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RELACIONAMENTOS PESSOAIS E SOCIAIS: AMIZADE EM ADULTOS1

Luciana Karine de Souza*


Claudio Simon Hutz#

RESUMO. A amizade é um relacionamento importante para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo; no entanto a
maioria dos estudos trata da amizade na infância e na adolescência, havendo pouca ênfase na investigação de adultos. O
presente trabalho apresenta uma revisão da literatura sobre relacionamentos de amizade na adultez, procurando descrever
criticamente a produção científica na área. Estudos brasileiros indicam que relacionamentos de amizade no nosso país podem
ser comparados aos de outras culturas e discutidos com base nos modelos teóricos existentes. Não obstante, há algumas
diferenças que requerem mais estudo, inclusive para verificar se os modelos internacionais correntes são satisfatórios para
explicar adequadamente relações de amizade entre adultos na cultura brasileira.
Palavras-chave: relacionamento, amizade, adulto.

PERSONAL AND SOCIAL RELATIONSHIPS: FRIENDSHIP IN ADULTS

ABSTRACT. Friendship is an important relationship for social, emotional and cognitive development. However, most
empirical studies investigate friendship in childhood and adolescence, with little emphasis in adulthood. Current analysis
presents a critical review of the literature on friendship among adults, describing the major empirical studies undertaken up to
the present. Brazilian studies suggest that friendship among Brazilians might be similar to friendship in other cultures and that
international theoretical models may be useful to describe it. Nevertheless, there may be some differences that require further
investigation to assess if current models may explain satisfactorily friendship in Brazilian culture.
Key words: Relationship, friendship, adult.

RELACIONAMIENTOS PERSONALES Y SOCIALES: AMISTAD EN ADULTOS

RESUMEN. La amistad es un relacionamiento importante para el desarrollo social, emocional y cognitivo, pero la mayor
parte de los estudios trata de la amistad en la niñez y en la adolescencia, habiendo poca énfasis en la investigación con
adultos. El estudio en cuestión presenta una revisión de la literatura sobre relacionamentos de amistad en la edad adulta,
buscando describir críticamente la producción científica en el área. Estudios brasileños indican que relacionamientos de
amistad en ese país pueden ser comparados a los de otras culturas y discutidos en base a los modelos teóricos existentes. Sin
embargo, hay algunas diferencias que requieren más estudio incluso para averiguar si los modelos internacionales actuales son
satisfactorios para explicar adecuadamente relaciones de amistad entre adultos en la cultura brasileña.
Palabras-clave: Relacionamiento, amistad, adulto.

São poucos os estudos brasileiros sobre amizade na psicológica de priorizar crianças e adolescentes
adultez. Em contraste, a amizade infantil e adolescente (Souza, Gauer & Hutz, 2004). Esta revisão de
tem recebido maior atenção (Daudt, Souza & Sperb, literatura discute como a amizade adulta vem sendo
2007; Garcia, 2005; Lisboa & Koller, 2003). A ausência empiricamente investigada no campo de estudos sobre
de produção científica sistemática sobre a amizade em relacionamentos sociais e pessoais em distintas áreas
adultos reflete uma tendência na pesquisa das ciências sociais e humanas. A produção brasileira

1
Apoio: CNPq/Capes.
*
Doutora em Psicologia. Professora adjunta no Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais, e
colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFMG.
#
Doutor. Professor titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e pesquisador no Programa de Pós-Graduação em
Psicologia da UFRGS.

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sobre amizade em adultos é ainda incipiente e o Uma das mudanças mais significativas foi a
presente artigo procura descrever os trabalhos definição de relacionamento como um processo
publicados na área da psicologia e também em áreas dinâmico, que se desenvolve ao longo do tempo e se
afins. modifica conforme as etapas da vida, influenciado por
Cientistas sociais vêm documentando há décadas os normas sociais e aspectos culturais. Passou-se a
benefícios dos relacionamentos interpessoais. Estudos reconhecer que um dado relacionamento, qualificado
epidemiológicos demonstram que indivíduos por seus integrantes como significativo na comparação
socialmente integrados vivem mais (Fehr, 1996). com outros intercâmbios sociais, possui propriedades
Relacionamentos pessoais ou mais próximos – por distintas daquelas identificadas separadamente em
exemplo, com familiares, amigos e parceiros românticos cada um dos indivíduos que nele interagem. Outro
– atenuam a solidão e proporcionam bem-estar avanço na área foi o abandono do princípio de que a
subjetivo, tendo, portanto, papel importante na motivação para iniciar um relacionamento é atingir
felicidade pessoal e na promoção da saúde (Argyle, intimidade. “Muitos relacionamentos, talvez quase
2001; Berscheid & Regan, 2005). todos, existem em perfeita estabilidade sem serem
A partir do final do século XIX, o foco dos estudos íntimos ou sem muito desenvolvimento (da relação)”
em amizade passou das reflexões filosóficas e modelos (Duck & Perlman, 1985, p. 12) e, acima de tudo, são
antropológicos para investigações empíricas com percebidos como satisfatórios para as pessoas
crianças e adolescentes. Mais de um século de pesquisa envolvidas (Duck & Perlman, 1985; Sarason, Sarason
sobre amizade na infância e adolescência permitiu & Pierce, 1995).
construir um corpo de conhecimentos consistentes Uma década após a revisão de Duck e Perlman
(Berndt, 1996; Bukowski, Newcomb & Hartup, 1996); (1985), Sarason et al. (1995) apresentaram um novo
contudo, o estudo empírico e sistemático da amizade na panorama sobre o desenvolvimento teórico e empírico
vida adulta é bem mais recente, tendo iniciado na do estudo dos relacionamentos com ênfase na unidade
década de 1970 com as investigações sobre de análise nas pesquisas. Três unidades de análise têm
relacionamentos sociais e pessoais (Duck & Perlman, sido utilizadas: o indivíduo, a díade e o sistema. Com
1985). foco no indivíduo, estuda-se como ele percebe
determinado relacionamento com outra pessoa, e
como ele contribui para o desenvolvimento, a
RELACIONAMENTOS PESSOAIS E SOCIAIS: manutenção e o possível declínio da relação. As
PASSADO E PRESENTE díades são analisadas correlacionando as percepções
de ambos os indivíduos sobre o relacionamento; já os
O esforço empírico sistematizado direcionado aos sistemas são estudados considerando não apenas as
relacionamentos pessoais e sociais deve-se a um relações entre os integrantes da díade, mas também a
conjunto de fatores inter-relacionados. À insatisfação interação desta com outras pessoas importantes de
com as pesquisas conduzidas nos laboratórios de uma rede social mais ampla.
psicologia na década de 1970 somou-se uma demanda Dez anos após a revisão de Sarason et al. (1995),
por investigações em ambiente natural, com o estudo de Berscheid e Regan (2005) realizaram uma avaliação
pessoas “reais”. Um crescente interesse por estudos do quadro teórico e empírico do campo dos
práticos e aplicados, como a investigação de habilidades relacionamentos interpessoais. Os autores concluíram
sociais, promoção ou reparação de relacionamentos, que o corpo sistemático de conhecimento sobre
solidão e violência doméstica, também estimulou o relacionamentos interpessoais emergiu tardiamente
surgimento de novas pesquisas. Por fim, a preocupação não apenas em função da natureza multidisciplinar da
com o desenvolvimento humano ao longo do ciclo vital ciência dos relacionamentos, mas também em virtude
incentivou o estudo dos relacionamentos nas diferentes da dependência de avanços em outras ciências
etapas da vida e a análise desenvolvimental de (sociais, comportamentais, biológicas). Até a década
relacionamentos de longa duração. A sistematização de de 1950, por exemplo, a comunidade científica
trabalhos acadêmicos e práticos levou ao refinamento recusava o relacionamento como objeto de estudo em
dos temas de investigação, da definição, tipos e virtude de seu caráter “complexo e misterioso” (p. 65),
propriedades dos relacionamentos, e conseqüentemente, inacessível à análise científica. Desafios éticos
as publicações que surgiram a partir de 1978 refletiram também se apresentavam na experimentação nesta
estas mudanças e influenciaram a produção científica da área, porque o questionamento contínuo sobre os
década seguinte (Duck & Perlman, 1985). próprios relacionamentos poderia suscitar efeitos
negativos ou inversos inesperados, por sugerirem aos

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participantes o que deveria ser tomado como “normal” Buscando uma definição de amizade que se afaste
ou “correto” com relação ao tema investigado. da mesma falta de consenso sobre relacionamentos
Bell e Coleman (1999) entendem que o interesse (Duck & Perlman, 1985; Sarason et al., 1995), Fehr
pelo estudo da amizade enquanto relacionamento (1996) considera-a “um relacionamento pessoal e
interpessoal ampliou-se consideravelmente. Segundo os voluntário, que propicia intimidade e ajuda, no qual as
autores, os contatos interpessoais têm se expandido para duas partes gostam uma da outra e buscam a
além do Mundo Ocidental, gerando a necessidade de companhia uma da outra” (p.7). Identificam-se
constantes revisões nas regras e orientações para as aspectos similares aos apontados por Argyle (2001):
interações. Assim, “o estudo da amizade pode nos em ajuda, visualiza-se a utilidade e a recompensa; em
forçar a criar novas questões sobre todos os aspectos gostar um do outro e buscar sua companhia está o
culturais e sociais sob os quais vivemos e trabalhamos” prazer e o companheirismo; e, em intimidade, o apoio
(p. 5). Portanto, na visão de Bell e Coleman (1999), é emocional. Outros aspectos também vêm sendo
pouco útil elaborar uma definição rígida de amizade, abordados nas investigações: abertura, auto-revelação,
aplicável a todas as sociedades. autenticidade, aceitação, força de caráter, similaridades,
Reflexões sobre relacionamentos de amizade compreensão, expressão dos sentimentos, dedicação
ocorrem na filosofia e nas ciências humanas desde a mútua, altruísmo, reciprocidade, cuidado, confiança,
Antigüidade (Baldini, 2000); a produção científica, no compromisso, honestidade, facilidade de comunicação,
entanto, embora recente, aponta um esforço para aconselhamento, singularidade, duração da amizade,
superar dificuldades conceituais e metodológicas coexistência, tolerância, disponibilidade, respeito,
anunciadas pela tradição de estudos com crianças e confidência, espontaneidade, estabilidade, sucesso,
adolescentes. contato físico, contato sexual, acessibilidade,
interdependência, aparência física, habilidades sociais,
responsividade, dependência, freqüência de contato,
AMIZADE NA ADULTEZ: ASPECTOS proximidade (closeness), autovalidação, conformidade
CONCEITUAIS ao grupo, autodefensividade e cooperação (Argyle &
Henderson, 1985; Bell, 1981; Cole & Bradac, 1996;
De um lado, a amizade é um relacionamento entre Davis & Todd, 1985; Fehr & LaGaipa, 1977; Maeda
pessoas que não são familiares, parentes ou parceiras & Ritchie, 2003; Mendelson & Aboud, 1999;
sexuais; de outro, estudos apontam cônjuges ou Monsour, 1992; Parks & Floyd, 1996; Tesch &
familiares como amigos (Fehr, 1996). Para Bell (1981), Martin, 1983).
na amizade é fundamental a ausência de laços Duck e Perlman (1985) recomendaram que a
familiares, justificada pelas comparações e competições pesquisa passasse a estudar os aspectos negativos nas
entre familiares e amigos e pela impossibilidade de amizades, visto que estes são inevitáveis e importantes
escolha dos próprios familiares e parentes. para o desenvolvimento e manutenção dos
Conseqüentemente, a amizade é um relacionamento relacionamentos. Nesta mesma direção, Berndt (1996)
pessoal e privado, sem a imposição de valores ou afirma que o exame das características da amizade lida
normas culturais. Esta visão difere da de culturas nas com atributos interdependentes, ou seja, um interfere
quais o envolvimento pessoal está sujeito às demandas no outro. Assim, investigar aspectos positivos requer
institucionais da sociedade (Bell, 1981; Bell & abordar fatores negativos. Bell (1981) havia indicado
Coleman, 1999). Dessa forma, se a amizade fosse um que a amizade pode envolver desaprovação e desafio
relacionamento imune à cultura, não haveria pesquisas ou questionamento regulares ao amigo pelo que ele é
apontando sua influência na formação, desenvolvimento ou faz. Têm sido estudados fatores como ciúme,
e manutenção das amizades (Blieszner & Adams, crítica em público, não defender o amigo na ausência
1992). deste, coerção, distanciamento emocional, abuso,
À primeira vista, Bell (1981) se opõe a Blieszner e violência, timidez, manejo de conflitos e tensões,
Adams (1992) quanto ao papel de fatores sociais e sentimentos negativos, ansiedade e rivalidade (Argyle
culturais na definição da amizade; contudo, Bell & Henderson, 1985; Bukowski et al., 1996; Cole &
considera que a igualdade social – que entende como Bradac, 1996; Fehr, 1996; Maeda & Ritchie, 2003;
equivalência socioeconômica – é fundamental. Ao Koh, Mendelson & Rhee, 2003).
mesmo tempo, também refere que a dedicação mútua Para Fehr (1996), embora seja preferível uma
nas trocas de qualquer natureza entre dois amigos deve definição de amizade que se aplique a todo amigo, de
ser igual, ampliando o significado de igualdade qualquer cultura ou época, as concepções variam
enquanto componente essencial das amizades. conforme idade, sexo, estado civil, religião, status

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profissional, escolaridade, etnia e raça. Dessa forma, a semelhanças. Amigos dialogam mais, trocam mais
literatura apresenta dados sobre amizades de mesmo abraços e beijos, revelam um maior número de
sexo, de sexo oposto, femininas, masculinas, infantis, de assuntos e com mais profundidade, são parecidos
idosos, padres, militares, amizades mantidas a distância, quanto a traços de personalidade e atitudes, e se
etc. Outros estudos comparam amigos ocasionais, assemelham em sentimentos e gostos à medida que
próximos, bons amigos, melhores amigos e amigos interagem (Fehr, 1996). Em contraste, entre pessoas
ideais. conhecidas prevalece a superficialidade, dada a
Bell (1981) salienta a semelhança etária como um carência de revelações mútuas sobre si, de intimidade
dos aspectos mais significativos na escolha das e de confiança - enfim, um não conhece o outro (Bell,
amizades, além do estado civil, da religião e do sexo. 1981).
Pessoas da mesma faixa etária possuem recursos sociais Relacionamentos estáveis ou em desenvolvimento
e pessoais similares, o que previne contra a exploração são processos dinâmicos (Duck & Perlman, 1985).
de um sobre o outro. Divorciados sentem-se mais à Assim, a amizade está sujeita a constantes mudanças,
vontade com amigos divorciados. Amizades de mesmo especialmente por alterações não apenas em aspectos
sexo previnem contra a possibilidade de romance, o individuais ou em sua interação (aspectos diádicos),
que, conforme Bell, altera profundamente a amizade. mas também por aquelas ocorridas à medida que se
Além disso, assim como há qualidades comuns entre apresentam diferentes configurações situacionais ou
mulheres, há aspectos compartilhados apenas por ambientais. Amigos podem voltar a ser conhecidos ou
homens. Nas amizades entre casais, nota-se um vínculo até mesmo tornarem-se inimigos devido a mudanças
maior entre as duas esposas e os dois maridos – um de endereço, redução na freqüência de contato,
efeito conjunto de sexo com estado civil. competição ou ciúmes. Ao mesmo tempo, algumas
Dentre os modelos teóricos disponíveis para o amizades intensificam-se, o amigo ocasional tornando-
estudo das amizades adultas, o de Fehr (1996) é se melhor amigo.
bastante abrangente, contemplando muitas das variáveis
tradicionalmente abordadas. Segundo a autora, as
amizades se formam, desenvolvem e mantêm através da TIPOS E NÍVEIS DE AMIZADE
inter-relação de quatro conjuntos de fatores: fatores
ambientais, situacionais, individuais e diádicos. Os A literatura empírica adota diferentes categorias
fatores ambientais incluem proximidade residencial, para tipos e níveis de amizade. Fehr (1996), por
local onde se passa o dia, densidade populacional e exemplo, faz referência a amigo ocasional, amigo
comunicação na rede social. Os fatores situacionais próximo e melhor amigo. Há também as categorias
abrangem probabilidade de interação, freqüência de meio amigo (Wright, 1985); bom amigo (LaGaipa,
contato, dependência e disponibilidade. Com relação 1977; Mendelson & Aboud, 1999; Monsour, 1992);
aos fatores individuais, primeiramente as pessoas muito bom amigo (Mendelson & Kay, 2003); o amigo
selecionam de quem não é possível ser amigo (critérios mais próximo (Carbery & Buhrmester, 1998); e amigo
de exclusão); posteriormente avaliam amigos em ideal (Cole & Bradac, 1996; Maeda & Ritchie, 2003).
potencial (critérios de inclusão). Entre os critérios de De outro lado, alguns trabalhos não diferenciam bons
exclusão identificados há o de desagrado e o baseado amigos de amigos próximos (Bell, 1981), ou amigos
em diferenças (etárias, de raça, escolaridade, aparência próximos de melhores amigos (Cole & Bradac, 1996;
física e de vestuário). Nos critérios de inclusão há Maeda & Ritchie, 2003). Monsour (2002) deparou-se
aparência física, habilidade social, responsividade, com muitos participantes de seu estudo sem melhores
timidez e similaridade. Por fim, há dois fatores diádicos amigos, levando-o a usar a expressão “bons amigos”.
no surgimento da amizade: o apreço mútuo no Seja qual for a nomenclatura adotada, a diferença
julgamento inicial de um indivíduo sobre o outro, e a entre tipos e níveis de amizade é determinada por
auto-revelação (abertura para revelar assuntos incrementos nas características a ela associadas
particulares). (intimidade, apoio, auto-revelação) à medida que os
Os fatores situacionais, individuais, diádicos e amigos se tornam mais próximos. Assim, as diferenças
ambientais são identificados nas amizades no contraste são mais quantitativas do que qualitativas (Fehr,
com pessoas não-amigas (embora não inimigas): 1996). Conseqüentemente, no nível mais elevado de
estranhos, conhecidos e colegas. Amigos e não-amigos amizade encontrar-se-á maior aceitação, apoio,
diferem quanto à interação verbal, à amplitude e intimidade, etc., bem como maior durabilidade e
profundidade das revelações nas conversas, e às freqüência de contato – nível chamado de melhor
amizade ou de amizade próxima (Cole & Bradac,

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1996; Davis & Todd, 1985; Maeda & Ritchie, 2003; etnia, renda, escolaridade, gênero, número de amigos,
Rezende, 2002; Wright, 1985). duração da amizade e tipos (Bell, 1981; Blieszner &
Para Bell (1981), amigos próximos desenvolvem Adams, 1992; Fehr, 1996). A maioria das pesquisas
estilos semelhantes de voz, gestos, vestuário e aborda adultos jovens, geralmente estudantes
comportamento; servem como proteção, facilitando a universitários entre 18 e 30 anos. Esta tendência não
tolerância a medos e ansiedades e ajudando a suportar decorre apenas da facilidade para coletar dados nas
situações estressantes; e proporcionam um forte senso universidades, mas também do fato de que, nesta
de identificação e exclusividade com experiências etapa, as amizades são mais evidentes. Na
compartilhadas. Melhores amigos também tendem a adolescência a amizade amadurece, passa a envolver
morar perto um do outro (Fehr, 1996). Segundo Cole e confiança, lealdade e intimidade. Na adultez jovem,
Bradac (1996), a experiência real de ter um melhor torna-se mais importante no contraste com o restante
amigo conduz a expectativas diferenciadas quanto à da vida adulta, que a restringe com demandas
satisfação com esta amizade. Neste sentido, entende-se profissionais, românticas e familiares (Fehr, 1996;
que onde a pesquisa sobre amizade na adultez estiver Rawlins, 1992).
iniciando, como no Brasil, é mais apropriado conduzir Carbery e Buhrmester (1998) estudaram amigos
primeiramente estudos sobre amizades reais para em um próximos no contexto dos relacionamentos familiares
segundo momento investigar o ideal de amizade. na adultez jovem, dividindo-a em três fases: celibatária
(na qual o indivíduo é solteiro e não está seriamente
comprometido com um parceiro romântico), marital
AMIZADE E DESENVOLVIMENTO HUMANO (relação conjugal sem filhos) e parental (com filhos
pequenos). Na fase celibatária, os amigos são
As pessoas buscam relacionamentos motivadas por preferidos ao proverem apoio social, companheirismo
necessidades e preocupações vigentes em cada estágio e confidência; as mães, aliança e afeição. Na fase
da vida. Investigando estudantes de ensino médio, marital, o indivíduo depende mais do cônjuge para
adultos recém-casados, adultos de meia-idade e adultos toda necessidade, especialmente o homem. Na fase
maduros sobre amizade real e ideal, Weiss e Lowenthal parental, os filhos competem com o cônjuge no
(1975) observaram que “as percepções das qualidades provimento de afeição, segurança e companheirismo.
de amigos e da amizade são surpreendentemente Assim, as amizades atingem o pico funcional da rede
semelhantes através dos quatro estágios de vida” (p. de relacionamentos no começo da adultez jovem (fase
58). As diferenças encontradas refletiam questões celibatária).
típicas enfrentadas pela fase. Por exemplo, as avaliações Segundo Rawlins (1992), a entrada na
de amigos reais e ideais no ensino médio foram mais universidade requer do indivíduo um ajustamento
discrepantes, diminuindo com a idade e sugerindo maior emocional para construir um novo sistema de apoio
seletividade nas escolhas de amigos em função da social e renegociar relacionamentos familiares e
maturidade. Os autores concluíram que as funções amizades preexistentes. Este período de transição para
básicas da amizade surgem cedo e permanecem ao a adultez é chamado de período universitário (17-22
longo da vida. anos), quando se vivenciam desafios e dúvidas sociais
O uso da palavra amigo inicia aos quatro anos de e intelectuais e uma grande expectativa quanto à vida
idade; melhor amigo, a partir da infância média e pós-universitária. Assim, este período é favorável a
adolescência. A amizade infantil caracteriza-se por amizades profundas e empolgantes. O relacionamento
afeto, divertimento e reciprocidades: mútua com os amigos é pouco influenciado por interações
consideração, cooperação, bom manejo de conflito, conjugais e familiares (Carbery & Buhrmester, 1998;
benefícios equivalentes em trocas sociais; gostar um do Rawlins, 1992). Destarte, está-se de acordo com Koh
outro, ou seja, desejar passar mais tempo na companhia et al. (2003) ao argumentarem que a população de
prazerosa um do outro. As amizades de crianças mais estudantes universitários é ideal para o estudo das
velhas e adolescentes incluem lealdade, confiança e amizades.
intimidade, requerem interesses comuns e A entrada no mercado de trabalho, o casamento e
comprometimento, tanto para manter os amigos como os filhos tomam um tempo que antes era dedicado às
para formar novas amizades (Bukowski et al., 1996; amizades (Carbery & Buhrmester, 1998; Koh et al.,
Hartup, 1989). 2003; Monsour, 2002; Rawlins, 1992; Weiss e
Amizades adultas caracterizam-se por Lowenthal, 1975). Com o avanço etário, sente-se
homogeneidade de traços de personalidade, interesses, nostalgia dos amigos da juventude, como se a amizade
sexo, idade, estado civil, religião, status ocupacional, transcendesse o tempo (Bell, 1981).

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O tempo livre pós-aposentadoria, a saída dos filhos competitividade própria do ambiente de trabalho e
de casa e as condições de saúde física e mental, finanças pela falta de tempo para investir no relacionamento de
e moradia são aspectos cruciais à qualidade de vida na amizade com um colega (colegas-colegas).
velhice (Castro, 2004), interferindo na formação e Rezende (2002) entrevistou 36 adultos divididos
manutenção das amizades (Souza, 2004). Nesta etapa da em dois grupos etários: de 20 a 30 anos e de 45 a 55
vida, tem-se observado que a interação com amigos é anos. A autora observou que o conceito de amigo se
menos freqüente, com encontros mais breves (Adams, mostra amplo e indiferenciado fora do contraste com
Blieszner & deVries, 2000). A convivência e o cultivo colegas. Esta oposição conduzia os participantes a
de amizades entre idosos têm se mostrado essenciais definir amigo em termos de amigo próximo (amigo de
para a felicidade das pessoas dessa categoria, verdade ou amigo mesmo); contudo, amizade comum
especialmente através da vivência diária em envolve afeto, entendido através de aspectos como
condomínios “segregados” (fechados) específicos para companhia agradável, sociabilidade, beijos, abraços e
esta faixa etária (Debert, 1999). Além disso, as afagos. Entre os participantes mais jovens, as
amizades na velhice são mais heterogêneas, devido à amizades ocorrem em grupos e com pouca variação
expectativa de vida (Blieszner & Adams, 1992). De um nos programas (atividades) realizados em conjunto; já
lado, as amizades mais antigas são procuradas para entre os mais velhos, as amizades interagem através de
troca de confidências, aconselhamento e relembrança de díades, com atividades mais variadas (diferentes
eventos passados em conjunto; de outro, as mais novas díades para diferentes programas), com o amigo
são valorizadas por oferecerem “um ponto de vista próximo freqüentando a casa. Não obstante, neste
diferente” (Shea, Thompson & Blieszner, 1988, p. 91). grupo o tempo dedicado ao lazer envolve mais a
família do que os amigos. Rezende observou também
Estudos brasileiros sobre amizade em adultos que os relacionamentos entre “amigos mesmo”
Erbolato (2001) investigou as relações de amizade (amizade profunda ou verdadeira, segundo a autora)
em 12 adultos jovens, 12 adultos em meia-idade e 12 envolvem estilos de vida e valores semelhantes, troca
idosos. A amizade foi relacionada a aspectos que foram de confidências e compartilhamento de experiências
comuns às três faixas etárias: satisfação de necessidades (intimidade), revelação e abertura, confiança
emocionais, troca de recursos e de comunicação, “estar (sinceridade, apoio mútuo), constante diálogo. Para
presente”, semelhanças, e facilidade de interação com o tanto, é necessário um investimento considerável de
mundo. Especificamente com respeito aos adultos tempo para o surgimento e desenvolvimento destes
jovens (seis homens e seis mulheres de 25 a 35 anos de aspectos.
idade, inseridos no mercado de trabalho), o amigo foi Nos três trabalhos descritos identificam-se
definido através das seguintes características: atributos da amizade relatados na literatura
segurança/proteção (40% das respostas) (por exemplo, internacional, como trocas afetivas, ajuda,
saber ouvir e dizer coisas positivas, estar disponível companheirismo e diversão em certas atividades,
para ajudar), seletividade/hierarquia (destaca-se das intimidade e autovalidação. Também se pode observar
outras pessoas; há diferentes amigos conforme o nível a influência do ambiente de trabalho na formação de
de intimidade) e personalidade/autoconceito (como amizades e a consideração da passagem do tempo
afinidades, amor e cuidado). A amizade foi apontada como aspecto fundamental em uma amizade próxima,
como importante porque responde a necessidades melhor amizade ou amizade verdadeira.
emocionais (70% de respostas), é um relacionamento
Diferenças de sexo nas amizades
especial e faz parte da natureza humana.
Kipper (2003) discutiu a amizade no ambiente de Evidências sugerem que as amizades entre
trabalho em 60 adultos (27 homens e 33 mulheres, entre mulheres são de melhor qualidade que entre homens,
20 e 50 anos de idade). A amizade foi mais definida em mais íntimas, próximas e divertidas, envolvendo maior
termos de companheirismo, de admiração e de satisfação e trocas afetivas. Amizades masculinas
orientação. No contexto do trabalho, parte dos valorizam atividades conjuntas e são mais
participantes considerou que colegas de profissão são instrumentais, com ênfase no tempo investido na
também amigos, na medida em que ajudam a suportar o amizade (Carbery & Buhrmester, 1998; Jones, 1991;
ritmo de trabalho e a manter um ambiente bem- Wright, 1988; Wright & Scanlon, 1991). Para Fehr
humorado (colegas-amigos). Para outro grupo de (1996), não se trata “de os homens não terem
participantes, colegas são apenas colegas pela capacidade para intimidade, mas que, em vez disso,
(eles) preferem não exercitá-la” (p. 153). Contudo, os
resultados não são consensuais nas pesquisas.

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Na concepção de Wright (1988), as diferenças de por Monsour como aceitação, compreensão, provisão
sexo são supervalorizadas e ofuscam semelhanças entre de conselho e de perspectiva, freqüência de interação e
amizades femininas e masculinas. Segundo Parks e duração da amizade.
Floyd (1996), a “feminização” da intimidade alcançou o Homens e mulheres diferem mais na definição de
pico na década de 1980, sob a influência do feminismo intimidade do que na de proximidade ao se referirem a
e da popularização de estudos como o de Carol Gilligan boas amizades. Confirmou-se a importância da auto-
(citado por Parks & Floyd, 1996) sobre diferenças de revelação nas amizades em geral, embora as mulheres
sexo no julgamento moral; assim, “tanto a literatura a tenham citado mais que os homens. Observou-se
científica como a popular passou a argumentar, explicita também que, em boas amizades, de homens ou de
ou implicitamente, que apenas as mulheres são capazes mulheres, trocas afetivas, ajuda instrumental e
de intimidade” (p. 90). Esta argumentação será aconselhamento, interesses e atividades
substituída pela ausência de vontade, por parte dos compartilhados, confiança, freqüência de interação,
homens, de exercitar a intimidade (Fehr, 1996). duração, aceitação, respeito e contato físico não-
O pedido de Wright (1988) por moderação, cautela sexual são fundamentais (Parks & Floyd, 1996). Com
e ceticismo sobre diferenças de sexo em amizade vai base nestes dados, entende-se que estudos sobre
redirecionar a produção científica subseqüente (Jones, diferenças de sexo devem considerar não apenas o
1991; Monsour, 1992; Parks & Floyd, 1996; Wright & sexo do participante, mas também o da amizade.
Scanlon, 1991). Dois trabalhos ilustram esta mudança,
argumentando que intimidade e proximidade são
componentes essenciais das amizades adultas, que não CONSIDERAÇÕES FINAIS
há definições compartilhadas no meio acadêmico e que
o tratamento científico destes aspectos é crucial à Sarason et al. (1995) propõem urgência na
interpretação dos resultados (Monsour, 1992; Parks & formulação de teorias específicas sobre os
Floyd, 1996). relacionamentos, pois esta medida contribuirá para o
Monsour (1992) solicitou a 164 universitários que refinamento de construtos básicos ainda não
definissem intimidade (intimacy) na amizade com bons satisfatórios por não serem consensuais na área. De
amigos do mesmo sexo ou do sexo oposto (que não outro lado, há o argumento de que as tentativas de
formular uma teoria dos relacionamentos são
fossem familiares ou parceiros românticos ou sexuais).
prematuras, e que, embora contribuam para o avanço
Sete categorias de respostas emergiram da análise dos
do campo, ainda não devem ser prioridade. Por ser
dados: auto-revelação, expressividade emocional, apoio
demasiado recente (com pouco mais de 30 anos), a
incondicional, contato físico (abraços e beijos nas
“nova ciência dos relacionamentos” (Duck & Perlman,
bochechas), confiança, atividades compartilhadas e
1985, p. 1) pode se beneficiar mais, por enquanto, do
contato sexual. A auto-revelação foi a mais freqüente
trabalho empírico. Ainda que o desenvolvimento
tanto nas amizades de mesmo sexo como nas de sexo
teórico seja desejável, há fatores externos que nele
oposto, embora citada com mais freqüência nas
interferem significativamente, como progressos da
amizades entre mulheres. Na interpretação do autor,
genética e sociobiologia, mudanças no papel da
mesmo que os resultados demonstrem a importância da
mulher e aumento do curso de vida (Sarason et al.,
auto-revelação na definição de intimidade na amizade 1995). À medida que a investigação empírica evoluir e
de homens, ainda se trata de um componente menos possibilitar novos resultados e problemas de pesquisa,
central nas amizades masculinas do que nas femininas. os modelos sobre relacionamentos disporão de mais
De modo geral, os resultados permitiram observar que recursos para a teorização.
há mais semelhanças que diferenças nas amizades de Cabe ressaltar o apelo de Duck e Perlman (1985)
mesmo sexo e de sexo oposto (Monsour, 1992). por mais investigações sobre o que as pessoas pensam
Para Parks e Floyd (1996), Monsour (1992) não de seus relacionamentos. Assim, é preciso atentar para
atentou para o conceito de proximidade, e, motivados a instabilidade do pensamento sobre as interações
por sua crítica, investigaram-na nas amizades de 270 significativas, visto que as pessoas pensam antes,
universitários para diferenciá-la de intimidade e analisá- durante e depois da interação, e em outras situações
la quanto a diferenças de sexo. Parks e Floyd não durante os intercâmbios posteriores. Para Duck e
encontraram referência a contato físico ou sexual. Perlman (1985), esta inconstância impede resultados
Proximidade mostrou-se um conceito mais abrangente claros e boas replicações.
que intimidade, abarcando aspectos não observados Entende-se que dados obtidos sobre a amizade de
brasileiros possam ser comparados a dados referentes
a outras culturas e discutidos com base em modelos

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teóricos propostos; todavia, as possíveis diferenças Fonoaudiologia, Pontifícia Universidade Católica de


decorrentes desta comparação devem ser estudadas, e Campinas, Campinas.
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Recebido em 04/04/2006
Aceito em 01/06/2006

Endereço para correspondência: Luciana Karine de Souza. Universidade Federal de Minas Gerais, FAFICH, Depto. de
Psicologia, Av. Antonio Carlos, 6627, sala F-4050, Campus Pampulha, CEP 31.270-901, Belo
Horizonte-MG. E-mail: lucianak@fafich.ufmg.br

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