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UNIVERSIDADE SALGADO DE OLIVEIRA

CURSO BIOMEDICINA

DISCIPLINA: NANOTECNOLOGIA

APLICAÇÕES DA NANOTECNOLOGIA NA INDÚSTRIA DE


ALIMENTOS

Marcos Evandro T Pinto


Rosana da Silva Pimentel
Thayná Castilho

Niterói, Rio de Janeiro


2019
SUMÁRIO

1. Resumo ................................................................................................. pag. 03


2. Introdução ............................................................................................ pag. 04
3. Metodologia ......................................................................................... pag. 06
4. Discussão .............................................................................................. pag. 07
5. Disposições finais .................................................................................. pag. 19
6. Referências bibliográficas ..................................................................... pag. 20

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RESUMO

A nanotecnologia constitui uma revolução na ciência e na tecnologia mundial,


pois possui aplicação para diferentes áreas do conhecimento como, a física, química,
ciência da computação, engenharia e biologia. As maiores áreas da indústria de
alimentos beneficiadas com a nanotecnologia são desenvolvimento de novos materiais
funcionais, processamento em micro e nanoescala, desenvolvimento de novos
produtos e nanossensores para a segurança alimentar (MORARU et al., 2003). A
nanotecnologia aplicada à área de alimentos é um tema ainda novo, à biomédica e às
indústrias de tecnologia de informação, mas, que deve crescer muito rapidamente nos
próximos anos. Esta tecnologia oferece benefícios reais para os nanoalimentos como
melhores sabores, cores, texturas, potencial redução na quantidade de gordura e
outros aditivos, melhorias na absorção e biodisponibilidade de nutrientes e
suplementos; preservação da qualidade e frescor dos alimentos e uma melhor
rastreabilidade e segurança dos produtos alimentares, através de aplicações de
nanoembalagens.

Atualmente os Estados Unidos lideram esse ranking com um programa de 4 anos,


com recursos de US$ 3,7 bilhões, através da sua National Nanotechnology Initiative
(NNI). Em seguida vêm o Japão e a União Européia, com substanciais recursos
financeiros, respectivamente, de US$ 750 milhões e US$ 1,2 milhões anuais. Um
aspecto altamente relevante aplicado à nanotecnologia, e nesse caso torna-se
essencial o princípio da precaução, deverá ser as implicações na saúde humana. Os
organismos vivos irão ingerir alimentos que ainda não sabemos sobre a existência ou
não de efeitos negativos no médio e longo prazo.

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INTRODUÇÃO

A nanotecnologia constitui uma revolução na ciência e na tecnologia mundial,


pois possui aplicação para diferentes áreas do conhecimento como, a física, química,
ciência da computação, engenharia e biologia. Em 1959, o físico Richard Feynman já
iniciava as discussões em torno da tecnologia de manipulação de átomos e moléculas,
algo invisível ao olho humano (SCOTT,2005). A primeira definição do termo
nanotecnologia surgiu em 1974 na Universidade Científica de Tóquio, proposta pelo
japonês Norio Taniguchi (BRANDÃO et al., 2011). Nas décadas de 80 e 90 sugiram
várias teorias em torno dessa definição japonesa, porém somente a partir do ano 2000
que essa tecnologia foi desenvolvida efetivamente em laboratórios, e logo, as
pesquisas alcançaram grandes avanços, sendo hoje o centro das atenções de
pesquisadores, cientistas e governos de todo o mundo.

O entendimento sobre nanotecnologia baseia-se em compreender as


dimensões das partículas trabalhadas nessa tecnologia. Dessa maneira, um nanômetro
é uma unidade de medida que equivale a um bilionésimo do metro, ou seja, seria o
mesmo que comparar, em proporção, a dimensão de uma bola de futebol (0,29 m) em
relação à lua (3.474.800 m). Estruturas nessa escala apresentam propriedades
funcionais únicas não encontradas na escala macro (CHAU et al., 2007). Como
exemplos na natureza há uma infinidade de estruturas ou nanoestruturas que estão
nas dimensões nanométricas tais como: vírus, organelas celulares, caseína do leite,
entre outras (SCOTT, 2005; BRANDÃO et al., 2011).

As maiores áreas da indústria de alimentos beneficiadas com a nanotecnologia


são desenvolvimento de novos materiais funcionais, processamento em micro e
nanoescala, desenvolvimento de novos produtos e nanossensores para a segurança
alimentar (MORARU et al., 2003). Várias aplicações da nanotecnologia tornaram-se
aparentes, incluindo o uso de nanopartículas lipídicas sólidas (NLS), nanoemulsões,
nanocápsulas e o uso de nanocompósitos para a embalagem dos alimentos.
Nanopartículas lipídicas sólidas são sistemas de transporte coloidal, podendo ser
produzidas por: homogeneização sob alta pressão a quente ou a frio; diluição de
microemulsão; preparo de emulsão múltipla; emulsificação/evaporação de solvente,
ou difusão de solvente (JEE et al., 2006). Nanoemulsões são consideradas verdadeiras
emulsões, com uma fase dispersa e outra contínua, geralmente entre 50 e 1000nm de
diâmetro; são transparentes ou translúcidas e possuem estabilidade contra a
sedimentação (SANGUANSRI e AUGUSTIN, 2006; GUTIÉRREZ et al., 2008).
Nanocápsulas são compostas por um invólucro polimérico disposto ao redor de um
núcleo no qual se encontra o composto ativo, que será protegido contra fatores
ambientais adversos, ou será gradativamente liberado (CHARCOSSET, 2009). O uso de
nanocompósitos para a embalagem dos alimentos, protege, aumenta a sua vida útil e é
considerado uma alternativa ambientalmente correta, pois reduz a exigência de
utilização de plásticos, como materiais de embalagem (WEISS et al., 2006;
SORRENTINO et al., 2007; SOZER e KOKINI, 2009).

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A nanotecnologia aplicada à área de alimentos é um tema ainda novo, à
biomédica e às indústrias de tecnologia de informação, mas, que deve crescer muito
rapidamente nos próximos anos. Esta tecnologia oferece benefícios reais para os
nanoalimentos como melhores sabores, cores, texturas, potencial redução na
quantidade de gordura e outros aditivos, melhorias na absorção e biodisponibilidade
de nutrientes e suplementos; preservação da qualidade e frescor dos alimentos e uma
melhor rastreabilidade e segurança dos produtos alimentares, através de aplicações de
nanoembalagens.

A natureza da contaminação dos alimentos pode ser física, química ou biológica.


A presença de materiais estranhos nos alimentos, geralmente, é de natureza física,
visto que esses são facilmente visualizados ao olho nu. No entanto, os outros tipos de
contaminantes não podem ser visualizados, exceto, se o mesmo provocar grandes
alterações nas características sensoriais do produto. Portanto, ao final do
processamento dos produtos alimentícios, torna-se primordial a aplicação de métodos
de análises sensíveis e de resultados rápidos, que permitam avaliar a qualidade e
inocuidade do produto elaborado (EMBRAPA, 2008). Atualmente, as maiores
aplicações em nanoalimentos estão concentradas na área de embalagens, seguidas da
nanoencapsulação de ingredientes e aditivos, alguns já disponíveis no mercado ou em
fase de pesquisa e desenvolvimento.

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METODOLOGIA

Este trabalho foi desenvolvido por meio de pesquisas na web de publicações


cientificas em sites e revistas especializadas. Foram selecionados inicialmente 09
(nove) publicações que atendiam aos nossos critérios de busca, destes, 05 (cinco)
foram indexados nesta obra.

Após o estudo minucioso do material disponível, em grupo, elegemos aqueles


os quais utilizamos em nossa discussão sobre a nanotecnologia na industria de
alimentos que culminou com as disposições finais aqui editadas.

Palavras chave: NANOTECNOLOGIA; ALIMENTO; LEGISLAÇÃO; SAUDE; SEGURANÇA


ALIMENTAR.

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DISCUSSÃO

Quatro grandes áreas na produção de alimentos podem se beneficiar da


nanotecnologia: o desenvolvimento de novos materiais funcionais, processamento
microscala e nanoscala, desenvolvimento de produto e o projeto de instrumentação e
métodos para melhoria da segurança alimentar e de biossegurança (WEISS et al.,
2006).

Materiais usados em nanoalimentos

A influência das propriedades do material em nanoescala, valor nutricional e


biodisponibilidade tem sido amplamente estudada (BLUNDELL, THURLBY, 1987;
AGUILERA, 2005). Além disso, a relação entre a morfologia dos materiais usados em
alimentos e as propriedades físico-químicas dos materiais a granel tem sido
investigada (LÖSCHE, 1997 apud WEISS et al., 2006). Para isso, uma variedade de
processos estão sendo utilizados, incluindo a produção de nanodispersões e
nanocápsulas, nanolaminados, nanotubos e nanofibras.

Nanotecnologias na indústria de alimentos

As nanotecnologias têm sido descritas como uma nova revolução industrial


tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento, diante dos
investimentos nesta tecnologia de modo a assegurar uma parcela do mercado.

Atualmente os Estados Unidos lideram esse ranking com um programa de 4


anos, com recursos de US$ 3,7 bilhões, através da sua National Nanotechnology
Initiative (NNI). Em seguida vêm o Japão e a União Européia, com substanciais recursos
financeiros, respectivamente, de US$ 750 milhões e US$ 1,2 milhões anuais.

O patamar de financiamento nos países em desenvolvimento pode ser


comparativamente menor, mas isso não reduz desses aportes no estágio global. Por
exemplo, a parcela da China nas publicações acadêmicas sobre nanociência e tópicos
de engenharia subiu de 7,5% em 1995 para 18,3% em 2004 elevando o país da quinta
para a segunda posição. Quatro outros países como a Índia, Coréia do Sul, Iran e
Tailândia também investiram focando em aplicações especificas para as suas
necessidades e seu crescimento econômico.

O Irã focou seu programa na nanotecnologia aplicada à agricultura e indústria


de alimentos. O país já desenvolveu seu primeiro produto nanotecnológico comercial
denominado Nanocid, que é um poderoso antibactericida com potencial de aplicação

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na indústria de alimentos. A Índia destinou cerca de US$ 22,6 milhões ao setor em
2006.

Um recente estudo da consultoria Helmuth Kaiser prediz que o mercado de


nanoalimentos cresça de US$ 2,6 bilhões para US$ 20,4 bilhões por volta de 2010. O
relatório sugere que com mais de 50% da população mundial, o maior mercado para
nanoalimentos estará na Ásia liderado pela China.

Mais de 400 companhias no mundo estão atualmente ativas quanto a


pesquisas e desenvolvimento em nanotecnologias e há expectativa de que esse
número se eleve para 1.000 nos próximos dez anos.

Uma estimativa feita pela Business Communications Company sobre o mercado


tecnológico na indústria revela que o mercado para as nanotecnologias era de 7,6
bilhões de dólares em 2003 e projetava um trilhão de dólares para o ano seguintes.

Entretanto, o potencial total das nanotecnologias na agricultura e indústria de


alimentos ainda não foi estimado.

Na visão da União Européia os novos desafios determinados pela crescente


demanda por alimentos saudáveis e seguros, assim como pelas ameaças à produção
agrícola e pesqueira frente às mudanças nos padrões climáticos induz a criação de uma
bioeconomia, num processo complexo e desafiador envolvendo a convergência de
diversos ramos da ciência (COMISSÃO EUROPÉIA, 2004).

A definição de nano alimento é a das técnicas ou ferramentas nanotecnológicas


usadas durante o cultivo, produção, ou embalagem do alimento.

Não significa que são alimentos atomicamente modificados ou alimentos


produzidos por nanomáquinas. Entretanto, há pensamentos ambíguos de se criar
alimentos moleculares usando nanomáquinas o que é considerado irrealístico num
futuro próximo.

No segmento da indústria processadora de alimentos, já se cogita considerar a


nanofábrica, que no limite dispensaria a mão-de-obra especializada e uma grande
infra-estrutura, atualmente necessárias, que conte com uma fonte química e uma
fonte de energia capazes de produzir uma grande variedade de produtos. A aplicação
das nanotecnologias poderia implicar, por hipótese, a eliminação das fábricas e dos
demais elos que compõem as cadeias produção, uma vez que as matérias-primas
poderiam ser transformadas diretamente de acordo com o produto final necessário. A
eliminação de postos de trabalho poderia ser classificada como desemprego em
cadeia, com agravamento de problemas sociais.

Há ainda a possibilidade de a partir de um mesmo grão de soja, como


exemplifica Mattoso et al. (2005), extraírem-se seus derivados, como óleo comestível e
combustível, leite, etc. Nessa hipótese, as plantações em grandes áreas, característica
da sojicultura em boa parte dos países produtores, não seriam mais necessárias, do

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mesmo modo que os segmentos a jusante da cadeia produtiva. Talvez, um novo tipo
de produção e de organização produtiva venha que ser pensados.

Pelo contrário, os nanotecnologistas são mais otimistas em relação ao potencial


para mudar o atual sistema de produção agrícola e assegurar a segurança dos
alimentos produzidos, criando um cultivo saudável desses alimentos. São também
esperançosos de melhorar a qualidade nutricional através da adição de aditivos e na
forma como o corpo digere e absorve o alimento. Ainda que algumas dessas metas
ainda estejam longe de ocorrer, as indústrias de embalagens já incorporaram a
nanotecnologia em seus produtos.

Ainda no segmento de processamento da soja, um avanço da maior relevância


a ser conquistado e que poderia trazer benefícios em curto prazo seria a obtenção de
um processo alternativo para extração de óleos vegetais em substituição ao hexano -
derivado do petróleo - que é o solvente atualmente utilizado, mas que apresenta
sérias restrições à saúde além de apresentar um grande potencial explosivo.

O impacto da nanotecnologia na indústria de alimentos se tornou mais


aparente nos últimos anos com a organização de conferências dedicadas a esse tópico,
iniciando uma combinação entre alimentos melhores e seguros. Várias companhias
que hesitavam em revelar seus programas de pesquisa em nano alimentos, agora as
tornam públicas, anunciando planos para melhorar os existentes e o desenvolvimento
de novos, com vistas a manter a sua presença no mercado.

Essas aplicações incluem: alimentos por demanda, e alimentos interativos e


embalagens inteligentes.

As nanotecnologias podem ser aplicadas em alimentos funcionais, os quais


respondem às demandas do corpo e podem distribuir nutrientes de modo mais
eficiente. Vários grupos de pesquisas estão trabalhando para desenvolver novos
alimentos “por demanda”, os quais permanecem inertes no corpo e liberam os
nutrientes para as células quando for necessário. Um elemento chave neste setor é o
desenvolvimento de nanocápsulas que podem ser incorporadas aos alimentos para
distribuírem nutrientes, tais como os nutracêuticos que incluem o licopeno, beta-
caroteno, luteína, fitoesteróis, e outros.

Nesse segmento a soja se destaca por ser reconhecida como a matéria-prima


mais versátil para alimentos funcionais, segundo Yim (2002), apud Lima Filho et al.
(2005). De acordo com Salgado (2007) essa característica decorre de componentes
como as isoflavonas que têm ação estrógena, os flavonóides que têm propriedades
anti-cancerígenas e as proteínas que atuam na redução do colesterol. Dentre os
alimentos à base da oleaginosa, além do farelo e óleo, tem-se farinha, leite, proteínas
isolada e texturizada, queijo, shoyo, missô, etc., e o próprio grão consumido “in
natura” que é excelente fonte de vitaminas do complexo B (CODEAGRO, 2004). Tais
produtos têm merecido a atenção de empresas, sobretudo multinacionais que passam
a apostar neste filão, como agregação de valor a commodity. O teor de flavonóides
presentes no grão da soja poderia ser aumentado propiciando a obtenção de

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derivados com menores custos e maior eficiência na sua utilização. Melhorias de
conversão alimentar em proteínas no caso de animais e de alimentos funcionais e
nutracêuticos para humanos são assuntos a serem investigados e com prováveis
sucessos diante da dinâmica utilização desses produtos na atualidade.

A idéia de alimento interativo consiste em permitir ao consumidor modificar as


características do alimento, em função de suas necessidades de nutrição ou de sabor.
O conceito é o de milhares de nanocápsulas contendo melhoradoras de sabor, cor, ou
adicionadores de elementos como vitaminas, que permaneceriam dormentes dentro
do alimento e só seriam liberados pela ação do mesmo. Empresas gigantes do ramo
como a Nestlé, Kraft, Heinz, e Unilever desenvolvem essas pesquisas buscando
capturar uma parte do mercado de alimentos na próxima década.

Nanoformulações para a produção de alimentos à base de carne, como os


embutidos, que requerem numerosos aditivos para a preservação e estabilização da
cor e sabor dos alimentos já são utilizados pela empresa alemã Aquanova desde 2006.
A companhia também desenvolve, através das nanotecnologias, um sistema de
encapsulamento de ingredientes como vitaminas C e E (MILLER e SENJEN, 2008).

A BioDelivery Sciences International (BDSI) tem desenvolvido nanopartículas


derivadas da soja não transgênica, as quais associadas ao cálcio carregam e entregam
componentes farmacêuticos, bem como nutrientes, licopeno e ômega-3 diretamente
às células (ETC GROUP, 2005a).

A empresa australiana Weston Foods desenvolveu um pão com microcápsulas


de óleo de atum, rico em ômega-3, mas com sabor desagradável, que são
programadas para a liberar o componente apenas em contato com o estômago.

A Unilever está desenvolvendo um sorvete com baixo teor de gordura através


da redução do tamanho das partículas da emulsão. Esperam com isso usar 90% menos
emulsão e reduzir o teor de gordura de 16% para 1%.

A Oilfresh Corporation, dos Estados Unidos já dispõe de um produto


nanocerâmico que reduz pela metade a utilização de óleo em restaurantes e fastfoods.
Como resultado da sua maior área de superfície previne a oxidação e aglomeração de
gorduras e estende a vida útil do óleo. Além disso, o óleo aquece mais rapidamente,
poupando energia na preparação dos alimentos (JOSEPH e MORRINSON, 2006).

Nanotecnologias em Embalagens de Alimentos

Desenvolver embalagens inteligentes para otimizar a vida dos produtos nas


prateleiras é o que tem sido o objetivo de muitas firmas. Esses sistemas de
embalagens seriam capazes de reparar buracos ou rasgos, responder às alterações
ambientais como temperatura, umidade, etc., e alertar o consumidor se a comida
estiver contaminada. As nanotecnologias podem apresentar soluções para, por
exemplo, modificar o desempenho de permeação de membranas, aumentar as

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propriedades de barreira (mecânica, térmica, química e microbiana), melhorar as
propriedades de resistência ao calor, desenvolver superfícies ativas anti-fúngicas e
antimicrobianas, assim como a capacidade sensorial tais às alterações.

As perspectivas financeiras para as embalagens nanotecnológicas são muito


boas, pois atualmente gira em torno de 1,1 bilhão de dólares e espera-se que chegue a
3,7 bilhões por volta de 2010. Essa indústria está crescendo mais rápida do que o
previsto e já dá sinais de ter atingido a maturidade. Pesquisa da empresa financeira
Frost and Sullivan verificou que os consumidores atualmente demandam muito mais
das embalagens em termos de proteção à qualidade, frescura e segurança dos
alimentos. Concluíram que esta é uma das principais razões pelas quais cresceu o
interesse em métodos inovativos de embalagens.

Sistemas de embalagens inteligentes, com uma língua eletrônica que consiste


num conjunto de nanosensores, extremamente sensíveis a gases liberados pelos
alimentos, conforme a deterioração, fazendo com que o sensores alterem uma faixa
de cor, estão em desenvolvimento pela Kraft, junto com pesquisadores da
Universidade de Rutgers nos Estados Unidos.

A Bayer Polímeros desenvolveu o filme para embalagens Duretano KU2- 2601


que é mais transparente e resistente do que os existentes no mercado. Esse produto é
conhecido como “sistema híbrido” que é enriquecido com um enorme número de
nanopartículas de silicatos que reduz enormemente a entrada de oxigênio e de outros
gases, assim como a saída da umidade, prevenindo a deterioração do alimento.
Também, a Kodak está desenvolvendo um filme especial antimicrobiano que tem a
capacidade de absorver oxigênio do alimento impedindo que o alimento se deteriore.

As cervejarias idealmente utilizariam garrafas plásticas, pois seriam mais leves e


baratas do que as latas. Entretanto, o álcool da bebida reage com o plástico, o que
reduz severamente sua validade. Duas empresas desenvolveram um nanocomposito
contendo nanopartículas de argila nanocomposito chamada IMPERM. A garrafa
resultante é mais leve e forte do que a de vidro. A estrutura do nanocomposito
minimiza a perda de dióxido de carbono da cerveja e o ingresso de oxigênio na garrafa,
mantendo a cerveja mais fresca e dando-lhe uma validade de seis meses na prateleira.
A tecnologia foi adotada por muitas empresas.

Outras organizações estão buscando formas pelas quais as nanotecnologias


possam oferecer melhoria na sensibilidade ou facilidade para a detecção da
contaminação de alimentos. A empresa AgroMicron desenvolveu um spray nano
luminescente que contém uma proteína que denuncia a presença de micro organismos
como a salmonela. No contato do microorganismo com o spray um glow brilha mais
forte. Quanto maior o brilho maior a contaminação. O produto vai chamar-se Biomark
e poderá ser uma arma contra o bioterrorismo.

Dentro da mesma estratégia, pesquisadores americanos desenvolveram um


nanosensor portátil para detectar químicos, patógenos e toxinas em alimentos. Dessa
forma, os alimentos poderão ser testados sem o envio de amostra para laboratórios

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que são caros e demorados. Também estudam dispositivos que utilizam nanochips de
DNA para detectar patógenos. Ademais, buscam um dispositivo que identifique a
presença de resíduos químicos em frutas e vegetais e que permita o monitoramento
ambiental das fazendas que denominam “sensores do bom alimento”.

As nanotecnologias podem ser aplicadas no monitoramento e etiquetagem dos


alimentos. A tecnologia de identificação pela radiofreqüência foi desenvolvida pelos
militares há mais de 50 anos, mas não teve aplicações. Agora, entretanto, há
numerosa, como nos supermercados. Essa tecnologia consiste em microprocessadores
e uma antena que transmite dados para um receptor sem fio e pode seguir um
produto do armazém até as mãos do consumidor. Diferentemente do código de barras
que tem que ser “escaneado” manualmente e individualmente, as etiquetas RFID
possibilita a leitura automática de centenas delas por segundo.

Cadeias de supermercados como a Wal-Mart, Tesco e outras já testaram essa


tecnologia e a perspectiva é de que se torne cada vez mais acessível em termos de
custo e de eficiência.

No Reino Unido a “Food Standards Agency (FSA)” desenvolveu estudos para


conhecer as potenciais aplicações das nanotecnologias nos alimentos e em especial
nas embalagens e também em pesquisas que incluem o desenvolvimento de alimentos
funcionais, sistemas de distribuição de nutrientes nutriente métodos para otimizar a
aparência dos alimentos com cor, sabor e consistência.

Um grupo de cientistas das indústrias de alimentos do Norte da Europa criou


um consórcio com o objetivo de prever as aplicações das nanotecnologias na indústria
de alimentos de maneira responsável. As prioridades desse consórcio são: desenvolver
sensores que possam revelar quase que instantaneamente se uma amostra de
alimento contém compostos tóxicos de bactérias, desenvolver superfícies anti-
bacterianas para máquinas envolvidas na produção e a criação de alimentos com
melhor valor nutritivo.

No Brasil, as principais linhas de pesquisas sobre aplicações das


nanotecnologias na agricultura e alimentos são conduzidas pelo Laboratório Nacional
de Nanotecnologia para o Agronegócio (LNNA) da Empresa Brasileira da Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), como seguem:

a) sensores e biossensores voltados para qualidade, certificação e


rastreabilidade de alimentos;
b) caracterização e síntese de novos materiais, em especial polímeros e
materiais nanoestruturados com propriedades específicas;
c) filmes finos e superfícies, usados em embalagens inteligentes, comestíveis e
superfícies ativas;
d) nanopartículas, compósitos e fibras, para reforço de materiais e uso em
produtos naturais como fibras de sisal, juta, coco e outras para aplicações industriais;

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e) nanopartículas orgânicas e inorgânicas que possam ser utilizadas em
processos de liberação controlada de nutrientes e pesticidas em solos e em plantas, e
de fármacos para uso veterinário;
f) nanobiotecnologia aplicada na caracterização de material genético e
nanomanipulação gênica e;
g) caracterização de materiais de interesse do agronegócio, como partículas de
solos, plantas, bactérias e patógenos.

Riscos Potenciais das Nanotecnologias

Um aspecto altamente relevante aplicado à nanotecnologia, e nesse caso


torna-se essencial o princípio da precaução, deverá ser as implicações na saúde
humana. Os organismos vivos irão ingerir alimentos que ainda não sabemos sobre a
existência ou não de efeitos negativos no médio e longo prazo. Esse aspecto exige uma
atenção maior quando comparado ao uso em máquinas e equipamentos (fibra ótica,
lentes de óculos, etc.) que não apresentam riscos dessa natureza.

“A aplicação desse princípio tem por objetivo, precisamente, tratar de situações


ambivalentes, como a de considerar legítima a adoção por antecipação de medidas
relativas a uma fonte potencial de danos, sem esperar que se disponha de certezas
científicas quanto às relações de causalidade entre a atividade em questão e o dano
temido” (ROMEIRO, 1999: 96).

Nesse sentido, Miller e Senjen (2008) alertam sobre a crescente aplicação das
nanotecnologias na produção de alimentos, por meio de nanopartículas,
nanoemulsões e nanocápsulas no processamento e embalagens dos alimentos, sem a
devida regulação. Se por um lado, as nanotecnologias podem proporcionar melhorias
no desempenho industrial, na qualidade nutricional e na eficiência das embalagens dos
alimentos, podem também trazer maiores riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
Exemplos são as nanopartículas de prata, dióxido de titânio e óxido de zinco, utilizados
em suplementos nutricionais e em embalagens, mas que apresentaram elevada
toxicidade para células. Estudos voltados ao meio ambiente também sugerem que
essas substâncias possam contaminar a água. Tais preocupações decorrem do fato de
que o “pequeno” tamanho das partículas implica novas propriedades das
nanopartículas, tais como a de intensificar as reações químicas e as atividades
biológicas, além da maior capacidade de acessar as células. Outros riscos detectados
por experiências in vitro compreendem o aumento da oxidação de células de tecido
humano, produção de proteínas responsáveis por inflamações, mutações no DNA,
prejuízos da estrutura nuclear de células e interferência na atividade celular (MILLER e
SEJEN, 2008).

De modo geral, é impossível a efetiva prevenção dos possíveis efeitos dos


nanomateriais sobre a saúde humana e o meio ambiente, conforme Maynard (2006)
apud (MILLER e SEJEN, 2008). Diante dos riscos potenciais associados às aplicações das
nanotecnologias na agricultura e nos alimentos, Miller e Senjen (2008) defendem uma
moratória no desenvolvimento de produtos alimentícios, embalagens e agroquímicos

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até que a segurança específica das nanotecnologias seja discutida e regulamentada
sob os seguintes aspectos:

a) nanomateriais devem ser regulados como novas substâncias;


b) ampliação da definição de nanomateriais;
c) transparência na avaliação quanto à segurança dos nanomateriais;
d) rotulagem dos produtos; e
e) maior envolvimento da sociedade nas discussões, tanto do ponto de vista da
segurança, quanto para a sustentabilidade da produção agrícola e de alimentos.

As controvérsias relativas às nanotecnologias podem ser captadas nos


trabalhos do Grupo ETC (2005b), onde uma síntese dos diversos problemas é
apresentada, a começar pelo impacto desta tecnologia nas economias dos países do
hemisfério sul, na vida das pessoas, na segurança, na saúde humana, no meio
ambiente, nos direitos humanos, nas políticas sociais, na agricultura e nos alimentos.

“Ao permitir que produtos da nanotecnologia cheguem ao mercado na


ausência de debate público e sem regulamentação, os governos, o agronegócio e as
instituições científicas já comprometeram o potencial das tecnologias em escala
nanométrica de serem utilizadas de forma benéfica. O fato de não haver, atualmente,
em qualquer parte do mundo, normas de regulamentação para avaliar novos produtos
em escala nanométrica na cadeia alimentar representa uma inaceitável e culposa
negligencia. (....) Devem ser tomadas medidas para restaurar a confiança nos sistemas
alimentares e para se ter certeza de que as tecnologias em escala nanométrica, se
introduzidas, sejam feitas sobre rigorosos padrões de saúde e segurança.” (ETC Group,
2005b:157-158).

Prováveis impactos negativos da aplicação das nanotecnologias na agricultura e


nas diversas cadeias de produção são apresentados por Ribeiro (2006), para os quais
enfatiza a necessidade de regulamentação e de estudos sobre os usos/efeitos, em
especial, os toxicológicos da tecnologia, tais como:

a) a liberação de nanopartículas no meio ambiente;


b) a exposição prolongada dos trabalhadores;
c) permanência de nanopartículas na cadeia alimentar e;
d) tendência de redução no nível de emprego nas fazendas, decorrente da
implementação dos campos inteligentes.

Embora ainda seja incipiente a discussão sobre os impactos negativos das


nanotecnologias sobre o meio ambiente e saúde, o United States Enviromental
Protection Agency (EPA) relata a constatação da presença de nanopartículas no fígado
de animais usados em pesquisas. Segundo a Agência, as nanopartículas podem vazar
em células vivas e, provavelmente, entrar na cadeia alimentar por meio de bactérias. O
EPA enfatiza, ainda que indústrias e governos têm divulgado as nanotecnologias
incluindo a nanobiotecnologia como a maior e a mais rápida revolução industrial, mas
que, no entanto, é necessário empenho para que as preocupações relativas à saúde e
ao meio ambiente não se desviem do progresso das nanotecnologias (NANI, 2002).

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Martins (2006:128-129) ressalta a importância das discussões sobre a
sustentabilidade da sociedade, do ponto de vista ambiental e econômico, frente aos
impactos dos principais avanços tecnológicos, os quais significam a construção de uma
“nova natureza”:

a) a quebra da barreira entre as espécies com a introdução de genes,


proporcionada pela biotecnologia;
b) a quebra da barreira entre orgânico e inorgânico proporcionada pela
nanotecnologia e;
c) a construção de novos materiais a partir de elementos químicos naturais e
sintéticos proporcionada pela nanotecnologia”. Sob o aspecto econômico o autor
sugere reflexões acerca da possibilidade das nanotecnologias serem antidistributivas,
uma vez que as pesquisas nessa área são caras e complexas, dificilmente acessíveis a
pequenas organizações. Isso implicaria na intensificação do poder de monopólio das
grandes corporações, que já são as que aportam investimentos às pesquisas em
nanotecnologias.

Esta também é uma das preocupações de Mooney (2006), nos alertando sobre
a concentração de poder nas mãos das grandes empresas em relação aos processos
decisórios e à utilização da nanotecnologia.

Legislação e normas brasileiras sobre a aplicação da nanotecnologia nos alimentos

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

Constituição Federal do Brasil (1988), Artigo 196.

Entre as competências atribuídas ao Sistema Único de Saúde (SUS), pela


Constituição Federal, estão: a fiscalização e inspeção de alimentos, bebidas e águas
para consumo humano e a colaboração na proteção do meio ambiente, inclusive o do
trabalho (artigo 200, incisos VI e VII).

A Constituição Federal garante a todos, também, o direito ao ambiente


ecologicamente equilibrado, incumbindo o Poder Público de controlar a produção, a
comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco
para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente (artigo 225, inciso V).

A Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, determina o controle, por meio de


ações de vigilância sanitária, de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se
relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao
consumo (artigo 5º, parágrafo 1º, inciso I). Entre as ações de saúde do trabalhador

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estão a participação, no âmbito de competência do SUS, na normatização, fiscalização,
transporte, distribuição e manuseio de substâncias, produtos, máquinas e
equipamentos que apresentem riscos à saúde dos trabalhadores; avaliação do impacto
que as tecnologias provocam à saúde e revisão periódica da listagem oficial de doenças
originadas no processo de trabalho (artigo 5º, parágrafos 1º e 3º).

Apesar da inexistência de legislação específica sobre a aplicação das


nanotecnologias na produção de alimentos, as normas da legislação brasileira de
alimentos podem, ao menos, parcialmente, serem utilizadas para a proteção da saúde
dos consumidores e dos trabalhadores e a preservação do meio ambiente. Apresenta-
se, a seguir, algumas aplicáveis a nanoalimentos.

O Decreto-Lei número 986/69 determina uma série de diretrizes para produtos


alimentícios no Brasil, contemplando os aspectos de fabricação, fiscalização, registro, e
outros. As diversas legislações posteriores são mais específicas, mas o Decreto-Lei
986/69, que institui normas básicas sobre alimentos, ainda está em vigor e supre as
omissões das demais normas (Carvalho et al, 2006:12). Destacamos os seus artigos 26
e 50, que fazem referência ao emprego de substâncias, produtos de higienização de
alimentos, matérias-primas alimentares, alimentos in natura e recipientes ou utensílios
destinados a entrarem em contato com alimentos, determinando que a sua utilização
esteja condicionada à prévia autorização do órgão competente do Ministério da Saúde
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa), mediante regulamento específico.

Esta norma trata, ainda, de aditivos, rotulagem e produtos importados. A Lei


8.078, de 11 de novembro de 1990 (Código de Defesa do Consumidor), estabelece,
como direito do consumidor, entre outros, a informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que
apresentam (artigo 6º, inciso III). Determina que os produtos e serviços colocados no
mercado não acarretem risco à saúde ou à segurança dos consumidores, exceto os
considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição,
obrigando os fornecedores, em qualquer hipótese, a darem as informações
necessárias e adequadas a seu respeito (artigo 8º) e que a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios informem os consumidores sempre que tiverem
conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à sua saúde ou segurança
(artigo 9º; parágrafo 3º).

A Anvisa, vinculada ao Ministério da Saúde, tem a finalidade de promover a


proteção da saúde da população, por intermédio do controle sanitário da produção e
da comercialização de produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive
alimentos. É responsável, também, pela coordenação do Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária (OPAS, 2008). Criada em 26 de janeiro de 1999, uma das suas
atribuições é a de estabelecer normas e padrões sobre limites de contaminantes,
resíduos tóxicos, desinfetantes, metais pesados e outros que envolvam riscos à saúde
(Lei 9.782, artigo 7º, inciso, IV).

16
O Decreto nº 4.680, de 24 de abril de 2003, regulamenta o direito à
informação, assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor, quanto aos alimentos
e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal, que contenham
ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados (OGM). Na
presença de, ao menos, um por cento de OGM, o consumidor deverá ser informado da
natureza transgênica do mesmo, por meio de um símbolo, que deverá estar impresso
no rótulo do produto, acompanhado de uma das expressões, dependendo do caso:
(nome do produto) transgênico, contém (nome do ingrediente) transgênico ou
produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico (artigo 2º, parágrafo 1º)
e o mesmo procedimento para os alimentos e ingredientes produzidos a partir de
animais alimentados com ração contendo ingredientes transgênicos (artigo 3º).

A Resolução RDC nº 175, de 08 de julho de 2003, da Anvisa, aprova o


“Regulamento Técnico de Avaliação de Matérias Macroscópicas e Microscópicas
Prejudiciais à Saúde Humana em Alimentos Embalados”, no qual são considerados
como matéria prejudicial à saúde humana: insetos e outros animais, em qualquer fase
de desenvolvimento, vivos ou mortos, inteiros ou em partes, reconhecidos como
vetores mecânicos; parasitos; incrementos de insetos e/ou de outros animais; objetos
rígidos, pontiagudos e/ou cortantes, que possam causar lesões no consumidor. São
excluídos desta resolução: as matérias-primas e insumos para fins industriais, os
aditivos alimentares e os coadjuvantes de tecnologia de fabricação. Através da Portaria
nº 284, de 15 de março de 2010, a Anvisa e o Ministério da Saúde instituíram um
Grupo de Trabalho com o objetivo de realizar a revisão desta Resolução, elaborar
proposta de Resolução substituta e, depois de findo o prazo para críticas e sugestões à
Consulta Pública, participar da análise das contribuições e consolidação da proposta
final. A proposta final, incluindo seus anexos, não contém referência a nanomateriais.

A Lei 11.105, de 24 de março de 2005 (Lei de Biossegurança), estabelece


normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a
produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o
armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio
ambiente e o descarte de OGMs e seus derivados, tendo como diretrizes o estímulo ao
avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e à saúde
humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção
do meio ambiente (artigo 1º). Esta lei é direcionada especificamente às atividades que
envolvem OGM. No entanto, está sendo mencionada, aqui, como um exemplo de Lei
que pode servir de modelo para uma legislação voltada para os nanoalimentos, pela
sua abrangência em todos os aspectos que envolvem a cadeia produtiva de alimentos
e a proteção da saúde, do ambiente e do trabalhador. Além disso, cria: O Conselho
Nacional de Biossegurança (CNBS). Uma de suas competências é a de analisar os
pedidos de liberação de OGM e seus derivados para uso comercial, quanto aos
aspectos da conveniência e oportunidade socioeconômicas e do interesse nacional
(artigo 8º, parágrafo 1º, inciso II).

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), instância colegiada


multidisciplinar integrante do Ministério da Ciência e Tecnologia tem, entre as suas
atribuições, o apoio técnico e de assessoramento ao Governo Federal no

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estabelecimento de normas técnicas de segurança e de pareceres técnicos referentes
à autorização para atividades, que envolvem pesquisa e uso comercial de OGM e seus
derivados, com base na avaliação de seu risco zoofitossanitário, à saúde humana e ao
meio ambiente (artigo 10) e, ainda, acompanhar o desenvolvimento e o progresso
técnico e científico nas áreas de biossegurança, biotecnologia, bioética e afins, com o
objetivo de aumentar sua capacitação para a proteção da saúde humana, dos animais
e plantas e do meio ambiente (parágrafo único).

Tramita no Congresso Nacional projeto de Lei1 que dispõe sobre a regulamenta


a rotulagem de produtos na nanotecnologia e de produtos que fazem uso da
nanotecnologia.

1
Projeto de Lei de autoria do deputado federal Sarney Filho, ano 2013.

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DISPOSIÇÕES FINAIS

O avanço tecológico imposto ao mundo contemporâneo, ao olhar da


sociedade, desperta curiosidade, preocupação, preconceito, etc. Respeitando as
particularidades de cada conjunto que compõe a sociedade brasileira, temos inúmeros
motivos para comemorar, porém, alguns dados não podem ser rejeitados e a revisão
constante pode ser considerada a vigília necessária a cada avanço no que diz respeito a
nanotecnologia aplicada aos alimentos.

Precisamos buscar respostas sobre os efeitos da manipulação de elementos


nano na indústria alimentícia devido a riscos como o vazamentos de células vivas,
subprodutos da metabolização de inúmeros elementos inseridos artificialmente nos
alimentos, intoxicações químicas, dentre outros.

No entanto afirmamos categoricamente que a aplicação da nanotecnologia


neste setor pode ajudar a aumentar a vida útil dos alimentos, e, com isso contribuir ao
combate a fome em diversas partes do mundo; e, a inserção de nutrientes específicos
(minerais, ácidos graxos, vitaminas etc) para auxiliar na dieta de determinados grupos
também ajudarão a minimizar os riscos de certas doenças.

Para área de ingredientes a nanotecnologia trás alguns benefícios, dos quais


destacamos a biodisponibilidade de substâncias benéficas a saúde e a percepção de
sabor que há de tornar certas substancias mais agradáveis.

O avanço da nanotecnologia na indústria de alimentos em nosso país depende


principalmente de investimentos, recursos humanos especializados e de legislação que
regule a atividade.

19
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. NEVES, Rodrigo. Nanotecnologia aplicada à industria de alimentos: o uso de biossensores.


Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária e Zootecnia. Goiania, GO (2011).

2. ASSIS, L.M. et al. Revisão: características da nanopartículas e potenciais aplicações em


alimentos. Brasilian Journal of Food Technology, Campinas, v. 15, n. 2, p. 99-109, abr./jun.
2012. http://dx.doi.org/10.1590/S1981-67232012005000004

3. PEREZ, Florência Sainz; BERTAGNOLLI, Silvana Maria Michelin; ALVES, Marta Palma; e PENNA,
Neidi Garcia. Nanottecnologia: aplicações na área de alimentos. Disc. Scientia. Série: Ciências
da Saúde, Santa Maria, v. 13, n. 1, p. 97-110, 2012. Recebido em: 01.03.2012. Aprovado em:
04.07.2012. ISSN 2177-3335.

4. BARROS, Rosa Maria da Silva. Nanoalimentos e nanotecnologias aplicadas a alimentos – riscos


potenciais, necessidades regulatórias e proposta de instrumento para verificar opiniões sobre
riscos potencias à saúde e ao ambiente. Escola Nacional de Saúde pública. Disseratção
apresentada com vistas à obtenção de titulo de Mestre em Ciências na área de Saúde pública.
Orientador: Prof. Dr. William Waissmann. Rio de Janeiro (2011).

5. MARTINS, Paulo Roberto; et al. Nanotecnologias na Industria de Alimentos. Disponível em:


https://www.pucsp.br/sites/default/files/download/eitt/vi_ciclo_paulomartins_marisa
barbosa_nano_puc.pdf, visitado em 26 de Maio de 2019, as 12h39min.

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