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Júri
Outubro 2010
Agradecimentos
Queria desde já deixar o meu sincero agradecimento ao meu orientador Prof. Filipe Mendes pela hipó-
tese que me foi dada de participar no seu projecto e de desenvolver este trabalho sobre a sua orientação.
Queria ainda agradecer por toda a dedicação, apoio e, acima de tudo, pela paciência mostrada ao longo
da realização deste trabalho.
Gostaria ainda de agradecer ao Tiago Osório por toda a ajuda facultada tanto na compreensão do
funcionamento protótipo como na análise dos resultados obtidos neste trabalho.
Quero salientar também os contributos dos meus colegas de laboratório Filipe Marques, Gisela Mendes
e João Cardoso durante o tempo dispendido no laboratório
Uma especial palavra de agradecimento aos meus pais, sem o contributo dos quais não poderia ter
efectuado este estudo.
E por fim, gostaria de deixar também um agradecimento à Ana Cardoso por todo o apoio dado que
acabou por ser fundamental para o findar desta tese.
i
ii
Resumo
Neste trabalho são estudados experimentalmente os coeficientes de transferência de calor de uma mis-
tura de amoníaco e água com uma elevada concentração de amoníaco no interior de um permutador de
placas compacto vertical. Este estudo foi efectuado no evaporador de um protótipo de uma máquina
de refrigeração por absorção no Laboratório de Sistemas de Arrefecimento Solar (LSAS). As placas que
constituem o evaporador têm uma corrugação do tipo herringbone e um ângulo de chevron de 25º. Os
dados experimentais para a realização deste trabalho foram medidos durante as experiências de caracteri-
zação do protótipo. No evaporador, o aquecimento do fluido frigorigénico é efectuado por um circuito de
água. Ambos os fluidos circulam em contra-corrente. Durante as experiências no protótipo variaram-se
algumas grandezas importantes para o estudo da transferência de calor tais como o fluxo mássico (0,90
a 3,09 kg m−2 s−1 ), o fluxo de calor (616,6 a 2962 W/m2 ), a pressão interna (3,75 a 6,54 bar) e a con-
centração da mistura (0,93 a 9,99). Os coeficientes de transferência de calor obtidos experimentalmente
foram correlacionados de acordo com algumas correlações propostas na literatura e observou-se que tais
correlações não se adequam aos nossos dados. Uma correcção a essas correlações foi proposta baseado no
facto da concentração de amoníaco na mistura influenciar os perfís de temperatura no interior do permu-
tador os quais influenciam o cálculo dos coeficientes de transferência de calor. Mais dados experimentais
eram necessários para uma análise mais detalhada da influência das condições externas nos coeficientes
de transferência de calor.
iii
iv
Abstract
Evaporation heat transfer coefficients of the mixture ammonia-water with a high ammonia concentra-
tion in a vertical plate heat exchanger (PHE) are investigated experimentally in this study. The study is
performed in the evaporator of an absorption refrigeration machine prototype at LSAS. The evaporator
is a brazed PHE with herringbone corrugated plate type and a chevron angle of 25º. During experiments
to characterize the prototype, data on the evaporator was collected for this study. In the evaporator, the
refrigerant is cooled with water and both fluids circule in counterflow. The experimental parameters in
this work include the refrigerant mass flux with a range from 0,90 to 3,09 kg m−2 s−1 heat flux from 616.6
to 2962 W/m2 , pressure from 3.75 to 6.54 bar and ammonia concentration from 0.93 to 0.99. Correlations
proposed on literature for heat transfer coefficients for evaporation in PHEs doesn’t fit to our data. A
correction for those correlations were proposed based on the fact that the ammonia concentration of the
mixture influences the temperature profile of mixture inside the PHE which influences the calculation of
heat transfer coefficients. More data points were needed to study the influence of external conditions on
the heat transfer of ammonia-water.
Keywords: Evaporation; Plate heat exchanger; Heat transfer coefficient; Correlation; Absorp-
tion; Ammonia-Water; Experiment
v
vi
Conteúdo
1 Introdução 1
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Evaporador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.3 Estado do conhecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.4 Objectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
vii
5.3.2 Correlação proposta por Yan e Lin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
5.3.3 Correlação proposta por Han e Kim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.3.4 Correlação proposta por Donowski . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
5.3.5 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
5.4 Correcção às correlações propostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
5.4.1 Correlações modificadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.4.1.1 Conclusões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.4.2 Teste às novas correlações propostas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
5.5 Correlações para o coeficiente de transferência de calor do fluido frigorigénico apenas para
os dados experimentais relativos à refinação do vapor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.6 Conclusões gerais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
6 Conclusões 51
viii
Lista de Figuras
4.0.1 Perfil de temperaturas dentro de um permutador de calor consuante a circulação dos fluidos
se faz por contra corrente ou corrente paralela, in www.engineeringtoolbox.com. . . . . . 28
ix
5.4.4 Influência da libertação do expoente do número de Prandtl na correlação dos coeficientes
de transferência de calor do fluido frigorigénico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
µm
5.4.5 Influência da libertação do expoente do factor µw na correlação dos coeficientes de trans-
ferência de calor do fluido frigorigénico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
µm
5.4.6 Influência da libertação dos expoentes do P r e do µw na correlação dos coeficientes de
transferência de calor do fluido frigorigénico. δ% = 11%. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
5.4.7 Influência da adição do factor correctivo x às correlações em que os expoentes do P r e
g
µm
do µw estão livres. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
µm
5.4.8 Variação do factor µw e do P r em função da concentração da mistura amoníaco-água. . . 45
5.4.9 Relação entre as correcções às correlações propostas e o valor da diferença de temperatura
média logarítmica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.5.1 Histograma da distribuição da concentração de amoníaco na mistura dos dados experimen-
tais referentes ao uso do processo de refinação do vapor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.5.2 Comparação entre os coeficientes de transferência de calor do fluido frigorigénico medidos
experimentalmente e as correlações obtidas utilizando os dados experimentais relativos à
refinação do vapor gerado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
x
Lista de Tabelas
3.2.1 Sumário das caracteristicas geométricas do permutador de placas utilizado como evaporador 22
5.1.1 Valores mínimos e máximos das medições e cálculos efectuados do lado da água no evapo-
rador nas três diferentes séries de medidas experimentais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.1.2 Valores mínimos e máximos das medições e cálculos efectuados do lado do fluido frigorigé-
nico nas três diferentes séries de medidas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.2.1 Sumário das incertezas das grandezas medidas durante as experiências com o protótipo. . 32
5.4.1 Sumário dos resultados obtidos para os parâmetros das correlações propostas na literatura
e para as novas correlações corrigidas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.5.1 Sumário dos resultados obtidos para os parâmetros das correlações para os coeficientes de
transferência de calor do fluido frigorigenico com e sem correcção para os dados experi-
mentais relativos à refinação do vapor gerado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
xi
xii
Nomenclatura
A Área [m2 ]
Bo Número de boiling
cp Calor específico [J kg −1 K −1 )]
Co Número de convecção
D Diâmetro [mm]
P Pressão [bar]
xiii
Px Perímetro do canal num permutador de placas [m]
Qu Qualidade do vapor
R Resistência térmica
Re Número de Reynolds
T Temperatura [K]
Q̇ Fluxo de calor [W ]
Símbolos Gregos
χ Número de Lockhart-Martinelli
σ Desvio padrão
Sub-índice
a água
ent Entrada
f Fluído frigorigénico
xiv
g Gás
l Líquido
m médio
p pobre
per permutador
r rica
s superfície
sai Saída
tf Transição de fase
v vapor
w Parede
xv
xvi
Capítulo 1
Introdução
1.1 Motivação
Perante um cenário em que o ser humano começa a ganhar consciência que é necessário tomar medidas
que previnam o desgaste ambiental da Terra, a utilização de equipamentos com recurso a fontes renováveis
e não prejudiciais ao meio ambiente são cada vez mais uma opção a ter em conta.
É nesta realidade que as máquinas de absorção a energia solar térmica podem desempenhar um
papel importante, pois representam uma alternativa aos equipamentos de refrigeração convencionais e
que representam uma boa fatia do consumo de energia eléctrica em todo o planeta. É então de grande
importância, o estudo e desenvolvimento destas máquinas por forma a poderem ser uma opção viável no
mercado. A sua viabilidade no mercado possibilitaria uma redução nas emissões de gases nefastos para
o meio ambiente, aspecto este que está nos planos dos países mais desenvolvidos a curto prazo.
O trabalho aqui desenvolvido enquadra-se no âmbito do desenvolvimento de um protótipo de uma
máquina de absorção de pequena potência que se encontra no Laboratório de Sistemas de Arrefecimento
Solar (LSAS). Este foi desenhado para funcionar a energia solar com uma potência de refrigeração de
5kW e com um COP nominal de 0,56, sendo o fluido de trabalho da máquina uma mistura de amoníaco
e água.
Em particular, este estudo visa analisar a performance de uma componente específica do protótipo, o
evaporador, cujo papel tem grande importância no desempenho global da máquina.
1.2 Evaporador
O evaporador é um dos vários permutadores de calor que constituem o protótipo. Este encontra-se
na zona de baixa pressão e recebe o fluido frigorigénico proveniente do condensador, estando este último
numa zona da máquina que funciona a alta pressão. Entre o condensador e o evaporador encontra-se uma
válvula que reduz a pressão do fluido frigorigénico à entrada do evaporador. Esta diminuição de pressão
provoca uma diminuição na temperatura do fluido frigorigénico, de tal forma que este passa a encontra-se
mais frio que a temperatura do meio que se pretende arrefecer. O evaporador tem então como objectivo
proporcionar a troca de calor entre o fluido frigorigénico e o meio que se pretende arrefecer.
O fluido frigorigénico ao receber o calor proveniente do meio exterior a baixa pressão entra em ebulição,
e daí vem o nome pelo qual se identifica este permutador de calor.
O conhecimento dos processos de transferência de calor entre os fluidos que o atravessam permitem-
nos elaborar a concepção de um permutador que se adeqúe às necessidades da máquina por forma a
torna-la mais eficiente.
1
1.3 Estado do conhecimento
Existem vários tipos de permutadores de calor, os quais têm vindo a ser estudados e testados nas
mais diversas áreas ao longo de vários anos. Os permutadores utilizados no protótipo, entre os quais
se encontra o evaporador, são permutadores de placas compactos. As grandes vantagens deste tipo de
permutadores são a sua compacidade e acessibilidade das superfícies de transferência de calor quando
comparada com os permutadores de tubos.
Os permutadores de placas não são um conceito ou tecnologia nova. Foram patenteados pela primeira
vez em 1880 por uma empresa alemã, Langem e Hundhassen [1]. Começaram a ser bastante usados
no início da década de 30 principalmente na industria leiteira, devido a requisitos de higiene, mas foram
também usados na industria alimentar, química e farmacêutica [2]. O seu uso destinava-se à transferência
de calor entre fluidos em fase líquida.
Mais recentemente, os desenvolvimentos tanto no design como na integridade mecânica e aspectos
de vedação permitiram o uso destes permutadores em condições de maior pressão e temperatura. Estas
características possibilitaram o seu uso em processos de transferências de calor de fluidos em mudança de
fase, em particular como condensadores e evaporadores em máquinas de refrigeração e bombas de calor.
Na literatura encontram-se bastantes estudos desenvolvidos em permutadores de placas. No entanto
a maioria destes estão focados na transferência de calor de fluidos sem mudança de fase, mais concreta-
mente de líquido para líquido. Nas últimas duas décadas começaram a surgir vários estudos referentes à
transferência de calor de fluidos em mudança de fase nos permutadores de placas.
Seguem-se alguns trabalhos que considero relevantes nesta área:
Em 1999, Y.Y. Yan e T.F. Lin publicaram dois trabalhos relativos ao estudo da transferência de calor
e perda de pressão na condensação e evaporação do fluido frigorigénico R-134a num permutador de placas
[3, 4]. Nestes trabalhos foram estudados os efeitos da qualidade média do vapor, fluxo mássico, fluxo
de calor e pressão tanto na evaporação como na condensação do fluido frigorigénico R-134a. Baseados
nos seus dados experimentais, foram ainda propostas pelos autores correlações para os coeficientes de
transferência de calor e factor de fricção da substância R-134a em ambos os estudos.
Estes últimos dois autores em conjunto com J.L. Chiang estudaram ainda a transferência de calor do
fluido frigorigénico R-134a em estado de sub-arrefecimento durante a sua evaporação num permutador
2
de placas [7]. Os efeitos do fluxo de calor, do fluxo mássico de fluido frigorigénico, pressão do sistema
e condições de entrada da parte da água foram analisados nos coeficientes de transferência de calor.
Foram ainda analisadas as características das bolhas associadas à evaporação do fluido frigorigénico bem
e propostas correlações para os coeficientes de transferência de calor e o diametro das bolhas formadas
na ebulição do fluido frigorigénico em termos dos números de boiling, Froude, Reynolds e Jacob.
Em 2004, G.A. Longo e A. Gasparella publicaram um trabalho experimental relativo aos coeficientes
de transferência de calor durante a evaporação e condensação do fluido frigorigénico R22 num permutador
de placas [9]. Neste estudo foram investigados os efeitos da ondulação das paredes do permutador e o
efeito do aumento da rugosidade das mesmas quando comparadas com paredes lisas. Foram propostas
correlações semi-empíricas para os coeficientes de transferência de calor do fluido frigorigénico tanto na
evaporação como na condensação.
Em 2007, G.A. Longo e A. Gasparella realizaram um estudo tendo em vista o transferência de calor e
perda de pressão do fluido frigorigénico R-134a durante a sua vaporização num pequeno permutador de
placas [11]. O trabalho visou o estudo dos coeficientes de transferência de calor e perda de pressão medidos
experimentalmente em função do fluxo de calor, caudal mássico do fluido frigorigénico, temperatura de
saturação e das condições exteriores. Os dados experimentais foram comparados com duas correlações
bem conhecidas para os coeficientes de transferência de calor durante ebulição nucleada em recintos
fechados e foi ainda proposta uma correlação para a perda de pressão friccional.
Em 2010, H. Arima e J.H. Kim publicaram um estudo no qual foram medidos localmente os coeficientes
de transferência de amoníaco puro durante a sua evaporação num permutador de placas [13]. O objectivo
3
era elucidar e caracterizar o comportamento do amoníaco num permutador deste tipo. A qualidade do
vapor, pressão de saturação, caudal de amoníaco e fluxo de calor médio foram as variáveis que foram
analisadas no estudo dos coeficientes de transferência de calor da substância. Foi ainda proposta uma
correlação para os coeficientes de transferência de calor locais usando o parâmetro de Lockhart-Martinelli.
Em 2006, Francisco Táboas Touceda desenvolveu uma tese de doutoramento na qual estudou o pro-
cesso de ebulição forçada de uma mistura de amoníaco-água em permutadores de placas [14]. Essa tese,
enquadra-se no desenvolvimento de uma máquina de refrigeração por absorção que funciona usando uma
mistura de amoníaco e água capaz de funcionar a energia solar térmica. O estudo do processo de ebulição
foi efectuado no gerador da máquina de absorção. Os resultados foram analisados de acordo com as
variáveis que se pretendiam estudar, tais como o fluxo mássico da mistura, qualidade do vapor, fluxo de
calor e pressão do sistema. Nesta tese, também se aplicaram-se algumas correlações já conhecidas para os
coeficientes de transferência de calor aos dados experimentais obtidos, sendo que nenhuma das que fora
usada obteve resultados consideráveis. Foram ainda propostas três correlações para os dados obtidos,
mudando alguns dos parâmetros das anteriores correlações, mas os resultados não foram satisfatórios
principalmente para os dados que aparentemente se encontravam na zona de ebulição nucleada. Por fim,
foi ainda proposta uma nova correlação que considera duas zonas de ebulição em função da velocidade
do líquido e do vapor por forma a melhorar a predição dos coeficientes de transferência de calor na zona
de ebulição nucleada. Mais tarde, em 2010, foi publicado um artigo referente a esta tese [15].
Apesar de este trabalho estar inserido também no desenvolvimento de uma máquina de refrigeração
por absorção com uma mistura amoníaco e água como fluido de trabalho, o facto de o permutador em
estudo ser o gerador da máquina e a gama de concentrações de amoníaco utilizada ser diferente distingue
este trabalho daquele que se pretende realizar neste estudo.
1.4 Objectivos
Este trabalho está incorporado no estudo de um protótipo de uma máquina de refrigeração por
absorção e visa o estudo da transferência de calor no permutador de calor que funciona como evaporador.
O objectivo do estudo envolve a determinação dos coeficientes de transferência de calor da mistura
amoníaco-água durante a sua evaporação num permutador de placas compacto e a obtenção de uma
correlação para a previsão dos mesmos a partir das suas propriedades termodinâmicas. A obtenção de
uma correlação para os coeficientes de transferência de calor da mistura tem muita importância caso se
queira mais tarde projectar um novo evaporador que se adapte melhor às características do protótipo.
Neste trabalho tem-se ainda como objectivo o estudo da influência de diferentes concentrações de
amoníaco da mistura nos seus coeficientes de transferência de calor.
4
O capítulo 4 destina-se à descrição do cálculo dos coeficientes de transferência de calor do fluido
frigorigénico no evaporador tendo em conta as grandezas físicas medidas durante as experiências.
No quinto capítulo são apresentados e analisados os resultados experimentais e a sua comparação
com as correlações propostas na literatura para os coeficientes de transferência de calor em permutadores
de placas durante a evaporação de um fluido. É também proposta neste capítulo uma correcção às
correlações encontradas na literatura.
Por fim, no capítulo 6 faz-se um resumo dos resultados obtidos e do que poderia ser melhorado na
experiência para a obtenção de melhores resultados que permitiriam um estudo mais aprofundado dos
efeitos de certas grandezas físicas na transferência de calor durante evaporação do fluido frigorigénico.
5
6
Capítulo 2
Transferência de calor em
permutadores de placas compactos
O uso de permutadores de placas em máquinas de absorção tem bastantes benefícios. São de destacar
os maiores coeficientes de transferência de calor que se conseguem alcançar usando esta tecnologia, e a
nível de manuseamento são mais leves e pequenos que os permutadores convencionais. Para além disto,
são ainda mais baratos, permitindo assim baixar o custo de uma máquina deste tipo e mesmo diminuir
o espaço que esta ocupa. Estes são aspectos fundamentais na construção de um protótipo cujo objectivo
é mais tarde vir a ser comercializado.
Neste capítulo apresentam-se algumas características físicas e hidrodinâmicas dos permutadores de
placas compactos. São ainda apresentadas algumas correlações bem conhecidas para os coeficientes de
transferência de calor da água sem mudança de fase em permutadores de placas compactos.
É feita uma analise a alguns dos diferentes processos de evaporação bem como a apresentação de
algumas correlações recentemente propostas para os coeficientes de transferência de calor durante a
evaporação em permutadores de placas.
Ângulo de chevron (β) corresponde ao ângulo que as corrugações da placa fazem com a horizontal.
O valor desse ângulo costuma variar entre os 22º e os 65º e tem influência directa na eficiência
térmica e perda de pressão por fricção do permutador.
7
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Figura 2.1.1: Esquemático do funcionamento interno de um permutador de placas, in [21]
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$! .&$51,-! de $!um F&&!)(&!/1-3#&!G!$:0<&!/0#!,$2&.!0/!)(&!'&.1-,!1)&2.=!
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Distância entre corrugações (λ) corresponde à distância
/05'&'!'06,!&'-&.A!)(&!.9$+&!$)!)(&!:$+@!+0<&#!95$)&!1.! entre as curvaturas sucessivas que formam
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&//&+)1<&5;!.&$5&'!0//!:;!)(&!5$.)!+($,,&5!95$)&=B! 1,.9&+)10,.A! +0,,&+)10,! );9&.A! &)+=! +$,! :&! /03,'! 1,! $94
as placas corrugadas.
! 9&,'1*!C4"4J=! ! K&/#1-&#$)10,! (&$)! &*+($,-&#.! ($<&! )0!
• C55! +0,,&+)10,.! $#&! 0/! .)$1,5&..! .)&&5=! 8(&! +0,,&+)10,.! .)$,'!#&5$)1<&5;!20'&#$)&!)&29&#$)3#&.!:3)!(1-(!9#&..3#&!
$#&!/1*&'!:;!&*9$,.10,!1,)0!)(&!+0<&#!95$)&!A!.&$5&'!$,'! $,'! )(3.! )(&;! '1//&#! .02&6($)! /#02! ,0,! #&/#1-&#$)10,!
.)#&,-)(! D01,)&'! :;! )(&! :#$%1,-! 2$)$5=! 8(1.! 1,+#&$.&.!
Distância média entre placas
)(&!$5506$:5&!/0#+&.!$,'!)0#E3&.=!!
(b) é definida como o intervalo de comprimento médio disponível para
3,1).=!
!
a circulação do fluido:
b=p−e (2.1.1)
Ax = b w (2.1.2)
Ax
Dh = 4 (2.1.3)
Px
onde Px é o perímetro dos canais formado pelas placas e é calculado a partir da seguinte expressão
8
Downloaded By: [B-on Consortium - 2007] At: 13:12 18 April 2008
1. Chevron Angle
SINGLE-PHASE HEAT TRANSFER
Usually termed β and varies between 22◦ –65◦ .
This angle also defines the thermal hydraulic = 2 (b AND
Pxsoft- + φ w) PRESSURE DROP (2.1.4)
ness (low thermal efficiency and pressure drop) and
Due to the proprietary nature of the plate heat ex-
no entanto,
hardness
b� (high e assim
wthermal efficiency and pressure drop).
changer business, there is a lack of design information
2. Enlargement Factor
in the open literature. The correlations presented in this
This factor φ is the ratio of the developed length
brief survey are specific in nature as it relates to a specific
to the protracted length. Px = 2geometry,
φw (2.1.5)
fluid, and experimental range of operation.
3. Mean Flow Channel Gap
There are over thirty correlations that could be con-
This is defined as the actual gap available for the flow.
desta forma o diâmetro hidráulico pode ser escritosidered comopractical, starting with Troupe et al. [3] The
b = p−t latest correlations were published by Muley and Man-
glik
b [4]. Nearly all of them are in the form of a power-
4. Channel Flow Area
Dh = 2law curve fit, with some of the latest correlations us- (2.1.6)
This is the actual flow area defined as: ingφ a leading coefficient and exponent as a function
A x = bw of chevron angle. The augmented heat transfer perfor-
No decorrer dos cálculos deste trabalho usa-se em vez mancedoofdiâmetro
a PHE is duehidráulico, a aproximação
to several enhancement mech- proposta
por Shah5. eChannel Equivalent Diameter
Wanniarachchi [22]para o diâmetro hidráulico anismsequivalente
presumed to be a direct consequence of plate
Defined as: surface characteristics. They include disruption and re-
attachment of boundary layers, vortex flows, swirl flows,
de = 4A x /P
De = and
2 b secondary circulations. Important correlations are (2.1.7)
where P = 2(b + φw) = 2φw. Since b # w, tabulated in Table 1, each correlation geometry and plate
8 heat transfer engineering vol. 24 no. 5 2003
9
estudos sobre este assunto e várias correlações para diversos tipos de permutadores e diferentes fluidos.
No entanto, uma vez que as características geométricas dos permutadores podem variar bastante assim
como nem todos os fluidos estão contemplados na literatura, não existe uma teoria capaz de prever os
processos de transferência de calor de uma forma geral neste tipo de permutadores. A isto acrescenta
ainda o facto de muita informação sobre os permutadores de placas não ser publicada devido à natureza
do negócio dos permutadores de placas compactos.
Zahid H. Ayub tem um trabalho publicado em 2003, no qual foi efectuada uma pesquisa literária sobre
vários resultados relativos à transferência de calor e perda de pressão em permutadores de calor de placas
[1]. Neste trabalho são apresentadas várias correlações relativas ao processo de transferência de calor da
água em permutadores de placas de diferentes características geométricas e com diferentes condições de
entrada da água.
Para introduzir algumas das correlações relevantes nesta revisão bibiliográfica será necessário a intro-
dução de alguns parâmetros adimensionais que constam das mesmas tais como são os casos do número de
Reynolds, Prandtl e Nulsset. A Tabela 2.2.1 inclui a definição de tais parâmetros bem como a importância
de cada um dos parâmetros [24].
Número de µ cp
Pr = Dissipação / Condução Convecção natural e forçada
Prandtl k
Coeficiente de
Número de h de Transferência de calor
Nu = transferência de calor
Nulsset k convectiva
convectivo adimensional
Tabela 2.2.1: Parâmetros adimensionais utilizados nas correlações dos coeficientes de transferência de
calor da água em permutadores de placas
Seguem-se então algumas correlações bem conhecidas na literatura para os coeficientes de transferência
de calor da água em permutadores de calor.
10
Para diferentes ângulos de chevron e diferentes caudais de água foram obtidos os parâmetros indicados
na Tabela 2.2.2.
β (º) Re C1 m
≤ 30 ≤ 10 0,718 0,349
> 10 0,348 0,663
< 10 0,718 0,349
45 10 - 100 0,400 0,598
> 100 0,300 0,663
< 20 0,562 0,326
60 20 - 400 0,306 0,529
> 400 0,108 0,703
Tabela 2.2.2: Conjunto dos parâmetros obtidos por Kumar que correlacionam os coeficientes de transfe-
rência de calor da água para diferentes geometrias dos permutadores e diferentes números de Reynods
1
N u = C1 Rem P r 3 (2.2.2)
β (º) C1 m
75 0,100 0,1000
60 0,2267 0,2267
45 0,2998 0,2998
30 0,2946 0,2946
Tabela 2.2.3: Constantes da correlação de Thonon para os coeficientes de transferência de calor da água
para diferentes ângulos de chevron
e ainda
11
Esta correlação é valida para permutadores com corrugações do tipo herringbone e para números de
Reynolds compreendidos entre 1 ≤ Re ≤ 10000.
A evaporação denomina-se de “pool boiling” quando a ebulição ocorre ao gerar-se vapor a partir de
uma superfície aquecida na qual está assente uma coluna do líquido que evapora. A circulação do líquido
deve-se apenas à convecção natural e à subida de bolhas formadas na superfície de aquecimento, não
sendo induzida qualquer circulação do fluido de forma mecânica.
Nestas condições foram identificados, pela primeira vez por Nukiyama [23], diferentes regimes de
ebulição. Este observou que a diferença entre a temperatura da superfície que aquece o líquido (Ts ) e a
temperatura de saturação (Tsat ) à qual o mesmo se encontrava produziam diferentes regimes de ebulição.
A Figura 2.3.1 identifica os diferentes regimes que podem ser atingidos durante a ebulição.
Figura 2.3.1: Curva tipica da ebulição da água à pressão atmosférica: fluxo de calor na superfície de
aquecimento, q �� , em função do excesso de temperatura ∆Te , in [23].
12
No contexto deste trabalho, os regimes que importam são: a ebulição com convecção natural e a
ebulição nucleada.
Convecção natural acontece quando a o valor de ∆Te é menor que ∆Te, A (ver Figura 2.3.1). Neste
regime ainda pode existir eventualmente a ocorrência de bolhas, no entanto a circulação do fluido é
determinada essencialmente a partir dos efeitos de convecção natural. O coeficiente de transferência
de calor varia com ∆Te com uma potência de 1/4 ou 1/3 consoante o movimento do líquido é laminar
ou turbulento, respectivamente. Nestes casos, uma vez que a transferência de calor processa-se
apenas por convecção do líquido pode-se correlacionar os coeficientes de transferência de calor de
forma aproximada com uma expressão semelhante à que é utilizada na transferência de calor líquido
para líquido (correlação Dittus-Boelter [24]).
1
N u = a Reb P r 3 (2.3.2)
Ebulição nucleada acontece quando o valor de ∆Te é mais elevado. Neste regime, as bolhas formadas na
superfície de aquecimento do líquido provoca alguma separação entre esta e o líquido. A ocorrência
destas bolhas provoca uma mistura do líquido junto da superfície que consequentemente aumenta
o coeficiente de transferência de calor. Contudo, neste regime podem ser identificadas duas formas
de transferência de calor. Para valores de ∆Te mais baixos a geração de bolhas ainda não é
suficientemente numerosa e portanto a circulação do líquido deve-se essencialmente à convecção
natural. Desta forma a maior parte da transferência de calor acontece na superfície de aquecimento.
À medida que ∆Te vai aumentado, um maior número de bolhas é gerado de tal forma que o contacto
entre a superfície e o líquido fica bastante restrito, sendo a transferência de calor efectuada de forma
mais rápida através da ascensão das bolhas geradas. Neste regime atinge-se o valor máximo do
coeficiente de transferência de calor, graficamente indicado como ponto P na Figura 2.3.1.
A ebulição forçada acontece quando se tem uma mistura de várias substâncias no estado líquido e se
pretende evaporar a substância mais volátil. Neste tipo de ebulição, a circulação da mistura faz-se ao
longo de canais (podendo esta ser efectuada por exemplo num tubo ou placa vertical). A circulação da
mistura é habitualmente efectuada através de ajudas mecânicas [24].
Durante a ebulição, ambas as fases circulam em conjunto existindo fortes interacções entre elas,
sendo este tipo de ebulição caracterizada pelas rápidas mudanças do líquido para o vapor no sentido
do movimento do fluído. Este tipo de ebulição é aquele que acontece no gerador de uma máquina de
absorção.
Esta ebulição está associada à formação de bolhas na superfície de aquecimento do líquido. O cres-
cimento e separação das bolhas é bastante influenciado pelo movimento do fluido e pelas características
hidrodinâmicas do local onde o fluido circula.
A Figura 2.3.2 representa as várias fases da ebulição no interior de um tubo sujeito a um fluxo de
calor constante. A primeira fase corresponde ao estado subarrefecido do fluido e a uma transferência de
calor apenas convectiva e que pode ser descrita por equações do tipo 2.3.2. À medida que se sobe no tubo
pode-se observar um novo regime correspondente ao início da vaporização do fluido junto das paredes do
tubo numa região onde o líquido se encontra subarrefecido.
A partir de certo momento, todo o líquido se encontra em estado de saturação e existem bolhas ao
longo de todo o tubo. A essa região chama-se de saturated flow boiling region e podem-se distinguir
diferentes fases dependentes da disposição do líquido e do vapor ao longo do tubo. Numa primeira
fase as existem pequenas bolhas de vapor misturadas com o líquido. À medida que se sobe no tubo as
bolhas vão-se fundindo. A partir de determinado ponto, o vapor já ocupa tanto espaço que flui pelo tubo
13
Figura 2.3.2: Diferentes regimes de fluxo de um fluido em ebulição no interior de um tubo, in [23]
rapidamente na zona interna do mesmo ficando o líquido a fluir junto das paredes do tubo. Por fim,
quando todo o fluido é quase vapor, o restante líquido flui a grande velocidade como pequenas gotículas
ao longo do tubo.
Ao longo do tubo a fracção mássica de vapor X aumenta criando uma grande diferença de densidade
entre a fase líquida e a fase de vapor. Esta diferença provoca um aumento da velocidade média do fluido.
Os coeficientes de transferência de calor locais do fluido dentro do tubo variam com as alterações da
fracção mássica de vapor e da velocidade média do fluido ao longo do tubo. Desta forma, na fase inicial
da ebulição do fluido saturado o coeficiente de transferência de calor aumenta quando em comparação
com o coeficiente de transferência de calor nas fase que a antecede (convecção forçada do líquido) mas
à medida que X aumenta o coeficiente de transferência de calor pode aumentar ou diminuir consoante
o fluido e o material de que é feito o tubo onde este circula. Por fim, o menor valor dos coeficientes de
transferência de calor locais do fluido obtêm-se na fase em que todo o fluido se encontra na fase gasosa
(convecção forçada do vapor).
A evaporação de um filme fino de líquido é um tipo de evaporação que ocorre quando este circula
sobre uma superfície aquecida, como pode ser o caso de uma placa vertical ou dentro de um tubo vertical
[24]. Em muitas situações, este tipo de evaporação ocorre directamente na superfície do filme de líquido
sem que haja a geração de bolhas. No entanto, em casos em que o fluxo de calor é grande o processo de
evaporação presente é a ebulição nucleada.
De destacar que este é o tipo de evaporação que acontece durante a evaporação do fluido frigorigénico
no evaporador da máquina de absorção em estudo.
14
2.4 Transferência de calor durante em permutadores de placas
compactos durante a evaporação
A utilização de permutadores de placas em máquinas de refrigeração e bombas de calor permite que
o número de dados disponíveis à cerca da evaporação de fluidos neste tipo de permutadores seja cada vez
maior e consequentemente começa-se a tentar compreender o processo de evaporação de fluidos nestes
permutadores.
Nos dias que correm, não existe nenhuma teoria que seja consensual para a evaporação em permuta-
dores de placas pelo que os autores de diversos trabalhos na área apresentam formas de correlacionar os
dados diferentes uns dos outros. Neste trabalho, pretende-se comparar os nossos dados experimentais com
algumas das correlações propostas na evaporação em permutadores de placas. Por esse motivo analisar-
se-à algumas das correlações propostas para os coeficientes de transferência de calor em permutadores de
calor compactos durante a evaporação de um fluido.
htf C C
= C1 CoC2 (25 F rlo ) 5 + C3 BoC4 (25 F rlo ) 6 (2.4.1)
hl
onde Co, Bo e F rlo são o número de convecção, o número de Boiling e o número de Froude com todo
o fluido considerado líquido, respectivamente e encontram-se definidos na Tabela 2.4.1,
Qu é a qualidade do vapor, ρg a densidade do gás, ρl a densidade do líquido, G o fluxo mássico, ilg o
entalpia de vaporização, g a aceleração da gravidade e D o diâmetro interno do tubo.
Os parâmetros C1,...,6 são as constantes da correlação proposta.
Mais tarde, em 1990, o mesmo Kandlikar refinou as correlações que tinha obtido no anterior trabalho
tendo em conta um maior número de dados experimentais [17].
Por fim, Kandlikar em 1991, extendeu o seu trabalho anterior a tubos com superfície aumentada e pela
primeira vez foi proposta uma correlação para um evaporador de placas compacto [25]. As correlações
obtidas para estes permutadores distinguem os processos de transferência de calor junto das placas do
permutador e no meio de cada canal. As correlações propostas foram semelhantes às que foram obtidas
nos trabalhos anteriores [16, 17]. Como se partiu das correlações obtidas de líquido para líquido, o autor
adicionou termos relativos ao aumento da superfície de transferência de calor existente nestes tipos de
permutadores de calor.
Y.Y. Yan e T.F. Lin ao estudarem a transferência de calor durante a evaporação do fluido frigorigénico
R-134a num permutador de placas propuseram a seguinte correlação para os coeficientes de transferência
de calor:
� � �0,5 �
1 ρl
N u = 1, 926 P r 3 Bo0,3
eq Re
0,5
(1 − Qum ) + Qum (2.4.2)
ρg
15
Parâmetro Definição Observação Área de uso
� �0,8 � �0,5
Número de 1 − Qu ρg Parâmetro de
Co = Evaporação
convecção Qu ρl Martinelli modificado
Comportamento do
Número de G2
F rlo = 2 Inercia / Gravidade fluido e da superfície
Froude ρl g D de contacto
Tabela 2.4.1: Parâmetros adimensionais utilizados nas correlações dos coeficientes de transferência de
calor durante a evaporação de um fluido num permutadores de placas
onde Boeq é o número de boiling equivalente. O cálculo deste é feito a partir do fluxo mássico
equivalente, proposto pela primeira vez por Akers [18]. O fluxo mássico equivalente é então definido
como
� � �0,5 �
ρl
Geq = G (1 − Qum ) + Qum (2.4.3)
ρg
A correlação proposta por estes dois autores identifica-se com o termo da ebulição nucleada da cor-
relação proposta por proposta por Kandlikar para tubos verticais. O uso do fluxo mássico equivalente é
usado no sentido de corrigir o efeito da circulação do fluido em duas fases numa expressão usualmente
proposta na transferência de calor de líquido-líquido. Esta correlação apresenta um desvio médio relativo
de 8,3%.
A Figura 2.4.1 ilustra a comparação da correlação obtida com os dados experimentais obtidos no
estudo da transferência de calor da evaporação do fluido frigorigénico R-134a num permutador de placas
compacto.
Em 2000, D.Donowski e S. Kandlikar verificaram que existiam algumas discrepâncias na correlação
proposta por Yan e Lin para os coeficientes de transferência de calor do líquido R-134a durante a sua eva-
poração num permutador de placas vertical. Perante tais discrepâncias, eles usaram o mesmo permutador
que fora usado por Yan e Lin e propuseram umas novas correlações melhoradas tanto para os coeficientes
de transferência de calor da água sem mudança de fase como para a evaporação do fluido frigorigénico
R-134a. As correlações por eles propostas são do mesmo tipo de correlações propostas anteriormente por
Kandlikar para a evaporação em tubos verticais. Aquela que melhores resultados obteve foi
� �
hf = 1, 055 1, 056 Co−0,4 + 1, 02 Bo0,9 Qu−0,12 h0,98
l (2.4.4)
� � 0,003
hf = 2, 312 Co−0,3 ECB + 667, 3 Bo2,8 Ff l EN B (1 − Qu) hl (2.4.5)
16
1'' A
;
o ;
•
o •
X=0.092 ± '. 9
O
AX=0.13 - ffl
o A
10000
9
A d
0 -
0*
':
'-
R-134a
» present data
':
111
- proposed correlation, =1.926 Re eq
0.6 0.8 1.0
2
5 6 7 8 9
1000 10000
re drop with mean vapor quality
2
s and Pm = 0.8 MPa Re,,
926 Re0( late our data with an average deviation of 8.3 percent. For
onde da correlação aos dados
convenience experimentaisEq.
in application, se (obtêm ECB
3 3 ) can 0, 512 eexpressed
be =further EN B = 0, 338 os quais corres-
ponde aos factores de aumento do termo convectivo e nucleado em permutadores de placas, respectiva-
000 < Re K | < 10,000
mente. F(f3l 3é )um parâmetro dependente do fluido, o qual Kandlikar (1991) sugere ser igual a 1 para todos
Nu,. = 1.926 Pr," 3 Bo"; 3 R e 0 5 (1 -X ) + X„\^
os fluidos
ely, the equivalent quando a superfície de transferência de calor mé aço-inoxidável.
Reynolds
equivalent mass flux Y. is
Y. used
Hsieh e T.-F. Lin, em 2002, no estudo dos coeficientes de transferência de calor do fluido frigori-
by Akers ( 1 9 5 8 ) ,
génico R-410a durante a sua evaporação numforpermutador 2000 < de placas
Re el| vertical propuseram
< 10,000. (36) uma correlação
_ ql que corresponde apenas ao termo
Similarly, baseddaonebulição nucleada
the present data da
thecorrelação sugerida
friction factor canpor Kandlikar para a
Bo cu = (34)
evaporação em tubos verticais: as
be correlated
for f,„ Re 0 ' 5 = 6.947
Re cq < 6,000 � X l O�' - R e J
109
(37)
hf, tf, sat = hf,0 l5 88 Bo0,5 (2.4.6)
Pi for Re eq a 6,000 f„, R e = 3 1 . 2 1 - Re™ 4557 . ( 3 8 )
+ X„ (35)
onde o coeficiente de transferência de calor do fluido frigorigénico no estado líquido foi determinado
This correlation again can well represent our data with a devia-
a partir de uma tion
correlação empírica
of seven obtida
percent (Fig.na1 3transferência
) . It should debe calor de líquido
pointed out thatpara líquido do fluido
ation can satisfactorily corre-
frigorigénico R-410a
� � � �0,14
kl 0,78 1 µm
hf, l = 0, 2092 Re Pr 3 (2.4.7)
De
present data µw
5 09
µm 6 . 9 4 7 x l 0 ' Re c q -" , Re c(| < 6000
onde o factor µw é uma correcção devida à diferença de velocidades que o líquido tem junto da parede
do permutador e no centro dos canais.
A comparação entre os dados experimentais e a correlação proposta por Hsieh pode ser observada na
Figura 2.4.2.
17
R-134a ry^w*
;56< (< V-!5-154/8 49 1&2 9!5?154/-" E!2887!2 0!4E ,51& 1&2 5+E4820 &2-1 N7G 94! A-!5478 8@812+
=3> :# W6#+$ 8<
;56< %< S4+E-!584/ 49 1&2 E!4E4820 ?4!!2"-154/ ,51& 1&2 E!282/1 0-1- 94!T =-> 1&2 &2-1 1!-/892!
Figura 2.4.2: Comparação entre a correlação obtida para os coeficientes de transferência de calor do
líquido R-410a proposta por
! Hsieh
" e os seus respectivos "dados experimentais, in [6]
#").
"" !+ 5/ ,&5?&
!
!!!" ! #"$#%$ $% &'
#"'( )#*
"$.#
#&
de placas com diferentes características !,-""
geométricas e propuseram uma correlação para os coeficientes de
# %
transferência de calor adicionando à mesma um parâmetro relativo ao ângulo de chevron: + ! +$") $ .+ # % .+
-/0 1&2 345"5/6 /7+32! 58 2J
* N u = Ge1 ReGe 2
Bo0,3
eq P r
0,4
(2.4.8)
() ! " eq "$:#
+,96
onde Ge1 e Ge2 são parâmetros de ajuste dependentes da configuração geométrica doM2!2 +2J 58e
permutador -/ 2J75A-"2/
definidos como
;56<%=-> 5/05?-128 1&-1 1&58 ?4!!2"-154/ ?-/ 8-1589-?14!5"@ 49 1&2 KH.)#F +-88 N7GI
?4!!2"-12 47! 0-1- ,51& -/ �-A2!-62 �−0,04102A5-154/
�π 49 )B<(C<
�−2,83
8-17!-120 ?4/05154/< F8
p
Ge =
D&2 +2-87!20 9!5?154/-"2, 81 E!2887!2 0!4E − β 2GE2!5+2/1-"
(2.4.9) 0-1- -!2 ?4
2 58 ?4!!2"-120 5/
1
De
12!+8 49 1&2 9!5?154/ 9-?14!< F??4!05/6 14 47! 2GE2!H
� �−0,082 � �0,61
5+2/1-" 0-1-I 1&2 ?4!!2"-154/
Ge2 = 0, 746
94!
p 1&2 9!5?154/
π
−β
9-?14! -1E 58 (2.4.10)
E!4E4820 -8 D e 2 !" #$%&'()*%+ ,-./,01
Para além desta correlação se adaptar a diferentes tipos de permutadores, pode-se observar que a
$)"$:
- ! B) ###$%
expressão utilizada
1E !
para correlacionar
2J "$B# OGE2!5+2/1-"
os dados experimentais é semelhante à expressão utilizada por Yan +2-87!
1&2 também
e Lin. No entanto esta expressão, ao contrário do que fora proposto por Yan e Lin, ajusta E!282/1o 8170@ 14 5/A
,&2!2 $% 2J 58 1&2 2J75A-"2/1 K2@/4"08 /7+32!
expoente número de Reynolds equivalente aos dados experimentais.
-/0 58
5/6 &2-1 1!-/892! ?&-!-?1
02L/20 -8
A Figura 2.4.3 apresenta graficamente a comparação entre os resultados experimentais .)#F
e a correlação
5/ 1&2 A2!15?-" PMO
proposta por Han. +2J #& 345"5/6 &2-1 1!-/892! ?4
$%2J ! "$'#
!" 0!4E ,2!2 2G-+5/20 5/
18
D.-H. Han et al. / Applied Thermal Engineering 23 (2003) 1209–1225 1223
f ¼ Ge3 ReGe
Eq
4
ð17Þ
"$5:27 #
pco p
! $$3:03
Ge3 ¼ 64; 710 $b ð18Þ
Dh 2
"$0:62 #
pco p
! $$0:47
Ge4 ¼ $1:314 $b ð19Þ
Dh 2
160
R22 & R410A
140 G c = 13 ~ 34 kg/m 2 s
25%
Evaporation Temp. = 5, 10, 15 o C
120 Heat Flux = 2.5, 5.5, 8.5 kW/m 2
Vapor Quality = 0.15 ~ 0.95
Nu - Correlation
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100 120 140 160
Nu - Experiments
10
R22 & R410A
Figura 2.4.3: Comparação do valor experimental 2 do número de Nulsset
15% com a correlação proposta por
G c = 13 ~ 34 kg/m s
Han para os coeficientes de transferência de calor dos fluido frigorigénicos R22 e R-410a, in [8].
8 Evaporation Temp. = 5, 10, 15 C
2
Heat Flux = 2.5, 5.5, 8.5 kW/m
Vapor Quality = 0.15 ~ 0.95
f - Correlation
0
0 2 4 6 8 10
f - Experiments
Fig. 10. Comparison between suggested correlations and experimental data for Nu and f .
19
20
Capítulo 3
21
Numa segunda fase, instalou-se uma coluna de pulverização na qual a solução rica em amoníaco era
pulverizada e entrava em contacto com o vapor gerado enquanto este ascendia pela coluna em contra
corrente com a solução rica.
Por fim, instalou-se uma coluna de enchimento, a qual continha no seu interior selas de cerâmica
Novalox distribuídas de forma aleatória. Também neste caso, o vapor e a solução rica entravam em
contacto circulando em sentidos opostos proporcionando desta forma a transferência de calor e massa
entre o vapor e a solução líquida e a respectiva refinação do vapor.
A Figura 3.1.1 representa o esquema da montagem experimental do protótipo utilizado nas experiên-
cias.
No decorrer das experiências com o protótipo várias condições de funcionamento da máquina foram
testadas. As temperaturas de entrada e os caudais das águas no gerador, absorvedor, condensador e
evaporador eram controlados externamente. Os controle dos caudais das soluções rica e pobre e do fluido
frigorigénico eram efectuados através de duas válvulas de expansão e da bomba de circulação.
Para além da variação destas condições, a quantidade da mistura água-amoníaco não foram sempre
as mesmas no interior da máquina.
Todo o protótipo se encontrava termicamente isolado.
3.2 Evaporador
O evaporador utilizado no protótipo trata-se de um permutador de placas de aço inoxidável soldado
com uma liga de níquel, modelo NB-26-18H, fabricado pela Alfa Laval. Este permutador é constituído
por 18 placas com uma área efectiva total de 0, 0025m2 . Cada placa tem uma espessura de 0,4mm. As
placas têm corrugações tipo herringbone com um ângulo de chevron de 25º. As 18 placas formam 17
canais, sendo destes 9 destinados à circulação da água e os restantes 8 à circulação do fluido frigorigénico.
A distância entre cada placa é de 2mm. A Figura 3.2.1 ilustra uma placa constituinte do permutador
utilizado.
A Tabela 3.2.1 inclui um sumário das características geométricas do permutador.
Como foi referido em 3.1, o caudal e a temperatura de entrada dá água no evaporador é controlada
externamente.
Relativamente ao fluido frigorigénico, a temperatura de entrada e a concentração do fluido frigorigénico
dependiam do restante funcionamento do protótipo, não sendo por isso completamente controláveis.
O caudal de fluido frigorigénico era controlado através de uma válvula de expansão, mas o seu con-
trole influenciava o restante funcionamento da máquina, não sendo por isso considerado um parâmetro
Tabela 3.2.1: Sumário das caracteristicas geométricas do permutador de placas utilizado como evaporador
22
ESQUEMA DO PROTÓTIPO
T19 T23
T2
T4
Condensador
Evaporador
T18 VL
T17
Pd T3
T1 T2
Coluna de
refinação
T20 T24
T22
Vaso de pressão
condensador
Pre-Cooler
T15
T16 P Visor
Pd
Pa T2
T2
T5 T9 T21
Vaso de separação
Líquido/Vapor
Gerador
Visor
T10
T8
T6
Absorvedor
T14
C T7
T11
P Pd
T2
F
C
Vaso de pressão
Pb
circuito da solução
T2
absorvedor
Permutador do
VL VEM
Visor
VL
F T12
T13
Bomba de circulação
Figura
Figura Disposição bidimensional
3.1.1:1 –Esquemático dos da
do protótipo componentes
máquina do deprotótipo, com localização
refrigeração das sondas
por absorção de no decorrer
utilizado
das experiências. temperatura e de pressão
23
Figura 3.2.1: Fotografia de uma placa que constitui o permutador de placas compacto utilizado como
evaporador no protótipo da máquina de refrigeração por absorção.
controlável. Da mesma forma, a pressão do lado do fluido frigorigénico era dependente das condições
globais de funcionamento da máquina.
A circulação da água e do fluido frigorigénico fez-se em contra-corrente.
24
Filipe Mendes [26].
3.3.3 Caudalímetros
3.3.3.1 Caudalímetro para a água
O caudal da água que circula no evaporador foi medido com um caudalímetro de turbina, modelo 420S
da marca Hydrometer. O fabricante garante uma precisão de leitura do caudal com um desvio inferior a
1%.
Os caudais da solução rica e pobre foram medidas com caudalímetros electromagnéticos da marca
Isomag. Estes têm um erro relativo máximo associado de 0,4%.
A partir do conhecimento do dos caudais da solução rica e pobre, bem como do cálculo das concen-
trações2 da solução rica, solução pobre e fluido frigorigénico é possível determinar o caudal do fluido
frigorigénico a partir dos balanços de massa total e massa de amoníaco:
xr − xp
ṁv = ṁp (3.3.1)
xv − xr
onde ṁr , ṁp e ṁv são os caudais de solução rica, solução pobre e fluido frigorigénico, respectivamente
e xr , xp , xv as concentrações da solução rica. solução pobre e fluido frigorigénico, respectivamente.
cálculo das propriedades termodinâmicas da mistura amoníaco-água no EES em pontos onde se sabe que a mistura se
encontra em estado saturado e dos quais são conhecidas a pressão e a temperatura.
25
26
Capítulo 4
1
UA = (4.0.1)
R
onde U é o coeficiente de transferência de calor global, A a área onde se processa a troca de calor
entre fluidos e R a resistência térmica total.
A resistência térmica total à transmissão de calor entre 2 fluidos que circulam num permutador de
placas pode ser decomposto nas seguintes resistências térmicas:
R = Ra + Rf + Rplaca + Rs (4.0.2)
onde Ra , Rf , Rplaca são as resistências térmicas à transmissão de calor por parte da água, fluido
frigorigénico e placa do permutador, e Rs a resistência térmica devido à sujidade presente nas paredes do
permutador. Este último termo é usualmente desprezado visto contribuir muito pouco para a resistência
térmica total tendo em conta o valor das restantes resistências.
Desta forma a resistência térmica total pode ser descrita como:
1 1 e
R= + + (4.0.3)
A ha A hf Ak
1 1 1 e
= + + (4.0.4)
U ha hf k
Por outro lado, o coeficiente de transferência de calor global pode ser determinado experimentalmente
através da expressão:
27
Figura 4.0.1: Perfil de temperaturas dentro de um permutador de calor consuante a circulação dos fluidos
se faz por contra corrente ou corrente paralela, in www.engineeringtoolbox.com.
Q̇ = A U ∆Tm (4.0.5)
onde Q̇ é o fluxo de calor trocado entre os dois fluidos, A a área de troca de calor e ∆Tm a diferença
de temperatura média entre o lado da água e o lado do fluido frigorigénico.
Para a determinação da diferença de temperatura média entre os dois líquidos usou-se o método da
diferença de temperatura média logarítmica [27]:
�Tent − �Tsai
∆Tln = � � (4.0.6)
ln �T ent
�Tsai
com
onde Ta, ent e Tf, ent são as temperaturas de entrada da água e do fluido frigorigénico no permu-
tador e Ta, sai e Tf, sai são as temperaturas de saída da água e do fluido frigorigénico do permutador,
respectivamente (ver Figura 4.0.1).
Este método assume que o calor específico dos líquidos que circulam no permutador é constante.
No nosso caso, uma vez que um dos fluidos se encontra em ebulição, o calor específico do fluido
frigorigénico varia ao longo do permutador. No entanto, em 2005, J. Claesson efectuou um estudo com
o intuito de corrigir o modelo da diferença temperatura média logarítmica num permutador de placas
compacto durante a evaporação de um líquido, assumindo que a transferência de calor era regida pelo
processo de ebulição nucleada [19].
28
Embora nesse estudo, J. Claesson tenha introduzido um factor de correcção ao modelo da Diferença
de temperaturas média logarítmica, os seus resultados revelaram que este modelo é uma aproximação
suficientemente boa para se usar no cálculo dos coeficientes de transferência de calor de uma substância
em ebulição nucleada em permutadores de placas.
Assumindo então que o modelo da diferença de temperatura média logarítmica se adequa ao caso em
estudo e partindo do conhecimento das caudais da água e fluido frigorigénico, tal como das temperaturas
de entrada e saída da água e do fluido frigorigénico no permutador é possível realizar o cálculo do valor
coeficiente de transferência de calor global da seguinte forma:
Q˙m
U= (4.0.9)
Aper ∆Tlm
onde Q̇m é o fluxo de calor trocado entre a água e o fluido frigorigénico, o qual pode ser determinado
a partir da diferença de temperatura da água à entrada e saída do permutador através da expressão
1 1 1 e
= − − (4.0.11)
hf U ha k
Para este cálculo é necessário o conhecimento do coeficiente de transferência de calor da água.
Os coeficientes de transferência de calor da água utilizados para o cálculo do coeficiente de transferência
de calor do fluido frigorigénico foram calculados a partir da correlação obtida por Kumar e descrita em
2.2.1.
O uso desta correlação para o calculo dos coeficientes de transferência de calor deveu-se à impossi-
bilidade de montar um sistema que permitisse a circulação da água em ambos os canais do permutador
bem como a medição dos seus caudais e temperaturas de entrada e saída.
Na presença de estes dados seria possível, a partir do método gráfico modificado de Wilson, estabelecer
uma correlação para os coeficientes de transferência de calor da água no permutador utilizado como
evaporador [28].
As propriedades termodinâmicas da água necessárias para o cálculo dos coeficientes de transmissão
de calor foram determinadas através do EES. Para o cálculo dessas propriedades foi utilizado o valor da
temperatura média da água no interior do permutador.
29
30
Capítulo 5
Neste capítulo serão apresentados os resultados experimentais que foram obtidos durante as experiên-
cias com o protótipo. Esses resultados serão ainda utilizados para comparar os coeficientes de transferência
de calor do fluido frigorigénico experimentais com correlações propostas para este tipo de transferência
de calor.
Novas correlações serão propostas com base nos dados medidos durante as experiências com o protó-
tipo.
31
Sem refinação Coluna aerosol Coluna de enchimento
Medida Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo
Ta, ent (ºC) 8,3 17,9 8,4 20,3 9,6 21,1
Ta, sai (ºC) 6,2 16,7 6,9 19,0 8,8 19,6
ṁa (l/s) 0,09 0,58 0,23 0,51 0,27 0,50
Rea 174,4 1128,0 363,6 1075,0 476,1 1046,0
Q̇a (W/m2 ) 616,6 2962 1255 2960 1159 2761
Tabela 5.1.1: Valores mínimos e máximos das medições e cálculos efectuados do lado da água no evapo-
rador nas três diferentes séries de medidas experimentais.
Tabela 5.1.2: Valores mínimos e máximos das medições e cálculos efectuados do lado do fluido frigorigénico
nas três diferentes séries de medidas
Tabela 5.2.1: Sumário das incertezas das grandezas medidas durante as experiências com o protótipo.
Desta forma foi calculado o erro de dos coeficientes de transferência de calor do fluido fluido frigori-
génico.
Para a análise e comparação entre as correlações propostas para os coeficientes de transferência de
calor do fluido frigorigénico serão calculados o desvio padrão e o desvio médio relativo.
O desvio padrão é calculado a partir da expressão
�
� 2
(yexp − yteo )
σ= (5.2.2)
N −m
onde yexp e yteo são os valores obtidos experimentalmente e os valores obtidos a partir da correlação,
respectivamente, N o número de pontos experimentais e m o número de parâmetros livres na correlação.
O desvio médio relativo calculou-se a partir da expressão
� �� yexp −yteo ��
� yteo �
δ% = (5.2.3)
N
32
5.3 Comparação das correlações usadas na evaporação de líqui-
dos em permutadores de placas
Nos últimos anos várias correlações para o coeficiente de transferência de calor durante a evaporação
de determinados fluidos em permutadores de placas compactos têm sido propostas. Estas têm uma
grande importância tanto para a compreensão dos processos físicos que ocorrem durante a evaporação
de um fluido no interior de um permutador de placas bem como assume um carácter fundamental no
dimensionamento do próprio permutador. Tudo isto são factores importantes para o aumento da eficiência
de uma máquina de absorção.
Na literatura existe pouca informação relativamente a correlações para os coeficientes de transferência
de calor para uma mistura de água-amoníaco durante a sua evaporação num permutador compacto de
placas, motivo pelo qual se irá adaptar as correlações já propostas neste tipo de transferência de calor e
adapta-las aos nossos dados.
Todos os cálculos efectuados na determinação dos parâmetros necessários para as correlações seguin-
tes foram efectuados tendo em conta os valores médios de temperatura no interior do evaporador com
excepção para a viscosidade1 , para a qual se utilizou o valor à entrada do evaporador.
Hsieh, no estudo dos coeficientes de transferência de calor do liquido R-410A correlacionou os valores
medidos experimentalmente através da correlação empírica do tipo
� �0,14
k 1 µm
hf = a Reb P r 3 Boc (5.3.1)
De µw
� �0,14
µm
(5.3.2)
µw
Ao correlacionar os nossos dados com uma correlação deste tipo obtiveram-se para os parâmetros
livres os seguintes valores:
a= 0, 607
b= 0, 765
c = 0, 091
Esta correlação obteve um desvio padrão de 385 W m−2 K e um desvio médio relativo de 35%.
A Figura 5.3.1 representa graficamente a comparação entre a correlação obtida e os pontos experi-
mentais. Esta apresenta também as barras de erro dos valores dos coeficientes de transferência de calor
medidos experimentalmente.
1A explicação do uso da viscosidade do fluido frigorigénico à entrada do evaporador é efectuada mais adiante
33
Pr 3 Boc � Μm �0,14 Pr 3 Boc � Μm �0,14
1
k
1
Μ k Μ
h f � a Reb De
h f � a Reb De
w w
3000 3000
+30% +30%
2500 2500
h f Calculado
h f Calculado
-30%
-30%
1500 1500
1000 1000
500 500
0 0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental h f experimental
(a) sem barras de erro experimental (b) com barras de erro experimental
� � �0,5 �
k b 1
c ρl
hf = a Re P r 3 Boeq (1 − Qum ) + Qum (5.3.3)
De ρg
� �0,5
ρl
G∗ = (1 − Qum ) + Qum (5.3.4)
ρg
Esta correlação, comparativamente à que fora utilizada por Hsieh, não usa o factor correctivo 5.3.2.
Para além disso, utiliza o número de Reynolds e Boiling equivalente, embora o factor correctivo do fluxo
mássico do número de Reynolds seja deixado de fora dos parâmetros livres que ajustam a equação aos
dados experimentais.
Ao correlacionar os coeficientes de transferência de calor do fluido frigorigénico calculados com base
nos dados experimentais obtidos no decorrer dos testes do protótipo com a expressão 5.3.3 obteve-se a
correlação
k 1
hf = 0, 0024 Re1,072 P r 3 Bo−0,23
eq G∗ (5.3.5)
De
Esta correlação tem um desvio padrão de 333 W m−2 K e um desvio médio relativo de 28%.
A Figura 5.3.2 ilustra a comparação entre os dados experimentais e a correlação obtida.
34
1
h f � a Reb k
De
Pr 3 Boceq G�
3000
+30%
2500
h f Calculado
- 30%
1500
1000
500
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental
k 1
hf = a Rebeq P r 3 Boceq (5.3.6)
De
Ao correlacionar os nossos dados experimentais com a expressão 5.3.6 obtiveram-se os parâmetros
a= 0, 00398
b= 0, 94
c = −0, 24
Esta correlação apresenta um desvio padrão de 333 W m−2 K e um desvio médio relativo de 28%.
A Figura 5.3.3 apresenta a comparação entre os valores do coeficiente de transferência de calor do
fluido frigorigénico correlacionados e os valores experimentais.
k 1
hf = Reb P r 3 (a Boc + d Coe ) Quf (5.3.7)
De
35
1
k
h f � a Rebeq De
Pr 3 Boceq
3000
+30%
2500
h f Calculado
-30%
1500
1000
500
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental
Figura 5.3.3: Correlação proposta por Han e Kim adaptada aos dados experimentais obtidos no de correr
das experiências com o protótipo da máquina de refrigeração por absorção.
Esta correlação tem um desvio padrão de 343 W m−2 K e um desvio médio relativo de 29%
A Figura 5.3.4 compara os pontos experimentais aos pontos correlacionados pela expressão 5.3.7.
5.3.5 Conclusões
As correlações aqui propostas para os coeficientes de transferência de calor de uma mistura de
amoníaco-água durante a sua evaporação não se ajustam bem o suficiente aos nossos dados experimentais.
Das correlações obtidas o melhor ajuste teve um desvio médio relativo de 28%. As correlações 5.3.5, 5.3.6
e 5.3.7 têm resultados relativamente semelhantes no que diz respeito ao desvio padrão e desvio médio
relativo.
A Tabela 5.4.1 apresenta um sumário dos resultados obtidos nas quatro correlações testadas.
Graficamente é possível observar que em todas as correlações propostas, a comparação entre os coefi-
cientes medidos experimentalmente e os coeficientes calculados não corresponde a uma boa aproximação
da realidade, existindo uma dispersão considerável entre ambos os casos em qualquer uma das correlações.
A utilização do fluxo mássico equivalente nas correlações parece melhorar os seus resultados, sendo
que este se trata de uma correcção ao fluxo mássico usual por se tratar de um fluido em mudança de fase.
Da correlação 5.3.7 pode-se verificar que o parâmetro d que corresponde ao factor multiplicativo do
termo de convecção é negativo. A interpretação deste valor pode ser efectuada no contexto de que a
evaporação da mistura de amoníaco e água é regida maioritariamente por processos de ebulição nucleada,
36
Pr 3 �a Boc� d Coe�Qu f
1
k
hf � De
Reb
+30%
2500
2000
h f Calculado
-30%
1500
1000
500
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental
Figura 5.3.4: Comparação entre os coeficientes de transferência de calor experimentais do fluido frigori-
génico com a correlação 5.3.7
uma vez que um valor de contribuição de transferência de calor convectiva negativo não tem qualquer
significado físico.
B. Thonon, em 1997, estudou a transição da ebulição nucleada para a ebulição convectiva em permuta-
dores de placas compactos [20]. Nesse estudo chegou à conclusão que era possível estabelecer um critério
para determinar se a ebulição é determinada por processos convectivos ou nucleados. Para tal definiu um
critério baseado na multiplicação do número de Boiling (Bo) e no número de Lockhart-Martinelli (χ).
O critério que estes autores definiram para o qual os coeficientes de transferência de calor dependem da
ebulição nucleada em permutadores de placas compactos é
37
os valores dos parâmetros livres mais próximos daqueles que usualmente são observados neste tipo de
correlações.
Relativamente aos erros experimentais dos coeficientes de transferência de calor que se podem observar
na Figura 5.3.1, verifica-se que estes assumem valores consideráveis, mas que se enquadram no tipo de
erros usualmente obtidos neste tipo de experiência.
Figura 5.4.1: Influência da concentração de amoníaco no perfil de temperatura do fluido fluido frigorigé-
nico no interior do permutador de placas.
Para além disto a influência da variação da concentração da mistura pode não estar devidamente
38
contabilizado nas correlações anteriores.
De notar que os estudos efectuados na determinação dos coeficientes de transferência de calor em
permutadores de placas compactos durante a evaporação envolvem fluidos puros, ou misturas sem vari-
ação da concentração no decorrer das experiências, pelo que este tipo de estudo difere daqueles que se
encontram na literatura.
Dado isto optou-se por tentar corrigir s correlações anteriores ao acrescentar a concentração da mistura
como factor de correcção. Este factor correctivo foi aplicado às quatro correlações apresentadas em 5.3.
k 1
hf = a Reb P r 3 Boceq G∗ xg (5.4.2)
De
k 1
hf = a Rebeq P r 3 Boceq xg (5.4.3)
De
k 1
hf = Reb P r 3 (a Boc + d Coe ) Quf xg (5.4.4)
De
Estas expressões foram correlacionadas com os 150 pontos de dados experimentais obtidos durante as
experiências efectuadas no protótipo obtendo-se então para cada uma delas os parâmetros e desvios que
se encontram resumidos na Tabela 5.4.1.
Correlações Parâmetro σ δ%
a b c d e f g (W m−2 K)
Correlações propostas
Hsieh 0,607 0,765 0,091 - - - - 385 35%
Yan e Lin 0,0024 1,072 -0,23 - - - - 333 28%
Han e Kim 0,00398 0,94 -0,24 - - - - 333 28%
Donowski 0,930 0,771 0,034 -0,726 0,930 -0,258 - 343 29%
Correlações corrigidas
Equação 5.4.1 7,04 0,948 0,680 - - - -23,6 186 16%
Equação 5.4.2 1,02 1,05 0,563 - - - -22,3 187 17%
Equação 5.4.3 1,92 0,885 0,536 - - - -22,3 186 16%
Equação 5.4.4 73,8 0,960 1,09 0,018 0,028 -0,091 -23,0 185 15%
Tabela 5.4.1: Sumário dos resultados obtidos para os parâmetros das correlações propostas na literatura
e para as novas correlações corrigidas.
A Figura 5.4.2 apresenta a comparação entre os valores dos coeficientes de transferência de calor
medidos experimentalmente e as correlações corrigidas com o factor dependente da concentração da
mistura de amoníaco e água.
A Figura 5.4.3 representa ainda os erros experimentais dos coeficientes de transferência de calor na
correlação de Hsieh corrigida.
39
1 1
h f � a Reb k
De
Pr 3 Boceq G� xg h f � a Rebeq k
De
Pr 3 Boceq xg
3000 3000
2000 2000
h f calculado
h f calculado
-30% -30%
1500 1500
1000 1000
500 500
0 0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental h f experimental
(a) Yan e Lin (b) Han e Kim
3000
3000
+30%
+30%
a � 7,037; b � 0,948; c � 0,680; g � �23,617
2500
2500
2000
h f calculado
2000
h f calculado
-30% -30%
1500
1500
1000
1000
500
500
0
0 0 500 1000 1500 2000 2500 3000
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental h f experimental
(c) Hsieh (d) Donowski
Figura 5.4.2: Comparação entre os coeficientes de transferência de calor do fluido frigorigénico medidos
experimentalmente e as correlações corrigidas obtidas.
40
Pr 3 Boc � Μm �0,14 xg
1
k Μ
h f � a Reb De w
3000
+30%
2000
h f calculado
-30%
1500
1000
500
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental
Figura 5.4.3: Comparação entre a correlação de Hsieh corrigida e os coeficientes de transferência de calor
medidos experimentalmente com as respectivas barras de erro.
5.4.1.1 Conclusões
41
5.4.2 Teste às novas correlações propostas
Ao se adicionar a concentração da mistura amoníaco-água como factor correctivo às correlações dos
coeficientes de transferência de calor apresentadas na literatura para este tipo de transferência de calor
obteve-se uma melhoria dos resultados, mas é necessário verificar se este factor tem significado físico que
lhe permita corrigir as correlações ou se apenas se está a obter uma melhoria na correlação devido ao
facto de se acrescentar um novo parâmetro livre.
Os resultados obtidos pelas correlações 5.4.1, 5.4.2 e 5.4.3 em comparação com a correlação 5.4.4
ilustram que o acréscimo de mais variáveis não reproduziu uma grande melhoria nos resultados.
Para continuar os testes à correcção proposta utilizou-se a correlação 5.3.6 e acrescentou-se a esta
ainda o factor de correcção relativo à diferença de velocidades do fluido junto à parede do permutador e
no centro do mesmo:
� �0,14
k 1 µm
hf = a Rebeq P r 3 Boceq (5.4.5)
De µw
Durante estes testes, optou-se por experimentar deixar livres alguns parâmetros que �se encontram
�
fixos nestas correlações como foi os casos dos expoentes do número de Prandtl e do factor µµm
w
.
Libertando o expoente do número de Prandtl obteve-se uma correlação para os coeficientes de trans-
ferência de calor do fluido frigorigénico com um desvio médio relativo de 20% comparativamente aos 28%
de desvio quando este estava fixo. A Figura 5.4.4 ilustra a comparação entre os dados experimentais e as
correlações bem como os valores encontrados para os parâmetros livres da correlação.
3000 3000
2000 2000
h f calculado
h f calculado
1500 1500
1000 1000
500 500
0 0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental h f experimental
(a) δ% = 28% (b) δ% = 20%
Figura 5.4.4: Influência da libertação do expoente do número de Prandtl na correlação dos coeficientes
de transferência de calor do fluido frigorigénico.
Neste caso, a correlação melhorou bastante, mas a libertação do expoente de P r levou a que este
tivesse um valor incomum.
µm
De seguida fixou-se o expoente do P r e deixou-se o expoente do factor µw como parâmetro livre da
correlação. Também neste caso verificou-se que a correlação melhorou significativamente em relação à
µm
correlação em que se mantinha o expoente do factor µw fixo, sendo que o desvio médio relativo passou
de 28% para 18%. A Figura 5.4.5 representa a comparação entre estas duas correlações e os dados
42
experimentais. Pode-se observar que o novo parâmetro livre toma valores semelhantes aos que o factor
µm
correctivo da concentração da mistura tomou em 5.4.1. De notar que o valor numérico de µw é da mesma
ordem de grandeza que a concentração da mistura.
3000 3000
h f calculado
1500 1500
1000 1000
500 500
0 0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental h f experimental
(a) δ% = 28% (b) δ% = 18%
µm
Figura 5.4.5: Influência da libertação do expoente do factor µw na correlação dos coeficientes de trans-
ferência de calor do fluido frigorigénico.
µm
Ao se libertar tanto o expoente do P r como do µw obteve-se uma correlação com um desvio médio re-
lativo de 11%. A Figura 5.4.6 representa graficamente a comparação entre os coeficientes de transferência
de calor do fluido frigorigénico medidos experimentalmente e obtidos através da correlação
� �e
k µm
hf = a Rebeq P rc Bodeq (5.4.6)
De µw
É interessante notar que esta correlação acaba por melhorar bastante a previsão dos coeficientes de
transferência de calor para valores inferiores a 1000 W m−2 K.
Prd Boceq � Μm �e
k Μ
h f � a Rebeq De w
a � 8,160; b � 1,058; c � 0,719; d � 2,252; e � �16,028
3000
2500
2000
h f calculado
1500
1000
500
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental
µm
Figura 5.4.6: Influência da libertação dos expoentes do P r e do µw na correlação dos coeficientes de
transferência de calor do fluido frigorigénico. δ% = 11%.
43
Ao se introduzir nestas correlações o factor correctivo xg verifica-se que não há melhorias significativas
em relação às correlações que não o incorporavam (ver Figura 5.4.7). Isto significa que, por um lado,
o factor correctivo xg não ajusta apenas os pontos devido à adição de um parâmetro livre à correlação.
µm
Por outro lado, ao se libertar os expoentes do P r e do µw verifica-se que existe um fenómeno físico que
não está contemplado nas correlações habituais. Para além disso, a variação destes expoentes bem como
o factor correctivo xg parecem tentar corrigir o mesmo fenómeno.
2500 2500
2000 2000
h f calculado
1000 1000
500 500
0 0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental h f experimental
(a) δ% = 16% (b) δ% = 13%
Prd Boceq � Μm �e xg
k Μ
h f � a Rebeq De w
a � 6,778; b � 1,111; c � 0,719; d � 2,895; e � �18,808; g � 6,156
3000
2500
2000
h f calculado
1500
1000
500
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
h f experimental
(c) δ% = 11%
44
de P r foi fixo foi obtida para a transferência de calor sem mudança de fase e consequentemente o calor
específico e a condutividade térmica pouco se alteravam. No caso que aqui se trata, o calor específico do
fluido frigorigénico está longe de ser constante. Este facto pode explicar o motivo da alteração tão brusca
do expoente do número de Prandtl quando este é deixado livre.
µm
Por fim, de notar que qualquer um destes dois parâmetros (P r e µw ) assumem uma forte dependência
da concentração do amoníaco na mistura, como pode ser evidenciado na Figura 5.4.8. Isto explica a
razão de estes dois parâmetros quando deixados livres agirem de forma semelhante ao factor correctivo
introduzido nas correlações xg , o que por sua vez pode indicar que estes factores quando deixados livres
tentam corrigir o efeito da concentração nos perfis de temperatuda do fluido frigorigénico no permutador
de calor.
1.8
1.7
1.08
1.6
1.06
Pr
Μm
Μw
1.5
1.4
1.04
1.3
1.02
1.2
0.94 0.95 0.96 0.97 0.98 0.99 0.94 0.95 0.96 0.97 0.98 0.99
x x
µm
(a) µw
(x) (b) P r (x)
µm
Figura 5.4.8: Variação do factor µw e do P r em função da concentração da mistura amoníaco-água.
µm
No caso específico do factor µw , existe uma forte relação entre o valor deste e o valor da diferença de
temperatura média logarítmica. Em parte, esta relação pode ser explicada pelo facto de se utilizarem as
temperaturas de entrada e saída do permutador no seu cálculo. Mas ao se comparar a relação que existe
entre a concentração de amoníaco e o ∆Tln verifica-se que tanto a concentração de amoníaco na mistura
como o factor µµm
w
apresentam relações semelhantes pelo que se pode concluir que ambos tentam corrigir
o efeito do ∆Tln na previsão dos coeficientes de transferência de calor. A Figura 5.4.9 apresenta a relação
existente entre os factores correctivos e o valor do ∆Tln .
De salientar que da observação da Figura 5.4.9 verifica-se que os coeficientes de transferência de
calor com as respectivas concentrações de amoníaco mais baixas são aquelas que têm um menor valor
de ∆Tln como fora inicialmente previsto. Dados os valores obtidos para o expoente do factor correctivo
xg , conclui-se que esta correção visa aumentar o valor dos coeficientes de transferência de calor do fluido
frigorigénico nos casos em que o método da diferença de temperatura média logarítmica está mais sujeito
a erros.
Uma outra evidência da influência do perfil de temperatura nas correlações é a utilização do valor da
viscosidade do fluido frigorigénico nos cálculos dos parâmetros utilizados nas correlações. Como já foi
referido, ao invés de se usar o valor das viscosidades média no interior do permutador, usou-se o seu valor
de entrada. O uso deste valor deveu-se ao facto de se observar que as correlações obtinham melhores
resultados quando era utilizado o valor da viscosidade à entrada do permutador em comparação com o
seu valor médio calculado a partir das temperaturas de entrada e saída. Isto indica que, possivelmente,
o perfil de temperaturas do fluido frigorigénico no permutador mantém-se constante ao longo do permu-
tador aumentando a sua temperatura na zona de saída do mesmo, e consequentemente o valor médio da
viscosidade do fluido frigorigénico real está mais próximo do seu valor de entrada.
45
µm
(a) Relação entre µw
e ∆Tln
Figura 5.4.9: Relação entre as correcções às correlações propostas e o valor da diferença de temperatura
média logarítmica.
46
N
30
25
20
15
10
0
0.9775 0.98 0.9825 0.985 0.9875 0.99
x
Figura 5.5.1: Histograma da distribuição da concentração de amoníaco na mistura dos dados experimen-
tais referentes ao uso do processo de refinação do vapor.
Correlações Parâmetro σ δ%
a b c d e f g (W m−2 K)
Correlações propostas
Hsieh 47,50 0,657 0,757 - - - - 132 16%
Yan e Lin 46,49 0,715 0,834 - - - - 134 16%
Han e Kim 16,91 0,701 0,638 - - - - 132 15%
Donowski 76,15 0,657 0,834 0,206 1,843 -0,008
Correlações corrigidas
Equação 5.4.1 36,79 0,691 0,754 - - - -7,31 132 16%
Equação 5.4.2 49,84 0,733 0,857 - - - -3,57 134 16%
Equação 5.4.3 23,22 0,719 0,704 - - - -8,36 132 15%
Equação 5.4.4 72,00 0,714 0,887 0,159 1,329 -0,0001 -11,38 132 15%
Tabela 5.5.1: Sumário dos resultados obtidos para os parâmetros das correlações para os coeficientes de
transferência de calor do fluido frigorigenico com e sem correcção para os dados experimentais relativos
à refinação do vapor gerado.
livres da correlação. Tal resultado era de esperar dado os altos valores de concentração de amoníaco
utilizados para estas correlações, pois a influência do perfil de temperaturas do fluido frigorigénico no
interior do evaporador varia menos.
De salientar que na obtenção destas correlações utilizaram-se 84 pontos experimentais o que é mani-
festamente pouco para este tipo de correlações. No sentido de obter uma correlação para os coeficientes
de transferência de calor da mistura amoníaco-água com o recurso à refinação do vapor gerado seria
necessário a obtenção de um maior número de dados experimentais.
47
positivos com desvios médios relativos na ordem dos 15% semelhantes aos que foram obtidos para as
correlações dos coeficientes de transferência de calor utilizando apenas os dados experimentais relativos
à refinação do vapor gerado.
De acordo com o número de parâmetros livres utilizados nas correlações e o valor obtido para estes
pode-se concluir que a correlação corrigida de Han e Kim é aquela que melhor caracteriza os coeficientes
de transferência de calor da mistura amoníaco-água durante a sua evaporação num permutador de placas
inserido num protótipo de uma máquina de refrigeração por absorção.
Por fim, de destacar que os objectivos do trabalho foram alcançados, tendo sido proposta uma correla-
ção para os coeficientes de transferência de calor da mistura de amoníaco-água durante a sua evaporação
num permutador de placas. Da obtenção destas correlações verificou-se também de que forma a concen-
tração de amoníaco na mistura altera os resultados e a razão dessa mesma alteração.
De salientar ainda que se pode considerar uma correlação para os coeficientes de transferência de calor
da mistura amoníaco-água durante a sua evaporação com um elevado teor de amoníaco.
48
Pr 3 Boc � Μm �0,14
1
Dh Μ Dh 1
h f � a Reb k w
h f � a Reb k
Pr 3 Boceq G�
1400 1400
1200 1200
h f Calculado
h f Calculado
800 800
600 600
400 400
200 200
0 0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 0 200 400 600 800 1000 1200 1400
h f experimental h f experimental
(a) Hsieh (b) Yan e Lin
Pr 3 �a Boc�d Coe�Qu f
1
1 Dh
h f � a Rebeq
Dh
Pr 3 Boceq hf � k
Reb
k
1200 1200
a � 16,91; b � 0,701; c � 0,638
1000 1000
h f Calculado
h f Calculado
800 800
600 600
400 400
200 200
0 0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 0 200 400 600 800 1000 1200 1400
h f experimental h f experimental
(c) Han e Kim (d) Donowski
Figura 5.5.2: Comparação entre os coeficientes de transferência de calor do fluido frigorigénico medidos
experimentalmente e as correlações obtidas utilizando os dados experimentais relativos à refinação do
vapor gerado.
49
50
Capítulo 6
Conclusões
A partir dos dados experimentais recolhidos durante as experiências com o protótipo de uma máquina
de refrigeração por absorção calcularam-se os coeficientes de transferência de calor. Estes ao serem
correlacionados com as correlações presentes na literatura obtiveram desvios médios relativos próximos
dos 30%. Verificou-se quer pelos desvios médios obtidos quer pela visualização gráfica, que os resultados
das correlações não descreviam correctamente o que fora medido experimentalmente.
Ao se adicionar um factor correctivo a estas correlações que depende da concentração da mistura
obtiveram-se resultados bastante melhores com desvios médios relativos de 16%. Isto significa que a
variação da concentração da mistura tem fenómenos físicos associados que alteram os coeficientes de
transferência de calor do fluido frigorigénico, não sendo estes fenómenos previstos pelas correlações en-
contradas na literatura.
O uso do modelo da diferença de temperatura média logarítmica pode estar relacionado com os maus
resultados obtidos pelas correlações encontradas na literatura, uma vez que o valor que se obtém por meio
deste método não entra em conta com o perfil de temperatura causado pela concentração da mistura. A
prova disto é o facto de as correlações obterem melhores resultados quando se considera que o valor médio
da viscosidade da mistura é igual ao valor de entrada da mesma no evaporador. Isto diz-nos que embora
haja variação de temperatura entre a entrada e saída do evaporador, o perfil desta não é uniforme ao
longo do permutador.
A correlação de Han e Kim com a correcção do parâmetro xg é aquela que melhor descreve a realidade
dos coeficientes de transferência de calor da mistura de amoníaco e água durante a sua evaporação
num permutador de placas, pois para além de obter um bom resultado, obtém também valores para os
parâmetros livres que se assemelham aos encontrados na literatura.
É também de salientar que verifica-se em todas as correlações corrigidas que o parâmetro livre as-
sociado ao factor correctivo (g) apresenta valores que pouco variam de correlação para correlação. Isto
prova também que a introdução do factor correctivo xg contém informação importante para a previsão
dos coeficientes de transferência de calor que não são previstas em nenhuma das correlações propostas
na literatura. Pode-se então supor que o factor correctivo proposto não necessita de um parâmetro de
ajuste livre para se adaptar aos resultados experimentais obtidos, sendo possível admitir um valor nú-
merico constante para g independente da correlação utilizada. No entanto, para confirmar a validade
deste argumento um maior número de pontos experimentais e um maior varrimento das concentrações
de amoníaco na mistura seriam necessários.
É importante ainda referir que a escolha do factor xg como factor correctivo em deterimento do µµm
w
deve-se ao facto da concentração ser um valor medido experimentalmente o qual não têm uma dependência
directa com os valores utilizados no cálculo do ∆Tln .
Para além disto, há que ter em conta que várias melhorias poderiam ser efectuadas para a caracteriza-
51
ção da transferência de calor no evaporador do protótipo. Desde logo, a obtenção de uma correlação para
os coeficientes de transferência de calor da água poderia melhorar significativamente o cálculo dos coefici-
entes de transferência de calor do fluido frigorigénico. O uso da correlação de Kumar trata-se apenas de
uma correlação genérica para o cálculo destes coeficientes, mas dadas as diferentes características entre
permutadores é sempre aconselhável a utilização de uma correlação feita para o próprio permutador.
O estudo da influência de algumas quantidades físicas mensuráveis no decorrer das experiências nos
coeficientes de transferência de calor não foi possível efectuar dado os escassos dados experimentais obtidos
e a variação das grandezas externas que entre eles existem. É bom relembrar que o estudo foi efectuado
no contexto do estudo do funcionamento de um protótipo de uma máquina de refrigeração por absorção,
e por esse motivo os dados utilizados para a realização deste estudo foram obtidos de forma a abranger
uma grande diversidade condições de funcionamento do protótipo. Para o estudo mais detalhado da
infuência de algumas grandezas físicas controladas externamente seria necessária a obtenção de pontos
experimentais onde apenas uma dessas grandezas variasse.
Por fim, como trabalho futuro seria interessante não só aprofundar o estudo dos coeficientes de trans-
ferência de calor do fluido frigorigénico através de uma mais extensa amostragem de pontos experimentais
bem como efectuar o mesmo tipo de estudo ao condensador do protótipo da máquina de refrigeração por
absorção. Com os resultados destas correlações seria também interessante um trabalho futuro relacio-
nado com o dimensionamento de um novo evaporador e condensador que se adeque ao protótipo testado
experimentalmente.
52
Bibliografia
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55
56
Apêndice A
57
Function Mu_NH3H2O_l(T; x)
aux = 2000/(500+T)-4,41+0,925*x-1,743*x^2+0,0215*x^3
aux = 10^(10^aux)
Mu_NH3H2O_l = (aux -1)*10^(-3)
end
"—————– Função para a viscosidade do NH3 no estado gasoso——————-"
Function Mu_NH3_g(T)
Mu_NH3_g = 9,35E-6 + 6,231E-8 * T - 8,135E-10 *T^2 + 8,59E-12 *T^3 - 3,239E-14*T^4
end
"—————-Função para a condutividade da água no estado líquido———————–"
Function K_H2O_l(T)
T1=T+273,15
K_H2O_l = 0,57 + 1,91*10^(-3)*T1 - 8,90*10^(-6)*T1^2 + 9,36*10^(-9)*T1^3
end
"—————-Função para a condutividade do amoniaco no estado líquido—————–"
Function K_NH3_l(T)
T1=T+273,15
K_NH3_l = 1,1713 - 2,315*10^(-3)*T1
end
"—————-FunÁ„o para a condutividade da mistura NH3+H2O (l)————-"
Function K_NH3H2O_l(T_1; P_1; k_ammonia; k_agua)
Call NH3H2O(128; 273,15+T_1; P_1; 0: T; P; x_l; h; s; u; v; Qu)
K_NH3H2O_l= x_l*k_ammonia+(1-x_l)*k_agua
end
"——————-Função para a condutividade do permutador———————–"
Function k_placa(T1)
k_placa=k_(’Stainless_AISI316’; T1)
end
"—————– Calor especifico da água——————–"
Function cp_H2O(T1)
cp_H2O = (1,0017-0,000121*T1-0,00000309*(T1)^2)*(4,19935-0,000965*T1+0,0000114*(T1)^2)*1000
end
"—————- Calor especÌfico a pressão constante da mistura de NH3+H2O no estado liquido———
—–"
Function cp_NH3H2O(T; P;x)
Call NH3H2O(128; T+273,15; P; 0: T1; P1; x_l; h1; s1; u1; v1; Qu1)
Call NH3H2O(123; T+273,05; P; x_l: T2; P2; x2; h2; s2; u2; v2; Qu2)
cp_NH3H2O = ((h1-h2)/0,1)*1000
end
"—————– Função para o n˙mero de Boiling—————–"
Function Bo(q_wall; x;G)
Call NH3H2O(238; 1; x; 0: T1; P1; x1; h1; s1; u1; v1; Qu1)
Call NH3H2O(238; 1; x; 1: T2; P2; x2; h2; s2; u2; v2; Qu2)
i = (h2-h1)*10^(3)
Bo=q_wall/( i * G)
end
"—————– Função para o número de Convecção—————–"
58
Function Co(T_in; T_out; P; x )
Call NH3H2O(123; T_in + 273,15; P; x: T1; P1; x1; h1; s1; u1; v1; Qu1)
Call NH3H2O(123; T_out + 273,15; P; x: T2; P2; x2; h2; s2; u2; v2; Qu2)
Call NH3H2O(128; T_in + 273,15; P; 0: T_l; P_l; x_l; h_l; s_l; u_l; v_l; Qu_l)
Call NH3H2O(128; T_in + 273,15; P; 1: T_g; P_g; x_g; h_g; s_g; u_g; v_g; Qu_g)
Qu_m = (Qu1 + Qu2) / 2
Rho_l = 1 / v_l
Rho_v = 1 / v_g
Co = (Rho_v/Rho_l)^0,5*((1-Qu_m)/Qu_m)^0,8
end
"—————- Função para o parâmetro de Martinelli—————-"
Function Chi_tt(T_in; T_out; P; x; Mu_l; Mu_g)
Call NH3H2O(123; T_in + 273,15; P; x: T1; P1; x1; h1; s1; u1; v1; Qu1)
Call NH3H2O(123; T_out + 273,15; P; x: T2; P2; x2; h2; s2; u2; v2; Qu2)
Call NH3H2O(128; T_in + 273,15; P; 0: T_l; P_l; x_l; h_l; s_l; u_l; v_l; Qu_l)
Call NH3H2O(128; T_in + 273,15; P; 1: T_g; P_g; x_g; h_g; s_g; u_g; v_g; Qu_g)
Qu_m = (Qu1 + Qu2) / 2
Rho_l = 1 / v_l
Rho_g = 1 / v_g
Chi_tt=((1- Qu_m)/Qu_m)^0,9*(Rho_g/Rho_l)^0,5*(Mu_l/Mu_g)^0,1
end
"________________________________________________________"
{—————— Variáveis de input ——————–
m_a
T_a_in
T_a_out
T_f_in
T_f_out
Pb
Pd
x_v
m_v}
{—————Constantes—————-}
N_placas = 18
L_w = 0,1
L_h = 0,3
b = 2*10^(-3)
DELTAx = 4*10^(-4)
"———– Corpo do programa——–"
"———————– Cálculo de parâmetros relacionados com o permutador ————"
A_canal = L_w*b
D_h=2*b
A = 0,45
N_c_a = N_placas / 2
N_c_f = N_placas/ 2 - 1
"——————- Cálculo da potência retirada da água————————–"
Q_a = m_a*cp_H2O( T_a_media)*DELTAT_a
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DELTAT_a= T_a_in - T_a_out
T_a_media = (T_a_in + T_a_out)/2
" ————– Cálculo do coeficiente de transferência de calor global ———–"
Q_a = U*A*DELTAT_ln
DELTAT_ln = ((T_a_in - T_f_out) - (T_a_out - T_f_in)) / ln((T_a_in - T_f_out) /(T_a_out
- T_f_in))
" ———–Cálculo do coeficiente de transferência de calor da água————"
Mu_a = Mu_H2O(T_a_media)
Mu_a_wall = Mu_H2O((T_a_media + T_f_medio)/2)
G_a = m_a / (A_canal*N_c_a)
k_a_l = K_H2O_l(T_a_media)
Re_a = Re(G_a; D_h; Mu_a)
Pr_a = Pr(Mu_a; cp_a; k_a_l)
cp_a = cp_H2O(T_a_media)
Nu_a = h_a * D_h / k_a_l
Nu_a = c_1*Re_a^c_2*Pr_a^c_3*c_4
"—————- CorrelaÁoes de Kumar —————-"
" Beta<=30 Re>10"
c_1=0,348
c_2 = 0,663
c_3=1/3
c_4 = (Mu_a/Mu_a_wall)^0,17
" ————–Cálculo do coeficiente de transferência de calor do fluido frigorigénico———"
1/U = 1/ h_f +1/ h_a + DELTAx / k_placa(T_a_media)
" ——————- Cálculo auxiliar para correlaçõess do coeficiente de transferência de calor do fluido
frigorigénico————————"
G_f = m_v / (A_canal*N_c_f)
Geq=G_eq(T_f_in; T_f_out; P_b+P_d; x_v)
G_f_eq = G_f *G_eq(T_f_in; T_f_out; P_b+P_d; x_v)
T_f_medio = (T_f_in + T_f_out) / 2
Mu_f = Mu_NH3H2O_l(T_f_in; x_v)
Mu_f_medio = Mu_NH3H2O_l(T_f_medio; x_v)
Mu_f_wall = Mu_NH3H2O_l((T_f_medio+T_a_media)/2; x_v)
k_ammonia_l = K_NH3_l(T_f_medio)
k_f = K_NH3H2O_l(T_f_medio; P_b+P_d; k_ammonia_l; k_a_l)
Re_f_eq = Re(G_f_eq; D_h; Mu_f)
Re_f = Re(G_f; D_h; Mu_f)
cp_f = cp_NH3H2O(T_f_medio; P_b+P_d; x_v)
Pr_f = Pr(Mu_f; cp_f; k_f)
Nulset_f = Nu(h_f; D_h; k_f)
q = Q_a/A
Bo_f_eq =Bo(q; x_v; G_f_eq)
Bo_f =Bo(q; x_v; G_f)
G_f_total = G_f * N_c_f
Mu_ammonia_g = Mu_NH3_g(T_f_medio)
Chi_tt_f = Chi_tt(T_f_in; T_f_out; P_b+P_d; x_v; Mu_f; Mu_ammonia_g)
Co_f = Co(T_f_in; T_f_out; P_b+P_d; x_v)
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"——— Calculo do Qu_medio———-"
Call NH3H2O(123; 273,15+T_f_in; P_b+P_d; x_v: T1; P1; x1; h1; s1; u1; v1; Qu1)
Call NH3H2O(123; 273,15+T_f_out; P_b+P_d; x_v: T2; P2; x2; h2; s2; u2; v2; Qu2)
Qu_medio= (Qu2-Qu1)
Call NH3H2O(238; P_b+P_d; x_v; 0: Tsat; P3; x3; h3; s3; u3; v3; Qu3)
T_sub_arr = Tsat-T1
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