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Alimentícios
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS..................................... 11
CAPÍTULO 1
DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS....................................................... 14
CAPÍTULO 2
O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS............................ 23
UNIDADE II
ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO........................................................... 34
CAPÍTULO 1
ESTUDO DE MERCADO............................................................................................................ 38
CAPÍTULO 2
CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO.................................................................................... 45
UNIDADE III
FORNECEDORES E PROJETOS DE EMBALAGEM..................................................................................... 49
CAPÍTULO 1
SELEÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS FORNECEDORES................................................................ 52
CAPÍTULO 2
PROJETO DE EMBALAGEM....................................................................................................... 56
UNIDADE IV
ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE........................................................................................................... 60
CAPÍTULO 1
ENSAIOS INDUSTRIAIS............................................................................................................... 61
CAPÍTULO 2
CUSTOS DO PROJETO E IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO............................................................ 65
CAPÍTULO 3
QUALIDADE............................................................................................................................. 69
UNIDADE V
REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS.............................................................. 73
CAPÍTULO 1
REGISTROS NOS ÓRGÃOS COMPETENTES................................................................................ 75
CAPÍTULO 2
O LANÇAMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS........................................................... 80
CAPÍTULO 3
DESENVOLVIMENTO DE PROJETO APLICADO AO NOVO PRODUTO........................................... 84
REFERÊNCIA..................................................................................................................................... 90
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
6
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
7
Introdução
A produção de alimentos é um dos pilares de qualquer economia, seja por sua abrangência
e essencialidade, seja pela rede de setores direta e indiretamente relacionados, como
o agrícola, o de serviços e o de insumos, aditivos, fertilizantes, agrotóxicos, bens de
capital e embalagens.
O consumidor mudou muito nos últimos anos, isso se deve a um melhor padrão de
vida e de acesso a informações, o que influencia diretamente nas suas escolhas no
supermercado. Portanto é natural a busca por melhoria na qualidade de vida, visto
que a alimentação é uma fatia grande dessa busca. Podemos citar como exemplos os
alimentos funcionais, alimentos com fonte abundante de vitaminas, alimentos para
dietas, sem glúten etc.
O que podemos concluir é que o consumidor atual procura por alimentos diversificados,
práticos, seguros e de qualidade. Mas antes já se falava da necessidade de inovar,
como consequência do dinamismo do mercado, composto por um complexo conjunto
de fatores de ordem econômica, social, demográfica, política, ambiental, cultural e
tecnológica (TORNATZKY; FLEISCHER, 1990).
Sheth e Ram (1987) apontam quatro forças responsáveis pelo aumento da importância
da inovação em serviços e produtos a partir dos anos 1980:
1. mudanças na regulamentação/legislação,
Além disso, as empresas que trabalham frequentemente com inovações formam uma
imagem moderna para seus consumidores, melhorando ainda mais sua competitividade.
8
Nesse sentido, são as exigências do novo perfil de consumidores que vão direcionar o
desenvolvimento de produtos. Assim as indústrias vão investindo no desenvolvimento
de novos produtos e na otimização das empresas.
Para as empresas, o mais importante é que seus produtos sejam vendidos, e isso
requer que as empresas/indústrias se aperfeiçoem e otimizem seus processos para
desenvolvimento de produtos.
Com o objetivo de criar novos produtos que tenham maior valor adicionado, as empresas
investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D), de modo que possam garantir o
sucesso de empresas que se mobilizam para acompanhar a onda de consumo de
alimentos saudáveis e de preparo rápido. Contudo, algumas empresas sequer possuem
um departamento de P&D (GOUVEIA, 2006).
Inovar é algo que já vem de anos atrás, uma vez que as empresas de sucesso têm como
um dos fatores a garantia de um produto final seguro e de qualidade, que atenda as
necessidades nutritivas dos consumidores e que tenha preço agradável.
Algumas empresas apostam até em lançar produtos que além de atender suas
necessidades, se antecipem nessas necessidades. Inovar é isso.
Segundo Sheth e Ram (1987), uma inovação deve oferecer funções adicionais ou
benefícios em um produto ou serviço a um mesmo custo, ou as mesmas funções e
benefícios a um custo inferior.
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Schumpeter (1982) distingue cinco tipologias de inovação:
Objetivos
»» Promover uma discussão do estudo do desenvolvimento de novos
produtos alimentícios, de modo que o aluno consiga entender o tema e
todas as vertentes.
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INTRODUÇÃO DO
DESESENVOLVIMENTO UNIDADE I
DE NOVOS PRODUTOS
ALIMENTÍCIOS
Kotler (2008) define um produto como algo que pode ser oferecido a um mercado para
apreciação, aquisição, uso ou consumo e que pode satisfazer um desejo ou necessidade.
Produtos incluem mais do que apenas bens tangíveis. Incluem objetos físicos, serviços,
eventos, pessoas, lugares, organizações, ideias ou um misto de todas essas entidades.
Rocha (1999) afirma que o produto é qualquer coisa que possa ser objeto de troca
entre indivíduos ou organizações, deve ser visto pela a organização não apenas a forma
como ela enxerga, mas sim o que ela significa para o consumidor, isto é, a lente pela
qual a organização deve realizar a visão do produto precisa transcender sua dimensão
egocêntrica.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
termos reais e psicológicos com uma imagem vinculada, a qual pode ser construída,
principalmente, com uma embalagem diferenciada. Em algumas vezes, a escolha por
uma embalagem envolve aspectos subjetivos, por intermédio de um estímulo visual, a
embalagem tenta explicitar esteticamente a simbologia do produto e sua apresentação,
tendo como objetivo materializar a sua imagem.
Para Joshi e Sharma (2004), um pré-requisito básico para o sucesso de novos produtos
é o entendimento do consumidor e suas preferências. A preferência do consumidor
por novos produtos não é o que dirige o curso do projeto do desenvolvimento de
novos produtos, mas essas preferências contribuem com o engajamento do cliente
com as ideias de novos produtos, seu conceito e protótipos ao longo dos estágios de
desenvolvimento de novos produtos (HAMEL; PRAHALAD, 1995).
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INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
Mas somente a partir do final do século XIX, notou-se interesse mais acentuado por
métodos e técnicas orientados especificamente ao desenvolvimento de produtos.
E as indústrias se despertaram para essa importância, que passou a atingir posição de
destaque ao final do século XX.
Para Kotler e Keller (2006), ao planejar a oferta do produto para o mercado, a empresa
deve pensar em cinco níveis de produtos que constituem o portfólio de valor para o
cliente. Primeiro é o benefício central, ou seja, a utilidade real e específica do produto.
O segundo nível é a transformação do benefício central em produto básico. Em outras
palavras, as demais funções do produto, além da função central.
Quanto maior for o percentual da receita obtida com novos produtos, melhor será
a posição relativa da empresa no mercado. Vem daí a necessidade de se verificar as
dimensões de conhecimento do produto pela empresa e pelo mercado.
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CAPÍTULO 1
Desenvolvimento de novos produtos
alimentícios
Segundo Bosi (2004), a classificação dos produtos alimentícios se dá baseada no seu grau
de transformação após o ciclo de produção, havendo a correlação desse processamento
com o nível de conveniência dos produtos.
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INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
Um novo produto alimentício é aquele que nunca foi desenvolvido e/ou introduzido
previamente por uma empresa em um mercado, no qual não fora explorado pela
empresa anteriormente.
Nessa categoria estão os novos produtos apresentados ao mercado pela empresa que já
atua com outros produtos conhecidos pelo mercado. Ou seja, são produtos ainda não
conhecidos pela própria empresa, mas que já existem no mercado, o qual já conhece
suas técnicas de projeto, sua produção e sua comercialização. Cabe à empresa decidir
como adquirir competências e recursos necessários.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Nessa categoria estão os produtos que são novos para a empresa e para o mercado, mas
que são resultantes de inovações em produtos já conhecidos por ambos. Temos como
exemplos os aparelhos de televisão e os de telefone. Décadas depois de o telefone fixo já
ser um “velho conhecido” de todos, surgiu o telefone celular. Pouco tempo depois, veio
o telefone celular com tecnologia avançada onde se pode “baixar” música, fotografar,
filmar, assistir TV, se conectar à internet etc.
Existem três pontos chaves que são de inegável importância em qualquer produto:
16
INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Foi nos anos de 1980 que veio a necessidade de adaptação a uma nova situação de
mercado, com o surgimento dos mercados globais, que implicou a concorrência com
um número crescente de empresas, e, em decorrência disso, o aparecimento de um
consumidor cada vez mais exigente e demandante de uma maior diversidade de opções
de produtos, a intervalos de tempo progressivamente menores.
Para lançar um novo produto no mercado, as empresas envolvem todas as áreas, pois
são necessárias as informações e habilidades de membros de todas as áreas funcionais,
caracterizando-se como uma atividade multidisciplinar.
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INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
Um processo pelo qual uma empresa ou indústria transforma dados sobre oportunidades
de mercados e possibilidades técnicas em bens e informações para a fabricação de um
produto comercial pode ser considerado como o desenvolvimento de produto (CLARK;
FUJIMOTO, 1991). Esse conceito é completado por Rozenfeld et al. (2006) para quem
o desenvolvimento de produtos busca desenvolver especificações de projeto de um
produto e do seu processo de produção, para que ele possa ser manufaturado.
Conforme afirmado por Griffin (2001), para o desenvolvimento efetivo de novos produtos
são necessárias contribuições de diversos agentes internos e externos da empresa, tais
como: clientes que devem esclarecer quais são suas necessidades não satisfeitas; o
marketing deve se informar sobre a concorrência para satisfazer as necessidades dos
clientes; a produção deve indicar o que a empresa pode produzir; a engenharia necessita
mostrar quais são as tecnologias disponíveis; o P&D (Pesquisa e Desenvolvimento)
precisa evidenciar novas maneiras de satisfazer tais necessidades; e cabe ao setor
financeiro demonstrar os custos e benefícios do novo projeto. Por fim, requer-se uma
estrutura de organização que envolve diferentes departamentos da empresa. No caso
das marcas próprias, esse processo engloba mais de uma organização, o que exige um
melhor relacionamento entre os agentes, tendo como objetivo: maior eficiência na troca
de informações, divisão das funções e definição conjunta dos problemas e das demandas
(ANDERSEN; MUNKSGAARD, 2009).
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Lembrando que o ciclo PDCA, também conhecido como Ciclo de Deming, é uma das
primeiras ferramentas criadas para gestão da qualidade ou ferramentas gerenciais e
permite o controle do processo. Foi criado na década de 1920 por Walter A. Shewart,
mas foi William Edward Deming, o “guru do gerenciamento da qualidade”, quem
disseminou seu uso no mundo todo, a partir da década de 1950, o ciclo PDCA passou a
ser conhecido como “Ciclo Deming”.
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INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
PDCA é a sigla das palavras em inglês que designam cada etapa do ciclo: “Plan”, planejar;
“Do”, fazer ou agir; “Check”, checar ou verificar; e “Action”, no sentido de corrigir ou
agir de forma corretiva.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
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CAPÍTULO 2
O processo de desenvolvimento de
novos produtos alimentícios
(WILLE, 2004)
Os objetivos da empresa que guiam esse processo tem a mesma importância que
a estrutura do PDP e da organização. Eles devem ser bem claros e estar de acordo
com a realidade da empresa, ou seja, em quais negócios está atuando e aonde quer
chegar. Segundo Fuller (1994), os objetivos pertencem a três categorias básicas, sendo:
financeiros, estratégicos e táticos.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
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INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
O autor ainda relata que o último grupo é o de ocorrência mais frequente, sendo ainda
assim, considerado como um novo produto para o mercado.
Ideias para um novo produto possuem origens em várias fontes, mas a sua seleção é feita
por um conjunto de estudos financeiros, mercadológicos e de capacidades produtivas.
O estudo mercadológico e a capacidade produtiva são feitos com maior frequência
pelas empresas. Apenas uma pequena parte das empresas realiza o estudo financeiro
na etapa de desenvolvimento. Isso mostra deficiências gerenciais nas empresas desta
investigação, trazendo insegurança no que diz respeito ao sucesso do empreendimento
como relata em seus estudos Rozenfeld et al. (2006).
Em geral, esses modelos são oferecidos por áreas que têm como objeto de estudo o
PDP: por exemplo, a Administração, que se preocupa com os aspectos mercadológicos
e de organização e controle da produção; a Engenharia, que foca basicamente nos
aspectos referentes à engenharia do produto e o desenvolvimento do projeto técnico
dos produtos; e o Design, que se preocupa principalmente com a caracterização do
problema e com a investigação de alternativas possíveis.
Embora sejam diferentes abordagens e pontos de vista, acabam por ocasionar uma
desconexão entre os modelos apresentados pela literatura.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
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INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
Muitas vezes uma região geográfica é escolhida para se ofertar o produto, estudando
seu comportamento em relação a ele (preferências, custos, tipo de consumidor, entre
outros). Tendo uma boa aceitação, é iniciada sua produção e o produto é ofertado ao
mercado com um todo.
É importante ressaltar que nesse processo não é obrigatório seguir as etapas de forma
sequencial, podendo pular algumas delas, inverter a ordem de execução, realizar outras
simultaneamente ou mesmo eliminar algumas. Chandra e Neenlankavil (2008) afirmam
que as empresas multinacionais que possuem filiais em países em desenvolvimento
devem iniciar esse processo com uma análise das restrições e limitações, pois esses
países costumam ter um poder aquisitivo reduzido, além de dificuldades com tecnologia
e capital. Assim, antes de desenvolver produtos e serviços, deve-se realizar a verificação
do acesso do cliente ao produto e a adição de valor que será criado.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
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INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Rocha e Christensen (1999) afirmam que, o lançamento de novos produtos tem dois
extremos, em um encontra-se o conceito de que o novo produto seria qualquer tipo de
inovação ou aprimoramento no composto de produto da empresa, enquanto no outro
extremo, o novo produto seria apenas aquele inédito, totalmente novo e original.
Por parte das empresas alimentícias, ainda existe resistência à inovação de um modo
geral devido ao custo da pesquisa tecnológica, considerado elevado. O desejo de
desenvolver um produto totalmente novo e que aumente a competitividade da empresa
é contrabalançado com as metas financeiras, com o desejo de alcançar o faturamento
previamente estabelecido, e pela necessidade de se limitar às restrições do orçamento
anual (FULLER, 1994).
De acordo com Fuller (1994), a gerência das empresas tem seu foco no resultado em
curto prazo, e poucas vezes tem uma visão de tempo além de dois anos à frente. Dentro
dessa visão, não vale a pena aceitar riscos que envolvam grandes investimentos em
pesquisa de inovação se a recompensa não pode ser garantida.
Rudolph (1995) afirma que, apesar de não haver informações a respeito dos sucessos e
fracassos de novos produtos, há uma estimativa de que 80 a 90% dos novos produtos
fracassam em um ano após o lançamento. Existem ainda aqueles produtos que não
chegaram a ser lançados. O custo das falhas para as empresas alimentícias americanas
era avaliado em 20 bilhões de dólares. A maior parte dos estudos a respeito de PDP é
desconhecida pelos gerentes de desenvolvimento de produtos. Outra falha citada pelo
autor é a ausência de referências sobre o desenvolvimento de produto. Por exemplo,
dados a respeito das dificuldades e problemas não são passados para a equipe que
desenvolveu o produto.
O enfoque nos segmentos é uma das tendências mais fortes atualmente no setor de
alimentos. Devido à concorrência, o lançamento de novos produtos está cada vez
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INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
mais sofisticado ou, em outras palavras, com cada vez mais valor agregado. Outra
característica dos novos lançamentos no mercado é a busca por oferecer praticidade ao
consumidor, com as comidas pré-preparadas.
Todas essas características também valem para o Brasil, pois no país está ocorrendo um
movimento no sentido de amadurecimento das empresas do setor. Os consumidores
estão sendo bombardeados com informações nutricionais e começam a entender a
enorme influência da dieta e dos hábitos de alimentação sobre a saúde e o bem-estar.
A indústria de alimentos está interessada em usar esse interesse do consumidor em
nutrição como ponto de partida e incentivo para desenvolver produtos alimentícios que
confiram benefícios à saúde ou que tenham alguma propriedade medicinal.
2. produtos anti-oxidantes;
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS
Lewis (2007) afirma que existem 7 grandes tendências que vão direcionar o mercado de
alimentos no mundo nos próximos 5 anos:
1. conveniência;
2. premium/indulgência;
3. saudabilidade;
4. influência étnica;
5. alimentos que “não contém...”;
6. gorduras boas versus gorduras más; e
7. alimentos customizados.
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INTRODUÇÃO DO DESESENVOLVIMENTO DE NOVOS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS │ UNIDADE I
»» Pesquisa de viabilidade:
›› pesquisa de mercado;
»» Desenvolvimento do produto:
»» Teste de marketing:
›› planejamento do marketing;
»» Teste de mercado.
»» Comercialização.
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ESTUDO DE MERCADO E
CRIAÇÃO DE FÓRMULA UNIDADE II
DO PRODUTO
O termo estudo teria como raiz, a palavra ODO, que quer dizer: caminho. Portanto,
estudo pode ser o processo de escolha do bom caminho para satisfazer um objetivo.
Portanto, ao associar esses dois termos, podemos definir estudo de mercado como sendo
um conjunto de atividades orientadas para antever as vendas e os preços certos do
produto, com a finalidade de estimar as receitas futuras e perscrutar as possibilidades
de obter resultados compensadores tanto para investimentos empresariais quanto para
investimentos públicos.
O estudo de mercado tem por objetivo garantir a elevação efetiva da qualidade de vida,
observadas as condições da concessão, e garantir a obtenção do lucro, de forma que
permita ao empresário estruturar a sua política comercial, em vertentes como a definição
da estratégia de marketing e das bases da ação comercial da empresa, a preparação dos
meios de negociação direta e a determinação de um volume de negócios previsional.
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ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO │ UNIDADE II
As informações que integram o estudo de mercado devem ser objeto de análise e permitir
ao empresário tomar decisões, com um mínimo de risco, sobre as características que
os produtos ou serviços devem possuir para serem bem aceitos pelos consumidores e
a política de marketing que a empresa deve programar, para atingir, eficazmente, o
mercado.
Dada a importância de uma análise de mercado para as empresas e/ou negócios, vamos
analisar três tópicos desse assunto.
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UNIDADE II │ ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO
É necessário ter o objetivo final do produto, ou seja, tem que se saber para qual
seguimento será o produto. Os clientes são os mais variáveis possíveis. Tem os clientes
com necessidades específicas e outros com necessidades comuns.
São consumidores que buscam uma alimentação mais saudável, buscam produtos
orgânicos, buscam fontes de proteínas, fontes de vitaminas, clientes com problemas
de alergias e intolerâncias, clientes que se aderem às diversas dietas. Assim, o produto
deve atender às necessidades dos consumidores.
Esse processo de criação de uma fórmula exige muito trabalho, demanda, tempo e exige
elementos significativos de conhecimento específico, inovação e criatividade. Claro que
são testadas diferentes formulações, porque além das características organolépticas são
consideradas as reações químicas e a parte nutritiva de cada fórmula.
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ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO │ UNIDADE II
37
CAPÍTULO 1
Estudo de mercado
Então podemos dizer que estudo de mercado é uma parte importante da pesquisa de
mercado que mede os sentimentos e as preferências dos clientes em um determinado
mercado. Variando grandemente em tamanho, design e propósito, estudos de
mercado são uma das principais peças de dados que as empresas e organizações usam
para determinar quais produtos e serviços oferecer e como comercializá-los. Vamos
apresentar três itens da análise de mercado.
Depois do público-alvo ser conhecido e estudado, é hora de partir para o próximo passo,
ou seja, o próximo item: a análise dos concorrentes.
38
ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO │ UNIDADE II
Ao iniciar o seu estudo de mercado, deverá preparar um plano de pesquisa, que deixará
bem claro os objetivos do estudo, os recursos disponíveis, as pessoas responsáveis,
os prazos e os custos. Mas antes de avançar para estudos mais complexos e caros,
39
UNIDADE II │ ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO
deve-se começar pela procura e seleção de informações de carácter público que podem
ser de grande utilidade. Que são: Instituto Nacional de Estatística, Ministérios e
Direções Gerais, imprensa especializada e generalista, associações setoriais, a sua
própria empresa, relatórios de estudos de mercado já efetuados e a internet.
Se for necessário informação mais detalhada, pode avançar para um dos seguintes
quatro grandes tipos de inquéritos junto aos consumidores:
40
ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO │ UNIDADE II
Ao nível dos métodos de amostragem poderão ocorrer erros quando o método escolhido
não permite constituir uma amostra representativa da população estudada. Vejamos
dois exemplos:
41
UNIDADE II │ ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO
Tipo de perguntas
42
ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO │ UNIDADE II
Evite:
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UNIDADE II │ ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO
Nesse passo é necessário contar com um time de bons profissionais capazes de realizar
os inquéritos com um elevado nível de qualidade e respeitando os custos e os prazos
acordados. Nesse time, cada entrevistador deverá ter um número reduzido de entrevistas
a realizar, de forma a diminuir o risco de eventuais incorreções. Com o mesmo propósito,
deverá ter entre 5 a 10% de entrevistas a mais do que as estritamente necessárias.
Na seleção dos entrevistadores, não esqueça que eles estarão representando a sua
empresa.
Existem vários métodos para realizar o estudo de mercado, sendo que cada autor
demonstra diferentes passos, porém as diferenças são em poucos pontos.
44
CAPÍTULO 2
Criação de fórmula do produto
Conforme a tabela 1, na formulação de linguiça de frango com queijo, foi utilizado queijo
parmesão e muçarela, foi acrescentado toucinho, o que não contava na formulação
original, pois a ela tem expressado nos ingrediente que este produto não contém
toucinho suíno (ZINNAU, 2011).
46
ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO │ UNIDADE II
Para posterior lançamento da linguiça de filé de frango com azeitona ou queijo deverá
conter ou estar expressos nos ingredientes, que contém toucinho suíno na formulação
(ZINNAU, 2011).
Assim que chega a uma formulação ideal, são necessários passos para implantação dessa
formulação. Passos como o registro de novo produto ou adição de novo ingrediente, a
inclusão desses ingredientes no rótulo, no manual de boas práticas e na análise de risco
do produto.
47
UNIDADE II │ ESTUDO DE MERCADO E CRIAÇÃO DE FÓRMULA DO PRODUTO
48
FORNECEDORES
E PROJETOS DE UNIDADE III
EMBALAGEM
Fornecedor é uma área funcional que oferece seus produtos e/ou serviços com o
objetivo de acrescentar valor ao cliente. É importante ter um relacionamento amplo,
compreendendo desde o desenvolvimento em conjunto do produto até contratos de
fornecimento com preços, qualidade e prazos sujeitos a uma mútua administração,
visando à manutenção do mercado pela contínua satisfação do cliente.
49
UNIDADE III │ FORNECEDORES E PROJETOS DE EMBALAGEM
A embalagem e o rótulo são vistos pelas empresas como um meio de comunicação entre
o produto e o consumidor, além de proteger o produto durante o armazenamento e
o transporte. Os rótulos, em especial, adicionam um valor que ajuda as empresas a
diferenciarem seus produtos e a aumentarem o valor da marca entre os consumidores
finais (GONÇALVES; PASSOS; BIEDRZYCKI, 2008).
50
FORNECEDORES E PROJETOS DE EMBALAGEM │ UNIDADE III
1 Os regulamentos de embalagens podem ser consultados no portal da Anvisa em: alimentos > legislação > regulamentos
técnicos por assunto > embalagens.
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CAPÍTULO 1
Seleção e quantificação dos
fornecedores
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FORNECEDORES E PROJETOS DE EMBALAGEM │ UNIDADE III
A seleção de fornecedores está relacionada com compras de suprimentos, que por muito
tempo exerceu a função de compras de bens e serviços nas empresas. Logo, o setor
de compras passa a ser tratado como gerenciamento para garantir, em longo prazo, a
disponibilidade de materiais, e assim assegurar a continuidade dos negócios.
Para Leenders e Faearon (1997), a avaliação de fornecedores deve conter duas perguntas:
uma que diz respeito à competência do fornecedor em atender satisfatoriamente os
requisitos do comprador no curto prazo e longo prazo, e a outra referente à motivação
do fornecedor em atender esses requisitos.
53
UNIDADE III │ FORNECEDORES E PROJETOS DE EMBALAGEM
A norma ISO/TS 22001-1/2010 tem um texto muito importante e que resume todo
o processo de seleção de fornecedores de insumos para produção de alimentos.
Portanto toda indústria certificada na ISO 22000 deve adquirir materiais somente de
fornecedores que garantam os requisitos da norma, esses fornecedores devem passar
por uma auditoria.
A frequência de inspeção e âmbito de aplicação deve ser feita com base em perigos
potenciais apresentados pelo material e por uma avaliação de risco do fornecedor
específico. Materiais que não se conformam com as especificações pertinentes devem
ser tratados no âmbito de um procedimento documentado projetado para impedir o
uso não intencional.
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FORNECEDORES E PROJETOS DE EMBALAGEM │ UNIDADE III
O ideal para evitar problemas futuros é exigir dos fornecedores qualificações iguais ou
superiores as qualificações da empresa. Por exemplo, a empresa é certificada na ISO
22000, portanto deve comprar de fornecedores que também sejam certificados na ISO
22000 ou que pelo menos atendam procedimentos similares aos da ISO 22000.
55
CAPÍTULO 2
Projeto de embalagem
O que se espera de uma embalagem é que essa possa embalar, conter, proteger,
conservar, transportar e vender.
Não tem como afirmar quando surgiram as primeiras embalagens, o que se sabe é que
eram recipientes simples para líquidos, frutas silvestres e outros alimentos provindos
56
FORNECEDORES E PROJETOS DE EMBALAGEM │ UNIDADE III
São classificadas de acordo com sua consistência e matéria-prima utilizada, podem ser:
A escolha do material de embalagem deve ser feita diante das informações e estudos
dos tipos de alimentos em relação às alterações que podem acontecer na vida de
prateleira do alimento. É preciso conhecer o tipo do produto, as influências ambientais
e as interações da embalagem com o produto. Podem ser alterações químicas, físicas e
microbiológicas do produto. Portanto, deve ser feito por uma equipe especializada.
Outros fatores que afetam na escolha de uma embalagem são as propriedades mecânicas,
que estão relacionadas com a integridade, tanto do produto como da embalagem. Aqui
é possível avaliar o desempenho dos materiais nos equipamentos, nas máquinas de
acondicionamento, estocagem e distribuição. Considerando temperatura do produto,
tempo de deformação, nível de solicitação mecânica, condições ambientais e condições
de operação do equipamento.
57
UNIDADE III │ FORNECEDORES E PROJETOS DE EMBALAGEM
Como já foi dito anteriormente, a embalagem vende o produto, então ela deve atrair
a atenção do consumidor, permitir uma boa identificação do produto e da marca,
transmitir uma mensagem motivadora das características do produto, criar confiança,
ser facilmente manuseada e aberta, possibilitar o fracionamento do produto na medida
e pesos desejados para a venda ao consumidor final, permitir identificação imediata do
conteúdo, por meio da marca e do texto, em defesa da qualidade do produto, cumprir as
normas legais referentes à informação sobre o conteúdo, peso líquido e, inclusive, data
de fabricação e validade e incrementar as vendas por meio de formas características,
cores (MOURA et al., 1997).
»» Fase III: nessa fase são feitas as simulações de quantidades dos produtos
sem embalagem por contêiner, pallets com a finalidade de estudar o
melhor layout de carga.
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FORNECEDORES E PROJETOS DE EMBALAGEM │ UNIDADE III
»» Fase IV: essa fase pode ser realizada junto com a fase III, pois se trata
do estudo das concepções, e esse estudo está relacionado com estudo
de layout de carga do produto sem embalagem, sem a concepção da
embalagem definida.
Claro que qualquer que seja a metodologia usada, o importante é levar em consideração
os cuidados e características, sabemos que a embalagem é fundamental para suprir o
fornecimento e o consumo de milhões de habitantes. Mas depois do uso, a embalagem
é transformada em um componente de lixo urbano.
O mesmo autor diz que o meio ambiente não deve ser tratado apenas como ameaça para
a cadeia de embalagens, mas como uma oportunidade para empresas ambientalmente
corretas.
Então é bem claro que a preocupação com o meio ambiente deve ser considerada pelas
empresas.
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ENSAIOS, CUSTOS E UNIDADE IV
QUALIDADE
O ensaio é uma experimentação prévia, feita por meio de análises, testes e verificações,
com a finalidade de definir se o produto serve ou não para ser lançado. É por meio dos
ensaios que as empresas conseguem fazer uma avaliação do produto a ser lançado, pois
tem a dimensão de processo, custos e qualidade final do produto.
E o terceiro tema dessa unidade é a qualidade do produto, o que quer dizer que ao
desenvolver um novo produto alimentício a empresa segue passos importantes até
chegar aos ensaios, custos e qualidade do produto.
Em resumo, esses três temas são partes do desenvolvimento de novos produtos, que
são realizados na fase de pré-desenvolvimento do produto. São partes importantes,
pois podem definir a execução de um produto ou não. Nos próximos capítulos vamos
falar de cada tema com mais detalhes.
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CAPÍTULO 1
Ensaios industriais
Para se definir um teste são necessários vários fatores como métodos validados,
equipamentos e soluções calibradas. Os estudos devem ter fundamentação
científica comprovada. Nas indústrias é normal ter laboratórios internos ou
externos apropriados para esse fim. Todos os testes devem ser registrados e logo
arquivados para fins de auditórias e necessidades de registros junto aos órgãos
regulamentadores.
Testes de vida de prateleira, são análises laboratoriais por métodos analíticos, simulações
das condições de conservação, processo de amostragem e demais parâmetros que
avaliam o produto em diferentes períodos, o limite de aceitação e prazo de validade.
Esses testes são conhecidos como shelf life do produto. Para os testes de validade ou shelf
life devem ter um estudo de possibilidade de deterioração do alimento, considerando
as características e composição do produto, condições de conservação e embalagem,
processo de fabricação, teor de água e atividade da água (aw), tipos de microrganismos
potencialmente presentes ou contaminantes.
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UNIDADE IV │ ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE
O estudo de prazo de validade deve considerar um prazo de validade alvo para o produto
em causa. Se é esperada uma duração de 60 dias, o estudo deverá estar projetado para
um mínimo de 60 dias. Caso se verifique no decorrer de um estudo, que o produto
se degradou a meio do prazo de validade esperado, não existe justificação para se
continuar as análises por mais tempo. O desenvolvimento microbiano é monitorado
com procedimentos de quantificação em placas de Agar.
Outro teste é o de análise sensorial. A avaliação sensorial intervém nas diferentes etapas
do ciclo de desenvolvimento de produtos, como na seleção e caracterização de matérias
primas, na seleção do processo de elaboração, no estabelecimento das especificações
das variáveis das diferentes etapas do processo, na otimização da formulação, na seleção
dos sistemas de envase e das condições de armazenamento e no estudo de vida útil do
produto final (PENNA, 1999).
A NBR 12806 define análise sensorial como uma disciplina científica usada para evocar,
medir, analisar e interpretar reações das características dos alimentos e materiais como
são percebidas pelos sentidos da visão, olfato, paladar, tato e audição (ABNT, 1993a).
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ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE │ UNIDADE IV
Um exemplo é teste para demonstrar que uma exposição à luz não resulta em alterações
significantes no produto.
É nessa fase do desenvolvimento, que se realiza a análise do plano de negócios por meio
da identificação dos custos da matéria-prima, embalagens, distribuição, comunicação e
formação do preço de venda.
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UNIDADE IV │ ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE
A fase de processamento dos alimentos deve ser iniciada com o correto planejamento
do cultivo de vegetais e/ou criação de animais no campo, que deverão obedecer aos
padrões de qualidade impostos pelo mercado consumidor e/ou ambiente institucional.
No campo, as atividades pertinentes ao PDP se iniciam com a definição e testes que serão
empregados, no produto e processo. Deve ser levada em conta nessa etapa, a forma de
cultivo e/ou manejo da criação com referência às normas da empresa certificadora.
Por exemplo, em produtos do tipo orgânico não é o alimento que recebe a certificação e
sim o processo pelo qual ele passou. Nessa etapa podem ser realizados testes de cultivo
(e/ou criação) e maquinário para a escolha da melhor variedade, de acordo com as
características da região em que a propriedade se encontra localizada.
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CAPÍTULO 2
Custos do projeto e importância da
avaliação
A decisão de novos investimentos é muito importante para uma empresa, pois pode
envolver a aquisição de novos equipamentos, melhoria no processo produtivo,
construção de nova fábrica ou setor, o lançamento de novos produtos e outros. Quanto
maior for o investimento num projeto, maior é a necessidade de se garantir níveis
de riscos adequados. Riscos os quais a empresa assume para criar uma vantagem
competitiva ou gerar valor, e que estão presentes em todos os projetos, seja qual for
seu tamanho, complexidade, ramo de atividade ou negócio (NOBREGA, 2007).
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UNIDADE IV │ ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE
Então, quando fazemos uma avaliação de risco do projeto, estamos avaliando também
os custos do projeto. Nesse processo de avaliação de risco, uma parte é a avaliação de
custos do projeto.
Segundo Clark e Fujimoto (1991), o mercado impõe que os produtos com menores ciclos
de vida, com maior qualidade e menor preço tornam o desenvolvimento de produto um
fator crucial na competitividade industrial.
Nessa etapa podemos dizer que, algumas empresas optam por métodos de estruturação
do processo de desenvolvimento de produtos (PDP), considerando desde as atividades
de identificação de oportunidade de mercado até atividades relacionadas ao lançamento
do produto.
Os métodos de custeio indicados para pequenas empresas são citados abaixo conforme
alguns autores.
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ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE │ UNIDADE IV
direto). Afirmando que ambos os sistemas são simples e funcionais e que, portanto,
podem ser utilizados pelas pequenas e médias empresas com o objetivo de atingir o
aperfeiçoamento de seus processos e métodos administrativos.
Custeio por absorção é uma metodologia ligada aos princípios contábeis geralmente
aceitos. Sua criação decorre da necessidade de a contabilidade financeira confrontar,
da melhor forma possível, receitas provenientes da venda de produtos ou serviços e os
gastos realizados no esforço de torná-los disponíveis aos clientes (MARTINS, 2001).
Por este método, todos os custos de fabricação são levados aos objetos de custeio,
de forma a possibilitar a separação entre gastos de produto (custos ocorridos na
produção) e gastos de período, decorrentes dos demais esforços empresariais
(VARTANIAN, 2000).
Esse sistema foi desenvolvido para o controle da produção, pressupondo que os produtos
e seu correspondente volume de produção causam custos. Desta forma, fizeram dos
produtos, individualmente, o centro do sistema de custos, sendo os custos classificados
em diretos e indiretos, fixos e variáveis em relação aos produtos (MARTINS, 2001).
Segundo Santos (2001), o custeio por absorção integral tem a seguinte rotina de
apuração:
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UNIDADE IV │ ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE
Outro método custeio é o conhecido como ABC (Activity Based Costing), é uma
metodologia de custeio que procura reduzir sensivelmente as distorções provocadas
pelo rateio arbitrário (MARTINS, 2001).
Aqui apresentamos alguns métodos de levantamento de custos que podem ser adaptados
para análise de projetos. Cabe a empresa escolher a melhor opção e fazer os estudos
necessários.
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CAPÍTULO 3
Qualidade
Segundo Montgomery et. al (2003), a qualidade pode ser determinada por meio
da interação. A qualidade do projeto seria dada nos diferentes graus ou níveis de
desempenho, de confiabilidade, de serviço e de função que são resultados de decisões
deliberadas de engenharia e gerência. Já a qualidade de conformidade na redução
sistemática de variabilidade e a eliminação de defeitos até que cada unidade produzida
seja idêntica e livre de defeito.
De acordo com Campos (1992) “um produto ou serviço de qualidade é aquele que
atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no
tempo certo às necessidades do cliente”.
Em uma definição simples e direta, Crosby (1999) define qualidade como “Atendimento
às especificações”, ou seja, a conformidade com os requisitos. E para Feigenbaum (1994)
seria “O conjunto de todas as características de um produto, desde o marketing até a
assistência técnica, que determina o grau de satisfação do cliente.”.
O termo qualidade ainda pode ser definido pela função perda, o que permite mensurá-la
em unidades monetárias e fazer a associação com a tecnologia do produto, como descreve
Wernke et.al (2000).
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UNIDADE IV │ ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE
Para uma organização ser capaz de entregar produtos e serviços de qualidade aos seus
clientes é preciso que todos os seus departamentos e áreas funcionais excedam seu
desempenho, não ficando restrito à área de operações (CORDEIRO, 2004).
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ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE │ UNIDADE IV
Segundo Juran (1991 apud SAP 506, 2006), a Gestão da Qualidade se materializa com a
utilização dos processos administrativos de planejamento, controle e aperfeiçoamento.
De acordo com esses mesmos autores, esses três processos se inter-relacionam.
O fato é que não tem como falar de qualidade sem associá-la à segurança alimentar,
então todas as empresas devem considerar a qualidade e segurança alimentar como
um dos pilares que sustentam a empresa. A Análise de Perigos de Pontos Críticos de
Controle (APPCC), Boas Práticas de Fabricação (BPF) e Boas Práticas de Higiene (BPH)
são ferramentas de garantia de um alimento seguro.
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UNIDADE IV │ ENSAIOS, CUSTOS E QUALIDADE
Os requisitos para a implantação do APPCC em uma indústria vão além das BPF e
PPHO; o comprometimento da alta direção é indispensável para o início das atividades,
essa deve ser informada e motivada para a importância e benefícios que o sistema possa
trazer e, também, disponibilizar recursos para aquisição de equipamentos, sanitizantes,
material de pesquisa etc.
A garantia de qualidade tem dois princípios fundamentais que a caracterizam: “fit for
purpose” (o produto deve ser adequado à finalidade pretendida) e “à primeira” (erros
devem ser eliminados).
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REGISTROS,
LANÇAMENTO UNIDADE V
E PROJETO DE
NOVOS PRODUTOS
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UNIDADE V │ REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS
O início de todo o desenvolvimento de novos produtos nasce com uma ideia, depois
vem a parte do projeto da ideia. Um projeto é um esforço temporário empreendido
para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo. A natureza temporária indica
um início e um término definidos. O término é alcançado quando os objetivos tiverem
sidos atingidos ou quando se concluir que esses objetivos não serão ou não poderão
ser atingidos e o projeto for encerrado, ou quando o ele não for mais necessário.
Temporário não significa necessariamente de curta duração. Além disso, o termo
temporário, geralmente, não se aplica ao produto, serviço ou resultado criado
pelo projeto; a maioria dos projetos é realizada para criar um resultado duradouro
(PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2008).
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CAPÍTULO 1
Registros nos órgãos competentes
O ato de registrar um produto é dar propriedade para esse produto. Para o registro
de produto no Serviço de Fiscalização Agropecuária da Superintendência Federal
de Agricultura (SEFAG/SFA) e/ou no estado em que o estabelecimento produtor ou
importador esteja sediado, se inicia com o preenchimento do Formulário de Registro
de Produto. A empresa deverá apresentar a classificação e a caracterização do produto e
relacionar as matérias primas utilizadas em sua formulação e as garantias que pretenda
oferecer, respeitados os padrões estipulados pela legislação vigente. A critério do órgão
de fiscalização do MAPA, poderá ser solicitada análise de caracterização do produto.
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UNIDADE V │ REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS
A petição de avaliação de novos alimentos ou novos ingredientes deve ser utilizada nos
seguintes casos:
Os produtos que não atendam aos padrões mínimos de qualidade estabelecidos pela
legislação, mas que mesmo assim apresentem viabilidade de uso e eficiência agronômica,
são denominados “produtos novos” e podem ser registrados, desde que se respeite o
que dispõe o art. 15 do Anexo ao Decreto no 4954/2004:
Art. 15. Todo produto novo, nacional ou importado, que não conte
com antecedentes de uso no País, em qualquer um de seus aspectos
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REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS │ UNIDADE V
Portanto, para o registro deste tipo de produto a empresa deverá apresentar ao SEFAG/
SFA em seu estado, além do Requerimento de Registro de Produtos, as análises
laboratoriais de caracterização do produto e um relatório de pesquisa encaminhado
pelo Formulário de Apresentação de Trabalho Científico. Não existem, no momento,
instituições de pesquisa credenciadas para esse fim, por isso somente são aceitos os
relatórios emitidos por instituições oficiais (públicas) de pesquisa.
Vamos citar aqui algumas normas e leis relacionadas com o registro de novo produtos:
»» Lei no 9782/1999 - Art. 41. “O registro dos produtos de que trata a Lei
no 6.360, de 23 de setembro de 1976, e o Decreto Lei no 986, de 21 de
outubro de 1969, poderá ser objeto de regulamentação pelo Ministério
da Saúde e pela Agência visando a desburocratização e a agilidade nos
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UNIDADE V │ REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS
»» alimentos infantis;
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REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS │ UNIDADE V
Como já mencionado, existem alguns produtos que são dispensados de registro, mas
devem ser fabricados atendendo normas de Boas Práticas de Fabricação e algumas
categorias ainda devem informar ao órgão a produção de tal produto.
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CAPÍTULO 2
O lançamento de novos produtos
alimentícios
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REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS │ UNIDADE V
mesmo pela supressão de alguma ou algumas dessas fases (MATTAR; SANTOS, 2003).
O processo de desenvolvimento de novos produtos deve ser elaborado com especial
atenção, principalmente em relação às capacidades e recursos da organização, às
oportunidades de mercado e aos atributos do produto valorizados pelos consumidores.
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UNIDADE V │ REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS
O passo seguinte é a formulação das estratégias, que terão como objetivo aproveitar as
oportunidades e contornar as ameaças. Em seguida, dá-se início à prática, definindo-se
o próprio Plano de Marketing.
Distribuição
»» Qual o número de canais de cada tipo que devemos usar (por segmento
de mercado)?
Promoção de Vendas
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REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS │ UNIDADE V
Propaganda
»» Em que proporção?
Publicidade
Vendas Pessoais
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CAPÍTULO 3
Desenvolvimento de projeto aplicado
ao novo produto
Para Engwall et al. (2005), os projetos têm sido discutidos como mecanismos de
integração, possibilitando uma integração multifuncional, como uma ferramenta
efetiva na organização do desenvolvimento de produto.
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REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS │ UNIDADE V
Segundo Slack et al. (2009), para se obter projeto de produtos com sucesso, a atividade
de projeto necessita passar por várias etapas fundamentais que são: geração do
conceito; triagem do conceito; projeto preliminar; avaliação e melhoramento; projeto
final e prototipagem.
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UNIDADE V │ REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS
»» identificação de oportunidade;
»» desenvolvimento do produto;
»» teste de mercado;
»» comercialização.
Chen et al. (2003) atribui o desenvolvimento efetivo de produtos, como o maior foco de
competição e iniciativa estratégica das empresas, às rápidas mudanças tecnológicas, à
globalização dos mercados, e à elevada concorrência dentro e fora do país, ou seja, um
produto de sucesso e lucrativo é o fator ganhador decisivo num ambiente como esse.
Nesse sentido, o que vale para as empresas é a procura por métodos que melhor se
apliquem as suas necessidades.
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REGISTROS, LANÇAMENTO E PROJETO DE NOVOS PRODUTOS │ UNIDADE V
»» ministrar os treinamentos;
»» desenvolver o projeto.
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Para (não) Finalizar
Primeiro ocorreu uma geração de ideias, ou seja, a equipe trouxe para a reunião várias
ideias de novos produtos.
O segundo passo foi selecionar as ideias. Todos reunidos decidiram e optaram pela
ideia que seria mais propícia no momento. A ideia selecionada foi a elaboração de um
biscoito à base de polvilho, com 2 sabores diferentes: tradicional e com pimenta sem
adição de leite e ovo. Destinado a pessoas com alergia a proteínas de leite e do ovo.
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PARA (NÃO) FINALIZAR
Pessemier (1982(5) apud Mattar e Santos, Pesquisa, análise econômica preliminar, análise econômica formal, desenvolvimento, teste do
2003). produto e comercialização.
Rocha e Christensen (1999). Geração de ideias, seleção de ideias, análise comercial, teste de mercado e comercialização.
Sandhusen (2000). Geração de ideias, filtragem de ideias, desenvolvimento do conceito e teste, desenvolvimento da
estratégia de marketing, análise dos negócios, desenvolvimento do produto, teste de mercado e
comercialização.
Semenik e Bamossy (1995). Identificação das oportunidades de mercado, geração de ideias, julgamento de ideias sobre novos
produtos, desenvolvimento e testes de produto, análise comercial e planejamento estratégico de
marketing.
Urban e Hauser (1993) apud Mattar e Santos Identificação de oportunidade, planejamento, testes, introdução e gerenciamento de ciclo de vida.
(2003).
Wilson, Kennedy e Trammell (1996) apud Geração de ideias, ideias sobre as necessidades futuras de consumidores, seleção e
Mattar e Santos (2003). desenvolvimento da tecnologia de produto, seleção e desenvolvimento da tecnologia de
produção, definições finais do produto e do projeto, preparação da comercialização e distribuição
do produto, projeto e avaliação do produto, projeto do sistema de fabricação e fabricação e uso
do produto.
89
Referência
90
REFERÊNCIAS
BYRNE, M. Fresh ideas from around the world. Food Engineering International,
v. 23, no 2, p. 27, 1998.
CHEN, C. H.; LING, S. F.; CHEN, W. Project scheduling for collaborative product
development using DSM. International Journal of Project Management, v. 21,
2003.
COOPER, R.G. A process model for industrial new product development. IEEE
Transactions on Engineering Management, v. 30, no 1, 1983.
91
REFERÊNCIAS
ENGWALL, M.; KLING, R.; WERR, A. Models in action: how management models are
interpreted in new product development. R&D Management, v. 35, no 4, 2005.
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REFERÊNCIAS
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REFERÊNCIAS
KOTLER, P.; ARMOSTRONG, G. Princípios de Marketing. 12a ed. São Paulo: Person
Prentice Hall, 2008.
LAMB, Jr. C. W.; HAIR Jr. J. F.; McDANIEL C. Princípios de marketing. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2004.
LEWIS, H. The ‘magnificent seven’ food trends to 2013: Management Briefing. Just-
Food, Mai, 2007.
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REFERÊNCIAS
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