Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
M M A
Herpetofauna
de Pernambuco
Herpetofauna de Pernambuco
Herpetofauna
de Pernambuco
Ministério do Meio Ambiente
Izabella Teixeira
Edição
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Centro Nacional de Informação Ambiental
SCEN - Trecho 2 - Bloco C - Edifício-Sede do Ibama
CEP 70818-900, Brasília, DF - Brasil
Telefones: (61) 3316-1225/3316-1294
Fax: (61) 3307-1987
http://www.ibama.gov.br
e-mail: editora@ibama.gov.br
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Ministério do Meio Ambiente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Herpetofauna
de Pernambuco
Organizadores
Geraldo Jorge Barbosa de Moura
Ednilza Maranhão dos Santos
Maria Adélia Borstelmann de Oliveira
Maria Catarina Cavalcanti Cabral
Brasília, 2011
Revisão Ténica Produção Editorial
Catalogação na Fonte
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
ISBN 978-85-
Impresso no Brasil
Printed in Brazil
Agradecimentos
Agradecemos à Conservação Internacional do Brasil pelo apoio ao
II Encontro de Pesquisadores do Parnaso (2004) que deu origem a esta publicação;
aos revisores técnicos que contribuíram para o aprimoramento dos trabalhos
apresentados; aos fotógrafos pelas imagens para ilustrar o livro, à Maria
Iolita Bampi pelo apoio na viabilização da publicação.
Prefácio
Em 1982, quando zoólogo profissional diferença é gritante porque os primeiros cresceram
em João Pessoa e professor da Universidade desenvolvendo todas as faculdades que o contato
Federal da Paraíba, era possível contar nos dedos diário com a diversidade biológica lhes permite,
os herpetólogos brasileiros. Eles eram poucos ao passo que os outros não contaram com esse
e concentrados no Sudeste do País. Apesar privilégio.
do interesse dos estudantes nordestinos pela Este belo livro sobre a herpetofauna do
área, não havia praticamente literatura acessível, estado de Pernambuco demonstra a importância
especialistas para orientá-los ou coleções repre- das coleções científicas na formação das novas
sentativas que pudessem lhes servir como fonte gerações. Reunindo contribuições de 40 autores,
de conhecimento e estímulo para a pesquisa. o livro aborda e sistematiza o conhecimento sobre
Começou ali a formação de um pequeno núcleo de a fauna de répteis e anfíbios do estado, com base
interessados. As coleções estavam no Sul e, se não nos registros de inúmeras coleções científicas e em
fosse pelas coletas realizadas por Paulo Vanzolini e revisão exaustiva da literatura. Além de caracterizar
Laurie Vitt, pouco se saberia sobre a herpetofauna taxonômica, geográfica e ecologicamente a fauna
do Nordeste. Faltava um núcleo permanente que dos vários grupos de répteis e anfíbios do estado e
pudesse formar pessoal qualificado na região. de apresentar dados inéditos sobre levantamentos
Em Pernambuco, como em outros estados, havia e pesquisas ecológicas realizadas em áreas
poucos professores com interesses voltados pa- pontuais, os capítulos trazem uma preocupação
ra outros grupos, mas determinados a ajudar, permanente com a conservação dos habitats
era tudo de que se dispunha para não frustrar naturais num estado castigado pela história de
os sonhos de jovens estudantes, cujos olhos sua colonização. Em Pernambuco, pouco resta
brilhavam ao falar de nossos répteis e anfíbios. da exuberância da Mata Atlântica original, dos
Eles e seus alunos, ajudados por muitos outros brejos ou do agreste que, como ela, apresenta
que vieram depois, mudaram completamente o solos mais ricos para a agricultura. A Caatinga,
panorama da herpetologia no Nordeste do País. ainda que inicialmente menos perturbada, tem
Hoje, em todos os estados da região, há coleções sido crescente e exponencialmente ameaçada
de répteis e anfíbios que constituem, ao lado da pelo desenvolvimento. Essa destruição leva para
literatura especializada, o conjunto mais importante sempre muita informação biológica que fará falta
de ferramentas educativas para o aprendizado no futuro. Sua velocidade é tal que precisamos
em zoologia. Elas despertam nos estudantes de um exército de pessoas capazes para estudar
a curiosidade e o entusiasmo, estimulam nossa riqueza biológica antes que ela desapareça
sua criatividade, aprimoram os critérios para sem deixar vestígios. É também cada vez mais
observação e sistematização do conhecimento e importante aumentar as coleções dessas áreas
desenvolvem seu espírito crítico e de organização. para, pelo menos, mantermos material testemunho
Tenho dito várias vezes que não há como comparar de um tempo e de um espaço conhecidos, mas
a formação de zoólogos que cresceram ao lado sentenciados ao desaparecimento. Precisamos,
de uma coleção com a dos que nunca tiveram a com urgência, de jovens que utilizem o
oportunidade de lidar direta e comparativamente conhecimento disponível, mostrando que é
com os vários níveis de organização biológica. A possível crescer com sustentabilidade.
Este livro representa uma das mais de todo o País que, ávidos por conhecimento,
importantes contribuições nesse sentido. Além de enchem cada vez mais os corredores dos con-
importante para o especialista, para os agentes gressos de Herpetologia. É a prova de que
ambientais e para aqueles interessados em pes- estamos construindo um Brasil cada vez melhor.
quisa multidisciplinar, coloca nas mãos do jovem Meus sinceros parabéns a essa nova geração de
interessado em herpetologia uma síntese do que herpetólogos.
se sabe sobre os répteis e anfíbios do estado
acompanhada da literatura pertinente. Isso é um Miguel Trefaut Rodrigues
privilégio com o qual os autores não contaram e um Instituto de Biociências
exemplo a seguir para as centenas de estudantes Universidade de São Paulo
Sumário
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco ..................................................................................... 11
Geraldo Jorge Barbosa de Moura & Ednilza Maranhão dos Santos
Anfíbios anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu, Pernambuco, Brasil ...........................125
Ednilza Maranhão dos Santos
Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE ......... 149
Daniel Verçosa Buarque & Júnior Geraldo Jorge Barbosa de Moura
Aspectos ecológicos da anurofauna dos municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do
Brasil ..........................................................................................................................................................177
Carlos Roberto dos Santos Silva; Geraldo Jorge Barbosa de Moura; Edson Victor Euclides de Andrade; Eliane Maria de Souza
& Nogueira
Anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, município de Jaqueira, estado
de Pernambuco, Brasil ...............................................................................................................................187
Sueny Paloma Lima dos Santos & Ednilza Maranhão dos Santos
Nota sobre o hábito alimentar de Lithobates palmipes (Spix, 1824) (Anura: Ranidae) em fragmento de
Mata Atlântica de Pernambuco, Brasil ...................................................................................................... 199
Luciana C. da S. S. Araújo &Ednilza Maranhão dos Santos
Anfíbios anuros de uma área prioritária para a conservação da Caatinga – Fazenda Saco, Serra ............
10 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Anfíbios anuros de uma área prioritária para a conservação da Caatinga – Fazenda Saco, Serra
Talhada – Pernambuco ............................................................................................................................ 211
Geane Limeira da Silva &Ednilza Maranhão dos Santos
Distribuição geográfica e caracterização ecológica dos répteis do estado de Pernambuco ................. 229
Geraldo Jorge Barbosa de Moura; Eliza Maria Xavier Freire; Ednilza Maranhão dos Santos; Zenilde Moreira Borges de Morais;
Eduardo Albuquerque Marques Lins; Edson Victor Euclides de Andrade &José Diogo Cavalcanti Ferreira
Aspectos ecológicos de tartarugas marinhas registradas nas praias de Ipojuca – Pernambuco entre
os anos de 2000 e 2008 e lista comentada das espécies ocorrentes para o estado ............................... 305
Elisângela da Silva Guimarães; Arley Cândido da Silva; Eduardo Albuquerque Marques Lins & Geraldo Jorge Barbosa de Moura
Os lagartos figurados no códice de Frei Cristóvão de Lisboa (1624-1627) com ocorrência no estado de
Pernambuco ........................................................................................................................................... 319
Zenilde Moreira Borges de Morais &Argus Vasconcelos de Almeida
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 429
Fabiana Oliveira de Amorim; Igor Joventino Roberto &Ednilza Maranhão dos Santos
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco
Resumo Abstract
Este trabalho fornece um histórico e a The present contribution gives a historic
compilação do estágio atual sobre o conhecimento and a compilation situation about the knowledge
da herpetofauna pernambucana, além de uma lista on herpetofauna of Pernambuco, besides a list
de espécies, por família, dos anfíbios e répteis of species classified by family of the amphibians
registrados no estado de Pernambuco. No que se and reptilians registered by Pernambuco state.
refere ao estudo da herpetofauna de Pernambuco, By what is referred to the study of herpetofauna
existem 325 trabalhos entre monografias, disser- of Pernambuco state, there are 325 works among,
tações, teses, livros, capítulos de livros, artigos, monographs, essays, theses, books, book’s
resumos expandidos e resumos simples que chapters, articles, expanded abstracts, abstracts,
foram desenvolvidos predominantemente por 39 which were mainly developed by 34 researcher´
professores-pesquisadores que, de forma pontual professors, that in a punctual way (35 researchers, 15
(35 pesquisadores: 15 de Pernambuco e 20 de from Pernambuco state and 20 from others states or
outros estados ou países) e contínua (4) contribuíram countries) still, four others researchers contributed
para o conhecimento da herpetofauna do estado. with the knowledge on this state’s herpetofauna.
No que se refere à divisão dos trabalhos, por grupo About separating the work by group of more
animal mais pesquisado, domínio morfoclimático researched animals, Morph Climatic Domain more
mais estudado e subárea da herpetologia mais studied and herpetology sub area more worked,
trabalhada, destaca-se, respectivamente, o the most worked is the group anuran amphibian
grupo dos anfíbios anuros (43%), o domínio
(43%), Morph Climatic Domain of the Atlantic
morfoclimático Mata Atlântica (39%) e a subárea
Forest (39%) and sub area Ecology (68%). Actually
ecologia (68%). Atualmente, há o registro de 189
there is register of 189 species compounding an
espécies compondo a herpetofauna ocorrente no
occurring herpetofauna in Pernambuco State, 71
estado de Pernambuco, das quais 71 (37,53%)
pertencem à classe Amphibia (Anura, 70 espécies from that (37,53%) belongs to the clado Amphibian
distribuídas em 11 famílias, e Gymnophiona, (Anuran, 70 species distributed in 11 families
uma espécie) e 118 (62,43%) à classe Reptilia and Gymnophiona, 1 species) and 118 (62,43%)
(Chelonia, nove espécies distribuídas em cinco belongs to the Clado “Reptilian” (Chelonian, 9
famílias; Lacertilia, 38 espécies distribuídas em 12 species distributed in 5 families; Lacertilian,38
famílias; Amphisbaenia, seis espécies distribuídas species distributed in 12 families; Amphisbaena,
em uma família; Ophidia, 63 espécies distribuídas 6species distributed in 1 family; Ophidian, 63
em seis famílias; e Crocodylia, duas espécies species distributed in 6 families and Crocodilian, 2
distribuídas em uma família). Na última década, species distributed in 1 family). In the least decade
concentra-se mais de 80% das manifestações were concentrated more than 80% of the scientifics
científicas relacionadas à herpetofauna do estado, manifestations in relation to herpetofauna of
o que demonstra forte interesse e dedicação dos the State, which demonstrate actually a strong
pesquisadores locais. Os dados refletem que a interest and dedication by the locals researchers.
pesquisa herpetológica de Pernambuco está em Data reflects that the herpetological research in
forte desenvolvimento e que muito ainda há por Pernambuco is developing in a strong way and that
ser feito. still are much to be done.
1
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Paleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
2
Professora Adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Dep. de Biologia, Lab.
de Herpetologia (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
12 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Figura 1: A) Bandeira do estado de Pernambuco; B) Brasão do estado de Pernambuco; C) Mapa do Brasil; D) Mapa
do estado de Pernambuco, evidenciando suas mesorregiões; E) Mapa das microrregiões da mesorregião
do Sertão pernambucano; F) Mapa das microrregiões da mesorregião do São Francisco pernambucano;
G) Mapa das microrregiões da mesorregião do agreste pernambucano; H) Mapa das microrregiões da
mesorregião da Zona da Mata pernambucana; I) Mapa das microrregiões da mesorregião metropolitana do
Recife; J) Mapa de Fernando de Noronha; K) Mapa climático do estado de Pernambuco; L) Mapeamento da
cobertura vegetal do estado de Pernambuco.
Antão e Mata Meridional Pernambucana) com do aumento populacional, a exemplo das espécies
clima As’ e apresenta a Floresta Subperenifólia oportunistas (DUELLMAN; TRUEB, 1994; ADLER;
e Floresta Subcaducifólia como fitofisionomias HALLIDAY, 2002).
predominantes (AB’SABER, 1967; ANDRADE et al., A junção desses dois grupos animais
2003; CPRH, 2003). como objetos de estudo da herpetologia deve-
3 – Mesorregião do Agreste Pernambucano: se principalmente à similaridade dos métodos
apresenta área de 24.387,80 km2 (24,7% do de amostragem (LEMA, 2002), embora valha
território pernambucano), divide-se em seis ressaltar a existência de uma inquietude da
microrregiões (Vale do Ipanema, Vale do Ipojuca, comunidade científica no que diz respeito ao rótulo
Alto Capibaribe, Médio Capibaripe, Garanhuns, herpetologia (herpeto, rastejar, e logia, estudo) para
Brejo Pernambucano), com climas BShs’, As’ e designar o estudo dos anfíbios e répteis, sendo
Cs’a e apresenta a Caatinga Hipoxerófila como provavelmente, em médio prazo, restabelecidas
novas denominações para o fato (MOURA, G. J. B.
fitofisionomia predominante (AB’SABER, 1967;
com. pess.).
ANDRADE et al., 2003; CPRH, 2003).
A classe Amphibia, grupo monofilético
4 – Mesorregião do São Francisco Per-
(FROST et al., 2006), representa os Tetrapoda
nambucano: apresenta área de 24.531,50 km2
mais antigos, constituindo o tronco basal de
(24,9% do território pernambucano), divide-se onde derivaram todos os demais vertebrados
em duas microrregiões (Petrolina e Itaparica) terrestres (COATES; CLACK, 1995; CLACK, 2002).
com climas BShw, BShw’ e BShs’ e apresenta Os registros mais antigos conhecidos datam do
a Caatinga Hiperxerófila como fitofisionomia período Devoniano Tardio, cerca de 363 milhões
predominante (AB’SABER, 1967; ANDRADE et al., de anos (COATES; CLACK, 1995; CLACK, 2002;
2003; CPRH, 2003). MOURA, 2006).
5 – Mesorregião do Sertão Pernambucano: Atualmente, existem 6.347 espécies de
apresenta área de 38.413,90 km2 (39% do Amphibia incluídas na classe Lissamphibia (FROST,
território pernambucano), divide-se em quatro 2009), sendo 836 ocorrentes no Brasil (SBH, 2009).
microrregiões (Araripina, Salgueiro, Pajeú e Sertão Os Lissamphibia se dividem em três grandes
do Moxotó) com climas BShw’, BSh, BShs’ e subclasses: Anura (sapos, rãs e pererecas),
Cw’a e apresenta a Caatinga Hiperxerófila como Caudata (salamandra e tritões) e Gymnophiona
fitofisionomia predominante (AB’SABER, 1967; (cobras-cegas ou cecílias) (DUELLMAN; TRUEB,
ANDRADE et al., 2003; CPRH, 2003). 1994; POUGH, 2003; HOFRICHTER, 2000; ADLER;
Devido à variedade de climas e ecossis- HALLIDAY, 2002; FROST, 2008; SBH, 2008). As
temas, o estado de Pernambuco destaca-se por relações filogenéticas entre esses grupos ainda não
apresentar aproximadamente metade das unidades estão completamente conhecidas (ROELANTS,
de conservação em âmbito federal, estadual, 2007), embora já se saiba que a diferenciação
municipal e particular, entre as contabilizadas dessas linhagens já tenha ocorrido pelo menos no
para a Região Nordeste. Apesar desse número Triássico Inferior (MILNER, 2000; ROCEK; RAGE,
significativo, pouco se conhece a respeito dessas 2000; MOURA, 2006).
áreas (SANTOS et al., 2001). Os Anura compreendem as subclasses
Archeobatrachia e Neobatrachia, este último
representando o grupo mais numeroso e mais
Herpetologia
diversificado dos Lissamphibia (DUELLMAN;
TRUEB, 1994; HOFRICHTER, 2000; ADLER;
A herpetologia, ramo da zoologia (ciên-
HALLIDAY, 2002; ROELANTS, 2007; FROST,
cias biológicas) responsável pelo estudo da
2008). Apresentam diversidade taxonômica pre-
herpetofauna, é um termo genérico que engloba a dominantemente tropical, com 5.602 espécies
investigação dos anfíbios e répteis (POUGH, 2003), descritas (48 famílias) (FROST, 2009), das quais
que representa hoje uma das ciências naturais de 808 (20 famílias) ocorrem no Brasil (SBH, 2009). Os
maior crescimento proporcional ao número de Caudata e Gymnophiona são pouco expressivos,
pesquisadores e aos recursos disponibilizados com respectivamente uma e 27 espécies para o
pelos órgãos de fomento (CNPq, 2008). Os Brasil (SBH, 2009).
anfíbios e répteis se destacam pelo excelente papel Os Reptilia, grupo parafilético, surgiram
desempenhado como bioindicadores de qualidade a partir de ancestrais anfíbios há cerca de 320
ambiental, por meio da diminuição de suas milhões de anos, no período Carbonífero Tardio,
populações, a exemplo das espécies sensíveis ou e representam os vertebrados amniotas mais
16 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Do estado de Pernambuco:
De outros estados/países:
do início de sua atuação profissional como herpetólogo no estado, informando suas respectivas linhas de
pesquisa e contribuições científicas referentes à herpetofauna pernambucana (informações baseadas em
dados disponibilizados na Plataforma Lattes-2009 e nas próprias publicações):
Embora o estado de Pernambuco apresente poucos adeptos aos estudos herpetológicos, os esforços
em conjunto dos professores-pesquisadores citados possibilitam um potencial de publicação crescente e
em destaque na Região Nordeste, com 325 contribuições em diversos níveis acadêmicos (Gráficos 1 e 2).
22 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Gráfico 1: Cronologia das contribuições acadêmico-científicas na área de herpetologia para o estado de Pernambuco
entre 1933 e 2009.
Gráfico 2: Curva de acumulação das contribuições acadêmico-científicas na área de herpetologia para o estado de
Pernambuco entre 1933 e 2009.
Tabela I: Estado atual e uma prospecção futura de potencial acadêmico da graduação e pós-graduação (lato-senso e
stricto-senso), e recursos humanos, na área de herpetologia do estado de Pernambuco (Fonte: Plataforma
Lattes, janeiro de 2009).
Trabalhos Previsão
Nível acadêmico Total
Concluído Em andamento 2010 2012
Pós-Doutorado 2 0 2 - 1
Tese-Doutorado 5 3 8 8 12
Dissertação-Mestrado 6 2 8 10 16
Monografia-Especialização 6 8 14 20 -
Monografia-Graduação 24 6 30 - -
Tabela II: Número de espécies recentes das famílias da classe Amphibia registradas para o estado de Pernambuco,
assim como para o Brasil e o mundo.
Número de espécies
Famílias
Mundo (FROST, 2009) Br (SBH, 2009) PE
Anura
Amphignathodontidae 61 9 1
Brachycephalidae 41 41 2
Bufonidae 514 61 5
Ceratophryidae 85 5 1
Cycloramphidae 101 67 3
Hylidae 856 325 35
Leiuperidae 78 53 8
Leptodactylidae 95 70 10
Microhylidae 431 36 3
Pipidae 32 5 1
Ranidae 329 2 1
Gymnophiona
Caecilidae 121 26 1
Total 2.911 712 71
Tabela III: Número de espécies recentes das famílias da classe Reptilia registradas para o estado de
Pernambuco, assim como para o mundo e o Brasil.
Número de espécies
Famílias
Mundo (Reptile-Database, 2009) BR (SBH, 2009) PE
1-Chelonia
1.1-Pleurodira
1.1.1-Chelidae 50 20 2
1.2-Cryptodira
1.2.1-Cheloniidae 6 4 4
1.2.2-Dermochelyidae 1 1 1
1.2.3-Kinosternidae 25 1 1
1.2.4-Testudinidae 47 2 1
2-Squamata
2.1-Lacertilia
2.1.1-Anguidae 110 5 2
2.1.2-Gekkonidae - 6 3
2.1.3-Gymnophtalmidae 165 77 7
2.1.4- Hoplocercidae - 3 1
2.1.5-Iguanidae 690 1 1
2.1.6-Leiosauridae - 14 1
2.1.7-Phyllodactylidae - 12 5
2.1.8-Polichrotidae - 17 4
2.1.9-Scincidae 1200 14 5
2.1.10-Sphaerodactylidae 98 16 1
2.1.11-Teiidae 120 31 4
2.1.12-Tropiduridae - 35 4
2.2-Amphisbaenia
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 25
Número de espécies
Famílias
Mundo (Reptile-Database, 2009) BR (SBH, 2009) PE
2.3-Ophidia
2.3.1-Boiidae 28 9 3
2.3.2-Colubridae 1700 267 48
2.3.3-Elapidae 270 27 3
2.3.4-Leptotyphlopidae 90 14 1
2.3.5-Typhlopidae 215 6 1
2.3.6-Viperidae 230 27 7
3-Crocodylia
3.1-Alligatoridae 14 6 2
TOTAL - 674 118
Agradecimentos
A todos os pesquisadores que, de forma pontual ou contínua, contribuíram e contribuem para
o avanço do conhecimento da herpetofauna recente e fóssil do estado de Pernambuco. Aos doutores
Severino Mendes de Azevedo Júnior, Maria Adélia Borstelmann de Oliveira e Auristela Correia de
Albuquerque, pela ajuda na obtenção de dados bibliográficos. À professora Icléia Miriam Barbosa de
Moura, pela leitura e correção gramatical do texto.
Referências bibliográficas
HALLIDAY, T.; ADELER, K. 7()/89 :'+(+,$0/#(2 $* )/0.(,/" 2'# 2%0;(<(2'"6 7()/89 5$$=". New York,
US: McGraw-Hill, 2002. p. 240.
ALBERTIM, K. M.; VALENCA, R. B.; DAHER, M. R. M.; FONSECA-NETO, R.; TELES, J. D.; SILVA, R. G.;
MOURA, G. J. B. Inventário Preliminar da Anurofauna em Remanescente de Mata Atlântica, Moreno, PE.
In: ENCONTRO DE EXTENSÃO E PESQUISA DISCENTES EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, 2., 2006, Recife-
PE. Anais... 2006.
26 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S.; SANTOS, E. M. Anurofauna de fragmento de Mata Atlântica no município
de Igarassu, Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO,
1., 2008, Recife. Anais... 2008.
AMORIM, F. O.; ROBERTO, I. J.; SANTOS, E. M. Inventário rápido da Herpetofauna de seis localidades na
Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO.
no prelo.
AMORIM, H. P.; VASCONCELOS, S. D. Aspectos epidemiológicos dos acidentes causados por ofídios
notificados no Hospital Regional de Caruaru, Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRPE, Anais... 2008.
ANDRADE, E. V. E. Aspectos ecológicos e caracterização morfométrica e biométrica de formas
larvárias de anfíbios Anuros em poça temporária, remanescente de Mata Atlântica, NE do Brasil.
2007. p. 87. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de Pernambuco,
Recife, 2007.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JUNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de formas larvárias
de anfíbios anuros em poça temporária, remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007. Anais... 2007.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JUNIOR, L. F. Distribuição espacial de girinos em poça
temporária, remanescente de Mata Atlântica, PE (Amphibia: Anura). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA
E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRP; Ibama/Supes-PE, 2008a.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. Riqueza e distribuição temporal de girinos
em poça temporária, remanescente de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRP; Ibama/Supes-PE, 2008b.
ANDRADE, E. V. E.; ALBERTIM, K. M.; MOURA, G. J. B. Primeiro registro do uso de Bromeliaceae por
Elachistocleis ovalis (Schneider, 1799) (Anura: Microhylidae). Biota Neotropica, São Paulo, v. 9, p. 257-
259, 2009.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B. Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura). In:
HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B. Comparação da diversidade e uso do espaço e tempo por girinos
em duas poças temporárias em remanescente de Mata Atlântica no Estado de Pernambuco (Amphibia:
Anura). In: XII CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, 2009, Gravatá. Anais... Recife: SNE, 2009.
ANDRADE, F. C. M.; REIS-NETO, I.; KIM, F. J.; MEDEIROS, J. R.; BARTOLOMEU, M.; MOURA, G. J. B.
Comparação das semelhanças morfológicas adaptativas entre os primeiros vertebrados e anfíbios. In:
ENCONTRO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PALEONTOLOGIA, 10., 2004, Recife. Boletim de
Resumos... 2004. Recife: UFPE/Departamento de Geologia, 2004. p. 25-25.
ANDRADE, M. C. O.; LINS, F. J. C. C.; SAMPAIO, F. A. C.; ANDRADE NETO, J. C. X.; OLIVEIRA, L. J.;
ALBUQUERQUE, M. J. C.; ANDRADE, T. L. C.; BENJAMIM, R. E. C. Atlas de Pernambuco: espaço Geo-
Histórico e cultural, 2003. p. 160.
ANDRADE-LIMA, D. de. Estudos Fitogeográficos de Pernambuco. Arquivo do Instituto de Pesquisa
Agronômica, Pernambuco, v. 5, p. 305-341, 1960.
ANDRÉ, M.; ROMANOWSKI, J. P. Estado da arte sobre formação de professores nas dissertações
e teses dos programas de pós-graduação das universidades brasileiras, 1990 a 1996. Programa e
Resumos da 22ª Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Anped). Caxambu, MG, 1999.
AMPHIBIAN SPECIES OF THE WORLD 5.2. Online Reference, 2009. Disponível em: <http://research.
amnh.org/herpetology/amphibia/index.php.php>. Acesso em: 30 jan. 2009.
AQUINO, W. K. Epidemiologia e clínica dos acidentes ofídicos no Estado de Pernambuco. 1999.
Dissertação (Mestrado em Biofísica) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 1999.
28 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
BOKERMANN, W. C. A. Una nueva especie de Atelopus del nordeste del Brasil (Amphibia, Salientia,
Brachycephalidae). Neotropica, La Plata, v. 8, n. 26, p. 42-44, 1962.
BORGES-NOJOSA, D. M. Conhecendo o Araripe: Recursos naturais e patrimônio: Biodiversidade: Fauna
– Herpetofauna. In: FUNDETEC/URCA. Projeto Araripe, 1ª Parte, p. 467-475. 1998.
BORGES-NOJOSA, D. M.; CARAMASCHI, U. Composição e análise comparativa da diversidade e das
afinidades biogeográficas dos lagartos e anfisbenídeos (Squamata) dos brejos nordestinos. In: LEAL,
I.; SILVA, J. M. C.; TABARELLE, M. (Org.). Ecologia e conservação da caatinga, 1.ed. Recife: UFPE, v. 1,
2003. p. 489-540.
BORJES-NOJOSA, D. M.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna da área de Betânia e Floresta, Pernambuco. In:
ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Org.). Análise das variações da biodiversidade do
bioma Caatinga. 1.ed. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, v. 1, p. 277-291. 2005.
BOURGEOIS, P; SANTOS, E. M. S. Lista preliminar da anurofauna de um fragmento de Mata Atlântica
no Estado de Alagoas, Nordeste, Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., 2007,
Belém. Anais... 2007.
BRITO, F. L. C.; MAIA, F. R. C. L.; FRANÇA, L. M. O.; ALBUQUERQUE, A. R.; SANTOS, R. O. M.;
CAVALCANTI, M. A. M. GUIMARÃES, E. S. Fibropapillomatosis and Multiple Fibromas in a Green Turtle
from the south Coast of Pernambuco State, Brazil. Marine Turtle Newsletter, n. 106, 2004.
BUARQUE-JÚNIOR, D. V. Aspectos Ecológios da Anurofauna em dois Remanescentes de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil. 2007. p. 50. Monografia (Aperfeiçoamento/Especialização em Educação Ambiental) –
Universidade de Pernambuco, Recife, 2007.
BUARQUE-JUNIOR, D. V.; MOURA, G. J. B. Aspectos Ecológicos da Anurofauna em dois Remanescentes
de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA DE
PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, Ibama/SNZ, 2008.
BUARQUE-JÚNIOR, D. V.; MOURA, G. J. B. Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata
Atlântica, Nordeste do Brasil-PE. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
BRZEZINSKI, I.; GARRIDO, E. Estado da arte sobre a formação de professores nos trabalhos
apresentados no GT 8 da ANPED, 1990-1998. Programa e Resumos da 22ª Reunião Anual da Associação
Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (ANPED). Caxambu-MG, 1999.
CANNATELLA, D. Frostius pernambucensis. Herpetologia. v. 42, p. 198, 1986.
CARAMASCHI, U. Taxonimic status of Leptodactylus ochraceus, a forgotten species (Anura:
Leptodactylidae). Revista Brasileira de Zoologia, v. 25, n. 30, p. 523-528, 2008.
CARNAVAL, A. C. O. Genetic structure of amphibian populations in Northeastern Brazil: a comparison
between natural and human-created forest fragments. In: JOINT ANNUAL MEETINGS OF SOCIETY FOR
THE STUDY OF AMPHIBIANS AND REPTILES AND THE HERPETOLOGIST S LEAGUE, 2001, Indianapolis.
Anais… 2001.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Phylogeography of four frog species in forest fragments of northeastern Brazil a
preliminary study. Integrative and Comparative Biology, Estados Unidos, v. 42, n. 5, p. 913-921, 2002a.
CARNAVAL, A. C. O. Q. A phylogeographic study of frogs in forest fragments of northeastern Brazil.
In: SIMPÓSIO, ANAHEIM. PROGRAM OF THE 2002. MEETING OF THE SOCIETY OF INTEGRATIVE
BIOLOGY. 2002b.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Genetic diversity and forest fragmentation in frogs of northeastern Brazil. In:
SIMPÓSIO BRAZILIAN ECOSYSTEMS: HISTORY, MANAGEMENT AND PRESERVATION, 2002, Chicago.
Program… 2002c.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Population genetics and phylogeography of fragmented populations of two forest-
dependent frogs in northeastern Brazil. In: SIMPÓSIO TROPICAL FOREST FRAGMENTATION: COMPLEX
EFFECTS ON ECOLOGICAL AND ECOSYSTEM PROCESSES, 2002. Cidade do Panamá. Program of the
2002 Meeting of the Association of Tropical Biology, 2002d.
30 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
CARNAVAL, A. C. O. Q. Genetic diversity in Atlantic Forest fragments of Northeastern Brazil. What can we
learn form frogs? In: ANNUAL IMGIP/ICEOP/KCP FELLOWS CONFERENCE, 6., 2002, Northbrook. 2002e.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Levels and Patterns of Genetic Diversity among Populations of Proceratophrys
gr. boiei in Rainforest Remnants of Northeastern Brazil. In: JOINT MEETING OF ICHTYOLOGISTS AND
HERPETOLOGISTS, 2003, Manaus. Anais... 2003. CD-ROM.
CARNAVAL, A. C. O. Q.; PEIXOTO, O. L.; SANTOS, E. M. Hylomantis granulosa. Geographic Distribution.
Herpetological Review, Kansas, v. 34, p. 381-381, 2003.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Genetic structure and traces of past population expansion in forest-related
frogs from northeastern Brazil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 1., 2004, Curitiba.
Resumos... 2004.
CARNAVAL, A. C. O.Q.; PEIXOTO, O. L. A new species of Hyla from Northeastern Brazil (Amphibia, Anura,
Hylidae). Herpetologica (Austin), Estados Unidos, v. 60, p. 387-395, 2004.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Perfil genético de anfíbios do nordeste brasileiro reflete mudanças climáticas do
Pleistoceno. In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE HERPETOLOGIA, 7., 2005, Cuernavaca. Anais…
2005a. Herpetología Americana, v. 1, p. 18-18.
CARNAVAL, A. C. O. Q. Challenges in conserving genetic diversity in fragmented rainforests of Northeastern
Brazil. In: ANNUAL MEETING OF THE SOCIETY FOR CONSERVATION BIOLOGY, 19., 2005, Brasília.
Proceedings… 2005b.
CARNAVAL, A. C. O. Q.; MORITZ, C. Historical climate modelling predicts patterns of current biodiversity
in the Brazilian Atlantic Forest. Journal of Biogeography, v. 35, p. 10, 2008.
CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. S.; SILVA, G. L.; MUNIZ, S. L. S. Herpetofauna do campus da Unidade
Acadêmica de Serra Talhada, Uast/UFRPE, Sertão do Pajeú, Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE HERPETOLOGIA, 3., 2007, Belém. Anais... 2007.
CAMPOS, T. F.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; SANTOS, E. M. S. Anfíbios anuros do Parque
Nacional do Catimbau (Buíque/PE) com nova ocorrência do gênero Phyllodytes para o Sertão central. In:
ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. S. Anurofauna do Parque Nacional do Catimbau (Buíque/PE). In:
HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
CAVALCANTI, M. A. M; SANTOS, R. O. M.; GUIMARÃES, E. S; PEREIRA, C. F. Pontos de reprodução de
tartaruga marinha no litoral Pernambucano. Anais... 2002.
CAVALCANTI, M. A. M. Registro e monitoramento de tartarugas marinhas nas praias do Município
de Ipojuca – PE. 2003. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal Rural de
Pernambuco, Recife, 2003.
CAVALCANTI, M. D. B.; OLIVEIRA, J. B.; SANTOS, E. M. S.; LIMA, R. C. S.; BOTÊLHO, M. C. N. Estudo
Coproparasitológico em Tropidurus hispidus Spix, 1825 (Sauria, Tropiduridae) na cidade do Recife e
Região Metropolitana. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
CAVALCANTE, M. M.; PADILHA, F. S.; SANTOS, E. M. S. Acidentes ofídicos registrados no Hospital
Agamenon Magalhães (Hospam) Serra Talhada, PE, em 2006 e 2007. In: JORNADA DE ENSINO,
PESQUISA E EXTENSÃO, 7., Recife. 2007. p. 551-1.
CAZAL, C. A. L. F. Caracterização parcial de uma enzima fosfolipase A2 isolada da peçonha de
Bothops erythromelas. 2000. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal
de Pernambuco, Recife, 2000.
CAZAL, C. A. L. F. Estrutura da comunidade de lagartos da Reserva de Gurjaú, Pernambuco, Brasil. 2003.
p. 79. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.
CAZAL, C. A. L. F.; MOURA, G. J. B.; GUARNIERI, M. C.; AZEVEDO JÚNIOR, S. M. Estrutura da Comunidade
de Lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA DE PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, Ibama/SNZ, 2008.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 31
EVÊNCIO-NETO, J.; ROCHA, A. N. S.; SOUZA, E. F. M.; LINS, R. C. M.; MORAIS, Z. M. B.; ZACARIAS, T. F.
L.; CUNHA, J. S. V. Análise da morfologia do útero e ovários de ratas (Rattus norvegicus albinus) tratadas
com Ivermectina. In: JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO 5., e CONGRESSO DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA, 15., 2005.
FEITOSA-NETO, A.; SILVA, J. L.; MOURA, G. J. B.; CALAZANS, G. M. T. Avaliação da Qualidade da água
potável de escolas da rede pública em Recife-PE/Brasil. Higiene Alimentar, Brasil, v. 20, p. 80-82, 2006.
FERREIRA, N. S. A. As Pesquisas Denominadas “Estado da Arte”. Educação & Sociedade, v. 23, n. 79,
p. 257-272, 2002.
FERREIRA-JUNIOR, R. J.; SANTOS, E. M. Ofídeos da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco.
In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
FERREIRA-JUNIOR, R. J.; SANTOS, E. M. Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco.
In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
FERREIRA, D. C.; FONSECA-NETO, R.; MOURA, G. J. B. Abundância e Riqueza da Anurofauna em
Região de Caatinga, Pesqueira-PE (Resultados Preliminares). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA DE PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, Ibama/SNZ, 2008a.
FERREIRA, D. C.; FONSECA-NETO, R.; MOURA, G. J. B. Abundância e Riqueza das Espécies de Répteis
em Área de Caatinga, Pesqueira-PE (Resultados Preliminares). In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA DE PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE, Ibama/SNZ, 2008b.
FIGUEIREDO-JÚNIOR, J. M.; COSTA-SOBRINHO, F. J. P.; LISBOA, E. B. F.; MOURA, G. J. B.; ASFORA,
P.H. Levantamento preliminar da anurofauna em remanescente de Mata Atlântica-Nordeste do Brasil, com
dois novos registros para o Estado de Pernambuco. In: XII CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA,
2009, Gravatá. Anais... Recife: SNE, 2009.
FONSECA, D. S.; MOURA, C. C. M.; GUIMARÃES, E. S.; MOURA, G. J. B. Variação biométrica dos filhotes
vivos e natimortos de Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766) da temporada 2008/2009 nas prais de
Ipojuca, PE/Brasil. In: XII CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, 2009, Gravatá. Anais... Recife:
SNE, 2009.
FONSECA-NETO, R.; TELES, J. D.; MOURA, G. J. B. Anfíbios anuros como bioindicadores químicos
da Qualidade Ambiental do Rio Gurjaú. In: ENCONTRO DE EXTENSÃO E PESQUISA DISCENTES EM
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, 2., 2006. Recife-PE. Anais... 2006.
FONSECA-NETO, R.; CAVALCANTE, J. D.; SILVA, C. V.; MOURA, G. J. B.; TORRES, F. D. Ectoparasitos
versus Rhinella jimi (Bufonidae) em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste, Brasil. In: ENCONTRO
DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA DE PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... Recife: UFRPE,
Ibama/SNZ, 2008.
FRANÇA, C. Distribuição vertical de girinos em corpos d’ água temporários na Estação Ecológica
do Tapacurá (Amphibia: Anura). 2008. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Faculdade de
Formação de Professores de Nazaré da Mata-UPE, Recife, 2008.
FRANÇA, C.; ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B. Distribuição vertical de girinos em corpos d’água
temporários na Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura). In: HERPETOFAUNA DO ESTADO
DE PERNAMBUCO. No prelo.
FREIRE, E. M. X. Diferenciação geográfica em Gymnodactylus darwinii (Gray, 1845) (Sauria, Gekkonidae).
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 40, n. 20, p. 311-322, 1998.
FROST, D. R.; GRANT, T.; FAIVOVICH, J.; BAIN, R. H.; HAAS, A.; HADDAD, C. F. B.; DE SA, R. O.; CHANNING,
A.; WILKINSON, M.; DONNELLAN, S. C.; RAXWORTHY, C. J.; CAMPBELL, J. A.; BLOTTO, B. L.; MOLER,
P.; DREWES, R. C.; NUSSBAUM, R. A.; LYNCH, J. D.; GREEN, D. M.; WHEELER, W. C. The Amphibian Tree
of Life. Bulletin of the American Museum of Natural History, n. 297, p. 370, 2006.
GÓMEZ, R. O.; BÁEZ, A. M.; MOURA, G. J. B. The singular anurofauna from the Early Cretaceous
Crato Formation: a new window onto anuran evolution. In: CONGRESO LATINOAMERICANO DE
PALEONTOLOGÍA DE VERTEBRADOS, 3., Argentina. Anais... 2008.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 33
MENDONÇA, S.; DIAS-JUNIOR, L. F.; CAVALCANTE, J. D.; MOURA, G. J. B.; PERRELLI, R. B.; FERNANDES,
M. L. B. Diversidade e Distribuição Espacial da Família Tropiduridae em Remanescente de Mata Atlântica,
PE. In: ENCONTRO NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., 2007, Garanhuns. Anais... Recife: Universidade
de Pernambuco, 2007.
MIRANDA, A. F. J.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. S. Répteis
da Fazenda Saco, Serra Talhada/PE. Indicadores de conservação. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
MIRANDA, A. F. J.; SILVA, G. L.; ALMEIDA, G. V. L.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Répteis
da Fazenda Saco, Serra Talhada/PE. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
MIRANDA, J. R. Projeto Zooecologia: Relatório de visita de trabalho ao CPATSA. Julho/agosto de 1980.
Petrolina, PE: Embrapa – CPATSA, 1980. p. 24.
MIRANDA, J. R.; MIRANDA, E. E. Método de avaliação faunística em território delimitado: caso da
região de Ouricuri – PE. Petrolina, PE: Embrapa – CPATSA, 1981. p. 25.
MIRANDA, J. R. Repartição espacial da Herpetofauna no trópico semiárido: o caso da região de
Ouricuri, PE. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DO TRÓPICO SEMIÁRIDO. 1982.
MIRANDA, J. R. Introduction à l’etude de l’ Herpétofaune de la région d’Ouricuri-PE (Nordeste du
Bresil). 1983. 53 p. (Diplome d’etudes approfandeies d’ecologie) – Universite des Sciences et Techniques
du Languedoc. Academie de Montpellier, 1983.
MIRANDA, J. R. Ecologie des pneuplements de reptilies du tropique semi-aride bresilien (region
d’Ouricuri-PE). 1986. Tese (Doutorado em Biologie Des Organismes Populations et Ecosistèmes) –
Universite de Montpellier II (Scien. et Tech Du Languedoc), U.M. II, França. CPATSA 8, 7600. 1986.
MIRANDA-RIBEIRO, A. de. Sobre una collecção de vertebrados do nordeste brasileiro. Primeira parte:
peixes e batrachios. O Campo, jan. 1937a, p. 54-56.
MIRANDA-RIBEIRO, A. de. Ainda os batrachios do nordeste. O Campo, mar. 1937b, p. 26.
MODESTO, J. C. A. Purificação de uma fosfolipase A2 da peçonha de Bothrops erythromelas.
Caracterização fisicoquímica e farmacológica. 2000. Dissertação (Mestrado em Biofísica) – Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, 2000.
MODESTO, J. C. A.; SPENCER, P. J.; FRITZEN, M.; VALENCA, R. C.; SILVA, M. B.; CHUDZINSLI-TAVASSI,
A. M.; GUARNIERI, M. C. BE-I-PLA2, a novel acidic phospholipase A2 from Bothrops erythromelas venom:
isolation, cloning and characterization as potent anti-platelet and inductor of prostaglandin I2 release by
endothelial cells. Biochemical Pharmacology, v. 72, n. 3, p. 377-384, 2006.
MONTENEGRO, P. F. G. P. Desenvolvimento de técnicas e análise de metodologias para telemetria
em jiboias (Boa constrictor). 1996. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade
Federal de Pernambuco, Recife, 1996.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENÇA, M. M. Sobre a Reprodução do jacaré-de-papo-amarelo (Caiman
latirostris) no Horto Zoobotânico de Dois Irmãos. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE,
5., 1995, Recife. Anais... 1995.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; VALENÇA, M. M.; SILVA, V. L. Radiorrastreamento em jiboias (Boa constrictos
Linnaeus, 1758): Influência da técnica de ingestão forçada sobre o Comportamento Alimentar e o
Deslocamento. In: ENCONTRO ANUAL DE ETOLOGIA, 14., 1996, Uberlândia – MG. Anais de Etologia,
p. 318-318, 1996.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; VASCONCELOS, E. S. T.; VENTURIERI, B.; SILVA, V. L. Construção Artesanal
e Aplicação de Radiotransmissores no Estudo da Termorregulação em jacaré-de-papo-amarelo (Caiman
latirostris Daudin, 1802) em cativeiro. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 11., 1997, Fortaleza
– CE. Resumos... 1997.
MONTENEGRO, P. F. G. P.; SANTOS, R.; VENTURIERI, B.; SANTOS, C. C. P.; VASCONCELOS, E. S. T.;
SILVA, V. L. Influências de fatores socioculturais na relação entre o público e as serpentes do Parque Dois
Irmãos, Recife-PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 22., 1998, Recife. Anais... 1998.
36 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
MOURA, G. J. B.; FREIRE, E. M. X.; SANTOS, E. M. S.; MORAIS, Z. M. B.; LINS, E. A. M.; ANDRADE, E. V.
E.; FERREIRA, D. C. Distribuição Geográfica e Caracterização Ecológica dos Répteis do Estado de
Pernambuco. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
MOURA, G. J. B.; ANDRADE, E. V. E.; FREIRE, E. M. X. Amphibia, Anura, Microhylidae, Stereocyclops
incrassatus Cope, 1870: Distribution extension. Check List, São Paulo, v. 6, p. 70-72. No prelo.
MUNIZ, S. L. S.; SILVA, G. L.; ALMEIDA G.; SANTOS, E. M. Distribuição espacial de anfíbios anuros numa
lagoa temporária do semiárido nordestino em relação ao hidroperíodo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 27., 2008, Curitiba. Anais... 2008.
MUNIZ, S. L. S.; MIRANDA, A. F. J.; SILVA, G. L.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Serpentes do campus da
Unidade Acadêmica de Serra Talhada. In: JORNADA ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO, 7., 2003, Recife.
Anais... 2003. p. 559-1.
MUNIZ, S. L. S.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista de répteis do Vale do
Catimbau, Buíque/PE, com duas novas ocorrências de lagartos para Pernambuco. In: ENCONTRO DE
HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
MUNIZ, S. L. S.; SANTOS, E. M. Lista Preliminar de Répteis do Vale do Catimbau – Buíque/PE. In:
HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
NASCIMETO, V. M.; TEIXEIRA, S.; MOURA, G. J. B. Levantamento e Ocupação Ambiental de Anfíbios
Anuros da Reserva Ecológica de Duas Lagoas, Cabo de Santo Agostinho (PE). In: ENCONTRO DE
EXTENSÃO E PESQUISA DISCENTES EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, 2., 2006, Recife-PE. Anais... 2006.
NASCIMENTO, V. N. Variação populacional e especificidade microambiental da anurofauna em
remanescente de Mata Atlântica - Duas Lagoas. 2007. p. 40. Monografia (Especialização em Zoologia)
– Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
NUNES, E. S. Inibição dos efeitos da peçonha de Bothrops erythromelas (jararaca-malha-de-
cascavel) pelo extrato de Jatropha molissima (POHL) Baill. 2000. Dissertação (Mestrado em Biofísica)
– Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2000.
NUNES, E. S.; MAIA, M. B. S.; FRAGA, M. C. A.; WANDERLEY, A. G.; GUARNIERI, M. C. Inibição dos efeitos
da peçonha de Bothrops erythromelas (jararaca-malha-de-cascavel) pelo extrato de Jatropha molissima
(POHL) Baill. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, João Pessoa, v. 7, n. 3, p. 241-250, 2003.
OLIVEIRA, C. M. S. Dracunculiasis em serpentes Boa constrictor constrictor: quadro clínico e análise
histopatológica. 2006. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 2006.
OLIVEIRA, T. S. Ocupação ambiental de anfíbios anuros em quatro praças e um parque da área
metropolitana de Garanhuns, PE. 2007. p. 49. Monografia. (Aperfeiçoamento/Especialização em
Biologia) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2007.
OLIVEIRA, T. P. R.; BAPTISTA, R. R. N.; ARAUJO, M. R.; BARRETO, A. M. F.; MOURA, G. J. B. Relação
entre a forma do corpo e o tipo de natação da paleoictiofauna da Formação Crato, Eocretáceo da Bacia
do Araripe. IG. Série B, Estudos e pesquisas, v. 16, p. 30-40, 2006.
PADILHA, F. S.; CAVALCANTE, M. M.; SANTOS, E. M. Percepção dos moradores de Serra Talhada sobre
as serpentes - Sertão do Pajeú. In: JORNADA DE ENSINO PESQUISA E EXTENSÃO, 7., 2007. Recife.
Anais... 2007. p. 462-2.
PARADELLA, W. R.; SANTOS, A. R.; VENEZIANI, P.; CUNHA, E. S. P. Radares Imageadores nas Geociências:
Estado da Arte e Perspectivas. Revista Brasileira de Cartografia, n. 57/01, 2005.
PEIXOTO, O. L.; FREIRE, E. M. X. Geographic Distribution Frostius pernambucensis. Herpethological
Review, Cincinnati, v. 29, n. 3, p. 172-172, 1998.
PEREIRA, P. J. F.; BARBOSA, J. A.; SAYÃO, J. M.; LIMA FILHO, M. Dente de Pycnodonte da Formação
Estiva, Cenomaniano-Turoniano da Bacia de Pernambuco, NE do Brasil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
PALEONTOLOGIA DE VERTEBRADOS, 6., 2008, Ribeirão Preto. Boletim de Resumos... 2008. p. 154-
154.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 39
PERRELLI, R. B.; ALBERTIM, K. M.; DAHER, M. R. M.; MOURA, G. J. B. Inventário preliminar da Ofidiofauna
de remanescente de Mata Atlântica na cidade de Mereno. In: ENCONTRO DE EXTENSÃO E PESQUISA
DISCENTES EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS. 2., 2006. Recife-PE. Anais... 2006.
PERRELLI, R. B. Aspectos ecológicos da ofidiofauna em dois remanescentes de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil. 2007. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) – Faculdade Frassinetti do
Recife, Recife, 2007.
PERRELLI, R. B.; ALBERTIM, K. M.; SOARES, F. A. M.; MENDONÇA, S.; MOURA, G. J. B.; FERNANDES,
M. L. B. Inventário da Ofidiofauna em Remanescente de Mata Atlântica, Nordeste, Brasil. In: ENCONTRO
NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., Garanhuns. Anais... 2007. Recife: Universidade de Pernambuco.
PINHO, M. S. S.; CORREIA, J. M.; FRAGA, R. C. V.; SPENCER, P. J.; PAIVA, M. G. P.; GUARNIERI, M.
C. Purificação e caracterização parcial de Berythrogina 1, toxina hemorrágica da peçonha de Bothrops
erythromelas (jararaca-malha-de-cascavel). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE TOXICOLOGIA, 14., 2004,
Recife. Anais... 2004.
PINHO, M. S. S.; FRAGA, R. C. V.; CORREIA, J. M.; GUARNIERI, M. C. Identificação e purificação
parcial de ativadores do fator X da peçonha de Bothrops erythromelas (jararaca-malha-de-cascavel) In:
INTERNATIONAL SYMPOSIUM IN BIOCHEMISTRY OF MACROMOLECULES AND BIOTECHNOLOGY –
SBBQ, 2., 2004, Recife. Anais... 2004. Recife: UFPE. p. 56.
PINHO, M. S. S. Levantamento dos acidentes ofídicos ocorridos em Recife (PE) e das serpentes
encontradas nas indústrias da BR-101. 2002. Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) –
Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2002.
PINHO, M. S. S. Purificação e caracterização parcial de duas toxinas hemorrágicas da peçonha
de jararaca-malha-de-cascavel, Bothrops erythromelas (serpentes, Viperidae). 2005. Dissertação
(Mestrado em Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2005.
PINHO, M. S. S.; SILVA, M. M. S.; GUARNIERI, M. C. Identificação Taxonômica das Serpentes Coletadas
nas Indústrias da Região Metropolitana do Recife/PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA – A
ZOOLOGIA E OS ECOSSISTEMAS COSTEIROS, 24., 2002, Itajaí: Ed. Gráfica Berger, 2002. p. 454-455.
PLATAFORMA LATTES-CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO
(CNPq). Disponível em: <www.cnpq.br>. Acesso em: dez. 2008.
PONTES, M. M. Comparação da capacidade neutralizante dos soros antibotrópicos poliespecífico
comercial e monoespecífico frente à peçonha de Bothrops erythromelas. 2000. Dissertação (Mestrado
em Biofísica) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2000.
PONTES, W. J. T.; MONTENEGRO, P. F. G. P. Anormalidades físicas em dois filhotes de jabuti-piranga
Geochelone carbonaria Spix, 1824. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILERA DE HERPETOLOGIA,
2., 2005, Belo Horizonte. Anais... 2005.
POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Herpetology.
3.ed. New Jersey: Ed. Prentice-Hall, 2003.
PROTÁZIO, A. S. Sítios de vocalização e temporada reprodutiva de Dendropsophus nanus
(Boulenger, 1889) (Anura, Hylidae): notas sobre o comportamento reprodutivo. 2008. Monografia
(Ciências Biológicas) – Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2008.
PROTÁZIO, A. P.; PROTÁZIO, A. P.; RIBEIRO, E. S.; MOURA, G. J. B.; NOUGUEIRA, E. M. S. Sítios de
vocalização e temporada reprodutiva de Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) (Anura, Hylidae) em
área de Caatinga. In: BIODIERSIDADE DE PAULO AFONSO. No prelo.
PROTÁZIO, A. P.; PROTÁZIO, A. P.; RIBEIRO, E. S.; MOURA, G. J. B.; NOUGUEIRA, E. M. S. Sítios de
vocalização e temporada reprodutiva de Hypsiboas raniceps (Cope, 1862) (Anura, Hylidae) em área de
Caatinga, In: BIODIERSIDADE DE PAULO AFONSO. No prelo.
PROTAZIO, A. S.; PROTAZIO, A. S.; SILVA, C. R. S.; ANDRADE, E. S.; NOGUEIRA, E. M. S.; MOURA, G. J.
B. Aspectos Ecológicos da anurofauna de Paulo Afonso-BA, Bioma Caatinga, Nordeste do Brasil. Revista
Nordestina de Zoologia, Alagoas, v. 4, p. 12-24. No prelo.
40 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
QUIRINO, A. M. S.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista
preliminar da anurofauna do município de Triunfo com duas novas ocorrências para o estado de
Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
RÁDIS-BAPTISTA, G. INTEGRINS, CANCER AND SNAKE TOXINS (Mini-review). Journal of Venomous
Animals and Toxins including Tropical Diseases, São Paulo, v. 11, n. 3, p. 217-241, 2005.
RÁDIS-BAPTISTA, G; MORENO, F. B. M. B.; NOGUEIRA, L. L.; TOYAMA, D. O.; TOYAMA, M. H.; CAVADA,
B. S.; AZEVEDO-JUNIOR, W. F.; YAMANE, T. Crotacetin, a novel snake venom c-type lectin, is homolog
of convulxin. Journal of Venomous Animals and Toxins including Tropical Diseases, Botucatu, São
Paulo, v. 11, n. 4, p. 557-578, 2005.
RÁDIS-BAPTISTA, G.; MORENO, F. B. M. B.; NOGUEIRA, L. L.; MARTINS, A. M. C.; TOYAMA, D. O.;
TOYAMA, M. H.; CAVADA, B. S.; AZEVEDO-JUNIOR, W.F.; YAMANE, T. Crotacetin, a novel snake venom
c-type lectin homolog of convulxin, exhibits an unpredictable antimicrobial activity. Cell Biochemistry and
Biophysics, Totowa, New Jersey, USA, v. 44, n. 3, p. 412-423, 2006.
ROCHA, M. L.; VALENÇA, R. C.; PONTES, M. M.; MODESTO, J. C. A.; VASCONCELOS, C. M. L.; ARAUJO,
E. A.; SILVA, R. M. L.; GUARNIERI, M. C. Pharmacokinetics of Bothrops erythromelas venom. In: SIMPÓSIO
DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE TOXINOLOGIA, 5., 1998, Angra dos Reis. Anais... 1998a. p. 188-188.
ROCHA, M. L.; VALENÇA, R. C.; PONTES, M. M.; MODESTO, J. C. A.; VASCONCELOS, C. M. L.; ARAUJO,
E. A.; SILVA, R. M. L.; GUARNIERI, M. C. Distribution and elimination of 131I labeled Bothrops erytromelas
venom after intrvenous injection in mice. In: SIMPÓSIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE TOXINOLOGIA,
5., 1998, Angra dos Reis. Anais... 1998b. p. 238.
ROCHA, M. L.; VALENÇA, R. C.; MAIA, M. C.; GUARNIERI, M.; ARAUJO, I.; ARAUJO, D. Pharmacokinetics
of the venom of Bothrops erythromelas labeled with 131I in mice. Toxicon, v. 52, p. 526-529, 2008.
ROCHA, P. L. B. Uso e partição de recursos por uma comunidade de lagartos das dunas interiores
do Rio São Francisco (Squamata). 1998. Tese (Ph.D) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
Unpublished.
RODRIGUES, M. T.; KASAHARA, S.; YASSUDA, Y. Y. Notes on the ecology and karyotype of Strobilurus
torquatus (Sauria, Iguanidae). Revista Brasileira de Genética, Brasil, v. 12, n. 4, p. 747-759, 1989.
RODRIGUES, M. T. Os lagartos da Mata Atlântica Brasileira: distribuição atual e pretérita e suas implicações
para estudos futuros. In: SIMPÓSIO SOBRE ECOSSISTEMAS DA COSTA SUDESTE BRASILEIRA
– ESTRUTURA, MANEJO E FUNÇÃO, 2., Anais… 1990. São Paulo: Publicação Aciesp (Academia de
Ciências do Estado de São Paulo), v. 3, n. 71, 1990. p. 404-410.
RODRIGUES, M. T. A new species of Mabuya (Squamata: Scincidae) from the semiarid caatingas of
northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 41, n. 21, p. 313-328, 2000b.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 41
RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003. p. 181-236.
RODRIGUES, M. T.; SANTOS, E. M. S. A new genus and species of eyelid-less and limb reduced
gymnophthalmid lizard from northeastern Brazil (Squamata, Gymnophthalmidae). Zootaxa, v. 1873, p.
50-60, 2008.
ROELANTS, K.; GOWER, D. J.; WILKINSON, M.; LOADER, S. P.; BIJU, S. D.; GUILLAUME, K.; MORIAU, L.;
<!''%=,()>+)$65?46)@4//09A.)5B);-C09.-:34/-5A)-A)/D0)D-./59E)5B)15;09A)41@D-?-4A.+ PNAS - Proceedings
of the National Academy of Sciences of the United States of America. 2007.
ROHR, D. L.; SILVA, V. L.; JUNIOR, A. J. C. M.; SÁ, F. B. Implante cirúrgico de radiotransmissores em
jiboias (Boa constrictor). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA, 3., 2007, Belém. Anais...
2007.
RIBEIRO, E. S. Associação entre Anfíbios Anuros e Bromélias Aechmea aquilega (Salisb) Griseb,
1864, em áreas do Complexo Chesf, Paulo Afonso, Bahia+)STTU+)*5A5794:4)JN-OA3-4.)<-56P7-34.Q)R)
Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2008.
SAIKI, M.; VASCONCELOS, M. B. A.; GUARNIERI, M. C.; ROGERO, J. R. Analysis of Brasilian snake
venoms by neutron activation analysis. Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry, USA, v. 132,
n. 2, p. 271-276, 1991.
SANTOS, E. M. S. Utilização de uma poça por anfíbios anuros na Estação Ecológica do Tapacurá – São
Lourenço da Mata/PE. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTIFICA DA UFRPE, 4., Recife. 1994b. p. 63-
63.
SANTOS, E. M. S. Nova lista de anfíbios anuros da Estação Ecológica do Tapacurá. In: CONGRESSO DE
INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE, 4., 1994. Recife: UFPE, 1994c. p. 78-78.
SANTOS, E. M. S. Anfíbios Anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu – PE. 1995a. p. 83.
*5A5794:4)J$94;KL4M5)01)N-OA3-4.)<-56P7-34.Q)R)%A-C09.-;4;0)>0;0946) K946);0)V09A41?K35() 03-B0()
1995a.
SANTOS, E. M. S. Considerações sobre Rana palmipes na Mata Atlântica de Pernambuco. In: CONGRESSO
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE, 5., Recife. 1995b. p. 23-23.
SANTOS, E. M. S. Lista preliminar dos Anfíbios Anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin - Igarassu/
PE. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 10., 1995d. p. 25-25.
SANTOS, E. M. S. Comportamentos defensivos dos anfíbios anuros registrados para o Refúgio Ecológico
Charles Darwin - Igarassu/PE. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRPE, 5., Recife. 1995e.
p. 23-23.
SANTOS, E. M. S. Observações sobre anfíbios anuros em uma área aberta no Refúgio Ecológico Charles
Darwin - Igarassu/PE. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 21., Porto Alegre. 1996. p. 235-235.
SANTOS, E. M. S. Anfíbios Anuros da Zona da Mata do estado de Pernambuco: uma análise sobre
biodiversidade. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 22., Recife. 1998. p. 32-32.
SANTOS, E. M. S.; SILVA, L. A. M. Anurofauna da reserva Ecológica de Dois Irmãos. In: MACHADO, I.
C. A.; LOPES, V.; PORTO, K. C. (Org.). Reserva Ecológica de Dois Irmãos num fragmento de Mata
Atlântica Urbana (Recife/PE/Brasil). 1.ed. Recife: Ed. Universitária, 1998. p. 225-238.
SANTOS, E. M. S.; CARNAVAL, A. C. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. da. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. 1.ed. Recife: Massangana,
v. 2, 2002. p. 529-536.
SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Cuidado Parental em Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphibia,
Anura, Leptodactylidae). In: REUNIÃO ANUAL DA SBPC, 55., 2003, Recife. Anais... 2003.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 43
SANTOS, E. M.; BORGES, D.; AMORIM, F. O.; ROBERTO I. J. Nota sobre o comportamento antipredador
em Phyllomedusa aff. hypochondrialis (Daudin, 1802) no Nordeste do Brasil. In: CONGRESSO DE
ECOLOGIA BRASILEIRO, 2003, Fortaleza. Anais... 2003a.
SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Biologia reprodutiva da rã Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Anura,
Leptodactylidae) em Mata Atlântica de Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA 25.,
Brasília. 2004.
SANTOS, E. M. S.; AMORIM, F. O. Modo Reprodutivo de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Anura:
Leptodactylidae). Revista Brasileira de Zoociências, Juiz de Fora- MG, v. 7, n. 1, p. 39-45, 2005.
SANTOS, E. M. S.; VASCONCELOS, S. D.; ALMEIDA, A. V. Feeding habits of six anuran (Amphibia: Anura)
species in a rainforest fragment in Northeastern Brazil. Iheringia, Série Zoologia, v. 94, n. 4, p. 433-438,
2005.
SANTOS, E. M. S.; OLIVEIRA, M. A.; VALLE, Y. Predação do Molossus molossus por Bufo schneideri. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE MASTOZOOLOGIA, 3., 2005, Aracruz. Diversidade e Conservação de
Mamíferos. Aracruz: UFES, 2005c. p. 1-150.
SANTOS, S. P. L.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna da RPPN Frei Caneca (Jaqueira/PE), com novas
ocorrências de cinco anfíbios anuros para Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOFAUNA DE
MASTOFAUNA EM PERNAMBUCO, 1., Recife. 2008c.
SANTOS, S. P. L.; SANTOS, E. M. S. Anurofauna da Reserva Particular Frei Caneca, Jaqueira, Pernambuco,
Brasil. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
SAYÃO, J. M. Descrição de rostro de pterossauro do membro Crato, Bacia do Araripe, Brasil. In: JORNADA
DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFRJ, 1998. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, v.
20, 1998.
SAYÃO, J. M.; KELLNER, A. W. A. Pterosaur wing with soft tissue from the Crato Member (Aptian-Albian)
Northeastern, Brazil. In: ANNUAL MEETING OF SOCIETY OF VERTEBRATE PALEONTOLOGY, 58., 1998,
Salt Lake City. Journal of Vertebrate Paleontolgy. Chicago: Society of Vertebrate Paleontology, v. 18, p.
75A, 1998a.
SAYÃO, J. M.; KELLNER, A. W. A. New pterosaur material from the Crato Member (Aptian-Albian) Santana
Formation, Northeasstern Brazil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PALEONTOLOGIA DE VERTEBRADOS,
1., 1998, Porto Alegre. Boletim de Resumos... Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
1998b. p. 20.
SAYÃO, J. M. Tecido mole de pterossauros no Membro Crato, Formação Santana (Cretáceo inferior),
nordeste do Brasil. In: JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICADA UFRJ, 21., 1999, Rio de Janeiro. Livro de
resumos... Rio de Janeiro, 1999.
SAYÃO, J. M. New pterosaur remains from the Crato Member (Aptian-Albian), Santana Formation,
Northeastern, Brazil. In: INTERNATIONAL GEOLOGICAL CONGRESS, 31., 2000, Rio de Janeiro.
Abstracts... 2000a.
SAYÃO, J. M.; KELLNER, A. W. A. Description of a pterosaur rostrum from the Crato member, Santana
Formation (Aptian-Albian), Northeastern Brazil. Boletim do Museu Nacional, Nova Série Geologia, Rio
de Janeiro, v. 54, p. 1-8, 2000.
SAYÃO, J. M.; NUVENS, P. C.; SILVA, H. P.; FEITOSA, A. A. S.; KELLNER, A W. A. Pterosaur collection
from Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, Northeastern Brazil. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE
PALEONTOLOGIA DE VERTEBRADOS, 2., Rio de Janeiro, p. 44. 2000a.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 45
SAYÃO, J. M. Histovariability of two pterodactyloid pterosaurs from the Santana Formation, Araripe Basin,
Brazil: preliminary results. Journal of the Geological Society, Londres, v. 217, n. 1, p. 335-342, 2003.
SAYÃO, J. M.; PAULA, L. S.; KELLNER, A. W. A. On a new pterosaur skeleton from the Crato Member
(Aptian), Santana Formation, Araripe Basin, northeastern Brazil. In: ANNUAL MEETING OF THE SOCIETY
OF VERTEBRATE PALELONTOLOGY, 65., Journal of Vertebrate Paleontology, 2005.
SAYÃO, J. M.; KELLNER, A. W. A. Pterossauro do Membro Crato (Aptiano), Formação Santana, Bacia
do Araripe e o pós-crânio de Tapejaridae. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
PALEONTOLOGIA (Paleo NE), 2006b.
SAYÃO, J. M.; ALBUQUERQUE, B. C. V.; SILVA, M. A. M; SILVA, R. L. S.; GONCALVES, L. R. L. New data
on the pterosaur fauna from the Crato Member, Santana Formation, Araripe Basin, Northeast Brazil. In:
SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO NORDESTE, 22., Natal. Sociedade Brasileira de Geologia Núcleo Nordeste,
Boletim de Resumos... v. 20, p. 92-92, 2007.
SAYÃO, J. M.; SARAIVA, A. A. F.; ALBUQUERQUE, B. C. V.; MOREIRA, J. K.; GUERRA, N. C.; KELLNER,
A. W. A. First Ocurence of pterosaur (Pterosauria, Anhangueridae) in controled excavations in the Santana
Formation, Araripe Basin, Northeast Brazil. In: SIMPÓSIO DE GEOLOGIA DO NORDESTE, 22., Natal.
Sociedade Brasileira de Geologia, Núcleo Nordeste, Boletim de Resumos... v. 20. p. 22-22, 2007.
SCHLAEPFER, M. A.; GAVIN, T. A. Edges effects on lizards and frogs in tropical forest fragments. Canadian
Journal of Fishieries and Aquatics Sciences, v. 15, n. 4, p. 1079-1090, 2001.
SILVA, C. R. S.; PROTAZIO, A. S.; PROTAZIO, A. S.; MOURA, G. J. B.; NOGUEIRA, E. M. S.; RIBEIRO,
E. S. Inventário preliminar da anurofauna de Paulo Afonso, Bioma Caatinga, Nordeste do Brasil. In:
ENCONTRO NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., 2007, Garanhuns. Anais... 2007. Recife: Universidade
de Pernambuco.
SILVA, C. R. S. A,4'(-,&#&'! '! '-*'9,89,&#&'! D,9(0#D/,'%+#5! &#! %$(0"#$%#! 'D! &0,-! #D/,'%+'-!
urbanos de Caatinga, no Município de Paulo Afonso, Bahia/Brasil+) STTU+) *5A5794:4) JN-OA3-4.)
Biológicas) – Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2008.
SILVA, C. R. S.; MOURA, G. J. B.; ANDRADE, E. V. E.; NOGUEIRA, E. M. S.; Aspectos ecológicos da
anurofauna dos municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do Brasil. In: HERPETOFAUNA
DO ESTADO DE PERNAMBUCO. No prelo.
46 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
SILVA, G. L.; SANTOS, E. M.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F. Nota sobre Corythomantis greeningi Boulenger,
1896 (Anura, Hylidae) na Fazenda Saco, Serra Talhada, Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
HERPETOLOGIA, 3., Belém-PA. 2007.
SILVA, G. L.; ALMEIDA, G. V. L.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Anfíbios Anuros da Fazenda
Saco, Sertão do Pajeú, Serra Talhada/PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM
PERNAMBUCO, 1., Recife. 2008.
SILVA, G. L.; SANTOS, E. M. S. Anfíbios Anuros de uma área prioritária para conservação da Caatinga -
Fazenda Saco, Serra Talhada/Pernambuco. In: HEPETOFAUNA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. 2009.
!"#$%&'()( *+ ,-.+ /0',$*+ &-+ 1-+ 2-+ ,345678+ 6+ (9:6;3<;3=8=6+ /3;>?8@A36BC8D+ =8+ $B5>?E85B8+ 6@+
poça permanente no complexo de Mata Atlântica em Aldeia. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife. Anais... 2008. Recife: UFRPE - Ibama – SNZ.
2008b.
SILVA, M. A.; SOARES, M. M.; GUARNIERI, M. C. Manejo e manutenção de serpentes coletadas no estado
de Pernambuco. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 12., 1999, Feira de Santana. Anais...
1999. p. 425.
SILVA, M. B.; SCHATTNER, M.; RAMOS, C. R.; JUNQUEIRA-DE-AZEVEDO, I. L.; GUARNIERI, M. C.;
LAZARRI, M. A.; SAMPAIO, C.; POZNER, R. G.; VENTURA, J. S.; LEE HO, P. A prothrombin activator from
Bothrops erythromelas snakes venom: Characterization and molecular cloning. Biochemical Journal,
Grã-Bretanha, v. 369, p. 129-139, 2003.
SILVA, M. M. S.; SIQUEIRA-FILHO, J. A.; GUARNIERI, M. C. Contribuição para o Estudo da Fauna Ofídica
no Estado de Pernambuco In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 24., 2002, Itajaí-Sc. Anais...
(=-+&>F<;8+26>G6>*+HIIH-+:-+JKJ%JKJ-
SILVA, M. M. S. !"#$%& $'& (')*'+*,*$'$-& *.")'-!/-0120'& $'& /-3%.4'& $-& Bothrops erythromelas
(jararaca-malha-de-cascavel). 2002. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) – Universidade Federal
de Pernambuco, Recife, 2002.
SILVA-SANTOS, L. C. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, E. M. Tanatose em Lithobates palmipes (Spix, 1824)
(Amphibia, Anura, Ranidae). In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007, Garanhuns.
Anais... Garanhuns. 2007b.
SILVA-SANTOS, L. C. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, E. M. Hábito alimentar de Lithobates palmipes (Spix,
1824) em um fragmento de Mata Atlântica de PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA
EM PERNAMBUCO, 1., Recife. 2008.
SILVIA, V. L.; BARRETO, L. L. Microscopia de stratum corneum como auxiliar em taxonomia de ofídeos.
Estudo preliminar. Caderno Ômega, Recife-PE, v. 2, n. 1, p. 41-47, 1985.
SILVA, F. G. O conhecimento dos estudantes dos ensinos fundamental e médio das escolas do
entorno da UFRPE sobre o jacaré-de-papo-amarelo-+HIIH-+:-+]K-+/?B?G>8<8+X&>8=58TS?+6@+M3VB;389+
Biológicas) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2002.
SILVIA, V. L.; RÖHR, D. L.; MAGALHÃES JUNIOR, A. J. C. Monitoramento de jiboias (Boa constrictor) em
remanescentes de Mata Atlântica através do uso da radiotelemetria. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
ZOOLOGIA, 26., 2006, Londrina-PR. Anais... 2006a.
SILVIA, V. L.; MAGALHÃES JUNIOR, A. J. C.; RÖHR, D. L. Radiotelemetria de Crotalus durissus cascavella
em remanescente de Mata Atlântica. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 26., 2006b, Londrina.
Anais... 2006b.
SOARES, M. M.; GUARNIERI, M. C. Levantamento da fauna ofídica das microrregiões Pajeu e sertão do
Moxoto do Estado de Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 22., 1998, Recife-PE.
Anais… 1998. p. 283.
SUMNER, J. Shrinking forest - what lizards can tell us about fragmented forest habitats. 1998. Cooperative
Research Center for Tropical Rainforest and Management Using Rainforest Research (Information
Sheets). Disponível em: <http://www.rainforest-crc.jcu.edu.au>. Acesso em: set. 2008.
TAVARES, N.; CORREIA, J.; GUARNIERI, M.; LIMA-FILHO, J.; PRIETO-DA-SILVA, A.; RADIS-BAPTISTA,
G. Expression of mRNAs coding for VAP1/crotastatin-like metalloproteases in the venom glands of three
South American pit vipers assessed by quantitative real-time PCR. Toxicon, v. 52, p. 897- 907, 2008.
48 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
VANZOLINI, P. E. Miscellaneous notes on the ecology of some brasilian lizards (Sauria). Papéis Avulsos
de Zoologia, São Paulo, v. 26, n. 8, p. 83-115, 1972.
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. 1.ed. Rio de Janeiro:
Academia Brasileira de Ciências, 1980. p. 161.
VANZOLINI, P. E. Addenda and corrigenda to the catalogue of neotropical squamata - Part II: Lizards and
Amphisbaenia. Smithsonian Herpetological Information Service, v. 70, p. 25, 1986.
VASCONCELOS, T. L. 5.6#7.0*'& $%& -!")-!!-& "8)9*0%& .'& /-3%.4'& $-& Lachesis muta rhoembeata.
HII_-+ /?B?G>8<8+ X&>8=58TS?+ 6@+ M3VB;389+ 23?D`G3;89[+ a+ 'B3b6>93=8=6+ W6=6>8D+ ,5>8D+ =6+ c6>B8@A5;?*+
Recife, 2008.
VASCONCELOS, C. M. L.; VALENCA, R. C.; ARAUJO, E. A.; MODESTO, J. C. A.; GUARNIERI, M. C.;
BRAZIL, T. The distribuition of 131I labeled Botrops erythromelas venom in mice. Brazilian Journal of
Medical and Biological Research, Brasil, v. 31, n. 3, p. 439-443, 1998.
VITT, L. J. On the biology of the little known anguid lizard, Diploglossus lessonae in northeast Brazil.
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 36, n. 7, p. 69-76, 1985.
VITT, L. J. The ecology of tropical lizards in the caatinga of northeast Brazil. Occasional Paper of the
Oklahoma Maseum of natural History, v. 1, p. 1-29, 1995.
VITT, L. J.; DE CARVALHO, C. M. Niche partitioning in a tropical wet season: lizards in the Lavrado area of
northern Brazil. Copeia, v. 1995, n. 2, p. 305-329.
VITT, L. J.; ZANI, P. A.; LIMA, C. M.. Heliotherms in tropical rain forest: the ecology of Kentropyx calcarata
(Teiidae) and Mabuya nigropunctata (Scincidae) in tye Curuá-Una of Brazil. Journal of Tropical Ecology,
v. 13, p. 199-220, 1997.
VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; CALDWELL, J. P.; OLIVEIRA, V. R. L. The impac of individual tree
harvesting on thermal environments of lizards in Amazonian rain forest. Conservation Biology, v. 12, n.
3, p. 654-664, 1998.
Estado da arte da herpetologia em Pernambuco 49
VITT, L. J.; CALDWELL, J. P. The effects of logging on reptiles and amphibians of tropical forests. In:
FIMBEL, R. A.; GRAJAL, A. E. ROBINSON, J. G. (Ed.). The cutting edge: conservation wildlife in logged
tropical forest. New York: Columbia University Press, 2001. p. 239-259.
VITT, L. J.; COLLI, G. R. Geographical ecology of a neotropical lizard: Ameiva ameiva (Teiidae) in Brazil.
Canadian Journal of Zoology, v. 72, p. 1986-2008, 1994.
XAVIER, T. M. S. !"#$%& /)-,*9*.')& $'& $*!")*+#*3:%& ;-%;)<20'& $-& Lachesis mura, 1766 (Viperidae,
Crotalinae) no Estado de Pernambuco-+ HII^-+ /?B?G>8<8+ X&>8=58TS?+ 6@+ M3VB;389+ 23?D`G3;89[+ a+
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 2007.
.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*
anfíbios de Pernambuco
Resumo Abstract
Este trabalho fornece uma compilação The present contribution provides a
do estágio atual sobre o conhecimento dos compilation of the current status of the knowledge
anfíbios de Pernambuco, além de uma lista of amphibians in the state of Pernambuco, and
taxonômica atualizada, georreferenciada e an actualized, georeferenced and commented
comentada das espécies, útil para a consulta taxonomic list of the amphibian species registered
de qualquer herpetólogo ou iniciante na área. in the state, useful to be consulted by any
Atualmente, existe o registro de 71 espécies de Herpetologist or beginner in this field. Currently there
anfíbios, distribuídas nos diferentes domínios are registered 71 amphibian species, distributed in
morfoclimáticos, mesorregiões e microrregiões do the different Morfoclimatic Domains, Mesoregions
estado. Esses anfíbios estão distribuídos em dois and Microregions of this State. These amphibians
grandes grupos: 1- Anura (11 famílias – 70 spp.) are distributed in two major groups: 1-Anura (11
e 2 – Gymnophiona (uma família – 1 sp.). No que Families – 70 spp.) and 2-Gymnophiona (1 Family
se refere às espécies ocorrentes nos diferentes – 1 spp.). Referring to the species occurring in
biomas do estado, na Mata Atlântica se tem the different Biomes of the State, to the atlantic
registro de 61 spp., 60 anuros e um Gymnophiona; rainforest there are registered 61 spp., 60 anurans
em brejos de altitude 47 spp., todas do grupo and 1 gymnophiona; altitude enclaves, 47 spp., all
Anura, e nas Caatingas 28 spp., também todas of them belonging to Anura, and to Caatinga, 28
do grupo Anura. Apesar do número expressivo de spp., also belonging to Anura. Besides Besides
espécies e pesquisas realizadas no estado, a fauna the expressive number of species and researches
de anfíbios ainda encontra-se subestimada e, com developed in the state, the amphibian fauna is
a acelerada destruição dos ambientes naturais, still underestimated, and, due to the accelerated
muitas espécies podem desaparecer antes de destruction of the natural environments, many
serem conhecidas pela comunidade científica. species may disappear before being know by
No momento são necessários projetos que the scientific community. At moment it makes
visem conhecer com mais acurácia as espécies necessary projects aiming to know with accuracy
de anfíbios do estado, visando à formulação de the amphibian species of Pernambuco, aiming to
planos de manejo e conservação das espécies e formulate management and conservation plans of
seus respectivos ecossistemas. occurring species and their respective ecosystems.
1
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
2
Unidade Acadêmica de Serra Talhada, UFRPE (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
3
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
4
Departamento de Ecologia, Botânica e Zoologia, UFRN (elizajuju@ufrnet.br).
Introdução
O Brasil destaca-se como um dos países de compreensão de suas restrições ecofisiológicas ao
maior riqueza de anfíbios do mundo (SBH, 2008), longo dos biomas no estado.
sendo a maioria descrita nos últimos 50 anos A despeito de levantamentos anteriores
(FROST, 2008). terem sido realizados, como por exemplo, Santos e
Entre 2005 e 2008, a Sociedade Brasileira Carnaval (2002) (compilando 64 espécies de anuros
de Herpetologia registrou um acréscimo de 29 para o estado), Rodrigues (2003) e Rodrigues (2004)
espécies de anfíbios anuros no Brasil (SBH, 2005; (compilando o número de espécies de anfíbios
SBH, 2008; CARAMASCHI, 2008), uma média ocorrentes para oito localidades da Caatinga,
de sete espécies por ano, refletindo o quanto a porém sem citar as espécies de cada localidade)
anurofauna brasileira ainda é mal conhecida entre e Borges-Nojosa e Santos (2005) (registrando
os herpetólogos. a anurofauna de duas localidades da Caatinga:
Entre as novas descrições, apenas duas RPPN Cantidiano Valgueiro Carvalho Barros e
espécies têm suas localidades-tipo no estado de RPPN Reserva Ecológica Mauricio Dantas), este
Pernambuco, Hypsiboas freicanecae (CARNAVAL; trabalho representa uma contribuição adicional
PEIXOTO, 2004) na RPPN Frei Caneca (CARNAVAL; ao conhecimento do grupo selecionado, mesmo
PEIXOTO, 2004) e Leptodactylus ochraceus levando em consideração o pequeno intervalo
Lutz, 1930, na Estação Ecológica do Tapacurá decorrido entre o último levantamento, pois além
(CARAMASCHI, 2008), sendo a maioria das outras de catalogar o georreferenciamento e as espécies
descritas para áreas de grande concentração de que ocorrem no estado de Pernambuco, objetivou
herpetólogos (Sul/Sudeste do Brasil). apresentar uma lista comentada dos aspectos
O desconhecimento sobre nossa fauna ecológicos de cada espécie.
local pode ser evidenciado pelo fato de diversas Este trabalho servirá de subsídio para atua-
publicações (livros, catálogos de identificação lizar publicações brasileiras no que diz respeito
e artigos) (FREITAS; SILVA, 2005; FREITAS; à anurofauna nordestina, incluindo o estado de
SILVA, 2007; HADDAD et al., 2008) deixarem Pernambuco como um dos mais amostrados da
de fora muitas das espécies de anfíbios já Região Nordeste, em relação ao táxon Amphibia.
publicadas (SANTOS; CARNAVAL, 2002; BOR-
GES-NOJOSA; SANTOS, 2005) ocorrentes para Metodologia
o estado.
Em Pernambuco, onde as pesquisas her- A compilação de dados para a montagem
petológicas começam a dar seus primeiros deste capítulo se baseou primariamente em dados
grandes passos, uma lista atualizada explicitando bibliográficos, além de informações registradas
a riqueza dos anfíbios presentes se torna pelos autores em atividades de campo (MOURA,
indispensável pelos seguintes motivos: primeiro, G. J. B.; SANTOS, E. M. S., com. pess.). Foram
para o reconhecimento de espécies presentes, em considerados como dados bibliográficos capítulos
comparação com a potencial diversidade biológica de livros, artigos em periódicos, resumos simples
apresentada pelo estado nos seus diferentes e resumos expandidos publicados em encontros
biomas; segundo, por possibilitar o conhecimento e congressos, monografias, dissertações e te-
da real distribuição geográfica das espécies e a ses, além de relatórios técnicos disponíveis em
54 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
banco de dados on-line. As buscas bibliográficas Quanto aos modos reprodutivos (Haddad;
desconsideraram referências não confirmadas ou Prado, 2005) (30. Modo 1; 31. Modo 3; 32. Modo
de material que não tenha recebido tratamento 4; 33. Modo 6; 34. Modo 8; 35. Modo 11; 36. Modo
taxonômico formal, de acordo com as regras do 13; 37. Modo 15; 38. Modo 23; 39. Modo 24; 40.
Código de Nomenclatura Zoológica. Modo 30; 41. Modo 32; 42. Modo 37).
Embora os locais amostrados tenham Quanto à sistemática e conservação no
apresentado esforços de coleta e metodologias estado (43. Espécie com problemas sistemáticos,
diferentes, foi contabilizado o número de necessitando de uma revisão taxonômica; 44.
localidades com ocorrência para cada espécie, Espécie com muitos morfotipos para o estado de
pois embora não seja possível qualquer análise PE, necessitando de uma revisão taxonômica; 45.
ecológica refinada referente às espécies e às Espécie rara e ameaçada; 46. Espécie revalidada).
localidades, possibilita registrar a amplitude de
distribuição geográfica das espécies e a frequência Resultados e discussão
de trabalhos por áreas amostradas, permitindo
discutir se os esforços amostrais foram suficientes
ou não para o registro da maioria das espécies de
Localidades de Pernambuco
anfíbios no estado. com registro de anfíbios
Paralelamente à compilação das espécies
Desproporcionalmente à área do estado e
ocorrentes em Pernambuco, foram plotados em
ao número de localidades protegidas destinadas à
mapa as microrregiões do estado com registro da
conservação, em 43 localidades foram registradas
riqueza máxima de anfíbios anuros. Em casos de
a ocorrência de anuros e em apenas duas dessas
mais de um trabalho realizado, foram apresentadas
(Reserva Ecológica do Gurjaú e Parque Estadual
as riquezas acumuladas de todos os esforços
Dois Irmãos) de Gymnophiona (Tabela I) (Apêndice
amostrais para cada microrregião.
A), o que evidencia o pequeno esforço amostral
Objetivando caracterizar geográfica e destinado ao conhecimento desses táxons.
ecologicamente as espécies ocorrentes no Entre as áreas amostradas no estado, 22
estado, elas foram classificadas de acordo com as encontram-se no bioma Mata Atlântica, cinco no
seguintes categorias, considerando a característica bioma Brejo de Altitude, 15 no bioma da Caatinga
mais frequente para cada critério analisado: (sendo um agroecossistema) e dois em áreas
Quanto à biogeografia (1. Espécie urbanas. Rodrigues (2003) e Rodrigues (2004)
endêmica do domínio morfoclimático Mata apresentam o número de espécies registradas para
Atlântica; 2. Espécie endêmica da Região Nordeste; oito cidades de Pernambuco, porém não citam as
3. Ocorrência nova para PE; 4. Ocorrência nova respectivas espécies: 1. Bom Conselho (S:09°10’;
para a Mata Atlântica de PE; 5. Espécie registrada W:36°41’) = 3 spp.; 2. Carnaubeira (S:08°18’;
em Restinga; 6. Espécie registrada na Floresta W:38°45’) = 1 sp.; 3. Exu (S:07°31’; W:39°43’)
Amazônica; 7. Espécie registrada na Caatinga; 8. =19 spp.; 4. Ouricuri (S:07°53’; W:40°05’) = 1
Espécie registrada em Brejo de Altitude; 9. Espécie sp.; 5. Petrolina (S:09°24’; W:40°30’) = 3 spp.; 6.
registrada no Cerrado; 10. Espécie registrada na Salgueiro (S:08°04’/W:39°06’) = 2 spp.; 7. Brejo
Floresta Atlântica; 11. Espécie de ampla distribuição dos Cavalos-Caruaru (S:08°21’/W:36°02’) = 9 spp.
em diferentes ecossistemas). e 8. Serra Talhada (S:07°59’/W:38°10’) = 2 spp.
Quanto à especificidade ambiental Das oito localidades citadas por Rodrigues (2003) e
(12. Espécie generalista de habitat; 13. Espécie Rodrigues (2004), a grande maioria (seis) apresenta
especialista de habitat; 14. Espécie de formações o registro de uma a três espécies, evidenciando a
abertas; 15. Espécie de áreas florestadas; 16. falta de amostragem direcionada para o grupo nas
Espécie de formações abertas ou florestadas; diferentes localidades citadas pelo autor.
17. Espécie periantrópica/antrópica; 18. Espécie No que se refere ao clima, bioma e fito-
terrestre; 19. Espécie de folhiço; 20. Espécie fisionomia com maior número de localidades
associada a bromélias; 21. Espécie psamófila; amostradas em relação ao táxon Amphibia,
22. Espécie reofílica; 23. Espécie arborícola/ destacam-se: As’ (23), Mata Atlântica (22), Floresta
semiarborícola; 23. Espécie aquática/semiaquática; Subperenifólia (21) respectivamente (Tabela I). Os
24. Espécie de hábito fossorial). dados mostram uma concentração dos esforços
Quanto ao período de atividade (25. de coletas, evidenciando clima (BSh), bioma (Brejo
Espécie diurna; 26. Espécie noturna). Quanto de Altitude) e fitofisionomias (Caatinga hipoxerófila)
ao hábito alimentar (27. Espécie herbívora; 28. pouco investigados (Figura 1), necessitando
Espécie carnívora; 29. Espécie onívora). urgentemente de investimentos que visem conhe-
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)* 55
cer a real diversidade de anfíbios dessas áreas, o mais eficientes aos ecossistemas e grupos animais
que possibilita a formulação de planos de manejos estudados.
Figura 1: Número de localidades estudadas por clima (a), bioma (b) e fitofisionomia (c).
TABELA I: Localidades do estado de Pernambuco com registro de amostragem de anfíbios, seguida por informações geográficas da metodologia de 56
amostragem e referências [Legenda: “-“ informações não disponíveis nas referências das respectivas localidades] (Apêndice A).
04/84
- 07/84
6 mensal Ativa El-deir, 1985
e 11/84 -
12/84
Carvalho et al.,
1995 - mensal Ativa
1998
Santos, 2001;
09/99 – 3 a 4 dias / Santos e Carnaval,
12 Ativa 2002; Santos et
08/00 mensal al., 2004; Santos e
1-Estação Amorim, 2006
São Lourenço 08°07’S Mata Floresta
Ecológica 776 As’
da Mata 34°60’W Atlântica Subperenifólia Investidas Andrade, 2007;
do Tapacurá
01/07 - 1 dia / proporcionais Andrade et al.,
60 à área dos 2007; Andrade et
atual semanal corpos d’água al., 2008a; Andrade
analisados et al., 2008b
Santos e Carnaval,
2002; Carnaval
16-RPPN Frei 08°43’S Mata Floresta 3 dias / e Peixoto, 2004;
Jaqueira 630 As’ 2002-atual 9 Ativa
Caneca 35°50’W Atlântica Subperenifólia mensais Santos e Santos,
2008a; Santos e
Santos, 2008b
Canhotinha
17-Usina Serra 08°58’S Mata Floresta G.J.B. Moura, Com.
e Ibateguara 8000 As’ 12/04 1 1 dia / único Ativa
Grande 36°3’W Atlântica Subperenifólia Pess.
(Al)
20-Mata do Centro
de Instrução Araçoiaba,
07°50’S Mata Floresta 1 dia / Passiva (20 G.J.B. Moura, Com.
Marechal Newton Paudalho e 6280 As’ 06/08-atual 6
35°06’W Atlântica Subperenifólia semanal baldes-60L) Pess.
Cavalcanti Tracunhaém
(CIMNC)
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Cidade/ Coorde Área Fitofisio- N° de Duração e
Locais Clima Bioma Período periodici- Coleta Referências
município nadas (ha) nomia visitas dade / visita
25/03 a
21-Engenho São Lourenço 0268525S Mata Floresta 04/04/06; ativa e Santos e Amorim,
200 As’ 30 -
Tapacurá da Mata 9114661W Atlântica Subperenifólia 23/09 a passiva 2008
28/09/06
07o53’S Mata
Atlântica 10 e 11 de 2 dias /
22-Matinha Abreu e Lima 34o54’’W - As’ Área urbana 10 ativa Santos, 2005
/área 2004 semanal
19m urbana
23-Reserva
08°31’S Brejo de Floresta 08/93- Santos e Carnaval,
Ecológica de Serra Ingá-Floresta 1100 BShw’ 5 5 dias Ativa
08°45’W Altitude Subcaducifólia 09/93 2002
Negra
24-Brejo dos 08°18’S Brejo de Floresta Santos e Carnaval,
Caruaru 359 BShs’ 06/95 6 - Ativa
Cavalos 36°00’W Altitude Subcaducifólia 2002
0597726S Brejo de Floresta 12 e
25-Triunfo Triunfo - BShw’ 30 horas/homem Ativa Quirino et al., 2008
9134424W Altitude Subcaducifólia 13/04/08
Brejo da 8º14’S
Brejo de Floresta 5 dias / E.M.S. Santos,
26-Fazenda Buriti Madre de 36º57’W 110 BShs’ 06/2001 5 Ativa
Altitude Subcaducifólia semenal com. pess.
Deus 1.050m
27-Parque Nacional Brejo de
0692456S Caatinga 06 e 10/07 Campos et al.,
do Vale do Buíque 62000 BShs’ Altitude e 288 horas/homem Ativa-passiva
9056360W Hiperxerófila e 03/08 2008
Catimbau Caatinga
28-Praças e
Parques de
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
Garanhuns
(Praça Tavares
3 dias / local,
Correia; Praça Urbano
Souto Filho; Praça 08º 53’S 10 e totalizando
Garanhuns - BShs’ (praças, parques e pequenas 5 Ativa Oliveira, 2007
Dom Moura; 36º29’W 11/2006 15 dias de
Praça Monsenhor áreas florestadas urbanas)
amostragem
Adelmar da Mota
Valença; Parque
Ruber Van der
Linder)
59
Duração e
60
Cidade/ Coorde- Área Fitofisio- N° de
Locais Clima Bioma Período periodici- Coleta Referências
município nadas (ha) nomia visitas dade / visita
29-Região
08°30’S 06/94- Santos e Carnaval,
Metropolitana do Grande Recife - As’ Urbano - - Ativa
34°52’W 10/95 2002
Recife
Ferreira, et al.,
Caatinga Ativa-passiva 2008; Geraldo J.
08°16’S
30-Pesqueira Pesqueira - BShs’ Caatinga Hiperxerófila e 01/08-atual 40 1 dia / semanal (21 baldes de B. Moura e José D.
36°37’W
Hipoxerófila 60L) C. Ferreira, com.
pess.
Caatinga 21/02 a
32-Reserva Legal 08°09’S Hiperxerófila 26/02/2005 5 dias / Ativa e
Parnamirim 1.735 2 Amorim et al., 2007
Brígida 39°33’W BShw’ Caatinga (Caatinga- 24/05 a semestrais passiva
arbórea) 30/05/2005
Caatinga 21/02 a
Hiperxerófila
33-Reserva Legal 08°28’S 26/02/2005 5 dias / Ativa e
Orocó 6.886 (Caatinga 2 Amorim et al., 2007
Caraíbas 39°41’W BShw’ Caatinga 24/05 a semestrais passiva
arbórea-
arbustiva) 30/05/2005
Caatinga
BShw’ Caatinga
34-Ilha de 08º44’S Hiperxerófila 24 a 5 dias / Ativa e
Cabrobó 3.517 (Caatinga 2 Amorim et al., 2007
Assunção 39º42’W arbórea- 30/01/2005 semestrais passiva
arbustiva)
Caatinga 27/02 a
08º52’S Hiperxerófila 05/03/2005 5 dias / Ativa e
35-Ico Mandantes Petrolândia 1540 BShw’ Caatinga 2 Amorim et al., 2007
38º18’W (Caatinga- 31/05 a semestrais passiva
arbórea) 06/06/2005
27/02 a
08º56’S Caatinga 05/03/2005 5 dias / Ativa e
36-Apolônio Sales Petrolândia 758 BShw’ Caatinga 2 Amorim et al., 2007
38º28’W Hiperxerófila 31/05 a semestrais passiva
06/06/2005
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Cidade/ Coorde- Área Fitofisio- N° de Duração e
Locais Clima Bioma Período periodici- Coleta Referências
município nadas (ha) nomia visitas dade / visita
23 a
08º50’S Caatinga 28/07/2004
37-Barra Bonita Lagoa Grande 1000 BShw’ Caatinga 10 - Ativa-passiva Amorim et al., 2007
40º10’W Hiperxerófila 30/08 a
05/09/2004
7º52’S
Caatinga
40-Ouricuri Ouricuri 40º04’W 900.000Km2 BShw’ Caatinga 1981 - - Ativa Miranda, 1983
Hiperxerófila
451m
15 a
09º11’S Caatinga 25/08/2005 10 dias / G.J.B. Moura, Com.
41-Jatobá Jatobá - BShs’ Caatinga 2 Ativa
38º16‘W Hiperxerófila e 10 a semestrais Pess.
20/01/2006
Caatinga
Hiperxerófila 23 a
0421615/
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
(Caatinga
Santa Maria 28/07/2004 5 dias / Ativa e
42-Saco do Maris 9032884 - BShw’ Caatinga arbórea- 2 Amorim et al., 2007
da Boa vista 30/08 a semestrais passiva
UTM arbustiva
e mata de 05/09/2004
galeria)
09º 09’S 08/03- Vasconcelos e
43-Petrolina Petrolina - BShw Agroecossistema 1 2 meses / única Ativa
40º 22’W 09/03 Moura, 2008
61
62 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
5.
4.
ANURA
TÁXON
3-BUFONIDAE
2- BRACHYCEPHALIDAE
Gastrotheca fissipes
Ischnocnema ramagii
(Boulenger, 1888)10;15;23;26;28;42
JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
ecologia e taxonomia, através da numeração sobrescrita à direita do nome científico de cada espécie.
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE
4
8
19
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
II
V
IV
REFERÊNCIA*
Tabela II: Espécies de anfíbios com ocorrência na Mata Atlântica, brejos de altitude e áreas urbanas do estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia,
63 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
7.
9.
8.
11
12.
10.
13.
TÁXON
6-HYLIDAE
7; 19; 30
1;16;18;28;30
Lutz, 1939)
Odontophrynus
2002)7; 8; 9; 10; 11,30
1824)6; 7; 8; 10; 11,30
4-CERATOPHRYIDAE
5-CYCLORAMPHIDAE
Bokermannohyla
19654;7;10;11;18;26;28;30
Neuwied, 1825)1;30
Rhinella jimi (Stevaux,
Proceratophrys cristiceps
JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE
1
3
1
12
28
25
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
XI
IX
XII
VII
XIII
VIII
REFERÊNCIA*
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 64
14.
21.
20.
18.
17.
19.
16.
15.
TÁXON
1783)
26;30;43; 44
11;16;23;26;28;30
1;10;23;26;28;39;45
Dendropsophus
Boulenger, 1896 30
Hylomantis granulosa
leucophyllatus (Beireis,
Dendropsophus soaresi
Dendropsophus minutus
Corythomantis greeningi
Dendropsophus elegans
Dendropsophus branneri
(Wied-Neuwied, 1824)10;30
JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE
5
8
5
2
11
13
15
22
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
XX
XV
XXI
XIX
XVI
XIV
XVII
REFERÊNCIA*
XVIII
65 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
22.
28.
27.
26.
25.
24.
23.
TÁXON
3;26;29;30
1996)1;30
1824)10;15;23;26;28;32
2003)10;15;23;26;28;32
Hypsiboas exastis
Hypsiboas freicanecae
(Caramaschi & Velosa,
JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE
2
1
5
1
11
14
21
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
XXII
XXV
REFERÊNCIA*
XXIII
XXVI
XXVII
XXIV
XXVIII
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 66
29.
37.
36.
35.
34.
33.
32.
31.
30.
TÁXON
1968)30
1;2;6;13;23;33
1862 6; 7; 8; 10; 11;30
Bokermann, 196633
Freire, 20031;2;6;13;23;33
Neuwied,1821)1; 10;20;30
(Spix, 1824)1;10;15;23;28;30
Phyllodytes gyrinaethes
Phyllomedusa nordestina
Hypsiboas raniceps Cope,
JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE
7
9
1
1
1
11
20
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
XXX
REFERÊNCIA*
XXXII
24 XXXV
XXXI
XXIX
XXXIII
XXXVI
11 XXXIV
XXXVII
67 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
38.
46.
45.
44.
43.
42.
41.
40.
39.
TÁXON
1824)6
18383;8
1768)30
Trachycephalus
(Laurenti, 1768)30
1925)7;9;10;11;23;26;28;30
Ribeiro, 1937)7;10;20;30
Scinax ruber (Laurenti,
nigromaculatus Tschudi,
Trachycephalus venulosus
(Hensel, 1867)10;11;15;23;26;28;30
Sphaenorhynchus prasinus
Scinax fuscovarius (A. Lutz,
Bokermann, 197310;13;23;26;28;30
LOCALIDADES
Trachycephalus mesophaeus
JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE
3
2
2
2
2
9
3
27
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
XL
XLI
XLII
XLV
XLIII
XLVI
REFERÊNCIA*
XLIV
13 XXXIX
XXXVIII
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 68
47.
53.
52.
51.
50.
49.
48.
TÁXON
7-LEIUPERIDAE
1862”1861”)35
(Cope, 1887) 30
Pimenta, 200435
11;12;16;18;19;21;26;28; 35
8-LEPTODACTYLIDAE
Bokermann, 196635
Physalaemus kroyeri
Fitzinger, 18267; 8; 9; 10;
Pseudopaludicola falcipes
Physalaemus erikae Cruz &
LOCALIDADES
Pseudopaludicola mystacalis
JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE
1
6
3
2
2
2
23
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
LI
LII
LIII
REFERÊNCIA*
XLIX
XLVII
XLVIII
69 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
55.
54.
61.
60.
59.
58.
57.
56.
TÁXON
198310
25;26;28;41
8;21;26;28;40
16;18;21;26;28;40
Leptodactylus
Lutz, 19301;2;4;46
Bokermann, 1969
Lutz, 19307; 9; 10;11;31
1758)5;6;7;8;10;11;26;28;35
ocellatus (Linnaeus,
Leptodactylus fuscus
Leptodactylus syphax
Leptodactylus ochraceus
Leptodactylus mystacinus
Leptodactylus natalensis A.
(Burmeister, 1861)7;8;9;10;11;16;1
LOCALIDADES
(Schneider, 1799)5;6;7;8;9;10;11;12;
JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE
1
9
3
26
12
14
24
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
LV
LX
LVI
LIV
LXI
LIX
LVII
LVIII
REFERÊNCIA*
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 70
62.
66.
65.
63.
67.
64.
TÁXON
10-PIPIDAE
5;26;28;37
11-RANIDAE
19307; 8; 9;10;36
9-MICROHYLIDAE
10;13;18;19;25;26;28;30
Lutz, 19267; 9; 10;11;40
Elachistocleis ovalis
Cope, 1870”1869”1; 3; 4;
Dermatonotus muelleri
(Boettger, 1885)7; 8; 10;11;30
Ribeiro, 1937)7;8;10;11;13;16;23;2
Stereocyclops incrassatus
Leptodactylus troglodytes A.
LOCALIDADES
JARDIM BOTÂNICO
ENGENHO ÁGUA AZUL
MATA DO URUBU
RPPN FREI CANECA
USINA SERRA GRANDE
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
RESERVA ECOLÓGICA DE SERRA NEGRA
BREJO DOS CAVALOS
TRIUNFO
FAZENDA BURITI
BREJOS DE ALTITUDE
6
2
4
8
27
22
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
LXII
LXV
REFERÊNCIA*
LXIII
LXVI
LXIV
LXVII
71 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
68.
LOCALIDADE
TOTAL DE ESPÉCIES POR
69.
1-CAECILIDAE
“BIOMA”
TOTAL DE ESPÉCIES POR
TÁXON
1820)43;4;8;9;10;11;13;24;26
Siphonops annulatus (Mikan,
1824)6;30
Lithobates palmipes (Spix,
GYMNOPHIONA
LOCALIDADES
36 14 21 24 19 19 16 15 30 19 15 21 9
60 ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
ENGENHO SANTA FÉ
COMPLEXO ALDEIA
RESERVA ECOLÓGICA DO GURJAÚ
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
MATA DA FAZENDA SAPÉ
MATA COLÔNIA VICENTE G. DE MATOS
MATA DE DUAS LAGOAS
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA ATLÂNTICA
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
JARDIM BOTÂNICO
25 16 42 6
ENGENHO JARDIM
USINA SÃO JOSÉ
MATA DO CIMNC
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
47
18 37
TRIUNFO
30
FAZENDA BURITI
18 12 10
URBANO
13 LXVIII
REFERÊNCIA*
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 72
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)* 73
*Referências: I-Santos e Carnaval, 2002; et al., 2008. XXII-Andrade, 2007; Haddad et al.,
Haddad et al., 2008. II-Santos e Carnaval, 2002; 2008. XXIII-Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e
Santana, 2004; Freitas e Silva, 2004; Chesf, 2005; Moura, 2003; Moura, 2004; Moura et al., 2006b;
Freitas e Silva, 2005; Buarque Júnior, 2007; K.M. Buarque Júnior, 2007. XXIV-Haddad et al., 2008.
Albertim e G.J.B. Moura, Com. Pess. III-Freitas e XXV-Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Freitas
Silva, 2007; Frost, 2008. IV-Cruz e Peixoto, 1982; e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005. XXVI-Feio et al.,
Juncá e Freitas, 2001; Santos e Carnaval, 2002; 1998; Kwet e Di-Bernardo, 1999; Izecksohn e
Carnaval e Moura, 2003; Moura, 2004; Freitas e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
Silva, 2005; Buarque Júnior, 2007; Haddad et al., Freitas e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005; Deiques,
2008; Quirino et al., 2008. V-Borges-Nojosa, 1991; 2007; Haddad et al., 2008. XXVII-Carnaval e
Santos, 1995; Feio et al., 1998; Izecksohn e Peixoto, 2004. XXVIII-Santos e Carnaval, 2002;
Carvalho-e-Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Moura et al., 2006b; Haddad et al., 2008. XXIX-
Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, Borges-Nojosa, 1991; Santos, 2001; Santos e
2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e
al., 2006a; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e
2007. VI- Freitas e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005. Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al.,
VII-Borges-Nojosa, 1991; Santos e Carnaval, 2002; 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Buarque
Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XXX-Santos, 1995;
2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003;
al., 2006a; Moura et al., 2006b; Vieira, 2006; Moura, 2004; Moura et al., 2006b; Haddad et al.,
Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. VIII- 2008. XXXI-Oliveira, 2007. XXXII-Peixoto et al.,
Borges-Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., 2003. XXXIII-Peixoto et al., 2003. XXXIV-Bokermann,
1998; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; 1966; Peixoto, 1977; Santos, 1995; Santos e
Freitas e Silva; 2004; Lima, 2004; Moura et al., Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e
2006a; Moura et al., 2006b; Carnaval e Moura, Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
2003; Moura, 2004; Vieira, 2006; Buarque Júnior, Buarque Júnior, 2007; Haddad et al., 2008. XXXV-
2007; Moura et al., 2007. IX-Freitas e Silva, 2007. Borges-Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al.,
X-Freitas e Silva, 2007. XI-Freitas e Silva, 2007. XII- 1998; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
Santos, 1995; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2005;
Moura, 2003; Moura, 2004. XIII-Santos e Carnaval, Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004;
2002; Carnaval e Peixoto, 2004; Santos e Santos, Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et
2008a; Santos e Santos, 2008b. XIV-Santos e al., 2006b; Vieira, 2006; Andrade, 2007; Buarque
Carnaval, 2002. XV-Borges-Nojosa, 1991; Santos, Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XXXVI-Lutz, 1977;
1995; Feio et al., 1998; Santos, 2001; Santos e Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e
Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Moura, 2003; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Andrade,
Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al., 2007; K.M. Albertim e G.J.B. Moura, Com. Pess.
2006b; Nascimento, 2006; Buarque Júnior, 2007; XXXVII-Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002.
Moura et al., 2007; Haddad et al., 2008. XVI-Santos, XXXVIII-Feio et al., 1998; Eterovick e Sazima, 2004;
1995; Feio et al., 1998; Izecksohn e Carvalho-e- Freitas e Silva, 2004; Haddad et al., 2008; Freitas e
Silva, 2001; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Silva, 2007; Haddad et al., 2008. XXXIX-Santos,
Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura,
Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Nascimento, 2003; Moura, 2004; Buarque Júnior, 2007. XL-
2006; Buarque Júnior, 2007. XVII-Feio et al., 1998; Santos e Carnaval, 2002. XLI-Amorim, et al., 2008;
Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001; K.M. Albertim e G.J.B. Moura, Com. Pess. XLII-
Santos e Carnaval, 2002; Freitas e Silva, 2004; Borges-Nojosa, 1991; Feio et al., 1998; Lima; 1999;
Lima, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001;
2006a; Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003;
Moura et al., 2007. XVIII-Moura et al., 2006b. XIX- Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
Borges-Nojosa, 1991; Feio et al., 1998; Izecksohn e Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b;
Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001; Santos e Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Andrade, 2007;
Carnaval, 2002; Eterovick e Sazima, 2004; Freitas e Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XLIII-
Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005; Loebmann, 2005; Andrade, 2007; Haddad et al., 2008. XLIV-Freitas e
Buarque Júnior, 2007; Deiques, 2007; Haddad et Silva, 2004; Izeksohn e Carvalho-e-Silva, 2001;
al., 2008. XX-Santos e Carnaval, 2002. XXI-Santos Ramos e Gasparini, 2004; Quirino et al., 2008. XLV-
e Carnaval, 2002; Carnaval e Peixoto, 2004; Haddad Haddad et al., 2008. XLVI-Freitas e Silva, 2007.
74 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
XLVII-Nascimento et al., 2005. XLVIII-Borges- Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Eterovick,
Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., 1998; Kwet 2004; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura,
e Di-Bernardo, 1999; Santos, 2001; Santos e 2004; Chesf, 2005; Freitas e Silva, 2005; Loebmann,
Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Eterovick, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b;
2004; Freitas e Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas e Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Buarque Júnior,
Silva, 2005; Moura et al., 2006b; Nascimento et al., 2007; Deiques, 2007; Moura et al., 2007; Haddad et
2005; Deiques, 2007; Haddad et al., 2008. XLIX- al., 2008. LX-Santos, 1995; Feio et al., 1998;
Santos e Carnaval, 2002; Nascimento et al., 2005. Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001;
L-Nascimento et al., 2005; Freitas e Silva, 2007. LI- Santos e Carnaval, 2002; Freitas e Silva, 2004;
Santos e Carnaval, 2002; Freitas e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005. LXI-Santos e Carnaval, 2002.
Freitas e Silva, 2005; Vieira, 2006. LII-Feio et al., LXII-Santos, 1995; Santos, 2001; Santos e
1998; Loebmann, 2005; Buarque Júnior, 2007. LIII- Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e
Amorim, et al., 2008. LIV-Caramaschi, 2008. LV- Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
Feio et al., 1998; Izecksohn e Carvalho-e-Silva, Vieira, 2006; Buarque Júnior, 2007. LXIII-Borges-
2001; Santos e Carnaval, 2002; Eterovick, 2004; Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., 1998;
Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Freitas e Silva, Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e
2005; Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b; Moura, 2003; Eterovick, 2004; Freitas e Silva, 2004;
Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Buarque Júnior, Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005;
2007; Moura et al., 2007; Haddad et al., 2008. LVI- Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b;
Kwet e Di-Bernardo, 1999; Izecksohn e Carvalho-e- Nascimento, 2006; Andrade, 2007; Buarque Júnior,
Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e 2007; Moura et al., 2007. LXIV-Borges-Nojosa,
Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; 1991; Santos e Carnaval, 2002; Freitas e Silva,
Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2004; Nascimento, 2006; Freitas e Silva, 2005;
2006a; Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Andrade, 2007. LXV-Feio et al., 1998;
Deiques, 2007; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., Kwet e Di-Bernardo, 1999; Santos e Carnaval,
2007; Haddad et al., 2008. LVII-Freitas e Silva, 2002; Eterovick, 2004; Loebmann, 2005; Moura et
2004; Haddad et al., 2008. LVIII-Santos, 1995; al., 2006b; Andrade, 2007; Deiques, 2007. LXVI-
Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001; Feio et al., 1998; Freitas e Silva, 2004; Freitas e
Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Silva, 2005; Haddad et al., 2008. LXVII-Santos e
Freitas e Silva, 2004; Moura, 2004; Amorim, 2005; Carnaval, 2002; Haddad et al., 2008. LXVIII-Santos,
Freitas e Silva, 2005; Nascimento, 2006. LIX- 1995; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
Borges-Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., Carnaval e Moura, 2003; Lima, 2004; Moura, 2004;
1998; Kwet e Di-Bernardo, 1999; Izecksohn e Moura et al., 2006a; Moura et al., 2007. LXIX-Freitas
Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001; Santos e e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007.
Tabela III: Espécies de anfíbios anuros com ocorrência para a Caatinga do estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia, ecologia e taxonomia, através
da numeração sobrescrita à direita do nome científico de cada espécie.
LOCALIDADES
PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RESERVA ECOLÓGICA MAURÍCIO DANTAS
OURICURÍ
JATOBÁ
SACO DO MARIS
PETROLINA
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
REFERÊNCIA*
TÁXON
1-BUFONIDAE
2-CYCLORAMPHIDAE
Odontophrynus carvalhoi Savage & Cei,
3. 1 III
19654;7;10;11;18;26;28;30
Proceratophrys cristiceps (Müller, 1884 “1883”)4;5;7;8;10;1
4. 1;16;18;28;30
12 IV
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)*
3-HYLIDAE
PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RESERVA ECOLÓGICA MAURÍCIO DANTAS
OURICURÍ
JATOBÁ
SACO DO MARIS
PETROLINA
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
REFERÊNCIA*
TÁXON
4-LEIUPERIDAE
PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RESERVA ECOLÓGICA MAURÍCIO DANTAS
OURICURÍ
JATOBÁ
SACO DO MARIS
PETROLINA
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA ESPÉCIE
REFERÊNCIA*
TÁXON
5 - LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) 5;6;7;8;9;10;11;12;16;1
22. 8;21;26;28;40
14 XXII
6 - MICROHYLIDAE
10 - PIPIDAE
Pipa carvalhoi (Miranda-Ribeiro, 1937)
28. 7;8;10;11;13;16;23;25;26;28;37
3 XXVIII
*Referências: I-Borges-Nojosa, 1991; Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et al., 1998;
Santos, 1995; Feio et al., 1998; Izecksohn e Kwet e Di-Bernardo, 1999; Santos, 2001; Santos e
Carvalho-e-Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Eterovick,
Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Freitas e Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas
2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura e Silva, 2005; Moura et al., 2006b; Nascimento
et al., 2006a; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., et al., 2005; Deiques, 2007; Haddad et al., 2008.
2007. II-Borges-Nojosa, 1991; Santos e Carnaval, XVIII-Santos e Carnaval, 2002; Nascimento et
2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2004; al., 2005. XIX-Nascimento et al., 2005; Freitas e
Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Silva, 2007. XX-Santos e Carnaval, 2002; Freitas
Moura et al., 2006a; Moura et al., 2006b; Vieira, e Silva, 2004; Freitas e Silva, 2005; Vieira, 2006.
2006; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XXI-Feio et al., 1998; Loebmann, 2005; Buarque
III-Freitas e Silva, 2007. IV-Freitas e Silva, 2007. Júnior, 2007. XXII-Feio et al., 1998; Izecksohn e
V-Santos e Carnaval, 2002. VI-Borges-Nojosa, Carvalho-e-Silva, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
1991; Santos, 1995; Feio et al., 1998; Santos, 2001; Eterovick, 2004; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004;
Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura
Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004; et al., 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 2006;
Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007; Haddad
et al., 2006b; Nascimento, 2006; Buarque Júnior, et al., 2008. XXIII-Borges-Nojosa, 1991; Santos,
2007; Moura et al., 2007; Haddad et al., 2008. VII- 1995; Feio et al., 1998; Kwet e Di-Bernardo, 1999;
Santos e Carnaval, 2002. VIII-Santos, 2001; Santos Izecksohn e Carvalho-e-Silva, 2001; Santos, 2001;
e Carnaval, 2002; Freitas e Silva, 2004; Freitas e Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003;
Silva, 2005. IX-Borges-Nojosa, 1991; Santos, Eterovick, 2004; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004;
2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, Moura, 2004; Chesf, 2005; Freitas e Silva, 2005;
2003; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, Loebmann, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al.,
2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 2006; Buarque
Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, Júnior, 2007; Deiques, 2007; Moura et al., 2007;
2006; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. Haddad et al., 2008. XXIV-Santos, 1995; Santos,
X-Oliveira, 2007 XI-Borges-Nojosa, 1991; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002; Carnaval e Moura,
1995; Feio et al., 1998; Santos, 2001; Santos e 2003; Freitas e Silva, 2004; Moura, 2004; Freitas
Carnaval, 2002; Carnaval e Moura, 2003; Freitas e Silva, 2005; Vieira, 2006; Buarque Júnior, 2007.
e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2004; Lima, 2004; XXV-Borges-Nojosa, 1991; Santos, 1995; Feio et
Moura, 2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., al., 1998; Santos, 2001; Santos e Carnaval, 2002;
2006a; Moura et al., 2006b; Vieira, 2006; Andrade, Carnaval e Moura, 2003; Eterovick, 2004; Freitas
2007; Buarque Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XII- e Silva, 2004; Lima, 2004; Moura, 2004; Freitas
Santos e Carnaval, 2002; K.M. Albertim e G.J.B. e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; Moura et al.,
Moura, Com. Pess. XIII-Borges-Nojosa, 1991; Feio 2006b; Nascimento, 2006; Andrade, 2007; Buarque
et al., 1998; Lima; 1999; Izecksohn e Carvalho- Júnior, 2007; Moura et al., 2007. XXVI-Borges-
e-Silva, 2001; Santos, 2001; Santos e Carnaval, Nojosa, 1991; Santos e Carnaval, 2002; Freitas
2002; Carnaval e Moura, 2003; Lima, 2004; Moura, e Silva, 2004; Nascimento, 2006; Freitas e Silva,
2004; Freitas e Silva, 2005; Moura et al., 2006a; 2005; Vieira, 2006; Andrade, 2007. XXVII-Feio et al.,
Moura et al., 2006b; Nascimento, 2006; Vieira, 1998; Kwet e Di-Bernardo, 1999; Santos e Carnaval,
2006; Andrade, 2007; Buarque Júnior, 2007; Moura 2002; Eterovick, 2004; Loebmann, 2005; Moura et
et al., 2007. XIV-Freitas e Silva, 2007. XV-Freitas e al., 2006b; Andrade, 2007; Deiques, 2007. XXVIII-
Silva, 2007. XVI-Freitas e Silva, 2007. XVII-Borges- Santos e Carnaval, 2002; Haddad et al., 2008.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)* 79
Agradecimentos
A todos os pesquisadores que, de forma pontual ou contínua, contribuíram e contribuem para o
avanço do conhecimento sobre a fauna de anfíbios do estado de Pernambuco. Ao herpetólogo Eduardo
Lins, pela dedicação na confecção do mapa de ocorrrência. À professora Icléia Miriam Barbosa de Moura,
pela leitura e a correção técnica do texto. Ao Ibama, pelo incentivo e apoio financeiro na confecção desta
obra.
APÊNDICE A 80
Microrregiões/municípios com registro de ocorrência de anfíbios anuros no estado de Pernambuco, evidenciando o número de espécies para cada localidade.
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*0567%!)"*4,*8,$509%&/)* 81
Referências
AMORIM, F. O.; SANTOS, L. C. S.; SANTOS, E. M. Anurofauna de fragmento de Mata Atlântica no município
de Igarassu, Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO,
1., 2008, Recife. Anais... 2008.
BALDISSERA JÚNIOR, F. A.; CARAMASCHI, U.; HADDAD, C. F. B. Review of the Bufo crucifer species
group, with descriptions of two related species (Amphibia, Anura, Bufonidae). Arquivos do Museu
Nacional, Rio de Janeiro, v. 62, n. 3, p. 255-282, 2004.
CAMPOS, T. F.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; SANTOS, E. M. S. Anfíbios anuros do Parque
Nacional do Catimbau (Buíque/PE) com nova ocorrência do gênero Phyllodytes para o Sertão central. In:
ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1.; 2008.
CARNAVAL, A. C. O.Q.; PEIXOTO, O. L. A new species of Hyla from Northeastern Brazil (Amphibia, Anura,
Hylidae). Herpetológica (Austin), Estados Unidos, v. 60, p. 387-395, 2004.
CARVALHO, C. L. B., SANTOS, E. M.; SILVA, L. A. M. Lista atualizada de anfíbios anuros da Estação
Ecológica de Tapacurá. Revista Ômega, Série Biológica, UFRPE, v. 5, p. 29-34, 1998.
CRUZ, C. A. G.; PEIXOTO, O. L. Sobre a biologia de Atelopus pernambucensis Bokermann, 1962 (Amphibia,
Anura, Bufonidae). Revista Brasileira de Biologia, Rio de Janeiro, v. 42, n. 3, p. 627-629, 1982.
DEIQUES, C. H.; STAHNKE, L. F.; REINKE, M.; SCHMITT, P. Guia ilustrado dos anfíbios e répteis do
Parque Nacional de Aparados da Serra, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Brasil. Porto Alegre: Ed.
Useb, p. 120. 2007.
82 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
ETEROVICK, P. C.; SAZIMA, I. Anfíbios da Serra do Cipó. Belo Horizonte: Ed. PUC Minas, v. 1, 2004. p.
150.
FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S. A Herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina. Pelotas: Ed. Useb, 2005.
p. 161.
FAIVOVICH, J.; HADDAD, C. F. B.; GARCIA, P. C. A.; FROST, D. R.; CAMPBELL, J. A.; WHEELER, W. C.
Systematic review of the frog Family Hylidae, with special reference to Hylinae: Phylogenetic analysis and
taxonomic revision. Bulletin of the American Museum of Natural History, n. 294, p. 240, 2005.
FEIO, R. N.; BRAGA, U. M. L.; WIEDERHECKER, H.; SANTOS, P. S. Anfíbios do Parque Estadual do Rio
Doce (Minas Gerais). Viçosa, MG: UFV, 1998. p. 32.
FROST, D. R. Amphibian species of the world. An online reference. Versão 5.2. 2008. Disponível em:
<http://research.amnh.org/herpetology/amphibia.index.html>. Acesso em: 25 ago. 2008.
HADDAD, C. F. B.; TOLEDO, L. F.; PRADO, C. P. A. Anfíbios da Mata Atlântica. São Paulo: Ed. Neotrópica,
2008. p. 243.
HADDAD, C. F. B.; PRADO, C. P. A. Reproductive modes in frogs and their unexpected diversity in the
Atlantic forest of Brazil. BioScience, v. 55, n. 3, p. 207-217, 2005.
JUNCÁ, F. A.; FREITAS, M. A. de. Geographic Distribution Frostius pernambucensis, Elíseo Medrado,
Bahia, Brasil. Herpetological Review, v. 32, n. 4, p. 270-271, 2001.
JUNCÁ, F. A. Diversidade e uso de habitat por anfíbios anuros em duas localidades de Mata Atlântica, no
norte do estado da Bahia. Biota Neotrópica, v. 6, n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.
org.br/v6n2/pt/abstract?inventory+bn03006022006>.
LOEBMANN, D. Os anfíbios da região costeira do extremo sul do Brasil. Pelotas: Ed. Useb, 2005. p.76.
LUTZ, B. Brazilian species of hyla. Austin, Texas: Ed. University of Texas press, 1973. p. 260.
MOURA, G. J. B.; CARNAVAL, A. C. O. Q.; SILVA, M. F. Frogs of the Gurju Reserva (Pernambuco, Brazil). In:
JOINT MEETING OF ICHTHYOLOGISTS AND HERPETOLOGISTS, 2003, Manaus - Amazonas. Resume
Boletim… 2003.
MOURA, G. J. B.; LIMA, R. O.; FONSECA-NETO, R.; FERREIRA, J. D.; MEDEIROS, S. Distribuição espacial
da anurofauna em açude permanente, Nazaré da Mata-PE, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE
ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007, Garanhuns. Anais... 2007. Recife: UFPE.
MOURA, G. J. B.; PEREIRA, R. F.; SILVA, R. G., Utilização da Anurofauna como bioindicadora do grau de
conservação da Reserva Ecológica de Carnijó, remanescente de Mata Atlântica, Moreno, PE. Resumo
Expandido. 2006b. In: CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, MEIO AMBIENTE NO NORDESTE:
AVANÇOS E DESAFIOS, SOCIEDADE NORDESTINA DE ECOLOGIA, 11., 2006, Recife. Anais... 2006.
MOURA, G. J. B.; LIMA, R. O.; FONSECA-NETO, R.; FERREIRA, J. D.; MEDEIROS, S. Distribuição espacial
da anurofauna em açude permanente, Nazaré da Mata-PE, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE
ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007, Garanhuns. Anais... 2007. Recife: UFPE.
NASCIMENTO, L. B.; CARAMASCHI, U.; CRUZ, C. A. G. Taxonomic review of the species groups of the
genus Physalaemus Fitzinger, 1826 with revalidation of the genera Engystomops Jiménez-de-la-Espada,
1872, and Eupemphix Steindachner, 1863 (Amphibia, Anura, Leptodactylidae). Arquivos do Museu
Nacional, Rio de Janeiro, v. 63, n. 2, p. 297- 320, 2005.
PEIXOTO, O. L. Anfíbios anuros associados à Bromeliaceae nos estados do Rio de Janeiro e Espírito
Santo. 1977. p. 58. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1977.
PEIXOTO, O. L.; CARAMASCHI, U.; FREIRE, E. M. X. Two new species of Phyllodytes (Anura: Hylidae) from
the State of Alagoas, Northeastern Brazil. Herpetológica, v. 59, n. 2, p. 235-246, 2003.
QUIRINO, A. M. S.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista
preliminar da anurofauna do município de Triunfo, com duas novas ocorrências para o estado de
Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
RAMOS, A. D.; GASPARINI, J. L. Anfíbios do Goia Paba-Açu, Fundão, estado do Espírito Santo. Vitória,
UP[!1-\/;.!P.+O*!R+O]+9*G!J$$K !" !#(
RODRIGUES, M. T. Fauna de Anfíbios e Répteis das Caatingas. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.;
FONSECA, M. T.; LINS, L. V. (Ed.). Biodiversidade da Caatinga: Áreas de Ações Prioritárias para a
Conservação. Brasília: MMA, 2004. p. 173- 179.
SANTOS, E. M. S.; SILVA, L. A. M. Anurofauna da reserva Ecológica de Dois Irmãos. In: MACHADO, I.
C. A.; LOPES, V.; PORTO, K. C. (Org.). Reserva Ecológica de Dois Irmãos num fragmento de Mata
Atlântica Urbana (Recife/PE/Brasil). 1.ed. Recife: Ed. Universitária, 1998. p. 225-238.
SANTOS, E. M. S. Ocupação Ambiental, sazonalidade e hábito alimentar de anfíbios anuros numa poça
temporária em fragmento de Mata Atlântica em Pernambuco. 2001. 56 p. Dissertação (Mestrado em
Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Departamento de Zoologia, Recife, 2001.
SANTOS, S. P. L.; SANTOS, E. M. S. Herpetofauna da RPPN Frei Caneca (Jaqueira/PE), com novas
ocorrências de cinco anfíbios anuros para Pernambuco. In: ENCONTRO DE HERPETOFAUNA DE
MASTOFAUNA EM PERNAMBUCO, 1., Recife. 2008b.
SILVA, G. L.; ALMEIDA, G. V. L.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Anfíbios Anuros da Fazenda
Saco, Sertão do Pajeú, Serra Talhada/PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM
PERNAMBUCO, 1., Recife, 2008.
RESUMO Abstract
A maioria das espécies de anuros apresenta Most anuran species have a larval phase,
uma fase larval aquática (girino) e uma adulta usually aquatic (tadpole), and an adult one,
(geralmente terrestre). A identificação da forma usually terrestrial. Species identification of
larval pode facilitar a amostragem da anurofauna, larvae may aid to anuran inventories, due to the
devido à presença do girino por mais tempo no presence of the tadpole in water bodies for a
corpo d’água do que os adultos em atividade longer time than the adults in reproductive activity,
reprodutiva, e a detecção de espécies de difícil Tadpole presence may also allow detection of
captura. A grande diversidade morfológica species hard to capture in the adult phase. The
dos girinos pode ser utilizada na resolução de great morphological diversity of tadpoles can be
problemas taxonômicos, mas a dificuldade na used to solve taxonomic problems, but problems
identificação dessa fase de vida dos anuros regarding the identification of anuran larvae make
tem dificultado o desenvolvimento de trabalhos it hard to study their morphology and also ecology.
relacionados à morfologia e, também, à ecologia This paper aimed to identify and characterize
das formas larvárias. Este trabalho visou identificar morphologically and biometrically the tadpoles
e caracterizar morfológica e biometricamente os of anuran species found in an Atlantic Rainforest
girinos de espécies presentes em remanescente remnant in Pernambuco, being useful as a guide
de Mata Atlântica em Pernambuco, e servir como to identification of these species in the larval
guia de identificação das espécies em forma larval. stage. The tadpoles characterized were: Rhinella
Foram caracterizados os seguintes girinos: Rhinella sp., Dendropsophus gr. branneri, D. decipiens,
sp., Dendropsophus gr. branneri, D. decipiens, D. minutus, D. sp.1, D. sp.2, D. sp.3, Hypsiboas
D. minutus, D. sp.1, D. sp.2, D. sp.3, Hypsiboas albomarginatus, Phyllomedusa nordestina, Scinax
albomarginatus, Phyllomedusa nordestina, Scinax auratus, S. x-signatus, Sphaenorhyncus prasinus,
auratus, S. x-signatus, Sphaenorhyncus prasinus, Leptodactylus gr. marmoratus, L. natalensis, L.
Leptodactylus gr. marmoratus, L. natalensis, L. vastus, Dermatonotus muelleri, Elachistoclei
vastus, Dermatonotus muelleri, Elachistoclei ovalis ovalis and Lithobates palmipes.
e Lithobates palmipes.
1
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
Os anfíbios anuros são caracterizados por Os girinos do tipo I incluem Pipidae e
uma história de vida bifásica com fases larval (girino) Rhinophrynidae, não apresentam estruturas
e adulta (sapos, rãs ou pererecas) bastante distintas queratinizadas no aparelho oral e têm um par de
e interligadas por uma transformação anatômica, espiráculos, um em cada lado do corpo; os do
fisiológica e comportamental denominada meta- tipo II estão presentes em Microhylidae, também
morfose (DUELLMAN; TRUEB, 1994; POUGH et al., não apresentam estruturas queratinizadas no
2003; HADRIGAN; WASSERSUG, 2007). Girinos e aparelho oral e têm um espiráculo ventral medial
pós-metamórficos diferem em muitos aspectos que se abre próximo à cauda. Câmaras branquiais
gerais, como habitat, dieta, comportamento e separadas se abrem nesse espiráculo único; os
fisiologia (DUELLMAN; TRUEB, 1994; McDIARMID; do tipo III incluem Ascaphidae e Discoglossidae
ALTIG, 1999). Morfologicamente essas diferenças que apresentam estruturas queratinizadas na
são bastante claras – girinos geralmente têm corpos boca, o espiráculo é ventral e mediano e se abre
globulares e cauda longa e flexível, enquanto aproximadamente na metade da superfície ventral;
adultos não apresentam caudas e têm membros e os do tipo IV, presentes em todos os outros
anteriores e posteriores bem desenvolvidos. anuros, apresentam estruturas queratinizadas
Porém, girinos e pós-metamórficos dividem alguns na boca e um espiráculo que se abre do lado
caracteres-chave como esqueleto axial truncado esquerdo do corpo. Posteriormente, Starret (1973)
e ausência de vértebras caudais, o que confere adotou os conceitos de Orton (1957) de linhagens
vantagens adaptativas para ambas as fases de baseadas em características larvárias. De fato,
vida (HADRIGAN; WASSERSUG, 2007). algumas características larvais, particularmente
A diversidade morfológica dos girinos caracteres externos, como posição da abertura
é imensa e essa diversidade parece variar em do espiráculo e estrutura do aparelho bucal, têm
relação aos ambientes ocupados pelos girinos sido parte integrante da sistemática dos anuros
(ALTIG; McDIARMID, 1999a), incluindo tanto a por mais de meio século, embora tenham sido
morfologia geral como forma do corpo, posição mais utilizados principalmente a partir dos anos de
dos olhos, configuração e orientação do disco 1990 (NOBLE, 1925; ORTON, 1953; INGER, 1967;
oral (ALTIG; JOHNSTON, 1989), como caracteres FABREZI; LAVILLA, 1992; DUELLMAN; TRUEB,
internos como a estrutura do aparelho bucal, 1994; FORD; CANNATELLA, 1993; MAGLIA et al.,
características do sistema músculo-esquelético, e 2001; PUGENER et al., 2003; HAAS, 2003; FROST
caracteres ecológicos como hábitos alimentares et al., 2006).
(WASSERSUG, 1980; VERA CANDIOTI; HAAS, 2004; Apesar da reconhecida diversidade
VERA CANDIOTI, 2007). Essa grande diversidade morfológica (ALTIG; McDIARMID, 1999b) e sua
morfológica tem sido utilizada na resolução de utilidade na sistemática do grupo, estudos tanto
relações filogenéticas entre os anuros. Orton (1953) ecológicos quanto morfológicos realizados
dividiu os girinos em quatro tipos: I, II, III e IV, na com a fase larval ainda são bastante escassos,
ordem do aumento da complexidade morfológica, principalmente quando comparados àqueles
sugerindo, posteriormente (ORTON, 1957), que eles realizados com a fase adulta. McDiarmid e Altig
poderiam representar uma sequência filogenética, (1999) supõem que essa escassez de informações
embora não os tenha utilizado como base para relativas à fase larval esteja relacionada ao fato
uma classificação formal da classe Amphibia. de os pesquisadores relutarem em coletar o
88 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
que têm dificuldade para identificar. Os girinos, Este trabalho visa suprir uma deficiência
se identificados, representam uma forma de básica do estado de Pernambuco, possibilitando
amostragem complementar para inventários da o reconhecimento da anurofauna na fase larval,
anurofauna, destacando-se pelo aumento da descrevendo e registrando a variação dos seus
eficiência de amostragem para espécies com baixa caracteres morfológicos e biométricos, de modo
taxa de captura, uma vez que têm distribuição a servir de guia para a identificação de alguns
restrita ao corpo d’água, além de passarem girinos das espécies de anuros presentes no
mais tempo nele do que os adultos em atividade estado (Capítulo 2), e também estimular a
reprodutiva, podendo facilitar a captura. Espécies continuidade dos trabalhos de identificação
menos conspícuas em um sítio reprodutivo, como dos girinos de Pernambuco, para que possam
Elachistoclei ovalis Schneider, 1799, e Dermatonotus ser realizados trabalhos de outra natureza com
muelleri (BOETTGER, 1985), já tiveram seus girinos os girinos reconhecidos. A identificação dos
amostrados enquanto não haviam sido capturadas girinos permite a aquisição de informações
suas formas adultas (ANDRADE, 2007; GERALDO ecológicas sobre essa fase da vida dos anuros,
J. B. MOURA, com. pess.). tão diversa daquela adulta, permitindo, além
Em Pernambuco, apenas 11 publicações do conhecimento mais amplo da biologia
incluem informações sobre a fase larval de dos anuros, a criação de planos de manejo
espécies de anuros, sendo quatro resultantes do mais eficientes, levando em consideração as
mesmo trabalho e quatro de outro. As referências, características e as necessidades diversas
suas naturezas de publicação e o modo de citação de cada um dos momentos ontogenéticos e
das formas larvárias estão listados na Tabela I. ecológicos dos anfíbios anuros.
Tabela I - Histórico dos trabalhos relacionados à fase larvária de anfíbios anuros realizados no estado de Pernambuco.
Tabela II: Dados morfométricos aferidos nos girinos coletados na Estação Ecológica do Tapacurá, no período de
fevereiro de 2007 a julho de 2008.
Distância rostro-origem da nadadeira dorsal Distância entre o plano perpendicular à extremidade rostral e a
(DRD) base da nadadeira dorsal.
Altura do eixo musculoesquelético da cauda Maior distância superoinferior entre os limites superiores e
(AMC) inferiores da musculatura esquelética da cauda.
Maior distância superoinferior entre a base da nadadeira dorsal
Altura máxima da nadadeira dorsal (AMND)
e a extremidade superior.
Maior distância superoinferior entre a base da nadadeira
Altura máxima da nadadeira ventral (AMNV)
ventral e a extremidade inferior.
Diâmetro do globo ocular (DO) Maior corda limitada pelo globo ocular.
Diâmetro da narina (DN) Maior corda limitada pelas circunferências das narinas.
Figura I: Esquema de girino de Scinax x-signatus mostrando alguns dos dados morfométricos aferidos: a. vista lateral
esquerda, b. vista dorsal, c. aparelho oral. (CT: comprimento total; CC: comprimento do corpo; LC: largura
do corpo; AC: altura do corpo; CCU: comprimento da cauda; ACU: altura da cauda; AMC: altura do eixo
musculoesquelético da cauda; DO: diâmetro do globo ocular; DIO: distância interocular; OR: distância olho-
rostro; DIN: distância internasal; DNR: distância narina-rostro; DON: distância olho-narina; DE: diâmetro
do espiráculo; DER: distância espiráculo-rostro; DEC: distância espiráculo-tubo cloacal; DRD: distância da
porção mais anterior do rostro à origem da nadadeira dorsal; AMND: altura da nadadeira dorsal; AMNV: altura
da nadadeira ventral; LDO: largura do disco oral).
narinas distam do rostro em 13,09%, os olhos em O corpo do girino apresentou largura (LC)
24,91%, o espiráculo em 65,57%. Os olhos distam média de 4,66 mm. Tendo LC como referencial, a
das narinas o equivalente a 15,26% de CC e o distância internasal equivale a 32,38%, a interocular
espiráculo dista do tubo cloacal em 30,23%. a 66,76% e a largura do aparelho oral a 23,53%.
O corpo do girino apresentou largura (LC)
média de 4,12 mm. Tendo LC como referencial, a 5. Dendropsophus minutus (Peters, 1872)
distância internasal equivale a 43,06%, a interocular O girino de Dendropsophus minutus (Figura
a 61,66% e a largura do aparelho oral a 27,13%. IIIa; Apêndice B) apresenta coloração amarelo-
escura em vista dorsal, com a metade mais
4. Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, caudal do corpo se apresentando mais escura,
1824) provavelmente devido à presença do intestino.
O girino de D. elegans (Figura IId; Apêndice O girino apresenta desenho mais escuro com
B) apresenta coloração marrom em vista dorsal,
formato aproximadamente circular na região
com duas faixas mais claras divergindo a partir do
interocular. Comumente, essa faixa está restrita à
plano sagital da porção mais anterior do rostro,
região da cauda coincidente com o corpo do girino.
formando um triângulo mais ou menos regular
Lateralmente, o girino se apresenta mais claro
até a região das narinas. A partir das narinas, as
que dorsalmente, mas sendo distinguível região
faixas seguem paralelamente até a área do corpo
superior pouco mais escura do que os dois terços
posterior aos olhos. Em vista lateral, o girino
inferiores da lateral do girino, que se apresentam
apresenta a coloração marrom da região dorsal e
com coloração cinza que se estende por toda a
uma coloração parda em toda a região ventral. A
região ventral do corpo do girino. A cauda segue
cauda é marrom e na região mais cranial apresenta
manchas vermelhas, enquanto na extremidade o padrão de coloração do dorso do animal, porém
mais caudal manchas negras. As nadadeiras são mais clara lateralmente. Imediatamente abaixo do
marrons, levemente transparentes. No animal eixo musculoesquelético da cauda é possível ver
fixado, após um mês, a coloração marrom se claramente através do tegumento a vena caudalis
apresenta acinzentada e as faixas claras podem ventralis.
passar despercebidas. O corpo é comprimido laterolateralmente;
O corpo apresenta forma de bastonete em vista dorsal é oval e a lateral é triangular. O
em vista dorsal. Em vista lateral, forma um rostro é arredondado dorsalmente e mais agudo
paralelogramo irregular com o lado superior lateralmente. O aparelho oral é anteroventral, as
maior que o inferior, ambos formando um ângulo narinas são laterais com as aberturas direcionadas
reto com o lado posterior. O aparelho oral é posterodorsalmente Os olhos são laterais. O
anterior, as papilas se distribuem unisserialmente espiráculo é sinistro, lateroventral com abertura
na região posterior e nas laterais do disco oral, e posterodorsalmente orientada. O aparelho
não apresenta ceratodontes. A bainha mandibular oral é anterior, com papilas labiais distribuídas
anterior é arqueada, com a concavidade orientada bisserialmente ao longo do perímetro do disco
ventralmente, e a posterior tem formato de ‘v’, oral, não apresentando ceratodontes. As bainhas
ambas serrilhadas. mandibulares anterior e posterior são arqueadas.
O girino apresentou comprimento total (CT) O girino apresentou comprimento total (CT)
médio de 27,32 mm. Tendo CT como referência, o médio de 27,44 mm. Tendo CT como referência, o
corpo do girino possui comprimento equivalente a corpo do girino possui comprimento equivalente a
34,01%, a cauda a 67,59% e a distância do rostro à 34,33%, a cauda a 76,92% e a distância do rostro à
origem da nadadeira dorsal a 30,22%. origem da nadadeira dorsal a 2,71%.
O corpo do girino apresentou altura (AC) O corpo do girino apresentou altura (AC)
média de 4,38 mm. Tendo AC como referencial, a média de 4,94 mm. Tendo AC como referencial, a
cauda do girino é 31,10% maior, a nadadeira dorsal cauda do girino é 43% maior, a nadadeira dorsal
equivale a 39,19%, a ventral a 42,31% e o eixo equivale a 45,82%, a ventral a 48,30% e o eixo
musculoesquelético a 66,18%. musculoesquelético a 61,53%.
O corpo do girino apresentou comprimento O corpo do girino apresentou comprimento
(CC) médio de 34,01 mm. Tendo CC como (CC) médio de 9,42 mm. Tendo CC como
referencial, o diâmetro do olho equivale a 18,23%, referencial, o diâmetro do olho equivale a 17,83%,
o da narina a 6,58% e o do espiráculo a 5,76%. o da narina a 5,63% e o do espiráculo a 6,06%. As
As narinas distam do rostro em 9,46%, os olhos narinas distam do rostro em 7,90%, os olhos em
em 27,67% e o espiráculo em 65,90%. Os olhos 26,77% e o espiráculo a 65,85%. Os olhos distam
distam das narinas o equivalente a 14,26% de CC e das narinas o equivalente a 16,22% de CC e o
o espiráculo dista do tubo cloacal em 35,73%. espiráculo dista do tubo cloacal em 36,84%.
94 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
O corpo do girino apresentou largura (LC) nasal e um desenho de forma circular na região
média de 5,12 mm. Tendo LC como referencial, a interocular, que se prolonga caudalmente de
distância internasal equivale a 36,16%, a interocular forma linear, iniciando na região posterior à ocular
a 66,68% e a largura do aparelho oral a 30,94%. e prolongando-se em comprimento equivalente a
¼ do comprimento do corpo. Nas vistas lateral e
6. Dendropsophus sp. 1 ventral, o girino apresenta coloração branco-pardo,
O girino de D. sp.1 aqui descrito corresponde que em alguns espécimes é semitransparente,
ao girino erroneamente identificado como Den- permitindo visualização do intestino. A cauda
dropsophus branneri, morfotipo 1, por Andrade apresenta coloração semelhante ao dorso do
(2007). girino, porém com maior transparência. É possível
O girino de D. sp.1 (Figura IIIb) é a visualização da vena caudalis ventralis que se
muito semelhante ao girino de D. decipiens, estende até o primeiro terço da cauda.
diferenciando-se apenas no formato da faixa de Em vista dorsal, o girino apresenta corpo
coloração cobre localizada anteriormente aos aproximadamente pentagonal, com faces opostas
olhos, que tem formato de “v”. A coloração da paralelas entre si, ortogonais ao plano que forma
cauda é o outro aspecto em que este difere do a parede posterior do corpo e o ângulo agudo
girino de D. decipiens. A cauda do girino de D. formando o rostro, que é abaulado. Em vista lateral,
sp.1 apresenta coloração escura com uma faixa de o corpo do girino apresenta formato triangular e
coloração cobre na porção mais caudal do terço o rostro pontudo. O aparelho bucal é anterior, as
cranial da cauda. narinas são dorsolaterais, os olhos são laterais e o
O corpo apresenta formato oval em vistas espiráculo está localizado no lado esquerdo medial
dorsal, lateral e ventral. Os olhos são laterais e ao corpo, apresentando abertura posterodorsal. O
as narinas são anterolaterais. O aparelho bucal aparelho oral é anterior, com papilas distribuídas
é anteroventral. O aparelho oral não apresenta em todo o perímetro do disco oral. Apresenta
ceratodontes e as papilas marginais são dispostas ceratodontes distribuídos segundo a fórmula 0/2.
unisserialmente no lábio posterior e nos lábios O girino apresentou comprimento total (CT)
anteriores, próximos à comissura labial. médio de 25 mm. Tendo CT como referência, o
O girino apresentou comprimento total (CT) corpo do girino possui comprimento equivalente a
médio de 19,11 mm. Tendo CT como referência, o 36,12%, a cauda a 73,422% e a distância do rostro
corpo do girino possui comprimento equivalente a à origem da nadadeira dorsal a 24,98%.
40,92%, a cauda a 67,09% e a distância do rostro à O corpo do girino apresentou altura (AC)
origem da nadadeira dorsal a 36,68%. média de 5,45 mm. Tendo AC como referencial,
O corpo do girino apresentou altura (AC) a cauda é 5,02% maior, a nadadeira dorsal
média de 3,44 mm. Tendo AC como referencial, a equivale a 26,88%, a ventral a 32,42% e o eixo
cauda do girino é 8,72% maior, a nadadeira dorsal musculoesquelético a 47,80%.
equivale a 31,65%, a ventral a 30,36% e o eixo O corpo do girino apresentou comprimento
musculoesquelético a 52,62%. (CC) médio de 9,03 mm. Tendo CC como
O corpo do girino apresentou comprimento referencial, o diâmetro do olho equivale a 19,33%,
(CC) médio de 7,82 mm. Tendo CC como o da narina a 4,88% e o do espiráculo a 6,78%.
referencial, o diâmetro do olho equivale a 21,61%, As narinas distam do rostro em 8,90%, os olhos
o da narina a 4,60% e o do espiráculo a 6,38%. em 25,43% e o espiráculo em 67,84%. Os olhos
As narinas distam do rostro em 15,20%, os olhos distam das narinas o equivalente a 13,78% de CC e
em 24,86% e o espiráculo em 65,55%. Os olhos o espiráculo dista do tubo cloacal em 27,57%.
distam das narinas o equivalente a 19,69% de CC e O corpo do girino apresentou largura (LC)
o espiráculo dista do tubo cloacal em 30,25%. média de 4,75 mm. Tendo LC como referencial, a
O corpo do girino apresentou largura distância internasal equivale a 27,68%, a interocular
(LC) média de 4,25 mm. Tendo LC como referencial, a 62,54% e a largura do aparelho oral a 31,26%.
a distância internasal equivale a 49,23%, a
interocular a 69,25% e a largura do aparelho oral a 8. Dendropsophus sp. 3
27,21%. O girino de Dendropsophus sp. 3 (Figura
IIId) apresenta coloração amarronzada no dorso,
7. Dendropsophus sp. 2 que se apresenta mais clara formando figura de
O girino de Dendropsophus sp. 2 (Figura IIIc) forma curvada, englobando a região posterior
apresenta coloração vermelha no dorso. Apresenta ao globo ocular e cobrindo as narinas. Estas são
duas manchas sem forma característica na região representadas por uma pontuação escura em
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 95
cada e um círculo de coloração similar a essas girino apresentou largura (LC) média de 5,16 mm.
pontuações, porém um pouco mais clara, localizada Tendo LC como referencial, a distância internasal
imediata e caudalmente a essas pontuações. Na equivale a 23,48%, a interocular a 44% e a largura
origem da cauda, a coloração escura do dorso do aparelho oral a 34,97%.
apresenta formato triangular, ocupando a região
mais próxima da cauda. As áreas mais distais 9. Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824)
apresentam coloração bege, que é o padrão O girino de Hypsiboas albomarginatus
de coloração da metade cranial da cauda. Essa (Figura IVa; Apêndice B) em vista dorsal apresenta
região mais anterior da cauda apresenta na região coloração marrom no corpo, que se torna mais
mediana, formada pelos ângulos dos miômeros, clara na cauda. Tem duas manchas escuras, uma
uma faixa escura que vai afilando no sentido ao redor das narinas dorsais e a outra na região
crânio-caudal, até desaparecer no início da metade interocular em forma de “v”. Uma linha mais escura
posterior da cauda, que apresenta coloração liga as laterais do disco oral aos olhos dorsolaterais.
gradativamente mais escura no sentido crânio- Ventralmente é possível ver o intestino através do
caudal. A extremidade da cauda se apresenta tegumento do animal. A cauda apresenta manchas
completamente escura, inclusive mais escura do mais escuras que dão uma aparência “malhada”
que o dorso do girino. Lateralmente, é possível à estrutura. Lateralmente, uma linha escura passa
ver o intestino do girino através do tegumento. A pelo ângulo formado pelos miômeros da cauda,
região anterior do ventre apresenta coloração clara, originando-se no início da estrutura e terminando
semelhante à região correspondente no dorso, no final do primeiro terço da cauda. Até 12
seguida de uma região escura semelhante à região meses após a fixação, não apresentou alteração
correspondente no dorso, e esta, por sua vez, é significativa na coloração, apenas tornando-se
seguida de região em que é possível visualizar o mais clara do que quando em vida.
intestino do girino. O corpo em vista dorsal apresenta forma
Em vista dorsal, o corpo do girino apresenta semelhante a uma elipse. Apresenta-se um pouco
formato oval, lateralmente, com conformação achatado dorsoventralmente e a cauda é fusiforme,
oval levemente deprimida. Dorsalmente, o rostro uma vez que as nadadeiras apresentam-se mais
se apresenta retilíneo levemente arredondado altas na região medial da cauda. O espiráculo se
e lateralmente pontudo. O aparelho oral é abre no lado esquerdo do corpo, com abertura
anteroventral. As narinas e os olhos são dorsais, direcionada posterodorsalmente. O aparelho
orientados lateralmente. O espiráculo é sinistro, oral apresenta papilas marginais distribuídas
lateroventralmente localizado e com abertura de maneira unisserial com diastema anterior.
posterodorsal, sendo relativamente grande e Apresenta fórmula dentária 2(2)/4(1).
se destacando em visão lateral. O aparelho O girino apresentou comprimento total (CT)
oral é anteroventral, com papilas distribuídas médio de 34,33 mm. Tendo CT como referência, o
bisserialmente, com diastema anterior e corpo possui comprimento equivalente a 35,64%, a
ceratodontes distribuídos segundo a fórmula 1/2(1). cauda a 69,91% e a distância do rostro à origem da
O girino apresentou comprimento total (CT) nadadeira dorsal a 29,26%.
médio de 35,90 mm. Tendo CT como referência, o O corpo do girino apresentou altura (AC)
corpo possui comprimento equivalente a 28,80%, a média de 5,89 mm. Tendo AC como referencial, a
cauda a 78,54% e a distância do rostro à origem da cauda do girino é 9,86% maior, a nadadeira dorsal
nadadeira dorsal a 31,12%. equivale a 39,24%, a ventral a 27,75% e o eixo
O corpo do girino apresentou altura (AC) musculoesquelético a 48,59%.
média de 4,26 mm. Tendo AC como referencial, a O corpo do girino apresentou comprimento
cauda do girino é 16,03% maior, a nadadeira dorsal (CC) médio de 12,23 mm. Tendo CC como
equivale a 33,18%, a ventral a 28,64% e o eixo referencial, o diâmetro do olho equivale a 11,33%,
musculoesquelético a 67,37%. o da narina a 5,12% e o do espiráculo a 5,63%. As
O corpo do girino apresentou comprimento narinas distam do rostro em 14,57%, os olhos em
(CC) médio de 10,34 mm. Tendo CC como 25,11% e o espiráculo em 70%. Os olhos distam
referencial, o diâmetro do olho equivale a 11,81%, das narinas o equivalente a 10,32% de CC e o
o da narina a 6,16% e o do espiráculo a 7,88%. As espiráculo dista do tubo cloacal em 27,32%.
narinas distam do rostro em 9,86%, os olhos em O corpo do girino apresentou largura (LC)
25,83% e o espiráculo em 61,30%. Os olhos distam média de 7,14 mm. Tendo LC como referencial, a
das narinas o equivalente a 14,61% de CC e o distância internasal equivale a 26,29%, a interocular
espiráculo dista do tubo cloacal em 37,54%. O corpo do a 47,87% e a largura do aparelho oral a 34,28%.
96 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
O corpo apresenta forma levemente hexagonal, oral apresenta papilas marginais distribuídas de
quando visto dorsalmente, e triangular quando maneira unisserial nas laterais e bisserial na região
visto lateralmente. O espiráculo é encontrado posterior, com diastema anterior. Apresenta fórmula
do lado esquerdo do corpo, com abertura dentária 2(2)/3(1).
posterodorsal apresentando a parede centrípeta. O girino apresentou comprimento total (CT)
A cauda se destaca pela sua altura em virtude do médio de 35,04 mm. Tendo CT como referência, o
grande tamanho das nadadeiras ventral e dorsal. corpo possui comprimento equivalente a 34,53%, a
O aparelho oral apresenta distinção entre os lábios cauda a 75,74% e a distância do rostro à origem da
anterior e posterior. O lábio anterior se apresenta nadadeira dorsal a 19,12%.
em forma de ‘v’ invertido, formando duas abas que O corpo do girino apresentou altura (AC)
recobrem parcialmente a abertura oral. O posterior média de 7,88 mm. Tendo AC como referencial,
é mais retilíneo, mas apresenta depressões nas a cauda do girino equivale a 68,40%, a nadadeira
extremidades, inserindo-se um pouco abaixo na dorsal a 24,62%, a ventral a 25,89% e o eixo
estrutura oral. As papilas se distribuem de maneira musculoesquelético a 43,90%.
unisserial, apresentando diastemas dorsal e ventral. O corpo do girino apresentou comprimento
A disposição das fileiras de ceratodontes segue a (CC) médio de 12,10 mm. Tendo CC como
fórmula 2(2)/3[1]. A descontinuidade observada na referencial, o diâmetro do olho equivale a 10,24%,
primeira fileira posterior de dentes é muito tênue, o da narina a 4,13% e o do espiráculo a 4,95%.
às vezes inexistente. As narinas distam do rostro em 8,42%, os olhos
O girino apresentou comprimento total (CT) em 23,80% e o espiráculo em 68,43%. Os olhos
médio de 33,73 mm. Tendo CT como referência, o distam das narinas o equivalente a 12,39% de CC e
corpo possui comprimento equivalente a 29,73%, a o espiráculo dista do tubo cloacal em 54,55%.
cauda a 77,05% e a distância do rostro à origem da O corpo do girino apresentou largura (LC)
nadadeira dorsal a 17,10%. média de 9,27 mm. Tendo LC como referencial, a
O corpo do girino apresentou altura (AC) distância internasal equivale a 40,35%, a interocular
média de 5,20 mm. Tendo AC como referencial, a a 48,56% e a largura do aparelho oral a 22,87%.
cauda do girino é 96,47% maior, a nadadeira dorsal
equivale a 63,10%, a ventral a 60,06% e o eixo B) Leptodactylidae Werner, 1896
musculoesquelético a 72,81%.
O corpo do girino apresentou comprimento 14. Leptodactylus marmoratus
(CC) médio de 10,03 mm. Tendo CC como O girino de Leptodactylus marmoratus
referencial, o diâmetro do olho equivale a 17,01%, (Figura Vb; Apêndice B) apresenta coloração
o da narina a 5,83% e o do espiráculo a 5,97%. marrom-escura no dorso, levemente mais clara da
As narinas distam do rostro em 20,77%, os olhos região imediatamente posterior às narinas até o
em 31,01% e o espiráculo em 77,87%. Os olhos rostro, apresentando formato lunar. Lateralmente,
distam das narinas o equivalente a 15,11% de CC e é possível ver uma região de coloração semelhante
o espiráculo dista do tubo cloacal em 32,72%. àquela do dorso, mais dorsalmente, e uma mais
O corpo do girino apresentou largura (LC) clara, semelhante àquela da porção mais anterior
média de 6,19 mm. Tendo LC como referencial, a do rostro, mais ventralmente direcionada, sendo
distância internasal equivale a 59,61%, a interocular essa a coloração do ventre do animal. A cauda
a 67,59% e a largura do aparelho oral a 41,71%. apresenta coloração similar à do corpo, porém
mais clara. Existe uma linha de coloração similar
13. Sphaenorhyncus prasinus Bokermann, à do dorso do girino no primeiro terço da região
1973 mediana da cauda, aproximadamente no ângulo
O girino de Sphaenorhyncus prasinus (Figura formado pelos miômeros. É possível visualizar o
Va) apresenta coloração amarronzada no dorso e intestino através do tegumento ventral. Quando
na lateral do corpo, com o ventre esbranquiçado. fixado, até 12 meses, o padrão se mantém,
Apresenta manchas avermelhadas espalhadas mas a coloração se torna mais clara, inclusive
pelo ventre do corpo e pela lateral da cauda. permitindo a visualização difusa de elementos do
O girino apresenta corpo globoso, com esplancnocrânio e do coração do girino (VIERTEL;
formato trapezoide em vista dorsal e triangular em RICHTER, 1999) em vista ventral.
vista lateral. Os olhos e as narinas são laterais. O O corpo é oval em vista dorsal, e oval,
aparelho oral é anterior. O espiráculo se localiza levemente deprimido, em vista lateral. O aparelho
no lado esquerdo do corpo e apresenta abertura oral é anteroventral. As narinas e os olhos são
paralela ao plano sagital do girino. As vísceras dorsais com orientações laterais. O espiráculo é
são visíveis através do tegumento. O aparelho sinistro com abertura posterodorsal. O aparelho
98 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
oral é anteroventral, com papilas distribuídas cauda do girino é 16,88% maior, a nadadeira dorsal
bisserialmente no lábio posterior, e unisserialmente equivale a 39,42%, a ventral a 34,76% e o eixo
no anterior, este apresentando um diastema. A musculoesquelético a 52,68%.
distribuição dos ceratodontes segue a fórmula O corpo do girino apresentou comprimento
2(2)/3(1). (CC) médio de 8,51 mm. Tendo CC como
O girino apresentou comprimento total (CT) referencial, o diâmetro do olho equivale a 8,69%,
médio de 33,98 mm. Tendo CT como referência, o o da narina a 4,84% e o do espiráculo a 6,83%.
corpo do girino possui comprimento equivalente a As narinas distam do rostro em 7,92%, os olhos
34,96%, a cauda a 69,43% e a distância do rostro à em 18,22% e o espiráculo em 59,74%. Os olhos
origem da nadadeira dorsal a 31,72%. distam das narinas o equivalente a 9,61% de CC e
O corpo do girino apresentou altura (AC) o espiráculo dista do tubo cloacal em 40,99%.
média de 4,95 mm. Tendo AC como referencial, a O corpo do girino apresentou largura (LC)
cauda do girino é 18,08% maior, a nadadeira dorsal média de 4,77 mm. Tendo LC como referencial, a
equivale a 42,95%, a ventral a 30,53% e o eixo distância internasal equivale a 22,16%, a interocular
musculoesquelético a 56,68%. a 33,32% e a largura do aparelho oral a 39,95%.
O corpo do girino apresentou comprimento
(CC) médio de 8,51 mm. Tendo CC como 16. Leptodactylus vastus A. Lutz, 1930
referencial, o diâmetro do olho equivale a 11,31%, O girino de L. vastus (Figura Vd) apresenta
o da narina a 5,31% e o do espiráculo a 5,41%. corpo globoso com coloração marrom-parda. O
As narinas distam do rostro em 8,37%, os olhos disco oral é anteroventral e os olhos e as narinas
em 24,20% e o espiráculo em 55,40%. Os olhos são dorsais. O espiráculo está localizado no
distam das narinas o equivalente a 9,45% de CC e lado esquerdo do corpo com abertura orientada
o espiráculo dista do tubo cloacal em 37,21%. dorsalmente e fundido à parede do corpo. A cauda
O corpo do girino apresentou largura (LC) do girino apresenta a mesma coloração do corpo,
média de 4,77 mm. Tendo LC como referencial, a sendo mais longa do que alta, e o tubo cloacal
distância internasal equivale a 22,16%, a interocular é medial. O aparelho oral não é emarginado. As
a 33,32% e a largura do aparelho oral a 39,95%. papilas marginais se distribuem unisserialmente
ao longo do disco oral, porém apresentando
15. Leptodactylus natalensis A. Lutz, 1930 uma interrupção dorsal e bisserialmente nas
O girino de Leptodactylus natalensis (Figura extremidades laterais do limite mais posterior
Vc; Apêndice B) apresenta coloração marrom ao do lábio posterior. Apresenta fórmula dentária
longo de todo o corpo, apresentando-se um pouco 1/2(1). A bainha mandibular superior tem formato
mais clara apenas na região orbital. É possível de um arco e a inferior tem forma de “v”, ambas
ver através do tegumento, de maneira nítida, o serrilhadas.
intestino tanto nas vistas lateral quanto ventral. O girino apresentou comprimento total (CT)
Quando fixado, os padrões de coloração são médio de 47,73 mm. Tendo CT como referência, o
mantidos, mas após 4 meses a coloração se torna corpo possui comprimento equivalente a 28,44%, a
mais pálida. cauda a 77,87% e a distância do rostro à origem da
Em vistas dorsal e lateral, o corpo tem formato nadadeira dorsal a 30,54%.
oval. O aparelho oral é anteroventral, as narinas e os O corpo do girino apresentou altura (AC)
olhos são dorsais, ambos orientados lateralmente. média de 6,38 mm. Tendo AC como referencial, a
O espiráculo é sinistro, mas localizado mais cauda do girino é 0,34% maior, a nadadeira dorsal
ventralmente, com abertura posterodorsal. O rostro equivale a 23,04%, a ventral a 20,42% e o eixo
é retilíneo arredondado em vista dorsal e pontudo musculoesquelético a 57,86%.
em vista lateral. O aparelho oral é anteroventral, O corpo do girino apresentou comprimento
com papilas distribuídas bisserialmente ao longo (CC) médio de 13,58 mm. Tendo CC como
de todo o perímetro do disco oral, à exceção do referencial, o diâmetro do olho equivale a 11,77%,
diastema dorsal; os ceratodontes se distribuem de o da narina a 1,53% e o do espiráculo a 4,44%.
acordo com a fórmula 2/3. As narinas distam do rostro em 11,28%, os olhos
O girino apresentou comprimento total (CT) em 20,81% e o espiráculo em 63,73%. Os olhos
médio de 22,63 mm. Tendo CT como referência, o distam das narinas o equivalente a 9,31% de CC e
corpo possui comprimento equivalente a 37,61%, a o espiráculo dista do tubo cloacal em 51,65%.
cauda a 68,32% e a distância do rostro à origem da O corpo do girino apresentou largura (LC)
nadadeira dorsal a 32,33%. média de 8,38 mm. Tendo LC como referencial, a
O corpo do girino apresentou altura (AC) distância internasal equivale a 21,96%, a interocular
média de 4,21 mm. Tendo AC como referencial, a a 33,21% e a largura do aparelho oral a 28,35%.
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 99
26
36
36
35
Figura II: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na Estação
Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. Rhinella sp. b. Dendropsophus gr. branneri.
c. D. decipiens. d. D. elegans. Os numerais representam o estágio de desenvolvimento, segundo modelo
proposto por Gosner (1960).
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 101
a 37 b 35
c 31 d 26
Figura III: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na Estação
Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. Dendropsophus minutus. b. D. sp.1. c. D.
sp.2. d. D. sp.3. Os numerais representam o estágio de desenvolvimento, segundo modelo proposto por
Gosner (1960).
102 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
b 37
a
27
c 37 d
27
Figura IV: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na Estação
Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. Hypsiboas albomarginatus. b. Phyllomedusa
nordestina. c. Scinax auratus. d. S. x-signatus. Os numerais representam o estágio de desenvolvimento,
segundo modelo proposto por Gosner (1960).
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 103
a 36 36
b
c
d
25 36
Figura V: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na
Estação Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. Sphaenorhyncus prasinus.
b. L. gr. marmoratus. c. L. natalensis. d. Leptodactylus vastus. Os numerais representam o estágio de
desenvolvimento, segundo modelo proposto por Gosner (1960).
104 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
b
26 35
a
26
c
Figura VI: Esquemas das vistas dorsal, ventral e lateral esquerda, e aparelho oral dos girinos capturados na Estação
Ecológica do Tapacurá entre janeiro de 2007 e julho de 2008. a. D. muelleri. b. E. ovalis. c. L. palmipes. Os
numerais representam o estágio de desenvolvimento, segundo modelo proposto por Gosner (1960).
Sudeste do Brasil, permitindo melhor comparação no estudo da filogenia da classe Anura, torna-
e análise de acúmulo de diferenças, a ponto de ser, se cada vez maior a demanda de informações
de fato, espécies diferentes. sobre a morfologia da fase larval, para a melhor
Em um momento da ciência em que os compreensão da história evolutiva desses
herpetólogos estão cada vez investindo mais animais.
Agradecimentos
Agradeço à professora/doutora Denise de Cerqueira Rossa-Feres (Unesp), à professora/doutora
Ana Maria Paulino Telles de Carvalho-e-Silva (Unirio) e a Washington Vieira, pela disposição em
ajudar na identificação de alguns girinos de identificação problemática; a Paulo de Souza Filho, pelas
ilustrações muito bem-feitas dos girinos; ao Laboratório de Invertebrados Terrestres da UFPE, na pessoa
do professor/doutor Simão Dias Vasconcelos e ao Laboratório de Ecofisiologia Animal da UFRPE, na
pessoa da professora/doutora Maria Adélia Borstelmann de Oliveira, pela disponibilidade dos respectivos
laboratórios, para a obtenção dos dados biométricos dos girinos; e aos componentes do Grupo de
Estudos em Herpetologia e Páleo-Herpetologia de Pernambuco – GEHP-PE, do qual faço parte, nas
pessoas de Lúcio Flausino Dias Júnior, Ticiana Navarro, Keitz Albertim, Iris Melo, Clênio França e Eduardo
Lins, pela ajuda na coleta dos dados morfométricos.
Referências
ALTIG, R.; JOHNSTON, G. F. Guilds of anuran larvae: Relationships among developmental modes,
morphologies and habits. Herpetological Monographs, n. 2, p. 81-109, 1989.
ALTIG, R.; McDIARMID, R. W. Body Plan: Development and Morphology. In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R.
(Ed.). Tadpoles: the biology of anuran larvae. Chicago: Ed. The University of Chicago Press, 1999a. 444 p.
ALTIG, R.; McDIARMID, R. W. Diversity: Familial and Generic characterizations. In: McDIARMID, R. W.;
ALTIG, R. (Ed.). Tadpoles: the biology of anuran larvae. Chicago: Ed. The University of Chicago Press,
1999b. 444 p.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de Formas Larvárias
de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.
ARAÚJO, L. C. S. S.; AMORIM, F. O.; SANTOS, E. M. Hábito Alimentar de Lithobates palmipes (Spix, 1824)
em Fragmento de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM
PERNAMBUCO, 1., 2008.
ALVES, A. C. R.; GOMES, M. R.; CARVALHO E SILVA, S. P. Description of the tadpole of Scinax auratus
(Wied-Neuwied) (Anura, Hylidae). Revista Brasileira de Zoologia, n. 21, v. 2, p. 315-317, 2004.
106 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
CARVALHO, C. L. B.; SANTOS, E. M.; SILVA, L. A. M. Lista atualizada de anfíbios anuros da estação
Ecológica do Tapacurá. Revista Ômega, Série Biológica, UFRPE, n. 5, p. 29-34, 1998.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. Baltimore, Maryland: Ed. Johns Hopkins, 1994.
669 p.
FABREZI, M.; LAVILLA, E. O. Estructura del condrocrâneo y esqueleto hiobranquial em larvas de algunos
IJ<K0(:$)4(L+(&79,<4:$.M)1+,N$OP<70,4>#$Acta Zoológica Lilloana, n. 41, p. 155-164, 1992.
FORD, L. S.; CANNATELLA, D. C. The major clades of frogs. Herpetological Monographs, n. 7, p. 94-117, 1993.
FROST, D. R.; GRANT, T.; FAIVOVICH, J.; BAIN, R. H.; HAAS, A.; HADDAD, C. F. B.; DE SA, R. O.; CHANNING,
A.; WILKINSON, M.; DONNELLAN, S. C.; RAXWORTHY, C. J.; CAMPBELL, J. A.; BLOTTO, B. L.; MOLER,
P.; DREWES, R. C.; NUSSBAUM, R. A.; LYNCH, J. D.; GREEN, D. M.; WHEELER, W. C. The Amphibian Tree
of Life. Bulletin of the American Museum of Natural History, n. 297, 370p, 2006.
/QRSTUH$ V#$ M$ :75&<7-40$ L,G<4$ W(+$ :L,*7)*$ ,)1+,)$ 45G+P(:$ ,)0$ <,+D,4$ X7LI$ )(L4:$ ()$ 704)L7-9,L7()#$
Herpetologica, n. 16, p. 183-190, 1960.
HAAS, A. Phylogeny of frogs as inferred from primarily larval characters (Amphibia: Anura). Cladistics, n.
19, p. 23-89, 2003.
HADRIGAN, G. R.; WASSERSUG, R. J. The anuran Bauplan: a review of the adaptive, developmental, and
genetic underpinnings of frog and tadpole morphology. Biological Reviews, n. 82, p. 1-25, 2007.
HERO, J. M. An illustrated key to tadpoles occurring in the Central Amazon rainforest, Manaus, Amazonas,
Brasil. Amazoniana, Manaus, v. 11, n. 2, p. 201-262, 1990.
MAGLIA, A. M.; PUGENER, L. A.; TRUEB, L. Comparative Development of Anurans: Using Phylogeny to
Understand Ontogeny. American Zoologist, n. 41, p. 538-551, 2001.
'TYQH$Z#$S#$Z#[$'QCUMH$V#$M#[$MS\UM\TH$T#$]#$T#[$'QCUMH$/#$^#$;#$6,+,9L4+7_,23($*4+,<$4$4:&497-970,04$
microambiental de Dendropsophus branneri e Dendropsophus minutus em remanescente de Mata
Atlântica, Nordeste do Brasil. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.
McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. Tadpoles: The Biology of Anuran Larvae. Chicago: Ed. The University of
Chicago Press, 1999. 444 p.
NOBLE, G. K. An outline of the relation of ontogeny and phylogeny within the Amphibia. Amer. Mus.
Novit., n. 165, p. 1-17, 1925.
POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Herpetology.
3.ed. New Jersey: Ed. Prentice-Hall, 2003.
PUGENER, L. A.; MAGLIA, A. M.; TRUEB, L. Revisiting the contribution of larval characters to an analysis
of the phylogenetic relationships of basal anurans. Zoological Journal of the Linnean Society, n. 139,
p. 129-155, 2003.
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura) 107
SOKOL, O. M. The phylogeny of anuran larvae: a new look. Copeia, v. 1975, n. 1, p. 1-24.
STARRETT, P. H. Evolutionary patterns in larval morphology. In: VIAL, J. L. (Ed.). Evolutionary biology of
the anurans. Contemporary research on major problems. Columbia, Missouri: University of Missouri
Press, 1973. p. 251-297.
ROSSA-FERES, D. C.; NOMURA, F. Characterization and taxonomic key for tadpoles (Amphibia: Anura)
from the northwestern region of São Paulo State, Brazil. BiotaNeotropica. 2006. Disponível em: <http://
XXX#G7(L,)4(L+(&79,#(+*#G+aDb)?a&La,G:L+,9Lc704)L7-9,L7()de4PfG)!!"!b!? !!bg$
SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.; SILVA,
J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Maçagana, v. 2, 2001. p. 529-
535.
VERA CANDIOTI, M. F. Anatomy of Anuran Tadpoles from Lentic Water Bodies: Systematic Relevance and
Correlation with Feeding Habits. Zootaxa, v. 1600, p. 1-175, 2007.
VERA CANDIOTI, M. F.; HAAS, A. Three dimensional reconstruction of the hyobranchial apparatus of Hyla
nana tadpoles (Anura: Hylidae). Cuadernos de Herpetología, n. 18, p. 3-15, 2005.
VIEIRA, W. L. S.; SANTANA, G. G.; VIEIRA, K. S. description of the tadpole of Leptodactylus vastus (Anura:
Leptodactylidae). Zootaxa, n. 1.529, p. 61-68, 2007.
WASSERSUG, R. J. Internal oral features of larvae from eight anuran families. Functional, systematics,
evolutionary and ecological considerations. Miscellaneous Publications of the Museum of Natural
History, University of Kansas, n. 65, p. 1-146, 1980.
APÊNDICE A: Médias e desvio-padrão (em mm) dos caracteres morfométricos aferidos dos girinos
da Estação Ecológica do Tapacurá no período de fevereiro de 2007 a julho de 2008. LEGENDA: Espécies
analisadas [Rsp: Rhinella sp. (n=7); Db: D. branneri (n=30); Dd: D. decipiens (n=28); De: D. elegans
(n=18); Dmi: D. minutus (n=14); Dsp1: D. sp.1 (n=10); Dsp2: D. sp.2 (n=12); Dsp3: D. sp.3. (n=17); Ha: H.
albomarginatus (n=30); Pn: P. nordestina (n=30); Sa: S. auratus (n=30); Sx: S. x-signatus (n=30); Sp: S.
prasinus (n=6); Lm: L. marmoratus (n=12); Ln: L. natalensis (n=30); Lv: L. vastus (n=30); Dmu: D. muelleri (n=2); Eo:
E. ovalis (n=5); Lp: L. palmipes (n=22)] e Medidas [CT: comprimento total; CC: comprimento do corpo; LC:
largura do corpo; AC: altura do corpo; CCU: comprimento da cauda; ACU: altura da cauda; DRD: distância
da porção mais anterior do rostro à origem da nadadeira dorsal; AMND: altura da nadadeira dorsal;; AMC:
altura do eixo músculo-esquelético da cauda; AMNV: altura da nadadeira ventral; DO: diâmetro do globo
ocular; DIO: distância interocular; DOR: distância olho-rostro; DN: diâmetro da narina; DIN: distância
internasal; DNR: distância narina-rostro; DON: distância olho-narina; DE: diâmetro do espiráculo; DER:
distância espiráculo-rostro; DEC: distância espiráculo-tubo cloacal; LDO: largura do disco oral].
Rsp Db Dd De Dmi Dsp1 Dsp2 Dsp3 Ha Pn Sa Sx Sp Lm Ln Lv Dmu Eo Lp 108
20,26 22,34 19,10 27,32 27,44 19,10 25,00 35,90 34,30 35,50 35,90 33,73 35,04 33,98 22,63 47,73 32,75 22,42 45,35
CT
(2,01) (3,60) (4,41) (4,66) (8,04) (4,41) (2,87) (3,55) (6,99) (6,65) (4,09) (5,39) (7,43) (3,45) (1,23) (6,83) (8,41) (2,78) (4,98)
7,30 6,30 7,80 9,29 9,42 7,82 9,03 10,34 12,20 12,00 10,69 10,03 12,10 11,88 8,51 13,58 11,15 7,70 20,26
CC
(0,34) (0,60) (1,40) (1,54) (0,97) (1,39) (0,78) (1,04) (2,39) (1,84) (1,02) (1,33) (2,39) (2,74) (0,43) (1,87) (2,61) (2,10) (2,52)
5,02 3,31 4,25 4,66 5,12 4,25 4,75 5,16 7,14 5,94 6,30 6,19 9,27 6,40 4,77 8,38 8,55 6,28 12,41
LC
(0,13) (0,53) (0,89) (0,71) (0,50) (0,89) (0,32) (0,52) (1,09) (0,98) (0,75) (0,96) (2,67) (0,79) (0,29) (1,39) (1,62) (0,70) (1,43)
3,30 2,80 3,40 4,38 4,94 3,40 5,45 4,26 5,89 4,48 6,51 5,2 7,9 4,95 4,21 6,38 5,20 3,58 11,01
AC
(0,19) (0,60) (0,80) (0,72) (0,46) (0,80) (0,65) (0,36) (1,31) (1,55) (0,84) (1,13) (1,8) (0,85) (0,28) (1,43) (0,98) (0,50) (1,33)
13,57 17,55 12,80 18,47 21,10 12,82 18,35 28,20 24,00 29,10 27,00 25,99 26,5 23,59 15,46 37,17 25,96 14,81 27,02
CCU
(1,70) (3,17) (3,13) (3,04) (2,99) (3,13) (2,89) (4,86) (6,69) (5,78) (3,01) (4,63) (8,28) (3,28) (2,80) (6,25) (0,35) (3,09) (3,36)
3,70 3,94 3,70 5,75 7,09 3,70 5,73 4,94 6,47 7,36 7,70 10,22 5,39 5,85 4,93 6,40 5,85 4,76 11,55
ACU
(0,39) (0,62) (1,10) (1,09) (1,21) (1,10) (0,58) (0,48) (1,62) (1,69) (0,99) (1,86) (0,95) (1,15) (0,44) (0,96) (1,76) (0,64) (1,60)
6,54 5,27 19,00 8,25 5,48 7,01 6,24 11,17 10,00 11,08 8,47 5,77 6,70 10,78 7,32 14,58 11,15 7,36 20,26
DRD
(0,36) (1,38) (4,40) (1,79) (0,76) (4,41) (1,02) (1,52) (2,8) (2,36) (1,17) (1,12) (4,01) (1,49) (0,63) (2,57) (2,61) (1,89) (2,52)
1,63 1,42 1,10 1,72 2,26 1,08 1,46 1,41 2,31 0,86 2,08 3,28 1,94 2,13 1,66 1,47 2,00 1,58 4,21
AMND
(0,12) (0,65) (0,40) (0,38) (0,46) (0,44) (0,27) (0,18) (0,69) (0,33) (0,38) (0,92) (0,60) (0,54) (0,22) (0,39) (0,42) (0,30) (0,71)
1,95 1,85 1,80 2,90 3,04 1,81 2,61 2,87 2,86 3,81 3,42 3,79 3,46 2,81 2,22 3,69 3,55 2,45 4,56
AMC
(0,11) (0,42) (0,60) (0,50) (0,31) (0,57) (0,24) (0,31) (0,90) (0,82) (0,63) (0,91) (0,40) (0,61) (0,17) (1,19) (0,91) (0,34) (0,71)
0,82 0,83 1,00 1,85 2,38 1,00 1,77 1,22 1,63 2,75 2,43 3,12 2,04 1,51 1,46 1,30 1,70 1,17 4,02
AMNV
(0,16) (0,41) (0,20) (0,34) (0,48) (0,20) (0,33) (0,20) (0,40) (0,99) (0,37) (0,77) (0,74) (0,19) (0,22) (0,37) (0,28) (0,20) (0,70)
1,29 0,99 1,70 1,69 1,68 1,70 1,74 1,22 1,40 1,97 1,80 1,71 1,20 1,34 0,74 1,60 1,05 0,95 2,20
DO
(0,11) (0,33) (0,50) (0,26) (0,20) (0,50) (0,10) (0,18) (0,50) (0,37) (0,20) (0,42) (0,40) (0,51) (0,10) (0,50) (0,21) (0,30) (0,34)
1,32 2,03 2,90 3,11 3,41 2,94 2,97 2,27 3,40 3,87 4,40 4,18 4,50 2,71 0,41 2,78 8,35 5,41 6,30
DIO
(0,22) (0,55) (0,60) (0,61) (0,46) (0,59) (0,17) (0,31) (0,70) (1,14) (0,70) (0,68) (1,20) (0,54) (0,14) (0,63) (1,90) (0,70) (0,77)
1,14 2,23 1,90 2,57 2,52 1,94 2,29 2,67 3,10 3,22 3,30 3,38 2,90 2,87 1,55 2,83 3,30 2,88 4,63
DOR
(0,49) (0,42) (0,40) (0,40) (0,24) (0,40) (0,26) (1,59) (0,70) (0,46) (0,40) (0,87) (0,50) (0,59) (0,25) (0,51) (0,98) (0,30) (0,59)
0,63 0,36 0,40 0,61 0,53 0,40 0,44 0,63 0,60 0,21 0,40 0,59 0,50 0,63 0,41 0,21 0,85
DN -
(0,14) (0,21) (0,20) (0,10) (0,10) (0,20) (0,06) (0,14) (0,30) (0,13) (0,10) (0,47) (0,20) (0,36) (0,14) (0,18) (0,17)
0,95 1,06 2,10 1,51 1,85 2,00 1,31 1,21 1,90 1,46 3,00 3,69 3,74 1,35 1,05 1,84 3,04
DIN - -
(0,28) (0,36) (0,70) (0,28) (0,34) (0,50) (0,24) (0,19) (0,40) (0,68) (0,60) (0,84) (1,09) (0,57) (0,15) (0,55) (0,38)
0,54 0,48 1,20 0,87 0,74 1,88 0,80 1,02 1,80 0,89 1,80 2,08 1,00 0,99 0,67 1,53 1,96
DNR - -
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
(0,11) (0,36) (0,40) (0,17) (0,13) (0,39) (0,12) (0,66) (0,60) (0,37) (0,50) (0,67) (0,20) (0,48) (0,15) (0,48) (0,42)
Rsp Db Dd De Dmi Dsp1 Dsp2 Dsp3 Ha Pn Sa Sx Sp Lm Ln Lv Dmu Eo Lp
0,40 1,51 1,60 1,32 1,52 1,54 1,24 1,51 1,30 2,31 1,40 1,52 1,50 1,12 0,81 1,26 2,26
DON - -
(0,12) (0,43) (0,30) (0,28) (0,21) (0,34) (0,22) (0,77) (0,40) (0,69) (0,30) (0,35) (0,50) (0,68) (0,17) (0,33) (0,45)
0,68 0,36 0,60 0,53 0,57 0,50 0,61 0,81 0,69 0,98 0,50 0,60 0,60 0,64 0,58 0,60 1,00 0,70 1,32
DE
(0,08) (0,19) (0,10) (0,11) (0,10) (0,08) (0,11) (0,28) (0,29) (0,24) (0,20) (0,24) (0,20) (0,25) (0,08) (0,30) (0,20) (0,40) (0,21)
0,72 4,64 4,74 6,12 6,20 4,61 6,12 6,34 8,57 5,89 8,10 7,81 8,30 6,58 5,08 8,65 10,61
DER - -
(0,12) (0,6) (0,44) (0,94) (0,64) (0,41) (0,51) (0,82) (1,20) (0,86) (0,80) (1,80) (1,20) (1,01) (0,44) (2,46) (1,27)
1,64 1,92 2,18 3,32 3,47 2,2 2,49 3,88 3,30 5,51 3,00 3,28 6,60 4,42 3,49 7,01 8,76
DEC - -
(0,22) (0,70) (0,55) (0,68) (0,54) (0,48) (0,50) (0,70) (0,90) (0,96) (0,70) (1,16) (1,70) (0,70) (0,46) (2,19) (1,43)
1,34 0,62 1,12 1,09 1,58 1,10 1,48 1,80 2,45 2,17 2,13 2,58 2,12 2,21 1,90 2,38 4,67
LDO - -
(0,18) (0,23) (0,26) (0,06) (0,27) (0,31) (0,11) (0,45) (0,68) (0,57) (0,41) (0,40) (0,53) (0,81) (0,22) (0,38) (0,50)
APÊNDICE B:
Os girinos da Estação Ecológica do Tapacurá-PE (Amphibia: Anura)
Alguns
Clênio França de Souza1; Edson Victor Euclides de Andrade2; Geraldo Jorge Barbosa de Moura3
Resumo Abstract
Girinos ocorrem em vários tipos de habitats Tadpoles occur in various types of aquatic
aquáticos nos quais podem ocupar diversos habitats in which they can occupy different strata
estratos da coluna d’água, apresentando morfologia of the water column, showing characteristic
e comportamento característicos. Este trabalho morphology and behavior. This study aimed to
teve como objetivo caracterizar a comunidade characterize the community formed by the frogs
formada pelas larvas de anuros, assim como larvae as well as each constituent population of
cada população constituinte dessa comunidade, this community, present in 2 temporary ponds
presentes em duas poças temporárias na Estação in the Estação Ecológica do Tapacurá regarding
Ecológica do Tapacurá, quanto a sua distribuição its vertical distribution in the water column. The
vertical na coluna d’água. Os girinos foram tadpoles were sampled weekly from March 24
amostrados semanalmente, de 24 de março a 14 to 14 September 2008 with funnel-type traps to
de setembro de 2008, com armadilhas do tipo funil, allow sampling of the bottom, the surface and
de modo a permitir a amostragem do fundo, da of the water column. Eleven species of tadpoles
superfície e da coluna d’água. Onze espécies de were recorded, which had a total abundance of
girinos foram registradas, com abundância total de 629 individuals, of which six were listed, three
629 indivíduos, das quais seis foram constantes, accesory and two accidental, and, in general,
três acessórias e duas acidentais, e, de modo geral, the community was distributed homogeneously
a comunidade se distribuiu homogeneamente na in the water column. Each population, however,
coluna d’água. Cada população, porém, apresentou showed characteristic behavior: Dendropsophus
comportamento característico: Dendropsophus gr. branneri (A = 35, bottom and surface), D.
gr. branneri (A=35; fundo e superfície); D. decipiens (A = 14; analysis not conducted due to
decipiens (A=14; análise não realizada devido à low abundance), D. elegans (A = 6; analysis not
baixa abundância); D. elegans (A=6; análise não conducted due to low abundance), D. minutus (A
realizada devido à baixa abundância); D. minutus = 26; water column), D. sp. (A = 114, surface and
(A=26; coluna d’água); D. sp. (A=114; superfície water column); Hypsiboas albomarginatus (A =
e coluna d’água); Hypsiboas albomarginatus 118, bottom); Phyllomedusa nordestina (A = 79;
(A=118; fundo); Phyllomedusa nordestina (A=79; generalist); Scinax auratus (A = 4; analysis not
generalista); Scinax auratus (A=4; análise não conducted due to low abundance), S . x-signatus
realizada devido à baixa abundância), S. x-signatus (A = 146; surface); Sphaenorhyncus prasinus (A =
(A=146; superfície); Sphaenorhyncus prasinus 81, bottom); Leptodactylus vastus (A = 1; analysis
(A=81; fundo); Leptodactylus vastus (A=1). not conducted due to low abundance).
1
Graduação em Ciências Biológicas, UPE (cleniobiologo@hotmail.com).
2
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
3
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
A Mata Atlântica é reconhecida inter- A quantidade e a qualidade dos habitats
nacionalmente como uma das regiões prioritárias são diretamente proporcionais à precipitação
para a conservação da biodiversidade em todo pluviométrica (WILBUR, 1987). Os recursos
o mundo, devido à sua alta riqueza biológica alimentares de origem orgânica e inorgânica são
aliada aos endemismos da fauna e da flora (SOS mais abundantes nos períodos de enchimento
MATA ATLÂNTICA, 2008). Hoje, ela se apresenta e de secagem da poça, devido à diferença
como um mosaico composto por poucas áreas de concentração (BÄRLÓCHERVET, 1978). O
relativamente extensas, principalmente nas regiões desempenho e a distribuição dos girinos são
Sul e Sudeste, e uma porção bem maior composta influenciados pela composição, quantidade e
de áreas em diversos estágios de degradação qualidade de alimento, o que implica que quanto
(APREMAVI, 2008). Nesse quadro, os fragmentos mais rico de recursos alimentares for o habitat,
florestais de diversos tamanhos assumem menor é a competição intra e interespecífica,
fundamental importância para a perenidade do possibilitando a coexistência de diferentes táxons,
Domínio Morfoclimático da Mata Atlântica (SOS como insetos e crustáceos, que competem entre si
MATA ATLÂNTICA, 2008). pela utilização dos recursos alimentares (MORIN et
Os anfíbios apresentam um ciclo de vida al., 1998).
complexo e o desenvolvimento de muitas espécies Em seu habitat, os girinos vivem com
envolve uma fase larval aquática com respiração grande densidade populacional e, muitas vezes,
branquial e uma fase adulta terrestre com constituída por indivíduos com diferentes graus de
respiração cutânea (McDIARMID; ALTING, 1999). parentesco (BLAUSTEIN et al., 1987; WALDMAM,
As relações com a água são cruciais para a 1991). Rossa-Feres e Jim (1996) detectaram
vida dos anuros, principalmente devido ao fato de que a distribuição espacial foi responsável pela
a maioria das espécies apresentar forma larvária coexistência de 17 espécies de girinos em 20
aquática. poças estudadas.
Os girinos têm características morfológicas, Recursos alimentares estão distribuídos
fisiológicas e ecológicas diferentes dos adultos de forma distinta nos estratos da coluna, o
e apresentam cauda, respiração branquial e que possibilita que os girinos se alimentem
excretam amônia. Geralmente são aquáticos e em profundidades diferentes (bentônico, meia
sofrem pressões seletivas diferentes daquelas água e superfície) (HOFF et al., 1999). Trabalhos
dos adultos (DUELLMAN; TRUEB, 1994). realizados por Kupferburg (1997) e Wassersug
Esses girinos passam por mudanças de ordem (1975) demonstram que os substratos bentônicos
morfológica, fisiológica e ecológica, conhecida são os mais ricos em nutrientes, enquanto
como metamorfose, para uma fase adulta (SHI, Nathan e James (1972) afirmam que a superfície
1999; BROWN; CAI, 2007). As larvas podem possui grande quantidade de proteínas e lipídios
ser encontradas em diversos habitats aquáticos comparados com o ambiente bentônico. Skelly et
(HOFF et al., 1999), desde ambientes permanentes al. (2002) compararam os ambientes bentônicos
até ambientes temporários como poças (SANTOS; de dois lagos: um deles coberto por floresta e
AMORIM, 2005; 2006; ANDRADE, 2007; ANDRADE sem grama no seu interior, cujo fundo era repleto
et al., 2007; 2008a; 2008b), ou mesmo ambientes de folhas, e o segundo em lugar aberto e com
efêmeros (obs. pess.) e fitotelmos. gramíneas demonstrou maior quantidade e
114 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Gráfico 1: Gráfico do coletor para espécies de girinos capturados em corpos d’água temporários na Estação Ecológica
do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008.
Tabela I: Riqueza, abundância, abundância relativa, constância de ocorrência e classificação, segundo Dajoz (1983),
dos girinos amostrados em poça temporária na Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março
e setembro de 2008.
Abundância Constância de
Espécie Abundância Classificação
relativa ocorrência
Família Hylidae
Dendropsophus gr. branneri (Cochran, 1942) 35 5,56 61,11 Constante
D. decipiens (A. Lutz, 1925) 14 2,22 44,44 Acessória
D. elegans (Wied-Neuwied, 1824) 6 0,95 27,77 Acessória
D. minutus (Peters, 1872) 26 4,13 27,77 Acessória
D. sp.* 114 18,12 77,77 Constante
Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) 118 18,75 66,66 Constante
Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006 79 12,55 88,88 Constante
Scinax auratus (Wied-Neuwied, 1821) 4 0,63 16,66 Acidental
S. x-signatus (Spix, 1824) 146 23,21 88,88 Constante
Sphaenorhyncus prasinus Bokermann, 1973 86 13,67 55,55 Constante
Família Leptodactylidae
Leptodactylus vastus Lutz, 1930 1 0,15 5,55 Acidental
Total 629 100
* Correspondente à D. sp.2 em Andrade e Moura, no prelo.
Tabela II: Quantidade de garrafas por profundidade e frequência de girinos, por profundidade, em corpos d’água
temporários na Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008.
Não houve diferença significativa em termos devido à pequena diferença numérica de captura
de esforço amostral entre as diferentes pro- entre as três colunas.
fundidades (x2 = 3,03; < p 0,21), de modo que as
irregularidades do terreno, que levou a um número Aspectos Ecológicos das Populações
maior de garrafas nas regiões de fundo e na
coluna d’água, comparadas com a superfície, não As frequências absolutas e relativas de cada
tornaram necessária uma adequação matemática
espécie de girino em cada microambiente estão
dos dados, para que fosse possível uma análise
estatística mais verossímil do padrão de distribuição compiladas na Tabela III e ilustradas no Gráfico 2.
dos girinos. De fato, não houve diferença A Figura 2 esquematiza a distribuição de girinos
significativa na ocupação dos três microambientes que apresentaram abundância suficiente para uma
pela comunidade de girinos (x2 = 0,41; < 0,81), análise estatística significativa.
Tabela III: Frequências absoluta e relativa de girinos em cada microambiente dos corpos d’água analisados na
Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008.
Microambiente
Espécie Lâmina d’água Coluna d’água Fundo
F. A. F. (%) F. A. F. (%) F. A. F. (%)
Dendropsophus branneri 14 6,48 4 2,09 17 7,66
D. decipiens 5 2,31 4 2,09 5 2,25
D. elegans 2 0,93 3 1,57 1 0,45
D. minutus 8 3,70 13 6,81 5 2,25
D. sp.* 49 22,69 48 25,13 19 8,56
Hypsiboas albomarginatus 12 5,56 34 17,80 72 32,4
Phyllomedusa nordestina 33 15,28 23 12,04 23 10,40
Scinax auratus 2 0,93 1 0,52 1 0,45
S. x-signatus 77 35,65 28 21,47 28 12,60
Sphaenorhyncus prasinus 14 6,48 19 9,95 51 23,00
Leptodactylus vastus 0 0 1 0,52 0 0
Total 216 100 191 100 222 100
Gráfico 2: Abundância relativa dos girinos em cada microambiente dos corpos d’água temporários analisados na
Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008.
118 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Figura 2: Esquematização da distribuição vertical dos girinos amostrados em dois corpos d’água temporários na
Estação Ecológica do Tapacurá, entre os meses de março e setembro de 2008. Só estão esquematizadas
as espécies que apresentaram abundâncias relativas suficientes para análise de distribuição diferencial.
Esquemas dos girinos adaptados de Andrade e Moura (no prelo), desconsiderando as proporções corporais.
a. Dendropsophus gr. branneri; b. D. minutus; c. D. sp.; d. Hypsiboas albomarginatus; e. Phyllomedusa
nordestina; f. Scinax x-signatus; g. Sphaenorhyncus prasinus.
Gráfico 3: Variação na abundância de D. branneri em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.
Dendropsophus decipens (Lutz, 1925) (2,22% dos girinos amostrados), que variou de
acordo com o Gráfico 4. Análises de ocupação
A população de girinos de D. decipens diferencial não foram realizadas em virtude do
apresentou abundância de 14 indivíduos baixo número de girinos amostrados, embora os
Distribuição vertical de girinos em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá (Amphibia: Anura) 119
Gráfico 4: Variação na abundância de D. decipiens em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.
Gráfico 5: Variação na abundância de D. minutus em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.
120 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Gráfico 6: Variação na abundância de D. sp. em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá, no
período entre março e setembro de 2008.
A maior parte dos girinos, 61,01%, foi Eterovick e Fernandes (2001), na utilização de
encontrada no fundo (p < 0,000). Andrade (2008a) micro-habitats por girinos de Hylidae.
registrou a preferência do girino pelas bordas do
Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006
corpo d’água, o que está relacionado à ocupação
diferencial do fundo do corpo d’água. Além disso, o A abundância encontrada pela população
aparelho oral do girino é anteroventral, tipicamente de girinos de P. nordestina foi de 79 indivíduos
encontrado em organismos vertebrados aquáticos (12,55% dos indivíduos mostrados), que variou de
bentônicos, conforme Duellman e Trueb acordo com o Gráfico 8. Não apresentou ocupação
(1986). Rossa-Feres e Jim (1996) observaram diferencial entre os microambientes analisados
comportamento semelhante em três espécies do (p < 0,20). Andrade et al. (2008a) registraram a
mesmo gênero: H. faber, H. prasinus e H. caingua, ausência de distribuição horizontal nessa mesma
embora essa semelhança comportamental possa espécie, caracterizando-a, então, como generalista
ter caráter homoplástico, como o registrado por na coluna d’água.
Gráfico 8: Variação na abundância de P. nordestina em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.
Gráfico 9: Variação na abundância de S. x-signatus em corpos d’água temporários na Estação Ecológica do Tapacurá,
no período entre março e setembro de 2008.
Gráfico 10: Variação na abundância de Sphaenorhyncus prasinus em corpos d’água temporários na Estação
Ecológica do Tapacurá, no período entre março e setembro de 2008.
todos os estudos realizados nos corpos d’água tem sucesso reprodutivo muito grande nas poças
envolvidos indica que Leptodactylus vastus não analisadas.
Conclusão
Em relação à especificidade microambiental dos girinos na coluna d’água, percebe-se que das
11 espécies oito apresentaram preferência aos estratos verticais (superfície, superfície e coluna d’água
e fundo), mas é necessária a continuidade do trabalho, para melhor elucidar a distribuição e o uso de
micro-habitats por parte dos girinos.
Referências
ALFORD, R. A. Ecology. In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. (Ed.). Tadpoles: the biology of anuran larvae.
Chicago: Ed. University of Chicago Press. 1999. p. 444.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de Formas Larvárias
de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.
BALÓCHER, F.; SCWEIZER, M. Ecology. In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. (Ed.). Tadpoles: the biology of
anuran larvae. Chicago: Ed. University of Chicago Press, 1999. p. 241.
BLAUSTEIN, A. R.; WALDMAN, B. Kin recognition in anuran amphibian larvae. Animal Behavior, n. 44, p.
207-221, 1992.
BROWN, D. D.; CAI, L. Amphibian Metamorphosis. Developmental Biology, v. 306, p. 20-33, 2007.
DONNELLY, M. A.; GUYER, C. Patterns of reproduction and habitat use in an assemblage of neotropical
hylid frogs. Oecologia, v. 98, p. 291-302, 1994.
DUELLMAN, W.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. New York: McGraw Hill, 1986. p. 669.
FGFHIJK6LE$C#$6#M$;NHNGNE$K#$'#$O7:P+7D1P7()$(Q$P,0%(<4:$R7PS7)$,)0$,5()*$D+,T7<7,)$:P+4,5:U$PS4$7)V14)94$
of predators, habitat size and heterogeneity. Herpetologica, v. 62, n. 4, p. 365- 377, 2006.
124 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
ETEROVICK, P. C.; FERNANDES, G. W. Tadpole distribution within a montane meadow streams at the
Serra do Cipó, southeastern Brazil: ecological or phylogenetic constraints? Journal of Tropical Ecology,
n. 17, p. 683-693, 2001.
FROST, D. R. Amphibian Species of the World: an online reference. 2006. Disponível em: <http://
research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.php>. Acesso em: 18 ago. 2008.
HOFF, K. V.; BLAUSTEIN, A. R.; McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. Behavior: interactions and their consequences.
In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. Tadpoles: the biology of Anuran Larvae. Chicago: University of Chicago,
1999. p. 215-239.
MORIN et al, 1998. Ecology. In: McDIARMID, R. W.; ALTING, R. (Ed.). Tadpoles: the biology anuran larvae.
Chicago: Ed. The University of Chicago Press, 1999. 444 p.
NATHAN, A.; JAMES, W. Variation of the diet of tadpoles with ecology selection. Journal of herpentology,
n. 5, p. 627-631, 1972.
OLIVEIRA, M. E.; CRESPO, E. G. Atlas da distribuição dos anfíbios e répteis de Portugal Continental.
Lisboa: Serviço de Parques e Conservação da Natureza, 1989. p. 98.
SHI, Y. Amphibian Metamorphosis: From Morphology to Molecular Biology. Nova York: Ed. Wiley-Liss,
1999. p. 288.
SOS MATA ATLÂNTICA. Disponível em: <http://www.sosmatatlantica.org.br>. Acesso em: 18 ago. 2008.
[Escrito por: Mário de Algusto Zaú].
RUFFIÉ, J. Tratado do ser vivo. A história natural e as populações. Lisboa: Fragmentos, 1982. p. 181.
SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O. Modo reprodutivo de Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphiba,
Anura, Leptodactylidae). Revista Brasileira de Zoociências, Juiz de Fora, v. 7, n. 1, p. 39-45, 2005.
SKELLY. D. K.; FREIDENBURG, L. K.; KIESECKEN, M. Long term distributional dynamics of larval
amphibians. Ecology, n. 83, p. 983-992, 2002.
WALDMAM, B. Kin recognition in amphibians. Cambridge: Ed. University Cambridge Press, 1991. p.
162-219.
!""#$"%&'($)(*)(+,-(./.0123-(4256278.68-(9:(1,-(1./09;-(41.5-(<21,(89==-614(96(1,-(=.261-6.68-(9:(89=0;->(;2:-(
eycles in nature. American Zoologistis, n. 15, p. 405-417, 1975.
Resumo Abstract
Este estudo foi realizado entre março e Anurans from Refúgio Ecológico Charles
dezembro de 1994 no Refúgio Ecológico Char- Darwin, Igarassu, Pernambuco, Brazil. The pres-
les Darwin, em Igarassu, Pernambuco (7°48’ S; ent study was developed from March to December,
34° 56’ W). Durante esse período foram registra- 1994 at Refugio Ecológico Charles Darwin, Igaras-
das 30 espécies distribuídas entre nove famílias: su, Pernambuco, Brazil (7º48’S; 34°56’W). During
Amphignathodontidae (1), Brachycephalidae this period, 30 species were registered, distributed
(2), Bufonidae (3), Cycloramphidae (1), Hylidae among four families: Amphignathodontidae (1),
(12), Leuperidae (2), Leptodactylidae (6), Micro- Brachycephalidae (2), Bufonidae (3), Cycloramphi-
hylidae (2) e Ranidae (1). A maioria dos animais dae (1), Hylidae (12), Leuperidae (2), Leptodactyli-
foi registrada em corpo d’água temporário em dae (6), Microhylidae (2) e Ranidae (1). Most of the
borda de mata e na estação chuvosa entre mar- animals were observed in a temporary pond locat-
ço e julho. ed in the forest border and mainly during the rainy
season (form May to August).
Palavras-chave: Anuros, Amphibia, Nordes-
te do Brasil. Key words: Anura, Amphibia, Northeastern
Brazil.
1
Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhão@yahoo.com.br).
Introdução
O Domínio Morfoclimático Tropical Atlântico de plano de manejo e conservação das espécies
é definido pela superposição de características existentes, bem como para melhor compreensão
de relevo, solo, clima, vegetação e drenagem desse grupo taxonômico no Domínio Tropical
(AB SÁBER, 1977). A Mata Atlântica é um dos Atlântico.
biomas brasileiros mais ameaçados por extensos Este trabalho teve como objetivo fornecer
desmatamentos, estando restrita atualmente à a relação de espécies de anfíbios anuros do
aproximadamente 98.000 km2 de remanescentes remanescente de Mata Atlântica denominado
ou 7,6% de sua extensão original, que se estende “Refúgio Ecológico Charles Darwin”, situado
desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do em Igarassu, Pernambuco, Brasil, bem como
Sul, e os últimos fragmentos de floresta ainda se comentários adicionais referentes à ocupação
encontram sob intensa pressão antrópica e risco ambiental e aos aspectos reprodutivos desses
iminente de extinção (MMA, 2000). Em virtude de animais.
sua heterogeneidade ambiental, a Mata Atlântica
apresenta grande variedade de ambientes Material e métodos
terrestres e aquáticos, além de possuir uma das
maiores riquezas biológicas do mundo e alto índice
de endemismo (HADDAD; ABE, 1999).
Área de estudo
São conhecidas 825 espécies de
O Refúgio Ecológico Charles Darwin (RECD)
anfíbios no Brasil (SBH, 2008), 65% dessas espécies
é uma instituição particular localizada no município
ocorrem no bioma Mata Atlântica e, destas, 24%
de Igarassu, litoral norte do estado de Pernambuco
são endêmicas (DUELLMAN, 1999; HADDAD;
(7°48’ S; 34°56’ W) (Figura 1). A área é cortada pelo
ABE, 1999). Essas características, aliadas ao
elevado nível de ameaças, principalmente por ação Rio Jacoca, também chamado de Tabatinga, que
antrópica, posicionam esse bioma como uma das é perene e faz parte da Bacia do Rio Botafogo,
prioridades em conservação da biodiversidade do principal bacia hidrográfica do município. O local
planeta, sendo um dos hotspots mundiais (MYERS apresenta uma trilha principal que serve para a
et al., 2000). entrada de carros e pequenas trilhas destinadas às
Na Região Nordeste, a Mata Atlântica se caminhadas dos visitantes no interior da mata. Em
encontra bastante fragmentada e de acordo com seu entorno, a área foi totalmente desmatada para
Lima (1998) sua área não possui mais do que fins agropecuários, ação comum no município.
4,6% de cobertura de mata, sendo a maioria de Apresenta clima quente e úmido do tipo Am’s,
pequenos remanescentes, com um tamanho médio segundo Köppen, com transição para o tipo As.
de 128 hectares por fragmento. Em Pernambuco, A temperatura média anual é de 27 °C, umidade
especificamente na região metropolitana do Recife relativa do ar em torno de 80% e pluviosidade
(RMR), os anfíbios foram estudados por El-Deir mais intensa entre os meses de maio e agosto
(1985), Santos e Silva (1998), Santos e Carnaval (ANDRADE-LIMA, 1960). O refúgio possui área de
(2001), Carnaval e Peixoto (2004), todavia, 60 ha, composta, em sua maior parte, por Mata
trabalhos referentes à comunidade são incipientes Atlântica do tipo Perenifólia Latifoliada Hidrófila
(SANTOS, 2001). Dessa maneira, o conhecimento Costeira (ANDRADE-LIMA, 1961) em processo de
da anurofauna é importante para o estabelecimento recomposição.
128 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
As excursões ao RECD foram mensais, com depressões do terreno, e que acumulam água das
duração de três a quatro dias consecutivos (n= chuvas. Essas poças podem variar em tamanho,
25 dias), entre março e dezembro de 1994. As entre 3 x 6 m e 12 x 20 m, com profundidade
observações foram realizadas durante o período máxima de 0,50 m.
diurno e, principalmente, no período noturno,
através de caminhadas esporádicas e visitas a Área de Campo – área aberta com
vários corpos d’água, distribuídos em duas áreas: predominância de herbáceas e poucas espécies
arbóreas e arbustivas (como Artocarpus sp., Psidium
Área de Mata – compreende vegetação sp.). Nesta área, também podem ser encontrados
mais densa, com árvores de grande e médio ambientes permanentes, representados por um dos
porte, arbustos (Bowdichia sp., Dialium sp., Xylopia percursos do Rio Jacoca, que possui vegetação
frutescens, Byrsonima sericea, Simarouba sp., flutuante (Nymphaea alba) e vegetação emergente
Dialium guianense) e solo coberto por serrapilheira. em suas margens (Eleocharis intestinata, Fimbristylis
Nesta área, podem ser encontrados: (1) corpo diphylla, Dichromena ciliata), principalmente
d’água permanente, caracterizado por um dos Poaceae, e ambientes temporários representados
percursos do Rio Jacoca que apresenta largura por pequenas poças temporárias e locais
entre 1,5 e 8 m, e profundidade entre 0,5 e 1,5 m, encharcados, formados pelo acúmulo de água das
a qual aumenta em época de intensas chuvas; (2) chuvas, com vegetação predominante de poáceas e
corpos d‘água temporários, caracterizados por ciperáceas, e alguns representantes de Borreria sp.,
poças formadas no interior da mata, devido às Rhynchospora sp., Wedelia paludosa e Ipomoea sp.
Figura 1 – Localização do município de Igarassu (1), Posição geográfica do RECD (2 e 3). Fonte: Sintaxe Consultora
apud Magalhães et al., 2007.
Anfíbios anuros do Refúgio Ecológico Charles Darwin, Igarassu, Pernambuco, Brasil 129
Tabela I – Ocupação e constância de ocorrência das espécies de anuros encontradas no Refúgio Ecológico Charles
Darwin, entre março e dezembro de 1994. Ambientes: AM – área de mata, AC – área de campo, AP – corpo
d’água permanente, AT – corpo d’água temporário, E – edificações; Substratos: av – árvore, ab – arbusto,
phe – plantas herbáceas emergentes, pf – plantas flutuantes, a – água, b – bromeliáceas, f – folhedo, e –
edificações, s – solo.
Tabela II – Ocorrência das espécies registradas entre março e dezembro de 1994 no RECD – Igarassu/PE, com
indicação de vocalização e reprodução. · = ocorrência com vocalização; o = ocorrência sem vocalização;
- = ausência; evidências de reprodução: a = amplexo, d = desova, g = girino em estádio inicial de
desenvolvimento.
Período de estudo/1994
Espécies
Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Gastrotheca fissipes - - - o - - - - - -
Rhinella crucifer o o ! a,d,l
o o o - - - -
Rhinella granulosa - - o o o o - - - -
Rhinella jimi - - o o o o - - o -
Ischnocnema ramagii - - ! ! ! ! ! · · ·
Ischnocnema sp. - - - - - - - - - O
Proceratophrys renalis - - - o - - o g,
o g
o O
Hypsiboas albomarginatus - o ! !a " o - - - -
Dendropsophus branneri - ! ! o ! a
! a
#! a
! a
- O
Dendropsophus decipiens - - ! ! a
! a
! - - - -
Dendropsophus soaresi - - - ! - - - - - -
Hypsiboas atlanticus ! ! ! !a !a, d !a, d ! ! ! !
Hypsiboas raniceps - - - - ! - - - - -
Hypsiboas semilineatus - - - ! ! - o - - -
Scinax eurydice - - o - - - - - - -
Scinax nebulosus - - - - - - !a !a ! !
Scinax x-signatus - - - o o o - - - -
Phyllodytes luteolus - ! ! g
! g
! g
! g
! ! ! O
Phyllomedusa nordestina - - - - - - - o - -
Physalaemus cuvieri - o o ! g, d - - - - - -
Pseudopaludicola gr. falcipes - - - - - - ! a, g
! a, g
! !
Leptodactylus ocellatus - o o o o o o o - O
Leptodactylus natalensis - o ! ! g, d
! g,d,
! g, d
! ! - -
Leptodactylus marmoratus - o · · · o o o - -
Leptodactylus spixi - - - o - - - - - -
Leptodactylus troglodytes - - ! ! g
- ! g
! ! - O
132 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Período de estudo/1994
Espécies
Mar. Abr. Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.
Dermatonotus muelleri (Boettger,
1885)
- - o - - - - - - -
Elachistocleis ovalis (Schneider,
1799)
- - - o - - - - - -
Lithobates palmipes o o g
og og og og og og og og
Total de espécies vocalizando 1 3 10 8 10 7 8 8 5 4
Total de espécies em reprodução 0 1 3 8 6 6 5 5 1 1
Total de espécies 3 9 18 23 16 14 12 12 8 12
evidenciado por Arzabe et al. (1998). Estudos Atlântica no estado de Pernambuco, de tamanho
comparativos entre ambientes permanentes e três vezes maior (SANTOS; SILVA, 1998), a
temporários no Nordeste têm sugerido maior riqueza de espécie é similar. No entanto, Arzabe
número de espécies em ambientes temporários (1998), estudando anfíbios anuros em dois
(ARZABE, 1998; SANTOS; SILVA, 1998), o que foi fragmentos no estado da Paraíba, Nordeste do
observado neste inventário. Brasil, um com 3.780 ha (Reserva Biológica dos
Quanto aos padrões temporais de Guaribas) e outro com 607 ha (Reserva Ecológica
reprodução, segundo a classificação de Wells do Pau-Ferro), registrou 24 e 19 espécies,
(1977), destacou-se o padrão prolongado (as respectivamente, durante 3 anos, ou seja, um
espécies permanecem por mais tempo no número menor em relação ao registrado para
ambiente) para a maioria das espécies. Registros o RECD. Essa comparação pode ser alvo de
de aspectos reprodutivos em curto período (padrão estudos envolvendo a capacidade de suporte
explosivo) foram realizados para R. crucifer e P. desse pequeno fragmento e de fatores históricos
cuvieri. dessas áreas, e se o desmatamento que ocorreu
Comparando a lista de espécies apresentada no entorno do RECD causou ou não impacto
neste trabalho com outra localidade de Mata sobre a população da anurofauna local.
Agradecimentos
Agradeço ao biólogo Roberto Siqueira pela ajuda logística e o incentivo durante as atividades de
campo; aos biólogos Soraya El-Deir e Célio F.B. Haddad pelas sugestões e críticas ao trabalho; e a todos
os funcionários do Refúgio Ecológico Charles Darwin.
Referências
ARZABE, C. Anfíbios anuros em fragmentos de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil. 1998. 90 p. Tese
(Doutorado) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 1998.
ARZABE, C.; CARVALHO, C. X.; COSTA, M. A. G. Anuran assemblages in Crasto forest ponds (Sergipe
state, Brazil): comparative structure and calling activity patterns. Herpetological Journal, v. 8, p. 111-113,
1998.
AVILA, R. W.; FERREIRA, V. L. Riqueza e densidade de vocalizações de anuros (Amphibia) em área urbana
de Corumbá, Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 21, n. 4, p. 887-892, 2004.
CARNAVAL, A. C. O. Q.; PEIXOTO, O. L. A new species of Hyla from northeastern Brazil (Amphibia, Anura,
Hylidae). Herpetologica, v. 60, p. 387-395. 2004.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. New York: McGray-Hill, 1994. 670 p.
FEIO, R. N.; WIEDERHECKER, H.; BRAGA, U. M. L.; SANTOS, P. S. Anfíbios do Parque Estadual do Rio
Doce. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa; Instituto Estadual de Floresta, 1998. 32 p.
GOSNER, K. L. H( *B2:EB&!-( +%3E!( G"$( *+%#B1#( %1,$%1( !23$I"*( %1-( E%$C%!( JB+K( 1"+!*( "1( B-!1+B&/%+B"14(
Herpetologica, Lawrence, v. 43, n. 4, p. 467-481, 1960.
HADDAD, C. F. B.; ANDRADE, G. V.; CARDOSO, A. J. Anfíbios anuros no Parque Nacional da Serra da
Canastra, Estado de Minas Gerais. Brasil Florestal, n. 64, p. 1-10, 1988.
HADDAD, C. F. B.; ABE, A. S. Anfíbios e Répteis. In: WORKSHOP FLORESTA ATLÂNTICA E CAMPOS
SULINOS. 1999. Disponível em: <http://www.bdt.or.br/wokshop/mata.Atlantica/BRrp_anfb>.
MAGALHÃES, V. S.; AZEVEDO JÚNIOR, S. M.; LYRA-NEVES, R. M.; TELINO-JÚNIOR, W. R.; SOUZA, D.
P. Biologia de aves capturadas em fragmento de Mata Atlântica, Igarassu, Pernambuco, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 24, n. 4, p. 950-964, 2007.
MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity
hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-845, 2000.
PEIXOTO, O. C. Associação de Anuros de Bromeliácea na Mata Atlântica. Rev. da Univ. Rural do Rio de
Janeiro, Série Ciência da Vida, v, 17, n. 2, p. 5-83, 1995.
SANTOS, E. M.; SILVA, L. M. Anurofauna da Reserva de Dois Irmãos. In: RESERVA ECOLÓGICA DE DOIS
IRMÃOS. Estudos em Remanescente de Mata Atlântica em Área Urbana. 2, 1998. p. 225-240.
SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Massagana, v. 2,
2002. p. 529-533.
WELLS, K. D. The social behavior of anuran amphibians. Animal Behaviour, v. 25, p. 666-693, 1977.
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*
anurofauna no complexo da Mata Atlântica de Aldeia (PE)
Resumo Abstract
No estado de Pernambuco, o homem con- In the State of Pernambuco, the man
tinua a destruir os remanescentes da Mata Atlântica continues to destroy the remnants of the Rain-
por meio do crescimento populacional, da criação forest through the urban development the cre-
de indústrias e da exploração da monocultura de ation of industries and the exploitation of the
cana-de-açúcar, causando, consequentemente, monoculture of sugar cane, causing thus the
o declínio das diferentes espécies da fauna e decline of various species of fauna and flora. This
da flora. Este estudo registrou a abundância, study aimed to register the abundance, the rich-
a riqueza, a diversidade e a especificidade ness, the diversity and specificity of microhabi-
microambiental da anurofauna em fragmentos de tats of anurofauna in fragments of the Rainforest,
Mata Atlântica localizados em Aldeia (PE), assim located in Aldeia, PE, as well as the influence of
como a influência da sazonalidade sobre esses seasonality on these parameters. The collections
parâmetros. As coletas foram realizadas durante 7 over the fragments were held for seven nights in
noites em fevereiro de 2004 (estação chuvosa) e February, 2004 (rainy season) and seven nights
7 noites em outubro de 2004 (estação seca), em in the month of October, 2004 (dry season), and
uma poça permanente que foi monitorada com in a permanent pond, which was monitored with
coletas quinzenais, entre julho de 2005 e junho de fortnightly collections, among July 2005 to June
2006. Foram registradas ao longo do trabalho 28 2006. It was registered 28 species distributed in 9
espécies distribuídas em 9 famílias com ocorrência families with occurrence for the various fragments
para os diversos fragmentos do complexo de of the complex of Rainforest of Aldeia. In the per-
Mata Atlântica de Aldeia. Na poça permanente manent pond, it was recorded 656 specimens
foram registrados 656 espécimes (15 espécies), (15 species), highlighting the species Hypsiboas
destacando Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824) e semilineatus (Spix, 1824) and Phyllomedusa nor-
Phyllomedusa nordestina, Caramaschi, 2006, por destina, Caramaschi, 2006, because they are the
serem as mais abundantes. Dos microambientes most abundant. Among the most populous micro-
mais populosos, destacaram-se as vegetações habitats, it can be cited the marginal vegetation
marginais (26,8%) e emergentes (54,7%). É pouco (26.8%) and emerging (54.7%). It is unlikely that
provável que o número de espécies registradas the number of registered species in the fragment
nos fragmentos venha a aumentar devido à grande will increase because of the large decline that
degradação que ocorre em Aldeia, causada pelo occurs in Village caused by population growth,
crescente desenvolvimento populacional, tornando making it essential awareness of the local popula-
imprescindível a conscientização da população tion about the importance of preserving the pond
local sobre a importância da preservação da poça and the surrounding vegetation.
e da vegetação que a circunda.
1
Graduação em Ciências Biológicas, UFPE (raffsilva@hotmail.com).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
O Domínio Morfoclimático da Mata Atlântica, Do começo até meados do século pas-
caracterizado pela grande riqueza de espécies e sado, os estudos sobre os anuros brasileiros
o alto grau de endemismos, vem passando por apresentavam enfoque essencialmente taxonômico
constante processo de degradação e fragmentação, (MIRANDA-RIBEIRO, 1926; LUTZ, 1973). Atual-
tornando cada vez mais comprometida a presença mente, além dos trabalhos taxonômicos, estudos
de espécies que dependem desse habitat (MYERS, com enfoques ecológicos têm sido desenvolvidos, o
1997). Segundo Haddad e Sazima (1992), a que tem contribuído para um melhor entendimento
Floresta Atlântica é um bioma com alta diversidade da diversidade dos anfíbios nos diferentes locais
de espécies de anuros, sendo estes favorecidos (CARDOSO et al., 1989; HADDAD; SAZIMA, 1992;
pela alta umidade e temperatura da floresta. GUIX et al., 1994; ROSSA-FERES; JIM, 1996). A
A Floresta Atlântica nordestina, considerada identificação das espécies de anfíbios e o estudo
um centro de endemismo, localizada ao norte de suas características ecológicas são de suma
do Rio São Francisco, é um dos setores mais importância para que as ações que buscam
ameaçados da Região Neotropical (PRANCE, conservar a biodiversidade sejam bem-sucedidas
1982). Desde a época do Brasil Colonial, a Mata (HEYER et al., 1994).
Atlântica vem sofrendo redução, restando hoje Pelo fato de os anfíbios serem abundantes
menos de 7% da extensão do território original e funcionalmente importantes em muitos habitats
(TABARELLI et al., 2002) e cerca de 3% do terrestres e aquáticos em regiões tropicais,
território original na Região Nordeste (TABARELLI subtropicais e temperadas, eles são importantes
et al., 2005), sendo distribuída em fragmentos como bioindicadores de poluição ambiental
predominantemente desconectados, o que torna (MOURA et al., 2006). Várias espécies de anfíbios
importante a formulação de planos de preservação possuem ampla distribuição e potencialmente
desse ambiente. Sendo assim, a Mata Atlântica podem servir como espécies-chave para avaliar
tornou-se um dos biomas mais ameaçados do longas mudanças geográficas ou globais no
mundo (MITTERMEIER et al., 1982). ambiente. Outras espécies são especialistas de
Os remanescentes de Mata Atlântica do habitat ou têm distribuição restrita, e podem acusar
Nordeste quase não existem mais, tendo sido uma perturbação local (HEYER et al., 1994).
substituídos quase que completamente por Os anuros possuem estruturas que os tornaram
extensas plantações de cana-de-açúcar, além adaptados ao ambiente terrestre, porém ainda
disso, suportam agressões como a retirada de bastante dependentes de água (ETEROVICK;
madeira e a caça ilegal (SILVEIRA et al., 2003). SAZIMA, 2004), devido à grande sensibilidade de
No estado de Pernambuco, a situação sua pele rica em glândulas secretoras de muco,
não é diferente, os remanescentes de Mata o que a mantém constantemente umedecida
Atlântica sofrem constante destruição resultante (SANTOS; ABRANCHES, 2004).
principalmente do aumento da população, da Certas características ecológicas, fisiológicas
criação de indústrias e da exploração da cana-de- e comportamentais como a pele permeável, o ciclo
açúcar, causando, consequentemente, o declínio de vida dividido em duas fases e a metamorfose
das diversas espécies da fauna e da flora desses tornam os anfíbios anuros muito dependentes da
remanescentes (SILVA; TABARELLI, 2000). água, pelo menos durante a fase larval. Esses
138 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
animais apresentam forte sensibilidade a alterações processo de ocupação em transição entre o rural
físicas e químicas da água e várias espécies são e o urbano, caracterizado pelas chácaras e sítios
também sensíveis a alterações na estrutura da de recreio e condomínios residenciais horizontais
vegetação nas vizinhanças dos corpos d’água, de baixa densidade, com alto e médio padrão
sendo, portanto, excelentes bioindicadores (VAN habitacional. Sua baixa ocupação, em parte,
DAM; BUSKENS, 1993; BURKETT; THOMPSON, deve-se à localização em área de proteção de
1994; WATSON et al., 1995). mananciais, muito embora seja observada forte
A Mata Atlântica destaca-se como um pressão imobiliária, que se constitui em ameaça ao
excelente ambiente favorável à manutenção dos território de maior potencial ambiental e de turismo
anuros, pois além de servir de cobertura contra para o município (PEREIRA et al., 2005).
a exposição direta aos raios solares (KMINIAK, Este trabalho foi realizado nos
2000), oferece aos anuros grande diversidade fragmentos de Mata Atlântica de Aldeia
de microambientes e de alimentos disponíveis. (7°57’39.19”S/34°58’57.52”W) e em uma poça
Geralmente é observado aumento populacional em permanente localizada na borda de um dos
épocas chuvosas ou logo após as precipitações. fragmentos estudados na propriedade do
Em se tratando de sua importância ecológica, condomínio Privê Country Aldeia, localizado
pouco se sabe sobre os anfíbios do Nordeste do no Km 16 da estrada de Aldeia, município de
Brasil (SANTOS, 2001; MOURA et al., 2006). Camaragibe. O condomínio abrange área total de
Este estudo visou acrescentar informações 258,85 km2, sendo 56,29% de área verde. A poça
no que diz respeito à anurofauna de fragmentos de do Privê Country Aldeia é usada para a captação
Mata Atlântica de Aldeia, registrando a abundância, de água para uso nas residências do condomínio.
a riqueza e a diversidade, e identificando seus A poça possui 133 m de circunferência máxima na
sítios reprodutivos, assim como a especificidade estação chuvosa e formato ligeiramente retangular,
microambiental das espécies presentes em poça sendo circundada por diversos tipos de vegetação,
permanente, que se destaca dentre os fragmentos como Cyperaceae, Gramineae, Melastomataceae,
analisados pela grande expressividade de es-
Musaceae, Myrtaceae, Nymphaeaceae, Poaceae,
pécies, sendo também observada a relação de
Rubiaceae, Sapindaceae e Urticaceae.
fatores abióticos com os parâmetros ecológicos
registrados.
Amostragem da anurofauna dos
fragmentos de Mata Atlântica
Material e métodos
As coletas com a finalidade de registrar a
abundância e a riqueza da anurofauna e seus sítios
Área de estudo
reprodutivos foram realizadas durante a estação
seca, 7 noites no mês de outubro de 2004 e durante
O complexo de fragmentos desconectados
de Mata Atlântica em Aldeia é considerado uma a estação chuvosa, 7 noites no mês de março de
das maiores áreas previamente florestadas da 2004, sendo cada noite destinada a um fragmento
Região Metropolitana do Recife, possuindo apro- diferente, em horários regulares entre 18 h e 22 h,
ximadamente 3.000 hectares (PEREIRA et al., 2005). totalizando esforço de coleta de 112 horas/homem
Está localizado entre os municípios de Abreu e de observação e um total de 14 fragmentos
Lima, Araçoiaba, Camaragibe, Igarassu, Paudalho, inventariados sempre por dois coletores.
Paulista e São Lourenço da Mata. O clima é tropical
quente e úmido, com precipitação anual de 1.968 Amostragem da anurofauna
mm e temperatura média de 26 °C (PEREIRA et da poça permanente
al., 2005). A vegetação apresenta características
de floresta secundária. Na maior parte da mata, As coletas foram realizadas por busca ativa
o dossel chega a ter aproximadamente 15 m de de indivíduos adultos, tendo início por volta das
altura, porém nas partes mais preservadas chega 18 h e término às 21 h. Nas coletas foram utilizadas
a 25 m. O clima tem duas estações, definidas lanternas de luz branca com duas pilhas de tamanho
principalmente pelo regime de chuvas (CASCON, D. Juntamente com as coletas foram medidas as
1987). temperaturas da água e do ar e a umidade relativa.
Esse grande fragmento desconectado é Para o registro das temperaturas do ar e da água foi
bastante vulnerável, localiza-se às margens da utilizado o termômetro da marca R. Fuess, Barlin-
Estrada de Aldeia e possui casas e condomínios Stealitz, e para a coleta da umidade relativa do ar
ao seu redor. Nessa região, pode-se observar um foi utilizado o termo-higrômetro da marca Winner.
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*#3*&3205-73*$(*8(4(* 45%#4'&(*$-* 5$-'(*9:;< 139
Tabela I – Espécies registradas nos fragmentos de Mata Atlântica em Aldeia, Pernambuco, e seus respectivos nomes
populares. Espécies registradas na poça permanente.
ESPÉCIE
16/07
30/07
13/08
27/08
10/09
24/09
10/10
21/10
05/11
19/11
03/12
17/12
31/12
14/01
28/01
12/02
27/02
11/03
25/03
08/04
22/04
06/05
20/05
03/06
17/06
Total
FAMÍLIA BUFONIDAE
Rinella crucifer 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4
4
Rhinella jimi 1 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 1 3 1 3 0 0 0 2 0 1 0 1 0 37
18
FAMÍLIA HYLIDAE
Hypsiboas albomarginatus 0 0 0 0 0 0 1 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 3 0 0 0 0 0 0 11
Hypsiboas atlanticus 4 1 7 1 2 0 0 1 1 3 2 1 3 3 0 0 2 0 1 0 2 4 5 3 2 46
Dendropsophus branneri 8 5 5 7 2 1 2 0 3 3 0 3 8 3 0 2 4 14 18 6 7 6 0 4 3 114
Dendropsophus elegans 0 0 2 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3
Hypsiboas pardalis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 1 0 0 1 0 0 0 0 4
Hypsiboas semilineatus 7 3 12 19 10 11 14 12 5 9 8 10 7 5 4 2 2 1 5 7 9 7 8 15 13 205
Phyllomedusa. nordestina 3 6 6 7 1 6 8 8 7 7 6 6 6 4 2 5 7 6 10 6 3 2 2 5 5 134
Scinax x-signatus 0 0 2 0 0 1 4 4 6 4 2 4 3 3 0 1 4 0 0 0 0 0 1 0 1 40
FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE
Ischnocnema ramagii 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus marmoratus 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 6
Leptodactylus fuscus 2 1 1 3 0 1 1 1 1 0 1 2 2 3 5 4 0 0 2 1 1 1 0 0 2 35
Leptodactylus vastus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 3 3 1 1 2 2 1 0 0 2 1 13
FAMÍLIA RANIDAE
Lithobates palmipes 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2
TOTAL 25 18 38 39 15 21 30 29 24 27 24 27 35 23 17 39 22 27 41 24 24 21 16 30 27 656
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*#3*&3205-73*$(*8(4(* 45%#4'&(*$-* 5$-'(*9:;<
ESTAÇÃO ESTAÇÃO
ESTAÇÃO CHUVOSA
SECA CHUVOSA
141
142 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Tabela III – Classificação quanto à frequência de ocorrência (DAJOZ, 1983) e abundância relativa (BODENHEIMER,
1995) de anuros na poça permanente.
OCORRÊNCIA (%)
FREQUÊNCIA DE
FREQUÊNCIA DE
CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
OCORRÊNCIA
ABUNDÂNCIA
ABUNDÂNCIA
ESPÉCIES
QUANTO À
QUANTO À
RELATIVA
RELATIVA
Rhinella crucifer 4 Rara 3,45 Rara
Rhinella jimi 37 Abundante 48,28 Acessória
Hypsiboas albomarginatus 11 Comum 13,79 Rara
Hypsiboas atlanticus 46 Muito abundante 72,41 Constante
Hypsiboas semilineatus 205 Muito abundante 100 Constante
Hypsiboas pardalis 4 Comum 13,79 Rara
Dendropsophus branneri 114 Muito abundante 79,31 Constante
Dendropsophus elegans 3 Rara 6,9 Rara
Phyllomedusa nordestina 134 Muito Abundante 96,55 Constante
Scinax x-signatus 40 Abundante 51,72 Constante
Ischnocnema ramagii 2 Rara 3,45 Rara
Leptodactylus fuscus 35 Abundante 65,52 Constante
Leptodactylus marmoratus 6 Comum 20,69 Rara
Leptodactylus vastus 13 Comum 37,93 Acessória
Lithobates palmipes 2 Rara 6,9 Rara
TOTAL 656
Tabela IV – Número de espécies por ocupação microambiental da poça permanente (I - Água parcialmente submerso,
II - Água flutuando/nadando, III - Solo, IV - Alagado, V - Folhiço, VI - Edificações, VII - Vegetação marginal,
VIII - Vegetação emergente, IX - Vegetação flutuante).
MICROAMBIENTES
ESPÉCIMES
I II III IV V VI VII VIII IX TOTAL
Rhinella crucifer 2 2 4
Rhinella jimi 12 12 7 1 32
Hypsiboas albomarginatus 1 4 5
Hypsiboas atlanticus 2 4 14 12 32
Hypsiboas semilineatus 3 89 122 1 215
Hypsiboas pardalis 1 3 4
Dendropsophus branneri 8 52 60
Dendropsophus elegans 1 2 3
Phyllomedusa nordestina 3 30 75 108
Scinax x-signatus 4 30 34
Ischnocnema ramagii 2 2
Leptodactylus fuscus 1 14 16 31
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*#3*&3205-73*$(*8(4(* 45%#4'&(*$-* 5$-'(*9:;< 143
MICROAMBIENTES
ESPÉCIMES
I II III IV V VI VII VIII IX TOTAL
Leptodactylus marmoratus 5 5
Leptodactylus vastus 1 3 1 8 1 14
Lithobates palmipes Rana palmipes 1 1 2
Total 2 13 40 5 30 8 148 302 4 552
Gráfico 1 – Relação entre o número de espécies por microambiente na poça permanente. I – água parcialmente
submerso, II – água flutuando ou nadando, III – solo, IV – alagado, V – folhiço, VI – edificações, VII –
vegetação marginal, VIII – vegetação emergente, IX – vegetação flutuante.
144 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
N° de indivíduos N° de microambientes em
Espécie Média de indivíduos
encontrados que foram encontrados
Rhinella crucifer 4 2 2±0
Rhinella jimi 40 4 8±2,6ª1
Hypsiboas albomarginatus 11 2 2,5±1,5
Hypsiboas atlanticus 57 4 8±2,9a1
Dendropsophus branneri 118 2 30±22
Dendropsophus elegans 3 2 1,5±0,5
Hypsiboas semilineatus 242 4 53,75±30,6a1
Hypsiboas pardalis 6 2 2±1
Phyllomedusa nordestina 135 3 36±21a1
Scinax x-signatus 43 2 17±13
Ischnocnema ramagii 2 1 2±0
Leptodactylus fuscus 35 5 2,8±4,7 a1
Leptodactylus marmoratus 6 2 2±1
Leptodactylus vastus 19 3 10,3±4,7a1
Lithobates palmipes 2 2 1±0
P=0.1373
1- Letras iguais não diferem estatisticamente entre as médias, segundo a Anova.
Letras iguais não diferem estatisticamente entre as médias para cada parâmetro, segundo a Anova.
Tabela VII – Relação da variação das espécies entre as épocas seca e chuvosa na poça permanente.
1- Letras diferentes diferem estatisticamente entre as médias de indivíduos da mesma espécie, segundo a Anova,
!"#$%"%&'()(*+ !"+'%*'%+)%+,-.%/+01234
2- Número insuficiente de amostras para a realização de Anova.
Conclusão
É pouco provável que o número de espécies registradas nos fragmentos de Mata Atlântica venha
a aumentar devido à grande degradação que ocorre em Aldeia, causada pelo crescente desenvolvimento
populacional, e na poça, devido à grande degradação que continua ocorrendo nos microambientes
próximos ao lago, tornando imprescindível a conscientização dos condôminos sobre a importância da
preservação do lago e da fauna e flora que depende deste.
Os fragmentos de Mata Atlântica de Aldeia representam importante área de conservação de
recursos florestais no estado de Pernambuco, sendo de grande importância à implementação de planos
de conservação para esses fragmentos.
A diversidade de espécies dos fragmentos de Mata Atlântica em Aldeia (29 espécies) pode estar
relacionada à disponibilidade de microambientes.
Os fatores abióticos amostrados na poça permanente (temperatura da água e do ar e umidade
relativa do ar) influenciaram apenas na abundância da espécie Dendropsophus branneri.
A baixa diversidade de espécies de anuros na poça permanente (15 espécies), quando comparada
com trabalhos feitos em poças temporárias, como Santos (2001), deve-se ao fato de na poça permanente
ocorrer constante predação dos girinos por peixes e também por se tratar de ambiente periurbano.
A presença de sete espécies, de um total de 15, classificadas como espécies raras quanto à
frequência de ocorrência, sugere grande fragilidade da poça permanente para a manutenção destas.
Agradecimentos
Ao meu orientador Dr. Geraldo Jorge B. Moura, pela atenção prestada e grande ajuda no
fornecimento de materiais úteis à pesquisa de campo e pela elaboração deste trabalho. Ao pesquisador
Filipe Aléssio, pelo artigo cedido. Aos colegas Fábio Siqueira, Daniel Magalhães e Leonardo Maia, pela
ajuda com o transporte e a execução das pesquisas de campo.
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*(#"+36("#(*#3*&3205-73*$(*8(4(* 45%#4'&(*$-* 5$-'(*9:;< 147
Referências
ARZABE, C. Anfíbios anuros em fragmentos de Mata Atlântica no Nordeste do Brasil. 1998. 93 p. Tese
(Doutorado) - Departamento de Zoologia, Universidade Federal Paraná, Curitiba, 1998.
BURKETT, D. W.; THOMPSON, B. C. Wildlife association with human-altered water sources in semiarid
vegetation communities. Conservation Biology, v. 8, p. 682-690, 1994.
E. M. Anfíbios Anuros do Parque Nacional do Catimbau (Buíque/PE) com nova ocorrência do gênero
Phyllodytes para o sertão central. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM
PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRPE. 2008.
CARNAVAL, A. C. O Q.; MOURA, G. J. B.; SILVA, M. F. A anurofauna da Reserva de Gurjaú. In: FUNDAÇÃO
APOLÔNIO SALES DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL (FADURPE). Levantamento dos Anfíbios.
Recife, 2003.
ETEROVICK, P. C.; SAZIMA, I. Anfíbios da Serra do Cipó – MG, Brasil. Belo Horizonte: PUC Minas, 2004.
152 p.
GUIX, J. C.; NUNES, V. S.; MIRANDA, J. R. Autochthonous and colonizing species of frogs in “Carlos
Botelho” state reserve, Southeastern Brazil. Bol. Asoc. Herpetol. Esp., v. 5, p. 8-13, 1994.
HADDAD, C. F. B.; SAZIMA, I. Anfíbios anuros da Serra do Japi. In: MORELLATO, L.P.C. (Org.). História
natural da Serra do Japi !"#$%$&'(!"!)*"+"*,(-.$!/"!0*"(!1$*"+2(%!3$!45/"+2"!/$!6*(+'%7!8(9)'3(+ !:/7!
Unicamp/Fapesp, 1992. p. 188-211.
HEYER, W. R.; DONNELLY, M. A.; McDIARMID, R. W.; HAYEK, L. C.; FOSTER, M. S. Measuring and
monitoring biological diversity. Standard methods for Amphibians. Washington: Smithsonian
Institution Press, 1994.
JIM, J. Aspectos ecológicos dos anfíbios registrados na região de Botucatu, São Paulo (Amphibia,
Anura). 1980. p. 332. Tese (Doutorado) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1980.
KMINIAK, M. Amphibian Habitats. In: HOFRICHTER, R. (Ed.). Amphibians – The World frogs, toads,
salamander and newts7!65;;(%$<!=> !?'*"1@!6$$A+<!BCCC7!D7!EBFGEHI7
LUTZ, B. Brazilian species of Hyla. Austin, Texas: Univ. Texas Press, 1973.
MIRANDA-RIBEIRO, A. Notas para servirem ao estudo dos gymnobatrachios (Anura) Brasileiros. Arch.
Mus. Nac. Rio de Janeiro, v. 27, p. 1-227, 1926.
148 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
MOURA, G. J. B.; PEREIRA NETO, R. F.; GUEDES, R. Utilização da anurofauna como bioindicadora do
grau de conservação da Reserva Ecológica de Carnijó, remanescente de Mata Atlântica, Moreno, PE. In:
CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA, 11., 2006.
PEREIRA, G. A.; DANTAS, S. M.; RODA, S. A. Aves da Mata Atlântica de Aldeia, Camaragibe,
Pernambuco. 2005. (Série Relatórios da Avifauna, 6).
PRANCE, G. T. Forest refuges: evidence from woody angiosperms. In: PRANCE, G. T. (Ed.). Biological
!"#$%!&'()!*+,!+,)-#,)$*.!'%. New York: Columbia University Press, 1982.
SANTOS, E. M. Ocupação ambiental, sazonalidade e hábito alimentar de anfíbios anuros numa poça
temporária num fragmento de Mata Atlântica em Pernambuco. 2001. 56 p. Dissertação (Mestrado em
Biologia Animal) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2001.
4JKLM<!N7!O7!87!47P!QM6MR:KKJ<!O7!Q*""!+)"#'"+!'9)$,"*'+S9"32!(3/!2S"!;525*"!1$*(!$;!2S"!M2%(32'#!?$*"+2!
of northeast Brazil. Nature, v. 404, p. 72-74, 2000.
SILVEIRA, L. F.; OLMOS, F.; LONG, A. J. Birds in Atlantic Forest fragments in north-east Brazil. Cotinga, v.
20, p. 32-46, 2003.
QM6MR:KKJ<!O7P!DJ=QT<!K7!D7P!4JKLM<!N7!O7!87P!UJRTQM<!O7!O7P!6:V:<!K7!87!V"+(W$+!"!$)$*253'/(/"+!)(*(!
a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade, Minas Gerais, v. 1, n. 1,
p. 132-138, 2005.
LM=!VMO<!U7P!6X4Y:=4<!R7!?7!O7!:#$%$&@!(3/!9(3(&"9"32!$;!9$$*%(3/!)$$%+ !Z(%(3#'3&!(#'/'W#(2'$3!
(3/!"52*$W#(2'$37!Hydrobiologia, v. 265, p. 225-263, 1993.
1
Especialização em Educação Ambiental (UPE) (danielv.buarque@hotmail.com).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
150 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Parallel 8 fall traps were made (pitfall traps) in form falcipes); Leptodactylidae (Leptodactylus fuscus,
of “Y” collection of difficult species of visualization L. marmoratus, L. ocellatus, L. troglodytes
in activates collection. They were registered an and L. vastus). All of the species amostradas
abundance of 2303 individuals, belonging to 22 presented population pick in the rainy station. The
species of amphibians identified anuros and 2 microambiente that registered a larger number of
taken for laboratory for future identification, totaling species was the leaves of aquatic plants (50,9%),
a wealth of 24 species, distributed in 5 familys where they were registered in this microambiente
and 10 genders: Brachycephalidae (Ischnocnema the following species: D. branneri, D. decipiens,
ramagii); Bufonidae (Frostius pernambucensis, D. minutus, H. albomarginatus, H. atlanticus, P.
Rhinella crucifer, granular R. and R. jimi); Hylidae Northeasterner, S. x-signatus. The abundance of the
(Dendropsophus branneri, D. decipiens, D. minutus, species presented correlation significant statistics
D. sp, Hypsiboas albomarginatus, H. atlanticus, with the pluviosidade, when the wealth no.
H. raniceps, Phyllodytes luteolus, Phyllomedusa
Northeasterner, Scinax fuscovarius, S. nebulosus, S. Key words: Herpetofauna, Anuro, Pernam-
x-signatus and S. sp); Leiuperidae (Pseudopaludicola buco, Região Nordeste, Brasil.
Introdução
A Mata Atlântica é considerada um hotspot Em anfíbios anuros, vocalizações são
de biodiversidade do mundo, apresentando alta usadas por diferentes tipos (WELLS, 1977;
incidência de endemismo e elevado número de DUELLMAN; TRUEB, 1986). A vocalização é
animais e plantas (CRUMP, 1971; CRUMP, 1974; um mecanismo de comunicação eficiente que
DUELLMAN, 1978; DUELLMAN, 1988; DUELLMAN, tem como função primária advertir a presença
1999; HEYER et al., 1990; BERTOLUCI, 1998). de um indivíduo a outros da mesma espécie
A palavra Amphibia é uma derivação do grego (DUELLMAN; TRUEB, 1686). Na época de
Amphi = duas, bios = vida, significa “vida dupla”, reprodução, os machos atraem as fêmeas
alusão ao ciclo de desenvolvimento envolvendo emitindo vocalizações que são particulares para
duas fases: uma aquática, na maioria das vezes em cada espécie e realizam o amplexo (abraço
fase de girino, e uma terrestre na fase adulta. Os nupcial) que estimula as fêmeas a liberarem
anfíbios, diferentemente dos outros vertebrados, óvulos maduros e disseminam sobre eles
possuem pele bastante permeável e a maioria das espermatozoides. (DUELLMAN; TRUEB, 1686).
espécies são de animais noturnos. Apesar de muitas Devido à necessidade do meio aquático para
espécies poderem viver fora do ambiente aquático, a sobrevivência das larvas, o acasalamento na
apresentam dependência de água principalmente maioria das espécies de anuros tende a ocorrer
durante a fase reprodutiva (POUDS et al., 1999). em épocas restritas do ano, condicionadas
principalmente pelas chuvas e pela temperatura
Os anfíbios são enquadrados na subclasse
(CARDOSO; MARTINS, 1987). O papel ecológico
Lissamphibia. Esta, por sua vez, é dividida em três
conferido a eles na teia alimentar é de importante
ordens: Urodela, representada pelas salamandras
destaque, pois controlam as populações de
e pelos tritões; Gymnophiona, representada pelas
diversos invertebrados, principalmente as de
cecílias ou cobras-cegas, e Anura, subdividida em
insetos (POUNDS et al., 1999).
duas subordens: Archeobatrachia e Neobatrachia
A Mata Atlântica está ameaçada por ex-
(ROELANTS, 2007), representadas pelos sapos,
tensos desmatamentos, apresentando-se extre-
pelas rãs e pelas pererecas. O Brasil ocupa a mamente reduzida, sendo uma das florestas
primeira colocação na relação de países com tropicais mais ameaçadas do globo (FUNDAÇÃO
maior riqueza de espécies anfíbias, com 832 SOS MATA ATLÂNTICA, 1992; GALINO-LEAL;
espécies distribuídas em 804 Anura, 1 Caudata e CÂMARA, 2005), onde tem sido registrado o
27 Gymnophiona (SBH, 2008). declínio e o desaparecimento de espécies de
Durante a estação reprodutiva, as espécies anuros antes numerosos (HEYER et al., 1988;
que apresentam modos dependentes de água BERTOLUCI; HEREY, 1995; ETEROVICK et al.,
acumulada reúnem-se em habitats aquáticos 2005). A ação antrópica vem reduzindo esse
adequados à ovipostura e ao desenvolvimento patrimônio biológico e genético a um conjunto
larval. Nesses habitats, que funcionam como de pequenos remanescentes florestais (LIMA,
fatores limitantes da reprodução, formam-se 1998). No Nordeste do Brasil, os fragmentos que
agregações com alto potencial para interações ainda restam da Mata Atlântica totalizam cerca
intra e interespecíficas (CRUMP, 1974; CRUMP, de 3% de sua extensão original (CÂMARA, 1992)
1982). e uma redução como essa representa um perigo
152 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
planta da borda (n=29, representando 58%) e em foi encontrada em folha de planta terrestre (n=1,
galho (n=8, representando 16%), sendo a folha de representando 100%) com dados insuficientes.
planta da borda o micro-habitat no qual encontramos
c) Família Leiuperidae, com cinco indivíduos
essa espécie com mais frequência; 6. Hypsiboas
registrados e distribuídos em uma espécie:
atlanticus (n=315) foi encontrada em quatro micro- Pseudopaludicola falcipes (n=5), que foi
habitats diversos: em folha de planta aquática encontrada na terra (n=5, representando
(n=207, representando 65,7%), em folha de planta 122345#(!6# , !"#$%"&'($)%*)"7
de borda (n=100, representando 31,7%), em folha
d) Família Leptodactylidae, com 224 indivídu-
de planta terrestre (n=6, representando 2%) e em
os registrados, está distribuída em cinco
grama (n=2, representando 0,6%), sendo as folhas
espécies: 1. Leptodactylus fuscus (n=96)
de plantas aquáticas os micro-habitats em que
foi encontrada em três micro-habitats di-
encontramos essa espécie com mais frequência;
versos: em água (n=18, representando
7. H. raniceps (n=1) foi encontrada no galho de
18,8%), em grama (n=30, representando
uma planta (n=1, representando 100%) com
31,2%) e na terra (n=48, representando
dados insuficientes; 8. Phyllodytes luteolus (n=5)
50%), sendo a terra o microhabitat onde
foi encontrada em dois micro-habitats diferentes:
encontramos essa espécie com mais fre-
em folha de planta terrestre (n=4, representando
quência; 2. L. marmoratus (n=11) foi en-
80%) e em galho (n=1, representando 20%) com
contrada em três micro-habitats diferentes:
dados insuficientes para relatar se essa espécie em grama (n=2, representando 18,2%),
foi encontrada com frequência em um desses na terra (n=8, representando 72,7%) e em
micro-habitats; 9. Phyllomedusa nordestina (n= tronco (n=1, representando 9,1%), com
46) foi encontrada em quatro micro-habitats , !"# $%"&'($)%*)"# +,-,# (!%"*,-# ")# )"",#
diferentes: em folha de planta aquática (n=8, espécie foi encontrada com mais frequ-
representando 17,4%), em folha de planta de borda ência em um desses micro-habitats; 3. L.
(n=28, representando 60,9%), em folha de planta ocellatus (n=78) foi encontrada em três
terrestre (n=4, representando 8,7%) e em galho micro-habitats distintos: em água (n=20,
(n=6, representando 13%), sendo a folha de planta representando 25,6%), em grama (n=16,
de borda o micro-habitat no qual encontramos representando 20,6%) e na terra (n=42,
essa espécie com mais frequência; 10. Scinax representando 53,8%), sendo a terra o
fuscovarius (n=2), encontrada em folhas de plantas micro-habitat no qual encontramos essa
terrestres (n=2, representando 100%), dados espécie com mais frequência; 4. L. tro-
insuficientes; 11. S. nebulosus (n=7), encontrada glodytes (n=4) foi encontrada em dois
em folhas de plantas de borda (n=5, representando micro-habitats diferentes: na terra (n=3,
71,4%), em folhas de plantas terrestres (n=2, representando 75%) e em tronco (n=1, re-
representando 28,6%) com dados insuficientes para +-)")%*,% !# 89345# (!6# , !"# $%"&'($)%-
relatar se essa espécie foi encontrada com mais tes; e 5. L. vastus (n=35) foi encontrada
frequência em um desses micro-habitats; 12. S. em três micro-habitats diferentes: em água
x-signatus (n= 335) foi encontrada em cinco micro- (n=1, representando 2,9%), em grama
habitats diferentes: em folha de planta aquática (n=11, representando 31,4%) e na terra
(n=154, representando 46%), em folha de planta (n=23, representando 65,7%), sendo a
de borda (n=139, representando 41,5%), em folha terra o micro-habitat em que essa espécie
de planta terrestre (n=26, representando 7,7%), em foi encontrada com mais frequência. Os
galho (n=13, representando 3,9%) e na terra (n=3, micro-habitats que registraram mais espé-
representando 0,9%); ocorreu uma distribuição não cies foram as folhas de plantas aquáticas
localizada, com dados insuficientes para referir se (n=1.172, representando 50,9% do total
essa espécie foi encontrada com mais frequência de 2.303 espécies registradas). (Tabela 3,
em um desses micro-habitats; e 13. S. sp. (n=3) Figura 2).
Tabela 1: Abundância, variação da riqueza, categoria, constância de ocorrência classificada como: acidental (<25% das coletas), acessória (& 25% e < 50% das coletas) 156
e constante (& 50% das coletas), segundo Dajoz (1983), realizada no Fragmento de Mata Atlântica Fazenda Sapé (T: total; CO: constância de ocorrência; CL:
classificação; ACI: acidental; ACE: acessória).
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
COLETAS
MÊS 04 05 06 07 08 09 T CO CL
DIA
23
24
27
07
08
11
21
22
25
04
05
08
18
19
22
02
03
06
16
17
30
31
03
13
17
27
31
10
14
24
FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE 28
10
12
13
14
15
23
24
25
26
27
28
29
30
31
COLETAS
MÊS 04 05 06 07 08 09 T CO CL
DIA
23
24
27
07
08
11
21
22
25
04
05
08
18
19
22
02
03
06
16
17
30
31
03
13
17
27
31
10
14
24
28
18 L. troglodytes - - - - 1 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 - - - - 2 0,2% ACI
19 L. vastus - - 1 4 2 3 - 1 1 - - 2 - 1 1 - - 1 - - - 2 - - 1 1 - - 1 - - 22 1,7% ACI
TOTAL 41 45 23 30 19 26 31 22 37 31 17 14 38 27 19 52 28 13 27 14 47 34 29 53 38 68 75 38 35 194 97 1262 100%
RIQUEZA 7 7 5 7 6 8 5 7 10 7 5 7 5 9 8 9 9 6 7 6 7 8 7 10 8 11 11 10 8 11 7
ESP.
7 8 9 11 13 14 14 14 14 15 16 16 16 16 16 17 17 17 17 17 17 17 18 18 18 19 19 19 19 19 19
ACUMULADAS
Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE
157
Tabela 2: Abundância, variação da riqueza, categoria, constância de ocorrência classificada como: acidental (<25% das coletas), acessória ( 25% e < 50% das coletas) 158
e constante ( 50% das coletas), segundo Dajoz (1983), realizada no Fragmento de Mata Atlântica Colônia Vicente G. Matos (T: total; CO: constância de
ocorrência; CL: classificação; ACI: acidental).
1
2
3
4
5
6
7
8
9
11
10
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
COLETAS
MÊS 4 5 6 7 8 9 10 T CO CL
11
30
01
04
14
15
18
28
29
01
12
15
25
26
29
09
10
13
23
24
27
06
10
20
24
03
07
17
21
01
05
DIA
FAMÍLIA BUFONIDAE
1 F. pernambucensis - - - - - - - - - - - - - - - 3 2 3 5 4 4 4 5 - - - - - - - - 30 2,9% ACI
2 R. granulosa - - 2 1 - - 2 - - - 2 - - - - - - - - - 1 1 1 1 - 1 - - - - - 12 1,2% ACI
3 R. jimi 3 1 - 1 1 2 - 3 - 1 - - 1 2 2 - - 1 1 - 1 - - 2 1 - 3 1 - 2 1 30 2,9% ACI
FAMÍLIA HYLIDAE
4 D. branneri 7 8 5 5 8 7 4 3 13 8 9 3 5 3 6 2 5 5 6 8 9 8 7 15 13 16 14 13 11 4 6 236 22,7% ACI
5 D. decipiens - 8 - - 5 12 8 7 15 16 9 14 5 8 - 3 11 - - - - - - 2 3 4 3 - 1 - - 134 12,9% ACI
6 D. minutus 5 5 1 - 2 - - 1 1 - 2 - 1 - - 5 - 1 3 2 3 - - 5 6 4 8 9 6 - 1 71 6,8% ACI
7 D. sp. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 1 - - - - - - - 1 0,1% ACI
8 H. albomarginatus - - - - - - - - - - - - - - - 4 3 3 8 6 5 6 6 2 3 2 2 - - - - 50 4,8% ACI
9 H. atlanticus 2 7 2 3 3 - - 5 3 4 5 3 4 - 14 15 4 3 5 4 5 7 6 9 5 7 6 8 8 6 7 160 15,4% ACI
10 P. luteolus - - - - - - - - - - - - - - 1 - 1 - 1 - - - - 1 - - 1 - - - - 5 0,4% ACI
11 P. nordestina - - - - - - - - - - - - - - - 2 3 2 3 4 3 3 6 - 1 2 1 - - 2 1 33 3,2% ACI
12 S. x-signatus 2 4 4 4 5 9 8 5 6 6 7 6 3 6 21 1 9 6 5 3 5 6 5 - 4 6 3 5 - 3 - 157 15,1% ACI
13 Scinax sp. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 2 1 - - - - - - 3 0,3% ACI
FAMÍLIA LEIUPERIDAE
14 P. falcipes - - - - - - - - 1 - - - 1 - - - - - - - - - - - - - - - - 1 - 3 0,3% ACI
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
15 L. fuscus 1 3 2 2 3 1 - - 1 1 - 1 2 3 2 2 3 2 3 2 2 2 1 1 1 - - 1 - 1 - 43 4,1% ACI
16 L. marmoratus - - - 1 - - - - - - - 1 - - - - 1 - 1 - 1 - - - - - - - - 1 6 0,6% ACI
17 L. ocellatus - 1 2 1 1 2 - - 2 1 1 - 1 1 - 1 2 1 2 1 - 2 3 2 3 4 3 1 4 5 5 52 4,9% ACI
18 L. troglodytes - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - - 1 - - - - - - - - - - 2 0,2% ACI
19 L. vastus - - 1 1 1 - - - - - - - - 1 1 - - - 2 - - 1 - - 1 - 1 - 1 - 2 13 1,2% ACI
TOTAL 20 37 19 19 29 33 22 24 42 38 35 28 23 24 47 38 44 27 45 35 39 40 40 43 42 46 45 38 31 24 24 1041 100%
RIQUEZA 6 8 8 9 9 6 4 6 8 8 7 6 9 7 7 10 11 10 13 10 11 10 9 12 12 9 11 7 6 8 8
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
ESP. ACUMULADAS 6 8 10 11 11 11 11 11 12 13 13 13 13 13 14 17 17 17 17 17 17 17 17 19 19 19 19 19 19 19 19
Tabela 3: Especificidade microambiental dos dois remanescentes de Mata Atlântica: Fragmento da Fazenda Sapé e Fragmento da Colônia Vicente Gomes de Matos (I:
Água; II: Folhas de plantas aquáticas; III: Folhas de plantas da borda; IV: Folhas de plantas terrestres; V: Galho; VI: Grama; VII: Pedra; VIII: Terra; e IX: Troncos
caídos.
MICRO-HABITATS I II III IV V VI VII VIII IX TOTAL
FAMÍLIA BRACHYCEPHALIDAE
1 Ischnocnema ramagii - - - 1(100%) - - - - - 1
FAMÍLIA BUFONIDAE
2 Frostius pernambucensis - - - 28 (93,3%) 2 (6,7%) - - - - 30
3 Rhinella crucifer - - - - - 1 (100%) - - - 1
4 Rhinella granulosa 4 (9%) - - - - 11 (24,4%) 1 (2,2%) 27 (60%) 2 (4,4%) 45
5 Rhinella jimi 10(10,2%) - - - - 18 (18,4%) 4 (4,1%) 59 (60,2%) 7 (7,1%) 98
FAMÍLIA HYLIDAE
6 Dendropsophus branneri - 522 (69,6%) 216(29%) 11 (1,4%) - - - - - 749
7 Dendropsophus decipiens - 127 (74,3%) 44 (25,7%) - - - - - - 171
8 Dendropsophus minutus - 141 (65,9%) 73 (34,1%) - - - - - - 214
9 Dendropsophus sp. - - - 1 (100%) - - - - - 1
10 Hypsiboas albomarginatus - 13 (26%) 29 (58%) - 8 (16%) - - - - 50
11 Hypsiboas atlanticus - 207 (65,7%) 100(31,7%) 6 (2%) - 2 (0,6%) - - - 315
12 Hypsiboas raniceps - - - - 1 (100%) - - - - 1
13 Phyllodytes luteolus - - - 4 (80%) 1 (20%) - - - - 5
14 Phyllomedusa nordestina - 8(17,4%) 28 (60,9%) 4 (8,7%) 6 (13%) - - - - 46
15 Scinax fuscovarius - - - 2 (100%) - - - - - 2
16 Scinax nebulosus - - 5 (71,4%) 2 (28,6%) - - - - - 7
17 Scinax x-signatus - 154 (46%) 139(41,5%) 26 (7,7%) 13 (3,9%) - - 3 (0,9%) - 335
18 Scinax sp. - - - 3 (100%) - - - - - 3
FAMÍLIA LEIUPERIDAE
19 Pseudopaldicola falcipes - - - - - - - 5 (100%) - 5
FAMÍLIA LEPTODACTYLIDAE
20 Leptodactylus fuscus 18(18,8%) - - - - 30 (31,2%) - 48 (50%) - 96
21 Leptodactylus marmoratus - - - - - 2 (18,2%) - 8 (72,7%) 1 (9,1%) 11
Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE
Considerações finais
A investigação mostra que ocorreu variação na abundância e na riqueza dos anuros ao longo dos
meses de estudo. Essa variação na abundância dos anuros apresenta correlação significativa com os dados
de pluviosidade. Foi constatado que a variação na riqueza dos anuros não apresenta correlação relevante
com os dados de pluviosidade. De forma geral, a comunidade de anuros apresentou predominância de
ocupação microambiental estatisticamente importante, apesar de não ter ocorrido com todas as espécies
observadas. Por fim, as comunidades das áreas analisadas mostraram-se correspondentes ao grau de
conservação das áreas de estudo.
Referências
BERTOLUCI, J.; HEYER, W. R. Boraceia Update. Froglog, v. 14, 1995.
CÂMARA, I. G. Plano de Ação para a Mata Atlântica. São Paulo: Ed. Interação, Brasil, 1992.
CRUMP, M. L. Amphibian reproductive ecology on the community level. In: SCOTT JUNIOR, N. J. (Ed.).
Herpetological Communities. Washington DC: Wildlife Research Report 13, 1982. p. 21-36.
CRUMP, M. L. Quantitative analysis of the ecological distribution of a tropical herpetofauna. Occ. Pap.
Mus. Nat. Hist. Univ. Kansas, v. 3, p. 1-62, 1971.
CRUMP, M. L. Reproductive strategies in a tropical anuran community. Misc. Publ. Mus. Nat. Hist. Univ.
Kansas, v. 61, p. 1-68, 1974.
Anurofauna da cidade de Barreiros, remanescente de Mata Atlântica – Nordeste do Brasil – PE 161
DUELLMAN, W. E. The biology of an equatorial herpetofauna in Amazonian Ecuador. Misc. Publ. Mus.
Nat. Hist. Univ. Kansas, v. 65, p. 1-352, 1978.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. New York: McGraw-Hill, 1986. 670 p.
DUELLMAN, W. E. Patterns of species diversity in anuran amphibians in the american tropics. Ann.
Missouri Bot. Gard., v. 75, p. 79-104, 1988.
ETEROVICK, P. C.; CARNAVAL, A. C. O. Q.; BORGESNOJOSA, D. M.; SILVANO, D. L.; SEGALLA, M. V.;
SAZIMA, I. Amphybian declines in Brazil: an overview. Biotropica, v. 37, p. 166-179, 2005.
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA. Dossier Atlantic Rainforest (Mata Atlântica). São Paulo: Fundação
SOS Mata Atlântica, 1992.
HEYER, W. R.; RAND, A. S.; DA CRUZ, C. A. G.; PEIXOTO, O. L. Decimation, extinctions and colonization of
frog populations in Southeast Brazil and their evolutionary implications. Biotropica, v. 20, p. 230-235, 1988.
HEYER, W. R.; RAND, A. S.; CRUZ, C. A. G.; PEIXOTO, O. L.; NELSON, C. E. Frogs of Boracéia. Arquivos
de Zoologia, São Paulo, v. 31, p. 231-410, 1990.
LAURANCE, W. F.; BIERREGAARD JUNIOR, R. O. A Crisis in the Marking. In: LAURANCE, W. F.;
BIERREGAARD JUNIOR, R. O. (Ed.). Tropical Forest Remmants: Ecology, Management, and Conservation
of Fragmented Communities. Chicago, EUA: University of Chicago Press, 1997.
RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. 5.ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2003. 503 p.
ROELANTS, K., et al. *($E&(! B&336+12! $F! /4G6+24-.&34$1! 41! 3H6! H423$+I! $F! J$/6+1! &JBH4E4&12 ! 01)
PROCEEDINGS OF THE NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES OF THE UNITED STATES OF AMERICA –
PNAS, 2007. p. 887-892.
ROSS, L. G.; ROSS, B. Anesthetic and sedative techniques for aquatic animals. 2.ed. Oxford: Blackwell
Science, 1999.
WELLS, K. D. The Social behaviour of anuran amphibians. Aniaml Behaviour, London, v. 25, p. 666-162,
1977.
162 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
APÊNDICE A
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) Frostius pernambucensis Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821)
(Bokermann, 1962)
Rhinella granulosa (Spix, 1824) Scinax x-signatus (Spix, 1824) .Dendropsophus branneri (Cochran, 1948)
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) Hypsiboas atlanticus (Caramaschi &
Velosa, 1996)
Leptodactylus vastus (Lutz, 1930) Pseudopaludicola falcipes (Hensel, Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799)
1867)
!"#$%#&'()*+',"-.(*-*-/0-&'1&'$($-*2'&+3(2!'-#4(5*$(*
(#"+36("#(*-2*(7"$-*0-+2(#-#4-)*8(.(+9*$(*:(4(*;*<=
Renata Oliveira Lima1; Reginaldo Fonseca Pereira Neto2; José Diogo Cavalcanti Ferreira2; Edson Victor Euclides de
Andrade3; Geraldo Jorge Barbosa de Moura4; Míriam Camargo Guarnieri5
1
Especialização em Educação Ambiental – Butantan (ecogestlima@hotmail.com).
2
Graduando em Ciências Biológicas – UFPE (reginaldofpn@yahoo.com.br).
3
Graduando em Ciências Biológicas – UFRPE (edvieuan@gmail.com).
4
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
5
Professora Adjunta da Universidade Federal de Pernambuco, Dep. de Zoologia, Laboratório de Animais Peçonhentos e Toxinas
(mcg@ufpe.br).
164 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
and R. jimi), Hylidae (Dendropsophus branneri, D. fuscus can be correlated with air temperature and
elegans, D. decipiens, Hypsiboas albomarginatus, the R. crucifer to moisture. The greatest diversity
H. raniceps, Phyllomedusa nordestina and Scinax of species of the Engenho can be directly related
x - signatus), Leptodactylidae (Leptodactylus to the availability of microhabitats in Açude of
marmoratus, L. fuscus, L. ocellatus and L. vastus) Palmeiras. The low diversity of anuran amphibians
and Ranidae (Lithobates palmipes). These at Engenho Santa Fé, combined with large
species were classified as accidental, 7, constant, proportion of accidental species suggests great
6 and accessory, 2 . It was observed in the area fragility of the ecosystem for the maintenance of
of greatest diversity, Açude das Palmeiras, 66.6% these species.
of the species, except in R. granulosum, H.
albomarginatus, D. elegans, L. ocellatus and L. Key words: Amphibians, Anura, microenvi-
palmipes. The abundance of D. decipiens and L. ronment, Nazaré da Mata.
Introdução
Com a colonização europeia, a Floresta onde as pesquisas herpetológicas começam a se
Atlântica sofreu intensa devastação, sendo o desenvolver (Capítulo 1).
primeiro bioma a ser destruído (TABARELLI et al., Os anfíbios anuros são altamente vulne-
2002). Originalmente, o Domínio Morfoclimático ráveis às modificações ambientais, especialmente
da Floresta Atlântica brasileira se estendia do Rio os da Mata Atlântica (HADDAD; ABE, 2004). A partir
Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, quase da segunda metade da década de 1980, podemos
que continuamente, com área de 1.227.600 observar registros do declínio das populações de
km2, ocupando 12% do território nacional. anfíbios em várias partes do mundo, tendo como
Devido a sua utilização inadequada, atualmente principais fatores: mudanças climáticas globais
restam apenas 7% da área total (TABARELLI et (CAREY; ALEXANDER, 2003); perda e descarac-
al., 2002). No Nordeste brasileiro, a situação terização de ambientes pela ação antrópica (de-
desse bioma é crítica. A exploração das usinas senvolvimento urbano, desmatamento, drenagem
canavieiras, aliada ao crescimento populacional de banhados); introdução de espécies exóticas
desordenado e à implantação de complexos (KATS; FERRER, 2003); agentes parasitários (DA-
industriais, proporcionou uma mudança gradual ZSAK et al., 2003; YOUNG et al., 2004); poluição e
na distribuição populacional das espécies tanto aumento dos raios ultravioleta devido à destruição
da flora quanto da fauna. A severa pressão da camada de ozônio (BLAUSTEIN et al., 2003).
antrópica submeteu a Floresta Atlântica nordestina A modificação desse ambiente é um
a uma área de apenas 2%, cujos remanescentes grande risco para os anuros, devido aos seus
encontram-se circundados por cana-de-açúcar especializados modos reprodutivos (DUELLMAN;
e pastagens (BROWN; BROWN, 1992; SILVA; TRUEB, 1994; HADDAD; PRADO, 2005). Dentre os
TABARELLI, 2000; UCHOA-NETO, 2002). Esse 38 modos reprodutivos conhecidos mundialmente
mesmo bioma, tão devastado, é considerado (HADDAD; PRADO, 2005), 25 são encontrados em
uma das 25 áreas de prioridade mundial para a anuros da Mata Atlântica, sendo sete específicos
conservação biológica do planeta (TABARELLI et para esse bioma, evidenciando o enorme número
al., 2002), abrigando 20.000 espécies de plantas de microambientes disponíveis para a reprodução
vasculares, das quais 8.000 são endêmicas, e da anurofauna da Mata Atlântica (HADDAD et al.,
1.361 espécies de vertebrados, dos quais 567 2004).
são endêmicos, porém, de forma contraditória, O objetivo deste trabalho foi registrar a
representa um dos ecossistemas mais degradados abundância, a riqueza, a distribuição temporal
(TABARELLI et al., 2002). A Floreta Atlântica abriga e espacial da anurofauna no Engenho Santa Fé,
cerca de 405 espécies de anfíbios anuros (FROST, Nazaré da Mata – PE, assim como analisar o efeito
2007), número que corresponde a 8% do número das variáveis ambientais sobre esses parâmetros.
de anfíbios anuros listados mundialmente.
O Brasil possui a maior riqueza de anuros
do mundo (SBH, 2008), compreendendo 808
Metodologia
espécies pertencentes à ordem Anura (SBH, 2008).
Apesar disso, existe um enorme vazio nos estudos Área de estudo
relacionados a essa ordem, nas diferentes regiões O estudo foi realizado no município de
do País, especialmente no estado de Pernambuco, Nazaré da Mata, com área de 125 km2, possuindo
166 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
população de 29.254 habitantes, sendo 24.710 mandioca, banana, laranja, feijão e manga (IBGE,
na zona urbana e 4.544 na rural. A área de 2000).
estudo apresenta solo argiloso (filossilicatos), A área de coleta consistiu em transectos
relevo ondulado, tendo como vegetação floresta aleatórios em toda a área da propriedade, sendo
subcaducifólia, ocorrência mineral de granito a área de maior exploração um açude permanente
e de quartzito, com precipitação pluviométrica – o Açude das Palmeiras, com 279 m de extensão
média anual de 857,2 milímetros, sendo os – localizado no Engenho Santa Fé, que possui
meses chuvosos os de abril a julho. A área limita- área de 60 hectares, dos quais 30 pertencem à
se ao norte com Aliança e Condado, ao sul com monocultura de cana-de-açúcar e os outros 30 à
Tracunhaém, a leste com Itaquitinga e a oeste com área urbana, onde são realizadas atividades de lazer
Buenos Aires e Carpina (Figura 1a). Localizada a (Figura 1b). O Engenho Santa Fé possui o Rio Paji,
uma distância de 65 km da capital, com acesso afluente do Rio Tracunhaém. A vegetação da área é
pela BR-408, apresenta como principal atividade um remanescente de Mata Atlântica, a 500 m da BR-
a agroindústria de cana-de-açúcar, batata-doce, 232, com latitude de 070°44’S e longitude 350°14’W.
Figura 1 a: Mapa da localização de Nazaré da Mata e seus limites municipais (sua indicação em Pernambuco e no
Brasil). Legenda: 01 – Aliança, 02 - Buenos Aires, 03 – Camutanga, 04 – Carpina, 05 – Condado, 06 –
Ferreiros, 07 – Goiana, 08 – Itambé, 09 – Itaquitinga, 10 - Lagoa do Carro, 11 - Lagoa do Itaenga, 12 –
Macaparana, 13 - Nazaré da Mata, 14 – Paudalho, 15 – Timbaúba, 16 – Tracunhaém, 17 – Vicência. b.
Vista aérea do Engenho Santa Fé. Em destaque o Açude das Palmeiras.
dos anuros. As áreas de coleta envolveram desde setembro, três coletores participaram das buscas
a margem até os três primeiros metros, medidos em campo, que corresponderam a 45 horas/
perpendicularmente ao leito do açude. homem, respectivamente.
Para a análise da variação temporal, foram Os animais coletados foram devidamente
realizadas excursões mensalmente, das 18 h às acondicionados em recipiente plástico, contendo
23 h, entre os meses de janeiro e outubro de 2004, água do próprio ambiente, e, posteriormente,
totalizando dez excursões a campo, que somaram levados ao laboratório para identificação. Após
115 horas/homem de trabalho. Durante os meses a identificação, um exemplar de cada espécie
de fevereiro, março, abril, maio, junho, agosto e foi fixado em solução de formaldeído a 10% e
outubro, os trabalhos de busca foram executados conservado em recipientes de vidro contendo álcool
por dois coletores, contabilizando 70 horas/ 70° GL, e depositados na Coleção Herpetológica
homem por mês. Nos meses de janeiro, julho e da UFPE.
acidentais serve de parâmetro para demonstrar maior abundância e riqueza, com, respectivamente,
a fragilidade da composição da comunidade de 1.044 e 10 espécies de anfíbios anuros, foi
anfíbios anuros que habitam o Açude da Palmeiras. setembro (Tabela I) o mês em que também houve
Em três meses (julho, agosto e setembro), a estabilização do gráfico de acumulação de
analisando as coletas semanais, o que apresentou espécies (Figura 4).
Tabela I - Riqueza, índice de abundância mensal e constância de ocorrência (DAJOZ, 1983) da anurofauna amostrada
no Engenho Santa Fé, no período entre janeiro e outubro de 2004 (CO = constância de ocorrência, CAT =
categoria, de acordo com Dajoz, 1983; CTE = constante; ACI = acidental; ACE = acessória).
Abundância mensal
Espécie CO CAT
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Total
Bufonidae Gray, 1825
Rhinella crucifer (Wied-Neuwied,
5 10 30 11 0 2 0 1 2 1 62 80 cte
1821)
R. granulosa (Spix, 1824) 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 10 aci
R. jimi (Wemer, 1984) 215 180 240 85 155 101 48 18 10 7 1.059 100 cte
Hylidae Rafinesque, 1815
Dendropsophus branneri (Cochran,
4 10 20 6 150 155 98 15 10 80 548 100 cte
1942)
D. decipiens (Lutz, 1925) 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 4 10 aci
D. elegans (Wied-Neuwied,
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 10 aci
1824)
Hypsiboas albomarginatus (Spix,
0 0 0 0 0 0 0 1 3 0 4 20 aci
1824)
H. raniceps (Cope, 1862) 8 11 18 28 18 25 16 1 2 0 127 90 cte
Phyllomedusa nordestina
0 0 0 0 0 0 7 2 0 0 9 20 aci
(Caramaschi, 2006)
Scinax x-signatus (Spix, 1824) 2 4 1 3 6 2 0 4 0 5 27 80 cte
Leptodactylidae Werner, 1896
Leptodactylus fuscus (Schneider,
30 18 16 42 60 58 5 4 4 10 247 100 cte
1799)
Figura 4 - Gráfico de acumulação de espécies durante as coletas semanais, no Engenho Santa Fé, no período de
julho a setembro de 2004.
2002; ANDRADE, 2007; ANDRADE et al., 2007, Charles Darwini, Tapacurá, Água Azul, Brejos dos
2008a, 2008b), onde ocupa microambientes Cavalos e Engenho Jardim (SANTOS; CARNAVAL,
como arbustos e herbáceas (SANTOS et al., 2002).
2004). Apresenta uma ampla distribuição em
Pernambuco, ocorrendo em várias localidades: Ocupação microambiental
Dois Irmãos, Caetés, Saltinho, Água Azul, Mata do
Urubu, Brejo dos Cavalos, Engenho Jardim e Serra Os anuros ocuparam 13 microambientes
Negra (SANTOS; CARNAVAL, 2002). A espécie diferentes no açude estudado, sendo sete no
Scinax x-signatus, em Pernambuco, ocorre em exterior, três na borda e três no interior (Figura
várias localidades: Dois Irmãos, Grande Recife, 2), descritos a seguir, com os respectivos
Caetés, Saltinho, Chales Darwin, Tapacurá, J. valores percentuais de cada espécie em cada
Botânico, Água Azul, Brejo dos Cavalos, Mata do microambiente (Tabela II).
Urubu, Engenho Jardim e Serra Negra (SANTOS; Exterior do açude (com distância de 1 a 3
CARNAVAL, 2002). metros, paralelo à água).
Solo (caracterizado pela visualização do
Leptodactylidae Werner, 1896 sedimento. Granulometria média (areia), matéria
orgânica e filossilicatos) registrado no exterior e
A espécie Leptodactylus fuscus ocorre na borda onde foram registradas cinco espécies:
em Cerrado, onde houve registros de sua H. raniceps (7,7%), L. fuscus, L. vastus (100%), R.
ocupação em poças temporárias e em alagados crucifer (25%) e R. jimi (39,7%).
(BERNADE; KOKUBUM, 1999), Floresta Estacional Estrato herbáceo (toda e qualquer vegetação
Semidecídua (BERNADE; KOKUBUM, 1999), que se encontre a menos de 20 centímetros de
Mata Atlântica (MOURA et al., 2006; SANTOS; altura do solo) registrado no exterior e na borda
CARNAVAL, 2002), Pantanal (GORDO; CAMPOS, ocupada por cinco espécies: R. crucifer (25%), R.
2004) e Amazônia, onde ocupa poças temporárias jimi (25%), D. branneri (7,24%), D. decipiens (9,1%)
e campos de pastagens (BERNADE et al., 1999). e L. fuscus (19%).
Em Pernambuco, apresenta registros para diversas Estrato arbustivo (toda e qualquer vegetação
localidades, como Dois Irmãos, Caetés, Saltinho, que possua altura entre 20 centímetros e 1,5
Chales Darwin, Tapacurá, J. Botânico, Água Azul, metro) registrado no exterior e na borda, sendo
Brejo dos Cavalos e Serra Negra. Leptodactylus ocupado por quatro espécies: D. branneri (1,45%),
ocellatus apresenta registros para Mata Atlântica H. raniceps (28,2%), D. decipiens (27,2%) e
(RIBEIRO et al., 2005; DALLACORTE et al., 2003; Phyllomedusa nordestina (28,6%).
CARVALHO et al., 1998; MOURA et al., 2006; Estrato arbóreo (todo e qualquer vegetal
SANTOS; CARNAVAL, 2002) e Cerrado (BERNADE; que se encontre acima de 1,5 metro de altura)
KOKUBUM, 1999). Leptodactylus gr. marmoratus onde foram registradas duas espécies: D. branneri
apresenta ocorrência para Mata Atlântica (0,4%) e H. raniceps (23,1%).
(MOURA et al., 2006; SANTOS; CARNAVAL, Folhiço (qualquer vegetação ou parte dela
2002). Leptodactylus vastus é uma espécie que que esteja no solo) ocupado por quatro espécies:
apresenta registros para o Cerrado (BRASILEIRO L. marmoratus (100%), R. crucifer (25%), R. jimi
et al., 2005; WALDEMAR; FERREIRA, 2004), (8,8%) e L. fuscus (13%).
Pantanal (GORDO; CAMPOS, 2004), Mata Atlântica Alagado (região que, no período chuvoso,
(SANTOS; CARNAVAL, 2002; TOLEDO et al., 2003; fica imersa com água) ocupado apenas por R. jimi
JUNCÁ, 2006; MOURA et al., 2006; ANDRADE, (9,3%).
2007; ANDRADE et al., 2007, 2008a, 2008b). Em Edificação (caracteriza-se por apresentar
Pernambuco ocorre em várias localidades, como estruturas de alvenaria referentes à contenção
Dois Irmãos, Mata do Urubu, Brejo dos Cavalos, de água do açude) ocupada somente por R. jimi
Charles Darwin, Caetés, Saltinho, Tapacurá, Água (10,3%).
Azul, Engenho Jardim e Serra Negra (SANTOS; Interior do açude (área coberta de água).
CARNAVAL, 2002). Água (animal submerso ou flutuando)
ocupada por três espécies: R. jimi (6,9%), L. fuscus
Ranidae Rafinesque, 1814 (16%) e D. branneri (0,08%).
Vegetação flutuante (vegetação sobre a
Desta família foi registrada apenas uma lâmina d’água com raízes aquáticas) ocupada por
espécie, Lithobates palmipes, que ocorre em várias três espécies: D. branneri (2,65%), D. decipiens
localidades de Pernambuco: Dois Irmãos, Caetés, (18,1%) e Sinax x-signatus (27,7%).
172 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Vegetação emergente (vegetação fixa no apresentou preferência por vegetação aérea, pois
solo que emergiu na água): H. branneri (74,4%), H. essas espécies são munidas de discos adesivos
raniceps (41%), D. decipiens (36,3%), Phyllomedusa nas extremidades dos dedos, favorecendo
nordestina (71,4%) e Scinax x-signatus (72,3%). seu deslocamento vertical e horizontal sobre a
A presença de 66,6% das espécies vegetação (JIM, 1980). Como era de se esperar,
encontradas na área do açude sugere que a as famílias Leptodactylidae e Bufonidae tiveram
maior diversidade de microambientes disponíveis preferência pelos microambientes terrestres,
nesse habitat esteja relacionada às necessidades sendo evidenciado, por sua vez, que as
biológicas das diferentes espécies de anfíbios. espécies buscaram microambientes específicos.
De forma geral, as espécies ocuparam ao A visualização da ocupação de um mesmo
menos um desses habitats, havendo enorme microambiente por várias espécies no mesmo
sobreposição na ocupação microambiental. A intervalo de tempo foi frequente, exceto nas
distribuição das famílias se deu de acordo com edificações onde só foi registrada ocorrência da
os microambientes preferidos. A família Hylidae espécie Rhinella jimi.
Tabela II - Distribuição e ocupação microambiental da anurofauna presente no Açude das Palmeiras, Nazaré da
Mata – PE, onde: I – submerso em água, II – flutuando em água, III – solo, IV – alagado, V – folhiço, VI
– edificações, VII – estrato herbáceo VIII – estrato arbóreo (galho/folhas), IX – estrato arbustivo (folhas);
X – vegetação emergente; e XI – vegetação flutuante.
Micoambiente
Espécie
I II III IV V VI VII VIII IX X XI Total
Rhinella crucifer 0 0 1 1 1 0 1 0 0 0 0 4
R. jimi 3 2 27 6 6 7 17 0 0 0 0 68
Dendropsophus branneri 0 20 0 0 0 0 180 10 360 1850 66 2486
Hypsiboas raniceps 0 0 3 0 0 0 0 9 11 16 0 39
D. decipiens 0 0 0 1 0 0 1 0 3 4 2 11
Phyllomedusa nordestina 0 0 0 0 0 0 0 0 2 5 0 7
Scinax x-signatus 0 0 0 0 0 0 0 0 0 26 10 36
L. marmoratus 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1
Leptodactylus fuscus 8 13 25 20 13 0 19 0 0 0 0 99
Leptodactylus vastus 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1
Total de indivíduos por
11 35 57 28 21 7 218 19 376 1901 78
microambiente 2751
Percentual de indivíduos (%) 0,40 1,27 2,07 1,02 0,76 0,25 7,92 0,69 13,67 69,10 2,84 1
Riqueza por microambiente 2 3 5 4 4 1 5 2 4 5 4
Referências
ACHAVAL, F.; OLMOS, A. Anfíbios y reptiles del Uruguay. Montevideo: Graphis, Impresora, 2003.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de Formas Larvárias
de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.
BERNARDE, P. S.; KOKUBUM, M. N. C.; MACHADO, R. A.; ANJOS, L. Uso de habitats naturais e antrópicos
pelos Anuros em uma localidade no Estado de Rondônia, Brasil (Amphibia: Anura). Amazonica, v. 29, n.
4, p. 555-562, 1999.
BLAUSTEIN, A. R.; ROMANSIC, J. M.; KIESECKER, J. M.; HATCH, A. C. Radiation, toxic chemicals and
amphibian population declines. Diversity & Distributions, v. 9, p. 123-140, 2003.
BROWN JUNIOR, K. S.; BROWN, G. G. Habitat alteration and species loss in Brazilian forests. In:
WHITMORE, T. C.; SAYER, J. A. (Ed.). Tropical deforestation and species extinction. London: Chapman
& Hall, 1992. p. 119-142.
CAREY, C.; ALEXANDER, D. M. A. Climate change and amphibian. Diversity and Distribuitions, v. 9, p.
111-121, 2003.
CARNAVAL, A. C. A phylogeographic study of frogs in forest fragments of northeastern Brazil. In: SIMPÓSIO,
ANAHEIM. Program of the Meeting of the 2002a Society of Integrative Biology, 2002. Volume único.
CARVALHO, C. L. B.; SANTOS, E. M.; SILVA, L. A. M. Atualização da lista de Anfíbios Anuros da Estação
Ecológica do Tapacurá. Caderno Ômega, Univ. Fed. Rural PE, Série Biol., Recife, n. 5, 29-34 p. 1998.
DASZAK, P. A.; CUNNINGHAM, A. A.; HYATT, A. D. Infection and amphibian population declines. Diversity
& Distribuitions, v. 9, p. 141-150, 2003.
DALLACORTE, F.; BEDUSCHI, P.; GRUENER, C. G.; TESTONI, C.; LAPS, R. R.; GARCIA, P. C. A. Riqueza de
,)1+(:$.F5&G7D7,E$F)1+,>$45$H+,*54)I($04$B<(+4:I,$J5D+=-<,$K4):,$FI<L)I79,M$C,+N14$O,I1+,<$'1)797&,<$
Nascente do Garcia, Blumenau/ SC. In: CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, 6., Fortaleza, 2003. p.
206-207.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. Baltimore: Johns Hopkins University press, 1994.
789 p.
174 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
FROST, D. R. Amphibiam species of the world: an on-line reference. Version 3.0. 2007. Disponível em:
<http://research.amnh.org/herpetology/amphibiam/index.html> Acesso em: 12 mar. 2007.
GORDO, M.; CAMPOS, Z. Lista de anuros da Estação Ecológica Nhumirim e das serras de entorno do
Pantanal Sul. In: SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SOCIOECONÔMICOS DO PANTANAL, 4.,
Corumbá, MS, 2004.
HADDAD, C. F. B.; PRADO, C. P. A. Reproductive modes in frogs and their unexpected diversity in the
Atlantic Forest of Brazil. BioScience, Washington, v. 55, p. 207-217, 2005.
HADDAD, C. F. B.; ABE, A. S. Workshop Mata Atlântica e campos sulinos – Anfíbios e Répteis.
K7:&()PA4<$45Q$RSSS#D0I#H,I#(+*#D+TS(+U:G(&T5,I,#,I<,)I79,TD+T+&V,)-DW#$F94::($45Q$X$04Y#$ !!Z#
JUNCÁ, F. A. Diversidade e uso de habitat por anfíbios anuros em duas localidades de Mata Atlântica, no
norte do estado da Bahia. Biota Neotrópica, v. 6, n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.
org.br/v6n2/pt/abstract?inventory+bn03006022006
JIM, J. Aspectos ecológicos dos Anfíbios registrados na região de Botucatu, São Paulo (Amphibia,
Anura). 1980. p. 332. Tese (Doutorado) – Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo,
1980.
MAGURRAN, A. E. Ecological diversity and its measurement. 1.ed. New South Wales: Croom Helm,
1988. 179 p.
'J@[FE$/#$\#$;#]$^_'FE$[#$J#]$F[F@\JE$^#$'#$C#$`,+7,23($&(&1<,97(),<$4$4:&497-970,04$579+(,5D74)I,<$
da anurofauna presente no Engenho Santa Fé, Nazaré da Mata, PE. In: CONGRESSO NORDESTINO DE
ECOLOGIA – MEIO AMBIENTE NO NORDESTE: AVANÇOS E DESAFIOS. 2006, 11., Recife. Anais... 2006.
KATS, L. B.; FERRER, R. P. Alien predators and amphibian of two decades of science and the transition to
conservation. Diversity & Distribuitions, v. 9, p. 99-110, 2003
POMBAL JUNIOR, J. P.; GORDO, M. Anfíbios Anuros da Jureia. In: MARQUES, O. A. V.; DULEBA, W. (Ed.).
Estação Ecológica Jureia-Itatins. Ambiente Físico, Flora e Fauna. Ribeirão Preto: Holos Editora, 2004.
p. 243-256.
[_;a_[JE$[#$b#]$cF;JbF$KJ$a/_cJE$/#$c#$;#]$dFKKFKE$6#$B#$;#$6G,A4$04$704)I7-9,23(Q$F)HPD7(:$F)1+(:$0,$
Vertente de Jundiaí da Serra do Japi, Estado de São Paulo. Biota Neotropica, v. 5, n. 2, 2005. Disponível
45Q$RGII&QTTSSS#D7(I,)4(I+(&79,#(+*#D+TAe) T&IT,D:I+,9If704)I7-9,I7()MU4ghD)!i!!e! !!eW
SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. S. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Massangana,
Secretaria de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente, 2 v., 2002. Cap. 33. p. 259-535.
b_^`FE$\#$'#$6#$b#]$cF;F[a^^_E$'#$c+44$:&4974:$75&(A4+7:G54)I$,)0$IG4$H1I1+4$k(+,$(H$IG4$FI<,)I79$B(+4:I$
of northeast Brazil. Nature, v. 404, p. 72-74, 2000.
TOLEDO, L. F.; ZINA, J.; HADDAD, C. F. B. Distribuição espacial e temporal de uma comunidade de
Anfíbios Anuros do Município de Rio Claro, São Paulo, Brasil. Holos Environment, v. 3, n. 2, p. 136-149,
2003.
ZAR, J. H.; RYU, T. (Ed.). Biostatistical analysis. 4.ed. New Jersey: Prentice Hall, 1999. 663 p.
YOUNG, B. E.; STUART, S. N.; CHANSON, J. S.; COX, N. A.; BOUCHER, T. M. Disappearing jewels: the
status of New World amphibians. Arlington, EUA: NatureServe, 2004.
!"#$%&!'#$&()*+$&!',-'-./0&1-/.-',&!'2/.+$3"+&!',#'4-%&56'
7'89'#'8-/(&' 1&.!&'7': ;'<&0,#!%#',&':0-!+(
Carlos Roberto dos Santos Silva1; Geraldo Jorge Barbosa de Moura2; Edson Victor Euclides de Andrade3; Eliane
Maria de Souza Nogueira4
Resumo Abstract
Atualmente, são conhecidas 6.184 espécies Currently there are known 6,184 species of
de anfíbios no mundo. O Brasil é o país com maior amphibians in the world. Brazil is the country with
diversidade de espécies (825), onde 797 são da greater diversity of species (825), where 797 are
ordem Anura. Informações sobre a história natural in the order Anura. Information about the natural
e os padrões de ocorrência das espécies são, em history and patterns of occurrence of the species
grande parte, ainda desconhecidas, principalmente are, in large part, still unknown, especially for
para a Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro. caatinga, a Brazilian exclusive biome. In this study,
Neste estudo, a diversidade e a distribuição diversity and temporal distribution of species of
temporal de espécies de anuros foram deter- frogs were determined in areas of caatinga in
minadas em áreas de Caatinga nas cidades de the cities of Jatobá-PE and Paulo Afonso, Bahia,
Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do northeastern Brazil. The sampling was done by
Brasil. A amostragem foi realizada por busca active search, 10 days of sampling in the rainy
ativa, com 10 dias de amostragem da estação season in each city and the same in the dry season.
chuvosa de cada cidade e o mesmo período na In the cities sampled they were recorded 19 species/
estação seca. Nas cidades amostradas foram six families: Bufonidae (2), Cycloramphidae (1),
registradas 19 espécies/seis famílias: Bufonidae Hylidae (8), Leiuperidae (3), Leptodactylidae (4)
(2), Cycloramphidae (1), Hylidae (8), Leiuperidae and Microhylidae (1). The composition of species
(3), Leptodactylidae (4) e Microhylidae (1). A com- recorded in the cities of Jatobá and Paulo Afonso
posição de espécies registradas nas cidades showed high similarity, which would be expected,
de Jatobá e de Paulo Afonso apresentou alta due to close proximity of the sampling sites
similaridade, o que seria esperado devido à grande and the fact the cities are nearby, as well as the
proximidade dos locais de amostragem e pelo fato physiognomic and climate similarities of the areas
de as cidades serem vizinhas, assim como pelas of sampling.
semelhanças fisionômicas e climáticas das áreas
de amostragem.
Key words: Amphibians, Frogs, Caatinga,
Palavras-chave: Anfíbios, Anuros, Caatinga, northeast region.
Região Nordeste.
1
Biólogo, pesquisador voluntário da Uneb – Campus VIII (carlosbios14@yahoo.com.br).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
3
Graduando em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
4
Docente da Universidade do Estado da Bahia – Campus VIII (emsnogueira@gmail.com).
Introdução
O Nordeste é uma das regiões brasileiras da Caatinga e que a contribuição da sua biota para
que apresenta as mais baixas taxas de umidade a biodiversidade, extremamente alta, do Brasil tem
do ar e altas temperaturas, e é nessa região sido subestimada (SILVA et al., 2004). De modo
que está inserido o semiárido brasileiro, geral, estudos sobre comunidades de anfíbios
caracterizado por baixas altitudes e pela nos trópicos são praticamente incipientes, sendo
distância do litoral, apresentando clima seco o baixo nível de conhecimento incompatível com
com chuvas mal distribuídas (ARAÚJO et al., a alta diversidade desses organismos encontrados
2005). É nessa região em que está espacialmente nessas regiões (DUELLMAN; TRUEB, 1994;
distribuído o único e exclusivo bioma brasileiro, BERTOLUCI; RODRIGUES, 2002).
a Caatinga, que abriga um patrimônio biológico Este trabalho explicita a riqueza da
incomparável, não encontrado em nenhum outro anurofauna em dois municípios da Região Nordeste,
lugar do mundo (SILVA et al., 2004), embora ambos localizados no Domínio Morfoclimático das
ainda seja subamostrado quando comparado Caatingas, analisando a ocupação microambiental
nos períodos noturno e diurno e a variação existente
com outras regiões do País (LEWINSOHN;
entre as estações chuvosa e seca.
PRADO, 2002).
Nesse bioma, até o presente momento,
contabilizam-se aproximadamente 932 espécies
Metodologia
vegetais, das quais 318 são consideradas
endêmicas, 185 são espécies de peixes, 107 são Área de Estudo
de répteis, 49 são de anfíbios, 348 são de aves
Os anuros foram amostrados nos municípios
e 148 são de mamíferos (GIULIETTI et al., 2002;
de Jatobá – PE (09° 11’ 06” S e 38° 16’ 12” W),
PACHECO, 2004; RODRIGUES, 2003; ROSA et al.,
cerca de 305 m de altitude, e Paulo Afonso – BA
2003). Estudos recentes têm demonstrado que o
(09° 39’ 27” S e 37° 59’ 52” W), 243 m de altitude,
bioma está longe de ser homogêneo e é pobre em localizados na mesorregião do São Francisco,
espécies. Região Nordeste do Brasil, separados por uma
O estudo qualitativo e quantitativo da fauna distância de 20 km. A vegetação dos municípios é
e da flora de determinado ambiente constitui basicamente composta por Caatinga hiperxerófila
o primeiro passo para a conservação e o uso com trechos de Floresta Caducifólia. O clima
racional, visto que possibilita o desenvolvimento é do tipo BSh Tropical Semiárido, com chuvas
de projetos de preservação, especialmente em um de verão. A temperatura varia entre a mínima de 22
bioma como a Caatinga, que vem sofrendo fortes °C e a máxima de 40 °C. As áreas são marcadas
impactos antrópicos, com grandes áreas passando por estação seca prolongada e estação chuvosa
pelo processo de desertificação. Provavelmente, curta e irregular em sua distribuição no tempo e
as 49 espécies de anuros listadas para o bioma no espaço. O total de chuvas dos municípios
Caatinga estão longe de retratar sua realidade, visto geralmente não ultrapassa 700 mm anuais e se
que pouca atenção tem sido dada à conservação distribui em Paulo Afonso principalmente entre os
180 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
meses de março, abril e maio, devido ao recuo da Os anuros foram identificados por meio de
Zona de Convergência Intertropical e o avanço da suas vocalizações por comparação com a coleção
Massa Equatorial Atlântica, enquanto em Jatobá o da UFPE e do Museu de História Natural de Alagoas
período de chuvas vai de novembro a abril (REIS, – Mufal, além de consulta a especialistas.
2004; MASCARENHAS, 2005). Foi utilizado o coeficiente de similaridade de
Jaccard (coeficiente de comunidade) para com-
Amostragem e análise dos dados parar os ambientes amostrados. Esse coeficiente
varia de 0 (ambientes dissimilares) a 1 (máxima
A coleta de dados para o inventário da similaridade) e foi obtido a partir da fórmula CC =
anurofauna foi feita nos períodos chuvoso (Jatobá a/(n1 + n2) - a, onde: a corresponde ao número
– 15 a 25/8/2005; Paulo Afonso – 12 a 22/5/2007) de espécies comuns aos dois ambientes; n1 é o
e seco (Jatobá – 10 a 20/1/2006; Paulo Afonso número de espécies no ambiente 1; n2 é o número
– 17 a 27/2/2008), compreendendo um total de de espécies do ambiente 2 (KREBS, 1989).
20 dias de amostragem em cada área, com 10
em cada estação. A amostragem foi realizada Resultados e discussão
por busca ativa, com caminhadas nos períodos
noturno e diurno. No diurno, a busca consistiu Abundância e riqueza da anurofauna
em vasculhar serrapilheira, frestas de rochas sob
Foi registrada abundância de 2.156 indi-
troncos e rochas, entre outros habitats e micro- víduos, dos quais 377 foram amostrados no mu-
habitats. No período noturno, a busca foi realizada nicípio de Jatobá e 1.779 no município de Paulo
em sítios reprodutivos (lagoas e poças), caso em Afonso; um total de 19 espécies (Apêndice
que os anuros foram localizados por visualização A) distribuídas entre as famílias Bufonidae,
direta e por meio das vocalizações. Exemplares- Cycloramphidae, Hylidae, Leiuperidae,
Leptodactylidae e Microhylidae, entre as quais as
testemunhos foram acondicionados em sacos
famílias Hylidae e Leptodactylidae foram as mais
plásticos e levados ao laboratório onde foram representativas (Figura 1). Dessas, apenas uma
sacrificados por exposição a clorofórmio, fixados espécie não foi encontrada no município de Jatobá
em formaldeído 10% e conservados em álcool 70%. (Figura 2) (Tabela I).
Figura 1 - Abundância relativa das famílias de anfíbios anuros amostradas nos períodos chuvoso e seco, nos municípios
de Jatobá, Pernambuco (15 a 25/8/2005 e 10 a 20/1/2006) e Paulo Afonso, Bahia (12 a 22/5/2007 e 17 a
27/2/2008).
Figura 2 - Abundância relativa das espécies de anuros registradas para os municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso
– BA nas estações chuvosa e seca. Rgr = R. granulosa, Rj = R. jimi, Pc = P. cristiceps Db = D. nanus, Cg =
C. greeningi, Sp = S. pachychrus, Hc = H. crepitans, Hr = H.raniceps, Hsp. = H. sp., Pn = P. nordestina, Sx
= S. x-signatus, Pd = P. diplolistris, Psp. =P. sp., Pcu = P. cuvieri, Lo = L. ocellatus, Lp = L. podicipinus, Lt =
L. troglodytes, Lv = L. vastus, Dm = D. muelleri.
Tabela I - Riqueza de anuros amostrados nos períodos chuvoso e seco nos municípios de Jatobá – Pernambuco e
Paulo Afonso – Bahia.
Município
Jatobá Paulo Afonso
Bufonidae Gray, 1825
1- Rhinella granulosa (Spix, 1824) X X
2 - R. jimi (Stevaux, 2002) X X
Cycloramphidae Bonaparte, 1850
3 - Proceratophrys cristiceps (Müller, 1884 “1883”) X X
Hylidae Rafinesque, 1815
4 - Corythomantis greeningi Boulenger, 1896 X X
5 - Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) X X
6- Hypsiboas crepitans (Wied-Neuwied, 1824); X X
7 - H. raniceps (Cope, 1862) X X
8 - H. sp. - X
9 - Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006 X X
182 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Município
Jatobá Paulo Afonso
10 - Scinax pachychrus (Miranda-Ribeiro, 1937) X X
11 - S. x-signatus, (Spix, 1824) X X
Leiuperidae Bonaparte, 1850
12 - Pleurodema diplolistris Peter, 1870 X X
13 - Pseudopaludicola sp. X X
14 - Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) X X
Leptodactylidae Werner, 1896
15 - Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) X X
16 - L. natalensis (Cope, 1862) X X
17 - L. troglodytes A. Lutz, 1926 X X
18 - L. vastus (A. Lutz, 1930) X X
Microhylidae Günther, 1858
19 - Dermatonotus muelleri (Boettger, 1885) X X
Total 18 19
Figura 3 - Índice de abundância de anuros amostrados nos períodos chuvoso e seco, nos municípios de Jatobá – PE
e Paulo Afonso – BA.
Conclusão
Este estudo registrou até o momento para a área 19 espécies de anfíbios, todas já registradas
para o bioma Caatinga, mas mostra-se ainda incipiente devido ao uso de apenas um método de coleta
(busca ativa). Foi relatada por outros autores a necessidade de metodologia complementar, como a
coleta através de pitfall, de modo a abranger todos os anuros de solo.
Referências
ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Org.). Análise das variações da biodiversidade do
bioma Caatinga: suporte a estratégias regionais de conservação. Brasília: MMA, 2005.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of amphibians. 2.ed. Baltimore and London: McGraw-Hill, 1994.
670 p.
FAIVOVICH, J.; HADDAD, C. F. B.; GARCIA, P. C. A.; FROST, D. R.; CAMPBELL, J. A.; WHEELER, W. C.
Systematic review of the frog Family Hylidae, with special reference to Hylinae: Phylogenetic analysis and
taxonomic revision. Bulletin of the American Museum of Natural History, n. 294, 240 p, 2005.
FROST, D. R. Amphibian Species of the World, an On-line Reference. 2008. Disponível em: <http://
research.amnh.org.herpetology/amphibia/index.php>.
GIULIETTI, A. M.; HARLEY, R. M.; QUEIROZ, L. P.; BARBOSA, M. R. V.; BOCAGE-NETA, A. L.; FIGUEIREDO,
M. A. Espécies endêmicas da Caatinga. In: SAMPAIO, E. V. S. B.; GIULIETTI, A. M.; VIRGÍNIO, J.; GAMARRA-
ROJAS, C. F. L. (Ed.). !"!#$%&'(!()'*$(+$(,$$#-."$. Recife: APNE/CNIP, 2002. p. 103-118.
184 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
HADDAD, C. F. B.; PRADO, C. P. A. Reproductive modes in frogs and their unexected diversity in the
Atlantic Forest of Brazil. Bioscience, v. 55, n. 3, p. 207-217, 2005.
JUNCÁ. F. A. Anfíbios e répteis, In: JUNCÁ, F. A.; FUNCH, L.; ROCHA, W. (Ed.). Biodiversidade e
conservação da Chapada Diamantina. Brasília: São Domingos, 2005. p. 339-356.
MACHADO, R. A.; BERNADE, P. S.; MORATO, S. A. A.; ANJOS, L. Análise comparada da riqueza de
anuros entre duas áreas com diferentes estados de conservação no município de Londrina, Paraná, Brasil
(Amphibia, Anura). Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 16, n. 4, p. 997-1004, 1999.
MASCARENHAS, J. C.; BELTRÃO, B. A. SOUZA JÚNIOR, L. C.; GALVÃO, M. J. T.; PEREIRA, S. N.; MIRANDA,
J. L. F. (Org.). Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea: diagnóstico do
Município de Jatobá. Recife: CPRM/Prodeem, 2005. 11 p.
PACHECO, J. F. Aves da Caatinga: uma análise histórica do conhecimento. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI,
M.; FONSECA, M. T.; LINS, L. V. (Ed.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a
conservação. Brasília: MMA, 2004. p. 189-250.
POMBAL JUNIOR, J. P.; HADDAD, C. F. B. Estratégias e modos reprodutivos em anuros. In: NASCIMENTO,
L. B.; OLIVEIRA, P. M. E. (Ed.). Herpetologia no Brasil II. Sociedade Brasileira de Herpetologia, 2007. p.
101-116. 354 p.
ROSA, R. S.; MENEZES, N. A.; BRITSKI, H. A.; COSTA, W. J. E. M.; GROTH, F. Diversidade, padrões de
distribuição e conservação dos peixes da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003. p. 135-180.
RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I, R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003. p. 181-286.
SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Manangana,
Secretaria de Ciências, Tecnologia e Meio Ambiente, 2002. p. 529-534.
SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M.; LINS, L. Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações
prioritárias para a conservação. Brasília: MMA, 2004.
Aspectos ecológicos da anurofauna dos municípios de Jatobá – PE e Paulo Afonso – BA, Nordeste do Brasil 185
Apêndice
Sueny Paloma Lima dos Santos¹ & Ednilza Maranhão dos Santos²
Resumo Abstract
Este estudo teve como objetivo inventariar This study aimed to identify the anuran fauna
a anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio of Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)
Natural (RPPN) Frei Caneca, localizada no Frei Caneca, located in the municipality of Jaqueira,
município de Jaqueira, estado de Pernambuco/ State of Pernambuco/Brazil, within the period
Brasil, no período de maio de 2007 a julho de from May 2007 to July 2008. There were recorded
2008. Foram registradas 42 espécies distribuídas 42 species, distributed among eight families:
entre oito famílias: Amphignathodontidae Amphignathodontidae (2), Brachycephalidae (3),
(2), Brachycephalidae (3), Bufonidae (3), Bufonidae (3), Cycloramphidae (1), Hylidae (24),
Cycloramphidae (1), Hylidae (24), Leiuperidae (2), Leiuperidae (2), Leptodactylidae (6), and Ranidae
Leptodactylidae (6) e Ranidae (1). Houve registro (1). There was a record of endangered species and
de uma espécie ameaçada e um novo registro para new record for the State of Pernambuco.
o estado de Pernambuco.
Figura 1 - Localização da RPPN Frei Caneca, município de Jaqueira (8º42’S, 35º50’O), estado de Pernambuco, Brasil.
A área em preto refere-se aos remanescentes de Mata Atlântica e as áreas em cinza referem-se à área de
pastagem, cultivos diversos ou plantio de cana-de-açúcar.
Anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, município de Jaqueira, estado de Pernambuco, Brasil 191
et al., 1964; CRUMP, 1971; POUGH et al., 1977), composição da anurofauna, aliados à atividade de
conforme foi observado na Mata do Espelho da monitoramento, são fundamentais para a execução
Reserva Frei Caneca. de medidas conservacionistas e um diagnóstico
Os habitats registrados neste trabalho foram confiável na busca das causas da redução
fundamentais para a ocupação e a permanência populacional de espécies em ambientes florestais.
dos anuros na RPPN Frei Caneca. Dessa forma, Ressaltamos a importância de dar continuidade
é importante destacar a relevância das áreas de ao inventário faunístico em diferentes áreas dentro
procriação que não se encontram inseridas na e nos arredores da RPPN Frei Caneca, devido à
reserva (poças e córregos na borda da mata e possibilidade do surgimento de novas espécies da
em área aberta), mas que deveriam fazer parte Mata Atlântica, bem como às novas ocorrências
de seus limites. Os conhecimentos sobre a para o estado e para a Região Nordeste.
Figura 2 - Curva acumulativa de espécies registradas na RPPN Frei Caneca, Jaqueira/PE, durante o período de
agosto/2007 a julho/2008.
Tabela I. Anfíbios anuros registrados de maio de 2007 a junho de 2008 na RPPN Frei Caneca, município de Jaqueira,
estado de Pernambuco. Frequência de ocorrência (F.O.): Constante (CON), Acessória (ACE), Acidental
(ACI). Área: Mata do Quengo (MQ), Açude das Moças (AM), Complexo do Cruzeiro (CR). Status de
conservação: abundante (Ab), rara (Ra), endêmica (En) e ameaçada (Am).
Status de
Grupos taxonômicos F. O. Área Habitat
Conservação
Amphignathodontidae (n=2)
Gastrotheca fissipes (Boulenger, 1888) CON MQ, CR c Ra
Gastrotheca sp. ACI MQ br -
Brachycephalidae (n=3)
Ischnocnema cf. ramagii (Boulenger, 1888) ACE MQ, CR c Ra
Ischnocnema sp. 1 CON CR,MQ c, r Ab
Ischnocnema sp. 2 CON CR, MQ c, r Ab
Bufonidae (n=3)
Rhinella granulosa (Spix, 1824) ACI CR, ME l Ra
Rhinella crucifer (Wied-Neuwied, 1821) CON MQ, CR, AM a, r, l Ab
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) CON MQ, AM a, r, l Ab
Cycloramphidae (n=1)
194 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Status de
Grupos taxonômicos F. O. Área Habitat
Conservação
Proceratophrys renalis (Wied-Neuwied, 1825) CON MQ, CR, r Ab
Hylidae (n= 24)
Dendropsophus branneri (Cochran, 1948) CON MQ, CR, AM a, r, l Ab
Dendropsophus decipiens (A. Lutz, 1925) ACE AM a Ra
Dendropsophus elegans (Wied-Neuwied, 1824) CON CR, AM l Ra
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) CON CR, AM l Ra
Dendropsophus cf. oliveirai (Boulenger, 1889) ACI MQ a Ra
Hypsiboas albomarginatus (Spix, 1824) CON MQ, AM, CR a, r, l Ab
Hypsiboas atlanticus (Caramaschi & Velosa, 1996) CON MQ, AM, CR a, l Ra
Hypsiboas crepitans (Wied-Neuwied, 1824) ACI CR l Ra
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) CON CR l Ra
Hypsiboas freicanecae (Carnaval & Peixoto, 2004) ACI MQ r Ra, Em, Pf, Am
Hypsiboas raniceps (Cope, 1862) ACE CR, AM a, l Ra
Hypsiboas semilineatus (Spix, 1824) CON MQ, CR, AM a, l Ab
Hypsiboas exastis (Caramaschi & Rodriguez, 2003) CON AM, MQ, CR r Am
Phyllodytes luteolus (Wied-Neuwied, 1824) CON MQ, AM, CR a, r, l, c Ab
Phyllodytes sp. (Bokermann, 1966) CON MQ, CR Ra
Scinax auratus (Wied-Neuwied,1821) ACI CR l Ra
Scinax nebulosus (Spix, 1824) CON AM l Ra
Scinax x-signatus (Spix, 1824) CON AM, MQ, CR a, r, l Ab
Scinax pachycrus (Miranda-Ribeiro, 1937) ACE CR l Ra
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) ACE CR l Ra
Scinax eurydice (Bokermann, 1968) ACI CR a Ra
Trachycephalus mesophaeus (Hensel, 1867) ACI CR l Ra
Hylomantis granulosa* (Cruz,1989”1988”) - - - -
Phyllomedusa nordestina (Caramaschi, 2006) ACE CR, AM l Ra
Leiuperidae (n=2)
Physalaemus cuvieri (Fitzinger, 1826) ACE CR, AM l, p Ra
Pseudopaludicola sp.*** ACI Mata do Espelho p Ra
Leptodactylidae (n=6 )
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) ACI CR l Ra
Leptodactylus natalensis (A. Lutz, 1930) ACE CR l Ra
Leptodactylus ocellatus (Linnaeus, 1758) ACI AM a Ra
Leptodactylus marmoratus (Steindachner, 1867) CON AM, CR a, l Ab
Leptodactylus troglodytes (A. Lutz, 1926) ACI AM a Ra
Leptodactylus vastus (A. Lutz, 1930) CON AM, MQ, CR a, r, l Ab
Ranidae (n=1)
Lithobates palmipes (Spix, 1824) ACE AM, MA, CR a, r, l Ab
Figura 2 - Imagens de alguns pontos de amostragem de anfíbios anuros e identificação da entrada da RPPN: A –
Açude das Moças; B – Lago do Cruzeiro; C – Riacho da Mata do Quengo; D – Mata do Quengo; E – Área
de pastagem; F – Poça temporária; G – Placa de entrada da RPPN; H – Pedra do Cruzeiro; I – Vista frontal
da Pedra do Cruzeiro.
196 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Figura 3 - Espécies registradas na Reserva Frei Caneca, em Jaqueira, no período de agosto de 2007 a julho de
2008: A – Hypsiboas atlanticus; B – Proceratophrys renalis; C – Dendropsophus branneri; D – Rhinella
crucifer; E – Physalaemus cuvieri; F – Phyllodytes luteolus; G – Ischnocnema sp. 1; H – Ischnocnema sp. 2;
I – Hypsiboas semilineatus; J – Scinax pachycrus; K – Lithobates palmipes; L – Leptodactylus vastus; M –
“Panela” de oviposição de Hypsiboas faber; N – Leptodactylus ocellatus; O – Trachycephalus mesophaeus.
Anurofauna da Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca, município de Jaqueira, estado de Pernambuco, Brasil 197
Agradecimentos
Ao Sr. Gustavo Barros e ao Dr. José Alves, por permitirem o trabalho na reserva. Aos meus grandes
amigos Leonardo Moura, Gabriela Peregrino, Zezito (mateiro) e seus filhos, pela ajuda no campo. À
Prefeitura de Jaqueira, pelo apoio logístico, e à Bióloga Fabiana Amorim, pela leitura e sugestões no
manuscrito.
Referências
BRASILEIRO, C. A.; SAWAYA, R. J.; KIFFER, M. C.; MARTINS, M. Amphibians of an open Cerrado fragment
in southeastern Brazil. Biota Neotrópica, v. 5, n. 2, 2005. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.
org.br/>. Acesso em: 12 ago. 2008.
CARAMASHI, U.; RODRIGUES, M. T. A new large treefrog species, genus Hyla Laurenti, 1768, from
southern Bahia, Brazil (Amphibia, Anura, Hylidae). Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, v. 61,
n. 4, p. 255-260, 2003.
CRUMP, M. L. Quantitative analysis of the ecological distribution of a tropical herpetofauna. Occas. Pap.
Univ. Kansas Museum Natural History, v. 3, p. 1-62, 1971.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of amphibians. McGraw Hill, New York, 1994. 670 p.
FEIO, R. N.; FERREIRA, P. L. Anfíbios de dois fragmentos de Mata Atlântica na Zona da Mata de Minas
Gerais. Revista Brasileira de Zoologia, v. 7, p. 121-128, 2005.
GIARETTA, A. A.; FACURE, K. G.; SAWAYA, R. J.; MEYER, J. H. M.; CHEMÍN, N. Diversity and abundance
of litter frogs in a montane forest of southeastern Brazil: seasonal and altitudinal changes. Biotrópica, v.
31, n. 4, p. 669-674, 1999.
HADDAD, C. F. B. Biodiversidade dos anfíbios no estado de São Paulo. In: CASTRO, R. M. C (Ed.).
Biodiversidade do Estado de São Paulo, Brasil !"#$%&"&!'(!)($*&)+,&$%(!-(!.$-/!'(!"0)1/(!223!45(!
Paulo: Ed. Fapesp, v. 6, 1998. p. 17-26.
HADDAD, C. F. B.; ABE, A. S. Anfíbios e Répteis. In: WORKSHOP FLORESTA ATLÂNTICA E CAMPOS
46789:43!;<<<3!=+">($#?&/!&, !@*%%> AABBB3C'%3(DE3CDAB(DF"*(>A,-%--%/-$%+)-!AGHAD>I-$.CJ3!K)&""(!
em: 12 ago. 2008.
HADDAD, C. F. B.; PRADO, C. P. A. Reproductive modes in frogs and their unexpected diversity in the
Atlantic Forest of Brazil. BioScience, v. 55, n. 3, p. 207-217, 2005.
HADDAD, C. F. B.; SAZIMA, I. Anfíbios anuros da Serra do Japi. In: MORELLATO, L. P. C. (Ed.). História
natural da Serra do Japi !&)(/(E+-!&!>D&"&D?-L5(!'&!MD&-!N(D&"%-/!$(!41'&"%&!'(!GD-"+/3!O-,>+$-" !P'3!
Unicamp; Fapesp, 1992. p. 188-211. 321 p.
HEINEN, J. T. Comparisons of the leaf litter herpetofauna in abandoned cacao plantations and primary
rain forest in Costa Rica: some implications for faunal restoration. Biotrópica, v. 24, n. 3, p. 431-439, 1992.
198 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
QP9=PH4:9R! H3! S3T! U:SP77R! H3! H&">($"&"! CV! %*&! S&"%! 8$'+-$! Q&D>&%(W-1$-! %(! *1,-$X+$N1&$)&'!
resources. Caribbean Journal of Science, v. 37, n. 1/2, p. 41-54, 2001.
HEYER, W. R.; RAND, A. S.; CRUZ, C. A. G.; PEIXOTO, O. L.; NELSON, C. E. Frogs of Boraceia. Arquivos
de Zoologia, São Paulo, v. 31, p. 1-410, 1990.
IUCN. 2001 IUCN Red List Categories and Criteria version 3.1. Disponível em: <http://www.redlist.org/
info/categories_criteria2001>.Acesso em: 12 ago. 2008.
IUCN. 2008 IUCN Red List of Threatened Species. Disponível em: <http://www.iucnredlist.org>. Acesso
em: 12 ago. 2008.
JUNCÁ, F. A. Diversidade e uso de hábitat por anfíbios anuros em duas localidades de Mata Atlântica, no
norte do estado da Bahia. Biota Neotrópica, v. 27, p. 203-308, 2006.
MESHAKA JUNIOR, W. E. Diet and the colonization of buildings by the Cuban treefrog, Osteopilus
septentrionalis (Anura: Hylidae). Caribbean Journal of Science, v. 32, n. 1, p. 59-63, 1996.
POUGH, F. H.; STEWART, M. M.; THOMAS, R. G. Physiological basis of habitat partitioning in Jamaican
Eleutherodactylus. Oecologia, v. 27, p. 285-293, 1977.
RAMOS, D. A.; GASPARINI, J. L. Anfíbios do Goiapaba-Açu, Fundão, Estado do Espírito Santo. Espírito
4-$%( !YDM.)-!4-$%(!K$%Z$+(R![\\]3
RPPN FREI CANECA. Reserva Particular do Patrimônio Natural Frei Caneca. Disponível em: <www.
rppnfreicaneca.org.br/>. Acesso em: 23 ago. 2008.
SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Massagana, v. 2,
2002. p. 529-533.
SERAFIM, H.; CICCHI, P. J. P.; IENNE, S.; JIM, J. Anurofauna de remanescentes de Floresta Atlântica do
município de São José do Barreira, Estado de São Paulo, Brasil. Biota Neotrópica, v. 8, n. 2, p. 69-77,
2008.
SEXTON, O. J.; HEATWOLE, H.; KNIGHT, D. Correlation of micro-distribution of some Panamanian reptiles
and amphibians with structural organization of the habitat. Caribbean Journal of Science, v. 4, n. 1, p.
261-295, 1964.
SILVA J. M. C.; TABARELLI, M. The future of Atlantic forest in northeastern Brazil. Conservation Biology,
v. 15, p. 819-820, 2001.
Resumo Abstract
O objetivo deste estudo é contribuir com This study aimed to contribute information on
informações sobre o hábito alimentar de Lithobates the feeding habits of Lithobates palmipes through
palmipes, por meio da identificação dos itens the identification of food items consumed by it. Were
alimentares por ela consumidos. Foram coletados nos collected in February and March of 2007, twelve
meses de fevereiro e março de 2007, 12 indivíduos individuals in water bodies localized in a fragment of
em corpos d’água localizados em fragmento de the Atlantic Forest (Mata Piedade – Usina São José)
Mata Atlântica (Mata Piedade – Usina São José) no in the municipality of Igarassu-PE. The animals
município de Igarassu, estado de Pernambuco. Os were captured manually and fixed in formalin to
animais foram capturados manualmente e fixados 10% and in the laboratory a cut in the medium-
em formalina a 10%. No laboratório foi realizado o ventral was made to withdrawal of the digestive
corte longitudinal na região medioventral, a fim de tract. The stomach contents were removed and
ser retirado o estômago. O conteúdo estomacal observed in stereomicroscope for identification of
foi retirado e observado sob estereomicroscópio high-level group (phylum, class, order and family).
para a identificação em nível de grande grupo (filo, For analysis was used the relative frequency and
classe, ordem e família). Para a análise foi utilizada a the Degree of Alimentary Preference (DAP). Among
frequência relativa e o Grau de Preferência Alimentar the stomachs examined, one of them was empty.
(GPA). Foram encontrados 187 itens alimentares, Have been found 187 alimentaries items divided
divididos em 13 categorias: mineral, vegetal, Acari, in 13 categories: Mineral, Plant, Acari, Araneae,
Araneae, Odonata, Hymenoptera, Coleoptera, Odonata, Hymenoptera, Coleoptera, Orthoptera,
Orthoptera, Diptera, Leptodoptera (larvas), Amphibia Diptera, Lepdoptera (larvae), Amphibia (tadpoles)
(girinos) e fragmentos não identificados. Material and Unidentified Fragments. Plant material (75%)
vegetal (75%) e Hymenoptera (66%) foram os itens and hymenoptera (66%) were the items most
mais frequentes; Insecta foi o grupo mais constante, frequently; insecta was the group more consistent
presente em 91,6% da amostra. A análise do GPA present in 91.6% of the sample. The analysis of the
demonstrou que os grupos encontrados no estômago DAP showed that the groups found in the stomach of
de L. palmipes foram ocasionais (Arachnida, Amphibia L. palmipes were occasional (arachnida, amphibia
e Diplopoda) ou secundários (mineral, vegetal e and diplopoda) or secondaries (mineral, vegetable
Insecta). A presença de girinos coespecíficos no and insecta). The presence of tadpoles co-specific
estômago de um indivíduo caracteriza essa espécie in the stomach of the individual characterizes this
como batracófaga e canibalesca. Com base na species as batracophagic and cannibal. Based on
amostra estudada, pode-se inferir que L. palmipes the sample studied could be considered Lithobates
seja generalista e oportunista devido à diversidade palmipes like a specie generalist and opportunistic
de itens encontrados nos estômagos, alimentando- because of the diversity of items found in the
se de um amplo espectro de presas que pode estar stomachs, feeding is a broad spectrum of prey that
relacionado à disponibilidade de recurso alimentar may be related to availability of alimentary recourse
no ambiente. in the ambient.
Palavras-chave: Dieta, Rã, Anuro, Pernam- Key words: Diet, Frog, Anuran, Pernambuco,
buco, Nordeste. Northeast.
1
!"#$%&'()*+),!&#!*-&().(/$$#$%!&'(0&1$2&-"2!$(3)(4,$5*!$#$%!&()(6$.+$2-&.)7-$(87!.&#(9(0468:;<=>4(?#*&7-$*1!$@A&B$$C,$.C
br).
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
Introdução
O conhecimento do hábito de um animal é Animais com hábito alimentar do tipo “senta e
de extrema importância para o entendimento do espera”, ou forrageadores de espreita, tendem a ser
seu comportamento, sob aspectos reprodutivos de mais especialistas quanto à composição de seus
crescimento, mortalidade, natalidade e migração, itens alimentares; já os animais “procuradores”
entre outros (ANDRIAN; BARBIERI, 1996). ou forrageadores ativos possuem dieta mais
Anfíbios anuros possuem estratégia alimentar variada por englobar maior quantidade de marchas
adaptada para a captura de ampla variedade de ambientais por recursos alimentares (ARAÚJO,
presas, por meio de adaptações morfológicas, 1987).
fisiológicas e comportamentais (SANTOS et al., A família Ranidae Rafinesque, 1814, possui
2004). As formas adultas desses animais são cerca de 330 espécies, distribuídas por todo
consideradas, na sua maioria, carnívoras e devoram o mundo, e 16 gêneros, entre estes, o gênero
o que podem dominar, desde anelídeos, moluscos Lithobates Fitzinger, 1843, com 49 espécies
e artrópodes até pequenos vertebrados, no entanto, (FROST, 2008). No Brasil, Lithobates palmipes
girinos são largamente herbívoros (SEKAR, 1992). (Spix, 1824) é a única espécie nativa, sinônimo-
Um dos itens alimentares que predominam na dieta sênior de Rana palmipes Spix, 1824, e ocorre
de anuros adultos são os insetos e isso se deve, no leste da América do Sul, norte da Amazônia,
principalmente, a sua riqueza e abundância em incluindo Andes, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia,
diferentes habitats (TEIXEIRA; COUTINHO, 2002). Venezuela e Brasil (Alagoas, Bahia e Mato Grosso)
A maioria das espécies de anuros apresenta forte (FROST, 2008). A espécie é citada igualmente para
associação entre o tipo de presa consumido e o outras localidades da Região Nordeste do Brasil
micro-habitat ocupado (SANTOS et al., 2005). Sua (MIRANDA-RIBEIRO, 1923; SANTOS; SILVA,
dieta também pode ser influenciada pela variação 1998; BARROS, 2002).
sazonal na disponibilidade de presas (JENSSEN; Lithobates palmipes caracteriza-se por
KLIMSTRA, 1996) e por variações ontogenéticas apresentar corpo moderadamente pontiagudo
(MANEYRO, 2004). em vista dorsal e redondo em perfil, pele lisa e
Alguns anuros podem apresentar com- membranas interdigitais nos pés. De coloração
portamento batracofágico (ingestão de anfíbios dorsal verde-brilhante e cinza-oliva, ventre
como alimento) ou canibalesco (se alimentar amarelo-creme e superfície posterior da coxa
de indivíduos da própria espécie) (CARDOSO; com reticulações amarelas (SANTOS; SILVA,
SAZIMA, 1977; CADWELL; ARAÚJO, 1998). Crump 1998). Está associada a corpos d’água lóticos e
(1992) relatou que esses comportamentos podem lênticos, ocorrendo em áreas florestadas ou em
funcionar primariamente para eliminar predadores e áreas abertas próximas a ambientes florestados
competidores potencias e, secundariamente, como (SANTOS; SILVA, 1998).
fonte de nutrientes, porém é importante ressaltar Poucos estudos acerca dessa espécie foram
que esses eventos são raros na literatura (SANTOS realizados (ACOSTA-GALVIS, 1999; HILLIS; SÁ,
et al., 2004). 1988). No Nordeste do Brasil, Carvalho et al. (1998)
A composição da dieta é determinada tanto catalogaram a espécie para a Estação Ecológica
pelo tamanho do anuro como pelo comportamento de Tapacurá (São Lourenço da Mata, Pernambuco)
intrínseco de cada espécie (SANTOS et al., 2004). e Santos e Silva (1998) para a Reserva Ecológica
202 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
A Usina São José apresenta 167 fragmentos e consultas a especialistas, até o menor nível
florestais, correspondendo a 76,95 km2, sendo taxonômico possível. Os itens não identificados,
a maioria menor do que 20 ha e alguns pouco devido ao seu estado de fragmentação, receberam
maiores do que 100 ha. A maior parte das áreas também uma classificação.
florestais está localizada em terrenos de encosta Foi realizada uma análise qualitativa dos itens
e vales estreitos. O clima na região é do tipo alimentares para os grandes grupos, utilizando a
tropical quente e úmido (As’ de Köppen) e, a partir frequência de ocorrência relativa (PINTO-COELHO,
de informações coletadas por meio de estações 2000). Essa frequência corresponde ao número de
meteorológicas instaladas na propriedade, veri- estômagos em que o item esteve presente, quando
ficou-se que a precipitação média anual é de relacionada com o número total de estômagos,
1.720,69 mm, a temperatura média anual de sendo expressa em termos percentuais e calculada
27,1 °C, com chuvas concentradas entre os meses pela seguinte fórmula:
de abril e agosto (FREIRE, 2004). F = p/P X 100. Onde p = número de réplicas
O fragmento estudado trata-se de trecho em que o grupo ocorreu e P = número total de
de vale estreito com 298,78 ha, nas coordenadas réplicas dos grupos. Os resultados obtidos foram
7°50’S e 35°00’W, conhecido como Mata Piedade. classificados segundo Telino Jr. (1999), em que:
Apresenta declividade superior a 30%, com
presença de várias nascentes, poças, um lago e muito frequentes.................. > 50%
um riacho perene que percorre todo o interior da Frequentes....................25–50%
área florestada (FREIRE, 2004). Pouco frequentes....... 10–25 %
!"#$%&'()$"*************** + ,-.
Métodos de amostragem e delineamento
amostral Foi utilizado o Grau de Preferência Alimentar
(GPA), segundo Braga (1999), para inferir
A área de estudo foi amostrada em quantitativamente sobre os estômagos analisados
fevereiro e março de 2007, com duração de 3 dias da referida espécie. Nessa análise, as presas foram
consecutivos em cada visita. Utilizou-se como identificadas através das seguintes categorias: “4”,
método de coleta a busca ativa com caminhadas valor máximo, atribuído quando existiram apenas
esporádicas dentro e fora da mata e visitas a corpos fragmentos de um único “grupo” no estômago.
d’água. O esforço de captura foi realizado entre os Quando em um estômago foram registrados
períodos diurno e noturno. Durante a captura, foram mais de um item, foi atribuído “3” àquele que
anotados a localização do animal no ambiente, seu preponderasse; “2” àquele que ocorreu de maneira
comportamento e o tipo de substrato ocupado. Os intermediária e “1” àquele ou àqueles de menor
indivíduos capturados foram medidos para obter o abundância. Para a obtenção do valor do GPA foi
comprimento rostro-cloacal (CRC) medidos com utilizada a fórmula:
paquímetro e suas massas aferidas com auxílio de GPA = S (i)
balança Pesola ®, precisão de 0,1 g. N
Os exemplares foram mortos, logo depois Em que S(i) é a soma dos valores atribuídos
da sua captura, com cloretona a 5% e fixados do item alimentar i nos estômagos, e N o número
com formol a 10% para a imediata paralisação da total de estômagos analisados da espécie. Através
digestão e, posteriormente, conservados em álcool dos valores obtidos para a espécie, os “grupos” de
a 70% (licença do Ibama nº 02019.1423/05). itens alimentares foram classificados em: altamente
#%/0/%/1)(23 45 + 678 9 :;< #%/0/%/1)(23 4= + 678
Análise do conteúdo estomacal 9 5;< (1>/%?/'(&%($ $@ "/)@1'&%($ 4, + 678 9=;<
/ $)2"($123 4- + 678 9,;* A B%@#$ C0%2B?/1>$"
Os espécimes de L. palmipes capturados não identificados” será excluído da amostra para
foram transportados para o laboratório da área facilitar a análise.
de zoologia, Departamento de Biologia da Para avaliar a presença dos grupos e os itens
Universidade Federal Rural de Pernambuco, onde identificados, na sua menor categoria taxonômica,
foram seccionados para determinar o sexo, retirar em relação ao total de estômagos analisados, foi
o estômago e a consequente análise do conteúdo utilizada a constância de ocorrência, segundo
estomacal. Os estômagos retirados foram sepa- Dajoz (1983), em que: C = p x 100/x P, p = n° do
rados por indivíduo; os itens alimentares foram item i, que ocorreu nos estômagos, e P = total de
tirados e contados sob microscópio estereoscópio. estômagos analisados.
A identificação dos itens alimentares foi feita com Em função do valor “c” obtido foi possível
auxílio de bibliografia, comparações em coleções separar os itens nas seguintes categorias:
204 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Figura 2 - Lithobates palmipes coletado na Usina São José (Igarassu/PE), em março de 2007, dentro de uma valeta
nas proximidades do Córrego Maria Feia.
Foram registrados 187 itens alimentares geral, pôde-se observar que os itens foram pouco
divididos entre seis grupos alimentares e 13 frequentes (Hymenoptera, mineral, vegetal,
categorias: mineral, vegetal, Acari, Araneae, Odonata, Araneae e fragmentos não identificados) ou
Hymenoptera, Coleoptera, Orthoptera, Diptera, esporádicos (Odonata, Coleoptera, Orthoptera,
Lepdoptera (larvas), Diplopoda, Amphibia (girinos) Diptera, Amphibia, Lepidoptera, Acari e Diplopoda).
e fragmentos não identificados (Tabela II). O item O grupo vegetal (75%), Insecta (91,6%) e
Amphibia refere-se a um girino da própria espécie os fragmentos não identificados (66,6%) foram
encontrado em estômago de uma fêmea grávida, constantes em todos os estômagos analisados
como o item de maior tamanho (cerca de 30 mm). da espécie. Os demais grupos foram classificados
Através da análise de frequência relativa como acessório (mineral e Arachnida) ou acidental
(Figura 3), para os estômagos de uma forma (Diplopoda e Amphibia) (Tabela I).
Nota sobre o hábito alimentar de Lithobates palmipes (Anura: Ranidae) em fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco, Brasil 205
Figura 3 - Frequência relativa (%) dos grupos alimentares encontrados no estômago de L. palmipes em fevereiro e
março de 2007 na Mata Piedade – Usina São José, Igarassu, Pernambuco. MI – Mineral; VE – Vegetal;
AC – Acari; AR – Araneae; OD – Odonata; HY- Hymenopetera; CO – Coleoptera; OR – Orthoptera; DI –
Diptera; LE – Lepdoptera; AM – Amphibia; DP – Diplopoda; FNI – Fragmentos não identificados.
A análise da frequência relativa para machos (mineral, vegetal e Insecta) e ocasionais (Arachnida,
e fêmeas demonstrou que, para ambos, Insecta Amphibia e Diplopoda), com exceção do fragmento
foi o grupo mais frequente, estando presente em não identificado encontrado em machos (Tabela II).
mais de 50% da amostra, seguido de mineral e Fêmeas mostraram um espectro alimentar
de vegetal. No entanto, os itens Acari, Amphibia e mais amplo (n = 12 itens alimentares) do que
Diplopoda só foram encontrados nos estômagos de machos (n = 5 itens alimentares), alimentando-
fêmeas. O grau de preferência alimentar tanto para se de maior número de itens (Tabela II), e essa
machos quanto para fêmeas demonstrou que os diferença foi significativa (t = 0,3477; p = 0,042;
grupos encontrados na amostra foram secundários GL = 12).
Tabela I - Constância de ocorrência (%) dos grupos alimentares nos estômagos analisados de L. palmipes entre
fevereiro e março de 2007, Usina São José, Igarassu, Pernambuco.
Tabela II - Itens alimentares de machos e fêmeas de L. palmipes na Usina São José, Igarassu – PE. N = número de
estômago; % = frequência relativa; Si = somatório dos itens alimentares; GPA = grau de preferência; Clas =
classificação: S = secundário, O = ocasional e P = preferencial.
Fêmeas (N = 7) Machos (N = 5)
Item alimentar
N % Si GPA Clas n % Si GPA Clas
Mineral 3 42,8 10 1,43 S 2 40 5 1 S
Vegetal Acari 1 14,3 2 0,29 O - - - - -
Arachida Araneae 1 14,3 5 0,71 O 2 40 5 1 S
206 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Fêmeas (N = 7) Machos (N = 5)
Item alimentar
N % Si GPA Clas n % Si GPA Clas
Odonata 4 57,2 8 1,15 S - - - - -
Hymenoptera 5 71,4 7 1 S 3 60 9 1,8 S
Coleoptera 2 28,5 1 0,15 O 1 20 2 0,4 O
Insecta Orthoptera 6 42,8 3 0,42 O - - - - -
Diptera 1 14,3 1 0,15 O - - - - -
Lepdoptera 1 14,3 2 0,28 O - - - - -
Amphibia (girinos) 1 14,3 1 0,14 O - - - - -
Diplopoda 1 14,3 1 0,15 O - - - - -
Frag. não ident. 4 13,7 9 1,28 O 4 10,5 8 2 P
Total de itens = 12 5
Leptodactylus ocellatus e L. labyrinthicus, e oportunista, tendo sua dieta composta por grande
espécies consideradas abundantes na região. É variedade de itens. Estudos realizados em campo
possível que o que ocorre com L. catesbeianus e em laboratório têm evidenciado que alguns
não seja similar com L. palmipes, no entanto, anfíbios são seletivos com relação ao tipo de presa
seria interessante investigar um maior número de preferencial, mas a maioria é generalista (CRUMP,
amostras. O canibalismo também está relacionado 1992; DUELLMAN; TRUEB, 1994; SANTOS et
a pressões ecológicas, porém alguns autores vêm al., 2004). Os ranídeos, de maneira geral, são
atribuindo questões sobre a competição sexual, extremamente variáveis quanto ao tamanho e aos
bem como fatores nutricionais (SANTOS et al., hábitos, muitos sendo ripários e a maioria vivendo
2004; CRUMP, 1992; CADWELL; ARAUJO, 1998). em ambientes permanentes, como rios e riachos.
De maneira geral, é necessária maior investigação Há espécies fossoriais e arborícolas, e quanto à
em L. palmipes para investigar qual a função desse dieta são considerados predadores generalistas
comportamento. (DUELLMAN; TRUEB, 1994).
Fêmeas de L. palmipes estavam maiores
do que machos, apresentando dimorfismo sexual, Considerações finais
e mostraram espectro alimentar mais amplo. Maior
quantidade e riqueza de itens registrados para É importante ressaltar que os resultados
fêmeas podem estar relacionados ao tamanho ou apresentados neste estudo são de uma amostra de 2
maior atividade de forrageio. Todavia, é necessária meses, podendo ocorrer mudanças na composição
maior investigação. As fêmeas são maiores do que da dieta da espécie, ao longo do ano, provavelmente
os machos coespecíficos em 90% das espécies podendo responder diferenças sazonais na dieta
de anuros (SHINE; 1979; STAMPS, 1995) e o de L. palmipes. Estudos referentes ao hábito
maior tamanho delas é explicado considerando alimentar de anuros são de extrema importância
os elevados gastos energéticos decorrentes da para uma melhor compreensão da sua ecologia
produção de ovos (LEMCKERT; SHINE, 1993). e comportamento, podendo auxiliar no melhor
Com base na amostra analisada, pode- manejo da espécie, bem como para entender as
se inferir que L. palmipes é uma espécie generalista relações entre presa/predador.
Agradecimentos
Referências
ACOSTA-GALVIS, A. R. Distribucion, variacion y estatus taxonomico de las poblaciones del complejo Rana
palmipes (Amphibia: Anura: Ranidae) en Colombia. Revista de la Academia Colombiana de Ciencias
Exactas Fisicas y Naturales, v. 23, p. 215-224, 1999.
ANDRIAN, I. F.; BARBIERI, G. Espectro alimentar e variação sazonal e espacial na composição da dieta
de Parauchenipterus galeatus Linnaeus, 1776 (Saluriformes, Auchenipteridae) na região do reservatório
de Itaipu, PR. Revista Brasileira de Biologia, v. 56, n. 2, p. 403-408, 1996.
ARAÚJO, A. F. B. Comportamento alimentar dos lagartos: o caso dos Tropidurus do grupo torquatus da
Serra do Carajás, Pará (Sauria, Iguanidae). Anais Etologia, v. 5, p. 203-234, 1987.
BARROS. F. B. História natural de Rana palmipes, Spix, 1824 (Amphibia, Anura, Ranidae) em dois
rios costeiros da Área de Proteção Ambiental Barra do Rio Mamanguape, Paraíba, Brasil. 2002. 88
p. Dissertação (Mestrado em Zoologia) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2002.
CADWELL, J. P.; ARAÚJO, M. C. Cannibalist interactions resulting from indiscriminate predatory behavior
in tadpoles on poison frogs (Anura: Dendrobatidae). Biotrópica, v. 30, n. 1, p. 92-103, 1998.
208 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
CARDOSO, A. I.; SAZIMA, I. Batracofagia na fase larvária da rã-pimenta (L. labyrinthicus – Spix, 1824).
Anura, Leptodactylidae. Ciência e Cultura, v. 29, n. 10, p. 1.130-1.132, 1977.
CARVALHO, C. L. B. de; SANTOS, E. M.; SILVA, L. A. M. Atualização da lista de anfíbios anuros da Estação
Ecológica do Tapacurá. Caderno Ômega, Univ. Fed. Rural PE, Série Biol., Recife, v. 5, p. 29-34, 1998.
ÇIÇEK, K.; MERMER, A. Food composition of the marsh frog, Rana ridinbula Pallas, 1771, in Thrace. Turk
j. Zool., v. 31, p. 83-90, 2007.
CRUMP, M. L. Cannibalism in amhibians. In: ELGAR, M. A.; CREPI, B. J. (Ed.). Cannibalism: ecology and
evolution among diverse taxa. Oxford, UK: Oxford University Press, 1992. p. 256-276.
DAS, I. Folivory and seasonal changes in diet in Rana hexadactyla (Anura, Ranidae). J. Zool. Lon., v. 238,
p. 785-794, 1996.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. Baltimore: Johns Hopkins University, 1994. 789 p.
FROST, D. R. Amphibian Species of the World: an On-line Reference. Version 3.0. 2008. Electronic
Database accessible at. American Museum of Natural – referência on-line. Disponível em: <http://
research.amnh.org/herpetology/amphibia/index.php>. Acesso em: 23 jul. 2008.
HILLIS, D. M.; SÁ, R. Phylogeny and taxonomy of the Rana palmipes group (Salientia: Ranidae).
Herpetological Monographs, v. 2, p. 1-26, 1988.
JENSEN, T. A.; W. KLIMSTRA. D. Food habits of the gree frog, Rana clamitans, in Southern Illinois.
American Midland Naturalist, v. 76, n. 1, p. 169-182, 1966.
LEMCKERT, F. L.; SHINE, R. Costs of reproduction in a population on the frog Crinia signifera
(Anura:Myobratachidae) from Southeastern Australia. Journal of Herpetology, v. 28, n. 1, p. 19-27, 1993.
MANEYRO, R.; NAYA, D. E.; ROSA, I.; CANAVERO, A.; CAMARGO, A. Diet of the South American frog
Leptodactylus ocellatus (Anura, Leptodactylidae) in Uruguay. Iheringia, Sér. Zool., v. 94, n. 1, p. 57-61,
2004.
PEÑA, J. C.; BARRANTES, R. B.; UGALDE, D. R. Hábitos alimentares de Bufo marinus (Anura, Bufonidae)
en Costa Rica. Revista Biologia Tropical, v. 19, n. 5, p. 702-703, 1996.
PINTO-COELHO, R. N. Fundamentos em Ecologia. Artes Médicas Sul. Porto Alegre, 2000. 247 p.
SANTOS. E. M.; SILVA, L. A. M. Anurofauna da Reserva Ecológica de Dois Irmãos. In: MACHADO, I. C.;
LOPES, A. V.; PORTO, K. C. (Ed.). Reserva Ecológica de Dois Irmãos: um Remanescente de Mata Atlântica
em Área Urbana (Recife-Pernambuco-Brasil). Recife: Ed. Universitária da UFPE, 1998. p. 225-238.
SANTOS, E. M.; VASCONCELOS, S. D.; ALMEIDA, A. V. Feeding habits of six anuran (Amphibia:Anura)
species in a rainforest fragment in Northeastern Brazil. Iheringia, Série Zoologia, v. 94, n. 4, p. 433-438,
2004.
SEKAR, A. G. A study of the food habits of six anuran tadpoles. Journal Bombay Natural Histoty Society,
v. 89, 1992.
Nota sobre o hábito alimentar de Lithobates palmipes (Anura: Ranidae) em fragmento de Mata Atlântica de Pernambuco, Brasil 209
SHINE, R. Sexual selection and sexual dimorphism in the Amphibia. Copeia, v. 2, p. 297-306, 1979.
STAMPS, J. A. Using growth-based models to study behavioral factors affecting sexual size dimorphism.
Herpetological Monographs, v. 9, p. 75-87, 1995.
TOFT, C. A. Fedding Ecology of thirteen syntopic species of anurans in a seasonal tropical enviroment.
Oecologia, v. 45, p. 131-141, 1980.
TOFT, C. A. Feeding Ecology of Panamanian Littter anurans. Patterns in diet and foraging mode. Journal
of Hertology, v. 15, p. 139-144, 1981.
VOLPE, E. P.; HARVEY, S. M. Hybridization and larval development in Rana palmipes Spix. Copeia, v. 3,
p. 197-207, 1953.
Anfíbios anuros de uma área prioritária para a conservação da
!!"#$%!&'&(!)*$+!&,!-./&,*00!&1!23!+!&'&4*0$!567-.&
Resumo Abstract
Esta pesquisa foi realizada no período de This research was carried out between March
março de 2007 a julho de 2008, com o objetivo 2007 and July 2008, aiming to achieve the lifting
de realizar o levantamento da anurofauna de of anuran an area of semi-arid region known as
área do semiárido conhecida como Fazenda Fazenda Saco, municipality of Serra Talhada, State
Saco, município de Serra Talhada, estado de of Pernambuco. Nineteen anurans species were
Pernambuco. Foram registradas 19 espécies de registered, distributed between seven families:
anuros distribuídas em sete famílias: Bufonidae (2), Bufonidae (2), Cycloramphidae (1), Hylidae (5),
Cycloramphidae (1), Hylidae (5), Leiuperidae (5), Leuperidae (5), Leptodactylidae (4) Microhylidae
Leptodactylidae (4) Microhylidae (1) e Pipidae (1). (1) and Pipidae (1).
1
Estudante de Graduação em Ciências Biológicas. Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de
Pernambuco (gelimeira@gmail.com).
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
Introdução
O bioma Caatinga possui cerca de 750.000 Um dos grupos de vertebrados com poucas
km2 correspondendo a aproximadamente 11% amostragens no bioma Caatinga é o dos anfíbios
do território brasileiro e englobando os estados anuros. Até o momento, foram registradas 48
do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, espécies de anuros para a região (RODRIGUES,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do 2003), tornando incipientes as informações para a
norte de Minas Gerais. Caracteriza-se por conter maioria das localidades. Em Pernambuco, apenas
regiões áridas e semiáridas (AB’SÁBER, 1977). nove localidades dentro do bioma foram estudadas
As precipitações correspondem a médias que (SANTOS; CARNAVAL, 2001; RODRIGUES, 2003;
variam entre 200 e 700 mm e as temperaturas BORGES-NOJOSA, 2005) e seis dessas constam
médias anuais estão na ordem de 25 a 27 oC. apenas de registros esporádicos com duas e três
Possui incidente deficiência hídrica sazonal, ocorrências registradas por Rodrigues (2003), por
com prolongadas estações de seca e períodos meio de informações do Museu da Universidade
chuvosos muito curtos (AB’SÁBER, 1977). A de São Paulo. O Nordeste brasileiro apresenta
maior parte do bioma está na Região Nordeste, caráter comovente no que diz respeito aos estudos
apresentando fitofisionomias que correspondem faunísticos, com somente 10% dos inventários
a diferentes tipos de caatingas conhecidas. Além direcionados a esta localidade (LEWINSOHN;
de afloramentos rochosos, existe grande variedade PRADO, 2002). Segundo Rodrigues (2003),
de solos e numerosos campos de inselbergs Pernambuco é o segundo estado no Nordeste com
(AB’SÁBER, 1970). Apesar de ser o bioma de maior melhor amostragem referente à anurofauna, com
extensão da Região Nordeste, pouco se conhece 27 espécies, ficando atrás da Bahia, onde estão
sobre sua história geomorfológica e florística, bem registradas 53 espécies. Em Pernambuco, a área
como a história, evolução e ecologia da fauna de Exu é a mais representativa, com 19 espécies
local, consequentemente, é o menos protegido de anfíbios anuros (RODRIGUES, 2003).
(RODRIGUES, 2003). Os anfíbios anuros possuem glândulas
A Caatinga está inserida, em grande mucosas que mantêm seu tegumento umedecido.
parte, no estado de Pernambuco, com duas Nesses animais, parte substancial da troca de
microrregiões, entre elas, o Vale do Pajeú com oxigênio e dióxido de carbono com o ambiente
17 municípios, sendo Serra Talhada um deles. acontece através da pele. A forte relação a
A cidade é considerada como uma das áreas ambientes úmidos e à sensibilidade para responder
prioritárias para a conservação da natureza, às modificações do meio torna-os importantes
devido a sua alta importância biológica, porém indicadores ambientais, além de serem essenciais
as informações sobre sua biota ainda são no controle de outras populações de vertebrados
insatisfatórias (MMA, 2002). O município é e de invertebrados (POUGH et al., 2003). Este
limitado ao norte pelo estado da Paraíba, ao sul trabalho contribui com informações sobre as
pelos municípios de Floresta e Betânia, a leste comunidades de anfíbios anuros existentes nas
por Calumbi e Triunfo e a oeste por São José do caatingas pernambucanas, colabora com dados
Belmonte e Mirandiba. Sua área é de 2.954 km2, o importantes para a herpetofauna da região, além
que representa 3% da área total do estado, e seu de subsidiar políticas de conservação para a
ponto mais alto atinge 481 m. criação de uma unidade de conservação ambiental
214 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
taxonômicos, optou-se pelo sacrifício, utilizando como lagos, riachos, açudes, córregos, poças e
anestésico Ketalar, e eles foram etiquetados, ambientes alagados. A maioria foi registrada em
fixados em formol a 10% por 24 horas e, mais de um tipo de habitat, outros foram restritos
posteriormente, conservados em álcool a 70% a determinados ambientes como P. cristiceps, H.
(AURICCHIO; SALOMÃO, 2002). Esses exemplares raniceps, Scinax sp. e P. carvalhoi (Tabela I).
estão depositados na Coleção Herpetológica Foram registrados seis tipos de micro-
da Universidade Federal Rural de Pernambuco habitats utilizados pelos anuros como locais de
– CHUFRPE, na Unidade Acadêmica de Serra refúgio e para reprodução, e os mais representativos
Talhada. foram afloramentos rochosos em áreas úmidas e
nas margens de corpos d’água. Scinax x-signatus
Resultados e discussão utilizou maior número de micro-habitats, seguido
de Rinella jimi, Phyllomedusa nordestina,
Até o momento foram registradas para a Leptodactylus ocellatus e Leptodactylus vastus.
Fazenda Saco – Serra Talhada, 19 espécies de Proceratophrys cristiceps, Hypsiboas raniceps,
anfíbios anuros distribuídos em sete famílias: Scinax sp., Pseudopaludicola aff. falcipes e Pipa
Bufonidae (2), Cycloramphidae (1), Hylidae (5), carvalhoi tiveram menor ocupação (Tabela I).
Leptodactylidae (4), Leiuperidae (5), Microhylidae Das 19 espécies registradas, 17 apresentaram
(1) e Pipidae (1) (Tabela I). Todas as espécies ao menos uma característica reprodutiva. As
coletadas estão referidas em outros trabalhos atividades reprodutivas foram mais intensas no
para o Sertão pernambucano e para outros período inicial das chuvas (abril e maio). Durante
estados do Nordeste (SANTOS; CARNAVAL, 2001; esse período, foram observadas 13 espécies em
RODRIGUES, 2003; BORGES-NOJOSA; SANTOS, atividade de vocalização, quatro em amplexo
2005), porém informações ecológicas como a (axilares), sete apresentando desovas e girinos de
utilização de diferentes habitats, micro-habitats Corythomantis greeningi, Phyllomedusa nordestina,
e estratégias reprodutivas ainda são pouco Scinax x-signatus, Pipa carvalhoi e do gênero
consideradas. Scinax sp. e Pseudopaludicola aff. Physalaemus. Essas características se mantiveram
falcipes necessitam de confirmação taxonômica, até o mês de junho devido à interrupção das chuvas
não descartando a possibilidade de tratar-se de com o início da estiagem. O modo de coleta mais
espécies novas ou uma nova ocorrência para o eficiente para a amostragem da diversidade foi a
estado. coleta manual e a observação direta, que resultou
Na área referente aos arredores da UAST, em maior registro de espécies (n = 17), seguido de
foram registradas 18 espécies de anuros, fazendo registro auditivo (n = 13) e armadilha do tipo pitfall
parte de seis famílias, enquanto na Pimenteira (n = 10), corroborando com o trabalho de Borges-
foram observadas 11 espécies distribuídas em Nojosa e Santos (2005). Apesar do modo de coleta
cinco famílias (Tabela I). utilizando armadilhas apresentar menor eficiência
Das 19 espécies amostradas, dez foram em termos ecológicos, foi importante para o registro
comuns para ambas as áreas: Rhinella granulosa de Dermatonotus muelleri (Figura 1Q).
(Figura 1E), Rhinella jimi (Figura 1F), Proceratophrys Os resultados obtidos neste estudo são
cristiceps (Figura 1G), Physalaemus albifrons, relevantes quando comparados com estudos
Physalaemus cicada, Physalaemus cuvieri (Figura anteriores (ARZABE et al., 1999; RODRIGUES,
1M), Pleurodema diplolister, Leptodactylus fuscus, 2003), pois correspondem a um número de es-
Leptodactylus ocellatus (Figura 1N), Leptodactylus pécies representativo e contribuem para aumentar
troglodytes (Figura 1O). Oito espécies foram o conhecimento herpetológico na região semiárida
registradas apenas nos arredores da UAST: nordestina.
Corythomantis greeningi (Figura 1H), Hypsiboas Segundo Rodrigues (2003), Serra Talha-
raniceps (Figura 1I), Phyllomedusa nordestina da está incluída como área prioritária para
(Figura 1J), Scinax x-signatus (Figura 1L), Scinax a conservação da diversidade biológica na
sp., Pseudopaludicola aff. falcipes, Leptodactylus Caatinga, entretanto, o autor destaca a ausência
vastus (Figura 1P), Pipa carvalhoi (Figura 1R), e de informações no município, o que dificulta um
apenas Dermatonotus muelleri (Figura 1Q) foi melhor diagnóstico para as áreas de interesse
exclusiva em Pimenteira. biológico. Este trabalho representa um ponto inicial
De modo geral, os anuros observados para subsidiar políticas públicas de conservação
ocuparam ampla variedade de habitats (n = 6) para a localidade.
216 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Tabela I - Espécies de anfíbios anuros registradas durante o período de março - novembro/2007 e fevereiro – julho/2008
na Fazenda Saco, Serra Talhada/PE. Áreas: 1 - arredores da UAST; 2 - Pimenteira; Habitat: ac – açude; al
– alagado; co – córrego; la – lago; po – poça; e ri - riacho; Micro-habitat: I - afloramento rochoso; II – água;
III - margem de corpos d’água; IV - sobre vegetação arbórea; V - sobre vegetação herbácea; VI - tocas;
Aspecto reprodutivo: 1 – amplexo; 2 – girinos; 3 – desova; 4 - vocalização; Modo de coleta: AM - armadilha
do tipo pitfall; RA - registro auditivo; CM - coleta manual e observação direta.
Aspecto Modo de
Grupo taxonômico Área Habitat Micro-habitat
reprodutivo coleta
BUFONIDAE
Rhinella granulosa (Spix, 1824) 1, 2 al, co, la I, III, VI 1 AM, CM
Rhinella jimi
1, 2 ac, al, co, la, po, ri I, II, III, VI - AM, CM
(Spix, 1824)
CYCLORAMPHIDAE
Proceratophrys cristiceps
1, 2 co III 4 AM, CM, RA
(Muller, 1884)
HYLIDAE
Corythomantis greeningi
1 al, co, ri I, IV, VI 1, 2, 3, 4 CM, RA
(Boulenger, 1896)
Hypsiboas raniceps (Cope,
1 la IV 4 CM, RA
1862)
Phyllomedusa nordestina
1 al, co, la, po, ri I, III, IV, V 1, 2, 3, 4 CM, RA
(Caramaschi, 2006)
Scinax x-signatus ac, al, co, la,
1 I, II, III, IV, V, VI 1, 2, 3, 4 CM, RA
(Spix, 1824) po, ri
Scinax sp . 1 la I, VI 4 CM, RA
LEIUPERIDAE
Physalaemus albifrons
1, 2 al, co, la II, III 2, 4 AM, CM, RA
(Spix, 1824)
Physalaemus cicada AM, CM,
1, 2 al, co, la, po, ri I, II, III 2, 4
(Bokermann, 1966) RA
Physalaemus cuvieri (Fitzinger, AM, CM,
1, 2 al, co, la, po, ri I, II, III 2, 4
1826) RA
Pleurodema diplolister (Peters, AM, CM,
1, 2 ac, al, co, la, ri I, III, VI 4
1870) RA
Pseudopaludicola aff. falcipes
1 al, co, la, ri I, III 4 CM, RA
(Hensel, 1867)
LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus fuscus (Schneider,
1, 2 ac, al, la, co I, II, III 3 AM, CM
1799)
Leptodactylus ocellatus
(Linnaeus, 1758) 1, 2 ac, al, la, co, ri I, II, III, VI 3 CM
Leptodactylus troglodytes AM, CM,
1, 2 al, co, la, ri I, III, VI 3, 4
(A. Lutz, 1926) RA
Leptodactylus vastus
1 ac, la, po, ri I, II, III, VI 3, 4 CM, RA
(A. Lutz, 1930)
MICROHYLIDAE
Dermatonotus muelleri
(Boettger,1885)
2 * * * AM
PIPIDAE
Pipa carvalhoi
1 po II 2 CM
(Miranda-Ribeiro, 1937)
*Coletado apenas em armadilha.
Anfíbios anuros de uma área prioritária para a conservação da Caatinga – Fazenda Saco, Serra Talhada – Pernambuco 217
Figura 1 - Imagens de habitats e de anfíbios anuros registrados na Fazenda Saco, Serra Talhada, nos períodos de
março a novembro de 2007 e fevereiro a julho de 2008. A - Riacho Temporário; B - Lago Temporário; C. Mata
em volta da trilha; D - Poça artificial; E - Rhinella granulosa; F - Rhinella jimi; G - Proceratophrys cristiceps;
H - Corythomantis greeningi; I - Hypsiboas raniceps; J - Phyllomedusa nordestina; L - Scimax x-signatus;
M - Physalaemus albifrons; N - Leptodactylus ocellatus; O - Leptodactylus troglodytes; P - Leptodactylus
vastus; Q - Dermatonotus muelleri; R - Pipa carvalhoi; S - Girino de C. greeningi; T - Armadilhas do tipo
pitfall; U - Aferição de comprimento e passagem de anuros em campo.
!"#$%&"!&'($')&#*"+',&-.$!&/'($'0&1.23&"'45"6*"+'7')89'
Resumo Abstract
Este trabalho apresenta um inventário das This work presents an inventory of amphibian
espécies de anfíbios anuros que ocorrem no Parque anuran species occuring in the National Park of
Ecológico do Catimbau, município de Buíque – PE. the Catimbau, municipality of Buíque, State of
A listagem está baseada em expedições realizadas Pernambuco. It is based on expeditions realited
entre maio de 2007 e julho de 2008. Foram between May e July de 2008. Registered 26 species
registradas 26 espécies de anuros, distribuídas of anurans distributed between seven families:
entre sete famílias: Bufonidae (2), Cycloramphidae Bufonidae (2), Cycloramphidae (2), Hylidae (11),
(2), Hylidae (11), Leiuperidae (5), Leptodactylidae Leiuperidae (5), Leptodactylidae (4), Microhylidae
(4), Microhylidae (1) e Pipidae (1). (1) and Pipidae (1).
1
Estudante do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas – Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de
Serra Talhada (thami_campos@yahoo.com.br).
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
Introdução
A palavra Amphibia vem do grego amphi Apesar de os anuros serem verdadeiros sensores
= duas, bios = vida e refere-se às fases aquática ambientais e denunciarem a degradação de uma
(sob forma de larvas ou girinos) e terrestre (jovens área, antes de qualquer outra espécie, muitos
e adultos) da espécie, que passa a habitar locais deles se adaptaram e têm tolerância a ambientes
úmidos (POUGH et al., 2003). Pelo fato de os modificados (SANTOS; CARNAVAL, 2001).
anfíbios serem abundantes e funcionalmente O nível de conhecimento sobre a
importantes em muitos habitats terrestres e herpetofauna da Caatinga, por melhor que seja sua
aquáticos, em regiões tropicais, subtropicais e posição relativa aos demais ecossistemas, é, ainda,
temperadas, eles são componentes significantes insatisfatório. (RODRIGUES, 2003; BORGES-
da biota da Terra. Poucos vertebrados são tão NOJOSA; SANTOS, 2005). De maneira geral,
dependentes das condições ambientais quanto o conhecimento sobre a fauna de vertebrados
os anfíbios. Seus limites geográficos, ecológicos, de determinada área é primordial para elaborar
comportamentais e sua história natural são projetos de conservação (SILVANO; SEGALLA,
fortemente influenciados pela distribuição e 2005). Nesse sentido, os inventários de anfíbios e o
abundância de água, principalmente na forma estudo de sua ecologia são aspectos decisivos para
de chuva. Várias espécies de anfíbios possuem as iniciativas de conservação da biodiversidade.
ampla distribuição e, potencialmente, podem O objetivo deste trabalho é inventariar a fauna de
servir como espécies-chave para avaliar longas anfíbios, bem como fornecer informações sobre a
mudanças geográficas ou globais no ambiente. ocupação ambiental desses animais, em quatro
Outras espécies são especialistas de habitat ou áreas do Parque Nacional do Catimbau, município
têm distribuição restrita, podendo, então, acusar de Buíque – PE.
perturbação local (HEYER et al., 1994).
De acordo com o GAA (2006), no mundo
há cerca de 5.000 espécies e os estudos no Brasil Materiais e métodos
ainda precisam ser aprofundados, principalmente
em áreas como taxonomia e ecologia, pois o País Área de estudo
é o líder mundial em diversidade de anfíbios, com
765 espécies, sendo 737 de anuros. A lista oficial O Parque Nacional do Catimbau está inserido
das espécies brasileiras ameaçadas de extinção e no sertão central entre os municípios de Ibimirim,
os resultados do workshop do GAA indicam que Tupanatinga e Buíque, e é conhecido como Vale
26 espécies estão ameaçadas e demonstram do Catimbau. Fica na encosta oeste do Planalto
que, como grupo, os anfíbios estão muito mais da Borborema, na chamada depressão sertaneja.
ameaçados do que as aves ou os mamíferos É um misto de sítio arqueológico e parque de
(SILVANO; SEGALLA, 2005). ecoturismo, com muitos quilômetros quadrados
No Brasil, a principal ameaça à conservação de chapadões, vales, encostas, Caatinga e matas
dos anfíbios é a destruição de seus habitats, (Figura 1A).
como consequência do desmatamento, do Suas formações geológicas apresentam os
avanço da fronteira agrícola, da mineração, das mais diversos tipos e cores de arenito e datam de
queimadas e do desenvolvimento da infraestrutura mais de 100 milhões de anos. Sua maior elevação é
e da urbanização (SILVANO; SEGALLA, 2005). de 1.060 metros de altitude, na Serra de Jerusalém.
222 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Dentro de seus 200 mil hectares de área, existem de 360 horas. Foi realizado o reconhecimento
perto de 2.000 cavernas e 28 cavernas-cemitérios da área para o registro dos corpos d’água
conhecidas, tendo uma variedade de inscrições permanentes e temporários (Figura 1G), tais
e de pinturas rupestres em diversos sítios (Figura como poças, lagoas, áreas alagadas – lajedos e
1B). Sua vegetação típica do semiárido (Caatinga) cacimbas – e áreas propícias para os registros
apresenta curiosas e diversificadas espécies, além dos animais (grutas, amontoados de pedras,
das características do semiárido que ocupam colônias de bromélias (Figura 1H), amontoados
toda a região. Apresenta caatinga densa, caatinga de troncos caídos, etc.). As coletas foram diurnas
densa degradada, caatinga aberta, caatinga e noturnas, por meio de buscas manuais usando
aberta degradada, corpos d’água, áreas irrigadas, equipamentos básicos como binóculos, lanternas,
vegetação ciliar, cobertura vegetal herbácea, sacos plásticos e puçás. Aspectos reprodutivos
culturas diversificadas associadas à vegetação como vocalização, amplexo, desova e girinos em
nativa. No parque, existem também leitos secos de fase inicial de desenvolvimento foram registrados
rios e áreas urbanizadas. em caderneta de campo, bem como a abundância
O Parque Nacional do Catimbau de cada espécie. As áreas amostradas foram
compreende um poligonal de 611 km2 somando, georreferenciadas com auxílio de GPS.
aproximadamente, 62.300 hectares. O acesso é Para ampliar as capturas foram aplicadas
feito pela rodovia BR-232 até a cidade de Arcoverde armadilhas de queda (pitfall). Em cada área, foi
(240 km), que dá acesso à rodovia estadual PE- realizado um transecto composto por seis ou sete
270, por mais 15 km, até o distrito de Carneira, sistemas de armadilhas, constando cada sistema
no município de Buíque. Quatro áreas foram de quatro baldes de 20 litros enterrados no chão,
amostradas dentro do Parna: dispostos em forma de Y. Entre o balde central e
1) Pedra do Camelo (Figura 1C) – é uma os três periféricos foram estendidas cercas de lona
formação arenítica intensamente trabalhada pelo de plástico de 400 cm de comprimento e 50 cm de
vento, com elevação de 844 m e coordenadas de altura, sustentadas por estacas de madeira.
0693103/9056502 UTM. A vegetação do entorno é Os espécimes foram coletados, identificados,
composta de bromeliáceas e caatinga arbustiva; fotografados e, posteriormente, soltos nos seus
2) Vila do Meu Rei (Figura 1D) – dá acesso respectivos ambientes. Espécimes com problemas
a várias trilhas ecológicas nas formações de taxonômicos foram sacrificados. Nesses casos,
arenito, sendo algumas com pinturas rupestres. foram usadas técnicas para minimizar o sofrimento
Possui coordenadas de 0688222/9060980 UTM dos indivíduos com a utilização de anestésico
e elevação de 869 m; nos seus arredores existe como Ketalar e/ou Cloretona. Logo após, foram
caatinga arbustiva, há o cultivo de milho e de feijão, fixados em formol a 10% e conservados em álcool
e edificações; a 70%.
3) Paraíso Selvagem (Figura 1E) – área A análise descritiva dos dados foi feita pela
próxima ao paredão de arenito, com fontes frequência de ocorrência de Dajoz (1973): c = p x
naturais que abastecem corpos d’água e que 100/P, onde c é a constância de ocorrência de cada
são represados para a atividade de lazer. Possui espécie, p é o número de excursões da espécie
um sítio arqueológico onde são encontrados registrada, e P é o número total de excursões.
cemitérios indígenas, cavernas e formações As espécies com constância superior a 50%
sedimentares (coordenadas de 0693536/9050484 foram consideradas constantes, entre 25 e 50%
UTM e elevação de 774 m); acessórias, e inferiores a 25% acidentais.
4) Morro do Cachorro (Figura 1F) – é uma
elevação montanhosa de topo suave, esculpida pela Resultados e discussão
erosão eólica (coordenadas de 0694258/9049560
UTM e elevação de 809 m). Nos seus arredores Foram registradas para o Parna Catimbau 26
existem áreas de pastagem, uma estrada que dá espécies de anfíbios, todas pertencentes à ordem
acesso às moradias e caatinga arbustiva arbórea. Anura, distribuídas em sete famílias (Tabela I). Foi
possível a identificação específica de uma nova
Coleta de dados ocorrência para o Sertão do estado de Pernambuco,
Phyllodytes acuminatus (Figura 1R), antes
Foram realizadas quatro campanhas de conhecida para Mangabeira/Alagoas e Recife/
campo: duas em 2007, nos meses de junho e Pernambuco (FROST, 2008). Nas quatro áreas
outubro, e duas em 2008, nos meses de março amostradas (Pedra do Camelo, Vila do Meu Rei,
e abril, sendo que duas duraram 3 dias e duas Paraíso Selvagem e Morro do Cachorro) foi possível
4 dias, com um esforço de busca ativa de 1.440 registrar cerca de 20 corpos d’água diferentes
horas, para quatro observadores, e busca passiva (caldeirões, poças, riacho, açudes), colônias de
Anurofauna do Parque Nacional do Catimbau (Buíque – PE) 223
Tabela I - Lista das espécies de anfíbios anuros registrados no período de maio/2007 a junho/2008 no Parque Nacional
do Catimbau. Áreas amostradas: CA – Camelo; MR – Meu Rei; OS – Paraíso Selvagem; e MC – Morro
do Cachorro; Micro-habitats: 1 - sobre rochas; 2 - vegetação arbórea; 3 - vegetação herbácea; 4 – solo;
5 – água; 6 – tocas; 7 – folhedo; e 8 - bromélias; Tipos de Coleta: m – manual; PT – pitfall; Aspectos
reprodutivos: 1 – vocalização; 2 – amplexo; 3 - desova ou ninho de espuma; 4 - girinos em fase inicial.
Figura 1 – Imagens das águas, habitats amostrados e espécies econtradas no Parna Catimbau durante o período
de maio de 2007 a julho de 2008. A - Vista geral das formações geológicas; B - Pinturas rupestres; C -
Pedra do Camelo; D - Trilha da Vila do Meu Rei; E - Entrada do Paraíso Selvagem; F - Morro do Cachorro;
G - Corpo d’água temporário; H - Colônias de bromélias; I - Rhinella jimi; J - Proceratophys cristiceps;
L - Odontophrynus carvalhoi; M - Colônia de bromélias; N - Hypsiboas crepitans; O - Scinax pachycrus;
P - Phyllomedusa nordestina e amplexo; Q - Scinax x-signatus vocalizando; R - Phyllodytes acuminatus;
S - Leptodactylus troglodytes; T - Leptodactylus vastus; U - Dermatonotus muelleri.
226 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Agradecimentos
À Ana Maria Quirino Siqueira, Anderson Felipe de Jesus Miranda, Geane Limeira da Silva, Gleymerson
Vieira Lima de Almeida e Sérgio Luiz Munis, pela ajuda nas atividades de campo. À Universidade Federal
Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada, por ter consentido o transporte necessário,
ao PIC/CNPq-UFPRE, pela bolsa concedida; ao Ibama, pela autorização das coletas e, principalmente,
ao Professor e curador do Museu de Zoologia da USP, Dr. Miguel Trefaut Rodrigues, pela colaboração na
identificação de algumas espécies.
Referências
ARZABE, C.; CARVALHO, C. X.; COSTA, M. A. G. Anuran assemblages in Crasto forest ponds (Sergipe
state, Brazil): comparative structure and calling activity patterns. Herpetol. Jour., v. 8, p. 111-113, 1998.
DAJOZ, R. Ecologia Geral. 2.ed. São Paulo: Ed. Vozes, 1973. 474 p.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of amphibians. New York: McGraw Hill, 1994. 670 p.
FROST, D. R. 2008. Amphibian Species of the World: an online reference. Version 5.1 (10 October, 2007).
Electronic Database Accessible At [1] American Museum Of Natural History. New York, Usa: Phyllodytes
Acuminatus. Accessed on: 27 Apr 2008.
HEYER, W. R.; DONNELLY, M. A.; McDIARMID, R. W.; HAYEK, L. C.; FOSTER, M. S. Measuring and
monitoring biological diversity. Standard methods of Amphibians. Washington: Smithsonian Institution
Press, 1994.
POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2003. 748 p.
RODRIGUES, M. T. U. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária, UFPE, 2003. p. 275-333.
SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: Ed. Massagana, v. 2,
2001. p. 529-533.
Geraldo Jorge Barbosa de Moura1; Eliza Maria Xavier Freire2; Ednilza Maranhão dos Santos3;
Zenilde Moreira Borges de Morais4; Eduardo Albuquerque Marques Lins5;
Edson Victor Euclides de Andrade6; José Diogo Cavalcanti Ferreira7
1
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Pá0leo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
2
Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia, UFRN (elizajuju@ufrnet.br).
3
Unidade Acadêmica de Serra Talhada, UFRPE (ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
4
Professora Adjunta do Departamento de Biologia da UFRPE (zmuta@hotmail.com).
5
Graduação em Ciências Biológicas, FAFIRE (chetonico@gmail.com).
6
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
7
Graduação em Ciências Biológicas, UFPE (jdiogocavalcantif@yahoo.com.br).
230 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
still underestimated and in front of the accelerated their ecological aspects, aiming to identification of
process of destruction of the natural environments, patterns and processes that subsidize management
it makes necessary to amplify and to examine and conservation strategies of the occurring
thoroughly the strategic areas in the Northeast species and their respective ecosystems.
Region, especially in Pernambuco. It makes
necessary the development of projects aiming to Key words: Herpetofauna, Northeast region,
know with more accuracy the species of reptiles and Atlantic Rainforest, Caatingas, Vertebrates.
Introdução
Com o nível de conhecimento que se diversidade de espécies e justifica a pertinência
tem atualmente acerca da biodiversidade da da publicação de listas faunísticas comentadas,
maioria das regiões do Brasil, as listas de acompanhadas de informações ecológicas e
espécies deixaram de ser valorizadas, dando biogeográficas que possibilitam a identificação de
lugar à complexidade das análises moleculares padrões e de processos, servindo como subsídios
e estatísticas sobre a sistemática e a ecologia de às medidas de conservação.
espécies. Porém, o conhecimento das espécies de Durante o I Encontro de Herpetologia e
regiões estratégicas, mesmo que pontualmente, é Mastozoologia em Pernambuco, ocorrido em maio
a única forma efetiva de inferir sua biodiversidade, de 2008, por ocasião das discussões ocorridas
conhecimento indispensável às estratégias nas palestras, mesas-redondas e assembleia final,
de conservação de qualquer grupo biológico os herpetólogos atuantes no estado apontaram
(PRIMACK; RODRIGUES, 2001). a urgente necessidade da publicação de uma
A falta de espaço para a divulgação de lista herpetológica atualizada, georreferenciada e
listagens de espécies dá oportunidade à circulação comentada, fato que justifica o principal objetivo
de dados superficiais, aleatórios e grosseiramente deste trabalho.
amostrados, lançados à comunidade sem A despeito de estudos anteriores terem
nenhum rigor acadêmico, fato comum oriundo sido realizados, como por exemplo: 1) Lema
do comércio de consultorias e afins, muitas (1969) – apreciação sobre os répteis do estado
vezes sem preocupação científica nem critérios de Pernambuco e adjacências; 2) Miranda (1983)
metodológicos. – estudando a fauna de répteis do município de
É notório que o simples e puro conhecimento Ouricuri (Sertão); 3) Vitt et al. (1985) – registrando
das espécies de uma região não deve ser a fauna de répteis do município de Exu (Sertão);
considerado como resultado único e soberano 4) Rodrigues (2003) – com informações sobre
a qualquer análise, mas ao alimentar bancos as espécies de répteis ocorrentes no Domínio
de dados em construção, esse conhecimento Morfoclimático das Caatingas nordestinas; 5)
permite a formação de inferências biogeográficas, Borges-Nojosa e Caramaschi (2003) – sobre as
como padrões de distribuição das espécies e espécies de lagartos e anfisbênias em brejos de
áreas de endemismo, status de conservação de altitude nordestinos; e 6) Borges-Nojosa e Santos
ecossistemas e das espécies, evidenciando que a (2005) – compilando dados de duas localidades
carência de dados na literatura compromete o grau do Sertão de Pernambuco, esta contribuição
de especificidade e a aplicabilidade das políticas representa considerável avanço sobre o
de conservação (PRIMACK; RODRIGUES, 2001). conhecimento dos grupos selecionados, mesmo
O atual nível de conhecimento sobre levando em consideração o pequeno intervalo
a fauna de répteis da Região Nordeste, em decorrido desde o último estudo, pois este, além
particular do estado de Pernambuco, aliado de catalogar e georreferenciar as espécies que
ao crescente número de descrições de novas ocorrem no estado de Pernambuco, em todos
espécies para a região (RODRIGUES, 2000b; os seus domínios morfoclimáticos, mesorregiões
FERRAREZZI; FREIRE, 2001; RODRIGUES et al., e microrregiões, compila dados disponíveis na
2005; FREIRE et al., 2007; RODRIGUES; SANTOS, literatura a respeito de aspectos ecológicos dessas
2008), demonstram o desconhecimento sobre a espécies.
232 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
2004; GUIMARÃES et al., 2006; GUIMARÃES et al., (CAMPOS et al., 2008); 2) Floresta (BORGES-
2007; CESAR, 2007), além do único exemplar de NOJOSA; SANTOS, 2005); 3) Betânia (BORGES-
Eretmochelys imbricata registrado em Tamandaré NOJOSA; SANTOS, 2005); 4) Petrolândia
(E. S. GUIMARÃES, com. pess.) (Apêndice A). (AMORIM et al., 2007); 5) Pesqueira (FERREIRA
Em relação aos quelônios continentais, et al., 2008); 6) Cabrobó (AMORIM et al., 2007);
três espécies foram amostradas em quatro 7) Orocó (AMORIM et al., 2007); 8) Santa Maria
localidades do Domínio Morfoclimático de Mata da Boa Vista (AMORIM et al., 2007); 9) Reserva
Atlântica (Apêndice A): 1) Estação Ecológica Legal Brígida/Parnamirim (AMORIM et al., 2007);
do Tapacurá/São Lourenço da Mata (MORAIS; 10) Reserva Legal Caraíbas/Orocó (AMORIM et
MORAIS, 1987; LINS; MOURA, 2008); 2) Reserva al., 2007); 11) Ilha de Assunção (AMORIM et al.,
Ecológica de Gurjaú/Cabo de Santo Agostinho 2007); 12) RPPN Reserva Ecológica Mauricio
(GUARNIERI; LIRA-FILHO, 2003); 3) Usina São Dantas/Betânia (BORGES-NOJOSA; SANTOS,
José/Igarassu (SANTOS; AMORIM, 2008); e 2005); 13) RPPN Cantidiano Valgueiro Carvalho
4) Engenho Tapacurá/São Lourenço da Mata Barros/Floresta (BORGES-NOJOSA; SANTOS,
(SANTOS; AMORIM, 2008). Quatro espécies, 2005); e 14) Ouricuri (MIRANDA, 1983) (Tabela
incluindo as ocorrentes na Mata Atlântica, foram I). Para detalhes geográficos e ecológicos sobre
registradas em 14 localidades no domínio as localidades de ocorrência, ver Tabela II ou V
morfoclimático da Caatinga: 1) Serra Talhada (Apêndice A).
Tabela I: Espécies de quelônios com registro para o estado de Pernambuco (Apêndice A). 234
AMBIENTE D. M. MATA
D. M. da CAATINGA
MARINHO ATLÂNTICA
LOCALIDADES
TÁXON
P. N. FERNANDO DE NORONHA
PRAIAS DE IPOJUCA
PRAIA DE TAMANDARÉ
ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ
USINA SÃO JOSÉ
ENGENHO TAPACURÁ
SERRA TALHADA
FLORESTA
BETÂNIA
PETROLÂNDIA
PESQUEIRA
CABROBÓ
OROCÓ
SANTA MARIA DA BOA VISTA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
RPPN RESERVA ECOL. MAURICIO
DANTAS
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
OURICURI
Nº DE LOCALIDADES
COM REGISTRO DA ESPÉCIE
EFERÊNCIAS
ADICIONAIS **
1 - CHELONIIDAE
4 - KINOSTERNIDAE
Kinosternon scorpioides (Linnaeus, 1766)8;1
8. 2;15;16;20;21;27;36;37;38 16 VIII
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
AMBIENTE D. M. MATA
D. M. da CAATINGA
MARINHO ATLÂNTICA
LOCALIDADES
TÁXON
P. N. FERNANDO DE NORONHA
PRAIAS DE IPOJUCA
PRAIA DE TAMANDARÉ
ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ
USINA SÃO JOSÉ
ENGENHO TAPACURÁ
SERRA TALHADA
FLORESTA
BETÂNIA
PETROLÂNDIA
PESQUEIRA
CABROBÓ
OROCÓ
SANTA MARIA DA BOA VISTA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
RPPN RESERVA ECOL. MAURICIO
DANTAS
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
OURICURI
Nº DE LOCALIDADES
COM REGISTRODA ESPÉCIE
EFERÊNCIAS
ADICIONAIS **
5 - TESTUDINIDAE
Chelonoidis carbonaria (Spix,
9. 3 IX
1824)12;30;36;37;38
TOTAL DE ESPÉCIES POR LOCALIDADE 2 5 1 3 1 2 2 2 2 3 2 2 2 2 2 2 2 2 3 2 3
TOTAL DE ESPÉCIES POR DOMÍN. MORFOC. 5 3 4
*Registro apenas na forma juvenil. ** I- Shaw, 1947; Marquez, 1969; Ernst e Barbour, 1974; Rebel, 1974; Witzell, 1984; Carr, 1987; Bane, 1992; Meylan e Mosier,
1995; Musik e Limpus, 1997; Bolten et al., 1998; Polovina et al., 2003; Spotila, 2004. II- Schimidt, 1916; Pritchard, 1973; Carr, 1975; Carr et al., 1978; Balazas, 1982;
Meylan, 1982; Ernst e Barbour, 1989; Boulon e Frazer, 1990; Balazs et al., 1994; Meylan e Mosier, 1995; Hirth, 1997. III- Groombridge, 1982; Limpus et al., 1983; Ernst
e Barbour, 1989; Limpus, 1992; Miller et al., 1998; Meylan e Donnelly, 1999. IV- Frazier, 1984; Plotkin et al., 1995; Achával et al., 2000; Polovina, 2003; De Castilhos
e Tiwari, 2006. V- Bleakney, 1965; Pritchard, 1971; Marcovaldi e Marcovaldi, 1985; Zug, 1993; Chan e Liew, 1995; Meylan et al., 1995; Cogger, 1996; Morreale et al.,
1996; Eckert e Sarti, 1997; Godfrey et al., 1997; Binckley et al., 1998; Eckert, 1998; Dutton et al., 1999; Southwood et al., 1999; Ferraroli et al., 2004; Hays et al., 2004.
VI-Miranda, 1983; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. VII- Medem, 1960; Monteiro e Diefenbach, 1987; Ernest e Barbour, 1989; Guix et al., 1989; Molina,
1989;Fachín-Terán et al., 1995; Molina, 1996; Molina et al., 1998; Souza, 1999; Souza e Abe, 2000; Souza e Abe, 2001; Alves et al., 2002; Guarnieri e Lira-Filho, 2003;
Souza, 2004; Borges-Nojosa e Santos, 2005; Freitas e Silva, 2005; Zago et al., 2006; Lins e Moura, 2008.VIII-Vanzolini et al., 1980; Bramble et al., 1984; Monte-Nájera
e Brenes, 1987; Acuña-Mesén, 1994; Delduque, 2000; Guarnieri e Lira-Filho, 2003; Rodrigues, 2003; Borges-Nojosa & Santos, 2005; Freitas e Silva, 2005; Freitas e
Silva, 2007; Ferreira et al., 2008; Lins e Moura, 2008.IX- Luederwaldt, 1926; Castaño-Mora e Lugo, 1979; Medem, et al., 1979; Pritchard, 1979; Pritchard e Trebbau,
1982; Beynon e Cooper, 1994; Montenegro, 2004; Montenegro et al., 2004; Freitas e Silva, 2005; Montenegro et al., 2005; Montenegro et al., 2006; Ferreira et al., 2008.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
235
236 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
CLIMA DURAÇÃO
ÁREA E
CIDADE/ COORDE- (Ab’ FITOFISIO N° DE
LOCAIS /ALTI BIOMA PERÍODO PERIODICI COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO NADAS Saber, NOMIA VISITAS DADE /
TUDE 1967) VISITA
1dia / Morais e Morais,
1983-1984 24 Ativa
quinzenal 1987
1-Estação São Lourenço Mata Mendonça, 2007;
Floresta
Ecológica do 8°07’S 34°60’W 776ha As’ Ativa e passiva Mendonça et al.,
da Mata Atlântica Subperenifólia 1 dia /
Tapacurá 04/07-atual 108 (112 baldes-28 2007; Geraldo J. B.
semanal
de 60L e 84-30L) Moura e Eliza M. X.
Freire, Com. Pess.
Guarnieri e Lira
2-Reserva Cabo de Santo Mata Floresta 4 dias / Filho, 2003; Lira-
Ecológica de 8°21’S 34°56’W 1.077ha As’ 08/02-05/03 10 Ativa e passiva
Agostinho Atlântica Subperenifólia mensal Filho, 2003; Lira-
Gurjaú
Filho et al., 2008
3-Refúgio Mata Floresta 7 dias /
Ecológico Igarassu 07°49’S 34°56’W 60ha As’ 05/93-10/93 6 Ativa Rosa, 1994
Atlântica Subperenifólia mensal
Charles Darwin
Guimarães e
4-Parque Mata Floresta 1 dia / Passiva (20 Montenegro, 2001;
Estadual Dois Recife 07°60’S 34°50’W 200ha As’ 02/08-atual 16
Atlântica Subperenifólia semanal baldes-60L) Geraldo J. B.
Irmãos
Moura, Com. Pess.
Araçoiaba,
5-Mata do Mata Floresta 1 dia / Passiva (20 Geraldo J. B.
Paudalho e 7°50’S 35°06’W 6.280ha As’ 05/08-atual 6
CIMNC Atlântica Subperenifólia semanal baldes-60L) Moura, Com. Pess.
Tracunhaém
6-Estação Mata Floresta 1 dia / Passiva (20 Geraldo J. B.
Ecológica de Paulista 07°55’S 34°55’W 157ha As’ 05/08-atual 6
Atlântica Subperenifólia semanal baldes-60L) Moura, Com. Pess.
Caetés
7-Usina São Mata Floresta Ativa-passiva
3 dias /
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
José (Mata de Igarassu 7°50’S 35°00’W 323ha As’ 01/07-12/07 12 Amorim, et al., Amorim et al., 2007
Atlântica Subperenifólia mensal
Piedade) 2008
8º14’S
12-Fazenda Brejo da Brejo de Floresta 5 dias / E.M.S. Santos,
36º57’W 110ha BShs’ 06/ 2001 5 Ativa
Buriti Madre Deus Altitude Subcaducifólia semenal Com. Pess.
1.050m
Ferreira, et al.,
Caatinga Ativa-passiva
1 dia / 2008; G.J.B. Moura
13-Pesqueira Pesqueira 08°16’S 36°37’W - BShs’ Caatinga Hiperxerófila e 01/08-atual 22 (21 baldes de
semanal e J.D.C. Ferreira,
Hipoxerófila 60L)
Com. Pess.
14-Parque 0692456S 06 e 10/07 e
Caatinga
Nacional do Buíque 62.000 ha BShs’ Caatinga 3 5 dias Ativa-passiva Munis et al., 2008
9056360W Hiperxerófila 03/08
Catimbau
Caatinga 14 a
16-Agrestina Agrestina 08°37’S 35°57’W - BShs’ Caatinga - - - Vanzolini, 1974
Hiperxerófila 18/05/1973
Caatinga 21/02 a
17--Reserva Hiperxerófila 26/02/2005
Parnamirim 08°9’S 39°33’W 1735ha BShw’ Caatinga 10 10 dias Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Legal Brígida (Caatinga 24/05 a
arbórea) 30/05/2005
Caatinga 21/02 a
18-Reserva Hiperxerófila 26/02/05 e
Orocó 08°28’S 39°41’W 6.886ha BShw’ Caatinga (Caatinga 10 10 dias Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Legal Caraíbas 24/05 a
arbórea
30/05/05
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
arbustiva)
CLIMA DURAÇÃO
ÁREA E
CIDADE/ COORDE- (Ab’ FITOFISIO N° DE
LOCAIS /ALTI BIOMA PERÍODO PERIODICI COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO NADAS Saber, NOMIA VISITAS DADE /
TUDE 1967) VISITA
Caatinga
Hiperxerófila 24 a
19-Ilha de
Cabrobó 08º44’S 39º42’W 3.517ha BShw’ Caatinga (Caatinga 10 10 dias Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Assunção 30/01/2005
arbórea-
arbustiva)
Caatinga 27/02 a
20-Icó- Hiperxerófila 05/03/05 e
Petrolândia 08º52’S 38º18’W 1.540ha BShw’ Caatinga 10 10 dias Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Mandantes (Caatinga 31/05 a
arbórea) 06/06/05
27/02 a
21-Apolônio Caatinga 05/03/05 e
Petrolândia 08º56’S 38º28’W 758ha BShw’ Caatinga 4 10 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Sales Hiperxerófila 31/05 a
06/06/05
Caatinga
22-Saco do Santa Maria 0421615/9032884 Hiperxerófila 22/01 a
- BShw’ Caatinga 8 dias - Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Maris da Boa Vista UTM (Caatinga 29/01/05
arbórea)
Caatinga
Hiperxerófila 23 a 28/07/04 e
08º50’S 40º10’W
23-Barra Bonita Lagoa Grande 1.000ha BShs’ Caatinga (Caatinga 30/08 a 10 - Ativa e passiva Amorim et al., 2007
arbórea- 05/09/04
arbustiva)
24-RPPN Caatinga
28/03 a
Cantidiano Hiperxerófila
8º28’S 02/04/03 e 5 dias / Borges-Nojosa e
Valgueiro Floresta 285ha BShs’ Caatinga (Caatinga 10 Ativa e passiva
38º28’W 03/09 a mensais Santos, 2005
Carvalho arbórea- 08/10/03
Barros arbustiva)
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
25-RPPN Caatinga
23/03 a
Reserva 8º18’S Hiperxerófila 5 dias / Borges-Nojosa e
27/34/03 e
Ecológica Betânia 1.480ha BShs’ Caatinga (Caatinga 10 Ativa e passiva
38º11’W 28/09 a mensais Santos, 2005
Mauricio arbórea-
02/10/03
Dantas arbustiva)
239
DURAÇÃO
240
ÁREA CLIMA
CIDADE/ COORDE- FITOFISIO N° DE E
(Ab’
LOCAIS /ALTI BIOMA PERÍODO PERIODICI COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO NADAS Saber, NOMIA VISITAS DADE /
TUDE 1967) VISITA
Caatinga
7º25’S Hiperxerófila Vitt e Lacher, 1981;
1.251
26- Exu Exu 40º10’W BShs’ Caatinga e Hipoxerófila 1977-1978 - - Ativa Vitt e Goldberg,
km2 e Floresta 1983; Vitt, 1995
523m
Subperenifólia
7º51’S
28-Cidade de Carpina (Zona da Ambiente floretal urbano Zenilde M. B. de
35º15’W 153 km2 As’ 1998 Encontro casual Ativa
Mata) antropizado Morais, Com. Pess.
184m
30-Leste de Pernambuco Amaral, 1933; Amaral, 1937; Cunha, 1961; Etheridge, 1968; Etheridge, 1969; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974; Vanzolini, 1976; Jackson, 1978; Vanzolini et
(sem informação das al., 1980; Vitt, 1985; Vanzolini, 1986; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1987; Rodrigues et al., 1989; Gallagher Jr. e Dixon, 1992; Freire, 1998; Freire, 1999;
localidades) Rodrigues, 2000b.
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
6.
5.
4.
3.
2.
TÁXON
21;40
6;31;35;37
1- ANGUIDAE
LOCALIDADES
1977)3;12;26;30; 35
2 - GEKKONIDAE
Ophiodes striatus
Lygodactylus klugei
(Spix, 1824) 1;8;10;40
Acratosaura mentalis
19356;8; 9;10;12;16;19;31;35
Diploglossus lessonae
1. Peracca, 18908;10;12;16;
Hemidactylus mabouia
8)8;9;10;11;12;15;16;19;20;23;2
3 - GYMNOPHTALMIDAE
(Amaral, 1933)6;7;8;12;13;35
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
BREJO DOS CAVALOS
TUDE
FAZENDA BURITI
DE ALTI-
BREJOS
PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
CAATINGA
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU
OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA
3
1
6
13
19
12
ESPÉCIE
II
V
III
VI
IV
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
Tabela III - Espécies de lagartos com registro para o estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia, ecologia e taxonomia (Apêndice B).
241 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
13.
4 - HOPLOCERCIDAE
TÁXON
LOCALIDADES
10.
11. Rodrigues & Santos,
9.
8.
Fitzinger, 18437;13;21
Hoploceros spinosus
9;12;21;24
Vanzosaura rubricauda
20082;3;5;7
Scriptosaura catimbau
Boulenger, 18871;8;9;10
Stenolepis ridley
8;9;10;12;13;15;16;21;30;35
& Luetken, 186)
maximiliani (Reinhardt
Micrablepharus
20058;9;10
Pellegrino & Sites Junior,
Rodrigues, Freire,
Dryadosaura nordestina
ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ
FLORESTA ATLÂNTICA
REFÚGIO ECOL. CHARLES DARWIN
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS
USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
BREJO DOS CAVALOS
DE ALTI-
BREJOS
TUDE
FAZENDA BURITI
PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
CAATINGA
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU
OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO
ESPÉCIE
XIII
VIII
XII
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
XI
IX
X
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 242
TÁXON
LOCALIDADES
7 - PHYLLODACTYLIDAE
6 - LEIOSAURIDAE
19. periosus Rodrigues,
14. 1758)8;9;10;11;12;13;
18. geckoides Spix,
17.
Phyllopezus
18259;12;22;31;35
Gymnodactylus
(Gray, 1845)18;8; 23;26;31;35
Gymnodactylus darwinii
12;16;18;22;30;35
Bogertia lutzae
13;15;16;21;26;30;35;37
Enyalius catenatus
15;16;21;26;27;34;36;37;38;39
FLORESTA ATLÂNTICA
REFÚGIO ECOL. CHARLES DARWIN
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS
USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
BREJOS
DE ALTI-
BREJO DOS CAVALOS
TUDE
FAZENDA BURITI
PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
CAATINGA
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU
OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO
21
11
ESPÉCIE
XVIII
XVII
XIX
XVI
XIV
XV
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
243 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
26.
TÁXON
LOCALIDADES
25.
9 - SCINCIDAE
22.
11;26;30;35
Polychrus marmoratus
16;26;30;35
Polychrus acutirostris
18028;9;11;19;26;30;35
Anolis punctatus Daudin,
15;16;19;26;30;35
Anolis fuscoauratus
23;31;33;35
Phyllopezus pollicaris
8;10;11;12;15; ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ
FLORESTA ATLÂNTICA
REFÚGIO ECOL. CHARLES DARWIN
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS
USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
BREJOS
DE ALTI-
BREJO DOS CAVALOS
TUDE
FAZENDA BURITI
PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
CAATINGA
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU
OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO
15
17
7
XXVI
XXIV
XXV
XXIII
XXII
XXI
XX
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 244
31.
11 - TEIIDAE
30.
10 - SPHAERODA-
32. (Spix, 1825)8;9;10; 11;12;13;1
29.
TÁXON
LOCALIDADES
CTYLIDAE
5;16;17;19;21;22;30;32;36
Cnemidophorus ocellifer
15;16;21;29;30;32;36
1758)8;9;10;11;12;13;
(Linnaeus,
Ameiva ameiva
3;26;31;35;37
1888)8; 9;10;11;12;15;16;19;20;2
meridionalis (Boulenger,
Coleodactylus
(Schmidt, 1945)3
Trachylepis atlantica
23;26;30;32;33;35;40
Mabuya macrorhyncha
ESTAÇÃO ECOL. DO TAPACURÁ
RESERVA ECOL. DE GURJAÚ
FLORESTA ATLÂNTICA
REFÚGIO ECOL. CHARLES DARWIN
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOL.DE CAETÉS
USINA SÃO JOSÉ (MATA PIEDADE)
RPPN FREI CANECA
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
BREJOS
DE ALTI-
BREJO DOS CAVALOS
TUDE
FAZENDA BURITI
PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES CAATINGA
APOLÔNIO SALES
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU
OURICURI
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO
20
19
4
XXVIII
XXIX
XXX
XXXII
XXXI
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
245 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
37.
35.
TÁXON
;25;30;33;35
POR BIOMA
18;26;28;30;35
Tropidurius
LOCALIDADES
POR LOCALIDADE
Tropidurius hispidus
semitaeniatus (Spix,
12 - TROPIDURIDAE
Strobilurus torquatus
8;10;12;15;16;19;21;30;32;36;
TOTAL DE ESPÉCIES
Tupinambis merianae
16;17;19;20;21;26;30;33;35;37
TOTAL DE ESPÉCIES
38. Wiegmann, 18341;8;10;
36. (Spix, 1825)8;9;10;11;12; 13;
MATA DO CIMNC
24
ENGENHO TAPACURÁ
9 15 12 15 4
MATINHA
2
9
BREJO DOS CAVALOS
8
TUDE
FAZENDA BURITI
DE ALTI-
BREJOS
PESQUEIRA
PARQUE NACIONAL DO CATIMBAU
FAZENDA SACO
AGRESTINA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICO MANDANTES
25
APOLÔNIO SALES
CAATINGA
SACO DO MARIS
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARRALHO BARROS
MAURÍCIO DANTAS
EXU
6 18 15 15 15 16 15 16 17 1 16 13 12 13 11
OURICURI
1
CARPINA (Ambiente Florestal Urbano Antropizado)
PARQUE NACIONAL FERNANDO DE NORONHA
LESTE DE PERNAMBUCO
3 22
Nº DE LOCALIDADES COM REGISTRO DA
6
24
24
18
ESPÉCIE
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
XXXV
XXXVII
XXXVI
XXXIV
XXXVIII
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 246
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 247
*I- Vanzolini et al., 1980; Vitt, 1985; Borges-Nojosa, 1991; Vitt, 1995; Freire, 2001; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;
Silva e Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. II-Amaral, 1937; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;
Freitas e Silva, 2005.III- Vanzolini, 1974; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1996; Rocha, 2002; Borges-Nojosa, 2003;
Borjes-Nojosa e Caramaschi, 2005; Freitas e Silva, 2005.IV- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Cunha, 1981; Vanzolini,
1986; Morais e Morais, 1987; Vitt, 1990; Borges, 1991; Nascimento, et al., 1991; Rosa, 1994; Vitt,1995; Freire, 1996;
Rodrigues, 1996; Vitt e Zani, 1996; Vitt et al., 1999; Freire, 2001; Teixeira, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa,
2003; Lira Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Silva e Araújo, 2008. V-Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva 2007. VI-
Amaral, 1932; Amaral, 1937; Rodrigues, 1996; Dellfim, 2005; Freitas e Silva, 2005; Munis et al., 2008. VII-Rodrigues,
2000a; Dellfim, 2005; Freitas e Silva, 2005. VIII- Rodrigues 1990; Freire, 1996; Lira Filho, 2003; Rodrigues et al., 2005;
Lira-Filho et al., 2008. IX-Amaral, 1937; Cunha, 1961; Borges, 1991; Vitt, 1991; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;
Dellfim, 2005; Freitas e Silva, 2005.X-Amaral, 1937; Vanzolini, 1974;Rodrigues, 1987; Borges, 1991; Freire, 2001;
Borges-Nojosa, 2003. XI-Rodrigues e Santos, 2008. XII-Vanzolini, 1974; Freitas e Silva, 2007. XIII-Ávila-Pires, 1995;
Morais e Almeida, 2009; Zenilde M. B. Morais, Com. Pess. XIV- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini,
1974; Vanzolini et al., 1980; Morais e Morais, 1987; Borges, 1991; Nascimento, et al., 1991; Werner, 1991; Rosa, 1994;
Silva Junior e Sites Junior, 1995; Vitt e De Carvalho, 1995; Rodrigues, 1996; Araújo e Colli, 1998; Vitt et al., 1998;
Esquivel, 1999; Colli et al., 2002; Freitas e Pavie, 2002; Rodrigues, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-
Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005. XV - Amaral, 1937; Etheridge, 1969; Vanzolini, 1974; Jackson, 1978; Borges-Nojosa,
1991; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Rodrigues,
et al., 2006; Lira-Filho et al., 2008. XVI- Vanzolini, 1972; Rodrigues, 1987; Freire, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Freitas
e Silva, 2005. XVII- Vanzolini, 1974; Vanzolini et al., 1980; Vanzolini, 1986; Araujo, 1985; Rodrigues, 1990; Araujo,
1991; Freire, 1996; Freire, 1998; Teixeira e Giovanelli, 1999; Freire, 2001; Teixeira, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Lira-
Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Silva e Araújo, 2008. XVIII- Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XIX- Munis
et al., 2008. XX- Amaral, 1937; Vanzolini, 1974; Vitt, 1990; Borges, 1991; da Silva et al., 1995; Vitt e De Carvalho,
1995; Rodirgues, 1996; Freitas e Pavie; 2002; Rocha, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Freitas e Silva, 2005; Maggi, 2005.
XXI- Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974; Vanzolini, 1976; Willians, 1976; Borges, 1991; Vitt e De Carvalho,
1995; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Vitt et al., 2003. XXII- Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974; Willians, 1976;
Vanzolini, 1986; Morais e Morais, 1987; Freire, 1996; Freitas e Pavie, 2002; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005;
Lira-Filho et al., 2008. XXIII- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1974; Morais e Morais, 1987; Vitt, 1990; Borges-
Nojosa, 1991; Rosa, 1994; Vitt, 1995; Rodrigues, 1996; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;
Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Lira-Filho et al., 2008. XXIV- Amaral, 1937; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974;
Vanzolini et al., 1980; Vanzolini, 1986; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1990; Borges-Nojosa, 1991; Nascimento et
al., 1991; Silva Junior e Sites Junior, 1995; Araujo e Colli, 1998; Rodrigues, 2000a; Colli et al., 2002; Freitas e Pavie,
2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Lira-Filho, 2008. XXV- Rodrigues,
2000a. XXVI- Amaral, 1937; Vitt, 1996; Vitt e Zani, 1996; Vrcibradic e Rocha, 1996; Pinto, 1999; Vitt et al., 1999;
Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXVII- Vanzolini, 1974; Vitt, 1990; Vitt, 1995; Rodirgues,
1996; Dutra e Vrcibradic, 1998; Rocha, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva,
2005. XXVIII- Hoge, 1946; Vanzolini e Rebouças-Spieker, 1976; Vrcibradic e Rocha, 1996; Rodrigues, 2000b; Freire,
2001; Teixeira, 2001; Vrcibradic, et at., 2002; Lira-Filho, 2003; Fretias e Silva, 2005; Lira-Filho et al., 2008. XXIX –
Mausfeld, 2002; Sazima, 2005; Sazima, 2006. XXX- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini et al.,
1980; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1987; Borges-Nojosa, 1991; Freire, 1996; Rodrigues, 1996; Freire, 1999;
Freire, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXXI-
Amaral, 1937; Cunha, 1961; Etheridge, 1969; Vanzolini, 1974; Cunha, 1981; Magnusson, 1985; Morais e Morais, 1987;
Vitt, 1990; Borges, 1991; Colli, 1991; Nascimento, et al., 1991; Vitt, 1991; Rosa, 1994; Vitt e Colli, 1994; Vitt, 1995;
Vitt e De Carvalho, 1995; Freire, 1996; Rodrigues, 1996; Vitt e Zani, 1996; Vitt e Zani, 1998; Sartorius et al., 1999;
Vitt et al., 1999; Freire, 2001; Teixeira, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Lira-Filho, 2003; Mc Nair,
2003; Freitas e Silva, 2005; Silva e Araújo, 2008. XXXII- Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974;
Bergallo e Rocha, 1994; Rosa, 1994; Vitt, 1990; Vitt, 1991; Vitt, 1995; Rodrigues, 1996; Freire, 2001; Borges-Nojosa,
2003; Freitas e Pavie, 2002; Chesf, 2005; Colli et al., 2003; Freitas e Silva, 2005; Falcão, 2006. XXXIII- Cunha, 1961;
Vanzolini, 1974; Nascimento, et al., 1991; Gallagher Junior e Dixon, 1992; Vitt, 1991; Vitt, 1996; Vitt e Zani, 1996; Vitt
et al., 1999; Freire, 2001; Teixeira, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e Silva,
2005. XXXIV- Morais e Morais, 1987; Fitzgerald et al., 1991; Fitzgerald, 1992; Fitzgerald, 1994; Rosa, 1994; Vitt, 1995;
Colli, 1998; Freire, 2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Lira Filho, 2003; Freitas e Silva, 2005; Deiques
et al., 2007; Ferreira et al., 2008. XXXV- Rodrigues, 1987; Rodrigues, 2003; Munis et al., 2008. XXXVI- Amaral, 1933;
Amaral, 1934; Amaral, 1937; Cunha, 1961; Vanzolini, 1972; Vanzolini, 1974; Vanzolini, 1976; Cunha, 1981; Morais e
Morais, 1987; Rodrigues, 1987; Vitt, 1990; Borges, 1991; Carvalho, 1995; Vitt, 1995; Freire, 1996; Rodrigues, 1996;
Coli et al., 1997; Vitt e De Vitt e Zani, 1998; Freire, 2001; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003;Lira-Filho, 2003; Chesf,
2005; Freitas e Silva, 2005; Falcão, 2006; Lira-Filho et al., 2008. XXXVII- Amaral, 1937; Vanzolini, 1974; Vanzolini,
1976; Vitt, 1983; Morais e Morais, 1987; Rodrigues, 1987;Vitt, 1990; Borges, 1991; Vitt,1995; Rodrigues, 1996; Freire,
2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Freitas e Silva, 2005; Rodrigues, 2005; Falcão, 2006.
XXXVIII- Amaral, 1937; Etheridge, 1968; Vanzolini, 1974; Jackson, 1978; Rodrigues et al., 1989; Borges, 1991; Freire,
2001; Freitas e Pavie, 2002; Borges-Nojosa, 2003; Borges-Nojosa e Caramaschi, 2003; Lira-Filho, 2003; Freitas e
Silva, 2005; Lira-Filho et al., 2008.
248 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Tabela IV - Espécies de anfisbenídeos com registro para o estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia,
ecologia e taxonomia (Apêndice C).
D. M. MATA D. M. DA
ATLÂNTICA CAATINGA
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
FERNANDO DE NORONHA
Nº DE LOCALIDADES COM
RESERVA ECOLÓGICA DE
REGISTRO DA ESPÉCIE
PARQUE NACIONAL DO
PARQUE NACIONAL
FAZENDA SACO
PESQUEIRA
CATIMBAU
OURICURI
GURJAÚ
TÁXON
1 - AMPHISBAENIDAE
1. Amphisbaena alba Linnaeus, 17588;12;15;16;21;28;35;39 3 I
Amphisbaena pretrei Duméril & Bibron,
2. 3 II
18398;10;15;21;28;35;39
3. Amphisbaena ridley Boulenger, 189028;35 1 III
Amphisbaena vermicularis Wagler,
4. 5 IV
18248;12;15;16;21;28;35;39
Amphisbaena supernumeraria Mott, Rodrigues &
5. V
Santos, 20092;3;5;7;12;18;28
Leposternon polystegum (Duméril,
6. 1 VI
1851)8;12;15;16;21;28;35;39
TOTAL DE ESPÉCIES POR LOCALIDADE 4 1 1 1 4 3
1
TOTAL DE ESPÉCIES POR D. MORFOCLIMÁTICO 4 4
*I-Amaral, 1933; Morais e Morais, 1987; Nascimento et al., 1991; Barros-Filho e Valverde, 1996; Freitas e Silva,
2003; Freitas e Silva, 2005; G.J.B. Moura e E.M.X. Freire, com. pess. II-Freitas e Silva, 2003; Freitas e Silva, 2005;
G.J.B. Moura, com. pess. III-Olson, 1981; Oren, 1984; Pregill, 1984; Carleton e Olson, 1999; Freitas e Silva, 2005.
IV-Barros-Filho e Valverde, 1996; Freitas e Silva, 2003; Freitas e Silva, 2005; G.J.B. Moura, com. pess. V-Mott et al.,
2009. VI-Freitas e Silva, 2003; G.J.B. Moura e J.D.C.Ferreira, com. pessoal.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 249
3-Refúgio
Mata Floresta
Ecológico Igarassu 07°49’S 34°56’W 60ha As’ 05/93-10/93 6 7 dias / mensal Ativa Cunha, 1994
Atlântica Subperenifólia
Charles Darwin
4-Parque
Mata Floresta Passiva (20 G.J. B. Moura, Com.
Estadual Dois Recife 07°60’S 34°50’W 200ha As’ 05/08-atual 12 1 dia / semanal
Atlântica Subperenifólia baldes-60L) Pess.
Irmãos
Araçoiaba,
5-Mata do 6.280 Mata Floresta Passiva (20 G.J. B. Moura, Com.
Paudalho e 07°50’S 35°06’W As’ 06/08-atual 6 1 dia / semanal
CIMNC ha Atlântica Subperenifólia baldes-60L) Pess.
Tracunhaém
6-Estação
Mata Floresta 2 dias / Passiva (8 baldes- Ferreira-Júnior e
Ecológica de Paulista 07°55’S 34°55’W 157ha As’ 2007-atual 36
Atlântica Subperenifólia semana 20L) Santos, 2008
Caetés
7-Reserva
Mata Floresta Perrelli, 2007; Perrelli
Ecológica de Moreno 08°07’S 35°05’W 30ha As’ 10/05-09/07 - 1 dia / quinzenal Ativa-passiva
Atlântica Subperenifólia et al., 2007
Carnijó
8-Reserva
Mata Floresta Cordeiro e Hoge,
Ecológica de Tamandaré - - As’ Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP
Atlântica Subperenifólia 1973
Saltinho
25/03 e Cerca de 30
9-Engenho São Lourenço 0268525S Mata Floresta 04/04/06; Santos e Amorim,
200ha As’ 30 dias / Ativa e passiva
Tapacurá da Mata 9114661W Atlântica Subperenifólia 23/09 e 2008
28/09/06 quinzena
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
ÁREA/ CLIMA N°DURAÇÃO E
CIDADE/ COOR- (Ab’ FITOFISIO PERIODICI-
LOCAIS ALTI- BIOMA PERÍODO DE COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO DENADAS Saber, NOMIA DADE /
TUDE 1967) VISITAS VISITA
Mata
07o53’S Atlântica/ 10 e 11 de 2 dias /
10-Matinha Abreu e Lima - As’ Área urbana 10 Ativa Santos, 2005
34o54’W 19m área 2004 semanal
urbana
11-RPPN Frei Mata Floresta 08/2007- Santos e Santos,
Jaqueira 08°43’S 35°50’W 630ha As’ 8 3 dias / mensal Ativa
Caneca Atlântica Subperenifólia 04/2008 2008
12-Usina São Mata Floresta
Igarassu 07°50’S 35°00’W 323ha As’ 01/07-12/07 12 3 dias / mensal Ativa e passiva Amorim et al., 2008
José Atlântica Subperenifólia
13-Brejo dos 08°18’S Brejo de Floresta
Caruaru 359ha BShs’ - - - - Mariz, 2004
Cavalos 36°00’W Altitude Subcaducifólia
08º14’S
Brejo da 110,21 Brejo de Brejo de 5 dias / E.M.S. Santos, Com.
14-Fazenda Buriti 36º57’W BShs’ 06/ 2001 5 Ativa
Madre Deus ha Altitude Altitude semenal Pess.
1.050m
0577668S Caatinga 08/07 e 2 dias
15-Serra Talhada Serra Talhada - BShw’ Caatinga 2 Ativa-passiva Miranda et al., 2008
9120468W Hiperxerófila 04/08 semanais
Ferreira, et al., 2008;
08°16’S Caatingas 1 dia / Ativa-passiva (21 G.J. B. Moura e
16-Pesqueira Pesqueira - BShs’ Caatinga Hiperxerófila e 01/08-atual 22
36°37’W semanal baldes de 60L) J.D.C. Ferreira, Com.
Hipoxerófila
Pess.
17-Vale do 0692456S Caatinga 06 e 10/07 e Muniz et al., 2008;
Buíque - BShs’ Caatinga 3 5 dias Ativa-passiva
Catimbau 9056360W Hiperxerófila 03/08 Cordeiro e Hoge, 1973
Caatinga
23-Gravatá Gravatá - - As’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hipoxerófila
Caatinga
24-Vicência Vicência - - As’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hipoxerófila
Caatinga
25-Triunfo Triunfo - - BShw’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga
26-Sertânia Sertânia - - BShw’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga
27-Petrolina Petrolina - - BShw Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga
28-Arcoverde Arcoverde - - BShs’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga
29-Garanhuns Garanhuns - - As’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hipoxerófila
Caatinga
30-Toritama Toritama - - BShs’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hipoxerófila
Caatinga
31-Rio Doce Rio Doce - - As’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
7º25’S Caatinga Vitt, 1930; Cordeiro e
1.121 Análise de animais de coleção, UFPE, BUTANTAN, USP
32-Exu Exu 40º10’W BShw’ Caatinga Hiperxerófila e Hoge, 1973; Vanzolini
Km2 (Cordeiro e Hoge; 1973) e USP (Vanzolini et al., 1980)
523m Hipoxerófila et al., 1980
Caatinga
33-Itapetim Itapetim - - BShw’ Caatinga Análise de animais de coleção, UFPE,BUTANTAN,USP Cordeiro e Hoge, 1973
Hiperxerófila
Caatinga 21/02 a
34-Reserva Legal 1.735 Hiperxerófila 26/02/2005 5 dias /
Parnamirim 08°9’S 39°33’W BShw’ Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Brígida ha (Caatinga 24/05 a semestrais
arbórea) 30/05/2005
Caatinga 21/02 a
35-Reserva Legal Hiperxerófila
08°28’S 39°41’W 6.886 26/02/2005 5 dias /
Orocó BShw’ Caatinga (Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Caraíbas ha 24/05 a semestrais
arbórea
30/05/2005
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
arbustiva)
ÁREA/ CLIMA N° DURAÇÃO E
CIDADE/ COOR- (Ab’ FITOFISIO PERIODICI-
LOCAIS ALTI- BIOMA PERÍODO DE COLETA REFERÊNCIAS
MUNICÍPIO DENADAS Saber, NOMIA DADE /
TUDE 1967) VISITAS VISITA
Caatinga
36-Ilha de Hiperxerófila 5 dias /
3.517 24 a
Cabrobó 08º44’S 39º42’W BShw’ Caatinga (Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Assunção ha 30/01/2005 semestrais
arbórea
arbustiva)
Caatinga 27/02 a
08º52’S 38º18’W Hiperxerófila 05/03/2005 5 dias /
37-Ico Mandantes Petrolândia 1540 ha BShw’ Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
(Caatinga 31/05 a semestrais
arbórea) 06/06/2005
27/02 a
38-Apolônio Caatinga 05/03/2005 5 dias /
Petrolândia 08º56’S 38º28’W 758ha BShw’ Caatinga 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
Sales Hiperxerófila 31/05 a semestrais
06/06/2005
Caatinga
Hiperxerófila 23 a
(Caatinga 28/07/2004 5 dias /
39-Barra Bonita Lagoa Grande 08º50’S 40º10’W 1000 ha BShs’ Caatinga arbórea 2 Ativa e passiva Amorim et al., 2007
arbustiva 30/08 a semestrais
e mata de 05/09/2004
galeria)
40-RPPN Caatinga
08º28’S Hiperxerófila 5 dias / Borges-Nojosa e
Cantidiano
Floresta 285 ha BShs’ Caatinga (Caatinga - 2 Ativa e passiva
Valgueiro 38º28’W semestrais Santos, 2005
arbórea
Carvalho Barros arbustiva)
Caatinga
41-RPPN
08º18’S Hiperxerófila 5 dias / Borges-Nojosa e
Reserva
Betânia 1480 ha BShs’ Caatinga (Caatinga - 2 Ativa e passiva
Ecológica 38º11’W semestrais Santos, 2005
arbórea
Mauricio Dantas
arbustiva)
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
7º52’S Caatinga
900000 Miranda, 1983;
42- Ouricuri Ouricuri 40º04’W BShs’ Caatinga 1983 - Mensal Ativa
Km2 Hiperxerófila Rodrigues, 2003
451m
43 - Região Metropolitana do Cordeiro e Hoge,
- - As’ Análise de animais de coleção, UFPE,BUTANTAN,USP
Recife 1973
253
Tabela VI: Espécies de serpentes com registro para o estado de Pernambuco, seguidas por notas de biogeografia, ecologia e taxonomia (Apêndice D).
2 - COLUBRIDAE
1- BOIDAE
TÁXON
4
1
13;15;21;35;39;42
Gomes, 19158;12;
Apostolepis cearensis
8;11;12;13;15;16;21;35;40
(Linnaeus, 1758)
Epicrates cenchria
12;15;16;26;30;35;40
(Linnaeus, 1758) 8;
Corallus hortulanus
3;15;16;21;26;31;35;40
Linnaeus, 17588;9;10;12;1
Boa constrictor
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
23
5
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
IV
III
II
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 254
TÁXON
10
5
16;21;26;30;35;39
1758)8;11;12;13;15;
natus (Linnaeus,
Chironius cari-
1;35;39;42
19968;11;12;13;15;16;21;3
Zaher,
Boiruna sertaneja
1896)13;15;16;35;40;42
lata (Boulenger,
Boiruna macu-
13;16;21;35;39
nandes, 19951;6;8;12;
Atractus potschi Fer-
Günther, 18588
Atractus maculatus
Apostolepis sp8
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
Mariz, 2004 (localidade indeterminada)
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
2
-
VIII
VII
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
IX
VI
X
255 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
TÁXON
16
15
14
13
12
11
1885)8;11;12;13;16;21; 26;30;39
(Boettger,
19268; 12;16;26;31;35; 39
Dipsa neivai Amaral,
vage, 1884)8;35
Dipsa albifrons (Sau-
21;26;30;39
1837)8;11;15;16;
(Schlegel,
dendrophis
Dendrophidion af.
31;35;42;39
(Wied, 1820)8;11;15;16;21;
Clelia plumbea
1803)8;11
Clelia clelia (Daudin,
!"#$%"&'()*+$,"%-*.&(
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
4
XVI
XIV
XIII
XV
XII
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
XI
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 256
TÁXON
22
21
20
19
18
17
Helicops sp8
15;27;31;40
1837)8;12;
dinus (Schlegel,
Helicops leopar-
;31;35;39
1758)8;15;27
latus (Linnaeus,
Helicops angu-
Echinantera sp.8
21;26;30;39
(Boie, 1827)8;12;16;
Drymarchon corais
Dipsa sp8
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
ARCOVERDE CAATINGA
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICO MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
2
XVIII
XXII
XXI
XIX
XX
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
257 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
TÁXON
27.
26.
25.
24.
23
13;15;21;27;30;35;39
1758)8;11;12;
(Linnaeus,
Liophis cobella
12;15;16;31;35;39
1824)8;9;
densis (Wagler,
Liophis alma-
26;30;35;39
1758)8; 11;12;15;16;21;
tulla (Linnaeus,
Leptophis ahae-
26;31; 35;39;42
1758)8;12;15;21;
lata (Linnaeus,
Leptodeira annu-
1758)8;11;15;26;31; 35;39
choa (Linnaeus,
Imantodes cen-
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETES
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
6
XXVII
XXVI
XXIV
XXV
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 258
TÁXON
32.
31.
30.
29.
28
;21;30;35;39
1820)8;12
fossatus (Raddi,
Mastigodryas bi-
1825)8;12; 15;30;35;39
logyrus (Wied,
Liophis poeci-
21;27;30;35;39
19728;12;15;16;
Lima-Verde,
roensis Hoge &
Liophis mosso-
15;16;21;27;35;39
1758)8;12;13;
ris (Linnaeus,
Liophis milia-
1758)8;11;15;26;31; 35;39
choa (Linnaeus,
Imantodes cen-
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CATÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
ARCOVERDE CAATINGA
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURÍ
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
1
XXXII
XXXI
XXIX
XXX
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
259 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
TÁXON
36.
35.
34.
33
6;21;31;35;39;42
18548;12;15;1
Bibron & Duméril,
minus Duméril,
Oxyrhopus trige-
5;21;31;35;39;42
18548;12;13;1
Bibron & Duméril,
bifer Duméril,
Oxyrhopus rom-
31;35;39;42
1758)8;21;
(Linnaeus,
Oxyrhopus petola
16;26;30;35;39;42
gler, 1824)8;11;12;15;
aeneus (Wa-
Oxybelis
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
1
2
XXXVI
XXXIV
XXXV
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 260
TÁXON
41.
40.
39.
38
37
1854)15;16;17;19;35
& Duméril,
(Duméril, Bibron
16;26;31; 35;39
ring, 1911)8;12;15;
neuwiedi (Ihe-
Sibyno-morphus
Pseudoboa nigra
16;26;30;35;39;42
rard, 1858)12;15;
tagoniensis (Gi-
Philodryas pa-
16;21;30;35;39;42
tein, 1823)8;11;12;15;
olfersii (Lichtens-
Philodryas
30;35;39;42
18708;12;15;16;21;
reri Steindachner,
Philodryas natte-
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICUI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
XXXVIII
XXXIX
XLI
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
XL
261 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
TÁXON
46.
45.
44.
43.
42
1860)12;15;31;35;40.
hypoconia (Cope,
Thamnodynastes
Ferreira, 20033;12
almae Franco &
Thamnodynastes
21; 30;35;39
1758)8;11;12;15;16;
(Linnaeus,
lanocephala
Tantilla me-
8;11; 12;21;26;30;35;39
(Linnaeus, 1758)
Spilotes pullatus
1803)8;15; 21;26;35;39;42
pressus (Daudin,
Siphlophis com-
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
7
XLIV
XLVI
XLIII
XLV
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 262
3 - ELAPIDAE
TÁXON
52.
51.
50.
49.
48.
47
1854)13; 15;21;35; 39;42
& Duméril,
(Duméril, Bibron
Micrurus frontalis
30;35;39
1824) 8;11;12;15;16;21;
merremii (Wagler,
Waglerophis
31;35;40;42
1787)8;12;15;16;
(Thunberg,
nastes strigilis
Thamnody-
sp8
Thamnodynastes
2005)12
& Silva-Júnior,
(Baailey, Thomas
tes sertanejo
Thamnodynas-
1758)8;12;15;21;31;35; 40
(Linnaeus,
nastes pallidus
Thamnody-
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
Cordeiro e Hoge, 1973 (localidade indeterminada)
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
ARCOVERDE CAATINGA
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICURI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
2
-
XLVIII
XLIX
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
LII
LI
263 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
4 -LEPTOTYPHLOPIDAE
56. smianus Vanzolini,
55.
54.
TÁXON
57. ata (Wied, 1825)11;
6 - VIPERIDAE
5 - TYPHLOPIDAE
15;26;31;35;40;42
Bothriopsis biline-
19768;9;12;15;35;39
Typhlops bronger-
(Linnaeus, 1758)8;11;13;42
Micrurus lemniscatus
12;15;16;21;30; 35;39;42
Micrurus ibiboboca
LOCALIDADES
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO TAPACURÁ
RESERVA ECOLÓGICA DE GURJAÚ
REFÚGIO ECOLÓGICO CHARLES DARWIN
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
MATA DO CIMNC
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS
RESERVA ECOLÓGICA DE CARNIJÓ
RESERVA ECOLÓGICA DE SALTINHO
ENGENHO TAPACURÁ
MATINHA
FREI CANECA
USINA SÃO JOSÉ
BREJOS DOS CAVALOS
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
FAZENDA BURITI
SERRA TALHADA
PESQUEIRA
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
CABROBÓ
AGRESTINA
GRAVATÁ
VICÊNCIA
TRIUNFO
SERTÂNIA
PETROLINA
CAATINGA
ARCOVERDE
GARANHUNS
TORITAMA
RIO DOCE
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
ILHA DE ASSUNÇÃO
ICÓ-MANDANTES
APOLÔNIO SALES
BARRA BONITA
RPPN C. V. CARVALHO BARROS
RPPN RES. ECOL. MAURICIO DANTAS
OURICRI
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
20
2
LVII
LIV
LVI
LIII
LV
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco 264
63.
61.
60.
TÁXON
BIOMA
TOTAL DE ESPÉCIES POR
12;13;15;16;21;31;35;40;42
Crotalus durissus
Wagler, 182421;31;35; 40
Bothrops neuwiedi
Ribeiro, 1915)15;42
Bothrops lutzi (Miranda-
LOCALIDADES
26 23 9
FLORESTA ATLÂNTICA
PARQUE ESTADUAL DOIS IRMÃOS
4
MATA DO CIMNC
6 10 14 2 13 1
TUDE
ALTI-
DE
JO
BRE-
1
3
FAZENDA BURITI
2
SERRA TALHADA
3
PESQUEIRA
5 11 12 2
VALE DO CATIMBAU
LIMOEIRO
FLORESTA
CARNAUBEIRA
5
CABROBÓ
3
AGRESTINA
3
GRAVATÁ
1
VICÊNCIA
3
TRIUNFO
6
SERTÂNIA
2
PETROLINA
2
ARCOVERDE CAATINGA
8
35
GARANHUNS
3
TORITAMA
2
RIO DOCE
2 16 1
EXU
ITAPETIM
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
8 11 11 8
BARRA BONITA
9
OURICRI
8 16
14
4
-
LXIII
LVIII
LXII
LXI
LIX
LX
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
265 !"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/)
266 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
*I-Cordeiro e Hoge, 1973; Cunha e Nascimento, 1981; Cunha e Nascimento, 1993; Ferreira et al., 2008; Freitas, 2003;
Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007; Hoge et al., 1976; Morais e Morais, 1987; Perrelli, 2007; Vanzolini et al.,
1980. II-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007; Henderson, 1997; Martins e Oliveira, 1998; Perrelli,
2007. III-Amaral, 1954; Assis et al., 1997; Cordeiro e Hoge, 1973; Cunha e Nascimento, 1993; Freire, 2001; Freitas,
2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007; Hoge et al., 1976; Vanzolini et al., 1980. IV-Cordeiro e Hoge, 1973;
Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. V-Guarnieri e Lira-Filho, 2003. VI-Perrelli, 2007; Perrelli et
al., 2007. VII-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas, 1999. VIII-Freitas, 2003; Mariz, 2004. IX-Cordeiro e Hoge,
1973; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. X- Hoge et al., 1976; Vanzolini
et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1982a; Cunha e Nascimento, 1982b; Cunha e Nascimento, 1993; Dixon et al., 1993;
Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007.XI-Cunha e Nascimento, 1982; Cunha e Nascimento, 1982b; Dixon et al., 1993;
Freitas, 2003. XII- Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003. XIII-Cunha e Nascimento, 1993; Zaher, 1996; Freitas, 2003;
Freitas e Silva, 2005. XIV-Cunha e Nascimento, 1978; Cunha e Nascimento, 1993; Martins e Oliveira, 1998; Freitas,
2003. XV-Argôlo, 2004; Freitas e Silva, 2005. XVI-Amaral, 1977; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XVII-Perrelli, 2007.
XVIII-Cordeiro e Hoge, 1973; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. XIX-Perrelli, 2007; Perrelli et al., 2007. XX-Cordeiro
e Hoge, 1973; Duellman, 1978; Cunha e Nascimento, 1981; Martins e Oliveira, 1998; Freitas, 2003. XXI-Cordeiro
e Hoge, 1973; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. XXII-Perrelli, 2007. XXIII- Cunha e
Nascimento, 1993; Nascimento e Lima Verde, 1989; Albuquerque e d’Agostini, 2000; Freitas, 2003. XXIV-Freitas,
2003. XXV-Cunha e Nascimento, 1993; Hoge et al., 1976; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003;Perrelli, 2007; Perrelli
et al., 2007. XXVI-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XXVII- Cordeiro e Hoge, 1973; Cunha
e Nascimento, 1976; Hoge et al., 1976; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003; XXVIII-Amaral, 1977; Vanzolini et
al., 1980; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003. XXIX-Cunha e Nascimento, 1970; Cunha e Nascimento, 1993;
Freitas, 2003. XXXI- Hoge e Lima-Verde, 1972; Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003;. XXX-
Amaral, 1977; Vanzolini et. al., 1980; Cordeiro e Hoge, 1973; Freitas, 2003. XXXII-Amaral, 1977; Cordeiro e Hoge,
1973; Freitas, 2003. XXXIII- Hoge et al. 1976; Amaral, 1977; Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Cunha e
Nascimento, 1993; Freitas, 2003. XXXIV-Amaral, 1977; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXXV- Cordeiro e Hoge,
1973; Amaral, 1977; Argôlo e Freitas, 2000; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXXVI-Cordeiro e Hoge, 1973; Hoge
et al., 1976; Vanzolini et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1983b; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XXXVII-Cordeiro
e Hoge, 1973; Amaral, 1977; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. XXXVIII- Cordeiro e Hoge,
1973; Amaral, 1977; Vanzolini et al., 1980; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XXXIX-Freitas,
2003; Mariz, 2004; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007; Z. M. B. de Morais Com. Pess. XL-Freitas, 2003; Freitas
e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XLI-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XLII- Martins e
Oliveira, 1998; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XLIII-Amaral, 1929; Amaral, 1977; Vanzolini et al., 1980; Cunha e
Nascimento, 1993; Yuki et al., 1997; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XLIV-Cordeiro e Hoge,
1973; Vanzolini et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. XLV-Freitas e Silva, 2007.
XLVI -Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. XLVII-Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980;
Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. XLVIII-Freitas e Silva, 2007. XLIX-Perrelli, 2007; Perrelli et al., 2007. LI-Cordeiro
e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Lira-Silva et al., 1994; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007. LII- Cordeiro e Hoge,
1973; Amaral, 1977; Vanzolini et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas
e Silva, 2007. L-Cordeiro e Hoge, 1973; Freitas, 2003. LIII-Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Freitas,
2003; Freitas e Silva, 2005; Perrelli, 2007. LIV-Cunha e Nascimento, 1982; Cunha e Nascimento, 1993. LV-Cordeiro e
Hoge, 1973; Rodrigues e Puerto, 1994; Freitas e Silva, 2007. LVI- Morais e Morais, 1987; Cunha e Nascimento, 1993;
Freire, 2001; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. LVII-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. LVIII-
Vanzolini et al., 1980; Cordeiro e Hoge, 1973; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007. LIX-Freitas,
2003; Mariz, 2004. LX-Freitas, 2003; Mariz, 2004. LXI-Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2005. LXII-Cordeiro e Hoge,
1973; Vanzolini et al., 1980; Cunha e Nascimento, 1982; Freitas, 2003; Freitas e Silva, 2007; Ferreira, et al., 2008.
LXIII- Cordeiro e Hoge, 1973; Vanzolini et al., 1980; Borges-Nojosa, 1991; Cunha e Nascimento, 1993; Freitas, 2003;
Freitas e Silva, 2005; Freitas e Silva, 2007.
Tabela VII - Espécies de jacarés com registro para o estado de Pernambuco, seguidas por notas sobre a distribuição
geográfica, a ecologia e a taxonomia (Apêndice E).
D. M. MATA
D. M. CAATINGA
ATLÂNTICA
LOCALIDADES
REFERÊNCIAS ADICIONAIS *
RESERVA LEGAL CARAÍBAS
SANTA MARIA DA BOA VISTA
RESERVA LEGAL BRÍGIDA
Nº DE LOCALIDADES COM
REGISTRO DA ESPÉCIE
ENGENHO TAPACURÁ
ILHA DE ASSUNÇÃO
USINA SÃO JOSÉ
PETROLÂNDIA
PESQUEIRA
FLORESTA
CABROBÓ
BETÂNIA
OROCÓ
TÁXON
1 - ALLIGATORIDAE
Caiman latirostris (Daudin,
1. 15 I
1802)8;12;14;15;16;19;20;35;38
Paleosuchus palpebrosus
2. 3 II
(Cuvier, 1807)8;15;35
TOTAL DE ESPÉCIES POR
2 1 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
LOCALIDADE
TOTAL DE ESPÉCIES POR
2 1
DOMÍNIO MORFOCLIMÁTICO
*I - Dixon e Soini, 1977; Gorzula, 1978; Diefenbach, 1979; Ferguson e Joanen, 1982; Schaller e Crawshaw, 1982;
Medem, 1983; Groombridge, 1987; Morais e Morais, 1987; Webb et al., 1987. Verdade e Kassouf-Perina, 1993;
Verdade, 1997; Verdade, 1998; Melo, 2002; Guarnieri e Lira-Filho, 2003; II- Medem, 1953; Medem, 1967; Medem,
1983; Rebelo e Louzada, 1984; Magnusson et al., 1987; Scott et al., 1990; Thorbjarnarson, 1992; Moura G.J.B. e
Freire, E.M.X. Com. Pess.
268 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Tabela VIII - Espécies de répteis com registro de exposição em cativeiros legalmente autorizados no estado de
Pernambuco.
PARQUE
ZOOLÓGICO PARQUE
ESTADUAL
MELO ZOO-
TÁXON DOIS
VERÇOSA BOTÂNICO
IRMÃOS
(VITÓRIA) (PETROLINA)
(RECIFE)
CHELONIA
1-Chelidae
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812)
Mesoclemmys tuberculata (Luederwaldt 1926)
2-Emydidae
Trachemys scripta Schoepff, 1792*
3-Kinosternidae
Kinosternon scorpioides Linnaeus, 1758
4-Podocnemididae
Podocnemis expansa (Schweigger, 1812)*
Podocnemis unifilis Troschel, 1848*
5-Testudinidae
Chelonoidis carbonaria (Spix, 1824)
SQUAMATA
6-Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758)
7-Teiidae
Tupinambis merianae (Linnaeus, 1758)
8-Colubridae
Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758)
9-Boidae
Boa constrictor Linnaeus, 1758
Corallus hortulanus (Linnaeus, 1758)
Epicrates cenchria (Linnaeus, 1758)
Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) *
Python morullus Linnaeus 1758 *
Python reticullatus Schneider, 1801*
CROCODYLIA
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 269
PARQUE
ZOOLÓGICO PARQUE
ESTADUAL
MELO ZOO-
TÁXON DOIS
VERÇOSA BOTÂNICO
IRMÃOS
(VITÓRIA) (PETROLINA)
(RECIFE)
10-Alligatoridae
Caiman latirostris (Daudin, 1802)
Paleosuchus palpebrosus (Cuvier, 1807)
TOTAL 21 7 3
*Espécie exótica.
APÊNDICE A
APÊNDICE B
APÊNDICE C
APÊNDICE D
APÊNDICE E
Referências
ACUÑA-MESÉN, R.A. Variación morfometrica y características ecológicas del habitat de la tortuga candado
Kinosternon scorpioides en Costa Rica (Chelonia, Kinosternidae). Revista Brasileira de Biologia, v. 54,
n. 3, p. 537- 547, 1994.
ACHÁVAL, F.; MARÍN, Y. H.; BAREA, L. C. Captura incidental de tortugas com palangre pelagico oceanico
en el Atlântico sudoccidental. In: ARENA, G.; REY M. (Ed.). Captura de grandes peces pelagicos (pez
espada y atunes) en el Atlantico Sudoccidental, y su interacción con otras problaciones. Montevideo,
Uruguay: Instituto Nacional de Pesca, Programa de las Naciones Unidas para el Desarrollo, 2000. p. 83-88.
ALVES, A. G. C.; SOUTO, F. J. B.; LEITE, A. M. Etnoecologia dos Cágados-d’água Phrynops spp.
(Testudinomorpha:Chelidae) entre Pescadores Artesanais no Açude Bodocongó, Campina Grande,
Paraíba, Nordeste do Brasil. Sitientibus Série Ciências Biológicas, v. 2, n. 1/2, p. 62-68, 2002.
AMARAL, A. Revisão do gênero Spilotes Wagler, 1830. Mem. Inst. Butantan, v. 4, p. 3-33, 1929.
AMARAL, A. Estudos sobre lacertílios neotropicais. 4 - Lista Remissiva dos Lacertílios do Brasil. Memórias
do Instituto Butantan, v. 11, p. 167-204, 1937.
ARAUJO, A. F. B. Partilha de recursos em uma guilda de lagartos de restinga (Sauria). 1985. 113 p.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biologia. Universidade Estadual de Campinas, Campinas (SP), 1985.
ARAUJO, A. F. B. Structure of a white sand-dune lizard community of coastal Brazil. Revista Brasileira de
Biologia, v. 51, n. 4, p. 857-865, 1991.
ASSIM, V. B.; COTTA, G. A.; CARMO, L. S.; SANTOS, E. J. Flora bacteriana de serpentes Epicrates
cenchria (Ophidia, Boidae). Bios, Cadernos do Departamento de Ciências Biológicas da PUC Minas,
v. 5, n. 5, p. 53-60, 1997.
!"#$%& '()& *+ ,#-./#"0''%& 1()& "22"+'3%& $()& '45. ##%& 6(& 1(& $789& :;9<78=& >?;& @AB7?C& D9@>E7AF& 7?&
juvenile loggerhead sea turtles (Caretta caretta). Marine Biology, v. 143, p. 211-220, 2003.
AVENS, L.; LOHMANN, K. J. Navigation and seasonal migratory orientation in juvenile sea turtles. Journal
of Experimental Biology, v. 13, p. 1.771-1.778, 2004.
ÁVILA-PIRES, T. C. S. Lizards of Brazilian Amazonia (Reptilia: Squamata). Zool. Verh., Leiden, v. 299, p.
1-1.706, 1995.
276 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
BALAZAS, G. H. Growth rates of immature green turtles in Hawaiian Archipelago. In: BJORNDAL, K. A.
(Ed.). Biology and conservation of sea turtles. Washington, DC: Smithsonian Institution Press, 1982. p.
117-125.
BALAZANS, G. H.; DUDLEY, W. C.; HALLACHE L. E.; CONEY, J. P.; KOGA, S. K. Ecology and cultural
G7C?7:/>?/9& AH& G9>& 8IF8<9G& >8& 2I?><II& 5>J>77(& 0?K& *14+#L '%& 6(& ()& *4'M"#%& (& *()& 145#$4#%& L(& ()&
ELIAZAR, P. J. (Comp.). Proceedings of the Fourteenth Annual Symposium on Sea Turtle Biology and
Conservation. Miami, Florida, USA: NOAA Technical Memorandum NMFS-SEFSC-351, 1994. p. 10-13.
BANE, G. First report of a loggerhead sea turtle from Alaska. Mar. Turtle Newsl., v. 58, p. 1-2, 1992.
BERGALLO, H. G.; ROCHA, C. F. D. Spatial and trophic niche diferentiation in two sympatric lizards
(Tropidurus torquatus and Cnemidophorus ocellifer) with different foraging tactics. Australian Journal of
Ecology, v. 19, p. 72-75, 1994.
BEYNON, P. H.; COOPER, J. E. Manual of exotic pets. Barcelona: British Small Animal Veterinary
Association, 1994. p. 224,
BINCKLEY, C. H.; SPOTILA, J. R.; WILSON, K. S.; PALADIONO, F. V. Sex determination and sex determination
AH&2>/7:/&<9>8@9FD>/N&8IF8<9G%&Dermochelys coriacea. Copeia, v. 1998, n. 2, p. 291-300, 1998.
BLEAKNEY, J. S. Reports of marine turtles from New England and Eastern Canada. Canadian Field-
Naturalist, v. 79, p. 120-128, 1965.
BOLTEN, A. B.; BJORNDAL, K. A.; MARTINS H. R.; DELLINGER, T.; BISCOTIO, M. J.; ENCALADA, S. E.;
BOWEN, B. W. Transatlantic developmental migrations of loggerhead sea turtles demonstrated by mtDNA
sequence analysis. Ecological Applications, v. 8, p. 1-7, 1998.
BOULON, R. H.; FRAZER, N. B. Growth of wild juvenile Caribean green turtles, Chelonia mydas. Journal
of Herpetology, v. 24, p. 441-445, 1990.
BRAMBLE, D. M.; HUTCHISON, J. H.; LEGLER, J. M. Kinosternid shell kinesis: structure, funtion and
evolution. Copeia, Lawrence, n. 2, p. 456-475, 1984.
BRITO, F. L. C.; MAIA, F. R. C. L.; FRANÇA, L. M. O.; ALBUQUERQUE, A. R.; SANTOS, R. O. M.;
CAVALCANTI, M. A. M. GUIMARÃES, E. S. Fibropapillomatosis and Multiple Fibromas in a Green Turtle
from the south Coast of Pernambuco State, Brazil. Marine Turtle Newsletter, n. 106, p. 12, 2004.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 277
CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. S.; SILVA, G. L.; MUNIZ, S. L. S. Herpetofauna do campus da Unidade
Acadêmica de Serra Talhada, UAST/UFRPE, Sertão do Pajeú, Pernambuco. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE HERPETOLOGIA, 3., 2007, Belém. Anais... Belém-PA, 2007.
CARLETON, M. D.; OLSON, S. L. Amerigo Vespucci and the rat of Fernando de Noronha: a new
genus and species of Rodentia (Muridae: Sigmodontinae) from a volcanic island of Brazil’s continental
shelf. American Museum Novitates, v. 3256, p. 1-59, 1999.
CARR, A. F. The Ascension Island green turtle colony. Copeia, v. 1975, p. 547-555.
CARR, M. H.; MEYLAN, A. B. The ecology and migrations of sea turtles, 7. The West Caribbean green turtle
colony. Bulletin of the American Museum of Natural History, v. 162, n. 1, p. 1-46, 1978.
CARR, A. New Perspectives on the Pelagic Stage of Sea Turtle Development. Conservation Biology 1:103-
121, 1987.
CHAN, E. H.; LIEW, H. C. Incubation temperatures and sex ratios in Malaysian leatherback turtles
Dermochelys coriacea. Biological Conservation, v. 74, p. 169-174, 1995.
COGGER, H. G. Reptiles and Anphibians of Australia. Chastwood, New South Wales: Reed Books,
1996.
COLLI, G. R. Reproductive ecology of Ameiva ameiva (Sauria, Teiidae) in the Cerrado of Central Brasil.
Copeia, v. 1991, n. 4, p. 1.002-1.012.
COLLI, G. R.; JUNIOR, P. A. K. ; ZATZ, M. G. Foraging mode and reproductive seasonality in tropical
lizards. Journal of Herpetology, v. 31, n. 4, p. 490-499, 1997.
COLLI, G. R.; BASTOS, R. P.; ARAÚJO, A. F. B. The character and dynamics of the Cerrado herpetofauna.
In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (Ed.). The Cerrados of Brazil: Ecology and Natural History of a
Neotropical Savanna. New York, NY: Columbia University Press, 2002. p. 223-241.
COLLI, G. R.; ACCACIO, G. M.; ANTONINI, Y.; CONSTANTINO, R.; FRANCESCHINELLI, E. V.; LAPS, R. R.;
SCARIOT, A.; VIEIRA, M. V.; WIEDERHECKER, H. C. A fragmentação dos ecossistemas e a biodiversidade
brasileira: uma síntese. In: RAMBALDI, D. M.; OLIVEIRA, D. A. S. (Ed.). Fragmentação de ecossistemas:
causas, efeitos sobre a biodiversidade e recomendações de políticas públicas. Brasília: MMA/SBF, 2003.
p. 317-324.
COLLI, G. R.; CALDWELL, J. P.; COSTA, G. C.; GAINSBURY, A. M.; GARDA, A. A.; MESQUITA, D. O.;
FILHO, C. M. R.; SOARES, A. H. B.; SLVA, V. N.; VALDUJO, P. H.; VIEIRA, G. H. C.; VITT, L. J.; WERNECK,
F. P.; WIEDERHECKER, H. C.; ZATZ, M. G. A new species of Cnemidophorus (Squamata, Teiidae) from the
Cerrado biome in Central Brazil. Occasional Papers Sam Noble Oklahoma Museum of Natural History,
v. 14, p. 1-14, 2003.
CUNHA, O. R. II - Lacertílios da Amazônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoologia,
n. 39, p. 1-189, 1961.
CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. Liophis miliaris (Linneu, 1758) na Amazônia
norte oriental (Território Federal do Amapá). (Ophidia: Colubridae). Boletim do Museu Paraense Emílio
Goeldi, Série Zoologia, n. 79, p. 1-6, 1970.
CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. IX - O Gênero Liophis Wagler, 1830, na região
leste do Pará (Ophidia, Colubridae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série. Zoologia, n. 85,
p. 1-32, 1976.
CUNHA, O. R. Lacertílios da Amazônia. VII - Lagartos da região norte do território federal de Roraima,
Brasil (Lacertilia: Gekkonidae, Iguanidae, Scincidae e Teiidae). Boletim do Museu Paraense Emílio
Goeldi, Série. Zoologia, n. 107, p. 1-25, 1981.
CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. As espécies de Oxyrhopus Wagler, com uma
subespécie nova, e Pseudoboa Schneider, na Amazônia oriental e no Maranhão (Ophidia: Colubridae).
Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoologia, n. 122, p. 1-42, 1983b.
CUNHA, O. R.; NASCIMENTO, F. P. Ofídios da Amazônia. As cobras da região leste do Pará. Boletim do
Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Zoologia, v. 9, n. 1, 202 p., 1993.
DE CASTILHOS, J. C.; TIWARI, M. Preliminary Data and Observations from an Increasing Olive Ridley
Population in Sergipe, Brazil. Marine Turtle Newsletter, n. 113, p. 6-7, 2006.
DIAS, E. J. R.; LIRA-DA-SILVA, R. Utilização dos recursos alimentares por quatro espécies de lagartos
(Phyllopezus pollicaris, Tropidurus hispidus, Mabuya macrorhyncha e Vanzosaura rubricauda) da Caatinga
(Usina Hidrelétrica de Xingó). Brazilian Journal of Ecology, v. 2, p. 97-101, 1998.
DIEFENBACH, C. O. Ampularid gastropods: Staple food of Caiman latirostris. Copeia, p. 162-163, 1979.
DIXON, J. R.; SOINI, P. The reptiles of upper Amazon basin, Iquitos region, Peru. Contributions in Biology
and Geology, v. 12, p. 1-91, 1977.
DIXON, J. R.; WIEST-JR, J. A.; CEI, J. M. Revision of the Neotropical snake genus Chironius Fitzinger
(Serpentes, Colubridae). Museo Regionale di Scienze Naturali, Torino, p. 1-279, 1993.
DODD, C. Synopsis of the biological data on the loggerhead sea turtle Caretta caretta (Linnaeus 1758).
U.S. Fish and Wildlife Service Biol. Report, v. 8, n. 14, p. 1-110, 1988.
DUTTON, P. H.; BOWEN, B. W.; BARRAGAN, A.; DAVIS, S. K. Global phylogeography of leatherback turtle
(Dermochelys coriacea). Journal of Zoology, v. 248, p. 397-409, 1999.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 279
ECKERT, S. A. Perspectives on the use of satellite telemetry and other electronic technologies for the study
AH&B>F7?9&8IF8<9G%&J78@&F9H9F9?/9&8A&8@9&:FG8&=9>F-<A?C&8F>/N7?C&AH&<9>8@9FD>/N&G9>&8IF8<9G(&0?K&"22"+'3%&$(&
P.; BRAUN, J. (Ed.). Proceedings of the Seventeenth 21 Annual Sea Turtle Symposium. NOAA Technical
Memorandum NMFS-SEFC-415, Miami, 1998. p. 294.
ERNST, C. H.; BARBOUR, R. W. Turtles of the World. Washington: Smithsonian Institution Press, 1989.
ERNST, C. H.; BARBOUR, R. W.; LOVICH, J. Turtles of the United States and Canada. Washington and
London: Smithsonian Institution Press, 1994.
ETHERIDGE, R. A review of the iguanid lizard genera Uracetron and Strobilurus. Bulletin of the British
Museum of Natural History, v. 17, n. 2, p. 47-64, 1968.
ETHERIDGE, R. A review of the iguanid lizard genus Enyalius. Bulletin of the British Museum of Natural
History, v. 18, n. 8, p. 233-260, 1969.
e a5g#-M"+h#%& ()&!4^M%&+(&a()&^4."i%&.(&e(&$(&eAA;&@>D78G&AH&>?&>GG9BD<>C9&AH&:E9&G]9/79G&AH&8IF8<9G&
in the Rio Guaporé, Rondônia, Brazil. Journal of Herpetology, v. 29, p. 536-547, 1995.
FERGUNSON, M. W.; JOANEN, T. Temperature of egg incubation determines sex in Alligator mississipensis.
Nature, v. 296, p. 850-853, 1982.
FERRAREZZI, H.; FREIRE, E. M. X. New species of Bothrops Wagler, 1824 from the Atlantic Forest of
Northeastern Brazil (Serpentes, Viperidae, Crotalinae). Boletim do Museu Nacional, Nova Série, Zoologia,
n. 440, p. 1-10, 2001.
FITZGERALD, L. A. Tupinambis lizards and people: a sustenable use approach to conservation and
development. Conservation Biology, v. 8, n. 1, p. 12-15, 1994.
FITZGERALD, L. A.; PORINI, G.; LICHTSCHEIN, V. El manejo de Tupinambis em Argentina: historia, estado
actual y perspectivas futuras. Interciencia, v. 19, n. 4, p. 166-170, 1994.
e+"0+"%& "(& .(& k(& "G8I;A& 9/A<cC7/A& 9& lAAC9ACFO:/A& GADF9& >& H>I?>& ;9& <>C>F8AG& Q$>IF7>S& ;>G& ;I?>G& ;9&
Natal, Rio Grande do Norte, e da Restinga de Pontas de Campinas, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, v. 13, n. 4, p. 903-921, 1996.
FREIRE, E. M. X. Espécie nova de Coleodactylus Parker, 1926, das dunas de Natal, Rio Grande do Norte,
Brasil, com notas sobre suas relações e dicromatismo sexual no gênero (Squamata, Gekkonidae). Boletim
do Museu Nacional, n. 399, p. 1-14, 1999.
FREIRE, E. M. X. ;"FI")%,B"N' O&P"("F%&N' =%2 +)%*&* ' ' ;"()%* +&,- )' Q""$ "$+/0!&)' )"A+ ' &'
Fauna de Largatos e Serpentes de Remanescentes da Mata Atlântica no Estado de Alagoas, Brasil.
2001. 143 p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2001.
FREITAS, M. A. Serpentes da Bahia e do Brasil. Feira de Santana, Bahia: Ed. Dall, v. 1, 1999. 80 p.
FREITAS, M. A.; PAVIE, I. Guia de Répteis da Região Metropolitana de Salvador e Litoral Norte da
Bahia. Lauro de Freitas Babia, BA: Malha-de-Sapo-Publicações, 2002. 72 p.
FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S. A Herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina. Pelotas, RS: Ed. Useb,
2005.
SILVA JUNIOR, N. J.; SITES JUNIOR, J. W. Patterns of diversity of neotropical squamata reptile species with
emphasis on the brazilian amazon and the conservation potential of indigenous reserves. Conservation
Biology, v. 9, n. 4, p. 873-901, 1995.
GALLAGHER JUNIOR. D. S.; DIXON, J. R. Taxonomic revision of the South American lizard genus Kentropyx
Spix (Sauria: Teiidae). Bolletino del Museo Regionale di Scinze Naturali –Torino, v. 10, n. 1, p. 125-171,
1992.
GODFREY, M. H., BARRETO, R.; MROSOVSKY, N. Metabolically – generated heat of developing eggs and
its potentials effect on sex ratio of sea turtle hatchlings. Journal of Herpetology, v. 31, n. 4, p. 616-619,
1997.
GORZULA, S. J. An ecological study of Caiman crocodilus inhabiting savanna Lagoons in the Venezuelan
Guayana. Oecologia, v. 35, p. 21-34, 1978.
GROOMBRIDGE, B. The IUCN Anphibian-Reptilia red data book part 1. IUCN Switzerland, 1982.
GROOMBRIDGE, B. The distribution and status of world crocodilians. In: WEBB, G. J. W.; MANOLIS, S. C.;
WHITEHEAD, P. J. (Ed.). Wildlife management: crocodiles and alligators. Chipping Norton: Surrey Beatty
and Sons, 1987.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 281
GUIMARÃES, E. S.; SILVA, A. C.; COSTA, V. P. Monitoramento de desovas de tartaruga marinha Eretmochelys
imbricata em praias urbanas de Ipojuca/PE. In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.
Garanhuns/PE.
GUIX, J. C.; SALVATTI, M.; PERONI, M. A.; LIMA-VERDE, J. S. Aspectos da reprodução de Phrynops
geoffroanus (Schweigger, 1812) em cativeiro (Testudines, Chelidae). Grupo de Estudos Ecológicos,
Série Documentos, n. 1, p. 1-19, 1989.
HAYS, G. C.; METCALFE, J. D.; WALNE, A. W. The implications of lung regulated buoyancy control for dive
depth and duration. Ecology, v. 85, n. 4, p. 1.137-1.145, 2004.
HENDERSON, R. W. A Taxonomic Review of the Corallus hortulanus Complex of Neotropical Tree Boas.
Caribbean Journal of Herpetology, v. 33, n. 3/4, p. 198-221, 1997.
HIRTH, H. F. Synopsis of the biological data on the green turtle Chelonia mydas. Washington, DC: Fish
and Wildlife Service U.S., Dept. of the Interior, 1997.
HOGE, A. R. Um novo lagarto da Ilha da Queimada Grande. Memórias do Instituto Butantan, v. 19, n.
43, p. 241-248, 1946.
HOGE, A. R.; LIMA-VERDE, J. S. Liophis mossoroensis nov. sp. do Brasil (Serpentes: Colubridae). Mem.
Inst. Butantan, n. 36, p. 215-220, 1972.
HOGE, A. R.; ROMANO, S. A. W. D. L.; CORDEIRO, C. L. Contribuição das serpentes do Maranhão, Brasil
(Serpentes: Boidae, Colubridae e Viperidae). Mem. Inst. Butantan, n. 41, p. 37-52, 1976.
HOGE, A. R.; ROMANO, S. A. W. D. L.; CORDEIRO, C. L. Contribuição das serpentes do Maranhão, Brasil
(Serpentes: Boidae, Colubridae e Viperidae). Mem. Inst. Butantan, n. 41, p. 37-52, 1976.
JACKSON, J. F. Differentiation in the genera Enyalius and Strobilurus (Iguanidae): implications for
pleistocene climatic changes in eastern Brazil. Arquivos de Zoologia, v. 30, n. 1, p. 1-79, 1978.
LEMA, T. Apreciação geral sumária sobre os répteis do Estado de Pernambuco e adjacências. Recife,
1969. 9 p.
LIMPUS, C. J.; MILLER, J. D.; BAKER, V.; McLCHLAN, E. The Hawksbill turtle, Eretmochelys imbricata (L.),
in North-Eastern Australia: the Campbell Island Rookery. Australian Wildlife Research, v. 10, p. 185-197,
1983.
LIMPUS, C. A study of the loggerhead sea turtle, Caretta caretta in eastern Australia. Dissertation
(Ph.D.) – University of Queensland, St. Lucia, Australia, 1985.
LIMPUS, C. J. The Hawksbill turtle Eretmochelys imbricate in Queensland: Population structure within a
southern Great Barrier Reef breeding ground. Wildlife Research, v. 19, p. 489-506, 1992.
LIMPUS, C.; CHALOUPCKA, M. Nonparametric regression modelling of green sea turtle growth rates
(southern Great Barrier Reef). Marine Ecology Progress Series, v. 149, p. 23-34, 1997.
282 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
LUEDERWALDT, H. Os chelônios brasileiros com a lista das espécies do Museu Paulista. Revista do
Museu Paulista, v. 14, p. 405-468, 1926.
MAGNUSSON, W. E.; DA SILVA, E. V.; LIMA A. P. Diets of Amazonian crocodiles. Journal of Herpetology,
v. 2, p. 85-95, 1987.
MARTINS, M.; OLIVEIRA, M. E. Natural history of snakes in forests of the Manaus Region, Central
Amazonian, Brazil. Herpetological Natural History, Riverside, v. 6, n. 2, p. 78-150, 1998.
MAUSFELD, P.; SCHMITZ, A.; BOHME, W.; MISOF, B.; VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Phylogenetic
!"#$%$&'()!(Mabuya atlantica Schmidt, 1945, endemic to the Atlantic Ocean archipelago of Fernando de
Noronha (Brazil): Necessity of partitioning the genus Mabuya Fitzinger, 1826 (Scincidae: Lygosominae).
Zoologischer Anzeiger, v. 241, p. 281-293, 2002.
McNAIR, D. B. Population estimate, habitat associations and conservation of the St. Croix ground lizard
Ameiva polops at Protestant Clay, United States Virgin Islands. Caribbean Journal of Science, v. 39, n.
1, p. 94-99, 2003.
*+,+*-( ./( 0#!)12&( ')31&( 1&4%$5&'( 6)5)23$ #)'( 789/( :3'&1; 6$)#&'( ')31&( 5 ( <$'%1$3=6$>#( ?&)?1@"6 ( A(
ecologia de la tortuga Phrynops geoffroana ssp. Em Colombia. Novedades Colombianas, v. 1, p. 291-
300, 1960.
MEDEM, F. El Gênero Paleosuchus palpebrosus em Amazônia. Atas do simpósio sobre a biota amazônica
(Limnologia), p. 141-162, 1967.
MEDEM, F. Los Crocodylia de Sur América. Bogotá: Ed. Carrera, v. 2, 1983. 270 p.
MELO, M. T. Q. Dieta do Caiman latirostris no sul do Brasil. In: VERDADE, L. V.; LARRIERA, A. Conservação
e manejo de jacarés e crocodilos da América Latina. Piracicaba: C. N. Editora, v. 2, 2002. p. 119-125.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 283
MENDONÇA, S.; DIAS JUNIOR, L. F.; CAVALCANTE, J. D.; MOURA, G. J. B.; VALENCA, R. B.;
FERNANDES, M. L. B. Diversidade e Distribuição Espacial da família Tropiduridae em Remanescente
de Mata Atlântica, PE. In: ENCONTRO NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., 2007. Anais… Recife:
Universidade de Pernambuco, 2007.
MEYLAN, A.; BJORNDAL, K. (Ed.). Biology and Conservation of Sea Turtles. Washington, DC:
Smithsonian Institution Press, 1982. p. 91-100.
MEYLAN, A. S. B.; MOSIER, A. Sea turtle nesting activity in the state of Florida, 1979-1992. Fla. Mar. Res.
Publ., n. 52, 1995.
MEYLAN, A. B.; SCHROEDER, B.; MOSIER, A. Sea turtle nesting activity in the state of Florida, 1979-1992.
Fla. Mar. Res. Publ., v. 52, p. 1-51, 1995.
*+BCDE-( D/( F/G( ,:EE+CCB-( */( H% %='( I='%$"6 %$)#( !)1( %J&( 5$'%$#?( )!( %J&( J KL'3$55( %=1%5&( 7Eretmochelys
imbricata) as critically endangered on the 1996 IUCN red list of threatened animals. Chelonian
Conservation and Biology, v. 3, p. 200-224, 1999.
MILLER, J. D.; DOBBS, K. A.; LIMPUS, C. J.; MATTOCKS, N.; LANDRY, A. M.; Long distance migrations by
hawksbill turtle, Eretmochelys imbricate, from north-eastern Autralia. Wildlife Research, v. 25, p. 89-95,
1998.
MIRANDA, A. F. J.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Répteis
da Fazenda Saco, Serra Talhada/PE, indicadores de conservação. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008, Recife.
MIRANDA, A. F. J.; SILVA, G. L.; MUNIZ, S. L. S.; CAMPOS, T. F.; ALMEIDA, G. V. L.; SANTOS, E. M. Répteis
da Fazenda Saco, Serra Talhada/PE, indicadores de conservação. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E
MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. Anais... UFRPE, Recife, 2008.
MOLINA, F. B. Mating behavior of captive Geoffroy’s side-necked turtles, Phrynops geoffroanus (Testudines:
Chelidae). Herpetological Natural History, v. 4, p. 155-160, 1996.
MOLINA, F. B.; ROCHA, M. B.; LULA, L. A. B. M. Comportamento alimentar e dieta de Phrynops hilarii
(Duméril & Bibron) em cativeiro (Reptilia, Testudines, Chelidae). Revista Brasileira de Zoologia, v. 15, p.
73-79, 1998.
MONTEIRO, L. P.; DIEFENBACH, C. O. C. Thermal regime of Phrynops hilarii (Reptilia, Chelonia). Boletim
de Fisiologia Animal, São Paulo, v. 11, p. 41-50, 1987.
MONTE-NÁJERA, J.; BRENES, B. M. Notes on Feeding Behavior of a Juvenile Mud Turtle Kinosternon
scorpioides. Herpetological Review, v. 18, n. 1, p. 7-8, 1987.
MORAIS, Z. M. B.; MORAIS, J. B. Lista preliminar de répteis da Estação Ecológica do Tapacurá, Pernambuco.
In: ENCONTRO DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 5., 1987. Anais... Teresina, 1987. p. 247-256.
!"#$%&' ()' )' *)+' #, -$.#&' #)' /)' !0' 12324560' 73842960' :6' ;<9=>?' 9?' @4?=' ;4=05<AB6' 9?' ,=0C62'
(1624-1627) com ocorrência para o Estado de Pernambuco. In: HERPETOFAUNA DO ESTADO DE
PERNAMBUCO. 2009.
MOTT, T.; RODRIGUES, M. T.; SANTOS, E. M. A new Amphisbaena with chevron-shaped anterior body
annuli from state of Pernambuco: Brazil (Squamata: Amphisbaenidae). Zootaxa (Auckland), v. 2.165, p.
52-58, 2009.
OREN, D. C. Resultados de uma nova expedição zoológica a Fernando de Noronha. Boletim do Museu
Paraense Emilio Goeldi, Zoologia, v. 1, p. 19-44, 1984.
MORREALE, S. J.; STANDORA, E. A.; SPOTILA, J. R.; PALADINO, F. V. Migration corridor for sea turtles.
Nature, v. 384, p. 319-320, 1996.
SWINGLE, M.; RANKIN-BARANSKY, K.; TEAS, W.; WITZELL, W. M.; DUTTON, P. H. Natal homing in
juvenile loggerhead turtles. Molecular Ecology, v. 13, p. 3.797-3.808, 2004.
MUNIZ, S. L. S.; SILVA, G. L.; ALMEIDA, G. V. L.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista de répteis do Vale
do Catimbau – Buíque/PE, com duas novas ocorrências de lagartos para Pernambuco. In: ENCONTRO
DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008. UFRPE, Recife. Anais...
MUNIZ, S. L. S.; LIMEIRA, G.; ALMEIDA, G.; CAMPOS, T. F.; SANTOS, E. M. Lista de répteis do Vale do
Catimbau – Buíque/PE, com duas novas ocorrências de lagartos para Pernambuco. In: ENCONTRO DE
HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA EM PERNAMBUCO, 1., 2008.
MUSICK, J. A.; LIMPUS, C. J. Habitat utilization and migration in juvenile sea turtles. In: LUTZ, P. L.;
MUSICK, J. A. (Ed.). The Biology of Sea Turtles. Boca Raton: CRC Press, 1997. p. 137-163.
!"#$%& '()* +,* -,.* /$%!01&23&)* 4,* ",* (5677895:;* <=* 6>?<:6@* <=* ;AB:=9C=@* D67=@C;:@* =A* =95E;F=@*
de matas úmidas do Ceará (Ophidia: Colubridae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Sérir
Zoologia, v. 5, n. 1, p. 95-100, 1989.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 285
NASCIMENTO, N.; SPENCER, P. J.; ANDRADE JUNIOR, H. F.; GUARNIERI, M. C.; ROGERO, J. R. Effects
of gamma radiations on snakes venoms. Radiation Physics and Chemistry, USA, v. 52, p. 665-669, 1998.
PERRELLI, R. B.; ALBERTIM, K. M.; SOARES, F. A. M.; MENDONÇA, S.; MOURA, G. J. B.; FERNANDES,
%,*/,*I,*$9F=9CH7:6*<;*(M<:6>;S9;*=A*2=A;9=@5=9C=*<=*%;C;*!CEY9C:5;)* 67<=@C=)*I7;@:E,*$9Z*& #( '2(*
NORDESTINO DE ZOOLOGIA, 16., 2007. Anais... Recife: Universidade de Pernambuco, 2007.
PLOTKIN, T. R. A.; BYLES, D. C.; ROSTAL, D.; OWENS, D. W. Independent versus socially facilitated
oceanic migrations of the olive ridley, Lepidochelys olivacea. Marine Biology, v. 122, p. 137-143, 1995.
POLOVINA, J. J.; HOWELL, E.; PARKER, D. M.; BALAZS, G. H. Dive-depth distribution of loggerhead
(Caretta caretta) and olive ridley (Lepidochelys olivaceaX*@=;*CS7CE=@*:9*CW=*5=9C7;E* 67CW*-;5:M5Z*A:LWC*<==[*
longline sets catch fewer turtles? Fisheries Bulletin, v. 101, n. 1, p. 189-193, 2003.
POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Herpetology,
3.ed. New Jersey: Ed. Prentice-Hall, 2003.
PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da Conservação. Edição Única. Londrina: Ed. Efraim
Rodrigues, p. 327, 2001.
PRITCHARD, P. The leatherback or leathery turtle, Dermochelys coriacea. IUCN Monogr, v. 1, 39 p., 1971.
REBEL, T. Sea turtles and the turtle industry of the West Indies, Florida and the Gulf of Mexico. Miami:
Univ. Miami Press, 1974.
ROCHA, C. F. D.; DUTRA, G. F.; VRCIBRADIC, D.; MENEZES, V. A. The terrestrial reptile fauna of the
Abrolhos archipelago: species list and ecological aspects. Brazilian Journal of Biology, v. 62, n. 2, p.
285-291, 2002.
RODRIGUES, M. T.; YONENEGA-YASSUDA, Y.; KASAHARA, S. Notes on the ecology and karyotypic
description of Strobilurus torquatus (Sauria: Iguanidae). Revista Brasileira de Genética, v. 12, n. 4, p.
747-759, 1989.
RODRIGUES, M. T. Os lagartos da Mata Atlântica brasileira: distribuição atual e pretérita e suas implicações
para estudos futuros. Simpósio sobre ecossistemas da costa sudeste brasileira – estrutura, manejo
e função. Publicação ACIESP. São Paulo: Academia de Ciências do Estado de São Paulo, 1990. p. 404-
410.
RODRIGUES, M. T. Lizards, snakes and amphisbaenians of the quaternary sand dunes of the Rio São
Francisco: Bahia: Brazil. Journal of Herpetology, Estados Unidos, v. 30, n. 4, p. 513-523, 1996.
RODRIGUES, M. T. A new species of Mabuya (Squamata: Scincidae) from the semiarid Caatingas of
northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, v. 41, n. 21, p. 313-328, 2000.
2(32$R\&")* %,* ',* +;S9;* <=* 7^[C=:@* =* ;9>?B:6@* <;@* 5;;C:9L;@,* !F;E:;TK6* =* :<=9C:M5;TK6* <=* ;T_=@*
prioritárias para a conservação, utilização sustentável e reparação de benefícios da biodiversidade do
bioma Caatinga. Fade/UFPE; CI do Brasil; Fundação_Biodiversitas; Embrapa; MMA; Banco Mundial;
MCT/CNPq e GEF [Eds.]. Seminário realizado no período de 21 a 26 de maio de 2000. Petrolina, 2000a.
RODRIGUES, M. T. New species of Mabuya (Squamata: Scincidae) from the semiarid caatingas of
northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 41, n. 21, p. 313-328, 2000b.
RODRIGUES, M. T. Fauna de Anfíbios e Répteis das Caatingas. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.;
FONSECA, M. T.; LINS, L. V. (Ed.). Biodiversidade da Caatinga: Áreas de Ações Prioritárias para a
Conservação. Brasília: MMA, 2004. p. 173-179.
TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.). Biodiversidade, Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Ed.
Universidade Federal de Pernambuco. 2003. p. 181-236.
2(32$R\&")* %,* ',* #69@=7F;TK6* <6@* 7^[C=:@* B7;@:E=:76@Z* 6@* <=@;M6@* [;7;* SA* [;?@* A=L;<:F=7@6,*
Megadiversidade, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 87-94, 2005.
RODRIGUES, M. T.; FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S.; BERTOLOTTO, C. E. V. A new species of lizard genus
Enyalius (Squamata, Leiosauridae) from the highlands of Chapada Diamantina, state of Bahia, Brazil, with
a key to species. Phyllomedusa, v. 5, p. 11-24, 2006.
RODRIGUES, M. T.; SANTOS, E. M. S. A new genus and species of eyelid-less and limb reduced
gymnophthalmid lizard from northeastern Brazil (Squamata, Gymnophthalmidae), Zootaxa, v. 1873, p.
50-60, 2008.
ROSA, P. M. -05896'92'@28:2'9?',2>?45=1=60'?'#:70C?:=9=60'96'"?EH3=6'->61<3=>6';I241?0'.24J=:'K'
Igarassu – PE,*J``a,*ba*[,*%696L7;M;*QR7;<S;TK6*=A*#:895:;@*I:6EUL:5;@X*V*\9:F=7@:<;<=*+=<=7;E*2S7;E*
de Pernambuco, Recife, 1994.
!"#$!%&!'()*+,)+$-./0*,*/0$0/#,$!10'()*,/)23+!/0*4)"*$56#,!"*4)*,"#04)*4,*7,$809%&/) 287
SANTOS, E. M.; AMORIM, F. O. O cuidado parental em Leptodactylus natalensis Lutz, 1930 (Amphibia,
Anura, Leptodactylidae). Iheringia, Série Zoológica, Porto Alegre, v. 96, n. 4, p. 461- 497, 2006.
SARTORIUS, S. S.; VITT, L. J.; COLLI, G. R. Use of naturally and anthropegenically disturbed habitats in
Amazonian rainforest by the teiid lizard Ameiva ameiva. Biological Conservation, v. 90, p. 91-101, 1999.
SAZIMA, I.; HAEMIG, P. D. Aves, Mamíferos e Répteis de Fernando de Noronha. Ecologia.Info, v. 17.
2005.
"!d$%!)*$,.*"!d$%!)*#,.*"!d$%!)*%,*/:CCE=*<7;L69@*[7=>=7*D6e=7@*C6*A;:<=9@Z*;*E:];7<*CW;C*E;[@*9=5C;7*;9<*
pollinates trees. Biota Neotrópica, v. 5, p. 1-8, 2005.
"f!g)*#,*&,*+:7@C*7=567<@*6>*CW=*7=<0B76e9*E6LL=7W=;<*CS7CE=*>76A*CW=*=;@C=79*-;5:M5,*Herpetologica, v.
4, p. 55-56, 1947.
SCHMIDT, J. Marking experiments with turtles in the Danish West Indies. Meddelelser fra Kommissionen
for Havundersøgelser, Serie Fiskeri, v. 5, p. 1-26, 1916.
SCOTT, N. J.; AQUINO, A.; FITZGERALD, L. A. Distribution, habitats and conservation of the caiman
(Alligatoridae) of Paraguay. Vida Silvestre Neotropical, v. 2, p. 43-51, 1990.
SILVA, C. S.; FREITAS, M. A. Resgate de fauna no Aproveitamento hidrelétrico (UHE) Itapebi, Rio
Jequitinhonha. Comitê Brasileiro de Barragens. In: SIMPÓSIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS,
25., Salvador, t. 94, 2003. p. 202-214.
SILVA, V. N.; ARAÚJO, A. F. B. Ecologia dos Lagartos Brasileiros. Rio de Janeiro: Technical Books
Editora, 2008. p. 271.
SOUTHWOOD, A. L.; ANDREWS, R. D.; LUTCAVAGE, M. E.; PALADINO, F. V.; WEST, N. W.; GEORGE,
!"#!$"%&'()*"+!" !"#,-./".-/,0"-12"234315"6,7-438."89":,-/7,.6-;<"0,-"/=./:,0"31"/7,",-0/,.1">-;3?;"&;,-1!"
Journal of Experimental Biology, v. 202, p. 1.115-1.125, 1999.
SOUZA, F. L.; ABE, A. S. Fauna urbana: o cágado e a poluição dos rios. Ciência Hoje, n. 25, p. 59-61,
1999.
SOUZA, F. L.; ABE, A. S. Feeding ecology, density and biomass of the freshwater turtle, Phrynops
geoffroanus, inhabiting a polluted urban river in southeastern Brazil. Journal of Zoology, v. 252, p. 437-
446, 2000.
SOUZA, F. L.; ABE, A. S.. Population structure and reproductive aspects of the freshwater turtle, Phrynops
geoffroanus, inhabiting an urban river in southeastern Brazil. Studies on Neotropical Fauna and
Environment, v. 36, p. 57-62, 2001.
SOUZA, F. L. Uma revisão sobre padrões de atividade, reprodução e alimentação de cágados brasileiros
(Testudines, Chelidae). Phyllomedusa, v. 3, n. 1, p. 15-27, 2004.
288 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
SPOTILA, J. Sea Turtles: a complete guide to their biology, behavior, and conservation. Baltimore,
Maryland: The Johns Hopkins University Press and Oakwood Arts, 2004.
THE OFFICIAL WORLD WILDLIFE FUND GUIDE TO ENDANGERED SPECIES OF NORTH AMERICA.
Washington, DC: Beacham Publishing, Inc., v. 2, 1990. Disponível em: <http://www.fws.gov/endangered/
wildlife.html>. Acesso em: 20 ago. 2008.
THORBJARNARSON, J. Crocodiles: an action plan for their conservation. Gland: IUCN, 1992.
VANZOLINI, P. E. Miscellaneous notes on the ecology of some brasilian lizards (Sauria). Papéis Avulsos
de Zoologia, São Paulo, v. 26, n. 8, p. 83-115, 1972.
VANZOLINI, P. E.; REBOUÇAS-SPIEKER, R. Distribution and differentiation of animals along the coastal
and on continental island of the state of São Paulo, Brasil. Reproductive differences between and within
Mabuya caissara and M. macrorhyncha (Sauria, Scincidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
29, n. 15, p. 95-109, 1976.
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. 1.ed. Rio de Janeiro:
Academia Brasileira de Ciências, 1980. 161 p.
VANZOLINI, P. E. Addenda and corrigenda to the catalogue of neotropical squamata - Part II: Lizards and
Amphisbaenia. Smithsonian Herpetological Information Service, v. 70, p. 25, 1986.
VERDADE, L. M. Caiman latirostris. In: ROSS, J. P. (Ed.). Crocodile status survey an conservation action
plan. Gland: IUCN; The world conservation union, 1998. p. 18-20.
VITT, L. J.; LACHER JUNIOR, T. E. Behavior, habitat, diet and reproduction of the iguanid lizard Polychrus
acutirostris in the caatinga of northeastern Brazil. Herpetológica, v. 37, n.1, p. 53-63, 1981.
VITT, J. L.; LACHER JUNIOR, T. E. Behavior, habitat, diet and reproduction of the Iguanid lizard Polychrus
acutirostris in the Caatinga of northeastern Brazil. Copeia, v. 1981.
VITT, L. J. Reproduction and sexual dimorphism in tropical Teiid Lizard Cnemidophorus ocelifer. Copeia,
v. 1983, n. 2, p. 359-366.
VITT, L. J. On the biology of the little known anguid lizard, Diploglossus lessonae in northeast Brazil.
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 36, n. 7, p. 69-76, 1985.
!""#$%&$'&$"()$*+,-)+.)$/0$0/123*+3$4/5)$2+5$6(78/3)+7$/+$9)29/+28*:7$/0$:1/6*.28$8*;215$1)61/5-.:*/+&$
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 36, n. 6, p. 107-123, 1990.
VITT, L. J. An introduction to the ecology of Cerrado lizards. Journal of Herpetology, v. 25, n. 1, p. 79-90,
1991.
VITT, L. V. Stephen R. Goldberg. Reproductive Ecology of two tropical Iguanid lizards Topidurus toquartus
and Platynots semitaeniatus. Copeia, v. 1991, p. 131-141, 1992.
VITT, L. J.; COLLI, G. R. Geographical ecology of a neotropical lizard: Ameiva ameiva (Teiidae) in Brazil.
Canadian Journal of Zoology, v. 72, p. 1986-2008, 1994.
VITT, L. J. The ecology of tropical lizards in the caatinga of northeast Brazil. Occasional Paper of the
Oklahoma Maseum of natural History, n. 1, p. 1-29, 1995.
VITT, L. J.; DE CARVALHO, C. M. Niche partitioning in a tropical wet season: lizards in the Lavrado area of
northern Brazil. Copeia, v. 1995, n. 2, p. 305-329.
VITT, L. J. Biodiversity of amazonian lizards. In: GIBSON, A. C. (Ed.). Neotropical Biodiversity and
Conservation. Los Angeles, California: Occasional Publication of the Mildred E. Mathias Botanical Garden,
v. 1, p. 89-108, 1996.
VITT, L. J.; ZANI, P. A. Organization of a taxonomically diverse lizard assemblage in Amazonian Ecuador.
Canadian Journal of Zoology, v. 74, p. 1.313-1.335, 1996.
VITT, L. J.; ZANI, P. A. Ecological relationships among sympatric lizards in a transitional forest in the
northern Amazon of Brasil. Journal of Tropical Ecology, v. 14, p. 63-86, 1998a.
VITT, L. J.; ZANI, P. A. Prey use among sympatric lizard species in lowland rain forest of Nicaragua.
Journal of Tropical Ecology, v. 14, p. 537-559, 1998b.
VITT, L. J.; ZANI, P. A.; ESPÓSITO, M. C. Historical ecology of amazonian lizards: implications for community
ecology. Oikos, v. 87, p. 286-294, 1999.
VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; ESPÓSITO, M. C.; SARTORIUS, S. S.; ZANI, P. A. Sharing amazonian
rain-forest trees: ecology of Anolis punctatus and Anolis transversalis (Squamata: Polychrotidae). Journal
of Herpetology, v. 37, n. 2, p. 276-285, 2003.
VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Use of cacti as heat sources by thermoregulating Mabuya agilis (Raddi)
and Mabuya macrorhyncha Hoge (Lacertilia, Scincidae) in two restinga habitats in southeastern Brazil.
Revista Brasileira de Zoologia, v. 19, n. 1, p. 77-83, 2002.
WEBB, G. J. W.; BEAL, A. M.; MANOLIS, S. C. The effects of incubations temperature on sex determinations
and embryotic development rate in Crocodylus johnstoni an Crocodylus porosus, In: WEBB, G. J. M.;
MANOLIS, S. C.; WHITEHEAD, P. J. (Ed.). Wildlife management: crocodiles and alligators. Chippng
Norton: Surrey Beatty, 1987. p. 807-531.
WERNER, D. I. The rational use of green iguanas. In: ROBINSON, J.; REDFORD, K. (Ed.). Neotropical
Wildlife: use and Conservation. Chicago: University of Chicago Press, 1991. p. 181-201.
WILLIAMS, E. E. South american anoles: the species groups. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
29, n. 26, p. 259-268, 1976.
WITZEL, W. N. The incidental capture of sea turtles in the Atlantic U.S. Fishery Conservation Zone by the
'262+)9)$:-+2$8/+38*+)$,)):#$<=>?@<=?<&$Mar. Fish. Rev., v. 46, p. 56-58, 1984.
290 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
YUKI, R. N.; RUFINO, N; COSTA, R. G. N. As Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) sem loreal, do Pará
e extremo oeste do Maranhão, Brasil (serpentes). Boletim do Museo Paraense Emílio Goeldi, Série
Zoologia, v. 13, n. 1, p. 25-29, 1997.
ZAHER, H. A new genus and species of pseudoboine snake, with a revision of genus Clelia (serpentes,
Xenodontinae). Bolletino del Museo Regionale di Scienze Naturali, Torino, v. 14, p. 289-337, 1996.
RESUMO ABSTRACT
A ordem Testudines compreende animais The Testudines order comprehends animals
que se caracterizam por apresentar composição that are characterized by an anatomic composition
anatômica bastante distinta da dos demais répteis, very distinctive from other reptiles, exhibiting a
apresentando uma carapaça que provavelmente é carapace that is probably the key for its success;
a chave para seu sucesso, ocorrendo em quase Testudines occurs on all kinds of environments.
todos os tipos de ambientes. Este trabalho teve This paper has the objective to register the
como objetivo registrar a abundância, a riqueza abundance, richness, and temporal distribution
e a distribuição temporal da comunidade de of the Testudines at Tapacura Ecological Station
Testudines da Estação Ecológica do Tapacurá, and also supply a commended list of the species
além de fornecer uma lista comentada das that occurs on the state of Pernambuco. The
espécies ocorrentes no estado de Pernambuco. active collections occurred every fifteen days on
As coletas ativas ocorreram quinzenalmente em temporary and permanent water bodies and the
corpos d’água temporários e permanentes, e as passives collections on interrupted intervals of 18
passivas ininterruptamente por 18 meses, com a months; 112 pitfall-traps were used. The species
utilização de 112 armadilhas de interceptação e were sampled during the period of May 2007 to
queda (pitfall). Os espécimes foram amostrados October 2008. Three species of Testudines were
no período entre maio de 2007 e outubro de registered: one from the Cryptodira sub-order
2008. Foram registradas três espécies de Kinosternidae (Kinosternon scorpioides, n=16)
Testudines: uma da subordem Cryptodira, família family and two belonging to sub-order Pleurodira,
Kinosternidae (Kinosternon scorpioides, n = Chelidae (Phrynops geoffroanus, n=16) and
16) e duas pertencentes à subordem Pleurodira, (Mesoclemmys tuberculata, n=1) families. The
família Chelidae (Phrynops geoffroanus, n = 16), species presented a distinct pattern of abundance;
e (Mesoclemmys tuberculata, n = 1). As espécies the K. Scorpioides specie was more abundant
apresentaram padrão de abundância distinto, em during the rainy season of 2007, the P. geoffroanus
que a espécie K. scorpioides foi mais abundante no during rainy season of 2008 and the M. Tuberculata
período chuvoso de 2007, a espécie P. geoffroanus during start of the dry season of 2008. There are
no período chuvoso de 2008 e M. tuberculata four registers of continental Testudines on the
registrada apenas no início do período seco de state of Pernambuco distributed on the different
2008. No estado de Pernambuco existem registros biome of the state, Kinosternon scorpioides,
de quatro espécies de Testudines continentais Phrynops geoffroanus, Mesoclemmys tuberculata e
distribuídas nos diferentes biomas: Kinosternon Chelonoidis carbonaria.
scorpioides, Phrynops geoffroanus, Mesoclemmys
tuberculata e Chelonoidis carbonaria. Key words: Kinosternon scorpioides; Phrynops ge-
offroanus; Mesoclemmys tuberculata.
Palavras-chave: Kinosternon scorpioides; Phry-
nops geoffroanus; Mesoclemmys tuberculata.
1
!"#$"%&'()*(+,-./,"0(1,'234,/"05(6"7!)(8/9):'.,/';4*",2</'*=<
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
A redução da cobertura florestal natural de a Bahia até o Ceará (CÂMARA, 1991). A redu-
no Brasil segue a rotina da dos demais países ção e a fragmentação dos ecossistemas naturais
e continentes (RAMBALDI; OLIVEIRA, 2003). causaram prejuízos à fauna e à flora do Nordeste,
Da cobertura vegetal original do domínio compreendendo desde o desaparecimento de es-
morfoclimático da Mata Atlântica, que existia em pécies até alterações nas dinâmicas populacionais
1500, restam apenas fragmentos isolados, em sua (LAURANCE; BIERREGAARD, 1997; SILVANO; PI-
maioria pequenos, localizados em propriedades MENTA, 2003). De acordo com Barbieri et al., 1997,
rurais, e uma minoria, de médio ou grande o desmatamento para o plantio de monoculturas
porte, na forma de unidades de conservação causa alterações nas bacias de drenagem e, por
(RAMBALDI; OLIVEIRA, 2003). A Floresta Atlântica, consequência, na qualidade da água, na cobertura
localizada no litoral brasileiro, possui uma das vegetal original e na diversidade da região.
maiores biodiversidades do planeta e é um dos A água doce presente na superfície da
cinco primeiros biomas na lista dos hotspots Terra representa 0,01% de toda a água do mundo
(MITTERMEIER et al., 1999; MYERS et al., 2000). e cobre em torno de 0,8% da superfície da Terra
Além disso, apresenta alto nível de endemismo (GLEICK, 1996). Já foram descritas quase 100.000
em todos os grupos taxonômicos, incluindo espécies viventes em ambientes de água doce,
répteis, anfíbios e plantas (ALEIXO, 1997; SILVA; de um total de 1,75 milhão conhecidas no mundo
TABARELLI, 2000).
(HAWKSWORTH; KALIN-ARROYO, 1995; GIBERT;
No domínio morfoclimático da Mata Atlântica
DEHARVENG, 2002). A maior diversidade biológica
encontra-se a maior parte da ocupação humana
aquática está localizada na plataforma continental,
do País, e as formações florestais aí encontradas
nos ambientes de água doce e nos ambientes de
apresentam grande importância para essa parcela
recifes de coral (COHEN, 1970). Os ecossistemas
da população, uma vez que tanto nas cidades
de água doce são considerados os mais ameaçados
como nas áreas rurais elas regulam o fluxo dos
do mundo (SALA et al., 2000), destacando-se
mananciais hídricos, asseguram a fertilidade do
solo, controlam o clima e protegem escarpas por apresentar uma das maiores diminuições
e encostas das serras, além de preservarem da biodiversidade quando comparados a outros
um patrimônio histórico e cultural imenso ecossistemas continentais (SALA et al., 2000). Mais
(RODRIGUES, 1990). de 10.000 espécies de peixes vivem em ambientes
A Mata Atlântica cobria o equivalente a 12% de água doce (LUNDBERG et al., 2000) e esse valor
do território brasileiro, principalmente estendendo- se refere a aproximadamente 40% da diversidade
se pela área costeira no início do século XVI (RO- global de peixes e um quarto da diversidade global
DRIGUES, 1990; MYERS et al., 2000). Até o início de vertebrados. Quando adicionamos os anfíbios e
do século passado, a floresta ocupava 16 esta- os répteis aquáticos (Crocodilianos e Testudines)
dos brasileiros, cobrindo 1.100.000 km² (SIQUEI- e mamíferos (lontras, golfinhos de água doce,
RA, 1994). No Nordeste, sua área está reduzida a ornitorrinco) esse número sobe para mais de um
apenas 3% da cobertura original (MITTERMEYER, terço das espécies de vertebrados do planeta que
1997; TABARELLI et al., 2005), sendo composta estão confinados nos ecossistemas de água doce
por fragmentos desconectados distribuídos des- (DUDGEON et al., 2005). Com a redução dos corpos
294 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
d’água e das terras úmidas, dados quantitativos são conhecidos popularmente como cágados,
apontam redução no número de vertebrados em é a mais numerosa, contando com 59 espécies
54% (principalmente os exclusivamente aquáticos), (REPTILE DATABASE, 2008), das quais 20 ocorrem
com uma propensão para valores mais altos em no Brasil (SBH, 2008).
latitudes tropicais (GROOMBRIDGE; JENKINS, Em relação aos répteis da Estação
2000; LOH, 2000). Ecológica do Tapacurá, apenas um trabalho foi
Os répteis são representados pelos realizado: Morais e Morais (1987) que através
Testudines, Squamata e Crocodylia, que se de coletas ativas mensais construíram uma lista
caracterizam por possuir um tegumento seco, comentada das espécies ocorrentes para a
recoberto por carapaças, escamas ou placas estação, registrando duas espécies de Testudines:
dérmicas que mantêm a umidade corporal, mas Kinosternon scorpioides (LINNAEUS, 1766) e
que não retêm o calor, tornando esses animais Phrynops geoffroanus (SCHWEIGGER, 1812.
dependentes do ambiente para obtê-lo, sendo Dessa forma, este trabalho teve como objetivo
classificados como ectotérmicos (POUGH et registrar a abundância, a riqueza e a distribuição
al., 2003). Em estudos ambientais, os répteis temporal da comunidade de Testudines da
apresentam grande importância, pois fornecem Estação Ecológica do Tapacurá, além de fornecer
relevantes subsídios ao conhecimento do estado uma lista comentada das espécies de Testudines
de conservação de regiões naturais, funcionando continentais com ocorrência para o estado de
como excelentes bioindicadores (MOURA-LEITE et Pernambuco.
al., 1993).
Os Testudines são animais que evolu-
tivamente desenvolveram um sistema de proteção Metodologia
que é único dentre os vertebrados – a carapaça
(BUONONATO; BUONONATO, 2008). Essa Área de estudo
inovação é muito provavelmente a chave do seu
sucesso evolutivo (ZARDOYA; MEYER, 2001). São Este estudo foi realizado na Estação
rastreadas duas linhagens atuais de Testudines Ecológica do Tapacurá – EET (08° 04’ S e 35°
por meio de fósseis até o Mesozoico (GAFFNEY; 12’ W), resquício de Mata Atlântica localizada no
KITCHING, 1994): a primeira constitui a subordem município de São Lourenço da Mata, distante
Cryptodira (crypto = escondido, dire = pescoço), 50 km da cidade do Recife, no estado de
que retrai a cabeça para dentro do casco em Pernambuco (Figura 1) (AZEVEDO-JUNIOR, 1990).
forma de S vertical, e a segunda constitui a A EET pertence à Universidade Federal Rural de
subordem Pleurodira (pleuro = lado, dire = Pernambuco e apresenta área de aproximadamente
pescoço), que retrai a cabeça curvando o pescoço 800 ha, cercada por plantações da cana-de-
horizontalmente (POUGH et al., 2003). Atualmente, açúcar. Cerca de 400 ha dessa área representam
são reconhecidas cerca de 300 espécies de áreas florestadas (AZEVEDO-JUNIOR, 1990). A
Testudines, distribuídas em 13 famílias. Dessas, vegetação encontrada na região corresponde à
dez famílias incluem espécies dulcícolas, duas Floresta Atlântica e é, sobretudo, do tipo perenifólia
possuem representantes exclusivamente marinhos semidecídua (ANDRADE LIMA, 1957).
e apenas uma inclui espécies completamente Mesmo tendo sofrido pressões antrópicas,
terrestres (REPTILE DATABASE, 2008). Na América é possível encontrar áreas razoavelmente bem
do Sul, são registradas 56 espécies, incluídas em conservadas de vegetação na EET e atualmente é
oito famílias (SOUZA, 2004). No Brasil, ocorrem 36 bem protegida (NEVES, 2004). A área da estação
dessas espécies, entre representantes dulcícolas apresenta-se dividida entre três remanescentes
(29 espécies em cinco famílias), marinhos (cinco naturais: Mata do Alto da Buchada, Mata do
espécies em duas famílias) e terrestres (duas Camucim e Mata do Toró. A Mata do Toró está
espécies em uma família) (SBH, 2008). Para separada das outras pelo Lago Tapacurá por
Pernambuco, são registradas três famílias de uma distância de aproximadamente 6 km, como
Testudines, sendo duas de espécies dulcícolas resultado do represamento do Rio Tapacurá,
e uma de espécie terrestre (RODRIGUES, 2003), afluente do Rio Capibaribe (NEVES, 2004). O
embora nesse estudo o autor faça menção, apenas, estudo foi realizado na Mata do Camucim e na
a espécies encontradas no domínio morfoclimático Mata do Alto da Buchada. O clima é caracterizado
das caatingas. Entre todas as famílias de como do tipo As’ com 1.300 mm de precipitação
Testudines, Chelidae, cujos representantes típicos média anual (RODAL et al., 2005).
Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil 295
entre os meses de março e setembro, sendo a geoffroanus apresenta-se mais ativo entre os
maioria dos registros (n = 13) ocorridos no ano meses de setembro e novembro, provavelmente
de 2007 (Tabela I). Dos indivíduos registrados, 15 devido ao aumento da temperatura ambiente e ao
foram adultos, sendo que foi encontrado, no início consequente favorecimento do comportamento
da temporada chuvosa, um indivíduo juvenil sem de assoalhamento. Na EET os animais foram
presença de cicatriz viteliana. O baixo registro de capturados durante todo o período chuvoso,
filhotes dessa espécie pode estar relacionado com porém com maior quantidade de capturas nos
a baixa taxa de ovoposição (1-6 ovos), como afirma três primeiros meses (março a maio), diferente do
Acuña-Mesén (1998). comportamento relatado por Souza (1999) e Souza
Do total de K. scorpioides registrados neste e Abe (2001), em que esses animais são menos
estudo, 6 (37,5%) foram coletados nas armadilhas encontrados durante os períodos mais chuvosos,
de interceptação e queda. Isso pode ser explicado quando a disponibilidade de seus locais de
pelo fato de esses animais não apresentarem hábito assoalhamento é menor devido a sua submersão.
completamente aquático (FREITAS; SILVA, 2007), Do total de P. geoffroanus registrados neste estudo,
sendo capazes de se deslocar ao longo de trechos 15 indivíduos (93,75%) foram coletados por coletas
em terra, conforme descrito por Acuña-Mesén ativas e apenas um (6,25%) nas armadilhas de
(1990) para essa espécie na Costa Rica. Esse interceptação e queda.
comportamento corrobora com o registrado na A título de registro, foram encontrados sete
Costa Rica por Acuña-Mesén (1990) que observou juvenis sem cicatriz viteliana, todos no início da
nos locais onde a seca é drástica que K. scorpioides estação chuvosa de 2008 (março).
enterra-se por várias semanas ou abandona o local Em agosto, foram observados por terceiros
em que tenha permanecido a maior parte do ano, quatro indivíduos em atividade de desova,
demonstrando que esses animais possuem padrão sugerindo ser esse o período de desova para a
de atividade relacionado ao período chuvoso do espécie na EET. Informações sobre o período de
ano. Na EET a persistência de corpos d’água na postura para espécies da família Chelidae referem-
estação seca reduz consideravelmente a atividade se principalmente às do gênero Podocnemis
de deslocamento das espécies (ACUÑA-MESÉN, (VANZOLINI, 1967; FOOTE, 1978; ALHO; PÁDUA,
1990). 1982) ou de animais mantidos em cativeiro (GUIX
et al., 1989; MOLINA, 1989; MOLINA, 1996;
Phrynops geoffroanus MOLINA, 1998; MOCELIN, 2001; CHINEN et al.,
2004), tornando impossível uma comparação
(Schweigger, 1812) verossímil dos dados obtidos neste trabalho com
outras pesquisas.
Entre os Phrynops geoffroanus (n = 16)
registrados, todos ocorreram na estação chuvosa,
sendo 15 amostrados na temporada de 2008 e Mesoclemmys tuberculata
apenas um na temporada de 2007 (maio) (Tabela (Lüderwaldt,1926)
I).
Todos os indivíduos foram capturados Apenas um indivíduo da espécie M.
em terra, comportamento contrário ao relatado tuberculata foi encontrado ao longo do estudo
nos trabalhos de Souza (1999) e Souza e Abe (Tabela I). A coleta ocorreu no início da estação
(2001), nos quais os animais foram capturados seca de 2008, no meio do mês de agosto, sendo
exclusivamente em ambiente aquático. Esses capturado um exemplar adulto em trânsito pela
autores relatam ainda que em São Paulo Phrynops mata.
Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil 297
Espécie
Tipo de coleta Data Kinosternon Mesoclemmys Phrynops Total geral
scorpioides tuberculata geoffroanus
27/5/2007 4 4
5/6/2007 2 2
9/6/2007 1 1
23/3/2008 1 1 2
30/3/2008 1 6 7
21/5/2008 1 1
Ativa
20/6/2008 1 1
5/7/2008 1 1
26/7/2008 2 2
30/8/2008 1 1
21/9/2008 3 3
19/10/2008 1 1
Ativa total 10 1 15 26
12/5/2007 1 1 2
Passiva 27/5/2007 2 2
9/6/2007 3 3
Passiva total 6 1 7
Lista comentada das espécies 2007). É uma espécie abundante, com ocorrência
desde o norte dos Estados Unidos até o sul da
de Testudines dulcícolas e Argentina e da Bolívia (BRAMBLE et al., 1984),
terrestres com ocorrência para Brasil, Peru, Equador, norte da Colômbia,
o estado de Pernambuco Venezuela, Bolívia, além de todos os países da
América Central (ACUÑA-MESÉN, 1994). Essa
Ocorrem apenas três famílias (Kinosternidae, espécie ocorre em dois domínios morfoclimáticos:
Testudinidae e Chelidae) de Testudines dulcícolas Mata Atlântica (GUARNIERI; LIRA-FILHO, 2003)
e terrestres para o estado de Pernambuco, sendo e Caatinga (RODRIGUES, 2003). É uma espécie
duas dessas de hábito aquático (Kinosternidae onívora, alimentando-se de peixes, girinos,
e Chelidae) e uma terrestre (Testudinidae). Para anfíbios adultos, insetos, algas e restos vegetais
o estado de Pernambuco são registradas três (VANZOLINI et al., 1980). Monte-Nájera e Brenes
espécies de Testudines dulcícolas e apenas uma (1987) ressaltam a visão como o principal sentido
espécie terrestre, que seguem detalhadas abaixo: na localização e no reconhecimento do alimento.
De acordo com Delduque (2000), essa espécie
! CLASSE REPTILIA experimenta dormência classificada como
! ORDEM TESTUDINES estivação ou “sono de verão”.
! SUBORDEM CRYPTODIRA
! FAMÍLIA KINOSTERNIDAE ! FAMÍLIA TESTUDINIDAE
TREBBAU, 1984; VANZOLINI, 1994). Estes jabutis m/dia (SOUZA; ABE, 1999). É uma espécie diurna,
são onívoros, mas relatos na literatura (LEVINE; assoalhando em troncos, pedras ou ao longo das
SCHAFER, 1992; BEYNON; COOPER, 1994) margens dos rios durante as horas mais quentes
informam que estes animais se alimentam apenas do dia (MEDEM, 1960; MONTEIRO; DIEFENBACH,
de frutas, folhas verdes, flores, plantas suculentas 1987; MOLINA, 1989; SOUZA; ABE, 1999). Esses
e raízes. Para localizar a comida, os animais animais interferem nas atividades pesqueiras, uma
guiam-se pelo olfato e a visão, dependendo de sua vez que se alimentam de peixes, camarões e iscas,
localização em relação ao alimento. Se o alimento além de provocar avarias em apetrechos de pes-
cair fora de seu campo visual, levantam a cabeça ca (ALVES et al., 2002). Também alimentam-se de
e depois de uns segundos caminham em sua insetos, crustáceos, sementes e frutos (FACHÍN-
direção; se existem outros indivíduos alimentando- TERÁN et al., 1995). Em locais degradados pela
se ou o alimento é pouco colorido, usam o olfato presença humana, aproveitam-se de esgoto do-
com movimentos breves de cabeça, horizontais méstico (SOUZA; ABE, 1999). Fachín-Terán et al.
(1995), Molina (1991) e Molina et al. (1998) regis-
e verticais, muitas vezes utilizando-se desse
tram para P. geoffroanus a observação de com-
reconhecimento olfativo para a captura de alimentos
portamento de cleptoparasitismo, que consiste
(CASTAÑO-MORA; LUGO, 1979). Os machos da
na captura de alimentos já apreendidos por ou-
espécie possuem plastrão côncavo e cauda longa,
tros indivíduos. Possui coloração amarelo-viva ou
já as fêmeas possuem plastrão reto e cauda curta
vermelha, com manchas irregulares ora isoladas
(HARLOW; PARSONS, 1977; PRITCHARD, 1979; ora coalescidas (LEMA, 2002). Seu acasalamento
ERNST; BARBOUR, 1989; JAHN, 1990). É uma ocorre em qualquer período da manhã ou da tar-
espécie essencialmente diurna e a maior atividade de (MEDEM, 1960; MOLINA, 1989; 1996; 1998).
é apresentada pelos machos adultos na época de Molina (1989, 1996) descreve quatro diferentes
acasalamento e pelas fêmeas na época de postura fases durante o comportamento de acasalamen-
(CASTAÑO-MORA; LUGO, 1979). A duração média to: a Fase I corresponde à procura das fêmeas,
da incubação é de 150 dias (MEDEM et al., 1979). a Fase II à perseguição das fêmeas, a Fase III à
pré-cópula e a Fase IV à cópula. Esta espécie es-
! SUBORDEM PLEURODIRA colhe locais de solo arenoso ou argiloso para nidi-
ficar, cobertos por vegetação arbustiva (MEDEM,
! FAMÍLIA CHELIDAE 1960; GUIX et al., 1989; MOLINA, 1989). A desova
ocorre nas épocas mais secas do ano, enquanto a
Phrynops geoffroanus (Schweigger, 1812) eclosão dos ovos se dá na época chuvosa (SOU-
ZA, 2004).
Phrynops geoffroanus, popularmente conhe-
cida como cágado-d’água-grande, é uma espécie
de água doce (FREITAS; SILVA, 2005) que apre-
senta coloração amarelada, com manchas irregu- ! FAMÍLIA CHELIDAE
lares ora isoladas ora coalescidas (LEMA, 2002).
Esta espécie apresenta ampla distribuição na Amé-
Mesoclemmys tuberculata (Lüderwaldt,
rica do Sul, no Brasil, e é encontrada nas regiões
1926)
Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste. Esta espécie é
frequente nos rios, lagos e lagoas com correnteza
De acordo com Iverson (1992) e Bour
lenta (ALVES et al., 2002; SOUZA, 2004; ERNEST;
e Zaher (2005), Mesoclemmys tuberculata tem
BARBOUR, 1989; ZAGO et al., 2006). Ocorre no do- distribuição geográfica restrita ao Rio São Francisco
mínio morfoclimático da Mata Atlântica (GUARNIE- e suas bacias adjacentes, sendo provavelmente
RI; LIRA-FILHO, 2003) e Caatinga (VANZOLINI et uma espécie endêmica do bioma Caatinga.
al., 1980). Espécie com atividade mais intensa du- Porém, Loebmann et al. (2006) aumentaram sua
rante os meses de setembro e novembro, que está distribuição em aproximadamente 200 km para
diretamente associada à temperatura elevada do oeste, ao registrar um indivíduo se locomovendo
ar, provavelmente pelo favorecimento no comporta- nas dunas costeiras do estado do Piauí. Esta
mento de assoalhamento (MOLINA, 1989; SOUZA; espécie tem propensão de se deslocar de um
ABE, 1999). Durante os períodos mais chuvosos, a sistema aquático para outro, possivelmente à noite
espécie é menos detectada, quando os locais de (VANZOLINI et al., 1980), e de se enterrar durante
assoalhamento ficam submersos (SOUZA; ABE, o período seco do ano, uma adaptação vital para
1999; SOUZA; ABE, 2001) e chega a mover-se 250 a Caatinga.
Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil 299
Referências
ACUÑA-MESÉN, R. A. Las tortugas continentales de Costa Rica. 2.ed. San José, Costa Rica: Ed. Univ.
Costa Rica, 1998.
ACUÑA-MESEN, R. A. Morphometric variation and ecologic characteristic of the habitat of the Kinosternon
scorpioides turtle in Costa Rica. Revista Brasileira de Biologia, v. 54, n. 3, p. 537-547, 1994.
ALHO, C. J. R.; PÁDUA, L. F. M. Reproductive parameters and nesting behavior of the Amazon turtle
Podocnemis expansa (Testudinata, Pelomedusidae) in Brazil. Canadian Journal of Zoology, v. 60, p. 97-
103, 1982.
ALVES, A. G. C.; SOUTO, F. J. B.; LEITE, A. M. Etnoecologia dos cágados-d’água Phrynops spp.
(Testudinomorpha:Chelidae) entre pescadores artesanais no Açude Bodocongó, Campina Grande,
Paraíba, Nordeste do Brasil. Série Ciências Biológicas, v. 2, n. 1/2, p. 62-68, 2002.
AZEVEDO-JÚNIOR, S. M. A Estação Ecológica do Tapacurá e suas aves. In: ENCONTRO NACIONAL DOS
ANILHADORES DE AVES (ENAV). Anais... Recife, v. 4, 1990. p. 92-99.
BARBIERI, A. F.; GUERRA, C. B.; TORRES, H. G.; SIMÕES, R. F.; REIS, A. V.; SCILAR, C.; ABDO, R. O. O.;
LINS, S. E. B. Atividades Antrópicas e Impactos Ambientais. In: PAULA, J. A. Biodiversidade, população
e economia de região de Mata Atlântica. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 1997. 273-343 p.
BEYNON, P. H.; COOPER, J. E. Manual of exotic pets. Barcelona: British Small Animal Veterinary
Association, 1994. 224 p.
BOUR, R.; ZAHER, H. A new species of Mesoclemmys, from the open formations of Northeastern Brazil
(Chelonii, Chelidae). Papéis Avulsos de Zoologia, v. 45, n. 24, p. 295-311, 2005.
BRAMBLE, D. M.; HUTCHISON, J. H.; LEGLER, J. M. Kinosternid shell kinesis: structure, function and
evolution. Copeia, Lawrence, n. 2, p. 456-475, 1984.
CÂMARA, I. G. Plano de Ação para a Mata Atlântica. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica, 1991.
CAMPBELL, H. W.; CHRISTMAN, S. P. Field techniques for herpetofauna community analyse. In: SCOTT
JUNIOR, N. J (Ed.). Herpetological Communities. Washington, US. Fish & Wildlife Service, Wildlife
Research Report, v. 13, n. 4, p. 139, 1982. p. 193-200.
300 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
CHINEN S.; LISBOA, C. S.; MOLINA F. B. Biologia Reprodutiva de Hydromedusa tectifera em cativeiro
(Testudines, Chelidae). Arq. Inst. Biol., São Paulo, v. 71, (Supl.), n. 1, p. 749, 2004.
DELDUQUE, M. Ficha do bicho. Globo Rural. Rio de Janeiro: Globo, v. 176, 2000. p. 83-84.
DUDGEON, D.; ARTHINGTON, A. H.; GESSNER, M. O.; KAWABATA, Z. I.; KNOWLER, D. J.; LÉVÊQUE, C.;
NAIMAN, R. J.; RICHARD A. H. P.; SOTO, D.; STIASSNY, M. L. J.; SULLIVAN, C. A. Freshwater biodiversity:
importance, threats, status and conservation challenges. Biological Reviews, v. 81, p. 163-182, 2005.
ERNST, C. H.; BARBOUR, R. W. Turtles of the World. Washington, DC: Smithsonian Inst. Press, 1989.
FERRAREZZI, H.; FREIRE, E. M. X. New species of Bothrops Wagler, 1824, from the Atlantic Forest of
Northeastern Brazil (Serpentes, Viperidae, Crotalinae). Boletim do Museu Nacional, Nova Série Zoologia,
v. 440, p. 1-10, 2001.
FREIRE, E. M. X. Espécie nova de Coleodactylus Parker, 1926, das dunas de Natal, Rio Grande do Norte,
Brasil, com notas sobre suas relações e o dicromatismo sexual no gênero (Squamata, Gekkonidae).
Boletim do Museu Nacional, v. 399, p. 1-14, 1999.
FREITAS, M. A. DE; SILVA, T. F. S. A Herpetofauna da Mata Atlântica Nordestina. Pelotas, RS: Ed. Useb,
2005. 61p.
GAFFNEY, E. S.; KITCHING, J. W. The most ancient African turtle. Nature, v. 369, p. 55-58, 1994. [CrossRef,
CSA.].
GLEICK, P. H. Water resources. In: SCHNEIDER, S. H. (Ed.). Encyclopedia of Climate and Weather. New
York, USA: Oxford University Press, 1996. p. 817-823.
GROOMBRIDGE, B.; JENKINS, M. Global Biodiversity. Earth’s Living Resources in the 21st Century.
Cambridge, UK: World Conservation Monitoring Centre Cambridge, 2000.
GUARNIERI, M. C.; LIRA-FILHO, C. C. A. Levantamento dos Répteis da Reserva Ecológica de Gurjaú. In:
Biodiversidade da Reserva Ecológica de Gurjaú. Relatório Técnico, 2003. 39-63 p.
GUIX, J. C.; SALVATTI, M.; PERONI, M. A.; LIMA-VERDE, J. S. Aspectos da reprodução de Phrynops
geoffroanus (Schweigger, 1812) em cativeiro (Testudines, Chelidae). Grupo de Estudos Ecológicos,
Série Documentos, v. 1, p. 1-19, 1989.
HARLOW, E.; PARSONS, L. The encyclopedia of wild life. New York: Spring Books, 1977. 96 p.
IVERSON, J. B. A revised checklist with distribution maps of the turtles of the World. Privately printed:
Indiana Richmond, 1992. 363 p.
LAURANCE, W. F.; BIERREGAARD JUNIOR, R. O. Tropical forest remnants: ecology, management and
conservation of fragmented communities. Chicago: University of Chicago Press, 1997. 616 p.
LEMA, T. Os répteis do Rio Grande do SulJ, 9<H9;=, @, >K==@;=+, :;6C@6CI9D9, @, 6D7;=A6-, L6I<6, !B@CI@-,
Edipucrs, 2002. 39 p.
LEVINE, D.; SCHAFER, D. Tortuga gazette, v. 28, n. 1, p. 1-3, 1992. Disponível em: <http://tortoise.org/
archives/carbonar.html>. Acesso em: 31 ago. 2008.
LOEBMANN, D.; MAI, A. C. G.; GARCIA, A. M. Notes on geographic distribution Reptilia, Chelidae,
Mesoclemmys tuberculata: geographical distribution extencion. Check list, v. 2, n. 1, p. 127, 2006.
LOH, J. Living Planet Report 2000. Gland, Switzerland: World Wide Fund for Nature, 2000.
LUEDERWALDT, H. Os chelônios brasileiros com a lista das espécies do Museu Paulista. Revista do
Museu Paulista, v. 14, p. 405-468, 1926.
MN%OP()1+,1-.,Q0''(M!'+,3-.,53R'#+,1-,)-.,5'R!55%S+,3-,M-,T-.,1RMM+,!-,"-,56,A9?U,D=8@=+,=6,B;<<B@,<;A@J,
an overview of recent ichthyological discovery in continental waters. Annals of the Missouri Botanical
Gardens, v. 87, p. 26-62, 2000.
3(O(3+, -, R?>6IA@, =6:I@, I@F<;B@=, G6B6A:;9?6=, V/W-, 0:=@IE9G;6?@=, =6:I@, B9, 7;=<I;:HG;K?, C@6CIXDG9, U,
ecología de la tortuga Phrynops geoffroana ssp. Em Colombia. Novedades Colombianas, v. 1, p. 291-
300, 1960.
3(O(3+, -,M9,7;=<I;:HG;K?,C@6CIXDG9,7@,B9,"I6G67UB;9,U,'@=<H7;?9<9,@?,@B,O@F9I<9A@?<6,7@B,"86G6-,)@E-,
Acad. Colombia Ciencias Exatas e Física natural, v. 11, p. 279-303, 1962.
3R''()3(S()+, )-, !-, O;E@I=;797@, 7@, FI;A9<9=, @, 9, Y6I@=<9, <I6F;G9BJ, @=<H76=, 7@, G9=6=, 76, PI9=;B, @, 7@,
Madagascar e a importância dos países com megadiversidade. In: WILSON, E. O. (Ed.). Biodiversidade.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1997. 186-197 p.
MITTERMEIER, R. A.; MYERS, N.; MITTERMEIER, C. G. Hotspots: earth’s biologically richest and most
endangered terrestrial ecoregions. México: Cemex Editora, 1999.
MOLINA, F. B. Mating behavior of captive Geoffroy’s side-necked turtles, Phrynops geoffroanus (Testudines:
Chelidae). Herpetological Natural History, v. 4, p. 155-160, 1996.
302 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
MOLINA, F. B.; ROCHA, M. B.; LULA, L. A. B. M. Comportamento alimentar e dieta de Phrynops hilarii
(Duméril & Bibron) em cativeiro (Reptilia, Testudines, Chelidae). Revista Brasileira de Zoologia, v. 15, p.
73-79, 1998.
MOLL, E. O.; LEGLER, J. M. The life history of a neotropical slider turtle Pseudemys scripta (Schoepff), in
Panamá. Sci. Bull. Los Angeles country Mus. Natural History, v. 11, p. 1-102, 1971.
MONTEIRO, L. P.; DIEFENBACH, C. O. C. Thermal regime of Phrynops hilarii (Reptilia, Chelonia). Boletim
de Fisiologia Animal, São Paulo, v. 11, p. 41-50, 1987.
MONTE-NÁJERA, J.; BRENES, B. M. Notes on Feeding Behavior of a Juvenile Mud Turtle Kinosternon
scorpioides. Herpetological Review, Cincinati, v. 18, n. 1, p. 7-8, 1987.
MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots
for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-858, 2000.
NEVES, R. M. L. Estudo da Avifauna em quatro fragmentos de Mata Atlântica, Brasil. 2004. 126 p.
Tese (Doutorado) – Programa de pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade de São
Carlos. São Paulo, 2004.
POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Herpetology.
3.ed. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall, 2003.
)0O!M+,3-,T-,%-.,MN"(%!+,3-, -,!-.,!%O)!O(+,Q-,/-,5-,!-.,3(M0+,!-,M-,7@-,39<9,76,'6IKJ,NA9,Y6I@=<9,
estacional semidecidual de terras baixas no Nordeste do Brasil. Hoehnea, v. 32, n. 2, p. 283-294, 2005.
RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária da UFPE, 2003. p. 181-236.
RODRIGUES, M. T.; XAVIER FREIRE, E. M.; PELLEGRINO, K. C. M.; SITES JUNIOR, J. W. Phylogenetic
relationships of a new genus and species of microteiid lizard from the Atlantic Forest of northeastern Brazil
(Squamata, Gymnophtalmidae). Zoological Jounal of Linnean Society, 2005. No prelo.
SALA, O. E.; CHAPIN, F. S.; ARMESTO, J. J.; BERLOW, R.; BLOOMFIELD, J.; DIRZO, R.; HUBER-
SANWALD, E.; HUENNEKE, L. F.; JACKSON, R. B.; KINZIG, A.; LEEMANS, R.; LODGE, D.; MOONEY,
Abundância, riqueza e distribuição temporal de Testudines em remanescente de Mata Atlântica, Nordeste do Brasil 303
H. A.; OESTERHELD, M.; POFF, N. L.; SYKES, M. T.; WALKER, B. H.; WALKER, M.; WALL, D. H. Global
biodiversity scenarios for the year 2100. Science, v. 287, p. 1.770-1.774, 2000.
5RM/!+,T-,3-,"-.,'!P!)(MMR+,3-,'I@@,=F@G;@=,;AF6E@I;=8A@?<,9?7,<8@,>H<HI@,Y6I9,6>,<8@,!<B9?<;G, 6II@=<,6>,
northeastern Brazil. Nature, London, v. 404, p. 72-74, 2000.
SIQUEIRA, M. F. 6/4#!.(&7"'8.,!3%&(&"'*(/%9:"&*(&(.);3!(.&%'<='(%.&*%&>%,%&6,#?/,!3%&%,'%-;.&*(&
dados binários. 1994. 143 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas,
1994.
SOUZA, F. L.; ABE A. S. Fauna urbana: o cágado e a poluição dos rios. Ciência Hoje, v. 25, p. 59-61,
1999.
SOUZA, F. L.; ABE A. S. Population structure and reproductive aspects of the freshwater turtle, Phrynops
geoffroanus, inhabiting an urban river in southeastern Brazil. Studies on Neotropical Fauna and
Environment, v. 36, p. 57-62, 2001.
SOUZA L. F. Uma revisão sobre padrões de atividade, reprodução e alimentação de cágados brasileiros
(Testudines, Chelidae). Phyllomedusa, v. 3, n. 1, p. 15-27, 2004.
SOUZA, F. L. Geographical distribution patterns of South American Side-necked turtles (chelidae), with
emphasis on Brazilian species. Rev. Esp. Herp., 19: 33-46. 2005.
VANZOLINI, P. E. Notes on the nesting behavior of Podocnemis expansa in the Amazon valley (Testudines,
Pelomedusidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 20, p. 191-215, 1967.
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das caatingas. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980. 160 p.
VANZOLINI, P. E. On the distribution of certain South American turtles (Testudines: Testudinidae and
Chelidae). Smithsonian Herpetological Information Service, v. 97, p. 1-10, 1994.
WILSON, E. O. A situação atual da diversidade biológica. In: WILSON, E. O. (Ed.). Biodiversidade. Rio de
Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1997. p. 1-24.
ZAGO, C. E. S.; VIZOTTO, L. D.; OLIVEIRA, C. de; BONINI-DOMINGOS, C. R.; Valores de Normalidade
da Série Vermelha para Phrynops geoffroanus (Testudines: Chelidae) de cativeiro. 2006. Disponível
em: <http://www.spzoo.org.br/1105.html>. Acesso em: 5 ago. 2008.
ZARDOYA, R.; MEYER A. The Evolutionary Position of Turtles Revised. Naturwissenschaften, v. 88, p.
193-200, 2001.
304 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
APÊNDICE A
A) vista dorsal de P. geoffroanus; B) vista ventral de P. geoffroanus; C) vista dorsal de K. scorpioides; D) vista ventral
de K. scorpioides; E) vista dorsal de M. tuberculata; F) vista ventral de M. tuberculata; G) Ovos de Testudines (espécie
não identificada); H) ovos e ninho de Testudines (espécie não identificada).
!"#$%&!'#$&()*+$&!',#'%-.%-./*-!'0-.+12-!'.#*+!%.-,-!'
nas praias de Ipojuca – Pernambuco entre os anos de 2000 e
3445'#'(+!%-'$&0#1%-,-',-!'#!"6$+#!'
ocorrentes para o estado
Elisângela da Silva Guimarães1; Arley Cândido da Silva1; Eduardo Albuquerque Marques Lins1,2; Geraldo Jorge
Barbosa de Moura1,3
Resumo Abstract
Na costa continental de Pernambuco, as The beaches of Ipojuca city represent,
praias do município de Ipojuca são as áreas de among the continental coast of Pernambuco, areas
preferência das tartarugas marinhas para desovar, of preference for sea turtles to spawn, because of
devido às condições climáticas, geológicas e its climate, geological and topographic conditions.
topográficas. Este trabalho teve como objetivo This study aimed to record the abundance, richness
registrar a abundância, a riqueza e a distribuição and temporal and spatial distribution of sea turtles
temporal e espacial de tartarugas marinhas entre between 2000 and 2008 spawning seasons on the
as temporadas de 2000 e 2008. Foram registradas beaches of Ipojuca. Three hundred and seventy-
373 desovas de duas espécies de tartarugas three egg masses were recorded for two species of
marinhas, sendo 371 da espécie Eretmochelys sea turtles, being 371 of the species Eretmochelys
imbricata (Linnaeus, 1766) e duas da espécie imbricata (Linnaeus, 1766) and 2 of the species
Caretta caretta (Linnaeus, 1758), que possui Caretta caretta (Linnaeus, 1758), which has sporadic
ocorrência esporádica. A temporada reprodutiva occurrence. The reproductive season for these
para essas espécies, em Ipojuca, começa species, in Ipojuca, begins in October and ends in
em outubro e termina em maio. Obteve-se na May. The highest record of spawning was obtained
temporada 2007-2008 o maior registro de desovas. in the 2007-2008 season. The beach of Merepe has
A praia de Merepe possui o maior número de the largest number of records of spawning activity.
registros de desovas. É evidente o aumento no It is evident the increase in the number of nesting
número de nidificação ao longo desses 8 anos over these eight years of sampling, as well as the
de amostragem, assim como a intensificação intensification of work performed in the conservation
dos trabalhos de conservação realizados nas of beaches Ipojuca with occurrence of spawning.
praias de Ipojuca, com ocorrência de desovas. O The monitoring carried out allows protection for the
monitoramento realizado permite a proteção para species involved and the whole ecosystem.
essa espécie e para todo o ecossistema envolvido.
Key-words: Ipojuca; Chelonians; Testudines;
Palavras-chave: Ipojuca; Quelônios; Testu- Eretmochelys imbricata; Caretta caretta.
dines; Eretmochelys imbricata; Caretta caretta.
1
ONG Ecoassociados (ecoassociados@bol.com.br).
2
!"#$"%#&'()'*+,%-+".'/+&012+-".3'4"5!('6-7(8&%+-&92)"+0:-&);:
3
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
Introdução
As tartarugas marinhas existem há mais de dando origem ao seu nome popular: tartaruga-de-
150 milhões de anos e ao longo desse período couro (PRITCHARD, 1997; SPOTILA, 2004).
sobreviveram às grandes mudanças climáticas e No mundo, existem registros de 313 espécies
ambientais ocorridas no planeta. Sua origem se deu de Testudines, das quais sete são tartarugas
no ambiente terrestre, mas evoluíram adaptando- marinhas (REPTILE-DATABASE, 2008): Caretta
se ao ambiente marinho e diferenciando-se de caretta (Linnaeus, 1758), Chelonia mydas (Linnaeus,
outros répteis (LUTZ; MUSICK, 1997). Seus 1758), Eretmochelys imbricata (Linnaeus, 1766),
ancestrais precisaram modificar algumas de suas Lepidochelys kempii (Garman, 1880), Lepidochelys
estruturas, dando origem, assim, à sua atual olivacea (Eschscholtz, 1829) e Natator depressus
morfologia, observada nesses quelônios, como (Garman, 1880), incluídas na família Cheloniidae;
a presença de membros anteriores em forma de Dermochelys coriacea (Linnaeus, 1766), incluída
remos, favorecendo a interação hidrodinâmica na família Dermochelyidae. Das sete espécies
com o ambiente (BAPTISTOTTE, 1992; MEYLAN et marinhas reconhecidas, cinco são registradas para
al., 2000). Pernambuco: Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda),
Os répteis são representados por quatro Chelonia mydas (tartaruga-verde ou tartaruga-
ordens: Rhynchocephalia, Squamata, Testudines e aruanã), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-
Crocodylia. Na ordem Testudines, são reconhecidas pente), Lepidochelys olivacea (tartaruga-oliva
duas subordens: Pleurodira (Pleuro = lado; dire = ou tartaruga-pequena) e Dermochelys coriacea
pescoço) e Cryptodira (Crypto = escondido; dire (tartaruga-de-couro) (GUIMARÃES, et al., 2007;
= pescoço). Enquanto a primeira inclui espécies SBH, 2008).
encontradas atualmente apenas no Hemisfério Sul, O entendimento das rotas migratórias das
a segunda, mais especiosa, é representada por tartarugas marinhas, entre suas áreas de reprodução
espécies aquáticas e terrestres na América do Sul, e alimentação (HAYS, et al., 2001); o período de
e terrestres na África, incluindo os únicos quelônios desova, que no litoral brasileiro vai de outubro a
encontrados na maior parte do Hemisfério Norte. maio (BAPTISTOTTE et al., 2003; ALMEIDA et al.,
No Cretáceo, existiam quatro famílias de 2002); e a influência da temperatura de incubação,
tartarugas marinhas: Toxochelydae, Protostegidae, que determina o sexo dos filhotes (DUTTON et al.,
Cheloniidae e Dermochelyidae (PRITCHARD, 1997), 1999; GLEN; MROSOVSKY, 2004), são, entre outros,
mas apenas as duas últimas, incluídas na subordem fatores que demandam estudos contínuos visando
Cryptodira, permaneceram até o presente à conservação desses Testudines marinhos. Dessa
(HALLIDAY; ADLER, 2002; REPTILE-DATABASE, forma, este trabalho teve como objetivo registrar
2008). Uma característica que diferencia as duas as espécies de tartarugas marinhas ocorrentes
famílias é o tipo de revestimento externo da no município de Ipojuca, entre os anos de 2000
carapaça. Cheloniidae retêm os escudos córneos e 2008, assim como caracterizar ecologicamente
epidérmicos sobre o casco (PRITCHARD, 1997), as espécies em questão. Especificamente, pre-
enquanto indivíduos da família Dermochelyidae tendeu-se: A) registrar a abundância e a riqueza
possuem carapaça que não é formada por placas das espécies de tartarugas marinhas ocorrentes
córneas, mas por uma grossa camada de pele, no município de Ipojuca; B) registrar a variação
308 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
temporal das ocorrências; C) mapear os principais 50,2 km da capital, cujo acesso é feito pela BR-
sítios de ocorrência; e D) compilar dados 101 e pela PE-060 (ANDRADE, 2003). Segundo
objetivando apresentar uma lista comentada com a Ab’Saber (1967), o clima da região é As’ (tropical
história natural das espécies de tartarugas marinhas chuvoso com verão seco), com precipitação média
ocorrentes para o estado de Pernambuco, visando, anual de 1.309,9 mm e período chuvoso entre os
assim, à preservação das tartarugas marinhas, meses de março e agosto.
grupo ainda tão necessitado de políticas e de São 32 km de área litorânea, distribuídos,
preservação e de conservação ambiental. no sentido norte-sul, ao longo das seguintes
praias: Gamboa, Muro Alto, Cupe, Merepe, Porto
Metodologia de Galinhas, Maracaípe, Pontal de Maracaípe,
Serrambi e Toquinho. Entretanto, apenas os 16
Área de estudo km de praia entre Muro Alto e Serrambi foram
monitorados durante o estudo. Exceto pela Praia de
O município de Ipojuca está localizado na Porto de Galinhas, que possui formações recifais,
mesorregião metropolitana e na microrregião as demais praias monitoradas apresentam forte
Suape, do estado de Pernambuco, que limita ao arrebentação. Todas elas, no entanto, possuem
norte e ao sul, respectivamente, com os municípios águas relativamente quentes e de salinidade
de Cabo de Santo Agostinho e Sirinhaém, a elevada (MANSO et al., 2003). Essas praias se
leste com o Oceano Atlântico e a oeste com o destacam por apresentar características ambientais
município de Escada. A sede do município tem (temperatura, tipo de areia, umidade e topografia)
altitude aproximada de 10 metros e coordenadas favoráveis à escolha do ambiente para desova de
geográficas de 08°24’06” S e 35°03’45” W, distando tartarugas marinhas (MORTIMER, 1981).
filhotes se dispersassem no caminho até o mar, município de Ipojuca, exceto Gamboa e Toquinho,
devido à incidência da fotopoluição nas áreas sendo 371 da espécie Eretmochelys imbricata
dos ninhos (GUIMARÃES, E. S. com. pess.). A (Linnaeus, 1766), a mais ameaçada segundo a
iluminação artificial na costa, devido à expansão lista da União Internacional para a Conservação da
de hotéis de grande e pequeno porte, pousadas, Natureza (IUCN/2007), e duas, de forma casual, da
casas de veraneio e moradias fixas, prejudica o espécie Caretta caretta (Linnaeus, 1758).
deslocamento dos filhotes em direção ao mar Devido à falta de informações técnicas
(FERREIRA et al., 1992; GUIMARÃES et al., 2007). precisas (data de eclosão e local da dasova) de
Três dias após a eclosão, os ninhos registros compreendidos entre as temporadas de
passam por um processo de contagem dos ovos 2000 a 2004, só foi possível inferir sobre os aspectos
eclodidos, permitindo identificar o número de
ecológicos detalhados dos dados coletados a partir
filhotes que obtiveram sucesso na eclosão (vivos),
de dezembro de 2004, ficando os dados de 2000 a
os que morreram no caminho da subida do ninho
2008 apenas para a composição da abundância e
à superfície da praia (natimortos) e os que não
da riqueza das espécies, e a variação populacional
conseguiram sair do ovo (gorados).
Trabalhos de educação ambiental foram ao longo das temporadas.
desenvolvidos durante todo o período de mo-
nitoramento (2000-2008), por meio de capacitações Distribuição temporal e sazonalidade
e palestras para a comunidade local e para turistas,
enfatizando a importância de uma tartaruga Na Tabela I foi observado o crescimento
desovando ou de um ninho eclodindo. acentuado no número de desovas registradas
entre 2000 e 2008 nas praias de Muro Alto, Cupe,
Resultados e discussão Merepe, Porto de Galinhas, Maracaípe, Pontal de
Maracaípe e Serrambi. Dados também observados
Abundância e riqueza por Cavalcanti et al. (2002), entre as temporadas
de 1999 e 2002 para as mesmas praias, e por
Foram registrados 373 indivíduos, per- Marcovaldi (1999) entre 1982 e 1997, para a Bahia,
tencentes a duas espécies de tartarugas marinhas, mostram uma considerável reação positiva das
entre os anos de 2000 e 2008 nas praias do espécies nas últimas décadas.
Tabela I: Registro absoluto e percentual das desovas de Eretmochelys imbricata e Caretta caretta entre as temporadas
de 2000 e 2008 nas praias do município de Ipojuca.
Tabela II: Total de registros mensais de desovas de Eretmochelys imbricata entre 2004 e 2008 nas praias do município
de Ipojuca.
Meses mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev Total
Desova 77 17 4 0 0 0 0 6 9 34 66 97 310
Total período chuvoso: 98 período seco: 212
É possível observar na Tabela II que, durante A vegetação junto à praia e a textura da areia
todo o ano, o maior número de desovas coincide também são variáveis que têm sido levadas em
com a estação seca. A ação climática sazonal, conta. De acordo com os resultados do trabalho de
como o período de seca e o chuvoso, também Mortimer (1981), na Ilha de Ascenção, a nidificação
influencia a proporção de machos e fêmeas nas mais abundante da espécie Chelonia mydas ocorre
ninhadas (GOMES et al., 2006). Estudos relatam em praias não iluminadas, com acessos abertos
haver maior prevalência no nascimento de fêmeas, do mar alto, e praias relativamente livres de
em números exorbitantes, pois para cada 500 entulho de rochas. Cada um dos cinco gêneros de
filhotes nascidos apenas um chega à idade tartarugas marinhas, provavelmente, tem requisito
reprodutiva. O nascimento de um maior número ligeiramente diferente na escolha do local de
de fêmeas é necessário para manter o equilíbrio
desova (MORTIMER, 1981; SILVA et al., 2001).
entre os sexos em uma mesma população. Por
Durante as temporadas reprodutivas de 2004
gastar mais energia e sofrer mais risco de vida
com o processo reprodutivo, as fêmeas são mais a 2008 foram observadas 310 desovas da espécie
susceptíveis à morte. Além de produzir os ovos, Eretmochelys imbricata nas praias de Ipojuca. A
elas precisam subir até uma praia para nidificar, espécie Caretta caretta raramente nidifica na orla
expondo-se a predadores (FISHER, 1930 apud de Ipojuca (n = 2), registro também observado
WIBBELS, 2003). por Cavalcanti (2003), não possuindo um número
favorável para análise. As espécies Chelonia mydas
e Lepydochelis olivacea foram registradas como
Distribuição espacial
mortas ou debilitadas.
As praias abertas e desprovidas de rochas A Tabela III apresenta o número de registros
sem costões rochosos, com águas de boa obtidos de Eretmochelys imbricata, por praia, em
visibilidade e sem fortes batimentos de ondas, são cada temporada. Destaque para a Praia de Merepe,
propícias à desova e à alimentação de tartarugas com 195 desovas, aproximadamente 63% do total
marinhas (MORTIMER, 1981; SILVA et al., 2001). entre 2004 e 2008.
Tabela III: Registro de Eretmochelys imbricata, por praia, entre 2004 e 2008 no município de Ipojuca.
1- FAMÍLIA CHELONIIDAE
Caretta caretta (Linnaeus, 1758)
A espécie Caretta caretta, conhecida popularmente como tartaruga-cabeçuda (TAMAR,
1998), é abundante no Oceano Atlântico, principalmente no Hemisfério Norte (CARR, 1975;
REBEL, 1974; ERNST; BARBOUR, 1989; MEYLAN et al., 1995). Embora seja encontrada na
costa do Pacífico nas Américas, do Alasca à Califórnia (MARQUEZ, 1969; SHAW, 1947; BANE,
1992). Esta espécie é encontrada em praticamente todo o mundo e, para desovar no Brasil,
procura preferencialmente as praias ao norte do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe,
1. apresentando o maior número de desovas no litoral brasileiro (TAMAR, 1996). Os animais têm
a cabeça proporcionalmente maior do que a das outras espécies, chegando a medir 25 cm de
comprimento (TAMAR, 1996). Seu casco mede aproximadamente um metro e alcançam peso
máximo, já registrado, de 250 kg. Esta espécie possui preferencialmente hábitos piscívoros,
alimentando-se também de camarões, caramujos, esponjas e algas (WITZELL, 1984; TAMAR,
1996; POLOVINA et al., 2003). Suas mandíbulas poderosas lhes permitem triturar as conchas
de moluscos e carapaças de crustáceos. Seu estágio juvenil é pelágico (CARR, 1978; MUSIK;
LIMPUS, 1997; BOLTEN et al., 1998).
Chelonia mydas (Linnaeus, 1758)
A espécie Chelonia mydas, também chamada de aruanã (TAMAR, 1996), ocorre nas
águas dos oceanos Atlântico (SCHIMIDT, 1916; CARR et al., 1978; BOULON; FRAZER, 1990) e
Pacífico (BALAZANS, 1982; BALAZANS et al., 1994; MEYLAN, 1995; HIRTH, 1997). Seus locais
de desova são geralmente bastante distantes dos locais de alimentação, obrigando os animais
a realizarem migrações sazonais que podem cobrir uma distância de mais de 4.000 km² (CARR
et al., 1978; CARR, 1975; PRITCHARD, 1973; MEYLAN, 1982; HIRTH, 1997). Os indivíduos
2.
juvenis podem ser vistos, com relativa facilidade, ao longo de todo o litoral brasileiro. No Brasil,
esta espécie prefere desovar nas ilhas oceânicas, como Fernando de Noronha, Atol das Rocas
e Trindade (TAMAR, 1996). Além do Brasil, há registro de desovas na Costa Rica, Guiana,
Guiana Francesa, Suriname, México, Ilha Ascension, Ilha Mona, Ilha das Aves, Dry Tortugas, Ilha
das Mulheres, Ilha do Cabo Verde, Flórida, Geórgia, Bermuda, Alta Vela, Ilha Cayman e Cuba
(ERNST; BARBOUR, 1989). É herbívora, alimentando-se exclusivamente de algas. Mede cerca
de 1,20 m, podendo atingir até 350 kg (TAMAR, 1998).
2- FAMÍLIA DERMOCHELYIDAE
Agradecimentos
Agradecemos aos nativos das praias de Ipojuca, principalmente de Porto de Galinhas, por terem
se tornado verdadeiros voluntários no repasse de informações sobre tartarugas marinhas à ONG
Ecoassociados; à Prefeitura de Ipojuca; ao Hotel Armação; à equipe do I Encontro de Herpetologia e
Mastozoologia em Pernambuco que promoveu a criação deste livro, e, em especial, ao Professor Geraldo
Moura.
Referências
AB’ SABER, A. N. !" #$%&'($!" %$)*$+,&%-.&+$!" /" 0)$1('+&2!" 3.$4/$4)-3+2!" #$" 5)2!&,. São Paulo,
USP, 1967, n. 3, p. 46.
ACHÁVAL, F.; MARIN, Y.H.; BAREA, L. C. Captura incidental de tortugas com palangre pelagico oceanico
em el Atlântico sudoccidental. In: ARENA, G.; REY M. (Ed.). Captura de grandes peces pelagicos
(pez espada y atunes) em el Atlantico Sudoccidental, y su interaccion em otras problaciones.
Montevideo, Uruguay: Instituto Nacional de Pesca, Programa de Las Naciones Unidas para el Desarrollo,
2000. p. 83-88.
ALMEIDA, A. P. L. S.; THOMÉ, J. C. A.; BAPTISTOTTE, C.; MOREIRA, L. M. P.; RIETH, D. B.; SCALFONI, J.
T. Aspectos da biologia reprodutiva de Caretta caretta no litoral norte do Espírito Santo, evidenciados por
recapturas de fêmeas marcadas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 24., 2002. Resumos...
Itajaí: Univali, 2002.
BALAZANS, G. H. Growth rates of immature green turtles in Hawaiian Archipelago. In: BJORNDAL, K. A.
(Ed.). Biology and conservation of sea turtles. Washington, DC, USA. Smithsonian Institution Press,
1982. p. 117-125.
BALAZANS, G. H.; DUDLEY, W. C.; HALLACHE, L. E.; CONEY, J. P.; KOGA, S. K. Ecology and cultural
!"#!$%&#%'()*( '&(+,-+.' (&+(/,#&.,0,(1&2&!!3(4#5(6789:;<=>(?3(<3@(68=AB:>(<3(63@(781:C8:>(;3(<3@(
ELIAZAR, P. J. (Comp.). Proceedings of the Fourteenth Annual Symposium on Sea Turtle Biology and
Conservation. Miami, Florida, USA: NOAA Technical Memorandum NMFS-SEFSC-351, 1994. p. 10-13
BAPTISTOTTE, C.; THOME, J. C.; BJORDAL, K. A. Reproductive biology and conservation status of
the loggerhead sea turtle (Caretta caretta) in Espírito Santo state, Brazil. Chelonian Conservation and
Biology, v. 4, n. 3, p. 523-529, 2003.
BINCKLEY, C. H.; SPOTILA, J. R.; WILSON, K. S.; PALADIONO, F. V. Sex determination and sex determination
38)".,01,)-6.2569K.,L)2G92-6/()>69;3,56-C/),390.,6.+)Copeia, v. 2, p. 291-300, 1998.
BLEAKNEY, J. S. Reports of marine turtles from New England and Eastern Canada. Canadian Field-
Naturalist, v. 79, p. 120-128, 1965.
BOLTEN, A. B.; BJORNDAL, K. A.; MARTINS, H. R.; DELLINGER, T.; BISCOTIO, M. J.; ENCALADA, S. E.;
&M'N() +)M+)#9.4/.2-.420,B)676-3J;642.-;)0D9.2034/3)O3DD6956.B/).)2G92-6/)B6;34/29.26B)KC);2>N!)
sequence analysis. Eco-logical Applications, v. 8, p. 1-7, 1998.
BOULON JUNIOR, R. H.; FRAZER. N. B. Growth of wild juvenile Carribean green turtles, Chelonia mydas.
Journal of Herpetology, v. 24, p. 441-445, 1990.
CARR, A. F.; CARR, M. H.; MEYLAN, A. B. The ecology and mygrations of sea turtles. 7. The West Caribean
green turtle colony. Bulletin of the American Museum of Natural History, v. 162, p. 1-46, 1978.
CAVALCANTI, M. A. M.; SANTOS, R. O. M.; GUIMARÃES, E. S.; PEREIRA, C. F. P.†; MORAIS, Z. M. B. Pontos
B6)96J93BGPQ3)B6)2.92.9GD.);.9045.)43)-0239.-)B6)"694.;KG,3+)$4R)*34D96//3)B6)$40,0.PQ3)*0642S1,.+)TU+()
2002. Anais... Recife: UFRPE, 2002. p. 631-632.
CHAN, E. H.; LIEW, H. C. Incubation temperatures and sex ratios in Malaysian leatherback turtles
Dermochelys coriacea. Biological Conservation, v. 74, p. 169-174, 1995.
COGGER, H. G. Reptiles and Anphibians of Australia. Chastwood, NSW: Reed Books, 1996.
DE CASTILHOS, J. C.; TIWARI. M. Preliminary Data and Observations from an Increasing Olive Ridley
Population in Sergipe, Brazil. Marine Turtle Newsletter, n. 113, p. 6-7, 2006.
314 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
DUTTON, P. H.; BOWEN, B. W.; BARRAGAN, A.; DAVIS, S. K. Global phylogeography of leatherback turtle
(Dermochelys coriacea). Journal of Zoology, v. 248, p. 397-409, 1999.
'*]'F#() %+) !+@) %!F#$() I+) E+) >0/2.42) 1/56906/) 0;J-0,.26B) 04) 256) -3//) 38) 256) ^39-B_/) -.9D6/2) -6.2569K.,L)
nesting population. Marine Turtle Newsletter, v. 78, p. 2-7, 1997.
ECKERT, S. A. Perspectives on the use of satellite telemetry and other electronic technologies for the study
38);.9046)2G92-6/()^025)9686964,6)23)256)19/2)C6.9`-34D)29.,L04D)38)-6.2569K.,L)/6.)2G92-6/+)$4R)'""'FIa()%+)
P.; BRAUN, J. (Ed.). Proceedings of the Seventeenth 21 Annual Sea Turtle Symposium. Miami: NOAA
Technical Memorandum NMFS-SEFC-415, 1998. p. 294.
ERNST, C. H.; BARBOUR, R. W. Turtles of the World. Washington, DC: Smithsonian Institution Press, 1989.
['FF!F&I$+)%+@)X'&FX'%()b+)a+@)X!%"!F()"+@)I6)E!*A&()a+)M5696)-6.2569K.,L)2G92-6/);662)1/56906/+)
Nature, v. 429, p. 521-522, 2004.
['FF'$F!() %+) N+) E+@) E&F'$F!) [$IA&() X+) *+@) "!#$F$() ?+) b+) B6) !+) !) 04OGc4,0.) B.) 0-G;04.PQ3) .9201,0.-)
na reprodução das tartarugas marinhas. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
ELÉTRICA. Anais... 1992. Blumenau, Coelba, 1992.
FERREIRA JUNIOR, S. N. M.; CASTRO, P. de T. A.; ADDAD, J. E.; LORENZO, M. de. !"#$%&!'(!)&*+,($&!'
-.!' ,+#.!' -#' /)-)($.01&' -.' %.+%.+2*.' 3.+)/4.' 5.+#%%.' $.+#%%.' /.' "+.).' -.' 62./.7.+.8' /$4)#%.8'
Espírito Santo. Arujá, SP: IPBHN, 2003. (Publicações avulsas)
[F!d$'F()b+)!4.-0/0/)'/2.B0/20,3)B6)-.)#392GD.)X3-14.()I6JB3,56-C/)3-07.,6.)H'/,53-2<Y)B6)&.e.,.()E6e0,3+)
Ciência Pesqueira, v. 4, p. 49-75, 1984.
GLEN, F.; MROSOVSKY, N. The impact of climate change on sand and nest temperatures at a hawksbill
turtle (Eretmochelys imbricata) nesting beach. Global Change biology, v. 10, p. 2036-2045, 2004.
GODFREY, M. H.; BARRETO, R.; MROSOVSKY, N. Metabolically- generated heat of developing eggs and its
potentials effect on sex ratio of sea turtle hatchlings. Journal of Herpetology, v. 31, n. 4, p. 616-619, 1997.
GOMES, M. G. T.; SANTOS, M. R. D.; HENRY, M. Tartarugas marinhas de ocorrência no Brasil: hábitos e
aspectos da biologia da reprodução. Rev. Bras. Reprod. Anim., Belo Horizonte, v. 30, n. 1/2, p. 19-27,
2006. Disponível em: <www.cbra.org.br>.
GROOMBRIDGE, B. The IUCN Anphibian-Reptilia red data book part 1. IUCN Switzerland, 1982.
GUIMARÃES, E. S.; SILVA, A. C.; COSTA, V. P. Monitoramento de desovas de tartaruga marinha Eretmochelys
imbricata em praias urbanas de Ipojuca/PE. In: ENCONTRO DE HERPETOLOGIA E MASTOZOOLOGIA
EM PERNAMBUCO, 1., 2007.
HALLIDAY, T.; ADLER, K. Amphibian. In: HALLIDAY, T.; ADELER, K. (Ed.). 9)+#:;'</$)$=&"#-).'&>'?#"%)=#!'
and Amphibians.)[096OC) 33L/)H=+%+Y()UVVU+)J+)TV`Tg+
HAYS, G. C.; DRAY, Q. T.; SMYTH, T. J.; MIRONNET, N. C.; LUSCHI, P.; PAPI, F.; BARNSLEY, M. J. Movements
of migrating green turtles in relation to AVHRR derived sea surface temperature. International Journal of
Remote Sensing, v. 22, p. 1403-1411, 2001.
HAYS, G. C.; METCALFE, J. D.; WALNE, A. W.; The implications of lung regulated buoyancy control for
dive depth and duration. Ecology, v. 85, n. 4, p. 1.137-1.145, 2004.
Aspectos ecológicos de tartarugas marinhas registradas nas praias de Ipojuca 315
HIRTH, H. F. Some aspects of the nesting behaviour and reproductive biology of sea turtles. Am Zool., v.
20, p. 507, 1980.
HIRTH, H. F. 1997. Synopsis of the biological data on the green turtle Chelonia mydas. Washington,
DC: Fish and Wildlife Service U.S. Dept. of the Interior,
IUCN. IUCN red list of threatened animals. Chelonian Conservation and Biology, v. 3, n. 2, p. 200-224, 1996.
!Fd&I!`X&NdhI'd() b+) [+) AG;6B.B) C) 26;J69.2G9.) 6;) 40B3/) 4.2G9.-6/) C) .9201,0.-6/) B6) 2392GD.) D3-14.)
Lepidochelys olivacea (Eschssholtz 1829). Revista de biologia Marina y Oceanografía, v. 42, n. 3, p.
377-383, 2007.
LIMPUS, C. J. The Hawksbill turtle Eretmochelys imbricata, in Queensland: Population structure within a
southern Great Barrier Reef breeding ground. Wildlife Research, v. 19, p. 489-506, 1992.
LUTZ, P. L.; MUSICK, J. A. The Biology of Sea Turtles. Boca Raton, Florida: CRC Press, 1997.
MANSO, V. V.; CORREA, I. C. S.; GUERRA, N. C. Morfologia e sedimentologia da plataforma interna entre
as praias de Porto de Galinhas e Campos – Litoral sul de Pernambuco. Pesquisas em Geociências, v.
30, n. 2, p. 17-25, 2003.
MALVASIO, A.; SOUZA, A. M.; FERREIRA JUNIOR, P. D.; REIS, E. S.; SAMPAIO, F. A. A. Fatores que
04OG64,0.;).)B0/290KG0PQ3)B3/)40453/)B6)"3B3,46;0/)6eJ.4/.)6)"+)G401-0/)H"6-3;6BG/0B.6Y)43)903)b.7.()
Tocantins. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE HERPETOLOGIA. Curitiba. Anais... Curitiba: PUC-PR, 2004.
MARCOVALDI, M. Â.; MARCOVALDI, G. G. Marine turtles of Brazil: the history and structure of Projeto
Tamar-Ibama. Biological Conservation, v. 91, p. 35-41, 1999.
MARCOVALDI, M. Â.; VIEITAS, C. F.; GOSFREY, M. H. Nesting and conservation management of hawksbill
turtles (Eretmochelys imbricata) in northern Bahia, Brazil. Chelonian Conservation an biology, v. 3, n. 2,
p. 301-307, 1999.
MASCARENHAS, R.; ZEPPELINI FILHO, D.; MOREIRA, V. S. Observations on sea turtles in the state of
Paraiba, Brazil. Marine turtle newsletter, n. 101, p. 16-18, 2003.
MEYLAN, A.; BJORNDAL, K. (Ed.). Biology and Conservation of Sea Turtles. Washington, DC:
Smithsonian Institution Press, 1982. p. 91-100.
MEYLAN, A. Status Report of the hawksbill turtle. In: Proceedings of the second western atlantic turtle
symposium. NOAA technical memorandum NMF/SEFC, 1989. p. 226.
MEYLAN, A. B.; SCHROEDER, B.; MOSIER, A. Sea turtle nesting activity in the state of Florida, 1979-1992.
Fla. Mar. Res. Publ., v. 52, p. 1-51, 1995.
MORREALE, S; STANDORA, J.; SPOTILA, J. R.; PALADINO, F. V. Migration corridor for sea turtles. Nature,
v. 384, p. 319-320, 1996.
MEYLAN, A. B.; MOSIER, A. Sea turtle nesting activity in the state of Florida 1979-1992. Fla. Mar. Res.
Publ. Nº 52. 1995.
316 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
MEYLAN, A. B.; MEYLAN, P. A. Introducción a la evolución, historias de vida y biologia de las Tortugas
marinas. In: ECKERT, K. L.; BJORDNAL, K. A.; ABREUGROBOIS, F. A.; DONELLY, M. (Ed.). Técnicas de
investigación y manejo para la conservación de las Tortugas marinas. Pennsylvania: Consolidated
X9.1,)*3;;G40,.2034/()4+)f()UVVV+)J+)W`i+
MILLER, J. D.; DOBBS, K. A.; LIMPUS, C. J.; MATTOCKS, N.; LANDRY, A. M. Long distance migrations by
hawksbill turtle, Eretmochelys imbricata, from north-eastern Autralia. Wildlife Research, v. 25, p. 89-95, 1998.
E&F#$E'F() b+) !+) [.,239/) 04OG64,04D) K6.,5) /6-6,2034) KC) 46/204D) /6.) 2G92-6/+) TgiT+) $4R) b&FN>!I() ]+)
World conference on sea turtle conservation. In: Proceedings of the eighth annual conference on sea
turtle Biology. 1981. p. 45-51.
MUSICK, J. A.; LIMPUS, C. J. Habitat utilization and migration in juvenile sea turtles. In: LUTZ, P. L.;
MUSICK, J. A. (Ed.). The Biology of Sea Turtles. Boca Raton, FL: CRC Press, 1997. p. 137-163.
PLOTKIN, T.; BYLES, R. A; ROSTAL, D. C; OWENS, D. W. Independent versus socially facilitated oceanic
migrations of the olive ridley, Lepidochelys olivacea. Marine Biology, v. 122, p. 137-143, 1995.
POLOVINA, J. J.; HOWELL, E.; PARKER, D. M.; BALAZS, G. H. Dive-depth distribution of loggerhead
H*.9622.),.9622.Y).4B)3-076)90B-6C)HI6J0B3,56-C/)3-07.,6.Y)/6.)2G92-6/)04)256),6429.-)N3925)".,01,R);0D52)B66J)
longline sets catch fewer turtles? Fisheries Bulletin, v. 101, n. 1, p. 189-193, 2003.
PRITCHARD, P. The leatherback or leathery turtle, Dermochelys coriacea. IUCN Monogr., n. 1, p. 39, 1971.
REBEL, T. Sea turtles and the turtle industry of the West Indies, Florida and the Gulf of Mexico. Miami:
Univ. Miami Press, 1974.
SCHMIDT, J. Marking experiments with turtles in the Danish West Indies. Meddelelser fra Kommissionen
for Havundersøgelser, Serie Fiskeri, v. 5, p. 1-26, 1916.
%A!M()*+)'+)[09/2)96,39B)38)256)96B+)K93^4)-3DD6956.B)2G92-6)893;)256)6./2694+)".,01,+)Herpetologica, v.
4, p. 55-56, 1947.
SPOTILA, J. Sea Turtles: a complete guide to their biology, behavior, and conservation. Baltimore,
Maryland: The Johns Hopkins University Press and Oakwood Arts, 2004.
WIBBELS, T. Critical approaches to sex determination in sea turtles. In: LUTZ, P. L.; MUSICK, J. A.;
WYNEKEN, J. (Ed.). The biology of sea turtle II. Boca Raton, FL: CRC Press, 2003. p.103-133.
WITZEL, W. N. The incidental capture of sea turtles in the Atlantic U.S. Fishery Conservation Zone by the
b.J.46/6)2G4.)-34D-046)O662()Tg\i`TgiT+)Mar. Fish. Em., v. 46, p. 56-58, 1984.
Aspectos ecológicos de tartarugas marinhas registradas nas praias de Ipojuca 317
APÊNDICE A
E F
A) Eretmochelys imbricata retornando para o mar; B) Caretta caretta retornando para o mar; C) Eretmochelys imbricata
desovando; D) Caretta caretta desovando; E) Filhotes de Eretmochelys imbricata emergindo do ninho; F) Filhote a
caminho do mar. (Fotografias: Luiz Prado).
!"#$%$&'(!")%*&$+(!",("-.+/-0"+0"1&0/"2&/!'.34("+0"5/!6($"
(1624-1627) com ocorrência no estado de Pernambuco
Resumo Abstract
Por meio de uma revisão de literatura, Through a literature review, we recover
resgata-se a importância histórica da presença de the historical importance of the presence of Frei
Frei Cristóvão de Lisboa no Brasil (início do século Cristóvão de Lisboa in Brazil (early XVII century)
XVII), quando foi escrita uma das mais significativas when he wrote one of the most significant
obras para a zoologia brasileira: História dos works for the Brazilian Zoology: “The History of
animais e árvores do Maranhão (LISBOA, 1967). Na animals and trees in Maranhão (Lisboa, 1967).
obra encontra-se a representação gráfica de três In the abovementioned work there is a graphical
espécies de lagartos: Iguana iguana; Tupinambis representation of three species of lizard: Iguana
merianae e Hoplocercus spinosus. A precisão dos iguana; Tupinambis merianae and Hoplocercus
desenhos ressalta características de importância spinosus. The accuracy of the drawings highlight
taxonômica e permite fácil enquadramento features of taxonomic significance and allow an
sistemático. Conclui-se que a obra de Frei Cristóvão easy systematic approach. We conclude that the
representa uma ferramenta histórico-científica para work of Frei Cristóvão is a tool for historical and
discussões e inferências das modificações na scientific arguments and inferences of changes in
distribuição geográfica dessas espécies. the geographic distribution of these species.
1
Professora Adjunta do Departamento de Biologia da UFRPE (zmuta@hotmail.com).
2
Professor Adjunto do Departamento de Biologia da UFRPE (argus@db.ufrpe.br).
320 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Frei Cristóvão de Lisboa é considerado um autora se não teria sido ditado pelo autor, enquanto
dos pioneiros da zoologia no Brasil. De acordo com desenhava, a um companheiro de poucas letras,
Paiva (1986), seu nome de batismo era Cristóvão pois existem palavras emendadas.
Severim de Faria, tendo nascido em Lisboa no dia Smith (1941) comenta que “se essas
25 de julho de 1583, estudado na Universidade de ilustrações são trabalho do próprio Custódio
Évora e depois se tornado capuchinho em 1602, não se sabe”. Essas ilustrações se destinavam à
no Convento de Santo Antonio de Portalegre. Em publicação, quando indicadas pela palavra “estam-
missão religiosa e política veio para o Brasil como pa” que aparece em várias folhas desenhadas
superior de um grupo de franciscanos designados do códice. Todos os desenhos são feitos com
para atuar no Maranhão. Frei Cristóvão, na condição bico de pena, em papel grosso. São todos
aproximadamente de duas por três polegadas de
de Inquisidor Apostólico, partiu de Portugal em 25
tamanho e cada um está intitulado com seu nome
de março de 1624, em companhia do governador
indígena. Escreve o autor que do ponto de vista do
nomeado Francisco Coelho de Carvalho, para
estilo, os desenhos não têm grande valor artístico,
governar um território compreendido entre o Ceará embora sejam excepcionalmente pitorescos e
e o Amazonas. Ali, Frei Cristóvão fundou a Custódia revelem observação cuidadosa aplicada a certos
do Maranhão, exercendo intensa atividade com os pormenores, como os pés e as garras dos animais.
missionários sob suas ordens. É, claramente, trabalho de um observador acurado
Segundo Paiva (1986), Frei Cristóvão da natureza, de talento considerável, mas de muito
conhecia a obra de Claude d’Abeville, publicada pouco tirocínio artístico.
em 1614, no que se refere à parte da história natural Na compreensão de Walter (1967), o có-
(D’ABEVILLE, 1975), o que talvez o tenha motivado dice parece tratar-se de um “borrão” ou livro de
a escrever a sua obra original intitulada História apontamentos em que duas ou mais pessoas
natural e moral do Maranhão, cujos originais executaram os desenhos e os conhecimentos que
desapareceram, salvando apenas a parte referente tinham adquirido depois de longa observação. Na
aos animais e às árvores. O texto e as estampas opinião do autor, Frei José não tinha conhecimentos
do seu códice (do latino codex, que significa de História Natural e nem dotes para executar os
“livro manuscrito” e que se utiliza para denominar desenhos, assim, teve de recorrer à ajuda alheia,
documentos pictóricos ou de imagens) foram talvez um dos seus companheiros. Igualmente,
recuperados em 1933 e serviram de base para nem o texto teria sido escrito por Frei Cristóvão,
a edição portuguesa de 1967 intitulada: História mas por um dos seus confrades, mencionado por
ele em carta, na qual escreveria o relato feito por
dos animais e árvores do Maranhão, contendo
certo informante português, que discorreu sobre
259 figuras entre as quais figuram aves, peixes e
as espécies desenhadas.
plantas, 21 figuras de animais, entre as quais estão
Completamente divergente é Nelson Pa-
mamíferos e répteis não referidos no texto. As aves, pavero (2000) que afirma que os desenhos e
peixes, mamíferos e alguns répteis já foram objeto o texto sobre animais e plantas do Maranhão
de estudo de zoólogos brasileiros, entretanto, os e do Pará foram, provavelmente, preparados
lagartos nunca foram estudados. pelo próprio Daniel de La Touche (senhor de la
Para Ávila-Pires (1989), é importante exa- Ravardière, fundador, no Maranhão, da França
minar a obra de Frei Cristóvão em conjunto com Equinocial em 1612), ou a seu mando, e que
a dos frades franceses (Claude d’Abbeville e ficaram, posteriormente, nas mãos do inquisidor
Yves d’Evreux) que, além de contemporâneos, Frei Cristóvão de Lisboa, que os teria publicado
possivelmente compartilharam os mesmos naquele século, sob o seu nome, erroneamente.
informantes. Um desses informantes teria sido É objetivo deste trabalho ressaltar a
um europeu, profundo conhecedor da região e da importância taxonômica das representações grá-
língua tupi, e que, além disso, teve contato com os ficas das espécies de lagartos do códice de Frei
franceses. Cristóvão de Lisboa que ocorrem no estado de
Quanto aos desenhos do códice, existem Pernambuco.
controvérsias entre os autores quanto a sua autoria.
Fonseca (1968) não tem dúvidas ao sustentar que Material e métodos
foi o próprio Frei Cristóvão quem desenhou as
figuras de animais e vegetais do códice. Escreve Por meio do exame das estampas 72 e 73
a autora que o texto é de redação muito simples, do códice de Frei Cristóvão, reproduzidas na
apenas em parte de melhor letra e estilo. Pergunta a obra História dos animais e árvores do Maranhão
!"#$%$&'(!")%*&$+(!",("-.+/-0"+0"1&0/"2&/!'.34("+0"5/!6($"789:;<89:=>"-(?"(-(&&@,-/$",("0!'$+("+0"A0&,$?6*-( 321
Cuviara
Referências
FONSECA, L. Maranhão e Frei Cristóvão de Lisboa. In: LISBOA, C. História dos animais e árvores do
Maranhão – 1a parte: as árvores. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1968. p. 7-24.
LISBOA, C. História dos animais e árvores do Maranhão. Lisboa: Arquivo Histórico Ultramarino, 1967.
159 p.
PAIVA, M. P. Primórdios da Zoologia no Nordeste brasileiro. Ciência e Cultura, v. 38, n. 11, p. 1.825-1.834,
1986.
PAPAVERO, N. Os 500 anos da Zoologia no Brasil. Ciência Hoje, v. 28, n. 167, p. 30-35, 2000.
PEIXOTO, A. L.; ESCUDEIRO, A. Pachira aquatica (Bombacaceae) na obra “História dos animais e árvores
do Maranhão” de Frei Cristóvão de Lisboa. Rodriguésia, v. 53, n. 82, p.123-130, 2002.
PETERS, F.; DONOSO-BARROS, A. Catalogue of the Neotropical Squamata. Part II, Lizards and
Amphisbaenians. Bull. U.S. Nat. Mus., v. 297, n. 8, p.148, 1970.
SANTOS, E. :-79%!$)0)1;#<0%$)2!)=1+$%>: vida e costumes. 3.ed. Belo Horizonte: Itatiaia, 1981. 263p.
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980. p. 92-93. p.119-123.
WALTER, J. Estudo e notas. In: LISBOA, C. História dos animais e árvores do Maranhão. Lisboa: Arquivo
Histórico Ultramarino, 1967. 159 p.
Abundância, riqueza e diversidade da
comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú,
Pernambuco, Brasil
Claudio Casal Araújo Lira Filho1; Geraldo Jorge Barbosa de Moura2; Míriam Camargo Guarnieri3; Severino Mendes
de Azevedo Júnior4
1
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (claudiocazal@yahoo.com.br).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
3
Professora Adjunta da Universidade Federal de Pernambuco, Dep. de Zoologia, Laboratório de Animais Peçonhentos e Toxinas
(mcg@ufpe.br).
4
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Laboratório de Ornitologia
e Professor Adjunto da Universidade Federal de Pernambuco, Dep. de Zoologia, Laboratório de Ornitologia (smaj@db.ufrpe.br).
326 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
species) were found in the Mata Sucupema and Gurjaú Reserve, contains 72% of all lizard species
48 (7 species) in Mata Cuxio. Greater richeness registered to Pernambuco Atlantic Forest and 32%
and abundance of species were found in of Atlantic Forest lizard assemblage as a whole.
Mata Sucupema, probably because this is the
fragment of the largest and least impacted found Key words: Lizard Community, Community
in the reserve. Although of the evidences of Structure, Pernambuco, Atlantic Forest, Gurjaú
population declines, the assemblage of lizards of Reserve.
Introdução
A Mata Atlântica é considerada um dos Apesar da importância dos répteis na
biomas de maior biodiversidade do mundo, organização das comunidades da floresta, como
apresentando grande riqueza de animais e plantas dispersores de sementes em diferentes ambientes
e elevado número de espécies endêmicas. No e no fluxo de energia através da cadeia trófica
início do século XVI, ocupava 12% do território (VARELA; BUNCHER, 2002; WOOTON, 2002;
nacional, estendendo-se pela área costeira e BENÍTEZ-MALVINO et al., 2003), existem poucas
interiorana. Atualmente, ocupa aproximadamente informações quanto à abundância, à riqueza e
5% de sua área original, sendo classificada como à densidade desses animais na Mata Atlântica,
um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta principalmente na Região Nordeste. Répteis
são organismos que respondem rapidamente
(MYERS et al., 2000).
a modificações no ambiente, como poluição
No Nordeste do Brasil, a situação é mais
da água, desmatamentos, variações climáticas,
alarmante – a Mata Atlântica está reduzida a 3%
entrada de espécies invasoras e queimadas, sendo,
de sua área original (TABARELLI et al., 2005), dessa forma, ótimos bioindicadores da qualidade
composta por fragmentos desconectados que se ambiental (SUMNER, 1998; VITT et al., 1998;
distribuem desde a Bahia até o Ceará (CÂMARA, SCHLAEPFER; GAVIN, 2001; VITT; CALDWELL,
1992). 2001).
No Brasil, foram realizados poucos trabalhos Este trabalho registrou a abundância, a
considerando os efeitos da sazonalidade sobre riqueza e a diversidade da comunidade de lagartos
comunidades de lagartos em Mata Atlântica, nos dois maiores fragmentos da Reserva de Gurjaú
sendo mais comuns publicações sobre os biomas (Mata Sucupema e Mata Cuxio).
Cerrado e Floresta Amazônica (VITT, 1991; VITT;
DE CARVALHO, 1995; PINTO, 1999). Segundo Metodologia
esses autores, comunidades desse grupo
faunístico podem sofrer influência da sazonalidade, Área de estudo
principalmente em relação ao nicho alimentar. A
A Reserva de Gurjaú (08°10’00” e 08° 15’00”
comunidade de lagartos do Nordeste brasileiro é
– Latitude; 35°02’30” e 35°05’00” – Longitude),
atualmente pequena, com a maioria dos trabalhos com 1.077 ha, é uma área de floresta estacional
realizada há décadas, que abrangem com maior perenifólia que representa o maior remanescente
intensidade a Caatinga e, ainda assim, tem-se de Mata Atlântica do estado de Pernambuco,
pouca informação sobre os lacertílios desse bioma distando 34 km do centro do Recife (FIDEM,
(AMARAL, 1933; VANZOLINI, 1974; VANZOLINI et 1993). Está localizada nas divisas dos municípios
al., 1980; VITT, 1995; RODRIGUES, 2003, ROCHA; de Moreno, Jaboatão dos Guararapes e Cabo
RODRIGUES, 2005). Quanto à Mata Atlântica de Santo Agostinho (Figura 1). A Reserva está
do Nordeste brasileiro, o conhecimento acerca inserida em uma única propriedade, administrada
dessa fauna é ainda mais restrito, principalmente pela Companhia Pernambucana de Abastecimento
para Pernambuco (VANZOLINI, 1974; MORAIS e de Água – Compesa, onde está instalada uma
MORAIS, 1987; RODRIGUES, 1990; COIMBRA- estação de tratamento que abastece grande parte
FILHO; CÂMARA, 1996; LIMA, 1998). da Região Metropolitana do Recife (CPRH, 2002).
328 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
serva de Gurjaú apresenta 72% (16 espécies) das (12,4%), enquanto as demais espécies totalizaram
espécies de lacertílios encontradas na Mata Atlân- 30,5% das capturas (Tabela I).
tica de Pernambuco e 32% das espécies da Mata Entre o Oceano Atlântico e o limite oeste
Atlântica brasileira (RODRIGUES, 1990). da Mata Atlântica, ocorrem aproximadamente
As espécies I. iguana e H. mabouia não 50 espécies de lagartos (desconsiderando
foram capturadas em armadilhas, sendo a primeira aquelas encontradas em restingas), entre
registrada para a localidade por uma indicação da as quais 22 ocorrem nesse bioma e são
comunidade local, com auxílio de fotografias, e a re gistradas nos limites do estado de
segunda (n = 1) registrada apenas na área urbana Pernambuco (AMARAL, 1933; ETHERIDGE,
da reserva (alojamentos). 1968; VANZOLINI, 1972; JACKSON, 1978; VITT,
A espécie mais abundante na Reserva de 1985; MORAIS e MORAIS, 1987; RODRIGUES,
Gurjaú foi K. calcarata, (34,2% das capturas), 1987; GALLAGHER JUNIOR; DIXON, 1992;
seguida por D. nordestina (22,9%) e M. heathi RODRIGUES, 2000b).
Tabela I - Riqueza e abundância de lagartos registradas para a Reserva de Gurjaú, Pernambuco, entre agosto de
2002 e julho de 2003 (legenda: MS = Mata Sucupema; MC = Mata Cuxio; N = abundância total).
Abundância
Famílias/espécies
MS MC N N% Classificação
1-GEKKONIDAE
Hemidactylus mabouia Moreau de Jonnès, 1818 - - * - Rara
2 – PHYLLODACTYLIDAE
Gymnodactylus darwinii Gray, 1845E 0 7 7 4,00 Rara
3 - SPHAERODACTYLIDAE
Coleodactylus meridionalis Boulenger, 1888 1 0 1 0,56 Rara
4 – IGUANIDAE
Iguana iguana Linnaeus, 1758 - - ** - Rara
5 - TROPIDURIDAE
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) 1 0 1 0,56 Rara
Strobilurus torquatus Weigmann, 1834E 8 2 10 5,60 Rara
6 - TEIDAE
Kentropyx calcarata Spix, 1825 54 7 61 34,20 Comum
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) 7 0 7 4,00 Rara
Tupinambis merianae Duméril e Bibron, 1839 0 7 7 4,00 Rara
7 - POLYCHROTIDAE
Anolis fuscoauratus D`Orbigny, 1837 3 0 3 1,68 Rara
Anolis punctatus Daudin, 1802 3 2 5 2,80 Rara
Polychrus marmoratus Linnaeu, 1758 1 0 1 0,56 Rara
8 - GYMNOPHTHALMIDAE
Dryadosaura nordestina Rodrigues,Freire,Pellegrino e Sites Jr., 2005E 19 22 41 22,90 Comum
9 - SCINCIDAE
Mabuya macrorhyncha Hoge, 1946 1 0 1 0,56 Rara
Mabuya heathi Schmidt e Inger, 1951 22 0 22 12,40 Comum
10 - LEIOSAURIDAE
Enyalius catenatus Wied, 1821E 10 1 11 6,16 Rara
Total 130 48 178 100
Riqueza 12 7 16
* Único registro em área urbanizada da Reserva de Gurjaú (alojamento).
** Registro através de indicação da comunidade, comprovada por reconhecimento de fotografias.
E = endêmicas à Mata Atlântica.
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 331
Figura 2 - Curva de rarefação calculada para os dois fragmentos estudados demonstra ser a Mata Sucupema o de
maior riqueza de espécies de lacertílios amostradas por coleta passiva dos fragmentos estudados na Reserva de
Gurjaú, Pernambuco.
mesmo porque é encontrado sob o folhiço do solo 5 - Tropidurus hispidus Spix, 1825
de formações vegetais fechadas, o que dificulta Tropidurus hispidus (espécie rara),
ainda mais sua localização (VANZOLINI, 1972; representado neste trabalho por uma única
VANZOLINI, 1974; FREIRE, 1996). Na Reserva captura, não está de acordo com a real abundância
de Gurjaú, foi encontrado um exemplar em uma da espécie na área, já que esta espécie é uma
das armadilhas de menor número de capturas, das mais abundantes no Nordeste brasileiro
exatamente em um dos pontos mais sombreados (AMARAL, 1933; VANZOLINI, 1972; MORAIS e
do fragmento Sucupema. MORAIS, 1987; RODRIGUES, 1987; BORGES,
1991; FREIRE, 1996). Sua escassez no interior das
2- Gymnodactylus darwinii Gray, 1845 matas pode ser consequência de sua preferência
Gymnodactylus darwinii (espécie rara), por habitar superfícies rochosas, que ocorre
endêmica de Mata Atlântica (VANZOLINI, 1974; em baixa frequência no interior dos fragmentos
VANZOLINI et al., 1980; VANZOLINI, 1986), analisados, acrescida das grandes extensões
representou pequena proporção da amostra de concreto devido à presença da estação de
total, sendo essa baixa representatividade tratamento de água da Compesa e do crescente
encontrada também em outros trabalhos, número de novas residências humanas (OLIVEIRA,
resultante principalmente de sua preferência por 2002; LARRAZÁBAL et al., 2003). A forte presença
áreas sombreadas, como interior de troncos em da espécie habitando esse recurso na Reserva
decomposição, bromélias e o folhiço da mata, de Gurjaú pode estar relacionada à sua baixa
dificultando consideravelmente sua localização representatividade no interior dos fragmentos.
(VANZOLINI, 1972; VANZOLINI, 1974; ARAUJO, A inserção de novos elementos paisagísticos
1985; FREIRE, 1996). A sua presença exclusiva na na proximidade de áreas florestais disponibiliza
Mata Cuxio pode ser causada pela predominância um novo recurso a ser explorado por espécies
desses recursos no local, já que o transecto silvestres, podendo até influenciar outros níveis
analisado desse fragmento aparentemente mostrou das comunidades às quais pertençam (MEFFE et
al., 1997; MYERS, 1997).
estrutura vegetal mais densa, menor número
de clareiras e camada de folhiço mais espessa,
6 - Strobilurus torquatus Weigmann, 1834
embora tais variáveis não tenham sido avaliadas
Strobilurus torquatus (espécie rara),
apropriadamente entre as duas localidades.
espécie única do gênero, é exclusiva do Domínio
Morfoclimático da Mata Atlântica e apresenta
3 - Hemidactylus mabouia Moreau de
distribuição pouco ampla, sendo encontrada
Jonnès, 1818
desde Pernambuco até o Espírito Santo
Hemidactylus mabouia (espécie rara) foi
(ETHERIDGE, 1968; VANZOLINI, 1974; JACKSON,
observada habitando instalações da estação de
1978; RODRIGUES et al., 1989). Tem sempre
tratamento de água na Reserva de Gurjaú, embora a mostrado baixa representatividade nos inventários
ausência de registros deste lagarto nas armadilhas de lacertílios, embora não possa ser considerado
pode ter sido, provavelmente, em decorrência exatamente um animal raro, já que pode ser
de sua habilidade em escalar superfícies lisas relativamente abundante em certos habitats
(AUTUMN; PEATTIE, 2002), o que possibilita (VANZOLINI, 1974; RODRIGUES et al., 1989).
a saída das armadilhas com facilidade. Sabe-
se que as armadilhas tipo alçapão apresentam 7 - Kentropyx calcarata Spix, 1825
excelente sucesso de captura para Gekkonidae Kentropyx calcarata (espécie comum) é um
terrestre, como é o caso de espécies dos gêneros lagarto heliófilo que está fortemente relacionado
Coleodactylus e Gymnodactylus, embora possam com áreas ensolaradas, principalmente no interior
ter sido as responsáveis pelo baixo nível de captura das matas, onde busca clareiras naturais ou
de H. mabouia (READ, 1999). causadas pela ação antrópica (VANZOLINI, 1972;
VITT, 1991a; VITT et al., 1997). Sua alta frequência
4 - Iguana iguana Linnaeus, 1758 nas amostras tanto nas armadilhas posicionadas
Iguana iguana (espécie rara), apesar mais externamente ao fragmento quanto aquelas
de não ter sido registrada em coletas ativas e no interior deste, é forte indício da presença de
passivas, compõe a lista de espécie deste trabalho clareiras e de áreas ensolaradas no interior das
por ter sido citada pela comunidade local e matas, principalmente no fragmento Sucupema.
confirmada por identificação de fotografias. Habita
preferencialmente o extrato arbóreo (VANZOLINI, 8 - Ameiva ameiva Linnaeus, 1758
1972; WERNER, 1991), o que poderia ter interferido Ameiva ameiva (espécie rara), semelhante à
no seu registro para a localidade. espécie anterior, é um lagarto heliotérmico bastante
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 333
abundante nos mesmos ambientes anteriormente com o nível conservacionista dos fragmentos, mas,
descritos. Está sempre presente em ambientes de provavelmente, ao hábito arborícola ao qual estão
grande incidência luminosa como áreas abertas, associados.
bordas de matas e ambientes florestais degradados
(SARTORIUS et al., 1999; McNAIR, 2003). Sua 12 - Polychrus marmoratus Linnaeu, 1758
presença não foi significativa ao compará-la com Polychrus marmoratus (espécie rara) é
a das espécies mais abundantes, provavelmente encontrada tanto na Mata Atlântica como na
em decorrência de subamostragem, pelo seu Floresta Amazônica; a escassez de dados na
considerável tamanho corporal, que dificulta a literatura referentes a Polychrus marmoratus
retenção dos indivíduos capturados nos baldes, dificulta fazer qualquer inferência quanto a sua baixa
que apresentavam volume de 20 litros. representatividade, que se deve, provavelmente, à
mesma razão já comentada para as outras espécies
9 - Tupinambis merianae (Duméril & Bibron,
arborícolas anteriormente citadas.
1839)
Tupinambis merianae (espécie rara) não
13 - Dryadosaura nordestina Rodrigues,
é uma espécie exigente quanto ao nível de
Freire, Pellegrino e Sites Jr., 2005
conservação das áreas onde vive, ocupando
O registro de Dryadosaura nordestina na
várias formações abertas (VANZOLINI et al.,
Reserva de Gurjaú pode ser um dos primeiros
1980), ambientes de borda, áreas florestais
registros desta espécie para o leste pernambucano.
degradadas e até ambientes urbanos e
A ausência de registros de Dryadosaura nordestina
periurbanos (FITZGERALD, 1992; MALVEZI,
na região contrasta com o fato de esta ter sido
1998). Esta espécie se destaca pelo seu grande
uma das mais abundantes espécies capturadas
porte e valor cinegético (PALACIOS et al., 1997);
no local pesquisado, o que, provavelmente, se deu
o uso do Tupinambis merianae pelos moradores
em decorrência da falta de exploração adequada
da Reserva de Gurjaú foi registrado embora não
em ambientes de Mata Atlântica da região,
haja qualquer forma de uso sustentável desse
principalmente em relação à herpetofauna, causa
recurso (LARRAZÁBAL et al., 2003). Ressalta-
também atribuída por Rodrigues (1990) ao descobrir
se ainda a existência de vulnerabilidade nos
a espécie em condição semelhante na Paraíba.
diferentes segmentos populacionais da espécie e
da forma de caça desordenada que pode trazer
14 - Mabuya macrorhyncha Hoge, 1946
consequências de caráter preocupante para a
Mabuya macrorhyncha (espécie rara)
população, principalmente onde a atividade seja
apresentou uma das menores proporções na
mais intensa (FITZGERALD, 1994; FITZGERALD et
amostra. Sua preferência por bromélias, prin-
al., 1994; FITZGERALD et al., 1999). Além das três
cipalmente em restingas, é relatada com
capturas realizadas no período de estudo, foram
frequência na literatura (REBOUÇAS-SPIEKER,
registrados quatro avistamentos na trilha que
1974; VANZOLINI; REBOUÇAS-SPIEKER, 1976;
leva às armadilhas. O baixo número de capturas
ARAUJO, 1985; FREIRE, 1996; VRCIBRADIC;
se deve provavelmente ao tamanho da espécie,
ROCHA, 1996; HATANO et al., 2001; TEIXEIRA,
inviabilizando sua captura com a metodologia
2001; VRCIBRADIC; ROCHA, 2002b), assim
empregada, e, não necessariamente, à diminuição
como sua capacidade de explorar verticalmente
de sua população pela caça de subsistência.
o ambiente ao seu redor (VRCIBRADIC; ROCHA,
10 - Anolis fuscoauratus D`Orbigny, 1837; 1996; VRCIBRADIC; ROCHA, 2002b), o que
e 11 - Anolis punctatus Daudin, 1802 poderia, em parte, explicar sua pequena amostra
Anolis fuscoauratus e Anolis punctatus nas armadilhas.
(espécies raras) são exclusivamente arborícolas
e abundantes em ambientes de mata fechada da 15 - Mabuya heathi Schmidt e Inger, 1951
Amazônia e da Mata Atlântica (WILLIAMS, 1976; Mabuya heathi (espécie comum) é frequente
BORGES, 1991). Foram registrados poucos em áreas ensolaradas, em formações abertas
indivíduos na Mata Cuxio em comparação com a (VANZOLINI et al., 1980) e em bordas de mata
Mata Sucupema, possivelmente em decorrência do (VANZOLINI, 1974), assim como a maioria das
menor esforço de captura no primeiro fragmento. espécies do gênero (CUNHA, 1961; MAUSFELD,
Por serem espécies relativamente bem adaptadas 2002; ROCHA et al., 2002b). Por ser um lagarto
tanto a florestas alteradas como àquelas em característico de ambientes ensolarados, a grande
melhor estado de preservação (VANZOLINI, proporção da espécie na Mata Sucupema sugere a
1972; VITT et al., 2003), a baixa frequência destes presença de áreas abertas, como clareiras naturais
lagartos não está necessariamente relacionada ou artificiais, ou forte efeito da fragmentação.
334 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Referências
AMARAL, A. Estudos sobre lacertílios neotropicais. Lista remissiva dos lacertílios do Brasil. Memórias do
Instituto Butantan, v. 11, p. 167-204, 1937.
ARAUJO, A. F. B. Partilha de recursos em uma guilda de lagartos de restinga (Sauria). 1985. 113 p.
Dissertação (Mestrado) – Instituto de Biologia. Universidade Estadual de Campinas. Campinas (SP), 1985.
AUTUMN, K.; PEATTIE, A. M. Mechanisms of adhesion in geckos. Integrative & Comparative Biology,
v. 42, p. 1081-1090, 2002.
BENÍTEZ-MALVINO, J.; TAPIA, E.; SUAZO, I.; VILLASEÑOR, E.; ALVARADO, J. Germination and seed
damage in tropical dry forest plants ingested by iguanas. Journal of Herpetology, v. 37, n. 2, p. 301-308,
2003.
CÂMARA, I. G. Plano de Ação para a Mata Atlântica. São Paulo: Ed. Interação. SP, Brasil, 1992. 152 p.
COIMBRA-FILHO, A. F.; CÂMARA, I. G. Os limites originais do bioma Mata Atlântica na Região Nordeste
do Brasil. 1.ed. Rio de Janeiro: Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, 1996. 86 p.
COLLI, G. R. Reproductive ecology of Ameiva ameiva (Sauria, Teiidae) in the Cerrado of Central Brasil.
Copeia, v. 1991, n. 4, p. 1002-1012.
COLLI, G. R.; BASTOS, R. P.; ARAÚJO, A. F. B. The character and dynamics of the Cerrado herpetofauna.
In: OLIVEIRA, P. S.; MARQUIS, R. J. (Eds.). The Cerrados of Brazil: Ecology and Natural History of a
Neotropical Savanna. New York: Columbia University Press, 2002. p. 223-241.
CROSSWHITE, D. L.; FOX, S. F.; THILL, R. E. Comparation of methods for monitoring reptiles and
amphibians in upland forests of the Ouachita Mountains. Proceedings Oklahoma Academy of Science,
v. 79, p. 45-50, 1999.
CUNHA, O. R. II - Lacertílios da Amazônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Nova Série
Zoologia, v. 39, p. 1-189, 1961.
CUNHA, O. R. Lacertílios da Amazônia. Lagartos da Região Norte do território federal de Roraima, Brasil
(Lacertilia: Gekkonidae, Iguanidae, Scincidae e Teiidae). Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi,
Nova Série Zoologia, v. 107, p. 1-25, 1981.
CORN, P. S.; BURY, R. B. Sampling methods for terrestrial amphibians and reptiles. In: CAREY, A. B.;
RUGGIERO, L. F. (Eds.). 3!4"4!5,6 )1!-)-+#,4)-!$/* !7*8+*)074!/%*+7#$(,"2#,*+5$#+7)(!'(+/$#- 9,*-+
vertebrates1! 21$'1! @(*&J78'9! W*$)(8 ! M8/&$'! R&7&$%! <$F7*&7#$8&! (4! :)*/-"J&"*$9! O(*$%&! R$*N/-$9! @7-/,-!
Northwest Research Station, 1990. 34 p.
ETHERIDGE, R. A review of the iguanid lizard genus Uracetron and Strobilurus. Bulletin of the British
Museum of Natural History, v. 17, n. 2, p. 47-64, 1968.
336 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
ETHERIDGE, R. A review of the iguanid lizard genus Enyalius. Bulletin of the British Museum of Natural
History, v. 18, n. 8, p. 233-260, 1969.
FITZGERALD, L. A. Tupinambis lizards and people: a sustenable use approach to conservation and
development. Conservation Biology, v. 8, n. 1, p. 12-15, 1994.
FITZGERALD, L. A.; COOK, J. A.; AQUINO, A. L. Molecular phylogenetics and conservation of Tupinambis
(Sauria: Teiidae). Copeia, v. 1999, n. 4, p. 894-905.
FITZGERALD, L. A.; PORINI, G.; LICHTSCHEIN, V. El manejo de Tupinambis em Argentina: historia, estado
actual y perspectivas futuras. Interciencia, v. 19, n. 4, p. 166-170, 1994.
O35?359! 51! 61! X1! 5%&"'(! $-(J0)/-(! $! D(()$()*+,-(! %(A*$! 7! 47"87! '$! J7)7*&(%! HR7"*/7K! '7%! '"87%! '$!
Natal, Rio Grande do Norte e da Restinga de Pontas de Campinas, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, v. 13, n. 4, p. 903-921, 1996.
GALLAGHER JUNIOR, D. S.; DIXON, J. R. Taxonomic revision of the south american lizard genus Kentropyx
Spix (Sauria: Teiidae). Bolletino del Museo Regionale di Scinze Naturali, Torino, v. 10, n. 1, p. 125-171, 1992.
GAMA, A. M. F. Agenda 21: Plano de Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio Pirapama. 2.ed.
Recife: CPRH/DFID, 2000. 92 p.
GIBBONS, J. W.; SEMLITSCH, R. D. Terrestrial drift fences with pitfall traps: an effective technique for
quantitative sampling of animal populations. Brimleyana, v. 7, p. 1-16, 1981.
GOTELLI, N. J.; COLWELL, R. K. Quantifying biodiversity: procedures and pitfalls in the measurement and
comparison of species richness. Ecology Letters, v. 4, p. 379-391, 2001.
HATANO, F. H.; VRCIBRADIC, D.; GALDINO, C. A. B.; CUNHA-BARROS, M.; ROCHA, C. F. D.; VAN SLUYS,
M. Thermal ecology and activity patterns of the lizard community of the restinga of Jurubatiba, Macaé, RJ.
Revista Brasileira de Biologia, v. 61, n. 2, p. 287-294, 2001.
QWYYR9!T1!Z1S!Z:65R9!P1!<1!?8["$8-$!(4!%.7'$!-(N$*%!(8!F/&47JJ!&*7F!&$#F$*7&"*$%!78'!-7F&"*$!%"--$%%!(4!
reptiles and small mammals in arid Australia. Wildlife Research v. 26, p. 341-349, 1999.
JACKSON, J. F. Differentiation in the genera Enyalius and Strobilurus (Iguanidae): implications for
pleistocene climatic changes in eastern Brazil. Arquivos de Zoologia, v. 30, n. 1, p. 1-79, 1978.
JACOMINE, P. K. T.; CAVALCANTI, A. C.; BURGOS, N.; PESSOA, S. C. P.; SILVEIRA, C. O. Levantamento
exploratório – reconhecimento de solos do estado de Pernambuco1!<$%-*/BC$%!$!F$*,%!'$!%(J(%!$!
análises. 1.ed. Recife: Divisão de pesquisas pedológicas, 1972. 354 p. (Boletim Técnico. Série Pedologia,
v. 2).
MALVEZI, E. Estudo da ocorrência e da biologia de Tupinambis teguixin no Parque Estadual das Fontes
do Ipiranga, São Paulo. In: Anais do IV Simpósio de Ecossistemas Brasileiros. Águas de Lindoia, SP:
Publicações Aciesp, n. 104, 1998. p. 177-252.
MAGURRAN, A. E. Ecological diversit and its measurement. 1.ed. New South Wales: Croom Helm,
1988. 179 p.
MAUSFELD, P. On the nomenclature of the skink (Mabuya) endemic to the western Atlantic Archipelago of
Fernando de Noronha, Brazil. Journal of Herpetology, v. 36, n. 2, p. 292- 295, 2002.
McNAIR, D. B. Population estimate, habitat associations, and conservation of the St. Croix ground lizard
Ameiva polops at Protestant Clay, United States Virgin Islands. Caribbean Journal of Science, v. 39, n.
1, p. 94-99, 2003.
MEFFE, G. K.; CARROLL, C. R.; PIMM, S. L. Community and ecosystem-level conservation: species
interactions, disturbance regimes, and invading species. In: MEFFE, G. K. (Ed.). Principles of conservation
biology. Sunderland, Massachusetts: Sinauer Associates, 1997. 234-267 p.
MILLER, J. R.; HOBBS, R. J. Conservation where people live and work. Conservation Biology, v. 16, n.
2, p. 330-337, 2002.
MITTERMIER, R. A.; MYERS, N.; GIL, P. R.; MITTERMIER, C. G. Warming up hotspots. Conservation
Biology, v. 15, n. 2, p. 542-545, 2001.
MORELLATO, L. P.; HADDAD, C. F. Introduction: the brazilian Atlantic Forest. Biotrópica, v. 32, n. 4b, p.
786-792, 2000.
MYERS, N. Global diversity II: losses and threats. In: MEFFE, G. K. (Ed.). Principles of conservation
biology. Sunderland, Massachusetts: Sinauer Associates, 1997. p. 123-158.
MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C. G.; DA FONSECA, G. B. A.; KENT, J. Biodiversity
hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-858, 2000.
OLIVEIRA, R. M. C. M. :+ ",*)'$+ ")+ !/*,#;<$+ ")+ ($02/!")",+ 4$()4+ /)+ %,*-<$+ ",+ 2/!")",*+ ",+
conservação: um estudo da Reserva Ecológica de Gurjaú – Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos
Guararapes e Moreno (PE). 2002. 138 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco,
Recife (PE), 2002.
PALACIOS, R.; VILLALABA, R.; FITZGERALD, L. A. Tupinambis merianae (common tegu) predation.
Herpetological Review, v. 28, n. 4, p. 204-205, 1997.
@\3TW9!]1!P1S!Y5>W9!61!61!:1S!OW;R^P:9!51!31S!R?>_:9!51!P1!Y/([(*7!'7!3$%$*N7!'$!`"*a7b1!Biológica
Brasílica, v. 5, n. 1/2, p. 27-42, 1993.
@MTQ9!>1!61S!c?>RW;9!]1!:1!Y("8'7*/$%!78'!-(**/'(*%!7%!7!-(8&/8""#!(4!$-(J()/-7J![(d!-(8&*(J !J$%%(8%!
from rivers and streams. Conservation Biology, v. 15, n. 1, p. 21-30, 2001.
READ, J. L. Longevity, reproductive effort and movements of three sympatric australian arid-zone geckos.
Australian Journal of Zoology, v. 47, p. 307-316, 1999.
REBOUÇAS-SPIEKER, R. Distribution and differentiation of animals along the coastal and on continental
island of the state of São Paulo, Brasil. Lizards of the genus Mabuya (Sauria, Scincidae). Papéis Avulsos
de Zoologia, São Paulo, v. 28, n. 12, p. 197-240, 1974.
338 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
ROCHA, C. F. D.; VRCIBRADIC, D.; TEIXEIRA, R. L.; CUZZUOL, M. G. T. Interpopulation variation in litter
size of the skink Mabuya agilis in Southeastern Brazil. Copeia, v. 3, p. 857-864, 2002b.
ROCHA, C. F. D.; RODRIGUES, M. T. Electivities and resource use by an assemblage of lizards endemic
to the dunes of the São Francisco River, northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
45, n. 22, p. 261-284, 2005.
RODRIGUES, M. T. Os lagartos da Mata Atlântica brasileira: distribuição atual e pretérita e suas implicações
para estudos futuros. Simpósio sobre ecossistemas da costa sudeste brasileira – estrutura, manejo e
função. Publicação Aciesp. Academia de Ciências do Estado de São Paulo, p. 404-410. 1990.
RODRIGUES, M. T. =+5)2/)+",+#>7-,!*+,+)/5?1!$*+")*+())-!/%)*@+=A)4!);<$+,+!",/-!'();<$+",+);B,*+
prioritárias para a conservação, utilização sustentável e reparação de benefícios da biodiversidade
do bioma Caatinga. Fade/UFPE; CI do Brasil; Fundação Biodiversitas; Embrapa; MMA; Banco Mundial;
MCT/CNPq e GEF (Ed.). Seminário realizado no período de 21 a 26 de maio de 2000. Petrolina/PE. 2000a.
RODRIGUES, M. T. A new species of Mabuya (Squamata: Scincidae) from the semiarid caatingas of
northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo v. 41, n. 21, p. 313-328, 2000b.
RODRIGUES, M. T.; YONENEGA-YASSUDA, Y.; KASAHARA, S. Notes on the ecology and karyotypic
description of Strobilurus torquatus (Sauria: Iguanidae). Revista Brasileira de Genética, v. 12, n. 4, p.
747-759, 1989.
SARTORIUS, S. S.; VITT, L. J.; COLLI, G. R. Use of naturally and anthropegenically disturbed habitats in
Amazonian rainforest by the teiid lizard Ameiva ameiva. Biological Conservation, v. 90, p. 91-101, 1999.
SCHLAEPFER, M. A.; GAVIN, T. A. Edges effects on lizards and frogs in tropical forest fragments. Canadian
Journal of Fishieries and Aquatics Sciences, v. 15, n. 4, p. 1079-1090, 2001.
SHEIL, D. Conservation and biodiversity monitoring in the tropics: realities, priorities, and distractions.
Conservation Biology, v. 15, n. 4, p. 1179-1182, 2001.
SILVA, M. M. .#$C,-$67!4$-$+ ",+ ($/*,#A);<$+ ",+ D$#,*-)*+ ,+ &%2)*+ ")+ E)-)+ =-4F/-!()+ /)+ 1)(!)+ "$+
Pirapama – Diagnóstico socioambiental da área-piloto da sub-bacia Riacho dos Macacos. Recife:
CPRH, 2000. 15 p.
SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M. The future of the Atlantic Forest in Northeastern Brazil. The Journal of the
Society for Conservation Biology, v. 15, n. 4, p. 819, 2001.
SILVA JUNIOR, N. J.; SITES JUNIOR, J. W. Patterns of diversity of neotropical squamata reptile species with
emphasis on the brazilian amazon and the conservation potential of indigenous reserves. Conservation
Biology, v. 9, n. 4, p. 873-901, 1995.
SUMNER, J. Shrinking forest - what lizards can tell us about fragmented forest habitats. Cooperative
Research Center for Tropical Rainforest and Management Using Rainforest Research (Information Sheets).
1998. Disponível em: <http://www.rainforest-crc.jcu.edu.au>.
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 339
T:Y:35>>?9!61S!@?;TW9!>1!@1S!R?>_:9!Z1!61!P1S!Q?3WT:9!61!61S!Y5<59!>1!P1!<$%7,(%!$!(F(*&"8/'7'$%!F7*7!7!
conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira. Megadiversidade !<$%7,(%!$!(F(*&"8/'7'$%!
para a conservação da biodiversidade brasileira, Minas Gerais, v. 1, n. 1, p. 132-138, 2005.
TEIXEIRA, R. L. Comunidade de lagartos da restinga de Guriri, São Mateus/ ES, Sudeste do Brasil.
Atlântica, Rio Grande, v. 23, p. 77-84, 2001.
VARELA, R. O.; BUNCHER, E. H. The lizard Teius teyou (Squamata: Teiidae) as a legitimate seed disperser
in the dry chaco forest of Argentina. Studies on Neotropical Fauna and Environment, v. 37, n. 2, p. 115-
117, 2002.
VANZOLINI, P. E. Miscellaneous notes on the ecology of some brasilian lizards (Sauria). Papéis Avulsos
de Zoologia, São Paulo, v. 26, n. 8, p. 83-115, 1972.
VANZOLINI, P. E. Addenda and corrigenda to the catalogue of neotropical squamata - Part II: Lizards and
Amphisbaenia. Smithsonian Herpetological Information Service, v. 70, 25 p., 1986.
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. 1.ed. Rio de Janeiro:
Academia Brasileira de Ciências, 1980. 161 p.
VANZOLINI, P. E.; REBOUÇAS-SPIEKER, R. Distribution and differentiation of animals along the coast
and on continental island of the state of São Paulo, Brasil. Reproductive differences between and within
Mabuya caissara and M. macrorhyncha (Sauria, Scincidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
29, n. 15, p. 95-109, 1976.
VITT, L. J. On the biology of the little known anguid lizard, Diploglossus lessonae in northeast Brazil.
Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 36, n. 7, p. 69-76, 1985.
VITT, L. J. Ecology and life history of the wide-foraging lizard Kentropyx calcarata (Teiidae) in Amazonian
Brazil. Canadian Journal of Zoology, v. 96, p. 2791-2799, 1991a.
VITT, L. J. An introduction to the ecology of Cerrado lizards. Journal of Herpetology, v. 25, n. 1, p. 79-90,
1991b.
VITT, L. J. The ecology of tropical lizards in the Caatinga of Northeast Brazil. Occasional Papers of the
Oklahoma Museum of Natural History, v. 1, p. 1-29, 1995.
VITT, L. J. GIBSON, A. C. (Ed.). Biodiversity of amazonian lizards. In: Neotropical Biodiversity and
Conservation. Occasional Publication of the Mildred E. Mathias Botanical Garden, Los Angeles,
California, v. 1, p. 89-108, 1996.
VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; CALDWELL, J. P.; OLIVEIRA, V. R. L. The impact of individual tree
harvesting on thermal environments of lizards in Amazonian rain forest. Conservation Biology, v. 12, n.
3, p. 654-664, 1998.
VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; ESPÓSITO, M. C.; SARTORIUS, S. S.; ZANI, P. A. Sharing amazonian
rain-forest trees: ecology of Anolis punctatus and Anolis transversalis (Squamata: Polychrotidae). Journal
of Herpetology, v. 37, n. 2, p. 276-285, 2003.
VITT, L. J.; ZANI, P. A.; LIMA, C. M. Heliotherms in tropical rain forest: the ecology of Kentropyx calcarata
(Teiidae) and Mabuya nigropunctata (Scincidae) in tye Curuá-Una of Brazil. Journal of Tropical Ecology,
v. 13, p. 199-220, 1997.
340 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
VITT, L. J.; CALDWELL, J. P. The effects of logging on reptiles and amphibians of tropical forests. In:
FIMBEL, R. A.; GRAJAL, A.; ROBINSON, J. G. (Eds.). The cutting edge: conservation wildlife in logged
tropical forest. New York: Columbia University Press. 2001. p. 239-259.
VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Ecological differences in tropical sympatric skinks (Mabuya macrorhyncha
and Mabuya agilis) in southeastern Brazil. Journal of Herpetology, v. 30, n. 1, p. 60-67, 1996.
VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Use of cacti as heat sources by thermoregulating Mabuya agilis (Raddi)
and Mabuya macrorhyncha Hoge (Lacertilia, Scincidae) in two restinga habitats in southeastern Brazil.
Revista Brasileira de Zoologia, v. 19, n. 1, p. 77-83, 2002b.
WEBB, J. K.; BROOK, B. W. e SHINE, R. 2002. What makes a species vulnerable to extinction? Comparative
life-history traits of two sympatric snakes. Ecological Research 17:59-67.
WERNER, D. I. The rational use of green iguanas. In: ROBINSON, J.; REDFORD, K. (Ed.). Neotropical
Wildlife: use and conservation. Chicago: University of Chicago Press, 1991. p. 181-201.
WILLIAMS, E. E. South american anoles: the species groups. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
29, n. 26, p. 259-268, 1976.
WILLIAMSON, M. Biological invasors. Population and communiy biology series. In: USHER, M. B.; DE
ANGELIS, D. L.; MANLY, B. F. J. (Ed.). 1.ed. London: Chapman & Hall, 1996. 244 p.
ZAMPROGNO, C.; ZAMPROGNO, M. G. F.; TEIXEIRA, R. L. Evidence of terrestrial feeding in the arboreal
lizard Enyalius bilineatus (Sauria, Polychrotidae) of south-eastern Brazil. Revista Brasileira de Biologia,
v. 61, n. 1, p. 91-94, 2001.
Abundância, riqueza e diversidade da comunidade de lagartos da Reserva Ecológica de Gurjaú, Pernambuco, Brasil 341
APÊNDICE A
Distribuição espacial, temporal e biometria de
duas espécies de Tropiduridae em remanescente de Mata
Atlântica, Nordeste do Brasil
1
Especialização em Auditoria e Perícia Ambiental, FAUPE (saviomendonca@gmail.com).
2
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
344 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
in the dry station. The T. hispidus didin’t two analysed species in the EET and also with
present preferential microenvironment, it’s populations of other regions, mainly in the snout
very commom in the EET, being sighted in all to vent length and tail length.
studied environments and even though close of
the residences located in the area. It had great Key words: Tropidurus hispidus, Tropidurus
morphologic variation in the populations of the semitaeniatus.
Introdução
A Mata Atlântica é um bioma de grande de répteis, das quais 234 são de lagartos (SBH,
importância, pois exerce influência direta na vida 2007). Apesar da importância dos lagartos na
da maioria da população brasileira que vive em organização da comunidade das florestas, como
seu domínio. Nas cidades e nas áreas rurais, ela dispersores de sementes em diferentes ambientes
regula o fluxo dos mananciais hídricos, assegura e no fluxo de energia através da cadeia trófica
a fertilidade do solo, controla o clima e protege (VARELA; BUNCHER, 2002; WOOTON, 2002;
escarpas e encostas das serras, além de preservar BENITEZ-MALVINO et al., 2003), as informações
imenso patrimônio histórico-cultural (RODRIGUES, são escassas quanto à abundância, riqueza e
1990). O Nordeste brasileiro apresenta variados densidade desses animais na Mata Atlântica,
domínios morfoclimáticos ricos em ecossistemas principalmente na Região Nordeste.
(AB’SÁBER, 1971; AB’SÁBER, 1977). Espécies de lagartos, em geral, são muito
A Mata Atlântica, localizada no litoral resistentes à fragmentação dos habitats, que mantêm
brasileiro, possui uma das maiores biodiversidades alta diversidade mesmo em remanescentes florestais
do planeta, estando entre os cinco primeiros isolados por longo tempo, independentemente
colocados na lista dos hotspots em biodiversidade de seus tamanhos (FREIRE, 2001). Entretanto,
(MITTERMEIR et al., 1999). Infelizmente, essa comunidades de lagartos de remanescentes florestais
riqueza está ameaçada pela redução brusca da do Nordeste do Brasil, isolados no Holoceno,
área original do bioma. Na época da colonização mostram alterações aleatórias na abundância e
do Brasil, a Mata Atlântica era distribuída por cerca na composição de espécies (VANZOLINI, 1981).
de 1.360.000 km², desde o litoral do estado do A comunidade de lagartos do Nordeste brasileiro
Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. é atualmente pouco estudada, tendo os principais
Atualmente, está reduzida a menos de 10% da trabalhos sidos realizados há décadas, abrangendo
cobertura original, fragmentada em pequenos com maior intensidade a Caatinga, devido à fácil
remanescentes isolados (MMA, 2000), restando, visualização dos animais, o que acarretou em
na Região Nordeste, cerca de 1% de sua área mais informações sobre os lagartos desse bioma
original (CONSERVATION INTERNATIONAL, 1993; (AMARAL1933/34, 1935; VANZOLINI, 1974, 1976;
DEAN, 1996). VANZOLINI et al., 1980).
Em estudos ambientais, os répteis, Quanto à Mata Atlântica do Nordeste
em especial os lagartos, apresentam grande brasileiro, o conhecimento acerca dessa fauna é
importância por fornecer relevantes subsídios ainda mais restrito, principalmente para o estado
ao conhecimento do estado de conservação de de Pernambuco (VANZOLINI, 1974; MORAIS;
regiões naturais. Funcionam como excelentes MORAIS, 1987; RODRIGUES, 1987; COIMBRA-
bioindicadores de primitividade dos ecossistemas FILHO; CÂMARA, 1996; LIMA, 1998). Nessa
ou de diferentes níveis de alterações ambientais região, destaca-se o trabalho realizado acerca da
(MOURA-LEITE et al., 1993; SUMNER, 1998; VITT comunidade de lagartos na Reserva Ecológica
et al., 1998; SCHAEPFER; GAVIN, 2001; VITT; de Gurjaú, municípios de Moreno, Jaboatão dos
CALDWELL, 2001). Guararapes e Cabo de Santo Agostinho (LIRA-
O Brasil possui a fauna e a flora mais ricas FILHO, 2003).
das Américas, Central e do Sul, caracterizando- Diante da escassez de informações relativas
se atualmente pela existência de 696 espécies às espécies de lagartos de Mata Atlântica do
346 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
estado de Pernambuco, este estudo teve como das demais por uma distância de aproximadamente
objetivo estudar a distribuição espacial e a 6 km, pelo Lago Tapacurá, resultante do
biometria deste grupo faunístico, exclusivamente represamento do Rio Tapacurá, afluente do
para as espécies Tropidurus hispidus e Tropidurus Rio Capibaribe (NEVES, 2005). A pesquisa foi
semitaeniatus (Tropiduridae), assim como os realizada apenas na Mata do Camucim e na Mata
efeitos da sazonalidade sobre esses parâmetros. da Buchada.
Figura 1 - Armadilha do tipo pitfall localizada na borda da Mata do Camucim, na Estação Ecológica do Tapacurá (outubro de 2007).
Distribuição espacial, temporal e biometria de duas espécies de Tropiduridae em remanescente de Mata Atlântica,
Nordeste do Brasil
347
Figura 2 - Índice pluviométrico médio mensal em milímetros para o ano de 2007, no município de São Lourenço da Mata.
Fonte: Itep.
Tabela I - Distribuição borda x centro de T. hispidus e T. semitaeniatus na Estação Ecológica do Tapacurá, por meio
de coleta passiva.
a regiões de floresta disponibilizam um novo interior da mata, em regiões mais altas. Outros
recurso a ser explorado por espécies nativas, trabalhos também afirmaram essa preferência
podendo influenciar a distribuição espacial de da espécie (VITT, 1995, RODRIGUES, 1987).
espécies de determinada comunidade (MEFFE et Diferentemente de T. hispidus, o animal se afasta
al., 1997). quando percebe aproximação humana, o que
A espécie T. semitaeniatus utilizou exclu- dificulta consideravelmente a amostragem por
sivamente ambientes rochosos localizados no coleta ativa.
aos diferentes ambientes citados. Segundo Cunha animal foi de 3,95 mm e o grau de arqueamento
(1961), a variação morfológica e, principalmente, a médio da boca 0,86 mm.
coloração resultam das características geográficas Vitt (1995) também analisou T. semitaeniatus
locais em que cada espécie habita. na Caatinga, constatando comprimento rostro-
B) Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825) cloacal médio de 82,5 mm (machos) e 70,9 mm
Cinco indivíduos foram submetidos à coleta (fêmea), comprimento médio da cabeça de 18,8 mm
dos dados biométricos e morfométricos. Também (machos) e 15,9 mm (fêmeas), e comprimento
foram utilizados animais jovens e adultos. médio das patas posteriores de 60,6 mm (machos)
A espécie se caracteriza pela presença de e 50,5 mm (fêmeas).
corpo um pouco achatado dorsoventralmente e Vale ressaltar que o baixo número
de tamanho inferior a T. hispidus. A coloração é de indivíduos amostrados comprometeu o
cinza-escura, bastante semelhante à de uma rocha estabelecimento de um perfil para as espécies
(espécie saxícola), clareando no sentido cabeça- ocorrentes na EET.
cauda. Por visualização dorsal, nota-se nitidamente
uma linha mediana do focinho à base da cauda, de Conclusão
coloração branca ou amarela. Acompanhando essa Aspectos ecológicos
linha, observa-se grande quantidade de pontos
brancos que, à medida que se afastam, tornam-se Não houve diferença na abundância de
menos abundantes. Também há presença de uma T. hispidus durante as estações seca/chuvosa,
linha branca na região lateral inferior, entre as patas diferentemente de T. semitaeniatus, que foi
anteriores e posteriores. mais abundante na estação seca. T. hispidus
A espécie T. semitaeniatus apresentou não apresentou micro-habitat preferencial e foi
comprimento total médio de 108,36 mm. As observado em todos os substratos estudados,
medidas rostro-cloacal e do tronco equivaleram, inclusive nas proximidades das residências na
respectivamente, a 43,38% e a 26,22% do EET. Conclui-se que apesar de T. hispidus ser
comprimento total. A cauda teve comprimento considerado animal habitante de bordas de mata
médio de 74,39 mm, atingindo 68,65% do e clareiras, a presença de formações rochosas
comprimento do lagarto. Os membros anteriores contribuiu consideravelmente para a mudança
e posteriores distam, entre si, 16,36% do de hábito do animal. A espécie Tropidurus
comprimento total. A cabeça possui tamanho semitaeniatus foi encontrada exclusivamente sobre
médio de 13,48 mm, representando 12,44% do grandes formações rochosas, situadas no centro
tamanho total do tropidurídeo. O comprimento da mata.
médio das coxas, estilopódiums e pés foram Constatou-se também que esses animais
responsáveis, respectivamente, por 5,31%, 7,67% necessitam de grande incidência solar, pois, em
e 1,78% do comprimento total. As patas posteriores dias chuvosos ou nublados (com temperaturas
apresentam comprimento médio de 7,5 mm, sendo mais baixas) praticamente não foram observados.
responsável por 6,92% do comprimento total. As
patas anteriores tiveram comprimento médio de !Aspectos morfológicos
9,68 mm, que equivale a 8,93% do comprimento Houve grande variação morfológica nas
total. Os comprimentos dos braços, antebraços e populações de T. hispidus e T. semitaeniatus
mãos foram responsáveis, respectivamente, por na EET como também em outras áreas de
8,44%, 12,51% e 2,03% do comprimento total. O trabalhos citadas. O comprimento rostro-cloacal
focinho dista das patas anteriores em 21,50 mm, e o comprimento da cauda foram os segmentos
representando 19,84% do comprimento total. Da corporais que apresentaram maior discrepância
ponta da cauda às patas posteriores, apresentou entre os indivíduos da mesma espécie, permitindo
distância média de 10,70 mm, que equivale a 9,87% afirmar que existe variação morfométrica dos
do comprimento total. A altura média da cabeça do indivíduos em relação aos ambientes ocupados.
Referências
AB’ SÁBER, A. N. A organização natural das paisagens inter e subtropicais brasileiras. In: III Simpósio
Sobre o Cerrado. São Paulo: Edusp; Edgard Blucher Ltda, 1971. p. 1-14.
AMARAL, A. Estudos sobre lacertílios neotropicais. Lista remissiva dos lacertílios do Brasil. Memórias do
Instituto Butantan, v. 11, p. 167-204, 1937.
ARAUJO, A. F. B. Structure of a white sand-dune lizard community of coastal Brazil. Revista Brasileira de
Biologia, v. 51, n. 4, p. 857-865, 1991.
AZEVEDO-JÚNIOR, S. M. A Estação Ecológica de Tapacurá e suas Aves. In: Anais do Encontro Nacional
dos Anilhadores de Aves. Recife, v. 4, p. 92-99, 1990.
BENITEZ-MALVINO, J.; TAPIA, E.; SUAZO, I.; VILLASENOR, E.; ALVARADO, J. Germination and seed
damage in tropical dry forest plants ingested by iguanas. Journal of Herpetology, v. 37, n. 2, p.301-308,
2003.
COIMBRA-FILHO, A. F.; CÂMARA, I. G. Os limites originais do bioma Mata Atlântica na Região Nordeste
do Brasil. 1.ed. Rio de Janeiro. Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, 1996. 86 p.
DEAN, W. A. Ferro e Fogo – A história e a Devastação da Mata Atlântica Brasileira. São Paulo:
Companhia das Letras, 1996.
>%&)%&+! &,! *,! ?,! &-./01! 471@A3B71! 4! C11341356271! -1<54! :! D:/9:! 04! @:3:5.1-! EF:/5B:G! 0:-! 0/9:-! 04!
Natal, Rio Grande do Norte, e da Restinga de Pontas de Campinas, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, v. 13, n. 4, p. 903-921, 1996.
HUEY, R. B.; PIANKA, E. R. Patterns of niche overlap among broadly sympatric versus narrowly sympatric
Kalahari lizards (Scincidae: Mabuya). Ecology, v. 58, n. 1, p. 119-128, 1977.
JAMES, C. D. Spatial and temporal variation in structure of a diverse lizard assemblage in arid Australis. In:
VITT, L. J.; PIANKA, E. R. (Ed.). Lizard ecology: historical and experimental perpectives, 1994. p. 287-317.
352 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
MEFFE, G. K.; CARROLL, C. R.; PIMM, S. L. Community and ecosystem-level conservation: species
interactions, disturbance regimes, and invading species. In: MEFFE, G. K. (Ed.). Principles of conservation
biology. Sunderland, Massachusetts: Sinauer Associates, 1997. p. 234-267.
MITTERMEIER, R. A.; MYERS, N.; MITTERMEIER, C. G. Hotspots: Earth’s biologically richest and most
endangered terrestrial ecoregions. México: Cemex Editora, 1999.
PIANKA, E. R. The structure of lizard communities. Annual Review of Ecology and Systematics, v. 4, p.
53-74, 1973.
ROCHA, C. F. D.; VAN SLUYS, M. Comportamento de Répteis. In: DEL-CLARO, K.; PREZOTO, F. (Ed.). As
distintas faces do comportamento animal. Jundiaí (SP), 2003. p. 92-104,
SCHAEPFER, M. A.; GAVIN, T. A. Edges effects on lizards and frogs in tropical forest fragments. Canadian
Journal of Fishieries and Aquatics Sciences, v. 15, n. 4, p. 1079-1090, 2001.
SCHEIBE, J. S. Climate, competition, and the structure of temperate zone lizard communities. Ecology, v.
68, n. 5, p. 1424-1436, 1987.
'#<=>()?+)*+);4@),>A> &<<#()*+),900).B03-0.)-1B5C09-.D10E/)4E;)/D0)FG/G90)H594)5F)/D0)>/64E/-3)I5990./)5F)
notheastern Brazil. Nature, London, v. 404, p. 72-74, 2000.
SUMNER, J. SHRINKING FOREST - What lizards can tell us about fragmented forest habitats. Cooperative
Research Center for Tropical Rainforest and Management Using Rainforest Research (Information
Sheets). 1998. Disponível em: <http://www;raomfprest-crc.jcu.edu.au>
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. 1.ed. Rio de Janeiro:
Academia Brasileira de Ciências, 1980. 161 p.
VANZOLINI, P. E. A quasi-historical approach to the natural history of the differentiation of reptiles in tropical
geographical isolates. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 39, p. 189-204, 1981.
VARELA, R. O. e BUNCHER, E. H. The lizard Teius teyou (Squamata: Teiidae) as a legitimate seed disperser
in the dry chaco forest of Argentina. Studies on Neotropical Fauna and Environment 37(2):115-117,
2002.
VITT, L. J. The ecology of tropical lizards in the caatinga of northeast Brazil. Occasional Papers of the
Oklahoma Museum of Natural History, v. 1, p. 1-29, 1995.
VITT, L. J.; ÁVILA-PIRES, T. C. S.; CALDWELL, J. P.; OLIVEIRA, V. R. L. The impact of individual tree
harvesting on thermal environments of lizards in Amazonian rain forest. Conservation Biology, v. 12, n.
3, p. 654-664, 1998.
VITT, L. J.; CALDWELL, J. P. The effects of logging on reptiles and amphibians of tropical forests. In:
FIMBEL, R. A.; GRAJAL, A.; ROBINSON, J. G. (Ed.). The cutting edge: conservation wildlife in logged
tropical forest. New York: Columbia Univ. Press, 2001. v. 17, n. 3, p. 47-53,
VITT, L.J. & CALDWELL, J.P. 2001. The effects of logging on reptiles and amphibians of tropical forests. In
The Cutting Edge: Conserving Wildlife in Logged Tropical Forests (R.A. Fimbel, A. Grajal & J.G. Robinson,
eds.). Columbia Univ. Press, New York, p.239-259.
APÊNDICE A
Esquema das medidas do lagarto estudado na Estação Ecológica do Tapacurá.
354 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
APÊNDICE B
Média e desvio-padrão (em mm) de caracteres dos lagartos estudados na Estação Ecológica do Tapacurá.
Resumo Abstract
É registrada neste trabalho a predação Registered in this work the predation
de Gymnodactylus geckoides Spix, 1825, por of Gymnodactylus geckoides Spix, 1825, for
Acratosaura mentalis (Amaral, 1933), lagartos Acratosaura mentalis (Amaral 1933), lizards
pertencentes às famílias Phyllodactylidae e pertaining to the families Phyllodactylidae and
Gymnophthalmidae respectivamente. O evento Gymnophthalmidae respectively. The event
ocorreu em área de Caatinga no Parque Nacional occurred in area of Caatinga in the National Park of
do Catimbau em 9 de março 2008. the Catimbau in 9 of March 2008.
1
Estudante de graduação do curso de Agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra
Talhada (gleymerson_almeida@hotmail.com).
2
Professora Adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@
yahoo.com.br).
Introdução
Lagartos possuem diferentes táticas de mas permitem uma visão detalhada do padrão
forrageamento, variando entre espécies com comportamental envolvendo predação de lagartos.
comportamento senta e espera e do tipo procura Atualmente, foram registradas para a
ativa ou caçador ativo (HUEY; PIANKA, 1981). Caatinga nordestina 47 espécies de lagartos
Todavia, algumas espécies podem utilizar mais distribuídas entre nove famílias. Destas, as famílias
de uma tática, dependendo da oferta de alimento Phyllodactylidae e Gymnophthalmidae (SBH,
disponível no ambiente. Embora algumas espécies 2008) têm ampla distribuição no Nordeste do
de lagartos sejam onívoras e outras herbívoras, Brasil, principalmente no semiárido (RODRIGUES,
a grande maioria é carnívora, alimentando-se 2003). No entanto, dados disponíveis sobre a dieta
principalmente de pequenos artrópodes (TEIXEIRA, são bastante incipientes (VITT; LACHER, 1981).
2001). De modo geral, informações sobre o Acratosaura mentalis (Amaral, 1933) pertence à
comportamento de saurofagia são ocasionais família Gymnophthalmidae e é um pequeno lagarto
e raros de documentar, sendo registrados que pode atingir 15 cm de comprimento total
principalmente por análise de conteúdo estomacal (CT), apresentando como principal característica
(TEIXEIRA; GIOVANELLI, 1999; TEIXEIRA, 2001). uma linha longitudinal no dorso, uma mancha na
Segundo Teixeira (2001), a predação de lagarto cabeça e dieta composta preferencialmente por
por outro lagarto vai depender da disponibilidade artrópodes (FREITAS, 2003; RODRIGUES et al.,
2007); É terrestre, diurno e com hábito fossorial,
do alimento, no entanto, existem lagartos cuja
podendo ser encontrado embaixo de troncos em
predação é frequente (ROCHA; VRCIBRADIC,
decomposição e em folhiços. Segundo Rodrigues
1998; TEIXEIRA, 2001).
(2003), esse lagarto possui distribuição relictual.
A predação é considerada um evento
Delfim e Freire (2007) comentam que essa espécie
importante em uma comunidade e contribui com
é encontrada, sobretudo, em locais de clima mais
a manutenção de uma população (POUGH et al.,
ameno como Cerrado, Campos Rupestres e/ou
2003). Pode ser considerada benéfica apenas
Caatinga. Rodrigues (1986) cita essa espécie para
para o predador, mas do ponto de vista ecológico
enclaves desses tipos de vegetação, justificando
a predação é de extrema importância para o
o registro de Queiroz e Lema (1996) para o Brejo
equilíbrio da densidade populacional de presas da Madre de Deus, em Pernambuco, área de
(ROCHA; VRCIBRADIC, 1998; TEIXEIRA, 2001; transição entre a Caatinga e a Mata Atlântica, o
VITT; LACHER, 1981). A facilidade de captura de primeiro registro dessa espécie para o estado.
presas depende muito da relação entre o tamanho Gymnodactylus geckoides Spix, 1825, pertence à
da presa e o do predador, em que quanto maior família Phyllodactylidae e possui ampla distribuição
for o tamanho da presa menor serão as chances na Caatinga do Nordeste. É uma espécie que
para a sua captura. Apesar do grande esforço em pode alcançar 4 cm de comprimento, comumente
informar sobre diferentes predadores de lagartos, encontrada sob rochas e troncos em decomposição
existe ainda grande dificuldade em registrar e/ou e folhiços, com hábito noturno e com dieta
tentar quali-quantificar esses eventos na natureza. composta por artrópodes, principalmente insetos
Os registros visuais são pouco frequentes, (FREITAS, 2003; RODRIGUES, 2003).
358 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Este trabalho tem como objetivo cm ) (Figura 1C), que foi acondicionado em um
acrescentar informações sobre a relação de saco plástico contendo um pouco de folhiço,
predação entre essas duas espécies de lagartos para que depois fosse realizada a biometria
que ocorrem no semiárido, bem como ampliar a no acampamento e, em seguida, foi coletado
distribuição geográfica da A. mentalis no estado de um G. geckoides (Figura 1D), também em solo
Pernambuco. sob folhedo, que foi acondicionado no mesmo
recipiente plástico em que se encontrava A.
Metodologia mentalis, devido à falta de outro recipiente. Minutos
depois, observou-se a predação por A. mentalis. O
evento foi mais uma vez comprovado pela análise
Área de estudo do conteúdo estomacal de A. mentalis (Figura 1E
e F).
O Vale do Catimbau está localizado entre
Esta pesquisa registra pela primeira vez
o Agreste e o Sertão de Pernambuco, a 285 km
o comportamento saurófago de A. mentalis,
do Recife. Possui área de 62.300 hectares e está
acrescentando à dieta G. geckoides, como presa
situado numa região que integra geologicamente
em potencial. Todavia, é importante destacar duas
os patamares mais antigos da Bacia Sedimentar
hipóteses: a predação pode estar relacionada à
do Jatobá. O Parque Nacional do Catimbau é
competição por espaço, já que as espécies estavam
uma unidade de proteção integral e engloba os
no mesmo recipiente, considerando o evento não
municípios de Buíque, Tupanatinga e Ibimirim,
natural, uma vez que os lagartos estavam sob forte
abrangendo a porção centro-sul do estado de
estresse no saco plástico; e que G. geckoides é
Pernambuco (Figura 1A). Possui vegetação
parte da dieta de A. mentalis. Outro ponto que
bastante diversificada com formações xerofíticas
deve ser avaliado é a relação de tamanho da presa
mas não desérticas (IBAMA, 2008). A área onde
com o predador, já que G. geckoides tem cerca de
ocorreu o evento é constituída por vegetação
1/3 do tamanho de A. mentalis. Essa análise deve
arbustiva com solo arenoso recoberto por folhas em
ser verificada em estudos posteriores de hábito
decomposição (Figura 1B), próximo a formações
alimentar desse gimnoftalmídeo, que pode ter uma
rochosas.
relação adaptativa.
Este trabalho faz parte do Projeto Anfíbios e
O gênero Gymnodactylus já é citado na
Répteis para o bioma Caatinga no Parque Nacional
literatura compondo a dieta de lagartos, como
do Catimbau, no município de Buíque, PE. As
é o caso de Tropidurus torquatus (Wied, 1820)
coletas foram manuais por meio de procura ativa,
(TEIXEIRA, 2001). Teixeira (2001) observou a
vasculhando possíveis locais de abrigo. Todas
predação de algumas espécies de lagartos sobre
as observações no campo foram registradas
juvenis de outras. T. torquatus predou também
em caderneta e em ficha de campo. O local de
juvenis de H. agilis, G. darwinii e H. mabouia,
coleta dos animais foi georreferenciado por GPS.
enquanto M. macrorhyncha predou jovens de H.
Utilizou-se para a técnica de sacrifício do indivíduo
mabouia. O autor comenta que para Tropidurus
um anestésico intramuscular à base de Ketamina
torquatus pode ter ocorrido uma invasão de outros
e, posteriormente, o animal foi montado e fixado
lagartos em sua área de vida. Já com relação à M.
em formol a 10%, e conservado em álcool a 70%.
macrorhyncha, o relacionamento com geconídeos
Para a retirada do tubo digestivo, foi feito um corte
é facilitado, pois ambos podem coexistir em um
transversal na região abdominal. Os indivíduos
mesmo nicho. É possível que exista uma relação
de cada espécie encontram-se depositados na
de sobreposição espacial entre os lagartos G.
Coleção Herpetológica da Universidade Federal
geckoides e A. mentalis na ocupação do ambiente,
Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de
já que ambos são comumente encontrados entre
Serra Talhada, como material-testemunho.
folhiços e troncos em decomposição.
Este trabalho vem corroborar as informações
Resultado e discussão de predação de lagarto por outro lagarto, registrando,
pela primeira vez, lagarto fazendo parte da dieta de A.
Durante a pesquisa de campo em atividades mentalis, fato ocorrido no semiárido de Pernambuco.
de buscas, em 9 de março de 2008, no Vale do Além disso, este trabalho vem ampliar a área
Catimbau (Buíque, PE), numa localidade conhecida geográfica de Acratosaura mentalis para o estado,
como Trilha dos Breus (0688271/9061180 UTM), de 98 km do seu primeiro registro, antes registrado
na Fazenda Porto Seguro, Vila do Meu Rei, foi apenas para o município Brejo da Madre de Deus, no
coletado um espécime de A. mentalis (CT= 16,65 Agreste (QUEIROZ; LEMA, 1996).
Saurofagia em Acratosaura mentalis !"#$%$&'()**+ !,$-%.$' /.#0123$ᇑ+ 359
Figura 1. Imagem da área e dos lagartos envolvidos na predação no Parna do Catimbau, em 9 de março de
2008. A = Localização do Parna do Catimbau (WWW.ibama.gov.br); B = Vista da área de captura dos
lagartos; C = Acratossaura mentalis; D = Gymnodactylus geckoides E = Retirada do tubo digestivo de A.
mentalis; F = Conteúdo estomacal de G. geckoides.
Referências
FREITAS, M. A. Guia ilustrado da Herpetofauna das caatingas e brejos de altitude. Bahia, 2003.
HUEY, R. B.; PIANKA, E. R. Ecological consequences of foraging mode. Ecology, v. 62, p. 991-999,
1981.
IBAMA. Parque Nacional do Catimbau. 2008. Disponível em: <www.ibama.gov.br>. Acesso em: 20 jul.
2008.
POUGH, J. H; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 6.ed. São Paulo: Atheneu, 2003.
QUEIROZ, A. N.; LEMA, T. Novo registro de Colobossaura mentalis Amaral, 1993, (Sáuria, Teiidae) para o
Nordeste do Brasil. Biociências, v. 4, n. 1, p. 87-90, 1996.
ROCHA, C. F.; VRCIBRADIC, D. Reptiles as predators of vertebrates and as preys in a restinga habitat of
southeastern Brazil. Rev. Ciênc. Cult. SBPC, v. 50, n. 5, p. 364-368, 1998
RODRIGUES, M. T. U. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária, UFPE, 2003. p. 275-333.
RODRIGUES, M. T. Uma nova espécie de Phyllopezus de cabaceiras: Paraíba: Brasil, com comentários
sobre a fauna de lagartos da área (Sauria, Gekkonidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, Brasil,
v. 36, n. 20, p. 237-250, 1986.
RODRIGUES, M. T.; PELLEGRINO, K. C. M.; DIXO, M.; VERDADE, V. K.; PAVAN, D.; ARGOLO, A. J. S.;
SITES JUNIOR, J. W. A New Genus of Microteiid Lizard from the Atlantic Forests of State of Bahia, Brazil,
with a New Generic Name for Colobosaura mentalis and a Discussion of Relationships Among the
Heterodactylini (Squamata, Gymnophthalmidae). American Museum Novitates, v. 3565, p. 1-27, 2007.
TEIXEIRA, R. L. Comunidade de lagartos da restinga de Guriri, São Mateus-ES. Atlântica, v. 23, p. 121-
132, 2001.
VITT, L. J.; LACHER JUNIOR, T. E. Behavior, Habitat, Diet, and reproduction of the iguanid lizard Polychrus
acutirostris in the caatinga of northeastern Brazil. Herpetológica, v. 37, n. 1, p. 53-63, 1981
!"#$%&'%()%(*)*!+"%,-.+'%&/0&
Tropidurus hispidu !"#$%&!'()*!+",-./,&!0.12/3-./3,45!
na cidade do Recife e na região metropolitana
Magnólia da Conceição Nunes Botêlho1; Miriam Dowell de Brito Cavalcanti2; Ednilza Maranhão dos Santos3; Regina
Célia da Silva Lima1; Jaqueline Bianque de Oliveira2
1
Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco – GRE-Recife Sul (magnoliabotelho@yahoo.com.br; reginalima28@yahoo.
com.br).
2
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Departamento de Biologia-Laboratório de Parasitologia (miriamdowell@yahoo.com.
br; jaquelo@medvet.una.ac.cr).
3
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Departamento de Biologia (ednilzamaranhao@
yahoo.com.br).
362 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Referências
COELHO, J. C. U. Incidência de enteroparasitas em alunos do Grupo Escolar Dr. Oswaldo Cruz, Curutiba,
Paraná. Acta Biológica Paranaense, Paraná, v. 4, n. 1/2, p. 3-12, 1975.
NEVES, D. P.; MELO, A. L.; GENARO, O.; LINARDI, P. M. Parasitologia Humana. 10.ed. São Paulo;
Atheneu, 2000. 524 p.
REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 10.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1994. 349 p.
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis das Caatingas. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980.
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista,
Pernambuco
Resumo Abstract
Este trabalho teve como objetivo fornecer The present work had as objective to supply
uma lista de serpentes com o propósito de contribuir a list of serpents with the intention to contribute
para o Plano de Manejo da Estação Ecológica de the plan of handling of the Ecological Station of
Caetés, Paulista/PE, bem como informações para Caetés, Paulista/PE, as well as information to assist
auxiliar em atividades de educação ambiental. As in activities of ambient education.
atividades de campo tiveram início em outubro The activities on field began on October of
de 2007 e utilizou-se como método de registro 2007, using active search (day and night random
atividades de busca ativa (caminhadas aleatórias walked) and pitfall (model in “Y” distributed in
diurnas e noturnas) e armadilhas de queda strategic points) as register method. To assist in
(pitfall), modelo em “Y”, distribuídas em pontos collecting data for the inventory, semi-structured
estratégicos. Para auxiliar na coleta de dados interviews were made with the residents, CIPOMA’s
para o inventário, entrevistas semiestruturadas militaries (Independent Policing Environmental
foram feitas com os moradores, militares da Company), firefighters, researchers, officials and
Companhia Independente de Policiamento community agents in the area. So far, 10 species of
Ambiental – Cipoma, bombeiros, pesquisadores, snakes have been recorded and distributed among
funcionários e agentes comunitários da área. four families: Boidae (Boa constrictor, Corallus
Foram registradas até o momento dez espécies de hortulanus, Epicrates cenchria), Colubridae
serpentes distribuídas entre quatro famílias: Boidae (Liophis lineatus, Liophis poecilogyrus, Philodryas
(Boa constrictor, Corallus hortulanus, Epicrates olfersii, Oxyrhopus trigeminus, Spilotes pullatus),
cenchria), Colubridae (Liophis lineatus, Liophis Elapidae (Micrurus ibiboboca) And Viperidae
poecilogyrus, Philodryas olfersii, Oxyrhopus (Crotalus durissus). Boa constrictor Linnaeus,
trigeminus, Spilotes pullatus), Elapidae (Micrurus 1758, was the greatest abundance and frequency
ibiboboca) e Viperidae (Crotalus durissus). A maior of occurrence.
abundância e frequência de ocorrência foram para
a Boa constrictor Linnaeus, 1758 (jiboia). Key word: Inventory, Northeast, Snakes,
Unit of Conservation.
Palavras-chave: Inventário, Nordeste, Ser-
pentes, Unidades de Conservação.
Figura 1- Mapa do zoneamento da Estação Ecológica de Caetés. Zona de Uso Especial – ZUE = Área onde já existem
construções; Zona de Uso Intensivo – ZUI = Área de lazer, hortas e sementeiras; Zona de Uso Extensivo – ZUEX
= Área dos mirantes; Zona Primitiva – ZP = Área de vegetação preservada; Zona de Recuperação – ZR = Área de
reflorestamento. Em barras pretas os locais onde foram armadas as pitfalls (ESEC DE CAETÉS, 2006).
Para auxiliar na amostragem, foram uma vez por dia, a cada 48 horas. Foram utilizados,
utilizadas também entrevistas com a população para a captura dos animais, equipamentos básicos
do entorno, bem como com pesquisadores, como binóculos, lanternas, luvas de couro,
militares e funcionários da Esec de Caetés, através sacos plásticos, recipientes plásticos, gancho
de questionários pré-elaborados, aplicados herpetológico, laço de Lutz, ancinho, pá e pinça de
devidamente com autorização do entrevistado, e captura.
também a utilização de armadilhas de queda, tipo As serpentes pequenas foram transportadas
pitfall, usando o modelo disposto em forma de “Y” em garrafas do tipo PET, perfuradas para a
(CECHIN; MARTINS, 2000). Para a área estudada, entrada de ar, de maneira a impedir a fuga.
foram alocados quatro sistemas distantes um Espécimes maiores foram acondicionados em
do outro, por cerca de 50 metros de distância, recipientes plásticos com fecho tipo “lacre”,
posteriormente, com ajuda de mastozoólogos também adaptados à entrada de ar, mas à prova
que estavam pesquisando na área, foi possível de fugas, e levadas à sede da Esec de Caetés
compartilhar armadilhas com baldes de 50 litros, para processamento. Os animais, ao chegar à
distribuídos em maior extensão da reserva, com sede, foram identificados, fotografados, medidos
um total de sete pontos (Figura 1). utilizando paquímetro e trena. Suas massas foram
Nos sistemas de armadilhas constaram registradas (sempre que possível) utilizando
quatro baldes de 20 litros enterrados no chão até a balanças pesola ®, marcados com um corte
borda, dispostos em forma de Y. Entre o balde central (em V) com tesoura na escama pré-cloacal
e os três periféricos, foram estendidas cercas de (isso apenas nas serpentes adultas e de grande
lona de plástico preta de 400 cm de comprimento porte) e, posteriormente, foram soltos nos seus
e 50 cm de altura, sustentadas por estacas de respectivos locais de coleta. Os animais foram
madeira. As armadilhas foram distribuídas dentro e identificados utilizando as chaves dicotômicas
na borda da mata, onde foram abertas e fechadas (PETERS; OREJAS-MIRANDA, 1970; PETERS;
durante todas as semanas, sendo monitoradas DANOSO, 1970) e a ajuda de especialistas. Todas
370 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
as informações constam em ficha e cadernetas de além de apresentar solo mais arenoso e com
campo. grande quantidade de matéria orgânica, propício
Por escolha metodológica, não foram feitos para serpentes fossoriais (VANZOLINI et al., 1980).
tombamentos de espécimes, sendo utilizado o Boa constrictor ocorreu nas quatro áreas
registro fotográfico dos indivíduos capturados ou inventariadas, ocupando tanto extratos arbóreos
encontrados ao acaso durante as varreduras, e quanto terrestres, e também encontrados
documentados em base de dados. Para o registro próximo às edificações da estação, sendo
fotográfico utilizou-se uma câmera digital Mitsuca atraída, provavelmente, pela oferta de alimentos
DC 7325BR 7.0Mp, zoom ótico de 3x e digital de (roedores). São serpentes comumente vistas em
4x. áreas abertas e em descampados, aquecendo-
se ao sol ou em vegetação fechada, enrodilhadas
Análise dos dados em troncos de árvores. Alimentam-se de lagartos,
aves e mamíferos (VANZOLINI et al., 1980). Essa
As análises dos dados foram feitas através espécie possui habitat de climas variados, desde
da frequência de ocorrência de Dajoz (1983): c = ambientes úmidos, como as florestas tropicais e as
p x 100/P, onde c é a constância de ocorrência de áridas caatingas (AMARAL, 1978; VANZOLINI et
cada espécie, p é número de excursões da espécie al., 1980). Essa informação deve auxiliar o plano
registrada, e P é o número total de excursões. As de manejo, orientando os visitantes e moradores
espécies com constância superior a 50% foram sobre os cuidados que se deve ter ao se deparar
consideradas constantes, entre 25 e 50% são com esse animal, para evitar a morte indevida da
acessórias, e inferior a 25% são acidentais. espécie.
O esforço de coleta foi diluído em 4.872
horas para pitfall e 180 h/homem para as buscas
Resultados e discussão ativas. Apesar de as armadilhas estarem dispostas
no local da pesquisa por mais tempo, não obteve
Durante um período de 10 meses foram maior número de registros de espécies. Esse dado
capturados 20 espécimes e visualizados mais já era o esperado e é similar a outros trabalhos com
quatro, totalizando 24 indivíduos distribuídos entre ofídios (CARVALHO, 2006), todavia, foi possível
14 espécies e cinco famílias (Tabela I). A família registrar principalmente espécies fossoriais
com maior riqueza foi Colubridae (58%), com oito (Typhlops e Micrurus) e terrestres (Pseudoboa). O
espécies, sendo oito indivíduos coletados e um maior sucesso, em termos de registros de animais,
visualizado, seguida por Boidae (21%) com três foi por meio de coletas por terceiros, bem como
espécies, sendo nove indivíduos registrados (Tabela por entrevistas (Figura 3). É importante ressaltar
I e Figura 2), sete coletados e dois indivíduos que o inventário de serpentes requer maior esforço
apenas observados em vegetação arbórea, tanto de procura ativa como de outros métodos que
concordando com os estudos de Cordeiro e Hoge auxiliem em maior número de registros. A entrevista,
(1973). A maior riqueza para a família Colubridae apesar de ser considerada pouco confiável pela
corrobora com informações de outros autores para comunidade científica, foi um método auxiliar
diferentes regiões do Brasil (RODRIGUES, 2005; importante para o registro de serpentes pouco
CARVALHO, 2006), pois é uma das famílias com observadas na unidade de conservação. Outro
maior diversidade da América do Sul (HAFFER, ponto que deve ser investigado é a necessidade
2001; POUGH et al., 2003; WANG et al., 2004). de verificar a eficácia de pitfalls por mais tempo,
O maior número de indivíduos registrados para a ou reavaliar o volume dos baldes usados (20 e
família Boidae pode estar relacionado com o número 50 l) (CARVALHO, 2006; CECHIN; MARTINS,
de espécimes reintroduzidos na estação. Esses 2000), além da instalação de outras armadilhas (no
espécimes são trazidos, pelo Ibama e pela Cipoma, caso, para lagartos arborícolas). Houve aumento
de outras localidades da região metropolitana norte de capturas nos períodos pós-chuva, a partir dos
de Pernambuco. meses de março e abril, principalmente de filhotes
Das cinco áreas/zonas percorridas, a ZP e animais jovens, coincidindo também com a
(Zona Primitiva) foi a que obteve maior número de diminuição das capturas de pequenos mamíferos
serpentes, seguida da ZR (Zona de Recuperação). por outros pesquisadores (com. pess.).
Isso se deve à melhor cobertura vegetal dessas A maior abundância e a frequência de
áreas, gerando, possivelmente, maior oferta de ocorrência (n = 7 e n = 29,17% respectivamente)
alimento (anfíbios, lagartos, aves e pequenos foram para Boa constrictor (jiboia), sendo a única
mamíferos) maior proteção contra predadores, espécie classificada como acessória na amostra
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco 371
estudada. As demais foram categorizadas como não colonizados pela espécie. Phillips et al. (2004)
acidentais (Tabela I). É possível que esse dado sustentaram que as espécies invasoras podem
esteja relacionado às solturas realizadas pela devastar os ecossistemas naturais, mas os efeitos
Cipoma e pelos bombeiros (espécimes trazidos da invasão, em longo prazo, são pouco claros.
de outros locais), chamando a atenção para um Se os organismos nativos puderem se adaptar à
maior cuidado dos administradores da estação presença do invasor, o impacto diminuirá com o
e destacando o monitoramento como uma das tempo. É evidente que a serpente Boa constrictor
prioridades para o acompanhamento desses (jiboia), como animal que ocorre na Mata Atlântica,
animais. A introdução de animais em fragmentos não é uma espécie invasora, todavia, a soltura de
de mata, sem o devido manejo, pode ocasionar espécimes em áreas que não sejam seu território
problemas futuros. É necessário que se tomem os natural, sobrecarregando a área de soltura, pode
devidos cuidados para que espécies não sejam trazer danos ao ambiente, similar ao que ocorre
introduzidas aleatoriamente em determinado com uma espécie invasora.
ecossistema. Antes é necessário realizar um estudo Houve predominância de espécies arborícolas
sobre o impacto que a espécie pode causar no e escassez de formas subterrâneas que podem ser
ecossistema, prevendo-se, portanto, as possíveis explicadas pela grande oferta de recursos e substratos
modificações que possam surgir a partir da e pelas características limitantes do solo nessas áreas
introdução de alguma espécie (CARVALHO, 2006). (MARQUES, 1998), como também a necessidade de
Engeman et al. (2002) estudaram os método mais direcionado para a coleta desses
impactos da introdução acidental da serpente animais. É importante ressaltar que é imprescindível
Boiga irregularis na Ilha de Guam e notaram que maior esforço de coleta para que a lista aqui
tal fato resultou na extirpação da maior parte apresentada possa crescer em termos de riqueza
dos vertebrados terrestres nativos da ilha, criou inventariada. Das 14 espécies registradas, a maioria
risco à saúde das crianças e provocou perdas tem ampla distribuição no Brasil, outras necessitam de
econômicas. O número de serpentes dessa trabalho mais aprofundado na taxonomia, como é o
espécie aumentou demais, principalmente pelo caso de Liophis sp., não descartando a possibilidade
fato de elas se adaptarem facilmente a locais ainda de se tratar de uma nova espécie.
Tabela I - Lista das espécies de serpentes registradas entre setembro/2007 e julho/2008 na Estação Ecológica de
Caetés. Área: Zona de Uso Especial – ZUE; Zona de Uso Intensivo – ZUI; Zona de Uso Extensivo – ZUEX;
Zona Primitiva – ZP; Zona de Recuperação – ZR; Forma de registro: cm – coleta manual; ob – observação;
ct – coleta por terceiro; PT – pitfall; v – vestígio; em – entrevista; Micro-habitat: 1 – fendas entre rochas;
2 – sobre rochas; 3 – vegetação arbórea; 4 – solo úmido; 5 – solo; 6 – canaletas; 7 – interior edificações;
8 – arredores edificações; e 9 – folhedo. Frequência de ocorrência – FO.
Forma
Micro-
Grupo taxonômico Área de Abundância FO % Classificação
habitat
registro
SQUAMATA/
SERPENTES
Typhlopidae
Typhlops brongersmianus
ZP pt 4 2 8,33 Acidental
(Vanzolini, 1972)
Boidae
ZUE,
Boa constrictor (Linnaeus, ZUI, ct, cm,
5, 7 e 8 7 29,17 Acessória
1758) ZUEX, en
ZR
Epicrates cenchria
ZP ob 3 1 4,17 Acidental
Machado, 1945
372 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Forma
de Micro
Grupo taxonômico Área Abundância FO % Classificação
registro habitat
Drymarchon corais
ct 3,5 1 4,17 Acidental
(Bóie,1827)
Philodryas olfersii
ZP, ZR ob, en 3 1 4,17 Acidental
(Lichtenstein, 1823)
Elapidae
Micrurus ibiboboca (Merrem,
ZP, ZUI ct, pt, en 4 3 12,50 Acidental
1820)
Viperidae
Crotalus durissus Linnaeus,
ZR ob, en 8 1 4,17 Acidental
1758
Figura 2 - Frequência relativa da riqueza de espécies entre as famílias de serpentes registradas na Esec de Caetés
de setembro/2007 a julho/2008.
Na maioria dos meses estudados, houve (Figura 5) não atingiu o esperado, mostrando que o
registro de serpentes, com exceção para os meses número de espécies pode ser bem maior do que o
de setembro e outubro/2007 (Figura 4). O maior registrado. De maneira geral, a ofidiofauna da Esec
período de registro tanto de espécie quanto de de Caetés possui boa representação de serpentes,
espécimes compreendeu os meses de abril e revelando dados para estudos da herpetofauna,
maio/2008, coincidindo com informações de outros já que se trata de uma reserva monitorada que
autores (VANZOLINI et al., 2005; FREITAS, 2005; sofre moderada pressão antrópica, devendo es-
ALMEIDA et al., 2008), provavelmente, por ser se número aumentar consideravelmente com a
época reprodutiva. A curva acumulativa de espécies continuidade da pesquisa.
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco 373
Figura 3 - Distribuição dos registros de serpentes para os cinco métodos utilizados na Esec de Caetés de setembro/2007
a julho/2008.
Foram realizadas 25 entrevistas durante ibiboboca), seguida pela jiboia (Boa constrictor).
o estudo sobre o conhecimento prévio que a Isso, possivelmente, deve-se ao maior número de
comunidade tem em relação às serpentes. Essas indivíduos distribuídos na estação. Apesar da maior
entrevistas foram distribuídas entre pesquisadores frequência, pelos entrevistados, de uma espécie
que passaram pela Esec de Caetés (4), com os peçonhenta e de existir registro também de cascavel
soldados da Cipoma (9) e com alguns moradores (Crotallus sp.), não foi documentado nenhum
do entorno (12). A maioria dos entrevistados teve acidente por serpente no histórico da reserva (com.
contato ou observou alguma serpente na estação ou pess.). Todavia, medidas preventivas como palestras
nos seus arredores. As serpentes mais citadas pelos e folhetos informativos devem compor as atividades
entrevistados foram a coral-verdadeira (Micrurus anuais da unidade de conservação.
Figura 4 - Número de espécies (barras escuras) e espécimes (barras claras) registradas na Esec de setembro/2007
a julho/2008.
374 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Figura 5 - Curva acumulativa de espécies de serpentes registradas na Esec de Caetés de setembro/2007 a julho/2008.
Este trabalho contribuiu para o Plano de que envolvem essa ordem. O monitoramento é
Manejo da Esec de Caetés, já que não havia uma das medidas de grande importância para
informações sobre os répteis, servindo, assim, a manutenção da biota da unidade, enfatizando
para estimular a continuação da pesquisa, além estudos setorizados sobre a biologia e a diversidade
de pesquisas futuras sobre os diferentes assuntos desses répteis.
Tabela II - Frequência relativa das respostas obtidas pelos entrevistados (pesquisadores, militares, moradores e
funcionários) da Esec de Caetés, referente ao questionário aplicado durante a pesquisa (setembro/2007
a julho/2008).
PERGUNTAS RESPOSTAS
Sim – 84%
Você já teve contato (físico ou visual) com serpentes
Não – 16%
dentro ou no entorno da Esec de Caetés?
vistas, todavia, as armadilhas do tipo pitfall foram Os meses com maior registro de serpentes
decisivas para o registro de animais fossoriais de foram abril e maio, possivelmente relacionados à
difícil coleta. época reprodutiva.
Entre as áreas zoneadas, a zona primária O número de espécies registrado ainda não
foi a que apresentou maior representatividade em representa um total esperado de serpentes para
termos de riqueza de serpentes, sendo considerada a Esec de Caetés, necessitando dar continuidade
prioritária para o monitoramento. à pesquisa. Para a Esec de Caetés, é necessário
A maioria das espécies foi considerada incluir no plano de manejo medidas preventivas
acidental na amostra, pelo seu baixo número de com informações sobre as serpentes encontradas
ocorrência. Apenas Boa constrictor foi categorizada na estação e seus arredores, bem como monitorar
como acessória, ou seja, com maior ocorrência em com eficiência as solturas de animais trazidos
relação às outras. pelos órgãos ambientais.
Referências
ANDRADE-LIMA, D. 2%-+&' 3!)0"41/)' ()' *"+&,-9# :/"# 01# ;%,1/4"(# <&,0%=!"# >4%-/'1/4%# 01# 21"34%5%# 1#
Estatística, 1963.
BARRAVIERA, B. Estudo clínico dos acidentes ofídicos. Rio de Janeiro: EPUB, 1999. 55 p.
CARVALHO, J. A. Diversidade de serpentes do Parque Ecológico Quedas do Rio Bonito, Lavras, MG.
Lavras: UFLA, 2006. 96 p.
CUNHA, A. A. Conservação de mamíferos na Serra dos Órgãos: passado, presente e futuro. In: Congresso
Brasileiro de Unidades de Conservação. 4., 2004. Anais... 2004. v. 1. Curitiba: O Boticário Proteção à
Natureza: Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação.
ENGEMAN, R. M.; VICE, D. S.; YORK, D.; GRUVER, K. S. Sustained evaluation of the effectiveness of
detector dogs for locating brown tree snakes in cargo outbound from Guam. Oxford: International
Biodeterioration & Biodegradation, v. 49, n. 2/3, p. 101-106, 2002.
ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS. Plano de Manejo, fase I. Recife: Agência Estadual de Meio
Ambiente e Recursos Hídricos, 2006. 76 p.
FREITAS, M. A.; SILVA, T. F. S. Guia ilustrado: a herpetofauna da Mata Atlântica nordestina. Pelotas ( ):
Ed. Useb –2005. 161 p. (Coleção Manuais de Campo, v. 6)
376 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
HAFFER, J. Hipotesis to explain the origin of species in Amazonia. In: VIEIRA, I. C. G.; SILVA, J. M. C.;
OREN, D. C.; D’INCÃO, M. A. (Ed.). Diversidade biológica e cultural da Amazônia. Belém (PA): Museu
Paraense Emílio Goeldi, 2001. p. 45-118.
MELLO-LEITÃO, C. de. 5))0!)0"+1+' ()' *"+&,-. 3.ed. Mossoró: Escola Superior de Agricultura de
Mossoró, Fundação Guimarães Duque, 1980. (Coleção Mossoroense, 1937).
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, DOS RECURSOS HÍDRICOS E DA AMAZÔNIA LEGAL. (MMA). 2000.
MYERS, N.; MITTERMEIER, R. A.; MITTERMEIER, C.G.; FONSECA, G. A. B.; KENT, J. Biodiversity hotspots
for conservation priorities. Nature, v. 403, p. 853-845, 2000.
PETERS, J. A.; OREJAS-MIRANDA, B. Catalogue of the Neotropical Squamata. part I – Snakes. Bull. U.S.
Nat. Mus., v. 297, p. 1-347, 1970.
PETERS, J. A.; DANOSO-BARROS, R. Catalogue of the Neotropical Squamata. part II – Lizards and
Amphisbaenians. Bull. U. S. Nat. Mus., v. 297, p. 1-293, 1970.
PHILLIPS, B. L.; SHINE R. Adapting to an invasive species: Toxic cane toads induce morphological change
in Australian snakes. Proceedings of The National Academy of Sciences of The United States of
America, Washington, v. 101, n. 49, p. 17.150-17.155, 2004.
POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 3.ed. São Paulo: Atheneu, 2003. 699
p. (ISBN 85-7454-079-X).
SANTANA, G. G.; VIEIRA, W. L. S.; PEREIRA-FILHO, G. A.; DELFI M, F. R.; YURI, C. C. L.; VIEIRA, K. S.
Herpetofauna em um fragmento de Floresta Atlântica no Estado da Paraíba, Região Nordeste do Brasil.
Biotemas, v. 21, n. 1, p. 75-84, 2008.
Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC: Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Brasília:
MMA/SBF. 2000.
WANG, X.; AULER, A. S.; EDWARDS, R. L.; CHENG, H.; CRISTALLI, P.; SMART, P. L.; RICHARDS, D.
A.; CHOUAN-SHEN, C. Wet periods in northeastern Brazil over the past 210 kyr linked to distant climate
anomalies. Nature, v. 432, p. 740-743, 2004.
Ofídios da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco 377
APÊNDICE
Prancha 1: A: Boa constrictor; B: Epicrates cenchria; C: Corallus hortulanus; D: Drymarchon corais corais;
E: Pseudoboa nigra (exemplar jovem); F: Pseudoboa nigra (exemplar adulto); G: Liophis sp. (exemplar
jovem); H: Typhlops brongersmianus; I: Micrurus ibiboboca; J: Mensuração de animal capturado; L:
Fachada da Estação Ecológica, com a mata ao fundo; M: Ecdise de serpente encontrada em uma busca
ativa
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-
epidemiológicos e etnozoológicos
Resumo Abstract
Acidentes ofídicos constituem grave pro- Accidents caused by snakes are a serious
blema de saúde em vários países, incluindo o Brasil. health problem in several countries, including Brazil.
Este estudo visou traçar o perfil do ofidismo em This study aimed to characterize the accidents in
uma área do agreste pernambucano. Analisamos the “Agreste” of Pernambuco State. We analyzed
o registro dos dados clínico-epidemiológicos clinical-epidemiological data from the “Hospital
no Hospital Regional de Caruaru e realizamos Regional de Caruaru” and performed interviews to
entrevistas para entender como a população understand how the population perceives and deals
percebe e lida com esse tipo de acidente. Os with this type of accident. The results contribute
resultados contribuem para mapear a gravidade to mapping the gravity of this phenomenon and
do problema na região e auxiliar em campanhas support campaigns for prevention and awareness
preventivas e de esclarecimento da população. among the population.
de uma apresentação dos objetivos do estudo aos encontrada e a distribuição geográfica na América
profissionais responsáveis, para a aprovação do do Sul (BOCHNER; STRUCHINER, 2003).
acesso e da análise dos arquivos. Todos os dados Houve predominância de vítimas do gênero
respeitavam o anonimato do paciente. masculino (77,2% das notificações), padrão
Para traçar o perfil etnozoológico do ofidismo também detectado em pesquisas recentes para
no agreste pernambucano, foram realizadas outros estados brasileiros (FEITOSA et al., 1997;
entrevistas semiestruturadas com moradores de NASCIMENTO, 2000; ALBUQUERQUE et al.,
zonas rurais de Bonito, escolhido por se situar em 2004; MISE et al., 2007). Quanto à idade da vítima,
área adjacente ao Hospital Regional do Agreste a faixa etária mais acometida foi entre 21 e 30 anos,
e por ter sido um dos municípios citados nas constituindo 23,2% dos acidentes. Esses resultados
fichas de notificação de acidentes ofídicos. Cem permitem traçar um perfil das vítimas de acidentes
entrevistas foram realizadas em julho/2007 nas ofídicos na região em estudo, constatando que
feiras públicas do município, após esclarecimentos pacientes do sexo masculino, moradores da zona
sobre os objetivos da pesquisa. Para garantir a rural e com idade entre 21 e 30 anos são mais
fidedignidade das respostas, só foram entrevistados acometidos, provavelmente, porque realizam com
os moradores que consentiram em participar do maior frequência atividades laborais na agricultura.
estudo, de forma anônima e com tempo livre para Essas observações parecem reforçar a conotação
as respostas. Buscou-se aproveitar ao máximo do acidente ofídico como acidente de trabalho,
toda informação pertinente ao assunto, mesmo uma vez que seu incremento coincide com o
extraída de forma espontânea. deslocamento do trabalhador rural para atividades
no campo (FEITOSA et al.; 1997).
Resultados e discussão A análise da sazonalidade revela que os
meses com maior número de registros foram agosto
e setembro, correspondendo a 11,8% e 13,5%
Aspectos clínico-epidemiológicos
do total dos casos notificados, respectivamente
dos acidentes ofídicos notificados (Figura 3). Os meses de maior prevalência dos
no Hospital Regional do Agreste acidentes coincidem com o final do inverno e o
início do preparo do solo para as próximas culturas
No período analisado foram notificados na região. Tal resultado está de acordo com o perfil
237 acidentes e apenas um óbito causado por obtido por Corte Real et al. (2000), de que a maioria
ofidismo. Os pacientes atendidos foram oriundos dos casos ocorreu em áreas rurais, nos meses
de 43 municípios, desde os próximos a Caruaru quentes e chuvosos, o que coincide com a época
(Bezerros, Sairé), situados a mais de 100 km de de colheita e, consequentemente, com o aumento
distância (Bom Conselho, a 149 km) ou até de do fluxo das pessoas que trabalham no campo. A
municípios de outro estado (São João do Tigre – sazonalidade do acidente, dessa forma, parece
PB, a 129 km), refletindo a grande abrangência do depender mais das condições ambientais e da
Hospital Geral do Agreste no atendimento a casos atividade do homem, visto que a probabilidade de
de ofidismo. Uma proporção significativamente encontro homem-serpente aumenta nos períodos
maior ( 2 = 35,86; P < 0,001) de acidentes ocorreu de maior exposição humana em ambientes rurais,
nas zonas rurais (Figura 1). que são primariamente habitats desses répteis.
Ao investigar a espécie de serpente envolvida Ao analisar a região anatômica mais
nos acidentes, constatou-se que 69,2% das vítimas afetada, observou-se que 34,6% dos acidentes foi
não souberam identificá-la. Segundo os registros, no pé (Figura 4). Estudos clínico-epidemiológicos
de acordo com o nome vulgar, Bothrops foi o sobre ofidismo conduzidos em outras regiões
gênero mais envolvido nos acidentes, apontado do País também apontam o pé como a parte do
como o responsável por 61,0% dos casos em corpo mais afetada (RIBEIRO; JORGE, 1997;
que a espécie causadora foi identificada por meio CORTE REAL et al., 2000). Os membros inferiores,
da descrição do paciente e/ou pelo diagnóstico sobretudo os pés, são mais expostos a esse tipo
médico (Figura 2). Esse resultado está de acordo de acidente devido ao hábito terrestre da maioria
com relatórios do Ministério da Saúde (BRASIL, das espécies peçonhentas locais e pelo fato de
2001), segundo os quais esse gênero é o de maior os agricultores, frequentemente, trabalharem no
importância epidemiológica no País, responsável campo descalços ou com calçados abertos. É
por cerca de 90% dos envenenamentos. A jararaca preciso esclarecer a população sobre a importância
é a espécie mais registrada como causadora dos da proteção durante atividades relacionadas à
acidentes, fato que reflete a abundância em que é agricultura e à pecuária. O simples uso de botas
384 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
de cano alto e o cuidado com a proteção das mãos hospital municipal e dois foram encaminhados a
evita grande parte dos acidentes com serpentes. outros hospitais (um para o Hospital Regional do
Agreste e outro a um hospital em Recife).
Aspectos Etnozoológicos: Enorme diversidade de serpentes foi
percepção dos moradores indicada pelos entrevistados como presentes na
região. A Tabela I apresenta as espécies citadas
sobre serpentes e atitudes
(nomenclatura vernácula), a porcentagem de
diante do ofidismo moradores que as indicaram, quais delas são
peçonhentas ou atacam o homem e a porcentagem
Como reflexo da população da zona rural dos que as consideram perigosas. Conforme
– foco desta pesquisa, predominaram entre os
mencionado, não é possível correlacionar
entrevistados moradores com idades entre 25 e 34
precisamente a identificação “popular” e a
anos (33% da amostra) (Figura 5), do sexo masculino
“científica”, pois os dados disponíveis sobre a
(70%), que exerciam a profissão de agricultor (95%)
ofidiofauna e seus nomes populares referem-se a
e com grau de escolaridade referente ao ensino
outros estados e nem sempre se adequam à região.
fundamental (74% dos entrevistados) (Figura 6).
As exceções são: cascavel (Crotalus durissus
Dezessete por cento dos moradores
Linnaeus, 1758), pico-de-jaca e malha-de-fogo
entrevistados afirmaram ter sofrido acidente com
(Lachesis muta Linnaeus, 1766), todas as corais-
serpentes, destes, 88,2% foram picados uma única
verdadeiras citadas (Micrurus sp. Linnaeus, 1758),
vez e 11,8% duas vezes. Parentes próximos também
cobra-verde (Philodryas olfersii Lichtenstein, 1823),
foram vítimas desses acidentes, resultado afirmado
salamanta (Epicrates cenchria assisi Linnaeus,
por 22% dos entrevistados, com predomínio
1758) e jiboia (Boa constrictor constrictor Forcart,
também do gênero masculino, equivalendo a 70%
1960). Entretanto, há a possibilidade de que esses
dos relatos de acidentes com familiares.
nomes não correspondam exatamente às espécies
As serpentes envolvidas e o número de
apontadas nas entrevistas, visto que não foram
acidentes por elas causados são apresentados, a
coletados exemplares.
seguir, de acordo com a nomenclatura vernácula:
Segundo os moradores, mais da metade das
cobra-verde (5); jiboia (3); siri (3); papagaio
espécies de serpentes da região representa perigo.
(2); salamanta (1); jaracuçu (1); casco-de-burro
Embora não existam levantamentos específicos
(1); cascavel (1). Naturalmente, esses nomes
na área, esse resultado discorda com os estudos
refletem a terminologia popular, extremamente
realizados na Caatinga por Rodrigues (2003), onde
variável, mesmo em escala regional, e devem ser
estão listadas 52 espécies de serpentes para esse
interpretados com cautela. A ausência de estudos
confrontando a nomenclatura popular e a científica bioma e, destas, apenas oito são classificadas
para serpentes dessa região dificulta a interpretação como potencialmente perigosas. A noção de risco
do real “perigo” das espécies locais. descrita pelos moradores reflete, em parte, o
A região anatômica mais atingida foi conhecimento científico sobre o comportamento
o pé, configurando 52,7% dos casos citados. As de serpentes. Durante as entrevistas, muitos
outras regiões atingidas foram: perna (31,5%), moradores afirmaram que as serpentes só atacam
braço (10,5%) e mão (5,3%). em atitude de defesa, como registrado neste
Ao serem questionados sobre as depoimento: “... o bicho só morde se o ‘cabra’ ataca
medidas a serem adotas em caso de acidente ela”.
ofídico, 58% indicaram que sabiam como proceder. Agosto foi indicado pelos entrevistados co-
Considerando apenas os que alegavam possuir mo o mês em que as serpentes mais atacam
tal conhecimento, 57% indicaram procurar (36%), isso por que, segundo eles, “em agosto elas
atendimento médico para receber tratamento estão no cio” ou ainda “por que estão chocas”. Em
adequado, enquanto 43% afirmaram utilizar algum segundo lugar foi indicado o verão (30%) como a
procedimento alternativo. época do ano com mais acidentes, pois: “no verão
Embora a maioria dos entrevistados elas vão se esquentar no sol” e “no inverno, se
tenha afirmado que se deve procurar atendimento escondem da chuva”. Outros períodos também
médico, essa não é uma prática frequente na foram indicados: maio (4%), setembro (2%), março
região, visto que, considerando os moradores (1%), inverno (1%), o ano inteiro (4%), 22% não
vítimas de acidentes, 70,6% afirmaram não ter souberam informar. A área de estudo caracteriza-
buscado atendimento médico. Entre os que se por uma estação seca nos meses de novembro
procuraram (29,4%), cinco foram medicados no a fevereiro e uma chuvosa entre maio e agosto.
Estudo coproparasitológico em Tropidurus hispidus !"#$% &'() *!+,-.+% /-01.2,-.2+34 5+ 6.2+23 20
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-epidemiológicos e etnozoológicos 385
Recife e na região metropolitana
Tabela I - Serpentes presentes na região (nome vulgar) e indicação das espécies perigosas e/ou venenosas, de
acordo com a percepção dos moradores de Bonito – PE (N = 100).
É venenosa/ ataca o
Serpente % de citações % de citações
homem
Cascavel/cascaveia 95 Sim 88
Coral 61 Sim 20
Salamanta 49 Sim 10
Siri 43 Sim 20
Cobra-verde 30 Sim 2
Papa-ovo(a) 26 Sim 6
Caninana 25 Sim 6
Casco-de-burro 25 Sim 6
Jiboia 18 Não -
Cobra-de-duas-cabeças 11 Sim 3
Costela-de-vaca 11 Sim 4
Jararaca 11 Sim 6
Jaracuçu 7 Sim 2
Cobra-cipó 6 Sim 1
Cobra-papagaio 4 Não -
Corre-campo 3 Não -
Mariscadeira 3 Sim 1
Pico-de-jaca 2 Sim 1
Coral-de-ferrão 2 Não -
Coral-sem-ferrão 1 Sim 1
Coral-rei 1 Não -
Cobra-de-leite 1 Não -
Malha-de-leite 1 Não -
Malha-de-fogo 1 Não -
Salamanta-cabeça-de-cachorro 1 Não -
Salamanta-malha-de-viado 1 Não -
Salamanta-de-sete-ventas 1 Sim 1
Cobra-vermelha 1 Não -
Rainha 1 Não -
Sucuri 1 Não -
Uma diversidade de ambientes foi apontada capoeira (lugar com mato alto) (7%); ladeira e beira
pelos entrevistados como locais em que são de estrada, caminho ou “rodagem” (7%); locais de
encontradas serpentes. O registro foi feito trabalho – roçado e cercado (5%); beira do rio (5%);
considerando expressões vernaculares e criando “vage” (local de brejo) (5%); lixo ou “munturo”
categorias unindo locais semelhantes, para facilitar (5%); próximo de pedras (5%); “capim-de-cheiro”
a análise e a compreensão dos dados, resultando (mato baixo) (4%); “aceiro” de mata (local ou linha
nos seguintes ambientes: matos/matas (54%); que determina o fim de uma mata) (3%).
386 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Tabela II – Medidas utilizadas por moradores da zona rural de Bonito – PE para o controle das serpentes (N = 100).
Número de
Medidas para controle das serpentes
citações
PROCEDIMENTOS PARA AFUGENTAR/AFASTAR SERPENTES
”Coloca a borracha no fogo para a fumaça afastar”, “para elas irem para longe”. 5
“Queimar chifre de boi”, “raspa chifre de boi e coloca dentro do fogo”. 3
“Botar fogo em estrume de vaca”. 1
“Manda rezar para elas saírem do sítio”, “chamar um rezador que a reza mata e afasta elas”. 1
“Tirar os matos dos arredores da casa”. 1
PROCEDIMENTOS PARA EVITAR OS ACIDENTES
“Procurar um curador para ficar curado/benzido”. 4
“Usar a castanha-de-caju pendurada no pescoço”. 1
“Se prevenir usando botas”. 1
Tabela III – Procedimentos alternativos utilizados por moradores da zona rural de Bonito – PE para tratamento dos
acidentes causados por ofídios (N = 100).
Número de
Procedimentos alternativos
citações
MEDICAMENTOS INGERIDOS
“Tomar fé (fel) de paca*”; “Guarda o fé de paca, quando alguém ou um cachorro é picado, aí
4
coloca o fé dentro da água, ferve e dá pra beber a água e comer o fé”.
“Tomar querosene e não beber água”. 1
“Tomar óleo de carro”. 1
“Amassar folha de aticum**, misturar com água e dar para o cachorro beber”. 1
“Misturar pólvora, terra e mijo, e beber”. 1
“Dar banho no gato e beber a água do banho”. 1
“Ferver a cabeça do teju, escaldar e beber o caldo”. 1
“Cava um palmo do solo, tira o solo de baixo, faz um chá e bebe”. 1
“Bater o capim-flecha*** e tomar”. 1
Estudo coproparasitológico em Tropidurus hispidus !"#$% &'() *!+,-.+% /-01.2,-.2+34 5+ 6.2+23 20
Acidentes ofídicos em região do agreste pernambucano: aspectos clínico-epidemiológicos e etnozoológicos 387
Recife e na região metropolitana
Número de
Procedimentos alternativos
citações
“Tomar chá de burra-leiteira****”. 1
MEDICAMENTOS APLICADOS NO LOCAL ATINGIDO
“Passar/esfregar castanha-de-caju em cima (cura pessoas e animais)”. 3
“Passar alho”. 1
PRÁTICAS REALIZADAS
“Ir para o curador/mandar rezar”. 6
“Amarrar o braço (referindo-se ao local atingido)”. 1
“Se enterrar na terra, se cobrir todo e deixar só a cabeça do lado de fora”. 1
“Cuspir na boca do animal (que foi picado), agora tem que ter fé em Nosso Pai”. 1
“Lavar com água quente”. 1
“Usar soro” 1
A eficácia desses medicamentos foi discutida registrada por Lima e Vasconcelos (2006) entre
com os moradores, constatando que 92% dos moradores da zona rural de Tacaratu, Sertão de
usuários aprovam seus resultados. A prática de Pernambuco.
procedimentos alternativos é defendida porque, A utilização medicinal de plantas ou animais
segundo os relatos, a maior parte dos acidentes na é fruto de experiências e de observações da
região é causada por serpentes não peçonhentas. população com o entorno. Esse conhecimento
Alguns moradores, inclusive, ressaltam que o tradicional nem sempre é valorizado, desperdiçando
medicamento funciona quando a “cobra não é a possibilidade de conhecimento das tradições
venenosa”. É importante alertar para a necessidade de uma região e de teste dessas práticas, que
de esclarecer a população sobre as diferentes talvez comprovem a eficácia desses tratamentos
ações dos venenos, pois algumas das medidas e o desenvolvimento de novos medicamentos. A
citadas na Tabela III podem agravar o quadro atividade biológica anti-inflamatória, coagulante,
clínico da vítima, além de prejudicar o tratamento ou redutora da ação do veneno tem sido reportada
correto. Um morador entrevistado afirmou que foi em diversos extratos de plantas utilizados por
picado por uma cascavel, tomou óleo de carro e populações nativas (OWURO; KISANGAU, 2006).
teve de ser levado às pressas ao hospital, aonde Compostos fenólicos e triterpenoides presentes
chegou desmaiado. em plantas parecem interagir com receptores e
A população aprende como proceder enzimas, provocando a inativação do veneno e/ou
nessas situações, assimilando costumes de ação analgésica e anti-inflamatória (ibid.).
seus antepassados, familiares, curandeiros ou Considerando os acidentes ocorridos
a população indígena local. Isso concorda com com os entrevistados ou seus parentes, ainda
os dados de Lima e Vasconcelos (2006), que detectamos que o desfecho desses casos pode
afirmam que no tratamento de vítimas de animais resultar em mortes ou sequelas, como registrado
peçonhentos encontram-se associados à fitoterapia em alguns depoimentos:
diversos valores religiosos, herdados de nativos e “Meu pai morreu picado por uma cascavel,
de colonizadores, além de doutrinas incorporadas foi picado 9 horas, morreu perto de meia noite.
no Brasil por colônias de imigrantes. Tinha 60 anos”.
Com relação à utilização de plantas “Meu sogro foi picado por uma cascavel e
medicinais para tratamento dos acidentes, a morreu por causa da picada. Minha sogra também
folha de aticum foi citada por um morador que foi picada por uma cascavel e não sente a perna
acrescentou: “O teju come a raiz de aticum e de que foi picada”.
cabeça-de-nêgo; ele come e volta para brigar “Meu filho é aleijado do dedo do pé porque
com ela (a serpente)”. Essa atitude também foi foi picado por uma cobra jaracuçu traíra”.
388 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Prancha 1
Figura 1 – Números das notificações de acidentes ofídicos registrados no Hospital Regional do Agreste (Caruaru –
PE) nos anos de 2006 e 2007.
Figura 3 – Distribuição mensal dos acidentes ofídicos registrados no Hospital Geral do Agreste (Caruaru – PE) nos
anos de 2006 e 2007.
390 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Prancha 2
Figura 4 – Regiões anatômicas atingidas nos acidentes ofídicos, segundo os prontuários médicos do Hospital Regional
do Agreste, Caruaru – PE.
Figura 5 – Faixa etária dos entrevistados residentes na zona rural de Bonito – PE (N = 100).
Referências
ALBUQUERQUE, H. N.; COSTA, T. B. G.; CAVALCANTI, M. L. F. Estudo dos acidentes ofídicos provocados
por serpentes do gênero Bothrops !"#$%&'(") !" *)#'(" (' +','-.'/ Revista de Biologia e Ciências da
Terra, Campina Grande, v. 5, n. 1, 2004. Disponível em: <http://uepb.edu.br>. Acesso em: 30 ago. 2008.
BOCHNER, R.; STRUCHINER, C. J. Epidemiologia dos acidentes ofídicos nos últimos 100 anos no Brasil:
uma revisão. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, n. 1, p. 7-16, 2003.
CHIPPAUX, J. P. Snake bites: appraisal of the global situation. Bulletin of the World Health Organization,
v. 76, n. 5, p. 514-524, 1998.
CORTE REAL, M. G.; GIANINI, R. J.; FISCHER, H. Z. Acidentes ofídicos atendidos no complexo hospitalar
de Sorocaba (São Paulo) entre os anos de 1992 e 1998. Ciências Biológicas e Ambientais, São Paulo,
v. 2, n. 3, p. 289-298, 2000.
FEITOSA, R. F. G.; MELO, I. M. L. A.; MONTEIRO, H. S. A. Epidemiologia dos acidentes por serpentes
peçonhentas no estado do Ceará – Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,
Uberaba, v. 30, n. 4, p. 295-301, 1997.
JATOBÁ, L. Vegetação. In: ANDRADE, M. C. (Ed.). Atlas Escolar Pernambucano: espaço geo-histórico
e cultural. João Pessoa: Grafset, 2003. p. 59-62.
MISE, Y. F.; LIRA-DA-SILVA, R. M.; CARVALHO, F. M. Envenenamento por serpentes do gênero Bothrops
no estado da Bahia: aspectos epidemiológicos e clínicos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina
Tropical, Uberaba, v. 40, n. 5, p. 569-573, 2007.
OWUOR, B. O.; KISANGAU, D. P. Kenyan medicinal plants used as antivenin: a comparison of plant usage.
Journal of Ethnobiology and Ethnomedicine, v. 2, p. 1-7, 2006.
392 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
RAZERA, J. C. C.; BOCCARDO, L.; PEREIRA, J. P. R. Percepções sobre a fauna em estudantes indígenas
de uma tribo Tupinambá no Brasil: um caso de etnozoologia. Revista Electrónica de Enseñanza de las
Ciencias, v. 5, n. 3, p. 466-480, 2006.
RIBEIRO, L. A.; JORGE, M. T. Acidente por serpentes do gênero Bothrops: série de 3.139 casos. Revista
da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Uberaba, v. 30, n. 6, p. 75-480, 1997.
ROCHA, M. M. T. e M. F. D. FURTADO. 2007. Análise das atividades biológicas dos venenos de Philodryas
olfersii (Lichtenstein) e P. patagoniensis (Girard) (Serpentes, Colubridae). Revista Brasileira de Zoologia,
Curitiba, v. 24, n. 2, p. 410-418.
RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2003. p. 181-236.
SANDRIN, M. F. N; PUORTO, G.; NARDIR, R. Serpentes e acidentes ofídicos: um estudo sobre erros
conceituais em livros didáticos. Investigações em Ensino de Ciências, Porto Alegre, v. 10, n. 3, p. 281-
298, 2005.
Apêndice
Roteiro para as entrevistas semiestruturadas
ACIDENTE
1) Já sofreu algum acidente com cobras? ( ) SIM ( ) NÃO
2) Quantas vezes? ( ) 1 vez ( ) de 2 a 3 vezes ( ) de 4 a 5 vezes ( ) mais de 6 vezes
3) Em qual local do corpo sofreu a picada?
( ) Mão ( ) Pé ( ) Braço ( ) Perna ( ) Tronco ( ) Cabeça
4) Você sabe como proceder em caso de acidentes com cobras?
( ) Não ( ) Sim, Como?
5) De onde obteve a(s) informação(ões)?
6) Buscou socorro em hospitais ou postos de saúde? ( ) Sim ( )Não
7) O que foi feito (procedimento)?
Resumo Abstract
Este trabalho apresenta uma lista das es- This work present the list of the species of
pécies de répteis do Parque Nacional do Catimbau, reptiles of the Catimbau National Park, Buíque
município de Buíque, estado de Pernambuco. Foram municipality, State Pernambuco, Brazil. Were
realizadas, entre junho e outubro de 2007 e março e performed between October, 2007 and March
abril de 2008, coletas e observações que resultaram and April, 2008 samplings and that resulted in
no registro de 37 espécies de répteis escamados the record of 37 species of reptiles belonging to
pertencentes a 15 famílias: Amphisbaenidae (3); 15 families: Amphisbaenidae (3); Iguanidae (1);
Iguanidae (1); Polychrotidae (1); Tropiduridae (3); Polychrotidae (1); Tropiduridae (3); Gekkonidae (3);
Gekkonidae (3); Phyllodactylidae (3); Teiidae (3); Phyllodactylidae (3); Teiidae (3); Gymnophthalmidae
Gymnophthalmidae (5); Scincidae (2); Leiosauridae (5); Scincidae (2); Leiosauridae (1); Boidae (2);
(1); Boidae (2); Colubridae (7); Elapidae (1) e Colubridae (7); Elapidae (1); Viperidae (1).
Viperidae (1).
Key words: Inventory, Caatinga, Conserva-
Palavras-chave: Inventário, Caatinga, Con- tion, Reptiles.
servação, Répteis.
1
Estudante de Graduação em Ciências Biológicas. Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de Pernambuco
(sergiomuniz86@gmail.com).
2
Professora Adjunta do Depto. de Zoologia, Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada
(ednilzamaranhao@gmail.com).
Introdução
O estudo e a conservação da biodiversidade ilha geográfica de paisagem distinta, de extrema
da Caatinga se constituem em um dos maiores importância biológica, pelo registro de espécies
desafios do conhecimento científico brasileiro, de invertebrados e vertebrados endêmicos (MMA,
por diversos motivos, entre os quais, o fato de o 2001). Atualmente, a área forma o Parque Nacional
bioma ser restrito ao território nacional, o que do Catimbau, onde predominam caatingas em
torna a região natural exclusivamente brasileira. formações xerofíticas, embora não desérticas.
Outro fator é o de ser, proporcionalmente, o bioma A escolha do Parque Nacional do Catimbau
menos estudado e também o menos protegido, como área de estudos da fauna de répteis se
com apenas 2% do seu território preservado, além deu pelo fato de que se trata de uma unidade de
de continuar sendo vítima de um extenso processo conservação considerada de extrema importância
de alteração e destruição ambiental provocado biológica, para a qual há dados incipientes, o que
pelo uso insustentável dos seus recursos (LEAL et dificulta as ações de manejo e de conservação. A
al., 2003). importância dos répteis em estudos ambientais se
Segundo Rodrigues (2003a), até recente- daria pelo fornecimento de informações relevantes
mente, eram conhecidas para a Caatinga 47 ao conhecimento do estado de conservação
espécies de lagartos (distribuídas entre as famílias de regiões naturais, pois funcionariam como
Anguidae, Gekkonidae, Gymnophthalmidae, excelentes bioindicadores de níveis de alteração
Iguanidae, Polychrotidae, Teiidae, Tropiduridae e ambiental (RODRIGUES, 2000). Nesse contexto, o
Scincidae), 10 espécies de anfisbenídeos (família objetivo deste trabalho foi investigar a composição
Amphisbaenidae), 52 de serpentes (famílias da taxocenose de répteis de três áreas inseridas
Boidae, Colubridae, Elapidae, Leptotyphlopidae, no Vale do Catimbau, determinando sua riqueza,
Typhlopidae e Viperidae), quatro de quelônios a abundância e a frequência relativa das espécies,
(famílias Chelidae, Kinosternidae e Testudinidae) para que se possa contar como indicadores úteis
e três de crocodilianos (família Alligatoridae). para a implantação de medidas de conservação.
Dessas espécies, aproximadamente 15% eram
consideradas endêmicas do bioma (RODRIGUES,
2003a). Metodologia
Para o semiárido de Pernambuco, Rodrigues
(2003) citou 27 localidades para as quais há registro
O Parque Nacional do Catimbau está situado
de répteis na coleção de Zoologia da Universidade aproximadamente a 270 km a oeste da cidade do
de São Paulo, destacando a região de Exu onde Recife e compreende um polígono de 623 km². O
foi registrado o maior número de espécies. Neste acesso é feito pela rodovia BR-232, desde a cidade
trabalho, foi mencionada a região do Vale do de Arcoverde, de onde se toma a rodovia estadual
Catimbau, em Buíque, como área prioritária e com PE-270, por mais 15 km até o distrito de Carneira,
insuficiência de dados. no município de Buíque, onde uma estrada vicinal
O Vale do Catimbau encontra-se inserido no dá acesso à unidade (IBAMA, 2008). O parque
semiárido pernambucano e foi considerada uma apresenta diferentes formações rochosas e
398 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
membros anteriores e com membros posteriores espécies podem ser registradas com a continuidade
reduzidos a apêndices estiliformes (RODRIGUES; da pesquisa, destacando a necessidade de mais
SANTOS, 2008) (Figura 3F). Também uma espécie inventários para a área. Esse fato é justificado, pois
nova de Amphisbaenna está atualmente em pro- ainda não foram feitas amostragens no setor mais
cesso de descrição. a oeste do Parna do Catimbau.
O método que mostrou mais eficiência foi A maioria das espécies já foi citada para o
o de busca ativa, pois permitiu registrar maior domínio da Caatinga (RODRIGUES, 2003) ou para
riqueza de espécies arborícolas e fossoriais, que o domínio Atlântico (CAZAL, 2003) como é o caso
não são coletadas pelas armadilhas. Das três áreas de Cnemidophorus ocellifer, Tropidurus hispidus, T.
amostradas, a localidade “Meu Rei – Fazenda semitaeniatus e Boa constrictor. Rodrigues (2003a
Porto Seguro” foi a que alcançou maior número e 2003b), em revisão bibliográfica, lista cerca de
de espécies (n = 22), seguida pela área chamada 120 espécies de répteis para a Caatinga, incluindo
“Pedra do Cachorro” (n = 12) e “Pedra do Camelo” as que ocorrem nos brejos de altitude. Destas, 31%
(N = 10). As espécies de lagartos mais abundantes foram registradas até o momento neste trabalho.
nas áreas foram Tropidurus cocorobensis (lagar- Scriptosaura catimbau e Amphisbaena sp. são
tixa-preta), Cnemidophorus ocellifer (calango) e espécies aparentemente endêmicas do Parna do
Scriptosaura catimbau (escrivão), e a serpente Catimbau. Entre os lagartos, Tropidurus hispidus,
foi Bothrops erytromelas (jararaca ou jararacuçu) C. ocellifer, T. cocorobensis e Scriptosaura
(Tabela I e Figura 3H). A família de lagartos catimbau foram considerados os mais bem
que obteve maior número de espécies foi distribuídos, abundantes e frequentes na amostra
Gymnophthalmidae, com cinco espécies, dado (Tabela I). Apenas três espécies ocuparam habitats
confirmado por outros autores para a Caatinga arborícolas: Iguana iguana, Polychrus acutirostris
(DELFIM; FREIRE, 2007, RODRIGUES, 2003). Já e Enyalius catenatus (Tabela I), que também foram
a família de serpentes que obteve maior riqueza observadas tanto pela manhã como à noite. Essas
foi Colubridae, com sete espécies, fato comum espécies foram mencionadas na literatura como
em outros estudos de serpentes (RODRIGUES, arborícolas (VANZOLINI et al., 1980), porém,
2003), devido ao grande número de serpentes que eventualmente, podem ocupar extratos mais
existem nessa família. A curva de coletor mostrou- terrestres, como foi observado para Enyalius
se crescente (Figura 1), evidenciando que mais catenatus.
Gráfico 1 - Curva acumulativa de espécies para as três áreas amostradas no Parna do Catimbau, durante os meses
de junho/2007, outubro/2007, março/2008 e abril/2008.
400 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
A B
C D
Figura 1 - Imagens da área de estudo. A – placa de identificação de um dos trechos do Parna; B – vista do paredão
rochoso, local de ocorrência de Tropidurus semitaeniatus; C – Ponto de coleta “Pedra do Camelo”; D –
Ponto de coleta – “Pedra do Cachorro” – Sítio Pititi;
Tabela I. Espécies de répteis registradas durante os meses de junho/2007, outubro/2007, março/2008 e abril/2008
no Vale do Catimbau. Local: PCam – Pedra do Camelo, MR – Meu Rei, PCachr – Pedra do Cachorro;
Substrato: 1- rochas, 2- solo, 3- corpo d’água permanente, 4- poças temporárias, 5- bromeliáceas, 6-
folhedo, 7- árvores e arbustos, 8- habitações humanas, 9- plantas herbáceas, 10- corpo d’água artificial;
Forma de registro: a- armadilha de queda (pitfall), b- observação, c- coleta manual, d- vestígios,
e- entrevistas; Frequência de ocorrência (FO): Acidentais (<25%), Acessório (>25% e <50%), Constante
(>50%).
Forma de
Grupo taxonômico Local Substrato Hábito Ambiente FO
registro
SQUAMATA/ANFISBÊNIA
Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 - cobra-de-duas-
MR 2 Fossorial 2,6 a,b,c,e Acidental
cabeças
Amphisbaena pretrei Duméril & Bibron, 1839 – cobra-
PCam 2 Fossorial 2,6 b,c,e Acidental
de-duas-cabeças
Amphisbaena sp. – cobra-de-duas-cabeças MR/PCachr 2 Fossorial 2,6 b,c,e Acidental
SQUAMATA/LAGARTOS
Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) – camaleão PCam 7 Arborícola 7 e Acidental
!"#$%&'()!*!+$'%,(%'-&#(!"%,.%/$)(%,.%0$#!*1$2%3%42562(789 401
Forma de
Grupo taxonômico Local Substrato Hábito Ambiente FO
registro
Polychrotidae
Polychrus acutirostris Spix, 1825 – preguiça PCam 7 Arborícola 7 c,e Acidental
Tropiduridae
MR/PCam/
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) – lagartixa 2 Terrícola 1,2,8 a,b Constante
PCachr
MR/PCam/
Tropidurus cocorobensis Rodrigues, 1987 – calango
PCachr 2 Terrícola 2 a,b Constante
Terrícola
Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825) – lagartixa-de- MR/PCam/ em
1 1 b Constante
pedra PCachr lagedos
rochosos
Gekkonidae
Arborícola,
Gymnodactylus geckoides Spix, 1825 – briba MR 2 2,6,7 b,c Acidental
terrícola
Paredões
Phyllopezus periosus Rodrigues, 1986 – lagartixa MR/PCachr 1 1 b,c Acidental
rochosos
Paredões
Phyllopezus pollicares (Spix, 1825) – lagartixa MR 1 1 b,c Acidental
rochosos
Phyllodactylidae
MR/PCam/ Arborícola,
Briba brasiliana Amaral, 1935 – briba 7 5,7 a,b,c Acessório
PCachr terrícola
Arborícola,
Hemidactylus agrius Vanzolini, 1978 – briba PCachr 7 paredões 1,7 b,c Acidental
rochosos
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) – Arborícola,
MR/PCachr 7 6,7 a Constante
briba ou víbora terrícola
Teiidae
Terrícola,
Ameiva ameiva Linnaeus,1758 – bico-doce ou
PCam 2 vegetação 2 e Acessório
calango-verde
rala
MR/PCam/ Terrícola,
Cnemidophorus cf. ocellifer (Spix, 1825) –calango 2 vegetação 2 a,b Constante
PCachr rala
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839 – teiú
PCam 2 Terrícola 2 e Acidental
ou teju
Gymnophthalmidae
Terrícola
Acratosaura mentalis (Amaral, 1933) MR 6 em baixo 6 b,c Acidental
de folhiços
Terrícola
Anotosaura vanzolinia Dixon, 1974 – calango MR/PCachr 6 embaixo 6 b,c Acessório
de folhiços
Terrícola
Micrablepharus maximiliani (Reinhardt & Luetken,
MR/PCachr 2 embaixo 2,6 a Acessório
1862) – lagarto-de-rabo-azul
de folhiços
Terrícola
Vanzosaura rubricauda (Boulenger, 1902) – lagarto-
MR 2 embaixo 2,6 a,b Acidental
de-rabo-vermelho
de folhiços
Scriptosaura catimbau Rodrigues & Santos, 2008 – PCam/MR/ Arenícola
2 2,6 a,b,c Constante
escrivão PCachr fossorial
402 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Forma de
Grupo taxonômico Local Substrato Hábito Ambiente FO
registro
Scincidae
Terrícola
Mabuya heathi Schmidt & Inger, 1951 – calango MR 5 em brome- 2,5 b,c Acidental
liáceas
Terrícola
Mabuya agmosticha Rodrigues, 2000 – calango MR 5 em brome- 2,5 b,c Acidental
liáceas
Leiosauridae
Enyalius catenatus (Wied, 1821) PCachr 7 Arborícola 2,7 b,c Acidental
Anguidae
Terrícola
Diploglossus lessonae Peracca, 1890 Pcachr 2 embaixo 2,6 b Acidental
de folhiços
SQUAMATA/SERPENTES
Boidae
Arborícola
Boa constrictor Linnaeus, 1758 – jiboia MR 2 2,3,7 e Acidental
e terrícola
Arborícola
Epicrates cenchria assisi Machado, 1945 –salamanta. MR 2 2,3,7 e Acidental
e terrícola
Colubridae
Clelia plumbea (Wied, 1820) – muçurana MR 6 Terrícola 2,6 e Acidental
A B
C D
E F
G H
Figura 2 – Algumas espécies de répteis registradas no Parna do Catimbau. A) T. semitaeniatus; B) Phyllopezus
periosus; C) Cnemidophorus cf. ocellifer; D) Mabuya agmosticha; E) Enyalius catenatus; F) Scriptosaura
catimbau; G) Thamnodynastes sertanejo; H) Bothrops erythromelas.
404 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Agradecimentos
Aos colegas do grupo de Herpetomasto da UAST/UFRPE: Geane Limeira da Silva, Gleymerson
Vieira Lima de Almeida, Thamires Freitas Campos, Jálber Dinarte Ramalho Magalhães, Anderson Felipe
Jesus de Miranda, Francisco Geraldo de Carvalho Neto, Alex José do Nascimento Silva, por sempre
trabalharem juntos e com união.
Ao Dr. Miguel Trefaut Rodrigues, da Universidade de São Paulo, pela colaboração na
identificação das espécies.
Referências
IBAMA. Parque Nacional do Catimbau. Disponível em: <http://www.ibama.gov.br>. Acesso em: 20 fev.
2008.
IBAMA. Lista de espécies ameaçadas de extinção (IBAMA e IUCN). Disponível em: <http://www.ibama.
gov.br/fauna-silvestre/>. Acesso em: 1 mar. 2009.
LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). !"#$"%&'( )( $*)+,$-."%&'( *)( "%/)0( 12$'2$,32$"0( 1"2"( "(
conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade na Amazônia
brasileira. Brasília: MMA/SBF, 2001. 144 p.
QUEIROZ, A. N.; LEMA, T. Novo registro de Colobosaura mentalis Amaral, 1933, (Sauria; Teiidae) para o Nordeste do
Brasil. Biociências, v. 4, n. 1, p. 87-90, 1996.
RODRIGUES, M. T. U.; SANTOS, E. M. A new genus and species of eyelid-less and limb reduced
gymnophthalmid lizard from northeastern Brazil (Squamata, Gymnophthalmidae). Zootaxa, v. 1873, p.
50-60, 2008.
RODRIGUES, M. T. U. Anfíbios e répteis: Áreas prioritárias para a conservação da Caatinga. In: BRASIL
2003b. PROBIO – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira,
MMA. Avaliação e ações prioritárias para a conservação da biodiversidade do Bioma Caatinga
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis da Caatinga. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980.
Répteis da Fazenda Saco, Serra Talhada – PE –
indicadores de conservação
Resumo Abstract
Este trabalho apresenta informações acerca The present paper presents information
da fauna de répteis da Fazenda Saco, localizada no about the reptile fauna from Fazenda Saco, a place
município de Serra Talhada – PE. A vegetação que situated at the Municipality of Pedra Talhada, in the
predomina na área é de caatinga arbustiva, com Brazilian state of Pernambuco. The vegetation that
muitos afloramentos rochosos, áreas de vegetação predominates at the area is shrubby caatinga, with
aberta, cultivos e pastagens. A metodologia many rocky outcrops, areas of open vegetation,
utilizada consistiu na procura ativa e na captura land farm and pastures. The methodology used
mediante armadilhas de queda, realizadas entre consisted in active search and capture by pit-fall
agosto de 2007 e junho de 2008. Foram registradas traps between August, 2007 and June 2008. It
39 espécies de répteis escamados e um quelônio. was registered a total of 39 species of squamate
A maioria das espécies encontradas possuem reptiles and one turtle. Most of the found species
ampla distribuição no bioma da Caatinga e em have broad distribution at the Caatinga biome and
outros biomas brasileiros. at other Brazilian biomes.
1
Estudante de Graduação em Ciências Biológicas. Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Universidade Federal Rural de Pernambuco
(aluipio@gmail.com).
2
Professora Adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada (ednilzamaranhao@
yahoo.com.br).
Introdução
O Brasil ocupa o terceiro lugar na relação de de níveis de alteração ambiental. Conforme a lista
países com maior riqueza de espécies de répteis, nacional de espécies ameaçadas (MMA, 2003) e
ficando atrás da Austrália e do México (SBH, 2008). a internacional elaborada pela IUCN (2003), com
Até recentemente (SBH, 2008), eram reconhecidas exceção das espécies que ocorrem nas florestas
696 espécies de répteis no País, entre as quais 36 orográficas (brejos-de-altitude), nenhuma espécie
quelônios, seis jacarés, 234 lagartos, 62 anfisbênias do bioma Caatinga foi considerada em alguma das
e 358 serpentes. Em particular, para a Caatinga, categorias de ameaça. No entanto, é importante
eram reconhecidas 47 espécies de lagartos, dez ressaltar que nos estudos da herpetofauna na
de anfisbenídeos, 52 de serpentes, quatro de região do semiárido ainda não foram incluídas,
quelônios e três de crocodilianos (RODRIGUES, ou foram pouco exploradas, amplas áreas
2003). geográficas. Pode-se considerar que não há um
diagnóstico adequado do estado de conservação
As caatingas são formações xerofíticas
das espécies.
semidesérticas situadas integralmente no território
Com a necessidade de ampliar o conhe-
brasileiro. Talvez, por isso, os estudos e a
cimento da herpetofauna no bioma Caatinga, este
conservação da sua biodiversidade se constituem
estudo pesquisou a fauna de répteis de uma área
em desafio para os pesquisadores nacionais, uma que está sendo analisada para ser transformada
vez que se considera que o bioma da Caatinga em unidade de conservação. Na Fazenda Saco
é proporcionalmente o menos estudado e, ao existem diversos ambientes como serras, encostas,
mesmo tempo, o menos protegido, pois apenas lagos e vales, bem como formações geológicas
2% do seu território encontram-se sob alguma distintas, predominando a vegetação arbustiva de
forma de área de preservação ambiental. Além Caatinga.
disso, a região passa por intenso processo de
alteração e deterioração ambiental, provocado Material e métodos
pelo uso insustentável dos seus recursos, diante
das atividades econômicas humanas (LEAL et al.,
Áreas de estudo
2003).
Durante algum tempo, foi adotada a ideia de
A Fazenda Saco está localizada dentro
que a Caatinga não tinha uma fauna própria e que os do município de Serra Talhada, a 4 km da zona
répteis encontrados no bioma eram os mesmos de urbana. No local funciona o Instituto de Pesquisas
outras formações florestais brasileiras (VANZOLINI Agronômicas (IPA) e uma extensão (campus)
et al., 1980). Hoje, no entanto, é reconhecido da Universidade Federal Rural de Pernambuco
que a Caatinga possui uma fauna de répteis com (UFRPE). A vegetação natural está desaparecendo
características peculiares e que inclui inúmeros gradualmente devido ao uso não sustentável da
endemismos (RODRIGUES, 2003). A importância área. No contexto do bioma da Caatinga, o local
dos répteis em estudos ambientais seria para representa formações particularmente xéricas. A
fornecer informações relevantes para a avaliação área é caracterizada por vegetação predominante
do estado de conservação das regiões naturais, de Caatinga arbustiva xerófila aberta, com poucas
uma vez que eles funcionam como bioindicadores árvores, que ocorre em fragmentos conhecidos
410 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
espécies, a família com maior abundância e maior B. erythromelas (jararaca) (Tabela I). Tupinambis
riqueza foi Colubridae (Figura 1B), totalizando merianae foi considerada com potencial alimentar
67,68% das serpentes registradas, fato comum e medicinal para a comunidade do entorno da
nos estudos atuais de serpentes (RODRIGUES, Fazenda Saco.
2003). A família Elapidae obteve menor número Houve maior registro de répteis entre os
de indivíduos (Tabela I). Teve como espécies meses de agosto/2007 e janeiro/2008 (Figura
mais frequentes Liophis poecilogyrus e Bothrops 1D), principalmente de lagartos, o que pode estar
erythromelas (Tabela I). As espécies menos relacionado à época de estiagem na região. O
frequentes foram Waglerophis merremii, Liophis mês com maior abundância foi novembro/2007
lineatus e Clelia plumbea, todas pertencentes e o com menor foi junho/2008. Essas diferenças
à família Colubridae, registrando apenas um podem estar relacionadas com as características
indivíduo de cada espécie (Tabela I). Quanto aos sazonais do grupo, que devem ser, em seguida,
quelônios, apenas uma espécie foi registrada, P. melhor avaliadas. Trinta e três espécies foram
geoffroanus, sendo possível que outras espécies consideradas acidentais na amostra, cinco foram
de quelônios ocorram na área, todavia, não foi constantes e uma acessória (Tabela I). Das
possível registrar, evidenciando a necessidade de espécies constantes, Tropidurus hispidus foi a que
esforço mais direcionado. Vanzolini et al. (1980) obteve destaque na amostra; para as acidentais
e Borges-Nojosa e Santos (2005) registraram Boa constrictor constrictor e para as acessórias
quatro espécies de quelônios e três famílias Tropidurus semitaeniatus.
para o semiárido de Pernambuco: Chelidae, Na lista aqui apresentada não consta
Kinosternidae e Testudinidae. animal de nenhuma espécie rara ou ameaçada
A coleta manual foi mais adequada para as de extinção, assim como protegida por lei federal,
serpentes enquanto para os lagartos as armadilhas estadual ou municipal (MMA/IBAMA/FUNDAÇÃO
foram mais eficientes (Tabela I). A maioria dos BIODIVERSITAS, 2003), bem como da lista
répteis registrados foi capturada durante buscas oficial internacional elaborada pelo IUCN (2003).
ativas, noturnas e diurnas, principalmente nos A maioria das espécies tem ampla distribuição
arredores da Unidade Acadêmica de Serra Talhada no domínio e outras são também encontradas
(UFRPE/UAST). Foram observados espécimes em outros ecossistemas do estado (VITT;
de serpentes mortos pelas estradas, dos quais VANGILDER, 1983; RODRIGUES, 2003; BORGES-
vários foram identificados. As entrevistas com NOJOSA; SANTOS, 2005). A possibilidade de
os moradores também ajudaram para confirmar registro de mais espécies para a lista não deve
a ocorrência de algumas espécies, sendo que ser descartada devido à não coleta em topo e na
as mais citadas pelos trabalhadores rurais são base de morros, podendo aumentar a riqueza do
B. constrictor (jiboia), E. cenchria (salamanta) e táxon consideravelmente.
Tabela I - Lista das espécies de répteis registrados entre agosto de 2007 e junho de 2008, na Fazenda Saco e seus
arredores. Ambiente: AÇ- açude, AB- área aberta, AED- áreas edificadas, VE- vegetação; Forma de registro:
cm- coleta manual, ob- observação, ct- coleta por terceiro, pt- pitfall, v- vestígio, en- entrevistas; Micro-
habitat: 1- fenda entre rochas,2- sobre rochas, 3- vegetação arbórea, 4- solo úmido, 5- solo, 6- canaletas,
7- interior edificações, 8- arredores edificações, e 9- folhedo, 10-bromélia, 11- margem de corpo d’água.
Frequência de ocorrência – FO.
Abundância Forma
Micro- FO Classificação
Grupo taxonômico Habitat de
(n) habitat % FO
registro
SQUAMATA/ANFISBÊNIA
Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758 AED 4 cm 4, 5 3,85% Acidental
Amphisbaena vermicularis Wagler, 1824 AED 1 cm 4, 5 0,96% Acidental
Amphisbaena sp. cobra-de-duas-
AED 2 cm 4, 5 1,92% Acidental
cabeças
SQUAMATA/LAGARTOS
Iguanidae
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) –
AB, VE 3 cm 3 2,88% Acidental
camaleão
412 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Abundância Forma
Micro- FO Classificação
Grupo taxonômico Habitat de
(n) habitat % FO
registro
Polychrus acutirostris Spix, 1825 –
AED, VE 2 cm 3 1,92% Acidental
lagarto-preguiça
Tropiduridae
1, 2, 3,
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) – AB, AED, ob, cm,
98 4, 5, 6, 86,54% Constante
lagartixa VE pt
7, 8
Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825) – AB, AED, ob, cm,
71 1,2,3 43,27% Acessória
lagartixa-de-pedra VE pt
Tropidurus sp. - 16 ob, cm - 15,38% Acidental
Gekkonidae
Briba brasiliana Amaral, 1935 – Briba AED, VE 6 pt - 5,77% Acidental
Hemidactylus mabouia (Moreau de
AED, VE 7 pt - 5,77% Acidental
Jonnès, 1818) – briba ou víbora
Phyllodactylidae
Gymnodactylus geckoides Spix, 1825
AED 3 ob,cm 7, 8 2,88% Acidental
– briba
Phyllopezus periosus Rodrigues, 1986 VE 2 cm - 1,92% Acidental
Teiidae
Ameiva ameiva Linnaeus,1758 –
AB, V 3 ob, pt 5 2,88% Acidental
lagarto-verde
Cnemidophorus cf. ocellifer (Spix, 1825) ob, cm,
AB, AED 143 4, 5, 9 62,50% Constante
– calango pt
Tupinambis merianae (Duméril & ob, cm,
AB, AED 111 4, 5, 9 64,42% Constante
Bibron, 1839) – teiú ou teju pt
Gymnophthalmidae
Micrablepharus maximiliani (Reinhardt ob, cm,
AB, AED 122 4, 5, 9 55,77% Constante
& Luetken, 1862) – lagarto-rabo-azul pt
Vanzosaura rubricauda (Boulenger, ob, cm,
AB, AED 127 4, 5, 9 58,65% Constante
1902) – lagarto-rabo-vermelho pt
Scincidae
Mabuya agmosticha Rodrigues, 2000 AED 1 - 0,96% Acidental
Mabuya heathi Schmidt & Inger, 1951 – AB, AED, ob, cm 5, 9,
4 2,88% Acidental
calango VE e pt 10
Mabuya sp. AED, VE 7 ob, cm - 5,77% Acidental
SQUAMATA/SERPENTES
Boidae
cm, ob,
Boa constrictor constrictor Linnaeus,
AÇ, AB, VE 9 ct, vê, 2, 3,5, 8,65% Acidental
1758
en
Epicrates cenchria assisi Machado,
VE 3 ct, en 5 2,88% Acidental
1945
Colubridae
Apostolepis cearensis Gomes, 1915 AB, AED 4 cm, ob 1,5,7 3,85% Acidental
Clelia clelia (Daudin, 1803) AB 7 ob 5 5,77% Acidental
Clelia plumbea (Wied, 1820) AED 1 cm - 0,96% Acidental
Clelia sp. AED 3 cm - 2,88% Acidental
Répteis da Fazenda Saco, Serra Talhada – PE – indicadores de conservação 413
Abundância Forma
Micro- FO Classificação
Grupo taxonômico Habitat de
(n) habitat % FO
registro
cm, ob,
Liophis poecilogyrus (Wied, 1824) AED 13 6,7, 8 12,50% Acidental
ct
cm, ob,
Liophis viridis Günther, 1862 AED 5 7, 8 4,81% Acidental
ct
Liophis lineatus (Linnaeus, 1758) AED 1 cm - 0,96% Acidental
Agradecimentos
Ao grupo e aos colegas do grupo de Herpetologia: Geane Limeira, Gleymerson Almeida, Sergio
Muniz, Thamires Campos, Jalber Bonarte e Ana Maria Siqueira, pela união, dedicação e empenho nos
trabalhos realizados durante toda a pesquisa. Ao Ibama, pela concessão de licença de pesquisa.
414 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Figura 1 – Dados da Fazenda Saco em agosto/2007 e junho/2008. A - Número de indivíduos coletados distribuídos
de acordo com o seu grupo; B - Abundância de serpentes distribuídas entre as famílias registradas; C -
Abundância de lagartos distribuídos entre as famílias que foram registradas; D - Número de indivíduos
coletados durante os meses pesquisados.
Répteis da Fazenda Saco, Serra Talhada – PE – indicadores de conservação 415
Referências
LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: UFPE, 2003.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE (MMA). Lista nacional das espécies da fauna brasileira ameaçadas
de extinção. 2003. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sbf/fauna/lista.html> Acesso em: 1 ago.
2003.
PETERS, J. A.; OREJAS-MIRANDA, B. Catalogue of the Neotropical Squamata, part I. Snaks. Bull. U.S.
Nat. Mus., v. 297, p. 1-347, 1970.
PETERS, J. A.; DANOSO-BARROS, R. Catalogue of the Neotropical Squamata, part II. – Lizards and
Amphisbaenians. Bull. U. S. Nat. Mus., V. 297, p. 1-293, 1970.
RODRIGUES, M. T. U. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária, UFPE, 2003. p. 275-333.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HERPETOLOGIA (SBH). Curitiba, maio de 2008. Disponível em: <http://
www.sbherpetologia.org.br/base/novabase.asp/sub=lista&principal=../checklist/checklist_brasil.htm>.
Acesso em: 25 ago. 2008.
RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Org.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Universidade Federal de Pernambuco, 2003, v. 4, p. 181-
236.
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis da Caatinga. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980, 161p.
Keitz Moura Albertim1; Edson Victor Euclides de Andrade2; Geraldo Jorge Barbosa de Moura3; Iris Virginia Cypriano
de Melo4; Lúcio Flausino Dias Júnior5
1
Graduação em Ciências Biológicas, FAFIRE (lkkeitz@gmail.com).
2
Graduação em Ciências Biológicas, UFRPE (edvieuan@gmail.com).
3
Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Dep. de Biologia, Área de Zoologia, Lab. de Herpetologia e
Páleo-herpetologia (geraldojbm@yahoo.com.br).
4
Graduação em Ciências Biológicas, UFPE (irisvir@gmail.com).
5
!"#$"%&'()*(+,-./,"0(1,'234,/"05(678(92$/,':;"$0,.'<4*",2:/'*=:
418 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
(A = 1; accidental; analyzes weren’t done due extremely necessary to permit these animals to
to low abundance). The results demonstrate the exist in these ecossitems.
crucial bromeliad importance as a diurnal shelter Key words: Amphibians, Lizards, Bromelia,
or possible forage site, making its conservation Phytotelm.
Introdução
Os anfíbios são animais que, na maioria 1999; GIARETTA; FACURE, 2004; ANDRADE,
das espécies, apresentam duas formas de vida: 2007; ANDRADE et al., 2007; ANDRADE et al.,
a fase larval, geralmente aquática, e a fase adulta, 2008a; ANDRADE et al., 2008b).
geralmente terrestre. Os anfíbios são encontrados As Bromeliaceae constituem uma grande
ao longo de todo o planeta, à exceção de regiões família composta, principalmente, de epífitas, a
extremamente frias e de alta salinidade (DUELLMAN; maioria delas apresentando ramos em roseta,
TRUEB, 1986; HADRIGAN; WASSERSUG, 2007). formando um tanque central, onde a água da
Os anfíbios recentes estão enquadrados em três chuva é acumulada em quantidade suficiente para
ordens: Caudata, representada pelas salamandras possibilitar a vida de seres aquáticos (DEJEAN;
e tritões; Gymnophiona, representada pelas cecílias OLMSTED, 1997), criando um microambiente
e Anura, a mais diversificada das três, representada denominado fitotelmo (phytos = planta e telm =
pelos sapos, rãs e pererecas (DUELLMAN; TRUEB, poça), definido como um corpo d’água dentro de
1986; POUGH et al., 2003; HALLIDAY; ADLER, alguma parte da planta (LEHTINEN et al., 2004).
2002), ordem na qual estão enquadrados os Em relação aos anuros, cerca de 2% dos táxons
animais estudados neste trabalho. reconhecidos se reproduzem em fitotelmos, sendo
Segundo Roelants (2007), a ordem Anura que o tanque central e as axilas das bromélias, por
iniciou sua diversificação no Triássico e hoje é a acumularem água, servem de abrigo, alimentação
mais diversificada dos anfíbios viventes. Segundo e local para a reprodução de algumas espécies,
Frost (2008), existem 5.602 espécies de anuros assumindo as bromélias papel importante na
no mundo, das quais 808 são reconhecidas história de vida desses animais. A relação entre
para a fauna brasileira (SBH, 2008) e 86 já foram anuros e bromélias é bastante estreita, havendo
registradas no estado de Pernambuco (Capítulos I anuros que utilizam as bromélias na maior parte da
e II deste livro). vida ou até mesmo durante todo o ciclo de vida
Os anfíbios anuros podem apresentar desenvolvendo estratégias avançadas relacionadas
reprodução contínua – ao longo de todo o ano ou com o modo reprodutivo (DUELLMAN, 1985;
estação, ou explosiva – durante um curto período PEIXOTO, 1995; HADDAD, 2005).
do ano. Durante o período de reprodução, esses Peixoto (1995) classificou a anurofauna que
animais se dirigem a sítios reprodutivos, onde se utiliza de bromélias em dois grupos: bromelícolas
apresentam atividade de vocalização característica e bromelígenas. Os animais bromelígenas são
de cada espécie (DUELLMAN, 1985; DUELLMAN; aqueles que se reproduzem em bromélias, com
TRUEB, 1986; POUGH ET AL., 2003; HADDAD, os girinos ocupando o tanque central onde se
1999; HADDAD, 2005). A fase larval, denominada desenvolvem; os animais bromelícolas utilizam as
girino nos anfíbios anuros, é encontrada em bromélias como locais de abrigo durante o período
vários habitats aquáticos, aqueles que os adultos diurno.
utilizam para vocalização, variando desde Além dos anuros, há vários registros de
grandes ambientes permanentes a corpos d’água lagartos que utilizam as vegetações bromelícolas
temporários, e também ambientes altamente frequentemente ou esporadicamente para
efêmeros como buracos em troncos de árvores forrageamento, abrigo ou esconderijo (TEIXEIRA;
e bromélias (HERO, 1990; DUELLMAN; TRUEB, GIOVANELLI 1999; FREIRE, 1996; FALCÃO;
1986; ROSSA-FERES; JIM, 1996; HOFF et al., HERNÁNDEZ, 2007; CARVALHO; ARAÚJO, 2007),
420 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Figura 1- Mapa de localização da Estação Ecológica do Tapacurá, São Lourenço da Mata, Pernambuco.
Figura 3 - Gráfico do coletor para herpetofauna associada a bromélias na EET durante o período de abril a junho de
2008.
424 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
P. leptana H. ramageana
Herpetofauna/bromélias Total
A A (%) A A (%)
Anura
Hypsiboas albomarginatus 1 2,1 0 0 1
Scinax auratus 40 85 50 98,04 90
Scinax eurydice 1 2,1 0 0 1
Scinax pachycrus 5 11 1 1,96 6
Total 47 100 51 100 98
Lacertilia
Bogertia lutzae 2 33,33 4 66,67 6
Mabuya sp. 1 22,22 0 0 1
Total 9 100 37 100 46
lutzae foi encontrado nos dois períodos do dia. A bromélias no período diurno pode indicar que a
espécie é reconhecida como predominantemente espécie utilize tais microambientes também como
noturna (Capítulo III). Assim, a ocorrência em abrigo diurno.
Figura 4 - Abundância relativa da herpetofauna associada a bromélias na EET, em ambos os períodos do dia, entre
os meses de abril e junho de 2008.
Tabela II - Quantidade de espécimes encontrados em bromélias de espécies e tamanhos diferentes na EET entre os
meses de abril e junho de 2008 (GD = bromélia grande; MD = bromélia média; PQ = bromélia pequena).
Bromélias Herpetofauna
Bromélias Herpetofauna
GD 0 3 0 1 1
P. leptana MD 1 2 1 3 1
PQ 0 1 0 1 0
Noturno
GD 0 3 0 0 1
H. ramageana MD 0 1 0 1 0
PQ 0 1 0 0 0
Tabela III - Número de anuros registrados em cada microambiente das bromélias analisadas na EET no período entre
abril e junho de 2008.
Micro- H. S.
Turno Bromélia S. auratus S. eurydice Total
habitat albomarginatus pachycrus
BfB 0 1 0 0 1
BfC 0 13 0 0 13
BfM 0 14 0 0 14
P. leptana
MfB 0 1 0 0 1
MfC 0 3 0 0 3
Diurno MfM 0 2 0 0 2
BfB 0 3 0 0 3
BfC 0 22 0 0 22
H. ramageana BfM 0 17 0 0 17
MfC 0 2 0 0 2
MfM 0 1 0 0 1
Total (diurno) 0 79 0 0 79
BfB 0 1 0 0 1
BfC 0 1 0 0 1
BfM 0 1 1 1 3
P. leptana
MfB 0 1 0 0 1
MfM 0 1 0 3 4
Noturno PfM 1 1 0 1 2
BfC 0 2 0 0 2
MfB 0 1 0 0 1
H. ramageana MfC 0 1 0 0 1
MfM 0 1 0 0 1
PfM 0 0 0 1 1
Total (noturno) 1 11 1 6 18
Total geral 1 90 1 6 98
Herpetofauna associada à Bromeliaceae (período chuvoso) na Estação Ecológica do Tapacurá,
427
remanescente de Mata Atlântica
Referências
ALFORD, R. A. Ecology. In: Tadpoles: The Biology of Anuran larvae. McDIARMID, R. W.; ALTIG, R. (Ed.).
Ed. The University of Chicago Press, 1999. 444 p.
ANDRADE, E. V. E.; MOURA, G. J. B.; DIAS-JÚNIOR, L. F. D.; MELO, T. N. T. Ecologia de Formas Larvárias
de Anfíbios Anuros em Poça Temporária, Remanescente de Mata Atlântica, Pernambuco. In: ENCONTRO
DE ZOOLOGIA DO NORDESTE, 16., 2007.
DEJEAN, A.; OLMSTED, I. Ecological studies on Aechmea bracteata (Swartz) (Bromeliaceae). Journal of
natural History, London, v. 31, n. 9, p. 1.313-1.334, 1997.
DAEFF'GHI$ J#$ E#$ K4&+(019L7B4$ 5(04:$ 7)$ ,)1+,)$ ,5&?7M7,):N$ &?O<(*4)4L79$ :7*)7-9,)94$ (P$ ,0,&L7B4$
strategies. South African Journal of Science, Pretoria, n. 81, p. 174-178, 1985.
DUELLMAN, W. E.; TRUEB, L. Biology of Amphibians. Baltimore, Maryland: Ed. Johns Hopkins, 1986.
669 p.
CKESKEI$ E#$ '#$ T#$ E:L10($ 49(<=*79($ 4$ U((*4(*+Q-9($ :(M+4$ ,$ P,1),$ 04$ <,*,+L(:$ .V,1+7,@$ 0,:$ 01),:$ 04$
Natal, Rio Grande do Norte, e da restinga de Ponta de Campina, Cabedelo, Paraíba, Brasil. Revista
Brasileira de Zoologia, v. 13, n. 4, p. 903-921, 1996.
JUNCÁ, F. A. Diversidade e uso de habitat por anfíbios anuros em duas localidades de Mata Atlântica, no
norte do estado da Bahia. Biota Neotropica, v. 6, n. 2, 2006. Disponível em: <http://www.biotaneotropica.
org.br/v6n2/pt/abstract?inventory+bn03006022006>.
MAGUIRE, B. Phytotelmata: Biota and Community Structure Determination in Plant-Held Waters. Annual
Review of Ecology and Systematics, v. 2, p. 439-464, 1971.
NEIL, W.T. A bromeliad herpetofauna in Florida. Ecology. Vol. 32, nº 1, p. 140-143, 1951.
POUGH, F. H.; ANDREWS, R. M.; CADLE, J. E.; CRUMP, M. L.; SAVITZKY, A. H.; WELLS, K. D. Hepertology.
Upper Saddle River, New Jersey: Prentice Hall, 2004.
VGWS'GI$S#X$VGWS'GI$6#X$VGWS'GI$'#$F7LL<4$0+,*():$&+4P4+$R(Y4+:$L($5,704):N$G$<7U,+0$L?,L$<,&:$)49L,+$,)0$
pollinates trees. Biota Neotropica, v. 5, n. 1, p. 185-192, 2005.
THIBAUDEAU, G.; ALTIG, R. Endotrophic anurans. In: McDIARMID, R. W.; ALTIG, R (Ed.). Tadpoles: the
Biology of Anuran larvae. Chicago: Ed. The University of Chicago Press, 1999. 444 p.
VRCIBRADIC, D.; ROCHA, C. F. D. Observations on the natural history of the lizard Mabuya macrorhyncha
Hoge (Scincidae) in Queimada Grande Island, São Paulo, Brazil. Revista Brasileira de Zoologia, v. 22,
n. 4, p. 1.185-1.190, 2005.
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na
aatinga de P!"#$%&'()*+Nordeste do+,rasil
Fabiana Oliveira de Amorim1; Igor Joventino Roberto2; Ednilza Maranhão dos Santos3
Resumo Abstract
Este trabalho é resultado de vários This work is results of several fast assessments
inventários rápidos realizados no semiárido de in semi-arid of Pernambuco. The sampling totalized
Pernambuco. A amostragem totalizou 43 dias. Os 43 days. The animals were recorded through direct
animais foram registrados por observação direta e/ observation and/or zoophony, or after in pit-fall traps
ou vocalização, e por armadilhas de queda (pitfall with drift fences. Were recorded 52 species: 20
traps). Registrou-se 52 espécies: 20 anfíbios, 16 amphibians, 16 lizards, 13 snakes, two chelonians
lagartos, 13 serpentes, dois quelônios e um jacaré. and one caiman. The richest localities were Ilha de
As áreas que apresentaram maior riqueza foram: Assunção, in Santa Maria da Boa Vista, and Barra
Ilha de Assunção – município de Cabrobó, e Barra Bonita in Lagoa Grande.
Bonita – município de Lagoa Grande.
Key words: Amphibians, Faunal Inventory,
Palavras-chave: Inventário Faunístico, Anfí- Reptiles, Semi-arid.
bios, Répteis, Semiárido.
1
Universidade Federal de Pernambuco, Pós-Graduação em Biologia Animal, Mestrado (fabyamorim@yahoo.com.br).
2
Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos- Aquasis, Programa Biodiversidade (igorjoventino@yahoo.
com.br).
3
Professora Adjunta da Universidade Federal Rural de Pernambuco/Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Depto. de Biologia
(ednilzamaranhao@yahoo.com.br).
Introdução
A Caatinga constitui um dos maiores e a década de 1930, Rodolpho von Ihering coletou
mais distintos ecossistemas brasileiros, com- abundante material herpetológico nos estados de
preendendo área aproximada de 734.478 km2, o Pernambuco, Paraíba e Piauí para a elaboração
que representa 70% do Nordeste e 11% do território do catálogo de fauna nordestina (AMARAL,
nacional (CASTELLETTI et al., 2004), incluindo 1935). Cordeiro e Hoge (1974) publicaram
a maior parte da área com clima semiárido da informações acerca das espécies de serpentes
Região Nordeste do Brasil (GIULIETTI et al., 2004). do estado de Pernambuco. Vanzolini (1974) e
Recentemente, levantamentos da biodiversidade Vitt (1995) estudaram aspectos da ecologia e
no semiárido nordestino indicaram a presença distribuição geográfica dos lagartos da Caatinga
de um número significativo de espécies vegetais de Pernambuco, principalmente nos arredores da
endêmicas, sendo consideradas como patrimônio cidade de Exu. Outros trabalhos contribuíram com
biológico de valor inestimável (RODAL; SAMPAIO, informações sobre a herpetofauna do semiárido
2002). pernambucano (SMITH et al., 1977; VANZOLINI
Quanto à herpetofauna, são atualmente et al., 1980; VITT, 1980, VITT; GOLDBERG, 1983;
listadas para esse ecossistema 47 espécies de VITT; VANGILDER, 1983; SANTOS; CARNAVAL,
lagartos, dez espécies de anfisbenídeos, 52 2002; BORGES-NOJOSA; SANTOS, 2005).
espécies de serpentes, cinco quelônios, três Com base no material depositado em
crocodilianos, 48 espécies de anfíbios anuros e três coleções científicas, Rodrigues (2004) compilou
gimnofionas (RODRIGUES, 2004; BOUR; ZAHER, para o estado de Pernambuco informações
2005), não estando inclusa nessas listas a fauna acerca da herpetofauna de 27 localidades, com
dos enclaves nordestinos de altitude. O número destaque para os municípios de Exu, Petrolina
de espécies endêmicas é elevado, particularmente e Carnaubeira, todavia, ainda existe enorme
na região das dunas do Médio Rio São Francisco, carência de informações para outras regiões de
na Bahia (RODRIGUES, 1996; RODRIGUES; Pernambuco, como o Submédio Rio São Francisco,
JUNCÁ, 2002). Embora a quantidade de pesquisas área prioritária para a conservação de anfíbios e de
relacionadas à fauna de anfíbios e répteis da répteis da Caatinga (RODRIGUES, 2004).
Caatinga ainda permaneça aquém do ideal, novas Estudos sobre a composição faunística,
pesquisas abordando essas classes de animais mesmo inventários rápidos, são fundamentais
foram recentemente publicadas (ARZABE, 1999; para a compreensão da biodiversidade local,
RODRIGUES, 2004; BORGES-NOJOSA; ARZABE, da heterogeneidade do bioma Caatinga e
2005; ROCHA; RODRIGUES, 2005). consequentemente para melhor planejamento de
Um dos primeiros registros sobre a estratégias conservacionistas (HADDAD, 1998).
herpetofauna do estado de Pernambuco data de Este trabalho teve como objetivo inventariar
1818, publicado pelos naturalistas bávaros Johann e comparar a riqueza da herpetofauna de seis
Baptist von Spix e Friedrich Philipp von Martius, que localidades, pertencentes a cinco municípios do
percorreram os estados da Bahia, Pernambuco estado de Pernambuco, na região do Submédio
e Piauí coletando espécimes da fauna desses Rio São Francisco, gerando subsídios às futuras
estados (AMARAL, 1933). Posteriormente, durante ações conservacionistas na região.
432 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Figura 1 - Localização da área de estudo no estado de Pernambuco. Destaque para os cinco municípios estudados:
Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista, Orocó, Cabrobó e Petrolândia, na região semiárida do estado.
434 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Tabela I - Período e esforço amostral para o levantamento da herpetofauna de seis localidades no semiárido do
estado de Pernambuco entre os anos de 2004 e 2005: AS-Apolônio Sales, BB-Barra Bonita, BR-Brígida,
CA-Caraíbas, IA-Ilha de Assunção, e IC-Icó-Mandantes.
* = ausência de coleta.
Tabela II - Espécies de anfíbios e de répteis registradas durante estudo de campo em 2004 e 2005, em seis localidades
na região no semiárido do estado de Pernambuco. Legenda: AS – Apolônio Sales, BB – Barra Bonita, BR
– Brígida, CA – Caraíbas, IA – Ilha de Assunção; e IC – Icó-Mandantes. Ambientes: 1- lajedo, 2- solo, 3-
corpo d’água natural, 4- cisterna/cacimba, 5- bromeliáceas terrestres, 6- estradas, 7- árvores e arbustos,
8- habitações humanas. Forma de registro: a- coleta manual, b- vocalização ou visualização, c- armadilha
de interceptação e queda pitfall, e d- vestígios. Siglas da coleção: PEPT- Pernambuco, Petrolândia; PELG-
Pernambuco, Lagoa Grande; PEIA- Pernambuco, Ilha de Assunção; PEOR- Pernambuco, Orocó; PESMB-
Pernambuco, Santa Maria da Boa Vista.
Formas de
Grupo taxonômico/família/espécie Localidades Ambientes
registro
ANFÍBIOS
BUFONIDAE
Rhinella granulosa (Spix, 1824) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2,3,6,8 a,b,c
Rhinella jimi (Stevaux, 2002) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2,3,6,8 a,b,c
CYCLORAMPHIDAE
Proceratophrys cristiceps (Müller, 1884”1883”) BB, BR, CA, IA 2,3 a, b, c
HYLIDAE
Dendropsophus soaresi (Caramaschi & Jim, 1983) CA, IA 3 a, b
Dendropsophus aff. Microcephalus BB, IA 3 a, b
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 AS, BB, BR, CA, IA, IC 3 a, b
Phyllomedusa nordestina Caramaschi, 2006 AS, BR, CA, IA 3 a, b
Scinax x-signatus (Spix, 1824) AS, BB, BR, CA, IA, IC 3, 8 a, b
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) IA 3 a, b
LEIUPERIDAE
Physalaemus albifrons (Spix, 1824) BB, BR, CA, IA 2,3 a, b, c
Physalaemus cicada Bokerman, 1996 BB, BR, CA, IA
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 AS, BB, BR, CA, IA 2,3 a, b, c
Physalaemus kroyeri (Reinhardt & Lütken, 1862”1861”) BB, BR, CA, IA 2,3 a, b, c
Pleurodema diplolister (Peters, 1870) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 3 a, b, c
Pseudopaludicola aff. falcipes BB, BR, CA, IA 3 a,b
LEPTODACTYLIDAE
Leptodactylus macrosternum Miranda-Ribeiro,1926 BB, BR, CA, IA 2, 3 a, b, c
Leptodactylus aff. pustulatus (Cope, 1862) IA 2, 3 a, b
Leptodactylus troglodytes A. Lutz, 1926 AS, BB, BR, CA, IA 2, 3 a, b
Leptodactylus vastus A. Lutz, 1930 AS, BB, BR, CA, IA 2,3 a, b
MICROHYLIDAE
Dermatonotus müelleri (Boettger, 1885) BR, CA 2,3 a, b, c
RÉPTEIS
GEKKONIDAE
Briba brasiliana Amaral, 1935 AS, BB, BR, CA, IA, IC 2,7 a, b, c
Hemidactylus agrius Vanzolini, 1978 AS, BB, BR, CA, IA
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès, 1818) AS, BB, BR, IA
Lygodactylus klugei (Smith, Martin & Swain,1977) AS, BB, BR, CA, IA 7 a, b, c
PHYLLODACTYLIDAE
Gymnodactylus geckoides geckoides Spix, 1825 BB, BR, CA, IA 2 a, b, c
Phyllopezus pollicaris (Spix, 1825) AS, BB, BR, CA, IA 1, 7 a, b, c
IGUANIDAE
Iguana iguana (Linnaeus, 1758) BR, CA, IA 7 b
436 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Formas de
Grupo taxonômico/família/espécie Localidades Ambientes
registro
POLYCHROTIDAE
Polychrus acutirostris Spix, 1825 BB, BR, CA, IA 7 a, b
SCINCIDAE
Mabuya heathi Schmidt & Inger, 1951 IA 2, 5 b, c
TEIIDAE
Ameiva ameiva (Linnaeus,1758) BB, BR, CA, IA 2, 6 a
Cnemidophorus ocellifer (Spix, 1825) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 6 a, c
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 6 a, c, d
GYMNOPHYTHALMIDAE
Vanzosaura rubricauda (Boulenger, 1902) BR 2 c
TROPIDURIDAE
Tropidurus cocorobensis Rodrigues, 1987 AS, IC 2, 6 c
Tropidurus hispidus (Spix, 1825) AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 6 a, c
Tropidurus semitaeniatus (Spix, 1825) BB, IA 2, 6 a, c
BOIDAE
Boa constrictor constrictor Linnaeus, 1758 AS, BB, BR, CA, IA 2, 6 a,d
Epicrates cenchria assisi Machado, 1945 AS, BB, BR, CA, IA 6 a,d
COLUBRIDAE
Apostolepis cearensis Gomes, 1915 BB, BR, IA 2 a,d
Boiruna sertaneja Zaher, 1996 AS, IC 6 a
Helicops leopardinus (Schlegel, 1837) IA 3 a
Liophis viridis Günther, 1862 BB 4 a
Oxybelis aeneus (Wagler, 1824) AS, BB, BR, CA, IA, IC 7 a
Oxyrhopus trigeminus (Duméril & Bibron, 1854) BB, BR, IA 2 a
Philodryas nattereri Steindachner, 1870 AS, BB, BR, CA, IA, IC 2, 4, 6 a
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) AS, BB, BR, CA, IA 6, 7 a
Thamnodynastes sp. AS, BR, CA, IA 2, 7 a
VIPERIDAE
Bothrops erythromelas Amaral, 1923 AS 2 c
Crotalus durissus cascavella (Wagler, 1824) BB, CA, IA 2 d
CHELIDAE
Mesoclemmys tuberculata (Lüderwaldt, 1926) BR, IA 3, 6 a, d
Phrynops tuberosus (Peters, 1870) BB, BR, CA, IA 3 a, d
ALLIGATORIDAE
Caiman latirostris (Daudin, 1802) BB, BR, CA, IA 3 d
A maior riqueza de espécies (n = 45) foi tamanho do balde pode ter facilitado a saída de
obtida através da busca ativa (coleta manual, serpentes de médio e grande porte, dificultando a
vocalização ou visualização), principalmente para captura.
serpentes e anuros (Tabela II), mais do que por Buscas e visitas em residências foram rea-
meio das armadilhas de queda (n = 22). Todavia, lizadas como metodologia adicional, possibilitando
este último método foi importante para a coleta de a obtenção de dados complementares para a
espécies de lagartos como Vanzosaura rubricauda pesquisa. Foi possível observar que algumas
e Tropidurus cocorobensis (Figura 2-K), capturados famílias da população ribeirinha tinham o
exclusivamente por esse método. hábito de guardar em casa pele de Caiman
As armadilhas de queda não contribuíram latirostris (jacaré-do-papo-amarelo) e gordura de
para a amostragem de serpentes. O pequeno Tupinambis merianae (teiú), que eram utilizadas
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 437
Figura 2 - Fotos de algumas espécies registradas nas seis áreas estudadas em 2004 e 2005: A- Rhinella jimi, B-
Leptodactylus troglodytes, C- Pleurodema diplolister,, D- Proceratophrys cristiceps, E- Scinax x-signatus,
F- Physalaemus cuvieri, G- Phyllomedusa nordestina, H- Gymnodactylus geckoides geckoides, I- Briba
brasiliana, J- Polychrus acutirostris, K- Tropidurus cocorobensis, L- Philodryas nattereri, M- Boiruna
sertaneja, N- Thamnodynastes sp. e O- Phrynops tuberosus.
438 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Para quase todas as localidades, com suficiente, embora tais grupos sejam naturalmente
exceção apenas de Icó-Mandantes, as curvas de difíceis de ser amostrados em levantamentos
amostragem (número acumulativo de espécies herpetológicos (BORGES-NOJOSA; ARZABE,
registradas a cada excursão) não mostraram sinais 2005). Sugerimos amostragens adicionais, em
de estabilização, indicando que a riqueza local é particular, durante o período chuvoso, e em locais
potencialmente maior do que a registrada (Figura como vales e topos de serras, como a Serra do
3). A ausência de espécies fossoriais na lista Recreio, e algumas pequenas ilhas pertencentes
obtida como cecilídeos, anfisbênios e serpentes à reserva indígena da tribo Truká, na Ilha de
Scolecophidia, reforça a ideia de amostragem in- Assunção.
Figura 3 - Número acumulado de espécies de anfíbios e de répteis registradas a cada dia de amostragem em seis
localidades estudadas no semiárido do estado de Pernambuco. A- Barra Bonita; B- Ilha de Assunção; C-
Caraíbas; D- Brígida; E- Apolônio Sales; F- Icó-Mandantes.
O total de espécies registradas representa duas áreas do estado da Paraíba, que registraram
3,7% da herpetofauna brasileira (SBH, 2008a; SBH, 45 espécies (34 em comum) e 52 espécies (33
2008b) e 49,2% da herpetofauna registrada para a em comum), respectivamente. A área melhor
Caatinga (RODRIGUES, 2004). Os resultados aqui amostrada em Pernambuco é Exu (RODRIGUES,
obtidos podem ser comparados àqueles de estudos 2004), com 53 espécies de répteis e de anfíbios,
anteriores realizados na Caatinga, entre os quais os das quais cerca de 90% foram registradas neste
de Borges-Nojosa e Cascon (2005), para uma área trabalho. O levantamento de anfíbios e de répteis
no estado do Ceará, e Arzabe et al. (2005) para em duas áreas prioritárias para a conservação
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 439
Figura 4 - Análise de agrupamento a partir dos índices de similaridade de Bray-Curts entre as áreas estudadas no
semiárido do estado de Pernambuco: AS- Apolônio Sales, BB- Barra Bonita, BR- Brígida, CA- Caraíbas,
IA- Ilha de Assunção, e IC- Icó-Mandantes.
As áreas que apresentaram menor índice das características xeromórficas da vegetação como
de similaridade de fauna foram BR e IC (38,1%), solos rasos, lajedos cristalinos, maciços residuais,
possivelmente em decorrência de diferenças irregularidade da distribuição de chuvas e intermitência
fitofisionômicas entre essas áreas, alto grau de da drenagem são caracteres que marcam as diferentes
degradação e diferentes tipos de solo. O conjunto paisagens (RODRIGUES, 2004).
440 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
Tabela III - Matriz de similaridade com os valores de distância obtidos por meio de Bray-Curtis para as seis localidades
estudadas no semiárido do estado de Pernambuco em 2004 e 2005: AS – Apolônio Sales, BB – Barra
Bonita, BR – Brígida, CA – Caraíbas, IA – Ilha de Assunção, e IC – Icó-Mandantes.
IC AS IA BR CA BB
IC
AS 68,18
IA 38,09 62,33
BR 44,06 71,23 84,78
CA 44,44 70,58 85,06 89,16
BB 45,61 67,61 86,67 86,05 81,48
A maioria das espécies (81,9%) foi registrada localidade têm ampla distribuição em áreas
em mais de uma área (Tabela IV), demonstrando abertas, estão associadas a corpos d’água e são
possível caráter generalista de habitats. A área favorecidas pela grande extensão local de área
com maior número de espécies exclusivas foi irrigável, que proporciona ambientes favoráveis
Ilha de Assunção. As espécies registradas nessa para muitas espécies, principalmente de anuros.
Tabela IV - Riqueza de espécies de anfíbios e de répteis em seis localidades estudadas no semiárido do estado de
Pernambuco em 2004 e 2005: AS – Apolônio Sales, BB – Barra Bonita, BR – Brígida, CA – Caraíbas, IA
– Ilha de Assunção, e IC – Icó-Mandantes. Em parêntesis, o número de espécies exclusivas na categoria.
Nº espécies/anuros Nº espécies/répteis
Localidades Total
(espécies exclusivas) (espécies exclusivas)
AS 09 (00) 17 (01) 26
BB 15 (00) 23 (01) 38
BR 16 (00) 24 (01) 40
CA 17 (00) 20 (00) 37
IA 19 (02) 27 (02) 46
IC 05 (00) 08 (00) 13
As estradas têm sido apontadas como estarem mais propensas ao risco de predação por
um dos impactos permanentes à diversidade aves, evitam locomover-se em áreas abertas como
biológica local, facilitando o transporte de madeira, as estradas (ANDREWS; GIBBONS, 2005).
a caça e atropelamentos de animais silvestres. Das seis localidades estudadas, quatro
Durante as excursões realizadas, muitos animais são reservas legais da Chesf (AS, CA, BR, e
foram encontrados mortos nas estradas por IC), uma é reserva indígena (IA) e outra é área
atropelamento, como Rhinella jimi, Tropidurus particular (BB). As localidades mais impactadas
hispidus, Boiruna sertaneja (Figura 2C) e Philodryas são aquelas correspondentes às reservas le-
nattereri (Figura 2G). Em um único dia, registramos gais, em particular AS e IC, onde o processo
quatro espécimes mortos de B. sertaneja na estrada de degradação e exploração é constante. Em
entre as reservas de AS e IC, sendo a foto citada alguns locais é possível constatar processos de
referente a um indivíduo dessa espécie, vítima de desertificação.
atropelamento. Atualmente, de acordo com o Código
Rosa e Mauhs (2004) verificaram diferentes Florestal Brasileiro, a reserva legal tem como
níveis de impacto em estradas do Rio Grande do propósito a utilização sustentável dos recursos
Sul na mortalidade de várias espécies, incluindo naturais de uma área, assim como a conservação
serpentes. O comportamento, as características da biodiversidade, servindo de abrigo e garantindo
físicas, a área de vida e a ecologia de cada espécie proteção para a fauna e a flora nativas da região
se refletem em diferentes níveis de ameaça por parte (FIDALGO et al., 2003). Apesar disso, muitas
das estradas. Estas podem constituir, inclusive, áreas delimitadas como reservas legais continuam
barreiras para a dispersão de algumas espécies, sofrendo constante degradação e gerando alta
especialmente aquelas de pequeno porte, que, por perda de biodiversidade (COSTA et al., 2003).
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 441
Agradecimentos
Referências
AMARAL, A. Collecta herpetologica do nordeste do Brasil. Memórias do Instituto Butantan, São Paulo,
v. 8, p. 185-192, 1933.
ANDRADE-LIMA, D. The Caatingas Dominium. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 149-
153, 1981.
<=>?@AB8"CD"EDF"GH##I=B8"JD"AD"K9L" 9"M+NML%&,"+:O)!:P!",:%2!"Q9R!Q!:*S"#!M%R+9$%T"$!,U9:,!,"
to roads and vehicles. Copeia, Texas, v. 2005, n. 4, p. 772-782.
ARZABE, C. Reproductive activity patterns of anurans in two different altitudinal sites within the brazilian
Caatinga. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 16, n. 3, p. 851-864, 1999.
ARZABE, C.; SKUK, G.; SANTANA, G. G.; DELFIM, F. R.; LIMA, Y. C. C.; ABRANTES, S. H. F. Herpetofauna
da área de Cutimataú, Paraíba. In: ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Ed.).
Análise das variações da Biodiversidade do Bioma Caatinga. Suporte a estratégias Regionais de
Conservação. Brasília: MMA, 2005. p. 260-273.
BORGES-NOJOSA, D. M.; CASCON, P. Herpetofauna da área Reserva Serra das Almas, Ceará. In:
ARAÚJO, F. S.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V. (Ed.). Análise das variações da Biodiversidade do
Bioma Caatinga. Suporte a estratégias Regionais de Conservação. Brasília: MMA, 2005. p. 244-258.
BOUR, R.; ZAHER. H. A new species of Mesoclemmys, from the open formations of northeastern
Brazil (Chelonii, Chelidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 45, n. 24, p. 295-311, 2005.
442 Institutro Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – herpetofauna de Pernambuco
CASTELLETTI, C. H. M.; SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; SANTOS, A. M. M. Quanto ainda resta da
Caatinga? Uma estimativa preliminar. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M. T.; LINS, L. V.
(Org.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: MMA,
2004. p. 92-100.
! "#$%&'(&)(*&+,-.#$'%&+(&!/0123014&56&4784519:4;&56&<=654&>pitfall traps) em amostragens de anfíbios
e répteis no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 17, n. 3, p. 729-740, 2000.
CHAVES, L. H. G.; TITO, G. A.; CHAVES, I. B.; LUNA, J. G.; SILVA, P. C. M. Propriedades químicas do solo
aluvial da Ilha de Assunção – Cabrobó (Pernambuco). Revista Brasileira de Ciências do Solo, Viçosa,
v. 28, n. 3, p. 431-437, 2004.
?'.,%& -(& @(*& ',AA!'%& ,(& .(*& +?B-,%& "(& "(& '(& C6D7454EFG& 56& 76;67H4;& IG76;J41;& K47J10=9476;& 6&
desenvolvimento sustentável em Mato Grosso do Sul. Revista Internacional de Desenvolvimento Local,
Campo Grande, v. 4, n. 7, p. 41-46, 2003.
FIDALGO, E. C. C.; CREPAN, E.; DUARTE, V.; SHIMABUKURO, Y. E.; PINTO, R. M. S.; DOUSSEAU, S.
L. Mapeamento do uso e da cobertura atual da terra para indicação de áreas disponíveis para reservas
legais: estudo em nove municípios da região amazônica. Revista Árvore, Belo Horizonte, v. 27, n. 6, p.
871-877, 2003.
GIULIETTI, A. M.; NETA, A. L. B.; CASTRO, A. A. J. F.; GAMARRA-ROJAS, C. F. L.; SAMPAIO, E. V. S. B.;
VIRGÍNIO, J. F.; QUEIROZ, L. P.; FIGUEIREDO, M. A.; RODAL, M. J. N.; BARBOSA, M. R. V.; HARLEY, R. M.
Diagnóstico da vegetação nativa do bioma Caatinga. In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M.
T.; LINS, L. V. (Org.). Biodiversidade da Caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília:
MMA, 2004. p. 48-78.
HADDAD, C. F. B. Biodiversidade dos anfíbios no estado de São Paulo. In: CASTRO, R. M. C. (Ed.).
Biodiversidade do Estado de São Paulo. São Paulo: Fapesp, 1998. p. 15-26.
LOPES, H.; SÁTIRO, A. V.; CANDEIAS, A. L. B.; ACCIOLY, L. J. O. Análise preliminar da degradação ambiental
na Bacia do Brígida/PE utilizando imagens TM e ETM+. In: SIMPÓSIO DE GEOPROCESSAMENTO E
SENSORIAMENTO REMOTO, 2., Aracaju/SE. 2004. Anais...
ROCHA, P. L. B.; RODRIGUES, M. T. Electivities and resource use by an assemblage of lizards endemic
to the dunes of the São Francisco River, northeastern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v.
45, n. 22, p. 261-284, 2005.
-?C-#LB!'%&+(&.(&'1;J68MJ104%&60G9GD14&6&NGGD6GD74/4&56&.7GK15=7=;&5G&D7=KG&.G7<=4J=;&4G&;=9&5G&-1G&
Amazonas (Sauria, Iguanidae). Arquivos de Zoologia, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 105-230, 1987.
RODRIGUES, M. T. Lizards, snakes and amphisbaenians from the quaternary sand dunes of the middle
Rio São Francisco, Bahia, Brazil. Journal of Herpetology, Salt Lake City, v. 30, p. 513-523, 1996.
RODRIGUES, M. T. Herpetofauna da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Org.).
Ecologia e Conservação da Caatinga. Recife: Ed. Universitária (UFPE), 2004. p. 489-540.
RODRIGUES, M. T.; JUNCÁ, F. A. Herpetofauna of the Quaternary sand dunes of the middle Rio São
Francisco, Bahia, Brazil. VII. Typhlops amoipira sp., a possible relative of Typhlops yonenagae (Serpentes,
Typhlopidae). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 42, p. 323-333, 2002.
ROSA, A. O.; MAUHS, J. Atropelamento de animais silvestres na Rodovia RS-040. Caderno de Pesquisa
Série Biológica, Santa Cruz do Sul, v. 16, n. 1, p. 35-42, 2004.
Inventário rápido da herpetofauna de seis localidades na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil 443
SÁ, I. B.; RICHÉ, G. R.; FOTIUS, G. A. As paisagens e o processo de degradação do semiárido nordestino.
In: SILVA, J. M. C.; TABARELLI, M.; FONSECA, M. T.; LINS, L. V. (Org.). Biodiversidade da Caatinga:
áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: MMA, 2004. p. 18-36.
RODAL, M. J. N.; SAMPAIO, E. V. S. A. A Vegetação do Bioma Caatinga. In: SAMPAIO, E. V. S. B.; GIULIETTI,
A. M.; VIRGÍLIO, J.; GAMARRA-ROJAS, C. F. L. (Org.). Vegetação & Flora da Caatinga. Recife: Centro
Nordestino de Informações sobre Plantas (APNE/CNIP), 2002. p. 11-24.
SANTOS, E. M.; CARNAVAL, A. C. O. Q. Anfíbios Anuros do Estado de Pernambuco. In: TABARELLI, M.;
SILVA, J. M. C. (Org.). Diagnóstico da Biodiversidade de Pernambuco. Recife: MCT, Ed. Massangana,
v. 2, 2002. p. 529-536.
SMITH, H. M.; MARTIN, R. L.; SWAIN, T. A. A new genus and two new species of South American geckos
(Reptilia: Lacertilia). Papéis Avulsos de Zoologia, São Paulo, v. 30, p. 195-213, 1977.
VANZOLINI, P. E.; RAMOS-COSTA, A. M. M.; VITT, L. J. Répteis da Caatinga. Rio de Janeiro: Academia
Brasileira de Ciências, 1980. 161 p.
VITT, L. J. The Ecology of tropical Lizards in the Caatinga of Northeast Brazil. Occasional paper of the
Oklahoma Museum of Natural History, Lawrence, v. 1, p. 1-29, 1995.
VITT, L. J.; GOLDBERG, S. R. Reproductive Ecology of Two Tropical Iguanid Lizards: Tropidurus torquatus
and Platynotus semitaeniatus. Copeia, Texas, v. 1, p. 131-141, 1983.