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Nilton F. Coutinho
Professor Mestre da UNAERP - Campus Guarujá
Professor Mestre da Uninove
msnilton@yahoo.com.br
1. Introdução
2. Objetivo
Verificar as possibilidades de ensino do atletismo na escola através de
atividades lúdicas.
3. Tema Problema
O atletismo tem sido fundamental para otimizar a iniciação esportiva dos
escolares aos demais esportes. Existem dúvidas sobre as possibilidades de ensino
do conteúdo atletismo pela dificuldade do professor. Devido à ausência de material
esportivo em algumas unidades escolares da rede pública de ensino essas
possibilidades tornam-se limitadas ao ambiente. Será que um professor poderá
abordar as modalidades do atletismo na escola adotando metodologias com foco na
ludicidade?
4. Método de Pesquisa
Esta pesquisa foi desenvolvida através de pesquisas bibliográficas a cerca do
referido tema.
5. Revisão de Literatura
5.1 História do Atletismo
Segundo MOLLER (2008), na era da pré-história era ensinado às crianças a
correr, devido os animais da época que eram muito grandes, mesmo para momentos
de fuga a ponto de não se tornar a caça, pois nem sempre os pais poderiam salvá-
los. Mas sempre quem saia para caçar eram os homens, pois as mulheres ficavam
cuidando dos filhos, colhendo frutas e ervas.
MOLLER (2008, p. 10)
A corrida de resistência era muito importante, e bem cedo as crianças tinham
que começar a “treinar”, pois a expectativa de vida era curta, cerca de 20
anos somente. Poucos completavam 30 anos ou mais. Era muito importante
aguentar uma corrida atrás de animais para depois abatê-los com uma arma.
Essas corridas podiam se estender por vários quilômetros e / ou por horas.
DARIDO e SOUZA JÚNIOR (2008), dizem que na época pré-histórica, o
atletismo já era praticado pelo homem, devido as suas necessidades para
sobreviver, através do ato de caminhar, correr, saltar e lançar para caçar e fugir.
Com o passar do tempo homens e mulheres foram se aperfeiçoando tornando-se
habilidosos e capacitados para as provas de atletismo.
Para FERNANDEZ (1979), ainda na antiguidade, a civilização da Grécia
obtinha um determinado respeito em sua cultura corporal gerando um dom para as
corridas, pois, mostravam as provas de forma correta em relação aos movimentos
de braços, pernas, cabeça e tronco.
FERNANDEZ (1979, p. 3) afirma que “os gregos chegaram até a considerar a
corrida como sendo de vital importância para as funções orgânicas, acreditando que
elas fortaleciam as pernas, os pulmões, o coração, o peito e o abdômen”.
Segundo DUARTE (2003), na Grécia um corredor considerado capacitado e
habilitado chamado Pheidippides, em 490 a.C., percorreu a distância de 42.195 m
na região de Marathon, embora muito fadigado e cansado, mas com muita alegria e
felicidade perante a vitória. Daí, então, surge a Maratona existente até os dias de
hoje.
Para DARIDO e SOUZA JÚNIOR (2008), na era grega por volta de 1200 a.C.,
no Monte Olímpicus, local onde deram início as primeiras competições, disputas
somente eram permitidas para o gênero masculino, fidelizando admiração a Zeus o
rei dos Deuses.
DARIDO e SOUZA JÚNIOR (2008, p. 115)
As mulheres por sua vez, não tinham permissão para participar dos
jogos e nem mesmo para assistir às competições masculinas. Mas,
em contrapartida, a cada quatro anos, era realizado um evento
esportivo só para elas, em homenagem a Hera, esposa de Zeus.
Grupo 1 Modalidades
Corridas de velocidade, corrida de
resistência, corrida com obstáculo,
Atletismo corrida com barreiras, corrida de
revezamento; salto em distância, salto
em altura, salto triplo, salto com vara;
arremesso de peso, lançamento de
martelo, lançamento de dardo e
lançamento de disco.
Fonte: RAMIREZ (2007).
Tabela 2 – Caracterização
Tabela 3 – Habilidades
Ainda KUNZ (citado por MEURER, 2008), cita que em relação à disciplina
de atletismo nos cursos de Educação Física de ensino superior, observa-se um
baixo interesse dos acadêmicos com este esporte. Dentre outros argumentos já
mencionados, os acadêmicos não vêem sentido ou aplicação dos conteúdos em
relação à sua futura atuação profissional. Decorre daí, uma série de dificuldades no
processo de ensino-aprendizagem, sendo que a forma como este esporte é
abordado em contexto acadêmico gerando uma repercussão diretamente na
maneira como ele é apresentado pelo profissional de Educação Física em contexto
escolar.
KUNZ (citado por MEURER, 2008), diz que o ensino-aprendizagem do
atletismo e seus aspectos didáticos mostram que a iniciação ao atletismo visto como
um conjunto de habilidades específicas constitui a primeira fase do processo ensino-
aprendizagem desta modalidade, utilizando-se das formas básicas de correr, saltar,
lançar e arremessar.
Na atual cultura esportiva que normalmente coloca a competição e a vitória,
ou seja, o produto, como o que se tem de mais importante, não é possível negar a
relação do esporte atletismo com o rendimento, implícita na prática do atletismo
convencional. Porém, é impossível negar os processos intermediários e, tratando-se
de contexto escolar, deve-se trabalhá-lo em seu potencial e sua adaptabilidade à
interpretação recreativa e lúdica, tão ou até mais ampla que a tradicional,
reconhecendo o fato de que a maioria dos escolares não atinge o nível de atleta.
Segundo COSTA (citado por MEURER, 2008), o atletismo a ser utilizado na
escola deve ser considerado como o "pré-atletismo", onde em primeira fase, faz-se
através dos gestos motores básicos correr, saltar, lançar e arremessar; já em
segunda fase, mantêm-se os da primeira, avançando para as tarefas que exigem
uma maior codificação dos gestos motores básicos, aproximando progressivamente
a criança do atletismo. Correr, saltar, lançar e arremessar é as habilidades físicas de
base, estão presentes em quase todas as modalidades esportivas. Como ações
motoras naturais, significam uma função da natureza humana. Por isso, em si, os
movimentos atléticos não são desinteressantes, pois o que pode torná-los assim são
a sua interpretação e sistematização didática vinculadas somente ao atletismo
institucionalizado.
Diz COSTA (citado por MEURER, 2008), que assim, propõe-se o processo
de ensino-aprendizagem do atletismo vinculado a aspectos lúdicos, onde o brincar
permita o desenvolvimento das capacidades motoras básicas, possibilitando a
aprendizagem do atletismo e a vivência de diferentes situações permitidas pelo
brincar, favorecendo o desenvolvimento integral da criança na escola.
Afirma MOYLES (citado por MEURER, 2008), que brincando a criança
desenvolve confiança em si mesma e em suas capacidades, levando-a a
desenvolver percepções sobre as outras pessoas e a compreender as exigências
bidirecionais de expectativa e tolerância. O ato de brincar proporciona as crianças à
oportunidade de explorar conceitos como liberdade existente implicitamente em
muitas situações lúdicas favorecendo o desenvolvimento de sua independência.
O brincar oferece situações em que as habilidades podem ser praticadas,
tanto as físicas quanto as mentais, e repetidas tantas vezes quanto for necessário
para obter confiança e domínio, além de permitir a exploração de seus potenciais e
limitações. Destaca-se ainda pelo autor que a utilização do lúdico no processo de
ensino-aprendizagem do atletismo ganha dimensão em importância no contexto
escolar por possibilitar a participação de todos, independentemente do seu atual
desenvolvimento motor. E por ser uma atividade prazerosa, que possibilita alegria e
prazer na sua realização.
Já para ANDREASSA (2010), o indivíduo passa a obter duas fases a lúdica e
a pedagógica, onde primeiro temos que trabalhar o lúdico e então, com o
pedagógico. A ludicidade é aprender com a liberdade dos gestos corporais, onde o
ato de aprender potencializa para a próxima fase sendo reconhecido pelos alunos e
pela escola.
A ludicidade é o passo para a superação melhorando a integração no dia a
dia escolar, propondo uma nova posição para a educação e buscando autonomia
para o ser humano em movimento. Assim as articulações do lúdico representam
uma passagem na prática corporal de forma descontextualizada, gerando interações
sociais independente da faixa etária dos educandos e isso passa a ser necessário
para eles até mesmo para os mais tímidos e os agressivos.
MEURER (2008), diz que a ludicidade proposta junto ao processo de ensino
aprendizagem permite desenvolver as capacidades motoras básicas, sendo possível
vivenciar diferentes situações para o desenvolvimento do aluno. As habilidades
podem ser repetidas por várias vezes para que o educando tenha uma confiança
própria.
O atletismo tem sua importância no ambiente escolar visto que sua
caracterização é seguida por atividades divertidas em sua aplicação. Os próprios
alunos mostram que são capazes de aprender e praticar, liberando a participação de
todos. Trabalhar o atletismo de forma diferenciada gera uma experiência única, isso
mostra que é possível esta experiência para os alunos.
De acordo com NASCIMENTO (2010), ao rever o contexto atletismo deve-se
deixar de lecionar de forma tradicional e aderir novas propostas entre os jogos com
os temas lúdicos, contemplando e valorizando o conhecimento das suas técnicas
específicas. É necessária a prática educativa do professor de Educação Física
Escolar, porém de forma equilibrada para que ocorra um êxito positivo durante as
aulas, onde os escolares possam participar e socializar-se, e não somente para os
mais habilidosos, mas também para os que realmente gostam deste esporte.
Segundo PIERI (2013), os professores de Educação Física Escolar devem se
empenhar em oferecer aos educandos várias atividades desta modalidade
promovendo o lúdico junto à prática corporal, cultural, física e psicológica.
Afirma SEDORKO (2012), que a dificuldade básica do atletismo é, antes de
tudo, mais de natureza cultural e educacional do que socioeconômica, pois, observa-
se que os brasileiros não percebem neste esporte um valor cultural. Essa
constatação considera que as barreiras são existentes para o atletismo, sendo
necessário reorganizar as propostas didáticas para lecionar o atletismo, levando em
consideração os aspectos culturais passíveis de mudanças.
Nessa pequena participação do atletismo, grande parte dos alunos não
usufrui dos conhecimentos possíveis de serem adquiridos ao discutir esse esporte.
O professor de Educação Física Escolar também pode utilizar-se da ludicidade para
avaliar os escolares, além de observar individualmente sua relação entre os
aspectos motores, também solicitando aos educandos que relatem através de textos
ou imagens o que aprenderam e o que mais gostaram na prática do atletismo, pois,
o envolvimento e o conhecimento do atletismo terão uma visão incentivadora entre
os educandos.
Diz BARBOSA (2013), que pode-se trabalhar o atletismo fazendo dele uma
grande ferramenta pedagógica para a compreensão de outras modalidades
esportivas e para a sua efetivação. Não precisamos nos restringir a uma pista de
atletismo e materiais oficiais. Pode-se alcançar o mesmo objetivo por meio da
ludicidade, sendo realizado na quadra, em gramados, em espaços com areia e até
dentro da sala de aula, através de jogos de adivinhações, (tais como perguntas e
respostas), desenhos, mímicas, entre outros.
Então, ao explorar o atletismo o professor pode criar novas possibilidades,
com variações de jogos e brincadeiras, atividades em grupo, estimulando os
escolares, criando aulas atraentes, prazerosas e principalmente, ao alcance de
todos. Apesar de, muitas vezes serem tão intensas quanto um treino propriamente
dito. Com movimentos naturais do atletismo, conseguiremos atrair mais educandos
para as aulas práticas, e consequentemente desenvolver a consciência intelectual
corporal nos alunos. É essencial que os professores procurem desenvolver seus
fundamentos dentro do seu planejamento com fácil, e também, elaborar materiais
alternativos, podendo contribuir com o conhecimento dentro e fora do ambiente
escolar.
6. Considerações Finais
Para BARBOSA e col. (2010), o atletismo surgiu na Educação Física Escolar
através do Regime Militar na década de 1970. Com um regulamento específico,
torna-se uma referência fundamental com orientações elaboradas por planejamento,
incluindo, a iniciação esportiva a 5ª série (atual 6° ano) do Ensino Fundamental. Na
década de 1980 ocorreram mudanças neste cenário onde o esporte passa a ficar
registrado na vida acadêmica dos escolares e nas instituições de ensino.
Percebe-se através desta revisão de literatura que a influência para lecionar o
atletismo dentro do âmbito escolar, perante a importância da iniciação esportiva no
cotidiano do aluno, obtendo uma adaptação a um melhor condicionamento físico na
transferência do processo de ensino-aprendizagem para outro esporte do
componente curricular Educação Física.
Nos anos finais do ensino fundamental alguns professores ao lecionar este
conteúdo são pouco lúdicos, ao ponto de deixar os alunos à vontade junto ao
material disponibilizado pela escola priorizando apenas a segurança, ou lecionam
outra modalidade esportiva nas aulas práticas ao invez do atletismo. Sendo assim,
não obtendo uma cultura corporal adequada ao movimento que correspondem ao
conteúdo, pois existem várias possibilidades através da ludicidade e
cooperatividade.
Julgamos importante também que o profissional de Educação Física Escolar
seja comprometido e competente em torno deste esporte, que possa pesquisar para
aprimorar o conhecimento, utilizar o material disponível pela escola e confeccionar
junto aos alunos, como critério avaliativo, gerando a inclusão de interesse dos
educandos, vivenciando esta experiência.
E de acordo com os autores pesquisados é possível se desenvolver desde as
primeiras fases do ambiente escolar, porém de forma lúdica.
Através de procedimentos dos PCN’s é necessário lecionar aos educandos de
forma saudável, permitindo que a aula seja atrativa e lúdica. No ambiente escolar, os
educandos tem como motivação a competição procurando alcançar sua prória
melhora na atividade sugerida.
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