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REIA do Projecto de Produção e Processamento da Cana Sacaina na Industria 2017

Acucareira de Xinavane.

SUMARIO EXECUTIVO

Bambo, Banda, Benzane, Dimande & Muabsa 1


REIA do Projecto de Produção e Processamento da Cana Sacaina na Industria 2017
Acucareira de Xinavane.

Índice

Introdução ..................................................................................................................................... 3

Localização da actividade............................................................................................................. 4

TERMOS DE REFERÊNCIA DA AIA ...................................................................................... 5

Situação ambiental de referencia................................................................................................. 5

DESCRIÇÃO DO PROJECTO ................................................................................................... 5

Principais impactos e sua significância ....................................................................................... 6

Medidas de mitigação e gestão ..................................................................................................... 8

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Introdução
A expansão da área de plantação da açucareira de xinavane terá em vista o aumento de
produtividade e potencialmente a melhoria da renda dos trabalhadores da mesma e ainda a maior
contribuição para os cofres do estado, visto que, Ao longo dos últimos vinte anos, a agricultura
em Moçambique cresceu tanto em produtividade como em área de produção e se constitui uma
atividade produtiva de grande importância para a economia do país. É uma das prioridades do
Governo na luta contra a redução da pobreza (PARPA, 2006) e é a base da segurança alimentar.
Cerca de 80% da população moçambicana vive basicamente da prática de agricultura (CAICC,
2009). Atualmente, a agricultura contribui com 26% do produto interno bruto (PIB) de
Moçambique.

O presente documento corresponde, ao Relatório de Estudo de Impacto Ambiental (REIA) do


projecto de expansão da açucareira da cana-de-açúcar de xinavane com uma área adicional de
cana-de-açúcar correspondente a 1 800 ha de terras aráveis, cuja principal actividade actualmente
é a de criação de gado e agricultura de sequeiro. Estas terras estão localizadas no distrito de
Magude, localidade de Maholela a sudoeste de Magude-sede, a cerca de 25 km das actuais
plantações de cana e da fábrica de açúcar. E tem como proponente a TONGAAT Hulett,
Açucareira de Xinavane S.A.R.L (Açucareira de Xinavane SARL (Xinavane Mill,
Moçambique)
Caixa Postal 583, Maputo, Moçambique.

O REIA constitui a versão final de todas as actividades feitas, que abarca o relatório do EPDA e
dos TdR para os EIA, que tem o relatório de Participação Publica que é uma componente
integrante do relatório no qual se descreveu de modo como o processo de Participação Publica
foi organizado e realizado. As fases acima referidas, foram submetidas ao MITADER fez se a
revisão e aprovação, posteriormente, Feito o relatório do estudo do impacto ambiental.

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Localização da actividade
A Açucareira de Xinavane, S.A.R.L. pretende expandir a sua área de plantação de cana-de-
açúcar em 1 800 ha, na Localidade de Maholela, Distrito de Magude, Província de Maputo ao
longo das margens do rio, cerca de 160 km a norte de Maputo.

Fig: Localização das áreas de expansão da plantação de cana-de-açúcar de Maholela, Distrito de


Magude, relativamente às plantações actuais em Xinavane (Fonte: Aptado).

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TERMOS DE REFERÊNCIA DA AIA

Situação ambiental de referência


• Relevo - a área apresenta um declive que varia de 0% a 8%.

• Solos - argilosos de textura estratificada turfosa

• O clima característico é tropical húmido no litoral e tropical seco em direcção ao interior.

• A precipitação média anual varia de 600 a 800mm e a temperatura média anual é de 22-
24°c.

• A vegetação natural é composta por um mosaico de agricultura e pradaria, matagal


aberto, matagal denso, mata e floresta ribeirinha

• Recursos hídricos – a área é atravessado pelo rio Incomati, com um total de 11,100km2,
incluindo a parte da Suazilândia.

• Uso do solo e Ordenamento do território - Dois povoados, os quais praticam


agricultura de subsistência caracterizada por sistema ou técnicas de produção de
consorciação de culturas.

DESCRIÇÃO DO PROJECTO
O projecto terá um sistemas de produção e de maneio de cana-de-açúcar altamente intensificados
já em uso na açucareira, que sera constituído pelas seguintes actidades:

• Derrube e preparação do terreno - consiste no abate de arvores e arbustos assim como


na remoção de sistema radicular através de uso de tratores de alta potencia.

• Produção de Viveiros e Plantio – é feita através de estacas com 30 a 35cm de


comprimento, contendo cada estaca duas ou três gemas laterais.

• Controlo de Infestantes – será através de aplicação de herbicidas em pré e pós-


emergência em toda área logo apos o plantio.

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• Adubações – consistem na aplicação de fundo no sulco de plantio o fertilizante contendo


Fosforo, Potássio e mais tarde a adubação de cobertura com Nitrogénio.

• Controle de Pragas e Doenças – consiste no arranque e queima das plantas infectadas,


desinfeção da cana semente e o arranque de campos infestados.

• Colheita - consiste na queima e corte da cana, carregamento e transporte da cana para a


fábrica. (12 a 18 meses depois da plantação).

Principais impactos e sua significância


Importa referenciar que qualquer actvidade que é desenvolvida no meio ambiente, causa
impactos sobre o mesmo meio, e estes impactos podem ser positivos ou negativos. O projecto de
produção e processamento da cana sacarina na localidade de Maholela não foge a regra, sendo
que, com a implantação dos canaviais podem surgir efeitos adversos sobre os diversos meios
pelo qual está inserido, biofísico e sócioecónomico, que resultam das várias actividades a serem
desenvolvidas em diferentes fases do projecto, estes podem ser:
 Erosão de solos;
 Compactação de solos;
 Aumento de nutrientes no solo;
 Alterações da composição química do ar;
 Alteração da qualidade de água;
 Redução do caudal a jusante do rio;
 Alteração da composição química do solo;
 Salinização do solo;
 Incremento na Biomassa;
 Perda da biodiversidade florística local;
 Perda de habitats e migração das especes faunísticas;
 Aumento da turbidez, densidade da água e dos gases dissolvidos;
 Instabilidade social;
 Geração de emprego;

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 Desemprego;
 Aumento da emissão de gases na atmosfera (fuligem e fumaça).

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Medidas de mitigação e gestão


Para fazer face aos vários impacto identificados nas diferentes fazes do projecto foram traçados
algumas medidas de mitigação dos impactos para este projecto, onde podem se destacar as
seguintes medidas de mitigação:
 Realizar rondas sistemáticas de amostragem da qualidade da água em cursos de água, a
fim de identificar áreas problemáticas;
 No desmatamento do terreno lavrar em curva de nível;
 Incluir um tampão no rio para preservar a vegetação natural;
 Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico) contínua ou quase contínua que
liga diferentes habitats, para permitir mobilidade das diversas espécies;
 Restringir ao máximo o acesso às áreas de alta sensibilidade identificadas;
 Manter áreas de preservação permanente e reserva legal de forma intercalada nas áreas de
cultivo
 Identificar áreas de protecção da biodiversidade, minimizar a fragmentação de corredores
biológicos e implementar de compensações pela perda de biodiversidade;
 Evitar regar em épocas com maior precipitação;
 Melhoramento do sistema de gestão da água através da construção de estruturas de dreno;
 Fazer pousio do solo em pequenos hectares para garantir a recuperação de nutrientes no
solo;
 Promover a adubação orgânica, a adubação verde;
 Construção de diques para reservar água em épocas chuvosas;
 Fazer uma boa gestão da bacia hidrográfica (rio Incomat).

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Relatório principal

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Índice
Relatório principal ........................................................................................................................ 9

Introdução ................................................................................................................................... 14

Identificação do proponente ...................................................................................................... 15

Objectivos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) ................................................................. 15

Principais actividades a se desenvolver no âmbito do projecto ................................................ 15

Equipa responsável pela elaboração do EIA ............................................................................. 16

Quadro legal e normativo ........................................................................................................... 17

Legislação Nacional .................................................................................................................. 17

Outros instrumentos legais ........................................................................................................ 18

Áreas de influência e padrões de uso de terra .......................................................................... 19

Localização................................................................................................................................ 19

Área de influência ..................................................................................................................... 20

Área de influência directa ...................................................................................................... 20

Área de influência indirecta ................................................................................................... 20

Padrões de uso de terra .............................................................................................................. 21

Descrição da Actividade e alternativas consideradas .............................................................. 23

Descrição da Actividade............................................................................................................ 23

Remoção da vegetação e preparação do terreno ....................................................................... 24

Produção de viveiros e plantio .................................................................................................. 25

Controle de infestantes .............................................................................................................. 26

Adubações ................................................................................................................................. 26

Controlo de pragas e de doenças ............................................................................................... 27

Colheita ..................................................................................................................................... 28

Transporte.................................................................................................................................. 28

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Processamento ........................................................................................................................... 28

Alternativas consideradas .......................................................................................................... 29

Descrição biofísica e socioeconómica ........................................................................................ 30

Clima ......................................................................................................................................... 30

Geologia e Geomorfologia ........................................................................................................ 30

Solo............................................................................................................................................ 30

Recursos hídricos superficiais e subterrâneos ........................................................................... 30

Ecologia ..................................................................................................................................... 31

Qualidade do Ambiente ............................................................................................................. 31

Qualidade do ar ......................................................................................................................... 31

Ruído ......................................................................................................................................... 32

Uso do solo e Ordenamento do território .................................................................................. 32

Socio-económica ....................................................................................................................... 32

IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS DO PROJECTO ......... 33

Metodologia para Avaliação dos Impactos Ambientais ............................................................ 33

Critérios de Classificação dos Impactos ................................................................................... 33

Identificação e Descrição dos impactos .................................................................................... 35

IDENTIFICAÇÃO E ANALISE DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO .................................. 56

Fase de concepção ..................................................................................................................... 56

Fase de Implantação .................................................................................................................. 57

Fase de Operação ...................................................................................................................... 59

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................................. 63

LACUNAS DE CONHECIMENTO ......................................................................................... 65

PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL ....................................................................................... 66

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Introdução.................................................................................................................................. 66

Visão geral................................................................................................................................. 66

Objectivo e âmbito do PGA ...................................................................................................... 67

Objectivos Especificos do PGA ............................................................................................ 67

Sistema de gestão ambiental ..................................................................................................... 67

Políticas de gestão ambiental a nível da empresa ..................................................................... 68

Política de saúde e segurança ................................................................................................ 68

Politica ambiental .................................................................................................................. 69

Politica relativa a comunidade ............................................................................................... 69

Breve descrição do projecto ...................................................................................................... 70

Fases do projecto ......................................................................................................................... 70

Operações..................................................................................................................................... 71

Responsabilidades ..................................................................................................................... 71

MITADER ............................................................................................................................. 71

Proponente ............................................................................................................................. 71

Gestor de operações ............................................................................................................... 72

Gestor de saúde e seguranca, ambiente e comunidade .......................................................... 72

Oficial de saude e seguranca ................................................................................................. 72

Oficial de controlo ambiental ................................................................................................ 73

Empreteiros e subempreteiros ............................................................................................... 73

Situacao de referência ............................................................................................................... 73

Medidas de gestão ..................................................................................................................... 75

Fase de Implementação ......................................................................................................... 76

Fase de Operação ................................................................................................................... 79

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Procedimentos ........................................................................................................................... 83

Sensibilização e formação ambientais ................................................................................... 83

Plano de controlo de situações de risco e emergência .............................................................. 83

Plano de controlo de riscos .................................................................................................... 84

Monitoria ambiental .................................................................................................................. 85

Relatórios de Monitoria ............................................................................................................. 87

Acções de manutenção .............................................................................................................. 89

Plano de Educação Ambiental................................................................................................... 90

RELATÓRIO DE PARTICIPAÇÃO PUBLICA .................................................................... 92

Introdução.................................................................................................................................. 92

Participação pública .................................................................................................................. 93

Objectivos da consulta publica .................................................................................................. 93

Objectivos da consulta pública na fase de EPDA.................................................................. 93

Objectivos da participação pública na fase do EIA ............................................................... 94

Identificação das partes interessadas e afectadas pelo projecto ................................................ 94

Metodologias da consulta pública ............................................................................................. 95

Descrição das principais questões discutidas ............................................................................ 97

Principais questões discutidas na fase do EPDA ................................................................... 97

Principais questões discutidas na fase de EIA ....................................................................... 98

Matriz de data e locais onde as consultas publicas para o projecto foram realizadas .............. 99

Matriz de perguntas e respostas na fase de EPDA .................................................................. 100

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 106

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Introdução
O presente projecto consiste no desenvolvimento de uma área adicional de cana-de-açúcar
correspondente a 1 800 ha de terras aráveis, localizado no distrito de Magude, localidade de
Maholela a sudoeste de Magude-sede, a cerca de136- km das actuais plantações de cana e da
fábrica de açúcar de Xinavane.

A cana-de-açúcar (Sacarrum offinarum L), é uma gramínea semi-perene, originárias da Ásia.


Actualmente, os maiores produtores são o Brasil, a Índia, Cuba, México e China. Em
Moçambique, a cana-de-açúcar é cultivada comercialmente nas províncias de Maputo, Sofala e
Zambézia.

A cana-de-açúcar é uma planta (heliófila), requer uma radiação solar em abundância,


temperaturas que variam de 22°C e 32°C e boas condições de humanidade do solo para um
crescimento ideal. A precipitação anual ideal é de 1 300 mm, mas a falta desta pode ser
compensada com sistema de irrigação (o limite a partir do qual a produção de sequeiro já não é
possível é de 850 mm).

A açucareira de Xinavane SARL iniciou as suas actividades em 1914 pelos investidores


Britânicos e mais tarde passou a designa-se “Incomati (SAI) de propriedade Portuguesa,
constituída em 1990. Em 1998 a Tongaat-Hulett Sugar adquiriu parte da Companhia e tomou
conta da sua gestão. Actualmente, a fábrica de açúcar de Xinavane é uma propriedade conjunta
do estado de Moçambique em (51%) e da Tongaat-Hulett em (49%) estando situado no vale do
rio Incomati, a cerca de 136 km a norte de Maputo.

Açucareira de Xinavane S.A.R.L, pretende expandir a sua área de produção da cana-de-açúcar


em 1800h na localidade de Maholela, Distrito de Magude província de Maputo bem como
aumentar a sua capacidade de processamento.

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Identificação do proponente
O projecto de produção e processamento da cana-de-açúcar, tem como proponente a TONGAAT
Hulett, tendo como parceiro o Estado Moçambicano. Contactada através dos seguintes
endereços:

Av. 25 de Setembro, n.º 95, 1.º Andar, Maputo-Cidade, Moçambique


Tel.: +258 21 429 351
Fax: +258 21 307 493
Telemóvel: 822 009 900/842 009 900 & 875 760 280
E-Mail: tongaat.sugar@ac.mz

Objectivos do Estudo de Impacto Ambiental (EIA)


O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Realizado teve como objectivos principais:

 Apresentar uma descrição sobre o projecto proposto;


 Identificar e avaliar os possíveis impactos ambientais e sociais que possam resultar do
projecto nas diferentes fases;
 Identificar as medidas de mitigação para os potenciais impactos significativos resultantes
do projecto no Ambiente receptor;
 Desenhar um Plano de Gestão Ambiental;
 Apresentar o relatório de participação pública.

Principais actividades a se desenvolver no âmbito do projecto


 Remoção da vegetação nativa;
 Uso de água do rio para irrigação dos campos canaviais;
 Uso de maquinarias, fertilizantes, herbicidas para a maximização dos rendimentos;
 Criação de associações de agricultores em todos os distritos para ajudar na produção;
 Uso de queimadas controladas no âmbito de colheita da cana sacarina
 Contratação da mão-de-obra local.

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Equipa responsável pela elaboração do EIA


A elaboração do Relatório do Estudo de Impacto Ambiental (REIA) esteve à cargo da empresa
TECHNICS Consultores, Ltda. Uma empresa sedeada na Cidade de Maputo - Mocambique,
Avenida Acordos de Lusaka N° 3451, Telefone 258844930844 / 258840757254, email –
technicsconsultores1@gmail.com. É uma empresa de consultoria ambiental registada pelo
MITADER, com larga experiência em Estudos de Impactos Ambientais em Moçambique e conta
com vários especialistas devidamente credenciados para analisar os vários descritores
necessários para um estudo deste nível e relacionados com a actividade em causa.

A equipe multidisciplinar responsável pela elaboração do EIA é constituída por especialistas nas
seguintes áreas:

 Engenheiro agrónomo
 Engenheiro do ambiente
 Engenheiro florestal
 Engenheiro de construção civil
 Socio economista
 Sociologia
 Biologia
 Ecologia aquática
 Técnico de águas
 Geologia
 Botânico
 Antropologia
 Sistema de informação geográfica
(GIS)

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Quadro legal e normativo


O quadro jurídico que tem orientado a condução da AIA inclui toda legislação Moçambicana em
vigor, em especial a constituição da república, a legislação relativa à avaliação do impacto
ambiental e social, o processo de participação pública e demais legislação aplicável.
O projecto foi classificado pela equipe como sendo de Categoria A, assim sendo, é necessária a
realização de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Nesse contexto, foram identificados como
instrumentos legislativos relevantes ao projecto os seguintes:

Legislação Nacional
 A Constituição da República de Moçambique

A constituição estabelece o direito fundamental a um ambiente equilibrado e o dever


correspondente de o defender (Artigo 90.1). A constituição declara, adicionalmente, que os
recursos naturais no solo e no subsolo, em águas interiores, em águas territoriais, na
plataforma continental, e na zona económica exclusiva constituem propriedade do Estado
(Artigo 98.1).

 Lei do Ambiente (Lei nº20/97, de 1 de Outubro)

A Lei do Ambiente define vários conceitos e princípios fundamentais de gestão ambiental,


estabelecendo o quadro institucional básico para a protecção ambiental; estabelece uma norma
geral que proíbe a realização de todas as actividades que causam danos ambientais e que
excedam os limites legalmente definidos (com particular destaque para a poluição); estipula
normas especiais para a protecção do meio ambiente (em particular a protecção da
biodiversidade); preconiza um conjunto de instrumentos de gestão ambiental (a licença
ambiental, o processo de avaliação do impacto ambiental e toda a auditoria ambiental), e
descreve o sistema de inspecção, violações e penalidades em casos de não conformidade.

 Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto 54/2015 de


31 de Dezembro)

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Este regulamento estabelece os requisitos relativos à AIA para projectos bem como os
procedimentos de prevenção, controlo, mitigação e reabilitação que devem ser cumpridos. Estes
requisitos são alcançados através da realização de Estudos de Impacto Ambiental (EIAs),
Estudos Ambientais Simplificados (EAS) e/ou a adoção de boas praticas de gestão ambiental em
conformidade com a classificação das actividades de qualquer projecto proposto.

Outros instrumentos legais


 Directiva Geral para Estudos de Impacto Ambiental (Diploma Ministerial Nº. 129/2006),
este estabelece a inclusão dos conteúdos e informação que deve ser incluída no Relatório
do EIA.
 Regulamento sobre a Inspecção Ambiental (Decreto n.º 11/2006, de 15 de Junho),
procura estabelecer a regularização das actividades de supervisão, controle e
cumprimento com os padrões de protecção ambiental a nível nacional.
 Directiva Geral para a Participação Publica no Processo de Avaliação de Impacto
Ambiental (Diploma Ministerial Nº. 130/2006 de 19 de Julho)
 Regulamento sobre os Padrões de Qualidade Ambiental e Emissão de Efluentes (Decreto
Nº. 18/2004 de 2 de Junho)

Estabelece padrões de qualidade e emissão de efluentes ambientais, de modo a garantir um


controlo eficaz e monitoramento da qualidade do ambiente em termos das disposições do Artigo
10 do 1997 da Lei Base do Ambiente. O presente regulamento visa controlar e manter os níveis
admissíveis de concentração de poluentes nas componentes ambientais. O Artigo 3 estabelece
que as disposições do presente regulamento são aplicáveis a todas as actividades públicas e
privadas que podem, directa ou indirectamente influenciar as componentes ambientais.

 Regulamento sobre a Gestão de Resíduos (Decreto n.º 13 /2006, de 15 de Junho)


 Regulamento sobre Resíduos Sólidos (Decreto 15/2006 de 15 de Junho)
 Lei das Águas (Lei nº16/91 de 3 de Agosto)
 Regulamento de licenças e concessão de água (Decreto nº 43, de 30 de Outubro de 2007)
 Política de Águas (Resolução 46/2007 de 30 de Outubro)

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A lei de águas estabelece a proibição de efectuar directa ou indirectamente lançamentos que


possam comprometer a qualidade da água, assim como acumular resíduos sólidos ou qualquer
outra substância que possa comprometer a qualidade da mesma. Regula ainda os padrões de
qualidade da água e sistemas tecnológicos, assim como métodos para promover o seu
tratamento.

 Lei de Trabalho (Lei nº23/2007 de 10 de Julho), estabelece os aspectos relacionados com


a contratação de trabalhadores, direitos e responsabilidades dos trabalhadores relações de
trabalho entre empregadores e trabalhadores.
 Regulamento sobre Pesticidas (Diploma Ministerial nº153/200 de 11 de Setembro)
 Regulamento de Licenciamento de Actividade Industrial (Decreto 39/2003 de 26 de
Novembro)
 Lei de Florestas e Fauna Bravia (Lei nº10/99)
 Regulamento da Lei de Floresta e Fauna Bravia (Decreto nº 12/2002 de 6 de Junho).
 A lei de floresta e fauna bravia e seu respectivo regulamento

Define como áreas protegidas as áreas territoriais representativas do património natural


nacional, para a conservação da biodiversidade e ecossistemas frágeis ou espécies animais ou
vegetais e áreas protegidas classificadas como parques nacionais, reservas nacionais e áreas de
uso e valor histórico e cultural. A demarcação de zonas tampão é obrigatoriamente registada no
Cadastro Nacional de Terras.

 A Lei da Terra, (Lei 19/97 de 1 de Outubro) estabelece que a terra é proprietário do


estado e não pode ser vendida ou, por qualquer outra forma alienada, hipotecada ou
penhorada.
 Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, de Junho de 1992

Áreas de influência e padrões de uso de terra

Localização
O distrito da Manhiça localizado na parte Norte da Província de Maputo, a 80 Km da cidade de
Maputo a que está ligado pela EN1, é limitado a Norte pelo Distrito da Macia (Província de

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Gaza), a Sul pelo Distrito de Marracuene, a Oeste pelos Distritos da Moamba e de Maputo e, a
Este, é banhado pelo Oceano Índico (Laughlin & Ibraimo 2013).

O distrito de Magude, com sede na vila de Magude-Matchabe, está localizado na parte Norte da
Província de Maputo, situa-se entre os paralelos 26° 02’ 00” de latitude Sul e entre 32° 17’ 00”
de longitude Este. Magude confina a Norte com os distritos de Chókwè e Bilene Macia da
província de Gaza, a Sul com a Moamba, a Este com a Manhiça e a Oeste com a República da
África do Sul.

Segundo Laughlin & Ibraimo (2013) Xinavane é uma pequena vila moçambicana localizada
junto ao rio Incomati. Administrativamente, é sede de um posto administrativo do distrito da
Manhica na província de Maputo, que, situa-se a 80km a norte da capital moçambicana.

A economia desta vila funciona na base do açúcar. Uma vasta plantação e fábrica de
processamento de são geridos pela empresa Tongaat Hulett Sugar. Em 2009, a fábrica de
processamento concluiu uma fase de grande expansão, projectada e gerida pela empresa PGBI
Engineers & Constructors (Laughlin & Ibraimo 2013)

Área de influência

Uma das principais questões a equacionar na realização do processo de AIA, assim como na
elaboração de EIA, é o estabelecimento das áreas de influência, ou seja, as áreas onde ocorrerão
os impactos directos e indirectos decorrentes sobretudo da instalação e operação do
empreendimento.

Área de influência directa


Constitui a área de impactos directos no ambiente natural ou socioeconómico, onde se espera que
os impactos se observem com maior incidência na área abrangida pelo projecto, correspondente a
localidade de Maholela, o leito do rio Inkomati e Xinavane ao redor da fábrica de açúcar.

Área de influência indirecta


Constitui uma área muito grande onde os impactos podem se fazer sentir, não de forma directa,
mais por via de possíveis impactos secundários, sejam impactos no ambiente natural ou

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socioeconómico que podem resultar deste projecto, onde abrange os postos administrativos
circunvizinhos da área de implementação do projecto nomeadamente Posto Administrativo de
Palmeira, Manhiça, o distrito de Macie, Xinavane, Maputo-Provincia e Cidade, etc.

Padrões de uso de terra

Na área de expansão da actividade proposta (produção da cana-de-açúcar), encontram-se dois


povoados, os quais praticam a agricultura de sequeiro ou de subsistência caracterizada por
sistemas de produção dominados pela prática de consociação de culturas. As principais culturas
alimentares são o milho, a mandioca, feijão nhemba, feijão-boer, amendoim e batata-doce e
criação de gado, onde as florestas ribeirinhas servem para o pasto. Por outro lado a área de
expansão da fábrica de processamento é uma área com uma fábrica operacional que vai precisar
ou beneficiar-se de uma expansão.

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Fig: Área de influência directa e indirecta do projecto

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Descrição da Actividade e alternativas consideradas

Descrição da Actividade

O projecto terá sistemas de produção e de maneio de cana-de-açúcar altamente intensificados já


em uso na açucareira e utilizar-se-á tecnologias (maquinaria e implementos agrícolas,
fertilizantes, herbicidas e outros produtos químicos visando a maximização dos rendimentos) e
procedimentos que reduzam os impactos negativos ao ambiente.
 Situação actual

O complexo açucareiro de Xinavane compreende uma fábrica de processamento de açúcar e


melaço, infra-estruturas de apoio e habitacionais e uma área de produção da cana-de-açúcar em
regime intensivo de monocultura.

A açucareira de xinavane possui uma área total de 9 757 ha, sendo que actualmente, a área
ocupada com plantações de cana pela açucareira de xinavane é de 5 475 há, a qual é acrescida de
áreas de pequenos agricultores que fornecem cana a fábrica. Os agricultores privados locais que
também produzem cana-de-açúcar para a açucareira de xinavane são uma empresa moçambicana
(Vamagogo Estate) que cultiva 1 500 ha e duas associações que produzem e fornecem cana a
fábrica numa base contratual, sendo que a cana produzida pela empresa representa cerca de
86.76% do total, e os restantes 13.24% são produzidos pelos agricultores locais.

A empresa pretende expandir a plantação da cana-de-açúcar em 5 300 há em chibanza, xinavane


já aprovado pelo MICOA actualmente designado por MITADER.

 Sistema de produção

A exploração de cana-de-açúcar pela açucareira de xinavane emprega desde tecnologias


modernas até práticas de cultivo tradicional (parte considerável das operações é efectuada
manualmente, uso das queimadas para facilitar a colheita, etc.). O emprego de mecanização em
todas as fases de operação agro-industrial vem sendo intensificado, embora a actividade
açucareira seja das que dificilmente prescindirão da mão-de-obra.

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O sistema de cultivo de cana vigente na açucareira é o sistema de monocultura intensiva,


dispondo de várias áreas que permitem a prática de pousios longos com cobertura vegetal.

Remoção da vegetação e preparação do terreno


A remoção da vegetação consiste no abate de árvores e arbustos assim como na remoção do seu
sistema radicular através do uso de tractores de alta potência ou buldozer. O material vegetal será
empilhado, posteriormente queimado e incorporado no solo. A terra será desbravada e sujeita a
lavoura profunda seguida de gradagem a profundidades e espaçamento adequados visando a
destruição, incorporação e decomposição dos restos da vegetação para permitir o plantio e
desenvolvimento das plantas adequadas.

A lavoura é feita a uma profundidade de 30 a 40 cm e visa a incorporação da matéria orgânica


no solo contribuindo, não só para o incremento da fertilidade do solo, mas também no
melhoramento da sua estrutura através da acção da fauna microbiana que em compensação se
alimenta dos detritos e a gradagem permite a destruição dos torrões de terra produzidos durante
a lavoura, no entanto, se o solo apresentar muitos torrões à superfície, as raízes da cultura não
conseguirão fixar-se o suficiente para um contacto perfeito, a fim de absorver a humidade e os
nutrientes necessários para a germinação de estacas e subsequente desenvolvimento das plantas.
Em caso dos solos se mostrarem compactados torna-se necessário fazer uma subsolagem a uma
profundidade de 60 cm usando tractores.

Com o terreno limpo, lavrado e nivelado a área será dividida em blocos ao mesmo tempo que
serão desenvolvidas as vias de acesso, canais de irrigação e de drenagem, a instalação de
estações de bombagem de água, bem como a montagem de mecanismos para minimizar os
impactos das cheias.

Na renovação dos campos que tiverem sido cultivadas com a cana, o primeiro passo na
preparação da terra é a destruição das socas logo após a colheita. Esta operação é mecânica e
feita por meio de uma lâmina retráctil, ou por meio de uma lavoura ou gradagem nas linhas de
cana e se os solos estiverem compactados, a subsolagem é recomendada.

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Produção de viveiros e plantio


As principais variedades de cana que serão usadas são: N25, N23, e NCO376, seleccionadas
devido a sua variedade de sacarose, resistência as doenças, sua adaptação ao lugar de plantio e
possibilidade de cultivo em diferentes épocas por ano.

O plantio da cana é feito através de estacas com 30 a 35cm de comprimento, contendo cada
estaca duas ou três gemas laterais, e em sulcos a uma profundidade de 15 cm e previamente
adubados, alinhando a ponta da estaca anterior com a da seguinte e cobertas com uma camada de
terra de 7cm. As estacas para o plantio provem da cana produzida em viveiros, com a idade de 6
a 9 meses.

A produção da semente de cana é feita em viveiros, de modo a limitar o aparecimento das


principais enfermidades, com particular destaque para o raquitismo dos caules (Taroon stunting)
e carvão (Smut), e também para permitir em épocas próprias a obtenção de estacas com bom
vigor vegetativo e boa sanidade. A produção da semente da cana-semente será efectuada em
viveiros já existentes em xinavene

As condições de clima e solos existentes em Moholele permitem o plantio da cana a qualquer


altura do ano, contudo, a chuva que se verifica durante o período que vai de Novembro a
Fevereiro constitui um factor limitante para as actividades de campo, sendo o período ideal para
a plantação o que vai de Março a Outubro.

A cana-de-açúcar é exigente quanto à humidade; ela precisa de cerca de 1300 mm de chuvas


anuais. Como a quantidade de chuva que cai na região não é suficiente, para satisfazer as
necessidades hídricas das diferentes fases do seu desenvolvimento, poe esta razão o projecto ira
utilizar a irrigação por aspersão a partir do Rio Incomati, este, é alimentado pelos rios crocodilo,
Lomati e Sabié.

Os campos estão ligados a uma estação meteorológica que indica os níveis de pluviosidade,
evapo- transpiração, radiação, etc., permitindo calcular as necessidades de água em cada área. O
mesmo será feito da área de expansão ora proposta.

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 Tratamentos culturais

Os tratamentos culturais na plantação de cana-de-açúcar consistem no controle de infestantes,


adubação de cobertura e vigilância fitossanitária (incluindo o controlo da incidência de pragas e
doenças).

Controle de infestantes
A cana-de-açúcar desenvolve-se melhor em terrenos livres de infestantes. As ervas daninhas
prejudicam a cultura da cana, pois, competem com elas na retirada dos nutrientes do solo e da
luz. As infestantes de maior importância nos campos são a Wild sorghum, Panicum maximum e
Cyperus rotundus, sendo esta última de difícil controlo. O período óptimo de controlo das
infestantes vai da emergência da cana aos 90 dias de idade, devido a concorrência das
infestantes. O controlo mais eficiente nesse período é o químico, através da aplicação de
herbicidas em pré e pós-emergência em toda a área. Este controlo apresenta vantagens no
controlo de gramíneas e folhas largas e poupara tempo e esforço. Dependendo das condições de
aplicação, infestação e eficiência do herbicida, haverá necessidade de uma ou mais sacha manual
até a idade óptima de corte. Esta operação é feita com pulverizador acoplado a um tractor ou com
pulverizadores de dorso. A aplicação dos herbicidas exige cuidados especiais na protecção dos
operadores e toxicidade em relação a flora microbiana do solo e a fauna regional.

Adubações
O crescimento e desenvolvimento da cana depende de nutrientes no solo, e a sua absorção
depende do desenvolvimento do sistema radicular. A quantidade de nutrientes absorvidos pela
cana depende das variedades utilizadas, dos métodos de cultivo empregues e de elementos do
fertilizante.

Na adubação dos campos de cana-de-açúcar consideram-se duas situações distintas, a adubação


para a cana planta e para as socas, sendo que, em ambas, a quantidade é determinada pela análise
dos solos. Para definir os viveis de aplicação de fertilizantes na cana é preciso relacionar as
análises de solos com ensaios de adubação no campo. Em geral, na cana planta aplica-se como
adubação de fundo no sulco de plantio o fertilizante contendo fósforo (P2O5), potássio (K2O).
Mais tarde, geralmente 6 semanas depois da plantação, é feita a adubação de cobertura à base de

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nitrogénio (N). no caso das socas, os adubos aplicados, superficialmente, ao lado das linhas de
cana e, depois misturados com o solo a uma profundidade de 10 cm. Os valores médios usados
de N, P2O5, K2O são 160, 20 e 160 kg por hectares, respectivamente.

O uso de adubos orgânicos tradicionais, nomeadamente, o estrume e composto, não é comum,


mesmo nas explorações das associações locais, pela dificuldade de se obter as quantidades
elevadas requeridas.

Controlo de pragas e de doenças


Eidana sacarina é uma larva considerada como um dos principais inimigos da cana em algumas
açucareiras da região, ainda não foi observada em Xinavane e o facto do corte da cana ser
efectuado anualmente poderá estar a contribuir de algum modo para a minimização do impacto
negativo da praga. Os sintomas consistem no aparecimento de galerias ao longo do caule ou o
aparecimento de galerias em forma de anel que provocam a fractura dos caules.

As principais doenças de importância económica na açucareira de Xinavane são o carvão


(Ustilago scitaminea), doença causada por fungos e o raquitismo (Ratoon stunting disease),
doença causada por bactéria (Clavibacter xyli su bsp. Xyli). Os sintomas do carvão caracterizam-
se pelo aparecimento da ferrugem na inflorescência ou no extremo do caule. Quando esta se
destaca, infecta as plantas vizinhas. A forma mais eficaz de combate ao carvão é o uso de
variedades resistentes e algumas medidas de controlo usadas são o arranque e queima das plantas
infectadas, desinfecção da semente, etc.

O raquitismo é uma doença que não é facilmente reconhecível por sintomatologia externa. Esta
doença conduz a um nanismo acentuado e desigualmente espalhado por todo o canavial,
particularmente nas socas. O combate desta doença faz-se submetendo as estacas a plantar a um
tratamento térmico da água quente a 50°C durante duas horas. A forma mais segura é o uso da
semente de viveiros, cuidadosamente preparados e vigiados em relação ao solo e a todas as
operações culturais, adubações, regas, etc., de tal forma que forneçam estacas sadias para o
plantio definitivo.

As plantações de cana de Xinavane não atingiram níveis preocupantes de ataques de pragas,


embora haja ocorrência de alguns casos isolados de ataque por um escaravelho cujas larvas,

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destroem as raízes da cana, impedindo o seu crescimento e casando a morte dos pés de cana. Os
insectos adultos alimentam-se das folhas, mas os prejuízos que causam são de pouca expressão,
não se justificando uma intervenção química.

Colheita
Porque não interessa transportar grandes quantidades de folhas para a fábrica, o que acarretaria o
transporte, a colheita é feita através da queima, corte da cana, carregamento, e o transporte da
cana para a fábrica constituem as operações finais do ciclo da produção de cana-de-açúcar.
Geralmente, a cana está pronta para a colheita aos 12 a 18 meses depois da plantação. Após
cinco a sete cortes consecutivos, os campos de cana são renovados, e a taxa de renovação é de
cerca de 15 a 20% da área total cultivada.

A colheita inicia-se em Maio e prolonga-se até Novembro, sendo realizada manualmente, através
do corte da cana, pela base, com auxílio de catanas. O cortador de cana faz também a desponta
do terço superior da cana, que é deixado no campo, já que o seu teor em açúcares é praticamente
nulo e não justifica o transporte para a fábrica.

Durante a queima, cada área de 20 ha será devidamente controlada por pessoas treinadas para o
caso de ocorrência de algum incidente e sempre na presença de um tanque de água. As áreas
possuem também quebra-fogos, para a protecção das áreas vizinhas na eventualidade dum
alastramento das queimadas.

Transporte
O carregamento da cana para os camiões ou para reboques atrelados será efeito com auxílio de
carregadoras de garfo móvel em tractores. Para a área de Moholela, a cana será transportada em
estradas principais que terão uma largura de 12 m e em estradas secundárias. Estão previstos 10
km de estradas principais e 140 km de estradas secundárias.

Processamento
Na fábrica, a cana é processada de seguida é produzido o açúcar que é comercializado em
embalagens de 25 kg e 50 kg, contendo a marca do açúcar em português e o logótipo da Tongaat
Hullet. A produção de açúcar destina-se ao consumo local e à exportação para diversos países da

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Europa e Estados Unidos da América no âmbito dos acordos preferenciais destes com
Moçambique.

Alternativas consideradas
O artigo 10 do regulamento sobre processo de avaliação do impacto ambiental (Decreto 54/2015
de 31 de Dezembro), na sua alínea `d´ prevê a investigação das actividades alternativa do
projecto, que são os diferentes meios de satisfazer os objectivos e exigências do desenvolvimento
da actividade proposta.

As alternativas consideradas podem ser de localização, tecnológica e a alternativa zero/não


implementação do projecto constitui o não avanço do projecto, porem deve ser antecedido um
prognóstico sucinto para a situação de não implantação do empreendimento ou projecto.

 Alternativa de Localização

A consideração de um local diferente para o desenvolvimento do projecto de produção e


processamento da cana-de-açúcar em Xinavane não é razoável neste caso. Isso, devido as
condições que a região apresenta, visto que, nas proximidades já existe a pratica da produção da
cana-de-açúcar e também, a área e atravessada por um curso de agua, sabendo que a este tipo de
plantação exige grandes quantidades de agua.

Porem, no que tange a disposição deste projecto, vai sofrer modificações à medida que os
resultados dos estudos de especialidade realizados forem mais detalhados, como tipos de
vegetação sensíveis, pântanos, rios e características sociais e culturais, irão influenciar na
disposição recomendada.

 Alternativa de não implementação do projecto

De acordo com o regulamento sobre o Processo de AIA, qualquer análise Comparativa das
alternativas de projecto deve incluir a opção de não Realização do projecto, no entanto essa
alternativa será avaliada durante o AIAS (Avaliação do impacto ambiental e social).

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Descrição biofísica e socioeconómica


Este capítulo descreve brevemente o ambiente biofísico da área do projecto. As descrições
baseiam-se nas avaliações apresentadas pelos vários especialistas que realizaram estudos de base
para este projecto.

O projecto de produção e processamento da cana-de-açúcar consiste no desenvolvimento de uma


área adicional, correspondente a 1800 ha de terras aráveis, situado na bacia do rio Incomati, no
Distrito de Magude, Localidade de Maholela a sudoeste de Magude-Sede, acerca de25-40 Km
das actuais plantações de cana-de-açúcar e fábrica de Xinavane e cerca de 160 Km a norte de
Maputo.

Clima
O clima da área é típico da zona sul de Moçambique, possui um clima Tropical húmido a sub-
húmido no litoral e tropical seco em direcção ao interior, com uma precipitação média anual de
807 mm, concentrada nos meses de Dezembro a Fevereiro e uma temperatura média anual é de
23oC, sendo a máxima em Janeiro (cerca de 32oC) e a mínima em Julho (13oC). Predominam
duas estações: a quente e de pluviosidade elevada – de Outubro a Abril; e a fresca e seca – de
Abril a Setembro (MAE 2005).

Geologia e Geomorfologia
A geomorfologia terrestre da área aonde o projecto será implantado é composta maioritariamente
por sedimentos não consolidados predominantemente de área fina inter-dispersa com argila. A
área localiza-se entre duas regiões agro-geológicas (INIA,1996)

Solo
Existe uma estreita relação entre a geologia e solos, os solos do Distrito de forma geral são de
fertilidade média ao longo do rio Incomati, existe uma planície aluvionar com menos de 100
metros de altitude, constituídas por areias brancas de granulometria fina com solos argilosos e
textura estratificada ou turfosos (MAE 2005).

Recursos hídricos superficiais e subterrâneos


Moçambique possui muitos rios que desaguam no oceano indico, os quais maioritariamente e os
mais importantes nascem nos países vizinhos, portanto, são partilhados por muitos países da

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região. Maior parte destes, escoam elevados volumes de água durante a estação chuvosa de
Dezembro a Marco.

A área do projecto é atravessada pelo rio Incomati, com um total de 11,100km2, incluindo a parte
da Suazilândia. Tem um comprimento total até à foz de 714 km, correspondendo o curso
moçambicano a 283 km, desde Ressano Garcia a Marracuene. Este rio é um dos maiores e
importante para a extração de águas superficiais e subterrâneas para as necessidades básicas das
populações rurais e urbanas e para actividades agrícolas praticadas ao longo das suas margens na
zona sul do país (Maputo).

Ecologia
A área é parcialmente sujeita a intervenção de actividades humanas a vários anos para a
produção de culturas agrícolas e criação de gado. A vegetação natural é composta por um
mosaico de agricultura e pradarias, matagal denso, matagal aberto, matas e florestas ribeirinhas
ao longo do rio Incomati, na porção sul da área de expansão. As espécies de valor comercial que
podem ser encontradas são Afzelia quanzensis (Chanfuta) e Dyospiros em número muito
reduzido, uma fauna composta de pequenos mamíferos e uma vegetação graminal composta por
maioritariamente por seguintes espécies: Wild sorghum, Pnicum maximum e Cyperus rotundus.

Qualidade do Ambiente

Qualidade do ar
A qualidade do ar ambiente nas zonas rurais de Moçambique é normalmente boa, o único
parâmetro importante para a qualidade do ar, que por vezes mostra uma deterioração nas zonas
rurais é a existência de partículas finas na atmosfera (partículas de poeira inferiores a 10 microns
de diâmetro). As partículas finas são importantes porque estão implicadas em impactos na saúde
pública quando em excesso, infiltrando-se profundamente nos pulmões. A principal fonte de
emissão atmosférica de material particulado em Moçambique está relacionada com a queima de
biomassa, proveniente de queimadas descontroladas, uma prática comum na agricultura
itinerante e produção de carvão vegetal.

Em áreas adjacentes às estradas principais de terraplanagem, prevê-se uma deterioração


localizada da qualidade do ar como resultado do tráfego existente de veículos. Os escapes de

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veículos emitem uma gama de poluentes, incluindo óxidos de nitrogénio (NOx), dióxido de
enxofre (SO2), partículas de matéria inferior a 10 micrómetros e monóxido de carbono (CO).

Ruído
A área do projecto é atravessada pelas estradas nacionais N404, N405 e N406, que liga a capital
Maputo a outros pontos do país e da região. Ao longo das estradas, os níveis de ruído provocados
pelo tráfego são elevados, afectando receptores sensíveis ao ruído localizados ao longo das
estradas, como por exemplo escolas, hospitais, locais de culto e as habitações.

Fora disso, os níveis de ruído longe do impacto das principais estradas e assentamentos são
baixos e típicos de condições naturais de ruído de fundo. Na maioria dos lugares, os níveis de
ruído raramente excedem níveis de fundo baixos. No entanto, nos assentamentos populacionais,
os níveis de ruído podem ser mais elevados, especialmente em torno dos mercados informais e
bares, onde os níveis podem ser significativamente acima do ruído de fundo natural. Perto das
principais estradas, os níveis de ruído são significativamente elevados devido ao ruído do tráfego
existente, principalmente de veículos pesados.

Uso do solo e Ordenamento do território


Na área de implantação do projecto encontram-se dois povoados, os quais praticam agricultura
de subsistência caracterizada por sistema ou técnicas de produção de consorciação de culturas,
onde as principais culturas praticadas são o milho, mandioca, feijão nhemba, feijão bóer,
amendoim e batata-doce.

Socio-económica
A estrutura etária reflecte uma relação de dependência económica aproximada de 1:2, isto é, por
cada 10 crianças ou anciões existem 12 pessoas em idade activa. Grande parte da população, são
trabalhadores familiares ou por conta própria, e na sua maioria mulheres. A distribuição segundo
a posição no processo de trabalho e o ramo de actividade reflecte, naturalmente, a actividade
dominante agrária do distrito, que ocupa 77% da mão-de-obra activa do distrito. Os sectores
secundário e terciário como, a indústria do açúcar e pela actividade de comércio formal e
informal, (MAE, 2005).

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IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS IMPACTOS DO PROJECTO


Considerando que qualquer atividade que é desenvolvida sobre o meio ambiente gera impacto
quer de ordem positiva assim como negativas, o projecto de producacao e processamento da cana
sacarina em Xinavane não foge a regra. Com implantação da plantação de cana-de-açúcar poderá
causar efeitos sobre os diversos meios pelo qual está inserido, biofísico e socioecónomico. Assim
sendo, a tabela seguinte representa a matriz de identificação dos potenciais impactos que podem
ser causados com a implantação do projecto.

Metodologia para Avaliação dos Impactos Ambientais


A análise dos impactos ambientais (AIA) será fundamentada na técnica da matriz de impactos,
na qual se correlacionam as ações do empreendimento consideradas relevantes para a causa de
possíveis impactos com os fatores ambientais passíveis de sofrer alguma modificação em
decorrência do empreendimento.
A técnica básica consiste na descrição, de forma direta, dos efeitos causados pelas ações
geradoras de impactos, que são as ações básicas do empreendimento, sobre os diferentes fatores
ou atributos ambientais do ambiente referencial do projeto.
Estabelecem-se as correlações entre as ações necessárias à sua implantação e os fatores
ambientais considerados relevantes. Estas correlações materializam-se na matriz de impactos,
onde se detectam os possíveis impactos.
Na sequência, descrevem-se os impactos detectados de forma sistemática, que são apresentados
em listagens organizadas em função das ações geradoras de impactos, com indicações de suas
qualificações em termos de significância, adversidade, reversibilidade, temporalidade,
espacialização e possibilidades de mitigação ou controle.

Critérios de Classificação dos Impactos


Os impactos serão classificados de acordo com o seu estatuto, magnitude e significância. Sempre
que possível, serão também classificados de acordo com a extensão e duração.

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Quadro: critérios de classificação dos potenciasis impactos do projecto


Critério Descrição Pontuação
A. Abrangência – a área onde o impacto irá se fazer sentir
Local Confinado à área do projecto ou área de estudo ou parte de 1
uma destas (p. ex. local de implantação do projecto)

Regional A região, que pode ser definida de várias formas, p. ex. em 2


termos cadastrais, por bacia hidrográfica, em termos
topográficos

(Inter) nacional A nível nacional ou para além deste 3

B. Intensidade – a magnitude ou dimensão do impacto

Reduzida Alterações negligenciáveis em funções ou processos naturais e 1


/ ou sociais específicos do local ou de áreas mais abrangentes

Média As funções ou processos naturais e/ou sociais do local e áreas 2


mais abrangentes mantém-se, mas de forma alterada

Elevada Alterações severas em funções ou processos naturais e/ou 3


sociais específicos do local e áreas mais abrangentes

C. Duração – o espaço de tempo em que o impacto será sentido

Curto prazo Impacto que se fará sentir durante a implementação das 1


actividades do projecto/até 2 anos

Médio prazo 2 a 15 anos 2

Longo prazo Mais de 15 anos 3

Pontuação 3–4 5 6 7 8–9


(A+B+C)

Muito Baixa Baixa Média Alta Muito Alta


Classificação da
Consequência

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Probabilidade do impacto – a probabilidade de ocorrência do impacto

Improvável < 40% de probabilidade de ocorrência

Possível 40% a 70% de probabilidade de ocorrência

Provável > 70% a 90% de probabilidade de ocorrência

Definitiva > 90% de probabilidade de ocorrência

Significância O nível de importância do impacto, resultante da síntese dos aspectos


anteriores (extensao, duração, magnitude e probabilidade).

Natureza do Impacto

Indicação de se o impacto é adverso + (positivo – constitui um “benefício”)


(negativo) ou benéfico (positivo). – (negativo – um “custo”)

Neutro

Grau de Confiança

O grau de confiança na avaliação baseada em Baixa


informação existente, experiência do Média
Consultor e conhecimentos dos especialistas Alta

Identificação e Descrição dos impactos

Fases de concepção
Socioeconómico

Actividades: Interação com MITADER e Requisição do DUAT


Descrição: O processo de interação com o MITADER para a requisição do direito de uso e
aproveitamento de terra (DUAT) e pedido de concessão para exploração da área pretendida,
caracterizar-se-á pela realização de encontros entre o proponente, a instituição e as comunidades
envolvidas no âmbito de consultas públicas, processo importante para aquisição do DUAT o que
de certa forma este processo pode constituir um factor stressante para o pessoal envolvido nesse
processo devido a questões burocráticas e demora no tratamento da documentação.

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Impacto: Stress
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G. Conf
(A+I+D)
1 1 1 3 Muito Possíve Insign- Negativa Médio
baixo l ificante

Actividade: Consultas públicas


Descrição: É um processo que consiste em ouvir e colher a opinião e os interesses das
comunidades locais afectadas e interessadas pelo projecto, portanto, isso poderá afectar a
comunidade na medida em que deixara os seus afazeres cotidianos para dirigir-se às reuniões e
por outro lado isso pode criar espectativas para a comunidade.
Impacto: Instabilidade sociaL
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G. Conf
(A+I+D)
1 1 1 3 Muito Possíve Insign- Negativa Médio
baixo l ificante

Actividade: Reassentamento
Descrição: O processo, consiste em retirar as pessoas dentro da área onde o projecto será
implementado para uma outra área, como mecanismos de compensação social, económica e de
ocupação de terra. Este processo pode causar mudanças repentinas na estabilidade social da
comunidade tais como: Perda de terra para agricultura tradicional e ou perda permanente de
recursos naturais que consequentemente pode contribuir para a redução da segurança alimentar, e
outros factores que asseguravam a subsistência das comunidades afectadas.
Impactos: Instabilidade social e alteração dos hábitos e costumes.
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf

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1 2 2 5 Baixo Definitiva Reduzida Negativa Baixo

Fase de Implantação
Solo
Actividade: Remoção da vegetação
Descrição: Esta actividade implicará na movimentação de máquinas de grande porte durante a
limpeza do terreno que levará a compactação dos solos devido à pressão que estas máquinas irão
exercer sobre o solo. Reduzindo a permeabilidade do solo e por conseguinte poderá haver
aumento do escoamento de água superficial que consequentemente criará risco de erosão.
Impactos: Compactação e erosão do solo.
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 2 1 4 Muito Provável Média Negativa Médio
baixo

Actividade: Terraplanagem e nivelamento do terreno


Descrição: Esta actividade consistirá no nivelamento do terreno onde, haverá uma influência
directa sobre o perfil do solo, uma vez que diferentes camadas do solo (taludes e aterros) serão
movimentados de um lado para o outro aliado a circulação das máquinas, haverá alteração na
textura e na composição de nutrientes no solo.
Impactos: Alteração do perfil, redução da permeabilidade e de nutrientes do solo
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 3 1 5 Baixo Provável Media Negativa Médio

Bambo, Banda, Benzane, Dimande & Muabsa 37


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Actividade: Construção de canais de irrigação


Descrição: Esta actividade consistirá na abertura de valas/canais de irrigação com a função de
conduzir a água, direcioná-la ou distribuí-la e assegurar o seu escoamento em caso chuvas
intensas, essa actividade poderá alterar o perfil primário do solo na medida em que ira se fazer a
remoção do mesmo perdendo com isso alguns nutriente.

Impactos:
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 2 2 5 Baixo Provável Média Negativa Médio

Actividade: Abertura de vias de acesso


Descrição: Esta actividade consistirá na terraplanagem/ nivelamento e compactação de pistas
que irão compor a rede de caminhos de acesso e caminhos secundários que permitirão a ligação
da plantação ao entroncamento com a estrada pública e que felicitarão os trabalhos de maneio da
plantação. Devido a compactação do solo advinda desta actvidade e da circulação de veículos, na
época chuvosa, a água drenada/escoada das pistas das vias de acesso será conduzida através de
valetas de estradas para bueiros ou para terrenos mais baixos e riachos, que de certa forma irá
criar risco de erosão.
Impactos: Compactação e erosão do solo.
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 3 3 7 Alta Provável Elevada Negativa Alto

Água
Actividades: Remoção da vegetação.

Bambo, Banda, Benzane, Dimande & Muabsa 38


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Descrição: A movimentação de máquinas durante a realização desta actividade, afectará a


turbidez, densidade e viscosidade da água, devido a dispersão de material particulado (poeiras e
aerossóis) advindos da actividade de remoção da vegetação que evidentemente poderá ser
depositado no corpo da água do rio.
Impactos: Turbidez da água.
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
2 2 1 5 Baixa Provável Reduzida Negativa Médio

Actividade: Construção de barreiras de retenção da água para irrigação

Descrição: Modificação das propriedades do rio, decorrente da construção de barreiras para a


irrigação, o que irá implicar o depósito de resíduos sólidos, óleos etc., podendo assim,
contaminar a água

Impacto: perturbação do percurso normal rio

Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
3 2 3 8 Muito Definitiva Muito Negativa Baixo
Alta Elevada

Actividade: Armazenamento de vegetação removida e terraplanagem e nivelamento do terreno

Descrição: Provável redução da qualidade da água do lençol freático – devido à alteração de


suas propriedades físico-químicas por meio da possível percolação de esgoto no fundo do rio,
caso a mesmo não tenha sido corretamente compactado, e pela possível percolação de resíduos
indevidamente armazenados.

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Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 2 2 5 Baixo Possível Muito Negativa Baixo
Reduzida

Actividade: instalação de sistema de irrigação


Descrição: Possível redução da disponibilidade de água no lençol freático - devido a redução da
permeabilidade do solo oriundo da compactação do mesmo através das atividades de
desmatamento, nivelação e escavamento da área por meio de maquinaria pesada.
Impactos: Redução da disponibilidade de água no lençol freático
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
2 1 3 6 Media Provável Media Negativa Baixo

Flora
Actividade: Remoção da vegetação
Descrição: Esta actividade irá causar a perda da população vegetal existente, de todas as
espécies de plantas, incluindo espécies de preocupação especial (em via de extinção), dado que
trata-se de areas extensas, este ecossistema proporciona habitats que suportam todas as formas de
vida na área do porjecto.
Impactos: Perda da biodiversidade florística local
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 3 3 7 Alta Definitiva Elevada Negativa Alto

Bambo, Banda, Benzane, Dimande & Muabsa 40


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Actividade: Remoção da vegetação


Descrição: Esta actividade irá causar a roptura da função do ecossistema e processos ecológicos
do local, dado que um ecossistema fornece um conjunto de funções, onde os processos
biológicos e biofísicos, tais como a ciclagem de nutrientes, formação do solo, reprodução,
migração, competição, predação, sucessão, evolução e migração ocorram. A destruição deste
ecossistema/ habitats ameaçará a interação de processos que garantem a saúde ambiental e a
sobrevivência de espécies individuais.

Impactos: Roptura da função e processos ecológicos do ecossistema.


Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 3 2 6 Alta Definitiva Elevada Negativa Alto
.
Fauna
Actividade: Remoção da vegetação
Descrição: Esta actividade irá causar a perda de habitats, isso devido a remoção da vegetação
que terá influença na dinâmica normal dos habitats das espécies e consequentemente a migração
de espécies faunísticas para outras áreas.
Impactos: Perda e migração das especes faunísticas
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
2 2 3 7 Alta Provável Elevada Negativa Alto

Actividade: Terraplanagem e nivelamento do terreno


Descrição: Esta actividade irá implicar na movimentação de máquinas pesadas para remoção e
posterior nivelamento da parte superficial do solo onde reside grande parte da micro-fauna
responsável pela a ciclagem de nutrientes e contribui para a formação do solo.

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Impactos: Perda da microfauna


Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 1 1 3 Muito Possível Insign- Negativa Médio
baixo ificante

AR
Actividades: Remoção da vegetação, terraplanagem e nivelamento do terreno
Descrição: A movimentação de veículos, máquinas e o funcionamento de motosserras usados
durante a limpeza do terreno irão aumentar os níveis de ruído admissíveis aos seres humanos. E
por outro lado, os mesmos meios usados nesta actividade, afectarão a qualidade do ar, devido a
dispersão de material particulado (poeiras e aerossóis).
Impactos: Poluição sonora e alteração da qualidade do ar
Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 2 1 4 Muito Possível Insign- Negativa Médio
baixo ificante

Socio-económico
Actividades: Remoção da vegetação, terraplanagem e nivelamento do terreno.
Descrição: Para a realização desta actividade será necessário o recrutamento da mão-de-obra
local, que poderá aumentar a renda e dinamização do comércio local da população, por outro
lado, a população poderá as estacas provenientes da remoção da vegetação para a
comercialização e produção de carvão vegetal.

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Impactos: Melhoria de vida de trabalhadores e da população local


Analise
Abrang. Intensid. Duração Conseq. Analise Prob. Signif Natureza G.
(A+I+D) Conf
1 1 2 4 Muito Possível Insign- Positiva Médio
baixo ificante

Actividade: Contratação da mão-de-obra

Descrição: Com a perspectiva de implantação de áreas agrícolas voltadas à produção e


processamento da cana-de-açúcar, com a consequente geração de emprego e renda e melhores
condições de vida para a população rural, há tendência para a diminuição do fluxo migratório
rumo aos centros urbanos, fator positivo, se considerar os impactos sociais causados à grande
maioria dos municípios pela pressão antrópica em torno dos serviços básicos de saúde, educação,
infra-estrutura, empregos etc.
Impacto: Diminuição do Fluxo Migratório para Centros Urbanos
Analise:

Abrangê Intensi Duraçã Consequên Anali Probabili Significânc Natur G.


ncia dade o cia se dade ia eza de
(A+I+D) Co
1 1 1 3 Muito Provável Muito Positiv Alta
baixo reduzida o

Actvidade: contratação da moa de obra

Descrição: Com as atividades previstas na fase de implantação do Projecto em território


nacional, haverá um intenso fluxo de recursos financeiros circulando no distrito que envolve o
projecto assim como a região onde o projecto será implantado, fator que poderá propiciar a
contratação de mão-de-obra, geração de emprego, renda extra para a comunidade local.

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Consequentemente, com o fluxo de recursos financeiros e materiais, produtos, novas atividades


poderão ser desenvolvidas na região, nos setores primário, secundário e terciário.

Impacto: Dinamização da Economia Local


Analise:

Abrang Intensid Duraç Consequê Analis Probabil Significân Naturez G. de


(A+I+D) i Confi
1 1 1 3 Muito Provável Muito Positivo Medi
baixo reduzida o

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Fase de Operação (Solo)


Identificação e Descrição dos impactos na área das Plantações
Fase Operação
Actividade Plantio da cana-de-açúcar
Impacto Contaminação Biológica
Descrição O processo de contaminação biológica por uma espécie exótica ocorre quando é introduzida qualquer espécie
não natural de um ecossistema e se naturaliza, passando a se dispersar e a alterar esse ecossistema.
Analise Abran Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
gência de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 2 3 6 Media Possível Media Negativa Baixa

Fase Operação
Actividad Captação da água para rega/ Irrigação
e
Impacto Salinização do solo
Descrição A planta da cana-de-açúcar exige muita água para o seu desenvolvimento, facto que fará com que seja usado muita
água que contem sais minerais, no processo de irrigação. Os sais, serão transportados pelas águas de irrigação e
depositados no solo, acumulam-se neste após se concentrarem, à medida que a água se evapora ou é consumida
pelas plantas.

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Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 2 3 6 Media Possível Media Negativa Baixa

Fase Operação
Actividad Adubação
e
Impacto Aumento de nutrientes no solo
Descrição O processo de adubação consiste no fornecimento de adubos ou fertilizantes ao solo, de modo a recuperar ou
conservar a sua fertilidade, portanto essa pratica ira contribuir no aumento de quantidades de nutrientes no solo,
visto que essa pratica será feita de forma regular.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 2 3 6 Media Possível Media Negativa Baixo

Fase Operação
Actividad Controle de infestantes e pragas
e

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Impacto Alteração da composição química do solo


Descrição Este processo consiste no desenvolvimento, acções preventivas e correctivas, para impedir a atracão, abrigo, acesso
ou proliferação de vectores e pragas, portanto para este processo serão usados substancias químicas que irão afectar
a composição química dos solo.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 2 2 5 Baixa Possível Reduzida Negativa Baixa

Fase Operação
Actividad Colheita
e
Impacto Empobrecimento do solo
Descrição O processo de colheita da cana envolve a queima da própria cana na área de plantação, portanto esse processo
poderá afectar a parte orgânica do solo, e consequentemente o seu empobrecimento.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 3 2 6 Media Possível Media Negativa Media

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Fase Operação
Actividad Transporte da cana para fábrica
e
Impacto Compactação do solo
Descrição O processo de transporte da cana-de-açúcar para a fábrica implicará na movimentação de veículos de alta
tonelagem ao longo das estradas o que poderá levar a compactação dos solos, reduzindo a sua permeabilidade e por
conseguinte aumento do escoamento superficial e risco de erosão.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 2 3 6 Media Provável Reduzida Negativa Baixa

Fase Operação
Actividad Mineralização dos restos culturais,
e
Impacto Incremento na Biomassa
Descrição Com o incremento da biomassa e, conseqüentemente, da matéria orgânica no solo, através da mineralização dos
restos culturais, aumenta-se a superfície coloidal para a adsorção de bases trocáveis na solução do solo, que são
lentamente disponibilizadas para as plantas.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç

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(A+I+D) a
1 1 2 4 Muito improvável Insignificant Positivo Medio
baixo e

Fase de operação (Agua)

Fase Operação
Actividad Captação da água para rega/ Irrigação
e
Impacto Redução do caudal do rio
Descrição As actividades de captação de agua para rega ou irrigação das plantações de cana-de-açúcar poderá resultar na
escassez da agua ao longo das comunidades a jusantes que usam a agua para vários fins.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
2 2 2 6 Media Possível Reduzida Negativa Media

Fase Operação
Actividad Adubação
e
Impacto Eutrofização da água

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Descrição Na adubação dos campos serão usados fertilizantes tais contendo fosforo, potássio, e nitrogénio portanto essas
substancias vão se concentrar no solo e quando as plantações forem irrigado esses fertilizantes irão se misturar com
a aguas e posteriormente transportados para o rio aumentando se assim o níveis de nutrientes na agua causando a
eutrofização.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
2 2 2 6 Media Possível Reduzida Negativa Baixa

Fase de operação (Fauna)

Fase Operação
Actividad Controle de infestantes e pragas
e
Impacto
Descrição O processo de controle de infestantes e pragas implica a aplicação de substancias químicas como (pesticidas,
raquiticidas) para a estancar as pragas que afetam a plantação, no entanto esse processo ira contribuir na migração
dos insectos que alimentam se das folhas da planta.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a

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1 1 1 3 Muito Possível Insignificant Negativa Baixa


baixa e

Fase de operação (AR)

Fase Operação
Actividad Colheita
e
Impacto Alterações da composição química do ar
Descrição A colheita será feita através da queima, corte da cana, carregamento, e o transporte da cana para a fábrica
constituem as operações finais do ciclo da produção de cana-de-açúcar, portanto, esse processo poderá contribui no
aumento de gases no ar alterando assim a sua composição.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
2 1 3 6 Media Provável Media Negativa Media

Fase de Implantação (socio-economico)

Fase Operação
Actividad Colheita

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e
Impacto Problemas respiratórios
Descrição Este processo será feita primeiramente atreveis da queima das plantações da cana, assim prevê se que haja emissão
de poluentes orgânicos voláteis, que pode afectar na saúde dos trabalhadores e comunidades vizinhas.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 1 1 3 Muito Provável Muito Negativa Baixa
baixo reduzida

Fase Operação
Actividad Colheita
e
Impacto Geração de emprego
Descrição O processo de colheita envolve também corte da cana, e carregamento para a fabrica, este processo será feita
manualmente e implicará na contração de mão de obra sazonal garantindo assim emprego.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 1 1 3 Muito Provável Muito Positivo Alta
baixo reduzida

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Identificação e Descrição dos impactos na área do Empreendimentos/Fabrica

Fase Operação
Actividad Recepção
e
Impacto Emissão de partículas solidas
Descrição Operações de recepção da cana na unidade industrial, segundo os procedimentos usuais, para o início do
processamento industrial da cana.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 2 2 5 Baixa Provável Reduzida Negativa Baixo

Fase Operação
Actividad Queima de bagaço e geração de energia
e
Impacto Aumento da emissão de gases na atmosfera (fuligem e fumaça)
Descrição Durante o processo da queima do bagaço para do melaço haverá emissão de gases de efeito estufa na atmosfera
principalmente o gás carbónico (CO2) e monóxido de carbono (CO)
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de

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cia de o cia de a a Confianç


(A+I+D) a
1 2 2 5 Baixa Provável Reduzida Negativa Baixo

Fase Operação
Actividad Cristalização ou granagem de açúcar
e
Impacto Alteração da qualidade de água
Descrição Durante o processo de cristalização a massa cozida é descarregada dos cozedores nos chamados cristalizadores -
tanques em forma de U, dotados de agitadores -, onde irá ocorrer o resfriamento lento, geralmente com auxílio de
água ou ar.

Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 2 2 5 Baixa Provável Reduzida Negativa Baixo

Fase Operação
Actividad Lançamentos de Resíduos/Efluentes
e
Impacto Risco de Contaminação dos Recursos Hídricos, Solo,

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Descrição A emissão de efluentes proveniente do sistema de tratamento da indústria e a deposição inadequada dos resíduos
sólidos serão uma fonte de impacto ambiental para a vegetação aquática e ciliar dos corpos hídricos locais.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 2 3 6 Media Provável Media Negativa Baixo

Fase de desativação
Fase Desativação
Actividad Despedimento dos funcionários
e
Impacto Desemprego
Descrição Com a desativação do projecto várias são as pessoas que serão afectados principalmente na sua fonte de renda o que
concorrerá para instabilidade social.
Analise Abrangên Intensida Duraçã Consequên Analise Probabilida Significânci Naturez Grau de
cia de o cia de a a Confianç
(A+I+D) a
1 1 1 3 Muito Improvável Insignificant Negativa Baixa
baixa e

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IDENTIFICAÇÃO E ANALISE DAS MEDIDAS DE MITIGAÇÃO


A análise dos impactos ambientais apresentado anteriormente é contextualizado pela aplicação
de medidas de mitigação a serem descritas neste capítulo. Importa referir, que estas medidas
devem ser adoptadas de forma a minimizar ou compensar os impactos ambientais negativos e a
potencias os impactos ambientais positivos do projecto em questão.

As medidas ora apresentadas são propostas pelo EIA para aplicação em diferentes fases do
projecto (concepção, implantação e operação) sendo que são de inteira responsabilidade do
proponente e das entidades que tutelam sobre a implementação do projecto (MITADER). Estas
medidas tem como principal objectivo implementar o projecto de produção e processamento da
cana sacarina na açucareira de Xinavani, de forma mais optimizada possível em termos
ambientais, com vista a salvaguardar os interesses das comunidades locais e do meio biofisico,
atenuando ou anulando potenciais impactos negativos significativos que possam condicionar o
projecto ou os diferentes compartimentos ambientais.

Fase de concepção
Actividade Reassentamento
Impacto Instabilidade social
Medidas  Garantir as condições mínimas em termos de habitação e infra-estruturas
de básicas sociais;
Mitigação  Atribuição de pequenos créditos às famílias afectadas pelo projecto para
desenvolver pequenas actividades de rendimento;
 Atribuição de novos DUATs às famílias que perderam as suas terras.
Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 1 2 2 5 Baixo Definitiva Reduzida Negativa Baixo
mitigação
Com 1 1 2 4 Muito Possível Muito Negativa Alto
mitigação baixo Reduzida

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Fase de Implantação
Actividade Remoção da vegetação
Impacto Compactação do solo
Medidas  O movimento de máquinas e viaturas deve-se realizar somente nas rotas e
de estradas de acesso designadas para o efeito;
Mitigação  Desenho dos blocos da plantação que permita alguma continuidade da
floresta natural.
 Reduzir o intervalo de tempo entre o desmatamento e a instalação das
plantações de cana-de-açúcar;
 Contrariar a erosão estabelecendo barreiras para sedimentos / terraços /
bermas, bem como o plantio de gramíneas nativas e camadas de junco a fim
de evitar os danos causados pelo escoamento;
Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 1 2 1 4 Muito Provável Media Negativa Media
mitigação baixa
Com 1 1 1 3 Muito Possível Insignificante Negativa Alto
mitigação baixo

Actividade Terraplanagem e nivelamento do terreno


Impacto Erosão do solo
Medidas  Evitar a circulação de veículos e máquinas pesadas em zonas não
de estritamente necessárias à construção dos canteiros das plantações,
Mitigação especialmente nas que têm maior aptidão agrícola;
 Assegurar que as linhas de água sejam mantidas livres de lixo e vegetação
invasiva, pelo que deverão ser limpos manualmente com regularidade;
 Garantir um escoamento livre das águas pluviais;
 Com a conclusão do processo de terraplanagem deve ser verificado o estado
da drenagem das águas e da erosão provocada sempre que ocorrer uma
precipitação diária que exceda os 20 mm e reparados os danos

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imediatamente de forma a manter o fluxo natural das águas;

Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 2 2 2 6 Medio Provável Reduzido Negativa Media
mitigação
Com 1 2 2 5 Baixa Possível Muito Negativo Alto
mitigação reduzido

Actividade Remoção da vegetação


Impacto Aumento da turbidez, densidade da água e dos gases dissolvidos
Medidas  Realizar rondas repetidas de amostragem da qualidade da água em cursos
de de água, a fim de identificar áreas problemáticas;
Mitigação  No desmatamento do terreno lavrar em curva de nível;
 Incluir um tampão no rio para preservar a vegetação natural
Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 2 2 2 6 Media Provável Media Negativa Baixo
mitigação
Com 1 1 2 4 Muito Possível Reduzida Negativa Alto
mitigação baixo

Actividade Remoção da vegetação


Impacto Perda de habitats e migração das especes faunísticas.
Medidas  Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico) contínua ou quase
de contínua que liga diferentes habitats, para permitir mobilidade das diversas
Mitigação espécies;
 Restringir ao máximo o acesso às áreas de alta sensibilidade identificadas;
 O desmatamento deve ser sequencial / escalado para minimizar a
perturbação da fauna e permitir a sua fuga ou dispersão. Isto vai servir
simultaneamente para evitar a exposição de grandes áreas de solo aos

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efeitos do escoamento;

Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 2 2 3 7 Alta Provável Elevada Negativa Media
mitigação
Com 1 1 3 5 Baixa Possível Muito Positivo Alto
mitigação reduzido

Actividade Remoção da vegetação


Impacto Perda da biodiversidade florística local
Medidas  Considerar o identificado e mapeado durante a fase de planeamento de
de forma a minimizar a perda de biodiversidade;
Mitigação  Manter áreas de preservação permanente e reserva legal de forma
intercalada nas áreas de cultivo
 Identificar áreas de protecção da biodiversidade, minimizar a fragmentação
de corredores biológicos e implementar de compensações pela perda de
biodiversidade;
Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 1 3 3 7 Alta Definitiva Elevada Negativa Baixo
mitigação
Com 1 2 2 5 Baixo Provável Reduzido Positivo Alto
mitigação

Fase de Operação
Actividade Irrigação
Impacto Salinização do solo
Medidas  Evitar regar em épocas com maior precipitação;
de  Melhoramento do sistema de gestão da água através da construção de
Mitigação estruturas de dreno.

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Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 1 2 3 6 Media Possível Media Negativa Baixa
mitigação
Com 1 1 3 5 Baixo Provável Reduzida Negativo Alto
mitigação

Actividade Adubação
Impacto Aumento de nutrientes no solo
Medidas  Fazer pousio do solo em pequenos hectares para garantir a recuperação de
de nutrientes no solo;
Mitigação  Promover a adubação orgânica, a adubação verde;
 Controlo da alcalinidade do solo pela aplicação de gesso (solos com
elevado conteúdo de Na de troca) ou cal (solos de muito baixo pH);
Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G.C
Sem 1 3 2 6 Media Possível Media Negativa Media
mitigação
Com 1 1 2 4 Muito Possível Insignificante Negativo Alto
mitigação baixo

Actividade Controle de infestantes e pragas


Impacto Alteração da composição química do solo
Medidas  Promover campanhas de educação ambiental sobre os riscos do uso
de indevido dos agroquímicos;
Mitigação  Utilizar apenas os agroquímicos registados e aprovados pelo Governo de
Moçambique;
 Priorizar o uso de herbicidas menos nocivos;
Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 1 2 2 5 Baixa Provável Reduzida Negativa Baixa
mitigação

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Com 1 1 1 3 Muito Possível Muito Negativa Medio


mitigação baixo Reduzida

Actividade Captação da água para rega/ Irrigação


Impacto Redução do caudal a jusante do rio
Medidas  Construção de diques para reservar água em épocas chuvosas;
de  Fazer uma boa gestão da bacia hidrográfica (rio Incomat)
Mitigação
Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G.C
Sem 2 2 3 7 Alta Provável Elevada Negativa Baixo
mitigação
Com 2 2 1 5 Baixa Provável Reduzida Negativa Medio
mitigação

Actividade Colheita
Impacto Alterações da composição química do ar
Medidas • Fazer queimadas em dias com ventos moderados;
de • Colocar o fogo contra direcção do vento;
Mitigação • Manter vigilância às chamas
• Color aceiro para limitação da área de abrangência do fogo.
Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 2 1 3 6 Media Provável Media Negativa Media
mitigação
Com 2 1 2 5 Baixo Possível Reduzida Negativo Alto
mitigação

Actividade Cristalização ou granagem de açúcar


Impacto Alteração da qualidade de água

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Medidas  Construção de bacias de rentecao da agua para posterior tratamento;


de  Reutilização da agua para rega das plantações de cana de açúcar;
Mitigação
Analise Ab In Du (A+I+D) An Pb Si Na G. C
Sem 1 2 2 5 Baixa Provável Reduzida Negativa Baixo
mitigação
Com 1 2 1 4 Muito Possível Insignificante Positivo Alto
mitigação baixo

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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
O relatório do estudo do impacto ambiental (REIA) é um documento que tem em vista providenciar
informação coerente sobre os potenciais impactos de uma proposta e medidas para remedia-los ou reduzi-
los. Este projecto tem em vista a expansão da área de plantação da cana-de-açúcar em 1800h para a
localidade de Maholela no distrito de Moamba província de Maputo, tendo como proponente TONGAAT
Hulett, Açucareira de Xinavane S.A.R.L. para a realização elaboração do REIA que teve o seu inicio no
EPDA e termos d referencia, seguido identificação e analise dos impactos, o PGA, a participação publica
e o seu fim no REIA, foi necessário a contratação de uma equipe de consultoria denominada TECHNICS
Consultores, Ltda especialistas na área e com uma vasta gama de especialistas em diversas áreas de
estudo que foram úteis para a realização do REIA deste projecto tendo em conta as diversas metodologias
existente mas principalmente considerando a protecção do meio ambiente.

Nas suas várias actividades, o projecto em várias componentes locais e não só, como: a flora, a fauna, o
ar, a água e a componente socioeconómica, visto que antes a zona pretendida para a expansão da área de
plantação era usada para a prática da agricultura e pastorícia.

Sendo que todas actividades realizadas no ambiente tem seu impacto, esta actividade também terá os seus
desde os positivos ate os menos agradáveis seja para o ambiente como para a população local. e em
relação aos aspectos positivos, estes decorrentes ao nível da componente social, com contribuição para
aspectos como: Criação de emprego, Contribuição para a arrecadação de impostos, Aumento da economia
da população, Melhoria das condições de escoamento de produtos devido a Construção e melhoria das
vias de acesso.

Alem dos impactos positivos que serão causados pelo projecto prevê-se ainda impactos adversos ao meio
ambiente, que são; Degradação e erosão do solo, Entronização da água, Geração de ruído causado pela
circulação de tractores, Compactação do solo, Contaminação das águas subterrâneas e do solo, Emissão
de e gases de efeito estufa, na queima da cana.

Contudo, para reduzir, minimizar ou compensar/potenciar o efeitos dos impactos biofísicos,


socioeconómicos e de saúde e segurança laboral implementadas medidas de mitigação para minimizar os
possíveis impactos negativos, bem como potenciar os impactos positivos identificados e posteriormente
fazer a monitoria dos mesmos através do plano de gestão ambiental para analisar ate que ponto estas
medidas surtem efeito ou não e também para analisar o desempenho ambiental com a implementação d
projecto.

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E ainda, sendo que o projecto proposto foi classificado como uma actividade de Categoria A pelo
Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), assim sendo, há necessidade de
realização de um Processo de Participação Pública (PP), visto que, esse processo constitui um requisito
legal ao abrigo do Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, de Moçambique
(Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro). Nesta óptica, a participação pública tem o objectivo de assegurar
que as preocupações das Partes interessadas e Afectadas, organizações ou indivíduos sejam registadas,
para serem consideradas pela Equipa Técnica de Avaliação de lmpacto Ambiental através de
Fornecimento da informação sabre o projecto e Divulgação do cronograma de actividades da AIA. A
participação pública foi realizada em dois momentos (EPDA e EIA), onde cada uma destas realizou-se
separadamente para as partes interessadas e para as afectadas devido a disponibilidade e a preocupação
em garantir o bem-estar de cada uma das partes na auscultação do seu parecer quanto ao projecto.

Recomendações

 Implementar um sistema mais aberto entre a organização e as diferentes partes


interessadas, isto é, Ser mais aberto com as partes interessadas, eliminando a imagem de
rigorosidade da empresa para com as diversas partes interessadas e afectadas.
 Continuar a buscar a sustentabilidade como princípio fundamental da sua organização
Aumentando os seus conhecimentos sobre a sustentabilidade.
 Contratar uma equipe especializada de educadores ambientais, engenheiros florestais e
agro-economistas para dinamizar mais as suas actividades e facilitar a comunicação com
a população através de palestrar periódicas, e varias outras formas de integração da
comunidade nas suas actividades e no bem-estar ambiental.

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LACUNAS DE CONHECIMENTO
As lacunas de conhecimentos a destacar prendem-se basicamente com défice de recolha de
informações sistemáticas sobre o estado do ambiente na área onde predende-se estabelecer o
projecto, por parte do governo, bem como a dispersão e dificuldade de acesso a informação
pública existente. Para fazer face a este constrangimento foi necessário a consulta de várias
referências bibliográficas de estudos sobre a área.

As principais lacunas de conhecimento para o enriquecimento do estudo de impacto ambiental


são:

 Para elaboração do presente relatório, a equipa de consultores teve dificuldades devido a


falta/exiguidade de informação referentes ao projecto, embora este seja mais uma fase de
expansão da área de plantação;
 E também, por ser um projecto que já esta em operação e muito conhecido no país
esperava-se encontrar informações referentes ao projecto, tornando-se um obstáculo para
a realização do projecto;
 Identificação e descrição de espécies de fauna e de flora que ocorrem na área de
implantação do projecto;

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PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

Introdução
O presente PGA centra-se na monitoria e mitigação dos principais impactos ambientais,
socioeconómicos e de saúde e segurança associados ao projecto de expansão da área de
plantação da açucareira de xinavene. O objectivo do Plano de Gestão Ambiental (PGA) é
fornecer padrões de monitoria ambiental para o projecto de produção e processamento da cana-
de-açúcar na localidade de Maholela, Distrito de Magude província de Maputo. O PGA efectua
uma listagem das obrigações e responsabilidades de cada uma das partes envolvidas no projecto,
dos métodos e procedimentos que devem ser implementados, bem como das acções de gestão
ambiental que devem ser implementadas, tendo em mente que o quadro de referência para os
padrões ambientais é evitar afectar negativamente: (a) a saúde e o bem-estar das pessoas (b) o
meio ambiente.

Visão geral
O presente plano de gestão ambiental (PGA) compreende a execução de actividades conducentes
a obter resultados positivos sobre o meio ambiente, no que diz respeito a minimizar ou eliminar
os danos causados pela intervenção humana sobre o ambiente, quer evitando que eles ocorram,
sempre numa óptica de melhoria contínua. Assim, o PGA abrange uma série de recomendações
gerais e específicas que colectivamente, servem como base para gerir eficazmente os impactos
ambientais durante as fases de concepção, implantação, operação e desativação do Projecto.

O PGA irá permitir a equipa de segurança, minimizar impactos e evitar situações de risco,
através da implementação de medidas preventivas e correctivas.

O PGA faz também uma listagem das obrigações e responsabilidades de cada uma das partes
envolvidas no projecto, dos métodos e procedimentos que devem ser seguidos e das acções de
gestão ambiental que devem ser implementadas, tendo presente que o quadro de referência para
os padrões ambientais é evitar afectar negativamente (i) o meio ambiente (biofísico e
socioeconómico) e (ii) a saúde e segurança dos trabalhadores.

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Objectivo e âmbito do PGA


O PGA contém uma série de medidas de Gestão e Monitoramento Ambiental dos impactos
identificados no EIA, sendo aplicável às fases de construção e operação do Projecto.

O objectivo da PGA é fornecer ao Proponente, empreiteiro indicações claras que permitam


garantir que as fases de concepção, implantação e operação do projecto proposto sejam
executadas de acordo com padrões ambientalmente aceitáveis, em cumprimento com a legislação
ambiental Moçambicana e com os princípios gerais de actuação responsável.

Objectivos Especificos do PGA


O PGA tem como objectivos específicos:

 Garantir observância contínua da legislação moçambicana;

 Fornecer os mecanismos iniciais para garantir que as medidas identificadas no EIA com
vista a mitigar impactos potencialmente adversos sejam implementadas;
 Fornecer ao Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental (MICOA) um
instrumento que facilite a avaliação objectiva das diferentes fases do projecto, tendo em
conta a legislação ambiental moçambicana;
 Providenciar ao Proponente instruções claras e obrigatórias relativamente às suas
responsabilidades ambientais em todas as fases do projecto;
 Estabelecer procedimentos práticos para a mitigação dos impactos negativos
significativos, bem como de valorização dos impactos positivos identificados durante o
EIAS;
 Identificar acções, responsabilidades e medidas de monitoria dos impacto ambientais, e
de saúde e segurança, de modo a garantir que a actividade é implementada de forma
sustentável, tanto de ponto de vista ambiental, como socioeconómico;

Sistema de gestão ambiental


Um sistema de Gestão Ambiental, permite a uma organização desenvolver uma política
ambiental, estabelecer objetivos e processos para o seu cumprimento, agir, conforme necessário,

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para melhorar continuamente seu desempenho ambiental, verificar e demonstrar a conformidade


do sistema com os requisitos legais, da norma e aqueles com os quais a organização decide
voluntariamente aderir, a fim de equilibrar a proteção ambiental e a prevenção de poluição com
as necessidades econômicas das organizações.

O sistema de gestão ambiental para a TONGAAT Hulett Açucareira de Xinavane S.A.R.L, será
elaborado para ajudar definir, implementar, manter e melhorar estratégias pró-activas para
identificar e resolver os impactos ambientais negativos e potenciar os impactos positivos,
decorrentes das actividades e providencia o quadro para a monitoria ambiental ao longo das fases
de construção e operação.

Políticas de gestão ambiental a nível da empresa

Política de saúde e segurança


A Tongaat-Hulett Açucareira de Xinavane S.A.R.L, que iniciou as suas actividades em 1914, e
actualmente pretende expandir a sua área de produção da cana-de-açúcar em 1800h na localidade
de Maholela, Distrito de Magude província de Maputo bem como aumentar a sua capacidade de
processamento, ciente das suas responsabilidades se compromete a empreender suas atividades
industriais e comerciais compatibilizando-as com os princípios de desenvolvimento sustentável.
Assim sendo este se guia tendo em conta os seguintes princípios:

 Assegurar um ambiente de trabalho seguro e saudável para os seus colaboradores,


garantindo o cumprimento da legislação;
 Promover a formação e informação dos colaboradores sobre os riscos inerentes as
actividades, sensibilizando-os para o cumprimento das normas de segurança;
 Promover a participação, comunicação e envolvimento dos colaboradores e fornecedores
de serviços internos e externos em matérias de segunranca e saude no trabalho;
 Eliminar ou minimizar os riscos para as pessoas, que possam advir do normal
desenvolvimento das actividades;
 Proteger as instalações e equipamentos de modo a assegurar-lhes adequadas condições de
segurança;

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Política ambiental
A Tongaat-Hulett Açucareira de Xinavane S.A.R.L, que pretende expandir a sua área de
produção da cana-de-açúcar em 1800h na localidade de Maholela, Distrito de Magude província
de Maputo bem como aumentar a sua capacidade de processamento, na busca da melhoria
contínua das suas acções voltadas para o meio ambiente, assegura que está comprometida em:

 Promover o desenvolvimento sustentável, protegendo o meio ambiente através da


prevenção da poluição, administrando os impactos ambientais de forma a torná-los
compatíveis com a preservação das condições necessárias à vida;
 Atender à legislação ambiental vigente aplicável e demais requisitos subscritos pela
organização;
 Promover a melhoria contínua em meio ambiente através de sistema de gestão
estruturado que controla e avalia as atividades, produtos e serviços, bem como
estabelecer e fazer a revisão dos seus objetivos e metas ambientais;
 Garantir transparência nas atividades e ações da empresa, disponibilizando às partes
interessadas e afectadas pelo projecto informações sobre seu desempenho em meio
ambiente;
 Fomentar a reciclagem e o reutilização das águas do processo produtivo, contribuindo
com a redução dos impactos ambientais através do uso racional dos recursos naturais;
 Promover a conscientização e o envolvimento de seus colaboradores, para que atuem de
forma responsável e ambientalmente correta;

Politica relativa a comunidade


A Tongaat-Hulett Açucareira de Xinavane S.A.R.L, devera ser capaz de antever e evitar
impactos adversos decorrentes dos projectos sobre comunidades, quando não for possível evitá-
los, minimizá-los e/ou indemnizar os Povos Indígenas por tais impactos.

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Breve descrição do projecto


O projecto de expansão será desenvolvido numa área adicional de cana-de-açúcar
correspondente a 1 800 ha de terras aráveis, no distrito de Magude, localidade de Maholela a
sudoeste de Magude-sede, a cerca de 25-4- km das actuais plantações de cana e da fabrica de
açúcar.

O complexo açucareiro de xinavane compreende 1 fábrica de processamento de açúcar e melaço,


infra-estruturas de apoio e habitacionais e uma área de produção própria de cana-de-açúcar em
regime intensivo de monocultura.

A açucareira de xinavane possui uma área total de 9 757 ha, sendo que actualmente, a área
ocupada com plantações de cana pela açucareira de xinavane é de 5 475 há, a qual é acrescida de
áreas de pequenos agricultores que fornecem cana a fabrica. Os agricultores privados locais que
também produzem cana-de-açúcar para a açucareira de xinavane são uma empresa moçambicana
(Vamagogo Estate) que cultiva 1 500 há e duas associações que produzem e fornecem cana a
fabrica numa base contratual, sendo que o resultado das vendas são repartidas entre a fabrica
(45%) e os produtores (55%) depois de deduzidos os custos de produção. A cana produzida pela
companhia representa 86.76% do total, e os restantes 13.24% são produzidos pelos agricultores
locais.

Recentemente, o REIA sobre a expansão da plantação de cana em 5 300 há em chibanza,


xinavane foi aprovado pelo MICOA actualmente designado MTADER.

O presente projecto consiste no desenvolvimento de uma área adicional de cana-de-açúcar


correspondente a 1 800 ha de terras aráveis, cuja principal actividade actualmente é a de criação
de gado e agricultura de sequeiro. Estas terras estão localizadas no distrito de Magude, localidade
de Maholela a sudoeste de Magude-sede, a cerca de 25-4- km das actuais plantações de cana e da
fábrica de açúcar.

Fases do projecto
O projecto conta com três fases nomeadamente, implantação, operação

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Pré-construção

 Limpeza da área coberta por vegetação;


 Preparação do terreno e desenvolvimento de nfraestruturas.

Operações
Esta fase compreende:

 Plantação da cana;
 Colheita, transporte, descarregamento e armazenamento da cana;
 Processamento e produção do produto final (açúcar);
 Armazenamento do produto final.

Responsabilidades

MITADER
O Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) é um órgão do aparelho
do Estado, é responsável pela protecção do meio ambiente e para a autorização de projectos de
desenvolvimento propostos. A autorização é fornecida somente após estudos apropriados terem
sido realizados para avaliar as implicações ambientais e sociais de projectos de desenvolvimento
de propostas, de acordo com os Regulamentos da AIAS. Também é responsável por tomar a
decisão sobre o processo de AIA, e regular pela inspecção, verificação e auditoria, antes, durante
e após a implementação dos projectos de desenvolvimento propostos em Moçambique.

Proponente
O projecto de produção e processamento de cana sacarina, tem como proponente, a TONGAAT
Hulett Açucareira de Xinavane S.A.R.L, que pretende expandir a sua área de plantação de cana-
de-açúcar em 1800h na localidade de Maholela, Distrito de Magude província de Maputo, com
isso é da responsabilidade do proponente:

 Certificar que o PGA esteja em correspondência com os requisitos da entidade


governamental responsável pelo meio ambiente;

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 Monitorar, avaliar e reportar o desempenho relativo à saúde, segurança dos colaboradores e


protecção ambiental;
 Cumprir com todos os requisitos do plano de gestão ambiental;
 Implementar as medidas correctivas nas não-conformidades com o PGA;
 Realizar e acolher todas as auditorias ambientais realizadas pelas estruturas
governamentais.

Gestor de operações
É de responsabilidade do gestor operacional da TONGAAT Hulett Açucareira de Xinavane
S.A.R.L, garantir a execução e supervisão das actividades operacionais no campo, assegurar os
necessários licenciamentos, assegurar os processos logísticos indispensáveis às actividades,
organizar as acções de formação e treinamento dos colaboradores, colaborar na aplicação das
normas e técnicas da empresa e identificar e apoiar a contratação de prestadores de serviços.

Gestor de saúde e segurança, ambiente e comunidade


O gestor de saúde e segurança, ambiente e comunidade, da TONGAAT Hulett Açucareira de
Xinavane S.A.R.L, deverá ser responsável em:
 Consciencializar os colaboradores em matéria da saúde e segurança no local, através de
palestras e reuniões com os funcionários da empresa e as comunidades envolvidas;
 Realizar inspecções ambientais no local de trabalho para garantir a conformidade com o
plano de gestão ambiental;
 Desenvolver e propor estratégias de relacionamento com as comunidades assegurando o
diálogo e as assistências as comunidades lacais.

Oficial de saúde e segurança


O oficial de saúde e segurança nomeado pela TONGAAT Hulett Açucareira de Xinavane
S.A.R.L, tem a obrigação de desenvolver um plano de saúde e segurança pormenorizado que irá
incluir uma avaliação dos possíveis acidentes e emergências (como acidentes de viação,
incêndios, explosões, derrame ou libertação de materiais perigosos e desastres naturais), e
promover a consciencialização em matéria da saúde e segurança no local, através de palestras e
reuniões com os trabalhadores.

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Oficial de controlo ambiental


A TONGAAT Hulett Açucareira de Xinavane S.A.R.L, tem a obrigação de contratar um Auditor
Independente acreditado para examinar o processo de forma independente e elaborar relatórios
trimestrais das auditorias. Assim sendo é da responsabilidade do auditor:

 Realizar auditorias ambientais trimestrais (na base de visitas ao local e da análise de


relatórios de monitoria existentes);
 Elaborar e submeter relatórios trimestrais de auditoria ambiental ao MITADER;
 Identificar as acções correctivas exigidas pelo PGA e a legislação Moçambicana.

Empreiteiros e subempreiteiros
É responsabilidade do empreiteiro e subempreiteiro da A TONGAAT Hulett Açucareira de
Xinavane S.A.R.L Cumprir com todos os requisitos do PGA de acordo com os padrões
ambientais do projecto, empregar técnicas, práticas e métodos de construção que assegurem o
cumprimento de padrões que minimizem os danos ambientais, ajudando a controlar os
resíduos sólidos e efluentes resultantes do projecto, evitar a poluição, previnam a perda ou
danos sobre os recursos naturais, e minimizem os efeitos sobre os utentes e ocupantes das
terras circunvizinhas e do público em geral, respeitando a a legislação referente a prevenção
e protecção do ambiente natural.

Situacao de referência
 Clima
O clima da área é típico da zona sul de Moçambique, possui um clima Tropical húmido a sub-
húmido no litoral e tropical seco em direcção ao interior, com uma precipitação média anual de
807 mm, concentrada nos meses de Dezembro a Fevereiro e uma temperatura média anual é de
23° C, sendo a máxima em Janeiro (cerca de 32° C) e a mínima em Julho (13°C). Predominam
duas estações: a quente e de pluviosidade elevada – de Outubro a Abril; e a fresca e seca – de
Abril a Setembro (MAE 2005).

 Geologia e Geomorfologia

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A geomorfologia terrestre da área aonde o projecto será implantado é composta maioritariamente


por sedimentos não consolidados predominantemente de área fina inter-dispersa com argila. A
área localiza-se entre duas regiões agro-geológicas (INIA, 1996).

 Solo
Existe uma estreita relação entre a geologia e solos, os solos do Distrito de forma geral são de
fertilidade média ao longo do rio Incomati, existe uma planície aluvionar com menos de 100
metros de altitude, constituídas por areias brancas de granulometria fina com solos argilosos e
textura estratificada ou turfosos (MAE 2005).

 Recursos hídricos superficiais e subterrâneos


Moçambique possui muitos rios que desaguam no oceano indico, os quais maioritariamente e os
mais importantes nascem nos países vizinhos, portanto, são partilhados por muitos países da
região. Maior parte destes, escoam elevados volumes de água durante a estação chuvosa de
Dezembro a Marco.

A área do projecto é atravessada pelo rio Incomati, um dos maiores e importante para abstracção
de águas superficiais e subterrâneas para as necessidades internas de ambas as populações rurais
e urbanas e para actividades agrícolas praticadas ao longo das suas margens na zona sul do país
(Maputo).

 Ecologia
A área é parcialmente sujeita a intervenção de actividades humanas a vários anos para a
produção de culturas agrícolas e criação de gado. A vegetação natural é composta por um
mosaico de agricultura e pradarias, matagal denso, matagal aberto, matas e florestas ribeirinhas
ao longo do rio Incomati, na porção sul da área de expansão. As espécies de valor comercial que
podem ser encontradas são Afzelia quanzensis (Chanfuta) e Dyospiros em número muito
reduzido, uma fauna composta de pequenos mamíferos e uma vegetação graminal composta por
maioritariamente por seguintes espécies: Wild sorghum, Pnicum maximum e Cyperus rotundus.

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Medidas de gestão

Fase Concepção
Actvidade Reassentamento
Impacto Instabilidade Social
Medida de Mitigação • Garantir as condições mínimas em termos de habitação e infra-estruturas básicas sociais;
• Atribuição de pequenos créditos às famílias afectadas pelo projecto para desenvolver
pequenas actividades de rendimento;
Componente a Mitigar Socioeconómico
Objectivos da monitoria Assegurar a estabilidade social das famílias afectadas;

Metodologia Reuniões comunitárias

Periodicidade 1 Ano
Resultados Redução da dependência pelos recursos naturais para subcistencia;
Melhoria das condições habitacionais e infra-estruturas sociais;
Responsabilidade MITADER

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Fase de Implementação
Fase Implantação (SOLO)
Actvidade Remoção da Vegetação
Impacto Compactação e erosão do solo.
M.de Mitigacao • Uso de viaturas com rodas largas para reduzir a área da compactação;
• Remoção manual da vegetação em áreas com pouca cobertura vegetal
Comp. a Mitigar Textura do solo
Objectivos da Atenuar a compactação do solo com vista a facilitar a penetração das raízes e filtração de
monitoria água;
Metodologia Observação das distintas formas de erosão
Colecta de amostras de solo numa profundidade de 50 a 100cm.
Periodididade 6 meses
Resultados Redução significativa dos níveis de compactação do solo
Responsabilidade Proponente.

Fase Implantação (SOLO)


Actvidade Terraplanagem e nivelamento do terreno
Impacto Erosão do solo.
M.de Mitigacao  Evitar a circulação de veículos e máquinas pesadas em zonas não estritamente necessárias à
construção dos canteiros das plantações;

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 Garantir um escoamento livre das águas pluviais;

Comp. a Mitigar Solo


Objectivos da Reduzir os efeitos da eroso advindos do processo de terraplanagem e nivelamento do terreno
monitoria
Metodologia Colecta de sedimentos de solo
Observação directa do estado de corrosão das partículas de areia
Periodididade 6 meses
Resultados Controlo dos efeitos da erosão sobre o solo
Responsabilidade Proponente.

Fase Implantação (ÁGUA)


Actvidade Remoção da Vegetação
Impacto Turbidez da água.
M.de Mitigacao  No desmatamento do terreno lavrar em curva de nível;
 Incluir um tampão no rio para preservar a vegetação natural

Comp. a Mitigar Agua


Objectivos da Reduzir a dispersão de partículas de arreia para agua;
monitoria
Metodologia Colecta e análises laboratoriais de algumas amostras da água

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Periodididade As análises devem ser feitas de 3 em 3 meses


Resultados Controle das partículas do solo durante a remoção da vegetação.
Responsabilidade Proponente
Fase Implantação (FLORA e FAUNA)
Actvidade Remoção da Vegetação
Impacto Perda de habitats e migração das espécies faunísticas
M.de Mitigacao Reservar faixas de vegetação nativa (corredor biológico) contínua ou quase contínua que liga diferentes
habitats, para permitir mobilidade das diversas espécies;
Repovoamento da área desmatada e potenciação de outras em detrimento das que servirão de base para
o empreendimento
Comp. a Mitigar Fauna e Flora
Objectivos da Reduzir o desbravamento de extensas áreas de vegetação que servem de habitat da fauna
monitoria
Metodologia Mapeamento e levantamento das principais áreas de ocorrência da fauna.
Censo da fauna
Periodididade Devem ser feitos de 6 em 6 meses
Resultados Redução significativa dos níveis de migração das espécies faunísticas.
Responsabilidade Proponente

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Fase de Operação
Fase Operacao
Actvidade Irrigação
Impacto Salinização do solo
M.de Mitigacao • Evitar a rega das plantações em períodos chuvosos;
• Melhoramento do sistema de gestão da água através da construção de estruturas de dreno.
Comp. a Mitigar Solo
Objectivos da Reduzir os níveis de concentração de agua nos canteiros das plantações da cana de açúcar.
monitoria
Metodologia Colecta de amostras de solo numa profundidade de 30 a 70cm.
Periodididade 6 em 6 meses
Resultados Redução de concentração de sais minerais no solo
Responsabilidade Proponente

Fase Operação
Actvidade Adubação e fertilização
Impacto Aumento de nutrientes substâncias químicas no solo
M.de Mitigacao Uma vez que a empresa pretende explorar cerca de 1800 ha, poderia optar por um sistema de
pousio em que introduziria uma cultura menos exigente, de modo a não sobrecarregar a
capacidade do solo e, de igual modo deve-se utilizar uma semente melhorada que não necessita

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de uma intensa aplicação de produtos químicos.

Comp. a Mitigar Solo


Objectivos da Reduzir os níveis de concentração de substâncias químicas nos canteiros das plantações da
monitoria cana-de-açúcar.
Metodologia Colecta de amostras de solo numa profundidade de 30 a 70cm.
Observação da frequência de surgimento de gramíneas competidoras
Periodididade 1 à 3 meses depois do plantio
Resultados Redução de concentração de nutrientes e substâncias químicas como o fosforo, potássio,
nitrogénio etc, no solo
Responsabilidade Proponente

Fase Operacao
Actvidade Colheita
Impacto Alterações da composição química do ar
M.de Mitigacao • Fazer queimadas em dias com ventos moderados;
Comp. a Mitigar Ar
Objectivos da Reduzir a emissão de gases (fumo, partículas solidas) para a atmosfera
monitoria
Metodologia Colocação de colector isocinético para colecta de amostras de volume de gases no ar.

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Periodididade 2 em 2 anos
Resultados Monitorizar partículas inaláveis e a constituição química do ar.
Responsabilidade Proponente

Fase Operacao
Impacto  Surgimento ou aumento de insectos como ex. mosquito e proliferação de doenças;
 Perda de, ou redução de acesso a terras agrícolas;
 Desenvolvimento económico na região
M.de Mitigacao  Controlo de reprodução de mosquitos e/ ou distribuição de redes mosquiteiras
acompanhada por campanhas de sensibilização no sentido de protecção contra os
mosquitos de modo a evitar a proliferação de malária, o que pode provocar distúrbio no
seio da comunidade;
 Incentivar os camponeses a cultivar numa outra área, adoptando-lhes capacidades, no
sentido de produzir muito, mesmo em áreas pequenas, através da utilização de fertilizantes
orgânicos e sementes melhoradas;
 Surgimento de actividades complementares e de prestação de serviços a empresa, tornando
o local cada vez mais desenvolvido
Comp. a Mitigar Socio-economico
Objectivos da Reduzir os números de incidência e prevalência de doenças causadas pelo mosquito;
monitoria Reduzir os índices de pobreza e dependência da agricultura para subcistencia;
Resultados Redução da proliferação de malaria e outras doenças associadas ao projecto;

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Redução da dependência pela agricultura para a sua subcistencia


Responsabilidade Proponente em parceria com as autoridades administrativas distritais que tutelam a área

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Procedimentos

Sensibilização e formação ambientais


Para se certificar a implementação adequada do plano de gestão ambiental, é preciso criar
condições para que todo o pessoal afecto na execução do projecto, seja sensibilizado para o
correcto desempenho ambiental das suas funções. Esta sensibilização tem particular incidência
nas fases de implementação e operação do projecto.
Assim sendo deverão ser implementados programas de sensibilização, cujas acções terão como
objectivo divulgar os aspecto essenciais do plano de gestão ambiental, onde será dada mais
relevância aos procedimentos ambientais a executar, sua importância e consequências de não
cumprimento dos mesmos.
As acções de sensibilização deverão ser planeadas e promovidas pelo responsável ambiental. O
envolvimento do público desde as fases iniciais do projecto, bem como a disponibilidade das
entidades promotoras para prestarem esclarecimentos acerca do mesmo induz uma
receptibilidade por partes das comunidades aos constrangimentos causados pelo proecto. Assim
sendo a comunicação entre as partes, pressupõe a criação de vários instrumentos que facilitem a
articulação entre o público e as acções decorrentes das actividades do projecto, tais como
 Painéis informativos, colocados na área da execução das acções do projecto
 Reuniões com entidades interessadas ou elementos particulares da comunidade
envolvidas ou afectadas pelo projecto;

Plano de controlo de situações de risco e emergência


Durante a realização das actividades que caracterizam o projecto, eventualmente venham a se
verificar algumas situações que venham a colocar em risco os trabalhadores e, nalgum momento
os residentes mais próximos. Refere-se assim, a seguintes situações:

 Acidentes de trabalho no processo de construção;


 Incêndios causados pelo confeccionamento dos alimentos dos trabalhadores;
 Acidentes advindos do processo de descaroçamento, podendo resultar em cortes ligeiros
ou graves, principalmente nos membros superiores;

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 Acidentes no processo de corte, carregamento, transporte da cana-de-açúcar das


plantações ate a fábrica de processamento.

Plano de controlo de riscos


Este plano define qual é a estratégia que será adoptada para cada risco identificado. Estas
estratégias podem ser:

Mitigar o risco: são tomadas acções para minimizar o impacto do risco ao projecto, caso ele
ocorra.

 Uso de capacetes e outro material de protecção, em situações de construção.


 Apetrechamento do empreendimento com instintores e contratação de uma equipe de
primeiros socorros para prestar serviços à empresa. Responsável: Proponente.
 Formação do pessoal em matérias de segurança de modo a evitar situações de risco.
Responsável: Proponente.

Eliminar ou prevenir o risco: São tomadas acções para eliminar a probabilidade de ocorrência do
risco. Assim, a execução das medidas de mitigação acima, irá permitir a eliminação da
probabilidade de ocorrência.

Transferir o risco: esta estratégia significa transferir a outra parte da responsabilidade pelo risco.
Um exemplo é a contratação de seguros. No plano de respostas aos riscos é definido um
responsável para tomar a acção proposta, no caso de ocorrência do risco (já referido acima). Este
plano é também conhecido como Plano de Contingências. Assim, prevê-se a contractação da
seguradora ALIANCE SEGURADORA LTD.

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Monitoria ambiental

Programa de Monitorização da Qualidade de Ar


Indicadores de Ruído
desempenho
Fontes de emissão Veículos e Maquinas pesadas durante a fase de remoção da
vegetação, nivelamento, terraplanagem, transporte e processamento.
Locais de monitoria Fábrica de processamento, Comunidades vizinhas e no depósito de
resíduos.
Frequência da Duas vezes por mês
monitoria
Tipo de equipamento Hi-Vol
Técnicas de Amostragem não-estatística
amostragem
Manuseamento do O volume de ar amostrado é determinado a partir da vazão medida e
equipamento do tempo de amostragem.

Programa de Monitorização da Qualidade do solo


Indicadores de Erosão, Produtividade do solo, Salinidade, Nutrintes
desempenho
Fontes de emissão Irrigação, Circulação de viaturas, Aplicação de fertilizantes
Locais de monitoria Áreas das plantações de cana, vias de ligação fábrica de
processamento – canteiros das plantações
Frequência da 2 em 2 anos
monitoria
Tipo de equipamento Ph-metro e caixas de contenção de sedimentos
Técnicas de Em cada local devem ser efectuadas amostragens do solo
amostragem
Manuseamento do Fazer um furo no terreno e inserir o eléctrodo e fazer a medição.

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equipamento

Programa de Monitorização da Qualidade de Agua


Indicadores de
desempenho
Fontes de emissão
Locais de monitoria
Frequência da monitoria
Tipo de equipamento
Técnicas de amostragem
Manuseamento do
equipamento

Programa de monitorização dos impactos sócio económicos


Indicadores de Números de pessoas contratadas (efectivos e sazonais)
desempenho
Potenciais fontes de Emprego
impactos
Locais de monitoria Distrito Magude, Xinavane, Palmeira
Frequência da Anualmente
monitoria
Tipo de equipamento Gravador, Bloco de notas
Técnicas de Amostragem estatística e entrevistar, respectivamente.
amostragem
Manuseamento do
equipamento

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Relatórios de Monitoria
O relatório da monitoria ambiental é uma parte complementar e fundamental do Plano de Gestão
Ambiental, onde o proponente deve efectuar a monitorização das questões ambientais
significativas. Assim, o presente plano de monitorização tem como objectivo avaliar a eficácia
das medidas de mitigação adoptadas, a fim de certificar que as medidas recomendadas estão a ter
os efeitos previstos e desejados e promoverá a introdução de novas medidas de mitigação.

Tabela de implementação de medidas de monitorização

Métodos ou
Parâmetro Medidas de
Locais de Medição ou equipamento
Componentes s a Monitorizaçã
amostragem registo s de recolha
monitorar o
de dados

Agua Qualidade A jusante do Tomar uma Comparar os Medir a


da água rio Incomate e amostra de resultados qualidade da
ao longo das água corrente, com os água através
plantações de sempre que resultados de amostras e
cana-de- possível, a anteriores, envio de
açúcar. partir de uns incluindo as amostras para
poucos medições de análise;
centímetros referência, a
abaixo da fim de
superfície da permitir a
água. detecção de
alterações.
Evitar a
contaminação
cruzada,
evitando o
contacto com
a amostra e a

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garrafa de
amostra /
tampa

Solo Erosão; Na instalação Observação Comparar os Uso de ph


das plantações das distintas níveis de metro;
Salinidade;
formas de erosão e a
Na exploração Bancos de
Nutrientes; erosão quantidade
das plantações contenção de
de sais
(canteiros ou Colecta de sedimentos de
minerais
blocos das amostras de areia.
presentes no
plantações de solo numa
solo a partir
cana) profundidade
de análises
de 50 a
laboratoriais.
100cm.

Ar Qualidade Nas Monitorizar Comparas


do Ar instalações da partículas das analises
Fabrica de inaláveis e a químicas do
processamento constituição ar em
; química do ar. diferentes
Realizar pontos; Bomba para
Nas zonas amostragem
inspecções de
adjacentes as de gases e
modo a
plantações poeira
verificar o
num raio de
cumprimento Hi-Vol
1500km2
das medidas
de mitigação a
serem
implementada
s.

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Socioeconómic Custo de Comunidades Providenciar Recolha Reuniões;


o Vida directamente informação preocupações
Cartas
afectadas; sobre o , questões,
Nível de dirigidas;
projecto; percepções e
renda Autoridades
sugestões da
familiar governamentai Divulgar as
comunidade,
s estratégias
recrutamento e
formação de
mão-de-obra
local;

Estabelecer
reuniões
periódicas
com grupos de
intervenientes

Acções de manutenção
O Controlo e Monitorização Ambiental da área de plantação e processamento da cana de açúcar
esta em conformidade ambiental, definindo as acções de acompanhamento, monitorização e
medição ambiental periódicas dos principais aspectos das operações / que possam ter impactes
significativos. Durante a instalação do projecto será contratados trabalhadores, com diversas
especialidades no uso das máquinas para o desenvolvimento do mesmo, sendo necessário a
manutenção das máquinas no caso em que avariam. Já depois de o projecto estar pronta, a
estrada deve causar problemas escorregamentos do terreno que podem levar terra aos córregos e
rios.
Para tal, serão verificados alguns procedimentos e aspectos básicos para o bem-estar
ambiental, da comunidade local e dos funcionários.

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O controlo e monitorização ambiental a implementar permite assegurar a conformidade


ambientaldo projecto, apresentando duas componentes essenciais:

 O controlo em obra, prevenindo quaisquer incidências negativas, reduzindo ou


eliminando as causas susceptíveis de alterarem a qualidade do ambiente;
 A monitorização e medição, correspondendo a observações qualitativas dos
impactes ocorrentes que afectem os principais factores de qualidade ambiental,
humana e ecológica e observações quantitativas dos factores ambientais definidos.

Plano de Gestão Ambiental


O Programa de Educação Ambiental se justifica como medida mitigadora dos impactos do
empreendimento visando a melhoria do processo de gestão ambiental da região ao introduzir
novos conhecimentos e interacções entre os diversos actores e o meio ambiente.

Este programa tem como objetivo trabalhar junto aos sistemas de educação formal (distrital e
local), visando sensibilizar e capacitar todos os funcionários e responsáveis envolvidos na área
de plantação e processamento industria açucareira de xinavene quanto às práticas adequadas (nos
aspectos legal e técnico) para minimizar impactos sócio-ambientais na região do
empreendimento, bem como otimizar a adoção de aspectos de bem-estar ambiental, saúde e
segurança do trabalho.

Busca despertar a consciência na sociedade a adopção de procedimentos menos agressivos ao


meio ambiente durante a todas actividades do projecto (plantação, irrigação, colheita e
processamento).

O Programa de Educação Ambiental deve nortear e contribuir para o bom desenvolvimento do


projecto e para a melhoria dos padrões de qualidade de vida da população que será afectada pelo
projecto, através da introdução e/ou reforço de conhecimentos e práticas que permitam o
cumprimento dos seguintes objetivos específicos:
 Modificação de hábitos e atitudes da população em relação ao meio ambiente;
 Incentivar a formação de hábitos e atitudes ambientalmente correctos junto à população
escolar;

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 Contribuir para a prevenção e a minimização dos impactos ambientais e sociais


decorrentes do projecto;
 Instruir os colaboradores do projecto para que tomem atitudes de maior cuidado com o
meio ambiente e mais responsabilidade ao desenvolver de suas actividades.

Metodologia
Para a implementação do Programa de educação ambiental três actividades devem ser
inicialmente desenvolvidas, as quais estão citadas a seguir:
 Identificar todas as instituições e indivíduos actuantes no local ligadas a questão
ambiental;
 Mobilizar todos indivíduos, de modo a estabelecer interacções positivas com a
comunidade local e preparar agentes locais nas práticas de Educação Ambiental;
 Estabelecer parcerias com instituições regionais ligadas às áreas de educação e meio
ambiente e outros parceiros locais capazes de colaborar com as acções do programa como
por exemplo Organizações Não Governamentais.

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RELATÓRIO DE PARTICIPAÇÃO PUBLICA

Introdução
A TONGAAT Hulett Açucareira de Xinavane S.A.R.L, pretende expandir a sua área de
plantação de cana-de-açúcar em 1800h na localidade de Maholela, Distrito de Magude província
de Maputo.

A açucareira de Xinavane iniciou as suas actividades no ano de 1914 quando investidores


Britânicos chegaram a Xinavane e iniciaram as suas actividades sobre designação “Incomati
(SAI) de propriedade Portuguesa.

O projecto proposto foi classificado como uma actividade de Categoria A pelo Ministério da
Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), assim sendo, há necessidade de
realização de um Processo de Participação Pública (PP), visto que, esse processo constitui um
requisito legal ao abrigo do Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental,
de Moçambique (Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro).

O processo de PP deste projecto foi realizado em conformidade com as disposições do decreto


ora referenciado e regulamentos e ainda com a Directiva Geral para o processo de Participação
Pública no Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Diploma Ministerial 130/2006 de 19
de Julho).

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Participação pública
A participação pública processo compreende a consulta e audiência pública. Ela implica o
fornecimento de informação e auscultação a todas as partes interessadas e Afectadas, directa ou
indirectamente, por uma actividade, o pedido de esclarecimento, a formulação de sugestões,
devendo realizar-se em conformidade com a respectiva Directiva a emitir pelo MITADER.
A participação pública é obrigatória para actividades de categoria A, sendo facultativa para
actividades de categoria B, todavia, ela deve ocorrer sempre que implique: a deslocação
permanente ou temporária das populações ou comunidades; a deslocação de bens ou restrição no
uso dos recursos naturais.
Têm o direito a tomar parte no processo de participação pública ou de se fazerem representar,
todas as partes interessadas ou afectadas, directa ou indirectamente pela actividade.

Objectivos da consulta pública


O objectivo principal da Consulta Publica e assegurar que as preocupações das Partes
lnteressadas e Afectadas, organizações ou indivíduos sejam registadas, para serem consideradas
pela Equipa Técnica de Avaliação de lmpacto Ambiental. A Participação Publica permite ainda o
estabelecimento de um canal de comunicação entre o público e o Consultor, bem como entre o
publico e o Proponente, a ser usado ao longo do processo de AIA.

Objectivos da consulta pública na fase de EPDA


 Confirmar junto as partes se a área requerida está livre de ocupação e que o projecto se
compatibiliza com os interesses locais, comunitários e distritais;
 Fornecer informação sabre o projecto;
 Divulgar o cronograma de actividades da AIA;
 Apresentar o conteúdo do Relatório de EPDA e dos Termos de Referencia do EIA;
 Recolher questões, comentários e sugest6es sobre o projecto, para inclusão no Relat6rio
de EPDA e nos Termos de Referencia do EIA;
 Divulgar as formas de comunicação entre o público e o Consultor, bem como entre o
público e o Proponente.

Bambo, Banda, Benzane, Dimande & Muabsa 93


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Objectivos da participação pública na fase do EIA


 Fornecer informações sobre o Estudo de lmpacto Ambiental;
 Apresentar o conteúdo do REIA;
 Colher questões, comentários e sugest6es sabre o projecto, para inclusão no relatório final
do EIA.

Identificação das partes interessadas e afectadas pelo projecto


Para que um processo de participação pública seja eficaz é preciso que aja o envolvimento das
partes interessadas de todos os níveis, particularmente aqueles susceptíveis de serem afectados
pelo projecto a nível local (comunidade de Maholela), regional, e nacional.

Nivel Partes interessadas e afectadas pelo projecto

Local Todas aldeias da localidade de Maholela abrangidas pelo projecto.

Distrital Governo Distrital de Magude

Conselho Local do Posto Administrativo que envolve a localidade


de Maholela

Proprietários de concessões na área do projecto

Sociedade civil

Provincial Governo Provincial de Maputo

Autoridades governamentais dos sectores de Ambiente,


Agricultura, Trabalho, etc

ONG’s locais e internacionais activas na área do ambiente

Sociedade civil

Instituições de ensino

Os Mídias

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Nacional Governo Central;

Conselho de Ministro;

Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar;

Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural;

Organizações Não-Governamentais ambientais e de


desenvolvimento;

Instituições de ensino e pesquisa

Os midias

Metodologias da consulta pública

Metodologias para a divulgação da informação


Para o envolvimento das partes interessadas e afectadas pelo projecto, no que se refere a
divulgação dos documentos informativos, o convite para acompanharem todo o processo de AIA
e o convite para participarem nas reuniões públicas divulgar-se-á através:

 Anúncios no Jornal e Rádio

Nas fases de EPDA e EIA serão publicados anúncios nos Jornais e Rádio de maior abrangência
nacional e provincial, nomeadamente, Jornais Notícias, Diário de Moçambique e Rádio
Moçambique, na emissora provincial de Maputo, nas datas indicadas na tabela abaixo.

Os anúncios a serem publicados no jornal e rádio tem como objectivo divulgar informação sobre
o processo de AIA, convidar as pessoas a se inscreverem como partes interessadas do projecto,
informar as partes sobre as datas das reuniões, horas e locais, divulgar informação sobre os locais
de consulta dos documentos antes das reuniões.

 Cartas-convite Dirigidas

Distribuição de Cartas-convite endereçada aos membros do Governo do Distrito, residentes na


sede e os membros do Conselho Local do Posto Administrativo que envolve a localidade de

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Maholela, personalizadas a todas as partes (interessadas e afectadas) registadas na base de dados


do projecto, por correio, email e fax.

 Anuncio porta a porta

A nivel local, valorizar-se-à as campanhas porta a porta com o objectivo de garantir maior
participação da comunidade local.

Metodologias usadas para realização das consultas públicas


A Consulta Publica foi efectuada tendo em conta alguns aspectos básicos:

 Fornecimento de informação preliminar sobre o projecto,

 Provisão de materiais de informação (panfletos, cartazes),

 Apresentação do rascunho do EPDA,


 Disseminação de informarão relativa a fase de EPDA ao nível das comunidades,
 Apresentação do Rascunho do Estudo de lmpacto Ambiental,

 Apresentação do relatório de consultas público.

Para o desenvolvimento das reuniões foram usadas diferentes metodologias para aos diferentes
grupos (parte interessada e parte afectada).
Para as partes interessadas as metodologias usadas foram mais participativas, onde usou-se
projector, slides, Computador; Vídeos televisivos; Flipchart.
Enquanto, para as partes afectadas as metodologias usadas para o desenvolvimento da reunião
foram: Banda desenhada, Formar grupos focais.

Bambo, Banda, Benzane, Dimande & Muabsa 96


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Descrição das principais questões discutidas

Principais questões discutidas na fase do EPDA


Principais questões discutidas a nível local

 Benefícios directos do projecto para as comunidades

As comunidades manifestaram interesse em saber se teriam benefícios do projecto no tange a


fornecimento de agua, energia, acesso a novas terras férteis para o cultivo e pastagem.

 Locais sagrados

A comunidade manifestou preocupação em relação a este aspecto, tendo questionado como é que
aspecto seria tratado pelo proponente. Importa referir que questões dessa natureza são
complexas, assim devem ser conduzidas com muita precaução.

Principais questões discutidas a nível Distrital

 Questões do género

A nível distrital, um dos principais questionamentos esteve em torno da inclusão de questões de


género (feminino), onde foi questionado como seria tratada a questão do género no que se refere
ao emprego, considerando que as actividades de plantação da cana-de-açúcar normalmente
envolvem maioritariamente mão-de-obra masculina.

 Emprego

Outro aspecto levantado foi a falta de emprego que o distrito regista como um todo. Os
principais intervenientes chamaram atenção quanto a este aspecto para que seja tratado com
maior precaução, para evitar a criação de expectativas irrealistas por parte da comunidade.

Principais questões discutidas a nível Provincial

 Projectos sociais

A nível provincial as principais questões rondam em torno do melhoramento das condições de


vida, os principais intervenientes solicitaram a implementação de acções de melhoramento das

Bambo, Banda, Benzane, Dimande & Muabsa 97


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condições nas escolas, unidades sanitárias, estradas, entre outras infraestruturas sociais, como
parte dos programas sociais do Proponente.

Principais questões discutidas a nível Nacional

 Potenciais impactos a serem gerados pelo projecto

A nível central, foram expressas preocupações em relação aos potenciais impactos negativos e
positivos que o projecto poderá causar nos diferentes compartimentos ambientais (solo, agua, ar,
fauna, flora) e social, bem como as principais medidas para a mitigação desse impacto.

 Geração de receitas para estado

Um outro aspecto discutido a nível central esta em torno das principais receitas que o projecto ira
gerar para os confies do estado.

 Deslocação (física e económica)

Questionou-se também em relação ao número de famílias que serão abrangidas pelos projecto e
as principais estratégias a serem empregues para compensar os bens que a comunidade poderá
perder no âmbito da implementação do projecto.

Principais questões discutidas na fase de EIA


Principais questões discutidas a nível local

 Emprego

As comunidades locais principalmente as afectadas pelo projecto pediram a TONGAAT Hulett


Açucareira de Xinavane S.A.R.L que assegure que seja priorizado o emprego ou contratação de
mão-de-obra local de pessoas locais.

Principais questões discutidas a nivel Distrital

 Reassentamento

Verificou-se interesse em saber que medidas seriam tomadas para se assegurar os direitos das
pessoas locais, por outro lado encorajou-se a TONGAAT Hulett Açucareira de Xinavane
S.A.R.L, para que verificasse algumas condições básicas no local do reassentamento, como

Bambo, Banda, Benzane, Dimande & Muabsa 98


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disponibilidade e abastecimento da água, acesso a terras férteis para a prática de agricultura,


acesso a meios de vida não agrícolas.

Principais questões discutidas a nível Nacional

 Tempo de vida do projecto

Os participantes questionaram sobre o tempo de vida do projecto.

 Impactos do projecto - qualidade da água e solos

Foram expressas preocupações com o incremento do consumo de agua que se pode esperar no
futura em resultado da irrigação dos campos de cana-de-açúcar, e os efluentes que serão
canalizados para o rio Incomati.

Matriz de data e locais onde as consultas publicas para o projecto foram realizadas
Para as partes interessadas

Fase Data e hora Local Espaço

EPDA 5 de Maio de 2009 as Cidade de Maputo Hotel Girassol


09:00horas
10 de Junho 2009 Chokwe Escola superior de
As 15:00 horas economia e gestão da
UEM
EIA 26 de Fevereiro de Cidade de Maputo Hotel VIP
2010 As 12:00 horas
8 de Abril de 2010 Cidade de Maputo Centro de
as 10:00 horas conferências Joaquim
Chissano
Para as partes Afectadas

EPDA 10 de Maio de 2009 Posto Admimistrativo Posto Administrativo


as 10:00 horas de Magude de Magude

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Acucareira de Xinavane.

20 de junho 2009 Localidade de Casa do Regulo


as 08h e 30 min Maholela
EIA 10 de marco 2010 Posto Administrativo Posto Administrativo
as 09:00 horas de Magude de Magude

21 de Junho 2010 Localidade de Casa do Regulo


as 10:00 horas Maholela

Matriz de perguntas e respostas na fase de EPDA


Perguntas Respostas

Quais os benefícios Todas as comunidades que estão próximas da área de expansão da


que a comunidade açucareira de xinavane e em particular a comunidade de Maholela será
terá com o projecto? a maior beneficiária do projecto, isso, em termos de emprego,
Sra. Leusia( construção de vias de acesso, melhoramento e construção das infra-
residente). estruturas locais, em suma, através do melhoramento das condições de
vida.
Quais os impactos Os impactos sempre acontece quando se desenvolve uma determinada
que poderão advir da actividade e estes podem ser positivos ou/e negativos. E este projecto
implantação deste impactos positivos como: construção de estradas, melhoramento ou
projecto para a construção das infraestruturas sociais, oportunidades de emprego e
populacao que vive ao mais. Porem, também terá impactos negativos como; reassentamento de
redor da mesma? algumas pessoas da localidade, no início haverá muito barulho devido a
Dona Amélia movimentação de camiões mas depois passa, perdas das áreas de
cultivo, e mais outros.

Quais as melhorias A sra. Sofia diz que o projecto é bem-vindo na comunidade, porem
que esperam com a pedem que sejam cumpridas com todas condições pré-estabelecidas
implantação do com vista a evitar conflitos. E diz que espera aprender com projecto
projecto? mais precisamente na área de processamento visto que será necessário

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(consultores) contratar mais pessoal, e com isso melhorar a qualidade de vida e ver a
sua comunidade crescendo cada dia com o projecto.
O chefe da localidade de Maholela disse que espera que sejam
garantidos todos direitos das comunidades reassentadas e que sejam
valorizados os hábitos e culturas das que ainda permanecem no local. E
afirma que seria de grande valia se a nova área também viesse
acompanhada de melhoria e construção de infraestruras sócias que a
comunidade necessidade (escola secundaria, centros de formação,
centro de saúde, e emprego para os jovens).

Principais questões levantadas na fase do EIA


Questões Respostas
Será que o uso de fertilizantes A questão é muito interessante e pertinente, sabendo que a
e agrotoxicos não ira provocar área de plantação e muito grande e para a fertilização e
problemas de saúde da controle de pragas será preciso enormes quantidades destes.
população, visto que estes Tendo em conta que a saúde da população não tem preço, os
serão administrados em fertilizantes que serão usados não são muito tóxicos e também
grandes quantidades devido ao serão administrados nos dias com pouco vento para que não se
tamanho da área? Dona Teresa espalhem e atinjam os moradores vizinhos.

Quais as estratégias para Sabendo que para a colheita da cana é necessário que se faca a
controlar as partículas de queima, o projecto tem como orientação fazer a queima em
fumaças e gases emitidas pela dias com pouco vento e em pequenos hectares para evitar
açucareira de xinavane, tendo maior propagação de fumaças. E quanto a fábrica, esta já esta
em conta as várias actividades apetrechada com chaminés próprios para reter e alguns
que são realizadas? (queima, elementos perigosos para a saúde humana e para o ambiente.
processamento, etc)? sr.
Manuel.

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Visto que a plantação da cana- Não faria sentido expandir a área de plantação da açucareira se
de-açúcar precisa de muita os maiores prejudicados fossem a população. Como forma de
água, a área de expansão e evitar esses constrangimentos, durante a expansão da área far-
consequentemente o aumento se-á a construção de canais de abastecimento de agua para a
de agua para a irrigação não are de plantação em vista a minimizar a dependência excessiva
ira influenciar no pela agua do rio incomati. Mas também, além de construção
abastecimento de agua para a um sistema de abastecimento para a área de plantação, umas
população? das actividades que este projecto prevê e a construção de um
sistema de abastecimento de água potável para a comunidade
para satisfazer as suas necessidades diárias.
Tendo em conta que durante a A questão e extremamente importante, visto que a pratica
colheita da cana usa-se a usada para a colheita nesta área de plantação é a queima, e
prática da queimada como para tal, faremos todo possível para garantir o bem-estar e boa
forma de “facilitar o trabalho e saúde da população, através adoptar esta pratica apenas em
espantar os vectores de doença dias com menos ventos e queimando pequenos hectares como
existentes na plantação”, será forma reduzir a dispersão dos gases e fumaças que por sua vez
que a fumaça causada não ira são inalados pela comunidade, mas também pretende-se
nos prejudicar, visto que nos adoptar de campanhas trimestrais de saúde para tratar os casos
vivemos próximo da de indivíduos que possam ser afectados pelo problema.
plantação?

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Obrigada mais uma vez pela Comentário registado. Obrigada.


oportunidade concedida para o
nosso distrito em particular a
nossa comunidade ser a
escolhida para este projecto de
produção e processamento de
cana-de-açúcar.
Mas também, obrigada por nos
considerarem irmos e partes
importantes deste projecto,
visto que nos seremos os
guardiões dele.
Esperamos que todas as
propostas deixadas sejam
cumpridas e que também as
nossas questões se reflictam no
desevolvimento de todas as
actividades. chefe da
comunidade de Malholela.

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Carta convite

TECHNICS Consultores Para: Distrito de Magude 826228318

Assunto: Apresentação do Projecto de expansão da plantação da cana-de-açúcar na localidade de


Maholela
Ex.mo/a Sr./Sra.,
A TONGAAT Hulett Açucareira de Xinavane S.A.R.L tem a missão de expandir a área de
plantação da açucareira de xinavane para a localidade de Maholela distrito de Magude província
de Maputo.
O Estudo de impacto Ambiental (EIA) deste projecto foi realizado e aprovado pelo MITADER,
tendo a respectiva Licença Ambiental sido emitida.
Desse modo, informa-se que esta em curso um Processo de Participação Publica (como parte do
Processo de AIA) com vista a apresentar o projecto para as partes interessadas e afectadas.
Em vista disso, TECHNICS Consultores LTD, tem o prazer de convidar V. Excia a participar
na reunião de Consulta Publica que ira no dia 10 de Maio de 2009 as 09:00 horas no posto
administrativo de Magude.
Aguardamos a sua presença, pois é de extrema importância para a implementação e
desenvolvimento do projecto.

Atenciosamente

TECHNICS Consultores LTD

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Acta da reunião de consulta púbica no posto administrativo de Magude

Projecto de expansão da plantação de cana-de-açúcar de xinane

Acta da reunia realizada no dia 10 de Maio de 2009 as 09:00 no posto Admistrativo de Magude

Esta reunião iniciou as 9:00 tendo como primeiro ponto apresentação dos membros que fazem
parte da equipe de consultor do projecto e de algumas personalidades que foram convidadeas
para participar da reunião, como por exemplo: o responsável da indústria de xinavane, o
representante do proponente, e o chefe do posto administrativo de Magude.

Depois das apresentações, o sr. Borge benzane orientador da reunião fez uma breve descrição do
projecto e seguiu-se a fazer da discussão e recolha de comentários referentes ao projecto.

Após a fase de auscultação dos comentários, o sr. Borge apresentou os possíveis impactos que
surgiram da projecto e as suas respectivas medidas de mitigação.

Esta reunião terminou com os agradecimentos de todas as partes presentes neste local.

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REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS
 Arbex, M. A., Martins, L. C., De Oliveira, R. C., Pereira, L. A. A., Arbex, F. F., Cançado, J.
E. D., Saldiva, P. H. N. & Braga, A. L. F. 2007, ‘Air pollution from biomass burning and
asthma hospital admissions in a sugar cane plantation area in Brazil’, Journal of epidemiology
and community health, 61 (5): 395-400.

 Carmo Vaz, A. & van der Zaag, P. 2003, ‘Sharing the Incomati waters: cooperation and
competition in the balance ‘, in UNESCO—IHP Technical Document/PCCP Paris:
UNESCO. Davies, J. 1998, ‘The Causes and Consequences of Cane Burning in Fiji’s Sugar
Belt’, The Journal of Pacific Studies, 22: 1-25.

 Packard, R. M. 2007, The Making of a Tropical Disease: A Short History of Malaria,


Baltimore: Johns Hopkins University Press.

 Laughlin. B. & Ibraimo. Y. (2013) A expansão da produção de açúcar e o bem estar dos trabalhadores
agrícolas e comunidades rurais em Xinavane e Magude

 Decreto 45/2004. Regulamento do Processo de Avaliação de Impacto Ambiental.


Maputo, Moçambique.

 Diploma ministerial no. 129/2006, I. N. (n.d.). Directiva Beral de Elaboração de Estudos


de Impacto Ambiental. Maputo, Maputo, Moçambique.

 Ferbasa. (2001). Relatório de Impacto no Meio Ambiente (RIMA): Projecto Maraltino-


Estudo de Impacto Ambiental da Ampliação da Base Florestal da Cia de Ferro Ligas da
Bahia Ferbasa. Pojuca, Bahia, Brasil.

 M.A.E. (2005). Perfil do distrito de Magude

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Anexos

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