Вы находитесь на странице: 1из 445

IBAMA

M M A

Herpetofauna
de Pernambuco

Herpetofauna de Pernambuco
Herpetofauna
de Pernambuco
Ministério do Meio Ambiente
Izabella Teixeira

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis


Abelardo Bayma

Diretoria de Planejamento, Administração e Logística


Edmundo Soares do Nascimento Filho

Edição
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Centro Nacional de Informação Ambiental
SCEN - Trecho 2 - Bloco C - Edifício-Sede do Ibama
CEP 70818-900, Brasília, DF - Brasil
Telefones: (61) 3316-1225/3316-1294
Fax: (61) 3307-1987
http://www.ibama.gov.br
e-mail: editora@ibama.gov.br

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

Herpetofauna
de Pernambuco

Organizadores
Geraldo Jorge Barbosa de Moura
Ednilza Maranhão dos Santos
Maria Adélia Borstelmann de Oliveira
Maria Catarina Cavalcanti Cabral

Brasília, 2011
Revisão Ténica Produção Editorial

Região Nordeste Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos


Maranhão Recursos Naturais Renováveis – Ibama
Gilda Vasconcellos de Andrade
Piauí Centro Nacional de Informação Ambiental
Rogério Nora Lima Jorditânea Souto Santos
Ceará
Paulo Cascon Centro Nacional de Informação Ambiental
Diva Maria Borges Nojosa SCEN, Trecho 2, Edifício-Sede
Rio Grande do Norte CEP: 70818-900 Brasília-DF
Eliza Maria Xavier Freire Telefones: (61) 3316-1225 /// 3316-1294
Paraíba Fax: (61) 3307-1987
Daniel Oliveira Mesquita http://www.ibama.gov.br
Gustavo Henrique Calazans Vieira
Pernambuco
Paulo Fernando Montenegro
Ednilza Maranhão dos Santos
Claudio Casal Araújo Lira Filho
Geraldo Jorge Barbosa de Moura
Juliana Mendes Correia
Míriam Camargo Guarnieri
Zenilde Moreira Borges de Morais
Alagoas
Gabriel Omar Skuk Sugliano
Sergipe
Renato Gomes Faria
Bahia Equipe Técnica
Flora Acuña Juncá
Marcelo Felgueiras Napoli Capa e diagramação
Maria Celeste Costa Valverde Paulo Luna

Outras regiões Revisão


Miguel Trefaut Urbano Rodrigues Maria José Teixeira
Paula Cabral Eterovick Enrique Calaf

Catalogação na Fonte
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

H563 Herpetofauna no estado de Pernambuco / Geraldo Jorge Barbosa de


Moura...[et al.]; Organizador. – Brasília: Ibama, 2011.
440 p. ; il. color. : 29 cm.

ISBN 978-85-

1. Herpetofauna – Pernambuco. 2. Fauna. 3. Vertebrados.I.


Moura, Geraldo Jorge Barbosa de. II. Santos, Ednilza Maranhã dos.
III. Oliveira, Maria Adélia Borstelmann de. IV. Cabral, Maria Catarina
Cavalcanti. V. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis. VI. Título.
CDU (2.ed.)591.9

Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Agradecimentos
Agradecemos à Conservação Internacional do Brasil pelo apoio ao
II Encontro de Pesquisadores do Parnaso (2004) que deu origem a esta publicação;
aos revisores técnicos que contribuíram para o aprimoramento dos trabalhos
apresentados; aos fotógrafos pelas imagens para ilustrar o livro, à Maria
Iolita Bampi pelo apoio na viabilização da publicação.
Prefácio
Em 1982, quando zoólogo profissional diferença é gritante porque os primeiros cresceram
em João Pessoa e professor da Universidade desenvolvendo todas as faculdades que o contato
Federal da Paraíba, era possível contar nos dedos diário com a diversidade biológica lhes permite,
os herpetólogos brasileiros. Eles eram poucos ao passo que os outros não contaram com esse
e concentrados no Sudeste do País. Apesar privilégio.
do interesse dos estudantes nordestinos pela Este belo livro sobre a herpetofauna do
área, não havia praticamente literatura acessível, estado de Pernambuco demonstra a importância
especialistas para orientá-los ou coleções repre- das coleções científicas na formação das novas
sentativas que pudessem lhes servir como fonte gerações. Reunindo contribuições de 40 autores,
de conhecimento e estímulo para a pesquisa. o livro aborda e sistematiza o conhecimento sobre
Começou ali a formação de um pequeno núcleo de a fauna de répteis e anfíbios do estado, com base
interessados. As coleções estavam no Sul e, se não nos registros de inúmeras coleções científicas e em
fosse pelas coletas realizadas por Paulo Vanzolini e revisão exaustiva da literatura. Além de caracterizar
Laurie Vitt, pouco se saberia sobre a herpetofauna taxonômica, geográfica e ecologicamente a fauna
do Nordeste. Faltava um núcleo permanente que dos vários grupos de répteis e anfíbios do estado e
pudesse formar pessoal qualificado na região. de apresentar dados inéditos sobre levantamentos
Em Pernambuco, como em outros estados, havia e pesquisas ecológicas realizadas em áreas
poucos professores com interesses voltados pa- pontuais, os capítulos trazem uma preocupação
ra outros grupos, mas determinados a ajudar, permanente com a conservação dos habitats
era tudo de que se dispunha para não frustrar naturais num estado castigado pela história de
os sonhos de jovens estudantes, cujos olhos sua colonização. Em Pernambuco, pouco resta
brilhavam ao falar de nossos répteis e anfíbios. da exuberância da Mata Atlântica original, dos
Eles e seus alunos, ajudados por muitos outros brejos ou do agreste que, como ela, apresenta
que vieram depois, mudaram completamente o solos mais ricos para a agricultura. A Caatinga,
panorama da herpetologia no Nordeste do País. ainda que inicialmente menos perturbada, tem
Hoje, em todos os estados da região, há coleções sido crescente e exponencialmente ameaçada
de répteis e anfíbios que constituem, ao lado da pelo desenvolvimento. Essa destruição leva para
literatura especializada, o conjunto mais importante sempre muita informação biológica que fará falta
de ferramentas educativas para o aprendizado no futuro. Sua velocidade é tal que precisamos
em zoologia. Elas despertam nos estudantes de um exército de pessoas capazes para estudar
a curiosidade e o entusiasmo, estimulam nossa riqueza biológica antes que ela desapareça
sua criatividade, aprimoram os critérios para sem deixar vestígios. É também cada vez mais
observação e sistematização do conhecimento e importante aumentar as coleções dessas áreas
desenvolvem seu espírito crítico e de organização. para, pelo menos, mantermos material testemunho
Tenho dito várias vezes que não há como comparar de um tempo e de um espaço conhecidos, mas
a formação de zoólogos que cresceram ao lado sentenciados ao desaparecimento. Precisamos,
de uma coleção com a dos que nunca tiveram a com urgência, de jovens que utilizem o
oportunidade de lidar direta e comparativamente conhecimento disponível, mostrando que é
com os vários níveis de organização biológica. A possível crescer com sustentabilidade.
Este livro representa uma das mais de todo o País que, ávidos por conhecimento,
importantes contribuições nesse sentido. Além de enchem cada vez mais os corredores dos con-
importante para o especialista, para os agentes gressos de Herpetologia. É a prova de que
ambientais e para aqueles interessados em pes- estamos construindo um Brasil cada vez melhor.
quisa multidisciplinar, coloca nas mãos do jovem Meus sinceros parabéns a essa nova geração de
interessado em herpetologia uma síntese do que herpetólogos.
se sabe sobre os répteis e anfíbios do estado
acompanhada da literatura pertinente. Isso é um Miguel Trefaut Rodrigues
privilégio com o qual os autores não contaram e um Instituto de Biociências
exemplo a seguir para as centenas de estudantes Universidade de São Paulo
Sumário
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco ..................................................................................... 11
Geraldo Jorge Barbosa de Moura & Ednilza Maranhão dos Santos

Distribuição geográfica e caracterização ecológica dos anfíbios do estado de Pernambuco ................ 51


Geraldo Jorge Barbosa de Moura; Ednilza Maranhão dos Santos ; Edson Victor Euclides de Andrade & Eliza Maria Xavier Freire

Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) .................................................... 85


Edson Victor Euclides de Andrade & Geraldo Jorge Barbosa de Moura

Distribuição vertical de girinos em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá


(Amphibia: Anura) .....................................................................................................................................111
Clênio França de Souza; Edson Victor Euclides de Andrade & Geraldo Jorge Barbosa de Moura

Anfíbios anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu, Pernambuco, Brasil ...........................125
Ednilza Maranhão dos Santos

Abundância, riqueza e especificidade microambiental da anurofauna no complexo da Mata Atlântica


de Aldeia (PE)............................................................................................................................................. 135
Rafael Guedes e Silva &Geraldo Jorge Barbosa de Moura

Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE ......... 149
Daniel Verçosa Buarque & Júnior Geraldo Jorge Barbosa de Moura

Abundância, riqueza e especificidade microambiental da anurofauna em açude permanente, Nazaré


da Mata – PE ..............................................................................................................................................163
Renata Oliveira Lima; Reginaldo Fonseca Pereira Neto; José Diogo Cavalcanti Ferreira; Edson Victor Euclides de Andrade;
Geraldo Jorge Barbosa de Moura & Míriam Camargo Guarnieri

Aspectos ecológicos da anurofauna dos municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do
Brasil ..........................................................................................................................................................177
Carlos Roberto dos Santos Silva; Geraldo Jorge Barbosa de Moura; Edson Victor Euclides de Andrade; Eliane Maria de Souza
& Nogueira

Anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, município de Jaqueira, estado
de Pernambuco, Brasil ...............................................................................................................................187
Sueny Paloma Lima dos Santos & Ednilza Maranhão dos Santos

Nota sobre o hábito alimentar de Lithobates palmipes (Spix, 1824) (Anura: Ranidae) em fragmento de
Mata Atlântica de Pernambuco, Brasil ...................................................................................................... 199
Luciana C. da S. S. Araújo &Ednilza Maranhão dos Santos
Anfíbios anuros de uma área prioritária para a conservação da Caatinga – Fazenda Saco, Serra ............
10 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Anfíbios anuros de uma área prioritária para a conservação da Caatinga – Fazenda Saco, Serra
Talhada – Pernambuco ............................................................................................................................ 211
Geane Limeira da Silva &Ednilza Maranhão dos Santos

Anurofauna do Parque Nacional do Catimbau (Buíque – PE) ................................................................. 219


Thamires Freitas Campos &Ednilza Maranhão dos Santos

Distribuição geográfica e caracterização ecológica dos répteis do estado de Pernambuco ................. 229
Geraldo Jorge Barbosa de Moura; Eliza Maria Xavier Freire; Ednilza Maranhão dos Santos; Zenilde Moreira Borges de Morais;
Eduardo Albuquerque Marques Lins; Edson Victor Euclides de Andrade &José Diogo Cavalcanti Ferreira

Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica,


Nordeste do Brasil .................................................................................................................................... 291
Eduardo Albuquerque Marques &Lins Geraldo Jorge Barbosa de Moura

Aspectos ecológicos de tartarugas marinhas registradas nas praias de Ipojuca – Pernambuco entre
os anos de 2000 e 2008 e lista comentada das espécies ocorrentes para o estado ............................... 305
Elisângela da Silva Guimarães; Arley Cândido da Silva; Eduardo Albuquerque Marques Lins & Geraldo Jorge Barbosa de Moura

Os lagartos figurados no códice de Frei Cristóvão de Lisboa (1624-1627) com ocorrência no estado de
Pernambuco ........................................................................................................................................... 319
Zenilde Moreira Borges de Morais &Argus Vasconcelos de Almeida

Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú,


Pernambuco, Brasil ................................................................................................................................................................... 325
Claudio Casal Araújo Lira Filho; Geraldo Jorge Barbosa de Moura; Míriam Camargo Guarnieri &Severino Mendes de Azevedo
Júnior

Distribuição espacial, temporal e biometria de duas espécies de Tropiduridae em remanescente de


Mata Atlântica, Nordeste do Brasil ......................................................................................................... 343
Sávio Mendonça &Geraldo Jorge Barbosa de Moura

Saurofagia em Acratosaura mentalis (Amaral 1933, (Sauria, Gymnophthalmidae) ............................... 355


Gleymerson Vieira Lima de Almeida &Ednilza Maranhão dos Santos

Estudo coproparasitológico em Tropidurus hispidus SPIX, 1825 (Sauria, Tropiduridae) na cidade do


Recife e na região metropolitana ............................................................................................................. 361
Magnólia da Conceição Nunes Botêlho; Miriam Dowell de Brito Cavalcanti; Ednilza Maranhão dos Santos; Regina Célia da
Silva Lima &Jaqueline Bianque de Oliveira

Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco .......................................................... 365


Rivaldo José Ferreira Júnior & Ednilza Maranhão dos Santos

Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-epidemiológicos e


etnozoológicos ......................................................................................................................................... 379
Heyde Polyana Amorim & Simão Dias Vasconcelos

Lista preliminar de répteis do vale do Catimbau – Buíque/PE ................................................................ 395


Sérgio Luiz da Silva Muniz &Ednilza Maranhão dos Santos

Répteis da Fazenda Saco, Serra Talhada – PE – indicadores de conservação ..................................... 407


Anderson Felipe Jesus de Miranda & Ednilza Maranhão dos Santos

Herpetofauna associada à Bromeliaceae (período chuvoso) na Estação Ecológica do Tapacurá,


remanescente de Mata Atlântica .............................................................................................................. 417
Keitz Moura Albertim; Edson Victor Euclides de Andrade; Geraldo Jorge Barbosa de Moura; Iris Virginia Cypriano de Melo; &
Lúcio Flausino Dias Júnior

Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 429
Fabiana Oliveira de Amorim; Igor Joventino Roberto &Ednilza Maranhão dos Santos
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco

Geraldo Jorge Barbosa de Moura1 & Ednilza Maranhão dos Santos2

Resumo Abstract
Este trabalho fornece um histórico e a The present contribution gives a historic
compilação do estágio atual sobre o conhecimento and a compilation situation about the knowledge
da herpetofauna pernambucana, além de uma lista on herpetofauna of Pernambuco, besides a list
de espécies, por família, dos anfíbios e répteis of species classified by family of the amphibians
registrados no estado de Pernambuco. No que se and reptilians registered by Pernambuco state.
refere ao estudo da herpetofauna de Pernambuco, By what is referred to the study of herpetofauna
existem 325 trabalhos entre monografias, disser- of Pernambuco state, there are 325 works among,
tações, teses, livros, capítulos de livros, artigos, monographs, essays, theses, books, book’s
resumos expandidos e resumos simples que chapters, articles, expanded abstracts, abstracts,
foram desenvolvidos predominantemente por 39 which were mainly developed by 34 researcher´
professores-pesquisadores que, de forma pontual professors, that in a punctual way (35 researchers, 15
(35 pesquisadores: 15 de Pernambuco e 20 de from Pernambuco state and 20 from others states or
outros estados ou países) e contínua (4) contribuíram countries) still, four others researchers contributed
para o conhecimento da herpetofauna do estado. with the knowledge on this state’s herpetofauna.
No que se refere à divisão dos trabalhos, por grupo About separating the work by group of more
animal mais pesquisado, domínio morfoclimático researched animals, Morph Climatic Domain more
mais estudado e subárea da herpetologia mais studied and herpetology sub area more worked,
trabalhada, destaca-se, respectivamente, o the most worked is the group anuran amphibian
grupo dos anfíbios anuros (43%), o domínio
(43%), Morph Climatic Domain of the Atlantic
morfoclimático Mata Atlântica (39%) e a subárea
Forest (39%) and sub area Ecology (68%). Actually
ecologia (68%). Atualmente, há o registro de 189
there is register of 189 species compounding an
espécies compondo a herpetofauna ocorrente no
occurring herpetofauna in Pernambuco State, 71
estado de Pernambuco, das quais 71 (37,53%)
pertencem à classe Amphibia (Anura, 70 espécies from that (37,53%) belongs to the clado Amphibian
distribuídas em 11 famílias, e Gymnophiona, (Anuran, 70 species distributed in 11 families
uma espécie) e 118 (62,43%) à classe Reptilia and Gymnophiona, 1 species) and 118 (62,43%)
(Chelonia, nove espécies distribuídas em cinco belongs to the Clado “Reptilian” (Chelonian, 9
famílias; Lacertilia, 38 espécies distribuídas em 12 species distributed in 5 families; Lacertilian,38
famílias; Amphisbaenia, seis espécies distribuídas species distributed in 12 families; Amphisbaena,
em uma família; Ophidia, 63 espécies distribuídas 6species distributed in 1 family; Ophidian, 63
em seis famílias; e Crocodylia, duas espécies species distributed in 6 families and Crocodilian, 2
distribuídas em uma família). Na última década, species distributed in 1 family). In the least decade
concentra-se mais de 80% das manifestações were concentrated more than 80% of the scientifics
científicas relacionadas à herpetofauna do estado, manifestations in relation to herpetofauna of
o que demonstra forte interesse e dedicação dos the State, which demonstrate actually a strong
pesquisadores locais. Os dados refletem que a interest and dedication by the locals researchers.
pesquisa herpetológica de Pernambuco está em Data reflects that the herpetological research in
forte desenvolvimento e que muito ainda há por Pernambuco is developing in a strong way and that
ser feito. still are much to be done.

1
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Paleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
2
Professora Adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Dep. de Biologia, Lab.
de Herpetologia (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
12 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Palavras-chave: Anfíbios, Répteis, Região Key words: Amphibian, Reptilian, Northeast


Nordeste, Brasil, Vertebrados, Histórico. region, Brazil, Vertebrate, History.
Introdução
O estado da arte de espécies, por famílias, de Amphibia e Reptilia
registradas no estado de Pernambuco, que serão
Nos últimos 15 anos, no Brasil e em outros detalhadas em listas comentadas.
países, estão sendo produzidas pesquisas
conhecidas pela denominação estado da arte ou O estado de Pernambuco
estado do conhecimento (ANDRÉ; ROMANOWSKI,
1999; BRZEZINSKI; GARRIDO, 1999; FERREIRA, Pernambuco é uma das 27 Unidades
2002; AZEVEDO-SOARES; KALIL, 2005; MARTINS- Federativas do Brasil. Está localizado no centro-
NETO, 2005; PARADELLA et al., 2005; MARQUES; leste da Região Nordeste, apresenta configuração
LAMAS, 2006). São definidos como trabalhos geográfica longitudinal, área de 101.023 km², é
predominantemente de caráter bibliográfico, que estreito no sentido N/S (240 km) e alongado em
trazem em comum o desafio de historiar, mapear direção L/O (748 km), e também faz parte do seu
e apresentar uma compilação dos conhecimentos território o Arquipélago de Fernando de Noronha.
acadêmicos acumulados em diferentes campos Tem como limites os estados da Paraíba (N), Ceará
do conhecimento, tentando responder que (NO), Alagoas (S e SD), Bahia (S), Piauí (O) e o
aspectos e prioridades vêm se destacando na Oceano Atlântico (L). Por sua forma, faz limites com
construção do conhecimento. Com isso, espera- quase todos os estados do Nordeste, exceção de
se de um trabalho intitulado Estado da Arte da Sergipe, Maranhão e Rio Grande do Norte (Figura 1)
Herpetologia em Pernambuco um histórico (ANDRADE et al., 2003).
revivendo os marcos cronológicos da herpetologia A origem do nome Pernambuco é con-
do estado, evidenciando os pioneiros nessa área do troversa; a mais aceita, no entanto, é que o termo
conhecimento, os pesquisadores que contribuíram tem origem tupi (Paranã-Puca), que significa “onde
de forma pontual e contínua com suas respectivas o mar se arrebenta”, uma vez que a maior parte
instituições e as áreas do conhecimento, dentro do litoral do estado é protegida por paredões de
dos domínios da herpetologia, e, por fim, uma lista recifes de coral (GUERRA, 1992).
14 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Figura 1: A) Bandeira do estado de Pernambuco; B) Brasão do estado de Pernambuco; C) Mapa do Brasil; D) Mapa
do estado de Pernambuco, evidenciando suas mesorregiões; E) Mapa das microrregiões da mesorregião
do Sertão pernambucano; F) Mapa das microrregiões da mesorregião do São Francisco pernambucano;
G) Mapa das microrregiões da mesorregião do agreste pernambucano; H) Mapa das microrregiões da
mesorregião da Zona da Mata pernambucana; I) Mapa das microrregiões da mesorregião metropolitana do
Recife; J) Mapa de Fernando de Noronha; K) Mapa climático do estado de Pernambuco; L) Mapeamento da
cobertura vegetal do estado de Pernambuco.

Por possuir essa configuração geográfica, Caducifólia, Formações Litorâneas, Caatinga


o estado de Pernambuco apresenta três zonas Hipoxerófila, Caatinga Hiperxerófila, Cerrado
climáticas: 1. Zona A (climas tropicais chuvosos e Vegetacão de Transição Floresta/Caatinga)
das florestas); 2. Zona B (climas quentes e secos (Figura 1) (ANDRADE-LIMA, 1960; SECTMA, 1994;
das caatingas); e 3. Zona C (climas mesotérmicos ANDRADE et al., 2003; CPRH, 2003).
úmidos). Possui quatro climas: 1. As’ (clima quente Ainda como consequência de sua arquitetura
e úmido com chuvas de outono e inverno); 2. BSh geográfica, o IBGE (1989) divide o estado em cinco
(clima seco de estepe de baixas latitudes com mesorregiões e 19 microrregiões geográficas
chuvas de outono e inverno-BShs’; com chuvas (Figura 1):
de verão-BShw e com chuvas de verão retardadas 1- Mesorregião Metropolitana do Recife:
para outono-BShw’); 3. Cs’a (clima mesotérmico apresenta área de 2.761 km2 (2,8% do território
com chuvas de outono-inverno e verões quentes); pernambucano), divide-se em três microrregiões
e 4. Cw’a (clima mesotérmico com chuvas de (Itamaracá, Recife e Suape), com clima As’ e
verão retardadas para outono e verões quentes) apresenta a Floresta Subperenifólia e as Formações
(AB’SABER, 1967; AYOADE, 1986) (Figura 1). Litorâneas como fitofisionomias predominantes.
Como consequência da variação climática o Está inserido nesta mesorregião o arquipélago
estado apresenta três domínios morfoclimáticos: de Fernando de Noronha (AB SABER, 1967;
1. Mata Atlântica (incluindo restinga e brejos de ANDRADE et al., 2003; CPRH, 2003).
altitude); 2. Caatinga (predominante, com mais de 2- Mesorregião da Mata Pernambucana:
60% do terrritório pernambucano); e 3. Mangue apresenta área de 8.432,40 km2 (8,6% do território
representado por diversas fitofisionomias (Floresta pernambucano), divide-se em três microrregiões
Subperenifólia, Floresta Subcaducifólia, Floresta (Mata Setentrional Pernambucana, Vitória de Santo
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 15

Antão e Mata Meridional Pernambucana) com do aumento populacional, a exemplo das espécies
clima As’ e apresenta a Floresta Subperenifólia oportunistas (DUELLMAN; TRUEB, 1994; ADLER;
e Floresta Subcaducifólia como fitofisionomias HALLIDAY, 2002).
predominantes (AB’SABER, 1967; ANDRADE et al., A junção desses dois grupos animais
2003; CPRH, 2003). como objetos de estudo da herpetologia deve-
3 – Mesorregião do Agreste Pernambucano: se principalmente à similaridade dos métodos
apresenta área de 24.387,80 km2 (24,7% do de amostragem (LEMA, 2002), embora valha
território pernambucano), divide-se em seis ressaltar a existência de uma inquietude da
microrregiões (Vale do Ipanema, Vale do Ipojuca, comunidade científica no que diz respeito ao rótulo
Alto Capibaribe, Médio Capibaripe, Garanhuns, herpetologia (herpeto, rastejar, e logia, estudo) para
Brejo Pernambucano), com climas BShs’, As’ e designar o estudo dos anfíbios e répteis, sendo
Cs’a e apresenta a Caatinga Hipoxerófila como provavelmente, em médio prazo, restabelecidas
novas denominações para o fato (MOURA, G. J. B.
fitofisionomia predominante (AB’SABER, 1967;
com. pess.).
ANDRADE et al., 2003; CPRH, 2003).
A classe Amphibia, grupo monofilético
4 – Mesorregião do São Francisco Per-
(FROST et al., 2006), representa os Tetrapoda
nambucano: apresenta área de 24.531,50 km2
mais antigos, constituindo o tronco basal de
(24,9% do território pernambucano), divide-se onde derivaram todos os demais vertebrados
em duas microrregiões (Petrolina e Itaparica) terrestres (COATES; CLACK, 1995; CLACK, 2002).
com climas BShw, BShw’ e BShs’ e apresenta Os registros mais antigos conhecidos datam do
a Caatinga Hiperxerófila como fitofisionomia período Devoniano Tardio, cerca de 363 milhões
predominante (AB’SABER, 1967; ANDRADE et al., de anos (COATES; CLACK, 1995; CLACK, 2002;
2003; CPRH, 2003). MOURA, 2006).
5 – Mesorregião do Sertão Pernambucano: Atualmente, existem 6.347 espécies de
apresenta área de 38.413,90 km2 (39% do Amphibia incluídas na classe Lissamphibia (FROST,
território pernambucano), divide-se em quatro 2009), sendo 836 ocorrentes no Brasil (SBH, 2009).
microrregiões (Araripina, Salgueiro, Pajeú e Sertão Os Lissamphibia se dividem em três grandes
do Moxotó) com climas BShw’, BSh, BShs’ e subclasses: Anura (sapos, rãs e pererecas),
Cw’a e apresenta a Caatinga Hiperxerófila como Caudata (salamandra e tritões) e Gymnophiona
fitofisionomia predominante (AB’SABER, 1967; (cobras-cegas ou cecílias) (DUELLMAN; TRUEB,
ANDRADE et al., 2003; CPRH, 2003). 1994; POUGH, 2003; HOFRICHTER, 2000; ADLER;
Devido à variedade de climas e ecossis- HALLIDAY, 2002; FROST, 2008; SBH, 2008). As
temas, o estado de Pernambuco destaca-se por relações filogenéticas entre esses grupos ainda não
apresentar aproximadamente metade das unidades estão completamente conhecidas (ROELANTS,
de conservação em âmbito federal, estadual, 2007), embora já se saiba que a diferenciação
municipal e particular, entre as contabilizadas dessas linhagens já tenha ocorrido pelo menos no
para a Região Nordeste. Apesar desse número Triássico Inferior (MILNER, 2000; ROCEK; RAGE,
significativo, pouco se conhece a respeito dessas 2000; MOURA, 2006).
áreas (SANTOS et al., 2001). Os Anura compreendem as subclasses
Archeobatrachia e Neobatrachia, este último
representando o grupo mais numeroso e mais
Herpetologia
diversificado dos Lissamphibia (DUELLMAN;
TRUEB, 1994; HOFRICHTER, 2000; ADLER;
A herpetologia, ramo da zoologia (ciên-
HALLIDAY, 2002; ROELANTS, 2007; FROST,
cias biológicas) responsável pelo estudo da
2008). Apresentam diversidade taxonômica pre-
herpetofauna, é um termo genérico que engloba a dominantemente tropical, com 5.602 espécies
investigação dos anfíbios e répteis (POUGH, 2003), descritas (48 famílias) (FROST, 2009), das quais
que representa hoje uma das ciências naturais de 808 (20 famílias) ocorrem no Brasil (SBH, 2009). Os
maior crescimento proporcional ao número de Caudata e Gymnophiona são pouco expressivos,
pesquisadores e aos recursos disponibilizados com respectivamente uma e 27 espécies para o
pelos órgãos de fomento (CNPq, 2008). Os Brasil (SBH, 2009).
anfíbios e répteis se destacam pelo excelente papel Os Reptilia, grupo parafilético, surgiram
desempenhado como bioindicadores de qualidade a partir de ancestrais anfíbios há cerca de 320
ambiental, por meio da diminuição de suas milhões de anos, no período Carbonífero Tardio,
populações, a exemplo das espécies sensíveis ou e representam os vertebrados amniotas mais
16 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

primitivos conhecidos (POUGH, 2003; ADLER; Histórico da herpetofauna


HALLIDAY, 2002; ROELANTS, 2007).
em Pernambuco
Atualmente, existem 8.734 espécies dentro
da classe dos Reptilia (REPTILE-DATABASE, Só a partir do início do século XX é que tiveram
2009), dividida em quatro grandes subclasses: registros científicos herpetológicos para o estado
1. Chelonia (313 spp.), envolvendo as tartarugas, de Pernambuco, linha de pesquisa que teve como
cágados e jabutis; 2. Rhynchocephala (2 spp.), marco inicial o trabalho do Professor-Pesquisador
representada pelas tuataras; 3. Squamata (8.396 Afrânio do Amaral, em 1933, intitulado Collecta
spp.), englobando os Amphisbaenia (168 spp.), Herpertologica no Nordeste do Brasil.
Lacertilia (5.079 spp.) e Ophidia (3.149 spp.); e 4. Como o artigo de Amaral (1933) refere-se ao
Crocodylia (23 spp.), envolvendo jacaré, crocodilo domínio morfoclimático da Caatinga, em diferentes
e aligator (REPTILE-DATABASE, 2009). Ao contrário estados do Nordeste, pode-se considerar o
da classe Amphibia, as relações filogenéticas da trabalho (monografia de conclusão do curso de
classe dos Reptilia são parcialmente conhecidas Ciências Biológicas (UFRPE), defendida em 1985)
(POUGH, 2003; ADLER; HALLIDAY, 2002; da atual Professora-Pesquisadora da Universidade
ROELANTS, 2007; REPTILE-DATABASE, 2009; do Estado da Bahia (Uneb), Soraya Giovanetti El-
SBH, 2009). Deir, intitulado Levantamento sistemático preliminar
Entre os Reptilia, naturalmente ocorrentes da Anurofauna na Estação Ecológica de Tapacurá –
no Brasil (696 ssp.), tem-se registro de 36 Chelonia, PE, a primeira manifestação científica de trabalhos
234 Lacertilia, 62 Amphisbaenia, 358 Ophidia e seis herpetofaunísticos no domínio morfoclimático Mata
Crocodylia (SBH, 2009). Atlântica, realizado exclusivamente no estado de
Vale ressaltar que a herpetofauna brasileira Pernambuco.
encontra-se subestimada, pois embora existam Atualmente, encontram-se algumas deze-
várias iniciativas para conhecê-la, esse esforço nas de manifestações científicas na área da
é desproporcional à área do País, além de estar herpetologia com dados exclusivos de Pernambuco
concentrada principalmente nas regiões Sul e ou para o Nordeste/Brasil, fornecendo informações
Sudeste do Brasil (MOURA, 2004). também da herpetofauna pernambucana, que
Atualmente, o meio acadêmico destina serão devidamente referenciadas nos capítulos
II (Caracterização Biogeográfica e Ecológica
esforços para compreender a biologia desses
dos Anfíbios do Estado de Pernambuco) e XIV
animais, pois as populações de Amphibia e Reptilia,
(Caracterização Biogeográfica e Ecológica dos
por possuírem alta especificidade microambiental e
Répteis do Estado de Pernambuco).
pequena capacidade de adequar-se à interferência
Para conhecer o potencial científico do
humana, tornam-se extremamente vulneráveis
estado de Pernambuco na área de herpetologia,
às mudanças ambientais, o que permite sua serão apresentados, entre os pesquisadores
utilização como excelentes bioindicadores do que contribuíram para o atual conhecimento da
grau de conservação de ecossistemas naturais herpetofauna extinta e recente do estado, os
(DUELLMAN; TRUEB, 1994; SUMNER, 1998; VITT que se destacam pela frequência e pertinência
et al., 1998; SCHLAEPFER; GAVIN, 2001; VITT; de seus trabalhos, por meio de contribuições
CALDWELL, 2001), além de formarem grupos pontuais ou contínuas. Para a distinção desses
constituídos por espécies que, em sua grande grupos, foram levados em consideração cinco
maioria, não são agressivas, nunca são pragas para critérios para a caracterização do pesquisador de
a agricultura, não transmitem doenças graves, não contribuição contínua: 1. cadastramento atual em
são venenosas nem peçonhentas, em sua maioria, pelo menos um programa de pós-graduação lato
são verdadeiras exímias na arte da camuflagem, sensu ou stricto sensu no estado de Pernambuco,
funcionam como controladoras biológicas de declarando a herpetologia/paleo-herpetologia ou um
pragas, conectam as cadeias alimentares aquá- de seus ramos como principal linha de pesquisa;
ticas e terrestres, algumas são excelentes 2. orientação concluída de pelo menos cinco
dispersares de sementes e polens, apresentam trabalhos em anos consecutivos de qualquer
interesse farmacológico e médico, além de serem nível acadêmico na área de herpetologia/paleo-
pistas à compreensão da terrestralidade (período herpetologia; 3. publicação de pelo menos cinco
Devoniano) e evolução dos vertebrados na Terra trabalhos em anos consecutivos de qualquer
(POUGH, 2003; DUELLMAN; TRUEB, 1994; nível científico na área de herpetologia/paleo-
SUMNER, 1998; VITT et al., 1998; HOFRICHTER, herpetologia; 4. vínculo profissional com alguma
2000; ADLER; HALLIDAY, 2002). instituição de ensino superior ou de pesquisa do
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 17

estado de Pernambuco; e 5. composição atual da lhos acadêmicos, seja desenvolvendo traba-


posição de pesquisador/grupo(s) de pesquisa com lhos de pesquisa, destacam-se os seguintes, em
atuação no estado. ordem alfabética, com o(s) grupo(s) de animal(is)
Entre os pesquisadores que contribuíram em que atuou e suas contribuições (informações
de forma pontual para o conhecimento da her- baseadas em dados disponibilizados na Plataforma
petofauna de Pernambuco seja orientando traba- Lattes-2009 e pelas próprias publicações):

Do estado de Pernambuco:

Alcina Magnólia Franca Barreto – UFPE (anfíbios)


Orientação de mestrado (MOURA, 2006);
Livro (MOURA et al., 2006);
Artigo (MOURA; BARRETO, 2006);
Resumo simples (MOURA; BARRETO, 2005; MOURA; BARRETO, 2006).

Ana Maria dos Santos Cabral – UFPE (quelônios)


Orientação de mestrado (MONTENEGRO, 2004);
Resumo simples (MONTENEGRO et al., 2004).

Artur Galileu de Miranda – UFPE (répteis)


Orientação de monografia – graduação (ROSA, 1994; CUNHA, 1994).
Edson João da Silva – UFRPE (répteis)
Orientação de monografia – graduação (SANTOS, 1998).

Elisângela da Silva Guimarães – ecoassociados (tartarugas marinhas)


Artigo (BRITO et al., 2004);
Resumo expandido (GUIMARÃES et al., 2006; GUIMARÃES et al., 2007; MELO-MOURA et al., 2009);
Resumo simples (CAVALCANTI et al., 2002).

Juliana Manso Sayão (pterossauro)


Orientação de monografia – graduação (CRUZ, 2006; ALBUQUERQUE, 2007);
Artigo (SAYÃO; KELNER, 2006a; SAYÃO, 2003; KELNER et al., 2002; SAYÃO; KELNER, 2000);
Resumo expandido (ALBUQUERQUE; SAYÃO, 2007);
Resumo simples (SAYÃO, 1998; SAYÃO; KELNER, 1998a; SAYÃO; KELNER, 1998b; SAYÃO, 1999; SAYÃO,
2000a; SAYÃO, 2000b; SAYÃO et al., 2000a; SAYÃO et al., 2000b; SAYÃO et al., 2005; KELNER et al., 2005;
SAYÃO; KELNER, 2006b; SAYÃO, 2007a; SAYÃO, 2007b; BARBOSA el al., 2000a; PEREIRA et al., 2008).

Maria Adélia Borstelmann de Oliveira – UFRPE (anfíbios)


Supervisão de orientação-graduação (AMORIM, 2005; SILVA-SANTOS, 2005);
Resumo simples (SANTOS et al., 2005c).

Maria Eduarda Larrazábal – UFPE (anfíbios)


Orientação de monografia – especialização (MOURA, 2004);
Resumo simples (MOURA et al., 2004).

Maria Teresa Jansem de Almeida Catanho – UFPE (serpentes)


Orientação de mestrado (MORAIS, 1997);
Resumo expandido (MORAIS; CATANHO, 1997).

Múcio Luiz Banja Fernandes – UPE (anfíbios e répteis)


Orientação de monografia – graduação (PERRELLI, 2007);
Co-orientação de monografia – graduação (MELO, 2007; MENDONÇA, 2007);
Resumo expandido (MENDONÇA et al., 2007; PERRELLI et al., 2007).

Severino Mendes de Azevedo Júnior – UFRPE/UFPE (anfíbios e répteis)


Orientação de mestrado (LIRA-FILHO, 2003; MAGALHÃES, em andamento);
Co-orientação especialização (MOURA, 2004);
Resumo simples (LIRA-FILHO et al., 2008).
18 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Silvia Regina Arruda de Moraes – UFPE (anfíbios)


Orientação de monografia – especialização (MOURA, 2007).

Simão Dias Vasconcelos – UFPE (anfíbios)


Orientação de mestrado (SANTOS, 2001);
Artigo (SANTOS; VASCONCELOS, 2005; VASCONCELOS; MOURA, 2009);
Resumo expandido (SANTOS; VASCONCELOS, 2002a; SANTOS; VASCONCELOS, 2002b);
Resumo simples (AMORIM; VASCONCELOS, 2008).

Simone Teixeira – UPE (anfíbios)


Orientação de monografia – especialização (MESQUITA, 2007);
Resumo simples (MESQUITA, MOURA; TEIXEIRA, 2006).

Valdir Luna da Silva – UFPE (répteis)


Orientação de monografia – graduação (MONTENEGRO, 1996);
Artigo (SILVA; BARRETO, 1985);
Resumo simples (SILVA et al., 1996a; SILVA et al., 1996b; SILVA et al., 1997; MONTENEGRO et al., 2004;
SILVA et al., 2006a; SILVA et al., 2006b; ROHR et al., 2007).

De outros estados/países:

Alípio de Miranda Ribeiro – Museu Nacional do Rio de Janeiro (anuros)


Artigo (MIRANDA-RIBEIRO, 1937a; MIRANDA-RIBEIRO, 1937b).

Ana C. de O. Carnaval – Universidade de Chicago (anfíbios e répteis)


Artigo (CARNAVAL, 2002a; CARNAVAL et al., 2003; CARNAVAL; PEIXOTO, 2004; CARNAVAL; MORITZ,
2008);
Resumo simples (CARNAVAL, 2001; CARNAVAL, 2002b; CARNAVAL, 2002c; CARNAVAL, 2002d;
CARNAVAL, 2002e; CARNAVAL, 2003; CARNAVAL, 2004; CARNAVAL, 2005a; CARNAVAL, 2005b);
Capítulo de livro (SANTOS; CARNAVAL, 2002).

Ana Maria Báez – Universidade de Buenos Aires, Argentina (anfíbios)


Co-orientação de mestrado (MOURA, 2006);
Livro (MOURA et al., 2006);
Artigo (BÁEZ, MOURA; GÓMEZ, 2009);
Resumo Simples (MOURA; BÁEZ, 2006; BÁEZ; MOURA, 2007; GÓMEZ, BÁEZ; MOURA, 2008).

Adão José Cardoso – Unicamp (anfíbios)


Orientação de monografia – graduação (EL-DEIR, 1985).

Afrânio do Amaral – Instituto Butantan (répteis)


Artigo (AMARAL, 1933; AMARAL, 1935; AMARAL, 1937).

Carlos Alberto Goncalves da Cruz – UFPE (anfíbios)


Artigo (CRUZ, 1988; CRUZ, 1990).

Célio Fernando Baptista Haddad – Unesp (anfíbios)


Co-orientação de monografia – graduação (SANTOS, 1995a).

David Cannatella – Universidade do Texas (anfíbios)


Artigo (CARAMASCHI, 2008).

Diva Maria Borges Nojosa – UFCE (répteis)


Resumo simples (AMORIM et al., 2004);
Capítulo de Livro (BORJES-NOJOSA, 1998; BORJES-NOJOSA; CARAMASCHI, 2003; BORJES-NOJOSA;
SANTOS, 2005).
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 19

Eliza Maria Xavier Freire – UFRN (anfíbios e répteis)


Orientação de doutorado (SANTOS, 2005; MOURA , em andamento);
Artigo (FREIRE, 1998; PEIXOTO; FREIRE, 1998; SANTOS; FREIRE, 2006; SANTOS; MOURA et al., no
prelo);
Capítulo de livro (MOURA et al., 2009a; MOURA et al., 2009b);
Resumo simples (SANTOS et al., 2007).

Gandhi Rádis Baptista – UFCE (répteis)


Orientação de mestrado (MELO, 2008; ALENCAR, em andamento);
Orientação de doutorado (CORREIA, em andamento; NEIVA, em andamento);
Artigo (RÁDIS-BAPTISTA, 2005; RÁDIS-BAPTISTA et al., 2005; RÁDIS-BAPTISTA et al., 2006; CORREA et
al., 2007; TAVARES et al., 2008);
Resumos simples (TAVARES et al., 2007).

José Roberto Miranda – Embrapa (anfíbios e répteis)


Orientação monografia – graduação (MATTOS, 1987);
Artigo (MIRANDA, 1980; MIRANDA; MIRANDA, 1981; MIRANDA, 1982);
Outras (MIRANDA, 1983; MIRANDA, 1986).

Laurie J. Vitt – Universidade de Oklahoma, EUA (répteis)


Artigo (VITT; VANGILDER, 1983; VITT, 1985; VITT; COLLI, 1994; VITT, 1995; VITT; DE CARVALHO, 1995;
VITT et al., 1997; VITT; CALDWELL, 2001).

Miguel Trefaut Urbano Rodrigues – USP (répteis)


Orientação de doutorado (ROCHA, 1998);
Artigo (RODRIGUES, 1987; RODRIGUES et al., 1989, RODRIGUES, 1990; RODRIGUES, 2000a;
RODRIGUES, 2000b; RODRIGUES, 2002; RODRIGUES, 2003; RODRIGUES et al., 2005; RODRIGUES;
SANTOS, 2008; MOTT et al., 2009).
Capítulo de livro (RODRIGUES, 2003).

Oswaldo Luiz Peixoto – UFRRJ (anfíbios)


Artigo (CRUZ; PEIXOTO, 1982; PEIXOTO; FREIRE, 1998; CARNAVAL et al., 2003; CARNAVAL; PEIXOTO,
2004).

Paulo Emíllio Vanzolini – USP (répteis)


Artigo (VANZOLINI, 1972; VANZOLINI, 1974; VANZOLINI, 1976; VANZOLINI, 1986);
Livro (VANZOLINI et al., 1980).

Paulo Fernando Guedes Montenegro – UFPB (répteis)


Orientação de monografia – graduação (GUIMARÃES, 2001; SILVA, 2002);
Artigos (BEZERRA et al., 2000; SILVA et al., 2002);
Resumos simples (MONTENEGRO et al., 1995; MONTENEGRO et al., 1996; VALENÇA et al., 1996;
MONTENEGRO et al., 1997; MONTENEGRO et al., 1998; BEZERRA et al., 2001; GUIMARÃES;
MONTENEGRO, 2001; MONTENEGRO et al., 2004; MONTENEGRO et al., 2005; PONTES; MONTENEGRO,
2005; MONTENEGRO et al., 2006).

Soraya Giovanetti El-Deir – Uneb (anfíbios)


Monografia – graduação (EL-DEIR, 1985);
Orientação de monografia – graduação (SANTOS, 1995a).

Ulisses Caramaschi – UFRJ (anfíbios)


Artigo (CARAMASCHI, 2008).

Werner Carlos A. Bokermann – Parque Zoológico de São Paulo (anfíbios)


Artigo (BOKERMANN, 1962).
Entre os professores/pesquisadores que se enquadram na categoria de contribuição contínua para o
estudo da herpetofauna e paleo-herpetofauna no estado de Pernambuco, lista-se, em ordem cronológica
20 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

do início de sua atuação profissional como herpetólogo no estado, informando suas respectivas linhas de
pesquisa e contribuições científicas referentes à herpetofauna pernambucana (informações baseadas em
dados disponibilizados na Plataforma Lattes-2009 e nas próprias publicações):

Zenilde Moreira Borges de Morais – UFRPE: atuação desde 1985


Linha de pesquisa: ecologia de répteis; sistemática e comportamento de ofídios; reprodução assistida de
Boa constrictor constrictor;
Orientação de monografia – graduação (HENNING, 1991; SOUZA; 1997; GOMES, 1997; CAVALCANTI,
2003; SEABRA, 2007; XAVIER; 2007);
Artigo (MORAIS; MORAIS, 1987);
Capítulo de livro (MOURA et al., no prelo; MORAIS; ALMEIDA, no prelo);
Resumo expandido (MORAIS; CATANHO, 1997; MORAIS, 2001; EVÊNCIO-NETO et al., 2005);
Resumo simples (MORAIS et al., 1991a; MORAIS et al., 1991b; MORAIS et al., 1991c; MORAIS et al.,
1991d).

Míriam Camargo Guarnieri – UFPE: atuação desde 1991


Linha de pesquisa: herpetologia, caracterização estrutural e molecular de toxinas purificadas de venenos
de serpentes do Nordeste do Brasil, doenças parasitárias e infecciosas de serpentes, manejo de serpentes
em cativeiro;
Orientação de monografia – graduação (CAZAL, 2000; PINHO, 2002; ARAÚJO, 2003; MARIZ, 2004; LIMA,
2004; ARAÚJO, 2004; OLIVEIRA, 2006; VASCONCELOS, 2008);
Orientação de monografia – especialização (BEZERRA, 2007; ILARRÁZ, 2007);
Orientação de mestrado (VASCONCELOS, 1996; VALENÇA, 1997; ROCHA, 1998; AQUINO, 1999; LUNA,
1999; NUNES, 2000; MODESTO, 2000; PONTES, 2000; DUARTE, 2002; SILVA, 2002; PINHO, 2005;
ARAÚJO, 2006; CORREIA, 2006; ARAÚJO, 2006; AMORIM, em andamento; RIBEIRO, em andamento);
Co-orientação de mestrado (MELO, 2008);
Co-orientação de doutorado (NUNES, em andamento);
Artigo (SAIKI et al., 1991; VASCONCELOS et al., 1998; NUNES et al., 2003; SILVA et al., 2003; MARTINS
et al., 2005; MODESTO et al., 2006; ALMEIDA et al., 2008c; ROCHA et al., 2008; TAVARES et al., 2008);
Capítulo de livro (CAZAL et al., no prelo; LIMA et al., no prelo);
Resumo simples (ROCHA et al., 1998a; ROCHA et al., 1998b; SOARES; GUARNIERI, 1998; SILVA et al.,
1999; SOARES; GUARNIERI, 1999; LUNA et al., 1999; SOARES; GUARNIERI, 2000; DUARTE et al., 2002;
SILVA et al., 2002; PINHO et al., 2002; SILVA; GUARNIERI, 2002; CORREIA et al., 2004; PINHO et al.,
2004a; PINHO et al., 2004b; ARAÚJO et al., 2004; ARAÚJO; GUARNIERI, 2004; GUARNIERI et al., 2006;
TAVARES et al., 2007; CAZAL et al., 2008;).

Ednilza Maranhão dos Santos – UFRPE: atuação desde 1994


Linha de pesquisa: ecologia e comportamento de anfíbios e de répteis; etno-herpetologia;
Orientação de monografia – graduação (WALDEZ, 1997; AMORIM, 2005; SILVA-SANTOS, 2005; LIMA-
SANTOS, em andamento);
Orientação de monografia – especialização (OLIVEIRA, 2007; ALVES, em andamento; CUNHA, em
andamento; FERREIRA-JUNIOR, em andamento; SANTOS, em andamento; SILVA, em andamento; TINÉ-
SOUZA, em andamento);
Co-orientação de mestrado (AMORIM, em andamento);
Artigo (SANTOS, 1998a; SANTOS, 2002; CARNAVAL et al., 2003; SANTOS, 2004; SANTOS; AMORIM,
2005; SANTOS et al., 2005a; SANTOS et al., 2005b; SANTOS; AMORIM, 2006; SANTOS; FREIRE, 2006;
RODRIGUES; SANTOS, 2008; SANTOS; MOURA, 2009; SANTOS; FREIRE, no prelo);
Capítulo de livro (SANTOS; SILVA, 1998; SANTOS; CARNAVAL, 2002; BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005;
ALMEIDA; SANTOS, no prelo; AMORIM et al., no prelo; ARAÚJO et al., no prelo; CAMPOS; SANTOS, no
prelo; CAVALCANTI et al., no prelo; FERREIRA-JÚNIOR; SANTOS, no prelo; SANTOS, no prelo; SANTOS;
SANTOS, no prelo; SILVA; SANTOS, no prelo; MIRANDA et al., no prelo; MOURA et al., no prelo a; MOURA
et al., no prelo b; MUNIZ; SANTOS, no prelo);
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 21

Resumo expandido (SANTOS; VASCONCELOS, 2002a; SANTOS; VASCONCELOS, 2002b; AMORIM et


al., 2003; SANTOS; AMORIM, 2003; SANTOS et al., 2003a; BEZERRA et al., 2007; CAVALCANTE et al.,
2007; FERRAZ et al., 2007; MOTA et al., 2007; MUNIZ et al., 2007; PADILHA et al., 2007; SILVA-SANTOS et
al., 2007a; SILVA-SANTOS et al., 2007b; SANTOS; SANTOS, 2008a; SANTOS; SANTOS, 2008b);
Resumo simples (SANTOS, 1994a; SANTOS, 1994b; SANTOS, 1994c; SANTOS, 1995b; SANTOS, 1995c;
SANTOS, 1995d; SANTOS, 1995e; SANTOS, 1996a; SANTOS, 1996b; SANTOS, 1997; SANTOS, 1998b;
SANTOS, 1998c; SANTOS, 2001; SANTOS et al., 2001; SANTOS et al., 2003b; SANTOS; AMORIM, 2004;
SANTOS et al., 2004a; SANTOS et al., 2004b; SANTOS et al., 2005; AMORIM et al., 2007a; AMORIM et
al., 2007b; BOURGEOIS; SANTOS, 2007; CAMPOS et al., 2007; SANTOS, 2007; SANTOS; SILVA, 2007;
SANTOS et al., 2007a; SANTOS et al., 2007b; SILVA-SANTOS; SANTOS, 2007; SILVA et al., 2007; VILAÇA-
JÚNIOR; SANTOS, 2007; ALMEIDA et al., 2008a; ALMEIDA et al., 2008b; AMORIM et al., 2008; CAMPOS et
al., 2008; FERREIRA-JÚNIOR; SANTOS, 2008; GEANE et al., 2008; LIMEIRA et al., 2008; MIRANDA et al.,
2008; MUNIZ et al., 2008a; MUNIZ et al., 2008b; QUIRINO et al., 2008; SANTOS; AMORIM, 2008; SANTOS;
SANTOS, 2008c; SANTOS et al., 2008a; SANTOS et al., 2008b; SILVA et al., 2008).

Geraldo Jorge Barbosa de Moura – UFRPE: atuação desde 2000


Linha de pesquisa: herpetologia e paleo-herpetologia;
Orientação de monografia – graduação (LIMA, 2004; ANDRADE, 2007; MELO, 2007; MENDONÇA, 2007;
PERRELLI, 2007; ALBERTIM, 2008; FRANÇA, 2008; LINS, 2008; SILVA, 2008; PROTÁZIO, 2008; RIBEIRO,
2008; DIAS-JÚNIOR, 2009; MELO, 2009; ARAÚJO, em andamento; BARROS-FILHO, em andamento;
D’ASSUNÇÃO, em andamento; FONSECA, em andamento; GUEDES-SILVA, em andamento; MELO-
MOURA, em andamento);
Orientação de monografia – especialização (BUARQUE-JÚNIOR, 2007; GUSMÃO, 2007; SILVA, 2007;
NASCIMENTO, 2007; ANDRADE, em andamento; FERREIRA, em andamento; Melo, em andamento;
MENDONÇA, em andamento; MONTENEGRO, em andamento; PEREIRA-NETO, em andamento; Valença,
em andamento);
Co-orientação de Mestrado (ANDRADE, em andamento);
Artigo (FEITOSA-NETO et al., 2006; MOURA; BARRETO, 2006; MOURA; SOUZA-NETO, 2006; OLIVEIRA
et al., 2006; VASCONCELOS; MOURA, 2008; ANDRADE et al., 2009; BÁEZ; MOURA; GÓMES, 2009;
SANTOS; MOURA, 2009; MOURA et al., no prelo; PROTÁZIO et al., no prelo);
Livro (MOURA et al., 2006);
Capítulo de livro (ALBERTIM et al., no prelo; ANDRADE; MOURA, no prelo; BUARQUE-JÚNIOR; MOURA,
no prelo; FRANÇA et al., no prelo; GUIMARÃES et al., no prelo; LIMA et al., no prelo; LINS; MOURA, no
prelo; LIRA-FILHO et al., no prelo; MENDONÇA; MOURA, no prelo; MOURA, no prelo; MOURA et al., no
prelo a; MOURA et al., no prelo b; SILVA-GUEDES; MOURA, no prelo; SILVA et al., no prelo; PROTÁZIO et
al., no prelo; RIBEIRO et al., no prelo);
Resumo expandido (MOURA et al., 2006a; MOURA et al., 2006b; ANDRADE et al., 2007; MELO et al.,
2007; MENDONÇA et al., 2007; MOURA et al., 2007; PERRELLI et al., 2007; SILVA et al., 2007; ANDRADE;
MOURA, 2009; BARROS-FILHO et al., 2009; FIGUEREDO-JÚNIOR et al., 2009; FONSECA et al., 2009;
LISBOA et al., 2009; MELO; MOURA, 2009; MELO-MOURA et al., 2009);
Resumo simples (MOURA et al., 2003; ANDRADE et al., 2004; MOREIRA et al., 2004; MOURA et al.,
2004; ALVES et al., 2005; MOURA; BARRETO, 2005; ALBERTIM et al., 2006; FONSECA-NETO et al.,
2006; MOURA; BÁEZ, 2006; MOURA; BARRETO, 2006; NASCIMENTO et al., 2006; PERRELLI et al., 2006;
GUEDES-SILVA et al., 2006; BÁEZ; MOURA, 2007; ANDRADE et al., 2008a; ANDRADE et al., 2008b;
BUARQUE-JÚNIOR, 2008; FERREIRA et al., 2008a; FERREIRA et al., 2008b; FONSECA-NETO, 2008;
GÓMEZ et al., 2008; GUEDES-SILVA; MOURA, 2008b; LINS et al., 2008; LIRA-FILHO et al., 2008; MOURA,
2009).

Embora o estado de Pernambuco apresente poucos adeptos aos estudos herpetológicos, os esforços
em conjunto dos professores-pesquisadores citados possibilitam um potencial de publicação crescente e
em destaque na Região Nordeste, com 325 contribuições em diversos níveis acadêmicos (Gráficos 1 e 2).
22 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Gráfico 1: Cronologia das contribuições acadêmico-científicas na área de herpetologia para o estado de Pernambuco
entre 1933 e 2009.

Gráfico 2: Curva de acumulação das contribuições acadêmico-científicas na área de herpetologia para o estado de
Pernambuco entre 1933 e 2009.

No fim da década de 1980, início dos anos à herpetologia), e no I Encontro de Herpetologia e


de 1990, percebe-se um aumento considerável Mastozoologia em Pernambuco-2008, realizado
das contribuições acadêmico-científicas referentes na cidade de Recife (27 trabalhos), entre outros
à herpetologia do estado (Gráficos 1 e 2), fato eventos e publicações em periódicos.
decorrente principalmente da contratação de No que se refere aos grupos de animais da
herpetólogos nas universidades do estado, herpetofauna pernambucana mais investigados,
desenvolvendo pesquisas e orientando discentes, destacam-se em primeiro lugar os anfíbios anuros
além do surgimento do mestrado em Biologia (43%), seguidos dos ofídios (29%) (Figura 2). Em
Animal (1994), no Centro de Ciências Biológicas da relação ao bioma mais amostrado e pesquisado
Universidade Federal de Pernambuco. Vale ressaltar no âmbito da herpetologia no estado, destaca-se
o crescimento das manifestações científicas a Mata Atlântica, com 39% dos trabalhos (Figura
em 2007 e 2008, fato atribuído principalmente a 3) com ocorrência, principalmente, na Região
trabalhos publicados no XVI Encontro Nordestino Metropolitana do Recife e na Zona da Mata do
de Zoologia-2007, realizado na cidade de estado. Entre as subáreas mais frequentes no
Garanhuns (13 trabalhos referentes à herpetofauna estudo da herpetologia, destacam-se a ecologia
do estado de Pernambuco, além de uma palestra, geral (68%), seguida da toxicologia/epidemiologia/
duas mesas-redondas e um minicurso relacionado bioquímica (17%) (Figura 4).
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 23

Com o crescente número de adeptos ao


estudo da herpetofauna pernambucana, a dis-
ponibilidade ascendente de orientadores locais
e o surgimento de programas de pós-graduação
lato sensu (Zoologia – UFRPE e Biologia
Figura 2: Divisão dos trabalhos acadêmico-científicos na
Animal – UFPE) ou stricto sensu (mestrado
área de herpetologia desenvolvidos no estado e doutorado em Biologia Animal – UFPE e
de Pernambuco por grupo animal pesquisado. mestrado em Biociência Animal – UFRPE),
o número de trabalhos aca dêmicos tende a
crescer, destacando o estado de Pernambuco
como um dos estados da Região Nordeste de
maior disponibilidade sobre a história natural
das classes Amphibia e Reptilia.
No que se refere à disponibilidade de dou-
Figura 3: Divisão dos trabalhos acadêmico-científicos na tores-herpetólogos, com potencial de orientação
área de herpetologia desenvolvidos no estado em qualquer nível acadêmico, Pernambuco dis-
de Pernambuco por bioma/local pesquisado. põe de cinco, com mais quatro doutorados em
andamento, igualando-se ao estado da Bahia
(cinco). Esses estados lideram, nesse critério, na
Região Nordeste, em seguida vem Sergipe (dois),
Alagoas (um), Paraíba (dois), Rio Grande do
Norte (dois), Ceará (três), Piauí (dois) e Maranhão
(dois), o que sinaliza uma estimativa em termos de
Figura 4: Divisão dos trabalhos acadêmico-científicos na
área de herpetologia desenvolvidos no estado
produção científica promissora para os próximos
de Pernambuco, por áreas do conhecimento. anos (Tabela I).

Tabela I: Estado atual e uma prospecção futura de potencial acadêmico da graduação e pós-graduação (lato-senso e
stricto-senso), e recursos humanos, na área de herpetologia do estado de Pernambuco (Fonte: Plataforma
Lattes, janeiro de 2009).

Trabalhos Previsão
Nível acadêmico Total
Concluído Em andamento 2010 2012
Pós-Doutorado 2 0 2 - 1
Tese-Doutorado 5 3 8 8 12
Dissertação-Mestrado 6 2 8 10 16
Monografia-Especialização 6 8 14 20 -
Monografia-Graduação 24 6 30 - -

Herpetofauna de em 11 famílias); e 2- Gymnophiona (uma espécie/


uma família) (Tabela II).
Pernambuco A classe Reptilia está representada por três
Atualmente, existe registro de 187 espécies subclasses: 1- Chelonia (nove espécies distribuídas
compondo a herpetofauna ocorrente no es- em cinco famílias); 2- Squamata, englobando
tado de Pernambuco, das quais 71 (37,63%) Lacertilia (37 espécies distribuídas em 11 famílias),
pertencem à classe Amphibia e 116 (62,37%) à Amphisbaenia (cinco espécies distribuídas em
classe Reptilia. uma família) e Ophidia (63 espécies distribuídas
A classe Amphibia está representada por em seis famílias); e 3- Crocodylia (duas espécies
duas subclasses: 1- Anura (70 espécies distribuídas distribuídas em uma família) (Tabela III).
24 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Tabela II: Número de espécies recentes das famílias da classe Amphibia registradas para o estado de Pernambuco,
assim como para o Brasil e o mundo.

Número de espécies
Famílias
Mundo (FROST, 2009) Br (SBH, 2009) PE
Anura
Amphignathodontidae 61 9 1
Brachycephalidae 41 41 2
Bufonidae 514 61 5
Ceratophryidae 85 5 1
Cycloramphidae 101 67 3
Hylidae 856 325 35
Leiuperidae 78 53 8
Leptodactylidae 95 70 10
Microhylidae 431 36 3
Pipidae 32 5 1
Ranidae 329 2 1
Gymnophiona
Caecilidae 121 26 1
Total 2.911 712 71

Tabela III: Número de espécies recentes das famílias da classe Reptilia registradas para o estado de
Pernambuco, assim como para o mundo e o Brasil.

Número de espécies
Famílias
Mundo (Reptile-Database, 2009) BR (SBH, 2009) PE
1-Chelonia
1.1-Pleurodira
1.1.1-Chelidae 50 20 2
1.2-Cryptodira
1.2.1-Cheloniidae 6 4 4
1.2.2-Dermochelyidae 1 1 1
1.2.3-Kinosternidae 25 1 1
1.2.4-Testudinidae 47 2 1
2-Squamata
2.1-Lacertilia
2.1.1-Anguidae 110 5 2
2.1.2-Gekkonidae - 6 3
2.1.3-Gymnophtalmidae 165 77 7
2.1.4- Hoplocercidae - 3 1
2.1.5-Iguanidae 690 1 1
2.1.6-Leiosauridae - 14 1
2.1.7-Phyllodactylidae - 12 5
2.1.8-Polichrotidae - 17 4
2.1.9-Scincidae 1200 14 5
2.1.10-Sphaerodactylidae 98 16 1
2.1.11-Teiidae 120 31 4
2.1.12-Tropiduridae - 35 4
2.2-Amphisbaenia
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 25

Número de espécies
Famílias
Mundo (Reptile-Database, 2009) BR (SBH, 2009) PE
2.3-Ophidia
2.3.1-Boiidae 28 9 3
2.3.2-Colubridae 1700 267 48
2.3.3-Elapidae 270 27 3
2.3.4-Leptotyphlopidae 90 14 1
2.3.5-Typhlopidae 215 6 1
2.3.6-Viperidae 230 27 7
3-Crocodylia
3.1-Alligatoridae 14 6 2
TOTAL - 674 118

Considerações finais Vale ressaltar que embora existam coleções


científicas informais, a exemplo da CHUFRPE (em
processo de digitalização para posterior registro),
Embora o conhecimento da herpetofauna UFRPE, UFPE e UPE, é imprescindível a organização
do estado de Pernambuco esteja em ascensão, e o estabelecimento urgente de uma coleção
é necessário o direcionamento de trabalhos para científica com cadastro nacional de anfíbios e répteis,
buscar recursos e estabelecer cooperações entre que possibilitem a permanência dos exemplares
os pesquisadores locais, visando à maximização coletados e analisados por pesquisadores locais no
dos esforços de coleta, já que, em trabalhos com próprio estado, assim como prioridade, por parte
outros táxons, a metodologia de amostragem das universidades/centros de pesquisas do estado,
mostra-se similar, o que facilita a aquisição de à abertura de vagas, objetivando a contratação de
material testemunho para composição da lista herpetólogos produtivos, fortalecendo essa área
herpetofaunística do estado. ainda pouco expressiva em Pernambuco.

Agradecimentos
A todos os pesquisadores que, de forma pontual ou contínua, contribuíram e contribuem para
o avanço do conhecimento da herpetofauna recente e fóssil do estado de Pernambuco. Aos doutores
Severino Mendes de Azevedo Júnior, Maria Adélia Borstelmann de Oliveira e Auristela Correia de
Albuquerque, pela ajuda na obtenção de dados bibliográficos. À professora Icléia Miriam Barbosa de
Moura, pela leitura e correção gramatical do texto.

Referências bibliográficas

AB’SABER, A. N. !" #$%&'($" %$)*$+,(%-.(+$" / 0)$1&'+(2" 3.$4/$4)-3+2" #$ 5)2"(,6 São Paulo:


USP, n. 3, 1967. p. 46.

HALLIDAY, T.; ADELER, K. 7()/89 :'+(+,$0/#(2 $* )/0.(,/" 2'# 2%0;(<(2'"6 7()/89 5$$=". New York,
US: McGraw-Hill, 2002. p. 240.

ALBERTINE, K. M. Anuros e lagartos associados a bromélias em remanescente de Mata Atlântica,


Nordeste do Brasil !"##$ !% !&# !'()(*+,-,!./+,01,23(!45!678)97,:!;7(<=*79,:>!?!@,91<0,04!@+,::7)4AA7!
do Recife, Recife, 2008.

ALBERTIM, K. M.; VALENCA, R. B.; DAHER, M. R. M.; FONSECA-NETO, R.; TELES, J. D.; SILVA, R. G.;
MOURA, G. J. B. Inventário Preliminar da Anurofauna em Remanescente de Mata Atlântica, Moreno, PE.
In: ENCONTRO DE EXTENSÃO E PESQUISA DISCENTES EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, 2., 2006, Recife-
PE. Anais... 2006.
26 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

ALBERTIM, K. M.; ANDRADE, E. V. E; MOURA, G. J. B.; MELO, I. V. C.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Herpetofauna


associada à bromeliaceae (estação chuvosa) na Estação Ecológica do Tapacurá, remanescente de
Mata Atlântica. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. no prelo.
ALBUQUERQUE, B. C. V. N. Relação entre os elementos apendiculares dos clados Anhangueridae
e Tapejaridae. 2007. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2007.
ALBUQUERQUE, B. C. V. N. Caracterização das relações entre os elementos apendicualres das
famílias Anhangueridae e Tapejaridae (Reptilia, Pterosauria). 2008. Monografia (Graduação em
Ciencias Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2008.
ALBUQUERQUE, B. C. V.; SAYÃO, J. M. Caracterização das relações entre os elementos apendiculares
das famílias Anhangueridae e Tapejaridae (Reptilia, Pterosauria). In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO
NORDESTE, 17., 2007, Garanhuns. Anais... 2007. v. 10. p. 5-8.
ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; SANTOS, E. M. Predação do lagarto Tropidurus cocorobensis (Tropiduridae)
pela serpente Oxybelis aeneus (Colubridae) - Buíque, PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., Recife, 2008. Anais... 2008a.
ALMEIDA, G.; LIMEIRA, G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Primeiro Registro de
Predação de Gymnodactylus geckoides (Gekkonidae) por Acratosaura mentalis (Gymnophthalmidae). In:
ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., Recife, 2008. Anais...
2008b.
ALMEIDA, G. V. L.; SANTOS, E. M. S. Saurofagia em Acratosaura mentalis (Amaral), 1933 (Sauria,
Gymnophthalmidae) In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. no prelo.
ALMEIDA, W. O.; FERREIRA, F. S.; GUARNIERI, M. C.; BRITO, S. V. Porocephalus species (Pentastomida)
infecting Boa constrictos (Boidae) and Lachesis muta (Viperidae) in Northeastern Brazil. Biotemas (UFSC),
v. 21, p. 165-168, 2008c.
ALVES, C. M.; MOURA, G. J. B.; CHAVES, A. C.; FONSECA-NETO, R.; TELES, J. D.; MARTINIANO, A. R.
B. Avaliação Bioquímica e Molecular em Anfíbios Anuros como indicadores de Qualidade Ambiental. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 2., 2005, Minas Gerais. Anais... 2005.
AMARAL, A. Collecta Herpertologica no Nordeste do Brasil. Memórias do Instituto Butantan, v. 8, p.185-
192, 1933.
AMARAL, A. Collecta Herpetologica no Nordeste do Brasil – Contribuição II. Memórias do Instituto
Butantan, v. 9, p. 253-257, 1935.
AMARAL, A. Estudos sobre lacertílios neotropicais. Lista Remissiva dos Lacertílios do Brasil. Memórias
do Instituto Butantan, v. 11, p. 167-204, 1937.
AMORIM, F. O.; SANTOS, E. M. S.; ROBERTO, I. J.; BORGES, D. Nota sobre predação de Scinax
pachychrus por Leptodactylus cf. ocellatus em uma localidade do semiárido nordestino (Amphibia, Anura).
In: JORNADA DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO, 3., 2003, Recife. Anais... 2003.
AMORIM, F. O.; ROBERTO, I. J.; SANTOS, E. M. S.; BORGES-NOJOSA, D. M. Levantamento da Anurofauna
de duas localidades do Semiárido/Betânia e Floresta - Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 25., 2004, Brasília, Anais... 2004.
AMORIM, F. O. Distribuição temporal da atividade de vocalização de Leptodactylus natalensis Lutz,
1930 (Anura, Leptodactylidae) em fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco. 2005. (Graduação em Ciências
Biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2005.
AMORIM, F. O.; ROBERTO, I. J.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna de cinco localidades da Caatinga de
Pernambuco, Nordeste do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., 2007, Belém,
PA. UFPA. Anais... 2007.
AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S.; SANTOS, E. M. Temporada e turno de vocalização de Leptodactylus
natalensis Lutz, 1930 (Anfibia) em Mata Atlântica de Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
HERPETOLOGIA, 3., 2007, Belém PA. Anais... 2007.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 27

AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S.; SANTOS, E. M. Anurofauna de fragmento de Mata Atlântica no município
de Igarassu, Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO,
1., 2008, Recife. Anais... 2008.
AMORIM, F. O.; ROBERTO, I. J.; SANTOS, E. M. Inventário rápido da Herpetofauna de seis localidades na
Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
no prelo.
AMORIM, H. P.; VASCONCELOS, S. D. Aspectos epidemiológicos dos acidentes causados por ofídios
notificados no Hospital Regional de Caruaru, Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRPE, Anais... 2008.
ANDRADE, E. V. E. Aspectos ecológicos e caracterização morfométrica e biométrica de formas
larvárias de anfíbios Anuros em poça temporária, remanescente de Mata Atlântica, NE do Brasil.
2007. p. 87. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, 2007.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JUNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de formas larvárias
de anfíbios anuros em poça temporária, remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007. Anais... 2007.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JUNIOR, L. F. Distribuição espacial de girinos em poça
temporária, remanescente de Mata Atlântica, PE (Amphibia: Anura). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA
E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRP; Ibama/Supes-PE, 2008a.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Riqueza e distribuição temporal de girinos
em poça temporária, remanescente de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRP; Ibama/Supes-PE, 2008b.
ANDRADE, E. V. E.; ALBERTIM, K. M.; MOURA, G. J. B. Primeiro registro do uso de Bromeliaceae por
Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799) (Anura: Microhylidae). Biota Neotropica, São Paulo, v. 9, p. 257-
259, 2009.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B. Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura). In:
HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B. Comparação da diversidade e uso do espaço e tempo por girinos
em duas poças temporárias em remanescente de Mata Atlântica no Estado de Pernambuco (Amphibia:
Anura). In: XII CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, 2009, Gravatá. Anais... Recife: SNE, 2009.
ANDRADE, F. C. M.; REIS-NETO, I.; KIM, F. J.; MEDEIROS, J. R.; BARTOLOMEU, M.; MOURA, G. J. B.
Comparação das semelhanças morfológicas adaptativas entre os primeiros vertebrados e anfíbios. In:
ENCONTRO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PALEONTOLOGIA, 10., 2004, Recife. Boletim de
Resumos... 2004. Recife: UFPE/Departamento de Geologia, 2004. p. 25-25.
ANDRADE, M. C. O.; LINS, F. J. C. C.; SAMPAIO, F. A. C.; ANDRADE NETO, J. C. X.; OLIVEIRA, L. J.;
ALBUQUERQUE, M. J. C.; ANDRADE, T. L. C.; BENJAMIM, R. E. C. Atlas de Pernambuco: espaço Geo-
Histórico e cultural, 2003. p. 160.
ANDRADE-LIMA, D. de. Estudos Fitogeográficos de Pernambuco. Arquivo do Instituto de Pesquisa
Agronômica, Pernambuco, v. 5, p. 305-341, 1960.
ANDRÉ, M.; ROMANOWSKI, J. P. Estado da arte sobre formação de professores nas dissertações
e teses dos programas de pós-graduação das universidades brasileiras, 1990 a 1996. Programa e
Resumos da 22ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Anped). Caxambu, MG, 1999.
AMPHIBIAN SPECIES OF THE WORLD 5.2. Online Reference, 2009. Disponível em: <http://research.
amnh.org/herpetology/amphibia/index.php.php>. Acesso em: 30 jan. 2009.
AQUINO, W. K. Epidemiologia e clínica dos acidentes ofídicos no Estado de Pernambuco. 1999.
Dissertação (Mestrado em Biofísica) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1999.
28 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

ARAÚJO, I. P. Caracterização da atividade fibrinolítica e purificação parcial de fibrinogenase(s) da


peçonha de Bothrops erythromelas (jararaca-malha-de-cascavel). 2004. Monografia (Graduação em
Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004.
ARAUJO, I. P.; GUARNIERI, M. C. Caracterização da atividade fibrinolítica e purificação parcial de
fibrinogenase(s) da peçonha de Bothrops erythromelas (jararaca-malha-de-cascavel) In: INTERNATIONAL
SYMPOSIUM IN BIOCHEMISTRY OF MACROMOLECULES AND BIOTECHNOLOGY - SBBQ, 2., 2004,
Recife e da REUNIÃO REGIONAL DA SBBq, 7., 2004, Recife. Anais... Recife: UFPE, 2004. p. 50.
ARAÚJO, I. P. Purificação e caracterização parcial de uma enzima trombina-símile da peçonha
da serpente Bothrops leucurus (viperidae). 2006. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) –
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
ARAÚJO, L. C. S. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, E. M. S. Hábito alimentar de Lithobates palmipes Spix,
1824 (Anura: Ranidae) em fragmento de Mata Atlântica de PE. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE
PERNAMBUCO. No prelo.
ARAUJO, L. S.; GUARNIERI, M. C.; MEDEIROS, P. L. Estudo macroscópico, histológico e histopatológico
de áreas cutâneas de Crotalus durissus cascavella em cativeiro. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 25., 2004, Brasilia. Anais... Brasília: Comunicação Gráfica, 2004. p. 509.
ARAÚJO, L. S. Acromia cutânea em serpentes Crotalus durissus cascavella mantidas em cativeiro.
2006. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
ARAÚJO, L. S. Estudo macroscópico e histopatológico cutâneo de Crotalus durissus cascavella
(serpentes, Viperidae, cascavel) mantidas em cativeiro. 2003. Monografia (Graduação em Ciências
Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.
ARAUJO, L. S.; MEDEIROS, P. L.; GUARNIERI, M. C. Descrição Histológica Tegumentar de Crotalus durissus
cascavella (Serpentes; Viperidae; Cascavel) mantidas em Cativeiro. In: ENCONTRO PERNAMBUCANO
DE BIÓLOGOS, 3., 2004, Garanhuns-PE. Anais... 2004. p. 188.
AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para os trópicos. São Paulo: Difel, 1986. p. 100.
AZEVEDO-SOARES, H. L. C.; KALIL, L. M. A. Estado da Arte nos Quitinozoários: Designação da Ordem,
Afinidades Biológicas, Paleoambiente e Breve Histórico no Âmbito das Bacias do Amazonas e do Paraná.
Anuário do Instituto de Geociências, UFRJ, v. 28-1, p. 177, 2005.
BÁEZ, A. M.; MOURA, G. J. B; GÓMEZ, R. O. Anurans from the Early Cretaceous Crato Formation of
Northeastern Brazil: Implications for the early divergence of Neobatrachians. Cretaceous Research, v.
30, p. 829-846, 2009.
BARBOSA, J. A.; SAYÃO, J. M.; SILVA JUNIOR, R. P.; PEREIRA, P. J. F. Descrição e análise histológica
de um fêmur de Dyrosauridae (Mesoeucrocodylia - Neosuchia) da Formação Maria Farinha, Paleoceno
da Bacia da Paraíba, NE do Brasil. In: SIMPÓSIO DE PALEONTOLOGIA DE VERTEBRADOS, 6., Ribeirão
Preto. Boletim de Resumos... 2008. p. 38-39.
BARROS-FILHO, D. S. B.; D’ASSUNCAO, M. M.; ARAUJO-NETO, A. S.; MOURA, G. J. B.; ALESSIO, F.
M.; ASFORA, P. H. Abundância e riqueza de uma taxocenose de serpentes em remanescente de Mata
Atlântica, Nordeste do Brasil (resultados preliminares). In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 9.,
2009, São Lourenço, MG. Anais... 2009.
BEZERRA, M. R. S.; VALENÇA, M. M.; MONTENEGRO, P. F. G. P.; MEIRELES, W. C.; MADRUGA, M.
E. Manejo de Jabutis (Geochelone carbonaria) no Criadouro Conservacionista da Petroflex Indústria e
Comércio S.A. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE,10., 2000, Recife. Anais... 2000.
BEZERRA, M. R. S.; MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENÇA, M. M. Etograma do Jabuti (Geochelone
carbonaria) em cativeiro. In: SIMPÓSIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA, 1., 2001, São
Paulo. Anais... 2001.
BEZERRA, M. J. B. Efeito da temperatura na biologia de serpentes. Monografia. (Especialização em
Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 29

BOKERMANN, W. C. A. Una nueva especie de Atelopus del nordeste del Brasil (Amphibia, Salientia,
Brachycephalidae). Neotropica, La Plata, v. 8, n. 26, p. 42-44, 1962.
BORGES-NOJOSA, D. M. Conhecendo o Araripe: Recursos naturais e patrimônio: Biodiversidade: Fauna
– Herpetofauna. In: FUNDETEC/URCA. Projeto Araripe, 1ª Parte, p. 467-475. 1998.
BORGES-NOJOSA, D. M.; CARAMASCHI, U. Composição e análise comparativa da diversidade e das
afinidades biogeográficas dos lagartos e anfisbenídeos (Squamata) dos brejos nordestinos. In: LEAL,
I.; SILVA, J. M. C.; TABARELLE, M. (Org.). Ecologia e conservação da caatinga, 1.ed. Recife: UFPE, v. 1,
2003. p. 489-540.
BORJES-NOJOSA, D. M.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna da área de Betânia e Floresta, Pernambuco. In:
ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Org.). Análise das variações da biodiversidade do
bioma Caatinga. 1.ed. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, v. 1, p. 277-291. 2005.
BOURGEOIS, P; SANTOS, E. M. S. Lista preliminar da anurofauna de um fragmento de Mata Atlântica
no Estado de Alagoas, Nordeste, Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., 2007,
Belém. Anais... 2007.
BRITO, F. L. C.; MAIA, F. R. C. L.; FRANÇA, L. M. O.; ALBUQUERQUE, A. R.; SANTOS, R. O. M.;
CAVALCANTI, M. A. M. GUIMARÃES, E. S. Fibropapillomatosis and Multiple Fibromas in a Green Turtle
from the south Coast of Pernambuco State, Brazil. Marine Turtle Newsletter, n. 106, 2004.
BUARQUE-JÚNIOR, D. V. Aspectos Ecológios da Anurofauna em dois Remanescentes de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil. 2007. p. 50. Monografia (Aperfeiçoamento/Especialização em Educação Ambiental) –
Universidade de Pernambuco, Recife, 2007.
BUARQUE-JUNIOR, D. V.; MOURA, G. J. B. Aspectos Ecológicos da Anurofauna em dois Remanescentes
de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA DE
PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, Ibama/SNZ, 2008.
BUARQUE-JÚNIOR, D. V.; MOURA, G. J. B. Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata
Atlântica, Nordeste do Brasil-PE. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
BRZEZINSKI, I.; GARRIDO, E. Estado da arte sobre a formação de professores nos trabalhos
apresentados no GT 8 da ANPED, 1990-1998. Programa e Resumos da 22ª Reunião Anual da Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED). Caxambu-MG, 1999.
CANNATELLA, D. Frostius pernambucensis. Herpetologia. v. 42, p. 198, 1986.
CARAMASCHI, U. Taxonimic status of Leptodactylus ochraceus, a forgotten species (Anura:
Leptodactylidae). Revista Brasileira de Zoologia, v. 25, n. 30, p. 523-528, 2008.
CARNAVAL, A. C. O. Genetic structure of amphibian populations in Northeastern Brazil: a comparison
between natural and human-created forest fragments. In: JOINT ANNUAL MEETINGS OF SOCIETY FOR
THE STUDY OF AMPHIBIANS AND REPTILES AND THE HERPETOLOGIST S LEAGUE, 2001, Indianapolis.
Anais… 2001.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Phylogeography of four frog species in forest fragments of northeastern Brazil a
preliminary study. Integrative and Comparative Biology, Estados Unidos, v. 42, n. 5, p. 913-921, 2002a.
CARNAVAL, A. C. O. Q. A phylogeographic study of frogs in forest fragments of northeastern Brazil.
In: SIMPÓSIO, ANAHEIM. PROGRAM OF THE 2002. MEETING OF THE SOCIETY OF INTEGRATIVE
BIOLOGY. 2002b.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Genetic diversity and forest fragmentation in frogs of northeastern Brazil. In:
SIMPÓSIO BRAZILIAN ECOSYSTEMS: HISTORY, MANAGEMENT AND PRESERVATION, 2002, Chicago.
Program… 2002c.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Population genetics and phylogeography of fragmented populations of two forest-
dependent frogs in northeastern Brazil. In: SIMPÓSIO TROPICAL FOREST FRAGMENTATION: COMPLEX
EFFECTS ON ECOLOGICAL AND ECOSYSTEM PROCESSES, 2002. Cidade do Panamá. Program of the
2002 Meeting of the Association of Tropical Biology, 2002d.
30 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

CARNAVAL, A. C. O. Q. Genetic diversity in Atlantic Forest fragments of Northeastern Brazil. What can we
learn form frogs? In: ANNUAL IMGIP/ICEOP/KCP FELLOWS CONFERENCE, 6., 2002, Northbrook. 2002e.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Levels and Patterns of Genetic Diversity among Populations of Proceratophrys
gr. boiei in Rainforest Remnants of Northeastern Brazil. In: JOINT MEETING OF ICHTYOLOGISTS AND
HERPETOLOGISTS, 2003, Manaus. Anais... 2003. CD-ROM.
CARNAVAL, A. C. O. Q.; PEIXOTO, O. L.; SANTOS, E. M. Hylomantis granulosa. Geographic Distribution.
Herpetological Review, Kansas, v. 34, p. 381-381, 2003.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Genetic structure and traces of past population expansion in forest-related
frogs from northeastern Brazil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 1., 2004, Curitiba.
Resumos... 2004.
CARNAVAL, A. C. O.Q.; PEIXOTO, O. L. A new species of Hyla from Northeastern Brazil (Amphibia, Anura,
Hylidae). Herpetologica (Austin), Estados Unidos, v. 60, p. 387-395, 2004.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Perfil genético de anfíbios do nordeste brasileiro reflete mudanças climáticas do
Pleistoceno. In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE HERPETOLOGIA, 7., 2005, Cuernavaca. Anais…
2005a. Herpetología Americana, v. 1, p. 18-18.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Challenges in conserving genetic diversity in fragmented rainforests of Northeastern
Brazil. In: ANNUAL MEETING OF THE SOCIETY FOR CONSERVATION BIOLOGY, 19., 2005, Brasília.
Proceedings… 2005b.
CARNAVAL, A. C. O. Q.; MORITZ, C. Historical climate modelling predicts patterns of current biodiversity
in the Brazilian Atlantic Forest. Journal of Biogeography, v. 35, p. 10, 2008.
CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. S.; SILVA, G. L.; MUNIZ, S. L. S. Herpetofauna do campus da Unidade
Acadêmica de Serra Talhada, Uast/UFRPE, Sertão do Pajeú, Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE HERPETOLOGIA, 3., 2007, Belém. Anais... 2007.
CAMPOS, T. F.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; SANTOS, E. M. S. Anfíbios anuros do Parque
Nacional do Catimbau (Buíque/PE) com nova ocorrência do gênero Phyllodytes para o Sertão central. In:
ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. S. Anurofauna do Parque Nacional do Catimbau (Buíque/PE). In:
HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
CAVALCANTI, M. A. M; SANTOS, R. O. M.; GUIMARÃES, E. S; PEREIRA, C. F. Pontos de reprodução de
tartaruga marinha no litoral Pernambucano. Anais... 2002.
CAVALCANTI, M. A. M. Registro e monitoramento de tartarugas marinhas nas praias do Município
de Ipojuca – PE. 2003. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife, 2003.
CAVALCANTI, M. D. B.; OLIVEIRA, J. B.; SANTOS, E. M. S.; LIMA, R. C. S.; BOTÊLHO, M. C. N. Estudo
Coproparasitológico em Tropidurus hispidus Spix, 1825 (Sauria, Tropiduridae) na cidade do Recife e
Região Metropolitana. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
CAVALCANTE, M. M.; PADILHA, F. S.; SANTOS, E. M. S. Acidentes ofídicos registrados no Hospital
Agamenon Magalhães (Hospam) Serra Talhada, PE, em 2006 e 2007. In: JORNADA DE ENSINO,
PESQUISA E EXTENSÃO, 7., Recife. 2007. p. 551-1.
CAZAL, C. A. L. F. Caracterização parcial de uma enzima fosfolipase A2 isolada da peçonha de
Bothops erythromelas. 2000. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal
de Pernambuco, Recife, 2000.
CAZAL, C. A. L. F. Estrutura da comunidade de lagartos da Reserva de Gurjaú, Pernambuco, Brasil. 2003.
p. 79. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.
CAZAL, C. A. L. F.; MOURA, G. J. B.; GUARNIERI, M. C.; AZEVEDO JÚNIOR, S. M. Estrutura da Comunidade
de Lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA DE PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, Ibama/SNZ, 2008.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 31

CAZAL, C. A. L. F.; MOURA, G. J. B.; GUARNIERI, M. C.; AZEVEDO-JÚNIOR, S. M. Abundância, riqueza


e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica do Gurjaú, Pernambuco, Brasil. In:
HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
CLACK, J. A. Gaining ground: the origin and evolution of tetrapods. Bloomington, Indiana, USA: Indiana
University Press, 2002. p. 369.
CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO (CNPq). Disponível em:
<www.cnpq.br>. Acesso em: 31 set. 2008.
COATES, M. I.; CLACK, J. A. Romer’s gap: tetrapod origins and terrestriality. In: PROCEEDINGS OF THE
7TH INTERNATIONAL SYMPOSIUM. STUDIES ON EARLY VERTEBRATES. In: ARSENAULT, M.; LELIÈVRE,
H.; JANVIER, P. (Ed.). Bull. Mus. Natl. Hist. Nat., Paris, v. 17, p. 373-388, 1995.
COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE (CPRH). Diagnóstico Socioambiental do Litoral
Sul de Pernambuco. Recife, 2003. p. 87.
CORREIA, J. M.; ARAÚJO, F. F. B.;, SILVA, M. B.; PINHO, M. S. S.; CORREIA, M. T. S.; GUARNIERI, M. C.
Utilização de Cramoll 1,4 Sepharose CL-4B para purificação de hemorraginas da peçonha de Bothrops
erythromelas (jararaca-malha-de-cascavel) In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM IN BIOCHEMISTRY OF
MACROMOLECULES AND BIOTECHNOLOGY – SBBQ, 2., 2004, Recife.
CORREIA, J. M. Purificação e caracterização parcial de duas hemorraginas ativadoras de fator
x da peçonha de Bothrops leucurus (jararaca-do-rabo-branco) (Wagler, 1824). 2006. Dissertação
(Mestrado em Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2006.
CÔRREA, P. G; GERMANO, V. J; RÁDIS-BAPTISTA, G.; OGUIURA, N. Detection of crotamine and crotoxin
gene sequences in genomic DNA from formaldehyde-fixed rattlesnakes. Herpetological Review, v. 38, p.
158-162, 2007.
CRUZ, C. A. G. Sobre Phyllomedusa aspera e a descrição de uma espécie nova deste gênero (Amphibia,
Anura, Hylidae). Arquivos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, v. 11, p.
39-44, 1988.
CRUZ, C. A. G.; PEIXOTO, O. L. Sobre a biologia de Atelopus pernambucensis Bokermann, 1962 (Amphibia,
Anura, Bufonidae). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 42, n. 3, p. 627-629, 1982.
CRUZ, C. A. G. Sobre as Relações Intergenéricas de Phyllomedusinae da Floresta Atlântica (Amphibia,
Anura, Hylidae). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 50, n. 3, p. 709-726, 1990.
CRUZ, L. A. Preparação e identificação de um exemplar de pterossauro (MN 6595-V) da Formação
Santana, Cretáceo inferior, Bacia do Araripe, Brasil. 2006. Monografia (Graduação em Ciências
Biológicas) – Universidade Santa Úrsula, Recife, 2006.
CUNHA, M. C. A. L. Inventário da ofidiofauna do Refúgio Ecológico Charles Darwin – Igarassu, PE.
1994. p. 56. Monografia (Ciências Biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2006.
DUARTE, M. T. L. Influência do manejo de serpentes Crotalus durissus cascavella mantidas em
cativeiro na produção de peçonha (Viperidae, Crotalinae). 2002. Dissertação (Mestrado em Biologia
Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2002.
DUARTE, M. T. L.; SOUTO, A. S.; GUARNIERI, M. C.; SOARES, M. M. First Record of Bothops leucurus
(Snakes: Viperidae) in State of Pernambuco, Northeastern Brazil In: REUNIÃO ANUAL DO INSTITUTO
BUTANTAN. Centenário do Instituto. São Paulo, 2000. p. 129.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1994.
789 p.
EL-DEIR, S. G. Levantamento sistemático preliminar da Anurofauna da Estação Ecológica de
Tapacurá-PE. 1985. 70 p. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 1985.
32 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

EVÊNCIO-NETO, J.; ROCHA, A. N. S.; SOUZA, E. F. M.; LINS, R. C. M.; MORAIS, Z. M. B.; ZACARIAS, T. F.
L.; CUNHA, J. S. V. Análise da morfologia do útero e ovários de ratas (Rattus norvegicus albinus) tratadas
com Ivermectina. In: JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO 5., e CONGRESSO DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA, 15., 2005.
FEITOSA-NETO, A.; SILVA, J. L.; MOURA, G. J. B.; CALAZANS, G. M. T. Avaliação da Qualidade da água
potável de escolas da rede pública em Recife-PE/Brasil. Higiene Alimentar, Brasil, v. 20, p. 80-82, 2006.
FERREIRA, N. S. A. As Pesquisas Denominadas “Estado da Arte”. Educação & Sociedade, v. 23, n. 79,
p. 257-272, 2002.
FERREIRA-JUNIOR, R. J.; SANTOS, E. M. Ofídeos da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco.
In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
FERREIRA-JUNIOR, R. J.; SANTOS, E. M. Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco.
In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
FERREIRA, D. C.; FONSECA-NETO, R.; MOURA, G. J. B. Abundância e Riqueza da Anurofauna em
Região de Caatinga, Pesqueira-PE (Resultados Preliminares). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA DE PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, Ibama/SNZ, 2008a.
FERREIRA, D. C.; FONSECA-NETO, R.; MOURA, G. J. B. Abundância e Riqueza das Espécies de Répteis
em Área de Caatinga, Pesqueira-PE (Resultados Preliminares). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA DE PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, Ibama/SNZ, 2008b.
FIGUEIREDO-JÚNIOR, J. M.; COSTA-SOBRINHO, F. J. P.; LISBOA, E. B. F.; MOURA, G. J. B.; ASFORA,
P.H. Levantamento preliminar da anurofauna em remanescente de Mata Atlântica-Nordeste do Brasil, com
dois novos registros para o Estado de Pernambuco. In: XII CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA,
2009, Gravatá. Anais... Recife: SNE, 2009.
FONSECA, D. S.; MOURA, C. C. M.; GUIMARÃES, E. S.; MOURA, G. J. B. Variação biométrica dos filhotes
vivos e natimortos de Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766) da temporada 2008/2009 nas prais de
Ipojuca, PE/Brasil. In: XII CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, 2009, Gravatá. Anais... Recife:
SNE, 2009.
FONSECA-NETO, R.; TELES, J. D.; MOURA, G. J. B. Anfíbios anuros como bioindicadores químicos
da Qualidade Ambiental do Rio Gurjaú. In: ENCONTRO DE EXTENSÃO E PESQUISA DISCENTES EM
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, 2., 2006. Recife-PE. Anais... 2006.
FONSECA-NETO, R.; CAVALCANTE, J. D.; SILVA, C. V.; MOURA, G. J. B.; TORRES, F. D. Ectoparasitos
versus Rhinella jimi (Bufonidae) em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste, Brasil. In: ENCONTRO
DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA DE PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE,
Ibama/SNZ, 2008.
FRANÇA, C. Distribuição vertical de girinos em corpos d’ água temporários na Estação Ecológica
do Tapacurá (Amphibia: Anura). 2008. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Faculdade de
Formação de Professores de Nazaré da Mata-UPE, Recife, 2008.
FRANÇA, C.; ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B. Distribuição vertical de girinos em corpos d’água
temporários na Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura). In: HERPETOFAUNA DO ESTADO
DE PERNAMBUCO. No prelo.
FREIRE, E. M. X. Diferenciação geográfica em Gymnodactylus darwinii (Gray, 1845) (Sauria, Gekkonidae).
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 40, n. 20, p. 311-322, 1998.
FROST, D. R.; GRANT, T.; FAIVOVICH, J.; BAIN, R. H.; HAAS, A.; HADDAD, C. F. B.; DE SA, R. O.; CHANNING,
A.; WILKINSON, M.; DONNELLAN, S. C.; RAXWORTHY, C. J.; CAMPBELL, J. A.; BLOTTO, B. L.; MOLER,
P.; DREWES, R. C.; NUSSBAUM, R. A.; LYNCH, J. D.; GREEN, D. M.; WHEELER, W. C. The Amphibian Tree
of Life. Bulletin of the American Museum of Natural History, n. 297, p. 370, 2006.
GÓMEZ, R. O.; BÁEZ, A. M.; MOURA, G. J. B. The singular anurofauna from the Early Cretaceous
Crato Formation: a new window onto anuran evolution. In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE
PALEONTOLOGÍA DE VERTEBRADOS, 3., Argentina. Anais... 2008.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 33

GUARNIERI, M. C.; MODESTO, J. C. A.; BAPTISTA, G. R. Viperídeos da Caatinga: aspectos estruturais e


funcionais de suas toxinas. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE TOXINOLOGIA, 9., 2006,
Fortaleza. Anais... 2006.
GUERRA, F. História de Pernambuco. 1.ed. Recife: Ed. Massangana, 1992. p. 162.
GUIMARÃES, E. S.; SILVA, A. C.; CAVALCANTI, M. A. M. Registros de tartaruga marinha Eretmochelys
imbricata em praias urbanas de Ipojuca/PE. In: CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA. Recife, 2006.
GUIMARÃES, E. S.; SILVA, A. C.; COSTA, V. P. Monitoramento de desovas de tartaruga marinha
Eretmochelys imbricata em praias urbanas de Ipojuca/PE. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE,
16., Garanhuns/PE, 2007.
GUIMARÃES, E. S.; CANDIDO, A.; MOURA, G. J. B.; LINS, E. A. M. Aspectos ecológicos de Eretmochelys
imbricata entre os anos 2000 e 2008 nas praias de Ipojuca-PE e lista comentada das espécies de tartarugas
marinhas ocorrentes no estado de Pernambuco. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
No prelo.
GUIMARÃES, F. W. S. Dieta, padrão de atividade e uso do habitat em Ameiva ameiva (Sauria: Teiidae)
numa área de Floresta Atlântica do Nordeste do Brasil. 2001. p. 40. Monografia (Graduação em
Ciências Biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2001.
GUIMARÃES, F. W. S.; MONTENEGRO, P. F. G. P. Ocorrência de Strobilurus cf. torquatus Wiegmann,
1834 (Tropiduridae) no Parque Dois Irmãos, Recife-PE. In: SIMPÓSIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HERPETOLOGIA, 1., 2001, São Paulo. Anais... 2001.
HENNING, C. C. Estudo das serpentes. 1991. Monografia (Medicina Veterinária) – Universidade Federal
Rural de Pernambuco, Recife, 1991.
HOFRICHTER, R. Amphibian Systematic. In: HOFRICHTER, R. (Ed), Amphibians the world of frogs,
toads, salamander and newts. Buffalo, NY: Firefly Books, 2000. p. 36-63.
IBGE. Parâmetros para transformação de Sistemas Geodésicos. 1989. Disponível em: <http://www.
ibge.gov.br/home/geografia/geodesico/rpr.pdf>Acesso em: 31 ago. 2008.
ILARRÁZ, E. S. Nova proposta metodológica para o estudo de proteínas do veneno de cascavéis
(Crotalus durissus cascavella) induzidas por estresse térmico. 2007. Monografia (Aperfeiçoamento/
Especialização em Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
KASSAB, H. B.; OLIVEIRA, M. A. B.; CARVALHO, D. D.; RÁDIS-BAPTISTA, G.; PEREIRA, G. A. G; NOVELLO,
J. C. Cloning, expression, and structural analysis of recombinant BJcuL, a c-type lectin from the Bothrops
jararacussu snake venom. Protein Expression and Purification, v. 35, n. 2, p. 344-352, 2004.
KELLNER, A. W. A.; GALLO, V.; SARAIVA, A. A. F.; SAYÃO, J. M.; SILVA, H. P. On the fossil locality Ladeira do
Berlenga (Santana Formation, Araripe Basin) in Piauí, Northeastern Brazil. Arquivos do Museu Nacional,
Rio de Janeiro, v. 6, n. 3, p. 111-116, 2002.
KELLNER, A. W. A.; FEITOSA, A. A. S.; LINE, S. R. P.; SAYÃO, J. M.; GOBOO-RODRIGUES, S. A new pterosaur
specimen with soft tissue from the lower cretaceous santana formation (crato member), araripe basin,
Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA 19., e CONGRESSO LATINOAMERICANO
DE PALEONTOLOGIA, 4., 2005, Aracaju. Boletim de Resumos... Aracaju, 2005.
LEMA, T. Os répteis do Rio Grande do Sul: atuais e fósseis – Biogeografia – Ofidismo. Porto Alegre: Ed.
Edipucrs, 2002. p. 264.
LIMA, R. O. Levantamento, distribuição e ocupação ambiental da Anurofauna em ambiente impactado
e análise da variação populacional de anfíbios em açude permanente, Nazaré da Mata, PE. 2004.
Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004.
LIMA, R. O.; PEREIRA-NETO, R. F.; MOURA, G. J. B.; ANDRADE, E. V. E.; FERREIRA, J. D. C.; GUARNIERI,
M. C. Abundância, riqueza e especificidade microambiental da anurofauna em açude permanente
(antropizado), Nazaré da Mata – PE. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
LIMEIRA, G.; ALMEIDA G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. S. Anfíbios anuros da Fazenda
Saco, Sertão do Pageú, Serra Talhada/PE. In: ENCONTRO DE HERPETOFAUNA E MASTOFAUNA EM
PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... 2008.
34 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

LINS, E. A. M. Abundância, riqueza e distribuição espacial/temporal de Testudines em remanescente


de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil. (Graduação em Ciências Biológicas) – Faculdade Frassinetti do
Recife, Recife, 2008.
LINS, E. A. M.; MOURA, G. J. B. Aspectos Ecológicos dos Testudines em remanescente de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA DE PERNAMBUCO, 1.,
2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, Ibama/SNZ, 2008.
LINS, E. A. M.; MOURA, G. J. B. Abundância, riqueza e distribuição espacial/temporal de testudines em
remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil. In: HEPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
2009.
LISBOA, E. B. F.; FIGUEIREDO-JUNIOR, J. M.; COSTA-SOBRINHO, F. J. P.; MOURA, G. J. B.; ALESSIO, F.
M. Levantamento preliminar dos Squamata em um remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil.
In: XII CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, 2009, Gravatá. Anais... Recife: SNE, 2009.
LUNA, K. P. O. Isolamento de peptídeos da peçonha de Bothrops erythromelas. 1999. Dissertação
(Mestrado em Biofísica) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1999.
LUNA, K. P. O.; VALENÇA, R. C.; SOARES, M. M.; MODESTO, J. C. A.; GUARNIERI, M. C.; AIRD, S.
D. Chromatographic Screening of Enzymatic Activities of Bothrops erythromelas Venom. In: REUNIÃO
ANUAL DA FEDERAÇÃO DE SOCIEDADES DE BIOLOGIA EXPERIMENTAL, 14., 1999, Caxambu, MG.
MARIZ, I. Serpentes de importância médica de Pernambuco. Monografia (Graduação) – Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, Pernambuco. 2004.
MARQUES, A. C.; LAMAS, C. J. E. Taxonomia Zoológica no Brasil: Estado da Arte, expectativas e sugestões
de ações futuras. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 46, p. 139-172, 2006.
MARTINS, A. M. C.; SOUZA, F. C. M.; BARBOSA, P. S. F.; TOYAMA, M. H.; TOYAMA, D. O.; GUARNIERI,
M. C.; MENEZES, D. B.; HAVT, A.; MONTEIRO, H. S. A.; FONTELES, M. C. Action of anti-bothropic factor
isolated from Didelphis marsupialis on renal effects of Bothrops erythromelas venom. Toxicon, v. 46. p.
595-599, 2005.
MARTINS-NETO, R. G. Estágio atual da paleoartropodologia brasileira: insetos, crustáceos (Isopoda,
Decapoda, Pygocephalomorpha e Copepoda) e aracnídeos. Sociedade Brasileira de Paleoartropodologia,
Universidade Guarulhos, 2005. p. 23.
MATTOS, C. O. Introdução ao estudo da herpetofauna de Fernando de Noronha. 1987. Monografia
(Curso de Ecologia de povoamentos) – Departamento de Ecologia Geral, 1987.
MELO, I. V. C.; MOURA, G. J. B. Inventário preliminar de Répteis em um remanescente de mata atlântica
urbano, Nordeste do Brasil. In: XII CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, 2009, Gravatá. Anais...
Recife: SNE, 2009.
MELO, T. N. T. Aspectos ecológicos e morfometria de Dendropsophus branneri (Cochran, 1948)
Dendropsophus minuta (Peters, 1872) e Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) (Anura: Hylidae)
em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil. 2007. Monografia (Graduação em Ciências
Biológicas) – Faculdade Frassinetti do Recife, Recife, 2007.
MELO, T. N. T.; MOURA, K. A.; ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B. Caracterização geral e especificidade
microambiental de Dendropsophus branneri e Dendropsophus minutus em remanescente de Mata
Atlântica, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.
MELO-MOURA, C. C. M.; FONSECA, D. S.; GUIMARÃES, E. S.; MOURA, G. J. B. Aspectos ecológicos e
reprodutivos de Eretmochelys imbricata durante temporada 2007/2008 nas praias de Ipojuca (PE, Brasil).
In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 9.; 2009, São Lourenço – MG.
MENDONÇA, S. Aspectos ecológicos e variação morfológica da Família Tropiduridae em
remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil. 2007. Monografia (Graduação em Ciências
Biológicas) – Faculdade Frassinetti do Recife, Recife, 2007.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 35

MENDONÇA, S.; DIAS-JUNIOR, L. F.; CAVALCANTE, J. D.; MOURA, G. J. B.; PERRELLI, R. B.; FERNANDES,
M. L. B. Diversidade e Distribuição Espacial da Família Tropiduridae em Remanescente de Mata Atlântica,
PE. In: ENCONTRO NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., 2007, Garanhuns. Anais... Recife: Universidade
de Pernambuco, 2007.
MIRANDA, A. F. J.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. S. Répteis
da Fazenda Saco, Serra Talhada/PE. Indicadores de conservação. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
MIRANDA, A. F. J.; SILVA, G. L.; ALMEIDA, G. V. L.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Répteis
da Fazenda Saco, Serra Talhada/PE. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
MIRANDA, J. R. Projeto Zooecologia: Relatório de visita de trabalho ao CPATSA. Julho/agosto de 1980.
Petrolina, PE: Embrapa – CPATSA, 1980. p. 24.
MIRANDA, J. R.; MIRANDA, E. E. Método de avaliação faunística em território delimitado: caso da
região de Ouricuri – PE. Petrolina, PE: Embrapa – CPATSA, 1981. p. 25.
MIRANDA, J. R. Repartição espacial da Herpetofauna no trópico semiárido: o caso da região de
Ouricuri, PE. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DO TRÓPICO SEMIÁRIDO. 1982.
MIRANDA, J. R. Introduction à l’etude de l’ Herpétofaune de la région d’Ouricuri-PE (Nordeste du
Bresil). 1983. 53 p. (Diplome d’etudes approfandeies d’ecologie) – Universite des Sciences et Techniques
du Languedoc. Academie de Montpellier, 1983.
MIRANDA, J. R. Ecologie des pneuplements de reptilies du tropique semi-aride bresilien (region
d’Ouricuri-PE). 1986. Tese (Doutorado em Biologie Des Organismes Populations et Ecosistèmes) –
Universite de Montpellier II (Scien. et Tech Du Languedoc), U.M. II, França. CPATSA 8, 7600. 1986.
MIRANDA-RIBEIRO, A. de. Sobre una collecção de vertebrados do nordeste brasileiro. Primeira parte:
peixes e batrachios. O Campo, jan. 1937a, p. 54-56.
MIRANDA-RIBEIRO, A. de. Ainda os batrachios do nordeste. O Campo, mar. 1937b, p. 26.
MODESTO, J. C. A. Purificação de uma fosfolipase A2 da peçonha de Bothrops erythromelas.
Caracterização fisicoquímica e farmacológica. 2000. Dissertação (Mestrado em Biofísica) – Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, 2000.
MODESTO, J. C. A.; SPENCER, P. J.; FRITZEN, M.; VALENCA, R. C.; SILVA, M. B.; CHUDZINSLI-TAVASSI,
A. M.; GUARNIERI, M. C. BE-I-PLA2, a novel acidic phospholipase A2 from Bothrops erythromelas venom:
isolation, cloning and characterization as potent anti-platelet and inductor of prostaglandin I2 release by
endothelial cells. Biochemical Pharmacology, v. 72, n. 3, p. 377-384, 2006.
MONTENEGRO, P. F. G. P. Desenvolvimento de técnicas e análise de metodologias para telemetria
em jiboias (Boa constrictor). 1996. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, 1996.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENÇA, M. M. Sobre a Reprodução do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman
latirostris) no Horto Zoobotânico de Dois Irmãos. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE,
5., 1995, Recife. Anais... 1995.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENÇA, M. M.; SILVA, V. L. Radiorrastreamento em jiboias (Boa constrictos
Linnaeus, 1758): Influência da técnica de ingestão forçada sobre o Comportamento Alimentar e o
Deslocamento. In: ENCONTRO ANUAL DE ETOLOGIA, 14., 1996, Uberlândia – MG. Anais de Etologia,
p. 318-318, 1996.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; VASCONCELOS, E. S. T.; VENTURIERI, B.; SILVA, V. L. Construção Artesanal
e Aplicação de Radiotransmissores no Estudo da Termorregulação em jacaré-de-papo-amarelo (Caiman
latirostris Daudin, 1802) em cativeiro. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 11., 1997, Fortaleza
– CE. Resumos... 1997.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; SANTOS, R.; VENTURIERI, B.; SANTOS, C. C. P.; VASCONCELOS, E. S. T.;
SILVA, V. L. Influências de fatores socioculturais na relação entre o público e as serpentes do Parque Dois
Irmãos, Recife-PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 22., 1998, Recife. Anais... 1998.
36 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

MONTENEGRO, P. F. G. P. Efeitos de alguns agentes estressores e docloridrato de quetamina


sobre o padrão eletrocardiográfico e a frequência cardíaca e o comportamento de Jabuti-Piranga
(Geochelone carbonatria, Spix, 1824). 2004. 153 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) –
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; CABRAL, A. M. S.; VALENÇA-MONTENEGRO, M. M.; SILVA, V. L. Efeito da
manipulação experimental e do cloridrato de quetamina sobre a frequência cardíaca de jabuti-piranga
(Geochelone carbonaria Spix, 1824) cativos. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HERPETOLOGIA, 1., 2004, Curitiba. Anais... 2004.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENÇA-MONTENEGRO, M. M.; SILVA, V. L.; CABRAL, A. M. S. Arritmia
cardíaca em jabuti-piranga Geochelone carbonaria Spix, 1824. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA, 2., 2005. Belo Horizonte. Anais... 2005.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENCA-MONTENEGRO, M. M.; SILVA, V. L.; CABRAL, A. M. S. Use of surface
adhesive electrodes for heart rate recording in red-footed tortoises Geochelone carbonaria. In: MEETING
OF THE BRAZILIAN PHYSIOLOGICAL SOCIETY, 41., e JOINT MEETING WITH THE PHYSIOLOGICAL
SOCIETY, 2006, Ribeirão Preto. Anais... 2006.
MORAIS, Z. M. B.; MORAIS, J. B. Lista preliminar de Répteis da Estação Ecológica do Tapacurá,
Pernambuco. In: TRABALHOS DO V E VI ENCONTRO NORDESTINO DE ZOOLOGIA DO NE, Teresina, PI,
1987. Anais..., 1987. p. 247-256.
MORAIS, Z. M. B.; FARRAPEIRA, C. M.; CUNHA, M. C. A. L.; ROSA, P. M. Educação Ambiental sobre
Ofidismo na região Metropolitana da Cidade do Recife-Pernambuco. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA DA UFRPE, 1., Recife, PE. Anais... 1991a. p. 197.
MORAIS, Z. M. B.; CUNHA, M. C. A. L.; ROSA, P. M. Educação Ambiental sobre Ofidismo na região
Metropolitana da Cidade do Recife-Pernambuco. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO E BRASILEIRO
DE ZOOLOGIA, 1., Recife. Anais... 1991b. p. 191.
MORAIS, Z. M. B.; LEITE, L. M. R. H.; ROSA, P. M.; CUNHA, M. C. A. L. Dados preliminares sobre a
ofidiofauna ocorrente no campus da UFRPE – Recife, PE. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
DA UFRPE, 1., Recife, PE. Anais... 1991c. p. 197.
MORAIS, Z. M. B.; ROSA, P. M.; CUNHA, M. C. A. L. Dados preliminares sobre a ofidiofauna ocorrente no
campus da UFRPE, Recife, PE. In: CONGRESSO LATINO-AMERICANO E BRASILEIRO DE ZOOLOGIA,
1., Recife, PE. Anais... 1991d. p. 191.
MORAIS, Z. M. B. Indução da gonadoliberina sobre a liberação e determinação de receptores de lh e
fsh em cascavel, Viperidae. Dissertação (Mestrado em Ciência Veterinária) – Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Recife, 1997.
MORAIS, Z. M. B.; CATANHO, M. T. J. A. Efeito do GnRh na Indução da ovulação de Crotalus durissus. In:
CONGRESSO DE FISIOLOGIA EM NATAL. Anais... 1997.
MORAIS, Z. M. B. Alimentação de coral em cativeiro (Micrurus ibiboboca). Revista do Instituto Butantan.
2001.
MORAIS, Z. M. B. Avaliação de duas técnicas de colheita de sêmen em serpentes (Boidae: Boa
constrictor Linnaeus, 1758). 2005. Tese (Doutorado em Ciência Veterinária) – Universidade Federal Rural
de Pernambuco, Recife, 2005.
MORAIS, Z. M. B.; ALMEIDA, A. V. Os lagartos figurados no Códice de Frei Cristóvão de Lisboa
(1624-1627) com ocorrência para o Estado de Pernambuco. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE
PERNAMBUCO. No prelo.
MOREIRA, E. J.; ALVES, G. B.; DINIZ, G. S.; MOURA, G. J. B. Comparação das características fisioanatômicas
de Dinossauria com as classes de reptiles e aves. In: ENCONTRO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA
DE PALEONTOLOGIA, 10., Paleo 2004, Recife. Boletim de Resumos... 2004. UFPE, Departamento de
Geologia. p. 22-22.
MOURA, G. J. B.; CARNAVAL, A. C. O. Q.; SILVA, M. F. Frogs of the Gurjaú Reserva (Pernambuco,
Brazil). In: JOINT MEETING OF ICHTHYOLOGISTS AND HERPETOLOGISTS, 2003. Resume... Manaus/
Amazonas, 2003.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 37

MOURA, G. J. B. Utilização da Anurofauna como bioindicadora do efeito da eliminação de resíduos


tóxicos nos Recursos Hídricos da Reserva Estadual de Gurjaú, PE. p. 27. 2004. Monografia
(Especialização em Zoologia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2004.
MOURA, G. J. B.; CARNAVAL, A. C. O. Q.; LARAZABAL, M. E. Utilização da Anurofauna como bioindicadora
do efeito de resíduos tóxicos eliminados no Rio Gurjaú, PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA,
25., 2004, Brasília. Resumos... 2004. p. 212-212.
MOURA, G. J. B.; BARRETO, A. M. F. Reconstituição paleoecológica e identificação da anurofauna
presente no Membro Crato, Formação Santana, Eocretáceo da Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil.
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA 19., e CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE
PALEONTOLOGIA, 6., 2005, Aracaju. Anais... 2005. Aracaju: Sociedade Brasileira de Paleontologia e
Universidade Federal de Sergipe.
MOURA, G. J. B. A anurofauna da formação Crato, Bacia do Araripe, Eocretáceo, Nordeste do
Brasil. 2006. 185 p. Dissertação (Mestrado em Geociências) – Geologia Ambiental e Paleontologia da
Universidade Federal de Pernambuco, 2006.
MOURA, G. J. B.; BAEZ, A. M. Anurans from the lower Cretaceous Crato Framation of Brazil: A preliminary
report (Revista: Journal of Vertebrate Paleontology). In: SOCIETY OF VERTEBRATE PALEONTOLOGY
MEETING, 2006. Estados Unidos - Northbrook: Journal of Vertebrate Paleontology, v. 26, p. 30-30, 2006.
MOURA, G. J. B.; BARRETO, A. M. F. Aspectos Tafonômicos da Anurofauna da Formação Crato, Eocretáceo
da Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. Estudos e pesquisas, Recife - PE, v. 16, n. 1, p. 1-15, 2006.
MOURA, G. J. B.; BARRETO, A. M. F. Aspectos tafonômicos da anurofauna da Formação Crato, Eocretáceo
da Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 43., 2006, Aracaju
- Sergipe. Anais... 2006. São Paulo: Sociedade Brasileira de Geologia.
MOURA, G. J. B., SOUZA-NETO, J. A. Diagnóstico Geoquímico e Biótico preliminar na Área da Reserva
Estadual de Gurjaú, Pernambuco. IG. Série B, Estudos e Pesquisas, v. 16, p. 68-78, 2006.
MOURA, G. J. B.; FONSECA-NETO, R.; SILVA, R. G. Utilização da anurofauna como bioindicadora do
grau de conservação da Reserva Ecológica de Carnijó, remanescente de Mata Atlântica, Moreno, PE. In:
CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA: MEIO AMBIENTE NO NORDESTE: AVANÇOS E DESAFIOS,
11., 2006, Recife. Anais... 2006a.
MOURA, G. J. B.; LIMA, R. O.; ARAUJO, L. M. P. Variação populacional e especificidade microambiental
da anurofauna presente no Engenho Santa Fé, Nazaré da Mata, PE. In: CONGRESSO NORDESTINO
DE ECOLOGIA: MEIO AMBIENTE NO NORDESTE: AVANÇOS E DESAFIOS, 11., 2006, Recife. Anais...
2006b.
MOURA, G. J. B.; BARRETO, A. M. F.; BAEZ, A. M. A biota da formação Crato, Eocretáceo da Bacia do
Araripe, Nordeste do Brasil. Recife, PE: Ed. Grupo Ecológica, v. 1, p. 103, 2006.
MOURA, G. J. B. Descrição osteológica de anfíbio anuro da formação Crato, Eocretáceo da Bacia
do Araripe, Nordeste do Brasil. 2007. p. 15. Monografia (Especialização em Morfologia e Anatomia) –
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
MOURA, G. J. B.; LIMA, R. O.; FONSECA-NETO, R.; FERREIRA, J. D.; MEDEIROS, S. Distribuição espacial
da anurofauna em açude permanente, Nazaré da Mata-PE, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE
ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007, Garanhuns. Anais... 2007. Recife: Universidade de Pernambuco.
MOURA, G. J. B.; SANTOS, E. M. S. Estado da Arte da Herpetologia em Pernambuco. In:
HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. no prelo.
MOURA, G. J. B. Paleobiota da Formação Crato (Eocretáceo da Bacia do Araripe), destacando a
Anurofauna como Bioindicadora de Aspectos Paleoambientais. In: PALEO 2009, 2009, Crato. Anais...
Crato: URC, SBP, 2009.
MOURA, G. J. B.; SANTOS, E. M. S.; ANDRADE, E. V. E.; FREIRE, E. M. X. Distribuição Geográfica e
Caracterização Ecológica dos Anfíbios do Estado de Pernambuco. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO
DE PERNAMBUCO. No prelo.
38 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

MOURA, G. J. B.; FREIRE, E. M. X.; SANTOS, E. M. S.; MORAIS, Z. M. B.; LINS, E. A. M.; ANDRADE, E. V.
E.; FERREIRA, D. C. Distribuição Geográfica e Caracterização Ecológica dos Répteis do Estado de
Pernambuco. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
MOURA, G. J. B.; ANDRADE, E. V. E.; FREIRE, E. M. X. Amphibia, Anura, Microhylidae, Stereocyclops
incrassatus Cope, 1870: Distribution extension. Check List, São Paulo, v. 6, p. 70-72. No prelo.
MUNIZ, S. L. S.; SILVA, G. L.; ALMEIDA G.; SANTOS, E. M. Distribuição espacial de anfíbios anuros numa
lagoa temporária do semiárido nordestino em relação ao hidroperíodo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 27., 2008, Curitiba. Anais... 2008.
MUNIZ, S. L. S.; MIRANDA, A. F. J.; SILVA, G. L.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Serpentes do campus da
Unidade Acadêmica de Serra Talhada. In: JORNADA ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 7., 2003, Recife.
Anais... 2003. p. 559-1.
MUNIZ, S. L. S.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista de répteis do Vale do
Catimbau, Buíque/PE, com duas novas ocorrências de lagartos para Pernambuco. In: ENCONTRO DE
HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
MUNIZ, S. L. S.; SANTOS, E. M. Lista Preliminar de Répteis do Vale do Catimbau – Buíque/PE. In:
HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
NASCIMETO, V. M.; TEIXEIRA, S.; MOURA, G. J. B. Levantamento e Ocupação Ambiental de Anfíbios
Anuros da Reserva Ecológica de Duas Lagoas, Cabo de Santo Agostinho (PE). In: ENCONTRO DE
EXTENSÃO E PESQUISA DISCENTES EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, 2., 2006, Recife-PE. Anais... 2006.
NASCIMENTO, V. N. Variação populacional e especificidade microambiental da anurofauna em
remanescente de Mata Atlântica - Duas Lagoas. 2007. p. 40. Monografia (Especialização em Zoologia)
– Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
NUNES, E. S. Inibição dos efeitos da peçonha de Bothrops erythromelas (jararaca-malha-de-
cascavel) pelo extrato de Jatropha molissima (POHL) Baill. 2000. Dissertação (Mestrado em Biofísica)
– Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2000.
NUNES, E. S.; MAIA, M. B. S.; FRAGA, M. C. A.; WANDERLEY, A. G.; GUARNIERI, M. C. Inibição dos efeitos
da peçonha de Bothrops erythromelas (jararaca-malha-de-cascavel) pelo extrato de Jatropha molissima
(POHL) Baill. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, João Pessoa, v. 7, n. 3, p. 241-250, 2003.
OLIVEIRA, C. M. S. Dracunculiasis em serpentes Boa constrictor constrictor: quadro clínico e análise
histopatológica. 2006. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2006.
OLIVEIRA, T. S. Ocupação ambiental de anfíbios anuros em quatro praças e um parque da área
metropolitana de Garanhuns, PE. 2007. p. 49. Monografia. (Aperfeiçoamento/Especialização em
Biologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
OLIVEIRA, T. P. R.; BAPTISTA, R. R. N.; ARAUJO, M. R.; BARRETO, A. M. F.; MOURA, G. J. B. Relação
entre a forma do corpo e o tipo de natação da paleoictiofauna da Formação Crato, Eocretáceo da Bacia
do Araripe. IG. Série B, Estudos e pesquisas, v. 16, p. 30-40, 2006.
PADILHA, F. S.; CAVALCANTE, M. M.; SANTOS, E. M. Percepção dos moradores de Serra Talhada sobre
as serpentes - Sertão do Pajeú. In: JORNADA DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO, 7., 2007. Recife.
Anais... 2007. p. 462-2.
PARADELLA, W. R.; SANTOS, A. R.; VENEZIANI, P.; CUNHA, E. S. P. Radares Imageadores nas Geociências:
Estado da Arte e Perspectivas. Revista Brasileira de Cartografia, n. 57/01, 2005.
PEIXOTO, O. L.; FREIRE, E. M. X. Geographic Distribution Frostius pernambucensis. Herpethological
Review, Cincinnati, v. 29, n. 3, p. 172-172, 1998.
PEREIRA, P. J. F.; BARBOSA, J. A.; SAYÃO, J. M.; LIMA FILHO, M. Dente de Pycnodonte da Formação
Estiva, Cenomaniano-Turoniano da Bacia de Pernambuco, NE do Brasil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
PALEONTOLOGIA DE VERTEBRADOS, 6., 2008, Ribeirão Preto. Boletim de Resumos... 2008. p. 154-
154.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 39

PERRELLI, R. B.; ALBERTIM, K. M.; DAHER, M. R. M.; MOURA, G. J. B. Inventário preliminar da Ofidiofauna
de remanescente de Mata Atlântica na cidade de Mereno. In: ENCONTRO DE EXTENSÃO E PESQUISA
DISCENTES EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS. 2., 2006. Recife-PE. Anais... 2006.
PERRELLI, R. B. Aspectos ecológicos da ofidiofauna em dois remanescentes de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil. 2007. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Faculdade Frassinetti do
Recife, Recife, 2007.
PERRELLI, R. B.; ALBERTIM, K. M.; SOARES, F. A. M.; MENDONÇA, S.; MOURA, G. J. B.; FERNANDES,
M. L. B. Inventário da Ofidiofauna em Remanescente de Mata Atlântica, Nordeste, Brasil. In: ENCONTRO
NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., Garanhuns. Anais... 2007. Recife: Universidade de Pernambuco.
PINHO, M. S. S.; CORREIA, J. M.; FRAGA, R. C. V.; SPENCER, P. J.; PAIVA, M. G. P.; GUARNIERI, M.
C. Purificação e caracterização parcial de Berythrogina 1, toxina hemorrágica da peçonha de Bothrops
erythromelas (jararaca-malha-de-cascavel). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE TOXICOLOGIA, 14., 2004,
Recife. Anais... 2004.
PINHO, M. S. S.; FRAGA, R. C. V.; CORREIA, J. M.; GUARNIERI, M. C. Identificação e purificação
parcial de ativadores do fator X da peçonha de Bothrops erythromelas (jararaca-malha-de-cascavel) In:
INTERNATIONAL SYMPOSIUM IN BIOCHEMISTRY OF MACROMOLECULES AND BIOTECHNOLOGY –
SBBQ, 2., 2004, Recife. Anais... 2004. Recife: UFPE. p. 56.
PINHO, M. S. S. Levantamento dos acidentes ofídicos ocorridos em Recife (PE) e das serpentes
encontradas nas indústrias da BR-101. 2002. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) –
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2002.
PINHO, M. S. S. Purificação e caracterização parcial de duas toxinas hemorrágicas da peçonha
de jararaca-malha-de-cascavel, Bothrops erythromelas (serpentes, Viperidae). 2005. Dissertação
(Mestrado em Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.
PINHO, M. S. S.; SILVA, M. M. S.; GUARNIERI, M. C. Identificação Taxonômica das Serpentes Coletadas
nas Indústrias da Região Metropolitana do Recife/PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA – A
ZOOLOGIA E OS ECOSSISTEMAS COSTEIROS, 24., 2002, Itajaí: Ed. Gráfica Berger, 2002. p. 454-455.
PLATAFORMA LATTES-CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO
(CNPq). Disponível em: <www.cnpq.br>. Acesso em: dez. 2008.
PONTES, M. M. Comparação da capacidade neutralizante dos soros antibotrópicos poliespecífico
comercial e monoespecífico frente à peçonha de Bothrops erythromelas. 2000. Dissertação (Mestrado
em Biofísica) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2000.
PONTES, W. J. T.; MONTENEGRO, P. F. G. P. Anormalidades físicas em dois filhotes de jabuti-piranga
Geochelone carbonaria Spix, 1824. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILERA DE HERPETOLOGIA,
2., 2005, Belo Horizonte. Anais... 2005.
POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Herpetology.
3.ed. New Jersey: Ed. Prentice-Hall, 2003.
PROTÁZIO, A. S. Sítios de vocalização e temporada reprodutiva de Dendropsophus nanus
(Boulenger, 1889) (Anura, Hylidae): notas sobre o comportamento reprodutivo. 2008. Monografia
(Ciências Biológicas) – Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2008.
PROTÁZIO, A. P.; PROTÁZIO, A. P.; RIBEIRO, E. S.; MOURA, G. J. B.; NOUGUEIRA, E. M. S. Sítios de
vocalização e temporada reprodutiva de Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) (Anura, Hylidae) em
área de Caatinga. In: BIODIERSIDADE DE PAULO AFONSO. No prelo.
PROTÁZIO, A. P.; PROTÁZIO, A. P.; RIBEIRO, E. S.; MOURA, G. J. B.; NOUGUEIRA, E. M. S. Sítios de
vocalização e temporada reprodutiva de Hypsiboas raniceps (Cope, 1862) (Anura, Hylidae) em área de
Caatinga, In: BIODIERSIDADE DE PAULO AFONSO. No prelo.
PROTAZIO, A. S.; PROTAZIO, A. S.; SILVA, C. R. S.; ANDRADE, E. S.; NOGUEIRA, E. M. S.; MOURA, G. J.
B. Aspectos Ecológicos da anurofauna de Paulo Afonso-BA, Bioma Caatinga, Nordeste do Brasil. Revista
Nordestina de Zoologia, Alagoas, v. 4, p. 12-24. No prelo.
40 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

QUIRINO, A. M. S.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista
preliminar da anurofauna do município de Triunfo com duas novas ocorrências para o estado de
Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
RÁDIS-BAPTISTA, G. INTEGRINS, CANCER AND SNAKE TOXINS (Mini-review). Journal of Venomous
Animals and Toxins including Tropical Diseases, São Paulo, v. 11, n. 3, p. 217-241, 2005.
RÁDIS-BAPTISTA, G; MORENO, F. B. M. B.; NOGUEIRA, L. L.; TOYAMA, D. O.; TOYAMA, M. H.; CAVADA,
B. S.; AZEVEDO-JUNIOR, W. F.; YAMANE, T. Crotacetin, a novel snake venom c-type lectin, is homolog
of convulxin. Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, Botucatu, São
Paulo, v. 11, n. 4, p. 557-578, 2005.
RÁDIS-BAPTISTA, G.; MORENO, F. B. M. B.; NOGUEIRA, L. L.; MARTINS, A. M. C.; TOYAMA, D. O.;
TOYAMA, M. H.; CAVADA, B. S.; AZEVEDO-JUNIOR, W.F.; YAMANE, T. Crotacetin, a novel snake venom
c-type lectin homolog of convulxin, exhibits an unpredictable antimicrobial activity. Cell Biochemistry and
Biophysics, Totowa, New Jersey, USA, v. 44, n. 3, p. 412-423, 2006.

REPTILE-DATABASE. The Tigre Reptile Database. Disponível em: <http://reptile-datase.org>Acesso


em: 30 jan. 2009.

RIBEIRO, E. S.; MOURA, G. J. B.; NOUGUEIRA, E. M. S. Associação de Anfíbios Anuros e a bromélia


Aechmea aquilega (Salisb), Griseb, 1864, na Ilha do Urubu, Paulo Afonso, Bahia. In: BIODIERSIDADE DE
PAULO AFONSO. No prelo.

ROCHA, M. L. Distribuição e eliminação da peçonha de Bothrops erythromelas marcada com


IODO-131 após a injecão intravenosa em camundongos. 1998. Dissertação (Mestrado em Biofísica) –
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1998.

ROCHA, M. L.; VALENÇA, R. C.; PONTES, M. M.; MODESTO, J. C. A.; VASCONCELOS, C. M. L.; ARAUJO,
E. A.; SILVA, R. M. L.; GUARNIERI, M. C. Pharmacokinetics of Bothrops erythromelas venom. In: SIMPÓSIO
DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE TOXINOLOGIA, 5., 1998, Angra dos Reis. Anais... 1998a. p. 188-188.

ROCHA, M. L.; VALENÇA, R. C.; PONTES, M. M.; MODESTO, J. C. A.; VASCONCELOS, C. M. L.; ARAUJO,
E. A.; SILVA, R. M. L.; GUARNIERI, M. C. Distribution and elimination of 131I labeled Bothrops erytromelas
venom after intrvenous injection in mice. In: SIMPÓSIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE TOXINOLOGIA,
5., 1998, Angra dos Reis. Anais... 1998b. p. 238.

ROCHA, M. L.; VALENÇA, R. C.; MAIA, M. C.; GUARNIERI, M.; ARAUJO, I.; ARAUJO, D. Pharmacokinetics
of the venom of Bothrops erythromelas labeled with 131I in mice. Toxicon, v. 52, p. 526-529, 2008.

ROCHA, P. L. B. Uso e partição de recursos por uma comunidade de lagartos das dunas interiores
do Rio São Francisco (Squamata). 1998. Tese (Ph.D) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
Unpublished.

!" #$%&'()*+),+)'-./012/-34()035657-4)0)855705794:4);0)Tropidurus do grupo torquatus ao sul do Rio


Amazonas (Sauria, Iguanidae). Arquivos de Zoologia, Brasil, v. 31, n. 3, p. 105-230, 1987.

RODRIGUES, M. T.; KASAHARA, S.; YASSUDA, Y. Y. Notes on the ecology and karyotype of Strobilurus
torquatus (Sauria, Iguanidae). Revista Brasileira de Genética, Brasil, v. 12, n. 4, p. 747-759, 1989.

RODRIGUES, M. T. Os lagartos da Mata Atlântica Brasileira: distribuição atual e pretérita e suas implicações
para estudos futuros. In: SIMPÓSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA SUDESTE BRASILEIRA
– ESTRUTURA, MANEJO E FUNÇÃO, 2., Anais… 1990. São Paulo: Publicação Aciesp (Academia de
Ciências do Estado de São Paulo), v. 3, n. 71, 1990. p. 404-410.

RODRIGUES, M. T. !"#$%#!&'!()*+',-!'!#%"./,0-!&#-!1##+,%2#-3! 4#5,#670!'!,&'%+,89#670!&'!#6:'-!


prioritárias para a conservação, utilização sustentável e reparação de benefícios da biodiversidade
do bioma Caatinga. Petrolina. 2000a.

RODRIGUES, M. T. A new species of Mabuya (Squamata: Scincidae) from the semiarid caatingas of
northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 41, n. 21, p. 313-328, 2000b.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 41

RODRIGUES, M. T. Anfíbios e Répteis. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade


da Caatinga. In: PEREIRA, R. M.; MONTENEGRO, M. M.; FONSECA, M. (Ed.). Universidade Federal de
Pernambuco, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Nordeste, Conservation Internation do Brasil,
Fundação Biodiversitas, Embrapa/Semiárido. Brasília, v. 36, p. 15-16, 2002.

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003. p. 181-236.

RODRIGUES, M. T.; FREIRE, E. M. X.; PELLEGRINO, K. C. M.; SITES-JUNIOR, J. W. Phylogenetic


relationships of a new genus and species of microteid lizard from the Atlantic forest of north-eastern Brazil
(Squamata, Gymnophtalmidae). Zoological Journal of the Linnean Society, v. 144, p. 543-557, 2005.

RODRIGUES, M. T.; SANTOS, E. M. S. A new genus and species of eyelid-less and limb reduced
gymnophthalmid lizard from northeastern Brazil (Squamata, Gymnophthalmidae). Zootaxa, v. 1873, p.
50-60, 2008.

ROELANTS, K.; GOWER, D. J.; WILKINSON, M.; LOADER, S. P.; BIJU, S. D.; GUILLAUME, K.; MORIAU, L.;
<!''%=,()>+)$65?46)@4//09A.)5B);-C09.-:34/-5A)-A)/D0)D-./59E)5B)15;09A)41@D-?-4A.+ PNAS - Proceedings
of the National Academy of Sciences of the United States of America. 2007.

ROHR, D. L.; SILVA, V. L.; JUNIOR, A. J. C. M.; SÁ, F. B. Implante cirúrgico de radiotransmissores em
jiboias (Boa constrictor). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., 2007, Belém. Anais...
2007.

ROSA, P. M. ;-+$&0!&#!"#$%#!&'!<#9'(+,5,0-!'! %8-/'%,&,0-!&0!='">2,0!;905?2,90!1@#(5'-!A#(B,%!C!


Igarassu – PE+)FGGH+)@+)IH+)*5A5794:4)J$94;K4LM5)01)N-OA3-4.)<-56P7-34.Q)R)%A-C09.-;4;0)>0;0946) K946)
de Pernambuco, Recife, 1994.

RIBEIRO, E. S. Associação entre Anfíbios Anuros e Bromélias Aechmea aquilega (Salisb) Griseb,
1864, em áreas do Complexo Chesf, Paulo Afonso, Bahia+)STTU+)*5A5794:4)JN-OA3-4.)<-56P7-34.Q)R)
Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2008.

SAIKI, M.; VASCONCELOS, M. B. A.; GUARNIERI, M. C.; ROGERO, J. R. Analysis of Brasilian snake
venoms by neutron activation analysis. Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry, USA, v. 132,
n. 2, p. 271-276, 1991.

SANTOS, C. A. S. Aspectos morfológicos do testículo e Epidídimo da espécie Tropidurus hispidus


Spix, 1825 (Sauria: Tropiduridae)+) FGGU+) ST) @+) *5A5794:4) J$94;K4LM5) 01) <-5657-4Q) R) %A-C09.-;4;0)
Federal Rural de Pernambuco, Recife, 1998.

SANTOS, E. M. S. Levantamento dos anfíbios anuros do campus da Universidade Federal Rural de


Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 20., 1994a. Rio de Janeiro: UFPE, 1994a.
p. 250-250.

SANTOS, E. M. S. Utilização de uma poça por anfíbios anuros na Estação Ecológica do Tapacurá – São
Lourenço da Mata/PE. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA DA UFRPE, 4., Recife. 1994b. p. 63-
63.

SANTOS, E. M. S. Nova lista de anfíbios anuros da Estação Ecológica do Tapacurá. In: CONGRESSO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE, 4., 1994. Recife: UFPE, 1994c. p. 78-78.

SANTOS, E. M. S. Anfíbios Anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu – PE. 1995a. p. 83.
*5A5794:4)J$94;KL4M5)01)N-OA3-4.)<-56P7-34.Q)R)%A-C09.-;4;0)>0;0946) K946);0)V09A41?K35() 03-B0()
1995a.

SANTOS, E. M. S. Considerações sobre Rana palmipes na Mata Atlântica de Pernambuco. In: CONGRESSO
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE, 5., Recife. 1995b. p. 23-23.

SANTOS, E. M. S. Anurofauna da área de visitação e trecho periférico de Mata Atlântica do Horto


Zoobotânico de Dois Irmãos, Recife/PE. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE. 5.,
Recife, 1995c. p. 45-45.
42 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

SANTOS, E. M. S. Lista preliminar dos Anfíbios Anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin - Igarassu/
PE. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 10., 1995d. p. 25-25.

SANTOS, E. M. S. Comportamentos defensivos dos anfíbios anuros registrados para o Refúgio Ecológico
Charles Darwin - Igarassu/PE. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE, 5., Recife. 1995e.
p. 23-23.

SANTOS, E. M. S. Observações sobre anfíbios anuros em uma área aberta no Refúgio Ecológico Charles
Darwin - Igarassu/PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 21., Porto Alegre. 1996. p. 235-235.

SANTOS, E. M. S. Inventário da anurofauna da Reserva Ecológica de Caetés – Paulista/PE. In: CONGRESSO


BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 21., Porto Alegre. 1996. p. 23-23.

SANTOS, E. M. S. Nota sobre comportamento agressivo em Gastrotheca fissipes (Amphiybia, Anura


Hylidae). In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 11., Fortaleza. 1997. p. 56-56.

SANTOS, E. M. S. Atualização da Lista de Anfíbios Anuros da Estação Ecológica do Tapacura. Caderno


Ômega da Universidade Federal Rural de Pernambuco, UFRPE, v. 5, p. 29-34, 1998.

SANTOS, E. M. S. Anfíbios anuros do Jardim Botânico do Recife. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE


ZOOLOGIA, 22., Recife, 1998. p. 235-235.

SANTOS, E. M. S. Anfíbios Anuros da Zona da Mata do estado de Pernambuco: uma análise sobre
biodiversidade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 22., Recife. 1998. p. 32-32.

SANTOS, E. M. S.; SILVA, L. A. M. Anurofauna da reserva Ecológica de Dois Irmãos. In: MACHADO, I.
C. A.; LOPES, V.; PORTO, K. C. (Org.). Reserva Ecológica de Dois Irmãos num fragmento de Mata
Atlântica Urbana (Recife/PE/Brasil). 1.ed. Recife: Ed. Universitária, 1998. p. 225-238.

SANTOS, E. M. S. Ocupação ambiental, sazonalidade e hábito alimentar de anfíbios anuros em


fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco. 2001. p. 59. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal)
– Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.

SANTOS, E. M. S. Predação e parasitismo de anfíbios anuros em uma poça temporária na Estação


Ecológica do Tapacurá - São Lorenço da Mata/PE. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 1.,
São Paulo. 2001. p. 45-45.

SANTOS, E. M. S.; BARROS, F. F. B.; ARZABE, C. Inventário da Anurofauna do Parque Ecológico


Vasconcelos Sobrinho, Caruaru, Pernambuco. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 1., São
Paulo. 2001. p. 45-45.

SANTOS, E. M. S. Ectoparasitos de Anfíbios Anuros (Anura, Bufonidae) capturados na Estação Ecológica


do Tapacurá, São Lourenço da Mata, Pernambuco. Entomologia e vetores, Universidade Gama Filho, v.
9, n. 1, p. 105-113, 2002.

SANTOS, E. M. S.; CARNAVAL, A. C. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. da. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. 1.ed. Recife: Massangana,
v. 2, 2002. p. 529-536.

SANTOS, E. M. S.; VASCONCELOS, S. D. Composição da dieta de seis espécies de anuros num


remanescente de Mata Atlântica em Pernambuco: Frequência de itens alimentares e sazonalidade. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 24., 2002, Itajaí. Anais... 2002a.

SANTOS, E. M. S.; VASCONCELOS, S. D. Composição da dieta de seis espécies de anuros num


remanescente de Mata Atlântica em Pernambuco: Grau de preferência alimentar e sobreposição dieta. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 24., 2002, Itajaí. Anais... 2002b.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Cuidado Parental em Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphibia,
Anura, Leptodactylidae). In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 55., 2003, Recife. Anais... 2003.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 43

SANTOS, E. M.; BORGES, D.; AMORIM, F. O.; ROBERTO I. J. Nota sobre o comportamento antipredador
em Phyllomedusa aff. hypochondrialis (Daudin, 1802) no Nordeste do Brasil. In: CONGRESSO DE
ECOLOGIA BRASILEIRO, 2003, Fortaleza. Anais... 2003a.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S.; ALBUQUERQUE, F. S. Diferenças biométricas


@5@K643-5A4-.) 0) ;-159:.15) .0WK46) 01) Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amplibia, Anura,
Leptodactylidae). In: ENCONTRO NACIONAL DE BIÓLOGOS 5., e ENCONTRO NORDESTINO DE
BIÓLOGOS, 2., 2003b.

SANTOS, E. M. S. Comportamento alimentar de Leptodactulus natalensis (Anura, Leptodactylidae).


Revistra Brasileira de Zoociências. 2004.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Biologia reprodutiva da rã Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Anura,
Leptodactylidae) em Mata Atlântica de Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA 25.,
Brasília. 2004.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S. Registro de comportamento gregário em girinos da rã


Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Anura, Leptodactylidae). In: ENCONTRO NACIONAL DE BIÓLOGOS.
Natal. 2004.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O.; BORGES-NOJOSA, D; ROBERTO, I. J. Levantamento da anurofauna


de duas localidades do semiárido - Betânia e Floresta Pernambucano. In: CONGRESSO BRASILERO DE
ZOOLOGIA, 25., Brasília. 2004.

SANTOS, E. M. S. Biologia reprodutiva e comportamental de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930


(Anura, Leptodactylidae) em poças temporárias de dois fragmentos de Mata Atlântica do Estado de
Pernambuco, Brasil. 2005. Tese (Doutorado em Psicobiologia) – Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, Natal, 2005.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Modo Reprodutivo de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Anura:
Leptodactylidae). Revista Brasileira de Zoociências, Juiz de Fora- MG, v. 7, n. 1, p. 39-45, 2005.

SANTOS, E. M. S.; VASCONCELOS, S. D.; ALMEIDA, A. V. Feeding habits of six anuran (Amphibia: Anura)
species in a rainforest fragment in Northeastern Brazil. Iheringia, Série Zoologia, v. 94, n. 4, p. 433-438,
2005.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O.; ROBERTO I. J. Distribution Elachistocleis piauiensis. Herpetological


Review, v. 36, p. 3320, 2005.

SANTOS, E. M. S.; OLIVEIRA, M. A.; VALLE, Y. Predação do Molossus molossus por Bufo schneideri. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA, 3., 2005, Aracruz. Diversidade e Conservação de
Mamíferos. Aracruz: UFES, 2005c. p. 1-150.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Cuidado parental em Leptodactylus natalensis (Amphibia, Anura,


Leptodactylidae). Iheringia, v. 96, p. 491-494, 2006.
SANTOS, E. M. S.; FREIRE, E. M. X. Leptodactylus natalensis. Predation. Herpetological Review, Belo
Horizonte, MG, v. 37, p. 445, 2006.
SANTOS, E. M. S. Comportamento alimentar de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphibia, Anura).
In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., Belém-PA. 2007.
SANTOS, E. M. S.; SILVA, T. C. B. Albinismo parcial em Leptodactylus troglodytes A, Lutz, 1926 (Amphibia,
Anura, Leptodactylidae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., Belém-PA. 2007.
SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S.; FREIRE, E. M. X. Etograma de Leptodactylus
natalensis Lutz, 1930 (Anura, Leptodactylidae) em ambiente natural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
HERPETOLOGIA, 30., Belém-PA. 2007.
SANTOS, E. M. S.; CAVALCANTI, M. D. B.; BOTELHO, M. C. N.; AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C.
S. Endoparasitas de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphibia, Anura, Leptodactylidae). In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., Belém-PA. 2007.
44 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Herpetofauna de dois fragmentos de Mata Atlântica do Estado de


Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 27., Curitiba. 2008.
SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S. Comportamento de Girinos de Leptodactylus
natalensis (Anura, Leptodactylidae) durante o Cuidado Parental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 27., Curitiba. 2008.
SANTOS, E. M. S. Anfíbios Anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin Igarassu, Pernambuco, Brasil.
In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.

SANTOS, E. M.; MOURA, G. J. B. Geographic Distribution: Sphaenorhynchus prasinus. Herpetological


Review, América do Norte, v. 40, p. 362-363, 2009.

SANTOS, S. P. L.; SANTOS, E. M. S. Declínio de Populações de Anfíbios e Mudanças Climáticas: Revisão.


In: SEABRA, G. de F. (Org.). A Conferência da Terra: Fórum Internacional do Meio Ambiente. Questões
globais e solução local. João Pessoa, PB: Ed. Universitária da UFPB, 2008a. p. 752.

SANTOS, S. P. L.; SANTOS, E. M. S. Status Conservacionista da Anurofauna e os efeitos das mudanças


climáticas na RPPN Frei Caneca, Jaqueira, Pernambuco. In: SEABRA, G. de F. (Org.). A Conferência da
Terra: Fórum Internacional do Meio Ambiente. Questões globais e soluções locais. João Pessoa, PB: Ed.
Universitária da UFPB, 2008b. p. 779.

SANTOS, S. P. L.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna da RPPN Frei Caneca (Jaqueira/PE), com novas
ocorrências de cinco anfíbios anuros para Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOFAUNA DE
MASTOFAUNA EM PERNAMBUCO, 1., Recife. 2008c.

SANTOS, S. P. L.; SANTOS, E. M. S. Anurofauna da Reserva Particular Frei Caneca, Jaqueira, Pernambuco,
Brasil. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.

SAYÃO, J. M. Descrição de rostro de pterossauro do membro Crato, Bacia do Araripe, Brasil. In: JORNADA
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRJ, 1998. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, v.
20, 1998.

SAYÃO, J. M.; KELLNER, A. W. A. Pterosaur wing with soft tissue from the Crato Member (Aptian-Albian)
Northeastern, Brazil. In: ANNUAL MEETING OF SOCIETY OF VERTEBRATE PALEONTOLOGY, 58., 1998,
Salt Lake City. Journal of Vertebrate Paleontolgy. Chicago: Society of Vertebrate Paleontology, v. 18, p.
75A, 1998a.

SAYÃO, J. M.; KELLNER, A. W. A. New pterosaur material from the Crato Member (Aptian-Albian) Santana
Formation, Northeasstern Brazil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA DE VERTEBRADOS,
1., 1998, Porto Alegre. Boletim de Resumos... Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
1998b. p. 20.

SAYÃO, J. M. Tecido mole de pterossauros no Membro Crato, Formação Santana (Cretáceo inferior),
nordeste do Brasil. In: JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICADA UFRJ, 21., 1999, Rio de Janeiro. Livro de
resumos... Rio de Janeiro, 1999.

SAYÃO, J. M. New pterosaur remains from the Crato Member (Aptian-Albian), Santana Formation,
Northeastern, Brazil. In: INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 31., 2000, Rio de Janeiro.
Abstracts... 2000a.

SAYÃO, J. M. Análise histológica preliminar de ossos de pterossauros da Formação Santana (Aptiano-


Albiano), Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. In: JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRJ, 22.,
2000, Rio de Janeiro. Livro de Resumos... Rio de Janeiro, 2000b.

SAYÃO, J. M.; KELLNER, A. W. A. Description of a pterosaur rostrum from the Crato member, Santana
Formation (Aptian-Albian), Northeastern Brazil. Boletim do Museu Nacional, Nova Série Geologia, Rio
de Janeiro, v. 54, p. 1-8, 2000.

SAYÃO, J. M.; NUVENS, P. C.; SILVA, H. P.; FEITOSA, A. A. S.; KELLNER, A W. A. Pterosaur collection
from Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, Northeastern Brazil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
PALEONTOLOGIA DE VERTEBRADOS, 2., Rio de Janeiro, p. 44. 2000a.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 45

SAYÃO, J. M.; CARVALHO, L. B.; KELLNER, A. W. A. Preliminary histological analysis of a pterosaur


(Pterodactyloidea, Anhangueridae) from the Araripe Basin (Aptian-Albian), Brazil. In: ANNUAL MEETING
OF THE SOCIETY OF VERTEBRATE PALEONTOLOGY, 68., 2000, Cidade do Mexico. Journal of Vertebrate
Paleontology, Chicago, v. 20, p. 67A, 2000b.

SAYÃO, J. M. Histovariability of two pterodactyloid pterosaurs from the Santana Formation, Araripe Basin,
Brazil: preliminary results. Journal of the Geological Society, Londres, v. 217, n. 1, p. 335-342, 2003.

SAYÃO, J. M.; PAULA, L. S.; KELLNER, A. W. A. On a new pterosaur skeleton from the Crato Member
(Aptian), Santana Formation, Araripe Basin, northeastern Brazil. In: ANNUAL MEETING OF THE SOCIETY
OF VERTEBRATE PALELONTOLOGY, 65., Journal of Vertebrate Paleontology, 2005.

SAYÃO, J. M.; KELLNER, A. W. A. Novo Esqueleto Parcial de Pterossauro (Pterodactyloidea, Tapejaridae)


do Membro Crato (Aptiano), Formação Santana, Bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. IG. Série B,
Estudos e Pesquisas, v. 16, p. 16-40, 2006a.

SAYÃO, J. M.; KELLNER, A. W. A. Pterossauro do Membro Crato (Aptiano), Formação Santana, Bacia
do Araripe e o pós-crânio de Tapejaridae. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PALEONTOLOGIA (Paleo NE), 2006b.

SAYÃO, J. M.; ALBUQUERQUE, B. C. V.; SILVA, M. A. M; SILVA, R. L. S.; GONCALVES, L. R. L. New data
on the pterosaur fauna from the Crato Member, Santana Formation, Araripe Basin, Northeast Brazil. In:
SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO NORDESTE, 22., Natal. Sociedade Brasileira de Geologia Núcleo Nordeste,
Boletim de Resumos... v. 20, p. 92-92, 2007.

SAYÃO, J. M.; SARAIVA, A. A. F.; ALBUQUERQUE, B. C. V.; MOREIRA, J. K.; GUERRA, N. C.; KELLNER,
A. W. A. First Ocurence of pterosaur (Pterosauria, Anhangueridae) in controled excavations in the Santana
Formation, Araripe Basin, Northeast Brazil. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO NORDESTE, 22., Natal.
Sociedade Brasileira de Geologia, Núcleo Nordeste, Boletim de Resumos... v. 20. p. 22-22, 2007.

SEABRA, A. G. L. Aspectos Histológicos de Ovidutos em Serpentes Vivíparas (Boa constrictor


Linnaeus, 1758; Crotalus durissus Laurenti, 1768)+) STTX+) *5A5794:4) J$94;K4LM5) 01) N-OA3-4.)
Biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2007.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Lista de espécies de anfíbios e Répteis do


Brasil+)STTG+)"-.@5AYC06)01Z)[D//@Z\\]]]+.?D09@0/5657-4+597+?9\3D03^6-./\4A:?-5.+D/1_+)`30..5)01Z)aT)
jan. 2009.

SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE (Sectema). Diagnóstico do Setor Florestal


do Estado de Pernambuco. Tabela 42. Recife: Sectma-PE, 1994.

SCHLAEPFER, M. A.; GAVIN, T. A. Edges effects on lizards and frogs in tropical forest fragments. Canadian
Journal of Fishieries and Aquatics Sciences, v. 15, n. 4, p. 1079-1090, 2001.

SILVA, E. A. Caracterização Preliminar da Fazenda Sapé, remanescente de Mata Atlântica, Barreiros,


PE+) STTX+) *5A5794:4) J`@09B0-L5410A/5\&.@03-46-84LM5) 01) &;K34LM5) `1?-0A/46Q) R) %A-C09.-;4;0) ;0)
Pernambuco, Recife, 2007.

SILVA, C. R. S.; PROTAZIO, A. S.; PROTAZIO, A. S.; MOURA, G. J. B.; NOGUEIRA, E. M. S.; RIBEIRO,
E. S. Inventário preliminar da anurofauna de Paulo Afonso, Bioma Caatinga, Nordeste do Brasil. In:
ENCONTRO NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., 2007, Garanhuns. Anais... 2007. Recife: Universidade
de Pernambuco.

SILVA, C. R. S. A,4'(-,&#&'! '! '-*'9,89,&#&'! D,9(0#D/,'%+#5! &#! %$(0"#$%#! 'D! &0,-! #D/,'%+'-!
urbanos de Caatinga, no Município de Paulo Afonso, Bahia/Brasil+) STTU+) *5A5794:4) JN-OA3-4.)
Biológicas) – Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2008.

SILVA, C. R. S.; MOURA, G. J. B.; ANDRADE, E. V. E.; NOGUEIRA, E. M. S.; Aspectos ecológicos da
anurofauna dos municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do Brasil. In: HERPETOFAUNA
DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
46 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

SILVA, G. L.; SANTOS, E. M.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F. Nota sobre Corythomantis greeningi Boulenger,
1896 (Anura, Hylidae) na Fazenda Saco, Serra Talhada, Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
HERPETOLOGIA, 3., Belém-PA. 2007.

SILVA, G. L.; ALMEIDA, G. V. L.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Anfíbios Anuros da Fazenda
Saco, Sertão do Pajeú, Serra Talhada/PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM
PERNAMBUCO, 1., Recife. 2008.

SILVA, G. L.; SANTOS, E. M. S. Anfíbios Anuros de uma área prioritária para conservação da Caatinga -
Fazenda Saco, Serra Talhada/Pernambuco. In: HEPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. 2009.

SILVA-GUEDES, R.; FONSECA-NETO, R.; MOURA, G. J. B. Inventário Preliminar da Anurofauna de Lago


Permanente, Remanescente de Mata Atlântica, Aldeia - PE. In: ENCONTRO DE EXTENSÃO E PESQUISA
DISCENTES EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, 2., 2006, Recife, PE. Anais... 2006.

'#bc`d$%&"&'() +e)*!% `()$+)f+)<+)`?KA;gA3-4()9-hK084)0)0.@03-:3-;4;0)1-39541?-0A/46);4)4AK95B4KA4)


no complexo da Mata atlântica de Aldeia – PE. In: HEPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
2009.

!"#$%&'()( *+ ,-.+ /0',$*+ &-+ 1-+ 2-+ ,345678+ 6+ (9:6;3<;3=8=6+ /3;>?8@A36BC8D+ =8+ $B5>?E85B8+ 6@+
poça permanente no complexo de Mata Atlântica em Aldeia. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... 2008. Recife: UFRPE - Ibama – SNZ.
2008b.

SILVA, M. A.; SOARES, M. M.; GUARNIERI, M. C. Manejo e manutenção de serpentes coletadas no estado
de Pernambuco. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 12., 1999, Feira de Santana. Anais...
1999. p. 425.

SILVA, M. B.; SCHATTNER, M.; RAMOS, C. R.; JUNQUEIRA-DE-AZEVEDO, I. L.; GUARNIERI, M. C.;
LAZARRI, M. A.; SAMPAIO, C.; POZNER, R. G.; VENTURA, J. S.; LEE HO, P. A prothrombin activator from
Bothrops erythromelas snakes venom: Characterization and molecular cloning. Biochemical Journal,
Grã-Bretanha, v. 369, p. 129-139, 2003.

SILVIA, P. C. L.; SILVIA, F. G.; MONTENEGRO, P. F. G. P. O jacaré-de-papo-amarelo nas comunidades do


entorno da UFRPE. In: JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO DA UFRPE, 1., 2002 (I Jepex),
Recife. Anais... (I Jepex). 2002.

SILVA, M. M. S.; SIQUEIRA-FILHO, J. A.; GUARNIERI, M. C. Contribuição para o Estudo da Fauna Ofídica
no Estado de Pernambuco In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 24., 2002, Itajaí-Sc. Anais...
(=-+&>F<;8+26>G6>*+HIIH-+:-+JKJ%JKJ-

SILVA, M. M. S., GUARNIERI, M. C. Desenvolvimento Ontogenético e Localidade Determinam Variações


nas Atividades Enzimáticas da Peçonha de Bothrops erythromelas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
L00"0&!$+%+$+L00"0&!$+(+0 +(M0 ! N(/$ +M0 N(!,0 *+HJ-*+HIIH*+!C8O8P% M-+(=-+&>F<;8+26>G6>*+
2002. p. 454.

SILVA, M. M. S. !"#$%& $'& (')*'+*,*$'$-& *.")'-!/-0120'& $'& /-3%.4'& $-& Bothrops erythromelas
(jararaca-malha-de-cascavel). 2002. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – Universidade Federal
de Pernambuco, Recife, 2002.

SILVA-SANTOS, L. C. Herpetofauna de uma área urbana no município de Abreu e Lima-PE-+/?B?G>8<8+


(Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2005.

SILVA-SANTOS, L. C. S.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna de uma área urbana no município de Abreu e


Lima-PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., Belém-PA. 2007.

SILVA-SANTOS, L. C. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, E. M. Herpetofauna Urbana - Percepção Ambiental


dos Moradores do Município de Abreu e Lima-PE. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16.,
Garanhuns. Anais... Garanhuns. 2007a.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 47

SILVA-SANTOS, L. C. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, E. M. Tanatose em Lithobates palmipes (Spix, 1824)
(Amphibia, Anura, Ranidae). In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007, Garanhuns.
Anais... Garanhuns. 2007b.

SILVA-SANTOS, L. C. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, E. M. Hábito alimentar de Lithobates palmipes (Spix,
1824) em um fragmento de Mata Atlântica de PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA
EM PERNAMBUCO, 1., Recife. 2008.

SILVIA, V. L.; BARRETO, L. L. Microscopia de stratum corneum como auxiliar em taxonomia de ofídeos.
Estudo preliminar. Caderno Ômega, Recife-PE, v. 2, n. 1, p. 41-47, 1985.

SILVIA, V. L.; MONTENEGRO, P. F. G.; VALENÇA, M. M. Radiorrastreamento em jiboias (Boa constrictor):


!BQ56B;38+ =8+ CR;B3;8+ =6+ 3BG69CS?+ E?>T8=8+ 9?A>6+ ?+ ;?@:?>C8@6BC?+ 8D3@6BC8>+ 6+ =69D?;8@6BC?-+ !BU+
ENCONTRO ANUAL DE ETOLOGIA, 14., 1996. Uberlândia. 1996a.

SILVIA, V. L.; MONTENEGRO, P. F. G; VALENÇA, M. M. Radiorastreamento em jiboias (Boa constrictor).


!BQ5VB;38+=8+CR;B3;8+=6+M!0W!+6C+8D-+XYZZH[+9?A>6+?+=69D?;8@6BC?-+!BU+(\M0\N,0+$\'$"+)(+(N0"0&!$*+
14., 1996, Uberlândia. 1996b.

SILVIA, V. L.; MONTENEGRO, P. F. G; VASCONCELOS, E. S. T.; VENTURIERI, B. Construção artesanal


e aplicação de radiotransmissores no estudo da termorregulação em jacaré-do-papo-amarelo (Caiman
latirostris) em cativeiro. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 11., 1997, Fortaleza. 1997.

SILVA, F. G. O conhecimento dos estudantes dos ensinos fundamental e médio das escolas do
entorno da UFRPE sobre o jacaré-de-papo-amarelo-+HIIH-+:-+]K-+/?B?G>8<8+X&>8=58TS?+6@+M3VB;389+
Biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2002.

SILVIA, V. L.; RÖHR, D. L.; MAGALHÃES JUNIOR, A. J. C. Monitoramento de jiboias (Boa constrictor) em
remanescentes de Mata Atlântica através do uso da radiotelemetria. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 26., 2006, Londrina-PR. Anais... 2006a.

SILVIA, V. L.; MAGALHÃES JUNIOR, A. J. C.; RÖHR, D. L. Radiotelemetria de Crotalus durissus cascavella
em remanescente de Mata Atlântica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 26., 2006b, Londrina.
Anais... 2006b.

SOARES, M. M.; GUARNIERI, M. C. Estudo preliminar da variabilidade da peçonha de Bothrops erythromelas


(Serpentes, Viperidae, Crotalidae) (Amaral, 1926). In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 12.,
1999, Feira de Santana. Anais... 1999. p. 421-421.

SOARES, M. M.; GUARNIERI, M. C. Intraspecies Variation in Some Enzymatic Activities of Bothrops


erythromelas (Viperidae) Venom From Snakes Colleted In States of Pernambuco and Bahia, Northeastern,
Brazil, In: REUNIÃO ANUAL DO INSTITUTO BUTANTAN, CENTENÁRIO DO INSTITUTO BUTANTAN, 2000,
São Paulo. p. 130.

SOARES, M. M.; GUARNIERI, M. C. Levantamento da fauna ofídica das microrregiões Pajeu e sertão do
Moxoto do Estado de Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 22., 1998, Recife-PE.
Anais… 1998. p. 283.

SUMNER, J. Shrinking forest - what lizards can tell us about fragmented forest habitats. 1998. Cooperative
Research Center for Tropical Rainforest and Management Using Rainforest Research (Information
Sheets). Disponível em: <http://www.rainforest-crc.jcu.edu.au>. Acesso em: set. 2008.

TAVARES, N. A. C; XAVIER-SILVA, P. M.; VASCONCELOS, T.; CORREA, J. M.; PRIETO-DA-SILVA, A.


R. B.; GUARNIERI, M. C.; RÁDIS-BAPTISTA, G. Genes encoding members of a functional subgroup of
metalloproteases from Viperidae venom glands suggest polymorphic structures. In: REUNIÃO REGIONAL
DA FEDERAÇÃO DE SOCIEDADES DE BIOLOGIA EXPERIMENTAL, 2., Recife - PE. 2007.

TAVARES, N.; CORREIA, J.; GUARNIERI, M.; LIMA-FILHO, J.; PRIETO-DA-SILVA, A.; RADIS-BAPTISTA,
G. Expression of mRNAs coding for VAP1/crotastatin-like metalloproteases in the venom glands of three
South American pit vipers assessed by quantitative real-time PCR. Toxicon, v. 52, p. 897- 907, 2008.
48 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

VALENÇA, M. M.; MONTENEGRO, P. F. G. P.; SILVA, V. L. Radiorrastreamento em jiboias (Boa constrictor


"3BB8659*+Y^K_[U+!BQ5VB;38+=8+NR;B3;8+=6+M3?<+6C+8D-+XYZZH[+9?A>6+?+)69D?;8@6BC?-+!BU+(\M0\N,0+$\'$"+
DE ETOLOGIA, 14., 1996, Uberlândia - MG. Anais de Etologia, 1996. p. 319-319.

VALENCA, R. C. Estudo do processo hemorragico induzido pela peçonha de Bothrops erythromelas.


1997. Dissertação (Mestrado em Biofísica) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1997.

VANZOLINI, P. E. Miscellaneous notes on the ecology of some brasilian lizards (Sauria). Papéis Avulsos
de Zoologia, São Paulo, v. 26, n. 8, p. 83-115, 1972.

VANZOLINI, P. E. Ecological and geographical distribution of lizards in Pernambuco, northeastern Brasil


(Sauria). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 61-90, 1974.

VANZOLINI, P. E. On the lizards of a cerrado - caatinga contact: evolutionary and zoogeographical


implications (Sauria). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 29, n. 16, p. 111-119, 1976.

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. 1.ed. Rio de Janeiro:
Academia Brasileira de Ciências, 1980. p. 161.

VANZOLINI, P. E. Addenda and corrigenda to the catalogue of neotropical squamata - Part II: Lizards and
Amphisbaenia. Smithsonian Herpetological Information Service, v. 70, p. 25, 1986.

VASCONCELOS, T. L. 5.6#7.0*'& $%& -!")-!!-& "8)9*0%& .'& /-3%.4'& $-& Lachesis muta rhoembeata.
HII_-+ /?B?G>8<8+ X&>8=58TS?+ 6@+ M3VB;389+ 23?D`G3;89[+ a+ 'B3b6>93=8=6+ W6=6>8D+ ,5>8D+ =6+ c6>B8@A5;?*+
Recife, 2008.

VASCONCELOS, C. M. L. Estudo da peconha de Bothrops erythromelas: caracterizacao bioquímica,


biológica e biodistribuição. Dissertação (Mestrado em Biofísica) – Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, 1996.

VASCONCELOS, C. M. L.; VALENCA, R. C.; ARAUJO, E. A.; MODESTO, J. C. A.; GUARNIERI, M. C.;
BRAZIL, T. The distribuition of 131I labeled Botrops erythromelas venom in mice. Brazilian Journal of
Medical and Biological Research, Brasil, v. 31, n. 3, p. 439-443, 1998.

VASCONCELOS, S. D.; MOURA, G. J. B. Preliminary Survey of Soil Anurofauna in a Semi-Arid Agroecosystem


in Pernambuco under Conventional and Organic Management. Biociências, Porto Alegre, 2009.

VILAÇA-JUNIOR, P. E. A.; SANTOS, E. M. Nota sobre Ecologia comportamental de Leptodactylus vastus


A. Lutz, 1930 (Anura, Leptodactylidae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., Belém-
PA. 2007.

VITT, L. J.; VANGILDER, L. D. Ecology of a snake community in northeastern Brazil. Amphibia-Reptilia, v.


4, p. 273-296, 1983.

VITT, L. J. On the biology of the little known anguid lizard, Diploglossus lessonae in northeast Brazil.
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 36, n. 7, p. 69-76, 1985.

VITT, L. J. The ecology of tropical lizards in the caatinga of northeast Brazil. Occasional Paper of the
Oklahoma Maseum of natural History, v. 1, p. 1-29, 1995.

VITT, L. J.; DE CARVALHO, C. M. Niche partitioning in a tropical wet season: lizards in the Lavrado area of
northern Brazil. Copeia, v. 1995, n. 2, p. 305-329.

VITT, L. J.; ZANI, P. A.; LIMA, C. M.. Heliotherms in tropical rain forest: the ecology of Kentropyx calcarata
(Teiidae) and Mabuya nigropunctata (Scincidae) in tye Curuá-Una of Brazil. Journal of Tropical Ecology,
v. 13, p. 199-220, 1997.

VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; CALDWELL, J. P.; OLIVEIRA, V. R. L. The impac of individual tree
harvesting on thermal environments of lizards in Amazonian rain forest. Conservation Biology, v. 12, n.
3, p. 654-664, 1998.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 49

VITT, L. J.; CALDWELL, J. P. The effects of logging on reptiles and amphibians of tropical forests. In:
FIMBEL, R. A.; GRAJAL, A. E. ROBINSON, J. G. (Ed.). The cutting edge: conservation wildlife in logged
tropical forest. New York: Columbia University Press, 2001. p. 239-259.

VITT, L. J.; COLLI, G. R. Geographical ecology of a neotropical lizard: Ameiva ameiva (Teiidae) in Brazil.
Canadian Journal of Zoology, v. 72, p. 1986-2008, 1994.

WALDEZ, F. Anurofauna do Jardim Botânico do Recife-+ YZZ^-+ /?B?G>8<8+ XM3VB;389+ 23?D`G3;89[+ a+


Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 1997.

XAVIER, T. M. S. !"#$%& /)-,*9*.')& $'& $*!")*+#*3:%& ;-%;)<20'& $-& Lachesis mura, 1766 (Viperidae,
Crotalinae) no Estado de Pernambuco-+ HII^-+ /?B?G>8<8+ X&>8=58TS?+ 6@+ M3VB;389+ 23?D`G3;89[+ a+
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2007.

.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*
anfíbios de Pernambuco

Geraldo Jorge Barbosa de Moura1; Ednilza Maranhão dos Santos 2;


Edson Victor Euclides de Andrade3; Eliza Maria Xavier Freire4

Resumo Abstract
Este trabalho fornece uma compilação The present contribution provides a
do estágio atual sobre o conhecimento dos compilation of the current status of the knowledge
anfíbios de Pernambuco, além de uma lista of amphibians in the state of Pernambuco, and
taxonômica atualizada, georreferenciada e an actualized, georeferenced and commented
comentada das espécies, útil para a consulta taxonomic list of the amphibian species registered
de qualquer herpetólogo ou iniciante na área. in the state, useful to be consulted by any
Atualmente, existe o registro de 71 espécies de Herpetologist or beginner in this field. Currently there
anfíbios, distribuídas nos diferentes domínios are registered 71 amphibian species, distributed in
morfoclimáticos, mesorregiões e microrregiões do the different Morfoclimatic Domains, Mesoregions
estado. Esses anfíbios estão distribuídos em dois and Microregions of this State. These amphibians
grandes grupos: 1- Anura (11 famílias – 70 spp.) are distributed in two major groups: 1-Anura (11
e 2 – Gymnophiona (uma família – 1 sp.). No que Families – 70 spp.) and 2-Gymnophiona (1 Family
se refere às espécies ocorrentes nos diferentes – 1 spp.). Referring to the species occurring in
biomas do estado, na Mata Atlântica se tem the different Biomes of the State, to the atlantic
registro de 61 spp., 60 anuros e um Gymnophiona; rainforest there are registered 61 spp., 60 anurans
em brejos de altitude 47 spp., todas do grupo and 1 gymnophiona; altitude enclaves, 47 spp., all
Anura, e nas Caatingas 28 spp., também todas of them belonging to Anura, and to Caatinga, 28
do grupo Anura. Apesar do número expressivo de spp., also belonging to Anura. Besides Besides
espécies e pesquisas realizadas no estado, a fauna the expressive number of species and researches
de anfíbios ainda encontra-se subestimada e, com developed in the state, the amphibian fauna is
a acelerada destruição dos ambientes naturais, still underestimated, and, due to the accelerated
muitas espécies podem desaparecer antes de destruction of the natural environments, many
serem conhecidas pela comunidade científica. species may disappear before being know by
No momento são necessários projetos que the scientific community. At moment it makes
visem conhecer com mais acurácia as espécies necessary projects aiming to know with accuracy
de anfíbios do estado, visando à formulação de the amphibian species of Pernambuco, aiming to
planos de manejo e conservação das espécies e formulate management and conservation plans of
seus respectivos ecossistemas. occurring species and their respective ecosystems.

Palavras-chave: Herpetofauna, Anura, Key words: Herpetofauna, Anura, Gymno-


Gymnophiona, Região Nordeste, Brasil. phiona, Northeast, Brazil.

1
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
2
Unidade Acadêmica de Serra Talhada, UFRPE (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
3
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
4
Departamento de Ecologia, Botânica e Zoologia, UFRN (elizajuju@ufrnet.br).
Introdução
O Brasil destaca-se como um dos países de compreensão de suas restrições ecofisiológicas ao
maior riqueza de anfíbios do mundo (SBH, 2008), longo dos biomas no estado.
sendo a maioria descrita nos últimos 50 anos A despeito de levantamentos anteriores
(FROST, 2008). terem sido realizados, como por exemplo, Santos e
Entre 2005 e 2008, a Sociedade Brasileira Carnaval (2002) (compilando 64 espécies de anuros
de Herpetologia registrou um acréscimo de 29 para o estado), Rodrigues (2003) e Rodrigues (2004)
espécies de anfíbios anuros no Brasil (SBH, 2005; (compilando o número de espécies de anfíbios
SBH, 2008; CARAMASCHI, 2008), uma média ocorrentes para oito localidades da Caatinga,
de sete espécies por ano, refletindo o quanto a porém sem citar as espécies de cada localidade)
anurofauna brasileira ainda é mal conhecida entre e Borges-Nojosa e Santos (2005) (registrando
os herpetólogos. a anurofauna de duas localidades da Caatinga:
Entre as novas descrições, apenas duas RPPN Cantidiano Valgueiro Carvalho Barros e
espécies têm suas localidades-tipo no estado de RPPN Reserva Ecológica Mauricio Dantas), este
Pernambuco, Hypsiboas freicanecae (CARNAVAL; trabalho representa uma contribuição adicional
PEIXOTO, 2004) na RPPN Frei Caneca (CARNAVAL; ao conhecimento do grupo selecionado, mesmo
PEIXOTO, 2004) e Leptodactylus ochraceus levando em consideração o pequeno intervalo
Lutz, 1930, na Estação Ecológica do Tapacurá decorrido entre o último levantamento, pois além
(CARAMASCHI, 2008), sendo a maioria das outras de catalogar o georreferenciamento e as espécies
descritas para áreas de grande concentração de que ocorrem no estado de Pernambuco, objetivou
herpetólogos (Sul/Sudeste do Brasil). apresentar uma lista comentada dos aspectos
O desconhecimento sobre nossa fauna ecológicos de cada espécie.
local pode ser evidenciado pelo fato de diversas Este trabalho servirá de subsídio para atua-
publicações (livros, catálogos de identificação lizar publicações brasileiras no que diz respeito
e artigos) (FREITAS; SILVA, 2005; FREITAS; à anurofauna nordestina, incluindo o estado de
SILVA, 2007; HADDAD et al., 2008) deixarem Pernambuco como um dos mais amostrados da
de fora muitas das espécies de anfíbios já Região Nordeste, em relação ao táxon Amphibia.
publicadas (SANTOS; CARNAVAL, 2002; BOR-
GES-NOJOSA; SANTOS, 2005) ocorrentes para Metodologia
o estado.
Em Pernambuco, onde as pesquisas her- A compilação de dados para a montagem
petológicas começam a dar seus primeiros deste capítulo se baseou primariamente em dados
grandes passos, uma lista atualizada explicitando bibliográficos, além de informações registradas
a riqueza dos anfíbios presentes se torna pelos autores em atividades de campo (MOURA,
indispensável pelos seguintes motivos: primeiro, G. J. B.; SANTOS, E. M. S., com. pess.). Foram
para o reconhecimento de espécies presentes, em considerados como dados bibliográficos capítulos
comparação com a potencial diversidade biológica de livros, artigos em periódicos, resumos simples
apresentada pelo estado nos seus diferentes e resumos expandidos publicados em encontros
biomas; segundo, por possibilitar o conhecimento e congressos, monografias, dissertações e te-
da real distribuição geográfica das espécies e a ses, além de relatórios técnicos disponíveis em
54 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

banco de dados on-line. As buscas bibliográficas Quanto aos modos reprodutivos (Haddad;
desconsideraram referências não confirmadas ou Prado, 2005) (30. Modo 1; 31. Modo 3; 32. Modo
de material que não tenha recebido tratamento 4; 33. Modo 6; 34. Modo 8; 35. Modo 11; 36. Modo
taxonômico formal, de acordo com as regras do 13; 37. Modo 15; 38. Modo 23; 39. Modo 24; 40.
Código de Nomenclatura Zoológica. Modo 30; 41. Modo 32; 42. Modo 37).
Embora os locais amostrados tenham Quanto à sistemática e conservação no
apresentado esforços de coleta e metodologias estado (43. Espécie com problemas sistemáticos,
diferentes, foi contabilizado o número de necessitando de uma revisão taxonômica; 44.
localidades com ocorrência para cada espécie, Espécie com muitos morfotipos para o estado de
pois embora não seja possível qualquer análise PE, necessitando de uma revisão taxonômica; 45.
ecológica refinada referente às espécies e às Espécie rara e ameaçada; 46. Espécie revalidada).
localidades, possibilita registrar a amplitude de
distribuição geográfica das espécies e a frequência Resultados e discussão
de trabalhos por áreas amostradas, permitindo
discutir se os esforços amostrais foram suficientes
ou não para o registro da maioria das espécies de
Localidades de Pernambuco
anfíbios no estado. com registro de anfíbios
Paralelamente à compilação das espécies
Desproporcionalmente à área do estado e
ocorrentes em Pernambuco, foram plotados em
ao número de localidades protegidas destinadas à
mapa as microrregiões do estado com registro da
conservação, em 43 localidades foram registradas
riqueza máxima de anfíbios anuros. Em casos de
a ocorrência de anuros e em apenas duas dessas
mais de um trabalho realizado, foram apresentadas
(Reserva Ecológica do Gurjaú e Parque Estadual
as riquezas acumuladas de todos os esforços
Dois Irmãos) de Gymnophiona (Tabela I) (Apêndice
amostrais para cada microrregião.
A), o que evidencia o pequeno esforço amostral
Objetivando caracterizar geográfica e destinado ao conhecimento desses táxons.
ecologicamente as espécies ocorrentes no Entre as áreas amostradas no estado, 22
estado, elas foram classificadas de acordo com as encontram-se no bioma Mata Atlântica, cinco no
seguintes categorias, considerando a característica bioma Brejo de Altitude, 15 no bioma da Caatinga
mais frequente para cada critério analisado: (sendo um agroecossistema) e dois em áreas
Quanto à biogeografia (1. Espécie urbanas. Rodrigues (2003) e Rodrigues (2004)
endêmica do domínio morfoclimático Mata apresentam o número de espécies registradas para
Atlântica; 2. Espécie endêmica da Região Nordeste; oito cidades de Pernambuco, porém não citam as
3. Ocorrência nova para PE; 4. Ocorrência nova respectivas espécies: 1. Bom Conselho (S:09°10’;
para a Mata Atlântica de PE; 5. Espécie registrada W:36°41’) = 3 spp.; 2. Carnaubeira (S:08°18’;
em Restinga; 6. Espécie registrada na Floresta W:38°45’) = 1 sp.; 3. Exu (S:07°31’; W:39°43’)
Amazônica; 7. Espécie registrada na Caatinga; 8. =19 spp.; 4. Ouricuri (S:07°53’; W:40°05’) = 1
Espécie registrada em Brejo de Altitude; 9. Espécie sp.; 5. Petrolina (S:09°24’; W:40°30’) = 3 spp.; 6.
registrada no Cerrado; 10. Espécie registrada na Salgueiro (S:08°04’/W:39°06’) = 2 spp.; 7. Brejo
Floresta Atlântica; 11. Espécie de ampla distribuição dos Cavalos-Caruaru (S:08°21’/W:36°02’) = 9 spp.
em diferentes ecossistemas). e 8. Serra Talhada (S:07°59’/W:38°10’) = 2 spp.
Quanto à especificidade ambiental Das oito localidades citadas por Rodrigues (2003) e
(12. Espécie generalista de habitat; 13. Espécie Rodrigues (2004), a grande maioria (seis) apresenta
especialista de habitat; 14. Espécie de formações o registro de uma a três espécies, evidenciando a
abertas; 15. Espécie de áreas florestadas; 16. falta de amostragem direcionada para o grupo nas
Espécie de formações abertas ou florestadas; diferentes localidades citadas pelo autor.
17. Espécie periantrópica/antrópica; 18. Espécie No que se refere ao clima, bioma e fito-
terrestre; 19. Espécie de folhiço; 20. Espécie fisionomia com maior número de localidades
associada a bromélias; 21. Espécie psamófila; amostradas em relação ao táxon Amphibia,
22. Espécie reofílica; 23. Espécie arborícola/ destacam-se: As’ (23), Mata Atlântica (22), Floresta
semiarborícola; 23. Espécie aquática/semiaquática; Subperenifólia (21) respectivamente (Tabela I). Os
24. Espécie de hábito fossorial). dados mostram uma concentração dos esforços
Quanto ao período de atividade (25. de coletas, evidenciando clima (BSh), bioma (Brejo
Espécie diurna; 26. Espécie noturna). Quanto de Altitude) e fitofisionomias (Caatinga hipoxerófila)
ao hábito alimentar (27. Espécie herbívora; 28. pouco investigados (Figura 1), necessitando
Espécie carnívora; 29. Espécie onívora). urgentemente de investimentos que visem conhe-
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)* 55

cer a real diversidade de anfíbios dessas áreas, o mais eficientes aos ecossistemas e grupos animais
que possibilita a formulação de planos de manejos estudados.

Figura 1: Número de localidades estudadas por clima (a), bioma (b) e fitofisionomia (c).
TABELA I: Localidades do estado de Pernambuco com registro de amostragem de anfíbios, seguida por informações geográficas da metodologia de 56
amostragem e referências [Legenda: “-“ informações não disponíveis nas referências das respectivas localidades] (Apêndice A).

Cidade/ Coorde- Área Fitofisio- N° de Duração e


Locais Clima Bioma Período periodici- Coleta Referências
município nadas (ha) nomia visitas dade / visita

04/84
- 07/84
6 mensal Ativa El-deir, 1985
e 11/84 -
12/84

Carvalho et al.,
1995 - mensal Ativa
1998

Santos, 2001;
09/99 – 3 a 4 dias / Santos e Carnaval,
12 Ativa 2002; Santos et
08/00 mensal al., 2004; Santos e
1-Estação Amorim, 2006
São Lourenço 08°07’S Mata Floresta
Ecológica 776 As’
da Mata 34°60’W Atlântica Subperenifólia Investidas Andrade, 2007;
do Tapacurá
01/07 - 1 dia / proporcionais Andrade et al.,
60 à área dos 2007; Andrade et
atual semanal corpos d’água al., 2008a; Andrade
analisados et al., 2008b

Trabalho resultante da análise de animais depositados na


Caramaschi, 2008
Coleção Herpetológica do Museu Nacional-UFRJ

Ativa e G.J.B. Moura e


04/07 - 1 dia / passiva (112
80 E.M.X. Freire, Com.
atual semanal baldes-28 de
60L e 84-30L) Pess.

Ativa-passiva Lima, 2004; Moura


2-Engenho Santa Nazaré da 07°44’S Mata Floresta 01/04- 2 dias /
60 As’ 12 (8 baldes de et al., 2006a;
Fé Mata 35°14’W Atlântica Subperenifólia 12/04 mensal
30L) Moura et al., 2007

08°01’S Mata Floresta 06/05 - 1 dia / Guedes e Moura,


3-Complexo Aldeia Camaragibe 350 As’ 24 Ativa
34°58’W Atlântica Subperenifólia 07/06 quinzenal 2008.
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Cidade/ Coorde Área Fitofisio- N° de Duração e
Locais Clima Bioma Período periodici- Coleta Referências
município nadas (ha) nomia visitas dade / visita

Moura et al., 2003;


4-Reserva Cabo de Ativa-passiva
08°21’S Mata Floresta 08/02- 1 dia / Carnaval et al.,
Ecológica de Santo 1077 As’ 58 (120 baldes
34°56’W Atlântica Subperenifólia 04/03 quinzenal 2004; Moura, 2004;
Gurjaú Agostinho de 20L) Moura et al., 2004

5-Reserva 1 dia / Ativa-passiva


08°07’S As’ Mata Floresta 10/05-
Ecológica de Moreno 30 24 quinzenal (12 baldes de Moura et al., 2006b
35°05’W Atlântica Subperenifólia 09/06
Carnijó 60L)

08°49’S Mata Floresta 04/07- 1 dia / Ativa-passiva Buarque Júnior,


6-Mata da Fazenda
Barreiros - As’ 31 (8 baldes de
Sapé 35°11’W Atlântica Subperenifólia 11/07 quinzenal 2007
30L)
7-Mata Colônia 1 dia / Ativa-passiva
08°49’S Mata Floresta 04/07- Buarque Júnior,
Vicente Gomes de Barreiros - As’ 31 quinzenal (8 baldes de
Matos 35°12’W Atlântica Subperenifólia 11/07 2007
30L)
Cabo de 1 dia /
8-Mata de Duas 08°20´S Mata Floresta 02/06-
Santo 140 As’ 16 quinzenal Ativa Nascimento, 2006
Lagoas 34°56´W Atlântica Subperenifólia 09/06
Agostinho
06/94- Cruz e Peixoto,
- - Ativa
10/95 1982
Santos e Silva,
9-Parque Estadual 07°60’S Mata Floresta 06/94-
Recife 200 As’ - 3 dias Ativa 1998; Santos e
Dois Irmãos 34°50’W Atlântica Subperenifólia 10/95
Carnaval, 2002
Passiva (20 G.J.B. Moura, Com.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*

02/08-atual 24 1 dia / semanal


baldes-60L) Pess.
10-Estação
07°55’S As’ Mata Floresta 07/94- 2 dias / Santos e Carnaval,
Ecológica de Paulista 157 18 Ativa
34°55’W Atlântica Subperenifólia 08/95 semanal 2002
Caetés

11-Reserva Santos e Carnaval,


08°44’S As’ Mata Floresta
Ecológica de Tamandaré 268 05/95 1 - Ativa 2002; G.J.B.
35°11’W Atlântica Subperenifólia
Saltinho Moura, Com. Pess.
57
58
Cidade/ Coorde- Área Fitofisio- N° de Duração e
Locais Clima Bioma Período periodici- Coleta Referências
município nadas (ha) nomia visitas dade / visita

12-Refúgio Santos, 1995;


07°49’S As’ Mata Floresta 03/94- 3 dias / Santos e Carnaval,
Ecológico Charles Igarassu 60 27 Ativa
34°56’W Atlântica Subperenifólia 12/94 mensais 2002; Santos e
Darwin Amorim, 2006

Curado 08°04’S Mata Floresta 12/96 – Santos e Carnaval,


13-Jardim Botânico (Grande 11 As’ 12 - Ativa
Recife) 34°55’W Atlântica Subperenifólia 12/97 2002

14-Engenho Água 07°35’S Mata Floresta 05/99 - Santos e Carnaval,


Timbaúba 600 As’ 2 Dez dias Ativa
Azul 35°22’W Atlântica Subperenifólia 09/99 2002

08°34’S Mata Floresta Santos e Carnaval,


15-Mata do Urubu Jaqueira 400 As’ 05/99 1 Cinco dias Ativa
35°37’W Atlântica Subperenifólia 2002

Santos e Carnaval,
2002; Carnaval
16-RPPN Frei 08°43’S Mata Floresta 3 dias / e Peixoto, 2004;
Jaqueira 630 As’ 2002-atual 9 Ativa
Caneca 35°50’W Atlântica Subperenifólia mensais Santos e Santos,
2008a; Santos e
Santos, 2008b
Canhotinha
17-Usina Serra 08°58’S Mata Floresta G.J.B. Moura, Com.
e Ibateguara 8000 As’ 12/04 1 1 dia / único Ativa
Grande 36°3’W Atlântica Subperenifólia Pess.
(Al)

08°28’S Mata Floresta 07/98- Santos e Carnaval,


18-Engenho Jardim Bonito 300 As’ 20 5 dias / único Ativa
35°43’W Atlântica Subperenifólia 03/99 2002

07°50’S Mata Floresta 01/07- Amorim, et al.,


19-Usina São José Igarassu 323 As’ 12 3 dias / mensal Ativa-passiva
35°00’W Atlântica Subperenifólia 12/07 2008

20-Mata do Centro
de Instrução Araçoiaba,
07°50’S Mata Floresta 1 dia / Passiva (20 G.J.B. Moura, Com.
Marechal Newton Paudalho e 6280 As’ 06/08-atual 6
35°06’W Atlântica Subperenifólia semanal baldes-60L) Pess.
Cavalcanti Tracunhaém
(CIMNC)
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Cidade/ Coorde Área Fitofisio- N° de Duração e
Locais Clima Bioma Período periodici- Coleta Referências
município nadas (ha) nomia visitas dade / visita
25/03 a
21-Engenho São Lourenço 0268525S Mata Floresta 04/04/06; ativa e Santos e Amorim,
200 As’ 30 -
Tapacurá da Mata 9114661W Atlântica Subperenifólia 23/09 a passiva 2008
28/09/06

07o53’S Mata
Atlântica 10 e 11 de 2 dias /
22-Matinha Abreu e Lima 34o54’’W - As’ Área urbana 10 ativa Santos, 2005
/área 2004 semanal
19m urbana
23-Reserva
08°31’S Brejo de Floresta 08/93- Santos e Carnaval,
Ecológica de Serra Ingá-Floresta 1100 BShw’ 5 5 dias Ativa
08°45’W Altitude Subcaducifólia 09/93 2002
Negra
24-Brejo dos 08°18’S Brejo de Floresta Santos e Carnaval,
Caruaru 359 BShs’ 06/95 6 - Ativa
Cavalos 36°00’W Altitude Subcaducifólia 2002
0597726S Brejo de Floresta 12 e
25-Triunfo Triunfo - BShw’ 30 horas/homem Ativa Quirino et al., 2008
9134424W Altitude Subcaducifólia 13/04/08
Brejo da 8º14’S
Brejo de Floresta 5 dias / E.M.S. Santos,
26-Fazenda Buriti Madre de 36º57’W 110 BShs’ 06/2001 5 Ativa
Altitude Subcaducifólia semenal com. pess.
Deus 1.050m
27-Parque Nacional Brejo de
0692456S Caatinga 06 e 10/07 Campos et al.,
do Vale do Buíque 62000 BShs’ Altitude e 288 horas/homem Ativa-passiva
9056360W Hiperxerófila e 03/08 2008
Catimbau Caatinga

28-Praças e
Parques de
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*

Garanhuns
(Praça Tavares
3 dias / local,
Correia; Praça Urbano
Souto Filho; Praça 08º 53’S 10 e totalizando
Garanhuns - BShs’ (praças, parques e pequenas 5 Ativa Oliveira, 2007
Dom Moura; 36º29’W 11/2006 15 dias de
Praça Monsenhor áreas florestadas urbanas)
amostragem
Adelmar da Mota
Valença; Parque
Ruber Van der
Linder)
59
Duração e
60
Cidade/ Coorde- Área Fitofisio- N° de
Locais Clima Bioma Período periodici- Coleta Referências
município nadas (ha) nomia visitas dade / visita
29-Região
08°30’S 06/94- Santos e Carnaval,
Metropolitana do Grande Recife - As’ Urbano - - Ativa
34°52’W 10/95 2002
Recife
Ferreira, et al.,
Caatinga Ativa-passiva 2008; Geraldo J.
08°16’S
30-Pesqueira Pesqueira - BShs’ Caatinga Hiperxerófila e 01/08-atual 40 1 dia / semanal (21 baldes de B. Moura e José D.
36°37’W
Hipoxerófila 60L) C. Ferreira, com.
pess.

0577668S Caatinga 03-06/07 e


31-Fazenda Saco Serra Talhada 20 BShw’ Caatinga 12 4 dias mensais Ativa-passiva Silva et al., 2008
9120468W Hiperxerófila 03-04/08

Caatinga 21/02 a
32-Reserva Legal 08°09’S Hiperxerófila 26/02/2005 5 dias / Ativa e
Parnamirim 1.735 2 Amorim et al., 2007
Brígida 39°33’W BShw’ Caatinga (Caatinga- 24/05 a semestrais passiva
arbórea) 30/05/2005
Caatinga 21/02 a
Hiperxerófila
33-Reserva Legal 08°28’S 26/02/2005 5 dias / Ativa e
Orocó 6.886 (Caatinga 2 Amorim et al., 2007
Caraíbas 39°41’W BShw’ Caatinga 24/05 a semestrais passiva
arbórea-
arbustiva) 30/05/2005

Caatinga
BShw’ Caatinga
34-Ilha de 08º44’S Hiperxerófila 24 a 5 dias / Ativa e
Cabrobó 3.517 (Caatinga 2 Amorim et al., 2007
Assunção 39º42’W arbórea- 30/01/2005 semestrais passiva
arbustiva)

Caatinga 27/02 a
08º52’S Hiperxerófila 05/03/2005 5 dias / Ativa e
35-Ico Mandantes Petrolândia 1540 BShw’ Caatinga 2 Amorim et al., 2007
38º18’W (Caatinga- 31/05 a semestrais passiva
arbórea) 06/06/2005
27/02 a
08º56’S Caatinga 05/03/2005 5 dias / Ativa e
36-Apolônio Sales Petrolândia 758 BShw’ Caatinga 2 Amorim et al., 2007
38º28’W Hiperxerófila 31/05 a semestrais passiva
06/06/2005
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Cidade/ Coorde- Área Fitofisio- N° de Duração e
Locais Clima Bioma Período periodici- Coleta Referências
município nadas (ha) nomia visitas dade / visita

23 a
08º50’S Caatinga 28/07/2004
37-Barra Bonita Lagoa Grande 1000 BShw’ Caatinga 10 - Ativa-passiva Amorim et al., 2007
40º10’W Hiperxerófila 30/08 a
05/09/2004

38- RPPN Caatinga 28/03 a


08º28’S Hiperxerófila 02/04/2003 5 dias / Ativa e Borge-Nojosa &
Cantidiano
Betânia 285 BShw’ Caatinga (Caatinga 2
Valgueiro Carvalho 38º28’W e 03/09 a semestrais passiva Santos, 2005
arbórea-
Barros arbustiva) 08/10/2003

39-RPPN Reserva Caatinga 23/03 a


Hiperxerófila
Ecológica Mauricio 08º18’S 27/34/2003 5 dias / Ativa e Borges-Nojosa &
Betânia 1480 BShw’ Caatinga (Caatinga 2
Dantas 38º11’W e 28/09 a semestrais passiva Santos, 2005
arbórea-
arbustiva) 02/10/2003-

7º52’S
Caatinga
40-Ouricuri Ouricuri 40º04’W 900.000Km2 BShw’ Caatinga 1981 - - Ativa Miranda, 1983
Hiperxerófila
451m
15 a
09º11’S Caatinga 25/08/2005 10 dias / G.J.B. Moura, Com.
41-Jatobá Jatobá - BShs’ Caatinga 2 Ativa
38º16‘W Hiperxerófila e 10 a semestrais Pess.
20/01/2006
Caatinga
Hiperxerófila 23 a
0421615/
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*

(Caatinga
Santa Maria 28/07/2004 5 dias / Ativa e
42-Saco do Maris 9032884 - BShw’ Caatinga arbórea- 2 Amorim et al., 2007
da Boa vista 30/08 a semestrais passiva
UTM arbustiva
e mata de 05/09/2004
galeria)
09º 09’S 08/03- Vasconcelos e
43-Petrolina Petrolina - BShw Agroecossistema 1 2 meses / única Ativa
40º 22’W 09/03 Moura, 2008
61
62 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Riqueza e caracterização Ischnocnema sp. 3 (Água Azul; Mata do Urubu); 5-


biogeográfica e ecológica dos Ceratophrys sp. (Grande Recife; Estação Ecológica do
Tapacurá); 6-Proceratophrys sp. (Estação Ecológica
anfíbios do estado de Pernambuco do Tapacurá); 7- Hyla sp. 1 (Estação Ecológica do
Tapacurá; Brejo dos Cavalos); 8- Hyla sp. 2 (Água
Atualmente, existe registro de 71 espécies de Azul); 9- Phyllodytes sp. (Mata do Urubu); 10- Scinax
anfíbios identificadas ao nível específico no estado sp. (Estação Ecológica do Tapacurá; Água Azul; Mata
de Pernambuco, sendo uma espécie pertencente à do Urubu; Engenho Jardim); 11- Physalaemus sp.
ordem Gymnophiona e 70 à ordem Anura. (Estação Ecológica do Tapacurá); 12-Pseudopaludicola
A dominância do táxon Anura no estado é sp. 1 (Estação Ecológica de Caetés; Refúgio Ecológico
comum nos estudos sobre anfíbios, já que essa Charles Darwin; Estação Ecológica do Tapacurá; Brejo
ordem é a mais abundante e diversificada do dos Cavalos; Engenho Jardim); 13-Pseudopaludicola
grupo (FROST, 2008), apresentando distribuição sp. 2 (Refúgio Ecológico Charles Darwin; Água Azul);
predominantemente tropical (DUELLMAN; TRUEB, 14-Leptodactylus sp. (Estação Ecológica do Tapacurá;
1984; POUGH et al., 2005). Com relação à Água Azul); 15- Chiasmocleis sp. (Água Azul).
biodiversidade nesse táxon, foram registradas 11 Essas espécies necessitam de revisão
famílias (Amphignathodontidae; Brachycephalidae; taxonômica urgente, podendo se tratar de espécies
Bufonidae; Ceratophryidae; Cycloramphidae; Hylidae; já descritas para Pernambuco, que apresentam
Leiuperidae; Leptodactylidae; Microhylidae; Pipidae; vários morfotipos ou novas ocorrências para o
Ranidae) distribuídas em todas as mesorregiões e estado ou até mesmo novas espécies.
biomas do estado. Em destaque, temos a família Fatos como esses são comuns na literatura
Hylidae, com riqueza de 33 spp. (47,8% dos anuros recente de anuros, evidenciados pelo número
do estado) e 26 gêneros, destacando-se o gênero de novas espécies descritas (CRUZ et al., 1999;
Hypsiboas, com 9 spp. (27,3% da família Hylidae). PEIXOTO et al., 2003; CARNAVAL; PEIXOTO,
Embora a família Hylidae se destaque pela 2004) e a frequente reorganização sistemática
das já existentes (BALDISSERA-JÚNIOR et al.,
abundância e riqueza nas regiões neotropicais
2004; FAIVOVICH et al., 2005; NASCIMENTO et al.,
(DUELLMAN; TRUEB, 1984; POUGH et al.,
2005; FROST et al., 2006; CARAMASCHI, 2008).
2005; FROST, 2008), vale ressaltar que os
Essa peculiaridade pode ser reflexo do pequeno
esforços amostrais aplicados no estado foram
número de trabalhos, em especial com taxonomia,
predominantemente através de coletas ativas, o
principalmente no Nordeste do Brasil.
que se torna tendencioso, já que essa metodologia Outro ponto a ser destacado é a espécie Hyla
maximiza a amostragem dos anuros arborícolas biobeba, citada por Santos e Carnaval (2002) para a
(Hylidae) e os não arborícolas (Bufonidae; Estação Ecológica do Tapacurá, que possivelmente
Ceratophryidae; Cycloramphidae; Leiuperidae; pode se tratar da espécie Hypsiboas pardalis
Leptodactylidae; Microhylidae; Pipidae; Ranidae), (SPIX, 1824) ou espécie pertencente ao mesmo
que não são bem amostrados por coletas ativas grupo, todavia, devido à falta de confirmação, essa
e necessitam de metodologias de amostragem espécie também foi retirada da lista para futura
complementares, com utilização de técnicas confirmação.
passivas (armadilhas) que possibilitem um registro No que se refere ao clima, ao bioma e à
mais fiel da riqueza local. fitofisionomia, destacam-se pela maior riqueza:
Além das espécies de anuros apresentadas As’ (62 spp.), Mata Atlântica (62 spp.) e Floresta
nas Tabelas II e III, existem mais 15 “espécies” Subperenifólia (62 spp.) respectivamente (Tabelas
citadas por Santos e Silva (1998) e Santos e II e III), o que evidencia a baixa riqueza em outros
Carnaval (2002) para o estado, que foram retiradas climas (BShw-19 spp.), biomas (Caatingas-28
da atual lista por não terem o seu epíteto específico spp.) e fitofisionomias (Caatinga Hipoxerófila-14
definido, necessitando de uma revisão taxonômica, spp.), fato que impossibilita os planos de manejo
o que torna o número de espécies do estado dessas áreas e a escolha de novas UCs em áreas
subestimado. São elas, com suas respectivas prioritárias à conservação.
localidades de ocorrência: 1- Flectonotus sp. Vale ressaltar que entre os estados do País
(Parque Estadual Dois Irmãos); 2- Ischnocnema com ocorrência da Caatinga, Pernambuco destaca-
sp. 1 (Parque Estadual Dois Irmãos; Estação se por ser o mais amostrado e por apresentar o
Ecológica de Caetés; Refúgio Ecológico Charles maior número de espécies de anfíbios conhecidas
Darwin; Estação Ecológica do Tapacurá; Jardim para esse bioma, com destaque para as mi-
Botânico; Água Azul; Mata do Urubu; Brejo dos crorregiões/municípios de Serra Talhada (23 spp.)
Cavalos; Engenho Jardim); 3- Ischnocnema sp. 2 e Buíque (23 spp.), o que evidencia o potencial de
(Parque Estadual Dois Irmãos; Estação Ecológica biodiversidade que as caatingas pernambucanas
do Tapacurá; Água Azul; Mata do Urubu); 4- apresentam diante do baixo esforço amostral.
2.
1.

5.
4.
ANURA
TÁXON

3-BUFONIDAE
2- BRACHYCEPHALIDAE
Gastrotheca fissipes

Ischnocnema ramagii

Rhinella crucifer (Wied-


1-AMPHIGNATHODONTIDAE

Neuwied, 1821)1; 8; 10; 1, 30


Frostius pernambucensis
(Boulenger, 1888)1; 10; 3;20;38
LOCALIDADES

(Boulenger, 1888)10;15;23;26;28;42

(Bokermann, 1962)1; 16;18;20;2;34

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
MATA ATLÂNTICA

JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
ecologia e taxonomia, através da numeração sobrescrita à direita do nome científico de cada espécie.

MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS
URBANO

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

4
8

19
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE

II

V
IV
REFERÊNCIA*
Tabela II: Espécies de anfíbios com ocorrência na Mata Atlântica, brejos de altitude e áreas urbanas do estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia,
63 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
7.

9.
8.

11

12.
10.

13.
TÁXON

6-HYLIDAE
7; 19; 30

1;16;18;28;30

Lutz, 1939)
Odontophrynus
2002)7; 8; 9; 10; 11,30
1824)6; 7; 8; 10; 11,30

4-CERATOPHRYIDAE

5-CYCLORAMPHIDAE

Bokermannohyla
19654;7;10;11;18;26;28;30

Neuwied, 1825)1;30
Rhinella jimi (Stevaux,

carvalhoi Savage & Cei,


Ceratophrys joazeirensis
Rhinella granulosa (Spix,

Proceratophrys cristiceps

claresignata (A. Lutz & B.


Mercadal de Barrio, 19868;

(Müller, 1884 “1883”)4;5;7;8;10;1

Proceratophrys boiei (Wied-


LOCALIDADES

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
MATA ATLÂNTICA

JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS
URBANO

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

1
3
1

12
28
25
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE

XI
IX

XII
VII

XIII
VIII
REFERÊNCIA*
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 64
14.

21.
20.
18.
17.

19.
16.
15.
TÁXON

1783)
26;30;43; 44

11;16;23;26;28;30

1;10;23;26;28;39;45
Dendropsophus
Boulenger, 1896 30

(A. Lutz, 1925)1; 10;39

(Peters, 1872) 5;7;8;10;

Hylomantis granulosa
leucophyllatus (Beireis,

Dendropsophus soaresi
Dendropsophus minutus
Corythomantis greeningi

Dendropsophus elegans
Dendropsophus branneri

(Wied-Neuwied, 1824)10;30

(Caramaschi & Jim, 1983)


Dendropsophus decipiens
(Cochran, 1948)5;7;8;10;11;16;23;
LOCALIDADES

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
MATA ATLÂNTICA

JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS
URBANO

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

5
8
5

2
11

13
15
22
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE

XX
XV

XXI
XIX
XVI
XIV

XVII
REFERÊNCIA*

XVIII
65 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
22.

28.
27.
26.
25.
24.
23.
TÁXON

3;26;29;30

1996)1;30

1824)10;15;23;26;28;32
2003)10;15;23;26;28;32
Hypsiboas exastis

Neuwied, 1824) 10;32


Hypsiboas atlanticus

Hypsiboas freicanecae
(Caramaschi & Velosa,

Hypsiboas faber (Wied-

Hypsiboas pardalis (Spix,


(Spix, 1824)5;6;7;8;10;11;12;16;17;2

(Caramaschi & Rodriguez,


Hypsiboas albomarginatus

Hypsiboas crepitans (Wied-

(Carnaval & Peixoto, 2004)1


LOCALIDADES

Neuwied, 1821) 10; 11;15;23;26;28;32

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
MATA ATLÂNTICA

JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS
URBANO

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

2
1
5
1

11
14
21
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE

XXII

XXV
REFERÊNCIA*

XXIII

XXVI

XXVII
XXIV

XXVIII
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 66
29.

37.
36.
35.
34.
33.
32.
31.
30.
TÁXON

1968)30
1;2;6;13;23;33
1862 6; 7; 8; 10; 11;30

Bokermann, 196633

Freire, 20031;2;6;13;23;33

Neuwied,1821)1; 10;20;30
(Spix, 1824)1;10;15;23;28;30

Scinax auratus (Wied-


Peixoto, Caramaschi &
Phyllodytes acuminatus
Hypsiboas semilineatus

Phyllodytes gyrinaethes

Phyllomedusa nordestina
Hypsiboas raniceps Cope,

Phyllodytes luteolus Wied-


Caramaschi & Freire, 2003

Neuwied, 18241; 10;20;23;26;28;33

Caramaschi, 20062; 7; 8; 10; 11;39


LOCALIDADES

Phyllodytes edelmoi Peixoto,

Scinax eurydice (Bokermann,

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
MATA ATLÂNTICA

JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS
URBANO

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

7
9
1
1
1
11
20
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE

XXX
REFERÊNCIA*

XXXII

24 XXXV
XXXI
XXIX

XXXIII

XXXVI
11 XXXIV

XXXVII
67 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
38.

46.
45.
44.
43.
42.
41.
40.
39.
TÁXON

1824)6

18383;8
1768)30

1824)7; 6; 8; 10; 11;30

Trachycephalus

(Laurenti, 1768)30
1925)7;9;10;11;23;26;28;30

Ribeiro, 1937)7;10;20;30
Scinax ruber (Laurenti,

Scinax x-signatus (Spix,


Scinax nebulosus (Spix,

nigromaculatus Tschudi,

Trachycephalus venulosus
(Hensel, 1867)10;11;15;23;26;28;30
Sphaenorhynchus prasinus
Scinax fuscovarius (A. Lutz,

Scinax pachycrus (Miranda-

Bokermann, 197310;13;23;26;28;30
LOCALIDADES

Trachycephalus mesophaeus

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
MATA ATLÂNTICA

JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS
URBANO

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

3
2
2
2
2
9
3

27
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE

XL

XLI

XLII

XLV
XLIII

XLVI
REFERÊNCIA*

XLIV
13 XXXIX
XXXVIII
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 68
47.

53.
52.
51.
50.
49.
48.
TÁXON

7-LEIUPERIDAE

1862”1861”)35

(Cope, 1887) 30
Pimenta, 200435

11;12;16;18;19;21;26;28; 35

8-LEPTODACTYLIDAE
Bokermann, 196635

(Reinhardt & Lütken,


Physalaemus cicada
Physalaemus cuvieri

Physalaemus kroyeri
Fitzinger, 18267; 8; 9; 10;

(Peters, 1870)7; 10; 11; 35

(Hensel, 1867)5; 10; 11; 30


Pleurodema diplolister

Pseudopaludicola falcipes
Physalaemus erikae Cruz &
LOCALIDADES

Pseudopaludicola mystacalis

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
MATA ATLÂNTICA

JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS
URBANO

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

1
6
3
2
2
2

23
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE

LI

LII

LIII
REFERÊNCIA*

XLIX
XLVII

XLVIII
69 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
55.
54.

61.
60.
59.
58.
57.
56.
TÁXON

198310
25;26;28;41

8;21;26;28;40
16;18;21;26;28;40

Leptodactylus
Lutz, 19301;2;4;46

Bokermann, 1969
Lutz, 19307; 9; 10;11;31

1758)5;6;7;8;10;11;26;28;35
ocellatus (Linnaeus,
Leptodactylus fuscus

Leptodactylus syphax
Leptodactylus ochraceus

Leptodactylus mystacinus

Leptodactylus spixi Heyer,


(Steindachner, 1867)1; 10; 11,
Leptodactylus marmoratus

Leptodactylus natalensis A.
(Burmeister, 1861)7;8;9;10;11;16;1
LOCALIDADES

(Schneider, 1799)5;6;7;8;9;10;11;12;

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
MATA ATLÂNTICA

JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS
URBANO

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

1
9
3

26
12
14
24
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE

LV

LX
LVI
LIV

LXI
LIX
LVII

LVIII
REFERÊNCIA*
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 70
62.

66.
65.
63.

67.
64.
TÁXON

10-PIPIDAE

5;26;28;37

11-RANIDAE
19307; 8; 9;10;36

9-MICROHYLIDAE

10;13;18;19;25;26;28;30
Lutz, 19267; 9; 10;11;40

Elachistocleis ovalis

Cope, 1870”1869”1; 3; 4;
Dermatonotus muelleri
(Boettger, 1885)7; 8; 10;11;30

Pipa carvalhoi (Miranda-


(Schneider, 1799)5; 10; 11;30

Ribeiro, 1937)7;8;10;11;13;16;23;2
Stereocyclops incrassatus
Leptodactylus troglodytes A.
LOCALIDADES

Leptodactylus vastus A. Lutz,

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
MATA ATLÂNTICA

JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS
URBANO

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

6
2
4
8
27
22
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE

LXII

LXV
REFERÊNCIA*

LXIII

LXVI
LXIV

LXVII
71 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
68.
LOCALIDADE
TOTAL DE ESPÉCIES POR

69.

1-CAECILIDAE
“BIOMA”
TOTAL DE ESPÉCIES POR

TÁXON
1820)43;4;8;9;10;11;13;24;26
Siphonops annulatus (Mikan,

1824)6;30
Lithobates palmipes (Spix,
GYMNOPHIONA

LOCALIDADES
36 14 21 24 19 19 16 15 30 19 15 21 9
60 ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS

MATA ATLÂNTICA
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
JARDIM BOTÂNICO
25 16 42 6

ENGENHO ÁGUA AZUL


MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
19 33 22 31 8

ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
47

18 37

RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA


BREJOS DE ALTITUDE

BREJO DOS CAVALOS


20

TRIUNFO
30

FAZENDA BURITI
18 12 10

PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU


12

URBANO

PRAÇAS E PARQUES DE GARANHUNS

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE


2

13 LXVIII

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


LXIX

REFERÊNCIA*

Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 72
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)* 73

*Referências: I-Santos e Carnaval, 2002; et al., 2008. XXII-Andrade, 2007; Haddad et al.,
Haddad et al., 2008. II-Santos e Carnaval, 2002; 2008. XXIII-Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e
Santana, 2004; Freitas e Silva, 2004; Chesf, 2005; Moura, 2003; Moura, 2004; Moura et al., 2006b;
Freitas e Silva, 2005; Buarque Júnior, 2007; K.M. Buarque Júnior, 2007. XXIV-Haddad et al., 2008.
Albertim e G.J.B. Moura, Com. Pess. III-Freitas e XXV-Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Freitas
Silva, 2007; Frost, 2008. IV-Cruz e Peixoto, 1982; e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005. XXVI-Feio et al.,
Juncá e Freitas, 2001; Santos e Carnaval, 2002; 1998; Kwet e Di-Bernardo, 1999; Izecksohn e
Carnaval e Moura, 2003; Moura, 2004; Freitas e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
Silva, 2005; Buarque Júnior, 2007; Haddad et al., Freitas e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005; Deiques,
2008; Quirino et al., 2008. V-Borges-Nojosa, 1991; 2007; Haddad et al., 2008. XXVII-Carnaval e
Santos, 1995; Feio et al., 1998; Izecksohn e Peixoto, 2004. XXVIII-Santos e Carnaval, 2002;
Carvalho-e-Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Moura et al., 2006b; Haddad et al., 2008. XXIX-
Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, Borges-Nojosa, 1991; Santos, 2001; Santos e
2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e
al., 2006a; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e
2007. VI- Freitas e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005. Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al.,
VII-Borges-Nojosa, 1991; Santos e Carnaval, 2002; 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Buarque
Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XXX-Santos, 1995;
2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003;
al., 2006a; Moura et al., 2006b; Vieira, 2006; Moura, 2004; Moura et al., 2006b; Haddad et al.,
Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. VIII- 2008. XXXI-Oliveira, 2007. XXXII-Peixoto et al.,
Borges-Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., 2003. XXXIII-Peixoto et al., 2003. XXXIV-Bokermann,
1998; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; 1966; Peixoto, 1977; Santos, 1995; Santos e
Freitas e Silva; 2004; Lima, 2004; Moura et al., Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e
2006a; Moura et al., 2006b; Carnaval e Moura, Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
2003; Moura, 2004; Vieira, 2006; Buarque Júnior, Buarque Júnior, 2007; Haddad et al., 2008. XXXV-
2007; Moura et al., 2007. IX-Freitas e Silva, 2007. Borges-Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al.,
X-Freitas e Silva, 2007. XI-Freitas e Silva, 2007. XII- 1998; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
Santos, 1995; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2005;
Moura, 2003; Moura, 2004. XIII-Santos e Carnaval, Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004;
2002; Carnaval e Peixoto, 2004; Santos e Santos, Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et
2008a; Santos e Santos, 2008b. XIV-Santos e al., 2006b; Vieira, 2006; Andrade, 2007; Buarque
Carnaval, 2002. XV-Borges-Nojosa, 1991; Santos, Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XXXVI-Lutz, 1977;
1995; Feio et al., 1998; Santos, 2001; Santos e Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e
Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Moura, 2003; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Andrade,
Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al., 2007; K.M. Albertim e G.J.B. Moura, Com. Pess.
2006b; Nascimento, 2006; Buarque Júnior, 2007; XXXVII-Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002.
Moura et al., 2007; Haddad et al., 2008. XVI-Santos, XXXVIII-Feio et al., 1998; Eterovick e Sazima, 2004;
1995; Feio et al., 1998; Izecksohn e Carvalho-e- Freitas e Silva, 2004; Haddad et al., 2008; Freitas e
Silva, 2001; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Silva, 2007; Haddad et al., 2008. XXXIX-Santos,
Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura,
Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Nascimento, 2003; Moura, 2004; Buarque Júnior, 2007. XL-
2006; Buarque Júnior, 2007. XVII-Feio et al., 1998; Santos e Carnaval, 2002. XLI-Amorim, et al., 2008;
Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001; K.M. Albertim e G.J.B. Moura, Com. Pess. XLII-
Santos e Carnaval, 2002; Freitas e Silva, 2004; Borges-Nojosa, 1991; Feio et al., 1998; Lima; 1999;
Lima, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001;
2006a; Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003;
Moura et al., 2007. XVIII-Moura et al., 2006b. XIX- Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
Borges-Nojosa, 1991; Feio et al., 1998; Izecksohn e Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b;
Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001; Santos e Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Andrade, 2007;
Carnaval, 2002; Eterovick e Sazima, 2004; Freitas e Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XLIII-
Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005; Loebmann, 2005; Andrade, 2007; Haddad et al., 2008. XLIV-Freitas e
Buarque Júnior, 2007; Deiques, 2007; Haddad et Silva, 2004; Izeksohn e Carvalho-e-Silva, 2001;
al., 2008. XX-Santos e Carnaval, 2002. XXI-Santos Ramos e Gasparini, 2004; Quirino et al., 2008. XLV-
e Carnaval, 2002; Carnaval e Peixoto, 2004; Haddad Haddad et al., 2008. XLVI-Freitas e Silva, 2007.
74 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

XLVII-Nascimento et al., 2005. XLVIII-Borges- Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Eterovick,
Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., 1998; Kwet 2004; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura,
e Di-Bernardo, 1999; Santos, 2001; Santos e 2004; Chesf, 2005; Freitas e Silva, 2005; Loebmann,
Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Eterovick, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b;
2004; Freitas e Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas e Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Buarque Júnior,
Silva, 2005; Moura et al., 2006b; Nascimento et al., 2007; Deiques, 2007; Moura et al., 2007; Haddad et
2005; Deiques, 2007; Haddad et al., 2008. XLIX- al., 2008. LX-Santos, 1995; Feio et al., 1998;
Santos e Carnaval, 2002; Nascimento et al., 2005. Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001;
L-Nascimento et al., 2005; Freitas e Silva, 2007. LI- Santos e Carnaval, 2002; Freitas e Silva, 2004;
Santos e Carnaval, 2002; Freitas e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005. LXI-Santos e Carnaval, 2002.
Freitas e Silva, 2005; Vieira, 2006. LII-Feio et al., LXII-Santos, 1995; Santos, 2001; Santos e
1998; Loebmann, 2005; Buarque Júnior, 2007. LIII- Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e
Amorim, et al., 2008. LIV-Caramaschi, 2008. LV- Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
Feio et al., 1998; Izecksohn e Carvalho-e-Silva, Vieira, 2006; Buarque Júnior, 2007. LXIII-Borges-
2001; Santos e Carnaval, 2002; Eterovick, 2004; Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., 1998;
Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Freitas e Silva, Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e
2005; Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b; Moura, 2003; Eterovick, 2004; Freitas e Silva, 2004;
Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Buarque Júnior, Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
2007; Moura et al., 2007; Haddad et al., 2008. LVI- Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b;
Kwet e Di-Bernardo, 1999; Izecksohn e Carvalho-e- Nascimento, 2006; Andrade, 2007; Buarque Júnior,
Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e 2007; Moura et al., 2007. LXIV-Borges-Nojosa,
Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; 1991; Santos e Carnaval, 2002; Freitas e Silva,
Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2004; Nascimento, 2006; Freitas e Silva, 2005;
2006a; Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Andrade, 2007. LXV-Feio et al., 1998;
Deiques, 2007; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., Kwet e Di-Bernardo, 1999; Santos e Carnaval,
2007; Haddad et al., 2008. LVII-Freitas e Silva, 2002; Eterovick, 2004; Loebmann, 2005; Moura et
2004; Haddad et al., 2008. LVIII-Santos, 1995; al., 2006b; Andrade, 2007; Deiques, 2007. LXVI-
Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001; Feio et al., 1998; Freitas e Silva, 2004; Freitas e
Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Silva, 2005; Haddad et al., 2008. LXVII-Santos e
Freitas e Silva, 2004; Moura, 2004; Amorim, 2005; Carnaval, 2002; Haddad et al., 2008. LXVIII-Santos,
Freitas e Silva, 2005; Nascimento, 2006. LIX- 1995; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
Borges-Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., Carnaval e Moura, 2003; Lima, 2004; Moura, 2004;
1998; Kwet e Di-Bernardo, 1999; Izecksohn e Moura et al., 2006a; Moura et al., 2007. LXIX-Freitas
Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001; Santos e e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007.
Tabela III: Espécies de anfíbios anuros com ocorrência para a Caatinga do estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia, ecologia e taxonomia, através
da numeração sobrescrita à direita do nome científico de cada espécie.
LOCALIDADES

PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RESERVA ECOLÓGICA MAURÍCIO DANTAS
OURICURÍ
JATOBÁ
SACO DO MARIS
PETROLINA
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
REFERÊNCIA*

TÁXON

1-BUFONIDAE

1. Rhinella granulosa (Spix, 1824) 6; 7; 8; 10; 11,30 14 I

2. Rhinella jimi (Stevaux, 2002) 7; 8; 9; 10; 11,30 15 II

2-CYCLORAMPHIDAE
Odontophrynus carvalhoi Savage & Cei,
3. 1 III
19654;7;10;11;18;26;28;30
Proceratophrys cristiceps (Müller, 1884 “1883”)4;5;7;8;10;1
4. 1;16;18;28;30
12 IV
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*

3-HYLIDAE

5. Corythomantis greeningi Boulenger, 189630 3 V


Dendropsophus branneri (Cochran, 1948)
6. 5;7;8;10;11;16;23;26;30;43; 44
6 VI

7. Dendropsophus soaresi (Caramaschi & Jim, 1983)7;10 1 VII

8. Hypsiboas crepitans (Wied-Neuwied, 1824) 10;32 6 VIII


75
LOCALIDADES 76

PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RESERVA ECOLÓGICA MAURÍCIO DANTAS
OURICURÍ
JATOBÁ
SACO DO MARIS
PETROLINA
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
REFERÊNCIA*

TÁXON

9. Hypsiboas raniceps Cope, 1862 6; 7; 8; 10; 11;30 12 IX


33
10. Phyllodytes acuminatus Bokermann, 1966 1 X
2; 7; 8; 10; 11;39
11. Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006 14 XI
12. Scinax pachycrus (Miranda-Ribeiro, 1937) 7;10;20;30 9 XII
13. Scinax x-signatus (Spix, 1824) 7; 6; 8; 10; 11;30 15 XIII
9; 10; 5; 11;30
14. Trachycephalus atlas Bokermann, 1966 1 XIV
10;30
15. Trachycephalus venulosus (Laurenti, 1768) 1 XV

4-LEIUPERIDAE

16. Physalaemus albifrons (Spix, 1824) 7;35 12 XVI


Physalaemus cuvieri Fitzinger, 18267; 8; 9; 10;
17. 11;12;16;18;19;21;26;28; 35
14 XVII

18. Physalaemus cicada Bokermann, 196635 11 XVIII


Physalaemus kroyeri (Reinhardt & Lütken,
19. 3 XIX
1862”1861”)35
20. Pleurodema diplolister (Peters, 1870) 7; 10; 11; 35 12 XX
21. Pseudopaludicola falcipes (Hensel, 1867) 5; 10; 11; 30 11 XXI
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
LOCALIDADES

PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RESERVA ECOLÓGICA MAURÍCIO DANTAS
OURICURÍ
JATOBÁ
SACO DO MARIS
PETROLINA
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
REFERÊNCIA*

TÁXON

5 - LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) 5;6;7;8;9;10;11;12;16;1
22. 8;21;26;28;40
14 XXII

23. Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) 5;6;7;8;10;11;26;28;35 14 XXIII

24. Leptodactylus troglodytes A. Lutz, 19267; 9; 10;11;40 14 XXIV

25. Leptodactylus vastus A. Lutz, 19307; 8; 9;10;36 14 XXV

6 - MICROHYLIDAE

26. Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) 7; 8; 10;11;30 7 XXVI


!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*

27. Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799) 5; 10; 11;30 1 XXVII

10 - PIPIDAE
Pipa carvalhoi (Miranda-Ribeiro, 1937)
28. 7;8;10;11;13;16;23;25;26;28;37
3 XXVIII

TOTAL DE ESPÉCIES POR LOCALIDADE 14 23 23 18 17 19 15 15 15 17 20 8 18 14 15


77
78 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

*Referências: I-Borges-Nojosa, 1991; Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., 1998;
Santos, 1995; Feio et al., 1998; Izecksohn e Kwet e Di-Bernardo, 1999; Santos, 2001; Santos e
Carvalho-e-Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Eterovick,
Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Freitas e Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas
2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura e Silva, 2005; Moura et al., 2006b; Nascimento
et al., 2006a; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., et al., 2005; Deiques, 2007; Haddad et al., 2008.
2007. II-Borges-Nojosa, 1991; Santos e Carnaval, XVIII-Santos e Carnaval, 2002; Nascimento et
2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; al., 2005. XIX-Nascimento et al., 2005; Freitas e
Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Silva, 2007. XX-Santos e Carnaval, 2002; Freitas
Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b; Vieira, e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005; Vieira, 2006.
2006; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XXI-Feio et al., 1998; Loebmann, 2005; Buarque
III-Freitas e Silva, 2007. IV-Freitas e Silva, 2007. Júnior, 2007. XXII-Feio et al., 1998; Izecksohn e
V-Santos e Carnaval, 2002. VI-Borges-Nojosa, Carvalho-e-Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
1991; Santos, 1995; Feio et al., 1998; Santos, 2001; Eterovick, 2004; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004;
Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura
Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004; et al., 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 2006;
Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007; Haddad
et al., 2006b; Nascimento, 2006; Buarque Júnior, et al., 2008. XXIII-Borges-Nojosa, 1991; Santos,
2007; Moura et al., 2007; Haddad et al., 2008. VII- 1995; Feio et al., 1998; Kwet e Di-Bernardo, 1999;
Santos e Carnaval, 2002. VIII-Santos, 2001; Santos Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001;
e Carnaval, 2002; Freitas e Silva, 2004; Freitas e Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003;
Silva, 2005. IX-Borges-Nojosa, 1991; Santos, Eterovick, 2004; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004;
2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, Moura, 2004; Chesf, 2005; Freitas e Silva, 2005;
2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, Loebmann, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al.,
2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Buarque
Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, Júnior, 2007; Deiques, 2007; Moura et al., 2007;
2006; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. Haddad et al., 2008. XXIV-Santos, 1995; Santos,
X-Oliveira, 2007 XI-Borges-Nojosa, 1991; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura,
1995; Feio et al., 1998; Santos, 2001; Santos e 2003; Freitas e Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas
Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2005; Vieira, 2006; Buarque Júnior, 2007.
e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; XXV-Borges-Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et
Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., al., 1998; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
2006a; Moura et al., 2006b; Vieira, 2006; Andrade, Carnaval e Moura, 2003; Eterovick, 2004; Freitas
2007; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XII- e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas
Santos e Carnaval, 2002; K.M. Albertim e G.J.B. e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al.,
Moura, Com. Pess. XIII-Borges-Nojosa, 1991; Feio 2006b; Nascimento, 2006; Andrade, 2007; Buarque
et al., 1998; Lima; 1999; Izecksohn e Carvalho- Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XXVI-Borges-
e-Silva, 2001; Santos, 2001; Santos e Carnaval, Nojosa, 1991; Santos e Carnaval, 2002; Freitas
2002; Carnaval e Moura, 2003; Lima, 2004; Moura, e Silva, 2004; Nascimento, 2006; Freitas e Silva,
2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; 2005; Vieira, 2006; Andrade, 2007. XXVII-Feio et al.,
Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 1998; Kwet e Di-Bernardo, 1999; Santos e Carnaval,
2006; Andrade, 2007; Buarque Júnior, 2007; Moura 2002; Eterovick, 2004; Loebmann, 2005; Moura et
et al., 2007. XIV-Freitas e Silva, 2007. XV-Freitas e al., 2006b; Andrade, 2007; Deiques, 2007. XXVIII-
Silva, 2007. XVI-Freitas e Silva, 2007. XVII-Borges- Santos e Carnaval, 2002; Haddad et al., 2008.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)* 79

Considerações finais possibilitando identificar padrões e processos que


subsidiem o mapeamento das áreas prioritárias de
Os resultados apresentados evidenciam a ação e as políticas de conservação eficientes.
necessidade de esforços exaustivos que visem É importante salientar que existem problemas
conhecer a real diversidade de anfíbios no taxonômicos apresentados nas listas de anfíbios
estado de Pernambuco, ressaltando que para ocorrentes para o Nordeste do Brasil (JUNCA,
implementar políticas de conservação eficientes, 2006; RODRIGUES, 2003; RODRIGUES, 2004)
o conhecimento da biodiversidade de uma região destacando a necessidade de trabalhos de cunho
torna-se fundamental para o planejamento das taxonômico. Todavia, deve-se evitar a utilização de
estratégias e o mapeamento das áreas prioritárias números para designar espécies não identificadas,
de ação. a não ser que o trabalho seja acompanhado de uma
Diante do crescente processo de destruição boa descrição e fotografias da referida espécie,
dos ambientes naturais, torna-se indispensável o pois, caso contrário, a informação fica perdida,
aprofundamento de estudos em áreas estratégicas impossibilitando o reconhecimento por outros
da Região Nordeste. Para isso, é necessário o pesquisadores, contrariando um princípio básico
desenvolvimento de projetos que visem conhecer a da ciência para a continuidade do conhecimento
real riqueza de anfíbios e os seus aspectos ecológicos, acadêmico.

Agradecimentos
A todos os pesquisadores que, de forma pontual ou contínua, contribuíram e contribuem para o
avanço do conhecimento sobre a fauna de anfíbios do estado de Pernambuco. Ao herpetólogo Eduardo
Lins, pela dedicação na confecção do mapa de ocorrrência. À professora Icléia Miriam Barbosa de Moura,
pela leitura e a correção técnica do texto. Ao Ibama, pelo incentivo e apoio financeiro na confecção desta
obra.
APÊNDICE A 80

Microrregiões/municípios com registro de ocorrência de anfíbios anuros no estado de Pernambuco, evidenciando o número de espécies para cada localidade.
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)* 81

Referências

AMORIM, F. O. Distribuição temporal da atividade de vocalização de Leptodactylus natalensis Lutz,


1930 (Anura, Leptodactylidae) em fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco !"##$ !%&'&()*+*!
(Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2005.

AMORIM, F. O.; ROBERTO, I. J.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna de cinco localidades da Caatinga de


Pernambuco, Nordeste do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., 2007, Belém.
Anais... 2007. UFPA.

AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S.; SANTOS, E. M. Anurofauna de fragmento de Mata Atlântica no município
de Igarassu, Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO,
1., 2008, Recife. Anais... 2008.

ANDRADE, E. V. E. Aspectos ecológicos e caracterização morfométrica e biométrica de formas


larvárias de anfíbios anuros em poça temporária, remanescente de Mata Atlântica, NE do Brasil.
"##, !- !./ !%&'&()*+*!01)*23*45&6!7!8'9:;)<92*2;!=;2;)*>!2;!?;)'*@A3B&C!D;B9E;C!"##,

BALDISSERA JÚNIOR, F. A.; CARAMASCHI, U.; HADDAD, C. F. B. Review of the Bufo crucifer species
group, with descriptions of two related species (Amphibia, Anura, Bufonidae). Arquivos do Museu
Nacional, Rio de Janeiro, v. 62, n. 3, p. 255-282, 2004.

BOKERMANN, W. C. A. O gênero Phyllodytes Wagler, 1830 (Anura, Hylidae). Anais da Academia


Brasileira de Ciências, v. 38, n. 2, p. 335-344, 1966.

BORGES-NOJOSA, D. M. Herpetofauna do Maciço de Baturipé, estado do Ceará: composição,


!"#"$%&' '!"()%* +&,- )'.""$ "$+/0!&). 1991. p. 91. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal
da Paraíba, João Pessoa, 1991.

BUARQUE-JÚNIOR, D. V. Aspectos Ecológicos da Anurofauna em Dois Remanescentes de Mata


Atlântica, Nordeste do Brasil !"##, !- !$# !%&'&()*+*!0F-;)E;94&*@;'G&H;<-;B9*>9I*45&!;@!J23B*45&!
Ambiental) – Universidade de Pernambuco, Recife, 2007.

CAMPOS, T. F.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; SANTOS, E. M. S. Anfíbios anuros do Parque
Nacional do Catimbau (Buíque/PE) com nova ocorrência do gênero Phyllodytes para o Sertão central. In:
ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1.; 2008.

CARAMASCHI, U. Taxonimic status of Leptodactylus ochraceus, a forgotten species (Anura:


Leptodactylidae). Revista Brasileira de Zoologia, v. 25, n. 30, p. 523-528, 2008.

CARNAVAL, A. C. O. Q.; MOURA, G. J. B.; SILVA, M. F. Levantamento de anfíbios. In: INVENTÁRIO DA


BIODIVERSIDADE DA RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ, 2004. p. 36.

CARNAVAL, A. C. O.Q.; PEIXOTO, O. L. A new species of Hyla from Northeastern Brazil (Amphibia, Anura,
Hylidae). Herpetológica (Austin), Estados Unidos, v. 60, p. 387-395, 2004.

CARVALHO, C. L. B., SANTOS, E. M.; SILVA, L. A. M. Lista atualizada de anfíbios anuros da Estação
Ecológica de Tapacurá. Revista Ômega, Série Biológica, UFRPE, v. 5, p. 29-34, 1998.

COMPANHIA HIDROELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO (CHESF). A Flora e a Fauna da Chesf em Salvador.


Complexo Pituaçu. Ed. Chesf, 2005. p. 63.

CRUZ, C. A. G.; PEIXOTO, O. L. Sobre a biologia de Atelopus pernambucensis Bokermann, 1962 (Amphibia,
Anura, Bufonidae). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 42, n. 3, p. 627-629, 1982.

DEIQUES, C. H.; STAHNKE, L. F.; REINKE, M.; SCHMITT, P. Guia ilustrado dos anfíbios e répteis do
Parque Nacional de Aparados da Serra, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Brasil. Porto Alegre: Ed.
Useb, p. 120. 2007.
82 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

EL-DEIR, S. G. Levantamento sistemático preliminar da Anurofauna da Estação Ecológica de


Tapacurá-PE !" !#$ !%&'( !)*+*,-./.!01-.23.45*!67!89:+;9.<!=9*>?,9;.<@!A!B+9C6-<92.26!D626-.>!26!
Pernambuco, Recife, 1985.

ETEROVICK, P. C.; SAZIMA, I. Anfíbios da Serra do Cipó. Belo Horizonte: Ed. PUC Minas, v. 1, 2004. p.
150.

FREITAS, M. A. de; SILVA, T. F. S. !"#$%&'()*(+*,%*-(./(0.%*()1(%)1!2%34*56&. Camaçari: Ed. Malha-


de-Sapo-Publicações, 2004. p. 60.

FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S. A Herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina. Pelotas: Ed. Useb, 2005.
p. 161.

FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S. A Herpetofauna das Caatingas e áreas de Altitudes do Nordeste


brasileiro. Pelotas: Useb, 2007. 388 p.

FAIVOVICH, J.; HADDAD, C. F. B.; GARCIA, P. C. A.; FROST, D. R.; CAMPBELL, J. A.; WHEELER, W. C.
Systematic review of the frog Family Hylidae, with special reference to Hylinae: Phylogenetic analysis and
taxonomic revision. Bulletin of the American Museum of Natural History, n. 294, p. 240, 2005.

FEIO, R. N.; BRAGA, U. M. L.; WIEDERHECKER, H.; SANTOS, P. S. Anfíbios do Parque Estadual do Rio
Doce (Minas Gerais). Viçosa, MG: UFV, 1998. p. 32.

FROST, D. R. Amphibian species of the world. An online reference. Versão 5.2. 2008. Disponível em:
<http://research.amnh.org/herpetology/amphibia.index.html>. Acesso em: 25 ago. 2008.

HADDAD, C. F. B.; TOLEDO, L. F.; PRADO, C. P. A. Anfíbios da Mata Atlântica. São Paulo: Ed. Neotrópica,
2008. p. 243.

HADDAD, C. F. B.; PRADO, C. P. A. Reproductive modes in frogs and their unexpected diversity in the
Atlantic forest of Brazil. BioScience, v. 55, n. 3, p. 207-217, 2005.

IZECKSOHN, E.; CARVALHO-E-SILVA, S. P. Anfíbios do município do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro:


UFRJ, 2001. p. 147.

JUNCÁ, F. A.; FREITAS, M. A. de. Geographic Distribution Frostius pernambucensis, Elíseo Medrado,
Bahia, Brasil. Herpetological Review, v. 32, n. 4, p. 270-271, 2001.

JUNCÁ, F. A. Diversidade e uso de habitat por anfíbios anuros em duas localidades de Mata Atlântica, no
norte do estado da Bahia. Biota Neotrópica, v. 6, n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.
org.br/v6n2/pt/abstract?inventory+bn03006022006>.

LIMA, R. O. Levantamento, distribuição e ocupação ambiental da Anurofauna em ambiente impactado


e análise da variação populacional de anfíbios em açude permanente, Nazaré da Mata, PE. 2004.
)*+*,-./.!01-.23.45*!67!89:+;9.<!=9*>?,9;.<@!A!B+9C6-<92.26!D626-.>!26!E6-+.7F3;*G!H6;9I6G!J$$K

LOEBMANN, D. Os anfíbios da região costeira do extremo sul do Brasil. Pelotas: Ed. Useb, 2005. p.76.

LUTZ, B. Brazilian species of hyla. Austin, Texas: Ed. University of Texas press, 1973. p. 260.

MIRANDA, J. R. Introduction à l’etude de l’ Herpétofaune de la région d’Ouricuri-PE (Nordeste du


Bresil) !%&'L !" !(L !)*+*,-./.!0M9">*76!2N6O326<!.""-*I.+2696<!2N6;*>*,96@!A!B+9C6-<9O6!26<!P;96+;6<!
et Techniques du Languedoc. Academie de Montpellier, 1983.

MOURA, G. J. B.; CARNAVAL, A. C. O. Q.; SILVA, M. F. Frogs of the Gurju Reserva (Pernambuco, Brazil). In:
JOINT MEETING OF ICHTHYOLOGISTS AND HERPETOLOGISTS, 2003, Manaus - Amazonas. Resume
Boletim… 2003.

MOURA, G. J. B. Utilização da anurofauna como bioindicadora do efeito da eliminação de


resíduos tóxicos nos recursos hídricos da Reserva Estadual de Gurjaú/PE.!J$$K !" !J# !)*+*,-./.!
(Especialização em Zoologia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia,
Recife, 2004.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)* 83

MOURA, G. J. B.; CARNAVAL, A. C. O. Q.; LARAZABAL, M. E. Utilização da Anurofauna como bioindicadora


do efeito de resíduos tóxicos eliminados no Rio Gurjaú, PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA,
25., 2004, Brasília. Resumos... 2004. p. 212-212.

)QBHRG!1 !S != T!EUHUVHRG!H !D T!PVWXRG!H !1 !X.-9.45*!"*"3>.;9*+.>!6!6<"6;9/;92.26!79;-*.7F96+O.>!2.!


anurofauna presente no Engenho Santa Fé, Nazaré da Mata, PE. Resumo Expandido. In: CONGRESSO
NORDESTINO DE ECOLOGIA - MEIO AMBIENTE NO NORDESTE: AVANÇOS E DESAFIOS, SOCIEDADE
NORDESTINA DE ECOLOGIA 11., 2006, Recife. Anais... 2006a.

MOURA, G. J. B.; LIMA, R. O.; FONSECA-NETO, R.; FERREIRA, J. D.; MEDEIROS, S. Distribuição espacial
da anurofauna em açude permanente, Nazaré da Mata-PE, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE
ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007, Garanhuns. Anais... 2007. Recife: UFPE.

MOURA, G. J. B.; PEREIRA, R. F.; SILVA, R. G., Utilização da Anurofauna como bioindicadora do grau de
conservação da Reserva Ecológica de Carnijó, remanescente de Mata Atlântica, Moreno, PE. Resumo
Expandido. 2006b. In: CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, MEIO AMBIENTE NO NORDESTE:
AVANÇOS E DESAFIOS, SOCIEDADE NORDESTINA DE ECOLOGIA, 11., 2006, Recife. Anais... 2006.

MOURA, G. J. B.; LIMA, R. O.; FONSECA-NETO, R.; FERREIRA, J. D.; MEDEIROS, S. Distribuição espacial
da anurofauna em açude permanente, Nazaré da Mata-PE, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE
ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007, Garanhuns. Anais... 2007. Recife: UFPE.

NASCIMENTO, L. B.; CARAMASCHI, U.; CRUZ, C. A. G. Taxonomic review of the species groups of the
genus Physalaemus Fitzinger, 1826 with revalidation of the genera Engystomops Jiménez-de-la-Espada,
1872, and Eupemphix Steindachner, 1863 (Amphibia, Anura, Leptodactylidae). Arquivos do Museu
Nacional, Rio de Janeiro, v. 63, n. 2, p. 297- 320, 2005.

NASCIMETO, V. M.; TEIXEIRA, S.; MOURA, G. J. B. Levantamento e Ocupação Ambiental de Anfíbios


Anuros da Reserva Ecológica de Duas Lagoas, Cabo de Santo Agostinho (PE). In: ENCONTRO DE
EXTENSÃO E PESQUISA DISCENTES EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, 2., 2006, Recife-PE. Anais... 2006.

OLIVEIRA, T. S. Ocupação ambiental de anfíbios anuros em quatro praças e um parque da área


metropolitana de Garanhuns, PE !J$$# !K&!" !)*+*,-./.!0R"6-I694*.76+O*Y6<"6;9.>9Z.45*!67!=9*>*,9.@!
– Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.

PEIXOTO, O. L. Anfíbios anuros associados à Bromeliaceae nos estados do Rio de Janeiro e Espírito
Santo. 1977. p. 58. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1977.

PEIXOTO, O. L.; CARAMASCHI, U.; FREIRE, E. M. X. Two new species of Phyllodytes (Anura: Hylidae) from
the State of Alagoas, Northeastern Brazil. Herpetológica, v. 59, n. 2, p. 235-246, 2003.

QUIRINO, A. M. S.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista
preliminar da anurofauna do município de Triunfo, com duas novas ocorrências para o estado de
Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.

RAMOS, A. D.; GASPARINI, J. L. Anfíbios do Goia Paba-Açu, Fundão, estado do Espírito Santo. Vitória,
UP[!1-\/;.!P.+O*!R+O]+9*G!J$$K !" !#(

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.). Biodiversidade,


Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003. p. 181-236.

RODRIGUES, M. T. Fauna de Anfíbios e Répteis das Caatingas. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.;
FONSECA, M. T.; LINS, L. V. (Ed.). Biodiversidade da Caatinga: Áreas de Ações Prioritárias para a
Conservação. Brasília: MMA, 2004. p. 173- 179.

SANTANA, G. G. Hábito alimentar de Eleutherodactylus ramagii (Boulenger, 1888) (Amphibia: Anura,


Leptodactylidae) em fragmentos da Mata Atlântica (João Pessoa, Paraíba, Brasil). Dissertação
(Mestrado) – Universidade Federal da Paraíba, 2004. p. 72.
84 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

SANTOS, E. M. S. Anfíbios Anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu – PE !)*+*,-./.!


(Ciências Biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 1995a. p. 83.

SANTOS, E. M. S.; SILVA, L. A. M. Anurofauna da reserva Ecológica de Dois Irmãos. In: MACHADO, I.
C. A.; LOPES, V.; PORTO, K. C. (Org.). Reserva Ecológica de Dois Irmãos num fragmento de Mata
Atlântica Urbana (Recife/PE/Brasil). 1.ed. Recife: Ed. Universitária, 1998. p. 225-238.

SANTOS, E. M. S. Ocupação Ambiental, sazonalidade e hábito alimentar de anfíbios anuros numa poça
temporária em fragmento de Mata Atlântica em Pernambuco. 2001. 56 p. Dissertação (Mestrado em
Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Zoologia, Recife, 2001.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S. Registro de comportamento gregário em girinos da rã


Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Anura, Leptodactylidae). In: ENCONTRO NACIONAL DE BIÓLOGOS.
Natal, 2004.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Cuidado parental em Leptodactylus natalensis (Amphibia, Anura,


Leptodactylidae). Iheringia, v. 96, p. 491-494, 2006.

SANTOS, E. M. S.; CARNAVAL, A. M. C. O. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI,


M.; SILVA, J. M. C. S. (Ed.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Sectma; Ed.
Massangana, v. 2, Cap. 33, 2002. p. 259-535.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Herpetofauna de dois fragmentos de Mata Atlântica do Estado de


Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 27., 2008, Curitiba. Anais... 2008.

SANTOS, S. P. L.; SANTOS, E. M. S. Status Conservacionista da Anurofauna e os efeitos das mudanças


climáticas na RPPN Frei Caneca, Jaqueira, Pernambuco. In: SEABRA, G. de F. (Org.). A Conferência da
Terra: Fórum Internacional do Meio Ambiente. Questões Globais e soluções locais. João Pessoa: UFPB,
2008a. p. 779.

SANTOS, S. P. L.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna da RPPN Frei Caneca (Jaqueira/PE), com novas
ocorrências de cinco anfíbios anuros para Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOFAUNA DE
MASTOFAUNA EM PERNAMBUCO, 1., Recife. 2008b.

SILVA, G. L.; ALMEIDA, G. V. L.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Anfíbios Anuros da Fazenda
Saco, Sertão do Pajeú, Serra Talhada/PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM
PERNAMBUCO, 1., Recife, 2008.

VIEIRA, W. L. da S. Anurofauna associada a ambientes aquáticos temporários em área de Caatinga


(São João do Cariri, Paraíba, Brasil). 2006. p. 131. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa, 2006.
!"#$%$&'!"()"*!+),-'"*.'/0#$.)"('"1)2).3%456*"
(Amphibia: Anura)

Edson Victor Euclides de Andrade1; Geraldo Jorge Barbosa de Moura2

RESUMO Abstract
A maioria das espécies de anuros apresenta Most anuran species have a larval phase,
uma fase larval aquática (girino) e uma adulta usually aquatic (tadpole), and an adult one,
(geralmente terrestre). A identificação da forma usually terrestrial. Species identification of
larval pode facilitar a amostragem da anurofauna, larvae may aid to anuran inventories, due to the
devido à presença do girino por mais tempo no presence of the tadpole in water bodies for a
corpo d’água do que os adultos em atividade longer time than the adults in reproductive activity,
reprodutiva, e a detecção de espécies de difícil Tadpole presence may also allow detection of
captura. A grande diversidade morfológica species hard to capture in the adult phase. The
dos girinos pode ser utilizada na resolução de great morphological diversity of tadpoles can be
problemas taxonômicos, mas a dificuldade na used to solve taxonomic problems, but problems
identificação dessa fase de vida dos anuros regarding the identification of anuran larvae make
tem dificultado o desenvolvimento de trabalhos it hard to study their morphology and also ecology.
relacionados à morfologia e, também, à ecologia This paper aimed to identify and characterize
das formas larvárias. Este trabalho visou identificar morphologically and biometrically the tadpoles
e caracterizar morfológica e biometricamente os of anuran species found in an Atlantic Rainforest
girinos de espécies presentes em remanescente remnant in Pernambuco, being useful as a guide
de Mata Atlântica em Pernambuco, e servir como to identification of these species in the larval
guia de identificação das espécies em forma larval. stage. The tadpoles characterized were: Rhinella
Foram caracterizados os seguintes girinos: Rhinella sp., Dendropsophus gr. branneri, D. decipiens,
sp., Dendropsophus gr. branneri, D. decipiens, D. minutus, D. sp.1, D. sp.2, D. sp.3, Hypsiboas
D. minutus, D. sp.1, D. sp.2, D. sp.3, Hypsiboas albomarginatus, Phyllomedusa nordestina, Scinax
albomarginatus, Phyllomedusa nordestina, Scinax auratus, S. x-signatus, Sphaenorhyncus prasinus,
auratus, S. x-signatus, Sphaenorhyncus prasinus, Leptodactylus gr. marmoratus, L. natalensis, L.
Leptodactylus gr. marmoratus, L. natalensis, L. vastus, Dermatonotus muelleri, Elachistoclei
vastus, Dermatonotus muelleri, Elachistoclei ovalis ovalis and Lithobates palmipes.
e Lithobates palmipes.

Palavras-chave: Larva, Descrição, Taxono- Keywords: larva, description, taxonomy, sys-


mia, Sistemática, Mata Atlântica, Herpetofauna, tematics, Atlantic rainforest, herpetofauna, Pernam-
Pernambuco. buco

1
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
Os anfíbios anuros são caracterizados por Os girinos do tipo I incluem Pipidae e
uma história de vida bifásica com fases larval (girino) Rhinophrynidae, não apresentam estruturas
e adulta (sapos, rãs ou pererecas) bastante distintas queratinizadas no aparelho oral e têm um par de
e interligadas por uma transformação anatômica, espiráculos, um em cada lado do corpo; os do
fisiológica e comportamental denominada meta- tipo II estão presentes em Microhylidae, também
morfose (DUELLMAN; TRUEB, 1994; POUGH et al., não apresentam estruturas queratinizadas no
2003; HADRIGAN; WASSERSUG, 2007). Girinos e aparelho oral e têm um espiráculo ventral medial
pós-metamórficos diferem em muitos aspectos que se abre próximo à cauda. Câmaras branquiais
gerais, como habitat, dieta, comportamento e separadas se abrem nesse espiráculo único; os
fisiologia (DUELLMAN; TRUEB, 1994; McDIARMID; do tipo III incluem Ascaphidae e Discoglossidae
ALTIG, 1999). Morfologicamente essas diferenças que apresentam estruturas queratinizadas na
são bastante claras – girinos geralmente têm corpos boca, o espiráculo é ventral e mediano e se abre
globulares e cauda longa e flexível, enquanto aproximadamente na metade da superfície ventral;
adultos não apresentam caudas e têm membros e os do tipo IV, presentes em todos os outros
anteriores e posteriores bem desenvolvidos. anuros, apresentam estruturas queratinizadas
Porém, girinos e pós-metamórficos dividem alguns na boca e um espiráculo que se abre do lado
caracteres-chave como esqueleto axial truncado esquerdo do corpo. Posteriormente, Starret (1973)
e ausência de vértebras caudais, o que confere adotou os conceitos de Orton (1957) de linhagens
vantagens adaptativas para ambas as fases de baseadas em características larvárias. De fato,
vida (HADRIGAN; WASSERSUG, 2007). algumas características larvais, particularmente
A diversidade morfológica dos girinos caracteres externos, como posição da abertura
é imensa e essa diversidade parece variar em do espiráculo e estrutura do aparelho bucal, têm
relação aos ambientes ocupados pelos girinos sido parte integrante da sistemática dos anuros
(ALTIG; McDIARMID, 1999a), incluindo tanto a por mais de meio século, embora tenham sido
morfologia geral como forma do corpo, posição mais utilizados principalmente a partir dos anos de
dos olhos, configuração e orientação do disco 1990 (NOBLE, 1925; ORTON, 1953; INGER, 1967;
oral (ALTIG; JOHNSTON, 1989), como caracteres FABREZI; LAVILLA, 1992; DUELLMAN; TRUEB,
internos como a estrutura do aparelho bucal, 1994; FORD; CANNATELLA, 1993; MAGLIA et al.,
características do sistema músculo-esquelético, e 2001; PUGENER et al., 2003; HAAS, 2003; FROST
caracteres ecológicos como hábitos alimentares et al., 2006).
(WASSERSUG, 1980; VERA CANDIOTI; HAAS, 2004; Apesar da reconhecida diversidade
VERA CANDIOTI, 2007). Essa grande diversidade morfológica (ALTIG; McDIARMID, 1999b) e sua
morfológica tem sido utilizada na resolução de utilidade na sistemática do grupo, estudos tanto
relações filogenéticas entre os anuros. Orton (1953) ecológicos quanto morfológicos realizados
dividiu os girinos em quatro tipos: I, II, III e IV, na com a fase larval ainda são bastante escassos,
ordem do aumento da complexidade morfológica, principalmente quando comparados àqueles
sugerindo, posteriormente (ORTON, 1957), que eles realizados com a fase adulta. McDiarmid e Altig
poderiam representar uma sequência filogenética, (1999) supõem que essa escassez de informações
embora não os tenha utilizado como base para relativas à fase larval esteja relacionada ao fato
uma classificação formal da classe Amphibia. de os pesquisadores relutarem em coletar o
88 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

que têm dificuldade para identificar. Os girinos, Este trabalho visa suprir uma deficiência
se identificados, representam uma forma de básica do estado de Pernambuco, possibilitando
amostragem complementar para inventários da o reconhecimento da anurofauna na fase larval,
anurofauna, destacando-se pelo aumento da descrevendo e registrando a variação dos seus
eficiência de amostragem para espécies com baixa caracteres morfológicos e biométricos, de modo
taxa de captura, uma vez que têm distribuição a servir de guia para a identificação de alguns
restrita ao corpo d’água, além de passarem girinos das espécies de anuros presentes no
mais tempo nele do que os adultos em atividade estado (Capítulo 2), e também estimular a
reprodutiva, podendo facilitar a captura. Espécies continuidade dos trabalhos de identificação
menos conspícuas em um sítio reprodutivo, como dos girinos de Pernambuco, para que possam
Elachistoclei ovalis Schneider, 1799, e Dermatonotus ser realizados trabalhos de outra natureza com
muelleri (BOETTGER, 1985), já tiveram seus girinos os girinos reconhecidos. A identificação dos
amostrados enquanto não haviam sido capturadas girinos permite a aquisição de informações
suas formas adultas (ANDRADE, 2007; GERALDO ecológicas sobre essa fase da vida dos anuros,
J. B. MOURA, com. pess.). tão diversa daquela adulta, permitindo, além
Em Pernambuco, apenas 11 publicações do conhecimento mais amplo da biologia
incluem informações sobre a fase larval de dos anuros, a criação de planos de manejo
espécies de anuros, sendo quatro resultantes do mais eficientes, levando em consideração as
mesmo trabalho e quatro de outro. As referências, características e as necessidades diversas
suas naturezas de publicação e o modo de citação de cada um dos momentos ontogenéticos e
das formas larvárias estão listados na Tabela I. ecológicos dos anfíbios anuros.

Tabela I - Histórico dos trabalhos relacionados à fase larvária de anfíbios anuros realizados no estado de Pernambuco.

Referência Natureza da publicação Enfoque


Descrição da fase larval de Atelopus (=Frostius)
Cruz e Peixoto (1982) Artigo científico
pernambucensis no Parque Estadual Dois Irmãos.

Carnaval e Peixoto Descrição da espécie Hyla (=Hypsiboas)


Artigo científico freicanecae e de sua forma larval até então
(2004) endêmica à RPPN Frei Caneca.
Descrição do comportamento gregário apresentado
Santos et al. (2004) Resumo simples
pelos girinos de Leptodactylus natalensis.
Descrição da biologia reprodutiva e do cuidado
Santos (2005) Tese parental em Leptodactylus natalensis em poças
temporárias em dois fragmentos de Mata Atlântica.
Descrição do cuidado parental de Leptodactylus
Santos e Amorim (2006) Artigo científico natalensis na Estação Ecológica do Tapacurá e no
Refúgio Ecológico Charles Darwin.
Distribuição espacial e temporal, caracterização
Andrade (2007) Monografia morfológica e biométrica de girinos em poça
temporária na Estação Ecológica do Tapacurá.
Aspectos ecológicos dos girinos em poça
Andrade et al. (2007) Resumo expandido temporária na Estação Ecológica do Tapacurá
(resultados preliminares).
Descrição do comportamento dos girinos de L.
Santos et al. (2008) Resumo simples
natalensis durante o cuidado parental.
Registro da presença de girino de Lithobates
Araújo et al. (2008) Resumo simples palmipes no conteúdo estomacal de indivíduos da
mesma espécie na Usina São José.
Distribuição espacial de girinos em poça temporária
Andrade et al. (2008a) Resumo simples
na Estação Ecológica do Tapacurá.
Riqueza e distribuição temporal de girinos
Andrade et al. (2008b) Resumo simples em poça temporária na Estação Ecológica do
Tapacurá.
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 89

Material e métodos Identificação dos girinos


Área de estudo Os girinos foram identificados por meio
do indivíduo pós-metamórfico, comparação com
Os girinos foram coletados na Estação exemplares fixados em outras coleções, compa-
Ecológica do Tapacurá (EET), localizada no ração com descrições publicadas dos girinos de
município de São Lourenço da Mata, na Zona da algumas espécies encontradas (ALVES et al., 2004;
Mata do estado de Pernambuco. A EET é uma VIEIRA et al., 2007), espécimes descritos e ilustra-
unidade de conservação pertencente à Universidade dos na chave de identificação publicada por Ros-
Federal Rural de Pernambuco e possui 776 hectares sa-Feres e Nomura (2006), e comparação com as
de área total, dos quais 394 são ocupados pelo fotografias apresentadas por Vera Candioti (2007),
Lago Tapacurá, de responsabilidade da Companhia além de identificações diretas em contatos com es-
Pernambucana de Saneamento – Compesa. A pecialistas.
unidade de conservação é composta por três
fragmentos de Mata Atlântica do tipo perenifólia Caracterização morfológica
(ANDRADE-LIMA, 1957): Mata do Camocim, Mata do e biométrica
Alto da Buchada e Mata do Toró. Foram percorridos
os três fragmentos de mata que compõem a EET As terminologias utilizadas foram propostas
e todos os ambientes encontrados, que acumulam por Altig e McDiarmid (1999a) e as utilizadas por
água, foram amostrados, sendo permanentes Haas (2003). Os dados morfométricos foram
ou temporários – quatro poças temporárias, dois aferidos com auxílio de um estereomicroscópio
ambientes efêmeros e as bordas do Lago Tapacurá, com câmera clara (microscópio estereoscópio
pertencentes aos três fragmentos. Os ambientes marca Nikon, modelo SMZ 1.0) e um paquímetro
efêmeros consistiram de acúmulos de água da digital (precisão de 0,01 mm).
chuva nas depressões do terreno das matas, trilhas Foram aferidos 21 dados morfométricos, que
e áreas urbanas. estão listados na Tabela II e ilustrados na Figura
I. A disposição das papilas labiais foi descrita
Amostragem e a fórmula dentária seguiu o modelo proposto
por Altig e McDiarmid (1999a). Nesse modelo,
Os girinos foram amostrados com a utilização as fileiras de ceratodontes são numeradas em
de puçás de malha de 1 mm e com armadilhas ordem crescente a partir do centro do disco oral.
do tipo funil, entre fevereiro de 2007 e julho de A disposição dessas ceratodontes é representada
2008. Em todos os corpos d’água amostrados por uma fração da qual o numerador é formado
foi utilizada a coleta ativa com o puçá, enquanto pelo número de fileiras de ceratodontes anteriores
apenas nas poças temporárias foram instaladas as e o denominador é formado pelo número das
armadilhas do tipo funil como forma de amostragem posteriores, sendo os diástemas representados
complementar em paralelo à realização de com o número correspondente à fileira que o
outro projeto. Para a caracterização morfológica possui entre parênteses.
foram coletados, no máximo, 30 espécimes por Os girinos foram descritos considerando
espécie (Licença no 088/07 – Ibama/RAN), que como posição anatômica a face lateral do
se encontravam em estágios de desenvolvimento antímero direito, apoiada em superfície plana,
próximos, de preferência aqueles entre os estágios com o ventre direcionado ao observador e o dorso
30 a 36, segundo Gosner (1960). Esses indivíduos simetricamente oposto, disposto linearmente no
foram sacrificados por imersão em solução de sentido rostrocaudal, da esquerda para a direita,
cloretona 1%, fixados em formol 0,5% glicerinado expondo a face lateral do antímero esquerdo do
e armazenados em temperatura ambiente com animal com as nadadeiras estendidas (Figura II);
ausência de luz. Cinco girinos, além dos 30 já essa posição foi escolhida por tornar possível
coletados, foram capturados, por espécie, para a a visualização da abertura espiracular que, na
criação em laboratório, para posterior confirmação maioria das espécies, encontra-se na face lateral
da espécie por meio do pós-metamórfico. do antímero esquerdo.

Tabela II: Dados morfométricos aferidos nos girinos coletados na Estação Ecológica do Tapacurá, no período de
fevereiro de 2007 a julho de 2008.

Dado morfométrico Descrição


Distância da porção mais anterior do rostro à extremidade
Comprimento total (CT)
distal da cauda.
Distância da porção mais anterior do rostro à extremidade
Comprimento do corpo (CC)
distal do corpo, desconsiderando o tubo cloacal.
90 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Dado morfométrico Descrição


Medida do plano transverso que corta o corpo do animal em
Largura do corpo (LC)
seu maior eixo laterolateral.
Medida do plano transverso que corta o corpo do animal em
Altura do corpo (AC)
seu maior eixo superoinferior.
Distância da origem do eixo musculoesquelético da cauda até
Comprimento da cauda (CCU)
sua extremidade posterior.
Maior distância entre a extremidade superior da nadadeira
Altura da cauda (ACU)
dorsal e extremidade inferior da nadadeira ventral.

Distância rostro-origem da nadadeira dorsal Distância entre o plano perpendicular à extremidade rostral e a
(DRD) base da nadadeira dorsal.

Altura do eixo musculoesquelético da cauda Maior distância superoinferior entre os limites superiores e
(AMC) inferiores da musculatura esquelética da cauda.
Maior distância superoinferior entre a base da nadadeira dorsal
Altura máxima da nadadeira dorsal (AMND)
e a extremidade superior.
Maior distância superoinferior entre a base da nadadeira
Altura máxima da nadadeira ventral (AMNV)
ventral e a extremidade inferior.

Diâmetro do globo ocular (DO) Maior corda limitada pelo globo ocular.

Distância interocular (DIO) Menor distância entre as cavidades orbitárias.

Distância entre o plano que passa na porção anterior do rostro


Distância globo ocular-rostro (DOR)
e o plano anterior às cavidades orbitárias.

Diâmetro da narina (DN) Maior corda limitada pelas circunferências das narinas.

Distância internasal (DIN) Menor distância entre as narinas.

Distância entre o plano que passa na porção anterior do rostro


Distância narina-rostro (DNR)
e o plano anterior às narinas.
Distância entre o plano que passa na porção posterior das
Distância olho-narina (DON)
narinas e o plano anterior às cavidades orbitárias.

Diâmetro do espiráculo (DE) Maior corda limitada pela circunferência do espiráculo.

Distância entre o plano que passa na porção mais anterior do


Distância espiráculo-rostro (DER)
rostro e o plano anterior ao espiráculo.
Distância da margem posterior do espiráculo à extremidade
Distância espiráculo-tubo cloacal (DEC)
posterior do corpo.
Maior corda limitada pelas extremidades direita e esquerda do
Largura do disco oral (LDO)
disco oral.
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 91

Figura I: Esquema de girino de Scinax x-signatus mostrando alguns dos dados morfométricos aferidos: a. vista lateral
esquerda, b. vista dorsal, c. aparelho oral. (CT: comprimento total; CC: comprimento do corpo; LC: largura
do corpo; AC: altura do corpo; CCU: comprimento da cauda; ACU: altura da cauda; AMC: altura do eixo
musculoesquelético da cauda; DO: diâmetro do globo ocular; DIO: distância interocular; OR: distância olho-
rostro; DIN: distância internasal; DNR: distância narina-rostro; DON: distância olho-narina; DE: diâmetro
do espiráculo; DER: distância espiráculo-rostro; DEC: distância espiráculo-tubo cloacal; DRD: distância da
porção mais anterior do rostro à origem da nadadeira dorsal; AMND: altura da nadadeira dorsal; AMNV: altura
da nadadeira ventral; LDO: largura do disco oral).

Resultados e discussão arredondado e levemente curvado ventralmente em


vista lateral. Os olhos são dorsais, mas orientados
lateralmente; as narinas são dorsais com aberturas
Riqueza de girinos amostrados
direcionadas lateralmente; e o espiráculo é sinistro
Foram encontradas 19 espécies de girinos, com abertura posterodorsal. O aparelho oral é
pertencentes a cinco famílias: Hylidae, Microhylidae, ventral, com papilas distribuídas unisserialmente
Leptodactylidae, Leiuperidae e Ranidae. Essa no lábio posterior e na lateral do disco oral, e com
riqueza corresponde a 58,82% da riqueza de diastema dorsal; os ceratodontes estão dispostos
anuros da EET (EL-DEIR, 1985; CARVALHO et al., segundo a fórmula 2/3(1).
1998; SANTOS, 2001; ANDRADE, 2007; ANDRADE O girino apresentou comprimento total (CT)
et al., 2007, 2008a; 2008b; MELO et al., 2007; médio de 22,63 mm. Tendo CT como referência, o
GERALDO J. B. MOURA, com. pess.). corpo do girino possui comprimento equivalente a
36,06%; a cauda a 66,99%; e a distância do rostro
à origem da nadadeira dorsal a 32,27%.
Caracterização morfológica O corpo do girino apresentou altura (AC)
e biométrica média de 3,30 mm. Tendo AC como referencial, a
cauda do girino é 12,13% maior, a nadadeira dorsal
A) Família Bufonidae Gray, 1825 equivale a 49,35%, a ventral a 24,97% e o eixo
musculoesquelético a 59,21%.
1. Rhinella sp. O corpo do girino apresentou comprimento
O girino de Rhinella sp. (Figura IIa) apresenta (CC) médio de 7,30 mm. Tendo CC como
coloração marrom, que se mantém fixada no referencial, o diâmetro do olho equivale a 17,12%;
animal, porém um pouco fosca. É possível ver as o da narina a 8,68%; e o do espiráculo a 9,41%.
vísceras através do tegumento tanto nas vistas As narinas distam do rostro em 7,48%, os olhos
dorsal quanto na ventral, sendo, através desta em 15,59% e o espiráculo em 9,89%. Os olhos
última, mais nitidamente visíveis as dobras do distam das narinas o equivalente a 5,56% de CC e
intestino. A cauda apresenta coloração mais clara o espiráculo dista do tubo cloacal 22,48%.
que o corpo do animal, apresentando algumas O corpo do girino apresentou largura (LC)
manchas esparsas pouco mais escuras. média de 5,02 mm. Tendo LC como referencial, a
O formato do corpo é oval, em vista dorsal, e distância internasal equivale a 19,08%, a interocular
de globular a deprimido em vista lateral. O rostro é a 26,45%, e a largura do aparelho oral a 26,71%.
92 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

B) Família Hylidae Rafinesque, 1815 As narinas distam do rostro em 7,70%, os olhos


em 35,52% e o espiráculo em 73,97%. Os olhos
2. Dendropsophus gr. branneri (Cochran, distam das narinas o equivalente a 24,08% de CC e
1942) o espiráculo dista do tubo cloacal em 30,76%.
O girino de D. gr. branneri, aqui carac- O corpo do girino apresentou largura
terizado, corresponde àquele identificado como (LC) média de 3,31 mm. Tendo LC como referencial,
Dendropsophus sp. em Andrade (2007). a distância internasal equivale a 32,14%, a
O girino (Figura IIb, Apêndice B) apresenta interocular a 61,39% e a largura do aparelho oral a
coloração vermelho-marrom em toda a superfície 18,81%.
do corpo, mas, dorsalmente, tem uma mancha na
região rostral de coloração mais clara, na maioria 3. Dendropsophus decipiens (A. Lutz,
das vezes destacando-se do resto do corpo, 1925)
formando um arco que se prolonga por toda a O girino de D. decipiens aqui descrito
região anterolateral da cabeça, tendo como limite corresponde ao girino erroneamente identificado
posterior a borda anterior dos olhos, observando, como Dendropsophus branneri, morfotipo 2, por
anteriormente, duas manchas circulares mais Andrade (2007).
escuras imediatamente posteriores às narinas. O girino de D. decipiens (Figura IIc; Apêndice
Uma linha vermelha horizontal circunda B) em vista dorsal apresenta coloração do corpo
toda a porção lateroanterior do corpo, cortando marrom, com duas faixas transversais de coloração
medialmente o globo ocular e estendendo a cobre – uma anterior aos olhos e outra localizada
primeira duodécima parte do comprimento da na região mediana da metade posterior do corpo.
cauda. A cauda apresenta coloração cobre com uma
As nadadeiras caudais apresentam colo- mancha escura que se inicia na metade da cauda
ração vermelha, porém mais claras do que o cor- e se dirige, posteriormente, até o início de seu
po, parcialmente transparentes. Com mais de 4 terço final. Lateralmente, o padrão de coloração
meses de preservação, os padrões de coloração se mantém, mas as faixas de coloração cobre do
se mantêm, embora a coloração torne-se marrom- corpo terminam na metade superior. É possível
clara. visualizar uma região cinza correspondente à área
O corpo do girino de Dendropsophus gr. do intestino. Depois de 22 dias em solução de
branneri, quando visto dorsalmente, apresenta formalina, o girino perde o brilho que apresenta em
formato oval com focinho pontudo, e, lateralmente, vida, mas mantém o padrão de coloração, algumas
formato triangular. As nadadeiras dão uma vezes, perdendo o destaque que as faixas de
aparência mais retangular ao girino, que apresenta coloração cobre apresentam em relação ao resto
pequena inclinação na região do corpo em direção do corpo.
ventral. As narinas são laterais, localizadas próximo O corpo apresenta formato oval em vistas
ao aparelho oral; os olhos são laterais e o espiráculo dorsal, lateral e ventral. Os olhos são laterais e
se localiza no lado esquerdo do corpo, abrindo-se as narinas são anterolaterais. O aparelho bucal
posterodorsalmente. O disco oral não apresenta é anteroventral. O aparelho oral não apresenta
ceratodontes nem papilas marginais. O aparelho ceratodontes e as papilas marginais são dispostas
apresenta pequena projeção anterior, formando bisserialmente no lábio posterior, mas apresentando
pequeno tubo dentro do qual se encontram os algumas papilas unisseriais lateralmente nos lábios
‘bicos córneos’. anteriores, próximo à comissura labial.
O girino apresentou comprimento total (CT) O girino apresentou comprimento total (CT)
médio de 22,33 mm. Tendo CT como referência, o médio de 18,19 mm. Tendo CT como referência, o
corpo do girino possui comprimento equivalente a corpo do girino possui comprimento equivalente a
28,08%, a cauda a 78,59% e a distância do rostro à 39,78%, a cauda a 64,99% e a distância do rostro à
origem da nadadeira dorsal a 23,61%. origem da nadadeira dorsal a 39,74%.
O corpo do girino apresentou altura (AC) O corpo do girino apresentou altura (AC)
média de 2,78 mm. Tendo AC como referencial, a média de 3,18 mm. Tendo AC como referencial, a
cauda do girino é 41% maior, a nadadeira dorsal cauda do girino é 28,63% maior, a nadadeira dorsal
equivale a 50,97%, a ventral a 29,49% e o eixo equivale a 38,25%, a ventral a 33,56% e o eixo
musculoesquelético a 66,41%. musculoesquelético a 68,60%.
O corpo do girino apresentou comprimento O corpo do girino apresentou comprimento
(CC) médio de 6,27 mm. Tendo CC como (CC) médio de 7,23 mm. Tendo CC como
referencial, o diâmetro do olho equivale a 15,73%, referencial, o diâmetro do olho equivale a 19,04%,
o da narina a 5,75% e o do espiráculo a 5,80%. o da narina a 5,73% e o do espiráculo a 6,39%. As
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 93

narinas distam do rostro em 13,09%, os olhos em O corpo do girino apresentou largura (LC)
24,91%, o espiráculo em 65,57%. Os olhos distam média de 4,66 mm. Tendo LC como referencial, a
das narinas o equivalente a 15,26% de CC e o distância internasal equivale a 32,38%, a interocular
espiráculo dista do tubo cloacal em 30,23%. a 66,76% e a largura do aparelho oral a 23,53%.
O corpo do girino apresentou largura (LC)
média de 4,12 mm. Tendo LC como referencial, a 5. Dendropsophus minutus (Peters, 1872)
distância internasal equivale a 43,06%, a interocular O girino de Dendropsophus minutus (Figura
a 61,66% e a largura do aparelho oral a 27,13%. IIIa; Apêndice B) apresenta coloração amarelo-
escura em vista dorsal, com a metade mais
4. Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, caudal do corpo se apresentando mais escura,
1824) provavelmente devido à presença do intestino.
O girino de D. elegans (Figura IId; Apêndice O girino apresenta desenho mais escuro com
B) apresenta coloração marrom em vista dorsal,
formato aproximadamente circular na região
com duas faixas mais claras divergindo a partir do
interocular. Comumente, essa faixa está restrita à
plano sagital da porção mais anterior do rostro,
região da cauda coincidente com o corpo do girino.
formando um triângulo mais ou menos regular
Lateralmente, o girino se apresenta mais claro
até a região das narinas. A partir das narinas, as
que dorsalmente, mas sendo distinguível região
faixas seguem paralelamente até a área do corpo
superior pouco mais escura do que os dois terços
posterior aos olhos. Em vista lateral, o girino
inferiores da lateral do girino, que se apresentam
apresenta a coloração marrom da região dorsal e
com coloração cinza que se estende por toda a
uma coloração parda em toda a região ventral. A
região ventral do corpo do girino. A cauda segue
cauda é marrom e na região mais cranial apresenta
manchas vermelhas, enquanto na extremidade o padrão de coloração do dorso do animal, porém
mais caudal manchas negras. As nadadeiras são mais clara lateralmente. Imediatamente abaixo do
marrons, levemente transparentes. No animal eixo musculoesquelético da cauda é possível ver
fixado, após um mês, a coloração marrom se claramente através do tegumento a vena caudalis
apresenta acinzentada e as faixas claras podem ventralis.
passar despercebidas. O corpo é comprimido laterolateralmente;
O corpo apresenta forma de bastonete em vista dorsal é oval e a lateral é triangular. O
em vista dorsal. Em vista lateral, forma um rostro é arredondado dorsalmente e mais agudo
paralelogramo irregular com o lado superior lateralmente. O aparelho oral é anteroventral, as
maior que o inferior, ambos formando um ângulo narinas são laterais com as aberturas direcionadas
reto com o lado posterior. O aparelho oral é posterodorsalmente Os olhos são laterais. O
anterior, as papilas se distribuem unisserialmente espiráculo é sinistro, lateroventral com abertura
na região posterior e nas laterais do disco oral, e posterodorsalmente orientada. O aparelho
não apresenta ceratodontes. A bainha mandibular oral é anterior, com papilas labiais distribuídas
anterior é arqueada, com a concavidade orientada bisserialmente ao longo do perímetro do disco
ventralmente, e a posterior tem formato de ‘v’, oral, não apresentando ceratodontes. As bainhas
ambas serrilhadas. mandibulares anterior e posterior são arqueadas.
O girino apresentou comprimento total (CT) O girino apresentou comprimento total (CT)
médio de 27,32 mm. Tendo CT como referência, o médio de 27,44 mm. Tendo CT como referência, o
corpo do girino possui comprimento equivalente a corpo do girino possui comprimento equivalente a
34,01%, a cauda a 67,59% e a distância do rostro à 34,33%, a cauda a 76,92% e a distância do rostro à
origem da nadadeira dorsal a 30,22%. origem da nadadeira dorsal a 2,71%.
O corpo do girino apresentou altura (AC) O corpo do girino apresentou altura (AC)
média de 4,38 mm. Tendo AC como referencial, a média de 4,94 mm. Tendo AC como referencial, a
cauda do girino é 31,10% maior, a nadadeira dorsal cauda do girino é 43% maior, a nadadeira dorsal
equivale a 39,19%, a ventral a 42,31% e o eixo equivale a 45,82%, a ventral a 48,30% e o eixo
musculoesquelético a 66,18%. musculoesquelético a 61,53%.
O corpo do girino apresentou comprimento O corpo do girino apresentou comprimento
(CC) médio de 34,01 mm. Tendo CC como (CC) médio de 9,42 mm. Tendo CC como
referencial, o diâmetro do olho equivale a 18,23%, referencial, o diâmetro do olho equivale a 17,83%,
o da narina a 6,58% e o do espiráculo a 5,76%. o da narina a 5,63% e o do espiráculo a 6,06%. As
As narinas distam do rostro em 9,46%, os olhos narinas distam do rostro em 7,90%, os olhos em
em 27,67% e o espiráculo em 65,90%. Os olhos 26,77% e o espiráculo a 65,85%. Os olhos distam
distam das narinas o equivalente a 14,26% de CC e das narinas o equivalente a 16,22% de CC e o
o espiráculo dista do tubo cloacal em 35,73%. espiráculo dista do tubo cloacal em 36,84%.
94 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

O corpo do girino apresentou largura (LC) nasal e um desenho de forma circular na região
média de 5,12 mm. Tendo LC como referencial, a interocular, que se prolonga caudalmente de
distância internasal equivale a 36,16%, a interocular forma linear, iniciando na região posterior à ocular
a 66,68% e a largura do aparelho oral a 30,94%. e prolongando-se em comprimento equivalente a
¼ do comprimento do corpo. Nas vistas lateral e
6. Dendropsophus sp. 1 ventral, o girino apresenta coloração branco-pardo,
O girino de D. sp.1 aqui descrito corresponde que em alguns espécimes é semitransparente,
ao girino erroneamente identificado como Den- permitindo visualização do intestino. A cauda
dropsophus branneri, morfotipo 1, por Andrade apresenta coloração semelhante ao dorso do
(2007). girino, porém com maior transparência. É possível
O girino de D. sp.1 (Figura IIIb) é a visualização da vena caudalis ventralis que se
muito semelhante ao girino de D. decipiens, estende até o primeiro terço da cauda.
diferenciando-se apenas no formato da faixa de Em vista dorsal, o girino apresenta corpo
coloração cobre localizada anteriormente aos aproximadamente pentagonal, com faces opostas
olhos, que tem formato de “v”. A coloração da paralelas entre si, ortogonais ao plano que forma
cauda é o outro aspecto em que este difere do a parede posterior do corpo e o ângulo agudo
girino de D. decipiens. A cauda do girino de D. formando o rostro, que é abaulado. Em vista lateral,
sp.1 apresenta coloração escura com uma faixa de o corpo do girino apresenta formato triangular e
coloração cobre na porção mais caudal do terço o rostro pontudo. O aparelho bucal é anterior, as
cranial da cauda. narinas são dorsolaterais, os olhos são laterais e o
O corpo apresenta formato oval em vistas espiráculo está localizado no lado esquerdo medial
dorsal, lateral e ventral. Os olhos são laterais e ao corpo, apresentando abertura posterodorsal. O
as narinas são anterolaterais. O aparelho bucal aparelho oral é anterior, com papilas distribuídas
é anteroventral. O aparelho oral não apresenta em todo o perímetro do disco oral. Apresenta
ceratodontes e as papilas marginais são dispostas ceratodontes distribuídos segundo a fórmula 0/2.
unisserialmente no lábio posterior e nos lábios O girino apresentou comprimento total (CT)
anteriores, próximos à comissura labial. médio de 25 mm. Tendo CT como referência, o
O girino apresentou comprimento total (CT) corpo do girino possui comprimento equivalente a
médio de 19,11 mm. Tendo CT como referência, o 36,12%, a cauda a 73,422% e a distância do rostro
corpo do girino possui comprimento equivalente a à origem da nadadeira dorsal a 24,98%.
40,92%, a cauda a 67,09% e a distância do rostro à O corpo do girino apresentou altura (AC)
origem da nadadeira dorsal a 36,68%. média de 5,45 mm. Tendo AC como referencial,
O corpo do girino apresentou altura (AC) a cauda é 5,02% maior, a nadadeira dorsal
média de 3,44 mm. Tendo AC como referencial, a equivale a 26,88%, a ventral a 32,42% e o eixo
cauda do girino é 8,72% maior, a nadadeira dorsal musculoesquelético a 47,80%.
equivale a 31,65%, a ventral a 30,36% e o eixo O corpo do girino apresentou comprimento
musculoesquelético a 52,62%. (CC) médio de 9,03 mm. Tendo CC como
O corpo do girino apresentou comprimento referencial, o diâmetro do olho equivale a 19,33%,
(CC) médio de 7,82 mm. Tendo CC como o da narina a 4,88% e o do espiráculo a 6,78%.
referencial, o diâmetro do olho equivale a 21,61%, As narinas distam do rostro em 8,90%, os olhos
o da narina a 4,60% e o do espiráculo a 6,38%. em 25,43% e o espiráculo em 67,84%. Os olhos
As narinas distam do rostro em 15,20%, os olhos distam das narinas o equivalente a 13,78% de CC e
em 24,86% e o espiráculo em 65,55%. Os olhos o espiráculo dista do tubo cloacal em 27,57%.
distam das narinas o equivalente a 19,69% de CC e O corpo do girino apresentou largura (LC)
o espiráculo dista do tubo cloacal em 30,25%. média de 4,75 mm. Tendo LC como referencial, a
O corpo do girino apresentou largura distância internasal equivale a 27,68%, a interocular
(LC) média de 4,25 mm. Tendo LC como referencial, a 62,54% e a largura do aparelho oral a 31,26%.
a distância internasal equivale a 49,23%, a
interocular a 69,25% e a largura do aparelho oral a 8. Dendropsophus sp. 3
27,21%. O girino de Dendropsophus sp. 3 (Figura
IIId) apresenta coloração amarronzada no dorso,
7. Dendropsophus sp. 2 que se apresenta mais clara formando figura de
O girino de Dendropsophus sp. 2 (Figura IIIc) forma curvada, englobando a região posterior
apresenta coloração vermelha no dorso. Apresenta ao globo ocular e cobrindo as narinas. Estas são
duas manchas sem forma característica na região representadas por uma pontuação escura em
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 95

cada e um círculo de coloração similar a essas girino apresentou largura (LC) média de 5,16 mm.
pontuações, porém um pouco mais clara, localizada Tendo LC como referencial, a distância internasal
imediata e caudalmente a essas pontuações. Na equivale a 23,48%, a interocular a 44% e a largura
origem da cauda, a coloração escura do dorso do aparelho oral a 34,97%.
apresenta formato triangular, ocupando a região
mais próxima da cauda. As áreas mais distais 9. Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824)
apresentam coloração bege, que é o padrão O girino de Hypsiboas albomarginatus
de coloração da metade cranial da cauda. Essa (Figura IVa; Apêndice B) em vista dorsal apresenta
região mais anterior da cauda apresenta na região coloração marrom no corpo, que se torna mais
mediana, formada pelos ângulos dos miômeros, clara na cauda. Tem duas manchas escuras, uma
uma faixa escura que vai afilando no sentido ao redor das narinas dorsais e a outra na região
crânio-caudal, até desaparecer no início da metade interocular em forma de “v”. Uma linha mais escura
posterior da cauda, que apresenta coloração liga as laterais do disco oral aos olhos dorsolaterais.
gradativamente mais escura no sentido crânio- Ventralmente é possível ver o intestino através do
caudal. A extremidade da cauda se apresenta tegumento do animal. A cauda apresenta manchas
completamente escura, inclusive mais escura do mais escuras que dão uma aparência “malhada”
que o dorso do girino. Lateralmente, é possível à estrutura. Lateralmente, uma linha escura passa
ver o intestino do girino através do tegumento. A pelo ângulo formado pelos miômeros da cauda,
região anterior do ventre apresenta coloração clara, originando-se no início da estrutura e terminando
semelhante à região correspondente no dorso, no final do primeiro terço da cauda. Até 12
seguida de uma região escura semelhante à região meses após a fixação, não apresentou alteração
correspondente no dorso, e esta, por sua vez, é significativa na coloração, apenas tornando-se
seguida de região em que é possível visualizar o mais clara do que quando em vida.
intestino do girino. O corpo em vista dorsal apresenta forma
Em vista dorsal, o corpo do girino apresenta semelhante a uma elipse. Apresenta-se um pouco
formato oval, lateralmente, com conformação achatado dorsoventralmente e a cauda é fusiforme,
oval levemente deprimida. Dorsalmente, o rostro uma vez que as nadadeiras apresentam-se mais
se apresenta retilíneo levemente arredondado altas na região medial da cauda. O espiráculo se
e lateralmente pontudo. O aparelho oral é abre no lado esquerdo do corpo, com abertura
anteroventral. As narinas e os olhos são dorsais, direcionada posterodorsalmente. O aparelho
orientados lateralmente. O espiráculo é sinistro, oral apresenta papilas marginais distribuídas
lateroventralmente localizado e com abertura de maneira unisserial com diastema anterior.
posterodorsal, sendo relativamente grande e Apresenta fórmula dentária 2(2)/4(1).
se destacando em visão lateral. O aparelho O girino apresentou comprimento total (CT)
oral é anteroventral, com papilas distribuídas médio de 34,33 mm. Tendo CT como referência, o
bisserialmente, com diastema anterior e corpo possui comprimento equivalente a 35,64%, a
ceratodontes distribuídos segundo a fórmula 1/2(1). cauda a 69,91% e a distância do rostro à origem da
O girino apresentou comprimento total (CT) nadadeira dorsal a 29,26%.
médio de 35,90 mm. Tendo CT como referência, o O corpo do girino apresentou altura (AC)
corpo possui comprimento equivalente a 28,80%, a média de 5,89 mm. Tendo AC como referencial, a
cauda a 78,54% e a distância do rostro à origem da cauda do girino é 9,86% maior, a nadadeira dorsal
nadadeira dorsal a 31,12%. equivale a 39,24%, a ventral a 27,75% e o eixo
O corpo do girino apresentou altura (AC) musculoesquelético a 48,59%.
média de 4,26 mm. Tendo AC como referencial, a O corpo do girino apresentou comprimento
cauda do girino é 16,03% maior, a nadadeira dorsal (CC) médio de 12,23 mm. Tendo CC como
equivale a 33,18%, a ventral a 28,64% e o eixo referencial, o diâmetro do olho equivale a 11,33%,
musculoesquelético a 67,37%. o da narina a 5,12% e o do espiráculo a 5,63%. As
O corpo do girino apresentou comprimento narinas distam do rostro em 14,57%, os olhos em
(CC) médio de 10,34 mm. Tendo CC como 25,11% e o espiráculo em 70%. Os olhos distam
referencial, o diâmetro do olho equivale a 11,81%, das narinas o equivalente a 10,32% de CC e o
o da narina a 6,16% e o do espiráculo a 7,88%. As espiráculo dista do tubo cloacal em 27,32%.
narinas distam do rostro em 9,86%, os olhos em O corpo do girino apresentou largura (LC)
25,83% e o espiráculo em 61,30%. Os olhos distam média de 7,14 mm. Tendo LC como referencial, a
das narinas o equivalente a 14,61% de CC e o distância internasal equivale a 26,29%, a interocular
espiráculo dista do tubo cloacal em 37,54%. O corpo do a 47,87% e a largura do aparelho oral a 34,28%.
96 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

10. Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 11. Scinax auratus (Wied-Neuwied, 1826)


2006 O girino de Scinax auratus (Figura IVc)
O girino de Phyllomedusa nordestina (Figura apresenta corpo globoso, mais alto do que largo,
IVb; Apêndice B) em vista dorsal apresenta-se mas não comprimido lateralmente. O corpo em
semitransparente e com coloração amarelo-clara. vista dorsal se apresenta em forma de pentágono
A região das narinas é circundada por mancha e triangular quando visto lateralmente. Apresenta
circular de cor escura. Outra mancha maior se coloração amarela no corpo, com os três quartos
inicia como uma linha no quinto rostral do dorso da mais caudais escuros em virtude da coloração das
cauda e na região interocular do animal. A mancha vísceras visíveis através do tegumento. A cauda
assume a forma de um losango quando alcança apresenta o eixo musculoesquelético cinza-pardo
o plano que divide os olhos nas metades anterior e as nadadeiras transparentes, apresentando
e posterior, assumindo a forma de um pentágono pontuações cor de cinza. Apresenta dois desenhos
irregular, que tem seu vértice ímpar próximo às em forma de “C” onde se encontram as narinas
manchas das narinas, distando da porção mais dorsais. O dorso do girino apresenta desenho
anterior do rostro no que equivale a 15% do interocular em forma de arco com a concavidade
tamanho do corpo. O ventre do girino apresenta orientada caudalmente. Os olhos são laterais. O
coloração branco-parda, sendo possível visualizar aparelho oral é anterior e o espiráculo se localiza
suas vísceras através do tegumento. no lado esquerdo do corpo, apresentando abertura
posterodorsal. O aparelho oral apresenta distinção
O animal apresenta corpo em forma de
entre os lábios anterior e posterior. Em vista
bastão com a extremidade anterior arredondada
ventral, o lábio anterior apresenta forma de “v” e o
quando vista dorsalmente, afilando-se em direção
posterior uma diferenciação formada pela projeção
à porção posterior do corpo. Lateralmente, a forma
em direção ao centro do disco oral. As papilas
triangular do corpo e da cauda dá uma forma
se distribuem unisserialmente, apresentando
semelhante a uma meia-lua. Os olhos são laterais,
pequeno diastema dorsal. A fórmula dentária é
as narinas são anterolaterais, o espiráculo é único
2(2)/3(1).
e ventral, mas localizado no lado esquerdo do
O girino apresentou comprimento total (CT)
animal, imediatamente ao lado do plano sagital
médio de 35,85 mm. Tendo CT como referência, o
mediano do girino (“paragyrinid”, de JOHNSTON;
corpo possui comprimento equivalente a 29,81%, a
ALTIG, 1989) e o aparelho oral é anteroventral. cauda a 75,42% e a distância do rostro à origem da
O aparelho oral é anterior e apresenta papilas nadadeira dorsal a 23,63%.
distribuídas unisserialmente com um diastema O corpo do girino apresentou altura (AC)
anterior e ceratodontes distribuídos segundo a média de 6,30 mm. Tendo AC como referencial, a
fórmula 2(2)/3(1). cauda do girino é 18,28% maior, a nadadeira dorsal
O girino apresentou comprimento total (CT) equivale a 32,01%, a ventral a 37,39% e o eixo
médio de 35,51 mm. Tendo CT como referência, o musculoesquelético a 52,56%.
corpo possui comprimento equivalente a 33,79%, a O corpo do girino apresentou comprimento
cauda a 81,87% e a distância do rostro à origem da (CC) médio de 10,68 mm. Tendo CC como
nadadeira dorsal a 31,19%. referencial, o diâmetro do olho equivale a 16,48%,
O corpo do girino apresentou altura (AC) o da narina a 3,65% e o do espiráculo a 4,68%.
média de 4,48 mm. Tendo AC como referencial, a As narinas distam do rostro em 16,61%, os olhos
cauda do girino é 64,23% maior, a nadadeira dorsal em 31,01% e o espiráculo em 76,15%. Os olhos
equivale a 19,33%, a ventral a 61,26% e o eixo distam das narinas o equivalente a 13,19% de CC e
musculoesquelético a 85,05%. o espiráculo dista do tubo cloacal em 28,17%.
O corpo do girino apresentou comprimento O corpo do girino apresentou largura (LC)
(CC) médio de 12 mm. Tendo CC como referencial, média de 6,30 mm. Tendo LC como referencial, a
o diâmetro do olho equivale a 16,43%, o da narina distância internasal equivale a 47,51%, a interocular
a 1,72% e o do espiráculo a 8,16%. As narinas a 70,38% e a largura do aparelho oral a 33,82%.
distam do rostro em 7,42%, os olhos em 26,79% e o
espiráculo em 49,05%. Os olhos distam das narinas 12. Scinax x-signatus (Spix, 1826)
o equivalente a 19,21% de CC e o espiráculo dista O girino de Scinax x-signatus (Figura IVd)
do tubo cloacal em 45,92%. apresenta coloração clara com a lateral do corpo
O corpo do girino apresentou largura (LC) dourada. É possível ver as vísceras do animal
média de 5,94 mm. Tendo LC como referencial, a através do tegumento ventral.
distância internasal equivale a 24,59%, a interocular O animal apresenta corpo globoso mais alto
a 65,11% e a largura do aparelho oral a 36,45%. do que largo, mas não comprimido lateralmente.
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 97

O corpo apresenta forma levemente hexagonal, oral apresenta papilas marginais distribuídas de
quando visto dorsalmente, e triangular quando maneira unisserial nas laterais e bisserial na região
visto lateralmente. O espiráculo é encontrado posterior, com diastema anterior. Apresenta fórmula
do lado esquerdo do corpo, com abertura dentária 2(2)/3(1).
posterodorsal apresentando a parede centrípeta. O girino apresentou comprimento total (CT)
A cauda se destaca pela sua altura em virtude do médio de 35,04 mm. Tendo CT como referência, o
grande tamanho das nadadeiras ventral e dorsal. corpo possui comprimento equivalente a 34,53%, a
O aparelho oral apresenta distinção entre os lábios cauda a 75,74% e a distância do rostro à origem da
anterior e posterior. O lábio anterior se apresenta nadadeira dorsal a 19,12%.
em forma de ‘v’ invertido, formando duas abas que O corpo do girino apresentou altura (AC)
recobrem parcialmente a abertura oral. O posterior média de 7,88 mm. Tendo AC como referencial,
é mais retilíneo, mas apresenta depressões nas a cauda do girino equivale a 68,40%, a nadadeira
extremidades, inserindo-se um pouco abaixo na dorsal a 24,62%, a ventral a 25,89% e o eixo
estrutura oral. As papilas se distribuem de maneira musculoesquelético a 43,90%.
unisserial, apresentando diastemas dorsal e ventral. O corpo do girino apresentou comprimento
A disposição das fileiras de ceratodontes segue a (CC) médio de 12,10 mm. Tendo CC como
fórmula 2(2)/3[1]. A descontinuidade observada na referencial, o diâmetro do olho equivale a 10,24%,
primeira fileira posterior de dentes é muito tênue, o da narina a 4,13% e o do espiráculo a 4,95%.
às vezes inexistente. As narinas distam do rostro em 8,42%, os olhos
O girino apresentou comprimento total (CT) em 23,80% e o espiráculo em 68,43%. Os olhos
médio de 33,73 mm. Tendo CT como referência, o distam das narinas o equivalente a 12,39% de CC e
corpo possui comprimento equivalente a 29,73%, a o espiráculo dista do tubo cloacal em 54,55%.
cauda a 77,05% e a distância do rostro à origem da O corpo do girino apresentou largura (LC)
nadadeira dorsal a 17,10%. média de 9,27 mm. Tendo LC como referencial, a
O corpo do girino apresentou altura (AC) distância internasal equivale a 40,35%, a interocular
média de 5,20 mm. Tendo AC como referencial, a a 48,56% e a largura do aparelho oral a 22,87%.
cauda do girino é 96,47% maior, a nadadeira dorsal
equivale a 63,10%, a ventral a 60,06% e o eixo B) Leptodactylidae Werner, 1896
musculoesquelético a 72,81%.
O corpo do girino apresentou comprimento 14. Leptodactylus marmoratus
(CC) médio de 10,03 mm. Tendo CC como O girino de Leptodactylus marmoratus
referencial, o diâmetro do olho equivale a 17,01%, (Figura Vb; Apêndice B) apresenta coloração
o da narina a 5,83% e o do espiráculo a 5,97%. marrom-escura no dorso, levemente mais clara da
As narinas distam do rostro em 20,77%, os olhos região imediatamente posterior às narinas até o
em 31,01% e o espiráculo em 77,87%. Os olhos rostro, apresentando formato lunar. Lateralmente,
distam das narinas o equivalente a 15,11% de CC e é possível ver uma região de coloração semelhante
o espiráculo dista do tubo cloacal em 32,72%. àquela do dorso, mais dorsalmente, e uma mais
O corpo do girino apresentou largura (LC) clara, semelhante àquela da porção mais anterior
média de 6,19 mm. Tendo LC como referencial, a do rostro, mais ventralmente direcionada, sendo
distância internasal equivale a 59,61%, a interocular essa a coloração do ventre do animal. A cauda
a 67,59% e a largura do aparelho oral a 41,71%. apresenta coloração similar à do corpo, porém
mais clara. Existe uma linha de coloração similar
13. Sphaenorhyncus prasinus Bokermann, à do dorso do girino no primeiro terço da região
1973 mediana da cauda, aproximadamente no ângulo
O girino de Sphaenorhyncus prasinus (Figura formado pelos miômeros. É possível visualizar o
Va) apresenta coloração amarronzada no dorso e intestino através do tegumento ventral. Quando
na lateral do corpo, com o ventre esbranquiçado. fixado, até 12 meses, o padrão se mantém,
Apresenta manchas avermelhadas espalhadas mas a coloração se torna mais clara, inclusive
pelo ventre do corpo e pela lateral da cauda. permitindo a visualização difusa de elementos do
O girino apresenta corpo globoso, com esplancnocrânio e do coração do girino (VIERTEL;
formato trapezoide em vista dorsal e triangular em RICHTER, 1999) em vista ventral.
vista lateral. Os olhos e as narinas são laterais. O O corpo é oval em vista dorsal, e oval,
aparelho oral é anterior. O espiráculo se localiza levemente deprimido, em vista lateral. O aparelho
no lado esquerdo do corpo e apresenta abertura oral é anteroventral. As narinas e os olhos são
paralela ao plano sagital do girino. As vísceras dorsais com orientações laterais. O espiráculo é
são visíveis através do tegumento. O aparelho sinistro com abertura posterodorsal. O aparelho
98 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

oral é anteroventral, com papilas distribuídas cauda do girino é 16,88% maior, a nadadeira dorsal
bisserialmente no lábio posterior, e unisserialmente equivale a 39,42%, a ventral a 34,76% e o eixo
no anterior, este apresentando um diastema. A musculoesquelético a 52,68%.
distribuição dos ceratodontes segue a fórmula O corpo do girino apresentou comprimento
2(2)/3(1). (CC) médio de 8,51 mm. Tendo CC como
O girino apresentou comprimento total (CT) referencial, o diâmetro do olho equivale a 8,69%,
médio de 33,98 mm. Tendo CT como referência, o o da narina a 4,84% e o do espiráculo a 6,83%.
corpo do girino possui comprimento equivalente a As narinas distam do rostro em 7,92%, os olhos
34,96%, a cauda a 69,43% e a distância do rostro à em 18,22% e o espiráculo em 59,74%. Os olhos
origem da nadadeira dorsal a 31,72%. distam das narinas o equivalente a 9,61% de CC e
O corpo do girino apresentou altura (AC) o espiráculo dista do tubo cloacal em 40,99%.
média de 4,95 mm. Tendo AC como referencial, a O corpo do girino apresentou largura (LC)
cauda do girino é 18,08% maior, a nadadeira dorsal média de 4,77 mm. Tendo LC como referencial, a
equivale a 42,95%, a ventral a 30,53% e o eixo distância internasal equivale a 22,16%, a interocular
musculoesquelético a 56,68%. a 33,32% e a largura do aparelho oral a 39,95%.
O corpo do girino apresentou comprimento
(CC) médio de 8,51 mm. Tendo CC como 16. Leptodactylus vastus A. Lutz, 1930
referencial, o diâmetro do olho equivale a 11,31%, O girino de L. vastus (Figura Vd) apresenta
o da narina a 5,31% e o do espiráculo a 5,41%. corpo globoso com coloração marrom-parda. O
As narinas distam do rostro em 8,37%, os olhos disco oral é anteroventral e os olhos e as narinas
em 24,20% e o espiráculo em 55,40%. Os olhos são dorsais. O espiráculo está localizado no
distam das narinas o equivalente a 9,45% de CC e lado esquerdo do corpo com abertura orientada
o espiráculo dista do tubo cloacal em 37,21%. dorsalmente e fundido à parede do corpo. A cauda
O corpo do girino apresentou largura (LC) do girino apresenta a mesma coloração do corpo,
média de 4,77 mm. Tendo LC como referencial, a sendo mais longa do que alta, e o tubo cloacal
distância internasal equivale a 22,16%, a interocular é medial. O aparelho oral não é emarginado. As
a 33,32% e a largura do aparelho oral a 39,95%. papilas marginais se distribuem unisserialmente
ao longo do disco oral, porém apresentando
15. Leptodactylus natalensis A. Lutz, 1930 uma interrupção dorsal e bisserialmente nas
O girino de Leptodactylus natalensis (Figura extremidades laterais do limite mais posterior
Vc; Apêndice B) apresenta coloração marrom ao do lábio posterior. Apresenta fórmula dentária
longo de todo o corpo, apresentando-se um pouco 1/2(1). A bainha mandibular superior tem formato
mais clara apenas na região orbital. É possível de um arco e a inferior tem forma de “v”, ambas
ver através do tegumento, de maneira nítida, o serrilhadas.
intestino tanto nas vistas lateral quanto ventral. O girino apresentou comprimento total (CT)
Quando fixado, os padrões de coloração são médio de 47,73 mm. Tendo CT como referência, o
mantidos, mas após 4 meses a coloração se torna corpo possui comprimento equivalente a 28,44%, a
mais pálida. cauda a 77,87% e a distância do rostro à origem da
Em vistas dorsal e lateral, o corpo tem formato nadadeira dorsal a 30,54%.
oval. O aparelho oral é anteroventral, as narinas e os O corpo do girino apresentou altura (AC)
olhos são dorsais, ambos orientados lateralmente. média de 6,38 mm. Tendo AC como referencial, a
O espiráculo é sinistro, mas localizado mais cauda do girino é 0,34% maior, a nadadeira dorsal
ventralmente, com abertura posterodorsal. O rostro equivale a 23,04%, a ventral a 20,42% e o eixo
é retilíneo arredondado em vista dorsal e pontudo musculoesquelético a 57,86%.
em vista lateral. O aparelho oral é anteroventral, O corpo do girino apresentou comprimento
com papilas distribuídas bisserialmente ao longo (CC) médio de 13,58 mm. Tendo CC como
de todo o perímetro do disco oral, à exceção do referencial, o diâmetro do olho equivale a 11,77%,
diastema dorsal; os ceratodontes se distribuem de o da narina a 1,53% e o do espiráculo a 4,44%.
acordo com a fórmula 2/3. As narinas distam do rostro em 11,28%, os olhos
O girino apresentou comprimento total (CT) em 20,81% e o espiráculo em 63,73%. Os olhos
médio de 22,63 mm. Tendo CT como referência, o distam das narinas o equivalente a 9,31% de CC e
corpo possui comprimento equivalente a 37,61%, a o espiráculo dista do tubo cloacal em 51,65%.
cauda a 68,32% e a distância do rostro à origem da O corpo do girino apresentou largura (LC)
nadadeira dorsal a 32,33%. média de 8,38 mm. Tendo LC como referencial, a
O corpo do girino apresentou altura (AC) distância internasal equivale a 21,96%, a interocular
média de 4,21 mm. Tendo AC como referencial, a a 33,21% e a largura do aparelho oral a 28,35%.
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 99

C) Microhylidae Günther, 1858 O girino apresentou comprimento total (CT)


médio de 32,75 mm. Tendo CT como referência, o
17. Dermatonotus muelleri (Boettger, corpo possui comprimento equivalente a 34,04%, a
1885) cauda a 79,26% e a distância do rostro à origem da
O girino de D. muelleri (Figura VIa) apresenta nadadeira dorsal a 34,04%.
coloração do dorso marrom, sendo mais escura no O corpo do girino apresentou altura (AC)
terço mais caudal do corpo. Apresenta mancha média de 5,2 mm. Tendo AC como referencial,
grosseiramente hexagonal na região medial da a cauda do girino é 12,50% maior, a nadadeira
área interocular, que se alarga na região que forma dorsal equivale a 38,46%, a ventral a 32,69% e o
o segundo terço do dorso do animal. Ventralmente eixo musculoesquelético a 68,2 . O corpo do girino
apresenta coloração parda, apresentando-se mais apresentou comprimento (CC) médio de 11,15
escura na região onde se encontram as vísceras mm. Tendo CC como referencial, o diâmetro do
do animal, parcialmente visíveis através do olho equivale a 9,41% e o do espiráculo a 19,23%.
tegumento. A cauda apresenta a mesma coloração Os olhos distam do rostro em 63,46%.
marrom, com mancha branca grossa passando no O corpo do girino apresentou largura (LC)
plano que divide sua altura ao meio, estendendo- média de 8,55 mm. Tendo LC como referencial, a
se até aproximadamente 40% do comprimento da distância interocular equivale a 97,66%.
cauda. Dorsalmente o girino apresenta corpo com
aspecto quadrangular e lateralmente apresenta E) Ranidae Rafinesque, 1815
formato triangular. A boca é anterior, apresentando 19. Lithobates palmipes (Spix, 1824)
projeções que ficam suspensas sobre o disco O girino de Lithobates palmipes (Figura VIc;
oral. Não apresenta estruturas queratinizadas na Apêndice B) apresenta coloração marrom em todo
boca e nem nas narinas. Os olhos são laterais e o corpo, apresentando-se mais clara apenas na
o espiráculo é ventral-medial, localizado próximo à cauda. Esta apresenta pontuações de coloração
origem da cauda. semelhante àquela apresentada pelo corpo.
O girino apresentou comprimento total (CT) Lateralmente é possível distinguir o intestino do
médio de 22,42 mm. Tendo CT como referência, o animal, devido à presença de área um pouco mais
corpo do girino possui comprimento equivalente a escura correlata à presença do órgão. Quando
34,35%, a cauda a 66,07% e a distância do rostro à fixados, os padrões da coloração se mantêm,
origem da nadadeira dorsal a 32,84%. apresentando-se, porém, mais escuros.
O corpo do girino apresentou Em vista dorsal, o corpo tem formato
altura (AC) média de 3,58 mm. Tendo AC como pentagonal com os lados opostos paralelos entre
referencial, a cauda do girino é 33,22% maior, a si e perpendiculares ao plano transverso que
nadadeira dorsal equivale a 44,06%, a ventral a corta o animal na base da cauda. Lateralmente,
32,69% e o eixo musculoesquelético a 68,53%. apresenta forma de triângulo escaleno de ápice
O corpo do girino apresentou anterior. O rostro em vista dorsal é retilínio
comprimento (CC) médio de 7,70 mm. Tendo CC arredondado e em vista lateral é pontudo. O
como referencial, o diâmetro do olho equivale aparelho oral é anteroventral, as narinas são
a 12,34% e o do espiráculo a 12,99%. Os olhos dorsais com aberturas orientadas lateralmente
distam do rostro em 37,34%. e os olhos dorsais com orientação lateral. O
O corpo do girino apresentou largura (LC) espiráculo é sinistro com abertura posterodorsal.
média de 6,28 mm. Tendo LC como referencial, a O aparelho oral é ventral com papilas distribuídas
distância interocular equivale a 86,25%. bisserialmente nas extremidades do lábio posterior
e unisserialmente no restante do aparelho oral, à
18. Elachistoclei ovalis (Schneider, 1799) exceção do diastema anterior; os ceratodontes são
O girino de E. ovalis (Figura VIb) apresenta distribuídos de acordo com a fórmula 2(2)/4(1).
coloração do dorso marrom-escura, apresentando O girino apresentou comprimento total (CT)
linha sagital alaranjada e fina. No ventre o médio de 20,26 mm. Tendo CT como referência, o
girino apresenta coloração cinza-parda. O cor- corpo possui comprimento equivalente a 36,06%, a
po apresenta forma triangular quando visto cauda a 66,99% e a distância do rostro à origem da
lateralmente e oval quando visto dorsalmente. nadadeira dorsal a 32,27%.
Apresenta projeções orais que ficam suspensas O corpo do girino apresentou altura (AC)
sobre o aparelho oral, cobrindo-o parcialmente média de 3,30 mm. Tendo AC como referencial, a
quando vistos frontalmente. Não apresenta narinas cauda do girino é 12% maior, a nadadeira dorsal
nem estruturas queratinizadas no aparelho oral, e equivale a 49,35%, a ventral a 24,97% e o eixo
o espiráculo é ventral-medial. Os olhos são laterais. musculoesquelético a 59,21%.
100 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

O corpo do girino apresentou comprimento distam das narinas o equivalente a 5,56% de CC e


(CC) médio de 7,30 mm. Tendo CC como o espiráculo dista do tubo cloacal a 22,48%.
referencial, o diâmetro do olho equivale a 17,71%, O corpo do girino apresentou largura (LC)
o da narina a 8,68% e o do espiráculo a 9,41%. média de 5,02 mm. Tendo LC como referencial, a
As narinas distam do rostro em 7,48%, os olhos distância internasal equivale a 19,08%, a interocular
em 15,59% e o espiráculo em 9,89%. Os olhos a 26,45% e a largura do aparelho oral a 26,71%.

26
36

36
35

Figura II: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na Estação
Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. Rhinella sp. b. Dendropsophus gr. branneri.
c. D. decipiens. d. D. elegans. Os numerais representam o estágio de desenvolvimento, segundo modelo
proposto por Gosner (1960).
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 101

a 37 b 35

c 31 d 26

Figura III: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na Estação
Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. Dendropsophus minutus. b. D. sp.1. c. D.
sp.2. d. D. sp.3. Os numerais representam o estágio de desenvolvimento, segundo modelo proposto por
Gosner (1960).
102 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

b 37
a
27

c 37 d
27

Figura IV: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na Estação
Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. Hypsiboas albomarginatus. b. Phyllomedusa
nordestina. c. Scinax auratus. d. S. x-signatus. Os numerais representam o estágio de desenvolvimento,
segundo modelo proposto por Gosner (1960).
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 103

a 36 36
b

c
d

25 36

Figura V: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na
Estação Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. Sphaenorhyncus prasinus.
b. L. gr. marmoratus. c. L. natalensis. d. Leptodactylus vastus. Os numerais representam o estágio de
desenvolvimento, segundo modelo proposto por Gosner (1960).
104 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

b
26 35
a

26
c

Figura VI: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na Estação
Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. D. muelleri. b. E. ovalis. c. L. palmipes. Os
numerais representam o estágio de desenvolvimento, segundo modelo proposto por Gosner (1960).

Considerações finais de comparação entre as larvas do estado e aquelas


de localidades-tipo, com o objetivo de detecção
Ao caracterizar os girinos, este trabalho auxilia e variações biogeográficas, principalmente por
na identificação das larvas de modo a servir de que muitos anuros são identificados como se
incentivo ao estudo desse momento ontogenético pertencessem a determinada espécie, com base
dos anuros, mas ele também expõe a necessidade em comparações de animais, principalmente do
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 105

Sudeste do Brasil, permitindo melhor comparação no estudo da filogenia da classe Anura, torna-
e análise de acúmulo de diferenças, a ponto de ser, se cada vez maior a demanda de informações
de fato, espécies diferentes. sobre a morfologia da fase larval, para a melhor
Em um momento da ciência em que os compreensão da história evolutiva desses
herpetólogos estão cada vez investindo mais animais.

Agradecimentos
Agradeço à professora/doutora Denise de Cerqueira Rossa-Feres (Unesp), à professora/doutora
Ana Maria Paulino Telles de Carvalho-e-Silva (Unirio) e a Washington Vieira, pela disposição em
ajudar na identificação de alguns girinos de identificação problemática; a Paulo de Souza Filho, pelas
ilustrações muito bem-feitas dos girinos; ao Laboratório de Invertebrados Terrestres da UFPE, na pessoa
do professor/doutor Simão Dias Vasconcelos e ao Laboratório de Ecofisiologia Animal da UFRPE, na
pessoa da professora/doutora Maria Adélia Borstelmann de Oliveira, pela disponibilidade dos respectivos
laboratórios, para a obtenção dos dados biométricos dos girinos; e aos componentes do Grupo de
Estudos em Herpetologia e Páleo-Herpetologia de Pernambuco – GEHP-PE, do qual faço parte, nas
pessoas de Lúcio Flausino Dias Júnior, Ticiana Navarro, Keitz Albertim, Iris Melo, Clênio França e Eduardo
Lins, pela ajuda na coleta dos dados morfométricos.

Referências

ALTIG, R.; JOHNSTON, G. F. Guilds of anuran larvae: Relationships among developmental modes,
morphologies and habits. Herpetological Monographs, n. 2, p. 81-109, 1989.

ALTIG, R.; McDIARMID, R. W. Body Plan: Development and Morphology. In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R.
(Ed.). Tadpoles: the biology of anuran larvae. Chicago: Ed. The University of Chicago Press, 1999a. 444 p.

ALTIG, R.; McDIARMID, R. W. Diversity: Familial and Generic characterizations. In: McDIARMID, R. W.;
ALTIG, R. (Ed.). Tadpoles: the biology of anuran larvae. Chicago: Ed. The University of Chicago Press,
1999b. 444 p.

ANDRADE, E. V. E. Aspectos Ecológicos e Caracterização Morfométrica e Biométrica de Formas


Larvárias de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, NE do Brasil.
!!"#$ %"$ &#$ '()(*+,-,$ ./+,01,23($ 45$ 678)97,:$ ;7(<=*79,:>$ - Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, 2007.

ANDRADE-LIMA, D. !"#$%& '"%()%(*+',%& $)& -)*./01#,%. 2.ed. Recife: Instituto de Pesquisas


Agronômicas de Pernambuco, 1957. 44 p.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Distribuição Espacial de Girinos em Poça


Temporária, remanescente de Mata Atlântica, PE (Amphibia: Anura). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA
E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008a.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Riqueza e Distribuição Temporal de Girinos


em Poça Temporária, remanescente de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008b.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de Formas Larvárias
de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.

ARAÚJO, L. C. S. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, E. M. Hábito Alimentar de Lithobates palmipes (Spix, 1824)
em Fragmento de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM
PERNAMBUCO, 1., 2008.

ALVES, A. C. R.; GOMES, M. R.; CARVALHO E SILVA, S. P. Description of the tadpole of Scinax auratus
(Wied-Neuwied) (Anura, Hylidae). Revista Brasileira de Zoologia, n. 21, v. 2, p. 315-317, 2004.
106 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

CARVALHO, C. L. B.; SANTOS, E. M.; SILVA, L. A. M. Lista atualizada de anfíbios anuros da estação
Ecológica do Tapacurá. Revista Ômega, Série Biológica, UFRPE, n. 5, p. 29-34, 1998.

DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. Baltimore, Maryland: Ed. Johns Hopkins, 1994.
669 p.

EL-DEIR, S. G. Levantamento sistemático preliminar da anurofauna da Estação Ecológica do Tapacurá


– PE#$ ?@%A#$ '()(*+,-,$ ./+,01,23($ 45$ 678)97,:$ ;7(<=*79,:>$ B$ C)7D4+:70,04$ E404+,<$ 04$ F4+),5G19(H$
Recife, 1985.

FABREZI, M.; LAVILLA, E. O. Estructura del condrocrâneo y esqueleto hiobranquial em larvas de algunos
IJ<K0(:$)4(L+(&79,<4:$.M)1+,N$OP<70,4>#$Acta Zoológica Lilloana, n. 41, p. 155-164, 1992.

FORD, L. S.; CANNATELLA, D. C. The major clades of frogs. Herpetological Monographs, n. 7, p. 94-117, 1993.

FROST, D. R.; GRANT, T.; FAIVOVICH, J.; BAIN, R. H.; HAAS, A.; HADDAD, C. F. B.; DE SA, R. O.; CHANNING,
A.; WILKINSON, M.; DONNELLAN, S. C.; RAXWORTHY, C. J.; CAMPBELL, J. A.; BLOTTO, B. L.; MOLER,
P.; DREWES, R. C.; NUSSBAUM, R. A.; LYNCH, J. D.; GREEN, D. M.; WHEELER, W. C. The Amphibian Tree
of Life. Bulletin of the American Museum of Natural History, n. 297, 370p, 2006.

/QRSTUH$ V#$ M$ :75&<7-40$ L,G<4$ W(+$ :L,*7)*$ ,)1+,)$ 45G+P(:$ ,)0$ <,+D,4$ X7LI$ )(L4:$ ()$ 704)L7-9,L7()#$
Herpetologica, n. 16, p. 183-190, 1960.

HAAS, A. Phylogeny of frogs as inferred from primarily larval characters (Amphibia: Anura). Cladistics, n.
19, p. 23-89, 2003.

HADRIGAN, G. R.; WASSERSUG, R. J. The anuran Bauplan: a review of the adaptive, developmental, and
genetic underpinnings of frog and tadpole morphology. Biological Reviews, n. 82, p. 1-25, 2007.

HERO, J. M. An illustrated key to tadpoles occurring in the Central Amazon rainforest, Manaus, Amazonas,
Brasil. Amazoniana, Manaus, v. 11, n. 2, p. 201-262, 1990.

INGER, R. F. The development of a phylogeny of frogs. Evolution, n. 21, p. 369-384, 1967.

MAGLIA, A. M.; PUGENER, L. A.; TRUEB, L. Comparative Development of Anurans: Using Phylogeny to
Understand Ontogeny. American Zoologist, n. 41, p. 538-551, 2001.

'TYQH$Z#$S#$Z#[$'QCUMH$V#$M#[$MS\UM\TH$T#$]#$T#[$'QCUMH$/#$^#$;#$6,+,9L4+7_,23($*4+,<$4$4:&497-970,04$
microambiental de Dendropsophus branneri e Dendropsophus minutus em remanescente de Mata
Atlântica, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.

MOURA, G. J. B. Utilização da anurofauna como bioindicadora do efeito da eliminação de resíduos


tóxicos nos recursos hídricos da Reserva Estadual de Gurjaú, PE#$ !!`#$'()(*+,-,$.T:&497,<7_,23($
em Zoologia) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2004.

McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. Tadpoles: The Biology of Anuran Larvae. Chicago: Ed. The University of
Chicago Press, 1999. 444 p.

NOBLE, G. K. An outline of the relation of ontogeny and phylogeny within the Amphibia. Amer. Mus.
Novit., n. 165, p. 1-17, 1925.

ORTON, G. The Systematics of Vertebrate Larvae. Systematic Zoology, n. 2, p. 63-75, 1953.

ORTON, G. ZI4$G4,+7)*$(W$<,+D,<$4D(<1L7()$()$:(54$&+(G<45:$7)$W+(*$9<,::7-9,L7()#$Systematic Zoology,


n. 6, p. 79-86, 1957.

POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Herpetology.
3.ed. New Jersey: Ed. Prentice-Hall, 2003.

PUGENER, L. A.; MAGLIA, A. M.; TRUEB, L. Revisiting the contribution of larval characters to an analysis
of the phylogenetic relationships of basal anurans. Zoological Journal of the Linnean Society, n. 139,
p. 129-155, 2003.
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 107

SOKOL, O. M. The phylogeny of anuran larvae: a new look. Copeia, v. 1975, n. 1, p. 1-24.

STARRETT, P. H. Evolutionary patterns in larval morphology. In: VIAL, J. L. (Ed.). Evolutionary biology of
the anurans. Contemporary research on major problems. Columbia, Missouri: University of Missouri
Press, 1973. p. 251-297.

ROSSA-FERES, D. C.; NOMURA, F. Characterization and taxonomic key for tadpoles (Amphibia: Anura)
from the northwestern region of São Paulo State, Brazil. BiotaNeotropica. 2006. Disponível em: <http://
XXX#G7(L,)4(L+(&79,#(+*#G+aDb)?a&La,G:L+,9Lc704)L7-9,L7()de4PfG)!!"!b!? !!bg$

SANTOS, E. M. Biologia reprodutiva e comportamental de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Anura,


Leptodactylidae) em duas poças temporárias de dois fragmentos de Mata Atlântica, Pernambuco,
Brasil. 2005. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2005.

SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.; SILVA,
J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Maçagana, v. 2, 2001. p. 529-
535.

SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S. Registro de comportamento gregário em girinos da rã


Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Anura, Leptodactylidae). In: ENCONTRO NACIONAL DE BIÓLOGOS,
2004, Natal. Anais... 2004.

SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S. Comportamento de Girinos de Leptodactylus natalensis


(Anura, Leptodactylidae) durante o Cuidado Parental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 27.,
2008, Curitiba. Anais... 2008.

VERA CANDIOTI, M. F. Anatomy of Anuran Tadpoles from Lentic Water Bodies: Systematic Relevance and
Correlation with Feeding Habits. Zootaxa, v. 1600, p. 1-175, 2007.

VERA CANDIOTI, M. F.; HAAS, A. Three dimensional reconstruction of the hyobranchial apparatus of Hyla
nana tadpoles (Anura: Hylidae). Cuadernos de Herpetología, n. 18, p. 3-15, 2005.

VIEIRA, W. L. S.; SANTANA, G. G.; VIEIRA, K. S. description of the tadpole of Leptodactylus vastus (Anura:
Leptodactylidae). Zootaxa, n. 1.529, p. 61-68, 2007.

WASSERSUG, R. J. Internal oral features of larvae from eight anuran families. Functional, systematics,
evolutionary and ecological considerations. Miscellaneous Publications of the Museum of Natural
History, University of Kansas, n. 65, p. 1-146, 1980.

APÊNDICE A: Médias e desvio-padrão (em mm) dos caracteres morfométricos aferidos dos girinos
da Estação Ecológica do Tapacurá no período de fevereiro de 2007 a julho de 2008. LEGENDA: Espécies
analisadas [Rsp: Rhinella sp. (n=7); Db: D. branneri (n=30); Dd: D. decipiens (n=28); De: D. elegans
(n=18); Dmi: D. minutus (n=14); Dsp1: D. sp.1 (n=10); Dsp2: D. sp.2 (n=12); Dsp3: D. sp.3. (n=17); Ha: H.
albomarginatus (n=30); Pn: P. nordestina (n=30); Sa: S. auratus (n=30); Sx: S. x-signatus (n=30); Sp: S.
prasinus (n=6); Lm: L. marmoratus (n=12); Ln: L. natalensis (n=30); Lv: L. vastus (n=30); Dmu: D. muelleri (n=2); Eo:
E. ovalis (n=5); Lp: L. palmipes (n=22)] e Medidas [CT: comprimento total; CC: comprimento do corpo; LC:
largura do corpo; AC: altura do corpo; CCU: comprimento da cauda; ACU: altura da cauda; DRD: distância
da porção mais anterior do rostro à origem da nadadeira dorsal; AMND: altura da nadadeira dorsal;; AMC:
altura do eixo músculo-esquelético da cauda; AMNV: altura da nadadeira ventral; DO: diâmetro do globo
ocular; DIO: distância interocular; DOR: distância olho-rostro; DN: diâmetro da narina; DIN: distância
internasal; DNR: distância narina-rostro; DON: distância olho-narina; DE: diâmetro do espiráculo; DER:
distância espiráculo-rostro; DEC: distância espiráculo-tubo cloacal; LDO: largura do disco oral].
Rsp Db Dd De Dmi Dsp1 Dsp2 Dsp3 Ha Pn Sa Sx Sp Lm Ln Lv Dmu Eo Lp 108
20,26 22,34 19,10 27,32 27,44 19,10 25,00 35,90 34,30 35,50 35,90 33,73 35,04 33,98 22,63 47,73 32,75 22,42 45,35
CT
(2,01) (3,60) (4,41) (4,66) (8,04) (4,41) (2,87) (3,55) (6,99) (6,65) (4,09) (5,39) (7,43) (3,45) (1,23) (6,83) (8,41) (2,78) (4,98)
7,30 6,30 7,80 9,29 9,42 7,82 9,03 10,34 12,20 12,00 10,69 10,03 12,10 11,88 8,51 13,58 11,15 7,70 20,26
CC
(0,34) (0,60) (1,40) (1,54) (0,97) (1,39) (0,78) (1,04) (2,39) (1,84) (1,02) (1,33) (2,39) (2,74) (0,43) (1,87) (2,61) (2,10) (2,52)
5,02 3,31 4,25 4,66 5,12 4,25 4,75 5,16 7,14 5,94 6,30 6,19 9,27 6,40 4,77 8,38 8,55 6,28 12,41
LC
(0,13) (0,53) (0,89) (0,71) (0,50) (0,89) (0,32) (0,52) (1,09) (0,98) (0,75) (0,96) (2,67) (0,79) (0,29) (1,39) (1,62) (0,70) (1,43)
3,30 2,80 3,40 4,38 4,94 3,40 5,45 4,26 5,89 4,48 6,51 5,2 7,9 4,95 4,21 6,38 5,20 3,58 11,01
AC
(0,19) (0,60) (0,80) (0,72) (0,46) (0,80) (0,65) (0,36) (1,31) (1,55) (0,84) (1,13) (1,8) (0,85) (0,28) (1,43) (0,98) (0,50) (1,33)
13,57 17,55 12,80 18,47 21,10 12,82 18,35 28,20 24,00 29,10 27,00 25,99 26,5 23,59 15,46 37,17 25,96 14,81 27,02
CCU
(1,70) (3,17) (3,13) (3,04) (2,99) (3,13) (2,89) (4,86) (6,69) (5,78) (3,01) (4,63) (8,28) (3,28) (2,80) (6,25) (0,35) (3,09) (3,36)
3,70 3,94 3,70 5,75 7,09 3,70 5,73 4,94 6,47 7,36 7,70 10,22 5,39 5,85 4,93 6,40 5,85 4,76 11,55
ACU
(0,39) (0,62) (1,10) (1,09) (1,21) (1,10) (0,58) (0,48) (1,62) (1,69) (0,99) (1,86) (0,95) (1,15) (0,44) (0,96) (1,76) (0,64) (1,60)
6,54 5,27 19,00 8,25 5,48 7,01 6,24 11,17 10,00 11,08 8,47 5,77 6,70 10,78 7,32 14,58 11,15 7,36 20,26
DRD
(0,36) (1,38) (4,40) (1,79) (0,76) (4,41) (1,02) (1,52) (2,8) (2,36) (1,17) (1,12) (4,01) (1,49) (0,63) (2,57) (2,61) (1,89) (2,52)
1,63 1,42 1,10 1,72 2,26 1,08 1,46 1,41 2,31 0,86 2,08 3,28 1,94 2,13 1,66 1,47 2,00 1,58 4,21
AMND
(0,12) (0,65) (0,40) (0,38) (0,46) (0,44) (0,27) (0,18) (0,69) (0,33) (0,38) (0,92) (0,60) (0,54) (0,22) (0,39) (0,42) (0,30) (0,71)
1,95 1,85 1,80 2,90 3,04 1,81 2,61 2,87 2,86 3,81 3,42 3,79 3,46 2,81 2,22 3,69 3,55 2,45 4,56
AMC
(0,11) (0,42) (0,60) (0,50) (0,31) (0,57) (0,24) (0,31) (0,90) (0,82) (0,63) (0,91) (0,40) (0,61) (0,17) (1,19) (0,91) (0,34) (0,71)
0,82 0,83 1,00 1,85 2,38 1,00 1,77 1,22 1,63 2,75 2,43 3,12 2,04 1,51 1,46 1,30 1,70 1,17 4,02
AMNV
(0,16) (0,41) (0,20) (0,34) (0,48) (0,20) (0,33) (0,20) (0,40) (0,99) (0,37) (0,77) (0,74) (0,19) (0,22) (0,37) (0,28) (0,20) (0,70)
1,29 0,99 1,70 1,69 1,68 1,70 1,74 1,22 1,40 1,97 1,80 1,71 1,20 1,34 0,74 1,60 1,05 0,95 2,20
DO
(0,11) (0,33) (0,50) (0,26) (0,20) (0,50) (0,10) (0,18) (0,50) (0,37) (0,20) (0,42) (0,40) (0,51) (0,10) (0,50) (0,21) (0,30) (0,34)
1,32 2,03 2,90 3,11 3,41 2,94 2,97 2,27 3,40 3,87 4,40 4,18 4,50 2,71 0,41 2,78 8,35 5,41 6,30
DIO
(0,22) (0,55) (0,60) (0,61) (0,46) (0,59) (0,17) (0,31) (0,70) (1,14) (0,70) (0,68) (1,20) (0,54) (0,14) (0,63) (1,90) (0,70) (0,77)
1,14 2,23 1,90 2,57 2,52 1,94 2,29 2,67 3,10 3,22 3,30 3,38 2,90 2,87 1,55 2,83 3,30 2,88 4,63
DOR
(0,49) (0,42) (0,40) (0,40) (0,24) (0,40) (0,26) (1,59) (0,70) (0,46) (0,40) (0,87) (0,50) (0,59) (0,25) (0,51) (0,98) (0,30) (0,59)
0,63 0,36 0,40 0,61 0,53 0,40 0,44 0,63 0,60 0,21 0,40 0,59 0,50 0,63 0,41 0,21 0,85
DN -
(0,14) (0,21) (0,20) (0,10) (0,10) (0,20) (0,06) (0,14) (0,30) (0,13) (0,10) (0,47) (0,20) (0,36) (0,14) (0,18) (0,17)
0,95 1,06 2,10 1,51 1,85 2,00 1,31 1,21 1,90 1,46 3,00 3,69 3,74 1,35 1,05 1,84 3,04
DIN - -
(0,28) (0,36) (0,70) (0,28) (0,34) (0,50) (0,24) (0,19) (0,40) (0,68) (0,60) (0,84) (1,09) (0,57) (0,15) (0,55) (0,38)
0,54 0,48 1,20 0,87 0,74 1,88 0,80 1,02 1,80 0,89 1,80 2,08 1,00 0,99 0,67 1,53 1,96
DNR - -
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

(0,11) (0,36) (0,40) (0,17) (0,13) (0,39) (0,12) (0,66) (0,60) (0,37) (0,50) (0,67) (0,20) (0,48) (0,15) (0,48) (0,42)
Rsp Db Dd De Dmi Dsp1 Dsp2 Dsp3 Ha Pn Sa Sx Sp Lm Ln Lv Dmu Eo Lp
0,40 1,51 1,60 1,32 1,52 1,54 1,24 1,51 1,30 2,31 1,40 1,52 1,50 1,12 0,81 1,26 2,26
DON - -
(0,12) (0,43) (0,30) (0,28) (0,21) (0,34) (0,22) (0,77) (0,40) (0,69) (0,30) (0,35) (0,50) (0,68) (0,17) (0,33) (0,45)
0,68 0,36 0,60 0,53 0,57 0,50 0,61 0,81 0,69 0,98 0,50 0,60 0,60 0,64 0,58 0,60 1,00 0,70 1,32
DE
(0,08) (0,19) (0,10) (0,11) (0,10) (0,08) (0,11) (0,28) (0,29) (0,24) (0,20) (0,24) (0,20) (0,25) (0,08) (0,30) (0,20) (0,40) (0,21)
0,72 4,64 4,74 6,12 6,20 4,61 6,12 6,34 8,57 5,89 8,10 7,81 8,30 6,58 5,08 8,65 10,61
DER - -
(0,12) (0,6) (0,44) (0,94) (0,64) (0,41) (0,51) (0,82) (1,20) (0,86) (0,80) (1,80) (1,20) (1,01) (0,44) (2,46) (1,27)
1,64 1,92 2,18 3,32 3,47 2,2 2,49 3,88 3,30 5,51 3,00 3,28 6,60 4,42 3,49 7,01 8,76
DEC - -
(0,22) (0,70) (0,55) (0,68) (0,54) (0,48) (0,50) (0,70) (0,90) (0,96) (0,70) (1,16) (1,70) (0,70) (0,46) (2,19) (1,43)
1,34 0,62 1,12 1,09 1,58 1,10 1,48 1,80 2,45 2,17 2,13 2,58 2,12 2,21 1,90 2,38 4,67
LDO - -
(0,18) (0,23) (0,26) (0,06) (0,27) (0,31) (0,11) (0,45) (0,68) (0,57) (0,41) (0,40) (0,53) (0,81) (0,22) (0,38) (0,50)
APÊNDICE B:
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura)

Alguns

Lithobates palmipes (Spix, 1824)


dos

Leptodactylus natalensis A. Lutz, 1930


Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824)
Dendropsophus minutus (Peters, 1872)
Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925)

Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006


segundo modelo proposto por Gosner (1960).

Dendropsophus gr. branneri (Cochran, 1942)

Leptodactylus marmoratus (Steindachner, 1867)


Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, 1824)
das fotos indicam o estágio de desenvolvimento,
fevereiro de 2007 e julho de 2008. Números ao lado
Estação Ecológica do Tapacurá, no período entre
caracterizados morfologicamente, amostrados na
girinos
109
Distribuição vertical de girinos em corpos d’água temporários
!"#$%!&'("#)(*+,-)!".("/!0!)123"45607-8-!9"Anura)

Clênio França de Souza1; Edson Victor Euclides de Andrade2; Geraldo Jorge Barbosa de Moura3

Resumo Abstract
Girinos ocorrem em vários tipos de habitats Tadpoles occur in various types of aquatic
aquáticos nos quais podem ocupar diversos habitats in which they can occupy different strata
estratos da coluna d’água, apresentando morfologia of the water column, showing characteristic
e comportamento característicos. Este trabalho morphology and behavior. This study aimed to
teve como objetivo caracterizar a comunidade characterize the community formed by the frogs
formada pelas larvas de anuros, assim como larvae as well as each constituent population of
cada população constituinte dessa comunidade, this community, present in 2 temporary ponds
presentes em duas poças temporárias na Estação in the Estação Ecológica do Tapacurá regarding
Ecológica do Tapacurá, quanto a sua distribuição its vertical distribution in the water column. The
vertical na coluna d’água. Os girinos foram tadpoles were sampled weekly from March 24
amostrados semanalmente, de 24 de março a 14 to 14 September 2008 with funnel-type traps to
de setembro de 2008, com armadilhas do tipo funil, allow sampling of the bottom, the surface and
de modo a permitir a amostragem do fundo, da of the water column. Eleven species of tadpoles
superfície e da coluna d’água. Onze espécies de were recorded, which had a total abundance of
girinos foram registradas, com abundância total de 629 individuals, of which six were listed, three
629 indivíduos, das quais seis foram constantes, accesory and two accidental, and, in general,
três acessórias e duas acidentais, e, de modo geral, the community was distributed homogeneously
a comunidade se distribuiu homogeneamente na in the water column. Each population, however,
coluna d’água. Cada população, porém, apresentou showed characteristic behavior: Dendropsophus
comportamento característico: Dendropsophus gr. branneri (A = 35, bottom and surface), D.
gr. branneri (A=35; fundo e superfície); D. decipiens (A = 14; analysis not conducted due to
decipiens (A=14; análise não realizada devido à low abundance), D. elegans (A = 6; analysis not
baixa abundância); D. elegans (A=6; análise não conducted due to low abundance), D. minutus (A
realizada devido à baixa abundância); D. minutus = 26; water column), D. sp. (A = 114, surface and
(A=26; coluna d’água); D. sp. (A=114; superfície water column); Hypsiboas albomarginatus (A =
e coluna d’água); Hypsiboas albomarginatus 118, bottom); Phyllomedusa nordestina (A = 79;
(A=118; fundo); Phyllomedusa nordestina (A=79; generalist); Scinax auratus (A = 4; analysis not
generalista); Scinax auratus (A=4; análise não conducted due to low abundance), S . x-signatus
realizada devido à baixa abundância), S. x-signatus (A = 146; surface); Sphaenorhyncus prasinus (A =
(A=146; superfície); Sphaenorhyncus prasinus 81, bottom); Leptodactylus vastus (A = 1; analysis
(A=81; fundo); Leptodactylus vastus (A=1). not conducted due to low abundance).

Palavras-chave: Ecologia, Larva, Ocupação Key words: ecology, larva, microenviron-


Microambiental. mental occupation

1
Graduação em Ciências Biológicas, UPE (cleniobiologo@hotmail.com).
2
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
3
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
A Mata Atlântica é reconhecida inter- A quantidade e a qualidade dos habitats
nacionalmente como uma das regiões prioritárias são diretamente proporcionais à precipitação
para a conservação da biodiversidade em todo pluviométrica (WILBUR, 1987). Os recursos
o mundo, devido à sua alta riqueza biológica alimentares de origem orgânica e inorgânica são
aliada aos endemismos da fauna e da flora (SOS mais abundantes nos períodos de enchimento
MATA ATLÂNTICA, 2008). Hoje, ela se apresenta e de secagem da poça, devido à diferença
como um mosaico composto por poucas áreas de concentração (BÄRLÓCHERVET, 1978). O
relativamente extensas, principalmente nas regiões desempenho e a distribuição dos girinos são
Sul e Sudeste, e uma porção bem maior composta influenciados pela composição, quantidade e
de áreas em diversos estágios de degradação qualidade de alimento, o que implica que quanto
(APREMAVI, 2008). Nesse quadro, os fragmentos mais rico de recursos alimentares for o habitat,
florestais de diversos tamanhos assumem menor é a competição intra e interespecífica,
fundamental importância para a perenidade do possibilitando a coexistência de diferentes táxons,
Domínio Morfoclimático da Mata Atlântica (SOS como insetos e crustáceos, que competem entre si
MATA ATLÂNTICA, 2008). pela utilização dos recursos alimentares (MORIN et
Os anfíbios apresentam um ciclo de vida al., 1998).
complexo e o desenvolvimento de muitas espécies Em seu habitat, os girinos vivem com
envolve uma fase larval aquática com respiração grande densidade populacional e, muitas vezes,
branquial e uma fase adulta terrestre com constituída por indivíduos com diferentes graus de
respiração cutânea (McDIARMID; ALTING, 1999). parentesco (BLAUSTEIN et al., 1987; WALDMAM,
As relações com a água são cruciais para a 1991). Rossa-Feres e Jim (1996) detectaram
vida dos anuros, principalmente devido ao fato de que a distribuição espacial foi responsável pela
a maioria das espécies apresentar forma larvária coexistência de 17 espécies de girinos em 20
aquática. poças estudadas.
Os girinos têm características morfológicas, Recursos alimentares estão distribuídos
fisiológicas e ecológicas diferentes dos adultos de forma distinta nos estratos da coluna, o
e apresentam cauda, respiração branquial e que possibilita que os girinos se alimentem
excretam amônia. Geralmente são aquáticos e em profundidades diferentes (bentônico, meia
sofrem pressões seletivas diferentes daquelas água e superfície) (HOFF et al., 1999). Trabalhos
dos adultos (DUELLMAN; TRUEB, 1994). realizados por Kupferburg (1997) e Wassersug
Esses girinos passam por mudanças de ordem (1975) demonstram que os substratos bentônicos
morfológica, fisiológica e ecológica, conhecida são os mais ricos em nutrientes, enquanto
como metamorfose, para uma fase adulta (SHI, Nathan e James (1972) afirmam que a superfície
1999; BROWN; CAI, 2007). As larvas podem possui grande quantidade de proteínas e lipídios
ser encontradas em diversos habitats aquáticos comparados com o ambiente bentônico. Skelly et
(HOFF et al., 1999), desde ambientes permanentes al. (2002) compararam os ambientes bentônicos
até ambientes temporários como poças (SANTOS; de dois lagos: um deles coberto por floresta e
AMORIM, 2005; 2006; ANDRADE, 2007; ANDRADE sem grama no seu interior, cujo fundo era repleto
et al., 2007; 2008a; 2008b), ou mesmo ambientes de folhas, e o segundo em lugar aberto e com
efêmeros (obs. pess.) e fitotelmos. gramíneas demonstrou maior quantidade e
114 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

variedade de comunidades de perifíticas, sugerindo coberta de vegetação (gramíneas). Seu solo é


que ambientes com gramíneas são favoráveis para composto de matéria orgânica (troncos, folhas
a obtenção de alimentos. galhos) e argila, e o seu perímetro é circundado
Este trabalho teve por finalidade registrar a 98% pela mata.
distribuição vertical das formas larvárias de anfíbios
anuros (girinos) ocorrentes em coluna d’água de AMOSTRAGEM
ambientes lênticos temporários.
O procedimento de amostragem, coleta e
Metodologia manuseio dos animais foi autorizado pela Licença
nº 088/07 – RAN/Ibama.
Área de estudo
Captura e identificação dos girinos
Este trabalho foi realizado em dois am-
bientes lênticos temporários localizados na Mata Os girinos foram amostrados por meio
do Alto da Buchada (08° 07’ S e 34° 60’ O), de armadilhas do tipo funil (Figura 1), cada uma
fragmento de Mata Atlântica do tipo perenifólia constituída por estaca de madeira com 1 m de
semidecídua (ANDRADE-LIMA, 1957), pertencente comprimento e três garrafas pet de dois litros,
à Estação Ecológica do Tapacurá (EET), município totalizando 160 garrafas. As estacas foram divididas
de São Lourenço da Mata – Pernambuco. A EET em três pontos, nos quais foram amarradas com fio
é uma unidade de conservação da Universidade de náilon: O primeiro ponto se localizou rente ao
Federal Rural de Pernambuco e possui 776 ha substrato da poça, de forma que as garrafas (66 no
de área total, sendo 394 ha ocupados pelo Lago total) ficaram em contato com o solo; o segundo
Tapacurá, de responsabilidade da Companhia com 25 cm de altura (50 no total) e o terceiro (44
Pernambucana de Saneamento – Compesa, no total) de 50 cm de altura. As garrafas foram
resultado do represamento do Rio Tapacurá, cortadas na altura do gargalo, formando um funil
afluente do Capibaribe (COELHO, 1979). com diâmetro maior que 10 cm (área de influência
Localizações dos ambientes lênticos: a po- da armadilha) e diâmetro menor que 2 cm,
ça 1 situa-se a 50 m do alojamento da administração direcionado para o interior da garrafa.
da estação, adjacente a uma trilha que vai dar no A coluna d’água foi dividida em três
alojamento citado e aproximadamente 90% do partes, de acordo com as áreas de atuação das
perímetro é circundado pela mata, possui área armadilhas. O fundo corresponde aos 10 cm mais
de 280 m² e profundidade máxima de 1,20 m. próximos ao substrato; a superfície corresponde
Parte da poça encontra-se coberta por gramíneas aos 10 cm mais próximos à lâmina d’água; e a
emergentes em área de aproximadamente coluna d’água corresponde ao intervalo entre
10%, das quais 70% estão submersas quando o fundo e a superfície. Não necessariamente, a
a poça está com sua capacidade máxima. Sua garrafa mais superior se encontrava no intervalo
vegetação está distribuída no centro da poça, em classificado como superfície, de forma que essa
sua grande maioria, e em pequenas partes da diferença foi considerada na análise. Os girinos
borda, e os outros 60%, o que corresponde à área foram identificados baseando-se em Andrade e
com aproximadamente 168 m², não apresentam Moura (Capítulo IV) e posteriormente soltos.
vegetação. O solo é composto de matéria orgânica
(folhas, troncos, galhos) e argila. A água é bastante Período de amostragem
turva devido aos sedimentos arrastados pela chuva
que escorre pelos cantos da trilha. As armadilhas foram instaladas semanalmente,
A poça 2 apresenta área de 154 m² e permanecendo no corpo d’água por um período de
profundidade de 1,50 m. Situa-se aproximadamente 24 horas, após o qual eram retiradas e guardadas no
a 2 km do alojamento da administração, adjacente laboratório da EET, para evitar qualquer interferência
a uma trilha que corta transversalmente a Mata na dinâmica da comunidade durante o intervalo de
do Alto da Buchada, e apresenta 2% da área total tempo em que não estavam instaladas.
Distribuição vertical de girinos em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura) 115

pertencentes à família Hylidae, uma à família


Leptodactylidae, e uma abundância total de 629
indivíduos, das quais seis foram constantes, três
acessórias e duas acidentais.
A poça 1 apresentou número maior de exem-
plares da família Hylidae, no total de 11 espécies:
(Dendropsophus gr. branneri (Cochan, 1942), D.
decipiens (A. Lutz, 1925) D. elegans (Wied-Neuwied,
1824), D. minutus (Peters, 1872) D. sp., Hypsiboas
albomarginatus (Spix, 1824), Phyllomedusa nor-
destina (Caramashi, 2006), Scinax auratus (Wied-
Neuwied, 1821), S. x-signatus (Spix, 1824),
Sphaenorhyncus prasinus (Bokermann, 1973), e uma
espécie da família Leptodactylidae (Leptodactylus
vastus (Lutz, 1930)). A poça 2 só apresentou a família
Hylidae, no total de seis espécies (D. decipiens (A.
Lutz, 1925), D. sp., Hypsiboas albomarginatus (Spix,
1824), Phyllomedusa nordestina (Caramashi, 2006),
Scinax auratus (Wied-Neuwied, 1821), S. x-signatus
(Spix, 1824)).
O gráfico de acumulação de espécies
Figura 1: Esquema da armadilha utilizada na amostragem (Gráfico 1) alcançou estabilidade na oitava coleta,
dos girinos em diferentes profundidades em o que indica que, teoricamente, os girinos de todas
corpos d’água temporários na EET no período as espécies possíveis de serem capturadas pelo
entre março e setembro de 2008. O funil método utilizado foram registrados.
superior, não necessariamente, se encontra Este trabalho obteve menor riqueza de
rente à lâmina d’água. espécies comparado à Andrade et al. (2008b), o
que, a princípio, não seria esperado, uma vez que
Análise de dados o distúrbio inevitável (movimentação na água)
do ambiente na coleta ativa realizada durante a
Os girinos foram classificados em cons- realização daqueles trabalhos estaria ausente
tantes, acessórios ou raros, de acordo com o da metodologia empregada neste trabalho,
método de Dajoz (1983), que leva em consideração
evitando que os girinos fugissem em virtude dessa
a abundância relativa segundo a fórmula:
, perturbação. Uma possível explicação para essa
p menor riqueza observada neste trabalho pode
co = 100 , onde:
P estar relacionada ao período de amostragem
co: constância de ocorrência (CO < 25%, em comparação ao de Andrade et al. (2008b),
acidental ; 25% < CO < 50%, acessória; CO > que acompanharam todo o período, desde o
50%, constante); enchimento até a secagem. Isso se confirma ao
p: número de idas ao campo em que a ser analisada a distribuição temporal das espécies,
espécie foi encontrada; podendo observar que as amostras em comum
P: número total de idas o campo. nos dois trabalhos foram aquelas que foram
Para a análise da distribuição vertical encontradas na poça durante todo ou maior período
diferencial dos girinos na coluna d’água, foi de existência do corpo d’água entre fevereiro de
utilizado o teste de qui-quadrado. 2007 e fevereiro de 2008 (ANDRADE et al., 2008b),
à exceção de L. vastus, que, caracterizada como
Resultados e discussão pioneira por Andrade (2007) e Andrade et al.
(2008b), foi registrada tardiamente neste trabalho.
Aspectos Ecológicos
da Comunidade Distribuição vertical da comunidade

Riqueza e abundância Durante o período de estudo, o número de


garrafas em cada profundidade está representado
A comunidade de girinos apresentou uma na Tabela II, assim como a abundância relativa dos
riqueza de 11 espécies (Tabela I), sendo dez girinos nessas profundidades.
116 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Gráfico 1: Gráfico do coletor para espécies de girinos capturados em corpos d’água temporários na Estação Ecológica
do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008.

Tabela I: Riqueza, abundância, abundância relativa, constância de ocorrência e classificação, segundo Dajoz (1983),
dos girinos amostrados em poça temporária na Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março
e setembro de 2008.
Abundância Constância de
Espécie Abundância Classificação
relativa ocorrência
Família Hylidae
Dendropsophus gr. branneri (Cochran, 1942) 35 5,56 61,11 Constante
D. decipiens (A. Lutz, 1925) 14 2,22 44,44 Acessória
D. elegans (Wied-Neuwied, 1824) 6 0,95 27,77 Acessória
D. minutus (Peters, 1872) 26 4,13 27,77 Acessória
D. sp.* 114 18,12 77,77 Constante
Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) 118 18,75 66,66 Constante
Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006 79 12,55 88,88 Constante
Scinax auratus (Wied-Neuwied, 1821) 4 0,63 16,66 Acidental
S. x-signatus (Spix, 1824) 146 23,21 88,88 Constante
Sphaenorhyncus prasinus Bokermann, 1973 86 13,67 55,55 Constante
Família Leptodactylidae
Leptodactylus vastus Lutz, 1930 1 0,15 5,55 Acidental
Total 629 100
* Correspondente à D. sp.2 em Andrade e Moura, no prelo.

Tabela II: Quantidade de garrafas por profundidade e frequência de girinos, por profundidade, em corpos d’água
temporários na Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008.

Nº relativo de Frequência relativa de


Profundidade Nº de garrafas Frequência de girinos
garrafas girinos
Superfície 44 27,50 216 34,34
Coluna d’água 50 31,25 191 30,36
Fundo 66 41,25 222 35,30
Total 160 100 629 100
Distribuição vertical de girinos em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura) 117

Não houve diferença significativa em termos devido à pequena diferença numérica de captura
de esforço amostral entre as diferentes pro- entre as três colunas.
fundidades (x2 = 3,03; < p 0,21), de modo que as
irregularidades do terreno, que levou a um número Aspectos Ecológicos das Populações
maior de garrafas nas regiões de fundo e na
coluna d’água, comparadas com a superfície, não As frequências absolutas e relativas de cada
tornaram necessária uma adequação matemática
espécie de girino em cada microambiente estão
dos dados, para que fosse possível uma análise
estatística mais verossímil do padrão de distribuição compiladas na Tabela III e ilustradas no Gráfico 2.
dos girinos. De fato, não houve diferença A Figura 2 esquematiza a distribuição de girinos
significativa na ocupação dos três microambientes que apresentaram abundância suficiente para uma
pela comunidade de girinos (x2 = 0,41; < 0,81), análise estatística significativa.

Tabela III: Frequências absoluta e relativa de girinos em cada microambiente dos corpos d’água analisados na
Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008.

Microambiente
Espécie Lâmina d’água Coluna d’água Fundo
F. A. F. (%) F. A. F. (%) F. A. F. (%)
Dendropsophus branneri 14 6,48 4 2,09 17 7,66
D. decipiens 5 2,31 4 2,09 5 2,25
D. elegans 2 0,93 3 1,57 1 0,45
D. minutus 8 3,70 13 6,81 5 2,25
D. sp.* 49 22,69 48 25,13 19 8,56
Hypsiboas albomarginatus 12 5,56 34 17,80 72 32,4
Phyllomedusa nordestina 33 15,28 23 12,04 23 10,40
Scinax auratus 2 0,93 1 0,52 1 0,45
S. x-signatus 77 35,65 28 21,47 28 12,60
Sphaenorhyncus prasinus 14 6,48 19 9,95 51 23,00
Leptodactylus vastus 0 0 1 0,52 0 0
Total 216 100 191 100 222 100

Gráfico 2: Abundância relativa dos girinos em cada microambiente dos corpos d’água temporários analisados na
Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008.
118 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Figura 2: Esquematização da distribuição vertical dos girinos amostrados em dois corpos d’água temporários na
Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008. Só estão esquematizadas
as espécies que apresentaram abundâncias relativas suficientes para análise de distribuição diferencial.
Esquemas dos girinos adaptados de Andrade e Moura (no prelo), desconsiderando as proporções corporais.
a. Dendropsophus gr. branneri; b. D. minutus; c. D. sp.; d. Hypsiboas albomarginatus; e. Phyllomedusa
nordestina; f. Scinax x-signatus; g. Sphaenorhyncus prasinus.

Família Hylidae Rafinesque, 1815 Caracterizou-se por ocupar semelhantemente tanto


o fundo quanto a superfície da água (p < 0,001).
Dendropsophus gr. branneri (Cochran, Andrade et al. (2008a) registraram a ocupação da
1948) borda pelos girinos da espécie, o que nos levaria
a esperar que eles ocupassem principalmente o
A população de D. branneri apresentou fundo do corpo d’água também. Maior período de
abundância relativa de 35 indivíduos (5,56% do amostragem, com maior abundância de girinos,
total de girinos) durante o período de estudo e pode vir a elucidar esse parâmetro comportamental
sua abundância variou de acordo com o Gráfico 3. do girino.

Gráfico 3: Variação na abundância de D. branneri em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.

Dendropsophus decipens (Lutz, 1925) (2,22% dos girinos amostrados), que variou de
acordo com o Gráfico 4. Análises de ocupação
A população de girinos de D. decipens diferencial não foram realizadas em virtude do
apresentou abundância de 14 indivíduos baixo número de girinos amostrados, embora os
Distribuição vertical de girinos em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura) 119

dados demonstrem aparente homogeneidade na principalmente a borda do corpo d’água. Desse


distribuição dos girinos. Andrade (2007) registrou a modo, é necessário maior esforço amostral para o
espécie (identificada como D. gr. branneri) ocupando esclarecimento da distribuição vertical desse girino.

Gráfico 4: Variação na abundância de D. decipiens em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.

Dendropsophus elegans aspectos ecológicos dessa espécie de baixa


(Wied-Neuwied, 1824) confiabilidade.

A população D. elegans apresentou Dedropsophus minutus (Peters, 1872)


abundância de apenas seis indivíduos (0,95% do
total de girinos) durante o período de estudo. Foram A população de D. minutus apresentou
encontrados apenas nas coletas de números 3, 5, abundância de 26 indivíduos (4,13% do total de
7, 11 e 17. Devido à baixa abundância, análises de girinos) durante o período de estudo, que variou de
ocupação diferencial não foram realizadas. Baixa acordo com o Gráfico 5. O girino se caracterizou
abundância também foi registrada por Andrade por ocupar diferencialmente a coluna d’água (p <
(2008a), tornando qualquer inferência sobre os 0,0002).

Gráfico 5: Variação na abundância de D. minutus em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.
120 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Dendropsophus sp. coluna d’água (p < 0,001). É possível que essa


generalidade esteja relacionada à alimentação.
Este girino corresponde a Dendropsophus Quando determinado estrato da coluna d’água se
sp.2, caracterizado e ilustrado por Andrade e apresenta pobre em nutrientes, o animal muda para
Moura (no prelo). outro ambiente mais favorável a sua alimentação
A população de D. sp. apresentou abundância (FEMINELLA; HAWKINS, 1995). Outro parâmetro
de 114 indivíduos (18,12% dos girinos amostrados), a influenciar o deslocamento vertical de girinos é a
que variou de acordo com o Gráfico 6. alta densidade populacional de girinos ocupantes
Este girino apresentou dois tipos de de mesmo nicho (BATESON, 1983; BLAUSTEIN,
microambientes característicos: a superfície e a 1988; REEVE, 1989; WALDMAM, 1991).

Gráfico 6: Variação na abundância de D. sp. em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá, no
período entre março e setembro de 2008.

Hypsiboas albomaginatus (Spix, 1824)

A população de girinos de H. albomaginatus do total de girinos amostrados), que variou de


apresentou abundância de 118 indivíduos (18,75% acordo com o Gráfico 7.

Gráfico 7: Variação na abundância de H. albomarginatus em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do


Tapacurá, no período entre março e setembro 2008.
Distribuição vertical de girinos em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura) 121

A maior parte dos girinos, 61,01%, foi Eterovick e Fernandes (2001), na utilização de
encontrada no fundo (p < 0,000). Andrade (2008a) micro-habitats por girinos de Hylidae.
registrou a preferência do girino pelas bordas do
Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006
corpo d’água, o que está relacionado à ocupação
diferencial do fundo do corpo d’água. Além disso, o A abundância encontrada pela população
aparelho oral do girino é anteroventral, tipicamente de girinos de P. nordestina foi de 79 indivíduos
encontrado em organismos vertebrados aquáticos (12,55% dos indivíduos mostrados), que variou de
bentônicos, conforme Duellman e Trueb acordo com o Gráfico 8. Não apresentou ocupação
(1986). Rossa-Feres e Jim (1996) observaram diferencial entre os microambientes analisados
comportamento semelhante em três espécies do (p < 0,20). Andrade et al. (2008a) registraram a
mesmo gênero: H. faber, H. prasinus e H. caingua, ausência de distribuição horizontal nessa mesma
embora essa semelhança comportamental possa espécie, caracterizando-a, então, como generalista
ter caráter homoplástico, como o registrado por na coluna d’água.

Gráfico 8: Variação na abundância de P. nordestina em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.

Scinax auratus (Wied-Neuwied, 1821) indivíduos (23,21% dos girinos amostrados). O


início da ocorrência dessa espécie foi na sétima
A população de girinos Scinax auratus coleta, tendo observado um maior registro na
apresentou abundância relativa de 4 indivíduos coleta 21, de acordo com o Gráfico 9.
(0,63% dos indivíduos mostrados). Devido à baixa A maior parte dos girinos foram encontrados
ocorrência, análises de ocupação diferencial ocupando a superfície (p < 0,0001), o que pode
não foram realizadas. Andrade et al. (2008a) não estar relacionado ao hábito de ocupar também
detectaram diferenças na distribuição horizontal o centro dos corpos d’água (ANDRADE et al.,
desta espécie e, embora seja reconhecida a baixa 2008a). A morfologia do girino poderia indicar
significância estatística da abundância observada distribuição relacionada ao fundo do corpo d’água,
neste trabalho, a distribuição quase homogênea ao ser extrapolada para ambientes temporários a
dos girinos entre fundo, coluna d’água e superfície relação entre forma de corpo e ambiente ocupado,
(Tabela III), associada aos dados de Andrade et al. lêntico ou lótico, apresentado em Duellman e Trueb
(2008a), mostra que esta espécie é generalista. (1986) e Alford (1999). Embora o aparelho oral seja
anteroventral, a grande curvatura do ventre do
Scinax x-signatus (Spix, 1824) girino pode dificultar o posicionamento da boca
no substrato. A captura de 28 indivíduos no fundo
A população dos girinos de Scinax x-signatus poderia estar relacionada à área de influência da
apresentou uma abundância relativa de 146 armadilha.
122 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Gráfico 9: Variação na abundância de S. x-signatus em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.

Sphaenorhyncus prasinus Bokermann, 1973 registraram ocupação do centro do corpo d’água


pelos girinos da espécie, concentrando-se em
A população de Sphaenoryncus apresentou áreas com vegetação. A preferência pelo fundo do
abundância relativa de 81 indivíduos (12,87% dos girinos corpo d’água pode estar relacionada à disposição
amostrados), que variou de acordo com o Gráfico 10. anteroventral do aparelho oral, embora sejam
A maior parte dos girinos foram encontrados necessárias maiores investigações (ANDRADE;
no fundo (p < 0,000). Andrade et al. (2008a) MOURA, no prelo).

Gráfico 10: Variação na abundância de Sphaenorhyncus prasinus em corpos d’água temporários na Estação
Ecológica do Tapacurá, no período entre março e setembro de 2008.

Família Leptodactylidae Werner, 1896 é possível discutir qualquer parâmetro ecológico


deste animal. Andrade et al. (2008b) registraram a
Leptodactylus vastus (Lutz, 1930) espécie apenas no início do enchimento da poça,
tornando impossível uma análise diferencial de
O girino de L. vastus foi coletado uma distribuição horizontal em Andrade et al. (2008a).
única vez, na segunda coleta, de modo que não A baixa abundância apresentada pela espécie em
Distribuição vertical de girinos em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura) 123

todos os estudos realizados nos corpos d’água tem sucesso reprodutivo muito grande nas poças
envolvidos indica que Leptodactylus vastus não analisadas.

Conclusão
Em relação à especificidade microambiental dos girinos na coluna d’água, percebe-se que das
11 espécies oito apresentaram preferência aos estratos verticais (superfície, superfície e coluna d’água
e fundo), mas é necessária a continuidade do trabalho, para melhor elucidar a distribuição e o uso de
micro-habitats por parte dos girinos.

Referências

ALFORD, R. A. Ecology. In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. (Ed.). Tadpoles: the biology of anuran larvae.
Chicago: Ed. University of Chicago Press. 1999. p. 444.

ANDRADE, E. V. E. Aspectos ecológicos e caracterização morfométrica e biométrica de formas


larvárias de anfíbios Anuros em Poça Temporária, remanescente de Mata Atlântica, NE do Brasil.
!!"#$ %#$ &"#$ '()(*+,-,$ ./+,01,23($ 45$ 678)97,:$ ;7(<=*79,:>$ ?$ @)7A4+:70,04$ B404+,<$ 04$ C4+),5D19(E$
Recife, 2007.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Distribuição Espacial de Girinos em Poça


Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, PE (Amphibia: Anura). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA
E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008a.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Riqueza e Distribuição Temporal de Girinos


em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008b.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de Formas Larvárias
de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.

ASSOCIAÇÃO DE PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE E DA VIDA (APREMAVI). MEDEIROS, J. de


D. Meio Ambiente. Departamento de Botânica. Centro de Ciências Biológicas – Universidade Federal
de Santa Catarina (CCB-UFSC) e do Grupo Pau-Campeche. Disponível em: <www.apremavi.org.br>.
Acesso em: 3 abr. 2008.

BALÓCHER, F.; SCWEIZER, M. Ecology. In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. (Ed.). Tadpoles: the biology of
anuran larvae. Chicago: Ed. University of Chicago Press, 1999. p. 241.

BLAUSTEIN, A. R.; WALDMAN, B. Kin recognition in anuran amphibian larvae. Animal Behavior, n. 44, p.
207-221, 1992.

BROWN, D. D.; CAI, L. Amphibian Metamorphosis. Developmental Biology, v. 306, p. 20-33, 2007.

COELHO, A. G. M. As aves da Estação Ecológica do Tapacurá, Pernambuco. Natu. Biol., v. 2, p. 1-68,


1979.

DAJOZ, W. E. Ecologia Geral. São Paulo: Vozes. 1983. p. 474.

DONNELLY, M. A.; GUYER, C. Patterns of reproduction and habitat use in an assemblage of neotropical
hylid frogs. Oecologia, v. 98, p. 291-302, 1994.

DUELLMAN, W.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. New York: McGraw Hill, 1986. p. 669.

FGFHIJK6LE$C#$6#M$;NHNGNE$K#$'#$O7:P+7D1P7()$(Q$P,0%(<4:$R7PS7)$,)0$,5()*$D+,T7<7,)$:P+4,5:U$PS4$7)V14)94$
of predators, habitat size and heterogeneity. Herpetologica, v. 62, n. 4, p. 365- 377, 2006.
124 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

ETEROVICK, P. C.; FERNANDES, G. W. Tadpole distribution within a montane meadow streams at the
Serra do Cipó, southeastern Brazil: ecological or phylogenetic constraints? Journal of Tropical Ecology,
n. 17, p. 683-693, 2001.

FROST, D. R. Amphibian Species of the World: an online reference. 2006. Disponível em: <http://
research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.php>. Acesso em: 18 ago. 2008.

GASCON, C. Population-and community-level analyses of species occurrences of Central Amazonian


Rainforest tadpoles. Ecology, v. 72, n. 5, p. 1.731-1.746, 1991.

HOFF, K. V.; BLAUSTEIN, A. R.; McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. Behavior: interactions and their consequences.
In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. Tadpoles: the biology of Anuran Larvae. Chicago: University of Chicago,
1999. p. 215-239.

LEHTINEN, R. M. (Ed.). Ecology and Evolution of Phytotelm-breeding anurans. Miscellaneous


Publications of the Museum of Zoology. University of Michigan, n. 193, p. 84, 2004.

MORIN et al, 1998. Ecology. In: McDIARMID, R. W.; ALTING, R. (Ed.). Tadpoles: the biology anuran larvae.
Chicago: Ed. The University of Chicago Press, 1999. 444 p.

NATHAN, A.; JAMES, W. Variation of the diet of tadpoles with ecology selection. Journal of herpentology,
n. 5, p. 627-631, 1972.

OLIVEIRA, M. E.; CRESPO, E. G. Atlas da distribuição dos anfíbios e répteis de Portugal Continental.
Lisboa: Serviço de Parques e Conservação da Natureza, 1989. p. 98.

ROSSA-FERES, D. de C.; JIM, J. Distribuição sazonal em comunidades de anfíbios anuros na região de


Botucatu, São Paulo. Revista Brasileira de Biologia, v. 54, p. 323-334, 1994.

SHI, Y. Amphibian Metamorphosis: From Morphology to Molecular Biology. Nova York: Ed. Wiley-Liss,
1999. p. 288.

SOS MATA ATLÂNTICA. Disponível em: <http://www.sosmatatlantica.org.br>. Acesso em: 18 ago. 2008.
[Escrito por: Mário de Algusto Zaú].

KUPFERBERRG, S. J. Facilitation of periphyton production by tadpole grazing: functional differences


between species. Freshwater Biology, n. 37, p. 427-439, 1997.

RUFFIÉ, J. Tratado do ser vivo. A história natural e as populações. Lisboa: Fragmentos, 1982. p. 181.

SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O. Modo reprodutivo de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphiba,
Anura, Leptodactylidae). Revista Brasileira de Zoociências, Juiz de Fora, v. 7, n. 1, p. 39-45, 2005.

SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O. Cuidado parental em Leptodactylus natalensis (Amphibia, Anura,


Leptodactylidae). Iheringia, Série Zoológica, Porto Alegre, v. 96, n. 4, p. 461-497, 2006.

SCHINEIDER, J. A. P.; TEIXEIRA, R. L. Relacionamento entre anfíbios anuros e bromélias da restinga de


Regência, Linhares, Espírito Santo, Brasil. Iheringia, Série Zoológica, Porto Alegre, n. 91, p. 41-48, 2001.

SKELLY. D. K.; FREIDENBURG, L. K.; KIESECKEN, M. Long term distributional dynamics of larval
amphibians. Ecology, n. 83, p. 983-992, 2002.

WALDMAM, B. Kin recognition in amphibians. Cambridge: Ed. University Cambridge Press, 1991. p.
162-219.
!""#$"%&'($)(*)(+,-(./.0123-(4256278.68-(9:(1,-(1./09;-(41.5-(<21,(89==-614(96(1,-(=.261-6.68-(9:(89=0;->(;2:-(
eycles in nature. American Zoologistis, n. 15, p. 405-417, 1975.

WILBUR, H. M. Regulation of structure in complex systems: experimental temporary pond communities.


Ecology, n. 8, p. 437-1.452, 1987.
!"#$%&'()!*+&'(,&(-."/0%&(12&340%2&(56)+3.'(7)+8%!9(
:0)+)''*9(;.+!)<$*2&9(=+)'%3

Ednilza Maranhão dos Santos1

Resumo Abstract
Este estudo foi realizado entre março e Anurans from Refúgio Ecológico Charles
dezembro de 1994 no Refúgio Ecológico Char- Darwin, Igarassu, Pernambuco, Brazil. The pres-
les Darwin, em Igarassu, Pernambuco (7°48’ S; ent study was developed from March to December,
34° 56’ W). Durante esse período foram registra- 1994 at Refugio Ecológico Charles Darwin, Igaras-
das 30 espécies distribuídas entre nove famílias: su, Pernambuco, Brazil (7º48’S; 34°56’W). During
Amphignathodontidae (1), Brachycephalidae this period, 30 species were registered, distributed
(2), Bufonidae (3), Cycloramphidae (1), Hylidae among four families: Amphignathodontidae (1),
(12), Leuperidae (2), Leptodactylidae (6), Micro- Brachycephalidae (2), Bufonidae (3), Cycloramphi-
hylidae (2) e Ranidae (1). A maioria dos animais dae (1), Hylidae (12), Leuperidae (2), Leptodactyli-
foi registrada em corpo d’água temporário em dae (6), Microhylidae (2) e Ranidae (1). Most of the
borda de mata e na estação chuvosa entre mar- animals were observed in a temporary pond locat-
ço e julho. ed in the forest border and mainly during the rainy
season (form May to August).
Palavras-chave: Anuros, Amphibia, Nordes-
te do Brasil. Key words: Anura, Amphibia, Northeastern
Brazil.

1
Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhão@yahoo.com.br).
Introdução
O Domínio Morfoclimático Tropical Atlântico de plano de manejo e conservação das espécies
é definido pela superposição de características existentes, bem como para melhor compreensão
de relevo, solo, clima, vegetação e drenagem desse grupo taxonômico no Domínio Tropical
(AB SÁBER, 1977). A Mata Atlântica é um dos Atlântico.
biomas brasileiros mais ameaçados por extensos Este trabalho teve como objetivo fornecer
desmatamentos, estando restrita atualmente à a relação de espécies de anfíbios anuros do
aproximadamente 98.000 km2 de remanescentes remanescente de Mata Atlântica denominado
ou 7,6% de sua extensão original, que se estende “Refúgio Ecológico Charles Darwin”, situado
desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do em Igarassu, Pernambuco, Brasil, bem como
Sul, e os últimos fragmentos de floresta ainda se comentários adicionais referentes à ocupação
encontram sob intensa pressão antrópica e risco ambiental e aos aspectos reprodutivos desses
iminente de extinção (MMA, 2000). Em virtude de animais.
sua heterogeneidade ambiental, a Mata Atlântica
apresenta grande variedade de ambientes Material e métodos
terrestres e aquáticos, além de possuir uma das
maiores riquezas biológicas do mundo e alto índice
de endemismo (HADDAD; ABE, 1999).
Área de estudo
São conhecidas 825 espécies de
O Refúgio Ecológico Charles Darwin (RECD)
anfíbios no Brasil (SBH, 2008), 65% dessas espécies
é uma instituição particular localizada no município
ocorrem no bioma Mata Atlântica e, destas, 24%
de Igarassu, litoral norte do estado de Pernambuco
são endêmicas (DUELLMAN, 1999; HADDAD;
(7°48’ S; 34°56’ W) (Figura 1). A área é cortada pelo
ABE, 1999). Essas características, aliadas ao
elevado nível de ameaças, principalmente por ação Rio Jacoca, também chamado de Tabatinga, que
antrópica, posicionam esse bioma como uma das é perene e faz parte da Bacia do Rio Botafogo,
prioridades em conservação da biodiversidade do principal bacia hidrográfica do município. O local
planeta, sendo um dos hotspots mundiais (MYERS apresenta uma trilha principal que serve para a
et al., 2000). entrada de carros e pequenas trilhas destinadas às
Na Região Nordeste, a Mata Atlântica se caminhadas dos visitantes no interior da mata. Em
encontra bastante fragmentada e de acordo com seu entorno, a área foi totalmente desmatada para
Lima (1998) sua área não possui mais do que fins agropecuários, ação comum no município.
4,6% de cobertura de mata, sendo a maioria de Apresenta clima quente e úmido do tipo Am’s,
pequenos remanescentes, com um tamanho médio segundo Köppen, com transição para o tipo As.
de 128 hectares por fragmento. Em Pernambuco, A temperatura média anual é de 27 °C, umidade
especificamente na região metropolitana do Recife relativa do ar em torno de 80% e pluviosidade
(RMR), os anfíbios foram estudados por El-Deir mais intensa entre os meses de maio e agosto
(1985), Santos e Silva (1998), Santos e Carnaval (ANDRADE-LIMA, 1960). O refúgio possui área de
(2001), Carnaval e Peixoto (2004), todavia, 60 ha, composta, em sua maior parte, por Mata
trabalhos referentes à comunidade são incipientes Atlântica do tipo Perenifólia Latifoliada Hidrófila
(SANTOS, 2001). Dessa maneira, o conhecimento Costeira (ANDRADE-LIMA, 1961) em processo de
da anurofauna é importante para o estabelecimento recomposição.
128 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

As excursões ao RECD foram mensais, com depressões do terreno, e que acumulam água das
duração de três a quatro dias consecutivos (n= chuvas. Essas poças podem variar em tamanho,
25 dias), entre março e dezembro de 1994. As entre 3 x 6 m e 12 x 20 m, com profundidade
observações foram realizadas durante o período máxima de 0,50 m.
diurno e, principalmente, no período noturno,
através de caminhadas esporádicas e visitas a Área de Campo – área aberta com
vários corpos d’água, distribuídos em duas áreas: predominância de herbáceas e poucas espécies
arbóreas e arbustivas (como Artocarpus sp., Psidium
Área de Mata – compreende vegetação sp.). Nesta área, também podem ser encontrados
mais densa, com árvores de grande e médio ambientes permanentes, representados por um dos
porte, arbustos (Bowdichia sp., Dialium sp., Xylopia percursos do Rio Jacoca, que possui vegetação
frutescens, Byrsonima sericea, Simarouba sp., flutuante (Nymphaea alba) e vegetação emergente
Dialium guianense) e solo coberto por serrapilheira. em suas margens (Eleocharis intestinata, Fimbristylis
Nesta área, podem ser encontrados: (1) corpo diphylla, Dichromena ciliata), principalmente
d’água permanente, caracterizado por um dos Poaceae, e ambientes temporários representados
percursos do Rio Jacoca que apresenta largura por pequenas poças temporárias e locais
entre 1,5 e 8 m, e profundidade entre 0,5 e 1,5 m, encharcados, formados pelo acúmulo de água das
a qual aumenta em época de intensas chuvas; (2) chuvas, com vegetação predominante de poáceas e
corpos d‘água temporários, caracterizados por ciperáceas, e alguns representantes de Borreria sp.,
poças formadas no interior da mata, devido às Rhynchospora sp., Wedelia paludosa e Ipomoea sp.

Figura 1 – Localização do município de Igarassu (1), Posição geográfica do RECD (2 e 3). Fonte: Sintaxe Consultora
apud Magalhães et al., 2007.
Anfíbios anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu, Pernambuco, Brasil 129

Coletas dos dados foram comuns às duas áreas estudadas: Rhinella


crucifer, Hypsiboas semilineatus, Scinax x-signatus,
Os animais foram registrados através de Phyllodytes luteolus, Leptodactylus vastus, L.
observações diretas e registro de vocalizações. natalensis e Lithobates palmipes. Dez espécies
Evidências quanto à reprodução foram registradas ocuparam corpos d’água temporários, nove
através de animais em amplexo, desovas e larvas foram observadas ocupando tanto corpos d’água
em estádio inicial de desenvolvimento (GOSNER, permanentes quanto temporários, e o restante
1960). Alguns espécimes foram coletados, mortos (n=8) ocupando bromeliáceas, serrapilheira e
com cloretona a 5%, fixados em formol a 10% e edificações (paredes de edificações e caixa d’água)
posteriormente preservados em álcool a 70%. (Tabela I). Durante as caminhadas esporádicas
Os espécimes-testemunho foram depositados pela mata, longe de corpos d’água, registrou-
no Laboratório de Herpetologia da Universidade se: Rhinella crucifer, Leptodactylus vastus, L.
Federal Rural de Pernambuco, Departamento de spixi, Proceratophrys renalis, Scinax eurydice e S.
Biologia, e Universidade Estadual de São Paulo, x-signatus. Observou-se em bromeliáceas terrestres
Instituto de Biociências, Campus Rio Claro (coleção e epífitas Leptodactylus marmorata, Rhinella
CFBH – Célio F. B. Haddad). crucifer, Gastrotheca fissipes, Ischnocnema ra-
Os dados meteorológicos foram obtidos magii, Ischnocnema sp. e Phyllodytes luteolus. As
a partir das Normais Climatológicas do Recife, espécies da família Hylidae ocuparam diferentes
fornecidas pelo Instituto Nacional de Meteorologia estratos vegetais. Os bufonídeos, leptodactilídeos
(3º Distrito de Meteorologia, Recife). As plantas e o ranídeo ocuparam o solo e a margem, e o
que serviram de substrato para os animais interior de corpos d’água.
foram coletadas e identificadas, estando alguns Oito espécies foram consideradas aces-
exemplares depositados no Herbário Professor sórias, 11 acidentais e 11 foram constantes (Tabela
Vasconcelos Sobrinho (PEUFR), do Departamento I). Espécies como H. atlanticus e L. palmipes foram
de Biologia da Universidade Federal Rural de observadas durante todo o período da pesquisa.
Pernambuco. Das 30 espécies encontradas no RECD, apenas 16
Para o cálculo da constância de ocorrência apresentaram atividade de vocalização e 13 foram
(c) das espécies encontradas, utilizou-se a observadas reproduzindo, com predomínio nos
meses com maior registro de chuva (entre maio e
p 100
fórmula C = (DAJOZ, 1983), em que agosto), principalmente no mês de junho (Tabela
P II). Observou-se maior número de espécimes
p é o número de amostras com que a espécie também durante a estação chuvosa.
foi registrada e P o número total de excursões. Pseudopaludicola gr. falcipes e L. natalensis
Utilizou-se três categorias: constante = espécies foram as únicas espécies a vocalizar tanto no
que ocorreram em mais de 50% das excursões; período diurno quanto no noturno; Physalaemus
acessórias = espécies que ocorreram entre 25% cuvieri iniciou sua atividade de canto ao entardecer;
e 50%; acidentais = espécies que ocorreram em Dendropsophus branneri, D. decipiens e L.
menos de 25%. troglodytes ao anoitecer. As espécies observadas
com atividade de canto mais curta, com
Resultados vocalização iniciada ao anoitecer, foram L. vastus e
H. semilineatus. A espécie com turno mais longo, H.
Foram realizadas 25 excursões com registro atlanticus, iniciava seu canto também ao anoitecer,
de 30 espécies distribuídas em nove famílias: com poucos indivíduos, tendo seu maior pico de
Amphignathodontidae (1), Brachycephalidae (2), atividade entre 19:00 h e 20:00 h, e diminuindo a
Bufonidae (3), Cycloramphidae (1), Hylidae (12), quantidade de indivíduos vocalizantes por volta
Leuperidae (2), Leptodactylidae (6), Microhylidae de 22:00 h. Leptodactylus ocellatus, L. palmipes,
(2) e Ranidae (1) (Tabela I). Registrou-se um maior D. muelleri, E. ovalis, R. granulosa e R. jimi não
número de espécies em área de campo (n=15) foram observados vocalizando durante este estudo
do que na área de mata (n=6). Sete espécies (Tabela II).
130 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Tabela I – Ocupação e constância de ocorrência das espécies de anuros encontradas no Refúgio Ecológico Charles
Darwin, entre março e dezembro de 1994. Ambientes: AM – área de mata, AC – área de campo, AP – corpo
d’água permanente, AT – corpo d’água temporário, E – edificações; Substratos: av – árvore, ab – arbusto,
phe – plantas herbáceas emergentes, pf – plantas flutuantes, a – água, b – bromeliáceas, f – folhedo, e –
edificações, s – solo.

Ocupação ambiental Constância de Ocorrência


Grupo Taxonômico
Ambiente Substrato N % Classificação
Amphignathodontidae
Gastrotheca fissipes (Boulenger, 1888) AM b 2 8 Acidental
Brachycephalidae
Ischnocnema ramagii (Boulenger, 1888) AM ab, f, b 21 84 Constante
Ischnocnema sp. AM ab, f 2 8 Acidental
Bufonidae
Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821) AM, AC, AT a, s, b 6 24 Acidental
Rhinella granulosa (Spix, 1824) AC, AP, AT, e E a, s, e 6 24 Acidental
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) AC, AP, AT, e E a, s, e 17 68 Constante
Cycloramphidae
Proceratophrys renalis (Wied-Neuwied, 1824) AM, AT s, f 16 64 Constante
Hylidae
Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) AC, AT av, ab 15 60 Constante
Hypsiboas atlanticus (Caramaschi & Velosa, 1996) AC, AT phe 23 92 Constante
Dendropsophus branneri (Cochran,1948) AC, AP, AT phe, pf 13 52 Acessória
Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925) AC, AT Phe 10 40 Acessória
Dendropsophus soaresi (Caramaschi & Jim, 1983) AM ab, s 1 4 Acidental
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 AC, AP, AT av, ab 2 8 Acidental
Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824) AM, AC, AP, AT av, ab, phe 9 38 Acessória
Scinax eurydice (Bokermann, 1968) AC, AT phe, so 2 8 Acidental
Scinax nebulosus (Spix, 1824) AC, AP, AT ab, phe 8 32 Acessória
Scinax x -signatus (Spix, 1824) AM, AC, E ab, e 7 28 Acessória
Phyllodytes luteolus (Wied-Neuwied, 1824) AM, AC b, ab 21 84 Constante
Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006 AC, AT ab, phe 2 8 Acidental
Leptodactylidae
Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) AC, AP, AT s, a 11 44 Acessória
Leptodactylus marmoratus (Steindachner, 1867) AM b, f, s 11 44 Acessória
Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 AM, AC, AT s, a, pf 20 64 Constante
Leptodactylus spixi Heyer, 1983 AM s, f 3 12 Acidental
Leptodactylus troglodytes Lutz, 1926 AC s 15 60 Constante
Leptodactylus vastus A. Lutz, 1930 AM, AC, AP, AT A 18 72 Constante
Leuperidae
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 AC, AT s, a 7 28 Acessória
Anfíbios anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu, Pernambuco, Brasil 131

Ocupação ambiental Constância de Ocorrência


Grupo Taxonômico
Ambiente Substrato N % Classificação
Microhylidae
Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) AC s 1 4 Acidental
Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799) AC f 1 4 Acidental
Ranidae
Lithobates palmipes (Spix, 1824) AM, AC, AP, AT s, a 25 100 Constante

Tabela II – Ocorrência das espécies registradas entre março e dezembro de 1994 no RECD – Igarassu/PE, com
indicação de vocalização e reprodução. · = ocorrência com vocalização; o = ocorrência sem vocalização;
- = ausência; evidências de reprodução: a = amplexo, d = desova, g = girino em estádio inicial de
desenvolvimento.

Período de estudo/1994
Espécies
Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Gastrotheca fissipes - - - o - - - - - -
Rhinella crucifer o o ! a,d,l
o o o - - - -
Rhinella granulosa - - o o o o - - - -
Rhinella jimi - - o o o o - - o -
Ischnocnema ramagii - - ! ! ! ! ! · · ·
Ischnocnema sp. - - - - - - - - - O
Proceratophrys renalis - - - o - - o g,
o g
o O
Hypsiboas albomarginatus - o ! !a " o - - - -
Dendropsophus branneri - ! ! o ! a
! a
#! a
! a
- O
Dendropsophus decipiens - - ! ! a
! a
! - - - -
Dendropsophus soaresi - - - ! - - - - - -
Hypsiboas atlanticus ! ! ! !a !a, d !a, d ! ! ! !
Hypsiboas raniceps - - - - ! - - - - -
Hypsiboas semilineatus - - - ! ! - o - - -
Scinax eurydice - - o - - - - - - -
Scinax nebulosus - - - - - - !a !a ! !
Scinax x-signatus - - - o o o - - - -
Phyllodytes luteolus - ! ! g
! g
! g
! g
! ! ! O
Phyllomedusa nordestina - - - - - - - o - -
Physalaemus cuvieri - o o ! g, d - - - - - -
Pseudopaludicola gr. falcipes - - - - - - ! a, g
! a, g
! !
Leptodactylus ocellatus - o o o o o o o - O
Leptodactylus natalensis - o ! ! g, d
! g,d,
! g, d
! ! - -
Leptodactylus marmoratus - o · · · o o o - -
Leptodactylus spixi - - - o - - - - - -
Leptodactylus troglodytes - - ! ! g
- ! g
! ! - O
132 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Período de estudo/1994
Espécies
Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Dermatonotus muelleri (Boettger,
1885)
- - o - - - - - - -
Elachistocleis ovalis (Schneider,
1799)
- - - o - - - - - -
Lithobates palmipes o o g
og og og og og og og og
Total de espécies vocalizando 1 3 10 8 10 7 8 8 5 4
Total de espécies em reprodução 0 1 3 8 6 6 5 5 1 1
Total de espécies 3 9 18 23 16 14 12 12 8 12

Discussão bromeliáceas terrestres no RECD, R. crucifer,


I. ramagii, Ischnocnema sp. e P. luteolus. Em
A anurofauna do RECD é composta bromeliáceas epífitas foram encontradas Gastroteca
predominantemente por espécies pertencentes fissipes e P. luteolus. Seguindo a classificação
às famílias Hylidae (50%) e Leptodactylidae de Peixoto (1995), P. luteolus e G. fissipes foram
(38,5%), como é comum em outras localidades consideradas espécies bromelígenas e R. crucifer,
do Brasil (ARZABE, 1998; ÁVILA; FERREIRA, Ischnocnema sp. e I. ramagii espécies bromelícolas.
2004; BERTOLUCI; RODRIGUES, 2002; FEIO et Rhinella crucifer foi observada por Bertoluci e
al., 1998; POMBAL, 1997), bem como em outros Rodrigues (2002) ocupando ambiente de borda de
países tropicais (DUELLMAN; TRUEB, 1994), pois mata e área aberta. Para o RECD, observou-se R.
apresentam uma das maiores riquezas de espécies. crucifer no interior e na margem da mata, onde se
Devido às dificuldades taxonômicas, para algumas registrou agregados em atividade vocal. Hypsiboas
espécies não foi possível a identificação específica atlanticus foi registrada em ambiente de campo,
(Ischnocnema sp. e Pseudopaludicola gr. mas também encontrada na margem de mata em
falcipes). Tal situação é comum em estudos atuais atividade vocal, entre plantas emergentes, sempre
de anfíbios anuros, evidenciando a necessidade de próxima à lâmina d’água.
trabalhos de cunho taxonômico (ARZABE, 1998; A maioria das espécies esteve em atividade
BERTOLUCI; RODRIGUES, 2002). vocal no período noturno, exceto L. natalensis
Das 30 espécies encontradas, cinco e Pseudopaludicola gr. falcipes. Pombal (1997),
já eram previstas para o RECD, devido à sua igualmente, registrou espécies de leptodactilídeos
ampla distribuição no Brasil (R. crucifer, H. em atividade vocal esporádica ao longo do dia.
albomarginatus, L. ocellatus, L. marmoratus, P. Haddad et al. (1988) observaram machos de P.
cuvieri), sete para o Nordeste (R. jimi, D. soaresi, saltica vocalizando durante o dia e à noite, o que
S. x-signatus, L. troglodytes, L. vastus, H. raniceps concorda com o observado para Pseudopaludicola
e P. nordestina), todas típicas de área aberta, e uma gr. falcipes no RECD. Dados referentes aos
prevista para o município de Igarassu (I. ramagii), turnos de vocalização de P. cuvieri, L. vastus,
localidade-tipo, típica de ambiente de mata. Todas H. albomarginatus, conferem com observações
as espécies registradas já foram citadas por Santos já descritas por Arzabe (1998), El-Deir (1985) e
e Silva (1998) para a mata de Dois Irmãos, em Santos e Silva (1998).
Recife, com exceção de Dendropsophus soaresi e Fatores físicos como temperatura do ar
Ischnocnema sp. Algumas espécies encontradas e da água, pluviosidade e umidade relativa do
em ambiente de mata já foram registradas como ar são apontados tradicionalmente na literatura
habitantes de floresta em outros estudos, como é como variáveis que influenciam a atividade dos
o caso de G. fissipes, H. atlanticus, H. semilineatus, anuros (POMBAL, 1997; ARZABE, 1998; ÁVILA;
L. spixi e P. renalis (BERTOLUCI; RODRIGUES, FERREIRA, 2004). Neste trabalho, observou-se
2002; PEIXOTO, 1995; SANTOS; SILVA, 1998). maior atividade de espécie e espécimes nos meses
As espécies de hilídeos ocuparam maior chuvosos (entre maio e agosto). A chuva foi um fator
diversidade de ambientes e microambientes, importante para a manutenção dos corpos d’água
sendo registradas em poleiros como galhos, folhas temporários e, provavelmente, para a permanência
de plantas e no solo. Observou-se, ocupando das espécies nos sítios amostrados, fato também
Anfíbios anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu, Pernambuco, Brasil 133

evidenciado por Arzabe et al. (1998). Estudos Atlântica no estado de Pernambuco, de tamanho
comparativos entre ambientes permanentes e três vezes maior (SANTOS; SILVA, 1998), a
temporários no Nordeste têm sugerido maior riqueza de espécie é similar. No entanto, Arzabe
número de espécies em ambientes temporários (1998), estudando anfíbios anuros em dois
(ARZABE, 1998; SANTOS; SILVA, 1998), o que foi fragmentos no estado da Paraíba, Nordeste do
observado neste inventário. Brasil, um com 3.780 ha (Reserva Biológica dos
Quanto aos padrões temporais de Guaribas) e outro com 607 ha (Reserva Ecológica
reprodução, segundo a classificação de Wells do Pau-Ferro), registrou 24 e 19 espécies,
(1977), destacou-se o padrão prolongado (as respectivamente, durante 3 anos, ou seja, um
espécies permanecem por mais tempo no número menor em relação ao registrado para
ambiente) para a maioria das espécies. Registros o RECD. Essa comparação pode ser alvo de
de aspectos reprodutivos em curto período (padrão estudos envolvendo a capacidade de suporte
explosivo) foram realizados para R. crucifer e P. desse pequeno fragmento e de fatores históricos
cuvieri. dessas áreas, e se o desmatamento que ocorreu
Comparando a lista de espécies apresentada no entorno do RECD causou ou não impacto
neste trabalho com outra localidade de Mata sobre a população da anurofauna local.

Agradecimentos

Agradeço ao biólogo Roberto Siqueira pela ajuda logística e o incentivo durante as atividades de
campo; aos biólogos Soraya El-Deir e Célio F.B. Haddad pelas sugestões e críticas ao trabalho; e a todos
os funcionários do Refúgio Ecológico Charles Darwin.

Referências

AB’SÁBER, A N. Os domínios morfoclimáticos da América do Sul. São Paulo: USP, Instituto de


!"#$%&%'(1977. 21 p.

ANDRADE-LIMA, D.( )*+,-"*( &+"#!"#$.&/"*( -!( 0!$1%23,/"4( Arquivos do Instituto de Pesquisas


Agronômicas, n. 5, p. 305-341, 1960.

ANDRADE-LIMA, D. Tipos de Florestas de Pernambuco. Anais da Associação de Geógrafos Brasileiros,


n. 12, p. 69-85, 1961.

ARZABE, C. Anfíbios anuros em fragmentos de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil. 1998. 90 p. Tese
(Doutorado) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1998.

ARZABE, C.; CARVALHO, C. X.; COSTA, M. A. G. Anuran assemblages in Crasto forest ponds (Sergipe
state, Brazil): comparative structure and calling activity patterns. Herpetological Journal, v. 8, p. 111-113,
1998.

AVILA, R. W.; FERREIRA, V. L. Riqueza e densidade de vocalizações de anuros (Amphibia) em área urbana
de Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 21, n. 4, p. 887-892, 2004.

BERTOLUCI, J.; RODRIGUES, M. T. Utilização de habitats reprodutivos e micro-habitats de vocalização


em taxocenose de anuros (Amphibia) de Mata Atlântica do Sudeste do Brasil. Papéis Avulsos Zoologia,
v. 42, n. 11, p. 287-297, 2002.

CARNAVAL, A. C. O. Q.; PEIXOTO, O. L. A new species of Hyla from northeastern Brazil (Amphibia, Anura,
Hylidae). Herpetologica, v. 60, p. 387-395. 2004.

DAJOZ, W. E. Ecologia geral. São Paulo: Vozes, 1983. 474 p.

DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. New York: McGray-Hill, 1994. 670 p.

DUELLMAN, W. E. Patterns of Distribution of amphibians – a global Perspective. Baltimore, Maryland:


Johns Hopkins Univ. Pess, 1999. 328 p.
134 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

EL-DEIR, S. G. Levantamento sistemático preliminar da anurofauna da Reserva Ecológica do


Tapacurá/PE4(56784(79(:4(;"1"#$%&%(< $%-,%=>"?(@(A1BC!$*B-%-!(D!-!$%E(-!(0!$1%23,/"'(F!/BG!'(56784

FEIO, R. N.; WIEDERHECKER, H.; BRAGA, U. M. L.; SANTOS, P. S. Anfíbios do Parque Estadual do Rio
Doce. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa; Instituto Estadual de Floresta, 1998. 32 p.

GOSNER, K. L. H( *B2:EB&!-( +%3E!( G"$( *+%#B1#( %1,$%1( !23$I"*( %1-( E%$C%!( JB+K( 1"+!*( "1( B-!1+B&/%+B"14(
Herpetologica, Lawrence, v. 43, n. 4, p. 467-481, 1960.

HADDAD, C. F. B.; ANDRADE, G. V.; CARDOSO, A. J. Anfíbios anuros no Parque Nacional da Serra da
Canastra, Estado de Minas Gerais. Brasil Florestal, n. 64, p. 1-10, 1988.

HADDAD, C. F. B.; ABE, A. S. Anfíbios e Répteis. In: WORKSHOP FLORESTA ATLÂNTICA E CAMPOS
SULINOS. 1999. Disponível em: <http://www.bdt.or.br/wokshop/mata.Atlantica/BRrp_anfb>.

LIMA, M. L. F. C. A reserva da Biosfera da Mata Atlântica em Pernambuco – situação atual, ações


e perspectivas4( L>"( 0%,E"M( $.&/%( -"( N1*+B+,+"( DE"$!*+%E'( 56674( OP( :4( <LQ$B!( R%-!$1"*( -%( F!*!$C%( -%(
Biosfera, n. 12)

MAGALHÃES, V. S.; AZEVEDO JÚNIOR, S. M.; LYRA-NEVES, R. M.; TELINO-JÚNIOR, W. R.; SOUZA, D.
P. Biologia de aves capturadas em fragmento de Mata Atlântica, Igarassu, Pernambuco, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 24, n. 4, p. 950-964, 2007.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA LEGAL (MMA).


Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica e Campos
Sulinos. Brasília: Conservation International do Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica; Fundação
Biodiversitas, 2000.

MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity
hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-845, 2000.

PEIXOTO, O. C. Associação de Anuros de Bromeliácea na Mata Atlântica. Rev. da Univ. Rural do Rio de
Janeiro, Série Ciência da Vida, v, 17, n. 2, p. 5-83, 1995.

POMBAL-JUNIOR, J. P. Distribuição espacial e temporal de anuros (Amphibia) em poça permanente na


Serra de Paranapiacaba, Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Biologia, v. 57, p. 583-594, 1997.

SANTOS, E. M.; SILVA, L. M. Anurofauna da Reserva de Dois Irmãos. In: RESERVA ECOLÓGICA DE DOIS
IRMÃOS. Estudos em Remanescente de Mata Atlântica em Área Urbana. 2, 1998. p. 225-240.

SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Massagana, v. 2,
2002. p. 529-533.

SANTOS, E. M. S. Ocupação ambiental, sazonalidade e hábito alimentar de anfíbios anuros num


ambiente temporário no Nordeste do Brasil. 2001. 68 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal
de Pernambuco, Recife, 2001.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Brazilian amphibians – List of species. Disponível


em: <http://www.sbherpetologia.org.br>. Acesso em: 22 fev. 2008.

WELLS, K. D. The social behavior of anuran amphibians. Animal Behaviour, v. 25, p. 666-693, 1977.
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*
anurofauna no complexo da Mata Atlântica de Aldeia (PE)

Rafael Guedes e Silva1; Geraldo Jorge Barbosa de Moura2

Resumo Abstract
No estado de Pernambuco, o homem con- In the State of Pernambuco, the man
tinua a destruir os remanescentes da Mata Atlântica continues to destroy the remnants of the Rain-
por meio do crescimento populacional, da criação forest through the urban development the cre-
de indústrias e da exploração da monocultura de ation of industries and the exploitation of the
cana-de-açúcar, causando, consequentemente, monoculture of sugar cane, causing thus the
o declínio das diferentes espécies da fauna e decline of various species of fauna and flora. This
da flora. Este estudo registrou a abundância, study aimed to register the abundance, the rich-
a riqueza, a diversidade e a especificidade ness, the diversity and specificity of microhabi-
microambiental da anurofauna em fragmentos de tats of anurofauna in fragments of the Rainforest,
Mata Atlântica localizados em Aldeia (PE), assim located in Aldeia, PE, as well as the influence of
como a influência da sazonalidade sobre esses seasonality on these parameters. The collections
parâmetros. As coletas foram realizadas durante 7 over the fragments were held for seven nights in
noites em fevereiro de 2004 (estação chuvosa) e February, 2004 (rainy season) and seven nights
7 noites em outubro de 2004 (estação seca), em in the month of October, 2004 (dry season), and
uma poça permanente que foi monitorada com in a permanent pond, which was monitored with
coletas quinzenais, entre julho de 2005 e junho de fortnightly collections, among July 2005 to June
2006. Foram registradas ao longo do trabalho 28 2006. It was registered 28 species distributed in 9
espécies distribuídas em 9 famílias com ocorrência families with occurrence for the various fragments
para os diversos fragmentos do complexo de of the complex of Rainforest of Aldeia. In the per-
Mata Atlântica de Aldeia. Na poça permanente manent pond, it was recorded 656 specimens
foram registrados 656 espécimes (15 espécies), (15 species), highlighting the species Hypsiboas
destacando Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824) e semilineatus (Spix, 1824) and Phyllomedusa nor-
Phyllomedusa nordestina, Caramaschi, 2006, por destina, Caramaschi, 2006, because they are the
serem as mais abundantes. Dos microambientes most abundant. Among the most populous micro-
mais populosos, destacaram-se as vegetações habitats, it can be cited the marginal vegetation
marginais (26,8%) e emergentes (54,7%). É pouco (26.8%) and emerging (54.7%). It is unlikely that
provável que o número de espécies registradas the number of registered species in the fragment
nos fragmentos venha a aumentar devido à grande will increase because of the large decline that
degradação que ocorre em Aldeia, causada pelo occurs in Village caused by population growth,
crescente desenvolvimento populacional, tornando making it essential awareness of the local popula-
imprescindível a conscientização da população tion about the importance of preserving the pond
local sobre a importância da preservação da poça and the surrounding vegetation.
e da vegetação que a circunda.

Palavras-chave: Anfíbio; Anuros; Aldeia; Key words: Amphibian; Anuran; Aldeia;


Mata Atlântica; Pernambuco. Rainforest; Pernambuco.

1
Graduação em Ciências Biológicas, UFPE (raffsilva@hotmail.com).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
O Domínio Morfoclimático da Mata Atlântica, Do começo até meados do século pas-
caracterizado pela grande riqueza de espécies e sado, os estudos sobre os anuros brasileiros
o alto grau de endemismos, vem passando por apresentavam enfoque essencialmente taxonômico
constante processo de degradação e fragmentação, (MIRANDA-RIBEIRO, 1926; LUTZ, 1973). Atual-
tornando cada vez mais comprometida a presença mente, além dos trabalhos taxonômicos, estudos
de espécies que dependem desse habitat (MYERS, com enfoques ecológicos têm sido desenvolvidos, o
1997). Segundo Haddad e Sazima (1992), a que tem contribuído para um melhor entendimento
Floresta Atlântica é um bioma com alta diversidade da diversidade dos anfíbios nos diferentes locais
de espécies de anuros, sendo estes favorecidos (CARDOSO et al., 1989; HADDAD; SAZIMA, 1992;
pela alta umidade e temperatura da floresta. GUIX et al., 1994; ROSSA-FERES; JIM, 1996). A
A Floresta Atlântica nordestina, considerada identificação das espécies de anfíbios e o estudo
um centro de endemismo, localizada ao norte de suas características ecológicas são de suma
do Rio São Francisco, é um dos setores mais importância para que as ações que buscam
ameaçados da Região Neotropical (PRANCE, conservar a biodiversidade sejam bem-sucedidas
1982). Desde a época do Brasil Colonial, a Mata (HEYER et al., 1994).
Atlântica vem sofrendo redução, restando hoje Pelo fato de os anfíbios serem abundantes
menos de 7% da extensão do território original e funcionalmente importantes em muitos habitats
(TABARELLI et al., 2002) e cerca de 3% do terrestres e aquáticos em regiões tropicais,
território original na Região Nordeste (TABARELLI subtropicais e temperadas, eles são importantes
et al., 2005), sendo distribuída em fragmentos como bioindicadores de poluição ambiental
predominantemente desconectados, o que torna (MOURA et al., 2006). Várias espécies de anfíbios
importante a formulação de planos de preservação possuem ampla distribuição e potencialmente
desse ambiente. Sendo assim, a Mata Atlântica podem servir como espécies-chave para avaliar
tornou-se um dos biomas mais ameaçados do longas mudanças geográficas ou globais no
mundo (MITTERMEIER et al., 1982). ambiente. Outras espécies são especialistas de
Os remanescentes de Mata Atlântica do habitat ou têm distribuição restrita, e podem acusar
Nordeste quase não existem mais, tendo sido uma perturbação local (HEYER et al., 1994).
substituídos quase que completamente por Os anuros possuem estruturas que os tornaram
extensas plantações de cana-de-açúcar, além adaptados ao ambiente terrestre, porém ainda
disso, suportam agressões como a retirada de bastante dependentes de água (ETEROVICK;
madeira e a caça ilegal (SILVEIRA et al., 2003). SAZIMA, 2004), devido à grande sensibilidade de
No estado de Pernambuco, a situação sua pele rica em glândulas secretoras de muco,
não é diferente, os remanescentes de Mata o que a mantém constantemente umedecida
Atlântica sofrem constante destruição resultante (SANTOS; ABRANCHES, 2004).
principalmente do aumento da população, da Certas características ecológicas, fisiológicas
criação de indústrias e da exploração da cana-de- e comportamentais como a pele permeável, o ciclo
açúcar, causando, consequentemente, o declínio de vida dividido em duas fases e a metamorfose
das diversas espécies da fauna e da flora desses tornam os anfíbios anuros muito dependentes da
remanescentes (SILVA; TABARELLI, 2000). água, pelo menos durante a fase larval. Esses
138 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

animais apresentam forte sensibilidade a alterações processo de ocupação em transição entre o rural
físicas e químicas da água e várias espécies são e o urbano, caracterizado pelas chácaras e sítios
também sensíveis a alterações na estrutura da de recreio e condomínios residenciais horizontais
vegetação nas vizinhanças dos corpos d’água, de baixa densidade, com alto e médio padrão
sendo, portanto, excelentes bioindicadores (VAN habitacional. Sua baixa ocupação, em parte,
DAM; BUSKENS, 1993; BURKETT; THOMPSON, deve-se à localização em área de proteção de
1994; WATSON et al., 1995). mananciais, muito embora seja observada forte
A Mata Atlântica destaca-se como um pressão imobiliária, que se constitui em ameaça ao
excelente ambiente favorável à manutenção dos território de maior potencial ambiental e de turismo
anuros, pois além de servir de cobertura contra para o município (PEREIRA et al., 2005).
a exposição direta aos raios solares (KMINIAK, Este trabalho foi realizado nos
2000), oferece aos anuros grande diversidade fragmentos de Mata Atlântica de Aldeia
de microambientes e de alimentos disponíveis. (7°57’39.19”S/34°58’57.52”W) e em uma poça
Geralmente é observado aumento populacional em permanente localizada na borda de um dos
épocas chuvosas ou logo após as precipitações. fragmentos estudados na propriedade do
Em se tratando de sua importância ecológica, condomínio Privê Country Aldeia, localizado
pouco se sabe sobre os anfíbios do Nordeste do no Km 16 da estrada de Aldeia, município de
Brasil (SANTOS, 2001; MOURA et al., 2006). Camaragibe. O condomínio abrange área total de
Este estudo visou acrescentar informações 258,85 km2, sendo 56,29% de área verde. A poça
no que diz respeito à anurofauna de fragmentos de do Privê Country Aldeia é usada para a captação
Mata Atlântica de Aldeia, registrando a abundância, de água para uso nas residências do condomínio.
a riqueza e a diversidade, e identificando seus A poça possui 133 m de circunferência máxima na
sítios reprodutivos, assim como a especificidade estação chuvosa e formato ligeiramente retangular,
microambiental das espécies presentes em poça sendo circundada por diversos tipos de vegetação,
permanente, que se destaca dentre os fragmentos como Cyperaceae, Gramineae, Melastomataceae,
analisados pela grande expressividade de es-
Musaceae, Myrtaceae, Nymphaeaceae, Poaceae,
pécies, sendo também observada a relação de
Rubiaceae, Sapindaceae e Urticaceae.
fatores abióticos com os parâmetros ecológicos
registrados.
Amostragem da anurofauna dos
fragmentos de Mata Atlântica
Material e métodos
As coletas com a finalidade de registrar a
abundância e a riqueza da anurofauna e seus sítios
Área de estudo
reprodutivos foram realizadas durante a estação
seca, 7 noites no mês de outubro de 2004 e durante
O complexo de fragmentos desconectados
de Mata Atlântica em Aldeia é considerado uma a estação chuvosa, 7 noites no mês de março de
das maiores áreas previamente florestadas da 2004, sendo cada noite destinada a um fragmento
Região Metropolitana do Recife, possuindo apro- diferente, em horários regulares entre 18 h e 22 h,
ximadamente 3.000 hectares (PEREIRA et al., 2005). totalizando esforço de coleta de 112 horas/homem
Está localizado entre os municípios de Abreu e de observação e um total de 14 fragmentos
Lima, Araçoiaba, Camaragibe, Igarassu, Paudalho, inventariados sempre por dois coletores.
Paulista e São Lourenço da Mata. O clima é tropical
quente e úmido, com precipitação anual de 1.968 Amostragem da anurofauna
mm e temperatura média de 26 °C (PEREIRA et da poça permanente
al., 2005). A vegetação apresenta características
de floresta secundária. Na maior parte da mata, As coletas foram realizadas por busca ativa
o dossel chega a ter aproximadamente 15 m de de indivíduos adultos, tendo início por volta das
altura, porém nas partes mais preservadas chega 18 h e término às 21 h. Nas coletas foram utilizadas
a 25 m. O clima tem duas estações, definidas lanternas de luz branca com duas pilhas de tamanho
principalmente pelo regime de chuvas (CASCON, D. Juntamente com as coletas foram medidas as
1987). temperaturas da água e do ar e a umidade relativa.
Esse grande fragmento desconectado é Para o registro das temperaturas do ar e da água foi
bastante vulnerável, localiza-se às margens da utilizado o termômetro da marca R. Fuess, Barlin-
Estrada de Aldeia e possui casas e condomínios Stealitz, e para a coleta da umidade relativa do ar
ao seu redor. Nessa região, pode-se observar um foi utilizado o termo-higrômetro da marca Winner.
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*#3*&3205-73*$(*8(4(* 45%#4'&(*$-* 5$-'(*9:;< 139

As coletas ativas de anuros, com a consideradas constantes; as que ocorreram entre


finalidade de obtenção de dados, foram realizadas 25% e 50% foram consideradas acessórias, e as
quinzenalmente, aos sábados, compreendendo 12 que obtiveram frequência inferior a 25% foram
meses de amostragem, entre julho de 2005 e junho consideradas espécies acidentais, e, segundo
de 2006, tendo sido realizado um total de 27 noites Bodenheimer (1995), foram classificadas, quanto
de amostragem, com duração média de 3 horas, à abundância relativa, em raras (menor que 10%),
totalizando um esforço de coleta igual a 81 horas/ comuns (entre 10% e 40%), abundantes (entre 40%
homem de observação. e 70%) e muito abundantes (maior que 70% do
Foram registrados, em volta da poça, nove total de captura).
microambientes diferentes e utilizáveis pelos Para comparar os dados coletados na
anuros: I – Água parcialmente submerso, II – Água poça permanente com as variáveis abióticas, a
flutuando/nadando, III – Solo, IV – Alagado, V – diversidade de espécies e os microambientes,
Folhiço, VI – Edificações, VII – Vegetação marginal, foi realizada a seguinte análise estatística:
VIII – Vegetação emergente, IX – Vegetação teste paramétrico Anova (análise de variância)
flutuante. complementado com o teste de Tukey com =5%.
Para cada anuro observado e identificado
era registrado o ponto em que ele se encontrava,
o microambiente, a altura do solo e a distância até Resultados e discussão
a margem do lago. A cada visita foi percorrido um
total de 133 m em torno da margem de um lago Anurofauna dos fragmentos
permanente circunscrito em remanescentes de de Mata Atlântica
Mata Atlântica, sendo alternado quinzenalmente o
sentido de rotação percorrido em torno do lago, a Os fragmentos de Mata Atlântica de
fim de amostrar os diversos ambientes em horários Aldeia registraram riqueza de 28 espécies,
diferentes. A margem do lago foi marcada a cada distribuídas em oito famílias e 12 gêneros (Tabela
metro com uma fita plástica biodegradável não I), correspondendo a 36,25% das 70 espécies
adesiva, de cor laranja, fixada na vegetação em de anfíbios anuros registradas no estado de
volta do lago. Pernambuco (MOURA et al., 2006), riqueza inferior
quando comparada com a do município de
Análise dos dados da poça permanente Igarassu, com 35 espécies (AMORIM et al., 2007),
e superior quando comparada com Gurjaú, com 27
Foi utilizada a fórmula de Dajoz (1983) espécies (CARNAVAL; MOURA, 2003), e Vale do
para o cálculo da constância da ocorrência e as Catimbau, município de Buíque, com 24 espécies
espécies com constância superior a 50% foram (CAMPOS et al., 2008).

Tabela I – Espécies registradas nos fragmentos de Mata Atlântica em Aldeia, Pernambuco, e seus respectivos nomes
populares. Espécies registradas na poça permanente.

Espécies Registradas Nome Popular


1 Família Bufonidae:
1.1 Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821)*
1.2 Rhinella jimi (Stevaux, 2002)* Sapo-cururu, sapo-cururu-grande e sapo-boi
2 Família Cycloramphidae
2.1 Proceratophrys boiei (Wied-Neuwied, 1824). Sapo-de-chifre, utanha, sapo-folha
3 Família Brachycephalidae
3.1 Ischnocnema ramagii (Boulenger, 1888)* Sapinho-da-mata
4 Família Hylidae
4.1 Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824)* Perereca-verde
4.2 Hypsiboas atlanticus (Caramaschi & Velosa, 1996)* Perereca
4.3 Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) Sapo-ferreiro, sapo-martelo
4.4 Hypsiboas fasciatus (Günther, 1859 “1858”) Perereca
4.5 Hypsiboas pardalis (Spix, 1824)* Perereca
140 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Espécies Registradas Nome Popular


4.6 Hypsiboas punctatus (Schneider, 1799) Perereca-trepadora
4.7 Hypsiboas raniceps, Cope, 1862 Rã
4.8 Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824)* Rã-de-listra
4.9 Dendropsophus branneri (Cochran, 1948)* Pererequinha-amarela
4.10 Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, 1824)* Perereca-de-moldura
4.11 Dendropsophus leucophyllatus (Beireis, 1783) Perereca-verde
4.12 Dendropsophus minutus (Peters, 1872) Perereca
4.13 Phyllomedusa nordestina, Caramaschi, 2006* Perereca-verde-pequena
4.14 Scinax x-signatus (Spix, 1824)* Perereca-de-banheiro, raspa-coco
5 Família Leiuperidae
5.1 Physalaemus cuvieri, Fitzinger, 1826 Foi-não-foi, rã-cachorro
5.2 Pseudopaludicola falcipes (Hensel, 1867) Rãzinha
6 Família Leptodactylidae
6.1 Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)* Caçote, rã-assobiadora
6.2 Leptodactylus marmoratus (Steindachner, 1867)* Rã-de-folhiço
6.3 Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 1861) Rã-estriada
6.4 Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) Rã-manteiga, rã-paulistinha
6.5 Leptodactylus spixi, Heyer, 1983 Rã
6.6 Leptodactylus vastus, A. Lutz, 1930* Jia-pimenta, rã-pimenta, jia-boi
7 Família Pipidae
7.1 Pipa carvalhoi (Miranda Ribeiro, 1937) Rã
8 Família Ranidae
8.1 Lithobates palmipes (Spix, 1824)* Caçote-verde, caçote

Poça permanente Aldeia, que se localiza em uma região periurbana.


Tais fatos são confirmados por Arzabe (1998), pois
Foram registrados 656 indivíduos distribuídos em ambientes aquáticos temporários, geralmente
em 15 espécies, 5 famílias e 8 gêneros (Tabela I). há maior riqueza de espécies do que em ambientes
Fazendo a comparação da riqueza da poça permanentes.
permanente com um trabalho de Santos (2001) Tal riqueza da poça permanente poderia ter
em uma poça temporária da Estação Ecológica sido superior a 15 espécies se, paralelamente às
do Tapacurá, remanescente de Mata Atlântica, coletas ativas, tivessem sido feitas coletas passivas
Nordeste do Brasil, é observada uma riqueza com armadilhas de queda do tipo pitfall, pois
maior na poça temporária de Tapacurá, com 23 esse método possui maior capacidade de coleta
espécies, devido, entre outros fatores, à presença para anuros que utilizam o solo e o folhiço como
de predadores de girinos em poças permanentes microambientes, para anuros que são mais difíceis
como os peixes. Essa superioridade também se de serem coletados por coleta ativa – devido ao
deve ao fato de a poça temporária de Tapacurá estar seu tamanho reduzido, capacidade de abrigo e
localizada em uma borda de Mata Atlântica, livre camuflagem com o solo ou folhiço – e para certas
das agressões sofridas pela poça permanente de espécies que não estão em épocas reprodutivas.
Tabela II – Número de indivíduos de cada espécie registrados na poça permanente em Aldeia, entre 16 de julho de 2005 e 17 de junho de 2006, em
cada dia de observação.

ESPÉCIE

16/07
30/07
13/08
27/08
10/09
24/09
10/10
21/10
05/11
19/11
03/12
17/12
31/12
14/01
28/01
12/02
27/02
11/03
25/03
08/04
22/04
06/05
20/05
03/06
17/06
Total

FAMÍLIA BUFONIDAE
Rinella crucifer 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4
4
Rhinella jimi 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 1 3 1 3 0 0 0 2 0 1 0 1 0 37
18
FAMÍLIA HYLIDAE
Hypsiboas albomarginatus 0 0 0 0 0 0 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 3 0 0 0 0 0 0 11
Hypsiboas atlanticus 4 1 7 1 2 0 0 1 1 3 2 1 3 3 0 0 2 0 1 0 2 4 5 3 2 46
Dendropsophus branneri 8 5 5 7 2 1 2 0 3 3 0 3 8 3 0 2 4 14 18 6 7 6 0 4 3 114
Dendropsophus elegans 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3
Hypsiboas pardalis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
Hypsiboas semilineatus 7 3 12 19 10 11 14 12 5 9 8 10 7 5 4 2 2 1 5 7 9 7 8 15 13 205
Phyllomedusa. nordestina 3 6 6 7 1 6 8 8 7 7 6 6 6 4 2 5 7 6 10 6 3 2 2 5 5 134
Scinax x-signatus 0 0 2 0 0 1 4 4 6 4 2 4 3 3 0 1 4 0 0 0 0 0 1 0 1 40
FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE
Ischnocnema ramagii 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus marmoratus 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6
Leptodactylus fuscus 2 1 1 3 0 1 1 1 1 0 1 2 2 3 5 4 0 0 2 1 1 1 0 0 2 35
Leptodactylus vastus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 3 3 1 1 2 2 1 0 0 2 1 13
FAMÍLIA RANIDAE
Lithobates palmipes 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
TOTAL 25 18 38 39 15 21 30 29 24 27 24 27 35 23 17 39 22 27 41 24 24 21 16 30 27 656
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*#3*&3205-73*$(*8(4(* 45%#4'&(*$-* 5$-'(*9:;<

ESTAÇÃO ESTAÇÃO
ESTAÇÃO CHUVOSA
SECA CHUVOSA
141
142 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Tabela III – Classificação quanto à frequência de ocorrência (DAJOZ, 1983) e abundância relativa (BODENHEIMER,
1995) de anuros na poça permanente.

OCORRÊNCIA (%)
FREQUÊNCIA DE

FREQUÊNCIA DE
CLASSIFICAÇÃO

CLASSIFICAÇÃO

OCORRÊNCIA
ABUNDÂNCIA

ABUNDÂNCIA
ESPÉCIES

QUANTO À

QUANTO À
RELATIVA

RELATIVA
Rhinella crucifer 4 Rara 3,45 Rara
Rhinella jimi 37 Abundante 48,28 Acessória
Hypsiboas albomarginatus 11 Comum 13,79 Rara
Hypsiboas atlanticus 46 Muito abundante 72,41 Constante
Hypsiboas semilineatus 205 Muito abundante 100 Constante
Hypsiboas pardalis 4 Comum 13,79 Rara
Dendropsophus branneri 114 Muito abundante 79,31 Constante
Dendropsophus elegans 3 Rara 6,9 Rara
Phyllomedusa nordestina 134 Muito Abundante 96,55 Constante
Scinax x-signatus 40 Abundante 51,72 Constante
Ischnocnema ramagii 2 Rara 3,45 Rara
Leptodactylus fuscus 35 Abundante 65,52 Constante
Leptodactylus marmoratus 6 Comum 20,69 Rara
Leptodactylus vastus 13 Comum 37,93 Acessória
Lithobates palmipes 2 Rara 6,9 Rara
TOTAL 656

Os anfíbios anuros coletados distribuíam-se em diversos tipos de microambientes, conforme a


Tabela IV.

Tabela IV – Número de espécies por ocupação microambiental da poça permanente (I - Água parcialmente submerso,
II - Água flutuando/nadando, III - Solo, IV - Alagado, V - Folhiço, VI - Edificações, VII - Vegetação marginal,
VIII - Vegetação emergente, IX - Vegetação flutuante).

MICROAMBIENTES
ESPÉCIMES
I II III IV V VI VII VIII IX TOTAL
Rhinella crucifer 2 2 4
Rhinella jimi 12 12 7 1 32
Hypsiboas albomarginatus 1 4 5
Hypsiboas atlanticus 2 4 14 12 32
Hypsiboas semilineatus 3 89 122 1 215
Hypsiboas pardalis 1 3 4
Dendropsophus branneri 8 52 60
Dendropsophus elegans 1 2 3
Phyllomedusa nordestina 3 30 75 108
Scinax x-signatus 4 30 34
Ischnocnema ramagii 2 2
Leptodactylus fuscus 1 14 16 31
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*#3*&3205-73*$(*8(4(* 45%#4'&(*$-* 5$-'(*9:;< 143

MICROAMBIENTES
ESPÉCIMES
I II III IV V VI VII VIII IX TOTAL
Leptodactylus marmoratus 5 5
Leptodactylus vastus 1 3 1 8 1 14
Lithobates palmipes Rana palmipes 1 1 2
Total 2 13 40 5 30 8 148 302 4 552

Relação entre o número de ao fato de as espécies dessa família possuírem


espécies por microambiente discos adesivos nas pontas dos dedos. Esses
dois microambientes também são os mais po-
A densidade e a riqueza de anuros mostraram- voados devido à composição vegetacional da
se relacionadas com uma maior diversidade de poça ter favorecido tal diversidade e abundância
microambientes disponíveis, pois tais espécies de dos hilídeos. As 15 espécies registradas na poça
anuros são bastante específicas com relação ao permanente ocuparam pelo menos um dos nove
microambiente utilizado. Foi realizada uma análise microambientes descritos.
estatística a fim de relacionar a média de indivíduos De acordo com a ocupação microambiental por
da poça permanente e o número de espécies família, o microambiente em destaque é o solo, pois
por microambiente (Gráfico 1 e Tabela IV). Foi este foi responsável pelo abrigo de três famílias das
observado que o microambiente de vegetação cinco presentes, uma a mais que o microambiente de
emergente possui maior riqueza de espécies (9) vegetação emergente. A família Hylidae apresentou
e maior número de anuros encontrados (302). Tal maior ocupação por vegetações aéreas (vegetação
riqueza e densidade devem-se ao fato de esse marginal e emergente), pois as espécies dessa família
microambiente estar intimamente relacionado com apresentam discos adesivos nas pontas dos dedos,
a água, comprovando a dependência dos anuros favorecendo o deslocamento vertical e horizontal
com a água. Merecem também destaque os sobre a vegetação (JIM, 1980). As espécies da família
microambientes vegetação marginal (8 espécies e Leptodactylidae preferiram os folhiços, aumentando
um total de 148 anuros) e o solo (8 espécies e 40 seu poder de camuflagem com as folhagens secas.
anuros). A família Bufonidae, representada por duas espécies,
Os microambientes de vegetação emer- não possui preferência microambiental bem definida,
gente e marginal foram povoados quase que to- porém o microambiente solo foi o mais povoado por
talmente por espécies da família Hylidae, devido essa família.

Gráfico 1 – Relação entre o número de espécies por microambiente na poça permanente. I – água parcialmente
submerso, II – água flutuando ou nadando, III – solo, IV – alagado, V – folhiço, VI – edificações, VII –
vegetação marginal, VIII – vegetação emergente, IX – vegetação flutuante.
144 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Tabela IV – Relação entre o número de espécies por microambiente na poça permanente.

N° total de Média de N° de espécies


Microambiente
indivíduos indivíduos encontradas
I – Água parcialmente submerso 2 12 2
II – Água flutuando/nadando 13 6,5±5,52 2
III – Solo 40 5±1.8ª 1
8
IV – Alagado 5 2,5±1,5 2
2
V – Folhiço 30 7,5±3,2a1 4
VI – Edificações 8 4±32 2
VII – Vegetação Marginal 148 18,5±10,7 a1
8
VIII – Vegetação Emergente 302 33,5±14 a1
9
IX – Vegetação Flutuante 4 1,3±0,3a1 3
p=0.2206
1- Letras iguais não diferem estatisticamente entre as médias, segundo a Anova.
2- Número insuficiente de amostras para realização de Anova.

Relação entre as espécies e o número V). Leptodactylus fuscus esteve presente em


de microambientes encontrados cinco microambientes, seguida de Rhinella jimi,
Hypsiboas atlanticus e Hypsiboas semilineatus,
Houve grande sobreposição nos nove mi- presentes em quatro microambientes, o que
croambientes registrados pela maioria das espé- caracteriza essas espécies como generalistas, por
cies observadas na poça. Dos nove microambien- apresentar maior capacidade de utilização dos
tes, a vegetação emergente, a vegetação marginal microambientes. Em contrapartida, as espécies
e o solo foram os mais povoados. Dendropsophus branneri e Scinax x-signatus,
Das 15 espécies observadas, algumas se presentes em dois microambientes, são mais
destacaram por apresentar maior diversidade com seletivas, o que mostra ser bastante importante
relação à utilização dos nove microambientes a diversidade de microambientes, para que se
existentes no local de coleta (Gráfico 2 e Tabela obtenha maior riqueza de anuros.

Gráfico 2 – Relação entre as espécies e o número de microambientes encontrados na poça permanente.


!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*#3*&3205-73*$(*8(4(* 45%#4'&(*$-* 5$-'(*9:;< 145

Tabela V – Relação entre as espécies e o número de microambientes encontrados na poça permanente.

N° de indivíduos N° de microambientes em
Espécie Média de indivíduos
encontrados que foram encontrados
Rhinella crucifer 4 2 2±0
Rhinella jimi 40 4 8±2,6ª1
Hypsiboas albomarginatus 11 2 2,5±1,5
Hypsiboas atlanticus 57 4 8±2,9a1
Dendropsophus branneri 118 2 30±22
Dendropsophus elegans 3 2 1,5±0,5
Hypsiboas semilineatus 242 4 53,75±30,6a1
Hypsiboas pardalis 6 2 2±1
Phyllomedusa nordestina 135 3 36±21a1
Scinax x-signatus 43 2 17±13
Ischnocnema ramagii 2 1 2±0
Leptodactylus fuscus 35 5 2,8±4,7 a1
Leptodactylus marmoratus 6 2 2±1
Leptodactylus vastus 19 3 10,3±4,7a1
Lithobates palmipes 2 2 1±0
P=0.1373
1- Letras iguais não diferem estatisticamente entre as médias, segundo a Anova.

Parâmetros abióticos em relação ao de 2006) e chuvoso (julho de 2005 a agosto de 2005


período seco e ao chuvoso e março de 2006 a junho de 2006). De acordo com
a Tabela VI, tais parâmetros abióticos mostraram-
Paralelamente aos períodos de coleta de se livres de variações significativas quando
anuros, foram coletados alguns dados abióticos, comparados os períodos seco e chuvoso, o que
como a temperatura do ar e da água, e a umidade não vai de encontro com as esperadas conclusões,
relativa do ar, a fim de analisar se ocorreu alguma pois, em se tratando da Região Nordeste, com duas
variação significativa desses fatores abióticos estações bem definidas, seca e chuvosa, esperava-
durante o período seco (setembro de 2005 a fevereiro se que houvesse variação significativa.
Tabela VI – Parâmetros abióticos em relação ao período seco e chuvoso na poça permanente.

PERÍODO AR (°C) ÁGUA (°C) UMIDADE (%)

Seco 24,9±0,5ª1 21,8±0,5a1 90,4±1,5a1

Chuvoso 24,4±0,6a1 22,1±0,6a1 88,2±1,5a1

Letras iguais não diferem estatisticamente entre as médias para cada parâmetro, segundo a Anova.

Relação da variação das espécies variação populacional significativa entre os períodos


entre as épocas seca e chuvosa seco e chuvoso (Tabela VI). O fato de as outras 14
espécies não apresentarem variação populacional
Os fatores ambientais registrados mostra- significativa deve-se às condições climáticas nas
ram-se correlacionados com a variação das proximidades do lago permanente (temperatura do ar
espécies, porém, das 15 espécies de anuros e da água e umidade relativa do ar) praticamente não
analisadas, somente Hypsiboas branneri obteve variarem durante os 12 meses de coleta (Tabela VII).
146 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Tabela VII – Relação da variação das espécies entre as épocas seca e chuvosa na poça permanente.

Média de indivíduos período Média de indivíduos


Espécies
seco período chuvoso
Rhinella crucifer 42
Rhinella jimi 4,83±2,7ª 1,4±0,3a
Hypsiboas albomarginatus 112
Hypsiboas atlanticus 2±0,3a 3,4±0,8a
Dendropsophus branneri 3,1±0.6a1 6,7±1,3b
Dendropsophus elegans 32
Hypsiboas semilineatus 7,6±1,1a 10,2±1,8a
Hypsiboas pardalis 62
Phyllomedusa nordestina 5,6±0,6a 4,8±0,7a
Scinax x-signatus 3,3±0,4a 1,7±0,5a
Ischnocnema ramagii 22
Leptodactylus fuscus 2,1±0,4a 1,5±0,3a
Leptodactylus marmoratus 62
Leptodactylus vastus 142
Lithobates palmipes 22

1- Letras diferentes diferem estatisticamente entre as médias de indivíduos da mesma espécie, segundo a Anova,
!"#$%"%&'()(*+ !"+'%*'%+)%+,-.%/+01234
2- Número insuficiente de amostras para a realização de Anova.

Conclusão
É pouco provável que o número de espécies registradas nos fragmentos de Mata Atlântica venha
a aumentar devido à grande degradação que ocorre em Aldeia, causada pelo crescente desenvolvimento
populacional, e na poça, devido à grande degradação que continua ocorrendo nos microambientes
próximos ao lago, tornando imprescindível a conscientização dos condôminos sobre a importância da
preservação do lago e da fauna e flora que depende deste.
Os fragmentos de Mata Atlântica de Aldeia representam importante área de conservação de
recursos florestais no estado de Pernambuco, sendo de grande importância à implementação de planos
de conservação para esses fragmentos.
A diversidade de espécies dos fragmentos de Mata Atlântica em Aldeia (29 espécies) pode estar
relacionada à disponibilidade de microambientes.
Os fatores abióticos amostrados na poça permanente (temperatura da água e do ar e umidade
relativa do ar) influenciaram apenas na abundância da espécie Dendropsophus branneri.
A baixa diversidade de espécies de anuros na poça permanente (15 espécies), quando comparada
com trabalhos feitos em poças temporárias, como Santos (2001), deve-se ao fato de na poça permanente
ocorrer constante predação dos girinos por peixes e também por se tratar de ambiente periurbano.
A presença de sete espécies, de um total de 15, classificadas como espécies raras quanto à
frequência de ocorrência, sugere grande fragilidade da poça permanente para a manutenção destas.

Agradecimentos
Ao meu orientador Dr. Geraldo Jorge B. Moura, pela atenção prestada e grande ajuda no
fornecimento de materiais úteis à pesquisa de campo e pela elaboração deste trabalho. Ao pesquisador
Filipe Aléssio, pelo artigo cedido. Aos colegas Fábio Siqueira, Daniel Magalhães e Leonardo Maia, pela
ajuda com o transporte e a execução das pesquisas de campo.
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*#3*&3205-73*$(*8(4(* 45%#4'&(*$-* 5$-'(*9:;< 147

Referências

AMORIM, F. O.; ARAÚJO, L. C. S. S.; SANTOS, E. M. Anurofauna de fragmento de Mata Atlântica em


Igarassu, Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO,
1., 2007. UFRPE, 2007.

ARZABE, C. Anfíbios anuros em fragmentos de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil. 1998. 93 p. Tese
(Doutorado) - Departamento de Zoologia, Universidade Federal Paraná, Curitiba, 1998.

BURKETT, D. W.; THOMPSON, B. C. Wildlife association with human-altered water sources in semiarid
vegetation communities. Conservation Biology, v. 8, p. 682-690, 1994.

CAMPOS, T. F.; SILVA, G. L.; ALMEIDA, G. V. L.; MUNIZ, S. L. S.; SANTOS,

E. M. Anfíbios Anuros do Parque Nacional do Catimbau (Buíque/PE) com nova ocorrência do gênero
Phyllodytes para o sertão central. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM
PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRPE. 2008.

CARDOSO, A. J.; ANDRADE, G. V.; HADDAD, C. F. B. Distribuição espacial em comunidades de anfíbios


(Anura) no Sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Biologia, v. 49, n. 1, p. 241-249, 1989.

CARNAVAL, A. C. O Q.; MOURA, G. J. B.; SILVA, M. F. A anurofauna da Reserva de Gurjaú. In: FUNDAÇÃO
APOLÔNIO SALES DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL (FADURPE). Levantamento dos Anfíbios.
Recife, 2003.

CASCON, P. Observações sobre diversidade, ecologia e reprodução na anurofauna de uma área de


Caatinga. 1987. 64 p. Dissertação (Mestrado) - Departamento de Zoologia, Universidade Federal Paraíba,
João Pessoa, 1987.

DAJOZ, W. E. Ecologia Geral. São Paulo: Vozes, 1983. 474 p.

ETEROVICK, P. C.; SAZIMA, I. Anfíbios da Serra do Cipó – MG, Brasil. Belo Horizonte: PUC Minas, 2004.
152 p.

GUIX, J. C.; NUNES, V. S.; MIRANDA, J. R. Autochthonous and colonizing species of frogs in “Carlos
Botelho” state reserve, Southeastern Brazil. Bol. Asoc. Herpetol. Esp., v. 5, p. 8-13, 1994.

HADDAD, C. F. B.; SAZIMA, I. Anfíbios anuros da Serra do Japi. In: MORELLATO, L.P.C. (Org.). História
natural da Serra do Japi !"#$%$&'(!"!)*"+"*,(-.$!/"!0*"(!1$*"+2(%!3$!45/"+2"!/$!6*(+'%7!8(9)'3(+ !:/7!
Unicamp/Fapesp, 1992. p. 188-211.

HAFFER, J. Speciation in Forest birds. Science, v. 165, p. 131-137, 1969.

HEYER, W. R.; DONNELLY, M. A.; McDIARMID, R. W.; HAYEK, L. C.; FOSTER, M. S. Measuring and
monitoring biological diversity. Standard methods for Amphibians. Washington: Smithsonian
Institution Press, 1994.

JIM, J. Aspectos ecológicos dos anfíbios registrados na região de Botucatu, São Paulo (Amphibia,
Anura). 1980. p. 332. Tese (Doutorado) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1980.

KMINIAK, M. Amphibian Habitats. In: HOFRICHTER, R. (Ed.). Amphibians – The World frogs, toads,
salamander and newts7!65;;(%$<!=> !?'*"1@!6$$A+<!BCCC7!D7!EBFGEHI7

LUTZ, B. Brazilian species of Hyla. Austin, Texas: Univ. Texas Press, 1973.

MIRANDA-RIBEIRO, A. Notas para servirem ao estudo dos gymnobatrachios (Anura) Brasileiros. Arch.
Mus. Nac. Rio de Janeiro, v. 27, p. 1-227, 1926.
148 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

MITTERMEIER, R. A.; COIMBRA-FILHO, A. F.; CONSTABLE, I. D.; RYLANDS, A, B.; VALLE, C. M.


Conservation of primates in the Atlantic Forests of Brazil. International Zoological Yearbook, v. 22, p.
2-17, 1982.

MOURA, G. J. B.; PEREIRA NETO, R. F.; GUEDES, R. Utilização da anurofauna como bioindicadora do
grau de conservação da Reserva Ecológica de Carnijó, remanescente de Mata Atlântica, Moreno, PE. In:
CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, 11., 2006.

PEREIRA, G. A.; DANTAS, S. M.; RODA, S. A. Aves da Mata Atlântica de Aldeia, Camaragibe,
Pernambuco. 2005. (Série Relatórios da Avifauna, 6).

PRANCE, G. T. Forest refuges: evidence from woody angiosperms. In: PRANCE, G. T. (Ed.). Biological
!"#$%!&'()!*+,!+,)-#,)$*.!'%. New York: Columbia University Press, 1982.

ROSSA-FERES, D. C.; JIM, J. Distribuição espacial em comunidades de girinos na região de Botucatu,


São Paulo (Amphibia, Anura). Revista Brasileira de Biologia, v. 56, p. 309-316, 1996.

SANTOS, E. M. Ocupação ambiental, sazonalidade e hábito alimentar de anfíbios anuros numa poça
temporária num fragmento de Mata Atlântica em Pernambuco. 2001. 56 p. Dissertação (Mestrado em
Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.

SANTOS, K. C.; ABRANCHES, C. T. Ocorrência sazonal de anfíbios anuros na reserva do centro de


educação ambiental – Ecolândia em Lavras – MG. Universidade do Estado Minas Gerais. 2004.

4JKLM<!N7!O7!87!47P!QM6MR:KKJ<!O7!Q*""!+)"#'"+!'9)$,"*'+S9"32!(3/!2S"!;525*"!1$*(!$;!2S"!M2%(32'#!?$*"+2!
of northeast Brazil. Nature, v. 404, p. 72-74, 2000.

SILVEIRA, L. F.; OLMOS, F.; LONG, A. J. Birds in Atlantic Forest fragments in north-east Brazil. Cotinga, v.
20, p. 32-46, 2003.

TABARELLI, M.; MARINS, J. F.; SILVA, J. M. C. La Biodiversidad Brasileña Ameaçada, Investigación y


Ciencia, v. 308, p. 42-49, 2002.

QM6MR:KKJ<!O7P!DJ=QT<!K7!D7P!4JKLM<!N7!O7!87P!UJRTQM<!O7!O7P!6:V:<!K7!87!V"+(W$+!"!$)$*253'/(/"+!)(*(!
a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade, Minas Gerais, v. 1, n. 1,
p. 132-138, 2005.

LM=!VMO<!U7P!6X4Y:=4<!R7!?7!O7!:#$%$&@!(3/!9(3(&"9"32!$;!9$$*%(3/!)$$%+ !Z(%(3#'3&!(#'/'W#(2'$3!
(3/!"52*$W#(2'$37!Hydrobiologia, v. 265, p. 225-263, 1993.

WATSON, G. F.; DAVIES, M.; TYLER, M. J. Observations on temporary waters in northwestern


Australia. Hydrobiologia, v. 299, p. 53-73, 1995.
#"+36("#(*$(*&'$($-*$-*=(++-'+3/)*+-2(#-/&-#4-*$-*8(4(*
45%#4'&(*>*?3+$-/4-*$3*=+(/'5*>*:;

Daniel Verçosa Buarque Júnior1; Geraldo Jorge Barbosa de Moura2

Resumo falcipes); Leptodactylidae (Leptodactylus fuscus, L.


marmoratus, L. ocellatus, L. troglodytes e L. vastus).
No Brasil, inúmeros estudos regionais têm Todas as espécies amostradas apresentaram
sido feitos visando à conservação dos anfíbios e pico populacional na estação chuvosa. O
de novas espécies que são descobertas a cada microambiente onde se observou um maior número
ano. A maioria dessas espécies ocorre na Mata de espécies foi nas folhas de plantas aquáticas
Atlântica, um dos biomas brasileiros considerados (50,9%), de onde foram registradas as seguintes
de maior biodiversidade. Este trabalho tem o espécies: D. branneri, D. decipiens, D. minutus,
objetivo de registrar a abundância, a riqueza e a H. albomarginatus, H. atlanticus, P. nordestina, S.
distribuição temporal e espacial da anurofauna x-signatus. A abundância das espécies apresentou
em remanescentes de Mata Atlântica no Nordeste correlação estatisticamente significativa com a
do Brasil. O estudo foi realizado no município pluviosidade enquanto a riqueza não.
de Barreiros, situado na mesorregião da mata
pernambucana, microrregião da mata meridional, Palavras-chave: Herpetofauna, Anuro, Per-
em dois remanescentes de Mata Atlântica, nambuco, Região Nordeste, Brasil.
Fragmento da Fazenda Sapé (S08°49’27,2”,
W35°11’56,0) e Fragmento da Colônia Vicente Abstract
Gomes de Matos (S08°49’31,1”, W35°12’37,1”). As
coletas foram feitas semanalmente com 62 visitas In Brazil countless regional studies they
a campo, realizadas sempre no período noturno e have been done and they are being accomplished
com duração média de 4 horas por noite, entre os seeking to the conservation of the amphibians, new
meses de abril e outubro de 2007. Paralelamente, species are discovered every year. Most of those
foram confeccionadas 8 armadilhas de queda species happens in the Atlantic forest, one of the
(pitfall traps) em forma de “Y” para a coleta de considered Brazilian biomes of larger biodiversity.
espécies de difícil visualização em coleta ativa. This work had as objective the abundance of
Foi registrada abundância de 2.303 indivíduos, 22 registers, wealth and temporary space distribution
espécies e identificadas duas apenas em nível de of the anurofauna in Remainders of Atlantic forest,
gênero, com possibilidade de serem espécies novas Northeast of Brazil. The study was accomplished
registradas no Nordeste, totalizando uma riqueza in the municipal district located in Barreiros
de 24 espécies distribuídas em cinco famílias e Mesorregião of the Forest From Pernambuco,
dez gêneros: Brachycephalidae (Ischnocnema Microrregião of the Southern Forest, in two
ramagii); Bufonidae (Frostius pernambucensis, remainders of Atlantic forest, “Fragment of Sapé
Rhinella crucifer, R. granulosa e R. jimi); Hylidae farm” (S08°49’27,2”, W35°11’56,0) and Fragment
(Dendropsophus branneri, D. decipiens, D. minutus, of Vicente Gomes de Matos Colony (S08°49’31,1”,
D. sp., Hypsiboas albomarginatus, H. atlanticus, W35°12’37,1”). The collections were made weekly
H. raniceps, Phyllodytes luteolus, Phyllomedusa with 62 visits to field, always accomplished at
nordestina, Scinax fuscovarius, S. nebulosus, S. night period and with medium duration of 4:00 per
x-signatus e S. sp.); Leiuperidae (Pseudopaludicola night, among the months of April to October 2007.

1
Especialização em Educação Ambiental (UPE) (danielv.buarque@hotmail.com).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
150 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Parallel 8 fall traps were made (pitfall traps) in form falcipes); Leptodactylidae (Leptodactylus fuscus,
of “Y” collection of difficult species of visualization L. marmoratus, L. ocellatus, L. troglodytes
in activates collection. They were registered an and L. vastus). All of the species amostradas
abundance of 2303 individuals, belonging to 22 presented population pick in the rainy station. The
species of amphibians identified anuros and 2 microambiente that registered a larger number of
taken for laboratory for future identification, totaling species was the leaves of aquatic plants (50,9%),
a wealth of 24 species, distributed in 5 familys where they were registered in this microambiente
and 10 genders: Brachycephalidae (Ischnocnema the following species: D. branneri, D. decipiens,
ramagii); Bufonidae (Frostius pernambucensis, D. minutus, H. albomarginatus, H. atlanticus, P.
Rhinella crucifer, granular R. and R. jimi); Hylidae Northeasterner, S. x-signatus. The abundance of the
(Dendropsophus branneri, D. decipiens, D. minutus, species presented correlation significant statistics
D. sp, Hypsiboas albomarginatus, H. atlanticus, with the pluviosidade, when the wealth no.
H. raniceps, Phyllodytes luteolus, Phyllomedusa
Northeasterner, Scinax fuscovarius, S. nebulosus, S. Key words: Herpetofauna, Anuro, Pernam-
x-signatus and S. sp); Leiuperidae (Pseudopaludicola buco, Região Nordeste, Brasil.
Introdução
A Mata Atlântica é considerada um hotspot Em anfíbios anuros, vocalizações são
de biodiversidade do mundo, apresentando alta usadas por diferentes tipos (WELLS, 1977;
incidência de endemismo e elevado número de DUELLMAN; TRUEB, 1986). A vocalização é
animais e plantas (CRUMP, 1971; CRUMP, 1974; um mecanismo de comunicação eficiente que
DUELLMAN, 1978; DUELLMAN, 1988; DUELLMAN, tem como função primária advertir a presença
1999; HEYER et al., 1990; BERTOLUCI, 1998). de um indivíduo a outros da mesma espécie
A palavra Amphibia é uma derivação do grego (DUELLMAN; TRUEB, 1686). Na época de
Amphi = duas, bios = vida, significa “vida dupla”, reprodução, os machos atraem as fêmeas
alusão ao ciclo de desenvolvimento envolvendo emitindo vocalizações que são particulares para
duas fases: uma aquática, na maioria das vezes em cada espécie e realizam o amplexo (abraço
fase de girino, e uma terrestre na fase adulta. Os nupcial) que estimula as fêmeas a liberarem
anfíbios, diferentemente dos outros vertebrados, óvulos maduros e disseminam sobre eles
possuem pele bastante permeável e a maioria das espermatozoides. (DUELLMAN; TRUEB, 1686).
espécies são de animais noturnos. Apesar de muitas Devido à necessidade do meio aquático para
espécies poderem viver fora do ambiente aquático, a sobrevivência das larvas, o acasalamento na
apresentam dependência de água principalmente maioria das espécies de anuros tende a ocorrer
durante a fase reprodutiva (POUDS et al., 1999). em épocas restritas do ano, condicionadas
principalmente pelas chuvas e pela temperatura
Os anfíbios são enquadrados na subclasse
(CARDOSO; MARTINS, 1987). O papel ecológico
Lissamphibia. Esta, por sua vez, é dividida em três
conferido a eles na teia alimentar é de importante
ordens: Urodela, representada pelas salamandras
destaque, pois controlam as populações de
e pelos tritões; Gymnophiona, representada pelas
diversos invertebrados, principalmente as de
cecílias ou cobras-cegas, e Anura, subdividida em
insetos (POUNDS et al., 1999).
duas subordens: Archeobatrachia e Neobatrachia
A Mata Atlântica está ameaçada por ex-
(ROELANTS, 2007), representadas pelos sapos,
tensos desmatamentos, apresentando-se extre-
pelas rãs e pelas pererecas. O Brasil ocupa a mamente reduzida, sendo uma das florestas
primeira colocação na relação de países com tropicais mais ameaçadas do globo (FUNDAÇÃO
maior riqueza de espécies anfíbias, com 832 SOS MATA ATLÂNTICA, 1992; GALINO-LEAL;
espécies distribuídas em 804 Anura, 1 Caudata e CÂMARA, 2005), onde tem sido registrado o
27 Gymnophiona (SBH, 2008). declínio e o desaparecimento de espécies de
Durante a estação reprodutiva, as espécies anuros antes numerosos (HEYER et al., 1988;
que apresentam modos dependentes de água BERTOLUCI; HEREY, 1995; ETEROVICK et al.,
acumulada reúnem-se em habitats aquáticos 2005). A ação antrópica vem reduzindo esse
adequados à ovipostura e ao desenvolvimento patrimônio biológico e genético a um conjunto
larval. Nesses habitats, que funcionam como de pequenos remanescentes florestais (LIMA,
fatores limitantes da reprodução, formam-se 1998). No Nordeste do Brasil, os fragmentos que
agregações com alto potencial para interações ainda restam da Mata Atlântica totalizam cerca
intra e interespecíficas (CRUMP, 1974; CRUMP, de 3% de sua extensão original (CÂMARA, 1992)
1982). e uma redução como essa representa um perigo
152 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

iminente à fauna e à flora brasileiras, em especial Metodologia


às espécies endêmicas do Nordeste, podendo
alterar, ou seja, reduzir de forma preocupante, as Área de estudo
populações naturais e, eventualmente, suscitar
a extinção de espécies locais (LAURANCE; O estudo foi realizado no município de
BIERREGAARD, 1997). Os anuros, em situação Barreiros, situado na mesorregião da mata
como essa, merecem atenção especial, visto pernambucana, microrregião da mata meridional.
serem extremamente vulneráveis a mudanças Barreiros apresenta altitude de 22 m, dista da
ambientais. A pele permeável desses animais capital 108,8 km e tem latitude de S08°49’06” e
torna-os particularmente expostos a alterações longitude de W35°11’11”. Limita-se ao norte, com
físicas e químicas da água, do solo e do ar, que Tamandaré, ao Sul com o município de São José
fazem dos anfíbios excelentes bioindicadores com da Coroa Grande e a divisa com o estado de
especificidade microambiental bastante estreita Alagoas, a leste com o Oceano Atlântico e a oeste
(MOURA, 2004). com o município de Água Preta (Figura 1).

Figura 1: FIDEM, Perfil Municipal e Tribunal Regional Eleitoral - TRE-PE.

Amostragem Com o intuito de complementar os dados gerados


por coleta ativa, foram confeccionadas também
De modo a gerar dados qualitativos sobre armadilhas de queda (pitfall traps), seguindo
a anurofauna estudada nas respectivas áreas, parâmetros estabelecidos por Cechin e Martinas
foram efetuadas 62 coletas (semanalmente (2000), para coleta de espécies que forrageiam
executadas), realizadas sempre no período e se reproduzem em horários não apreciados
noturno e com duração média de 4 horas por pela coleta ativa. Foram colocados oito baldes,
noite (das 18h30 às 22h30), nos meses de abril a organizados em duas armadilhas em forma de
outubro de 2007. Para os trabalhos de busca ativa, “Y” em cada área estudada, sendo que cada
foram percorridas, a pé, duas áreas: florestadas armadilha, composta de quatro baldes de 20 litros,
e abertas, aproximadamente 4 km de trilhas, na era observada semanalmente.
mesma proporção. Os exemplares de anuros capturados
Para o levantamento das espécies e a foram anestesiados por imersão em solução de
obtenção dos dados sobre a distribuição, foram clorobutanol a 0,2% (McDIARMID, 1994; ROSS;
anotadas todas as especificidades microambientais ROSS, 1999). Foram sacrificados com solução
das espécies registradas na cidade de Barreiros. de formalina a 10% tamponada com carbonato
Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE 153

de cálcio, preservados em álcool a 70%, e Resultados e discussões


coletado apenas um espécime de cada espécie
para testemunho, na Universidade Federal de
Pernambuco.
Abundância, riqueza, diversidade
e influência da pluviosidade
Análise de dados sobre esses parâmetros

As heterogeneidades na composição de Fragmento de Mata Atlântica Fazenda


espécies de anuros nas áreas estudadas foram Sapé
comparadas empregando os índices de diversidade
de Simpson. Nos índices de diversidade, a Foi registrado um total de 1.262 indivíduos,
contribuição de cada espécie é pesada pela sua pertencentes a 19 espécies de anfíbios anuros,
abundância relativa, que significa a proporção do distribuídos em cinco famílias e oito gêneros:
número total de indivíduos em uma comunidade 1. Família Brachycephalidae, com um indivíduo
registrado (0,1% do total de indivíduos), espécie
(RICKLEFS, 2003). Para o índice de Simpson, as
Ischnocnema ramagii (Boulenger, 1888) (n=1); 2.
espécies raras contribuem menos para o índice
Família Bufonidae, com 102 indivíduos registrados
de diversidade, e é dado pela seguinte equação:
(8,1% do total de indivíduos), distribuídos em três
espécies, Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821)
1 (n=1), R. granulosa (Spix, 1824) ( n=33) e R.
D= jimi (Stevaux, 2002) (n= 68); 3. Família Hylidae,
pi2 , onde: p é a abundância relativa de com 1.049 indivíduos registrados (83% do total
i
cada espécie na amostra total de indivíduos. de indivíduos), distribuídos em nove espécies,
Para a análise de verossimilhança da pre- Dendropsophus branneri (Cochran, 1948) (n= 513),
ferência entre as áreas pelos anuros e seus períodos D. decipiens (A. Lutz, 1925) (n=37), D. minutus
de atividade, foi utilizado o teste de ! 2 e para a (Peters, 1872) (n=143), Hypsiboas atlanticus
correlação entre dados bióticos e pluviosidade foi (Caramaschi & Velosa, 1996) (n=155), H. raniceps
realizado o cálculo do Coeficiente de Correlação Cope, 1862 (n= 1), Phyllomedusa nordestina (n=
13), Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) (n=2),
Linear de Spearman, com auxílio do Software
S. nebulosus (Spix, 1824) (n=7), S. x-signatus
Statistica, versão 6.0.
(Spix, 1824) (n= 178); 4. Família Leiuperidae,
Para fins de comparação das subáreas
com dois indivíduos registrados (0,2% do total de
amostradas, os esforços de coletas diferentes
indivíduos), espécie Pseudopaludicola falcipes
foram igualados com o teste !2 estabelecendo (Hensel, 1867) (n=2); 5. Família Leptodactylidae,
subamostras igualitárias em relação ao esforço de com 108 indivíduos registrados (8,6% do total
coleta da menor área amostrada a ser comparada. de indivíduos), distribuídos em cinco espécies,
Para analisar a constância de ocor- Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) (n= 53),
rência de cada espécie ao longo do período de L. marmoratus (Steindachner, 1867) (n= (5), L.
estudo, foi calculada a constância de ocorrência, ocellatus (Linnaeus, 1758) (n= 26), L. troglodytes
de acordo com Dajoz (1983), que segue a seguinte (Lutz, 1926) (n= 2) e L. vastus (Lutz, 1930) (n=
22). Entre as espécies amostradas, uma foi
p considerada acessória (Dendropsophus branneri)
fórmula: c = # 100 , onde: c $ constância de e todas as demais acidentais (Tabela 1). Pelo índice
P de Simpson, a diversidade foi de 0,0004551. A
ocorrência variação da abundância não apresentou correlação
significativa com a pluviosidade (R = -0,05; p <
p%$ número de coletas
0,75). Todos os anuros foram identificados em
P $ número total de coletas. nível de espécie e utilizados para a caracterização
ecológica geral da comunidade formada pelos
Segundo esse método, as espécies são anuros.
classificadas de acordo com a constância de
ocorrência ao longo das coletas. Assim, aquelas
com uma constância menor que 25% são Fragmento de Mata Atlântica Colônia
classificadas como acidentais. Aquelas com Vicente G. Matos
constância de ocorrência maior que 25% e menor
que 50% são classificadas como acessórias. Foi registrado um total de 1.041 indivíduos,
Aquelas que apresentam constância maior que pertencentes a 19 espécies de anfíbios anuros,
50% são classificadas como constantes. distribuídos em quatro famílias e nove gêneros:
154 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

1. Família Bufonidae, com 72 indivíduos registrados de planta terrestre (n=28, representando


(6,9% do total de indivíduos), distribuídos em três 93,3%) e em galho (n=2, representando
espécies, Frostius pernambucensis (Bokermann, 6,7%), sendo a folha de planta terrestre
1962) (n=30), Rhinella granulosa (Spix, 1824) o micro-habitat onde encontramos essa
( n=12) e R. jimi (Stevaux, 2002) (n= 30); 2. Família espécie com mais frequência; 2. Rhinella
Hylidae, com 850 indivíduos registrados (81,7% do crucifer (n=1), encontrada na grama
total de indivíduos), distribuídos em dez espécies, (n=1, representando 100%), tem dados
Dendropsophus branneri (Cochran, 1948) (n= $%"&'($)%*)"# +,-,# -).,*,-# ")# )"",# )"+0($)#
236), D. decipiens (A. Lutz, 1925) (n=134), D. foi encontrada com mais frequência nes-
minutus (Peters, 1872) (n=71), D. sp. (n=1), H. se micro-habitat; 3. R. granulosa (n=45)
albomarginatus (Spix, 1824) (n= 50), Hypsiboas foi encontrada em cinco micro-habitats
atlanticus (Caramaschi & Velosa, 1996) (n=160), diferentes: na água (n=4, representan-
Phyllodytes luteolus (Wied-Neuwied, 1824) (n=5), do 9%), em grama (n=11, representando
Phyllomedusa nordestina (Caramaschi, 2006) (n= 24,4%), em pedra (n=1, representando
33), Scinax x-signatus (Spix, 1824) (n= 157) e S. sp. 2,2%), na terra (n=27, representando 60%)
(n=3); 3. Família Leiuperidae, com três indivíduos e em troncos caídos (n=2, representando
registrados (0,3% do total de indivíduos), espécie 4,4%), sendo a terra o micro-habitat em
Pseudopaludicola falcipes (Hensel, 1867) (n=3); que encontramos essa espécie com mais
4. Família Leptodactylidae, com 116 indivíduos frequência, e 4. R. jimi (n= 98) foi encon-
registrados (11,1% do total de indivíduos), trada durante nossas excursões em cinco
distribuídos em cinco espécies, Leptodactylus micro-habitats distintos: em água (n=10,
fuscus (Schneider, 1799) (n= 43), L. marmoratus representando 10,2%), em grama (n=18,
(Steindachner, 1867) (n= (6), L. ocellatus (Linnaeus, representando 18,4%), em pedra (n=4,
1758) (n= 52), L. troglodytes (Lutz, 1926) (n= 2), L. representando 4,1%), na terra (n=59, re-
vastus (Lutz, 1930) (n= 13). presentando 60,2%) e em trocos caídos
Entre as espécies amostradas, todas foram (n=7, representando 7,1%), sendo a terra
o micro-habitat onde encontramos essa
acidentais (Tabela 2). Pelo índice de Simpson,
espécie com mais frequência.
a diversidade foi de 0,0007766. A variação da
abundância não apresentou correlação significativa
Família Hylidae, com 1.899 indivíduos
com a pluviosidade (R = 0,22; p < 0,22).
registrados, está distribuída em 13 espécies: 1.
Dendropsophus branneri (n=749) foi encontrada
Especificidade microambiental em três micro-habitats diversos: em folha de planta
aquática (n=522, representando 69,6%), em folha
O experimento apresentou as seguintes de planta da borda (n=216, representando 29%) e
especificidades microambientais nos fragmentos em folha de planta terrestre (n=11, representando
de Mata Atlântica estudados: água, folha de planta 1,4%), sendo a folha de planta aquática o
aquática, folha de planta da borda, folha de planta micro0habitat em que encontramos essa espécie
terrestre, galho, pedra, terra e tronco caído. Foram com mais frequência; 2. D. decipiens (n=171) foi
amostradas as seguintes espécies de anfíbios encontrada em dois micro-habitats diferentes: em
anuros em suas respectivas especificidades folha de planta aquática (n=127, representando
microambientais: 74,3%) e em folha de planta da borda (n=44,
representando 25,7%), sendo as folhas de plantas
a) Família Brachycephalidae, com um indi- aquáticas os micro-habitats onde a encontramos
víduo registrado, Ischnocnema ramagii com mais frequência; 3. D. minutus (n=214) foi
(n=1), foi encontrada em folha de planta encontrada em dois micro-habitats distintos: em
terrestre (n=1 representando 100%). Da- folha de planta aquática (n=141, representando
!"#$%"&'($)%*)"#+,-,#-).,*,-#/&)#)"",#)"- 65,9%) e em folha de planta da borda (n=73,
pécie foi encontrada com mais frequência representando 34,1%), sendo as folhas de
nesse micro-habitat. plantas aquáticas os micro-habitats nos quais a
encontramos com mais frequência; 4. D. sp. (n=1)
b) Família Bufonidae, com 174 indivíduos re- foi encontrada em folha de planta terrestre (n=1,
gistrados, distribuídos em quatro espécies: representando 100%) com dados insuficientes; 5.
1. Frostius pernambucensis (n=30) foi en- Hypsiboas albomarginatus (n=50) foi encontrada
contrada durante nossas excursões em em três micro-habitats diversos: em folha de planta
dois micro-habitats diferentes: em folha aquática (n=13, representando 26%), em folha de
Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE 155

planta da borda (n=29, representando 58%) e em foi encontrada em folha de planta terrestre (n=1,
galho (n=8, representando 16%), sendo a folha de representando 100%) com dados insuficientes.
planta da borda o micro-habitat no qual encontramos
c) Família Leiuperidae, com cinco indivíduos
essa espécie com mais frequência; 6. Hypsiboas
registrados e distribuídos em uma espécie:
atlanticus (n=315) foi encontrada em quatro micro- Pseudopaludicola falcipes (n=5), que foi
habitats diversos: em folha de planta aquática encontrada na terra (n=5, representando
(n=207, representando 65,7%), em folha de planta 122345#(!6# , !"#$%"&'($)%*)"7
de borda (n=100, representando 31,7%), em folha
d) Família Leptodactylidae, com 224 indivídu-
de planta terrestre (n=6, representando 2%) e em
os registrados, está distribuída em cinco
grama (n=2, representando 0,6%), sendo as folhas
espécies: 1. Leptodactylus fuscus (n=96)
de plantas aquáticas os micro-habitats em que
foi encontrada em três micro-habitats di-
encontramos essa espécie com mais frequência;
versos: em água (n=18, representando
7. H. raniceps (n=1) foi encontrada no galho de
18,8%), em grama (n=30, representando
uma planta (n=1, representando 100%) com
31,2%) e na terra (n=48, representando
dados insuficientes; 8. Phyllodytes luteolus (n=5)
50%), sendo a terra o microhabitat onde
foi encontrada em dois micro-habitats diferentes:
encontramos essa espécie com mais fre-
em folha de planta terrestre (n=4, representando
quência; 2. L. marmoratus (n=11) foi en-
80%) e em galho (n=1, representando 20%) com
contrada em três micro-habitats diferentes:
dados insuficientes para relatar se essa espécie em grama (n=2, representando 18,2%),
foi encontrada com frequência em um desses na terra (n=8, representando 72,7%) e em
micro-habitats; 9. Phyllomedusa nordestina (n= tronco (n=1, representando 9,1%), com
46) foi encontrada em quatro micro-habitats , !"# $%"&'($)%*)"# +,-,# (!%"*,-# ")# )"",#
diferentes: em folha de planta aquática (n=8, espécie foi encontrada com mais frequ-
representando 17,4%), em folha de planta de borda ência em um desses micro-habitats; 3. L.
(n=28, representando 60,9%), em folha de planta ocellatus (n=78) foi encontrada em três
terrestre (n=4, representando 8,7%) e em galho micro-habitats distintos: em água (n=20,
(n=6, representando 13%), sendo a folha de planta representando 25,6%), em grama (n=16,
de borda o micro-habitat no qual encontramos representando 20,6%) e na terra (n=42,
essa espécie com mais frequência; 10. Scinax representando 53,8%), sendo a terra o
fuscovarius (n=2), encontrada em folhas de plantas micro-habitat no qual encontramos essa
terrestres (n=2, representando 100%), dados espécie com mais frequência; 4. L. tro-
insuficientes; 11. S. nebulosus (n=7), encontrada glodytes (n=4) foi encontrada em dois
em folhas de plantas de borda (n=5, representando micro-habitats diferentes: na terra (n=3,
71,4%), em folhas de plantas terrestres (n=2, representando 75%) e em tronco (n=1, re-
representando 28,6%) com dados insuficientes para +-)")%*,% !# 89345# (!6# , !"# $%"&'($)%-
relatar se essa espécie foi encontrada com mais tes; e 5. L. vastus (n=35) foi encontrada
frequência em um desses micro-habitats; 12. S. em três micro-habitats diferentes: em água
x-signatus (n= 335) foi encontrada em cinco micro- (n=1, representando 2,9%), em grama
habitats diferentes: em folha de planta aquática (n=11, representando 31,4%) e na terra
(n=154, representando 46%), em folha de planta (n=23, representando 65,7%), sendo a
de borda (n=139, representando 41,5%), em folha terra o micro-habitat em que essa espécie
de planta terrestre (n=26, representando 7,7%), em foi encontrada com mais frequência. Os
galho (n=13, representando 3,9%) e na terra (n=3, micro-habitats que registraram mais espé-
representando 0,9%); ocorreu uma distribuição não cies foram as folhas de plantas aquáticas
localizada, com dados insuficientes para referir se (n=1.172, representando 50,9% do total
essa espécie foi encontrada com mais frequência de 2.303 espécies registradas). (Tabela 3,
em um desses micro-habitats; e 13. S. sp. (n=3) Figura 2).
Tabela 1: Abundância, variação da riqueza, categoria, constância de ocorrência classificada como: acidental (<25% das coletas), acessória (& 25% e < 50% das coletas) 156
e constante (& 50% das coletas), segundo Dajoz (1983), realizada no Fragmento de Mata Atlântica Fazenda Sapé (T: total; CO: constância de ocorrência; CL:
classificação; ACI: acidental; ACE: acessória).

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
COLETAS

MÊS 04 05 06 07 08 09 T CO CL

DIA

23
24
27
07
08
11
21
22
25
04
05
08
18
19
22
02
03
06
16
17
30
31
03
13
17
27
31
10
14
24
FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE 28

1 I. ramagii - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - 1 0,1% ACI


FAMÍLIA BUFONIDAE
- - - - - - - -
2 R. crucifer - - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - - - - - 1 0,1% ACI
3 R. granulosa 3 1 3 - - 1 - - 1 - - 1 - - 1 4 3 1 2 - - 1 5 1 1 - 1 - 1 2 - 33 2,6% ACI
4 R. jimi 4 1 11 - 4 6 - 1 2 1 2 - 2 1 1 3 1 - 1 1 2 2 1 2 1 3 2 2 1 7 3 68 5,4% ACI
FAMÍLIA HYLIDAE
5 D. branneri 22 18 3 8 6 6 12 8 13 15 9 6 23 8 4 22 6 4 5 5 23 16 8 18 10 20 24 10 12 104 65 513 40,6% ACE
6 D. decipiens - - - - - - - - - - - - - - - 1 - - 2 - - - 10 - - 2 3 2 - 17 - 37 2,9% ACI
7 D. minutus 5 5 - 5 2 - 6 3 5 4 - 1 - 4 2 9 1 - - 1 3 2 1 5 9 13 14 5 6 22 10 143 11,3% ACI
8 H. atlanticus - - - 3 - 2 6 3 6 5 - 2 7 5 3 5 2 - 11 3 6 - - 15 6 12 11 3 4 21 14 155 12,3% ACI
9 H. raniceps - - - 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 0,1% ACI
10 P. nordestina 1 - - - - - - - 2 - - - - 2 - - - - - - - - - 1 - 1 - 1 - 3 2 13 1,0% ACI
11 S. fuscovarius - - - - - 2 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 0,2% ACI
12 S. nebulosus - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 2 1 - 1 1 7 0,5% ACI
13 S. x-signatus 3 15 5 5 - 5 6 4 5 3 2 - 4 3 4 5 5 3 5 3 8 7 3 8 9 11 15 10 9 13 - 178 14,1% ACI
FAMÍLIA LEIUPERIDAE
14 P. falcipes - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - - - - - - 1 - - - - - - - 2 0,2% ACI
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
15 L. fuscus 3 4 - 4 - 1 1 2 1 2 3 - 2 2 3 2 7 3 1 4 3 - 1 1 1 - 1 - 1 - 53 4,2% ACI
16 L. marmoratus - 1 - - - - - - - - - 1 - - - - 1 - - - 1 - - - - - 1 - - - - 5 0,4% ACI
17 L. ocellatus - - - - 4 - - - 1 - - 1 - 1 - 1 2 1 1 - - 1 - 1 - 2 1 3 1 3 2 26 2,1% ACI
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
16
17
18
19
20
21
22

10
12
13
14
15
23
24
25
26
27
28
29
30
31
COLETAS

MÊS 04 05 06 07 08 09 T CO CL

DIA

23
24
27
07
08
11
21
22
25
04
05
08
18
19
22
02
03
06
16
17
30
31
03
13
17
27
31
10
14
24
28
18 L. troglodytes - - - - 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 - - - - 2 0,2% ACI
19 L. vastus - - 1 4 2 3 - 1 1 - - 2 - 1 1 - - 1 - - - 2 - - 1 1 - - 1 - - 22 1,7% ACI
TOTAL 41 45 23 30 19 26 31 22 37 31 17 14 38 27 19 52 28 13 27 14 47 34 29 53 38 68 75 38 35 194 97 1262 100%
RIQUEZA 7 7 5 7 6 8 5 7 10 7 5 7 5 9 8 9 9 6 7 6 7 8 7 10 8 11 11 10 8 11 7
ESP.
7 8 9 11 13 14 14 14 14 15 16 16 16 16 16 17 17 17 17 17 17 17 18 18 18 19 19 19 19 19 19
ACUMULADAS
Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE
157
Tabela 2: Abundância, variação da riqueza, categoria, constância de ocorrência classificada como: acidental (<25% das coletas), acessória ( 25% e < 50% das coletas) 158
e constante ( 50% das coletas), segundo Dajoz (1983), realizada no Fragmento de Mata Atlântica Colônia Vicente G. Matos (T: total; CO: constância de
ocorrência; CL: classificação; ACI: acidental).

1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
10
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
COLETAS

MÊS 4 5 6 7 8 9 10 T CO CL

11

30
01
04
14
15
18
28
29
01
12
15
25
26
29
09
10
13
23
24
27
06
10
20
24
03
07
17
21
01
05
DIA

FAMÍLIA BUFONIDAE
1 F. pernambucensis - - - - - - - - - - - - - - - 3 2 3 5 4 4 4 5 - - - - - - - - 30 2,9% ACI
2 R. granulosa - - 2 1 - - 2 - - - 2 - - - - - - - - - 1 1 1 1 - 1 - - - - - 12 1,2% ACI
3 R. jimi 3 1 - 1 1 2 - 3 - 1 - - 1 2 2 - - 1 1 - 1 - - 2 1 - 3 1 - 2 1 30 2,9% ACI
FAMÍLIA HYLIDAE
4 D. branneri 7 8 5 5 8 7 4 3 13 8 9 3 5 3 6 2 5 5 6 8 9 8 7 15 13 16 14 13 11 4 6 236 22,7% ACI
5 D. decipiens - 8 - - 5 12 8 7 15 16 9 14 5 8 - 3 11 - - - - - - 2 3 4 3 - 1 - - 134 12,9% ACI
6 D. minutus 5 5 1 - 2 - - 1 1 - 2 - 1 - - 5 - 1 3 2 3 - - 5 6 4 8 9 6 - 1 71 6,8% ACI
7 D. sp. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 - - - - - - - 1 0,1% ACI
8 H. albomarginatus - - - - - - - - - - - - - - - 4 3 3 8 6 5 6 6 2 3 2 2 - - - - 50 4,8% ACI
9 H. atlanticus 2 7 2 3 3 - - 5 3 4 5 3 4 - 14 15 4 3 5 4 5 7 6 9 5 7 6 8 8 6 7 160 15,4% ACI
10 P. luteolus - - - - - - - - - - - - - - 1 - 1 - 1 - - - - 1 - - 1 - - - - 5 0,4% ACI
11 P. nordestina - - - - - - - - - - - - - - - 2 3 2 3 4 3 3 6 - 1 2 1 - - 2 1 33 3,2% ACI
12 S. x-signatus 2 4 4 4 5 9 8 5 6 6 7 6 3 6 21 1 9 6 5 3 5 6 5 - 4 6 3 5 - 3 - 157 15,1% ACI
13 Scinax sp. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 1 - - - - - - 3 0,3% ACI
FAMÍLIA LEIUPERIDAE
14 P. falcipes - - - - - - - - 1 - - - 1 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 - 3 0,3% ACI
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
15 L. fuscus 1 3 2 2 3 1 - - 1 1 - 1 2 3 2 2 3 2 3 2 2 2 1 1 1 - - 1 - 1 - 43 4,1% ACI
16 L. marmoratus - - - 1 - - - - - - - 1 - - - - 1 - 1 - 1 - - - - - - - - 1 6 0,6% ACI
17 L. ocellatus - 1 2 1 1 2 - - 2 1 1 - 1 1 - 1 2 1 2 1 - 2 3 2 3 4 3 1 4 5 5 52 4,9% ACI
18 L. troglodytes - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - - - 2 0,2% ACI
19 L. vastus - - 1 1 1 - - - - - - - - 1 1 - - - 2 - - 1 - - 1 - 1 - 1 - 2 13 1,2% ACI
TOTAL 20 37 19 19 29 33 22 24 42 38 35 28 23 24 47 38 44 27 45 35 39 40 40 43 42 46 45 38 31 24 24 1041 100%
RIQUEZA 6 8 8 9 9 6 4 6 8 8 7 6 9 7 7 10 11 10 13 10 11 10 9 12 12 9 11 7 6 8 8
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

ESP. ACUMULADAS 6 8 10 11 11 11 11 11 12 13 13 13 13 13 14 17 17 17 17 17 17 17 17 19 19 19 19 19 19 19 19
Tabela 3: Especificidade microambiental dos dois remanescentes de Mata Atlântica: Fragmento da Fazenda Sapé e Fragmento da Colônia Vicente Gomes de Matos (I:
Água; II: Folhas de plantas aquáticas; III: Folhas de plantas da borda; IV: Folhas de plantas terrestres; V: Galho; VI: Grama; VII: Pedra; VIII: Terra; e IX: Troncos
caídos.
MICRO-HABITATS I II III IV V VI VII VIII IX TOTAL
FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE
1 Ischnocnema ramagii - - - 1(100%) - - - - - 1
FAMÍLIA BUFONIDAE
2 Frostius pernambucensis - - - 28 (93,3%) 2 (6,7%) - - - - 30
3 Rhinella crucifer - - - - - 1 (100%) - - - 1
4 Rhinella granulosa 4 (9%) - - - - 11 (24,4%) 1 (2,2%) 27 (60%) 2 (4,4%) 45
5 Rhinella jimi 10(10,2%) - - - - 18 (18,4%) 4 (4,1%) 59 (60,2%) 7 (7,1%) 98
FAMÍLIA HYLIDAE
6 Dendropsophus branneri - 522 (69,6%) 216(29%) 11 (1,4%) - - - - - 749
7 Dendropsophus decipiens - 127 (74,3%) 44 (25,7%) - - - - - - 171
8 Dendropsophus minutus - 141 (65,9%) 73 (34,1%) - - - - - - 214
9 Dendropsophus sp. - - - 1 (100%) - - - - - 1
10 Hypsiboas albomarginatus - 13 (26%) 29 (58%) - 8 (16%) - - - - 50
11 Hypsiboas atlanticus - 207 (65,7%) 100(31,7%) 6 (2%) - 2 (0,6%) - - - 315
12 Hypsiboas raniceps - - - - 1 (100%) - - - - 1
13 Phyllodytes luteolus - - - 4 (80%) 1 (20%) - - - - 5
14 Phyllomedusa nordestina - 8(17,4%) 28 (60,9%) 4 (8,7%) 6 (13%) - - - - 46
15 Scinax fuscovarius - - - 2 (100%) - - - - - 2
16 Scinax nebulosus - - 5 (71,4%) 2 (28,6%) - - - - - 7
17 Scinax x-signatus - 154 (46%) 139(41,5%) 26 (7,7%) 13 (3,9%) - - 3 (0,9%) - 335
18 Scinax sp. - - - 3 (100%) - - - - - 3
FAMÍLIA LEIUPERIDAE
19 Pseudopaldicola falcipes - - - - - - - 5 (100%) - 5
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
20 Leptodactylus fuscus 18(18,8%) - - - - 30 (31,2%) - 48 (50%) - 96
21 Leptodactylus marmoratus - - - - - 2 (18,2%) - 8 (72,7%) 1 (9,1%) 11
Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE

22 Leptodactylus ocellatus 20(25,6%) - - - - 16 (20,6%) - 42 (53,8%) - 78


23 Leptodactylus troglodytes - - - - - - - 3 (75%) 1(25%) 4
24 Leptodactylus vastus 1 (2,9%) - - - - 11 (31,4%) - 23 (65,7%) - 35
TOTAL 53 1172 634 88 31 91 5 218 11 2303
C.O 2,3% 50,9% 27,5% 3,8% 1,3% 4,0% 0,2% 9,5% 0,5% 100%
159
160 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Figura 2: Representação esquemática da especificidade microambiental, sem observação de escala da anurofauna


ocorrente em fragmentos de Mata Atlântica do município de Barreiros. Desenhado por Otoniel Manuel e
adaptado por Daniel Buarque.

Considerações finais
A investigação mostra que ocorreu variação na abundância e na riqueza dos anuros ao longo dos
meses de estudo. Essa variação na abundância dos anuros apresenta correlação significativa com os dados
de pluviosidade. Foi constatado que a variação na riqueza dos anuros não apresenta correlação relevante
com os dados de pluviosidade. De forma geral, a comunidade de anuros apresentou predominância de
ocupação microambiental estatisticamente importante, apesar de não ter ocorrido com todas as espécies
observadas. Por fim, as comunidades das áreas analisadas mostraram-se correspondentes ao grau de
conservação das áreas de estudo.

Referências
BERTOLUCI, J.; HEYER, W. R. Boraceia Update. Froglog, v. 14, 1995.

BERTOLUCI, J. A. Annual patterns of breeding activity in Atlantic Rainforest anurans. Journal of


Herpetology, v. 32, n. 3, p. 607-611, 1998.

CÂMARA, I. G. Plano de Ação para a Mata Atlântica. São Paulo: Ed. Interação, Brasil, 1992.

CARDOSO, A. J.; MARTINS, J. E. Diversidade de anuros durante o turno de vocalizações, em comunidade


neotropical. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 36, n. 23, p. 279-285, 1987.

! "#$%&'()&*+,-#$'%&*(&!./012/03&45&367340893&45&:;543&<pitfall traps) em amostragens de anfíbios e


répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 17, n. 3, 2000.

CRUMP, M. L. Amphibian reproductive ecology on the community level. In: SCOTT JUNIOR, N. J. (Ed.).
Herpetological Communities. Washington DC: Wildlife Research Report 13, 1982. p. 21-36.

CRUMP, M. L. Quantitative analysis of the ecological distribution of a tropical herpetofauna. Occ. Pap.
Mus. Nat. Hist. Univ. Kansas, v. 3, p. 1-62, 1971.

CRUMP, M. L. Reproductive strategies in a tropical anuran community. Misc. Publ. Mus. Nat. Hist. Univ.
Kansas, v. 61, p. 1-68, 1974.
Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE 161

DAJOZ, W. E. Ecologia Geral. São Paulo: Vozes, 1983. 474 p.

DUELLMAN, W. E. The biology of an equatorial herpetofauna in Amazonian Ecuador. Misc. Publ. Mus.
Nat. Hist. Univ. Kansas, v. 65, p. 1-352, 1978.

DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. New York: McGraw-Hill, 1986. 670 p.

DUELLMAN, W. E. Patterns of species diversity in anuran amphibians in the american tropics. Ann.
Missouri Bot. Gard., v. 75, p. 79-104, 1988.

DUELLMAN, W. E. Distribution patterns of amphibians in South America. In: DUELMANN, W. E. (Ed.).


Patterns of Distribution of Amphibians: a Global Perspective. Baltimore and London: Johns Hopkins
University Press, 1999. p. 255-328.

ETEROVICK, P. C.; CARNAVAL, A. C. O. Q.; BORGESNOJOSA, D. M.; SILVANO, D. L.; SEGALLA, M. V.;
SAZIMA, I. Amphybian declines in Brazil: an overview. Biotropica, v. 37, p. 166-179, 2005.

FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Dossier Atlantic Rainforest (Mata Atlântica). São Paulo: Fundação
SOS Mata Atlântica, 1992.

GALINDO-LEAL, C. G.; CÂMARA. I. D. Mata Atlântica Biodiversidade, Ameaças e Perspectivas.


Conservation International, Belo Horizonte, 2005.

HEYER, W. R.; RAND, A. S.; DA CRUZ, C. A. G.; PEIXOTO, O. L. Decimation, extinctions and colonization of
frog populations in Southeast Brazil and their evolutionary implications. Biotropica, v. 20, p. 230-235, 1988.

HEYER, W. R.; RAND, A. S.; CRUZ, C. A. G.; PEIXOTO, O. L.; NELSON, C. E. Frogs of Boracéia. Arquivos
de Zoologia, São Paulo, v. 31, p. 231-410, 1990.

LAURANCE, W. F.; BIERREGAARD JUNIOR, R. O. A Crisis in the Marking. In: LAURANCE, W. F.;
BIERREGAARD JUNIOR, R. O. (Ed.). Tropical Forest Remmants: Ecology, Management, and Conservation
of Fragmented Communities. Chicago, EUA: University of Chicago Press, 1997.

LIMA, M. L. C. A Reserva da Biosfera da Mata Atlântica em Pernambuco – situação atual, ações e


perspectivas !"#$!%&'($)!*+,-.&!/$!012343'3$!5($+623&(7!899: (Série Cadernos da Reserva da Biosfera, n. 12).

McDIARMID, R. W. !"#$!%&'($)#*%+%$&,($,(,-%"&.%/-(,#"-%)"&,. In: HEYER, W. R.; DONNELLY, M.


A.; McDIARMID, R. W.; HAYEK, L-A.C.; FOSTER, M. S. (Ed.). Measuring and monitoring biological
diversity. Standard methods for amphibians. Washington and London: Smithsonian Institution Press,
1994. p. 298-297.

MOURA, G. J. B. Utilização da Anurofauna como bioindicador do efeito da eliminação de resíduos


tóxicos nos recursos hídricos da Reserva Estadual de Gurjaú, PE !;<<= !>$1$?+&-&!@A2B6.4&(4C&D#$!
em Zoologia) – Departamento de Biologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2004.

POUNDS, J. A.; FOGDEN, M. P. L.; CAMPBELL, J. L. H. Biological response to climate change on a


tropical mountain. Nature, v. 398, p. 611-615, 1999.

RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. 5.ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2003. 503 p.

ROELANTS, K., et al. *($E&(! B&336+12! $F! /4G6+24-.&34$1! 41! 3H6! H423$+I! $F! J$/6+1! &JBH4E4&12 ! 01)
PROCEEDINGS OF THE NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES OF THE UNITED STATES OF AMERICA –
PNAS, 2007. p. 887-892.

ROSS, L. G.; ROSS, B. Anesthetic and sedative techniques for aquatic animals. 2.ed. Oxford: Blackwell
Science, 1999.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Lista de espécies de anfíbios do Brasil. 2008.


Disponível em:<http://www.sbherpetologia.org.br/>. Acesso em: 13 ago. 2008.

WELLS, K. D. The Social behaviour of anuran amphibians. Aniaml Behaviour, London, v. 25, p. 666-162,
1977.
162 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

APÊNDICE A

Rhinella jimi (Stevaux, 2002) Frostius pernambucensis Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821)
(Bokermann, 1962)

Rhinella granulosa (Spix, 1824) Scinax x-signatus (Spix, 1824) .Dendropsophus branneri (Cochran, 1948)

Dendropsophus minutus (Peters, 1872) Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) Hypsiboas atlanticus (Caramaschi &
Velosa, 1996)

Hypsiboas raniceps (Cope, 1862) Phyllodytes luteolus Phyllomedusa nordestina


(Wied-Neuwied, 1824) (Caramaschi, 2006)

Leptodactylus vastus (Lutz, 1930) Pseudopaludicola falcipes (Hensel, Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)
1867)
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*
(#"+36("#(*-2*(7"$-*0-+2(#-#4-)*8(.(+9*$(*:(4(*;*<=

Renata Oliveira Lima1; Reginaldo Fonseca Pereira Neto2; José Diogo Cavalcanti Ferreira2; Edson Victor Euclides de
Andrade3; Geraldo Jorge Barbosa de Moura4; Míriam Camargo Guarnieri5

Resumo de anfíbios das espécies D. decipiens e L. fuscus


pode ser correlacionada com a temperatura do ar,
A severa pressão antrópica submeteu a e a de R. crucifer à umidade. A maior diversidade
Floresta Atlântica nordestina a uma enorme re- de espécies do engenho pode ser diretamente
dução em sua área original, proporcionando uma relacionada à disponibilidade de microambientes
mudança gradual na distribuição populacional de no Açude das Palmeiras. A baixa diversidade
diversas espécies de anfíbios anuros, deixando- de espécies de anfíbios anuros no Engenho
os vulneráveis ao declínio e, provavelmente, à Santa Fé, associada à grande proporção de
extinção. O objetivo deste trabalho foi identificar espécies acidentais, sugere grande fragilidade do
a abundância, riqueza, distribuição temporal e ecossistema para a manutenção dessas espécies.
espacial da anurofauna, assim como estabelecer
relações dos aspectos analisados com as variáveis Palavras-chave: Anfíbios, Anura, Microam-
ambientais. O estudo foi realizado no Engenho biente, Nazaré da Mata.
Santa Fé, localizado na Zona da Mata Norte (latitude
07°44 “S e longitude 33°14” W), Nazaré da Mata, Abstract
Pernambuco, Brasil. Entre janeiro e outubro de
2004 foram amostradas, através de coletas ativas, The severe human pressure submitted the
espécies de anfíbios anuros presentes no engenho. Northeast Atlantic Forest to a huge reduction in
De julho a outubro do mesmo ano, identificou-se a their original area, providing a gradual change
área de maior diversidade da propriedade. Nessa in population distribution of various species of
área, foram estudados os fatores ambientais amphibians, leaving them vulnerable and likely to
que pudessem interferir na distribuição e na decline to extinction. The objective of this paper
ocupação microambiental da anurofauna. Foram was to identify the abundance, richness, temporal
registradas 15 espécies, pertencentes a quatro and spatial distribution of anurans, and establish
famílias: Bufonidae (Rhinella crucifer, R. granulosa relations of issues discussed with the environmental
e R. jimi), Hylidae (Dendropsophus branneri, D. variables. The study was conducted at Engenho
elegans, D. decipiens, Hypsiboas albomarginatus, Santa Fé located in northern Zona da Mata (latitude
H. raniceps, Phyllomedusa nordestina e Scinax 07°44 “S and longitude 33°14” W), Nazaré da Mata,
x-signatus), Leptodactylidae (Leptodactylus Pernambuco, Brazil. Between January and October
marmoratus, L. fuscus, L. ocellatus e L. vastus) e 2004 the anurans were sampled through active
Ranidae (Lithobates palmipes). Essas espécies search species of amphibians at the Engenho. From
foram classificadas como sendo sete acidentais, July to October of that year, it was identified the area
seis constantes e duas acessórias. Foi observado of greatest diversity of the area. In this area were
para a área de maior diversidade do engenho, o studied environmental factors that could interfere in
Açude das Palmeiras, com 66,6% das espécies, the distribution and occupancy microambiental of
excetuando-se R. granulosa, H. albomarginatus, D. anuran. We recorded 15 species, belonging to four
elegans, L. ocellatus e L. palmipes. A abundância families: Bufonidae (Rhinella crucifer, R. granulosa

1
Especialização em Educação Ambiental – Butantan (ecogestlima@hotmail.com).
2
Graduando em Ciências Biológicas – UFPE (reginaldofpn@yahoo.com.br).
3
Graduando em Ciências Biológicas – UFRPE (edvieuan@gmail.com).
4
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
5
Professora Adjunta da Universidade Federal de Pernambuco, Dep. de Zoologia, Laboratório de Animais Peçonhentos e Toxinas
(mcg@ufpe.br).
164 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

and R. jimi), Hylidae (Dendropsophus branneri, D. fuscus can be correlated with air temperature and
elegans, D. decipiens, Hypsiboas albomarginatus, the R. crucifer to moisture. The greatest diversity
H. raniceps, Phyllomedusa nordestina and Scinax of species of the Engenho can be directly related
x - signatus), Leptodactylidae (Leptodactylus to the availability of microhabitats in Açude of
marmoratus, L. fuscus, L. ocellatus and L. vastus) Palmeiras. The low diversity of anuran amphibians
and Ranidae (Lithobates palmipes). These at Engenho Santa Fé, combined with large
species were classified as accidental, 7, constant, proportion of accidental species suggests great
6 and accessory, 2 . It was observed in the area fragility of the ecosystem for the maintenance of
of greatest diversity, Açude das Palmeiras, 66.6% these species.
of the species, except in R. granulosum, H.
albomarginatus, D. elegans, L. ocellatus and L. Key words: Amphibians, Anura, microenvi-
palmipes. The abundance of D. decipiens and L. ronment, Nazaré da Mata.
Introdução
Com a colonização europeia, a Floresta onde as pesquisas herpetológicas começam a se
Atlântica sofreu intensa devastação, sendo o desenvolver (Capítulo 1).
primeiro bioma a ser destruído (TABARELLI et al., Os anfíbios anuros são altamente vulne-
2002). Originalmente, o Domínio Morfoclimático ráveis às modificações ambientais, especialmente
da Floresta Atlântica brasileira se estendia do Rio os da Mata Atlântica (HADDAD; ABE, 2004). A partir
Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, quase da segunda metade da década de 1980, podemos
que continuamente, com área de 1.227.600 observar registros do declínio das populações de
km2, ocupando 12% do território nacional. anfíbios em várias partes do mundo, tendo como
Devido a sua utilização inadequada, atualmente principais fatores: mudanças climáticas globais
restam apenas 7% da área total (TABARELLI et (CAREY; ALEXANDER, 2003); perda e descarac-
al., 2002). No Nordeste brasileiro, a situação terização de ambientes pela ação antrópica (de-
desse bioma é crítica. A exploração das usinas senvolvimento urbano, desmatamento, drenagem
canavieiras, aliada ao crescimento populacional de banhados); introdução de espécies exóticas
desordenado e à implantação de complexos (KATS; FERRER, 2003); agentes parasitários (DA-
industriais, proporcionou uma mudança gradual ZSAK et al., 2003; YOUNG et al., 2004); poluição e
na distribuição populacional das espécies tanto aumento dos raios ultravioleta devido à destruição
da flora quanto da fauna. A severa pressão da camada de ozônio (BLAUSTEIN et al., 2003).
antrópica submeteu a Floresta Atlântica nordestina A modificação desse ambiente é um
a uma área de apenas 2%, cujos remanescentes grande risco para os anuros, devido aos seus
encontram-se circundados por cana-de-açúcar especializados modos reprodutivos (DUELLMAN;
e pastagens (BROWN; BROWN, 1992; SILVA; TRUEB, 1994; HADDAD; PRADO, 2005). Dentre os
TABARELLI, 2000; UCHOA-NETO, 2002). Esse 38 modos reprodutivos conhecidos mundialmente
mesmo bioma, tão devastado, é considerado (HADDAD; PRADO, 2005), 25 são encontrados em
uma das 25 áreas de prioridade mundial para a anuros da Mata Atlântica, sendo sete específicos
conservação biológica do planeta (TABARELLI et para esse bioma, evidenciando o enorme número
al., 2002), abrigando 20.000 espécies de plantas de microambientes disponíveis para a reprodução
vasculares, das quais 8.000 são endêmicas, e da anurofauna da Mata Atlântica (HADDAD et al.,
1.361 espécies de vertebrados, dos quais 567 2004).
são endêmicos, porém, de forma contraditória, O objetivo deste trabalho foi registrar a
representa um dos ecossistemas mais degradados abundância, a riqueza, a distribuição temporal
(TABARELLI et al., 2002). A Floreta Atlântica abriga e espacial da anurofauna no Engenho Santa Fé,
cerca de 405 espécies de anfíbios anuros (FROST, Nazaré da Mata – PE, assim como analisar o efeito
2007), número que corresponde a 8% do número das variáveis ambientais sobre esses parâmetros.
de anfíbios anuros listados mundialmente.
O Brasil possui a maior riqueza de anuros
do mundo (SBH, 2008), compreendendo 808
Metodologia
espécies pertencentes à ordem Anura (SBH, 2008).
Apesar disso, existe um enorme vazio nos estudos Área de estudo
relacionados a essa ordem, nas diferentes regiões O estudo foi realizado no município de
do País, especialmente no estado de Pernambuco, Nazaré da Mata, com área de 125 km2, possuindo
166 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

população de 29.254 habitantes, sendo 24.710 mandioca, banana, laranja, feijão e manga (IBGE,
na zona urbana e 4.544 na rural. A área de 2000).
estudo apresenta solo argiloso (filossilicatos), A área de coleta consistiu em transectos
relevo ondulado, tendo como vegetação floresta aleatórios em toda a área da propriedade, sendo
subcaducifólia, ocorrência mineral de granito a área de maior exploração um açude permanente
e de quartzito, com precipitação pluviométrica – o Açude das Palmeiras, com 279 m de extensão
média anual de 857,2 milímetros, sendo os – localizado no Engenho Santa Fé, que possui
meses chuvosos os de abril a julho. A área limita- área de 60 hectares, dos quais 30 pertencem à
se ao norte com Aliança e Condado, ao sul com monocultura de cana-de-açúcar e os outros 30 à
Tracunhaém, a leste com Itaquitinga e a oeste com área urbana, onde são realizadas atividades de lazer
Buenos Aires e Carpina (Figura 1a). Localizada a (Figura 1b). O Engenho Santa Fé possui o Rio Paji,
uma distância de 65 km da capital, com acesso afluente do Rio Tracunhaém. A vegetação da área é
pela BR-408, apresenta como principal atividade um remanescente de Mata Atlântica, a 500 m da BR-
a agroindústria de cana-de-açúcar, batata-doce, 232, com latitude de 070°44’S e longitude 350°14’W.

Figura 1 a: Mapa da localização de Nazaré da Mata e seus limites municipais (sua indicação em Pernambuco e no
Brasil). Legenda: 01 – Aliança, 02 - Buenos Aires, 03 – Camutanga, 04 – Carpina, 05 – Condado, 06 –
Ferreiros, 07 – Goiana, 08 – Itambé, 09 – Itaquitinga, 10 - Lagoa do Carro, 11 - Lagoa do Itaenga, 12 –
Macaparana, 13 - Nazaré da Mata, 14 – Paudalho, 15 – Timbaúba, 16 – Tracunhaém, 17 – Vicência. b.
Vista aérea do Engenho Santa Fé. Em destaque o Açude das Palmeiras.

Amostragem resultados são mais significantes em situações


adversas. Foram observados e registrados todos
Os animais foram amostrados por dois os indivíduos vistos e/ou escutados, bem como
métodos de coleta: busca passiva, consistindo sua localização precisa, quando localizados
de quatro armadilhas de queda e de contenção visualmente. A vegetação que formava os diversos
(pitfalls), composta cada uma de quatro baldes microambientes foi classificada quanto ao seu
em forma de “Y”, com haste de 2,5 m, nas porte (arbóreo, arbustivo e herbáceo) e quanto à
proximidades do açude, que teve por objetivo sua localização (vegetação emergente, flutuante e
principal amostrar a anurofauna de hábito terrestre).
diurno, pois durante o período noturno ocorria Os trabalhos de observação foram iniciados
a coleta ativa. Essa armadilha manteve-se em às 18 horas e tiveram duração de 4 horas, sendo
funcionamento no mês de setembro, sendo realizados sempre por dois coletores, totalizando
observada a cada 3 dias; e busca ativa, objetivando 96 horas/homem. As atividades de observação da
a análise da especificidade microambiental, distribuição espacial e da ocupação microambiental
consistindo de excursões semanais, no período de foram realizadas em torno do açude, em uma faixa
julho, agosto e setembro de 2004, totalizando 12 de 279 m de extensão, marcada a cada 150 cm,
excursões. A escolha do período de seca ocorreu definindo cada microambiente nesse intervalo
porque, para a análise de impacto antrópico, os (Figura 2), para maior precisão da localização
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*-2*(7"$-*0-+2(#-#4-)*8(.(+9*$(*:(4(*;*<= 167

dos anuros. As áreas de coleta envolveram desde setembro, três coletores participaram das buscas
a margem até os três primeiros metros, medidos em campo, que corresponderam a 45 horas/
perpendicularmente ao leito do açude. homem, respectivamente.
Para a análise da variação temporal, foram Os animais coletados foram devidamente
realizadas excursões mensalmente, das 18 h às acondicionados em recipiente plástico, contendo
23 h, entre os meses de janeiro e outubro de 2004, água do próprio ambiente, e, posteriormente,
totalizando dez excursões a campo, que somaram levados ao laboratório para identificação. Após
115 horas/homem de trabalho. Durante os meses a identificação, um exemplar de cada espécie
de fevereiro, março, abril, maio, junho, agosto e foi fixado em solução de formaldeído a 10% e
outubro, os trabalhos de busca foram executados conservado em recipientes de vidro contendo álcool
por dois coletores, contabilizando 70 horas/ 70° GL, e depositados na Coleção Herpetológica
homem por mês. Nos meses de janeiro, julho e da UFPE.

Figura 2 - Esboço dos microambientes identificados no Açude das Palmeiras.


168 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Paralelamente às coletas, foram realizadas em porcentagem, o número de levantamentos em


as medidas semanais da temperatura e do pH da que cada espécie foi submetida em relação ao
água do Açude das Palmeiras, a temperatura do número de levantamentos totais. De acordo com
ar atmosférico, a taxa de umidade e as condições o método, as espécies com constância superior
atmosféricas. Os dados foram coletados sempre a 50% são consideradas constantes, as que
no mesmo local do açude. Para determinar o ocorreram entre 25% e 50% dos levantamentos são
pH da água do açude, 50 ml de água foram consideradas acessórias e acidentais aquelas que
coletados em recipiente plástico transparente. O ocorreram em menos de 25% dos levantamentos.
pH foi aferido na UFPE, CCB, Departamento de
Micologia, com termômetro da marca Quimis. A
temperatura da água foi aferida com termômetro
Resultados e discussão
da marca R. Fuess, Barlin-Stealitz, com escala a
cada 0,1 °C e temperatura máxima de aferição igual Riqueza e abundância
a 30 °C. A temperatura do ar e a umidade relativa da anurofauna
atmosférica foram aferidas por termo-higrômetro
da marca Winner, com escala a cada 0,1 °C. As De janeiro a outubro de 2004, foram
condições ambientais foram registradas através registradas 15 espécies de anfíbios anuros
de observação direta do ambiente realizada pelos no Engenho Santa Fé, todas observadas por
próprios coletores, exceto os dados de precipitação coletas ativas, pertencentes a quatro famílias
que foram cedidos gentilmente pelo ITEP (Instituto (Figura 3), sendo Hylidae a mais representativa:
Tecnológico de Pernambuco). Dendropsophus branneri, D. decipiens, D.
elegans, Hypsiboas albomarginatus, H. raniceps,
Análise dos dados Phyllomedusa nordestina e Scinax x-signatus,
representando aproximadamente 50% das
Para confrontar o índice de abundância espécies. Leptodactylidae foi representada por
diária das espécies com as variáveis abióticas, Leptodactylus fuscus, L. marmoratus, L. ocellatus
foi calculado o coeficiente de correlação linear e L. vastus, considerada a segunda família em
de Spearman. Os resultados foram considerados riqueza de espécies no Engenho Santa Fé.
significativos para p < 0,05. Os testes foram Bufonidae, representada por três espécies,
realizados segundo Zar (1999), com o software Rhinella crucifer, R. granulosa e R. jimi, foi a família
Statistica versão 6.0. que apresentou maior abundância (Tabela I).
Utilizou-se a fórmula de Dajoz (1983) para o Ranidae foi representada pela única espécie nativa
cálculo da Constância de Ocorrência que expressa, Lithobates palmipes.

Figura 3 - Percentual das famílias de anfíbios anuros no Engenho Santa Fé.

A maior representatividade de Hylidae e dessa forma, consideradas, segundo Dajoz (1983),


Leptodactylidae já era esperada, pois essas famílias espécies constantes (Tabela I). As espécies L.
apresentam maior riqueza na região Neotropical marmoratus e L. vastus apresentaram constância
(DUELLMAN; TRUEB, 1994; ACHAVAL; OLMOS, de ocorrência entre 25% e 50%, sendo classificadas
2003), ocorrendo em grande número em diferentes como espécies acessórias (Tabela I), enquanto
biomas brasileiros (IZECKSOHN; CARVALHO-E- R. granulosa, H. albomarginatus, D. decipiens, D.
SILVA, 2001; POMBAL; GORDO, 2004). elegans, P. nordestina, L. ocellatus e Lithobates
As espécies R. crucifer, R. jimi, D. branneri, palmipes foram consideradas espécies acidentais
H. raniceps, S. x-signatus e L. fuscus apresentaram (Tabela I). Representando aproximadamente 47% das
constância de ocorrência superior a 50%, sendo, espécies descritas, o grande número de espécies
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*-2*(7"$-*0-+2(#-#4-)*8(.(+9*$(*:(4(*;*<= 169

acidentais serve de parâmetro para demonstrar maior abundância e riqueza, com, respectivamente,
a fragilidade da composição da comunidade de 1.044 e 10 espécies de anfíbios anuros, foi
anfíbios anuros que habitam o Açude da Palmeiras. setembro (Tabela I) o mês em que também houve
Em três meses (julho, agosto e setembro), a estabilização do gráfico de acumulação de
analisando as coletas semanais, o que apresentou espécies (Figura 4).

Tabela I - Riqueza, índice de abundância mensal e constância de ocorrência (DAJOZ, 1983) da anurofauna amostrada
no Engenho Santa Fé, no período entre janeiro e outubro de 2004 (CO = constância de ocorrência, CAT =
categoria, de acordo com Dajoz, 1983; CTE = constante; ACI = acidental; ACE = acessória).

Abundância mensal
Espécie CO CAT
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Total
Bufonidae Gray, 1825
Rhinella crucifer (Wied-Neuwied,
5 10 30 11 0 2 0 1 2 1 62 80 cte
1821)
R. granulosa (Spix, 1824) 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 10 aci
R. jimi (Wemer, 1984) 215 180 240 85 155 101 48 18 10 7 1.059 100 cte
Hylidae Rafinesque, 1815
Dendropsophus branneri (Cochran,
4 10 20 6 150 155 98 15 10 80 548 100 cte
1942)
D. decipiens (Lutz, 1925) 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 4 10 aci
D. elegans (Wied-Neuwied,
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 10 aci
1824)
Hypsiboas albomarginatus (Spix,
0 0 0 0 0 0 0 1 3 0 4 20 aci
1824)
H. raniceps (Cope, 1862) 8 11 18 28 18 25 16 1 2 0 127 90 cte
Phyllomedusa nordestina
0 0 0 0 0 0 7 2 0 0 9 20 aci
(Caramaschi, 2006)
Scinax x-signatus (Spix, 1824) 2 4 1 3 6 2 0 4 0 5 27 80 cte
Leptodactylidae Werner, 1896
Leptodactylus fuscus (Schneider,
30 18 16 42 60 58 5 4 4 10 247 100 cte
1799)

L. marmoratus (Steindachner, 1867) 3 2 0 0 0 0 0 0 1 0 6 30 ace


L. ocellatus ( Linnaeus, 1758) 0 0 0 0 0 0 0 0 1 2 3 20 aci
L. vastus (A. Lutz, 1930) 0 0 1 2 0 1 0 1 1 0 6 50 ace
Ranidae Rafinesque, 1814

Lithobates palmipes (Spix, 1824) 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 10 aci


Índice de Abundância Total 267 235 326 172 379 344 174 47 40 105 2.105
Riqueza 7 7 7 7 5 7 5 10 12 6
Espécies acumuladas 7 7 7 7 7 7 7 10 12 12
170 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Figura 4 - Gráfico de acumulação de espécies durante as coletas semanais, no Engenho Santa Fé, no período de
julho a setembro de 2004.

Bufonidae Gray, 1825 e Água Azul (SANTOS; CARNAVAL, 2002). Ocupa


a borda e o centro de matas, sendo, dessa forma,
A espécie R. granulosa é de ampla distribuição uma espécie generalista (CARNAVAL, 2002),
e ocorre em ambiente de Cerrado, ocupando poças podendo ser encontrada em poças temporárias,
temporárias (WALDEMAR; FERREIRA, 2004), permanentes ou em rios (JUNCÁ, 2006).
Pantanal (GORDO; CAMPOS, 2004), Caatinga, Dendropsophus elegans ocorre em Mata Atlântica
onde apresenta o hábito de se enterrar durante (MOURA et al., 2006; JUNCÁ, 2006; SANTOS;
o dia e emergir à noite (SANTOS et al., 2003), CARNAVAL, 2002), onde foi observada ocupando
Restinga, onde foi encontrada habitando bromélias poças permanentes (JUNCÁ, 2006) e temporárias
de ambientes abertos e fechados (SCHINEIDER; (ANDRADE, 2007; ANDRADE et al., 2007; 2008a;
TEIXEIRA, 2001) e na Mata Atlântica. Ocorre no 2008b). Apresenta registro em Pernambuco para
Grande Recife e em várias localidades, como Dois Dois Irmãos, Tapacurá, Água Azul e Mata do Urubu
Irmãos, Caetés, Saltinho, Tapacurá, J. Botânico, (SANTOS; CARNAVAL, 2002). Hypsiboas raniceps
Água Azul, Brejo dos Cavalos, Engenho Jardim e ocorre em ambientes de Mata Atlântica (MOURA
Serra Negra (SANTOS; CARNAVAL, 2002). et al., 2006) e Cerrado (GUIMARÃES; BASTOS,
A espécie R. crucifer ocupa vários 2003). Foi encontrada vocalizando, em média, 20
fragmentos da Mata Atlântica (DALLACORTE et al., minutos após o pôr do sol. Os machos territoriais
2003; MOURA et al., 2006; TOLEDO et al., 2003; defendem seu espaço contra invasores com
BERTOLUCI; RODRIGUES, 2001; SANTOS; SILVA, interações acústicas e agressivas (GUIMARÃES;
1998), onde foi encontrada utilizando corpos d’água BASTOS, 2003). Hypsiboas decipiens foi registrada
para a reprodução, comportando-se como espécie em Dois Irmãos, Caetés, Tapacurá, Charles
generalista (BERTOLUCI; RODRIGUES, 2001). Esta Darwin e Engenho Jardim. A espécie Hypsiboas
espécie coexiste em diversos ambientes com R. albomarginatus apresenta ampla ocorrência na
granulosa, como Dois Irmãos, Caetés, Tapacurá, J. Mata Atlântica (SANTOS et al., 2004; CARNAVAL,
Botânico, Água Azul, Brejo dos Cavalos e Engenho 2002; SANTOS; CARNAVAL, 2002; JUNCÁ, 2006),
Jardim. A espécie R. jimi ocorre no Cerrado e no onde foi encontrada ocupando poças temporárias
Pantanal (GORDO; CAMPOS, 2004) e apresenta (JUNCÁ, 2006). Ocorre em algumas localidades de
ampla distribuição em Pernambuco: Grande Recife, Pernambuco como: Dois irmãos, Caetés, Charles
Dois Irmãos, Saltinho, Charles Darwin, Tapacurá, Darwin, Tapacurá, Jardim Botânico, Água Azul,
J. Botânico, Água Azul, Mata do Urubu, Brejo dos Mata do Urubu e Brejo dos Cavalos (SANTOS;
Cavalos, Engenho Jardim e Serra Negra (SANTOS; CARNAVAL, 2002). A espécie Phyllomedusa
CARNAVAL, 2002). nordestina apresenta ocorrência para o Cerrado
(WALDEMAR; FERREIRA, 2004), onde pôde
Hylidae Rafinesque, 1815 ser observada ocupando poças temporárias
(WALDEMAR; FERREIRA, 2004), sendo também
Dendropsophus branneri apresenta registro encontrada em Mata Atlântica (MOURA et al.,
para Dois Irmãos, Caetés, Saltinho, Charles Darwin 2006; SANTOS et al., 2004; SANTOS; CARNAVAL,
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*-2*(7"$-*0-+2(#-#4-)*8(.(+9*$(*:(4(*;*<= 171

2002; ANDRADE, 2007; ANDRADE et al., 2007, Charles Darwini, Tapacurá, Água Azul, Brejos dos
2008a, 2008b), onde ocupa microambientes Cavalos e Engenho Jardim (SANTOS; CARNAVAL,
como arbustos e herbáceas (SANTOS et al., 2002).
2004). Apresenta uma ampla distribuição em
Pernambuco, ocorrendo em várias localidades: Ocupação microambiental
Dois Irmãos, Caetés, Saltinho, Água Azul, Mata do
Urubu, Brejo dos Cavalos, Engenho Jardim e Serra Os anuros ocuparam 13 microambientes
Negra (SANTOS; CARNAVAL, 2002). A espécie diferentes no açude estudado, sendo sete no
Scinax x-signatus, em Pernambuco, ocorre em exterior, três na borda e três no interior (Figura
várias localidades: Dois Irmãos, Grande Recife, 2), descritos a seguir, com os respectivos
Caetés, Saltinho, Chales Darwin, Tapacurá, J. valores percentuais de cada espécie em cada
Botânico, Água Azul, Brejo dos Cavalos, Mata do microambiente (Tabela II).
Urubu, Engenho Jardim e Serra Negra (SANTOS; Exterior do açude (com distância de 1 a 3
CARNAVAL, 2002). metros, paralelo à água).
Solo (caracterizado pela visualização do
Leptodactylidae Werner, 1896 sedimento. Granulometria média (areia), matéria
orgânica e filossilicatos) registrado no exterior e
A espécie Leptodactylus fuscus ocorre na borda onde foram registradas cinco espécies:
em Cerrado, onde houve registros de sua H. raniceps (7,7%), L. fuscus, L. vastus (100%), R.
ocupação em poças temporárias e em alagados crucifer (25%) e R. jimi (39,7%).
(BERNADE; KOKUBUM, 1999), Floresta Estacional Estrato herbáceo (toda e qualquer vegetação
Semidecídua (BERNADE; KOKUBUM, 1999), que se encontre a menos de 20 centímetros de
Mata Atlântica (MOURA et al., 2006; SANTOS; altura do solo) registrado no exterior e na borda
CARNAVAL, 2002), Pantanal (GORDO; CAMPOS, ocupada por cinco espécies: R. crucifer (25%), R.
2004) e Amazônia, onde ocupa poças temporárias jimi (25%), D. branneri (7,24%), D. decipiens (9,1%)
e campos de pastagens (BERNADE et al., 1999). e L. fuscus (19%).
Em Pernambuco, apresenta registros para diversas Estrato arbustivo (toda e qualquer vegetação
localidades, como Dois Irmãos, Caetés, Saltinho, que possua altura entre 20 centímetros e 1,5
Chales Darwin, Tapacurá, J. Botânico, Água Azul, metro) registrado no exterior e na borda, sendo
Brejo dos Cavalos e Serra Negra. Leptodactylus ocupado por quatro espécies: D. branneri (1,45%),
ocellatus apresenta registros para Mata Atlântica H. raniceps (28,2%), D. decipiens (27,2%) e
(RIBEIRO et al., 2005; DALLACORTE et al., 2003; Phyllomedusa nordestina (28,6%).
CARVALHO et al., 1998; MOURA et al., 2006; Estrato arbóreo (todo e qualquer vegetal
SANTOS; CARNAVAL, 2002) e Cerrado (BERNADE; que se encontre acima de 1,5 metro de altura)
KOKUBUM, 1999). Leptodactylus gr. marmoratus onde foram registradas duas espécies: D. branneri
apresenta ocorrência para Mata Atlântica (0,4%) e H. raniceps (23,1%).
(MOURA et al., 2006; SANTOS; CARNAVAL, Folhiço (qualquer vegetação ou parte dela
2002). Leptodactylus vastus é uma espécie que que esteja no solo) ocupado por quatro espécies:
apresenta registros para o Cerrado (BRASILEIRO L. marmoratus (100%), R. crucifer (25%), R. jimi
et al., 2005; WALDEMAR; FERREIRA, 2004), (8,8%) e L. fuscus (13%).
Pantanal (GORDO; CAMPOS, 2004), Mata Atlântica Alagado (região que, no período chuvoso,
(SANTOS; CARNAVAL, 2002; TOLEDO et al., 2003; fica imersa com água) ocupado apenas por R. jimi
JUNCÁ, 2006; MOURA et al., 2006; ANDRADE, (9,3%).
2007; ANDRADE et al., 2007, 2008a, 2008b). Em Edificação (caracteriza-se por apresentar
Pernambuco ocorre em várias localidades, como estruturas de alvenaria referentes à contenção
Dois Irmãos, Mata do Urubu, Brejo dos Cavalos, de água do açude) ocupada somente por R. jimi
Charles Darwin, Caetés, Saltinho, Tapacurá, Água (10,3%).
Azul, Engenho Jardim e Serra Negra (SANTOS; Interior do açude (área coberta de água).
CARNAVAL, 2002). Água (animal submerso ou flutuando)
ocupada por três espécies: R. jimi (6,9%), L. fuscus
Ranidae Rafinesque, 1814 (16%) e D. branneri (0,08%).
Vegetação flutuante (vegetação sobre a
Desta família foi registrada apenas uma lâmina d’água com raízes aquáticas) ocupada por
espécie, Lithobates palmipes, que ocorre em várias três espécies: D. branneri (2,65%), D. decipiens
localidades de Pernambuco: Dois Irmãos, Caetés, (18,1%) e Sinax x-signatus (27,7%).
172 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Vegetação emergente (vegetação fixa no apresentou preferência por vegetação aérea, pois
solo que emergiu na água): H. branneri (74,4%), H. essas espécies são munidas de discos adesivos
raniceps (41%), D. decipiens (36,3%), Phyllomedusa nas extremidades dos dedos, favorecendo
nordestina (71,4%) e Scinax x-signatus (72,3%). seu deslocamento vertical e horizontal sobre a
A presença de 66,6% das espécies vegetação (JIM, 1980). Como era de se esperar,
encontradas na área do açude sugere que a as famílias Leptodactylidae e Bufonidae tiveram
maior diversidade de microambientes disponíveis preferência pelos microambientes terrestres,
nesse habitat esteja relacionada às necessidades sendo evidenciado, por sua vez, que as
biológicas das diferentes espécies de anfíbios. espécies buscaram microambientes específicos.
De forma geral, as espécies ocuparam ao A visualização da ocupação de um mesmo
menos um desses habitats, havendo enorme microambiente por várias espécies no mesmo
sobreposição na ocupação microambiental. A intervalo de tempo foi frequente, exceto nas
distribuição das famílias se deu de acordo com edificações onde só foi registrada ocorrência da
os microambientes preferidos. A família Hylidae espécie Rhinella jimi.

Tabela II - Distribuição e ocupação microambiental da anurofauna presente no Açude das Palmeiras, Nazaré da
Mata – PE, onde: I – submerso em água, II – flutuando em água, III – solo, IV – alagado, V – folhiço, VI
– edificações, VII – estrato herbáceo VIII – estrato arbóreo (galho/folhas), IX – estrato arbustivo (folhas);
X – vegetação emergente; e XI – vegetação flutuante.

Micoambiente
Espécie
I II III IV V VI VII VIII IX X XI Total
Rhinella crucifer 0 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 4
R. jimi 3 2 27 6 6 7 17 0 0 0 0 68
Dendropsophus branneri 0 20 0 0 0 0 180 10 360 1850 66 2486
Hypsiboas raniceps 0 0 3 0 0 0 0 9 11 16 0 39
D. decipiens 0 0 0 1 0 0 1 0 3 4 2 11
Phyllomedusa nordestina 0 0 0 0 0 0 0 0 2 5 0 7
Scinax x-signatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 26 10 36
L. marmoratus 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
Leptodactylus fuscus 8 13 25 20 13 0 19 0 0 0 0 99
Leptodactylus vastus 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Total de indivíduos por
11 35 57 28 21 7 218 19 376 1901 78
microambiente 2751
Percentual de indivíduos (%) 0,40 1,27 2,07 1,02 0,76 0,25 7,92 0,69 13,67 69,10 2,84 1
Riqueza por microambiente 2 3 5 4 4 1 5 2 4 5 4

Correlação dos fatores decipiens e temperatura do ar (r = 0,635; p <


abióticos e variação na 0,023); Leptodactylus fuscus e temperatura do
ar (r = 0,63; p < 0,031), e R. crucifer e umidade
abundância populacional relativa do ar (r = 0,621; p < 0,031). Ambos
são parâmetros de reconhecida correlação
A variação na abundância de apenas três com a variação na abundância desses animais
espécies apresentou correlação significativa (DUELLMAN; TRUEB, 1994), embora não tenha
com algum parâmetro abiótico: Dendropsophus sido registrada nas outras espécies.
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*-2*(7"$-*0-+2(#-#4-)*8(.(+9*$(*:(4(*;*<= 173

Referências

ACHAVAL, F.; OLMOS, A. Anfíbios y reptiles del Uruguay. Montevideo: Graphis, Impresora, 2003.

ANDRADE, E. V. E. Aspectos ecológicos e caracterização morfométrica e biométrica de formas


larvárias de Anfíbios Anuros em poça temporária, remanescente de Mata Atlântica, NE do Brasil.
!!"#$ %"$ &#$ '()(*+,-,$ ./+,01,23($ 45$ 678)97,:$ ;7(<=*79,:>$ ?$ @)7A4+:70,04$ B404+,<$ 04$ C4+),5D19(E$
Recife, 2007.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Distribuição Espacial de Girinos em Poça


Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, PE (Amphibia: Anura). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA
E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008a.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Riqueza e Distribuição Temporal de Girinos


em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008b.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de Formas Larvárias
de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.

BERNARDE, P. S.; KOKUBUM, M. N. C. Anurofauna do Município de Guararapes, Estado de São Paulo,


Brasil. Acta Biologica Leopoldensia, v. 21, n. 1, p. 89-97, 1999.

BERNARDE, P. S.; KOKUBUM, M. N. C.; MACHADO, R. A.; ANJOS, L. Uso de habitats naturais e antrópicos
pelos Anuros em uma localidade no Estado de Rondônia, Brasil (Amphibia: Anura). Amazonica, v. 29, n.
4, p. 555-562, 1999.

BERTOLUCI, J.; RODRIGUES, M. T. Utilização de habitats reprodutivos e microhabitats de vocalização


em uma taxonose de Anuros (Amphibia) da Mata Atlântica do Sudeste do Brasil. Papéis Avulsos de
Zoologia, São Paulo, v. 42, n. 11, p. 287-297, 2001.

BLAUSTEIN, A. R.; ROMANSIC, J. M.; KIESECKER, J. M.; HATCH, A. C. Radiation, toxic chemicals and
amphibian population declines. Diversity & Distributions, v. 9, p. 123-140, 2003.

BROWN JUNIOR, K. S.; BROWN, G. G. Habitat alteration and species loss in Brazilian forests. In:
WHITMORE, T. C.; SAYER, J. A. (Ed.). Tropical deforestation and species extinction. London: Chapman
& Hall, 1992. p. 119-142.

CAREY, C.; ALEXANDER, D. M. A. Climate change and amphibian. Diversity and Distribuitions, v. 9, p.
111-121, 2003.

CARNAVAL, A. C. A phylogeographic study of frogs in forest fragments of northeastern Brazil. In: SIMPÓSIO,
ANAHEIM. Program of the Meeting of the 2002a Society of Integrative Biology, 2002. Volume único.

CARVALHO, C. L. B.; SANTOS, E. M.; SILVA, L. A. M. Atualização da lista de Anfíbios Anuros da Estação
Ecológica do Tapacurá. Caderno Ômega, Univ. Fed. Rural PE, Série Biol., Recife, n. 5, 29-34 p. 1998.

DAJOZ, W. E. Ecologia Geral. São Paulo: Vozes, 1983. 474 p.

DASZAK, P. A.; CUNNINGHAM, A. A.; HYATT, A. D. Infection and amphibian population declines. Diversity
& Distribuitions, v. 9, p. 141-150, 2003.

DALLACORTE, F.; BEDUSCHI, P.; GRUENER, C. G.; TESTONI, C.; LAPS, R. R.; GARCIA, P. C. A. Riqueza de
,)1+(:$.F5&G7D7,E$F)1+,>$45$H+,*54)I($04$B<(+4:I,$J5D+=-<,$K4):,$FI<L)I79,M$C,+N14$O,I1+,<$'1)797&,<$
Nascente do Garcia, Blumenau/ SC. In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 6., Fortaleza, 2003. p.
206-207.

DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. Baltimore: Johns Hopkins University press, 1994.
789 p.
174 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

FROST, D. R. Amphibiam species of the world: an on-line reference. Version 3.0. 2007. Disponível em:
<http://research.amnh.org/herpetology/amphibiam/index.html> Acesso em: 12 mar. 2007.

GORDO, M.; CAMPOS, Z. Lista de anuros da Estação Ecológica Nhumirim e das serras de entorno do
Pantanal Sul. In: SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SOCIOECONÔMICOS DO PANTANAL, 4.,
Corumbá, MS, 2004.

GUIMARÃES, L. DALL’ARA; BASTOS, R. P. Vocalizações e interações acústicas em Hyla raniceps (Anura,


Hylidae) durante a atividade reprodutiva. Iheringia, Série Zoologia, Porto Alegre, v. 93, n. 2, p. 149-158,
2003.

HADDAD, C. F. B.; PRADO, C. P. A. Reproductive modes in frogs and their unexpected diversity in the
Atlantic Forest of Brazil. BioScience, Washington, v. 55, p. 207-217, 2005.

HADDAD, C. F. B.; ABE, A. S. Workshop Mata Atlântica e campos sulinos – Anfíbios e Répteis.
K7:&()PA4<$45Q$RSSS#D0I#H,I#(+*#D+TS(+U:G(&T5,I,#,I<,)I79,TD+T+&V,)-DW#$F94::($45Q$X$04Y#$ !!Z#

IBGE. SUDENE. Atlas Nacional do Brasil: Região Nordeste. 1985.

IZECKSOHN, E.; CARVALHO-E-SILVA, S. P. Anfíbios do Município do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro:


Ed. UFRJ, 2001.

JUNCÁ, F. A. Diversidade e uso de habitat por anfíbios anuros em duas localidades de Mata Atlântica, no
norte do estado da Bahia. Biota Neotrópica, v. 6, n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.
org.br/v6n2/pt/abstract?inventory+bn03006022006

JIM, J. Aspectos ecológicos dos Anfíbios registrados na região de Botucatu, São Paulo (Amphibia,
Anura). 1980. p. 332. Tese (Doutorado) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1980.

MAGURRAN, A. E. Ecological diversity and its measurement. 1.ed. New South Wales: Croom Helm,
1988. 179 p.

'J@[FE$/#$\#$;#]$^_'FE$[#$J#]$F[F@\JE$^#$'#$C#$`,+7,23($&(&1<,97(),<$4$4:&497-970,04$579+(,5D74)I,<$
da anurofauna presente no Engenho Santa Fé, Nazaré da Mata, PE. In: CONGRESSO NORDESTINO DE
ECOLOGIA – MEIO AMBIENTE NO NORDESTE: AVANÇOS E DESAFIOS. 2006, 11., Recife. Anais... 2006.

KATS, L. B.; FERRER, R. P. Alien predators and amphibian of two decades of science and the transition to
conservation. Diversity & Distribuitions, v. 9, p. 99-110, 2003

POMBAL JUNIOR, J. P.; GORDO, M. Anfíbios Anuros da Jureia. In: MARQUES, O. A. V.; DULEBA, W. (Ed.).
Estação Ecológica Jureia-Itatins. Ambiente Físico, Flora e Fauna. Ribeirão Preto: Holos Editora, 2004.
p. 243-256.

[_;a_[JE$[#$b#]$cF;JbF$KJ$a/_cJE$/#$c#$;#]$dFKKFKE$6#$B#$;#$6G,A4$04$704)I7-9,23(Q$F)HPD7(:$F)1+(:$0,$
Vertente de Jundiaí da Serra do Japi, Estado de São Paulo. Biota Neotropica, v. 5, n. 2, 2005. Disponível
45Q$RGII&QTTSSS#D7(I,)4(I+(&79,#(+*#D+TAe) T&IT,D:I+,9If704)I7-9,I7()MU4ghD)!i!!e! !!eW

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Lista de espécies de anfíbios do Brasil. 2008.


K7:&()PA4<$45Q$RGII&Q$TTSSS#:DG4+&4I(<(*7,#(+*#D+T9G49U<7:IT,)-D7(:#GI5W#$F94::($45Q$ $,*(#$ !!%#

SANTOS, E. M.; SILVA, L. A. M. Anurofauna da Reserva Ecológica de Dois Irmãos. Um Remanescente


de Mata Atlântica Urbana. Recife: UFPE, 1998. 225-238 p.

SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. S. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Massangana,
Secretaria de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente, 2 v., 2002. Cap. 33. p. 259-535.

SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S.; ALBUQUERQUE, F. S. Diferenças biométricas


&(&1<,97(),7:$ 4$ 075(+-:5($ :4j1,<$ 45$ Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amplibia, Anura,
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*-2*(7"$-*0-+2(#-#4-)*8(.(+9*$(*:(4(*;*<= 175

Leptodactylidae). In: ENCONTRO NACIONAL DE BIÓLOGOS, 5., e ENCONTRO NORDESTINO DE


BIÓLOGOS 2., 2003.

SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O.; BORGES-NOJOSA, D; ROBERTO, I. J. Levantamento da anurofauna de


duas localidades do semiárido – Betânia e Floresta, Pernambucano. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 25., Brasília, 2004.

b_^`FE$\#$'#$6#$b#]$cF;F[a^^_E$'#$c+44$:&4974:$75&(A4+7:G54)I$,)0$IG4$H1I1+4$k(+,$(H$IG4$FI<,)I79$B(+4:I$
of northeast Brazil. Nature, v. 404, p. 72-74, 2000.

SCHINEIDER, J. A. P. E.; TEIXEIRA, R. L. Relacionamento entre anfíbios anuros e bromélias da restinga de


Regência, Linhares, Espírito Santo, Brasil. Iheringia, Série Zoologia [on-line], p. 41-48, 2001.

TABARELLI, M.; MARINS, J. F.; SILVA, J. M. C. La Biodiversidad Brasileña Ameaçada, Investigación y


Ciencia, v. 308, p. 42-49, 2002

TOLEDO, L. F.; ZINA, J.; HADDAD, C. F. B. Distribuição espacial e temporal de uma comunidade de
Anfíbios Anuros do Município de Rio Claro, São Paulo, Brasil. Holos Environment, v. 3, n. 2, p. 136-149,
2003.

UCHOA NETO, C. A. M. Integridade, grau de implementação e viabilidade das unidades de


!"#$%&'()!* +$* ,%!-$()!* ."-$/%'0* "'* 1!%$#-'* '-02"-. '* +$* 3$%"'456 !. 2002. Tese (Mestrado) –
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2002.

WALDEMAR, A. R.; FERREIRA, V. L. Riqueza e densidade de vocalizações de anuros (Amphibia) em área


urbana em Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 21, n. 4,
dez. 2004.

ZAR, J. H.; RYU, T. (Ed.). Biostatistical analysis. 4.ed. New Jersey: Prentice Hall, 1999. 663 p.

YOUNG, B. E.; STUART, S. N.; CHANSON, J. S.; COX, N. A.; BOUCHER, T. M. Disappearing jewels: the
status of New World amphibians. Arlington, EUA: NatureServe, 2004.
!"#$%&!'#$&()*+$&!',-'-./0&1-/.-',&!'2/.+$3"+&!',#'4-%&56'
7'89'#'8-/(&' 1&.!&'7': ;'<&0,#!%#',&':0-!+(

Carlos Roberto dos Santos Silva1; Geraldo Jorge Barbosa de Moura2; Edson Victor Euclides de Andrade3; Eliane
Maria de Souza Nogueira4

Resumo Abstract
Atualmente, são conhecidas 6.184 espécies Currently there are known 6,184 species of
de anfíbios no mundo. O Brasil é o país com maior amphibians in the world. Brazil is the country with
diversidade de espécies (825), onde 797 são da greater diversity of species (825), where 797 are
ordem Anura. Informações sobre a história natural in the order Anura. Information about the natural
e os padrões de ocorrência das espécies são, em history and patterns of occurrence of the species
grande parte, ainda desconhecidas, principalmente are, in large part, still unknown, especially for
para a Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro. caatinga, a Brazilian exclusive biome. In this study,
Neste estudo, a diversidade e a distribuição diversity and temporal distribution of species of
temporal de espécies de anuros foram deter- frogs were determined in areas of caatinga in
minadas em áreas de Caatinga nas cidades de the cities of Jatobá-PE and Paulo Afonso, Bahia,
Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do northeastern Brazil. The sampling was done by
Brasil. A amostragem foi realizada por busca active search, 10 days of sampling in the rainy
ativa, com 10 dias de amostragem da estação season in each city and the same in the dry season.
chuvosa de cada cidade e o mesmo período na In the cities sampled they were recorded 19 species/
estação seca. Nas cidades amostradas foram six families: Bufonidae (2), Cycloramphidae (1),
registradas 19 espécies/seis famílias: Bufonidae Hylidae (8), Leiuperidae (3), Leptodactylidae (4)
(2), Cycloramphidae (1), Hylidae (8), Leiuperidae and Microhylidae (1). The composition of species
(3), Leptodactylidae (4) e Microhylidae (1). A com- recorded in the cities of Jatobá and Paulo Afonso
posição de espécies registradas nas cidades showed high similarity, which would be expected,
de Jatobá e de Paulo Afonso apresentou alta due to close proximity of the sampling sites
similaridade, o que seria esperado devido à grande and the fact the cities are nearby, as well as the
proximidade dos locais de amostragem e pelo fato physiognomic and climate similarities of the areas
de as cidades serem vizinhas, assim como pelas of sampling.
semelhanças fisionômicas e climáticas das áreas
de amostragem.
Key words: Amphibians, Frogs, Caatinga,
Palavras-chave: Anfíbios, Anuros, Caatinga, northeast region.
Região Nordeste.

1
Biólogo, pesquisador voluntário da Uneb – Campus VIII (carlosbios14@yahoo.com.br).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
3
Graduando em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
4
Docente da Universidade do Estado da Bahia – Campus VIII (emsnogueira@gmail.com).
Introdução
O Nordeste é uma das regiões brasileiras da Caatinga e que a contribuição da sua biota para
que apresenta as mais baixas taxas de umidade a biodiversidade, extremamente alta, do Brasil tem
do ar e altas temperaturas, e é nessa região sido subestimada (SILVA et al., 2004). De modo
que está inserido o semiárido brasileiro, geral, estudos sobre comunidades de anfíbios
caracterizado por baixas altitudes e pela nos trópicos são praticamente incipientes, sendo
distância do litoral, apresentando clima seco o baixo nível de conhecimento incompatível com
com chuvas mal distribuídas (ARAÚJO et al., a alta diversidade desses organismos encontrados
2005). É nessa região em que está espacialmente nessas regiões (DUELLMAN; TRUEB, 1994;
distribuído o único e exclusivo bioma brasileiro, BERTOLUCI; RODRIGUES, 2002).
a Caatinga, que abriga um patrimônio biológico Este trabalho explicita a riqueza da
incomparável, não encontrado em nenhum outro anurofauna em dois municípios da Região Nordeste,
lugar do mundo (SILVA et al., 2004), embora ambos localizados no Domínio Morfoclimático das
ainda seja subamostrado quando comparado Caatingas, analisando a ocupação microambiental
nos períodos noturno e diurno e a variação existente
com outras regiões do País (LEWINSOHN;
entre as estações chuvosa e seca.
PRADO, 2002).
Nesse bioma, até o presente momento,
contabilizam-se aproximadamente 932 espécies
Metodologia
vegetais, das quais 318 são consideradas
endêmicas, 185 são espécies de peixes, 107 são Área de Estudo
de répteis, 49 são de anfíbios, 348 são de aves
Os anuros foram amostrados nos municípios
e 148 são de mamíferos (GIULIETTI et al., 2002;
de Jatobá – PE (09° 11’ 06” S e 38° 16’ 12” W),
PACHECO, 2004; RODRIGUES, 2003; ROSA et al.,
cerca de 305 m de altitude, e Paulo Afonso – BA
2003). Estudos recentes têm demonstrado que o
(09° 39’ 27” S e 37° 59’ 52” W), 243 m de altitude,
bioma está longe de ser homogêneo e é pobre em localizados na mesorregião do São Francisco,
espécies. Região Nordeste do Brasil, separados por uma
O estudo qualitativo e quantitativo da fauna distância de 20 km. A vegetação dos municípios é
e da flora de determinado ambiente constitui basicamente composta por Caatinga hiperxerófila
o primeiro passo para a conservação e o uso com trechos de Floresta Caducifólia. O clima
racional, visto que possibilita o desenvolvimento é do tipo BSh Tropical Semiárido, com chuvas
de projetos de preservação, especialmente em um de verão. A temperatura varia entre a mínima de 22
bioma como a Caatinga, que vem sofrendo fortes °C e a máxima de 40 °C. As áreas são marcadas
impactos antrópicos, com grandes áreas passando por estação seca prolongada e estação chuvosa
pelo processo de desertificação. Provavelmente, curta e irregular em sua distribuição no tempo e
as 49 espécies de anuros listadas para o bioma no espaço. O total de chuvas dos municípios
Caatinga estão longe de retratar sua realidade, visto geralmente não ultrapassa 700 mm anuais e se
que pouca atenção tem sido dada à conservação distribui em Paulo Afonso principalmente entre os
180 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

meses de março, abril e maio, devido ao recuo da Os anuros foram identificados por meio de
Zona de Convergência Intertropical e o avanço da suas vocalizações por comparação com a coleção
Massa Equatorial Atlântica, enquanto em Jatobá o da UFPE e do Museu de História Natural de Alagoas
período de chuvas vai de novembro a abril (REIS, – Mufal, além de consulta a especialistas.
2004; MASCARENHAS, 2005). Foi utilizado o coeficiente de similaridade de
Jaccard (coeficiente de comunidade) para com-
Amostragem e análise dos dados parar os ambientes amostrados. Esse coeficiente
varia de 0 (ambientes dissimilares) a 1 (máxima
A coleta de dados para o inventário da similaridade) e foi obtido a partir da fórmula CC =
anurofauna foi feita nos períodos chuvoso (Jatobá a/(n1 + n2) - a, onde: a corresponde ao número
– 15 a 25/8/2005; Paulo Afonso – 12 a 22/5/2007) de espécies comuns aos dois ambientes; n1 é o
e seco (Jatobá – 10 a 20/1/2006; Paulo Afonso número de espécies no ambiente 1; n2 é o número
– 17 a 27/2/2008), compreendendo um total de de espécies do ambiente 2 (KREBS, 1989).
20 dias de amostragem em cada área, com 10
em cada estação. A amostragem foi realizada Resultados e discussão
por busca ativa, com caminhadas nos períodos
noturno e diurno. No diurno, a busca consistiu Abundância e riqueza da anurofauna
em vasculhar serrapilheira, frestas de rochas sob
Foi registrada abundância de 2.156 indi-
troncos e rochas, entre outros habitats e micro- víduos, dos quais 377 foram amostrados no mu-
habitats. No período noturno, a busca foi realizada nicípio de Jatobá e 1.779 no município de Paulo
em sítios reprodutivos (lagoas e poças), caso em Afonso; um total de 19 espécies (Apêndice
que os anuros foram localizados por visualização A) distribuídas entre as famílias Bufonidae,
direta e por meio das vocalizações. Exemplares- Cycloramphidae, Hylidae, Leiuperidae,
Leptodactylidae e Microhylidae, entre as quais as
testemunhos foram acondicionados em sacos
famílias Hylidae e Leptodactylidae foram as mais
plásticos e levados ao laboratório onde foram representativas (Figura 1). Dessas, apenas uma
sacrificados por exposição a clorofórmio, fixados espécie não foi encontrada no município de Jatobá
em formaldeído 10% e conservados em álcool 70%. (Figura 2) (Tabela I).

Figura 1 - Abundância relativa das famílias de anfíbios anuros amostradas nos períodos chuvoso e seco, nos municípios
de Jatobá, Pernambuco (15 a 25/8/2005 e 10 a 20/1/2006) e Paulo Afonso, Bahia (12 a 22/5/2007 e 17 a
27/2/2008).

A relevante representatividade das espécies nessas famílias (FAIVOVICH, 2005;


famílias Hylidae e Leptodactylidae, como a FROST, 2008; SBH, 2008) e por serem bastante
encontrada nos municípios estudados, é um comuns em regiões neotropicais (DUELLMAN;
fato esperado devido à grande riqueza de TRUEB, 1994).
Aspectos ecológicos da anurofauna dos municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do Brasil 181

Figura 2 - Abundância relativa das espécies de anuros registradas para os municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso
– BA nas estações chuvosa e seca. Rgr = R. granulosa, Rj = R. jimi, Pc = P. cristiceps Db = D. nanus, Cg =
C. greeningi, Sp = S. pachychrus, Hc = H. crepitans, Hr = H.raniceps, Hsp. = H. sp., Pn = P. nordestina, Sx
= S. x-signatus, Pd = P. diplolistris, Psp. =P. sp., Pcu = P. cuvieri, Lo = L. ocellatus, Lp = L. podicipinus, Lt =
L. troglodytes, Lv = L. vastus, Dm = D. muelleri.

O maior número de espécimes foi obtido no função da precipitação favorecer a formação de


período chuvoso (Figura 3), com maior precipitação poças temporárias, ecossistemas favoráveis ao
nas duas áreas. Duellman e Trueb (1994) consideram desenvolvimento das larvas de espécies que têm
a precipitação como o principal fator a influenciar na desenvolvimento indireto. Durante as buscas
distribuição dos anuros nos trópicos e resultados realizadas no período chuvoso, foi observada
semelhantes foram obtidos por Santos e Carnaval pluviosidade média mensal de 80 mm e 90 mm em
(2002), para outras localidades de Pernambuco. Paulo Afonso e Jatobá, respectivamente. No período
Para esses autores, no Nordeste, esse período seco, a precipitação mensal no município de Paulo
está ligado à época reprodutiva dos anuros, em Afonso foi de 42 mm e em Jatobá foi 0 mm.

Tabela I - Riqueza de anuros amostrados nos períodos chuvoso e seco nos municípios de Jatobá – Pernambuco e
Paulo Afonso – Bahia.

Município
Jatobá Paulo Afonso
Bufonidae Gray, 1825
1- Rhinella granulosa (Spix, 1824) X X
2 - R. jimi (Stevaux, 2002) X X
Cycloramphidae Bonaparte, 1850
3 - Proceratophrys cristiceps (Müller, 1884 “1883”) X X
Hylidae Rafinesque, 1815
4 - Corythomantis greeningi Boulenger, 1896 X X
5 - Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) X X
6- Hypsiboas crepitans (Wied-Neuwied, 1824); X X
7 - H. raniceps (Cope, 1862) X X
8 - H. sp. - X
9 - Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006 X X
182 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Município
Jatobá Paulo Afonso
10 - Scinax pachychrus (Miranda-Ribeiro, 1937) X X
11 - S. x-signatus, (Spix, 1824) X X
Leiuperidae Bonaparte, 1850
12 - Pleurodema diplolistris Peter, 1870 X X
13 - Pseudopaludicola sp. X X
14 - Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) X X
Leptodactylidae Werner, 1896
15 - Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) X X
16 - L. natalensis (Cope, 1862) X X
17 - L. troglodytes A. Lutz, 1926 X X
18 - L. vastus (A. Lutz, 1930) X X
Microhylidae Günther, 1858
19 - Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) X X
Total 18 19

Figura 3 - Índice de abundância de anuros amostrados nos períodos chuvoso e seco, nos municípios de Jatobá – PE
e Paulo Afonso – BA.

Habitats e modos reprodutivos troglodytes e Rhinella jimi, por exemplo, são


espécies comumente encontradas em áreas
Entre as espécies de anuros registradas, 11 urbanas (MACHADO et al., 1999; SANTOS;
foram amostradas em micro-habitats terrestres e CARNAVAL, 2002; ÁVILA; FERREIRA, 2004;
oito em micro-habitats arborícolas, sendo essas JUNCÁ, 2005) e foram dominantes nas áreas
últimas pertencentes à família Hylidae. Todas estudadas (Figura 2). Não foi registrada nenhuma
já foram registradas para o bioma Caatinga espécie ameaçada de extinção ou endêmica.
(RODRIGUES, 2003), com ampla distribuição não As espécies C. greeningi e S. pachychrus são
só nesse bioma como em outros, e grande parte associadas a ambientes florestais e utilizam bromélias
das espécies é considerada generalista quanto ao como abrigo ou sítio de vocalização, apesar de não
uso de habitats, inclusive em ambientes fortemente existirem relatos da utilização de bromélias por essas
antropizados. Dendropsophus nanus, Hypsiboas espécies, para a conclusão do seu ciclo ontogenético
raniceps, Physalaemus cuvieri, Leptodactylus (SANTOS; CARNAVAL, 2002).
Aspectos ecológicos da anurofauna dos municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do Brasil 183

De modo geral, a classe Amphibia está em folhas de árvores e em arbustos. Os modos


constituída por organismos que apresentam o reprodutivos, segundo Pombal Jr. e Haddad (2007),
maior número de modos reprodutivos, entre os registrados para as diferentes espécies foram: 1,
vertebrados. No mundo, são reconhecidos em 11, 13, 24 e 30. O alto número de espécies que
torno de 39, sendo que a maior diversidade é utilizam o Modo 1 (ovos depositados diretamente
encontrada nos neotrópicos, destacando para o na água), considerado por Duellman e Trueb (1994)
Brasil 28 modos (HADDAD; PRADO, 2005; POMBAL como o mais generalizado e filogeneticamente
JUNIOR; HADDAD, 2007). Em Jatobá e em Paulo mais primitivo, demonstra a forte dependência
Afonso foram registrados cinco diferentes modos dessas espécies por corpos d’água lênticos para
reprodutivos para 19 espécies de anuros durante reprodução.
o estudo, com três diferentes modos reconhecidos As duas localidades se apresentaram
para as espécies terrestres e dois para as altamente similares (Coeficiente de Jaccard =
arborícolas, sendo que 11 espécies depositam seus 0,95), sendo que apenas uma única espécie, não
ovos diretamente na água (R. granulosa, R. jimi, D. identificada ao nível específico (Hypsiboas sp.),
muelleri, D. nanus, C. greeningi, H. crepitans, H. não foi registrada no município de Jatobá, PE. Essa
raniceps, Hypsiboas sp. S. pachychrus, S. x-signatus, alta similaridade seria esperada devido à grande
P. cristiceps); sete depositam seus ovos em ninhos proximidade dos locais de amostragem e pelo fato
de espuma (Pleurodema diplolistris, Physalaemus de as cidades serem vizinhas, assim como pelas
cuvieri, L. ocellatus, L. podicipinus, L. troglodytes, semelhanças fisionômicas e climáticas das áreas
L. vastus) e uma (P. nordestina) deposita seus ovos de amostragem.

Conclusão

Este estudo registrou até o momento para a área 19 espécies de anfíbios, todas já registradas
para o bioma Caatinga, mas mostra-se ainda incipiente devido ao uso de apenas um método de coleta
(busca ativa). Foi relatada por outros autores a necessidade de metodologia complementar, como a
coleta através de pitfall, de modo a abranger todos os anuros de solo.

Referências

ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Org.). Análise das variações da biodiversidade do
bioma Caatinga: suporte a estratégias regionais de conservação. Brasília: MMA, 2005.

ÁVILA, R. W.; FERREIRA, V. L. Riqueza e Densidade de Vocalizações de anuros (Amphibia) em área


urbana de Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 21, n. 4, p.
887-892, 2004.

BERTOLUCI, J.; RODRIGUES, M. T. Utilização de habitats reprodutivos e microhabitats de vocalização em


taxocenose de anuros (Amphibia) da Mata Atlântica do Sudeste do Brasil. São Paulo, Papéis Avulsos de
Zoologia, v. 42, n. 11, p. 287-297, 2002.

DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of amphibians. 2.ed. Baltimore and London: McGraw-Hill, 1994.
670 p.

FAIVOVICH, J.; HADDAD, C. F. B.; GARCIA, P. C. A.; FROST, D. R.; CAMPBELL, J. A.; WHEELER, W. C.
Systematic review of the frog Family Hylidae, with special reference to Hylinae: Phylogenetic analysis and
taxonomic revision. Bulletin of the American Museum of Natural History, n. 294, 240 p, 2005.

FROST, D. R. Amphibian Species of the World, an On-line Reference. 2008. Disponível em: <http://
research.amnh.org.herpetology/amphibia/index.php>.

Acesso em: 13 jul. 2008.

GIULIETTI, A. M.; HARLEY, R. M.; QUEIROZ, L. P.; BARBOSA, M. R. V.; BOCAGE-NETA, A. L.; FIGUEIREDO,
M. A. Espécies endêmicas da Caatinga. In: SAMPAIO, E. V. S. B.; GIULIETTI, A. M.; VIRGÍNIO, J.; GAMARRA-
ROJAS, C. F. L. (Ed.). !"!#$%&'(!()'*$(+$(,$$#-."$. Recife: APNE/CNIP, 2002. p. 103-118.
184 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

HADDAD, C. F. B.; PRADO, C. P. A. Reproductive modes in frogs and their unexected diversity in the
Atlantic Forest of Brazil. Bioscience, v. 55, n. 3, p. 207-217, 2005.

JUNCÁ. F. A. Anfíbios e répteis, In: JUNCÁ, F. A.; FUNCH, L.; ROCHA, W. (Ed.). Biodiversidade e
conservação da Chapada Diamantina. Brasília: São Domingos, 2005. p. 339-356.

KREBS, C. J. Ecological Methodology. New York: Harper & Row, 1989.

LEWINSOHN, T. M.; PRADO, P. I. Biodiversidade brasileira: síntese do estado atual do conhecimento.


São Paulo: Contexto, 2002.

MACHADO, R. A.; BERNADE, P. S.; MORATO, S. A. A.; ANJOS, L. Análise comparada da riqueza de
anuros entre duas áreas com diferentes estados de conservação no município de Londrina, Paraná, Brasil
(Amphibia, Anura). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 16, n. 4, p. 997-1004, 1999.

MASCARENHAS, J. C.; BELTRÃO, B. A. SOUZA JÚNIOR, L. C.; GALVÃO, M. J. T.; PEREIRA, S. N.; MIRANDA,
J. L. F. (Org.). Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: diagnóstico do
Município de Jatobá. Recife: CPRM/Prodeem, 2005. 11 p.

PACHECO, J. F. Aves da Caatinga: uma análise histórica do conhecimento. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI,
M.; FONSECA, M. T.; LINS, L. V. (Ed.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a
conservação. Brasília: MMA, 2004. p. 189-250.

POMBAL JUNIOR, J. P.; HADDAD, C. F. B. Estratégias e modos reprodutivos em anuros. In: NASCIMENTO,
L. B.; OLIVEIRA, P. M. E. (Ed.). Herpetologia no Brasil II. Sociedade Brasileira de Herpetologia, 2007. p.
101-116. 354 p.

REIS, R. R. A. Paulo Afonso e o Sertão baiano !"#$!%&'%($)$!&!"&#!*'+',!-$#.'!/0'1"'2!3/ !4'15&!67+$2!


2004. 32 p.

ROSA, R. S.; MENEZES, N. A.; BRITSKI, H. A.; COSTA, W. J. E. M.; GROTH, F. Diversidade, padrões de
distribuição e conservação dos peixes da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003. p. 135-180.

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I, R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003. p. 181-286.

SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Manangana,
Secretaria de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente, 2002. p. 529-534.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Lista de espécies de anfíbios do Brasil. 2008.


87"*'19+&.!&: !;<55* ==>>>,"?<&(*&5'.'%7$,'(%,?(=@<&@A.7"5=$1)?7'",<5:B, Acesso em: 21 jul. 2008.

SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M.; LINS, L. Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações
prioritárias para a conservação. Brasília: MMA, 2004.
Aspectos ecológicos da anurofauna dos municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do Brasil 185

Apêndice

Apêndice A: espécies de anfíbios anuros encontradas nos municípios de Jatobá


– PE e Paulo Afonso – BA entre os anos de 2005 e 2008: a. Rhinella jimi (CRC: 200 mm),
b. Corythomantis greeningi (CRC: 53,9 mm); c. Dendropsophus nanus (CRC: 14,3 mm); d.
Leptodactylus podicipinus (CRC: 65 mm); e. Pseudopaludicola cf. falcipes (CRC: 12,1 mm);
f. Hypsiboas raniceps (CRC: 50 mm); g. Hypsiboas crepitans (CRC: 48 mm); h. Leptodactylus
troglodytes (CRC: 70 mm).
Anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei
!"#$!%&'(")$*+),&-#&.!/(#)0!%&#12!-,&-#&3#0"!'4($,%&50!1)6

Sueny Paloma Lima dos Santos¹ & Ednilza Maranhão dos Santos²

Resumo Abstract
Este estudo teve como objetivo inventariar This study aimed to identify the anuran fauna
a anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio of Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)
Natural (RPPN) Frei Caneca, localizada no Frei Caneca, located in the municipality of Jaqueira,
município de Jaqueira, estado de Pernambuco/ State of Pernambuco/Brazil, within the period
Brasil, no período de maio de 2007 a julho de from May 2007 to July 2008. There were recorded
2008. Foram registradas 42 espécies distribuídas 42 species, distributed among eight families:
entre oito famílias: Amphignathodontidae Amphignathodontidae (2), Brachycephalidae (3),
(2), Brachycephalidae (3), Bufonidae (3), Bufonidae (3), Cycloramphidae (1), Hylidae (24),
Cycloramphidae (1), Hylidae (24), Leiuperidae (2), Leiuperidae (2), Leptodactylidae (6), and Ranidae
Leptodactylidae (6) e Ranidae (1). Houve registro (1). There was a record of endangered species and
de uma espécie ameaçada e um novo registro para new record for the State of Pernambuco.
o estado de Pernambuco.

Palavras-chave: Anfíbios Anuros, Inventário, Key words: Amphibian Anuran, Inventory,


Mata Atlântica, Nordeste, RPPN. Atlantic Forest, Northeast, PNHR.

¹ Graduação em Ciências Biológicas/Ambientais na Universidade Federal de Pernambuco (sueny_paloma@hotmail.com).


² Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhão@yahoo.com.br).
Introdução
Atualmente, são conhecidas no mundo mais De acordo com Santos e Carnaval (2002)
de 5.900 espécies pertencentes à classe Amphibia, foram registradas 64 espécies de anfíbios anuros
sendo a ordem Anura a mais diversificada (GAA, para o estado de Pernambuco, destacando a
2008). Segundo a SBH (2009), são encontradas no Zona da Mata como a detentora da maior riqueza
Brasil 847 espécies de anfíbios, das quais a maioria de espécies (cerca de 30 espécies por localidade
é endêmica e 26 estão ameaçadas (SILVANO; amostrada). Existe ainda uma carência muito
SEGALLA, 2005). Essa alta diversidade de anfíbios grande de informações para várias localidades
no Brasil é devido à variedade de ambientes de Pernambuco e a falta de incentivo como
úmidos (DUELLMAN; TRUEB, 1994), relacionados investimentos de órgãos de fomento é um dos
com a história geomorfológica e paleoclimática fatores que contribui para essa situação. Apesar
do País, destacando a Mata Atlântica com maior de os anfíbios serem considerados por alguns
diversidade (HADDAD; ABE, 1999). pesquisadores um grupo-chave, ou grupo capaz
A Mata Atlântica é uma das florestas mais de dar uma resposta rápida para medidas de
diversificadas em organismos do mundo. Todavia, conservação, ainda não houve sensibilização
esse bioma está reduzido a aproximadamente 7% suficiente capaz de promover investimentos
da área original florestada (MYERS et al., 2000). apropriados para o estudo desses animais.
Possui cerca de 370 espécies de anfíbios anuros O complexo da Serra do Urubu foi
(HADDAD et. al., 2008), sendo considerada um
selecionado como de extrema importância
dos 25 hotspots mundiais devido ao alto grau de
biológica durante o workshop referente ao Projeto
endemismo e de ameaças (MYERS et al., 2000).
Atlas da Biodiversidade do Estado de Pernambuco
De maneira geral, há carência de informações
(SILVA; TABARELLI, 2001), no qual foi sugerida
sobre as espécies de anuros em diferentes regiões,
a necessidade de criação de uma unidade de
principalmente no Nordeste do Brasil, o que pode
conservação em virtude dos endemismos, espécies
levar a uma avaliação incorreta da real distribuição
ameaçadas e presença de espécies inéditas para a
das espécies (HADDAD; ABE, 1999).
ciência. Após a implantação da Reserva Particular
A incipiência de estudos referentes
do Patrimônio Natural (RPPN) Frei Caneca, falta
à anurofauna da Mata Atlântica se deve,
principalmente, à falta de recursos para estudos elaborar um planejamento estratégico para a
de médio e longo prazo e à falta de levantamentos tomada de ações prioritárias para sua efetiva
em diferentes regiões (HADDAD; SAZIMA, 1992; conservação. Para isso, trabalhos envolvendo o
SILVANO; SEGALLA, 2005). Em compensação, a estudo da diversidade de diferentes grupos de
velocidade da destruição dos ambientes naturais, animais são importantes para implantar um plano
geralmente por ação antrópica, é bem maior do de manejo para a RPPN.
que o esforço para a obtenção de informações O objetivo deste trabalho foi inventariar a
sobre os anuros, tornando-se um dos grandes anurofauna da RPPN da Reserva Frei Caneca e
problemas da atualidade (HEYER et al., 1990; classificá-la em constantes, acessórias e acidentais,
SILVANO; SEGALLA, 2005). de acordo com a frequência de ocorrência.
190 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Material e métodos Mata do Quengo – possui cerca de 500 ha,


árvores com altura variando de 10 a 25 m e grande
variedade de bromélias epífitas localizadas no alto
Área de estudo das árvores, e que, por conseguinte, não foram
monitoradas. As amostragens foram realizadas por
A Reserva Frei Caneca pertence ao Engenho registro sonoro. Esta área possui menor pressão
Colônia e é uma unidade de conservação antrópica em comparação às três áreas estudadas.
denominada Reserva Particular do Patrimônio É um dos pontos mais altos da RPPN, chegando a
Natural (RPPN), que apresenta fragmentos de 900 m de altitude. Essa mata é separada da Mata
Floresta Atlântica Montana (500-750 m de altitude) do Espelho pelo Açude das Moças, mais conhecido
e está localizada no município de Jaqueira, Zona da como Barragem das Moças.
Mata, sul do estado de Pernambuco. Os fragmentos Açude das Moças – este corpo d’água
florestais encontrados nessa reserva são: Mata chega à profundidade de 10 m, tem cerca de
da Serra do Quengo (8º42’S, 35º50’O, 648 m de 50 m de largura e 1 km de extensão, com solo
altitude), Mata do Jasmim (8º43’S, 35°50’O, 600 do fundo variando de arenoso a lodoso. Constitui
m de altitude) e “inselberg” denominado Pedra ambiente lêntico, localizado na borda da mata,
do Cruzeiro ou Espelho (8º43’S, 35º50’O, 700 m sendo uma margem circundada por vegetação
de altitude). Os fragmentos são margeados por densa, composta por arbustos e árvores, e outra
culturas de cana-de-açúcar, banana e pequenas constituída por vegetação herbáceo-arbustiva
lavouras temporárias (RPPN FREI CANECA, 2008). rala.
Toda a área está inserida na superfície do Mata do Cruzeiro – possui duas áreas
planalto da Borborema, complexo das serras do amostradas, uma conhecida como Pedra do
Urubu e do Espelho. Nessa região, o relevo é Cruzeiro, que é um afloramento rochoso apre-
montanhoso e acidentado, com predominância de sentando árvores caducas, grande quantidade de
granitos. O clima é tropical quente e úmido, com orquídeas, bromélias e briófitas, e a outra chamada
temperatura média anual em torno de 22 e 24 °C de Lago do Cruzeiro, que é dividido por pequena
(RPPN FREI CANECA, 2008). faixa de terra e dois pequenos lagos que chegam
A precipatação média anual na Usina Frei a uma profundidade de 70 cm na sua margem. No
Caneca é de 1.384 mm e a vegetação da área de entorno há fragmento de mata e área de pastagem
estudo é classificada como Floresta Estacional para bovinos, sendo que esta última encontra-se a
Semidecidual, um dos tipos vegetacionais que cerca de 200 m.
compõem a Floresta Atlântica brasileira. Mata do Espelho – possui cerca de 50 ha e é
um dos fragmentos com maior pressão antrópica
Descrição das áreas pela retirada de madeira e a caça. Apresenta
muitas árvores pioneiras, como imbaúbas
Quatro áreas foram estudadas durante a (Cecropia pachystachya) que alcançam 10 m de
pesquisa na RPPN Frei Caneca (Figura 4): altura.

Figura 1 - Localização da RPPN Frei Caneca, município de Jaqueira (8º42’S, 35º50’O), estado de Pernambuco, Brasil.
A área em preto refere-se aos remanescentes de Mata Atlântica e as áreas em cinza referem-se à área de
pastagem, cultivos diversos ou plantio de cana-de-açúcar.
Anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, município de Jaqueira, estado de Pernambuco, Brasil 191

Amostragem dos dados Resultados e discussão


Foi realizado reconhecimento prévio da área Foram registradas 42 espécies (Figura 3)
para registro dos ambientes de reprodução como de anfíbios anuros pertencentes a oito famílias
poças, lagoas, áreas alagadas, brejos, folhedo, (Tabela I). A família com maior número de espécies
tocas e colônias de bromeliáceas. As visitas à foi Hylidae (24), seguida por Leptodactylidae (6),
área de estudo foram mensais, com duração de Brachycephalidae (3), Bufonidae (3), Leiuperidae
3 a 4 dias entre agosto de 2007 e julho de 2008. (2), Amphignathodontidae (2), Cycloramphidae
O esforço de captura e o registro das espécies (1) e Ranidae (1). A anurofauna registrada na
foram distribuídos em coletas diurnas e noturnas área estudada, de forma geral, é generalista
por buscas ativas em sítios reprodutivos e nas quanto ao uso do habitat e a maioria das espécies
caminhadas dentro da mata. Utilizou-se para as pertencentes à família Hylidae e Leptodactylidae
buscas ativas equipamentos básicos, GPS, termo- coincidem com o padrão observado para a Região
higrômetro, lanternas, sacos plásticos, entre Neotropical (DUELLMAN; TRUEB, 1994).
outros. Dados ecológicos das espécies coletadas, A anurofauna registrada na RPPN Frei
aspectos reprodutivos e ocupação ambiental foram Caneca foi semelhante à encontrada em outros
registrados em ficha de campo. fragmentos de Floresta Atlântica de Pernambuco,
Para maximizar o esforço das coletas foram como a Reserva Ecológica de Dois Irmãos, com
utilizadas armadilhas de interceptação e queda 21 espécies em comum; Reserva Ecológica de
(pitfall) nas matas do Quengo e do Espelho, nas Caetés, com 18 espécies em comum; Reserva
quais foram instaladas quatro estações com Ecológica de Saltinho, com nove espécies em
comum; Refúgio Ecológico Charles Darwin, com
distância aproximada de 100 m entre elas. Cada
16 espécies em comum; Estação Ecológica de
estação era composta de quatro baldes de 20 l,
Tapacurá, com 19 espécies em comum; Jardim
dispostos em forma de “Y”; o balde central ficava
Botânico, com oito espécies em comum; Engenho
a 5 m de cada um dos três baldes periféricos, nos
Água Azul, com 16 espécies em comum; Brejo dos
quais era ligado por cerca-guia constituída de lona
Cavalos, com 17 espécies em comum; Engenho
plástica de 50 cm de altura. As armadilhas eram
Jardim, com 15 espécies em comum; e Reserva
vistoriadas uma vez por dia. O esforço de captura
Ecológica Serra Negra, com seis espécies em
foi de 204 horas para o método ativo e 1.152 horas comum (SANTOS; CARNAVAL, 2002).
para o passivo. A semelhança na riqueza de espécies
Os animais capturados foram foto- observada entre a área estudada com esses
grafados, os cantos, quando possível, foram outros fragmentos de Floresta Atlântica pode estar
gravados para auxiliar na identificação, utilizando relacionada ao fato de que essas áreas encontram-
gravador digital portátil Marantz PMD66/K6 com se geograficamente próximas e apresentam
microfone direcional Sennheiser ME66/K6. Alguns condições climáticas e cobertura vegetal
espécimes foram sacrificados utilizando cloretona semelhante. De acordo com Duellman (1992),
a 5%, fixados em formol a 10% e, posteriormente, áreas próximas geograficamente, com a mesma
conservados em álcool a 70%; esses indivíduos cobertura vegetal e que apresentam condições
foram depositados, juntamente com o arquivo climáticas semelhantes e a composição faunística,
sonoro, como material-testemunho na coleção de tendem a ser semelhantes.
Herpetologia da Universidade Federal Rural de A RPPN Frei Caneca é a localidade com maior
Pernambuco (CHUFRPE). riqueza de espécies até então registradas para o
estado de Pernambuco. O número de espécies
Análise dos dados registradas também é similar ao encontrado em
outra região de Mata Atlântica da Região Nordeste
Para avaliar a frequência das espécies na (SILVANO; PIMENTA, 2003, JUNCA, 2006) bem
amostra foi utilizada a frequência de ocorrência como em outras regiões como o Sudeste e o Sul
segundo Dajoz (1983): c = p x 100/P, onde c é do Brasil (HEYER et al., 1990, CONTE; MACHADO,
constância de ocorrência de cada espécie, p é 2005, FEIO; FERREIRA, 2005, VASCONCELOS;
o número de excursões em que a espécie foi ROSSA-FERES, 2005, SERAFIM et al., 2008).
registrada e P o número total de excursões. As Não foi possível realizar a identificação
espécies com constância superior a 50% foram taxonômica de cinco espécies (Gastrotheca
consideradas constantes, de 25 a 50% acessórias sp., Ischnocnema sp.1, Ischnocnema sp.2,
e abaixo de 25% acidentais. Dendropsophus cf. oliveirai, Phyllodytes sp.,
192 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Pseudopaludicola sp.). Entre as espécies As espécies mais abundantes foram


registradas, houve uma nova ocorrência para Ischnocnema sp., Rhinella crucifer, R. jimi,
o estado de Pernambuco (Hypsiboas exastis), Proceratophrys renalis, Dendropsophus branneri,
registrada apenas para o sul da Bahia, por Hypsiboas albomarginatus, H. semilineatus,
Caramaschi e Rodrigues (2003), e o registro de Phyllodytes luteolus, Scinax x-signatus,
uma espécie ameaçada (Hylomantis granulosa) Leptodactylus vastus e L. marmoratus. Por
(IUCN 2001). serem espécies generalistas, podem invadir
A maioria das espécies possui ampla ambientes alterados pelo homem (HEYER et al.,
distribuição geográfica no Brasil (IUCN, 2008), 1990, HADDAD; SAZIMA, 1992; HADDAD, 1998;
como é o caso de Rhinella crucifer, R. granulosa, RAMOS; GASPARINI, 2004; HADDAD; PRADO,
Dendropsophus branneri, D. decipiens, D. 2005; CONTE; ROSSA-FERRES, 2006), habitando,
elegans, D. minutus, D. cf. oliveirai, Hypsiboas geralmente, formações vegetais originalmente
albomarginatus, H. crepitans, H. faber, H. raniceps, abertas (BRASILEIRO et al., 2005). Quando os
Scinax nebulosus, S. x-signatus, S. fuscovarius, ambientes modificados propiciam a essas espécies
Physalaemus cuvieri, Leptodactylus fuscus e colonizadoras alimento abundante, abrigos e locais
L. ocellatus. Outras espécies são amplamente adequados para a reprodução, podem favorecer a
distribuídas na Região Nordeste do Brasil como estabilidade de suas populações (MESHAKA, 1996;
Phyllomedusa nordestina, R. jimi, Leptodactylus HENDERSON; POWELL, 2001). Em alguns casos,
troglodytes e L. vastus. Das 42 espécies de populações dessas espécies podem atingir altos
anfíbios anuros registradas, 72,5% já tinham sido valores de dominância (HEINEN, 1992; GIARETTA
amostradas para o estado (SANTOS; CARNAVAL, et al., 1999).
2002). A curva do coletor (Figura 2) mostrou rápido
A área mais representativa da RPPN Frei aumento no número de espécies no decorrer dos
Caneca foi o Complexo do Cruzeiro, com um meses, havendo estabilização apenas nas duas
percentual de 77,7% do total da amostra. Isso últimas amostragens, o que indica que todas as
porque há uma grande variedade de habitats espécies passíveis de serem coletadas pelos
e micro-habitats, destacando o complexo de métodos utilizados foram amostradas. Essa curva
bromélias nos paredões rochosos, que propicia mostra a importância da realização de estudos de
refúgios para algumas espécies, como é o caso longo prazo e da utilização de diferentes métodos
de Gastrotheca fissipes e de Phyllodytes luteolus. A de amostragem associados para um inventário
elevada riqueza dessa área (n= 42 spp.) pode estar mais completo da anurofauna, sobretudo em áreas
relacionada principalmente ao grande número de com elevada riqueza como a Floresta Atlântica
espécies generalistas típicas de áreas abertas. (HEYER et al., 1990; CONTE; ROSSA-FERES,
Das 42 espécies registradas, 20 foram 2006).
consideradas constantes, 13 acessórias e nove O maior sucesso de captura foi obtido para
acidentais (Tabela 1). O maior número de espécies o método de busca ativa (40 espécies), quando
constantes pode estar relacionado ao hábito comparado ao método de busca passiva (quatro
generalista. Esse resultado também foi observado espécies). Todavia, a utilização de diferentes
por Serafim et al. (2008) em trabalho realizado no métodos pode ajudar no maior número de registros,
Sudeste do Brasil. Entre as espécies constantes principalmente em espécies de hábito fossorial e de
estão Rhinella crucifer, Hypsiboas faber, H. exastis, difícil visualização. As armadilhas de interceptação
H. atlanticus, H. albomarginatus, H. semilineatus, e queda se mostraram eficientes para a captura
Leptodactylus vastus, L. marmoratus, Scinax de animais essencialmente terrestres (CECHIN;
nebulosus, Phyllodytes luteolus, Phyllodytes sp., MARTINS, 2000). Nas armadilhas foram coletados
Dendropsophus elegans, D. minutus, D. branneri Rhinella jimi, R. crucifer, Proceratophrys renalis e
e Proceratophrys renalis. Rhinella jimi, Scinax Ischnocnema sp. 2, sendo que as espécies mais
fuscovarius, Leptodactylus fuscus e Physalaemus abundantes foram R. jimi (26) e Proceratophrys
cuvieri são espécies típicas de áreas abertas que renalis (17).
foram observadas em ambiente de mata. Entre Ambientes que sofreram alterações
as espécies coligidas, apenas Pseudopaludicola antrópicas são caracterizados por apresentar
sp., Hypsiboas freicanecae, H. faber, H. crepitans, vegetação mais esparsa, estando sujeitos a maior
Dendropsophus decipiens, D. cf. oliveirai, Scinax exposição solar, menor umidade e temperaturas
auratus, S. nebulosus, Leptodactylus fuscus e L. mais elevadas, quando comparados às áreas de
troglodytes foram observadas ocupando um único mata preservada que apresentam árvores mais
habitat. altas, densas e com dossel fechado (SEXTON
Anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, município de Jaqueira, estado de Pernambuco, Brasil 193

et al., 1964; CRUMP, 1971; POUGH et al., 1977), composição da anurofauna, aliados à atividade de
conforme foi observado na Mata do Espelho da monitoramento, são fundamentais para a execução
Reserva Frei Caneca. de medidas conservacionistas e um diagnóstico
Os habitats registrados neste trabalho foram confiável na busca das causas da redução
fundamentais para a ocupação e a permanência populacional de espécies em ambientes florestais.
dos anuros na RPPN Frei Caneca. Dessa forma, Ressaltamos a importância de dar continuidade
é importante destacar a relevância das áreas de ao inventário faunístico em diferentes áreas dentro
procriação que não se encontram inseridas na e nos arredores da RPPN Frei Caneca, devido à
reserva (poças e córregos na borda da mata e possibilidade do surgimento de novas espécies da
em área aberta), mas que deveriam fazer parte Mata Atlântica, bem como às novas ocorrências
de seus limites. Os conhecimentos sobre a para o estado e para a Região Nordeste.

Figura 2 - Curva acumulativa de espécies registradas na RPPN Frei Caneca, Jaqueira/PE, durante o período de
agosto/2007 a julho/2008.

Tabela I. Anfíbios anuros registrados de maio de 2007 a junho de 2008 na RPPN Frei Caneca, município de Jaqueira,
estado de Pernambuco. Frequência de ocorrência (F.O.): Constante (CON), Acessória (ACE), Acidental
(ACI). Área: Mata do Quengo (MQ), Açude das Moças (AM), Complexo do Cruzeiro (CR). Status de
conservação: abundante (Ab), rara (Ra), endêmica (En) e ameaçada (Am).

Status de
Grupos taxonômicos F. O. Área Habitat
Conservação
Amphignathodontidae (n=2)
Gastrotheca fissipes (Boulenger, 1888) CON MQ, CR c Ra
Gastrotheca sp. ACI MQ br -
Brachycephalidae (n=3)
Ischnocnema cf. ramagii (Boulenger, 1888) ACE MQ, CR c Ra
Ischnocnema sp. 1 CON CR,MQ c, r Ab
Ischnocnema sp. 2 CON CR, MQ c, r Ab
Bufonidae (n=3)
Rhinella granulosa (Spix, 1824) ACI CR, ME l Ra
Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821) CON MQ, CR, AM a, r, l Ab
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) CON MQ, AM a, r, l Ab
Cycloramphidae (n=1)
194 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Status de
Grupos taxonômicos F. O. Área Habitat
Conservação
Proceratophrys renalis (Wied-Neuwied, 1825) CON MQ, CR, r Ab
Hylidae (n= 24)
Dendropsophus branneri (Cochran, 1948) CON MQ, CR, AM a, r, l Ab
Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925) ACE AM a Ra
Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, 1824) CON CR, AM l Ra
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) CON CR, AM l Ra
Dendropsophus cf. oliveirai (Boulenger, 1889) ACI MQ a Ra
Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) CON MQ, AM, CR a, r, l Ab
Hypsiboas atlanticus (Caramaschi & Velosa, 1996) CON MQ, AM, CR a, l Ra
Hypsiboas crepitans (Wied-Neuwied, 1824) ACI CR l Ra
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) CON CR l Ra
Hypsiboas freicanecae (Carnaval & Peixoto, 2004) ACI MQ r Ra, Em, Pf, Am
Hypsiboas raniceps (Cope, 1862) ACE CR, AM a, l Ra
Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824) CON MQ, CR, AM a, l Ab
Hypsiboas exastis (Caramaschi & Rodriguez, 2003) CON AM, MQ, CR r Am
Phyllodytes luteolus (Wied-Neuwied, 1824) CON MQ, AM, CR a, r, l, c Ab
Phyllodytes sp. (Bokermann, 1966) CON MQ, CR Ra
Scinax auratus (Wied-Neuwied,1821) ACI CR l Ra
Scinax nebulosus (Spix, 1824) CON AM l Ra
Scinax x-signatus (Spix, 1824) CON AM, MQ, CR a, r, l Ab
Scinax pachycrus (Miranda-Ribeiro, 1937) ACE CR l Ra
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) ACE CR l Ra
Scinax eurydice (Bokermann, 1968) ACI CR a Ra
Trachycephalus mesophaeus (Hensel, 1867) ACI CR l Ra
Hylomantis granulosa* (Cruz,1989”1988”) - - - -
Phyllomedusa nordestina (Caramaschi, 2006) ACE CR, AM l Ra
Leiuperidae (n=2)
Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) ACE CR, AM l, p Ra
Pseudopaludicola sp.*** ACI Mata do Espelho p Ra
Leptodactylidae (n=6 )
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) ACI CR l Ra
Leptodactylus natalensis (A. Lutz, 1930) ACE CR l Ra
Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) ACI AM a Ra
Leptodactylus marmoratus (Steindachner, 1867) CON AM, CR a, l Ab
Leptodactylus troglodytes (A. Lutz, 1926) ACI AM a Ra
Leptodactylus vastus (A. Lutz, 1930) CON AM, MQ, CR a, r, l Ab
Ranidae (n=1)
Lithobates palmipes (Spix, 1824) ACE AM, MA, CR a, r, l Ab

Conclusão região, principalmente na mata sul do estado de


Pernambuco.
A riqueza de espécies registradas para Este trabalho apresenta uma lista preliminar
a RPPN Frei Caneca é relativamente alta em na qual, com a continuidade da pesquisa, novas
relação a outros fragmentos do estado de informações podem ser acrescentadas, aumen-
Pernambuco. No entanto, os impactos antrópicos tando o conhecimento e gerando ferramentas
que ocorrem ressaltam a necessidade de medidas para a melhor compreensão dos padrões de
conservacionistas, visando garantir a viabilidade distribuição das espécies, já que existem outros
das populações de anfíbios anuros. Existe fragmentos de Mata Atlântica no entorno da
pouco conhecimento sobre a anurofauna da RPPN.
Anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, município de Jaqueira, estado de Pernambuco, Brasil 195

Figura 2 - Imagens de alguns pontos de amostragem de anfíbios anuros e identificação da entrada da RPPN: A –
Açude das Moças; B – Lago do Cruzeiro; C – Riacho da Mata do Quengo; D – Mata do Quengo; E – Área
de pastagem; F – Poça temporária; G – Placa de entrada da RPPN; H – Pedra do Cruzeiro; I – Vista frontal
da Pedra do Cruzeiro.
196 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Figura 3 - Espécies registradas na Reserva Frei Caneca, em Jaqueira, no período de agosto de 2007 a julho de
2008: A – Hypsiboas atlanticus; B – Proceratophrys renalis; C – Dendropsophus branneri; D – Rhinella
crucifer; E – Physalaemus cuvieri; F – Phyllodytes luteolus; G – Ischnocnema sp. 1; H – Ischnocnema sp. 2;
I – Hypsiboas semilineatus; J – Scinax pachycrus; K – Lithobates palmipes; L – Leptodactylus vastus; M –
“Panela” de oviposição de Hypsiboas faber; N – Leptodactylus ocellatus; O – Trachycephalus mesophaeus.
Anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, município de Jaqueira, estado de Pernambuco, Brasil 197

Agradecimentos
Ao Sr. Gustavo Barros e ao Dr. José Alves, por permitirem o trabalho na reserva. Aos meus grandes
amigos Leonardo Moura, Gabriela Peregrino, Zezito (mateiro) e seus filhos, pela ajuda no campo. À
Prefeitura de Jaqueira, pelo apoio logístico, e à Bióloga Fabiana Amorim, pela leitura e sugestões no
manuscrito.

Referências
BRASILEIRO, C. A.; SAWAYA, R. J.; KIFFER, M. C.; MARTINS, M. Amphibians of an open Cerrado fragment
in southeastern Brazil. Biota Neotrópica, v. 5, n. 2, 2005. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.
org.br/>. Acesso em: 12 ago. 2008.

CARAMASHI, U.; RODRIGUES, M. T. A new large treefrog species, genus Hyla Laurenti, 1768, from
southern Bahia, Brazil (Amphibia, Anura, Hylidae). Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v. 61,
n. 4, p. 255-260, 2003.

CECHIN, S. Z.; MARTINS, M. !"#$%"#&'()'&*+&(#,-&.'()'/0)(&'1pitfall traps) em amostras de anfíbios e


répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 17, p. 729-740, 2000.

CONTE, C. E.; ROSSA-FERRES, D. C. Diversidade e ocorrência temporal da anurofauna (Amphibia, Anura)


em São José dos Pinhais, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 23, n. 1, p. 162-175, 2006.

CONTE, C. E.; MACHADO, R. A. Riqueza de espécies e distribuição espacial e temporal em comunidade


de anuros (Amphibia, Anura) em uma localidade de Tijucas do Sul, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de
Zoologia, v. 22, p. 940-948, 2005.

CRUMP, M. L. Quantitative analysis of the ecological distribution of a tropical herpetofauna. Occas. Pap.
Univ. Kansas Museum Natural History, v. 3, p. 1-62, 1971.

DAJOZ, R. Ecologia Geral. Petrópolis, RJ: Vozes, 1983. 472 p.

DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of amphibians. McGraw Hill, New York, 1994. 670 p.

FEIO, R. N.; FERREIRA, P. L. Anfíbios de dois fragmentos de Mata Atlântica na Zona da Mata de Minas
Gerais. Revista Brasileira de Zoologia, v. 7, p. 121-128, 2005.

GAA. Global Amphibian Assessment. 2008. Disponível em: <http://www.globalamphibians.org/>. Acesso


em: 12 ago. 2008.

GIARETTA, A. A.; FACURE, K. G.; SAWAYA, R. J.; MEYER, J. H. M.; CHEMÍN, N. Diversity and abundance
of litter frogs in a montane forest of southeastern Brazil: seasonal and altitudinal changes. Biotrópica, v.
31, n. 4, p. 669-674, 1999.

HADDAD, C. F. B. Biodiversidade dos anfíbios no estado de São Paulo. In: CASTRO, R. M. C (Ed.).
Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil !"#$%&"&!'(!)($*&)+,&$%(!-(!.$-/!'(!"0)1/(!223!45(!
Paulo: Ed. Fapesp, v. 6, 1998. p. 17-26.

HADDAD, C. F. B.; ABE, A. S. Anfíbios e Répteis. In: WORKSHOP FLORESTA ATLÂNTICA E CAMPOS
46789:43!;<<<3!=+">($#?&/!&, !@*%%> AABBB3C'%3(DE3CDAB(DF"*(>A,-%--%/-$%+)-!AGHAD>I-$.CJ3!K)&""(!
em: 12 ago. 2008.

HADDAD, C. F. B.; PRADO, C. P. A. Reproductive modes in frogs and their unexpected diversity in the
Atlantic Forest of Brazil. BioScience, v. 55, n. 3, p. 207-217, 2005.

HADDAD, C. F. B.; SAZIMA, I. Anfíbios anuros da Serra do Japi. In: MORELLATO, L. P. C. (Ed.). História
natural da Serra do Japi !&)(/(E+-!&!>D&"&D?-L5(!'&!MD&-!N(D&"%-/!$(!41'&"%&!'(!GD-"+/3!O-,>+$-" !P'3!
Unicamp; Fapesp, 1992. p. 188-211. 321 p.

HEINEN, J. T. Comparisons of the leaf litter herpetofauna in abandoned cacao plantations and primary
rain forest in Costa Rica: some implications for faunal restoration. Biotrópica, v. 24, n. 3, p. 431-439, 1992.
198 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

QP9=PH4:9R! H3! S3T! U:SP77R! H3! H&">($"&"! CV! %*&! S&"%! 8$'+-$! Q&D>&%(W-1$-! %(! *1,-$X+$N1&$)&'!
resources. Caribbean Journal of Science, v. 37, n. 1/2, p. 41-54, 2001.

HEYER, W. R.; RAND, A. S.; CRUZ, C. A. G.; PEIXOTO, O. L.; NELSON, C. E. Frogs of Boraceia. Arquivos
de Zoologia, São Paulo, v. 31, p. 1-410, 1990.

IUCN. 2001 IUCN Red List Categories and Criteria version 3.1. Disponível em: <http://www.redlist.org/
info/categories_criteria2001>.Acesso em: 12 ago. 2008.

IUCN. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. Disponível em: <http://www.iucnredlist.org>. Acesso
em: 12 ago. 2008.

JUNCÁ, F. A. Diversidade e uso de hábitat por anfíbios anuros em duas localidades de Mata Atlântica, no
norte do estado da Bahia. Biota Neotrópica, v. 27, p. 203-308, 2006.

MESHAKA JUNIOR, W. E. Diet and the colonization of buildings by the Cuban treefrog, Osteopilus
septentrionalis (Anura: Hylidae). Caribbean Journal of Science, v. 32, n. 1, p. 59-63, 1996.

MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A. ; MITTERMEIER, C. G. ; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity


hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 845-853, 2000.

POUGH, F. H.; STEWART, M. M.; THOMAS, R. G. Physiological basis of habitat partitioning in Jamaican
Eleutherodactylus. Oecologia, v. 27, p. 285-293, 1977.

RAMOS, D. A.; GASPARINI, J. L. Anfíbios do Goiapaba-Açu, Fundão, Estado do Espírito Santo. Espírito
4-$%( !YDM.)-!4-$%(!K$%Z$+(R![\\]3

RPPN FREI CANECA. Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca. Disponível em: <www.
rppnfreicaneca.org.br/>. Acesso em: 23 ago. 2008.

SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Massagana, v. 2,
2002. p. 529-533.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Lista de Espécies de Anfíbios do Brasil.


Disponível em: <http://www.sbherpetologia. org.br/checklist/ anfíbios. htm>. Acesso em: 23 ago. 2008.

SERAFIM, H.; CICCHI, P. J. P.; IENNE, S.; JIM, J. Anurofauna de remanescentes de Floresta Atlântica do
município de São José do Barreira, Estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotrópica, v. 8, n. 2, p. 69-77,
2008.

SEXTON, O. J.; HEATWOLE, H.; KNIGHT, D. Correlation of micro-distribution of some Panamanian reptiles
and amphibians with structural organization of the habitat. Caribbean Journal of Science, v. 4, n. 1, p.
261-295, 1964.

SILVA J. M. C.; TABARELLI, M. The future of Atlantic forest in northeastern Brazil. Conservation Biology,
v. 15, p. 819-820, 2001.

SILVANO, D. L.; PIMENTA, B. V. S. Diversidade e distribuição de anfíbios na Mata Atlântica do Sul da


Bahia. 2003. Disponível em: <www.rbma.org.br>. Acesso em: 23 jul. 2008.

SILVANO, D. L.; SEGALLA, M. V. Conservação de anfíbios do Brasil. Megadiversidade, v. 1, p. 79-86,


2005.

VASCONCELOS, T. S.; ROSSA-FERES, D. C. Diversidade, distribuição espacial e temporal de anfíbios


anuros (Amphibia, Anura) na região noroeste do estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotrópica, v. 5, p.
1-14, 2005.
Nota sobre o hábito alimentar de Lithobates palmipes (Spix !
1824) (Anura: Ranidae) em fragmento de Mata Atlântica de
"#$%&'()*+ !,$&-./

Luciana C. da S. S. Araújo1; Ednilza Maranhão dos Santos2

Resumo Abstract

O objetivo deste estudo é contribuir com This study aimed to contribute information on
informações sobre o hábito alimentar de Lithobates the feeding habits of Lithobates palmipes through
palmipes, por meio da identificação dos itens the identification of food items consumed by it. Were
alimentares por ela consumidos. Foram coletados nos collected in February and March of 2007, twelve
meses de fevereiro e março de 2007, 12 indivíduos individuals in water bodies localized in a fragment of
em corpos d’água localizados em fragmento de the Atlantic Forest (Mata Piedade – Usina São José)
Mata Atlântica (Mata Piedade – Usina São José) no in the municipality of Igarassu-PE. The animals
município de Igarassu, estado de Pernambuco. Os were captured manually and fixed in formalin to
animais foram capturados manualmente e fixados 10% and in the laboratory a cut in the medium-
em formalina a 10%. No laboratório foi realizado o ventral was made to withdrawal of the digestive
corte longitudinal na região medioventral, a fim de tract. The stomach contents were removed and
ser retirado o estômago. O conteúdo estomacal observed in stereomicroscope for identification of
foi retirado e observado sob estereomicroscópio high-level group (phylum, class, order and family).
para a identificação em nível de grande grupo (filo, For analysis was used the relative frequency and
classe, ordem e família). Para a análise foi utilizada a the Degree of Alimentary Preference (DAP). Among
frequência relativa e o Grau de Preferência Alimentar the stomachs examined, one of them was empty.
(GPA). Foram encontrados 187 itens alimentares, Have been found 187 alimentaries items divided
divididos em 13 categorias: mineral, vegetal, Acari, in 13 categories: Mineral, Plant, Acari, Araneae,
Araneae, Odonata, Hymenoptera, Coleoptera, Odonata, Hymenoptera, Coleoptera, Orthoptera,
Orthoptera, Diptera, Leptodoptera (larvas), Amphibia Diptera, Lepdoptera (larvae), Amphibia (tadpoles)
(girinos) e fragmentos não identificados. Material and Unidentified Fragments. Plant material (75%)
vegetal (75%) e Hymenoptera (66%) foram os itens and hymenoptera (66%) were the items most
mais frequentes; Insecta foi o grupo mais constante, frequently; insecta was the group more consistent
presente em 91,6% da amostra. A análise do GPA present in 91.6% of the sample. The analysis of the
demonstrou que os grupos encontrados no estômago DAP showed that the groups found in the stomach of
de L. palmipes foram ocasionais (Arachnida, Amphibia L. palmipes were occasional (arachnida, amphibia
e Diplopoda) ou secundários (mineral, vegetal e and diplopoda) or secondaries (mineral, vegetable
Insecta). A presença de girinos coespecíficos no and insecta). The presence of tadpoles co-specific
estômago de um indivíduo caracteriza essa espécie in the stomach of the individual characterizes this
como batracófaga e canibalesca. Com base na species as batracophagic and cannibal. Based on
amostra estudada, pode-se inferir que L. palmipes the sample studied could be considered Lithobates
seja generalista e oportunista devido à diversidade palmipes like a specie generalist and opportunistic
de itens encontrados nos estômagos, alimentando- because of the diversity of items found in the
se de um amplo espectro de presas que pode estar stomachs, feeding is a broad spectrum of prey that
relacionado à disponibilidade de recurso alimentar may be related to availability of alimentary recourse
no ambiente. in the ambient.
Palavras-chave: Dieta, Rã, Anuro, Pernam- Key words: Diet, Frog, Anuran, Pernambuco,
buco, Nordeste. Northeast.

1
!"#$%&'()*+),!&#!*-&().(/$$#$%!&'(0&1$2&-"2!$(3)(4,$5*!$#$%!&()(6$.+$2-&.)7-$(87!.&#(9(0468:;<=>4(?#*&7-$*1!$@A&B$$C,$.C
br).
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
Introdução
O conhecimento do hábito de um animal é Animais com hábito alimentar do tipo “senta e
de extrema importância para o entendimento do espera”, ou forrageadores de espreita, tendem a ser
seu comportamento, sob aspectos reprodutivos de mais especialistas quanto à composição de seus
crescimento, mortalidade, natalidade e migração, itens alimentares; já os animais “procuradores”
entre outros (ANDRIAN; BARBIERI, 1996). ou forrageadores ativos possuem dieta mais
Anfíbios anuros possuem estratégia alimentar variada por englobar maior quantidade de marchas
adaptada para a captura de ampla variedade de ambientais por recursos alimentares (ARAÚJO,
presas, por meio de adaptações morfológicas, 1987).
fisiológicas e comportamentais (SANTOS et al., A família Ranidae Rafinesque, 1814, possui
2004). As formas adultas desses animais são cerca de 330 espécies, distribuídas por todo
consideradas, na sua maioria, carnívoras e devoram o mundo, e 16 gêneros, entre estes, o gênero
o que podem dominar, desde anelídeos, moluscos Lithobates Fitzinger, 1843, com 49 espécies
e artrópodes até pequenos vertebrados, no entanto, (FROST, 2008). No Brasil, Lithobates palmipes
girinos são largamente herbívoros (SEKAR, 1992). (Spix, 1824) é a única espécie nativa, sinônimo-
Um dos itens alimentares que predominam na dieta sênior de Rana palmipes Spix, 1824, e ocorre
de anuros adultos são os insetos e isso se deve, no leste da América do Sul, norte da Amazônia,
principalmente, a sua riqueza e abundância em incluindo Andes, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia,
diferentes habitats (TEIXEIRA; COUTINHO, 2002). Venezuela e Brasil (Alagoas, Bahia e Mato Grosso)
A maioria das espécies de anuros apresenta forte (FROST, 2008). A espécie é citada igualmente para
associação entre o tipo de presa consumido e o outras localidades da Região Nordeste do Brasil
micro-habitat ocupado (SANTOS et al., 2005). Sua (MIRANDA-RIBEIRO, 1923; SANTOS; SILVA,
dieta também pode ser influenciada pela variação 1998; BARROS, 2002).
sazonal na disponibilidade de presas (JENSSEN; Lithobates palmipes caracteriza-se por
KLIMSTRA, 1996) e por variações ontogenéticas apresentar corpo moderadamente pontiagudo
(MANEYRO, 2004). em vista dorsal e redondo em perfil, pele lisa e
Alguns anuros podem apresentar com- membranas interdigitais nos pés. De coloração
portamento batracofágico (ingestão de anfíbios dorsal verde-brilhante e cinza-oliva, ventre
como alimento) ou canibalesco (se alimentar amarelo-creme e superfície posterior da coxa
de indivíduos da própria espécie) (CARDOSO; com reticulações amarelas (SANTOS; SILVA,
SAZIMA, 1977; CADWELL; ARAÚJO, 1998). Crump 1998). Está associada a corpos d’água lóticos e
(1992) relatou que esses comportamentos podem lênticos, ocorrendo em áreas florestadas ou em
funcionar primariamente para eliminar predadores e áreas abertas próximas a ambientes florestados
competidores potencias e, secundariamente, como (SANTOS; SILVA, 1998).
fonte de nutrientes, porém é importante ressaltar Poucos estudos acerca dessa espécie foram
que esses eventos são raros na literatura (SANTOS realizados (ACOSTA-GALVIS, 1999; HILLIS; SÁ,
et al., 2004). 1988). No Nordeste do Brasil, Carvalho et al. (1998)
A composição da dieta é determinada tanto catalogaram a espécie para a Estação Ecológica
pelo tamanho do anuro como pelo comportamento de Tapacurá (São Lourenço da Mata, Pernambuco)
intrínseco de cada espécie (SANTOS et al., 2004). e Santos e Silva (1998) para a Reserva Ecológica
202 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

de Dois Irmãos (Recife, Pernambuco). No entanto, Material e métodos


dados sobre a biologia de L. palmipes ainda são
incipientes para diferentes localidades do Brasil. Área de estudo
Volpe e Harvey (1958) descreveram e ilustraram
três estágios de desenvolvimento larvário de L. A pesquisa foi realizada na Usina São
palmipes comparando indivíduos de diferentes José, localizada entre as coordenadas 07°41’S e
procedências. Barros (2002) estudou a história 07°54’S; 34°54’W e 35°05’W, na Zona da Mata norte
natural da espécie em dois rios costeiros do do estado de Pernambuco, município de Igarassu,
complexo de Mamanguape, Paraíba. Região Metropolitana do município de Recife
Este trabalho visa contribuir com informações (Figura 1). Está situada em remanescente de Mata
sobre o hábito alimentar de L. palmipes em Atlântica do tipo Floresta Ombrófila Densa das
um fragmento de Mata Atlântica do estado de terras baixas. O município de Igarassu, juntamente
Pernambuco, Brasil. Tem como objetivo registrar com o de Itapissuma e Itamaracá constitui área-
e identificar itens alimentares consumidos por piloto da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica do
machos e fêmeas de L. palmipes. Programa MAB/Unesco, desde 1992 (LIMA, 1998).

Figura 1 - Localização do município de Igarassu, inserido na Região Metropolitana do Recife, estado


de Pernambuco, Brasil, com destaque para a localização da sede da Usina São José (círculo
branco).
Nota sobre o hábito alimentar de Lithobates palmipes (Anura: Ranidae) em fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco, Brasil 203

A Usina São José apresenta 167 fragmentos e consultas a especialistas, até o menor nível
florestais, correspondendo a 76,95 km2, sendo taxonômico possível. Os itens não identificados,
a maioria menor do que 20 ha e alguns pouco devido ao seu estado de fragmentação, receberam
maiores do que 100 ha. A maior parte das áreas também uma classificação.
florestais está localizada em terrenos de encosta Foi realizada uma análise qualitativa dos itens
e vales estreitos. O clima na região é do tipo alimentares para os grandes grupos, utilizando a
tropical quente e úmido (As’ de Köppen) e, a partir frequência de ocorrência relativa (PINTO-COELHO,
de informações coletadas por meio de estações 2000). Essa frequência corresponde ao número de
meteorológicas instaladas na propriedade, veri- estômagos em que o item esteve presente, quando
ficou-se que a precipitação média anual é de relacionada com o número total de estômagos,
1.720,69 mm, a temperatura média anual de sendo expressa em termos percentuais e calculada
27,1 °C, com chuvas concentradas entre os meses pela seguinte fórmula:
de abril e agosto (FREIRE, 2004). F = p/P X 100. Onde p = número de réplicas
O fragmento estudado trata-se de trecho em que o grupo ocorreu e P = número total de
de vale estreito com 298,78 ha, nas coordenadas réplicas dos grupos. Os resultados obtidos foram
7°50’S e 35°00’W, conhecido como Mata Piedade. classificados segundo Telino Jr. (1999), em que:
Apresenta declividade superior a 30%, com
presença de várias nascentes, poças, um lago e muito frequentes.................. > 50%
um riacho perene que percorre todo o interior da Frequentes....................25–50%
área florestada (FREIRE, 2004). Pouco frequentes....... 10–25 %
!"#$%&'()$"*************** + ,-.
Métodos de amostragem e delineamento
amostral Foi utilizado o Grau de Preferência Alimentar
(GPA), segundo Braga (1999), para inferir
A área de estudo foi amostrada em quantitativamente sobre os estômagos analisados
fevereiro e março de 2007, com duração de 3 dias da referida espécie. Nessa análise, as presas foram
consecutivos em cada visita. Utilizou-se como identificadas através das seguintes categorias: “4”,
método de coleta a busca ativa com caminhadas valor máximo, atribuído quando existiram apenas
esporádicas dentro e fora da mata e visitas a corpos fragmentos de um único “grupo” no estômago.
d’água. O esforço de captura foi realizado entre os Quando em um estômago foram registrados
períodos diurno e noturno. Durante a captura, foram mais de um item, foi atribuído “3” àquele que
anotados a localização do animal no ambiente, seu preponderasse; “2” àquele que ocorreu de maneira
comportamento e o tipo de substrato ocupado. Os intermediária e “1” àquele ou àqueles de menor
indivíduos capturados foram medidos para obter o abundância. Para a obtenção do valor do GPA foi
comprimento rostro-cloacal (CRC) medidos com utilizada a fórmula:
paquímetro e suas massas aferidas com auxílio de GPA = S (i)
balança Pesola ®, precisão de 0,1 g. N
Os exemplares foram mortos, logo depois Em que S(i) é a soma dos valores atribuídos
da sua captura, com cloretona a 5% e fixados do item alimentar i nos estômagos, e N o número
com formol a 10% para a imediata paralisação da total de estômagos analisados da espécie. Através
digestão e, posteriormente, conservados em álcool dos valores obtidos para a espécie, os “grupos” de
a 70% (licença do Ibama nº 02019.1423/05). itens alimentares foram classificados em: altamente
#%/0/%/1)(23 45 + 678 9 :;< #%/0/%/1)(23 4= + 678
Análise do conteúdo estomacal 9 5;< (1>/%?/'(&%($ $@ "/)@1'&%($ 4, + 678 9=;<
/ $)2"($123 4- + 678 9,;* A B%@#$ C0%2B?/1>$"
Os espécimes de L. palmipes capturados não identificados” será excluído da amostra para
foram transportados para o laboratório da área facilitar a análise.
de zoologia, Departamento de Biologia da Para avaliar a presença dos grupos e os itens
Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde identificados, na sua menor categoria taxonômica,
foram seccionados para determinar o sexo, retirar em relação ao total de estômagos analisados, foi
o estômago e a consequente análise do conteúdo utilizada a constância de ocorrência, segundo
estomacal. Os estômagos retirados foram sepa- Dajoz (1983), em que: C = p x 100/x P, p = n° do
rados por indivíduo; os itens alimentares foram item i, que ocorreu nos estômagos, e P = total de
tirados e contados sob microscópio estereoscópio. estômagos analisados.
A identificação dos itens alimentares foi feita com Em função do valor “c” obtido foi possível
auxílio de bibliografia, comparações em coleções separar os itens nas seguintes categorias:
204 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Constante: itens presentes em mais de 50% Resultados


dos estômagos;
Acessória: itens presentes entre 25 e 50% Foram coletados 12 indivíduos de Lithobates
dos estômagos; palmipes (Figura 2) em dois corpos d’água na Usina
São José. A maioria dos animais foram observados
Acidental: itens presentes em menos de 25% sobre o solo, deslocando-se na estrada entre um
dos estômagos. canavial e uma poça permanente, mas também
foram encontrados nas margens de pequenos
Para avaliar as diferenças entre CRC e a córregos e poças nas áreas de drenagem
massa corporal e o número de itens de machos e denominada Córrego Maria Feia (nas coordenadas
fêmeas, utilizou-se o teste t de Student, através do 0279714/9134270, a 41 m de altitude, e
programa Bioestat 3.0. Para o teste, considerou- 0279596/9134294, a 33 m de altitude). Geralmente,
se p = 0,05. Os dados são apresentados com exibiam o comportamento de ficar parado, dentro
abreviaturas usadas no texto: X = média; DP d’água ou nas margens dos corpos d’água. No
= desvio-padrão; ts = teste Student. Todo o momento da captura, os indivíduos permaneciam
material-testemunho foi depositado na Coleção parados ou tentavam fugir mergulhando na água.
Herpetológica da Unidade Acadêmica de Serra Nas amostras analisadas, as fêmeas (X =
Talhada, da Universidade Federal Rural de 109,16 ± 28,89 mm; X = 90,6 ± 16,90 g; n = 7)
Pernambuco, e na Coleção de Entomologia foram maiores e mais pesadas do que os machos
do Departamento de Zoologia, Laboratório de (X = 77,5 ± 1,41 mm; X = 37 ± 1,41 g; n = 5),
Entomologia da Universidade Federal Rural de porém sem significância (t = -2,40, p < 0,451 para
Pernambuco. CRC; t = -7028, p < 0,999 para massa).

Figura 2 - Lithobates palmipes coletado na Usina São José (Igarassu/PE), em março de 2007, dentro de uma valeta
nas proximidades do Córrego Maria Feia.

Foram registrados 187 itens alimentares geral, pôde-se observar que os itens foram pouco
divididos entre seis grupos alimentares e 13 frequentes (Hymenoptera, mineral, vegetal,
categorias: mineral, vegetal, Acari, Araneae, Odonata, Araneae e fragmentos não identificados) ou
Hymenoptera, Coleoptera, Orthoptera, Diptera, esporádicos (Odonata, Coleoptera, Orthoptera,
Lepdoptera (larvas), Diplopoda, Amphibia (girinos) Diptera, Amphibia, Lepidoptera, Acari e Diplopoda).
e fragmentos não identificados (Tabela II). O item O grupo vegetal (75%), Insecta (91,6%) e
Amphibia refere-se a um girino da própria espécie os fragmentos não identificados (66,6%) foram
encontrado em estômago de uma fêmea grávida, constantes em todos os estômagos analisados
como o item de maior tamanho (cerca de 30 mm). da espécie. Os demais grupos foram classificados
Através da análise de frequência relativa como acessório (mineral e Arachnida) ou acidental
(Figura 3), para os estômagos de uma forma (Diplopoda e Amphibia) (Tabela I).
Nota sobre o hábito alimentar de Lithobates palmipes (Anura: Ranidae) em fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco, Brasil 205

Figura 3 - Frequência relativa (%) dos grupos alimentares encontrados no estômago de L. palmipes em fevereiro e
março de 2007 na Mata Piedade – Usina São José, Igarassu, Pernambuco. MI – Mineral; VE – Vegetal;
AC – Acari; AR – Araneae; OD – Odonata; HY- Hymenopetera; CO – Coleoptera; OR – Orthoptera; DI –
Diptera; LE – Lepdoptera; AM – Amphibia; DP – Diplopoda; FNI – Fragmentos não identificados.

A análise da frequência relativa para machos (mineral, vegetal e Insecta) e ocasionais (Arachnida,
e fêmeas demonstrou que, para ambos, Insecta Amphibia e Diplopoda), com exceção do fragmento
foi o grupo mais frequente, estando presente em não identificado encontrado em machos (Tabela II).
mais de 50% da amostra, seguido de mineral e Fêmeas mostraram um espectro alimentar
de vegetal. No entanto, os itens Acari, Amphibia e mais amplo (n = 12 itens alimentares) do que
Diplopoda só foram encontrados nos estômagos de machos (n = 5 itens alimentares), alimentando-
fêmeas. O grau de preferência alimentar tanto para se de maior número de itens (Tabela II), e essa
machos quanto para fêmeas demonstrou que os diferença foi significativa (t = 0,3477; p = 0,042;
grupos encontrados na amostra foram secundários GL = 12).

Tabela I - Constância de ocorrência (%) dos grupos alimentares nos estômagos analisados de L. palmipes entre
fevereiro e março de 2007, Usina São José, Igarassu, Pernambuco.

Grupos de itens alimentares Constância de ocorrência


Mineral 50,0% (acessória)
Vegetal 75,0% (constante)
Arachnida 41,6% (acessória)
Insecta 91,6% (constante)
Diplopoda 8,3% (acidental)
Amphibia 8,3% (acidental)
Fragmentos não identificados 66,6% (constante)
Nº estômagos analisados 11

Tabela II - Itens alimentares de machos e fêmeas de L. palmipes na Usina São José, Igarassu – PE. N = número de
estômago; % = frequência relativa; Si = somatório dos itens alimentares; GPA = grau de preferência; Clas =
classificação: S = secundário, O = ocasional e P = preferencial.

Fêmeas (N = 7) Machos (N = 5)
Item alimentar
N % Si GPA Clas n % Si GPA Clas
Mineral 3 42,8 10 1,43 S 2 40 5 1 S
Vegetal Acari 1 14,3 2 0,29 O - - - - -
Arachida Araneae 1 14,3 5 0,71 O 2 40 5 1 S
206 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Fêmeas (N = 7) Machos (N = 5)
Item alimentar
N % Si GPA Clas n % Si GPA Clas
Odonata 4 57,2 8 1,15 S - - - - -
Hymenoptera 5 71,4 7 1 S 3 60 9 1,8 S
Coleoptera 2 28,5 1 0,15 O 1 20 2 0,4 O
Insecta Orthoptera 6 42,8 3 0,42 O - - - - -
Diptera 1 14,3 1 0,15 O - - - - -
Lepdoptera 1 14,3 2 0,28 O - - - - -
Amphibia (girinos) 1 14,3 1 0,14 O - - - - -
Diplopoda 1 14,3 1 0,15 O - - - - -
Frag. não ident. 4 13,7 9 1,28 O 4 10,5 8 2 P
Total de itens = 12 5

Discussão Além de insetos, é importante salientar a


grande quantidade de material vegetal encontrado
A maioria dos animais coletados foi no estômago da espécie, que, devido ao elevado
encontrada nas margens de corpos d’água em número, pode não estar associado à ingestão
borda da mata e solitários. Barros (2002), em acidental e levanta a hipótese de uma possível
estudo sobre L. palmipes, no estado da Paraíba, herbivoria. Herbivoria foi documentada para
também observou essa espécie ocupando Euphlyctis hexadactylus (LESSON, 1834) (DAS,
margem de corpos d’água lóticos, coincidindo 1996), o que poderia explicar a preferência
com observações deste trabalho. O baixo número alimentar na dieta de L. palmipes. Estudos recentes
de indivíduos observados e coletados durante sobre o hábito alimentar têm registrado esse
a época de estudo pode estar relacionado a comportamento para outros grupos de anuros.
atividades sazonais ou modificações antrópicas Silva et al. (1999) registraram comportamento de
nos ambientes, como retirada da vegetação, herbivoria para Xenohyla truncata (IZECKSOHN,
queimadas e destruição de corpos d’água, que 1959) no Sudeste do Brasil, em épocas de escassez
coincidiu com o período desta pesquisa, todavia, de alimento, e Santos (2004) registra a presença
deve-se destacar o menor esforço amostral de de itens vegetais como anteras, filetes, polens,
apenas um coletor. sementes e frutos em estômagos de hilídeos.
O comportamento de ficar parado durante A maioria dos itens foram secundários e
as observações e as coletas dos indivíduos ocasionais, com exceção de fragmentos não
pode caracterizar estratégia de forrageio do tipo identificados na amostra para machos, sendo esse
senta e espera. Os anuros podem apresentar preferencial segundo a análise do GPA (BRAGA,
forrageamento do tipo “ativo”, representado por 1999). Contudo, esse item não foi considerado
alguns bufonídeos, dendrobatídeos e hilídeos, preferencial no diagnóstico final deste trabalho
ou “passivo” (senta e espera), representado devido à impossibilidade de classificação
pelas demais famílias (DUELLMAN; TRUEB, taxonômica. É importante ressaltar que o método
1994). Segundo Toft (1981), há possibilidades utilizado, apesar de ter sido criado para facilitar a
intermediárias entre os dois tipos de estratégias quantificação do alimento fragmentado, possui
de forrageamento – “passivo” e “ativo”. Insetos limitações quanto ao número de amostras. Com
foram os itens mais frequentes nos estômagos de isso, uma análise com maior número de indivíduos
L. palmipes, concordando com informações da coletados poderá suprir a deficiência desse
literatura para outros anuros (TOFT, 1980, 1981; método.
PENA et al., 1995). Neste estudo, L. palmipes, A batracofagia ocorre em diversos graus,
em Igarassu/Pernambuco, consome maior dependendo do tamanho e da heterogeneidade
quantidade de invertebrados, principalmente do micro-habitat e da densidade de anfíbios de
artrópodos terrestres, destacando, entre eles, os determinada região (CADWELL; ARAÚJO, 1998;
insetos, sendo raramente observados na amostra CRUMP, 1992). Em ranídeos, a batracofagia é
itens alimentares provenientes do meio aquático. comumente relatada (ÇIÇEK; MERMER, 2006;
Outros estudos relatam que ranídeos possuem WERNER et al., 1995). Segundo Batista (2002),
alimentação quase que predominantemente a introdução de L. catesbeianus numa fazenda
composta por presas terrestres (ÇIÇEK; MERMER, do Centro-Oeste (Alexânia – Goiás) provocou o
2007; JENSSEN; KLIMSTRA, 1966). aparente desaparecimento dos anuros nativos
Nota sobre o hábito alimentar de Lithobates palmipes (Anura: Ranidae) em fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco, Brasil 207

Leptodactylus ocellatus e L. labyrinthicus, e oportunista, tendo sua dieta composta por grande
espécies consideradas abundantes na região. É variedade de itens. Estudos realizados em campo
possível que o que ocorre com L. catesbeianus e em laboratório têm evidenciado que alguns
não seja similar com L. palmipes, no entanto, anfíbios são seletivos com relação ao tipo de presa
seria interessante investigar um maior número de preferencial, mas a maioria é generalista (CRUMP,
amostras. O canibalismo também está relacionado 1992; DUELLMAN; TRUEB, 1994; SANTOS et
a pressões ecológicas, porém alguns autores vêm al., 2004). Os ranídeos, de maneira geral, são
atribuindo questões sobre a competição sexual, extremamente variáveis quanto ao tamanho e aos
bem como fatores nutricionais (SANTOS et al., hábitos, muitos sendo ripários e a maioria vivendo
2004; CRUMP, 1992; CADWELL; ARAUJO, 1998). em ambientes permanentes, como rios e riachos.
De maneira geral, é necessária maior investigação Há espécies fossoriais e arborícolas, e quanto à
em L. palmipes para investigar qual a função desse dieta são considerados predadores generalistas
comportamento. (DUELLMAN; TRUEB, 1994).
Fêmeas de L. palmipes estavam maiores
do que machos, apresentando dimorfismo sexual, Considerações finais
e mostraram espectro alimentar mais amplo. Maior
quantidade e riqueza de itens registrados para É importante ressaltar que os resultados
fêmeas podem estar relacionados ao tamanho ou apresentados neste estudo são de uma amostra de 2
maior atividade de forrageio. Todavia, é necessária meses, podendo ocorrer mudanças na composição
maior investigação. As fêmeas são maiores do que da dieta da espécie, ao longo do ano, provavelmente
os machos coespecíficos em 90% das espécies podendo responder diferenças sazonais na dieta
de anuros (SHINE; 1979; STAMPS, 1995) e o de L. palmipes. Estudos referentes ao hábito
maior tamanho delas é explicado considerando alimentar de anuros são de extrema importância
os elevados gastos energéticos decorrentes da para uma melhor compreensão da sua ecologia
produção de ovos (LEMCKERT; SHINE, 1993). e comportamento, podendo auxiliar no melhor
Com base na amostra analisada, pode- manejo da espécie, bem como para entender as
se inferir que L. palmipes é uma espécie generalista relações entre presa/predador.

Agradecimentos

À coordenação do curso de pós-graduação em zoologia da Universidade Federal Rural de


Pernambuco, pela autorização do uso do Laboratório de Zoologia.

Referências

ACOSTA-GALVIS, A. R. Distribucion, variacion y estatus taxonomico de las poblaciones del complejo Rana
palmipes (Amphibia: Anura: Ranidae) en Colombia. Revista de la Academia Colombiana de Ciencias
Exactas Fisicas y Naturales, v. 23, p. 215-224, 1999.

ANDRIAN, I. F.; BARBIERI, G. Espectro alimentar e variação sazonal e espacial na composição da dieta
de Parauchenipterus galeatus Linnaeus, 1776 (Saluriformes, Auchenipteridae) na região do reservatório
de Itaipu, PR. Revista Brasileira de Biologia, v. 56, n. 2, p. 403-408, 1996.

ARAÚJO, A. F. B. Comportamento alimentar dos lagartos: o caso dos Tropidurus do grupo torquatus da
Serra do Carajás, Pará (Sauria, Iguanidae). Anais Etologia, v. 5, p. 203-234, 1987.

BARROS. F. B. História natural de Rana palmipes, Spix, 1824 (Amphibia, Anura, Ranidae) em dois
rios costeiros da Área de Proteção Ambiental Barra do Rio Mamanguape, Paraíba, Brasil. 2002. 88
p. Dissertação (Mestrado em Zoologia) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2002.

BRAGA, F. M. de S. O grau de preferência alimentar: método qualitativo e quantitativo para o estudo do


conteúdo estomacal de peixes. Acta Scientiarum, v. 21, p. 291-295, 1999.

CADWELL, J. P.; ARAÚJO, M. C. Cannibalist interactions resulting from indiscriminate predatory behavior
in tadpoles on poison frogs (Anura: Dendrobatidae). Biotrópica, v. 30, n. 1, p. 92-103, 1998.
208 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

CARDOSO, A. I.; SAZIMA, I. Batracofagia na fase larvária da rã-pimenta (L. labyrinthicus – Spix, 1824).
Anura, Leptodactylidae. Ciência e Cultura, v. 29, n. 10, p. 1.130-1.132, 1977.

CARVALHO, C. L. B. de; SANTOS, E. M.; SILVA, L. A. M. Atualização da lista de anfíbios anuros da Estação
Ecológica do Tapacurá. Caderno Ômega, Univ. Fed. Rural PE, Série Biol., Recife, v. 5, p. 29-34, 1998.

ÇIÇEK, K.; MERMER, A. Food composition of the marsh frog, Rana ridinbula Pallas, 1771, in Thrace. Turk
j. Zool., v. 31, p. 83-90, 2007.

CRUMP, M. L. Cannibalism in amhibians. In: ELGAR, M. A.; CREPI, B. J. (Ed.). Cannibalism: ecology and
evolution among diverse taxa. Oxford, UK: Oxford University Press, 1992. p. 256-276.

DAJOZ, W. E. Ecologia Geral. São Paulo: Vozes, 1983. 474 p.

DAS, I. Folivory and seasonal changes in diet in Rana hexadactyla (Anura, Ranidae). J. Zool. Lon., v. 238,
p. 785-794, 1996.

DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. Baltimore: Johns Hopkins University, 1994. 789 p.

FREIRE, S. G. Estrutura da comunidade arbórea ripária em remanescente de Floresta Atlântica em


Pernambuco, Brasil !"##$ !%&!' !()*)+,-.-!/!0*123,415-53!6353,-7!89,-7!53!:3,*-;<9=)>!83=1?3>!"##$

FROST, D. R. Amphibian Species of the World: an On-line Reference. Version 3.0. 2008. Electronic
Database accessible at. American Museum of Natural – referência on-line. Disponível em: <http://
research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.php>. Acesso em: 23 jul. 2008.

HILLIS, D. M.; SÁ, R. Phylogeny and taxonomy of the Rana palmipes group (Salientia: Ranidae).
Herpetological Monographs, v. 2, p. 1-26, 1988.

JENSEN, T. A.; W. KLIMSTRA. D. Food habits of the gree frog, Rana clamitans, in Southern Illinois.
American Midland Naturalist, v. 76, n. 1, p. 169-182, 1966.

LEMCKERT, F. L.; SHINE, R. Costs of reproduction in a population on the frog Crinia signifera
(Anura:Myobratachidae) from Southeastern Australia. Journal of Herpetology, v. 28, n. 1, p. 19-27, 1993.

LIMA, M. L. F. C. A reserva da Biosfera da Mata Atlântica em Pernambuco – situação atual, ações e


perspectivas !@A)!:-97)B!C,D.=-!5)!E*4F1F9F)!67),34F-7>!GHHI !J@K,13!=-53,*)4!5-!,343,2-!5-!<1)4?3,-!5-!
Mata Atlântica, 12)

MANEYRO, R.; NAYA, D. E.; ROSA, I.; CANAVERO, A.; CAMARGO, A. Diet of the South American frog
Leptodactylus ocellatus (Anura, Leptodactylidae) in Uruguay. Iheringia, Sér. Zool., v. 94, n. 1, p. 57-61,
2004.

MIRANDA-RIBEIRO, A. A única verdadeira rã do continente sul-americano. Revista do Museu Paulista.


São Paulo, v. 13, p. 801-809, 1923.

PEÑA, J. C.; BARRANTES, R. B.; UGALDE, D. R. Hábitos alimentares de Bufo marinus (Anura, Bufonidae)
en Costa Rica. Revista Biologia Tropical, v. 19, n. 5, p. 702-703, 1996.

PINTO-COELHO, R. N. Fundamentos em Ecologia. Artes Médicas Sul. Porto Alegre, 2000. 247 p.

SANTOS. E. M.; SILVA, L. A. M. Anurofauna da Reserva Ecológica de Dois Irmãos. In: MACHADO, I. C.;
LOPES, A. V.; PORTO, K. C. (Ed.). Reserva Ecológica de Dois Irmãos: um Remanescente de Mata Atlântica
em Área Urbana (Recife-Pernambuco-Brasil). Recife: Ed. Universitária da UFPE, 1998. p. 225-238.

SANTOS, E. M.; VASCONCELOS, S. D.; ALMEIDA, A. V. Feeding habits of six anuran (Amphibia:Anura)
species in a rainforest fragment in Northeastern Brazil. Iheringia, Série Zoologia, v. 94, n. 4, p. 433-438,
2004.

SEKAR, A. G. A study of the food habits of six anuran tadpoles. Journal Bombay Natural Histoty Society,
v. 89, 1992.
Nota sobre o hábito alimentar de Lithobates palmipes (Anura: Ranidae) em fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco, Brasil 209

SHINE, R. Sexual selection and sexual dimorphism in the Amphibia. Copeia, v. 2, p. 297-306, 1979.

STAMPS, J. A. Using growth-based models to study behavioral factors affecting sexual size dimorphism.
Herpetological Monographs, v. 9, p. 75-87, 1995.

TOFT, C. A. Fedding Ecology of thirteen syntopic species of anurans in a seasonal tropical enviroment.
Oecologia, v. 45, p. 131-141, 1980.

TOFT, C. A. Feeding Ecology of Panamanian Littter anurans. Patterns in diet and foraging mode. Journal
of Hertology, v. 15, p. 139-144, 1981.

VOLPE, E. P.; HARVEY, S. M. Hybridization and larval development in Rana palmipes Spix. Copeia, v. 3,
p. 197-207, 1953.
Anfíbios anuros de uma área prioritária para a conservação da
!!"#$%!&'&(!)*$+!&,!-./&,*00!&1!23!+!&'&4*0$!567-.&

Geane Limeira da Silva1; Ednilza Maranhão dos Santos2

Resumo Abstract
Esta pesquisa foi realizada no período de This research was carried out between March
março de 2007 a julho de 2008, com o objetivo 2007 and July 2008, aiming to achieve the lifting
de realizar o levantamento da anurofauna de of anuran an area of semi-arid region known as
área do semiárido conhecida como Fazenda Fazenda Saco, municipality of Serra Talhada, State
Saco, município de Serra Talhada, estado de of Pernambuco. Nineteen anurans species were
Pernambuco. Foram registradas 19 espécies de registered, distributed between seven families:
anuros distribuídas em sete famílias: Bufonidae (2), Bufonidae (2), Cycloramphidae (1), Hylidae (5),
Cycloramphidae (1), Hylidae (5), Leiuperidae (5), Leuperidae (5), Leptodactylidae (4) Microhylidae
Leptodactylidae (4) Microhylidae (1) e Pipidae (1). (1) and Pipidae (1).

Palavras-chave: Anurofauna, Inventário, key word: Anuran, Inventory, Caatinga,


Caatinga, Nordeste. Northeast.

1
Estudante de Graduação em Ciências Biológicas. Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de
Pernambuco (gelimeira@gmail.com).
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
Introdução
O bioma Caatinga possui cerca de 750.000 Um dos grupos de vertebrados com poucas
km2 correspondendo a aproximadamente 11% amostragens no bioma Caatinga é o dos anfíbios
do território brasileiro e englobando os estados anuros. Até o momento, foram registradas 48
do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, espécies de anuros para a região (RODRIGUES,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do 2003), tornando incipientes as informações para a
norte de Minas Gerais. Caracteriza-se por conter maioria das localidades. Em Pernambuco, apenas
regiões áridas e semiáridas (AB’SÁBER, 1977). nove localidades dentro do bioma foram estudadas
As precipitações correspondem a médias que (SANTOS; CARNAVAL, 2001; RODRIGUES, 2003;
variam entre 200 e 700 mm e as temperaturas BORGES-NOJOSA, 2005) e seis dessas constam
médias anuais estão na ordem de 25 a 27 oC. apenas de registros esporádicos com duas e três
Possui incidente deficiência hídrica sazonal, ocorrências registradas por Rodrigues (2003), por
com prolongadas estações de seca e períodos meio de informações do Museu da Universidade
chuvosos muito curtos (AB’SÁBER, 1977). A de São Paulo. O Nordeste brasileiro apresenta
maior parte do bioma está na Região Nordeste, caráter comovente no que diz respeito aos estudos
apresentando fitofisionomias que correspondem faunísticos, com somente 10% dos inventários
a diferentes tipos de caatingas conhecidas. Além direcionados a esta localidade (LEWINSOHN;
de afloramentos rochosos, existe grande variedade PRADO, 2002). Segundo Rodrigues (2003),
de solos e numerosos campos de inselbergs Pernambuco é o segundo estado no Nordeste com
(AB’SÁBER, 1970). Apesar de ser o bioma de maior melhor amostragem referente à anurofauna, com
extensão da Região Nordeste, pouco se conhece 27 espécies, ficando atrás da Bahia, onde estão
sobre sua história geomorfológica e florística, bem registradas 53 espécies. Em Pernambuco, a área
como a história, evolução e ecologia da fauna de Exu é a mais representativa, com 19 espécies
local, consequentemente, é o menos protegido de anfíbios anuros (RODRIGUES, 2003).
(RODRIGUES, 2003). Os anfíbios anuros possuem glândulas
A Caatinga está inserida, em grande mucosas que mantêm seu tegumento umedecido.
parte, no estado de Pernambuco, com duas Nesses animais, parte substancial da troca de
microrregiões, entre elas, o Vale do Pajeú com oxigênio e dióxido de carbono com o ambiente
17 municípios, sendo Serra Talhada um deles. acontece através da pele. A forte relação a
A cidade é considerada como uma das áreas ambientes úmidos e à sensibilidade para responder
prioritárias para a conservação da natureza, às modificações do meio torna-os importantes
devido a sua alta importância biológica, porém indicadores ambientais, além de serem essenciais
as informações sobre sua biota ainda são no controle de outras populações de vertebrados
insatisfatórias (MMA, 2002). O município é e de invertebrados (POUGH et al., 2003). Este
limitado ao norte pelo estado da Paraíba, ao sul trabalho contribui com informações sobre as
pelos municípios de Floresta e Betânia, a leste comunidades de anfíbios anuros existentes nas
por Calumbi e Triunfo e a oeste por São José do caatingas pernambucanas, colabora com dados
Belmonte e Mirandiba. Sua área é de 2.954 km2, o importantes para a herpetofauna da região, além
que representa 3% da área total do estado, e seu de subsidiar políticas de conservação para a
ponto mais alto atinge 481 m. criação de uma unidade de conservação ambiental
214 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

na localidade. Também teve como objetivo in- aproximadamente 48 m de extensão por 40 m de


ventariar a anurofauna da Fazenda Saco, no largura, e profundidade de mais de 3 m, circundado
município de Serra Talhada/PE, caracterizando sua por vegetação arbórea e arbustiva, e afloramentos
associação em diferentes corpos d’água, dando rochosos que propiciam ambiente estratégico para
ênfase à necessidade de conservação dos sítios de o refúgio dos anfíbios anuros (Figura 1B); e um
reprodução dos anfíbios anuros. pequeno riacho temporário de 475 m de altitude
(0577668/9120468 UTM), com vegetação ciliar
Material e métodos arbóreo-arbustiva rodeada por serras. 2) Mata da
Pimenteira (0576740/9127022 UTM) localizada
nas áreas de manejo experimental do IPA com
Local de estudo
altitude média de 500 m. Esse local distingue-se
do primeiro por não apresentar fortes influências
Serra Talhada está inserida na microrregião
antrópicas, constituindo uma Caatinga mais
do Sertão do Pajeú, no estado de Pernambuco,
fechada e ainda conservada. Essa área consta
tendo como afluente o Rio Pajeú. Suas condições
de ambientes como um riacho temporário (Figura
atmosféricas caracterizam uma região semiárida,
1A), pequenas poças que se formam durante as
com a temperatura em torno de 20 a 26 °C,
chuvas, córregos estreitos e um pequeno lago
médias mínimas, de 36 a 37 °C médias máximas.
utilizado como bebedouro para animais de criação.
O índice pluviométrico varia em média 600 mm
anuais e a umidade relativa do ar acima de 40%
(CEPETEC/INPE, 2008), sendo que o período Coleta dos dados
mais chuvoso corresponde aos meses de abril e
maio. Como típica região de Caatinga, apresenta A coleta dos dados foi realizada no período
irregularidades climáticas constituídas de duas de março a novembro de 2007 e de fevereiro a
estações bem definidas, uma seca e outra chuvosa. julho de 2008, com o prévio reconhecimento das
É caracterizada por conter vegetações de Caatinga áreas de drenagem (diferentes corpos d’água),
arbóreo-arbustiva, com representantes em grande tais como dois lagos, sete charcos próximos a
parte endêmica como aroeira (Myracrodruon riachos em margens de estradas, três riachos,
urundeuva, Allemão), barriguda (Ceiba glaziovii, um córrego e três poças. Os ambientes foram
Kuntze), canafístula (Senna spectabilis, H.S.Irwin georreferenciados com o auxílio de um GPS. As
& Barneby) entre outras. O município possui informações sobre os anuros foram registradas
vegetação xeromórfica, relevo bastante acentuado por meio de buscas ativas (coleta manual e
com a presença de serras, e morros em inselbergs observação direta) com caminhadas em períodos
que a torna uma área de alta importância biológica diurnos e noturnos, utilizando lanternas e registro
para a conservação da biodiversidade (MMA, 2002). auditivo (espécies em atividade de vocalização).
A Fazenda Saco, com cerca de 160 hectares, Para auxiliar no inventário, foi utilizada armadilha
possui, fazendo parte de suas instalações, a Unidade de interceptação e queda do tipo pitfall. Foram
Acadêmica de Serra Talhada/Universidade Federal instalados seis sistemas, totalizando 24 baldes de
Rural de Pernambuco (UAST/UFRPE) e a Empresa 20 litros distribuídos em forma de “Y”, que foram
Pernambucana de Pesquisa e Agropecuária (IPA), enterrados e interligados com lonas plásticas
onde são encontradas pequenas residências de de 4 metros de comprimento e 50 cm de altura,
agricultores, uma estrada não pavimentada que dá sustentadas por estacas de madeira.
acesso às edificações das instituições, bem como As informações ecológicas, tais como ha-
às áreas particulares localizadas em seu entorno. bitat, micro-habitat e os aspectos reprodutivos
A fazenda é constituída principalmente por área de (vocalização, amplexo, desovas e girinos), bem
cultivo e pastagem, vegetação caracteristicamente como os dados bióticos e abióticos dos anuros
xeromórfica e uma Caatinga sobre serras e morros foram obtidos durante as observações no campo.
em afloramentos rochosos. Como recursos O esforço de captura foi diluído em 320 horas de
hídricos, existem pequenos córregos, lagos busca ativa nos arredores da UAST e em 2.880
temporários e um açude que recebe o nome da horas distribuídas entre as coletas ativas diurnas
localidade – Açude Saco. e a utilização de armadilhas na área da Pimenteira.
Duas áreas foram amostradas na Fazenda Para as duas áreas foram totalizadas 3.200 horas
Saco durante esta pesquisa: 1) Os arredores da em campo.
Unidade Acadêmica de Serra Talhada, onde são Os espécimes coletados foram identificados,
encontrados dois corpos d’água: lago temporário fotografados e soltos nos respectivos locais de
de 500 m de altitude (0577709/120312 UTM) com coleta. Para os que apresentaram problemas
Anfíbios anuros de uma área prioritária para a conservação da Caatinga – Fazenda Saco, Serra Talhada – Pernambuco 215

taxonômicos, optou-se pelo sacrifício, utilizando como lagos, riachos, açudes, córregos, poças e
anestésico Ketalar, e eles foram etiquetados, ambientes alagados. A maioria foi registrada em
fixados em formol a 10% por 24 horas e, mais de um tipo de habitat, outros foram restritos
posteriormente, conservados em álcool a 70% a determinados ambientes como P. cristiceps, H.
(AURICCHIO; SALOMÃO, 2002). Esses exemplares raniceps, Scinax sp. e P. carvalhoi (Tabela I).
estão depositados na Coleção Herpetológica Foram registrados seis tipos de micro-
da Universidade Federal Rural de Pernambuco habitats utilizados pelos anuros como locais de
– CHUFRPE, na Unidade Acadêmica de Serra refúgio e para reprodução, e os mais representativos
Talhada. foram afloramentos rochosos em áreas úmidas e
nas margens de corpos d’água. Scinax x-signatus
Resultados e discussão utilizou maior número de micro-habitats, seguido
de Rinella jimi, Phyllomedusa nordestina,
Até o momento foram registradas para a Leptodactylus ocellatus e Leptodactylus vastus.
Fazenda Saco – Serra Talhada, 19 espécies de Proceratophrys cristiceps, Hypsiboas raniceps,
anfíbios anuros distribuídos em sete famílias: Scinax sp., Pseudopaludicola aff. falcipes e Pipa
Bufonidae (2), Cycloramphidae (1), Hylidae (5), carvalhoi tiveram menor ocupação (Tabela I).
Leptodactylidae (4), Leiuperidae (5), Microhylidae Das 19 espécies registradas, 17 apresentaram
(1) e Pipidae (1) (Tabela I). Todas as espécies ao menos uma característica reprodutiva. As
coletadas estão referidas em outros trabalhos atividades reprodutivas foram mais intensas no
para o Sertão pernambucano e para outros período inicial das chuvas (abril e maio). Durante
estados do Nordeste (SANTOS; CARNAVAL, 2001; esse período, foram observadas 13 espécies em
RODRIGUES, 2003; BORGES-NOJOSA; SANTOS, atividade de vocalização, quatro em amplexo
2005), porém informações ecológicas como a (axilares), sete apresentando desovas e girinos de
utilização de diferentes habitats, micro-habitats Corythomantis greeningi, Phyllomedusa nordestina,
e estratégias reprodutivas ainda são pouco Scinax x-signatus, Pipa carvalhoi e do gênero
consideradas. Scinax sp. e Pseudopaludicola aff. Physalaemus. Essas características se mantiveram
falcipes necessitam de confirmação taxonômica, até o mês de junho devido à interrupção das chuvas
não descartando a possibilidade de tratar-se de com o início da estiagem. O modo de coleta mais
espécies novas ou uma nova ocorrência para o eficiente para a amostragem da diversidade foi a
estado. coleta manual e a observação direta, que resultou
Na área referente aos arredores da UAST, em maior registro de espécies (n = 17), seguido de
foram registradas 18 espécies de anuros, fazendo registro auditivo (n = 13) e armadilha do tipo pitfall
parte de seis famílias, enquanto na Pimenteira (n = 10), corroborando com o trabalho de Borges-
foram observadas 11 espécies distribuídas em Nojosa e Santos (2005). Apesar do modo de coleta
cinco famílias (Tabela I). utilizando armadilhas apresentar menor eficiência
Das 19 espécies amostradas, dez foram em termos ecológicos, foi importante para o registro
comuns para ambas as áreas: Rhinella granulosa de Dermatonotus muelleri (Figura 1Q).
(Figura 1E), Rhinella jimi (Figura 1F), Proceratophrys Os resultados obtidos neste estudo são
cristiceps (Figura 1G), Physalaemus albifrons, relevantes quando comparados com estudos
Physalaemus cicada, Physalaemus cuvieri (Figura anteriores (ARZABE et al., 1999; RODRIGUES,
1M), Pleurodema diplolister, Leptodactylus fuscus, 2003), pois correspondem a um número de es-
Leptodactylus ocellatus (Figura 1N), Leptodactylus pécies representativo e contribuem para aumentar
troglodytes (Figura 1O). Oito espécies foram o conhecimento herpetológico na região semiárida
registradas apenas nos arredores da UAST: nordestina.
Corythomantis greeningi (Figura 1H), Hypsiboas Segundo Rodrigues (2003), Serra Talha-
raniceps (Figura 1I), Phyllomedusa nordestina da está incluída como área prioritária para
(Figura 1J), Scinax x-signatus (Figura 1L), Scinax a conservação da diversidade biológica na
sp., Pseudopaludicola aff. falcipes, Leptodactylus Caatinga, entretanto, o autor destaca a ausência
vastus (Figura 1P), Pipa carvalhoi (Figura 1R), e de informações no município, o que dificulta um
apenas Dermatonotus muelleri (Figura 1Q) foi melhor diagnóstico para as áreas de interesse
exclusiva em Pimenteira. biológico. Este trabalho representa um ponto inicial
De modo geral, os anuros observados para subsidiar políticas públicas de conservação
ocuparam ampla variedade de habitats (n = 6) para a localidade.
216 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Tabela I - Espécies de anfíbios anuros registradas durante o período de março - novembro/2007 e fevereiro – julho/2008
na Fazenda Saco, Serra Talhada/PE. Áreas: 1 - arredores da UAST; 2 - Pimenteira; Habitat: ac – açude; al
– alagado; co – córrego; la – lago; po – poça; e ri - riacho; Micro-habitat: I - afloramento rochoso; II – água;
III - margem de corpos d’água; IV - sobre vegetação arbórea; V - sobre vegetação herbácea; VI - tocas;
Aspecto reprodutivo: 1 – amplexo; 2 – girinos; 3 – desova; 4 - vocalização; Modo de coleta: AM - armadilha
do tipo pitfall; RA - registro auditivo; CM - coleta manual e observação direta.

Aspecto Modo de
Grupo taxonômico Área Habitat Micro-habitat
reprodutivo coleta
BUFONIDAE
Rhinella granulosa (Spix, 1824) 1, 2 al, co, la I, III, VI 1 AM, CM
Rhinella jimi
1, 2 ac, al, co, la, po, ri I, II, III, VI - AM, CM
(Spix, 1824)
CYCLORAMPHIDAE
Proceratophrys cristiceps
1, 2 co III 4 AM, CM, RA
(Muller, 1884)
HYLIDAE
Corythomantis greeningi
1 al, co, ri I, IV, VI 1, 2, 3, 4 CM, RA
(Boulenger, 1896)
Hypsiboas raniceps (Cope,
1 la IV 4 CM, RA
1862)
Phyllomedusa nordestina
1 al, co, la, po, ri I, III, IV, V 1, 2, 3, 4 CM, RA
(Caramaschi, 2006)
Scinax x-signatus ac, al, co, la,
1 I, II, III, IV, V, VI 1, 2, 3, 4 CM, RA
(Spix, 1824) po, ri
Scinax sp . 1 la I, VI 4 CM, RA
LEIUPERIDAE
Physalaemus albifrons
1, 2 al, co, la II, III 2, 4 AM, CM, RA
(Spix, 1824)
Physalaemus cicada AM, CM,
1, 2 al, co, la, po, ri I, II, III 2, 4
(Bokermann, 1966) RA
Physalaemus cuvieri (Fitzinger, AM, CM,
1, 2 al, co, la, po, ri I, II, III 2, 4
1826) RA
Pleurodema diplolister (Peters, AM, CM,
1, 2 ac, al, co, la, ri I, III, VI 4
1870) RA
Pseudopaludicola aff. falcipes
1 al, co, la, ri I, III 4 CM, RA
(Hensel, 1867)
LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus fuscus (Schneider,
1, 2 ac, al, la, co I, II, III 3 AM, CM
1799)
Leptodactylus ocellatus
(Linnaeus, 1758) 1, 2 ac, al, la, co, ri I, II, III, VI 3 CM
Leptodactylus troglodytes AM, CM,
1, 2 al, co, la, ri I, III, VI 3, 4
(A. Lutz, 1926) RA
Leptodactylus vastus
1 ac, la, po, ri I, II, III, VI 3, 4 CM, RA
(A. Lutz, 1930)
MICROHYLIDAE
Dermatonotus muelleri
(Boettger,1885)
2 * * * AM
PIPIDAE
Pipa carvalhoi
1 po II 2 CM
(Miranda-Ribeiro, 1937)
*Coletado apenas em armadilha.
Anfíbios anuros de uma área prioritária para a conservação da Caatinga – Fazenda Saco, Serra Talhada – Pernambuco 217

Figura 1 - Imagens de habitats e de anfíbios anuros registrados na Fazenda Saco, Serra Talhada, nos períodos de
março a novembro de 2007 e fevereiro a julho de 2008. A - Riacho Temporário; B - Lago Temporário; C. Mata
em volta da trilha; D - Poça artificial; E - Rhinella granulosa; F - Rhinella jimi; G - Proceratophrys cristiceps;
H - Corythomantis greeningi; I - Hypsiboas raniceps; J - Phyllomedusa nordestina; L - Scimax x-signatus;
M - Physalaemus albifrons; N - Leptodactylus ocellatus; O - Leptodactylus troglodytes; P - Leptodactylus
vastus; Q - Dermatonotus muelleri; R - Pipa carvalhoi; S - Girino de C. greeningi; T - Armadilhas do tipo
pitfall; U - Aferição de comprimento e passagem de anuros em campo.
!"#$%&"!&'($')&#*"+',&-.$!&/'($'0&1.23&"'45"6*"+'7')89'

Thamires Freitas Campos1; Ednilza Maranhão dos Santos2

Resumo Abstract
Este trabalho apresenta um inventário das This work presents an inventory of amphibian
espécies de anfíbios anuros que ocorrem no Parque anuran species occuring in the National Park of
Ecológico do Catimbau, município de Buíque – PE. the Catimbau, municipality of Buíque, State of
A listagem está baseada em expedições realizadas Pernambuco. It is based on expeditions realited
entre maio de 2007 e julho de 2008. Foram between May e July de 2008. Registered 26 species
registradas 26 espécies de anuros, distribuídas of anurans distributed between seven families:
entre sete famílias: Bufonidae (2), Cycloramphidae Bufonidae (2), Cycloramphidae (2), Hylidae (11),
(2), Hylidae (11), Leiuperidae (5), Leptodactylidae Leiuperidae (5), Leptodactylidae (4), Microhylidae
(4), Microhylidae (1) e Pipidae (1). (1) and Pipidae (1).

Palavras-chave: Anfíbios Anuros, Catimbau, key word: Amphibian Anuran, Catimbau,


Caatinga, Nordeste. Caatinga, Northeast.

1
Estudante do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de
Serra Talhada (thami_campos@yahoo.com.br).
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
Introdução
A palavra Amphibia vem do grego amphi Apesar de os anuros serem verdadeiros sensores
= duas, bios = vida e refere-se às fases aquática ambientais e denunciarem a degradação de uma
(sob forma de larvas ou girinos) e terrestre (jovens área, antes de qualquer outra espécie, muitos
e adultos) da espécie, que passa a habitar locais deles se adaptaram e têm tolerância a ambientes
úmidos (POUGH et al., 2003). Pelo fato de os modificados (SANTOS; CARNAVAL, 2001).
anfíbios serem abundantes e funcionalmente O nível de conhecimento sobre a
importantes em muitos habitats terrestres e herpetofauna da Caatinga, por melhor que seja sua
aquáticos, em regiões tropicais, subtropicais e posição relativa aos demais ecossistemas, é, ainda,
temperadas, eles são componentes significantes insatisfatório. (RODRIGUES, 2003; BORGES-
da biota da Terra. Poucos vertebrados são tão NOJOSA; SANTOS, 2005). De maneira geral,
dependentes das condições ambientais quanto o conhecimento sobre a fauna de vertebrados
os anfíbios. Seus limites geográficos, ecológicos, de determinada área é primordial para elaborar
comportamentais e sua história natural são projetos de conservação (SILVANO; SEGALLA,
fortemente influenciados pela distribuição e 2005). Nesse sentido, os inventários de anfíbios e o
abundância de água, principalmente na forma estudo de sua ecologia são aspectos decisivos para
de chuva. Várias espécies de anfíbios possuem as iniciativas de conservação da biodiversidade.
ampla distribuição e, potencialmente, podem O objetivo deste trabalho é inventariar a fauna de
servir como espécies-chave para avaliar longas anfíbios, bem como fornecer informações sobre a
mudanças geográficas ou globais no ambiente. ocupação ambiental desses animais, em quatro
Outras espécies são especialistas de habitat ou áreas do Parque Nacional do Catimbau, município
têm distribuição restrita, podendo, então, acusar de Buíque – PE.
perturbação local (HEYER et al., 1994).
De acordo com o GAA (2006), no mundo
há cerca de 5.000 espécies e os estudos no Brasil Materiais e métodos
ainda precisam ser aprofundados, principalmente
em áreas como taxonomia e ecologia, pois o País Área de estudo
é o líder mundial em diversidade de anfíbios, com
765 espécies, sendo 737 de anuros. A lista oficial O Parque Nacional do Catimbau está inserido
das espécies brasileiras ameaçadas de extinção e no sertão central entre os municípios de Ibimirim,
os resultados do workshop do GAA indicam que Tupanatinga e Buíque, e é conhecido como Vale
26 espécies estão ameaçadas e demonstram do Catimbau. Fica na encosta oeste do Planalto
que, como grupo, os anfíbios estão muito mais da Borborema, na chamada depressão sertaneja.
ameaçados do que as aves ou os mamíferos É um misto de sítio arqueológico e parque de
(SILVANO; SEGALLA, 2005). ecoturismo, com muitos quilômetros quadrados
No Brasil, a principal ameaça à conservação de chapadões, vales, encostas, Caatinga e matas
dos anfíbios é a destruição de seus habitats, (Figura 1A).
como consequência do desmatamento, do Suas formações geológicas apresentam os
avanço da fronteira agrícola, da mineração, das mais diversos tipos e cores de arenito e datam de
queimadas e do desenvolvimento da infraestrutura mais de 100 milhões de anos. Sua maior elevação é
e da urbanização (SILVANO; SEGALLA, 2005). de 1.060 metros de altitude, na Serra de Jerusalém.
222 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Dentro de seus 200 mil hectares de área, existem de 360 horas. Foi realizado o reconhecimento
perto de 2.000 cavernas e 28 cavernas-cemitérios da área para o registro dos corpos d’água
conhecidas, tendo uma variedade de inscrições permanentes e temporários (Figura 1G), tais
e de pinturas rupestres em diversos sítios (Figura como poças, lagoas, áreas alagadas – lajedos e
1B). Sua vegetação típica do semiárido (Caatinga) cacimbas – e áreas propícias para os registros
apresenta curiosas e diversificadas espécies, além dos animais (grutas, amontoados de pedras,
das características do semiárido que ocupam colônias de bromélias (Figura 1H), amontoados
toda a região. Apresenta caatinga densa, caatinga de troncos caídos, etc.). As coletas foram diurnas
densa degradada, caatinga aberta, caatinga e noturnas, por meio de buscas manuais usando
aberta degradada, corpos d’água, áreas irrigadas, equipamentos básicos como binóculos, lanternas,
vegetação ciliar, cobertura vegetal herbácea, sacos plásticos e puçás. Aspectos reprodutivos
culturas diversificadas associadas à vegetação como vocalização, amplexo, desova e girinos em
nativa. No parque, existem também leitos secos de fase inicial de desenvolvimento foram registrados
rios e áreas urbanizadas. em caderneta de campo, bem como a abundância
O Parque Nacional do Catimbau de cada espécie. As áreas amostradas foram
compreende um poligonal de 611 km2 somando, georreferenciadas com auxílio de GPS.
aproximadamente, 62.300 hectares. O acesso é Para ampliar as capturas foram aplicadas
feito pela rodovia BR-232 até a cidade de Arcoverde armadilhas de queda (pitfall). Em cada área, foi
(240 km), que dá acesso à rodovia estadual PE- realizado um transecto composto por seis ou sete
270, por mais 15 km, até o distrito de Carneira, sistemas de armadilhas, constando cada sistema
no município de Buíque. Quatro áreas foram de quatro baldes de 20 litros enterrados no chão,
amostradas dentro do Parna: dispostos em forma de Y. Entre o balde central e
1) Pedra do Camelo (Figura 1C) – é uma os três periféricos foram estendidas cercas de lona
formação arenítica intensamente trabalhada pelo de plástico de 400 cm de comprimento e 50 cm de
vento, com elevação de 844 m e coordenadas de altura, sustentadas por estacas de madeira.
0693103/9056502 UTM. A vegetação do entorno é Os espécimes foram coletados, identificados,
composta de bromeliáceas e caatinga arbustiva; fotografados e, posteriormente, soltos nos seus
2) Vila do Meu Rei (Figura 1D) – dá acesso respectivos ambientes. Espécimes com problemas
a várias trilhas ecológicas nas formações de taxonômicos foram sacrificados. Nesses casos,
arenito, sendo algumas com pinturas rupestres. foram usadas técnicas para minimizar o sofrimento
Possui coordenadas de 0688222/9060980 UTM dos indivíduos com a utilização de anestésico
e elevação de 869 m; nos seus arredores existe como Ketalar e/ou Cloretona. Logo após, foram
caatinga arbustiva, há o cultivo de milho e de feijão, fixados em formol a 10% e conservados em álcool
e edificações; a 70%.
3) Paraíso Selvagem (Figura 1E) – área A análise descritiva dos dados foi feita pela
próxima ao paredão de arenito, com fontes frequência de ocorrência de Dajoz (1973): c = p x
naturais que abastecem corpos d’água e que 100/P, onde c é a constância de ocorrência de cada
são represados para a atividade de lazer. Possui espécie, p é o número de excursões da espécie
um sítio arqueológico onde são encontrados registrada, e P é o número total de excursões.
cemitérios indígenas, cavernas e formações As espécies com constância superior a 50%
sedimentares (coordenadas de 0693536/9050484 foram consideradas constantes, entre 25 e 50%
UTM e elevação de 774 m); acessórias, e inferiores a 25% acidentais.
4) Morro do Cachorro (Figura 1F) – é uma
elevação montanhosa de topo suave, esculpida pela Resultados e discussão
erosão eólica (coordenadas de 0694258/9049560
UTM e elevação de 809 m). Nos seus arredores Foram registradas para o Parna Catimbau 26
existem áreas de pastagem, uma estrada que dá espécies de anfíbios, todas pertencentes à ordem
acesso às moradias e caatinga arbustiva arbórea. Anura, distribuídas em sete famílias (Tabela I). Foi
possível a identificação específica de uma nova
Coleta de dados ocorrência para o Sertão do estado de Pernambuco,
Phyllodytes acuminatus (Figura 1R), antes
Foram realizadas quatro campanhas de conhecida para Mangabeira/Alagoas e Recife/
campo: duas em 2007, nos meses de junho e Pernambuco (FROST, 2008). Nas quatro áreas
outubro, e duas em 2008, nos meses de março amostradas (Pedra do Camelo, Vila do Meu Rei,
e abril, sendo que duas duraram 3 dias e duas Paraíso Selvagem e Morro do Cachorro) foi possível
4 dias, com um esforço de busca ativa de 1.440 registrar cerca de 20 corpos d’água diferentes
horas, para quatro observadores, e busca passiva (caldeirões, poças, riacho, açudes), colônias de
Anurofauna do Parque Nacional do Catimbau (Buíque – PE) 223

bromélias e o folhiço, locais importantes para granulosus, Odontophrynus carvalhoi (Figura


abrigo, alimentação e reprodução (SANTOS; 1L), Scinax fuscovarius, Phyllodytes acuminatus,
CARNAVAL, 2001). O maior número de corpos Trachycephalus atlas, Hypsiboas raniceps (Figura
d’água disponíveis para os anuros foi na área de 1O), Dendropsophus soaresi, Dendropsophus
Paraíso Selvagem e seus arredores. Houve maior decipiens (Figura 1M), Leptodactylus fuscus,
número de espécies registradas, nas buscas Leptodactylus ocellatus (Figura 1T), Physalaemus
ativas em corpos d’água ou sítios reprodutivos, albifrons, Physalaemus cicada, Pseudopaludicola
em relação às armadilhas de queda, todavia, as gr. falcipes e Dermatonotus muelleri (Figura 1U).
armadilhas registraram animais fossórios de difícil O maior número de indivíduos foi registrado
coleta, como é o caso do micro-hilídeo (Tabela I). para Rhinella jimi (Figura 1I), com 81 espécimes
A maior riqueza de espécies foi registrada registrados, seguido de Phyllomedusa nordestina
para a família Hylidae, com 11 espécies, seguido de (Figura 1P) com 39 espécimes e Proceratophrys
Leiuperidae, com cinco espécies, fato comum nos cristiceps (Figura 1J) com 37 espécimes
inventários da anurofauna no Nordeste (ARZABE et encontrados.
al., 1998; SANTOS; CARNAVAL, 2001; RODRIGUES, O número de espécies registrado para o
2003; BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005). As Catimbau, Buíque – PE, corresponde a 55% da fauna
espécies da família Hylidae destacam-se das outras registrada para o bioma Caatinga (RODRIGUES,
devido à habilidade de ocupar diferentes estratos 2003; BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005), isso
verticais e horizontais, pois possuem adaptações para apenas quatro campanhas de campo, o que
como discos adesivos nas extremidades dos nos leva a propor que a lista aqui apresentada deve
dedos, ocupando diferentes tipos de micro-habitat aumentar consideravelmente com a continuidade
(DUELLMAN; TRUEB, 1994). A maioria das espécies da pesquisa.
foi registrada na localidade do Morro do Cachorro,
isso, possivelmente, devido a precipitações que Considerações finais
ocorreram na época da coleta, em abril de 2008.
Também, nessa localidade, foi registrado maior Neste trabalho, foi possível obter amostras
número de animais ocupando os ambientes para importantes para representar a diversidade da
atividades reprodutivas observadas através da anurofauna de quatro áreas no Parque Nacional
presença de desovas, amplexos, girinos em estágio do Catimbau, Buíque – PE. Todas as informações
inicial e vocalização de anúncio (Tabela I). registradas auxiliarão na elaboração do plano de
Em relação à constância de ocorrência manejo para a unidade de conservação do Parque
das espécies, apenas cinco foram determinadas Nacional do Catimbau. Maior fiscalização em
constantes, são elas: Rhinella jimi (Figura 1I); Scinax relação ao desmatamento das áreas, realização do
x-signatus (Figura 1Q); Proceratophrys cristiceps reflorestamento das clareiras do Parna, próximas
(Figura 1J); Phyllomedusa nordestina (Figura 1P); aos corpos d’água, orientação para guia turístico
Leptodactylus troglodytes (Figura 1S). Sete foram com palestras informativas sobre cada área e a
consideradas acessórias: Scinax pachycrus, inclusão dos sítios de reprodução de anuros na
Hypsiboas crepitans (Figura 1N), Corythomantis lista, como locais que necessitam de maior rigor
greeningi, Leptodactylus vastus, Physalaemus de proteção dentro do Parna, são medidas que
cuvieri, Pleurodema diplolister, Pipa carvalhoi, e 14 promoverão a conservação da anurofauna.
espécies foram consideradas acidentais: Rhinella

Tabela I - Lista das espécies de anfíbios anuros registrados no período de maio/2007 a junho/2008 no Parque Nacional
do Catimbau. Áreas amostradas: CA – Camelo; MR – Meu Rei; OS – Paraíso Selvagem; e MC – Morro
do Cachorro; Micro-habitats: 1 - sobre rochas; 2 - vegetação arbórea; 3 - vegetação herbácea; 4 – solo;
5 – água; 6 – tocas; 7 – folhedo; e 8 - bromélias; Tipos de Coleta: m – manual; PT – pitfall; Aspectos
reprodutivos: 1 – vocalização; 2 – amplexo; 3 - desova ou ninho de espuma; 4 - girinos em fase inicial.

Áreas Tipos de Aspectos


Grupo taxonômico Micro-habitats
amostradas coleta reprodutivos
BUFONIDAE
Rhinella granulosa (Spix, 1824) CA, MR, MC 4 ,5 e 6 m, pt 1, 2, 3
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) CA, MR, PS, MC 1,4,5 e 6 m, pt 1, 3
CYCLORAMPHIDAE
Proceratophrys cristiceps
CA, PS, MC 4,5 e 7 m, pt 1, 4
(Müller, 1884 “1883”)
224 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Áreas Tipos de Aspectos


Grupo taxonômico Micro-habitats
amostradas coleta reprodutivos
Odontophrynus carvalhoi
CA, MC 4 m, pt 1
(Savage & Cei, 1965)
HYLIDAE
Corythomantis greeningi
PS 1, 4, 5 e 7 m 1, 3, 4
(Boulenger, 1896)
Dendropsophus soaresi (Caramaschi &
PS 4 m -
Jim, 1983)
Dendropsophus decipiens
PS 3 m 1
(A. Lutz, 1925)
Hypsiboas crepitans
CA, MR, PS 2e4 m 1, 3, 4
(Wied-Neuwied, 1824)
Hypsiboas raniceps (Cope, 1862) CA 8 m 1, 3, 4
Phyllodytes acuminatus (Bokermann,
CA, PS 8 m 1, 3
1966)
Phyllomedusa nordestina (Caramaschi,
CA, MR, PS 1, 2, 3 e 7 m 1, 2, 3
2006)
Scinax x-signatus (Spix, 1824) CA, PS 1, 3 e 4 m 1, 2, 3
Scinax pachycrus
CA, PS 1, 3, 4 e 5 m 1
(Miranda-Ribeiro, 1937)
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) CA, PS 8 m -
Trachycephalus atlas (Bokermann,
CA, MR 2, 3 e 8 m 1, 2 e 3
1966)
LEIUPERIDAE
Physalaemus albifrons (Spix, 1824) CA, MC 4 m, pt 1
Physalaemus cicada (Bokermann,
CA, MR 5 m 1, 2
1966)
Physalaemus cuvieri
CA, PS, MC 3, 4, 5 e 7 m, pt 1, 2, 3, 4
(Fitzinger, 1826)
Pleurodema diplolister (Peters, 1870) CA, MR 4, 5 e 7 m, pt 1, 2, 3, 4
Pseudopaludicola gr. falcipes CA, MR 5 m 1, 2
LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) CA, MR, MC 4, 5 e 6 m, pt 1
Leptodactylus ocellatus
CA, MR 4, 5, 6 e 7 m 1, 2, 3, 4
(Linnaeus, 1758)
Leptodactylus troglodytes
CA, MR, PS 3, 4 e 6 m 1
(A. Lutz, 1926)
Leptodactylus vastus (A. Lutz, 1930) CA, MR, PS, MC 1, 3, 4, 5 e 6 m, pt 1, 2
MICROHYLIDAE
Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) CA, MC 1e4 m, pt 1
PIPIDEA
Pipa carvalhoi (Miranda-Ribeiro, 1937) CA, PS 5 m 2, 4
Anurofauna do Parque Nacional do Catimbau (Buíque – PE) 225

Figura 1 – Imagens das águas, habitats amostrados e espécies econtradas no Parna Catimbau durante o período
de maio de 2007 a julho de 2008. A - Vista geral das formações geológicas; B - Pinturas rupestres; C -
Pedra do Camelo; D - Trilha da Vila do Meu Rei; E - Entrada do Paraíso Selvagem; F - Morro do Cachorro;
G - Corpo d’água temporário; H - Colônias de bromélias; I - Rhinella jimi; J - Proceratophys cristiceps;
L - Odontophrynus carvalhoi; M - Colônia de bromélias; N - Hypsiboas crepitans; O - Scinax pachycrus;
P - Phyllomedusa nordestina e amplexo; Q - Scinax x-signatus vocalizando; R - Phyllodytes acuminatus;
S - Leptodactylus troglodytes; T - Leptodactylus vastus; U - Dermatonotus muelleri.
226 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Considerações finais relacionadas ao tema. A realização deste trabalho


pode colaborar para a criação de unidades de
É importante ressaltar que outros pontos conservação ambiental na cidade e mais uma para
precisam ser estudados para uma eventual o bioma Caatinga, aumentando, assim, possíveis
comparação entre diferentes áreas, bem como áreas de proteção para a biota. O registro das 19
de ecossistemas adjacentes a tais localidades, espécies de anfíbios anuros na Fazenda Saco é a
podendo resultar num possível aumento da constatação de uma diversidade representativa para
diversidade de espécies nesta lista. A incipiência de a região semiárida, e esse número pode aumentar
dados sobre os anfíbios, em Serra Talhada, denota com o mapeamento de outras áreas de procriação,
grande necessidade de inventários em diferentes que são pontos decisivos para a execução de ações
áreas no município, além de estudos sobre sua de conservação. Embora nenhuma das espécies
distribuição geográfica, história evolutiva, ecologia registradas esteja na lista de animais ameaçados
e sistemática, e, principalmente, a conservação de extinção (IBAMA, IUCN), essa possibilidade
dos ambientes nos quais estão inseridos. não pode ser deixada de lado em vista dos fortes
Os dados aqui apresentados constam de impactos ambientais que o bioma Caatinga vem
informações importantes para a herpetofauna local, sofrendo, principalmente pela falta de informações
contribuindo com o preenchimento de lacunas sobre a fauna e a flora da região.

Agradecimentos
À Ana Maria Quirino Siqueira, Anderson Felipe de Jesus Miranda, Geane Limeira da Silva, Gleymerson
Vieira Lima de Almeida e Sérgio Luiz Munis, pela ajuda nas atividades de campo. À Universidade Federal
Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada, por ter consentido o transporte necessário,
ao PIC/CNPq-UFPRE, pela bolsa concedida; ao Ibama, pela autorização das coletas e, principalmente,
ao Professor e curador do Museu de Zoologia da USP, Dr. Miguel Trefaut Rodrigues, pela colaboração na
identificação de algumas espécies.

Referências
ARZABE, C.; CARVALHO, C. X.; COSTA, M. A. G. Anuran assemblages in Crasto forest ponds (Sergipe
state, Brazil): comparative structure and calling activity patterns. Herpetol. Jour., v. 8, p. 111-113, 1998.

BORGES-NOJOSA, D.; SANTOS, E. M. Herpetofauna da área de Betânia e de Floresta, Pernambuco. In:


ARAÚJO, F. S. de; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Org.). Análise das variações da biodiversidade
do bioma Caatinga – suporte a estratégias regionais de conservação. Brasília: MMA, v. 12, 2005. p.
276-289. (Série Biodiversidade, 12).

DAJOZ, R. Ecologia Geral. 2.ed. São Paulo: Ed. Vozes, 1973. 474 p.

DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of amphibians. New York: McGraw Hill, 1994. 670 p.

FROST, D. R. 2008. Amphibian Species of the World: an online reference. Version 5.1 (10 October, 2007).
Electronic Database Accessible At [1] American Museum Of Natural History. New York, Usa: Phyllodytes
Acuminatus. Accessed on: 27 Apr 2008.

GLOBAL AMPHIBIAN ASSESSMENT (GAA). 2006. Disponível em: <http://www.globalamphibians.org/>.


Acesso em: 12 maio 2008.

HEYER, W. R.; DONNELLY, M. A.; McDIARMID, R. W.; HAYEK, L. C.; FOSTER, M. S. Measuring and
monitoring biological diversity. Standard methods of Amphibians. Washington: Smithsonian Institution
Press, 1994.

POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2003. 748 p.

RODRIGUES, M. T. U. Herpetofauna da Caatinga, ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed.


Universitária, UFPE, 2003. 183 p.
Anurofauna do Parque Nacional do Catimbau (Buíque – PE) 227

RODRIGUES, M. T. U. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária, UFPE, 2003. p. 275-333.

SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Massagana, v. 2,
2001. p. 529-533.

SILVANO, D. L.; SEGALLA, M. V. Conservação de anfíbios no Brasil. Megadiversidade, v. 1, n. 1, p. 79-86,


2005.
Distribuição geográfica e caracterização ecológica
dos répteis do estado de Pernambuco

Geraldo Jorge Barbosa de Moura1; Eliza Maria Xavier Freire2; Ednilza Maranhão dos Santos3;
Zenilde Moreira Borges de Morais4; Eduardo Albuquerque Marques Lins5;
Edson Victor Euclides de Andrade6; José Diogo Cavalcanti Ferreira7

Resumo com mais acurácia as espécies de répteis e seus


aspectos ecológicos, com vistas à identificação de
Este trabalho é resultante da compilação do padrões e processos que subsidiem estratégias de
estágio atual do conhecimento sobre os répteis manejo e conservação das espécies ocorrentes e
do estado de Pernambuco, e compreende uma seus respectivos ecossistemas.
lista taxonômica atualizada, georreferenciada
e comentada das espécies registradas para Palavras-chave: Herpetofauna, Região Nor-
o estado, constituindo fonte de consulta para deste, Mata Atlântica, Caatingas, Vertebrados.
herpetólogos ou iniciantes na área. Atualmente,
são registradas 118 espécies de répteis para o Abstract
estado de Pernambuco, distribuídas ao longo
dos diferentes domínios morfoclimáticos, This paper is resultant of the compilation of
mesorregiões e microrregiões do estado. As the current knowledge of the reptiles of the State
espécies contemplam cinco grandes grupos: of Pernambuco, and includes an up-to-dated,
quelônios (cinco famílias, nove spp.), lagartos (12 georeferenced and commented taxonomic list of
famílias, 38 spp.), anfisbênias (uma família, seis the species registered to this State, constituting
spp.), serpentes (seis famílias, 63 spp.) e jacarés a source to be consulted by Herpetologists
(uma família, duas spp.). Para a Mata Atlântica são or beginners in this field. Currently there are
registradas 82 espécies – três de quelônios, 24 de registered 118 species of reptiles in the State of
lagartos, quatro de anfisbênias, 49 de serpentes e Pernambuco, distributed in the State’s different
duas de jacarés – e para as Caatingas, 69 espécies Morfoclimatic Domains, Mesoregions and
– quatro de quelônios, 25 de lagartos, quatro de Microregions. These species contemplate five
anfisbênias, 35 de serpentes e uma de jacaré; três groups: Chelonians (5 Families, 9 spp.), Lizards
espécies de lagartos, uma de anfisbênia e duas de (12 Families, 38 spp.), Amphisbaenians (1 Family, 6
tartarugas marinhas ocorrem no Parque Nacional spp.), Serpents (6 Families, 63 spp.) and Alligators
Fernando de Noronha, além de cinco espécies (1 Family, 2 spp.). To Atlantic Rainforest, there are
de tartarugas marinhas registradas para a costa registered 82 species – 3 Chelonians, 24 Lizards,
pernambucana. Apesar do número expressivo 4 Amphisbaenians, 49 Serpents and 2 Alligators –
de espécies resultantes de pesquisas realizadas and to the Caatingas, 69 species – 4 Chelonians,
no estado, a fauna de répteis ainda encontra-se 25 Lizards, 4 Amphisbaenians, 35 Serpents and 1
subestimada e, diante do acelerado processo Alligator; 3 species of Lizards, 1 Amphisbaenian
de destruição dos ambientes naturais, torna-se and 2 Sea Turtles occur at Parque Nacional
premente a ampliação e o aprofundamento de Fernando de Noronha, besides 5 sea turtle species
estudos em áreas estratégicas da Região Nordeste, registered to the coast of Pernambuco. Despite
especialmente em Pernambuco. É necessário o the expressive number of species resultants of the
desenvolvimento de projetos que visem conhecer researches realized in the State, the reptile fauna is

1
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Pá0leo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
2
Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia, UFRN (elizajuju@ufrnet.br).
3
Unidade Acadêmica de Serra Talhada, UFRPE (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
4
Professora Adjunta do Departamento de Biologia da UFRPE (zmuta@hotmail.com).
5
Graduação em Ciências Biológicas, FAFIRE (chetonico@gmail.com).
6
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
7
Graduação em Ciências Biológicas, UFPE (jdiogocavalcantif@yahoo.com.br).
230 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

still underestimated and in front of the accelerated their ecological aspects, aiming to identification of
process of destruction of the natural environments, patterns and processes that subsidize management
it makes necessary to amplify and to examine and conservation strategies of the occurring
thoroughly the strategic areas in the Northeast species and their respective ecosystems.
Region, especially in Pernambuco. It makes
necessary the development of projects aiming to Key words: Herpetofauna, Northeast region,
know with more accuracy the species of reptiles and Atlantic Rainforest, Caatingas, Vertebrates.
Introdução
Com o nível de conhecimento que se diversidade de espécies e justifica a pertinência
tem atualmente acerca da biodiversidade da da publicação de listas faunísticas comentadas,
maioria das regiões do Brasil, as listas de acompanhadas de informações ecológicas e
espécies deixaram de ser valorizadas, dando biogeográficas que possibilitam a identificação de
lugar à complexidade das análises moleculares padrões e de processos, servindo como subsídios
e estatísticas sobre a sistemática e a ecologia de às medidas de conservação.
espécies. Porém, o conhecimento das espécies de Durante o I Encontro de Herpetologia e
regiões estratégicas, mesmo que pontualmente, é Mastozoologia em Pernambuco, ocorrido em maio
a única forma efetiva de inferir sua biodiversidade, de 2008, por ocasião das discussões ocorridas
conhecimento indispensável às estratégias nas palestras, mesas-redondas e assembleia final,
de conservação de qualquer grupo biológico os herpetólogos atuantes no estado apontaram
(PRIMACK; RODRIGUES, 2001). a urgente necessidade da publicação de uma
A falta de espaço para a divulgação de lista herpetológica atualizada, georreferenciada e
listagens de espécies dá oportunidade à circulação comentada, fato que justifica o principal objetivo
de dados superficiais, aleatórios e grosseiramente deste trabalho.
amostrados, lançados à comunidade sem A despeito de estudos anteriores terem
nenhum rigor acadêmico, fato comum oriundo sido realizados, como por exemplo: 1) Lema
do comércio de consultorias e afins, muitas (1969) – apreciação sobre os répteis do estado
vezes sem preocupação científica nem critérios de Pernambuco e adjacências; 2) Miranda (1983)
metodológicos. – estudando a fauna de répteis do município de
É notório que o simples e puro conhecimento Ouricuri (Sertão); 3) Vitt et al. (1985) – registrando
das espécies de uma região não deve ser a fauna de répteis do município de Exu (Sertão);
considerado como resultado único e soberano 4) Rodrigues (2003) – com informações sobre
a qualquer análise, mas ao alimentar bancos as espécies de répteis ocorrentes no Domínio
de dados em construção, esse conhecimento Morfoclimático das Caatingas nordestinas; 5)
permite a formação de inferências biogeográficas, Borges-Nojosa e Caramaschi (2003) – sobre as
como padrões de distribuição das espécies e espécies de lagartos e anfisbênias em brejos de
áreas de endemismo, status de conservação de altitude nordestinos; e 6) Borges-Nojosa e Santos
ecossistemas e das espécies, evidenciando que a (2005) – compilando dados de duas localidades
carência de dados na literatura compromete o grau do Sertão de Pernambuco, esta contribuição
de especificidade e a aplicabilidade das políticas representa considerável avanço sobre o
de conservação (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). conhecimento dos grupos selecionados, mesmo
O atual nível de conhecimento sobre levando em consideração o pequeno intervalo
a fauna de répteis da Região Nordeste, em decorrido desde o último estudo, pois este, além
particular do estado de Pernambuco, aliado de catalogar e georreferenciar as espécies que
ao crescente número de descrições de novas ocorrem no estado de Pernambuco, em todos
espécies para a região (RODRIGUES, 2000b; os seus domínios morfoclimáticos, mesorregiões
FERRAREZZI; FREIRE, 2001; RODRIGUES et al., e microrregiões, compila dados disponíveis na
2005; FREIRE et al., 2007; RODRIGUES; SANTOS, literatura a respeito de aspectos ecológicos dessas
2008), demonstram o desconhecimento sobre a espécies.
232 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Metodologia 14. Espécie registrada no Pantanal; 15. Espécie


de ampla distribuição geográfica; 16. Espécie
As informações para a composição deste distribuída em diferentes ecossistemas. Quanto à
capítulo basearam-se primariamente em buscas especificidade ambiental: 17. Espécie generalista
bibliográficas, suplementadas por dados registrados de habitat; 18. Espécie especialista de habitat;
pelos autores em atividades de campo (MOURA, 19. Espécie de formações abertas; 20. Espécie
G.J.B.; SANTOS, E.M.S.; MORAIS, Z.M.B. com. pess.). periantrópica/antrópica; 21. Espécie terrestre;
Foram considerados como dados bibliográficos: 22. Espécie de folhiço; 23. Espécie associada a
capítulos de livros, artigos em periódicos, resumos bromélias; 24. Espécie psamófila; 25. Espécie
simples e resumos expandidos publicados em saxícola; 26. Espécie arborícola/semiarborícola;
encontros e congressos, monografias, dissertações 27. Espécie aquática/semiaquática; 28. Espécie
e teses, além de relatórios técnicos disponíveis em de hábito subterrâneo; 29. Espécie heliófila.
bancos de dados on-line. As buscas bibliográficas Quanto ao período de atividade: 30. Espécie
desconsideraram referências não confirmadas ou diurna; 31. Espécie noturna. Quanto ao tipo de
de material que não tenha recebido tratamento forrageamento: 32. Ativo; 33. Senta e espera.
taxonômico formal, de acordo com as regras do Quanto ao hábito alimentar: 34. Espécie herbívora;
Código de Nomenclatura Zoológica. 35. Espécie carnívora; 36. Espécie onívora; 37.
Embora os locais amostrados tenham Espécie que apresenta dimorfismo sexual; 38.
apresentado esforços de coleta e metodologias Espécie cinegética; Quanto à reprodução: 39.
diferentes, foi contabilizado o número de localidades Espécie ovípara; 40. Espécie vivípara; 41. Espécie
com ocorrência para cada espécie, pois, embora ovovivípara; 42. Espécie de interesse médico; 43.
não seja possível qualquer análise ecológica Espécie em risco de extinção.
refinada referente às espécies e às localidades,
essas informações permitem registrar a amplitude Resultados e discussão
de distribuição geográfica das espécies e analisar
a frequência de trabalhos, por área amostrada, Quelônios do estado
permitindo discutir se os esforços amostrais foram de Pernambuco
suficientes ou não para o registro da maioria das
espécies de répteis no estado. Para apenas 21 localidades do estado de
Paralelamente à compilação das espécies Pernambuco existem registros das espécies de
ocorrentes em Pernambuco, foram plotadas em quelônios. Em relação às tartarugas marinhas,
mapa as microrregiões do estado com registro da os registros são geralmente casuais e raros,
riqueza máxima de espécies por grupo (quelônios, exceto para espécies registradas em Fernando
lagartos, anfisbênias, serpentes e jacarés). Em de Noronha (TAMAR, 1996; TAMAR; 1998) e nas
casos de mais de um trabalho realizado, foi praias da cidade de Ipojuca (CAVALCANTI et
apresentada a riqueza acumulada de todos os al., 2002; BRITO et al., 2004; GUIMARÃES et al.,
esforços amostrais para cada microrregião. 2006; GUIMARÃES et al., 2007; CESAR, 2007).
Para caracterizar geográfica e ecologica- No que se refere aos quelônios ocorrentes em
mente as espécies ocorrentes no estado, elas foram ambientes continentais dos diferentes domínios
classificadas de acordo com os seguintes códigos, morfoclimáticos do estado, a situação ainda é
considerando a característica mais frequente para mais crítica, pois a grande maioria dos registros
cada critério analisado: Quanto à biogeografia: não é decorrente de nenhum trabalho acadêmico
1. Espécie endêmica do Domínio Morfoclimático específico e, sim, de trabalhos de pesquisa que
da Mata Atlântica; 2. Espécie endêmica do os registram na qualidade de fauna associada
Domínio Morfoclimático das Caatingas; 3. Espécie às espécies, por metodologias não adequadas à
endêmica da Região Nordeste; 4. Espécie amostragem do grupo.
endêmica do Domínio Morfoclimático da Mata Além do registro de duas espécies de
Atlântica de PE; 5. Espécie endêmica da Caatinga tartarugas marinhas ocorrentes no Parque
de PE; 6. Ocorrência nova para a Mata Atlântica de Nacional Fernando de Noronha (TAMAR, 1996;
PE; 7. Ocorrência nova para a Caatinga de PE; 8. TAMAR; 1998), cinco espécies, incluindo as duas
Espécie registrada na Floresta Atlântica; 9. Espécie primeiras, foram registradas na costa continental
registrada em Restinga; 10. Espécie registrada de Pernambuco, mais precisamente nas praias do
em Brejos de Altitude; 11. Espécie registrada na município de Ipojuca (Muro Alto, Cupe, Merepe,
Floresta Amazônica; 12. Espécie registrada na Porto de Galinhas, Maracaípe, Pontal de Maracaípe
Caatinga; 13. Espécie registrada no Cerrado; e Serrambi) (CAVALCANTI et al., 2002; BRITO et al.,
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 233

2004; GUIMARÃES et al., 2006; GUIMARÃES et al., (CAMPOS et al., 2008); 2) Floresta (BORGES-
2007; CESAR, 2007), além do único exemplar de NOJOSA; SANTOS, 2005); 3) Betânia (BORGES-
Eretmochelys imbricata registrado em Tamandaré NOJOSA; SANTOS, 2005); 4) Petrolândia
(E. S. GUIMARÃES, com. pess.) (Apêndice A). (AMORIM et al., 2007); 5) Pesqueira (FERREIRA
Em relação aos quelônios continentais, et al., 2008); 6) Cabrobó (AMORIM et al., 2007);
três espécies foram amostradas em quatro 7) Orocó (AMORIM et al., 2007); 8) Santa Maria
localidades do Domínio Morfoclimático de Mata da Boa Vista (AMORIM et al., 2007); 9) Reserva
Atlântica (Apêndice A): 1) Estação Ecológica Legal Brígida/Parnamirim (AMORIM et al., 2007);
do Tapacurá/São Lourenço da Mata (MORAIS; 10) Reserva Legal Caraíbas/Orocó (AMORIM et
MORAIS, 1987; LINS; MOURA, 2008); 2) Reserva al., 2007); 11) Ilha de Assunção (AMORIM et al.,
Ecológica de Gurjaú/Cabo de Santo Agostinho 2007); 12) RPPN Reserva Ecológica Mauricio
(GUARNIERI; LIRA-FILHO, 2003); 3) Usina São Dantas/Betânia (BORGES-NOJOSA; SANTOS,
José/Igarassu (SANTOS; AMORIM, 2008); e 2005); 13) RPPN Cantidiano Valgueiro Carvalho
4) Engenho Tapacurá/São Lourenço da Mata Barros/Floresta (BORGES-NOJOSA; SANTOS,
(SANTOS; AMORIM, 2008). Quatro espécies, 2005); e 14) Ouricuri (MIRANDA, 1983) (Tabela
incluindo as ocorrentes na Mata Atlântica, foram I). Para detalhes geográficos e ecológicos sobre
registradas em 14 localidades no domínio as localidades de ocorrência, ver Tabela II ou V
morfoclimático da Caatinga: 1) Serra Talhada (Apêndice A).
Tabela I: Espécies de quelônios com registro para o estado de Pernambuco (Apêndice A). 234
AMBIENTE D. M. MATA
D. M. da CAATINGA
MARINHO ATLÂNTICA

LOCALIDADES

TÁXON

P. N. FERNANDO DE NORONHA
PRAIAS DE IPOJUCA
PRAIA DE TAMANDARÉ
ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ
USINA SÃO JOSÉ
ENGENHO TAPACURÁ
SERRA TALHADA
FLORESTA
BETÂNIA
PETROLÂNDIA
PESQUEIRA
CABROBÓ
OROCÓ
SANTA MARIA DA BOA VISTA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
RPPN RESERVA ECOL. MAURICIO
DANTAS
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
OURICURI
Nº DE LOCALIDADES
COM REGISTRO DA ESPÉCIE
EFERÊNCIAS
ADICIONAIS **

1 - CHELONIIDAE

1. Caretta caretta (Linnaeus, 1758)15;27;36;37;43 1 I

Chelonia mydas (Linnaeus,


2. 2 II
1758)15;27;34;37;43
Eretmochelys imbricata (Linnaeus,
3. * 2 III
1766)15;27;35;37;38;43
Lepidochelys olivacea (Eschscholtz,
4. 1 IV
1829)15;27;36;37;43
2 - DERMOCHELYIDAE
Dermochelys coriacea (Linnaeus,
5. 1 V
1766)15;27;36;37;43
3 - CHELIDAE
Mesoclemmys tuberculata (Lüderwaldt,
6. 1 VI
1926)15; 35
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)
7. 8;15;20;21;27;30;36;37 16 VII

4 - KINOSTERNIDAE
Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)8;1
8. 2;15;16;20;21;27;36;37;38 16 VIII
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
AMBIENTE D. M. MATA
D. M. da CAATINGA
MARINHO ATLÂNTICA

LOCALIDADES

TÁXON

P. N. FERNANDO DE NORONHA
PRAIAS DE IPOJUCA
PRAIA DE TAMANDARÉ
ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ
USINA SÃO JOSÉ
ENGENHO TAPACURÁ
SERRA TALHADA
FLORESTA
BETÂNIA
PETROLÂNDIA
PESQUEIRA
CABROBÓ
OROCÓ
SANTA MARIA DA BOA VISTA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
RPPN RESERVA ECOL. MAURICIO
DANTAS
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
OURICURI
Nº DE LOCALIDADES
COM REGISTRODA ESPÉCIE
EFERÊNCIAS
ADICIONAIS **

5 - TESTUDINIDAE
Chelonoidis carbonaria (Spix,
9. 3 IX
1824)12;30;36;37;38
TOTAL DE ESPÉCIES POR LOCALIDADE 2 5 1 3 1 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 3
TOTAL DE ESPÉCIES POR DOMÍN. MORFOC. 5 3 4
*Registro apenas na forma juvenil. ** I- Shaw, 1947; Marquez, 1969; Ernst e Barbour, 1974; Rebel, 1974; Witzell, 1984; Carr, 1987; Bane, 1992; Meylan e Mosier,
1995; Musik e Limpus, 1997; Bolten et al., 1998; Polovina et al., 2003; Spotila, 2004. II- Schimidt, 1916; Pritchard, 1973; Carr, 1975; Carr et al., 1978; Balazas, 1982;
Meylan, 1982; Ernst e Barbour, 1989; Boulon e Frazer, 1990; Balazs et al., 1994; Meylan e Mosier, 1995; Hirth, 1997. III- Groombridge, 1982; Limpus et al., 1983; Ernst
e Barbour, 1989; Limpus, 1992; Miller et al., 1998; Meylan e Donnelly, 1999. IV- Frazier, 1984; Plotkin et al., 1995; Achával et al., 2000; Polovina, 2003; De Castilhos
e Tiwari, 2006. V- Bleakney, 1965; Pritchard, 1971; Marcovaldi e Marcovaldi, 1985; Zug, 1993; Chan e Liew, 1995; Meylan et al., 1995; Cogger, 1996; Morreale et al.,
1996; Eckert e Sarti, 1997; Godfrey et al., 1997; Binckley et al., 1998; Eckert, 1998; Dutton et al., 1999; Southwood et al., 1999; Ferraroli et al., 2004; Hays et al., 2004.
VI-Miranda, 1983; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. VII- Medem, 1960; Monteiro e Diefenbach, 1987; Ernest e Barbour, 1989; Guix et al., 1989; Molina,
1989;Fachín-Terán et al., 1995; Molina, 1996; Molina et al., 1998; Souza, 1999; Souza e Abe, 2000; Souza e Abe, 2001; Alves et al., 2002; Guarnieri e Lira-Filho, 2003;
Souza, 2004; Borges-Nojosa e Santos, 2005; Freitas e Silva, 2005; Zago et al., 2006; Lins e Moura, 2008.VIII-Vanzolini et al., 1980; Bramble et al., 1984; Monte-Nájera
e Brenes, 1987; Acuña-Mesén, 1994; Delduque, 2000; Guarnieri e Lira-Filho, 2003; Rodrigues, 2003; Borges-Nojosa & Santos, 2005; Freitas e Silva, 2005; Freitas e
Silva, 2007; Ferreira et al., 2008; Lins e Moura, 2008.IX- Luederwaldt, 1926; Castaño-Mora e Lugo, 1979; Medem, et al., 1979; Pritchard, 1979; Pritchard e Trebbau,
1982; Beynon e Cooper, 1994; Montenegro, 2004; Montenegro et al., 2004; Freitas e Silva, 2005; Montenegro et al., 2005; Montenegro et al., 2006; Ferreira et al., 2008.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
235
236 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Lagartos do estado de Pernambuco = 2 spp.; 5. Carnaubeira (S:08°18’; W:38°45’) = 8


spp.; 6. Caruaru (S:08º16’; W:35°58’) = 6 spp.; 7.
Embora os lagartos constituam um dos Vale do Catimbau-Buíque (S:08°36’; W:37°15’) =
grupos mais abundantes e diversificados nas 2 spp.; 8. Custódia (S:08°07’; W:37°39’) = 1 sp.;
regiões tropicais (FREIRE, 1996), é o grupo 9. Encruzilhada-Moreilândia (S:08º41’; W:40°07’)
proporcionalmente menos amostrado para o = 5 spp.; 10. Exu (S:07°31’; W:39°43’) = 16 spp.;
estado de Pernambuco, pois embora existam 11. Floresta (S:08°23’; W:38°50’) = 1 sp.; 12.
trabalhos clássicos, como os de Amaral (1933) e Garanhuns (S:08°54’; W:36°29’) = 1 sp.; 13. Ipubi
Amaral (1937), seguidos por Vanzolini et al. (1980) e (S:07°39’; W:40°07’) = 1 sp.; 14. Jatobá (S:09°05’;
Vitt (1995), existe uma lacuna de aproximadamente W:38°12’) = 1 sp.; 15. João Alfredo (S:07°52’;
quatro décadas (1938 a 1979) no que se refere à W:35°35’) = 3 spp.; 16. Limoeiro (S:07°52’;
amostragem dos lagartos do estado. W:35°28’) = 2 spp.; 17. Maniçoba-Caruaru
Das 29 localidades com registro formal de (S:07°36’; W:39°45’) = 1sp.; 18. Ouricuri (S:07°53’;
ocorrência, dez encontram-se na Mata Atlântica, W:40°05’) = 2 spp.; 19. Pesqueira (S:08°21’;
duas em brejos de altitude, 15 nas caatingas W:36°43’) = 9 spp.; 20. Petrolândia (S:09°05’;
e uma em ambiente florestal antropizado, W:38°18’) = 1 sp.; 21. Petrolina (S:09°24’;
além de trabalhos com registro para o Parque W:40°30’) = 1 sp.; 22. Serra Talhada (S:07°59’;
Nacional Fernando de Noronha e alguns W:38°10’) = 5 spp.; e 23. Sítio dos Nunes-Flores
artigos que afirmam a ocorrência de diversas (S:08°02’; W:37°51’) = 7 spp. Das localidades
espécies para o leste de Pernambuco, porém citadas por Rodrigues (2003) e Rodrigues (2004), a
sem informar onde foram amostradas (Tabela grande maioria apresenta o registro de apenas uma
II; Apêndice B). Rodrigues (2003) e Rodrigues única espécie, evidenciando a falta de amostragem
(2004) citam o número total de espécies de direcionada para o grupo, que também se encontra
lagartos registradas para 23 cidades localizadas representada no Apêndice B.
no domínio morfoclimático das caatingas de Atualmente, existe registro de 38 espécies,
Pernambuco, porém não citam as respectivas distribuídas entre 12 famílias, das quais 24 foram
espécies de cada localidade: 1. Açude dos registradas na Floresta Atlântica, nove em Brejos
Tambores-Agrestina (S:08°21’; W:36°30’) = de Altitude, 25 nas Caatingas, uma em ambiente
1sp.; 2. Agrestina (S:08°37’; W:35°57’) = 10 spp.; florestal urbano antropizado, três no Parque
3. Belém do São Francisco (S:08°45’; W:38°58’) Nacional Fernando de Noronha e 22 citadas para
= 2 spp.; 4. Bom Conselho (S:09°10’; W:36°41’) o leste de Pernambuco (Tabela III).
Tabela II - Localidades do estado de Pernambuco com registro de amostragem de lagartos, seguida por informações geográficas, da metodologia de amostragem e
referências [Legenda: “-“ informações não disponíveis nas referências das respectivas localidades] (Apêndice B).

CLIMA DURAÇÃO
ÁREA E
CIDADE/ COORDE- (Ab’ FITOFISIO N° DE
LOCAIS /ALTI BIOMA PERÍODO PERIODICI COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO NADAS Saber, NOMIA VISITAS DADE /
TUDE 1967) VISITA
1dia / Morais e Morais,
1983-1984 24 Ativa
quinzenal 1987
1-Estação São Lourenço Mata Mendonça, 2007;
Floresta
Ecológica do 8°07’S 34°60’W 776ha As’ Ativa e passiva Mendonça et al.,
da Mata Atlântica Subperenifólia 1 dia /
Tapacurá 04/07-atual 108 (112 baldes-28 2007; Geraldo J. B.
semanal
de 60L e 84-30L) Moura e Eliza M. X.
Freire, Com. Pess.
Guarnieri e Lira
2-Reserva Cabo de Santo Mata Floresta 4 dias / Filho, 2003; Lira-
Ecológica de 8°21’S 34°56’W 1.077ha As’ 08/02-05/03 10 Ativa e passiva
Agostinho Atlântica Subperenifólia mensal Filho, 2003; Lira-
Gurjaú
Filho et al., 2008
3-Refúgio Mata Floresta 7 dias /
Ecológico Igarassu 07°49’S 34°56’W 60ha As’ 05/93-10/93 6 Ativa Rosa, 1994
Atlântica Subperenifólia mensal
Charles Darwin
Guimarães e
4-Parque Mata Floresta 1 dia / Passiva (20 Montenegro, 2001;
Estadual Dois Recife 07°60’S 34°50’W 200ha As’ 02/08-atual 16
Atlântica Subperenifólia semanal baldes-60L) Geraldo J. B.
Irmãos
Moura, Com. Pess.
Araçoiaba,
5-Mata do Mata Floresta 1 dia / Passiva (20 Geraldo J. B.
Paudalho e 7°50’S 35°06’W 6.280ha As’ 05/08-atual 6
CIMNC Atlântica Subperenifólia semanal baldes-60L) Moura, Com. Pess.
Tracunhaém
6-Estação Mata Floresta 1 dia / Passiva (20 Geraldo J. B.
Ecológica de Paulista 07°55’S 34°55’W 157ha As’ 05/08-atual 6
Atlântica Subperenifólia semanal baldes-60L) Moura, Com. Pess.
Caetés
7-Usina São Mata Floresta Ativa-passiva
3 dias /
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)

José (Mata de Igarassu 7°50’S 35°00’W 323ha As’ 01/07-12/07 12 Amorim, et al., Amorim et al., 2007
Atlântica Subperenifólia mensal
Piedade) 2008

8- RPPN Frei Mata Floresta 3 dias/mensal Santos e Santos,


Jaqueira 8°43’S 35°50’W 630ha As’ 2002-atual 1 Ativa
Caneca Atlântica Subperenifólia única 2008
237
DURAÇÃO 238
ÁREA CLIMA
CIDADE/ COORDE- FITOFISIO N° DE E
(Ab’
LOCAIS /ALTI BIOMA PERÍODO PERIODICI COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO NADAS Saber, NOMIA VISITAS DADE /
TUDE 1967) VISITA

Mata Floresta 25/03 e


9-Engenho São Lourenço 0268525S 1 dia / Santos e Amorim,
200ha As’ 04/04/06; 23/09 30 Ativa e passiva
Tapacurá da Mata 9114661W Atlântica Subperenifólia quinzena 2008
e 28/09/06

07o53’S Mata 10 e 11 de 2 dias /


10-Matinha Abreu e Lima - As’ Área urbana 10 Ativa Santos, 2005
34o54’’W 19m Atlântica 2004 semanal

11-Brejo dos 08°18’S Brejo de Floresta M.S. Ferreira, Com.


Caruaru 359ha BShs’ - - - -
Cavalos 36°00’W Altitude Subcaducifólia Pess.

8º14’S
12-Fazenda Brejo da Brejo de Floresta 5 dias / E.M.S. Santos,
36º57’W 110ha BShs’ 06/ 2001 5 Ativa
Buriti Madre Deus Altitude Subcaducifólia semenal Com. Pess.
1.050m
Ferreira, et al.,
Caatinga Ativa-passiva
1 dia / 2008; G.J.B. Moura
13-Pesqueira Pesqueira 08°16’S 36°37’W - BShs’ Caatinga Hiperxerófila e 01/08-atual 22 (21 baldes de
semanal e J.D.C. Ferreira,
Hipoxerófila 60L)
Com. Pess.
14-Parque 0692456S 06 e 10/07 e
Caatinga
Nacional do Buíque 62.000 ha BShs’ Caatinga 3 5 dias Ativa-passiva Munis et al., 2008
9056360W Hiperxerófila 03/08
Catimbau

15-Fazenda 0577668S Caatinga 2 dias


Serra Talhada 20ha BShw’ Caatinga 08/07 e 04/08 48 Ativa-passiva Miranda et al., 2008
Saco 9120468W Hiperxerófila semanais

Caatinga 14 a
16-Agrestina Agrestina 08°37’S 35°57’W - BShs’ Caatinga - - - Vanzolini, 1974
Hiperxerófila 18/05/1973

Caatinga 21/02 a
17--Reserva Hiperxerófila 26/02/2005
Parnamirim 08°9’S 39°33’W 1735ha BShw’ Caatinga 10 10 dias Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Legal Brígida (Caatinga 24/05 a
arbórea) 30/05/2005
Caatinga 21/02 a
18-Reserva Hiperxerófila 26/02/05 e
Orocó 08°28’S 39°41’W 6.886ha BShw’ Caatinga (Caatinga 10 10 dias Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Legal Caraíbas 24/05 a
arbórea
30/05/05
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

arbustiva)
CLIMA DURAÇÃO
ÁREA E
CIDADE/ COORDE- (Ab’ FITOFISIO N° DE
LOCAIS /ALTI BIOMA PERÍODO PERIODICI COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO NADAS Saber, NOMIA VISITAS DADE /
TUDE 1967) VISITA
Caatinga
Hiperxerófila 24 a
19-Ilha de
Cabrobó 08º44’S 39º42’W 3.517ha BShw’ Caatinga (Caatinga 10 10 dias Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Assunção 30/01/2005
arbórea-
arbustiva)
Caatinga 27/02 a
20-Icó- Hiperxerófila 05/03/05 e
Petrolândia 08º52’S 38º18’W 1.540ha BShw’ Caatinga 10 10 dias Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Mandantes (Caatinga 31/05 a
arbórea) 06/06/05
27/02 a
21-Apolônio Caatinga 05/03/05 e
Petrolândia 08º56’S 38º28’W 758ha BShw’ Caatinga 4 10 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Sales Hiperxerófila 31/05 a
06/06/05

Caatinga
22-Saco do Santa Maria 0421615/9032884 Hiperxerófila 22/01 a
- BShw’ Caatinga 8 dias - Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Maris da Boa Vista UTM (Caatinga 29/01/05
arbórea)

Caatinga
Hiperxerófila 23 a 28/07/04 e
08º50’S 40º10’W
23-Barra Bonita Lagoa Grande 1.000ha BShs’ Caatinga (Caatinga 30/08 a 10 - Ativa e passiva Amorim et al., 2007
arbórea- 05/09/04
arbustiva)

24-RPPN Caatinga
28/03 a
Cantidiano Hiperxerófila
8º28’S 02/04/03 e 5 dias / Borges-Nojosa e
Valgueiro Floresta 285ha BShs’ Caatinga (Caatinga 10 Ativa e passiva
38º28’W 03/09 a mensais Santos, 2005
Carvalho arbórea- 08/10/03
Barros arbustiva)
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)

25-RPPN Caatinga
23/03 a
Reserva 8º18’S Hiperxerófila 5 dias / Borges-Nojosa e
27/34/03 e
Ecológica Betânia 1.480ha BShs’ Caatinga (Caatinga 10 Ativa e passiva
38º11’W 28/09 a mensais Santos, 2005
Mauricio arbórea-
02/10/03
Dantas arbustiva)
239
DURAÇÃO
240
ÁREA CLIMA
CIDADE/ COORDE- FITOFISIO N° DE E
(Ab’
LOCAIS /ALTI BIOMA PERÍODO PERIODICI COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO NADAS Saber, NOMIA VISITAS DADE /
TUDE 1967) VISITA

Caatinga
7º25’S Hiperxerófila Vitt e Lacher, 1981;
1.251
26- Exu Exu 40º10’W BShs’ Caatinga e Hipoxerófila 1977-1978 - - Ativa Vitt e Goldberg,
km2 e Floresta 1983; Vitt, 1995
523m
Subperenifólia

7º52’S 900.000 Miranda, 1983;


Caatinga
27- Ouricuri Ouricuri 40º04’W 2
BShs’ Caatinga 1983 - - Ativa
km Hiperxerófila Rodrigues, 2003
451m

7º51’S
28-Cidade de Carpina (Zona da Ambiente floretal urbano Zenilde M. B. de
35º15’W 153 km2 As’ 1998 Encontro casual Ativa
Mata) antropizado Morais, Com. Pess.
184m

03°45’S a 03°56’S Mausfeld et al.,


29-Parque Nacional Fernando e Ilha 2002; Sazima et
11270 ha - - - - -
de Noronha (Ilha) 32°20’W a oceânica al., 2005; Sazima e
32°20’W Haemig, 2006

30-Leste de Pernambuco Amaral, 1933; Amaral, 1937; Cunha, 1961; Etheridge, 1968; Etheridge, 1969; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974; Vanzolini, 1976; Jackson, 1978; Vanzolini et
(sem informação das al., 1980; Vitt, 1985; Vanzolini, 1986; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1987; Rodrigues et al., 1989; Gallagher Jr. e Dixon, 1992; Freire, 1998; Freire, 1999;
localidades) Rodrigues, 2000b.
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
6.
5.
4.
3.
2.
TÁXON

21;40

6;31;35;37
1- ANGUIDAE
LOCALIDADES

1977)3;12;26;30; 35
2 - GEKKONIDAE
Ophiodes striatus

Lygodactylus klugei
(Spix, 1824) 1;8;10;40

Acratosaura mentalis
19356;8; 9;10;12;16;19;31;35
Diploglossus lessonae
1. Peracca, 18908;10;12;16;

Hemidactylus mabouia

8)8;9;10;11;12;15;16;19;20;23;2

(Smith, Martin & Swain,


Briba brasiliana Amaral,

(Moreau de Jonnès, 181

3 - GYMNOPHTALMIDAE

(Amaral, 1933)6;7;8;12;13;35

ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ


RESERVA ECOL. DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOL. CHARLES DARWIN
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS
USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
FLORESTA ATLÂNTICA

ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
BREJO DOS CAVALOS
TUDE

FAZENDA BURITI
DE ALTI-
BREJOS

PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
CAATINGA

SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU
OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA

3
1
6

13
19
12
ESPÉCIE

II

V
III

VI
IV
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
Tabela III - Espécies de lagartos com registro para o estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia, ecologia e taxonomia (Apêndice B).
241 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
13.

4 - HOPLOCERCIDAE

12. (Boulenger, 1902)3;8;

TÁXON

LOCALIDADES
10.
11. Rodrigues & Santos,

9.

8.
Fitzinger, 18437;13;21
Hoploceros spinosus

9;12;21;24

Vanzosaura rubricauda
20082;3;5;7

Scriptosaura catimbau
Boulenger, 18871;8;9;10
Stenolepis ridley
8;9;10;12;13;15;16;21;30;35
& Luetken, 186)
maximiliani (Reinhardt
Micrablepharus
20058;9;10
Pellegrino & Sites Junior,
Rodrigues, Freire,
Dryadosaura nordestina
ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ

FLORESTA ATLÂNTICA
REFÚGIO ECOL. CHARLES DARWIN
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS
USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
BREJO DOS CAVALOS

DE ALTI-
BREJOS
TUDE
FAZENDA BURITI

PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO

CAATINGA
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU

OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA


1

ESPÉCIE
XIII

VIII
XII

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
XI

IX
X

Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 242
TÁXON

LOCALIDADES
7 - PHYLLODACTYLIDAE

6 - LEIOSAURIDAE
19. periosus Rodrigues,

14. 1758)8;9;10;11;12;13;
18. geckoides Spix,

17.

16. Loveridge, 19413;8;9;10;11;

15. (Wied, 1821)8;9;10;11;12;


19866;8;9;10;12;16;20;25;33;35

Phyllopezus
18259;12;22;31;35

Gymnodactylus
(Gray, 1845)18;8; 23;26;31;35
Gymnodactylus darwinii
12;16;18;22;30;35

Bogertia lutzae

13;15;16;21;26;30;35;37

Enyalius catenatus

15;16;21;26;27;34;36;37;38;39

Iguana iguana (Linnaeus,


ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ

FLORESTA ATLÂNTICA
REFÚGIO ECOL. CHARLES DARWIN
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS
USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA

BREJOS
DE ALTI-
BREJO DOS CAVALOS

TUDE
FAZENDA BURITI

PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
CAATINGA
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU

OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA


10

21
11

ESPÉCIE
XVIII

XVII
XIX

XVI

XIV
XV

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

243 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
26.

TÁXON

LOCALIDADES
25.

9 - SCINCIDAE

24. (Linnaeus, 1758)8;10;

23. Spix, 1825

22.

21. D’Orbigny, 18378;9;10;11;13;

20. (Spix, 1825)1;8;9;10;15;


1825)13;21;30;35;40
Mabuya bistriata (Spix,
Rodrigues, 200012; 40
Mabuya agmosticha

11;26;30;35

Polychrus marmoratus
16;26;30;35

Polychrus acutirostris
18028;9;11;19;26;30;35
Anolis punctatus Daudin,
15;16;19;26;30;35

Anolis fuscoauratus
23;31;33;35

Phyllopezus pollicaris
8;10;11;12;15; ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ

FLORESTA ATLÂNTICA
REFÚGIO ECOL. CHARLES DARWIN
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS
USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA

BREJOS
DE ALTI-
BREJO DOS CAVALOS

TUDE
FAZENDA BURITI

PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO

CAATINGA
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU

OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO
15

17

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


1

7
XXVI

XXIV
XXV

XXIII

XXII

XXI

XX

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 244
31.

11 - TEIIDAE

30.

10 - SPHAERODA-
32. (Spix, 1825)8;9;10; 11;12;13;1

29.

28. Hoge, 19478;9;11;12;13;16;

TÁXON

LOCALIDADES
CTYLIDAE
5;16;17;19;21;22;30;32;36

Cnemidophorus ocellifer
15;16;21;29;30;32;36
1758)8;9;10;11;12;13;
(Linnaeus,
Ameiva ameiva

3;26;31;35;37
1888)8; 9;10;11;12;15;16;19;20;2
meridionalis (Boulenger,
Coleodactylus

(Schmidt, 1945)3
Trachylepis atlantica

23;26;30;32;33;35;40

Mabuya macrorhyncha
ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ

FLORESTA ATLÂNTICA
REFÚGIO ECOL. CHARLES DARWIN
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS
USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA

BREJOS
DE ALTI-
BREJO DOS CAVALOS

TUDE
FAZENDA BURITI

PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES CAATINGA

APOLÔNIO SALES
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU

OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO
20

19

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


8

4
XXVIII
XXIX
XXX
XXXII

XXXI

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

245 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
37.
35.
TÁXON

;25;30;33;35

POR BIOMA
18;26;28;30;35
Tropidurius
LOCALIDADES

POR LOCALIDADE
Tropidurius hispidus

semitaeniatus (Spix,
12 - TROPIDURIDAE

Strobilurus torquatus
8;10;12;15;16;19;21;30;32;36;

TOTAL DE ESPÉCIES
Tupinambis merianae

16;17;19;20;21;26;30;33;35;37

TOTAL DE ESPÉCIES
38. Wiegmann, 18341;8;10;
36. (Spix, 1825)8;9;10;11;12; 13;

1825) 8;9; 10;11;12;16;18;19;21


34. (Duméril & Bibron, 1839)

Rodrigues, 19877; 12;15


Tropidurius cocorobensis

ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ


RESERVA ECOL. DE GURJAÚ
21 17 7

REFÚGIO ECOL. CHARLE DARWIN


8

PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS


5

MATA DO CIMNC
24

ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS


USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
FLORESTA ATLÂNTICA

ENGENHO TAPACURÁ
9 15 12 15 4

MATINHA
2

9
BREJO DOS CAVALOS
8
TUDE

FAZENDA BURITI
DE ALTI-
BREJOS

PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICO MANDANTES

25
APOLÔNIO SALES
CAATINGA

SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU

6 18 15 15 15 16 15 16 17 1 16 13 12 13 11
OURICURI

1
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO

3 22
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA

6
24
24

18
ESPÉCIE
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

XXXV

XXXVII
XXXVI
XXXIV

XXXVIII
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 246
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 247

*I- Vanzolini et al., 1980; Vitt, 1985; Borges-Nojosa, 1991; Vitt, 1995; Freire, 2001; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;
Silva e Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. II-Amaral, 1937; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;
Freitas e Silva, 2005.III- Vanzolini, 1974; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1996; Rocha, 2002; Borges-Nojosa, 2003;
Borjes-Nojosa e Caramaschi, 2005; Freitas e Silva, 2005.IV- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Cunha, 1981; Vanzolini,
1986; Morais e Morais, 1987; Vitt, 1990; Borges, 1991; Nascimento, et al., 1991; Rosa, 1994; Vitt,1995; Freire, 1996;
Rodrigues, 1996; Vitt e Zani, 1996; Vitt et al., 1999; Freire, 2001; Teixeira, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa,
2003; Lira Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Silva e Araújo, 2008. V-Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva 2007. VI-
Amaral, 1932; Amaral, 1937; Rodrigues, 1996; Dellfim, 2005; Freitas e Silva, 2005; Munis et al., 2008. VII-Rodrigues,
2000a; Dellfim, 2005; Freitas e Silva, 2005. VIII- Rodrigues 1990; Freire, 1996; Lira Filho, 2003; Rodrigues et al., 2005;
Lira-Filho et al., 2008. IX-Amaral, 1937; Cunha, 1961; Borges, 1991; Vitt, 1991; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;
Dellfim, 2005; Freitas e Silva, 2005.X-Amaral, 1937; Vanzolini, 1974;Rodrigues, 1987; Borges, 1991; Freire, 2001;
Borges-Nojosa, 2003. XI-Rodrigues e Santos, 2008. XII-Vanzolini, 1974; Freitas e Silva, 2007. XIII-Ávila-Pires, 1995;
Morais e Almeida, 2009; Zenilde M. B. Morais, Com. Pess. XIV- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini,
1974; Vanzolini et al., 1980; Morais e Morais, 1987; Borges, 1991; Nascimento, et al., 1991; Werner, 1991; Rosa, 1994;
Silva Junior e Sites Junior, 1995; Vitt e De Carvalho, 1995; Rodrigues, 1996; Araújo e Colli, 1998; Vitt et al., 1998;
Esquivel, 1999; Colli et al., 2002; Freitas e Pavie, 2002; Rodrigues, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-
Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005. XV - Amaral, 1937; Etheridge, 1969; Vanzolini, 1974; Jackson, 1978; Borges-Nojosa,
1991; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Rodrigues,
et al., 2006; Lira-Filho et al., 2008. XVI- Vanzolini, 1972; Rodrigues, 1987; Freire, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Freitas
e Silva, 2005. XVII- Vanzolini, 1974; Vanzolini et al., 1980; Vanzolini, 1986; Araujo, 1985; Rodrigues, 1990; Araujo,
1991; Freire, 1996; Freire, 1998; Teixeira e Giovanelli, 1999; Freire, 2001; Teixeira, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Lira-
Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Silva e Araújo, 2008. XVIII- Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XIX- Munis
et al., 2008. XX- Amaral, 1937; Vanzolini, 1974; Vitt, 1990; Borges, 1991; da Silva et al., 1995; Vitt e De Carvalho,
1995; Rodirgues, 1996; Freitas e Pavie; 2002; Rocha, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Freitas e Silva, 2005; Maggi, 2005.
XXI- Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974; Vanzolini, 1976; Willians, 1976; Borges, 1991; Vitt e De Carvalho,
1995; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Vitt et al., 2003. XXII- Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974; Willians, 1976;
Vanzolini, 1986; Morais e Morais, 1987; Freire, 1996; Freitas e Pavie, 2002; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005;
Lira-Filho et al., 2008. XXIII- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1974; Morais e Morais, 1987; Vitt, 1990; Borges-
Nojosa, 1991; Rosa, 1994; Vitt, 1995; Rodrigues, 1996; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;
Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Lira-Filho et al., 2008. XXIV- Amaral, 1937; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974;
Vanzolini et al., 1980; Vanzolini, 1986; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1990; Borges-Nojosa, 1991; Nascimento et
al., 1991; Silva Junior e Sites Junior, 1995; Araujo e Colli, 1998; Rodrigues, 2000a; Colli et al., 2002; Freitas e Pavie,
2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Lira-Filho, 2008. XXV- Rodrigues,
2000a. XXVI- Amaral, 1937; Vitt, 1996; Vitt e Zani, 1996; Vrcibradic e Rocha, 1996; Pinto, 1999; Vitt et al., 1999;
Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXVII- Vanzolini, 1974; Vitt, 1990; Vitt, 1995; Rodirgues,
1996; Dutra e Vrcibradic, 1998; Rocha, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva,
2005. XXVIII- Hoge, 1946; Vanzolini e Rebouças-Spieker, 1976; Vrcibradic e Rocha, 1996; Rodrigues, 2000b; Freire,
2001; Teixeira, 2001; Vrcibradic, et at., 2002; Lira-Filho, 2003; Fretias e Silva, 2005; Lira-Filho et al., 2008. XXIX –
Mausfeld, 2002; Sazima, 2005; Sazima, 2006. XXX- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini et al.,
1980; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1987; Borges-Nojosa, 1991; Freire, 1996; Rodrigues, 1996; Freire, 1999;
Freire, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXXI-
Amaral, 1937; Cunha, 1961; Etheridge, 1969; Vanzolini, 1974; Cunha, 1981; Magnusson, 1985; Morais e Morais, 1987;
Vitt, 1990; Borges, 1991; Colli, 1991; Nascimento, et al., 1991; Vitt, 1991; Rosa, 1994; Vitt e Colli, 1994; Vitt, 1995;
Vitt e De Carvalho, 1995; Freire, 1996; Rodrigues, 1996; Vitt e Zani, 1996; Vitt e Zani, 1998; Sartorius et al., 1999;
Vitt et al., 1999; Freire, 2001; Teixeira, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Lira-Filho, 2003; Mc Nair,
2003; Freitas e Silva, 2005; Silva e Araújo, 2008. XXXII- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974;
Bergallo e Rocha, 1994; Rosa, 1994; Vitt, 1990; Vitt, 1991; Vitt, 1995; Rodrigues, 1996; Freire, 2001; Borges-Nojosa,
2003; Freitas e Pavie, 2002; Chesf, 2005; Colli et al., 2003; Freitas e Silva, 2005; Falcão, 2006. XXXIII- Cunha, 1961;
Vanzolini, 1974; Nascimento, et al., 1991; Gallagher Junior e Dixon, 1992; Vitt, 1991; Vitt, 1996; Vitt e Zani, 1996; Vitt
et al., 1999; Freire, 2001; Teixeira, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva,
2005. XXXIV- Morais e Morais, 1987; Fitzgerald et al., 1991; Fitzgerald, 1992; Fitzgerald, 1994; Rosa, 1994; Vitt, 1995;
Colli, 1998; Freire, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Lira Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Deiques
et al., 2007; Ferreira et al., 2008. XXXV- Rodrigues, 1987; Rodrigues, 2003; Munis et al., 2008. XXXVI- Amaral, 1933;
Amaral, 1934; Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974; Vanzolini, 1976; Cunha, 1981; Morais e
Morais, 1987; Rodrigues, 1987; Vitt, 1990; Borges, 1991; Carvalho, 1995; Vitt, 1995; Freire, 1996; Rodrigues, 1996;
Coli et al., 1997; Vitt e De Vitt e Zani, 1998; Freire, 2001; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;Lira-Filho, 2003; Chesf,
2005; Freitas e Silva, 2005; Falcão, 2006; Lira-Filho et al., 2008. XXXVII- Amaral, 1937; Vanzolini, 1974; Vanzolini,
1976; Vitt, 1983; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1987;Vitt, 1990; Borges, 1991; Vitt,1995; Rodrigues, 1996; Freire,
2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Freitas e Silva, 2005; Rodrigues, 2005; Falcão, 2006.
XXXVIII- Amaral, 1937; Etheridge, 1968; Vanzolini, 1974; Jackson, 1978; Rodrigues et al., 1989; Borges, 1991; Freire,
2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e
Silva, 2005; Lira-Filho et al., 2008.
248 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Anfisbênias do estado Cabo de Santo Agostinho (MOURA, G.J.B. com.


de Pernambuco pess.); e quatro espécies com ocorrência para
quatro lacalidades do domínio morfoclimático
da Caatinga; 1) Município de Pesqueira,
Sobre este grupo, poucos são os trabalhos mesorregião do Agreste Pernambucano (MOURA,
no estado de Pernambuco, pois a maioria das G.J.B.; FERREIRA, J.D.C. com. pess.); 2)
capturas ocorreu casualmente, na condição de Ouricuri (MIRANDA, 1983); 3) Parque Nacional
fauna associada. do Catimbau/Buíque (MUNIZ et al., 2008; MOTT
Atualmente, existe registro de seis espécies et al., 2009); 4) Fazenda Saco/Serra Talhada
para o estado, quatro dessas amostradas em (MIRANDA et al., 2008) e uma espécie endêmica
duas localidades do Domínio Morfoclimático do Parque Nacional Fernando de Noronha
da Mata Atlântica; 1) Estação Ecológica do (OREN, 1984; PREGILL, 1984; CARLETON;
Tapacurá/São Lourenço da Mata (MORAIS; OLSON, 1999) (Tabela IV). Detalhes geográficos
MORAIS, 1987; MOURA, G.J.B.; FREIRE, E.M.X. e ecológicos sobre as localidades de ocorrência,
com. pess.); 2) Reserva Ecológica de Gurjaú/ ver Tabela II ou V (Apêndice C).

Tabela IV - Espécies de anfisbenídeos com registro para o estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia,
ecologia e taxonomia (Apêndice C).

D. M. MATA D. M. DA
ATLÂNTICA CAATINGA

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
FERNANDO DE NORONHA
Nº DE LOCALIDADES COM
RESERVA ECOLÓGICA DE

REGISTRO DA ESPÉCIE
PARQUE NACIONAL DO

PARQUE NACIONAL
FAZENDA SACO
PESQUEIRA

CATIMBAU
OURICURI
GURJAÚ

TÁXON

1 - AMPHISBAENIDAE
1. Amphisbaena alba Linnaeus, 17588;12;15;16;21;28;35;39 3 I
Amphisbaena pretrei Duméril & Bibron,
2. 3 II
18398;10;15;21;28;35;39
3. Amphisbaena ridley Boulenger, 189028;35 1 III
Amphisbaena vermicularis Wagler,
4. 5 IV
18248;12;15;16;21;28;35;39
Amphisbaena supernumeraria Mott, Rodrigues &
5. V
Santos, 20092;3;5;7;12;18;28
Leposternon polystegum (Duméril,
6. 1 VI
1851)8;12;15;16;21;28;35;39
TOTAL DE ESPÉCIES POR LOCALIDADE 4 1 1 1 4 3
1
TOTAL DE ESPÉCIES POR D. MORFOCLIMÁTICO 4 4
*I-Amaral, 1933; Morais e Morais, 1987; Nascimento et al., 1991; Barros-Filho e Valverde, 1996; Freitas e Silva,
2003; Freitas e Silva, 2005; G.J.B. Moura e E.M.X. Freire, com. pess. II-Freitas e Silva, 2003; Freitas e Silva, 2005;
G.J.B. Moura, com. pess. III-Olson, 1981; Oren, 1984; Pregill, 1984; Carleton e Olson, 1999; Freitas e Silva, 2005.
IV-Barros-Filho e Valverde, 1996; Freitas e Silva, 2003; Freitas e Silva, 2005; G.J.B. Moura, com. pess. V-Mott et al.,
2009. VI-Freitas e Silva, 2003; G.J.B. Moura e J.D.C.Ferreira, com. pessoal.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 249

Serpentes do estado de Pernambuco spp.; 2. Bom Conselho (S:09°10’/W:36°41’) = 1


sp.; 3. Carnaubeira (S:08°18’/W:38°45’) = 10 spp.;
As serpentes destacam-se pelo expressivo 4. Cruz de Malta-Santa Cruz (S:08°15’/W:40°20’)
número de publicações referentes principalmente = 1 sp.; 5. Exu (S:07°31’/W:39°43’) = 18 spp.; 6.
a aspectos epidemiológicos e toxicológicos, fato Floresta (S:08°23’/W:38°50’) = 1 sp.; 7. Jutaí-
justificado pela importância médica que o grupo Lagoa Grande (S:08°38’/W:40°14’) = 1 sp.; 8.
apresenta. Porém, no que se refere à ecologia e Petrolina (S:09°24’/W:40°30’) = 1 sp.; 9. Brejo
à história natural, os trabalhos sobre as espécies dos Cavalos-Caruaru (S:08°21’/W:36°02’) = 3
do estado de Pernambuco são restritos quanto spp.; 10. Serra Talhada (S:07°59’/W:38°10’) = 1
à cobertura da área geográfica (VITT, 1980; VITT; sp. Dos locais informados por Rodrigues (2003) e
LACHER, 1981; VITT; VANGILDER, 1983; VITT, Rodrigues (2004), a metade apresenta o registro
1995; PERRELLI, 2007; PERRELLI et al., 2007). de apenas uma única espécie, evidenciando a
Das 42 localidades (Apêndice D) com registro falta de prioridade para a amostragem do grupo,
de ocorrência, 12 encontram-se na Floresta que foi registrado casualmente, ou na condição da
Atlântica, duas em Brejo de Altitude, 28 na Caatinga, fauna associada, por meio de metodologias não
além de alguns trabalhos que registram a ocorrêcia específicas para o grupo.
de diversas espécies para o leste de Pernambuco, Convergindo os esforços em conjunto
porém sem informar as localidades (Tabela V). para a amostragem das serpentes do estado de
Rodrigues (2003) e Rodrigues (2004) citam a Pernambuco, reúne-se um total de 63 espécies,
riqueza de espécies registradas para dez cidades distribuídas em seis famílias, das quais 48 ocorrem
localizadas no domínio morfoclimático da Caatinga na Floresta Atlântica, três em Brejo de Altitude,
de Pernambuco, porém não citam as respectivas 35 na Caatinga e 16 na Região Metropolitana do
espécies: 1. Agrestina (S:08°37’/W:35°57’) = 6 Recife (Tabela VI).
TABELA V: Localidades do estado de Pernambuco com registro de amostragem de serpentes, seguidas por informações da metodologia de amostragem, 250
geográficas e referências [Legenda: “-“ informações não disponíveis nas referências das respectivas localidades] (Apêndice D).

ÁREA/ CLIMA N° DURAÇÃO E


CIDADE/ COOR- (Ab’ FITOFISIO PERIODICI-
LOCAIS ALTI- BIOMA PERÍODO DE COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO DENADAS Saber, NOMIA DADE /
TUDE 1967) VISITAS VISITA

1dia / Morais e Morais,


1983-1984 24 ativa
quinzenal 1987
1-Estação
São Lourenço Mata Floresta Perrelli, 2007; Perrelli
Ecológica do 08°07’S 34°60’W 776ha As’ Ativa e passiva
da Mata Atlântica Subperenifólia Em curso / et al., 2007; G.J.B.
Tapacurá 04/07-atual 108 (112 baldes-28 de
semanal Moura e E.M.X.Freire,
60L e 84-30L)
Com. Pess.
2-Reserva
Cabo de Santo 1.077 Mata Floresta Guarnieri e Lira-Filho,
Ecológica de 08°21’S 34°56’W As’ 08/02-05/03 10 4 dias / mensal Ativa e passiva
Agostinho ha Atlântica Subperenifólia 2003
Gurjaú

3-Refúgio
Mata Floresta
Ecológico Igarassu 07°49’S 34°56’W 60ha As’ 05/93-10/93 6 7 dias / mensal Ativa Cunha, 1994
Atlântica Subperenifólia
Charles Darwin
4-Parque
Mata Floresta Passiva (20 G.J. B. Moura, Com.
Estadual Dois Recife 07°60’S 34°50’W 200ha As’ 05/08-atual 12 1 dia / semanal
Atlântica Subperenifólia baldes-60L) Pess.
Irmãos
Araçoiaba,
5-Mata do 6.280 Mata Floresta Passiva (20 G.J. B. Moura, Com.
Paudalho e 07°50’S 35°06’W As’ 06/08-atual 6 1 dia / semanal
CIMNC ha Atlântica Subperenifólia baldes-60L) Pess.
Tracunhaém
6-Estação
Mata Floresta 2 dias / Passiva (8 baldes- Ferreira-Júnior e
Ecológica de Paulista 07°55’S 34°55’W 157ha As’ 2007-atual 36
Atlântica Subperenifólia semana 20L) Santos, 2008
Caetés
7-Reserva
Mata Floresta Perrelli, 2007; Perrelli
Ecológica de Moreno 08°07’S 35°05’W 30ha As’ 10/05-09/07 - 1 dia / quinzenal Ativa-passiva
Atlântica Subperenifólia et al., 2007
Carnijó
8-Reserva
Mata Floresta Cordeiro e Hoge,
Ecológica de Tamandaré - - As’ Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP
Atlântica Subperenifólia 1973
Saltinho
25/03 e Cerca de 30
9-Engenho São Lourenço 0268525S Mata Floresta 04/04/06; Santos e Amorim,
200ha As’ 30 dias / Ativa e passiva
Tapacurá da Mata 9114661W Atlântica Subperenifólia 23/09 e 2008
28/09/06 quinzena
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
ÁREA/ CLIMA N°DURAÇÃO E
CIDADE/ COOR- (Ab’ FITOFISIO PERIODICI-
LOCAIS ALTI- BIOMA PERÍODO DE COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO DENADAS Saber, NOMIA DADE /
TUDE 1967) VISITAS VISITA
Mata
07o53’S Atlântica/ 10 e 11 de 2 dias /
10-Matinha Abreu e Lima - As’ Área urbana 10 Ativa Santos, 2005
34o54’W 19m área 2004 semanal
urbana
11-RPPN Frei Mata Floresta 08/2007- Santos e Santos,
Jaqueira 08°43’S 35°50’W 630ha As’ 8 3 dias / mensal Ativa
Caneca Atlântica Subperenifólia 04/2008 2008
12-Usina São Mata Floresta
Igarassu 07°50’S 35°00’W 323ha As’ 01/07-12/07 12 3 dias / mensal Ativa e passiva Amorim et al., 2008
José Atlântica Subperenifólia
13-Brejo dos 08°18’S Brejo de Floresta
Caruaru 359ha BShs’ - - - - Mariz, 2004
Cavalos 36°00’W Altitude Subcaducifólia
08º14’S
Brejo da 110,21 Brejo de Brejo de 5 dias / E.M.S. Santos, Com.
14-Fazenda Buriti 36º57’W BShs’ 06/ 2001 5 Ativa
Madre Deus ha Altitude Altitude semenal Pess.
1.050m
0577668S Caatinga 08/07 e 2 dias
15-Serra Talhada Serra Talhada - BShw’ Caatinga 2 Ativa-passiva Miranda et al., 2008
9120468W Hiperxerófila 04/08 semanais
Ferreira, et al., 2008;
08°16’S Caatingas 1 dia / Ativa-passiva (21 G.J. B. Moura e
16-Pesqueira Pesqueira - BShs’ Caatinga Hiperxerófila e 01/08-atual 22
36°37’W semanal baldes de 60L) J.D.C. Ferreira, Com.
Hipoxerófila
Pess.
17-Vale do 0692456S Caatinga 06 e 10/07 e Muniz et al., 2008;
Buíque - BShs’ Caatinga 3 5 dias Ativa-passiva
Catimbau 9056360W Hiperxerófila 03/08 Cordeiro e Hoge, 1973

Caatinga Cordeiro e Hoge,


18-Limoeiro Limoeiro - - BShs’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP
Hipoxerófila 1973
Caatinga Cordeiro e Hoge,
19-Floresta Floresta - - BShw’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP
Hiperxerófila 1973
Caatinga Cordeiro e Hoge,
20-Carnaubeira Carnaubeira - - BShw’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP
Hiperxerófila 1973
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)

Caatinga Cordeiro e Hoge,


21-Cabrobó Cabrobó - - BShw Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP
Hiperxerófila 1973
Caatinga Cordeiro e Hoge,
22-Agrestina Agrestina - - As’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP
Hipoxerófila 1973
251
ÁREA/ CLIMA N°DURAÇÃO E 252
CIDADE/ COOR- (Ab’ FITOFISIO PERIODICI-
LOCAIS ALTI- BIOMA PERÍODO DE COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO DENADAS Saber, NOMIA DADE /
TUDE 1967) VISITAS VISITA

Caatinga
23-Gravatá Gravatá - - As’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hipoxerófila
Caatinga
24-Vicência Vicência - - As’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hipoxerófila
Caatinga
25-Triunfo Triunfo - - BShw’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga
26-Sertânia Sertânia - - BShw’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga
27-Petrolina Petrolina - - BShw Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga
28-Arcoverde Arcoverde - - BShs’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga
29-Garanhuns Garanhuns - - As’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hipoxerófila
Caatinga
30-Toritama Toritama - - BShs’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hipoxerófila
Caatinga
31-Rio Doce Rio Doce - - As’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
7º25’S Caatinga Vitt, 1930; Cordeiro e
1.121 Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP
32-Exu Exu 40º10’W BShw’ Caatinga Hiperxerófila e Hoge, 1973; Vanzolini
Km2 (Cordeiro e Hoge; 1973) e USP (Vanzolini et al., 1980)
523m Hipoxerófila et al., 1980
Caatinga
33-Itapetim Itapetim - - BShw’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE,BUTANTAN,USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga 21/02 a
34-Reserva Legal 1.735 Hiperxerófila 26/02/2005 5 dias /
Parnamirim 08°9’S 39°33’W BShw’ Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Brígida ha (Caatinga 24/05 a semestrais
arbórea) 30/05/2005
Caatinga 21/02 a
35-Reserva Legal Hiperxerófila
08°28’S 39°41’W 6.886 26/02/2005 5 dias /
Orocó BShw’ Caatinga (Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Caraíbas ha 24/05 a semestrais
arbórea
30/05/2005
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

arbustiva)
ÁREA/ CLIMA N° DURAÇÃO E
CIDADE/ COOR- (Ab’ FITOFISIO PERIODICI-
LOCAIS ALTI- BIOMA PERÍODO DE COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO DENADAS Saber, NOMIA DADE /
TUDE 1967) VISITAS VISITA
Caatinga
36-Ilha de Hiperxerófila 5 dias /
3.517 24 a
Cabrobó 08º44’S 39º42’W BShw’ Caatinga (Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Assunção ha 30/01/2005 semestrais
arbórea
arbustiva)
Caatinga 27/02 a
08º52’S 38º18’W Hiperxerófila 05/03/2005 5 dias /
37-Ico Mandantes Petrolândia 1540 ha BShw’ Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
(Caatinga 31/05 a semestrais
arbórea) 06/06/2005

27/02 a
38-Apolônio Caatinga 05/03/2005 5 dias /
Petrolândia 08º56’S 38º28’W 758ha BShw’ Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Sales Hiperxerófila 31/05 a semestrais
06/06/2005

Caatinga
Hiperxerófila 23 a
(Caatinga 28/07/2004 5 dias /
39-Barra Bonita Lagoa Grande 08º50’S 40º10’W 1000 ha BShs’ Caatinga arbórea 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
arbustiva 30/08 a semestrais
e mata de 05/09/2004
galeria)

40-RPPN Caatinga
08º28’S Hiperxerófila 5 dias / Borges-Nojosa e
Cantidiano
Floresta 285 ha BShs’ Caatinga (Caatinga - 2 Ativa e passiva
Valgueiro 38º28’W semestrais Santos, 2005
arbórea
Carvalho Barros arbustiva)

Caatinga
41-RPPN
08º18’S Hiperxerófila 5 dias / Borges-Nojosa e
Reserva
Betânia 1480 ha BShs’ Caatinga (Caatinga - 2 Ativa e passiva
Ecológica 38º11’W semestrais Santos, 2005
arbórea
Mauricio Dantas
arbustiva)
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)

7º52’S Caatinga
900000 Miranda, 1983;
42- Ouricuri Ouricuri 40º04’W BShs’ Caatinga 1983 - Mensal Ativa
Km2 Hiperxerófila Rodrigues, 2003
451m
43 - Região Metropolitana do Cordeiro e Hoge,
- - As’ Análise de animais de coleção, UFPE,BUTANTAN,USP
Recife 1973
253
Tabela VI: Espécies de serpentes com registro para o estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia, ecologia e taxonomia (Apêndice D).
2 - COLUBRIDAE

1- BOIDAE

TÁXON
4

1
13;15;21;35;39;42
Gomes, 19158;12;
Apostolepis cearensis

8;11;12;13;15;16;21;35;40
(Linnaeus, 1758)
Epicrates cenchria

12;15;16;26;30;35;40
(Linnaeus, 1758) 8;
Corallus hortulanus

3;15;16;21;26;31;35;40
Linnaeus, 17588;9;10;12;1
Boa constrictor

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


17

23
5

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
IV

III

II

Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 254
TÁXON
10

5
16;21;26;30;35;39
1758)8;11;12;13;15;
natus (Linnaeus,
Chironius cari-
1;35;39;42
19968;11;12;13;15;16;21;3
Zaher,
Boiruna sertaneja
1896)13;15;16;35;40;42
lata (Boulenger,
Boiruna macu-

13;16;21;35;39
nandes, 19951;6;8;12;
Atractus potschi Fer-
Günther, 18588
Atractus maculatus

Apostolepis sp8

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
Mariz, 2004 (localidade indeterminada)

VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


11
6

2
-
VIII

VII

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
IX

VI
X

255 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
TÁXON
16

15

14

13

12

11
1885)8;11;12;13;16;21; 26;30;39
(Boettger,
19268; 12;16;26;31;35; 39
Dipsa neivai Amaral,

vage, 1884)8;35
Dipsa albifrons (Sau-

21;26;30;39
1837)8;11;15;16;
(Schlegel,
dendrophis
Dendrophidion af.

31;35;42;39
(Wied, 1820)8;11;15;16;21;
Clelia plumbea

1803)8;11
Clelia clelia (Daudin,

!"#$%"&'()*+$,"%-*.&(

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA

CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


2

4
XVI

XIV

XIII
XV

XII

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
XI

Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 256
TÁXON
22

21

20

19

18

17
Helicops sp8

15;27;31;40
1837)8;12;
dinus (Schlegel,
Helicops leopar-

;31;35;39
1758)8;15;27
latus (Linnaeus,
Helicops angu-

Echinantera sp.8

21;26;30;39
(Boie, 1827)8;12;16;
Drymarchon corais

Dipsa sp8

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
ARCOVERDE CAATINGA
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICO MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


1

2
XVIII
XXII

XXI

XIX
XX

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

257 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
TÁXON
27.

26.

25.

24.

23
13;15;21;27;30;35;39
1758)8;11;12;
(Linnaeus,
Liophis cobella

12;15;16;31;35;39
1824)8;9;
densis (Wagler,
Liophis alma-

26;30;35;39
1758)8; 11;12;15;16;21;
tulla (Linnaeus,
Leptophis ahae-

26;31; 35;39;42
1758)8;12;15;21;
lata (Linnaeus,
Leptodeira annu-

1758)8;11;15;26;31; 35;39
choa (Linnaeus,
Imantodes cen-

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA

CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


2

6
XXVII

XXVI

XXIV
XXV

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 258
TÁXON
32.

31.

30.

29.

28
;21;30;35;39
1820)8;12
fossatus (Raddi,
Mastigodryas bi-

1825)8;12; 15;30;35;39
logyrus (Wied,
Liophis poeci-

21;27;30;35;39
19728;12;15;16;
Lima-Verde,
roensis Hoge &
Liophis mosso-
15;16;21;27;35;39
1758)8;12;13;
ris (Linnaeus,
Liophis milia-

1758)8;11;15;26;31; 35;39
choa (Linnaeus,
Imantodes cen-

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CATÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
ARCOVERDE CAATINGA
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


1

1
XXXII

XXXI

XXIX
XXX

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

259 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
TÁXON
36.

35.

34.

33
6;21;31;35;39;42
18548;12;15;1
Bibron & Duméril,
minus Duméril,
Oxyrhopus trige-

5;21;31;35;39;42
18548;12;13;1
Bibron & Duméril,
bifer Duméril,
Oxyrhopus rom-

31;35;39;42
1758)8;21;
(Linnaeus,
Oxyrhopus petola

16;26;30;35;39;42
gler, 1824)8;11;12;15;
aeneus (Wa-
Oxybelis

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA

CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


21

1
2
XXXVI

XXXIV
XXXV

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 260
TÁXON
41.

40.

39.

38

37
1854)15;16;17;19;35
& Duméril,
(Duméril, Bibron
16;26;31; 35;39
ring, 1911)8;12;15;
neuwiedi (Ihe-
Sibyno-morphus

Pseudoboa nigra

16;26;30;35;39;42
rard, 1858)12;15;
tagoniensis (Gi-
Philodryas pa-

16;21;30;35;39;42
tein, 1823)8;11;12;15;
olfersii (Lichtens-
Philodryas
30;35;39;42

18708;12;15;16;21;
reri Steindachner,
Philodryas natte-

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICUI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


22
2

XXXVIII
XXXIX
XLI

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
XL

261 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
TÁXON
46.

45.

44.

43.

42
1860)12;15;31;35;40.
hypoconia (Cope,
Thamnodynastes

Ferreira, 20033;12
almae Franco &
Thamnodynastes

21; 30;35;39
1758)8;11;12;15;16;
(Linnaeus,
lanocephala
Tantilla me-

8;11; 12;21;26;30;35;39
(Linnaeus, 1758)
Spilotes pullatus

1803)8;15; 21;26;35;39;42
pressus (Daudin,
Siphlophis com-

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA

CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


2

7
XLIV
XLVI

XLIII
XLV

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 262
3 - ELAPIDAE

TÁXON
52.

51.

50.

49.

48.

47
1854)13; 15;21;35; 39;42
& Duméril,
(Duméril, Bibron
Micrurus frontalis

30;35;39
1824) 8;11;12;15;16;21;
merremii (Wagler,
Waglerophis
31;35;40;42
1787)8;12;15;16;
(Thunberg,
nastes strigilis
Thamnody-
sp8
Thamnodynastes
2005)12
& Silva-Júnior,
(Baailey, Thomas
tes sertanejo
Thamnodynas-
1758)8;12;15;21;31;35; 40
(Linnaeus,
nastes pallidus
Thamnody-

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
Cordeiro e Hoge, 1973 (localidade indeterminada)

SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
ARCOVERDE CAATINGA
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


7

2
-

XLVIII
XLIX

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
LII

LI

263 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
4 -LEPTOTYPHLOPIDAE
56. smianus Vanzolini,

55.

54.

53. (Merrem, 1820)8;

TÁXON
57. ata (Wied, 1825)11;

6 - VIPERIDAE

5 - TYPHLOPIDAE
15;26;31;35;40;42

Bothriopsis biline-

19768;9;12;15;35;39

Typhlops bronger-

sis Laurent, 194913;12


Leptotyphlops brasilien-

(Linnaeus, 1758)8;11;13;42
Micrurus lemniscatus

12;15;16;21;30; 35;39;42

Micrurus ibiboboca

LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA

CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICRI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
20

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


2

2
LVII

LIV
LVI

LIII
LV

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 264
63.

62. Linnaeus, 17588;9;11;

61.

60.

59. gler, 182410;15;20;31;35;42

58. melas Amaral,


LOCALIDADE
TOTAL DE ESPÉCIES POR

TÁXON
BIOMA
TOTAL DE ESPÉCIES POR

naeus, 1766)8;11;21;31; 35;42


Lachesis muta (Lin-

12;13;15;16;21;31;35;40;42

Crotalus durissus
Wagler, 182421;31;35; 40
Bothrops neuwiedi

Ribeiro, 1915)15;42
Bothrops lutzi (Miranda-

Bothrops leucurus Wa-


19238;12;15;16;21;31;35; 40;42
Bothrops erythro-

LOCALIDADES
26 23 9

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ


RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN

FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
4

MATA DO CIMNC
6 10 14 2 13 1

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS


48

RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ


RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
9

USINA SÃO JOSÉ


2

BREJOS DOS CAVALOS

TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
1
3

FAZENDA BURITI
2

SERRA TALHADA
3

PESQUEIRA
5 11 12 2

Mariz, 2004 (localidade indeterminada)

VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
5

CABROBÓ
3

AGRESTINA
3

GRAVATÁ
1

VICÊNCIA
3

TRIUNFO
6

SERTÂNIA
2

PETROLINA
2

ARCOVERDE CAATINGA
8
35

GARANHUNS
3

TORITAMA
2

RIO DOCE
2 16 1

EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
8 11 11 8

RESERVA LEGAL CARAÍBAS


ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
9

BARRA BONITA
9

RPPN C. V. CARVALHO BARROS


8

RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS


9

OURICRI
8 16

REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE


10

14

Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE


1

4
-
LXIII

LVIII
LXII

LXI

LIX
LX

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *

265 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
266 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

*I-Cordeiro e Hoge, 1973; Cunha e Nascimento, 1981; Cunha e Nascimento, 1993; Ferreira et al., 2008; Freitas, 2003;
Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007; Hoge et al., 1976; Morais e Morais, 1987; Perrelli, 2007; Vanzolini et al.,
1980. II-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007; Henderson, 1997; Martins e Oliveira, 1998; Perrelli,
2007. III-Amaral, 1954; Assis et al., 1997; Cordeiro e Hoge, 1973; Cunha e Nascimento, 1993; Freire, 2001; Freitas,
2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007; Hoge et al., 1976; Vanzolini et al., 1980. IV-Cordeiro e Hoge, 1973;
Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. V-Guarnieri e Lira-Filho, 2003. VI-Perrelli, 2007; Perrelli et
al., 2007. VII-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas, 1999. VIII-Freitas, 2003; Mariz, 2004. IX-Cordeiro e Hoge,
1973; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. X- Hoge et al., 1976; Vanzolini
et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1982a; Cunha e Nascimento, 1982b; Cunha e Nascimento, 1993; Dixon et al., 1993;
Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007.XI-Cunha e Nascimento, 1982; Cunha e Nascimento, 1982b; Dixon et al., 1993;
Freitas, 2003. XII- Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003. XIII-Cunha e Nascimento, 1993; Zaher, 1996; Freitas, 2003;
Freitas e Silva, 2005. XIV-Cunha e Nascimento, 1978; Cunha e Nascimento, 1993; Martins e Oliveira, 1998; Freitas,
2003. XV-Argôlo, 2004; Freitas e Silva, 2005. XVI-Amaral, 1977; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XVII-Perrelli, 2007.
XVIII-Cordeiro e Hoge, 1973; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. XIX-Perrelli, 2007; Perrelli et al., 2007. XX-Cordeiro
e Hoge, 1973; Duellman, 1978; Cunha e Nascimento, 1981; Martins e Oliveira, 1998; Freitas, 2003. XXI-Cordeiro
e Hoge, 1973; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. XXII-Perrelli, 2007. XXIII- Cunha e
Nascimento, 1993; Nascimento e Lima Verde, 1989; Albuquerque e d’Agostini, 2000; Freitas, 2003. XXIV-Freitas,
2003. XXV-Cunha e Nascimento, 1993; Hoge et al., 1976; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003;Perrelli, 2007; Perrelli
et al., 2007. XXVI-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XXVII- Cordeiro e Hoge, 1973; Cunha
e Nascimento, 1976; Hoge et al., 1976; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003; XXVIII-Amaral, 1977; Vanzolini et
al., 1980; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003. XXIX-Cunha e Nascimento, 1970; Cunha e Nascimento, 1993;
Freitas, 2003. XXXI- Hoge e Lima-Verde, 1972; Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003;. XXX-
Amaral, 1977; Vanzolini et. al., 1980; Cordeiro e Hoge, 1973; Freitas, 2003. XXXII-Amaral, 1977; Cordeiro e Hoge,
1973; Freitas, 2003. XXXIII- Hoge et al. 1976; Amaral, 1977; Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Cunha e
Nascimento, 1993; Freitas, 2003. XXXIV-Amaral, 1977; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXXV- Cordeiro e Hoge,
1973; Amaral, 1977; Argôlo e Freitas, 2000; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXXVI-Cordeiro e Hoge, 1973; Hoge
et al., 1976; Vanzolini et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1983b; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXXVII-Cordeiro
e Hoge, 1973; Amaral, 1977; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. XXXVIII- Cordeiro e Hoge,
1973; Amaral, 1977; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XXXIX-Freitas,
2003; Mariz, 2004; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007; Z. M. B. de Morais Com. Pess. XL-Freitas, 2003; Freitas
e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XLI-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XLII- Martins e
Oliveira, 1998; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XLIII-Amaral, 1929; Amaral, 1977; Vanzolini et al., 1980; Cunha e
Nascimento, 1993; Yuki et al., 1997; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XLIV-Cordeiro e Hoge,
1973; Vanzolini et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. XLV-Freitas e Silva, 2007.
XLVI -Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XLVII-Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980;
Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XLVIII-Freitas e Silva, 2007. XLIX-Perrelli, 2007; Perrelli et al., 2007. LI-Cordeiro
e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Lira-Silva et al., 1994; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. LII- Cordeiro e Hoge,
1973; Amaral, 1977; Vanzolini et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas
e Silva, 2007. L-Cordeiro e Hoge, 1973; Freitas, 2003. LIII-Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Freitas,
2003; Freitas e Silva, 2005; Perrelli, 2007. LIV-Cunha e Nascimento, 1982; Cunha e Nascimento, 1993. LV-Cordeiro e
Hoge, 1973; Rodrigues e Puerto, 1994; Freitas e Silva, 2007. LVI- Morais e Morais, 1987; Cunha e Nascimento, 1993;
Freire, 2001; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. LVII-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. LVIII-
Vanzolini et al., 1980; Cordeiro e Hoge, 1973; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. LIX-Freitas,
2003; Mariz, 2004. LX-Freitas, 2003; Mariz, 2004. LXI-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. LXII-Cordeiro e Hoge,
1973; Vanzolini et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1982; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007; Ferreira, et al., 2008.
LXIII- Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Borges-Nojosa, 1991; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003;
Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007.

3.5 Jacarés do estado Atualmente, há o registro de duas espécies


amostradas em cinco localidades do Domínio
de Pernambuco Morfoclimático da Mata Atlântica (Apêndice E): 1-
Estação Ecológica do Tapacurá/São Lourenço
Não existem trabalhos específicos em
da Mata (MORAIS; MORAIS, 1987; MOURA, G.
ambiente natural sobre os jacarés no estado de
J. B. e FREIRE, E. M. X. com. pess.); 2-Reserva
Pernambuco. Todos os registros são resultantes Ecológica de Gurjaú/Cabo de Santo Agustinho
de achados casuais. Dois trabalhos discutem (GUARNIERI; LIRA-FILHO, 2003); 3 - Reserva
aspectos reprodutivos e de termorregulação da Ecológica Carnijó (MOURA, G. J. B. com. pess.);
espécie Caiman latirostris em cativeiro, no Parque 4 - Usina São José (SANTOS; AMORIM, 2008); e
Estadual Dois Irmãos (MONTENEGRO; VALENÇA, 5 - Engenho Tapacurá (SANTOS; AMORIM, 2008).
1995; MONTENEGRO et al., 1997). Dessas, apenas uma espécie também foi registrada
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 267

em 12 localidades do domínio morfoclimático das 2007); 9-Reserva Legal Caraíbas (AMORIM et


caatingas (Apêndice E): 1-Pesqueira (MOURA G. al., 2007); 10-Ilha de Assunção (AMORIM et al.,
J. B. e FERREIRA, J. D. C. com. pess.); 2-Floresta 2007); 11-RPPN Reserva Ecológica Maurício
(BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005); 3-Betânia Dantas (BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005); 12-
(BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005); 4-Cabrobó RPPN Cantidiano Valgueiro Carvalho Barros
(AMORIM et al., 2007); 5-Orocó (AMORIM et al., (BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005) (Tabela VII).
2007); 6-Petrolândia (AMORIM et al., 2007); Para detalhes geográficos e ecológicos sobre
7-Santa Maria da Boa Vista (AMORIM et al., as localidades de ocorrência, ver Tabela II ou V
2007); 8-Reserva Legal Brígida (AMORIM et al., (Apêndice E).

Tabela VII - Espécies de jacarés com registro para o estado de Pernambuco, seguidas por notas sobre a distribuição
geográfica, a ecologia e a taxonomia (Apêndice E).

D. M. MATA
D. M. CAATINGA
ATLÂNTICA

LOCALIDADES

RPPN RESERVA ECOLÓGICA MAURICIO DANTAS


ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ

RESERVA ECOLÓGICA CARNIJÓ

RPPN C. V. CARVALHO BARROS

REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
SANTA MARIA DA BOA VISTA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA

Nº DE LOCALIDADES COM
REGISTRO DA ESPÉCIE
ENGENHO TAPACURÁ

ILHA DE ASSUNÇÃO
USINA SÃO JOSÉ

PETROLÂNDIA
PESQUEIRA
FLORESTA

CABROBÓ
BETÂNIA

OROCÓ

TÁXON

1 - ALLIGATORIDAE
Caiman latirostris (Daudin,
1. 15 I
1802)8;12;14;15;16;19;20;35;38
Paleosuchus palpebrosus
2. 3 II
(Cuvier, 1807)8;15;35
TOTAL DE ESPÉCIES POR
2 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
LOCALIDADE
TOTAL DE ESPÉCIES POR
2 1
DOMÍNIO MORFOCLIMÁTICO

*I - Dixon e Soini, 1977; Gorzula, 1978; Diefenbach, 1979; Ferguson e Joanen, 1982; Schaller e Crawshaw, 1982;
Medem, 1983; Groombridge, 1987; Morais e Morais, 1987; Webb et al., 1987. Verdade e Kassouf-Perina, 1993;
Verdade, 1997; Verdade, 1998; Melo, 2002; Guarnieri e Lira-Filho, 2003; II- Medem, 1953; Medem, 1967; Medem,
1983; Rebelo e Louzada, 1984; Magnusson et al., 1987; Scott et al., 1990; Thorbjarnarson, 1992; Moura G.J.B. e
Freire, E.M.X. Com. Pess.
268 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

3.6 Répteis em exposição e em sete serpentes (quatro espécies nativas e três


cativeiro no estado de Pernambuco exóticas) e duas espécies de jacarés nativas.
No Zoológico Melo Verçosa, localizado no
O estado de Pernambuco possui três lo- município de Vitória do Santo Antão, Zona da
cais legalmente autorizados para exposição Mata do estado, encontram-se sete espécies
permanente de animais em cativeiro (Tabela VIII) de répteis em exposição: um quelônio, dois
que colocam em destaque o grupo dos répteis, lagartos, duas serpentes e dois jacarés, todos
devido ao interesse dos visitantes. No Parque nativos. No Parque Zoobotânico do Comando
Estadual Dois Irmãos, localizado na cidade do Militar do Nordeste, localizado no 72º Batalhão
Recife, encontram-se 850 animais/120 espécies de Infantaria Motorizado da Cidade de Petrolina,
em exposição, das quais 21 pertencem ao grupo encontram-se três espécies de répteis em
dos répteis: sete quelônios (quatro espécies exposição: um quelônio, um lagarto e um jacaré,
nativas e três exóticas), dois lagartos nativos, todos nativos (Tabela VIII).

Tabela VIII - Espécies de répteis com registro de exposição em cativeiros legalmente autorizados no estado de
Pernambuco.
PARQUE
ZOOLÓGICO PARQUE
ESTADUAL
MELO ZOO-
TÁXON DOIS
VERÇOSA BOTÂNICO
IRMÃOS
(VITÓRIA) (PETROLINA)
(RECIFE)
CHELONIA
1-Chelidae
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)
Mesoclemmys tuberculata (Luederwaldt 1926)
2-Emydidae
Trachemys scripta Schoepff, 1792*
3-Kinosternidae
Kinosternon scorpioides Linnaeus, 1758
4-Podocnemididae
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)*
Podocnemis unifilis Troschel, 1848*
5-Testudinidae
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)
SQUAMATA
6-Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758)
7-Teiidae
Tupinambis merianae (Linnaeus, 1758)
8-Colubridae
Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758)
9-Boidae
Boa constrictor Linnaeus, 1758
Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758)
Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758)
Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) *
Python morullus Linnaeus 1758 *
Python reticullatus Schneider, 1801*
CROCODYLIA
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 269

PARQUE
ZOOLÓGICO PARQUE
ESTADUAL
MELO ZOO-
TÁXON DOIS
VERÇOSA BOTÂNICO
IRMÃOS
(VITÓRIA) (PETROLINA)
(RECIFE)
10-Alligatoridae
Caiman latirostris (Daudin, 1802)
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807)
TOTAL 21 7 3
*Espécie exótica.

4 - Considerações finais ampliação e o aprofundamento de estudos em


áreas estratégicas da Região Nordeste. Para isso, é
Embora os resultados analisados reflitam necessário o desenvolvimento de projetos que visem
uma rica diversidade de espécies, ficam evidentes as conhecer com mais acurácia as espécies de répteis e
lacunas geográficas quanto às áreas com ausência seus aspectos ecológicos, com vistas à identificação
e/ou deficiência de amostragem, demonstrando a de padrões e processos que subsidiem estratégias
necessidade de esforços exaustivos que visem de manejo e conservação, à implementação de
conhecer a real diversidade de répteis do estado políticas de conservação eficientes e ao mapeamento
de Pernambuco. das áreas prioritárias de ação.
Diante do acelerado processo de destruição
dos ambientes naturais, torna-se premente a Agradecimentos

A todos os pesquisadores que, de forma pontual ou contínua, contribuíram e contribuem para o


avanço do conhecimento sobre a fauna de répteis do estado de Pernambuco. Ao Ibama, pelo incentivo
e apoio financeiro desta obra. À Professora Icléia Miriam Barbosa de Moura, pela leitura e correção
gramatical do texto, e ao veterinário Dênisson da Silva e Souza, pelas informações cedidas referentes aos
animais em exposição/cativeiro.
270 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

APÊNDICE A

Microrregiões/municípios com registro de ocorrência de quelônios no estado de Pernambuco, evidenciando o número


de espécies para cada localidade.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 271

APÊNDICE B

Microrregiões/municípios com registro de ocorrência de lagartos no estado de Pernambuco, evidenciando o número


de espécies para cada localidade.
272 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

APÊNDICE C

Microrregiões/municípios com registro de ocorrência de anfisbênias no estado de Pernambuco, evidenciando o número


de espécies para cada localidade.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 273

APÊNDICE D

Microrregiões/municípios com registro de ocorrência de serpentes no estado de Pernambuco, evidenciando o número


de espécies para cada localidade.
274 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

APÊNDICE E

Microrregiões/municípios com registro de ocorrência de jacarés no estado de Pernambuco, evidenciando o número de


espécies para cada localidade.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 275

Referências

ACUÑA-MESÉN, R.A. Variación morfometrica y características ecológicas del habitat de la tortuga candado
Kinosternon scorpioides en Costa Rica (Chelonia, Kinosternidae). Revista Brasileira de Biologia, v. 54,
n. 3, p. 537- 547, 1994.

ACHÁVAL, F.; MARÍN, Y. H.; BAREA, L. C. Captura incidental de tortugas com palangre pelagico oceanico
en el Atlântico sudoccidental. In: ARENA, G.; REY M. (Ed.). Captura de grandes peces pelagicos (pez
espada y atunes) en el Atlantico Sudoccidental, y su interacción con otras problaciones. Montevideo,
Uruguay: Instituto Nacional de Pesca, Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo, 2000. p. 83-88.

ALBUQUERQUE, N. R.; D’AGOSTINI, F. M. Análise comparativa do crânio de Imantodes cenchroa


(Linnaeus, 1758) e I. lentiferus (Cope, 1894) (Serpentes: Colubridae). Boletim do Museu Paraense
Emílio Goeldi, Série Zoologia, v. 16, n. 2, p. 135-151, 2000.

ALVES, A. G. C.; SOUTO, F. J. B.; LEITE, A. M. Etnoecologia dos Cágados-d’água Phrynops spp.
(Testudinomorpha:Chelidae) entre Pescadores Artesanais no Açude Bodocongó, Campina Grande,
Paraíba, Nordeste do Brasil. Sitientibus Série Ciências Biológicas, v. 2, n. 1/2, p. 62-68, 2002.

AMARAL, A. Revisão do gênero Spilotes Wagler, 1830. Mem. Inst. Butantan, v. 4, p. 3-33, 1929.

AMARAL, A. Collecta Herpetológica no Nordeste do Brasil. Memórias do Instituto Butantan, v. 8, p. 185-


192, 1933.

AMARAL, A. Estudos sobre lacertílios neotropicais. 4 - Lista Remissiva dos Lacertílios do Brasil. Memórias
do Instituto Butantan, v. 11, p. 167-204, 1937.

AMARAL, A. Contribuição ao conhecimento dos ofídios neotrópicos. Memórias do Instituto Butantan,


São Paulo, v. 26, p. 227-247, 1954.

AMARAL, A. !"#!$%!&'()'*"+&,-.'/0)$)1"+2+'0)-)",(+. São Paulo: Ed. Melhoramentos; Edusp, 1977.


247 p.

AMORIM, F. O.; ROBERTO, I. J.; SANTOS, E. M. Herpetofauna de cinco localidades da Caatinga de


Pernambuco, Nordeste do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., Belém, PA.
2007. Belém PA, UFPA.

ARAUJO, A. F. B. Partilha de recursos em uma guilda de lagartos de restinga (Sauria). 1985. 113 p.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biologia. Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP), 1985.

ARAUJO, A. F. B. Structure of a white sand-dune lizard community of coastal Brazil. Revista Brasileira de
Biologia, v. 51, n. 4, p. 857-865, 1991.

ARAUJO, A. F. B.; COLLI, G. R. Biodiversidade do Cerrado - Herpetofauna. In: CAVALCANTI, R. B. (Ed.).


Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Cerrado e do Pantanal. Brasília: Funatura,
Conservation International do Brasil, Fundação Biodiversitas e Universidade de Brasília, 1998.

ASSIM, V. B.; COTTA, G. A.; CARMO, L. S.; SANTOS, E. J. Flora bacteriana de serpentes Epicrates
cenchria (Ophidia, Boidae). Bios, Cadernos do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas,
v. 5, n. 5, p. 53-60, 1997.

!"#$%& '()& *+ ,#-./#"0''%& 1()& "22"+'3%& $()& '45. ##%& 6(& 1(& $789& :;9<78=& >?;& @AB7?C& D9@>E7AF& 7?&
juvenile loggerhead sea turtles (Caretta caretta). Marine Biology, v. 143, p. 211-220, 2003.

AVENS, L.; LOHMANN, K. J. Navigation and seasonal migratory orientation in juvenile sea turtles. Journal
of Experimental Biology, v. 13, p. 1.771-1.778, 2004.

ÁVILA-PIRES, T. C. S. Lizards of Brazilian Amazonia (Reptilia: Squamata). Zool. Verh., Leiden, v. 299, p.
1-1.706, 1995.
276 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

BALAZAS, G. H. Growth rates of immature green turtles in Hawaiian Archipelago. In: BJORNDAL, K. A.
(Ed.). Biology and conservation of sea turtles. Washington, DC: Smithsonian Institution Press, 1982. p.
117-125.

BALAZANS, G. H.; DUDLEY, W. C.; HALLACHE L. E.; CONEY, J. P.; KOGA, S. K. Ecology and cultural
G7C?7:/>?/9& AH& G9>& 8IF8<9G& >8& 2I?><II& 5>J>77(& 0?K& *14+#L '%& 6(& ()& *4'M"#%& (& *()& 145#$4#%& L(& ()&
ELIAZAR, P. J. (Comp.). Proceedings of the Fourteenth Annual Symposium on Sea Turtle Biology and
Conservation. Miami, Florida, USA: NOAA Technical Memorandum NMFS-SEFSC-351, 1994. p. 10-13.

BANE, G. First report of a loggerhead sea turtle from Alaska. Mar. Turtle Newsl., v. 58, p. 1-2, 1992.

BARROS-FILHO, J. D.; VALVERDE, M. C. C. Notas sobre Amphisbaenia (Reptilia, Squamata) da


microrregião de Feira de Santana, estado da Bahia, Brasil. Sitientibus, Feira de Santana, n. 14, p. 57-68,
1996.

BERGALLO, H. G.; ROCHA, C. F. D. Spatial and trophic niche diferentiation in two sympatric lizards
(Tropidurus torquatus and Cnemidophorus ocellifer) with different foraging tactics. Australian Journal of
Ecology, v. 19, p. 72-75, 1994.

BEYNON, P. H.; COOPER, J. E. Manual of exotic pets. Barcelona: British Small Animal Veterinary
Association, 1994. p. 224,

BINCKLEY, C. H.; SPOTILA, J. R.; WILSON, K. S.; PALADIONO, F. V. Sex determination and sex determination
AH&2>/7:/&<9>8@9FD>/N&8IF8<9G%&Dermochelys coriacea. Copeia, v. 1998, n. 2, p. 291-300, 1998.

BLEAKNEY, J. S. Reports of marine turtles from New England and Eastern Canada. Canadian Field-
Naturalist, v. 79, p. 120-128, 1965.

BOLTEN, A. B.; BJORNDAL, K. A.; MARTINS H. R.; DELLINGER, T.; BISCOTIO, M. J.; ENCALADA, S. E.;
BOWEN, B. W. Transatlantic developmental migrations of loggerhead sea turtles demonstrated by mtDNA
sequence analysis. Ecological Applications, v. 8, p. 1-7, 1998.

BORGES-NOJOSA, D. M. Herpetofauna do Maciço de Baturipé, estado do Ceará: composição,


!"#"$%&' '!"()%* +&,- )'.""$ "$+/0!&). 1991. 91 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal
da Paraíba, João Pessoa, 1991.

BORGES-NOJOSA, D. M.; CARAMASCHI, U. Composição e análise comparativa da diversidade e das


>:?7;>;9G&D7AC9ACFO:/>G&;AG&<>C>F8AG&9&>?:GD9?P;9AG&Q$RI>B>8>S&;AG&DF9TAG&?AF;9G87?AG(&0?K&'" '%&0()&
SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M. (Org.). Ecologia e conservação da Caatinga. 1.ed. Recife: UFPE, v. 1,
2003. p. 489-540.

BORJES-NOJOSA, D. M.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna da área de Betânia e Floresta, Pernambuco.


In: ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Org.). Análise das variações da biodiversidade
do Bioma Caatinga. 1.ed. Brasília: MMA, v. 1, 2005. p. 277-291.

BORGES-NOJOSA, D.; SANTOS, E. M. Herpetofauna da área de Betânia e Floresta, Pernambuco. In:


ARAÚJO, F. S. de; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Org.). Análise das variações da biodiversidade
do bioma Caatinga – Suporte a estratégias regionais de conservação. Brasília: MMA, 2005. p. 276-
289. (Série Biodiversidade, 12).

BOULON, R. H.; FRAZER, N. B. Growth of wild juvenile Caribean green turtles, Chelonia mydas. Journal
of Herpetology, v. 24, p. 441-445, 1990.

BRAMBLE, D. M.; HUTCHISON, J. H.; LEGLER, J. M. Kinosternid shell kinesis: structure, funtion and
evolution. Copeia, Lawrence, n. 2, p. 456-475, 1984.

BRITO, F. L. C.; MAIA, F. R. C. L.; FRANÇA, L. M. O.; ALBUQUERQUE, A. R.; SANTOS, R. O. M.;
CAVALCANTI, M. A. M. GUIMARÃES, E. S. Fibropapillomatosis and Multiple Fibromas in a Green Turtle
from the south Coast of Pernambuco State, Brazil. Marine Turtle Newsletter, n. 106, p. 12, 2004.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 277

MAGGI, B. S. Utilização de Recursos, Ecomorfologia e Comportamento em duas Espécies Sintópicas


de Geconídeos (Squamata, Gekkonidae) na Caatinga. 2005. Dissertação (Mestrado) – Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2005.

CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. S.; SILVA, G. L.; MUNIZ, S. L. S. Herpetofauna do campus da Unidade
Acadêmica de Serra Talhada, UAST/UFRPE, Sertão do Pajeú, Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE HERPETOLOGIA, 3., 2007, Belém. Anais... Belém-PA, 2007.

CARLETON, M. D.; OLSON, S. L. Amerigo Vespucci and the rat of Fernando de Noronha: a new
genus and species of Rodentia (Muridae: Sigmodontinae) from a volcanic island of Brazil’s continental
shelf. American Museum Novitates, v. 3256, p. 1-59, 1999.

CARR, A. F. The Ascension Island green turtle colony. Copeia, v. 1975, p. 547-555.

CARR, M. H.; MEYLAN, A. B. The ecology and migrations of sea turtles, 7. The West Caribbean green turtle
colony. Bulletin of the American Museum of Natural History, v. 162, n. 1, p. 1-46, 1978.

CARR, A. New Perspectives on the Pelagic Stage of Sea Turtle Development. Conservation Biology 1:103-
121, 1987.

CASTAÑO-MORA, O. V.; LUGO, R. M. Estudio comparativo del comportamiento de los especies de


morrocoy, Geochelone denticulata y Geochelone carbonaria y algunos aspectos de su morfología
externa. 1979. Tese (Doutorado) – Universidad Nacional de Colombia, Bogotá, D. E, 1979.

CAVALCANTI, M. A. M; SANTOS, R. O. M.; GUIMARÃES, E. S; PEREIRA, C. F. Pontos de reprodução de


tartaruga marinha no litoral Pernambucano. Anais... XII CIC-UFRPE. 2002.

CÉSAR, B. C. A. Avaliação da Temporada de Desovas das tartarugas-de-pente (Eretmochelys


imbricata). Evidências de poluição luminosa e Perda de Habitat em Ipojuca, PE(&UVVW(&.A?ACF>:>&
(Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.

CHAN, E. H.; LIEW, H. C. Incubation temperatures and sex ratios in Malaysian leatherback turtles
Dermochelys coriacea. Biological Conservation, v. 74, p. 169-174, 1995.

COGGER, H. G. Reptiles and Anphibians of Australia. Chastwood, New South Wales: Reed Books,
1996.

COLLI, G. R. Reproductive ecology of Ameiva ameiva (Sauria, Teiidae) in the Cerrado of Central Brasil.
Copeia, v. 1991, n. 4, p. 1.002-1.012.

COLLI, G. R.; JUNIOR, P. A. K. ; ZATZ, M. G. Foraging mode and reproductive seasonality in tropical
lizards. Journal of Herpetology, v. 31, n. 4, p. 490-499, 1997.

COLLI, G. R.; BASTOS, R. P.; ARAÚJO, A. F. B. The character and dynamics of the Cerrado herpetofauna.
In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (Ed.). The Cerrados of Brazil: Ecology and Natural History of a
Neotropical Savanna. New York, NY: Columbia University Press, 2002. p. 223-241.

COLLI, G. R.; ACCACIO, G. M.; ANTONINI, Y.; CONSTANTINO, R.; FRANCESCHINELLI, E. V.; LAPS, R. R.;
SCARIOT, A.; VIEIRA, M. V.; WIEDERHECKER, H. C. A fragmentação dos ecossistemas e a biodiversidade
brasileira: uma síntese. In: RAMBALDI, D. M.; OLIVEIRA, D. A. S. (Ed.). Fragmentação de ecossistemas:
causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Brasília: MMA/SBF, 2003.
p. 317-324.

COLLI, G. R.; CALDWELL, J. P.; COSTA, G. C.; GAINSBURY, A. M.; GARDA, A. A.; MESQUITA, D. O.;
FILHO, C. M. R.; SOARES, A. H. B.; SLVA, V. N.; VALDUJO, P. H.; VIEIRA, G. H. C.; VITT, L. J.; WERNECK,
F. P.; WIEDERHECKER, H. C.; ZATZ, M. G. A new species of Cnemidophorus (Squamata, Teiidae) from the
Cerrado biome in Central Brazil. Occasional Papers Sam Noble Oklahoma Museum of Natural History,
v. 14, p. 1-14, 2003.

CORDEIRO, C. L.; HOGE, A. R. Contribuição ao conhecimento das serpentes do Estado de Pernambuco.


Memórias do Instituto Butantan, v. 37, p. 261-290, 1973.
278 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

CUNHA, O. R. II - Lacertílios da Amazônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoologia,
n. 39, p. 1-189, 1961.

CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. Liophis miliaris (Linneu, 1758) na Amazônia
norte oriental (Território Federal do Amapá). (Ophidia: Colubridae). Boletim do Museu Paraense Emílio
Goeldi, Série Zoologia, n. 79, p. 1-6, 1970.

CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. IX - O Gênero Liophis Wagler, 1830, na região
leste do Pará (Ophidia, Colubridae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série. Zoologia, n. 85,
p. 1-32, 1976.

CUNHA, O. R. Lacertílios da Amazônia. VII - Lagartos da região norte do território federal de Roraima,
Brasil (Lacertilia: Gekkonidae, Iguanidae, Scincidae e Teiidae). Boletim do Museu Paraense Emílio
Goeldi, Série. Zoologia, n. 107, p. 1-25, 1981.

CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. IX - Observações sobre a viviparidade em ofídios


do Pará e do Maranhão (Ophidia: Aniliidae, Boidae, Colubridae e Viperidae). Boletim do Museu Paraense
Emílio Goeldi, Série Zoologia, n. 109, p. 1-23, 1981.

CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. O Gênero Chironius Fitzinger, na Amazônia


oriental. (Ophidia: Colubridae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, n. 119, p. 1-17, 1982.

CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. As espécies de Micrurus, Bothrops, Lachesis e Crotalus do sul do


Pará e do oeste do Maranhão, incluindo áreas de Cerrado deste estado. (Ophidia: Elapidae e Viperidae).
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, n. 112, p. 1-58, 1982a.

CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. O Gênero Chironius Fitzinger, na Amazônia


oriental. (Ophidia: Colubridae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoologia, n. 119, p.
1-17, 1982b.

CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. As espécies de Oxyrhopus Wagler, com uma
subespécie nova, e Pseudoboa Schneider, na Amazônia oriental e no Maranhão (Ophidia: Colubridae).
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoologia, n. 122, p. 1-42, 1983b.

CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. As cobras da região leste do Pará. Boletim do
Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoologia, v. 9, n. 1, 202 p., 1993.

CUNHA, M. C. A. L. 1(2 (3/+%"'*&'40*%"5&6(&'*"'7 58$%"'9!"#:$%!"';<&+# )'=&+>%('?'1$&+&))6'?'@9.


XYYZ(&[\&](&.A?ACF>:>&Q^F>;I>_`A&9B&a7b?/7>G&*7A<cC7/>GS&d&,?7E9FG7;>;9&e9;9F><&+IF><&;9&29F?>BDI/A%&
PE, 1994.

DE CASTILHOS, J. C.; TIWARI, M. Preliminary Data and Observations from an Increasing Olive Ridley
Population in Sergipe, Brazil. Marine Turtle Newsletter, n. 113, p. 6-7, 2006.

DIAS, E. J. R.; LIRA-DA-SILVA, R. Utilização dos recursos alimentares por quatro espécies de lagartos
(Phyllopezus pollicaris, Tropidurus hispidus, Mabuya macrorhyncha e Vanzosaura rubricauda) da Caatinga
(Usina Hidrelétrica de Xingó). Brazilian Journal of Ecology, v. 2, p. 97-101, 1998.

DIEFENBACH, C. O. Ampularid gastropods: Staple food of Caiman latirostris. Copeia, p. 162-163, 1979.

DIXON, J. R.; SOINI, P. The reptiles of upper Amazon basin, Iquitos region, Peru. Contributions in Biology
and Geology, v. 12, p. 1-91, 1977.

DIXON, J. R.; WIEST-JR, J. A.; CEI, J. M. Revision of the Neotropical snake genus Chironius Fitzinger
(Serpentes, Colubridae). Museo Regionale di Scienze Naturali, Torino, p. 1-279, 1993.

DODD, C. Synopsis of the biological data on the loggerhead sea turtle Caretta caretta (Linnaeus 1758).
U.S. Fish and Wildlife Service Biol. Report, v. 8, n. 14, p. 1-110, 1988.

DUTTON, P. H.; BOWEN, B. W.; BARRAGAN, A.; DAVIS, S. K. Global phylogeography of leatherback turtle
(Dermochelys coriacea). Journal of Zoology, v. 248, p. 397-409, 1999.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 279

DUELLMAN, W. E. The ecology of an equatorial herpetofauna in amazonian Ecuador. University of


Kansas Museum of Natural History, v. 65, p. 352, 1978.

"a6"+M%&$(& ()&$ +M0%&.(&L7G8>?8&:G@9F79G&7B]<7/>89;&7?&8@9&<AGG&AH&8@9&JAF<;fG&<>FC9G8&<9>8@9FD>/N&?9G87?C&


population. Marine Turtle Newsletter, n. 78, p. 2-7, 1997.

ECKERT, S. A. Perspectives on the use of satellite telemetry and other electronic technologies for the study
AH&B>F7?9&8IF8<9G%&J78@&F9H9F9?/9&8A&8@9&:FG8&=9>F-<A?C&8F>/N7?C&AH&<9>8@9FD>/N&G9>&8IF8<9G(&0?K&"22"+'3%&$(&
P.; BRAUN, J. (Ed.). Proceedings of the Seventeenth 21 Annual Sea Turtle Symposium. NOAA Technical
Memorandum NMFS-SEFC-415, Miami, 1998. p. 294.

ERNST, C. H.; BARBOUR, R. W. Turtles of the World. Washington: Smithsonian Institution Press, 1989.

ERNST, C. H.; BARBOUR, R. W.; LOVICH, J. Turtles of the United States and Canada. Washington and
London: Smithsonian Institution Press, 1994.

ESQUIVEL, F. Aspectos biológicos del manejo de la iguana en el Proyecto comunitário de la


Cooperativa Omar Baca en al Peninsula de Cosigüina. 1.ed. San José: UICN, 1999. 100 p.

ETHERIDGE, R. A review of the iguanid lizard genera Uracetron and Strobilurus. Bulletin of the British
Museum of Natural History, v. 17, n. 2, p. 47-64, 1968.

ETHERIDGE, R. A review of the iguanid lizard genus Enyalius. Bulletin of the British Museum of Natural
History, v. 18, n. 8, p. 233-260, 1969.

e a5g#-M"+h#%& ()&!4^M%&+(&a()&^4."i%&.(&e(&$(&eAA;&@>D78G&AH&>?&>GG9BD<>C9&AH&:E9&G]9/79G&AH&8IF8<9G&
in the Rio Guaporé, Rondônia, Brazil. Journal of Herpetology, v. 29, p. 536-547, 1995.

DELFIM, F. R. =%)3+%A6%,B"'C "$+/0!&'*")'D&$&+3")'*&'E&FG#%&'CHF("I<3<&#F%*& 'JKL6&F&3&M'(&)'


Caatingas dos Estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte, Brasil. 2005. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2005.

FALCÃO, A. C. G. P. Uso do habitat e período de atividade de Trapidurus e Cnemidophorus na


Caatinga em São João do Cariri, Paraíba(&UVV\(&[Z&](&.A?ACF>:>&Q^F>;I>_`AS&d&,?7E9FG7;>;9&e9;9F><&
da Paraíba, 2006.

FERGUNSON, M. W.; JOANEN, T. Temperature of egg incubation determines sex in Alligator mississipensis.
Nature, v. 296, p. 850-853, 1982.

FERRAREZZI, H.; FREIRE, E. M. X. New species of Bothrops Wagler, 1824 from the Atlantic Forest of
Northeastern Brazil (Serpentes, Viperidae, Crotalinae). Boletim do Museu Nacional, Nova Série, Zoologia,
n. 440, p. 1-10, 2001.

e"++ +4'0(&$()&^"4+^"$%&1(&3()&^ $2 +%&2()&'"&. a54%&3(&j@9F9&<9>8@9FD>/N&8IF8<9G&B998&:G@9F79G(&


Nature, v. 429, p. 521-522, 2004.

FERREIRA, D. C.; FONSECA-NETO, R.; MOURA, G. J. B. Abundância e Riqueza das Espécies de


Répteis em Área de Caatinga, Pesqueira-Pe (Resultados Preliminares). In: Encontro de Herpetologia e
Mastozoologia em Pernambuco, 1., 2008. Recife: UFRPE, Ibama, SNZ. Anais... 2008.

FERREIRA-JUNIOR, R. J.; SANTOS, E. M. Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco.


In: Encontro de Herpetologia e Mastozoologia em Pernambuco, 1., 2008. Recife: UFRPE, Ibama, SNZ.
Anais... 2008.

e+ i0"+%&1(& ?><7G7G&"G8>;7G87/A&;9&<>&MAF8IC>&^A<:?>%&Lepdochelys olivacea (Escholtz) de Oaxaca, Mexico.


Ciência Pesquera, v. 4, p. 49-75, 1984.

FITZGERALD, L. A.; CHANI, J. M.; DONADÍO, O. E. Tupinambis lizards in Argentina: implementing


management of a tradicionally exploited resource. In: ROBINSON, J.; REDFORD, K. (Ed.). Neotropical
Wildlife: use and Conservation. Chicago: University of Chicago Press, 1991. p. 303-316.
280 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

FITZGERALD, L. A. La historia natural de Tupinambis. Revista UNA, Universidad Nacional de Asunción, v.


3, n. 3 Dic92, p. 71-72, 1992.

FITZGERALD, L. A. Tupinambis lizards and people: a sustenable use approach to conservation and
development. Conservation Biology, v. 8, n. 1, p. 12-15, 1994.

FITZGERALD, L. A.; PORINI, G.; LICHTSCHEIN, V. El manejo de Tupinambis em Argentina: historia, estado
actual y perspectivas futuras. Interciencia, v. 19, n. 4, p. 166-170, 1994.

e+"0+"%& "(& .(& k(& "G8I;A& 9/A<cC7/A& 9& lAAC9ACFO:/A& GADF9& >& H>I?>& ;9& <>C>F8AG& Q$>IF7>S& ;>G& ;I?>G& ;9&
Natal, Rio Grande do Norte, e da Restinga de Pontas de Campinas, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, v. 13, n. 4, p. 903-921, 1996.

e+"0+"%&"(&.(&k(&L7H9F9?/7>_`A&C9ACFO:/>&9B&Gymnodactylus darwinii (Gray, 1845) (Sauria: Gekkonidae).


Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 40, n. 20, p. 311-322, 1998.

FREIRE, E. M. X. Espécie nova de Coleodactylus Parker, 1926, das dunas de Natal, Rio Grande do Norte,
Brasil, com notas sobre suas relações e dicromatismo sexual no gênero (Squamata, Gekkonidae). Boletim
do Museu Nacional, n. 399, p. 1-14, 1999.

FREIRE, E. M. X. ;"FI")%,B"N' O&P"("F%&N' =%2 +)%*&* ' ' ;"()%* +&,- )' Q""$ "$+/0!&)' )"A+ ' &'
Fauna de Largatos e Serpentes de Remanescentes da Mata Atlântica no Estado de Alagoas, Brasil.
2001. 143 p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2001.

FREIRE, E. M. X.; CARAMASCHI, U.; ARGOLO, A. J. S. A new species of Liotyphlops (Serpentes:


Anomalepididae) from the Atlantic Rain Forest of Northeastern Brazil. Zootaxa, v. 1.393, p. 19-26, 2007.

FREITAS, M. A. Serpentes da Bahia e do Brasil. Feira de Santana, Bahia: Ed. Dall, v. 1, 1999. 80 p.

FREITAS, M. A.; PAVIE, I. Guia de Répteis da Região Metropolitana de Salvador e Litoral Norte da
Bahia. Lauro de Freitas Babia, BA: Malha-de-Sapo-Publicações, 2002. 72 p.

FREITAS, M. A. Serpentes brasileiras. Lauro de Freitas Babia, BA: Malha-de-Sapo-Publicações, 2003.


119 p.

FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S. A Herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina. Pelotas, RS: Ed. Useb,
2005.

FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S. A Herpetofauna das Caatingas e áreas de Altitudes do nordeste


brasileiro. Pelotas, RS: Useb, 2007. 388 p.

SILVA JUNIOR, N. J.; SITES JUNIOR, J. W. Patterns of diversity of neotropical squamata reptile species with
emphasis on the brazilian amazon and the conservation potential of indigenous reserves. Conservation
Biology, v. 9, n. 4, p. 873-901, 1995.

GALLAGHER JUNIOR. D. S.; DIXON, J. R. Taxonomic revision of the South American lizard genus Kentropyx
Spix (Sauria: Teiidae). Bolletino del Museo Regionale di Scinze Naturali –Torino, v. 10, n. 1, p. 125-171,
1992.

GODFREY, M. H., BARRETO, R.; MROSOVSKY, N. Metabolically – generated heat of developing eggs and
its potentials effect on sex ratio of sea turtle hatchlings. Journal of Herpetology, v. 31, n. 4, p. 616-619,
1997.

GORZULA, S. J. An ecological study of Caiman crocodilus inhabiting savanna Lagoons in the Venezuelan
Guayana. Oecologia, v. 35, p. 21-34, 1978.

GROOMBRIDGE, B. The IUCN Anphibian-Reptilia red data book part 1. IUCN Switzerland, 1982.

GROOMBRIDGE, B. The distribution and status of world crocodilians. In: WEBB, G. J. W.; MANOLIS, S. C.;
WHITEHEAD, P. J. (Ed.). Wildlife management: crocodiles and alligators. Chipping Norton: Surrey Beatty
and Sons, 1987.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 281

GUARNIERI, M. C.; LIRA-FILHO, C. C. A. Levantamento da Fauna de Répteis da Reserva Ecológica do


Gurjaú. In: Inventário da Biodiversidade da reserva Ecológica de Gurjaú (Relatório Técnico). 2003.
65 p.

GUIMARÃES, F. W. S.; MONTENEGRO, P. F. G. P. Ocorrência de Strobilurus cf. torquatus Wiegmann,


1834 (Tropiduridae) no Parque Dois Irmãos, Recife-PE. In: SIMPÓSIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HERPETOLOGIA, 1., 2001. São Paulo. Anais... 2001.

GUIMARÃES, E. S.; SILVA, A. C.; CAVALCANTI, M. A. M. Registros de tartaruga marinha Eretmochelys


imbricata em praias urbanas de Ipojuca/PE. In: CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA. Recife,
2006. Anais...

GUIMARÃES, E. S.; SILVA, A. C.; COSTA, V. P. Monitoramento de desovas de tartaruga marinha Eretmochelys
imbricata em praias urbanas de Ipojuca/PE. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.
Garanhuns/PE.

GUIX, J. C.; SALVATTI, M.; PERONI, M. A.; LIMA-VERDE, J. S. Aspectos da reprodução de Phrynops
geoffroanus (Schweigger, 1812) em cativeiro (Testudines, Chelidae). Grupo de Estudos Ecológicos,
Série Documentos, n. 1, p. 1-19, 1989.

HAYS, G. C.; METCALFE, J. D.; WALNE, A. W. The implications of lung regulated buoyancy control for dive
depth and duration. Ecology, v. 85, n. 4, p. 1.137-1.145, 2004.

HENDERSON, R. W. A Taxonomic Review of the Corallus hortulanus Complex of Neotropical Tree Boas.
Caribbean Journal of Herpetology, v. 33, n. 3/4, p. 198-221, 1997.

HIRTH, H. F. Synopsis of the biological data on the green turtle Chelonia mydas. Washington, DC: Fish
and Wildlife Service U.S., Dept. of the Interior, 1997.

HOGE, A. R. Um novo lagarto da Ilha da Queimada Grande. Memórias do Instituto Butantan, v. 19, n.
43, p. 241-248, 1946.

HOGE, A. R.; LIMA-VERDE, J. S. Liophis mossoroensis nov. sp. do Brasil (Serpentes: Colubridae). Mem.
Inst. Butantan, n. 36, p. 215-220, 1972.

HOGE, A. R.; ROMANO, S. A. W. D. L.; CORDEIRO, C. L. Contribuição das serpentes do Maranhão, Brasil
(Serpentes: Boidae, Colubridae e Viperidae). Mem. Inst. Butantan, n. 41, p. 37-52, 1976.

HOGE, A. R.; ROMANO, S. A. W. D. L.; CORDEIRO, C. L. Contribuição das serpentes do Maranhão, Brasil
(Serpentes: Boidae, Colubridae e Viperidae). Mem. Inst. Butantan, n. 41, p. 37-52, 1976.

JACKSON, J. F. Differentiation in the genera Enyalius and Strobilurus (Iguanidae): implications for
pleistocene climatic changes in eastern Brazil. Arquivos de Zoologia, v. 30, n. 1, p. 1-79, 1978.

LEMA, T. Apreciação geral sumária sobre os répteis do Estado de Pernambuco e adjacências. Recife,
1969. 9 p.

LIMPUS, C. J.; MILLER, J. D.; BAKER, V.; McLCHLAN, E. The Hawksbill turtle, Eretmochelys imbricata (L.),
in North-Eastern Australia: the Campbell Island Rookery. Australian Wildlife Research, v. 10, p. 185-197,
1983.

LIMPUS, C. A study of the loggerhead sea turtle, Caretta caretta in eastern Australia. Dissertation
(Ph.D.) – University of Queensland, St. Lucia, Australia, 1985.

LIMPUS, C. J. The Hawksbill turtle Eretmochelys imbricate in Queensland: Population structure within a
southern Great Barrier Reef breeding ground. Wildlife Research, v. 19, p. 489-506, 1992.

LIMPUS, C.; CHALOUPCKA, M. Nonparametric regression modelling of green sea turtle growth rates
(southern Great Barrier Reef). Marine Ecology Progress Series, v. 149, p. 23-34, 1997.
282 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

LINS, E. A. M. ; MOURA, G. J. B. Aspectos ecológicos dos testudines em remanescente de Mata Atlântica,


Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1.,
2008. Recife, UFRPE. Anais...

LUEDERWALDT, H. Os chelônios brasileiros com a lista das espécies do Museu Paulista. Revista do
Museu Paulista, v. 14, p. 405-468, 1926.

LIRA-FILHO, C. C. A. Estrutura da Comunidade de Lagartos da Reserva de Gurjaú, Pernambuco,


Brasil. 2003. 79 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.

LIRA-FILHO, C. C. A.; MOURA, G. J. B.; GUARNIERI, M. C.; AZEVEDO JÚNIOR, S. M. Estrutura da


Comunidade de Lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil. In: ENCONTRO DE
HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO. Anais... 2008. Recife: UFRPE, Ibama, SNZ,
2008.

MAGNUSSON, W. E.; DA SILVA, E. V.; LIMA A. P. Diets of Amazonian crocodiles. Journal of Herpetology,
v. 2, p. 85-95, 1987.

MARCOVALDI, M. A.; MARCOVALDI, G. G. Projeto Tamar: área de desova, ocorrência e distribuição


das espécies, época de reprodução, comportamento de postura e técnicas de conservação das
tartarugas marinhas no Brasil. Brasília: MA-IBDF, 1985. 46 p.

. +m,"i%&.(&+(& ;;787A?><&F9/AF;G&AH&8@9&2>/7:/&<ACC9F@9>;&8IF8<9%&Caretta caretta gigas from the North


.9n7/>?&2>/7:/&aA>G8(&Journal of Herpetology, v. 3, p. 108-110, 1969.

MARIZ, I. Serpentes de importância médica de Pernambuco ! "##$ ! %&'&()*+*! ,-)*./*01&! 23!


Ciencias Biológicas - Bacharelado) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004.

MARTINS, M.; OLIVEIRA, M. E. Natural history of snakes in forests of the Manaus Region, Central
Amazonian, Brazil. Herpetological Natural History, Riverside, v. 6, n. 2, p. 78-150, 1998.

MAUSFELD, P.; SCHMITZ, A.; BOHME, W.; MISOF, B.; VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Phylogenetic
!"#$%$&'()!(Mabuya atlantica Schmidt, 1945, endemic to the Atlantic Ocean archipelago of Fernando de
Noronha (Brazil): Necessity of partitioning the genus Mabuya Fitzinger, 1826 (Scincidae: Lygosominae).
Zoologischer Anzeiger, v. 241, p. 281-293, 2002.

McNAIR, D. B. Population estimate, habitat associations and conservation of the St. Croix ground lizard
Ameiva polops at Protestant Clay, United States Virgin Islands. Caribbean Journal of Science, v. 39, n.
1, p. 94-99, 2003.

MEDEM, F. Contribuciones a la Taxonomia y Distribuición del Yacaré Negro Paleosuchus palpebrosus


(Cuvier) em Colômbia. Revista Colombiana de Antropologia, v. 1, n. 1, p. 407-420, 1953.

*+,+*-( ./( 0#!)12&( ')31&( 1&4%$5&'( 6)5)23$ #)'( 789/( :3'&1; 6$)#&'( ')31&( 5 ( <$'%1$3=6$>#( ?&)?1@"6 ( A(
ecologia de la tortuga Phrynops geoffroana ssp. Em Colombia. Novedades Colombianas, v. 1, p. 291-
300, 1960.

MEDEM, F. El Gênero Paleosuchus palpebrosus em Amazônia. Atas do simpósio sobre a biota amazônica
(Limnologia), p. 141-162, 1967.

MEDEM, F.; CASTAÑO, O. V.; LUGO-RUGELES, M. Contribución al conocimiento sobre la reproducción


y el crecimiento de los “Morrocoyes”: Geochelone carbonaria y G. denticulata; Testudines. Testidinidae.
Caldasia, v. 12, n. 59, p. 497-511, 1979.

MEDEM, F. Los Crocodylia de Sur América. Bogotá: Ed. Carrera, v. 2, 1983. 270 p.

MELO, M. T. Q. Dieta do Caiman latirostris no sul do Brasil. In: VERDADE, L. V.; LARRIERA, A. Conservação
e manejo de jacarés e crocodilos da América Latina. Piracicaba: C. N. Editora, v. 2, 2002. p. 119-125.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 283

MENDONÇA, S. Distribuição espacial e biometria de duas espécies de Tropiduridae em remanescente


de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil !"##$ !%&!' !()*)+,-.-!/0,-12-34)5!6!7-8291-1:!7,-;;<*:==<!1)!
Recife, Recife, 2007.

MENDONÇA, S.; DIAS JUNIOR, L. F.; CAVALCANTE, J. D.; MOURA, G. J. B.; VALENCA, R. B.;
FERNANDES, M. L. B. Diversidade e Distribuição Espacial da família Tropiduridae em Remanescente
de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., 2007. Anais… Recife:
Universidade de Pernambuco, 2007.

MEYLAN, A.; BJORNDAL, K. (Ed.). Biology and Conservation of Sea Turtles. Washington, DC:
Smithsonian Institution Press, 1982. p. 91-100.

MEYLAN, A. S. B.; MOSIER, A. Sea turtle nesting activity in the state of Florida, 1979-1992. Fla. Mar. Res.
Publ., n. 52, 1995.

MEYLAN, A. B.; SCHROEDER, B.; MOSIER, A. Sea turtle nesting activity in the state of Florida, 1979-1992.
Fla. Mar. Res. Publ., v. 52, p. 1-51, 1995.

*+BCDE-( D/( F/G( ,:EE+CCB-( */( H% %='( I='%$"6 %$)#( !)1( %J&( 5$'%$#?( )!( %J&( J KL'3$55( %=1%5&( 7Eretmochelys
imbricata) as critically endangered on the 1996 IUCN red list of threatened animals. Chelonian
Conservation and Biology, v. 3, p. 200-224, 1999.

MILLER, J. D.; DOBBS, K. A.; LIMPUS, C. J.; MATTOCKS, N.; LANDRY, A. M.; Long distance migrations by
hawksbill turtle, Eretmochelys imbricate, from north-eastern Autralia. Wildlife Research, v. 25, p. 89-95,
1998.

MIRANDA, J. R. Introduction à l’etude de l’ Herpétofaune de la région d’Ouricuri-PE (Nordeste du


Bresil). Diplome d’etudes approfandeies d’ecologie. Universite des Sciences et Techniques du Languedoc.
Academie de Montpellier, França, 1983. 53 p.

MIRANDA, A. F. J.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Répteis
da Fazenda Saco, Serra Talhada/PE, indicadores de conservação. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife.

MIRANDA, A. F. J.; SILVA, G. L.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; ALMEIDA, G. V. L.; SANTOS, E. M. Répteis
da Fazenda Saco, Serra Talhada/PE, indicadores de conservação. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. Anais... UFRPE, Recife, 2008.

MOLINA, F. B. Observações sobre a biologia e o comportamento de Phrynops geoffroanus


(Schweigger, 1812) em cativeiro (Reptilia, Testudines, Chelidae). 1989. Dissertação (Mestrado) –
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1989.

MOLINA, F. B. Mating behavior of captive Geoffroy’s side-necked turtles, Phrynops geoffroanus (Testudines:
Chelidae). Herpetological Natural History, v. 4, p. 155-160, 1996.

MOLINA, F. B.; ROCHA, M. B.; LULA, L. A. B. M. Comportamento alimentar e dieta de Phrynops hilarii
(Duméril & Bibron) em cativeiro (Reptilia, Testudines, Chelidae). Revista Brasileira de Zoologia, v. 15, p.
73-79, 1998.

MONTEIRO, L. P.; DIEFENBACH, C. O. C. Thermal regime of Phrynops hilarii (Reptilia, Chelonia). Boletim
de Fisiologia Animal, São Paulo, v. 11, p. 41-50, 1987.

MONTE-NÁJERA, J.; BRENES, B. M. Notes on Feeding Behavior of a Juvenile Mud Turtle Kinosternon
scorpioides. Herpetological Review, v. 18, n. 1, p. 7-8, 1987.

MONTENEGRO, P. F. G. P. Efeitos de Alguns Agentes Estressores e Docloridrato de Quetamina


!"#$%!%&'(#)!%*+$,#!-'#(.!/#01-!%$%'%2#$3456-.'%7'#(8'-'%$%7!9:!#,'9$6,!%($%;'"4,. <&.#'6/'%
(Geochelone carbonatria, Spix, 1824). 2004. 153 p.Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2004.
284 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENÇA, M. M. Sobre a Reprodução do jacaré-do-papo-amarelo (Caiman


latirostris) no Horto Zoobotânico de Dois Irmãos. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE,
5., 1995. Anais...

MONTENEGRO, P. F. G. P.; VASCONCELOS, E. S. T.; VENTURIERI, B.; SILVA, V. L. Construção Artesanal


e Aplicação de Radiotransmissores no Estudo da Termorregulação em jacaré-do-papo-amarelo (Caiman
latirostris Daudin, 1802) em cativeiro. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 11., 1997, Fortaleza/CE.

MONTENEGRO, P. F. G. P.; CABRAL, A. M. S.; VALENÇA-MONTENEGRO, M. M.; SILVA, V. L. Efeito da


manipulação experimental e do cloridrato de quetamina sobre a frequência cardíaca de jabutis-piranga
(Geochelone carbonaria SPIX, 1824) cativos. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
HERPETOLOGIA, 1., 2004. Anais...

MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENÇA-MONTENEGRO, M. M.; SILVA, V. L.; CABRAL, A. M. S. Arritmia


cardíaca em jabutis-piranga Geochelone carbonaria Spix, 1824. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA, 2., 2005. Belo Horizonte. Anais...

MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENCA-MONTENEGRO, M. M.; SILVA, V. L.; CABRAL, A. M. S. Use of surface


adhesive electrodes for heart rate recording in red-footed tortoises Geochelone carbonaria. In: MEETING
OF THE BRAZILIAN PHYSIOLOGICAL SOCIETY & JOINT MEETING WITH THE PHYSIOLOGICAL SOCIETY,
41., 2006, Ribeirão Preto. Anais…

MORAIS, Z. M. B.; MORAIS, J. B. Lista preliminar de Répteis da Estação Ecológica do Tapacurá,


Pernambuco. In: Anais da Sociedade Nordestina de Zoologia, Teresina (PI) – Trabalhos do V e do VI
Encontro Nordestino de Zoologia do NE. 1987. p. 247-256.

MORAIS, Z. M. B.; MORAIS, J. B. Lista preliminar de répteis da Estação Ecológica do Tapacurá, Pernambuco.
In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 5., 1987. Anais... Teresina, 1987. p. 247-256.

!"#$%&' ()' )' *)+' #, -$.#&' #)' /)' !0' 12324560' 73842960' :6' ;<9=>?' 9?' @4?=' ;4=05<AB6' 9?' ,=0C62'
(1624-1627) com ocorrência para o Estado de Pernambuco. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE
PERNAMBUCO. 2009.

MOTT, T.; RODRIGUES, M. T.; SANTOS, E. M. A new Amphisbaena with chevron-shaped anterior body
annuli from state of Pernambuco: Brazil (Squamata: Amphisbaenidae). Zootaxa (Auckland), v. 2.165, p.
52-58, 2009.

OREN, D. C. Resultados de uma nova expedição zoológica a Fernando de Noronha. Boletim do Museu
Paraense Emilio Goeldi, Zoologia, v. 1, p. 19-44, 1984.

MORREALE, S. J.; STANDORA, E. A.; SPOTILA, J. R.; PALADINO, F. V. Migration corridor for sea turtles.
Nature, v. 384, p. 319-320, 1996.

SWINGLE, M.; RANKIN-BARANSKY, K.; TEAS, W.; WITZELL, W. M.; DUTTON, P. H. Natal homing in
juvenile loggerhead turtles. Molecular Ecology, v. 13, p. 3.797-3.808, 2004.

MUNIZ, S. L. S.; SILVA, G. L.; ALMEIDA, G. V. L.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista de répteis do Vale
do Catimbau – Buíque/PE, com duas novas ocorrências de lagartos para Pernambuco. In: ENCONTRO
DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRPE, Recife. Anais...

MUNIZ, S. L. S.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista de répteis do Vale do
Catimbau – Buíque/PE, com duas novas ocorrências de lagartos para Pernambuco. In: ENCONTRO DE
HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.

MUSICK, J. A.; LIMPUS, C. J. Habitat utilization and migration in juvenile sea turtles. In: LUTZ, P. L.;
MUSICK, J. A. (Ed.). The Biology of Sea Turtles. Boca Raton: CRC Press, 1997. p. 137-163.

!"#$%& '()* +,* -,.* /$%!01&23&)* 4,* ",* (5677895:;* <=* 6>?<:6@* <=* ;AB:=9C=@* D67=@C;:@* =A* =95E;F=@*
de matas úmidas do Ceará (Ophidia: Colubridae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Sérir
Zoologia, v. 5, n. 1, p. 95-100, 1989.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 285

NASCIMENTO, F. P.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; SANTOS, I. N. F. F.; LIMA, A. C. M. Répteis de Marajó e


%=G:;9;)*-;7H)*I7;@:E,*J*0*2=F:@K6*B:BE:6L7HM5;*=*96F6@*7=L:@C76@,*Boletim do Museu Paraense Emílio
Goeldi, Série Zoologia, v. 7, n. 1, p. 25-41, 1991.

NASCIMENTO, N.; SPENCER, P. J.; ANDRADE JUNIOR, H. F.; GUARNIERI, M. C.; ROGERO, J. R. Effects
of gamma radiations on snakes venoms. Radiation Physics and Chemistry, USA, v. 52, p. 665-669, 1998.

PERRELLI, R. B. #0D?>560'->61<3=>60'92'!79=6E28:2'?F'.6=0'"?F2:?0>?:5?0'9?' 252'#51G:5=>2&'


Nordeste do Brasil,*NOOP,*%696L7;M;*QR7;<S;TK6*=A*#:895:;@*I:6EUL:5;@*V*I;5W;7=E;<6X*V*+;5SE<;<=*
Frassinetti do Recife, Recife, 2007.

PERRELLI, R. B.; ALBERTIM, K. M.; SOARES, F. A. M.; MENDONÇA, S.; MOURA, G. J. B.; FERNANDES,
%,*/,*I,*$9F=9CH7:6*<;*(M<:6>;S9;*=A*2=A;9=@5=9C=*<=*%;C;*!CEY9C:5;)* 67<=@C=)*I7;@:E,*$9Z*& #( '2(*
NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., 2007. Anais... Recife: Universidade de Pernambuco, 2007.

PINTO, M. G. M. Ecologia das espécies de lagartos simpátricos Mabuya nigropunctata e M. frenata


(Scincidae), no Cerrado de Brasília e em Serra da Mesa (GO). 1999. 101 p. Dissertação (Mestrado) –
Departamento de Ecologia. Universidade de Brasília, Brasília (DF), 1999.

PLOTKIN, T. R. A.; BYLES, D. C.; ROSTAL, D.; OWENS, D. W. Independent versus socially facilitated
oceanic migrations of the olive ridley, Lepidochelys olivacea. Marine Biology, v. 122, p. 137-143, 1995.

POLOVINA, J. J.; HOWELL, E.; PARKER, D. M.; BALAZS, G. H. Dive-depth distribution of loggerhead
(Caretta caretta) and olive ridley (Lepidochelys olivaceaX*@=;*CS7CE=@*:9*CW=*5=9C7;E* 67CW*-;5:M5Z*A:LWC*<==[*
longline sets catch fewer turtles? Fisheries Bulletin, v. 101, n. 1, p. 189-193, 2003.

POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Herpetology,
3.ed. New Jersey: Ed. Prentice-Hall, 2003.

PREGILL, G. Durophagus feeding adaptations in an amphisbaenid. Journal of Herpetology, v. 18, p.


186-191, 1984.

PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. Edição Única. Londrina: Ed. Efraim
Rodrigues, p. 327, 2001.

PRITCHARD, P. The leatherback or leathery turtle, Dermochelys coriacea. IUCN Monogr, v. 1, 39 p., 1971.

PRITCHARD, P. C. H. International migrations of South American sea turtles (Cheloniidae and


Dermochelyidae). Anim. Behav., v. 21, p. 18-27, 1973.

PRITCHARD, P. C. H.; TREBBAU, P. The Turtles of Venezuela. Contributions to Herpetology, v. 2, p. 1-403,


1982.

REBEL, T. Sea turtles and the turtle industry of the West Indies, Florida and the Gulf of Mexico. Miami:
Univ. Miami Press, 1974.

REBELO, G. H.; LOUZADA, D. Os jacarés de águas emendadas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE


ZOOLOGIA, 9., p. 286-288, 1984.

REVISTA DO TAMAR. Salvador; n. 1; p. 4-22, 1996.

REVISTA DO TAMAR. Salvador; n. 2; p. 4-22, 1998.

ROCHA, C. F. D.; DUTRA, G. F.; VRCIBRADIC, D.; MENEZES, V. A. The terrestrial reptile fauna of the
Abrolhos archipelago: species list and ecological aspects. Brazilian Journal of Biology, v. 62, n. 2, p.
285-291, 2002.

2(32$R\&")*%,*',*":@C=AHC:5;)*=56E6L:;*=*]66L=6L7;M;*<=*Tropidurus do grupo torquatus ao sul do Rio


Amazonas (Sauria, Iguanidae). Arquivos de Zoologia, v. 1, n. 3, p. 105-230, 1987.
286 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

RODRIGUES, M. T.; YONENEGA-YASSUDA, Y.; KASAHARA, S. Notes on the ecology and karyotypic
description of Strobilurus torquatus (Sauria: Iguanidae). Revista Brasileira de Genética, v. 12, n. 4, p.
747-759, 1989.

RODRIGUES, M. T. Os lagartos da Mata Atlântica brasileira: distribuição atual e pretérita e suas implicações
para estudos futuros. Simpósio sobre ecossistemas da costa sudeste brasileira – estrutura, manejo
e função. Publicação ACIESP. São Paulo: Academia de Ciências do Estado de São Paulo, 1990. p. 404-
410.

RODRIGUES, M. T.; PUORTO, G. On the second specimen of Leptotyphlops brasiliensis (Serpentes:


Leptotyphlopidae). Journal of Herpetology, Estados Unidos, v. 28, n. 3, p. 393-394, 1994.

RODRIGUES, M. T. Lizards, snakes and amphisbaenians of the quaternary sand dunes of the Rio São
Francisco: Bahia: Brazil. Journal of Herpetology, Estados Unidos, v. 30, n. 4, p. 513-523, 1996.

RODRIGUES, M. T. A new species of Mabuya (Squamata: Scincidae) from the semiarid Caatingas of
northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, v. 41, n. 21, p. 313-328, 2000.

2(32$R\&")* %,* ',* +;S9;* <=* 7^[C=:@* =* ;9>?B:6@* <;@* 5;;C:9L;@,* !F;E:;TK6* =* :<=9C:M5;TK6* <=* ;T_=@*
prioritárias para a conservação, utilização sustentável e reparação de benefícios da biodiversidade do
bioma Caatinga. Fade/UFPE; CI do Brasil; Fundação_Biodiversitas; Embrapa; MMA; Banco Mundial;
MCT/CNPq e GEF [Eds.]. Seminário realizado no período de 21 a 26 de maio de 2000. Petrolina, 2000a.

RODRIGUES, M. T. New species of Mabuya (Squamata: Scincidae) from the semiarid caatingas of
northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 41, n. 21, p. 313-328, 2000b.

RODRIGUES, M. T. Anfíbios e Répteis. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade


da Caatinga. In: PEREIRA, R. M.; MONTENEGRO, M. M.; FONSECA, M. (Ed.). Universidade Federal de
Pernambuco, Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Nordeste, Conservation International do Brasil,
Fundação Biodiversitas, Embrapa/Semiárido. Brasília (DF). Vol. 36, p. 15-16, 2002.

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.). Biodiversidade,


Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universidade Federal de Pernambuco. Brasil, 2003.
p. 181-236.

RODRIGUES, M. T. Fauna de Anfíbios e Répteis das Caatingas. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.;
FONSECA, M. T.; LINS, L. V. (Ed.). Biodiversidade da Caatinga: Áreas de Ações Prioritárias para a
Conservação. Brasília: MMA, 2004. p. 173-179.

TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.). Biodiversidade, Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Ed.
Universidade Federal de Pernambuco. 2003. p. 181-236.

2(32$R\&")* %,* ',* #69@=7F;TK6* <6@* 7^[C=:@* B7;@:E=:76@Z* 6@* <=@;M6@* [;7;* SA* [;?@* A=L;<:F=7@6,*
Megadiversidade, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 87-94, 2005.

RODRIGUES, M. T.; FREIRE, E. M. X.; PELLEGRINO, K. C. M.; SITES JUNIOR, J. W. Phylogenetic


relationships of a new genus and species of microteiid lizard from the Atlantic forest of north-eastern Brazil
(Squamata, Gymnophtalmidae). Zoological Journal of the Linnean Society, v. 144, p. 543-557, 2005.

RODRIGUES, M. T.; FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S.; BERTOLOTTO, C. E. V. A new species of lizard genus
Enyalius (Squamata, Leiosauridae) from the highlands of Chapada Diamantina, state of Bahia, Brazil, with
a key to species. Phyllomedusa, v. 5, p. 11-24, 2006.

RODRIGUES, M. T.; SANTOS, E. M. S. A new genus and species of eyelid-less and limb reduced
gymnophthalmid lizard from northeastern Brazil (Squamata, Gymnophthalmidae), Zootaxa, v. 1873, p.
50-60, 2008.

ROSA, P. M. -05896'92'@28:2'9?',2>?45=1=60'?'#:70C?:=9=60'96'"?EH3=6'->61<3=>6';I241?0'.24J=:'K'
Igarassu – PE,*J``a,*ba*[,*%696L7;M;*QR7;<S;TK6*=A*#:895:;@*I:6EUL:5;@X*V*\9:F=7@:<;<=*+=<=7;E*2S7;E*
de Pernambuco, Recife, 1994.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 287

SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O.; BORGES-NOJOSA, D.; ROBERTO, I. J. Levantamento da anurofauna


de duas localidades do semiárido – Betânia e Floresta/ Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 2004.

SANTOS, L. C. S. Herpetofauna de área urbana no município de Abreu e Lima/PE,*NOOc,*bc*[,*%696L7;M;*


(Graduação em Ciências Biológicas – bacharelado) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife,
2005.

SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O. O cuidado parental em Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphibia,
Anura, Leptodactylidae). Iheringia, Série Zoológica, Porto Alegre, v. 96, n. 4, p. 461- 497, 2006.

SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O. Herpetofauna de dois fragmentos de Mata Atlântica do Estado de


Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 27., 2008. Curitiba.

SARTORIUS, S. S.; VITT, L. J.; COLLI, G. R. Use of naturally and anthropegenically disturbed habitats in
Amazonian rainforest by the teiid lizard Ameiva ameiva. Biological Conservation, v. 90, p. 91-101, 1999.

SAZIMA, I.; HAEMIG, P. D. Aves, Mamíferos e Répteis de Fernando de Noronha. Ecologia.Info, v. 17.
2005.

"!d$%!)*$,.*"!d$%!)*#,.*"!d$%!)*%,*/:CCE=*<7;L69@*[7=>=7*D6e=7@*C6*A;:<=9@Z*;*E:];7<*CW;C*E;[@*9=5C;7*;9<*
pollinates trees. Biota Neotrópica, v. 5, p. 1-8, 2005.

SCHALLER, G. B.; CRAWSHAW, J. P. G. Fishing behavior of Paraguayan caiman (Caiman crocodilus).


Copeia, v. 1982, p. 66-72, 1982.

"f!g)*#,*&,*+:7@C*7=567<@*6>*CW=*7=<0B76e9*E6LL=7W=;<*CS7CE=*>76A*CW=*=;@C=79*-;5:M5,*Herpetologica, v.
4, p. 55-56, 1947.

SCHMIDT, J. Marking experiments with turtles in the Danish West Indies. Meddelelser fra Kommissionen
for Havundersøgelser, Serie Fiskeri, v. 5, p. 1-26, 1916.

SCOTT, N. J.; AQUINO, A.; FITZGERALD, L. A. Distribution, habitats and conservation of the caiman
(Alligatoridae) of Paraguay. Vida Silvestre Neotropical, v. 2, p. 43-51, 1990.

SILVA, C. S.; FREITAS, M. A. Resgate de fauna no Aproveitamento hidrelétrico (UHE) Itapebi, Rio
Jequitinhonha. Comitê Brasileiro de Barragens. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS,
25., Salvador, t. 94, 2003. p. 202-214.

SILVA, V. N.; ARAÚJO, A. F. B. Ecologia dos Lagartos Brasileiros. Rio de Janeiro: Technical Books
Editora, 2008. p. 271.

SOUTHWOOD, A. L.; ANDREWS, R. D.; LUTCAVAGE, M. E.; PALADINO, F. V.; WEST, N. W.; GEORGE,
!"#!$"%&'()*"+!" !"#,-./".-/,0"-12"234315"6,7-438."89":,-/7,.6-;<"0,-"/=./:,0"31"/7,",-0/,.1">-;3?;"&;,-1!"
Journal of Experimental Biology, v. 202, p. 1.115-1.125, 1999.

SOUZA, F. L.; ABE, A. S. Fauna urbana: o cágado e a poluição dos rios. Ciência Hoje, n. 25, p. 59-61,
1999.

SOUZA, F. L.; ABE, A. S. Feeding ecology, density and biomass of the freshwater turtle, Phrynops
geoffroanus, inhabiting a polluted urban river in southeastern Brazil. Journal of Zoology, v. 252, p. 437-
446, 2000.

SOUZA, F. L.; ABE, A. S.. Population structure and reproductive aspects of the freshwater turtle, Phrynops
geoffroanus, inhabiting an urban river in southeastern Brazil. Studies on Neotropical Fauna and
Environment, v. 36, p. 57-62, 2001.

SOUZA, F. L. Uma revisão sobre padrões de atividade, reprodução e alimentação de cágados brasileiros
(Testudines, Chelidae). Phyllomedusa, v. 3, n. 1, p. 15-27, 2004.
288 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

SPOTILA, J. Sea Turtles: a complete guide to their biology, behavior, and conservation. Baltimore,
Maryland: The Johns Hopkins University Press and Oakwood Arts, 2004.

THE OFFICIAL WORLD WILDLIFE FUND GUIDE TO ENDANGERED SPECIES OF NORTH AMERICA.
Washington, DC: Beacham Publishing, Inc., v. 2, 1990. Disponível em: <http://www.fws.gov/endangered/
wildlife.html>. Acesso em: 20 ago. 2008.

THORBJARNARSON, J. Crocodiles: an action plan for their conservation. Gland: IUCN, 1992.

TEIXEIRA, R. L.; GIOVANELLI, M. Ecologia de Tropidurus torquatus (Sauria: Tropiduridae) da restinga de


Guriri, São Mateus, ES. Revista Brasileira de Biologia, v. 59, n. 1, p. 11-18, 1999.

TEIXEIRA, R. L. Comunidade de lagartos da restinga de Guriri, São Mateus/ES, Sudeste do Brasil.


Atlântica, Rio Grande, v. 23, p. 77-84, 2001.

VANZOLINI, P. E. Miscellaneous notes on the ecology of some brasilian lizards (Sauria). Papéis Avulsos
de Zoologia, São Paulo, v. 26, n. 8, p. 83-115, 1972.

VANZOLINI, P. E. Ecological and geographical distribution of lizards in Pernambuco, northeastern Brasil


(Sauria). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 61-90, 1974.

VANZOLINI, P. E. On the lizards of a cerrado-caatinga contact: evolutionary and zoogeographical


implications (Sauria). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 29, n. 16, p. 111-119, 1976.

VANZOLINI, P. E.; REBOUÇAS-SPIEKER, R. Distribution and differentiation of animals along the coastal
and on continental island of the state of São Paulo, Brasil. Reproductive differences between and within
Mabuya caissara and M. macrorhyncha (Sauria, Scincidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
29, n. 15, p. 95-109, 1976.

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. 1.ed. Rio de Janeiro:
Academia Brasileira de Ciências, 1980. 161 p.

VANZOLINI, P. E. Addenda and corrigenda to the catalogue of neotropical squamata - Part II: Lizards and
Amphisbaenia. Smithsonian Herpetological Information Service, v. 70, p. 25, 1986.

VERDADE L. M.; KASSOUF-PERINA, S. (Ed.). Studbook regional do jacaré-do-papo-amarelo (Caiman


latirostris), 1992/1993. Sorocaba: Sociedade de Zoológicos do Brasil, p. 46, 1993.

VERDADE, L. M. Manejo e conservação do jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) em São Paulo,


Brasil. In: VALLADARES-PÁDUA, C. B., BODMER, R. E.; ECULLEN, L. (Ed.). Manejo de vida silvestre
para a conservação. Mamirauá, AM: Sociedade Civil Mamirauá, 1997. p. 222-232.

VERDADE, L. M. Caiman latirostris. In: ROSS, J. P. (Ed.). Crocodile status survey an conservation action
plan. Gland: IUCN; The world conservation union, 1998. p. 18-20.

VITT, L. J. Ecological observations on sympatric Philodryas (Colubridae) in northeastern Brazil. Papéis


Avulsos Zoologia, São Paulo, v. 34, n.5, p. 87-98, 1930.

VITT, L. J.; LACHER JUNIOR, T. E. Behavior, habitat, diet and reproduction of the iguanid lizard Polychrus
acutirostris in the caatinga of northeastern Brazil. Herpetológica, v. 37, n.1, p. 53-63, 1981.

VITT, J. L.; LACHER JUNIOR, T. E. Behavior, habitat, diet and reproduction of the Iguanid lizard Polychrus
acutirostris in the Caatinga of northeastern Brazil. Copeia, v. 1981.

VITT, L. J. Reproduction and sexual dimorphism in tropical Teiid Lizard Cnemidophorus ocelifer. Copeia,
v. 1983, n. 2, p. 359-366.

VITT, L. J.; VANGILDER, L. D. Ecology of a Snake Community in Northeastern Brazil. Amphibia-Reptilia,


v. 4, p. 273-296, 1983.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 289

VITT, L. J. On the biology of the little known anguid lizard, Diploglossus lessonae in northeast Brazil.
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 36, n. 7, p. 69-76, 1985.

!""#$%&$'&$"()$*+,-)+.)$/0$0/123*+3$4/5)$2+5$6(78/3)+7$/+$9)29/+28*:7$/0$:1/6*.28$8*;215$1)61/5-.:*/+&$
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 36, n. 6, p. 107-123, 1990.

VITT, L. J. An introduction to the ecology of Cerrado lizards. Journal of Herpetology, v. 25, n. 1, p. 79-90,
1991.

VITT, L. V. Stephen R. Goldberg. Reproductive Ecology of two tropical Iguanid lizards Topidurus toquartus
and Platynots semitaeniatus. Copeia, v. 1991, p. 131-141, 1992.

VITT, L. J.; COLLI, G. R. Geographical ecology of a neotropical lizard: Ameiva ameiva (Teiidae) in Brazil.
Canadian Journal of Zoology, v. 72, p. 1986-2008, 1994.

VITT, L. J. The ecology of tropical lizards in the caatinga of northeast Brazil. Occasional Paper of the
Oklahoma Maseum of natural History, n. 1, p. 1-29, 1995.

VITT, L. J.; DE CARVALHO, C. M. Niche partitioning in a tropical wet season: lizards in the Lavrado area of
northern Brazil. Copeia, v. 1995, n. 2, p. 305-329.

VITT, L. J. Biodiversity of amazonian lizards. In: GIBSON, A. C. (Ed.). Neotropical Biodiversity and
Conservation. Los Angeles, California: Occasional Publication of the Mildred E. Mathias Botanical Garden,
v. 1, p. 89-108, 1996.

VITT, L. J.; ZANI, P. A. Organization of a taxonomically diverse lizard assemblage in Amazonian Ecuador.
Canadian Journal of Zoology, v. 74, p. 1.313-1.335, 1996.

VITT, L. J.; ZANI, P. A. Ecological relationships among sympatric lizards in a transitional forest in the
northern Amazon of Brasil. Journal of Tropical Ecology, v. 14, p. 63-86, 1998a.

VITT, L. J.; ZANI, P. A. Prey use among sympatric lizard species in lowland rain forest of Nicaragua.
Journal of Tropical Ecology, v. 14, p. 537-559, 1998b.

VITT, L. J.; ZANI, P. A.; ESPÓSITO, M. C. Historical ecology of amazonian lizards: implications for community
ecology. Oikos, v. 87, p. 286-294, 1999.

VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; ESPÓSITO, M. C.; SARTORIUS, S. S.; ZANI, P. A. Sharing amazonian
rain-forest trees: ecology of Anolis punctatus and Anolis transversalis (Squamata: Polychrotidae). Journal
of Herpetology, v. 37, n. 2, p. 276-285, 2003.

VRCIBRADIC, D; ROCHA, C. F. D. Ecological differences in tropical sympatric skinks (Mabuya macrorhyncha


and Mabuya agilis) in southeastern Brazil. Journal of Herpetology, v. 30, n. 1, p. 60-67, 1996.

VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Use of cacti as heat sources by thermoregulating Mabuya agilis (Raddi)
and Mabuya macrorhyncha Hoge (Lacertilia, Scincidae) in two restinga habitats in southeastern Brazil.
Revista Brasileira de Zoologia, v. 19, n. 1, p. 77-83, 2002.

WEBB, G. J. W.; BEAL, A. M.; MANOLIS, S. C. The effects of incubations temperature on sex determinations
and embryotic development rate in Crocodylus johnstoni an Crocodylus porosus, In: WEBB, G. J. M.;
MANOLIS, S. C.; WHITEHEAD, P. J. (Ed.). Wildlife management: crocodiles and alligators. Chippng
Norton: Surrey Beatty, 1987. p. 807-531.

WERNER, D. I. The rational use of green iguanas. In: ROBINSON, J.; REDFORD, K. (Ed.). Neotropical
Wildlife: use and Conservation. Chicago: University of Chicago Press, 1991. p. 181-201.

WILLIAMS, E. E. South american anoles: the species groups. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
29, n. 26, p. 259-268, 1976.

WITZEL, W. N. The incidental capture of sea turtles in the Atlantic U.S. Fishery Conservation Zone by the
'262+)9)$:-+2$8/+38*+)$,)):#$<=>?@<=?<&$Mar. Fish. Rev., v. 46, p. 56-58, 1984.
290 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

YUKI, R. N.; RUFINO, N; COSTA, R. G. N. As Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) sem loreal, do Pará
e extremo oeste do Maranhão, Brasil (serpentes). Boletim do Museo Paraense Emílio Goeldi, Série
Zoologia, v. 13, n. 1, p. 25-29, 1997.

ZAGO, C. E. S.; VIZOTTO, L. D.; OLIVEIRA, C. de; BONINI-DOMINGOS, C. R. Valores de Normalidade


da Série Vermelha para Phrynops geoffroanus (Testudines: Chelidae) de cativeiro. Disponível em:
<http://www.spzoo.org.br/1105.htm>. Acesso em: 21 set. 2006.

ZAHER, H. A new genus and species of pseudoboine snake, with a revision of genus Clelia (serpentes,
Xenodontinae). Bolletino del Museo Regionale di Scienze Naturali, Torino, v. 14, p. 289-337, 1996.

ZUG, G. H. Herpetology. An introductory Biology of Amphibians and Reptiles. London: Academic


Press, 1993.
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*$'/0+'!"'123*0-453+(6*$-*7estudines
-4*+-4(#-/&-#0-*$-*8(0(* 06%#0'&()*N3+$-/0-*$3*9+(/'6

Eduardo Albuquerque Marques Lins1; Geraldo Jorge Barbosa de Moura2

RESUMO ABSTRACT
A ordem Testudines compreende animais The Testudines order comprehends animals
que se caracterizam por apresentar composição that are characterized by an anatomic composition
anatômica bastante distinta da dos demais répteis, very distinctive from other reptiles, exhibiting a
apresentando uma carapaça que provavelmente é carapace that is probably the key for its success;
a chave para seu sucesso, ocorrendo em quase Testudines occurs on all kinds of environments.
todos os tipos de ambientes. Este trabalho teve This paper has the objective to register the
como objetivo registrar a abundância, a riqueza abundance, richness, and temporal distribution
e a distribuição temporal da comunidade de of the Testudines at Tapacura Ecological Station
Testudines da Estação Ecológica do Tapacurá, and also supply a commended list of the species
além de fornecer uma lista comentada das that occurs on the state of Pernambuco. The
espécies ocorrentes no estado de Pernambuco. active collections occurred every fifteen days on
As coletas ativas ocorreram quinzenalmente em temporary and permanent water bodies and the
corpos d’água temporários e permanentes, e as passives collections on interrupted intervals of 18
passivas ininterruptamente por 18 meses, com a months; 112 pitfall-traps were used. The species
utilização de 112 armadilhas de interceptação e were sampled during the period of May 2007 to
queda (pitfall). Os espécimes foram amostrados October 2008. Three species of Testudines were
no período entre maio de 2007 e outubro de registered: one from the Cryptodira sub-order
2008. Foram registradas três espécies de Kinosternidae (Kinosternon scorpioides, n=16)
Testudines: uma da subordem Cryptodira, família family and two belonging to sub-order Pleurodira,
Kinosternidae (Kinosternon scorpioides, n = Chelidae (Phrynops geoffroanus, n=16) and
16) e duas pertencentes à subordem Pleurodira, (Mesoclemmys tuberculata, n=1) families. The
família Chelidae (Phrynops geoffroanus, n = 16), species presented a distinct pattern of abundance;
e (Mesoclemmys tuberculata, n = 1). As espécies the K. Scorpioides specie was more abundant
apresentaram padrão de abundância distinto, em during the rainy season of 2007, the P. geoffroanus
que a espécie K. scorpioides foi mais abundante no during rainy season of 2008 and the M. Tuberculata
período chuvoso de 2007, a espécie P. geoffroanus during start of the dry season of 2008. There are
no período chuvoso de 2008 e M. tuberculata four registers of continental Testudines on the
registrada apenas no início do período seco de state of Pernambuco distributed on the different
2008. No estado de Pernambuco existem registros biome of the state, Kinosternon scorpioides,
de quatro espécies de Testudines continentais Phrynops geoffroanus, Mesoclemmys tuberculata e
distribuídas nos diferentes biomas: Kinosternon Chelonoidis carbonaria.
scorpioides, Phrynops geoffroanus, Mesoclemmys
tuberculata e Chelonoidis carbonaria. Key words: Kinosternon scorpioides; Phrynops ge-
offroanus; Mesoclemmys tuberculata.
Palavras-chave: Kinosternon scorpioides; Phry-
nops geoffroanus; Mesoclemmys tuberculata.

1
!"#$"%&'()*(+,-./,"0(1,'234,/"05(6"7!)(8/9):'.,/';4*",2</'*=<
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
A redução da cobertura florestal natural de a Bahia até o Ceará (CÂMARA, 1991). A redu-
no Brasil segue a rotina da dos demais países ção e a fragmentação dos ecossistemas naturais
e continentes (RAMBALDI; OLIVEIRA, 2003). causaram prejuízos à fauna e à flora do Nordeste,
Da cobertura vegetal original do domínio compreendendo desde o desaparecimento de es-
morfoclimático da Mata Atlântica, que existia em pécies até alterações nas dinâmicas populacionais
1500, restam apenas fragmentos isolados, em sua (LAURANCE; BIERREGAARD, 1997; SILVANO; PI-
maioria pequenos, localizados em propriedades MENTA, 2003). De acordo com Barbieri et al., 1997,
rurais, e uma minoria, de médio ou grande o desmatamento para o plantio de monoculturas
porte, na forma de unidades de conservação causa alterações nas bacias de drenagem e, por
(RAMBALDI; OLIVEIRA, 2003). A Floresta Atlântica, consequência, na qualidade da água, na cobertura
localizada no litoral brasileiro, possui uma das vegetal original e na diversidade da região.
maiores biodiversidades do planeta e é um dos A água doce presente na superfície da
cinco primeiros biomas na lista dos hotspots Terra representa 0,01% de toda a água do mundo
(MITTERMEIER et al., 1999; MYERS et al., 2000). e cobre em torno de 0,8% da superfície da Terra
Além disso, apresenta alto nível de endemismo (GLEICK, 1996). Já foram descritas quase 100.000
em todos os grupos taxonômicos, incluindo espécies viventes em ambientes de água doce,
répteis, anfíbios e plantas (ALEIXO, 1997; SILVA; de um total de 1,75 milhão conhecidas no mundo
TABARELLI, 2000).
(HAWKSWORTH; KALIN-ARROYO, 1995; GIBERT;
No domínio morfoclimático da Mata Atlântica
DEHARVENG, 2002). A maior diversidade biológica
encontra-se a maior parte da ocupação humana
aquática está localizada na plataforma continental,
do País, e as formações florestais aí encontradas
nos ambientes de água doce e nos ambientes de
apresentam grande importância para essa parcela
recifes de coral (COHEN, 1970). Os ecossistemas
da população, uma vez que tanto nas cidades
de água doce são considerados os mais ameaçados
como nas áreas rurais elas regulam o fluxo dos
do mundo (SALA et al., 2000), destacando-se
mananciais hídricos, asseguram a fertilidade do
solo, controlam o clima e protegem escarpas por apresentar uma das maiores diminuições
e encostas das serras, além de preservarem da biodiversidade quando comparados a outros
um patrimônio histórico e cultural imenso ecossistemas continentais (SALA et al., 2000). Mais
(RODRIGUES, 1990). de 10.000 espécies de peixes vivem em ambientes
A Mata Atlântica cobria o equivalente a 12% de água doce (LUNDBERG et al., 2000) e esse valor
do território brasileiro, principalmente estendendo- se refere a aproximadamente 40% da diversidade
se pela área costeira no início do século XVI (RO- global de peixes e um quarto da diversidade global
DRIGUES, 1990; MYERS et al., 2000). Até o início de vertebrados. Quando adicionamos os anfíbios e
do século passado, a floresta ocupava 16 esta- os répteis aquáticos (Crocodilianos e Testudines)
dos brasileiros, cobrindo 1.100.000 km² (SIQUEI- e mamíferos (lontras, golfinhos de água doce,
RA, 1994). No Nordeste, sua área está reduzida a ornitorrinco) esse número sobe para mais de um
apenas 3% da cobertura original (MITTERMEYER, terço das espécies de vertebrados do planeta que
1997; TABARELLI et al., 2005), sendo composta estão confinados nos ecossistemas de água doce
por fragmentos desconectados distribuídos des- (DUDGEON et al., 2005). Com a redução dos corpos
294 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

d’água e das terras úmidas, dados quantitativos são conhecidos popularmente como cágados,
apontam redução no número de vertebrados em é a mais numerosa, contando com 59 espécies
54% (principalmente os exclusivamente aquáticos), (REPTILE DATABASE, 2008), das quais 20 ocorrem
com uma propensão para valores mais altos em no Brasil (SBH, 2008).
latitudes tropicais (GROOMBRIDGE; JENKINS, Em relação aos répteis da Estação
2000; LOH, 2000). Ecológica do Tapacurá, apenas um trabalho foi
Os répteis são representados pelos realizado: Morais e Morais (1987) que através
Testudines, Squamata e Crocodylia, que se de coletas ativas mensais construíram uma lista
caracterizam por possuir um tegumento seco, comentada das espécies ocorrentes para a
recoberto por carapaças, escamas ou placas estação, registrando duas espécies de Testudines:
dérmicas que mantêm a umidade corporal, mas Kinosternon scorpioides (LINNAEUS, 1766) e
que não retêm o calor, tornando esses animais Phrynops geoffroanus (SCHWEIGGER, 1812.
dependentes do ambiente para obtê-lo, sendo Dessa forma, este trabalho teve como objetivo
classificados como ectotérmicos (POUGH et registrar a abundância, a riqueza e a distribuição
al., 2003). Em estudos ambientais, os répteis temporal da comunidade de Testudines da
apresentam grande importância, pois fornecem Estação Ecológica do Tapacurá, além de fornecer
relevantes subsídios ao conhecimento do estado uma lista comentada das espécies de Testudines
de conservação de regiões naturais, funcionando continentais com ocorrência para o estado de
como excelentes bioindicadores (MOURA-LEITE et Pernambuco.
al., 1993).
Os Testudines são animais que evolu-
tivamente desenvolveram um sistema de proteção Metodologia
que é único dentre os vertebrados – a carapaça
(BUONONATO; BUONONATO, 2008). Essa Área de estudo
inovação é muito provavelmente a chave do seu
sucesso evolutivo (ZARDOYA; MEYER, 2001). São Este estudo foi realizado na Estação
rastreadas duas linhagens atuais de Testudines Ecológica do Tapacurá – EET (08° 04’ S e 35°
por meio de fósseis até o Mesozoico (GAFFNEY; 12’ W), resquício de Mata Atlântica localizada no
KITCHING, 1994): a primeira constitui a subordem município de São Lourenço da Mata, distante
Cryptodira (crypto = escondido, dire = pescoço), 50 km da cidade do Recife, no estado de
que retrai a cabeça para dentro do casco em Pernambuco (Figura 1) (AZEVEDO-JUNIOR, 1990).
forma de S vertical, e a segunda constitui a A EET pertence à Universidade Federal Rural de
subordem Pleurodira (pleuro = lado, dire = Pernambuco e apresenta área de aproximadamente
pescoço), que retrai a cabeça curvando o pescoço 800 ha, cercada por plantações da cana-de-
horizontalmente (POUGH et al., 2003). Atualmente, açúcar. Cerca de 400 ha dessa área representam
são reconhecidas cerca de 300 espécies de áreas florestadas (AZEVEDO-JUNIOR, 1990). A
Testudines, distribuídas em 13 famílias. Dessas, vegetação encontrada na região corresponde à
dez famílias incluem espécies dulcícolas, duas Floresta Atlântica e é, sobretudo, do tipo perenifólia
possuem representantes exclusivamente marinhos semidecídua (ANDRADE LIMA, 1957).
e apenas uma inclui espécies completamente Mesmo tendo sofrido pressões antrópicas,
terrestres (REPTILE DATABASE, 2008). Na América é possível encontrar áreas razoavelmente bem
do Sul, são registradas 56 espécies, incluídas em conservadas de vegetação na EET e atualmente é
oito famílias (SOUZA, 2004). No Brasil, ocorrem 36 bem protegida (NEVES, 2004). A área da estação
dessas espécies, entre representantes dulcícolas apresenta-se dividida entre três remanescentes
(29 espécies em cinco famílias), marinhos (cinco naturais: Mata do Alto da Buchada, Mata do
espécies em duas famílias) e terrestres (duas Camucim e Mata do Toró. A Mata do Toró está
espécies em uma família) (SBH, 2008). Para separada das outras pelo Lago Tapacurá por
Pernambuco, são registradas três famílias de uma distância de aproximadamente 6 km, como
Testudines, sendo duas de espécies dulcícolas resultado do represamento do Rio Tapacurá,
e uma de espécie terrestre (RODRIGUES, 2003), afluente do Rio Capibaribe (NEVES, 2004). O
embora nesse estudo o autor faça menção, apenas, estudo foi realizado na Mata do Camucim e na
a espécies encontradas no domínio morfoclimático Mata do Alto da Buchada. O clima é caracterizado
das caatingas. Entre todas as famílias de como do tipo As’ com 1.300 mm de precipitação
Testudines, Chelidae, cujos representantes típicos média anual (RODAL et al., 2005).
Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil 295

Figura 1- Mapa de localização da Estação Ecológica do Tapacurá (EET).

Amostragem Resultados e discussão


A captura de indivíduos foi realizada por
Abundância e riqueza das
meio de coleta ativa e coleta passiva (pitfalls), de
maio de 2007 a outubro de 2008 (18 meses). espécies de Testudines com
A coleta passiva foi realizada utilizando ocorrência para a EET e notas
112 armadilhas de queda do tipo pitfalls, que sobre registros de nidificação
permaneceram abertas por todo o período de
realização do projeto, totalizando 67.200 dias/ Foram encontrados 33 espécimes repre-
balde. As armadilhas foram instaladas em forma sentantes de três espécies de Testudines na EET,
de “Y”, constituindo 28 “Y”. Cada “Y” foi constituído pertencendo a duas subordens e duas famílias
por quatro baldes (um no centro – 60 l e três nas (Apêndice A). Uma pertencente à subordem
pontas – 30 l) enterrados ao nível do solo, sendo Cryptodira, família Kinosternidae, espécie
transpassados ao meio por uma lona plástica Kinosternon scorpioides, teve abundância de 16
de 5 m de comprimento por 80 cm de largura, indivíduos (48,5%). Duas pertencentes à subordem
enterrada 25% no solo, interligando-os. Pleurodira, família Chelidae, Phrynops geoffroanus,
Armadilhas de queda, com ou sem cerca- teve abundância de 16 indivíduos (48,5%), e
guia, podem ser utilizadas em vários tipos de Mesoclemmys tuberculata com abundância de um
estudos (CAMPBELL; CHRISTMAN, 1982; CORN, indivíduo registrado (3%).
1994), incluindo levantamento de riquezas, Entre agosto e setembro de 2008 (final da
comparações de abundância relativa, estudos estação chuvosa) foram encontrados 25 ninhos
que envolvam marcação e recaptura, estudos de Testudines, sendo possível sugerir essa época
sobre atividade sazonal e amostragem de presas como período de desova das espécies ocorrentes
potenciais de carnívoros. Corn (1994) chama a na Estação Ecológica do Tapacurá.
atenção para o fato de que o uso de armadilhas de
queda elimina a influência causada pelas variações
Distribuição temporal
entre coletores.
As coletas ativas foram realizadas quin-
zenalmente nos períodos diurnos, iniciando às 8:30 Kinosternon scorpioides
min, com duração de 2 horas/quinzena, resultando (Linnaeus, 1766)
em 4 horas/mês, totalizando 72 h durante toda a
pesquisa. Em ambientes aquáticos as capturas Os 16 indivíduos registrados de K.
foram realizadas por meio de puçá (com 50 cm de scorpioides foram coletados exclusivamente no
diâmetro). período chuvoso de 2007 e 2008, compreendido
296 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

entre os meses de março e setembro, sendo a geoffroanus apresenta-se mais ativo entre os
maioria dos registros (n = 13) ocorridos no ano meses de setembro e novembro, provavelmente
de 2007 (Tabela I). Dos indivíduos registrados, 15 devido ao aumento da temperatura ambiente e ao
foram adultos, sendo que foi encontrado, no início consequente favorecimento do comportamento
da temporada chuvosa, um indivíduo juvenil sem de assoalhamento. Na EET os animais foram
presença de cicatriz viteliana. O baixo registro de capturados durante todo o período chuvoso,
filhotes dessa espécie pode estar relacionado com porém com maior quantidade de capturas nos
a baixa taxa de ovoposição (1-6 ovos), como afirma três primeiros meses (março a maio), diferente do
Acuña-Mesén (1998). comportamento relatado por Souza (1999) e Souza
Do total de K. scorpioides registrados neste e Abe (2001), em que esses animais são menos
estudo, 6 (37,5%) foram coletados nas armadilhas encontrados durante os períodos mais chuvosos,
de interceptação e queda. Isso pode ser explicado quando a disponibilidade de seus locais de
pelo fato de esses animais não apresentarem hábito assoalhamento é menor devido a sua submersão.
completamente aquático (FREITAS; SILVA, 2007), Do total de P. geoffroanus registrados neste estudo,
sendo capazes de se deslocar ao longo de trechos 15 indivíduos (93,75%) foram coletados por coletas
em terra, conforme descrito por Acuña-Mesén ativas e apenas um (6,25%) nas armadilhas de
(1990) para essa espécie na Costa Rica. Esse interceptação e queda.
comportamento corrobora com o registrado na A título de registro, foram encontrados sete
Costa Rica por Acuña-Mesén (1990) que observou juvenis sem cicatriz viteliana, todos no início da
nos locais onde a seca é drástica que K. scorpioides estação chuvosa de 2008 (março).
enterra-se por várias semanas ou abandona o local Em agosto, foram observados por terceiros
em que tenha permanecido a maior parte do ano, quatro indivíduos em atividade de desova,
demonstrando que esses animais possuem padrão sugerindo ser esse o período de desova para a
de atividade relacionado ao período chuvoso do espécie na EET. Informações sobre o período de
ano. Na EET a persistência de corpos d’água na postura para espécies da família Chelidae referem-
estação seca reduz consideravelmente a atividade se principalmente às do gênero Podocnemis
de deslocamento das espécies (ACUÑA-MESÉN, (VANZOLINI, 1967; FOOTE, 1978; ALHO; PÁDUA,
1990). 1982) ou de animais mantidos em cativeiro (GUIX
et al., 1989; MOLINA, 1989; MOLINA, 1996;
Phrynops geoffroanus MOLINA, 1998; MOCELIN, 2001; CHINEN et al.,
2004), tornando impossível uma comparação
(Schweigger, 1812) verossímil dos dados obtidos neste trabalho com
outras pesquisas.
Entre os Phrynops geoffroanus (n = 16)
registrados, todos ocorreram na estação chuvosa,
sendo 15 amostrados na temporada de 2008 e Mesoclemmys tuberculata
apenas um na temporada de 2007 (maio) (Tabela (Lüderwaldt,1926)
I).
Todos os indivíduos foram capturados Apenas um indivíduo da espécie M.
em terra, comportamento contrário ao relatado tuberculata foi encontrado ao longo do estudo
nos trabalhos de Souza (1999) e Souza e Abe (Tabela I). A coleta ocorreu no início da estação
(2001), nos quais os animais foram capturados seca de 2008, no meio do mês de agosto, sendo
exclusivamente em ambiente aquático. Esses capturado um exemplar adulto em trânsito pela
autores relatam ainda que em São Paulo Phrynops mata.
Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil 297

Tabela I - Distribuição temporal das espécies de Testudines na EET.

Espécie
Tipo de coleta Data Kinosternon Mesoclemmys Phrynops Total geral
scorpioides tuberculata geoffroanus
27/5/2007 4 4
5/6/2007 2 2
9/6/2007 1 1
23/3/2008 1 1 2
30/3/2008 1 6 7
21/5/2008 1 1
Ativa
20/6/2008 1 1
5/7/2008 1 1
26/7/2008 2 2
30/8/2008 1 1
21/9/2008 3 3
19/10/2008 1 1
Ativa total 10 1 15 26
12/5/2007 1 1 2
Passiva 27/5/2007 2 2
9/6/2007 3 3
Passiva total 6 1 7

Lista comentada das espécies 2007). É uma espécie abundante, com ocorrência
desde o norte dos Estados Unidos até o sul da
de Testudines dulcícolas e Argentina e da Bolívia (BRAMBLE et al., 1984),
terrestres com ocorrência para Brasil, Peru, Equador, norte da Colômbia,
o estado de Pernambuco Venezuela, Bolívia, além de todos os países da
América Central (ACUÑA-MESÉN, 1994). Essa
Ocorrem apenas três famílias (Kinosternidae, espécie ocorre em dois domínios morfoclimáticos:
Testudinidae e Chelidae) de Testudines dulcícolas Mata Atlântica (GUARNIERI; LIRA-FILHO, 2003)
e terrestres para o estado de Pernambuco, sendo e Caatinga (RODRIGUES, 2003). É uma espécie
duas dessas de hábito aquático (Kinosternidae onívora, alimentando-se de peixes, girinos,
e Chelidae) e uma terrestre (Testudinidae). Para anfíbios adultos, insetos, algas e restos vegetais
o estado de Pernambuco são registradas três (VANZOLINI et al., 1980). Monte-Nájera e Brenes
espécies de Testudines dulcícolas e apenas uma (1987) ressaltam a visão como o principal sentido
espécie terrestre, que seguem detalhadas abaixo: na localização e no reconhecimento do alimento.
De acordo com Delduque (2000), essa espécie
! CLASSE REPTILIA experimenta dormência classificada como
! ORDEM TESTUDINES estivação ou “sono de verão”.
! SUBORDEM CRYPTODIRA
! FAMÍLIA KINOSTERNIDAE ! FAMÍLIA TESTUDINIDAE

Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)


Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)
Chelonoidis carbonaria é encontrada em
Kinosternon scorpioides, conhecido como zonas tropicais da América do Sul, na Venezuela,
cágado-d’água ou muçuã, é uma espécie de água Equador, Paraguai, Brasil, Guianas e em algumas
doce (FREITAS; SILVA, 2005), vivendo em riachos, ilhas do Caribe (PRITCHARD, 1979; LEVINE;
lagoas e açudes, assim como no entorno deles SCHAFER, 1992). Esta espécie habita tanto
(VANZOLINI et al., 1980; FREITAS; SILVA, 2007). as paisagens mais secas do interior quanto as
Também pode ser encontrada ocasionalmente florestas úmidas do litoral nordestino (FREITAS;
dentro da vegetação fechada (FREITAS; SILVA, SILVA, 2005; LUEDERWALDT, 1926; PRITCHARD;
298 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

TREBBAU, 1984; VANZOLINI, 1994). Estes jabutis m/dia (SOUZA; ABE, 1999). É uma espécie diurna,
são onívoros, mas relatos na literatura (LEVINE; assoalhando em troncos, pedras ou ao longo das
SCHAFER, 1992; BEYNON; COOPER, 1994) margens dos rios durante as horas mais quentes
informam que estes animais se alimentam apenas do dia (MEDEM, 1960; MONTEIRO; DIEFENBACH,
de frutas, folhas verdes, flores, plantas suculentas 1987; MOLINA, 1989; SOUZA; ABE, 1999). Esses
e raízes. Para localizar a comida, os animais animais interferem nas atividades pesqueiras, uma
guiam-se pelo olfato e a visão, dependendo de sua vez que se alimentam de peixes, camarões e iscas,
localização em relação ao alimento. Se o alimento além de provocar avarias em apetrechos de pes-
cair fora de seu campo visual, levantam a cabeça ca (ALVES et al., 2002). Também alimentam-se de
e depois de uns segundos caminham em sua insetos, crustáceos, sementes e frutos (FACHÍN-
direção; se existem outros indivíduos alimentando- TERÁN et al., 1995). Em locais degradados pela
se ou o alimento é pouco colorido, usam o olfato presença humana, aproveitam-se de esgoto do-
com movimentos breves de cabeça, horizontais méstico (SOUZA; ABE, 1999). Fachín-Terán et al.
(1995), Molina (1991) e Molina et al. (1998) regis-
e verticais, muitas vezes utilizando-se desse
tram para P. geoffroanus a observação de com-
reconhecimento olfativo para a captura de alimentos
portamento de cleptoparasitismo, que consiste
(CASTAÑO-MORA; LUGO, 1979). Os machos da
na captura de alimentos já apreendidos por ou-
espécie possuem plastrão côncavo e cauda longa,
tros indivíduos. Possui coloração amarelo-viva ou
já as fêmeas possuem plastrão reto e cauda curta
vermelha, com manchas irregulares ora isoladas
(HARLOW; PARSONS, 1977; PRITCHARD, 1979; ora coalescidas (LEMA, 2002). Seu acasalamento
ERNST; BARBOUR, 1989; JAHN, 1990). É uma ocorre em qualquer período da manhã ou da tar-
espécie essencialmente diurna e a maior atividade de (MEDEM, 1960; MOLINA, 1989; 1996; 1998).
é apresentada pelos machos adultos na época de Molina (1989, 1996) descreve quatro diferentes
acasalamento e pelas fêmeas na época de postura fases durante o comportamento de acasalamen-
(CASTAÑO-MORA; LUGO, 1979). A duração média to: a Fase I corresponde à procura das fêmeas,
da incubação é de 150 dias (MEDEM et al., 1979). a Fase II à perseguição das fêmeas, a Fase III à
pré-cópula e a Fase IV à cópula. Esta espécie es-
! SUBORDEM PLEURODIRA colhe locais de solo arenoso ou argiloso para nidi-
ficar, cobertos por vegetação arbustiva (MEDEM,
! FAMÍLIA CHELIDAE 1960; GUIX et al., 1989; MOLINA, 1989). A desova
ocorre nas épocas mais secas do ano, enquanto a
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) eclosão dos ovos se dá na época chuvosa (SOU-
ZA, 2004).
Phrynops geoffroanus, popularmente conhe-
cida como cágado-d’água-grande, é uma espécie
de água doce (FREITAS; SILVA, 2005) que apre-
senta coloração amarelada, com manchas irregu- ! FAMÍLIA CHELIDAE
lares ora isoladas ora coalescidas (LEMA, 2002).
Esta espécie apresenta ampla distribuição na Amé-
Mesoclemmys tuberculata (Lüderwaldt,
rica do Sul, no Brasil, e é encontrada nas regiões
1926)
Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Esta espécie é
frequente nos rios, lagos e lagoas com correnteza
De acordo com Iverson (1992) e Bour
lenta (ALVES et al., 2002; SOUZA, 2004; ERNEST;
e Zaher (2005), Mesoclemmys tuberculata tem
BARBOUR, 1989; ZAGO et al., 2006). Ocorre no do- distribuição geográfica restrita ao Rio São Francisco
mínio morfoclimático da Mata Atlântica (GUARNIE- e suas bacias adjacentes, sendo provavelmente
RI; LIRA-FILHO, 2003) e Caatinga (VANZOLINI et uma espécie endêmica do bioma Caatinga.
al., 1980). Espécie com atividade mais intensa du- Porém, Loebmann et al. (2006) aumentaram sua
rante os meses de setembro e novembro, que está distribuição em aproximadamente 200 km para
diretamente associada à temperatura elevada do oeste, ao registrar um indivíduo se locomovendo
ar, provavelmente pelo favorecimento no comporta- nas dunas costeiras do estado do Piauí. Esta
mento de assoalhamento (MOLINA, 1989; SOUZA; espécie tem propensão de se deslocar de um
ABE, 1999). Durante os períodos mais chuvosos, a sistema aquático para outro, possivelmente à noite
espécie é menos detectada, quando os locais de (VANZOLINI et al., 1980), e de se enterrar durante
assoalhamento ficam submersos (SOUZA; ABE, o período seco do ano, uma adaptação vital para
1999; SOUZA; ABE, 2001) e chega a mover-se 250 a Caatinga.
Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil 299

Conclusão três espécies uma abundância predominante na


estação chuvosa.
Neste estudo registra-se uma nova ocorrência
de Mesoclemmys tuberculata para a Estação O registro dos ninhos de Testudines
Ecológica do Tapacurá, ampliando a distribuição ocorrentes na Estação Ecológica do Tapacurá,
desta espécie para o bioma Mata Atlântica. embora sem identificar a espécies ovopositora, é
Mesmo não possuindo dois ciclos completos um dos poucos sobre o período reprodutivo de
(2 anos) de amostragem, foi observada para as Testudines dulcícolas em ambiente natural.

Referências

ACUÑA-MESÉN, R. A. Las tortugas continentales de Costa Rica. 2.ed. San José, Costa Rica: Ed. Univ.
Costa Rica, 1998.

ACUÑA-MESÉN, R. A. El impacto del fuego y la sequia sobre la estructura de la población de Kinosternon


scorpioides (Testudines: Kinosternidae en Palo Verde, Guanacaste, Costa Rica). Brenesia, v. 33, p. 85-97,
1990.

ACUÑA-MESEN, R. A. Morphometric variation and ecologic characteristic of the habitat of the Kinosternon
scorpioides turtle in Costa Rica. Revista Brasileira de Biologia, v. 54, n. 3, p. 537-547, 1994.

ALEIXO, A. Estrutura e organização de comunidades de aves em área de mata primitiva e explorada


por corte seletivo. 1997. Dissertação (Mestrado) – Unicamp, Campinas, São Paulo, 1997.

ALHO, C. J. R.; PÁDUA, L. F. M. Reproductive parameters and nesting behavior of the Amazon turtle
Podocnemis expansa (Testudinata, Pelomedusidae) in Brazil. Canadian Journal of Zoology, v. 60, p. 97-
103, 1982.

ALVES, A. G. C.; SOUTO, F. J. B.; LEITE, A. M. Etnoecologia dos cágados-d’água Phrynops spp.
(Testudinomorpha:Chelidae) entre pescadores artesanais no Açude Bodocongó, Campina Grande,
Paraíba, Nordeste do Brasil. Série Ciências Biológicas, v. 2, n. 1/2, p. 62-68, 2002.

ANDRADE-LIMA, D. !"#$%& '"%()%(*+',%& $)& -)*./01#,%. 2.ed. Recife: Instituto de Pesquisas


Agronômicas de Pernambuco, 1957. 44 p.

AZEVEDO-JÚNIOR, S. M. A Estação Ecológica do Tapacurá e suas aves. In: ENCONTRO NACIONAL DOS
ANILHADORES DE AVES (ENAV). Anais... Recife, v. 4, 1990. p. 92-99.

BARBIERI, A. F.; GUERRA, C. B.; TORRES, H. G.; SIMÕES, R. F.; REIS, A. V.; SCILAR, C.; ABDO, R. O. O.;
LINS, S. E. B. Atividades Antrópicas e Impactos Ambientais. In: PAULA, J. A. Biodiversidade, população
e economia de região de Mata Atlântica. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 1997. 273-343 p.

BEYNON, P. H.; COOPER, J. E. Manual of exotic pets. Barcelona: British Small Animal Veterinary
Association, 1994. 224 p.

BOUR, R.; ZAHER, H. A new species of Mesoclemmys, from the open formations of Northeastern Brazil
(Chelonii, Chelidae). Papéis Avulsos de Zoologia, v. 45, n. 24, p. 295-311, 2005.

BRAMBLE, D. M.; HUTCHISON, J. H.; LEGLER, J. M. Kinosternid shell kinesis: structure, function and
evolution. Copeia, Lawrence, n. 2, p. 456-475, 1984.

BUONONATO, M.; BUONONATO, V. Quelônios. Disponível em: <http://www.bioterium.com.br/>. Acesso


em: 19 ago. 2008.

CÂMARA, I. G. Plano de Ação para a Mata Atlântica. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica, 1991.

CAMPBELL, H. W.; CHRISTMAN, S. P. Field techniques for herpetofauna community analyse. In: SCOTT
JUNIOR, N. J (Ed.). Herpetological Communities. Washington, US. Fish & Wildlife Service, Wildlife
Research Report, v. 13, n. 4, p. 139, 1982. p. 193-200.
300 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

CASTAÑO-MORA, O. V.; LUGO RUGELES, M. Estudio comparativo del comportamiento de especies de


morrocoy Geochelone denticulata y Geochelone carbonaria y algunos aspectos de su morfología
externa. Tesis (Doctorado) – Facultad de Ciencias. Departamento de Biología. Universidad Nacional de
Colombia, Bogotá, DE, 1979.

CHINEN S.; LISBOA, C. S.; MOLINA F. B. Biologia Reprodutiva de Hydromedusa tectifera em cativeiro
(Testudines, Chelidae). Arq. Inst. Biol., São Paulo, v. 71, (Supl.), n. 1, p. 749, 2004.

"#$%&'!()!*)!$+,!-./0!1232/4!56726!.12!472128!Proc. Calif. Acad. Sci., v. 37, p. 265- 273, 1970.

DELDUQUE, M. Ficha do bicho. Globo Rural. Rio de Janeiro: Globo, v. 176, 2000. p. 83-84.

DUDGEON, D.; ARTHINGTON, A. H.; GESSNER, M. O.; KAWABATA, Z. I.; KNOWLER, D. J.; LÉVÊQUE, C.;
NAIMAN, R. J.; RICHARD A. H. P.; SOTO, D.; STIASSNY, M. L. J.; SULLIVAN, C. A. Freshwater biodiversity:
importance, threats, status and conservation challenges. Biological Reviews, v. 81, p. 163-182, 2005.

ERNST, C. H.; BARBOUR, R. W. Turtles of the World. Washington, DC: Smithsonian Inst. Press, 1989.

!"#$%&'()*%+,!-.,/01'+,)-,"-.,123(4+,3-, -,5-, 667,89:;<=,6>,9?,9==@A:B9C@,6>,DE@,=F@G;@=,6>,<HI<B@=,


in the Rio Guaporé, Rondônia, Brazil. Journal of Herpetology, v. 29, p. 536-547. 1995.

FERRAREZZI, H.; FREIRE, E. M. X. New species of Bothrops Wagler, 1824, from the Atlantic Forest of
Northeastern Brazil (Serpentes, Viperidae, Crotalinae). Boletim do Museu Nacional, Nova Série Zoologia,
v. 440, p. 1-10, 2001.

FOOTE, R. W. Nesting of Podocnemis unifilis (Testudines: Pelomedusidae) in the Colombian Amazon.


Herpetológica, v. 34, p. 333-339, 1978.

FREIRE, E. M. X. Espécie nova de Coleodactylus Parker, 1926, das dunas de Natal, Rio Grande do Norte,
Brasil, com notas sobre suas relações e o dicromatismo sexual no gênero (Squamata, Gekkonidae).
Boletim do Museu Nacional, v. 399, p. 1-14, 1999.

FREITAS, M. A. DE; SILVA, T. F. S. A Herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina. Pelotas, RS: Ed. Useb,
2005. 61p.

FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S. A Herpetofauna das caatingas e áreas de altitudes do Nordeste


Brasileiro. Pelotas, RS: Ed. Useb, 2007. 384 p.

GAFFNEY, E. S.; KITCHING, J. W. The most ancient African turtle. Nature, v. 369, p. 55-58, 1994. [CrossRef,
CSA.].

GIBERT, J.; DEHARVENG, L. Subterranean ecosystems: A truncated functional biodiversity. BioScience,


v. 52, p. 473-481, 2002.

GLEICK, P. H. Water resources. In: SCHNEIDER, S. H. (Ed.). Encyclopedia of Climate and Weather. New
York, USA: Oxford University Press, 1996. p. 817-823.

GROOMBRIDGE, B.; JENKINS, M. Global Biodiversity. Earth’s Living Resources in the 21st Century.
Cambridge, UK: World Conservation Monitoring Centre Cambridge, 2000.

GUARNIERI, M. C.; LIRA-FILHO, C. C. A. Levantamento dos Répteis da Reserva Ecológica de Gurjaú. In:
Biodiversidade da Reserva Ecológica de Gurjaú. Relatório Técnico, 2003. 39-63 p.

GUIX, J. C.; SALVATTI, M.; PERONI, M. A.; LIMA-VERDE, J. S. Aspectos da reprodução de Phrynops
geoffroanus (Schweigger, 1812) em cativeiro (Testudines, Chelidae). Grupo de Estudos Ecológicos,
Série Documentos, v. 1, p. 1-19, 1989.

HARLOW, E.; PARSONS, L. The encyclopedia of wild life. New York: Spring Books, 1977. 96 p.

HAWKSWORTH, D. J.; KALIN-ARROYO, M. T. Magnitude and distribution of biodiversity. In: HEYWOOD, V.


H. (Ed.). Global biodiversity Assessment. Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1995. p. 107-191.
Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil 301

IVERSON, J. B. A revised checklist with distribution maps of the turtles of the World. Privately printed:
Indiana Richmond, 1992. 363 p.

JAHN, J. Mis Tortugas. Barcelona: Ed. Hispano Europea, 1990. 48 p.

LAURANCE, W. F.; BIERREGAARD JUNIOR, R. O. Tropical forest remnants: ecology, management and
conservation of fragmented communities. Chicago: University of Chicago Press, 1997. 616 p.

LEMA, T. Os répteis do Rio Grande do SulJ, 9<H9;=, @, >K==@;=+, :;6C@6CI9D9, @, 6D7;=A6-, L6I<6, !B@CI@-,
Edipucrs, 2002. 39 p.

LEVINE, D.; SCHAFER, D. Tortuga gazette, v. 28, n. 1, p. 1-3, 1992. Disponível em: <http://tortoise.org/
archives/carbonar.html>. Acesso em: 31 ago. 2008.

LOEBMANN, D.; MAI, A. C. G.; GARCIA, A. M. Notes on geographic distribution Reptilia, Chelidae,
Mesoclemmys tuberculata: geographical distribution extencion. Check list, v. 2, n. 1, p. 127, 2006.

LOH, J. Living Planet Report 2000. Gland, Switzerland: World Wide Fund for Nature, 2000.

LUEDERWALDT, H. Os chelônios brasileiros com a lista das espécies do Museu Paulista. Revista do
Museu Paulista, v. 14, p. 405-468, 1926.

MN%OP()1+,1-.,Q0''(M!'+,3-.,53R'#+,1-,)-.,5'R!55%S+,3-,M-,T-.,1RMM+,!-,"-,56,A9?U,D=8@=+,=6,B;<<B@,<;A@J,
an overview of recent ichthyological discovery in continental waters. Annals of the Missouri Botanical
Gardens, v. 87, p. 26-62, 2000.

3(O(3+, -, R?>6IA@, =6:I@, I@F<;B@=, G6B6A:;9?6=, V/W-, 0:=@IE9G;6?@=, =6:I@, B9, 7;=<I;:HG;K?, C@6CIXDG9, U,
ecología de la tortuga Phrynops geoffroana ssp. Em Colombia. Novedades Colombianas, v. 1, p. 291-
300, 1960.

3(O(3+, -,M9,7;=<I;:HG;K?,C@6CIXDG9,7@,B9,"I6G67UB;9,U,'@=<H7;?9<9,@?,@B,O@F9I<9A@?<6,7@B,"86G6-,)@E-,
Acad. Colombia Ciencias Exatas e Física natural, v. 11, p. 279-303, 1962.

MEDEM, F.; CASTAÑO, O. V.; LUGO-RUGELES, M. Contribución al conocimiento sobre la reproducción


y el crecimiento de los “morrocoyes”: Geochelone carbonaria y G. denticulata; Testudines. Testidinidae.
Caldasia, v. 12, n. 59, p. 497-511, 1979.

3R''()3(S()+, )-, !-, O;E@I=;797@, 7@, FI;A9<9=, @, 9, Y6I@=<9, <I6F;G9BJ, @=<H76=, 7@, G9=6=, 76, PI9=;B, @, 7@,
Madagascar e a importância dos países com megadiversidade. In: WILSON, E. O. (Ed.). Biodiversidade.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 186-197 p.

MITTERMEIER, R. A.; MYERS, N.; MITTERMEIER, C. G. Hotspots: earth’s biologically richest and most
endangered terrestrial ecoregions. México: Cemex Editora, 1999.

MOCELIN, M. A. O. !"#"$!%& '()'"*+,!-%& (& *(.(/-"#-!0(/,"& *".& 1#2",(.& *(& 34$%*"5%0%'(#"&


Acanthochelys radiolata (Mikan, 1820) em cativeiro (Reptilia: Testudines: Chelidae). 2001. Dissertação
(Mestrado) – Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, 2001.

MOLINA, F. B. Observações sobre a biologia e o comportamento de Phrynops geoffroanus (Schweigger,


1812) em cativeiro (Reptilia, Testudines, Chelidae). Dissertação (Mestrado) – Universidade de São
Paulo, São Paulo, Brasil, 1989.

MOLINA, F. B. Observações sobre a biologia e o comportamento de Phrynops geoffroanus (Schweigger,


1982) em cativeiro (Reptilia, Testudunes, Chelidae). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 7, n. 3,
p. 319-326, 1991.

MOLINA, F. B. Mating behavior of captive Geoffroy’s side-necked turtles, Phrynops geoffroanus (Testudines:
Chelidae). Herpetological Natural History, v. 4, p. 155-160, 1996.
302 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

MOLINA, F. B. Comportamento e biologia reprodutiva dos cágados Phrynops geoffroanus, Acanthochelys


radiolata e Acanthochelys spixii (Testudines, Chelidae) em cativeiro. Revista de Etologia (Especial), 1998.
25-40 p.

MOLINA, F. B.; ROCHA, M. B.; LULA, L. A. B. M. Comportamento alimentar e dieta de Phrynops hilarii
(Duméril & Bibron) em cativeiro (Reptilia, Testudines, Chelidae). Revista Brasileira de Zoologia, v. 15, p.
73-79, 1998.

MOLL, E. O.; LEGLER, J. M. The life history of a neotropical slider turtle Pseudemys scripta (Schoepff), in
Panamá. Sci. Bull. Los Angeles country Mus. Natural History, v. 11, p. 1-102, 1971.

MONTEIRO, L. P.; DIEFENBACH, C. O. C. Thermal regime of Phrynops hilarii (Reptilia, Chelonia). Boletim
de Fisiologia Animal, São Paulo, v. 11, p. 41-50, 1987.

MONTE-NÁJERA, J.; BRENES, B. M. Notes on Feeding Behavior of a Juvenile Mud Turtle Kinosternon
scorpioides. Herpetological Review, Cincinati, v. 18, n. 1, p. 7-8, 1987.

MORAIS, Z. M. B.; MORAIS, J. B. Lista preliminar de répteis da Estação Ecológica do Tapacurá,


Pernambuco. Anais do V Encontro de Zoologia do Nordeste. Teresina, 1987. p. 247-256.

MOURA-LEITE, J. C.; de BÉRNILS, R. S.; MORATO, S. A. A. Método para a caracterização da


herpetofauna em Estudos Ambientais. In: Manual de Impactos Ambientais (MAIA). 2.ed. Curitiba:
SUREHMA; GTZ, 1993. 3985, 1993. 5 p

MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots
for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-858, 2000.

NEVES, R. M. L. Estudo da Avifauna em quatro fragmentos de Mata Atlântica, Brasil. 2004. 126 p.
Tese (Doutorado) – Programa de pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade de São
Carlos. São Paulo, 2004.

POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Herpetology.
3.ed. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 2003.

PRITCHARD, P. C. H. Encyclopedia of turtles. Neptune, New Jersey: T. F. H. Publications, 1979.

PRITCHARD, P. C. H.; TREBBAU, P. The Turtles of Venezuela. Contributions to Herpetology, v. 2, p. 1-403,


1984.

RAMBALDI, D. M.; OLIVEIRA, D. A. S. Fragmentação de Ecossistemas: causas, efeitos sobre a


biodiversidade e recomendação de políticas públicas. Brasília: MMA/SBF, 2003. 581 p.

REPTILES DATABASE. Disponível em: <http://www;reptile-database.org>. Acesso em: 31 ago. 2008.

)0O!M+,3-,T-,%-.,MN"(%!+,3-, -,!-.,!%O)!O(+,Q-,/-,5-,!-.,3(M0+,!-,M-,7@-,39<9,76,'6IKJ,NA9,Y6I@=<9,
estacional semidecidual de terras baixas no Nordeste do Brasil. Hoehnea, v. 32, n. 2, p. 283-294, 2005.

RODRIGUES, M. T. Os lagartos da Mata Atlântica brasileira: distribuição atual e pretérita e suas


implicações para estudos futuros. Simpósio sobre ecossistemas da costa brasileira – estrutura, manejo e
função. Publicação Aciesp. Academia de Ciências do Estado de São Paulo, 1990. p. 404-410.

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2003. p. 181-236.

RODRIGUES, M. T.; XAVIER FREIRE, E. M.; PELLEGRINO, K. C. M.; SITES JUNIOR, J. W. Phylogenetic
relationships of a new genus and species of microteiid lizard from the Atlantic Forest of northeastern Brazil
(Squamata, Gymnophtalmidae). Zoological Jounal of Linnean Society, 2005. No prelo.

SALA, O. E.; CHAPIN, F. S.; ARMESTO, J. J.; BERLOW, R.; BLOOMFIELD, J.; DIRZO, R.; HUBER-
SANWALD, E.; HUENNEKE, L. F.; JACKSON, R. B.; KINZIG, A.; LEEMANS, R.; LODGE, D.; MOONEY,
Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil 303

H. A.; OESTERHELD, M.; POFF, N. L.; SYKES, M. T.; WALKER, B. H.; WALKER, M.; WALL, D. H. Global
biodiversity scenarios for the year 2100. Science, v. 287, p. 1.770-1.774, 2000.

5RM/!+,T-,3-,"-.,'!P!)(MMR+,3-,'I@@,=F@G;@=,;AF6E@I;=8A@?<,9?7,<8@,>H<HI@,Y6I9,6>,<8@,!<B9?<;G, 6II@=<,6>,
northeastern Brazil. Nature, London, v. 404, p. 72-74, 2000.

SILVANO, D. L.; PIMENTA, B. V. S. Diversidade e distribuição de anfíbios na Mata Atlântica do sul da


Bahia. In: PRADO. P. I.; LANDAU, E. C.; MOURA, R. T.; PINTO, L. P. S.; FONSECA, G. A. B.; ALGER, K.
(Org.). Corretor de Biodiversidade na Mata Atlântica no sul da Bahia. Ilhéus, BA: Iesb/CABS/ UFMG/
Unicamp, 2003. CD-ROM.

SIQUEIRA, M. F. 6/4#!.(&7"'8.,!3%&(&"'*(/%9:"&*(&(.);3!(.&%'<='(%.&*%&>%,%&6,#?/,!3%&%,'%-;.&*(&
dados binários. 1994. 143 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas,
1994.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Brazilian reptiles – List of species. 2008.


Disponível em: <http://www.sbherpetologia.org.br>. Acesso em: 31 ago. 2008.

SOUZA, F. L.; ABE A. S. Fauna urbana: o cágado e a poluição dos rios. Ciência Hoje, v. 25, p. 59-61,
1999.

SOUZA, F. L.; ABE A. S. Population structure and reproductive aspects of the freshwater turtle, Phrynops
geoffroanus, inhabiting an urban river in southeastern Brazil. Studies on Neotropical Fauna and
Environment, v. 36, p. 57-62, 2001.

SOUZA L. F. Uma revisão sobre padrões de atividade, reprodução e alimentação de cágados brasileiros
(Testudines, Chelidae). Phyllomedusa, v. 3, n. 1, p. 15-27, 2004.

SOUZA, F. L. Geographical distribution patterns of South American Side-necked turtles (chelidae), with
emphasis on Brazilian species. Rev. Esp. Herp., 19: 33-46. 2005.

!"!#$%%&'()*+(,&- .'(%*(,*+(/&%0!*(1*()*(2*+(3&#. !'()*()*+("$4$'(%*(2*(4567896(5(9:9;<=>?@7@56(:7;7(7(


conservação da biodiversidade na Mata Atlântica Brasileira. MegadiversidadeA(@567896(5(9:9;<=>?@7@56(
para conservação da biodiversidade brasileira, Minas Gerais, v. 1, n. 1, p. 132-138, 2005.

VANZOLINI, P. E. Notes on the nesting behavior of Podocnemis expansa in the Amazon valley (Testudines,
Pelomedusidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 20, p. 191-215, 1967.

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das caatingas. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980. 160 p.

VANZOLINI, P. E. On the distribution of certain South American turtles (Testudines: Testudinidae and
Chelidae). Smithsonian Herpetological Information Service, v. 97, p. 1-10, 1994.

WILSON, E. O. A situação atual da diversidade biológica. In: WILSON, E. O. (Ed.). Biodiversidade. Rio de
Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1997. p. 1-24.

ZAGO, C. E. S.; VIZOTTO, L. D.; OLIVEIRA, C. de; BONINI-DOMINGOS, C. R.; Valores de Normalidade
da Série Vermelha para Phrynops geoffroanus (Testudines: Chelidae) de cativeiro. 2006. Disponível
em: <http://www.spzoo.org.br/1105.html>. Acesso em: 5 ago. 2008.

ZARDOYA, R.; MEYER A. The Evolutionary Position of Turtles Revised. Naturwissenschaften, v. 88, p.
193-200, 2001.
304 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

APÊNDICE A

A) vista dorsal de P. geoffroanus; B) vista ventral de P. geoffroanus; C) vista dorsal de K. scorpioides; D) vista ventral
de K. scorpioides; E) vista dorsal de M. tuberculata; F) vista ventral de M. tuberculata; G) Ovos de Testudines (espécie
não identificada); H) ovos e ninho de Testudines (espécie não identificada).
!"#$%&!'#$&()*+$&!',#'%-.%-./*-!'0-.+12-!'.#*+!%.-,-!'
nas praias de Ipojuca – Pernambuco entre os anos de 2000 e
3445'#'(+!%-'$&0#1%-,-',-!'#!"6$+#!'
ocorrentes para o estado

Elisângela da Silva Guimarães1; Arley Cândido da Silva1; Eduardo Albuquerque Marques Lins1,2; Geraldo Jorge
Barbosa de Moura1,3

Resumo Abstract
Na costa continental de Pernambuco, as The beaches of Ipojuca city represent,
praias do município de Ipojuca são as áreas de among the continental coast of Pernambuco, areas
preferência das tartarugas marinhas para desovar, of preference for sea turtles to spawn, because of
devido às condições climáticas, geológicas e its climate, geological and topographic conditions.
topográficas. Este trabalho teve como objetivo This study aimed to record the abundance, richness
registrar a abundância, a riqueza e a distribuição and temporal and spatial distribution of sea turtles
temporal e espacial de tartarugas marinhas entre between 2000 and 2008 spawning seasons on the
as temporadas de 2000 e 2008. Foram registradas beaches of Ipojuca. Three hundred and seventy-
373 desovas de duas espécies de tartarugas three egg masses were recorded for two species of
marinhas, sendo 371 da espécie Eretmochelys sea turtles, being 371 of the species Eretmochelys
imbricata (Linnaeus, 1766) e duas da espécie imbricata (Linnaeus, 1766) and 2 of the species
Caretta caretta (Linnaeus, 1758), que possui Caretta caretta (Linnaeus, 1758), which has sporadic
ocorrência esporádica. A temporada reprodutiva occurrence. The reproductive season for these
para essas espécies, em Ipojuca, começa species, in Ipojuca, begins in October and ends in
em outubro e termina em maio. Obteve-se na May. The highest record of spawning was obtained
temporada 2007-2008 o maior registro de desovas. in the 2007-2008 season. The beach of Merepe has
A praia de Merepe possui o maior número de the largest number of records of spawning activity.
registros de desovas. É evidente o aumento no It is evident the increase in the number of nesting
número de nidificação ao longo desses 8 anos over these eight years of sampling, as well as the
de amostragem, assim como a intensificação intensification of work performed in the conservation
dos trabalhos de conservação realizados nas of beaches Ipojuca with occurrence of spawning.
praias de Ipojuca, com ocorrência de desovas. O The monitoring carried out allows protection for the
monitoramento realizado permite a proteção para species involved and the whole ecosystem.
essa espécie e para todo o ecossistema envolvido.
Key-words: Ipojuca; Chelonians; Testudines;
Palavras-chave: Ipojuca; Quelônios; Testu- Eretmochelys imbricata; Caretta caretta.
dines; Eretmochelys imbricata; Caretta caretta.

1
ONG Ecoassociados (ecoassociados@bol.com.br).
2
!"#$"%#&'()'*+,%-+".'/+&012+-".3'4"5!('6-7(8&%+-&92)"+0:-&);:
3
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
As tartarugas marinhas existem há mais de dando origem ao seu nome popular: tartaruga-de-
150 milhões de anos e ao longo desse período couro (PRITCHARD, 1997; SPOTILA, 2004).
sobreviveram às grandes mudanças climáticas e No mundo, existem registros de 313 espécies
ambientais ocorridas no planeta. Sua origem se deu de Testudines, das quais sete são tartarugas
no ambiente terrestre, mas evoluíram adaptando- marinhas (REPTILE-DATABASE, 2008): Caretta
se ao ambiente marinho e diferenciando-se de caretta (Linnaeus, 1758), Chelonia mydas (Linnaeus,
outros répteis (LUTZ; MUSICK, 1997). Seus 1758), Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766),
ancestrais precisaram modificar algumas de suas Lepidochelys kempii (Garman, 1880), Lepidochelys
estruturas, dando origem, assim, à sua atual olivacea (Eschscholtz, 1829) e Natator depressus
morfologia, observada nesses quelônios, como (Garman, 1880), incluídas na família Cheloniidae;
a presença de membros anteriores em forma de Dermochelys coriacea (Linnaeus, 1766), incluída
remos, favorecendo a interação hidrodinâmica na família Dermochelyidae. Das sete espécies
com o ambiente (BAPTISTOTTE, 1992; MEYLAN et marinhas reconhecidas, cinco são registradas para
al., 2000). Pernambuco: Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda),
Os répteis são representados por quatro Chelonia mydas (tartaruga-verde ou tartaruga-
ordens: Rhynchocephalia, Squamata, Testudines e aruanã), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-
Crocodylia. Na ordem Testudines, são reconhecidas pente), Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva
duas subordens: Pleurodira (Pleuro = lado; dire = ou tartaruga-pequena) e Dermochelys coriacea
pescoço) e Cryptodira (Crypto = escondido; dire (tartaruga-de-couro) (GUIMARÃES, et al., 2007;
= pescoço). Enquanto a primeira inclui espécies SBH, 2008).
encontradas atualmente apenas no Hemisfério Sul, O entendimento das rotas migratórias das
a segunda, mais especiosa, é representada por tartarugas marinhas, entre suas áreas de reprodução
espécies aquáticas e terrestres na América do Sul, e alimentação (HAYS, et al., 2001); o período de
e terrestres na África, incluindo os únicos quelônios desova, que no litoral brasileiro vai de outubro a
encontrados na maior parte do Hemisfério Norte. maio (BAPTISTOTTE et al., 2003; ALMEIDA et al.,
No Cretáceo, existiam quatro famílias de 2002); e a influência da temperatura de incubação,
tartarugas marinhas: Toxochelydae, Protostegidae, que determina o sexo dos filhotes (DUTTON et al.,
Cheloniidae e Dermochelyidae (PRITCHARD, 1997), 1999; GLEN; MROSOVSKY, 2004), são, entre outros,
mas apenas as duas últimas, incluídas na subordem fatores que demandam estudos contínuos visando
Cryptodira, permaneceram até o presente à conservação desses Testudines marinhos. Dessa
(HALLIDAY; ADLER, 2002; REPTILE-DATABASE, forma, este trabalho teve como objetivo registrar
2008). Uma característica que diferencia as duas as espécies de tartarugas marinhas ocorrentes
famílias é o tipo de revestimento externo da no município de Ipojuca, entre os anos de 2000
carapaça. Cheloniidae retêm os escudos córneos e 2008, assim como caracterizar ecologicamente
epidérmicos sobre o casco (PRITCHARD, 1997), as espécies em questão. Especificamente, pre-
enquanto indivíduos da família Dermochelyidae tendeu-se: A) registrar a abundância e a riqueza
possuem carapaça que não é formada por placas das espécies de tartarugas marinhas ocorrentes
córneas, mas por uma grossa camada de pele, no município de Ipojuca; B) registrar a variação
308 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

temporal das ocorrências; C) mapear os principais 50,2 km da capital, cujo acesso é feito pela BR-
sítios de ocorrência; e D) compilar dados 101 e pela PE-060 (ANDRADE, 2003). Segundo
objetivando apresentar uma lista comentada com a Ab’Saber (1967), o clima da região é As’ (tropical
história natural das espécies de tartarugas marinhas chuvoso com verão seco), com precipitação média
ocorrentes para o estado de Pernambuco, visando, anual de 1.309,9 mm e período chuvoso entre os
assim, à preservação das tartarugas marinhas, meses de março e agosto.
grupo ainda tão necessitado de políticas e de São 32 km de área litorânea, distribuídos,
preservação e de conservação ambiental. no sentido norte-sul, ao longo das seguintes
praias: Gamboa, Muro Alto, Cupe, Merepe, Porto
Metodologia de Galinhas, Maracaípe, Pontal de Maracaípe,
Serrambi e Toquinho. Entretanto, apenas os 16
Área de estudo km de praia entre Muro Alto e Serrambi foram
monitorados durante o estudo. Exceto pela Praia de
O município de Ipojuca está localizado na Porto de Galinhas, que possui formações recifais,
mesorregião metropolitana e na microrregião as demais praias monitoradas apresentam forte
Suape, do estado de Pernambuco, que limita ao arrebentação. Todas elas, no entanto, possuem
norte e ao sul, respectivamente, com os municípios águas relativamente quentes e de salinidade
de Cabo de Santo Agostinho e Sirinhaém, a elevada (MANSO et al., 2003). Essas praias se
leste com o Oceano Atlântico e a oeste com o destacam por apresentar características ambientais
município de Escada. A sede do município tem (temperatura, tipo de areia, umidade e topografia)
altitude aproximada de 10 metros e coordenadas favoráveis à escolha do ambiente para desova de
geográficas de 08°24’06” S e 35°03’45” W, distando tartarugas marinhas (MORTIMER, 1981).

Figura 1: Mapa de localização das praias da costa do município de Ipojuca – PE.

Amostragem Foram utilizadas lanternas para iluminação, quando


preciso, e caderno de campo onde todos os dados
Os registros anotados entre o Pontal de (número do registro, data da ocorrência, espécie e
Maracaípe e Muro Alto foram feitos por rondas praia) foram anotados para que os ninhos fossem
noturnas, realizadas diariamente durante as acompanhados até o dia da eclosão.
temporadas de reprodução compreendidas entre Após a confirmação por flagrante ou rastro
os anos de 2000 e 2008, além das informações dos da nidificação das tartarugas (Apêndice A), as
vigias, caseiros, pescadores, guarda-vidas e da áreas foram isoladas com quatro varetas e uma fita
comunidade circunvizinha. Toda a amostragem amarela e preta, que era enrolada nas madeiras,
foi realizada e coordenada por integrantes da fechando a área do ninho em um quadrado para
ONG Ecoassociados, que é uma organização evitar o tráfego de pessoas e de veículos. Também
associativa pública de direito privado, sem fins foram colocadas placas informativas nos ninhos
lucrativos, integrada pela comunidade científica monitorados.
e a comunidade nativa da região que vem de- No período da eclosão dos ovos, quando
senvolvendo diversas ações com o meio ambiente os filhotes emergiam dos ninhos (Apêndice A), era
desde 2000. confeccionada uma vala para ajudar no caminho
A identificação das ocorrências de tartarugas até o mar (Apêndice A). Esse procedimento foi
marinhas foi realizada num bugre que percorreu utilizado com sucesso em outras temporadas
toda a área do Pontal de Maracaípe a Muro Alto. e observada sua eficiência, evitando que os
Aspectos ecológicos de tartarugas marinhas registradas nas praias de Ipojuca 309

filhotes se dispersassem no caminho até o mar, município de Ipojuca, exceto Gamboa e Toquinho,
devido à incidência da fotopoluição nas áreas sendo 371 da espécie Eretmochelys imbricata
dos ninhos (GUIMARÃES, E. S. com. pess.). A (Linnaeus, 1766), a mais ameaçada segundo a
iluminação artificial na costa, devido à expansão lista da União Internacional para a Conservação da
de hotéis de grande e pequeno porte, pousadas, Natureza (IUCN/2007), e duas, de forma casual, da
casas de veraneio e moradias fixas, prejudica o espécie Caretta caretta (Linnaeus, 1758).
deslocamento dos filhotes em direção ao mar Devido à falta de informações técnicas
(FERREIRA et al., 1992; GUIMARÃES et al., 2007). precisas (data de eclosão e local da dasova) de
Três dias após a eclosão, os ninhos registros compreendidos entre as temporadas de
passam por um processo de contagem dos ovos 2000 a 2004, só foi possível inferir sobre os aspectos
eclodidos, permitindo identificar o número de
ecológicos detalhados dos dados coletados a partir
filhotes que obtiveram sucesso na eclosão (vivos),
de dezembro de 2004, ficando os dados de 2000 a
os que morreram no caminho da subida do ninho
2008 apenas para a composição da abundância e
à superfície da praia (natimortos) e os que não
da riqueza das espécies, e a variação populacional
conseguiram sair do ovo (gorados).
Trabalhos de educação ambiental foram ao longo das temporadas.
desenvolvidos durante todo o período de mo-
nitoramento (2000-2008), por meio de capacitações Distribuição temporal e sazonalidade
e palestras para a comunidade local e para turistas,
enfatizando a importância de uma tartaruga Na Tabela I foi observado o crescimento
desovando ou de um ninho eclodindo. acentuado no número de desovas registradas
entre 2000 e 2008 nas praias de Muro Alto, Cupe,
Resultados e discussão Merepe, Porto de Galinhas, Maracaípe, Pontal de
Maracaípe e Serrambi. Dados também observados
Abundância e riqueza por Cavalcanti et al. (2002), entre as temporadas
de 1999 e 2002 para as mesmas praias, e por
Foram registrados 373 indivíduos, per- Marcovaldi (1999) entre 1982 e 1997, para a Bahia,
tencentes a duas espécies de tartarugas marinhas, mostram uma considerável reação positiva das
entre os anos de 2000 e 2008 nas praias do espécies nas últimas décadas.

Tabela I: Registro absoluto e percentual das desovas de Eretmochelys imbricata e Caretta caretta entre as temporadas
de 2000 e 2008 nas praias do município de Ipojuca.

Eretmochelys imbricata Caretta caretta


Temporada (anos)
Ocorrência % Ocorrência %
2000-2001 14 3,75 0 0
2001-2002 19 5,09 0 0
2003-2004 28 7,50 0 0
2004-2005 43 11,53 0 0
2005-2006 73 19,58 0 0
2006-2007 94 25,20 0 0
2007-2008 100 26,95 2 100%
Total 371 100% 2 100%

Segundo Meylan (1989), a temporada de Os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março


desova da espécie Eretmochelys imbricata pode apresentaram o maior número de ocorrências, o
durar entre 7 e 9 meses. Os dados da Tabela II que foi, exceto para o mês de março, semelhante
indicam que as desovas ocorreram entre os meses ao observado por Hirth (1980) e Marcovaldi et al.
de outubro e maio para as praias de Ipojuca. Período (1999). Guimarães (2004) registrou maior número
semelhante foi observado por Mascarenhas et al. de ocorrências entre 1999 e 2003 para os meses
(2003) e Cesar (2007) para o estado da Paraíba. de dezembro e janeiro para o estado de Sergipe.
310 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Tabela II: Total de registros mensais de desovas de Eretmochelys imbricata entre 2004 e 2008 nas praias do município
de Ipojuca.

Meses mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev Total
Desova 77 17 4 0 0 0 0 6 9 34 66 97 310
Total período chuvoso: 98 período seco: 212

É possível observar na Tabela II que, durante A vegetação junto à praia e a textura da areia
todo o ano, o maior número de desovas coincide também são variáveis que têm sido levadas em
com a estação seca. A ação climática sazonal, conta. De acordo com os resultados do trabalho de
como o período de seca e o chuvoso, também Mortimer (1981), na Ilha de Ascenção, a nidificação
influencia a proporção de machos e fêmeas nas mais abundante da espécie Chelonia mydas ocorre
ninhadas (GOMES et al., 2006). Estudos relatam em praias não iluminadas, com acessos abertos
haver maior prevalência no nascimento de fêmeas, do mar alto, e praias relativamente livres de
em números exorbitantes, pois para cada 500 entulho de rochas. Cada um dos cinco gêneros de
filhotes nascidos apenas um chega à idade tartarugas marinhas, provavelmente, tem requisito
reprodutiva. O nascimento de um maior número ligeiramente diferente na escolha do local de
de fêmeas é necessário para manter o equilíbrio
desova (MORTIMER, 1981; SILVA et al., 2001).
entre os sexos em uma mesma população. Por
Durante as temporadas reprodutivas de 2004
gastar mais energia e sofrer mais risco de vida
com o processo reprodutivo, as fêmeas são mais a 2008 foram observadas 310 desovas da espécie
susceptíveis à morte. Além de produzir os ovos, Eretmochelys imbricata nas praias de Ipojuca. A
elas precisam subir até uma praia para nidificar, espécie Caretta caretta raramente nidifica na orla
expondo-se a predadores (FISHER, 1930 apud de Ipojuca (n = 2), registro também observado
WIBBELS, 2003). por Cavalcanti (2003), não possuindo um número
favorável para análise. As espécies Chelonia mydas
e Lepydochelis olivacea foram registradas como
Distribuição espacial
mortas ou debilitadas.
As praias abertas e desprovidas de rochas A Tabela III apresenta o número de registros
sem costões rochosos, com águas de boa obtidos de Eretmochelys imbricata, por praia, em
visibilidade e sem fortes batimentos de ondas, são cada temporada. Destaque para a Praia de Merepe,
propícias à desova e à alimentação de tartarugas com 195 desovas, aproximadamente 63% do total
marinhas (MORTIMER, 1981; SILVA et al., 2001). entre 2004 e 2008.

Tabela III: Registro de Eretmochelys imbricata, por praia, entre 2004 e 2008 no município de Ipojuca.

Praias Muro Alto Cupe Merepe Porto Maracaípe Serrambi Total


2004-2005 9 4 29 0 1 00 43
2005-2006 5 11 51 7 5 00 73
2006-2007 11 14 66 00 2 1 94
2007-2008 17 14 49 5 15 00 100
42 43 12 23 1
Total 195 (62,9%) 310
(13,5%) (13,8%) (3,87%) (7,41%) (0,32%)
aberto/
Mar aberto aberto fechado aberto fechado
fechado

Lista comentada das espécies de de Pernambuco, na costa continental, e no


tartarugas marinhas com ocorrência Parque Nacional Fernando de Noronha, com
informações de sua biogeogafia, aspectos
para o estado de Pernambuco ecológicos e referências pertinentes a cada
espécie.
A seguir, uma lista comentada das espécies
de tartarugas marinhas que ocorrem no estado
Aspectos ecológicos de tartarugas marinhas registradas nas praias de Ipojuca 311

1- FAMÍLIA CHELONIIDAE
Caretta caretta (Linnaeus, 1758)
A espécie Caretta caretta, conhecida popularmente como tartaruga-cabeçuda (TAMAR,
1998), é abundante no Oceano Atlântico, principalmente no Hemisfério Norte (CARR, 1975;
REBEL, 1974; ERNST; BARBOUR, 1989; MEYLAN et al., 1995). Embora seja encontrada na
costa do Pacífico nas Américas, do Alasca à Califórnia (MARQUEZ, 1969; SHAW, 1947; BANE,
1992). Esta espécie é encontrada em praticamente todo o mundo e, para desovar no Brasil,
procura preferencialmente as praias ao norte do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe,
1. apresentando o maior número de desovas no litoral brasileiro (TAMAR, 1996). Os animais têm
a cabeça proporcionalmente maior do que a das outras espécies, chegando a medir 25 cm de
comprimento (TAMAR, 1996). Seu casco mede aproximadamente um metro e alcançam peso
máximo, já registrado, de 250 kg. Esta espécie possui preferencialmente hábitos piscívoros,
alimentando-se também de camarões, caramujos, esponjas e algas (WITZELL, 1984; TAMAR,
1996; POLOVINA et al., 2003). Suas mandíbulas poderosas lhes permitem triturar as conchas
de moluscos e carapaças de crustáceos. Seu estágio juvenil é pelágico (CARR, 1978; MUSIK;
LIMPUS, 1997; BOLTEN et al., 1998).
Chelonia mydas (Linnaeus, 1758)
A espécie Chelonia mydas, também chamada de aruanã (TAMAR, 1996), ocorre nas
águas dos oceanos Atlântico (SCHIMIDT, 1916; CARR et al., 1978; BOULON; FRAZER, 1990) e
Pacífico (BALAZANS, 1982; BALAZANS et al., 1994; MEYLAN, 1995; HIRTH, 1997). Seus locais
de desova são geralmente bastante distantes dos locais de alimentação, obrigando os animais
a realizarem migrações sazonais que podem cobrir uma distância de mais de 4.000 km² (CARR
et al., 1978; CARR, 1975; PRITCHARD, 1973; MEYLAN, 1982; HIRTH, 1997). Os indivíduos
2.
juvenis podem ser vistos, com relativa facilidade, ao longo de todo o litoral brasileiro. No Brasil,
esta espécie prefere desovar nas ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha, Atol das Rocas
e Trindade (TAMAR, 1996). Além do Brasil, há registro de desovas na Costa Rica, Guiana,
Guiana Francesa, Suriname, México, Ilha Ascension, Ilha Mona, Ilha das Aves, Dry Tortugas, Ilha
das Mulheres, Ilha do Cabo Verde, Flórida, Geórgia, Bermuda, Alta Vela, Ilha Cayman e Cuba
(ERNST; BARBOUR, 1989). É herbívora, alimentando-se exclusivamente de algas. Mede cerca
de 1,20 m, podendo atingir até 350 kg (TAMAR, 1998).

Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766)


Esta espécie é conhecida popularmente como tartaruga-de-pente, tartaruga-verdadeira ou
tartaruga-legítima (TAMAR, 1996). São tartarugas circunglobais e tendem a permanecer em áreas
costeiras (MEYLAN; DONNELLY, 1999). O casco pode medir até um metro de comprimento e pesar
até 150 kg. Esta tartaruga tem este nome porque era caçada para que seu casco fosse usado
3. na fabricação de pentes e armações de óculos (TAMAR, 1996). Alimenta-se de peixes, caramujos,
esponjas e siris (TAMAR, 1996). Na forma juvenil ou semiadulta é encontrada em todo o litoral do
Nordeste (TAMAR, 1996), mas para desovar busca principalmente o litoral norte da Bahia e o de
Sergipe (TAMAR, 1996). O acasalamento ocorre em águas rasas das praias de desova (ERNST;
BARBOUR, 1989; GROOMBRIDGE, 1982). Estes animais percorrem grandes distâncias (até 2.500
km) entre as áreas de alimentação e de nidificação (MILLER et al., 1998).
Lepidochelys olivacea (Eschscholtz, 1829)
Esta espécie é encontrada na Índia, México, em oceanos tropicais e também na costa
brasileira (JUAN, 2007; BASUDEV; BIVASH, 2007; MARCOVALDI; MARCOVALDI, 1985;
MARCOVALDI, 1987; BAPTISTOTTE, 1995). Seus representantes são nômades e suas migrações
podem ser de centenas de milhares de quilômetros, preferindo regiões onde a temperatura da
água tende a ser relativamente elevada (ACHÁVAL et al., 2000; POLOVINA, 2003). É a menor de
todas as tartarugas marinhas, medindo cerca de 60 cm de comprimento de casco e pesando
em torno de 65 kg (TAMAR, 1996). Alimenta-se de peixes, moluscos, crustáceos (principalmente
camarões) e plantas aquáticas (TAMAR, 1996). O Suriname e o litoral nordestino do Brasil, em
especial a costa de Sergipe, possuem um dos maiores bolsões de desova desta espécie na
América do Sul (FRAZIER, 1984; DE CASTILHOS; TIWARI, 2006; TAMAR, 1996). Os momentos
de desova em massa desta espécie são chamados de “arribada” (PRITCHARD, 1997).
312 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

2- FAMÍLIA DERMOCHELYIDAE

Dermochelys coriacea (Linnaeus, 1766)


Popularmente conhecida como tartaruga-gigante ou tartaruga-de-couro (TAMAR,
1996), ocorre na costa dos Estados Unidos, Austrália, Malásia, Canadá e em regiões tropicais
e subpolares de todo o mundo (MEYLAN et al., 1995; COGGER, 1996; CHAN; LIEW, 1995;
BLEAKNEY, 1965). Passa a maior parte do seu ciclo de vida em ambiente oceânico e, a partir
de sua região de desova, realiza longas jornadas migratórias em busca de alimentos (ECKERT,
5
1998; ECKERT; SARTI, 1997; FERRAROLI et al., 2004; HAYS et al., 2004) aproximando-se do
litoral apenas para desovar (TAMAR, 1996). O maior peso já registrado foi o de um macho que
atingiu 951 kg, com cerca de 2 m de comprimento (TAMAR, 1996). Alimenta-se especialmente de
plâncton gelatinoso e de invertebrados pelágicos (BLEAKNEY, 1965), em especial de medusas
da classe Scyphomedusae (PRITCHARD, 1971). A desova em território brasileiro ocorre somente
no litoral do Espírito Santo (MARCOVALDI; MARCOVALDI, 1985).

Considerações finais praias de Ipojuca, para que se possa inferir sobre


uma possível seleção de praia para a desova de
Estes dados apontam a importância da Eretmochelys imbricata.
área para a reprodução da espécie Eretmochelys É importante ressaltar que todas as
imbricata, além da importância da continuidade do tartarugas flagradas em nidificação, ou ocorrentes
monitoramento realizado pela ONG Ecoassociados, para o município de Ipojuca, ao longo dos últimos
que favorece maior proteção não só às tartarugas 9 anos, não apresentaram identificação como
marinhas, como do ambiente local, evitando a utilizada pelo Projeto Tamar. São necessários
que áreas de praias sejam destruídas devido ao estudos de marcação/recaptura em longo prazo,
contínuo desenvolvimento local. pois trabalhos prévios não se mostram eficientes
É necessária a realização de estudos sobre para as espécies ocorrentes na costa continental
as características físicas, químicas e biológicas das de Pernambuco.

Agradecimentos
Agradecemos aos nativos das praias de Ipojuca, principalmente de Porto de Galinhas, por terem
se tornado verdadeiros voluntários no repasse de informações sobre tartarugas marinhas à ONG
Ecoassociados; à Prefeitura de Ipojuca; ao Hotel Armação; à equipe do I Encontro de Herpetologia e
Mastozoologia em Pernambuco que promoveu a criação deste livro, e, em especial, ao Professor Geraldo
Moura.

Referências

AB’ SABER, A. N. !" #$%&'($!" %$)*$+,&%-.&+$!" /" 0)$1('+&2!" 3.$4/$4)-3+2!" #$" 5)2!&,. São Paulo,
USP, 1967, n. 3, p. 46.

ACHÁVAL, F.; MARIN, Y.H.; BAREA, L. C. Captura incidental de tortugas com palangre pelagico oceanico
em el Atlântico sudoccidental. In: ARENA, G.; REY M. (Ed.). Captura de grandes peces pelagicos
(pez espada y atunes) em el Atlantico Sudoccidental, y su interaccion em otras problaciones.
Montevideo, Uruguay: Instituto Nacional de Pesca, Programa de Las Naciones Unidas para el Desarrollo,
2000. p. 83-88.

ALMEIDA, A. P. L. S.; THOMÉ, J. C. A.; BAPTISTOTTE, C.; MOREIRA, L. M. P.; RIETH, D. B.; SCALFONI, J.
T. Aspectos da biologia reprodutiva de Caretta caretta no litoral norte do Espírito Santo, evidenciados por
recapturas de fêmeas marcadas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 24., 2002. Resumos...
Itajaí: Univali, 2002.

ANDRADE, M. C. 6.,2!"4/$4)-3+$"#/"7/)'2%89+$. 2.ed. João Pessoa: Ed. Grafset, 2003. p. 160.


Aspectos ecológicos de tartarugas marinhas registradas nas praias de Ipojuca 313

BALAZANS, G. H. Growth rates of immature green turtles in Hawaiian Archipelago. In: BJORNDAL, K. A.
(Ed.). Biology and conservation of sea turtles. Washington, DC, USA. Smithsonian Institution Press,
1982. p. 117-125.

BALAZANS, G. H.; DUDLEY, W. C.; HALLACHE, L. E.; CONEY, J. P.; KOGA, S. K. Ecology and cultural
!"#!$%&#%'()*( '&(+,-+.' (&+(/,#&.,0,(1&2&!!3(4#5(6789:;<=>(?3(<3@(68=AB:>(<3(63@(781:C8:>(;3(<3@(
ELIAZAR, P. J. (Comp.). Proceedings of the Fourteenth Annual Symposium on Sea Turtle Biology and
Conservation. Miami, Florida, USA: NOAA Technical Memorandum NMFS-SEFSC-351, 1994. p. 10-13

BANE, G. Marine Turtle Newsletter, v. 58, p. 1-2, 1992.

BAPTISTOTTE, C. Tartarugas marinhas - Projeto Tamar. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE HERPETÓLOGOS,


6., 1992. Belo Horizonte, MG, 23 a 27 nov. 1992. p. 19-24.

!"#$%#&##'()*+)!),-.//01,.2034)34)256).,2070206/)38)"93:623)#.;.9() 9.<0-()Chelonian Conservation and


Biology, v. 1, n. 4, p. 328-329, 1995.

BAPTISTOTTE, C.; THOME, J. C.; BJORDAL, K. A. Reproductive biology and conservation status of
the loggerhead sea turtle (Caretta caretta) in Espírito Santo state, Brazil. Chelonian Conservation and
Biology, v. 4, n. 3, p. 523-529, 2003.

!%=>'?()#+@) $?!%A()"+) 6.,5)1B6-02C).4B)$426946/204D)E376;642/)38)&-076)F0B-6C)#G92-6/)HI6J0B3,56-C/)


olivacea) at Rushikulya, India. Herpetological Conservation and Biology, v. 3, n. 1, p. 40-45, 2007.

BINCKLEY, C. H.; SPOTILA, J. R.; WILSON, K. S.; PALADIONO, F. V. Sex determination and sex determination
38)".,01,)-6.2569K.,L)2G92-6/()>69;3,56-C/),390.,6.+)Copeia, v. 2, p. 291-300, 1998.

BLEAKNEY, J. S. Reports of marine turtles from New England and Eastern Canada. Canadian Field-
Naturalist, v. 79, p. 120-128, 1965.

BOLTEN, A. B.; BJORNDAL, K. A.; MARTINS, H. R.; DELLINGER, T.; BISCOTIO, M. J.; ENCALADA, S. E.;
&M'N() +)M+)#9.4/.2-.420,B)676-3J;642.-;)0D9.2034/3)O3DD6956.B/).)2G92-6/)B6;34/29.26B)KC);2>N!)
sequence analysis. Eco-logical Applications, v. 8, p. 1-7, 1998.

BOULON JUNIOR, R. H.; FRAZER. N. B. Growth of wild juvenile Carribean green turtles, Chelonia mydas.
Journal of Herpetology, v. 24, p. 441-445, 1990.

CARR, A. Copeia, v. 1975, p. 547-555.

CARR, A. F.; CARR, M. H.; MEYLAN, A. B. The ecology and mygrations of sea turtles. 7. The West Caribean
green turtle colony. Bulletin of the American Museum of Natural History, v. 162, p. 1-46, 1978.

CAVALCANTI, M. A. M.; SANTOS, R. O. M.; GUIMARÃES, E. S.; PEREIRA, C. F. P.†; MORAIS, Z. M. B. Pontos
B6)96J93BGPQ3)B6)2.92.9GD.);.9045.)43)-0239.-)B6)"694.;KG,3+)$4R)*34D96//3)B6)$40,0.PQ3)*0642S1,.+)TU+()
2002. Anais... Recife: UFRPE, 2002. p. 631-632.

CAVALCANTI, M. A. M. Registro e monitoramento de tartarugas marinhas nas praias do município de


Ipojuca – PE+)UVVW+)E343D9.1.)HX9.BG.PQ3Y)Z)=40769/0B.B6)[6B69.-)FG9.-)B6)"694.;KG,3()F6,086()UVVW+

CÉSAR, B. C. A. Avaliação da Temporada de Desovas das tartarugas-de-pente (Eretmochelys


imbricata), Evidências de poluição luminosa e Perda de Habitat em Ipojuca, PE+)UVV\+)E343D9.1.)
(Graduação em Ciências Biólogicas) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.

CHAN, E. H.; LIEW, H. C. Incubation temperatures and sex ratios in Malaysian leatherback turtles
Dermochelys coriacea. Biological Conservation, v. 74, p. 169-174, 1995.

COGGER, H. G. Reptiles and Anphibians of Australia. Chastwood, NSW: Reed Books, 1996.

DE CASTILHOS, J. C.; TIWARI. M. Preliminary Data and Observations from an Increasing Olive Ridley
Population in Sergipe, Brazil. Marine Turtle Newsletter, n. 113, p. 6-7, 2006.
314 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

DUTTON, P. H.; BOWEN, B. W.; BARRAGAN, A.; DAVIS, S. K. Global phylogeography of leatherback turtle
(Dermochelys coriacea). Journal of Zoology, v. 248, p. 397-409, 1999.

'*]'F#() %+) !+@) %!F#$() I+) E+) >0/2.42) 1/56906/) 0;J-0,.26B) 04) 256) -3//) 38) 256) ^39-B_/) -.9D6/2) -6.2569K.,L)
nesting population. Marine Turtle Newsletter, v. 78, p. 2-7, 1997.

ECKERT, S. A. Perspectives on the use of satellite telemetry and other electronic technologies for the study
38);.9046)2G92-6/()^025)9686964,6)23)256)19/2)C6.9`-34D)29.,L04D)38)-6.2569K.,L)/6.)2G92-6/+)$4R)'""'FIa()%+)
P.; BRAUN, J. (Ed.). Proceedings of the Seventeenth 21 Annual Sea Turtle Symposium. Miami: NOAA
Technical Memorandum NMFS-SEFC-415, 1998. p. 294.

ERNST, C. H.; BARBOUR, R. W. Turtles of the World. Washington, DC: Smithsonian Institution Press, 1989.

['FF!F&I$+)%+@)X'&FX'%()b+)a+@)X!%"!F()"+@)I6)E!*A&()a+)M5696)-6.2569K.,L)2G92-6/);662)1/56906/+)
Nature, v. 429, p. 521-522, 2004.

['FF'$F!() %+) N+) E+@) E&F'$F!) [$IA&() X+) *+@) "!#$F$() ?+) b+) B6) !+) !) 04OGc4,0.) B.) 0-G;04.PQ3) .9201,0.-)
na reprodução das tartarugas marinhas. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA. Anais... 1992. Blumenau, Coelba, 1992.

FERREIRA JUNIOR, S. N. M.; CASTRO, P. de T. A.; ADDAD, J. E.; LORENZO, M. de. !"#$%&!'(!)&*+,($&!'
-.!' ,+#.!' -#' /)-)($.01&' -.' %.+%.+2*.' 3.+)/4.' 5.+#%%.' $.+#%%.' /.' "+.).' -.' 62./.7.+.8' /$4)#%.8'
Espírito Santo. Arujá, SP: IPBHN, 2003. (Publicações avulsas)

[F!d$'F()b+)!4.-0/0/)'/2.B0/20,3)B6)-.)#392GD.)X3-14.()I6JB3,56-C/)3-07.,6.)H'/,53-2<Y)B6)&.e.,.()E6e0,3+)
Ciência Pesqueira, v. 4, p. 49-75, 1984.

GLEN, F.; MROSOVSKY, N. The impact of climate change on sand and nest temperatures at a hawksbill
turtle (Eretmochelys imbricata) nesting beach. Global Change biology, v. 10, p. 2036-2045, 2004.

GODFREY, M. H.; BARRETO, R.; MROSOVSKY, N. Metabolically- generated heat of developing eggs and its
potentials effect on sex ratio of sea turtle hatchlings. Journal of Herpetology, v. 31, n. 4, p. 616-619, 1997.

GOMES, M. G. T.; SANTOS, M. R. D.; HENRY, M. Tartarugas marinhas de ocorrência no Brasil: hábitos e
aspectos da biologia da reprodução. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v. 30, n. 1/2, p. 19-27,
2006. Disponível em: <www.cbra.org.br>.

GONCHOROSKY, J. C. As características praiais e a distribuição de desovas de tartarugas marinhas


(Caretta caretta) na Praia do Forte, Bahia. 1998. Dissertação (Mestrado em Geociências) – U niversidade
Federal da Bahia, Salvador, 1998.

GROOMBRIDGE, B. The IUCN Anphibian-Reptilia red data book part 1. IUCN Switzerland, 1982.

GUIMARÃES, E. S. Distribuição de desovas de tartaruga marinha Lepidocheys olivacea (Eschscholtz,


1829) durante quatro temporadas reprodutivas (1999-2003) na base de Ponta dos Mangues/SE.
UVVf+)fg)8+)E343D9.1.)HX9.BG.PQ3Y)Z)=40769/0B.B6)[6B69.-)FG9.-)B6)"694.;KG,3()F6,086()UVVf+

GUIMARÃES, E. S.; SILVA, A. C.; COSTA, V. P. Monitoramento de desovas de tartaruga marinha Eretmochelys
imbricata em praias urbanas de Ipojuca/PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA
EM PERNAMBUCO, 1., 2007.

HALLIDAY, T.; ADLER, K. Amphibian. In: HALLIDAY, T.; ADELER, K. (Ed.). 9)+#:;'</$)$=&"#-).'&>'?#"%)=#!'
and Amphibians.)[096OC) 33L/)H=+%+Y()UVVU+)J+)TV`Tg+

HAYS, G. C.; DRAY, Q. T.; SMYTH, T. J.; MIRONNET, N. C.; LUSCHI, P.; PAPI, F.; BARNSLEY, M. J. Movements
of migrating green turtles in relation to AVHRR derived sea surface temperature. International Journal of
Remote Sensing, v. 22, p. 1403-1411, 2001.

HAYS, G. C.; METCALFE, J. D.; WALNE, A. W.; The implications of lung regulated buoyancy control for
dive depth and duration. Ecology, v. 85, n. 4, p. 1.137-1.145, 2004.
Aspectos ecológicos de tartarugas marinhas registradas nas praias de Ipojuca 315

HIRTH, H. F. Some aspects of the nesting behaviour and reproductive biology of sea turtles. Am Zool., v.
20, p. 507, 1980.

HIRTH, H. F. 1997. Synopsis of the biological data on the green turtle Chelonia mydas. Washington,
DC: Fish and Wildlife Service U.S. Dept. of the Interior,

IBAMA. Revista do Tamar. Salvador: Fundação Pró-Tamar, n. 1, p. 4-22, 1996.

IBAMA. Revista do Tamar. Salvador: Fundação Pró-Tamar, n. 2, p. 4-22, 1998.

IUCN. IUCN red list of threatened animals. Chelonian Conservation and Biology, v. 3, n. 2, p. 200-224, 1996.

!Fd&I!`X&NdhI'd() b+) [+) AG;6B.B) C) 26;J69.2G9.) 6;) 40B3/) 4.2G9.-6/) C) .9201,0.-6/) B6) 2392GD.) D3-14.)
Lepidochelys olivacea (Eschssholtz 1829). Revista de biologia Marina y Oceanografía, v. 42, n. 3, p.
377-383, 2007.

LIMPUS, C. J. The Hawksbill turtle Eretmochelys imbricata, in Queensland: Population structure within a
southern Great Barrier Reef breeding ground. Wildlife Research, v. 19, p. 489-506, 1992.

LUTZ, P. L.; MUSICK, J. A. The Biology of Sea Turtles. Boca Raton, Florida: CRC Press, 1997.

MANSO, V. V.; CORREA, I. C. S.; GUERRA, N. C. Morfologia e sedimentologia da plataforma interna entre
as praias de Porto de Galinhas e Campos – Litoral sul de Pernambuco. Pesquisas em Geociências, v.
30, n. 2, p. 17-25, 2003.

MALVASIO, A.; SOUZA, A. M.; FERREIRA JUNIOR, P. D.; REIS, E. S.; SAMPAIO, F. A. A. Fatores que
04OG64,0.;).)B0/290KG0PQ3)B3/)40453/)B6)"3B3,46;0/)6eJ.4/.)6)"+)G401-0/)H"6-3;6BG/0B.6Y)43)903)b.7.()
Tocantins. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA. Curitiba. Anais... Curitiba: PUC-PR, 2004.

MARCOVALDI, M. A. G.; MARCOVALDI, G. G. Projeto Tamar: área de desova, ocorrência e distribuição


das espécies, época de reprodução, comportamento de postura e técnicas de conservação das
tartarugas marinhas no Brasil. Brasília: MA-IBDF, 1985. p. 46.

MARCOVALDI, M. A. G.; MARCOVALDI, M. F. G. Projeto Tartaruga Marinha: área de desova, época de


reprodução e técnicas de preservação. Boletim FBCN, Rio de Janeiro, n. 22, p. 95-104, 1987.

MARCOVALDI, M. Â.; MARCOVALDI, G. G. Marine turtles of Brazil: the history and structure of Projeto
Tamar-Ibama. Biological Conservation, v. 91, p. 35-41, 1999.

MARCOVALDI, M. Â.; VIEITAS, C. F.; GOSFREY, M. H. Nesting and conservation management of hawksbill
turtles (Eretmochelys imbricata) in northern Bahia, Brazil. Chelonian Conservation an biology, v. 3, n. 2,
p. 301-307, 1999.

MARQUEZ, R. Journal Herpetology, v. 3, p. 108-110, 1969.

MASCARENHAS, R.; ZEPPELINI FILHO, D.; MOREIRA, V. S. Observations on sea turtles in the state of
Paraiba, Brazil. Marine turtle newsletter, n. 101, p. 16-18, 2003.

MEYLAN, A.; BJORNDAL, K. (Ed.). Biology and Conservation of Sea Turtles. Washington, DC:
Smithsonian Institution Press, 1982. p. 91-100.

MEYLAN, A. Status Report of the hawksbill turtle. In: Proceedings of the second western atlantic turtle
symposium. NOAA technical memorandum NMF/SEFC, 1989. p. 226.

MEYLAN, A. B.; SCHROEDER, B.; MOSIER, A. Sea turtle nesting activity in the state of Florida, 1979-1992.
Fla. Mar. Res. Publ., v. 52, p. 1-51, 1995.

MORREALE, S; STANDORA, J.; SPOTILA, J. R.; PALADINO, F. V. Migration corridor for sea turtles. Nature,
v. 384, p. 319-320, 1996.

MEYLAN, A. B.; MOSIER, A. Sea turtle nesting activity in the state of Florida 1979-1992. Fla. Mar. Res.
Publ. Nº 52. 1995.
316 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

MEYLAN A. B.; DONNELLY, M. @%.%2!'A2!%)($.%)&/'>&+'%4#'=)!%)/*'&>'%4#'4.BC!7)=='%2+%=#'DEretmochelys


imbricata) as critically endangered on the 1996. 1999.

MEYLAN, A. B.; MEYLAN, P. A. Introducción a la evolución, historias de vida y biologia de las Tortugas
marinas. In: ECKERT, K. L.; BJORDNAL, K. A.; ABREUGROBOIS, F. A.; DONELLY, M. (Ed.). Técnicas de
investigación y manejo para la conservación de las Tortugas marinas. Pennsylvania: Consolidated
X9.1,)*3;;G40,.2034/()4+)f()UVVV+)J+)W`i+

MILLER, J. D.; DOBBS, K. A.; LIMPUS, C. J.; MATTOCKS, N.; LANDRY, A. M. Long distance migrations by
hawksbill turtle, Eretmochelys imbricata, from north-eastern Autralia. Wildlife Research, v. 25, p. 89-95, 1998.

E&F#$E'F() b+) !+) [.,239/) 04OG64,04D) K6.,5) /6-6,2034) KC) 46/204D) /6.) 2G92-6/+) TgiT+) $4R) b&FN>!I() ]+)
World conference on sea turtle conservation. In: Proceedings of the eighth annual conference on sea
turtle Biology. 1981. p. 45-51.

MUSICK, J. A.; LIMPUS, C. J. Habitat utilization and migration in juvenile sea turtles. In: LUTZ, P. L.;
MUSICK, J. A. (Ed.). The Biology of Sea Turtles. Boca Raton, FL: CRC Press, 1997. p. 137-163.

PLOTKIN, T.; BYLES, R. A; ROSTAL, D. C; OWENS, D. W. Independent versus socially facilitated oceanic
migrations of the olive ridley, Lepidochelys olivacea. Marine Biology, v. 122, p. 137-143, 1995.

POLOVINA, J. J.; HOWELL, E.; PARKER, D. M.; BALAZS, G. H. Dive-depth distribution of loggerhead
H*.9622.),.9622.Y).4B)3-076)90B-6C)HI6J0B3,56-C/)3-07.,6.Y)/6.)2G92-6/)04)256),6429.-)N3925)".,01,R);0D52)B66J)
longline sets catch fewer turtles? Fisheries Bulletin, v. 101, n. 1, p. 189-193, 2003.

PRITCHARD, P. C. H. Anim. Behav., v. 21, p. 18-27, 1973.

PRITCHARD, P. The leatherback or leathery turtle, Dermochelys coriacea. IUCN Monogr., n. 1, p. 39, 1971.

REBEL, T. Sea turtles and the turtle industry of the West Indies, Florida and the Gulf of Mexico. Miami:
Univ. Miami Press, 1974.

REPTILE-DATABASE. The Tigr Reptile Database. Disponível em: <http://www.reptile-database.org/>.


Acesso em: 31 set. 2008.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Lista de espécies de anfíbios e Répteis do


Brasil. Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH), 2008. Disponível em: <http://www.sbherpetologia.
39D+K9j,56,L-0/2j.41K03/+52;k+)!,6//3)6;R)WT)/62+)UVVi+

SCHMIDT, J. Marking experiments with turtles in the Danish West Indies. Meddelelser fra Kommissionen
for Havundersøgelser, Serie Fiskeri, v. 5, p. 1-26, 1916.

%A!M()*+)'+)[09/2)96,39B)38)256)96B+)K93^4)-3DD6956.B)2G92-6)893;)256)6./2694+)".,01,+)Herpetologica, v.
4, p. 55-56, 1947.

SILVA, A. C. C. D.; CASTILHOS, J. C.; ROCHA, D. A. S. OLIVEIRA, F. L. C. Ocorrências de tartarugas


marinhas no litoral de Sergipe registrada nas temporadas reprodutivas de 96/97, 97/98, 98/99 e 99/00. In:
REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA PARA O PROGRESSO DA CIÊNCIA, 53. 2001. Salvador:
Anais...

SILVA, A. C. C. D. da; SILVA, V. C. S. Interferência da iluminação nas populações de tartarugas marinhas,


pelo terminal portuário de Sergipe. In: CONGRESSO DE ENGENHARIA DE PESCA, 1993. Aracaju. Anais...

SPOTILA, J. Sea Turtles: a complete guide to their biology, behavior, and conservation. Baltimore,
Maryland: The Johns Hopkins University Press and Oakwood Arts, 2004.

WIBBELS, T. Critical approaches to sex determination in sea turtles. In: LUTZ, P. L.; MUSICK, J. A.;
WYNEKEN, J. (Ed.). The biology of sea turtle II. Boca Raton, FL: CRC Press, 2003. p.103-133.

WITZEL, W. N. The incidental capture of sea turtles in the Atlantic U.S. Fishery Conservation Zone by the
b.J.46/6)2G4.)-34D-046)O662()Tg\i`TgiT+)Mar. Fish. Em., v. 46, p. 56-58, 1984.
Aspectos ecológicos de tartarugas marinhas registradas nas praias de Ipojuca 317

APÊNDICE A

E F

A) Eretmochelys imbricata retornando para o mar; B) Caretta caretta retornando para o mar; C) Eretmochelys imbricata
desovando; D) Caretta caretta desovando; E) Filhotes de Eretmochelys imbricata emergindo do ninho; F) Filhote a
caminho do mar. (Fotografias: Luiz Prado).
!"#$%$&'(!")%*&$+(!",("-.+/-0"+0"1&0/"2&/!'.34("+0"5/!6($"
(1624-1627) com ocorrência no estado de Pernambuco

Zenilde Moreira Borges de Morais1; Argus Vasconcelos de Almeida2

Resumo Abstract
Por meio de uma revisão de literatura, Through a literature review, we recover
resgata-se a importância histórica da presença de the historical importance of the presence of Frei
Frei Cristóvão de Lisboa no Brasil (início do século Cristóvão de Lisboa in Brazil (early XVII century)
XVII), quando foi escrita uma das mais significativas when he wrote one of the most significant
obras para a zoologia brasileira: História dos works for the Brazilian Zoology: “The History of
animais e árvores do Maranhão (LISBOA, 1967). Na animals and trees in Maranhão (Lisboa, 1967).
obra encontra-se a representação gráfica de três In the abovementioned work there is a graphical
espécies de lagartos: Iguana iguana; Tupinambis representation of three species of lizard: Iguana
merianae e Hoplocercus spinosus. A precisão dos iguana; Tupinambis merianae and Hoplocercus
desenhos ressalta características de importância spinosus. The accuracy of the drawings highlight
taxonômica e permite fácil enquadramento features of taxonomic significance and allow an
sistemático. Conclui-se que a obra de Frei Cristóvão easy systematic approach. We conclude that the
representa uma ferramenta histórico-científica para work of Frei Cristóvão is a tool for historical and
discussões e inferências das modificações na scientific arguments and inferences of changes in
distribuição geográfica dessas espécies. the geographic distribution of these species.

Palavras-chave: Iguana iguana; Tupinambis Key words: Iguana iguana; Tupinambis


merianae; Hoplocercus spinosus. merianae; Hoplocercus spinosus.

1
Professora Adjunta do Departamento de Biologia da UFRPE (zmuta@hotmail.com).
2
Professor Adjunto do Departamento de Biologia da UFRPE (argus@db.ufrpe.br).
320 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Frei Cristóvão de Lisboa é considerado um autora se não teria sido ditado pelo autor, enquanto
dos pioneiros da zoologia no Brasil. De acordo com desenhava, a um companheiro de poucas letras,
Paiva (1986), seu nome de batismo era Cristóvão pois existem palavras emendadas.
Severim de Faria, tendo nascido em Lisboa no dia Smith (1941) comenta que “se essas
25 de julho de 1583, estudado na Universidade de ilustrações são trabalho do próprio Custódio
Évora e depois se tornado capuchinho em 1602, não se sabe”. Essas ilustrações se destinavam à
no Convento de Santo Antonio de Portalegre. Em publicação, quando indicadas pela palavra “estam-
missão religiosa e política veio para o Brasil como pa” que aparece em várias folhas desenhadas
superior de um grupo de franciscanos designados do códice. Todos os desenhos são feitos com
para atuar no Maranhão. Frei Cristóvão, na condição bico de pena, em papel grosso. São todos
aproximadamente de duas por três polegadas de
de Inquisidor Apostólico, partiu de Portugal em 25
tamanho e cada um está intitulado com seu nome
de março de 1624, em companhia do governador
indígena. Escreve o autor que do ponto de vista do
nomeado Francisco Coelho de Carvalho, para
estilo, os desenhos não têm grande valor artístico,
governar um território compreendido entre o Ceará embora sejam excepcionalmente pitorescos e
e o Amazonas. Ali, Frei Cristóvão fundou a Custódia revelem observação cuidadosa aplicada a certos
do Maranhão, exercendo intensa atividade com os pormenores, como os pés e as garras dos animais.
missionários sob suas ordens. É, claramente, trabalho de um observador acurado
Segundo Paiva (1986), Frei Cristóvão da natureza, de talento considerável, mas de muito
conhecia a obra de Claude d’Abeville, publicada pouco tirocínio artístico.
em 1614, no que se refere à parte da história natural Na compreensão de Walter (1967), o có-
(D’ABEVILLE, 1975), o que talvez o tenha motivado dice parece tratar-se de um “borrão” ou livro de
a escrever a sua obra original intitulada História apontamentos em que duas ou mais pessoas
natural e moral do Maranhão, cujos originais executaram os desenhos e os conhecimentos que
desapareceram, salvando apenas a parte referente tinham adquirido depois de longa observação. Na
aos animais e às árvores. O texto e as estampas opinião do autor, Frei José não tinha conhecimentos
do seu códice (do latino codex, que significa de História Natural e nem dotes para executar os
“livro manuscrito” e que se utiliza para denominar desenhos, assim, teve de recorrer à ajuda alheia,
documentos pictóricos ou de imagens) foram talvez um dos seus companheiros. Igualmente,
recuperados em 1933 e serviram de base para nem o texto teria sido escrito por Frei Cristóvão,
a edição portuguesa de 1967 intitulada: História mas por um dos seus confrades, mencionado por
ele em carta, na qual escreveria o relato feito por
dos animais e árvores do Maranhão, contendo
certo informante português, que discorreu sobre
259 figuras entre as quais figuram aves, peixes e
as espécies desenhadas.
plantas, 21 figuras de animais, entre as quais estão
Completamente divergente é Nelson Pa-
mamíferos e répteis não referidos no texto. As aves, pavero (2000) que afirma que os desenhos e
peixes, mamíferos e alguns répteis já foram objeto o texto sobre animais e plantas do Maranhão
de estudo de zoólogos brasileiros, entretanto, os e do Pará foram, provavelmente, preparados
lagartos nunca foram estudados. pelo próprio Daniel de La Touche (senhor de la
Para Ávila-Pires (1989), é importante exa- Ravardière, fundador, no Maranhão, da França
minar a obra de Frei Cristóvão em conjunto com Equinocial em 1612), ou a seu mando, e que
a dos frades franceses (Claude d’Abbeville e ficaram, posteriormente, nas mãos do inquisidor
Yves d’Evreux) que, além de contemporâneos, Frei Cristóvão de Lisboa, que os teria publicado
possivelmente compartilharam os mesmos naquele século, sob o seu nome, erroneamente.
informantes. Um desses informantes teria sido É objetivo deste trabalho ressaltar a
um europeu, profundo conhecedor da região e da importância taxonômica das representações grá-
língua tupi, e que, além disso, teve contato com os ficas das espécies de lagartos do códice de Frei
franceses. Cristóvão de Lisboa que ocorrem no estado de
Quanto aos desenhos do códice, existem Pernambuco.
controvérsias entre os autores quanto a sua autoria.
Fonseca (1968) não tem dúvidas ao sustentar que Material e métodos
foi o próprio Frei Cristóvão quem desenhou as
figuras de animais e vegetais do códice. Escreve Por meio do exame das estampas 72 e 73
a autora que o texto é de redação muito simples, do códice de Frei Cristóvão, reproduzidas na
apenas em parte de melhor letra e estilo. Pergunta a obra História dos animais e árvores do Maranhão
!"#$%$&'(!")%*&$+(!",("-.+/-0"+0"1&0/"2&/!'.34("+0"5/!6($"789:;<89:=>"-(?"(-(&&@,-/$",("0!'$+("+0"A0&,$?6*-( 321

(LISBOA, 1967), foi feito um estudo dos lagartos Resultados e discussão


desenhados, identificando suas denominações
populares, os nomes científicos, os caracteres Foram identificadas três representações
gerais, a distribuição geográfica e os comentários gráficas de lagartos na obra de Frei Cristóvão de
sobre os desenhos. Lisboa (Figuras 1 e 2).

Figura 1: Estampa 72 – synymbu camaleão (superior) e tizuasu (inferior) (Lisboa, 1967).

Synymbu camaleão ventrais maiores, lisas ou levemente


carenadas. Cauda maior que o corpo,
a) Nomes populares: sinimbu; sinumbu; comprimida lateralmente, com faixas
senembu; camaleão. Denominação de transversais escuras. A crista caudal
Frei Cristóvão: “synymbu camaleão”. diminui de tamanho em direção à
b) Nome científico: Iguana iguana (Lineu, extremidade. Cabeça curta, achatada
1748)/família Iguanidae. dorsalmente e comprimida lateralmente,
c) Características gerais: cor verde ou recoberta por escamas lisas de vários
esverdeada, mais clara no ventre; crista tamanhos; pescoço com grandes
serrilhada da nuca à cauda; enorme tubérculos distribuídos irregularmente;
prega mentofaringeana ou apêndice mandíbulas fortes com dentes agudos
gular no maxilar inferior com crista ser- e aparentemente homogêneos; focinho
rilhada na parte anterior; escama grande arredondado; narina em uma nasal
e redonda abaixo do tímpano. Escamas intumescida próxima à ponta do focinho;
dorsais pequenas, iguais e quilhadas; tímpano grande e oval; sem tubérculos
322 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

no focinho. Membros anteriores com manchas claras e, ventralmente, são


uma faixa de escamas esbranquiçadas. marmoreados de preto. A cauda, na
Patas com cinco dedos longos e finos face dorsal da base, tem cor preta com
com fortes garras terminais. pequenas faixas transversais brancas.
d) Distribuição geográfica: do México Ventralmente, apresenta o mesmo
até o Paraguai, incluindo as Ilhas do colorido da face ventral dos membros.
Caribe (LIRA-FILHO, 2003). No Brasil, A região gular e as suturas labiais são
tem registro em todos os ecossistemas, salpicadas de preto. O corpo e os
caracterizando-se por ser uma espécie de membros são fortes e os adultos velhos
ampla distribuição no País (VANZOLINI, exibem uma papada formada pela
1980; SANTOS, 1981). desenvolvida musculatura mastigadora.
e) Comentários sobre o desenho: de mo- As escamas dorsais são granulares
do geral, o desenho esboça muitas e as ventrais, entre 28 e 34 unidades,
características peculiares ao camaleão: estão em uma fileira transversal e são
a crista dorsal que vai da nuca até a retangulares. As escamas laterais do
cauda, iniciando com escamas nucais pescoço são granulosas e nessa região
pequenas; o apêndice gular aparece aparecem duas pregas que continuam na
inflado, uma peculiaridade do camaleão garganta. As pálpebras são normais e os
de poder enchê-lo de ar voluntariamente; a ouvidos bem desenvolvidos. O focinho é
crista gular mediana formada por grandes afunilado na ponta terminando em uma
escamas triangulares, contrastando com escama rostral alta e estreita, e separada
as pequenas escamas gulares adjacentes; da escama frontonasal, que é curta e
a cauda visivelmente maior do que o corpo larga, pelas escamas nasais superiores.
e com barras transversais escuras; os Presença de poros femorais.
membros com cinco dedos longos e finos, d) Distribuição geográfica: é uma das
com fortes garras terminais, tecnicamente espécies mais comuns nos diferentes
representados; as escamas gulares que biomas do Nordeste brasileiro,
aumentam de tamanho em direção à especialmente nas formações abertas,
grande escama timpânica que, embora inclusive com distribuições em outros
reduzida, tem localização correta. países como a Argentina e o Uruguai
(VANZOLINI, 1980; FREIRE, 2001).
Tizuasu e) Comentários sobre o desenho: porte
a) Nomes populares: teiú; teiuguaçu; grande e corpo proporcionalmente
tejuaçu; teju; tejo; temapara (Marc menor que a cauda; ausência de
Grave); denominação de Frei Cristóvão: papo, crista dorsal e gular; membros
“tizuasu”. com dedos terminando por fortes
b) Nome científico: Tupinambis merianae unhas; cauda com a base dorsal preta,
(Duméril & Bibron, 1839)/família Teidae. anéis completos pretos intercalados
c) Características gerais: é o maior lagarto por brancos e focinho afunilado são
da fauna nacional, com 2 metros, sendo características bem representadas no
dois terços desse comprimento referente desenho, que permitem identificar o
à cauda. O colorido dorsal sofre muita animal como Tupinambis merianae. Há
variação regional e ontogenética. De uma tentativa de esboço do colorido
modo geral, apresenta fundo preto- das superfícies dorsais, mostrando um
azulado marmoreado de cinza com faixas fundo marmoreado e barras escuras
transversais amarelo-escuras que se mal definidas, aproximando do padrão
estendem até a cauda. Essas faixas são dos jovens. Os membros, que no animal
mal definidas nos jovens e nos velhos são são pretos salpicados por minúsculas
imperceptíveis. A face dorsal da cabeça manchas brancas, aparecem no desenho
é de um castanho fuliginoso. O ventre com fundo claro marmoreado de preto
tem fundo claro com barras transversais com barras escuras mal definidas,
pretas bem definidas. Os membros, seguindo o mesmo padrão de colorido
dorsalmente, são pretos com inúmeras das superfícies dorsais.
!"#$%$&'(!")%*&$+(!",("-.+/-0"+0"1&0/"2&/!'.34("+0"5/!6($"789:;<89:=>"-(?"(-(&&@,-/$",("0!'$+("+0"A0&,$?6*-( 323

Cuviara

Figura 2: Estampa 73 – cuviara (Lisboa, 1967).

a) Nomes populares: truíra-peva; denomi- a separação definitiva do Maranhão


nação de Frei Cristóvão: “cuviara”. do Grão-Pará, cronistas e naturalistas
b) Nome científico: Hoplocercus spinosus continuaram a mencionar espécies ama-
(Fitzinger, 1843)/família Hoplocercidae. zônicas nas relações faunísticas do
c) Características gerais: tamanho: 14 cm, Maranhão. Para Peixoto e Escudeiro (2002),
cauda curta com escamas eriçadas o território do Maranhão, naquela época,
terminando em espinho. O colorido- era muito mais amplo do que é hoje.
padrão apresenta fundo marrom e sobre e) Comentários sobre o desenho: não há
esse fundo, dorsalmente, manchas pretas dúvida de que se trata da truíra-peva, bem
intercaladas por manchas amarelo-sujas caracterizada no desenho pela cauda curta,
com tendência para alaranjadas. as escamas eriçadas e o espinho terminal,
d) Distribuição geográfica: no Brasil, Mato as manchas pretas intercaladas de claras,
Grosso, Goiás, região central do Pará dorsalmente, membros com cinco dedos
(PETERS; DONOSO-BARROS, 1970). No terminados em unhas fortes e a referência
Mato Grosso e em São Paulo (SANTOS, feita pelo autor ao nome vulgar.
1981). Confirmada também a ocorrência
em Pernambuco, com um exemplar Conclusão
coletado pela autora (Zenilde Moreira
Borges de Morais) no município de É necessário enfatizar a importância
Carpina – zona da mata de Pernambuco, para os zoólogos brasileiros do códice de Frei
em ambiente florestado urbano Cristóvão de Lisboa que, pela excelência dos
antropizado, e que foi depositado na desenhos, fornece instrumento importante para
Coleção do Laboratório de Herpetologia a compreensão da distribuição geográfica da
da UFRPE (LAHERPE) (n° 000182). A fauna nordestina e de parte do Norte do Brasil.
ocorrência no Maranhão também pode Neste trabalho, a espécie Hoplocercus spinosus
ser considerada. Entretanto, como (FITZINGER, 1843) representa ocorrência nova no
adverte Ávila-Pires (1992), mesmo após estado de Pernambuco.
324 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Referências

ABBEVILLE, C. História da missão dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhão e terras


circunvizinhas. São Paulo: Ed. USP/Itatiaia, 1975. p. 297.

ÁVILA-PIRES, F. D. Mamíferos da França Equinocial (Maranhão, Brasil). Revista Brasileira de Zoologia,


v. 6, n. 3, p. 423-442, 1989.

ÁVILA-PIRES, F. D. Mamíferos descritos na Poranduba Maranhense de Frei Francisco dos Prazeres.


Revista Brasileira de Zoologia, v. 9, n. 3/4, p. 203-213, 1992.

FONSECA, L. Maranhão e Frei Cristóvão de Lisboa. In: LISBOA, C. História dos animais e árvores do
Maranhão – 1a parte: as árvores. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1968. p. 7-24.

FREIRE, E. M. X. !"#!$%&'!() *+,!-!"%+() .%/01$%2+20) 0) !-$%201+&30$) 4!!50!51678+$) $!910) +)


Fauna de Lagartos e Serpentes de Remanescentes da Mata Atlântica no Estado de Alagoas, Brasil.
2001. 143 p. Tese (Doutorado) – Universidade do Rio de Janeiro, 2001.

LIRA-FILHO, C. C. A. Estrutura da Comunidade de Lagartos da Reserva de Gurjaú, Pernambuco,


Brasil. 2003. 79 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.

LISBOA, C. História dos animais e árvores do Maranhão. Lisboa: Arquivo Histórico Ultramarino, 1967.
159 p.

PAIVA, M. P. Primórdios da Zoologia no Nordeste brasileiro. Ciência e Cultura, v. 38, n. 11, p. 1.825-1.834,
1986.

PAPAVERO, N. Os 500 anos da Zoologia no Brasil. Ciência Hoje, v. 28, n. 167, p. 30-35, 2000.

PEIXOTO, A. L.; ESCUDEIRO, A. Pachira aquatica (Bombacaceae) na obra “História dos animais e árvores
do Maranhão” de Frei Cristóvão de Lisboa. Rodriguésia, v. 53, n. 82, p.123-130, 2002.

PETERS, F.; DONOSO-BARROS, A. Catalogue of the Neotropical Squamata. Part II, Lizards and
Amphisbaenians. Bull. U.S. Nat. Mus., v. 297, n. 8, p.148, 1970.

SANTOS, E. :-79%!$)0)1;#<0%$)2!)=1+$%>: vida e costumes. 3.ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981. 263p.

SMITH, R. C. O Códice de Frei Cristóvão de Lisboa. Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e


Artístico Nacional, n. 5, p. 121-137, 1941.

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980. p. 92-93. p.119-123.

WALTER, J. Estudo e notas. In: LISBOA, C. História dos animais e árvores do Maranhão. Lisboa: Arquivo
Histórico Ultramarino, 1967. 159 p.
Abundância, riqueza e diversidade da
comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú,
Pernambuco, Brasil

Claudio Casal Araújo Lira Filho1; Geraldo Jorge Barbosa de Moura2; Míriam Camargo Guarnieri3; Severino Mendes
de Azevedo Júnior4

Resumo da Reserva de Gurjaú apresenta 72% das espécies


de lacertílios encontradas na Mata Atlântica de
A Reserva de Gurjaú é um remanescente de Pernambuco e 32% das espécies da Mata Atlântica
Mata Atlântica localizado no Nordeste do Brasil, em como um todo.
Pernambuco, sendo o maior encontrado no estado,
com aproximadamente 1.362 ha de área total. O Palavras-chave: Comunidade de Lagartos,
objetivo deste trabalho foi registrar a abundância, Estrutura da Comunidade, Pernambuco, Mata
a riqueza e a diversidade de espécies de lagartos Atlântica, Reserva de Gurjaú.
nos dois maiores fragmentos da Reserva de
Gurjaú (Mata Sucupema e Mata Cuxio). Foram Abstract
utilizados dois métodos de amostragem: coleta
ativa (semanalmente, por 2 horas/fragmento; de The Gurjaú Reserve is a remnat of Atlantic
agosto de 2002 a julho de 2003) e 39 conjuntos de Rainforest located in northeastern of Brazil,
armadilhas de interceptação e queda (quatro baldes Pernambuco State, it is the largest remnat found
dispostos em “Y” e com cercas-guia) vistoriados in the state, with approximately 1.362 ha of total
três vezes por semana. Vinte e nove conjuntos de area. The objective was to record the abundance,
armadilhas foram colocados na Mata Sucupema richness, and diversity of the species of lizards in
(acompanhados de agosto de 2002 a julho de 2003) the two largest fragments of Atlantic Rainforest of
e dez na Mata Cuxio (novembro de 2002 a maio Gurjaú Reserve (Mata Sucupema and Mata Cuxio).
de 2003). Foi registrado um total de 178 indivíduos We used two methods of sampling: active collection
(16 espécies), distribuídos em dez famílias: 1) (weekly for two hours / fragment; of August 2002 to
Gekkonidae (H. mabouia); 2) Phyllodactylidae (G. July 2003) and 39 sets of pitfall traps (4 buckets
darwinii); 3) Sphaerodactylidae (C. meridionalis); 4) arranged in “Y” with drift fences), checked three
Iguanidae (I. iguana); 5) Tropiduridae (S. torquatus, times a week. Twenty-nine sets of traps were
T. hispidus); 6) Teiidae (A. ameiva, K. calcarata, T. placed in Mata Sucupema (accompanied of August
merianae); 7) Polychrotidae (A. fuscoauratus, A. 2002 to July 2003) and 10 in Kill Cuxio (November
punctatus, P. marmoratus); 8) Gymnophthalmidae 2002 to May 2003). We recorded a total of 178
(D. nordestina); 9) Scincidae (M. heathi, M. individuals (16 species), distributed in 10 families:
macrorhyncha); 10) Leiosauridae (E. catenatus). 1-Gekkonidae (H. mabouia) 2-Phyllodactylidae (G.
Entre as espécies registradas, 130 indivíduos (12 darwinii), 3-Sphaerodactylidae (C. meridionalis),
espécies) foram encontrados na Mata Sucupema 4-Iguanidae (I. iguana), 5-Tropiduridae (S.
e 48 indivíduos (sete espécies) na Mata Cuxio. torquatus, T. hispidus), 6-Teiidae (A. ameiva,
Maiores riqueza e abundância de espécies foram K. calcarata, T. merianae), 7-Polychrotidae (A.
observadas na Mata Sucupema, provavelmente fuscoauratus, A. punctatus, P. marmoratus);
por ser o fragmento de maior extensão e o menos 8-Gymnophthalmidae (D. nordestina); 9-Scincidae
impactado da reserva. Apesar das evidências de (M. heathi, M. macrorhyncha); 10-Leiosauridae (E.
declínios populacionais, a taxocenose de lagartos catenatus). One hundred and thirty individuals (12

1
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (claudiocazal@yahoo.com.br).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
3
Professora Adjunta da Universidade Federal de Pernambuco, Dep. de Zoologia, Laboratório de Animais Peçonhentos e Toxinas
(mcg@ufpe.br).
4
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Laboratório de Ornitologia
e Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, Dep. de Zoologia, Laboratório de Ornitologia (smaj@db.ufrpe.br).
326 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

species) were found in the Mata Sucupema and Gurjaú Reserve, contains 72% of all lizard species
48 (7 species) in Mata Cuxio. Greater richeness registered to Pernambuco Atlantic Forest and 32%
and abundance of species were found in of Atlantic Forest lizard assemblage as a whole.
Mata Sucupema, probably because this is the
fragment of the largest and least impacted found Key words: Lizard Community, Community
in the reserve. Although of the evidences of Structure, Pernambuco, Atlantic Forest, Gurjaú
population declines, the assemblage of lizards of Reserve.
Introdução
A Mata Atlântica é considerada um dos Apesar da importância dos répteis na
biomas de maior biodiversidade do mundo, organização das comunidades da floresta, como
apresentando grande riqueza de animais e plantas dispersores de sementes em diferentes ambientes
e elevado número de espécies endêmicas. No e no fluxo de energia através da cadeia trófica
início do século XVI, ocupava 12% do território (VARELA; BUNCHER, 2002; WOOTON, 2002;
nacional, estendendo-se pela área costeira e BENÍTEZ-MALVINO et al., 2003), existem poucas
interiorana. Atualmente, ocupa aproximadamente informações quanto à abundância, à riqueza e
5% de sua área original, sendo classificada como à densidade desses animais na Mata Atlântica,
um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta principalmente na Região Nordeste. Répteis
são organismos que respondem rapidamente
(MYERS et al., 2000).
a modificações no ambiente, como poluição
No Nordeste do Brasil, a situação é mais
da água, desmatamentos, variações climáticas,
alarmante – a Mata Atlântica está reduzida a 3%
entrada de espécies invasoras e queimadas, sendo,
de sua área original (TABARELLI et al., 2005), dessa forma, ótimos bioindicadores da qualidade
composta por fragmentos desconectados que se ambiental (SUMNER, 1998; VITT et al., 1998;
distribuem desde a Bahia até o Ceará (CÂMARA, SCHLAEPFER; GAVIN, 2001; VITT; CALDWELL,
1992). 2001).
No Brasil, foram realizados poucos trabalhos Este trabalho registrou a abundância, a
considerando os efeitos da sazonalidade sobre riqueza e a diversidade da comunidade de lagartos
comunidades de lagartos em Mata Atlântica, nos dois maiores fragmentos da Reserva de Gurjaú
sendo mais comuns publicações sobre os biomas (Mata Sucupema e Mata Cuxio).
Cerrado e Floresta Amazônica (VITT, 1991; VITT;
DE CARVALHO, 1995; PINTO, 1999). Segundo Metodologia
esses autores, comunidades desse grupo
faunístico podem sofrer influência da sazonalidade, Área de estudo
principalmente em relação ao nicho alimentar. A
A Reserva de Gurjaú (08°10’00” e 08° 15’00”
comunidade de lagartos do Nordeste brasileiro é
– Latitude; 35°02’30” e 35°05’00” – Longitude),
atualmente pequena, com a maioria dos trabalhos com 1.077 ha, é uma área de floresta estacional
realizada há décadas, que abrangem com maior perenifólia que representa o maior remanescente
intensidade a Caatinga e, ainda assim, tem-se de Mata Atlântica do estado de Pernambuco,
pouca informação sobre os lacertílios desse bioma distando 34 km do centro do Recife (FIDEM,
(AMARAL, 1933; VANZOLINI, 1974; VANZOLINI et 1993). Está localizada nas divisas dos municípios
al., 1980; VITT, 1995; RODRIGUES, 2003, ROCHA; de Moreno, Jaboatão dos Guararapes e Cabo
RODRIGUES, 2005). Quanto à Mata Atlântica de Santo Agostinho (Figura 1). A Reserva está
do Nordeste brasileiro, o conhecimento acerca inserida em uma única propriedade, administrada
dessa fauna é ainda mais restrito, principalmente pela Companhia Pernambucana de Abastecimento
para Pernambuco (VANZOLINI, 1974; MORAIS e de Água – Compesa, onde está instalada uma
MORAIS, 1987; RODRIGUES, 1990; COIMBRA- estação de tratamento que abastece grande parte
FILHO; CÂMARA, 1996; LIMA, 1998). da Região Metropolitana do Recife (CPRH, 2002).
328 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Figura 1 - Localização da Reserva de Gurjaú em Pernambuco.

A Reserva de Gurjaú faz parte da Bacia Foram escolhidos os maiores fragmentos


Hidrográfica do Rio Gurjaú, principal afluente do presentes na reserva depois da análise de
Rio Pirapama (GAMA, 2000; CPRH, 2002), sobre ortofotocartas obtidas pelos Serviços Aerofo-
um relevo do complexo cristalino e da Formação togramétricos Cruzeiro do Sul S A (escala 1:10.000,
Cabo, apresentando altitudes que variam entre 1975). Foram selecionadas a Mata Cuxio e a Mata
80 e 130 metros (JACOMINE et al., 1972). O Sucupema, que estão separadas pelo represamento
solo da região é do tipo “podzólico vermelho- do Rio Gurjaú, distando aproximadamente 30 m
amarelo com textura argilosa” (JACOMINE et entre si, e apresentando áreas aproximadas de 52
al., 1972; FIDEM, 1993). O clima é do tipo As’ ha e 68 ha, respectivamente.
(quente e úmido), segundo a classificação de
Köppen. Apresenta chuvas de outono-inverno, Amostragem
caracterizando a Zona da Mata Pluvial, com
precipitações de 1.300 a 2.300 mm anuais e Um levantamento da abundância, da riqueza
temperatura média de 23 °C. O período das e da diversidade de lagartos dos fragmentos Mata
chuvas vai de março a agosto e o de estiagem Cuxio e Mata Sucupema foi realizado durante
de setembro a fevereiro (REIS; LIMA, 1970; 12 meses (agosto de 2002 a julho de 2003), por
JACOMINE et al., 1972; ANDRADE; LINS, 1982; coletas ativas e passivas.
SILVA, 2000). As coletas passivas foram realizadas com a
A cobertura vegetal apresenta árvores com utilização de 156 baldes de 20 l, organizados em 39
altura entre 20 e 40 m onde se observa: Dialium conjuntos de armadilhas de interceptação e queda
guianensis (pau-ferro), Parkia pendula (visgueiro), (pitfall), com disposição em “Y”, equidistantes
Sloanea obtusifolia (marmajuba), Basiloxylon cerca de 30 m, sempre no interior dos fragmentos
brasiliensis (pirauá), Copaifera nitida (pau- analisados, como descrito em Gibbons e Semlitsch
d’óleo), Clarisia racemosa (oiticica-da-mata), Inga (1981). Cada conjunto foi constituído por quatro
blanchetiana (ingá-caixão), Byrsonia sericea (murici- baldes (um no centro do “Y” e mais três outros
da-mata), Manilkara salzamanii (maçaranduba), distribuídos em cada extremidade), interligados
Tabebuia avellanedae (pau-d’arco), Tabebuia por cercas-guia (5,0 m de comprimento e 0,5 m de
serratifolia (pau-d’arco-amarelo), Caraipa densifolia altura) construídas com lona plástica preta. Vinte
(camaçari), entre outras (ANDRADE-LIMA, 1957; e nove conjuntos de armadilhas foram colocados
ANDRADE-LIMA, 1960; SILVA; ATAÍDE, 2003). na Mata Sucupema (acompanhados de agosto
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 329

de 2002 a julho de 2003) e dez na Mata Cuxio H´1 ! H´2


(novembro de 2002 a maio de 2003). As armadilhas t=
foram revisadas a cada 3 dias para o registro dos (VarH ´1 +VarH´2 )
lagartos capturados e a remoção de material que
não era de interesse na pesquisa.
Para minimizar possíveis efeitos negativos
As coletas ativas foram realizadas sempre
gerados pelas diferenças nos esforços de captura
por um coletor no período diurno (10 h e 12 h)
entre as duas localidades, foram adotadas as
e noturno (18 h e 20 h). As caminhadas diurnas
curvas de rarefação nas análises (MAGURRAN,
foram realizadas nos dias estabelecidos para
1988).
a revisão das armadilhas, nos microambientes
As espécies registradas foram classificadas
disponíveis à ocupação dos lagartos (troncos
quanto à abundância em quatro categorias: A =
caídos, cupinzeiros, bromélias, pedras, entre
raras (< 10% do total de capturas); B = comuns (
outros), que foram vistoriados. O percurso total
10% e < 40% do total de capturas); C = abundantes
estabelecido foi de aproximadamente 3,2 km,
( 40% e < 70% do total de capturas); e D =
sendo que a maior parte do trajeto ocorreu fora da
muito abundantes ( 70% do total de capturas)
mata e paralelamente à borda.
(BODENHEIMER, 1995).
Para cada espécie registrada, um exemplar
Quanto à diversidade calculada pelo índice
adulto foi coletado, etiquetado, fixado com formol
de Shannon, antes de ser comparada com o teste-t
10%, preservado em álcool 70% e depositado na
entre duas amostras, foi testada a normalidade de
Coleção Herpetológica da UFPE como testemunho.
1 lnpi por meio do teste Kolmogorov-Smirnov.
Os dados estão apresentados na forma
Análise dos dados
média ± desvio-padrão, tendo todas as análises
Para a avaliação dos dados foi considerada estatísticas sido realizadas conforme Zar (1999);
a abundância, correspondendo à quantidade Tabachnick e Fidell (1996) e com a utilização dos
de indivíduos de cada espécie capturada nos programas StatSoft Statistica v6 e SAS System
fragmentos, ao longo do período amostrado, e a v8, tomando sempre o nível de significância de
riqueza sendo o número de espécies em cada área. 0,05. Para o cálculo do Chi-quadrado, da Curva
Já a diversidade local foi calculada pelo índice de de Rarefação, Equitabilidade, os índices de
diversidade de Shannon (MAGURRAN, 1988): similaridade, índices de diversidades de Simpson
S
e de Shannon, assim como teste-t, comparando o
H '= ! i =1
pi ln pi último entre duas amostras, foi utilizado o programa
BIO-DAP: Biodiversity Analysis Package – Biological
onde S representa o número de espécies, Diversity and its Measurements (desenvolvido por
pi a proporção da amostra, contendo indivíduos GORDON, T. e CLAY D., 2000), software baseado
da espécie i. O valor máximo de H` Max = ln S. em Magurran (1988).
Quanto à comparação da diversidade entre as
duas matas, foram consideradas apenas as Resultados e discussão
amostras obtidas no período em que ocorreu
sobreposição de coleta para ambos os fragmentos
(de novembro/2002 a maio/2003). A partir do índice
Abundância, riqueza e diversidade
de Shannon, foram calculadas, ao se comparar
Foram registrados durante o período de es-
duas amostras, a variância e os graus de liberdade,
tudo um total de 178 lagartos (Apêndice A), distri-
por meio da seguinte fórmula (MAGURRAN, 1988):
buídos em dez famílias enquadradas sistematica-
mente em 16 espécies: Gekkonidae (Hemidactylus
# pi (ln pi ) ! (
2
pi ln pi ) $ # S ! 1$
2
mabouia); Phyllodactylidae (Gymnodactylus darwi-
VarH´% & '!& 2'
( N ) ( 2N ) nii); Sphaerodactylidae (C. meridionalis); Iguani-
dae (I. iguana); Tropiduridae (S. torquatus, T. hispi-
dus); Teiidae (A. ameiva, K. calcarata, T. merianae);
(VarH '1 + VarH '2 )2 Polychrotidae (A. fuscoauratus, A. punctatus, P.
gl = marmoratus); Gymnophthalmidae (D. nordestina);
# (VarH ' )2 N $ + # ( VarH ' )2 N2 $
( 1 1) ( 2 ) Scincidae (M. heathi, M. macrorhyncha) e Leiosau-
ridae (E. catenatus), das quais 13 (81,25%) foram
para depois ser realizado o teste-t (testando a consideradas raras e três (18,75%) comuns. Não
normalidade de lnpi por meio do teste Kolmogorov- foi encontrada nenhuma espécie nas categorias
Smirnov) (MAGURRAN, 1988): abundante ou muito abundante (Tabela I). A Re-
330 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

serva de Gurjaú apresenta 72% (16 espécies) das (12,4%), enquanto as demais espécies totalizaram
espécies de lacertílios encontradas na Mata Atlân- 30,5% das capturas (Tabela I).
tica de Pernambuco e 32% das espécies da Mata Entre o Oceano Atlântico e o limite oeste
Atlântica brasileira (RODRIGUES, 1990). da Mata Atlântica, ocorrem aproximadamente
As espécies I. iguana e H. mabouia não 50 espécies de lagartos (desconsiderando
foram capturadas em armadilhas, sendo a primeira aquelas encontradas em restingas), entre
registrada para a localidade por uma indicação da as quais 22 ocorrem nesse bioma e são
comunidade local, com auxílio de fotografias, e a re gistradas nos limites do estado de
segunda (n = 1) registrada apenas na área urbana Pernambuco (AMARAL, 1933; ETHERIDGE,
da reserva (alojamentos). 1968; VANZOLINI, 1972; JACKSON, 1978; VITT,
A espécie mais abundante na Reserva de 1985; MORAIS e MORAIS, 1987; RODRIGUES,
Gurjaú foi K. calcarata, (34,2% das capturas), 1987; GALLAGHER JUNIOR; DIXON, 1992;
seguida por D. nordestina (22,9%) e M. heathi RODRIGUES, 2000b).

Tabela I - Riqueza e abundância de lagartos registradas para a Reserva de Gurjaú, Pernambuco, entre agosto de
2002 e julho de 2003 (legenda: MS = Mata Sucupema; MC = Mata Cuxio; N = abundância total).

Abundância
Famílias/espécies
MS MC N N% Classificação
1-GEKKONIDAE
Hemidactylus mabouia Moreau de Jonnès, 1818 - - * - Rara
2 – PHYLLODACTYLIDAE
Gymnodactylus darwinii Gray, 1845E 0 7 7 4,00 Rara
3 - SPHAERODACTYLIDAE
Coleodactylus meridionalis Boulenger, 1888 1 0 1 0,56 Rara
4 – IGUANIDAE
Iguana iguana Linnaeus, 1758 - - ** - Rara
5 - TROPIDURIDAE
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) 1 0 1 0,56 Rara
Strobilurus torquatus Weigmann, 1834E 8 2 10 5,60 Rara
6 - TEIDAE
Kentropyx calcarata Spix, 1825 54 7 61 34,20 Comum
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) 7 0 7 4,00 Rara
Tupinambis merianae Duméril e Bibron, 1839 0 7 7 4,00 Rara
7 - POLYCHROTIDAE
Anolis fuscoauratus D`Orbigny, 1837 3 0 3 1,68 Rara
Anolis punctatus Daudin, 1802 3 2 5 2,80 Rara
Polychrus marmoratus Linnaeu, 1758 1 0 1 0,56 Rara
8 - GYMNOPHTHALMIDAE
Dryadosaura nordestina Rodrigues,Freire,Pellegrino e Sites Jr., 2005E 19 22 41 22,90 Comum
9 - SCINCIDAE
Mabuya macrorhyncha Hoge, 1946 1 0 1 0,56 Rara
Mabuya heathi Schmidt e Inger, 1951 22 0 22 12,40 Comum
10 - LEIOSAURIDAE
Enyalius catenatus Wied, 1821E 10 1 11 6,16 Rara
Total 130 48 178 100
Riqueza 12 7 16
* Único registro em área urbanizada da Reserva de Gurjaú (alojamento).
** Registro através de indicação da comunidade, comprovada por reconhecimento de fotografias.
E = endêmicas à Mata Atlântica.
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 331

Das espécies coletadas, D. nordestina, E. T. teguixin) e três espécies em Caatinga e Mata


catenatus, G. darwinii e S. torquatus são endêmicas Atlântica (M. heathi, M. macrorhyncha, T. hispidus)
da Mata Atlântica. Algumas foram capturadas (CUNHA, 1961; VANZOLINI, 1972; WILLIAMS,
exclusivamente na Mata Sucupema, sendo elas: A. 1976; VANZOLINI et al., 1980; CUNHA, 1981;
ameiva, C. meridionalis, T. hispidus, M. heathi e M. RODRIGUES, 1987; RODRIGUES, 1990; VITT,
macrorhyncha, enquanto G. darwinii foi capturada 1991a, 1991b; SILVA JUNIOR; SITES JUNIOR,
apenas na Mata Cuxio. As demais espécies 1995; ARAUJO; COLLI, 1998; FREIRE, 1998;
foram registradas simultaneamente em ambos os RODRIGUES, 2000A; COLLI et al., 2002; VITT et
fragmentos (Tabela I). al., 2003).
Doze espécies observadas na Reserva A Mata Sucupema apresentou a maior
de Gurjaú não são endêmicas da Mata Atlântica riqueza e abundância de espécies: 130 indivíduos
(Tabela 1), destas, quatro são encontradas em e 12 espécies, enquanto na Mata Cuxio foram
Caatinga, Cerrado, Floresta Amazônica e Mata capturados 48 indivíduos distribuídos em sete
Atlântica (A. ameiva, C. meridionalis, H. mabouia espécies. Para minimizar o efeito da diferença no
e I. iguana), uma espécie em Caatinga, Floresta esforço de captura entre as duas matas, foram
Amazônica e Mata Atlântica (K. calcarata), quatro construídas as curvas de rarefação para as duas
espécies na Floresta Amazônica e na Mata Atlântica localidades, o que mostrou ser a Mata Sucupema
(A. fuscoauratus, A. punctatus, P. marmoratus e a de maior riqueza de espécies (Figura 2).

Figura 2 - Curva de rarefação calculada para os dois fragmentos estudados demonstra ser a Mata Sucupema o de
maior riqueza de espécies de lacertílios amostradas por coleta passiva dos fragmentos estudados na Reserva de
Gurjaú, Pernambuco.

Por meio de teste-t, foi comparado o índice Lagartos da Reserva


de diversidade de Shannon dos fragmentos Ecológica de Gurjaú
analisados, mostrando ainda haver diferença
(H’Sucupema = 1,83; H’MaxSucupema = 2,48;
1- Coleodactylus meridionalis Boulenger,
H’Cuxio = 1,45; H’MaxCuxio = 1,94): a Mata
1888
Sucupema apresentou mais uma vez maior
diversidade de espécies (t0,05(2)78 = 1,99; t = 2,343; Coleodactylus meridionalis (espécie rara)
p = 0,02; Cuxionormalidade: Kolmogorov-Smirnov D = foi encontrado apenas na Mata Sucupema,
0,28; p = 0,08; Sucupemanormalidade: Kolmogorov- correspondendo a apenas 0,6% dos animais
Smirnov D = 0,15; p>0,15), o que poderia ser fruto coletados. Por ser um lagarto de pequeno porte,
da maior disponibilidade de recursos para esse sua presença passa quase que despercebida,
fragmento. resultando numa baixa proporção em inventários,
332 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

mesmo porque é encontrado sob o folhiço do solo 5 - Tropidurus hispidus Spix, 1825
de formações vegetais fechadas, o que dificulta Tropidurus hispidus (espécie rara),
ainda mais sua localização (VANZOLINI, 1972; representado neste trabalho por uma única
VANZOLINI, 1974; FREIRE, 1996). Na Reserva captura, não está de acordo com a real abundância
de Gurjaú, foi encontrado um exemplar em uma da espécie na área, já que esta espécie é uma
das armadilhas de menor número de capturas, das mais abundantes no Nordeste brasileiro
exatamente em um dos pontos mais sombreados (AMARAL, 1933; VANZOLINI, 1972; MORAIS e
do fragmento Sucupema. MORAIS, 1987; RODRIGUES, 1987; BORGES,
1991; FREIRE, 1996). Sua escassez no interior das
2- Gymnodactylus darwinii Gray, 1845 matas pode ser consequência de sua preferência
Gymnodactylus darwinii (espécie rara), por habitar superfícies rochosas, que ocorre
endêmica de Mata Atlântica (VANZOLINI, 1974; em baixa frequência no interior dos fragmentos
VANZOLINI et al., 1980; VANZOLINI, 1986), analisados, acrescida das grandes extensões
representou pequena proporção da amostra de concreto devido à presença da estação de
total, sendo essa baixa representatividade tratamento de água da Compesa e do crescente
encontrada também em outros trabalhos, número de novas residências humanas (OLIVEIRA,
resultante principalmente de sua preferência por 2002; LARRAZÁBAL et al., 2003). A forte presença
áreas sombreadas, como interior de troncos em da espécie habitando esse recurso na Reserva
decomposição, bromélias e o folhiço da mata, de Gurjaú pode estar relacionada à sua baixa
dificultando consideravelmente sua localização representatividade no interior dos fragmentos.
(VANZOLINI, 1972; VANZOLINI, 1974; ARAUJO, A inserção de novos elementos paisagísticos
1985; FREIRE, 1996). A sua presença exclusiva na na proximidade de áreas florestais disponibiliza
Mata Cuxio pode ser causada pela predominância um novo recurso a ser explorado por espécies
desses recursos no local, já que o transecto silvestres, podendo até influenciar outros níveis
analisado desse fragmento aparentemente mostrou das comunidades às quais pertençam (MEFFE et
al., 1997; MYERS, 1997).
estrutura vegetal mais densa, menor número
de clareiras e camada de folhiço mais espessa,
6 - Strobilurus torquatus Weigmann, 1834
embora tais variáveis não tenham sido avaliadas
Strobilurus torquatus (espécie rara),
apropriadamente entre as duas localidades.
espécie única do gênero, é exclusiva do Domínio
Morfoclimático da Mata Atlântica e apresenta
3 - Hemidactylus mabouia Moreau de
distribuição pouco ampla, sendo encontrada
Jonnès, 1818
desde Pernambuco até o Espírito Santo
Hemidactylus mabouia (espécie rara) foi
(ETHERIDGE, 1968; VANZOLINI, 1974; JACKSON,
observada habitando instalações da estação de
1978; RODRIGUES et al., 1989). Tem sempre
tratamento de água na Reserva de Gurjaú, embora a mostrado baixa representatividade nos inventários
ausência de registros deste lagarto nas armadilhas de lacertílios, embora não possa ser considerado
pode ter sido, provavelmente, em decorrência exatamente um animal raro, já que pode ser
de sua habilidade em escalar superfícies lisas relativamente abundante em certos habitats
(AUTUMN; PEATTIE, 2002), o que possibilita (VANZOLINI, 1974; RODRIGUES et al., 1989).
a saída das armadilhas com facilidade. Sabe-
se que as armadilhas tipo alçapão apresentam 7 - Kentropyx calcarata Spix, 1825
excelente sucesso de captura para Gekkonidae Kentropyx calcarata (espécie comum) é um
terrestre, como é o caso de espécies dos gêneros lagarto heliófilo que está fortemente relacionado
Coleodactylus e Gymnodactylus, embora possam com áreas ensolaradas, principalmente no interior
ter sido as responsáveis pelo baixo nível de captura das matas, onde busca clareiras naturais ou
de H. mabouia (READ, 1999). causadas pela ação antrópica (VANZOLINI, 1972;
VITT, 1991a; VITT et al., 1997). Sua alta frequência
4 - Iguana iguana Linnaeus, 1758 nas amostras tanto nas armadilhas posicionadas
Iguana iguana (espécie rara), apesar mais externamente ao fragmento quanto aquelas
de não ter sido registrada em coletas ativas e no interior deste, é forte indício da presença de
passivas, compõe a lista de espécie deste trabalho clareiras e de áreas ensolaradas no interior das
por ter sido citada pela comunidade local e matas, principalmente no fragmento Sucupema.
confirmada por identificação de fotografias. Habita
preferencialmente o extrato arbóreo (VANZOLINI, 8 - Ameiva ameiva Linnaeus, 1758
1972; WERNER, 1991), o que poderia ter interferido Ameiva ameiva (espécie rara), semelhante à
no seu registro para a localidade. espécie anterior, é um lagarto heliotérmico bastante
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 333

abundante nos mesmos ambientes anteriormente com o nível conservacionista dos fragmentos, mas,
descritos. Está sempre presente em ambientes de provavelmente, ao hábito arborícola ao qual estão
grande incidência luminosa como áreas abertas, associados.
bordas de matas e ambientes florestais degradados
(SARTORIUS et al., 1999; McNAIR, 2003). Sua 12 - Polychrus marmoratus Linnaeu, 1758
presença não foi significativa ao compará-la com Polychrus marmoratus (espécie rara) é
a das espécies mais abundantes, provavelmente encontrada tanto na Mata Atlântica como na
em decorrência de subamostragem, pelo seu Floresta Amazônica; a escassez de dados na
considerável tamanho corporal, que dificulta a literatura referentes a Polychrus marmoratus
retenção dos indivíduos capturados nos baldes, dificulta fazer qualquer inferência quanto a sua baixa
que apresentavam volume de 20 litros. representatividade, que se deve, provavelmente, à
mesma razão já comentada para as outras espécies
9 - Tupinambis merianae (Duméril & Bibron,
arborícolas anteriormente citadas.
1839)
Tupinambis merianae (espécie rara) não
13 - Dryadosaura nordestina Rodrigues,
é uma espécie exigente quanto ao nível de
Freire, Pellegrino e Sites Jr., 2005
conservação das áreas onde vive, ocupando
O registro de Dryadosaura nordestina na
várias formações abertas (VANZOLINI et al.,
Reserva de Gurjaú pode ser um dos primeiros
1980), ambientes de borda, áreas florestais
registros desta espécie para o leste pernambucano.
degradadas e até ambientes urbanos e
A ausência de registros de Dryadosaura nordestina
periurbanos (FITZGERALD, 1992; MALVEZI,
na região contrasta com o fato de esta ter sido
1998). Esta espécie se destaca pelo seu grande
uma das mais abundantes espécies capturadas
porte e valor cinegético (PALACIOS et al., 1997);
no local pesquisado, o que, provavelmente, se deu
o uso do Tupinambis merianae pelos moradores
em decorrência da falta de exploração adequada
da Reserva de Gurjaú foi registrado embora não
em ambientes de Mata Atlântica da região,
haja qualquer forma de uso sustentável desse
principalmente em relação à herpetofauna, causa
recurso (LARRAZÁBAL et al., 2003). Ressalta-
também atribuída por Rodrigues (1990) ao descobrir
se ainda a existência de vulnerabilidade nos
a espécie em condição semelhante na Paraíba.
diferentes segmentos populacionais da espécie e
da forma de caça desordenada que pode trazer
14 - Mabuya macrorhyncha Hoge, 1946
consequências de caráter preocupante para a
Mabuya macrorhyncha (espécie rara)
população, principalmente onde a atividade seja
apresentou uma das menores proporções na
mais intensa (FITZGERALD, 1994; FITZGERALD et
amostra. Sua preferência por bromélias, prin-
al., 1994; FITZGERALD et al., 1999). Além das três
cipalmente em restingas, é relatada com
capturas realizadas no período de estudo, foram
frequência na literatura (REBOUÇAS-SPIEKER,
registrados quatro avistamentos na trilha que
1974; VANZOLINI; REBOUÇAS-SPIEKER, 1976;
leva às armadilhas. O baixo número de capturas
ARAUJO, 1985; FREIRE, 1996; VRCIBRADIC;
se deve provavelmente ao tamanho da espécie,
ROCHA, 1996; HATANO et al., 2001; TEIXEIRA,
inviabilizando sua captura com a metodologia
2001; VRCIBRADIC; ROCHA, 2002b), assim
empregada, e, não necessariamente, à diminuição
como sua capacidade de explorar verticalmente
de sua população pela caça de subsistência.
o ambiente ao seu redor (VRCIBRADIC; ROCHA,
10 - Anolis fuscoauratus D`Orbigny, 1837; 1996; VRCIBRADIC; ROCHA, 2002b), o que
e 11 - Anolis punctatus Daudin, 1802 poderia, em parte, explicar sua pequena amostra
Anolis fuscoauratus e Anolis punctatus nas armadilhas.
(espécies raras) são exclusivamente arborícolas
e abundantes em ambientes de mata fechada da 15 - Mabuya heathi Schmidt e Inger, 1951
Amazônia e da Mata Atlântica (WILLIAMS, 1976; Mabuya heathi (espécie comum) é frequente
BORGES, 1991). Foram registrados poucos em áreas ensolaradas, em formações abertas
indivíduos na Mata Cuxio em comparação com a (VANZOLINI et al., 1980) e em bordas de mata
Mata Sucupema, possivelmente em decorrência do (VANZOLINI, 1974), assim como a maioria das
menor esforço de captura no primeiro fragmento. espécies do gênero (CUNHA, 1961; MAUSFELD,
Por serem espécies relativamente bem adaptadas 2002; ROCHA et al., 2002b). Por ser um lagarto
tanto a florestas alteradas como àquelas em característico de ambientes ensolarados, a grande
melhor estado de preservação (VANZOLINI, proporção da espécie na Mata Sucupema sugere a
1972; VITT et al., 2003), a baixa frequência destes presença de áreas abertas, como clareiras naturais
lagartos não está necessariamente relacionada ou artificiais, ou forte efeito da fragmentação.
334 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

16 - Enyalius catenatus Wied, 1821 desconectividade são aspectos preocupantes,


Enyalius catenatus (espécie rara) está pois tendem a reduzir a movimentação das
distribuída da porção oriental de Pernambuco até populações entre eles (PUTH; WILSON, 2001).
Santa Catarina (ETHERIDGE, 1969). Espécies do A comunidade estudada apresentou baixo
gênero costumam explorar o solo para forragear número de capturas e muitas espécies com
(VANZOLINI, 1972; JACKSON, 1978; VITT et al., pouca abundância, o que pode tornar as
1999; ZAMPROGNO et al., 2001), apesar de ainda menores populações alvos de extinções locais.
apresentar hábito arborícola bem desenvolvido, o Ecossistemas em condições semelhantes às
que pode ter sido responsável pelo baixo número encontradas na Reserva de Gurjaú merecem
de capturas deste lagarto na área estudada, não prioridade especial em se tratando de
refletindo necessariamente sua abundância no monitoramento da biodiversidade (SHEIL, 2001).
local. Ao considerar a Mata Atlântica como
um dos biomas mais ricos em espécies,
Conclusão e considerações finais enquadrado como um hotspot de biodiversidade,
a baixa abundância das espécies na comunidade
Vale considerar que a metodologia estudada desperta preocupação quanto ao seu
empregada subestimou a riqueza da comunidade estágio conservacionista (ANDRADE-LIMA, 1960;
estudada, já que as espécies de hábito arborícola PÔRTO et al., 1993; COIMBRA-FILHO; CÂMARA,
podem ter sido amostradas inapropriadamente, 1996; LIMA, 1998; MORELLATO; HADDAD, 2000;
embora o uso de armadilhas de interceptação e MYERS et al., 2000; MITTERMIER et al., 2001;
queda (pitfall) em forma de “Y”, em estudos de SILVA; TABARELLI, 2001; MILLER; HOBBS, 2002).
lacertílios, seja frequente na literatura, sempre Diante das condições apresentadas, é necessário
obtendo resultados satisfatórios (CORN; BURY, intensificar o estudo da comunidade avaliada,
1990; CROSSWHITE et al., 1999; HOBBS; JAMES, ampliando o número de variáveis ambientais e
1999; CECHIN; MARTINS, 2000; GOTELLI; o tempo de coleta, considerando fragmentos
COLWELL, 2001). divergentes quanto ao tamanho, para determinar
Com alta representatividade das espécies prioridades para a recuperação ou a restauração
da Mata Atlântica, assim como a presença de dos remanescentes, ao nível mais próximo de seu
quatro espécies de lagartos endêmicas desse estado original.
bioma, a comunidade de lagartos da Reserva de
Gurjaú desperta interesse, principalmente diante Agradecimentos
da forte ação antrópica nos limites da reserva. A
atividade de corte seletivo, de caça e a presença Aos funcionários da Fadurpe e da Reserva
de trilhas e de animais domésticos no interior dos de Gurjaú que contribuíram com a execução deste
fragmentos, além da atividade constante da usina trabalho. Aos pesquisadores Miguel T. Rodrigues,
açucareira no entorno da Reserva de Gurjaú, Laurie Vitt, James Dixon, Lee Fitzgerald, Richard
provavelmente afetam as populações de lagartos Etheridge, Whit Gibbons, Paulo E. Vanzolini e
estudadas (WILLIAMSON, 1996; WEBB et al., Peter May, pelos artigos, livros e fotos gentilmente
2002). O reduzido tamanho dos fragmentos e sua cedidos e pela ajuda na identificação das espécies.

Referências

AMARAL, A. Collecta herpertológica no Nordeste do Brasil. Memórias do Instituto Butantan, v. 8, p.185-


192, 1933.

AMARAL, A. Collecta herpetológica no Nordeste do Brasil – contribuição II. Memórias do Instituto


Butantan, v. 9, p. 253-257, 1935.

AMARAL, A. Estudos sobre lacertílios neotropicais. Lista remissiva dos lacertílios do Brasil. Memórias do
Instituto Butantan, v. 11, p. 167-204, 1937.

ANDRADE, G. O.; LINS, R. C. Pirapama !"#!$%&"'(!)$()*+,-(!$!./%&0*/-(1!21$'1!3$-/4$ !5'1!67%%78)7879!


1982. 224 p.

ANDRADE-LIMA, D. Notas sobre a fenologia da Zona da Mata de Pernambuco. Revista de Biologia, v. 1,


n. 2, p. 125-135, 1957.
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 335

:;<3:<5=>?6:9! <1! 5%&"'(%! ,&()$()*+,-(%! '$! @$*87#A"-(1! Arquivos do Instituto de Pesquisas


Agronômicas, v. 5, p. 305-341, 1960.

ARAUJO, A. F. B. Partilha de recursos em uma guilda de lagartos de restinga (Sauria). 1985. 113 p.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biologia. Universidade Estadual de Campinas. Campinas (SP), 1985.

ARAUJO, A. F. B.; COLLI, G. R.; CAVALCANTI, R. B. (Ed.). Biodiversidade do Cerrado – herpetofauna.


Áreas Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Cerrado e do Pantanal. 23 a 27 de
março de 1998. Brasília: MMA, Funatura, Conservation International do Brasil, Fundação Biodiversitas e
Universidade de Brasília, 1998.

AUTUMN, K.; PEATTIE, A. M. Mechanisms of adhesion in geckos. Integrative & Comparative Biology,
v. 42, p. 1081-1090, 2002.

BENÍTEZ-MALVINO, J.; TAPIA, E.; SUAZO, I.; VILLASEÑOR, E.; ALVARADO, J. Germination and seed
damage in tropical dry forest plants ingested by iguanas. Journal of Herpetology, v. 37, n. 2, p. 301-308,
2003.

BODENHEIMER, F. S. Problems of animal ecology. Oxford: Universidad de Oxford, 1995. 179 p.

BORGES, D. M. Herpetofauna do Maciço de Baturité, estado do Ceará: composição, ecologia e


-(8%/'$*7BC$%!D(()$()*+,-7%1!2EE21!E2!F1!</%%$*&7BG(!H6$%&*7'(!$#!I((J()/7K!L!M8/N$*%/'7'$!O$'$*7J!
da Paraíba, João Pessoa, 1991.

CÂMARA, I. G. Plano de Ação para a Mata Atlântica. São Paulo: Ed. Interação. SP, Brasil, 1992. 152 p.

COIMBRA-FILHO, A. F.; CÂMARA, I. G. Os limites originais do bioma Mata Atlântica na Região Nordeste
do Brasil. 1.ed. Rio de Janeiro: Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, 1996. 86 p.

P5PQ?;9!R1!I1S!6:3T?;R9!61!5,-/U8-/7!'$!7*#7'/J.7%!'$!V"$'7!Hpitfall) em amostragem de anfíbios e de


répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 17, n. 3, p. 729-740, 2000.

COLLI, G. R. Reproductive ecology of Ameiva ameiva (Sauria, Teiidae) in the Cerrado of Central Brasil.
Copeia, v. 1991, n. 4, p. 1002-1012.

COLLI, G. R.; BASTOS, R. P.; ARAÚJO, A. F. B. The character and dynamics of the Cerrado herpetofauna.
In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (Eds.). The Cerrados of Brazil: Ecology and Natural History of a
Neotropical Savanna. New York: Columbia University Press, 2002. p. 223-241.

COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE (CPRH). Relatório de monitoramento de bacias


!"#$%#&'()*+"$+,*-)"$+",+.,#/)012($. Recife: CPRH, 2002. 97 p.

CROSSWHITE, D. L.; FOX, S. F.; THILL, R. E. Comparation of methods for monitoring reptiles and
amphibians in upland forests of the Ouachita Mountains. Proceedings Oklahoma Academy of Science,
v. 79, p. 45-50, 1999.

CUNHA, O. R. II - Lacertílios da Amazônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Nova Série
Zoologia, v. 39, p. 1-189, 1961.

CUNHA, O. R. Lacertílios da Amazônia. Lagartos da Região Norte do território federal de Roraima, Brasil
(Lacertilia: Gekkonidae, Iguanidae, Scincidae e Teiidae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi,
Nova Série Zoologia, v. 107, p. 1-25, 1981.

CORN, P. S.; BURY, R. B. Sampling methods for terrestrial amphibians and reptiles. In: CAREY, A. B.;
RUGGIERO, L. F. (Eds.). 3!4"4!5,6 )1!-)-+#,4)-!$/* !7*8+*)074!/%*+7#$(,"2#,*+5$#+7)(!'(+/$#- 9,*-+
vertebrates1! 21$'1! @(*&J78'9! W*$)(8 ! M8/&$'! R&7&$%! <$F7*&7#$8&! (4! :)*/-"J&"*$9! O(*$%&! R$*N/-$9! @7-/,-!
Northwest Research Station, 1990. 34 p.

ETHERIDGE, R. A review of the iguanid lizard genus Uracetron and Strobilurus. Bulletin of the British
Museum of Natural History, v. 17, n. 2, p. 47-64, 1968.
336 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

ETHERIDGE, R. A review of the iguanid lizard genus Enyalius. Bulletin of the British Museum of Natural
History, v. 18, n. 8, p. 233-260, 1969.

FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE (FIDEM).


Monitoramento das reservas ecológicas da Região Metropolitana do Recife. Recife: Governo do Estado
de Pernambuco, Secretaria de Planejamento do Estado de Pernambuco, Fundação de Desenvolvimento
da Região Metropolitana, 1993. 55 p.

FITZGERALD, L. A. La historia natural de Tupinambis. Revista UNA: Universidad Nacional de Asunción,


v. 3, n. 3, Dic92, p. 71-72, 1992.

FITZGERALD, L. A. Tupinambis lizards and people: a sustenable use approach to conservation and
development. Conservation Biology, v. 8, n. 1, p. 12-15, 1994.

FITZGERALD, L. A.; COOK, J. A.; AQUINO, A. L. Molecular phylogenetics and conservation of Tupinambis
(Sauria: Teiidae). Copeia, v. 1999, n. 4, p. 894-905.

FITZGERALD, L. A.; PORINI, G.; LICHTSCHEIN, V. El manejo de Tupinambis em Argentina: historia, estado
actual y perspectivas futuras. Interciencia, v. 19, n. 4, p. 166-170, 1994.

O35?359! 51! 61! X1! 5%&"'(! $-(J0)/-(! $! D(()$()*+,-(! %(A*$! 7! 47"87! '$! J7)7*&(%! HR7"*/7K! '7%! '"87%! '$!
Natal, Rio Grande do Norte e da Restinga de Pontas de Campinas, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, v. 13, n. 4, p. 903-921, 1996.

O35?359!51!61!X1!</4$*$8-/7BG(!)$()*+,-7!$#!Gymnodactylus darwinii (Gray, 1845) (Sauria: Gekkonidae).


Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 40, n. 20, p. 311-322, 1998.

GALLAGHER JUNIOR, D. S.; DIXON, J. R. Taxonomic revision of the south american lizard genus Kentropyx
Spix (Sauria: Teiidae). Bolletino del Museo Regionale di Scinze Naturali, Torino, v. 10, n. 1, p. 125-171, 1992.

GAMA, A. M. F. Agenda 21: Plano de Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Pirapama. 2.ed.
Recife: CPRH/DFID, 2000. 92 p.

GIBBONS, J. W.; SEMLITSCH, R. D. Terrestrial drift fences with pitfall traps: an effective technique for
quantitative sampling of animal populations. Brimleyana, v. 7, p. 1-16, 1981.

GOTELLI, N. J.; COLWELL, R. K. Quantifying biodiversity: procedures and pitfalls in the measurement and
comparison of species richness. Ecology Letters, v. 4, p. 379-391, 2001.

HATANO, F. H.; VRCIBRADIC, D.; GALDINO, C. A. B.; CUNHA-BARROS, M.; ROCHA, C. F. D.; VAN SLUYS,
M. Thermal ecology and activity patterns of the lizard community of the restinga of Jurubatiba, Macaé, RJ.
Revista Brasileira de Biologia, v. 61, n. 2, p. 287-294, 2001.

QWYYR9!T1!Z1S!Z:65R9!P1!<1!?8["$8-$!(4!%.7'$!-(N$*%!(8!F/&47JJ!&*7F!&$#F$*7&"*$%!78'!-7F&"*$!%"--$%%!(4!
reptiles and small mammals in arid Australia. Wildlife Research v. 26, p. 341-349, 1999.

JACKSON, J. F. Differentiation in the genera Enyalius and Strobilurus (Iguanidae): implications for
pleistocene climatic changes in eastern Brazil. Arquivos de Zoologia, v. 30, n. 1, p. 1-79, 1978.

JACOMINE, P. K. T.; CAVALCANTI, A. C.; BURGOS, N.; PESSOA, S. C. P.; SILVEIRA, C. O. Levantamento
exploratório – reconhecimento de solos do estado de Pernambuco1!<$%-*/BC$%!$!F$*,%!'$!%(J(%!$!
análises. 1.ed. Recife: Divisão de pesquisas pedológicas, 1972. 354 p. (Boletim Técnico. Série Pedologia,
v. 2).

LARRAZÁBAL, M. E.; LYRA-NEVES, R. M.; TELINO-JÚNIOR, W. R. Biologia da Conservação. In:


Levantamento da biodiversidade da Reserva de Gurjaú. Recife: Fundação Apolônio Sales de
Desenvolvimento Educacional, 2003. 176-224 p.

LIMA, M. L. F. C.; COSTA, J. P. O. (Ed.). A reserva da Biosfera da Mata Atlântica em Pernambuco:


situação atual, ações e perspectivas. 1.ed. São Paulo: Conselho Nacional da Reserva da Mata Atlântica,
1998. 43 p. (Cadernos da reserva da biosfera da Mata Atlântica, Série Estados e Regiões da RBMA, n. 12)
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 337

MALVEZI, E. Estudo da ocorrência e da biologia de Tupinambis teguixin no Parque Estadual das Fontes
do Ipiranga, São Paulo. In: Anais do IV Simpósio de Ecossistemas Brasileiros. Águas de Lindoia, SP:
Publicações Aciesp, n. 104, 1998. p. 177-252.

MAGURRAN, A. E. Ecological diversit and its measurement. 1.ed. New South Wales: Croom Helm,
1988. 179 p.

MAUSFELD, P. On the nomenclature of the skink (Mabuya) endemic to the western Atlantic Archipelago of
Fernando de Noronha, Brazil. Journal of Herpetology, v. 36, n. 2, p. 292- 295, 2002.

McNAIR, D. B. Population estimate, habitat associations, and conservation of the St. Croix ground lizard
Ameiva polops at Protestant Clay, United States Virgin Islands. Caribbean Journal of Science, v. 39, n.
1, p. 94-99, 2003.

MEFFE, G. K.; CARROLL, C. R.; PIMM, S. L. Community and ecosystem-level conservation: species
interactions, disturbance regimes, and invading species. In: MEFFE, G. K. (Ed.). Principles of conservation
biology. Sunderland, Massachusetts: Sinauer Associates, 1997. 234-267 p.

MILLER, J. R.; HOBBS, R. J. Conservation where people live and work. Conservation Biology, v. 16, n.
2, p. 330-337, 2002.

MITTERMIER, R. A.; MYERS, N.; GIL, P. R.; MITTERMIER, C. G. Warming up hotspots. Conservation
Biology, v. 15, n. 2, p. 542-545, 2001.

MORAIS, Z. M. B.; MORAIS, J. B. Lista preliminar de répteis da Estação Ecológica do Tapacurá,


Pernambuco. In: Anais da Sociedade Nordestina de Zoologia. Trabalhos do V e VI encontros de
Zoologia do Nordeste. Teresina (PI),1987. p. 247-256.

MORELLATO, L. P.; HADDAD, C. F. Introduction: the brazilian Atlantic Forest. Biotrópica, v. 32, n. 4b, p.
786-792, 2000.

MYERS, N. Global diversity II: losses and threats. In: MEFFE, G. K. (Ed.). Principles of conservation
biology. Sunderland, Massachusetts: Sinauer Associates, 1997. p. 123-158.

MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; DA FONSECA, G. B. A.; KENT, J. Biodiversity
hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-858, 2000.

OLIVEIRA, R. M. C. M. :+ ",*)'$+ ")+ !/*,#;<$+ ")+ ($02/!")",+ 4$()4+ /)+ %,*-<$+ ",+ 2/!")",*+ ",+
conservação: um estudo da Reserva Ecológica de Gurjaú – Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos
Guararapes e Moreno (PE). 2002. 138 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco,
Recife (PE), 2002.

PALACIOS, R.; VILLALABA, R.; FITZGERALD, L. A. Tupinambis merianae (common tegu) predation.
Herpetological Review, v. 28, n. 4, p. 204-205, 1997.

PINTO, M. G. M. Ecologia das espécies de lagartos simpátricos Mabuya nigropunctata e M. frenata


(Scincidae), no cerrado de Brasília e da Serra da Mesa (GO). 1999. 101 p. Dissertação (Mestrado) –
Departamento de Ecologia. Universidade de Brasília. Brasília (DF), 1999.

@\3TW9!]1!P1S!Y5>W9!61!61!:1S!OW;R^P:9!51!31S!R?>_:9!51!P1!Y/([(*7!'7!3$%$*N7!'$!`"*a7b1!Biológica
Brasílica, v. 5, n. 1/2, p. 27-42, 1993.

@MTQ9!>1!61S!c?>RW;9!]1!:1!Y("8'7*/$%!78'!-(**/'(*%!7%!7!-(8&/8""#!(4!$-(J()/-7J![(d!-(8&*(J !J$%%(8%!
from rivers and streams. Conservation Biology, v. 15, n. 1, p. 21-30, 2001.

READ, J. L. Longevity, reproductive effort and movements of three sympatric australian arid-zone geckos.
Australian Journal of Zoology, v. 47, p. 307-316, 1999.

REBOUÇAS-SPIEKER, R. Distribution and differentiation of animals along the coastal and on continental
island of the state of São Paulo, Brasil. Lizards of the genus Mabuya (Sauria, Scincidae). Papéis Avulsos
de Zoologia, São Paulo, v. 28, n. 12, p. 197-240, 1974.
338 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

REIS, A. C. S.; LIMA, D. A. Contribuição ao estudo do clima de Pernambuco - Recursos vegetais de


Pernambuco. Cadernos do Conselho de Desenvolvimento, n. 1. Recife, 1970. p. 10-20.

ROCHA, C. F. D.; VRCIBRADIC, D.; TEIXEIRA, R. L.; CUZZUOL, M. G. T. Interpopulation variation in litter
size of the skink Mabuya agilis in Southeastern Brazil. Copeia, v. 3, p. 857-864, 2002b.

ROCHA, C. F. D.; RODRIGUES, M. T. Electivities and resource use by an assemblage of lizards endemic
to the dunes of the São Francisco River, northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
45, n. 22, p. 261-284, 2005.

3W<3?`M5R9!61!T1!R/%&$#+&/-79!$-(J()/7!$!D(()$()*7,7!'$!Tropidurus do grupo torquatus ao sul do Rio


Amazonas (Sauria, Iguanidae). Arquivos de Zoologia, v. 31, n. 3, p. 105- 230, 1987.

RODRIGUES, M. T. Os lagartos da Mata Atlântica brasileira: distribuição atual e pretérita e suas implicações
para estudos futuros. Simpósio sobre ecossistemas da costa sudeste brasileira – estrutura, manejo e
função. Publicação Aciesp. Academia de Ciências do Estado de São Paulo, p. 404-410. 1990.

RODRIGUES, M. T. =+5)2/)+",+#>7-,!*+,+)/5?1!$*+")*+())-!/%)*@+=A)4!);<$+,+!",/-!'();<$+",+);B,*+
prioritárias para a conservação, utilização sustentável e reparação de benefícios da biodiversidade
do bioma Caatinga. Fade/UFPE; CI do Brasil; Fundação Biodiversitas; Embrapa; MMA; Banco Mundial;
MCT/CNPq e GEF (Ed.). Seminário realizado no período de 21 a 26 de maio de 2000. Petrolina/PE. 2000a.

RODRIGUES, M. T. A new species of Mabuya (Squamata: Scincidae) from the semiarid caatingas of
northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo v. 41, n. 21, p. 313-328, 2000b.

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.). Biodiversidade,


ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2003. p. 181-236.

RODRIGUES, M. T.; YONENEGA-YASSUDA, Y.; KASAHARA, S. Notes on the ecology and karyotypic
description of Strobilurus torquatus (Sauria: Iguanidae). Revista Brasileira de Genética, v. 12, n. 4, p.
747-759, 1989.

SARTORIUS, S. S.; VITT, L. J.; COLLI, G. R. Use of naturally and anthropegenically disturbed habitats in
Amazonian rainforest by the teiid lizard Ameiva ameiva. Biological Conservation, v. 90, p. 91-101, 1999.

SCHLAEPFER, M. A.; GAVIN, T. A. Edges effects on lizards and frogs in tropical forest fragments. Canadian
Journal of Fishieries and Aquatics Sciences, v. 15, n. 4, p. 1079-1090, 2001.

SHEIL, D. Conservation and biodiversity monitoring in the tropics: realities, priorities, and distractions.
Conservation Biology, v. 15, n. 4, p. 1179-1182, 2001.

SILVA, M. M. .#$C,-$67!4$-$+ ",+ ($/*,#A);<$+ ",+ D$#,*-)*+ ,+ &%2)*+ ")+ E)-)+ =-4F/-!()+ /)+ 1)(!)+ "$+
Pirapama – Diagnóstico socioambiental da área-piloto da sub-bacia Riacho dos Macacos. Recife:
CPRH, 2000. 15 p.

SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M. The future of the Atlantic Forest in Northeastern Brazil. The Journal of the
Society for Conservation Biology, v. 15, n. 4, p. 819, 2001.

SILVA JUNIOR, N. J.; SITES JUNIOR, J. W. Patterns of diversity of neotropical squamata reptile species with
emphasis on the brazilian amazon and the conservation potential of indigenous reserves. Conservation
Biology, v. 9, n. 4, p. 873-901, 1995.

SILVA, M. A.; ATAÍDE, T. A. G,A)/-)0,/-$+")+D$#)@+H,4)-I#!$+J!/)4. Recife: Fundação Apolônio Sales de


Desenvolvimento Educacional, 2003. 115-133 p.

SUMNER, J. Shrinking forest - what lizards can tell us about fragmented forest habitats. Cooperative
Research Center for Tropical Rainforest and Management Using Rainforest Research (Information Sheets).
1998. Disponível em: <http://www.rainforest-crc.jcu.edu.au>.
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 339

T:Y:35>>?9!61S!@?;TW9!>1!@1S!R?>_:9!Z1!61!P1S!Q?3WT:9!61!61S!Y5<59!>1!P1!<$%7,(%!$!(F(*&"8/'7'$%!F7*7!7!
conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade !<$%7,(%!$!(F(*&"8/'7'$%!
para a conservação da biodiversidade brasileira, Minas Gerais, v. 1, n. 1, p. 132-138, 2005.

TEIXEIRA, R. L. Comunidade de lagartos da restinga de Guriri, São Mateus/ ES, Sudeste do Brasil.
Atlântica, Rio Grande, v. 23, p. 77-84, 2001.

VARELA, R. O.; BUNCHER, E. H. The lizard Teius teyou (Squamata: Teiidae) as a legitimate seed disperser
in the dry chaco forest of Argentina. Studies on Neotropical Fauna and Environment, v. 37, n. 2, p. 115-
117, 2002.

VANZOLINI, P. E. Miscellaneous notes on the ecology of some brasilian lizards (Sauria). Papéis Avulsos
de Zoologia, São Paulo, v. 26, n. 8, p. 83-115, 1972.

VANZOLINI, P. E. Ecological and geographical distribution of lizards in Pernambuco, northeastern Brasil


(Sauria). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 61-90, 1974.

VANZOLINI, P. E. On the lizards of a Cerrado-Caatinga contact: evolutionary and zoogeographical


implications (Sauria). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 29, n. 16, p. 111-119, 1976.

VANZOLINI, P. E. Addenda and corrigenda to the catalogue of neotropical squamata - Part II: Lizards and
Amphisbaenia. Smithsonian Herpetological Information Service, v. 70, 25 p., 1986.

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. 1.ed. Rio de Janeiro:
Academia Brasileira de Ciências, 1980. 161 p.

VANZOLINI, P. E.; REBOUÇAS-SPIEKER, R. Distribution and differentiation of animals along the coast
and on continental island of the state of São Paulo, Brasil. Reproductive differences between and within
Mabuya caissara and M. macrorhyncha (Sauria, Scincidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
29, n. 15, p. 95-109, 1976.

VITT, L. J. On the biology of the little known anguid lizard, Diploglossus lessonae in northeast Brazil.
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 36, n. 7, p. 69-76, 1985.

VITT, L. J. Ecology and life history of the wide-foraging lizard Kentropyx calcarata (Teiidae) in Amazonian
Brazil. Canadian Journal of Zoology, v. 96, p. 2791-2799, 1991a.

VITT, L. J. An introduction to the ecology of Cerrado lizards. Journal of Herpetology, v. 25, n. 1, p. 79-90,
1991b.

VITT, L. J. The ecology of tropical lizards in the Caatinga of Northeast Brazil. Occasional Papers of the
Oklahoma Museum of Natural History, v. 1, p. 1-29, 1995.

VITT, L. J. GIBSON, A. C. (Ed.). Biodiversity of amazonian lizards. In: Neotropical Biodiversity and
Conservation. Occasional Publication of the Mildred E. Mathias Botanical Garden, Los Angeles,
California, v. 1, p. 89-108, 1996.

VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; CALDWELL, J. P.; OLIVEIRA, V. R. L. The impact of individual tree
harvesting on thermal environments of lizards in Amazonian rain forest. Conservation Biology, v. 12, n.
3, p. 654-664, 1998.

VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; ESPÓSITO, M. C.; SARTORIUS, S. S.; ZANI, P. A. Sharing amazonian
rain-forest trees: ecology of Anolis punctatus and Anolis transversalis (Squamata: Polychrotidae). Journal
of Herpetology, v. 37, n. 2, p. 276-285, 2003.

VITT, L. J.; ZANI, P. A.; LIMA, C. M. Heliotherms in tropical rain forest: the ecology of Kentropyx calcarata
(Teiidae) and Mabuya nigropunctata (Scincidae) in tye Curuá-Una of Brazil. Journal of Tropical Ecology,
v. 13, p. 199-220, 1997.
340 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

VITT, L. J.; CALDWELL, J. P. The effects of logging on reptiles and amphibians of tropical forests. In:
FIMBEL, R. A.; GRAJAL, A.; ROBINSON, J. G. (Eds.). The cutting edge: conservation wildlife in logged
tropical forest. New York: Columbia University Press. 2001. p. 239-259.

VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Ecological differences in tropical sympatric skinks (Mabuya macrorhyncha
and Mabuya agilis) in southeastern Brazil. Journal of Herpetology, v. 30, n. 1, p. 60-67, 1996.

VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Use of cacti as heat sources by thermoregulating Mabuya agilis (Raddi)
and Mabuya macrorhyncha Hoge (Lacertilia, Scincidae) in two restinga habitats in southeastern Brazil.
Revista Brasileira de Zoologia, v. 19, n. 1, p. 77-83, 2002b.

WEBB, J. K.; BROOK, B. W. e SHINE, R. 2002. What makes a species vulnerable to extinction? Comparative
life-history traits of two sympatric snakes. Ecological Research 17:59-67.

WERNER, D. I. The rational use of green iguanas. In: ROBINSON, J.; REDFORD, K. (Ed.). Neotropical
Wildlife: use and conservation. Chicago: University of Chicago Press, 1991. p. 181-201.

WILLIAMS, E. E. South american anoles: the species groups. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
29, n. 26, p. 259-268, 1976.

WILLIAMSON, M. Biological invasors. Population and communiy biology series. In: USHER, M. B.; DE
ANGELIS, D. L.; MANLY, B. F. J. (Ed.). 1.ed. London: Chapman & Hall, 1996. 244 p.

WOOTON, D. M. Effectiveness of the common gecko (Hoplodactylus maculatus) as a seed disperser on


Mana Island, New Zealand. New Zealand Journal of Botany, v. 40, p. 639-647, 2002.

ZAMPROGNO, C.; ZAMPROGNO, M. G. F.; TEIXEIRA, R. L. Evidence of terrestrial feeding in the arboreal
lizard Enyalius bilineatus (Sauria, Polychrotidae) of south-eastern Brazil. Revista Brasileira de Biologia,
v. 61, n. 1, p. 91-94, 2001.
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 341

APÊNDICE A
Distribuição espacial, temporal e biometria de
duas espécies de Tropiduridae em remanescente de Mata
Atlântica, Nordeste do Brasil

Sávio Mendonça1; Geraldo Jorge Barbosa de Moura2

Resumo analisadas na Estação Ecológica do Tapacurá e


também quando comparadas com populações
A Estação Ecológica do Tapacurá (EET) é um de outras regiões, principalmente quanto ao
remanescente de Mata Atlântica localizada a 50 km comprimento rostro-cloacal e ao comprimento da
do Recife, no município de São Lourenço da Mata. cauda.
É administrada pela Universidade Federal Rural de
Pernambuco, com aproximadamente 800 ha de Palavras-chave: Tropidurus hispidus,
área total, dos quais 400 ha caracterizam-se pela Tropidurus semitaeniatus.
presença de formação florestal nativa, circundada
pela monocultura de cana-de-açúcar. A pesquisa Abstract
foi realizada no período de maio a outubro de
2007, objetivando a análise da distribuição The Estação Ecológica do Tapacurá is
espacial, sazonalidade e biometria de duas an Atlantic Forest remnant localized a 50km of
espécies da família Tropiduridae. O trabalho de Recife, at São Lourenço da Mata district. It’s
campo foi baseado em coletas passiva e ativa. Na administered by Universidade Federal Rural de
coleta passiva utilizou-se armadilhas do tipo pitfall Pernambuco, with 800ha of total área, arounded
(em forma de “Y”), totalizando 112 baldes, com by cultivation of sugar and with 400ha of forest
a metade voltada para a borda da mata e a outra area. The research was accomplished in may to
para o centro da mata. Também foram realizadas october period of 2007, proposing to characterize
semanalmente coletas ativas para determinar a the spatial distribuation and the biometria of two
especificidade microambiental. Identificaram-se Tropiduridae family species. The camp work was
duas espécies pertencentes à mesma família e ao based in collect passive and collect active. Used in
mesmo gênero: Tropidurus hispidus (Spix,1825) the collect passive pitfall trap (in form of “Y”), 112
e Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825). Não bucket totalizing, with half trap come back toward
houve diferença na abundância de T. hispidus the edge of the forest and the other, for the center of
entre o período seco e o chuvoso. Apesar de the forest. Also they had been effected weekly active
T. hispidus ser encontrada em regiões abertas, collect for specific microenvironment determinating.
a maior quantidade de animais registrados no Two species were registered belonging to Family
interior da mata, possivelmente, está relacionada à Tropiduridae: Tropidurus hispidus (Spix,1825) e
presença de formações rochosas nesse ambiente, Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825). It wasn’t
podendo concluir a grande afinidade do animal found any abundance variation between rainy and
por tal substrato. T. semitaeniatus foi encontrada dry period, for the T. hispidus. Opposing the fact of
exclusivamente em rochas, confirmando o hábito the T. hispidus to be found in regioes opened, the
saxícola da espécie. Diferentemente de T. hispidus, great number of animals occurred in the center of
T. semitaeniatus foi mais abundante na estação the forest, fact explained for the presence of rocky
seca. O T. hispidus não apresentou micro-habitat formations, it is concluded great affinity of the
preferencial, sendo bastante comum na EET, animal for such substratum. The T. semitaeniatus
registrado em todos os substratos estudados e it was found exclusively in rocks, confirming the
próximos às residências. Houve grande variação affinity of the animal for rocks. Differently of T.
morfológica na população das duas espécies hispidus, the T. semitaeniatus it was more abundant

1
Especialização em Auditoria e Perícia Ambiental, FAUPE (saviomendonca@gmail.com).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
344 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

in the dry station. The T. hispidus didin’t two analysed species in the EET and also with
present preferential microenvironment, it’s populations of other regions, mainly in the snout
very commom in the EET, being sighted in all to vent length and tail length.
studied environments and even though close of
the residences located in the area. It had great Key words: Tropidurus hispidus, Tropidurus
morphologic variation in the populations of the semitaeniatus.
Introdução
A Mata Atlântica é um bioma de grande de répteis, das quais 234 são de lagartos (SBH,
importância, pois exerce influência direta na vida 2007). Apesar da importância dos lagartos na
da maioria da população brasileira que vive em organização da comunidade das florestas, como
seu domínio. Nas cidades e nas áreas rurais, ela dispersores de sementes em diferentes ambientes
regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura e no fluxo de energia através da cadeia trófica
a fertilidade do solo, controla o clima e protege (VARELA; BUNCHER, 2002; WOOTON, 2002;
escarpas e encostas das serras, além de preservar BENITEZ-MALVINO et al., 2003), as informações
imenso patrimônio histórico-cultural (RODRIGUES, são escassas quanto à abundância, riqueza e
1990). O Nordeste brasileiro apresenta variados densidade desses animais na Mata Atlântica,
domínios morfoclimáticos ricos em ecossistemas principalmente na Região Nordeste.
(AB’SÁBER, 1971; AB’SÁBER, 1977). Espécies de lagartos, em geral, são muito
A Mata Atlântica, localizada no litoral resistentes à fragmentação dos habitats, que mantêm
brasileiro, possui uma das maiores biodiversidades alta diversidade mesmo em remanescentes florestais
do planeta, estando entre os cinco primeiros isolados por longo tempo, independentemente
colocados na lista dos hotspots em biodiversidade de seus tamanhos (FREIRE, 2001). Entretanto,
(MITTERMEIR et al., 1999). Infelizmente, essa comunidades de lagartos de remanescentes florestais
riqueza está ameaçada pela redução brusca da do Nordeste do Brasil, isolados no Holoceno,
área original do bioma. Na época da colonização mostram alterações aleatórias na abundância e
do Brasil, a Mata Atlântica era distribuída por cerca na composição de espécies (VANZOLINI, 1981).
de 1.360.000 km², desde o litoral do estado do A comunidade de lagartos do Nordeste brasileiro
Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. é atualmente pouco estudada, tendo os principais
Atualmente, está reduzida a menos de 10% da trabalhos sidos realizados há décadas, abrangendo
cobertura original, fragmentada em pequenos com maior intensidade a Caatinga, devido à fácil
remanescentes isolados (MMA, 2000), restando, visualização dos animais, o que acarretou em
na Região Nordeste, cerca de 1% de sua área mais informações sobre os lagartos desse bioma
original (CONSERVATION INTERNATIONAL, 1993; (AMARAL1933/34, 1935; VANZOLINI, 1974, 1976;
DEAN, 1996). VANZOLINI et al., 1980).
Em estudos ambientais, os répteis, Quanto à Mata Atlântica do Nordeste
em especial os lagartos, apresentam grande brasileiro, o conhecimento acerca dessa fauna é
importância por fornecer relevantes subsídios ainda mais restrito, principalmente para o estado
ao conhecimento do estado de conservação de de Pernambuco (VANZOLINI, 1974; MORAIS;
regiões naturais. Funcionam como excelentes MORAIS, 1987; RODRIGUES, 1987; COIMBRA-
bioindicadores de primitividade dos ecossistemas FILHO; CÂMARA, 1996; LIMA, 1998). Nessa
ou de diferentes níveis de alterações ambientais região, destaca-se o trabalho realizado acerca da
(MOURA-LEITE et al., 1993; SUMNER, 1998; VITT comunidade de lagartos na Reserva Ecológica
et al., 1998; SCHAEPFER; GAVIN, 2001; VITT; de Gurjaú, municípios de Moreno, Jaboatão dos
CALDWELL, 2001). Guararapes e Cabo de Santo Agostinho (LIRA-
O Brasil possui a fauna e a flora mais ricas FILHO, 2003).
das Américas, Central e do Sul, caracterizando- Diante da escassez de informações relativas
se atualmente pela existência de 696 espécies às espécies de lagartos de Mata Atlântica do
346 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

estado de Pernambuco, este estudo teve como das demais por uma distância de aproximadamente
objetivo estudar a distribuição espacial e a 6 km, pelo Lago Tapacurá, resultante do
biometria deste grupo faunístico, exclusivamente represamento do Rio Tapacurá, afluente do
para as espécies Tropidurus hispidus e Tropidurus Rio Capibaribe (NEVES, 2005). A pesquisa foi
semitaeniatus (Tropiduridae), assim como os realizada apenas na Mata do Camucim e na Mata
efeitos da sazonalidade sobre esses parâmetros. da Buchada.

Materiais e métodos Amostragem

Área de estudo O trabalho de campo foi realizado no


período de maio a outubro de 2007, por meio de
O estudo foi realizado na Estação Ecológica coleta passiva e coleta ativa. A estação chuvosa
do Tapacurá (EET) (08° 04’ S e 35° 12’ W), predominante para a região estudada é de março
remanescente de Mata Atlântica localizado a a agosto e a seca de setembro a fevereiro.
50 km do Recife, no município de São Lourenço As coletas passivas foram executadas
da Mata, leste do estado de Pernambuco, Brasil utilizando armadilhas de queda do tipo pitfalls, que
(AZEVEDO-JÚNIOR, 1990). A EET é administrada consiste em baldes enterrados ao nível do solo,
pela Universidade Federal Rural de Pernambuco e sendo transpassados ao meio por uma lona plástica
apresenta área total de aproximadamente 800 ha, de 5 m de comprimento por 80 cm de largura,
circundada por plantações da cana-de-açúcar, dos enterrada 25% no solo, interligando os baldes.
quais cerca de 400 ha representam áreas florestadas Utilizou-se 112 baldes na pesquisa, organizados em
(AZEVEDO-JÚNIOR, 1990). A vegetação da 28 “Y” (quatro baldes de 30 l em cada armadilha)
Mata Atlântica encontrada nessa região é do tipo (Figura 1). Desse total, a metade, ou seja, 14 Y (56
perenifólia semidecídua (ANDRADE-LIMA, 1957). baldes) foram instalados nos primeiros 200 m da
A EET está dividida em três remanescentes borda, voltados para o lago, e os outros 14 Y (56
naturais denominados Mata do Camucim, Mata da baldes) foram instalados no centro das matas do
Buchada e Mata do Toró. A última está separada Camucim e do Alto da Buchada.

Figura 1 - Armadilha do tipo pitfall localizada na borda da Mata do Camucim, na Estação Ecológica do Tapacurá (outubro de 2007).
Distribuição espacial, temporal e biometria de duas espécies de Tropiduridae em remanescente de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil
347

As coletas ativas ocorreram 1dia/semana, Resultados e discussão


consistindo no registro dos espécimes avistados
durante o percurso, para a verificação da Abundância, riqueza e sazonalidade
especificidade microambiental de cada espécie,
totalizando 26 dias de coleta ativa. Essa coleta ativa Foram registrados por coletas ativas e
foi realizada no período diurno, a partir das 8 h e 30 passivas 106 indivíduos pertencentes a duas
min, com duração de 2 h/dia, resultando em 8 h/ espécies do mesmo gênero: 84 Tropidurus
mês, totalizando 48 h durante toda a pesquisa. hispidus e 22 Tropidurus semitaeniatus. Lira
Não foi realizada coleta noturna devido Filho (2003) também identificou na Reserva
ao hábito predominantemente diurno dos re- Ecológica do Gurjaú duas espécies para a família
presentantes da família estudada. Para a deter- Tropiduridae: Tropidurus hispidus, também
minação da especificidade microambiental, foram registrado neste trabalho com frequência
caracterizados os exatos locais de registro dos relativa similar, e Strobilurus torquatus, de hábito
animais, conforme a natureza do micro-habitat, predominantemente arborícola, não registrado
previamente determinada em quatro categorias: neste trabalho. Não houve diferença significativa
solo (substrato único sem a presença de vegetação na abundância de T. hispidus entre as estações
ou qualquer outro material); serrapilheira (conjunto seca e chuvosa (p < 0,95) (Figura 2). Segundo
de materiais orgânicos dispostos no solo de Rodrigues (1987) e Ávila-Pires (1995), T. hispidus
ambientes florestados); rocha (considerou-se apresenta grande tolerância a alterações do
todos os tamanhos de rochas) e vegetação (do habitat e possui ampla distribuição pelo Nordeste
do Brasil. É encontrada em dunas e restinga do
tipo arbórea, arbustiva e rasteira).
litoral, em áreas de transição entre a Caatinga e
o Cerrado, tendo seu limite sul de ocorrência no
Trabalho laboratorial município de Bias Fortes (MG), ocorrendo também
em vegetações abertas ao norte do Rio Amazonas.
Os espécimes capturados nas armadilhas Outros trabalhos também indicam que esse
foram encaminhados a um laboratório montado lagarto é um dos mais abundantes no Nordeste
no alojamento da EET, para a medição dos dados brasileiro, sendo frequente tanto em áreas urbanas
biométricos e morfométricos (Apêndice A). O quanto nas bem preservadas, estando muito bem
instrumento de medição utilizado foi o paquímetro representado no estado de Pernambuco (AMARAL,
digital Zaas (precisão de 0,01 mm) e uma balança 1933, 1934, 1937; VANZOLINI, 1972, 1974;
Pesola (precisão de 0,1 g). Após a anotação dos MORAIS; MORAIS, 1987; RODRIGUES, 1987;
dados, os animais foram reintroduzidos nos exatos BORGES, 1991; FREIRE, 1996). T. semitaeniatus
locais de coleta. mostrou-se sensível à sazonalidade, sendo mais
Para o registro da riqueza de espécies abundante na estação seca (p < 0,00). Conforme
foi coletado um indivíduo de cada espécie de Schelbe (1987), Araujo (1991), James (1994), Huey
lagarto estudada. Os exemplares capturados e Pianka (1977), atributos como a composição,
foram anestesiados com éter ou clorofórmio, a abundância e a diversidade local de espécies
fixados com formol a 10% e preservados em podem variar entre as estações do ano devido,
álcool a 70% e, posteriormente, depositados na principalmente, a variações na disponibilidade de
coleção da Universidade Federal de Pernambuco alimento e de abrigo.
(UFPE). Os dados pluviométricos da EET para o Em dias chuvosos ou nublados, os
período de estudo foram obtidos no Laboratório de registros dos animais na área não ocorriam, a
Meteorologia de Pernambuco – Lamepe, situado causa, possivelmente, deve estar relacionada à
no Instituto Tecnológico de Pernambuco – ITEP. necessidade de termorregulação desses animais.
Para reter calor e obter um metabolismo ideal, os
lagartos diminuem ou aumentam as atividades
Análise estatística
em determinados horários do dia, em resposta à
temperatura do ambiente (PIANKA, 1973; ROCHA;
Foi utilizado o teste do Chi-quadrado para
VAN SLUYS, 2003). Utilizou-se de micro-habitats
verificar a distribuição dos animais no gradiente expostos diretamente ao sol ou sombreados
borda/centro, a variação populacional dos animais (ARAÚJO, 1984; ROCHA; VAN SLUYS, 2003)
na estação seca/chuvosa e na determinação da e ainda posicionando o corpo em relação ao
especificidade microambiental, realizados pelo substrato e à incidência dos raios solares (ROCHA;
programa Statsoft Statistica, versão XX. VAN SLUYS, 2003).
348 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Figura 2 - Índice pluviométrico médio mensal em milímetros para o ano de 2007, no município de São Lourenço da Mata.
Fonte: Itep.

Distribuição espacial e e T. semitaeniatus (p < 0,00) quanto aos


especificidade microambiental registros obtidos pela coleta passiva em
armadilhas posicionadas no interior da mata
Houve diferença significativa na (Tabela I).
distribuição espacial de T. hispidus (p < 0,45)

Tabela I - Distribuição borda x centro de T. hispidus e T. semitaeniatus na Estação Ecológica do Tapacurá, por meio
de coleta passiva.

Borda Centro Total


n 14 21 35
T. hispidus
% 40 60 100
n 1 5 6
T. semitaeniatus
% 16,6 83,4 100

A maior ocorrência de T. hispidus no interior Em relação à especificidade microambiental,


da mata contrastou com os resultados mostrados não houve ocupação diferencial da espécie T.
em outras pesquisas (RODRIGUES, 1987, hispidus (p < 0,18) entre as categorias estipuladas.
VANZOLINI, 1976, ÁVILA-PIRES, 1995; VITT, 1995), A espécie mostrou-se bastante generalista (Tabela
que afirmam a sua ocorrência predominantemente II), fato também evidenciado por Vitt (1995), sendo
em bordas de mata e em clareiras. A discordância avistada em todos os substratos estudados: solo,
desses resultados foi ocasionada pela presença folhiço, rocha e vegetação. Ressalta-se, com
de grandes formações rochosas no centro dos relação à vegetação, a afinidade da espécie por
fragmentos analisados e, consequentemente, Roystonea oleraceae (palmeira-imperial), devido
nas proximidades das armadilhas, fato que aos registros nas proximidades.
também contribuiu para maior presença de T. Observou-se com muita frequência T.
semitaeniatus no local, que, segundo a literatura, é hispidus nas edificações de concreto da unidade
predominantemente saxícola (RODRIGUES, 1987; de conservação, com destaque para a incidência
RODRIGUES, 1990; VITT, 1995). Ainda segundo de maior tamanho corporal dos espécimes e uma
Rodrigues, 1990, T. hispidus é um lagarto heliófilo coloração diferenciada da dos animais encontrados
encontrado em habitats costeiros, mas que penetra na mata. Não foram contabilizados esses indivíduos
ocasionalmente em florestas. neste trabalho. Construções de concreto próximas
Distribuição espacial, temporal e biometria de duas espécies de Tropiduridae em remanescente de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil
349

a regiões de floresta disponibilizam um novo interior da mata, em regiões mais altas. Outros
recurso a ser explorado por espécies nativas, trabalhos também afirmaram essa preferência
podendo influenciar a distribuição espacial de da espécie (VITT, 1995, RODRIGUES, 1987).
espécies de determinada comunidade (MEFFE et Diferentemente de T. hispidus, o animal se afasta
al., 1997). quando percebe aproximação humana, o que
A espécie T. semitaeniatus utilizou exclu- dificulta consideravelmente a amostragem por
sivamente ambientes rochosos localizados no coleta ativa.

Tabela II - Frequência da especificidade microambiental.

Solo Serrapilheira Rocha Vegetação


n 14 8 15 12
T. hispidus
% 28,57 16,32 30,61 24,48
n 0 0 16 0
T.semitaeniatus
% 0 0 100 0

Caracterização biométrica apresentaram comprimento médio de 13,66 mm,


e morfométrica o equivalente a 11,56% do comprimento total. O
comprimento do braço, antebraço e mão foram
A) Tropidurus hispidus (Spix,1825) responsáveis, respectivamente, por 9,85%,
No decorrer do trabalho, 23 espécimes 12,72% e 3,47% do comprimento total. O focinho
de T. hispidus foram submetidos à aferição das está a uma distância média de 18,32 mm da pata
medidas biométricas. Estão incluídos nesse total, anterior, representando 15,50% do comprimento
animais jovens e adultos. total. A ponta da cauda dista 65,81 mm das
patas posteriores, o que equivale a 55,70% do
Em relação à morfometria, são animais comprimento total do lagarto. Os espécimes
grandes e com o corpo robusto. Quando apresentaram altura média da cabeça de 7,07 mm
observados dorsalmente, apresentam coloração e grau de arqueamento médio da boca de 0,97.
similar ao castanho-escuro, caracterizado por Cunha (1961) caracterizou morfologicamente
pontos brancos distribuídos desde o focinho até Tropidurus hispidus da região da Floresta
a porção mediana da cauda. A região inferior da Amazônica brasileira, mais especificamente no
boca é bastante clara, diferindo das outras partes Amapá, e apresentou a média dos seguintes dados
do corpo do animal. As laterais do pescoço são morfológicos (valores absolutos): comprimento
caracterizadas por uma faixa escura, encontrada total – 240 mm; pata posterior – 75 mm;
mais visível em alguns indivíduos e em outros não. comprimento da cauda –145 mm; comprimento da
A região ventral é determinada por uma coloração cabeça – 30 mm; e largura da cabeça – 20 mm.
uniforme, semelhante ao bege. Segundo o autor, a espécie apresenta coloração
Os exemplares de Tropidurus hispidus olivácea, pardo-escurecida, ou é totalmente
medidos obtiveram comprimento total médio negra no dorso e nos lados, às vezes com pontos
de 118,15 mm (Apêndice B). O comprimento claros nas regiões anterodorsal e lateral, como no
rostro-cloacal e o comprimento do tronco foram, pescoço e na cabeça.
respectivamente, 41,81% e 33,13% do comprimento Trabalhos em outros biomas como o realizado
total do lagarto. A cauda apresentou tamanho por Vitt (1995) na Caatinga de Exu, Pernambuco,
médio de 69,71 mm, correspondendo a 58,82% do relataram para T. hispidus um comprimento rostro-
corpo inteiro. As patas anteriores distam das patas cloacal médio de 96,9 mm (machos) e 84,8 mm
posteriores o equivalente a 20,63% do comprimento (fêmeas), comprimento da cabeça médio
total. A cabeça, com um tamanho médio de de 23,2 mm (machos) e 19,5 mm (fêmeas) e
14,39 mm, apresentou 12,17% do tamanho comprimento médio das patas posteriores de 68,3
corporal. O comprimento das coxas, estilopódiums mm (machos) e 58,6 mm (fêmeas).
e pés significou, respectivamente, 6,98%, 8,42% e Os espécimes amostrados na EET apresen-
4,27% do comprimento total. A pata posterior, com taram comprimentos corporais relativamente maio-
comprimento médio de 11,86 mm, demonstrou ser res do que os espécimes estudados por Cunha
10,03% do comprimento total. As patas anteriores (1961) e Vitt (1995). A explicação está relacionada
350 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

aos diferentes ambientes citados. Segundo Cunha animal foi de 3,95 mm e o grau de arqueamento
(1961), a variação morfológica e, principalmente, a médio da boca 0,86 mm.
coloração resultam das características geográficas Vitt (1995) também analisou T. semitaeniatus
locais em que cada espécie habita. na Caatinga, constatando comprimento rostro-
B) Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825) cloacal médio de 82,5 mm (machos) e 70,9 mm
Cinco indivíduos foram submetidos à coleta (fêmea), comprimento médio da cabeça de 18,8 mm
dos dados biométricos e morfométricos. Também (machos) e 15,9 mm (fêmeas), e comprimento
foram utilizados animais jovens e adultos. médio das patas posteriores de 60,6 mm (machos)
A espécie se caracteriza pela presença de e 50,5 mm (fêmeas).
corpo um pouco achatado dorsoventralmente e Vale ressaltar que o baixo número
de tamanho inferior a T. hispidus. A coloração é de indivíduos amostrados comprometeu o
cinza-escura, bastante semelhante à de uma rocha estabelecimento de um perfil para as espécies
(espécie saxícola), clareando no sentido cabeça- ocorrentes na EET.
cauda. Por visualização dorsal, nota-se nitidamente
uma linha mediana do focinho à base da cauda, de Conclusão
coloração branca ou amarela. Acompanhando essa Aspectos ecológicos
linha, observa-se grande quantidade de pontos
brancos que, à medida que se afastam, tornam-se Não houve diferença na abundância de
menos abundantes. Também há presença de uma T. hispidus durante as estações seca/chuvosa,
linha branca na região lateral inferior, entre as patas diferentemente de T. semitaeniatus, que foi
anteriores e posteriores. mais abundante na estação seca. T. hispidus
A espécie T. semitaeniatus apresentou não apresentou micro-habitat preferencial e foi
comprimento total médio de 108,36 mm. As observado em todos os substratos estudados,
medidas rostro-cloacal e do tronco equivaleram, inclusive nas proximidades das residências na
respectivamente, a 43,38% e a 26,22% do EET. Conclui-se que apesar de T. hispidus ser
comprimento total. A cauda teve comprimento considerado animal habitante de bordas de mata
médio de 74,39 mm, atingindo 68,65% do e clareiras, a presença de formações rochosas
comprimento do lagarto. Os membros anteriores contribuiu consideravelmente para a mudança
e posteriores distam, entre si, 16,36% do de hábito do animal. A espécie Tropidurus
comprimento total. A cabeça possui tamanho semitaeniatus foi encontrada exclusivamente sobre
médio de 13,48 mm, representando 12,44% do grandes formações rochosas, situadas no centro
tamanho total do tropidurídeo. O comprimento da mata.
médio das coxas, estilopódiums e pés foram Constatou-se também que esses animais
responsáveis, respectivamente, por 5,31%, 7,67% necessitam de grande incidência solar, pois, em
e 1,78% do comprimento total. As patas posteriores dias chuvosos ou nublados (com temperaturas
apresentam comprimento médio de 7,5 mm, sendo mais baixas) praticamente não foram observados.
responsável por 6,92% do comprimento total. As
patas anteriores tiveram comprimento médio de !Aspectos morfológicos
9,68 mm, que equivale a 8,93% do comprimento Houve grande variação morfológica nas
total. Os comprimentos dos braços, antebraços e populações de T. hispidus e T. semitaeniatus
mãos foram responsáveis, respectivamente, por na EET como também em outras áreas de
8,44%, 12,51% e 2,03% do comprimento total. O trabalhos citadas. O comprimento rostro-cloacal
focinho dista das patas anteriores em 21,50 mm, e o comprimento da cauda foram os segmentos
representando 19,84% do comprimento total. Da corporais que apresentaram maior discrepância
ponta da cauda às patas posteriores, apresentou entre os indivíduos da mesma espécie, permitindo
distância média de 10,70 mm, que equivale a 9,87% afirmar que existe variação morfométrica dos
do comprimento total. A altura média da cabeça do indivíduos em relação aos ambientes ocupados.

Referências
AB’ SÁBER, A. N. A organização natural das paisagens inter e subtropicais brasileiras. In: III Simpósio
Sobre o Cerrado. São Paulo: Edusp; Edgard Blucher Ltda, 1971. p. 1-14.

AB’ SÁBER, A. N. Os domínios morfoclimáticos da América do Sul. Primeira aproximação. Geomorfologia,


São Paulo, v. 52, p. 1-22, 1977.
Distribuição espacial, temporal e biometria de duas espécies de Tropiduridae em remanescente de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil
351

AMARAL, A. Collecta herpertológica no Nordeste do Brasil. Memórias do Instituto Butantan, v. 8, p. 185-


192, 1933/1934.

AMARAL, A. Collecta herpetológica no Nordeste do Brasil – contribuição II. Memórias do Instituto


Butantan, v. 9, p. 253-257, 1935.

AMARAL, A. Estudos sobre lacertílios neotropicais. Lista remissiva dos lacertílios do Brasil. Memórias do
Instituto Butantan, v. 11, p. 167-204, 1937.

"#$%"$&'()*"+!$,!&-./01!2.1341356271!04!8459:;</71,!=,40,!Instituto de Pesquisas Agronômicas


de Pernambuco, Recife, 1957. 44 p.

ARAÚJO, A. F. B. Padrões de divisão de recursos em uma comunidade de lagartos de restinga. In:


LACERDA, L. D.; ARAÚJO, D. S. D.; CERQUEIRA, R.; TURCQ, B. (Ed.). Restingas: Origem, estrutura e
processos. Niterói (RJ): Ceuff, 1984.

ARAUJO, A. F. B. Structure of a white sand-dune lizard community of coastal Brazil. Revista Brasileira de
Biologia, v. 51, n. 4, p. 857-865, 1991.

ÁVILA-PIRES, T. C. S. Lizards of Brazilian Amazônia (Reptilia: Squamata). Zoological Verhandelingen, v.


299, p. 1-706, 1995.

AZEVEDO-JÚNIOR, S. M. A Estação Ecológica de Tapacurá e suas Aves. In: Anais do Encontro Nacional
dos Anilhadores de Aves. Recife, v. 4, p. 92-99, 1990.

BENITEZ-MALVINO, J.; TAPIA, E.; SUAZO, I.; VILLASENOR, E.; ALVARADO, J. Germination and seed
damage in tropical dry forest plants ingested by iguanas. Journal of Herpetology, v. 37, n. 2, p.301-308,
2003.

BORGES, D. M. Herpetofauna do Maciço de Baturité, estado do Ceará: composição, ecologia e


!"#$%&'()*&#+,!!-&!-'./ (#0 Dissertação de Mestrado. Mestrado em Zoologia. Universidade Federal
da Paraíba. João Pessoa. 91p, 1991.

COIMBRA-FILHO, A. F.; CÂMARA, I. G. Os limites originais do bioma Mata Atlântica na Região Nordeste
do Brasil. 1.ed. Rio de Janeiro. Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, 1996. 86 p.

CONSERVATION INTERNATIONAL. Prioridades para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica


do Nordeste. Mapa, Brasília: Conservation International, 1993.

CUNHA, O. R. II Lacertílios da Amazônia – Os lagartos da Amazônia Brasileira, com especial referência


aos representados na coleção do Museu Emílio Goeldi. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi,
Nova série Zoologia, n. 39, 1961.

DEAN, W. A. Ferro e Fogo – A história e a Devastação da Mata Atlântica Brasileira. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996.

>%&)%&+! &,! *,! ?,! &-./01! 471@A3B71! 4! C11341356271! -1<54! :! D:/9:! 04! @:3:5.1-! EF:/5B:G! 0:-! 0/9:-! 04!
Natal, Rio Grande do Norte, e da Restinga de Pontas de Campinas, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, v. 13, n. 4, p. 903-921, 1996.

FREIRE, E. M. X. 1!23!#$)4!5+ 6(7!"!2$(5+ %$8&'#$%(%&+ &+ !"#$%&'()*&#+ ,!!-&!-'./ (#+ #!9'&+ (+


fauna de lagartos e serpentes remanescentes da Mata Atlântica do estado de Alagoas, Brasil. Tese
(Doutorado) – Museu Nacional, Rio de Janeiro, 2001.

HUEY, R. B.; PIANKA, E. R. Patterns of niche overlap among broadly sympatric versus narrowly sympatric
Kalahari lizards (Scincidae: Mabuya). Ecology, v. 58, n. 1, p. 119-128, 1977.

JAMES, C. D. Spatial and temporal variation in structure of a diverse lizard assemblage in arid Australis. In:
VITT, L. J.; PIANKA, E. R. (Ed.). Lizard ecology: historical and experimental perpectives, 1994. p. 287-317.
352 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

LIMA, M. L. F. C. A reserva da biosfera da Mata Atlântica em Pernambuco. Cadernos da reserva da


biosfera da Mata Atlântica. In: COSTA, J. P. O. (Ed.). Conselho Nacional da Reserva da Mata Atlântica.
1ª ed. São Paulo, n. 12. 1998. 43p.

LIRA FILHO, C. C. A. Estrutura da comunidade de lagartos da Reserva Gurjaú, Pernambuco, Brasil.


2003. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco, CCB, Biologia Animal, 2003.

MEFFE, G. K.; CARROLL, C. R.; PIMM, S. L. Community and ecosystem-level conservation: species
interactions, disturbance regimes, and invading species. In: MEFFE, G. K. (Ed.). Principles of conservation
biology. Sunderland, Massachusetts: Sinauer Associates, 1997. p. 234-267.

MITTERMEIER, R. A.; MYERS, N.; MITTERMEIER, C. G. Hotspots: Earth’s biologically richest and most
endangered terrestrial ecoregions. México: Cemex Editora, 1999.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Avaliação e ações prioritárias para a conservação da


biodiversidade da Mata Atlântica e dos Campos Sulinos. Brasília: MMA, 2000. 40 p.

MORAIS, Z. M. B.; MORAIS, J. B. Lista preliminar de répteis da Estação Ecológica do Tapacurá,


Pernambuco. Anais da Sociedade Nordestina de Zoologia. Trabalhos dos V e VI Encontro de Zoologia
do Nordeste. Teresina, 1987. p. 247-256.

MOURA-LEITE, J. C. de; BÉRNILS, R. S.; MORATO, S. A. A. Método para a caracterização da


herpetofauna em estudos ambientais. In: SUREHMA/GTZ. (Org.). 1993.

NEVES, R. M. de L. Estudo da avifauna em quatro fragmentos de Mata Atlântica no Estado de


Pernambuco. 2005. 107 p. Tese (Doutorado) – Universidade de São Carlos, São Paulo, 2005.

PIANKA, E. R. The structure of lizard communities. Annual Review of Ecology and Systematics, v. 4, p.
53-74, 1973.

ROCHA, C. F. D.; VAN SLUYS, M. Comportamento de Répteis. In: DEL-CLARO, K.; PREZOTO, F. (Ed.). As
distintas faces do comportamento animal. Jundiaí (SP), 2003. p. 92-104,

!" #$%&'()*+),+)'-./012/-34()035657-4)0)855705794:4);0)Tropidurus do grupo torquatus ao sul do Rio


Amazonas (Sauria, Iguanidae). Arq. Zool., São Paulo, v. 31, p. 105-230, 1987.

RODRIGUES, M. T. Os lagartos da Floresta Atlântica Brasileira: distribuição atual e pretérita e suas


implicações para estudos futuros. Departamento de Zoologia – Ibusp, São Paulo, 1990. p. 404-410.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Brazilian reptiles – List of species. 2007.


Disponível em: <http://www.sbherpetologia.org.br>. Acesso em: 20 out. 2007.

SCHAEPFER, M. A.; GAVIN, T. A. Edges effects on lizards and frogs in tropical forest fragments. Canadian
Journal of Fishieries and Aquatics Sciences, v. 15, n. 4, p. 1079-1090, 2001.

SCHEIBE, J. S. Climate, competition, and the structure of temperate zone lizard communities. Ecology, v.
68, n. 5, p. 1424-1436, 1987.

'#<=>()?+)*+);4@),>A> &<<#()*+),900).B03-0.)-1B5C09-.D10E/)4E;)/D0)FG/G90)H594)5F)/D0)>/64E/-3)I5990./)5F)
notheastern Brazil. Nature, London, v. 404, p. 72-74, 2000.

SUMNER, J. SHRINKING FOREST - What lizards can tell us about fragmented forest habitats. Cooperative
Research Center for Tropical Rainforest and Management Using Rainforest Research (Information
Sheets). 1998. Disponível em: <http://www;raomfprest-crc.jcu.edu.au>

VANZOLINI, P. E. Ecological and geographical distribution of lizards in Pernambuco, northeastern Brasil


(Sauria). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 61-90, 1974.

VANZOLINI, P. E. On the lizards of a cerrado-caatinga contact: evolutionary and zoogeographical


implications (Sauria). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 29, n. 16, p. 111-119, 1976.
Distribuição espacial, temporal e biometria de duas espécies de Tropiduridae em remanescente de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil
353

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. 1.ed. Rio de Janeiro:
Academia Brasileira de Ciências, 1980. 161 p.

VANZOLINI, P. E. A quasi-historical approach to the natural history of the differentiation of reptiles in tropical
geographical isolates. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 39, p. 189-204, 1981.

VARELA, R. O. e BUNCHER, E. H. The lizard Teius teyou (Squamata: Teiidae) as a legitimate seed disperser
in the dry chaco forest of Argentina. Studies on Neotropical Fauna and Environment 37(2):115-117,
2002.

VITT, L. J. The ecology of tropical lizards in the caatinga of northeast Brazil. Occasional Papers of the
Oklahoma Museum of Natural History, v. 1, p. 1-29, 1995.

VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; CALDWELL, J. P.; OLIVEIRA, V. R. L. The impact of individual tree
harvesting on thermal environments of lizards in Amazonian rain forest. Conservation Biology, v. 12, n.
3, p. 654-664, 1998.

VITT, L. J.; CALDWELL, J. P. The effects of logging on reptiles and amphibians of tropical forests. In:
FIMBEL, R. A.; GRAJAL, A.; ROBINSON, J. G. (Ed.). The cutting edge: conservation wildlife in logged
tropical forest. New York: Columbia Univ. Press, 2001. v. 17, n. 3, p. 47-53,

VITT, L.J. & CALDWELL, J.P. 2001. The effects of logging on reptiles and amphibians of tropical forests. In
The Cutting Edge: Conserving Wildlife in Logged Tropical Forests (R.A. Fimbel, A. Grajal & J.G. Robinson,
eds.). Columbia Univ. Press, New York, p.239-259.

WOOTON, D. M. Effectiveness of the common gecko (Hoplodactylus maculatus) as a seed disperser on


Mana Island, New Zealand. New Zealand Journal of Botany, v. 40, p. 639-647, 2002.

APÊNDICE A
Esquema das medidas do lagarto estudado na Estação Ecológica do Tapacurá.
354 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

APÊNDICE B
Média e desvio-padrão (em mm) de caracteres dos lagartos estudados na Estação Ecológica do Tapacurá.

Dados Morfométricos T. hispidus T. semitaeniatus


M 7,65 ± 8,02 1,45 ± 0,070
CRC 49,4 ± 19,26 47,01 ± 20,04
CT 118,15 ± 43,48 108,36 ± 41,74
CU 69,71 ± 31,75 74,39 ± 32,47
CR 33,13 ± 14,93 28,42 ± 5,48
DIM 24,38 ± 11,49 17,73 ± 5,83
AC 7,07 ± 2,22 3,95 ± 0,90
CC 14,39 ± 6,05 13,48 ± 4,03
LC 10,43 ± 3,70 8,24 ± 2,16
LB 9,28 ± 3,15 7,51 ± 2,17
CB 9,25 ± 2,86 6,37 ± 0,19
GAB 0,97 ± 0,16 0,86 ± 0,11
CPP 11,86 ± 8,75 7,50 ± 2,20
CX 8,25 ± 3,10 5,76 ± 2,14
CE 9,96 ± 3,52 8,32 ± 2,56
CP 5,05 ± 4,65 1,93 ± 0,66
LP 22,05 ± 13,59 21,58 ± 6,69
CPA 13,66 ± 5,94 9,68 ± 3,13
CB 11,64 ± 5,94 9,15 ± 3,07
CAB 15,04 ± 7,50 13,56 ± 4,45
CM 4,10 ± 2,30 2,21 ± 0,92
LM 34,81 ± 22,42 32,40 ± 10,44
CFPA 18,32 ± 5,19 21,50 ± 2,12
CCPP 65,81 ± 32,12 10,70 ± 1,83
Saurofagia em Acratosaura mentalis (Amaral, 1933) (Sauria,
Gymnophthalmidae)

Gleymerson Vieira Lima de Almeida1; Ednilza Maranhão dos Santos2

Resumo Abstract
É registrada neste trabalho a predação Registered in this work the predation
de Gymnodactylus geckoides Spix, 1825, por of Gymnodactylus geckoides Spix, 1825, for
Acratosaura mentalis (Amaral, 1933), lagartos Acratosaura mentalis (Amaral 1933), lizards
pertencentes às famílias Phyllodactylidae e pertaining to the families Phyllodactylidae and
Gymnophthalmidae respectivamente. O evento Gymnophthalmidae respectively. The event
ocorreu em área de Caatinga no Parque Nacional occurred in area of Caatinga in the National Park of
do Catimbau em 9 de março 2008. the Catimbau in 9 of March 2008.

Palavras-chave: Caatinga, Catimbau, La- key words: Caatinga, Catimbau, Lizards.


gartos.

1
Estudante de graduação do curso de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra
Talhada (gleymerson_almeida@hotmail.com).
2
Professora Adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@
yahoo.com.br).
Introdução
Lagartos possuem diferentes táticas de mas permitem uma visão detalhada do padrão
forrageamento, variando entre espécies com comportamental envolvendo predação de lagartos.
comportamento senta e espera e do tipo procura Atualmente, foram registradas para a
ativa ou caçador ativo (HUEY; PIANKA, 1981). Caatinga nordestina 47 espécies de lagartos
Todavia, algumas espécies podem utilizar mais distribuídas entre nove famílias. Destas, as famílias
de uma tática, dependendo da oferta de alimento Phyllodactylidae e Gymnophthalmidae (SBH,
disponível no ambiente. Embora algumas espécies 2008) têm ampla distribuição no Nordeste do
de lagartos sejam onívoras e outras herbívoras, Brasil, principalmente no semiárido (RODRIGUES,
a grande maioria é carnívora, alimentando-se 2003). No entanto, dados disponíveis sobre a dieta
principalmente de pequenos artrópodes (TEIXEIRA, são bastante incipientes (VITT; LACHER, 1981).
2001). De modo geral, informações sobre o Acratosaura mentalis (Amaral, 1933) pertence à
comportamento de saurofagia são ocasionais família Gymnophthalmidae e é um pequeno lagarto
e raros de documentar, sendo registrados que pode atingir 15 cm de comprimento total
principalmente por análise de conteúdo estomacal (CT), apresentando como principal característica
(TEIXEIRA; GIOVANELLI, 1999; TEIXEIRA, 2001). uma linha longitudinal no dorso, uma mancha na
Segundo Teixeira (2001), a predação de lagarto cabeça e dieta composta preferencialmente por
por outro lagarto vai depender da disponibilidade artrópodes (FREITAS, 2003; RODRIGUES et al.,
2007); É terrestre, diurno e com hábito fossorial,
do alimento, no entanto, existem lagartos cuja
podendo ser encontrado embaixo de troncos em
predação é frequente (ROCHA; VRCIBRADIC,
decomposição e em folhiços. Segundo Rodrigues
1998; TEIXEIRA, 2001).
(2003), esse lagarto possui distribuição relictual.
A predação é considerada um evento
Delfim e Freire (2007) comentam que essa espécie
importante em uma comunidade e contribui com
é encontrada, sobretudo, em locais de clima mais
a manutenção de uma população (POUGH et al.,
ameno como Cerrado, Campos Rupestres e/ou
2003). Pode ser considerada benéfica apenas
Caatinga. Rodrigues (1986) cita essa espécie para
para o predador, mas do ponto de vista ecológico
enclaves desses tipos de vegetação, justificando
a predação é de extrema importância para o
o registro de Queiroz e Lema (1996) para o Brejo
equilíbrio da densidade populacional de presas da Madre de Deus, em Pernambuco, área de
(ROCHA; VRCIBRADIC, 1998; TEIXEIRA, 2001; transição entre a Caatinga e a Mata Atlântica, o
VITT; LACHER, 1981). A facilidade de captura de primeiro registro dessa espécie para o estado.
presas depende muito da relação entre o tamanho Gymnodactylus geckoides Spix, 1825, pertence à
da presa e o do predador, em que quanto maior família Phyllodactylidae e possui ampla distribuição
for o tamanho da presa menor serão as chances na Caatinga do Nordeste. É uma espécie que
para a sua captura. Apesar do grande esforço em pode alcançar 4 cm de comprimento, comumente
informar sobre diferentes predadores de lagartos, encontrada sob rochas e troncos em decomposição
existe ainda grande dificuldade em registrar e/ou e folhiços, com hábito noturno e com dieta
tentar quali-quantificar esses eventos na natureza. composta por artrópodes, principalmente insetos
Os registros visuais são pouco frequentes, (FREITAS, 2003; RODRIGUES, 2003).
358 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Este trabalho tem como objetivo cm ) (Figura 1C), que foi acondicionado em um
acrescentar informações sobre a relação de saco plástico contendo um pouco de folhiço,
predação entre essas duas espécies de lagartos para que depois fosse realizada a biometria
que ocorrem no semiárido, bem como ampliar a no acampamento e, em seguida, foi coletado
distribuição geográfica da A. mentalis no estado de um G. geckoides (Figura 1D), também em solo
Pernambuco. sob folhedo, que foi acondicionado no mesmo
recipiente plástico em que se encontrava A.
Metodologia mentalis, devido à falta de outro recipiente. Minutos
depois, observou-se a predação por A. mentalis. O
evento foi mais uma vez comprovado pela análise
Área de estudo do conteúdo estomacal de A. mentalis (Figura 1E
e F).
O Vale do Catimbau está localizado entre
Esta pesquisa registra pela primeira vez
o Agreste e o Sertão de Pernambuco, a 285 km
o comportamento saurófago de A. mentalis,
do Recife. Possui área de 62.300 hectares e está
acrescentando à dieta G. geckoides, como presa
situado numa região que integra geologicamente
em potencial. Todavia, é importante destacar duas
os patamares mais antigos da Bacia Sedimentar
hipóteses: a predação pode estar relacionada à
do Jatobá. O Parque Nacional do Catimbau é
competição por espaço, já que as espécies estavam
uma unidade de proteção integral e engloba os
no mesmo recipiente, considerando o evento não
municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim,
natural, uma vez que os lagartos estavam sob forte
abrangendo a porção centro-sul do estado de
estresse no saco plástico; e que G. geckoides é
Pernambuco (Figura 1A). Possui vegetação
parte da dieta de A. mentalis. Outro ponto que
bastante diversificada com formações xerofíticas
deve ser avaliado é a relação de tamanho da presa
mas não desérticas (IBAMA, 2008). A área onde
com o predador, já que G. geckoides tem cerca de
ocorreu o evento é constituída por vegetação
1/3 do tamanho de A. mentalis. Essa análise deve
arbustiva com solo arenoso recoberto por folhas em
ser verificada em estudos posteriores de hábito
decomposição (Figura 1B), próximo a formações
alimentar desse gimnoftalmídeo, que pode ter uma
rochosas.
relação adaptativa.
Este trabalho faz parte do Projeto Anfíbios e
O gênero Gymnodactylus já é citado na
Répteis para o bioma Caatinga no Parque Nacional
literatura compondo a dieta de lagartos, como
do Catimbau, no município de Buíque, PE. As
é o caso de Tropidurus torquatus (Wied, 1820)
coletas foram manuais por meio de procura ativa,
(TEIXEIRA, 2001). Teixeira (2001) observou a
vasculhando possíveis locais de abrigo. Todas
predação de algumas espécies de lagartos sobre
as observações no campo foram registradas
juvenis de outras. T. torquatus predou também
em caderneta e em ficha de campo. O local de
juvenis de H. agilis, G. darwinii e H. mabouia,
coleta dos animais foi georreferenciado por GPS.
enquanto M. macrorhyncha predou jovens de H.
Utilizou-se para a técnica de sacrifício do indivíduo
mabouia. O autor comenta que para Tropidurus
um anestésico intramuscular à base de Ketamina
torquatus pode ter ocorrido uma invasão de outros
e, posteriormente, o animal foi montado e fixado
lagartos em sua área de vida. Já com relação à M.
em formol a 10%, e conservado em álcool a 70%.
macrorhyncha, o relacionamento com geconídeos
Para a retirada do tubo digestivo, foi feito um corte
é facilitado, pois ambos podem coexistir em um
transversal na região abdominal. Os indivíduos
mesmo nicho. É possível que exista uma relação
de cada espécie encontram-se depositados na
de sobreposição espacial entre os lagartos G.
Coleção Herpetológica da Universidade Federal
geckoides e A. mentalis na ocupação do ambiente,
Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de
já que ambos são comumente encontrados entre
Serra Talhada, como material-testemunho.
folhiços e troncos em decomposição.
Este trabalho vem corroborar as informações
Resultado e discussão de predação de lagarto por outro lagarto, registrando,
pela primeira vez, lagarto fazendo parte da dieta de A.
Durante a pesquisa de campo em atividades mentalis, fato ocorrido no semiárido de Pernambuco.
de buscas, em 9 de março de 2008, no Vale do Além disso, este trabalho vem ampliar a área
Catimbau (Buíque, PE), numa localidade conhecida geográfica de Acratosaura mentalis para o estado,
como Trilha dos Breus (0688271/9061180 UTM), de 98 km do seu primeiro registro, antes registrado
na Fazenda Porto Seguro, Vila do Meu Rei, foi apenas para o município Brejo da Madre de Deus, no
coletado um espécime de A. mentalis (CT= 16,65 Agreste (QUEIROZ; LEMA, 1996).
Saurofagia em Acratosaura mentalis !"#$%$&'()**+ !,$-%.$' /.#0123$&#4561+ 359

Figura 1. Imagem da área e dos lagartos envolvidos na predação no Parna do Catimbau, em 9 de março de
2008. A = Localização do Parna do Catimbau (WWW.ibama.gov.br); B = Vista da área de captura dos
lagartos; C = Acratossaura mentalis; D = Gymnodactylus geckoides E = Retirada do tubo digestivo de A.
mentalis; F = Conteúdo estomacal de G. geckoides.

Referências

DELFIM F. R.; FREIRE, E. M. X. Os Lagartos Gimnoftalmídeos (squamata: Gymnophthalmidae) do Cariri


paraibano e do Seridó do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil: considerações acerca da distribuição
705792:34)0);4)035657-4+)Oecol. Bras., v. 11, n. 3, p. 365-382, 2007.
360 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

FREITAS, M. A. Guia ilustrado da Herpetofauna das caatingas e brejos de altitude. Bahia, 2003.

HUEY, R. B.; PIANKA, E. R. Ecological consequences of foraging mode. Ecology, v. 62, p. 991-999,
1981.

IBAMA. Parque Nacional do Catimbau. 2008. Disponível em: <www.ibama.gov.br>. Acesso em: 20 jul.
2008.

POUGH, J. H; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 6.ed. São Paulo: Atheneu, 2003.
QUEIROZ, A. N.; LEMA, T. Novo registro de Colobossaura mentalis Amaral, 1993, (Sáuria, Teiidae) para o
Nordeste do Brasil. Biociências, v. 4, n. 1, p. 87-90, 1996.

ROCHA, C. F.; VRCIBRADIC, D. Reptiles as predators of vertebrates and as preys in a restinga habitat of
southeastern Brazil. Rev. Ciênc. Cult. SBPC, v. 50, n. 5, p. 364-368, 1998

RODRIGUES, M. T. U. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária, UFPE, 2003. p. 275-333.

RODRIGUES, M. T. Uma nova espécie de Phyllopezus de cabaceiras: Paraíba: Brasil, com comentários
sobre a fauna de lagartos da área (Sauria, Gekkonidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, Brasil,
v. 36, n. 20, p. 237-250, 1986.

RODRIGUES, M. T.; PELLEGRINO, K. C. M.; DIXO, M.; VERDADE, V. K.; PAVAN, D.; ARGOLO, A. J. S.;
SITES JUNIOR, J. W. A New Genus of Microteiid Lizard from the Atlantic Forests of State of Bahia, Brazil,
with a New Generic Name for Colobosaura mentalis and a Discussion of Relationships Among the
Heterodactylini (Squamata, Gymnophthalmidae). American Museum Novitates, v. 3565, p. 1-27, 2007.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Brazilian reptiles – List of species. 2008.


Disponível em: <http://www.sbherpetologia.org.br>. Acesso em: 30 ago. 2008.

TEIXEIRA, R. L.; GIOVANELLI, M. Ecologia de Tropidurus torquartus (Sáuria: Tropiduridae) da restinga de


Guriri, São Mateus-ES. Rev. Brasil. Biologia, v. 59, n. 1, p. 11-18, 1999.

TEIXEIRA, R. L. Comunidade de lagartos da restinga de Guriri, São Mateus-ES. Atlântica, v. 23, p. 121-
132, 2001.

VITT, L. J.; LACHER JUNIOR, T. E. Behavior, Habitat, Diet, and reproduction of the iguanid lizard Polychrus
acutirostris in the caatinga of northeastern Brazil. Herpetológica, v. 37, n. 1, p. 53-63, 1981
!"#$%&'%()%(*)*!+"%,-.+'%&/0&
Tropidurus hispidu !"#$%&!'()*!+",-./,&!0.12/3-./3,45!
na cidade do Recife e na região metropolitana

Magnólia da Conceição Nunes Botêlho1; Miriam Dowell de Brito Cavalcanti2; Ednilza Maranhão dos Santos3; Regina
Célia da Silva Lima1; Jaqueline Bianque de Oliveira2

Resumo Ascaridium, Ancylostoma sp., Capillaria, espirurí-


deo, Strongyloidea, Strongyloides sp., Trematoda,
Tropidurus hispidus é uma espécie de lagarto Nematoda, Balantidium sp., coccídeos Isospora,
comumente encontrada na restinga e nos muros Eimeria sp., Eimeria spp., coocisto de Eimeria spp.
e cercas das cidades. Alimenta-se de insetos,
artrópodes e às vezes de pequenos vertebrados. Palavras-chave: Enteroparasitos, Helmintos,
No Brasil, pesquisas sobre enteroparasitos de Lagartixa, Protozoários, Répteis.
lagartos, como T. hispidus, ainda são escassos e
insipientes. Estudos como estes são de grande Abstract
importância, visto que a relação parasita/hospedeiro
pode influenciar em aspectos da ecologia e Tropidurus hispidus is a kind of lizard
evolução de algumas espécies. O conhecimento commonly found in restinga and in the walls and
sobre os enteroparasitos pode também contribuir in the fences of the cities. It is feed by insects,
para estratégias conservacionistas, uma vez que arthropods and sometimes of small vertebrates.
os parasitos afetam diretamente os animais. A In Brazil, searches about the enteroparasites of
presença desses lagartos nas proximidades ou lizards like T. hispidus are still scarce and rare.
no interior de residências pode ainda contribuir This searches have extremely importance, since
para eventuais contaminações no homem e/ou the host-parasite relationship, may influence on
animais domésticos, por suas fezes. Com base aspects of ecology and evolution of some species.
neste panorama, o estudo teve por objetivo realizar
The Knowledge about the enteroparasites may also
um levantamento de enteroparasitos na espécie
contribute to conservation strategies, since the
Tropidurus hispidus encontrada em ambientes
parasites directly affect the animals. The presence
domiciliares e peridomiciliares da cidade do Recife
of these lizards near or inside homes may still
e região metropolitana, e sua relação com a saúde
contribute to possible contamination in humans and
pública. O trabalho foi realizado entre janeiro de
2000 e março de 2008, nas cidades de Abreu e / or domestic animals, in their feces. Based on this
Lima (Caetés), Chã de Alegria (Estação Ecológica view the present study aimed to conduct a survey
do Tapacurá), Olinda (Passarinho) e Recife (Ipsep of enteroparasites in species Tropidurus hispidus
e Dois Imãos). Os animais foram capturados, found in home environments and peridomestic
colocados em bolsas de tecido para defecar of the city of Recife and metropolitan region and
e soltos nos locais de captura. As fezes foram its relationship to public health. The study was
preservadas em formol a 5%, e analisadas pelo conducted between January 2000 and March
método de Hoffman, Pons e Janer, e pelo método 2008,in the cities of Abreu e Lima (Caetés), Chã
direto modificado de McDowell & Cols. Das 76 de Alegria (Ecological Station of Tapacurá), Olinda
amostras analisadas, 59 (77,63%) foram positivas (Passarinho) and Recife (Ipsep). The animals
para helmintos e/ou protozoários. Os táxons de were captured, placed in plastic bags to defecate
enteroparasitos diagnosticados foram: Ascarididae, and released at the point of capture. Feces were

1
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco – GRE-Recife Sul (magnoliabotelho@yahoo.com.br; reginalima28@yahoo.
com.br).
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Departamento de Biologia-Laboratório de Parasitologia (miriamdowell@yahoo.com.
br; jaquelo@medvet.una.ac.cr).
3
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Departamento de Biologia (ednilzamaranhao@
yahoo.com.br).
362 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

preserved in formalin to 5%, and analyzed by pillaria, Spirurídeo, Strongyloidea, Strongyloides


the method of Hoffman, Pons and Janer and sp., Trematoda, Nematoda, Balantidium sp.,
modified by the direct method of MDowell & Coccídeos of Isospora, Eimeria sp., Eimeria spp.,
Cols. Of the 76 samples analyzed, 59 (77.63%) Oocysts of Eimeria spp.
were positive for helminthes and / or protozoa.
The species of enteroparasites were diagnosed: Key words: Entrailparasite, Helminthes,
Ascarididae, Ascaridium, Ancylostoma sp., Ca- Lizard, Protozoa, Reptile.
Introdução
Tropidurus hispidus Spix, 1825, está dentro das casas. No entanto, devem-se adotar
distribuído pelo Nordeste do Brasil (RODRIGUES, profilaxias para evitar possíveis contaminações por
1987) sendo muito abundante, ocupando habitats suas fezes.
e micro-habitats diversificados (VANZOLINI et al., Este trabalho teve como objetivo realizar
1980). São lagartos muito comuns em áreas abertas levantamento de enteroparasitos da espécie
e em ambientes alterados, como roçados, quintais Tropidurus hispidus domiciliar e peridomiciliar da
e jardins. Possuem hábito diurno e são ativos cidade do Recife e região metropolitana.
durante todo o ano, ocupando substratos como a
superfície de rochas, cupinzeiros, troncos caídos e Material e métodos
o chão. Escalam com facilidade muros e troncos
de árvores (RODRIGUES, 1987). Alimentam-se Foram analisadas 76 amostras de fezes de
de artrópodes e ocasionalmente de pequenos T. hispidus provinientes dos municípios de Abreu e
vertebrados, adotando a espreita (hábito de senta Lima (Caetés), Chã de Alegria (Estação Ecológica
e espera) como estratégia de forrageamento do Tapacurá), Olinda (Passarinho) e Recife (Ipsep
(VANZOLINI et al., 1980). e Dois Irmãos), no período de janeiro de 2000 a
Apresentam dimorfismo sexual, sendo os março de 2008. Os animais foram capturados,
machos adultos maiores do que as fêmeas, e colocados em bolsas de tecidos para defecar e
possuem a face ventral da coxa e da cauda na cor soltos nos mesmos locais de captura. As fezes
negra (RODRIGUES, 1987). Tropidurus hispidus
foram transferidas para tubos contendo formol
produz várias ninhadas ao ano, geralmente com
a 5%, etiquetados com a identificação do animal
quatro a 14 ovos, dependendo do tamanho da
e enviadas ao Laboratório de Parasitologia do
fêmea, sendo depositados normalmente debaixo
Departamento de Biologia da Universidade
de pedras (VANZOLINI et al., 1980).
Federal Rural de Pernambuco, sendo analisadas
No Brasil, pesquisas sobre entero-
pelo método de Hoffman, Pons e Janer, seguindo
parasitos que albergam espécies de répteis são
a metodologia de Evangelista et al. (1972) e
escassas e é inexistente na literatura registros de
enteroparasitos da espécie estudada. É de suma Coelho (1975), e pelo método direto modificado
importância o estudo coproparasitológico em de McDowell & Cols., seguindo a metodologia de
virtude de que esses animais mantêm contato Cavalcanti et al., 2007.
com o interior das residências, contribuindo para
uma relação direta com os humanos e os animais Resultados e discussão
domésticos, o que pode aumentar a ocorrência de
eventuais contaminações por suas fezes, tendo Das 76 amostras analisadas, 59 (77,63%) fo-
grande relevância para a saúde pública (NEVES et ram positivas para helmintos e/ou protozoários. Os
al., 2000; PESSOA, 1982; REY, 1994). táxons de enteroparasitos diagnosticados foram:
Essa espécie participa da cadeia alimentar, Ascarididae, Ascaridium, Ancylostoma sp., Capilla-
além de desempenhar importante controle biológico, ria, espirurídeo, Strongyloidea, Strongyloides sp.,
o que contribui com a eliminação de alguns animais Trematoda, Nematoda, Balantidium sp., coccídeos
nocivos à saúde humana, demonstrando que é Isospora, Eimeria sp., Eimeria spp., coocisto Eime-
importante a sua proteção e tolerância, mesmo ria spp.
364 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

No Brasil, não há registros de pesquisas de alimentos sólidos e líquidos e dos utensílios


realizadas com enteroparasitos em Tropidurus domésticos. Além disso, ressalta-se o papel da
hispidus. universidade pública na prestação de serviços que
contribuem para a melhoria da qualidade de vida
Conclusão da população.
Este é o primeiro relato internacional do en-
Os resultados demonstram o risco contro de Ascarididae, Ascaridium, Ancylostoma
potencial da transmissão de enteroparasitos nos sp., Capillaria, espirurídeo, Strongyloidea, Stron-
moradores das residências estudadas, e evidencia gyloides sp., Trematoda, Nematoda, Balantidium
a importância e a necessidade de ações de sp., coccídeos Isospora, Eimeria sp., Eimeria spp.,
educação em saúde, com vistas à higienização coocisto de Eimeria spp. em Tropidurus hispidus.

Referências

CAVALCANTI, M. D. B.; BOTÊLHO, M. C. N.; SANTOS, V. C. O.; OLIVEIRA, J. B. Diagnósticos Parasitológicos


Realizados no Laboratório de Parasitologia da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Revista de
Patologia Tropical, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 125, 2007.

COELHO, J. C. U. Incidência de enteroparasitas em alunos do Grupo Escolar Dr. Oswaldo Cruz, Curutiba,
Paraná. Acta Biológica Paranaense, Paraná, v. 4, n. 1/2, p. 3-12, 1975.

EVANGELISTA, A.; KOMMA, M. D.; SANTOS, M. A. Q. Prevalência de parasitos intestinais em Goiânia.


Revista de Patologia Tropical, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 51-61, 1972.

NEVES, D. P.; MELO, A. L.; GENARO, O.; LINARDI, P. M. Parasitologia Humana. 10.ed. São Paulo;
Atheneu, 2000. 524 p.

PESSÔA, S. B. Parasitologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1982. 872 p.

REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 10.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994. 349 p.

!" #$%&'()*+),+)'-./012/-34()035657-4)0)855705794:4);0)Tropidurus do grupo Torquatus ao sul do Rio


Amazonas (Sáuria: Iguanidae). Arquivos de Zoologia, São Paulo, v. 31, p. 105-230, 1987.

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980.
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista,
Pernambuco

Rivaldo José Ferreira Júnior¹ & Ednilza Maranhão dos Santos ²

Resumo Abstract
Este trabalho teve como objetivo fornecer The present work had as objective to supply
uma lista de serpentes com o propósito de contribuir a list of serpents with the intention to contribute
para o Plano de Manejo da Estação Ecológica de the plan of handling of the Ecological Station of
Caetés, Paulista/PE, bem como informações para Caetés, Paulista/PE, as well as information to assist
auxiliar em atividades de educação ambiental. As in activities of ambient education.
atividades de campo tiveram início em outubro The activities on field began on October of
de 2007 e utilizou-se como método de registro 2007, using active search (day and night random
atividades de busca ativa (caminhadas aleatórias walked) and pitfall (model in “Y” distributed in
diurnas e noturnas) e armadilhas de queda strategic points) as register method. To assist in
(pitfall), modelo em “Y”, distribuídas em pontos collecting data for the inventory, semi-structured
estratégicos. Para auxiliar na coleta de dados interviews were made with the residents, CIPOMA’s
para o inventário, entrevistas semiestruturadas militaries (Independent Policing Environmental
foram feitas com os moradores, militares da Company), firefighters, researchers, officials and
Companhia Independente de Policiamento community agents in the area. So far, 10 species of
Ambiental – Cipoma, bombeiros, pesquisadores, snakes have been recorded and distributed among
funcionários e agentes comunitários da área. four families: Boidae (Boa constrictor, Corallus
Foram registradas até o momento dez espécies de hortulanus, Epicrates cenchria), Colubridae
serpentes distribuídas entre quatro famílias: Boidae (Liophis lineatus, Liophis poecilogyrus, Philodryas
(Boa constrictor, Corallus hortulanus, Epicrates olfersii, Oxyrhopus trigeminus, Spilotes pullatus),
cenchria), Colubridae (Liophis lineatus, Liophis Elapidae (Micrurus ibiboboca) And Viperidae
poecilogyrus, Philodryas olfersii, Oxyrhopus (Crotalus durissus). Boa constrictor Linnaeus,
trigeminus, Spilotes pullatus), Elapidae (Micrurus 1758, was the greatest abundance and frequency
ibiboboca) e Viperidae (Crotalus durissus). A maior of occurrence.
abundância e frequência de ocorrência foram para
a Boa constrictor Linnaeus, 1758 (jiboia). Key word: Inventory, Northeast, Snakes,
Unit of Conservation.
Palavras-chave: Inventário, Nordeste, Ser-
pentes, Unidades de Conservação.

¹ Especialização em Zoologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco (rivaldo_junior@hotmail.com).


² Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@gmail.com).
Introdução
As serpentes estão incluídas na ordem aquáticos, maior riqueza biológica e alto índice
Squamata e compõem a subordem Ophidia, de endemismo. Essas características, aliadas ao
atualmente com cerca de 3.000 espécies elevado nível de ameaças, principalmente por ação
descritas no mundo, entre essas, apenas 410 são antrópica, colocam esse bioma como uma das
consideradas peçonhentas (BARRAVIERA, 1999). prioridades de conservação da biodiversidade do
No Brasil, estão catalogadas até o momento 358 planeta, sendo um dos hotspots mundiais (MYERS
serpentes, sendo 54 peçonhentas, ou seja, cerca et al., 2000).
de 15% têm importância para a saúde pública, No Nordeste brasileiro, a faixa de mata
das quais 27 espécies são cobras-coral (família dificilmente ultrapassa os 100 km, principalmente
Elapidae) e outras 27 são víboras com fossetas ao norte do Recôncavo Baiano, região onde a
(família Viperidae) (BARRAVIERA, 1999; SBH, mata originalmente se encontra mais estreita até
2008). o Rio Grande do Norte (FREITAS, 2005). Dentro
As serpentes são encontradas em quase do domínio da Floresta Atlântica nordestina,
toda parte do mundo, habitam principalmente o desmatamento foi mais acelerado, devido
as regiões temperadas e tropicais, devido a sua à monocultura da cana-de-açúcar, restando
dependência de calor externo, pois são animais pequenos fragmentos. Na porção leste estão
ectotérmicos. Ocupam praticamente todos os incluídas as formações litorâneas com vegetação
ambientes disponíveis, desde os terrestres, de restinga de diversos portes e também
subterrâneos e arbóreos, até as águas continentais manguezais, abrigando rica herpetofauna, sendo
e oceânicas (POUGH et al., 2003). São de grande estes considerados ecossistemas associados
importância na cadeia trófica, sendo um dos (FREITAS, 2005). Muitos desses fragmentos
predadores mais bem especializados, controlando ainda sobrevivem graças à transformação em
populações de diferentes grupos de invertebrados unidades de conservação, entre essas, destacam-
e vertebrados, mas também compondo a dieta de se as estações ecológicas classificadas no grupo
vários animais (VANZOLINI, 1980). de unidade de proteção integral, cujo objetivo
A Mata Atlântica do Brasil possui uma das é a preservação da natureza e a realização de
maiores biodiversidades do mundo (CUNHA, pesquisas científicas, sendo admitido apenas o uso
2004). De sua formação original, que ia do Rio indireto de seus recursos naturais, com exceção
Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, restam dos casos previstos na lei (SNUC, 2000).
atualmente apenas fragmentos de mata original Pernambuco tem atualmente cerca de 30
e secundária (LIMA, 1998). A Mata Atlântica é unidades de conservação (LIMA, 1998), todas
um dos biomas brasileiros mais ameaçados, no domínio da Mata Atlântica, com apenas uma
hoje estando restrita a aproximadamente 98.000 estação ecológica: a Estação Ecológica de Caetés.
km2 de remanescentes ou 7,6% de sua extensão Essa unidade de conservação está localizada
original. Os últimos fragmentos de floresta ainda no perímetro urbano na região metropolitana
encontram-se sob intensa pressão antrópica e do Grande Recife, cuja grande contribuição é
risco iminente de extinção (MMA, 2000). Em virtude proteger os recursos hídricos e abrigar patrimônio
de sua heterogeneidade ambiental, apresenta genético da flora e da fauna. Além de refúgio
grande variedade de ambientes terrestres e para a biota, realiza atividades conservacionistas
368 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

como educação ambiental e de investigação A estação chuvosa da região vai de março


científica (ESEC DE CAETÉS, 2006). Na maioria a agosto, com média pluviométrica mensal em
das unidades de conservação, informações sobre torno de 300 mm, e a estação seca, de setembro
diferentes grupos de vertebrados são incipientes, a fevereiro. As temperaturas oscilam em torno de
principalmente quanto à ofidiofauna. Durante o 27 °C no começo do ano, a 24 °C nos meses que
levantamento rápido, realizado em 1996 (ESEC DE se seguem. A altitude oscila entre 20 m à margem
CAETÉS, 2006), esse grupo ficou de fora devido do Rio Paratibe até a cota máxima de 88,5 m na
à falta de especialista disponível na época, sendo porção noroeste (ESEC DE CAETÉS, 2006).
protelado até esta data. Estudos setorizados sobre A vegetação da área caracteriza-se por ser
a ocupação e a riqueza desses répteis contribuem uma formação de espécies arbóreas de porte
para a identificação das espécies nativas e podem elevado (em torno de 20 m). Não se pode destacar
pontuar fatores que possam atuar no desequilíbrio um estrato de árvores emergentes, mesmo
do seu habitat. naqueles trechos em que a ação humana se fez
Para contribuir com informações sobre menos intensa. Uma das espécies vegetais típicas
os ofídios da Estação Ecológica de Caetés, da área é o visgueiro [Parkia pendula (Willd.) Benth
este trabalho teve como objetivo inventariar as ex. Walp], predominante principalmente nas áreas
espécies de serpentes que ocorrem na Esec de regeneração. Destaca-se também a jaguarana
de Caetés, destacando os tanatofídios, bem (Pithecellobium pedicellare DC. Benth) e a sucupira
como obter informações quanto à riqueza e à (Bowdichia virgilioide, Kunth) como representantes
frequência das espécies. Com esses dados, de mata primária, o murici (Byrsonima sericea DC.) e
pretende-se auxiliar com informações para o a cupiúba (Tapirira guianensis Aubl.), típicas de mata
plano de manejo e as medidas de monitoramento secundária. Num segundo estrato arbóreo (entre
para a reserva. 10 e 15 m), podemos encontrar coração-de-negro
(Cassia apoucouita Aubl), embiridiba (Buchenavia
Material e método capitata Eichler), caboatã-de-leite (Thyrsodium
schomburgkianum Benth), pau-piranha (Pisonia
ambigua Heimerl) e embiridiba [Eschweilera ovata
Local de Estudo
(Cambess.) Mart., n.)] como as mais frequentes. Das
espécies arbustivas, podem ser citadas as ervas-
Este projeto foi desenvolvido na Estação
de-rato (Psychotria sp.) e a tiririca (Rhynchospora
Ecológica de Caetés – Esec de Caetés (“7°55’15” e
cephalotes Vahl) como as que mais se destacam. A
7°56’30” de latitude sul e entre 34°55’15” e 34°56’30”
área total da Esec de Caetés é de 157 ha, zoneada
de longitude oeste de Greenwich), que está em cinco subáreas (Figura 1), entre essas, a maior
inserida entre os municípios de Paulista e Abreu e é a zona primitiva/área florestada, que é uma área
Lima, região metropolitana do Recife, e faz parte que tem seus limites com a comunidade de Caetés
do Domínio Tropical Atlântico, com uma vegetação e o Rio Paratibe.
caracterizada por “florestas megatérmicas pluviais
perenifólias (AB’SABER, 1977; MELLO-LEITÃO,
1937; ANDRADE-LIMA, 1963). Coleta de dados e
A Esec de Caetés tem sua história marcada processamento dos animais
pelo empenho da Comunidade de Caetés I
e associações ambientalistas contra o aterro As coletas foram realizadas a cada 2 dias
sanitário que seria construído na localidade. A semanais, entre os meses de setembro/2007
obra foi embargada na década de 1980 (ESEC e outubro/2007, e uma vez por semana, de
DE CAETÉS, 2006) pelo governo do estado de novembro/2007 a julho/2008. O esforço de captura
Pernambuco, que adquiriu a área com seus 157,1 foi diluído em observações diurnas e noturnas, com
hectares e a transformou em reserva ecológica 6 horas diárias, totalizando 12 horas semanais,
quando a Companhia Pernambucana do Meio sendo realizado no início do período noturno
Ambiente – CPRH assumiu a administração, com (das 16h às 18h) e no período diurno (entre 8h30
a promulgação da Lei nº 9.989/87. Em dezembro min e 12h). As cinco subáreas foram vistoriadas,
de 1998, por meio da Lei Estadual nº 11.622/98, a dando mais ênfase à Zona Primitiva (ZP) e à Zona
reserva ecológica passa para a categoria de manejo de Recuperação (ZR), utilizando como método de
denominada Estação Ecológica, permitindo, assim, amostragem a busca ativa (procura de animais),
visitação pública. revirando troncos, pedras, folhedo, galhos e solo.
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco 369

Figura 1- Mapa do zoneamento da Estação Ecológica de Caetés. Zona de Uso Especial – ZUE = Área onde já existem
construções; Zona de Uso Intensivo – ZUI = Área de lazer, hortas e sementeiras; Zona de Uso Extensivo – ZUEX
= Área dos mirantes; Zona Primitiva – ZP = Área de vegetação preservada; Zona de Recuperação – ZR = Área de
reflorestamento. Em barras pretas os locais onde foram armadas as pitfalls (ESEC DE CAETÉS, 2006).

Para auxiliar na amostragem, foram uma vez por dia, a cada 48 horas. Foram utilizados,
utilizadas também entrevistas com a população para a captura dos animais, equipamentos básicos
do entorno, bem como com pesquisadores, como binóculos, lanternas, luvas de couro,
militares e funcionários da Esec de Caetés, através sacos plásticos, recipientes plásticos, gancho
de questionários pré-elaborados, aplicados herpetológico, laço de Lutz, ancinho, pá e pinça de
devidamente com autorização do entrevistado, e captura.
também a utilização de armadilhas de queda, tipo As serpentes pequenas foram transportadas
pitfall, usando o modelo disposto em forma de “Y” em garrafas do tipo PET, perfuradas para a
(CECHIN; MARTINS, 2000). Para a área estudada, entrada de ar, de maneira a impedir a fuga.
foram alocados quatro sistemas distantes um Espécimes maiores foram acondicionados em
do outro, por cerca de 50 metros de distância, recipientes plásticos com fecho tipo “lacre”,
posteriormente, com ajuda de mastozoólogos também adaptados à entrada de ar, mas à prova
que estavam pesquisando na área, foi possível de fugas, e levadas à sede da Esec de Caetés
compartilhar armadilhas com baldes de 50 litros, para processamento. Os animais, ao chegar à
distribuídos em maior extensão da reserva, com sede, foram identificados, fotografados, medidos
um total de sete pontos (Figura 1). utilizando paquímetro e trena. Suas massas foram
Nos sistemas de armadilhas constaram registradas (sempre que possível) utilizando
quatro baldes de 20 litros enterrados no chão até a balanças pesola ®, marcados com um corte
borda, dispostos em forma de Y. Entre o balde central (em V) com tesoura na escama pré-cloacal
e os três periféricos, foram estendidas cercas de (isso apenas nas serpentes adultas e de grande
lona de plástico preta de 400 cm de comprimento porte) e, posteriormente, foram soltos nos seus
e 50 cm de altura, sustentadas por estacas de respectivos locais de coleta. Os animais foram
madeira. As armadilhas foram distribuídas dentro e identificados utilizando as chaves dicotômicas
na borda da mata, onde foram abertas e fechadas (PETERS; OREJAS-MIRANDA, 1970; PETERS;
durante todas as semanas, sendo monitoradas DANOSO, 1970) e a ajuda de especialistas. Todas
370 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

as informações constam em ficha e cadernetas de além de apresentar solo mais arenoso e com
campo. grande quantidade de matéria orgânica, propício
Por escolha metodológica, não foram feitos para serpentes fossoriais (VANZOLINI et al., 1980).
tombamentos de espécimes, sendo utilizado o Boa constrictor ocorreu nas quatro áreas
registro fotográfico dos indivíduos capturados ou inventariadas, ocupando tanto extratos arbóreos
encontrados ao acaso durante as varreduras, e quanto terrestres, e também encontrados
documentados em base de dados. Para o registro próximo às edificações da estação, sendo
fotográfico utilizou-se uma câmera digital Mitsuca atraída, provavelmente, pela oferta de alimentos
DC 7325BR 7.0Mp, zoom ótico de 3x e digital de (roedores). São serpentes comumente vistas em
4x. áreas abertas e em descampados, aquecendo-
se ao sol ou em vegetação fechada, enrodilhadas
Análise dos dados em troncos de árvores. Alimentam-se de lagartos,
aves e mamíferos (VANZOLINI et al., 1980). Essa
As análises dos dados foram feitas através espécie possui habitat de climas variados, desde
da frequência de ocorrência de Dajoz (1983): c = ambientes úmidos, como as florestas tropicais e as
p x 100/P, onde c é a constância de ocorrência de áridas caatingas (AMARAL, 1978; VANZOLINI et
cada espécie, p é número de excursões da espécie al., 1980). Essa informação deve auxiliar o plano
registrada, e P é o número total de excursões. As de manejo, orientando os visitantes e moradores
espécies com constância superior a 50% foram sobre os cuidados que se deve ter ao se deparar
consideradas constantes, entre 25 e 50% são com esse animal, para evitar a morte indevida da
acessórias, e inferior a 25% são acidentais. espécie.
O esforço de coleta foi diluído em 4.872
horas para pitfall e 180 h/homem para as buscas
Resultados e discussão ativas. Apesar de as armadilhas estarem dispostas
no local da pesquisa por mais tempo, não obteve
Durante um período de 10 meses foram maior número de registros de espécies. Esse dado
capturados 20 espécimes e visualizados mais já era o esperado e é similar a outros trabalhos com
quatro, totalizando 24 indivíduos distribuídos entre ofídios (CARVALHO, 2006), todavia, foi possível
14 espécies e cinco famílias (Tabela I). A família registrar principalmente espécies fossoriais
com maior riqueza foi Colubridae (58%), com oito (Typhlops e Micrurus) e terrestres (Pseudoboa). O
espécies, sendo oito indivíduos coletados e um maior sucesso, em termos de registros de animais,
visualizado, seguida por Boidae (21%) com três foi por meio de coletas por terceiros, bem como
espécies, sendo nove indivíduos registrados (Tabela por entrevistas (Figura 3). É importante ressaltar
I e Figura 2), sete coletados e dois indivíduos que o inventário de serpentes requer maior esforço
apenas observados em vegetação arbórea, tanto de procura ativa como de outros métodos que
concordando com os estudos de Cordeiro e Hoge auxiliem em maior número de registros. A entrevista,
(1973). A maior riqueza para a família Colubridae apesar de ser considerada pouco confiável pela
corrobora com informações de outros autores para comunidade científica, foi um método auxiliar
diferentes regiões do Brasil (RODRIGUES, 2005; importante para o registro de serpentes pouco
CARVALHO, 2006), pois é uma das famílias com observadas na unidade de conservação. Outro
maior diversidade da América do Sul (HAFFER, ponto que deve ser investigado é a necessidade
2001; POUGH et al., 2003; WANG et al., 2004). de verificar a eficácia de pitfalls por mais tempo,
O maior número de indivíduos registrados para a ou reavaliar o volume dos baldes usados (20 e
família Boidae pode estar relacionado com o número 50 l) (CARVALHO, 2006; CECHIN; MARTINS,
de espécimes reintroduzidos na estação. Esses 2000), além da instalação de outras armadilhas (no
espécimes são trazidos, pelo Ibama e pela Cipoma, caso, para lagartos arborícolas). Houve aumento
de outras localidades da região metropolitana norte de capturas nos períodos pós-chuva, a partir dos
de Pernambuco. meses de março e abril, principalmente de filhotes
Das cinco áreas/zonas percorridas, a ZP e animais jovens, coincidindo também com a
(Zona Primitiva) foi a que obteve maior número de diminuição das capturas de pequenos mamíferos
serpentes, seguida da ZR (Zona de Recuperação). por outros pesquisadores (com. pess.).
Isso se deve à melhor cobertura vegetal dessas A maior abundância e a frequência de
áreas, gerando, possivelmente, maior oferta de ocorrência (n = 7 e n = 29,17% respectivamente)
alimento (anfíbios, lagartos, aves e pequenos foram para Boa constrictor (jiboia), sendo a única
mamíferos) maior proteção contra predadores, espécie classificada como acessória na amostra
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco 371

estudada. As demais foram categorizadas como não colonizados pela espécie. Phillips et al. (2004)
acidentais (Tabela I). É possível que esse dado sustentaram que as espécies invasoras podem
esteja relacionado às solturas realizadas pela devastar os ecossistemas naturais, mas os efeitos
Cipoma e pelos bombeiros (espécimes trazidos da invasão, em longo prazo, são pouco claros.
de outros locais), chamando a atenção para um Se os organismos nativos puderem se adaptar à
maior cuidado dos administradores da estação presença do invasor, o impacto diminuirá com o
e destacando o monitoramento como uma das tempo. É evidente que a serpente Boa constrictor
prioridades para o acompanhamento desses (jiboia), como animal que ocorre na Mata Atlântica,
animais. A introdução de animais em fragmentos não é uma espécie invasora, todavia, a soltura de
de mata, sem o devido manejo, pode ocasionar espécimes em áreas que não sejam seu território
problemas futuros. É necessário que se tomem os natural, sobrecarregando a área de soltura, pode
devidos cuidados para que espécies não sejam trazer danos ao ambiente, similar ao que ocorre
introduzidas aleatoriamente em determinado com uma espécie invasora.
ecossistema. Antes é necessário realizar um estudo Houve predominância de espécies arborícolas
sobre o impacto que a espécie pode causar no e escassez de formas subterrâneas que podem ser
ecossistema, prevendo-se, portanto, as possíveis explicadas pela grande oferta de recursos e substratos
modificações que possam surgir a partir da e pelas características limitantes do solo nessas áreas
introdução de alguma espécie (CARVALHO, 2006). (MARQUES, 1998), como também a necessidade de
Engeman et al. (2002) estudaram os método mais direcionado para a coleta desses
impactos da introdução acidental da serpente animais. É importante ressaltar que é imprescindível
Boiga irregularis na Ilha de Guam e notaram que maior esforço de coleta para que a lista aqui
tal fato resultou na extirpação da maior parte apresentada possa crescer em termos de riqueza
dos vertebrados terrestres nativos da ilha, criou inventariada. Das 14 espécies registradas, a maioria
risco à saúde das crianças e provocou perdas tem ampla distribuição no Brasil, outras necessitam de
econômicas. O número de serpentes dessa trabalho mais aprofundado na taxonomia, como é o
espécie aumentou demais, principalmente pelo caso de Liophis sp., não descartando a possibilidade
fato de elas se adaptarem facilmente a locais ainda de se tratar de uma nova espécie.

Tabela I - Lista das espécies de serpentes registradas entre setembro/2007 e julho/2008 na Estação Ecológica de
Caetés. Área: Zona de Uso Especial – ZUE; Zona de Uso Intensivo – ZUI; Zona de Uso Extensivo – ZUEX;
Zona Primitiva – ZP; Zona de Recuperação – ZR; Forma de registro: cm – coleta manual; ob – observação;
ct – coleta por terceiro; PT – pitfall; v – vestígio; em – entrevista; Micro-habitat: 1 – fendas entre rochas;
2 – sobre rochas; 3 – vegetação arbórea; 4 – solo úmido; 5 – solo; 6 – canaletas; 7 – interior edificações;
8 – arredores edificações; e 9 – folhedo. Frequência de ocorrência – FO.

Forma
Micro-
Grupo taxonômico Área de Abundância FO % Classificação
habitat
registro

SQUAMATA/
SERPENTES

Typhlopidae

Typhlops brongersmianus
ZP pt 4 2 8,33 Acidental
(Vanzolini, 1972)

Boidae
ZUE,
Boa constrictor (Linnaeus, ZUI, ct, cm,
5, 7 e 8 7 29,17 Acessória
1758) ZUEX, en
ZR
Epicrates cenchria
ZP ob 3 1 4,17 Acidental
Machado, 1945
372 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Forma
de Micro
Grupo taxonômico Área Abundância FO % Classificação
registro habitat

Corallus hortulanus (Gray,


ZP ob 3 1 4,17 Acidental
1842)
Colubridae
Pseudoboa nigra (Duméril,
ZP cm, pt 4,5 2 8.33 Acidental
Bibron e Duméril, 1854)

Drymarchon corais
ct 3,5 1 4,17 Acidental
(Bóie,1827)

Spilotes pullatus (Linnaeus,


ZR ct 3 1 4,17 Acidental
1758)

Liophis poecilogyrus (Wied,


ZP cm 9 1 4,17 Acidental
1824)
Liophis lineatus (Linnaeus,
ZR ct 3 1 4,17 Acidental
1758)
Liophis sp. ZP cm, 4 1 4,17 Acidental
Oxyrhopus trigeminus
ZUI ct, en 9 1 4,17 Acidental
(Duméril & Bibron, 1854)

Philodryas olfersii
ZP, ZR ob, en 3 1 4,17 Acidental
(Lichtenstein, 1823)
Elapidae
Micrurus ibiboboca (Merrem,
ZP, ZUI ct, pt, en 4 3 12,50 Acidental
1820)
Viperidae
Crotalus durissus Linnaeus,
ZR ob, en 8 1 4,17 Acidental
1758

Figura 2 - Frequência relativa da riqueza de espécies entre as famílias de serpentes registradas na Esec de Caetés
de setembro/2007 a julho/2008.

Na maioria dos meses estudados, houve (Figura 5) não atingiu o esperado, mostrando que o
registro de serpentes, com exceção para os meses número de espécies pode ser bem maior do que o
de setembro e outubro/2007 (Figura 4). O maior registrado. De maneira geral, a ofidiofauna da Esec
período de registro tanto de espécie quanto de de Caetés possui boa representação de serpentes,
espécimes compreendeu os meses de abril e revelando dados para estudos da herpetofauna,
maio/2008, coincidindo com informações de outros já que se trata de uma reserva monitorada que
autores (VANZOLINI et al., 2005; FREITAS, 2005; sofre moderada pressão antrópica, devendo es-
ALMEIDA et al., 2008), provavelmente, por ser se número aumentar consideravelmente com a
época reprodutiva. A curva acumulativa de espécies continuidade da pesquisa.
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco 373

Figura 3 - Distribuição dos registros de serpentes para os cinco métodos utilizados na Esec de Caetés de setembro/2007
a julho/2008.

Foram realizadas 25 entrevistas durante ibiboboca), seguida pela jiboia (Boa constrictor).
o estudo sobre o conhecimento prévio que a Isso, possivelmente, deve-se ao maior número de
comunidade tem em relação às serpentes. Essas indivíduos distribuídos na estação. Apesar da maior
entrevistas foram distribuídas entre pesquisadores frequência, pelos entrevistados, de uma espécie
que passaram pela Esec de Caetés (4), com os peçonhenta e de existir registro também de cascavel
soldados da Cipoma (9) e com alguns moradores (Crotallus sp.), não foi documentado nenhum
do entorno (12). A maioria dos entrevistados teve acidente por serpente no histórico da reserva (com.
contato ou observou alguma serpente na estação ou pess.). Todavia, medidas preventivas como palestras
nos seus arredores. As serpentes mais citadas pelos e folhetos informativos devem compor as atividades
entrevistados foram a coral-verdadeira (Micrurus anuais da unidade de conservação.

Figura 4 - Número de espécies (barras escuras) e espécimes (barras claras) registradas na Esec de setembro/2007
a julho/2008.
374 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Figura 5 - Curva acumulativa de espécies de serpentes registradas na Esec de Caetés de setembro/2007 a julho/2008.

Este trabalho contribuiu para o Plano de que envolvem essa ordem. O monitoramento é
Manejo da Esec de Caetés, já que não havia uma das medidas de grande importância para
informações sobre os répteis, servindo, assim, a manutenção da biota da unidade, enfatizando
para estimular a continuação da pesquisa, além estudos setorizados sobre a biologia e a diversidade
de pesquisas futuras sobre os diferentes assuntos desses répteis.

Tabela II - Frequência relativa das respostas obtidas pelos entrevistados (pesquisadores, militares, moradores e
funcionários) da Esec de Caetés, referente ao questionário aplicado durante a pesquisa (setembro/2007
a julho/2008).

PERGUNTAS RESPOSTAS

Sim – 84%
Você já teve contato (físico ou visual) com serpentes
Não – 16%
dentro ou no entorno da Esec de Caetés?

Coral – Micrurus ibiboboca (sem distinção entre falsa e


verdadeira) = 21
Jiboia – Boa constrictor = 16
Se sim, qual?
Caninana – Spilotes pullatus = 11
Cobra-verde – Philodryas olfersii = 9
Cobra-cipó – (genérica) = 5

Já sofreu algum acidente com serpentes? Não – 100%

Uso de botas, luvas de couro e varas = 35%


Você sabe como se prevenir contra essas serpentes,
Só botas e luvas = 17%
a fim de evitar acidentes?
Só botas = 48%

Conclusão Das 14 espécies registradas nesta


lista, a maior abundância e frequência foi
O número de espécies registradas (n = 14) para Boa constrictor, com sete indivíduos,
para a Esec de Caetés é considerado representativo representando 29,17% de frequência do total
comparado com outros locais de Mata Atlântica do da amostra; Micrurus ibiboboca e Crotalus
Nordeste do Brasil. durissus foram os tanatofídios registrados
A família com maior riqueza foi Colubridae, durante a pesquisa, destacando M. ibiboboca
seguida de Boidae, destacando as espécies com maior incidência.
Pseudoboa nigra e Boa constrictor com maior O método considerado mais eficiente du-
abundância. rante o inventário foi a coleta por terceiros e entre-
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco 375

vistas, todavia, as armadilhas do tipo pitfall foram Os meses com maior registro de serpentes
decisivas para o registro de animais fossoriais de foram abril e maio, possivelmente relacionados à
difícil coleta. época reprodutiva.
Entre as áreas zoneadas, a zona primária O número de espécies registrado ainda não
foi a que apresentou maior representatividade em representa um total esperado de serpentes para
termos de riqueza de serpentes, sendo considerada a Esec de Caetés, necessitando dar continuidade
prioritária para o monitoramento. à pesquisa. Para a Esec de Caetés, é necessário
A maioria das espécies foi considerada incluir no plano de manejo medidas preventivas
acidental na amostra, pelo seu baixo número de com informações sobre as serpentes encontradas
ocorrência. Apenas Boa constrictor foi categorizada na estação e seus arredores, bem como monitorar
como acessória, ou seja, com maior ocorrência em com eficiência as solturas de animais trazidos
relação às outras. pelos órgãos ambientais.

Referências

AB’SABER, A. N. Os domínios morfoclimáticos na América do Sul: primeira aproximação. Geomorfologia.


!"#$%&'"(#) $*#+,-./.&."#01#21"34%5%*#67889

AMARAL, A. Coleta herpetológica no Nordeste do Brasil. Memórias do Instituto Butantan, v. 7, p. 183,


1933-1934.

AMARAL, A. !"#!$%!&'()'*"+&,-.',/)$)0"+1+'/)-)",(+. 2.ed. São Paulo: Melhoramentos, 1978. 75 p.

ANDRADE-LIMA, D. 2%-+&' 3!)0"41/)' ()' *"+&,-9# :/"# 01# ;%,1/4"(# <&,0%=!"# >4%-/'1/4%# 01# 21"34%5%# 1#
Estatística, 1963.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Avaliação e ações prioritárias para a conservação da


biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos. Brasília: MMA/SBF, Conservation International do
Brasil, Fundação SOS Mata Atlântica e Fundação Biodiversitas, 2000. 40 p.

BARRAVIERA, B. Estudo clínico dos acidentes ofídicos. Rio de Janeiro: EPUB, 1999. 55 p.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional da Saúde. Manual de Diagnóstico e Tratamento de


Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília: MS, 2001. 112 p.

CARVALHO, J. A. Diversidade de serpentes do Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito, Lavras, MG.
Lavras: UFLA, 2006. 96 p.

?@?A+B*# 9#C9D#EF:G+B *#E9#@5H/I,H/%#01#%4J%0/'K%-#01#L&10%#Mpitfall) em amostragens de anfíbios e


répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 17, n. 3, p. 729-740, 2000.

CORDEIRO, C. L.; HOGE, A. R. Contribuição ao Conhecimento das serpentes do Estado de Pernambuco.


Memórias do Instituto Butantan, v. 37, p. 261-290, 1973.

CUNHA, A. A. Conservação de mamíferos na Serra dos Órgãos: passado, presente e futuro. In: Congresso
Brasileiro de Unidades de Conservação. 4., 2004. Anais... 2004. v. 1. Curitiba: O Boticário Proteção à
Natureza: Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação.

ENGEMAN, R. M.; VICE, D. S.; YORK, D.; GRUVER, K. S. Sustained evaluation of the effectiveness of
detector dogs for locating brown tree snakes in cargo outbound from Guam. Oxford: International
Biodeterioration & Biodegradation, v. 49, n. 2/3, p. 101-106, 2002.

ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS. Plano de Manejo, fase I. Recife: Agência Estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, 2006. 76 p.

FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S. Guia ilustrado: a herpetofauna da Mata Atlântica nordestina. Pelotas ( ):
Ed. Useb –2005. 161 p. (Coleção Manuais de Campo, v. 6)
376 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

HAFFER, J. Hipotesis to explain the origin of species in Amazonia. In: VIEIRA, I. C. G.; SILVA, J. M. C.;
OREN, D. C.; D’INCÃO, M. A. (Ed.). Diversidade biológica e cultural da Amazônia. Belém (PA): Museu
Paraense Emílio Goeldi, 2001. p. 45-118.

LIMA, M. L. F. C. A reserva da biosfera da Mata Atlântica em Pernambuco: situação atual, ações


1# N14-N1H./O%-9# !"# $%&'"(# 24P5H%# 0"# +,-./.&."# <'"41-.%'*# 677Q9# RS# N9# M T4/1# ?%014,"-# 0%# :1-14O%# 0%#
Biosfera, n. 12).

MARQUES, O. A. V. Composição faunística, história natural e ecologia de serpentes da Mata


Atlântica, na região da Estação Ecológica Jureia-Itains, São Paulo, SP. 1998. Tese (Doutorado) – Dep.
de Zoologia do Instituto de Biologia, Universidade de São Paulo-SP, 1998. 135 p.

MELLO-LEITÃO, C. de. 5))0!)0"+1+' ()' *"+&,-. 3.ed. Mossoró: Escola Superior de Agricultura de
Mossoró, Fundação Guimarães Duque, 1980. (Coleção Mossoroense, 1937).

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA LEGAL. (MMA). 2000.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Biodiversidade brasileira(#%O%'/%=!"#1#/01,./5H%=!"#01#%=U1-#


prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade nos
biomas brasileiros. Brasília: MMA/SBF, 2002. 404 p.

MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C.G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots
for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-845, 2000.

PETERS, J. A.; OREJAS-MIRANDA, B. Catalogue of the Neotropical Squamata. part I – Snakes. Bull. U.S.
Nat. Mus., v. 297, p. 1-347, 1970.

PETERS, J. A.; DANOSO-BARROS, R. Catalogue of the Neotropical Squamata. part II – Lizards and
Amphisbaenians. Bull. U. S. Nat. Mus., v. 297, p. 1-293, 1970.

PHILLIPS, B. L.; SHINE R. Adapting to an invasive species: Toxic cane toads induce morphological change
in Australian snakes. Proceedings of The National Academy of Sciences of The United States of
America, Washington, v. 101, n. 49, p. 17.150-17.155, 2004.

POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2003. 699
p. (ISBN 85-7454-079-X).

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.). Biodiversidade,


ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2003. p. 181-236.

RODRIGUES, M. T. Conservação dos répteis brasileiros(#"-#01-%5"-#N%4%#&J#N%V-#J13%0/O14-"9# !"#


Paulo: Universidade de São Paulo. 2005. p. 88.

SANTANA, G. G.; VIEIRA, W. L. S.; PEREIRA-FILHO, G. A.; DELFI M, F. R.; YURI, C. C. L.; VIEIRA, K. S.
Herpetofauna em um fragmento de Floresta Atlântica no Estado da Paraíba, Região Nordeste do Brasil.
Biotemas, v. 21, n. 1, p. 75-84, 2008.

Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Brasília:
MMA/SBF. 2000.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Curitiba, maio, 2008.

Disponível em: <http://www.sbherpetologia.org.br/base/novabase.asp?sub=lista&principal=./


checklist/checklist_brasil.htm> Acesso em: 16 jun. 2008.
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis da Caatinga. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980. 161 p.

WANG, X.; AULER, A. S.; EDWARDS, R. L.; CHENG, H.; CRISTALLI, P.; SMART, P. L.; RICHARDS, D.
A.; CHOUAN-SHEN, C. Wet periods in northeastern Brazil over the past 210 kyr linked to distant climate
anomalies. Nature, v. 432, p. 740-743, 2004.
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco 377

APÊNDICE

Prancha 1: A: Boa constrictor; B: Epicrates cenchria; C: Corallus hortulanus; D: Drymarchon corais corais;
E: Pseudoboa nigra (exemplar jovem); F: Pseudoboa nigra (exemplar adulto); G: Liophis sp. (exemplar
jovem); H: Typhlops brongersmianus; I: Micrurus ibiboboca; J: Mensuração de animal capturado; L:
Fachada da Estação Ecológica, com a mata ao fundo; M: Ecdise de serpente encontrada em uma busca
ativa
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-
epidemiológicos e etnozoológicos

Heyde Polyana Amorim¹ & Simão Dias Vasconcelos²

Resumo Abstract
Acidentes ofídicos constituem grave pro- Accidents caused by snakes are a serious
blema de saúde em vários países, incluindo o Brasil. health problem in several countries, including Brazil.
Este estudo visou traçar o perfil do ofidismo em This study aimed to characterize the accidents in
uma área do agreste pernambucano. Analisamos the “Agreste” of Pernambuco State. We analyzed
o registro dos dados clínico-epidemiológicos clinical-epidemiological data from the “Hospital
no Hospital Regional de Caruaru e realizamos Regional de Caruaru” and performed interviews to
entrevistas para entender como a população understand how the population perceives and deals
percebe e lida com esse tipo de acidente. Os with this type of accident. The results contribute
resultados contribuem para mapear a gravidade to mapping the gravity of this phenomenon and
do problema na região e auxiliar em campanhas support campaigns for prevention and awareness
preventivas e de esclarecimento da população. among the population.

Palavras-chave: Bothrops, Epidemiologia, Key words: Bothrops, Epidemiology, Ethno-


Etnozoologia, Ofidismo. zoology, Snake-caused Accidents.

¹ Mestrado em Biologia Animal, Universidade Federal de Pernambuco (heydeamorim@hotmail.com).


² Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Zoologia
(simaovasconcelos@yahoo.com.br).
Introdução
Importância médica de gênero Micrurus (com 24 espécies) (SBH, 2008).
serpentes no Brasil Embora seja alvo de debates, estudos recentes
incluem a família Colubridae como responsável por
Acidentes ofídicos representam sério pro- envenenamentos, no caso de algumas espécies
blema de saúde pública nos países tropicais, dos gêneros Philodryas (P. olfersii, P. viridissimus
pela frequência com que ocorrem e pela morbi- e P. patogoniensis) e Clelia (C. clelia plumbea)
mortalidade que ocasionam (PINHO; PEREIRA, (ARAÚJO; SANTOS, 1997; ROCHA; FURTADO,
2001). É chamado de ofidismo o estado mórbido 2007).
provocado pela picada de um ofídio venenoso. Venenos de serpentes são misturas com-
Segundo Chippaux (1998), a incidência real de plexas de enzimas e polipeptídeos farmacologica-
ofidismo no mundo é subestimada: estima-se mente ativos, que podem apresentar variações na
que ocorram mais de cinco milhões de casos composição, diferenciando-se entre famílias, gêne-
por ano, dos quais a metade apresenta quadro ros e espécies ou mesmo dentro de uma mesma
clínico de envenenamento. O autor ressalta ainda espécie (ROCHA; FURTADO, 2005). A gravidade
que além das 125.000 mortes por ano, mais de do quadro clínico associado às toxinas de serpen-
100.000 indivíduos sobrevivem com severas tes varia de acordo com a espécie causadora do
sequelas (CHIPPAUX, 1998). A grande maioria dos acidente e pode limitar-se a manifestações locais
envenenamentos e das mortes ocorre na Ásia e na como dor, eritema, edema ou parestesia. Entretan-
África (ibid.). to, no caso de acidentes botrópicos, surgem equi-
Dados da Fundação Nacional de Saúde moses, lesões e sangramentos no local da picada
compilam uma média de 20.000 casos/ano no e até mesmo necrose de tecidos, com formação de
Brasil, com coeficiente de incidência de 13,5 abscessos, podendo deixar como sequela a perda
acidentes/100.000 habitantes (BRASIL, 2001). A do membro acometido (PINHO; PEREIRA, 2001).
obrigatoriedade da notificação, a partir de 1988/89, Estudos epidemiológicos sobre acidentes
ampliou o conhecimento sobre envenenamentos ofídicos notificados em unidades de saúde con-
ofídicos no Brasil (MISE et al., 2007). A maioria das tribuem para o conhecimento da diversidade de
notificações procede das regiões Sudeste e Sul, as espécies em cada região e fornecem subsídios para
mais populosas do País, e que contam com melhor a realização de campanhas para esclarecimento
organização de serviços de saúde e sistemas de da população e prevenção dos acidentes.
informação (BRASIL, 2001).
O Brasil abriga 361 espécies de serpentes,
pertencentes a 78 gêneros abrigados em nove Etnozoologia aplicada a
famílias (SBH, 2008). Representantes de três acidentes ofídicos
famílias estão diretamente envolvidas nos casos de
envenenamento ocorridos em todo o País. A família A etnozoologia como ferramenta interpretativa
Viperidae é representada por três gêneros, Bothrops do histórico compartilhado entre homens e animais
(23 espécies), Crotalus (várias subespécies de em uma região inclui diferentes manifestações
Crotalus durissus) e Lachesis (Lachesis muta); a humanas diante da fauna, inspiradas pela afeição,
família Elapidae é representada unicamente pelo repúdio, reverência ou desprezo, indicando, por
382 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

vezes, crendices e aspectos cinegéticos locais Materiais e métodos


(ROCHA-MENDES et al., 2005). As populações
percebem, identificam, categorizam, classificam Descrição da área de estudo
e utilizam animais de acordo com costumes
e percepções próprios de cada cultura, A mesorregião do agreste de Pernambuco
estabelecendo uma diversidade de interações com agrega 72 municípios distribuídos em área de
as espécies animais nas localidades onde residem 24.387,8 km² (24,7% do território do estado), com
(POSEY, 1986 apud RAZERA et al., 2006). população estimada em 1.993.868 habitantes
Nos últimos anos, o conhecimento tradi- (25,2% da população pernambucana) e densidade
cional tem sido considerado uma vasta, embora de 81,6 hab/km² (ANDRADE, 2003). Devido à
ameaçada, fonte de informação com múltiplos localização, associada às condições topográficas
benefícios para as comunidades locais e globais e climáticas, o agreste corresponde à região de
(SANTOS-FITA; COSTA-NETO, 2007). Nesse transição fitoflorística e fitofisionômica entre a Zona
aspecto, a etnozoologia referente aos ofídios da Mata e o Sertão, razão pela qual apresenta
possibilita conhecer sobre as espécies ocorrentes características das duas regiões, exibindo
em cada região, pois valoriza as informações paisagem de brejos e de Caatinga (SIEBERT,
fornecidas por aqueles que vivem no ambiente, 1998).
conhecem-no e utilizam-no em seu benefício. Os brejos estão localizados em regiões de
Permite também a caracterização de suas atitudes, altitude mais elevada do que as áreas adjacentes,
a fim de mapear situações de risco e divulgar (ou formando prováveis fragmentos da Floresta
corrigir, se necessário) métodos alternativos para a Atlântica original. Na Caatinga encontrada em
prevenção e o tratamento dos acidentes. certos pontos dessa microrregião predominam
Nas localidades rurais, a população é mais árvores e arbustos que perdem as folhas na época
exposta a esses acidentes e o acesso ao atendimento da seca, com áreas semiáridas e subúmidas onde
as chuvas se distribuem de forma menos irregular.
médico é mais difícil, uma vez que o deslocamento
Por essas características pode ser classificada
para a zona urbana comumente envolve enfrentar
como hipoxerófila (JATOBÁ, 2003).
distâncias, atrasar a cura e acarretar despesas
A pesquisa abrangeu coleta de dados em
financeiras. Essas razões acabam conduzindo a
dois municípios do agreste: Caruaru e Bonito.
vítima e seus parentes a adotarem procedimentos
Caruaru (8°16’58”S; 35°58’33”W) é uma das maiores
mais rápidos, menos dispendiosos e que
cidades do estado, com população de 289.086
aproveitem recursos disponíveis na região. Para habitantes e densidade demográfica de 229,3 hab/
isso, a população observa a natureza ao seu redor, km2. Bonito (08°28’13”S; 35°43’43”W), localizado
faz experiências com os mais diversos recursos na microrregião do brejo Pernambucano, a 136 km
e transmite o conhecimento adquirido aos seus do Recife, apresenta área de 476 km², altitude de
descendentes. O valor dos recursos medicinais 449 m e população de 39.111 habitantes (IBGE,
de origem animal e vegetal é significativo, pois 2008). Economicamente, Bonito desenvolve a
frequentemente são os únicos meios disponíveis pecuária de corte e leiteira, bem como as lavouras
para a maioria da população que tem acesso de alimentos que abastecem principalmente a
limitado a medicamentos alopáticos e cuidados Zona da Mata açucareira, enquanto em Caruaru
médicos apropriados (ANDRADE; COSTA-NETO, predominam serviços e o comércio (SIEBERT,
2006). 1998).
Este estudo se propõe a abordar o pro-
blema do ofidismo em uma região do agreste Coleta de dados
pernambucano, sob dois eixos temáticos. Primeiro
busca analisar os aspectos clínico-epidemiológicos Os dados clínico-epidemiológicos foram
dos acidentes ofídicos notificados em um hospital de obtidos a partir das fichas de notificação de
referência, investigando os casos quanto à espécie acidentes por animais peçonhentos registradas
envolvida, o local de exposição, a sazonalidade e de janeiro de 2006 a dezembro de 2007, no
o perfil da vítima (sexo, idade e região anatômica Setor de Epidemiologia do Hospital Regional do
atingida). De modo complementar, visa caracterizar Agreste (Hospital Regional Waldomiro Ferreira),
o conhecimento, a percepção e a atitude dos em Caruaru. Trata-se de hospital de referência na
moradores sobre o ofidismo, sob uma abordagem região que atende a população de vários municípios
etnozoológica. circunvizinhos. A análise das fichas foi antecedida
Estudo coproparasitológico em Tropidurus hispidus !"#$% &'() *!+,-.+% /-01.2,-.2+34 5+ 6.2+23 20
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-epidemiológicos e etnozoológicos 383
Recife e na região metropolitana

de uma apresentação dos objetivos do estudo aos encontrada e a distribuição geográfica na América
profissionais responsáveis, para a aprovação do do Sul (BOCHNER; STRUCHINER, 2003).
acesso e da análise dos arquivos. Todos os dados Houve predominância de vítimas do gênero
respeitavam o anonimato do paciente. masculino (77,2% das notificações), padrão
Para traçar o perfil etnozoológico do ofidismo também detectado em pesquisas recentes para
no agreste pernambucano, foram realizadas outros estados brasileiros (FEITOSA et al., 1997;
entrevistas semiestruturadas com moradores de NASCIMENTO, 2000; ALBUQUERQUE et al.,
zonas rurais de Bonito, escolhido por se situar em 2004; MISE et al., 2007). Quanto à idade da vítima,
área adjacente ao Hospital Regional do Agreste a faixa etária mais acometida foi entre 21 e 30 anos,
e por ter sido um dos municípios citados nas constituindo 23,2% dos acidentes. Esses resultados
fichas de notificação de acidentes ofídicos. Cem permitem traçar um perfil das vítimas de acidentes
entrevistas foram realizadas em julho/2007 nas ofídicos na região em estudo, constatando que
feiras públicas do município, após esclarecimentos pacientes do sexo masculino, moradores da zona
sobre os objetivos da pesquisa. Para garantir a rural e com idade entre 21 e 30 anos são mais
fidedignidade das respostas, só foram entrevistados acometidos, provavelmente, porque realizam com
os moradores que consentiram em participar do maior frequência atividades laborais na agricultura.
estudo, de forma anônima e com tempo livre para Essas observações parecem reforçar a conotação
as respostas. Buscou-se aproveitar ao máximo do acidente ofídico como acidente de trabalho,
toda informação pertinente ao assunto, mesmo uma vez que seu incremento coincide com o
extraída de forma espontânea. deslocamento do trabalhador rural para atividades
no campo (FEITOSA et al.; 1997).
Resultados e discussão A análise da sazonalidade revela que os
meses com maior número de registros foram agosto
e setembro, correspondendo a 11,8% e 13,5%
Aspectos clínico-epidemiológicos
do total dos casos notificados, respectivamente
dos acidentes ofídicos notificados (Figura 3). Os meses de maior prevalência dos
no Hospital Regional do Agreste acidentes coincidem com o final do inverno e o
início do preparo do solo para as próximas culturas
No período analisado foram notificados na região. Tal resultado está de acordo com o perfil
237 acidentes e apenas um óbito causado por obtido por Corte Real et al. (2000), de que a maioria
ofidismo. Os pacientes atendidos foram oriundos dos casos ocorreu em áreas rurais, nos meses
de 43 municípios, desde os próximos a Caruaru quentes e chuvosos, o que coincide com a época
(Bezerros, Sairé), situados a mais de 100 km de de colheita e, consequentemente, com o aumento
distância (Bom Conselho, a 149 km) ou até de do fluxo das pessoas que trabalham no campo. A
municípios de outro estado (São João do Tigre – sazonalidade do acidente, dessa forma, parece
PB, a 129 km), refletindo a grande abrangência do depender mais das condições ambientais e da
Hospital Geral do Agreste no atendimento a casos atividade do homem, visto que a probabilidade de
de ofidismo. Uma proporção significativamente encontro homem-serpente aumenta nos períodos
maior ( 2 = 35,86; P < 0,001) de acidentes ocorreu de maior exposição humana em ambientes rurais,
nas zonas rurais (Figura 1). que são primariamente habitats desses répteis.
Ao investigar a espécie de serpente envolvida Ao analisar a região anatômica mais
nos acidentes, constatou-se que 69,2% das vítimas afetada, observou-se que 34,6% dos acidentes foi
não souberam identificá-la. Segundo os registros, no pé (Figura 4). Estudos clínico-epidemiológicos
de acordo com o nome vulgar, Bothrops foi o sobre ofidismo conduzidos em outras regiões
gênero mais envolvido nos acidentes, apontado do País também apontam o pé como a parte do
como o responsável por 61,0% dos casos em corpo mais afetada (RIBEIRO; JORGE, 1997;
que a espécie causadora foi identificada por meio CORTE REAL et al., 2000). Os membros inferiores,
da descrição do paciente e/ou pelo diagnóstico sobretudo os pés, são mais expostos a esse tipo
médico (Figura 2). Esse resultado está de acordo de acidente devido ao hábito terrestre da maioria
com relatórios do Ministério da Saúde (BRASIL, das espécies peçonhentas locais e pelo fato de
2001), segundo os quais esse gênero é o de maior os agricultores, frequentemente, trabalharem no
importância epidemiológica no País, responsável campo descalços ou com calçados abertos. É
por cerca de 90% dos envenenamentos. A jararaca preciso esclarecer a população sobre a importância
é a espécie mais registrada como causadora dos da proteção durante atividades relacionadas à
acidentes, fato que reflete a abundância em que é agricultura e à pecuária. O simples uso de botas
384 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

de cano alto e o cuidado com a proteção das mãos hospital municipal e dois foram encaminhados a
evita grande parte dos acidentes com serpentes. outros hospitais (um para o Hospital Regional do
Agreste e outro a um hospital em Recife).
Aspectos Etnozoológicos: Enorme diversidade de serpentes foi
percepção dos moradores indicada pelos entrevistados como presentes na
região. A Tabela I apresenta as espécies citadas
sobre serpentes e atitudes
(nomenclatura vernácula), a porcentagem de
diante do ofidismo moradores que as indicaram, quais delas são
peçonhentas ou atacam o homem e a porcentagem
Como reflexo da população da zona rural dos que as consideram perigosas. Conforme
– foco desta pesquisa, predominaram entre os
mencionado, não é possível correlacionar
entrevistados moradores com idades entre 25 e 34
precisamente a identificação “popular” e a
anos (33% da amostra) (Figura 5), do sexo masculino
“científica”, pois os dados disponíveis sobre a
(70%), que exerciam a profissão de agricultor (95%)
ofidiofauna e seus nomes populares referem-se a
e com grau de escolaridade referente ao ensino
outros estados e nem sempre se adequam à região.
fundamental (74% dos entrevistados) (Figura 6).
As exceções são: cascavel (Crotalus durissus
Dezessete por cento dos moradores
Linnaeus, 1758), pico-de-jaca e malha-de-fogo
entrevistados afirmaram ter sofrido acidente com
(Lachesis muta Linnaeus, 1766), todas as corais-
serpentes, destes, 88,2% foram picados uma única
verdadeiras citadas (Micrurus sp. Linnaeus, 1758),
vez e 11,8% duas vezes. Parentes próximos também
cobra-verde (Philodryas olfersii Lichtenstein, 1823),
foram vítimas desses acidentes, resultado afirmado
salamanta (Epicrates cenchria assisi Linnaeus,
por 22% dos entrevistados, com predomínio
1758) e jiboia (Boa constrictor constrictor Forcart,
também do gênero masculino, equivalendo a 70%
1960). Entretanto, há a possibilidade de que esses
dos relatos de acidentes com familiares.
nomes não correspondam exatamente às espécies
As serpentes envolvidas e o número de
apontadas nas entrevistas, visto que não foram
acidentes por elas causados são apresentados, a
coletados exemplares.
seguir, de acordo com a nomenclatura vernácula:
Segundo os moradores, mais da metade das
cobra-verde (5); jiboia (3); siri (3); papagaio
espécies de serpentes da região representa perigo.
(2); salamanta (1); jaracuçu (1); casco-de-burro
Embora não existam levantamentos específicos
(1); cascavel (1). Naturalmente, esses nomes
na área, esse resultado discorda com os estudos
refletem a terminologia popular, extremamente
realizados na Caatinga por Rodrigues (2003), onde
variável, mesmo em escala regional, e devem ser
estão listadas 52 espécies de serpentes para esse
interpretados com cautela. A ausência de estudos
confrontando a nomenclatura popular e a científica bioma e, destas, apenas oito são classificadas
para serpentes dessa região dificulta a interpretação como potencialmente perigosas. A noção de risco
do real “perigo” das espécies locais. descrita pelos moradores reflete, em parte, o
A região anatômica mais atingida foi conhecimento científico sobre o comportamento
o pé, configurando 52,7% dos casos citados. As de serpentes. Durante as entrevistas, muitos
outras regiões atingidas foram: perna (31,5%), moradores afirmaram que as serpentes só atacam
braço (10,5%) e mão (5,3%). em atitude de defesa, como registrado neste
Ao serem questionados sobre as depoimento: “... o bicho só morde se o ‘cabra’ ataca
medidas a serem adotas em caso de acidente ela”.
ofídico, 58% indicaram que sabiam como proceder. Agosto foi indicado pelos entrevistados co-
Considerando apenas os que alegavam possuir mo o mês em que as serpentes mais atacam
tal conhecimento, 57% indicaram procurar (36%), isso por que, segundo eles, “em agosto elas
atendimento médico para receber tratamento estão no cio” ou ainda “por que estão chocas”. Em
adequado, enquanto 43% afirmaram utilizar algum segundo lugar foi indicado o verão (30%) como a
procedimento alternativo. época do ano com mais acidentes, pois: “no verão
Embora a maioria dos entrevistados elas vão se esquentar no sol” e “no inverno, se
tenha afirmado que se deve procurar atendimento escondem da chuva”. Outros períodos também
médico, essa não é uma prática frequente na foram indicados: maio (4%), setembro (2%), março
região, visto que, considerando os moradores (1%), inverno (1%), o ano inteiro (4%), 22% não
vítimas de acidentes, 70,6% afirmaram não ter souberam informar. A área de estudo caracteriza-
buscado atendimento médico. Entre os que se por uma estação seca nos meses de novembro
procuraram (29,4%), cinco foram medicados no a fevereiro e uma chuvosa entre maio e agosto.
Estudo coproparasitológico em Tropidurus hispidus !"#$% &'() *!+,-.+% /-01.2,-.2+34 5+ 6.2+23 20
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-epidemiológicos e etnozoológicos 385
Recife e na região metropolitana

O fato de os entrevistados informarem a reprodução das cascaveis no Brasil central


que as serpentes estão “chocas no mês de ocorre principalmente no período entre o final da
agosto” vem ao encontro de paralelo no estudo estação seca e o início da chuvosa, de agosto a
realizado por Argáez (2006), segundo o qual novembro.

Tabela I - Serpentes presentes na região (nome vulgar) e indicação das espécies perigosas e/ou venenosas, de
acordo com a percepção dos moradores de Bonito – PE (N = 100).

É venenosa/ ataca o
Serpente % de citações % de citações
homem
Cascavel/cascaveia 95 Sim 88
Coral 61 Sim 20
Salamanta 49 Sim 10
Siri 43 Sim 20
Cobra-verde 30 Sim 2
Papa-ovo(a) 26 Sim 6
Caninana 25 Sim 6
Casco-de-burro 25 Sim 6
Jiboia 18 Não -
Cobra-de-duas-cabeças 11 Sim 3
Costela-de-vaca 11 Sim 4
Jararaca 11 Sim 6
Jaracuçu 7 Sim 2
Cobra-cipó 6 Sim 1
Cobra-papagaio 4 Não -
Corre-campo 3 Não -
Mariscadeira 3 Sim 1
Pico-de-jaca 2 Sim 1
Coral-de-ferrão 2 Não -
Coral-sem-ferrão 1 Sim 1
Coral-rei 1 Não -
Cobra-de-leite 1 Não -
Malha-de-leite 1 Não -
Malha-de-fogo 1 Não -
Salamanta-cabeça-de-cachorro 1 Não -
Salamanta-malha-de-viado 1 Não -
Salamanta-de-sete-ventas 1 Sim 1
Cobra-vermelha 1 Não -
Rainha 1 Não -
Sucuri 1 Não -

Uma diversidade de ambientes foi apontada capoeira (lugar com mato alto) (7%); ladeira e beira
pelos entrevistados como locais em que são de estrada, caminho ou “rodagem” (7%); locais de
encontradas serpentes. O registro foi feito trabalho – roçado e cercado (5%); beira do rio (5%);
considerando expressões vernaculares e criando “vage” (local de brejo) (5%); lixo ou “munturo”
categorias unindo locais semelhantes, para facilitar (5%); próximo de pedras (5%); “capim-de-cheiro”
a análise e a compreensão dos dados, resultando (mato baixo) (4%); “aceiro” de mata (local ou linha
nos seguintes ambientes: matos/matas (54%); que determina o fim de uma mata) (3%).
386 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Ao serem questionados sobre a abundância atitude predominante ao encontrar tais indivíduos


de serpentes nos últimos meses, 50% indicaram é de matá-las, resultado indicado por 77%. Seis
que permanecem constantes, 27% acreditam por cento dos entrevistados afirmaram “correr com
ter aumentado e 23% afirmaram que diminuiu. medo de serem atacados” quando as encontram,
Foi possível inferir que os moradores atribuem e 17% preferem deixar as serpentes irem embora,
as mudanças na população de serpentes à acreditando que “não são animais nocivos ao
reprodução e a fatores antrópicos e ambientais homem e só atacam como forma de defesa”.
como registrado em alguns depoimentos: A população afirmou adotar medidas de
“diminuiu porque derrubaram muita mata”, “por controle como forma de afastar serpentes das
causa do desmatamento” ou “porque queimam os residências ou de evitar acidentes (Tabela II). Das
terrenos”. medidas utilizadas, a queima de pneu/borracha,
Grande parte da população expressou liberando fumaça para afugentar esses répteis foi
medo e aversão pelas serpentes, considerando- o procedimento mais adotado, enquanto procurar
as animais que oferecem grande risco aos seres um curador para ficar “curado/benzido” foi o
humanos e aos animais de criação e, por isso, a método mais indicado para evitar os acidentes.

Tabela II – Medidas utilizadas por moradores da zona rural de Bonito – PE para o controle das serpentes (N = 100).

Número de
Medidas para controle das serpentes
citações
PROCEDIMENTOS PARA AFUGENTAR/AFASTAR SERPENTES
”Coloca a borracha no fogo para a fumaça afastar”, “para elas irem para longe”. 5
“Queimar chifre de boi”, “raspa chifre de boi e coloca dentro do fogo”. 3
“Botar fogo em estrume de vaca”. 1
“Manda rezar para elas saírem do sítio”, “chamar um rezador que a reza mata e afasta elas”. 1
“Tirar os matos dos arredores da casa”. 1
PROCEDIMENTOS PARA EVITAR OS ACIDENTES
“Procurar um curador para ficar curado/benzido”. 4
“Usar a castanha-de-caju pendurada no pescoço”. 1
“Se prevenir usando botas”. 1

O registro dos procedimentos adotados como medicamentos ingeridos, medicamentos


para curar as vítimas de picadas de serpentes aplicados no local atingido e práticas realizadas
incluiu procedimentos alternativos classificados (Tabela III).

Tabela III – Procedimentos alternativos utilizados por moradores da zona rural de Bonito – PE para tratamento dos
acidentes causados por ofídios (N = 100).

Número de
Procedimentos alternativos
citações
MEDICAMENTOS INGERIDOS
“Tomar fé (fel) de paca*”; “Guarda o fé de paca, quando alguém ou um cachorro é picado, aí
4
coloca o fé dentro da água, ferve e dá pra beber a água e comer o fé”.
“Tomar querosene e não beber água”. 1
“Tomar óleo de carro”. 1
“Amassar folha de aticum**, misturar com água e dar para o cachorro beber”. 1
“Misturar pólvora, terra e mijo, e beber”. 1
“Dar banho no gato e beber a água do banho”. 1
“Ferver a cabeça do teju, escaldar e beber o caldo”. 1
“Cava um palmo do solo, tira o solo de baixo, faz um chá e bebe”. 1
“Bater o capim-flecha*** e tomar”. 1
Estudo coproparasitológico em Tropidurus hispidus !"#$% &'() *!+,-.+% /-01.2,-.2+34 5+ 6.2+23 20
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-epidemiológicos e etnozoológicos 387
Recife e na região metropolitana

Número de
Procedimentos alternativos
citações
“Tomar chá de burra-leiteira****”. 1
MEDICAMENTOS APLICADOS NO LOCAL ATINGIDO
“Passar/esfregar castanha-de-caju em cima (cura pessoas e animais)”. 3
“Passar alho”. 1
PRÁTICAS REALIZADAS
“Ir para o curador/mandar rezar”. 6
“Amarrar o braço (referindo-se ao local atingido)”. 1
“Se enterrar na terra, se cobrir todo e deixar só a cabeça do lado de fora”. 1
“Cuspir na boca do animal (que foi picado), agora tem que ter fé em Nosso Pai”. 1
“Lavar com água quente”. 1
“Usar soro” 1

*Refere-se à vesícula biliar da paca Agouti paca (L.).


**Provavelmente refere-se à planta !""#"$ %&$''()#&$ Mart.
***Provavelmente refere-se à planta Andropogon leucostachyus Kunth.
****Nome popular de uma planta invasora da região, provavelmente refere-se à Euphorbia brasiliensis Lam., de conhecidas
propriedades tóxicas e medicinais.

A eficácia desses medicamentos foi discutida registrada por Lima e Vasconcelos (2006) entre
com os moradores, constatando que 92% dos moradores da zona rural de Tacaratu, Sertão de
usuários aprovam seus resultados. A prática de Pernambuco.
procedimentos alternativos é defendida porque, A utilização medicinal de plantas ou animais
segundo os relatos, a maior parte dos acidentes na é fruto de experiências e de observações da
região é causada por serpentes não peçonhentas. população com o entorno. Esse conhecimento
Alguns moradores, inclusive, ressaltam que o tradicional nem sempre é valorizado, desperdiçando
medicamento funciona quando a “cobra não é a possibilidade de conhecimento das tradições
venenosa”. É importante alertar para a necessidade de uma região e de teste dessas práticas, que
de esclarecer a população sobre as diferentes talvez comprovem a eficácia desses tratamentos
ações dos venenos, pois algumas das medidas e o desenvolvimento de novos medicamentos. A
citadas na Tabela III podem agravar o quadro atividade biológica anti-inflamatória, coagulante,
clínico da vítima, além de prejudicar o tratamento ou redutora da ação do veneno tem sido reportada
correto. Um morador entrevistado afirmou que foi em diversos extratos de plantas utilizados por
picado por uma cascavel, tomou óleo de carro e populações nativas (OWURO; KISANGAU, 2006).
teve de ser levado às pressas ao hospital, aonde Compostos fenólicos e triterpenoides presentes
chegou desmaiado. em plantas parecem interagir com receptores e
A população aprende como proceder enzimas, provocando a inativação do veneno e/ou
nessas situações, assimilando costumes de ação analgésica e anti-inflamatória (ibid.).
seus antepassados, familiares, curandeiros ou Considerando os acidentes ocorridos
a população indígena local. Isso concorda com com os entrevistados ou seus parentes, ainda
os dados de Lima e Vasconcelos (2006), que detectamos que o desfecho desses casos pode
afirmam que no tratamento de vítimas de animais resultar em mortes ou sequelas, como registrado
peçonhentos encontram-se associados à fitoterapia em alguns depoimentos:
diversos valores religiosos, herdados de nativos e “Meu pai morreu picado por uma cascavel,
de colonizadores, além de doutrinas incorporadas foi picado 9 horas, morreu perto de meia noite.
no Brasil por colônias de imigrantes. Tinha 60 anos”.
Com relação à utilização de plantas “Meu sogro foi picado por uma cascavel e
medicinais para tratamento dos acidentes, a morreu por causa da picada. Minha sogra também
folha de aticum foi citada por um morador que foi picada por uma cascavel e não sente a perna
acrescentou: “O teju come a raiz de aticum e de que foi picada”.
cabeça-de-nêgo; ele come e volta para brigar “Meu filho é aleijado do dedo do pé porque
com ela (a serpente)”. Essa atitude também foi foi picado por uma cobra jaracuçu traíra”.
388 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Questionados se já haviam recebido escla- possibilita correlacionar os nomes vernáculos


recimentos sobre ofídios, todos os entrevistados aos reconhecidos pela Ciência. Com relação ao
afirmaram nunca tê-los recebido e 84% afirmaram gênero de serpente envolvido em acidentes no
que não saberiam a quem recorrer para fazer o Brasil, embora Bothrops seja o mais indicado
controle e o tratamento de acidentes ofídicos. nos estudos realizados em unidades de saúde,
Aqueles que alegavam saber a quem recorrer a análise etnozoológica revela que a maior parte
indicaram a prefeitura municipal e os profissionais dos casos na região é causada por serpentes não
de saúde locais. peçonhentas, resultado que exprime a razão de
os tratamentos alternativos serem considerados
Considerações finais eficazes. Para esses acidentes, procedimentos
alternativos terão maiores chances de cura
O confronto entre os dados clínico- do que em situações envolvendo serpentes
epidemiológicos e etnozoológicos aponta para reconhecidamente perigosas. Entretanto, somente
uma série de convergências interessantes. o mapeamento correto das espécies locais (e a
Tanto nos registros oficiais como nos relatos dos divulgação junto à comunidade) permitirá a adoção
moradores, as vítimas de acidentes são geralmente de tratamento adequado, uma vez que as toxinas
homens com idade entre 21 e 30 anos, moradores inoculadas variam de acordo com a espécie de
de localidades rurais. Os acidentes ocorrem ofídio e exigem, em muitos casos, tratamentos
nos meses em que há maior deslocamento dos diferenciados.
trabalhadores rurais para as atividades no campo, A população adota uma diversidade de
sendo mais atingidos os membros inferiores, procedimentos para o controle de serpentes,
porque são as regiões mais expostas nas atividades prevenção e tratamento dos acidentes, sendo esses
agrícolas e pecuárias, e por não ser comum na conhecimentos herdados de seus antepassados.
região a utilização de equipamentos de proteção Essa multiplicidade de tratamentos alternativos
dessas áreas. na Microrregião do Brejo Pernambucano também
Sob alguns aspectos, a população tem foi descrita em trabalho recente investigando
conhecimento compatível com o científico, ao acidentes escorpiônicos (AMORIM, 2008).
apontar dados referentes ao comportamento O uso de recursos naturais deriva de um
(defensivo e reprodutivo) das serpentes e associar sistema de saúde insuficiente para atender às
a redução de suas populações à destruição vítimas, de uma relação custo-benefício eficiente
ambiental causada pelo homem. Apesar da reação entre o produto e a cura, e promove uma
imediata de matar o animal, percebe-se, em algumas aceitabilidade cultural dos fito e zooterápicos
situações, uma abordagem conservacionista nos (OWURO; KISANGAU, 2006). A participação ativa
relatos de que a serpente está em seu ambiente e de benzedores e curandeiros deve ser respeitada,
só ataca quando ameaçada pelo homem. por seu caráter espiritual, e, se possível, ser
Uma leitura superficial das abordagens integrada a métodos clinicamente comprovados.
utilizadas pela população leiga poderia classificá- O agreste pernambucano é um local propício
las como inadequadas e fruto da ausência de a inventários faunísticos e etnozoológicos devido à
um conhecimento formal. Na verdade, alguns riqueza de culturas e percepções. Há necessidade
conhecimentos e procedimentos apresentados de esclarecer a população sobre como prevenir
não condizem com a realidade e podem até e tratar acidentes ofídicos, para evitar mortes e
comprometer o tratamento da vítima. Entretanto, sequelas – que frequentemente incapacitam o
incorreções são observadas até mesmo em cidadão ao trabalho. Almeja-se, além de garantir a
situações formais de ensino, perpetuando noções saúde dos moradores, promover uma convivência
equivocadas sobre acidentes ofídicos. Por exemplo, menos desarmônica entre o ser humano e a fauna
pesquisa recente conduzida por Sandrin et al. local.
(2005), revelou que livros didáticos de Ciências
apresentam grande variedade de erros conceituais
referentes à biologia e à identificação de serpentes, Agradecimentos
à diferenciação entre espécies perigosas e não
perigosas e, de modo mais grave, até mesmo Agradecemos ao Hospital Regional do
sobre procedimentos a serem adotados em casos Agreste (Caruaru-PE), por permitir a análise dos
de acidentes. registros, e a todos os moradores entrevistados,
Há na região uma diversificada fauna de pela disposição e atenção dedicada ao compartilhar
ofídios e a escassez de estudos realizados im- seus conhecimentos.
Estudo coproparasitológico em Tropidurus hispidus !"#$% &'() *!+,-.+% /-01.2,-.2+34 5+ 6.2+23 20
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-epidemiológicos e etnozoológicos 389
Recife e na região metropolitana

Prancha 1

Figura 1 – Números das notificações de acidentes ofídicos registrados no Hospital Regional do Agreste (Caruaru –
PE) nos anos de 2006 e 2007.

Figura 2 – Gêneros de serpentes causadoras de acidentes notificados no Hospital Regional do Agreste,


Caruaru – PE nos anos de 2006 e 2007.

Figura 3 – Distribuição mensal dos acidentes ofídicos registrados no Hospital Geral do Agreste (Caruaru – PE) nos
anos de 2006 e 2007.
390 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Prancha 2

Figura 4 – Regiões anatômicas atingidas nos acidentes ofídicos, segundo os prontuários médicos do Hospital Regional
do Agreste, Caruaru – PE.

Figura 5 – Faixa etária dos entrevistados residentes na zona rural de Bonito – PE (N = 100).

Figura 6 – Grau de escolaridade dos entrevistados em Bonito – PE (N = 100).


Estudo coproparasitológico em Tropidurus hispidus !"#$% &'() *!+,-.+% /-01.2,-.2+34 5+ 6.2+23 20
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-epidemiológicos e etnozoológicos 391
Recife e na região metropolitana

Referências

ALBUQUERQUE, H. N.; COSTA, T. B. G.; CAVALCANTI, M. L. F. Estudo dos acidentes ofídicos provocados
por serpentes do gênero Bothrops !"#$%&'(") !" *)#'(" (' +','-.'/ Revista de Biologia e Ciências da
Terra, Campina Grande, v. 5, n. 1, 2004. Disponível em: <http://uepb.edu.br>. Acesso em: 30 ago. 2008.

AMORIM, H. P. Escorpionismo na Microrregião do Brejo Pernambucano: aspectos clínico-


epidemiológicos, etnozoológicos e ecológicos/ 0112/ 31 4)/ 5"!"6,'%' 78)9*&$':$;'<=" *> ?"":"6$'@
– Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2008.

ANDRADE, T. L. C. Formação do Território Pernambucano. In: ANDRADE, M. C. (Ed.). Atlas Escolar


Pernambucano: espaço geo-histórico e cultural. João Pessoa: Grafset, 2003. p. 9-18.

ANDRADE, J. N.; COSTA NETO, E. M. O comércio de produtos zooterápicos na cidade de Feira de


Santana, Bahia, Brasil. Sitientibus Série Ciências Biológicas, Feira de Santana, v. 6, (Número Especial
– Etnobiologia), 37-42 p., 2006.

ARAÚJO, M. E.; SANTOS, A. C. M. C. A. Cases of human envenoming caused by Philodryas olfersii


and Philodryas patagoniensis (Serpentes: Colubridae). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical, Uberaba, v. 30, n. 6, p. 517-519, 1997.

ARGÁEZ, M. A. H. Ecologia da cascavel (Viperidae, Crotalus durissus) no Cerrado brasileiro. 2006. 51


4)/ A$))*,#'<=" 75*)#,'(" *> B$":"6$' C!$>':@ D E!$F*,)$('(* (* B,')-:$'G B,')-:$'G 0113/

BOCHNER, R.; STRUCHINER, C. J. Epidemiologia dos acidentes ofídicos nos últimos 100 anos no Brasil:
uma revisão. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 7-16, 2003.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional da Saúde. Manual de Diagnóstico e Tratamento de


Acidentes por Animais Peçonhentos. Brasília, 2001. 9-36 p.

CHIPPAUX, J. P. Snake bites: appraisal of the global situation. Bulletin of the World Health Organization,
v. 76, n. 5, p. 514-524, 1998.

CORTE REAL, M. G.; GIANINI, R. J.; FISCHER, H. Z. Acidentes ofídicos atendidos no complexo hospitalar
de Sorocaba (São Paulo) entre os anos de 1992 e 1998. Ciências Biológicas e Ambientais, São Paulo,
v. 2, n. 3, p. 289-298, 2000.

FEITOSA, R. F. G.; MELO, I. M. L. A.; MONTEIRO, H. S. A. Epidemiologia dos acidentes por serpentes
peçonhentas no estado do Ceará – Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,
Uberaba, v. 30, n. 4, p. 295-301, 1997.

IBGE. 2008. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 20 ago. 2008.

JATOBÁ, L. Vegetação. In: ANDRADE, M. C. (Ed.). Atlas Escolar Pernambucano: espaço geo-histórico
e cultural. João Pessoa: Grafset, 2003. p. 59-62.

LIMA, K. E. C.; VASCONCELOS, S. D. Acidentes com animais peçonhentos: um estudo etnozoológico


com agricultores de Tacaratu, Sertão de Pernambuco. Sitientibus, Série Ciências Biológicas, Feira de
Santana, v. 6, n. 2, p. 138-144, 2006.

MISE, Y. F.; LIRA-DA-SILVA, R. M.; CARVALHO, F. M. Envenenamento por serpentes do gênero Bothrops
no estado da Bahia: aspectos epidemiológicos e clínicos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical, Uberaba, v. 40, n. 5, p. 569-573, 2007.

NASCIMENTO, S. P. Aspectos epidemiológicos dos acidentes ofídicos ocorridos no estado de Roraima,


Brasil, entre 1992 e 1998. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 16, n. 1, p. 271-276, 2000.

OWUOR, B. O.; KISANGAU, D. P. Kenyan medicinal plants used as antivenin: a comparison of plant usage.
Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 2, p. 1-7, 2006.
392 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

!"#$%&'(&)(&$(*& +,+!,-%&!(&.(&$/01234(&Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 47,


n. 1, p. 24-29, 2001.

RAZERA, J. C. C.; BOCCARDO, L.; PEREIRA, J. P. R. Percepções sobre a fauna em estudantes indígenas
de uma tribo Tupinambá no Brasil: um caso de etnozoologia. Revista Electrónica de Enseñanza de las
Ciencias, v. 5, n. 3, p. 466-480, 2006.

RIBEIRO, L. A.; JORGE, M. T. Acidente por serpentes do gênero Bothrops: série de 3.139 casos. Revista
da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 30, n. 6, p. 75-480, 1997.

ROCHA, M. M. T.; FURTADO, M. F. D. Caracterização individual do veneno de Bothrops alternatus Dumeril,


516748&9&.:3;71<&;3&=:8>?4&0@&012A716:1>?4&B;4B7C/D@&84&57@21<&EF;7G;8A;%&H1G;710@;I(&Revista Brasileira
de Zoologia, Curitiba, 22(5): 383-393. 2005.

ROCHA, M. M. T. e M. F. D. FURTADO. 2007. Análise das atividades biológicas dos venenos de Philodryas
olfersii (Lichtenstein) e P. patagoniensis (Girard) (Serpentes, Colubridae). Revista Brasileira de Zoologia,
Curitiba, v. 24, n. 2, p. 410-418.

ROCHA-MENDES, F. ; MIKICH, S. B. ; BIANCONI, G. V. ; PEDRO, W. A. Mamíferos do município de Fênix,


Paraná, Brasil: etnozoologia e conservação. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 22, n. 4, p. 991-
1002, 2005.

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2003. p. 181-236.

SANDRIN, M. F. N; PUORTO, G.; NARDIR, R. Serpentes e acidentes ofídicos: um estudo sobre erros
conceituais em livros didáticos. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 10, n. 3, p. 281-
298, 2005.

SANTOS-FITA, D.; COSTA-NETO, E. M. As interações entre os seres humanos e os animais: a contribuição


da etnozoologia. Biotemas, Florianópolis, v. 20, n. 4, p. 99-110, 2007.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Brazilian reptiles – List of species. 2008.


Disponível em: <http://www.sbherpetologia.org.br>. Acesso em: 7 Jan. 2009.

SIEBERT, C. !"#$%&%'(!')!$*%+,-.". São Paulo: FTD, 1998. 81; 124 p.


Estudo coproparasitológico em Tropidurus hispidus !"#$% &'() *!+,-.+% /-01.2,-.2+34 5+ 6.2+23 20
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-epidemiológicos e etnozoológicos 393
Recife e na região metropolitana

Apêndice
Roteiro para as entrevistas semiestruturadas

1) Idade: 2) Sexo: ( ) Masculino ( )Feminino 3) Ocupação:_______________


4) Escolaridade: ( ) Não tem ( ) Fundamental ( )Médio ( )Superior

ACIDENTE
1) Já sofreu algum acidente com cobras? ( ) SIM ( ) NÃO
2) Quantas vezes? ( ) 1 vez ( ) de 2 a 3 vezes ( ) de 4 a 5 vezes ( ) mais de 6 vezes
3) Em qual local do corpo sofreu a picada?
( ) Mão ( ) Pé ( ) Braço ( ) Perna ( ) Tronco ( ) Cabeça
4) Você sabe como proceder em caso de acidentes com cobras?
( ) Não ( ) Sim, Como?
5) De onde obteve a(s) informação(ões)?
6) Buscou socorro em hospitais ou postos de saúde? ( ) Sim ( )Não
7) O que foi feito (procedimento)?

CONHECIMENTO SOBRE COBRAS


8) Quantos tipos de cobra você consegue diferenciar aqui?

9) Quais delas são venenosas/atacam o homem?

10) Tem alguma época do ano em que as cobras atacam mais?

11) Onde é mais comum visualizar uma cobra?

12) Você tem observado nos últimos meses se a quantidade de cobras...


( ) aumentou ( ) diminuiu ( ) é a mesma
13) O que você faz quando encontra uma cobra?
( ) Mata ( ) Espanta ( ) Corre ( ) Coleta ( ) outros.
14) Já ocorreu algum acidente com alguém de sua residência? Com quem?
15) Você já recebeu orientações sobre cobras? ( ) Não ( ) Sim, de quem?
16) Você sabe a que recorrer (qual órgão) para o controle e tratamento de acidentes com cobras?
17) Já usou algum método (produto) para controlar cobras? ( ) Não ( ) Sim, qual?
18) Você já usou algum método alternativo para se tratar do acidente com cobras?
( ) Não ( ) Sim, qual?
19) Esses métodos funcionaram?
20) Como você aprendeu esses métodos?
!"#$%&'()!*!+$'%,(%'-&#(!"%,.%/$)(%,.%0$#!*1$2%3%42562(789

Sérgio Luiz da Silva Muniz1; Ednilza Maranhão dos Santos2

Resumo Abstract
Este trabalho apresenta uma lista das es- This work present the list of the species of
pécies de répteis do Parque Nacional do Catimbau, reptiles of the Catimbau National Park, Buíque
município de Buíque, estado de Pernambuco. Foram municipality, State Pernambuco, Brazil. Were
realizadas, entre junho e outubro de 2007 e março e performed between October, 2007 and March
abril de 2008, coletas e observações que resultaram and April, 2008 samplings and that resulted in
no registro de 37 espécies de répteis escamados the record of 37 species of reptiles belonging to
pertencentes a 15 famílias: Amphisbaenidae (3); 15 families: Amphisbaenidae (3); Iguanidae (1);
Iguanidae (1); Polychrotidae (1); Tropiduridae (3); Polychrotidae (1); Tropiduridae (3); Gekkonidae (3);
Gekkonidae (3); Phyllodactylidae (3); Teiidae (3); Phyllodactylidae (3); Teiidae (3); Gymnophthalmidae
Gymnophthalmidae (5); Scincidae (2); Leiosauridae (5); Scincidae (2); Leiosauridae (1); Boidae (2);
(1); Boidae (2); Colubridae (7); Elapidae (1) e Colubridae (7); Elapidae (1); Viperidae (1).
Viperidae (1).
Key words: Inventory, Caatinga, Conserva-
Palavras-chave: Inventário, Caatinga, Con- tion, Reptiles.
servação, Répteis.

1
Estudante de Graduação em Ciências Biológicas. Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de Pernambuco
(sergiomuniz86@gmail.com).
2
Professora Adjunta do Depto. de Zoologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada
(ednilzamaranhao@gmail.com).
Introdução
O estudo e a conservação da biodiversidade ilha geográfica de paisagem distinta, de extrema
da Caatinga se constituem em um dos maiores importância biológica, pelo registro de espécies
desafios do conhecimento científico brasileiro, de invertebrados e vertebrados endêmicos (MMA,
por diversos motivos, entre os quais, o fato de o 2001). Atualmente, a área forma o Parque Nacional
bioma ser restrito ao território nacional, o que do Catimbau, onde predominam caatingas em
torna a região natural exclusivamente brasileira. formações xerofíticas, embora não desérticas.
Outro fator é o de ser, proporcionalmente, o bioma A escolha do Parque Nacional do Catimbau
menos estudado e também o menos protegido, como área de estudos da fauna de répteis se
com apenas 2% do seu território preservado, além deu pelo fato de que se trata de uma unidade de
de continuar sendo vítima de um extenso processo conservação considerada de extrema importância
de alteração e destruição ambiental provocado biológica, para a qual há dados incipientes, o que
pelo uso insustentável dos seus recursos (LEAL et dificulta as ações de manejo e de conservação. A
al., 2003). importância dos répteis em estudos ambientais se
Segundo Rodrigues (2003a), até recente- daria pelo fornecimento de informações relevantes
mente, eram conhecidas para a Caatinga 47 ao conhecimento do estado de conservação
espécies de lagartos (distribuídas entre as famílias de regiões naturais, pois funcionariam como
Anguidae, Gekkonidae, Gymnophthalmidae, excelentes bioindicadores de níveis de alteração
Iguanidae, Polychrotidae, Teiidae, Tropiduridae e ambiental (RODRIGUES, 2000). Nesse contexto, o
Scincidae), 10 espécies de anfisbenídeos (família objetivo deste trabalho foi investigar a composição
Amphisbaenidae), 52 de serpentes (famílias da taxocenose de répteis de três áreas inseridas
Boidae, Colubridae, Elapidae, Leptotyphlopidae, no Vale do Catimbau, determinando sua riqueza,
Typhlopidae e Viperidae), quatro de quelônios a abundância e a frequência relativa das espécies,
(famílias Chelidae, Kinosternidae e Testudinidae) para que se possa contar como indicadores úteis
e três de crocodilianos (família Alligatoridae). para a implantação de medidas de conservação.
Dessas espécies, aproximadamente 15% eram
consideradas endêmicas do bioma (RODRIGUES,
2003a). Metodologia
Para o semiárido de Pernambuco, Rodrigues
(2003) citou 27 localidades para as quais há registro
O Parque Nacional do Catimbau está situado
de répteis na coleção de Zoologia da Universidade aproximadamente a 270 km a oeste da cidade do
de São Paulo, destacando a região de Exu onde Recife e compreende um polígono de 623 km². O
foi registrado o maior número de espécies. Neste acesso é feito pela rodovia BR-232, desde a cidade
trabalho, foi mencionada a região do Vale do de Arcoverde, de onde se toma a rodovia estadual
Catimbau, em Buíque, como área prioritária e com PE-270, por mais 15 km até o distrito de Carneira,
insuficiência de dados. no município de Buíque, onde uma estrada vicinal
O Vale do Catimbau encontra-se inserido no dá acesso à unidade (IBAMA, 2008). O parque
semiárido pernambucano e foi considerada uma apresenta diferentes formações rochosas e
398 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

diferentes fitofisionomias, como caatinga densa, plástico de 4 m de comprimento e 50 cm de altura,


caatinga densa degradada, caatinga aberta, sustentadas por estacas de madeira. Um receptor
caatinga aberta degradada, além de outros GPS foi utilizado para demarcar a posição das
ambientes importantes, como fontes d’água, linhas de armadilhas.
corpos d’água, áreas irrigadas, vegetação ciliar, O esforço amostral para a pesquisa foi
cobertura vegetal herbácea, culturas diversificadas de 360 horas para a busca passiva (captura em
associadas à vegetação nativa, leitos secos de rios armadilhas de interceptação e queda) e 270 horas
e áreas urbanas. de busca ativa (número de horas multiplicado por
Até o momento, três áreas foram investi- dois observadores), totalizando 630 horas para os
gadas no Parque Nacional do Catimbau: um ponto métodos empregados.
de coleta em local próximo à “Pedra do Camelo” Cada exemplar obtido por captura manual,
(Figura 2C) (0692416/9056220 UTM), no final ou pelas armadilhas, foi acondicionado em saco
de maio de 2007 e início de junho de 2007; um plástico e numerado, e as respectivas informações
segundo ponto nos arredores da Vila “Meu Rei”, na anotadas.
Fazenda Porto Seguro (0688037/9060762 UTM), Todos os espécimes coletados foram
no período de outubro de 2007 e março de 2008, mantidos vivos e levados até uma base de campo,
e o terceiro ponto na “Pedra do Cachorro”, Sítio onde foram triados, identificados, medidos (através
Pititi (Figura 2D) (0693033/9051744 UTM) e seus de trena, régua e/ou paquímetro), pesados (com
arredores, próximo à Vila do Catimbau, em abril de auxílio de balança Pesola de 30, 100 ou 300 g)
2008. e fotografados. Alguns foram sacrificados com
As viagens de campo para a obtenção de Ketamina, fixados em formol a 10% e conservados
dados foram feitas nos meses de junho de 2007, em álcool a 70% para serem levados ao Laboratório
outubro de 2007, março de 2008 e abril de 2008, de Biologia da Universidade Federal Rural de
com duração de 5 dias consecutivos, nas três Pernambuco (Licença Ibama nº 12.957-1). Foi
primeiras coletas, e 4 dias consecutivos na última. realizada a identificação dos exemplares mediante
Inicialmente, foi realizado o reconhecimento da consulta à bibliografia, ou pela comparação
área para registro de locais propícios para o desses com espécimes tombados e depositados
encontro dos animais como tocas, fendas, corpos em coleções científicas. Os capturados e fixados
d’água permanentes e temporários como poças, foram incorporados à coleção herpetológica
lagoas, áreas alagadas, lajedos e cacimbas, além da Universidade Federal Rural de Pernambuco
de grutas, amontoados de pedras, colônias de – CHUFRPE e à do Museu de Zoologia da
bromélias, amontoados de troncos caídos, etc. Universidade de São Paulo – MZUSP.
O esforço de campo foi dividido em
observações e em coletas diurnas e noturnas, Resultados e discussões
por busca ativa. Adicionalmente, foram aplicados
questionários nas populações circunvizinhas, a fim Durante os trabalhos de campo no
de identificar quais as espécies mais abundantes e Parna do Catimbau foram encontradas 37
frequentes.
espécies de répteis escamados, pertencentes
Para cada ponto de trabalho de campo foram
a 15 famílias: Anguidae (1); Amphisbaenidae
registradas as horas dispensadas em atividades
(3); Gekkonidae (3); Gymnophthalmidae (5);
de busca, o número de pessoas na atividade
Iguanidae (1); Leiosauridae (1); Phyllodactylidae
e os dados ecológicos e comportamentais
(3); Polychrotidae (1); Scincidae (2); Teiidae (3);
das espécies. Também foi registrado o tipo de
ambiente, o habitat, o micro-habitat, possíveis Tropiduridae (3); Boidae (2); Colubridae (7);
associações com plantas, casos de simpatria e Elapidae (1); Viperidae (1) (Tabela I; Figura 3). Para
outras informações relevantes. várias espécies, o registro para a área consistiu em
Para complementar a amostragem de ampliação significativa da distribuição geográfica
espécies, foi instalada uma linha de armadilhas conhecida como Mabuya agmosticha (Exu – PE,
de interceptação e de queda, em cada área de RODRIGUES, 2003), Thamnodynastes sertanejo
amostragem. Cada linha foi composta por cinco a (Caraíba – BA, BAILEY, 2005) e Acratosaura mentalis
oito sistemas de armadilhas, constando cada um (Brejo da Madre de Deus – PE, QUEIROZ; LEMA,
desses de quatro baldes de 20 litros, enterrados 1996). Scriptosaura catimbau, descoberto no Parna
no solo, dispostos em forma de Y, com um balde do Catimbau e recentemente descrito, pertence à
central e três periféricos. Entre o balde central e família Gymnophthalmidae e é um lagarto arenícola
os outros foram instaladas cercas de lona de fossorial com corpo alongado, sem pálpebras, sem
7.89+ 1-3:.;.5+- 23 -<193.8 20 =+:3 20 >+9.;?+, @ A,BC,3D"E 399

membros anteriores e com membros posteriores espécies podem ser registradas com a continuidade
reduzidos a apêndices estiliformes (RODRIGUES; da pesquisa, destacando a necessidade de mais
SANTOS, 2008) (Figura 3F). Também uma espécie inventários para a área. Esse fato é justificado, pois
nova de Amphisbaenna está atualmente em pro- ainda não foram feitas amostragens no setor mais
cesso de descrição. a oeste do Parna do Catimbau.
O método que mostrou mais eficiência foi A maioria das espécies já foi citada para o
o de busca ativa, pois permitiu registrar maior domínio da Caatinga (RODRIGUES, 2003) ou para
riqueza de espécies arborícolas e fossoriais, que o domínio Atlântico (CAZAL, 2003) como é o caso
não são coletadas pelas armadilhas. Das três áreas de Cnemidophorus ocellifer, Tropidurus hispidus, T.
amostradas, a localidade “Meu Rei – Fazenda semitaeniatus e Boa constrictor. Rodrigues (2003a
Porto Seguro” foi a que alcançou maior número e 2003b), em revisão bibliográfica, lista cerca de
de espécies (n = 22), seguida pela área chamada 120 espécies de répteis para a Caatinga, incluindo
“Pedra do Cachorro” (n = 12) e “Pedra do Camelo” as que ocorrem nos brejos de altitude. Destas, 31%
(N = 10). As espécies de lagartos mais abundantes foram registradas até o momento neste trabalho.
nas áreas foram Tropidurus cocorobensis (lagar- Scriptosaura catimbau e Amphisbaena sp. são
tixa-preta), Cnemidophorus ocellifer (calango) e espécies aparentemente endêmicas do Parna do
Scriptosaura catimbau (escrivão), e a serpente Catimbau. Entre os lagartos, Tropidurus hispidus,
foi Bothrops erytromelas (jararaca ou jararacuçu) C. ocellifer, T. cocorobensis e Scriptosaura
(Tabela I e Figura 3H). A família de lagartos catimbau foram considerados os mais bem
que obteve maior número de espécies foi distribuídos, abundantes e frequentes na amostra
Gymnophthalmidae, com cinco espécies, dado (Tabela I). Apenas três espécies ocuparam habitats
confirmado por outros autores para a Caatinga arborícolas: Iguana iguana, Polychrus acutirostris
(DELFIM; FREIRE, 2007, RODRIGUES, 2003). Já e Enyalius catenatus (Tabela I), que também foram
a família de serpentes que obteve maior riqueza observadas tanto pela manhã como à noite. Essas
foi Colubridae, com sete espécies, fato comum espécies foram mencionadas na literatura como
em outros estudos de serpentes (RODRIGUES, arborícolas (VANZOLINI et al., 1980), porém,
2003), devido ao grande número de serpentes que eventualmente, podem ocupar extratos mais
existem nessa família. A curva de coletor mostrou- terrestres, como foi observado para Enyalius
se crescente (Figura 1), evidenciando que mais catenatus.

Gráfico 1 - Curva acumulativa de espécies para as três áreas amostradas no Parna do Catimbau, durante os meses
de junho/2007, outubro/2007, março/2008 e abril/2008.
400 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

A B

C D

Figura 1 - Imagens da área de estudo. A – placa de identificação de um dos trechos do Parna; B – vista do paredão
rochoso, local de ocorrência de Tropidurus semitaeniatus; C – Ponto de coleta “Pedra do Camelo”; D –
Ponto de coleta – “Pedra do Cachorro” – Sítio Pititi;

Tabela I. Espécies de répteis registradas durante os meses de junho/2007, outubro/2007, março/2008 e abril/2008
no Vale do Catimbau. Local: PCam – Pedra do Camelo, MR – Meu Rei, PCachr – Pedra do Cachorro;
Substrato: 1- rochas, 2- solo, 3- corpo d’água permanente, 4- poças temporárias, 5- bromeliáceas, 6-
folhedo, 7- árvores e arbustos, 8- habitações humanas, 9- plantas herbáceas, 10- corpo d’água artificial;
Forma de registro: a- armadilha de queda (pitfall), b- observação, c- coleta manual, d- vestígios,
e- entrevistas; Frequência de ocorrência (FO): Acidentais (<25%), Acessório (>25% e <50%), Constante
(>50%).

Forma de
Grupo taxonômico Local Substrato Hábito Ambiente FO
registro
SQUAMATA/ANFISBÊNIA
Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 - cobra-de-duas-
MR 2 Fossorial 2,6 a,b,c,e Acidental
cabeças
Amphisbaena pretrei Duméril & Bibron, 1839 – cobra-
PCam 2 Fossorial 2,6 b,c,e Acidental
de-duas-cabeças
Amphisbaena sp. – cobra-de-duas-cabeças MR/PCachr 2 Fossorial 2,6 b,c,e Acidental
SQUAMATA/LAGARTOS
Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) – camaleão PCam 7 Arborícola 7 e Acidental
!"#$%&'()!*!+$'%,(%'-&#(!"%,.%/$)(%,.%0$#!*1$2%3%42562(789 401

Forma de
Grupo taxonômico Local Substrato Hábito Ambiente FO
registro
Polychrotidae
Polychrus acutirostris Spix, 1825 – preguiça PCam 7 Arborícola 7 c,e Acidental
Tropiduridae
MR/PCam/
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) – lagartixa 2 Terrícola 1,2,8 a,b Constante
PCachr
MR/PCam/
Tropidurus cocorobensis Rodrigues, 1987 – calango
PCachr 2 Terrícola 2 a,b Constante
Terrícola
Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825) – lagartixa-de- MR/PCam/ em
1 1 b Constante
pedra PCachr lagedos
rochosos
Gekkonidae
Arborícola,
Gymnodactylus geckoides Spix, 1825 – briba MR 2 2,6,7 b,c Acidental
terrícola
Paredões
Phyllopezus periosus Rodrigues, 1986 – lagartixa MR/PCachr 1 1 b,c Acidental
rochosos
Paredões
Phyllopezus pollicares (Spix, 1825) – lagartixa MR 1 1 b,c Acidental
rochosos
Phyllodactylidae
MR/PCam/ Arborícola,
Briba brasiliana Amaral, 1935 – briba 7 5,7 a,b,c Acessório
PCachr terrícola
Arborícola,
Hemidactylus agrius Vanzolini, 1978 – briba PCachr 7 paredões 1,7 b,c Acidental
rochosos
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) – Arborícola,
MR/PCachr 7 6,7 a Constante
briba ou víbora terrícola
Teiidae
Terrícola,
Ameiva ameiva Linnaeus,1758 – bico-doce ou
PCam 2 vegetação 2 e Acessório
calango-verde
rala

MR/PCam/ Terrícola,
Cnemidophorus cf. ocellifer (Spix, 1825) –calango 2 vegetação 2 a,b Constante
PCachr rala
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839 – teiú
PCam 2 Terrícola 2 e Acidental
ou teju
Gymnophthalmidae
Terrícola
Acratosaura mentalis (Amaral, 1933) MR 6 em baixo 6 b,c Acidental
de folhiços
Terrícola
Anotosaura vanzolinia Dixon, 1974 – calango MR/PCachr 6 embaixo 6 b,c Acessório
de folhiços
Terrícola
Micrablepharus maximiliani (Reinhardt & Luetken,
MR/PCachr 2 embaixo 2,6 a Acessório
1862) – lagarto-de-rabo-azul
de folhiços
Terrícola
Vanzosaura rubricauda (Boulenger, 1902) – lagarto-
MR 2 embaixo 2,6 a,b Acidental
de-rabo-vermelho
de folhiços
Scriptosaura catimbau Rodrigues & Santos, 2008 – PCam/MR/ Arenícola
2 2,6 a,b,c Constante
escrivão PCachr fossorial
402 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Forma de
Grupo taxonômico Local Substrato Hábito Ambiente FO
registro
Scincidae
Terrícola
Mabuya heathi Schmidt & Inger, 1951 – calango MR 5 em brome- 2,5 b,c Acidental
liáceas

Terrícola
Mabuya agmosticha Rodrigues, 2000 – calango MR 5 em brome- 2,5 b,c Acidental
liáceas
Leiosauridae
Enyalius catenatus (Wied, 1821) PCachr 7 Arborícola 2,7 b,c Acidental
Anguidae
Terrícola
Diploglossus lessonae Peracca, 1890 Pcachr 2 embaixo 2,6 b Acidental
de folhiços
SQUAMATA/SERPENTES
Boidae
Arborícola
Boa constrictor Linnaeus, 1758 – jiboia MR 2 2,3,7 e Acidental
e terrícola
Arborícola
Epicrates cenchria assisi Machado, 1945 –salamanta. MR 2 2,3,7 e Acidental
e terrícola
Colubridae
Clelia plumbea (Wied, 1820) – muçurana MR 6 Terrícola 2,6 e Acidental

Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) – cipó-bicuda MR 7 Terrícola 2,7 b,c,e Acidental


Oxyrhopus trigeminus Duméril, Bibron & Duméril,
MR/PCachr 6 Terrícola 2,6,8 b,c,e Acidental
1854 – falsa-coral
Terrícola e
Philodryas olfersii Litchtenstein, 1826 – cobra-verde MR 2 2,3,7 e Acidental
arborícola
Philodryas nattereri Steindachner, 1870 – Terrícola e
MR 2 2,8 e Acidental
corredeira arborícola
Tantilla melanocephala (Linnaeus, 1758) MR 2 Terrícola 2,6 a Acidental
Thamnodynastes sertanejo Bailey, Thomas & Silva-Jr., Terrícola e
MR 2 2,7 e,c Acidental
2005 arborícola
Elapidae
Terrícola
Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820) – coral-verdadeira MR 6 2,6,8 e Acidental
fossorial
Viperidae
Bothrops erythromelas Amaral, 1923 – Jararaca MR 2 Terrícola 2,6,8 e,c Acidental
!"#$%&'()!*!+$'%,(%'-&#(!"%,.%/$)(%,.%0$#!*1$2%3%42562(789 403

A B

C D

E F

G H
Figura 2 – Algumas espécies de répteis registradas no Parna do Catimbau. A) T. semitaeniatus; B) Phyllopezus
periosus; C) Cnemidophorus cf. ocellifer; D) Mabuya agmosticha; E) Enyalius catenatus; F) Scriptosaura
catimbau; G) Thamnodynastes sertanejo; H) Bothrops erythromelas.
404 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Considerações finais É importante ressaltar que as informações


sobre guildas, análise biogeográfica no contexto
Até o momento nenhuma das espécies regional e mapeamento dos pontos dependem
registradas consta em listas de animais ameaçados ainda de mais idas ao campo e que o resultado
(IBAMA, IUCN, 2009). final será de grande importância no contexto
Uma vez que a curva de capturas não regional sobre os répteis do Parna do Catimbau. O
ficou estabilizada, considera-se necessária a produto auxiliará órgãos ambientais como o Ibama,
continuidade da pesquisa, incluindo a exploração para o melhor manejo da fauna no processo de
em outros setores do Parna do Catimbau; zoneamento de parques.

Agradecimentos
Aos colegas do grupo de Herpetomasto da UAST/UFRPE: Geane Limeira da Silva, Gleymerson
Vieira Lima de Almeida, Thamires Freitas Campos, Jálber Dinarte Ramalho Magalhães, Anderson Felipe
Jesus de Miranda, Francisco Geraldo de Carvalho Neto, Alex José do Nascimento Silva, por sempre
trabalharem juntos e com união.
Ao Dr. Miguel Trefaut Rodrigues, da Universidade de São Paulo, pela colaboração na
identificação das espécies.

Referências

CAZAL, C. Estrutura da Comunidade de Lagartos da Reserva de Gurjaú, Pernambuco, Brasil.


!"#$%&'()*+ ,*+ -../0+ 1234)#56!7+ !%8+ 9:;;48<<===0&>;>0'?4!0&"<;!>!@2%472A($>)<<;>!B&'3($<$"C'26)0
php?codArquivo=229>. Acesso em: 15 jun. 2008.

DELFIM, F. R.; FREIRE, E. M. X. Os lagartos Gimnoftalmídeos (Squamata: Gymnophthalmidae) do Cariri


Paraibano e do Seridó do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil: considerações acerca da distribuição
D!)D"EA($+!+>$+!()7)D2$0 Oecol. Bras., v. 11, n. 3, p. 365-382, 2007.

IBAMA. Parque Nacional do Catimbau. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br>. Acesso em: 20 fev.
2008.

IBAMA. Lista de espécies ameaçadas de extinção (IBAMA e IUCN). Disponível em: <http://www.ibama.
gov.br/fauna-silvestre/>. Acesso em: 1 mar. 2009.

LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). !"#$"%&'( )( $*)+,$-."%&'( *)( "%/)0( 12$'2$,32$"0( 1"2"( "(
conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade na Amazônia
brasileira. Brasília: MMA/SBF, 2001. 144 p.

QUEIROZ, A. N.; LEMA, T. Novo registro de Colobosaura mentalis Amaral, 1933, (Sauria; Teiidae) para o Nordeste do
Brasil. Biociências, v. 4, n. 1, p. 87-90, 1996.

RODRIGUES, M. T. U.; SANTOS, E. M. A new genus and species of eyelid-less and limb reduced
gymnophthalmid lizard from northeastern Brazil (Squamata, Gymnophthalmidae). Zootaxa, v. 1873, p.
50-60, 2008.

RODRIGUES, M. T. U. A fauna de répteis e anfíbios das Caatingas. In: WORKSHOP. Biodiversidade da


Caatinga. Petrolina, PE, 2000. Disponível em: <http://www.Biodiversitas.org/caatinga/relatorios/repteis_
!"#$%&'()*'+,,,-'./01&&%.123.+,.*14'.+,,5'

RODRIGUES, M. T. U. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C.


2003a (Ed.). Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária, UFPE, 2003. p. 275-333.

RODRIGUES, M. T. U. Anfíbios e répteis: áreas prioritárias para a conservação da Caatinga. In:


BRASIL. MMA/Probio. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade do bioma
Caatinga. Brasília: MMA/SBF, 2003b.
!"#$%&'()!*!+$'%,(%'-&#(!"%,.%/$)(%,.%0$#!*1$2%3%42562(789 405

RODRIGUES, M. T. U. Anfíbios e répteis: Áreas prioritárias para a conservação da Caatinga. In: BRASIL
2003b. PROBIO – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira,
MMA. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade do Bioma Caatinga

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis da Caatinga. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980.
Répteis da Fazenda Saco, Serra Talhada – PE –
indicadores de conservação

Anderson Felipe Jesus de Miranda1; Ednilza Maranhão dos Santos2

Resumo Abstract
Este trabalho apresenta informações acerca The present paper presents information
da fauna de répteis da Fazenda Saco, localizada no about the reptile fauna from Fazenda Saco, a place
município de Serra Talhada – PE. A vegetação que situated at the Municipality of Pedra Talhada, in the
predomina na área é de caatinga arbustiva, com Brazilian state of Pernambuco. The vegetation that
muitos afloramentos rochosos, áreas de vegetação predominates at the area is shrubby caatinga, with
aberta, cultivos e pastagens. A metodologia many rocky outcrops, areas of open vegetation,
utilizada consistiu na procura ativa e na captura land farm and pastures. The methodology used
mediante armadilhas de queda, realizadas entre consisted in active search and capture by pit-fall
agosto de 2007 e junho de 2008. Foram registradas traps between August, 2007 and June 2008. It
39 espécies de répteis escamados e um quelônio. was registered a total of 39 species of squamate
A maioria das espécies encontradas possuem reptiles and one turtle. Most of the found species
ampla distribuição no bioma da Caatinga e em have broad distribution at the Caatinga biome and
outros biomas brasileiros. at other Brazilian biomes.

Palavras-chave: Serpentes, Lagartos, Caa- Key words: Serpents, Reptiles, Caatinga,


tinga, Herpetofauna, Pernambuco, Sertão do Pajeú. Herpetofauna, Pernambuco, Sertão of Pajeú.

1
Estudante de Graduação em Ciências Biológicas. Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de Pernambuco
(aluipio@gmail.com).
2
Professora Adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@
yahoo.com.br).
Introdução
O Brasil ocupa o terceiro lugar na relação de de níveis de alteração ambiental. Conforme a lista
países com maior riqueza de espécies de répteis, nacional de espécies ameaçadas (MMA, 2003) e
ficando atrás da Austrália e do México (SBH, 2008). a internacional elaborada pela IUCN (2003), com
Até recentemente (SBH, 2008), eram reconhecidas exceção das espécies que ocorrem nas florestas
696 espécies de répteis no País, entre as quais 36 orográficas (brejos-de-altitude), nenhuma espécie
quelônios, seis jacarés, 234 lagartos, 62 anfisbênias do bioma Caatinga foi considerada em alguma das
e 358 serpentes. Em particular, para a Caatinga, categorias de ameaça. No entanto, é importante
eram reconhecidas 47 espécies de lagartos, dez ressaltar que nos estudos da herpetofauna na
de anfisbenídeos, 52 de serpentes, quatro de região do semiárido ainda não foram incluídas,
quelônios e três de crocodilianos (RODRIGUES, ou foram pouco exploradas, amplas áreas
2003). geográficas. Pode-se considerar que não há um
diagnóstico adequado do estado de conservação
As caatingas são formações xerofíticas
das espécies.
semidesérticas situadas integralmente no território
Com a necessidade de ampliar o conhe-
brasileiro. Talvez, por isso, os estudos e a
cimento da herpetofauna no bioma Caatinga, este
conservação da sua biodiversidade se constituem
estudo pesquisou a fauna de répteis de uma área
em desafio para os pesquisadores nacionais, uma que está sendo analisada para ser transformada
vez que se considera que o bioma da Caatinga em unidade de conservação. Na Fazenda Saco
é proporcionalmente o menos estudado e, ao existem diversos ambientes como serras, encostas,
mesmo tempo, o menos protegido, pois apenas lagos e vales, bem como formações geológicas
2% do seu território encontram-se sob alguma distintas, predominando a vegetação arbustiva de
forma de área de preservação ambiental. Além Caatinga.
disso, a região passa por intenso processo de
alteração e deterioração ambiental, provocado Material e métodos
pelo uso insustentável dos seus recursos, diante
das atividades econômicas humanas (LEAL et al.,
Áreas de estudo
2003).
Durante algum tempo, foi adotada a ideia de
A Fazenda Saco está localizada dentro
que a Caatinga não tinha uma fauna própria e que os do município de Serra Talhada, a 4 km da zona
répteis encontrados no bioma eram os mesmos de urbana. No local funciona o Instituto de Pesquisas
outras formações florestais brasileiras (VANZOLINI Agronômicas (IPA) e uma extensão (campus)
et al., 1980). Hoje, no entanto, é reconhecido da Universidade Federal Rural de Pernambuco
que a Caatinga possui uma fauna de répteis com (UFRPE). A vegetação natural está desaparecendo
características peculiares e que inclui inúmeros gradualmente devido ao uso não sustentável da
endemismos (RODRIGUES, 2003). A importância área. No contexto do bioma da Caatinga, o local
dos répteis em estudos ambientais seria para representa formações particularmente xéricas. A
fornecer informações relevantes para a avaliação área é caracterizada por vegetação predominante
do estado de conservação das regiões naturais, de Caatinga arbustiva xerófila aberta, com poucas
uma vez que eles funcionam como bioindicadores árvores, que ocorre em fragmentos conhecidos
410 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

como Pimenteira e APNE (7°59’16”S, 38°19’16”W), Análise dos dados


em altitude média de 500 m, em terras pertencentes
ao IPA. O entorno apresenta Caatinga degradada Para a análise dos dados foi calculada a
e alguns corpos de água na área Pimenteira a frequência de ocorrência (FO = p x 100/P), onde
diferenciam das outras áreas. Esses corpos d’água p é o número de excursões em que a espécie foi
são um riacho temporário e alguns açudes que registrada, e P o número total de excursões. As
servem também como bebedouro para animais espécies com frequência de ocorrência superior
de criação. As coletas de dados foram realizadas a 50% foram consideradas constantes, entre 25 e
nas imediações do IPA (7°59’16”S, 38°19’16”W) 50% acessórias e as inferiores a 25% acidentais.
e da Unidade Acadêmica de Serra Talhada, da
Universidade Federal Rural de Pernambuco – Resultados e discussão
UFRPE/UAST (7°57’24,7”S, 38° 17’37,4”W).
Os métodos empregados na pesquisa
Coleta de dados identificaram a presença de 39 répteis durante o
período de agosto/2007 a junho/2008, na Fazenda
As observações e as coletas de dados Saco, distribuídos em três ordens, 13 famílias
foram realizadas entre o mês de agosto de 2007 e 27 gêneros (Tabela I), o que corresponde a
e junho de 2008, mediante a busca ativa diurna 33,62% das espécies registradas para a Caatinga
e noturna, e a amostragem com seis sistemas (VANZOLINI et al., 1980; VITT; VANGILDER, 1983;
de armadilhas de interceptação e queda. Cada RODRIGUES, 2003; BORGES-NOJOSA; SANTOS,
sistema de armadilha foi composto por quatro 2005). Foram registrados sete indivíduos de
baldes de 30 litros, ligados por lona-guia com um anfisbênias, 726 de lagartos e 99 de serpentes,
balde central, e os outros três equidistantes do totalizando 832 indivíduos (Figura 1A). Algumas
central e entre si. As armadilhas foram abertas espécies necessitam de confirmação taxonômica,
uma vez por mês, durante um intervalo de 5 dias, no que se refere ao seu epíteto específico, é o caso
sendo monitoradas uma vez por dia. O uso de um de Amphisbaena sp., Tropidurus sp., Mabuya sp.,
rastreador GPS facilitou a demarcação das rotas e Clelia sp., Liophis sp. e Thamnodynastes sp.
das coordenadas dos locais de amostragem. Para Das 39 espécies registradas, a maioria
ampliar o registro das espécies, foi aplicado um foi exclusiva em habitat (n = 20), enquanto
questionário a alguns moradores, considerando as 19 foram observadas ocupando mais de um
espécies que poderiam ser identificadas por não ambiente, dessas o maior destaque foi para T.
especialistas. Também foram obtidos exemplares hispidus, T. semitaeniatus e M. heathi, ocupando
trazidos pelos moradores locais e feita a procura maior diversidade de habitat e de micro-habitat
de vestígio (pegadas, mudas de pele, indivíduos (Tabela I). Foram registrados sete espécimes
mortos ou partes de animais). de anfisbenídeos (Tabela I), a mais frequente foi
Durante as buscas ativas, todos os am- Amphisbaena alba, com quatro ocorrências, e a
bientes propícios aos animais foram vistoriados menos frequente foi Amphisbaena vermicularis,
como rochas, fendas, vegetação arbórea e ras- com uma única ocorrência. Deve-se ressaltar que
teira, o solo, canais, o interior de edificações em houve a presença de mais dois indivíduos, cuja
construção, arredores das edificações, folhedo, espécie não foi possível ser identificada. Teve-se
bromélias e pontos de acúmulo de lixo. como esforço de registro para essas espécies o
Alguns exemplares, cuja identificação taxo- método de busca ativa. A maior abundância entre
nômica era duvidosa, foram mortos com Ketamina, as famílias de lagartos foi para Teiidae (n = 257),
fixados em formol a 10% e posteriormente con- Gymnophthalmidae (n = 249) e Tropiduridae (n
servados em álcool a 70%. Para a identificação = 185) (Figura 1C). Das espécies de lagartos que
foi utilizada bibliografia sobre o grupo (PETERS; obtiveram maior abundância e maior frequência
OREJAS-MIRANDA, 1970; PETERS; DONOSO- de ocorrência foram Tropidurus hispidus (Spix,
BARROS, 1970; FREITAS, 2003) e a comparação 1825), com 86,54%, e Cnemidophorus cf. ocellifer,
com material científico tombado em coleções her- com 62,50 (Tabela I). Maiores abundância e
petológicas nacionais. Os espécimes capturados frequência foram observadas por Borges-Nojosa
foram incorporados à Coleção Herpetológica da e Santos (2005) em localidades próximas. Como
UFRPE (CHUFRPE), na Unidade Acadêmica de espécie menos abundante e frequente, Mabuya
Serra Talhada, como material-testemunho para agmosticha aparece com apenas um indivíduo.
futuros estudos (Licença Ibama nº 11.218 e nº Das serpentes que correspondem a 11,90%
12.609-0). dos répteis capturados com quatro famílias e 19
Répteis da Fazenda Saco, Serra Talhada – PE – indicadores de conservação 411

espécies, a família com maior abundância e maior B. erythromelas (jararaca) (Tabela I). Tupinambis
riqueza foi Colubridae (Figura 1B), totalizando merianae foi considerada com potencial alimentar
67,68% das serpentes registradas, fato comum e medicinal para a comunidade do entorno da
nos estudos atuais de serpentes (RODRIGUES, Fazenda Saco.
2003). A família Elapidae obteve menor número Houve maior registro de répteis entre os
de indivíduos (Tabela I). Teve como espécies meses de agosto/2007 e janeiro/2008 (Figura
mais frequentes Liophis poecilogyrus e Bothrops 1D), principalmente de lagartos, o que pode estar
erythromelas (Tabela I). As espécies menos relacionado à época de estiagem na região. O
frequentes foram Waglerophis merremii, Liophis mês com maior abundância foi novembro/2007
lineatus e Clelia plumbea, todas pertencentes e o com menor foi junho/2008. Essas diferenças
à família Colubridae, registrando apenas um podem estar relacionadas com as características
indivíduo de cada espécie (Tabela I). Quanto aos sazonais do grupo, que devem ser, em seguida,
quelônios, apenas uma espécie foi registrada, P. melhor avaliadas. Trinta e três espécies foram
geoffroanus, sendo possível que outras espécies consideradas acidentais na amostra, cinco foram
de quelônios ocorram na área, todavia, não foi constantes e uma acessória (Tabela I). Das
possível registrar, evidenciando a necessidade de espécies constantes, Tropidurus hispidus foi a que
esforço mais direcionado. Vanzolini et al. (1980) obteve destaque na amostra; para as acidentais
e Borges-Nojosa e Santos (2005) registraram Boa constrictor constrictor e para as acessórias
quatro espécies de quelônios e três famílias Tropidurus semitaeniatus.
para o semiárido de Pernambuco: Chelidae, Na lista aqui apresentada não consta
Kinosternidae e Testudinidae. animal de nenhuma espécie rara ou ameaçada
A coleta manual foi mais adequada para as de extinção, assim como protegida por lei federal,
serpentes enquanto para os lagartos as armadilhas estadual ou municipal (MMA/IBAMA/FUNDAÇÃO
foram mais eficientes (Tabela I). A maioria dos BIODIVERSITAS, 2003), bem como da lista
répteis registrados foi capturada durante buscas oficial internacional elaborada pelo IUCN (2003).
ativas, noturnas e diurnas, principalmente nos A maioria das espécies tem ampla distribuição
arredores da Unidade Acadêmica de Serra Talhada no domínio e outras são também encontradas
(UFRPE/UAST). Foram observados espécimes em outros ecossistemas do estado (VITT;
de serpentes mortos pelas estradas, dos quais VANGILDER, 1983; RODRIGUES, 2003; BORGES-
vários foram identificados. As entrevistas com NOJOSA; SANTOS, 2005). A possibilidade de
os moradores também ajudaram para confirmar registro de mais espécies para a lista não deve
a ocorrência de algumas espécies, sendo que ser descartada devido à não coleta em topo e na
as mais citadas pelos trabalhadores rurais são base de morros, podendo aumentar a riqueza do
B. constrictor (jiboia), E. cenchria (salamanta) e táxon consideravelmente.

Tabela I - Lista das espécies de répteis registrados entre agosto de 2007 e junho de 2008, na Fazenda Saco e seus
arredores. Ambiente: AÇ- açude, AB- área aberta, AED- áreas edificadas, VE- vegetação; Forma de registro:
cm- coleta manual, ob- observação, ct- coleta por terceiro, pt- pitfall, v- vestígio, en- entrevistas; Micro-
habitat: 1- fenda entre rochas,2- sobre rochas, 3- vegetação arbórea, 4- solo úmido, 5- solo, 6- canaletas,
7- interior edificações, 8- arredores edificações, e 9- folhedo, 10-bromélia, 11- margem de corpo d’água.
Frequência de ocorrência – FO.

Abundância Forma
Micro- FO Classificação
Grupo taxonômico Habitat de
(n) habitat % FO
registro
SQUAMATA/ANFISBÊNIA
Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 AED 4 cm 4, 5 3,85% Acidental
Amphisbaena vermicularis Wagler, 1824 AED 1 cm 4, 5 0,96% Acidental
Amphisbaena sp. cobra-de-duas-
AED 2 cm 4, 5 1,92% Acidental
cabeças
SQUAMATA/LAGARTOS
Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) –
AB, VE 3 cm 3 2,88% Acidental
camaleão
412 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Abundância Forma
Micro- FO Classificação
Grupo taxonômico Habitat de
(n) habitat % FO
registro
Polychrus acutirostris Spix, 1825 –
AED, VE 2 cm 3 1,92% Acidental
lagarto-preguiça
Tropiduridae
1, 2, 3,
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) – AB, AED, ob, cm,
98 4, 5, 6, 86,54% Constante
lagartixa VE pt
7, 8
Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825) – AB, AED, ob, cm,
71 1,2,3 43,27% Acessória
lagartixa-de-pedra VE pt
Tropidurus sp. - 16 ob, cm - 15,38% Acidental
Gekkonidae
Briba brasiliana Amaral, 1935 – Briba AED, VE 6 pt - 5,77% Acidental
Hemidactylus mabouia (Moreau de
AED, VE 7 pt - 5,77% Acidental
Jonnès, 1818) – briba ou víbora
Phyllodactylidae
Gymnodactylus geckoides Spix, 1825
AED 3 ob,cm 7, 8 2,88% Acidental
– briba
Phyllopezus periosus Rodrigues, 1986 VE 2 cm - 1,92% Acidental
Teiidae
Ameiva ameiva Linnaeus,1758 –
AB, V 3 ob, pt 5 2,88% Acidental
lagarto-verde
Cnemidophorus cf. ocellifer (Spix, 1825) ob, cm,
AB, AED 143 4, 5, 9 62,50% Constante
– calango pt
Tupinambis merianae (Duméril & ob, cm,
AB, AED 111 4, 5, 9 64,42% Constante
Bibron, 1839) – teiú ou teju pt
Gymnophthalmidae
Micrablepharus maximiliani (Reinhardt ob, cm,
AB, AED 122 4, 5, 9 55,77% Constante
& Luetken, 1862) – lagarto-rabo-azul pt
Vanzosaura rubricauda (Boulenger, ob, cm,
AB, AED 127 4, 5, 9 58,65% Constante
1902) – lagarto-rabo-vermelho pt
Scincidae
Mabuya agmosticha Rodrigues, 2000 AED 1 - 0,96% Acidental
Mabuya heathi Schmidt & Inger, 1951 – AB, AED, ob, cm 5, 9,
4 2,88% Acidental
calango VE e pt 10
Mabuya sp. AED, VE 7 ob, cm - 5,77% Acidental
SQUAMATA/SERPENTES
Boidae
cm, ob,
Boa constrictor constrictor Linnaeus,
AÇ, AB, VE 9 ct, vê, 2, 3,5, 8,65% Acidental
1758
en
Epicrates cenchria assisi Machado,
VE 3 ct, en 5 2,88% Acidental
1945
Colubridae
Apostolepis cearensis Gomes, 1915 AB, AED 4 cm, ob 1,5,7 3,85% Acidental
Clelia clelia (Daudin, 1803) AB 7 ob 5 5,77% Acidental
Clelia plumbea (Wied, 1820) AED 1 cm - 0,96% Acidental
Clelia sp. AED 3 cm - 2,88% Acidental
Répteis da Fazenda Saco, Serra Talhada – PE – indicadores de conservação 413

Abundância Forma
Micro- FO Classificação
Grupo taxonômico Habitat de
(n) habitat % FO
registro
cm, ob,
Liophis poecilogyrus (Wied, 1824) AED 13 6,7, 8 12,50% Acidental
ct
cm, ob,
Liophis viridis Günther, 1862 AED 5 7, 8 4,81% Acidental
ct
Liophis lineatus (Linnaeus, 1758) AED 1 cm - 0,96% Acidental

Liophis sp. AED, VE 4 cm 5, 8 3,85% Acidental


Oxyrhopus trigeminus (Duméril & cm, ob,
AED 5 4, 7, 8, 4,81% Acidental
Bibron, 1854) ct
cm, ob,
Philodryas nattereri Steindachner, 1870 AÇ, AB 7 5,8 6,73% Acidental
ct
cm, ob,
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) AED, AB 5 4, 7,8 4,81% Acidental
ct
Thamnodynastes sp. AB 9 ob 8 8,65% Acidental
Waglerophis merremii (Wagler, 1824) - 1 - - 0,96% Acidental
Elapidae
cm, ob, 5, 6, 7,
Micrurus ibiboboca (Merrem, 1820) AED 5 4,81% Acidental
ct, en 8, 9
Viperidae
cm, ob,
Bothrops erythromelas Amaral, 1923 AB, AED 13 5,7, 8 10,58% Acidental
ct, en
Crotalus durissus Linnaeus, 1758 AED 2 cm, en 10 1,92% Acidental
Testudines
Chelidae
Phrynops geoffroanus (Schweigger,
AÇ 1 cm 11 0,96% Acidental
1812)
Total – riqueza = 39

Considerações finais Nenhuma espécie registrada está em listas


de espécies ameaçadas (Ibama e IUCN).
A fauna de répteis registrada para a área
O total de espécies registradas corresponde estudada caracteriza-se, na sua maioria, por
a 33,62% das listadas para a Caatinga. animais de área aberta com ampla distribuição
Esta é a primeira lista de répteis para a área para o domínio da Caatinga.
conhecida como Sertão do Pajeú, na qual a Serra Das espécies registradas, apenas Tupinambis
Talhada foi considerada como prioritária para a merianae foi considerada com potencial alimentar
conservação e a pesquisa no bioma da Caatinga. e medicinal para a comunidade.

Agradecimentos
Ao grupo e aos colegas do grupo de Herpetologia: Geane Limeira, Gleymerson Almeida, Sergio
Muniz, Thamires Campos, Jalber Bonarte e Ana Maria Siqueira, pela união, dedicação e empenho nos
trabalhos realizados durante toda a pesquisa. Ao Ibama, pela concessão de licença de pesquisa.
414 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Figura 1 – Dados da Fazenda Saco em agosto/2007 e junho/2008. A - Número de indivíduos coletados distribuídos
de acordo com o seu grupo; B - Abundância de serpentes distribuídas entre as famílias registradas; C -
Abundância de lagartos distribuídos entre as famílias que foram registradas; D - Número de indivíduos
coletados durante os meses pesquisados.
Répteis da Fazenda Saco, Serra Talhada – PE – indicadores de conservação 415

Referências

BORGES-NOJOSA, D.; SANTOS, E. M. Herpetofauna da área de Betânia e Floresta, Pernambuco. In:


ARAÚJO, F. S. de; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. de V. (Org.). Análise das variações da biodiversidade
do bioma Caatinga – suporte a estratégias regionais de conservação. Brasília: MMA, 2005. p. 276-
289. (Série Biodiversidade, 12).

LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Lista nacional das espécies da fauna brasileira ameaçadas
de extinção. 2003. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sbf/fauna/lista.html> Acesso em: 1 ago.
2003.

PETERS, J. A.; OREJAS-MIRANDA, B. Catalogue of the Neotropical Squamata, part I. Snaks. Bull. U.S.
Nat. Mus., v. 297, p. 1-347, 1970.

PETERS, J. A.; DANOSO-BARROS, R. Catalogue of the Neotropical Squamata, part II. – Lizards and
Amphisbaenians. Bull. U. S. Nat. Mus., V. 297, p. 1-293, 1970.

RODRIGUES, M. T. U. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária, UFPE, 2003. p. 275-333.

RODRIGUES, M. T. U. Anfíbios e répteis: áreas prioritárias para a conservação da Caatinga. In:


BRASIL. MMA/Probio – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica
Brasileira. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade do bioma Caatinga.
Brasília: MMA/SBF, 2003b.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Curitiba, maio de 2008. Disponível em: <http://
www.sbherpetologia.org.br/base/novabase.asp/sub=lista&principal=../checklist/checklist_brasil.htm>.
Acesso em: 25 ago. 2008.

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Org.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2003, v. 4, p. 181-
236.

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis da Caatinga. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980, 161p.

VITT, L. J.; VANGILDER L. D. Ecology of a Snake Community in Northeastern Brazil. Amphibia-Reptilia,


v. 4, p. 273-296, 1983.
Herpetofauna associada à romeliaceae
!"#$%&'&()*+,&-&.(/0(1-2034&(1)&5678)0('&(90"0)+$:;(
remanescente de Mata Atlântica

Keitz Moura Albertim1; Edson Victor Euclides de Andrade2; Geraldo Jorge Barbosa de Moura3; Iris Virginia Cypriano
de Melo4; Lúcio Flausino Dias Júnior5

Resumo para os animais, sendo sua conservação extre-


mamente necessária para permitir a existência
Anfíbios anuros apresentam duas fases desses animais nos ecossistemas.
de vida – adulta e larval –, estando presentes
em diversos ambientes aquáticos, entre eles os Palavras-chave: Anfíbios, Lagartos, Bromé-
fitotelmos, onde estão incluídas as bromélias. lia, Fitotelmos.
Anuros podem utilizar tais ambientes como
sítios reprodutivos e/ou como locais de abrigo, Abstract
comportamento também apresentado por alguns
lagartos, cuja presença está mais condicionada a Anuran amphibians have two life phases,
um abrigo do que a um sítio reprodutivo. O trabalho an adult one and a larval one, the laste being
foi desenvolvido na Estação Ecológica do Tapacurá present in diverse aquatic habitats, including
e teve como objetivo amostrar riqueza, distribuição phytotelms, which include bromelias. Anuran may
espacial e modo de uso da herpetofauna use these environment as reproductive sites and/
associada às bromélias nesse remanescente de or shelter site, behavior also showed by lizards,
Mata Atlântica. As bromélias foram observadas which presence is more related to a shelter than
semanalmente entre os meses de abril e junho reproductive site. This research was developed
de 2008, e foram divididas em grandes, médias at Estação Ecológica do Tapacurá, and aimed to
e pequenas. A disposição das folhas foi dividida sample richness, spatial distribution and use mode
em base, meio e centro, sendo a lâmina foliar by bromeliad herpetofauna at this atlantic rainforest
dividida em base, meio e ponta. Foram registradas remnant. Bromelias were observed weekly from
quatro espécies de anuros, todas pertencentes à 2008 April to June and divided in big, average
família Hylidae: Hypsiboas albomarginatus (A = and smaller ones. Leaf disposition was divided in
1; acidental; análise não realizada devido à baixa base, middle and center, and the leaf divided in
abundância), Scinax auratus (A = 92; constante; base, middle and tip. It were registered four anuran
bromélias maiores; base da folha do centro), S. species, all of them belonging to Family Hylidae:
eurydice (A = 1; acidental; análise não realizada Hypsiboas albomarginatus (A = 1; accidental;
devido à baixa abundância), S. pachycrus (A = analyzes weren’t done due to low abundance),
6; acidental; análise não realizada devido à baixa Scinax auratus (A = 92; constant; bugger bromelias;
abundância); e duas de lagartos, pertencentes center leaf base), S. eurydice (A = 1; accidental;
às famílias Phyllodactylidae e Scincidae: Bogertia analyzes weren’t done due to low abundance), S.
lutzae (A = 45; constante; bromélias maiores; pachycrus (A = 6; accidental; analyzes weren’t
ocupação microambiental de impossível precisão) done due to low abundance); and two lizard
e Mabuya sp. (A = 1; acidental; análise não species, each belong to Families Phyllodactylidae
realizada devido à baixa abundância). Os dados and Scincidae, repectively: Bogertia lutzae (A =
demonstram a crucial importância das bromélias 45; constant; bigger bromelias; microenvironment
como abrigo diurno ou possível local de forrageio occupation without precision); and Mabuya sp.

1
Graduação em Ciências Biológicas, FAFIRE (lkkeitz@gmail.com).
2
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
3
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
4
Graduação em Ciências Biológicas, UFPE (irisvir@gmail.com).
5
!"#$"%&'()*(+,-./,"0(1,'234,/"05(678(92$/,':;"$0,.'<4*",2:/'*=:
418 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

(A = 1; accidental; analyzes weren’t done due extremely necessary to permit these animals to
to low abundance). The results demonstrate the exist in these ecossitems.
crucial bromeliad importance as a diurnal shelter Key words: Amphibians, Lizards, Bromelia,
or possible forage site, making its conservation Phytotelm.
Introdução
Os anfíbios são animais que, na maioria 1999; GIARETTA; FACURE, 2004; ANDRADE,
das espécies, apresentam duas formas de vida: 2007; ANDRADE et al., 2007; ANDRADE et al.,
a fase larval, geralmente aquática, e a fase adulta, 2008a; ANDRADE et al., 2008b).
geralmente terrestre. Os anfíbios são encontrados As Bromeliaceae constituem uma grande
ao longo de todo o planeta, à exceção de regiões família composta, principalmente, de epífitas, a
extremamente frias e de alta salinidade (DUELLMAN; maioria delas apresentando ramos em roseta,
TRUEB, 1986; HADRIGAN; WASSERSUG, 2007). formando um tanque central, onde a água da
Os anfíbios recentes estão enquadrados em três chuva é acumulada em quantidade suficiente para
ordens: Caudata, representada pelas salamandras possibilitar a vida de seres aquáticos (DEJEAN;
e tritões; Gymnophiona, representada pelas cecílias OLMSTED, 1997), criando um microambiente
e Anura, a mais diversificada das três, representada denominado fitotelmo (phytos = planta e telm =
pelos sapos, rãs e pererecas (DUELLMAN; TRUEB, poça), definido como um corpo d’água dentro de
1986; POUGH et al., 2003; HALLIDAY; ADLER, alguma parte da planta (LEHTINEN et al., 2004).
2002), ordem na qual estão enquadrados os Em relação aos anuros, cerca de 2% dos táxons
animais estudados neste trabalho. reconhecidos se reproduzem em fitotelmos, sendo
Segundo Roelants (2007), a ordem Anura que o tanque central e as axilas das bromélias, por
iniciou sua diversificação no Triássico e hoje é a acumularem água, servem de abrigo, alimentação
mais diversificada dos anfíbios viventes. Segundo e local para a reprodução de algumas espécies,
Frost (2008), existem 5.602 espécies de anuros assumindo as bromélias papel importante na
no mundo, das quais 808 são reconhecidas história de vida desses animais. A relação entre
para a fauna brasileira (SBH, 2008) e 86 já foram anuros e bromélias é bastante estreita, havendo
registradas no estado de Pernambuco (Capítulos I anuros que utilizam as bromélias na maior parte da
e II deste livro). vida ou até mesmo durante todo o ciclo de vida
Os anfíbios anuros podem apresentar desenvolvendo estratégias avançadas relacionadas
reprodução contínua – ao longo de todo o ano ou com o modo reprodutivo (DUELLMAN, 1985;
estação, ou explosiva – durante um curto período PEIXOTO, 1995; HADDAD, 2005).
do ano. Durante o período de reprodução, esses Peixoto (1995) classificou a anurofauna que
animais se dirigem a sítios reprodutivos, onde se utiliza de bromélias em dois grupos: bromelícolas
apresentam atividade de vocalização característica e bromelígenas. Os animais bromelígenas são
de cada espécie (DUELLMAN, 1985; DUELLMAN; aqueles que se reproduzem em bromélias, com
TRUEB, 1986; POUGH ET AL., 2003; HADDAD, os girinos ocupando o tanque central onde se
1999; HADDAD, 2005). A fase larval, denominada desenvolvem; os animais bromelícolas utilizam as
girino nos anfíbios anuros, é encontrada em bromélias como locais de abrigo durante o período
vários habitats aquáticos, aqueles que os adultos diurno.
utilizam para vocalização, variando desde Além dos anuros, há vários registros de
grandes ambientes permanentes a corpos d’água lagartos que utilizam as vegetações bromelícolas
temporários, e também ambientes altamente frequentemente ou esporadicamente para
efêmeros como buracos em troncos de árvores forrageamento, abrigo ou esconderijo (TEIXEIRA;
e bromélias (HERO, 1990; DUELLMAN; TRUEB, GIOVANELLI 1999; FREIRE, 1996; FALCÃO;
1986; ROSSA-FERES; JIM, 1996; HOFF et al., HERNÁNDEZ, 2007; CARVALHO; ARAÚJO, 2007),
420 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

além de visitarem e, supostamente, polinizarem quanto à abundância, riqueza, especificidade da


flores de outras plantas, incluindo espécies de herpetofauna em relação às espécies de bromélias
Gekkonidae, Lacertidae, Polychrotidae, Scincidae e a distribuição espacial da herpetofauna em
e Teiidae (SAZIMA et al., 2005). relação aos diversos microambientes encontrados
Estudos da ecologia de lagartos em nas bromélias.
áreas de restinga e dunas indicam a presença Este trabalho se justifica pela escassez de
de espécimes de Tropiduridae, Scincidae, informações sobre a herpetofauna associadas
Gekkonidae, Phyllodactylidae, Sphaerodactylidae a bromélias na Região Nordeste, em especial
e Gymnophthalmidae, utilizando bromélias no estado de Pernambuco. Vale ressaltar a
de alguma forma ou perto delas. Entre eles, necessidade de estabelecimento de parâmetros
Gymnodactylus geckoides, Briba brasiliana, ecológicos das espécies associadas a
Mabuya macrorhyncha e Tropidurus hispidus são bromélias, já que o replantio e a conservação
os mais frequentemente observados (FREIRE, de bromeliáceas são medidas sugeridas pelos
1996; VRCIBRADIC; ROCHA, 2005). Outros projetos de conservação em toda a Mata
estudos indicam que existe correlação positiva Atlântica, objetivando o crescimento/recuperação
entre o número de espécies de lagartos e a populacional das espécies bromelícolas e
heterogeneidade espacial, pois a estrutura da bromelígenas, que, devido à acelerada destruição
vegetação influencia na disponibilidade de micro- dos ecossistemas naturais, estão extremamente
habitats, o que pode favorecer ou reduzir o vulneráveis à extinção, antes de serem conhecidas
sucesso de algumas espécies (PIANKA, 1969 apud pela comunidade acadêmica.
FALCÃO; HERNÁNDEZ, 2007). Foi observado
que a densidade de bromélias, a frequência e Material e métodos
a proporção de clareiras favorecem algumas
espécies de lagartos em diversos ambientes
Área de estudo
(ROCHA; BERGALLO, 1997 apud FALCÃO;
HERNÁNDEZ, 2007), sendo que a disponibilidade O estudo foi realizado na Estação Ecológica
de recursos alimentares e espaciais também pode do Tapacurá – EET – (08° 04’ S e 35° 12’ W),
limitar as comunidades locais, refletindo no modo situada a 50 km da cidade do Recife, no município
como esses animais se distribuem no ambiente. de São Lourenço da Mata, leste do estado de
A maioria dos estudos sobre comunidades Pernambuco, Brasil (AZEVEDO-JÚNIOR, 1990).
de anfíbios e de répteis tem se concentrado É, atualmente, administrada pela Universidade
em ambientes específicos, tais como aquelas Federal Rural de Pernambuco e apresenta área
espécies que coexistem no chão da floresta, total de aproximadamente 800 ha, circundada
na vegetação, nas margens de rios, lagos ou pela monocultura da cana-de-açúcar, dos quais
alagados (DUELLMAN; TRUEB, 1986). Entretanto, cerca de 400 ha representam áreas florestadas
as imposições no meio ambiente levam muitas distribuídas em três fragmentos: Mata do Toró,
espécies a procurar, principalmente, refúgios em Mata do Camucim e Mata do Alto da Buchada
bromélias (Bromeliaceae), exclusivas do continente (AZEVEDO-JÚNIOR, 1990), e os outros 400 ha
americano (BENZING, 1990; DEJEAN; OLMSTED, formados pelo Lago Tapacurá, resultante do
1997). represamento do Rio Tapacurá, afluente do
Este trabalho teve como objetivo caracterizar Rio Capibaribe. Mesmo tendo sofrido pressões
ecologicamente a herpetofauna associada a antrópicas ao longo dos anos, a vegetação da EET
bromélias da Estação Ecológica do Tapacurá – apresenta áreas razoavelmente bem conservadas
EET durante a estação chuvosa, especificamente e está adequadamente protegida.
Herpetofauna associada à Bromeliaceae (período chuvoso) na Estação Ecológica do Tapacurá,
421
remanescente de Mata Atlântica

Figura 1- Mapa de localização da Estação Ecológica do Tapacurá, São Lourenço da Mata, Pernambuco.

Amostragem da roseta, geralmente mais jovens e eretas,


formando as paredes do tanque central; folhas da
A amostragem da herpetofauna foi realizada base (B), correspondentes àquelas que apresentam
durante a estação chuvosa de 2008 (entre os contato com o solo, ou às mais basais, raramente
meses de abril e junho), através das seguintes acumulando água nas axilas; e folhas do meio (M),
metodologias: observação ativa (sem e com correspondente às intermediárias, geralmente em
manipulação) e remoção e desfolhamento das número aproximado do dobro do número de folhas
bromélias. A observação ativa sem manipulação do centro e da base, geralmente acumulando água
consistiu na observação das folhas e do tanque nas axilas. A lâmina foliar foi dividida em três partes:
central da bromélia; a observação ativa, com base da folha (Bf), meio da folha (Mf) e ponta da
manipulação, consistiu no manuseio das folhas folha (Pf), correspondentes, respectivamente, a
para melhor visualização das faces abaxial e adaxial, 20%, 60% e 20% do comprimento de cada folha
além de exposição das axilas e melhor visualização da bromélia.
do tanque central, assim como a retirada de A presença de girinos ou desova na bromélia
materiais que pudessem dificultar a visualização de também foi analisada e registrada em tabela de
tais microambientes; o desfolhamento da bromélia campo.
consistiu em sua remoção do substrato sobre o
qual a planta se desenvolveu, e a remoção também Análise dos dados
de suas folhas. Nesse último método, foi tomada a
precaução de manter a raiz no substrato, para que Os anuros foram classificados em constante,
a planta pudesse tornar a se desenvolver (GEORGE acessório ou acidental, de acordo com o método
BARACHO, com. pess.). Durante a remoção da de Dajoz (1983), que leva em consideração
planta, os conteúdos do tanque central e das a abundância relativa, segundo a fórmula:
axilas foram despejados separadamente sobre
uma bandeja branca, para melhor visualização do p
conteúdo. co
co = 100 , onde:
Os anuros encontrados foram identificados, P
registrada a sua localização e o modo de utilização co: constância de ocorrência (CO < 25%,
da bromélia, de acordo com Peixoto (1995). As acidental; 25% < CO < 50%, acessória; CO >
bromélias foram classificadas em grandes (GD), 50%, constante);
médias (MD) e pequenas (PQ), sendo as bromélias p: número de idas ao campo em que a
médias (MD) aquelas em que o maior diâmetro espécie foi encontrada;
formado pela disposição natural das folhas variava P: número total de idas a campo.
de 60 cm a 90 cm. Bromélia com diâmetro máximo
maior ou menor que esse intervalo foi classificada, Para a análise de ocupação diferencial
respectivamente, como grande ou pequena. A da bromélia, e entre as diferentes espécies de
estrutura da bromélia foi dividida em folhas do bromélias pelos anuros, foi utilizado o teste qui-
centro (C), correspondentes àquelas mais internas quadrado para verossimilhança.
422 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Resultados e discussão amostradas ao aplicar-se a metodologia, e as que


durante o período de estudo foram registradas.
Abundância e riqueza Apesar de registrada sua ocorrência para a EET
(Capítulo II deste livro), a espécie Phyllodytes luteolus
Das 800 bromélias analisadas, foram não foi encontrada em nenhuma bromélia, embora
identificadas duas espécies: Portea leptantha seja uma espécie que utiliza as bromélias durante todo
Hamns (Figura 2-A) e Hohenbergia ramageana o seu ciclo de vida (GIARETTA, 1996; SCHNEIDER;
Mez (Figura 2-B), ambas pertencentes à subfamília TEIXEIRA, 2001). Embora tenha ocorrência registrada
Bromelioideae, das quais 30 foram arrancadas. para a EET (SANTOS; CARNAVAL, 2002), a espécie
Desse total, em 139 (17,37%) bromélias foram Hypsiboas faber não foi registrada em nenhuma
encontradas quatro espécies de anfíbios bromélia, diferente de Schneider et al. (2000), que
anuros, todas pertencentes à família Hylidae: registraram a utilização das bromélias pela espécie
Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) (Figura em região de Mata Atlântica.
2C), Scinax auratus (Wied-Neuwied,1821) (Figura Com relação aos lagartos, B. lutzae possui
2D), S. eurydice (Bokerman,1968) (Figura 2E) lamelas que lhe permitem explorar estratos
e S. pachycrus (Figura 2F), com abundâncias verticais, inclusive as bromélias, e espécies do
relativas de, respectivamente, 1, 92, 1 e 6, sendo gênero Mabuya já foram registradas ocupando
classificadas, respectivamente, segundo Dajoz micro-habitats aéreos (Mabuya macrorhyncha,
(1983), em: acidental, constante, acidental e VRCIBRADIC; ROCHA, 2005; Mabuya heathi, IRIS
acidental; e duas espécies de lagartos, Bogertia MELO, com. pess.).
lutzae Loveridge, 1941 (Figura 2G), pertencente Também foram encontrados outros animais
à família Phyllodactylidae, que apresentou nos microhabitats das bromélias, em diferentes
abundância de seis indivíduos e uma constância abundâncias, pertencentes a diversos táxons: Mar-
de ocorrência de 20% (acidental), e Mabuya sp. supialia (Figura 2-I), Hymenoptera (formigas), Or-
(Figura 2H), pertencente à família Scincidae, thoptera (baratas, grilos, gafanhotos), Coleoptera,
com registro de apenas um indivíduo, sendo Diplopoda, Chilopoda, Chelicerata (aranhas), Isop-
considerado acidental. tera (cupins), Lepidoptera (mariposas, borboletas e
O gráfico do coletor (Figura 3) atingiu larvas), Hemiptera (percevejo), com predominância
estabilidade a partir da sétima coleta, indicando entre os não pertencentes à herpetofauna de Or-
que todas as espécies são possíveis de serem thoptera, seguida de Chelicerata.
Herpetofauna associada à Bromeliaceae (período chuvoso) na Estação Ecológica do Tapacurá,
423
remanescente de Mata Atlântica

Figura 2 - A) Portea leptantha. B) Hohenbergia ramageana. C) Hypsiboas albomarginatus. D) Scinax auratus.


E) Scinax eurydice. F) Scinax pachycrus. G) Bogertia lutzae. H) Mabuya sp. I) Marsupialia. Abundância
relativa de cada táxon associado às bromélias de solo da Estação Ecológica do Tapacurá, nos meses de
abril a junho de 2008 (período chuvoso).

Figura 3 - Gráfico do coletor para herpetofauna associada a bromélias na EET durante o período de abril a junho de
2008.
424 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Especificidade da herpetofauna em bromélia, podendo, inclusive, utilizar como refúgio


relação às espécies de bromélias outros micro-habitats que não compõem qualquer
tipo de fitotelmos, como embaixo de troncos
À exceção de Scinax auratus, nenhum ou outros não relacionados às plantas, mas que
anuro ou lagarto apresentou abundância mínima mantêm condições microatmosféricas ideais para o
necessária para uma análise estatística de ocu- abrigo desses animais. Um fato que vem dar algum
pação diferencial de habitat (Tabela I). No caso suporte a essa hipótese é o de ter sido registrada
da referida espécie, não houve nenhuma ocu- a presença de S. auratus, a mais abundante, em
pação diferencial significativa ( 2 = 1,235; p < 0,26). Agavaceae, que não apresentava corpos d’água.
Esses resultados podem indicar que as duas Entre os lagartos, dos seis indivíduos de
espécies de bromélias oferecem microambientes B. lutzae, quatro ocuparam H. ramageana e dois
de características semelhantes, inclusive porque ocuparam P. leptantha. Apesar da baixa abundância
apresentam morfometria semelhante, criando não permitir uma análise estatística verossímil,
micro-habitats que não são diferentes entre si ou é possível que essa ocupação diferencial esteja
os indivíduos encontrados utilizam-na apenas relacionada ao tamanho das bromélias e à sua
como refúgio, de modo que a necessidade seria dieta (próxima sessão).
Tabela I - Abundância e abundância relativa de espécies
satisfeita independentemente da espécie de
de anuros e lagartos associados a bromélias na EET no período de abril a junho de 2008.

P. leptana H. ramageana
Herpetofauna/bromélias Total
A A (%) A A (%)
Anura
Hypsiboas albomarginatus 1 2,1 0 0 1
Scinax auratus 40 85 50 98,04 90
Scinax eurydice 1 2,1 0 0 1
Scinax pachycrus 5 11 1 1,96 6
Total 47 100 51 100 98
Lacertilia
Bogertia lutzae 2 33,33 4 66,67 6
Mabuya sp. 1 22,22 0 0 1
Total 9 100 37 100 46

Variação na composição da A maior riqueza entre os anuros, porém, se


herpetofauna bromelícola nos deu no turno da noite, o que pode estar relacionado
com o período de atividade, que é principalmente
períodos diurno e noturno
noturno (DUELLMAN; TRUEB, 1986). Assim,
os indivíduos de S. auratus que utilizam corpos
No período diurno foram encontrados 84
d’água temporários (SANTOS, 2001; ANDRADE,
espécimes de anfíbios anuros: 82 Scinax auratus
2007; ANDRADE et al., 2007; 2008a; 2008b;
e dois Scinax pachycrus. No noturno, foram
Capítulo II) e permanentes (EDSON ANDRADE;
encontrados 16: um Hypsiboas albomarginatus,
KEITZ ALBERTIM, obs. pess.) para se reproduzir,
dez Scinax auratus, um S. eurydice e quatro Scinax
provavelmente, apresentaram diminuição da
pachycrus (Figura 4). A maioria dos indivíduos
de S. auratus foi encontrada no período diurno riqueza em virtude de sua biologia reprodutiva. H.
(89,13%, Figura 4). Esses dados sugerem que a albomarginatus e S. eurydice, que também utilizam
espécie, pelo menos na estação chuvosa, utiliza corpos d’água temporários para reprodução
as bromélias como abrigo diurno. O fato de não (SANTOS, 2001), podem ter sido observados
terem sido encontrados indivíduos vocalizando enquanto se deslocavam de seus abrigos diurnos
no período noturno, e nem mesmo desovas, vem aos sítios reprodutivos.
corroborar a hipótese de abrigo diurno para a Com relação aos lagartos, M. sp. foi
referida espécie. visualizado apenas no período diurno, enquanto B.
Herpetofauna associada à Bromeliaceae (período chuvoso) na Estação Ecológica do Tapacurá,
425
remanescente de Mata Atlântica

lutzae foi encontrado nos dois períodos do dia. A bromélias no período diurno pode indicar que a
espécie é reconhecida como predominantemente espécie utilize tais microambientes também como
noturna (Capítulo III). Assim, a ocorrência em abrigo diurno.

Figura 4 - Abundância relativa da herpetofauna associada a bromélias na EET, em ambos os períodos do dia, entre
os meses de abril e junho de 2008.

Herpetofauna e o tamanho A maior ocupação das bromélias grandes


das bromélias pela espécie está relacionada à maior área de
abrangência dessas plantas, proporcionando
Independentemente do período do dia, mais axilas e microambientes que os organismos
S. auratus foi a única espécie com abundância podem ocupar, embora Schneider e Teixeira
relevante para uma análise estatística significativa (2001) tenham registrado a preferência por
que ocupou as bromélias maiores em maior bromélias menores em P. luteolus. Tal seletividade
proporção (S. auratus, p < 0,000). Tanto no período deve estar relacionada diretamente à necessidade
diurno quanto no noturno, a espécie foi registrada do fitotelmo para o desenvolvimento dos girinos,
em maior quantidade nas bromélias maiores (S. demanda inexistente para os anuros registrados
auratus, p < 0,000). nas bromélias analisadas. B. lutzae é uma espécie
Uma análise combinada das espécies exclusivamente insetívora (FREITAS; SILVA,
de bromélias e seus tamanhos, com relação à 2005) e foi encontrada nas bromélias maiores,
especificidade das duas espécies, revelou que S. que também apresentavam grande abundância
auratus ocupou as bromélias maiores e menores de artrópodes que serviriam de alimento para a
em detrimento das de médio tamanho. espécie.

Tabela II - Quantidade de espécimes encontrados em bromélias de espécies e tamanhos diferentes na EET entre os
meses de abril e junho de 2008 (GD = bromélia grande; MD = bromélia média; PQ = bromélia pequena).

Bromélias Herpetofauna

Turno Espécie Tamanho H. albomarginatus S. auratus S. S. B.


eurydice pachycrus lutzae
GD 0 18 0 0 0
P. leptana MD 0 14 0 0 0
PQ 0 2 0 0 0
Diurno
GD 0 35 0 0 3
H. ramageana MD 0 7 0 0 0
PQ 0 3 0 0 0
426 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Bromélias Herpetofauna

Turno Espécie Tamanho H. albomarginatus S. auratus S. eurydice S. pachycrus B. lutzae

GD 0 3 0 1 1
P. leptana MD 1 2 1 3 1
PQ 0 1 0 1 0
Noturno
GD 0 3 0 0 1
H. ramageana MD 0 1 0 1 0
PQ 0 1 0 0 0

Ocupação microambiental tendo se concentrado na base (axilas e próximos


à axila) e no meio da folha. Isso pode ser devido
à sua necessidade de alta umidade relativa na
A análise de ocupação microambiental microatmosfera e refúgio contra predação e
só foi realizada para os anuros por que todos os exposição direta à luz solar e ao vento. Já no
lagartos registrados foram encontrados fugindo período noturno, foram encontrados anuros nas
da bromélia, em razão da sua manipulação pelo pontas. Esse comportamento diferenciado pode
coletor, antes da localização precisa do animal. estar relacionado à atividade de forrageio, ou
No período diurno, os anuros nunca foram mesmo à interceptação do animal enquanto ele se
encontrados nas pontas das folhas (Tabela III), desloca para os sítios reprodutivos.

Tabela III - Número de anuros registrados em cada microambiente das bromélias analisadas na EET no período entre
abril e junho de 2008.

Micro- H. S.
Turno Bromélia S. auratus S. eurydice Total
habitat albomarginatus pachycrus
BfB 0 1 0 0 1
BfC 0 13 0 0 13
BfM 0 14 0 0 14
P. leptana
MfB 0 1 0 0 1
MfC 0 3 0 0 3
Diurno MfM 0 2 0 0 2
BfB 0 3 0 0 3
BfC 0 22 0 0 22
H. ramageana BfM 0 17 0 0 17
MfC 0 2 0 0 2
MfM 0 1 0 0 1
Total (diurno) 0 79 0 0 79
BfB 0 1 0 0 1
BfC 0 1 0 0 1
BfM 0 1 1 1 3
P. leptana
MfB 0 1 0 0 1
MfM 0 1 0 3 4
Noturno PfM 1 1 0 1 2
BfC 0 2 0 0 2
MfB 0 1 0 0 1
H. ramageana MfC 0 1 0 0 1
MfM 0 1 0 0 1
PfM 0 0 0 1 1
Total (noturno) 1 11 1 6 18
Total geral 1 90 1 6 98
Herpetofauna associada à Bromeliaceae (período chuvoso) na Estação Ecológica do Tapacurá,
427
remanescente de Mata Atlântica

Conclusão precárias em virtude da ausência de trabalhos


relacionados a esse singular grupo ecológico de
Embora não tenha sido registrada nenhuma anuros. Embora o estudo dos lagartos esteja em
atividade reprodutiva nas bromélias, os anfíbios, situação menos precária (Capítulo I), também
em especial S. Auratus, demonstraram importante trabalhos relacionados à saurofauna, associada à
dependência desses microambientes. Apesar bromélia, mostram-se extremamente necessários
de existir boas revisões bibliográficas sobre o para que haja conhecimento mais adequado em
papel ecológico das bromélias (MAGUIRE, 1971) relação à necessidade da manutenção desses
e sobre a anurofauna associada a bromélias micro-habitats, que alojam uma variedade grande
(PEIXOTO, 1995; LEHTINEN, 2004), discussões de organismos que dependem diretamente de seu
sobre as espécies de Pernambuco tornam-se organismo-hospedeiro.

Referências

ALFORD, R. A. Ecology. In: Tadpoles: The Biology of Anuran larvae. McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. (Ed.).
Ed. The University of Chicago Press, 1999. 444 p.

ANDRADE, E. V. E. Aspectos Ecológicos e Caracterização Morfométrica e Biométrica de Formas


Larvárias de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, NE do Brasil.
!!"#$%"$&#$'()(*+,-,$./+,01,23($45$678)97,:$;7(<=*79,:$>$;,9?,+4<,0(@$>$A)7B4+:70,04$C404+,<$04$
Pernambuco, Recife, 2007.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Distribuição Espacial de Girinos em Poça


Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, PE (Amphibia: Anura). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA
E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008a.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Riqueza e distribuição temporal de girinos


em poça temporária, remanescente de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008b.

ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de Formas Larvárias
de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.

CARVALHO, A. L. G.; ARAÚJO, A. F. B. Ecomorphometric structure of Restinga da Marambaia lizard


community, Rio de Janeiro, southeastern Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 24, n. 3, p. 786-792,
2007.

DEJEAN, A.; OLMSTED, I. Ecological studies on Aechmea bracteata (Swartz) (Bromeliaceae). Journal of
natural History, London, v. 31, n. 9, p. 1.313-1.334, 1997.

DAEFF'GHI$ J#$ E#$ K4&+(019L7B4$ 5(04:$ 7)$ ,)1+,)$ ,5&?7M7,):N$ &?O<(*4)4L79$ :7*)7-9,)94$ (P$ ,0,&L7B4$
strategies. South African Journal of Science, Pretoria, n. 81, p. 174-178, 1985.

DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. Baltimore, Maryland: Ed. Johns Hopkins, 1986.
669 p.

FALCÃO, A. C. G. P.; HERNÁNDEZ, M. I. M. Lagartos de restinga no Nordeste brasileiro: análise da fauna


04$ Q+4,:$ 9():4+B,0,:$ 4$ +4R(+4:L,0,:# In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 8., 23 a 28 de
setembro de 2007, Caxambu – MG. 1-3, 2007. Anais...

CKESKEI$ E#$ '#$ T#$ E:L10($ 49(<=*79($ 4$ U((*4(*+Q-9($ :(M+4$ ,$ P,1),$ 04$ <,*,+L(:$ .V,1+7,@$ 0,:$ 01),:$ 04$
Natal, Rio Grande do Norte, e da restinga de Ponta de Campina, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, v. 13, n. 4, p. 903-921, 1996.

GIARETTA, A. A. Reproductive specializations of bromeliad hylid frog Phyllodytes lutelus. Journal of


Herpetology, v. 30, n. 1, p. 96-97, 1996.
428 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

JUNCÁ, F. A. Diversidade e uso de habitat por anfíbios anuros em duas localidades de Mata Atlântica, no
norte do estado da Bahia. Biota Neotropica, v. 6, n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.
org.br/v6n2/pt/abstract?inventory+bn03006022006>.

MAGUIRE, B. Phytotelmata: Biota and Community Structure Determination in Plant-Held Waters. Annual
Review of Ecology and Systematics, v. 2, p. 439-464, 1971.

NEIL, W.T. A bromeliad herpetofauna in Florida. Ecology. Vol. 32, nº 1, p. 140-143, 1951.

PEIXOTO, O. L. Associação de anuros a bromeliáceas na Mata Atlântica. Revista da Universidade Rural,


Série Ciências da Vida, Seropédica, v. 17, n. 12, p. 75-83, 1995.

POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Hepertology.
Upper Saddle River, New Jersey: Prentice Hall, 2004.

SANTOS, E. M. Ocupação ambiental, sazonalidade e hábito alimentar de anfíbios anuros numa


poça temporária em fragmento de Mata Atlântica em Pernambuco. 2001. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.

VGWS'GI$S#X$VGWS'GI$6#X$VGWS'GI$'#$F7LL<4$0+,*():$&+4P4+$R(Y4+:$L($5,704):N$G$<7U,+0$L?,L$<,&:$)49L,+$,)0$
pollinates trees. Biota Neotropica, v. 5, n. 1, p. 185-192, 2005.

SCHINEIDER, J. A. P.; TEIXEIRA, R. L. Relacionamento entre anfíbios anuros e bromélias da restinga de


Regência, Linhares, Espírito Santo, Brasil. Iheringia, Série Zoológica, Porto Alegre, n. 91, p. 41-48, 2001.

TEIXEIRA, R. L.; GIOVANELLI, M. Ecologia de Tropidurus torquatus (Sauria: Tropiduridae) da Restinga de


Guriri, São Mateus, ES. Revista Brasileira de Biologia, v. 59, n. 1, p. 11-18, 1999.

THIBAUDEAU, G.; ALTIG, R. Endotrophic anurans. In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R (Ed.). Tadpoles: the
Biology of Anuran larvae. Chicago: Ed. The University of Chicago Press, 1999. 444 p.

VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Observations on the natural history of the lizard Mabuya macrorhyncha
Hoge (Scincidae) in Queimada Grande Island, São Paulo, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 22,
n. 4, p. 1.185-1.190, 2005.
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na
aatinga de P!"#$%&'()*+Nordeste do+,rasil

Fabiana Oliveira de Amorim1; Igor Joventino Roberto2; Ednilza Maranhão dos Santos3

Resumo Abstract

Este trabalho é resultado de vários This work is results of several fast assessments
inventários rápidos realizados no semiárido de in semi-arid of Pernambuco. The sampling totalized
Pernambuco. A amostragem totalizou 43 dias. Os 43 days. The animals were recorded through direct
animais foram registrados por observação direta e/ observation and/or zoophony, or after in pit-fall traps
ou vocalização, e por armadilhas de queda (pitfall with drift fences. Were recorded 52 species: 20
traps). Registrou-se 52 espécies: 20 anfíbios, 16 amphibians, 16 lizards, 13 snakes, two chelonians
lagartos, 13 serpentes, dois quelônios e um jacaré. and one caiman. The richest localities were Ilha de
As áreas que apresentaram maior riqueza foram: Assunção, in Santa Maria da Boa Vista, and Barra
Ilha de Assunção – município de Cabrobó, e Barra Bonita in Lagoa Grande.
Bonita – município de Lagoa Grande.
Key words: Amphibians, Faunal Inventory,
Palavras-chave: Inventário Faunístico, Anfí- Reptiles, Semi-arid.
bios, Répteis, Semiárido.

1
Universidade Federal de Pernambuco, Pós-Graduação em Biologia Animal, Mestrado (fabyamorim@yahoo.com.br).
2
Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos- Aquasis, Programa Biodiversidade (igorjoventino@yahoo.
com.br).
3
Professora Adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Depto. de Biologia
(ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
Introdução
A Caatinga constitui um dos maiores e a década de 1930, Rodolpho von Ihering coletou
mais distintos ecossistemas brasileiros, com- abundante material herpetológico nos estados de
preendendo área aproximada de 734.478 km2, o Pernambuco, Paraíba e Piauí para a elaboração
que representa 70% do Nordeste e 11% do território do catálogo de fauna nordestina (AMARAL,
nacional (CASTELLETTI et al., 2004), incluindo 1935). Cordeiro e Hoge (1974) publicaram
a maior parte da área com clima semiárido da informações acerca das espécies de serpentes
Região Nordeste do Brasil (GIULIETTI et al., 2004). do estado de Pernambuco. Vanzolini (1974) e
Recentemente, levantamentos da biodiversidade Vitt (1995) estudaram aspectos da ecologia e
no semiárido nordestino indicaram a presença distribuição geográfica dos lagartos da Caatinga
de um número significativo de espécies vegetais de Pernambuco, principalmente nos arredores da
endêmicas, sendo consideradas como patrimônio cidade de Exu. Outros trabalhos contribuíram com
biológico de valor inestimável (RODAL; SAMPAIO, informações sobre a herpetofauna do semiárido
2002). pernambucano (SMITH et al., 1977; VANZOLINI
Quanto à herpetofauna, são atualmente et al., 1980; VITT, 1980, VITT; GOLDBERG, 1983;
listadas para esse ecossistema 47 espécies de VITT; VANGILDER, 1983; SANTOS; CARNAVAL,
lagartos, dez espécies de anfisbenídeos, 52 2002; BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005).
espécies de serpentes, cinco quelônios, três Com base no material depositado em
crocodilianos, 48 espécies de anfíbios anuros e três coleções científicas, Rodrigues (2004) compilou
gimnofionas (RODRIGUES, 2004; BOUR; ZAHER, para o estado de Pernambuco informações
2005), não estando inclusa nessas listas a fauna acerca da herpetofauna de 27 localidades, com
dos enclaves nordestinos de altitude. O número destaque para os municípios de Exu, Petrolina
de espécies endêmicas é elevado, particularmente e Carnaubeira, todavia, ainda existe enorme
na região das dunas do Médio Rio São Francisco, carência de informações para outras regiões de
na Bahia (RODRIGUES, 1996; RODRIGUES; Pernambuco, como o Submédio Rio São Francisco,
JUNCÁ, 2002). Embora a quantidade de pesquisas área prioritária para a conservação de anfíbios e de
relacionadas à fauna de anfíbios e répteis da répteis da Caatinga (RODRIGUES, 2004).
Caatinga ainda permaneça aquém do ideal, novas Estudos sobre a composição faunística,
pesquisas abordando essas classes de animais mesmo inventários rápidos, são fundamentais
foram recentemente publicadas (ARZABE, 1999; para a compreensão da biodiversidade local,
RODRIGUES, 2004; BORGES-NOJOSA; ARZABE, da heterogeneidade do bioma Caatinga e
2005; ROCHA; RODRIGUES, 2005). consequentemente para melhor planejamento de
Um dos primeiros registros sobre a estratégias conservacionistas (HADDAD, 1998).
herpetofauna do estado de Pernambuco data de Este trabalho teve como objetivo inventariar
1818, publicado pelos naturalistas bávaros Johann e comparar a riqueza da herpetofauna de seis
Baptist von Spix e Friedrich Philipp von Martius, que localidades, pertencentes a cinco municípios do
percorreram os estados da Bahia, Pernambuco estado de Pernambuco, na região do Submédio
e Piauí coletando espécimes da fauna desses Rio São Francisco, gerando subsídios às futuras
estados (AMARAL, 1933). Posteriormente, durante ações conservacionistas na região.
432 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Material e métodos da Lista Oficial da Flora Ameaçada de Extinção em


Pernambuco (SECTMA, 2004). A área apresenta
Áreas de estudo grande variedade de cactáceas e bromeliáceas,
assim como as espécies Anadenanthera
Os dados foram coletados em seis localidades macrocarpa (Benth.) Brenan (angico) e Cnidosculus
da Caatinga de Pernambuco, distribuídas na phyllacanthus Pax & K. Hoffm. (faveleira), típicas
região do Submédio Rio São Francisco (Apolônio desse bioma. Também ocorre nesta área o
Sales e Icó-Mandantes – município de Petrolândia; pastoreio de bovinos e de caprinos. Esta região
Barra Bonita – município de Lagoa Grande; Brígida tem como ponto referencial um conjunto de serras
– município de Orocó; Caraíbas – município de conhecidas como Serra do Recreio.
Santa Maria da Boa Vista; e Ilha de Assunção –
município de Cabrobó) (Figura 1). A seguir, são Brígida (BR)
descritas as respectivas fitofisionomias, as siglas
adotadas ao longo do texto em figuras e tabelas, É uma área de reserva legal da Chesf, com
e as localizações geográficas das localidades 1.735 hectares, localizada no município de Orocó,
amostradas. com acesso pela BR-428. Nesta área predominam
solos do tipo brunos não cálcicos (EMBRAPA-
Apolônio Sales (AS) SOLOS, 2006). A maioria das regiões com esse
tipo de solo apresenta relevo ondulado e suave
Área de reserva legal pertencente à ondulado, e severo grau de degradação (SÁ et al.,
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco – 2004). A vegetação consiste em Caatinga xérica
Chesf, com 758 hectares, localizada no município arbustiva densa, com a presença de A. macrocarpa
de Petrolândia. O início da área de reserva fica (angico), C. phyllacanthus (faveleira) e destaque
próximo à sede do município, às margens da para as bromeliáceas terrestres e cactáceas.
BR-316. Sua porção leste apresenta vegetação A noroeste está o Rio Brígida, que apresenta
tipicamente arbustiva (ANDRADE-LIMA, 1981), área desprovida de vegetação ciliar e solo do
com alto nível de degradação. Apresenta solos do tipo latossolo vermelho-amarelo distrófico, com
tipo areias quartzosas (EMBRAPA-SOLOS, 2006). recobrimento sedimentar constituído por material
Na porção ao norte é possível encontrar vegetação arenoso e areno-argiloso (LOPES et al., 2004).
mais diversificada, com maior número de espécies
arbóreas e menor nível de degradação. Nessa área, Caraíbas (CA)
foram encontradas poças temporárias e açudes
artificiais construídos para retenção de água para Área de reserva legal da Chesf, com 6.886
o gado. A área é também utilizada para o pastoreio hectares, localizada no município de Santa Maria
de bovinos e de caprinos. da Boa Vista. O interior da reserva é cortado em
sentido noroeste-sudeste por uma estrada de
Barra Bonita (BB) aproximadamente 10 km. A porção situada mais
a oeste-noroeste, próxima a uma agrovila, está
Esta localidade fica no município de mais conservada, apresentando maior número de
Lagoa Grande, margem esquerda do Rio São espécimes arbóreos do que o restante da área.
Francisco. Predominam solos mais profundos Existem vários leitos de riachos intermitentes. O
de fertilidade natural baixa do tipo podzólicos acesso à agrovila se dá pela BR-428. O solo da área
amarelos (EMBRAPA-SOLOS, 2006), com muitas é do tipo podzólico amarelo (EMBRAPA-SOLOS,
pedras e também com vegetação de Caatinga 2006). Esses solos possuem características
hiperxerófila (SÁ et al., 2004). A área abriga trecho físicas e químicas mais favoráveis que os demais,
do Riacho Recreio, corpo de água temporário que havendo dominância da Caesalpinia microphylla
percorre vários municípios e em cujas margens, Mart. (catingueira-rasteira) no estrato arbustivo,
na área de estudo, existe mata de galeria com demonstrando boa drenagem e com ocorrência
representação marcante de Schinopsis brasiliensis às vezes significativa da Caesalpinia pyramidalis
Engl. (baraúna), com indivíduos de mais de 20 m Tul. (catingueira-verdadeira). A cobertura vegetal é
de altura. Essa espécie está associada a áreas densa e diversificada, mesmo onde a degradação
rochosas, onde o desenvolvimento de floresta ambiental é acentuada, sendo registrada
é mais restrito (GIULIETTI et al., 2004), e sua predominância do estrato herbáceo (SÁ et al.,
presença merece destaque pelo fato de constar 2004).
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 433

Icó-Mandantes (IC) Ilha de Assunção (IA)

É também uma área de reserva legal da Trata-se de reserva indígena pertencente


Chesf, localizada no município de Petrolândia, ao povo Truká, localizada no oeste do estado de
com 1.517 hectares, apresentando predominância Pernambuco, no município de Cabrobó. Possui
de vegetação Caatinga arbustiva, com poucas altitude média de 324 m, com predomínio de
espécies arbóreas. Esta área é bastante alterada relevo plano e ocorrência de pequenos declives
devido à retirada constante de madeira e o uso de até 3%. O clima é semiárido quente e as
para pastoreio de bovinos e caprinos, apresentando precipitações pluviais médias anuais variam
várias clareiras com solo arenoso desnudo. As de 350 a 600 mm (CHAVES et al., 2004). A ilha
áreas mais próximas à borda apresentam cobertura possui duas manchas de Caatinga arbustiva
vegetal com predominância de Mimosa tenuiflora arbórea, próximas e semelhantes quanto ao
(Willd.) Poir. (jurema), Croton sp. (marmeleiro) e tamanho (300 ha aproximadamente, cada uma),
Prosopis juliflora (Sw.) DC. (algaroba). Em seu sendo denominadas de Caatinga Grande e
interior é possível encontrar elementos arbóreos Caatinguinha. Em alguns pontos, principalmente
como Amburana cearensis (Fr. All.) A.C. Smith na borda, encontram-se plantas invasoras
(cumaru), Bumelia sartorum Mart. (quixaba), como P. juliflora (algaroba). A ilha possui 4.382
Caesalpinia pyramidalis Tul. (catingueira), Spondias hectares de áreas irrigáveis, utilizadas para
brasiliensis, S. tuberosa Arruda Cam. (imbu ou cultivo de coco e arroz. O solo predominante na
umbu) e Ziziphus joazeiro Mart. (juazeiro) (GIULIETTI ilha é aluvial, originário de deposições fluviais
et al., 2004). São encontrados solos do tipo areias recentes e, por isso, é pouco desenvolvido,
quartzosas (EMBRAPA-SOLOS, 2006). O acesso se apresentando apenas o horizonte A bem
dá pela BR-316, aproximadamente 15 km a oeste de definido (CHAVES et al., 2004).
Petrolândia, em direção ao município de Floresta.

Figura 1 - Localização da área de estudo no estado de Pernambuco. Destaque para os cinco municípios estudados:
Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Cabrobó e Petrolândia, na região semiárida do estado.
434 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Metodologia durante os anos de 2004 e 2005 (Tabela I). Algumas


áreas foram monitoradas simultaneamente (AS e IC;
Foram realizadas duas excursões para cada BR e CA), tendo, assim, períodos iguais de coleta.
área (uma na estação chuvosa e outra na estação Os esforços de amostragem compreenderam
seca), exceto para a Ilha de Assunção, visitada em buscas ativas (492 h), com coletas noturnas
uma única oportunidade (estação chuvosa). As e diurnas, por três observadores trabalhando
excursões tiveram duração entre 5 e 6 dias, para concomitantemente, e capturas em armadilhas de
cada área, totalizando 43 dias de amostragem interceptação e queda (7.560 baldes/dias).

Tabela I - Período e esforço amostral para o levantamento da herpetofauna de seis localidades no semiárido do
estado de Pernambuco entre os anos de 2004 e 2005: AS-Apolônio Sales, BB-Barra Bonita, BR-Brígida,
CA-Caraíbas, IA-Ilha de Assunção, e IC-Icó-Mandantes.

Localidades Período de coleta de dados Esforço amostral


Chuvoso Seco Busca ativa (horas) Baldes/dias
AS 27/2 a 5/3/2005 31/5 a 6/6/2005 96 20/12
IC 27/2 a 5/3/2005 31/5 a 6/6/2005 96 20/12
BR 21/2 a 26/2/2005 24/5 a 30/5/2005 96 20/11
CA 21/2 a 26/2/2005 24/5 a 30/5/2005 96 20/11
BB 23 a 28/7/2004 30/8 a 5/9/2004 60 20/11
IA 24 a 30/1/2005 * 48 20/6
Total 492 120 x 63 = 7.560

* = ausência de coleta.

Em cada área foram colocadas armadilhas !"#$%&'()$*+,"-#."/"01+2'1324"5"/01+26132478"9: !;"


de interceptação e queda (CECHIN; MARTINS, B = índice de Bray-Curtis; Xik e Xjk = número de
2000), compostas por cinco sistemas, distantes indivíduos da espécie k nas amostras i e j; n =
entre si cerca de 50 m. Cada sistema era formado número de espécies nas amostras. Posteriormente,
por quatro recipientes plásticos de 20 litros para melhor visualização dos dados, foi realizada
enterrados no chão, dispostos em forma de “Y”. análise de agrupamento (UPGMA) a partir de uma
Entre o balde central e os três periféricos foram matriz dos índices de similaridade de Bray-Curtis
estendidas cercas de lona plástica de 400 cm de para as distintas localidades, utilizando o programa
comprimento e 50 cm de altura, sustentadas por Primer, versão 5.
estacas de madeira. Foram 20 baldes por área, que
permaneceram abertos entre 4 e 5 dias.
Os animais capturados foram identificados, Resultados e discussão
processados e soltos em seu ambiente.
Para Squamata foi necessário o emprego de Foram registradas 52 espécies, sendo
chaves de identificação (VANZOLINI, 1986; 20 anfíbios pertencentes à ordem Anura e 32
RODRIGUES, 1987). Espécimes não identificados répteis (Figura 1; Tabela II). Para a ordem Anura
foram mortos com cloretona a 5% (anfíbios) e foram registradas espécies pertencentes a seis
clorofórmio (répteis), fixados em formol a 10% e famílias: Bufonidae (2), Cycloramphidae (1),
posteriormente conservados em álcool a 70%, Hylidae (6), Leiuperidae (6), Leptodactylidade (4)
seguindo os procedimentos de rotina para material e Microhylidae (1). Entre os répteis, a subordem
herpetológico. Os espécimes coletados encontram- Squamata apresentou 29 espécies, divididas
se na Coleção de Herpetologia da Universidade em oito famílias de lagartos: Gekkonidae
Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica (4), Gymnophthalmidae (1), Iguanidae (1),
de Serra Talhada (UFRPE/ UAST). Phyllodactylidae (2), Polychrotidae (1), Scincidae
(1), Teiidae (3) e Tropiduridae (3), e três famílias de
Análise dos dados serpentes: Boidae (2), Colubridae (9) e Viperidae
(2). As outras três espécies de répteis registradas
Para comparar a similaridade entre as áreas, pertencem às ordens Testudines: família Chelidae
utilizou-se o Coeficiente de Similaridade Binário (2) e Crocodylia: família Alligatoridae (1).
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 435

Tabela II - Espécies de anfíbios e de répteis registradas durante estudo de campo em 2004 e 2005, em seis localidades
na região no semiárido do estado de Pernambuco. Legenda: AS – Apolônio Sales, BB – Barra Bonita, BR
– Brígida, CA – Caraíbas, IA – Ilha de Assunção; e IC – Icó-Mandantes. Ambientes: 1- lajedo, 2- solo, 3-
corpo d’água natural, 4- cisterna/cacimba, 5- bromeliáceas terrestres, 6- estradas, 7- árvores e arbustos,
8- habitações humanas. Forma de registro: a- coleta manual, b- vocalização ou visualização, c- armadilha
de interceptação e queda pitfall, e d- vestígios. Siglas da coleção: PEPT- Pernambuco, Petrolândia; PELG-
Pernambuco, Lagoa Grande; PEIA- Pernambuco, Ilha de Assunção; PEOR- Pernambuco, Orocó; PESMB-
Pernambuco, Santa Maria da Boa Vista.

Formas de
Grupo taxonômico/família/espécie Localidades Ambientes
registro
ANFÍBIOS
BUFONIDAE
Rhinella granulosa (Spix, 1824) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2,3,6,8 a,b,c
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2,3,6,8 a,b,c
CYCLORAMPHIDAE
Proceratophrys cristiceps (Müller, 1884”1883”) BB, BR, CA, IA 2,3 a, b, c
HYLIDAE
Dendropsophus soaresi (Caramaschi & Jim, 1983) CA, IA 3 a, b
Dendropsophus aff. Microcephalus BB, IA 3 a, b
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 AS, BB, BR, CA, IA, IC 3 a, b
Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006 AS, BR, CA, IA 3 a, b
Scinax x-signatus (Spix, 1824) AS, BB, BR, CA, IA, IC 3, 8 a, b
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) IA 3 a, b
LEIUPERIDAE
Physalaemus albifrons (Spix, 1824) BB, BR, CA, IA 2,3 a, b, c
Physalaemus cicada Bokerman, 1996 BB, BR, CA, IA
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 AS, BB, BR, CA, IA 2,3 a, b, c
Physalaemus kroyeri (Reinhardt & Lütken, 1862”1861”) BB, BR, CA, IA 2,3 a, b, c
Pleurodema diplolister (Peters, 1870) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 3 a, b, c
Pseudopaludicola aff. falcipes BB, BR, CA, IA 3 a,b
LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus macrosternum Miranda-Ribeiro,1926 BB, BR, CA, IA 2, 3 a, b, c
Leptodactylus aff. pustulatus (Cope, 1862) IA 2, 3 a, b
Leptodactylus troglodytes A. Lutz, 1926 AS, BB, BR, CA, IA 2, 3 a, b
Leptodactylus vastus A. Lutz, 1930 AS, BB, BR, CA, IA 2,3 a, b
MICROHYLIDAE
Dermatonotus müelleri (Boettger, 1885) BR, CA 2,3 a, b, c
RÉPTEIS
GEKKONIDAE
Briba brasiliana Amaral, 1935 AS, BB, BR, CA, IA, IC 2,7 a, b, c
Hemidactylus agrius Vanzolini, 1978 AS, BB, BR, CA, IA
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) AS, BB, BR, IA
Lygodactylus klugei (Smith, Martin & Swain,1977) AS, BB, BR, CA, IA 7 a, b, c
PHYLLODACTYLIDAE
Gymnodactylus geckoides geckoides Spix, 1825 BB, BR, CA, IA 2 a, b, c
Phyllopezus pollicaris (Spix, 1825) AS, BB, BR, CA, IA 1, 7 a, b, c
IGUANIDAE
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) BR, CA, IA 7 b
436 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Formas de
Grupo taxonômico/família/espécie Localidades Ambientes
registro
POLYCHROTIDAE
Polychrus acutirostris Spix, 1825 BB, BR, CA, IA 7 a, b
SCINCIDAE
Mabuya heathi Schmidt & Inger, 1951 IA 2, 5 b, c
TEIIDAE
Ameiva ameiva (Linnaeus,1758) BB, BR, CA, IA 2, 6 a
Cnemidophorus ocellifer (Spix, 1825) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 6 a, c
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 6 a, c, d
GYMNOPHYTHALMIDAE
Vanzosaura rubricauda (Boulenger, 1902) BR 2 c
TROPIDURIDAE
Tropidurus cocorobensis Rodrigues, 1987 AS, IC 2, 6 c
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 6 a, c
Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825) BB, IA 2, 6 a, c
BOIDAE
Boa constrictor constrictor Linnaeus, 1758 AS, BB, BR, CA, IA 2, 6 a,d
Epicrates cenchria assisi Machado, 1945 AS, BB, BR, CA, IA 6 a,d
COLUBRIDAE
Apostolepis cearensis Gomes, 1915 BB, BR, IA 2 a,d
Boiruna sertaneja Zaher, 1996 AS, IC 6 a
Helicops leopardinus (Schlegel, 1837) IA 3 a
Liophis viridis Günther, 1862 BB 4 a
Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) AS, BB, BR, CA, IA, IC 7 a
Oxyrhopus trigeminus (Duméril & Bibron, 1854) BB, BR, IA 2 a
Philodryas nattereri Steindachner, 1870 AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 4, 6 a
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) AS, BB, BR, CA, IA 6, 7 a
Thamnodynastes sp. AS, BR, CA, IA 2, 7 a
VIPERIDAE
Bothrops erythromelas Amaral, 1923 AS 2 c
Crotalus durissus cascavella (Wagler, 1824) BB, CA, IA 2 d
CHELIDAE
Mesoclemmys tuberculata (Lüderwaldt, 1926) BR, IA 3, 6 a, d
Phrynops tuberosus (Peters, 1870) BB, BR, CA, IA 3 a, d
ALLIGATORIDAE
Caiman latirostris (Daudin, 1802) BB, BR, CA, IA 3 d

A maior riqueza de espécies (n = 45) foi tamanho do balde pode ter facilitado a saída de
obtida através da busca ativa (coleta manual, serpentes de médio e grande porte, dificultando a
vocalização ou visualização), principalmente para captura.
serpentes e anuros (Tabela II), mais do que por Buscas e visitas em residências foram rea-
meio das armadilhas de queda (n = 22). Todavia, lizadas como metodologia adicional, possibilitando
este último método foi importante para a coleta de a obtenção de dados complementares para a
espécies de lagartos como Vanzosaura rubricauda pesquisa. Foi possível observar que algumas
e Tropidurus cocorobensis (Figura 2-K), capturados famílias da população ribeirinha tinham o
exclusivamente por esse método. hábito de guardar em casa pele de Caiman
As armadilhas de queda não contribuíram latirostris (jacaré-do-papo-amarelo) e gordura de
para a amostragem de serpentes. O pequeno Tupinambis merianae (teiú), que eram utilizadas
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 437

para fins terapêuticos em dores musculares, e P. tuberosus, além de serem utilizadas na


nas articulações e no ouvido. Vários crânios de “medicina popular”, são localmente consideradas
C. latirostris foram observados expostos numa como excelentes iguarias, sendo suas carnes
cerca de madeira de uma das residências na apreciadas pela maioria dos entrevistados. Em
Ilha de Assunção e peles foram observadas em Barra Bonita, guizos de C. durissus (cascavel)
feiras-livres. Também foram encontradas nas foram observados pendurados nas paredes de
residências carapaças de Phrynops tuberosus algumas residências, para “espantar a inveja”,
(cágado, Figura 2-L) e a pele da serpente Epicrates segundo os moradores. O impacto desses
cenchria assisi (salamanta), esta última registrada costumes locais nas populações dessas espécies
na Ilha de Assunção, com cerca de dois metros de é desconhecido e podem estar causando efeitos
comprimento, sendo utilizada como ornamento negativos na sobrevivência de algumas delas,
em uma residência. C. latirostris, T. merianae especialmente em nível local e regional.

Figura 2 - Fotos de algumas espécies registradas nas seis áreas estudadas em 2004 e 2005: A- Rhinella jimi, B-
Leptodactylus troglodytes, C- Pleurodema diplolister,, D- Proceratophrys cristiceps, E- Scinax x-signatus,
F- Physalaemus cuvieri, G- Phyllomedusa nordestina, H- Gymnodactylus geckoides geckoides, I- Briba
brasiliana, J- Polychrus acutirostris, K- Tropidurus cocorobensis, L- Philodryas nattereri, M- Boiruna
sertaneja, N- Thamnodynastes sp. e O- Phrynops tuberosus.
438 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Para quase todas as localidades, com suficiente, embora tais grupos sejam naturalmente
exceção apenas de Icó-Mandantes, as curvas de difíceis de ser amostrados em levantamentos
amostragem (número acumulativo de espécies herpetológicos (BORGES-NOJOSA; ARZABE,
registradas a cada excursão) não mostraram sinais 2005). Sugerimos amostragens adicionais, em
de estabilização, indicando que a riqueza local é particular, durante o período chuvoso, e em locais
potencialmente maior do que a registrada (Figura como vales e topos de serras, como a Serra do
3). A ausência de espécies fossoriais na lista Recreio, e algumas pequenas ilhas pertencentes
obtida como cecilídeos, anfisbênios e serpentes à reserva indígena da tribo Truká, na Ilha de
Scolecophidia, reforça a ideia de amostragem in- Assunção.

Figura 3 - Número acumulado de espécies de anfíbios e de répteis registradas a cada dia de amostragem em seis
localidades estudadas no semiárido do estado de Pernambuco. A- Barra Bonita; B- Ilha de Assunção; C-
Caraíbas; D- Brígida; E- Apolônio Sales; F- Icó-Mandantes.

O total de espécies registradas representa duas áreas do estado da Paraíba, que registraram
3,7% da herpetofauna brasileira (SBH, 2008a; SBH, 45 espécies (34 em comum) e 52 espécies (33
2008b) e 49,2% da herpetofauna registrada para a em comum), respectivamente. A área melhor
Caatinga (RODRIGUES, 2004). Os resultados aqui amostrada em Pernambuco é Exu (RODRIGUES,
obtidos podem ser comparados àqueles de estudos 2004), com 53 espécies de répteis e de anfíbios,
anteriores realizados na Caatinga, entre os quais os das quais cerca de 90% foram registradas neste
de Borges-Nojosa e Cascon (2005), para uma área trabalho. O levantamento de anfíbios e de répteis
no estado do Ceará, e Arzabe et al. (2005) para em duas áreas prioritárias para a conservação
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 439

do bioma Caatinga em Pernambuco (Betânia e no Morro do Chapéu (RODRIGUES, 2004),


e Floresta) apresentou riqueza de 41 espécies apresentando caráter relictual e com distribuição
(BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005), sendo 73% geográfica restrita a regiões de solo arenoso,
dessas espécies encontradas neste estudo. sendo endêmica da Caatinga. Este registro para a
A maioria das espécies documentadas região do Submédio Rio São Francisco amplia sua
neste estudo ocorre frequentemente no semiárido distribuição geográfica em cerca de 135 km para
nordestino, como é o caso de Pleurodema sudoeste.
diplolister (Figura 2-E), Proceratophrys cristiceps O número de espécies de serpentes
(Figura 2-F), Briba brasiliana (Figura 2-H), observadas nas áreas é baixo quando comparado a
Gymnodactylus geckoides geckoides (Figura 2-I) outros estudos anteriormente realizados na região
e Lygodactylus klugei. Outras possuem ampla (VITT; VANGILDER, 1983; VANZOLINI et al., 1980),
distribuição geográfica no Brasil, sendo a maioria fato também comum nas recentes pesquisas com
já registrada para Pernambuco (VANZOLINI et al., serpentes (BORGES-NOJOSA; ARZABE, 2005),
1980; VITT, 1995; SANTOS; CARNAVAL, 2002; o que pode estar relacionado com a falta de
RODRIGUES, 2004; BORGES-NOJOSA; SANTOS, metodologia mais direcionada para o grupo e com
2005). Destacam-se como novos registros para o o limitado período das coletas.
estado as espécies de anuros Leptodactylus aff. Quanto à similaridade faunística, foram obser-
pustulatus e Physalaemus kroyeri. vados dois agrupamentos: o primeiro composto
As espécies mais abundantes e frequentes por dois ramos formados por BR e CA; BB e IA; e
nas áreas amostradas foram Rhinella jimi (Figura o segundo ramo formado por AS e IC (Figura 4;
2-A), Cnemidophorus ocellifer, Philodryas nattereri, Tabela III). Os maiores valores de similaridade foram
Tropidurus cocorobensis e Tropidurus hispidus, registrados entre BR e CA (89,2%) e entre BB e IA
de áreas abertas, generalistas e de ampla (86,7%). O maior grau de similaridade entre essas
distribuição no Nordeste do Brasil, com exceção áreas pode estar relacionado ao fato de estarem
de T. cocorobensis (RODRIGUES, 2004), que situadas mais próximas ao Rio São Francisco e de
foi registrada com frequência em AS e IC, áreas suas fitofisionomias serem mais semelhantes entre si
muito antropizadas, em sintopia com T. hispidus. (caatinga xerófita arbustiva, presença de cactáceas
T. cocorobensis já havia sido registrada no Vale e lajedo). Entre AS e IC a similaridade também
do São Francisco (Bahia), em Alagoas, no Sertão deve estar relacionada às questões fisionômicas,
central de Pernambuco (Vale do Catimbau) principalmente quanto ao solo arenoso.

Figura 4 - Análise de agrupamento a partir dos índices de similaridade de Bray-Curts entre as áreas estudadas no
semiárido do estado de Pernambuco: AS- Apolônio Sales, BB- Barra Bonita, BR- Brígida, CA- Caraíbas,
IA- Ilha de Assunção, e IC- Icó-Mandantes.

As áreas que apresentaram menor índice das características xeromórficas da vegetação como
de similaridade de fauna foram BR e IC (38,1%), solos rasos, lajedos cristalinos, maciços residuais,
possivelmente em decorrência de diferenças irregularidade da distribuição de chuvas e intermitência
fitofisionômicas entre essas áreas, alto grau de da drenagem são caracteres que marcam as diferentes
degradação e diferentes tipos de solo. O conjunto paisagens (RODRIGUES, 2004).
440 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

Tabela III - Matriz de similaridade com os valores de distância obtidos por meio de Bray-Curtis para as seis localidades
estudadas no semiárido do estado de Pernambuco em 2004 e 2005: AS – Apolônio Sales, BB – Barra
Bonita, BR – Brígida, CA – Caraíbas, IA – Ilha de Assunção, e IC – Icó-Mandantes.

IC AS IA BR CA BB
IC
AS 68,18
IA 38,09 62,33
BR 44,06 71,23 84,78
CA 44,44 70,58 85,06 89,16
BB 45,61 67,61 86,67 86,05 81,48

A maioria das espécies (81,9%) foi registrada localidade têm ampla distribuição em áreas
em mais de uma área (Tabela IV), demonstrando abertas, estão associadas a corpos d’água e são
possível caráter generalista de habitats. A área favorecidas pela grande extensão local de área
com maior número de espécies exclusivas foi irrigável, que proporciona ambientes favoráveis
Ilha de Assunção. As espécies registradas nessa para muitas espécies, principalmente de anuros.

Tabela IV - Riqueza de espécies de anfíbios e de répteis em seis localidades estudadas no semiárido do estado de
Pernambuco em 2004 e 2005: AS – Apolônio Sales, BB – Barra Bonita, BR – Brígida, CA – Caraíbas, IA
– Ilha de Assunção, e IC – Icó-Mandantes. Em parêntesis, o número de espécies exclusivas na categoria.

Nº espécies/anuros Nº espécies/répteis
Localidades Total
(espécies exclusivas) (espécies exclusivas)
AS 09 (00) 17 (01) 26
BB 15 (00) 23 (01) 38
BR 16 (00) 24 (01) 40
CA 17 (00) 20 (00) 37
IA 19 (02) 27 (02) 46
IC 05 (00) 08 (00) 13

As estradas têm sido apontadas como estarem mais propensas ao risco de predação por
um dos impactos permanentes à diversidade aves, evitam locomover-se em áreas abertas como
biológica local, facilitando o transporte de madeira, as estradas (ANDREWS; GIBBONS, 2005).
a caça e atropelamentos de animais silvestres. Das seis localidades estudadas, quatro
Durante as excursões realizadas, muitos animais são reservas legais da Chesf (AS, CA, BR, e
foram encontrados mortos nas estradas por IC), uma é reserva indígena (IA) e outra é área
atropelamento, como Rhinella jimi, Tropidurus particular (BB). As localidades mais impactadas
hispidus, Boiruna sertaneja (Figura 2C) e Philodryas são aquelas correspondentes às reservas le-
nattereri (Figura 2G). Em um único dia, registramos gais, em particular AS e IC, onde o processo
quatro espécimes mortos de B. sertaneja na estrada de degradação e exploração é constante. Em
entre as reservas de AS e IC, sendo a foto citada alguns locais é possível constatar processos de
referente a um indivíduo dessa espécie, vítima de desertificação.
atropelamento. Atualmente, de acordo com o Código
Rosa e Mauhs (2004) verificaram diferentes Florestal Brasileiro, a reserva legal tem como
níveis de impacto em estradas do Rio Grande do propósito a utilização sustentável dos recursos
Sul na mortalidade de várias espécies, incluindo naturais de uma área, assim como a conservação
serpentes. O comportamento, as características da biodiversidade, servindo de abrigo e garantindo
físicas, a área de vida e a ecologia de cada espécie proteção para a fauna e a flora nativas da região
se refletem em diferentes níveis de ameaça por parte (FIDALGO et al., 2003). Apesar disso, muitas
das estradas. Estas podem constituir, inclusive, áreas delimitadas como reservas legais continuam
barreiras para a dispersão de algumas espécies, sofrendo constante degradação e gerando alta
especialmente aquelas de pequeno porte, que, por perda de biodiversidade (COSTA et al., 2003).
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 441

Considerações finais prazo são essenciais para minimizar esse processo


destrutivo. Uma das áreas indicadas para futuras
As áreas abordadas neste trabalho necessi- pesquisas é a região de Barra Bonita, que merece
tam de maior atenção e de ações de conservação. destaque por apresentar um complexo de serras
Pesquisas envolvendo reflorestamento de áreas com vegetação ainda bem preservada, brejos de
degradadas com espécies florestais nativas e altitude, vales e mata ciliar composta por árvores
estudos de monitoramento em médio e longo de grande porte.

Agradecimentos

Os levantamentos foram realizados como parte do processo das consultorias da Ferrovia


Transnordestina, as hidrelétricas de Pedra Branca e Riacho Seco, e do monitoramento das seguintes
reservas legais da Chesf: Icó-Mandantes, Apolônio Sales, Brígida e Caraíbas. Nossos agradecimentos
ao STE (Serviços Técnicos de Engenharia), em nome de Fábio Nodari, à Engevix (Engenharia S/A), em
nome de Ana Lúcia Aquino Leite, e à Petcon (Planejamento em Transporte e Consultoria Ltda.), em nome
de Roberta Godoy, pela autorização deste trabalho. À Eliza Freire (UFRN), pela ajuda na identificação de
algumas espécies, e ao Ibama, pelas licenças nº 162/2004 e nº 013/2005. E, finalmente, aos revisores que
contribuíram para o aprimoramento deste trabalho.

Referências

AMARAL, A. Collecta herpetologica do nordeste do Brasil. Memórias do Instituto Butantan, São Paulo,
v. 8, p. 185-192, 1933.

AMARAL, A. Collecta herpetologica no nordeste do Brasil (contribuição 2). Memórias do Instituto


Butantan, São Paulo, v. 9, p. 27-32, 1935.

ANDRADE-LIMA, D. The Caatingas Dominium. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 149-
153, 1981.

<=>?@AB8"CD"EDF"GH##I=B8"JD"AD"K9L" 9"M+NML%&,"+:O)!:P!",:%2!"Q9R!Q!:*S"#!M%R+9$%T"$!,U9:,!,"
to roads and vehicles. Copeia, Texas, v. 2005, n. 4, p. 772-782.

ARZABE, C. Reproductive activity patterns of anurans in two different altitudinal sites within the brazilian
Caatinga. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 16, n. 3, p. 851-864, 1999.

ARZABE, C.; SKUK, G.; SANTANA, G. G.; DELFIM, F. R.; LIMA, Y. C. C.; ABRANTES, S. H. F. Herpetofauna
da área de Cutimataú, Paraíba. In: ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Ed.).
Análise das variações da Biodiversidade do Bioma Caatinga. Suporte a estratégias Regionais de
Conservação. Brasília: MMA, 2005. p. 260-273.

BORGES-NOJOSA, D. M.; ARZABE, C. Diversidade de anfíbios e répteis em áreas prioritárias para a


conservação da Caatinga. In: ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Ed.). Análise das
variações da Biodiversidade do Bioma Caatinga. Suporte a estratégias Regionais de Conservação.
Brasília: MMA, 2005. p. 228-237.

BORGES-NOJOSA, D. M.; CASCON, P. Herpetofauna da área Reserva Serra das Almas, Ceará. In:
ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Ed.). Análise das variações da Biodiversidade do
Bioma Caatinga. Suporte a estratégias Regionais de Conservação. Brasília: MMA, 2005. p. 244-258.

BORGES-NOJOSA, D. M.; SANTOS, E. M. Herpetofauna da área de Betânia e Floresta, Pernambuco. In:


ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Ed.). Análise das variações da Biodiversidade do
Bioma Caatinga. Suporte a estratégias Regionais de Conservação. Brasília: MMA, 2005. p. 275-289.

BOUR, R.; ZAHER. H. A new species of Mesoclemmys, from the open formations of northeastern
Brazil (Chelonii, Chelidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 45, n. 24, p. 295-311, 2005.
442 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco

CASTELLETTI, C. H. M.; SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; SANTOS, A. M. M. Quanto ainda resta da
Caatinga? Uma estimativa preliminar. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M. T.; LINS, L. V.
(Org.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: MMA,
2004. p. 92-100.
! "#$%&'(&)(*&+,-.#$'%&+(&!/0123014&56&4784519:4;&56&<=654&>pitfall traps) em amostragens de anfíbios
e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 17, n. 3, p. 729-740, 2000.

CHAVES, L. H. G.; TITO, G. A.; CHAVES, I. B.; LUNA, J. G.; SILVA, P. C. M. Propriedades químicas do solo
aluvial da Ilha de Assunção – Cabrobó (Pernambuco). Revista Brasileira de Ciências do Solo, Viçosa,
v. 28, n. 3, p. 431-437, 2004.

CORDEIRO, C. L.; HOGE, A. R. Contribuição ao conhecimento das serpentes do estado de Pernambuco.


Memórias do Instituto Butantan, São Paulo, v. 37, p. 261-290, 1974.

?'.,%& -(& @(*& ',AA!'%& ,(& .(*& +?B-,%& "(& "(& '(& C6D7454EFG& 56& 76;67H4;& IG76;J41;& K47J10=9476;& 6&
desenvolvimento sustentável em Mato Grosso do Sul. Revista Internacional de Desenvolvimento Local,
Campo Grande, v. 4, n. 7, p. 41-46, 2003.

EMBRAPA-SOLOS. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária: Unidade de Execução de Pesquisa


(UEP). Recife, 2006. Disponível em: <www.uep.cnps.embrapa.br/solos/index.html>. Acesso em: 3 mar.
2007.

FIDALGO, E. C. C.; CREPAN, E.; DUARTE, V.; SHIMABUKURO, Y. E.; PINTO, R. M. S.; DOUSSEAU, S.
L. Mapeamento do uso e da cobertura atual da terra para indicação de áreas disponíveis para reservas
legais: estudo em nove municípios da região amazônica. Revista Árvore, Belo Horizonte, v. 27, n. 6, p.
871-877, 2003.

GIULIETTI, A. M.; NETA, A. L. B.; CASTRO, A. A. J. F.; GAMARRA-ROJAS, C. F. L.; SAMPAIO, E. V. S. B.;
VIRGÍNIO, J. F.; QUEIROZ, L. P.; FIGUEIREDO, M. A.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V.; HARLEY, R. M.
Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M.
T.; LINS, L. V. (Org.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília:
MMA, 2004. p. 48-78.

HADDAD, C. F. B. Biodiversidade dos anfíbios no estado de São Paulo. In: CASTRO, R. M. C. (Ed.).
Biodiversidade do Estado de São Paulo. São Paulo: Fapesp, 1998. p. 15-26.

LOPES, H.; SÁTIRO, A. V.; CANDEIAS, A. L. B.; ACCIOLY, L. J. O. Análise preliminar da degradação ambiental
na Bacia do Brígida/PE utilizando imagens TM e ETM+. In: SIMPÓSIO DE GEOPROCESSAMENTO E
SENSORIAMENTO REMOTO, 2., Aracaju/SE. 2004. Anais...

ROCHA, P. L. B.; RODRIGUES, M. T. Electivities and resource use by an assemblage of lizards endemic
to the dunes of the São Francisco River, northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
45, n. 22, p. 261-284, 2005.

-?C-#LB!'%&+(&.(&'1;J68MJ104%&60G9GD14&6&NGGD6GD74/4&56&.7GK15=7=;&5G&D7=KG&.G7<=4J=;&4G&;=9&5G&-1G&
Amazonas (Sauria, Iguanidae). Arquivos de Zoologia, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 105-230, 1987.

RODRIGUES, M. T. Lizards, snakes and amphisbaenians from the quaternary sand dunes of the middle
Rio São Francisco, Bahia, Brazil. Journal of Herpetology, Salt Lake City, v. 30, p. 513-523, 1996.

RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Org.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária (UFPE), 2004. p. 489-540.

RODRIGUES, M. T.; JUNCÁ, F. A. Herpetofauna of the Quaternary sand dunes of the middle Rio São
Francisco, Bahia, Brazil. VII. Typhlops amoipira sp., a possible relative of Typhlops yonenagae (Serpentes,
Typhlopidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 42, p. 323-333, 2002.

ROSA, A. O.; MAUHS, J. Atropelamento de animais silvestres na Rodovia RS-040. Caderno de Pesquisa
Série Biológica, Santa Cruz do Sul, v. 16, n. 1, p. 35-42, 2004.
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 443

SÁ, I. B.; RICHÉ, G. R.; FOTIUS, G. A. As paisagens e o processo de degradação do semiárido nordestino.
In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M. T.; LINS, L. V. (Org.). Biodiversidade da Caatinga:
áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: MMA, 2004. p. 18-36.

RODAL, M. J. N.; SAMPAIO, E. V. S. A. A Vegetação do Bioma Caatinga. In: SAMPAIO, E. V. S. B.; GIULIETTI,
A. M.; VIRGÍLIO, J.; GAMARRA-ROJAS, C. F. L. (Org.). Vegetação & Flora da Caatinga. Recife: Centro
Nordestino de Informações sobre Plantas (APNE/CNIP), 2002. p. 11-24.

SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: MCT, Ed. Massangana,
v. 2, 2002. p. 529-536.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Lista de espécies de anfíbios do Brasil. 2008a.


C1;KG3OH69&68P&Q:JJKPRRSSS(;T:67K6JG9GD14(G7D(T7R0:60U91;JR43/T1G;(:J8V(&,06;;G&68P&WX&841G&WYYZ(

SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Lista de espécies de répteis do Brasil. 2008b.


Disponível em: <http://www.sbherpetologia.org.br/checklist/ repteis.htm>. Acesso em: 23 maio 2008.

SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO (SECTMA).


Cenários para o Bioma Caatinga. Recife: Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Caatinga, 2004.
283 p.

SMITH, H. M.; MARTIN, R. L.; SWAIN, T. A. A new genus and two new species of South American geckos
(Reptilia: Lacertilia). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 30, p. 195-213, 1977.

VANZOLINI, P. E. Ecological and geographical distribution of lizards in Pernambuco, Northeastern Brazil


(Sauria). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 28, n. 4, p. 61-90, 1974.

VANZOLINI, P. E. Addenda and corrigenda to the Catalogue of Neotropical Squamata. Smithsonian


Herpetological Information Service, Washington, v. 70, p. 1-25, 1986.

VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis da Caatinga. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980. 161 p.

VITT, L. J. Ecological observations on sympatric Philodryas (Columbridae) in Northeastern Brasil. Papéis


Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 34, n. 5, p. 87-98, 1980.

VITT, L. J. The Ecology of tropical Lizards in the Caatinga of Northeast Brazil. Occasional paper of the
Oklahoma Museum of Natural History, Lawrence, v. 1, p. 1-29, 1995.

VITT, L. J.; GOLDBERG, S. R. Reproductive Ecology of Two Tropical Iguanid Lizards: Tropidurus torquatus
and Platynotus semitaeniatus. Copeia, Texas, v. 1, p. 131-141, 1983.

VITT, L. J.; VANGILDER, L. D. Ecology of a Snake Community in Northeastern Brazil. Amphibia-Reptilia,


Vila do Conde, v. 4, p. 273-296, 1983.

Вам также может понравиться