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século XX.
Resumo: Entre o final do século XIX e o início do século XX, houve uma mudança paradigmática
na importação e no modelo seguido de faróis, em uma expansão das importações francesas. Este
artigo procura analisar esta importação, destacando sua representatividade na diretoria de faróis,
assim como a expansão do contigente faroleiro e as substituições dos modelos antigos por modelos
novos. Procurei investigar a eventual troca para, em maior destaque, a companhia Barbier, Bertrand
et Turrene como principal indústria neste contexto. Pesquisei também as possíveis influências de
uma mudança política para alterações no modelo de proceder da diretoria de faróis, assim como o
tratamento desse contigente importado.
1 Introdução
A construção deste artigo é resultado de uma pesquisa relacionada à política militar
de segurança nacional entre o final do século XIX e início do século XX, que acabou por gerar um
aprofundamento, enquanto havia um estudo dos relatórios ministeriais da marinha, na diretoria de
faróis, uma observação de dados que possibilitavam a observação do aumento de importação de
faróis estrangeiros, provenientes, em sua maioria, de indústrias francesas, para instalação nas costas,
rios, portos e lagoas do Império, em primeira parte, e subsequente, da República Brasileira.
A necessidade de se compreender estes documentos e importações provém acerca
do entendimento de uma mudança no formato político-administrativo de pensar-se a segurança
nacional e uma lógica nova, durante o período, para as construções faroleiras, daí de maior destaque
a introdução da companhia BBT – Barbier, Bertrand et Turenne – nos negócios brasileiros, assim
como uma expansão da cobertura de faróis sob a costa brasileira. Para termos uma ideia desta
transformação, podemos observar, em 1880, um maior contato com a repartição dos Pharoes na
Inglaterra (Trinity House), a qual contratou uma barca-pharol para o canal de Bragança no Pará; Em
1918, a construção da nova barca-pharol de Bragança é baseada sem dúvida na casa Barbier, assim
como a maior parte das peças também são buscadas da mesma.
Diante da pluralidade de relatórios ministeriais da marinha, que foram as principais
fontes trabalhadas, assim como de uma pesquisa das companhias faroleiras que os compuseram,
proponho-me a analisar, no primeiro momento do texto, o trecho que se encaixa no fim do período
Imperial e o início do período repúblicano, tomando como recorte os dados aos quais os faróis são
relacionados, à legislação que os rege no período, assim como as condições em que esta importação
se faz presente, procurando, de acordo com as fontes permitidas, problematizar com variações
possíveis de acordo com estados políticos variáveis do estado brasileiro.
Em um segundo momento, procuro analisar as companhias faroleiras a quais a
diretoria de faróis adquiriu alguns de seus itens, com maior destaque na Barbier, Bertrand et
Turenne, que durante a segunda metade do século XIX e início do XX exportou faróis não só para
território brasileiro, assim como para Portugal, Espanha, e inúmeros países Latino-Americanos e
colônias africanas, assim como um debate interno entre a diferenciação dos modelos Britânico-
Francês de construções de cunho faroleiro. Por fim, podemos concluir que é através desse amarrado
de diferentes fatores que podemos começar a entender a lógica a qual se atribui a construção desses
faróis, a troca eventual para esse modelo de desenvolvimento, assim como o seu papel pontual
dentro do contexto, aqui analisado, no contexto da Marinha.
É com o retorno de Olavo Bilac, em 1888, de São Paulo, e com a chegada de
Manoel Bomfim ao Rio de Janeiro no mesmo período, que ambos acabam por se conhecer e
estabelecer a parceria e o laço de amizade que perduraria por todas as suas vidas. Ambos
descobriram fortes afinidades ideológicas, que sempre favoreceu o trabalho que compusessem em
conjunto. A afirmação deste pensamento em comum possibilitou a escrita de três livros, sendo estes
Livro de Composição, em 1899, Livro da Leitura, em 1901, e por último Através do Brasil, em
1910, considerado um sucesso de vendas e modelo concreto da forma com a qual ambos encaravam
o modelo ao qual o Brasil deveria seguir em sua jornada progressista contínua – Por meio da
educação, a qual fora sempre o mais importante conceito para os dois escritores. Eles restabelecem
uma leitura brasileira que não mais se baseia em ideias como o determinismo biológico que havia
sido marcante nas formas anteriores de se formular a historiografia para o Brasil, mas trabalhavam
com o conceito mais profundo de problematização da causa dos males brasileiros como uma crise
do sistema educacional, que é então fundado de forma mais conflituosa nas taxas de analfabetismo,
que até aquele momento, possuem números que superam os 70%. É no contexto de um novo
modelo que procure retirar o foco de uma questão racial a qual se encaixam ambos como escritores,
de forma em que possuíam uma corrente já mais liberta de fatores positivistas que se viam
fortalecidos em Capistrano de Abreu, ao também negarem a visão pessimista atribuída ao Brasil por
seus contemporâneos e se tornarem verdadeiros representantes do modelo educacional que permeou
o regime da República Velha.
O primeiro a falecer fora o então “príncipe dos poetas brasileiros”, como assim
ficou conhecido após sua eleição pela revista Fon-Fon, Olavo Bilac, em 28 de dezembro de 1918.
Ele deixou para trás, por mais quatorze anos, o amigo Manoel Bomfim, que veio a óbito em 21 de
abril de 1932. Manoel Bomfim nasceu no Brasil império, progrediu a maior parte de sua vida no
Brasil republicano, e finalmente deixou sua amada pátria no governo Varguista, que apontava para
novas formas distintas de avanço e modernização do cenário brasileiro, tendo acabado a vida
desgostoso da política da velha república, mas que é inegavelmente um dos maiores autores do
período.
Naquele momento em que as ideias de modernidade efervesciam a escola
era o lugar em que se formavam os cidadãos do futuro, e, de fato, o
progresso de uma nação. (COCKELL, 2010, p.3272).