. A freqüência em um sistema interligado situa-se na faixa de 60 ± 0,5Hz. Por outro lado,
em relação à tensão, três aspectos principais devem ser observados:
• Forma de onda, a qual deve ser o mais próximo possível de senóide;
• Simetria do sistema elétrico e
• Magnitudes das tensões dentro de limites aceitáveis.

8.2 CONTINUIDADE DO FORNECIMENTO

Quando o fornecimento de tensão permanece em zero por um período de tempo que excede 1
min, a variação de tensão de longa duração é considerada como uma interrupção sustentada. As
interrupções maiores do que 1 mim são geralmente permanentes e requerem intervenção humana
para reparar e retornar o sistema à operação normal no fornecimento de energia.
As interrupções sustentadas podem ocorrer de forma inesperada ou de forma planejada. A
maioria delas ocorre inesperadamente e as principais causas são falhas nos disjuntores, queima de
fusíveis; falha de componentes do circuito alimentador, etc. Já as interrupções planejadas são feitas
geralmente para executar manutenção na rede, ou seja, serviços como troca de cabos e postes,
mudança do tap do transformador, alteração dos ajustes de equipamentos de proteção, etc.

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Seja a interrupção de natureza sustentada ou inesperada, o sistema elétrico deve ser projetado e
operado de forma a garantir que:
• o número de interrupções seja mínimo;
• uma interrupção dure o mínimo possível e
• o número de consumidores afetados seja pequeno.
Ao ocorrer uma falta de caráter permanente, o dispositivo de proteção do alimentador
principal executa 3 ou 4 operações na tentativa de se restabelecer o sistema, até que o bloqueio
definitivo seja efetuado. A duração desta interrupção pode atingir de vários minutos a horas,
dependendo do local da falta, do tipo de defeito na rede e também da operacionalidade da equipe de
manutenção. Em redes aéreas, a localização do defeito não demora muito tempo, ao passo que em
redes subterrâneas necessita-se de um tempo considerável, o que contribui para o comprometimento
da qualidade do fornecimento. Entretanto, a probabilidade de ocorrer uma falta em redes
subterrâneas é muito menor do que em redes aéreas.
No caso de interrupções de curta duração, o desligamento de equipamentos acarreta grandes
prejuízos às indústrias. No caso de interrupção sustentada o prejuízo é ainda maior, visto que o
tempo de duração da interrupção é muito grande, comparado com o da interrupção de curta duração,
retardando a retomada do processo produtivo.
A continuidade do fornecimento é, em geral, avaliada pelas empresas de distribuição, a
partir das ocorrências na rede de distribuição. Por exemplo, se uma determinada falha em dado
equipamento da rede pode causar a interrupção de vários consumidores. A contabilização da
qualidade do serviço a estes consumidores ou relacionada a este sistema de distribuição é avaliada
após um determinado período, em geral, mensalmente, trimestralmente ou anualmente.
Em algumas situações é importante realizar uma estimação da qualidade de serviço. Em
geral, tal estimação é feita com base em alguns parâmetros estatísticos, como valores históricos de
taxa de falhas dos equipamentos (número de vezes, em determinado período, que o equipamento
deve falhar) e como tempos médios para atendimento de uma determinada ocorrência na rede. Este
tipo de análise é chamada de avaliação a priori.

8.3 AVALIAÇÃO DA CONTINUIDADE DO FORNECIMENTO A POSTERIORI

Para melhor fixação dos conceitos envolvidos na análise da continuidade do fornecimento em


sistemas de distribuição primário típico, seja o exemplo da Fig. 8.1. Neste sistema estão
representados dois circuitos primários: o circuito em análise e o circuito que socorre quando de
contingências. Alem disso, estão representados os disjuntores, D, na saída da SE, chave de proteção,
P, chaves fusíveis, F, na saída dos ramais, chave de seccionamento, NF, que opera na condição
normal fechada, e chave de socorro entre dois circuitos, NA, que opera na condição normal aberta.
No caso de ocorrer, num instante t0 , um defeito no trecho 01-04, poderia ter-se a seguinte
seqüência de eventos:
• O disjuntor do circuito em análise D, atua energizando todo o circuito;
• A equipe de manutenção percorre o alimentador identificando o ponto de defeito e, em
seguida, abre a chave de proteção P isolando o trecho com defeito;
• Fecha no instante t1 a chave de socorro, NA, restabelecendo o suprimento aos
consumidores a jusante da barra 04;
• Procede ao reparo do defeito e, ao tempo t2 , término do reparo, abre a chave NA, fecha
a chave de proteção P, e liga o disjuntor, restabelecendo o suprimento de todo o
alimentador.

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Assim, nesta contingência tem-se:

• No intervalo de tempo ∆t1 = t1 − t0 , a interrupção do suprimento a 140 consumidores


e a potência instalada não atendida foi de 4 MVA (consumidores de todo o circuito);
• No intervalo de tempo ∆t 2 = t 2 − t1 , a interrupção do suprimento a 30 consumidores
e a potência instalada não atendia foi de 2,0 MVA (consumidores e carga no trecho
01-04).

Para possíveis defeitos nos demais trechos do circuito, ter-se-ia condições análogas, isto é, a
cada interrupção no fornecimento de energia por manutenção, seja ela corretiva ou preventiva,
pode-se determinar o tempo em que a energia não foi distribuída, o número de consumidores
atingidos pela interrupção e a demanda não atendida.

Assim, definem-se as seguintes variáveis:

Cai - número de consumidores atingidos na interrupção “i”;


Cs - número total de consumidores existentes na área em estudo;
ti - duração da interrupção de suprimento “i”, usualmente em minutos;
Pi - demanda não atendida na contingência “i”;
Ps - demanda total do sistema;
T - período de estudo;
N - número de ocorrências no período de estudo.

Figura 8.1 Rede para análise de interrupção.

Define-se, para um determinado período, por exemplo, o ano, os índices operativos a seguir:

• Duração Equivalente por Consumidor, DEC, que exprime o espaço de tempo, em que, em
média cada consumidor na ares de estudo considerada ficou privado do fornecimento de
energia elétrica no período considerado, formalmente:
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∑C ai ⋅ ti
8.1
DEC = i =1
Cs

O DEC, que tem dimensão de tempo – usualmente o minuto ou a hora, representa o tempo
em que um consumidor médio da área em estudo teve seu fornecimento interrompido, isto é, sendo
o período de análise o ano e a duração das contingências em minutos, representa os minutos que o
consumidor médio ficou desligado durante o ano.

• Duração equivalente por potência instalada, Dk , que exprime o espaço de tempo que em
média, a potência a potência instalada de cada uma das cargas do conjunto cosiderado ficou
privada do fornecimento de energia elétrica no período considerado:

∑ P ⋅t i i
8.2
Dk = i =1
Ps

O indicador Dk , que tem dimensões de tempo, representa o tempo médio em que a potência
instalada na área em estudo teve seu suprimento interrompido. Este indicador, em algumas
empresas de distribuição é também conhecido como DEP. Seu uso é relacionado à importância da
potência instalada na gestão do fornecimento de energia, em contraste a uma gestão voltada para o
consumidor, como é o caso do DEC.

• Duração média por consumidor, d, que representa o tempo médio de interrupção para os
consumidores que sofreram interrupção, isto é:

∑C ai ⋅ ti
d= i =1
N 8.3
∑C
i =1
ai

• Duração média por consumidor, dk, que representa o tempo médio de interrupção para os
consumidores que sofreram interrupção, isto é:

∑ P ⋅t i i
dk = i =1
N 8.4
∑ Pi
i =1

• Freqüência equivalente de interrupção por consumidor, FEC, que exprime o número de


interrupções que, em média, cada consumidor considerado sofreu, no período considerado,
isto é:

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∑C ai
8.5
FEC = i =1
Cs
Destaca-se que este parâmetros é adimensional, representando o número de interrupções
sofridas pelo consumidor médio da área em estudo no período considerado.

• Freqüência equivalente de interrupção por potência instalada, fk, que representa o número de
interrupções sofridas pela potência média instalada na área, isto é:

∑P i
8.6
fk = i =1
Ps

• Confiabilidade por consumidor, C, que é dada pela relação dos consumidores × horas
efetivamente atendidos no período e o total de consumidores × horas na hipótese de não
haver contingências no período, isto é:

N
Cs ⋅ T − ∑ Cai ⋅ ti
DEC 8.7
C= i =1
=1−
Cs ⋅ T T

Evidentemente, na aplicação da equação 8.8, deve-se exprimir o período de observação T, e


a duração das contingências, ti , na mesma unidade de tempo.

• Confiabilidade por potência, Ck , que é dada pela relação entre a energia efetivamente
fornecida à potência instalada e a que seria fornecida na hipótese de não haver
contingências, isto é:

N
Ps ⋅ T − ∑ Pi ⋅ ti
Dk 8.8
Ck = i =1
= 1−
Ps ⋅ T T

• Energia não distribuída,END, que corresponde à energia não fornecida aos consumidores,
(ou a um consumidor individual) de um sistema, durante o período de observação T:

N
END = ∑ Pmi ⋅ ti 8.9
i =1

onde Pmi corresponde à potência média que seria fornecida ao sistema durante a interrupção i.
Conhecidos os fatores típicos da carga, pode-se relacionar a potência média com a potência
instalada:

Pmi = f c arg a ⋅ Pmax i = f c arg a ⋅ f dem ⋅ Pi 8.9

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e, assumindo-se os fatores de carga e de demanda constantes para todas as composições de


consumidores em cada contingência i, tem-se, a partir da equação 8.2, a seguinte relação da END
com DEP (ou Dk )

N N
END = ∑ Pmi ⋅ ti = f c arg a ⋅ f dem ⋅ ∑ Pi ⋅ ti = f c arg a ⋅ f dem ⋅ Ps ⋅ DEP 8.9
i =1 i =1

Observa-se que todos os indicadores de operação da rede, apresentados anteriormente, representam


valores médios ou coletivos de uma área em estudo.

Outra característica importante consiste na necessidade de se ter um controle maior sobre cada
consumidor, o que é difícil realizar através de indicadores coletivos, como é o caso do DEC ou
FEC. Então, são definidos três indicadores importantes, relacionados à duração e freqüência de
interrupções em um dado conjunto:

• Duração de interrupção individual por unidade consumidora (DIC) – Intervalo de tempo


que, no período de observação, em cada unidade consumidora ocorreu descontinuidade da
distribuição da energia elétrica:

N
DIC = ∑ ti 8.10
i =1

• Freqüência de interrupção individual por unidade consumidora (FIC) – Número de


interrupções ocorridas, no período de observação, em cada unidade consumidora, ou seja, o
indicador FIC é dado simplesmente por:

FIC = N 8.11

• Duração máxima de interrupção continua por unidade consumidora (DMIC) – Tempo


máximo de interrupção contínua, da distribuição de energia elétrica para uma unidade
consumidora qualquer:

DMIC = max i =1,..., N (ti ) 8.12

8.3.1 Exercícios

1 – Considerando-se uma área que conta com 100.000 consumidores e, durante um ano, 100 desses
consumidores sofreram 100 horas de interrupção, ou seja 6.000 minutos de interrupções no ano.
Nestas condições o DEC será dado por:

Isto é, o DEC global da área, de 6 minutos/ano, está aparentemente muito bom. Porém, os
100 consumidores que sofreram interrupções, ficaram durante 1,14% do ano sem fornecimento de
energia. A duração média por consumidor exprime melhor o desempenho da rede no atendimento
aos consumidores:

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2 – Um alimentador atende uma comunidade de 6000 consumidores. Calcule o DEC em


horas e o FEC, se os dados registrados das ocorrências deste alimentador ao longo do
ano são os da tabela.
Tabela 8.1 – Contingências para o exercício 2
Número de
Tempo da
consumidores
Ocorrências ocorrência
atingidos na
em horas
ocorrência
1 2 2000
2 4 1000
3 3 3000
4 0,5 4000
5 1 1000
6 4 1000

∑C ai ⋅ ti
DEC = i =1
Cs

R: 4 horas

∑C ai
FEC = i =1
Cs

R: 2

3 - Uma comunidade de 12000 consumidores é atendida por um alimentador de uma rede de


distribuição de energia elétrica, e os registros das ocorrências de interrupções ao longo do ano são
os apresentados na tabela.
Tabela 8.2 - Contingências para o exercício 3
Interrupções Tempo da interrupção em Número de consumidores
horas atingidos na interrupção
1 3 6000
2 1 1500
3 0,5 3000
4 8 500
5 30 1500
6 0,4 4000
7 1 400

Determine o DEC em horas e do FEC, relativos à comunidade, e do DIC em horas e do FIC de


uma unidade consumidora que foi afetada em todos os eventos.

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DEC = 6 horas

FEC = 1,4

DIC = 43,9

FIC = 7

3 – Para o sistema de distribuição da Fig. 8.1, supondo que, durante um ano foram registradas as
ocorrências apresentadas na Tab. 8.1. Pede-se determinar todos os indicadores de operação.

Tabela 8.3 – Contingências para o exemplo 3


Número de Trecho de Número de Potência Duração
contingências ocorrência consumidores instalada (MVA) (minuto)
1 Ramal 02 10 0,8 120
110 3,4 50
2 06-08
55 1,0 110
140 5,4 40
3 01-04
40 2,0 30
4 Ramal 05 40 1,4 80
110 3,4 45
5 05-06
55 2,0 160

8.4 AVALIAÇÃO DA CONTINUIDADE DO FORNECIMENTO A PRIORI

É muito importante ao engenheiro de distribuição estimar a qualidade de serviço de um sistema


de serviço de um dado sistema de distribuição. Este tipo de estimação pode ser utilizado, por
exemplo, na definição do tipo de rede a ser utilizada em uma dada situação, em função de um nível
de qualidade desejado. Ou mesmo quando se deseja fazer uma previsão dos indicadores de
continuidade de um dado conjunto de unidades consumidoras, em função da rede de distribuição
que atende os consumidores.
O objetivo neste item é avaliar a estimativa dos seguintes indicadores de continuidade de
serviço: END, DEC, FEC, DIC e FIC, em sistemas de distribuição primária, devido a interrupções
não programadas.
Para a estimação dos indicadores acima, são necessárias as seguintes informações básicas:
• Topologia e características do alimentador;
• Dispositivos de proteção e seccionamento disponíveis no alimentador;
• Taxa de falhas dos trechos da rede;
• Energia mensal absorvida e número de consumidores primários distribuídos pelas barras da
rede;
• Tempos médios de restabelecimento.

A taxa de falhas de um dado equipamento corresponde a uma informação importante para o


cálculo a priori dos indicadores de continuidade de serviço. Este parâmetro, para o caso de trechos
de rede, representa o número médio de falhas que ocorre por ano e por unidade de comprimento do
trecho.
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SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA 09/07/07

A taxa de falhas constitui informação difícil de ser obtida, pois depende de avaliação estatística
do comportamento de um dado equipamento ou conjunto de equipamentos durante longo período de
tempo, sob as condições ambientais que se apresentam a rede de distribuição na qual está instalado.
Outra informação necessária à determinação a priori dos indicadores são as parcelas do tempo
de restabelecimento do fornecimento de energia:
• t1' + t 2' representa a parcela de tempo relativa aos tempos de telefonemas e de
acionamento da equipe de manutenção. Será estabelecida a priori com base em tempos
médios conhecidos pela empresa;
• t3' é a parcela de tempo gasto pela equipe de manutenção localizar o defeito;
• t4' é a parcela de tempo decorrido para executar manobras de chaves;
• O tempo de reparo até o completo restabelecimento do sistema, t R , será assumido
constante e seu valor médio será estimado a partir da média ponderada dos tempos de
reparo e probabilidade de ocorrência dos vários defeitos, isto é:

tR = ∑ k
p k ⋅ t rep , k 8.13

onde pk corresponde à probabilidade do defeito na rede ser do tipo “k”, cm ∑p


k
k = 1, e

trep ,k corresponde ao tempo médio de reparo para os defeitos do tipo “k”. Estas informações,
em geral, estão disponíveis o banco de dados de ocorrências da distribuição.

• As falhas permanentes e temporárias serão simuladas através de um fator, fat per ,


que expressa a relação entre as falhas permanentes e falhas totais na rede de
distribuição. Um número bastante usual para as redes de distribuição é 0,3, isto é,
para cada 100 falhas na rede, 30 são permanente e 70 são temporárias.

A partir da definição da taxa de falhas por trecho de rede, pode-se avaliar a taxa de falhas
compostas por blocos de carga. Um bloco de carga é representado por um conjunto de trechos de
rede entre chaves.
A taxa de falhas de um bloco de carga pode ser avaliada em função das taxas de falhas dos
trechos de redes correspondentes:

NDi = ∑l i, j
i =1, n trechos j
⋅ t f ,i , j
8.14
onde:

l i , j - comprimento do trecho “j” do bloco “i”;


t f ,i , j - taxa de falha unitária, número de falhas por quilômetro e por ano, do “j” do bloco “i”.

O procedimento para estimação dos indicadores de continuidade de serviço simula a


ocorrência de um número NDi de falhas em cada bloco de carga i da rede. Quando da ocorrência de
uma falha em um dado bloco i da rede tem-se:
• Um certo número de consumidores N i ,t1 que permanecem sem fornecimento de energia
durante o tempo t1 de pesquisa de defeito no bloco i.

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• Após a isolação do bloco i, a equipe de manutenção procede ao reparo da falha, o que eleva
um tempo t R . Neste intervalo de tempo, um determinado número d4e consumidores N i ,t 2 ,
permanece sem fornecimento de energia.

A contribuição aos valores de DEC e FEC para contingências no bloco “i” pode então ser
avaliada por:

⎛ N ⋅t N ⋅t ⎞
DEC1 = fat per × ND1 ⎜⎜ i ,t1 1 + i ,t 2 2 ⎟⎟
⎝ Cs Cs ⎠
8.15
N i ,t1
FEC1 = fat per × ND1
Cs

As parcelas de DECi e FECi para cada bloco de carga, pode ser avaliado os valores de DEC
e FEC globais do circuito:

nB
DEC = ∑ DECi
i =1
8.16
nB
FEC = ∑ FECi
i =1
Neste caso não foram consideradas as ocorrências na rede secundária, os indicadores de
continuidade individuais DIC e FIC são os mesmos para todos os consumidores do bloco i. Para a
determinação destes parâmetros, determina-se para um dado bloco i específico, as contingências
que ocasionam a interrupção do fornecimento de energia aos consumidores correspondentes. Assim,
podem-se avaliar os indicadores individuais por bloco, DICi e FICi pelas expressões:

nk
DICi = ∑ fat per ,k ⋅ NDk (t1,k + t2,k )
k =1
8.17
nk
FICi = ∑ fat per ,k ⋅ NDk
k =1

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CAPÍTULO 9 - BIBLIOGRAFIA:

[1] Kagan, Nelson; Barioni de Oliveira, Carlos César e Robba, Ernesto João –
Introdução aos sistemas de distribuição de energia elétrica. 1ª edição – São Paulo: Edgar
Blücher, 2005.
[2] Normas Técnicas da AES Sul

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