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O Código de Processo Civil separa os temas relativos aos limites da jurisdição nacional e à competência
interna em títulos distintos. Os limites da jurisdição nacional estão previstos nos artigos 21 a 41 com os temas
referentes a cooperação internacional, contendo disposições gerais e os temas específicos relacionados ao
auxílio direto, carta rogatória e disposições comuns a estas. A competência interna, ou seja, o a distribuição
da jurisdição, está prevista nos artigos 42 a 69, contendo capítulo disposições gerais sobre competência e
temas afetos a modificação de competência, incompetência e outro capítulo relativo à cooperação nacional.
O título referente aos limites da jurisdição nacional se destina a estabelecer o alcance da jurisdição
brasileira, ou seja, se o Estado brasileiro pode ou não julgar determinada causa.
São três os critérios ou princípios que determinam se um Estado é ou não apto para exercer jurisdição
sobre uma causa. Esses critérios não são cumulativos, embora fosse o ideal. Esses critérios são a efetividade,
o interesse e a submissão. Pelo critério da efetividade, leva-se em consideração a capacidade de o Estado
executar a decisão que venha a proferir. Pelo critério do interesse, leva-se em consideração aquilo que o Estado
tem interesse em julgar. Pelo critério da submissão, leva-se em consideração a autonomia das partes quanto à
eleição da jurisdição competente para julgar o caso. Em relação ao critério da submissão, o art. 22 do Código
de Processo Civil trouxe dispositivo estabelecendo competir à autoridade judiciária brasileira o processo e
julgamento de ações em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Valendo-se destes critérios – da efetividade, do interesse e da submissão –, o Código de Processo Civil
estabelece os casos e regras em relação ao exercício concorrente da jurisdição brasileira e ao exercício
exclusivo da jurisdição brasileira.
As hipóteses de exercício concorrente da jurisdição brasileira são seis, a saber:
a) causas em que o réu brasileiro ou estrangeiro, domiciliado no Brasil, considerando-se domiciliada a
pessoa jurídica estrangeira que tiver agência, filia ou sucursal;
b) quando o Brasil for indicado como local de cumprimento da obrigação;
c) quando o ato ou fato que fundamentar a ação tiver ocorrido no Brasil;
d) as ações de alimentos, quando o credor for residente no Brasil ou, ainda que seja residente no exterior,
tenha o alimentante bens no Brasil;
e) a ação decorrente de relação de consumo, quando o consumidor tiver residência no Brasil;
f) quando houver foro de jurisdição internacional, ou seja, caso as partes elejam a jurisdição brasileira
para discutir o conflito.
Nestas hipóteses, o Estado brasileiro exerce jurisdição, mas também admite outros Estados exercendo
jurisdição, hipóteses que se baseiam no critério do interesse.
Aliás, nestes casos de jurisdição concorrente, não há litispendência entre ações ajuizadas no Brasil e
no estrangeiro. Valerá a sentença que transitar em julgado primeiro, observando-se que a sentença estrangeira
só transitará em julgado quando homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. Neste sentido, dispõe o art.
24 que a ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em
contrário previstas em tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil, bem como que a
pendencia de causa perante a justiça brasileira não impede a homologação de sentença judicial estrangeira
quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Ainda em relação às hipóteses de jurisdição concorrente, é possível a derrogação da jurisdição nacional
mediante cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro. Esta possibilidade decorre do art. 63, que
estabelece que as partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde
será proposta a ação oriunda de direitos e obrigações, bem como do art. 25, que estabelece não competir a
autoridade judiciária brasileira o processo e o julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro
exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu em contestação. Este dispositivo também
estabelece que estas regras não se aplicam nas hipóteses de competência internacional exclusiva.
Os parágrafos do art. 63 ainda elencam as seguintes regras aplicáveis à cláusula de eleição de foro
exclusivo estrangeiro: i) só produz efeitos se constar de instrumento escrito e aludir expressamente a
determinado negócio jurídico; ii) a cláusula obriga herdeiros e sucessores das partes; iii) a cláusula pode ser
reputada ineficaz de ofício pelo juiz, antes da citação, sob pena de preclusão; e iv) se for citado, o réu deve
alegar a abusividade da cláusula, sob pena de preclusão.
Caso a ação, que verse sobre causa sobre a qual as partes instituíram cláusula de eleição de foro
exclusivo, seja proposta no Brasil, o réu deverá alegar, como preliminar de contestação, a eleição de jurisdição
estrangeira constante na cláusula, sob pena de preclusão e prorrogação da jurisdição brasileira.
O exercício exclusivo da jurisdição brasileira está ligado à soberania nacional e ao critério do interesse
e, por essas razões, avoca exclusividade no julgamento de determinados casos. O sistema brasileiro não tolera
o exercício de atividade jurisdicional de Estado estrangeiro quanto a este tema. É que, nos casos de exercício
exclusivo da jurisdição brasileira, a decisão de Estado estrangeiro só poderia ser efetivada mediante o
rompimento da ordem constitucional brasileira.
São causas em que o exercício da jurisdição brasileira é exclusivo:
a) ações relativas a imóveis situados no Brasil;
b) ações relativas a sucessão hereditária, a confirmação de testamento particular e ao inventário e partilha
de bens situados no Brasil, mesmo que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou seja
domiciliado fora do Brasil;
c) ações de divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens
situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou esteja domiciliado fora do
Brasil.
Não é possível a convenção de cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro nas hipóteses de
exercício exclusivo da jurisdição brasileira.
A cooperação jurídica internacional se dá mediante auxílio direto e carta rogatória. Este capítulo é
regulado por disposições gerais e disposições relativas ao auxílio direto e à carta rogatória.
A cooperação jurídica internacional é regida pelos tratados internacionais dos quais o Estado brasileiro
faça parte, mas, se não houver tratado, a cooperação jurídica internacional poderá se fundamentar na
reciprocidade manifestada por via diplomática. Além de se amparar em tratado ou, na sua falta, na
reciprocidade manifestada por via diplomática, a cooperação jurídica internacional também observará:
a) o respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
b) a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao
acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se assistência judiciária aos necessitados;
c) a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;
d) a espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras;
e) não admissão em relação a prática de atos que contrariem ou produzam resultados incompatíveis com
as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro;
f) em relação à homologação de sentença estrangeira, não se exige tratado ou reciprocidade manifestada
por via diplomática;
g) a publicidade processual, salvo nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na
legislação do Estado requerente;
Observação: Segundo dispõe o art. 189 do Código de Processo Civil, os atos
processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça os processos em
que a) o exija o interesse público ou social; b) que versem sobre casamento,
separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos e guarda
de crianças e adolescentes; c) constem dados protegidos pelo direito constitucional
à intimidade; d) que versem sobre arbitragem, inclusive sobre o cumprimento de
carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja
comprovada perante o juízo. O direito de consultar os autos de processo que tramite
em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e seus
procuradores. O terceiro que demonstrar interesse jurídico pode requerer ao juiz
certidão do dispositivo da sentença, bem como de inventário ou partilha resultantes
de divórcio ou separação.
O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central enquanto não houver designação
específica. Como se viu, a presença de autoridade central é uma exigência prevista no Código de Processo
Civil. Trata-se do ente responsável pela tramitação e cumprimento dos pedidos de cooperação jurídica
internacional, sendo responsável, ainda, como autoridade competente para adotar medidas em relação a prática
de atos não jurisdicionais ou jurisdicionais. A regra é que a autoridade central seja determinada no tratado ou
acordo de cooperação internacional, mas, na ausência de designação, atuará o Ministério da Justiça.
A comunicação entre a autoridade central brasileira e a de outro país prescinde das vias diplomáticas,
bastando a observância do previsto em tratado.
A cooperação jurídica internacional abrange:
a) citação, intimação e notificação judicial e extrajudicial;
b) colheita de provas e obtenção de informações;
c) homologação e cumprimento de decisão;
d) concessão de medida judicial de urgência;
e) assistência jurídica internacional;
f) qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Auxílio direto
O auxílio direto é uma técnica de cooperação jurídica internacional, podendo ser ativo ou passivo.
Ativo quando o Estado brasileiro requer a cooperação de outro Estado. Passivo quando o Estado estrangeiro
requer a cooperação do Estado brasileiro.
O auxílio direto é uma forma de cooperação jurídica internacional que independe de juízo de delibação
do Superior Tribunal de Justiça de ato judicial estrangeiro, o exequatur, e se direciona a pedidos feitos por
órgãos não jurisdicionais ou a pedidos judiciais não destinados ao Judiciário brasileiro.
Só é admissível pedido de auxílio direto passivo, isto é, pedido de cooperação jurídica internacional
de Estado estrangeiro ao Estado brasileiro quando o ato a ser praticado não necessitar de juízo de delibação
do Superior Tribunal de Justiça. Isso porque, em regra, as decisões judiciais estrangeiras precisam ser
homologadas para produzir efeitos no Estado brasileiro.
O auxílio direto tem a finalidade de: a) obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento
jurídico, processos, administrativos ou judiciais, findos ou em curso; b) colheita de provas, exceto se a medida
adotada em processo em curso no estrangeiro de cujo exercício de jurisdição seja exclusivamente do Estado
brasileiro, lembrando que o Código, erroneamente, menciona a expressão competência exclusiva da
autoridade judiciária competência; c) qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei
brasileira.
Para o auxílio direto passivo de atos não jurisdicionais, a autoridade central deve praticar o ato,
autonomamente, podendo adotar medidas administrativas cabíveis e buscas a satisfação do pedido nos órgãos
competentes. Lembrando que quando a autoridade já estiver designada, será também competente para os
pedidos de atos jurisdicionais e, quando não especificada a autoridade central, os pedidos de atos não
jurisdicionais ficarão a cargo do Ministério da Justiça e os pedidos de atos que dependam de decisão judicial
serão requeridos pelo Advogado-Geral da União.
Os pedidos de cooperação jurídica internacional via auxílio direto passivo, isto é, requeridos por Estado
estrangeiro, são de competência da Justiça Federal, conforme art. 109, inciso III da Constituição, o qual dispõe
competir aos juízes federais processar e julgar causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado
estrangeiro ou organismo internacional.
Carta rogatória
A carta rogatória é um meio de comunicação internacional utilizado quando não há previsão de auxílio
direto em tratado ou acordo ou quando é expressamente indicado pelo ato internacional. Seu objeto pode ser
qualquer ato processual cuja execução deva acontecer no Brasil, tenha ou não conteúdo decisório. É por meio
da carta rogatória que se obtém a homologação de sentença estrangeira, o exequatur.
O procedimento da carta rogatória se dará perante o Superior Tribunal de Justiça, sendo procedimento
de jurisdição contenciosa que deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. Neste sentido, a
defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial
estrangeiro produza efeitos no Brasil. Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento
judicial estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira, trata-se de respeito à soberania do outro Estado.
O Código de Processo Civil não elenca quais são os possíveis atos que podem ser objeto de carta
rogatória. Apesar disso, é possível intuir que rol de atos da cooperação jurídica internacional se encaixam
dentre as possibilidades. Lembrando: a) citação, intimação, notificação judicial e extrajudicial; b) colheita de
provas e obtenção de informações; c) homologação e cumprimento de decisão; d) concessão de medida
judicial de urgência; e) assistência jurídica internacional; f) qualquer outra medida judicial ou extrajudicial
não proibida pela lei brasileira.
O procedimento da carta rogatória deve seguir o rito previsto nos artigos 960 e seguintes do Código
de Processo Civil, dispositivos que disciplinam a homologação de decisão estrangeira e a concessão do
exequatur à carta rogatória. Veja:
Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de decisão
estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado.
§ 1o A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória.
§ 2o A homologação obedecerá ao que dispuserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do
Superior Tribunal de Justiça.
§ 3o A homologação de decisão arbitral estrangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se,
subsidiariamente, as disposições deste Capítulo.
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira
ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado.
§ 1o É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei
brasileira, teria natureza jurisdicional.
§ 2o A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente.
§ 3o A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução provisória
no processo de homologação de decisão estrangeira.
§ 4o Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quando prevista em tratado ou
em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira.
§ 5o A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de
homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 6o Na hipótese do § 5o, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em caráter principal ou
incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua competência.
Art. 962. É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de urgência.
§ 1o A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de urgência dar-se-á
por carta rogatória.
§ 2o A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, desde que garantido o
contraditório em momento posterior.
§ 3o O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora da
decisão estrangeira.
§ 4o Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, a decisão
concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos, de ter sua validade expressamente
reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação pelo Superior
Tribunal de Justiça.
Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:
I - ser proferida por autoridade competente;
II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
III - ser eficaz no país em que foi proferida;
IV - não ofender a coisa julgada brasileira;
V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado;
VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública.
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os pressupostos previstos
no caput deste artigo e que a medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, desde
que garantido o contraditório em momento posterior
Art. 964. Não será homologada a decisão estrangeira na hipótese de competência exclusiva da autoridade
judiciária brasileira.
Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta rogatória.
Art. 965. O cumprimento de decisão estrangeira far-se-á perante o juízo federal competente, a requerimento
da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional.
Parágrafo único. O pedido de execução deverá ser instruído com cópia autenticada da decisão homologatória
ou do exequatur, conforme o caso.
A competência o Supremo Tribunal Federal, prevista no art. 102 da Constituição, pode ser dividida em
competência originária, competência recursal ordinária e competência recursal extraordinária.
A competência originária do Supremo Tribunal Federal abrange infrações penais comuns, questões
constitucionais, remédios constitucionais e crimes de responsabilidade.
A competência originária do Supremo Tribunal Federal, em relação a infrações penais comuns,
autoriza o processo e o julgamento:
a) do Presidente da República;
b) do Vice-Presidente;
c) de deputados e senadores;
d) de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
e) do Procurador-Geral da República;
f) de Ministro de Estado;
g) dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica;
h) de membro de Tribunal Superior;
i) de membro do Tribunal de Contas da União;
j) de chefes de missão diplomática de caráter permanente;
k) ação rescisória;
l) revisão criminal.
A competência do Superior Tribunal de Justiça pode ser dividia em originária, recursal ordinária e
recursal extraordinária.
A competência originária do Superior Tribunal de Justiça abrange infrações penais comuns, crimes de
responsabilidade, remédios constitucionais e outras questões.
A competência originária do Superior Tribunal de Justiça, em relação a crimes comuns, permite o
processo e o julgamento de:
a) governadores;
b) desembargadores;
c) membros de tribunais de justiça, tribunais regionais federais, tribunais regionais do trabalho;
d) membros de tribunais de contas dos Estados e do Distrito Federal;
e) membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios;
f) membros do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;
g) revisão criminal de seus julgados.
A competência originária do Superior Tribunal de Justiça, em relação a crimes de responsabilidade,
autoriza o processo e o julgamento de:
a) desembargadores dos tribunais de justiça;
b) membros de tribunais regionais federais, eleitorais e do trabalho;
c) membros dos tribunais de contas dos Estados e do Distrito Federal;
d) membros de Conselhos ou tribunais de contas de Municípios;
e) membros do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais.
A competência originária do Superior Tribunal de Justiça, em relação a remédios constitucionais,
autoriza o processo e o julgamento de:
a) mandado de segurança contra ato de:
i. Ministro de Estado;
ii. Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica;
iii. do Superior Tribunal de Justiça;
b) habeas data contra ato de:
i. Ministro de Estado;
ii. Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica;
iii. do Superior Tribunal de Justiça;
c) habeas corpus quando o coator for:
i. governador de Estado ou do Distrito Federal;
ii. desembargador de Tribunal de Justiça;
iii. membro de Tribunal Regional Federal;
iv. membro de Tribunal de Contas do Estado ou do Distrito Federal;
v. membro de Tribunal Regional do Trabalho;
vi. membro de Conselho ou Tribunal de Contas de Municípios;
vii. membro do Ministério Público da União;
viii. Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica;
d) habeas corpus quando o paciente for:
i. governador de Estado ou do Distrito Federal;
ii. desembargador de Tribunal de Justiça;
iii. membro de Tribunal Regional Federal;
iv. membro de Tribunal de Contas do Estado ou do Distrito Federal;
v. membro de Tribunal Regional do Trabalho;
vi. membro de Conselho ou Tribunal de Contas de Municípios;
vii. membro do Ministério Público da União;
viii. Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica;
e) mandado de injunção quando a elaboração de norma regulamentadora for atribuição de:
i. órgão, entidade ou autoridade federal, ressalvadas as competências do Supremo
Tribunal Federal;
ii. da administração direta e indireta, ressalvadas as competências do Supremo Tribunal
Federal;
iii. órgãos da Justiça Militar, Eleitoral, do Trabalho e da Justiça Federal.
A competência originária do Superior Tribunal de Justiça também se dirige ao processo e julgamento
de outras questões como:
a) conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvadas as competências do Supremo Tribunal
Federal;
b) as ações rescisórias de seus julgados;
c) reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões;
d) homologação de sentença estrangeira;
e) concessão de exequatur a cartas rogatórias;
f) conflito de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União;
g) conflito de atribuições entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro;
h) conflito de atribuições entre autoridades judiciárias de Estado e administrativas da União.
A competência recursal ordinária do Superior Tribunal de Justiça autoriza o processo e julgamento via
recurso ordinário de:
a) causas em que forem partes:
i. Estado estrangeiro e Município;
ii. organismo internacional e Municípios;
iii. Estado estrangeiro e pessoa residente ou domiciliada no Brasil;
iv. organismo internacional e pessoa residente ou domiciliada no Brasil;
b) habeas corpus decidido em única ou última instância, se denegatória a decisão, por:
i. Tribunal de Justiça;
ii. Tribunal Regional Federal;
c) mandado de segurança decidido em única ou última instância, se denegatória a decisão, por:
i. Tribunal de Justiça;
ii. Tribunal Regional Federal.
A competência recursal extraordinária do Superior Tribunal de Justiça autoriza o processo e
julgamento via recurso especial:
a) de causa decidida em única ou última instância cuja decisão contrarie tratado ou lhe negue vigência.
proferida por:
i. Tribunal de Justiça;
ii. Tribunal Regional Federal;
b) de causa decidida em única ou última instância cuja decisão contrarie lei federal ou lhe negue vigência,
proferida por:
i. Tribunal de Justiça;
ii. Tribunal Regional Federal;
c) de causa decidida em única ou última instância cuja decisão julgar ato de governo local em face de lei
federal, proferida por:
i. Tribunal de Justiça;
ii. Tribunal Regional Federal;
d) de causa decidida em única ou última instância cuja decisão dê interpretação divergente da que lhe
houver atribuído outro tribunal, proferida por:
i. Tribunal de Justiça;
ii. Tribunal Regional Federal.
As regras de competência da Justiça Federal são fundadas nos critérios da pessoa, da matéria e do
território
As competências da Justiça Federal em razão da matéria são as seguintes:
a) causas em que for interessada na condição de autora, ré, assistente ou opoente:
i. a União;
ii. autarquia federal;
iii. empresa pública federal;
b) causas entre Estado estrangeiro e Município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil;
c) causas entre organismo internacional e Município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil;
d) mandado de segurança contra autoridade federal;
e) habeas data contra autoridade federal.
Relativamente a causas nas quais a União, entidade autárquicas federais e empresas públicas federais
forem interessadas na condição de autor, réu, assistente ou opoente, inclui-se também o Ministério Público
Federal. Além disso, é o juiz federal quem verifica se há interesse dos citados entes federais, conforme a
súmula 150 do Superior Tribunal de justiça cuja redação afirma competir a Justiça Federal decidir sobre a
existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas
públicas. Também a súmula 224 do Superior Tribunal de Justiça dispõe que, excluído o ente federal, cuja
presença levara o juiz estadual a declinar da competência, deve o juiz federal restituir os autos e não suscitar
conflito.
Ainda em relação às causas nas quais haja interesse da União, de entidade autárquica ou empresas
públicas federais, na condição de autor, réu, assistente ou opoente, excetuam-se as causas relativas a acidente
de trabalho, recuperação judicial, falência e insolvência civil, assim como a execução fiscal federal não irá
para o juízo falimentar, sendo que a penhora realizada anteriormente à falência fica vinculada à execução
fiscal e, quando o bem penhorado for vendido, o valor correspondente deverá ser encaminhado ao juízo
falimentar que classificará e distribuirá o crédito.
Por fim, o simples protesto pela preferência do crédito, apresentado por ente federal em execução que
tramite na Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal. Esse é o teor da súmula 270 do
Superior Tribunal de Justiça.
Relativamente à competência da Justiça Federal para processar e julgar mandado de segurança e habeas
data contra autoridade federal, é relevante o conceito de autoridade federal trazido pelo art. 2 da Lei 12016/09,
cuja redação estabelece ser autoridade federal coatora se as consequências de ordem patrimonial do ato contra
o qual se requer o mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela mantida. Trata-se de
hipótese de competência da Justiça Federal apta a possibilitar que sociedades de economia mista tenham suas
causas julgadas pela Justiça Federal.
Ainda em relação à competência da Justiça Federal para processar e julgar mandado de segurança e
habeas data contra ato de autoridade federal, deve-se atentar para o fato de que a Constituição atribui
competência ao Supremo Tribunal Federal para atos praticados pelas Mesas do Senado e da Câmara dos
Deputados, sendo que atos praticados por deputados e senadores são de competência da Justiça Federal. Da
mesma forma, o Superior Tribunal de Justiça é incompetente para processar e julgar, ordinariamente, mandado
de segurança contra ato de órgão colegiado presidido por Ministro de Estado, conforme súmula 177, e isso
porque sua competência para julgar mandado de segurança e habeas data de Ministro da Justiça engloba apenas
o ato praticado por ele, mas não órgão colegiado.
A Justiça Federal de primeira instância também é competente para processar e julgar as ações propostas
contra o Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público. É que, apesar de a
Constituição prever, em seu art. 102, inciso I, alínea “r”, que compete ao Supremo Tribunal Federal julgá-los,
a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, firmada em decisão unânime do plenário, é no sentido de que
esse dispositivo se refere apenas às ações constitucionais – mandado de segurança, habeas data, habeas corpus,
mandado de injunção –, conforme ACO 2373/AgR/DF.
As juntas comerciais são consideradas tecnicamente como federais por fazerem parte do Sistema
Nacional de Registro do Comércio, mesmo se sujeitando administrativamente ao Estado.