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Integrada e Sustentável
(PAIS)
Vitória da Conquista-BA
Abril - 2011
SUMÁRIO
AGROECOLOGIA ....................................................................................................... 6
Introdução ................................................................................................................... 6
Agricultura Orgânica .................................................................................................... 7
Agricultura Biológica .................................................................................................... 8
Agricultura Biodinâmica ............................................................................................... 8
Agricultura Natural ....................................................................................................... 8
Permacultura ............................................................................................................... 9
Agroecologia ............................................................................................................... 9
Conceito de agroecologia .......................................................................................... 10
CERTIFICAÇÃO ........................................................................................................ 10
Garantia da qualidade orgânica ................................................................................ 10
Formação do sistema participativo de garantia ......................................................... 11
Membros do sistema ................................................................................................. 11
A IMPORTÂNCIA DA AGRICULTURA AGROECOLÓGICA ..................................... 11
Aspectos econômicos / financeiros ........................................................................... 11
Aspectos sociais ........................................................................................................ 11
Aspectos ambientais ................................................................................................. 12
MANEJO ECOLÓGICO DO SOLO ........................................................................... 12
FISIOLOGIA DE PLANTAS E NUTRIÇÃO VEGETAL .............................................. 13
Nutrição vegetal ........................................................................................................ 13
EQUILÍBRIO ENTRE OS NUTRIENTES ................................................................... 13
CULTIVO ORGÂNICO DE HORTALIÇAS E GRÃOS ............................................... 15
Hortaliças .................................................................................................................. 15
Classificação das hortaliças ...................................................................................... 15
Época de plantio........................................................................................................ 15
Escolha do local ........................................................................................................ 16
Ferramentas e equipamentos.................................................................................... 16
Preparo do terreno .................................................................................................... 17
Compostagem ........................................................................................................... 19
Materiais e modos de plantio..................................................................................... 19
Adubos verdes .......................................................................................................... 20
Formação das mudas ................................................................................................ 20
Substrato para produção de mudas .......................................................................... 20
Espaçamento ............................................................................................................ 21
Tratos culturais .......................................................................................................... 21
Doenças .................................................................................................................... 22
Pragas ....................................................................................................................... 22
Controle e manejo de pragas e doenças ................................................................... 23
RECEITAS DE CALDAS, COMPOSTOS ORGÂNICOS E DEFENSIVOS
NATURAIS ................................................................................................................ 24
Extrato de folha de nim ............................................................................................. 24
Preparados com sabão ............................................................................................. 24
Calda de cebola ........................................................................................................ 24
Cebola e alho servem para combater doenças ......................................................... 24
Cravo-de-defunto ...................................................................................................... 24
Calda de camomila .................................................................................................... 25
Calda sulfocálcica ..................................................................................................... 25
Calda bordalesa ........................................................................................................ 25
Preparo com leite ...................................................................................................... 25
Leite cru e água......................................................................................................... 25
Urina de vaca ............................................................................................................ 25
Gergelim (Sesamus indicus) ..................................................................................... 26
Primavera / Maravilha (Bougainvillea spectabilis / Mirabilis jalapa)........................... 26
Urtiga (Urtica urens) .................................................................................................. 26
Cansanção ................................................................................................................ 27
Pimenta malagueta ................................................................................................... 27
Pimenta do reino e alho 1 ......................................................................................... 27
Pimenta do reino e alho 2 ......................................................................................... 27
Angico 1 .................................................................................................................... 27
Angico 2 .................................................................................................................... 28
Timbó (Derris elliptica) .............................................................................................. 28
Timbó (Ateleia glazioviana) ....................................................................................... 28
Timbó (Derris elliptica) .............................................................................................. 29
Cinamomo ................................................................................................................. 29
Gambazinho, Guiné ou Piu-piu ................................................................................. 29
Inseticida de aroeira salsa ......................................................................................... 29
Inseticida de manipueira (água de mandioca) ........................................................... 29
Controle biológico...................................................................................................... 29
Controle através de armadilhas ................................................................................. 29
Vinagre ...................................................................................................................... 30
Composto Orgânico Embrapa Hortaliças .................................................................. 30
Biofertilizante (Composto de Farelos) - Aeróbico ...................................................... 31
Biofertilizante (Composto de Farelos) - líquido.......................................................... 31
Compostagem a base de fibra de coco e cama de matrizes: .................................... 32
Adubo Líquido ou Uréia Natural ................................................................................ 32
Colheita ..................................................................................................................... 33
Demanda familiar de hortaliças ................................................................................. 33
RECOMENDAÇÕES E CUIDADOS COM A HORTA ............................................... 34
IRRIGAÇÃO – CONTROLE DA ÁGUA ..................................................................... 34
PLANTIO ................................................................................................................... 34
LISTA PARA VERIFICAÇÃO DE UNIDADES AGROECOLÓGICAS COM
DIAGNÓSTICO DE PROBLEMAS ENCONTRADOS E RECOMENDAÇÕES.......... 35
Solo ........................................................................................................................... 35
Canteiros ................................................................................................................... 35
Escalonamento da produção ..................................................................................... 37
Plantio ....................................................................................................................... 37
Consórcio .................................................................................................................. 38
Plantas medicinais .................................................................................................... 39
Limpeza ..................................................................................................................... 39
Condução das culturas .............................................................................................. 39
Irrigação .................................................................................................................... 40
Biofertilizantes ........................................................................................................... 41
Como preparara a urina de vaca para pulverização.................................................. 41
Verificar pragas, doenças e deficiências nutricionais e métodos de controle ............ 41
Doenças .................................................................................................................... 43
Calda Sulfocálcica ..................................................................................................... 43
Calda Bordalesa ........................................................................................................ 43
Calda de camomila .................................................................................................... 43
Leite cru e água......................................................................................................... 43
Cebola e alho ............................................................................................................ 44
Galinheiro .................................................................................................................. 46
Alimentação............................................................................................................... 46
Área de escape ......................................................................................................... 46
Sanidade ................................................................................................................... 47
Quintal agroecológico ................................................................................................ 47
Comercialização ........................................................................................................ 48
Solução de vinagre .................................................................................................... 48
Mercado .................................................................................................................... 48
Administração e controles ......................................................................................... 48
Regime de trabalho ................................................................................................... 49
Qualidade de vida ..................................................................................................... 49
INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS DAS UNIDADES PAIS NA BAHIA ......................... 49
Análise do solo .......................................................................................................... 49
Marcação do pais ...................................................................................................... 51
Adubação de canteiros .............................................................................................. 53
Sombra dos canteiros ............................................................................................... 54
Composto orgânico ................................................................................................... 55
Composto laminar ..................................................................................................... 56
Túnel para saída das galinhas .................................................................................. 56
Piquete para galinhas ................................................................................................ 58
Larvário ..................................................................................................................... 59
Estufa ........................................................................................................................ 59
Instalação das fitas gotejadoras ................................................................................ 60
CRIAÇÃO DE ANIMAIS ............................................................................................ 61
AVICULTURA............................................................................................................ 61
Principais doenças de aves e métodos para prevenção e tratamento ...................... 61
Marek ........................................................................................................................ 61
Bouba ........................................................................................................................ 61
Newcastle .................................................................................................................. 61
Bronquite infecciosa .................................................................................................. 61
Coccidiose ................................................................................................................. 62
Ectoparasitas............................................................................................................. 62
Verminose ................................................................................................................. 62
Vias de aplicação de Vacinas.................................................................................... 62
Via ocular .................................................................................................................. 62
Via punção na asa ..................................................................................................... 63
Piquete ...................................................................................................................... 63
Equipamentos ........................................................................................................... 63
Manejo da criação ..................................................................................................... 64
Fornecimento de calor ............................................................................................... 64
Uso da água .............................................................................................................. 64
Alimentação alternativa ............................................................................................. 65
Raças / Linhagens ..................................................................................................... 66
Manejo de poedeiras ................................................................................................. 67
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ................................................................................ 69
ANEXOS ................................................................................................................... 70
Quadro 1 – Informações gerais sobre o cultivo de hortaliças. ................................... 71
Quadro 2 – Início de colheita e produtividade de hortaliças. ..................................... 72
Tabela 1 – Níveis de fertilidade para interpretação de análise de solo para o
estado de São Paulo. ............................................................................. 73
Quadro 3 - Doenças comuns em caprinos e ovinos .................................................. 74
Quadro 4 - As plantas, suas funções e maneira de utilizá-las. .................................. 76
Quadro 5 - Propriedades medicinais de algumas plantas. ........................................ 78
Quadro 6 - Princípio ativo de algumas plantas .......................................................... 78
6
AGROECOLOGIA
Introdução
Agricultura Orgânica
Foi criada no início do século XX pelo pesquisador inglês Sir Albert Howard
após pesquisa realizada na estação de Pusa (Índia), quando observou que os
camponeses hindus não utilizavam adubos químicos, mas as plantações eram
sadias e não sofriam o ataque de pragas. A razão era o uso do húmus (composto
orgânico), rotação de culturas, controle natural de pragas e a manutenção da
biodiversidade.
Considerado o pai da agricultura orgânica, Sir Albert Howard acreditava que o
solo não era apenas um suporte para ser cultivado, mas um elemento vivo que deve
ser tratado com o devido cuidado.
Após a 2ª Guerra Mundial a agricultura orgânica iniciou uma fase de grande
crescimento, pois neste mesmo período ocorreu o avanço da indústria e o uso de
agrotóxicos. Com esse crescimento foram registrados muitos acidentes envolvendo
uso de venenos.
Em 1962 a escritora Raquel Carson lançou o livro Primavera Silenciosa,
denunciando o extermínio dos pássaros em varias regiões das Américas causado
pelo uso de agrotóxicos.
Cada vez mais a agricultura orgânica conquista novos adeptos e desperta um
maior interesse de pesquisadores e produtores rurais por esse sistema de produção,
abrangendo toda a cadeia produtiva, do campo até a mesa do consumidor final.
A agricultura orgânica é baseada no equilíbrio dos elementos solo, água e
planta e permite de forma sustentável a produção sem o uso de produtos químicos,
propiciando uma integração entre o agricultor e o consumidor.
A agricultura orgânica está apoiada na recuperação da força produtiva dos
solos com a manutenção de elevadas doses de matéria orgânica. Há utilização de
técnicas como a rotação de culturas, além do manejo produtivo, respeitando os
ciclos naturais de cada espécie.
Os sistemas orgânicos de produção seguem princípios aceitos mundialmente
para a produção agropecuária. Entre estes, segundo a Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em áreas de produção orgânica
devem ser observados os seguintes aspectos:
Agricultura Biológica
Iniciada na década de 1940 por dois alemães – o biólogo Hans Müller e o
médico Hans Peter Rusch, criadores da Teoria da Trofobiose - a nutrição equilibrada
torna a planta mais resistente ao ataque de pragas e doenças. A prática está
baseada na melhoria da fertilidade do solo por meio da atividade microbiana, que
consiste na utilização do esterco em seu estado inicial de decomposição. O mesmo
princípio associa a saúde do ser humano à qualidade biológica dos alimentos,
orientando para a adoção do hábito de consumir alimentos produzidos em solos
equilibrados e vivos.
Agricultura Biodinâmica
O sistema de produção foi idealizado pelo filósofo e matemático austríaco
Rudolph Steiner, na década de 1920. Staneir realizou na Polônia um ciclo de oito
palestras destinadas aos produtores rurais, defendendo a fazenda como um
organismo vivo, que interliga solo, água, flora, fauna e o ser humano, interagindo
com as diferentes formas de energia da natureza, inclusive a energia cósmica.
A biodinâmica integra todas as atividades da propriedade, procurando o
equilíbrio entre as lavouras, criação de animais, uso de reservas naturais da água,
procurando sempre uma maior independência no que refere a insumos vindos de
fora da propriedade.
Agricultura Natural
Aqui a interferência humana nos agroecossitemas é mínima. A harmonia e a
prosperidade entre os seres vivos é fruto da conservação do ambiente natural. A
Agricultura Natural surgiu no Japão na década de 1930, criada pelo filósofo Mokiti
Okada. Defende o modelo da natureza como a verdade e baseia-se na revitalização
dos solos, por meio da decomposição da matéria orgânica de origem vegetal, para
que os solos possam nutrir eficientemente as lavouras.
Passos para coleta de microorganismos naturais em área de mata virgem.
Coleta de microrganismos
Local: área de mata virgem com características de boa fertilidade (solo com aspecto
limpo, de pouca folhagem).
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Materiais necessários:
• Uma caixa de madeira de 80 cm x 50 cm x 5 cm.
• 100 copinhos de café (50 ml).
• 700g de arroz cru.
• 1 kg de rapadura, ou 10 litros de caldo de cana, ou 1 kg de melaço.
• 08 garrafas PET de 2 litros.
• 1 balde plástico de 20 ou 15 litros.
• 1 funil plástico de bico largo.
• 1 espátula de madeira.
Procedimento:
• Cozinha os 700g de arroz.
• Colocar o arroz cozido nos copinhos de café.
• Arrumar os copinhos na caixa.
• Cobrir os copinhos com a serrapilheira.
• Umedecer a serrapilheira sem encharcá-la.
• Após 4 dias, retirar a serrapilheira dos copinhos.
• Preparar uma solução adocicada no balde de 20 litros da seguinte maneira:
raspar 1 kg de rapadura e/ou 10 litros de caldo de cana ou 1 kg de melaço,
colocar um dos três no balde e misturar em 10 litros de água.
• Selecionar os microrganismos no arroz dos copinhos, retirando os pontos pretos,
marrons e cinza escuro. Aproveitar apenas as colônias brancas e coloridas.
• Colocar o arroz selecionado na solução adocicada do balde plástico e mexer bem.
• Deixar a solução em repouso por 24 ou 48 horas para multiplicação dos
microrganismos.
• Após o repouso de 48 horas engarrafar a “solução de microrganismos” nas
garrafas PET.
• Diariamente, durante 15 dias, folgar as tampas das garrafas para expulsar os
gases produzidos pela fermentação.
• Após os 15 dias (período da estabilização dos gases), o produto está pronto para
ser usado de imediato ou armazenar até 06 meses.
• Usar na calda biofertilizante.
Permacultura
Iniciada em 1975, é a mais recente das correntes e tem a contribuição do
australiano Bill Mollison. Neste sistema de produção a agricultura imita o ambiente
em que as plantas se encontram na natureza. Em estrutura circular envolve plantas
semipermanentes (banana, mandioca), permanentes (árvores frutíferas, madeireiras)
e plantas de curto ciclo, a exemplo das hortaliças. Desta forma obtém-se um
equilíbrio do sistema, que é complementado com a criação de animais.
Agroecologia
A Agroecologia compreende todos os segmentos da agricultura alternativa, na
perspectiva de um processo de ruptura com atuais modelos de desenvolvimento e
rural com a adoção de estilos que reduzam os impactos ambientais.
A Agroecologia talvez não devesse ser classificada como mais uma corrente
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de Agricultura Alternativa, uma vez que não tem caráter doutrinário centralizado, não
preconiza o uso de produtos ou processos próprios e muitos princípios
agroecológicos estão presentes em diversas práticas utilizadas em outras correntes.
Agroecologia constitui mais propriamente na denominação que a Agricultura
Alternativa assumiu principalmente no meio acadêmico e nos movimentos
conduzidos com sua participação.
Dentre as principais definições de Agroecologia podem-se citar: o estudo das
bases ecológicas (estruturas e funções) dos sistemas agrícolas (Gliessman, 1989); a
aplicação de conceitos e princípios ecológicos na concepção e manejo de sistemas
agrícolas (Gliessman, 1989); a base científica da agricultura alternativa (Altieri,
1989). Segundo Hetch (1989), no seu sentido mais global, a Agroecologia incorpora
idéias mais ambiental e de sentimento social acerca da agricultura e, na sua
concepção mais específica, refere-se ao estudo dos fenômenos ecológicos que
ocorrem nos campos de produção.
Conceito de agroecologia
Sistema de produção agrícola ecológico e sustentável, baseado na
preservação e respeito ao solo, ao ambiente e ao homem; em condições
trabalhistas, econômicas e sociais justas.
CERTIFICAÇÃO
Aspectos ambientais
Produz alimentos mais saudáveis. livres de substâncias tóxicas
Preservação dos recursos naturais (água e solo):
preserva e recompõe a fertilidade, previne a erosão e mantém a vida
no solo;
uso da água de maneira que permita a recarga dos depósitos naturais.
Melhora o aproveitamento de resíduos internos da propriedade (animais e
vegetais).
Nutrição vegetal
A planta necessita de:
Ácidos Bases
(ânions) (cátions)
P – S – Cl – NO3 K – Ca – Mg – Na – NH4
100 100
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Equilíbrio:
Entre Macronutrientes Entre Micronutrientes Macro e Micronutrientes
N/K=2 Fe / Mn = 3 / 2 (até 3000/2000) N / Cu = 1250
Ca / K = 8 Fe / Cu / Co = 500 / 10 / 1 K / B = 100 (a 150)
Ca / Mg = 3 (a 6) Fe / Cu / Mo = 500 / 10 / 2 P / Zn = 35
P / S = 1 (ou 0,7) Ca / Mn = 530
Hortaliças
São plantas de consistência herbácea, geralmente de ciclo curto e tratos
culturais intensivos, cujas partes comestíveis são diretamente utilizadas na
alimentação humana, ou seja, in natura ou com pouco processamento. Fornecem
folhas, hastes, flores, frutos, raízes e outras partes que são utilizadas na
alimentação, cruas ou cozidas. As hortaliças complementam a alimentação básica
pois são importantes fontes de vitaminas, sais minerais e fibras, além de
apresentarem valor medicinal.
Conforme a finalidade com que se conduz a produção de hortaliças, as hortas
podem ser caseira ou domiciliar, comunitária, escolar ou institucional e comercial.
Apesar do cultivo orgânico de hortaliças ser viável para todos os tipos de exploração,
nossas considerações vão se ater mais sobre hortas caseiras, comunitárias e
escolares, onde o cultivo orgânico é mais facilmente viabilizado. Antes de se
começar a produzir hortaliças é necessário fazer um estudo dos objetivos de
maneira que a sua produção seja bem aproveitada. Em cultivos se subsistência é
recomendado diversificar e aproveitar a melhor época para o plantio. Em cultivos
comerciais deve-se fazer o estudo das exigências do mercado consumidor que se
pretende atender. Muitos produtos podem não atender os padrões do mercado
consumidor ou podem não alcançar preços por excesso de produto no mercado.
O cultivo orgânico de hortaliças se caracteriza por além do uso racional da
matéria orgânica considerar todo sistema de produção agrícola de maneira ecológica
e sustentável, baseado na preservação e respeito ao solo, ao ambiente e ao
homem, em condições trabalhistas, econômicas e sociais justas. Existem muitos
sistemas que se baseiam no cultivo orgânico, dentre eles a agricultura natural,
biológica, orgânica, biodinâmica, ecológica, agroecológica, regenerativa e
permacultura. Porém, deixando ideologias à parte, vamos dar ênfase ao cultivo
orgânico em uma agricultura sustentável.
Época de plantio
As condições climáticas influenciam grandemente o cultivo de hortaliças.
Antes de se estabelecer o cultivo de qualquer hortaliça deve-se fazer um estudo do
clima da região onde se deve dar atenção especial a diversos fatores mas
especialmente a temperatura, umidade e luminosidade relacionada ao fotoperíodo,
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que são as horas de luz de um dia. As condições climáticas de uma região estão
muito influenciadas pela sua latitude, distância em graus em relação à linha do
Equador. Quanto mais próximo a linha do Equador, Norte ou Nordeste do Brasil,
menor é a latitude, é mais frequente a ocorrência de temperaturas mais elevadas e
as horas de luz variam muito pouco durante o ano, ficando em torno de 12 h de
luminosidade. Quanto maior a latitude, mais ao sul do Brasil, mais a frequência de
temperaturas baixas e as horas de luz variam muito durante o ano em torno de 10 h
no inverno a 14 h no verão. Todavia, a altitude do local influencia muito as condições
climáticas dentro de uma microregião, promovendo diferenças climáticas em uma
mesma latitude. A altitude é medida em metros em relação ao nível do mar.
Geralmente altitudes acima de 800 m promovem condições climáticas favoráveis ao
cultivo de diversas hortaliças durante todo o ano.
Existem hortaliças mais adaptadas ao período quente, outras são mais
adaptadas ao período frio. Algumas hortaliças toleram encharcamento, outras são
indicadas para o período seco. O excesso de vento é prejudicial às hortaliças por
isso é recomendado a utilização de obstáculos como quebra-vento que pode ser
plantas arbustivas ou sub-arbóreas como flor-de-mel, bananeira, murta, cana-de-
açúcar ou capim elefante.
A maioria das hortaliças são prejudicadas pelo excesso de calor, chuvas e
geadas. As épocas mais amenas são mais favoráveis ao plantio de hortaliças folhas,
flores, bulbos e algumas raízes. Já as épocas mais quentes favorecem o
desenvolvimento de hortaliças fruto e raízes tropicais. No entanto, algumas espécies
que necessitam de temperaturas amenas, podem ser plantadas em épocas mais
quentes, desde que se escolha uma cultivar adaptada. São as chamadas de
cultivares de verão, como no caso da alface, repolho, couve-flor e cenoura. Outra
alternativa é o cultivo protegido tanto para redução da insolação no período quente,
o excesso de umidade no período chuvoso ou excesso de frio em regiões frias.
Produções fora da época normal aproveitam a sazonidade do mercado e alcançam
melhores preços.
Cada espécie de hortaliça tem seu modo de ser cultivada. Assim é necessário
levar em conta a época de plantio, modo de preparo do solo, tipo de plantio,
materiais para plantio, espaçamento e cuidados com a cultura.
Escolha do local
O local ideal para a implantação de uma horta deve ser de fácil acesso, bem
batido de sol e próximo a uma fonte de água. O solo deve ser plano ou levemente
inclinado, profundo, de textura média (areno-argiloso ou argilo-arenoso), arejado,
boa drenagem, porém com uma razoável capacidade de retenção de água, rico em
matéria orgânica. Mas também algumas hortaliças também podem ser plantadas em
canteiros de alvenaria, caixas, latas, pneus, vasos, ou outros recipientes com no
mínimo 20 cm de profundidade e perfurados no fundo.
Ferramentas e equipamentos
As principais ferramentas para iniciar a produção de hortaliças são: enxada,
enxadão, ancinho, sacho, pá curva, regador, marcador de sulco, barbante, colher-
de-transplante, transplantador, faca e canivete. Os principais equipamentos são:
carrinho de mão, arado, grade, enxada rotativa, sulcador, microaspersor e
pulverizador.
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Preparo do terreno
Antes de começar o preparo do terreno é importante realizar a coleta de
amostras do solo para análise de fertilidade, em seguida procede-se a limpeza com
a retirada de pedaços de madeira, pedras, vidro plástico e outros materiais que
dificultariam o cultivo das hortaliças. Após a limpeza realiza-se a correção do solo ou
calagem, que consiste na aplicação do calcário em função do resultado da análise
do solo. Em seguida deve-se incorporar o calcário com o revolvimento do solo. O
calcário deve ser aplicado, preferencialmente, 90 dias antes do plantio. Serve para
elevar o pH do solo além de fornecer Cálcio e Magnésio. A grande maioria das
hortaliças prefere um grau de acidez do solo em torno de 6,0 conforme Quadro 3.
Compostagem
Em relação à produção de compostos orgânicos há vários passos que
devem ser seguidos, aonde diversos questionamentos vão surgindo. No entanto o
preparo do composto orgânico deve ser adequado a realidade do produtor levando
em consideração os materiais disponíveis na propriedade.
O composto orgânico é preparado a base de um volumoso e um inoculante. O
volumoso pode ser capim picado, restos de culturas ou outro material de fácil
decomposição, mas que seja abundante na propriedade ou na região. O inoculante
pode ser esterco verde ou semi-decomposto, o qual possui microrganismos que
realizam a decomposição do material orgânico. São feitas camadas sobrepostas de
20 cm aproximadamente de volumoso intercaladas com camadas de
aproximadamente 5 cm de inoculante, formando medas com aproximadamente 1,0
m de largura e 1,5 m de altura. Pode-se enriquecer o composto orgânico com fosfato
natural. É importante construir a primeira e a última camada do composto com o
volumoso. O comprimento das medas é em função da área disponível, mas
geralmente usam-se de até 10 m para facilitar o seu manejo. A medida que se
constrói a meda de composto joga-se água de forma a mantê-lo úmido mas sem
escorrer. Essa umidade deve ser mantida até o término do processo, pois a umidade
favorece a decomposição. O composto deve ser construído em local protegido
porque em local desprotegido a chuva pode lavá-lo constantemente, empobrecendo-
o. Deve-se revolver o composto orgânico periodicamente, inicialmente de 15 em 15
dias, e posteriormente ir aumentando para intervalos de 20 e 25 dias. Para
acompanhar a decomposição e determinar o momento certo de revirar o composto
pode-se enfiar um vergalhão de 1 polegada de diâmetro na meda, tira-o
semanalmente e coloca nas costas das mãos, se o vergalhão estiver aquecido a
uma temperatura que causa incômodo, está na hora de revirar. É importante deixar
chegar a temperatura próxima de 70ºC, para então revirar com o objetivo de
promover uma melhor decomposição, que ocorre em torno de 50-60ºC, e também a
desinfestação do composto, com destruição dos microrganismos patogênicos (que
causam doenças) e cozimento de algumas sementes de plantas espontâneas.
Apesar do composto geralmente destruir patógenos e sementes de plantas
espontâneas, é recomendado utilizar materiais não contaminados quimicamente e
biologicamente, assim não é recomendado o uso de restos culturais infectados por
doenças. Geralmente após 90 dias o composto está pronto para ser utilizado. Em
anexo estamos apresentando algumas receitas da composição, preparo de
compostos e biofertilizantes.
Quadros 1 e 2 do anexo.
As hortaliças plantadas em espaçamentos maiores (abóboras e chuchu)
devem ser plantadas em covas. Mais informações veja no Quadro 1 do anexo.
Adubos verdes
Muitas plantas possuem a capacidade de aumentar a fertilidade e o teor de
matéria orgânica do solo, são cultivadas e incorporadas no solo ainda verdes,
geralmente no período da floração, antes da instalação dos cultivos. Além de
servirem como adubo verde no fornecimento de matéria orgânica e nutrientes,
promovem uma proteção para o solo e melhora a sua estrutura física. Grande parte
dessas plantas são da ordem das leguminosas, plantas que produzem frutos tipo
vargem, semelhante ao feijão. As leguminosas são ricas em nitrogênio. Em suas
raízes encontramos nódulos de bactérias do gênero Rhyzobium, que possuem a
capacidade de assimilar o nitrogênio atmosférico e em processo de simbiose,
fornecê-lo as plantas e posteriormente incorporá-lo ao solo. São muito utilizadas a
Crotolaria juncea, Crotolaria spectabilis, Mucuna preta, Mucuna anã, Mucuna cinza,
lab-lab, feijão de porco, feijão guandú, dentre outros.
As gramíneas, também são usadas como adubo verde. Elas possuem
desenvolvimento rápido e produzem grande quantidade de material orgânico. São
utilizadas milheto e sorgo, dentre outros.
Composição:
• 50% de composto orgânico a base de fibra de coco e cama de matrizes.
• 40% de areia ou vermiculita.
• 10% de húmus de minhoca ou composto de farelos.
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Espaçamento
Cada espécie deve ser plantada ou transplantada num espaçamento
adequado para que possam se desenvolver alcançando o padrão de exigência do
mercado consumidor. É necessário observar a distância entre linhas e entre as
plantas na linha.
Plantas de porte pequeno, como a alface e chicória, são plantadas no
espaçamento de 25 x 25 cm; salsa e coentro em linhas separadas de 25 x 10 cm;
couve, couve-flor e couve-brócolo de 90 x 50 cm. Mais informações sobre
espaçamento veja no Quadro 1 do anexo.
Tratos culturais
As irrigações estão em função das condições climáticas, tipo de solo, espécie
e fase do ciclo da planta. Recomenda-se irrigações diárias para hortaliças nas fases
iniciais e do grupo das folhosas; para o grupo de frutos as irrigações podem ser de 2
a 4 vezes por semana. Recomenda-se de 5 a 10 litros de água por metro quadrado
de canteiro e de 3 a 5 litros por cova, que deve ser aplicado lentamente de maneira
não promover escorrimento superficial. Utiliza-se regadores, mangueira furada ou
com esguicho, gotejadores e microaspersores, somente em regiões com abundância
de água pode ser usado tubos com aspersores. As irrigações devem ser feitas nas
horas mais frescas do dia e no caso de aspersão, sem vento que possam promover
muita deriva e reduzir sua eficiência.
Para evitar o excesso de evaporação de água do solo, manter sua
temperatura mais amena e uniforme, e dificultar o aparecimento de plantas
espontâneas é recomendado o uso de cobertura morta no solo. Que consiste na
colocação de finas camadas (2-3 cm) de palhadas ou restos de culturas tais como
arroz, milho, feijão, soja, trigo, dentre outras, sobre o solo, antes ou após o plantio.
Para as hortaliças semeadas diretamente em covas ou canteiros tais como
abóbora, quiabo, cenoura, rabanete, beterraba, salsa e coentro, de 25 a 40 dias
após o semeio é recomendado o raleamento ou desbaste, que é o arranquio do
excesso de plantas menos desenvolvidas, deixando um espaçamento adequado
entre as plantas remanescentes.
O controle de plantas invasoras (plantas espontâneas) pode ser manual, com
uso de sachos, enxadinhas e enxadas, foices ou mecânico com uso de implementos
tracionados como roçadeiras e cultivadores.
A escarificação é a quebra da crosta superficial do solo, além de favorecer o
desenvolvimento da planta permite uma melhor infiltração da água no solo.
A amontoa é a aproximação de terra da planta, sendo uma prática essencial
para hortaliças raízes como batata, batata-doce, baroa e inhame.
O tutoramento é o apoio das plantas em estacas ou cordões. É indicado para
hortaliças com o caule flexível como o tomate, feijão vagem, pepino, pimentão.
A adubação de cobertura é feita de 20 aos 30 dias em algumas hortaliças em
função de seu ciclo produtivo. Em hortaliças de ciclo longo são feitas várias
adubações mensais. Em hortaliças de ciclo médio apenas urna adubação de
cobertura é suficiente. Geralmente não é utilizado para hortaliças de ciclo curto. É
recomendado de 1 a 2 litros de composto orgânico por planta tais como couve,
quiabo, brócole, repolho, pimentão, berinjela, pimentas, jiló, tomate, dentre outras.
Esse adubo é jogado em torno da planta na projeção da copa mas sem atingir seu
caule, ou, em forma de meia lua na parte superior em áreas inclinadas. Em canteiros
de cebolinha, salsa, cenoura, beterraba, dentre outras, é recomendado a aplicação e
incorporação rasa de 2 a 4 litros por metro quadrado de esterco de curral ou
22
composto orgânico.
A adubação foliar pode ser realizada semanalmente utilizando biofertilizantes
líquidos diluídos em água em concentrações variando de 1 a 2% e aplicado por meio
de regadores ou pulverizadores. Este tipo de adubação possui uma vantagem em
relação a adubação de cobertura no solo. Os nutrientes são absorvidos por via foliar
e a resposta da planta é mais rápida. Uma proposta para preparo de biofertilizante
líquido encontra-se no anexo.
Quando as hortaliças já estiverem além da metade do ciclo e apresentarem
alguma deficiência nutricional a maneira de se ter uma resposta mais rápida é por
meio da adubação foliar. Elas absorvem alguns nutrientes de maneira rápida via
foliar, principalmente nitrogênio. Geralmente são utilizados chorumes que escorrem
de esterqueiras ou biofertilizantes líquidos diluídos em água. Na utilização deste
produtos é necessário esperar alguns dias antes de se proceder a colheita.
Doenças
As doenças nas hortaliças são provocadas principalmente por fungos,
bactérias, vírus e nematóides. O controle das doenças é feito por meio de um
manejo adequado como equilíbrio de adubações, eliminação de restos de culturas
contaminados, controle de irrigações, uso de cultivares resistentes, sementes
certificadas, rotação de culturas e plantio em épocas favoráveis à hortaliça.
Além disso, no combate a doenças fúngicas, tais como manchas e pintas
foliares, carvões e ferrugens, é recomendado o uso de defensivos naturais, tais
como calda bordalesa, calda sulfocálcica e leite crú.
No caso de doenças bacterianas, geralmente murchas e podridões, deve-se
evitar a introdução da doença por meio de materiais contaminados como sementes
ou partes vegetativas de multiplicação. Plantas contaminadas devem ser destruídas
por meio do arranquio e queima. O excesso de umidade favorece o seu
aparecimento. Áreas contaminadas devem ser evitadas e cultivadas com adubo
verde ou culturas não suscetíveis.
As doenças viróticas são caracterizadas por cloroses e mosaicos nas folhas e
partes novas das plantas. Estas partes ficam enrugadas e com diversas tonalidades
que variam de amarelo a verde escuro. Geralmente são doenças que após
aparecimento não existe controle, portanto, como prevenção é realizado o controle
de vetores, insetos sugadores como pulgões e percevejos. A transmissão pode se
dar também via sementes contaminadas, ferimentos, ferramentas e contato com
partes de plantas contaminadas. Assim, recomenda-se a eliminação imediata de
plantas infectadas por meio da queima ou enterrio.
Os nematóides geralmente atacam as raízes das plantas construindo calos ou
galhas. Para combatê-los pode-se revirar o solo e deixá-lo exposto ao sol, ou
submetê-lo a uma lâmina d’água por um período de duas semanas. Outra alternativa
para reduzir a sua população seria a rotação de culturas com cravo-de-defunto ou
adubos verdes resistentes, como por exemplo, Crotalaria juncea.
Pragas
As principais pragas que atacam as hortaliças são:
• Larvas e lagartas: são fases de vida de moscas, besouros, borboletas e
mariposas, possuem aparelho bucal do tipo mastigador, variam muito de
tamanho, as mais pequenas podem penetrar frutos, folhas e brotos, em tamanho
maiores comem as folhas. A lagarta-rosca vive enterrada no solo e ataca a planta
quando nova podendo derrubá-la;
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• Pulgões: são conhecidos também por piolhos, possuem aparelho bucal do tipo
sugador, vivem em colônias nos brotos ou no verso inferior das folhas, além de
sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Percevejos: são também conhecidos por barbeiros, possuem aparelho bucal do
tipo sugador, além de sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Besouros: Possuem aparelho bucal do tipo mastigador, dentre eles temos os
burrinhos e vaquinhas;
• Moscas brancas: são insetos que atacam várias hortaliças, possuem aparelho
bucal do tipo sugador, vivem em colônias nos brotos ou no verso inferior das
folhas, além de sugarem seiva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Cochonilhas: são insetos com pouca mobilidade, possuem aparelho bucal do
tipo sugador, vivem em colônias nos caules, brotos ou no verso inferior das
folhas, além de sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Paquinhas, grilos e gafanhotos: possuem aparelho bucal do tipo mastigador,
comem as ramas e folhas das plantas;
• Formigas: possuem aparelho bucal do tipo cortador, cortam folhas e ramos
novos, protegem pulgões e cochonilhas;
• Trips: são insetos minúsculos e possuem aparelho bucal do tipo sugador, além
de sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Cupins: possuem aparelho bucal do tipo cortador, cortam raízes e caules secos;
• Acaros: são pragas microscópicas, vivem em colônias no verso inferior das falhas
onde formam pequenas teias, possuem aparelho bucal do tipo sugador, além de
sugarem selva das plantas podem injetar vírus patogênicos;
• Lesmas e caracóis: possuem aparelho bucal do tipo raspador, raspam as folhas
e ramos novos das hortaliças.
Alguns outros insetos ou aracnídeos podem ser pragas em potencial, ou seja,
somente terão um comportamento como praga na ausência de alimentos, como é o
caso dos que se alimentam de matéria orgânica (ex.: tatuzinhos). As centopéias e
minhocas, dentre outros vermes, são muito úteis na decomposição e mineralização
da matéria orgânica do solo.
Dentre os insetos existem aqueles que são predadores das pragas tais como:
joaninhas, marimbondos, vespas, libélulas, dentre outros. Como também aranhas
que produzem teias, rãs, sapos e pássaros comem insetos ajudando a manter o
equilíbrio ecológico.
Cravo-de-defunto 2
- 200 g de cravo-de-defunto
- 1 litro de álcool
Utilizar 200 gramas de planta verde (folhas e talos), macerar e deixar por 12
horas em 1 litro de álcool. Diluir este preparado completando para 20 litros de calda
antes de pulverizar.
Forma de aplicação: aspersão ou pulverização do extrato. A planta cultivada junto
às outras, repele as pragas.
Indicação: repelente de insetos, Musca domestica, Plutella xylostella, Meloidogyne
arenaria, M. javanica, M. incógnita.
Calda de camomila
Colocar 50 g de flores de camomila em um litro de água. Deixar de molho por
3 dias, agitando 4 vezes por dia. Coar e aplicar 3 vezes na semana visando doenças
fúngicas.
Calda sulfocálcica
Tem ação protetora contra ácaros, insetos-pragas e moléstias de forma
curativa. Os ingredientes são a mistura de enxofre ventilado (2,5 kg) + cal hidratada
(1,6 kg) 10 litros de água, em preparo a quente.
Misturar em um latão o cal hidratado em 5 litros de água morna. Colocar o
enxofre lentamente, sempre agitando com um bastão de madeira completando os 10
litros. Deixar ferver até ficar com a coloração pardo-avermelhado, esfriar, guardar em
lugar sem iluminação não mais de uma semana. Na aplicação diluir 1 litro do produto
em 20 litros de água.
Calda bordalesa
Colocar 100 g de Sulfato de Cobre em um saco de pano e mergulhe em 5
litros de água quente e deixar de molho durante 24 horas.
Colocar 100 g de Cal Virgem em 5 litros de água, despejar a solução de
Sulfato de Cobre na solução de Cal Virgem, misturando bem com um bastão. Coar a
mistura e despejar no pulverizador para aplicação, visando controle de fungos.
Urina de vaca
Ingredientes
• Urina de vaca 1 litro
• Água 100 litros
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Como fazer
Na hora da ordenha da vaca, ela costuma urinar, então aproveita-se o
momento, põe-se um balde embaixo, colhe-se o material. Em seguida, coloca-se
num recipiente fechado, sendo preferência plástico, ainda mais de cor escura para
evitar penetração dos raios ultravioletas e infravioletas na urina coletada para que
não venha a degenerar o produto colhido. Deixa-se passar um período de 3 dias
para se começar a utilizar.
Urtiga 1
- 2 kg de urtiga
- 5 litros de água
- 50 g de pó de barro ou argila
Junte num recipiente a urtiga com o pó de barro em 5 litros de água. Deixe a
mistura curtir por 2 dias. Coar e pulverizar as plantas diluindo 1 copo do produto em
15 litros de água.
Indicação: broca pequena do tomateiro.
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Urtiga 2
- 100 g de urtiga fresca
- 10 litros de água
Usar 100 gramas de urtiga moída, deixando secar à sombra durante 7 dias.
Colocar de molho em 10 litros de água por 3 horas, agitando a mistura duas vezes
ao dia. Para o seu emprego, coar bem e diluir esse conteúdo em 10 litros de água,
repetindo a aplicação 2 vezes a cada 5 dias.
Indicação: fungos de plantas.
Urtiga 3
- 500 g de urtiga fresca ou 100 g de urtiga seca
- 10 litros de água
Colocar 500 gramas de urtiga fresca ou 100 gramas de urtiga seca em 10
litros de água por dois dias. Pode-se preparar da mesma forma mas deixando curtir
durante duas semanas. A primeira forma deve ser pulverizada imediatamente sobre
as plantas atacadas. A segunda, deve ser diluída uma parte da solução para 10
partes de água, antes da pulverização.
Indicação: pulgões.
Toxicidade: evitar contato com a pele.
Cansanção
Um quilo de folhas maceradas, colocar em dois litros de água e deixar de
molho por dois dias. Utilizar um litro em dez litros de água.
300 ml de óleo comestível, 50 ml de querosene, um litro de extrato de
cansanção. Utilizar no controle de cochonilha de fruteiras
Pimenta malagueta
300 g de pimenta maceradas, colocar em dois litros de água e deixar de
molho por dois dias. Utilizar um litro em dez litros de água. Utilizado para controle de
pragas mastigadoras e sugadoras.
Angico 2
1 Kg de folhas e vagem de angico em 10 litros de água.
Preparo: Deixar de molho durante 8 dias. Depois usar um litro dessa solução em
5 litros de água, acrescentando 50 ml de sabão neutro.
Timbó 1
- 100 litros de água
- 500 g de sabão
- 1 kg de raízes de Timbó com diâmetro de 1 cm
Misturar as raízes de timbó lavadas e cortadas em pedaços ou transformadas
em pó com a água e o sabão e deixar descansar por 24 horas, filtrar e aplicar sobre
as plantas
Indicação: Inseticida amplo espectro.
Timbó 2
- 60 g de pó de raiz de timbó (cipó)
- 11 litros de água fria
- 100 g de sabão
Preparar a emulsão de sabão juntando o sabão com 1 litro de água. Adicionar
uma colher (de chá) de soda cáustica. Levar ao fogo, mexendo bem com uma colher
de pau, até a completa dissolução da mistura. Retirar do fogo e deixar esfriar até
ficar morno. Junte a essa emulsão 60 gramas de pó de raiz de timbó, 10 litros de
água, aplicando sobre as plantas logo em seguida.
Indicação: lagartas de folhas de couve, rúcula e repolho e percevejos.
Incompatível com calda bordalesa.
Modo de ação: bloqueio do ciclo de krebs (obtenção de energia na célula -
respiração)
Cinamomo
Utilizado no controle de gafanhotos, pulgões e cochonilhas. Ingredientes: 600
g de sementes maceradas, um litro de álcool e um litro de água, deixar de molho por
quatro dias. Utilizar um litro do preparado para cada dez litros de água na
pulverização.
Controle biológico
Preservar os inimigos naturais e aplicação de fungos e bactérias no controle
de pragas como Beauveria bassiana e Bacillus thuringiensis.
Observação: os produtos que agem por contato podem ser misturados no momento
da aplicação juntamente com o detergente neutro.
Vinagre
- 10 a 20 litros de vinagre
- 90 a 80 litros de água
Misturar vinagre com água na concentração de 10 a 20%. Mergulhar as frutas
na solução por dois minutos. Para controle de patógenos foliares pulverizar na
concentração de 1 litro de vinagre para 9 litros de água (10%), nunca superior a esta
concentração devido aos problemas de fitotoxicidade.
Indicação: controle de podridões de diversas frutas em pós-colheita. Controle de
patógenos foliares.
Toxicidade: não há. Cuidado com os olhos durante a pulverização.
Composição:
- 15 carrinhos-de-mão de capim braquiária roçado.
- 30 carrinhos-de-mão de capim napier triturado.
- 20 carrinhos-de-mão de cama de matrizes.
- 14 kg de termofosfato.
Rendimento:
• Obtém-se 2.500 Kg de composto
• Recomenda-se aplicar de 1,0 a 5,0 Kg/m², de acordo com a fertilidade do solo.
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Preparo:
• Teor de umidade: adicionar água até moldar a mistura com as mãos.
• Amontoar em forma de canteiro de 50 cm de altura e coberto com plástico.
• Cerca de 24 horas depois a mistura deve ser revolvida para baixar a temperatura.
A cada 12 horas deve ser revolvido novamente.
• Deve-se evitar que a temperatura ultrapasse 50° para não inativar os
microorganismos.
• Com 3 – 5 dias estará pronto.
Rendimento
- Proporção média de 1 a 3 t/há ou 100 a 300 g por metro quadrado cultivado.
Biofertilizante (Composto de Farelos) - líquido
Composição:
• 2 Kg terra de mata
• 1 Kg composto pronto ou esterco bovino
• 4 Kg farelo de arroz ou de algodão
• 1 Kg de farelo de mamona
• 2 Kg de farinha de ossos
• 1 Kg resíduos de sementes ou vegetais triturados
• 1 Kg de cinzas (munha de carvão)
• 0,5 Kg rapadura ou açúcar mascavo
• 0,5 Kg amido de mandioca
• 80 litros de água
Preparo:
• Misturar bem 3 X ao dia durante 5 dias
• Tempo de preparo: 8 dias
• Validade: deve ser utilizado até uma semana. Pode durar até 30 dias
• Utilização: em pulverizações foliares; tratamento de sementes durante 10
minutos, tratamento de mudas, produção de mudas em bandejas. A parte sólida
pode ser usada em covas ou inoculo para nova compostagem. Aplicar nas mudas
na concentração de 2%. No campo utilizar 4%.
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Biofertilizante
Ingredientes:
20 Litros de Esterco Fresco
2 Litros de Soro de Leite ou Leite
5 Litros de Garapa de Cana ou 1 Kg de açúcar
1 Kg de Fosfato Natural ou 2 Kg de Cinza
1 kg de folha de mamona
1 kg de folha de cansanção
1 kg de folha de urtiga
Mais duas 2 plantas da região de crescimento rápido
Modo de preparo:
Mistura tudo e coloca numa vasilha até completar 100 Litros com água e mexe todos
os dias até 21 dias.
Aplicação:
Regador - Após 21 dias colocar num regador 2 Litros do produto com 8 Litros de
água.
Pulverizador - Após 21 dias misturar 1 Litro do produto em 20 Litros de água.
Ingredientes:
• 40 kg de esterco bovino fresco.
• 3 à 4 litros de leite fresco ou soro de leite.
• 10 à 15 litros de caldo de cana.
• 200 litros de água.
• 4 kg fosfato natural.
Modo de preparo e uso:
Colocar todos os ingredientes no tambor, misturar bem, deixar fermentar durante 15
dias mexendo bem uma vez por dia. Depois de pronto, misturar um litro de adubo a
cada 3 litros de água, então regar a planta.
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Colheita
As hortaliças atingem o ponto de colheita de maneira variada, algumas
possuem um período bem curto, por exemplo o rabanete que pode ser colhido com
35 dias após o semeio, outras possuem um período mais longo, como por exemplo a
batata-baroa e o inhame que podem ser colhidos com 9 meses após o plantio.
Todavia, a maior parte das hortaliças podem ser colhidas com 60 a 120 dias após o
plantio. As hortaliças devem ser colhidas quando atingirem o máximo do seu
desenvolvimento sem a perda da sua qualidade para consumo. As cenoura,
rabanete e espécies de folhas devem ser colhidas quando estiverem bem
desenvolvidas, porém antes que se tornem fibrosas e/ou pendoarem. As de flores
antes que os botões se abram. Nas de frutos a abóbora e o tomate são colhidos
maduros. Abobrinha, berinjela, pimentão, pepino são colhidos ainda verdes. Cebola,
alho, inhame são colhidas quando a parte aérea começar a secar. A batata é colhida
com a rama seca. O Quadro 2 do anexo fornece informações adicionais sobre o ciclo
produtivo e produtividade de algumas hortaliças.
Calda BordaIesa
Calda Sulfocáustica - Quando utilizar esta, dar um espaço de 25 dias entre uma e
outra.
Calda de Camomila
COMBATE AS PRAGAS
Quando houver ataque de pragas no caso de pulgões, percevejo, lagarta etc.,
fazer a pulverização de 3 produtos diferentes de 4 em 4 dias alternados, um em
cada aplicação.
PLANTIO
Solo
Adubação do canteiro (fosfato natural, bórax, sulfato de zinco, pó de
rocha, cinza ou calcário, pó de barranco horizonte C);
Matéria orgânica (composto orgânico, esterco e palhadas);
Cobertura do composto laminar dos canteiros;
Produção de composto
Canteiros
Largura dos canteiros X fita gotejadora
Duas mangueiras, 1,0 m (argiloso); 0,80 m (arenoso);
1.20 – três mangueiras
Alinhamento das mangueiras (arenoso: 25 cm x argiloso: 30 cm)
Os canteiros largos, plantar milho, quiabo, andu (ou ...) numa das
bordas, para reduzir a incidência de luminosidade.
A largura dos canteiros para plantio varia de acordo a textura do solo, sendo
que nos de textura arenosa, os canteiros deverão ter 1,0 m metro de largura, tendo
três fitas gotejadoras distribuídas sobre o mesmo, devido a água da irrigação neste
tipo de solo apresentar a tendência de maior infiltração vertical (bolbo molhado) e no
solo de textura argilosa poderão ser construídos canteiros com 1,20 m, pois a água
de irrigação tende a espalhar mais na horizontal, para a mesma quantidade de
mangueiras de irrigação.
Nos espaços entre a área de serviço e a borda do canteiro, onde serão
cultivadas hortaliças de folhas, principalmente no verão, deverão ser plantadas com
antecedência milho, andu etc., para substituir o uso do sombrite na diminuição da
luminosidade.
37
Escalonamento da produção
Decidir o que vai plantar
Variedades de uso doméstico (o que planta para comer)
Variedades mais comerciais (o que planta para vender)
Anotações da época de plantio e previsão de colheita
Sementes, aquisição e produção.
Recomendações
No momento do plantio, o produtor deverá ficar atento para as espécies de
maior valor comercial em sua região e também observar a distância entre o local de
produção e o mercado consumidor, pois isso influenciará na comercialização. Com
essas informações ele fará escolha dos produtos a serem comercializados e àqueles
utilizados para consumo familiar.
Para que se tenha sempre produtos na horta, garantindo a sustentabilidade e
manter o mercado é necessário que seja semeado plantas que produzam folhas de
15 a 30 e de frutos e raízes a cada 40 a 60 dias (a depender do ciclo da cultura
utilizada).
Na aquisição de sementes deve-se dar preferência para o uso de variedades,
com isso, o produtor poderá diminuir custo com aquisição de sementes selecionando
plantas para produção das mesmas. Com essa prática, para aumentar a diversidade
do plantio e das variedades a troca de sementes entre os produtores se torna
importante.
Plantio
Plantio direto (cenoura, coentro, beterraba etc.)
Plantio em sementeira
Plantio em bandejas (casas de vegetação ou estufas)
Recomendações
Culturas como cenoura, beterraba, coentro, acelga poderão ser plantadas
diretamente nos canteiros, obedecendo os espaçamentos entre filas e a distância
entre plantas realizada através do raleamento nas linhas de plantio. Outras culturas
poderão ser plantadas em sementeira e em seguida sendo transplantada no
intervalo de 25 a 30 dias de plantadas. Outra forma bastante eficiente na produção
de mudas, devido a diminuição do ciclo da cultura e de pragas e doenças, é o plantio
em bandejas com uso de substrato. As mesmas poderão ser colocadas em estufas
(casa de vegetação) a qual irá garantir maior qualidade da muda. O substrato
poderá ser feito com composto orgânico 70% e 30% de pó de carvão ou palha de
arroz queimado.
Tendo o cuidado de mergulhar essas bandejas em solução de biofertilizante a
1% para melhorar a sua fertilidade.
Na semeadura, as sementes deverão ser cobertas pelo substrato numa
proporção ao dobro do seu tamanho. As mudas são transplantadas com 4 a 6 folhas
definitivas, em geral ocorre de 25 a 35 dias de plantadas, sendo recomendado fazer
o transplante no final da tarde.
38
Consórcio
No canteiro,
plantas de espaçamentos maiores no meio do canteiro
(exemplo: couve)
plantas para serem utilizadas nas bordaduras do canteiro
(exemplos: cebolinha, coentro, salsa)
plantas de espaçamentos menores (exemplo: alface, rúcula),
entre as plantas de bordadura e as de espaçamentos maiores,
essas culturas deverão ser rotacionadas (exemplo: quando
colher a alface plantar cenoura)
Obedecer ao espaçamento de cada espécie;
Recomendações
Para manter a fertilidade e melhor aproveitamento dos canteiros e reduzir o
ataque de pragas e doenças, cada canteiro deverá funcionar como sistema de
agrofloresta, além de várias espécies cultivadas no mesmo canteiro, com a presença
de ervas daninhas conduzidas menores que as plantas cultivadas. Sendo que no
final de cada ciclo poderá ser deixado a cultura com espaçamento maior, no caso do
couve, e fazer rotação de plantas que produzem folhas com as de raiz, mantendo
também as plantas condimentares na bordadura dos canteiros, pois estas têm a
finalidade de repelir as pragas.
Cada espécie deverá ser plantada em espaçamento adequado (Quadro 1 do
39
anexo), isto é baseado no porte da cultura e o tamanho do raio de copa que ela
desenvolve, para que possa desenvolver alcançando o padrão de exigência do
mercado consumidor, em geral plantas como alface e chicória, usar o espaçamento
de 25 x 25 cm; salsa, coentro, cebolinha 25 x 10 cm; cenoura, beterraba 15 x 5 cm; e
as culturas maiores como couve, brócolis, tomate, pimentão 90 x 50 cm.
Após três ciclos de plantio é recomendável que o produtor faça uma rotação
do canteiro com uso de leguminosas, podendo ser utilizado feijão (Phaseolus
vulgaris), utilizando as vagens na alimentação da família, sendo que na colheita as
plantas deverão ser cortadas rente ao solo, não realizar o arranquio.
Plantas medicinais
Antes do primeiro círculo (puejo, cidreira, hortelã, boldo, citronela,
capim santo, etc), se quiser mais, planta no quintal agroecológico
Recomendações
As plantas medicinais deverão fazer parte do primeiro ciclo próximo ao
galinheiro, pois além de servir de farmácia viva para a família, tem a função de
repelir as pragas.
Limpeza
Cortar as ervas que estejam maiores que a planta cultivada;
Retirar plástico, papel, lixo, etc.
Recomendações
No cultivo orgânico, o solo não poderá permanecer descoberto, raramente
deve-se fazer o uso de enxada, de preferência as ervas daninhas devem ser
roçadas antes da floração e as ervas que se encontram sobre os canteiros, deverão
ser conduzidas menores que a cultura, pois estas, quando cortadas irá ocorrer
brotações tenras que é atrativo para as pragas, com isso não atacando a cultura
principal.
Dentro da unidade e ao seu redor deve-se retirar o lixo não orgânico.
Recomendações
Para melhorar a qualidade do produto e diminuir ataques de doenças, plantas
como o tomate, de crescimento indeterminado, deverão ser desbrotadas. A
condução em tutores, além do tomate, poderá ser feita com as culturas do pimentão
e do pepino que é realizada colocando estacas na linha de plantio a cada 2 metros e
passando barbante ao redor de cada duas estaca ficando as culturas sustentadas
entre nesses barbantes no espaço entre as estacas, à medida que as plantas vão
crescendo amarra-se outro barbante até a altura desejada (Figura 1).
A amontoa é utilizada na cultura do tomate, chegando terra no caule da
planta, com isso favorecendo o enraizamento da planta, sua sustentação e
produtividade.
40
Irrigação
Cálculo de vazão
Dividir a vazão em turnos (plantas novas); planta velha, só uma vez;
Sistema de abertura das mangueiras;
Limpeza de filtro e mangueiras, estado dos equipamentos;
Estado e consumo das bombas, manutenção do motor, troca de óleo,
retirar vazamentos, etc.
Recomendações
Para a irrigação das culturas será levado em conta as condições climáticas,
tipo de solo (textura e estrutura) e fase da cultura (cultura nova, menos água e
irrigação freqüente). Para culturas folhosas a irrigação poderá ser feita diariamente e
para culturas de frutos em dias alternados. Em geral, nas hortaliças, aplica-se uma
lâmina de 5 a 10 mm, ou seja 5 a 10 litros por metro quadrado. Com o uso do
composto laminar essa quantidade de água poderá ser reduzida em 30%.
A vazão do sistema de irrigação, por gotejamento, está em função da altura
da caixa e a quantidade de canteiros a serem irrigados por vez. Para se saber esta
vazão, coloca-se um copo de 200 ml sob um gotejador, mede-se o tempo para
encher o copo e multiplica-se o volume do copo pelo número de gotejadores em um
metro de canteiro. Exemplo: para uma vazão desejada de 5 litros por metro
quadrado dia. Foi observado 200 ml em 10 minutos em um gotejador, supondo que
temos 9 gotejadores em um metro (3 mangueiras com 3 gotejadores em cada em
um metro linear), obtemos o cálculo da vazão da seguinte forma:
Biofertilizantes
Preparo
Insumos
Aplicação
Não deixar faltar
Recomendações
O biofertilizante tem como finalidade nutrir as plantas ao mesmo tempo
diminuir incidência de pragas e doenças, contribuindo também para aumentar a vida
microbiana do solo e acelerar a decomposição da matéria orgânica. No cultivo
orgânico é indicado a sua pulverização quinzenalmente.
Ingredientes: 70 litros de água; 30 litros de esterco de vaca fresco coletado
no dia do preparo; 2 kg de cinza ou fosfato natural; 5 tipos de folhas de plantas de
crescimento rápido triturada, podendo ser utilizado um quilo de cada, exemplo:
mamona, cansanção, urtiga, cinamomo, nim, juazeiro etc.
Modo de preparar: coloca-se todos os ingredientes em um tambor com
capacidade para 200 litros, mexendo duas vezes ao dia até completar 15 dias,
nesse prazo é acrescentado mais dois litros de leite fresco ou soro de leite, cinco
litros de garapa de cana-de-açúcar ou dois quilos de açúcar, agitando diariamente
até completar 21 dias, quando estará pronto para uso. Sendo importante continuar
colocando resto de frutas para alimentar as bactérias presentes.
Modo de usar: em plantas novas utilizar meio litro em 20 litros de água e em
plantas adultas utilizar um litro em 20 litros de água, aplicação via pulverização. Nas
culturas folhosas (alface, couve etc.) aplicar via solo. No momento da aplicação
poderá ser acrescentada 200 ml de urina de vaca em 20 litros do biofertilizante.
Recomendações
Quando o solo está bem preparado e as plantas bem alimentadas,
dificilmente ocorrerá ataque de pragas e doenças, mesmo que ocorra não
ocasionará danos econômicos. Quando ocorrer algum desequilíbrio poderá fazer
uso de extrato de plantas no combate das pragas. Sendo que as principais pragas
que atacam as hortaliças são: larvas e lagartas, pulgões, besouros, mosca branca,
cochonilhas, paquinhas, grilos e gafanhotos, formigas, trips, cupis, ácaros, lesmas e
caracóis.
Ao se fazer um extrato de uma planta, não é recomendado colocar mais de
uma variedade, sendo que essa deverá ser misturada na hora da aplicação. Outro
cuidado a ser tomado é não misturar extrato que age por ingestão com outro que
age por contato, exemplo: extrato de nim (ingestão) misturado com pimenta ou
cansanção (contato). Em todas as pulverizações, deve-se acrescentar detergente
neutro na proporção de 200 ml para 20 litros de água, além de servir como
espalhante adesivo, combate algumas pragas por sufocamento.
Traça-do-tomateiro
Tripes Pulgões
43
Mosca branca
Doenças
No caso das doenças, além das adubações o controle deve ser preventivo,
principalmente no cultivo das solanáceas. Tendo como principais agentes causais
fungos, bactérias, vírus etc., que podem ser transmitidas por sementes
contaminadas, água de irrigação, corrente de vento que além de transportar os
patógenos causa injúrias nas plantas abrindo porta de entrada para doenças. Por
isso é importante o uso de plantas utilizadas como quebra-vento
Calda Sulfocálcica
Tem ação protetora contra ácaros, insetos-pragas e moléstias de forma
curativa. Os ingredientes são a mistura de enxofre ventilado (2,5 kg) + cal hidratada
(1,6 kg) 10 litros de água, em preparo a quente.
Obs: misture em um latão a cal hidratada em 5 litros de água morna e coloque o
enxofre lentamente, sempre agitando com um bastão de madeira completando os 10
litros. Deixe ferver até ficar com a coloração pardo-avermelhado (aproximadamente
40 minutos), esfriar, guardar em lugar sem iluminação não mais de uma semana. Na
aplicação dilua 1 litro do produto em 20 litros de água.
Calda Bordalesa
Coloque 100 g de Sulfato de Cobre em um saco de pano e mergulhe em 5
litros de água quente. Coloque 100 g de cal virgem ou 125 g de cal hidratada em 5
litros de água, despeje a solução de Sulfato de Cobre na solução de cal virgem,
misturando bem com um bastão. Coe a mistura e despeje no pulverizador para
aplicação, visando controle de fungos. Deve preparar a quantidade a ser utilizada no
dia de preparo, não deve ser guardado algum excedente, se houver.
Calda de camomila
50 g de flores de camomila em um litro de água, ficando de molho por 3 dias,
agitando 4 vezes por dia. Coe a mistura e aplique 3 vezes na semana visando
doenças fúngicas.
Cebola e alho
Ingredientes: 3 cebolas médias, 5 dentes de alho, 10 litros de água. Moer os
ingredientes, misturar e colocar 100 ml de sabão neutro, após a mistura está pronto
para utilização via pulverização.
Também deve ser observado a época mais favorável de plantio para a
cultura, reduzido o risco de doenças (Quadro 1 do anexo).
Mancha-de-Cercospora Cercosporiosee
Cultura: Pimentão
Antracnose
Cultura: Cenoura
Alternaria
46
Galinheiro
Galinha poedeira, mais 10% de galinha pé-duro (p/ chocar);
Galo, de raça, de fora;
Alimentação:
Milho (3 litros, triturado)
Folha de mandioca (desidratada e moída) 2 litros,
Farinha de osso (osso queimado e moído) ½ litro;
Girassol mexicano (folha), girassol comum, (a panícula);
Larvário
Lâmpada, com bacia por baixo;
Área de escape
Área de pasto, no mínimo 10 x 10m cercado de tela e outra área de
10 x 20m cercado de plantas vivas (exemplos; capim elefante, cana-
de-açúcar, girassol mexicano, sabiá etc)
Vacinação (newcastle, bouba (mal do caroço), vermífugos)
Recomendações
O galinheiro deverá ser construído no centro do PAIS, devendo fazer com
piso de chão batido revestido com uma camada de maravalha, facilitando a coleta
do esterco. Após cada coleta repor a camada de maravalha no piso. Por se tratar de
uma horta orgânica, não se deve utilizar telha de amianto na cobertura do galinheiro.
Alimentação
Para melhor sucesso na criação das galinhas, o produtor poderá adquirir no
mercado ração balanceada inicial para fornecer aos pintos até os 30 dias de idade,
após esse tempo, toda alimentação deve ser produzida na área de agrofloresta com
plantio de girassol, milho, mandioca e a construção de larvário.
Área de escape
É um túnel que liga o galinheiro aos piquetes, esse deverá ser construído em
uma altura média de 40 cm, facilitando o deslocamento dentro do PAIS.
47
Sanidade
Limpezas quinzenais da área central, de bebedouros e comedouros.
No controle de verminoses, poderá ser fornecido aos animais folhas de
bananeira. Podendo ser também ministrada uma mistura de farinha de folha de Nim
(200 g) com sementes trituradas de abóbora (200 g), mamão (200 g) e batata de
purga ou jalapa (150 g), uma vez por semana em oito quilos de ração, no controle de
verminoses.
Na prevenção de doenças respiratórias e coccidiose acrescentar uma grama
de alho triturado para cada quilo de ração.
Vacina contra doença Newcastle, vacinar os pintos de 10 a 15 dias de
nascidos e repetir a cada 3 meses. De maneira preventiva, na água de beber,
poderá ser acrescentado dois dentes de alho macerado e o suco de um limão em
dez litros de água.
Vacina contra bouba aviária, vacinar os pintos de 10 a 15 dias de nascidos.
Também na prevenção da bouba aviária poderá ser utilizada a mucilagem que
envolve as sementes de abóbora.
Quintal agroecológico
Plantio de bananeiras
Árvores frutíferas (caju, manga, mangaba, limão, laranja, etc)
Nin
Girassol (cerca viva, ao redor da horta)
Aipim, inhame, abóbora, girimum, melancia;
Uma vaca ou, de preferência, duas cabras.
Recomendações
No quintal agroecológico, após o último canteiro, deve ser plantado primeiro
uma fila de bananeira, em seguida realiza-se o coveamento em quincôncio
(espaçamento de 4 x 4 x 4 m) para plantio de árvores frutíferas, obedecendo o
48
Comercialização
Colheita
Lavagem
Aproveitamento
Embalagem
Transporte
Mercado (feira, cestas precontratadas, etc);
Recomendações
No plantio escalonado o produtor deverá anotar a data de plantio, observando
o Quadros 1 e 2 do anexo onde apresenta a data prevista de colheita das principais
culturas e a produtividade média em dez metros quadrados.
Após a colheita, os produtos de raiz deverão ser pré-lavados para depois
passar por uma solução de vinagre*. Quanto as frutas e folhosas serão levadas a
solução de vinagre após o tratamento os produtos deverão ficar em local ventilado
para enxugar. Logo após deverão ser embaladas folhosas em sacolas plásticas;
hortaliças de frutas em caixa de papelão, raízes em sacos de ráfia ou cestas.
*Solução de vinagre
- 10 a 20 litros de vinagre
- 90 a 80 litros de água
Misturar vinagre com água na concentração de 10 a 20%. Mergulhar as frutas
na solução por dois minutos. Para controle de patógenos foliares pulverizar na
concentração de 1 litro de vinagre para 9 litros de água (10%), nunca superior a esta
concentração devido aos problemas de fitotoxicidade.
Indicação: controle de podridões de diversas frutas em pós-colheita. Controle de
patógenos foliares.
Toxicidade: não há. Cuidado com os olhos durante a pulverização.
Mercado
Os produtos orgânicos poderão ser comercializados em feiras, em barracas
apropriadas e uniformes. Também produtores poderão comercializar seus produtos
diretamente com os consumidores, fornecendo cestas básicas com hortaliças e
frutíferas.
Os PAIS próximos aos grandes centros, poderão fazer opção de levar os
consumidores para colher os produtos diretamente da horta, agregando valor aos
produtos, servindo também como turismo.
O produtor organizado também pode fazer sua comercialização através da
CONAB ou Prefeitura local, fornecendo produtos para comunidades carentes
organizadas, creches, hospitais e escolas.
Administração e controles
Quadros 1 e 2 do anexo (datas de plantio e colheita, quantidades);
Capital de giro (PRONAF)
49
Recomendações
O produtor poderá basear nos quadros 1 e 2 do anexo onde possui dados da
época de plantio e a quantidade produzida em dez metros quadrados, para que
tenha produtos suficientes na garantia do mercado consumidor.
Se o produtor tiver a garantia do mercado, ele poderá procurar as instituições
financeiras, que disponibilizam crédito para agricultura orgânica ou PRONAF, para
ter o capital de giro, com isso lhe dá folga na comercialização dos seus produtos.
Regime de trabalho
Horário das atividades
Divisão de tarefas (com a família)
Recomendações
O regime de trabalho deverá ser distribuído com os componentes da família.
No caso de contratação de terceiros, observar a legislação vigente.
Qualidade de vida
Estado da residência (piso, reboco, teto, etc);
Sanitário;
Fossa;
Biodigestor;
Cozinha.
Recomendações
Após o produtor conseguir uma produção satisfatória e começar a obter
resultados, o técnico deve orientar o produtor a melhorar a sua qualidade de vida,
com a melhoria das suas instalações, como construção de fossa sanitária,
banheiros, limpeza da residência e reunir com outros produtores procurando
atividade de lazer ligada as tradições regionais.
Não esquecer de orientar aos produtores da necessidade dos seus filhos
freqüentarem a escola e que passem a consumir diariamente os produtos
produzidos no PAIS, o qual o produtor poderá tirar 80% da sua alimentação dessa
unidade. VIDA COM MAIS SAÚDE.
Análise do solo
Após a escolha dos produtores com perfil para implantação da unidade PAIS,
deve-se retirar amostra de solo (Figura 2), pois muitas unidades não necessitam de
correção (Figuras 3 e 4), quando a mesma é realizada sem necessidade há um
desequilíbrio do solo. Mesmo que haja plantas indicadoras de solo ácido (exemplo:
sapé, samambaia etc.) a análise de solo nos dá a quantidade necessária de calcário
e o tipo do mesmo, ou seja, se é dolomítico ou calcítico. Quando há necessidade de
realizar calagem, devemos dividir a dosagem usando 40 g/m2 por aplicação, para
que não ocorra liberação excessiva de nutrientes e uma lixiviação dos mesmos e
mudança brusca dos microorganismos que vivem no solo. Na Tabela 1 do anexo é
apresentado o nível de fertilidade para interpretação de análise de solo do estado de
São Paulo.
50
(a) (b)
Figura 2 – Retirada de amostra de solo com enxada (a) ou trado (b).
Marcação do pais
Com o terreno preparado, tração animal ou manual, realizamos a marcação
da unidade PAIS de uma única vez (depende da quantidade de pessoas que estiver
trabalhando no momento da marcação) utilizando uma corda com a quantidade de
canteiros que serão instalados em cada local, de maneira que após traçarmos a
marcação bastará levantar os canteiros deixando os carreadores prontos.
A corda será fixada no ponto central da unidade, e terá vários “laços” onde
serão colocadas varas nas seguintes distâncias: a) 1° laço com 2,50m para delimitar
o galinheiro (raio do galinheiro); b) 2° laço com 1,00m para delimitar o canteiro de
ervas medicinais; c) nove laços com 1,70m para delimitar os canteiros com 1,20m
cada; d) três ou quatro laços com 1,00m para delimitar os canteiros com 1,00m cada
52
onde serão plantadas as hortaliças de frutos; e) mais um laço com três metros para
marcar a linha de bananeira (Figura 5).
Após a linha de bananeira as plantas frutíferas são plantadas em
espaçamento de 3,50 m X 3,50 m X 3,50 m em quincôncio.
Adubação de canteiros
Utilização de farinha de osso (fontes principais de cálcio, fósforo e
micronutrientes) preparada no próprio local. A farinha é preparada com a queima de
ossos em tambores, manilhas ou fornos (Figura 6); em seguida os ossos são
trituradas em máquina de ração ou pilão, quando preparada em pilão deve-se
peneirar. O orifício do tambor (forno) onde serão queimados os ossos deverá estar
voltado para o vento dominante do local. Antes de arrumar os ossos para serem
queimados, deve-se preparar uma cama de madeira seca para acender o fogo.
a
a
b b
Figura 8 – Disposição das madeiras (a) e montagem de sombra utilizando
palhas da região (b).
55
Composto orgânico
Para produção do composto em menor período de tempo, deve-se prepará-lo
em local com um leve declive (1%), colocando uma lona plástica no local onde o
mesmo será instalado, essa lona deve ter as medidas da área em que será instalado
o composto com uma sobra em cada de lado de aproximadamente 10 cm. Com a
utilização dessa lona, o chorume proveniente das molhações do material escorrerá
para o local mais baixo do terreno, onde deverá ser aberta uma valeta e um buraco
(revestido com lona ou que caiba um balde plástico) direcionando esse chorume e
reutilizando-o na molhação do próprio composto, o que acelerará a decomposição
do mesmo, pois no chorume está presente bactérias decompositoras.
Para não necessitar virar o composto utilizamos áreas de ventilação com
canos velhos furados ou madeiras amarradas dentro das camadas do composto.
Nesse modelo a altura total do composto não deverá exceder a 80 cm (Figura 9).
a a
b b
b
Figura 9 – Aproveitamento do chorume do composto orgânico (a) e disposição
de tubos ou madeiras dentro do composto para realizar aeração do mesmo (b).
56
Composto laminar
Composto laminar é uma técnica utilizando esterco fresco e palhadas (folhas
novas pequenas, maravalha, resíduo de coco, capim etc., vai depender do material
existente na região); essa técnica é aplicada no momento do plantio da cultura.
Quando o plantio é realizado por mudas as mesmas são cobertas com metade de
uma garrafa pet, em seguida é colocado entre os espaços das garrafas uma camada
de esterco fresco e outra de palhada. No caso de plantio direto como cenoura,
coentro etc., coloca-se ripas sobre o sulco de plantio, substituindo as garrafas pet.
Em seguida são retiradas as garrafas e ripas para dar continuidade ao processo do
composto laminar (Figura 10).
O uso do composto laminar favorece o plantio, pois diminui as capinas,
favorece um melhor aproveitamento da água de irrigação e com a fermentação diária
desse material ocorre melhor aproveitamento de nutrientes pela planta, passando a
ser um sistema de plantio direto, pois após a colheita da cultura, outra cultura poderá
ser plantada no mesmo espaço sem danificar o canteiro, repetindo assim outra
camada de composto laminar.
Em cada canteiro são plantadas três espécies, sendo uma delas um
condimento, aumentando a biodiversidade e favorecer o controle de pragas e
doenças.
a a
b
Figura 11 – Vista do túnel de saída das galinhas e detalhe de comedouro
utilizando garrafa pet (b).
terra para que as mudas de capim (napier), cana-de-açúcar, maniva que serão
colocadas no sentido horizontal não fiquem em contato com o adubo, em seguida o
sulco é fechado. Quatro meses após o plantio, com a cerca já desenvolvida pode
soltar as galinhas no piquete.
Dentro do piquete é recomendável o plantio de gramíneas como tifton,
transvala, coast cross, pangolão ou sete léguas etc., e leguminosas como amendoim
forrageiro, estilozantes campo grande etc. além de frutíferas como siriguela e
acerola para complementação alimentar das aves.
Figura 13 – Larvário.
Estufa
Estufa construída com ferro e sombrite, que serve ao mesmo tempo para
produção de mudas e colocar nos canteiros no momento do transplante (Figura 14).
CRIAÇÃO DE ANIMAIS
AVICULTURA
Marek
Causada por um vírus do tipo herpes, não existe tratamento, devendo os
animais serem vacinados.
Principais sintomas:
• Mortalidade elevada; paralisia das pernas ou asas; má coordenação motora;
tumores no fígado, rins, baço, testículo, ovários e pulmões; ataca
principalmente frangos com até 16 semanas de idade.
• Os sintomas não permitem obter um diagnóstico preciso, havendo
necessidade de se fazer exames de laboratório.
Profilaxia:
• Vacinação.
Bouba
Conhecida pelos nomes de pipoca ou caroço, é causada por vírus, ocorre
com mais frequencia em épocas quentes e chuvosas e em locais próximos a água
parada, pois o vetor é um mosquito.
Principais sintomas:
• Arrepiamento das penas, tristeza, sonolência e febre;
• Verrugas na crista, barbela, canela, pernas e pés (cutânea);
• Placas e bolhas na boca, faringe, laringe, traquéia (diftérica);
• Exudato nasal ou ocular.
Profilaxia:
• Vacinação, manutenção da higiene, combate a moscas e mosquitos, controle
do trânsito de pessoas no aviário.
Newcastle
Causada por vírus, pode causar mortalidade de 100% das aves, não existe
tratamento.
Principais sintomas:
• Espirros, tosse, dificuldade de respirar;
• Paralisia, tremores, torcedura do pescoço, cambalhotas, caminhar em
círculos;
• Muco na traquéia;
• Hemorragias no proventrículo;
• Suspensão quase que total da postura, os ovos apresentam casca mole ou
áspera.
Profilaxia:
• Vacinação, manutenção da higiene, proibição de visitas.
Bronquite infecciosa
É uma doença respiratória de forma aguda, altamente contagiosa, causada
por vírus e de rápida propagação entre as aves.
62
Principais sintomas:
• Ataca principalmente aves de até 2 meses;
• Tosse, roncos, exudato nasal e dificuldade em respirar;
• Muco, exudato caseoso e tampões na parte inferior da traquéia e brônquios, o
que em geral leva à morte por sufocação;
• Mortalidade em pintos de 0 a 40%;
• Morbidez até 100%.
Profilaxia:
• Vacinação, manutenção da higiene, proibição de visitas.
Coccidiose
Causada por um protozoário que ataca e destrói as células da parede do
aparelho digestivo. Apresenta em seu caráter mais sério entre os pintos de 2 a 6
semanas, produzindo grande mortalidade. A contaminação pode ser pela ingestão
de alimento e água contaminados, por ovos, e ocorre com maior frequencia após as
chuvas, no tempo quente e úmido.
Principais sintomas:
• Fezes sanguinolentas e escuras;
• Asas caídas, penas eriçadas;
• Anemia e cristas pálidas;
• Mortalidade súbita e elevada;
• Tendem a aglomerar-se;
• Perda de peso e desidratação.
Profilaxia:
• Isolamento e quarentena, utilizar medicamentos a base de sulfas durante 3
dias.
Ectoparasitas
Para se prevenir ou eliminar parasitos como: piolhos, carrapatos, percevejos
que atacam as aves, pode-se fazer uso de produtos específicos encontrados no
mercado ou ainda utilizar produtos caseiros como:
• Pulverização com 1 litro de querosene diluído em 10 litros de água e fumo de
rolo picado sob o feno dos ninhos;
• Caiar todo o galpão com solução a 5%;
• Trocar a cama quando esta estiver molhada.
Verminose
Constitui um enorme problema nas criações mal orientadas. São causadas
por vermes. Alguns sintomas são: sufocação, a ave fica abrindo o bico aflitivamente
e sacudindo a cabeça para expulsar os vermes, falta de apetite, abatimento, parada
do desenvolvimento, diarréia liquefeita e persistente.
Via ocular
A vacinação deve ser feita rapidamente logo após a diluição das vacinas.
Segure a ave deitada com o olho virado para cima.
Pingue uma gota da mistura de diluente e vacinas no olho.
63
Piquete
• O piquete é o espaço para o exercício das aves, onde elas se alimentam com
insetos e verdes. Para evitar o excesso de umidade, deve possuir declividade,
visto que é um local em que as aves passam a maior parte do dia;
• Deve ser cercado com mandioca, guandu, bambu, sabiá, sisal ou tela ou outros
materiais a depender dos recursos financeiros do agricultor;
• A altura deve ser de 1,80m, visando conter as aves, evitar a postura em outros
locais e o ingresso de predadores;
• Plantar gramíneas como Pangola, Tifton, estrela-Africana, Coast-Cross ou outras,
adaptadas à região e resistentes ao pisoteio;
• A área total de pastejo deve er de 5 a 10m² por ave, dependendo, entre outros
fatores, da condição climática e da fertilidade do solo. Esta área deve ser
subdividida, para permitir a recuperação da gramínea e garantir regularidade na
oferta de alimentos;
• Plantar árvores frutíferas no piquete, para fornecer sombra e alimentos para as
aves. Sempre que possível, consorciar a criação das aves com pomares já
existentes. As aves, além de adubarem essas áreas, estarão controlando a
existência de ervas daninhas;
• Para suplementação alimentar das aves, deverá ser reservada uma área para o
plantio de milho, sorgo, mandioca, cana-de-açúcar, rami, guandu, hortaliças,
palma e outras alternativas existentes na região;
• Construir um larvário no piquete para fornecimento de proteína às aves.
Equipamentos
Manejo da criação
Fornecimento de calor
Uso da água
• A água deve ser limpa, fresca e à vontade, sendo um dos fatores de sucesso ou
fracasso na criação de galinhas caipiras;
• Os bebedouros e reservatórios de água devem estar protegidos do sol para evitar
o aquecimento da água;
• É necessário ter um reservatório elevado, para garantir o abastecimento de água,
por um período de, no mínimo, de 48 horas;
• Um reservatório menor, munido de bóia, deve ser utilizado dentro do galinheiro
para a utilização de vacinas e medicamentos;
• O consumo de água de uma poedeira em produção está em torno de 200ml por
dia, ou seja, 5 aves consumirão diariamente 1 litro de água. Na falta de água, as
aves diminuem o consumo de ração, e consequentemente, reduzem a produção.
65
Alimentação alternativa
O ponto mais forte de uma criação de frango caipira é justamente a fonte de
alimentação alternativa.
Sem dispensar a ração comercial, os piquetes e os complementos (verduras,
frutas, legumes e capim picado) têm um importante papel no desenvolvimento desta
ave, fornecendo-lhe a fibra e xantofila tão necessárias.
Após os primeiros 30 dias, as aves já podem ser soltas para comer alimentos
verdes, tais como:
• Capins (Pangola, Estrela-Africana, Coast-cross, Tifton etc.)
• Rama de mandioca (feno da parte aérea)
• Andu, restos de frutas, hortaliças, rami, folhas de batata-doce, beldroega, folha de
bananeira, folha de mamão, etc.
66
Obs.: Para a mistura das rações, deve iniciar a mistura dos ingredientes das
menores quantidades para as maiores.
Raças / Linhagens
Manejo sanitário
Doenças parasitárias
Calendário de vacinação
DOENÇA IDADE (DIAS) VIA DE APLICAÇÃO
Bouba 1 Aplicação debaixo da asa (escarificação)
Newcastle¹ 10 Ocular ou nasal
Bouba 30 Aplicação debaixo da asa (escarificação)
Newcastle² 30 Oral (água de bebida)
Manejo de poedeiras
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ANEXOS
71
Quadro 3 - Continuação.
DOENÇAS SINTOMAS TRATAMENTOS PROFILAXIA
Se após 24 horas não houver
Secreção muco purulenta, Lavagem do útero com
desprendimento da placenta, ou
METRITE sanguinolenta, repetição do iodeto de potássio. Ver
aparecimento de corrimentos
cio, corrimento vaginal. Quadros 4 a 6 do anexo
aplicar antibiótico em tablete.
BICHEIRA Larvas de moscas nos Ver Quadros 4 a 6 do Evitar ferimentos, desinfecção de
(Miíase) ferimento mal curados anexo umbigo.
Desinfecção do umbigo, após o
ONFALOFLEBITE Inflamação do umbigo, com Ver Quadros 4 a 6 do nascimento, fazendo amarrio e o
(umbigueira) bicheira. anexo corte do cordão umbilical a 3 cm
e mergulhar em álcool iodado.
EMPAZINAMENT Distensão do abdômen, Ver Quadros 4 a 6 do Evitar comidas fermentadas e
O (Meteorismo) respiração difícil. anexo ervas tóxicas.
PORDOMETRITE Inflamação do casco, Ver Quadros 4 a 6 do
(FRIEIRA) claudicação (mancar). anexo
Diminuição do apetite,
Vacinar os animais com idade
desprendimento da pele da
AFTOSA Sacrifício do animal superior a 4 meses e repetir a
língua, infecção dos cascos,
cada 4 meses
salivação (baba).
Movimento desordenados,
saliva espumante e viscosa,
Vacinação anual. Evitar contato
RAIVA tremores musculares, Não existe
do homem com animais
rangido de dentes,
deglutição difícil e paralisia.
76
Quadro 4 – continuação.
Planta Parte usada Como usa Para que doença
Goiabeira Folhas novas Chá Diarréia
Tintura / pó / Broncodilatador
Gengibre Rizoma
garrafada Anti-inflamatório
Girassol Semente Pó Colesterol / sangue sujo
Hortelanzinho Folhas Pó / infusão Vermífugo
Inhame chinês Folhas In natura Verminose
Inahré / amora Casca / leite Garrafada Depurativo
Jatobá Casca Garrafada Anti-anêmico
Jucá / Pau-ferro Casca / vagem Pó / tintura Cicatrizante / antibiótica
Juazeiro Casca Xarope / chá / banho Tosse / piolhos
Japecanga Raiz Garrafada Diurético
Laranjeira Folhas Chá Insônia
Mastruz /Erva santa /Maria Folhas / sementes Infusão / Pó Vermífugo
Mamona Semente Óleo Vermífugo / laxante
Melão Semente Pó Vermífugo
Mofumbo / Laere Casca Pó /tintura / raspa /chá Hemorragia / cicatrizante
Moringa Semente Pó Purifica a água
Mandacaru Colmo Sumo Diurético
Melão de São Caetano Rama Banho Piolhicida
Erva de lavadeira
Mamão Semente Leite / pó / natural Vermífugo
Melancia da praia Raiz Xarope Expectorante
Umçambê Raiz Xarope / garrafada Expectorante
Maravilha Folhas Chá / garrafada Retenção de placenta
Mutamba Casca Chá Cólicas intestinais
Mororó Casca Garrafada Anemia
Casca / folhas / Depurativo
Pau d’arco / ipê Chá / garrafada
sementes Anti-inflamatório
Melancia Rama Macerado / sumo Limpeza de parto
Parreira Folhas Macerado Limpeza de parto
Pereiro Casca Macerado Piolhos
Pereiro preto Folhas Suco Piolho
Pau-de-colher Casca Pó Expectorante
Pau-branco Casca Garrafada Expectorante
Leite, semente sem Picada de cobra
Pinhão branco Leite / semente
embrião Cicatrizante
Pinhão roxo Leite / semente Leite Cicatrizante / anti-tóxico
Pequi Fruto Óleo Tosse
Pau d’alho Casca Chá Problemas respiratórios
Pinha (ata) Folhas Banho Piolhicida
Palma Folhas Garrafada Laxante
Pimenta Folhas / fruto Macerada Conjuntivite
Quina-quina Casca Chá Doenças respiratórias
Quebra pedra Planta toda Chá Diurética
Quebra-facão Casca Tintura macerado Anti-alérgico
Quixaba Casca Macerado Problemas de parto
Fruto / casca /
Romã Chá / titura Conjuntivite / vermífugo
semente
Sisal Folhas Tintura Bouba aviária
Sete dores / falso boldo Folhas Chá Digestão
Sabiá Casca Macerado Cicatrizante
Sapateiro Casca Macerado Limpeza de parto
Terramicina Folhas Tintura / sumo Antibiótica
Umburana de cheiro Semente / casca Chá macerado Empazinamento
Umburuçu Casca Macerado Reira
78