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TENTAÇÃO

BRANDON BORGES GONÇALVES1

1 INTRODUÇÃO

Mateus se apresenta como um grande escritor, traz em sua obra carregada beleza do antigo
testamento e torna seus escritos belos a qualquer leitor atento, e essenciais ao Cristão que
procura encontrar nele as boas novas. Os primeiros capítulos do livro de Mateus tratando da
sua genealogia e do processo que decorreu para o início do seu ministério, e especialmente a
tentação, podem anunciar ao leitor que a preocupação do Acusador em desfazer as palavras
“Este é o meu filho amado em quem me comprazo” são tão reais hoje, quanto o foram a séculos
atrás. Para esse estudo serão avaliados um panorama das intenções do autor ao escrever o
evangelho, as estruturas por ele criada, as formas que concedeu ao texto, e o que ele pode nos
acrescentar hoje.

2 IDEIA PRINCIPAL E ESBOÇO

O texto de Mateus está intimamente ligado ao seu contexto imediato, através de uma
narrativa dependente dos momentos passados é claramente possível se perceber disto. Nesta
perícope entre os versículos 1-11 é possível perceber uma estrutura quiastica contrastante que
será tratada mais para frente, se presentando da seguinte maneira.

A. (1,2,3) Jesus levado, encontra com diabo e tem fome


B. (3) O tentador aproxima-se
C. (4) O que Deus pode dar (vida)
D. (5) Tentado no lugar alto da cidade santa
E. (6) Dúvida sobre a divindade
E. (7) Não pôr a prova
D. (8) Tentado no lugar dos reinos do mundo
C. (9) O que Satanás pode dar (mundana)
B. (10) O tentador e expulso

1
Turma 62, turno vespertino.
A. (11) Diabo retirado, os anjos encontram com Jesus e o servem

3 CONTEXTO HISTORICO E LITERARIO

A tradição da igreja primitiva de forma unanime atribui a autoria do livro para aquele que
deu o seu próprio nome, (YAMAKAMI e DOCKERY, 2001) o apostolo Mateus também
chamado de Levi, sendo este aquele que outrora fora cobrador de impostos, (Lc 5.27). Essa
aceitação difere da erudição contemporânea que atribui a autoria do livro de Mateus por conta
da equiparação das Logias de Papias, mas que apresenta argumentos não concludentes2. Grande
parte do conteúdo do livro de Mateus se encontra no livro de Marcos, assim como no livro de
Lucas, para explicar isto se entende que o livro de Marcos foi o primeiro dos três evangelhos
sinóticos a serem escritos, e que tanto Mateus quanto Lucas se utilizaram desses escritos para
construírem seus relatos. No entanto muitos creem que um apostolo como Mateus não se
aproveitaria dos escritos de alguém que assim não o fosse como Marcos, que teve seus escritos
baseado no apostolado de Pedro (ALEXANDER E ALEXANDER, 2010). Mateus, no entanto,
poderia estar apenas corroborando com Marcos, e simultaneamente inserindo seus próprios
escritos em seu evangelho (GUNDRY, 2008). Desta forma, este trabalho exegético tomara
como premissa que a escrita do livro de Mateus se dá ao próprio apostolo Mateus Levi.

3.1 CONTEXTO HISTORICO

Ao que se refere a escrita deste livro, apesar de alguns indícios para se obter uma datação
nos anos 80 d.C. ou ao máximo nos anos 100 d.C., estes não aparecem de forma convincente. 3
A sua relação com o outros sinóticos vem auxiliar nesta datação já que o livro de Marcos pode
ser datado entre os anos 50 d.C. e 60 d.C., considerando que o livro de Lucas, que se utiliza dos
escritos de Marcos, vem a ser datado aproximadamente no ano 62 d.C., esperasse que o livro
de Mateus tenha escrita no mesmo período ou logo após ele. No entanto repetidas referencias
a cerimonias que não podiam ser realizadas após os anos 70 d.C., o que coadunaria com a forte
perseguição realizada pelos saduceus aos cristãos nos anos 58 d.C. á 65 d. C. Criando assim

2
Segundo Papias Mateus foi o escritos da logias, o equivalente grego para oráculos, primariamente em língua
semítica e apenas posteriormente ouve a tradução para o grego, a crítica atual aceita a equiparação desta logia com
a fonte Q, e assim o nome de Mateus foi dado de forma indevida ao primeiro dos evangelhos, pois o real autor
deste se utiliza em grande medida da fonte Q em seus escritos. (YAMAKAMI e DOCKERY, 2001 p.216)
3
Para maiores informações consultar Manual Bíblico Vida nova página 578.
uma maior probabilidade para o livro de Mateus entre os anos 58 d.C. á 65 a.C. (YAMAKAMI
e DOCKERY, 2001)

Tantas referências a perseguição dos cristão judeus, ligados a uma serie de descrições e
problemas do contexto judaico, como por exemplo a descrição da genealogia dês de Abraão até
Cristo (Mt 1-17), numerosas referências a Jesus como filho de Davi dando sua dignidade ao
trono de Israel, ou até mesmo alusões aos costumes judaicos sem elucidações (como as
encontradas em Marcos 7.2-4 por exemplo) parecem indicar que estes escritos eram dirigidos
aos próprios Judeus que sofriam perseguição, fomentando a fé, e lutando contra a frouxidão e
apostasia, (panorama do novo testamento 218) fazendo isto ao reivindicar o Cristo como o
Messias prometido. No entanto estes escritos direcionados aos cristãos judeus não faz perder o
panorama de uma mensagem universal no livro de Mateus. (como é perceptível em 28.18-20,
8.11-12, 21.33-43)4. “Mas para os primeiros Cristãos era muito importante mostrar que a nova
fé lançava raízes no judaísmo, e é exatamente isto que Mateus, com seu grande número de
citações hebraicas procura fazer. Este Evangelho é uma ‘ponte’ ligando Jesus a tudo que veio
antes” (ALEXANDER E ALEXANDER, 2010).

3.2 CONTEXTO LITERARIO

O livro de Mateus se encontra entre os evangelhos e mais especificamente os evangelhos


sinóticos. Segundo Wegner (1998) os livros dos evangelhos possuem subgêneros menores que
formulam o corpo do livro como um todo5, assim como os outros livros, onde raramente
encontramos uma grande extensão de texto que se encaixe em apenas uma definição de gênero.
Assim sendo existem alguns subgêneros, dentre as quais Mateus 4.1-11 melhor se qualifica
como Paradigmas pertencendo a subdivisão de Controvérsias especificamente. Segundo
Dibelius (apud. WEGNER, 1998) essa nomenclatura se dá, pois, textos semelhantes a estes
eram utilizados como pregação, ou por exemplo nas primeiras comunidades cristãs. As
características principais desses gêneros se dão em diálogos baseados em controversas que
normalmente são respondidas de forma direta por Cristo, residindo em um determinado
comportamento da sua parte (Bultmann. Apud. WEGNER, 1998). Estas especificidades se

4
Este assunto pode ser visto mais detalhadamente em Panorama do Novo Testamento.
5
Alguns desses outros subgêneros da narrativa são: Histórias e milagres, diálogos didáticos, história a respeito
de Jesus e história da paixão. Para uma melhor definição destes conferir Wegner (1998, p. 184-198)
tornam mais claras a medida que o texto passa a se tornar mais familiar ao leitor, e seu motivo
será compreendido logo mais na leitura.

A perícope correspondente de Mateus se apresenta um texto certamente confiável, uma


breve avaliação de sua critica textual irá comprovar pouquíssimas variações e dentre essas
variações não há nenhuma que traga alguma alteração relevante ao texto ou que tragam a
possibilidade de alguma espécie de alteração ao original6. Os versículos 1-11 aparecem
intimamente ligados ao contexto imediato do livro, especialmente ligados ao fim do capitulo
três. Dois pontos em especiais apontam para esta ligação: o primeiro deles é uma especificidade
em algo que se tem aparecido muito comumente no livro de Mateus que é a pessoa de Cristo
relacionado ao conceito filho, como vemos logo no inicio do livro “... chamei o meu filho”
(2.15). No entanto é o conceito de Filho de Deus que chama ainda mais a atenção, seja quando
nos frases de dúvidas “Diga-nos se tu és o Cristo o filho de Deus” (26.63), de zombaria “Se és
o filho de Deus, desce dá cruz” (27.40), de afirmação “Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo.”
(16.16), (MORRIS, 2003 p. 149). Ou até de insinuação, e de fato que a frase dita no momento
ápice do capitulo três quando Deus diz “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”
(3.17) é contraria a frase central da primeira perícope do capitulo quatro, nos versículos três e
cinco onde é dito por Satanás “Se és Filho de Deus(..)”. Desta forma a uma ligação entre o
capitulo três e o capitulo quatro por conta da afirmação sobre a Assim como concorda Hagner
(1993) na conhecida obra do Word Bible Comentary nos volumes respectivos a Mateus 1-12;
o segundo ponto que indica esta intima ligação se deve ao fato de que o capitulo três finda com
a descida do Espirito Santo após o batismo de Cristo, já o capitulo quatro inicia com a condução
do mesmo Espirito, direcionando as próximas atitudes de Cristo.

4 A EXPLICAÇÃO DA PERICOPE

É justamente esta informação que inicia a perícope. O texto de Mateus 4.1-11, como outrora
dito, se tratando de um paradigma de controvérsia, vem a tratar do diálogo e embate entre Cristo
e Satanás. Como muito comum a escrita de Mateus, muito mais do que em qualquer outro livro
do Novo Testamento7, a perícope em questão está recheada do adverbio “Τότε” (comumente
traduzido como “então”), juntamente com outros advérbios como Πάλιν (Traduzido como

6
Para uma análise da única variante consultar Omanson (2010, p 5).
7
Enquanto Mateus apresenta uma reincidência de 90 vezes destas palavras os outros evangelhos a apresentam
em quantidades muito menores. Nos evangelhos por exemplo a diferença é interessante: Marcos com apenas 6
vezes, Lucas 13 vezes, e João 7
novamente), e conjunções como δὲ (expressando causa)8 e καὶ (traduzido como “e” e em alguns
casos modificando palavras seguintes [SOUTER, 1917, p. 121] ). Essas estruturas formuladas
por Mateus abusando de conectivos e advérbios, parecem indicar certa cadência da narrativa,
desenvolvendo uma progressão dramática, favorecendo os contrastes que aos poucos irão
surgindo no texto. Esse embate poderia ser dividido em quatro partes, a primeira parte (v.1,2)
onde o autor descreve a condução para o seu acontecimento, além da forma e o lugar como
ocorreu; as três próximas cenas são o enredo propriamente dito deste embate: cena um nos
versículos 3,4; cena dois nos versículos 5,6 e 7; e cena três nos versículos 8,9 e 10. E por fim
o desfecho deste embate relatado no versículo 11.

4.1 INTRODUÇÃO (V. 1,2)

A primeira dentre essas quatro sessões é reveladora, nela encontramos um anuncio do


enredo que irá se seguir, Cristo era conduzido para ser tentado (v.1). A condução foi realizada
pelo próprio Espirito (v. 1) era da permissão divina que Cristo vivenciasse o que logo ele teria
de enfrentar. No texto grego das escrituras a expressão ὑπὸ τοῦ, traduzida como “por meio de”
aparece igualmente para se referir a qual seria o trabalho do Espirito e qual seria o papel do
acusador. Mas não somente isto, a gramatica também ajuda a afunilar e especificar ainda mais
esta ideia pois concordando com descrição de Zuck (1994, p. 23) o verbo para “conduzido” (na
voz passiva) se refere a Deus (o agente da ação de conduzir) e paralelo “para ser tentado” (voz
passiva, mas com a diferença de ser no infinitivo, demonstrando um proposito) pelo Acusador
(o agente da ação de tentar). Logo, por meio do Espirito Cristo seria levado, mas apenas por
meio do Acusador Ele seria tentado. Logo em seguida o texto nos fornece outra importante
informação, Cristo havia estado no deserto durante quarenta dias e quarenta noite, ao fim destes
dias ele teve fome, e só a parti daí as três tentações relatadas vieram a ocorrer. É no mínimo
curioso a descrição aqui relatada, o numero quarenta associado a permanência no deserto e a
fome, por mais que Mateus não venha a explicar, é difícil ao leitor judeu, conhecedor da história
de seu povo, não associar essa descrição a acontecimentos relacionados ao Antigo Israel e sua
peregrinação no deserto (Nm 14.31-34). Há uma referência clara a história do antigo Israel, não
apenas isto, mas o texto aponta que a vida do próprio Cristo se tornava essa referência (LADD,

8
Para um melhor conhecimento das possíveis traduções consultar Taylor, W. C. (2011 p . 155).
2003, p. 289). Referencias diretas ou indiretas como estás, a partir deste ponto da perícope, vão
se tornando cada vez mais comuns.

O texto dos versos 1 a 11 descreve a tentação de Jesus e é um paralelo da provação


de Israel no deserto. Os 40 dias correspondem aos 40 anos de caminhada dos israelitas
(Nm 14.34). O povo foi batizado no mar Vermelho, através de Moisés, e depois
provado no deserto. Assim também Jesus, depois de ser batizado no Jordão, através
de João Batista, foi provado no deserto. Israel, o filho nacional de Deus, fracassou nos
testes repetidamente, mas Jesus, o verdadeiro Filho de Deus, ao ser duramente testado
triunfou completamente!9(NEVES, 2012 p. 44)

Associadas a formulações gramaticais utilizadas pelo autor revela muito mais do que o
público para o qual ele estava a escrever, mas qual teologia ele estava a defender. E neste caso,
já o vemos o Cristo através da descrição de Mateus como possuidor do Espirito, o que já não
era estranho ao ler o capítulo três do livro e perceber o Espirito tendo plena participação
enquanto “uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.
17) eram ditas. Mas agora não apenas isto, mas este Cristo aparece como o arquétipo do tipo
Israel. No entanto, este mesmo, agora aparece sedento de fome, e caminhando para a tentação
em companhia do acusador.

4.2 PRIMEIRA TENTAÇÃO (V. 3, 4)

Então a primeira cena propriamente dita do embate entre Cristo, inicia com a aproximação
de Satanás e a sua primeira fala do dialogo contrastante com o de Cristo. A construção do texto
trás então a sugestão do que proponho ser a maior tentação ali vivenciada por Cristo. No texto
grego, quando o Acusador se refere a Jesus, a primeira partícula que vemos em sua fala é “Εἰ”
que naturalmente pode ser traduzida como a conjunção “se” indicando dúvida ou suposição, e
neste caso se trata da suposição. Dando a entender que o proposito não era tentar a desconfiança
se Cristo era o filho ou não, mas a tentação consistia no orgulho, com a quebra do jejum
utilizando seu poder, poder para satisfação própria (HILL, 1996 p. 100)

9
Neves, I., & McGee, J. V. (2012). Comentário Bíblico de Mateus: Através da Bíblia. (W. Freitas, Org.)
(Segunda edição, p. 44). São Paulo, SP: Rádio Trans Mundial.
Esta construção consiste de ει seguido pelo verbo dentro do modo
indicativo, mas próteses com uma apótese, contendo um verbo em
qualquer modo e qualquer tempo. Isso fornece um valor semântico de
“simples condução” ou “presumindo verdadeiro por causa do
argumento”. (PARKS, 2015).10

No entanto, contrastando com a fala do Acusador, a fala de Cristo é curta, não autônoma,
escriturística, e enquanto a tentação conduz ao orgulho e auto dependência, a fala de Cristo
conduz a submissão e reconhecimento a Deus, pois ele então respondeu “Tem estado escrito,
não por causa de pão somente sé viverá o homem, contudo por causa de cada palavra dita pela
boca de Deus”11 (Mt 4.4 em fer. Dt 8.6)

4.3 SEGUNDA TENTAÇÃO (V. 5,6 E 7)

Logo em seguida, entrando na segunda cena do diálogo, no versículo cinco o Acusador


o transporta para o τὴν ἁγίαν πόλιν, uma tradução literal seria um equivalente “a Santa Cidade”
em referência a Jerusalém possivelmente, talvez ainda mais especificamente o templo devido a
palavra “πτερύγιον” traduzida como pináculo. Esta segunda tentação tende a ser uma que se
destaca, dentre as três tentações talvez esta seja a mais sutil, ele é a única em que ele se utiliza
das escrituras para baseada em uma maldosa interpretação do Salmo 91, o acusar proporciona
agora um novo ambiente para tentar, levando Cristo para o templo e o tentando com a palavra.
Neste momento não está mais em jogo a seu orgulho a tentação é que Jesus reivindique o
cumprimento da palavra, e até mesmo das promessa messiânicas como sugere Hill (1996,
p.101). Mas ora, a promessa já havia sido confirmada, Cristo já fora pronunciado pelo próprio
Deus como o filho amado em quem Ele se compraz (3.17) por que provar o que já fora

10
Tradução livre
11
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confirmado? Então Cristo diz “Outra vez tem estado escrito, não tentarás ao Senhor Teu Deus”
(v. 7 em ref. a Dt 6.12; 10.20). 12

4.4 TERCEIRA TENTAÇÃO (V. 8, 9 E 10)

Somente então o texto segue para a última cena de diálogo. Em contraste com o ultimo
verso onde Cristo é levado a ser tentado de modo, sutil e disfarçado em cima do templo, neste
ponto o Acusador o leva para cima do monte mui alto, e lá lhe apresenta os poderes do mundo
e os oferece e de forma nada sutil, indica o que este precisaria para receber aqueles poderes e
glorias, se Cristo se curva-se e o adora-se, assim teria o que lhe foi oferecido. No entanto Ele o
responde, não mais passivamente, mas com um imperativo de expulsão. Logo em seguida, mais
uma vez se utiliza de uma palavra que foi comum a todos os momentos de resistência a tentação:
“γέγραπται” que tem como significado “escrever, com referência ao conteúdo do escrito”
(STRONG, 2002). No entanto ele estando no perfeito que vem a ser definido da seguinte
maneira por Rega:

O tempo perfeito, no grego, é um tempo de características


peculiares, que não encontra correspondência exata na nossa língua,
expressa um estado atual que, geralmente, é resultado de um
acontecimento no passado. (...) Que indica o momento atual, em que os
efeitos da ação passada ainda continuam a existir de uma maneira real.
(2014 p. 256)

Sendo assim a palavra melhor seria traduzida por, mas que como um verbo, no perfeito, que é
melhor definido por “tem estado escrito”13. Com isso em mente, fica claro entender que quando
autor se utiliza desta palavra nesta forma gramatical ele está enfatizando a validade das
escrituras ainda no momento em que Cristo o cita. Atestando assim contra qualquer
possibilidade de que a sua validade tenha se perdido no tempo, e não apenas isto, o texto e a
atitude de Cristo ainda apontam para a ação normativa de que as escrituras são a base para a
vitória contra a tentação, e para o próprio discernimento. Assim sendo Jesus diz: “Retira-te

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Satanás! Tem estado escrito, ora: Ao Senhor Deus teu prostrarás e para Ele somente servirás.”14
(v. 10)

4.5 DESFECHO (V.11)

Logo em seguida então o texto entra para o seu desfecho, e o relato conta: “Então saiu ele,
o acusador, e eis que anjos vieram e serviram a ele” 15
(v. 11). Neste ponto da perícope vale
lembrar como esta começou Cristo estava agora padecendo de fome, e caminhando para a
tentação em companhia do acusador, guiado pelo Espirito. Agora em seu desfecho o texto
apresenta um contraste encantador, o Cristo que foi conduzido a presença do tentador é o que
agora impera sobre ele para que se retire, o que estive sozinho com o acusador agora esta na
presença dos anjos divinos, e o que padecia de fome, tem anjo ao seu redor para servi-lo. No
entanto esse não é o único contraste que se pode encontrar por fim no texto.

5. CONCLUSÃO

E um tanto confuso entender como o início deste texto, e um tanto estranho, perceber a
condução do Espirito sobre Cristo, para o mesmo lugar onde o tentador deseja que Ele esteja.
É necessário percorrer todo o texto para se perceber que foi sim da permissão e condução de
Deus para que o Cristo fosse ao deserto e lá fosse tentado, Deus realmente queria Cristo no
mesmo lugar onde poderia ser tentado, mas Ele o queria lá pois naquele lugar Cristo alcançaria
vitória sobre satanás, vitória esta que o homem não foi capaz de alcançar em condições muito
melhores, Cristo se fez capaz, em todo seu ministério.

Esta tentação foi necessária, porque Jesus estava se identificando com


a raça humana em todos os aspectos, inclusive na tentação. Porém Ele não
pecou. Para ser o nosso Salvador e sumo sacerdote Jesus teria que ser tentado
em tudo. (NEVES, 2012).

No entanto por meio de repetições, verbos no perfeito e atitudes normativas da parte de


Cristo entendemos que essa vitória apenas se dá quando se usa as armas disponíveis para ter
acesso a essa vitória, são necessário as escrituras, seu poder ainda é tão real quanto se o fosse

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dado hoje, nossa necessidade dela é tão alta quanto se estivéssemos no deserto na presença do
acusador, e na verdade, assim estamos.

Na Palavra de Deus encontramos as armas necessárias para vencer nosso inimigo,


mas precisamos ter a consciência de que enquanto estivermos nesse mundo seremos
tentados pelo inimigo. Precisamos permanecer firmes na Palavra para vencermos
nosso inimigo. Através dessa experiência no deserto, o Senhor nos mostrou que assim
como ele venceu o diabo, nós também podemos vencer. (NEVES, 2012)

A vitória de Cristo foi a nós concedida, e esse certamente é um dos motivos da escrita de
Mateus. Cristo é o Messias prometido, o Salvador, o Filho de Deus que se fez Filho do Homem
para que o pudesse torna-nos irmãos seus. Precisamos descansar nesta segurança o que dês de
Adão não fomos capazes de fazê-lo o fez por nós. No entanto há um alerta, em Mateus 7.21-
23, ele relata aquele que aqueles que dizem Senhor, Senhor, mas não dão bons frutos esses são
rejeitados. Essa mensagem precisa ser gerada em nós, para que o seu real proposito se cumpra.
6. RERÊNCIA

LITERARURA EM PORTUGUES

YAMAKAMI, Lucy Hiromi Kono; DOCKERY, David S. Manual biblico: vida nova. São
Paulo, SP: Vida Nova, 2001. 952p.

MANUAL bíblico SBB. Edição de Pat Alexander, David Alexander. 2. ed. rev. Barueri, SP:
Sociedade Biblica do Brasil, 2010. 815 p.

GUNDRY, Roberto H. Panorama do novo testamento. Tradução de Joao Marques Bentes.


3.ed. São Paulo, SP: Vida Nova, 2008. 647 p.

Neves, I., & McGee, J. V. (2012). Comentário Bíblico de Mateus: Através da Bíblia. (W. Freitas,
Org.) (Segunda edição, p. 44). São Paulo, SP: Rádio Trans Mundial.

WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: manual de metodologia. 7. ed. rev. atual.
São Leopoldo, RS: Sinodal, 2012. 414 p.

WEGNER, Uwe. Exegese do Novo Testamento: manual de metodologia. 6. ed. São


Leopoldo, RS: Sinodal, 2009. 414 p.

OMANSON, Roger L. (Adapt.). Variantes textuais do Novo Testamento: análise e


avaliação do aparato crítico de "O Novo Testamento Grego". Tradução de Vilson Scholz.
Barueri, SP; Stuttgart, [Alemanha]: Sociedade Biblica do Brasil: Deutsche Bibelgesellschaft,
2010. 575 p.

Taylor, W. C. (2011). Dicionário do Novo Testamento Grego (11a Edição). Rio de Janeiro,
RJ: JUERP.

LADD, George E. Teologia do Novo Testamento. ed. rev. São Paulo: Hagnos, 2003.

ZUCK, Roy B. ed. Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.

MORRIS, Leon. Teologia do Novo Testamento. Sâo Paulo: Vida Nova, 2003.

HENDRIKSEN, W. (2010). Mateus. (V. G. Martins, Trad.) (2a edição em português, Vol. 1,
p. 290). Cambuci; São Paulo, SP: Editora Cultura Cristã.

LITERARURA EM INGLÊS
HAGNER, Donald A. Word Biblical commentary: Matthew 1-13. Texas: Word Books,
1993. 33 A . 407 p.

Souter, A. A Pocket Lexicon to the Greek New Testament . Oxford: Clarendon Press,
1917.
Parks, J. (2015). Greek Grammatical Constructions Documentation. Bellingham, WA:
Faithlife.
Carver, D. E. (2014). Writing and Documents. D. Mangum, D. R. Brown, R. Klippenstein,
& R. Hurst (Orgs.), Lexham Theological Wordbook. Bellingham, WA: Lexham Press.
HILL, David. Ed. New Century Bible Commentary. London: Marshall, Morgan & Scott.
1996.
(2012). The Lexham Analytical Lexicon of the Septuagint. Bellingham, WA: Lexham Press.

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