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A TRAJETÓRIA DA RECEITA
Romano Zago
Porto Alegre
2013
Direção editorial: Lucas Fontella Margoni
Diagramação: Paulo Roberto Konzen
Impressão e acabamento: Akikópias
www.editorafi.com
558 p.
ISBN - 978-85-66923-14-8
CDD-900
Índices para catálogo sistemático:
1.História 900
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................7
BRASIL ............................................................................................8
- 1988 – 1990 - ...............................................................................8
ISRAEL ......................................................................................... 15
- 1990 – 1995 - ............................................................................ 15
- 1991 -......................................................................................... 19
- 1992 -......................................................................................... 30
- 1993 -......................................................................................... 52
- 1994 -......................................................................................... 66
Viagem a Portugal: 19-26.10.1994......................................... 129
- 1995 -....................................................................................... 150
Viagem à Suíça: 20.02 - 28.02.1995....................................... 163
Viagem à Itália: 20.05 - 15.06.1995 ....................................... 213
BRASIL ....................................................................................... 262
- 1996 – 2013 - .......................................................................... 262
- 1997 -....................................................................................... 307
- 1998 -....................................................................................... 345
- 1999 -....................................................................................... 378
- 2000 -....................................................................................... 398
- 2001 -....................................................................................... 421
- 2002 -....................................................................................... 441
- 2003 -....................................................................................... 467
- 2004 -....................................................................................... 477
- 2005 -....................................................................................... 488
- 2006 -....................................................................................... 496
- 2007 -....................................................................................... 502
- 2008 -....................................................................................... 513
- 2009 -....................................................................................... 525
- 2010 -....................................................................................... 533
- 2011 -....................................................................................... 543
- 2012 -....................................................................................... 552
- 2013 -....................................................................................... 556
ENDEREÇOS ............................................................................. 557
CONCLUSÃO ............................................................................. 558
Frei Romano Zago, OFM 7
INTRODUÇÃO
A fim de rabiscar as crônicas que o leitor tem debaixo
dos olhos, vali-me de ligeiras anotações registradas, sem se-
gundas intenções, na agenda de sucessivos anos em curso.
Recorrendo a elas é que consegui resgatar a trajetória – ver-
dadeiro bólido! – da receitinha caseira de babosa, mel e
destilado, receita que tem livrado muitas pessoas da morte
prematura e de tantos outros males, proporcionando-lhes,
no mínimo, melhor qualidade de vida.
Como poderá observar, trata-se da sucessão de peque-
nos fatos narrados na ordem cronológica em que
aconteceram. Tal leitura não apresenta nada de novo, teori-
camente, em relação às propriedades medicinais da babosa;
demonstra, porém, na prática, a eficácia da aplicação da plan-
ta, tanto em nível interno quanto se usada topicamente.
O presente livro pode constituir-se numa leitura indi-
cada, por exemplo, para quem viaja ou para quem se obriga a
entrar na fila à espera de atendimento. Por ser leitura leve,
pode-se interrompê-la a qualquer momento, mesmo porque
a matéria não apresenta rigorosa sequência, uma vez que se
trata de acontecimentos novos que vão se descortinando, um
a um, raramente relacionados entre si.
Creio que este livro não ocupará espaço na estante de
sua biblioteca; antes, passará, de mão em mão, entre os ami-
gos que possuem algum conhecimento e interesse sobre o
assunto. Numa palavra, é livro descartável: leu, passou adian-
te. Jogar fora? Não. Leu, passou adiante.
8 Aloe Arborescens (Babosa): A Trajetória da Receita
BRASIL
- 1988 – 1990 -
A obediência, surpreendentemente, contemplou-me
para assumir a Paróquia Santo Antônio, de Pouso Novo, RS,
ao apagar das luzes da década de 1980.
Professor, formado em Letras pela PUCRS, depois de
vinte anos de cátedra, era convidado a enrolar a bandeira no
campo da Educação específica para gerir a terceira paróquia
em minha vida de sacerdote franciscano.
Despojado de livros e material didático, no bolsinho
do colete, num papelucho, levava uma receita aprendida de
ouvido há um ano, mais precisamente em 1987. Não lhe
conhecia os efeitos na prática, mas empolgava-me demais a
promessa contida em seu bojo de que, na sua simplicidade,
até câncer cura. Ingenuamente, minha intenção de aplicá-la
naquele novo campo de atividade pastoral tinha como obje-
tivo salvar vidas, como ela já as salvara – garantiam-me! –
em passado recente, em vilas populares, na periferia de Rio
Grande, o porto marítimo do Estado do Rio Grande do Sul.
Câncer, segundo a Medicina oficial, não tem cura. As-
sim sendo, como em todas as partes do mundo, também
dizimava meus paroquianos. A situação sócio-política brasi-
leira, com o êxodo rural a mil, sumia com as fiéis ovelhas do
rebanho, mais do que as doenças, arrancando das Comuni-
dades as mais esperançosas lideranças.
Quiseram os caprichos do destino que João Mariani,
pelas circunstâncias de seu mal, ponteasse a procissão de
pessoas que orientei para que ingerissem o preparado de
babosa, mel e destilado, a fim de livrar-se do câncer. E, fe-
lizmente!, frise-se, a primeira aplicação coroou-se de êxito.
Não tivesse surtido efeito a primeira experiência, e tal recei-
ta, com muita probabilidade, teria parado no cesto de lixo,
caindo no olvido.
Frei Romano Zago, OFM 9
ISRAEL
- 1990 – 1995 -
07.05. No Fiumicino, curti duas horas de espera: A
aeronave estava em atraso. O transtorno foi comunicado
pela torre e nos painéis. Então, com calma, para passar o
tempo, observava o movimento no Leonardo da Vinci. A
todo instante, uma nave sobe e outra desce. Logo aí ao lado,
os trigais muito verdes, alguns já com espiga, outros, mais
atrasados, todos muito tenros. Trigo lindo, sem ferrugem. Lá
ao longe, o ruído da grande cidade. Ao lado, o mar.
16 Aloe Arborescens (Babosa): A Trajetória da Receita
- 1991 -
14.06. Como me determinara a ajudar os doentes
usando os conhecimentos armazenados em Pouso Novo,
Brasil, preparei dosagem de folhas de gerânio para Frei Cris-
tóvão poder dormir.
- 1992 -
01.01. Efeito surpreendente o desse gerânio perfumado,
como é chamado aqui! Baixou, em dez dias, para o normal, o
açúcar em Frei José Maria Martin. O pároco de San Salvato-
re, num mês, sem tomar qualquer outro tipo de remédio,
baixa, de 315 para 110...
- 1993 -
28.02. Missa concelebrada na capelinha do Seminário,
presidida pelo Pe. Lino. Este homem é um santo, gente! Eu-
foria a dele, porque seu Provincial, de Assis, está curadinho
de seu câncer!
- 1994 -
01.01. Irmã Alexandrina, das Irmãs de São José, pede
o milagre de curar o pai de três filhos, pouco mais de trinta
anos, com câncer bem adiantado. Teve o cuidado de trazer o
mel, diz ela, de boa qualidade. Vamos preparar o remédio,
claro. Deus fará o restante, aliás, o principal.
13.06. Pe. Pili diz não ter sobrado traço de câncer, se-
gundo os últimos exames. Prometeu-me uma visita a Belém.
Quer cobrir a pé a distância de dez kms, tão disposto se sen-
te...
mal. O caso de Vitória é mais sério: além dos males que seu
ex-marido lhe inflige, apelando até para a magia negra, está
com câncer no seio e na aorta. É dose!
29.09. Envio, via fax, mais uma lista, com nome e en-
dereço de pessoas que obtiveram resultado tratando-se com
nossa receita. São mais dez nomes que levarão sua documen-
tação a Sílvio Rossi e Maurizio Grandi.
país, e me viu num jornal de lá. Frei Dênis veio rever os lu-
gares santos nos seus 50 anos de Vida Religiosa.
Falando em aparecer no jornal, ontem à noite, me tele-
fona o Diretor de O Dia, pedindo-me contas do fax, através
do qual fizera entrevista. Quando ouviu que lhe respondera
por carta, calou-se, só perguntando se não tinha nada sobre
o Natal que se aproxima. Respondi-lhe:
- Dirija-se ao Largo da Luz, 11, em Lisboa, e fale com
Frei Antônio da Silva. Ele certamente recebeu o último nú-
mero da revista Tierra Santa onde escrevo artigo sobre o
assunto.
Ainda sobre publicidade, o Pe. Guardião me informa
que Pe. Peña recebeu enorme página de jornal mexicano,
com o título: El Franciscano que Cura el Tumor... Pe. Peña que-
ria mandar-me uma fotocópia, mas achou que eu poderia
ficar orgulhoso. E riu...
- 1995 -
01.01. Fiz 25 fotocópias de O Dia, de Frei Romano e seus
Milagres e do artigo saído no México, para enviar a amigos.
Frei Plácido e Frei Emílio já levaram seu exemplar.
Frei Plácido dispõe-se a levar a dose de babosa, como
preventivo, pedida pelo Pe. Geral. Frei Plácido segue, dia 09,
para Roma. Devo programar-me para aproveitar tal carona.
todos, ferido por felpa, não sara de jeito nenhum. Vamos ver
os efeitos do chá...
O padre italiano, que mancava, depois da babosa, anda
reto que é uma bengala! Disse aos amigos, por aí, que precisa
vir visitar-me, conhecer-me e agradecer. Bem educado, se o
fizer! São tantos os curados, mas como os dez leprosos, ape-
nas um voltou para agradecer o benefício...
Suíça
A Suíça está situada na parte centro-meridional da Eu-
ropa. Seu território não tem saída direta para o mar. O
território suíço ocupa 58% da parte central dos Alpes, ado-
nando-se de 1/7 de sua superfície total. A altitude média dos
relevos alpinos é de 1.700 metros. Os Alpes valeses, ricos em
geleiras e neves eternas, constituem a parte mais imponente
e espetacular, com picos que atingem mais de quatro mil
metros.
População
As raízes da evolução histórica da Suíça, que sofreu re-
cente influência das áreas culturais alemã, francesa, italiana,
especialmente, devem-se buscar já em época pré-romana e
romana.
Língua
Uma das manifestações mais eloquentes da heteroge-
neidade do povo suíço baseia-se na rica pluralidade
linguística de seu território.
Ao redor de 3/4 fala o alemão, 1/5 o francês, 1/4 o itali-
ano, sobrando apenas 1% para o romanço.
As quatro línguas são reconhecidas em todo o territó-
rio nacional, inclusive, sendo impressas no papel-moeda
corrente. Numa face, francês e italiano: Banque National e
166 Aloe Arborescens (Babosa): A Trajetória da Receita
Religião
Apesar da conhecida atuação de Zwinglio e Calvino,
históricos promotores da reforma nestas terras, os católicos
alcançam pequena maioria, talvez 48%, graças a afluência,
nos últimos anos, de imigrantes de raízes católico-romanas.
Até Zürich, tradicional reduto protestante, segundo as últi-
mas estatísticas, teria cedido o 1° lugar para católicos. Os
protestantes seguem, logo abaixo, com 44%.
Há pequenos núcleos pulverizados de Velhos Católi-
cos e exígua porção de hebreus, insignificante em número.
Confederação Helvética
O nome oficial do Estado Suíço é “Confoederatio
Helvetica” (em latim!, nesta língua, aliás, e só nela, são cu-
nhadas as moedas), cujas iniciais – CH – formam sua sigla
automobilística internacional.
O termo Suíça, Schweiz, em alemão, deriva do nome
do Cantão Schwyz, com o qual se designava, num primeiro
tempo, somente a Suíça central ou interna, ou seja, os três
cantões de Schwyz, Uri (Guilheme Tell) e Unterwalden, os
quais, em 1291, já estabeleceram entre si um pacto de eterna
aliança, a fim de, unidos, fazer frente às constantes incursões
de povos nômades e aventureiros que se deslocavam de
Norte a Sul e vice-versa, assolando as populações locais, or-
168 Aloe Arborescens (Babosa): A Trajetória da Receita
Os Três Poderes
Poderia causar espécie ao observador estrangeiro que
um Estado, composto de uma colcha-de-retalhos de grupos
étnicos, com línguas diversas e tradições várias, se constitua,
para todo o mundo, num símbolo da harmonia e estabilida-
de! Exame mais apurado faz compreender que a unidade
administrativa das Comunas e dos cantões, bem como a
própria Confederação, mantendo-se estranhos a toda e qual-
quer forma de centralismo, antes, respeitando todas as
manifestações, ainda que pequenas, explicam o fenômeno.
Longe de partidos privilegiados pelo poder, fizeram com que
a Suíça atingisse a força democrática que a caracteriza e de
que se orgulha.
Elemento essencial à mentalidade suíça é sua prover-
bial neutralidade, já declarada e reconhecida desde o Tratado
de Paris, em 1815.
Base da democracia suíça é a completa autonomia ad-
ministrativa e a auto-determinação, em âmbito político, bem
como a liberdade de direito constitucional. É desde 1848,
ano da ereção do Estado Federativo Helvético, que a Suíça
se apresenta como nação que, superados os particularismos
internos e valorizando-os em benefício do conjunto, engloba
ampla autonomia legislativa, executiva e judiciária, baseada
na força da pluralidade de contributos.
Frei Romano Zago, OFM 169
Bandeira
A bandeira nacional suíça apresenta uma cruz equilate-
ral branca sobre campo vermelho. Dessa, apenas invertendo
as cores, deriva o símbolo da Cruz Vermelha, a organização
de socorro, criada em 1863 – 1866, por iniciativa de Henri
Dunant.
Catecismo
O cristianismo e sua prática decrescem, também, na
Suíça e como, de resto, nos demais países europeus, agoniza.
O clero reduz-se, também em número, criando dificuldades
para prover as paróquias: há padres obrigados a assumir até
três paróquias.
O clero, ao estilo conhecido do da Holanda e da Ale-
manha, malha Roma, o Papa (ainda que eslavo!), a
hierarquia. As igrejas são frequentadas por velhos, na sua
maioria.
Os jovens são ignorantes em matéria de catecismo.
Demonstram falta da mais elementar instrução religiosa. É
fácil encontrar jovens que não sabem o que é Trindade, Sa-
cramento, Eucaristia, Confissão. Comungam porque
observam que os outros também o fazem, num ato gregário.
É que são fruto da safra da nova forma adotada de catequi-
zar, o outro extremo do sistema chamado decoreba,
neologismo criado para indicar que as gerações passadas só
haviam ensinado a decorar... Pelo novo método, passou-se a
contar estórias, dar exemplos, ler a Bíblia, entremeado com
cantos, sem fundamentar a doutrina. O que sobrou? Pouco,
se observados os resultados. Talvez nem um nem outro mé-
todo seja ideal ou mereça canonização; quem sabe, um
pouco de ambos. As vítimas aí estão, pedindo tréguas...
Frei Romano Zago, OFM 171
No Trem
Embarcando em Zürich, rumo a Bellinzona, pude cru-
zar quase todo o país no sentido Norte-Sul, percurso
vencido em três horas. Da Estação, saindo da cidade, os
olhos não se saciavam de filmar a paisagem, a vida cotidiana
das pessoas envolvidas na sua rotina, as galinhas, os marre-
cos, as ovelhas, as vacas, os cavalos. Podia constatar, desde
logo, que o suíço é povo idêntico ao nosso em muitos aspec-
tos. O que não se vê é sujeira, aqueles montes de lixo
abandonado, poluição, abandono, miséria. Aí tudo é útil e
utilizado. Tudo anda. Não se vê uma mosca nem prá remé-
dio. A madame, que sai a desfilar com seu fifi, leva, com a
bolsa, a pá e a vassourinha, a fim de num eventual cocô do
seu cão pedigree, recolher o dejeto para o cesto de lixo... É
frequente encontrar o gari, empunhando, com garfo, na sua
farda típica, a vassoura que varre, até as folhas do outono-
inverno. Nunca vi na Suíça um depósito de lixo. Para onde
irá?
Os trilhos seguem o vale, como garganta na monta-
nha, à esquerda e à direita. Quando podem encurtar a
distância, não há dúvida: furam o morro que estorva sua cor-
rida: túnel. Os túneis sucedem-se, incontáveis, como as
curvas em nossas estradas na região da serra.
De um lado da corrente, a ferrovia; na margem oposta,
a poucos metros, traçaram a rodovia, duas mãos, com carros
circulando em dois sentidos. Se os túneis se multiplicam para
a passagem de trem, de modo semelhante na rodovia, onde,
aliás, são incontáveis as obras-de-arte: pontes e viadutos via-
bilizam uma estrada sem subidas ou descidas íngremes, de tal
maneira que se roda nela sem trocar a marcha no veículo. A
pista de rolamento não apresenta a mínima falha ou buraco,
oferecendo total segurança ao motorista.
Quando deparo com as gigantescas torres de concreto
armado, sustentando blocos que unem um abismo a outro
abismo, recordo as fantásticas obras-de-arte da morta e se-
pultada Ferrovia do Aço, trecho que observei em Itabirito,
172 Aloe Arborescens (Babosa): A Trajetória da Receita
Mordomia
Três dias de sol festejaram minha chegada ao Sul. Se as
montanhas mais altas (2.525 metros) que circundam o Lago
Maior apresentam a alvura da neve, amarelada pelos raios do
sol, cá embaixo, floriam as camélias, os pássaros chilreavam,
as árvores embandeiravam-se de verde em mil rebentos. O
esquilo saltitava, inquieto, voando de galho em galho num
frenesi de quem busca um tesouro.
No dia 24, porém, pelas 10 horas, depois de escrever
os cartões que devem ter recebido, dirijo-me à janela para
esticar um pouco os braços, cansados da mesma posição e
surpreendo-me com o espetáculo da neve. Nevou tempo!
De mansinho, caía a neve em flocos. Bobo, fiquei olhando,
olhando, tanto de até me dar sono...
Ocupo, por uma semana, o quarto onde o bispo cos-
tuma se refugiar quando não quer ser interrompido em
algum trabalho urgente. Ao lado, fica o Mosteiro São José,
das Carmelitas onde, cada dia, às 07h30min, concelebro com
Pe. Carlos Gerardin, superior da comunidade dos carmelitas
de Mântova, que prega tríduo de espiritualidade às monjas.
Frei Romano Zago, OFM 173
Curados de Leucemia
Na tarde de sábado, 25, com Cármen Pronini, consa-
grada leiga, uma fundação de nosso Frei Agostinho Gemelli,
visitei Lugano, em particular, a comunidade franciscana de
Nossa Senhora de Loreto, sete frades. Frei Otmar, alemão,
mas radicado na Província da Suíça, foi meu guia e interlocu-
tor. Entre outras, como capelão das Irmãs Clarissas,
174 Aloe Arborescens (Babosa): A Trajetória da Receita
Acredite, se quiser
Para filho do terceiro mundo, colher da boca de moto-
rista de táxi a história que segue, só podia mesmo causar
estupefação. Segundo Francisco, calabrês, radicado em Bel-
linzona desde os 12 anos, chegado com o pai, há 45, os
políticos do país entraram com projeto-de-lei em que pro-
punham reduzir seus proventos. Quiseram diminuir seus
vencimentos porque achavam que recebiam demais...
Que tal um estagiozinho de senadores e deputados tu-
piniquins na Suíça?! A informação acima procede. Testada
junto a outras pessoas, confirmaram. O incrível que nem
acharam tão extraordinário!...
Falando em político suíço, o bem-estar do povo daqui
deve-se exatamente ao político e ao social andarem como
duas linhas paralelas, e não como no Brasil, onde se registra
um abismo intransponível entre as duas realidades. Se no
Brasil o legislativo aumentou seu salário em 150% num soco,
e o executivo vetou o aumento do salário mínimo, argumen-
tando ser fator de aumento do índice de inflação e porque
não disporia de fundos para saldar os compromissos com os
aposentados, é que nossa mão-de-obra é mal remunerada.
Na Suíça se pagam trinta francos por hora de trabalho, sem
se tratar de trabalho especializado. Na Itália, segundo o Frei
Plácido, que trabalha na Biblioteca, uma moça que maneja o
computador e, como auxiliar, recebe £ 50.000,00, a bagatela
de uns trinta dólares. Quanto tempo precisa trabalhar um
operário brasileiro para embolsar U$ 30,00?!... É verdade que
a vida, na Suíça e na Europa em geral, é cara, mas isso não
diminui a verdade que nosso salário é aviltante... É mais mo-
Frei Romano Zago, OFM 175
Santuário Nacional
Os promotores de minha viagem quiseram brindar-me
com uma romaria ao Santuário nacional. Programamos a
visita para o último dia, já que o santuário fica no caminho
de volta. Com isso, de malas prontas, levantei acampamento
do Cantão do Ticino, dia 27, segunda-feira, cedo, engolindo
paisagens no registro da memória, rumando para o Cantão
de Schwyz, nos pré-Alpes onde, numa altitude de 900 me-
tros, situa-se a cidadezinha de Einsiedeln, com talvez seus 10
mil habitantes.
A viagem, num Golf SL, por causa da nevasca na vés-
pera, durou quase três horas. Nevou, praticamente, durante
todo o percurso. No trajeto, pude observar que a Suíça é
harmonicamente desenvolvida.
O santuário nacional de Einsiedeln remonta ao ano de
934, devoção local iniciada pelos monges eremitas. Hoje o
conjunto quadrilátero ocupa a superfície de 34.000 m2 de
área construída. A igreja abacial (1719-1735), ladeada de duas
torres, é um suntuoso edifício barroco de 113 X 41 metros,
ricamente decorado, passando, no momento, por total res-
tauração.
A imagem da Virgem Negra, do séc. XV, é venerada
por peregrinos do mundo inteiro. Dado que as obras de res-
tauro estão em andamento, a histórica imagem foi
transferida, provisoriamente, para a cripta onde, por sinal, às
10 horas, gozei do privilégio de celebrar sozinho.
Quando me dirigi à sacristia, porém, o monge me al-
cança, um a um, os paramentos, tudo muito antigo,
amarrotado. A última das peças foi a casula. Qual não foi
minha admiração quando me estendeu um daqueles exem-
plares que o Frei Fagundes, no Seminário, odiava (Como as
campainhas, que sabia fazê-las tomar chá-de-sumiço de não
voltarem nunca mais!) e, para ridicularizar, chamava-as de
176 Aloe Arborescens (Babosa): A Trajetória da Receita
Carnaval
Desembarcando, às 09 horas, em Einsiedeln, deparo
com animados blocos carnavalescos, desfilando, àquela hora,
nas ruas atulhadas de neve. Com suas botas antiderrapantes,
próprias para esquiar, e roupas térmicas, evoluíam os figu-
rantes em vai-e-vem puxando os diversos grupos uma única
banda, sempre ao compasso de marcha. A imagem, com o
calor tropical do sambódromo, entrou em segundo plano...
A característica exclusiva parecia ser as máscaras. Todos os
figurantes andavam mascarados. Inúmeras máscaras. Varia-
díssimos temas. Parece que na máscara, exibindo-a de todos
os lados, encontravam o sabor e a graça da folia. Eram cer-
vos, narizes monumentais, caras de bêbados, cachimbos de
metro, as atividades do campo e aldeia, as agricultoras com
seios amazônicos (sacos de serragem), etc. Tudo muito em
ordem, inocente como deveria ser colégio de freira.
Como eu circulasse em hábito de frade e sandálias sem
meias, pensei:
Frei Romano Zago, OFM 177
Rumo ao Aeroporto
Despedi-me dos bons amigos Josephine, Aurélia e Eli-
as, terminada a missa e, a bordo de outro veículo
Volkswagen, mais usado, com Daniela, uma esguia austríaca,
ao volante, segui para o que, há uma semana, fora meu pon-
to de chegada. No decurso da viagem, observei que os suíços
não fabricam carro. Importam-nos da França, Itália e Ale-
manha, sobretudo, mas ultimamente invadem carros
japoneses. Carros bem conservados. Não se vê carro batido.
Carros novos. Não observei, nas seis a oito horas em que
andei de carro, motorista trafegando em excesso de veloci-
dade ou cometendo imprudências na estrada.
178 Aloe Arborescens (Babosa): A Trajetória da Receita
Requiescat in Pace!
Lembram de Dom Eugênio, mencionado na primeira
página, bispo de Lugano, que se encontrava em fase termi-
nal, mas que os médicos rejeitaram a babosa? Recebo
telefonema da Suíça em que me comunicam o seu passamen-
to, às 15 horas de 02.03.
Depois de reintegrado na comunidade e de distribuir
chocolate da Suíça, talvez o mais famoso do mundo, ao pes-
soal da casa, retomei a rotina de Belém.
BRASIL
- 1996 – 2013 -
02.01. Com Marcos Zanatta, da Cooperativa Santa Clara,
de Carlos Barbosa, amarro palestra para Nova Roma do Sul.
Frei Romano Zago, OFM 263
- 1997 -
01.01. Sinto-me frágil e limitado ante os telefonemas
desesperados como os que atendi de Guaporé, e Maringá.
Sensação viva de impotência.
08.09. Frei Orestes Serra trouxe a Sra. sua mãe que es-
tá com câncer. Será operada da tiróide. E já. Lamentei não
haver tempo para aplicar-lhe a receita. Talvez a babosa pu-
desse evitar a cirurgia.
- 1998 -
01.01. João Ferreira, pai de Cléber, mestre de obras,
comunica ter mudado de telefone. A partir de agora, seu n° é
339-4163.
13.04. Visitei Frei Roque Ruschel, uma vez que teve al-
ta e o lugar indicado para repouso seria o Lar Monte Alverne.
Com o tempo, quem sabe? Achei o doente muito debilitado.
- 1999 -
Às 15h – Iraí.
Às 20h – Caibi, SC.
- 2000 -
03.01. Frei Albano comunica que as escrituras do no-
vo Centro Terapêutico São Francisco estão em vias de serem
assinadas.
- 2001 -
19.01. Pela manhã, visita ao Centro Terapêutico São
Francisco, em Lajeado. Frei Albano, entusiasta pelo trabalho
junto aos tóxicodependentes, projeta uma filial. Há gente
que está mordendo a ideia.
- 2002 -
04.01. Começo a interessar-me fortemente por carro
para o Centro Terapêutico São Francisco, Lajeado.
- 2003 -
08.01. Li a carta recebida do Cardeal Dom Aloísio
Lorscheider. Elogia meu livro Babosa Não É Remédio... Mas
Cura!
- 2004 -
05.01. Frei Rodrigo chega do Paraguai, em férias. Dá
impressão de se encontrar muito bem. Segundo ele, no país,
há abundância de vocações, já que o paraguaio é povo
religioso e mariano.
- 2005 -
21.02. Às 13h30min, Dª Eva, de Isérnia, transmite-me
a notícia que a receita de Frei Romano Zago obteve o aval
do Ministério da Saúde, da Itália, como Integratore
(complemento) ad attività salutistica. Consequentemente,
poderá ser vendida junto a farmácias e até receitada por
médico. Ufa!
- 2006 -
06.01. Traduzi para o italiano a carta que recebi do
Cardeal Aloísio Lorscheider por ocasião da publicação de
Babosa Não É Remédio... Mas Cura! Servirá como Lettera di
Presentazione da tradução italiana.
- 2007 -
01.01. Festa dos 50 anos da 1ª missa de Frei Vicente
Kunrath, em alta Forquetinha, com a presença de Frei
Hugolino Brod, colega na Indonésia, Frei Luciano Brod, da
Frei Romano Zago, OFM 503
- 2008 -
16.01. Dª Marinês, na Secretaria, queixou-se que a
alergia às tintas, com a pintura da casa, havia voltado. Passei-
lhe frasco de nossa pomada para aliviar os incômodos. Dois
dias de aplicações foram suficientes para a paciente tecer loas
ao medicamento.
- 2009 -
03.01. Câncer Tem Cura! sai na sua 38ª edição e Babosa
Não É Remédio... Mas Cura!, na 8ª.
- 2010 -
13.01. Iniciei a leitura de A Era Castilhista, obra de
vários autores do Círculo de Pesquisas Literárias (CIPEL).
- 2011 -
14.01. Recebo a 40ª edição de Câncer Tem Cura! São
três mil exemplares.
544 Aloe Arborescens (Babosa): A Trajetória da Receita
- 2012 -
23.01. Dr. Honório Jamaguchi propõe trazer a Deca
ao Brasil. Imagino que Eva haveria de vibrar.
À tarde, meti-me a ler Roraima Entre Profecia e Martírio,
de Aldo Mongiano.
- 2013 -
Neste ano de 2013 completam-se 25 anos de
atividades com a receita da babosa – aloe arborescens –
receita hoje conhecida nos cinco continentes.
Para não deixar passar 2013 em brancas nuvens, penso
que, por questão de justiça, devo registrar fatos importantes:
1º. De 19 a 21.04, a realização do 1º Congresso
Italiano sobre Aloe Arborescens, em Isérnia, sob os
auspícios da Universidade Federico II, de Nápoles, e da
Universidade do Molise.
2º. A partir da metade do ano, acompanhamento de
perto, de câncer de pâncreas em Frei Gregório Wolfkamp,
OFM, 83 anos, com sensíveis sinais de controle do mal, a
caminho da cura.
Pelos 25 anos de atividades com a receita no mundo e
pelo bem que ela realizou, louvemos o Senhor!
Frei Romano Zago, OFM 557
ENDEREÇOS
1. Frei Romano Zago, OFM (endereço postal)
Caixa Postal 2330
90.001-970 – Porto Alegre, RS, Brasil
CONCLUSÃO
O leitor, pacientemente, acompanhou nossos passos
até 2013, fruto desta caminhada pelo Brasil e Exterior. Passo
tal histórico às suas mãos.
O livro retrata a trajetória dessa alternativa barata, fácil
e eficaz que é a receita de babosa, mel e destilado. Use-a e
viva mais feliz. Ingerindo a receita, você estará buscando
melhor qualidade de vida, sonho de toda pessoa de bom
senso, já que todos queremos ter saúde, numa palavra, viver
bem.