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Deise Baumgratz* 1
Resumo
Em 1960 surgiu no México um regime industrial denominado
maquila, onde indústrias dos Estados Unidos se instalavam em
território de fronteira mexicana para aproveitar a força de traba-
lho barata e incentivos fiscais para etapa de manufatura de seus
produtos, além da facilidade de transporte dos produtos para
dentro dos EUA. Neste trabalho, por meio de levantamento biblio-
gráfico, análise midiática e de discursos, utilizando-se da teoria do
subimperialismo, será descrito como ocorreu este processo e os
impactos dele na economia e sociedade mexicana. Posteriormente,
busca-se comparar com o modelo adotado pelo Paraguai com-
preendendo os efeitos atrelados com este modelo a longo prazo.
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Abstract
In 1960’s an industrial regimen called maquila appeared in Mex-
ico. Through it, US industries settled in the Mexican border to
take advantages of the cheap labour and tax incentives, to accom-
plish the manufacture stage of the products, besides being an easy
territory to take the products back into US territory. In this work,
through a bibliographical analysis, media and discourse analysis,
using the theory of sub-imperialism, it will be described how
this process occurred and its impacts on the Mexican economy
and society. Subsequently, we seek to compare with the model
adopted by Paraguay, including the effects linked to this model
in the long term.
Resumen
En 1960 apareció en México un régimen industrial denominado
maquila. Las industrias de los Estados Unidos se instalaban en
territorio de frontera mexicana para aprovechar la fuerza de
trabajo barata e incentivos fiscales para la etapa de fabricación
de sus productos, además de la facilidad de transporte de los
productos hacia dentro de los Estados Unidos. En este trabajo, a
través de revisión bibliográfica, análisis de informaciones de los
medios y de discursos, utilizando la teoría del subimperialismo,
se describirá cómo ocurrió este proceso y sus impactos sobre la
economía y la sociedad mexicana. Posteriormente, buscamos
comparar con el modelo adoptado por Paraguay, incluyendo los
efectos vinculados a este modelo en el largo plazo.
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Introdução
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único (IVA) de 1%, desde que 90% dos de competitividade no cenário glo-
produtos acabados retornem para o bal, onde, em teoria ambas as partes
país de origem em até dois anos. envolvidas seriam beneficiadas. No
Atualmente constata-se grandes entanto, carece de atenção o impacto
incentivos políticos e governamen- gerado por estas indústrias nos países
tais do país neste modelo industrial. que as sediam.
A cobertura e discursos da mídia tra- No intuito de contribuir com tal
zem dados que indicam um grande discussão, dividimos o artigo em três
crescimento do país após adoção de partes. A primeira traz à tona a Teoria
tais medidas, estes dados serão apresen- Cepalina, sobretudo de Raul Prebisch,
tados e debatidos no presente estudo. a Teoria do subimperialismo de Ruy
Porém, o que se iniciou no Paraguai Mauro Marini e a Teoria da Depen-
há 10 anos e tomou força aproximada- dência, com principal autor Fernando
mente há 05 anos já está em vigência Henrique Cardoso, observando como
no México por mais de 50 anos. Neste elas influenciaram as decisões políticas
artigo pretende-se estudar a maquila e o desenvolvimento ou subdesenvol-
enquanto ferramenta para industria- vimento dos países da América Latina.
lizar e desenvolver o Paraguai, mas A segunda parte discorre sobre a ori-
sem perder o paralelo em relação ao gem do regime maquilador e seu pro-
caso mexicano. cesso na fronteira do México com os
Este modelo industrial incentiva- EUA. No terceiro momento discute‑se a
do pelos EUA ao redor do globo, apa- implementação deste regime do Para-
rece como uma maneira messiânica guai, finalizando com as considerações
de industrializar os países do chama- finais, onde busca-se pensar o impac-
do “terceiro mundo” ou subdesen- to deste modelo no desenvolvimento
volvidos, porém com baixo poder do Paraguai.
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A maquila
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O Paraguai
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elite rural, a qual determina políticas e con Buenos Aires para destruir el Estado
aumenta as desigualdades no país. Nes- nacional paraguayo…”
te sentido, aponta que quando houve Percebe-se na citação do escritor, a
uma tentativa de questionar o cresci- existência de um ressentimento em
mento das desigualdades, rapidamente relação ao Brasil. Pedroso (2016. p.91)
foi organizado o golpe parlamentar de descreve o Paraguai como uma exten-
2012. “El proyecto territorial de las clases são produtiva do Brasil, isto pode ser
y grupos dominantes es excluir totalmen- observado em vários momentos, prin-
te a campesinos e indígenas, percibidos cipalmente pela quantidade de bra-
como los que sobran, los que estorban el sileiros atuantes hoje na agricultura
desarrollo rural, y el Ministro de Agri- deste país.
cultura, (…), insiste en que la economía La presencia de capital y empresa-
campesina no es viable” (Pedroso, 2016. rios brasileños, se expresa en el aca-
p. 101). Ainda neste sentido, um estu- paramiento de tierra básicamente en
do do PNUD em 2008 revelou a língua los departamentos fronterizos. En el
materna como geradora de desigual- departamento de Alto Paraná en el
dades na dimensão social. A popula- 2008 el 62,5% de la fincas mayores a
ção de língua guarani, acumula des- mil hectáreas era de extranjeros, de
vantagens na educação, saúde, habita- los cuales el 55% era de brasileños;
ção, assistência social e condições de en Canindeyú la proporción de bra-
emprego (PNUD, 2008). sileños entre los propietarios de más
A Guerra do Paraguai (1864 a 1870), de mil hectáreas llegaba al 60% (Pedro-
conhecida como um dos mais sangren- so, 2016. p. 90).
tos conflitos da América do Sul, teve Como em muitos países da Améri-
grande impacto na história paraguaia. ca Latina, o país é essencialmente agrí-
O conflito, que envolvia o interesse cola, Segundo dados da Atlas of Eco-
pelo acesso paraguaio à navegação do nomic Complexity da Universidade
Rio da Prata, deixou o saldo de apro- de Harvard, em 2014 as exportações de
ximadamente 70 mil vítimas do lado bens primários com baixo valor agre-
da Tríplice Aliança (Brasil, Argenti- gado totalizavam mais de 80% do total,
na e Uruguai) e 300 mil paraguaios as importações por sua vez, remetem
mortos, além de perdas territoriais, principalmente a produtos industria-
fatos que muitos nacionais acreditam lizados de alto valor agregado. Econo-
ter prejudicado —e ainda prejudi- micamente é altamente dependente
car— o desenvolvimento econômico do Brasil, conforme pode ser verifica-
do país e suas relações com os países do pelas transações econômicas desi-
vizinhos. Segundo Creydt (2007), um guais envolvendo os dois países, carac-
escritor paraguaio, “el imperio del Bra- terizando, como explica Marini (1973),
sil decidió aprovechar su nueva alianza uma relação sumbimperialista.
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Figura 1:
Fuente: http://mail.maquila.gov.py/ES/paraguay-razones-para-invertir.php
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primas destas empresas não serão cobrado é baixo, e parte dele ainda
adquiridas necessariamente do Para- pode ser revertido para a empresa, sem
guai e o lucro das empresas são inves- mencionar os danos ambientais causa-
tidos no país de origem, o imposto dos e muitas vezes não considerados.
Considerações finais
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Referências
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